revista tributus nº19

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DEBATES | ENTREVISTAS | PERSONALIDADES | INFORMAÇÕES Revista do Sindicato Nacional da Carreira Auditoria da Receita Federal do Brasil | SINDIRECEITA PRIMEIRA EDIÇÃO DE 2010 ANO 8 • Nº19 Aldo Santana Chefe do CAC Brasília diz que atendimento ao contribuinte não será de excelência enquanto estiver faltando servidores FRONTEIRAS BRASIL do

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Ocupando espaços. A falta de segurança nas fronteiras brasileiras voltou ao debate nacional depois de uma série de eventos ocorridos na região de Ponta Porã, no Mato Grosso do Sul, que faz divisa com Pedro Juan Caballero, no Paraguai. O atentado contra um senador paraguaio, com possível envolvimento de criminosos brasileiros, trouxe, mais uma vez, à tona o debate sobre a fragilidade no controle nas áreas de fronteira. O Sindireceita, há tempos, vem denunciando essa situação, que parece se agravar cada vez mais.

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D E B A T E S | E N T R E V I S T A S | P E R S O N A L I D A D E S | I N F O R M A Ç Õ E S

Revista do Sindicato Nacional da Carreira Auditoria da Receita Federal do Brasil | SINDIRECEITA

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Aldo SantanaChefe do CAC Brasília diz que atendimento ao contribuinte não será

de excelência enquanto estiver faltando servidores

FRONTEIRASBRASILdo

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Ocupando espaços

A falta de segurança nas fronteiras brasileiras voltou ao debate nacional depois de uma série de eventos ocorridos na região de Ponta Porã, no Mato Grosso do Sul, que faz divisa com Pedro Juan Caballero, no Paraguai. O atentado contra um senador pa-raguaio, com possível envolvimento de criminosos brasileiros, trouxe, mais uma vez, à tona o debate sobre a fragilidade no controle nas áreas de fronteira. O Sindireceita, há tempos, vem denunciando essa situação, que parece se agravar cada vez mais.

Além do crescimento da violência nessas áreas, chama atenção também a total falta de sensibilidade da Administração da Receita Federal, que ao invés de adotar medidas para tornar mais rígido o controle aduaneiro e ampliar a segurança funcional dos servi-dores, que estão na linha de frente desta verdadeira “guerra”, atua em sentido contrário. Duas medidas recentes adotadas pela Administração da RFB mostram o quanto um órgão de governo pode se distanciar da realidade e, principalmente, dos interesses da sociedade. Serve de exemplo a edição da Portaria nº 451/2010, que insere a prerro-gativa do livre acesso a estabelecimentos públicos e privados nas carteiras funcionais apenas de auditores fi scais, enquanto essa prerrogativa deveria alcançar servidores de todos os cargos que, na prática, integram equipes de fi scalização, vigilância e repres-são da RFB. Esta medida enfraquece ainda mais o trabalho de repressão em todo o País, especialmente nas fronteiras. Outras atitudes em completo descompasso com as necessidades da sociedade brasileira estão expressas na proposta de Lei Orgânica das Auditorias Federais (LOAF) apresentada pela Administração. Se for aprovada como desejam os gestores da RFB o órgão terá reduzida sua capacidade de fi scalização, vigilância e repressão, que já funcionam de forma precária. Em sentido contrário, o Ministério da Justiça adota várias medidas para intensifi car a presença de seus agentes nas fronteiras. É interessante observar como em um mesmo governo podem existir posições tão distintas.

Nesta edição da TRIBUTU$, o ministro da Justiça, Luiz Paulo Barreto, apresenta as várias iniciativas em andamento para tornar mais efetivo o trabalho de fi scalização e vigilância nas fronteiras do País. São mais de 16 mil quilômetros de fronteiras secas

que carecem de uma presença mais efetiva dos órgãos de Estado. O MJ, junto com governos estaduais, inicia uma ação para treinar e equipar os policiais civis e militares e assim ampliar a presença das forças de vigilância e repressão nessa faixa do território nacional que sofre com a falta de servidores e de mais investimentos em infraestrutura. O próprio governo federal encaminhou ao Congresso Nacional o Projeto de Lei Complementar (PLP) 543/09 que atribui poder de polícia às Forças Armadas nas áreas de fronteira e cria o chamado livro branco, no qual devem ser detalhadas as informações da Política Nacional de Defesa. Com a mudança na Lei Complementar 97/99, todas as Forças Armadas, e não apenas o Exército, poderão realizar ações preventivas e repressivas na faixa de fronteira terrestre, no mar e nas águas interiores, contra crimes típicos de fronteiras, como tráfi co de drogas e crimes ambientais.

Mais uma vez, portanto, o Sindireceita e os Analistas-Tributários, com outra edição da revista TRIBUTU$, chamam a atenção da sociedade para medidas tomadas internamente por gestores de um órgão de governo que, caso não sofram as devidas alterações, terão impacto direto na vida de todos.

Desejo a todos uma boa leitura.

Hélio Bernades

Presidente do Sindireceita

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36SRH apresenta PL da Negociação Coletiva

12CAC’s necessitam de melhorias

18Frente da Aduana recebe apoio da CNI

PresidenteHélio Bernades (GO)

Vice-PresidenteJoão Jacques Silveira Pena (MG)

Diretora de Assuntos Jurídicos Doralice Neves Perrone (SP)

Diretora de Assuntos ParlamentaresSílvia Helena de A. Felismino (CE)

Diretor de Finanças e AdministraçãoIrivaldo Lima Peixoto (AC)

Diretor-Adjunto de Finanças e Administração

Paulo César de A. Guimarães (BA)

Diretor-Adjunto de Ass. JurídicosCarlos Helande de O. Rodrigues (AL)

Diretor de Defesa Profi ssional e Estudos Técnicos

Rodrigo Ribeiro Thompson (BA)

Diretor de Assuntos PrevidenciáriosGilmar Carlos de Ré (PR)

Diretor de Comunicação e InformáticaHonório Alves Ribeiro Neto (RN)

Diretor de Formação Sindical e Relações Intersindicais

Sérgio Ricardo Moreira de Castro (RS)

Diretora de Aposentados e PensionistasHelenita Souza Nascimento (SP)

TRIBUTU$Editora Executiva

Cinda Serra | 2466 DRT/MGReportagem

Letícia Figueiredo, Rafael Godoi, Patrícia Távora

Projeto Gráfi co, capa e diagramaçãoDaniel Rocha

EstagiáriaHellen Loures

FotosComunicação Sindireceita,

Banco de Imagens, Radiobrás, Agências Câmara e Senado,

Isaac Amorim - ASCOM/MJ eAgência Diap.

Tiragem15.000 exemplares

*Permitida a reprodução, desde que citada a fonte. Não nos responsabilizamos pelo conteúdo de artigos

assinados.

20XII AGN discute desafios da categoria

30LOAF não é consenso na RFB

Diretoria Executiva NacionalTriênio 2008/2010

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MINISTÉRIO DA JUSTIÇA REFORÇA AÇÕES NAS FRONTEIRAS

Acordo com governos estaduais permite a criação do Policiamento Especializado

O Brasil possui 16.886 qui-lômetros de fronteiras ter-restres com dez países do

continente sul americano. Boa parte dessas áreas, cerca de 9.700 quilôme-tros, são tomadas por fl orestas pouco povoadas, o que torna o controle dessas regiões um dos principais problemas de segurança do País. Nos últimos dois anos, o Ministério da Justiça em acordo com governos es-taduais e organismos internacionais como a Interpol vem fortalecendo a atuação do Estado nessas áreas. A iniciativa mais recente prevê a criação de batalhões de polícia es-pecializados no controle de fronteira.

O projeto batizado de Policiamento Especializado de Fronteiras (Pefron) segue, em parte, o modelo já adota-do pelos estados do Mato Grosso e Mato Grosso do Sul, que diante da fragilidade na vigilância nessa faixa do território nacional criaram grupos de policiais militares que têm como missão patrulhar as regiões de fronteira e combater crimes como o tráfi co de drogas, armas e munições.

Os acordos foram celebrados entre o Ministério da Justiça (MJ) e os secretários de Segurança Pública do Acre, Amazonas, Amapá, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Pará,

Paraná, Rio Grande do Sul, Ron-dônia, Roraima e Santa Catarina. O projeto de Policiamento Especiali-zado de Fronteiras está previsto no Programa Nacional de Segurança Pública com Cidadania (Pronasci) e foi desenvolvido para combater crimes característicos das divisas, como o contrabando de armas e mu-nições, o narcotráfi co, a exploração de madeira, o tráfi co de pessoas e o furto e roubo, especialmente de veí-culos. A proposta do MJ é fortalecer as polícias dos estados que fazem fronteira com outros países a fi m de fomentar a criação de grupos espe-cializados para atuarem de forma preventiva e repressiva nas divisas dos estados, no combate aos crimes típicos de cada região. Também estão previstas ações de cooperação inter-governamental e interinstitucional em segurança pública com o suporte dos órgãos federais, como as Polícias Federal, Rodoviária Federal e a For-ça Nacional de Segurança Pública.

Nessa entrevista concedida à revista TRIBUTU$, o ministro da Justiça, Luiz Paulo Barreto, além de detalhar as ações do Pefron também fala sobre outras iniciativas do MJ para fortale-cer a vigilância e repressão nas áreas de fronteira do Brasil.

TRIBUTU$ - O Ministério da Jus-tiça assinou convênios com o Pará, Acre, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Rondônia, Roraima, Ama-

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pá e Amazonas para implantação do Policiamento Especializado em Fronteiras (Pefron) nesses estados. Desde a assinatura desses convênios o que já foi feito?

Luiz Barreto - O MJ assinou acor-dos de cooperação com os 11 estados da linha de fronteira com países vizi-nhos. O nosso objetivo é preparar e equipar o policial para combater com maior rigor e inteligência os crimes que ocorrem em regiões já mapeadas. Foi elaborada a grade do curso de formação, previsto para iniciar no mês de maio, e estão em andamento a aquisição dos equipamentos e o estu-do dos Procedimentos Operacionais Padrão (POPs).

O Pefron está em processo de im-plementação. O que há no momento nas fronteiras é a Operação Sentinela, coordenada pela Polícia Federal, da qual participa a Força Nacional de Segurança Pública. A Operação Sentinela está realizando um forte trabalho de repressão a diversos tipos de ilícitos. Um rico legado de informações está sendo construído e servirá como subsídio para as futuras operações do Pefron.

TRIBUTU$ - Como será o trabalho do Policiamento Especializado em Fronteiras?

Luiz Barreto - As unidades Pefron serão compostas por policiais mi-litares, civis e peritos dos estados. Todos serão capacitados e equipados preliminarmente à instalação das ba-ses. O trabalho ao longo da faixa de fronteira de cada estado será volante e ininterrupto e as ações serão prece-didas de um trabalho de inteligência.

TRIBUTU$ - Qual é o efetivo do Pefron? Eles vão atuar efetivamente na chamada zona primária (fronteira efetivas) ou farão um trabalho apenas

“O nosso objetivo é preparar e equipar o policial para combater com maior rigor

e inteligência os crimes que ocorrem em regiões já mapeadas.”

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nas zonas secundárias, como estradas e vias de acesso às áreas de fronteira?

Luiz Barreto - Cada unidade Pe-fron contará com um efetivo inicial de 46 policiais. O trabalho de inteli-gência e as ações não fi carão restritos à chamada zona primária. Isso redu-ziria a efetividade do trabalho. As ações nas estradas e vias de acesso podem ser realizadas, inclusive, em parcerias com outras instituições.

TRIBUTU$ - O MJ fez algum mapeamento ou detectou alguma área da fronteira como prioritária?

Luiz Barreto - Toda a área de fronteira é tratada como prioritária. Estamos falando de 16,8 mil quilô-metros de fronteira terrestre. É claro que temos um mapeamento dos cri-mes de maior ocorrência e da forma como são praticados em cada região. O trabalho será intensifi cado com a forte atuação da Polícia Federal e da Polícia Rodoviária Federal.

TRIBUTU$ - Quais os critérios dotados para defi nição das áreas de atuação desse grupamento?

Luiz Barreto - Os principais cri-térios foram baseados a partir dos levantamentos de inteligência, tais como os índices de criminalidade de diversos pontos da fronteira e da análise do potencial ofensivo desses crimes.

A prioridade é o combate ao tráfi co de armas e de drogas, crimes ambien-tais, tais como o desmatamento e a biopirataria, e o combate aos crimes característicos de cada região, de for-ma a oferecer segurança qualifi cada às comunidades que residem nessa faixa do território e à sociedade como um todo.

“As ações nas estradas e vias de acesso podem ser realizadas, inclusive, em parcerias com outras instituições.”

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TRIBUTU$ - Como é feita a coor-denação das ações que são realizadas em conjunto com outros órgãos de Estado que também atuam nessas áreas?

Luiz Barreto - Cada unidade con-tará com 46 policiais, capacitados nas melhores técnicas e práticas aplicadas atualmente em vários paí-ses. Os armamentos e equipamentos serão os mais modernos disponíveis no mundo.

O Pefron poderá atuar de forma integrada com a Polí-cia Federal, a Polícia Rodoviária Federal, a Receita Federal do Brasil, com os demais órgãos da União e ou-tras instituições sem-pre que necessário e em ações previamen-te planejadas. Temos uma experiência de sucesso que é a Ope-ração Arco de Fogo, que ao longo do ano de 2009 foi desen-cadeada por meio de uma grande parceria entre a Polícia Federal, a Polícia Rodoviária Fede-ral, a Força Nacional, o Ministério do Meio Ambiente, o Ministério da Defesa, além de outros órgãos. A mais bem sucedida operação de com-bate ao desmatamento que o Brasil já teve. Este é o exemplo que queremos seguir com a implantação das Bases Pefron. A Receita Federal Brasil exerce um papel fundamental no combate aos ilícitos de contrabando e descaminho. O Pefron poderá contri-buir no sentido de orientar as futuras operações e apoiá-las, aumentando as operações de fi scalização qualifi cada da Receita Federal do Brasil.

TRIBUTU$ - Como estão sendo discutidas essas ações? Existe uma preocupação em otimizar esses re-cursos humanos e a infraestrutura já existentes nas diversas unidades aduaneiras?

Luiz Barreto - Após o lançamento das Bases Pefron será constituída em Brasília uma sala de situação que coordenará e discutirá as ações de forma sistêmica e planejada. Natural-mente que existe uma preocupação em otimizar os recursos disponíveis, todavia a utilização da infraestrutura

das unidades aduaneiras não está no centro do debate do Policiamento Especializado de Fronteiras. O Pe-fron disporá de estrutura mínima própria para atuar de forma ostensiva e preventiva ao longo de toda a faixa de fronteira das unidades federadas, composta por bases móveis, ca-minhões, viaturas 4x4, lanchas, voadeiras e jetskis. Com relação aos recursos humanos da Receita Fe-deral, estes serão fundamentais nos trabalhos integrados que deverão ser desenvolvidos e pela expertise sobre contrabando e descaminho.

TRIBUTU$ - E qual a participação dos governos estaduais nessas ações, especialmente aqueles como o Mato Grosso do Sul e Mato Grosso que já dispõem de efetivos militares que fazem esse trabalho na fronteira?

Luiz Barreto - Nos Estados onde já existem experiências exitosas, tais como o DOF (Departamento de Ope-rações de Fronteira) no Mato Grosso do Sul e o Gefron (Grupo Especial de Fronteira) no Mato Grosso, nosso papel será o de integrá-los ao sistema

Pefron nacional, qualificar os seus efetivos e rea-

parelhar as estruturas existentes.

TRIBUTU$ - Re-centemente a Câmara dos Deputados apro-vou o Projeto de Lei Complementar (PLP) 543/09, do Executi-vo, que atribui poder de polícia às Forças Armadas nas áreas de fronteira e cria o cha-mado livro branco, no qual devem ser deta-lhadas as informações

da política nacional de Defesa. Com a mudança

na Lei Complementar 97/99, todas as Forças Armadas, e não apenas o Exército, poderão realizar ações preventivas e repressivas na faixa de fronteira terrestre, no mar e nas águas interiores contra crimes típicos de fronteiras, como tráfi co de drogas e crimes ambientais (tráfi co de espé-cies protegidas, por exemplo). Como o MJ avalia essa mudança?

Luiz Barreto - Avaliamos como muito boa. O combate ao crime é missão de todas as instituições e devemos cada vez mais buscar a integração e união de esforços. Toda

“A Receita Federal do Brasil exerce um papel fundamental

no combate aos ilícitos de contrabando e descaminho.

O Pefron poderá contribuir no sentido de orientar as futuras

operações e apoiá-las...”

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instituição tem um papel importante a desempenhar. O que importa é que o povo brasileiro esteja protegido e que a afi rmação de nossa soberania seja cada vez mais ampliada.

TRIBUTU$ - Já existe algum entendimento com o Ministério da Defesa para a realização de ações conjuntas? Há estudos ou propostas no sentido de otimizar esses recursos e, por consequência, ampliar a atua-ção do Estado brasileiro nessa faixa do território nacional?

Luiz Barreto - Vamos promover esse momento de integração plena a partir da implantação das bases Pefron. A experiência das Forças Armadas pode contribuir muito para o sucesso do projeto.

Com certeza, o dinheiro público deve ser sempre bem aplicado, e o Pefron já é um exemplo claro disso, exatamente pela forma como vem sendo elaborado e articulado com os estados. O Ministério da Justiça vai investir no aparelhamento das bases, vai treinar os policiais e ainda pagar diárias para as operações. Aos Estados caberá o custeio com com-bustível e munição.

TRIBUTU$ - Que outras iniciati-vas o Ministério da Justiça prepara para tornar mais efetivo o controle, vigilância e repressão nas zonas de fronteira?

Luiz Barreto - A Operação Sen-tinela, pela amplitude de órgãos e instituições envolvidas, e a imple-mentação do Pefron em parceria com as 11 unidades federadas são iniciativas de grande alcance que terão impacto na redução do tráfi co de armas e drogas e no aumento da segurança das comunidades que vivem na faixa de fronteira e da sociedade como um todo.

TRIBUTU$ - Em setembro do ano passado, a Polícia Federal também lançou o projeto “Fim da Linha”, que busca impedir a entrada no País de foragidos internacionais ligados ao tráfi co de drogas e de animais, pros-tituição e abuso sexual de crianças, entre outros crimes. Pelo projeto, a PF se conectará ao sistema I 24/7 da Interpol – ferramenta que permite, 24 horas por dia, a identificação de quem entra e sai de aeroportos internacionais, portos e postos de fronteira. Como esse sistema está operando atualmente?

Luiz Barreto - Em apenas 5 meses, o projeto, que tem como objetivo acabar com a imagem de que o Brasil é um refúgio ideal para foragidos estrangeiros, permitiu a prisão de 21 foragidos no Brasil, 10 prisões no exterior (no interesse da Justiça brasileira) e 21 extradições ativas (presos trazidos para cumprimento de determinação judicial no Bra-sil) e extradições passivas (presos enviados para cumprimento de de-terminação judicial no interesse de outros países).

Além de contribuir para a criação de uma imagem diferente do Brasil, aqui dentro e lá fora, o projeto Fim de Linha é uma estratégia de vigilância adequada aos tempos de mobilidade global. Em um mundo globalizado, de múltiplos acordos para facilitação do trânsito de pessoas e mercadorias, as fronteiras não são mais vistas como barreiras que cercam territórios intransponíveis. São linhas de demar-cação de soberania com um controle feito à luz do respeito aos direitos civis e que, por isso, exige tecnologia e rapidez nas informações. Com o projeto Fim da Linha, a Polícia Fe-

“Com relação aos recursos humanos da

Receita Federal, estes serão fundamentais nos trabalhos integrados que deverão ser

desenvolvidos e pela expertise sobre contrabando

e descaminho.”

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deral está conseguindo reverter não apenas a imagem de que o Brasil é um refúgio para os foragidos, como está buscando os foragidos da justiça brasileira onde eles estiverem.

Entre as principais ações desenvol-vidas pelo projeto estão a conexão do sistema Interpol I-24/7 (identifi cação ao longo de 24 horas e nos sete dias da semana) em todos os aeroportos internacionais, portos e postos de fronteiras e a disponibilização do cadastro duplo Mind & Find da Interpol, que é o registro mundial, por número e nome, dos titulares de passaportes roubados e perdidos. O acesso às essas informações permite identifi car com segurança um pas-sageiro com passaporte suspeito. O fortalecimento da atuação brasileira no combate aos crimes transnacio-nais foi reconhecido pela Interpol que elogiou a decisão do País de empreender esforços na captura de fugitivos. Com esse reconhecimen-to, o Brasil passa a fazer parte de um grupo de 13 países, a partir dos 188 membros da Interpol, que será responsável pela elaboração de um estudo para facilitar a captura desses criminosos.

O Conselho Nacional de Justiça tam-bém aprovou, no fi nal de fevereiro, Instrução Normativa determinando que juízes de todo País passem a incluir nos mandados de prisão, caso haja a suspeita, informação de que a pessoa a ser presa tenha fugido para o exterior. A partir da medida, as ordens de prisão que contêm essa indicação serão diretamente encaminhadas ao superintendente Regional da Polícia Federal no respectivo Estado. A PF adotará as providências necessárias para que a informação seja difundida por meio do sistema de comunicação Difusão Vermelha. Se a pessoa contra

quem o mandado de prisão foi emiti-do ingressar em qualquer dos países que integram a Interpol, um alerta é automaticamente emitido para o país que expediu a ordem.

Esse reforço pode se tornar ainda maior com a aprovação de Projeto de Lei em trâmite no Congresso Na-cional para alterar a Lei 6.815/1980- Estatuto do Estrangeiro. A proposta de mudança visa permitir que a represen-tação da autoridade policial brasileira (diretor geral da Polícia Federal e/ou procurador geral da República) possa fazer o pedido de prisão preventiva diretamente ao Supremo Tribunal Federal quando for localizado no Brasil criminoso que esteja na lista de difusão vermelha da Interpol.

A difusão vermelha, oriunda de um banco de dados internacional utilizado pelos 188 países membros da Interpol, já é aceita como mandado de prisão internacional em diversos países.

Pela legislação brasileira atual, quando um criminoso cujo nome este-ja incluído nessa lista é localizado no País, ele não pode ser preso. É preciso que o país interessado formalize o pe-dido de extradição/prisão e o mesmo seja aprovado pelo STF. Muitas vezes, o prazo de todo esse trâmite de co-municar ao país interessado para que este mande documentos instruindo o Supremo torna-se grande a ponto do fugitivo conseguir escapar antes da prisão ser decretada.

TRIBUTU$ - Quantas unidades da PF hoje têm acesso a essa ferra-menta?

Luiz Barreto - Todas as unidades da PF, inclusive postos de fronteira.

TRIBUTU$ - Qual é o efetivo total da PF e quantos estão trabalhando na zona de fronteira?

Luiz Barreto - O efetivo atual da Polícia Federal é de 14.330 servi-dores (11.346 policiais, 2.790 admi-nistrativos, 194 cedidos), sendo 779 servidores lotados nas 17 unidades de fronteira. Um aumento de mais de 54% desde 2004. A partir de 2007, a direção geral da Polícia Federal esta-beleceu uma nova diretriz de lotação dos novos servidores, que passaram obrigatoriamente a ter sua primeira lotação em unidades de fronteira e região amazônica. Com essa política de pessoal, essas unidades terão seus quadros de lotação sempre preenchi-dos com obrigatoriedade de perma-nência desses servidores por 3 anos.

TRIBUTU$ - É possível estimar qual a cobertura da área de frontei-ra seca que esse efetivo consegue cobrir?

Luiz Barreto - A extensa fronteira terrestre de 16.886 km que o Brasil possui com dez países do continente sul americano, sendo mais de 9.700 km de densa fl oresta tropical pouco povoada, constitui enorme desafi o à segurança pública brasileira, que deve prevenir e reprimir de modo efi ciente e efi caz os crimes transna-cionais sem prejudicar o desejável fl uxo lícito de pessoas e riquezas. Nesse contexto, a Polícia Federal tem focado suas ações em inteligência, cooperação internacional, tecnologia e priorização de lotação de seus efe-tivos. Na prática, esse esforço pode ser percebido na Operação Sentinela, defl agrada no dia 8 de março, em conjunto com as Forças Armadas, Força Nacional, Secretaria de Segu-rança Pública dos estados, Polícia Rodoviária Federal, Receita Federal e CENSIPAM - Centro Gestor e Operacional do Sistema de Proteção da Amazônia, com o objetivo de desenvolver atividades operacionais

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Luiz Barreto - Desde dezembro de 2009, uma aeronave não tripulada sobrevoa e monitora as fronteiras do Brasil com Paraguai, Uruguai e Ar-gentina na região de Foz do Iguaçu/PR. Este é o primeiro de 14 aviões que completarão a esquadrilha a ser adqui-rida para operar no restante do País no combate a crimes transnacionais.

O Projeto VANT (veículo aéreo não tripulado) é o mais audacioso passo que o Departamento de Polícia Fe-deral deu em direção à excelência do

combate ao tráfi co de armas, drogas e contrabando. Trata-se do estudo para aquisição de aeronaves, bases de controle, treinamento e recruta-mento de policiais para operar o que há de mais avançado em monitora-mento aéreo não tripulado. Iniciado em 2007, o projeto foi encabeçado por 10 policiais especializados em aviação e inteligência, que fi caram encarregados de apresentar a melhor alternativa para atender as competên-cias legais e constitucionais do DPF,

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de controle, fi scalização, prevenção e repressão aos crimes praticados ao longo de toda fronteira brasileira.

A operação soma esforços para pre-venir e reprimir, de modo efi ciente e efi caz, os crimes transnacionais, como o tráfico de drogas, tráfico internacional de arma de fogo, mu-nições e explosivos, contrabando e descaminho, exportação ilegal de veículos e imigração ilegal de estran-geiros pela fronteira seca do Brasil.

Inicialmente, a operação foi instalada nos estados de Mato Grosso do Sul, Paraná e Amazonas. Nas primeiras sema-nas de trabalho, em um esforço conjunto de todos os órgãos de segurança envolvidos na operação, foram realizadas barreiras fixas e fiscalizações móveis, que resulta-ram na prisão de 35 pessoas e na apre-ensão de 1,5 tonela-das de entorpecentes (cocaína, maconha, crack e lança perfume), mais de três tonela-das de mercadorias contrabandeadas, além de várias armas e munições.

A Operação Sentinela está prevista para atingir todos os Estados da linha de fronteira do Brasil e deve durar até dezembro deste ano.

TRIBUTU$ - Que outras iniciati-vas o Ministério da Justiça prepara para tornar mais efetivo o controle, vigilância e repressão nas zonas de fronteira?

bem como adequar o equipamento às características climáticas tão diferen-tes do território nacional. A Polícia Federal é a primeira força policial no mundo a dispor deste sistema para fi ns não militares.

Após uma série de etapas, fi nalmen-te o primeiro teste de avaliações foi realizado no dia 27 de julho de 2009. No total, 14 aeronaves vão operar nas cinco regiões brasileiras. Até 2013, bases de controle serão instaladas

em Foz do Iguaçu/PR, Manaus/AM e Porto Velho/RO. Brasília abrigará uma base e o centro de treinamento para os operadores do sistema. Cada aero-nave tem autonomia de 37 horas de voo e podem alcançar mais de 1.000 km de dis-tância. O custo total do projeto é de R$ 655 milhões.

O contrato de aqui-sição do VANT prevê

a transferência de tecnologia para a indústria nacional conforme di-retrizes do Governo Federal. A vantagem desta condição é que nos próximos anos aeronaves similares poderão ser fabricadas no Brasil. O VANT também vai auxiliar a Receita Federal no combate à sonegação, a Força Nacional em operações, além do IBAMA no combate aos crimes ambientais como exploração ilegal de recursos naturais, desmatamento e queimadas.$

“Toda instituição tem um papel importante a desempenhar.

O que importa é que o povo brasileiro esteja protegido e que

a afi rmação de nossa soberania seja cada vez mais

ampliada.”

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ESTUDO MOSTRA A REALIDADE DO ATENDIMENTO AO CONTRIBUINTE NO BRASIL

Pesquisa coordenada por Analistas-Tribu-tários da Receita Federal do Brasil com-prova que o atendimento ao cidadão e as

condições de trabalho dos servidores que atuam nos CAC (Centros de Atendimento ao Contri-buinte) e ARF (Agências da Receita Federal) necessitam de melhorias urgentes. Entre as me-didas constatadas pelo estudo e que devem ser adotadas para que o atendimento ao cidadão seja satisfatório estão a contratação imediata de novos servidores, a padronização da carga horária para 6 horas diárias com pausas regulares, a defi nição clara das atribuições dos servidores que atuam no atendimento e a realização de treinamentos adequados.

A pesquisa “Atendimento ao Cidadão: Um Es-tudo de Percepções de Servidores em Exercício nas Unidades de Atendimento da RFB” foi apli-cada a uma amostra contendo cerca de 28% das unidades de atendimento das dez Regiões Fiscais da RFB. Atualmente, existem 479 unidades de atendimento, entre CAC e Agências, em todo o Brasil. A amostra abrangeu 134 dessas unida-des em todo o país. O diagnóstico teve caráter estritamente técnico e as unidades foram sele-cionadas por amostragem aleatória estratifi cada. A pesquisa colheu a opinião de 700 atendentes, independentemente do cargo que ocupam.

Os resultados da pesquisa foram analisados durante a realização da Plenária de Atendimento, nos dias 6 e 7 de novembro de 2009, no Hotel Best Western Sol, em Belo Horizonte/MG. O Grupo de Trabalho que coordenou o projeto foi eleito no CNRE de março de 2009 e foi composto pelos seguintes Analistas-Tributários: Rodrigo Benemond (ES), Leonardo Catão (MG) e João Bosco Cunha (SP). O projeto contou ainda com a consultoria do professor Angelino Rabelo dos Santos. O resultado fi nal do estudo também foi apresentado aos participantes da XII Assembleia Geral Nacional (AGN), em dezembro do ano pas-sado, em Joinville/SC, e entregue ao secretário da Receita Federal do Brasil, Otacílio Cartaxo, no dia 15 de março de 2010.

O subsecretário de Arrecadação e Atendimento da Receita Federal do Brasil, Michiaki Hashimura,

Os atendentes responderam ao todo 24 questões fechadas e ainda tiveram

espaço para comentários que julgassem relevantes. Os itens mais comentados

foram, nessa ordem, a falta detreinamento e de tempo destinado à

atualização, o ambiente físico detrabalho inadequado e a exposição a

posturas agressivas dos cidadãos,a sobrecarga de trabalho, a inexistênciade planejamento na fusão da SRF com

a SRP e a falta de reconhecimento.

“Não teve nenhum viés que destoasse da realidade”, afi rmou o subsecretário de Atendimento da RFB sobre a pesquisa

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compareceu à Plenária de Aten-dimento e elogiou o resultado da pesquisa. “Fiquei bastante satis-feito porque não fugiu da minha expectativa. Não teve nenhum viés que destoasse da realidade. Podem contar comigo para buscar sanar problemas e atender as expectati-vas dos senhores. Devemos buscar o equilíbrio para ter o necessário ao cumprimento de nossa missão. Vamos colocar esse trabalho como prioridade e tentar implementar”, destacou Hashimura.

O subsecretário afi rmou que a área de atendimento é muito importante para a Instituição porque faz parte da arrecada-ção como um todo e reconheceu que há muitos problemas no atendimento ao ci-dadão. Ele fez uma explanação sobre as ações desenvolvidas pela Administração até o mês de outubro de 2009 e também aquelas que ainda serão implementadas. Hashimura destacou que o comprometi-mento e o compro-misso dos Analistas-Tributários com a RFB é muito posi-tivo e informou que, segundo relatório da Ouvidoria da RFB, as reclamações sobre os CAC fi caram em apenas 6% no ano de 2009. “Isso é uma vitória de vocês. Parabéns”, elogiou.

Durante a XLIX Reunião Ordiná-ria do Conselho Nacional de Repre-sentantes Estaduais (CNRE), no dia 14 de maio, em Brasília, Hashimura informou que o estudo já passou por uma fase inicial de análise e as propostas que tratam diretamente do atendimento estão sendo deta-lhadas. Ele adiantou ainda que a maior parte das sugestões foi en-caminhada para a Subsecretaria de Gestão Corporativa por extrapolar a área de atendimento. “As sugestões estão sendo separadas por subáreas

como estrutura, pessoas e infraes-trutura tecnológica. Também posso assegurar que algumas propostas serão contempladas em ações como o treinamento e capacitação de ser-vidores. Este ano temos a previsão de treinar 300 servidores da área de atendimento, especialmente aqueles que ocupam as gerências das uni-dades. Nosso objetivo é justamente mudar paradigmas de gestão”, disse.

A área de atendimento ao cidadão da RFB apresenta problemas há muitos anos, mas após a unifi cação da Secretaria da Receita Federal e da extinta Secretária da Receita

Previdenciária, em 2007, muitos problemas foram intensifi cados e outros surgiram. De acordo com a pesquisa, não houve planejamento na fusão e os servidores não foram capacitados para o desempenho das novas funções. O choque cul-tural e o retorno de servidores à Previdência são outros fatores que intensificaram os problemas na área de atendimento, acarretando, de imediato, aumento das fi las, do tempo de espera, sobrecarga de tra-balho, desgaste físico e emocional dos atendentes e muitas reclamações dos contribuintes.

Dos 700 atendentes que partici-param da pesquisa, 79,6% con-

cordaram que a fusão da SRF com a SRP não foi precedida de um planejamento com foco nas neces-sidades do atendimento ao cidadão, 85,5% afi rmaram que não houve planejamento para integração dos sistemas informatizados utilizados para os serviços previdenciários e fazendários, 68,3% disseram que não são devidamente treinados para o desempenho satisfatório das suas atividades e 78,6% concordaram que não foram capacitados para a execução dos serviços que não faziam antes da unifi cação.

O resultado da pesquisa ainda demonstra que a maio-

ria, 63,5%, considera o ritmo de trabalho no atendimento exces-sivo; 89,3% dizem que o trabalho requer permanente esforço mental e 53,1% ava-liam que as atividades são executadas sob pressão para o cum-primento de prazos. Também foi diag-nosticado que 91,2% avaliam que o traba-lho exige permanente controle das emoções; 78,7% consideram que o servidor lida com posturas agres-

sivas dos cidadãos; 66,5% afi rmam que as

condições de trabalho oferecem ris-cos à integridade física do servidor; 46,3% dizem que os sistemas infor-matizados difi cultam a realização do trabalho e 39,2% julgam que o ambiente físico de atendimento ao cidadão não é adequado.

Os resultados da pesquisa eviden-ciaram outros problemas como: suporte organizacional insatisfatório em vários aspectos; necessidade de redimensionamento da força de trabalho; sistemas corporativos com problemas de integração; desen-volvimento e educação continuada inefi cientes e a falta de participação dos servidores nos processos de tomada de decisão. $

“O resultado da pesquisa

ainda demonstra que

a maioria, 63,5%, considera

o ritmo de trabalho no

atendimento excessivo...”

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CAC Brasília se transformará em modelode excelência para o resto do País

O Centro de Atendimento ao Contribuinte (CAC) de Bra-sília passará por uma reestru-

turação este ano para se transformar em um CAC de excelência e servir como modelo para os demais CACs do País. A ideia é da Administração da Receita Federal do Brasil que, segundo o chefe do CAC Brasília, o Analista-Tributário Aldo Luiz de Santana, pretende ter não apenas um modelo visual, mas um modelo de atendimento de excelência, com pes-soas motivadas e com tempo médio de espera nas fi las baixo. Na opinião de Aldo Santana, a Receita Federal está mais focada no atendimento ao cida-dão porque percebeu que os CACs são realmente o espelho da Instituição. O projeto de reforma do prédio do CAC do Plano Piloto, que funciona no Setor de Autarquias Sul, em Brasília/DF, já está em andamento e pode fi car pronto

até o fi nal de 2010. “Já temos uma planta e o CAC continuará no mesmo prédio que funciona atualmente”, disse o Analista-Tributário.

O CAC Plano Piloto é considerado um CAC de grande porte, pois atende mais de 1.100 pessoas por dia (são 1.400 serviços em média). O CAC de Taguatinga, cidade-satélite próxima a Brasília, é considerado de médio porte e atende aproximadamente de 400 a 500 pessoas por dia. “A produtividade do CAC Brasília é alta, mas os aten-dentes já estão trabalhando no limite. São 40 atendentes, mas em média estão 35 porque tem aqueles que estão afastados por doenças ou férias. Em Taguatinga são 16 atendentes, em média trabalham 14”, informou.

Aldo Santana assumiu a chefi a do CAC Brasília em janeiro deste ano. Em 2009, foi chefe do CAC Taguatin-

ga por 10 meses e disse que aceitou a proposta pelo desafi o de gerenciar um CAC maior. No entanto, o Analista-Tributário afi rma que para se fazer um bom trabalho à frente do CAC tam-bém terá que enfrentar grandes limita-ções. Ele citou a carência de pessoal, a falta de treinamentos e de materiais adequados. “O que é emergencial é o quadro de pessoal. Não adianta dizer que o atendimento vai ser de exce-lência se está faltando servidores. A nossa estrutura hoje não comporta a quantidade de contribuintes que Bra-sília possui. Para atender bem com a demanda que temos necessitaríamos de mais sete ou dez servidores. O CAC Taguatinga também necessitaria de uns dez Analistas-Tributários a mais”, destacou.

Conforme o chefe do CAC Brasília, os servidores também usam com-

putadores que não atendem as necessidades do setor e os sistemas, além de serem lentos, caem constantemente. “Temos um planejamento do atendimento, as senhas agendadas pela internet, e quando o sistema cai com-promete todo o atendimento. Em respeito ao contribuinte, remarcamos o serviço para o dia seguinte, o que faz o tempo médio de espera do atendimento subir. Às vezes, um único dia de sistema fora do ar compromete uma se-mana inteira. O tempo médio de espera hoje está em 20 minutos, mas já chegou em 1h10”, disse.

“O que é emergencial é o quadro de pessoal. Não adianta dizer que o atendimento vai ser de excelência se está faltando servidores. A nossa estrutura hoje não comporta a quantidade de contribuintes de Brasília.”

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Aldo Santana acredita que o aten-dimento agendado pela internet veio como uma salvação para a Receita Federal do Brasil e para os gerentes, mas para o contribuinte não foi tão interessante. “Aqui tentamos fazer um misto de senhas agendadas e senhas disponibilizadas no balcão. Mas é difícil, criou-se uma fi la virtual, o contribuinte tem de acordar às 6h00 para tentar pegar uma senha às 7h00 porque às 7h30 já não há mais. Cerca de 5.000 pessoas tentam agendar o serviço pela internet por mês e não conseguem. Os contribuintes sempre reclamam de falta de senhas”.

Unifi cação do atendimento presencial da RFB e da PGFN

Outra novidade em relação aos Cen-tros de Atendimento ao Contribuinte, e que o CAC Brasília também é piloto, é a integração do atendimento presen-cial da Procuradoria Geral da Fazenda Nacional (PGFN) e da Receita Fede-ral do Brasil (RFB). A unifi cação do atendimento iniciou no dia 3 de maio, data em que todo o serviço de atendi-mento ao público, relativo a assuntos da Dívida Ativa da União, foi transfe-rido para o Centro de Atendimento ao Contribuinte. Uma das justifi cativas para a implementação do projeto é que a PGFN possui um total de 109 unidades que prestam atendimento presencial ao contribuinte, enquanto que a rede da RFB totaliza 500 uni-dades, aumentando, dessa forma, a capacidade de atendimento presencial do Ministério da Fazenda, no que se refere ao crédito tributário. “A unifi -cação dos atendimentos presenciais da RFB e da PGFN representa um novo conceito quanto a prestação de serviços ao contribuinte e possibilita visão integrada do crédito tributário, racionalizando-se os procedimentos e agilizando-se a cobrança”, afi rma trecho do projeto. De acordo com Aldo Santana, a ideia é expandir o atendimento integrado gradualmente para todos os CACs. “Durante 90 dias

a PGFN dará suporte aos atendentes dos CACs. Até junho, provavelmente outras capitais unifi quem esse aten-dimento e até agosto a previsão é de que todas as unidades tenham se adaptado”, informou Aldo.

Desde fevereiro deste ano a Procu-radoria-Geral da Fazenda Nacional (PGFN) e a Receita Federal do Brasil (RFB) integraram serviços dos dois portais. Os contribuintes que pretendem consultar os serviços, pagamentos e parcelamentos de dé-bitos inscritos em dívida ativa devem acessar o e-CAC, por meio do site da RFB (www.receita.fazenda.gov.br). Após o acesso do contribuinte ao portal e-CAC, com código de acesso ou certifi cado digital, não será mais necessário fazer novo login no Portal da PGFN (www.pgfn.gov.br) para ter acesso a esses e outros serviços.

O atendimento telefônico perso-nalizado, pelo nº 146, também está funcionando de forma integrada desde o dia 10 de março de 2010. Pelo call center, utilizando-se da opção 8, o contribuinte acessa e recebe orienta-ções dos serviços de consulta à lista de devedores e emissão de DARF e aos demais serviços da PGFN.

Na opinião de Aldo Santana, o pro-blema da carência de pessoal poderá se agravar e gerar um atraso ainda maior no atendimento com as novas demandas da PGFN. Santana lembrou ainda que muitos problemas enfrenta-dos atualmente, como o dos sistemas, ainda são consequências da unifi cação dos atendimentos da Receita Federal e da Receita Previdenciária. “Sei que a melhoria dos sistemas previdenciários demora, pois é complicado mudar um programa em que todos contri-buintes estão inseridos. Mas a RFB fi cou sobrecarregada, não teve um planejamento adequado. Já tínhamos os nossos problemas e ganhamos os problemas dos previdenciários. Os servidores que vieram, acabaram vol-tando. Aqui em Brasília fi caram ape-nas nove servidores da Previdência.

Agora, com a integração do serviços da PGFN, vai ser ainda pior porque virá só o serviço”, destacou.

O novo chefe do CAC Brasília

O Analista-Tributário Aldo Luiz de Santana, 31 anos, casado, acumula 12 anos na Receita Federal do Brasil. Ele já trabalhou na Divisão de Controle e Acompanhamento Tributário (Di-cat), no serviço de débitos inscritos em D.A.U, e posteriormente esteve na Divisão de Orientação e Análise Tributária (Diort), no setor de par-celamento. Trabalhou também por alguns meses como assessor de gabi-nete da Delegacia da Receita Federal em Brasília, foi chefe de equipe do CAC Brasília por três anos e chefe do CAC dos grandes contribuintes. “Ao assumir a chefi a, acabei vendo que passei por todas as cadeiras e isso foi muito importante para ter uma visão completa da Receita Federal. Acho que foi um caminho natural”.

Há quatro meses à frente do CAC Plano Piloto, Aldo já implementou algumas mudanças que benefi ciram o atendimento. A comunicação visual foi a primeira questão a ser modifi ca-da. “Diminuimos a poluição visual. Procuramos centralizar a informação com a criação de um painel digital com informações de interesse do con-tribuinte, como os serviços disponí-veis, os horários de funcionamento do CAC, entre outros assuntos. Também estamos produzindo uma cartilha para o cidadão com os serviços, os docu-mentos necessários para viabilizar o atendimento. Além disso, produzimos vários cursos para os atendentes com os recursos que temos disponíveis. A questão da motivação é o meu carro-chefe enquanto gerente. Tento envolver a equipe, mostrar que a excelência no atendimento não é boa apenas para o cidadão e para a Insti-tuição, é boa para o nosso trabalho. Uma coisa que fi z quando cheguei foi reunir separadamente com cada um dos atendentes”, descreve. $

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O novo chefe do o CACAC Brasília

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O padrão de decisão governamen-tal, como regra, possui duas dimensões: a política e a técnica.

Os políticos - cujas funções são legitimar, sustentar e defender a agenda de governo - falam para fora. Os técnicos - conhece-dores dos ritos e normas da Administração Pública - falam para dentro, harmonizando os atos governamentais com as diretrizes de governo, formulando, implementando e fi s-calizando a aplicação das políticas públicas.

No Governo do presidente Lula, sem dúvi-da alguma, houve uma grande participação em posto de mando, inclusive em escalões intermediários (DAS 3 e 4), logo abaixo da alta direção (cargo de natureza especial e DAS 5 e 6), de pessoas alheias à Admi-nistração Pública e com pouca ou nenhum experiência anterior no serviço público, que foram recrutadas nos movimentos sociais, notadamente no sindical.

O próximo governo será diferente. Parece fora de dúvida que, mantidos os candidatos atuais, o sucessor ou a sucessora de Lula terá um perfi l mais gerencial, mais técnico,

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Por Antônio Augusto de Queiroz

Jornalista, analista políti co, diretor de documentação do Diap e autor do livro “Por dentro do governo - como funciona a máquina pública”

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fato que pressupõe maior valorização da meri-tocracia na ocupação de cargos de confi ança, especialmente dos escalões intermediários da Administração Pública.

A dúvida é se os quadros que irão ocupar os cargos de natureza especial - secretários executivos e subchefias da Presidência da República - os DAS 5 e 6 - chefe de gabinete de ministro, secretários de ministérios, dire-tores de órgãos e assessores especiais - serão recrutados entre os servidores de carreira ou se serão buscados no mercado (empresas), na academia (universidades), na sociedade civil organizada (ONGs, movimento sociais), ou entre personalidades da vida cultural.

Essa mudança de orientação em relação ao Governo Lula, no que diz respeito à com-posição dos cargos de média gerência da Administração Pública, terá repercussão na participação e capacidade de infl uência dos movimentos sociais, especialmente do sindi-cal, nas decisões de Governo.

Com Dilma, a participação e a infl uência dos movimentos sociais serão reduzidas e com Serra serão praticamente eliminadas.

De qualquer forma, a tendência é que os car-gos políticos - ministros de Estado e secretários especiais - sejam majoritariamente preenchi-dos por pessoas de fora da Administração Pública e indicadas pelos partidos, enquanto intermediadores e de execução (DAS-4 para baixo) sejam esmagadoramente ocupados por funcionários de carreira.

Confi rmado esse cenário, as chances de ser-vidores de carreira assumirem posto de mando na média gerência e em parcela importante da alta direção se ampliam signifi cativamente, o que é um estimulo à qualifi cação e à profi ssio-nalização da máquina pública.

Se por um lado essa valorização do servidor lhe dá novas oportunidades de ocupar postos estratégicos, de outro a futura administração tenderá a adotar critérios rigorosos de ava-liação de desempenho, criando ensejo para a aprovação do projeto de lei complementar (PLP) 248/98, que autoriza a dispensa de ser-vidor por insufi ciência de desempenho.

Além disto, considerando as recentes rees-truturações remuneratórias havidas no ser-viço público, inclusive com aumento real de salário, certamente haverá um período sem grandes reajustes. O melhor cenário para os dois primeiros anos de mandato, seja quem for o eleito, será a reposição da infl ação, e o pior será o congelamento pura e simples dos atuais salários nesse período.

Com isto, não resta dúvida de que a eleição de um novo presidente da República terá efei-tos sobre os espaços, condições de trabalho e remuneração dos servidores.

Poderá ser positiva, no que se refere à pos-sibilidade de ocupação de cargos na média e alta direção, mas também poderá ser negativa, caso os critérios de avaliação, vinculados ao risco de dispensa, sejam excessivamente rigorosos, já que dificilmente haverá grandes concursos, pelo menos nos dois primeiros anos do próximo Governo.

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Para apresentar as novas ações da Frente Parlamen-tar pela Modernização da

Aduana, a melhoria e redução de procedimentos no setor, a diminui-ção do custo Brasil e a análise de modelos internacionais que podem servir de parâmetros ao País, os deputados federais que integram a Frente reuniram-se, em Brasília (DF), com o presidente da Con-federação Nacional da Indústria (CNI), deputado federal Armando Monteiro Neto (PTB-PE).

O deputado federal e presidente da Frente Parlamentar pela Moder-nização da Aduana, Fernando Melo (PT/AC), lembrou que o Brasil está abrindo novos mercados e, portanto, a Aduana precisa passar por um processo de aperfeiçoamento para dar conta dos desafi os que estão sur-gindo neste novo momento da eco-nomia nacional. Melo acrescentou que a Frente está crescendo e poderá ao fi nal dos trabalhos apresentar um projeto da Câmara dos Deputados para modernização do setor. “O

parlamento pode dar uma contribui-ção grande e abrir os olhos do poder Execu-tivo. A aduana brasileira precisa estar preparada para o novo momento econômico que o País vive”, disse.

Uma iniciativa do Sindireceita, a Frente Parlamentar pela Moderniza-ção da Aduana Brasileira foi criada para realizar um diagnóstico e apre-sentar soluções para agilizar proce-dimentos aduaneiros, proporcionar sugestões para ampliar a segurança das operações aduaneiras, propor melhorias no atendimento logístico, com vistas à redução de custos de armazenagem, relatar as condições de trabalho dos servidores, realizar um levantamento das condições de infraestrutura e apresentar sugestões para alteração de leis hoje em vigor. A Frente é composta pelo presiden-te, deputado Fernando Melo (PT/AC), o 1º vice-presidente, senador Heráclito Fortes (DEM/PI), o 2º vice-presidente, deputado Cláudio

Vignatti (PT/SC), o 3º vice-presiden-

te, deputado federal Vilson Covatti (PP/RS), o secretário-geral, deputado federal Osmar Serraglio (PMDB/PR) e o coordenador na-cional, deputado federal Rodrigo Rocha Loures (PMDB/PR).

O deputado federal e presidente da CNI, Armando Monteiro (PTB/PE), lembrou que o aperfeiçoamento da Aduana integra a agenda de mo-dernização do País. Segundo ele, é preciso melhorar procedimentos, reduzir a burocracia e harmonizar esses processos com a experiência internacional. “A CNI é sensível a esse processo. Creio que podemos trabalhar em pontos convergentes visando a desoneração, simplifi-cação e uniformização dos proce-dimentos aduaneiros”, destacou. Monteiro também apoia a proposta de realização de um seminário inter-nacional que reúna o setor privado,

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“A CNI é sensível a esse processo. Creio que

podemos trabalhar em pontos convergentes visando a

desoneração, simplifi cação e uniformização dos

procedimentos aduaneiros”.disse Armando Monteiro

o exemplo do judiciário que, além de criar um órgão de controle, tem premiado iniciativas que tornam o sistema mais efi ciente. “Temos hoje diversas entidades que estão estimulando as boas práticas. Se a prestação jurisdicional está sendo discutida por não ser ágil e efi ciente, porque não podemos discutir a agili-dade dos procedimentos aduaneiros, que estão diretamente ligados ao desempenho da economia do País”, questionou.

O coordenador nacional, deputa-do federal Rodrigo Rocha Loures (PMDB/PR), também destacou a importância da realização do semi-nário internacional. Ele acrescentou que vários setores do Executivo estão dispostos a debater propostas de melhorias para o setor e que a CNI terá um papel importante nessa discussão. $

parlamentares e representantes do governo federal. “Não há melhor forma de impugnar e questionar um procedimento do que abrir a janela do mundo. Desta forma, não é a in-dústria ou algum setor defendendo a proposta, o que teremos é uma discussão de modelos internacionais e a comparação com experiências de sucesso”, disse. Armando Monteiro ressaltou ainda que o trabalho da Frente pode contribuir para reduzir o chamado “Custo Brasil” que, cada vez mais, coloca o País em desvan-tagem no cenário internacional. O presidente da Confederação enca-minhou a proposta de realização do seminário para a equipe técnica da CNI que acompanhará a estrutura-ção do evento.

O presidente da CNI ressaltou ainda que o debate sobre a mo-dernização do Estado está sendo travado em várias esferas. Ele cita

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Atribuições

A direção do Sindireceita de-fendeu no encontro a necessi-dade de ampliação do controle aduaneiro aliada à desoneração das importações e exportações. Entre os objetivos do Sindicato, também estão à redução e uni-formização dos procedimentos aduaneiros e a diminuição da burocracia. Outro ponto de-fendido pelo Sindireceita é a definição das atribuições dos servidores da carreira ARFB, o que na prática signifi ca garantir em lei as atribuições que já são desempenhadas pelos Analistas-Tributários. Essas mudanças per-mitiriam acelerar o desembaraço de cargas, o que reduz o custo de armazenamento para empre-sas, além de ampliar o leque de atendimento ao contribuinte e o controle aduaneiro.

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XII AGN APROVA

TEMAS DE INTERESSE DA CATEGORIA

A XII Assembleia Geral Nacional (AGN), realizada no período de 28 de novembro a 4 de dezembro de 2009, em Joinville/

SC, discutiu e aprovou importantes matérias de interesse dos Analistas-Tributários para o ano de 2010. Mais de 350 Analistas-Tributários, entre delegados, suplentes e observadores, participaram da XII AGN e aprovaram diversas modifi cações estatutárias, o plano de metas, as diretrizes políticas e a pauta reivindicatória da categoria para 2010. Entre as prioridades da pauta de trabalho para este ano estão a defi ni-ção das atribuições da Carreira de Auditoria da Receita Federal do Brasil em lei, a negociação salarial e a Lei Orgânica das Auditorias Fede-rais (LOAF).

Ainda constam do plano as seguintes rei-vindicações e metas que serão focadas pela categoria: a promoção de concurso público com a contratação de, no mínimo, mais 2 mil Analistas-Tributários; o reajuste dos auxílios alimentação, saúde, pré-escola e transporte; a melhoria e o incremento da comunicação in-

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as exercidas nos CACs (Centros de Atendimento ao Contribuinte) e Agências; a continuidade da agilização das ações judiciais; a modifi cação dos critérios para res-sarcimento à saúde e a defi nição de critérios para revisão anual do sub-sídio. Na questão salarial, foram elencadas também a instituição de uma tabela única de subsídio para

a Carreira, com a relação de, no mínimo, 70% entre os dois cargos da Carreira Auditoria da RFB.

Abertura da AGN

O secretário da Receita Federal do Brasil, Otacílio Cartaxo, pres-tigiou a abertura da XII AGN no dia 28 de novembro de 2009, na Câmara de Vereadores de Joinvil-le/SC, e falou sobre os impactos da crise econômica no Brasil, da Lei Orgânica das Auditorias Federais (LOAF), de melhorias no atendi-mento ao contribuinte e na fi sca-lização de grandes contribuintes. Na ocasião, o secretário Otacílio Cartaxo destacou a importância dos Analistas-Tributários para a Instituição. “A Receita Federal compõe, junto com o Banco Cen-tral, os dois grandes operadores da política macroeconômica do Governo. O órgão também é reco-nhecido pela sociedade brasileira como território de excelência de funcionários altamente qualifi ca-dos, de técnicos que dão conta com efi ciência e competência de sua missão e os Analistas-Tributários fazem parte dessa carreira de excelência de Auditoria Fiscal da Receita Federal”, enfatizou.

De acordo com o secretário, a crise econômica internacional impactou a economia brasileira e todos os fi scos, mas o momento positivo em que o Brasil vivia, com os fundamentos fortes e resis-tentes da economia, fez com que o abalo não fosse tão forte como em outros países.

Cartaxo citou um levantamen-to do Centro Interamericano de Administração Tributária (Ciat), realizado entre os países da Europa e da América Latina, que compro-va que o Brasil fi cou em segundo lugar no ranking de países com a arrecadação federal menos afetada

terna; a instituição de indenização de localidade de difícil acesso e zonas de fronteira; a instituição de indenização de risco para o exercício das atividades inerentes da Carreira de Auditoria da RFB; a regulamentação do horário de regime de plantão; a definição da jornada de trabalho em ativi-dades penosas, incluindo nessas

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durante a crise. “Suportamos uma perda de R$ 25 bilhões entre janeiro e dezembro de 2009 e, apesar disso, a arrecadação federal do ponto de vista de perdas fi cou em segundo lugar. Isso atesta a eficiência da Receita Federal e a excelência de seus quadros técnicos que souberam se engajar e superar os obstáculos e difi culdades”, disse reforçando novamente a competência dos ser-vidores da RFB.

Apesar da economia brasileira ter suportado as turbulências, Cartaxo reconheceu que a crise expôs as fragilidades e as desatualizações do Fisco, que em momentos de abundância passam desapercebidas, como disfunções operacionais e de conteúdo legislativo. “A Adminis-tração tem plena consciência da urgência de fazer essas correções e realizar esses ajustes, principal-mente, nas áreas de fi scalização, arrecadação, aduana e de atendi-mento. Estamos implementando e iniciamos a reestruturação, revisão e atualização dos sistemas infor-matizados da Secretaria da Receita Federal, como o bem sucedido Sistema Público de Escrituração Digital, que utiliza plataformas, linguagem e arquitetura de última

geração, e que tem como progra-ma mais conhecido a Nota Fiscal Eletrônica, que vai provocar uma revolução no âmbito do fi sco fede-ral, estadual e municipal. Estamos também complementando sistemas importantes na arrecadação como o de controle de crédito que abarca inclusive a Cofi ns, onde temos um problema grave a ser resolvido. Nesta crise ainda fi cou evidenciada a necessidade imperiosa da Receita Federal especializar uma parte de sua mão de obra e direcioná-la para fi scalização dos grandes contribuin-tes. As grandes empresas trabalham com planejamento tributário sofi s-ticado e a Receita Federal precisa formar especialistas na fi scalização das grandes corporações nacionais e internacionais. Estamos também fi nalizando os últimos módulos que irão proporcionar ao contribuinte um atendimento mais fácil e ami-gável e que traga um teor resolutivo para suas dúvidas”, informou.

Outro ponto destacado pelo se-cretário foi a instalação de um escritório da Organização Mundial das Aduanas (OMA) no Brasil, que terá jurisdição sobre toda a América Latina. A criação desse escritório, na opinião de Cartaxo, dará apoio

efi ciente e competente na reestru-turação da aduana brasileira.

O então presidente do Sindire-ceita, Paulo Antenor de Oliveira, agradeceu a presença do secretário e lembrou que, durante sua gestão, aquela foi a primeira vez que um secretário da Receita Federal parti-cipou de uma AGN da categoria. “É a primeira vez também na história que um secretário da Receita chama o presidente do Sindireceita para discutir tecnicamente um tema e não estou falando de LOAF (Lei Orgânica das Auditorias Federais), estou falando de atendimento ao contribuinte. Isso demonstra uma sinalização clara de reconhecimento da nossa categoria”.

Paulo Antenor destacou que a Re-ceita Federal desempenha um papel muito importante nas fronteiras, que vai além da arrecadação. “Estamos aqui para trabalhar e consolidar nosso espaço enquanto servido-res públicos, enquanto Analistas-Tributários. A Receita Federal é sempre lembrada pela arrecadação federal, mas ela é muito mais do que arrecadação. Toda vez que entram armas, munições ou drogas por um ponto de fronteira, onde deveria estar um funcionário da Receita ou

“Estamos aqui para trabalhar e consolidar nossoespaço enquanto servidorespúblicos, enquantoAnalistas-Tributários. A Receita Federal é semprelembrada pela arrecadação federal, mas ela é muito mais do que arrecadação.”

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não é justo com a Receita Federal que precisa ter resultado, não é justo com esses colegas que estão sendo subutilizados e não é justo com os contribuintes que estão pagando o nosso salário. Mas, acredito que a Receita Federal vive um novo mo-mento”, disse.

Autoridades destacam trabalho da categoria e do Sindireceita

A abertura da XII Assembleia Geral Nacional do Sindireceita contou com a presença de vários deputados federais, de autoridades

e de Analistas-Tributários de todo o País, que lotaram o plenário da Câmara de Vereadores, em Joinville/SC. Estavam presentes na abertura da AGN o prefeito de Joinville, Carlito Merss, os deputados federais Cláudio Vignatti (PT-SC), Fernando Melo (PT-AC), Rodrigo Rollemberg (PSB-DF), Sérgio Petecão (PMN-AC), Wilson Covatti (PP-RS), a de-putada estadual Silvana Covatti (PP-RS), o deputado estadual Darci de Matos (DEM-SC), o presidente do Instituto Mosap, Edison Guilherme Haubert, o superintendente da 9ª Re-gião Fiscal da RFB, Luiz Bernardi,

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que, por uma falha não foi feita a apreensão, não deixa também de ter a nossa corresponsabilidade”.

Em relação à LOAF, Paulo Ante-nor disse que os Analistas-Tributá-rios estão preparados para discutir o tema, mas ressaltou que a visão de LOAF da categoria não é de uma lei que vá trazer privilégios para servidores públicos. “Essa lei deve trazer prerrogativas, deveres e compromissos com a sociedade. Deve ser uma lei para o País e não para alguns servidores”. Paulo Antenor também afi rmou que o Sindireceita busca uma melhor definição das atribuições para a ca-tegoria porque, em sua opinião, a Receita Fe-deral precisa atender bem, precisa ser leve para o contribuinte e ser pesada e dura para o sonegador. “Preci-samos de atribuições porque desempenha-mos uma função de Estado e a sociedade depende disso”.

O presidente licen-ciado do Sindireceita lembrou ainda o mo-mento de crise e sua repercussão na Receita Federal. “A Receita poderia ter respondido melhor naquele mo-mento de crise. Perguntas foram lançadas pelo Sindireceita e não foram respondidas. No momento de crise, precisávamos arrecadar mais de R$ 100 bilhões na carteira de cobrança e nosso sistema conta-corrente estava sem cobrança. São R$ 120 bilhões disponíveis na cobrança e há muito a ser feito. Acredito que os Analistas-Tributários podem fazer muito mais pela Receita Federal. São profi ssionais de nível superior com mestrado, com doutorado. Então,

o presidente do Conselho Nacional de Representantes Estaduais do Sindireceita (CNRE), Gerônimo Luiz Sartori, entre outros.

Para o deputado federal Fernan-do Melo (PT/AC), presidente da Frente Parlamentar pela Moder-nização da Aduana Brasileira, a categoria ocupa a linha de frente da Receita Federal. Fernando Melo falou da importância do trabalho que está sendo realizado pela Frente Parlamentar pela Mo-dernização da Aduana. “Tenho certeza que esse será mais um tra-

balho realizado pelo Sindireceita junto com o Parlamento e que trará resulta-dos positivos para todo o País”, disse.

O deputado Sér-gio Petecão (PMN/AC) agradeceu ao convite e destacou a parceria com o sindicato. “Espero que, assim como em outras opor-tunidades, este encontro da cate-goria possa retirar

propostas para a melhoria e o fortaleci-

mento da Receita Federal”, disse.

O deputado Rodrigo Rollemberg (PSB/DF) lembrou os avanços do País e destacou a importância do fortalecimento da Receita Federal como forma de garantia do fi nan-ciamento das ações do Estado. O deputado colocou-se à disposição para levar ao Congresso Nacional o debate sobre o plano de cargos e a defi nição por lei das atribui-ções dos Analistas-Tributários, já exercidas há muito tempo, e que precisam estar devidamente registradas em lei.

Paulo Antenor disse que os Analistas-Tributários

estão preparados para discutir o tema, mas ressaltou que

a visão de LOAF da categoria não é de uma lei que

vá trazer privilégios para servidores públicos.

Autoridades destacam trabalho da categoria e do Sindireceita

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O deputado Wilson Covatti (PP/RS) também destacou a necessida-de de defi nição das atribuições da categoria. Segundo ele, é preciso reconhecer em lei as atribuições que já são desempenhadas de fato para que a Receita Federal desem-penhe ainda melhor suas funções. “Reconhecendo essas atribuições em lei estaremos dando uma grande contribuição ao País e o Congresso Nacional precisa fazer isso”, disse.

O deputado Cláudio Vignatti (PT/SC), que também é membro da Frente Parlamentar pela Modernização da Adu-ana Brasileira, disse que sempre defendeu um Estado forte e que o Sindireceita par-ticipa desse enfren-tamento. “Estados fortes se fazem com a presença constante e com a construção de políticas públicas es-truturantes. Também se faz com carreiras de servidores estrutu-radas e bem remune-radas e reconhecidas a partir de suas ativi-dades. Os Analistas-Tributários têm uma importância extraordinária para o Brasil. Há a necessidade de se discutir e ter essa defi nição das atribuições da categoria. Esse é um debate difícil, mas temos de contri-buir com essa discussão. Precisamos avançar também na modernização da aduana e o Sindireceita assumiu esse debate recentemente”.

O prefeito de Joinville, Carlito Merss, falou sobre as mudanças realizadas pelo Governo nos últimos sete anos, entre elas, o fortaleci-mento do Estado. “São mudanças estruturais, de distribuição de renda, de fi m da submissão internacional,

mas principalmente de justiça social e de fortalecimento do Estado. E só é possível ter um Estado forte com justiça tributária, onde todos pagam. Não há dúvida que vocês têm uma função fundamental nesse processo”, elogiou.

O presidente do Conselho Nacio-nal de Representantes Estaduais do Sindireceita (CNRE), Gerôni-mo Sartori, disse que gostaria de despertar nos participantes da XII AGN a necessidade de discus-são sobre o reconhecimento e a valorização do cargo de Analista-

Tributário da Receita Federal do Brasil. Para isso, Sartori criticou a declaração do ex-superintendente da 10ª Região Fiscal, feita em 22 de julho de 2009, e afi rmou que os “Analistas-Tributários representam sim o Estado Brasileiro nas centenas de Agências espalhadas pelo país, onde exercem a função de Agente da Receita Federal do Brasil”.

Homenagem

Durante a abertura da XII AGN, o presidente do Instituto Mosap, Edison Haubert, homenageou o presidente licenciado Paulo Antenor

com o Título de Honra ao Mérito. Segundo Haubert, o título é em agradecimento a tudo que o Sindi-receita fez e representa ao Mosap e também em agradecimento às ações que benefi ciam os aposentados e pensionistas.

Avanços e próximos desafi os da categoria

O presidente licenciado do Sindire-ceita, Paulo Antenor de Oliveira, fez um balanço de sua gestão à frente da Diretoria Executiva Nacional na

abertura dos trabalhos da XII Assembleia Geral Nacional. Na oportu-nidade, também tra-tou dos próximos de-safi os que a categoria deverá enfrentar den-tro e fora da Receita Federal. Segundo ele, em 2010, as atenções estarão voltadas para as eleições gerais e o Sindireceita deve manter a mesma pos-tura de independência adotada nos últimos anos. “Vamos manter a interlocução com todos os partidos po-

líticos, parlamentares e autoridades. Construímos, ao

longo dos anos, uma relação com es-ses atores políticos e representantes dos diversos setores da sociedade e devemos seguir esse mesmo cami-nho”, disse. Para Antenor, inde-pendentemente de quem vença as eleições, o primeiro enfrentamento da categoria e dos servidores pú-blicos deve ser quanto a uma nova tentativa de reforma da previdência. A pauta do próximo Governo, tam-bém deverá incluir debates sobre as reformas tributária e administrativa, que precisarão ser acompanhadas de perto pela categoria.

“Analistas-Tributários representam sim o Estado Brasileiro nas centenas de

Agências espalhadas pelo país,onde exercem a função deAgente da Receita Federal

do Brasil”, disseGerônimo Sartori

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Avanços e próximos desafi os da categoria

Homenagem

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O secretário de Comunicação

e Informática da

Delegacia Sindical de Joinville,

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e o Analista-Tributário aposentado

Jaly Paiva, foram homenageados

na XII AGN

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Outro ponto que deve ser ampla-mente discutido é a defi nição das atribuições e o aumento da remu-neração. “Podemos ter uma solução rápida para a questão das atribuições se houver um encaminhamento do tema por meio da Lei Orgânica das Auditorias Federais”. No entanto, Paulo Antenor ressaltou que será muito difícil construir uma proposta consensual.

O presidente licenciado do Sindi-receita também fez uma avaliação positiva sobre o encaminhamento da lei orgânica da Polícia Federal que defi nirá competências e responsa-bilidades para a categoria. Segundo ele, no projeto existem elementos muito próximos da realidade da Receita Federal.

Ao fazer o balanço de sua gestão, Paulo Antenor destacou outros avanços importantes como o reco-nhecimento da categoria no combate à pirataria, com destaque para a repercussão nacional e internacional da campanha “Pirata: Tô fora! Só uso original”, que chamou a atenção

durante a realização do Congresso Internacional da Organização Mun-dial da Propriedade Intelectual, em Genebra, na Suíça. Paulo Antenor lembrou ainda que a iniciativa do Sindireceita foi incluída entre os projetos apresentados ao Comitê Olímpico Internacional (COI) como parte integrante do esforço nacional pela candidatura do Rio de Janeiro como cidade sede das Olimpíadas de 2016.

Antenor também citou os avanços na remuneração, as campanhas pela valorização dos Analistas-Tributários, a evolução das ações judiciais e os refl exos da crise que atingiu a Receita Federal e que provocou a troca de comando no órgão. “Até agora, nesta gestão, as maiores conquistas foram o porte de arma, a alteração da nomenclatura para Analista-Tributário, a retirada do termo auxiliar, a paridade entre ativos, aposentados e pensionistas, a defi nição do cargo como típico de Estado, a defi nição do cargo como de nível superior, a boa imagem perante a sociedade, a instituição do subsídio e o aumento salarial entre 103% a 169%”, enumerou.

Senador defende porte de arma ostensivo para categoria

O senador Magno Malta (PR/ES) afirmou durante a XII AGN que apoiará a categoria no Con-gresso Nacional para alterar a Lei 11.118/2005, que concedeu o porte de arma para a Carreira Auditoria da Receita Federal do Brasil. O senador destacou que os Analistas-Tributários que atuam na linha de frente em ações de repressão e fi sca-lização ao tráfi co de armas, drogas, munições e no combate à pirataria e contrabando devem possuir o porte de arma ostensivo para inibir o crime organizado. “Prometo que estou dentro dessa briga. Isso é um absurdo. É uma questão de seguran-ça pública”, destacou o senador ao saber que os Analistas-Tributários possuem apenas o porte de arma para defesa pessoal.

O senador afi rmou que o grande problema do País hoje é a segurança pública e destacou a fragilidade das fronteiras. “Hoje, temos dramas a serem resolvidos pelo Brasil que es-tão acima de nossa percepção. Nos-so problema não é inclusão social e digital. É preciso que isso acelere,

Senador defende porte de arma ostensivo para categoria

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Os Analistas-Tributários Paulo Sérgio Ramalho, Sandra Ribeiro, Glauco Terra e Regina Célia, eleitos para o Conselho de Ética e Disciplina, triênio 2010/2012.

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mas o Brasil já está no caminho. Quero ver quem terá a coragem de falar em segurança pública, no en-frentamento da violência e que tenha planos para as nossas fronteiras. Quero falar da segurança das 2.500 pistas clandestinas na Amazônia, dos 1.100 km de fronteira aberta com o Paraguai e os 700 km aber-tos com a Bolívia, por onde entra todo o tipo de desgraça. Está todo mundo falando em pré-sal, que ele vai fi nanciar o saneamento básico, vai fi nanciar a saúde. Mas quem vai fi nanciar a segurança pública?”, questionou.

A diretora de Assuntos Parlamen-tares do Sindireceita, Sílvia Felismi-no, e o diretor de Formação Sindi-cal, Sérgio Castro, homenagearam o senador após sua exposição pelo constante apoio aos assuntos de in-teresse da categoria no Legislativo.

AGN discute desvio de função

Situação corriqueira na Adminis-tração Pública, o desvio de função tem sido analisado pela Justiça brasileira sob alguns aspectos po-lêmicos. O enunciado da Súmula nº 378 do Superior Tribunal de Justiça,

publicado no DJ de 05/05/2009, afi rma que reconhecido o desvio de função, o servidor faz jus às diferen-ças salariais decorrentes.

A advogada do Escritório Riedel de Brasília/DF Luísa Pinho do Valle fez uma apresentação sobre o tema durante a XII AGN. De acordo com a advogada, é devido ao servidor público em desvio de função, a título de indenização, os valores referentes à diferença entre os ven-cimentos do cargo ocupado e da função efetivamente exercida, sob pena de enriquecimento indevido da Administração Pública.

Além disso, em conformidade com o inciso XXX, do art. 7º, da CF/88, é vedado toda e qualquer atribuição de função desviada exercida por servidor – regularmente investido em cargo público. A advogada aler-tou os participantes da AGN que, dessa forma, todos os Analistas-Tributários submetidos ao desvio de sua função, apesar de não fazer jus ao reenquadramento, têm direito ao recebimento dos vencimentos correspondentes à função que efe-tivamente desempenhou.

Eleitos os novos integrantes dos Conselhos de Ética e Fiscal

A XII Assembleia Geral Nacional elegeu os novos integrantes do Con-selho de Ética e Disciplina (CET) e do Conselho Fiscal Nacional (CFN) para o triênio 2010/2012. Os eleitos foram:

Integrantes do Conselho de Ética e Disciplina (CET):

Glauco Terra Coelho (AM)

Sandra Ribeiro (GO)

Paulo Sérgio Ramalho de Freitas (MG)

Regina Célia Pinheiro Leite (MS)

Patrícia Silva Fagundes (RS)

Márcio Eduardo e Lima Lopes (CE)

Integrantes do Conselho Fiscal Nacional (CFN):

Altamiro Valadares Campos (MG)

Maria Aparecida P. dos Santos (DF)

Francisco Carlos Oliveira da Cruz (AC)

Luís Fernando Ferreira Costa (SC)

Jorge Luiz Moreira da Silva (PR)

Dayse do Socorro de A. e Cunha (PA)

Eleitos os novos integrantes dos Conselhos de Ética e Fiscal

AGN discute desvio de função

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“Quero ver quem terá a

coragem de falar em segurança

pública, no enfrentamento da

violência e que tenha planos

para as nossas fronteiras”,

disse Magno Malta

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DEN presta homenagem aos colegas de Joinville

O secretário de Comunicação e Informática da Delegacia Sindical de Joinville, Ronaldo de Souza Godinho, foi homenageado du-rante a realização da XII AGN. O presidente do Conselho Nacio-nal de Representantes Estaduais (CNRE), Gerônimo Luiz Sartori, entregou ao colega uma placa em agradecimento por seu trabalho na organização da AGN e na recepção dos participantes. Gerônimo Sartori também agradeceu o trabalho de todos os colegas de Joinville/SC. “Estão todos de parabéns e muito obrigado pela recepção”, disse.

Na oportunidade, Hélio Bernades e o delegado sindical de Goiânia, João Batista da Silva, fi zeram uma homenagem ao colega de Joinvil-le, Analista-Tributário aposentado Jaly Paiva.

DEN continuará promovendo cursos de Formação

Sindical em 2010

O diretor de Formação Sindical, Sérgio de Castro, informou aos participantes que a realização dos cursos de Formação Sindical terá continuidade em 2010. “O ano de 2009 foi muito profícuo nessa área. Desenvolvemos esse trabalho em diversos estados. A realização dos cursos começou em Florianópolis/SC em outubro de 2008. A nossa ideia é levar o curso a todas as delegacias sindicais. Os colegas têm muito a contribuir e, às vezes, não se sentem preparados para isso”, destacou.

O diretor destacou a relevância dos cursos de Formação Sindical e pediu o apoio dos participantes da AGN. “Devemos fazer o pró-ximo aqui em Santa Catarina. O

curso nivela os conhecimentos, nos ajuda como pessoas, nos auxilia a crescer e integra os Analistas-Tributários”, disse.

Lançamento da 2ª edição do livro “Receita de Cidadania”

Paulo Antenor de Oliveira au-tografou e entregou aos Analis-tas-Tributários exemplares da 2ª edição do livro “Receita de Cidadania”, durante a XII AGN.

A 2ª edição do livro é uma síntese das entrevistas de 2008 veiculadas nas TVs Comunitá-rias de 14 capitais brasileiras. Como na primeira edição do livro, as temáticas abordadas nesta coletânea não destoaram do projeto editorial do progra-ma, que aborda os principais assuntos em debate na política nacional e que afetam a socie-dade brasileira. $

DEN continuará promovendo cursos de Formação

Sindical em 2010

DEN presta homenagem aos colegas de Joinville

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SAVE the WO que você pode fazer para melhorar o clima

do planeta? Essa foi a pergunta que moti-vou a criação do projeto Save the W pelos

publicitários Daniel Rocha, Márcio Brito, Ítalo Mon-teiro, César Kazuo, Ítalo Ridney, Marcondes Saraiva e Fernando Di Chaves da agência 90G Comunicação Interativa, de Brasília/DF. O projeto tem o objetivo de conscientizar e mudar o comportamento dos internautas quando o assunto é sustentabilidade.

A mobilização começou para alertar os membros das redes sociais sobre a importância dos debates que iriam ocorrer durante a 15ª Conferência das Par-tes da Convenção do Clima (COP 15), em Copenha-gue, na Dinamarca. A COP 15 reuniu representantes de mais de 150 países em busca de um acordo que visa a redução de emissões de gases de efeito estufa, responsáveis pelo aquecimento global.

Por meio da rede social mais popular do momen-to, foi lançado o desafi o de abraçar o mundo pelo Twitter, assim cada pessoa poderia dar a sua opinião

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cada pessoa ocupa cerca de 1,5m”, explicou o diretor de planejamento da 90 G, Márcio Brito.

Como forma de divulgação os publicitários apresentaram o projeto Save the W, no InterCon 2009, em São Paulo. Durante a palestra, o diretor de planejamento, Márcio Brito, explicou a todos como fun-cionava a campanha. “Queríamos que fosse algo acessível, fácil de usar e que não fi casse só no Brasil. É um projeto totalmente interativo”, disse Brito.

Uma campanha que nasceu no Brasil, mais não fi cou restrita aos brasileiros. Para isso os publicitá-rios criaram o site em quatro lín-guas: Português, Espanhol, Inglês

e cobrar iniciativas a respeito do futuro do planeta. Ao postar a dica de como fazer um mundo melhor no Twitter acompanhado da hash tag #savetheW, ou até mesmo pelo site, um boneco, que representa a ação do internauta, é criado automa-ticamente no site www.savethew.org. Mas a campanha não parou pelo Twitter. Outras ferramentas de redes sociais populares como o Orkut, Youtube, Flickr, Facebook, Ning e Gengibre ajudaram a divulgar e a conquistar membros para o projeto. Os publicitários calcularam que se-riam necessárias 27.333.334 tweets, que representam pessoas de mãos dadas, para dar a volta no planeta. “Para chegar nesses 27 milhões, pegamos a circunferência do Planeta que possui aproximadamente 41 mil km e colocamos em média que

e Frances. Além disso, fi zeram uma ação presencial no Central Park em New York, Estados Unidos. Quem passeava no parque pode perceber que em algumas árvores haviam fl ayers que diziam “Abrace-me. O Planeta precisa da sua ajuda. Faça parte desse grande abraço. Junte-se a nós”. O desafi o chamou atenção de todos que passeavam no parque o que acabou surpreendendo os criadores. “Foi realmente surpreen-dente, pois as pessoas paravam suas caminhadas, suas corridas e iam lá abraçar uma árvore, tirar uma foto”, orgulha-se Márcio Brito.

O problema é de todos, mas você pode fazer a diferença.

Abrace o planeta!

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“Uma lei orgânica não pode servir de escu-do para apropriação

corporativa de espaços de poder e autoridade, ou para resolver con-fl itos entre corporações ou setores, nem para estabelecer instrumentos arbitrários de exercício de autoridade ou reduzir a possibilidade de con-trole social”. A afi r-mação é do subchefe de Análise e Acom-panhamento de Polí-ticas Governamentais da Casa Civil, Luiz Alberto dos Santos, que participou no dia 13 de maio, em Bra-sília (DF), das discus-sões sobre a proposta de Lei Orgânica das Auditorias Federais (LOAF), realiza-das durante a XLIX Reunião Ordinária do Conselho Nacional de Representantes Estaduais (CNRE) do Sindireceita. Os debates foram intermediados pelo vice-presidente do Sindireceita, João Jacques, pelo diretor de Estudos Técnicos, Rodri-go Thompson, pelo presidente do CNRE, Gerônimo Luiz Sartori, e pelo secretário do Conselho, Bruno Zampieri.

Luiz Alberto reforçou o com-promisso político do Governo de encaminhar a LOAF ao Congresso Nacional, mas voltou a destacar a necessidade de consenso sobre a proposta. Segundo ele, esta matéria precisa envolver os ministérios da

Fazenda, Planejamento, Trabalho, na medida em que trata dos audi-tores do Trabalho, da Advocacia Geral da União (AGU) e da própria Casa Civil. “Essa proposta requer a construção de consenso e precisa passar também pelo debate com as entidades sindicais para que tenha-se fi nalmente um texto preliminar

que possa ser consolidado pela Casa Civil e, só então, ser enviado ao Congresso Nacional. Somente quando todas essas fases forem cumpridas é que poderemos dizer efetivamente que temos uma mi-nuta de lei orgânica”, destacou. Ele

ressaltou que novas etapas de discussão com as en-

tidades sindicais de-vem ocorrer, mas que, sobretudo, é preciso que haja um consenso interno no poder Exe-cutivo. “Se essa etapa não for cumprida, vai ser muito complica-do que essa propos-ta possa tramitar no Congresso Nacional. A viabilidade políti-ca e a aprovação no poder Legislativo de matérias dessa natu-reza dependem radi-

calmente de quanto ela refl ete a capacidade

de pacifi cação do setor. Se não con-seguir atingir esse objetivo, o poder Executivo pode até encaminhar o texto, mas difi cilmente ele será vo-tado em um curto prazo ou mesmo aprovado”, adiantou. Luiz Alberto lembrou ainda que a agenda legis-lativa este ano está praticamente comprometida pelas eleições e que

“Somente quando todas as fases forem cumpridas

é que poderemos dizer efetivamente que temos uma

minuta de lei orgânica”,

disse Luiz Alberto.

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o Congresso Nacional deve ter seu funcionamento limitado a partir de junho. “Temos um cenário em que a agenda do Legislativo vai sofrer uma desaceleração e, certamente, matérias mais complexas só devem ser discutidas na próxima legislatu-ra”, avaliou.

Benefícios de uma LOF

Luiz Alberto destacou que entre os benefícios de uma lei orgânica, de forma geral, é possível destacar o efeito sobre a estabilidade no marco normativo das organizações e a re-dução do espaço para discricionarie-dade casuística sobre órgãos de go-verno. Segundo ele, uma legislação

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dessa natureza amplia a visibilidade e a transparência e, assim, permite maior entendimento sobre os po-deres e a atuação de determinado órgão, evitando a dispersão norma-tiva que é tão comum no Brasil, que vive da fragmentação da legislação e de decretos. Ainda, de acordo com o subchefe da Casa Civil, uma lei orgânica também é importante porque fornece status funcional diferenciado para servidores de determinado setor do Estado, o que contribui para evitar confl itos de competência. “Sem dúvida também é importante a associação que se faz com frequência entre uma lei orgâ-nica e o exercício de uma atividade essencial ou exclusiva de Estado,

especialmente aquelas vinculadas ao poder de polícia, a área jurídica e de segurança pública. Uma lei dessa natureza também é uma forma de garantia para o Estado, agentes públicos e cidadãos no que se refere à melhoria na transparência e na ga-rantia do atendimento ao princípio da legalidade”, destacou.

Além destes aspectos, destaca Alberto, existem outros secundários como o caráter corporativo da lei orgânica. “Esse é um instrumento importante, mas não pode resultar em um processo de autoritarismo institucional, seja em relação ao cidadão ou a qualquer outro setor. Então, é preciso pensar muito bem

Lei orgânica não pode ser escudo para apropriação corporativa

“Essa proposta requer a construção de consenso e

precisa passar também pelo debate com as entidades

sindicais para que se tenha fi nalmente um texto

preliminar que possa ser consolidado pela Casa Civil

e, só então, ser enviado ao Congresso Nacional.”

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texto bastante extenso e problemáti-co em alguns aspectos”, disse.

SRH do MPOG diz que uma lei orgânica não pode criar privilégios

que não se justifi cam

A diretora de Relações de Tra-balho da Secretaria de Recursos Humanos (SRH) do Ministério do Planejamento, Orçamento e Gestão (MPOG), Marcela Tapajós, tam-bém participou da XLIX Reunião Ordinária do CNRE, no dia 14 de maio, e expôs o entendimento da SRH no que diz respeito a uma Lei Orgânica Federal (LOF). Marcela citou a experiência na discussão da LOF da Polícia Federal e destacou que uma lei orgânica deve tratar as situações específi cas na medida de suas especifi cidades, sem criar de-sigualdades que não se justifi cam. “Uma lei orgânica pode tratar de questões de pessoal, pode tratar do papel que determinada carreira deve exercer, dentro de seu órgão, para ajudar o Estado a desempenhar uma atividade exclusiva, mas não pode criar privilégios. A lei orgânica não

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o conteúdo e o objetivo que se busca com a lei orgânica para que ela não passe a ser um instrumento contrário ao próprio interesse da so-ciedade”, disse. De acordo com Luiz Alberto é preciso evitar exageros na formulação do projeto. “Primeiro não podemos cair na tentação de fazer uma bíblia. Uma lei orgânica, apesar de seu caráter e sua impor-tância, não pode ser detalhista sob pena de gerar um engessamento da administração já que a dinâmica operacional de setores pode variar e mesmo mudanças tecnológicas, por exemplo, podem exigir novas alterações legais”, analisa.

O subchefe da Casa Civil Luiz Al-berto dos Santos destacou ainda que a discussão de uma LOF na esfera federal tem um impacto importante ao produzir a padronização das estruturas nos estados, resguardada as autonomias desses entes da fe-deração. “Alguns estados já estão avançando nessa direção, mas ainda é cedo para fazer uma avaliação dessas leis. Ao analisar uma das leis estaduais percebi que se trata de um

deve criar privilégios e prerrogati-vas que não se justifi cam”, afi rmou.

De acordo com a diretora de Rela-ções de Trabalho da SRH, como essa é uma discussão nova na adminis-tração pública, não existe ainda uma determinação legal do que deve ser uma lei orgânica. Ela afi rmou que a LOF é importante para disciplinar uma determinada área de atividade de Estado e deve ter princípios, além da mera organização administrativa de um órgão. “Uma lei orgânica não vai tratar apenas da organização do órgão, mas da organização da carreira e, naturalmente, dos atores envolvidos. Ela vai defi nir o papel dos servidores públicos que atuam naquela atividade. No caso da Re-ceita Federal, que é uma atividade que não se discute o quanto é im-portante e essencial ao Estado, ela tem de tratar dessa diretriz, sem criar privilégios, sem criar exceções que não se justifi cam”, ressaltou.

Conforme Marcela Tapajós, a SRH tem a preocupação de preservar o Regime Jurídico da União que é aplicado a todos os servidores públi-

“Uma lei orgânica nãovai tratar apenas daorganização do órgão, mas da organização da carreira e, naturalmente, dos atores envolvidos. Ela vai defi nir o papel dos servidores públicos que atuam naquela atividade.”

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cos. “Na Lei 8.112/90 está a matriz do regramento do regime jurídico dos servidores públicos civis da União. Tem particularidades tam-bém que a SRH entende que devem fi car de fora da LOF, como a gestão da carreira em si, que deve vir numa legislação à parte”, adiantou.

Marcela Tapajós ressaltou que a SRH tem a responsabilidade de se pronunciar sobre atribuições das carreiras, respeitando as particulari-dades de cada órgão. “Com certeza, onde achar que questões da SRH estão sendo tratadas, vamos in-terferir com posição incisiva”, disse. Mas, conforme relatou a diretora da SRH, na discussão da lei da PF até mesmo al-gumas atribuições eles entenderam que deveriam ser tratadas em legislação à parte. Num contexto geral, Marcela afirma que o texto da LOF da PF, que chegou ao MPOG para análise, continha muitos privi-légios e criava exceções à Lei 8.112/90 e, por isso, a minuta foi modifi cada na SRH.

A diretora de Relações de Trabalho da SRH frisou também que todas as instâncias do Executivo devem ser consultadas a manifestarem-se para fi rmar um entendimento de Governo antes de encaminhar a proposta ao Congresso Nacional. “O debate de mérito tem de ser feito. Não adianta nada o projeto chegar no Congresso Nacional sem acordo. Essa questão dos confl itos das carreiras devem ser tratadas previamente para chegar-se

a um consenso dentro do Executivo. A lei orgânica deve servir para re-solver e não para acirrar confl itos”, disse.

Na opinião de Marcela Tapajós, é difícil falar do nível de interferência que o Ministério do Planejamento terá na discussão da LOF sem o conhecimento do teor da proposta. No entanto, ela admite que o debate deve ser mais amplo do que foi com a PF. “Talvez essa nova discussão

nos permita fazer um debate mais amplo revendo o processo que foi feito na discussão da LOF da PF. Com certeza, a SRH não vai abdicar da sua competência de se manifestar sobre esse tema”. Tapajós lembrou ainda que a tramitação da LOF esse ano será mais difícil por ser um ano eleitoral e, portanto, mais curto. “A nossa prioridade nesse primeiro semestre são ajustes em algumas carreiras, sem que tenha que au-mentar gastos, pois não estamos em campanha salarial com ninguém”.

Sindireceia faz análise da proposta de LOAF da RFB

durante CNRE

O vice presidente da DEN, João Jacques Silveira Pena, e o diretor de Estudos Técnicos, Rodrigo Thomp-son, fizeram uma análise crítica à proposta de Lei Orgânica das Audito-rias Federais (LOAF) durante a XLIX Reunião Ordinária do CNRE, no dia 14 de maio.

O diretor Rodrigo Thompson desta-cou que a proposta da Receita Federal

do Brasil, em momento algum, reflete o pen-samento da categoria e que a minuta não é consenso na RFB. “Nós discordamos completamente dessa proposta. Ela incor-re, na nossa opinião, em desvio de fi nalida-de e comete pecados como criar distinções injustificadas dentro da Carreira Auditoria da RFB ao ampliar o absurdo rol de atribui-ções privativas do car-go de Auditor Fiscal. A proposta ainda subtrai

atribuições dos Analis-tas-Tributários”, disse.

Thompson apresentou aos con-selheiros do CNRE a estrutura do anteprojeto, que é composto de 59 ar-tigos, divididos em 10 capítulos. Ele fez ainda algumas observações, entre elas, a de que a minuta trata da Se-cretaria da Receita Federal do Brasil e não da Administração Tributária da União. O diretor de Estudos Técnicos observou também que a proposta aplica o Regime Jurídico Único aos servidores da carreira, salvo dis-posições sobre mandato classista, acréscimos de deveres e proibições, e faculdade de conversão de 1/3 das férias em abono pecuniário.

“Com certeza, a SRH não vai abdicar da sua

competência de se manifestarsobre esse tema”,

ressaltou Marcela Tapajós

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A discussão da Lei Orgânica foi retomada pela RFB em dezembro de 2009, quando foram formados grupos de trabalho de represen-tantes das entidades sindicais para tentarem uma proposta de consen-so. Desde as primeiras reuniões, o Sindireceita alertou que os prazos estabelecidos comprometiam uma análise criteriosa da matéria e, ainda mais, a busca de consenso sobre temas controversos.

No dia 17 de dezembro de 2009, diretores do Sindireceita acompa-nharam a discussão sobre lei orgâni-ca em audiência pública na Comis-são de Trabalho, de Administração e de Serviço Público, na Câmara dos Deputados, e criticaram a forma como o debate voltou, logo após a substituição do comando da RFB. Na visão do Sindireceita, o envio apressado do projeto ao Congresso

Nacional poderá comprometer ainda mais o ambiente interno e a imagem da instituição.

No dia 22 de dezembro de 2009, os dirigentes das entidades sindicais dos servidores da Receita Federal do Brasil concluíram a primeira etapa de discussões durante reunião com o subsecretário de Gestão Corporativa da Receita Federal do Brasil (Sucor/RFB), Leonardo José Schettino Pei-xoto, e com o coordenador-Geral de Gestão de Pessoas, Érico Pozenato.

No dia 15 de março, o Sindireceita reuniu-se com o secretário da RFB, Otacílio Cartaxo, e tratou da LOAF. Cartaxo informou que o clima esta-va “conturbado e denso” por conta das eleições gerais e ressaltou que internamente não havia consenso nas grandes áreas da Receita Fede-ral. O presidente do Sindireceita,

Hélio Bernades, afirmou que o projeto não deve ser concluído este ano porque as discussões serão prejudicadas pelo calendário eleito-ral e, principalmente, pela falta de consenso interno.

A Receita Federal do Brasil (RFB) apresentou no dia 19 de abril, em Brasília (DF), a minuta da Lei Orgânica das Auditorias Federais (LOAF) aos dirigentes das entidades sindicais que representam os servi-dores da RFB. O Sindireceita foi representado pelo vice-presidente João Jacques Pena.

Representantes do Sindireceita participaram no dia 27 de abril, em Brasília (DF), das discussões sobre a minuta da Lei Orgânica das Auditorias Federais (LOAF), produzida pela administração da Receita Federal do Brasil (RFB). Os servidores foram divididos em

Cronologia das discussões

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três grupos de trabalho: GT-1, que trata de temas ligados à Instituição, GT-2, onde estão sendo discutidos aspectos relacionados às Carreiras e o GT-3, que engloba os questões dos Servidores. O Sindireceita foi representado pelo vice-presidente, João Jacques Silveira Pena, pelo diretor de Formação Sindical, Sérgio de Castro e pelo presidente do Conselho Estadual de Delegacias Sindicais de Minas Gerais (CEDS/MG), Leonardo Catão.

No dia 5 de maio, o presidente da DEN, Hélio Bernades, e o diretor de Estudos Técnicos, Rodrigo Thomp-son, reuniram-se com o subchefe de Análise e Acompanhamento de Políticas Públicas Governamentais (SAG) da Casa Civil, Luiz Alberto dos Santos, para tratar da LOAF. Na reunião, Luiz Alberto disse que para

uma matéria desta natureza avançar rapidamente é preciso que haja um mínimo de convergência interna.

Também no dia 5 de maio, direto-res do Sindireceita voltaram a dis-cutir com o secretário de Recursos Humanos do Ministério do Plane-jamento (SRH/MPOG), Duvanier Paiva Ferreira, a tramitação e as alterações que serão apresentadas à minuta de Lei Orgânica das Audi-torias Federais (LOAF) produzida pela administração da Receita Fe-deral do Brasil (RFB). Novamente, os diretores apresentaram diversos argumentos contrários à proposta elaborada pela administração e destacaram a total falta de consenso interno.

De acordo com o cronograma apresentado inicialmente pela RFB, no dia 7 de maio a minuta iria para

revisão fi nal e análise do secretário da RFB. Depois, o texto seguiria para o Ministério da Fazenda e seria submetido à Procurado-ria-Geral da Fazenda Nacional (PGFN). Nessa fase, o MF man-teria contatos com o Ministério do Trabalho e Emprego (MTE), que também discute com servi-dores do órgão uma proposta de lei orgânica. Vencida esta fase, o texto deve ser encaminhado à Casa Civil e também para o Ministério do Planejamento, Orçamento e Gestão (MPOG). O cronograma apresentado pela administração, no entanto, não especifica datas para encerra-mento dos trabalhos e não há ne-nhuma projeção quanto ao prazo de encaminhamento da proposta ao Congresso Nacional. $

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Planejamento apresenta anteprojeto de regulamentação

da negociação coletiva

Representantes de entidades que formam o Grupo de Trabalho (GT) da Bancada

Sindical receberam do secretário de Recursos Humanos do Ministério do Planejamento, Duvanier Paiva, em reunião realizada dia 29 de abril de 2010, em Brasília/DF, a proposta de Anteprojeto de Lei para Regula-mentação da Negociação Coletiva e Afastamento Sindical no Poder Executivo Federal. Os represen-tantes das entidades sindicais que compõem o GT receberam a cópia da minuta e solicitaram um prazo para analisar o texto.

As discussões, que tiveram início com a instituição da Portaria n° 1.486/2007, publicada no Diário Ofi cial da União (DOU) no dia 1° de

agosto de 2007, não se esgotaram, extrapolando os prazos determinados pelo Governo, o que gerou a insatis-fação dos representantes sindicais que questionaram se as propostas apresentadas pelo GT foram fi elmente absorvidas. Duvanier Paiva explicou que o prazo para o debate havia-se esgotado e que a lei de tratamento de conflitos chegou no ponto das chamadas divergências cristalizadas. “Chegamos no limite do projeto em relação ao tratamento de confl itos. Há pontos que não vamos chegar ao con-senso. Este é um projeto de princípios que não tem de ter detalhamento. O detalhamento somente virá no projeto de negociação”, enfatizou. Duvanier Paiva disse ainda que as entidades sindicais apresentaram conceitos

inovadores no regramento do sistema de negociação. “O PL tem a conota-ção de uma lei de princípios, ou seja, com as propostas apresentadas pelas entidades sindicais e que couberam no projeto. As contribuições dos grupos de trabalho foram muitas e valiosas. As entidades sindicais apresentaram conceitos inovadores no regramento do sistema de negociação e, assim, dispomos de inúmeras regras, pois este PL irá abarcar os municípios, os estados e o governo federal”, disse.

O secretário de Recursos Humanos adiantou ainda que a minuta do PL será disponibilizada para consulta pública. “Esta é uma prática que a SRH já utilizou anteriormente e as experiências foram muito bem sucedidas”, adiantou.

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Para o Sindireceita, o foco do projeto não deve ser a regulamen-tação do direito de greve, mas a garantia da negociação. Na opinião do presidente do Sindireceita, Hélio Bernades, os projetos devem ser en-caminhados o mais breve possível. “O ideal é realmente construirmos o consenso, mas estamos no fi nal de Governo e se o GT não concluir a discussão podemos retroceder em outro momento, pois não saberemos se haverá debate sobre o projeto em outro governo.”

Segundo o secre-tário, o projeto de regulamentação da negociação coletiva e do direito de greve somente será encami-nhado ao Congresso Nacional se houver acordo com as enti-dades de servidores públicos que com-põem o GT.

O GT da Bancada Sindical foi consti-tuído após a publi-cação da Portaria nº 1.486/2007, com a fi -nalidade de elaborar uma proposta técnica versando sobre a institucionalização da negociação coletiva e de soluções de confl ito no âmbito da Administração Públi-ca Federal. Em pouco mais de dois anos, os representantes da Bancada Sindical debaterem temas como a liberação para mandato classista, a regulamentação do direito de greve do funcionalismo, o Projeto de Lei Complementar (PLP 01/2007) que fi xa limites com despesa de pesso-al, a ratifi cação da Convenção 151 da Organização Internacional do Trabalho (OIT), e todos os demais temas conjunturais vinculados ao servidor público.

Relações de Trabalho no Setor Público: Congresso Nacional

promulga Convenção 151

O Congresso Nacional promulgou no dia 7 de abril de 2010, o Projeto de Decreto Legislativo (PDS) nº 819/09 que ratifi cou, com ressalvas, a Convenção 151 e a Recomendação 159 da Organização Internacional do Trabalho (OIT). É prerrogativa do Congresso Nacional sancionar os projetos que tratam de norma internacional. Assim, o PDS 819/09 foi transformado em norma jurídica

e passa a ser defi nido como Decreto Legislativo 206/10.

A Convenção 151 estabelece garantias às organizações de traba-lhadores da Administração Pública, parâmetros para a fi xação e negocia-ção das condições de trabalho, para a solução de confl itos e para o exer-cício dos direitos civis e políticos.

A Convenção 151 da OIT aplica-se a todas as pessoas empregadas pelas autoridades públicas (em todos os níveis municipal, estadual e federal) e se refere a garantias a toda organização que tenha por fi m promover e defender os interesses

dos trabalhadores da função pública. Nela está previsto:

1- Proteção contra os atos de dis-criminação que acarretem violação da liberdade sindical em matéria de trabalho;

2- Independência das organizações de trabalhadores da função pública face às autoridades públicas;

3- Proteção contra atos de inge-rência das autoridades públicas na

formação, funcionamen-to e administração das organizações de tra-balhadores da função pública;

4- Concessão de fa-cilidades aos repre-sentantes das organi-zações reconhecidas dos trabalhadores da função pública, com permissão para cum-prir suas atividades seja durante as suas horas de trabalho ou fora delas;

5- Instauração de pro-cessos que permitam a negociação das condições de trabalho entre as autoridades públicas interessadas e as organizações de trabalhadores da função pública;

6- Garantias dos direitos civis e políticos essenciais ao exercício normal da liberdade sindical.

Já a Recomendação 159 pretende, entre outras coisas, “garantir parâ-metros objetivos e preestabelecidos para a eventual existência de direitos preferenciais ou exclusivos a deter-minadas organizações de trabalha-dores e a previsão legal acerca dos

“...se alguma nação não adotar condições humanas de

trabalho, esta omissão constitui um obstáculo aos esforços de

outras nações que desejem melhorar as condições

dos trabalhadores em seus próprios países”

Constituição da OIT

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indivíduos ou órgãos competentes para negociar em nome da autori-dade pública e seus procedimentos de negociação”.

As resoluções da OIT não possuem um caráter de tratado internacional, mas servem como um conjunto de diretrizes que auxiliam o país mem-bro que ratifi ca uma convenção a melhor pô-la em prática. Neste caso, a Resolução 159 tem como fi nalida-de defi nir os seguintes aspectos da Convenção 151:

- procedimentos para o reconheci-mento de organizações de servido-res públicos;

- negociação de termos e condi-ções de trabalho, com ênfase na regulamentação dos participantes do processo e no encaminhamento dos termos da negociação;

- a vigência do acordo acertado entre uma autoridade pública e uma organização de servidores públicos;

- os meios que devem ser propor-cionados aos representantes de orga-nizações de servidores públicos como facilidades ao exercício sindical.

A OIT e as Normas Internacionais do Trabalho

A Organização Internacional do Trabalho é uma Agência do Sis-tema das Nações Unidas fundada em 1919. É a única que mantém estrutura tripartite, na qual os re-presentantes dos empregadores e dos trabalhadores têm os mesmos direitos que os do governo.

As normas internacionais do traba-lho são instrumentos jurídicos que estabelecem princípios e direitos básicos no trabalho. As normas são preparadas pelos dirigentes da OIT (governo, empresários e trabalha-dores) e aprovadas na Conferência Internacional do Trabalho da OIT. Estas podem tomar a forma de Con-venção ou Resolução.

As Convenções da OIT são tra-tados internacionais “legalmente vinculantes” que uma vez aprova-das pela Conferência Internacional do Trabalho podem ser ratifi cadas ou não pelos países membros. Pela Constituição da OIT, para que um país ratifi que uma Convenção esta deve ser apreciada pelas suas autoridades com-

petentes, normalmente o Parlamento. Caso um país membro decida ratifi car uma convenção, em geral, esta entra em vigor nesse país um ano depois da aprovação da ratifi cação.

Os países que ratifi cam uma conven-ção “estão obrigados a aplicá-la em sua legislação e em suas práticas nacio-nais”, tendo que enviar regularmente relatórios referentes à sua aplicação.

Já as Resoluções são normas que atuam como diretrizes não vinculan-tes, normalmente complementando os princípios e os direitos defi nidos por uma Convenção, proporcionan-do diretrizes mais detalhadas sobre sua aplicação. Em alguns casos, as recomendações também podem ser autônomas, ou seja, não vinculadas à nenhuma Convenção, tendo esta a função de defi nir diretrizes sobre temas ainda não transformados em tratados internacionais.

Até o momento, a OIT formulou e aprovou 185 Convenções, das quais 156 estão em vigor, destas o Brasil é signatário de 44. $

“O ideal é realmente

construirmos o consenso,

mas estamos no fi nal

do governo e se o GT não

concluir a discussão

podemos retroceder...”

Hélio Bernades

A OIT e as Normas Internacionais do Trabalho

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DOS PRINCÍPIOS E GARANTIAS DA NEGOCIAÇÃO• Legalidade,• Moralidade• Impessoalidade, finalidade e indisponibilidade do interesse público • Liberdade sindical• Qualidade dos serviços públicos prestados à sociedade; • Participação democrática • Publicidade / transparência

DOS PRECEITOS DEMOCRÁTICOS DA NEGOCIAÇÃO• Autonomia das partes• Ética • Boa fé, (confi ança recíproca)• Pleno exercício do mandato sindical para representação • Legitimidade da representação, respeito à vontade sobe-

rana da maioria dos representados

DOS OBJETIVOS DA MESA NACIONAL DE NEGOCIAÇÃO • Tratar os confl itos advindos das relações de trabalho• Tratar demandas funcionais decorrentes da relação de traba-

lho entre os servidores públicos e a administração pública • Buscar a melhoria dos serviços públicos prestados à sociedade• Negociar soluções pactuadas e legítimas para as deman-

das funcionais• Promover a democratização das relações de trabalho

entre servidores e a administração pública

ESTRUTURA DA MESA NACIONAL DE NEGOCIAÇÃO• Estrutura vertical – Mesa Nacional de Negociação• Caráter deliberativo – voto por bancada• Coordenação executiva da mesa a cargo da Secretaria de

Recursos Humanos do MPOG • Coordenação dos trabalhos por bancada

Regras de funcionamento:1. Reuniões mensais2. A mesa deverá considerar o calendário administrativo3. Publicação do extrato dos acordos em D.O.U

COMPETÊNCIA DOS COORDENADORES:• Providenciar condições necessárias e propícias ao funcio-

namento da mesa central e das negociações• Convocar os participantes para reuniões • Receber itens, insumos, elaborar e encaminhar, aos partici-

pantes a pauta das reuniões • Reunir e distribuir material, estudos e pareceres para

subsidiar as negociações e reuniões • Abrir, coordenar e encerrar as reuniões • Responsabilizar-se por secretariar as reuniões • Manter arquivo público e organizado do processo negocial

PARTES DO PROCESSO NEGOCIAL:GOVERNO – SINDICATOS – SOCIEDADE CIVIL Sindicatos: entidades de âmbito geral e nacional

Do ObservatórioRegras Gerais

• Sobre a sociedade civil:• Entidades de âmbito nacional, com menos de 2 anos de

funcionamento,• Os membros escolhidos dentre a sociedade civil não

poderão ser servidores públicos

Regras do Observatório• Atividade de relevância pública, não remunerada• Cada parte arcará com os custos dos indicados ao observatório

• Suplentes: indicados por proporção e não como suplentes pessoais

• Mandatos de 2 anos, sendo possível a recondução uma vez• Quorum: maioria simples

AFASTAMENTO SINDICALFica assegurado o afastamento de servidor público para exercí-cio de mandato classista na proporção:

• para entidade sindical que congregue, no mínimo 600 servidores federais associados, será assegurado o afas-tamento de 1 dirigente, desde que o número de cargos da categoria esteja por lei limitado a menos de 2 mil servidores federais

• para entidade sindical que congregue no mínimo, 2 mil servidores federais associados, será assegurado o afasta-mento de 2 dirigentes

• para entidade sindical que congregue no mínimo, 2.500 servidores federais associados, será assegurado o afasta-mento de 3 dirigentes

• para entidade sindical que congregue, número superior a 4.000 servidores federais associados, será assegurado o afastamento de 1 dirigente, para cada grupo de 1 mil associados, obedecendo o limite máximo de 18 afasta-mentos.

Para fi ns de cálculo de afastamento destinado ao exercício de mandato sindical ou classista em entidades federativas, será levado em consideração 50% (cinquenta por cento) do número total de associados nas bases das entidades fi liadas, limitando ao número de 7 (sete) afastamentos por entidade, na seguinte conformidade:

I - dirigente afastado para o mínimo de 1.200 (um mil e duzentos) associados; II - dirigente afastado para o mínimo de 4.000 (quatro mi) associados; III - dirigente afastado para o mínimo de 5.000 (cinco mil) associados; IV - dirigente afastado para o mínimo de 8.000 (oito mil) associados; V - dirigente afastado para o mínimo de 10.000 (dez mil) associados; VI - dirigente afastado para o mínimo de 12.000 (doze mil) associados; VIII - dirigente afastado para o mínimo de 14.000 (catorze mil) associados;

REQUISITOS PARA AUTORIZAÇÃO DO AFASTAMENTOQUANTO À ENTIDADE:

• ESTAR REGISTRADA NO REGISTRO PÚBLICO COMPETENTE

• POSSUIR E MANTER NÚMERO MÍNIMO DE ASSO-CIADOS NA PROPORÇÃO DOS AFASTAMENTOS CONCEDIDOS

• TER COMO OBJETIVO E FUNÇÃO PRELIMINAR E PRINCIPAL A REPRESENTAÇÃO DOS SERVIDO-RES FEDERAIS

QUANTO AO SERVIDOR:• SER SERVIDOR ESTÁVEL• TER SIDO ELEITO E EMPOSSADO EM CARGO DE

DIREÇÃO DA ENTIDADE

ÔNUS:• 50% DO TOTAL DOS AFASTAMENTOS SERÁ CUS-

TEADO PELA ADMINISTRAÇÃO, CABENDO AOS SINDICATOS O CUSTEIO DOS OUTROS 50%

PROPOSTA DE ANTEPROJETO DE LEI PARA REGULAMENTAÇÃO DA NEGOCIAÇÃO COLETIVA E AFASTAMENTO SINDICAL NO PODER EXECUTIVO FEDERAL

DUVANIER PAIVA FERREIRA | 29 de Abril de 2010

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Painel Jurídico

O palco dos julgamentos dos crimes de reper-cussão no Brasil há muito tempo mudou seu endereço. Os velhos e ultrapassados

tribunais deram lugar aos modernos e digitais estú-dios jornalísticos, enquanto os promotores de justiça, outrora patronos das acusações formais, foram subs-tituídos pelos eloquentes e impiedosos jornalistas e sua “liberdade de imprensa”.

E inspirados pelo sucesso que acompanha os novos cavaleiros da justiça, autoridades públicas transfor-maram suas atribuições em verdadeiras obras cine-matográfi cas, com operações policiais defl agradas sobre cada vez mais holofotes, com armas cada vez maiores e, claro, com cada vez mais presos.

O problema é que a tênue e delicada linha que separa uma “cruzada pela justiça” e uma “caça às bruxas” fi cou esquecida por debaixo da poeira dos helicópteros e veículos blindados, ao ponto em que hoje testemunhamos a prisão de servidores públicos por atos absolutamente cotidianos de suas funções.

Aos incrédulos, a verdade: a emissão de uma certi-dão negativa sem qualquer valor jurídico; a liberdade de dividir o uso de seu computador e senha dentro da repartição; a seleção de passageiros para verifi cação de bagagem nos aeroportos; o atendimento de um contribuinte cujo domicílio fi scal fi ca em outra ju-risdição; todas estas condutas aparentemente comuns para o dia a dia dos servidores da Receita Federal já levaram servidores para a cadeia.

E se o exagero na “interpretação” destas condutas já nos assusta, não há como descrever então a maneira como procedem à prisão destes funcionários a servi-ço do próprio Estado. Seja recolhendo-os de madru-gada em suas casas ou em frente aos contribuintes e colegas de repartição, a humilhação que sofrem é o preço que se paga pela política do “prender primeiro, perguntar depois”.

E se já falta às autoridades justifi cativa para prender alguém que por décadas serviu à Administração sem qualquer reserva, o que dizer do uso de algemas? Será possível acreditar que alguém imagina que um servi-dor público federal, com nível superior e exercendo atividade típica de Estado, pretenderia opor resistência a uma ordem de prisão acompanhada de dezenas de policiais e armas de guerra?

Mas afi nal... por quê tantas prisões abusivas?

Parece-nos que a resposta a esta pergunta é tão sim-ples quanto decepcionante. As autoridades públicas simplesmente não compreendem com exatidão as atividades exercidas pelos servidores da Receita Fe-deral, e acabam por não dedicar o tempo necessário para compreendê-las também.

Às autoridades carece o contato com o dia-a-dia dos servidores. Como se espera entender uma ação isolada, sem seu contexto adequado, quando não se compre-ende a rotina de uma aduana, de um porto ou de uma fronteira? Mais além, como distinguir o que é falta de condições; o que é falta de treinamento; o que é falta de vontade; do que realmente é um ímpeto criminoso?

No fi nal das contas, qualquer deslize do servidor acaba parecendo, aos olhos da Justiça, como um crime. A falta de treinamento ou de condições de trabalho é questão etérea, percebida apenas por quem efetivamen-te realiza o trabalho, e por tantas vezes confundida com a proclamada inefi ciência do serviço público.

Já o descaso, o desinteresse e o descompromisso do servidor com a qualidade de seu trabalho, estes são muito bem detectados pelas autoridades, que se valem destes elementos para exercer tremendo desequilíbrio na balança do julgador em desfavor do acusado.

Mas à própria lei também não resta melhor sorte. A redação imprecisa e às vezes verdadeiramente sem sentido de alguns artigos de nosso ordenamento ju-rídico leva as autoridades a um problema sério para

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adequar suas acusações aos fatos que investigaram. E ainda que tais confusões possam provocar a absolvição do servidor no fi nal do processo, nada servirá para remendar a já consumada destruição de sua imagem perante a sociedade.

A título de informação, então, separamos uma breve explicação sobre os crimes mais comuns entre aqueles que costumam ser imputados aos servidores do fi sco federal, todos previstos no Código Penal:

Peculato (art. 312) – consiste na conduta do servidor que, no exercício de suas funções, subtrai ou toma posse de bem que não lhe pertença valendo-se do seu cargo. Este crime ainda admite a forma culposa, hi-pótese na qual o servidor, sem querer, facilita que um terceiro se aproprie de bens públicos.

Alteração indevida em sistemas (arts. 313-A e 313-B) – consiste na conduta do servidor que altera os dados dos sistemas informatizados da Administração em desacordo com os procedimentos necessários.

Excesso de Exação (art. 316, §1º) – consiste na conduta do servidor que exige o pagamento de tributo que sabe não ser devido, ou abusa no meio pelo qual efetua a exigência, gerando humilhação ou dano ao contribuinte.

Corrupção Passiva (art. 317) – consiste na conduta do servidor que solicita ou recebe vantagem indevida em razão do cargo que ocupa. Para a sua consumação, não se exige que o servidor receba, efetivamente, a vantagem (basta solicitar ou aceitar promessa), nem mesmo que o servidor deixe de cumprir com suas obrigações.

Facilitação de Contrabando ou Descaminho (art. 318) – consiste na conduta do servidor que, na obrigação de impedir a prática destes crimes, deixa de combatê-los ou reduz os obstáculos para seus autores. Prevalece o entendimento de que qualquer servidor da Receita (in-dependentemente de lotação) é capaz de praticar este crime, porque dispõe de função institucional de combate ao contrabando e descaminho.

Advocacia Administrativa (art. 321) – consiste na exploração do servidor de seu cargo público para be-nefi ciar particulares ou, no caso, contribuintes. Neste crime o servidor não precisa estar pleiteando alguma vantagem ilegal para o contribuinte, basta estar uti-lizando do cargo para infl uenciar a Administração.

Apesar destes esclarecimentos serem extremamente informais e sem maiores preocupações técnicas, servem para ilustrar a semelhança notória entre fatos considerados criminosos pelas autoridades e as prá-ticas corriqueiras em repartições públicas. A mínima distância entre crime e costume, entre ir pra cadeia ou pra casa ao fi nal do dia, acaba nos braços das autoridades policiais e judiciais, quem ultimamente tem dado predileção aos noticiários.

Por fi m, encontramos no seio desta discussão a res-posta de uma pergunta até então retórica: “Por quê o departamento jurídico do meu sindicato tem interesse em patrocinar a defesa dos fi liados envolvidos em operações policiais?”.

Respondemos: por muitas vezes, defender um servidor acusado é muito mais do que simplesmente defender uma pessoa. É defender a liberdade com que os servi-dores, todos eles, poderão exercer suas atribuições, sem se preocuparem com escutas telefônicas ou com suas próprias liberdades. Ao representar o acusado, então, defende-se o interesse de toda a categoria, a fi m de que nenhum outro servidor seja sujeito ao mesmo tipo de constrangimento.

Rafael Nobre LuisMestrando em Direito Penal pela PUC/SPAdvogado do Núcleo Jurídico de São Paulo

A justiça penal e o serviço público

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No dia 8 de fevereiro, no Senado Federal, o presidente licenciado do Sindireceita, Paulo Antenor de Oliveira, participou da solenidade em homenagem ao Dia dos Aposentados. A cerimônia foi acompa-nhada por representantes sindicais e de entidades que lutam pelos direitos de aposentados e pensionistas, entre elas a Confederação Brasileira de Aposentados e Pensionistas (Cobap) e o Instituto Mosap. Também participaram do ato Analistas-Tributários ativos e aposentados, o delegado sindical do Rio de Janeiro, Aderaldo Vieira Chaves, e o secretário de Assuntos de Aposentados e Pensionistas da DS Rio de Janeiro, Jair Vilar Marinho, além dos senadores Mão Santa (DEM/PI), José Nery (PSOL-PA), Rosalba Ciarlini (DEM-RN) e o deputado federal Arnaldo Faria de Sá (PTB/SP).

A Comissão Especial da Proposta de Emenda Constitucional (PEC 555/2006) que propõe o fi m da cobrança de contribuição previdenciária dos servidores aposentados realizou nos últimos meses várias audiências públicas, na Câmara dos Deputados. O presidente da Comissão, deputado federal Marçal Filho (PMDB/MS), recomendou que as entidades pressionem os parlamentares a comparecerem às reuniões para que não haja atrasos no cronograma elaborado pelo relator da matéria, deputado federal Luiz Alberto (PT/BA). Na foto, a diretora de Aposentados do Sindireceita, He-lenita Nascimento, acompanha as audiências públicas.

Sindireceita participa de homenagem a aposentados no Senado

PEC 555/2006 da contribuição previdenciária

A homenagem ao Dia dos Aposentados, que é celebrado no dia 24 de janeiro, foi proposta pelo senador Paulo Paim (PT/RS) que destacou em seu discurso que o País vive um momento único no campo econômico, mas que é necessário que essas conquistas cheguem aos aposentados.

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No dia 24 de fevereiro, o presidente licenciado do Sindireceita, Paulo Antenor de Oliveira, e o delegado sindical de Londrina/PR, Bruno de Oliveira, foram recebidos em audiência pelo mi-nistro do Planejamento, Orçamento e Gestão, Paulo Bernardo. Na pauta, foram discutidos assuntos de interesse da categoria, entre eles, a Lei Orgânica das Auditorias Federais (LOAF) e as atribuições do cargo de ATRFB.

No mês de maio, o subsecretário de Planejamento, Orçamento e Administração (SPOA) do Ministério da Fazenda, Laerte Dorne-les Meliga, recebeu representantes do Sindireceita para tratar de assuntos de interesse dos Analistas-Tributários. Estavam presentes a diretora de Assuntos Parlamentares, Sílvia Alencar Felismino, o presidente do Conselho Nacional de Representantes Estaduais (CNRE), Gerônimo Luiz Sartori, e o secretário do CNRE, Bruno Zampieri.

O presidente em exercício da Câmara dos Deputados, deputado federal Marco Maia (PT-RS), participou da abertura da 49ª Reunião Ordinária do Conselho Nacional de Representantes Estaduais (CNRE), realizada no período de 12 a 15 de maio, em Brasília-DF. Para o parlamentar, o Sindireceita tem utilizado corretamente os instrumentos de viabilização para as conquistas da categoria. “O sindicato produziu resultados muito concretos nos últimos anos, como a mudança da nomenclatura, de TRF para Analis-ta, o estabelecimento do subsídio, da remuneração e da paridade, que são conquistas importantíssimas”, elogiou. Na foto, Marco Maia com a bancada gaúcha.

O presidente licenciado do Sindireceita, Paulo Antenor de Oliveira,

lançou no dia 12 de março, no Centro de Convenções de Vila Velha/

ES, a segunda edição do livro “Receita de Cidadania”. Cerca de 400

convidados participaram do lançamento e da noite de autógrafos,

entre eles, o senador Magno Malta (PR/ES), o prefeito de Vila Velha,

Neucimar Fraga, além de vereadores do município de Vila Velha e

também do interior do estado.

Magno Malta participa do lançamento do livro “Receita de Cidadania”

Ministro do Planejamento recebe Sindireceita

SPOA /MF recebe Sindireceita

Marco Maia prestigia reunião do CNRE

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Note Anote Coisa & Tal

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SINDIRECEITA AVALIA CENÁRIOSPARA TRAMITAÇÃO DA LOAF NO CONGRESSO NACIONAL

Representantes do Sindireceita reuniram-se no dia 18 de fevereiro, em Brasília (DF), para avaliar o cenário para tramitação da Lei Orgânica das Au-ditorias Federais (LOAF) no Congresso Nacional este ano. Participaram do encontro o diretor de Formação Sindical, Sérgio de Castro, o assessor técnico do Departamento Intersindical de Assessoria Parlamentar (Diap), Antônio Augusto de Queiroz, o presidente do Conselho Estadual de Delegacias

SINDIRECEITA RECEPCIONA NOVOS ANALISTAS-TRIBUTÁRIOS

CURSOS DE ARTESANATO

Sindicais de Minas Gerais (Ceds/MG), Leonardo Catão, o assessor aduaneiro do Ceds/RS, Jefferson Farias e o Analista-Tributário Rodrigo Souza Benemond, que coordenou o estudo “Atendimento ao Cidadão: um Estudo de Percepções de Servidores em Exercício nas Unidades de Atendimento da RFB”, realizado pelo Grupo de Trabalho instituído pelo Conselho Nacional de Representantes Estaduais (CNRE).

No dia 17 de maio, as lideranças do Sindireceita apresentaram aos novos Analistas-Tributários aprovados no Concurso Público 2009, que participam do Programa de Formação, um breve histórico da evolução da Carreira e das conquistas da categoria. As palestras foram realizadas nos polos de treinamento (Centresaf) de Brasília, Belém, Belo Horizonte, Porto Alegre, Recife e Salvador.

A delegacia sindical de São Paulo abriu um espaço para a realização de cursos de artesanato que ganhou o nome de “Sindiarte”. Os fi liados interessados poderão ligar para fazer inscrição ou comparecer pesso-almente para conhecer os trabalhos que estão sendo realizados. As aulas são todas as quartas-feiras, às 9h30. Na foto, o café da manhã em homenagem ao dia das mães.

Porto Alegre / RS Belém / PA Recife / PE

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MDEB REÚNE-SE PARA DEBATER PROJETOS DE INTERESSE DOS SERVIDORES

O presidente licenciado do Sindireceita, Paulo An-tenor de Oliveira, reuniu-se no dia 2 de março, em Brasília/DF, com os representantes das entidades que compõem o Movimento Nacional de Defesa do Estado Brasileiro (MDEB). Na pauta, foram discutidos temas como a preparação da Carta aos Presidenciáveis, o PLC 549/2009, que trata das limitações de gastos com pessoal e a PEC 210/2007, que propõe o retorno dos anuênios para as carreiras típicas de Estado.

Participam do MDEB as seguintes entidades: AACE - Associação dos Analistas de Comércio Exterior, Afi pea - Associação dos Servidores do Ipea, Anesp - Associação Nacional dos Especialistas em Políticas Públicas e Gestão Governamental, Anfi p - Associação Nacional dos Auditores Fiscais da Receita Federal do Brasil, Assecor - Associação Nacional dos Servidores da Carreira Planejamento e Orçamento, ASSUP - As-sociação dos Servidores da Susep, Sinait - Sindicato Nacional dos Auditores Fiscais do Trabalho, Sinal - Sindicato Nacional dos Servidores do Banco Central, SINDCVM - Sindicato dos Servidores da CVM, Sin-direceita - Sindicato Nacional da Carreira Auditoria da Receita Federal do Brasil, SINTBACEN - Sindicato dos Técnicos do Banco Central e Unacon - União dos Analistas e Técnicos de Finanças e Controle.

BLOG DO SERVIDOR ENTREVISTA SINDIRECEITA

O presidente licenciado do Sindireceita, Paulo An-tenor de Oliveira, participou do programa Identidade Pública, apresentado por Luciano Pires do Blog do Servidor. O programa é exibido no site do Correio Braziliense. Na oportunidade, foram tratados temas de interesse da categoria, como a Lei Orgânica das Auditorias Federais (LOAF), a bonifi cação para servidores que atuam nas regiões de fronteira e o Concurso Público 2009 para Analista-Tributário.

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ATRFB RECEBEM CONDECORAÇÃO DO EXÉRCITO BRASILEIRO

Os Analistas-Tributários João Lopes de Araújo Jr. e Rômulo Jorge M. Nogueira foram home-nageados, no dia 19 de abril, com a Medalha da Ordem do Mérito Militar, a mais elevada distinção honorífi ca do Exército Brasileiro. João Lopes de Araújo Jr, lotado na Delegacia da Receita Federal do Brasil em João Pessoa/PB, recebeu a premiação no quartel do 1º Grupamento de Engenharia de Construção, comandado pelo Gen. Bda Maga-lhães, e o ATRFB Rômulo Jorge M. Nogueira, da Copol/RFB, recebeu a condecoração no Comando do Exército, no SMU, em Brasília/DF.

A Ordem do Mérito Militar, criada pelo Decreto nº 24.660, de 11 de julho de 1934, tem por fi nalida-de premiar: - os militares do Exército que tenham prestado notáveis serviços ao País ou se hajam distinguido no exercício de sua profi ssão, e - os militares da Marinha e Aeronáutica, membros das Forças Auxiliares, civis e estrangeiros, que hajam prestado relevantes serviços ao Exército Brasileiro e que se tenham tornado credores de homenagem por parte da Força.

A Insígnia da Ordem é constituída por uma cruz, no modelo tradicional Cruz de Aviz, com quatro braços iguais. Os Analistas-Tributários, João Lopes e Rômulo Nogueira, foram admitidos na ordem no Grau de Cavaleiro.

COB DESTACA ATUAÇÃO DO SINDIRECEITA

O Comitê Organizador dos Jogos Olímpicos Rio 2016 encaminhou ao Sindireceita uma correspondência de agradecimento à entidade e aos Analistas-Tributários ao apoio do projeto que garantiu ao País a conquista da cidade do Rio de Janeiro à sede dos Jogos Olímpicos e Paraolímpicos de 2016.

As ações da campanha “Pirata: tô fora!Só uso original”, desenvolvidas pelo Sindireceita, foram incluídas no esforço olímpico pela can-didatura do Rio de Janeiro como cidade sede dos jogos em 2016. Um relatório detalhado das ações da campanha do Sindireceita, que conta com o apoio do Conselho Nacional de Combate à Pirataria e Delitos contra a Propriedade Inte-lectual do Ministério da Justiça (CNCP/MJ), foi encaminhado por solicitação do COB.

Rômulo Jorge Nogueira, de Brasília/DF. João Lopes de Araújo Jr., de João Pessoa/PB.

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