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SECRETARIA DE ESTADO DA EDUCAÇÃO – SEED

SUPERINTENDÊNCIA DA EDUCAÇÃO - SUED

DIRETORIA DE POLÍTICAS E PROGRAMAS EDUCACIONAIS - DPPE

Ficha para Catálogo - Artigo Final

Professor PDE/2010

Título OBJETOS DE APRENDIZAGEM NO ENSINO DA MATEMÁTICA: UMA PROPOSTA PEDAGÓGICA

Autor Anágela Cristina Morete Felix

Escola de Atuação Colégio Estadual Rui Barbosa

Município da Escola Abatiá

Núcleo Regional de Educação

Jacarezinho

Orientador João Coelho Neto

Instituição de Ensino Superior

Universidade Estadual do Norte do Paraná - Campus Cornélio Procópio (UENP CCP)

Área do Conhecimento/ Disciplina

Matemática

Público Alvo Alunos 2ª. série do EM

Localização Colégio Estadual Rui Barbosa

Rua 19 de dezembro, 343, Centro – Abatiá – PR.

Resumo:

O objetivo deste trabalho é ressaltar a importância dos recursos tecnológicos aplicados ao ensino da Matemática, levando em conta as necessidades dos alunos. O trabalho proposto visa a enriquecer as práticas pedagógicas dos professores de Matemática por meio do uso de Objetos de Aprendizagem (OA). O método de pesquisa utilizado foi o da pesquisa qualitativa, na modalidade pesquisa-ação, o OA apresentado, como exemplo, foi “Introdução à Arquitetura”, que contempla o conteúdo Geometria Plana, e suas atividades foram realizadas pelos alunos da 2ª série do ensino médio no laboratório de informática do C.E Rui Barbosa – EM, município de Abatiá-PR. O conteúdo composto por temas e exemplos de OA apresentou-se de maneira criativa e interessante, colaborando com a construção do conhecimento pelo aluno por meio de discussão, exploração e interação.

Palavras-chave: Ensino Médio; Geometria; Matemática; Objetos de Aprendizagem; Tecnologia.

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OBJETOS DE APRENDIZAGEM NO ENSINO DA MATEMÁTICA:

UMA PROPOSTA PEDAGÓGICA

Anágela Cristina Morete FELIX1

João COELHO NETO2

RESUMO

O objetivo deste trabalho é ressaltar a importância dos recursos tecnológicos aplicados ao ensino da Matemática, levando em conta as necessidades dos alunos. O trabalho proposto visa a enriquecer as práticas pedagógicas dos professores de Matemática por meio do uso de Objetos de Aprendizagem (OA). O método de pesquisa utilizado foi o da pesquisa qualitativa, na modalidade pesquisa-ação, o OA apresentado, como exemplo, foi “Introdução à Arquitetura”, que contempla o conteúdo Geometria Plana, e suas atividades foram realizadas pelos alunos da 2ª série do ensino médio no laboratório de informática do C.E Rui Barbosa – EM, município de Abatiá-PR. O conteúdo composto por temas e exemplos de OA apresentou-se de maneira criativa e interessante, colaborando com a construção do conhecimento pelo aluno por meio de discussão, exploração e interação.

Palavras-Chave: Ensino Médio; Geometria; Matemática; Objetos de Aprendizagem; Tecnologia.

ABSTRACT

O objetivo deste trabalho é ressaltar a importância dos recursos tecnológicos aplicados ao ensino da Matemática, levando em conta as necessidades dos alunos. O trabalho proposto visa a enriquecer as práticas pedagógicas dos professores de Matemática por meio do uso de Objetos de Aprendizagem (OA). O método de pesquisa utilizado foi o da pesquisa qualitativa, na modalidade pesquisa-ação, o OA apresentado, como exemplo, foi “Introdução à Arquitetura”, que contempla o conteúdo Geometria Plana, e suas atividades foram realizadas pelos alunos da 2ª série do ensino médio no laboratório de informática do C.E Rui Barbosa – EM, município de Abatiá-PR. O conteúdo composto por temas e exemplos de OA apresentou-se de maneira criativa e interessante, colaborando com a construção do conhecimento pelo aluno por meio de discussão, exploração e interação.

Key-words: High School; Geometric; Mathematic; Learn Object; Technology.

1 Professora da Rede Estadual de Ensino do Estado do Paraná, participante do PDE – Turma 2010,

e-mail: [email protected].

2 Professor Orientador do Colegiado de Matemática, da Universidade Estadual do Norte do Paraná –

Campus de Cornélio Procópio (UENP CCP).

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1 INTRODUÇÃO

Nos dias atuais, a tecnologia está cada vez mais presente no nosso cotidiano.

Diante disso, a escola não deve ficar alheia a essas tecnologias, pois o uso dos

recursos tecnológicos pode trazer vários benefícios, tais como: inclusão digital,

socialização de programas educacionais e contribuição das estratégias de ensino.

Atualmente, as Escolas Públicas do Estado do Paraná estão providas de

diversos recursos midiáticos, como: DVD, TV multimídia, computadores, internet,

entre outros, com intuito da melhoria da qualidade do ensino.

Com a implantação do laboratório de informática nas escolas, o computador

surge como ferramenta pedagógica auxiliadora para os alunos. Os usos dos

recursos midiáticos se tornam uma proposta pedagógica a qual poderá contribuir no

processo de ensino e aprendizagem do conteúdo proposto.

O ensino da Matemática prevê estratégias que promovam a construção do

conhecimento pelo aluno, com noções claras a respeito das relações matemáticas,

assim como suas possibilidades e potencialidades.

Privilegiar o pensar e fazer do aluno durante a construção do conhecimento

faz do professor um orientador, estimulador e incentivador da aprendizagem. Nas

Diretrizes, a Educação Matemática é um campo de estudo que possibilita ao

professor determinar sua ação docente, por meio de uma ação crítica, que concebe

a Matemática como atividade humana em construção (PARANÁ, 2008).

O ensino e aprendizagem da Matemática devem propiciar aos alunos sentido,

ou seja, que a Matemática ensinada nas salas de aula estabeleça relação entre a

teoria e a prática, de maneira que eles sejam capazes de estabelecer relações,

justificar, analisar, discutir e criar (PARANÁ, 2008). Deve-se, então, buscar novas

maneiras de ensinar que contribua com a construção do conhecimento matemático.

A utilização de objetos de aprendizagem no ensino da Matemática, quando

bem escolhidos, ajuda o aluno em várias etapas do processo de aprendizagem, tais

como: relacionar novos conhecimentos com os que já sabiam, fazer e testar

hipóteses, pensar onde aplicar o que estão aprendendo, expressar-se por meio de

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várias linguagens, aprender novos métodos, novos conceitos, e a ser crítico. Além

disso, motivam e contextualizam o conteúdo a ser tratado (NUNES, 2004).

Nesse contexto, o professor é levado a buscar novos conhecimentos acerca

da tecnologia, tornando-se um constante pesquisador a respeito dos recursos

tecnológicos para efetivas mudanças em sua prática pedagógica.

No âmbito educacional, os recursos tecnológicos devem ser utilizados como

ferramentas pedagógicas para auxiliar o processo de ensino e aprendizagem. Neste

contexto, o professor deve buscar conhecimentos acerca desses recursos utilizando-

-os de forma planejada com propósitos pedagógicos visando à melhoria da

qualidade do ensino (PARANÁ, 2008).

Abordar atividades matemáticas utilizando-se dos recursos midiáticos enfatiza

um aspecto fundamental da disciplina, que é a experimentação. Assim, ao se fazer

uso desses recursos como suporte ao apoio à construção de conceitos matemáticos,

pode-se valorizar o processo de construção do conhecimento. Esses recursos

propiciam a resolução de problemas através do uso do computador, uma ferramenta

que favorece o interesse, a motivação do aluno a explorar, a pesquisar, a refletir

sobre o conteúdo estudado (PARANÁ, 2008).

No laboratório de informática, com a utilização de computadores e internet, se

fará uso de OA, que serão os recursos digitais cuja finalidade será a de auxiliar o

processo educacional. A sua utilização prevê contribuição na qualidade do processo

pedagógico, tendo como objetivo a melhoria da qualidade do processo ensino e

aprendizagem da Matemática.

A proposta deste projeto é a utilização de objetos de aprendizagem (OA)

disponíveis em sítios de grupos de estudos e pesquisas de universidades

conceituadas de todo o país.

Dessa maneira, o uso das mídias no processo de ensino e aprendizagem da

Matemática vem para proporcionar aos alunos uma aprendizagem que os ajude a

resolver os problemas encontrados no dia a dia, tornando-os críticos e capazes de

atuar na sociedade.

Assim, o professor recorre a metodologias que possibilitem que a Matemática

ensinada nas salas de aula faça sentido, ou seja, que favoreça a aprendizagem e

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estabeleça relação entre a teoria e a prática do conteúdo estudado, com o objetivo

de tornar possível aos alunos a aprendizagem e a valorização da Matemática,

desmistificando-a como uma disciplina difícil de ser aprendida, abstrata e sem

sentido.

A utilização de Objetos de Aprendizagem no ensino e aprendizagem de

conteúdos matemáticos é uma proposta pedagógica que visa a uma aprendizagem

satisfatória por meio da inserção do computador como ferramenta educacional no

intuito de contribuir com esta disciplina.

Diante disto, questiona-se: como os Objetos de Aprendizagem podem auxiliar

o processo de ensino e aprendizagem da Matemática no Ensino Médio?

O projeto tem como propostas: analisar as possibilidades do uso de Objetos

de Aprendizagem para auxiliar o processo de ensino e aprendizagem de Geometria;

analisar como os Objetos de Aprendizagem podem auxiliar o processo de ensino e

aprendizagem da Matemática; analisar como esses recursos possibilitam a

aprendizagem da Geometria e Analisar os resultados propostos.

No desenvolvimento do projeto, será utilizada a pesquisa de caráter

qualitativa na modalidade pesquisa-ação, com base nas interpretações de

questionários, observações na sala se aula e de documentos produzidos pelos

participantes.

O artigo está estruturado da seguinte maneira. Na seção 1 é feita uma

introdução referente ao tema em estudo; na seção 2, aporte teórico, é feito um breve

histórico da tecnologia na Educação e na Educação no Estado do Paraná, aborda

também os Objetos de Aprendizagem; na seção 3, é feita a trajetória metodológica,

destacando o inicio da implementação e o trabalho no laboratório de informática; a

análise dos dados está na seção 4; a seção 5 é dedicada às considerações acerca

do trabalho.

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2 APORTE TEÓRICO

Nessa seção abordar-se-á o aporte teórico da Informática na Educação, para

auxiliar na compreensão do uso das tecnologias da informação e comunicação (TIC)

em sala de aula.

2.1 Breve histórico da Tecnologia na Educação

As primeiras experiências do uso do computador na educação aconteceram

na década de 50. Em 1955, foi utilizado na resolução de problemas em cursos de

pós-graduação e, em 1958, como máquina de ensinar, no Centro de Pesquisa

Watson da IBM e na Universidade de Illinois (VALENTE, 1999).

O uso do computador nessa época era armazenar informação em uma

determinada sequência e transmiti-la ao aluno. Atualmente, a utilização dos

computadores na educação vai além da transmissão de informação ao aluno. O

computador pode ser utilizado para enriquecer ambientes de aprendizagem e

auxiliar o aluno no processo de construção do seu conhecimento (VALENTE, 1999).

No Brasil, o uso das tecnologias na educação esteve voltado para o ensino a

distância. O Instituto Rádio-Monitor, em 1939, e o Instituto Universal Brasileiro, em

1941, realizaram as primeiras experiências educativas com o rádio (ALTOÉ e SILVA,

2005).

Em 1969, no Brasil, deu-se início às experiências educativas por meio da

Televisão Cultura, que passou a transmitir o curso Madureza Ginasial. Nessa

mesma época, o sistema de Televisão Educativa (TVE) do Maranhão passou a

desenvolver atividades educativas de 5ª à 8ª série. A fundação Teleducação do

Ceará (FUNTELC), mais conhecida como Televisão Educativa (TVE) do Ceará,

também começou em 1974 a desenvolver ensino regular de 5ª à 8ª série (ALTOÉ e

SILVA, 2005).

O telecurso 2º grau foi um projeto direcionado para o mundo do trabalho,

desenvolvido desde 1978, implementado pela Fundação Roberto Marinho (FRM) em

parceria com a Fundação Padre Anchieta e a Federação das Indústrias do Estado

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de São Paulo (FIESP). Devido ao sucesso do projeto, em 1981 foi criado o

Telecurso 1º grau, com apoio do MEC e da Universidade de Brasília (UnB). A série

sofreu uma revisão metodológica, voltada para educação, com o nome de Telecurso

2000. O Telecurso 2000 foi designado de Ensino e não Educação a Distância

(ALTOÉ e SILVA, 2005).

No Brasil, as políticas de implantação da informática na escola pública têm

sido norteadas na direção da mudança pedagógica. Isso vem ocorrendo desde

1982, quando essas políticas começaram a serem traçadas (VALENTE, 1999).

Valente (1999, p.1) mostra que “a Informática na Educação refere-se à

inserção do computador no processo de ensino e aprendizagem de conteúdos

curriculares de todos os níveis e modalidades de educação”.

Nesta concepção, ressalta-se o papel do professor para obter conhecimento

a respeito dos potenciais educacionais do computador e ser capaz de utilizá-lo

adequadamente em atividades que favoreçam o ensino e aprendizagem.

A Informática na Educação, no Brasil, nasceu a partir do interesse de

educadores de algumas universidades brasileiras motivados pelo que já vinha

acontecendo em outros países, como Estados Unidos da América e França

(VALENTE, 1999).

No Brasil, o uso do computador na educação teve início com algumas

experiências em universidades, na década de 70. Em 1971, foi realizado na

Universidade Federal de São Carlos um seminário sobre o uso de computadores no

ensino de Física. Na Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), em 1973, o

Núcleo de Tecnologia Educacional para a Saúde e o Centro Latino Americano de

Tecnologia Educacional (NUTES/CLATES) usou software de simulação no ensino

de Química. Na Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS), nesse

mesmo ano, realizaram-se algumas experiências, usando simulação de fenômenos

de Física com alunos de graduação. Ainda nesse mesmo ano, os pesquisadores

criaram o Laboratório de Estudos Cognitivos (LEC), para auxiliar crianças e

adolescentes da rede pública nas dificuldades da aprendizagem de matemática

(BORBA; PENTEADO, 2005).

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Ainda em Borba; Penteado (2005) mostram que, em 1974, na UNICAMP, foi

desenvolvido um software parecido com CAI (Computer-Aided Instruction), instrução

auxiliada por computador, para o ensino de fundamentos de programação BASIC.

Em 1975, Seymour Papert e Marvin Minsky visitaram o Brasil e lançaram as

primeiras ideias da linguagem LOGO. Em 1976, um grupo de professores do

Departamento de Ciência de Computação produziu o documento “Introdução a

Computadores” financiado pelo Programa de Expansão e Melhoria do Ensino

(PREMEN/MEC). Nesse mesmo ano, foram iniciados os primeiros trabalhos como o

uso de Logo com crianças.

Em maio de 1983, foi criado o Núcleo de Informática Aplicada à Educação

(NIED). Devido ao primeiro e ao segundo Seminário Nacional de Informática em

Educação realizados, respectivamente, na Universidade de Brasília em 1981 e na

Universidade Federal da Bahia em 1982, estabeleceram um programa de atuação

que originou o EDUCOM (Computadores na Educação) e que foi implantado pela

Secretaria Especial de Informática (SEI) e pelo MEC, com suporte do CNPq e FINEP

órgãos do Ministério de Ciência e Tecnologia (MCT) (VALENTE, 1999).

O projeto EDUCOM foi realizado em cinco universidades: Universidade

Federal de Pernambuco (UFPE), Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG),

Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), Universidade Federal do Rio

Grande do Sul (UFRGS) e Universidade Estadual de Campinas (UNICAMP). O

objetivo do projeto era criar centros pilotos em universidades brasileiras para

desenvolver pesquisas sobre as diversas aplicações do computador na educação

(VALENTE, 1999).

Por meio do EDUCOM iniciou-se o projeto FORMAR (FORMAR I – 1987

FORMAR II – 1989) com intuito de formar pessoas para trabalhar na área de

informática educativa. Foram oferecidos cursos de especialização para pessoas de

vários estados. Estas, por sua vez, ao final do curso, deveriam atuar como

multiplicadores em sua região. Isso possibilitou o surgimento dos CIED (Centros de

Informática Educacional) em 17 estados brasileiros (BORBA; PENTEADO, 2005).

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Em 1989, foi lançado pelo MEC o Programa Nacional de Informática na

Educação (PRONINFE), dando continuidade às iniciativas anteriores, contribuindo

para a criação de laboratórios e centros para a capacitação de professores.

Valente (1999) mostra que com base nas experiências desses projetos surgiu

o programa atual do governo. Em 1997, foi criado o Programa Nacional de

Informática na Educação (PROINFO), vinculado à Secretaria de Educação a

Distância (SEED/MEC). O programa prevê o uso pedagógico das tecnologias de

informação e comunicação (TIC) na rede pública de educação básica. Reformulado

em 2007, com a ampliação do seu escopo, o programa leva às escolas

computadores, recursos digitais e conteúdos educacionais digitais, bem como oferta

cursos de formação continuada aos professores e gestores. Para 2010, a previsão é

que 104.373 laboratórios sejam adquiridos; 55.000 escolas estejam conectadas a

internet; 550.000 professores e gestores sejam capacitados pelo programa.

Apesar dos trabalhos realizados nos centros do EDUCOM e nos outros

centros de informática na educação, as mudanças pedagógicas não ocorrem como

esperado, ou seja, não basta equipar as escolas com computadores. São

necessárias mudanças pedagógicas no sistema educacional como um todo: na

organização da escola, na dinâmica da sala de aula, no papel do professor e dos

alunos e na relação com o conhecimento (VALENTE, 1999).

2.2 Breve histórico da Tecnologia na Educação no Estado do Paraná

Por volta dos anos de 1984 e 1985, iniciaram-se as primeiras propostas para

implementação da Informática Educativa no Estado do Paraná.

Professores, estudiosos e pesquisadores pertencentes do antigo Centro de

Pesquisa de Ciências do Paraná (CECIP/PR) e Centro de Educação e Informática

do Paraná (CECIPAR/PR) desenvolveram projetos na área de Ciências e

apresentavam em seminários nos Estados do Paraná, Santa Catarina e Rio Grande

do Sul (BELINE, 2006).

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Em 1988, criou-se o Centro de Informática Educativa (CIED), no Núcleo

Regional de Maringá. Em 1997, por meio do programa PROINFO são criados

Núcleos de Tecnologia na Educação (NTE). (BELINE, 2006).

Beline (2006) mostra que os NTE são responsáveis pela capacitação dos

professores na rede pública em Informática Educativa. No Paraná, são criados 12

NTE nas seguintes cidades: Campo Mourão, Cascavel, Cornélio Procópio, Curitiba,

Foz do Iguaçu, Guarapuava, Londrina, Maringá, Pato Branco, Ponta Grossa,

Telêmaco Borba e Umuarama.

São lançados em 2003, pelo Governo do Estado do Paraná, o Programa

Paraná Digital e o Portal Dia a Dia Educação, ambos com finalidades de

desenvolvimento do uso pedagógico da tecnologia de informação e comunicação

com base em Software Livre e na Construção Colaborativa do Conhecimento. Em

2004, foram criados a Coordenação Estadual de Tecnologia na Educação (CETE) e

32 Coordenações Regionais de Tecnologia na Educação (CRTE) nos 32 Núcleos

Regionais da Educação no Estado do Paraná. A nomenclatura NTE muda-se para

CRTE (BELINE, 2006).

Segundo a CETE, tais órgãos são “responsáveis pela pesquisa, capacitação e

publicação de informações concernentes ao uso de recursos tecnológicos no

contexto escolar público do Estado do Paraná” (BELINE, 2006, p.64).

Subordinada ao Centro de Excelência em Tecnologia Educacional do Paraná

(CETEPAR), a CETE foi criada pela Secretaria de Estado da Educação (SEED),

para dar apoio às ações do Programa Paraná Digital e também ao Portal Dia a Dia

Educação (OLIVEIRA, 2006).

O Programa Paraná Digital tem como função garantir, através de uma rede de

computadores, aos professores e alunos da rede pública de educação básica,

acesso às Tecnologias da Informação e Comunicação e também ao Portal Dia a Dia

Educação, que disponibiliza conteúdos de forma pedagógica, auxiliando os

professores no preparo das aulas, além de fornecer várias informações

administrativas para as escolas (OLIVEIRA, 2006).

O Portal Dia a Dia Educação foi concebido para ser integrado ao cotidiano

escolar, tornando o Estado do Paraná um provedor autônomo de sistemas de

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informação de cunho educacional. Um produto com identidade própria, fruto da

construção coletiva de seus educadores, em suas várias instâncias, e moldado para

ser referência no que diz respeito à democratização do ensino e incorporação dos

benefícios da Tecnologia de Informação e Comunicação à vida social deste país

(OLIVEIRA, 2006).

O Portal Dia a Dia Educação tem como missão:

[...] promover uma reforma muito mais profunda e ampla do que simplesmente a sociabilização do saber, implantando um modelo de aprendizagem colaborativa no hipermeio, reconhecendo e valorizando os saberes acumulados na Rede de Educação Pública Estadual, tornando-se um veículo de informação e de expressão cultural e acadêmica de seus educadores, atendendo a toda a comunidade escolar, num processo aberto, interativo, constante e dinâmico, visando um salto cultural e social no Paraná (Portal, 2011).

Em Beline (2006) mostra que as ações e iniciativas do Portal preveem:

▪ a instrumentalização dos educadores por meio do acesso a conteúdos

concernentes às diversas áreas do conhecimento e outras informações e recursos

didático-pedagógicos;

▪ a divulgação de informações institucionais tornando-se um receptáculo de

dados advindos de diferentes instâncias da Secretaria de Estado da Educação do

Paraná;

▪ a estruturação de uma rede de comunicação efetiva entre todos os

envolvidos no processo educativo e comunidade educacional;

▪ o resgate da identidade do professor da escola pública paranaense,

propiciando a veiculação de sua produção intelectual e fomentando a criação de

comunidades virtuais de aprendizagem, envolvendo todos os atores da Educação

Básica do Estado do Paraná.

O Portal é destinado aos educadores, alunos, escola e comunidade.

Em junho de 2006 ocorreu o lançamento da TV Paulo Freire, um canal

exclusivamente educacional para o Paraná. Com o uso da tecnologia, do trabalho

consciente e com uma programação variada, tem como objetivo aprimorar a

formação de professores, proporcionar fontes de pesquisa e recursos na relação

ensino e aprendizagem. Trabalha com quatro categorias: formação do professor,

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informativos, conteúdos complementares ao currículo e campanhas de mobilização

(MELLO, 2008).

Além da implantação de laboratórios de informática nas escolas Estaduais

com o Paraná Digital em parceria com o PROINFO, em 2007, é implantada a TV

Pendrive e em 2009 foi implantado o projeto Um Computador por Aluno (UCA). No

Paraná, (UCA) – encabeçado pelo Ministério da Educação (MEC) – tem como meta

avaliar a funcionalidade pedagógica da máquina em sala de aula (GONÇALVES,

2011).

2.3 Objetos de Aprendizagem

Ao utilizar o computador na educação é necessário que seja definido a sua

função, de maneira que o seu uso seja adequado em termos de conteúdo,

metodologia e objetivos.

Valente (1999), ao analisar os diferentes usos do computador na educação,

apresenta dois resultados importantes:

[...] Primeiro: O computador pode tanto passar informação ao aprendiz,

quanto auxiliar o processo de construção do conhecimento e de compreensão do que fazemos. Segundo: Implantar computadores nas escolas, sem o devido preparo de professores e da comunidade escolar, não trará os benefícios que esperamos (VALENTE, 1999, p.97-98).

Verifica-se a importância da preparação do professor para trabalhar com os

recursos tecnológicos visando ao alcance de uma educação de qualidade.

[...] se o professor não tiver espaço para refletir sobre as mudanças que acarretam a presença da informática nos coletivos pensantes, eles tenderão a não utilizar essas mídias, ou a utilizá-las de maneira superficial, domesticando, portanto, essa nova mídia. (BORBA; PENTEADO, 2005, p.88)

A utilização da internet, além do computador, como ferramenta pedagógica,

vem consolidando-se no âmbito educacional. A interatividade, a facilidade no acesso

à informação e a comunicação dinâmica são algumas características positivas dessa

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ferramenta. Essa, enquanto ferramenta pedagógica, auxilia o processo de

construção e produção de conhecimento (KALINKE, 2003).

O uso desses recursos tecnológicos pode promover mudanças na educação,

desde que sua aplicabilidade esteja voltada para ações pedagógicas.

Para que as tecnologias de informação e comunicação possam trazer alterações no processo educativo, no entanto, elas precisam ser compreendidas e incorporadas pedagogicamente. Isso significa que é preciso respeitar as especificidades do ensino e da própria tecnologia para poder garantir que o seu uso, realmente, faça diferença. (KENSKI, 2007, p.46)

Os recursos tecnológicos não vão modificar sozinhos os processos de ensino

e aprendizagem. Cabe ao professor mudar as formas de ensinar e aprender, tendo

muito claro quando e como usar esses recursos como ferramenta pedagógica para

estimular a aprendizagem (VALENTE 1999).

A utilização dos recursos tecnológicos por si só não aumenta a motivação do

aluno, por isso, a proposta de trabalho deve ser interessante e o ambiente de

aprendizagem desafiador, para que os alunos participem com empenho e tenham

interesse pelo conhecimento (TERUYA, 2005).

Com o avanço tecnológico, vários materiais didáticos estão sendo utilizados

para contribuir no processo de ensino e aprendizagem. Um desses materiais são os

Objetos de Aprendizagem (OA). Esses podem ser compreendidos como “qualquer

recurso digital que possa ser reutilizado para o suporte ao ensino” (BRASIL, 2007

apud WILEY, 2000), ou seja, é uma tecnologia que pode ser usada e reutilizada para

auxiliar o processo de ensino e aprendizagem.

Os OA podem ser criados em qualquer mídia ou formato. Contêm desde uma simples animação ou uma representação de slides, até elementos complexos, como simulações construídas através de sofisticados recursos computacionais. Não há limite de tamanho para estes objetos, porém, existe o consenso de que ele deve ter um propósito educacional definido, um elemento que estimule a reflexão do estudante (BRASIL, 2007, p.20).

Eles utilizam imagens, animações, arquivos de textos, hipertextos, dentre

outros. São desenvolvidos com a intenção de contribuir no processo de ensino e

aprendizagem e incentivar o uso de novas tecnologias no contexto escolar (BRASIL,

2007).

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A finalidade de um OA é atuar como recurso didático interativo, abrangendo

certo conteúdo de uma disciplina, para auxiliar o ensino aprendizagem do conteúdo

abordado em sala de aula.

Vários fatores são favoráveis ao uso de OA no âmbito educacional. Dentre

eles, destacam-se:

● Flexibilidade: Os OA são construídos de forma simples e flexíveis, podendo ser reutilizados; ● Facilidade de atualização: Basta que todos os dados relativos ao objeto estejam em um mesmo banco de informações; ● Customização: Os OA são independentes, podendo ser usados em vários cursos ao mesmo tempo, e cada instituição pode utilizar-se dos objetos e arranjá-los da maneira que for mais conveniente; ● Interoperabilidade: Os OA podem ser utilizados em qualquer plataforma de ensino e ser armazenados em um banco de dados que pode ser chamado de repositório. (BRASIL, 2007, p. 20)

A utilização dos recursos midiáticos, na forma de OA, visa à melhoria do

processo de ensino e aprendizagem da Matemática, bem como o incentivo para o

uso das novas tecnologias nas escolas.

3 TRAJETÓRIA METODOLÓGICA

A trajetória metodológica deu-se pelo uso dos recursos didáticos e midiáticos

com os alunos que frequentavam a 2ª série do Colégio Estadual Rui Barbosa-EM no

período de agosto a dezembro de 2011.

A implementação desse projeto ocorreu no 3º período do Programa de

Desenvolvimento Educacional (PDE), que é uma política pública que estabelece o

diálogo entre os professores da Educação Superior e os da Educação Básica, por

meio de atividades teórico-práticas orientadas, tendo como resultado a produção de

conhecimento e mudanças qualitativas na prática escolar da escola pública

paranaense (PDE, 2010), oferecido pela Secretaria do Estado da Educação (SEED)

do Estado do Paraná, utilizando Objetos de Aprendizagem no processo de ensino e

aprendizagem da Matemática.

A metodologia utilizada foi a pesquisa qualitativa, na modalidade pesquisa-

ação, de cunho social, concebida e realizada em estrita associação com a ação,

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para a resolução de problema coletivo e no qual o pesquisador e os participantes

representativos da situação ou do problema estão envolvidos de modo cooperativo e

participativo (THIOLLENT, 2007).

Uma pesquisa pode ser qualificada de pesquisa-ação quando houver realmente uma ação por parte das pessoas ou grupos implicados no problema sob observação. (...) os pesquisadores desempenham um papel ativo no equacionamento dos problemas encontrados, no acompanhamento e na avaliação das ações desencadeadas em função dos problemas (THIOLLENT, 2007).

O Programa de Desenvolvimento Educacional (PDE), da Secretaria do Estado

da Educação do Paraná (SEED), prevê a produção didático-pedagógica pelo

professor como estratégia de ação, elaboração para a implementação na escola de

atuação, visando à contribuição da melhoria da educação pública.

A produção didático-pedagógica escolhida foi a construção de uma Unidade

Didática. Nesta unidade didática foi feito o estudo do conteúdo Geometria Plana

(cálculos geométricos, perímetro e áreas, unidades de medidas).

Para realizar este estudo, foi utilizado, como exemplo, o objeto de

aprendizagem “Introdução à Arquitetura” disponível em:

http://www.projetos.unijui.edu.br/matematica/fabrica_virtual, organizado pela

professora Tânia Michel Pereira e colaboradores.

O Laboratório Virtual de Matemática contém material didático virtual e

interativo para o ensino da Matemática na educação básica e ensino superior.

Dentre os materiais disponíveis, podem-se encontrar exemplos de modelos

matemáticos, programas livres, links para sites relacionados com a matemática,

apostilas que envolvem conteúdos de matemática, ou conteúdos de informática

aplicados à matemática.

A Rede Interativa Virtual de Educação (RIVED) é um programa da Secretaria

de Educação a Distância-SEED, que tem por objetivo a produção de conteúdos

pedagógicos digitais, na forma de objetos de aprendizagem. Tais conteúdos primam

por estimular o raciocínio e o pensamento crítico dos estudantes, associando o

potencial da informática às novas abordagens pedagógicas.

A meta que se pretende atingir, disponibilizando esses conteúdos digitais, é

melhorar a aprendizagem das disciplinas da educação básica e a formação cidadã

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do aluno. Além de promover a produção e publicar na web os conteúdos digitais

para acesso gratuito, o RIVED realiza capacitações sobre a metodologia para

produzir e utilizar os objetos de aprendizagem nas instituições de ensino superior e

na rede pública de ensino.

Os objetos utilizados tiveram o consentimento dos autores, visto que, ao

utilizar esses instrumentos, há um termo de consentimento dos autores, para que

possam ser analisados e implantados no contexto escolar.

A apresentação do conteúdo deste artigo teve início na semana pedagógica

que ocorreu em julho de 2011, quando foi apresentado à Direção, Equipe

Pedagógica, Professores e Funcionários da escola.

3.1 Iniciando a Implementação

No cotidiano há várias situações em que se necessita medir, calcular

distâncias, áreas e volumes. Esses conhecimentos da geometria são necessários,

principalmente na arquitetura, pois contribuem para a organização dos ambientes.

Este artigo teve como objetivo geral compreender o valor da matemática, por

meio de suas aplicações nos diferentes campos existentes, como na arquitetura, na

qual o conhecimento sobre área de figuras planas é fundamental.

Os objetivos específicos são: identificar, nas situações problemas, figuras ou

cálculos que exigem conhecimentos sobre geometria plana, interpretando o contexto

para construir um plano de ação e desta forma chegar a uma conclusão satisfatória;

desenvolver a capacidade de elaborar estratégias para calcular a área de polígonos

irregulares.

A implementação iniciou-se com a aplicação de um questionário

semiestruturado para diagnosticar os conhecimentos prévios dos alunos em relação

ao conteúdo de geometria plana. Isso contribuiu para que fossem abordados em

sala de aula alguns conceitos, tais como: polígono regular, polígono irregular,

medidas, cálculo de perímetros e áreas, necessários para realização das atividades

do OA.

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Na sala de aula os alunos realizaram atividades que abrangiam os conteúdos

de geometria plana, essas atividades foram desenvolvidas por meio de situações de

problemas.

Durante a implementação, os alunos tiveram uma palestra, ministrada por um

arquiteto da cidade, a respeito da importância desse conteúdo para a Engenharia

Civil e Arquitetura. Os alunos ficaram motivados e interessados, sendo que alguns

demonstraram interesse em seguir a carreira de Engenharia Civil ou Arquitetura.

Ao utilizar, como exemplo, o objeto “Introdução à Arquitetura”, os alunos

tinham que organizar um parque e utilizar os seus conhecimentos matemáticos,

principalmente os que se referem à geometria. Durante a realização do objeto, os

alunos seriam o arquiteto, tendo que decidir sobre as dimensões e disposições dos

elementos que compõem o parque, observando os limites impostos pelo terreno e

pela sua área.

Antes de iniciar as atividades no laboratório de informática, foi apresentado

aos alunos o OA “Introdução à Arquitetura” na TV Multimídia.

3.2 Trabalhando no Laboratório de Informática

No laboratório de informática, o trabalho foi realizado em grupo de dois alunos

para cada computador, para auxiliar na compreensão da teoria de objetos de

aprendizagem.

O OA “Introdução à Arquitetura”, apresentado na abordagem como

complemento do aporte teórico, é composto por duas partes.

Primeira parte: na tela principal foi apresentada uma animação, introduzindo o

tema “arquitetura” e as atividades que seriam desenvolvidas a partir deste. Para

continuar, os alunos tinham que clicar em “continuar” para dar início às atividades.

Ao dar início às atividades, os alunos tinham que escolher um ambiente a ser

construído dentre os seguintes: Pracinha, Quadra, Piscina, Área Verde, Salão e

Restaurante. Ao escolher o primeiro ambiente a ser construído, os outros ambientes

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eram fornecidos progressivamente, à medida que a construção de cada figura era

concluída.

Caso houvesse o surgimento de dúvidas no decorrer das atividades, os

alunos utilizavam o botão “Ajuda” (ponto de interrogação), e apareciam informações

referentes às situações em questão.

Os alunos construíram polígonos côncavos que permitiam a decomposição

em triângulos.

Eles ainda tinham a possibilidade de refazer o desenho de cada ambiente. Os

outros ambientes eram fornecidos progressivamente, à medida que a construção de

cada figura era concluída.

Ao término da construção de todos os ambientes, foi apresentada aos alunos

uma breve animação com a decomposição de um polígono em triângulos, com

explicação sobre o cálculo da área de cada triângulo utilizando o semiperímetro,

porque a resolução dos cálculos das áreas dos ambientes construídos anteriormente

seria por meio da fórmula de Heron, que decompõe polígonos irregulares em

triângulos.

Foi dado um exemplo com a utilização da aplicação da fórmula de Heron. Os

alunos clicavam em um dos ambientes para calcular a sua área.

O polígono correspondente ao ambiente escolhido era decomposto em

triângulos e as dimensões correspondentes às arestas dos triângulos eram

fornecidas em uma tabela. Os alunos faziam os cálculos das áreas, utilizando a

calculadora que aparecia no canto direito inferior da tela.

Os alunos também faziam a verificação dos cálculos, clicando em “verificar”.

Quando as áreas de todos os ambientes tinham sidas concluídas, era

apresentada uma tabela com os valores das áreas dos ambientes e com a área total

do parque. Os alunos completavam a tabela com a área restante, que era coberta

com grama.

Segunda parte: nesta atividade os alunos tinham que escolher as lajotas para

revestir o restaurante, podendo optar por lajotas de formato triangular, quadrangular

ou hexagonal. E fizeram um orçamento referente aos preços dos diferentes formatos

de lajotas.

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Aqui, os alunos completaram uma tabela na qual foram exigidos outros

cálculos matemáticos, além do cálculo da área da lajota, tais como: medida do lado

(cm), custo por lajota, área da lajota (cm2), custo por m2 e custo total.

Depois de completada a tabela, eles clicavam sobre uma das lajotas e

aparecia uma animação de como tinha ficado o piso depois de assentado.

As atividades eram finalizadas, com uma animação demonstrando como o

parque ficou depois de pronto.

4 ANÁLISE DOS RESULTADOS

A pesquisadora atuou como mediadora e colaboradora durante a aplicação do

projeto. Abordou alguns conteúdos necessários que seriam utilizados, organizou os

alunos para o trabalho em grupo, organizou as tarefas que iriam ser trabalhadas no

laboratório de informática.

Alguns alunos tiveram dificuldades em fazer as atividades, por isso a

pesquisadora sempre intervia, incentivando-os a refazerem as atividades. Por meio

de diálogos com os alunos a pesquisadora explorava o objeto e conduzia-os a

analisar a situação estudada, fazendo com que os alunos elaborassem e

apresentassem outras maneiras de resolução para a atividade proposta.

No final das atividades, os alunos fizeram um relatório a respeito das aulas

ministradas no laboratório de informática.

Alguns relatos feitos pelos alunos após as aulas ministradas no laboratório de

informática:

Eu achei muito diferente, interessante e inovador porque eu nunca tinha trabalhado na aula de matemática no computador, aprendi coisas novas e a professora soube explicar direitinho com muita paciência como entrava no programa e como realizava a tarefa proposta (A1, 2010)

Eu gostei da aula, achei diferente e interessante, assim aprendendo na sala de informática é mais legal porque você fica com vontade de aprender e aprende bem mais, pois, conforme você vai tentando fazer, você acaba aprendendo de uma maneira que parece bem mais fácil [...] O que antes pra mim era super complicado passou a ser mais fácil. E gostaria de fazer mais exercícios de matemática na sala de informática pois eu gostei bastante e um jeito de fazer uma matéria tão complicada se torna mais fácil e legal de se aprender (A2, 2010)

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A aula foi muito interessante, com a ajuda da tecnologia proporcionou um melhor entendimento da matéria proposta pela professora (A3, 2010)

Nós adoramos, pois com esse método aprendemos mais sobre o conteúdo. Com a utilização do computador percebemos a importância de saber essa matéria no dia a dia de uma maneira mais divertida e prática [...] Sinceramente, aprovamos esse método e gostaríamos que continuássemos usufruindo dele nos próximos conteúdos (A4, 2010).

O trabalho em grupo proporcionou maior interação entre os alunos na busca

de soluções para a resolução das atividades. Os alunos fizeram os cálculos

registrando no caderno e refizeram as atividades quando necessário.

Observou-se que trabalhar o conteúdo Geometria Plana utilizando recursos

tecnológicos facilitou a compreensão do mesmo, pois os alunos se sentiram mais

motivados e interessados.

5 CONSIDERAÇÕES FINAIS

A expectativa de buscar algo novo, que motivassem os alunos, levou a

pesquisadora a refletir a respeito de como utilizar os recursos tecnológicos a favor

da sua disciplina.

O uso dos recursos tecnológicos na abordagem de conteúdos matemáticos é

uma proposta que contribui com a aprendizagem, mas o professor tem que estar

preparado e capacitado para trabalhar com essas tecnologias. Por isso é importante

a busca por saberes referentes ao uso adequado e pedagógico dos materiais

midiáticos que estão sendo desenvolvidos para contribuir com o ensino da

Matemática.

Diante disso, a pesquisadora propôs desenvolver um projeto que utilizasse

uma mídia (OA) para abordar um conteúdo matemático e, partindo da sua utilização,

fazer uma análise dos resultados obtidos.

Durante o projeto, os alunos participaram ativamente das atividades que

foram propostas. As dificuldades encontradas foram trabalhadas durante a

realização do OA no laboratório de informática ou em sala de aula por meio de

explicações, exemplos e exercícios.

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Observou-se que os alunos sentiram-se mais motivados e interessados no

conteúdo trabalhado, porque realizaram atividades contextualizadas por meio de

uma mídia, na qual os mesmos visualizavam e entendiam as situações problemas

propostas pelo objeto de aprendizagem.

O uso de recursos tecnológicos neste projeto mostrou que a sua utilização

contribui no processo de aprendizagem. No entanto, durante a execução das

atividades, evidenciou-se a importância do professor, atuando como mediador,

incentivador e colaborador junto aos alunos no desenvolvimento do projeto visando

ao alcance da aprendizagem.

6 REFERÊNCIAS

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7 APÊNDICE

1ª Parte

Figura 1 – apresentação

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Figura 2 – escolha do ambiente

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Figura 3 – construção do ambiente

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Figura 4 – ambientes organizados no terreno

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Figura 5 – decomposição de um polígono em triângulos

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Figura 6 – decomposição do polígono em triângulos

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Figura 7 – verificação dos resultados

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Figura 8 – cálculo da área que será coberta com grama

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2ª Parte

Figura 9 – orçamento das lajotas

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Figura 10 – tabela a ser completada

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Figura 11 – escolha de uma lajota

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Figura 12 – lajota hexagonal

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Figura 13 – visualização de como ficou o piso

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Figura 14 – parque finalizado

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