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UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES INSTITUTO A VEZ DO MESTRE PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU” O ESTÁGIO NO DIREITO TRABALHISTA BRASILEIRO RENATA XAVIER LARICHIA ORIENTADOR: CARLOS AFONSO LEITE LEOCADIO Rio de Janeiro 2009

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UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES

INSTITUTO A VEZ DO MESTRE

PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU”

O ESTÁGIO NO DIREITO TRABALHISTA BRASILEIRO

RENATA XAVIER LARICHIA

ORIENTADOR: CARLOS AFONSO LEITE LEOCADIO

Rio de Janeiro

2009

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UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES

INSTITUTO A VEZ DO MESTRE

PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU”

O ESTÁGIO NO DIREITO TRABALHISTA BRASILEIRO

Trabalho apresentado à Universidade Candido

Mendes como requisito parcial para a conclusão

do curso de pós-graduação “lato sensu” em Direito

do Trabalho e Direito Processual do Trabalho.

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A Deus, por sua presença constante em minha vida. A meus pais,

por todo apoio que tenho recebido. Ao Diego A. da Silveira, por,

simplesmente, existir em minha vida.

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AGRADECIMENTOS

Agradeço a meus pais, por apostarem em meu sucesso. Ao professor Carlos

Afonso Leite Leocadio, que me orientou nesse trabalho. E agradeço ainda a

meus colegas de classe pelo companheirismo e amizade nessa jornada.

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"Vire seu rosto para o sol e as sombras cairão atrás de você."

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RESUMO

Trata-se de um estudo sobre o estágio no Direito Trabalhista Brasileiro. É

espécie de trabalho que, porém, não se confunde com relação de emprego.

Conceituação de estagiário em nosso ordenamento. Análise da normatização

do estágio no Brasil, desde as primeiras normas jurídicas que versaram sobre o

tema até os dias atuais. Caracterização e responsabilidades das partes

envolvidas no contrato de estágio. Consequências do descumprimento das

obrigações contratuais. Vínculo empregatício. Jurisprudência. A recente lei

11788/2008, que traz alterações para o instituto do estágio. Comentários à

nova lei, concluindo que a sociedade se adaptará às novas regras, as quais

beneficiarão os estudantes.

Palavras-chave: estágio; estudante; parte concedente; instituição de ensino; Lei

11788/2008; vínculo empregatício; trabalho.

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LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS

CIEE – Centro de Integração Empresa-Escola

CLT – Consolidação das Leis do Trabalho

NUBE – Núcleo Brasileiro de Estágios

OIT – Organização Internacional do Trabalho

ONU – Organização das Nações Unidas

TRT – Tribunal Regional do Trabalho

TST – Tribunal Superior do Trabalho

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SUMÁRIO

INTRODUÇÃO ........................................................................................09

CAPÍTULO 1 - EVOLUÇÃO DAS RELAÇÕES DE TRABALHO ......... 11

1.1. Histórico do Estágio no Brasil ......................................................... 13

1.2. Relação de Emprego ...................................................................... 16

CAPÍTULO 2 - ESTÁGIO: NOÇÕES GERAIS ...................................... 18

2.1. Conceito de Estágio e Estagiário .................................................... 18

2.2. Natureza Jurídica ............................................................................ 19

2.3. Caracterização e Responsabilidades .............................................. 20

2.4. Vantagens ........................................................................................ 22

2.5. Estágio e o Mercado de Trabalho .................................................... 22

2.6. Reconhecimento do Vínculo Empregatício ...................................... 24

2.6.1 Jurisprudência sobre o assunto ...................................................... 27

CAPÍTULO 3 - NOVA LEI 11.788/2008 ................................................... 32

3.1. Alterações da Lei 11.788/2008 .......................................................... 33

3.2. Considerações sobre a nova lei ........................................................ 36

CONCLUSÃO .......................................................................................... 38

REFERÊNCIAS ........................................................................................ 40

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INTRODUÇÃO

Esta monografia tem por objetivo analisar o instituto do estágio no

contexto do Direito Trabalhista Brasileiro, bem como estudar as inovações

trazidas ao tema pela Lei 11788/2008.

O estágio é de grande relevância para todos os jovens estudantes

brasileiros, possibilitando o exercício de atividades que colaboram com a

aprendizagem profissional, cultural e de relacionamento humano, além de

propiciar o desenvolvimento de aspectos atitudinais relacionados ao mundo do

trabalho.

Possibilita, ainda, a aplicação de conceitos éticos e o conhecimento dos

caminhos que existem para a realização do jovem como cidadão e como

trabalhador, despertando vocações, abrindo novos horizontes de realizações

pessoais, transformando-se em estratégia de empregabilidade.

Assim, no que se refere ao mercado de trabalho, o estudante que teve a

oportunidade de estagiar em uma grande empresa possui mais chances de

sucesso profissional em relação a outros, pois conheceu a rotina de trabalho e

adquiriu experiência.

Ao longo deste estudo, analisar-se-á todas as características do contrato

de estágio, que liga as três partes nele envolvidas: empresa, instituição de

ensino e estudante, cada um com suas respectivas responsabilidades.

Distingui-se, todavia, o estagiário do empregado. Este é definido como

aquele que presta serviços continuados, subordinados e assalariados e são

regidos pela Constituição Federal de 1988 e pela CLT. Um conceito não pode

ser confundido com o outro.

Entretanto, conforme entendimento adotado pelos Tribunais Regionais e

pelo Tribunal Superior do Trabalho, quando intencionalmente a parte

concedente substitui empregados efetivos por estagiários, está caracterizado o

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vínculo empregatício. Esta é uma prática muito comum em nosso país e será

analisada oportunamente neste trabalho.

Diante da relevância do tema e, em especial, com a finalidade de coibir

todos os abusos cometidos contra os estagiários, a Lei 11788/2008 foi editada,

após um período de 31 anos de vigência da antiga lei. Várias alterações foram

operadas para a proteção dos estudantes, como, por exemplo, a limitação na

jornada de trabalho.

Veremos que todo esse esforço do legislador será aos poucos

reconhecido pela sociedade. Para tanto, basta a conscientização da população

no sentido de que as novas regras devem ser fielmente observadas. Assim,

cada vez mais estudantes serão beneficiados.

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CAPÍTULO 1

EVOLUÇÃO DAS RELAÇÕES DE TRABALHO

Diz-se que o trabalho é tão antigo quanto o homem. Quando o homem

fixou-se à terra e organizou-se em sistema de trocas, deixou de trabalhar

sozinho ou com sua família para seu próprio sustento e passou a utilizar seu

trabalho em benefício de outra pessoa.

Ao longo do tempo, surgiram diversas formas de trabalho, como a

escravidão, a servidão, as corporações de ofício, o emprego, dentre outras. A

escravidão – a mais antiga dessas formas – caracterizava-se pelo fato de o

escravo ser considerado uma coisa. Contudo, as relações de trabalho

evoluíram ao longo dos anos, chegando ao estágio atual: o trabalho livre na

relação de emprego.

Com a Revolução Francesa, o Absolutismo Corporativo foi suprimido e

as corporações foram consideradas incompatíveis com o ideal de liberdade do

homem, princípio que inspirou a nova ordem social a partir de 1789.

Empregados e empregadores, então, passaram a pactuar diretamente seus

acordos trabalhistas e fixar condições de trabalho sem qualquer interferência. A

força de trabalho era considerada pela economia liberal uma mercadoria,

sujeita à lei da oferta e da procura.

Nesse período surgiu o proletariado e a questão social. Não demorou

muito para que crescesse no pensamento dos homens a convicção da

necessidade de uma interferência do Estado para garantir condições mínimas

em prol dos trabalhadores. Neste contexto, nasce a figura do contrato de

trabalho. A partir daí, as relações deveriam ser revestidas de uma base

jurídica, num complexo de direitos e deveres a serem cumpridos por ambas as

partes.

Segundo os autores Vicente Paulo e Marcelo Alexandrino, na obra

“Manual de Direito do Trabalho”, o Estado, nesta época, viu-se forçado a

abandonar sua posição neutra, como pregavam os teóricos do Liberalismo do

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Século XVIII, e passa a ser intervencionista, com a lei assumindo a função de

garantir condições mínimas de trabalho1.

O surgimento do Direito do Trabalho, portanto, decorreu de uma

necessidade de intervenção do Estado nas relações entre trabalhadores e

empregadores, objetivando compensar, mediante desigualdades jurídicas em

favor dos primeiros, o enorme desnível econômico existente entre as partes da

relação de trabalho.

Em nosso país, a primeira Constituição a tratar do Direito do Trabalho foi

a de 1934. Podemos destacar alguns direitos importantes nela assegurados:

isonomia salarial, salário mínimo, jornada de trabalho de oito horas, férias

anuais remuneradas e liberdade sindical. Como meio de concretizar a justiça

social, esses direitos devem ser observados sempre que se instalar uma

relação capital versus trabalho. Neste diapasão, se um trabalhador contribui

para a para a obtenção do lucro de um estabelecimento empresarial, industrial

ou comercial, colocando sua força de trabalho à disposição dele, deve,

entretanto, receber, em contrapartida, os direitos trabalhistas garantidos

constitucionalmente.

A tendência moderna, entretanto, principalmente após a década de 80 (e

com a globalização e revolução tecnológica), é a revisão dos fundamentos e da

utilidade de alguns dos direitos trabalhistas. Questionam-se os reais efeitos que

a inserção de uma série de direitos rígidos no ordenamento jurídico produz no

mercado de trabalho e a possibilidade ou benefício da manutenção desses

direitos de cunho paternalista em um mundo globalizado, marcado pela

competição de empresas por todo o mundo.

Nossa Constituição de 1988 já sinalizou nesse sentido, uma vez que

reconheceu a negociação coletiva como forma de flexibilizar os contratos.

Porém, a CLT continua muito ultrapassada. Muitos de seus dispositivos

engessam as negociações entre empresas e empregados e, ao invés de

1 Alexandrino, Marcelo e Vicente Paulo. Manual de Direito do Trabalho. 10ª Ed. Rio de Janeiro: Impetus, 2007, p. 4.

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facilitar, dificulta a contratação, resultando em desemprego ou aumento de

trabalho informal.

Em face dessa nova realidade, é importante inserir algum grau de

flexibilização nas relações de trabalho no Brasil, sem, contudo, deixar de lado

os essenciais direitos trabalhistas já conquistados.

1.1. Histórico do Estágio no Brasil

A história do estágio no ordenamento brasileiro tem seu marco inicial no

Decreto-Lei 1190/1939, que tratava da Faculdade Nacional de Filosofia,

Ciência e Letras. Seu artigo 40, parágrafo 2º, nos diz que:

As aulas práticas, que se realizarão em laboratórios, gabinetes

ou museus, visarão à aplicação dos conhecimentos

desenvolvidos nas aulas teóricas.

Ou seja, o referido dispositivo estabelecia que a prática não se daria nas

escolas, nas empresas, nem no futuro local de trabalho. Ela se daria em

gabinetes, laboratórios ou museus, de forma bem diferente daquela que se

pretende hoje em dia.

Naquela época, nos cursos secundários – também chamados

acadêmicos porque preparavam para o ingresso na academia –, não se falava

em estágio nem em atividades práticas. Preocupava-se com as atividades

intelectuais. Nos cursos profissionalizantes, estruturados por volta de 1942 a

1946, a referência a estágios existia, mas era incipiente. Mesmo a prática, que

deveria acompanhar a aprendizagem profissionalizante, era mencionada de

forma apenas suficiente.

Já a Lei Orgânica do Ensino Fundamental – LOEI, em seu artigo 5º,

estabelecia simplesmente que:

Os ofícios e técnicas deverão ser ensinados, nos cursos de

formação profissional, com os processos de sua exata

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execução prática, e também os conhecimentos teóricos que

lhes sejam relativos. Ensino prático e ensino teórico apoiar-se-

ão sempre um no outro.

Em relação aos estágios, os artigos 48 e 49 do Decreto-lei 4073/1942

prescreviam:

Art. 48. Consistirá o estágio em um período de trabalho,

realizado por aluno, sob o controle da competente autoridade

docente, em estabelecimento industrial.

Art.49. No decurso do período letivo, farão os alunos,

conduzidos por autoridade docente, excursões em

estabelecimentos industriais, para observação das atividades

relacionadas com os cursos.

Em seu artigo 34, a Lei Orgânica do Ensino Comercial – LOEC, de nº

6141/1974, falava também em excursões a empresas.

Algum tempo depois, a regulamentação da formação de docentes para a

área de Ensino Comercial (Portaria 512/67), exige que o futuro docente de tal

área pratique a docência, sob a forma de estágio, em estabelecimentos de

ensino comercial.

Disso se conclui que o ensino fundamental e o ensino comercial se

referiam a estágios como simples observação das atividades nas empresas.

Em 1969, quando se exigiu a prática de ensino nos cursos de formação

de pedagogos, a Portaria que regulamentava o registro de professor, de nº

341/65, não exigia a comprovação do estágio supervisionado para conceder o

registro. Em 1976, a Portaria 790/76 passou a exigir que o candidato

comprovasse a prática de ensino ou estágio supervisionado das matérias que

fossem objeto de habilitação profissional para poder pleitear o registro de

professor.

Historicamente, a primeira regra que disciplinou a relação entre as

empresas e os estagiários, no que diz respeito a seus direitos e obrigações, foi

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a Portaria 1002/67, que instituiu a categoria de Estagiário nas empresas, a ser

integrada por alunos oriundos das Faculdades ou Escolas Técnicas de nível

colegial. Destaca, em seu artigo 2º, que das condições acordadas e fixadas em

contratos-padrão deveriam constar obrigatoriamente: a duração e o objeto da

bolsa; o valor da bolsa oferecida pela empresa; a obrigação da empresa de

fazer, para os bolsistas, seguro de acidentes pessoais ocorridos no local do

estágio; e o horário do estágio.

Depois disso, seguiram-se diversas normas que tentavam regulamentar

o estágio, como o Decreto 66546/1970, que instituiu a coordenação do projeto

de integração, destinada à implementação de programa de estágios práticos

para estudantes do sistema de ensino superior de áreas prioritárias; e a Lei

5692/1971, que determinou regras sobre diretrizes e bases para o ensino de 1º

e 2º graus, prevendo o estágio como forma de cooperação entre empresas e

escola, já estabelecendo a inexistência de vínculo empregatício.

A normatização do estágio em instituições públicas e privadas surgiu, de

fato, com a Lei 6494/1977.

Podemos destacar também o Estatuto da Criança e do Adolescente –

ECA, Lei 8069/1990, que previu em seus artigos 62 e 66 que a aprendizagem

ou formação técnico-profissional será ministrada segundo as diretrizes e bases

da legislação de educação em vigor, garantindo também ao adolescente

portador de deficiência o trabalho protegido.

A Lei 8859/1994 veio modificar dispositivos da Lei 6494/1977 para

aplicação aos alunos de ensino especial, alterando especialmente o artigo 1º e

acrescentando o parágrafo 3º, registrando a necessidade de planejamento,

acompanhamento e avaliação do estágio em conformidade com os currículos,

programas e calendários. Tornou-se obrigatória a atividade de estágio nas

grades curriculares dos cursos de nível superior, profissionalizante de 2º grau

ou escolas de educação especial.

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E, finalmente, diante do elevado número de ocorrências envolvendo o

instituto do estágio de estudantes, foi editada a Lei 11788/2008, que estabelece

novos requisitos legais para a concessão do estágio, protegendo ainda mais os

estudantes.

1.2. Relação de Emprego

Para diferenciarmos emprego e estágio, trazemos o conceito de relação

de emprego dado por Amauri Mascaro Nascimento:

Relação de emprego é a relação jurídica de natureza contratual

tendo como sujeitos o empregado e o empregador e como

objeto o trabalho subordinado, continuado e assalariado2.

Então, o empregado é dirigido pelo empregador, numa relação de

subordinação; presta serviços habitualmente e, em contrapartida, recebe uma

retribuição (salário)3. Podemos ainda acrescentar: deve prestar os serviços

pessoalmente e, por fim, possui direitos estabelecidos na Constituição Federal

e na CLT.

Por conseqüência, daí retiramos o conceito de empregador: aquele para

quem uma pessoa física prestar serviços continuados, subordinados e

assalariados.

Segundo Amauri Mascaro Nascimento, em sua obra “Curso de Direito do

Trabalho”, empregador e empresa são conceitos que guardam entre si uma

relação de gênero e espécie, uma vez que empregador é uma qualificação

jurídica ampla e empresa é a forma principal dessa qualificação.

O estagiário não é empregado. Não lhe são assegurados os direitos

previstos na CLT, aplicáveis aos contratos de trabalho comuns. Sua

contratação deve obedecer rigorosamente à forma prevista em lei, senão 2 Nascimento, Amauri Mascaro. Curso de Direito do Trabalho. São Paulo: Saraiva, 2003, p.454. 3 “Artigo 3º CLT- Considera-se empregado toda pessoa física que prestar serviços de natureza não-eventual a empregador, sob sua dependência e mediante salário”.

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restará descaracterizado estágio e passará a ser considerado empregado por

prazo indeterminado, com todas as conseqüências jurídicas.

Não é só. Faz-se necessário a distinção entre estagiário e aprendiz. São

situações que não coincidem e são reguladas por legislações diversas. Para

configurar a atividade de aprendizagem, o trabalhador deve ter entre 14 e 24

anos, salvo no caso de portadores de deficiência (quando não há limitação de

idade), ao passo que para o estagiário não existe um limite específico de idade.

O aprendiz é empregado, celebra contrato de trabalho regido pela CLT, e o

estagiário não.

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CAPÍTULO 2

ESTÁGIO: NOÇÕES GERAIS

2.1. Conceito de Estágio e Estagiário

O dicionário traz o seguinte conceito sobre estágio:

Estágio: período de estudos práticos, exigido dos candidatos

ao exercício de certas profissões liberais: estágio de

engenharia; estágio pedagógico./ período probatório, durante o

qual uma pessoa exerce uma atividade temporária numa

empresa/Aprendizagem, experiência4.

Também pode ser conceituado como o período – geralmente obrigatório

– durante o qual as qualificações adquiridas no correr da formação prática dada

pelo ensino técnico e profissional, podem ser experimentadas e evidenciadas

nas empresas5.

Na lei brasileira, o Estágio hoje tem contornos precisos indicados no

artigo 1º da recém editada 11.788/2008, que conceitua e indica sua finalidade

nos seguintes termos:

Art. 1º Estágio é ato educativo supervisionado, desenvolvido no

ambiente de trabalho que visa à preparação para o trabalho

produtivo de educandos que estejam freqüentando o ensino

regular, em instituições de educação superior, de educação

profissional, de ensino médio, da educação especial e dos

anos finais do ensino fundamental, na modalidade profissional

da educação de jovens e adultos.

O Estágio é a permanência do estudante na empresa com o objetivo de

tomar os primeiros contatos com o ambiente de trabalho, complementando sua

formação profissional. É uma atividade de interesse curricular, com objetivos

educacionais, que permite ao aluno a aprendizagem nos campos social,

4 Koogan-Houaiss. Enciclopédia Digital. São Paulo: Klick,1998, p. 112. 5 UNESCO, Terminologia do ensino técnico e profissional.

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profissional e cultural. É uma estratégia de profissionalização. Como forma de

colocar em prática os conhecimentos teóricos recebidos na escola ou

universidade, o estágio é, em última análise, instrumento de integração do

estudante ao mundo do trabalho.

Em relação ao estagiário, leciona-se que ele pode ser definido como o

aluno regularmente matriculado, que freqüenta, efetivamente, os cursos

previstos na lei (educação superior, educação profissional, de ensino médio,

educação especial e os anos finais do ensino fundamental) e aceito em

empresa para o desenvolvimento de atividades relacionadas à área de

formação profissional.

Por esse motivo, atividades meramente rotineiras, como a de office-boy,

não podem ser consideradas como estágio, pois não complementam nenhuma

espécie de ensino e podem ser realizadas por qualquer pessoa.

Para ajudar na busca do melhor estágio, existem os chamados agentes

de integração, como o CIEE. Eles se responsabilizam pela captação de

oportunidades junto às empresas e pela administração dos programas de

estágio, estabelecendo uma relação jurídica, em conformidade com a

legislação vigente.

Saliente-se que a norma distingue duas modalidades de estágio, nos

termos do artigo 2º, da nova Lei 11788/2008: o obrigatório, quando faz parte do

projeto do curso, cuja carga horária é requisito para a aprovação e obtenção de

diploma, como no curso de Direito; e o não obrigatório, desenvolvido como

atividade opcional, acrescida à carga horária regular e obrigatória.

2.2. Natureza Jurídica

Existe uma relação triangular no estágio. Em seus ângulos: a instituição

de ensino (que encaminha), a parte concedente (que recebe) e o estagiário

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(que pratica). E entre as partes criam-se reciprocamente direitos e obrigações,

que se expressam na celebração do “termo de compromisso”.

Portanto, o contrato de estágio, quanto à sua natureza jurídica, é civil-

escolar. O referido termo dá ao contrato a qualificação de solene, por ser forma

imposta pela lei como exigência de sua validade, não admitindo prova em

contrário por outro meio. Devem ser indicadas as condições de adequação do

estágio à proposta pedagógica do curso, à etapa e modalidade da formação

escolar do estudante e ao horário e calendário escolar. E ainda: o instrumento

deve ter três vias para serem entregues aos signatários do termo de

compromisso.

Pode-se dizer que existe um contrato de extensão de ensino, de

natureza civil. E não altera essa natureza a possibilidade de inserir o estagiário

como segurado facultativo na Previdência Social.

Importante ressaltar que o “termo de compromisso” é ponto de

referência em vários dispositivos da nova Lei. Havendo discordância entre seu

conteúdo e a prática do estágio, este se descaracteriza e se transfigura em

contrato de emprego.

2.3. Caracterização e Responsabilidades

O estágio deve ser desenvolvido em atividades que propiciem

experiências práticas ao estudante em sua área de formação e precisa ser

planejado, executado, acompanhado e avaliado segundo programas e

calendários escolares. Essas imposições justificam-se para ensejar a

complementação do ensino e da aprendizagem. Assim, por motivos óbvios, o

curso freqüentado pelo estagiário deve ser compatível com a atividade que

desenvolve na empresa.

Outrossim, para a caracterização do estágio é necessário que haja entre

a instituição de ensino e a parte concedente um instrumento jurídico,

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periodicamente reexaminado, em que constem todas as condições de

realização do estágio de estudantes. O descumprimento das normas legais (o

uso do trabalho do estudante acobertado como estágio) configurará a relação

empregatícia ante a conclusão da auditoria fiscal trabalhista pela

descaracterização do estágio.

Quanto às características, portanto, afirma-se que o estágio possui as

seguintes: finalidade de formação do estagiário; inexistência de vínculo

empregatício entre as partes; deve originar de termo de compromisso; o

estudante deve ser regularmente matriculado em instituição de ensino; jornada

de atividade deve ser compatível com as atividades escolares; duração do

estágio não pode ser superior a dois anos.

Além disso, todas as partes na relação de estágio possuem suas

responsabilidades:

- A instituição de ensino tem papel relevante, pois não pode limitar-se a ações

burocráticas, como a de encaminhar o aluno à parte concedente ou receber

relatórios. São algumas de suas obrigações: garantir que as exigências

pedagógicas prevaleçam sobre o aspecto produtivo na elaboração do termo de

compromisso; indicar professor orientador; exigir do educando a apresentação

periódica de relatório de atividades em prazo não superior a seis meses.

- As pessoas jurídicas de direito privado e os órgãos da administração pública

direta, autárquica e fundacional de qualquer dos Poderes da União, dos

Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, bem como profissionais liberais

de nível superior devidamente registrados em seus respectivos conselhos de

fiscalização profissional6, podem oferecer estágio, observadas as seguintes

obrigações: celebrar termo de compromisso com a instituição de ensino e o

educando; ofertar instalações razoáveis para a aprendizagem; indicar um

funcionário para orientar e supervisionar até dez estagiários simultaneamente;

contratar em favor do estagiário seguro contra acidentes pessoais; etc.

6 Art. 9º Lei 11788/2008.

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- E o estagiário também possui obrigações: freqüência regular às aulas na

instituição de ensino, sob pena de extinção do contrato se houver perda do ano

letivo; comparecimento ao trabalho nos dias e horas estipulados, sendo que

reiteradas faltas injustificadas são motivo de extinção do contrato.

2.4. Vantagens

O Programa de Estágio traz muitas vantagens para a sociedade em

geral.

Para os estagiários, traz complementação de sua formação escolar;

oportunidade de conhecer o funcionamento de grandes e organizadas

empresas em que gostariam de trabalhar no futuro.

Para a parte concedente, traz a melhora de qualidade em seu quadro de

funcionários, uma vez que os prepara desde estagiários (podendo formar um

banco de talentos).

E para as entidades de ensino, seus professores poderiam se atualizar

com as práticas empresariais e atualizar o conteúdo das disciplinas teóricas.

2.5. Estágio e o Mercado de Trabalho

O estágio tem como finalidade ensinar aos alunos do ensino

fundamental, médio e superior a rotina das atividades praticadas na área

escolhida. Serve ainda para, aqueles que possuem dúvidas sobre o curso que

estão fazendo e qual carreira escolher, confirmar sua escolha ou procurar outra

área. E possibilita aos acadêmicos adquirir uma atitude de trabalho

sistematizado, desenvolvendo a consciência da produtividade, a observação e

comunicação concisa de idéias e experiências adquiridas.

Alguns cursos, como os voltados para as áreas administrativas,

permitem que já no primeiro ano de faculdade o aluno ingresse no estágio. Já

23

[Digite texto]

cursos mais complexos, como os da área de medicina, levam um tempo maior

para que o aluno obtenha o conteúdo básico necessário de informações para

começar a atuar.

De acordo com dados do Ministério da Educação, há no Brasil 4,6

milhões de estudantes no Ensino superior. E destes, apenas 715 mil estão

estagiando. Já no Ensino médio e Médio Técnico, os números são piores: 8,9

milhões de estudantes, e somente 385 mil fazendo estágio.

Para conseguir estagiar o estudante deve, primeiramente, confeccionar

um bom currículo e fazer a sua divulgação. E para trabalhar em uma boa

empresa, a arma é avaliar as atividades que a empresa pede que ele realize e

se estão relacionadas ao curso o qual ele faz.

Em relação à bolsa-auxílio, a parte concedente pode ou não oferecer.

Em área como a da saúde – médico, fisioterapeuta ou mesmo ortopedista – é

mais comum não oferecer este benefício por existir um convênio entre

hospitais, clínicas e a faculdade, para que seus alunos estagiem, já que

estágios nessa área são obrigatórios.

Porém, apesar de optativa, 95% das empresas oferecem a bolsa-auxílio.

E dentre as áreas que oferecem valores mais altos estão: engenharia,

biblioteconomia, secretariado, estática, matemática, ciências contábeis e

economia. Segundo pesquisa realizada pelo NUBE7, os valores da bolsa-

auxílio concedidos variam entre R$ 428,00 e R$ 1.900,00 para alunos do

ensino médio, técnico e superior, apresentando uma média das remunerações

de R$ 429,94 para ensino médio, R$ 498,37 para médio técnico e R$ 760,78

para superior.

Julgamos notório o conhecimento de que quanto mais o aluno demorar a

estagiar, mais difícil fica a sua entrada no mercado de trabalho, já que

7 Reis, Jair Teixeira dos. Relações de Trabalho: Estágio de Estudantes. Curitiba. Disponível em: http://www.nube.com.br/nubenews/noticia?id_noticias=929. Acesso em: 14/07/2009.

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atualmente as empresas optam por profissionais recém formados, que saem da

graduação já com experiência.

2.6. Reconhecimento do Vínculo Empregatício

Muito bem colocado pelo mestre Jair Teixeira dos Reis quando afirma

que:

A maioria dos estudantes que fazem estágio sequer conhecem

a legislação aplicada às suas atividades. As empresas e

instituições, por sua vez, desvirtuam o verdadeiro sentido do

estágio.8

A discussão mais importante no tema é: será que existe vínculo

empregatício entre estagiário e a empresa? Será possível a realização de

outros serviços além do estabelecido no estágio?

O empregador deve estar atento a todos os requisitos da Lei 11788/2008

para que o contrato de estágio seja legalmente válido. A mera rotulação de

“estagiário” não impede que seja reconhecida a condição de empregado.

Transcrevemos o artigo 3º, parágrafo 2º, da referida lei:

O descumprimento de qualquer dos incisos deste artigo ou de

qualquer obrigação contida no termo de compromisso

caracteriza vínculo de emprego do educando com a parte

concedente do estágio para todos os fins da legislação

trabalhista e previdenciária.

Resta claro que para evitar a configuração do vínculo empregatício, a

parte concedente deve se resguardar com alguns cuidados. Alguns exemplos:

respeitar as regras do termo de compromisso, verificar a regularidade da

situação escolar do estudante junto à instituição de ensino ou junto

aos agentes de integração (estudante com o curso concluído, que tenha

8 Reis, Jair Teixeira dos. Opus Cit, p.179.

25

[Digite texto]

abandonado ou trancado o curso são situações que impedem o estágio),

compatibilidade de horários para que o estagiário possa freqüentar a escola

normalmente (ou seja, viagens prolongadas, prorrogação de jornada ou outras

situações dessa natureza, podem caracterizar o vínculo empregatício) e a

remuneração é a bolsa-estágio e pode ser paga diretamente ao estagiário ou

aos agentes de integração (qualquer outra forma de remuneração como

comissões, horas extras, adicionais e etc. também caracterizarão o vínculo

empregatício).

É necessário, também, atenção quanto à quantidade de estagiários

contratados em relação ao quadro de funcionários da empresa. Se o número

for excessivo, poderá restar caracterizado a substituição de empregados

efetivos por estagiários e, como conseqüência, reconhecido o vínculo

empregatício.

Não há dúvidas de que o estágio é uma forma de trabalho, pois o

estagiário empreende esforço físico e intelectual, assume compromissos

contratuais, obrigando-se a cumprir horário e a realizar tarefas, submetendo-se

à supervisão e ordens de superior hierárquico. Portanto, os elementos que

caracterizam uma atividade como trabalho subordinado estão presentes no

estágio realizado nas empresas. O que diferencia estágio de emprego é a

destinação pedagógica da atividade laboral do estagiário.

Há casos, porém, em que a execução do estágio foge ao que foi

pactuado e o estagiário executa serviços que não condizem com a real

finalidade do estágio. Imagine-se, por exemplo, a hipótese de estagiário de

escritório de contabilidade que constantemente é obrigado a passar quase o

dia todo tirando xerox e a cumprir horários incompatíveis com o que foi

estabelecido no termo de compromisso. Este exemplo deixa claro que a

intenção da empresa não é fornecer subsídios favoráveis à aprendizagem, e

sim usufruir de maneira desonesta do estagiário, burlando o que assevera a

legislação. Isto é fator de desvalorização do trabalho humano, infringindo

26

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também o artigo 170, da Constituição Federal9 e é inaceitável pelo sistema

jurídico trabalhista pátrio.

Observa Maurício Godinho Delgado:

O mais importante não é saber se o tomador de serviços está

auferindo (ou não) ganhos econômicos com o estágio – já que

tais ganhos sempre existirão em qualquer situação de

prestação laborativa de alguém a outrem. Tais ganhos são

inevitáveis a qualquer prestação de trabalho sendo que este

fato não descaracteriza a regularidade do estágio. O

fundamental, portanto, é aferir-se se o estágio está

efetivamente cumprindo seus objetivos legais, de permitir

ganhos educacionais e profissionais para o estudante obreiro.

Ou seja, aferir-se o papel agregador real do estágio à

escolaridade e formação profissional do estagiário.

E sintetiza o autor:

O estágio tem de ser correto, harmônico ao objetivo

educacional que presidiu sua criação pelo Direito. Sendo

incorreto, irregular, trata-se de simples relação empregatícia

dissimulada.10

Nesse sentido, os Tribunais tem se posicionado contra o mau

comportamento das empresas, muitas vezes reconhecendo o vínculo

empregatício e assegurando todos os direitos trabalhistas. É vasta a

jurisprudência sobre esse assunto, conforme podemos observar no próximo

tópico.

9 “Artigo 170, CF/88 - A ordem econômica, fundada na valorização do trabalho humano e na livre iniciativa, tem por fim assegurar a todos existência digna, conforme os ditames da justiça social,...” 10 Delgado, Maurício Godinho. Curso de Direito do Trabalho. 8. ed. São Paulo: LTr, 2007. P. 237.

27

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2.6.1. Jurisprudência sobre o assunto

Passamos a analisar alguns casos concretos relevantes sobre o tema.

No primeiro deles, o E. Tribunal Regional do Trabalho de São Paulo firma o

entendimento já aqui exposto de que descaracteriza o contrato de estágio

irregularidades na atividade prestada pelo estagiário, configurando vínculo

empregatício:

Decisão n° 016625/2009-PATR. Recurso Ordinário

Relator(a): JOSÉ PEDRO DE CAMARGO RODRIGUES DE

SOUZA. EMENTA. RECURSO ORDINÁRIO DO

RECLAMANTE - ESTÁGIO - RELAÇÃO DE EMPREGO -

BAIXA À ORIGEM. Os elementos probatórios fazem concluir

que o original estágio veio a ser desvirtuado, mascarando

verdadeira relação de emprego normal, inclusive com cobrança

de metas e prestações de contas específicas, o que refoge do

mero aprendizado e da vivência profissional, próprios do

verdadeiro estágio. Recurso provido11.

No mesmo sentido os julgados do E. TRT de São Paulo, do TST e do E.

TRT de Santa Catarina:

Decisão n° 083076/2008-PATR. Recurso Ordinário. Relator(a):

FLAVIO NUNES CAMPOS. EMENTA. ESTAGIÁRIO -

DESVIRTUAMENTO DO CONTRATO DE TRABALHO -

RECONHECIMENTO DO VÍNCULO EMPREGATÍCIO - CREA -

AUTARQUIA PROFISSIONAL SUI GENERIS -EXCEPCIONA-

SE EXIGÊNCIA DE CONCURSO PÚBLICO NOS MOLDES DO

ART. 37 DA CONSTITUIÇÃO FEDERAL. Apesar de sua

natureza jurídica de autarquia, o CREA é considerado ente sui

generis, razão pela qual seus empregados não se submetem

ao regime jurídico aplicado aos servidores públicos, mas são

11 Brasil. Tribunal Regional do Trabalho de São Paulo. Recurso Ordinário n. 16625/2009. Relator: José Pedro de C R de Souza. Disponível em: http://www.trt15.jus.br/consulta/PesquisaJurisprudencia. Acesso em: 13/07/2009.

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regidos pela CLT, conforme dispõe o art. 1º do Decreto-Lei nº

968/69, recepcionado pela Constituição Federal12.

Decisão N° 034696/2006-PATR. Recurso Ordinário em

Procedimento Sumaríssimo. Relator(a): RITA DE CÁSSIA

PENKAL BERNARDINO DE SOUZA. EMENTA. Relação de

emprego. Estágio profissional de bacharel em Direito.

Necessidade do cumprimento do artigo 9º, da Lei 8.906/94 e

credenciamento do escritório de advocacia pela OAB.

Inexistindo estágio profissional supervisionado pela OAB, a

prestação de serviços não pode ser reconhecida como estágio

ou locação de serviços. Vínculo empregatício reconhecido13.

TST. Decisão nº 807495/2001. Recurso Ordinário em Ação

Rescisória. Relator: Min. Ives Gandra Martins Filho. EMENTA.

AÇÃO RESCISÓRIA - DESVIRTUAMENTO DO CONTRATO

DE ESTÁGIO - RECONHECIMENTO DO VÍNCULO

EMPREGATÍCIO. A utilização irregular de serviços de

estagiários em atividades idênticas às dos empregados

regulares, e em desobediência aos critérios fixados na Lei n°

6494/77, implica a caracterização do vínculo de emprego, pois

o estágio não se presta a suprir necessidade de mão-de-obra

da empresa. "In casu", a decisão rescindenda não se

manifestou sobre a necessidade de concurso público, nem

sobre a época em que foi firmado o contrato de estágio,

reconhecendo apenas a existência da relação empregatícia

ante a comprovação de que as atividades prestadas pela

Recorrente não guardavam relação com a sua formação

acadêmica, concluindo que a finalidade do estágio

compromissado entre os litigantes foi desvirtuada, razão pela

12 ____. Tribunal Regional do Trabalho de São Paulo. Recurso Ordinário n. 833076/2008. Relator: Flavio Nunes Campos. Disponível em: http://www.trt15.jus.br/consulta/PesquisaJurisprudencia. Acesso em: 13/07/2009. 13 Brasil. Tribunal Regional do Trabalho de São Paulo. Recurso Ordinário em Procedimento Sumaríssimo n. 34696/2006. Relator: Rita de Cassia Penkal B de Souza. Disponível em: http://www.trt15.jus.br/consulta/PesquisaJurisprudencia. Acesso em: 13/07/2009.

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qual não houve ofensa à literalidade do art. 4° da Lei n°

6494/77. Recurso ordinário provido14.

Processo nº 01318-2007-007-12-00-1. Recurso Ordinário.

EMENTA: VÍNCULO DE EMPREGO. ESTÁGIO

REGULAMENTADO PELA LEI Nº 6.494/1997. Nos termos da

Lei nº 6.494/1997, para que se reconheça a validade do

contrato de estágio faz-se necessário que esse estágio esteja

inserido no programa didático do curso freqüentado pelo aluno,

que haja por parte da entidade de ensino o regular

acompanhamento das atividades desenvolvidas pelo estagiário

a fim de que seja possível aferir a adequação aos currículos,

aos programas e aos calendários escolares e também que ele

efetivamente auxilie na formação profissional do aluno.

Demonstrado nos autos que essas exigências não foram

atendidas, resta desvirtuada a natureza da relação havida,

impondo-se o reconhecimento da existência de uma verdadeira

relação de emprego entre a autora e a empresa contratante15.

Porém, não se pode enxergar qualquer tarefa extra exercida pelo

estagiário como uma fraude ao conteúdo do termo de compromisso de estágio,

como vemos nas decisões do E. Tribunal Regional do Trabalho da 3ª Região,

da 12ª Região e na do TRT de Santa Catarina:

Decisão nº 00247-2008-138-03-00-6. RECURSO ORDINÁRIO.

RECORRENTES: LOSANGO PROMOÇÕES DE VENDAS

LTDA. 1) PATRÍCIA GONZAGA CARNEIRO 2) RECORRIDOS:

OS MESMOS. EMENTA: CONTRATO DE ESTÁGIO.

FORMAÇÃO PROFISSIONAL. Atender telefones e arquivar

cheques não são atividades vedadas ao estagiário. Essas

tarefas estão inseridas em sistema produtivo setorizado e 14 ____. Tribunal Superior do Trabalho. Recurso Ordinário em Ação Rescisória n. 807495/2001. Relator: Min. Ives Gandra M Filho. Disponível em: http://www.tst.jus.br/jurisprudencia. Acesso em: 13/07/2009. 15 Brasil. Tribunal Regional de Santa Catarina. Recurso Ordinário n. 01318-2007-007-12-00-1. Disponível em: http://www3.trt12.gov.br/juris/scripts/juris.asp. Acesso em: 13/07/2009.

30

[Digite texto]

contribuem para a formação profissional do estagiário,

notadamente porque cursava o ensino médio, sem habilitação

específica. É inegável que o ajuste permitiu à reclamante

adquirir experiência social e vivência profissional prévia à sua

inserção no mercado de trabalho, preparando-a para a futura

contratação (que de fato ocorreu) pela reclamada16.

Processo: 02749-2007-002-12-00-3. Recurso Ordinário.

EMENTA: VÍNCULO DE EMPREGO. NÃO- -

RECONHECIMENTO. ESTÁGIO REGULAMENTADO PELA

LEI Nº 6.494/1997. Nos termos da Lei nº 6.494/1997, para que

se reconheça a validade do contrato de estágio, faz-se

necessário que esse estágio esteja inserido no programa

didático do curso freqüentado pelo aluno, que haja por parte da

entidade de ensino o regular acompanhamento das atividades

desenvolvidas pelo estagiário a fim de que seja possível aferir

a adequação aos currículos, aos programas e aos calendários

escolares e também que ele efetivamente auxilie na formação

profissional do aluno. Demonstrado nos autos que essas

exigências foram atendidas e que a natureza da relação havida

não foi desvirtuada, impõe-se a reforma do julgado17.

TST. Recurso de Revista nº 128650/94. Acórdão Unânime da

3ª Turma. Relator: Min. José Vasconcelos. EMENTA:

ESTÁGIO. CONCURSO PÚBLICO. Quando uma entidade

cujos quadros são preenchidos por concurso público admite

estagiários, não submetidos a dito concurso e não dá

cumprimento aos dispositivos legais que regem o estágio, não

podemos simplesmente enquadrar o pseudo-estagiário no

quadro de empregados em prejuízo de todos que estariam

aguardando concurso para provimento dos cargos da entidade.

É evidente, no caso, que, se houve mal emprego da atividade

16 ____. Tribunal Regional do Trabalho de Minas Gerais. Recurso Ordinário n. 00247-2008-138-03-00-6. Disponível em: http://as1.trt3.jus.br/jurisprudencia/base Acesso em: 13/07/2009. 17 Brasil. Tribunal Regional do Trabalho de Santa Catarina. Recurso Ordinário n. 02749-2007-002-12-00-3. Disponível em: http://www3.trt12.gov.br/juris/scripts/juris.asp Acesso em: 13/07/2009.

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do estagiário, este ciente de seu direito como tal e do seu não

direito à inserção nos quadros da empresa na condição de

empregado18.

18 ____. Tribunal Superior do Trabalho. Recurso de Revista n. 128650/94. Relator: Min. José Vasconcelos. Disponível em: http://www.tst.jus.br/jurisprudencia. Acesso em 13/07/2009.

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CAPÍTULO 3

NOVA LEI 11.788/2008

A lei que regulava o estágio, vigente até a publicação da Lei

11788/2008, tem data de 07 de dezembro de 1977, tendo vigorado, portanto,

por mais de trinta anos.

A demora na edição de nova lei foi acompanhada pelo incremento na

concessão de estágios por parte da iniciativa privada, mas também possibilitou

o grande aumento das situações de fraude trabalhista.

Tais fraudes são verificadas, sobretudo, na utilização dos estudantes

como mão-de-obra consideravelmente barata, em substituição aos

empregados devidamente formalizados, como tentativa de redução da folha de

pagamento e das despesas de natureza tributária (algumas empresas chegam

a contratar estudantes para exercer função de telemarketing, vendendo

produtos ou serviços, ou até operadores de cobrança!).

Por conta disso, foram implementadas inúmeras medidas judiciais

coletivas e ações fiscais com o intuito de coibir o desvirtuamento das relações

de estágio. Entretanto, a atuação dos agentes públicos responsáveis sempre

demonstrou ser insuficiente, principalmente pela notória insuficiência de

pessoal e de recursos.

Como conseqüência era necessário editar nova lei sobre o tema, com o

objetivo de ampliar a proteção a tal categoria de trabalhadores, na esteira da

ampliação da proteção infraconstitucional aos direitos trabalhistas

fundamentais.

A Lei 11788/2008 avançou em alguns aspectos, mas deixou de

aproveitar a oportunidade para corrigir brechas do texto legal anterior.

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3.1. Alterações da Lei 11788/2008

Acerca das alterações na legislação que regulamenta o estágio

profissional, a primeira e mais relevante é a limitação da jornada de trabalho.

Esta, nos termos do artigo 10, da Lei 11788/2008, não poderá passar de quatro

horas diárias e vinte horas semanais, no caso de estudantes de educação

especial, nos anos finais do ensino fundamental ou na modalidade profissional

de educação de jovens e adultos; e seis horas diárias e trinta horas semanais,

no caso de estudantes do ensino superior, da educação profissional de nível

médio e do ensino médio regular. A duração da jornada ideal é a que propicia

que o estudante freqüente preferencialmente aulas diurnas e que disponha de

maior tempo para estudar.

Essa limitação corrigiu um equívoco da antiga Lei 6494/1977, que

somente mencionava que a jornada a ser cumprida pelo estudante deveria ser

compatível com o horário escolar e com os horários da parte concedente. Essa

imprecisão acabou possibilitando diversas e graves distorções. Existiam alunos

cumprindo jornadas de até oito horas diárias, o que é claramente incompatível

com a proposta do estágio, uma vez que não restava tempo para aprofundar o

aprendizado das aulas.

Em relação à limitação, ainda existe o prazo máximo de dois anos para a

duração do estágio na mesma parte concedente, exceto quando se tratar de

portadores de deficiência. Esse regramento tem duas dimensões: por um lado,

coloca termo certo à possibilidade de utilização do estagiário apenas como

mão-de-obra barata. Não era raro encontrarmos um estudante na mesma

empresa por anos e anos desempenhando uma função repetitiva, que não lhe

ensina mais nada, somente porque precisa da bolsa para se manter.

Por outro lado, a norma acaba abrindo espaço para um empresário

substituir o estagiário com potencial de ser efetivado pelo fato de se ter atingido

o prazo estipulado, constante do termo de compromisso.

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Analisando a exclusão dos portadores de deficiência dessa limitação

temporal, a nosso ver não é justificável. Não existe motivo para essa

diferenciação.

Todavia, foi criada na nova lei a indispensável obrigação de se

assegurar às pessoas portadoras de deficiência a cota de dez por cento das

vagas oferecidas para estágio. Essa disposição vem ao encontro da

Convenção nº 159 e da Recomendação nº 168 da OIT, bem como da

Convenção Internacional dos Direitos da Pessoa com Deficiência, da ONU.

Assim como vem ao encontro de diversas disposições de nossa Constituição

Federal, que visam à proteção e integração social das pessoas com deficiência

e à igualdade de direitos no trabalho.

Assim, hoje em dia, existe reserva de vagas para deficientes nas

empresas com a partir de cem empregados, nos termos do artigo 93, da Lei

8213/1991, e para aqueles que admitirem estagiários, inclusive os entes

públicos, como mostra o artigo 17, parágrafo 5º, da Lei 11788/200819.

Lamentavelmente o legislador não estipulou sanção específica para o

descumprimento dessa cota de estagiários portadores de deficiência, que

poderia inibir ainda mais possíveis abusos. De qualquer forma, cabe ao

Ministério Público do Trabalho fazer a devida fiscalização.

Outra alteração importante é o estabelecimento de recesso de trinta dias

sempre que o estágio tenha duração igual ou superior a um ano,

preferencialmente durante as férias escolares. Esta medida justifica-se pelas

mesmas razões que os trabalhadores em geral precisam de férias: de ordem

biológica, social e econômica.

Esse direito corresponde ao elencado na Constituição Federal, em seu

artigo 7º, como direito fundamental do trabalhador. Aqui se faz necessário frisar

19 “Art. 17, § 5º, Lei 11188/2008 - Fica assegurado às pessoas portadoras de deficiência o percentual de 10% (dez por cento) das vagas oferecidas pela parte concedente do estágio.”

35

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que trabalhador é um conceito mais amplo que o de empregado, abrangendo,

numa interpretação constitucional evolutiva20, o estagiário.

Digna de nota é a nova obrigação de a parte concedente indicar um

funcionário para orientação e supervisão do estágio. Esse funcionário deve

possuir formação e experiência na área do estagiário e há a limitação de dez

estagiários supervisionados simultaneamente. Podemos enquadrar como

requisito formal, que vem de encontro com o propósito do instituto. O estagiário

que desenvolve suas atividades isoladamente, sem orientação, não tirará

nenhum proveito do estágio (não será mais possível, portanto, a prática comum

de um estagiário ser supervisionado por outro estagiário mais antigo no setor).

Outra medida para coibir a contratação do estudante como mão-de-obra

barata é a estipulação do número de estagiários, que variará conforme o

número de empregados contratados. Assim, empresas que disponham de um a

cinco empregados podem ter apenas um estagiário, as que contem um número

de seis a dez empregados podem contratar dois, as que tenham entre onze e

vinte e cinco empregados podem contratar cinco, e as que possuam mais que

vinte e cinco empregados podem dispor de até 20% de estagiários.

Destaca-se que essa limitação da relação estagiários/empregados não

se aplica aos estágios de nível superior e médio profissional, nos termos do

artigo 17, parágrafo 4º, da Lei 11788/2008.

A possibilidade de profissionais liberais de nível superior, devidamente

registrados em seus respectivos conselhos de fiscalização profissional,

celebrarem termo de compromisso com a instituição de ensino e o educando

foi outra conquista da Lei 11788/2008. Só devem ser observados alguns

cuidados, como ofertar instalações que tenham condições de receber o

estudante e contratação de seguro de acidentes pessoais.

Esta era uma grande omissão da do texto legal anterior, uma vez que

profissionais como médicos, advogados e arquitetos não eram aptos a

20 Carelli, Rodrigo de Lacerda. Formas Atípicas de Trabalho. São Paulo: LTr, 2004, p. 133-136.

36

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conceder estágio. Como sabido, o estágio com profissionais renomados da

área de atuação é bastante cobiçado e de grande importância para a formação

do estudante. O legislador supriu essa deficiência com a nova lei.

Tais requisitos visam assegurar o cumprimento dos fins sociais da lei do

estágio, ou seja, a efetiva aprendizagem social, profissional e cultural pelo

estudante, mediante sua participação em situações reais da vida e de

trabalho21. E também farão com que se configure a verdadeira relação de

estágio, afastando as conseqüências do vínculo empregatício.

3.2. Considerações sobre a nova lei

A Lei 11788/2008 ampliou a proteção aos estagiários na medida em que

assegurou-lhes alguns direitos similares aos que são consagrados aos

empregados na iniciativa privada. Ademais, implementou medidas para

combater a proliferação de contratos de estágio fraudulentos.

Essa extensão parcial de direitos tipicamente empregatícios não pode

servir de brecha a permitir o desvirtuamento do instituto. O empregador não

pode, por exemplo, contratar um estudante como “falso estagiário”, já que

agora possui direito a recesso, limitação de jornada, respeito às normas de

segurança e saúde. Não é possível a precarização do trabalho.

Entretanto, a terminologia da lei peca por um nominalismo ingênuo, não

utilizando os termos “férias” ou “remuneração”. A utilização desses termos ou

de outros semelhantes referentes a direitos em outras relações de trabalho não

teria efeito de confundir tais relações. A leitura atenta da Lei 11788/2008 deixa

bem clara a distinção entre o contrato de emprego e o de estágio.

Contudo, a eficácia da nova lei dependerá também da conscientização

de todos: instituição de ensino, parte concedente e do próprio estudante e,

obviamente, da fiscalização por parte das autoridades, notadamente do

21 DELGADO, Mauricio Godinho. Curso de Direito do Trabalho. 3 ed. São Paulo: LTr, 2004. P.236.

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Ministério da Educação e do Ministério do Trabalho e Emprego (esta compete à

Delegacia Regional do Trabalho que, na constatação de irregularidades, pode

aplicar multas de até quatrocentos reais por cada estagiário irregular, valor este

que pode ser em dobro em caso de reincidência).

Portanto, o objetivo da modernização da legislação é incentivar o

estágio, belo instituto que atualmente insere milhões de estudantes no mercado

de trabalho brasileiro. Acreditamos que com o passar do tempo e com o

amadurecimento da sociedade, todos se adaptarão às novas regras e o maior

beneficiado deverá ser o estagiário (parte hipossuficiente da relação, foco do

legislador).

38

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CONCLUSÃO

O estágio significa para o estagiário o primeiro passo em direção à

conquista de um emprego. Muito influirá na formação não só profissional, mas

também pessoal, com a aquisição dos primeiros conhecimentos, além do ciclo

dos primeiros relacionamentos em que se incluirá o estudante.

Em nosso trabalho, objetivou-se deixar transparente a linha que divide

estágio e emprego, tema muito corriqueiro nos Tribunais pátrios. Basta pensar

em tantos abusos que acontecem nas empresas dia após dia.

Dividido em três capítulos principais, nosso estudo iniciou-se com uma

visão da evolução das relações de trabalho e um histórico do estágio no Brasil.

Posteriormente, de suma importância para o discernimento do que pode e o

que não pode ser feito nesse campo, conceituamos relação de emprego,

correlacionando-a com o estagiário e o aprendiz.

Tema principal de nosso trabalho, no capítulo dois consta uma ampla

explanação de tudo o que de mais importante se refere ao estágio. Desde

variados conceitos dados por autores, sua natureza jurídica, responsabilidades

das partes envolvidas, vantagens, relação com o mercado de trabalho e,

finalmente, hipóteses de caracterização do vínculo empregatício (com

jurisprudência sobre o assunto).

Por fim, em nosso último capítulo, adentramos no estudo específico da

nova lei que regula as relações de estágio no Brasil (Lei 11788/2008), quais

são suas alterações para o instituto, seus benefícios e suas possíveis falhas. A

finalidade é redefinir o fim pedagógico do estágio.

Quisemos trazer uma reflexão a respeito do que é realizado com os

estagiários. Não é mais cabível a confusão entre empregados e estagiários,

sem o pagamento dos devidos valores, mascarando relação de emprego.

A meta é acabar com os abusos praticados no interior de muitas

empresas. A nova lei é a mais nova ferramenta para isso e a sociedade deve

39

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colaborar nesse sentido. Acreditamos ser uma questão de tempo e

amadurecimento das empresas e instituições de ensino para que as alterações

já se façam sentir e o maior beneficiado, o estagiário, ganhe cada vez mais.

40

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REFERÊNCIAS

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41

[Digite texto]

Nascimento, Amauri Mascaro. Curso de Direito do Trabalho. 18. ed. São Paulo: Saraiva, 2003. Oliveira, Oris de. Trabalho e Profissionalização de Adolescente. São Paulo: LTr, 2009. Reis, Jair Teixeira dos. Relações de Trabalho: Estágio de Estudantes. Curitiba: Juruá, 2007. Sarmento, Daniel. Direitos Fundamentais e Relações Privadas. Rio de Janeiro: Lumen Juris, 2004.