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Segurança do Trabalho Módulo II Parabéns por participar de um curso dos Cursos 24 Horas. Você está investindo no seu futuro! Esperamos que este seja o começo de um grande sucesso em sua carreira. Desejamos boa sorte e bom estudo! Em caso de dúvidas, contate-nos pelo site www.Cursos24Horas.com.br Atenciosamente Equipe Cursos 24 Horas

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Módulo II

Parabéns por participar de um curso dos

Cursos 24 Horas.

Você está investindo no seu futuro!

Esperamos que este seja o começo de um grande

sucesso em sua carreira.

Desejamos boa sorte e bom estudo!

Em caso de dúvidas, contate-nos pelo site

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Atenciosamente

Equipe Cursos 24 Horas

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Sumário

Unidade 3 – Riscos ambientais ................................................................................... 2

3.1 – Agentes ambientais X Riscos ambientais.............................................................. 3

3.2 – Risco físico, químico e biológico e a questão da insalubridade ............................. 5

3.3 – Ergonomia e doenças psicossociais do trabalho.................................................. 16

3.4 – Acidentes do trabalho e a questão da periculosidade........................................... 18

3.5 – Estudo de caso de fixação de conteúdo da Unidade 3 ......................................... 19

Unidade 4 – Programas de Prevenção...................................................................... 21

4.1 – Documentos principais: PPRA, PCMSO, LTCAT .............................................. 22

4.2 – Documentos específicos: PPR, PCA e PCMAT.................................................. 27

4.3 – Plano de emergência e contingência, brigadas de emergência ............................. 31

4.4 – Política e normas de segurança, integração entre empresa, funcionários, sindicatos,

SESMT e CIPA. ......................................................................................................... 35

4.5 – Estudo de caso de fixação de conteúdo da Unidade 4 ......................................... 37

Encerramento............................................................................................................ 39

Bibliografia................................................................................................................ 40

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Unidade 3 – Riscos ambientais Apresentação do tema

No módulo I, abordamos os conceitos iniciais para possibilitar a análise de riscos

em qualquer etapa de atividade, processo, serviço ou indústria. Também apresentamos

os fundamentos da legislação de segurança do trabalho mais essenciais. O módulo II

consiste em reconhecer os riscos ambientais, que é o que veremos nesta Unidade 3 e

finalizaremos na Unidade 4 com as documentações mais comuns a serem utilizadas nas

empresas, discorrendo sobre os Programas de Prevenção previstos nas Normas

Regulamentadoras.

A segurança do trabalho consiste em identificar riscos ambientais no ambiente

laboral para que seja realizada uma prevenção de doenças e acidentes. Desta maneira, os

trabalhadores não sofrerão danos e nem necessitarão das indenizações previstas pela

Previdência Social. É importante que todos tenham a consciência de que a saúde é um

item valioso e que a responsabilidade deve ser de cada um. A empresa tem a obrigação

de atender os requisitos mínimos exigidos nas leis, mas pode ser proativa colhendo

vantagens deste investimento na segurança do trabalho.

Agentes físicos, químicos e biológicos são os que geram insalubridade, mas

riscos ergonômicos e riscos de acidentes causam doenças e acidentes nem sempre

aceitáveis por gerarem lesões severas e muitas vezes irreversíveis nos empregados.

Portanto, é importante reconhecê-los no ambiente de trabalho, classificá-los, obter

medidas quantitativas e qualitativas, conforme o caso, para ter parâmetros de como

reduzir, minimizar ou eliminar os riscos presentes no ambiente de trabalho.

Após a leitura deste módulo, faça a atividade do estudo de caso para fixar o

conteúdo aprendido. É preciso que você tenha compreendido o Módulo I e esta Unidade

3 para então prosseguir para a Unidade 4, onde finalmente finalizaremos os estudos

sobre os fundamentos da segurança do trabalho.

Bons estudos!

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3.1 – Agentes ambientais X Riscos ambientais

A literatura, muitas vezes, torna confusa a distinção destes dois termos: agentes

e riscos. Agente é o que provoca o dano ou a doença, já o risco é resultado da gravidade

de algo que possa ocorrer. A NR 9 do MTE (Ministério do Trabalho e Emprego)

descreve que “consideram-se riscos ambientais os agentes que podem causar danos à

saúde do trabalhador em função da sua natureza, concentração ou intensidade e tempo

de exposição.”

Agente ambiental é o elemento que provoca o risco ambiental. Já o risco

ambiental depende de um agente ambiental para que ocorra.

O ambiente é agressivo ao trabalhador sempre que tiver presença dos agentes

ambientais prejudiciais à saúde.

Já quando estes agentes estão acima dos limites estabelecidos e podem oferecer

danos ao ser humano, eles se tornam riscos ambientais que precisam ser tratados de

forma emergencial. Nestes casos, a lei estabelece uma compensação financeira chamada

de "adicional de insalubridade" até que a situação fique controlada e abaixo dos limites

de tolerância.

Para simplificar e facilitar a compreensão, podemos classificar os agentes

ambientais, como: riscos físicos, químicos e biológicos. Os riscos físicos e químicos

apresentam limites de tolerância para a exposição e os riscos biológicos apresentam

avaliação qualitativa na NR 15 (Norma Regulamentadora de Atividades e Operações

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Insalubres). Logo, ao chamá-los de agentes ambientais, estamos nos referindo somente a

estes três riscos.

Quando falamos de riscos ambientais, estamos mencionando um conjunto de

riscos que incluem o risco ergonômico e o risco de acidente.

No LTCAT (Laudo Técnico de Condições do Ambiente de Trabalho),

possivelmente, constará os agentes ambientais, pois este documento tem por objetivo a

configuração da exposição para fins de aposentadoria especial e ser comprovatório para

fins de constatação de insalubridade.

Como o PPRA (Programa de Prevenção de Riscos Ambientais) é um programa

com finalidade prática na empresa, para cumprir os requisitos legais, é necessário

constar os agentes ambientais, mas deve incluir os riscos ergonômicos e de acidentes.

Lembramos aqui mais uma vez que são os requisitos mínimos que estabelecem as leis.

É importante não confundir os agentes ou riscos ambientais da segurança do

trabalho com os que causam impacto ambiental relacionado à fauna, à flora e ao meio

ambiente.

A empresa deve gerenciar os riscos ambientais em sua totalidade para que a

prevenção, de fato, se desenvolva.

É oportuno saber que, na segurança do trabalho, cada risco ambiental foi

convencionado por uma cor própria conforme demonstrado na figura abaixo:

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FIGURA 01: CORES DOS RISCOS AMBIENTAIS

FONTE: A AUTORA

As cores demonstradas acima representam os riscos ambientais. É importante

ressaltar que na NR 26 do MTE é indicado utilizar padrões de cores para cada tipo de

produto presente em tubulações industriais. Ainda falando sobre cores e simbologia, a

cor verde é, muitas vezes, utilizada para representar a segurança do trabalho, mas esta é

uma convenção que se adota na área e não é considerada obrigatória.

3.2 – Risco físico, químico e biológico e a questão da insalubridade

Os riscos físicos, químicos e biológicos são os que estão relacionados nos 14

anexos (o anexo 4 foi revogado) da NR 15 do MTE com os devidos limites de

tolerância pré-estabelecidos e que servem de parâmetro para a classificação de

atividades como insalubres. A NR 15 descreve as atividades ou operações insalubres

que se desenvolvem:

RISCOS AMBIENTAIS

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FIGURA 02: ANEXOS RELACIONADOS A ATIVIDADES INSALUBRES

Fonte: NR 15 adaptado pelo autor

Isto significa que, pela interpretação da lei, somente radiações não ionizantes,

vibrações e umidade seriam comprovadas com laudo de inspeção, mas também é

possível entender que é preciso meios confiáveis e documentados para identificar as

atividades que estão acima dos limites de tolerância descritos.

Como o item 15.4.11 da NR 15 descreve que esta insalubridade deverá ser

comprovada por laudo emitido por engenheiro de segurança do trabalho ou médico do

trabalho, fica claro que para todos os casos deve haver um laudo de caracterização de

insalubridade. Na situação A, na situação B ou na C o laudo é obrigatório na prática.

A

B

C

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A NR 15 descreve como limite de tolerância: “[...] a concentração ou intensidade

máxima ou mínima, relacionada com a natureza e o tempo de exposição ao agente, que

não causará dano à saúde do trabalhador, durante a sua vida laboral.” Ou seja, em

nenhum momento da jornada de trabalho deve haver situação que possa ultrapassar o

suportável para o ser humano e que o coloque em risco de ter doença ou lesão

decorrente de exposição acima do limite de tolerância.

Veja, abaixo, como o chamado adicional de insalubridade incide sobre o salário

mínimo da região.

Ao final da NR 15, é disposta uma tabela reunindo os 14 anexos, relacionando-

os aos graus de insalubridade. A FUNDACENTRO disponibiliza um conjunto de

normas de higiene ocupacional que orientam as medições de riscos ambientais.

A seguir, vamos prosseguir nosso estudo falando sobre cada um dos tipos de

riscos ambientais.

Vale lembrar que durante as atividades ocupacionais, é possível ter vários riscos

ambientais combinados. Algumas tarefas são executadas em postos de trabalho

diferentes e ainda pode ocorrer rotatividade de tarefas.

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Veja abaixo uma imagem que demonstra os diversos tipos de riscos ambientais:

Riscos Físicos

É comum confundir o significado dos riscos físicos, que na verdade “[...] são aqueles

ocasionados por agentes que têm capacidade de modificar as características físicas do

meio ambiente, que, no momento seguinte, causará agressões em quem estiver nele

imerso.” (MATTOS;MÁSCULO, 2011, p. 38).

Os riscos físicos são aqueles que:

1. Exigem um meio de transmissão para propagar a nocividade;

2. Agem em pessoas que não têm contato com o risco;

3. Ocasionam lesões mediatas crônicas.

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Ruído

O ruído é o risco físico mais presente nas indústrias e os danos são considerados

irreversíveis. Todo som que não é agradável ou desejável é chamado ruído. Vieira

(2005, p. 66) descreve som como: “[...] a sensação auditiva resultante da propagação de

um movimento vibratório (oscilações alternadas de compressão e expansão) em um

meio material elástico.” É assim que o nosso corpo recebe estes impulsos e seguem pelo

nervo auditivo que vão para o cérebro para finalmente serem decodificados.

Mattos e Másculo (2011, p. 236) afirmam que “[...] Todo som advém de uma

vibração que provoca, no meio em que se insere, uma onda de pressão. Em termos mais

simplificados, esta é uma afirmação que indica que, se algo vibra, produz um som,

mesmo que seja inaudível.”

O ouvido é um mecanismo de captura e transformação de pressão sonora.

Assim, o sinal cerebral ocorre só no ouvido interno que envia os impulsos elétricos para

o cérebro.

O ruído provoca outras lesões conforme a intensidade sonora recebida e o tempo

de exposição.

Podem ocorrer perturbações psíquicas, perturbações funcionais, diminuição da

eficiência de produtividade, provocação de acidentes decorrentes da interferência da

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comunicação verbal e na escuta de sinais de alarme, entre outros danos à saúde

indiretos, como: complicações cardiovasculares, gastrointestinais, entre outras.

O equipamento que mede o ruído é o decibelímetro (medição direta) e o

audiodosímetro (medição da dose equivalente). Para a medição, aconselha-se que o

equipamento esteja na altura da orelha e que seja percebida a dose de ruído equivalente

para a jornada de trabalho do trabalhador. Fornecer o equipamento de proteção

individual ao empregado não descaracteriza a insalubridade, pois há outros fatores a

serem analisados, como, por exemplo, o acompanhamento dos exames audiométricos e

o acompanhamento da eficácia do uso.

A intensidade do som é medida em bel, em homenagem a Graham Bell, inventor

do telefone, é uma medida logarítmica e que, na prática, utiliza-se o décimo deste valor,

o decibel ou dB. Um ambiente silencioso tem entre 10 dB a 30 dB e corresponde à

respiração ou a um teatro vazio, por exemplo. Já um ruído barulhento chega a 85 dB.

O ruído pode ser controlado no ambiente de trabalho com o isolamento do ruído

na fonte ou utilizando-se de recursos de isolamento arquitetônico de ambientes. A

proteção no próprio trabalhador com uso de Equipamentos de Proteção Individual (EPI)

deve ser feita, mas não deve ser considerada a única ação preventiva, pois a utilização

depende de treinamento e conscientização.

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Vibrações

As vibrações podem ser localizadas e de corpo inteiro. De acordo com Oliveira

et al, as vibrações localizadas são (2009, p. 159) “[...] características de operações com

ferramentas manuais elétricas ou pneumáticas, por exemplo, que podem produzir em

longo prazo, alterações neurovasculares nas mãos dos trabalhadores, problemas nas

articulações e nos braços e osteoporose (perda de substância óssea).”

Atividades laborais como as de motoristas e operadores de grandes máquinas

que lidam com tratores e retroescavadeiras expõem a vibração de corpo inteiro e, desta

maneira, os funcionários podem desenvolver dor lombar, problemas na coluna vertebral

e lesões nos rins. Isto geralmente ocorre pois as plataformas industriais com área de

motores são fontes de vibração.

A NR 15, anexo 8, indica que a medição de vibração seja feita conforme a ISO

2.631 "Vibração transmitida para corpo inteiro" e ISO 5.349 "Vibrações localizadas

(mãos e braços)". A exposição à vibração pode causar ‘branco de vibração’ cujos

sintomas são: dores e empalidecimento, além de formigamento, perda de coordenação,

náuseas e enrijecimento da coluna.

Radiação

A radiação pode ser ionizante ou não ionizante. A diferença é que a ionizante

pode causar danos genéticos. Já na exposição à radiação não ionizante, os efeitos mais

graves são a catarata e o superaquecimento dos órgãos internos que podem levar à morte

em exposições prolongadas. Segundo Oliveira et al (2009), as radiações são

classificadas em:

1. Radiação infravermelha: encontra-se nas indústrias metalúrgicas, na fabricação

de vidros, em atividades com uso de fornos e também na exposição à luz solar;

2. Radiação ultravioleta: presente na solda elétrica e na fusão de metais;

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3. Radiação a laser: ocorre em atividades, como levantamentos topográficos e

geodésicos, na medicina e nas comunicações;

4. Micro-ondas: presente nas instalações de radar e de radiotransmissão, em

processos químicos, em fornos de micro-ondas e em processos de secagem de

materiais.

O objetivo primordial para minimizar os efeitos da radiação ionizante é diminuir

o risco e a quantidade de pessoas expostas.

A monitoração é feita nas pessoas e na área com o uso de dosímetros de

radiação, que podem ser de leitura direta e indireta. O controle deve ser feito com

procedimentos padrões que envolvem higiene, exames e sinalização de áreas com

radiação ionizante.

Temperaturas extremas: frio e calor

Atividades exercidas no calor ou no frio requerem programação de paradas e

antecâmaras para a transição de ambientes. O calor pode provocar insolação, prostação

térmica, desidratação e cãibras do calor. Já o frio é normalmente associado aos trabalhos

em câmaras frigoríficas ou ao ar livre. Em certas regiões do país pode ocorrer

hipotermia e úlceras do frio.

Para realizar a medição quantitativa de calor, é preciso obter o índice IBUTG

(Índice de Bulbo Úmido-Termômetro de Globo) indicado pela NR 15, anexo 3, com a

temperatura de globo, a temperatura de bulbo seco e a temperatura de bulbo úmido com

o apoio de equipamentos próprios, tais como termômetro e psicômetro. Já o higrômetro

mede a umidade do ar e o anemômetro mede a velocidade do ar.

Se uma pessoa está em um ambiente climatizado, ela sente conforto. Se o

trabalhador exerce atividade leve e o ambiente apresenta temperatura elevada, o

trabalhador tem carga mecânica leve, mas carga térmica pesada. O ponto crítico ocorre

quando a pessoa exerce atividade com carga mecânica pesada e carga térmica pesada.

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É importante saber que:

• A carga mecânica é classificada em: trabalho leve, moderado e pesado,

determinando assim o metabolismo necessário para exercer a atividade laboral.

• No caso da carga térmica, ela é indicada pelo IBUTG em grau Celsius.

Os exames pré-admissionais e periódicos, a aclimatação, a reposição hídrica, as

pausas quando necessárias, a educação, o treinamento, entre outras técnicas aplicadas

caso a caso são algumas maneiras de prevenir os efeitos do calor no ambiente de

trabalho.

Para o frio, a vestimenta adequada é a troca quando estiver molhada, além da

realização de exames pré-admissionais e periódicos. Para ambos, a alimentação com

controle nutricional é essencial, logo, para o calor são indicados alimentos menos

calóricos, já no frio os alimentos calóricos são desejáveis. É muito importante ter um

ambiente de transição entre quente para frio e vice-versa para que o organismo humano

se habitue aos poucos.

Pressões anormais

As pressões anormais promovem riscos relacionados à baixa ou à alta altitude

nas atividades executadas em trabalhos submersos (mergulhadores profissionais) ou

abaixo do nível de lençol freático (escavações), atividades realizadas por pilotos de

aviões não pressurizados também estão sujeitas a este risco. Em alguns casos, é preciso

que as pessoas sejam submetidas à descompressão para que o corpo volte a manter as

características normais.

Umidade

Algumas pessoas trabalham expostas à umidade e alguns fatores podem oferecer

riscos, como pés constantemente expostos na água, mesmo que com botas, mãos em

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constante manipulação de líquidos, atividades de entrega de produtos na rua, no caso

dos entregadores de gás, dos garis ou dos varredores de rua.

Riscos químicos

Os riscos químicos podem ser oriundos das atividades com manipulação direta

de produtos em processos industriais ou da combinação destes elementos de forma

dispersa no ar. Para este caso, é importante manter a Ficha de Informação de Segurança

de Produtos Químicos (FISPQ) sempre em local visível e os empregados orientados

quanto aos riscos e aos procedimentos indicados. Quando tratar-se de caminhão que

transporta o produto químico, a FISPQ deve ser mantida no veículo.

O armazenamento, mesmo em pequenas quantidades, deve estar em local de boa

ventilação para que não haja concentração do produto, mas é preciso ter cautela para

que não seja um poluidor atmosférico para o meio ambiente. O estudo sobre os riscos

químicos abrangeria aqui o conhecimento de mais de 100 mil substâncias, por isso

indicamos um aprofundamento posterior. Destas, cerca de 6 mil são reconhecidas como

tóxicas.

Nem toda substância química apresenta cheiro ou cor e este é um risco

considerável. A NR 33, que trata de espaços confinados, considera ainda os riscos de

inalação de químicos nestes ambientes. A contaminação pode ser por inalação, digestão

ou por contato, produzindo queimaduras ou dermatoses. É importante frisar que cada

substância age de determinada maneira e em uma concentração específica. A NR 15

também classifica alguns produtos, como: chumbo, poeira de algodão, sílica, mercúrio,

carvão, arsênico e outros.

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Mattos e Másculo (2011, p. 39) descrevem risco biológico como "[...] aqueles

introduzidos nos processos de trabalho pela utilização de seres vivos (em geral, micro-

organismos) como parte integrante do processo produtivo, tais como: vírus, bactérias

etc., potencialmente nocivos ao ser humano."

Os riscos biológicos estão presentes em serviços de saúde ou, por exemplo, em

atividades que envolvem a manipulação de fezes de animais, coletas de lixo ou

manipulação de carnes em frigoríficos.

Os micro-organismos em forma de vírus, bactérias, bacilos, parasitas, fungos e

protozoários podem entrar em contato com o organismo humano, causando as mais

diversas doenças e levar até a morte. É importante ressaltar que a falta de higienização

pode contribuir para a existência deste risco.

A parte da segurança do trabalho que trata dos riscos biológicos é a

biossegurança e a norma que trata de riscos em atividades de saúde é a NR 32. Existe

também o apoio de procedimentos indicados na Agência Nacional de Vigilância

Sanitária (ANVISA), porém a higiene deve ser considerada neste risco como forma de

combate do contato.

Animais sinantrópicos, como ratos, baratas e pombos devem ser combatidos no

ambiente de trabalho por serem hospedeiros de doenças. Conforme Mattos e Másculo

(2011) há 4 classes para agentes biológicos:

Classe 1

Apresenta baixo risco individual e baixo risco para a comunidade.

Classe 2

Possui moderado risco individual e limitado risco para a comunidade.

Classe 3

Alto risco individual e moderado risco para a comunidade.

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Classe 4

Alto risco individual e alto risco para a comunidade.

Os de classe 4 são os vírus Ebola e Lassa, que têm grande poder de

transmissibilidade, não havendo medida profilática ou terapêutica contra infecções

causadas por eles, ambos se tornam de elevada gravidade e podem ser propagados no

meio ambiente.

Práticas seguras em ambientes de exposição ao risco biológico são essenciais.

Com o desenvolvimento da biotecnologia, há uma tendência no aumento deste risco em

algumas atividades que envolvam manipulação de micro-organismos. Portanto, o

controle e a higiene são essenciais para a proteção do trabalhador. Outro item a

considerar é o descarte de materiais, que devem ser manipulados em local adequado

sem que outras pessoas fiquem expostas.

3.3 – Ergonomia e doenças psicossociais do trabalho

Os sistemas produtivos apresentam variedades de

produtos, processos e diferentes ambientes de trabalho. O

trabalhador interage com estes elementos, podendo adoecer

quando este ambiente não é saudável fisicamente e

mentalmente. Logo “ergonomia é uma ciência humana

aplicada, que objetiva transformar a tecnologia para adaptá-la

ao homem.” (MATTOS; MÁSCULO, 2011, p. 326).

A ergonomia trata da adaptação do trabalho ao homem.

A NR 17 do MTE apresenta as diretrizes para a Análise Ergonômica da Tarefa

(AET). Os parâmetros estabelecidos na norma dizem respeito ao conforto ambiental no

desenvolver da atividade. Assim, mesmo que a exposição do empregado ao ruído esteja

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abaixo do valor de limite de tolerância para as horas de exposição, se estiver acima de

65 dB, será preciso tomar providências em relação à ergonomia do posto de trabalho.

São considerados riscos ergonômicos:

1. Esforço físico intenso;

2. Levantamento e transporte manual de peso;

3. Controle rígido de produtividade;

4. Imposição de ritmos excessivos;

5. Trabalho em turno e noturno;

6. Jornadas de trabalho prolongadas;

7. Monotonia e repetitividade;

8. Outras situações causadoras de estresse físico ou psíquico.

O estudo da ergonomia é bastante amplo e envolve desde a fisiologia do trabalho

até a relação do homem com o trabalho. A ergonomia leva em conta o projeto do posto

de trabalho, lembrando que a atividade deve ser realizável e suportável ao longo do

tempo e deve gerar até mesmo satisfação ao trabalhador. Lembre-se que a ergonomia

não diz respeito somente às posturas adotadas no local de trabalho, nem somente às

alturas relacionadas aos mobiliários e às máquinas, mas também é preciso se preocupar

com a ergonomia cognitiva e organizacional.

O trabalho repetitivo pode fazer com que o empregado desenvolva a Lesão por

Esforço Repetitivo (LER) e outras doenças na coluna, como cifose e a hiperlordose.

Quando a atividade combina repetitividade e esforço podem ocorrer lesões severas e até

mesmo a incapacitação completa do membro envolvido. A sensação é de dor,

parestesia, sensação de peso e fadiga.

Fatores psicológicos no ambiente de trabalho são considerados motivos de

absenteísmo nas organizações e são classificados como doenças ocupacionais. Bem-

estar no trabalho e produtividade devem se desenvolver em conjunto. Além das relações

interpessoais, situações envolvendo assédio moral podem gerar estresse, depressão e

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normalmente são motivos de causas trabalhistas com alegação de dano moral. Mesmo

que o assédio moral não seja uma patologia em si, pode ser estabelecido o nexo causal e

assim o assédio moral pode ser reconhecido como doença do trabalho, inclusive

devendo ser emitida uma Comunicação de Acidente de Trabalho (CAT) com os

mesmos direitos do acidente de trabalho típico.

O trabalho também se torna perigoso para efeitos psicológicos quando se opõe à

livre atividade ou em casos em que a liberdade para a organização do trabalho é

limitada e contra os desejos do trabalhador, aumentando assim a carga psíquica e

causando o sofrimento no trabalho. (MARTINEZ; PARAGUAY, 2003).

3.4 – Acidentes do trabalho e a questão da periculosidade

O acidente do trabalho começa a acontecer quando “[...]

algum elemento do processo de trabalho deixa de funcionar

como o planejado [...].” (MATTOS; MÁSCULO, 2011, p. 36).

Na verdade, são falhas que quando acontecem sucessivamente

podem gerar um acidente de maior gravidade.

O ideal é investigar pequenos incidentes e controlá-los,

evitando o acidente, os custos e as perdas materiais com o

auxílio das pessoas e do tempo.

A NR 16 traz as atividades que são consideradas de periculosidade perante a lei.

Portanto, somente diante dos parâmetros estabelecidos é que se pode classificar uma

atividade como periculosa, como, por exemplo, ambientes com arranjo físico

inadequado, máquinas e equipamentos sem proteção, iluminação inadequada, exposição

à eletricidade, probabilidade de incêndio ou explosão, armazenamento inadequado de

produtos, presença de animais peçonhentos e outras situações de risco que possam

contribuir para a ocorrência de acidentes.

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O fato é que acidentes não acontecem por acaso, eles sempre têm uma falha

envolvida seja humana ou técnica. Os Equipamentos de Proteção Coletiva (EPC)

auxiliam na minimização de riscos, mas é preciso priorizar as soluções com

Equipamentos de Proteções Individuais (EPIs). Os EPIs não devem ser a única forma de

reduzir o risco ambiental, pois não é garantido que o trabalhador irá usar o equipamento

da forma correta.

O acidente de trabalho gera prejuízos, como: paradas de produção, lesões na

mão de obra, perda de produto, custos advocatícios e a empresa pode perder a imagem

diante do mercado. Cada empresa apresenta um estágio de preocupação com os

acidentes e as doenças do trabalho, o que as diferencia é a maneira como tratam as

situações de risco na empresa.

Prevenir acidentes deve ser encarado como redução de custos nos sistemas de

produção.

Ferramentas como a análise preliminar de riscos (APR), descrita na unidade 1,

aplicada pelo próprio operador e ordens de serviço bem observadas podem auxiliar na

conscientização dos trabalhadores. Lembrando que a falha humana é passível de

acontecer e, portanto, o ambiente de trabalho deve estar protegido, prevendo que estas

falhas possam ocorrer.

3.5 – Estudo de caso de fixação de conteúdo da Unidade 3

Em determinada linha de produção, a tarefa é realizada com postura em pé. A

atividade consiste em verificar visualmente a qualidade de peças de azulejo cerâmico de

dimensões 20 x 20 cm e separar os que não estão adequados em caixa localizada atrás

do trabalhador, fazendo com que este gire o tronco constantemente. Ao terminar a

separação de um lote de 10 unidades, o trabalhador ajeita as peças de azulejo sobrantes

e religa a máquina para seguir o processo. Alguns trabalhadores desta linha de produção

já faltaram ao trabalho por dores na coluna ou por cortes nas mãos. As luvas de proteção

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são disponibilizadas, mas alguns funcionários as retiram, alegando dificuldade de pega

das peças.

Espaço para a sua sugestão: identifique os riscos ambientais presentes nesta

linha de produção e apresente pelo menos uma melhoria para este posto de trabalho,

conforme o descrito no enunciado.

______________________________________________________________________

______________________________________________________________________

______________________________________________________________________

______________________________________________________________________

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Unidade 4 – Programas de Prevenção Apresentação do tema

Os programas de prevenção são excelentes ferramentas de planejamento de

medidas de prevenção de doenças e acidentes nas empresas. Não devem ser vistos como

mera obrigação e sim como uma formalidade documental organizada que existe a favor

de ações programadas. Na Unidade 4, vamos discutir os principais programas da área de

segurança do trabalho, mas há outros relacionados nas Normas Regulamentadoras

(NRs) do Ministério do Trabalho e Emprego (MTE), que devem ser aplicados quando o

tipo da atividade o exigir.

A empresa deve, através de Política de Segurança do Trabalho, propor metas e

objetivos em Planos de Saúde e Segurança e fazer isso de forma transparente, com

participação de todos os envolvidos: empregados e terceiros.

Na Unidade 1, falamos sobre ferramentas da prevenção e as duas citadas Análise

Preliminar de Riscos (APR) e a Matriz de Riscos podem ser utilizadas como apoio para

desenvolver os Programas de Prevenção. Quando estudamos a Legislação de Segurança

do Trabalho na Unidade 2, percebemos que a lei existe para que tracemos um

planejamento mínimo de ações. Com isso, nenhum empregado terá sua vida exposta aos

riscos do trabalho, isto é promover a dignidade e valorizar a vida humana.

Com os riscos ambientais conhecidos na Unidade 3, é possível entender o vasto

universo de riscos presentes nas atividades humanas relacionadas ao trabalho, algumas

que apresentam limites de tolerância quanto à exposição e outras que, apesar de não

apresentar limites quantitativos, podem causar doenças e lesões graves. Assim como

prejuízos incalculáveis relacionados à perda de tempo, de material e de vidas humanas.

Para fechar, apresentamos um estudo de caso sobre o conteúdo aprendido de

forma a sintetizar o que foi lido e compreendido nesta Unidade 4 do Módulo II,

concluindo nosso estudo sobre a Segurança do Trabalho. Para aprofundar-se,

recomendamos a leitura da bibliografia utilizada, a leitura das normas regulamentadoras

do Ministério do Trabalho e Emprego, a leitura da legislação da Previdência Social e

outros sites que tratem dos temas aqui dispostos.

Até breve e bons estudos!

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4.1 – Documentos principais: PPRA, PCMSO, LTCAT

Logo no início desta unidade, vamos deixar claro que se houvesse o

compromisso de realizar medidas preventivas nas empresas e o número de acidentes e

doenças do trabalho não fossem tão alarmantes, o Ministério do Trabalho e Emprego

(MTE) nem precisaria formalizar os parâmetros como lei ou norma regulamentadora.

Os documentos principais em um sistema de prevenção são: Programa de

Prevenção de Riscos Ambientais (PPRA) e o Programa de Controle Médico e de Saúde

Ocupacional (PCMSO), que constam respectivamente nas normas regulamentadoras NR

9 e NR 7.

PPRA (Programa de Prevenção de Riscos Ambientais)

Na prática, o PPRA é a concretização da recomendação da Convenção 148 da

Organização Internacional do Trabalho (OIT) pelo Brasil, formalizando-se através da

NR 9. O objetivo do PPRA é reunir em um documento todos os riscos ambientais

relacionados com a atividade que o empregado desenvolve.

É no PPRA que, de forma antecipada, avaliam-se os possíveis riscos da condição

ambiental em determinado momento e se propõe soluções e melhorias, colocando

prazos e responsáveis pela implementação das propostas descritas.

Os cargos descritos no PPRA devem ser exclusivos dos empregados da empresa

na qual o trabalho está vinculado. Outros trabalhadores que exercerem suas atividades

no mesmo local de trabalho devem ter o seu PPRA associado à empresa na qual o

funcionário tem registro. Lembrando que o PPRA foi baseado nas indicações da OIT

que recomendou a Convenção nº 148.

Vendrame (2005) diz que “A implementação do PPRA estará registrada em dois

documentos distintos: o laudo de medições ambientais e o documento base.” Isso

permite a maior clareza do que é definido como objetivos no PPRA.

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As informações contidas neste documento precisam ser divulgadas, pois o

objetivo é que os empregados conheçam os riscos da sua atividade e possam propor

soluções de melhorias. A Comissão Interna de Prevenção de Acidentes (CIPA) também

deve atuar conforme as indicações do PPRA. Mesmo que a empresa contrate os serviços

de uma consultoria para elaborar o PPRA, esta deve coletar as informações do mapa de

risco da CIPA da empresa.

Segundo Vieira (2005), a avaliação dos riscos ambientais e a elaboração de

planilhas são duas importantes ferramentas. Você pode ver algumas dicas sobre como

elaborá-las no exemplo abaixo:

• Riscos: definir claramente o tipo de risco que o trabalhador está exposto.

• Agentes: indicar o agente ao qual o trabalhador está exposto.

• Número de trabalhadores: identificar o número de funcionários que estão

expostos.

• Fonte geradora: analisar a causa geradora de risco.

• Meio de Propagação: entender como se transmitem os agentes agressores.

• Atividades/funções: tentar compreender o método de trabalho.

• Avaliação quantitativa: mensurar valores mesmo os abaixo dos "Limites de

Tolerância" (LT).

• Tempo de exposição: descrever o tempo em que o funcionário fica exposto ao

agente ambiental.

• Medidas de controle existentes: especificar as medidas coletivas e individuais

existentes.

• Indicadores de saúde: verificar as principais queixas de saúde dos

trabalhadores.

• Acidentes já ocorridos: ver as Comunicações de Acidentes de Trabalho (CAT)

já emitidas e buscar informações com o SESMT e trabalhadores quando

possível.

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Apresentamos acima apenas uma sugestão do que deve conter na planilha, mas

cada profissional ou empresa pode estabelecer a sua maneira de analisar os riscos

ambientais.

De fato, é preciso o envolvimento de todos os empregados, empregadores e

terceiros para que o PPRA tenha êxito. O reconhecimento e o gerenciamento dos riscos

evitam prejuízos financeiros e protegem os trabalhadores, pois as doenças e os acidentes

do trabalho ficam reduzidos, melhorando o ambiente de trabalho, a satisfação física e

mental do trabalhador e, como consequência, também melhora a produção e a qualidade

de serviços prestados.

PCMSO (Programa de Controle Médico de Saúde Ocupacional)

O PCMSO não define somente os exames relacionados à ocupação do

empregado, este programa também destaca todas as ações voltadas à saúde, à qualidade

de vida, à prevenção do uso de drogas e do estresse, além de promover campanhas de

vacinação, entre outras medidas.

Com o PCMSO no cronograma de ações, é possível programar palestras

esclarecedoras e informativas em conjunto com as propostas pela CIPA e SESMT.

No PCMSO, são descritos os exames que os empregados devem realizar

conforme os riscos ambientais aos quais estão expostos:

1. Exame admissional;

2. Exame periódico;

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3. Exame de mudança de função;

4. Exame de retorno ao trabalho;

5. Exame demissional.

O PCMSO deve considerar as questões individuais e coletivas, relacionando a

saúde e o trabalho de maneira clínico-epidemiológica.

O documento tem caráter de prevenção, rastreamento e diagnóstico precoce dos

possíveis agravos à saúde advindos do trabalho.

Ao final do PCMSO, deve constar o cronograma de ações de saúde para os

trabalhadores e o relatório anual de resultados. É primordial que a CIPA tenha acesso a

este relatório documental para apoiar a implantação das medidas educativas

relacionadas à saúde dos trabalhadores.

Faz parte do SESMT (Serviço Especializado em Engenharia de Segurança e em

Medicina do Trabalho) o serviço médico coordenado pelo médico do trabalho, portanto,

a empresa deve disponibilizar um local adequado, o mais próximo possível da área de

produção, de forma a possibilitar o atendimento ao trabalhador em caso de acidente. O

técnico de enfermagem e o auxiliar de enfermagem do trabalho devem desenvolver

atividades em conjunto com o médico do trabalho neste ambiente.

(LTCAT) Laudo Técnico das Condições do Ambiente de Trabalho

O LTCAT é utilizado para fins de comprovação da exposição aos agentes

nocivos e é exigido pela Previdência Social de acordo com o decreto nº 4.032 de 26 de

novembro de 2001.

O decreto 4.882, de 18 de novembro de 2003, descreve que deverão constar no

LTCAT informações a respeito da tecnologia de proteção coletiva, das questões

administrativas ou de organização do trabalho e da tecnologia de proteção individual

utilizada que reduza, elimine ou controle os agentes ambientais dentro dos limites de

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tolerância descritos pela NR 15 e NR 16 do MTE e pelos atos normativos da

Previdência Social.

Se nas normas regulamentadoras brasileiras não constarem os valores de

referência, ou seja, os "Limites de Tolerância" (LT), é possível utilizar o padrão de LT

da American Conference of Governmental Industrial Hygienists (ACGIH).

O LTCAT só pode ser elaborado por um engenheiro de segurança do trabalho ou

por um médico do trabalho. É baseado neste laudo que é elaborado o Perfil

Previdenciário Profissiográfico (PPP), este documento permite que o empregado

comprove a sua exposição ao agente ambiental para adquirir o benefício da

insalubridade e para o requerimento de aposentadoria especial.

Enquanto o PPRA e o PCMSO são programas, o LTCAT é um laudo que

apresenta conclusões sobre a insalubridade e a periculosidade. O PPRA e PCMSO

descrevem, ao final do documento, um cronograma com prazos e responsáveis pela

implementação. Vale lembrar que caso ocorra alguma mudança em relação à condição

do ambiente, do processo ou do arranjo físico da empresa, que mude as características

iniciais descritas, será necessário refazer todos os documentos e substituí-los.

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4.2 – Documentos específicos: PPR, PCA e PCMAT

Alguns riscos ambientais exigem atenção maior e por isso são aplicados em

programas como o Programa de Proteção Respiratória (PPR), o Programa de

Conservação Auditiva (PCA) e o Programa de Condições e Meio Ambiente de Trabalho

(PCMAT).

O PCMAT é obrigatório segundo a NR 18, já o PPR e o PCA são programas que

devem ser elaborados quando existirem riscos relacionados à respiração e à audição.

PPR

Se em determinado processo industrial é utilizada uma substância química que

possa provocar danos aos trabalhadores relacionados com a qualidade do ar respirável,

inclusive possibilitando que estes danos sejam letais, esta condição é suficiente para a

elaboração de um PPR.

O PPR é o programa que determina quais são os procedimentos importantes

relacionados ao uso de respiradores em atividades inevitáveis.

O PPR inclui ambientes com pouca ou nenhuma ventilação, ambientes com

concentração de agentes químicos dispersos no ar e espaços confinados. Logo,

atividades realizadas nestes ambientes são perigosas e requerem cuidados específicos

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em relação aos procedimentos técnico-administrativos, à seleção de respiradores, à

guarda e à higienização.

Os procedimentos precisam ser realizados com o Equipamento de Proteção

Respiratória (EPR) e todos os cuidados devem ser descritos, mas é essencial que sejam

considerados os procedimentos para controle e inspeção das áreas de riscos e de

exposição aos agentes químicos, assim como medidas de educação dos trabalhadores

que forem executar tarefas nestas áreas e condições. Na elaboração do PPR, os

trabalhadores que farão uso do EPR e realizarão as atividades devem fazer parte do

processo e opinar sobre as melhores condições quanto aos procedimentos, aos padrões e

à qualidade de equipamentos que serão utilizados.

Observação – Você pode ler todas as recomendações sobre o PPR na íntegra,

acessando o seguinte site:

http://www.fundacentro.gov.br/biblioteca/biblioteca-

digital/publicacao/detalhe/2013/3/programa-de-protecao-respiratoria-recomendacoes-

selecao-e-uso-de-respiradores.

PCA

O Programa de Conservação Auditiva (PCA) é adotado nas medidas de

prevenção dos efeitos danosos do ruído no ambiente de trabalho, de exposição direta ou

indireta. Legalmente, o PCA passou a ser obrigatório através do anexo I (quadro II)

dentro dos requisitos do PCMSO instituídos pela portaria nº 19, de 9 de abril de 1998.

O termo conservação da audição deve ser compreendido no sentido mais amplo

como meio de prevenir o dano do sistema auditivo, uma vez que o programa de

conservação da audição não consiste meramente em colocar à disposição sistemas de

proteção do ouvido às pessoas expostas. (VIEIRA, 2005, p. 119).

No PCA, leva-se em conta o acompanhamento do trabalhador quanto à saúde

ocupacional prevista no PCA, realizada, por exemplo, através de exames audiométricos

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e inclui a possibilidade do grupo de empregados de uma empresa ter Perda Auditiva

Induzida pelo Ruído (PAIR).

O termo PAIR é o utilizado pelo MTE, pela Previdência Social e pelo Ministério

da Saúde, mas em algumas pesquisas pode ser encontrado o termo "Perda Auditiva

Induzida pelo Ruído Ocupacional" (PAIRO). Como já foi salientado na Unidade 3, a

proteção auditiva envolve, sobretudo, o isolamento do ruído no ouvido, na parte interna,

evitando que a vibração atinja o ouvido interno e provoque danos.

No Brasil, o PCA deve ser implantado quando a dose de ruído for superior a

50%, isto corresponde a ambientes com ruído acima de 83 dB e que, neste caso, devem

elaborar o PCA. O PCA segue a seguinte sistemática: medição do ruído, avaliação do

ruído, redução do ruído e monitoramento audiométrico. Em outras palavras, Saliba

(2004) define 4 passos:

1. Identificar os postos de trabalho e as funções onde há exposição ao ruído;

2. Identificar a dose equivalente de ruído. Se a dose estiver acima do limite de

tolerância, será preciso realizar ações preventivas com monitoramento periódico

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da exposição, o controle médico e a comunicação de informações aos

trabalhadores expostos;

3. Criar medidas corretivas que visem reduzir o nível de pressão sonora e o ruído

do ambiente de trabalho;

4. Nesta etapa, o PCA é elaborado e divulgado para empresa e para os empregados.

O cronograma de ações com prazos e responsáveis pela execução das medidas

propostas também deve constar no documento;

5. Realizar a auditoria ou o controle da eficácia do PCA.

O PCA deve ter integração com as medidas preventivas propostas no PPRA e no

PCMSO.

A avaliação do PPRA deve incluir a verificação das audiometrias, confirmando

todas as ações do cronograma e se não houve perda auditiva no grupo de trabalhadores

expostos.

PCMAT

O PCMAT é um conjunto de ações, ordenadas, documentadas e relacionadas à

saúde e à segurança do trabalho, de modo a preservar a saúde e a integridade dos

trabalhadores em diversas etapas de obra, incluindo terceiros e o meio ambiente.

O PCMAT é obrigatório em estabelecimentos com vinte trabalhadores ou mais.

Ele deve ser elaborado por um profissional legalmente habilitado e contemplar as

exigências da NR 9 do PPRA. Como este é um documento voltado para a construção

civil e específico, não poderia ser elaborado da mesma forma que qualquer outro

voltado para uma indústria ou comércio, por isso são consideradas as diversas etapas da

obra e situações como as de área de vivência e canteiro de obras.

Junto ao PCMAT devem constar outros documentos, tais como:

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1. Memorial descritivo, levando em consideração riscos de acidentes e doenças,

além de ações preventivas sugeridas;

2. Projeto de execução das proteções coletivas conforme etapas da obra: fundação,

estrutura/alvenaria e acabamento;

3. Especificação técnica de Equipamento de Proteção Individual (EPI) e

Equipamento de Proteção Coletiva (EPC);

4. Cronograma de implantação de medidas preventivas com prazos estabelecidos e

descrição dos responsáveis pela execução;

5. Desenho do canteiro de obras com as instalações iniciais e previsão das áreas de

vivência;

6. Programa educativo sobre prevenção de acidentes e doenças ocupacionais com a

carga horária já estabelecida.

4.3 – Plano de emergência e contingência, brigadas de emergência

Plano de emergência

Quando um sinistro ocorre, geralmente, as pessoas entram em pânico e ficam

desorganizadas, reduzindo a possibilidade de sobrevivência.

Os planos de emergência têm a finalidade de organizar as ações a serem

executadas nestas situações extremas de emergência e de capacitar os trabalhadores a

reagir de forma mais produtiva em uma situação crítica, salvaguardando as vidas

humanas. O êxito de um plano de emergência depende da participação tanto dos

trabalhadores quanto do empregador.

Sugere-se para a estrutura de um plano de emergência:

Sumário executivo

• Elaborar o propósito do plano com clareza;

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• Promover uma política de gerenciamento de emergência, definindo as

autoridades envolvidas em cada situação de emergência com as

responsabilidades das pessoas-chave;

• Projetar os tipos de emergência que possam ocorrer e os locais que serão usados

para gerenciar emergências em caso de ocorrência.

Elementos da gestão de emergência

• Refletir sobre como será possível controlar a emergência;

• Verificar as comunicações possíveis e como será salvaguardada a vida das

pessoas;

• Definir metas de proteção dos bens da empresa, pensando na questão

administrativa e logística.

Procedimentos definidos para resposta à emergência

• Realizar ações necessárias para cada situação, visando proteger os empregados e

os visitantes;

• Manter a empresa funcionando, evitando a falta de água, de energia elétrica e até

mesmo acidentes de trânsito.

Documentos de apoio

• Identificar as pessoas a serem acionadas;

• Definir atribuições, recursos, plantas, mapas, indicações de hidrantes, áreas

confinadas, rotas de fuga, produtos perigosos, entre outros.

Além de elaborar o documento físico, a empresa deverá dispor de um programa

de treinamento, revisar o plano sempre que necessário e, por fim, distribuir o plano para

as partes interessadas. Os empregados devem conhecer o plano de emergência e serem

informados da programação de treinamento. Além disso, os terceiros devem ser

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integrados ao plano de emergência e devem ser elaboradas formas de divulgação aos

visitantes.

Planos de contingência

Os planos de contingência são elaborados para evitar os danos decorrentes das

situações que possam se transformar em uma emergência ou para que, durante uma

emergência, haja condições de limitar os danos, levando-se em conta os diversos

impactos que podem prejudicar o patrimônio e a vida.

Um plano de contingência mais elaborado, certamente, gerará um custo maior,

mas somente a partir da identificação do que é importante para a empresa, será possível

comparar e elaborar um plano de contingência dentro da realidade institucional.

Um plano de contingência se bem elaborado e desenvolvido, reduz os custos em

caso de acidentes.

Assim, todos os processos da empresa que estejam relacionados com as

possíveis falhas devem estar descritos, assim como as ações de operacionalização e

responsabilidades formais. A ideia central do plano de contingência é restabelecer de

maneira ágil e rápida as condições antes da situação crítica e monitorar situações

imprevisíveis e previsíveis.

Brigadas de emergência

As brigadas de emergência são equipes preparadas para executar as principais

ações definidas no plano de emergência e de contingência. Não só para o combate a

incêndio, mas para qualquer situação de emergência que possa afetar a vida.

A NBR 14276 de 1999 prevê treinamento de brigada de emergência de 16 horas,

sendo destinadas para treinamento prático e conhecimento teórico. Esta capacitação

deve ocorrer a cada 12 meses ou quando houver alteração de 50% dos membros da

brigada.

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Em Camillo Junior e Leite (2008), encontramos recomendações quanto à adoção

do método simples de verificação da adequação do número de brigadistas em função do

número de extintores conforme a fórmula:

(número de hidrantes x 3) + ( número de extintores / 2)

2

Este cálculo é interessante se a empresa possuir um sistema preventivo de

incêndio instalado e serve apenas para conhecimento, o correto é seguir a NBR 14.726

de 1999 que leva em conta a população fixa e a tabela 1 da referida norma.

Conforme Camillo Junior e Leite (2008), as brigadas podem ser classificadas

em:

1. Brigada de incêndio: é a brigada designada para combater incêndios em fase

inicial;

2. Brigada de abandono: treinada para operacionalizar a retirada de pessoal que

ocupa a edificação;

3. Brigada de emergência: inclui funções de brigada de incêndio e brigada de

abandono. Atuam em situações específicas, como: vazamentos de produtos

perigosos, inundações e explosões.

Para garantir a segurança em uma emergência, antes do atendimento às vítimas,

recomenda-se os seguintes procedimentos:

1. Sinalização e isolamento do local;

2. Verificação dos EPIs e EPCs;

3. Comunicação com o Corpo de Bombeiros da região, que deve ser acionado

sempre pelo telefone 193;

4. Liberação com rapidez e segurança das vias trafegáveis;

5. Atenção especial aos outros riscos decorrentes do evento inicial.

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4.4 – Política e normas de segurança, integração entre empresa,

funcionários, sindicatos, SESMT e CIPA.

O primeiro passo ao elaborar uma política de segurança do trabalho em uma

instituição é a percepção de que uma empresa de pequeno porte não é uma miniatura de

uma grande empresa e, desta forma, apresenta diferenças de gestão.

Tanto a política de segurança do trabalho como as normas de segurança do

trabalho devem ser descritas com clareza para os empregados. Buscar medidas

continuadas de prevenção de acidentes e doenças do trabalho representa um

compromisso louvável da empresa. É como se a empresa dissesse: "esta empresa se

preocupa com a saúde e a segurança". Logo, estabelecer a política de segurança do

trabalho é o ponto de partida para toda organização que busca eficácia nesta área.

Mais importante do que as palavras são as ações desenvolvidas a partir do

compromisso e da responsabilidade assumida com a Política de Segurança do Trabalho.

Como forma de exercício, você pode tentar elaborar a política de segurança da empresa

onde trabalha.

As normas de segurança não devem ser confundidas com as ordens de serviço de

segurança do trabalho. Normas e ordens de serviço têm papel diferente. Se a empresa

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não estabelecer normas de segurança, não poderá exigir que um empregado as cumpra.

As ordens de serviço são direcionadas para a execução de tarefas com segurança.

O empregador fornece os meios de concretizar as ações em prol da prevenção e

os representantes do SESMT possuem a função de manter a empresa com índices

aceitáveis de acidentes e doenças do trabalho, de modo que se cumpra o "direito à vida".

A CIPA tem a função de educar e conscientizar os trabalhadores dos riscos de suas

atividades, ou seja, prezar pelo que é determinado nos programas de prevenção que

foram comentados nesta Unidade 4.

Os sindicatos de categorias devem promover a saúde e a segurança do trabalho e

em casos de situações de risco, eles podem intervir e exigir das empresas melhorias

imediatas para garantir a integridade física dos trabalhadores. Todos os programas de

prevenção devem ser desenvolvidos considerando a integração de medidas entre os

envolvidos. O Ministério do Trabalho e Emprego tem o papel de fiscalizar o

cumprimento do que pede a lei, quando, na verdade, a sua função deveria ser de apoio

em relação ao entendimento das normas regulamentadoras, decretos e portarias.

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4.5 – Estudo de caso de fixação de conteúdo da Unidade 4

Os programas de prevenção aqui apresentados não são os únicos previstos na

legislação e nem mesmo as únicas formas de tratar os riscos ambientais nas

organizações. A NR 12 prevê o Programa de Prevenção de Riscos em Prensas e

Similares (PPRPS), por exemplo, assim como as Normas Regulamentadoras de

Segurança do Trabalho são alteradas constantemente e mais orientações e programas

são indicados além dos aqui previstos neste estudo.

Imagine-se na seguinte situação: uma máquina da empresa onde trabalha tem

sido motivo de acidentes graves e você detecta que o perigo ocorre quando os

trabalhadores colocam a mão na região onde há uma correia e uma polia, de transmissão

de força.

FIGURA 02: SISTEMA POLIAS E CORREIA

FONTE: ADAPTADO PELO AUTOR

Ao analisar o risco de acidente, é possível reduzir ou eliminar a possibilidade

de acidentes. Por este motivo, a CIPA solicitou apoios dos trabalhadores do setor que

utilizam esta máquina para sugestão de melhorias. Depois da coleta de sugestões, a

CIPA entregará ao SESMT ou ao responsável as sugestões para constarem

simultaneamente no PPRA e no PPRPS.

correia

polia

polia

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As sugestões aceitas pela empresa foram:

• Confecção de telas de proteção com espaçamento de menos de 1 cm

a serem fixadas no local do sistema de polias e correia.

• Instalação de placa de advertência, sinalizando a área de risco de

polias e correias.

a) Espaço para a sua sugestão. Preencha o quadro abaixo quanto à adoção de

medidas, completando-o com a segunda sugestão descrita acima.

item Discriminação Ação de melhoria Prazo Responsável

01

Telas metálicas de

proteção com

espaçamento de

menos de 1 cm.

Confecção de

telas a partir de

medidas das

áreas de polias e

correia das

máquinas.

1(uma) semana para

medição de tamanho e

quantidade.

2 (duas) semanas para

confecção das telas.

1 (uma) semana para

instalação das telas.

Departamento

de manutenção

da empresa.

Empresa

terceirizada.

Departamento

de manutenção

da empresa.

02

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Encerramento

O fato é que toda empresa que inicia um processo produtivo deve considerar

que o risco ambiental já está presente e que precisa preocupar-se com a saúde e

integridade de seus trabalhadores. Se por um lado as leis estabelecem o mínimo a ser

cumprido para esta finalidade, mais pode ser feito pela prevenção de doenças e

acidentes do trabalho.

Uma empresa reativa cumpre o que a lei determina, elabora documentos,

programas e laudos, fornece Equipamentos de Proteção Individual (EPI), Equipamentos

de Proteção Coletiva (EPC) e faz as ordens de serviço.

Já a empresa proativa vai além e busca a excelência na segurança do

trabalhador. Algumas buscam a certificação, outras aplicam políticas de segurança bem

descritas, mas nem sempre a realidade reflete o que os documentos descrevem.

Portanto, a prevenção se conquista dia a dia com o envolvimento de todos e

com a percepção de que cada trabalhador precisa cuidar da sua própria saúde e

segurança no desenvolver da sua atividade, por ser seu direito e seu dever diante do que

a empresa dispõe e propõe nos diversos programas aqui discutidos.

Boa sorte!

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40

Bibliografia

FIGUEIREDO, Antonio M. GUILHERM, Dirce. Ética e moral. Revista Interthesis. v. 5.

n. 1. Florianópolis: 2008. Disponível em: <

http://repositorio.unb.br/bitstream/10482/2334/1/ARTIGO_%C3%89ticaMoral.pdf>

Acesso em: 18 abr. 2014.

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