revista povo . nov 2014

53
PROGRAMA POVO NOV . 2014 NESTA EDIÇÃO NOITES DO SIDÓNIO . MEXILHÃO À MARINHEI- RO . POETAS DO POVO EM NOVEMBRO .

Upload: ctl-cultural-trend-lisbon

Post on 06-Apr-2016

213 views

Category:

Documents


0 download

DESCRIPTION

Toda a programação para este mês de Novembro no Povo.

TRANSCRIPT

Page 1: REVISTA POVO . NOV 2014

1

PROGRAMA

POVONOV . 2014

NESTA EDIÇÃONOITES DO SIDÓNIO . MEXILHÃO À MARINHEI-RO . POETAS DO POVO EM NOVEMBRO .

Page 2: REVISTA POVO . NOV 2014

2

ÍNDICE

Page 3: REVISTA POVO . NOV 2014

3

04

19

20

34

42

50

POETAS DO POVO

DJS DO POVO

FADISTA RESIDENTE

EVENTOS

GASTRONOMIA

AGENDA

06 . POESIA E MALDIÇÃO

08 . POESIA E PINTURA

09 . POESIA E CLASSICISMO

10 . POESIA DANDY

12 . “ARROJOS” DE CESÁRIO VERDE

19 . AGENDA DO MÊS

22 . SOFIA RAMOS: O BALANÇO

24 . SOFIA RAMOS CONVIDA ALEXANDRE

CORTEZ

26 . RESIDÊNCAIS DE FADO DO POVO

27 . CASTING FADISTAS

30 . SILÊNCIO

22 . APESAR DE VOCÊ

32 . REPORTAGEM LANÇAMENTO DISCO

DO POVO #16: MIGUEL CAMÕES

34 . NOITE SIDÓNIO PEREIRA

36 . NOITE DE FADODO BRASIL: VÍDEOS

44 . O CHEF RECOMENDA COM FÁBIO

PAIXÃO DA SILVA

46 . PETISCO DO MÊS: MEXILHÕES À

MARINHEIRO

48 . RECEITA: IRISH COFFEE

50 . RECEITA:BOCHECHA DE PORCO

ESTUFADA

Page 4: REVISTA POVO . NOV 2014

4

POETAS DO POVO

Page 5: REVISTA POVO . NOV 2014

5

POETAS DO POVO

A Lisboa de sempre, que reúne na mesma equação os poetas de antigamente e uma nova geração, novas culturas, novas linguagens, num espaço inesperado . É este o espírito que marca as noites de segunda-feira no Povo, num reencontro entre a cidade, os seus habitantes e as suas palavras. Poesia do dia-a-dia. Poesia de proximidade. Um encontro informal entre escritores, músicos, actores, cineastas e outros artistas, porque o poema é uma porta escancarada.Façam o favor de entrar.

Page 6: REVISTA POVO . NOV 2014

6

POESIA E MALDIÇÃOSEG 3 NOV

Com Paula Guedes, Filipe Homem Fonseca, Alexandre Sarrazola, Pedro Malaquias e a

música de Filipe Valentim

Quem escolhe o ofício de poeta escolhe sempre estar de fora. Observar, questionar os outros e a alma. Mas muitos foram o que por opção ou condenação social levaram essa marginalidade até ao fim. Alguns fizeram do seu estilo de vida a matéria-prima dos seus versos, como um protesto solitário. Outros foram ostracizados pelas suas ideias, pouco populares no tempo em que viveram. Outros ainda preconizavam uma nova forma de viver contrária à moral dos dias apenas porque estariam certos de que essa seria a verdade apetecível.Nesta noite – a noite, terra de todas as liberdades e maldições – celebramos a poesia de quem quis viver e escrever apesar dos outros. E muitas vezes apesar de si.

À Noite Vou Cantar à Namorada

À noite vou cantar à namorada canções que a Lua canta na altura de namorar

ela acha ela acha muita piada quando eu à noite as vou cantar

Canções que a Lua canta na altura de namorar à noite eu vou cantar à namorada

ela assoma ela assoma com a continuação era notada quando eu à noite as vou as vou cantar

E ela acha ela acha a isso muita piada e eu lá as vou eu lá as vou cantar

que ela à noite ela assoma com a continuação era notada e a continuação era notada não é para desperdiçar

Assim quando alta noite a Lua é já luar e ela aparece toda amarrotada

eu imagino-a nua a se deitar a das canções à noite namorada.

António Gancho, in “O Ar da Manhã [Semblance]”

Page 7: REVISTA POVO . NOV 2014

7

Page 8: REVISTA POVO . NOV 2014

8

POESIA E PINTURASEG 10 NOV

Com Isabel Nogueira, Miguel Loureiro e mais convidados a anunciar em breve

Parece haver um especial fascínio dos poetas pelas artes que dispensam a palavra. Não será de espantar: quem trabalha o verso sabe que sempre ficará algo para dizer, distante do que se escreve. A pintura permite essa viagem ao que não se diz e mais directamente ao que se sente e tem urgência de se dizer. Esta inspiração tem guiado poetas desde o princípio dos tempos, quer em simples reverência diante de um quadro quer partindo de uma pintura para destinos longínquos e íntimos. Esta noite pinta-se poesia.

se repentinamente a infância me doesse a meio da oceânica noite

no espelho de rubra água cercada pela treva onde nenhum rosto ousa reflectir-se brilharia

o minúsculo peixe de lumee na obscuridade púrpura sua cabeça de ouro

incendiaria o transparente interior das anémonas

as escamas em jade fulgurando simulam um sol em cada sonho

vibra um búzio triste uma alga ou um peixe como este cresce a partir do centro rubro da tela

acende e apaga o distante pulsar da infância

acordo em sobressalto deparo com a subtil inteligência do peixe

imobilizado na magia barata dum bilhete postal sei que está numa galeria de arte em Hamburgo

deixa-se consumir pelo tempo e pelo olhar dalgum visitante furtivo sonhador

Al Berto in «A Secreta Vida Das Imagens II», 1984/85

Page 9: REVISTA POVO . NOV 2014

9

POESIA & CLASSICISMOSEG 17 NOV

Com Fernando Pinto do Amaral e mais convidados a anunciar em breve

Mudam-se os Tempos, Mudam-se as Vontades

Mudam-se os tempos, mudam-se as vontades, Muda-se o ser, muda-se a confiança:

Todo o mundo é composto de mudança, Tomando sempre novas qualidades.

Continuamente vemos novidades, Diferentes em tudo da esperança:

Do mal ficam as mágoas na lembrança, E do bem (se algum houve) as saudades.

O tempo cobre o chão de verde manto, Que já coberto foi de neve fria,

E em mim converte em choro o doce canto.

E afora este mudar-se cada dia, Outra mudança faz de mor espanto,

Que não se muda já como soía.

Luís Vaz de Camões, in “Sonetos”

Na maré do tempo existe sempre algo que fica. Na poesia a erosão dos dias permite percebermos um canone, que os poetas seguem ou recusam conforme a sua alma. No fundo, o que é clássico torna-se um ponto de partida ou de regresso para nos entendermos como seres humanos. De Homero aos nossos dias, viajamos por poetas e poesias que sempre serão os nossos alicerces invisíveis.

Page 10: REVISTA POVO . NOV 2014

10

POESIA DANDYSEG 24 NOV

Convidados a anunciar em breve

Loucos e Santos

Escolho os meus amigos não pela pele ou outro arquétipo qualquer, mas pela pupila.

Tem que ter um brilho questionador e tonalidade inquietante. A mim não interessam os bons de espírito nem os maus de hábitos.

Fico com aqueles que fazem de mim louco e santo. Deles não quero resposta, quero meu avesso.

Que me tragam dúvidas e angústias e aguentem o que há de pior em mim.

Para isso, só sendo louco. Quero os santos, para que não duvidem das diferenças e peçam

perdão pelas injustiças. Escolho meus amigos pela alma lavada e pela cara exposta.

Não quero só o ombro e o colo, quero também sua maior alegria. Amigo que não ri comigo, não sabe sofrer comigo.

Meus amigos são todos assim: metade disparate, metade seriedade. Não quero risos previsíveis, nem choros piedosos.

Quero amigos sérios, daqueles que fazem da realidade a sua fonte de aprendizagem, mas lutam para que a fantasia não desapareça.

Não quero amigos adultos nem chatos. Quero-os metade infância e outra metade velhice!

Crianças, para que não esqueçam o valor do vento no rosto; e velhos, para que nunca tenham pressa. Tenho amigos para saber quem eu sou.

Pois os vendo loucos e santos, parvos e sérios, crianças e velhos, nunca me esquecerei de que “normalidade” é uma ilusão imbecil e

estéril.

Oscar Wilde

O que é um Dandy? A expressão tem origem obscura, mas julga-se que a palavra terá aparecido na fronteira entre a Inglaterra e a Escócia, referindo os jovens que se vestiam de modo excêntrico que se importavam com a aparência, valorizavam o lazer e o uso da linguagem de uma forma correta. Seriam considerados diletantes pois a sociedade achava que escolhiam viver a sua vida de forma leviana. Seria portanto óbvia a sua relação com a Poesia. Ao longo da história foram vários os poetas e escritores considerados dandy, sendo exemplo Baudelaire, Allan Poe ou Novalis. Nesta noite a poesia quer-se boémia e diletante, excêntrica e vaidosa.

Page 11: REVISTA POVO . NOV 2014

11

Page 12: REVISTA POVO . NOV 2014

12

CESÁRIO VERDE

ARROJOS

Page 13: REVISTA POVO . NOV 2014

13

ARROJOS

Se a minha amada um longo olhar me desseDos seus olhos que ferem como espadas,Eu domaria o mar que se enfureceE escalaria as nuvens rendilhadas.

Se ela deixasse, extático e suspensoTomar-lhe as mãos “mignonnes” (1) e aquecê-las,Eu com um sopro enorme, um sopro imensoApagaria o lume das estrelas.

Se aquela que amo mais que a luz do dia,Me aniquilasse os males taciturnos,O brilho dos meus olhos venceriaO clarão dos relâmpagos nocturnos.

Se ela quisesse amar, no azul do espaço,Casando as suas penas com as minhas,Eu desfaria o Sol como desfaçoAs bolas de sabão das criancinhas.

Se a Laura dos meus loucos desvariosFosse menos soberba e menos fria,Eu pararia o curso aos grandes riosE a terra sob os pés abalaria.

Se aquela por quem já não tenho risosMe concedesse apenas dois abraços,Eu subiria aos róseos paraísosE a Lua afogaria nos meus braços.

Se ela ouvisse os meus cantos moribundosE os lamentos das cítaras estranhas,Eu ergueria os vales mais profundosE abateria as sólidas montanhas.

E se aquela visão da fantasiaMe estreitasse ao peito alvo como arminho,Eu nunca, nunca mais me sentariaÀs mesas espelhentas do Martinho.

Page 14: REVISTA POVO . NOV 2014

14

TODA A PROGRAMAÇÃO EM:https://www.facebook.com/POETASDOPOVO

Page 15: REVISTA POVO . NOV 2014

15

TODA A PROGRAMAÇÃO EM:https://www.facebook.com/POETASDOPOVO

Page 16: REVISTA POVO . NOV 2014

16

ACOMPANHEM AS SESSÕES SEMANAIS DO POETAS DO POVO NOS CANAIS YOUTUBE:POETAS DO POVO: http://www.youtube.com/channel/UCh0G0Kv8ogfcnxjBDX_UNwQ

Page 17: REVISTA POVO . NOV 2014

17

ACOMPANHEM AS SESSÕES SEMANAIS DO POETAS DO POVO NOS CANAIS YOUTUBE:POETAS DO POVO: http://www.youtube.com/channel/UCh0G0Kv8ogfcnxjBDX_UNwQ

Page 18: REVISTA POVO . NOV 2014

18

DJ’S DO POVO

Page 19: REVISTA POVO . NOV 2014

19

AGENDASEX. 07 NOV . 00H00 . DJ VÉSTIA

SÁB. 08 NOV . 00H00 . DJ VÉSTIA

SEX. 14 NOV . 00H00 . DJ DE REFERÊNCIA

Page 20: REVISTA POVO . NOV 2014

20

Page 21: REVISTA POVO . NOV 2014

21

SOFIARAMOS

FADISTA RESIDENTESET A NOV

2014

Page 22: REVISTA POVO . NOV 2014

22

SOFIA RAMOS: O BALANÇOOlhando para trás fico bastante grata por estes meses. Ser fadista residente no Povo é, acima de tudo, uma oportunidade espectacular. Antes de começar a minha residência a minha cultura de fado era mínima. Lembro-me de sentir que levei uma bofetada de informação sem saber muito bem como a gerir. É necessário ter noção de que há muito para aprender e para isso é preciso humildade e uma grande capacidade para aceitar as críticas.

Tive oportunidade de ouvir outros fadistas e de aprender com eles, de tocar com músicos de outras áreas com quem partilhei ideias. Quando um dia me perguntaram quem gostaria de convidar para ir ao Povo, disse “O JP Simões”. Nunca achei que isso fosse acontecer, mas aconteceu e foi um privilégio. Tive a liberdade de trabalhar com outras linguagens músicais tendo explorado a música brasileira, cubana e o cante alentejano.

Sinto que cresci como fadista e que me estenderam um tapete para que agora possa seguir o meu caminho, que ainda é bastante longo. O Povo permitiu-me olhar para o futuro com mais clareza. Perceber aquilo de que eu gosto mais no fado e como as coisas devem ser feitas. Acima de tudo aprendi a gostar realmente de fado e a senti-lo na sua plenitude, ainda que tenha muito para aprender, sinto que estou no caminho certo para crescer como fadista.

ACOMPANHEM AS SESSÕES DIÁRIAS DO POVO NOS CANAIS YOUTUBE:

RESIDÊNCIAS DE FADO: http://www.youtube.com/channel/UCkoNjki7uotfHF0ydFkxKng

Page 23: REVISTA POVO . NOV 2014

23

Page 24: REVISTA POVO . NOV 2014

24

Page 25: REVISTA POVO . NOV 2014

25

Na entrada da recta final do período de residência artística no Povo, Sofia Ramos convida para uma actuação de encontros, Alexandre Cortez. Músico, empresário e produtor, Alex Cortez notabilizou-se enquanto baixista dos Rádio Macau. Desde então, tem integrado imensos projectos musicais, assim como sido criador e parceiro num conjunto de iniciativas e projectos culturais que marcaram a actualidade das artes no Portugal da última década.

Nesta noite, aos músicos residentes Domingos Mirra e João Penedo, teram como companhia o baixo eléctrico, para mais um momento de experimentação e partilha no Fado do Povo.

SOFIA RAMOS CONVIDA:

ALEXANDRE CORTEZQUA . 12 NOV . 21H30Residência Artística de Fado

UM OLHAR SOBRE...

Alex é um co -fundador da CTL, onde se especializou em direção de programação e eventos. É músico, empresário e produtor artístico . Ele co-fundou alguns dos projetos musicais Português mais originais das últimas duas décadas e tem sido convidado para programar e produzir dezenas de shows em alguns dos maiores locais em Portugal. De entre os inúmeros grupos musicais que integrou destaque para o colectivo Rádio Macau, o projecto wordsong e, mais recentemente, a dupla Murmur.

Page 26: REVISTA POVO . NOV 2014

26

AS RESIDÊNCIAS DE FADO

DO POVO

Inspirado por uma reinterpretação do conceito de tasca moderna, o Povo é também um espaço de programação e de produção de conteúdos culturais. Assim, as Residências Artísticas do Povo nascem com o objectivo de descobrir novas vozes do Fado e com elas desenvolver um trabalho que possa ser enriquecedor e potenciador de uma carreira profissional. Prevendo oito edições anuais, cada residência tem uma duração de seis semanas. Durante este período, o Povo convida um jovem intérprete a apresentar o seu trabalho e a desenvolver um repertório artístico original. Durante o período de residência, os jovens fadistas fazem um trabalho exploratório, que promove a revelação de novos letristas, e que cruza e dialoga com outros instrumentos e influências musicais. Este trabalho fica, posteriormente, registado na gravação e edição de um “Disco do Povo”. Assim, mais do que um registo de Fado, a colecção “Discos do Povo” é um testemunho de um projecto único de programação cultural e uma “carta de apresentação” para estes jovens talentos, potenciando a médio prazo um importante acervo de um renovado repertório fadista.

Page 27: REVISTA POVO . NOV 2014

27

Page 28: REVISTA POVO . NOV 2014

28

Page 29: REVISTA POVO . NOV 2014

29

CASTINGFADISTASDO POVO

Candidaturas abertas em permanência

O Povo está à procura de jovens e talentosos fadistas, não editados, que procurem uma oportunidade para desenvolver as suas capacidades performativas.O Fado no Povo, tem por base o conceito de residência artística: ao longo de um período de dois meses, num processo “work in progress”, os fadistas residentes desenvolvem o seu talento, aperfeiçoam o seu repertório e contactam com músicos de outros géneros musicais. Esse processo exploratório resulta na gravação de um CD, que é um reflexo de todo o trabalho efetuado durante este período.

Enviem os vossos vídeos e contacto para [email protected] informações em: https://www.facebook.com/povolisboa

Page 30: REVISTA POVO . NOV 2014

30

Page 31: REVISTA POVO . NOV 2014

31

Duermen en mi jardinLas blancas azucenas, los nardos y las rosas,Mi alma muuuuy triste y pesarosaA las flores quiere ocultar su amargo dolor.

Yo no quiero que las flores sepanLos tormentos que me da la vida.Si supieran lo que estoy sufriendoPor mis penas llorarian tambien.

Silencio, que estan durmiendoLos nardos y las azucenas.No quiero que sepan mis penasPorque si me ven llorando moriran.

SILÊNCIO

“Silêncio” é um Bolero composto riginalmente pelo portoriquenho Rafael Fernandez, tendo sido imortalizado internacionalmente pelas vozes de Ibrahim Ferrer e Omara Portuondo, em conjunto com o colectivo de músicos Buena Vista Social Club. A colaboração havia de ficar registada em câmara no documentário “Buena Vista Social Club” da autoria de Wim Wenders. A forma como o realizador incorpora a gravação em estúdio com a performance ao vivo é conhecida por ser um momento de rara emoção e beleza. A música será parte integrante do repertório do disco do Povo #18: Sofia Ramos.

O vídeo pode ser visto aqui: http://youtu.be/0mStndtGGOE

Page 32: REVISTA POVO . NOV 2014

32

APESAR DE VOCÊ

Hoje você é quem mandaFalou, tá faladoNão tem discussãoA minha gente hoje andaFalando de ladoE olhando pro chão, viu

Você que inventou esse estadoE inventou de inventarToda a escuridãoVocê que inventou o pecadoEsqueceu-se de inventarO perdão

Apesar de vocêAmanhã há de serOutro diaEu pergunto a vocêOnde vai se esconderDa enorme euforiaComo vai proibirQuando o galo insistirEm cantarÁgua nova brotandoE a gente se amando

Sem parar

Quando chegar o momentoEsse meu sofrimentoVou cobrar com juros, juroTodo esse amor reprimidoEsse grito contidoEste samba no escuro

Você que inventou a tristezaOra, tenha a finezaDe desinventarVocê vai pagar e é dobradoCada lágrima roladaNesse meu penar

Apesar de vocêAmanhã há de serOutro diaInda pago pra verO jardim florescerQual você não queriaVocê vai se amargarVendo o dia raiarSem lhe pedir licença

E eu vou morrer de rirQue esse dia há de virAntes do que você pensa

Apesar de vocêAmanhã há de serOutro diaVocê vai ter que verA manhã renascerE esbanjar poesiaComo vai se explicarVendo o céu clarearDe repente, impunementeComo vai abafarNosso coro a cantarNa sua frenteApesar de vocêAmanhã há de serOutro diaVocê vai se dar malEtc. e tal

CHICO BUARQUE

Escrita e composta originalmente por Chico Buarque, “Apesar de Você” é um dos temas que marca o tropicalismo brasileiro, sendo apontada como um dos hinos de protesto contra a ditadura militar que se instalou no país entre 1964 e 1985. Tendo como tema central implícito a falta de liberdade, a canção foi alvo de censura pelo governo do general Amílio Garratazu Médici. A música será um dos temas a incluir no próximo disco do Povo, que apresentará a actual fadista residente Sofia Ramos. A gravação contará com a participação especial de Luanda Cozetti.

Page 33: REVISTA POVO . NOV 2014

33

Page 34: REVISTA POVO . NOV 2014

34

EVENTOS

Page 35: REVISTA POVO . NOV 2014

35

EVENTOS

Page 36: REVISTA POVO . NOV 2014

36

LANÇAMENTO DISCO DO POVO: MIGUEL CAMÕESA colaboração entre Miguel Camões e João Cabrita para ouvir aqui: http://www.youtube.com/watch?v=tno5q5Ygrnw

Page 37: REVISTA POVO . NOV 2014

37

LANÇAMENTO DISCO DO POVO: MIGUEL CAMÕESA colaboração entre Miguel Camões e João Cabrita para ouvir aqui: http://www.youtube.com/watch?v=tno5q5Ygrnw

Page 38: REVISTA POVO . NOV 2014

38

Page 39: REVISTA POVO . NOV 2014

39

NOITE SIDÓNIOPEREIRA

Há cerca de três anos, quando Inês Pereira, a primeira fadista residente, entrava no Povo, inaugurava-se um projecto que previa a criação de um espaço onde jovens vozes pudessem experimentar-se enquanto artistas, músicos e fadistas. A ideia, nascida no seio da CTL - Cultural Trand Lisbon cedo seria abraçada pelo virtuoso guitarrista Sidónio Pereira que, desde o dia 1, assumia as despesas de ser um dos timoneiros do período formativo. Centenas de noites depois, são já dezasseis as edições que nasceram destas noites de Fado do Resaturante do Cais do Sodré, em número igaul de vozes. Hoje, o desafio tornou-se numa “brincadeira” séria e o Povo conquistou espaço entre os lugares que se querem de preservação da música Património Mundial. Uma preservação que ser quer actual, em constante diálogo com o Portugal de hoje. É esta a memória que queremos manter viva nas Noites Sidónio Pereira,onde reunimos fadistas ex-residentes em torno de uma mesa, promovendo a troca de ideias, experiências e conhecimento.

QUA . 5 NOV . 21H30

Page 40: REVISTA POVO . NOV 2014

40

NOITE FADOS DO BRASIL

Page 41: REVISTA POVO . NOV 2014

41

NOITE FADOS DO BRASIL SOFIA RAMOS: http://youtu.be/PPk9z1UbSZUSOFIA RAMOS & LUANDA COZETTI: http://youtu.be/Zem2ptMG1Wk

Page 42: REVISTA POVO . NOV 2014

42

GAS TRO NO MIA

Page 43: REVISTA POVO . NOV 2014

43

GAS TRO NO MIA

Page 44: REVISTA POVO . NOV 2014

44

O Outono sempre foi a minha estação favorita, a melancolia pós-verão, os dias quentes e as noites frias, a magia do S.Martinho e o cheiro a castanha assada no ar.Na pequena aldeia do concelho de Rio Maior onde cresci, havia uma tradição no dia de todos os santos, celebrado a 1 de Novembro. Nesse dia todas as casas da aldeia tinham porta aberta e a mesa posta - e diga-se bem composta: regada da primeira água pé e de vinho abafado (uma fermentação de vinho e aguardente). Depois de iniciado o repasto, a aldeia dividia-se em 3 grupos, crianças, jovens e adultos. As crianças eram as primeiras a visitar as casas, comiam e pediam o famoso pão-por-Deus, ao início da tarde começavam os jovens e, por fim, os adultos. No caso destes últimos, mandava a tradição que o percurso por entre as casas fosse feito para comer e beber à vontade, mas, caso os excessos os fizessem cair

de bêbados, tinham de pagar tudo o que comeram nas casas anteriores…

O conjunto destas pequenas histórias e tradições que cada aldeia tem fazem um legado intemporal que nos marca enquanto Povo e que é importante preservar.

A minha sugestão este mês é que desfrute um pouco deste espírito, compre umas castanhas e asse-as, regue-se com um bom vinho abafado e passe um serão caseiro na companhia de quem mais gosta,

Coma e seja Feliz!

Fábio Paixão Silva

Outono, São Martinho.. Castanhas e vinho...

COM FÁBIO PAIXÃO DA SILVA

Page 45: REVISTA POVO . NOV 2014

45

Page 46: REVISTA POVO . NOV 2014

46

Page 47: REVISTA POVO . NOV 2014

47

MEXILHÕES À

MARINHEIRO

PETISCO DO MÊS

Petisco para 4 pessoas:

1kg de mexilhão2 cebolas em meias luas2 dentes de alho picados1 copo de vinho branco1 fio de azeite1 colher de sopa de salsa picadaSumo de meio limão

NOTA: Os mexilhões são o marisco mais sustentável do planeta, à em abundancia um pouco por todo lado, escolha os médios e pesados.

. Lave e raspe as algas da casca com uma faca;

. Refogue a cebola e o alho em azeite, refresque com vinho branco e deixe cozinhar a cebola;. Adicione os mexilhões, tape e deixe cozinhar até estarem todos abertos. Tempere com umas gotas de sumo de limão.

Coma e seja feliz!

Page 48: REVISTA POVO . NOV 2014

48

IRISHCOFFEE

BEBIDA

40 ml de Whiskey 75 ml de café amargo

30 ml de creme de leite fresco1 colher de chá de açúcar mascavado

O Irish coffee é um cocktail que é muito fácil de ser preparado. Basta misturar o Whiskey com o café e o açúcar e depois acrescentar o creme de

leite sobre a bebida.

Page 49: REVISTA POVO . NOV 2014

49

Page 50: REVISTA POVO . NOV 2014

50

Page 51: REVISTA POVO . NOV 2014

51

BOCHECHA DE PORCO ESTUFADA

RECEITA

Petisco para 4 pessoas:

8 bochechas de Porco2 cebolas em meias luas2 dentes de alho picados1 cenoura ás rodelas1 molho de tomilho pequeno4 tomates em quartos1 fio de azeite2 copos de vinho do porto2 copos de vinho tinto1 copo de brandySal e pimenta

Preparação:

. Tempere as bochechas com sal e pimenta;

. Coloque um tacho ao lume com azeite bem quente e marque as bochechas muito bem de um lado e de outro, retire as bochechas e na mesma gordura refogue muito bem os legumes;

. Volte a colocar a bochecha no tacho, adicione o brandy e flambeie, adicione os outros vinhos e o tomilho. Deixe cozinhar em lume brando tapado cerca de 3 horas, ou até se estar a desfazer, retire as bochechas, coe o molho e sirva com o mesmo.

Coma e seja feliz!

Page 52: REVISTA POVO . NOV 2014

52

POVO LISBOA . NOV . 2014AGENDA

01 . SAB . 00H00 DJ FRANCISCO VÉSTIA . DJSET

WEEK 1

NOVA EDIÇÃOREVISTA DO POVO

A SER LANÇADA A 15 DE NOVEMBRO

03 . SEG . 22H00 POETAS DO POVO: POESIA E MALDIÇÃO

WEEK 2

02 . DOM . 21H30 . 22H30 . 23H30 SOFIA RAMOS . FADO

12 . QUA . 21H30 . 22H30 SOFIA RAMOS . FADO

04 . TER . 21H30 . 22H30 SOFIA RAMOS. FADO

05 . QUA . 21H30 . 22H30 NOITE SIDÓNIO PEREIRA

06 . QUI . 21H30 . 22H30 MARTA ROSA . FADO

WEEK 3

10 . SEG. 22H00 POETAS DO POVO: POESIA E PINTURA

11 . TER . 21H30 . 22H30 SOFIA RAMOS . FADO

08 . SAB . 00H00 FRANCISCO VÉSTIA . DJSET

07 . SEX . 00H00 FRANCISCO VÉSTIA . DJSET

09 . DOM . 21H30 . 22H30 . 23H30 SOFIA RAMOS . FADO

13 . QUI . 21H30 . 22H30 MARTA ROSA . FADO

Page 53: REVISTA POVO . NOV 2014

53