revista noize #23 - maio de 2009

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Twittando Clipes, Copacabana Club, Madame Mim, Jazz 1959, Eurotrip Records, Luis Fernando Verissimo, Porcas Borboletas, David Lynch

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Page 1: Revista NOIZE #23 - Maio de 2009
Page 2: Revista NOIZE #23 - Maio de 2009

EDITORIAL | Os AnOs DA ORIgInALIDADE

A hIsTóRIA DA músIcA é chEIA DE ALTOs E bAIxOs. DEpEnDEnDO DO sEu gOsTO pEssOAL, Os ALTOs pODEm sER Os bAIxOs E vIcE-vERsA. mAs, sEm ImpORTAR quALquER TIpO DE vALORIzAçãO, é InEgávEL quE cERTOs AnOs sãO EspEcIALmEnTE AbunDAnTEs Em OfERTAs ORIgInAIs. sãO Os cumEs DEpOIs DO AcúmuLO, quAnDO REfERêncIAs E InfLuêncIAs DIvERsAs sãO sInTETIzADAs Em um nOvO gênERO. fAz muITO TEmpO, é cLARO, quE nãO sE vê InEDITIsmO nA músIcA Em TERmOs EsTéTIcOs. mAs A ORIgInALIDADE EsTá Lá – ALIás, há quEm DIgA quE A ORIgEm DA pALAvRA “ORIgInAL” REmETE à “cópIA”, E, nãO pOR AcAsO, Os EscRITOREs, quAnDO DãO AOs EDITOREs umA cópIA DE sEus LIvROs, DIzEm quE vãO “EnTREgAR Os ORIgInAIs”. é cERTO quE 1967, 1977 E 1991 fORAm AnOs DEfInITIvOs pARA O ROck. muITOs DEscOnhEcEm, pORém, O vAsTO LEgADO DEIxADO pOR 1959 nA músIcA, pELAs mãOs DE muITOs nEgROs E ALguns bRAncOs nORTE-AmERIcAnOs quE DERAm guInADAs pARA váRIOs LADOs nA hIsTóRIA DO jAzz. é sObRE IssO quE A nOIzE #23 DIscORRE Em suA mATéRIA DE cApA. AInDA Em TERRAs EsTRAngEIRAs, nOssO DIRETOR DE ARTE TRAz fOTOs bAcAnAs DO munDO musIcAL Em AmsTERDAm E bRuxELAs. vIAjAnDO um pOucO mAIs, umA mATéRIA sObRE vIDEOcLIpEs Em fORmATO DE TwITTER, pARA quEm AInDA TORcE O nARIz pARA A REDE sOcIAL mAIs fALADA DO mOmEnTO vER cOmO A bRIncADEIRA funcIOnA bEm. E Em TERRA bRAsILLIs, umA EnTREvIsTA cOm Os cuRITIbAnOs DA cOpAcAbAnA cLub E um EnsAIO DE mODA cOm A EfusIvA mADAmE mIm fAzEm O pEsO ELEcTRO EquILIbRAR A bALAnçA DA músIcA nA nOIzE DEsTE mês.

pERcA-sE EnTRE As pRóxImAs págInAs.

ExpEDIEnTE_

cApA_ guILhERmE DIETRIch

DIREÇÃO: kEnTO kOjImA pAbLO ROchA RAfAEL ROchA

COMERCIAL: pAbLO ROchA [email protected]

DIREçãO DE ARTE: RAfAEL ROchA [email protected]

DEsIgn:DOugLAs gOMEs [email protected]

AssIsT. DE cRIAçãO:cRIsTIAnO TEIxEIRA [email protected]

EDIÇÃO: fERnAnDO cORRêA [email protected]

REDAçãO: cAROLInA DE mARchI [email protected] jOAnA AvELLAR [email protected] RADAELLI [email protected]

REvIsãO: JOÃO FEDELE DE AzEREDO [email protected] [email protected]

AssEssORIA DE cOmunIcAçãO: vALEnTInE [email protected]

pLAnEjAmEnTO: jADE [email protected]

DIsTRIbuIçãO: fRAncIscO [email protected]

FOTOgRAFIA: fELIpE nEvEsTATumARcO chApARRO

nOIzE Tv: bIvIsjOhnny mARcO vIcEnTE TEIxEIRARODRIgO [email protected]

NOIzE.COM.BR: LARIssA [email protected]

cOLAbORADOREs:cEsAR schAEffERgAbRIEL REsEnDEmELy pAREDEsWLADIMyR CRuzcARLOs EDuARDO LEITEEDuARDO DIAsLucAs TERgOLInAfELIpE guImARãEs

sAmIR mAchADOARTuRO gARzIERAhugO mOnRARROyOsEDuARDO guspE mOvE ThAT jukEbOx:ALEx cORREAmARçAL RIghInETO RODRIguEswww.movethatjukebox.com

ANuNCIE NA NOIzE: [email protected]

AssINE A NOIzE: [email protected]

AgEnDA: shOWs, FEsTAs E EvENTOs [email protected]

pOnTOs:fAcuLDADEscOLégIOscuRsInhOsEsTúDIOsLOjAs DE InsTRumEnTOsLOJAs DE CDsLOJAs DE ROupAsLOJAs ALTERNATIvAsAgêNCIAs DE vIAgENsEscOLAs DE músIcAEsCOLAs DE IDIOMAsBAREs E CAsAs DE shOWshOWs, FEsTAs E FEIRAsfEsTIvAIs InDEpEnDEnTEs

TIRAgEM: 30.000 ExEmpLAREs

cIRcuLAçãO nAcIOnAL

sE vOcê nãO

gOsTOu DA nOIzEpAssE

ADIAnTE

nOIzE #23 // AnO 3 // mAIO ‘09

cOnTEúDO_LIfE Is musIc // LEIA IsTO // nEws // bAnDAs quE vOcê nãO cOnhEcE // OnLInE // mOvE ThAT jukEbOx // cLIpEs TwITTA-DOs // EuROTRIp REcORDs // jAzz ‘59 // cOpAcAbAnA cLub // vIzupREzA // ffw & REw // mADAmE mIm // REvIEws // cInEmA // InTERnET // shOws // fOTOs // jAmmIn’

Os anúncios e os textos assinados são de responsabilidade de seus autores e não refletem

necessariamente a opinião da revista.

assine anoizenoize.com.br/assinatura

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Page 5: Revista NOIZE #23 - Maio de 2009

“Sempre gostei muito de

música, principalmente de

jazz. Quando moramos nos

EUA, em 1953, decidi tocar

sax, só para poder brincar

de jazzista. Eu conto com

um certo orgulho que eu vi

tocar o Charlie Parker com o

Dizzy Gillespie em 54, pou-

co antes da morte do Parker,

em 55. Eu tinha 17 anos,

nem sei como entrei no bar.

O show da minha vida foi a

primeira vez que vi tocar o

Louis Armstrong, meu músico

preferido na época.”

[+] Assista ao making of em noize.com.br/making-of-lfv

NOME_ Luís Fernando VeríssimoPROFISSÃO_ Escritor e jornalistaUM DISCO_The Bird you never heard | Charlie Parker

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Leia isTole

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“Quando vejo o Jonas Brothers na capa da Rolling Stone, me pergunto como é que nós al-cançamos o nível de notorieda-de que temos: aquilo de que os microcosmos do rock gostam tem realmente pouco a ver com o que a gente faz.”

David Sitek | TV on the Radiow

“Se todo o artista tem alguma coisa, a minha vai ser o meu talento. Essa é a raridade. O meu nicho é o do cara mais talentoso de todos. Não é a minha cara, nem o que eu visto. Você vai me vender como o cara que manda muito bem sempre.” Lil Wayne | Se garantindo.

“Sempre achei que oS pirataS eram oS roqueiroS do Sécu-lo 18. em amboS oS caSoS, o mito chega anteS deleS. eleS eStão em to-daS aS bocaS meSeS anteS de aportar.” Johnny Depp

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“É divertido se machu-car no palco – existe um apelo nostálgico de punk rock nisso.” Kaern O. | Yeah Yeah Yeahs

“Seria realmente excitante trabalhar

com Paul”

Bob Dylan

X

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_LIL WAYNE, tv on the radio, css , mike tyson

“Por que todo mun-do acha que sabe cantar hoje em dia? É tão arrogante.”Neil Tennant| Pet Shop Boys

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redor.”

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es, claro.

“Kind of blue Soa como Se tiveSSe Sido gravado no paraíSo” Jimmy Cobb, na matéria de capa desta edição.

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“Chris Brown é só um bebê.”Mike Tyson| Papai

“Nossa música fala por si, apesar de o hype criado em torno da gente ter sugerido o contrário.” ANA REZENDE | CSS

noize.com.br7

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Nos dias 17, 18 e 19 de abril, em meio ao deserto norte-americano, uma celebração à música fez os olhos de todo o mundo se voltarem para as areias quentes de Indio. O Coachella 2009, um dos maiores festivais de música do mundo, reuniu em três dias de atrações um line up de peso. Com cinco palcos simultâneos e mais de 100 bandas, ficava difícil decidir para onde ir.

No dia 17, quem chamou atenção foi o Thing Things, em um show cheio de energia. No palco principal, o eterno Smith Morris-sey disparou “Eu sinto cheiro de carne quemiando e espero por Deus que seja humana”. Entre sucessos do passado, ativismo e músicas do novo álbum, Morrissey agradou. Em seguida, foi a vez de Paul McCartney comover. Em um show de três horas, tocou clássicos absolutos dos Beatles, homenageou John, George e sua falecida esposa Linda.

No sábado, 18, deu pra conferir The Killers em um show repleto de efeitos visuais, e o TV on The Radio fez a apresentação mais impressionante do dia, reunindo uma multidão em frente ao palco principal. O domingo derradeiro teve no The Cure a grande atração. Antes deles, o Yeah Yeah Yeahs apresentou as músicas do novo álbum e o Friendly Fires fez o povo indie dançar. Apesar da tão falada crise econônima, o Coachella deste ano reuniu o terceiro maior público da história do festival. Uma galera que não se importa com o calor escaldante ou o bolso apertado, só com a música.

neWs

coachella rock city

pis

cou,

tem

nov

idad

e._coachella, arctic monkeys, glastonbury,

bjork, depeche mode

Michael O

rlasky

Page 9: Revista NOIZE #23 - Maio de 2009

__PATO FU PARA TO-DOS | O Pato Fu acaba de disponibilizar em seu site ofi-cial mais de 150 minutos de material exclusivo, incluin-do documentários, versões alternativas e videoclipes. Todo o conteúdo faz parte de um DVD disponibilizado online para ser assistido ou baixado gratuitamente. Os fãs podem conferir tudo em patofu.com.br/extra. Em comunicado no site, a banda afirmou que considera o ma-terial perfeito para a inter-net. Para aqueles que ainda têm algumas restrições com novas mídias e preferem ter o DVD em mãos, ele tam-bém está a venda na loja vir-tual do Pato Fu, pelo preço módico de R$ 15.

__NO FLASH, PLEASE | Amy Winehouse acaba de ganhar uma batalha judicial contra os paparazzi. Após ter visto sua vida se transformar em fonte diária de manche-tes para tablóides de todo o mundo, a cantora decidiu dar um basta na situação. Um juiz britânico ordenou que os fotógrafos da Big Pictu-res (uma grande agência de notícias da Inglaterra) estão proibidos de tirar fotos da cantora, seus familiares ou amigos dentro e fora de sua residência. Aliás, qualquer um que se arriscar a tirar fotos da Amy a menos de 100 me-tros de sua nova casa tem grandes chances de ser pro-cessado. Perigo, hein?

__ARCTIC MONKEYS | Segundo foi publicado em alguns tablóides britânicos, o Arctic Monkeys estaria passando por turbulências. A causa do desentendimen-to entre os membros da banda seria a namorada de Alex Turner. Alexa Chung teria pedido ao namorado e vocalista que fosse mo-rar com ela, nos Estados Unidos. Matt, Nick e Jamie obviamente não gostaram

5 Discos Para Se Ouvir Na Estrada:

_Au Revoir Simone - The Bird of Music_Gnarls Barkley - Odd Couple_John Lee Hooker - Burnin’_Bob Dylan - Modern Times_Lennon and Yoko - Double Fantasy

_Se você chega aos personagens de seus fil-mes pela meditação, não seria esta uma téc-nica perigosa de se utilizar?Não. Contar uma história feliz não traz felicidade. Você pode entrar num mundo perturbado e ainda as-sim sentir uma grande alegria interior. Um artista não precisa sofrer para mostrar sofrimento.

_ouca agora´

_Cibelle - White Hair :: Hanne Hukkelberg - Little Things :: Nico - Chelsea Girl :: Sharon Jones - 100 Days 100 Nights :: Joni Mitchell - Blue

muito da ideia. Finalizando seu terceiro álbum, o Arctic Monkeys perderia muito com a mudança do vocalista para outro continente. Apesar da “separação” só ser decidida após o fim das gravações, o clima está tenso entre os quatro rapazes. O The Sun até já comparou a situação ao declínio dos Beatles no final dos anos 60, após Yoko Ono começar a dar palpite. Será que é pra tanto?

ON THE ROAD | DAVID LYNCH Cineasta e Diretor

Reprodução

Divulgação

Divulgacão

noize.com.br9

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__SLASH | O ex-guitarrista do Guns N’ Roses (e atual Velvet Revolver) revelou em seu blog no MySpace que já tem quatro músicas prontas para seu álbum solo. Com produção de Eric Valentine, o novo trabalho de Slash vai contar com as participa-ções do ex-baixista do Jane’s Addiction, Chris Chaney, e do baterista Josh Freese. Ainda não há previsão para o término das gravações.

__DEPECHE | Eles vêm. Já estão no site oficial do Depe-che Mode as datas confirma-das da turnê da América Lati-na com passagem pelo Brasil. Com início no dia 10 de maio, a Tour of the Universe 2009 vai chegar ao Rio de Janeiro dia 22 de outubro, e em São Paulo, 24 do mesmo mês. Os ingressos estarão disponíveis para pré-venda online a par-tir de 25 de julho.

__BJöRK | Está previsto para junho o lançamento mundial do pacote Voltaic, da islandesa Björk. A novidade chega com a proposta de transformar o último traba-lho, Volta (2007), em dois CDs e dois DVDs que vão incluir material ao vivo da turnê. A ideia é um conglomerado

__GLASTONBURY PARA TODOS | A organização do fes-tival inglês Glastonbury anunciou para próxima edição, de 24 a 28 de junho, um palco especialmente desenhado para defi-cientes físicos. Isso é resultado de uma parceria com o Club Attitude, organização inglesa que busca melhorar o acesso a shows para pessoas que apresentem algum tipo de deficiência. A estrutura do evento vai contar com rampas para cadeiran-tes e especialistas em linguagem de sinais. Também rola nesta edição uma rave projetada especialmente para surdos. Achou estranho? O DJ Chinaman (surdo desde a infância) comandará os sets que são baseados na vibração emitida por sons de Bob Marley, Grateful Dead, Jimi Hendrix

NEWS

de opções diferentes, com remixes e vídeos tirados de alguns shows de 2007 e 2008. Em três opções: Standard, Deluxe e Vinil Deluxe—os fãs vão enlouquecer. O material vai contar com gravações de shows em Paris e Reykjavík, clipes temáticos e até a famo-sa performance ao vivo nos estúdios London Olympic.

Arte

Divulgação

Divulgação

Divulgação

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Thiago Pethit é certamente uma das coisas mais bacanas da invasão folk no Brasil. O paulistano é dono de uma capacidade ímpar de fazer o folk soar como MPB com ares de ineditismo. Isso, é claro, quando canta em português, já que ele faz eco ao grande número de brasileiros que, finalmente conseguem cantar em inglês e ser respeitados as-sim, universalizando sua música mais do que a vastamente aceita e reverenciada música brasileira seria capaz.A música de Pethit brinca com os tem-pos da valsa, que ele diz serem seus prediletos. As melodias e os bandone-ones remetem, em muitas das canções, ao Beirut. Mas denunciam também as influências tangueiras, dos tempos que o cara passou em Buenos Aires (qua-se um ano) estudando e imergindo no ritmo portenho e nas aulas de canto e composição.

O repertório necessário para alimentar sua usina musical, Thiago Pethit traz da infância. “Aos 6 anos fui ilustrador, aos 10 eu era crítico de cinema, assistia de Hitchcock a Fellini e escrevia minhas anotações num caderninho. Com 12 escrevia contos sobre os bailes de car-naval dos anos 40. Tudo guardadas suas devidas proporções!”, contou em re-cente entrevista para o blog Don’t Touch my Moleskine. Pethit diz que sua preocu-pação primeira, depois de perceber que gostaria de cantar, era em como fazê-lo. Assim, deve estar em uma constante procura, sem destino nem caminhos definidos. Enquanto isso, vai tateando - e, até agora, tem acertado.Escute: O novo single, “Fuga nº 1”. A bela “Birdhouse”, que soa como um Nick Drake brincando de circo. “The Souvenir Song”, porque é uma bela canção.

bandas que vocenao conhece mas deveria conhecer_

thiago pethit

Ariel M

artini

Origem:Reino Unido

Som:Pegue o folk cheio de

harmonias da banda acima e adicione uma pitada eletrônica. É o que faz belamente o líder da SAC em cima de

uma cadeira de rodas.

Escute:City rooftops, This will be my dream

myspace.com/spaceshipsarecool2

Origem:Belo Horizonte, Brasil

Som:Baixo, bateria e vocal

de Jello Biafra. É só do que precisa o THKP

para fazer uma mistu-ra diferente de electro com textura roqueira,

sem frufrus.

Escute:Art Nouveau, Threat detected, Ferris wheel

myspace.com/thkproject

hELL’s kITchEn pROjEcT

spAcEshIps ARE cOOL

Origem:Filadélfia, EUA

Som:Backing vocals angeli-cais e apaziguadores,

temas bucólicos, e vozes “zombieteiras”.

Perdido em algum lugar entre o folk-rock sessentista e o rock progressivo.

Escute:The old days, The breeze, The ark

myspace.com/drdog

DR. DOG

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O Minitel Rose já começa interessante: na página do myspace, a descrição dos integrantes do grupo diz que Raphael voa, Romain anda de motocross e atira com armas a laser, e Quentin é o responsável pela parte musical da banda. O trio de franceses, vindos do futuro e nascidos em Nantes, é influenciado pela passagem da década de 70 para os anos 80. O nome do grupo faz uma referência à criação do cybersexo com o Minitel, serviço de videotexto muito popular na França dos anos 80 e ainda relativamente presente na cultura do país. Outra coisa bacana a ser levada em conta é o coletivo musical do qual os caras fazem parte, o Valerie. Segundo eles, a iniciativa ainda não é um selo de gravadora por falta de verba, mas já conta com o que há de mais legal em matéria de música francesa, como o Les Enfants Terribles e o Dièse. À parte da

minitel roseaura de esquisitice futurística, o som lembra o melhor de bandas como Daft Punk e New Order. Os remixes são muito competentes: a versão de “Gallery Piece”, do Of Montreal, ficou durante três semanas no Ausfarht-20, chart list que clama ser a primeira totalmente independente a ser criada. Escute: Os remixes de “Another Brick on the Wall”, do Pink Floyd, e de “Sunny Afternoon”, do Kinks, são viajandões e dançantes – mistura perfeita entre os anos 1970 e 1980. Mas é em The French Machine, primeiro álbum da banda, que se acham algumas músicas bastante interessantes para os fãs do electro, do new wave e de tudo o que é oitentista: “When I Was Punk” e “Continue” merecem status de hit nas melhores pistas de dança da Capital.

bandas que vocenao conhece mas deveria conhecer_

Divulgação

Origem:Rep. Dominicana e NY

Som:Aposta de Diplo, filha de DJ e com um gingado latino

contagiante, Maluca faz um merengue acelerado, com batidas que

não deixam ninguém parado. Tente você!

Escute:El Tigeraso, em três versões diferentes

myspace.com/malucamala

Origem:Florianópolis, Brasil

Som:O Superpose não

poupa barulhinhos bons no seu electro pop, com pegada e

acento da Ilha na voz bonita de Paula Felitto.

Escute:The queen of the night, Sometimes, Raver loving

myspace.com/superpose

supERpOsE

mALucA

Origem:Belfast, Reino Unido

Som:Nas palavras do cara,

“há dois tipos de música, boa e ruim,

sou influenciado por ambas 50/50”. O que deve a Leonard Cohen,

Foy Vance paga, e paga bem.

Escute:Homebird, Paradise, Indiscriminate act of kindness

myspace.com/foyvance

FOY VANCE

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__Duo roqueiro estabe-lecido em Porto Alegre, com várias tours inter-nacionais na bagagem, Paula é ex-De Falla e Penélope; Chris é ex-

Leela e Jimi James.

myspace.com/canjaraveoficial

_CANJA RAVE

NOIZE diz: aê, rapaziada! por que o nome canja rave?Canja Rave diz: o nome tem a ver com opostos, contrastes, do 8 ao 80. toma canja e vai pra rave! masculino e feminino...NOIZE diz: e sendo uma dupla, quais as referências que cada um leva pro som?Canja Rave diz: como nós dois tivemos experiências em outras bandas, claro que temos nossas influências individuais. Eu, Paula, como baterista, sempre ouvi os clássicos Led Zeppelin, Beatles...mas a cada dia prefiro sonorida-des mais simples e diretas como Ramones por exemplo. O Chris, como baixista teve muita influ-ência de Jazz e bossa-nova e leva essas harmonias para a guitarra, embora de forma simples e às vezes até punk.NOIZE diz: vocês dois eram de bandas “completas”, o que é mais difícil de se adaptar ao num duo?Canja Rave diz: no início tivemos que aprender a tocar nesse formato...mas como os dois fazem mais de uma função, como cantar e tocar podemos trabalhar com 4 elementos. o fato do Chris ter cérebro de baixista, a guitarra tem sonorida-de mais grave e preenche mais o som. e os “buracos” fazem parte desse conceito. e o bom é q tudo é mais rápido: as facilidades para viajar, as “reuniões” de banda hahahahaNOIZE diz: vocês são uma banda bem viajada, de onde sai tanta viagem?Canja Rave diz: na verdade a internet proporciona essas coi-sas hj em dia... estamos ligados o que acontece no mundo queren-do mostrar a nossa música para todos que tiverem interesse em

conhecê-la e tem havido muito interesse em relação a Canja Rave no exterior.NOIZE diz: parece que os gringos atualmente apreciam mais o rock em português do que os próprios brasileirosCanja Rave diz: com certeza! eles adoram a sonoridade da nossa língua. e nós achamos mais interessante do que fazermos algo igual ao que eles sabem fazer e muito bem feitoNOIZE diz: vocês foram para o south by southwest, certo? como foi a experiência e a recepção lá?Canja Rave diz: foi incrível!! fomos com o apoio do MinC, a receptividade foi ótima... os gringos tem curiosidade em conhecer bandas novas, com sonoridades que lhe pareçam di-ferentes... tocamos em 2 shows oficiais, tivemos a oportunidade de tocar com bandas de vários lugares do mundo e o SXSW está rendendo até hj pra nós.NOIZE diz: e a gravação com o jim diamond surgiu no sxsw? como foi?Canja Rave diz: não, surgiu na tour que fizemos em julho de 2008, adoramos Detroit e temos muita afinidade com essa cidade, com a sonoridade das bandas que vem de lá. o JIM, além de ter curtido o som, achou ótimo ter uma banda brasileira em seu currículo... gravamos no estúdio dele em Detroit... foi a gravação mais rápida que fizemos na vida!! a idéia é gravar em seguida todo o segundo disco lá.NOIZE diz: e a quantas anda esse segundo disco?Canja Rave diz: as músicas já estão prontas, faltam algumas letras e arranjos. A idéia é lançar no ano que vem, pois achamos

que ainda temos que trabalhar esse primeiro disco que saiu em julho de 2008.NOIZE diz: sim, e sobre o single Badango, tem esse clima texano, ela surgiu um pouco no clima da viagem?Canja Rave diz: hehehe, voce acha? sim, tem a ver com uma gíria interna nossa e dos nossos amigos de Detroit. bah do nosso gaudério e Dango de Damn Good, uma gíria de Detroit. todos lá em Detroit agora falam BaDango!!! Hahahaha.NOIZE diz: e onde entra a mão do jim diamond na Badango?Canja Rave diz: a sonori-dade...descrevemos como gostaríamos que ficasse o som e o cara fez, pois o arranjo já estava pronto.NOIZE diz: e agora vocês já estão se aprumando pra ir pra a inglaterra, certo?Canja Rave diz: sim!! fomos a única banda do Brasil convida-da!! serão mais de 400 bandas no LIVERPOOL SOUND CITY e teremos 2 shows oficiais nova-mente. já estamos conhecendo a cena de vários países e ficando conhecidos por eles tbNOIZE diz: e só para finalizar, que mais tem mantido a canja rave ocupada e quais os planosCanja Rave diz: o que mais tem nos mantidos ocupados é nosso novo blog www.canjarave.com, os arranjos das músicas novas, os projetos que tentamos aprovar para apoios para as viagens

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Page 18: Revista NOIZE #23 - Maio de 2009

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om_WILCO E FEIST, GAEL GARCIA BERNAL,

JULIAN PLENTI

__WILCO, FEIST E O áLBUM | A faixa “You and I”, presente no sétimo álbum de estúdio do Wilco, intitulado Wilco (The Album), contará com uma participação vocal da canadense Feist. E não para por aí. A cantora toca percus-são em “The Jolly Banker”, cover do íco-ne folk Woody Guthrie. A música está disponível para download no site oficial do Wilco e faz parte de uma campanha para conseguir doações à fundação que preserva o trabalho de Guthrie.

__JULIAN PLENTI | Paul Banks, vo-calista do Interpol, está para lançar seu primeiro álbum solo. Intitulado Skys-crapers, contará com algumas faixas novas e outras compostas há mais de dez anos, todas inéditas. Curiosamente, Banks lançará o disco sob o pseudôni-mo Julian Plenti, que já é utilizado há tempos por ele em suas composições solo. O álbum, que segundo Paul soará “sexy”, tem previsão de lançamento nos EUA para o dia 4 de agosto.

__SOLTA A VOZ, GAEL! | Está para sair a trilha sonora de Rudo y Cursi, fil-me mexicano que já é a quinta maior bilheteria nacional da história do país. Com Gael García Bernal e Diego Luna como protagonistas, o filme retrata a vida de dois irmãos jogadores de fute-bol, que são tirados de seu vilarejo para jogar nos grandes clubes do México. A boa trilha conta com nomes como De-vendra Banhart e Black Lips em versões de canções regionais mexicanas, e até Gael cantando um cover em espanhol de “I Want You To Want Me”, dos ame-ricanos do Cheap Trick. O lançamento virtual ocorre em 19 de maio, enquanto a versão física sai em 9 de junho. Vale a pena conferir.

_One For the TeamMesmo com dois discos lançados, o

One For The Team é um grupo difícil de ser encontrado. Formado em 2005,

o quinteto—constituído por uma formação instrumental usual para o

indie-rock—nunca tocou em grandes palcos, nunca lotou shows e nem fez

sucesso com a crítica, mas é bacharel em excelência musical, inspirando-se

principalmente no The Shins.Isso se comprova no último EP da banda, Build a Garden, que é recheado de duetos de Ian Anderson e Grace Fiddler, a única

moça da banda. O som funciona como um Matt & Kim menos eletrônico, um

Los Campesinos! menos punk. O clima é bem indie, com oohs, guitarras simples, leves e uma pegada Arctic Monkeys lo-fi

na bateria.Da próxima vez que for acampar, leve

um violão e as letras do Build a Garden para cantar ao lado da fogueira. O clima

é perfeito.

Oasis x Radiohead: Qual foi o melhor show?

_Radiohead_Oasis

_Os dois foram ótimos_Não fui a nenhum dos shows/

Prefiro não opinarvote em movethatjukebox.com

_Resultado da Enquete de AbrilNa sua opinião, quem fez a melhor versão de “Womanizer” até agora?

_Franz Ferdinand 53% _Lily Allen 29%

_The Teenagers 7% _The All-American Rejects 7%

_Ladyhawke 4%

moving

enquete

Divulgacão

Divulgação

Divulgação

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mj8 Os videoclipes inventaram uma nova linguagem. A que surge da imagem e da música juntas, aquela força que antes só se vivenciava assistindo a shows. Se você não lembra, não acompanhou ou não sabe que maravilhas são estas que o mundo dos music videos reserva, eis uma boa oportunidade de compreender essa história. Se antes era preciso assistir a

canais de música para ver os clipes, agora uma boa forma de chegar a eles é buscar na instantaneidade do Twitter+1.

Lendo essa matéria na web, todos vídeos citados estarão a um clique do mouse+2.

[+1] De toda a ferramenta de Internet, o Twitter extraiu alguma coisa. O Twitter é democrático: não se precisa de amigos para ter um filtro de coisas boas para ouvir, assistir, ler, conhecer. Basta seguir pessoas.Por isso, o Twitter é tão bom para falar de música: é uma comunidade, um amigo pronto para recomendar coisas boas, um canal de comunicação com os artistas. Tudo pode repercutir, tudo tem voz para tanto. Não é fofoca repetir o que um desconhecido falou em seu twitter - é passar uma mensagem adiante.

[+2] Acessando noize.com.br, todos links e Twitters desta matéria são clicáveis.

mj8 E daí teve a mania de todo mundo virar super-herói, a Britney tinyurl.com/breaktheicebrit, a Madonna tinyurl.com/musicmadonna...

nandoco Tentação na qual todos artistas de apelo pop acabaram caindo em algum momento da carreira. Lembram do Go-rillaz? Já nasceram desenho para não preci-

sar virar desenho depois... tinyurl.com/19-2000

mj8 ...Como não podiam tocar em todos os lugares que a beatlemania pedia, gravavam ví-deos tocando suas músicas. Os caras sempre foram ligados à imagem, pioneiros em virar de-

senho animado, em Yellow Submarine. tinyurl.com/yellowsubea

mj8 Os inventores do vídeo clipe como o conhecemos foram os Beatles, os mesmos que criaram mais uma serie de coisas da música de hoje...

rafarocha_ Acho que foi o @TonyFlow... não! Foi o Flea que disse que Californi-cation foi o único clipe além de Give It Away (tinyurl.com/giveitaway) que casou

perfeitamente música e imagem

mj8 Mas quem acertou mesmo foi o Red Hot Chilli Peppers. No clipe de Californi-cation os caras viram personagens de um videogame que todo mundo ficou louco

pra jogar na época tinyurl.com/californicationmakingof

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mj8 Outro clipe de animação que acer-tou no fim dos 90s foi Do The Evolution, do Pearl Jam tinyurl.com/dotheevolution e o Queens of the Stone Age se pintou

de vermelho, branco e preto em Go With the Flow tinyurl.com/gowiththeflow

mj8 Adoro a historinha estilo cinema mudo do Paralamas e da Fernanda Torres em Ela Disse Adeus tinyurl.com/eladisseadeus

mj8 Mas Breakout não era bem histori-nha, Hero tinyurl.com/ffmyhero e Everlong tinyurl.com/everlongff não eram engraça-dos, mas eram muito legais...de historinha

lindo é The Scientist - Coldplay tinyurl.com/thescientist

eduardokurt Uma das características legais dos 90s é que pela 1ª vez os clipes acompanhavam com mudanças estéticas as mudanças musicais da época.

revistanoize Movie Script Ending, do Death Cab for Cutie, também é uma his-torinha triste e linda. E reforçou a onda dos clipes em stop motion... tinyurl.com/

dcmovie o maior stop motion de todos é o do Orien Lavie - Her Morning Elegance tinyurl.com/stplavie

revistanoize O @eduardokurt é um diretores brazuca de clipes dos mais re-conhecidos. Alguns trabalhos do cara: tinyurl.com/cotidiano, tinyurl.com/penaporta,

tinyurl.com/algumlugar, tinyurl.com/phemp

rafarocha_ Ah, mas esse já entra na ca-tegoria clipes com historinhas. E daí os me-lhores são os do @FooFighters, que a ga-lera morria de rir, tipo Learn to Fly tinyurl.

com/learntofoo, Breakout tinyurl.com/breakfoo

andremonsev E é deles o personagem mais bacana, querido, simpático e famoso: o leiti-nho de Coffee and TV tinyurl.com/coffeetv

mj8 @nandoco Quem tava por trás do Gorillaz era o Graham Coxon, do Blur... aliás o Blur é das bandas mais criativas do britpop, são cheios de clipes legais como o

de Song 2 tinyurl.com/songtwo

mj8 O melhor personagem de clipe é a abelhinha de No Rain tinyurl.com/abelhinha do Blind Melon. Ela eternizou o único hit da banda. Nos brasileiros, o queridinho é

o gatinho do Gram tinyurl.com/gatogrameduardokurt Sempre reparei na dificul-dade dos fãs de associarem clipes aos dire-tores em vez de somente às bandas.

nandoco Virtual Insanity é do Jonathan Glazer, o mesmo de Street Spirit e Karma Police do Radiohead, e de The Universal do Blur, inspirado no Laranja Mecânica.

mj8 Jay Kay, do Jamiroquai, é o rei das danci-nhas. O chão em movimento de Virtual Insanity bem antes das esteiras do Ok, deixou a música mais clássica do que já era. tinyurl.com/jamirovi

mj8 Eu curto muito os clipes do Ok GO, aquele da coreografia nas esteiras todo mundo imitou depois. tinyurl.com/esteiras

albumdefamilia Mas o melhor clipe com coreografia sincronizada da história é Around the World do Daft Punk. tinyurl.com/aroundaft

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dooooug Lembrei de Jesus Negão do Hermes e Renato... eles têm os melhores clipes do mundo. E tinha os Piores, “olha pa-monha, olha o cural” tinyurl.com/pamonha

nandoco @mj8 Quem revolucionou não foram os Beatles, foi o Michael, que fez o caminho inverso... transformou clipe em fil-me, em superprodução. Tinha grana...

tigerlove Let Forever Be me lembrou o Gondry, que foi quem dirigiu muitos outros clipes ótimos. Olhem que legal isso aqui tinyurl.com/gondryetc

rafarocha_ Dos mais antigos, me apavo-rava com as crianças entrando no moedor de carne em Another Brick in The Wall tinyurl.com/pfthewall

mauriciobdel Eu amo os clipes da Feist, mas em I Feel It All o diretor deixou as téc-nicas cinematográficas de lado e apostou no sentimento tinyurl.com/feistfeel

tigerlove @mauriciobdel e o 1,2,3,4 da Feist que a Brastemp imitou descarada-mente? Comparem tinyurl.com/feist1234 e tinyurl.com/brastemp

cherrypaulie É incrível como bandas eletrônicas fazem clipes foda...Chemical Brothers tem Let Forever Be tinyurl.com/letforeverbe e Hey Girls Hey Boys tinyurl.

com/girlsboyscb que são duas obras primas...

mj8 Michael nada! Madonna e Björk sem-pre inovavam de alguma maneira...Não sei se prefiro a Madonna beijando um Jesus negro em Like a Prayer ou a Björk robô em

All is Full of Love tinyurl.com/allisfulloflove

mj8 Hey Girls Hey Boys entra na catego-ria #clipesassustadores... e o pai de todos é Thriler tinyurl.com/thrilermj , que tem a coreografia que todo mundo dança até hoje.

mj8 Um clipe que me deixa de cabelo em pé é Anthem for the Year 2000, do Silver-chair, bem na transição dó século. tinyurl.com/anthem2000

lailagarroni Exceção em termos de clipe de rap, Kanye West ta fazendo só clipes in-críveis, como o de Welcome to Heartbreak

apedrinha via @pontoeletronico Acabei de descobrir uma forma legal de assistir ví-deos tinyurl.com/yoouu , com o clássico do Dylan, Subterranean Homesick Blues.

mj8 Quando a MTV dava mais bola pra cli-pes... primeiro VMB, de 96, a Marisa Monte ganhou merecidamente com Segue o Seco tinyurl.com/segueoseco

mj8 Não! È Praise You tinyurl.com/praiseu do Fatboy Slim. É de morrer de rir as pes-soas dançando na fila do cinema.

eduardokurt O mais divertido é inven-tar algo idiota que você teve vontade de fazer a infância toda e a gravadora te dar 30 mil reias pra torrar nisso...

eduardokurt @nandoco Eu, sempre que começo um clipe, penso apenas no que dá pra fazer com o pouco dinheiro que costu-ma ter disponivel!

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BASEMENT RECORDS Localizada no porão de uma loja de skate, no centro de Amsterdam, a Basement Records foi funda-da em 1995 para suprir a comunidade do skate e do punk rock. Na época, não existiam lojas do tipo. Nowell, o proprietário, diz que começou a função no melhor estilo do it yourself. As paredes da loja são repletas de pôsteres de bandas punk e hardcore, e de compactos 7” em vinil, fetiches dos punk rock kids (eu não me segurei e comprei o 7” Seek and Destroy, do Metallica).

Procurando DisCos eM aMsTeRDaM e BRUXeLas

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JUKEBOX Em matéria de raridades, a loja mais animal que eu já vi. Tinha todos os picture discs do Metallica (aqueles com a arte impressa direto no vinil, como este Ride the lighting na página ao lado), o 10” duplo Amnesiac, do Radiohead, e muito, muito jazz. Imagine os discos que já passaram por ali. Segundo um guia de viagem, a loja é a maior referência em termos de velharias. Reza a lenda que o proprietário Jean Pierre guarda as verdadeiras obscuridades atrás do balcão, para compradores que vêm de outras partes do mundo.

CONCERTO O gerente Anthony diz que os anos de ouro da Concerto começaram em 1968, com o boom da swinging london (abaixo, a fachada e o interior da loja). Antes disso, a loja apenas alugava discos, difíceis de se conseguir até o início daquela dé-cada. A maior loja de discos de Asmterdam tem quase 60 anos e fica a três quadras da Basement. Da rua, parecem quatro lojas separadas, que, na verdade, são uma só. Vinil para todos os lados, de Beirut a João Gilberto. Diversos players e fones de ouvido para ouvir as bolachas na hora.

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DOCTOR VINYL Bruxelas possuía a maior densidade de lojas de música da Europa nos ‘80s. Apenas as verdadeiras sobreviveram, e a Doctor Vinyl é uma delas. A loja fornece discos e material para clubs famosos da Bélgica, como o Mirano e o Fuse.

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Era 1959 e tudo começava, mais uma vez, a virar de cabeça para baixo. Enquanto morria o primeiro humano vítima de HIV, a boneca Barbie, modelo asséptico de bele-za plastificada, vinha ao mundo. Os tibeta-nos, cansados de dez anos de dominação, insurgiam-se contra o governo comunista da China, enquanto os barbudos Ernesto Gue-vara, Camilo Cienfuegos e os irmãos Castro tomavam Havana a tiros e charutos. Mas era alguns kilômetros acima da ilha de Cuba que acontecia uma revolução que embargo algum poderia boicotar. Nos estúdios de New York e Los Angeles, o jazz via sua maleabilidade ser levada às últimas consequências por homens visionários, armados com criatividade e fee-ling inesgotáveis.

Diferentemente dos exemplos do Tibet e de Cuba, o movimento do jazz não foi no sentido de uma revolta contra algo instituído. Se Charlie Parker e Dizzy Gillespie já haviam mudado o rumo das coisas com as improvisa-ções velozes do bebop, seus sucessores apenas seguiram tocando a nau aos quatro ventos da experimentação. Au-xiliado pela popularização da televisão e pela ascensão da classe média, agora ávida por consumir cultura, o estilo viu sua metamorfose estética se consolidar, para todos os lados, em cinco obras seminais gravadas em 1959.

Com o rock ‘n’ roll chegando de mansinho, o jazz era uma das principais religiões e New York era a Meca. Com diversos clubs espalhados por suas ruas, como os históricos e ainda ativos Blue Note, Birdland e Village Van-guard, a megalópole era um dos únicos lugares no mundo

onde as noites eram pequenas demais para contemplar todo o circuito boêmio-cultural. A indústria da música estava só começando e os shows ainda não eram espetá-culos apoteóticos explorados a fundo pelo mercado. Era possível optar, numa terça-feira à noite, por jantar ao som do quinteto de Miles Davis, ou por ver Thelonious Monk enlouquecer ao piano algumas quadras longe dali.

Dos muitos templos nova-iorquinos, talvez o mais importante, naquele ano, tenha sido o Columbia 30th Street Studio. Situado no prédio de uma igreja grega or-todoxa abandonada, à sombra do Empire State Building, o estúdio começou a funcionar para a gravação de reper-tório clássico. As enormes salas comportavam orquestras inteiras, e a música erudita foi a primeira a saber apro-veitar a reverberação característica do espaço, favorecida pelo fato da construção ter sido feita, em grande parte, em madeira.

Mas não demorou para o jazz, como lhe é caracte-rístico, apropriar-se das contribuições da música clássica, e ninguém era mais suscetível a absorver influências - e deglutir a mistureba na forma de tendência - do que Miles Dewey Davis III. Dez anos antes, o ambicioso trompe-tista já tinha promovido a primeira grande virada desde o bebop, quando seu noneto, assessorado pelo maestro Gil Evans, lançou o cool jazz com seu Birth of the Cool. E às 14h30min do dia 2 de março de 1959, lá estava Miles no templo da 30th Street, acompanhado de seu sexte-to, prestes a exorcizar das mãos e pulmões dos músicos uma das obras mais fascinantes do século XX. O time que gravou a obra-prima da melancolia sob a tutela do trompetista era repleto de estrelas: o baterista Jimmy Cobb e o baixista Paul Chamber garantiam a consistência rítmica do grupo; o fraseado melódico de Julian “Cannon-

[+] Nas próximas páginas, fotos de Miles Davis em diversos momentos à época de Kind of Blue: com Bill Evans; com John Coltrane, Cannonball Adderley, e Bill Evans; com Jimmy Cobb e Miles descontraído no estúdio.

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ball” Adderley no sax alto e as improvisações selvagens de John Coltrane no sax tenor somavam-se à melancolia do trompete com surdina de Miles para compor a seção de metais; o piano de Bill Evans era o centro de gravidade em torno do qual Davis havia concebido a idéia do álbum. Tamanho era o cuidado com o álbum que Wynton Kelly, por ter uma pegada mais blues, foi escalado para tocar piano apenas na segunda faixa, “Freddie Freeloader”.

“Soa como se tivesse sido feito no paraíso”, diz Jimmy Cobb sobre Kind of Blue+1. Para além da fruição auditiva, o álbum perpetuou-se na história em razão das inovações que apresenta na estrutura de suas composições. Davis, alegando que as complexas mudanças de acorde do bebop inibiam a criatividade, resolveu fazer um álbum conceitual baseado nas contribuições do pianista George Russel, professor de Bill Evans, adotando um modelo que permitia improvisar longamente sobre escalas, ao invés de progressões de acordes pré-concebidas. Miles justificou muito bem a escolha por um modelo com tais características: “É um desafio ver o quão inventivo melodicamente você pode ser. Baseando-se em acordes, você sabe que ao fim de 32 compassos não há nada a fazer a não ser repetir, com pequenas variações, o que você acabou de tocar. [Com o modal] haverá menos acordes, mas infinitas possibilidades quanto ao que fazer com eles”.

Numa banda repleta de estrelas, talvez o destaque, principalmente na turnê de divulgação, tenha sido John Coltrane. Conforme depoimentos de espectadores da época, o tenor chegava a solar por 30 minutos e, quando terminava, se retirava do palco e deixava a banda tocando. E então lá estava Coltrane, sentado num sofá ao lado do banheiro, praticando baixinho alguma escala. A imersão no mundo do jazz modal deu-lhe substrato teórico para que sua incessante busca por novas sonoridades tomasse corpo na forma de seu fraseado inconfundível.

Como toda obra épica, Kind of Blue é cercado por foclore e mitologia. Ainda que tenha sido gravado com quase nenhuma orientação ou ensaio, a história de que todas as faixas saíram perfeitas no primeiro take é lenda. Foram duas sessões, uma de seis e outra de três horas, e somente “Flamenco Sketches” foi levada até o fim na primeira tentativa. Esta, no entanto, não foi a escolhida para figurar no lançamento do LP, e só veio a público como bonus track na reedição de 1997. Por outro lado, os únicos outros takes levados até o fim são os cinco que compõem o tracklist original do disco+2.

Embora a autoria de todas as composições te-nha sido, à época, atribuída a Davis, com o passar dos anos ficou evidente que o “affair de duas sessões” entre Miles e Bill Evans tinha sido frutífero. O pianista reivin-dicou sua contribuição para a feitura do disco: “Era a primeira vez que Miles gravava um álbum praticamente de composições suas. Na véspera da sessão, pela manhã, fui ao apartamento dele. Rabisquei “Blue in Green”, que era um tema meu, e rascunhei a melodia e a harmonia para passar para o pessoal. “Flamenco Sketches”, fizemos juntos, Miles e eu”. O trompetista, que costumava dizer que Evans “tocava o piano do jeito que deve ser tocado”, negou veementemente a parceria nos anos subseqüentes ao lançamento do álbum, mas deu o braço a torcer no fim da vida. Miles Davis e Bill Evans nunca mais gravariam juntos.

Kind of Blue extrapolou as fronteiras do jazz, e sua sonoridade contaminou todo o tecido da música. Duane Allman, legendário guitarrista da Allman Brothers Band, declarou em 1969: “aquele jeito de tocar vem de Miles e Coltrane, particularmente de Kind of Blue. Eu ouvi esse disco tantas vezes nos últimos dois anos que quase não ouvi outra coisa”. Ray Manzarek admite que boa parte do que fazia ao teclado do The Doors era uma tentativa de trazer a influência modal para o rock, enquanto o falecido Rick Wright, do Pink Floyd, disse que o álbum influenciou os acordes introdutórios da primeira música do lendário Dark Side of The Moon.

Outros voosApenas uma semana depois do fim da turnê do

sexteto de Miles no Birdland, em 29 de abril, Coltrane entrou em estúdio para gravar o material de Giant Steps. Seu primeiro álbum composto inteiramente por músi-cas próprias, o material é um passo à frente fundamental para o saxofonista. Impulsionado pelas intensas linhas melódicas que concebera para seus solos em Kind of Blue, Coltrane agarra-se a sua capacidade de improvisação e promove mais um abalo sísmico no terreno do jazz. Seu fraseado melódico, conhecido como “camadas de som”, é exemplificado perfeitamente no disco, que ainda traz uma nova concepção harmônica embutida nas composi-ções: as Coltrane Changes. Até hoje, um dos padrões para mensurar a habilidade de um músico de jazz é a capaci-dade de improvisar em cima da progressão harmônica da faixa-título de Giant Steps. Fruto de uma obsessão que muitas vezes se contrapunha à espontaneidade de Miles

[+1] O único integrante da banda

ainda vivo passa pelo Brasil em maio, em

turnê comemorativa aos 50 anos do disco. O show faz parte do

Bridgestone Music Festival, que acontece

de 14 a 16 da maio, no Citibank Hall, em

São Paulo.

[+2] Em recente edição especial, alusiva aos 50 anos de Kind of

Blue, a Columbia/Legacy disponibilizou pela

primeira vez todo o material registrado nas

duas sessões.

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Davis, a gravação teve diversos takes, até que a banda atingisse o equilíbrio entre técnica e feeling almejado por Coltrane: “Eu me sento e pratico progressões e seqüên-cias de acordes e, por fim, acabo chegando a um tema – ou temas – a partir de cada pequeno problema musical. Preocupa-me que o que estou fazendo às vezes soe ape-nas como exercício acadêmico, e estou tentando fazê-lo soar cada vez mais bonito”.

Teo Macero, um dos nomes por trás da produção de Kind of Blue, voltaria naquele ano ao 30th Street Stu-dio para auxiliar na concepção de duas outras obras que modularam o panorama do jazz. Dave Brubeck sentou-se ao mesmo piano Steinway que Bill Evans havia utilizado meses antes para liderar Joe Morello, Eugene Wright e Paul Desmond na gravação de um dos álbuns de jazz mais vendidos da história. Planejado como um experimento, Time Out é inteiramente calcado na utilização de métricas não familiares ao estilo. “Blue Rondo a La Turk”, baseada na “Marcha Turca” de Mozart, abre os trabalhos com uma maciez impressionante, e o ouvinte surpreende-se com a perfeição rítmica mantida por Morello e Wright, mesmo quando o andamento muda completamente ao som do sax de Paul Desmond. Este, aliás, compôs o único tema que não era da autoria de Brubeck no disco inteiro. Mun-dialmente reconhecida antes do término de 30 segun-dos de execução, “Take Five” foi pensada como “um solo de bateria para Joe Morello”, mas acabou tornando-se um clássico absoluto. A utilização de métricas incomuns tornaria-se a assinatura de Dave Brubeck, cujo quarteto é lembrado até hoje como um dos mais concisos da his-tória do jazz.

Charles Mingus encontrou em Macero o homem certo para levar adiante sua idéia de jazz workshop. O baixista andava indignado com o fato de quase toda músi-ca ter que ser escrita, indo contra sua própria concepção de jazz: “Não se pode reduzi-lo a partes escritas quando ele é feito para ser tocado com um feeling que só é atin-gido se divagamos livremente”. Buscando preservar seu traço autoral, Mingus reuniu uma série de músicos com quem já havia trabalhado e, a exemplo de Miles, forneceu pouquíssima orientação escrita. A banda tinha total liber-dade para improvisar à maneira que quisesse, contanto que não o fizesse em detrimento da dinâmica pretendida pelo compositor. O resultado das gravações está contido em Mingus Ah Um. A faixa de abertura, inspirada nos ser-mões gospel que o baixista frequentava quando criança, dá o perfeito exemplo da potência do workshop. Politi-

camente ativo e um tanto saudosista, Mingus incluiu no disco uma “canção de protesto” e uma balada em memória de Lester Young, que havia morrido meses antes (“Fable of Faubus” e “Goo-dbye Pork Pie Hat”, respectivamente). O álbum como um todo carrega na sua liberdade expressiva uma beleza dig-na de obra rara, desenhada a linhas tortas.

Enquanto isso, do outro lado dos EUA, um texano com um sax de plástico tocava o som da revolução. Or-nette Coleman, com seu profético The Shape of Jazz to Come, pregava a improvisação simultânea em seu quarte-to que, por si só, já era revolucionário: não havia piano. Ao abolir o instrumento que conferia uma consistência na estrutura da música, por tocar acordes, Coleman lançou o free jazz. “Ele de fato soava como se pertencesse a uma outra era, a um outro planeta. A novidade estava ali, cara”, declarou Joe Zawinul+3.

Em certa medida, tanto Miles Davis quanto Or-nette Coleman buscavam, em 1959, algo semelhante: li-bertação de alguns recursos estruturais limitados que o jazz oferecia até então. Mas o flerte de Coleman com a atonalidade e a repetição cíclica do estribilho em al-guns temas, como “Lonely Woman” e “Congeniality”, afastavam-lhe definitivamente do jazz modal. Apesar da eventual troca de farpas entre os dois, ambos pareciam mais filosoficamente compatíveis do que musicalmente opostos. Enquanto Miles dizia “talvez um sujeito queira tocar fora do tom por uns cinco ou seis compassos... ‘Porque eu teria medo de tocar assim?’”. Coleman afir-mava: “Ao perceber que posso errar, acabei percebendo que há uma ordem no que faço”.

Dos revolucionários de 1959, apenas Brubeck e Coleman continuam vivos, além dos irmãos Castro. Davis, antes de partir, ainda fundiu o jazz com o funk e o rock, criando o jazz fusion – dez anos depois de Kind of Blue. Dos que se foram, fica o inquestionável legado. Quanto a nós que aqui estamos, resta celebrar cinqüenta anos da avalanche criativa e torcer para que a música continue sua metamorfose.

[+3] Pianista e um dos fundadores da Weather Report, banda de jazz fusion que tinha o lendário Jaco Pastorious como baixista.

“Não se pode reduzir o jazz a partes escritas quando ele é feito para ser tocado com um fee-ling que só é atingido se divagamos livremente.”

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Para começar, o que era o Copacabana Club no início de 2008 e o que é ele agora, depois de ter conquistado certa fama pelo país?Caca V: Exatamente um ano atrás estávamos colocando o nosso EP para download no Myspace. E não imagináva-mos de maneira alguma chegar até aqui. Um ano depois, temos um vídeo clipe na bagagem, e mais de 100.000 plays no Myspace. Isso é incrível.T. Douglas: acho que o Copa está mais maduro como banda, temos mais músicas boas na bagagem também... Acho que todos estão levando mais a sério a banda.

No ano passado, vocês não tinham muita pre-tensão de lançar um álbum “completo”, pelo que se podia perceber na entrevista que fiz

com vocês. Isso já mudou?Caca V: Sim. Naquela época acho que o nosso repertó-rio tinha 8 ou 9 músicas. Hoje temos 13, e mais algumas pra fechar. Não acho que o álbum sairia dessas 13, mas de qualquer maneira já pensamos em gravar um disco. Ainda queremos amadurecer algumas canções. Mas acho que até o início do ano que vem, sai.T. Douglas: É bem o que a Caca falou, vamos fazer mais algumas músicas e deixar essas que temos agora mais redondas, lapidadas... Acho que o álbum seria pro início de 2010 mesmo.

O clipe de “Just do It” ajudou o Copacaba-na Club a rodar o mundo. Até o Kanye West assistiu (risos). Esse estouro foi muito súbito

Pouco tempo depois do surgimento repentino, o Copacabana Club já é uma das bandas mais estouradas do Brasil. Foi só lançar o EP King of The Night, produzido e distribuído de forma completamente independente, que, num piscar de olhos, Curitiba ficou pequena demais para o quarteto. Conversamos com a vocalista Camila e com o baixista Tile pra entender a nova fase da banda, em que os sinais da fama já borbulham.

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[+] myspace.com/copacabanaclubmusic

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ub para vocês?Caca V: Demais. O vídeo ficou com uma qualidade in-crível. Não imaginava ter um primeiro video tão bom e tão bonito. É muito bom sentir que as pessoas estão cur-tindo. E o lance do Kanye West foi engraçado. Levei um susto quando vi o post.T. Douglas: Para mim foi uma surpresa muito gran-de. Claro que quando vimos o clipe pela primeira vez a gente sabia que estávamos com um material muito bom nas mãos, mas toda a repercussão, inclusive o lance do Kanye West nos surpreendeu bastante. Sobre o processo criativo do clipe, bom, foi todo do Banzai [Studios, es-túdio curitibano que trabalhou com o Coletivo Atalho no vídeo].

Vocês tocaram na MTV e têm feito shows cada vez mais freqüentes. Tem sido difícil aliar suas atividades pessoais com as da ban-da?Caca V: Minha agenda de trabalho é um pouco mais flexível. As vezes fica mais difícil mesmo. Tenho trabalhado bastante. Para o Tile é um pouco mais complicado, por-que ele tem um emprego normal, de escritório. Hora pra chegar e sair. E faltar por causa dos shows prejudica um pouco. Mas levamos até onde dá.T. Douglas: Tem sido um pouco, sim... Tenho sorte do meu chefe até curtir a banda e notar que o lance é um pouco mais sério [risos]. Tenho conseguido negociar com ele umas faltas [risos].

E, com todo esse hype, tem aparecido muita tietagem?Caca V: [Risos] Mais ou menos. Esses dias fui reconhe-cida, duas vezes. Foi engraçado. Inesperado. Não estou acostumada com isso. Ainda acho um pouco estranho.T. Douglas: Sou o baixista, o que menos aparece [risos]. Mas assim, já me reconheceram na rua e tal, é legal...

Suas apresentações são bem animadas. Vocês são daqueles que acham que fazer ao vivo é mais importante do que a parte do estúdio?Caca V: Acho que os dois são importantes, e bem dis-tintos. Tem que haver dedicação no estúdio. E as apresen-tações são animadas, mas espontâneas. Tem que ser um processo natural... Eu me divirto muito nos shows.T. Douglas: Acho que a gravação do estúdio é só uma versão da música, não a definitiva, apenas uma versão... Ao

vivo tem que ser para valer, é ali que se faz a diferença.

Sobre o CSS, certa vez vocês disseram que o som das duas bandas não tem nada a ver. Quais foram as influências na composição do King of the Night?Caca V: As faixas do King Of The Night são nossas pri-meiras de todas. E acho que elas têm uma levada bem semelhante. Mais disco. Depois delas fizemos umas no-vas, que acredito serem bem diferentes dessas. Mas ainda com a mesma proposta dançante.T. Douglas: Cara, eu não sei te dizer por que foi o Alec quem escreveu toda a música, mas quando ele apresen-tou ela para a banda, pensamos em deixá-la dançante e pesada ao mesmo tempo. Acho que conseguimos o re-sultado.

O King of The Night foi lançado em formato físico, totalmente independente e por R$10. Esse esquema funciona bem no Brasil?Caca V: Mais ou menos. Ele não é efetivo. Não temos distribuidor, então tem que ser da maneira mais lenta e complicada: depósito bancário e envio.T. Douglas: É, não funciona, é apenas para divulgar um pouco mais e pagar o custo da prensagem.

Vocês tão gravando uma inédita, não? Fale um pouco sobre ela.Caca V: São duas! “Mrs. Melody” e “Sex Sex Sex”. Acho que finalizaremos elas neste mês. Ainda não temos previ-são do formato em que vamos lançá-las. Mas queremos disponibilizá-las no Myspace o quanto antes. T. Douglas: São duas músicas que eu gosto muito... Vai ser legal lançá-las, porque vai ajudar a dar uma outra ima-gem da banda, mais madura.

O Copa já passou por vários clubes do país, em diversos estados. Já dá pra vislumbrar a banda em palcos internacionais?Caca V: Acho ainda um pouco cedo pra isso. Mas cla-ro que se rolar vai ser demais. Queremos percorrer uns trechos pra cima do eixo Rio-SP que ainda não fizemos, e que deve ser bem legal.T. Douglas: Acho importante tocarmos mais aqui no Brasil, o lance para fora vai ser conseqüência do que rolar aqui. Quero que as pessoas daqui conheçam a gente mais antes de sairmos do país.

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Os shapes Alva são sinônimo de história. Esta réplica old school do original de 77 pode não proporcionar a melhor experi-ência, mas é peça de colecionador.

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SKATEA LA Z-BOYS

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Imagine se músicas fossem transformadas em histórias de ficção. Pois a Mojo Books, editora 100% digital, teve essa brilhante imaginação antes e oferece em seu site dezenas de livros baseados em pérolas dos Beatles, de Amy Winehouse, Caetano Veloso e muitos outros.

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MÚSICAS CONTADAS

O slogan da Yanko Design é “forma além da função” - convenhamos, utilidade nunca andou muito junto a estilo. A empresa criou estes fones com zíper que não são apenas bonitos: trazem no fecho um botão que regula o volume da música que você ouve, todo estiloso.

ZÍPERFONES

Gravador de vinil é coisa de última geração. Não, isso não foi um erro de digitação (e exaustão) do fechamento da revista. No fervor do retorno dos discos de vinil às prateleiras, você já pode gravar suas próprias seleções de músicas no formato. Basta ter (muito) dinheiro.

Preço: US$ 7.000em vestax.com

GRAVEVINIS EM CASA

Agora, quando você usar seu guarda-chuva, a água que ele guardar servirá para molhar a

plantinha.

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A corrente é pulseira para as meninas, o colar vira corrente para os meninos. Só o belo ca-lhembeque dependurado é que

continua sempre o mesmo.

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CORRENTEKING 55

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estampado mês

Marca:Ecko

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x

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40

O que o David Bowie e os carinhas da Fresno têm em comum? Você pode achar que nada, mas um corte de cabelo os uniu. São os mullets. Repicados no topo da cabeça e mais compridos atrás, o cabelo que está na cabeça dos moderninhos há algum tempo significa “tainha” em inglês. Quem batizou o corte acha que as mechas longas se assemelham às barbatanas do peixe. Vida aquática a parte, esse foi o corte que fez a cabeça da juventude nos anos 70 e 80. Bowie nos anos 70, com seus curtíssimos mullets vermelhos inovou no seu estilo Ziggy Stardust. Nos anos 80, o corte ficou imortalizado pelo famoso estilo “trucker” americano, o que trouxe uma imagem trash ao penteado. Hoje em dia, os mullets estão na cabeça de muita gente. Disfarçados, modernizados, menos cafonas. Eles são sem dúvida, a fenix dos cortes de cabelo.

<< MULLETS PRIDE!

ffw & ReW_BOYFRIEND CLOTHES, BIKE DOBRÁVEL,

MULLETS

Cada dia que passa vemos mais ciclistas nas ruas das grandes cidades. O que a maio-ria das pessoas não sabe, é que esse pessoal preocupado com o meio ambiente e a preservação não leva uma vida fácil. Tem que ter muita vontade para deixar o carro de lado e pegar uma bicicleta. Apesar da falta de incentivo e de todos os empecilhos, a cultura da bike cresce cada vez mais. Os motoristas não gostam deles, as ruas esburacadas e com ladeiras intransponíveis são uma constante, ciclovias quase ine-xistem... Andar de bicicleta não é fácil. Então pra dar um up na vida dessa galera tão maltratada, a Dahon desenvolveu uma linha de bicicletas voltadas especialmente para os ciclistas jovens das grandes cidades. Com modelos modernos e coloridos, todas as bikes são dobráveis. O design é bem diferente e super prático, dá pra guardar em qualquer lugar. Até você, que só anda de bike na praia pra ir comprar pão na padaria, vai querer uma dessas.

Nesse inverno que está por vir as garotas podem ficar tranquilas. Se quiserem seguir os rumos fashion, basta abrir o armário do namorado e fazer a festa. É tempo de esquecer o desconforto e a feminilidade da calça skinny e se preparar para a nova onda, as calças “baggy boyfriend”. O conceito é simples: calças um ou dois números maiores, larguinhas e sem apertar nada. Geralmente usadas com a barra dobrada, recomenda-se que se use com um cinto ou uma regata para definir a silhueta, e também com sapatos mais femininos. Também conhecidas como “boyfriend pants” o que chama a atenção mesmo são os ganchos mais baixos, em uma aposta meio saruel, que já conquistou o coração das meninas antenadas. Tendência mais do que certa para o próximo frio, muitas famosas já aderiram. Kate Holmes já desfilou por ai com as calças do Tom Cruise e Sarah Jessica Parker, sempre ligada nas novas promessas fashion, também já saiu com a sua pelas ruas de NY.

FFW >> ASSALTO AO GUARDA-ROUPA DO NAMORADO

rewind

FFW >> VOCÊ ANDA NA BICILETA ANDA EM VOCÊ

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minha colecao

“Esse disco é culpado pela minha participação no manguebit. É uma aula de diversidade, os andamentos são os mais loucos. O conceito do Mundo Livre, de buscar uma linguagem origi-nal, tem esse paradoxo com uma referência muito concreta de Jorge Ben. Ele não é só um compositor, ele é um gênero.”

O Soft Machine deu as caras para público e crítica ao liderar, em 1967, as noites do lendário clube londrino UFO, onde dividia as noites de psicodelia com o Pink Floyd. Porém, se a fama para o Floyd veio rápido, o Soft Machine só lançou sua obra prima em 1970, quatro anos depois de sua formação. Third apresentava a mesma mistura de jazz e psicodelia dos discos anteriores, mas contrapunha as 17 músicas do disco anterior ao diluir-se através de quatro faixas, cada uma ocupando um dos lados do LP duplo. A música de Third não é para os acostumados ao facilmente digerível: trata-se de uma sequência jazzística e tão louca quanto se podia ser em 1970. “Facelift” pode ser considerado o melhor momento do disco - vários momentos, na verdade, já que em vinte minutos de gravação ao vivo, o Soft Machine passa de jams sombrias a explo-sões à King Crimson de pirar qualquer um.

.: FRED ZERO QUATRO_Vocalista do Mundo Livre S/A

.: SOFT MACHINE_THIRD (1970)

qualquer coisa

redescoberta

- Cara, cê teve notícia da josiane? - Aném. Desencana, meu jovem. - Dia desses arranquei confissão dela via internet. Ela transou com o amarante. - Soube. Mas aprenda uma coisa: quem procura acha. - Fiquei chateado, queria que a gente voltasse. - Acho melhor você esquecer essa menina. Quando o fim se instala, nada mais pode ser feito. - Não sou assim tão fatalista.- Escuta essa. Amigo meu na mesma situação quis reconquistar a ex-namorada. Encheu um cesto de pétalas, subiu no telhado, ficou esperando ela voltar pra casa pra despejar uma chuva de rosas sobre sua cabeça. Quando a moça chegou, por algum efeito de desidratação, as pétalas grudaram uma noutra, viraram um bolo só. Ao que o amigo des-peja as flores, o que era pra ser um akira kurosawa pareceu mais um quentin tarantino. Chegou a doer, incomodar, o susto daquele peso caindo na cabeça da menina. É o que te digo. O fim, quando se instala, é sempre incontornável.- Não acho que entre mim e a josiane um fim se abateu. - Não só um fim, mas também o amarante. E o celso. - celso, soube também. Soube mais ou menos. Soube disso não, conta aí pelo amor de deus. - Essa sua josiane não existe mais, amigo. Você vê que até o corpo dela mudou. O olhar, nem se fala.- ... - Roupa, nela, tem cara de coisa provisória. - Parece que não encaixa, né?- Encaixar, encaixa muito bem. Mas parece que vai cair. Um dia falei pra Josi, numa festa, sobre uma imagem daquele poeta beatnik, não me lembro qual: uma saia que, quando cai, forma um ninho no chão. Impressionante o olhar dela por sobre o copo, ouvindo aquilo, enquanto sorvia um gole de vodca. O melhor olhar da mulher está sobre a borda do copo, não haja dúvida.- Tenho vontade de esfregar a cara dele no asfalto. Dele, do amarante. - Às vezes acho que você pensa mais no amarante que na josiane. Se bem que motivos pra isso você tem. Aquela história da despedida de solteiro... - Fiquei sabendo. Mas contaí.- Ficou sabendo nada, cara, e melhor continuar sem saber. Tem coisas que te dizem res-peito e coisas que não te dizem respeito.- Se eu escuto um josiane na rua, ou um daiane que seja, meu coração dispara. Como esse assunto não me diz respeito? - A idéia da despedida de solteiro foi coisa dela. Aliás, tudo armação. Ninguém casou, nem vai casar. Cada pessoa tem suas fantasias, andré, a josi está vivendo as delas, tente curtir as suas. - Minha fantasia é me casar com a josiane, ser um bom pai, trabalhar. - Quanta perversão. Cara, tenho que te dizer uma coisa. Melhora essa cara que a josiane tá vindo aí.

DANISLAU DA PORCAS BORBOLETAS FALA SOBRE...

josiane

Div

ulga

ção

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Madame Mim_ Blusa Colcci, Braceletes Acervo, Bermuda Colcci,

Sapato ColcciMephisto_ Bandagens Everlast,

T-Shirt Carne Viva, Jeans ColcciBlue Demon_ Bandagens

Sonkao Camp, T-Shirt Carne Viva, Jeans Colcci

maDame mim

Depois de duas apresentações na TV, Mariana Eva foi convidada pela MTV a levar sua per-sonagem Madame Mim para fora dos palcos. Não confunda as duas: por trás do humor e do escracho de Mim, está o planejamento divertido de Mariana. Como outros artistas

independentes, ela foi altamente influenciada pelo do it yourself (do inglês “faça você mesmo”), tradução da energia empreendedora e anarquista que surgiu com a cena punk na década de 1970. Neste ensaio, a NOIZE tentou fundir e traduzir um pouco da artista e do papel que ela interpreta. Mas se você ainda não conhece direito nenhuma das duas,

corra para as fotos e para a entrevista que seguem.

Fotos: Marco ChaparroAssistente de Fotografia: Lucas Tergolina

Direção de Arte: Rafael RochaTexto e Entrevista: Maria Joana Avellar

Produção Executiva e de Moda: Mely ParedesMake Up & Hair: Necca Wortmann - Salãozito

Locação: Sonkao Camp

Agradecimentos: Hélio Dipp, Cíntia Schmitt, Matias Rech de Lucena, Lucas Cunha, Bianca Montial, Enio Ortiz, Guilherme Schuch, Antonio Rabadan e Beco203 Produtora.

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Mephisto_ Bandagens EverlastBlue Demon_ Bandagens Sonkao Camp

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Mephisto_ Camisa Xadrez Colcci, T-Shirt Carne Viva, Jeans Colcci, Tênis

ColcciMadame Mim_ Trench Coat Colcci, Vestido Antonio Rabadan,

Sapato ColcciBlue Demon_ Camisa Xadrez

Colcci, T-Shirt Carne Viva, Jeans Colcci, Tênis Colcci

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A Madame Mim é uma personagem distante da Mariana Eva? Como as duas se encontram? Ou você prefere ver a Madame Mim como sua banda, junto com o Superputo?Eu sou Madame Mim. Ao vivo me junto ao Superputo e vira-mos uma dupla. Quando subo no palco, aparece um persona-gem, não pela diferença de nomes, mas porque no palco você quer dar tudo de si, veste uma máscara para se proteger, abre seu coração e põe tudo para fora.

Como você vê a cena musical na qual está inclu-ída? Eu faço parte de um movimento de electro pop que surgiu na Espanha, Argentina e México com bandas sem nenhuma pre-tensão de fazer a trilha sonora inesquecível da sua vida. Que-ríamos fazer algo mais leve, mais audacioso, mais espontâneo e menos sério.

Você usa o do it yourself como a melhor expressão para se definir. Gostaria de saber como isso come-çou e quais foram as suas principais influências.Antes de fazer música, eu era bailarina, antes disso, atriz, antes ainda, trapezista. Para você fazer arte tem que se mobilizar, fazer tudo que envolve o processo. Desde ensaio, preparação, produção, direção, figurino... Enfim, foi o jeito que encontrei de realizar meus projetos. Minha principal influência foi o mo-vimento punk. Achava incrível como uns malucos com estilo realizaram as coisas que lhes vinham à cabeça e conseguiram mudar o curso da música, da moda e do comportamento.

O seu estilo difere bastante dentro e fora do palco e das telas? O da Madame Mim é mais extrava-gante do que o da Mariana Eva?Meu estilo é único para todas as “eus”. Mas claro que me per-mito mais no dia-a-dia. Às vezes tenho vontade de usar jeans e camiseta, mas não usaria isso para tocar. Exijo de mim uma dedicação na hora de me montar, porque estou ali para entre-ter o público, quero divertir e dar o máximo possível de mim, tanto visualmente, sonoramente, como performaticamente. Quero que o show seja uma experiência divertida para quem esta lá, e para isso cada detalhe é fundamental.

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Blue Demon_ Bandagens Sonkao Camp, Jeans ColcciMephisto_ Bandagens Everlast, Jeans Colcci

Madame Mim_ Blusa Colcci, Braceletes Acervo, Bermuda Colcci

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_SONIC YOUTH, CAMERA OBSCURA, BOB DYLAN, EMPIRE OF THE SUN, NOFX, Tinted windows

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O universo exclusivamente clássico e antigo do Câmera Obscura finalmente encontrou a felicidade. As características elementares do

pop-retrô da banda continuam presentes, mas My Maudlin Carreer é o álbum mais alegre dos escoceses. As canções, que falam exclusiva e ingenuamente sobre amor, continuam confortantes ao primeiro con-tato. As novidades são quase imperceptíveis, o que por pouco não é um ponto positivo, já que se mantém uma das principais virtudes do Câmera: a facilidade de ser ouvido. Por outro lado, em algumas faixas a banda soa repetitiva e até pouco original. “French Navy” e “Honey in the Sun” são as melhores para momentos felizes. “James” e “Careless Love” são para horas de melancolia ou dor de cotovelo. Maria Joana Avellar

A saudosa voz rouca de Bob Dylan ressurge em um ótimo álbum de blues orgânico, per-meado pela saborosa mescla de sonoridades

naturais e intensos arranjos de acordeão. O clima cálido e imbuído de ironia providencia o senso de unidade perpetuamente perseguido por tantos artistas. O afiado fio da navalha, que percorre os versos discor-ridos em Together Through Life, desenha o maior compositor folk de todos os tempos como sempre foi: profético e causalista. São dez boas novas canções, que às vezes podem soar como uma despedida em um funeral. Em meio ao caos e à angústia dos tempos modernos, Dylan exalta um mundo ainda interessante de ser vivido, desde que com os olhos—e ouvidos—permanentemente abertos. Daniel Rosemberg

BOB DYLANTogether through life

O Tinted Windows surgiu do encontro do baixista Adam Schlesinger, do Fountains of Wayne, com o amigo de longa data Taylor

Hanson, aquele mesmo do trio de irmãos de “Mmmbop”. Para fe-char o time, os dois chamaram ninguém menos do que James Ilha, ex-Smashing Pumpkins, e Bun E. Carlos, baterista do lendário Cheap Trick. O resultado da mistura é um power pop de primeira linha em onze faixas carregadas pelo peso da guitarra de Ilha e a potência da bateria de Carlos. A voz irresistivelmente doce de Hanson dilui a fúria da dupla, sem prejudicá-la. Os acordes iniciais de “Kind of a Girl” soam como Pumpkins até o “Woah-woah” entoado por Hanson grudar no ouvido. “Dead Serious” é a candidata a hit. Lucca Rossi

TINTED WINDOWSTinted Windows

Após mais de 20 anos tocando hardcore, um gênero declarado por muitos como ultrapas-sado, a questão é inevitável: o que o NOFX

tem que as outras bandas não têm? Coaster dá mais uma pista. Irreve-rência ao falar de temas sérios, pegada sonora, personalidade, enfim: uma postura—característica de bandas que possuem um público fiel simplesmente por serem fiéis a si mesmas. Fat Mike se confirma como um grande letrista. Ele segue atacando a geração sóbria, o orgulho ame-ricano, as religiões—chutando o balde em “Blasphemy (The victimless crime)”—, e declara-se um alcoólatra convicto. Sobrou até para o Iron Maiden. Não é um clássico, é verdade. Mas quem gostou dos últimos discos da banda vai curtir Coaster. Nem que seja por uma semana. Bruno Felin

NOFXCoaster

Embora o lançamento de The Eternal, do Sonic Youth, esteja previsto para o dia 9 de junho, ele já pode ser ouvido (se é que você me entende). A banda, que carre-ga seu último resquício de juventude no nome, não surpreende com o 16º álbum. Mas, muito mais relevante do que isso, eles nem de longe decepcionam. Agora no catálogo de um selo independente, esperava-se que as composições fossem uma re-leitura de seus tempos mais experimentais. Mas não. O Sonic Youth nunca soou tão fácil, tão manhã de domingo ensolarada. Destaque para o trio de vocais em “Poison Arrow” e as letras safadinhas de “Anti-Orgasm”, além da participação do ex-Pave-ment Mark Ibold no baixo. Eis um álbum que certamente figura no top 3 da banda. Diego De Carli

SONIC YOUTHThe Eternal

CAMERA OBSCURAMy Maudlin Carreer

noize.com.br49

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Ao vivo, o Pepper não é tão parecido com o Sublime. Cla-

ro, não se pode resumir o valor da banda a uma pretensa continuidade do que o genial Brad Nowell propôs enquanto aqui esteve. É inegável que a influência é nítida. “Sitting on the curb” remete a “Ball and chain”; Bret Bollinger tem um timbre parecido com o do gênio e se esforça para tanto. O que não se pode negar é a capacidade que a banda tem para criar boas canções pop. “Ashes”, “Give it up” e “Tradewinds” são alguns exemplos. Da mesma forma, Kona Gold capta a empatia en-tre a Pepper e o público, que canta em unísso-no todas as músicas. Danton Jardim

Muito antes do Sublime ter seu hit, “Santeria”, estragado pela Tribo de Jah, os californianos de Long Beach já eram reconhecidos por sua mistura original de reggae, ska, dub, punk rock e rap. Receita engrossada pelo talentoso líder Bradley Nowell, que, antes de morrer de overdose, tratou de gravar um relicário de canções. Juntas, fazem a cabeça de qualquer apreciador de um dos tantos estilos compreendidos pelo som do Sublime. No álbum homônimo, a banda apresenta via MCA o resultado dos seus anos de estrada, finalmente com a produção merecida. “Garden Grove”, reggae misturado a pitadas de samples e scratches, é uma bela abre-disco. Os hits “Seed” e “Same in the end” mostram a veia roqueira do trio misturada ao ska. “Amor é tudo que temos”, profetizou Brad; nesse espírito, os caras gravaram o álbum que os imortalizou. E mostraram, além de amor, talento transbordante.

Em 1997, um ano depois da morte de Brad, sai o Second Hand Smoke, uma coletânea de versões alternativas, remixes e out-takes. O disco começa com uma versão bombástica de “Doin’ Time”, com saxofone e um baixão poderoso. Na seqüência, “Get Out”, que te leva pra Califórnia e te traz pra um underground caótico e “sampleado”. O ska, não tão enfatizado, é muito bem representado por “Romeo” e “Superstar Punani”. “Had a Dat” poderia ser apenas mais um entre tantos dubs do grupo, mas a evolução do refrão chega a um ápice que emociona. É uma música bastante confessional, das melhores do disco, o mais carregado emocionalmente da história do trio. Embora seja apenas uma coleção de músicas rejeitadas, o Second Hand é sublime.

Em 1991, saía o primeiro álbum da banda: uma gravação bastante “artesanal”, com um sol psicodélico e tristonho estampado na capa. O conteúdo de 40 Oz., entretanto, é alegre e harmonioso, e presta-se muito bem para trilha sonora de verões tropicais. As covers “5446”, do Toots and the Maytals, e “Hope”, do Descendents, mostram a grande capacidade da banda para dar vida nova a músicas clássicas—sejam reggae roots ou hinos do punk rock. E para os que não acreditam que seja possível fazer de tudo e fazer direito, o Sublime vai de “What Happened” a “Waiting for my rucca” com destreza. O 40 Oz. pode não ter a unidade e a produção do álbum que hypou o Sublime, mas esta é sua maior qualidade: é abrangente, e de uma crueza sincera; um solaço nos corações mais gelados, uma fila de músicas aguardando a vez de se tornar prediletas.

por Fernando CorrêaDiscografiaBásica SUBLIME

PEPPERKona Gold

40 Oz. to Freedom

Sublime

Second Hand Smoke

Bandas de electro-pop surgem à velo-

cidade da luz e inovar é tarefa difícil. O desta-que de Walking on a Dream, álbum de estréia do duo australiano Empire of The Sun, são justamente as faixas que usam os sons ele-trônicos apenas como base ao instrumental e aos vocais de Luke Steele e Nick Littlemore. Enquanto “Standing on The Shore” vem com um competente riff de guitarra, a faixa-título intercala na medida certa as vozes de Stelle e Littlemore com um baixo marcante. Pista na certa. A levada bucólica da instrumental “Country” divide o disco e, a partir daí, a vez é dos sintetizadores. Lucca Rossi

O Conor Oberst do Bright Eyes parece ter ido tirar umas férias.

Outer South é ensolarado, cheio do estilo sulista de rock e de melodias folk. Oberst parece mais relaxado do que nunca ao dividir a composição e os vocais com os colegas de banda. Nas letras, acaba com a introspecção obscura e toma um caminho mais livre, cantando sobre cuidar das amizades e aceitar falhas na humanidade. Não se engane: os versos fogem do otimismo. É mais uma interpretação fatalista das dores da vida. O resultado é um álbum interessante, que mantém a própria identidade apesar da comparação inevitável com o espírito de Bob Dylan. Fernanda Grabauska

EMPIRE OF THE SUN

CONOR OBERST

Walking on a Dream

Outer South

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Off the Record, que acompanha a rotina de lan-çamento do álbum Circus, é uma tentativa de convencer o público que Britney recuperou plenamente sua sanidade mental. De quebra, o documentário ainda consegue um pouco de compaixão, já que mostra sua incessante

luta contra os paparazzi. Ao mesmo tempo que recupera o brilho e o bom humor ao longo do filme, Britney parece irritadiça e triste ao entregar o controle da própria vida nas mãos de outras pessoas novamente. Quem gostaria de ver para ouvir explicações sobre sua fase negra se decepcionaria, já que ela recorda apenas superficialmente algumas bad trips. A timidez excessiva da cantora ao lado de Madonna é o maior momento vergonha alheia, mas a participação carinhosa da rainha é um dos pontos altos. Maria Joana Avellar

BRITNEY SPEARSOff the Record

A tecnologia é amiga da agilidade. Ashes of American Flags foi filmado durante a turnê do Wilco em 2008, que passou por muitas casas de show de médio porte nos Estados Unidos. Meses depois, o disco resultante das filmagens já preenche com intimismo os

DVD players de fãs da banda. Talvez pela proximidade entre o líder criativo Jeff Tweedy e os diretores Christoph Green e Brendan Canty (ex-Fugazi), que já tinham dirigido o DVD solo de Tweedy, Sunken Tre-asure, em 2006. Apenas com o vocalista e com o baixista John Stirratt da formação orignial, o Wilco das 20 faixas de Ashes of American Flags transita entre as raízes folk e a vocação experimental e mostra ser uma banda que, se já deixou muitos pedaços pelo caminho, tem porte e fôlego para deixar tantos mais. Ricardo Jaggard

DVDS

Caetano disse, em uma de suas inúmeras entrevistas, que anda ouvindo Arctic Monkeys e Kaiser Chiefs. Até dá pra acreditar quando

se ouve Cê (2006), o antecessor de Zii e Zie. Mas como o bom baiano é apadrinhado de João Gilberto, ele procura na própria trajetória o conceito de seu novo trabalho. Apostando no power trio, Caê é menos radical com a incessante busca em angariar novos fãs e soar moderno. Ainda instigante, provoca Lobão (“Lobão Tem Razão”), visita a estética da favela (“Perdeu”), é nostálgico (“Lapa”) e faz trocadilhos (“Menina da Ria”). Fosse qualquer outro, poderia ser uma fria. Mas como ele é Caetano Veloso, dá pra dizer que foi um acerto. Carlos Guimarães

CAETANO VELOSOZii e Zie

Sounds of the Universe soa como Depeche Mode. O que é um alívio. O 12º disco passa longe de ser um novo clássico da banda, mas

cumpre sua função e agrada aqueles que conhecem a sonoridade do De-peche. Apesar de a primeira faixa, “In Chains”, ter um começo cansativo de um minuto de sintetizadores zunindo e 20 segundos de silêncio, as músi-cas menos pretensiosas e mais pop conquistam. “Wrong”, “In Sympathy” e “Little Soul” foram feitas para cantar junto, e são sem dúvida destaques. Apesar de não surpreender, Sounds Of The Universe confirma que o DM sabe o que faz em relação a synth pop de qualidade. Não é nenhum Music for the Masses, mas vale a pena. Brunna Radaelli

DEPECHE MODESounds of the Universe

.: 15.05_ Green Day | 21st Century Breakdown“Este disco podia ter nos matado. Nos pressionamos tanto que ficamos doentes”, falou Billie Joe sobre a gravação do novo álbum, que será dividiro em três “atos”: Heroes and Cons, Charlatans and Saints e Horseshoes and Handgrenades.

Passion Pit Manners___O hype do mês, Passion Pit, surgiu em 2007 e, na onda do MGMT e do Empire of the Sun, colore seu electro com os anos 70 e 80 em vocais em camadas. Porém o faz com proprieda-de e inteligência, e tem sido comenta-do como um dos ótimos álbuns de 2009.

Data Rock Red___O segundo álbum do louvado Data Rock deveria lembrar Kraftwerk, mas tem sido chamado de con-temporâneo. Rock eletrônico com ba-teria que faz bater o pé, momentos emocionantes e apoteóticos. Quem viu os caras ao vivo sabe do que estamos falando.

Iron and WineAround the Well___A boa e velha coletânea de b-sides e raridades, que só não é “só mais uma” porque o Iron and Wine é uma baita banda. Enquanto uma faixa foi disponibilizada no Stereogum, o álbum na íntegra vazou em outros cantos da rede e pode ser baixado pelos ligeiros.

confira

ta por vir

WILCOAshes of American Flags

noize.com.br51

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Sendo revelado ao mundo por Bryan Sin-ger no primeiro X-Men, em 2000, era mais do que esperado que, cedo ou tarde, Hugh Jackman interpretaria o personagem que o consagrou num filme solo. Aqui se têm uma história de origem para o persona-gem, que começa no século XVIII e, numa ótima cena de créditos de abertura, mos-tra a descoberta de seus poderes, e sua participação em praticamente todas as guerras americanas até o Vietnã, ao lado do meio-irmão Victor Creed, quando am-bos são recrutados pelo general Stryker para participarem de uma equipe secreta do governo.Mas é uma pena que o filme se segure unicamente pelo carisma de Jackman, per-feitamente confiante na pele de um per-sonagem que interpreta pela quarta vez, quando todo o resto do filme se esforça para alcançar todos os lugares-comuns e

clichês possíveis – infelizmente o argu-mento de “podia ter sido pior” não faz o filme melhor. Ê difícil de se surpreender com uma histó-ria que, por ser uma prequel, já sabemos como vai terminar há vários anos. Os efei-tos especiais não trazem nada de novo, a direção é burocrática, e mesmo as cenas de ação – ponto principal num filme que se vende unicamente como passatempo – não chegam a surpreender ou empol-gar. Longe de ser uma grande novidade, X-Men Origens: Wolverine se torna apenas mais um numa longa lista de blockbusters descartáveis. Samir Machado

WOLVERINE

cinema

Em Che – O Argentino, de Steven Soder-bergh, cenas da guerrilha são intercala-das com imagens (regravadas, mas base-adas nas originais) da visita de Guevara aos Estados Unidos, já como ministro cubano. Bons trechos de seu discurso na Assembléia Geral das Nações Unidas são privilegiados. Entretanto, quando a guerrilha é mostrada, quem leu os Diá-rios da Guerra Revolucionária pode crer que os detalhes destacados não foram os mais relevantes. Como resultado, os realizadores caíram na armadilha de fazer tudo parecer bem mais simples do que foi na realidade. A montagem e, principalmente, a trilha sonora irregular prejudicam o ritmo e a compreensão da passagem do tempo. O brasileiro Rodrigo Santoro está bem no papel de Raul Castro, e Benício Del Toro está ótimo como Che. Emprestou a ele um

pouco mais de altura, porte e peso, mas a expressão facial, que mistura vigor com doçura, está perfeita. O esforço interpretativo de Benício é o maior mérito do filme, já que a ten-tativa de mostrar o revolucionário ine-xorável do médico asmático, mesmo com todo o esforço da equipe, deixou um resultado aparentemente raso. No Brasil, mostrar o filme de forma dividi-da pode ter prejudicado sua recepção, já que o ingresso de Che na guerrilha boliviana e sua derrota são parte im-portante na história do ícone. Resta esperar o lançamento da segunda par-te, ainda sem data prevista de estréia. Maria Joana Avellar

CHE - O ARGENTINO

Diretor_ Gavin Hood

Lançamento_ 2009Atores_

Hugh Jackman, Liev Schrieber, Danny Hus-

ton, Will.i.amNota_ 2 de 5

Diretor_ Steven Soderbergh

Atores_ Benício del Toro, Rodri-

go Santoro, Santiago Ca-brera, Demián Bichir

Lançamento_ 2008 Nota_ 3,5 de 5

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Um ano vivendo com os Hell’s Angels. Maconha. Paixão por armas de fogo. Mescalina. Se candidatar a xerife de As-pen. Ácido. Cobrir as eleições america-nas de 1972 e desbancar um candidato, inventando que ele consumia uma tal droga brasileira: a Ibogaína (!). Cocaína. Ser visitado por Keith Richards. Mais cocaína. Muita.Gonzo - Vida e Obra de Hunter Thompson investiga a vida de um dos mais con-troversos e polêmicos jornalistas que já existiu. Criador do estilo Gonzo – aquele em que o escritor se envolve tanto com a matéria que vira parte dela –, Thompson é visto muito além do es-critor de Medo e Delírio; é traçado por depoimentos de várias personalidades que participaram da sua vida. Ninguém menos que Johnny Depp conduz a narração do material, sem previsão de lançamento por aqui, e que ainda conta com uma ótima trilha. Felipe Neves

“Sonhar é destino”, conclui a garota ao encerrar um daqueles joguinhos-do-bradura nos quais escolhíamos a cor, o número e, por fim, chegávamos à frase que dava sentido à brincadeira.Vivemos imersos em um sonho ou so-nhamos acordados? Essa tal vida des-perta proposta por Richard Linklater questiona e aborda assuntos dos mais variados quanto ao quesito existência humana. Dentre teorias acertadas e sugestões advindas de pensamentos importantes, Waking Life desenrola-se aflitivamente tal qual a execução do tango orquestrado que conduz o filme, sempre de forma instigante e vivaz.Debates calorosos baseiam as múltiplas experiências vividas pelo protagonista ao longo de sua jornada onírica. O filme resume com exatidão o desafio huma-no de compreender a vida vivida. Obra para ser descoberta, revisitada e repeti-da à exaustão. Marcela Jung

GONZO de Alex Gibney (2008)

WAKING LIFE de Richard Linklater (2001)

NOTURNO DO CHILEde Roberto Bolaño (2004)

Para alegria dos mafiosos de plantão, a EA lança a nova versão do game baseado na trilogia cinematográfica mais famosa do mundo. Na pele de Dominic, você é convidado por Michael Corleone a comandar os negócios em Nova Iorque. Passando por Cuba e Florida sua família inicia a expansão, convocando novos mafiosos. O game deixa a desejar num ponto já criticado na primeira versão: a repetição. Dominar os pontos inimigos fica cansativo quando você chega a Cuba e pensa: eu já estive aqui! Vários lugares têm sua planta reutilizada. Apesar disso, o jogo possui aspectos positivos, como o imenso arsenal bélico e a história contada por um ponto de vista diferente do apresentado no filme. Os gráficos e a jogabilidade, não comprometem. Eduardo Dias

GODFATHER 2

games

Sempre se suspeita do que está na moda, afinal, tudo que entra na moda, sai. É com este receio que muitos têm abordado a obra do escritor chileno Roberto Bolaño, que se tornou uma verdadeira febre entre leitores de literatura contemporânea, a ponto de ser chamado de “Harry Potter dos intelectuais”. Felizmente, Bolaño merece todos os lou-ros, e Noturno do Chile é uma boa porta de entrada para o universo do escritor. Esta novela, composta de um enorme parágrafo e um minúsculo que a encerra, é narrada por um padre e crítico literário às vésperas e após o golpe militar chi-leno. Em 120 páginas, podemos ver uma síntese do universo de Bolaño: abundam reflexões sobre a literatura e a figura do intelectual latino-americano nas últimas décadas. O livro se articula em um duplo discurso onde o que é narrado sempre esconde o mais relevante, o não-dito, as-sim como a casa onde se realizam saraus no enredo possui um porão onde ocorre o inominável. Antônio Xerxenesky

cinema livros

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_futureme.orgEnvie uma mensagem por email para você

mesmo, agendada para algum dia num futuro breve ou distante. Quando o dia chegar, dê uma

risadinha ao receber o seu afago verbal.

_gripedoporco.com.brLeitura bem humorada de tudo que sai na

imprensa sobre a Gripe Suína. Esperamos que, ao ler isto, você já não precise se preocupar com ela.

_Em parceria com programas sociais londrinos que ajudam moradores de rua, o Hot Chip gravou uma versão muito bem humorada do clipe de “Over and Over”. Com a atuação de vinte ex-sem-teto em um abrigo londrino.

tags: hot chip homeless over and over

_Os hipongas do Fleet Foxes tocando ao vivo para o podcast do blog francês La Blogotheque. Este projeto, intitulado Take-Away Shows, mostra ban-das tocando em lugares inusitados, como parques e monumentos. Vale a pena conferir.

tags: fleet foxes take away shows

_True Blood, série de vampiros criada por Alan Ball, volta em junho em sua segunda temporada. O HBO lançou um vídeo promocional com a nova música de Bob Dylan, “Beyond Here Lies Nothin’”. Tá tudo lá: clima sombrio, sexy, sanguinário, e Dylan.

tags: true blood season 2 dylan

HOT CHIP - OVER AND OVER

FLEET FOXES - TAKE AWAY SHOWS

TRUE BLOOD

Águas de Março | David Byrne e FeistMestre Byrne acompanha Feist nesse tributo à

Bossa Nova de Tom Jobim.

I want you to know | Dinosaur Jr.Porque a boa grungeria não pode morrer

jamais.

Laughing With | Regina SpektorEm novo single, a pianista russa diz que ninguém

ri de Deus em hospitais.

http://tinyurl.com/geektattoosAs 30 melhores tatuagens tecnológicas. Mario, Zelda, Apple, Microsoft e Linux estão entre os

homenageados pelos geeks.

http://tinyurl.com/bugigangasFlickr bacana repeleto de coisas colecionáveis como

quadrinhos, vinis e livros antigos. Cafona cool.

http://tinyurl.com/jackolocoMichael Jackson tendo que vender seu mundo

de Peter Pan para fazer grana. Como Jacko gosta das crianças!

mp3

tiny urls

urbe elmo is a pimp miss santa catarina genial michael hughes souvenirspharrel mcdonalds dancing explosm da ilha van cleef journee paris dobry monta signora

winos wackness 500 japoneses adidas party simpsons yellow submarine comicsflying teammate99 seinfeld references escalator girl los colorados hot cold silvio maisa chorar

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shows _ABRIL PRO ROCK, OASIS, B-52s, VENICE

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ABRIL PRO ROCKOlinda, Chevrolet Hall, 17 e 18 de Abril

A 17ª edição do Abril pro Rock, um dos festivais mais importantes e tradicionais do circuito independente nacional, mo-nopolizou a atenção pela escalação do Motörhead. Em sua primeira apresenta-ção no Nordeste, a banda quase ofuscou a boa grade de programação, que dividia, em dois dias, nomes como Matanza, Mun-do Livre S/A, Móveis Coloniais de Acaju, Retrofoguetes e Heavy Trash (projeto do guitarrista John Spencer).Pelo segundo ano consecutivo, a produ-ção optou por cortar um dos três dias de evento—reflexo da crise econômica, que atingiu todo o circuito de festivais independentes do Brasil. O evento teve a presença de nove mil pessoas, somando os dois dias, sendo mais de cinco mil no primeiro, boa parte deles fãs do Motörhe-ad. O líder Lemmy Kilmister, 64 anos, mais de 30 deles dedicados ao rock, causou tensão entre os organizadores. Não deu as caras na coletiva de imprensa; trancou-se em seu quarto no hotel e de lá só saiu para o show. Coube ao guitarrista dupla Phil Campbel e ao baterista Mikkey Dee a tarefa de enfrentar os repórteres e garan-tir que estava tudo bem com Lemmy.A abertura do festival coube à pernam-bucana Amp, banda que mais circulou nos festivais do país em 2008. O som do grupo transita entre o stoned rock do Queens of The Stone Age e o bom e velho rockabilly, e colocou o público, ainda pequeno, para abrir rodas-de-pogo ao som de pedreiras como “Acidez” e “Devils Prize”. Depois foi a vez do goiano Black Drawing Chalks mostrar seu rock duro, com camadas de guitarras distorcidas e vocais gritados que só fizeram a roda aumentar. E aí veio a primeira atração do palco principal. “Boa noite, Abril pro Rock. Vocês estão prestes a ver a banda mais barulhenta do mundo. Mas, antes disso, vão ter que ver o Ma-tanza”, bradou Jimmy. Mesmo com uma apresentação irregular, com problemas de som, os caras tocaram o barco. O público armou uma roda gigantesca ao som de canções de A Arte do Insulto e, princi-

palmente, com as velhas “Ela roubou meu caminhão” e “Bom é quando faz mal”. Em seguida veio o segundo melhor show da noite: o furioso death metal da pernam-bucana Decomposed God. Com 18 anos de estrada, a banda deu a sorte de pegar a casa já cheia para o show do Motörhe-ad e conseguiu conquistar boa parte dos metaleiros presentes.Eis que veio aquele que talvez tenha sido o show mais ensurdecedor da história do Abril pro Rock. O Motörhead subiu ao palco e mandou ver “Iron Fist” e “Stay Clean”. O trio soa como se estivesse no início de carreira. A voz de Lemmy, inven-tor do vocal gutural, permanece intacta após anos de Jack Daniel’s com Coca-Cola, seu drink preferido. A velocidade de Mike e Phil é assusta-dora. Complementada pelo baixo sujo de Lemmy, proporcionou aos fãs mais de uma hora e meia de pura catarse. Foi assim com “Going to Brazil”, “Metro-polis”, “Bomber” e “Ace of Spades”, um dos maiores clássicos do rock de todos os tempos. Sorriso de orelha a orelha e tímpanos quase estourados: assim o pú-blico voltou para casa no primeiro dia de festival.O segundo dia contou com público mais reduzido que, em sua maioria, foi ver Mar-celo Camelo, atração principal que fez um show hermético e burocrático. Os grandes destaques foram os pernambuca-nos da Johnny Hooker e Candeias Rock City, que, entre guitarras de AC/DC e som mezzo David Bowie, colocaram duas strippers em cima do palco. A Volver fez um show emocionante, com o público cantando as músicas de seus dois discos. Retrofoguetes e sua surf music instru-mental foi responsável pelo melhor show da noite, que também contou com ótima apresentação—como de costume—do Móveis Coloniais de Acaju e com um belo tributo ao blues a cargo de John Spen-cer. No mais, apresentações regulares de Mundo Livre S/A e Vanguart. Afinal, era a edição do Motörhead; tudo que veio de-pois ficou com gosto de coadjuvante. Hugo Montarroyos

OASISSão Paulo, Arena do Anhembi, 8 de Maio

Chuva, cerveja quente, bandeiras ingle-sas, show do Oasis. Não era Manches-ter, mas sim São Paulo, coisa facilmente percebida logo na saída do metrô Tietê, quando pelo valor fechado de 20 reais, o taxi te levava até as pirambeiras ela-meadas da entrada do Anhembi.Sendo “gentilmente” coordenada, a ca-valaria era empurrada aos gritos pra dentro do assombroso gigante de con-creto. Passando pela catraca, começava no palco “Fuckin’ in the Bushes”, já clás-sica introdução de todos os shows do Oasis.Um Anhembi incrivelmente “vazio” - ao menos se comparado ao show do KISS, minha última aventura por lá - recebia os irmãos cara-de-pau que logo man-daram duas de suas melhores músicas “Rock n’ Roll Star” e “Lyla”. O olhar pedante de Liam Gallagher dava um charme a mais ao palco, contrastando com um simpático Noel, esbanjando ri-ffs geniais e uma empatia que faz dele o integrante preferido de boa parcela do público da banda.Em meio a toda a catarse o encontro notavel se fez presente, ZonaPunk e Zap N’ Roll, do rocker gonzo Finatti, este acompanhado por duas amigas, sendo uma delas espanhola, recém integrada ao bonde jornalistico que se montava ali. Desse encontro, saiu o convite para que esta resenha figurasse tanto na Zap N’ Roll quanto no ZonaPunk, além de uma intimação para cairmos todos no clube Outs depois do show pra enfiar o pé na lama, no sentigo figurado, já que o literal já haviamos passado pouco antes.No palco, o show segue em segundo plano. E por que em segundo plano? Pois o som estava tão ridiculamente baixo, que parecia som ambiente, um imenso “chill out”. Os riffs de guitarra e as distorções psicodélicas, partes inte-grantes e essenciais da música do Oasis estavam fracos, e não por conta da ban-da, mas sim pelo som baixíssimo, o que acabou tirando muito do grande tesão

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que é o show dos Gallagher, ao menos os que não estavam na exageradamente grande área VIP.A banda em palco desfilava hits e can-ções novas, mesclando faixas como “The Shock of The Lightning”, “Ciga-rettes & Alcohol” e a ótima “Morning Glory”, tudo executado com perfeição, incluindo ai o grandioso baterista Chris Sharrock, uma espécie de Keith Moon moderno, que manteve o espirito 60’s british do cojunto em alta, e o curioso tecladista Jay Darlington, musicalmente preciso e visualmente uma cruza bizar-ra entre um Jesus Cristo pique Monty Python e um George Harrison com Raul Seixas na capa do disco Há Dez Mil Anos Atrás.“The Importance of Being Idle”, esta minha musica favorita do Oasis foi exe-cutada com perfeição, seguida por “I’m Outta Time” e a dobradinha final apote-ótica: o hit “Wonderwall” e o single que apresentou o Oasis à mim e a boa parte do mundo, “Supersonic”.Show burocrático, dizem, seguido a ris-ca, o bis que viria era previsível, mas era exatamente isso que esperava do Oasis. Uma das grandes qualidades da banda é sua petulância, o pedantismo cockney em seu grau mais elevado. Eu não es-perava sorrisinhos e “i love you brazil”, mas sim um belo dedo médio em riste, coisa que infelizmente não aconteceu já que a banda parecia bem mais comedida do que em outras apresentações deles que vi.E como manda o roteiro, o bis veio com a bela versão “solo” de “Don’t Look Back In Anger”, “Falling Down”, “Cham-pagne Supernova” - cantada em unísso-no pelos presentes e o manjado cover dos Beatles de “I Am The Walrus”, bri-lhantemente executada, mas sem mui-to impacto devido, novamente, ao som baixo, que deixou o caótico noise final parecendo um inofensivo zunido.Fim de show, Oasis mais uma vez pro-vou ser uma das grandes bandas dos anos 90, um carrossel de hits que pode-ria ter sido ainda maior caso tivessem incluido canções como a sempre pedida

“Live Forever” ou a ótima “All Around The World”.O Anhembi nojentamente molhado e recheado de capas de chuva pelo chão foi esvaziando aos poucos, até uma corrente de seguranças de preto irem delicadamente empurrando as pessoas pra fora. A partir dai, aquela sensação de se estar em Manchester foi pras pi-cas, e de lá, o bonde Zap n’ Roll/ Zo-naPunk caiu pra Sunset Strip brasileira, a Rua Augusta, criar mais um vexame pra nossas coleções, como já dizia o genial Ludovic (Review publicado ori-ginalmente em www.zonapunk.com.br). Wladimyr Cruz

B-52sPorto Alegre, Teatro do Bourbon Country, 20 de Abril

A noite do dia 20 de abril deveria ser um presente para quem aprova a imor-talidade dos anos 80. Mas, compreensi-velmente, receber os expoentes da new wave em Porto Alegre parece ter sido uma tarefa nostálgica demais, já que nem o máximo de animação atingido pela platéia estava à altura do B-52s. Ainda assim, os presentes testemunha-ram a soberania da “década perdida” que, no pop, manifesta-se através de penteados exagerados, figurinos co-loridos, dancinhas toscas e, quando se trata da banda em questão, de melodias eternas e letras divertidas. A voz perfei-ta de Kate, no auge de seus 61 anos, é o melhor exemplo da boa forma da banda, apesar do visual mais morno. Mantém o timbre e a potência intactos, parecen-do orgulhosa das rugas em seu rosto. A loiríssima Cindy não fica (muito) atrás e a sintonia das duas divas em “Roam” foi o ponto alto da noite. O carisma e o cantar punk de Fred (que ao vivo parece uma caricatura de si mesmo) transcen-dem a recente dificuldade em atingir as notas mais altas. Sua diversão é sincera ao repetir coreografias clássicas, como a de “Mesopotamia”, segunda música da noite. A abertura foi com “Pump”, do recente Funplex, que tem suas guitar-ras marcantes fielmente reproduzidas ao vivo, mas a primeira para a platéia

foi “Private Idaho”. “Love Shack” ficou para o final triunfal, único momento de entusiasmo do guitarrista Keith. Mesmo sem “Legal Tender”, a banda mesclou bem sucessos antigos com canções re-centes. Quem os vê ao vivo esquece que eles são marcados pela morte do fundador e irmão de Cindy Ricky Wilson, vítima de AIDS, um dos fantasmas da década que a banda reverencia com alegria. De forma admirável, na essência do B-52s ainda é visível o melhor daqueles anos sintéticos: teimosia, atitude, destemia e diversão. Maria Joana Avellars

VENICEPorto Alegre, Garagem Hermética, 21 de Abril

Foi na terça-feira, 21 de abril, feriado fincado no meio da semana, que Porto Alegre recebeu uma das mais interes-santes bandas da boa cena do hardcore argentino, o Venice. No início da noite o experiente e ainda vivo Garagem Her-mética proporcionou aos sedentos por música rápida uma revigorante noite de shows. A primeira banda a se apresentar foi a empolgante Jay Adams, remetendo ao skate não apenas em seu nome, mas também na sonoridade que lembra com qualidade lendas do skate rock como JFA e Los Olvidados. Depois foi a vez da CÜ SUJO, que veio de Lajeado para tocar de bom thrash até funk carioca. Já a banda que antecedeu os argenti-nos foi a Minha Banda, que despejou velocidade e atitude em palco, surpre-endendo alguns e empolgando outros. Por final chegou a hora dos hermanos, que com participação brasileira—ou melhor, porto-alegrense—tanto em sua formação quanto na audiência, fez um show memorável, contemplando músi-cas do disco Old Rockers Must Die e do K7 The First Year Collection, além de covers do Black Flag e Fun People. Apesar de casa não lotada, quem com-pareceu saiu satisfeito e otimista, acre-ditando que mesmo longe dos anos de glória, ainda se pode ver um bom show de hardcore na capital gaúcha. Arturo Garziera

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