revista vox otorrino - nº 134

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1 Revista VOX OTORRINO | março / abril 2013 | www.aborlccf.org.br Marieta Severo, Marco Nanini, Sandy e Angélica: nossos embaixadores da campanha “Ouvido, nariz e garganta: cuide e viva melhor!” Edição 134 | Ano XIX | março / abril 2013 www.aborlccf.org.br A campanha começou!

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Março/Abril 2013

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1Revista VOX OTORRINO |março / abril 2013 | www.aborlccf.org.br

Marieta Severo, Marco Nanini, Sandy e Angélica: nossos embaixadores da campanha“Ouvido, nariz e garganta: cuide e viva melhor!”

Edição 134 | Ano XIX | março / abril 2013www.aborlccf.org.br

A campanha começou!

45 PerfilDr. Racine Vieira de Cerqueira fala sobre sua paixão por música e Medicina

06Páginas AzuisDr. Paulo Pontes, uma história de trabalho e sucessos

25Redes sociaisSaiba como se comportar no mundo virtual

34Conexão BrasíliaOportunidades à vista na terra do poder

20Congresso BrasileiroSão Paulo de braços abertos a esperados congressistas

42CarreiraO que os examinadores esperam de um candidato diante da Banca Examinadora

38Direito

10Título de especialistaA cobertura da prova mais importante da especialidade

Proteja-se de problemas com a justiça

14CampanhaFique por dentro da campanha “Ouvido, nariz e garganta: cuide e viva melhor!”Anúncio

FK

0

5

25

75

95

100

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quarta-feira, 10 de abril de 2013 14:45:51

45 PerfilDr. Racine Vieira de Cerqueira fala sobre sua paixão por música e Medicina

06Páginas AzuisDr. Paulo Pontes, uma história de trabalho e sucessos

25Redes sociaisSaiba como se comportar no mundo virtual

34Conexão BrasíliaOportunidades à vista na terra do poder

20Congresso BrasileiroSão Paulo de braços abertos a esperados congressistas

42CarreiraO que os examinadores esperam de um candidato diante da Banca Examinadora

38Direito

10Título de especialistaA cobertura da prova mais importante da especialidade

Proteja-se de problemas com a justiça

14CampanhaFique por dentro da campanha “Ouvido, nariz e garganta: cuide e viva melhor!”Anúncio

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0

5

25

75

95

100

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quarta-feira, 10 de abril de 2013 14:45:51

Campanhas são instrumentos de infor-mação e disseminação de conhecimento. Esta é a proposta da campanha da ABORL-CCF deste ano: “Ouvido, nariz e garganta: cuide e viva melhor”, que tem o objetivo de esclarecer a população sobre o papel do Otorrinolaringologista. E, para consolidar de vez nosso espaço em todo o território nacional, a ABORL-CCF criou o Comitê Conexão Brasília, incumbido de prospectar oportunidades que coloquem a Associação no centro das decisões sobre políticas públicas de Saúde.

Outro destaque desta edição é a matéria sobre São Paulo, sede do 43º Congresso Brasileiro de ORL, com um roteiro de di-versão que inclui compras, artes e lazer sob a perspectiva do paulistano e dicas preciosas para curtir o melhor da cidade.

Trazemos nas Páginas Azuis uma entrevista com Dr. Paulo Pontes, um dos papas da Laringologia mundial, e ainda a cobertura completa da prova do Título de Especialista, uma reportagem sobre o que os exa-minadores esperam dos candidatos em uma banca, um artigo sobre a história do BJORL assinado por Dr. Ricardo Bento, o curioso perfil do Dr. Racine Vieira de Cerqueira, a História da ORL por Dr. Arthur Kós e as notícias institucionais.

Boa Leitura!

AVox Otorrino chega à sua 2ª edição repleta de matérias atuais, procurando trazer uma leitura agradável e um conteúdo cada vez mais abrangente. A cada edição, buscamos trazer uma pau-ta que mostre não apenas as atividades institucionais, mas tam-

bém assuntos de interesse da vida cotidiana, tanto na esfera profissional como pessoal. A revista, como seu nome traduz, pretende ser um veículo de integração dos Otorrinos Brasil afora. Para que nossa relação se es-treite, fique à vontade para mandar críticas, elogios, sugestões de temas que gostaria de ler a respeito, nomes para entrevistas e o que mais julgar importante para a construção de uma publicação representativa.

Os trabalhos da Diretoria Executiva e da Comissão de Comunicação es-tão intensos, nosso novo site está finalizado e convidamos todos a nave-gar no www.aborlccf.org.br. Nossa campanha nacional, “Ouvido, Nariz e Garganta: cuide e viva melhor”, já está rodando o país e começa a ganhar destaque na mídia. Nossa representatividade cresce e, para for-talecer este crescimento, chegamos em Brasília para criar raízes e pros-pectar oportunidades para nossa categoria.

A Associação Brasileira de Otorrinolaringologia e Cirurgia Cérvico- Facial consolida-se a cada dia como uma entidade alinhada com as ne-cessidades não apenas de seus associados, mas também com os inte-resses da população.

Seguimos com nosso trabalho sério e comprometido, apostando na efe-tividade da nossa comunicação e contando com sua participação para tornar nossa Vox cada dia mais forte.

Um abraço a todos!

Nossa VOX!

Dr. Edilson Zancanella

Presidente da Comissão de Comunicações

DIRETORIA 2013

Dr. Agrício Nubiato Crespo - Campinas/SPPresidenteDr. Fernando Ganança - São Paulo/SPDiretor Primeiro Vice-PresidenteDr. Sady Selaimen Costa - Porto Alegre/RSDiretor Segundo Vice-PresidenteDra. Fernanda Haddad - São Paulo/SPDiretora Secretária GeralDra. Francini Grecco de M. Pádua - São Paulo/SPDiretora Secretária AdjuntaDr. Godofredo Campos Borges - Sorocaba/SPDiretor TesoureiroDr. José Eduardo de Sá Pedroso - São Paulo/SPDiretor Tesoureiro Adjunto

Dr. Edilson Zancanella - Indaiatuba/SPPresidente da Comissão de ComunicaçõesDra. Eulália Sakano - Campinas/SPPresidente da Comissão do BJORLDr. Fabrízio Ricci Romano - São Paulo/SPPresidente da Comissão de Eventos e CursosDr. José Alexandre Medicis da Silveira - São Paulo/SPPresidente da Comissão de Residência e TreinamentoDr. Leonardo Haddad - São Paulo/SPPresidente da Comissão de Título de EspecialistaDr. Márcio Fortini – Belo Horizonte/MGPresidente da Comissão de Defesa ProfissionalDr. Otavio Marambaia Santos - Salvador/BAPresidente da Comissão de Ética e DisciplinaDr. Renato Roithmann - Porto Alegre/RSPresidente da Comissão de Educação Médica Continuada

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EXP

EDIE

NTE

EXPEDIENTE

Boletim ABORL-CCF

Diretor de Comunicação: Edilson ZancanellaJornalista Responsável: Eliana Antiqueira / Mtb: 26.733 Reportagem: Sheila Godoi e Caroline BorgesFotos:Vicent Sobrinho e Cristiano CostaRevisão: Gabriel MirandaCoordenação de Publicação e Diagramação: Eric Tenan Barioni e Julia Candido

Produção: Sintonia ComunicaçãoFone: (11) 3542-5264/0472

Impressão: Gráfica São Sebastião (Grass)

Periodicidade:

Bimestral

Tiragem: 6.000 exemplares

Os artigos assinados são de inteira responsabilidade dos autores e não refletem, necessariamente, a opinião da ABORL-CCF.

Av. Indianópolis, 1.287CEP 04063-002 | São Paulo/SP

Fone: (11) 5053-7500Fax (11) 5053-7512

ApoioEspero sensibilizá-los da necessidade de apoio especial para a área de Cirurgia Estética que está pouco valorizada e tem sido vítima de pessoas que não se interessam pelo seu crescimento.Marcos Aurélio Almeida Machado (RN)

ClarezaGostaria de parabenizar Dra. Fernanda Haddad pela entrevista concedida ao site da ABORL-CCF. (http://www.aborl.org.br/conteudo/secao_detalhes.asp?s=46&id=3391) Transparência e objetividade de ideias. Espero que a Direx dê ouvidos e permita que ela possa agir de forma a tornar a ORL brasileira ainda maior.

Carlos Eduardo (Franca, SP)

Sugestões de pauta, críticas ou elogios? Fale conosco. [email protected]

ESPAÇO LEITOR Caro leitor,

Dr. Agrício Crespo

Presidente da ABORL-CCF

5Revista VOX OTORRINO |março / abril 2013 | www.aborlccf.org.brmarço / abril 2013 | www.aborlccf.org.br4 | Revista VOX OTORRINO

Carta ao Leitor Editorial

Campanhas são instrumentos de infor-mação e disseminação de conhecimento. Esta é a proposta da campanha da ABORL-CCF deste ano: “Ouvido, nariz e garganta: cuide e viva melhor”, que tem o objetivo de esclarecer a população sobre o papel do Otorrinolaringologista. E, para consolidar de vez nosso espaço em todo o território nacional, a ABORL-CCF criou o Comitê Conexão Brasília, incumbido de prospectar oportunidades que coloquem a Associação no centro das decisões sobre políticas públicas de Saúde.

Outro destaque desta edição é a matéria sobre São Paulo, sede do 43º Congresso Brasileiro de ORL, com um roteiro de di-versão que inclui compras, artes e lazer sob a perspectiva do paulistano e dicas preciosas para curtir o melhor da cidade.

Trazemos nas Páginas Azuis uma entrevista com Dr. Paulo Pontes, um dos papas da Laringologia mundial, e ainda a cobertura completa da prova do Título de Especialista, uma reportagem sobre o que os exa-minadores esperam dos candidatos em uma banca, um artigo sobre a história do BJORL assinado por Dr. Ricardo Bento, o curioso perfil do Dr. Racine Vieira de Cerqueira, a História da ORL por Dr. Arthur Kós e as notícias institucionais.

Boa Leitura!

AVox Otorrino chega à sua 2ª edição repleta de matérias atuais, procurando trazer uma leitura agradável e um conteúdo cada vez mais abrangente. A cada edição, buscamos trazer uma pau-ta que mostre não apenas as atividades institucionais, mas tam-

bém assuntos de interesse da vida cotidiana, tanto na esfera profissional como pessoal. A revista, como seu nome traduz, pretende ser um veículo de integração dos Otorrinos Brasil afora. Para que nossa relação se es-treite, fique à vontade para mandar críticas, elogios, sugestões de temas que gostaria de ler a respeito, nomes para entrevistas e o que mais julgar importante para a construção de uma publicação representativa.

Os trabalhos da Diretoria Executiva e da Comissão de Comunicação es-tão intensos, nosso novo site está finalizado e convidamos todos a nave-gar no www.aborlccf.org.br. Nossa campanha nacional, “Ouvido, Nariz e Garganta: cuide e viva melhor”, já está rodando o país e começa a ganhar destaque na mídia. Nossa representatividade cresce e, para for-talecer este crescimento, chegamos em Brasília para criar raízes e pros-pectar oportunidades para nossa categoria.

A Associação Brasileira de Otorrinolaringologia e Cirurgia Cérvico- Facial consolida-se a cada dia como uma entidade alinhada com as ne-cessidades não apenas de seus associados, mas também com os inte-resses da população.

Seguimos com nosso trabalho sério e comprometido, apostando na efe-tividade da nossa comunicação e contando com sua participação para tornar nossa Vox cada dia mais forte.

Um abraço a todos!

Nossa VOX!

Dr. Edilson Zancanella

Presidente da Comissão de Comunicações

DIRETORIA 2013

Dr. Agrício Nubiato Crespo - Campinas/SPPresidenteDr. Fernando Ganança - São Paulo/SPDiretor Primeiro Vice-PresidenteDr. Sady Selaimen Costa - Porto Alegre/RSDiretor Segundo Vice-PresidenteDra. Fernanda Haddad - São Paulo/SPDiretora Secretária GeralDra. Francini Grecco de M. Pádua - São Paulo/SPDiretora Secretária AdjuntaDr. Godofredo Campos Borges - Sorocaba/SPDiretor TesoureiroDr. José Eduardo de Sá Pedroso - São Paulo/SPDiretor Tesoureiro Adjunto

Dr. Edilson Zancanella - Indaiatuba/SPPresidente da Comissão de ComunicaçõesDra. Eulália Sakano - Campinas/SPPresidente da Comissão do BJORLDr. Fabrízio Ricci Romano - São Paulo/SPPresidente da Comissão de Eventos e CursosDr. José Alexandre Medicis da Silveira - São Paulo/SPPresidente da Comissão de Residência e TreinamentoDr. Leonardo Haddad - São Paulo/SPPresidente da Comissão de Título de EspecialistaDr. Márcio Fortini – Belo Horizonte/MGPresidente da Comissão de Defesa ProfissionalDr. Otavio Marambaia Santos - Salvador/BAPresidente da Comissão de Ética e DisciplinaDr. Renato Roithmann - Porto Alegre/RSPresidente da Comissão de Educação Médica Continuada

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EDIE

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EXPEDIENTE

Boletim ABORL-CCF

Diretor de Comunicação: Edilson ZancanellaJornalista Responsável: Eliana Antiqueira / Mtb: 26.733 Reportagem: Sheila Godoi e Caroline BorgesFotos:Vicent Sobrinho e Cristiano CostaRevisão: Gabriel MirandaCoordenação de Publicação e Diagramação: Eric Tenan Barioni e Julia Candido

Produção: Sintonia ComunicaçãoFone: (11) 3542-5264/0472

Impressão: Gráfica São Sebastião (Grass)

Periodicidade:

Bimestral

Tiragem: 6.000 exemplares

Os artigos assinados são de inteira responsabilidade dos autores e não refletem, necessariamente, a opinião da ABORL-CCF.

Av. Indianópolis, 1.287CEP 04063-002 | São Paulo/SP

Fone: (11) 5053-7500Fax (11) 5053-7512

ApoioEspero sensibilizá-los da necessidade de apoio especial para a área de Cirurgia Estética que está pouco valorizada e tem sido vítima de pessoas que não se interessam pelo seu crescimento.Marcos Aurélio Almeida Machado (RN)

ClarezaGostaria de parabenizar Dra. Fernanda Haddad pela entrevista concedida ao site da ABORL-CCF. (http://www.aborl.org.br/conteudo/secao_detalhes.asp?s=46&id=3391) Transparência e objetividade de ideias. Espero que a Direx dê ouvidos e permita que ela possa agir de forma a tornar a ORL brasileira ainda maior.

Carlos Eduardo (Franca, SP)

Sugestões de pauta, críticas ou elogios? Fale conosco. [email protected]

ESPAÇO LEITOR Caro leitor,

Dr. Agrício Crespo

Presidente da ABORL-CCF

5Revista VOX OTORRINO |março / abril 2013 | www.aborlccf.org.brmarço / abril 2013 | www.aborlccf.org.br4 | Revista VOX OTORRINO

Carta ao Leitor Editorial

Semeador de talentosAos 70 anos de idade, Paulo Augusto de Lima Pontes é um dos

nomes mais respeitados da Laringologia no mundo todo. Profes-sor Titular da Universidade Federal de São Paulo, onde também foi chefe do Departamento de Otorrinolaringologia e Cirurgia de

Cabeça e Pescoço, ele coleciona prêmios, honrarias e títulos tão singu-lares como fundador do serviço da especialidade na Escola Paulista de Medicina, um dos pioneiros da moderna microcirurgia de laringe, duas vezes presidente da então Sociedade Brasileira de Otorrinolaringologia (antecessora da ABORL-CCF), presidente da IFOS e compositor de su-cesso sertanejo. Dono de opiniões fortes e currículo invejável, Dr. Paulo Pontes fez da Medicina sua forma de expressão.

REVISTA VOX: Vindo de uma família de engenheiros, como a Medicina entrou na sua vida?

Tive muitas infecções de garganta e era assíduo frequentador do Hospital São Paulo. O médico da família, Dr. Hugo Feliposi, era também cirur-gião cardíaco e me entusiasmei com o trabalho dele. Decidi seguir seus passos. No quarto ano da graduação, já instrumentava nas cirurgias car-díacas, inclusive na Santa Casa. Quando estava no segundo ano da resi-dência, uma das minhas amigdalites virou um abcesso e, como não tinha tempo para me tratar, resolvi operar com o Mauricio Ganança. Eu fiquei ótimo com a cirurgia e notei que a Otorrinolaringologia era uma especiali-dade que estava se desenvolvendo e que tinha muito entrosamento com todas as áreas da Medicina, e aí decidi mudar. Mas, não havia ainda a residência em Otorrino, foi quando criei este serviço na Escola Paulista de Medicina (EPM), com o apoio do professor Mangabeira.

REVISTA VOX: Então uma amigdalite mudou seu destino?

Não foi apenas isso. A cirurgia cardíaca estava em seus primórdios, então o índice de óbitos era muito alto. Em um dia, você estava conversando com um paciente, animando-o para a operação, e, no outro, estava fazen-do sua necrópsia. Para mim, a vida é o que há de mais valioso no Univer-so, e, a cada paciente que morria, me sentia impotente porque aquilo que julgava de mais valioso, aquilo que eu tentava ajudar a manter através da Medicina, da cirurgia, acabava por abreviar. Isso me entristecia, admito. Na Otorrino era diferente, apesar de que na época, era considerada uma especialidade menor. Pensei comigo, “posso dar minha contribuição para mudar isso” e me dediquei neste propósito.

REVISTA VOX: A presidência da Sociedade Brasileira de Otorrinolaringologia também foi um projeto almejado como a criação do serviço de residência?

Não, pelo contrário. Nunca havia me envolvido na atividade associativa. A SBORL tinha seu presidente eleito a cada dois anos, numa assembleia de 20 ou 30 pessoas, geralmente os profissionais mais antigos, que es-colhiam entre si quem seria o presidente. Eram os líderes da especialida-de, e que realmente fundaram a Sociedade, mas eram todos professores eméritos e de grandes clínicas, que não tinham o tempo necessário para se dedicarem à atividade associativa. Então esse era quase um cargo de honra ao mérito pela contribuição que vinham prestando à especialidade.Merecidíssimo, aliás.Por Eliana Antiqueira

REVISTA VOX: Como seu nome en-trou na disputa?

Nos anos 1990, um movimento, liderado pelos doutores Manoel Cataldo, de Belo Horizonte, Car-los Alberto de Campos, da Santa Casa, e Perboyre Lacerda Sam-paio, da USP, decidiu que era hora de fazer a Sociedade crescer e se tornar mais ativa e propôs apresen-tar chapa alternativa para disputar a Presidência. O Campos me pro-curou dizendo que buscaram um nome de consenso nacional e que eu havia sido escolhido. Recusei e indiquei o José Antônio de Olivei-ra, de Ribeirão Preto, que foi eleito. Ao fim do mandato, voltaram a me procurar, avisando que, daquela vez, não aceitariam recusa. Aceitei com três condições: que o grupo montasse a diretoria, já que eu não estava inteirado da administração da sociedade e não sabia quem estava trabalhando, que o Dr. Luc Weckx, colega na Escola Paulista de Medicina, fosse meu vice-pre-sidente, e que eu pudesse instituir um diretor administrativo para pro-fissionalizar a Sociedade. Recebi então uma chapa montada e tive a felicidade de me relacionar bem com todos; contratei um headhun-ter para achar no mercado um ad-ministrador. Da lista apresentada selecionei a Stela Maris, que ficou conosco por anos.

REVISTA VOX: O que senhor consi-dera sua maior contribuição à Socieda-de Brasileira de Otorrinolaringologia?

Falo sem medo que profissionaliza-mos a Sociedade, plantamos a se-mente para que viesse a ser a As-sociação que é hoje e foram muitos os fatores de contribuição. Quando comprei a casa anexa ao meu con-sultório, tinha um galpão no fundo que hoje está demolido e lá foi es-tabelecido o escritório como sede administrativa da minha gestão e parte da do Dr. Mocellin, embora a sede oficial da SBORL fosse no Rio, com 31m² e apenas dois funcioná-rios. Eu mantinha o escritório e cus-

teava todas as despesas. Trouxe a secretaria da revista (BJORL), que era fonte de prejuízo, para uma das salas do próprio consultório com toda infraestrutura necessária para o seu funcionamento e fiz, como se-gue, uma modificação fundamental para o seu crescimento. Na época, tínhamos 600 sócios e a revista era distribuída apenas para eles, mas o Brasil já contava com uns 2 mil Otorrinos e então decidi enviá-la para todos. Isso foi um maná para os laboratórios, que criaram um ca-nal direto com os profissionais e a revista passou a ser a maior fonte de renda da SBORL. Quando aca-bou minha gestão, quiseram me re-eleger. Embora nunca tivesse havi-do reeleição, o estatuto previa. Mais uma vez bati o pé e disse que só me candidataria se a reeleição fosse da diretoria, porque o bom resultado foi em função do trabalho de todos. Prosseguindo trouxemos para den-tro da SBORL as supraespecialida-des revitalizando-as, criando a base para os Congressos Triológicos ins-tituídos pelo Mocellin, o que facilitou o apoio dos laboratórios e que hoje foram incorporados nos Congres- sos Anuais da ABORL-CCF, que eram bianuais. Demos início ao Boletim que formou um forte laço entre a SBORL e os especialistas, aumentando expressivamente o nú- mero de sócios, o que nos obri-gou a ter um canal de feedback e instituímos a nossa internet, sob a direção do Otacilio Lopes. Por iniciativa do Luc foram criados os Mini Fóruns, fazendo com que a Sociedade adquirisse realmente um caráter nacional. E, por fim, logo no primeiro ano de nossa gestão, fo-mos instigados pelo colega Oscar Alves, do Rio de Janeiro, a trazer o Congresso Mundial para o Brasil; esta luta durou 17 anos, durante os quais realizei inúmeras viagens para angariar apoios. A maioria sem qualquer oferta de suporte financei-ro. Com isto, colocamos a Socieda-de no cenário mundial.

REVISTA VOX: Como nasceu a de-fesa profissional na Otorrinolaringo-logia?

Fui a reboque nesta empreitada. Sou um liberal, sempre fui con-tra médico ser empregado de ou-tro médico. Todos os colegas que tive me auxiliando no consultório, atendendo meus pacientes, desen-volveram nele sua clínica privada, pois nenhum era pago por mim, re-cebiam diretamente dos pacientes a quem haviam atendido, e assim criava-se o vínculo profissional. Quando entrei na SBORL, o Mar-cos Sarvat, do Rio de Janeiro, era muito envolvido em Defesa Profis-sional e me despertou o interesse neste assunto. Em assembleia, apresentei a proposta de Defe-sa Profissional elaborada por ele, que foi aceita por unanimidade, e, desde então, passávamos noites inteiras trocando fax, elaborando manifestos e boletins que eram enviados não só aos Otorrinola-ringologistas como às demais so-ciedades. O primeiro movimento de Defesa Profissional organizado em nível nacional foi realizado pela SBORL. E acho isso uma grande contribuição pois despertou nas outras associações o interesse por esta luta.

Sou um liberal. Sou contra convênio. Sempre fui contra médico ser empregado de médico

Vicen

t Sob

rinho

Um dos nomes mais reconhecidos da Laringologia no mundo, Dr. Paulo Pontes não se acomodou na merecida fama e continua trabalhando muito. No entanto, rejeita a alcunha de workaholic. Para ele, trabalho e lazer são sinônimos.

7Revista VOX OTORRINO |março / abril 2013 | www.aborlccf.org.brmarço / abril 2013 | www.aborlccf.org.br6 | Revista VOX OTORRINO

Páginas Azuis Páginas Azuis

Semeador de talentosAos 70 anos de idade, Paulo Augusto de Lima Pontes é um dos

nomes mais respeitados da Laringologia no mundo todo. Profes-sor Titular da Universidade Federal de São Paulo, onde também foi chefe do Departamento de Otorrinolaringologia e Cirurgia de

Cabeça e Pescoço, ele coleciona prêmios, honrarias e títulos tão singu-lares como fundador do serviço da especialidade na Escola Paulista de Medicina, um dos pioneiros da moderna microcirurgia de laringe, duas vezes presidente da então Sociedade Brasileira de Otorrinolaringologia (antecessora da ABORL-CCF), presidente da IFOS e compositor de su-cesso sertanejo. Dono de opiniões fortes e currículo invejável, Dr. Paulo Pontes fez da Medicina sua forma de expressão.

REVISTA VOX: Vindo de uma família de engenheiros, como a Medicina entrou na sua vida?

Tive muitas infecções de garganta e era assíduo frequentador do Hospital São Paulo. O médico da família, Dr. Hugo Feliposi, era também cirur-gião cardíaco e me entusiasmei com o trabalho dele. Decidi seguir seus passos. No quarto ano da graduação, já instrumentava nas cirurgias car-díacas, inclusive na Santa Casa. Quando estava no segundo ano da resi-dência, uma das minhas amigdalites virou um abcesso e, como não tinha tempo para me tratar, resolvi operar com o Mauricio Ganança. Eu fiquei ótimo com a cirurgia e notei que a Otorrinolaringologia era uma especiali-dade que estava se desenvolvendo e que tinha muito entrosamento com todas as áreas da Medicina, e aí decidi mudar. Mas, não havia ainda a residência em Otorrino, foi quando criei este serviço na Escola Paulista de Medicina (EPM), com o apoio do professor Mangabeira.

REVISTA VOX: Então uma amigdalite mudou seu destino?

Não foi apenas isso. A cirurgia cardíaca estava em seus primórdios, então o índice de óbitos era muito alto. Em um dia, você estava conversando com um paciente, animando-o para a operação, e, no outro, estava fazen-do sua necrópsia. Para mim, a vida é o que há de mais valioso no Univer-so, e, a cada paciente que morria, me sentia impotente porque aquilo que julgava de mais valioso, aquilo que eu tentava ajudar a manter através da Medicina, da cirurgia, acabava por abreviar. Isso me entristecia, admito. Na Otorrino era diferente, apesar de que na época, era considerada uma especialidade menor. Pensei comigo, “posso dar minha contribuição para mudar isso” e me dediquei neste propósito.

REVISTA VOX: A presidência da Sociedade Brasileira de Otorrinolaringologia também foi um projeto almejado como a criação do serviço de residência?

Não, pelo contrário. Nunca havia me envolvido na atividade associativa. A SBORL tinha seu presidente eleito a cada dois anos, numa assembleia de 20 ou 30 pessoas, geralmente os profissionais mais antigos, que es-colhiam entre si quem seria o presidente. Eram os líderes da especialida-de, e que realmente fundaram a Sociedade, mas eram todos professores eméritos e de grandes clínicas, que não tinham o tempo necessário para se dedicarem à atividade associativa. Então esse era quase um cargo de honra ao mérito pela contribuição que vinham prestando à especialidade.Merecidíssimo, aliás.Por Eliana Antiqueira

REVISTA VOX: Como seu nome en-trou na disputa?

Nos anos 1990, um movimento, liderado pelos doutores Manoel Cataldo, de Belo Horizonte, Car-los Alberto de Campos, da Santa Casa, e Perboyre Lacerda Sam-paio, da USP, decidiu que era hora de fazer a Sociedade crescer e se tornar mais ativa e propôs apresen-tar chapa alternativa para disputar a Presidência. O Campos me pro-curou dizendo que buscaram um nome de consenso nacional e que eu havia sido escolhido. Recusei e indiquei o José Antônio de Olivei-ra, de Ribeirão Preto, que foi eleito. Ao fim do mandato, voltaram a me procurar, avisando que, daquela vez, não aceitariam recusa. Aceitei com três condições: que o grupo montasse a diretoria, já que eu não estava inteirado da administração da sociedade e não sabia quem estava trabalhando, que o Dr. Luc Weckx, colega na Escola Paulista de Medicina, fosse meu vice-pre-sidente, e que eu pudesse instituir um diretor administrativo para pro-fissionalizar a Sociedade. Recebi então uma chapa montada e tive a felicidade de me relacionar bem com todos; contratei um headhun-ter para achar no mercado um ad-ministrador. Da lista apresentada selecionei a Stela Maris, que ficou conosco por anos.

REVISTA VOX: O que senhor consi-dera sua maior contribuição à Socieda-de Brasileira de Otorrinolaringologia?

Falo sem medo que profissionaliza-mos a Sociedade, plantamos a se-mente para que viesse a ser a As-sociação que é hoje e foram muitos os fatores de contribuição. Quando comprei a casa anexa ao meu con-sultório, tinha um galpão no fundo que hoje está demolido e lá foi es-tabelecido o escritório como sede administrativa da minha gestão e parte da do Dr. Mocellin, embora a sede oficial da SBORL fosse no Rio, com 31m² e apenas dois funcioná-rios. Eu mantinha o escritório e cus-

teava todas as despesas. Trouxe a secretaria da revista (BJORL), que era fonte de prejuízo, para uma das salas do próprio consultório com toda infraestrutura necessária para o seu funcionamento e fiz, como se-gue, uma modificação fundamental para o seu crescimento. Na época, tínhamos 600 sócios e a revista era distribuída apenas para eles, mas o Brasil já contava com uns 2 mil Otorrinos e então decidi enviá-la para todos. Isso foi um maná para os laboratórios, que criaram um ca-nal direto com os profissionais e a revista passou a ser a maior fonte de renda da SBORL. Quando aca-bou minha gestão, quiseram me re-eleger. Embora nunca tivesse havi-do reeleição, o estatuto previa. Mais uma vez bati o pé e disse que só me candidataria se a reeleição fosse da diretoria, porque o bom resultado foi em função do trabalho de todos. Prosseguindo trouxemos para den-tro da SBORL as supraespecialida-des revitalizando-as, criando a base para os Congressos Triológicos ins-tituídos pelo Mocellin, o que facilitou o apoio dos laboratórios e que hoje foram incorporados nos Congres- sos Anuais da ABORL-CCF, que eram bianuais. Demos início ao Boletim que formou um forte laço entre a SBORL e os especialistas, aumentando expressivamente o nú- mero de sócios, o que nos obri-gou a ter um canal de feedback e instituímos a nossa internet, sob a direção do Otacilio Lopes. Por iniciativa do Luc foram criados os Mini Fóruns, fazendo com que a Sociedade adquirisse realmente um caráter nacional. E, por fim, logo no primeiro ano de nossa gestão, fo-mos instigados pelo colega Oscar Alves, do Rio de Janeiro, a trazer o Congresso Mundial para o Brasil; esta luta durou 17 anos, durante os quais realizei inúmeras viagens para angariar apoios. A maioria sem qualquer oferta de suporte financei-ro. Com isto, colocamos a Socieda-de no cenário mundial.

REVISTA VOX: Como nasceu a de-fesa profissional na Otorrinolaringo-logia?

Fui a reboque nesta empreitada. Sou um liberal, sempre fui con-tra médico ser empregado de ou-tro médico. Todos os colegas que tive me auxiliando no consultório, atendendo meus pacientes, desen-volveram nele sua clínica privada, pois nenhum era pago por mim, re-cebiam diretamente dos pacientes a quem haviam atendido, e assim criava-se o vínculo profissional. Quando entrei na SBORL, o Mar-cos Sarvat, do Rio de Janeiro, era muito envolvido em Defesa Profis-sional e me despertou o interesse neste assunto. Em assembleia, apresentei a proposta de Defe-sa Profissional elaborada por ele, que foi aceita por unanimidade, e, desde então, passávamos noites inteiras trocando fax, elaborando manifestos e boletins que eram enviados não só aos Otorrinola-ringologistas como às demais so-ciedades. O primeiro movimento de Defesa Profissional organizado em nível nacional foi realizado pela SBORL. E acho isso uma grande contribuição pois despertou nas outras associações o interesse por esta luta.

Sou um liberal. Sou contra convênio. Sempre fui contra médico ser empregado de médico

Vicen

t Sob

rinho

Um dos nomes mais reconhecidos da Laringologia no mundo, Dr. Paulo Pontes não se acomodou na merecida fama e continua trabalhando muito. No entanto, rejeita a alcunha de workaholic. Para ele, trabalho e lazer são sinônimos.

7Revista VOX OTORRINO |março / abril 2013 | www.aborlccf.org.brmarço / abril 2013 | www.aborlccf.org.br6 | Revista VOX OTORRINO

Páginas Azuis Páginas Azuis

9Revista VOX OTORRINO |março / abril 2013 | www.aborlccf.org.br

REVISTA VOX: Como está situada a Otorrinolaringologia brasileira em rela-ção ao resto do mundo?

Aqui não se deixa nada a desejar, na prática, ao que se faz lá fora. Falo isso de cátedra porque co-nheço diversos serviços em vários países. O Brasil está muito bem colocado em relação aos seus pares estrangeiros. Mas, do pon-to de vista acadêmico, há uma defasagem muito grande. O Bra-sil ainda não ocupa o lugar que merece como gerador de conhe-cimento. Isso não por deficiência das pessoas, mas por deficiência dos órgãos que deveriam facili-tar a geração de conhecimento. As universidades, por exemplo, têm de ter uma legislação própria que lhes dê autonomia neces-sária para atingir este objetivo. Daqui a alguns anos, as univer-sidades públicas serão como são as escolas públicas: sucateadas e desacreditadas em relação às particulares. Enquanto o governo enxergar as universidades como empresas públicas – com leis iguais para as que vendem servi-ços – essa situação não muda e, na Medicina, a capacidade cria-tiva de nossos especialistas fica limitada.

REVISTA VOX: Como um dos prin-cipais nomes da laringologia, o se-nhor tem um rol de famosos que fre-quentam seu consultório. Mas isso não parece deslumbrá-lo...

Se não me falarem, eu nem sei quem são. Sou alheio a isso. E es-sas pessoas gostam disso, des-sa privacidade. Os únicos que fazem promoção do meu nome, e, ain-da assim, à minha revelia, são o (José Luiz) Datena e o Silvio San-tos, que eu conheço desde antes de me formar. Esse tipo de fama vende uma falsa ilusão de que o médico é o salvador das causas perdidas. Não quero este tipo de publicidade. Quero que os pacien-tes venham a mim porque foram indicados por outros que eu aju-dei, que eu curei.

REVISTA VOX: Mas o senhor mes-mo é uma celebridade, até compôs música. Como foi essa sua passa-gem pelo showbusiness?

Eu sempre tive dificuldade com música e quando comecei a me-xer com voz, passei a tratar de artistas e cantores e, necessitava entender um pouco de música, então comprei uma flauta e co-mecei a treinar sozinho e hoje te-nho um conhecimento suficiente para exercer a Laringologia. Uma vez, um cantor de uma dupla sertaneja, que era meu cliente, mostrou-me as músicas que fazia e me pediu ajuda com as letras e, acabei compondo com ele. Até hoje recebo uns trocados de direi-tos autorais. Aqui em São Paulo ninguém nunca ouviu, mas, lá em Goiás, onde tinha fazenda, o povo conhece este trabalho, mas não fui além disto.

REVISTA VOX: O senhor é conheci-do por ser rígido mas também gene-roso e conciliador. A fama procede?

Sou conciliador e só brigo quando sou desrespeitado, de resto sou de paz. Generoso? Não sei. Vim de uma família classe média, e a minha profissão me proporcionou manter este padrão. Quando meu nome ficou muito forte internacio-nalmente, muita gente do exterior e mesmo aqui do Brasil começou a me procurar para estagiar. Essas pessoas não tinham como ficar na universidade, aí construí uma suíte na clínica onde as pessoas ficavam hospedadas. Gente de diversos países ficou lá; eu tinha medo de deixá-los sozinhos. Ficavam comi-go no consultório e à noite assistiam vídeos das cirurgias, porque gravo todas as microcirurgias que faço, e discutia as dúvidas noite aden-tro. Às vezes, levava estes colegas para jantar e não ia deixá-los pagar, né. Praticamente dei formação em Laringologia a quase todas as lide-ranças da América Latina sem nada cobrar, pelo contrário. Por isso, tal-vez, a fama de generoso tenha se espalhado. Mas apenas reinvesti na

Medicina o que a Medicina me deu no exercício da profissão no consul-tório, como fiz com diversas doa-ções ao então setor de laringologia da Escola Paulista de Medicina.

Se não me contarem, nem sei quem são

as celebridades que vêm ao meu

consultório. Este tipo de publicidade não

me interessa...

...Quero que os pacientes venham a mim porque foram indicados por outros

que eu ajudei, que eu curei.

REVISTA VOX: O senhor também tem fama de workaholic?

Já fui. Até uns 6 ou 7 anos atrás trabalhava cerca de 18 horas por dia. Minha última consulta era 11 da noite. Nunca jantava antes da meia-noite, e comia mesmo em lanchonete para não sobrecarre-gar a família. Atualmente tenho conseguido jantar em horários razoáveis. Durmo pouco também. Cerca de 5 horas por noite e quin-ze minutos depois do almoço. Ali-ás, posso nem dormir as 5 horas da noite, mas não abro mão dos 15 minutos!

Páginas Azuis

março / abril 2013 | www.aborlccf.org.br8 | Revista VOX OTORRINO

9Revista VOX OTORRINO |março / abril 2013 | www.aborlccf.org.br

REVISTA VOX: Como está situada a Otorrinolaringologia brasileira em rela-ção ao resto do mundo?

Aqui não se deixa nada a desejar, na prática, ao que se faz lá fora. Falo isso de cátedra porque co-nheço diversos serviços em vários países. O Brasil está muito bem colocado em relação aos seus pares estrangeiros. Mas, do pon-to de vista acadêmico, há uma defasagem muito grande. O Bra-sil ainda não ocupa o lugar que merece como gerador de conhe-cimento. Isso não por deficiência das pessoas, mas por deficiência dos órgãos que deveriam facili-tar a geração de conhecimento. As universidades, por exemplo, têm de ter uma legislação própria que lhes dê autonomia neces-sária para atingir este objetivo. Daqui a alguns anos, as univer-sidades públicas serão como são as escolas públicas: sucateadas e desacreditadas em relação às particulares. Enquanto o governo enxergar as universidades como empresas públicas – com leis iguais para as que vendem servi-ços – essa situação não muda e, na Medicina, a capacidade cria-tiva de nossos especialistas fica limitada.

REVISTA VOX: Como um dos prin-cipais nomes da laringologia, o se-nhor tem um rol de famosos que fre-quentam seu consultório. Mas isso não parece deslumbrá-lo...

Se não me falarem, eu nem sei quem são. Sou alheio a isso. E es-sas pessoas gostam disso, des-sa privacidade. Os únicos que fazem promoção do meu nome, e, ain-da assim, à minha revelia, são o (José Luiz) Datena e o Silvio San-tos, que eu conheço desde antes de me formar. Esse tipo de fama vende uma falsa ilusão de que o médico é o salvador das causas perdidas. Não quero este tipo de publicidade. Quero que os pacien-tes venham a mim porque foram indicados por outros que eu aju-dei, que eu curei.

REVISTA VOX: Mas o senhor mes-mo é uma celebridade, até compôs música. Como foi essa sua passa-gem pelo showbusiness?

Eu sempre tive dificuldade com música e quando comecei a me-xer com voz, passei a tratar de artistas e cantores e, necessitava entender um pouco de música, então comprei uma flauta e co-mecei a treinar sozinho e hoje te-nho um conhecimento suficiente para exercer a Laringologia. Uma vez, um cantor de uma dupla sertaneja, que era meu cliente, mostrou-me as músicas que fazia e me pediu ajuda com as letras e, acabei compondo com ele. Até hoje recebo uns trocados de direi-tos autorais. Aqui em São Paulo ninguém nunca ouviu, mas, lá em Goiás, onde tinha fazenda, o povo conhece este trabalho, mas não fui além disto.

REVISTA VOX: O senhor é conheci-do por ser rígido mas também gene-roso e conciliador. A fama procede?

Sou conciliador e só brigo quando sou desrespeitado, de resto sou de paz. Generoso? Não sei. Vim de uma família classe média, e a minha profissão me proporcionou manter este padrão. Quando meu nome ficou muito forte internacio-nalmente, muita gente do exterior e mesmo aqui do Brasil começou a me procurar para estagiar. Essas pessoas não tinham como ficar na universidade, aí construí uma suíte na clínica onde as pessoas ficavam hospedadas. Gente de diversos países ficou lá; eu tinha medo de deixá-los sozinhos. Ficavam comi-go no consultório e à noite assistiam vídeos das cirurgias, porque gravo todas as microcirurgias que faço, e discutia as dúvidas noite aden-tro. Às vezes, levava estes colegas para jantar e não ia deixá-los pagar, né. Praticamente dei formação em Laringologia a quase todas as lide-ranças da América Latina sem nada cobrar, pelo contrário. Por isso, tal-vez, a fama de generoso tenha se espalhado. Mas apenas reinvesti na

Medicina o que a Medicina me deu no exercício da profissão no consul-tório, como fiz com diversas doa-ções ao então setor de laringologia da Escola Paulista de Medicina.

Se não me contarem, nem sei quem são

as celebridades que vêm ao meu

consultório. Este tipo de publicidade não

me interessa...

...Quero que os pacientes venham a mim porque foram indicados por outros

que eu ajudei, que eu curei.

REVISTA VOX: O senhor também tem fama de workaholic?

Já fui. Até uns 6 ou 7 anos atrás trabalhava cerca de 18 horas por dia. Minha última consulta era 11 da noite. Nunca jantava antes da meia-noite, e comia mesmo em lanchonete para não sobrecarre-gar a família. Atualmente tenho conseguido jantar em horários razoáveis. Durmo pouco também. Cerca de 5 horas por noite e quin-ze minutos depois do almoço. Ali-ás, posso nem dormir as 5 horas da noite, mas não abro mão dos 15 minutos!

Páginas Azuis

março / abril 2013 | www.aborlccf.org.br8 | Revista VOX OTORRINO

ticas diferentes: por um lado, a teórica cobrou os assuntos de forma mais apro-fundada e detalhada; por outro, a práti-ca exigiu rapidez de raciocínio, aplica-ção prática do conhecimento e controle emocional para sua realização”, anali-sou. O Dr. Alexandre Moraes, formado no Hospital Santo Antônio, Coração das Obras Sociais Irmã Dulce (Salvador/BA), acrescenta: “Acho que as provas de R1

Corrida rumo ao títuloSão Paulo recebeu médicos de todo o país para a prova de Título de Especialista. O exame, já consolidado como referência internacional para a categoria médica, é aplicado há mais de 40 anos e foi reformulado este ano

Com abrangência nacional e concentração na sede da Federação do Comércio (Fecomércio), em São Paulo, o concurso de Título de Especialista, prova de fogo para quem quer se tornar um Otorrinola-

ringologista, aconteceu nos dias 2 e 3 de março. Ao todo, 241 médicos de todas as partes do Brasil compareceram ao exame, que foi dividido em teórico (sábado) e prático (domingo). Além dos candidatos, outros 140 Otorrinos vo-luntários participaram do exame como avaliadores e moni-tores.

Neste ano, o Título de Especialista recebeu o tratamento de um grande evento com a organização de um serviço recep-tivo aos voluntários no restaurante Rubayat, onde, em clima de congraçamento, a equipe estreitou os laços e recebeu instruções para o trabalho de avaliação da prova prática.

Desde que aconteceu pela primeira vez, em 4 de setembro de 1971, durante o 20º Congresso Brasileiro de Otorrinola-ringologia, em São Paulo, o exame do Título de Especialista vem se consolidando em visibilidade e conceito ano a ano no país. “A prova do Título de Especialista é o evento mais importante que a ABORL-CCF realiza e deveria se igualar em visibilidade ao Congresso Brasileiro de Otorrinolaringo-

logia e Cirurgia Cérvico-Facial. Este é um trabalho muito nobre de certificação que a Associação faz”, endossou o presidente da ABORL-CCF, Dr. Agrício Crespo.

Teoria & Prática O sábado começou bem cedo para os médicos, a maio-ria recém-formada em serviços de residência espalhados por todo o país. Às nove horas da manhã, como previsto no edital, os candidatos receberam um caderno com cem questões de múltipla escolha, que abrangia conhecimen-tos científicos e temas relacionados à ética médica. De acordo com o Dr. Leonardo Haddad, presidente da Co-missão do Título de Especialista, o conteúdo cobrado na prova incluiu temas fundamentais ao exercício da função. “Essa prova começou a ser feita há um ano e envolveu muito trabalho. A Comissão se empenhou para realizar um exame justo”, explicou.

Dr. Guilherme Scheibel, que concluiu a residência no servi-ço de Otorrinolaringologia da Santa Casa de Curitiba, veio a São Paulo apenas para realizar a avaliação e saiu tranquilo. “A prova contemplou tudo o que estudamos. Quem se man-

teve atualizado não deve ter tido difi-culdades em responder as questões”, afirmou. Dra. Renata Botelho Frota, do Hospital do Servidor Público Estadual de São Paulo, ecoou as palavras do colega: “O conteúdo estava absoluta-mente dentro das expectativas”.

Neste ano, uma novidade: pela pri-meira vez, a avaliação recebeu patro-cínio. O Laboratório Takeda montou um lounge – com mesa de pebolim, sinuca, videogame e massagem an-tiestresse – com o objetivo de aliviar a tensão dos candidatos antes e de-pois do exame. O espaço foi bem

Por Sheila Godoi e Eliana AntiqueiraFotos: Vicent Sobrinho

aproveitado! Nos dois dias de prova, os equipamentos foram disputados e o ambiente foi o cenário de reencon-tro de amigos e novas amizades que surgiram por ocasião da prova.

Equipada com cerca de cem compu-tadores, a sala de exames foi dividi-da em etapas de avaliação por área de atuação: Rinologia, Laringologia, Cirurgia de Cabeça e Pescoço, Oto-logia, Otorrinolaringologia Pediátrica e Estomatologia. Separados em três grupos com cerca de 90 alunos cada, a dinâmica dessa etapa do Título de Especialista pedia que os candidatos visualizassem casos clínicos e expli-cassem verbalmente os pontos de diagnóstico e tratamento.

Para o Dr. Davi Garcia, do serviço da Irmandade da Santa Casa de Miseri-córdia de São Paulo, o grau de dificul-dade da avaliação estava adequado. “As duas provas tiveram caracterís-

Prova do título: 241 candidatosem dois dias de provas

Prova prática: avaliação oral de casos clínicos

Dr. Guilherme: atualização constante

Dra. Renata: conteúdo esperado

Dr. Davi:rapidez de raciocínio

O Laboratório Takeda, apoiador oficial da edição 2013 da prova de Título de Especialista, garantiu a descontração nos dias de prova com a montagem de um superlounge. Mesa de sinuca, pebolim, videogame e massagem antiestresse foram colocados à disposição para aliviar a tensão dos candidatos.

Título de Especialista

Título de Especialista

11Revista VOX OTORRINO |março / abril 2013 | www.aborlccf.org.br

ticas diferentes: por um lado, a teórica cobrou os assuntos de forma mais apro-fundada e detalhada; por outro, a práti-ca exigiu rapidez de raciocínio, aplica-ção prática do conhecimento e controle emocional para sua realização”, anali-sou. O Dr. Alexandre Moraes, formado no Hospital Santo Antônio, Coração das Obras Sociais Irmã Dulce (Salvador/BA), acrescenta: “Acho que as provas de R1

Corrida rumo ao títuloSão Paulo recebeu médicos de todo o país para a prova de Título de Especialista. O exame, já consolidado como referência internacional para a categoria médica, é aplicado há mais de 40 anos e foi reformulado este ano

Com abrangência nacional e concentração na sede da Federação do Comércio (Fecomércio), em São Paulo, o concurso de Título de Especialista, prova de fogo para quem quer se tornar um Otorrinola-

ringologista, aconteceu nos dias 2 e 3 de março. Ao todo, 241 médicos de todas as partes do Brasil compareceram ao exame, que foi dividido em teórico (sábado) e prático (domingo). Além dos candidatos, outros 140 Otorrinos vo-luntários participaram do exame como avaliadores e moni-tores.

Neste ano, o Título de Especialista recebeu o tratamento de um grande evento com a organização de um serviço recep-tivo aos voluntários no restaurante Rubayat, onde, em clima de congraçamento, a equipe estreitou os laços e recebeu instruções para o trabalho de avaliação da prova prática.

Desde que aconteceu pela primeira vez, em 4 de setembro de 1971, durante o 20º Congresso Brasileiro de Otorrinola-ringologia, em São Paulo, o exame do Título de Especialista vem se consolidando em visibilidade e conceito ano a ano no país. “A prova do Título de Especialista é o evento mais importante que a ABORL-CCF realiza e deveria se igualar em visibilidade ao Congresso Brasileiro de Otorrinolaringo-

logia e Cirurgia Cérvico-Facial. Este é um trabalho muito nobre de certificação que a Associação faz”, endossou o presidente da ABORL-CCF, Dr. Agrício Crespo.

Teoria & Prática O sábado começou bem cedo para os médicos, a maio-ria recém-formada em serviços de residência espalhados por todo o país. Às nove horas da manhã, como previsto no edital, os candidatos receberam um caderno com cem questões de múltipla escolha, que abrangia conhecimen-tos científicos e temas relacionados à ética médica. De acordo com o Dr. Leonardo Haddad, presidente da Co-missão do Título de Especialista, o conteúdo cobrado na prova incluiu temas fundamentais ao exercício da função. “Essa prova começou a ser feita há um ano e envolveu muito trabalho. A Comissão se empenhou para realizar um exame justo”, explicou.

Dr. Guilherme Scheibel, que concluiu a residência no servi-ço de Otorrinolaringologia da Santa Casa de Curitiba, veio a São Paulo apenas para realizar a avaliação e saiu tranquilo. “A prova contemplou tudo o que estudamos. Quem se man-

teve atualizado não deve ter tido difi-culdades em responder as questões”, afirmou. Dra. Renata Botelho Frota, do Hospital do Servidor Público Estadual de São Paulo, ecoou as palavras do colega: “O conteúdo estava absoluta-mente dentro das expectativas”.

Neste ano, uma novidade: pela pri-meira vez, a avaliação recebeu patro-cínio. O Laboratório Takeda montou um lounge – com mesa de pebolim, sinuca, videogame e massagem an-tiestresse – com o objetivo de aliviar a tensão dos candidatos antes e de-pois do exame. O espaço foi bem

Por Sheila Godoi e Eliana AntiqueiraFotos: Vicent Sobrinho

aproveitado! Nos dois dias de prova, os equipamentos foram disputados e o ambiente foi o cenário de reencon-tro de amigos e novas amizades que surgiram por ocasião da prova.

Equipada com cerca de cem compu-tadores, a sala de exames foi dividi-da em etapas de avaliação por área de atuação: Rinologia, Laringologia, Cirurgia de Cabeça e Pescoço, Oto-logia, Otorrinolaringologia Pediátrica e Estomatologia. Separados em três grupos com cerca de 90 alunos cada, a dinâmica dessa etapa do Título de Especialista pedia que os candidatos visualizassem casos clínicos e expli-cassem verbalmente os pontos de diagnóstico e tratamento.

Para o Dr. Davi Garcia, do serviço da Irmandade da Santa Casa de Miseri-córdia de São Paulo, o grau de dificul-dade da avaliação estava adequado. “As duas provas tiveram caracterís-

Prova do título: 241 candidatosem dois dias de provas

Prova prática: avaliação oral de casos clínicos

Dr. Guilherme: atualização constante

Dra. Renata: conteúdo esperado

Dr. Davi:rapidez de raciocínio

O Laboratório Takeda, apoiador oficial da edição 2013 da prova de Título de Especialista, garantiu a descontração nos dias de prova com a montagem de um superlounge. Mesa de sinuca, pebolim, videogame e massagem antiestresse foram colocados à disposição para aliviar a tensão dos candidatos.

Título de Especialista

Título de Especialista

11Revista VOX OTORRINO |março / abril 2013 | www.aborlccf.org.br

Lounge da Takeda: espaço para descontrair e relaxar antes e depois das provas

Passados os exames, uma sinuca para divertir

Utilize o código abaixo para assistir ao vídeo sobre o

Título de Especialista

além das atividades acadêmicas se-manais, somos submetidos às avalia-ções periódicas que ajudam a man-ter o conhecimento atualizado”. Dra. Larissa Neri concorda que o segredo é estudar bastante. No último mês, a candidata, que concluiu a residência no Hospital das Clínicas, de São Pau-lo, dedicou cerca de 10 horas diárias para rever os conteúdos aprendidos. “Os alunos precisam sentar e estudar

e R2 deveriam ter uma parte prática também, para preparar o candidato emocionalmente para a situação”, sugeriu.

Essa preparação durante os três anos de residência influi diretamente no resultado da prova, como colo-cou a também baiana Dra. Carolina Cincurá, formada no Hospital Uni-versitário Professor Edgard Santos: “Em nosso serviço de residência,

muito as patologias diversas, diag-nóstico... Estudei muito, mas o muito foi pouco”, finalizou.

Para os que não foram aprovados em 2013, não desistam, porque ano que vem tem mais. Aos que vão prestar o exame pela primeira vez em 2014, a principal dica é: man-tenha-se atualizado, crie um plano de estudos e comece a preparação com antecedência.

Dr. Alexandre:prova prática para R1 e R2

Dra. Carolina: avaliações periódicas

Dra. Larissa: 10 horas diárias de estudos

Título de Especialista

março / abril 2013 | www.aborlccf.org.br12 | Revista VOX OTORRINO

Lounge da Takeda: espaço para descontrair e relaxar antes e depois das provas

Passados os exames, uma sinuca para divertir

Utilize o código abaixo para assistir ao vídeo sobre o

Título de Especialista

além das atividades acadêmicas se-manais, somos submetidos às avalia-ções periódicas que ajudam a man-ter o conhecimento atualizado”. Dra. Larissa Neri concorda que o segredo é estudar bastante. No último mês, a candidata, que concluiu a residência no Hospital das Clínicas, de São Pau-lo, dedicou cerca de 10 horas diárias para rever os conteúdos aprendidos. “Os alunos precisam sentar e estudar

e R2 deveriam ter uma parte prática também, para preparar o candidato emocionalmente para a situação”, sugeriu.

Essa preparação durante os três anos de residência influi diretamente no resultado da prova, como colo-cou a também baiana Dra. Carolina Cincurá, formada no Hospital Uni-versitário Professor Edgard Santos: “Em nosso serviço de residência,

muito as patologias diversas, diag-nóstico... Estudei muito, mas o muito foi pouco”, finalizou.

Para os que não foram aprovados em 2013, não desistam, porque ano que vem tem mais. Aos que vão prestar o exame pela primeira vez em 2014, a principal dica é: man-tenha-se atualizado, crie um plano de estudos e comece a preparação com antecedência.

Dr. Alexandre:prova prática para R1 e R2

Dra. Carolina: avaliações periódicas

Dra. Larissa: 10 horas diárias de estudos

Título de Especialista

março / abril 2013 | www.aborlccf.org.br12 | Revista VOX OTORRINO

A ABORL-CCF preparou uma campanha de conscientização nacional, que ressalta a importância dos Otorrinolaringologistas, apoiada em publicidade massiva, unidade móvel, celebridades e marketing digital.

Por Eliana Antiqueira Arte: Julia Candido

Campanha Campanha

A ABORL-CCF deu início à campanha “Ouvido, na-riz e garganta: cuide e viva melhor”, com a missão de ressaltar a importância do Otorrinolaringologista como o especialista responsável pela saúde vocal,

respiratória e auditiva. “Neste ano, sentimos a necessidade de criar um projeto que focasse em temas específicos, que transmitisse informações concretas à população. Ao invés de abordarmos apenas aspectos institucionais, optamos por falar de situações do cotidiano, sinais e sintomas que afetam a vida das pessoas”, explica Dr. Agrício Crespo, presidente da ABORL-CCF. Para alcançar o resultado esperado, que é o de atingir um público formador de opinião, foram desen-volvidas ações que incluem publicidade, em mídia impressa e eletrônica, participação de artistas, unidade móvel percor-rendo dez cidades do país, palestras para agentes de saúde e o trabalho de duas agências de comunicação. A agência Triunfo Sudler & Hennessey é responsável pela concepção da campanha de marketing digital, criação e alimentação do site www.ouvidonarizegarganta.org.br, do blog da cam-panha, do Twitter, do Facebook e a veiculação de peças publicitárias. À Sintonia 3.4 Comunicação e Marketing cabe coordenar a campanha itinerante e o atendimento à impren-sa. Com o empenho do Dr. Marcos Sarvat, quatro celebri-dades foram convidadas a apadrinhar a campanha. Sandy, Angélica, Marieta Severo e Marco Nanini, cada um será o embaixador de um tema de interesse que divulga a ativida-de do Otorrino para o público leigo. A campanha foi aberta oficialmente em 15 de abril, com uma cerimônia no Congres-so Nacional, em Brasília, com a presença de deputados.

Saúde vocal: fale sobre isso

São Paulo/SP14, 15 e 16/4 Porto Alegre/RS

26, 27 e 28/4

Rio de Janeiro/RJ17, 18 e 19/5

Curitiba/PR3, 4 e 5/5

Salvador/BA7, 8 e 9/6

De 14 a 16 de abril aconteceu a 15ª Campanha Nacional da Voz no Parque Ibirapuera, em São Paulo, ação promovida pela Academia Brasileira de Laringologia e Voz (ABLV) com ABORL-CCF. Para levar as informações à população de forma didática e divertida, a iniciativa apresentou uma superestrutura inflável, em formato de boca gigante, que permitiu ao público o processo de produção da voz.

“Ao invés de abordarmos apenas aspectos institucionais, optamos por falar de situações do cotidiano, sinais e sintomas que afetam a vida das pessoas.”

Dr. Agrício Crespo

Foto

s: Go

ogleA

pis

Revista VOXmarço / abril 2013 | www.aborlccf.org.brmarço / abril 2013 | www.aborlccf.org.br14 | Revista VOX OTORRINO

A ABORL-CCF preparou uma campanha de conscientização nacional, que ressalta a importância dos Otorrinolaringologistas, apoiada em publicidade massiva, unidade móvel, celebridades e marketing digital.

Por Eliana Antiqueira Arte: Julia Candido

Campanha Campanha

A ABORL-CCF deu início à campanha “Ouvido, na-riz e garganta: cuide e viva melhor”, com a missão de ressaltar a importância do Otorrinolaringologista como o especialista responsável pela saúde vocal,

respiratória e auditiva. “Neste ano, sentimos a necessidade de criar um projeto que focasse em temas específicos, que transmitisse informações concretas à população. Ao invés de abordarmos apenas aspectos institucionais, optamos por falar de situações do cotidiano, sinais e sintomas que afetam a vida das pessoas”, explica Dr. Agrício Crespo, presidente da ABORL-CCF. Para alcançar o resultado esperado, que é o de atingir um público formador de opinião, foram desen-volvidas ações que incluem publicidade, em mídia impressa e eletrônica, participação de artistas, unidade móvel percor-rendo dez cidades do país, palestras para agentes de saúde e o trabalho de duas agências de comunicação. A agência Triunfo Sudler & Hennessey é responsável pela concepção da campanha de marketing digital, criação e alimentação do site www.ouvidonarizegarganta.org.br, do blog da cam-panha, do Twitter, do Facebook e a veiculação de peças publicitárias. À Sintonia 3.4 Comunicação e Marketing cabe coordenar a campanha itinerante e o atendimento à impren-sa. Com o empenho do Dr. Marcos Sarvat, quatro celebri-dades foram convidadas a apadrinhar a campanha. Sandy, Angélica, Marieta Severo e Marco Nanini, cada um será o embaixador de um tema de interesse que divulga a ativida-de do Otorrino para o público leigo. A campanha foi aberta oficialmente em 15 de abril, com uma cerimônia no Congres-so Nacional, em Brasília, com a presença de deputados.

Saúde vocal: fale sobre isso

São Paulo/SP14, 15 e 16/4 Porto Alegre/RS

26, 27 e 28/4

Rio de Janeiro/RJ17, 18 e 19/5

Curitiba/PR3, 4 e 5/5

Salvador/BA7, 8 e 9/6

De 14 a 16 de abril aconteceu a 15ª Campanha Nacional da Voz no Parque Ibirapuera, em São Paulo, ação promovida pela Academia Brasileira de Laringologia e Voz (ABLV) com ABORL-CCF. Para levar as informações à população de forma didática e divertida, a iniciativa apresentou uma superestrutura inflável, em formato de boca gigante, que permitiu ao público o processo de produção da voz.

“Ao invés de abordarmos apenas aspectos institucionais, optamos por falar de situações do cotidiano, sinais e sintomas que afetam a vida das pessoas.”

Dr. Agrício Crespo

Foto

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Revista VOXmarço / abril 2013 | www.aborlccf.org.brmarço / abril 2013 | www.aborlccf.org.br14 | Revista VOX OTORRINO

Equilíbrio e segurança pessoal do idoso Marieta Severo entra na casa dos brasileiros há mais de uma década na pele da dedicada dona Nenê, do seriado “A Grande Família”. Assim como sua personagem, a atriz se preocupa com a saúde e a integridade física das pessoas que ama. Aos 65 anos de idade, Marieta se mantém ativa, mas sabe que a partir dessa idade aumentam os problemas do equilíbrio, por isso não dispensa sua visita regular ao Otorrinolaringologista e continua esbanjando talento na telinha, telona e nos palcos.

Sono, produtividade e qualidade de vida Lineu, o marido da Nenê, perde o sono com as peripécias de Agostinho e Tuco, em A Grande Família, mas, na vida real, o ator Marco Nanini sabe que uma boa noite de sono garante disposição, bom humor, concentração e boa memória, funções indispensáveis para encarar a maratona de gravações. Marco Nanini dorme tranquilo porque faz acompanhamento profissional constante e sabe que o Otorrinolaringologista cuida da qualidade do seu sono.

Voz e Trabalho Sandy é uma profissional da voz e sabe da importância de cuidar da sua ferramenta de trabalho. Convidada para ser madrinha do tema “Voz e Trabalho”, ela não hesitou. Sandy sabe que a voz nem sempre recebe os cuidados devidos dos profissionais que dependem dela, como professores, advogados e operadores de telemarketing por exemplo, e se comprometeu a espalhar a mensagem de que o cuidado com a voz é imprescindível para uma saúde completa. A cantora, inclusive, vem divulgando a campanha em seu Twitter pessoal

(@SandyLeah).

Audição e dificuldade de aprender Mãe de três crianças (Joaquim, 8, Benício, 6 e Eva, 8 meses), a apresentadora Angélica se preocupa com o desenvolvimento de seus filhos. Ela sabe que criança que não ouve bem, tem dificuldades de aprendizado na escola e também de socialização, pois não consegue acompanhar as brincadeiras dos coleguinhas. Em seu passado como apresentadora infantil, Angélica viu muitas crianças que não interagiam porque não entendiam o que estava sendo proposto. Para conscientizar a população de que o aprendizado passa pelos ouvidos, a apresentadora escolheu este tema.

Campanha na mídia Nossos padrinhos

Campanha Campanha

Rede Globo e Ação GlobalA emissora incluiu 8 filmes da campanha na sua programação e convidou a ABORL-CCF a participar da iniciativa Ação Global nas 27 cidades em que acontece, levando os testes interativos para as populações locais.

Revista Seleções RDCom público-alvo nas classes A/B, a revista está entre as de maior circulação no país, com tiragem mensal de 317 mil exemplares.

Revista SaúdeA revista da Editora Abril de circulação nacional tem tiragem de 240 mil exemplares é direcionada às mulheres, que representam 77% do público leitor.

Jornal MetroDe distribuição gratuita, os anúncios da campanha serão veiculados nas edições do Rio e São Paulo, atingindo um público estimado em 700 mil leitores.

Brasília/DF14, 15 e 16/6 Belém/PA

28, 29 e 30/6Aracaju/SE

19, 20 e 21/7

Fortaleza/CE12, 13 e 14/7

Recife/PE26, 27 e 28/7

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março / abril 2013 | www.aborlccf.org.brmarço / abril 2013 | www.aborlccf.org.br16 | Revista VOX OTORRINO

Equilíbrio e segurança pessoal do idoso Marieta Severo entra na casa dos brasileiros há mais de uma década na pele da dedicada dona Nenê, do seriado “A Grande Família”. Assim como sua personagem, a atriz se preocupa com a saúde e a integridade física das pessoas que ama. Aos 65 anos de idade, Marieta se mantém ativa, mas sabe que a partir dessa idade aumentam os problemas do equilíbrio, por isso não dispensa sua visita regular ao Otorrinolaringologista e continua esbanjando talento na telinha, telona e nos palcos.

Sono, produtividade e qualidade de vida Lineu, o marido da Nenê, perde o sono com as peripécias de Agostinho e Tuco, em A Grande Família, mas, na vida real, o ator Marco Nanini sabe que uma boa noite de sono garante disposição, bom humor, concentração e boa memória, funções indispensáveis para encarar a maratona de gravações. Marco Nanini dorme tranquilo porque faz acompanhamento profissional constante e sabe que o Otorrinolaringologista cuida da qualidade do seu sono.

Voz e Trabalho Sandy é uma profissional da voz e sabe da importância de cuidar da sua ferramenta de trabalho. Convidada para ser madrinha do tema “Voz e Trabalho”, ela não hesitou. Sandy sabe que a voz nem sempre recebe os cuidados devidos dos profissionais que dependem dela, como professores, advogados e operadores de telemarketing por exemplo, e se comprometeu a espalhar a mensagem de que o cuidado com a voz é imprescindível para uma saúde completa. A cantora, inclusive, vem divulgando a campanha em seu Twitter pessoal

(@SandyLeah).

Audição e dificuldade de aprender Mãe de três crianças (Joaquim, 8, Benício, 6 e Eva, 8 meses), a apresentadora Angélica se preocupa com o desenvolvimento de seus filhos. Ela sabe que criança que não ouve bem, tem dificuldades de aprendizado na escola e também de socialização, pois não consegue acompanhar as brincadeiras dos coleguinhas. Em seu passado como apresentadora infantil, Angélica viu muitas crianças que não interagiam porque não entendiam o que estava sendo proposto. Para conscientizar a população de que o aprendizado passa pelos ouvidos, a apresentadora escolheu este tema.

Campanha na mídia Nossos padrinhos

Campanha Campanha

Rede Globo e Ação GlobalA emissora incluiu 8 filmes da campanha na sua programação e convidou a ABORL-CCF a participar da iniciativa Ação Global nas 27 cidades em que acontece, levando os testes interativos para as populações locais.

Revista Seleções RDCom público-alvo nas classes A/B, a revista está entre as de maior circulação no país, com tiragem mensal de 317 mil exemplares.

Revista SaúdeA revista da Editora Abril de circulação nacional tem tiragem de 240 mil exemplares é direcionada às mulheres, que representam 77% do público leitor.

Jornal MetroDe distribuição gratuita, os anúncios da campanha serão veiculados nas edições do Rio e São Paulo, atingindo um público estimado em 700 mil leitores.

Brasília/DF14, 15 e 16/6 Belém/PA

28, 29 e 30/6Aracaju/SE

19, 20 e 21/7

Fortaleza/CE12, 13 e 14/7

Recife/PE26, 27 e 28/7

Foto

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São Paulo pode até assustar num primeiro momen-to devido ao seu gigantismo, mas tire um tempo para apreciar as ruas estreitas do Centro, as vi-trines sofisticadas da Oscar Freire, os corredores

coloridos do Mercadão, a efervescência jovem das noites da rua Augusta, os parques, museus, shoppings, restau-rantes, e, em pouco tempo, você se sentirá em casa.

A cidade tem uma variada e reconhecida programação cultural que envolve teatros sofisticados, musicais interna-cionais adaptados ao público brasileiro, salas de cinema modernas, exposições diversas, música ao vivo para to-dos os ouvidos e uma das melhores e mais importantes salas de concerto do país, a Sala São Paulo. Abrigada no imponente edifício da Estrada de Ferro Sorocabana, ao lado da estação Júlio Prestes de trem, a Sala é a casa da Orquestra Sinfônica do Estado de São Paulo (Osesp) e vai receber os congressistas na solenidade de abertura do 43º Congresso Brasileiro de ORL. Outro palco estrelado é o do Theatro Municipal, na Praça Ramos de Azevedo. Sím-bolo dos tempos áureos da indústria cafeeira, a arquitetura do teatro foi inspirada na Ópera de Paris. O Municipal foi reinaugurado em 2011, depois de dois anos e oito meses em reforma. Se não conseguir assistir a nenhum espetácu-lo, dê uma passadinha durante o dia para almoçar no res-

taurante interno e observar o luxo e o requinte simbolizados pela monumental escadaria de mármore.

Aos amantes das artes, galerias do circuito Jardins ex-põem o melhor da produção artística nacional e interna-cional. Mas também dá para consumir arte popular nas feirinhas de antiguidade e bricabraques do Bixiga, da Pra-ça Benedito Calixto, do vão livre do Masp, da Praça da República, da Liberdade e da Praça Kantuta. Esta última reúne arte e culinária andina, a mais recente onda migra-tória a chegar por aqui depois dos portugueses, italianos, libaneses, espanhóis, japoneses, coreanos e alemães.

A cidade é um dos maiores centros de gastronomia do mundo, com 13 mil restaurantes, onde a culinária de mais de 45 comunidades étnicas convive com uma cozinha de vanguarda mundial. Programa de paulista sempre envol-ve um bom prato. Aliás, vir a São Paulo e não comer uma pizza é como ir a Roma e não ver o papa. Atualmente, se-gundo a Associação Brasileira de Bares e Restaurantes, existem cerca de seis mil pizzarias na cidade, responsá-veis por 1,4 milhão de redondas consumidas diariamen-te. Só Nova Iorque tem mais pizzarias do que a capital paulista. Estima-se que sejam produzidas 230 varieda-des de coberturas.

Por Eliana Antiqueira

Sala São Paulo: luxo e glamour para abertura do Congresso Brasileiro

Stef

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chm

eling

TE ESPERA!SÃO PAULO

21Revista VOX OTORRINO |março / abril 2013 | www.aborlccf.org.brmarço / abril 2013 | www.aborlccf.org.br20 | Revista VOX OTORRINO

São Paulo pode até assustar num primeiro momen-to devido ao seu gigantismo, mas tire um tempo para apreciar as ruas estreitas do Centro, as vi-trines sofisticadas da Oscar Freire, os corredores

coloridos do Mercadão, a efervescência jovem das noites da rua Augusta, os parques, museus, shoppings, restau-rantes, e, em pouco tempo, você se sentirá em casa.

A cidade tem uma variada e reconhecida programação cultural que envolve teatros sofisticados, musicais interna-cionais adaptados ao público brasileiro, salas de cinema modernas, exposições diversas, música ao vivo para to-dos os ouvidos e uma das melhores e mais importantes salas de concerto do país, a Sala São Paulo. Abrigada no imponente edifício da Estrada de Ferro Sorocabana, ao lado da estação Júlio Prestes de trem, a Sala é a casa da Orquestra Sinfônica do Estado de São Paulo (Osesp) e vai receber os congressistas na solenidade de abertura do 43º Congresso Brasileiro de ORL. Outro palco estrelado é o do Theatro Municipal, na Praça Ramos de Azevedo. Sím-bolo dos tempos áureos da indústria cafeeira, a arquitetura do teatro foi inspirada na Ópera de Paris. O Municipal foi reinaugurado em 2011, depois de dois anos e oito meses em reforma. Se não conseguir assistir a nenhum espetácu-lo, dê uma passadinha durante o dia para almoçar no res-

taurante interno e observar o luxo e o requinte simbolizados pela monumental escadaria de mármore.

Aos amantes das artes, galerias do circuito Jardins ex-põem o melhor da produção artística nacional e interna-cional. Mas também dá para consumir arte popular nas feirinhas de antiguidade e bricabraques do Bixiga, da Pra-ça Benedito Calixto, do vão livre do Masp, da Praça da República, da Liberdade e da Praça Kantuta. Esta última reúne arte e culinária andina, a mais recente onda migra-tória a chegar por aqui depois dos portugueses, italianos, libaneses, espanhóis, japoneses, coreanos e alemães.

A cidade é um dos maiores centros de gastronomia do mundo, com 13 mil restaurantes, onde a culinária de mais de 45 comunidades étnicas convive com uma cozinha de vanguarda mundial. Programa de paulista sempre envol-ve um bom prato. Aliás, vir a São Paulo e não comer uma pizza é como ir a Roma e não ver o papa. Atualmente, se-gundo a Associação Brasileira de Bares e Restaurantes, existem cerca de seis mil pizzarias na cidade, responsá-veis por 1,4 milhão de redondas consumidas diariamen-te. Só Nova Iorque tem mais pizzarias do que a capital paulista. Estima-se que sejam produzidas 230 varieda-des de coberturas.

Por Eliana Antiqueira

Sala São Paulo: luxo e glamour para abertura do Congresso Brasileiro

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TE ESPERA!SÃO PAULO

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Edifício Copan: herança de Oscar Niemeyer

Goog

leApis

Fica a dica!Vem à cidade pela primeira vez e quer saber como os nativos se divertem? Veja as recomendações de quem ama e vive em São Paulo para curtir a noite, comer, beber, fazer compras e passear.

Caia na balada!

“São Paulo tem baladas sofisticadas e descoladas. Escolha a sua. A partir de sexta-feira, o Anexo tem um som atual e é animadíssi-mo. Já a Casa 92 é um lugar descontraído que consegue unir a sofisticação do Itaim e clima mais alternativo da Vila Madalena. Aos sábados, a pedida é a Disco, balada com música eletrônica e Djs de primeira.”

Bar Anexo: Av. Brigadeiro Luís Antonio, 5003, Itaim Bibi Casa 92: Rua Cristóvão Gonçalves, 92, Largo da BatataDisco: Rua Professor Atílio Innocenti, 160, Itaim Bibi

Por Dr. Richard Voegels

Divu

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o

Das tradicionais muçarela e portu-guesa às exóticas hot dog e carne moída, têm para todos os gostos. Po-rém, para saborear la vera pizza pau-listana, inclua no roteiro as tradicio-nais cantinas Castelões e Speranza.

A Cantina Castelões, no Brás, é o mais antigo restaurante em funcio-namento na cidade, há 88 anos no mesmo endereço. No cardápio, ape-nas 14 sabores, com destaque para a Castelões, de calabresa de javali. E não ofenda o pizzaiolo pedindo massa fina ou borda recheada. A massa é alta, fofa, com maravilhosas bolhas tostadas. Já a Cantina Spe-ranza, no Bixiga, é reconhecida pela pizza Margherita, com molho de to-mates frescos e generosas fatias borbulhantes de muçarela, ou muça-rela de búfala, e manjericão. A Mar-gherita é a única do cardápio que só é vendida inteira, nada de mezzo a mezzo. A qualidade das redondas é atestada pela Associazione Verace Pizza Napoletana. A casa também faz um ótimo vinho.

Come-se bem e bebe-se também! O paulistano bebe, em média, 28 litros a mais de cerveja por ano do que o brasileiro comum. O gosto dos mo-radores de São Paulo pela bebida é tanto que os 90 litros/ano por habitan-te na cidade não ficam muito atrás do consumo alemão, que é o terceiro no mundo, com uma média de 110 litros/ano per capita. E para curar a res-saca, nada melhor do que um cafe-zinho. Só as grandes redes vendem cerca de cinco milhões de expressos por mês, de acordo com um estudo do departamento de Pesquisa e Inteli-gência de Mercado da Abril Mídia.

Para quem tem fome de cultura, São Paulo apresenta um cardápio variado de museus. O mais badala-do é o Masp, um monólito vermelho plantado impávido na Avenida Pau-lista. Mas também tem o MuBe (Mu-seu Brasileiro da Escultura) e seu jardim espetacular; o solene Museu de Arte Sacra, com relíquias colo-niais; o divertido Museu da Língua Portuguesa e suas letras inspirado-ras; a linda Pinacoteca do Estado, cujo prédio já é uma obra de arte; o elegante Museu de Arte Moderna (MAM), entre as árvores do Ibira-puera, e o Museu da Imagem e do Som (MIS), endereço obrigatório dos cinéfilos.

O coração da cidade, porém, pulsa no Centro Velho. O Edifício Copan, projetado por Oscar Niemeyer, é um cartão postal, assim como o vizinho Edifício Itália, que abriga em seu topo um concorrido restaurante panorâmi-co. A herança da colonização jesuíta pode ser conferida no Páteo do Colé-gio, local exato da fundação da cida-de pelo Padre José de Anchieta. No mesmo quadrilátero é possível visitar também o Solar da Marquesa de San-tos, a controversa amante de D. Pedro I; a Praça da Sé, o Marco Zero e a im-ponente Catedral Metropolitana. An-dando mais um pouco, chega-se ao Mosteiro de São Bento, onde a apre-sentação de canto gregoriano promo-vida pelos beneditinos nas missas de domingo já faz parte da programação cultural da cidade. Depois de alimen-tar a alma, experimente o sabor divino dos pães, bolos, doces e geleias fa-bricados pelos monges.

Para queimar as calorias, uma boa caminhada em um dos 53 parques

Shopping JK: Av. Presidente Juscelino Kubitschek, 2041, Vila Olímpia

Libera o cartão de crédito!Por Dra. Shirley Pignatari

“Recomendo o Shopping JK, que abriga muitas lojas de grife em um ambiente altamente sofisticado. Também é indispensável circular a pé pela rua Oscar Freire. A vizinhança é elegante, tem lojas para todos os gostos e bolsos, além de vários tipos de res-taurantes e cafés. Mesmo que não se compre nada, vale a pena xeretar pelas lojas que são bem decoradas e cheias de gente bonita.”

Divu

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Shopping JK Iguatemi

Aumenta o som!Por Dr. Fabrizio Romano

“Para quem gosta de jazz, uma boa dica é o Bourbon Street, em Moe-ma. Ambiente aconchegante e acústica impecável. Se a preferência for por rock, o Morrison, o Kia Ora e a She Rocks são as melhores pe-didas. As bandas que se apresentam lá são sempre de alta qualidade.”

Bourbon Street: Rua dos Chanés, 127, Moema

Morrison Rock Bar: Rua Inácio Pereira da Rocha, 362, Vila Madalena

Kia Ora Pub: Rua Dr. Eduardo de Souza Aranha, 377, Vila Olímpia

She Rocks: Rua Tabapuã, 1460, Itaim Bibi

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Bourbon Street

Casa 92

da capital pode ajudar. Ou coloque um sapato confortável e vá às com-pras. Até o fechamento desta edição, haviam 51 shoppings na cidade, dos mais populares aos mais sofisticados, sem falar nas ruas temáticas. A qua-se intransponível rua 25 de Março re-quer paciência, mas é um programão para quem gosta de voltar com a sa-cola cheia pagando pouco. No Bom Retiro, a rua José Paulino é o point da moda. Lojas populares se misturam aos outlets e lojas de fábrica. Para brilhar, visite os ourives da rua Barão de Paranapiacaba, a rua das Joias, que reúne uma invejável variedade de joalherias com preços muito mais acessíveis do que os dos shoppings.

São Paulo é frenética e requer paci-ência, mas as pessoas são hospita-leiras, solícitas e a cidade acolhe a todos com a tolerância característica de uma cidade plural.

Pizza Margherita: la vera pizza paulistana

Museu da Língua Portuguesa: viagem literária

Rua José Paulino: compre muito, pague pouco

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Congresso Brasileiro

Congresso Brasileiro

23Revista VOX OTORRINO |março / abril 2013 | www.aborlccf.org.brmarço / abril 2013 | www.aborlccf.org.br22 | Revista VOX OTORRINO

Edifício Copan: herança de Oscar Niemeyer

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Fica a dica!Vem à cidade pela primeira vez e quer saber como os nativos se divertem? Veja as recomendações de quem ama e vive em São Paulo para curtir a noite, comer, beber, fazer compras e passear.

Caia na balada!

“São Paulo tem baladas sofisticadas e descoladas. Escolha a sua. A partir de sexta-feira, o Anexo tem um som atual e é animadíssi-mo. Já a Casa 92 é um lugar descontraído que consegue unir a sofisticação do Itaim e clima mais alternativo da Vila Madalena. Aos sábados, a pedida é a Disco, balada com música eletrônica e Djs de primeira.”

Bar Anexo: Av. Brigadeiro Luís Antonio, 5003, Itaim Bibi Casa 92: Rua Cristóvão Gonçalves, 92, Largo da BatataDisco: Rua Professor Atílio Innocenti, 160, Itaim Bibi

Por Dr. Richard Voegels

Divu

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Das tradicionais muçarela e portu-guesa às exóticas hot dog e carne moída, têm para todos os gostos. Po-rém, para saborear la vera pizza pau-listana, inclua no roteiro as tradicio-nais cantinas Castelões e Speranza.

A Cantina Castelões, no Brás, é o mais antigo restaurante em funcio-namento na cidade, há 88 anos no mesmo endereço. No cardápio, ape-nas 14 sabores, com destaque para a Castelões, de calabresa de javali. E não ofenda o pizzaiolo pedindo massa fina ou borda recheada. A massa é alta, fofa, com maravilhosas bolhas tostadas. Já a Cantina Spe-ranza, no Bixiga, é reconhecida pela pizza Margherita, com molho de to-mates frescos e generosas fatias borbulhantes de muçarela, ou muça-rela de búfala, e manjericão. A Mar-gherita é a única do cardápio que só é vendida inteira, nada de mezzo a mezzo. A qualidade das redondas é atestada pela Associazione Verace Pizza Napoletana. A casa também faz um ótimo vinho.

Come-se bem e bebe-se também! O paulistano bebe, em média, 28 litros a mais de cerveja por ano do que o brasileiro comum. O gosto dos mo-radores de São Paulo pela bebida é tanto que os 90 litros/ano por habitan-te na cidade não ficam muito atrás do consumo alemão, que é o terceiro no mundo, com uma média de 110 litros/ano per capita. E para curar a res-saca, nada melhor do que um cafe-zinho. Só as grandes redes vendem cerca de cinco milhões de expressos por mês, de acordo com um estudo do departamento de Pesquisa e Inteli-gência de Mercado da Abril Mídia.

Para quem tem fome de cultura, São Paulo apresenta um cardápio variado de museus. O mais badala-do é o Masp, um monólito vermelho plantado impávido na Avenida Pau-lista. Mas também tem o MuBe (Mu-seu Brasileiro da Escultura) e seu jardim espetacular; o solene Museu de Arte Sacra, com relíquias colo-niais; o divertido Museu da Língua Portuguesa e suas letras inspirado-ras; a linda Pinacoteca do Estado, cujo prédio já é uma obra de arte; o elegante Museu de Arte Moderna (MAM), entre as árvores do Ibira-puera, e o Museu da Imagem e do Som (MIS), endereço obrigatório dos cinéfilos.

O coração da cidade, porém, pulsa no Centro Velho. O Edifício Copan, projetado por Oscar Niemeyer, é um cartão postal, assim como o vizinho Edifício Itália, que abriga em seu topo um concorrido restaurante panorâmi-co. A herança da colonização jesuíta pode ser conferida no Páteo do Colé-gio, local exato da fundação da cida-de pelo Padre José de Anchieta. No mesmo quadrilátero é possível visitar também o Solar da Marquesa de San-tos, a controversa amante de D. Pedro I; a Praça da Sé, o Marco Zero e a im-ponente Catedral Metropolitana. An-dando mais um pouco, chega-se ao Mosteiro de São Bento, onde a apre-sentação de canto gregoriano promo-vida pelos beneditinos nas missas de domingo já faz parte da programação cultural da cidade. Depois de alimen-tar a alma, experimente o sabor divino dos pães, bolos, doces e geleias fa-bricados pelos monges.

Para queimar as calorias, uma boa caminhada em um dos 53 parques

Shopping JK: Av. Presidente Juscelino Kubitschek, 2041, Vila Olímpia

Libera o cartão de crédito!Por Dra. Shirley Pignatari

“Recomendo o Shopping JK, que abriga muitas lojas de grife em um ambiente altamente sofisticado. Também é indispensável circular a pé pela rua Oscar Freire. A vizinhança é elegante, tem lojas para todos os gostos e bolsos, além de vários tipos de res-taurantes e cafés. Mesmo que não se compre nada, vale a pena xeretar pelas lojas que são bem decoradas e cheias de gente bonita.”

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Shopping JK Iguatemi

Aumenta o som!Por Dr. Fabrizio Romano

“Para quem gosta de jazz, uma boa dica é o Bourbon Street, em Moe-ma. Ambiente aconchegante e acústica impecável. Se a preferência for por rock, o Morrison, o Kia Ora e a She Rocks são as melhores pe-didas. As bandas que se apresentam lá são sempre de alta qualidade.”

Bourbon Street: Rua dos Chanés, 127, Moema

Morrison Rock Bar: Rua Inácio Pereira da Rocha, 362, Vila Madalena

Kia Ora Pub: Rua Dr. Eduardo de Souza Aranha, 377, Vila Olímpia

She Rocks: Rua Tabapuã, 1460, Itaim Bibi

Divu

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Bourbon Street

Casa 92

da capital pode ajudar. Ou coloque um sapato confortável e vá às com-pras. Até o fechamento desta edição, haviam 51 shoppings na cidade, dos mais populares aos mais sofisticados, sem falar nas ruas temáticas. A qua-se intransponível rua 25 de Março re-quer paciência, mas é um programão para quem gosta de voltar com a sa-cola cheia pagando pouco. No Bom Retiro, a rua José Paulino é o point da moda. Lojas populares se misturam aos outlets e lojas de fábrica. Para brilhar, visite os ourives da rua Barão de Paranapiacaba, a rua das Joias, que reúne uma invejável variedade de joalherias com preços muito mais acessíveis do que os dos shoppings.

São Paulo é frenética e requer paci-ência, mas as pessoas são hospita-leiras, solícitas e a cidade acolhe a todos com a tolerância característica de uma cidade plural.

Pizza Margherita: la vera pizza paulistana

Museu da Língua Portuguesa: viagem literária

Rua José Paulino: compre muito, pague pouco

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Congresso Brasileiro

Congresso Brasileiro

23Revista VOX OTORRINO |março / abril 2013 | www.aborlccf.org.brmarço / abril 2013 | www.aborlccf.org.br22 | Revista VOX OTORRINO

Em um relacionamento ético com...Vejam quais são os cuidados essenciais quando você, o seu consultório e o seu paciente estão nas redes sociais.

Por Sheila Godoi

Não é novidade para ninguém que a world wide web (www) se tornou imprescindível na vida moderna. Estar conectado é uma forma de se fazer presente num mundo que exige cada vez mais capilarida-de. As fronteiras caíram e tudo está ao alcance de um click. Vivemos a era da Web 2.0, tendência que reforça o conceito de troca de informações e colaboração dos internautas com sites e serviços

virtuais. Mas... E o que a Medicina tem a ver com isso? Muita coisa. Desde que surgiram, as redes sociais conseguiram delinear novas disposições em distintas vertentes da sociedade, e não é diferente para o setor de saúde. Democrático, o ambiente virtual recebe gregos e troianos, mas engana-se quem pensa que ele é anárquico. No caso específico da Medicina, existem regras e uma ética própria a serem seguidas a partir de orientações do Conselho Federal de Medicina.

Drea

msti

me

Faça logo sua reserva!

O 43º Congresso Brasileiro de ORL acontece na mesma semana do GP Brasil de Fórmula 1 e, por isso, os hotéis da cidade ficam com lotação esgotada. Evite contra-tempos, faça logo sua reserva e garanta uma estadia tranquila e sem aborrecimen-tos, curtindo o melhor que a cidade oferece.

Comer, beber e observar! “Um dos locais que nos fazem sentir a verdadeira São Paulo é o centro da cidade. Lá está um dos ícones da metrópole, o Edifício Copan. Ele é uma verdadeira cidade e a movimentação de seus habitantes, todos muito peculiares, anima a região. Na rua interna do Copan tem um restaurante muito divertido chamado Dona Onça. Sua chef, Janaína Rueda, é uma das mais conceituadas da cidade e a comida lá é sensacional. Como o restaurante é todo de vidro dá pra comer e observar a bagunça do lado de fora.”

Bar da Dona Onça: Av. Ipiranga, 200, República

Por Dr. Henrique Olival Divu

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Bar da Dona Onça

Solta a criançada!Por Dra. Fernanda Martinho Haddad

“Recomendo os vários parques com estrutura para crianças, como aluguel de bicicleta, patins e parquinhos, como o Villa Lobos, o Parque do Povo e o Ibirapuera. Nos shoppings, encontramos brin-quedotecas para deixá-las enquanto os pais almoçam ou fazem compras sossegados. Recomendo as do Iguatemi e do Morumbi.”

Parque Villa Lobos: Av. Prof. Fonseca Rodrigues, 1655, Alto de Pinheiros

Parque do Povo: Av. Henrique Chamma, 590, Itaim Bibi

Parque do Ibirapuera: Av. Pedro Álvares Cabral (Portão10), Vila Mariana

Shopping Iguatemi: Av. Brigadeiro Faria Lima, 2232, Pinheiros

Shopping Morumbi: Avenida Roque Petroni Jr., 1089, Vila Gertrudes

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Parque Villa Lobos

Museus

Masp - Museu de Arte de São PauloAv. Paulista, 1578, Cerqueira CésarTel.: (11) 3251-5644www.masp.art.br

MuBe - Museu Brasileiro da EsculturaAv. Europa, 218, Jardim EuropaTel.: (11) 2594-2601www.mube.art.br

MAM - Museu de Arte ModernaParque do Ibirapuera, portão 3, MoemaTel.: (11) 5085-1300www.mam.org.br

MIS - Museu da Imagem e do SomAv. Europa, 158, Jardim EuropaTel.: (11) 2117- 4777www.mis-sp.org.br

Museu da Língua PortuguesaPraça da Luz, s/nº , Bom RetiroTel.: (11) 3326-0775www.museudalinguaportuguesa.org.br

Museu de Arte SacraAv. Tiradentes, 676, LuzTel.: (11) 5627-5393www.museuartesacra.org.br

Pinacoteca do EstadoPraça da Luz, 2, Bom RetiroTel.: (11) 3324-1000www.pinacoteca.org.br

Feiras de artesanato

Feira da Praça Benedito Calixto (Pinheiros)Aos sábados, das 8h às 17h

Feira do Bixiga (Praça Dom Orione)Aos domingos, das 8h às 17h

Feira de Antiguidades do MaspAos domingos, das 9h às 18h

Feira de Artes da Praça da RepúblicaAos sábados e domingos, das 9h às 17h

Feira da Praça da LiberdadeAos sábados e domingos, das 9h às 19h

Feira da Praça Kantuta (Pari)Aos domingos, das 11h às 19h

Concertos

Sala São PauloPraça Júlio Prestes, 16, Bom RetiroTel.: (11) 3367-9500

Theatro Municipal Praça Ramos de Azevedo, s/nº, CentroTel.: (11) 3397-0300

Centro da Cidade

Edifício CopanAv. Ipiranga, 200, República

Edifício ItáliaAv. Ipiranga, 344, República

Páteo do ColégioPraça Pateo do Collegio, 2, Centro

Solar da MarquesaRua Roberto Simonsen, 136, Centro

Mosteiro de São BentoLargo São de Bento, s/nº, Centro

Pizzarias

Cantina Speranza Rua 13 de Maio, 1004, BixigaTel.: (11) 3288-8502

Cantina Castelões Rua Jairo Góis, 126, BrásTel.: (11) 3229-0542va

i lá!

Congresso Brasileiro

25Revista VOX OTORRINO |março / abril 2013 | www.aborlccf.org.brmarço / abril 2013 | www.aborlccf.org.br24 | Revista VOX OTORRINO

Em um relacionamento ético com...Vejam quais são os cuidados essenciais quando você, o seu consultório e o seu paciente estão nas redes sociais.

Por Sheila Godoi

Não é novidade para ninguém que a world wide web (www) se tornou imprescindível na vida moderna. Estar conectado é uma forma de se fazer presente num mundo que exige cada vez mais capilarida-de. As fronteiras caíram e tudo está ao alcance de um click. Vivemos a era da Web 2.0, tendência que reforça o conceito de troca de informações e colaboração dos internautas com sites e serviços

virtuais. Mas... E o que a Medicina tem a ver com isso? Muita coisa. Desde que surgiram, as redes sociais conseguiram delinear novas disposições em distintas vertentes da sociedade, e não é diferente para o setor de saúde. Democrático, o ambiente virtual recebe gregos e troianos, mas engana-se quem pensa que ele é anárquico. No caso específico da Medicina, existem regras e uma ética própria a serem seguidas a partir de orientações do Conselho Federal de Medicina.

Drea

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Faça logo sua reserva!

O 43º Congresso Brasileiro de ORL acontece na mesma semana do GP Brasil de Fórmula 1 e, por isso, os hotéis da cidade ficam com lotação esgotada. Evite contra-tempos, faça logo sua reserva e garanta uma estadia tranquila e sem aborrecimen-tos, curtindo o melhor que a cidade oferece.

Comer, beber e observar! “Um dos locais que nos fazem sentir a verdadeira São Paulo é o centro da cidade. Lá está um dos ícones da metrópole, o Edifício Copan. Ele é uma verdadeira cidade e a movimentação de seus habitantes, todos muito peculiares, anima a região. Na rua interna do Copan tem um restaurante muito divertido chamado Dona Onça. Sua chef, Janaína Rueda, é uma das mais conceituadas da cidade e a comida lá é sensacional. Como o restaurante é todo de vidro dá pra comer e observar a bagunça do lado de fora.”

Bar da Dona Onça: Av. Ipiranga, 200, República

Por Dr. Henrique Olival Divu

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Bar da Dona Onça

Solta a criançada!Por Dra. Fernanda Martinho Haddad

“Recomendo os vários parques com estrutura para crianças, como aluguel de bicicleta, patins e parquinhos, como o Villa Lobos, o Parque do Povo e o Ibirapuera. Nos shoppings, encontramos brin-quedotecas para deixá-las enquanto os pais almoçam ou fazem compras sossegados. Recomendo as do Iguatemi e do Morumbi.”

Parque Villa Lobos: Av. Prof. Fonseca Rodrigues, 1655, Alto de Pinheiros

Parque do Povo: Av. Henrique Chamma, 590, Itaim Bibi

Parque do Ibirapuera: Av. Pedro Álvares Cabral (Portão10), Vila Mariana

Shopping Iguatemi: Av. Brigadeiro Faria Lima, 2232, Pinheiros

Shopping Morumbi: Avenida Roque Petroni Jr., 1089, Vila Gertrudes

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Parque Villa Lobos

Museus

Masp - Museu de Arte de São PauloAv. Paulista, 1578, Cerqueira CésarTel.: (11) 3251-5644www.masp.art.br

MuBe - Museu Brasileiro da EsculturaAv. Europa, 218, Jardim EuropaTel.: (11) 2594-2601www.mube.art.br

MAM - Museu de Arte ModernaParque do Ibirapuera, portão 3, MoemaTel.: (11) 5085-1300www.mam.org.br

MIS - Museu da Imagem e do SomAv. Europa, 158, Jardim EuropaTel.: (11) 2117- 4777www.mis-sp.org.br

Museu da Língua PortuguesaPraça da Luz, s/nº , Bom RetiroTel.: (11) 3326-0775www.museudalinguaportuguesa.org.br

Museu de Arte SacraAv. Tiradentes, 676, LuzTel.: (11) 5627-5393www.museuartesacra.org.br

Pinacoteca do EstadoPraça da Luz, 2, Bom RetiroTel.: (11) 3324-1000www.pinacoteca.org.br

Feiras de artesanato

Feira da Praça Benedito Calixto (Pinheiros)Aos sábados, das 8h às 17h

Feira do Bixiga (Praça Dom Orione)Aos domingos, das 8h às 17h

Feira de Antiguidades do MaspAos domingos, das 9h às 18h

Feira de Artes da Praça da RepúblicaAos sábados e domingos, das 9h às 17h

Feira da Praça da LiberdadeAos sábados e domingos, das 9h às 19h

Feira da Praça Kantuta (Pari)Aos domingos, das 11h às 19h

Concertos

Sala São PauloPraça Júlio Prestes, 16, Bom RetiroTel.: (11) 3367-9500

Theatro Municipal Praça Ramos de Azevedo, s/nº, CentroTel.: (11) 3397-0300

Centro da Cidade

Edifício CopanAv. Ipiranga, 200, República

Edifício ItáliaAv. Ipiranga, 344, República

Páteo do ColégioPraça Pateo do Collegio, 2, Centro

Solar da MarquesaRua Roberto Simonsen, 136, Centro

Mosteiro de São BentoLargo São de Bento, s/nº, Centro

Pizzarias

Cantina Speranza Rua 13 de Maio, 1004, BixigaTel.: (11) 3288-8502

Cantina Castelões Rua Jairo Góis, 126, BrásTel.: (11) 3229-0542va

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Congresso Brasileiro

25Revista VOX OTORRINO |março / abril 2013 | www.aborlccf.org.brmarço / abril 2013 | www.aborlccf.org.br24 | Revista VOX OTORRINO

Se o assunto for publicidade em meios de comunicação de mas-sa, há restrições à propaganda em sua forma, conteúdo ou fina-lidade. Os médicos estão sujei-tos às regulamentações criadas pela Codame (Comissão de Di-vulgação de Assuntos Médicos), Resolução CFM nº. 1.974/2011 e Resolução CFM nº. 1.931/2009 (Código de Ética Médica). “Na in-ternet, é preciso observar os prin-cípios dogmáticos da ética médi-ca: respeitar o sigilo profissional; manter os pacientes no anonima-to; esclarecer e educar a socie-dade; evitar o sensacionalismo e a autopromoção; não fornecer consulta e só anunciar os títulos de especialidade registrados no

“Se o médico cometer

qualquer falta grave, como

o desrespeito às vedações

estabelecidas, poderá ter o resgistro

profissional suspenso”

Drea

msti

me

Divu

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Dra. Sandra Tomazi Weber

Como explicitar os limites do relacionamento na web? Para Dra. Sandra, o ideal é tornar visível o objetivo da página, independente da mídia social. “O médico tem que deixar claro qual o propósito daquele perfil, como por exemplo, que se trata de um canal in-formativo e de construção e divulgação de conhecimento, não sendo destinado para outros fins”, salienta.

O Otorrinolaringologista Dr. Diderot Parreira mantém perfis no Facebook e no Linkedin. O primeiro, com intuito inicial de encontrar amigos de infância e manter contatos do dia a dia. O segundo, com foco profissional, para relacionamento entre colegas do mes-mo segmento de atuação. Já familiarizado com o ambiente das redes sociais, passou a utilizá-las postando conteúdo relaciona-do mais ao trabalho do que à vida pessoal. “Alimento a minha página basicamente com orientações aos pacientes sobre os procedi-mentos cirúrgicos que realizo e também com informações sobre minha formação e espe-cializações”, diz.

Dr. Allex Ogawa, também Otorrino, resolveu experimentar e hoje sabe bem que o uso desse tipo de mídia é uma via de mão dupla. Isso porque, no início de 2011, criou um blog sobre dicas da especialidade e, mais recen-

Experimentando as redes

temente, colaborou com a abertura de uma fan page no Facebook para um dos consultórios em que atua. “A ideia surgiu após perceber que vá-rios colegas, incluindo Otorrinolaringologistas, criaram essas páginas com caráter educativo e, principalmente, como uma tentativa de com-bater as tantas desinformações encontradas na internet”, lembra o médico.

Entre posts e comentários, o retorno do blog, foi negativo. “O blog não é mais atualizado porque percebi que muitos consideravam esse canal como uma forma para substituir a consulta mé-dica”, critica Ogawa. Por outro lado, a fan page foi mantida direcionando aos leitores conteúdo institucional e informativo, como entrevistas e artigos.

“Penso que se a gente cultiva uma boa relação médico-paciente isso acaba refletindo no relacionamento respeitoso dentro da rede.”

Dr. Diderot Parreira

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CRM”, informa Dra. Vania Rosa, advogada responsável pelo setor jurídico da ABORL-CCF.

Descumprir normas, nestes ca-sos, resulta em punição, de acor-do com a Dra. Sandra Tomazi Weber, advogada especializada em direito digital. “Se o médico co-meter qualquer falta grave, como o desrespeito às vedações esta-belecidas, poderá ter o exercício profissional suspenso mediante procedimento administrativo es-pecífico”, frisa. Por isso, estar por dentro das novidades de comuni-cação e relacionamento nas redes é importante, mas exige atenção redobrada com o conteúdo produ-zido ou reproduzido.

Redes Sociais

27Revista VOX OTORRINO |março / abril 2013 | www.aborlccf.org.br26 | Revista VOX OTORRINO

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Se o assunto for publicidade em meios de comunicação de mas-sa, há restrições à propaganda em sua forma, conteúdo ou fina-lidade. Os médicos estão sujei-tos às regulamentações criadas pela Codame (Comissão de Di-vulgação de Assuntos Médicos), Resolução CFM nº. 1.974/2011 e Resolução CFM nº. 1.931/2009 (Código de Ética Médica). “Na in-ternet, é preciso observar os prin-cípios dogmáticos da ética médi-ca: respeitar o sigilo profissional; manter os pacientes no anonima-to; esclarecer e educar a socie-dade; evitar o sensacionalismo e a autopromoção; não fornecer consulta e só anunciar os títulos de especialidade registrados no

“Se o médico cometer

qualquer falta grave, como

o desrespeito às vedações

estabelecidas, poderá ter o resgistro

profissional suspenso”

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Dra. Sandra Tomazi Weber

Como explicitar os limites do relacionamento na web? Para Dra. Sandra, o ideal é tornar visível o objetivo da página, independente da mídia social. “O médico tem que deixar claro qual o propósito daquele perfil, como por exemplo, que se trata de um canal in-formativo e de construção e divulgação de conhecimento, não sendo destinado para outros fins”, salienta.

O Otorrinolaringologista Dr. Diderot Parreira mantém perfis no Facebook e no Linkedin. O primeiro, com intuito inicial de encontrar amigos de infância e manter contatos do dia a dia. O segundo, com foco profissional, para relacionamento entre colegas do mes-mo segmento de atuação. Já familiarizado com o ambiente das redes sociais, passou a utilizá-las postando conteúdo relaciona-do mais ao trabalho do que à vida pessoal. “Alimento a minha página basicamente com orientações aos pacientes sobre os procedi-mentos cirúrgicos que realizo e também com informações sobre minha formação e espe-cializações”, diz.

Dr. Allex Ogawa, também Otorrino, resolveu experimentar e hoje sabe bem que o uso desse tipo de mídia é uma via de mão dupla. Isso porque, no início de 2011, criou um blog sobre dicas da especialidade e, mais recen-

Experimentando as redes

temente, colaborou com a abertura de uma fan page no Facebook para um dos consultórios em que atua. “A ideia surgiu após perceber que vá-rios colegas, incluindo Otorrinolaringologistas, criaram essas páginas com caráter educativo e, principalmente, como uma tentativa de com-bater as tantas desinformações encontradas na internet”, lembra o médico.

Entre posts e comentários, o retorno do blog, foi negativo. “O blog não é mais atualizado porque percebi que muitos consideravam esse canal como uma forma para substituir a consulta mé-dica”, critica Ogawa. Por outro lado, a fan page foi mantida direcionando aos leitores conteúdo institucional e informativo, como entrevistas e artigos.

“Penso que se a gente cultiva uma boa relação médico-paciente isso acaba refletindo no relacionamento respeitoso dentro da rede.”

Dr. Diderot Parreira

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CRM”, informa Dra. Vania Rosa, advogada responsável pelo setor jurídico da ABORL-CCF.

Descumprir normas, nestes ca-sos, resulta em punição, de acor-do com a Dra. Sandra Tomazi Weber, advogada especializada em direito digital. “Se o médico co-meter qualquer falta grave, como o desrespeito às vedações esta-belecidas, poderá ter o exercício profissional suspenso mediante procedimento administrativo es-pecífico”, frisa. Por isso, estar por dentro das novidades de comuni-cação e relacionamento nas redes é importante, mas exige atenção redobrada com o conteúdo produ-zido ou reproduzido.

Redes Sociais

27Revista VOX OTORRINO |março / abril 2013 | www.aborlccf.org.br26 | Revista VOX OTORRINO

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Seu paciente está na internet e nas redes sociais e o dilema de criar ou não um vínculo com ele neste am-biente é uma questão de objetivo. “O médico pode utilizar essa ferra-menta como forma informativa, as-segurando a divulgação de um con-teúdo cientificamente comprovado e contribuindo para esclarecimen-tos e para a educação da socieda-de. Inclusive, no apoio à mobiliza-ção de determinadas campanhas”, pontua Sandra. Para a especialista em direito digital, a contrapartida é o possível assédio dos pacientes. “Recomendamos ao médico usar canais apropriados para tratar de discussão científica ou assuntos informativos de sua área de conhe-cimento e não misturar, no mesmo perfil, assuntos que dizem respeito à sua vida pessoal”, completa.

Diderot assume: “Sempre adiciono os pacientes no Facebook. Na ver-dade, é uma ótima ferramenta de di-vulgação de atividades”. Entretanto, ele se preocupa para que as piadas, fotos pessoais e os momentos de descontração fiquem de fora das

Adicionar ou não os pacientes à página pessoal?atualizações para não gerar uma su-perexposição da sua vida pessoal.

Ogawa concorda com o colega: “Adi-ciono pacientes sim, porém, tomo al-guns cuidados para evitar situações constrangedoras”. Cuidados esses que incluem, por exemplo, a filtragem do que é publicado pelos outros ami-gos em marcações. “Obviamente, não adiciono todos os pacientes que solicitam o vínculo de amizade pela rede social, mas, apesar de nunca ter sido necessário, não vejo problema em bloqueá-los caso cruzem a linha do bom senso”, coloca.

Não se deve, contudo, ignorar o fato de que o ambiente virtual pode se tornar uma ameaça ao profissional. E, nesses casos, a melhor ação é a prevenção. “Penso que se a gente cultiva uma boa relação médico--paciente, isso acaba refletindo no relacionamento respeitoso dentro da rede”, observa Dr. Diderot Parrei-ra. Entretanto, se a situação evoluir para um constrangimento maior, o setor jurídico da ABORL-CCF su-gere que o fato seja levado ao co-nhecimento de um advogado. “Ele

tomará as providências legais cabí-veis junto às autoridades policiais, ao CRM, Ministério Público e, se ne-cessário, ingressará com a medida judicial cabível para reparação de eventuais danos”, reforça Vania.

Nas redes – onde a reprodução de uma informação é apenas uma ques-tão de minutos – ou no tradicional contato cara a cara, o que conta é bom senso e a ética. “Tem que ficar muito claro o propósito do ambiente e a postura tem que estar alinhada com isso”, garante Sandra.

Comunidade científicaA internet também permite a segmentação

da informação e já existem comunidades

especialmente destinadas aos médicos

para a troca de conhecimento científico.

Conheça algumas:

Sermo: www.sermo.com

iMeds: www.imeds.com.br

YouDoc!: www.youdoc.com.br

Meu Prontuário: www.meuprontuario.net

O Código de Ética Médica veda ao médico fazer referência a casos clínicos identificáveis, exibir pacientes ou suas imagens em anún-cios profissionais ou na divulgação de assuntos médicos, em meios de comunicação em geral, mesmo com autorização do paciente (Art. 75). É proibida ainda a divulgação, fora do meio científico, de processo de tratamento ou descoberta cujo valor ainda não esteja expressamente reconhecido cientificamente por órgão competente (Art. 113), além de consultas, diagnósticos ou prescrição por qual-quer meio de comunicação de massa, como a internet (Art. 114). A participação em comunidades de relacionamento ou a exposição nesses meios deve ser pautada por objetivos exclusivos de escla-recimento e educação em relação aos assuntos médicos (Art. 111).

O Código de Ética Médica está disponível em:

www.portalmedico.org.br

O que diz a legislaçãoAr

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Dr. Allex Ogawa: evitando constrangimentos

Redes Sociais

março / abril 2013 | www.aborlccf.org.br28 | Revista VOX OTORRINO

Seu paciente está na internet e nas redes sociais e o dilema de criar ou não um vínculo com ele neste am-biente é uma questão de objetivo. “O médico pode utilizar essa ferra-menta como forma informativa, as-segurando a divulgação de um con-teúdo cientificamente comprovado e contribuindo para esclarecimen-tos e para a educação da socieda-de. Inclusive, no apoio à mobiliza-ção de determinadas campanhas”, pontua Sandra. Para a especialista em direito digital, a contrapartida é o possível assédio dos pacientes. “Recomendamos ao médico usar canais apropriados para tratar de discussão científica ou assuntos informativos de sua área de conhe-cimento e não misturar, no mesmo perfil, assuntos que dizem respeito à sua vida pessoal”, completa.

Diderot assume: “Sempre adiciono os pacientes no Facebook. Na ver-dade, é uma ótima ferramenta de di-vulgação de atividades”. Entretanto, ele se preocupa para que as piadas, fotos pessoais e os momentos de descontração fiquem de fora das

Adicionar ou não os pacientes à página pessoal?atualizações para não gerar uma su-perexposição da sua vida pessoal.

Ogawa concorda com o colega: “Adi-ciono pacientes sim, porém, tomo al-guns cuidados para evitar situações constrangedoras”. Cuidados esses que incluem, por exemplo, a filtragem do que é publicado pelos outros ami-gos em marcações. “Obviamente, não adiciono todos os pacientes que solicitam o vínculo de amizade pela rede social, mas, apesar de nunca ter sido necessário, não vejo problema em bloqueá-los caso cruzem a linha do bom senso”, coloca.

Não se deve, contudo, ignorar o fato de que o ambiente virtual pode se tornar uma ameaça ao profissional. E, nesses casos, a melhor ação é a prevenção. “Penso que se a gente cultiva uma boa relação médico--paciente, isso acaba refletindo no relacionamento respeitoso dentro da rede”, observa Dr. Diderot Parrei-ra. Entretanto, se a situação evoluir para um constrangimento maior, o setor jurídico da ABORL-CCF su-gere que o fato seja levado ao co-nhecimento de um advogado. “Ele

tomará as providências legais cabí-veis junto às autoridades policiais, ao CRM, Ministério Público e, se ne-cessário, ingressará com a medida judicial cabível para reparação de eventuais danos”, reforça Vania.

Nas redes – onde a reprodução de uma informação é apenas uma ques-tão de minutos – ou no tradicional contato cara a cara, o que conta é bom senso e a ética. “Tem que ficar muito claro o propósito do ambiente e a postura tem que estar alinhada com isso”, garante Sandra.

Comunidade científicaA internet também permite a segmentação

da informação e já existem comunidades

especialmente destinadas aos médicos

para a troca de conhecimento científico.

Conheça algumas:

Sermo: www.sermo.com

iMeds: www.imeds.com.br

YouDoc!: www.youdoc.com.br

Meu Prontuário: www.meuprontuario.net

O Código de Ética Médica veda ao médico fazer referência a casos clínicos identificáveis, exibir pacientes ou suas imagens em anún-cios profissionais ou na divulgação de assuntos médicos, em meios de comunicação em geral, mesmo com autorização do paciente (Art. 75). É proibida ainda a divulgação, fora do meio científico, de processo de tratamento ou descoberta cujo valor ainda não esteja expressamente reconhecido cientificamente por órgão competente (Art. 113), além de consultas, diagnósticos ou prescrição por qual-quer meio de comunicação de massa, como a internet (Art. 114). A participação em comunidades de relacionamento ou a exposição nesses meios deve ser pautada por objetivos exclusivos de escla-recimento e educação em relação aos assuntos médicos (Art. 111).

O Código de Ética Médica está disponível em:

www.portalmedico.org.br

O que diz a legislação

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Dr. Allex Ogawa: evitando constrangimentos

Redes Sociais

março / abril 2013 | www.aborlccf.org.br28 | Revista VOX OTORRINO

O que há de novo?

Dr. Renato RoithmannCoordenador da Comissão de Educação Médica Continuada

Nesta edição, o artigo recomendado pela Comissão de Educação Médica Continuada trata de co-lesteatoma da orelha média, uma doença complexa que desafia até os Otorrinolaringologistas mais experientes. Esta patologia sempre gerou um grande número de pesquisas e debates em todo o mundo. Boa leitura.

Os últimos dois anos em colesteatoma da orelha média O Colesteatoma de orelha média é caracterizado pela presença de epi-télio estratificado escamoso quera-tinizado, constituído por uma matriz externa formada por epitélio pavi-mentoso produtor de queratina e uma perimatriz composta por tecido conjuntivo, fibroblastos e polimorfo-nucleares. O termo colesteatoma foi introduzido na literatura médica por Johannes Müller, em 1828, e depois, mais corretamente, chamado de queratoma, por Curvailier. Desde en-tão, muitas pesquisas foram, e são, realizadas para elucidar a origem, o prognóstico e o tratamento desta doença. Sabe-se que as compli-cações do colesteatoma de orelha média estão intimamente ligadas ao seu poder de erosão óssea e cresci-mento, a exemplo da exposição da dura-máter, lesão de cadeia ossicu-lar, lesão do nervo facial, invasão da orelha interna, entre outras.

Nas últimas duas décadas, deze-nas de trabalhos foram publicados na literatura mundial, no intuito de identificar a presença de citocinas inflamatórias, como interleucinas (IL), fator de necrose tumoral alfa (TNF-a), fator transformador de crescimento (TGF), metaloproteina-

ses (MMP); fatores de crescimento epitelial (EGF, KGF), além de sinali-zadores intracelulares, que regulam a expressão de genes, como as ci-toqueratinas, o Ki-67, entre outros.

Sabe-se que estas substâncias estão presentes no colesteatoma e que muitas estão envolvidas na agressividade da doença, porém ainda não se sabe qual ou quais são as mais importantes ou se a in-teração entre elas é que determina sua agressividade.

Nos últimos dois anos, as principais substâncias estudadas, tanto atra-vés de métodos de imunohistoquí-mica quanto amplificação de áci-dos nucléicos, foram as seguintes: IL-17, KGF, KGFR, Ki-67, EGFR, TNF e seu receptor, exoglicosidades, MMP e seus receptores específicos (TIMPs), além do LPS (lipopolissa-carídeo da Pseudomonas).

Haruyama e col. em 2010 encontra-ram correlação entre o grau de des-truição óssea do colesteatoma e a expressão da IL-17. Fukuda e col., no mesmo ano, compararam a ex-pressão do KGF, KGFR e Ki-67 entre amostras de pacientes com coleste-atoma e os com otite média crônica

não colesteatomatosa, encontrando maior expressão nos colesteato-mas. Os mesmos autores (2012) as-sociaram os mesmos fatores, além da presença de linfócitos B e T em colesteatoma e pacientes com cavi-dade pós-operatória úmida e obser-varam nestes últimos, maior presen-ça de células B e menor expressão dos fatores e linfócitos T, indicando que a cavidade úmida pós-opera-tória está mais relacionada com a presença de tecido inflamatório crô-nico. O EGFR está muito relaciona-do com a hiperplasia, crescimento e expressão de citoqueratinas tanto no colesteatoma quanto em neopla-sias epiteliais. Jin e col. (2011) cor-relacionaram a expressão do EGFR no colesteatoma e a angiogênese, através de técnica de análise de densidade de vasos, e encontraram uma correlação positiva. Alves e col.(2012) não encontraram diferença na expressão do EGFR entre coles-teatoma em adultos e crianças. Vita-le e col.(2011) encontraram expres-são do TNF-R2 em colesteatomas, porém sem relação com o grau de inflamação. Olszewska e col.(2012) dosaram as exoglicosidades (gli-coproteínas) no colesteatoma e em

9 e 10 de maio Curso de Cirurgia Endoscópica Endonasal AvançadoCoordenação: Dr. Marcus LessaLocal: FORL - Salvador (BA)Informações: (71) 3068-9855

9 e 10 de maioO Exame Laringoscópico: Técnica e Laudo da Videonasofibrolaringoscopia e da Videolarin-goestroboscopiaCoordenação: Dra. Claudia EckletLocal: Departamento de Otorrinolaringo-logia da Santa Casa de São Paulo – São Paulo (SP)Informações: (11) 2176-7235

16 a 18 de maio2º Hearing - Congresso Internacional de Surdez, Implante Coclear, Próteses Auditivas e Cirurgicamente ImplantáveisCoordenação: Prof. Ricardo Ferreira BentoLocal: Centro de Convenções Rebouças - São Paulo (SP)Informações: (11) 3068-9855

16 a 18 de maioRinosseptoplastiaCoordenação: Prof. Dr. José Eduardo Dol-ciLocal: Santa Casa de São Paulo - São Paulo (SP)Informações: (11) 2176-7235

22 a 25 de maio32º Curso de Microanatomia Cirúrgica do Osso TemporalCoordenação: Prof. Oswaldo Laércio Mendonça CruzLocal: Instituto de Ensino e Pesquisa do Hospital Sírio Libanês - São Paulo (SP)Informações: (11) 3155-0887

23 a 25 de maio12º Congresso da Associação Centro-Brasi-leira de Otorrinolaringologia / 4º Caipirão de OtorrinolaringologiaCoordenação: Dr. José Victor ManigliaLocal: Sociedade de Medicina e Cirurgia - São José do Rio Preto (SP)Informações: (17) 3214-5900

23 a 25 de maio2ª Imersão em ORL PediátricaCoordenação: Dra. Shirley Shizue Nagata PignatariLocal: Maksoud Plaza Hotel - São Paulo (SP)Informações: (11) 5080-4933

23 e 24 de maio8º Workshop em Exames Endoscópicos Ambu-latoriais em ORLCoordenação: Dra. Adriana Hachiya e Dra. Saramira BohadanaLocal: Anfiteatro do Hospital Paulista - São Paulo (SP)Informações: (11) 5085-0189

23 e 24 de maioCurso de RinoplastiaCoordenação: Dr. José JuradoLocal: FMUSP - São Paulo (SP)Informações: (11) 3068-9855

24 a 26 de maio5º Curso Básico, Teórico e Prático de Rinite Alérgica e AlergiaCoordenação: Dr. Sergio Maniglia e Dra. Gisele KuntzeLocal: Hospital IPO - Curitiba (PR)Informações: (41) 3314-1590

18 a 21 de junho100º Curso de Dissecção Osso TemporalCoordenação: Prof. Ricardo Ferreira BentoLocal: FMUSP - São Paulo (SP)Informações: (11) 3068-9855

24 a 26 de junho24º OrelhãoCoordenação: Prof. Ricardo Ferreira BentoLocal: FMUSP - São Paulo (SP)Informações: (11) 3068-9855

28 a 30 de junho16ª Jornada Sul Brasileira de Otorrinolarin-gologiaCoordenação: ASPOLocal: Associação Médica do Paraná - Curitiba (PR)Informações: (41) 3039-8878

29 de junhoPPA - Projeto Próteses Auditivas - Aspectos Práticos para o OtorrinolaringologistaCoordenação Geral: Dr. Marcelo Ribeiro de Toledo PizaCoordenação Local: Dr. Luiz Rodolpho Penna Lima Jr.Local: A definir - Natal (RN)Informações: (11) 5053-7500

11 a 13 de julhoCurso de Cirurgias Endoscópicas EndonasaisCoordenação: Dr. Marcus LessaLocal: FORL - Salvador (BA)Informações: (11) 3068-9855

20 de julhoPPA - Projeto Próteses Auditivas - Aspectos Práticos para o OtorrinolaringologistaCoordenação Geral: Dr. Marcelo Ribeiro de Toledo PizaCoordenação Local: Dra. Maria Cristina Cento FantiLocal: A definir - Goiânia (GO)Informações: (11) 5053-7500

24 a 27 de julho33º Curso de Microanatomia Cirúrgica do Osso TemporalCoordenação: Prof. Oswaldo Laércio Mendonça CruzLocal: Instituto de Ensino e Pesquisa do Hospital Sírio Libanês - São Paulo (SP)Informações: (11) 3155-0887

18 a 20 de julho1º Curso Storz-Vitom/Unicamp de Dissecção de Osso TemporalCoordenação: Storz -Vitom e UnicampLocal: Unicamp - Campinas (SP)Informações: (19) 3521-7523 / 7454

18 a 20 de julho2º Curso de Capacitação sobre Reabilitação Clínica e Cirúrgica da Audição: implante coclear, próteses implantáveis e fonoaudiologiaCoordenação: Unicamp e FMRP - USPLocal: Unicamp - Campinas (SP)Informações: (19) 3521-7523 / 7454

25 e 26 de julho1º Curso Teórico de Técnicas Cirúrgicas em OtologiaCoordenação: Dr. Iulo BaraunaLocal: Complexo Hospitalar Professor Ed-mundo Vasconcelos - São Paulo (SP)Informações: (11) 5080-4357

25 a 27 de julho4º Curso Avançado de Anatomia Otológica e Neuro OtológicaCoordenação: Dr. Rubens BritoLocal: FAMENE - João Pessoa (PB)Informações: (11) 3068-9855

43º Congresso Brasileiro de Otorrinolaringologia e Cirurgia Cérvico-facialCoordenação: Associação Brasileira de Otorrinolaringologia e Cirurgia Cérvico-facial

Local: Anhembi Parque

Informações: www.aborlccf.org.br/43cb Telefone: (11) 5053-7500

Não esqueça, reserve logo seu hotel!

20 a 23 de novembro

EducaçãoContinuada

31Revista VOX OTORRINO |março / abril 2013 | www.aborlccf.org.brmarço / abril 2013 | www.aborlccf.org.br30 | Revista VOX OTORRINO

O que há de novo?

Dr. Renato RoithmannCoordenador da Comissão de Educação Médica Continuada

Nesta edição, o artigo recomendado pela Comissão de Educação Médica Continuada trata de co-lesteatoma da orelha média, uma doença complexa que desafia até os Otorrinolaringologistas mais experientes. Esta patologia sempre gerou um grande número de pesquisas e debates em todo o mundo. Boa leitura.

Os últimos dois anos em colesteatoma da orelha média O Colesteatoma de orelha média é caracterizado pela presença de epi-télio estratificado escamoso quera-tinizado, constituído por uma matriz externa formada por epitélio pavi-mentoso produtor de queratina e uma perimatriz composta por tecido conjuntivo, fibroblastos e polimorfo-nucleares. O termo colesteatoma foi introduzido na literatura médica por Johannes Müller, em 1828, e depois, mais corretamente, chamado de queratoma, por Curvailier. Desde en-tão, muitas pesquisas foram, e são, realizadas para elucidar a origem, o prognóstico e o tratamento desta doença. Sabe-se que as compli-cações do colesteatoma de orelha média estão intimamente ligadas ao seu poder de erosão óssea e cresci-mento, a exemplo da exposição da dura-máter, lesão de cadeia ossicu-lar, lesão do nervo facial, invasão da orelha interna, entre outras.

Nas últimas duas décadas, deze-nas de trabalhos foram publicados na literatura mundial, no intuito de identificar a presença de citocinas inflamatórias, como interleucinas (IL), fator de necrose tumoral alfa (TNF-a), fator transformador de crescimento (TGF), metaloproteina-

ses (MMP); fatores de crescimento epitelial (EGF, KGF), além de sinali-zadores intracelulares, que regulam a expressão de genes, como as ci-toqueratinas, o Ki-67, entre outros.

Sabe-se que estas substâncias estão presentes no colesteatoma e que muitas estão envolvidas na agressividade da doença, porém ainda não se sabe qual ou quais são as mais importantes ou se a in-teração entre elas é que determina sua agressividade.

Nos últimos dois anos, as principais substâncias estudadas, tanto atra-vés de métodos de imunohistoquí-mica quanto amplificação de áci-dos nucléicos, foram as seguintes: IL-17, KGF, KGFR, Ki-67, EGFR, TNF e seu receptor, exoglicosidades, MMP e seus receptores específicos (TIMPs), além do LPS (lipopolissa-carídeo da Pseudomonas).

Haruyama e col. em 2010 encontra-ram correlação entre o grau de des-truição óssea do colesteatoma e a expressão da IL-17. Fukuda e col., no mesmo ano, compararam a ex-pressão do KGF, KGFR e Ki-67 entre amostras de pacientes com coleste-atoma e os com otite média crônica

não colesteatomatosa, encontrando maior expressão nos colesteato-mas. Os mesmos autores (2012) as-sociaram os mesmos fatores, além da presença de linfócitos B e T em colesteatoma e pacientes com cavi-dade pós-operatória úmida e obser-varam nestes últimos, maior presen-ça de células B e menor expressão dos fatores e linfócitos T, indicando que a cavidade úmida pós-opera-tória está mais relacionada com a presença de tecido inflamatório crô-nico. O EGFR está muito relaciona-do com a hiperplasia, crescimento e expressão de citoqueratinas tanto no colesteatoma quanto em neopla-sias epiteliais. Jin e col. (2011) cor-relacionaram a expressão do EGFR no colesteatoma e a angiogênese, através de técnica de análise de densidade de vasos, e encontraram uma correlação positiva. Alves e col.(2012) não encontraram diferença na expressão do EGFR entre coles-teatoma em adultos e crianças. Vita-le e col.(2011) encontraram expres-são do TNF-R2 em colesteatomas, porém sem relação com o grau de inflamação. Olszewska e col.(2012) dosaram as exoglicosidades (gli-coproteínas) no colesteatoma e em

9 e 10 de maio Curso de Cirurgia Endoscópica Endonasal AvançadoCoordenação: Dr. Marcus LessaLocal: FORL - Salvador (BA)Informações: (71) 3068-9855

9 e 10 de maioO Exame Laringoscópico: Técnica e Laudo da Videonasofibrolaringoscopia e da Videolarin-goestroboscopiaCoordenação: Dra. Claudia EckletLocal: Departamento de Otorrinolaringo-logia da Santa Casa de São Paulo – São Paulo (SP)Informações: (11) 2176-7235

16 a 18 de maio2º Hearing - Congresso Internacional de Surdez, Implante Coclear, Próteses Auditivas e Cirurgicamente ImplantáveisCoordenação: Prof. Ricardo Ferreira BentoLocal: Centro de Convenções Rebouças - São Paulo (SP)Informações: (11) 3068-9855

16 a 18 de maioRinosseptoplastiaCoordenação: Prof. Dr. José Eduardo Dol-ciLocal: Santa Casa de São Paulo - São Paulo (SP)Informações: (11) 2176-7235

22 a 25 de maio32º Curso de Microanatomia Cirúrgica do Osso TemporalCoordenação: Prof. Oswaldo Laércio Mendonça CruzLocal: Instituto de Ensino e Pesquisa do Hospital Sírio Libanês - São Paulo (SP)Informações: (11) 3155-0887

23 a 25 de maio12º Congresso da Associação Centro-Brasi-leira de Otorrinolaringologia / 4º Caipirão de OtorrinolaringologiaCoordenação: Dr. José Victor ManigliaLocal: Sociedade de Medicina e Cirurgia - São José do Rio Preto (SP)Informações: (17) 3214-5900

23 a 25 de maio2ª Imersão em ORL PediátricaCoordenação: Dra. Shirley Shizue Nagata PignatariLocal: Maksoud Plaza Hotel - São Paulo (SP)Informações: (11) 5080-4933

23 e 24 de maio8º Workshop em Exames Endoscópicos Ambu-latoriais em ORLCoordenação: Dra. Adriana Hachiya e Dra. Saramira BohadanaLocal: Anfiteatro do Hospital Paulista - São Paulo (SP)Informações: (11) 5085-0189

23 e 24 de maioCurso de RinoplastiaCoordenação: Dr. José JuradoLocal: FMUSP - São Paulo (SP)Informações: (11) 3068-9855

24 a 26 de maio5º Curso Básico, Teórico e Prático de Rinite Alérgica e AlergiaCoordenação: Dr. Sergio Maniglia e Dra. Gisele KuntzeLocal: Hospital IPO - Curitiba (PR)Informações: (41) 3314-1590

18 a 21 de junho100º Curso de Dissecção Osso TemporalCoordenação: Prof. Ricardo Ferreira BentoLocal: FMUSP - São Paulo (SP)Informações: (11) 3068-9855

24 a 26 de junho24º OrelhãoCoordenação: Prof. Ricardo Ferreira BentoLocal: FMUSP - São Paulo (SP)Informações: (11) 3068-9855

28 a 30 de junho16ª Jornada Sul Brasileira de Otorrinolarin-gologiaCoordenação: ASPOLocal: Associação Médica do Paraná - Curitiba (PR)Informações: (41) 3039-8878

29 de junhoPPA - Projeto Próteses Auditivas - Aspectos Práticos para o OtorrinolaringologistaCoordenação Geral: Dr. Marcelo Ribeiro de Toledo PizaCoordenação Local: Dr. Luiz Rodolpho Penna Lima Jr.Local: A definir - Natal (RN)Informações: (11) 5053-7500

11 a 13 de julhoCurso de Cirurgias Endoscópicas EndonasaisCoordenação: Dr. Marcus LessaLocal: FORL - Salvador (BA)Informações: (11) 3068-9855

20 de julhoPPA - Projeto Próteses Auditivas - Aspectos Práticos para o OtorrinolaringologistaCoordenação Geral: Dr. Marcelo Ribeiro de Toledo PizaCoordenação Local: Dra. Maria Cristina Cento FantiLocal: A definir - Goiânia (GO)Informações: (11) 5053-7500

24 a 27 de julho33º Curso de Microanatomia Cirúrgica do Osso TemporalCoordenação: Prof. Oswaldo Laércio Mendonça CruzLocal: Instituto de Ensino e Pesquisa do Hospital Sírio Libanês - São Paulo (SP)Informações: (11) 3155-0887

18 a 20 de julho1º Curso Storz-Vitom/Unicamp de Dissecção de Osso TemporalCoordenação: Storz -Vitom e UnicampLocal: Unicamp - Campinas (SP)Informações: (19) 3521-7523 / 7454

18 a 20 de julho2º Curso de Capacitação sobre Reabilitação Clínica e Cirúrgica da Audição: implante coclear, próteses implantáveis e fonoaudiologiaCoordenação: Unicamp e FMRP - USPLocal: Unicamp - Campinas (SP)Informações: (19) 3521-7523 / 7454

25 e 26 de julho1º Curso Teórico de Técnicas Cirúrgicas em OtologiaCoordenação: Dr. Iulo BaraunaLocal: Complexo Hospitalar Professor Ed-mundo Vasconcelos - São Paulo (SP)Informações: (11) 5080-4357

25 a 27 de julho4º Curso Avançado de Anatomia Otológica e Neuro OtológicaCoordenação: Dr. Rubens BritoLocal: FAMENE - João Pessoa (PB)Informações: (11) 3068-9855

43º Congresso Brasileiro de Otorrinolaringologia e Cirurgia Cérvico-facialCoordenação: Associação Brasileira de Otorrinolaringologia e Cirurgia Cérvico-facial

Local: Anhembi Parque

Informações: www.aborlccf.org.br/43cb Telefone: (11) 5053-7500

Não esqueça, reserve logo seu hotel!

20 a 23 de novembro

EducaçãoContinuada

31Revista VOX OTORRINO |março / abril 2013 | www.aborlccf.org.brmarço / abril 2013 | www.aborlccf.org.br30 | Revista VOX OTORRINO

Mestre e Doutor pela Universidade Federal de São Paulo

Prof. Assistente da Faculdade de Medicina do ABD

Prof. Titular da Universidade São Camilo

Prof. Dr. Marcos Antunes

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amostras de sangue destes pacientes e encontraram diferenças em relação a pacientes saudáveis.

Em relação aos métodos de imagem no intuito de diag-nosticar a doença ou no sentido de acompanhamento pós-operatório de cavidades fechadas, a ressonância magnética (RM) com difusão tem se mostrado o mé-todo de escolha. Jindal e col.(2011) publicaram uma revisão sistemática, onde levantaram 402 publicações e selecionaram 16. Destas, oito trabalhos que utiliza-ram a RM com difusão em imagem ecoplanar (EPI), no total de 225 pacientes e oito trabalhos com ima-gem não eco-planar (NEPI), no total de 207 pacientes (comparando os achados da RM com a cirurgia de se-cond look). A RM com NEPI foi superior em relação à EPI em sensibilidade e especificidade, principalmente em lesões menores de 5mm. A imagem não ecoplanar possui melhor qualidade, com menos artefatos, porém sua aquisição de imagem é mais lenta, aumentando o tempo do exame.

Em relação ao tratamento do colesteatoma, o uso do endoscópio na cirurgia é assunto recentemente dis-cutido em congressos nacionais e internacionais. O benefício da fibra óptica na cirurgia da orelha média

tem sido discutido em trabalhos na literatura, princi-palmente para visibilização de áreas de difícil acesso, com visão limitada através do microscópio cirúrgico, como recesso do nervo facial e seio timpânico. Ainda tem sido discutido seu uso para remover fragmentos de colesteatoma nestas regiões, evitando-se a timpanoto-mia posterior em uma técnica fechada ou até evitando a necessidade de técnica aberta, como discutido por Ayache e col (2008) e posteriormente por Yang e col.(2010). A desvantagem do endoscópio em relação ao microscópio é a visão não tridimensional e o uso de uma das mãos para segurar a óptica. Após a aparente remoção completa do colesteatoma, fica-se a dúvida de ter deixado restos microscópicos da doença. Takagi e col.(2012) utilizaram a galectina-7, uma lecitina pre-sente no colesteatoma, mas ausente na mucosa da ore-lha média, através de uma reação com seu anticorpo específico, na detecção desta lecitina sob visão direta de um microscópio com iluminação por imunofluores-cência e também através de microscópio cirúrgico com iluminação a laser, inicialmente “in vitro”. Os autores veem uma perspectiva de sua utilização no momento da cirurgia, para identificar possíveis resíduos da do-ença no intuito de removê-los.

Referências:

1. Fukuda TY, Takahashi H, Terakado M, Hishikawa et al. Expression of Keratinocyte Growth Factor and Its Receptor in Noncholesteato-matous and Cholesteatomatous Chronic Otitis Media. -Otol Neurotol 2010; 31:745-751. 2. Fukuda TY, Takahashi H, Koji T. Expression of keratinocyte growth factor (KGF) and its receptor in a middle-ear cavity problem.International Journal of Pediatric Otorhinolaryngology 2012; 76: 76–81. 3. Jin BO, Min HJ, Jeong JH et al. Expression of EGFR and Microvessel Density in Middle Ear Cholesteatoma. Clinical and Experimental Otorhinolaryngology; 2011;vol.4:67-71. 4. Vitale RF, Pereira CSB, Alves AL et al.TNF-R2 expression in acquired middle ear cho-lesteatoma . Braz J Otorhinolaryngol 2011; 77(4):531-6. 5. Olszewska,E Cholesteatoma-Associated Pathogenicity: Potential Role of Lysosomal Exoglycosidases. Otology Neurotology 2012;33:596-603. 6. Alves AL, Pereira CSB, Carvalho MFPC et al.EGFR expression in acquired middle ear cholesteatoma in children and adults. Eur J Pediatr 2012 ;171:307–310. 7. Jindal M, Riskalla A, Jiang D et al.A Systematic Review of Diffusion-Weighted Magnetic Resonance Imaging in the Assessment of Postoperative Cholesteatoma. Otology Neurotology 2011;32:1243-1249. 8. Ayache S, Tramier B, Strunski V. Otoendoscopy in Cholesteatoma surgery of the middle ear: what benefits can be expected? Otology Neurotology 2008; 29:1085-1090. 9. Yang L, Jian-Jun S, Yong-sheng L et al. Otoendoscopic treatment of hidden lesions in oto-mastoiditis. Chinese Medical Journal 2010;123(3): 291-295. 10. Takagi D, Hato N, Okada M et al. Galectin-7 as a Marker of Cholesteatoma Residue and Its Detection During Surgery by an Immunofluorescent Method-A Preliminary Study.Otology Neurotology 2012;33:396-399.

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Por Dr. Ricardo Bento

lharam para que ela se fortalecesse. Publiquei, em 1990, um número es-pecial com as Memórias da Revista Brasileira de Otorrinolaringologia e seu índice remissivo de trabalhos até essa data. Recuperamos todos os números da revista desde o primeiro. Esse número especial está disponível na ABORL-CCF e seu índice remissi-vo de arquivos serviu de base para o resgate de todos os artigos que hoje constam na página da web.

A revista foi fundada em 1933 com o nome de Revista Oto-Laryngológica de São Paulo, tendo como diretores e redatores Drs. Mário Otoni de Rezen-de e Homero Cordeiro, que perma-neceram nos respectivos cargos por 30 anos, até 1963. Nessa data ainda não havia órgão representativo na-cional da especialidade e a maioria dos especialistas praticava Otorrino-laringologia e Oftalmologia. A revista, porém, tratava somente de artigos na área Otorrinolaringológica, o que já acenava a separação entre ORL e Oftalmo como especialidades inde-pendentes. No ano de 1939, a revista passou a chamar-se Revista Brasilei-ra de Otorrinolaringologia, sem preju-ízo aos volumes anteriores, mantendo a numeração continuada da Revista Oto-Laryngológica de São Paulo.

Tradicionalmente, as revistas nacio-nais são massacradas pelas publica-ções estrangeiras, principalmente as americanas. Isso acontece principal-mente pela barreira linguística e pela falta de apoio à pesquisa científica, tanto por parte do governo quanto da iniciativa privada. Por isso, nos últimos anos, a revista passou a ser publicada também em inglês a fim de alcançar indexações e mais visuali-zações com citação no ISI.

Os autores nacionais têm sérias difi-culdades para publicar em revistas de renome, o que pode ser atribuído ao preconceito de artigos vindo de países em desenvolvimento, dentre

História revisitada

Escrever sobre a Revista Bra-sileira de Otorrinolaringologia nos seus primeiros anos, de 1933 a 1990, é quase como

escrever sobre a História da Otorri-nolaringologia Brasileira. Fui editor da Revista de 1989 a 1996 e, nesse período, consolidei uma forte ligação com o veículo que está entre as cin-co mais antigas revistas médicas do Brasil. Em 1989, quando a assumi, a revista tinha três artigos publicados em cada um dos três números. Esses artigos eram normalmente artigos de revisão ou relatos de caso. Não havia nenhum anúncio e o custo de sua pro-dução era integralmente da SBORL. É possível imaginar a batalha que foi para conseguirmos fazer com que os poucos brasileiros que publicavam na época confiassem na revista e en-viassem seus artigos. Em 1996, eram publicadas quatro edições anuais, com média de 10 artigos por edição, e oito anunciantes que rendiam, na época, 80 mil reais por ano de lucro.

Esta dedicação ao crescimento da revista nos motivou a pesquisar suas origens e dar o devido crédito às pessoas que, como nós, também foram ligadas à publicação e traba-

os quais estão também China, Rús-sia, Índia e demais países da Améri-ca Latina. Dificilmente autores oriun-dos dessas localidades conseguem publicar em títulos como Nature, Science e New England Journal of Medicine. E temos ainda o agravante de que, em nossa especialidade, as revistas têm os piores índices de im-pacto entre todas as especialidades, basta ver as principais como o Laryn-goscope, Otology and Neurotology, Otolaryngology and Head and Neck Surgery e Rhinology cujos índices de impacto giram em torno de 2.0. Os órgãos universitários e governa-mentais de pesquisa e pós-gradua-ção, como CAPES e CNPq, são in-sensíveis ao argumento de que o que interessa é o índice de impacto den-tro da área e que temos que publicar como os pesquisadores de ORL em todo mundo publicam. Estes colegia-dos insistem em querer comparar-nos com outras áreas básicas e clínicas que publicam em veículos de maior impacto, inerentes às suas especia-lidades. Como diz o ditado, querem “comparar alhos com bugalhos”. Em países da Europa, nos EUA e Canadá essa percepção já aconteceu e, nas instituições universitárias, cada área é cobrada em relação a seus pares in-ternacionais.

A Revista Brasileira de Otorrinolarin-gologia, hoje Brazilian Journal of Otorhinolaryngology, representa um patrimônio de nossa especialidade e temos orgulho de ter pertencido à sua direção. O esforço de todos os editores que estiveram à frente da re-vista colaborou para o crescimento da credibilidade da publicação e para o fortalecimento diante de suas simila-res internacionais. Hoje chegamos na maior indexação possível no ISI e con-tinuamos acreditando e investindo no futuro da revista, cujo sucesso é um retrato do desenvolvimento científico da ORL brasileira.

Educação continuada

Opinião

33Revista VOX OTORRINO |março / abril 2013 | www.aborlccf.org.brmarço / abril 2013 | www.aborlccf.org.br32 | Revista VOX OTORRINO

Mestre e Doutor pela Universidade Federal de São Paulo

Prof. Assistente da Faculdade de Medicina do ABD

Prof. Titular da Universidade São Camilo

Prof. Dr. Marcos Antunes

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amostras de sangue destes pacientes e encontraram diferenças em relação a pacientes saudáveis.

Em relação aos métodos de imagem no intuito de diag-nosticar a doença ou no sentido de acompanhamento pós-operatório de cavidades fechadas, a ressonância magnética (RM) com difusão tem se mostrado o mé-todo de escolha. Jindal e col.(2011) publicaram uma revisão sistemática, onde levantaram 402 publicações e selecionaram 16. Destas, oito trabalhos que utiliza-ram a RM com difusão em imagem ecoplanar (EPI), no total de 225 pacientes e oito trabalhos com ima-gem não eco-planar (NEPI), no total de 207 pacientes (comparando os achados da RM com a cirurgia de se-cond look). A RM com NEPI foi superior em relação à EPI em sensibilidade e especificidade, principalmente em lesões menores de 5mm. A imagem não ecoplanar possui melhor qualidade, com menos artefatos, porém sua aquisição de imagem é mais lenta, aumentando o tempo do exame.

Em relação ao tratamento do colesteatoma, o uso do endoscópio na cirurgia é assunto recentemente dis-cutido em congressos nacionais e internacionais. O benefício da fibra óptica na cirurgia da orelha média

tem sido discutido em trabalhos na literatura, princi-palmente para visibilização de áreas de difícil acesso, com visão limitada através do microscópio cirúrgico, como recesso do nervo facial e seio timpânico. Ainda tem sido discutido seu uso para remover fragmentos de colesteatoma nestas regiões, evitando-se a timpanoto-mia posterior em uma técnica fechada ou até evitando a necessidade de técnica aberta, como discutido por Ayache e col (2008) e posteriormente por Yang e col.(2010). A desvantagem do endoscópio em relação ao microscópio é a visão não tridimensional e o uso de uma das mãos para segurar a óptica. Após a aparente remoção completa do colesteatoma, fica-se a dúvida de ter deixado restos microscópicos da doença. Takagi e col.(2012) utilizaram a galectina-7, uma lecitina pre-sente no colesteatoma, mas ausente na mucosa da ore-lha média, através de uma reação com seu anticorpo específico, na detecção desta lecitina sob visão direta de um microscópio com iluminação por imunofluores-cência e também através de microscópio cirúrgico com iluminação a laser, inicialmente “in vitro”. Os autores veem uma perspectiva de sua utilização no momento da cirurgia, para identificar possíveis resíduos da do-ença no intuito de removê-los.

Referências:

1. Fukuda TY, Takahashi H, Terakado M, Hishikawa et al. Expression of Keratinocyte Growth Factor and Its Receptor in Noncholesteato-matous and Cholesteatomatous Chronic Otitis Media. -Otol Neurotol 2010; 31:745-751. 2. Fukuda TY, Takahashi H, Koji T. Expression of keratinocyte growth factor (KGF) and its receptor in a middle-ear cavity problem.International Journal of Pediatric Otorhinolaryngology 2012; 76: 76–81. 3. Jin BO, Min HJ, Jeong JH et al. Expression of EGFR and Microvessel Density in Middle Ear Cholesteatoma. Clinical and Experimental Otorhinolaryngology; 2011;vol.4:67-71. 4. Vitale RF, Pereira CSB, Alves AL et al.TNF-R2 expression in acquired middle ear cho-lesteatoma . Braz J Otorhinolaryngol 2011; 77(4):531-6. 5. Olszewska,E Cholesteatoma-Associated Pathogenicity: Potential Role of Lysosomal Exoglycosidases. Otology Neurotology 2012;33:596-603. 6. Alves AL, Pereira CSB, Carvalho MFPC et al.EGFR expression in acquired middle ear cholesteatoma in children and adults. Eur J Pediatr 2012 ;171:307–310. 7. Jindal M, Riskalla A, Jiang D et al.A Systematic Review of Diffusion-Weighted Magnetic Resonance Imaging in the Assessment of Postoperative Cholesteatoma. Otology Neurotology 2011;32:1243-1249. 8. Ayache S, Tramier B, Strunski V. Otoendoscopy in Cholesteatoma surgery of the middle ear: what benefits can be expected? Otology Neurotology 2008; 29:1085-1090. 9. Yang L, Jian-Jun S, Yong-sheng L et al. Otoendoscopic treatment of hidden lesions in oto-mastoiditis. Chinese Medical Journal 2010;123(3): 291-295. 10. Takagi D, Hato N, Okada M et al. Galectin-7 as a Marker of Cholesteatoma Residue and Its Detection During Surgery by an Immunofluorescent Method-A Preliminary Study.Otology Neurotology 2012;33:396-399.

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Por Dr. Ricardo Bento

lharam para que ela se fortalecesse. Publiquei, em 1990, um número es-pecial com as Memórias da Revista Brasileira de Otorrinolaringologia e seu índice remissivo de trabalhos até essa data. Recuperamos todos os números da revista desde o primeiro. Esse número especial está disponível na ABORL-CCF e seu índice remissi-vo de arquivos serviu de base para o resgate de todos os artigos que hoje constam na página da web.

A revista foi fundada em 1933 com o nome de Revista Oto-Laryngológica de São Paulo, tendo como diretores e redatores Drs. Mário Otoni de Rezen-de e Homero Cordeiro, que perma-neceram nos respectivos cargos por 30 anos, até 1963. Nessa data ainda não havia órgão representativo na-cional da especialidade e a maioria dos especialistas praticava Otorrino-laringologia e Oftalmologia. A revista, porém, tratava somente de artigos na área Otorrinolaringológica, o que já acenava a separação entre ORL e Oftalmo como especialidades inde-pendentes. No ano de 1939, a revista passou a chamar-se Revista Brasilei-ra de Otorrinolaringologia, sem preju-ízo aos volumes anteriores, mantendo a numeração continuada da Revista Oto-Laryngológica de São Paulo.

Tradicionalmente, as revistas nacio-nais são massacradas pelas publica-ções estrangeiras, principalmente as americanas. Isso acontece principal-mente pela barreira linguística e pela falta de apoio à pesquisa científica, tanto por parte do governo quanto da iniciativa privada. Por isso, nos últimos anos, a revista passou a ser publicada também em inglês a fim de alcançar indexações e mais visuali-zações com citação no ISI.

Os autores nacionais têm sérias difi-culdades para publicar em revistas de renome, o que pode ser atribuído ao preconceito de artigos vindo de países em desenvolvimento, dentre

História revisitada

Escrever sobre a Revista Bra-sileira de Otorrinolaringologia nos seus primeiros anos, de 1933 a 1990, é quase como

escrever sobre a História da Otorri-nolaringologia Brasileira. Fui editor da Revista de 1989 a 1996 e, nesse período, consolidei uma forte ligação com o veículo que está entre as cin-co mais antigas revistas médicas do Brasil. Em 1989, quando a assumi, a revista tinha três artigos publicados em cada um dos três números. Esses artigos eram normalmente artigos de revisão ou relatos de caso. Não havia nenhum anúncio e o custo de sua pro-dução era integralmente da SBORL. É possível imaginar a batalha que foi para conseguirmos fazer com que os poucos brasileiros que publicavam na época confiassem na revista e en-viassem seus artigos. Em 1996, eram publicadas quatro edições anuais, com média de 10 artigos por edição, e oito anunciantes que rendiam, na época, 80 mil reais por ano de lucro.

Esta dedicação ao crescimento da revista nos motivou a pesquisar suas origens e dar o devido crédito às pessoas que, como nós, também foram ligadas à publicação e traba-

os quais estão também China, Rús-sia, Índia e demais países da Améri-ca Latina. Dificilmente autores oriun-dos dessas localidades conseguem publicar em títulos como Nature, Science e New England Journal of Medicine. E temos ainda o agravante de que, em nossa especialidade, as revistas têm os piores índices de im-pacto entre todas as especialidades, basta ver as principais como o Laryn-goscope, Otology and Neurotology, Otolaryngology and Head and Neck Surgery e Rhinology cujos índices de impacto giram em torno de 2.0. Os órgãos universitários e governa-mentais de pesquisa e pós-gradua-ção, como CAPES e CNPq, são in-sensíveis ao argumento de que o que interessa é o índice de impacto den-tro da área e que temos que publicar como os pesquisadores de ORL em todo mundo publicam. Estes colegia-dos insistem em querer comparar-nos com outras áreas básicas e clínicas que publicam em veículos de maior impacto, inerentes às suas especia-lidades. Como diz o ditado, querem “comparar alhos com bugalhos”. Em países da Europa, nos EUA e Canadá essa percepção já aconteceu e, nas instituições universitárias, cada área é cobrada em relação a seus pares in-ternacionais.

A Revista Brasileira de Otorrinolarin-gologia, hoje Brazilian Journal of Otorhinolaryngology, representa um patrimônio de nossa especialidade e temos orgulho de ter pertencido à sua direção. O esforço de todos os editores que estiveram à frente da re-vista colaborou para o crescimento da credibilidade da publicação e para o fortalecimento diante de suas simila-res internacionais. Hoje chegamos na maior indexação possível no ISI e con-tinuamos acreditando e investindo no futuro da revista, cujo sucesso é um retrato do desenvolvimento científico da ORL brasileira.

Educação continuada

Opinião

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ENFiM, BRASíLiA!Ter um escritório em Brasília e ficar mais próximo do poder público era um antigo anseio da ABORL-CCF finalmente realizado.

Por Eliana Antiqueira / Fotos: Cristiano Costa

Ficar próximo do poder é uma forma de participar e influenciar nas decisões que possam reverter em boas oportunidades para a ABORL-CCF. Este é o pensamento que conduz o Co-mitê Conexão Brasília, grupo recém-criado pela atual diretoria

para agir como interlocutores no Distrito Federal, defendendo os inte-resses da especialidade e dos associados.

Formado por Dr. Ronaldo Granjeiro, Dra. Elienai de Alencar Meneses, Dr. Fayez Bahmad Jr., Dra. Paula Lobo , Dr. Arthur Menino Castilho e Dr. Geraldo Jotz, este último ausente neste primeiro encontro; o grupo se reuniu em Brasília com Dr. Agrício Crespo, presidente da ABORL-CCF, pela primeira vez em 22 de março para definir as ações prioritárias e a agenda de trabalho.

As primeiras decisões aprovadas foram a locação de uma sala em conjunto com a sede da Sociedade de Otorrinolaringologia do Distri-to Federal, a contratação de uma secretária para dar seguimento às atividades administrativas necessárias para a condução dos traba-lhos e o acompanhamento do Diário Oficial da União e Diário Oficial do Distrito Federal para o levantamento de assuntos de interesse da Associação a fim de repassá-los ao Comitê. Graças a esta iniciativa, o Comitê conseguiu prorrogar o prazo de uma consulta pública sobre Diretrizes de Atenção à Reabilitação de Acidente Vascular Cerebral junto ao Ministério da Saúde e pode mandar suas contribuições ao programa.

“Este trabalho de triagem tem um foco bem específico para identifi-car os programas em andamento, de interesse direto ou indireto da Otorrinolaringologia, os projetos de lei em tramitação no Congresso Nacional de interesse da especialidade e as Comissões e Câmaras técnicas onde a participação de Otorrinolaringologista seja importan-te”, explica Dr. Agrício.

Uma vez levantados estes programas, o comitê terá a tarefa de pros-pectar oportunidades onde a ABORL-CCF possa participar de deci-sões e influenciar o delineamento de políticas públicas de atenção à saúde. Também serão contempladas ações de incentivo cultural e educacional que sejam veículos de divulgação da Otorrinolaringo-logia. Ao Comitê Conexão Brasília também caberá manter o diálo-go com os deputados e senadores que estejam envolvidos com as ações supracitadas.

ConexãoBrasília

ConexãoBrasília

35Revista VOX OTORRINO |

ENFiM, BRASíLiA!Ter um escritório em Brasília e ficar mais próximo do poder público era um antigo anseio da ABORL-CCF finalmente realizado.

Por Eliana Antiqueira / Fotos: Cristiano Costa

Ficar próximo do poder é uma forma de participar e influenciar nas decisões que possam reverter em boas oportunidades para a ABORL-CCF. Este é o pensamento que conduz o Co-mitê Conexão Brasília, grupo recém-criado pela atual diretoria

para agir como interlocutores no Distrito Federal, defendendo os inte-resses da especialidade e dos associados.

Formado por Dr. Ronaldo Granjeiro, Dra. Elienai de Alencar Meneses, Dr. Fayez Bahmad Jr., Dra. Paula Lobo , Dr. Arthur Menino Castilho e Dr. Geraldo Jotz, este último ausente neste primeiro encontro; o grupo se reuniu em Brasília com Dr. Agrício Crespo, presidente da ABORL-CCF, pela primeira vez em 22 de março para definir as ações prioritárias e a agenda de trabalho.

As primeiras decisões aprovadas foram a locação de uma sala em conjunto com a sede da Sociedade de Otorrinolaringologia do Distri-to Federal, a contratação de uma secretária para dar seguimento às atividades administrativas necessárias para a condução dos traba-lhos e o acompanhamento do Diário Oficial da União e Diário Oficial do Distrito Federal para o levantamento de assuntos de interesse da Associação a fim de repassá-los ao Comitê. Graças a esta iniciativa, o Comitê conseguiu prorrogar o prazo de uma consulta pública sobre Diretrizes de Atenção à Reabilitação de Acidente Vascular Cerebral junto ao Ministério da Saúde e pode mandar suas contribuições ao programa.

“Este trabalho de triagem tem um foco bem específico para identifi-car os programas em andamento, de interesse direto ou indireto da Otorrinolaringologia, os projetos de lei em tramitação no Congresso Nacional de interesse da especialidade e as Comissões e Câmaras técnicas onde a participação de Otorrinolaringologista seja importan-te”, explica Dr. Agrício.

Uma vez levantados estes programas, o comitê terá a tarefa de pros-pectar oportunidades onde a ABORL-CCF possa participar de deci-sões e influenciar o delineamento de políticas públicas de atenção à saúde. Também serão contempladas ações de incentivo cultural e educacional que sejam veículos de divulgação da Otorrinolaringo-logia. Ao Comitê Conexão Brasília também caberá manter o diálo-go com os deputados e senadores que estejam envolvidos com as ações supracitadas.

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35Revista VOX OTORRINO |

Conheça os membros do Comitê Conexão Brasília

Grupo de Trabalho de Implante Coclear

O Grupo de Trabalho de Implante Coclear do Ministério da Saúde tem se reunido regularmente, desde 2012, com o objetivo de discutir e aplicar as indicações para implante coclear nos serviços habilitados pelo SUS. Implante coclear bilateral, em pacientes com neuropatia e a inclusão do B.A.H.A. são algumas das novidades previstas para a nova portaria, que deve ser publicada no segundo semestre. O grupo, composto por Médicos Otorrinolaringologistas e fonoaudiólogos de diversas instituições brasileiras, está sob a responsabilidade do Dr. José Eduardo Fogolin Passos, coordenador geral de média e alta complexidade do Ministério da Saúde.

Programa de Triagem Auditiva Neonatal

O instrutivo Saúde Auditiva indica as diretrizes para triagem auditiva neonatal. Foi elaborado pelo Ministé-rio da Saúde e traz informações detalhadas sobre os exames para detecção de perda auditiva. As orien-tações devem servir de base à triagem dos exames, monitoramento, acompanhamento do desenvolvi-mento da audição e da linguagem, diagnósticos e reabilitação da criança com perda auditiva.

Diretrizes para a estratégia de aumento ao acesso às cirurgias eletivas

A portaria Nº 1.340, de 29 de junho de 2012, defi-ne a estratégia de ampliação do acesso aos pro-cedimentos cirúrgicos eletivos no âmbito do Siste-ma Único de Saúde (SUS) para 2012 e 2013. Com o objetivo de reorientar a oferta desses procedi-mentos cirúrgicos eletivos, a portaria contempla

Conheça as oportunidades já identificadas pelo Comitê Conexão Brasília

a Otorrinolaringologia com vários procedimentos cirúrgicos, disponibilizando valores monetários de acordo com cada estado.

Projeto de Lei do Senado 37/08Atualmente, empresas com mais de cem emprega-dos são obrigadas a manter em seus quadros um percentual de pessoas com deficiência (Lei 8.213 de 1991). São aplicadas multas aos estabelecimen-tos que não cumprem esta lei. O projeto de lei 37/08 propõe reverter o valor arrecadado com as multas em ações de reabilitação para deficientes, dentre os quais se encaixam pessoas com problemas de fala e audição.

Programa Viver Sem LimitesLançado pelo governo federal em parceria com quinze ministérios, o programa engloba ações em quatro áreas: acesso à educação, atenção à saú-de, inclusão social e acessibilidade. Na Saúde, há quatro subáreas em foco: visão, audição, cognição e motor. A convite do Ministério da Saúde, algumas entidades vão assessorar as portarias a serem cria-das para estas subáreas.

Lei Rouanet O escritório regional de Brasília será um núcleo es-tratégico para avaliar, intermediar e gerenciar proje-tos culturais, incentivados pela Lei Rouanet. Essa é uma abertura importante para se criar uma nova via de captação e oferecer aos parceiros dispositivos para utilizem recursos com isenção fiscal. A lei ins-titui políticas públicas para a cultura nacional, como o PRONAC - Programa Nacional de Apoio à Cultura. O grande destaque da Lei Rouanet é a política de incentivos fiscais que possibilita as empresas (pes-soas jurídicas) e cidadãos (pessoas fisícas) aplica-rem uma parte do IR (Imposto de Renda) devido em ações culturais.

Programa de Saúde do Trabalhador : PAIR e Voz

A Política Nacional de Saúde do Trabalhador tem como finalidade definir os princípios, as diretrizes e as estratégias a serem observados pelas três es-feras de gestão do Sistema Único de Saúde (SUS). Os Centros de Referência em Saúde do Trabalhador (CERESTs) agem como articuladores e centralizado-res de ações de saúde do trabalhador em todas as instâncias e pontos da Rede de Atenção à Saúde do SUS. Dentre os agravos de notificação compulsória em saúde do trabalhador constam a Perda Auditi-va Induzida por Ruído (PAIR) e o Distúrbio de Voz Relacionado ao Trabalho (DVRT) o que deve ser do conhecimento dos Médicos que fazem parte da ABORL-CCF.

Programa de Saúde na Escola O Programa Saúde na Escola (PSE), criado em 2007, tem como objetivo contribuir para a atenção integral de prevenção, promoção e atenção à saúde de crianças, adolescentes e jovens do ensino bá-sico público. Entre as ações previstas, estão aten-dimentos auditivos, odontológicos, oftalmológicos, clínicos e psicossociais, além de cursos de saúde voltados para profissionais da educação e treina-mento das equipes de saúde.

Programa de Saúde do IdosoUm dos principais problemas da população idosa é a queda, que pode estar relacionada às alterações sensitivas: visão, audição, tato e equilíbrio. O Ministé-rio da Saúde criou o Comitê Assessor de Políticas de Prevenção e Promoção dos Cuidados da Osteopo-rose e de Quedas na População Idosa, formado por representantes de várias instituições médicas, que realiza oficinas sobre o assunto.

Dr. Arthur Castilho:Otorrinolaringologista do Hospital das Clínicas da Unicamp

Dr. Ronaldo Granjeiro:Otorrinolaringologista do Hospital de Base do Distrito Federal

Dra. Elienai Meneses:Diretora do CERET do Distrito Federal

Dra. Paula Lobo:Otorrinolaringologista do Senado Federal

Dr. Fayez Bahmad Jr.:Presidente da Sociedade de Otorrinolaringologia do Distrito Federal

Dr. Geraldo Jotz:Professor Titular do Departamento de Ciências Morfológicas da UFRGS

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37Revista VOX OTORRINO |março / abril 2013 | www.aborlccf.org.brmarço / abril 2013 | www.aborlccf.org.br36 | Revista VOX OTORRINO

Conheça os membros do Comitê Conexão Brasília

Grupo de Trabalho de Implante Coclear

O Grupo de Trabalho de Implante Coclear do Ministério da Saúde tem se reunido regularmente, desde 2012, com o objetivo de discutir e aplicar as indicações para implante coclear nos serviços habilitados pelo SUS. Implante coclear bilateral, em pacientes com neuropatia e a inclusão do B.A.H.A. são algumas das novidades previstas para a nova portaria, que deve ser publicada no segundo semestre. O grupo, composto por Médicos Otorrinolaringologistas e fonoaudiólogos de diversas instituições brasileiras, está sob a responsabilidade do Dr. José Eduardo Fogolin Passos, coordenador geral de média e alta complexidade do Ministério da Saúde.

Programa de Triagem Auditiva Neonatal

O instrutivo Saúde Auditiva indica as diretrizes para triagem auditiva neonatal. Foi elaborado pelo Ministé-rio da Saúde e traz informações detalhadas sobre os exames para detecção de perda auditiva. As orien-tações devem servir de base à triagem dos exames, monitoramento, acompanhamento do desenvolvi-mento da audição e da linguagem, diagnósticos e reabilitação da criança com perda auditiva.

Diretrizes para a estratégia de aumento ao acesso às cirurgias eletivas

A portaria Nº 1.340, de 29 de junho de 2012, defi-ne a estratégia de ampliação do acesso aos pro-cedimentos cirúrgicos eletivos no âmbito do Siste-ma Único de Saúde (SUS) para 2012 e 2013. Com o objetivo de reorientar a oferta desses procedi-mentos cirúrgicos eletivos, a portaria contempla

Conheça as oportunidades já identificadas pelo Comitê Conexão Brasília

a Otorrinolaringologia com vários procedimentos cirúrgicos, disponibilizando valores monetários de acordo com cada estado.

Projeto de Lei do Senado 37/08Atualmente, empresas com mais de cem emprega-dos são obrigadas a manter em seus quadros um percentual de pessoas com deficiência (Lei 8.213 de 1991). São aplicadas multas aos estabelecimen-tos que não cumprem esta lei. O projeto de lei 37/08 propõe reverter o valor arrecadado com as multas em ações de reabilitação para deficientes, dentre os quais se encaixam pessoas com problemas de fala e audição.

Programa Viver Sem LimitesLançado pelo governo federal em parceria com quinze ministérios, o programa engloba ações em quatro áreas: acesso à educação, atenção à saú-de, inclusão social e acessibilidade. Na Saúde, há quatro subáreas em foco: visão, audição, cognição e motor. A convite do Ministério da Saúde, algumas entidades vão assessorar as portarias a serem cria-das para estas subáreas.

Lei Rouanet O escritório regional de Brasília será um núcleo es-tratégico para avaliar, intermediar e gerenciar proje-tos culturais, incentivados pela Lei Rouanet. Essa é uma abertura importante para se criar uma nova via de captação e oferecer aos parceiros dispositivos para utilizem recursos com isenção fiscal. A lei ins-titui políticas públicas para a cultura nacional, como o PRONAC - Programa Nacional de Apoio à Cultura. O grande destaque da Lei Rouanet é a política de incentivos fiscais que possibilita as empresas (pes-soas jurídicas) e cidadãos (pessoas fisícas) aplica-rem uma parte do IR (Imposto de Renda) devido em ações culturais.

Programa de Saúde do Trabalhador : PAIR e Voz

A Política Nacional de Saúde do Trabalhador tem como finalidade definir os princípios, as diretrizes e as estratégias a serem observados pelas três es-feras de gestão do Sistema Único de Saúde (SUS). Os Centros de Referência em Saúde do Trabalhador (CERESTs) agem como articuladores e centralizado-res de ações de saúde do trabalhador em todas as instâncias e pontos da Rede de Atenção à Saúde do SUS. Dentre os agravos de notificação compulsória em saúde do trabalhador constam a Perda Auditi-va Induzida por Ruído (PAIR) e o Distúrbio de Voz Relacionado ao Trabalho (DVRT) o que deve ser do conhecimento dos Médicos que fazem parte da ABORL-CCF.

Programa de Saúde na Escola O Programa Saúde na Escola (PSE), criado em 2007, tem como objetivo contribuir para a atenção integral de prevenção, promoção e atenção à saúde de crianças, adolescentes e jovens do ensino bá-sico público. Entre as ações previstas, estão aten-dimentos auditivos, odontológicos, oftalmológicos, clínicos e psicossociais, além de cursos de saúde voltados para profissionais da educação e treina-mento das equipes de saúde.

Programa de Saúde do IdosoUm dos principais problemas da população idosa é a queda, que pode estar relacionada às alterações sensitivas: visão, audição, tato e equilíbrio. O Ministé-rio da Saúde criou o Comitê Assessor de Políticas de Prevenção e Promoção dos Cuidados da Osteopo-rose e de Quedas na População Idosa, formado por representantes de várias instituições médicas, que realiza oficinas sobre o assunto.

Dr. Arthur Castilho:Otorrinolaringologista do Hospital das Clínicas da Unicamp

Dr. Ronaldo Granjeiro:Otorrinolaringologista do Hospital de Base do Distrito Federal

Dra. Elienai Meneses:Diretora do CERET do Distrito Federal

Dra. Paula Lobo:Otorrinolaringologista do Senado Federal

Dr. Fayez Bahmad Jr.:Presidente da Sociedade de Otorrinolaringologia do Distrito Federal

Dr. Geraldo Jotz:Professor Titular do Departamento de Ciências Morfológicas da UFRGS

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37Revista VOX OTORRINO |março / abril 2013 | www.aborlccf.org.brmarço / abril 2013 | www.aborlccf.org.br36 | Revista VOX OTORRINO

Apesar de estarem atreladas conceitualmente, não há relação obrigatória entre o processo ético e o judici-ário. Se o primeiro é sigiloso, o segundo, em regra, é público. “A punição no processo ético será de acordo com a gravidade do fato apurado. No processo judi-cial, se for cível, a condenação será pecuniária”, infor-ma Santos.

No âmbito ético-profissional, as penas disciplinares previstas na legislação são advertência confidencial, em aviso reservado; censura confidencial, em aviso reservado; censura pública, em publicação oficial; suspensão do exercício profissional por até 30 dias, e cassação. Só em São Paulo, o Conselho Regional de Medicina registrou aumento de 302% no número de processos ético-profissionais contra médicos, saltan-do de 1.022 para 3.089, de 2001 a 2011.

Se o paciente levar o caso aos tribunais, é importante manter a calma, afinal a ação em si não é sinônimo de condenação. “O primeiro passo é saber que o proces-so não é uma caça às bruxas. Haverá oportunidade para contestar, apresentar as provas e se defender”, explica Santos. Neste momento, é preciso procurar um advogado que seja especialista em direito médico.

As sociedades médicas podem auxiliar nesse primeiro momento e, inclusive, dar uma indicação. A Dra. Vania

Consulte sempre um advogado

Por Sheila Godoi

A demanda judiciária contra os médicos é um assunto cujo debate nunca sai de cena. Ape-sar da ausência de um levantamento público sobre a evolução no número de casos médi-

cos que vão parar nos tribunais, esse é um receio per-manente dos profissionais da saúde. Afinal, o que leva um paciente à justiça? Como evitar a situação? Para os especialistas, é fundamental ter atenção e jogo de cintura para não parar no banco dos réus.

São muitas as situações que levam pacientes a procurar ajuda judicial. Desde a demora para o início do atendimento e insatisfação no tratamento até complicações decorrentes de procedimentos cirúrgicos ou mesmo erro médico. A falha, aliás, é um dos pontos que mais causa temor nos profissionais. Este caso, porém, exige uma figura do Direito chamada nexo de causalidade, como explica o Dr. Márcio Fortini, presidente da Comissão de Defesa Profissional da ABORL-CCF e membro da Comissão de Defesa do Médico do Estado de Minas Gerais. “A ação do médico tem que ter causado um dano ou agravo sofrido pelo paciente, motivado por imperícia, imprudência ou negligência”, ressalta.

A maioria dos problemas, no entanto, advém do rela-cionamento médico/ paciente. “O paciente é a razão de ser do médico, afinal de que cuida um Otorrinola-ringologista? Do ouvido? Da garganta? Não! Ele cuida de um ser humano que apresenta uma queixa médi-ca em determinada área de seu corpo”, informa o Dr. Alexandre Martins dos Santos, advogado e autor do livro Responsabilidade Civil do Médico. Ele vai além: “não se pode esquecer que a relação entre médico e paciente é também uma relação de consumo, logo, é regida pelo Código de Defesa do Consumidor”.

Para evitar que o médico carregue sozinho o ônus de uma relação dual, a medida mais adequada é a divi-são de responsabilidades, avalia o médico e advoga-

do do departamento jurídico da Associação Paulista de Medicina, Dr. Roberto Campos. “O médico transmi-te segurança quando divide a responsabilidade com o paciente. A parceria gera confiança e permite que o próprio paciente decida de acordo com sua vonta-de. Ao exercer de forma consciente sua autonomia, ele assume que deve partilhar com o especialista até mesmos os resultados adversos”, esclarece.

Shut

ters

tock

Sheil

a Go

dói

Dr. Márcio Fortini

Ético X Judiciário

“Para gerar um processo, a ação do médico tem que ter causado um dano ou agravo sofrido pelo paciente, motivado por imperícia, imprudência ou negligência.”

Rosa, advogada do setor jurídico da ABORL-CCF, explica que não há defesa processual por parte da Associação, no entanto, há um apoio consultivo. O departamento analisa o pedido e emite o parecer, que pode ser utilizado para fortalecer a defesa do profissional. Dependendo do assunto, o Jurídico atua em conjunto com as frentes de Defesa Profis-sional e Ética. Portanto, o médico pode e deve solici-tar apoio da sociedade com a qual mantém vínculo.

A questão é: não se precipite, mas esteja precavido. “O código de ética médica é um excelente manual de conduta”, garante Santos. E Campos ecoa as pa-lavras do colega: “O médico deve atualizar-se, inves-tir em uma boa relação com o paciente, elaborar um prontuário criterioso, trabalhar em locais com condi-ções ideais e respeitar seus limites”, conclui.

Par

a le

r... Dignidade humana, direito à vida, planos de saúde, poder familiar, consentimento informado,

autonomia do paciente, ortotanásia e eutanásia, responsabilidade civil dos profissionais de saúde e erro médico. São pontos abordados pelo autores, os doutores Álvaro Villaça Azeve-do e Wilson Ricardo Ligiera. (Editora Saraiva, R$ 115, 640 páginas).

Direito do paciente

Responsabilidade civil do médicoA partir dos conceitos envolvidos na legislação brasileira sobre o exercício médico, o Dr. Alexandre Martins dos Santos defende uma postura preventiva e consciente, com o objetivo de evitar surpresas, não ser alvo de pessoas mal intencionadas ou vítima da falta de compre-ensão sobre as leis que regem a atuação do profissional. (Editora DOC, R$ 96, 238 páginas).

Especialista em direito médico, o Dr. Alexandre Martins dos Santos reuniu algumas medi-das de precaução que visam a reduzir problemas e penalidades gerados por descuido.

1º Não faça o que não sabe e o que não tem condições;

2º Sempre que necessário ouça uma segunda opinião;

3º Não crie expectativas irreais, seja franco e sincero com seu paciente;

4º Tenha um ótimo documento médico, com prontuário atualizado e legível, pegue sem-pre o consentimento do paciente antes de iniciar qualquer procedimento, mande tele-grama com cópia solicitando o retorno do paciente grave que abandonar o tratamento;

5º Tenha uma boa consultoria jurídica para orientar em caso de dúvida.

Taian

e Pe

dro

PREVINA-SE

Direito Direito

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Apesar de estarem atreladas conceitualmente, não há relação obrigatória entre o processo ético e o judici-ário. Se o primeiro é sigiloso, o segundo, em regra, é público. “A punição no processo ético será de acordo com a gravidade do fato apurado. No processo judi-cial, se for cível, a condenação será pecuniária”, infor-ma Santos.

No âmbito ético-profissional, as penas disciplinares previstas na legislação são advertência confidencial, em aviso reservado; censura confidencial, em aviso reservado; censura pública, em publicação oficial; suspensão do exercício profissional por até 30 dias, e cassação. Só em São Paulo, o Conselho Regional de Medicina registrou aumento de 302% no número de processos ético-profissionais contra médicos, saltan-do de 1.022 para 3.089, de 2001 a 2011.

Se o paciente levar o caso aos tribunais, é importante manter a calma, afinal a ação em si não é sinônimo de condenação. “O primeiro passo é saber que o proces-so não é uma caça às bruxas. Haverá oportunidade para contestar, apresentar as provas e se defender”, explica Santos. Neste momento, é preciso procurar um advogado que seja especialista em direito médico.

As sociedades médicas podem auxiliar nesse primeiro momento e, inclusive, dar uma indicação. A Dra. Vania

Consulte sempre um advogado

Por Sheila Godoi

A demanda judiciária contra os médicos é um assunto cujo debate nunca sai de cena. Ape-sar da ausência de um levantamento público sobre a evolução no número de casos médi-

cos que vão parar nos tribunais, esse é um receio per-manente dos profissionais da saúde. Afinal, o que leva um paciente à justiça? Como evitar a situação? Para os especialistas, é fundamental ter atenção e jogo de cintura para não parar no banco dos réus.

São muitas as situações que levam pacientes a procurar ajuda judicial. Desde a demora para o início do atendimento e insatisfação no tratamento até complicações decorrentes de procedimentos cirúrgicos ou mesmo erro médico. A falha, aliás, é um dos pontos que mais causa temor nos profissionais. Este caso, porém, exige uma figura do Direito chamada nexo de causalidade, como explica o Dr. Márcio Fortini, presidente da Comissão de Defesa Profissional da ABORL-CCF e membro da Comissão de Defesa do Médico do Estado de Minas Gerais. “A ação do médico tem que ter causado um dano ou agravo sofrido pelo paciente, motivado por imperícia, imprudência ou negligência”, ressalta.

A maioria dos problemas, no entanto, advém do rela-cionamento médico/ paciente. “O paciente é a razão de ser do médico, afinal de que cuida um Otorrinola-ringologista? Do ouvido? Da garganta? Não! Ele cuida de um ser humano que apresenta uma queixa médi-ca em determinada área de seu corpo”, informa o Dr. Alexandre Martins dos Santos, advogado e autor do livro Responsabilidade Civil do Médico. Ele vai além: “não se pode esquecer que a relação entre médico e paciente é também uma relação de consumo, logo, é regida pelo Código de Defesa do Consumidor”.

Para evitar que o médico carregue sozinho o ônus de uma relação dual, a medida mais adequada é a divi-são de responsabilidades, avalia o médico e advoga-

do do departamento jurídico da Associação Paulista de Medicina, Dr. Roberto Campos. “O médico transmi-te segurança quando divide a responsabilidade com o paciente. A parceria gera confiança e permite que o próprio paciente decida de acordo com sua vonta-de. Ao exercer de forma consciente sua autonomia, ele assume que deve partilhar com o especialista até mesmos os resultados adversos”, esclarece.

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Dr. Márcio Fortini

Ético X Judiciário

“Para gerar um processo, a ação do médico tem que ter causado um dano ou agravo sofrido pelo paciente, motivado por imperícia, imprudência ou negligência.”

Rosa, advogada do setor jurídico da ABORL-CCF, explica que não há defesa processual por parte da Associação, no entanto, há um apoio consultivo. O departamento analisa o pedido e emite o parecer, que pode ser utilizado para fortalecer a defesa do profissional. Dependendo do assunto, o Jurídico atua em conjunto com as frentes de Defesa Profis-sional e Ética. Portanto, o médico pode e deve solici-tar apoio da sociedade com a qual mantém vínculo.

A questão é: não se precipite, mas esteja precavido. “O código de ética médica é um excelente manual de conduta”, garante Santos. E Campos ecoa as pa-lavras do colega: “O médico deve atualizar-se, inves-tir em uma boa relação com o paciente, elaborar um prontuário criterioso, trabalhar em locais com condi-ções ideais e respeitar seus limites”, conclui.

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r... Dignidade humana, direito à vida, planos de saúde, poder familiar, consentimento informado,

autonomia do paciente, ortotanásia e eutanásia, responsabilidade civil dos profissionais de saúde e erro médico. São pontos abordados pelo autores, os doutores Álvaro Villaça Azeve-do e Wilson Ricardo Ligiera. (Editora Saraiva, R$ 115, 640 páginas).

Direito do paciente

Responsabilidade civil do médicoA partir dos conceitos envolvidos na legislação brasileira sobre o exercício médico, o Dr. Alexandre Martins dos Santos defende uma postura preventiva e consciente, com o objetivo de evitar surpresas, não ser alvo de pessoas mal intencionadas ou vítima da falta de compre-ensão sobre as leis que regem a atuação do profissional. (Editora DOC, R$ 96, 238 páginas).

Especialista em direito médico, o Dr. Alexandre Martins dos Santos reuniu algumas medi-das de precaução que visam a reduzir problemas e penalidades gerados por descuido.

1º Não faça o que não sabe e o que não tem condições;

2º Sempre que necessário ouça uma segunda opinião;

3º Não crie expectativas irreais, seja franco e sincero com seu paciente;

4º Tenha um ótimo documento médico, com prontuário atualizado e legível, pegue sem-pre o consentimento do paciente antes de iniciar qualquer procedimento, mande tele-grama com cópia solicitando o retorno do paciente grave que abandonar o tratamento;

5º Tenha uma boa consultoria jurídica para orientar em caso de dúvida.

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PREVINA-SE

Direito Direito

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41Revista VOX OTORRINO |março / abril 2013 | www.aborlccf.org.br

Papo de restaurante

O Congresso de Recife também deixou marcas na vida dos Otorrinolaringologistas brasileiros. Transi-tando pelo labirinto dos stands, alguns amigos se encontraram e combinaram almoçar num restau-rante sugerido por alguém com maior vivência na bela cidade nordestina.

Lá chegando, enquanto degustavam cervejas e decidiam sobre a comida, a conversa rolava solta.

Um deles, já um pouco passado dos 60 anos, abordou o seguinte tema:

- Sabe por que eu continuo praticando sexo? Porque não tenho medo de levar um não! O não não me assusta! Se ela não topar, tudo bem. Mas eu vou cantando, cantando e se de repente ela aceita, eu levo pro motel.

Outro integrante da mesa, tanto mais avançado na idade quanto no modo calmo de falar, pensou um pouco e saiu-se com esta:

- Pois é, e eu já tenho medo, mas é de levar um sim.

José Seligman

HumORL

março / abril 2013 | www.aborlccf.org.br40 | Revista VOX OTORRINO

41Revista VOX OTORRINO |março / abril 2013 | www.aborlccf.org.br

Papo de restaurante

O Congresso de Recife também deixou marcas na vida dos Otorrinolaringologistas brasileiros. Transi-tando pelo labirinto dos stands, alguns amigos se encontraram e combinaram almoçar num restau-rante sugerido por alguém com maior vivência na bela cidade nordestina.

Lá chegando, enquanto degustavam cervejas e decidiam sobre a comida, a conversa rolava solta.

Um deles, já um pouco passado dos 60 anos, abordou o seguinte tema:

- Sabe por que eu continuo praticando sexo? Porque não tenho medo de levar um não! O não não me assusta! Se ela não topar, tudo bem. Mas eu vou cantando, cantando e se de repente ela aceita, eu levo pro motel.

Outro integrante da mesa, tanto mais avançado na idade quanto no modo calmo de falar, pensou um pouco e saiu-se com esta:

- Pois é, e eu já tenho medo, mas é de levar um sim.

José Seligman

HumORL

março / abril 2013 | www.aborlccf.org.br40 | Revista VOX OTORRINO

Para botar banca!

Por Eliana Antiqueira

São anos de estudos, dedicação, pesquisas, inten-sas refações, revisões e orações até que é che-gado o momento da verdade: diante da banca, o candidato põe à prova o conhecimento acumulado

e sua capacidade acadêmica. Engana-se, porém, quem acha que este é um momento tenso apenas para o aluno. Os examinadores também ficam apreensivos, afinal, muitas vezes avaliam o trabalho de um colega. Cabe ao examina-dor encontrar a linha tênue entre a simples crítica e obser-vação construtiva. Justiça é a palavra que resume o critério.

Avaliador em inúmeras bancas. Dr. Sady Selaimen da Costa é categórico ao afirmar que ser justo não quer dizer ser bon-zinho, muito menos ser um carrasco. “Para o examinador essa é uma situação que se repete mas, para o examinado, este é um momento ímpar, o ápice de um processo. Ser justo é, então, entender todo o esforço envolvido naquele trabalho e ter serenidade, conhecimento de causa na ava-

liação”. Esta serenidade requer conhecimento e prepara-ção. E aí reside uma das maiores críticas aos candidatos: a pouca antecedência no envio do trabalho para a avaliação da banca. “É fundamental que o trabalho seja encaminha-do para a banca com antecedência”, reforça Selaimen. “Com tempo suficiente para que possamos ler e montar uma arguição, senão vira mundo de faz de conta. O sujeito faz de conta que fez o trabalho, e a banca faz de conta que o trabalho pode ser aprovado, e o sujeito recebe o título da mesma maneira que o outro que fez um trabalho exemplar. E isso é uma grande injustiça!”.

Rigor, clareza e fundamentação. Este tripé é a base para uma apresentação satisfatória. Dra. Wilma Anselmo-Lima enumera: “falta de cuidados na apresentação do tema, sli-des mal feitos, conteúdo mal distribuído, didática pobre, e falta de postura científica são pecados mortais que nenhum candidato deve cometer”. Dr. Agrício Crespo aponta ainda

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Bancas examinadoras aterrorizam a vida de qualquer estudante, da graduação ao

pós-doutorado. Mas o desafio também é grande para quem está do lado de

cá da mesa. Alguns dos professo-res de Otorrinolaringolo-

gia mais solicitados para compor bancas falam so-

bre o que esperam dos candidatos e o que que classificam como imper-doável na apresentação

do trabalho

que o examinado precisa observar o tempo da aula e cumprir o prazo indi-cado. Esse é um detalhe que revela o esmero na preparação. “A aula é uma oportunidade para esclarecer dúvidas que o texto não esclarece. O cuidado com a elaboração de gráficos e figu-ras – que são recursos autoexplicati-vos --, revelam o empenho do aluno”.

Os cursos de mestrado e doutorado objetivam formar pesquisadores e não professores. “Nesse sentido, a postura do aluno na sua defesa deve ser de um indivíduo com senso crítico agu-çado, capaz de analisar e responder às observações da banca, dentro das evidencias do trabalho realizado e, principalmente, reconhecendo as li-mitações do mesmo”, recomenda Dr. Luiz Ubirajara Sennes. “Não costumo me deter a aspectos formais, mas o aluno deve apresentar um trabalho or-ganizado e claro, capaz de expôr sua dúvida, os métodos empregados e os resultados obtidos. Não dá para fazer pesquisa sem organização e sistema-tização”, finaliza.

Uma defesa de tese é o clímax de um processo que, se mal estruturado em sua base, vai causar efeitos desas-trosos na conclusão. “O conteúdo da tese, o rigor científico, o conhecimento do assunto - que percebemos durante a arguição - preparação do material didático para a aula são elementos

Dr. Selaimen: antecedência no envio dos trabalhos

Crist

iano

Costa

Dr. Agrício Crespo: observância aos prazos

que demonstram o grau de dedicação e empenho do aluno”, reforça Dr. Domin-gos Tsuji. “Resultados coerentes com o material e o método e conclusões coeren-tes com o objetivo. Isso é o que esperamos”, resume Dr. Agrício.

O nervosismo, natural à situação, no entanto, é relevado, desde que o exami-nador perceba que os elementos citados anteriormente são sólidos. Às vezes, indivíduos muito tímidos e nervosos podem parecer ‘fracos’. “Nesses casos, o orientador deve ressaltar essas características no final da defesa”, explica Dr. Luis Ubirajara Sennes. Ficar nervoso faz parte, e os examinadores sabem disso. Afinal, já estiveram na mesma situação. Dr. Domingos Tsuji, por exemplo, não esconde sua experiência. “Eu já passei por duas defesas de teses, por vários concursos públicos, e posso dizer que todas as vezes eu fiquei bem nervoso, sei qual é a sensação e, justamente por saber, não posso penalizar nenhum alu-no pelo estado emocional”.

As penalidades, geralmente, dizem respeito à (falta de) qualidade do tra-balho. “A redação científica tem que ser objetiva e clara. Quando você tem de ler um parágrafo mais de uma vez é porque ele não foi bem escrito”, apon-ta Dr. Agrício. Todos são coerentes e sabem que o que importa é o conte-údo, mas há de se observar algumas regras. “Detenho-me com mais aten-ção na seção de material, métodos e resultados, porque este é o cerne de um trabalho científico. Mas estamos numa especialidade em que o nosso dia a dia é constituído de detalhes e, numa tese, eu observo todos os deta-lhes e fico muito desapontado quando eles não são observados pelo candi-dato”, avisa Dr. Selaimen. “Sei que as

Rigor, clareza e fundamentação. Estes são os critérios para uma apresentação satisfatória. Texto mal escrito,com erros de português, é imperdoável.

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Carreira Carreira

43Revista VOX OTORRINO |março / abril 2013 | www.aborlccf.org.brmarço / abril 2013 | www.aborlccf.org.br42 | Revista VOX OTORRINO

Para botar banca!

Por Eliana Antiqueira

São anos de estudos, dedicação, pesquisas, inten-sas refações, revisões e orações até que é che-gado o momento da verdade: diante da banca, o candidato põe à prova o conhecimento acumulado

e sua capacidade acadêmica. Engana-se, porém, quem acha que este é um momento tenso apenas para o aluno. Os examinadores também ficam apreensivos, afinal, muitas vezes avaliam o trabalho de um colega. Cabe ao examina-dor encontrar a linha tênue entre a simples crítica e obser-vação construtiva. Justiça é a palavra que resume o critério.

Avaliador em inúmeras bancas. Dr. Sady Selaimen da Costa é categórico ao afirmar que ser justo não quer dizer ser bon-zinho, muito menos ser um carrasco. “Para o examinador essa é uma situação que se repete mas, para o examinado, este é um momento ímpar, o ápice de um processo. Ser justo é, então, entender todo o esforço envolvido naquele trabalho e ter serenidade, conhecimento de causa na ava-

liação”. Esta serenidade requer conhecimento e prepara-ção. E aí reside uma das maiores críticas aos candidatos: a pouca antecedência no envio do trabalho para a avaliação da banca. “É fundamental que o trabalho seja encaminha-do para a banca com antecedência”, reforça Selaimen. “Com tempo suficiente para que possamos ler e montar uma arguição, senão vira mundo de faz de conta. O sujeito faz de conta que fez o trabalho, e a banca faz de conta que o trabalho pode ser aprovado, e o sujeito recebe o título da mesma maneira que o outro que fez um trabalho exemplar. E isso é uma grande injustiça!”.

Rigor, clareza e fundamentação. Este tripé é a base para uma apresentação satisfatória. Dra. Wilma Anselmo-Lima enumera: “falta de cuidados na apresentação do tema, sli-des mal feitos, conteúdo mal distribuído, didática pobre, e falta de postura científica são pecados mortais que nenhum candidato deve cometer”. Dr. Agrício Crespo aponta ainda

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Bancas examinadoras aterrorizam a vida de qualquer estudante, da graduação ao

pós-doutorado. Mas o desafio também é grande para quem está do lado de

cá da mesa. Alguns dos professo-res de Otorrinolaringolo-

gia mais solicitados para compor bancas falam so-

bre o que esperam dos candidatos e o que que classificam como imper-doável na apresentação

do trabalho

que o examinado precisa observar o tempo da aula e cumprir o prazo indi-cado. Esse é um detalhe que revela o esmero na preparação. “A aula é uma oportunidade para esclarecer dúvidas que o texto não esclarece. O cuidado com a elaboração de gráficos e figu-ras – que são recursos autoexplicati-vos --, revelam o empenho do aluno”.

Os cursos de mestrado e doutorado objetivam formar pesquisadores e não professores. “Nesse sentido, a postura do aluno na sua defesa deve ser de um indivíduo com senso crítico agu-çado, capaz de analisar e responder às observações da banca, dentro das evidencias do trabalho realizado e, principalmente, reconhecendo as li-mitações do mesmo”, recomenda Dr. Luiz Ubirajara Sennes. “Não costumo me deter a aspectos formais, mas o aluno deve apresentar um trabalho or-ganizado e claro, capaz de expôr sua dúvida, os métodos empregados e os resultados obtidos. Não dá para fazer pesquisa sem organização e sistema-tização”, finaliza.

Uma defesa de tese é o clímax de um processo que, se mal estruturado em sua base, vai causar efeitos desas-trosos na conclusão. “O conteúdo da tese, o rigor científico, o conhecimento do assunto - que percebemos durante a arguição - preparação do material didático para a aula são elementos

Dr. Selaimen: antecedência no envio dos trabalhos

Crist

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Costa

Dr. Agrício Crespo: observância aos prazos

que demonstram o grau de dedicação e empenho do aluno”, reforça Dr. Domin-gos Tsuji. “Resultados coerentes com o material e o método e conclusões coeren-tes com o objetivo. Isso é o que esperamos”, resume Dr. Agrício.

O nervosismo, natural à situação, no entanto, é relevado, desde que o exami-nador perceba que os elementos citados anteriormente são sólidos. Às vezes, indivíduos muito tímidos e nervosos podem parecer ‘fracos’. “Nesses casos, o orientador deve ressaltar essas características no final da defesa”, explica Dr. Luis Ubirajara Sennes. Ficar nervoso faz parte, e os examinadores sabem disso. Afinal, já estiveram na mesma situação. Dr. Domingos Tsuji, por exemplo, não esconde sua experiência. “Eu já passei por duas defesas de teses, por vários concursos públicos, e posso dizer que todas as vezes eu fiquei bem nervoso, sei qual é a sensação e, justamente por saber, não posso penalizar nenhum alu-no pelo estado emocional”.

As penalidades, geralmente, dizem respeito à (falta de) qualidade do tra-balho. “A redação científica tem que ser objetiva e clara. Quando você tem de ler um parágrafo mais de uma vez é porque ele não foi bem escrito”, apon-ta Dr. Agrício. Todos são coerentes e sabem que o que importa é o conte-údo, mas há de se observar algumas regras. “Detenho-me com mais aten-ção na seção de material, métodos e resultados, porque este é o cerne de um trabalho científico. Mas estamos numa especialidade em que o nosso dia a dia é constituído de detalhes e, numa tese, eu observo todos os deta-lhes e fico muito desapontado quando eles não são observados pelo candi-dato”, avisa Dr. Selaimen. “Sei que as

Rigor, clareza e fundamentação. Estes são os critérios para uma apresentação satisfatória. Texto mal escrito,com erros de português, é imperdoável.

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Carreira Carreira

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O médico e o músico

Por Sheila Godoi

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alEntre a Medicina e a Música, Dr. Racine Vieira de Cerqueira não

tem dúvidas: escolhe as duas!

Violonista e Otorrinolaringologista, Racine Vieira de Cerqueira não é um nome incomum quando se fala em música no estado do Pernambuco. Mo-desto, ele insiste que o violão é apenas um hobby.

Não se pode negar, entretanto, o fato de que – ao lado de músicos tão competentes quanto – ele dividiu palco com Gilberto Gil, Paulinho da Viola e Dori Caymmi. Não bastasse o peso desses nomes, entram na lista também Yamandu Costa, Marcus Tardelli, Naná Vascocelos, Joyce e o consagrado duo Assad. Todos eles já experimentaram alguma melodia com Racine. E em alguns casos, por que não num aconchegante sofá?

Sua cobertura, em Recife, transborda arte brasileira e é um tradicional ponto de encontro para muitos artistas que visitam a cidade. Lá, o violão está sempre à mão para uma dedilhada embalada por um uísque, uma cervejinha e a companhia deliciosa do anfitrião, sempre bem humora-do e cheio de histórias para contar. Receber os amigos, famosos e anônimos, é um talento inato, um savoir vivre invejável que mantém abertas as portas de sua casa e de seu coração. Nas rodas musicais, não falta samba nem bossa. Sobra alegria! “Essas confrarias musicais, que acontecem na minha casa há alguns anos, se tornaram tradição. Reunimos músicos talentosos, artistas em geral e pessoas de grande sensibilidade, amantes da boa mú-sica, e, geralmente, um convidado especial”, explica. “Po-deria citar Gilberto Gil, Elba Ramalho, Dominguinhos, Ge-raldo Azevedo, Jorge Aragão, Luiza Possi, Jorge Vercilo, Roberto Menescal, Yamandu Costa, Trio Madeira, Marcus Tardelli, Guinga, Renato Barros, aquele do Renato e Seus Blue Caps...”, acrescenta sem deslumbramento. Afinal, a música é a estrela. E quando o som das cordas dá uma trégua, entra o dos talheres. Não são menos famosos os banquetes organizados por Dona Sônia, anfitriã tão in-comparável quanto o marido músico.

Filho do funcionário público – e também escritor, poe-ta e crítico literário – José Maria Cerqueira e da dona de casa Maria Jucedy Cerqueira, Racine Vieira de Cerqueira encontrou na Medicina uma forma feliz de ganhar a vida e, na música, uma forma ainda melhor de vivê-la. Formado pela Universidade Federal de Pernambuco, em 1978, especializou-se em Cabeça e Pescoço no Hospital do Câncer de Pernambuco. “Minha rotina envolvia exames de ouvido, nariz e gar-ganta e, a partir daí, surgiu o interesse e a dedicação exclusiva à Otorrinolaringologia”, lembra. Dedicação esta que virou “paixão”, nas palavras do médico que trabalha até 10 horas por dia com prazer. “Tenho or-gulho de estar entre os renomados e mais requisita-dos profissionais do estado de Pernambuco”, afirma.

No aconchego do lar, Dr. Racine dedilha seu violão

Regras de ouro para compor uma boa banca

Dr. Tsuji: regras devem ser observadas

Dr. Luis Sennes: pesquisa organizada

Dra. Wilma: rigor e clareza

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normas técnicas para confecção e apresentação de uma tese são muito trabalhosas de serem seguidas, e por isso sempre haverá falhas”, ameniza Dr. Tsuji, “mas acho que este é um mal necessário para que o aluno aprenda a seguir as normas de uma publica-ção científica. Na verdade, supõe-se que o aluno de pós-graduação conti-nuará, de alguma forma, fazendo ou-tras pesquisas e publicações. Quem escreve uma tese com rigor, vai achar fácil seguir as normas de uma revista científica.”

E aí chegamos ao ponto nevrálgico de toda a banca: tese boa é tese que vira artigo científico. Dr. Sady Selaimen vai além. Para ele, a banca é um momen-to de aprendizado. “Eu já aprendi uma barbaridade em bancas porque o indi-víduo que chega a um nível de mestra-do, de doutorado, e fez um curso com responsabilidade, é uma autoridade no assunto, sabe muito mais do que a gente. Essa tese, bem defendida e bem escrita, é aquela que serve de base para um artigo científico de alto nível. Se não for para ser assim, ela não tem sentido”.

Os examinadores também aproveitam o momento para encontrar talentos e acompanham de perto alguns desses luminares. “A banca consegue analisar isso claramente e o examinado deveria usar essa oportunidade para ficar mais conhecido no meio, porque na banca

vão estar profissionais prestigiados e reconhecidos que podem abrir portas na carreira. Eu, por exemplo, estou montando um livro de rotinas, e todos os autores da parte de Otologia são jovens de menos de 35 anos que eu ouvi falar em congressos e que me im-pressionaram”, conta Dr. Selaimen. As possibilidades são inúmeras e, afinal de contas, sorte é apenas a justa com-binação de preparo e oportunidade.

• A banca examinadora representa a comunidade acadêmica. Ao candidato, cabe a defesa de suas ideias, resultados e suas inter-pretações, não havendo espaços para coleguismo, corporativis-mo, relação de parentesco ou dependência administrativa.

• Para compor a banca examinadora devem ser escolhidas pessoas acostumadas com a metodologia e com o assunto em questão. É recomendável que tenham publicado trabalhos, defendido ou orientado teses sobre o assunto. Sem esse conhecimento, o exa-minador será muito mais aprendiz do que crítico e colaborador do aperfeiçoamento do trabalho e da metodologia utilizada.

• A banca não deve ser composta de amigos ou familiares, mesmo que tenham intimidade com a metodologia utilizada no trabalho.

• O chefe da disciplina, do departamento, o diretor ou o mentor cien-tífico do candidato não deve ser escolhido como membro da ban-ca examinadora para que não sugira uma relação de dependência ou de oportunismo.

• A titulação de um membro da banca examinadora deve ser sem-pre igual ou superior ao grau que o candidato pretenda obter nos casos de concurso de doutorado, livre docência e professor titular.

• Antes de se propor a analisar, opinar e compor uma banca exami-nadora, leia os regulamentos, portarias e regimentos que regem aquele concurso independentemente da sua finalidade específica.

Fonte: Bancas examinadoras: posturas e condutas em defesas de monogra-fias, dissertações e teses. Prof. Dr. Alberto Consolaro

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Carreira Perfil

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O médico e o músico

Por Sheila Godoi

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alEntre a Medicina e a Música, Dr. Racine Vieira de Cerqueira não

tem dúvidas: escolhe as duas!

Violonista e Otorrinolaringologista, Racine Vieira de Cerqueira não é um nome incomum quando se fala em música no estado do Pernambuco. Mo-desto, ele insiste que o violão é apenas um hobby.

Não se pode negar, entretanto, o fato de que – ao lado de músicos tão competentes quanto – ele dividiu palco com Gilberto Gil, Paulinho da Viola e Dori Caymmi. Não bastasse o peso desses nomes, entram na lista também Yamandu Costa, Marcus Tardelli, Naná Vascocelos, Joyce e o consagrado duo Assad. Todos eles já experimentaram alguma melodia com Racine. E em alguns casos, por que não num aconchegante sofá?

Sua cobertura, em Recife, transborda arte brasileira e é um tradicional ponto de encontro para muitos artistas que visitam a cidade. Lá, o violão está sempre à mão para uma dedilhada embalada por um uísque, uma cervejinha e a companhia deliciosa do anfitrião, sempre bem humora-do e cheio de histórias para contar. Receber os amigos, famosos e anônimos, é um talento inato, um savoir vivre invejável que mantém abertas as portas de sua casa e de seu coração. Nas rodas musicais, não falta samba nem bossa. Sobra alegria! “Essas confrarias musicais, que acontecem na minha casa há alguns anos, se tornaram tradição. Reunimos músicos talentosos, artistas em geral e pessoas de grande sensibilidade, amantes da boa mú-sica, e, geralmente, um convidado especial”, explica. “Po-deria citar Gilberto Gil, Elba Ramalho, Dominguinhos, Ge-raldo Azevedo, Jorge Aragão, Luiza Possi, Jorge Vercilo, Roberto Menescal, Yamandu Costa, Trio Madeira, Marcus Tardelli, Guinga, Renato Barros, aquele do Renato e Seus Blue Caps...”, acrescenta sem deslumbramento. Afinal, a música é a estrela. E quando o som das cordas dá uma trégua, entra o dos talheres. Não são menos famosos os banquetes organizados por Dona Sônia, anfitriã tão in-comparável quanto o marido músico.

Filho do funcionário público – e também escritor, poe-ta e crítico literário – José Maria Cerqueira e da dona de casa Maria Jucedy Cerqueira, Racine Vieira de Cerqueira encontrou na Medicina uma forma feliz de ganhar a vida e, na música, uma forma ainda melhor de vivê-la. Formado pela Universidade Federal de Pernambuco, em 1978, especializou-se em Cabeça e Pescoço no Hospital do Câncer de Pernambuco. “Minha rotina envolvia exames de ouvido, nariz e gar-ganta e, a partir daí, surgiu o interesse e a dedicação exclusiva à Otorrinolaringologia”, lembra. Dedicação esta que virou “paixão”, nas palavras do médico que trabalha até 10 horas por dia com prazer. “Tenho or-gulho de estar entre os renomados e mais requisita-dos profissionais do estado de Pernambuco”, afirma.

No aconchego do lar, Dr. Racine dedilha seu violão

Regras de ouro para compor uma boa banca

Dr. Tsuji: regras devem ser observadas

Dr. Luis Sennes: pesquisa organizada

Dra. Wilma: rigor e clareza

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normas técnicas para confecção e apresentação de uma tese são muito trabalhosas de serem seguidas, e por isso sempre haverá falhas”, ameniza Dr. Tsuji, “mas acho que este é um mal necessário para que o aluno aprenda a seguir as normas de uma publica-ção científica. Na verdade, supõe-se que o aluno de pós-graduação conti-nuará, de alguma forma, fazendo ou-tras pesquisas e publicações. Quem escreve uma tese com rigor, vai achar fácil seguir as normas de uma revista científica.”

E aí chegamos ao ponto nevrálgico de toda a banca: tese boa é tese que vira artigo científico. Dr. Sady Selaimen vai além. Para ele, a banca é um momen-to de aprendizado. “Eu já aprendi uma barbaridade em bancas porque o indi-víduo que chega a um nível de mestra-do, de doutorado, e fez um curso com responsabilidade, é uma autoridade no assunto, sabe muito mais do que a gente. Essa tese, bem defendida e bem escrita, é aquela que serve de base para um artigo científico de alto nível. Se não for para ser assim, ela não tem sentido”.

Os examinadores também aproveitam o momento para encontrar talentos e acompanham de perto alguns desses luminares. “A banca consegue analisar isso claramente e o examinado deveria usar essa oportunidade para ficar mais conhecido no meio, porque na banca

vão estar profissionais prestigiados e reconhecidos que podem abrir portas na carreira. Eu, por exemplo, estou montando um livro de rotinas, e todos os autores da parte de Otologia são jovens de menos de 35 anos que eu ouvi falar em congressos e que me im-pressionaram”, conta Dr. Selaimen. As possibilidades são inúmeras e, afinal de contas, sorte é apenas a justa com-binação de preparo e oportunidade.

• A banca examinadora representa a comunidade acadêmica. Ao candidato, cabe a defesa de suas ideias, resultados e suas inter-pretações, não havendo espaços para coleguismo, corporativis-mo, relação de parentesco ou dependência administrativa.

• Para compor a banca examinadora devem ser escolhidas pessoas acostumadas com a metodologia e com o assunto em questão. É recomendável que tenham publicado trabalhos, defendido ou orientado teses sobre o assunto. Sem esse conhecimento, o exa-minador será muito mais aprendiz do que crítico e colaborador do aperfeiçoamento do trabalho e da metodologia utilizada.

• A banca não deve ser composta de amigos ou familiares, mesmo que tenham intimidade com a metodologia utilizada no trabalho.

• O chefe da disciplina, do departamento, o diretor ou o mentor cien-tífico do candidato não deve ser escolhido como membro da ban-ca examinadora para que não sugira uma relação de dependência ou de oportunismo.

• A titulação de um membro da banca examinadora deve ser sem-pre igual ou superior ao grau que o candidato pretenda obter nos casos de concurso de doutorado, livre docência e professor titular.

• Antes de se propor a analisar, opinar e compor uma banca exami-nadora, leia os regulamentos, portarias e regimentos que regem aquele concurso independentemente da sua finalidade específica.

Fonte: Bancas examinadoras: posturas e condutas em defesas de monogra-fias, dissertações e teses. Prof. Dr. Alberto Consolaro

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Carreira Perfil

45Revista VOX OTORRINO |março / abril 2013 | www.aborlccf.org.br44 | Revista VOX OTORRINO

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alInfluenciado pelo irmão mais velho, Cirano, que começou a arranhar al-gumas notas musicais ainda na ado-lescência, Racine começou a tocar violão aos 15 anos de idade. Ao lado de seu outro irmão e parceiro, Ravel, ele apostou no instrumento e dois anos mais tarde já tocava profissio-nalmente. “A convivência com gran-des violonistas, destacando Esdras Mariano, o ‘Lalão’, e Henrique Annes, além dos shows à noite, foram a mi-nha escola de música. Sempre tive facilidade e aprendi vendo os outros tocando. Com o passar do tempo fui desenvolvendo um jeito, uma técnica própria de tocar, juntando harmonia com uma marcação percussiva nos baixos”, detalha. Para o violonista, além da escola prática, vivida prin-cipalmente nos shows aos finais de semana, a obra de Chico Buarque, Tom Jobim, Ivan Lins, Elis Regina, Lenine e João Bosco, de quem é fã confesso, entre outros, o influenciou fortemente. Com este time de mes-tres, não é à toa que ele se tornou um músico de talento inegável.

Cerqueira já até chegou a coman-dar uma casa de shows na cidade, há cerca de três décadas. “Som das Águas”, como era chamada, recebia até 35 músicos por noite que se alter-navam no palco. “Era uma ideia de louco”, brinca. “Mas artistas consa-grados passaram por lá”, contrapõe. Sorrindo, ele recorda de empresários tentando encaixar na agenda do bar, shows de músicos como a dupla Le-andro e Leonardo ou a baiana Danie-la Mercury. “Na época, nós tínhamos muitos músicos locais se apresentan-do. Não tínhamos espaço para gente de fora... Hoje, esses artistas exigem uma estrutura muito grande, o que se-ria inviável se o bar ainda estivesse em funcionamento”, diz.

Entre a Música e a Medicina, duas amantes ciumentas que exigem de-dicação integral, Racine não faz dis-

tinção, ama as duas, embora admita que a música seja apenas um lazer; e coleciona histórias hilárias, como esta ocorrida cerca de 20 anos atrás. “Estava de plantão na Emergência do Hospital da Restauração, quando me deparei com um indivíduo muito ma-gro, de estatura mediana, pescoço proeminente, cara de doido, portan-do no ombro um violão de má qua-lidade pintado de verde, ensopados, ele e o violão, narrando que tinha vin-do direto de um programa de calouro do qual tinha participado”, conta.

O programa em questão era exibido semanalmente, ao vivo, numa emis-sora local e apresentado por Jorge Chau. Os concorrentes tinham de cantar em um box, embaixo de um chuveiro. Os aprovados ganhavam como prêmio uma garrafa de água sanitária, já os reprovados, uma chu-veirada. A música escolhida pelo magrelo foi “Fera Ferida”, de Roberto Carlos. “Ele não conseguiu terminar nem a primeira palavra da música e foi logo levando um “tsunami” no foci-nho! Após ouvir atentamente sua his-tória tragicômica, perguntei em que

E por falar em paixão...

poderia ajudá-lo, e ele me disse que gostaria que eu fizesse um transplan-te em sua garganta para ficar cantan-do igual ao Julio Iglesias. O pior é que tive que aguentar esta figura por qua-se um ano me cobrando a cirurgia”, lembra às gargalhadas.

Hoje, quando é questionado sobre o maior desafio no trabalho, o Médico – que tem nas mãos o talento tão fun-damental para alimentar com prazer as suas grandes paixões - assume: “Após mais de 30 anos de carreira, um desafio constante é me manter motivado para continuar estudando e praticando uma Medicina atualiza-da”. Entre os planos para o futuro, Ra-cine destaca o desejo de montar um serviço de clínica cirúrgica em laringe para pacientes menos favorecidos e criar um festival de violão em Recife.

Enquanto não realiza estes sonhos, vai aguentando os sobressaltos da vida entre uma sessão e outra de boa música, histórias divertidas e companhias singulares. O médico se transforma em músico, ou o mú-sico se transforma em médico? Tanto faz. Ambos são complementares e se unem para formar a figura ímpar de Racine Vieira de Cerqueira .

“Montar um serviço de clínica cirúrgica em laringe para pessoas menos favorecidas e trazer para Recife um festival de violão estão entre os meus projetos para o futuro”

Autodidata, aprendeu a tocar violão aos 15 anos No início do século passado, a nossa especialidade com frequência era exercida por especialistas junto com a Oftalmologia, não ape-nas no nosso país, mas em todo o mundo, embora a tendência, já àquela época, fosse da dissociação das duas especialidades. Em

1913, em Bordeux, foi criada a primeira cátedra magistral de ORL na Fran-ça, especialmente para E.J.Moure, sogro de Georges Portmann, que veio a sucedê-lo. No Brasil, na mesma época, Hilário de Gouvêa, que já ocupava a cadeira de Oftalmologia, foi empossado como o primeiro professor catedrá-tico de Otorrinolaringologia na Faculdade de Medicina do Rio de Janeiro. Ao mesmo tempo, Eduardo de Moraes foi indicado para professor na Faculdade de Medicina de Salvador, Bahia. Rio de Janeiro e Salvador abrigaram as duas primeiras escolas de Medicina no nosso país.

Sem dúvida alguma, a Otorrinolaringologia ganhou maior visibilidade na Medicina do nosso país nas últimas décadas. Devemos isto não somente à evolução tecnológica da nossa especialidade, com o desenvolvimento e os bons resultados obtidos com as técnicas cirúrgicas e com o progresso no tratamento clínico, mas, também, com as diretrizes e o formato imprimido, nos últimos anos, pela direção da Associação Brasileira de Otorrinnolaringo-logia e Cirurgia Cérvico-Facial.

Já vai longe o tempo em que os especialistas em ORL eram conhecidos como operadores de amígdalas e adenoides! No fim da década de 50 do século passado, a Otorrino apresentou um grande desenvolvimento na ci-rurgia otológica, não somente no tratamento dos processos infecciosos da orelha média, mas também no tratamento cirúrgico da otosclerose. Podemos dizer que este foi o início da evolução da nossa especialidade nesse setor. Mais precisamente, em 1956, Michel Portmann em Bordeaux, na França, e John Shea, em Memphis, nos Estados Unidos, lançavam, ao mesmo tem-po, a técnica da “interposição do estribo” de Michel, e a “estapedectomia” de Shea. Cirurgia inovadora e com muitos bons resultados, substituía, com enorme vantagem, a mobilização do estribo, de Samuel Rozen e, mais ainda, a fenestração labiríntica de Sourdille, na França, que foi muito bem sistemati-zada por Julius Lempert na América do Norte. Esta última foi realizada, pela primeira vez no Brasil, por meu pai, José Kós, em abril de 1941.

Por Dr. Arthur Octávio KósProfessor Emérito da UFRJ

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da Cirurgia Otológica,particularmente no Brasil,

nas últimas décadas

Um olhar sobre a evolução

Perfil Histórias da ORL

47Revista VOX OTORRINO |março / abril 2013 | www.aborlccf.org.brmarço / abril 2013 | www.aborlccf.org.br46 | Revista VOX OTORRINO

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alInfluenciado pelo irmão mais velho, Cirano, que começou a arranhar al-gumas notas musicais ainda na ado-lescência, Racine começou a tocar violão aos 15 anos de idade. Ao lado de seu outro irmão e parceiro, Ravel, ele apostou no instrumento e dois anos mais tarde já tocava profissio-nalmente. “A convivência com gran-des violonistas, destacando Esdras Mariano, o ‘Lalão’, e Henrique Annes, além dos shows à noite, foram a mi-nha escola de música. Sempre tive facilidade e aprendi vendo os outros tocando. Com o passar do tempo fui desenvolvendo um jeito, uma técnica própria de tocar, juntando harmonia com uma marcação percussiva nos baixos”, detalha. Para o violonista, além da escola prática, vivida prin-cipalmente nos shows aos finais de semana, a obra de Chico Buarque, Tom Jobim, Ivan Lins, Elis Regina, Lenine e João Bosco, de quem é fã confesso, entre outros, o influenciou fortemente. Com este time de mes-tres, não é à toa que ele se tornou um músico de talento inegável.

Cerqueira já até chegou a coman-dar uma casa de shows na cidade, há cerca de três décadas. “Som das Águas”, como era chamada, recebia até 35 músicos por noite que se alter-navam no palco. “Era uma ideia de louco”, brinca. “Mas artistas consa-grados passaram por lá”, contrapõe. Sorrindo, ele recorda de empresários tentando encaixar na agenda do bar, shows de músicos como a dupla Le-andro e Leonardo ou a baiana Danie-la Mercury. “Na época, nós tínhamos muitos músicos locais se apresentan-do. Não tínhamos espaço para gente de fora... Hoje, esses artistas exigem uma estrutura muito grande, o que se-ria inviável se o bar ainda estivesse em funcionamento”, diz.

Entre a Música e a Medicina, duas amantes ciumentas que exigem de-dicação integral, Racine não faz dis-

tinção, ama as duas, embora admita que a música seja apenas um lazer; e coleciona histórias hilárias, como esta ocorrida cerca de 20 anos atrás. “Estava de plantão na Emergência do Hospital da Restauração, quando me deparei com um indivíduo muito ma-gro, de estatura mediana, pescoço proeminente, cara de doido, portan-do no ombro um violão de má qua-lidade pintado de verde, ensopados, ele e o violão, narrando que tinha vin-do direto de um programa de calouro do qual tinha participado”, conta.

O programa em questão era exibido semanalmente, ao vivo, numa emis-sora local e apresentado por Jorge Chau. Os concorrentes tinham de cantar em um box, embaixo de um chuveiro. Os aprovados ganhavam como prêmio uma garrafa de água sanitária, já os reprovados, uma chu-veirada. A música escolhida pelo magrelo foi “Fera Ferida”, de Roberto Carlos. “Ele não conseguiu terminar nem a primeira palavra da música e foi logo levando um “tsunami” no foci-nho! Após ouvir atentamente sua his-tória tragicômica, perguntei em que

E por falar em paixão...

poderia ajudá-lo, e ele me disse que gostaria que eu fizesse um transplan-te em sua garganta para ficar cantan-do igual ao Julio Iglesias. O pior é que tive que aguentar esta figura por qua-se um ano me cobrando a cirurgia”, lembra às gargalhadas.

Hoje, quando é questionado sobre o maior desafio no trabalho, o Médico – que tem nas mãos o talento tão fun-damental para alimentar com prazer as suas grandes paixões - assume: “Após mais de 30 anos de carreira, um desafio constante é me manter motivado para continuar estudando e praticando uma Medicina atualiza-da”. Entre os planos para o futuro, Ra-cine destaca o desejo de montar um serviço de clínica cirúrgica em laringe para pacientes menos favorecidos e criar um festival de violão em Recife.

Enquanto não realiza estes sonhos, vai aguentando os sobressaltos da vida entre uma sessão e outra de boa música, histórias divertidas e companhias singulares. O médico se transforma em músico, ou o mú-sico se transforma em médico? Tanto faz. Ambos são complementares e se unem para formar a figura ímpar de Racine Vieira de Cerqueira .

“Montar um serviço de clínica cirúrgica em laringe para pessoas menos favorecidas e trazer para Recife um festival de violão estão entre os meus projetos para o futuro”

Autodidata, aprendeu a tocar violão aos 15 anos No início do século passado, a nossa especialidade com frequência era exercida por especialistas junto com a Oftalmologia, não ape-nas no nosso país, mas em todo o mundo, embora a tendência, já àquela época, fosse da dissociação das duas especialidades. Em

1913, em Bordeux, foi criada a primeira cátedra magistral de ORL na Fran-ça, especialmente para E.J.Moure, sogro de Georges Portmann, que veio a sucedê-lo. No Brasil, na mesma época, Hilário de Gouvêa, que já ocupava a cadeira de Oftalmologia, foi empossado como o primeiro professor catedrá-tico de Otorrinolaringologia na Faculdade de Medicina do Rio de Janeiro. Ao mesmo tempo, Eduardo de Moraes foi indicado para professor na Faculdade de Medicina de Salvador, Bahia. Rio de Janeiro e Salvador abrigaram as duas primeiras escolas de Medicina no nosso país.

Sem dúvida alguma, a Otorrinolaringologia ganhou maior visibilidade na Medicina do nosso país nas últimas décadas. Devemos isto não somente à evolução tecnológica da nossa especialidade, com o desenvolvimento e os bons resultados obtidos com as técnicas cirúrgicas e com o progresso no tratamento clínico, mas, também, com as diretrizes e o formato imprimido, nos últimos anos, pela direção da Associação Brasileira de Otorrinnolaringo-logia e Cirurgia Cérvico-Facial.

Já vai longe o tempo em que os especialistas em ORL eram conhecidos como operadores de amígdalas e adenoides! No fim da década de 50 do século passado, a Otorrino apresentou um grande desenvolvimento na ci-rurgia otológica, não somente no tratamento dos processos infecciosos da orelha média, mas também no tratamento cirúrgico da otosclerose. Podemos dizer que este foi o início da evolução da nossa especialidade nesse setor. Mais precisamente, em 1956, Michel Portmann em Bordeaux, na França, e John Shea, em Memphis, nos Estados Unidos, lançavam, ao mesmo tem-po, a técnica da “interposição do estribo” de Michel, e a “estapedectomia” de Shea. Cirurgia inovadora e com muitos bons resultados, substituía, com enorme vantagem, a mobilização do estribo, de Samuel Rozen e, mais ainda, a fenestração labiríntica de Sourdille, na França, que foi muito bem sistemati-zada por Julius Lempert na América do Norte. Esta última foi realizada, pela primeira vez no Brasil, por meu pai, José Kós, em abril de 1941.

Por Dr. Arthur Octávio KósProfessor Emérito da UFRJ

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da Cirurgia Otológica,particularmente no Brasil,

nas últimas décadas

Um olhar sobre a evolução

Perfil Histórias da ORL

47Revista VOX OTORRINO |março / abril 2013 | www.aborlccf.org.brmarço / abril 2013 | www.aborlccf.org.br46 | Revista VOX OTORRINO

49Revista VOX OTORRINO |março / abril 2013 | www.aborlccf.org.br

Em 1956, J. Kós trazia da Alemanha para a sua clínica, no Rio de Janeiro, o microscópio para cirurgia otológi-ca, fabricado pela Zeiss, que vinha substituir o apare-lho francês Nachet, já existente naquele serviço. Este, além de não ser tão eficiente, não era prático como o excelente instrumento alemão. Foi dado o início, na Clí-nica Professor José Kós, à moderna cirurgia da orelha. As operações da orelha média, inicialmente realizadas com as técnicas de Garnett Passe, da Grã Bretanha, Horst Wulstein e Zölner, da Alemanha, todas bem se-melhantes, foram substituídas pela de David Austin, de Memphis, nos Estados Unidos, como tratamento da otite média crônica. Em 1960, depois do estágio de Roberto Martinho da Rocha, em Memphis, e nosso, em Bordeaux, começamos a praticar a estapedectomia e a timpanoplastia, esta por via endoaural pela técnica de David Austin. A cirurgia otológica era exercida na Clínica também pelo próprio José Kós, Helio Hungria, Theodócio Atherino e Nelson Venturini, principalmente.

Ao mesmo tempo, em outros serviços - como o de Er-miro de Lima e Wlademir Salem, no Rio de Janeiro, bem como outros em São Paulo, Rio Grande do Sul, Minas Gerais e Pernambuco - , diversos especialistas inicia-vam a cirurgia da orelha média com bons resultados. Começava o “boom” da Otologia.

Nos anos 70, Jean Marquet, de Antuerpia, na Bélgica, criou e sistematizou o uso dos implantes tímpano-ossi-culares tendo vindo ao Brasil, em 1978, a convite do Ins-tituto Penido Burnier em Campinas, onde proferiu curso sobre “Homoenxertos tímpano-ossiculares”. Clemente Isnard Ribeiro de Almeida, de São Paulo, após estágio com Edgard Chiossone, de Caracas, Venezuela, intro-duziu o uso dos implantes e criou o primeiro banco de homoenxertos no Brasil, em 1976.

Tambem tivemos o desenvolvimento da cirugia neuro-

-otológica, iniciado nos anos 60, com as técnicas para acesso à porção intratemporal do nervo facial e para a remoção dos neurinomas do 8º par craniano. William House, em Los Angeles, nos Estados Unidos, Ugo Fis-ch, em Zurique, na Suíça, Michel Portmann e Jean-Pier-re Bebear, em Bordeaux, França, entre outros, pratica-vam a cirurgia do nervo facial e da orelha interna com bons resultados e com um mínimo de complicações pós-operatórias. No Rio de Janeiro, Marcial Salaverry foi quem mais se empenhou em divulgar a cirurgia do ner-vo facial, com técnica própria para acesso ao segmento labiríntico do nervo e ao conduto auditivo interno. Pe-dro Luiz Mangabeira Albernaz, em São Paulo, realizou as primeiras cirurgias para remoção dos neurinomas do nervo acústico, em 1965. Decio Lisboa Castro e Rudolf Lang no Rio Grande do Sul, Vinicius Cotta Barbosa, Nicodemos José Alves de Souza, Oswaldo Gomes de Souza, Roberto Eustáquio Guimaraes e Sinval Pereira dos Santos, em Belo Horizonte, também praticaram e divulgaram este tipo de cirurgia nesta época.

Por último, mas em nenhuma hipótese o menos impor-tante, o Implante Coclear, cirurgia que veio beneficiar enormemente pacientes com surdez profunda, inclusi-ve crianças. Provavelmente, William House, em Los An-geles, foi o primeiro a praticar o implante coclear em 1976, com implante monocanal e, já no ano seguinte, no Brasil, Pedro Luiz fez a cirurgia com o mesmo equi-pamento. Em 1978, na Austrália, foi usado o primeiro im-plante multicanal, o que veio trazer grande melhora na compreensão da palavra pelos pacientes. Ainda William House praticou a primeira cirurgia em criança, no ano de 1980. Atualmente, vários grupos praticam o implante cocle-ar no Brasil. Em São Paulo, não somente na capital, mas também em Bauru, Campinas, Ribeirão Preto, bem como no Rio Grande do Sul, Minas Gerais, Bahia, Pernambuco, Santa Catarina e Brasília. No Rio de Janeiro, Shiro Tomita é o cirurgião com maior experiência nesta técnica, sendo o Hospital Universitário Clementino Fraga Filho, da UFRJ, o único órgão público credenciado pelo governo para a prática desta cirurgia.

Tenho certeza que omiti, ao citar nomes, pessoas importan-tes na nossa especialidade, peço desculpas por isso, mas, como disse no início, esse artigo é apenas um “olhar”, e despretensioso, sobre a evolução da Otologia.

Faculdade de Medicina da Bahia: uma das primeiras

do Brasil

Secr

etar

ia de

Turis

mo

da B

ahia

Uma marca global forte.

Presente em todo o território nacional.

Ofereça o melhor aos seus pacientes.

Sinônimo de inovação em aparelhos auditivos.

www.resound.com.br | facebook/resoundbr

PONTOS DE ATENDIMENTO

NOBRASIL

+DE100

SUBSIDIÁRIAS

20PAÍSES

DISTRIBUIDORESPAÍSES80

voxotorrino-an02.indd 1 19/03/2013 15:22:43

Históriasda ORL

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Em 1956, J. Kós trazia da Alemanha para a sua clínica, no Rio de Janeiro, o microscópio para cirurgia otológi-ca, fabricado pela Zeiss, que vinha substituir o apare-lho francês Nachet, já existente naquele serviço. Este, além de não ser tão eficiente, não era prático como o excelente instrumento alemão. Foi dado o início, na Clí-nica Professor José Kós, à moderna cirurgia da orelha. As operações da orelha média, inicialmente realizadas com as técnicas de Garnett Passe, da Grã Bretanha, Horst Wulstein e Zölner, da Alemanha, todas bem se-melhantes, foram substituídas pela de David Austin, de Memphis, nos Estados Unidos, como tratamento da otite média crônica. Em 1960, depois do estágio de Roberto Martinho da Rocha, em Memphis, e nosso, em Bordeaux, começamos a praticar a estapedectomia e a timpanoplastia, esta por via endoaural pela técnica de David Austin. A cirurgia otológica era exercida na Clínica também pelo próprio José Kós, Helio Hungria, Theodócio Atherino e Nelson Venturini, principalmente.

Ao mesmo tempo, em outros serviços - como o de Er-miro de Lima e Wlademir Salem, no Rio de Janeiro, bem como outros em São Paulo, Rio Grande do Sul, Minas Gerais e Pernambuco - , diversos especialistas inicia-vam a cirurgia da orelha média com bons resultados. Começava o “boom” da Otologia.

Nos anos 70, Jean Marquet, de Antuerpia, na Bélgica, criou e sistematizou o uso dos implantes tímpano-ossi-culares tendo vindo ao Brasil, em 1978, a convite do Ins-tituto Penido Burnier em Campinas, onde proferiu curso sobre “Homoenxertos tímpano-ossiculares”. Clemente Isnard Ribeiro de Almeida, de São Paulo, após estágio com Edgard Chiossone, de Caracas, Venezuela, intro-duziu o uso dos implantes e criou o primeiro banco de homoenxertos no Brasil, em 1976.

Tambem tivemos o desenvolvimento da cirugia neuro-

-otológica, iniciado nos anos 60, com as técnicas para acesso à porção intratemporal do nervo facial e para a remoção dos neurinomas do 8º par craniano. William House, em Los Angeles, nos Estados Unidos, Ugo Fis-ch, em Zurique, na Suíça, Michel Portmann e Jean-Pier-re Bebear, em Bordeaux, França, entre outros, pratica-vam a cirurgia do nervo facial e da orelha interna com bons resultados e com um mínimo de complicações pós-operatórias. No Rio de Janeiro, Marcial Salaverry foi quem mais se empenhou em divulgar a cirurgia do ner-vo facial, com técnica própria para acesso ao segmento labiríntico do nervo e ao conduto auditivo interno. Pe-dro Luiz Mangabeira Albernaz, em São Paulo, realizou as primeiras cirurgias para remoção dos neurinomas do nervo acústico, em 1965. Decio Lisboa Castro e Rudolf Lang no Rio Grande do Sul, Vinicius Cotta Barbosa, Nicodemos José Alves de Souza, Oswaldo Gomes de Souza, Roberto Eustáquio Guimaraes e Sinval Pereira dos Santos, em Belo Horizonte, também praticaram e divulgaram este tipo de cirurgia nesta época.

Por último, mas em nenhuma hipótese o menos impor-tante, o Implante Coclear, cirurgia que veio beneficiar enormemente pacientes com surdez profunda, inclusi-ve crianças. Provavelmente, William House, em Los An-geles, foi o primeiro a praticar o implante coclear em 1976, com implante monocanal e, já no ano seguinte, no Brasil, Pedro Luiz fez a cirurgia com o mesmo equi-pamento. Em 1978, na Austrália, foi usado o primeiro im-plante multicanal, o que veio trazer grande melhora na compreensão da palavra pelos pacientes. Ainda William House praticou a primeira cirurgia em criança, no ano de 1980. Atualmente, vários grupos praticam o implante cocle-ar no Brasil. Em São Paulo, não somente na capital, mas também em Bauru, Campinas, Ribeirão Preto, bem como no Rio Grande do Sul, Minas Gerais, Bahia, Pernambuco, Santa Catarina e Brasília. No Rio de Janeiro, Shiro Tomita é o cirurgião com maior experiência nesta técnica, sendo o Hospital Universitário Clementino Fraga Filho, da UFRJ, o único órgão público credenciado pelo governo para a prática desta cirurgia.

Tenho certeza que omiti, ao citar nomes, pessoas importan-tes na nossa especialidade, peço desculpas por isso, mas, como disse no início, esse artigo é apenas um “olhar”, e despretensioso, sobre a evolução da Otologia.

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51Revista VOX OTORRINO |março / abril 2013 | www.aborlccf.org.br

Não para de crescer o número de adesões ao CRM digital. Segun-do o Conselho Federal de Medici-na, já são mais de 50 mil pedidos desde 2012, quando o serviço foi lançado no país.

Confeccionado em policarbona-to, o cartão possui um chip com a certificação digital das ações de seu portador e acompanha as tendências de informatização

CRM digital contabiliza 50 mil pedidosdos sistemas de identificação.

A campanha de incentivo ao uso do CRM continua. Está no ar um hotsite que traz informações so-bre o que é o documento, como solicitá-lo, quais as instruções para emitir um certificado digital e vantagens da nova tecnologia. Para mais informações acesse www.portaldomedico.org.br.

World Sleep Day foca em prevenção contínuaUm dia destinado aos atos de conscientização em prol à saúde do sono. Essa é a proposta do World Sleep Day (Dia Mundial do Sono), que, neste ano, foi comemorado em 15 de março. A partir do tema Good Sleep, Healthy Aging (Sono Bom, Envelhecimento Saudável), o evento organi-zado pela World Association of Sleep Medicine (WASM) convidou instituições de diversas partes do mundo para promover ações que reforcem a importância dos cuidados com o sono durante as diferentes etapas da vida.

Segundo a WASM, as dificuldades para dormir cons-

tituem uma epidemia global que ameaça a qualidade de vida de mais de 45% da população mundial. E bem se sabe que não há necessariamente uma ligação en-tre essas dificuldades e o envelhecimento. Apesar dos distúrbios tratáveis nas diferentes etapas da vida, me-nos de um terço dos doentes busca ajuda profissional. Para reverter essas estatísticas, o projeto tem como foco a prevenção contra os males desde a infância, assim como a manutenção de hábitos saudáveis para dormir bem. É possível obter mais dados sobre o assunto em: www.worldsleepday.org.

Repr

oduç

ão

CRM Digital: procura não para de crescer

Com novidades, Curso de Polissonografia chega à 6ª edição

Foi dada a largada para a sex-ta edição do Curso de Polis-sonografia. Coordenado pe-los Drs. Edilson Zancanella,

Michel Cahali, Fabio Lorenzetti, Fer-nanda Haddad e José Antônio Pin-to, o treinamento, realizado mensal-mente, tem como objetivo agregar conhecimentos específicos na área de Medicina do Sono.

Algumas novidades pautaram o de-senvolvimento do curso neste ano, como a implementação dos novos critérios da American Academy of Sleep Medicine e o uso de ferra-

mentas de comparação entre esta-giamentos. “Optamos por trabalhar somente com dois softwares no lu-gar de três e, assim, podemos ex-plorar melhor as possibilidades de cada um dos programas. Desde o primeiro dia, os alunos recebem es-ses programas e os exames insta-lados em seus notebooks, permitin-do que desenvolvam o treinamento em polissonografia em casa, o que imprime um ritmo melhor nas aulas presenciais”, informou o Dr. Michel Cahali, coordenador do Departa-mento de Medicina do Sono. “Tam-

bém estamos estudando a ideia de tornar parte desse treinamento semipresencial e incluir videoconfe-rências no programa”, complemen-tou o Dr. Edilson Zancanella, secre-tário do mesmo departamento.

As expectativas seguem positivas. “Esta será mais uma turma de su-cesso, que representará muito bem a Otorrinolaringologia brasileira na Medicina do Sono e ajudará a re-duzir a enorme carência que nosso país tem por exames de polissono-grafia de boa qualidade”, afirmou Cahali.

Notícias ORL HOSPITAL IPONEP - Núcleo de Ensino e Pesquisa do Hospital IPO

Av. República Argentina, 2069 Curitiba - PR | 41 3094-5751www.ipo.com.br/nep

APRESENTA:

Dr. João Luiz Garcia de Faria - Diretor Técnico Médico - CRM-PR 11876/RQE 4026

PROGRAMA FELLOWSHIP EM OTORRINOLARINGOLOGIA

PROGRAMA ESTÁGIO INTERNACIONAL PRIMEIRO EMPREGO JOVEM OTORRINO

CURSOS E PÓS-GRADUAÇÃO COMITÊ DE ÉTICA EM PESQUISA EM SERES HUMANOS

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IPO NET TVNÚCLEO DE ESTUDOS PO (e-learning)

Institucional

março / abril 2013 | www.aborlccf.org.br50 | Revista VOX OTORRINO

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Confeccionado em policarbona-to, o cartão possui um chip com a certificação digital das ações de seu portador e acompanha as tendências de informatização

CRM digital contabiliza 50 mil pedidosdos sistemas de identificação.

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World Sleep Day foca em prevenção contínuaUm dia destinado aos atos de conscientização em prol à saúde do sono. Essa é a proposta do World Sleep Day (Dia Mundial do Sono), que, neste ano, foi comemorado em 15 de março. A partir do tema Good Sleep, Healthy Aging (Sono Bom, Envelhecimento Saudável), o evento organi-zado pela World Association of Sleep Medicine (WASM) convidou instituições de diversas partes do mundo para promover ações que reforcem a importância dos cuidados com o sono durante as diferentes etapas da vida.

Segundo a WASM, as dificuldades para dormir cons-

tituem uma epidemia global que ameaça a qualidade de vida de mais de 45% da população mundial. E bem se sabe que não há necessariamente uma ligação en-tre essas dificuldades e o envelhecimento. Apesar dos distúrbios tratáveis nas diferentes etapas da vida, me-nos de um terço dos doentes busca ajuda profissional. Para reverter essas estatísticas, o projeto tem como foco a prevenção contra os males desde a infância, assim como a manutenção de hábitos saudáveis para dormir bem. É possível obter mais dados sobre o assunto em: www.worldsleepday.org.

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Com novidades, Curso de Polissonografia chega à 6ª edição

Foi dada a largada para a sex-ta edição do Curso de Polis-sonografia. Coordenado pe-los Drs. Edilson Zancanella,

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Algumas novidades pautaram o de-senvolvimento do curso neste ano, como a implementação dos novos critérios da American Academy of Sleep Medicine e o uso de ferra-

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As expectativas seguem positivas. “Esta será mais uma turma de su-cesso, que representará muito bem a Otorrinolaringologia brasileira na Medicina do Sono e ajudará a re-duzir a enorme carência que nosso país tem por exames de polissono-grafia de boa qualidade”, afirmou Cahali.

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Dr. João Luiz Garcia de Faria - Diretor Técnico Médico - CRM-PR 11876/RQE 4026

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CURSOS E PÓS-GRADUAÇÃO COMITÊ DE ÉTICA EM PESQUISA EM SERES HUMANOS

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