sogimig informativo marÇo 2011

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Informativo RAFAEL TAVARES União dos eventos enriquece a programação científica e atrai especialistas do mundo inteiro na área de ginecologia e obstetrícia Páginas 8 a 13 PARCEIROS www.sogimig.org.br FALE CONOSCO SOGIMIG E PARCEIROS CONSEGUEM CANCELAR FESTA INADEQUADA PARA ADOLESCENTES | 14 HONORÁRIOS MÉDICOS NÃO COBREM DESPESAS DE CONSULTÓRIOS DE GINECOLOGIA E OBSTETRÍCIA | 6 E 7 CIM REFORÇA APROXIMAÇÃO ENTRE GINECOLOGIA E RADIOLOGIA DE MINAS GERAIS | 14 CMGO e Summit Veículo Oficial da Associação de Ginecologistas e Obstetras de Minas Gerais - SOGIMIG I Março a Maio de 2011

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SOGIMIG INFORMATIVO MARÇO 2011

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Page 1: SOGIMIG INFORMATIVO MARÇO 2011

Informativo

RAFAEL TAVARES

União dos eventos enriquece a programação científica e atrai especialistas do mundo inteiro na área de ginecologia e obstetrícia

Páginas 8 a 13

PARCEIROS

www.sogimig.org.br FALE CONOSCO

SOGIMIG E PARCEIROS CONSEGUEM CANCELAR FESTA INADEQUADA PARA ADOLESCENTES | 14

HONORÁRIOS MÉDICOS NÃO COBREM DESPESAS DE CONSULTÓRIOS DE GINECOLOGIA E OBSTETRÍCIA | 6 E 7

CIM REFORÇA APROXIMAÇÃO ENTRE GINECOLOGIA E RADIOLOGIA DE MINAS GERAIS | 14

CMGO e Summit

Veículo Oficial da Associação de Ginecologistas e Obstetras de Minas Gerais - SOGIMIG I Março a Maio de 2011

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Informativo SOGIMIG | mar a mai | 2011

www.sogimig.org.br | Belo Horizonte | MG

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Av. João Pinheiro, 161. Sala 206Centro. Belo Horizonte. MG. 30.130-180. Telefax: (31) 3222 6599 Telefone: 3247 1637

Site: www.sogimig.org.br E-mail: [email protected]

Diretoria SOGIMIG - Gestão 2011-2012 PRESIDENTEMarcelo Lopes CançadoVICE- PRESIDENTEMarco Aurélio Martins de SouzaSECRETÁRIA GERALCláudia Lourdes Soares Laranjeira1º SECRETÁRIOFrederico José Amedée PéretDIRETOR FINANCEIROJosé Avilmar Lino SilvaDIRETORA SÓCIO-CULTURALCláudia Teixeira da Costa LodiDIRETOR CIENTÍFICOAgnaldo Lopes da Silva FilhoDIRETOR DE DEFESA PROFISSIONALCarlos Henrique Mascarenhas SilvaDIRETORA DE ASSUNTOS COMUNITÁRIOSCláudia Lúcia Barbosa SalomãoDIRETORA DE ENSINO E RESIDÊNCIA MÉDICA Regina Amélia Lopes Pessoa AguiarDIRETOR DE COMUNICAÇÃO Clécio Enio Murta de LucenaDIRETOR DE INFORMÁTICAGui Tarcísio Mazzoni JuniorCOORDENADORA DAS VICE-PRESIDÊNCIA E DIRETORIAS REGIONAISMaria Inês de Miranda Lima

CONSELHO CONSULTIVO:MEMBROS ELEITOSAntonio Eugenio Motta Ferrari, Clóvis Antônio Bacha, Delzio Salgado Bicalho, Henrique Moraes Salvador Silva, Ivone Dirk de Souza Filogônio, Lucas Vianna Ma-chado, Luiz Fernando Neves Ribeiro, Manuel Maurí-cio Gonçalves, Tânia Mara Giarolla de Matos, Valéria Maria Moreno Jacintho

MEMBROS NATOSAntonio Fernandes Lages, Cláudia Navarro Duar-te Lemos, João Pedro Junqueira Caetano, Sergi-mar Padovezi Miranda, Victor Hugo de Melo INFORMATIVO SOGIMIGCOORDENAÇÃO DO INFORMATIVOClécio Enio Murta de LucenaPRODUÇÃO EDITORIAL E GRÁFICALink Comunicação Empresarial - (31) 2126-8080EDIÇÃO:Cristina Fonseca (MG 04557JP) REDAÇÃO: Aline LuzEDITORAÇÃO: Danielle MarcussiRevisão: Regina PallaFoto: Luiz FernandoPROJETO GRÁFICO: Helô Costa e Wagner RochaGRÁFICA: Paulinelli / TIRAGEM: 3.000 exemplares

Envie sua contribuição para [email protected]

O Informativo SOGIMIG autoriza a reprodução de seu conteúdo, desde que citada a fonte. Pede-se apenas a informação de tal uso. A Associação não se responsabiliza pelo conteúdo ou pela certificação dos eventos anunciados na forma de agenda.

Homenagem

Em caso de dúvidas, questionamentos e sugestões, enviar e-mail para: [email protected]

Dr. Lucas Vianna Machado, de sempre participação imaculada na SOGIMIG, membro do Conselho Consultivo da gestão atual, coroa o Congresso Mineiro de Ginecologia e Obstetrícia, logo na abertura, presenteando-nos com seu exemplo profissional.

Dr. Lucas Vianna Machado: uma vida dedicada à Ginecologia

Um Congresso, do porte do nosso, só se torna viável com a participação de várias pessoas, empresas e instituições. A todos, nosso sincero agradecimento.

Há uma necessidade explícita de reconhecimento e nomeação das entidades que ofereceram algum aporte financeiro ao evento. Foram essenciais e imprescindíveis.

Contamos com todos nas próximas atividades chanceladas pela SOGIMIG.

Sucesso obtido graças ao esforço dos colaboradores

Agradecimentos

:: Artmed

:: Astra Zeneca

:: Bayer

:: Biolab

:: Centro Pró-Criar/ Mater Dei

:: Cifarma/Mabra

:: Clínica Dopsom

:: Clínica Vilara

:: Conselho Regional de Medicina de Minas Gerais

:: Criobanco

:: Ferring

:: Fox Imobiliária

:: FQM

:: Ginecol

:: GSK

:: Herbarium

:: Janssen

:: Kolplast

:: LIBBS

:: Mania de branco

:: Marjan

:: Medpej

:: Microem

:: MSD

:: Nikkho

:: Promed livraria

:: Promedon

:: Rutillo

:: Secretaria Estadual de Saúde

:: Telediu

:: Ultra X

:: Unimed-BH

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MARCELO LOPES CANÇADOPresidente da [email protected]

Palavra do Presidente

Os mineiros estavam com saudades do Mineiro

Finalizamos mais um Congresso Minei-ro de Ginecologia e Obstetrícia, histórico, já que marcou o retorno deste evento após a pausa, decorrente da organização do também histórico Congresso Brasileiro em 2009.

Ficou uma grande lição: o Congresso Mi-neiro não poderá deixar de ser realizado sob quaisquer circunstâncias. O crescente espírito associativo dos assíduos frequentadores deste evento e dos novos, que vamos angariando, evidenciou esta conclusão. Além do mais, esta-mos entre os três maiores congressos realiza-dos neste país, em nossa especialidade.

Quanto trabalho colaborativo, mas ao final, quanta recompensa. Fomos cerca de 1.300 inscritos! Nada mal para esta ressur-reição. Isto se deveu, além do nosso, do traba-lho virtuoso de todas as gestões que nos ante-cederam. Somos apenas uma consequência.

A programação intra e extra grade visou cumprir, regularmente, os pilares expostos por ocasião da campanha desta gestão. Estamos mantendo nosso foco na atualização científica e formação profissional, na valorização da espe-cialidade, na defesa profissional, na responsabili-dade social desta Entidade e na atenção especial ao interior do Estado. Nada do que ocorreu foi por acaso. Trata-se de um compromisso.

O sentimento que ficou foi o de que OS MINEIROS ESTAVAM COM SAUDADES DO MINEIRO, visto o clima de alegria e satis-fação reinante no Expominas. Erros? Claro que houve, e muitos. Foram involuntários. Já construímos a memória deste evento, procedi-mento necessário para um processo contínuo de aprimoramento. Sempre abertos às pos-síveis críticas e elogios, contamos com todos na reparação dos erros mas também na vanglo-riação dos acertos. Estamos certos de que esta mensuração é necessária para um adequado gerenciamento dos processos da SOGIMIG.

A força do interior, mais uma vez, ficou marcada. Obrigado a todos. Sem dúvida, o mapa geopolítico-econômico de Minas Gerais coloca nosso Estado num patamar completa-mente diverso e adverso e permanece o grande desafio de sempre: unir Minas. Sem ilusões, esta luta é e deverá permanecer constante. Aos co-

legas de borda, asseguramos: aqui nunca serão “estrangeiros” e sempre terão direito a voz. De-safios são salutares e consolidadores.

Como em uma escola de samba, orga-nizada, a preparação para o próximo CMGO já se iniciou e logo estaremos fazendo as pri-meiras comunicações. Nosso desejo é fixar nosso Congresso nos meses de maio em to-dos os anos vindouros. Embora as reservas já tenham sido realizadas há mais de dois anos, não havia datas disponíveis para o período requisitado, mas insistiremos neste modelo. Em 2012, o Expominas está reservado para abril e em 2013 em março. Para 2014, ain-da não foram abertas as reservas. Estamos atentos. Vamos caminhando com esta de-cisão em mente. A condução desta engre-nagem e seus vieses cabe a nós.

Mudando de assunto, em 07/04/2011, foram realizados protestos médicos pacíficos e ordenados, se comparados a quaisquer outras marchas e por quaisquer causas. Não houve marchas em favor de causas absurdas... Houve sim, sensatas e pacatas manifestações por melhores condições de trabalho e re-muneração digna, principalmente pela saúde suplementar. Em 09/05/2011 foi publicada no Diário Oficial da União a medida que proibia a Associação Médica Brasileira, o Conselho Fe-deral de Medicina e a Federação Nacional dos Médicos de fomentar qualquer movimento naquele sentido. A mordaça aos médicos foi imposta pela Secretaria de Direito Econômico (SDE/CADE). Esta medida claramente corroía as garantias de liberdade e, mais, sabotava e abortava nosso direito ao pensamento, o que é muito grave. Estranhamente, este “AI-5 da Saúde”, como foi chamada a decisão daquele órgão, ocorreu nas barbas de quem lutou vorazmente contra o famoso e histórico AI-5 político anterior - quanta hipocrisia! Não há mais como travestir a insustentável condição da precariedade da saúde - o governo se deso-cupou deste quesito que reza na Constituição e repassou aos médicos o ônus de sua reso-lução, via saúde suplementar, desobrigando o SUS (modelo vanguardista) desta atenção. Afi-nal, como ouvimos recentemente - “os médi-

cos são a parte compressível do processo”!...Obviamente, o SDE/CADE, sob suposta

batuta, jamais imaginaria que havia posto as mãos num vespeiro, ou seja, nosso al-goz transformou-se em figura significativa. Foi capaz de unir os médicos - movimento difícil! Coincidentemente, exatamente na noite ante-rior ao Fórum de Defesa Profissional, ocorrido no nosso evento, foi conseguida a suspensão da medida preventiva imposta. Embora caibam recursos, o recado foi dado pelos médicos.

No Fórum ficou claro: não quere-mos e não vamos mais aceitar a situação imposta. A Medicina e os médicos estão doentes, vítimas de uma engrenagem per-versa e de um desamparo. A consciência do adestramento do médico e de que, por enquanto, somos a parte fraca do pro-cesso faz-se necessária. Na ponta final está o consumidor, que é jogado intencional-mente contra os médicos. Este caos ad-vém do não suprimento do básico: educa-ção e saúde num país emergente mas, na verdade, mais com cara de novo rico, visto a solidez das finanças e a superficialidade, a ineficiência e irresponsabilidade com as quais conduz seus reais problemas.

Nós, médicos, por nossa permissivi-dade e desorganização, somos uma das classes eleitas para pagar os rombos cria-dos. O caos é nacional! É necessário res-gatar verdades inteiras para um completo entendimento sobre a gravidade do estado de saúde da Saúde neste país. A indignação dos médicos só faz aumentar e há várias caixas-pretas a serem abertas.

A SOGIMIG continua enfronhada nesta luta e todos nossos sócios, na capital ou in-terior, serão informados sobre todas nossas atitudes e ações, que estão tomando vulto, e sobre nossas vitórias, as grandes e as peque-nas. Havemos de entender que após o tempo e a magnitude da destruição de nossa classe, os ganhos iniciais serão modestos, mas todos deverão ser comemorados.

Grande recado: nossa união é nossa maior força e nossa indignação e coragem, grandes armas nossas!

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4Febrasgo

Eleições da Febrasgo: vitória em Minas!Dr. Victor Hugo de Melo eDr. João Pedro Junqueira Caetano Membros do Conselho Consultivo da SOGIMIG

Encerrada a apuração extraoficial das eleições para a nova diretoria da Febras-go, a vitória ficou com a chapa da situação, por uma margem relativamente pequena de votos, considerando o universo de eleitores. Entendemos que cumprimos bem o nosso papel e que a disputa eleito-ral foi importante para demonstrar nosso interesse em participar ativamente das de-cisões dos rumos da federação. O proces-so eleitoral também foi relevante porque trouxe à tona a necessidade de a Febrasgo assumir de forma mais enérgica e com-prometida o debate e o encaminhamento dos pleitos do(a)s associado(a)s, em espe-cial a defesa profissional dos ginecologistas e obstetras do Brasil.

O pleito em Minas se deu de for-ma tranquila, sem atropelos, com algumas dificuldades logísticas - associados que não receberam votos; demora de entrega dos votos já postados nos Correios etc -, mas que não inviabilizaram o processo. A apuração ocorreu, em maio, na noite de sexta-feira 13 (foi somente uma coinci-dência!). Em Minas, a Junta Apuradora foi composta pela colega Ivone Dirk de Souza Filogônio, que a presidiu; e pelos colegas Carlos Nunes Senra e Délzio Sal-

gado Bicalho. Os fiscais das chapas con-correntes foram Victor Hugo de Melo (Integração Nacional) e Selmo Geber (GOBrasil). Foram apurados 836 votos, com 19 votos nulos e nove brancos. Re-sultado final da apuração em Minas Gerais: 748 votos para a chapa Integração Nacio-nal e 60 votos para a chapa GOBrasil.

Independentemente do resultado no plano nacional, que também não foi ruim - considerando todas as dificulda-des de articulação nacional de uma cha-pa de oposição e levando em conta que a nossa chapa foi vitoriosa em grande parte das outras federadas -, a vitória em Minas foi bastante expressiva. Nós dissemos NÃO, de forma contundente, à maneira como vem sendo conduzida a nossa federação, e enviamos nossa mensagem: queremos MUDANÇAS!

Por outro lado, demonstramos coe-são, firmeza e, sobretudo, concordância com os rumos que vêm sendo definidos pelas sucessivas diretorias eleitas da SOGI-MIG. Caminhamos juntos no plano esta-dual, consolidando cada vez mais parceria capital e interior: associados estiveram todo o tempo coesos e irmanados nessa grande empreitada que se tornou a movi-mentada e histórica eleição.

Ressaltamos que é importante conti-nuarmos mantendo esta harmonia inter-na. Evidentemente, queremos continuar discutindo ideias e propostas, para que

possamos construir uma SOGIMIG ca- da vez mais forte e atuante na defesa dos interesses do(a)s associado(a)s, seja na atualização científica, na defesa ética e profissional do(a) ginecologista e obstetra ou na participação ativa da melhoria da saúde pública das mulheres mineiras.

A SOGIMIG é, hoje, um exemplo nacional de como deve ser a atuação de uma federada: promove e estimula a integração interior/capital; mantém com-portamento rigorosamente ético e pro-fissional de seus dirigentes; é atuante na defesa do(a)s associado(a)s; busca a inte-gração com outras entidades médicas e/ou públicas para estender suas ações; de-senvolve atividades comunitárias... Pode-ríamos listar muito mais. É por tudo isso que nossa associação vem crescendo e se fortalecendo cada vez mais, contando sempre com a efetiva participação do(a)s associado(a)s no nosso dia a dia, mas, principalmente, nos momentos decisi-vos, como foi, por exemplo, em 2009, no 53º. CBGO e, agora, no processo eleitoral da Febrasgo.

Agradecemos, MUITO EMOCIO-NADOS e satisfeitos, a confiança de vocês, nos dando não apenas seu voto como, também, participando ativamente da nossa campanha, discutindo com cole-gas e sugerindo futuras ações que, inclusi-ve, poderão servir para próxima diretoria da Febrasgo.

05/08 e 06/08 - Congresso Sul-Mineiro em Itajubá

25/08 e 26/08 - EMGO em Montes Claros

21/09 a 23/09 - Congresso SOGIMIG de Ginecologia e Obstetrícia do Leste

Mineiro (Governador Valadares)

01/10 - Fórum de Defesa Profissional em Belo Horizonte

Agenda de eventos do interior

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5Científico

Dr. Júlio César de Faria Couto Vice-presidente do comitê de Medicina fetal da SOGIMIG

Nos países desenvolvidos, cerca de 3% dos recém-nascidos apresentam retardo men-tal e aproximadamente 10% desses casos são atribuídos às doenças infecciosas. Entre elas, a infecção congênita pelo citomegalovírus (CMV) ocupa lugar de destaque. Trata-se da infecção congênita mais frequente, acometendo entre 0,2% e 2,2% dos recém-nascidos. Entre os infectados, de 5% a 20% são sintomáticos ao nascimento (pequenos para a idade gestacio-nal; portadores de hepatomegalia, microce-falia, icterícia neonatal, pneumonia). Entre os assintomáticos, de 10% a 15% apresentarão sequelas durante a infância que incluem déficits neurossensoriais, epilepsia, paralisia cerebral, atrofia do nervo óptico, microcefalia, atraso no desenvolvimento psicomotor e retardo mental.

No Brasil, não existem dados a respeito da infecção congênita pelo CMV. Projetando-se uma incidência média de 0,5% e uma taxa de nascimentos de 3 milhões de crianças/ano, es-tima-se que cerca de 15 mil crianças nascem a-nualmente com sintomas da infecção, das quais 1.800 (12%) morrem no primeiro ano de vida e as sobreviventes apresentarão sequelas a mé-dio e longo prazo. Outras 2.100 crianças que apresentam infecção subclínica ao nascimento desenvolverão significativos déficits mentais e auditivos em um período de até sete anos. Nos Estados Unidos, onde nascem aproximada-mente 40 mil crianças infectadas/ano, estima-se que o gasto público para custear o tratamento dessas crianças chegue a U$ 1,86 bilhão/ano.

A incidência de soroconversão na gestação é de cerca de 1%. Gestantes com maior risco de infecção pelo CMV incluem enfermeiras, trabalhadoras de creches, unidades de diálise e de saúde mental e que cuidam de pacientes imunodeprimidos. Seria importante a determi-nação do status sorológico para o CMV como parte da avaliação pré-concepcional.

A fonte mais comum de infecção primária em mulheres em idade reprodutiva é a trans-missão intrafamiliar. O vírus contamina através de uma criança infectada que se contamina du-rante a fase pré-escolar ou nos primeiros anos

de vida escolar. Quando uma criança introduz o vírus em sua casa, 50% de todos os mem-bros da família susceptíveis apresentarão soro-conversão em um prazo médio de seis meses.

A necessidade do rastreamento soroló-gico universal na gestação ainda é controversa. Na verdade, essa discussão reflete uma dicoto-mia da sociedade científica: por que estudar e diagnosticar uma doença que não pode ser tratada? Diferentes propostas de monitorização do CMV na gestação têm sido desenvolvidas, mas nenhuma tem sido oficialmente ado-tada por qualquer sistema público de saúde.

Atualmente, o rastreamento sistemático não é recomendado em nenhum país da Eu-ropa ou nos Estados Unidos. Apesar disso, a maioria dos obstetras de países como Itália, Bél-gica e França solicitam a sorologia para o CMV durante a gestação. Enquanto isso, em outros países como Áustria, Suíça, Alemanha, Reino Unido e Japão, a dosagem de anticorpos é solicitada apenas sob demanda materna ou di-ante de sintomas clínicos sugestivos de infecção aguda ou na presença de atividades profissionais de risco. Nos Estados Unidos, o National Cen-ters for Infectious Diseases (CDC) recomenda apenas que “testes de laboratório para pesquisa de anticorpos anti-CMV podem ser realizados para determinar o status sorológico da mulher” e que “gestantes trabalhando com crianças de-veriam ser informadas do risco de adquirir a in-fecção pelo CMV e dos possíveis efeitos sobre o recém-nascido”. O CDC recomenda que testes específicos devem ser restritos a “ges-tantes que apresentem sintomas semelhantes àqueles observados na mononucleose”.

Os principais motivos para não se realizar o rastreamento sistemático são:1. Os exames laboratoriais são onerosos.2. Os mecanismos de transmissão viral não es-tão totalmente esclarecidos. Nenhum agente antiviral ou imunoprofilaxia se mostrou eficaz para proteger o feto ou recém-nascido.4. Não há vacina disponível contra o CMV.5. A imunidade materna prévia à concep-ção produz uma proteção substancial, mas não total, contra a infecção grave pelo CMV. Dessa forma, as gestantes estariam suscetíveis a apresentarem recorrência da infecção, com risco de transmissão ao feto.

6. Ainda há dificuldade em se predizer o prognóstico fetal.7. A única decisão clínica que pode ser to-mada após o diagnóstico pré-natal é se a gestação deve ou não ser interrompida.

Pode-se afirmar que infecção congênita pelo CMV é um grande problema de saúde pública que não parece ser solucionado por outros meios que não a profilaxia. O foco da prevenção consiste no esclarecimento das ges-tantes sobre medidas de prevenção primária. Uma das intervenções mais importantes é le-var as pacientes a compreender que a infecção pelo CMV é uma doença sexualmente trans-missível e que a promiscuidade sexual aumenta o risco individual de adquirir a infecção. Outra medida importante é a orientação sobre hi-giene às professoras, babás, mulheres que tra-balham em berçários, enfermeiras e pediatras, com risco de adquirir a infecção.

Referência bibliográfica:1) Yamamoto M, Jacquemard F, Picone O, Costa JM, Ville T. Antenatal assessment of fetal infection with cytomegalovirus. Ultrasound Obstet Gynecol 2004; 24: 240.2) Jacquemard F, Dejean A, Daffos F, Ville Y. Correla-tions between ultrasound and fetal haematological pa-rameters in 67 fetuses infected with cytomegalovirus (CMV). Ultrasound Obstet Gynecol 2005; 26: 429.3) COUTO, J. C. F.Citomegalovirus e Gestação In: Infecções Perinatais.1ª ed.Rio de Janeiro : MEDSI - Guanabara Koogan, 2006, p. 169-186.4) McCarthy FP, Giles ML, Rowlands S, Purcell KJ, Jones CA. Antenatal interventions for preventing the transmission of cytomegalovirus (CMV) from the mother to fetus during pregnancy and adverse outcomes in the congenitally infected infant. Co-chrane Database Syst Rev. 2011; 16;3.

Citomegalovírus e gestação

Arquivo Pessoal

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6Defesa profissional

Valor justo de uma consulta no consultório de Ginecologia e Obstetrícia

IMOBILIZADO DEPRECIAÇÃO

Imóvel R$ 240.000,00 240 meses R$ 1.000,00

Mobiliário R$ 18.000,00 120 meses R$ 150,00

Autoclave R$ 3.500,00 120 meses R$ 29,17

Computador R$ 2.076,00 60 meses R$ 34,60

Balança R$ 1.950,00 120 meses R$ 16,25

Colposcópio R$ 1.789,00 120 meses R$ 14,90

Pinça Biópsia (3 unidades) R$ 1.450,00 120 meses R$ 12,08

Espéculo 1 (15 unidades) R$ 1.120,35 120 meses R$ 9,34

Espéculo 2 (15 unidades) R$ 1.174,80 120 meses R$ 9,79

Pinça Sheron (15 unidades) R$ 1.280,40 120 meses R$ 10,07

Eletro cautério R$ 935,00 120 meses R$ 7,79

Sonar R$ 491,00 120 meses R$ 4,09

Pinça Reparo (5 unidades) R$ 453,50 120 meses R$ 3,78

Esteto/Esfigno R$ 385,00 120 meses R$ 3,20

Impressora R$ 295,00 60 meses R$ 4,02

Cuba (3 unidades) R$ 156,90 120 meses R$ 1,31

Tesoura (3 unidades) R$ 146,50 120 meses R$ 1,22

Total R$ 275.203,45 R$ 1.311,61 mês

Remuneração do Imobilizado (custo de oportunidade)

R$ 275.203,45 X 0,8% = R$ 2.201,63 / mês

R$ 2.201,63 X 12 = R$ 26.419,53 / ano

Dr. José Avilmar Lino da SilvaDiretor Financeiro da SOGIMIG

Para conseguirmos encontrar o valor justo de nossa consulta, precisamos enten-der que este é o nosso produto que deve-mos produzir e vender para termos uma renda adequada para nossa subsistência.

De acordo com a Federação Nacional dos Médicos (Fenam), em 2011, o salário bruto do médico, que trabalha 40 horas por semana, de-veria ser de R$18.376,44. Para calcular o mon-tante que deveríamos receber por um ano de trabalho, precisamos lembrar que somos me-recedores do 13º salário, como todos os tra-balhadores brasileiros. Assim, deveremos mul-tiplicar o salário mensal por 13 (R$18.376,44 x 13 = R$238.893,72). Este é o valor do salário

anual. Devemos lembrar que, para “produzir” consulta, temos despesas que se somam a este montante, que nada mais é do que o custo de produção, que na CBHPM é chamado de Uni-dade de Custo Operacional (UCO).

Para chegar ao valor justo de uma con-sulta médica, precisamos saber quanto custa para o médico a “produção” desta e quantas conseguimos atender em um ano. Após ob-termos a soma do salário e do custo de pro-dução, basta dividir este valor pelo número de consultas atendidas que teremos o valor justo de uma consulta. Simples, não é? Nem tanto para nós, médicos, que não estamos acostu-mados, nem temos tempo para fazer cálculos.

Para a Associação Médica Brasileira (AMB) uma consulta médica (Anamnese + Exame Físico + Formulação da Hipótese Diagnóstica

+ Solicitação de Exames Complementares e/ou Prescrição + Orientações) deve durar em média 40 minutos. Assim, se trabalhar-mos oito horas por dia (480 minutos), con-seguiremos “produzir” 12 por dia. No mês, trabalhamos em média 22 dias, totalizando 264 consultas por mês. Trabalhamos 11 me-ses, com um mês de férias (justo?), e conse-guimos “produzir” 2.904 consultas.

O custo de nosso consultório é o re-sultado da soma do CUSTO DIRETO (o que gastamos para manter nosso consultó-rio) mais as TAXAS ANUAIS acrescido da DEPRECIAÇÃO DO IMOBILIZADO e do CUSTO DE OPORTUNIDADE (remune-ração do capital imobilizado) menos a devo-lução do Imposto de Renda (IR).

A devolução do IR é calculada sobre o va-

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Informativo SOGIMIG | mar a mai | 2011

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Valor justo de uma consulta no consultório de Ginecologia e Obstetrícia

Produção de consultas/ano

Consultas a cada 40 minutos

>> 8 horas de trabalho por dia = 480 minutos

>> 480/40 = 12 consultas por dia

>> Em média 22 dias/mês (22x12= 264 consultas/mês)

>> 11 meses por ano (264x11=2904 consultas/ano)

Despesas mensais (Custo direto)

Secretária R$ 1.105,00

Leis Sociais +VT+VR R$ 1.020,00

Telefone R$ 230,00

Energia Elétrica R$ 179,00

Material de limpeza R$ 149,00

Material de trabalho R$ 152,00

Contador R$ 255,00

Internet R$ 95,00

Condomínio R$ 255,00

INSS R$ 760

Total Mensal R$ 4.200,00

Total no ano R$ 50.400,00

Todas as tabelas foram baseadas nos custos do meu consultório

Resumo

Salário/ano = R$ 238.893,72

Despesas/ano = R$ 81.527,80

Total = R$ 320.421,52

Valor da consulta = R$ 320.421, 52:2.904 consultas por ano = R$110,34 cada consulta

lor do CUSTO DIRETO e das TAXAS ANU-AIS se fizermos o livro-caixa. Para simplificar, geralmente a devolução do IR é em torno de 27,5% do valor total do livro-caixa.

Portanto, o VALOR JUSTO de uma con-sulta em nosso consultório deveria ser de pelo menos R$ 110,34, tomando por base os cus-tos apresentados neste exemplo. Por que acei-tamos receber R$ 30, R$ 40, R$ 50, por este produto (Consulta Médica)? Precisamos fazer os cálculos com os valores por nós recebidos e

o custo de nossos consultórios para descobrir-mos que não temos sido valorizados?

Basta analisarmos nossas condições de vida, que têm piorado, para concluirmos que estamos cada dia mais empobrecidos e os pla-nos de saúde, cada dia mais ricos. Até quando vamos aceitar esta situação? Precisamos nos organizar em uma entidade única, que nos re-presente de verdade e que esteja dirigida por verdadeiros colegas, e não como temos hoje (dirigentes de algumas entidades médicas re-

munerados por planos de saúde; dirigentes de cooperativas médicas que só pensam no plano de saúde que vendem, e não na satisfação de seus cooperados; dirigentes da ANS, que são vinculados a planos de saúde e ao governo, de-fendendo interesses destes, e até integrantes do Ministério da Saúde que só pensam em seus ideais políticos e partidários). Precisamos lutar contra todos esses ALGOZES. Caso contrário, conseguirão produzir uma massa de médicos pés descalços em um país capitalista.

Taxas anuais

IPTU R$ 1.540,00

ISSQN R$ 545,00

CRM R$ 470,00

AMMG/AMB R$ 410,00

Febrasgo/SOGIMIG R$ 350,00

Fiscalização da prefeitura R$ 372,00

Sindicato R$ 215,00

Total R$ 3.902,00

Restituição do IR

Livro de Caixa

Despesas mensais R$ 50.400,00

Taxas Anuais R$ 3.902,00

Total R$ 54.302,00 R$ 54.302,00 X 27,5% = R$ 14.933,05

Síntese do custo anual

Despesas mensais R$ 50.400,00

Remuneração Imobilizado R$ 26.419,53

Depreciação R$ 15.739,32

Taxas anuais R$ 3.902,00

Sub-total R$ 96.460,85

Devolução IR (R$ 14.933,05)

Total R$ 81.527,80

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Programação social do 4º CMGO

Além da atualização científica, momentos de troca de experi-ência e reciclagem marcaram o 4º Congresso Mineiro de Ginecologia e Obstetrícia. Visita aos estandes, café com prosa e o congraçamento entre os participantes foram algumas das atividades do evento. Confira alguns desses momentos.

Mosaico

Confira a relação completa de

fotos no site www.sogimig.org.brConfira a relação completa de

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4º CMGO: quatro dias de atualização

CMGO

Em Ginecologia:

:: Melhor trabalho - Incidência de recidiva de neoplasia intraepitelial cervical em pacientes infectadas pelo HIV. Autores: Maria Inês de Miranda Lima, Claudia Teixeira da Costa Lodi, Adriana Almeida de Souza Lucena, Mirian Viviane Maciel Barros Guimarães, Helena Rabelo de Castro Meira, Saulo Augusto de Lima, Victor Hugo Melo:: Menção Honrosa - Avaliação dos resultados da fisioterapia para bexiga hiperativa. Autores: Luciana Aparecida Mesquita, Christiane Pereira Goulart, Mariana Ataydes Leite Seabra, Ana Paula Caldeira Brant Campos, Sofia Fakher Fakhouri, Agnaldo Lopes da Silva Filho

Em Obstetrícia:

:: Melhor trabalho - Erro intraobservador na medida ultrassonográfica do diâmetro ântero-posterior da pelve renal e o diagnóstico de hidronefrose em fetos suspeitos. Autores: Lage EM, Santana RS, Pacheco ACB, Miranda BA, Reis ZNS, Pereira AK, Cabral ACV:: Menção Honrosa - Estudo dos marcadores ecográficos antenatais das aneuploidias em gestações referenciados para serviço público universitário de medicina fetal. Autores: Dos Reis MAA, Ferreira FAA, Martins ST, Reis ZSN, Lage EM, Osanan GC, Cabral ACV

Dois trabalhos de Ginecologia e dois de Obstetrícia foram premiados

Prêmios CMGO

Abertura marcada por elogios ao evento e à grade científica

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4th SGI Summit MeetingDr. Fernando M. Reis

Nos dias 17 e 18 de maio de 2011, a SOGIMIG sediou, em Belo Horizon-te, a 4ª edição do International Summit Meeting da Society for Gynecologic In-vestigation (SGI). Fundada em 1953, a SGI reúne cientistas e médicos dedica-dos às pesquisas básicas, clínica e trans-lacional em ginecologia e obstetrícia. Em Belo Horizonte, os temas do evento foram síndrome dos ovários policísticos, endometriose e climatério. Nas edições anteriores, os temas foram parto pré-termo (Siena, 2005), medicina repro-dutiva (Valencia, 2007) e pré- eclâmpsia (Sendai, 2009).

Em 24 palestras e 29 temas livres,

pesquisadores de quatro continentes apresentaram e discutiram com o pú-blico os últimos avanços na fisiopatolo-gia, diagnóstico e tratamento de doen-ças femininas complexas, reguladas por múltiplos genes, hormônios e fatores ambientais. Os palestrantes mostraram dados inéditos sobre os mecanismos genéticos, imunológicos e endócrinos associados à infertilidade e ao climaté-rio, e apontaram os rumos da pesquisa de novos tratamentos farmacológicos para a endometriose.

Dirigidas a uma plateia culta e ex-periente, as palestras versaram sobre a fronteira do conhecimento, com ênfase nas lacunas, controvérsias e dúvidas que permeiam os temas abordados. Os ex-

positores apresentaram dados prelimi-nares de novos estudos, antecipando o que será publicado nos próximos anos.

Reunir 17 convidados ilustres, dos quais dez estrangeiros, em um único auditório durante dois dias só se justifica pela possibilidade de diálogo e troca de ideias entre eles e o público. No SGI Summit Meeting em Belo Horizonte a interação foi constante e os convidados foram muito abertos ao debate e à tro-ca de experiências. Para os participantes de Minas Gerais, foi um evento 100% internacional a dois passos de casa. Para os que vieram de outros estados do Brasil, uma oportunidade de conhecer Belo Ho-rizonte em meio a um encontro profissio-nal agradável e frutífero.

Palestrantes de várias nacionalidades trazem

experiências dos outros países para o Brasil

Summit

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Fórum de Defesa Profissional

Dr. Carlos Henrique Mascarenhas SilvaDiretor de Defesa Profissional

Mais de 500 Ginecologistas e Obstetras de Minas Gerais e de outros estados do Brasil discutiram durante o 4º Congresso Minei-ro de Ginecologia e Obstetrícia o futuro que queremos para a nossa especialidade.

Conscientes de que a remuneração mé-dica é hoje o assunto que mais preocupa e aflige a classe médica, a Comissão Organiza-dora do CMGO decidiu, de forma inovadora, discutir exclusivamente o tema durante uma manhã do Congresso. Temos a certeza de que não haverá resultados clínicos adequados para nossos pacientes sem que o médico, res-ponsável direto por movimentar toda a cadeia da área de saúde, seja remunerado de forma justa e digna. Isso vai ocorrer porque ele pre-cisará ter carga horária de trabalho desumana e degradante para conseguir a remuneração que merece após tanto tempo de estudo e terá seu raciocínio clínico comprometido. Es-tudos das próprias Operadoras de Planos de Saúde (OPS) mostram que há dez anos o ho-norário médico correspondia a 30% de todo gasto que essas empresas tinham. Atualmente este percentual caiu para 12-15%! Precisamos urgentemente mudar esta situação.

Diversos aspectos da realidade atual da remuneração médica, e do que devemos fa-zer efetivamente para conseguirmos resultados práticos neste assunto, foram debatidos entre os sete palestrantes daquela manhã e o público presente. Vimos diversos colegas expressarem de forma franca e ampla a indignação e re-volta para os valores pagos atualmente. E apro-

veitamos para comemorar a vitória dos médicos no CADE/SDE, já que foi julgada improcedente pelo Tribunal Federal da 1ª Região a proibição de negociação coletiva dos médicos, que havia sido imposta por estes dois órgãos na semana anterior.

Discutimos a legalidade de que o obs-tetra tenha o direito de estabelecer dire-tamente com a sua cliente o valor de seus honorários para realizar o seu parto. Ela tem o direito de escolher um médico que vai auxiliá-la no mais importante ato de nossa vida, que é o nascimento de nossos filhos. Em contrapartida, o obstetra tem o direito de estabelecer o seu honorário, visto que os contratos entre as operadoras e os Médicos não têm cláusula de exclusividade.

Foi discutido e ficou claro entre os pre-sentes que as OPS que vendem planos de as-sistência médico-hospitalar com valores insig-nificantes, como R$ 40 mensais, somente o fazem confiantes no fato de que o honorário do médico que vai atender a estes pacien-tes será muito pequeno e barato. Nós não podemos concordar com isso. Devemos combater esta prática vil!

Vimos durante o Fórum que também temos tarefas a cumprir neste processo, para que os recursos investidos na saúde sejam gastos de forma eficiente e eficaz, como, por exemplo, adequando nossas práticas diárias a aquelas baseadas em evidências consistentes e incorporando tecnologias que comprovada-mente levarão a benefícios clínicos. Devemos ter a coragem de dizer não, quando nossos clientes nos pedem exames sem justificativa ou mesmo a troca de códigos para que haja

cobertura para procedimentos. Precisamos mostrar a todos de nossa sociedade que o recebimento de comissões e agrados por uso de materiais e medicamentos é prática ilícita e eticamente condenável, além de insuflar absurdamente o valor desses insumos. Deve-mos ter nossos rendimentos baseados apenas na prática clínico-cirúrgica, na melhor relação com nossos clientes; levando-se em conside-ração a Saúde Suplementar.

Mas talvez a principal conclusão do Fó-rum SOGIMIG de Defesa Profissional foi a de que devemos estabelecer imediatamente junto às Operadoras de Planos de Saúde a recomposição dos valores de nossos ho-norários, antes de qualquer negociação de contratos, índices de reajustes ou tabelas. Precisamos definir o valor-base do qual saire-mos, tanto de consultas médicas quanto de procedimentos cirúrgicos e de SADT’s (lem-bremo-nos que inúmeros ginecologistas e obstetras atuam nas áreas de ultrassonogra-fia, densitometria óssea, mamografia e RNM) para uma relação futura com estas empresas.

Ficou definido também que daqui para frente, a SOGIMIG deverá participar cada vez mais destas discussões com as OPS. Para executarmos essas tarefas, precisare-mos da participação e apoio de cada mé-dico que trabalha na área de Ginecologia e Obstetrícia. Quanto mais médicos tiver-mos mobilizados e atuando junto à SOGI-MIG, maior será nossa força para nos fazer ouvir. O nosso honorário no futuro será definido pelo SUCESSO que tivermos nes-te momento único da medicina pelo qual passamos hoje.

Fóruns

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13Fórum de médicos de família: um sucesso!Victor Hugo de Melo Coordenador do II Fórum

Cerca de cem pessoas, entre partici-pantes e palestrantes, assistiram às apre-sentações e debateram ativamente os vá-rios temas do II Forum de Atenção à Saúde da Mulher para Médicos de Família, no dia 17 de maio, no Expominas. A atividade an-tecedeu o início do 4º Congresso Mineiro de Ginecologia e Obstetrícia.

O que marcou o evento foi a presença de grande número de médicos de família da Região Metropolitana, estando representados, além de BH, os municípios de Betim, Conta-gem, Ibirité e outros, além de vários gineco-logistas e diretores-executivos e regionais da SOGIMIG. Foi uma intensa tarde de debates sobre a atenção à saúde da mulher.

A primeira mesa-redonda trouxe para dis-cussão os indicadores de saúde da mulher em Minas Gerais e, pode-se perceber que, apesar dos inúmeros avanços e melhorias nos cuida-dos, ainda temos de caminhar muito para con-seguir indicadores semelhantes aos do Primeiro Mundo. Temos de estender mais a cobertura

no rastreamento do câncer do colo e diagnos-ticar mais precocemente o câncer de mama.

A Medicina de Família e Comunidade é atualmente uma especialidade e deve ser re-conhecida como tal. Cada encontro com o paciente é o momento para educação e pre-venção e deve ser focado na atenção integral à saúde. Aqui, um destaque para o Programa de Educação Permanente (PEP), muito atuante em todo o estado de Minas Gerais e que tem permitido o aperfeiçoamento de centenas de médicos de família, com atenção centrada nos pacientes. O programa prevê a participação direta de especialistas. Acreditamos que esta pode ser uma excelente oportunidade para que nós, ginecologistas e obstetras, possamos colaborar para a melhoria da atenção primária à saúde da mulher, atuando diretamente na capacitação/treinamento dos médicos de fa-mília nas diversas regiões do estado.

Foram apresentados resultados prelimi-nares de uma pesquisa em andamento, mos-trando as deficiências/dificuldades dos médicos de família para prestarem os cuidados de saúde às mulheres. Isso ficou bastante evidente em vários temas, principalmente nos aspectos da

reprodução humana, planejamento familiar e cuidados no climatério. É necessário discutir es-tas deficiências com as escolas médicas, como instâncias formadoras dos profissionais, e os ser-viços, para que os cuidados à atenção primária às mulheres possam ser aperfeiçoados.

A última mesa priorizou o debate do papel do ginecologista e obstetra na atenção primária à saúde da mulher. Foi interessante observar que existem experiências de matri-ciamento na Região Metropolitana, com gran-de sucesso. O mais importante de tudo é que o ginecologista perceba que está inserido em uma equipe. Foi unânime a percepção da ne-cessidade de integração de esforços para me-lhorar os indicadores de saúde das mulheres da região metropolitana, e do estado.

O fórum cumpriu seus objetivos: con-gregou médicos de família, ginecologistas e obstetras, gerentes, gestores, observadores etc, para um debate profícuo e estimulante. Compete agora à SOGIMIG, à AMMFC e aos gestores municipais darem seguimento aos debates para implementar as propostas e sugestões que ocorreram com a finalidade de melhorarmos a saúde das mulheres mineiras.

Fóruns comunitários do CMGODra. Cláudia Lúcia Barbosa Salomão - Diretora de Assuntos Comunitários SOGIMIG

Dando sequência à proposta e intenção da atual Diretoria de Assuntos Comunitários desta gestão, realizamos dois Fóruns vincula-dos ao IV Congresso Mineiro de Ginecologia e Obstetrícia: Fórum de Atendimento a Mu-lheres Vítimas de Violência Sexual e Fórum de Saúde do Adolescente, o qual tive o grande prazer de coordenar. A respeito do Fórum de Violência Sexual, apresentaremos seus resulta-dos em próxima edição do Informativo SOGI-MIG. Nosso Fórum de Saúde do Adolescente contou com a presença de alunos da Rede Municipal de Ensino, professores, médicos que trabalham com Saúde do Adolescente, com o professor de teatro Renato Ziggy, ao qual fazemos um agradecimento especial , e com uma observadora, a senhora Giovana Perim, graduanda em Psicologia da Universi-dade FUMEC, que nos agraciou com o texto

abaixo: "O IV CMGO promoveu a reflexão de adolescentes de escolas municipais de Belo Horizonte a respeito da gravidez na adolescên-cia. O método utilizado foi a encenação, pelo Teatro do Oprimido, criado por Augusto Boal, de um problema conhecido dos adolescentes: a gravidez. O estímulo à expressão dos ado-lescentes para representar o papel dos atores e criar alternativas melhores para o oprimido permitiu conhecer suas informações e percep-ções a respeito do tema. Foi possível constatar a convergência entre a natureza dos relatos de adolescentes do Fórum e daqueles presentes na literatura científica. O adolescente parece ser vulnerável ao desejo de seus pais, uma vez que se sentem desamparados socialmente, emocionalmente e financeiramente quando estes rejeitam a gravidez. A literatura e a ob-servação do Fórum sugerem, também, uma vulnerabilidade afetivo-relacional da adolescen-te ao “atender” o pedido do namorado de não uso do preservativo como um pacto amoroso.

As alternativas apresentadas pelas adolescentes sugerem, por um lado, uma atitude proativa em relação à luta por seus direitos - preservar a gravidez, exigência para que o namorado cum-pra seus deveres enquanto pai - e, por outro, um estado de sujeição ao desejo dos pais. Este estado decorre da desorientação da adoles-cente que é, por sua vez, fundamentada na crença da ausência de alternativas. A literatura indica uma relação inversamente proporcional entre o nível socioeconômico e a incidência de gravidez na adolescência, fator que clama a atenção da Sociedade para uma intervenção urgente. Houve espaço para o confronto de ideias, gerando um ambiente de diálogo e re-flexão entre a plateia e os facilitadores, como também para a transmissão de informação sobre os direitos da criança e do adolescente, sobre preservativos e DST. O diálogo pareceu otimizar a probabilidade de promover a cons-cientização dos adolescentes a respeito do tema encenado."

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CIM reforça aproximação entre Ginecologia e Radiologia

Com a participação de quase 600 con-gressistas de 106 diferentes cidades, foi re-alizado, entre os dias 17 e 19 de março, o VII Congresso de Imaginologia de Mulher (CIM). Idealizado para ser sempre o primei-ro evento nesta área no Brasil, ficou defini-do que a partir deste ano o congresso será organizado anualmente.

Fruto de uma histórica e inédita união entre a Ginecologia e Obstetrícia (SOGI-MIG) com a Radiologia e Diagnóstico por Imagem (Sociedade de Radiologia e Diag-nóstico de Minas Gerais - SRMG), podemos afirmar que o CIM é um evento que tem tudo para ser um sucesso de público ao lon-go do tempo, servindo como um espaço de alto nível para a atualização médica.

Neste ano, contamos também com o

apoio do Colégio Brasileiro de Radiologia e Diagnóstico por Imagem (CBR) que inseriu a sua IX Jornada Sudeste de Radiologia no evento. Diversos assuntos ligados à aplicação dos diferentes métodos de Imagem à Saúde da Mulher foram discutidos e debatidos nos três dias do evento, com 122 palestrantes de 17 estados. Além das áreas tradicionais (GO e Medicina Interna), inovamos e acrescenta-mos uma maior participação para a Mastolo-gia e Músculo Esquelético.

Para 2012, a data já está reservada: 08 a 11 de março, quando poderemos comemorar ainda o Dia Internacional da Mulher. E podem contar com uma pro-gramação científico-cultural ainda melhor e com a introdução de outras áreas de atuação relacionadas à Saúde da Mulher.

Curtas

Fundada em 1995, na cidade de João Monlevade - MG, a Medi Lab - Labora-tório Médico conta hoje com 27 funcio-nários capacitados em análises clínicas que atuam na matriz e nas três filiais do labo-ratório. Com uma clientela na cidade que ultrapassa 2600 clientes por mês, o labo-ratório atende também a pacientes das cidades vizinhas. Segundo a dra. Valéria Maria Moreno Jacintho, médica e mem-bro do conselho gestor da Medi Lab, o Prêmio MPE Brasil foi fruto de muito tra-balho, perseverança e realização. "Veio confirmar que estamos no caminho certo. Não há outra forma de conduzir uma em-presa senão trabalhar todos seus critérios de gestão. Temos de exercer e praticar a liderança, planejar e buscar as melhores estratégias, preparar bem os nossos cola-boradores, manter o foco no cliente, mo-nitorar com afinco os processos e devol-ver à sociedade os benefícios que ela nos deu.” O alto número de empresas inscri-tas fez com que a conquista deste prêmio tornasse a vitória ainda mais importante e gratificante. “Uma forma de mostrar aos nossos clientes o que fazemos no dia a dia para melhor atendê-los é ter certifica-ção de órgãos de renome, como Sebrae, Movimento Brasil Competitivo, Fundação Nacional da Qualidade e Gerdau”, afirma.

Medi Lab ganha prêmio do Sebrae

no setor saúde

A tal Festa do BeijoCláudia Lúcia Barbosa Salomão, Kaina Ferreira Santos, Geraldo Diniz Mendes e Ana Cristina CarvalhoMembros do Comitê de Ginecologia Infanto Puberal da SOGIMIG

Ação conjunta do Comitê de Gine-cologia Infanto Puberal, Diretoria de As-suntos Comunitários SOGIMIG e Comitê de Adolescência da Sociedade Mineira de Pediatria impediu a realização de uma festa em uma Casa de Festas no bairro Savassi, em Belo Horizonte, que ocorreria em 09 de abril. Mas, qual a finalidade de se inter-

romper ou impedir uma festa, momento de alegria, descontração e positivismo?

A festa, a qual me refiro, sugeria o uso de vários colares pelos adolescentes do sexo masculino, os quais seriam trocados pelos “beijos na boca” das adolescentes do sexo feminino... O prêmio: um ingresso para uma tal festa de axé que ocorreria na cidade, na semana seguinte, para a adoles-cente que possuísse mais colares no final da festa. Público-alvo: adolescentes de 12 a 17 anos. Este seria o público “permitido”, o que se entende que os responsáveis por eles não deveriam estar presentes.

Em ação conjunta, rápida e objetiva, as instituições citadas anteriormente elaboraram carta ao Ministério Público e Juizado da Infân-cia e Juventude, comunicando a gravidade da proposta da festa, que, no mínimo, fere o Estatuto da Criança e do Adolescente no que tange à proteção da saúde física e emocional desta população, já tão esquecida e subvalo-rizada em seus interesses e proteção.

A Festa do Beijo foi cancelada pelas nossas autoridades após nossa denúncia. Fiquemos, portanto, atentos. Temos essa função e nossos adolescentes, o direito à nossa proteção.

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