jornal ecoestudantil, n.º 23, maio 2014

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Agrupamento de Escolas Dr. Jorge Augusto Correia - TAVIR A Número 23, janeiro — maio de 2014 BIBLIOTECA ESJAC Intercâmbios Projetos Ciências Experimentais Eco dos Espaços Escrita criava Línguas Ciências Sociais e Humanas Artes Visuais Concursos Cinema Nesta edição: O,50 Estela Santos Vencedora do Concurso Jovens Inspiradores 2014 E m meados de fevereiro, Marta Correia, mentora do Clube Mentes Empreendedoras, apresen- tou-me o desafio do Concurso Jo- vens Inspiradores, que tinha como objetivo “incentivar e premiar os jovens que se destacam por trabalho e iniciativas nos domínios social, música, desporto, artes plásticas ou outros”. Para participar, tinha que escrever um texto onde contava algo de inspirador, que já tinha feito nessas áreas. Com muito entusiasmo pelo desafio lançado: escrevi, enviei com algumas fotos em anexo e aguardei. Infelizmente, não o guardei, mas posso dizer por alto que falei sobre a minha experiência no “Mentes Em- preendedoras”, da minha participa- ção nos workshops e do meu “Projeto das Mesas de Piquenique”. Passado praticamente um mês, surpresa das surpresas: recebo a no- tícia (via e-mail) de que me encontra- va nos cinco finalistas da minha faixa etária (14-17 anos) e que estava con- vocada para a entrevista (tomada da decisão final) e entrega de prémios que teria lugar no dia 5 de abril. Ime- diatamente, fiquei radiante e cheia de expectativas só pelo enorme privilé- gio de estar entre os finalistas a nível nacional. No entanto, como o aviso foi muito em cima da hora (quatro dias de antecedência), já estava confor- mada de que não poderia ir, por compromissos prévios e por causa de toda a logística que essa deslocação implicava. Mas como “a esperança é a última a morrer”, decidi contar à minha turma, 10ºB, e à pro- fessora Carmen Castro. Co- mo eu tenho uma equipa de diamante, eles, para além de patrocinarem a minha via- gem, deram-me a motivação necessária e no final do dia já tinha um bilhete com destino a Lisboa na carteira. Chegado o grande dia, fo- mos “à caça” do auditório Almada Negreiros, que che- gámos a pensar não existir. Finalmente, quando estáva- mos a entrar no auditório, encontrámos o nosso univer- sitário Carlos Teixeira, tam- bém ele um finalista. Quando, finalmente, chegou a minha hora de ser entrevistada, todo o meu nervosismo desapareceu ao ver aquele júri supersimpático, com- posto por cinco mulheres de desta- que na área social: Ana Colaço e Ma- riana Alvim (vozes de estação da RFM), Sara Rodi (escritora e argu- mentista), Ana Gonçalves (representante da Associação Portu- guesa de Famílias Numerosas) e Ma- falda Calvão. Foi uma entrevista en- graçada, principalmente pela pergun- ta que me fizeram: “que profissão gostarias de exercer?” , e para a qual não tinha resposta. Porém, foi gra- ças a essa pergunta que desenvolvi o meu “assunto inspirador”. (Continua na pág. 2)

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Jornal editado pela Biblioteca da Escola Secundária Dr. Jorge Augusto Correia, Tavira.

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Page 1: Jornal ECOESTUDANTIL, n.º 23,  maio 2014

Agrupamento de Escolas

Dr. Jorge Augusto Correia - TAVIRA Número 23, janeiro — maio de 2014

BIBLIOTECA ESJAC

Intercâmbios

Projetos

Ciências Experimentais

Eco dos Espaços

Escrita criava

Línguas

Ciências Sociais e Humanas

Artes Visuais

Concursos

Cinema

Nesta edição:

O,50

Estela Santos

Vencedora do Concurso Jovens Inspiradores 2014

E m meados de fevereiro,

Marta Correia, mentora do Clube Mentes Empreendedoras, apresen-tou-me o desafio do Concurso Jo-vens Inspiradores, que tinha como objetivo “incentivar e premiar os jovens que se destacam por trabalho e iniciativas nos domínios social, música, desporto, artes plásticas ou outros”. Para participar, tinha que escrever um texto onde contava algo de inspirador, que já tinha feito nessas áreas. Com muito entusiasmo pelo desafio lançado: escrevi, enviei com algumas fotos em anexo e aguardei. Infelizmente, não o guardei, mas posso dizer por alto que falei sobre a minha experiência no “Mentes Em-preendedoras”, da minha participa-ção nos workshops e do meu “Projeto das Mesas de Piquenique”. Passado praticamente um mês, surpresa das surpresas: recebo a no-tícia (via e-mail) de que me encontra-va nos cinco finalistas da minha faixa etária (14-17 anos) e que estava con-vocada para a entrevista (tomada da decisão final) e entrega de prémios que teria lugar no dia 5 de abril. Ime-diatamente, fiquei radiante e cheia de expectativas só pelo enorme privilé-gio de estar entre os finalistas a nível nacional. No entanto, como o aviso foi muito em cima da hora (quatro dias de antecedência), já estava confor-mada de que não poderia ir, por compromissos prévios e por causa

de toda a logística que essa deslocação implicava. Mas como “a esperança é a última a morrer”, decidi contar à minha turma, 10ºB, e à pro-fessora Carmen Castro. Co-mo eu tenho uma equipa de diamante, eles, para além de patrocinarem a minha via-gem, deram-me a motivação necessária e no final do dia já tinha um bilhete com destino a Lisboa na carteira. Chegado o grande dia, fo-mos “à caça” do auditório Almada Negreiros, que che-gámos a pensar não existir. Finalmente, quando estáva-mos a entrar no auditório, encontrámos o nosso univer-sitário Carlos Teixeira, tam-bém ele um finalista. Quando, finalmente, chegou a minha hora de ser entrevistada, todo o meu nervosismo desapareceu ao ver aquele júri supersimpático, com-posto por cinco mulheres de desta-que na área social: Ana Colaço e Ma-riana Alvim (vozes de estação da RFM), Sara Rodi (escritora e argu-mentista), Ana Gonçalves (representante da Associação Portu-guesa de Famílias Numerosas) e Ma-falda Calvão. Foi uma entrevista en-graçada, principalmente pela pergun-ta que me fizeram: “que profissão gostarias de exercer?” , e para a qual não tinha resposta. Porém, foi gra-ças a essa pergunta que desenvolvi o meu “assunto inspirador”.

(Continua na pág. 2)

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CONCURSOS

Depois de gargalhadas e serieda-des, pediram-me para aguardar mais um tempo, até à hora da der-radeira verdade… Iniciada a cerimónia, o júri co-meçou a entregar os prémios pela ordem crescente das faixas etárias. Quando anunciaram a faixa dos 14-17 anos, a Mariana Alvim come-çou a falar sobre a vencedora, e passo a citar: «ela destacou-se pelo seu projeto que nos interessou muito», e «ainda bem que ainda há jovens com garra e espírito de lí-der», e foi assim que ela revelou a vencedora - Estela Beatriz Santos. Senti êxtase, regozijo e júbilo. Foi, decerto, uma surpresa. Felicíssima, fui receber o meu prémio e fazer um breve discurso sobre o meu projeto, tendo ficado o convite às juradas: “piquenique em Tavira”. Levada a cabo a minha missão,

tive a oportunidade de conversar com os outros vencedores e co-nhecer jovens inspiradores com ideias maravilhosas! Voltei para casa com um smartphone, uma alegria sem limites, para não falar da minha imensa gratidão à minha turma, à profes-sora Carmen Castro , aos mentores Marta Correia e Afonso Reis e a convicção de quão enriquecedora e útil é a participação neste tipo de iniciativas.

Estela Santos, 10º B

Nova Iorque é mesmo uma grande maçã

“Tripulação. Portas fechadas e em crosscheck”. A primeira frase do comandante José Cabral, no avião Fernão Mendes Pinto da TAP, in-dicia que a descolagem está para breve. E assim foi. Esta viagem materializava o prémio entregue há quase dois anos e que andava desa-parecido e longe dos seus detento-res. E o frio que se esperava já co-meçava a dar os seus sinais através do manto branco que se via através da janela do voo TP103.

O pontapé de saída Com voo marcado para as 12h35m no aeroporto da Portela, seguiram-se aproximadamente 8 horas de viagem até à aterragem nos Estados Unidos da América. Menos 5 horas no fuso horário implicam 5 horas extra para apro-

(Continuação da pág. 1)

veitar. Com algumas alterações no itinerário inicial, o primeiro dia fi-cou marcado pela visita a St. Pa-trick’s Cathedral e a Grand Central Station. Depois de uma caminhada e uma refeição no conhecido - mas nem por isso evitado - McDonal-d’s, deu-se por concluído o dia.

O dia dos clássicos Primeiro pequeno-almoço em solo americano implicava um pala-to abrangente daí em diante. Desta forma, todos os pequenos-almoços efetuados no hotel foram caracteri-zados pela prova de algumas igua-rias gastronómicas matinais – pan-quecas, bagels e os cereais ‘Froot Loops’ – e pela presença de outros petiscos - como os ovos com ba-con e queijo ou salsicha – que pre-

Start spreading the news… We are leaving today. A 28 de fevereiro, o primeiro verso da icónica música de Frank Sinatra sobre Nova Iorque ecoava na nossa cabeça. Porquê? Porque esta cidade ia receber-nos para seis dias inesquecíveis. E agora que voltámos, é altura de partilhar as histórias da viagem da nossa vida.

Por Carlos Teixeira, Mariana Carlota e Ricardo Oliveira, com coordena-ção de Helena Bartolomeu (professora de Física e Química)

Correspondentes em NYC para a Scientia TV/Equipa Scientia

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CONCURSOS

ferimos deixar para os hóspedes de estômago mais resistente. Para iniciar o reconhecimento da cidade, nada melhor que o nosso primeiro ponto de paragem: o Rockefeller Center. Aqui, realizámos uma visita guiada aos vários edifí-cios que compõem toda a zona, bem como pudemos assimilar no-vos conhecimentos sobre a família que tanto prosperou com a indús-tria petrolífera nos anos 30 e que deu o nome ao quarteirão – a famí-lia Rockefeller. Depois de terminar a volta orien-tada por Lindsay Boling (uma sim-pática guia, fã dos portugueses), subimos mais de 70 andares para apreciar a deslumbrante vista pa-norâmica sobre toda a cidade em que o Central Park, tal como ou-tros edifícios igualmente gloriosos como o Empire State Building e o Chrysler Building, são os protago-nistas. À hora de almoço, a jornada pe-los “american flavours” continuou. No Bubba Gump Shrimp Co., res-taurante cuja especialidade é o ca-marão, foi o momento de provar um dos pratos mais clássicos da chamada “comfort food” nos EUA: Mac and Cheese (com um pequenino extra - camarão). Jackson Pollock. Paul Cézanne. Van Gogh. Dizem-lhe alguma coisa? Pois é. Correspondem a uma amostra aleatória, mas repre-sentativa da qualidade dos artistas representados naquele que é um dos museus mais icónicos e pres-tigiados a nível mundial – o MoMA – Museum of Modern Art. Pisos não faltam e arte também não, com autores para todos os gostos. Um local altamente recomendável e onde quase se ter-minou o dia antes de um jantar em Times Square.

A milha dos museus Depois de cumprir o habitual ritual da manhã – tomar o pequeno-almoço e apanhar o transporte para Nova Iorque –, iniciámos o nosso dia com a chamada Museum Mile, um trecho da Quinta Aveni-da que abarca desde a 82nd até à 105th e que contém mais de uma dezena de museus. E o primeiro foi o Metropolitan Museum of Art que, logo à entra-da, se apresentava peculiar. Em vez de um preço por entrada fixo e obrigatório, o Museu estipulava preços recomendados, sendo que cada pessoa paga ao museu o valor que desejar e que, no seu entender, a visita merece. Resta saber se um esquema deste género sobreviveria mais de um século em Portugal, como sucede com o Met nos EUA. Artisticamente falando, havia oferta para todos os gostos. Pintu-ra. Escultura. Multimédia. Egipto. Antiguidade Clássica. Oriente. Eu-ropa. Tudo o que pudesse pensar estava no Met. Depois desta visita, seguiu-se um pequeno passeio até ao Solomon R. Guggenheim Museum, cuja ar-quitectura é assinada por Frank Lloyd Wright. Depois de provar um dos clássicos hot dogs à entrada do edifício, pudemos visitar uma exposição sobre futurismo italiano, ao longo de um caminho em espi-ral até ao topo. À hora do lanche, fez-se o per-curso descendente da 5th Avenue, passando por lojas icónicas como a Apple Store e a joalheira Tiffany’s, bem como pelas típicas lojas de souvenirs. Nesta noite, regressámos cedo ao hotel para descansar, pois o dia seguinte começaria cedo. Mas não sem antes dar uma vista de olhos à cerimónia dos Óscares…

Bom dia Portugal! 5:00 a.m. Em Newark, a madru-gadora Equipa Scientia já tinha tudo pronto para ser a primeira na linha de entrada para os estúdios do programa Good Morning Ame-rica. Essa parte da missão foi cum-prida, mas houve uma surpresa. A localização do programa tinha sido, repentinamente, alterada para a costa oeste devido à entrega dos Óscares. Mesmo assim, e com o frio gélido da manhã, a equipa de redação não cedeu. Alteraram-se os planos e seguimos para o local de filmagens do TODAY Show, junto ao Rockefeller Center. Aqui, tivemos a oportunidade de conhe-cer como funciona a caixinha preta americana, contactar com alguns apresentadores como Carson Daly e ainda dar umas noções de Geo-grafia a todos os telespectadores - lembrando que Portugal não é Es-panha. Acabado o programa e depois de um pequeno-almoço no Starbucks,

era altura de seguir no autocarro panorâmico (o chamado Hop-on Hop-off) para uma visão quase completa da Grande Maçã. Esta viagem, que durou quase um dia inteiro entre as várias paragens, foi uma boa oportunidade para visitar zonas como Chinatown, SoHo e Little Italy. Como há que manter os hori-zontes em aberto, não podíamos perder a oportunidade de visitar os vários edifícios que compõem a NYU College of Sci-

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CONCURSOS

ence and Arts. Assim, dedicámos parte da nossa manhã às escolas que albergam as nossas atuais áreas de estudo no Ensino Superior.

Continuou a tour de autocarro e dirigimo-nos ao quartel-general das Nações Unidas. Entre o conheci-mento dos vários órgãos que com-põem as Nações Unidas e suas funções, tivemos a oportunidade de conhecer algumas salas cruciais (e todas elas simbólicas) deste edi-fício. Por exemplo, a sala oferecida pela Suécia (que acolhe as reuniões do Conselho Económico e Social) não tinha o teto completo pois, segundo o guia, a intenção era de-monstrar que o que ali se edifica é um trabalho que nunca estará con-cluído. Noutra, tivemos a sorte de poder fazer uma breve visita à sala do Conselho de Segurança onde a delicada situação da Ucrânia era o tópico de discussão. No fim da visita, houve ainda tempo para ve-rificar se o cumprimento dos Obje-tivos do Milénio é algo tangível – ao que parece, as metas ambientais são as que estão mais comprometi-das – e conhecer peças artísticas que transformam armas em instru-mentos para veicular uma mensa-gem de paz. Um jantar cedo em Times Squa-re garantiu a chegada a tempo e horas ao musical “O Fantasma da Ópera”, no Majestic Theatre. Sen-do a Broadway um dos símbolos

da cultura americana, as expectativas esta-

vam altas. E não houve desilusões. Com uma produção de alta quali-dade e um clássico conhecido por todos, foi uma experiência agradá-vel, especialmente por ser diferente do costume. Risos, reflexões e emoções fortes não faltaram neste espetáculo que originou até mesmo alguns pulos da cadeira.

Liberdade em Nova Iorque Neste penúltimo dia, rumámos até à baixa da cidade. Começámos por Wall Street, visitámos zonas como a Brooklyn Bridge e o Busi-ness District, tendo oportunidade de ir até ao World Trade Center Memorial. Depois de um almoço mais saudável, seguimos para a Estátua da Liberdade, através do Ferry jun-to à estação de Staten Island. Da ilha, admirámos a vista de toda a extensão da baixa de Manhattan, Brooklyn e Queens, o que possibi-litou tirar as tão desejadas fotos com vista sobre a cidade. Foi ainda possível subirmos o pedestal da estátua, onde se encontrava uma pequena exposição sobre a origem, construção e evolução da imagem pública da estátua. Já ao final do dia, teve lugar a derradeira hipótese para compras. Cultura, Natureza e Urbanismo na despedida da cidade No último pequeno-almoço nos Estados Unidos da América (pelo

menos, para já), aproveitava-se pa-ra reabastecer com a ajuda de al-guns petiscos desta zona, pois o desafio que se avizinhava não era fácil e requeria destreza. Um pas-seio de bicicleta com uma dezena de quilómetros pelo Central Park. Foi assim que decidimos dizer um “Até já!” à cidade que nunca dor-me. Nesta visita guiada por um norte-americano poliglota de nome Stan, pudemos conhecer muito mais so-bre a história deste parque – cujo orçamento é financiado em 85% pelos habitantes nova-iorquinos, sobretudo do Upper East Side –, passar por zonas icónicas de Cen-tral Park (como o memorial de John Lennon, ‘Imagine’), ficar a conhecer dezenas de pontos do parque onde se gravaram cenas de vários filmes famosos (como a “Dama de Honor” com Patrick Dempsey e Jennifer Aniston), tal como observar Nova Iorque quase de uma ponta a outra entre duas pedaladas.

Após o fim da volta, um almoço na cadeia americana Subway e a compra dos últimos souvenirs, a equipa de redação tinha concluído Página 4

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INTERCÂMBIOS

Em Amiens, França

De braços e mentes abertos

a sua missão. Regressámos a Newark para apanhar o avião que nos trouxe até Lisboa. Era o mo-mento adequado para rumar a casa, recuperar do jet lag e dar cobertura noticiosa a esta viagem que muito

deu que falar. Porque reconhecimento é cida-dania e a premissa funciona nos dois sentidos, queremos agradecer à Embaixada dos EUA em Lisboa (na pessoa da Officer of Public Affairs, Virginia Staab), à Agência Ciência Viva, ao Ministério de Educação e Ciência, à Escola Se-cundária 3EB Dr. Jorge Correia e à Professora Doutora Carlota Si-mões pelo apoio incondicional que prestaram ao longo deste périplo pelos meandros do jornalismo de Ciência.

Como dizia uma amiga nossa, muito rica e viajada: não fiques triste porque acabou. Fica con-tente porque aconteceu. E é as-sim que nos despedimos. Conten-tes porque aconteceu.

NOTA: Se quiseres ver a reportagem em vídeo desta viagem, acede ao canal 131174 do MEO ou então ao Facebook da Biblioteca da ESJAC.

T

emos de entrar nestes projetos de braços e

mentes abertos. Espírito de adap-tação e aceitação a algo totalmente diferente têm de estar connosco a partir do momento em que decidi-mos integrar estes projetos e, segu-ramente, foi o que fiz a partir do momento em que me sentei no avião com destino a Paris. Fiquei em casa da francesa que tinha acolhido cá em Portugal. Fi-quei contente, já a conhecia e tinha criado uma boa relação com ela. Ela é fantástica e talvez isso tenha facilitado a minha adaptação a um país totalmente diferente do meu. Estranhei muitas coisas, mas adaptei-me e gostei. Estranhei a comida. Os franceses comem quei-jo como nós comemos fruta, a se-guir à refeição, e está presente em

todas as refeições. Confirmei tam-bém que afinal é verdade: os fran-ceses devem ser os maiores adep-tos de baguetes do mundo. Encon-tramos baguetes em todo o lado e aquela típica imagem de um fran-cês com baguetes debaixo do bra-ço não é um estereótipo! Bem co-mo os croissants. Todos os dias comia um croissant e não é neces-sário rechear com queijo ou fiam-bre. Come-se o croissant sem nada, apenas com o toque amanteigado que o torna tão francês e bom. De-pois há o croissant com chocolate que vi como tradição nas camadas mais jovens. Achei particularmente piada às casas de banho. Diferentes das nossas e, talvez, mais inteligentes na forma como se dispõem. Sem grandes ornamentos, como cá em Portugal, onde nos preocupamos

Por Patrícia Nogueira, 12º C1

De 17 a 21 de março de 2014 decorreu o 2º encontro do Projeto Working with movies—Changing people and their ide-as”, em Amiens, França. O grupo participante da nossa escola era constituído pela Adriana Miguel e Ana Rosa (12º A1), Pedro Silva (12º A2), Rúben Jesus (12º A3), Patrícia Nogueira (12º C1) e as professores Ana Paula Mana e Edite Azevedo. Este projeto faz parte do Programa Comenius e proporciona o inter-câmbios entre sete países europeus

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intercâmbios

demasiado com o arranjo interior da casa. A minha francesa tinha uma casa humilde, mas já viajou por todo o mundo. Não é que não tenham dinheiro para a casa, ape-nas preferem gastar dinheiro em cultura, em vivências. Contudo, incomodou-me alguns franceses não saberem que, em Portugal, se fala português e não espanhol. Tal-vez sejamos nós, portugueses, que queremos saber sempre tudo de todos os países… Os franceses são realmente franceses na verdadeira aceção da palavra! São de uma educação ab-solutamente exemplar, mas nada pode sair fora dos seus planos ou… começam a entrar em stress . Amiens é uma cidade linda, ca-pital da Picardia, onde em cada canto havia encanto. A arquitetura é totalmente diferente da nossa, desde a Catedral ao parque, cons-truído recentemente, onde se con-centraram todas as pessoas, pois tinha aparecido um bocadinho de sol e era a altura perfeita para con-viver fora de casa. Foi um “choque” para nós reparar que a vida destes alunos com quem con-vivíamos não se passava na rua e na convivência depois da escola ou até mesmo no beber-se um café numa noite de sábado. Não, a vida destes alunos é casa-escola, escola- casa, deitar às 20h00 e levantar às 06h00 da manhã. A vida também é cara, pelo menos para um portu-guês em férias. Os restantes parceiros neste Projeto «Working with movies” tinham vindo de outros países e eram diferentes daqueles que ti-nham vindo a Portugal, mas, ainda assim, voltámos a desenvolver grandes laços de amizade. Os itali-anos voltaram a destacar-se pela festividade latina, bem como nues-

tros hermanos que fica-ram surpreendidos

com o facto de os percebermos tão bem e dominarmos um pouco o espanhol, porque eles dizem não nos compreender. Os croatas de-monstraram, mais uma vez, como é feito o ensino na Croácia e ensi-naram-nos muitas coisas porque, afinal, entrar nestes projetos não é só assimilar a cultura do país onde se é recebido mas de todos os paí-ses participantes. Os alemães, sem-pre os mais distantes. Os turcos demonstraram, mais uma vez, ser um povo com uma cultura cheia de surpresas e, ao mesmo tempo, tão limitada em questões de sexualida-de e igualdade, pois assumem o homem como mais poderoso do que a mulher, o que incomodou todas as nacionalidades presentes. Ainda que o inglês fosse a língua dominante, nem todos a domina-vam, porém, entendíamo-nos to-dos. E, na hora das emoções, o entendimento foi total porque as culturas distinguem-nos apenas na maneira de pensar. Nunca a cultura será uma barreira ao convívio! Foi mais uma vez uma lufada de ar, um refrescar de mentes, mais aprendi-zagem e espírito de partilha e con-vívio.

Provou-se, mais uma vez, que existe um mundo por descobrir, que a nossa vida deve ser sempre vista para além do país de origem e que são projetos como este que nos enriquecem a todos os níveis. É um desafio inesquecível que to-dos devem abraçar, mas receio que nem todos tenhamos mente aberta e recetiva a coisas novas e capaci-dade emotiva para tal. Mais uma vez, um grande obrigada a todas as pessoas envolvidas no projeto. Foi uma semana fantástica desde a en-trada no avião com destino a Paris, até à chegada em Faro.

Espero que projetos como este existam sempre. Foi lindo e vai deixar saudade.

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INTERCÂMBIOS

N ão sei por onde co-mece. Talvez por dizer que sim, valeu a

pena a insegurança de meses, o medo de não conhecer a família que me acolheria e a pessoa que acompanharia durante duas sema-nas. Sim, valeu a pena! Encontrámo-nos na estação de serviço de Aljustrel (quando re-gressávamos de Mafra, aonde fôra-mos em visita de estudo); ela esta-va a sair do autocarro, reconheci-a, a mais pequenina, com cabelo en-caracolado. Ela acenou-me e eu respondi-lhe. Até àquele momento sabia que gostava de chocolate, de música indie e de ballet. Estávamos todos entusiasmados, e não minto quando digo bastante nervosos. A semana de 8 a 15 de março, altura em que acolhemos os nossos parceiros, foi, de certo modo, atri-bulada. Planos desde as 8h da ma-nhã que se prolongavam, digamos, indefinidamente. O Algarve é sim-plesmente o oposto de Varese, que se situa no norte de Itália. Praia, Sol e Calor. Por isso, ficaram mara-vilhados com todas as cidades que visitámos, desde Sagres a Vila Real de Santo António, e simplesmente adoraram a praia da Manta Rota. Quando chegámos à praia, a minha nova irmã descalçou-se e começou a correr e eu, algo preo-cupada, comecei a correr atrás de-la, enquanto gritava: “Isabel, Isa-bel”. Durante a semana rimos, conversámos, jogámos e cantámos como se nos conhecêssemos desde sempre! E falo não só relativamen-te entre portugueses e italianos,

mas também entre os próprios lu-sitanos. Como devem imaginar, o pior foi vê-los entrar no autocarro, quando regressaram a Itália. De-pois da despedida, fomos a um café lanchar e foi estranho não ter os nossos “tamagotchi” por per-to… Já não tínhamos de perguntar o que queriam comer, o que queri-am fazer, se tinham gostado, etc. Senti um vazio.

INTERCÂMBIO TAVIRA — VARESE Por Adriana Correia, 12º A1

Mas a missão ainda não estava completa, faltava irmos a Itália. E foi durante a semana de 29 de mar-ço a 4 de abril que uma série de novas experiências, sentimentos e emoções desabrochou de forma natural e instantânea. Chegámos à escola “Liceo Clas-sico di Varese” e esperámos pela “nossa família”. Foi então que co-nheci o meu papá. Nas primeiras horas, e sem exagerar, Página 7

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projetos

senti-me em casa, como se já vi-vesse lá desde há muito tempo. Os meus pais italianos, mal rece-beram a garrafa de vinho da Her-dade do Esporão, o paio de porco preto alentejano e a flor de sal, disseram que podia voltar quando quisesse. Ora, fiquei deliciada! A integração com a família foi crescendo de tal forma que, pas-sados três, quatro dias, queria tra-tá-los por mãe e pai. Aliás, o me-lhor dia que passei em família foi quando gozaram comigo por não me conseguir desenvencilhar com o esparguete, sem faca e colher. Como era de esperar, pizza, massa e gelado não faltaram, nem por um dia! Foi de tal modo o excesso que, desde essa semana até hoje, ainda não consegui co-mer, ou cheirar, massa e pizza. Visitámos jardins, fomos até ao topo (e deixem-me que vos diga, interminável) do Sacro Mon-te, vimos e deslumbrámo-nos com a Catedral de Milão e as lojas de luxo, deliciámo-nos com a cho-colateria, onde o café era servido com colheres de chocolate e mui-to mais. No último dia, depois do al-moço que organizaram na escola,

três alunos, entre os quais um que partici-

pou no intercâmbio, tocaram o hino nacional ao som do clarinete. Os portugueses começaram todos a cantar. Mas o momento de pré-despedida não ficou por aí: fomos todos para a sala deles e, mesmo antes de sairmos, começámos a cantar e depois a chorar, ao som de “Goodbye my lover” e “Let her go”. O autocarro era o último sítio para onde queria ir. Aqueles que costumam gozar quando choro, choraram; aqueles que costumam dizer “Eu não vou chorar”, chora-ram; os abraços, as lágrimas não eram suficientes. As duas semanas não foram suficientes, sentia que esta aventura mal tinha começado. Alguém disse que esta experiên-cia tinha sido como droga. Eu con-cordo. Criaram-se novas amizades e paixões. Enfim, um misto de emoções. O que há mais para dizer? Tudo. Não sei como acabar, talvez não possa. ______

N os dias 22 de janeiro e 13 de março, realiza-ram-se duas sessões

sobre violência no namoro na escola secundária Dr. Jorge Au-gusto Correia com os alunos da educação especial, dinamizadas pela estagiária do gabinete de inter-venção social Isabel Cristina Ro-drigues com o objetivo de promo-ver a importância dos afetos e da expressão dos sentimentos e facili-tar o posicionamento em situações de namoro abusivas. As sessões foram constituídas por um jogo com frases sobre for-mas de relações de namoro entre os jovens, utilizando cartões de «concordo», «não concordo» e «não sei». Os alunos demonstra-vam a sua opinião tirando um des-ses cartões, promovendo-se, assim, um debate sobre cada frase.

Exemplos de frases dadas pelos alunos: “Nós devemos tratar bem os namorados e eles a nós.” ; “Não devemos ver as mensa-gens do telemóvel da namorada, porque é um objeto pessoal.” ; “Não devo contar o que faço com a minha namorada aos meus amigos, porque só diz respeito a mim e a ela.”;

Sessões de sensibilização

VIOLÊNCIA NO NAMORO

Por Luís António Silva (Coordenador de projetos do 1º/2º/3º ciclos/PES)

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Este intercâmbio envolveu alunos do 12º A1 e A2 e foi dinamizado pelo professor Luís Gonçal-ves, com coadjuvação da professora Anna Alba Caruso.

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projetos

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“Os namorados não devem gri-tar com as namoradas.” ; “Os namorados podem ter ami-gas mas com respeito.” ; “Não devemos ter relações se-xuais com o namorado como pro-va de amor.” ; “Devemos ter relações sexuais com o/a namorado/a apenas quando estamos preparados, quan-do conhecemos a pessoa e estar-mos prevenidos com contraceti-vos.” ; “Não devemos humilhar ou in-sultar o namorado ou a namora-da.”; “Não devemos controlar a ma-neira de vestir, mas devemos acon-selhar.”

Com estas sessões, os alunos partilharam opiniões e pontos de vista diferentes com a finalidade de alertar para situações de violência física e psicológica que poderão surgir no namoro e prevenir even-tuais situações que possam surgir no futuro. Os alunos participantes, Luís Romão, Inês Custódio, Sofia Faria, José Couto, Diogo Salvador e Catarina Caetano, consideraram muito interessante e importante a abordagem a estes temas para o seu crescimento pessoal.

DANÇA NA ESCOLA SECUNDÁRIA 3 ABRIL 2014

Por Luís António Silva (Coordenador de projetos do 1º/2º/3º ciclos/PES)

Atividade organizada em articulação do PES da ES Dr. Jorge Augusto Correia e PES da EB 2/3 Dom Paio Peres Correia e com a dinami-zação de Carlos Silva e grupo de dança constituído pelas alunas Ana Carolina Ferreira (11ºC2), Andreia da Ponte, Sónia Nunes e Lea Fuchte (11º C1) e Melissa Pereira (Sec. de Olhão) e , num segundo momento, dança com a EE Márcia Hou.

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projetos

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E

sta visita, realizada no âmbito da disciplina de

Biologia e Geologia e orientada pela Profª Augusta Carvalho, apesar de marcada pela chuva, proporcionou momentos de boa-disposição e en-riquecimento científico.

A Ria Formosa A Ria Formosa é uma zona lagu-nar de extrema importância biológi-ca. As águas calmas e de baixa pro-fundidade da Ria, e o material orgâ-nico que se encontra nestas, pro-porcionam excelentes condições de desenvolvimento e reprodução a diversas espécies. Algumas destas espécies partem depois para o Atlântico, podendo-se dizer assim que a Ria Formosa foi o seu berço. A vegetação das dunas da Ria Formosa é composta por plantas de extrema resistência. No sapal da Ria, que é um dos ecossistemas mais ricos do planeta, encontram-se plantas únicas pela sua capacidade de sobrevivência em meio salgado.

Observação do Sapal

Mal chegámos ao local da visita, começámos logo a combinar os trabalhos que iriam ser feitos e de que forma os organizaríamos. Depois destas considerações, de-mos início à visita em si. Começá-mos pelo estudo da zona do sapal, e só depois é que fomos para a praia.

Começámos por recolher forami-níferos (protozoários com “carapaça” que existem na terra, perto da água), que mais tarde fo-

PEDDY PAPER

Por Luís António Silva (Coordenador de projetos do 1º/2º/3º ciclos/PES)

Atividade organizada pela CPCJ/ GNR/ PSP, com a participação dos Bombeiros e Regimento de Infantaria, e dinamizada pelo 9ºC do Agrupamento D. Manuel I e com o apoio da EB 2/3 Dom Paio Peres Correia. Participaram 27 equipas do 2º/3ºciclos dos dois agrupamentos. As classificações foram:

2.º ciclo – 1º/ 2º e 3º Prémios atribuídos às equipas da EB 2/3 Dom Paio Peres Correia; 3.º ciclo – 1º Prémio EB 2/3 D. Manuel I e PIEF da EB 2/3 Dom Paio Peres Correia; 3º Prémio EB 2/3 Dom Paio Peres Correia.

Saída de Campo ao Barril – 10ºA3 Por Beatriz Pereira, Carolina Sol, Fernanda Herzog, Gabriela Gonçal-ves, Mariana Afonso e Miguel Bateira.

Page 11: Jornal ECOESTUDANTIL, n.º 23,  maio 2014

ciências experimentais

No dia 27 de Fevereiro, a turma 10ºA3 deslocou-se até à praia do Barril para uma saída de campo com o objetivo de es-

tudar a flora do sapal e da praia.

ram trabalhados por um grupo de alunos.

De seguida, procedemos à ob-servação das plantas, falando das suas características, comportamen-tos e influência no meio abiótico. Aprendemos como diferenciar as

zonas do sapal (que podem ser: baixo, médio, alto). Tivemos ainda a oportunidade de descobrir que algumas plantas deste ambiente são comestíveis (e que até sabem bem!). As plantas observadas/estudadas

(no sapal) foram:

Baixo sapal

Spartina maritima ou Morraça

Salicornea sp ou Espargo do mar

Suaeda sp

Sapal

Alto Sapal

Também observámos espécies na zona de transição entre sapal e du-na:

Limoniast rum monopetalumL. ou Salgado

Atriplex halimus ou Salgadeira

Carpobrotus edulis

Juncus

Nas dunas vimos várias espécies, das quais podemos destacar:

Foi um dia repleto de bons mo-mentos e de aprendizagem. Muitas novas curiosidades foram desco-bertas e muitos laços foram forta-lecidos. Agora, ao irmos à Praia do Barril,

conseguimos valorizar ainda mais a sua paisagem, pois agora compre-endemos a sua complexidade e im-portância.

Página 11

Othanthus mariti-mus ou Cordeirinho das Areias

Ammophyla arenaria ou Estorno

Erygium maritimum ou Cardo Marítimo

Suaeda sp

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eco dos espaços

Será que os provérbios estão fora de moda? -

Da sabedoria popular à apropriação pela literatura

N o passado dia 21 de fevereiro, dia Interna-

cional da Língua Materna, realizou-se no auditório da nossa escola uma palestra dinamizada pela As-sociação de Estudantes em parce-ria com a Biblioteca e o Grupo Disciplinar de Português, intitulada “Será que os provérbios estão fora de moda? – Da sabedoria popular à apropriação pela literatura”, com a participação do orador Rui Soa-res- Presidente da Associação In-ternacional de Paremiologia (AIP-IAP). Conjugando a circunstância de a nossa cidade ser considerada a ca-pital mundial dos provérbios e 21 de fevereiro ser o dia Internacional da Língua Materna, resolvemos dar a conhecer aos alunos a expressivi-dade de vários provérbios e a sua apropriação pela literatura. Rui Soares começou por destacar o relevante papel da Associação Internacional de Paremiologia e a sua parceria com várias entidades estrangeiras, tendo depois centrado o seu discurso sobre a importância dos provérbios na nossa linguagem quotidiana. Com a colaboração da professo-ra Ana Cristina Matias foi realizado um pequeno jogo de reconstrução de vários provérbios presentes em

diversas obras literárias já estuda-das ou ainda por estudar, como Sermão de Sto. António aos Peixes. Frei Luís de Sousa, Felizmente há luar! e Memorial do Convento. Foi uma palestra interessante, onde fomos um pouco à raiz do significado de alguns provérbios e descobrimos que os provérbios são tão correntes na nossa cultura que se “camuflam” e nem damos por eles, ou são transformados pelos autores literários, nomeadamente José Saramago. Serve de exemplo: “Ainda agora a procissão vai na praça” (Memorial do Convento; Cap. I) que a tradição oral consagrou como: “Ainda agora a procissão

Página 12

Por Patrícia Nogueira (Presidente da Associação de Estudantes)

vai no adro” e “Mas quem de gosto carrega não can-sa” (Memorial do Convento, Cap. XX), mais conhecido como “Quem corre por gosto não can-sa.” Na opinião dos alunos, palestras deste cariz são importantes para a preservação do que é nosso e o enriquecimento da língua portu-guesa. A Associação de Estudantes pre-tende continuar a dinamizar ações didáticas desde género e que con-tribuem para a preservação de va-lores essenciais, até porque muitos alunos presentes reforçaram que “é algo a repetir”.

Provérbios ilustrados ( orientação da professora Mª João Gouveia)

Semana da leitura: Dia mundial da poesia

Comemoração na Biblioteca, no dia 21 de março, com a participação dos alunos do 10º C1, membros do Clube de Teatro e os professores Ana Cristina Matias, Lina Correia, Luís Gonçalves e Reinaldo Barros.

Page 13: Jornal ECOESTUDANTIL, n.º 23,  maio 2014

eco dos espaços

Página 13

Semana da leitura : A língua portuguesa no século XXI

N o passado dia 17 de

março de 2014, a Semana da Leitu-ra, organizada pela Biblioteca e o Grupo de Português, teve o seu início com uma palestra dedicada ao lugar da língua portuguesa no mundo do século XXI. Afinal o que é o português na sua relação com as outras línguas? Para nos esclarecer esta questão,

as turmas 10º A3 e C1, 11º A1, B e A3 e 12º TCM2 foram presentea-das com a honra de receber, no nosso auditório, o Professor Dou-tor Manuel Célio Conceição, da Universidade do Algarve. A turma anfitriã foi o 11ºA1, que ficou en-carregue de receber o nosso convi-dado com o devido respeito.

A sessão foi iniciada com uma pequena introdução proferida pelo aluno Pedro Baptista, seguida de algumas palavras da aluna Beatriz Lopes e da posterior entrega de uma lembrança ao convidado, pela aluna Valentina Martinez. O Professor nasceu em Tavira e

“estreou” a nossa escola, no 7ºano, quando esta abriu em 1981. Hoje tornou-se numa comunidade mul-tilinguística e multicultural, alber-gando diversas nacionalidades e culturas.

Manuel Célio Conceição come-çou por destacar que no corrente ano se comemoram os oito séculos da língua portuguesa, tomando como referência o testamento de D. Afonso II (1214), o documento oficial mais antigo de que existe registo escrito em português.

A língua portuguesa é uma lín-gua românica, derivada do latim. Em consequência das relações que teve com outras línguas, a inter-compreensão com outras línguas românicas é facilitada. Divulgou-se no mundo a partir dos séculos XV e XVI. Desde aí, várias nacionali-dades adotaram um pouco do

português para si mesmos, co-mo a palavra japonesa “Arigato”, que deriva da pala-vra portuguesa “Obrigado”.

A língua por-tuguesa é uma língua “contaminada” por muitas ou-tras línguas e é, hoje, pluricêntrica, ou seja, os centros das decisões de política linguística já não se con-centram em Lisboa-Coimbra, mas sim em São Paulo, Luanda e Cabo Verde, entre outros. Assim, a ex-pansão da língua portuguesa é uma consequência da sua desterritoriali-zação.

“A língua portuguesa cobre 7,2% da superfície do planeta, o que é muito significativo, uma vez que existem 7000 línguas diferen-tes. É uma língua de grande impor-tância.”, afirmou o Professor. O português é língua oficial em países de diferentes continentes: Cabo Verde, Timor-Leste, Guiné-Bissau, Angola, Moçambique, Brasil e São Tomé. A elevada taxa de natalidade no Hemisfério Sul permite dar continuidade à língua portuguesa. “O futuro da língua portuguesa depende disso”, assegura o Profes-sor e acrescenta ainda que o “português é língua de mar”, já que é uma língua que é falada em paí-ses banhados por grandes costas.

Manuel Célio Conceição falou-nos também no uso do português na internet, que em apenas dez anos, entre 2000 e 2010, cresceu cerca de 1000%, o que é realmente muito significativo. Estes valores foram alcançados através do uso da internet pelos países em que a língua oficial é o português. Segun-do os dados da UNESCO, até 2050, o uso do chinês, do indiano, do espanhol, do árabe e do portu-

guês deverá crescer. E o portu-guês passará a ocupar o 6º lu-gar, devido ao número de falan-tes nativos de português como língua materna.

O que vale a língua portugue-sa no mundo? Como o profes-sor nos explicou, a língua portu-guesa vale 17% do PIB dos paí-ses que falam português. A ní-vel económico, segundo Manuel Célio Conceição, “o petróleo vai posicionar a língua portu-guesa na geopolítica mundial, pois cerca de 50% das reservas de petróleo e gás natural situam-se em países de língua portu-guesa”, podemos então chamar-lhe a “língua de petróleo”.

O português é também uma língua de ciência e de cultura, que permite aceder ao conheci-mento pela sua verbalização. O grande Saramago uma vez disse: “Não há língua portuguesa, há línguas expressas em portu-guês”. O Professor concluiu afirmando que “A língua portu-guesa é um oceano de culturas”.

A palestra foi encerrada com o agradecimento do aluno João Rafael, do 11ºA1, ao professor pelo seu discurso claro, dinâmi-co e vivo.

Por Ana Martins, 11º A1

Artigo orientado pela professora de Português, Ana Cristina Matias

C

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ESCRITA CRIATIVA

No que sinto, no que vejo, No que admiro, no que desejo, No que contemplei e imaginei, No que pensarei e alguma vez criarei, Há algo por detrás. Por detrás da mãe que prepara o lanche do filho, Por detrás do piloto que aquece os pneus, Por detrás do ginasta com o salto mortal, e no aplaudir de bradar aos céus. Os que escapam ao Mal, Na ingratidão da nossa hora, É deles privilégio tal, Essa tão rara aurora. A luz, tão brilhante e hipnotizante, Com o passar de cada momento, Sempre com o nosso agradecimento,

Eterno êxtase nos garante. O que ultrapassa o receio, O que enfraquece os joelhos, Mas que incha a nossa vela E nos leva para além do horizonte, À imitação dos nossos pais do há muito; O grito nu, cru Selvagem e indomável Que racha montanhas E treme as fundações Da Obra-prima de Deus; O uivo que traz pedaços do coração E invoca a coragem, Para saber que depois da tormenta, Da chuva que afoga os cobardes, Abençoar-nos-á a terra firme E o doce, doce nascer-do-sol. Na perseguição da chuvada, Começo a rir, Dos braços da minha amada Jamais pensarei fugir; Mais qualquer coisa, mais nada,

Quererei eu pedir.

Mas a pergunta que me assola, Me importuna, me desperta E com certeza não descola: Porquê?

Porque é que desafias a Ciência Incessantemente a arder? Como poderei eu saber Onde deixei a consciência? Vocabulário, retórica, razão, Regra, esquadro, diapasão, Ferramentas dos aplicados, Nas matemáticas são vincados, Mas a matemática mais precisa, Que nenhuma ferramenta analisa É a mais simples do mundo. Digo simples, é paradoxa, Digo calma, é fervorosa, Digo lenta, é um flash, Digo doce, é veneno, Digo… Eu digo, que é o amor. Esta complicada dança de seda cósmica, As nuances do teu movimento, A temperatura dos teus lábios, As horas à tua espera, Todo este tecido subjacente à nossa realidade Que nos cria, guia, move e tudo resolve. É esta a invenção do cliché. És tu e sou eu. São os dias entre nós. A pôr um nome, um conceito, Até mesmo a definição, Nesta coisa que é o amor Pois disto tenho a certeza, Os mortais nunca o serão.

Página 14 Atividade de escrita orientada pela professora de Português, Antonieta Couto

Por Miguel Gonçalves,11º A2

Cliché

Poesia

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ESCRITA CRIATIVA

O amor?

Página 15

Ai o amor… É tão difícil definir aquilo que o amor é, a sua essência, pois apenas temos manifestações de amor, como nu-ma simples troca de olhares. O que é o amor? Acho que nem eu, nem ninguém sabe responder claramente a esta pergunta. “Só sei que nada sei”, mas sei que quanto mais sei, mais quero saber, é isto que posso falar sobre isso a que chamam amor; o amor, aquele que afeta milhares de milhões em todo o mundo. Amor que nem sempre é sinónimo de felicidade, mas é de conquista, pois quem ama conquista, cativa, luta e demonstra o mais puro sentimento que nela prevalece. Quando se ama, não existe cedo ou tarde, tempo certo ou errado, tudo acontece na mais linda harmonia de sentimentos. E para que seja amor, “o segredo não é correr atrás das borboletas… É cuidar do jardim para que elas lá permaneçam. E no final de contas, achamos não quem procurávamos, mas quem nos estava a procurar”. Amor..., amar é fechar os olhos e ficar a imaginar: eu, tu, só nós dois.

“Amo como ama o amor Não conheço nenhuma outra razão para amar, senão amar. Que queres que te diga, além de que te amo, Se o que te quero dizer é que te amo?”

Por Beatriz Oliveira,10º B

Amor é o vento que se sente no rosto como um beijo, que te faz exigente a cada simples desejo. É uma vontade louca de correr para os braços de alguém, que te levou a crer no profundo do além. É não querer voltar mais para aquele mundo solitário, que deixaste em vendavais por não ser extraordinário. Mas como dizer que o que sinto é amor Se nunca sequer senti o teu calor?

Estela Santos, 10º B

Atividade de escrita orientada pela professora de Português, Ana Paula Mana

Os amantes (1923), Pablo Picasso

Page 16: Jornal ECOESTUDANTIL, n.º 23,  maio 2014

LÍNGUAS

Página 16

Artigo orientado pela professora de Inglês, Margarida Beato

I t's true, in my opinion we're the only saviour of our home world. It's pretty iron-

ic, since we're both Earth's de-stroyer and its protector. But man-kind shouldn't rely on its machines and other possibilities to play God, otherwise we may feel nature's vengeance. As mentioned before, we pursue the needed knowledge, technology and other evolutionary assets to protect and defend our environ-ment, but in order to achieve that, we have to leave our ignorance, our arrogance and our lust for power behind and start achieving goals for the greater good. On the contrary to what many keep on defending, we shouldn't rely on

„The natural world is under violent assault

from man. But we can change things, so the

responsibility for saving planet Earth is in our

hands“

renewable energy as well, since we would have to eradicate most of the natural environment in order to build enough energy collectors, like solar panels and windmills to satisfy the world's needs of energy. I think our future lies in nuclear fusion, since it doesn't pollute at all. Also, by modifying cell's genetic structure, we may be able to pro-duce vital material, like timber, in the future. Concerning Animal Farm, it would be very useful too, if we were able to produce essential food supplies, like meat, artificially, but most part of the population doesn't share this point of view, so a „balanced“-food consumption

by Wolf, 11º C2.

Nós conseguimos ser melhores!

Por Beatriz Lopes,11º A1

N ão há local na superfí-cie terrestre em que não haja discrimina-

ção por alguma razão. Todos os dias, em todos os cantos do mun-do os direitos do Homem são ig-norados. Está na altura de dizer basta! Todas as crianças têm o direito de saber o que fazer com uma ca-neta, têm o direito de saber falar corretamente, todos deveriam ter o direito à educação! Se no mundo em que vivemos uma grande parte da população não estuda, como pode o mundo evoluir? Ter cientis-tas? Como se pode descobrir a cu-ra para o cancro? Que direito tem

um par de senhores de tirar o direito à

educação de uma população jo-vem? Todos os dias, o futuro des-ses países fica comprometido. É difícil para uma família dizer aos filhos que não lhes pode dar o jogo ou a prenda de Natal que eles tanto desejam. É difícil quando nos sentamos à mesa para comer e, ironicamente, não temos nada para comer. Todas as pessoas deveriam ter o direito ao trabalho. Todas as pessoas deveriam ter no final do mês um salário, não comprome-tendo assim o futuro dos filhos. Falei apenas em dois direitos, mas, infelizmente, estes são apenas uma pequena amostra. Todos de-veríamos ter direitos. E quando falo em todos, falo no mundo to-

do,

porque todos somos iguais. Inde-pendentemente da religião, cor da pele, cor dos olhos, profissão… tanto faz, todos deveríamos ser tratados de igual forma! No entan-to, a diferença é o que nos torna únicos e a falta de direitos é o que nos faz lutar. Hoje a falta de direitos ainda é visível, por isso devemos lutar pela igualdade. Podemos tornar o mun-do num lugar melhor, pois nós conseguimos ser melhores!

may lead to a better result. Sadly, many vegetarians believe that it would be healthier and ethically more correct, since they're strictly against factory farming. They sup-port instead, maybe even unwill-ingly, the creation of large crop fields, which has a huge impact on our natural resources as well, like the Amazon rainforest. That's a fact!

Artigo orientado pela professora de Português, Ana Cristina Matias

Page 17: Jornal ECOESTUDANTIL, n.º 23,  maio 2014

ARTES VISUAIS

Página 17

Tudo começou meses antes, com uma proposta do professor de Português, Luís Gonçalves: uma visita à Lisboa de Pessoa e ao Palá-cio-Convento de Mafra. Pareceu-nos, logo, uma boa iniciativa. Finalmente chegou o dia: sete de março. Após uma longa viagem de autocarro, chegámos a Belém onde tivemos tempo para ficar a conhe-cer melhor uma das zonas mais bonitas de Lisboa. Partimos de seguida para o Ros-sio, onde demos início à visita gui-ada à Lisboa de Pessoa. Foi real-

mente uma experiência muito enri-quecedora, que nos permitiu perce-ber melhor quem era Fernando Pessoa (se isso é possível) e serviu, de alguma forma, como uma exce-lente conclusão do estudo deste misterioso e multifacetado autor. Na manhã seguinte, fomos até Mafra. Ficámos todos impressiona-dos com o tamanho daquele edifí-cio barroco do século XVIII, com o contraste entre a dimensão da vila de Mafra e o tamanho daquele colosso localizado na parte alta da vila. Iniciámos a visita, acompa-

nhados pelos nossos guias, percor-rendo o que parecia grande parte do palácio-convento. Na realidade, o que está aberto ao público é ape-nas uma pequena fração daquele palácio-convento de 40 000 metros quadrados, com características úni-cas, como, por exemplo, as suas 4500 portas e janelas e os dois car-rilhões com 110 sinos no total (o

Por Carla Coles, professora de Artes Visuais

Na Lisboa de Pessoa e no Convento de Mafra Por João Francisco Rodrigues, 12º A3

(Continua

na pág. 18)

Page 18: Jornal ECOESTUDANTIL, n.º 23,  maio 2014

CIÊNCIAS SOCIAIS E HUMANAS

Por Diego Ribeiro

N unca fui bom a escre-

ver sobre mim mesmo. Sempre fui capaz de me analisar a mim e in-trospeções são uma rotina diária para mim, mas comunicar o que eu vejo em mim e o que sinto, nunca foi a minha especialidade. Sempre gostei de ler. A capa-cidade de entrar em mundos com-pletamente diferentes através de um livro é algo que sempre me apelou. Nunca gostei de música, pensava sempre que era algo natu-ral e o gosto musical iria simples-mente surgir dentro de mim de repente e, tal como todas as pesso-as à minha volta, eu teria bandas e músicas favoritas. Obviamente que gosto de música, apenas não de um tipo específico e nunca se tornou parte da minha rotina. Também nunca gostei de desporto. Basicamente, o que eu quero dizer é que eu era o miúdo esquisito que gostava de ler (jogar também), não ouvia música ou jogava fute-bol. Olhando para trás até parece que estava a tentar sentir-me alie-nado, fazendo exatamente o opos-to do que todas as pessoas da mi-nha idade faziam, mas era apenas uma criança enquanto isto tudo acontecia. Não me apercebia e, quando me apercebi, já era tarde demais e olhava estupefacto en-quanto todos eram capazes de so-cializar tão facilmente e eu incapaz de encontrar um único ponto em

Página 18

comum para começar uma conver-sa. A minha vida foi marcada por muitas pessoas, mas acho que as duas pessoas que mais me afeta-ram foram a minha mãe e o meu primo. Amo-os incondicionalmen-te, tal como sei que eles me amam. À minha mãe devo todos os meus valores morais, que fazem de mim o que sou e o que vejo no mundo. O meu primo, simplificando ao máximo, é o melhor amigo que alguém pode ter, é a amizade mais forte que alguma vez irei desenvol-ver. Como todos, também fui marcado por momentos negativos e positivos que me afetaram pro-fundamente até ser quem sou atu-almente, mas existe um que me marcou especialmente. Apercebi-me aos doze anos, tentei ignorar durante o que me pareceram anos. Agora apercebo-me que foram apenas alguns me-ses, mas eventualmente admiti a mim mesmo: não gostava de rapa-rigas, mais especificamente, gosta-va de rapazes. Admitir isto a mim mesmo aos doze anos foi extrema-mente difícil, apenas queria ser nor-mal, queria arranjar um trabalho, casar-me e ter filhos. Não queria ser parte de uma minoria utilizada para quase todas as piadas existen-tes no meu círculo de amigos, não queria ser olhado de forma dife-rente pelos outros. Sentia-me sufo-

Uma parte de mim

cado. Refugiei-me na ideia da idade mágica aos olhos dum pré-adolescente, os dezoito anos. Só seis anos e podia ser completamen-te Eu. Nunca tentei fingir interesse, apenas fazia o habitual, mas, lenta-mente, aquele sentimento do peso em cima de mim voltava, cada vez mais forte, até que a uma certa al-tura o sentimento envolvia-me completamente e deixava-me sem forças e ficava exausto até encon-trar algo que me desse motivação para continuar. Não posso realmente dar um fim porque isto ainda me afeta, cada vez mais, mas é apenas uma parte de mim, tal como sou bilin-gue, sarcástico, imaginativo, sonso e muito mais.

Pintura de Júlio Pomar

que os torna dos maiores do mundo). É de realçar a competência e a simpatia dos guias que nos ajuda-ram a fazer um paralelo entre o edifício que estávamos a visitar e a obra de José Saramago. Realça-ram algo com que todos nós

concordámos no final e que o pró-prio Saramago salienta na sua obra: a atitude esbanjadora do rei D João V que “levantou” o convento. Foi realmente uma visita enri-quecedora a uma obra incrível que resultou do esforço de muitos ele-mentos do povo do século XVIII e de um momento de loucura e de incompetência por parte do rei, atitudes que podemos verificar ain-

da hoje nos “senhores” que gover-nam este maravilhoso país. Nessa tarde, assistimos à peça de teatro “Memorial do Conven-to”, uma encenação bem conse-guida da obra de José Saramago que serviu como uma conclusão à visita a Mafra e como uma forma de nos motivar a concluir a leitura da obra.

(Continuação da pág. 17)

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CIÊNCIAS SOCIAIS E HUMANAS

A

s conferências TED (Technology, Enter-tainment, Design)

são uma espécie de grupo privado, sem quaisquer fins lucrativos, onde são contadas experiências pessoais extraordinariamente fora do co-mum. Temple Grandin, a quem foi diagnosticado autismo na infância, esclarece como a sua mente funci-ona.

Antigamente, o autismo era vis-to como uma doença grave carac-terizada por isolamento extremo, dificuldades de linguagem e comu-nicação, movimentos estereotipa-dos e comportamentos do tipo obsessivo. Hoje, é uma área de grande interesse e diferentes estu-dos estabelecem e promovem des-de alterações conceptuais até mo-dificações terapêuticas de funda-mental importância.

Temple Grandin, quando fala ou ouve algo, pensa em imagens e não na definição comum do que lhe é transmitido. O seu cérebro autista dá mais importância a pormenores do que um cérebro normal que ignora detalhes. As disciplinas em que tinha mais facilidade estavam diretamente relacionadas com artes e, compreendeu então, que as cri-anças autistas são, na sua maioria, uma espécie de pensador visual, tendo por exemplo mais facilidade em desenhar em perspetiva aos nove anos de idade do que uma criança sem esse diagnóstico.

Ainda assim, apenas percebeu que pensava de forma diferente das pessoas comuns quando come-çou a escrever o seu livro Pensando em Imagens, sobre como pensam as pessoas, através de perguntas sim-ples como “pense numa torre de

Página 19

Artigo orientado pela professora de Psicologia, Edite Azevedo

igreja” e todos descreviam a torre estereotipadamente sem se referi-rem a alguma em particular, en-quanto que na sua cabeça passa-vam inúmeras imagens específicas de torres de igrejas (que fizeram parte da sua vida), tipo Google, por imagens fotográficas. Os ani-mais também o fazem e colocam todas essas informações detalhadas em categorias, como se o seu cére-bro funcionasse como peças de um puzzle ou pastas armazenadas num computador.

Algumas pesquisas mostraram que pessoas com o espetro autista pensam na verdade com o córtex visual primário e tendem a ter uma mente especialista, extremamente boa em determinadas coisas e pés-sima noutras. Por exemplo, é mui-to má a resolver cálculos relaciona-dos com álgebra mas ótima a geo-metria e trigonometria. Muitas ve-zes superam os cérebros ditos “normais” em tarefas auditivas e visuais e também são melhores em testes de inteligência não-verbal.

Uma mente pode ser mais do que uma mente pensadora e cogni-tiva, estar mais conectada para ser mais social. Se uma criança apenas brinca com legos, devem dar-lhe outra brincadeira com esses mes-mos legos ou, se tem tendência para desenhar determinadas figu-ras, deve-lhe ser pedido para dese-nhar outro tipo de coisas, pois uma caraterística do autismo é que ten-de a fixar-se apenas numa coisa, ou seja, deve ser usada essa fixação para motivar aquela criança.

Concluindo, Temple Grandin reforça a ideia de que são necessá-rios todos os tipos de mentes a trabalhar em conjunto e, muitas

vezes, crianças com este tipo de diagnóstico não são estimuladas para os seus próprios interesses. Atribuem-lhes estereótipos de edu-cação influenciados pela sociedade quando podem fazer contribuições significativas para a comunidade se inseridas nos ambientes certos.

O cérebro comum iria distinguir facilmente as letras que estão re-presentadas em grande “S” e “H”. O cérebro autista iria dar mais atenção às letras pequenas, neste caso “H” e “S”, respetivamente.

No cérebro autista, o hemisfério direito tem ligações (ramificações) mais fortes e maiores do que o cé-rebro comum.

O hemisfério direito é respon-sável pela organização das perce-ções espaciais e encarrega-se de associar ideias, encontrar relações de forma intuitiva e rege-se por imagens (ligado à arte e imagina-ção).

Autismo: uma doença com vantagens Por Catarina Rodrigues, 12º A2

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CIÊNCIAS SOCIAIS E HUMANAS

D esde pequenos que nos ensinam e nos tentam explicar a ra-

zão por trás de conseguirmos ver, cheirar, ouvir, saborear ou sentir. Falam-nos do poder dos sentidos, para que servem e o que são e fi-cam por aí, deixando que muitos acreditem que o ser humano tem apenas esses cinco sentidos, desco-nhecendo o facto de que tal não é completamente verdade. Costuma-se dizer que as mulhe-

res têm um sexto sentido, por vá-rias razões que não são relevantes para este tópico. Mas, a verdade é que todos têm um sexto sentido, independentemente do sexo, raça, cultura... Qualquer ser humano tem e precisa de um sexto sentido, assim como precisa dos outros cin-co para “funcionar” na perfeição. Proprioceção foi o nome dado a este “novo” sentido, impercetível, descoberto, finalmente, por Sher-rington por volta de 1890. Indispensável para nos sentirmos

nós próprios, este é, de facto, o mais importante dos sentidos e, no entanto, trabalha tão secretamente que nem damos por ele. Daí nunca nos questionarmos – por que razão nos sentimos como nós próprios? Como sentimos o nosso corpo? Como é que sabemos que, mesmo sem tocar em mais nada, está à nossa frente uma mão, a nossa mão? Como Sherrington afirmou: “É unicamente através da proprioceção que sentimos o nosso corpo como nossa propriedade, como algo que nos é próprio, como sendo nosso”. Trata-se de um fluxo sensorial contínuo, todavia, inconsciente que provem das zo-nas móveis do nosso corpo, como os músculos, os tendões e as arti-culações, ajustando e monitorizan-do a posição e movimento sem que nos apercebamos de nada, de

tão automático que é. E então questio-namo-nos: “Será esse sexto senti-

Um sexto sentido

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Por Joana Teixeira, 12ºC3

do assim tão importante que nem damos por ele?”. Segue-se, então, o caso que nos é apresentado em O homem que confundiu a mulher com um chapéu de Oliver Sacks. Uma mu-lher que perdeu esse sentido, a sua proprioceção, perdeu a mestria, o domínio, o controlo do seu pró-prio corpo porque deixou de o sentir como seu. Cristina, de 27 anos, era uma mulher saudável, viva de corpo e espírito, inteli-gente, trabalhadora, mãe e com uma vida ativa e intensa. Contudo, sofre um ataque de dores abdomi-nais e descobre que tem pedra nos rins. Os médicos aconselharam uma operação e, três dias antes da data prevista, deu entrada no hos-pital e foi medicada com antibióti-cos, como precaução de rotina. Na véspera da operação, Cristina tem um sonho bastante nítido que a estonteou como nunca : não era capaz de segurar as coisas em con-dições, deixava cair tudo, nem se conseguia pôr em pé com facilida-de e até acabava por cair num chão que também não sentia. Era como se não existisse. Consultaram-se psiquiatras que disseram ser uma ansiedade pré-operatória que natu-ralmente acontecia, mas a verdade é que o seu sonho tornou-se reali-dade. Desequilibrava-se, fazia mo-vimentos flutuantes quando se ten-tava pôr de pé e deixava cair as coisas em que agarrava. Foram consultados, novamente, psiquia-tras que, mesmo vexados, continu-aram a afirmar que era natural, que se tratava apenas de ansiedade his-térica. No entanto, o estado da mulher piorou gravemente no dia da operação. Pôr-se de pé ou segu-rar algo era impossível, quando tentava comer, as mãos falhavam o alvo, o corpo descaía e o rosto não tinha qualquer expressão, o maxilar caía - lhe e a postura vocal desapa-recera. Era como se o controlo dos movimentos e da tonicidade tives-se avariado e piorou de tal maneira que até a respiração era superficial.

Afirmava não sentir o corpo, como se não o tivesse.

O que aconte-ceu com Cristina foi a lesão das fibras precetivas, um deficit proprio-cetivo profundo, extensivo a todo o corpo. Quando foram feitos tes-tes sensoriais e ao funcionamento do lobo parietal verificou-se que funcionavam. De facto, o que acontecia era que não tinham nada com que funcionar. As três princi-pais coisas que nos tornam consci-entes do nosso corpo são: a visão, os órgãos de equilíbrio e a proprio-ceção, todos a trabalhar em con-junto e, quando um falha, os ou-tros compensam-no. Assim, no caso de Cristina, ela teria que se guiar pela visão e pelos órgãos de equilíbrio para se poder movimen-tar. Para conseguir andar teria de olhar para os pés, para pegar em algo teria de olhar para as mãos e assim sucessivamente. “Essa propri-oceção faz de olhos do corpo, é a forma como o corpo se vê a si próprio. Quando se deixa de a ter (…) é como se o corpo cegasse.” (Oliver Sacks, O homem que confundiu a mulher com um chapéu)

Para concluir, gostaria de acres-centar quão importante seria que todos soubessem que este sentido existe e que é importantíssimo no nosso dia-a-dia. Não será preciso que se expliquem todos os concei-tos neurológicos mas que se escla-reça que não se trata de um rumor, de uma mentira, que o Homem não tem apenas cinco sentidos. A verdade é que não conseguiríamos fazer muito que fazemos se esse sexto sentido falhasse. Assim, afir-ma Oliver Sacks: “haverá algo mais importante para nós, a um nível elemen-tar, do que o controle, a mestria e o do-mínio do nosso ser físico? E no entanto, essa sensação é tão familiar para nós, tão automática que nem sequer pensamos nela.”

Artigo orientado pela professora de Psicologia, Edite Azevedo

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CIÊNCIAS SOCIAIS E HUMANAS

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N os dias 27 e 28 de

fevereiro, as turmas do 11º e do 12º ano da área de Economia reali-zaram uma vista de estudo a Lis-boa, ao Museu do Banco de Portu-gal ver a exposição permanente do Banco e assistir à peça “Felizmente Há Luar!” de Luís de Sttau Montei-ro no Teatro A Barraca. No dia 27 de fevereiro, os alu-nos reuniram-se todos por volta das 8:00h à porta da escola, acom-panhados pelas professoras Car-men Castro e Ana Paula Brito da Mana e pelo professor João Mada-lena. (Professores de Economia, Português e Matemática, respetiva-mente). A viagem de ida correu ainda melhor que o previsto já que espe-ravam almoçar numa área de servi-ço na autoestrada e conseguiram chegar a Lisboa antes do tempo previsto, ir levar as suas bagagens para o Lisbon Chillout Hostel e aí, sim, almoçar com mais tempo. Por volta das 14:00h, os alunos e professores foram apanhar o Me-tro para chegar mais rápido ao Ban-co de Portugal . Aí esperavam-nos dois guias para fazerem uma visita guiada à exposição permanente do banco que se intitula: “O Dinheiro no Ocidente Peninsular: do Artigo Pa-drão ao Euro”. Esta exposição desenvolve-se ao longo de catorze núcleos, estes são: Artigo Padrão; No nosso Territó-rio das primeiras amoedações ao dinheiro português; Da Reconquis-ta à Crise de 1383-1385; Nos Des-cobrimentos e Conquistas; Na Cri-

se do Império; Na Restauração; Da Monarquia Absoluta ao Despotis-mo Iluminado; Do Liberalismo à Regeneração; Da Regeneração à República; Na Primeira República; No Estado Novo; No Estado De-mocrático; O euro e a Produção de Notas. Logo de seguida, foi visio-nado um pequeno vídeo intitulado “Breve História do Dinheiro” que foi expressamente concebido para esta exposição. Por fim, foi vista a ex-posição “O Português: moeda de prestí-gio internacional”. Com estas exposi-ções, os alunos ficaram a conhecer o percurso do dinheiro ao longo dos anos. Quando saíram do banco, apro-veitaram para visitar a zona do In-tendente remodelada e o Arco da rua Augusta. Depois foram jantar nos Armazéns do Chiado e, ainda cedo, voltaram para o hostel onde houve muito tempo para o conví-vio entre os alunos das duas tur-mas. No dia seguinte, 28 de fevereiro, tomaram o pequeno-almoço ainda no hostel e arrumaram as suas coi-sas para que pudessem chegar a

tempo ao teatro para verem a Peça “Felizmente Há Luar!” de Luís de Sttau Monteiro, interpretada pela companhia de Teatro A Barraca, que está no programa da disciplina de Português do 12º ano. Acabada a peça, deslocaram-se para o autocarro para que pudes-sem ir almoçar ao Centro Comerci-al Almada Fórum. Depois de todos terem almoçado, faltava a viagem de regresso que se realizou sem nenhum contratempo. Chegados a Tavira por volta das 18:30h, os alunos e professores foram para as suas casas aproveitar as férias que os esperavam. E as-sim se realizou mais uma visita de estudo que acabou bem e que, para além do convívio, permitiu o enri-quecimento dos conhecimentos de todos.

Enriquecimento de conhecimentos:

Por Marta Ferreiro, 11ºB

No museu do Banco de Portugal e no teatro

Relatório orientado pela professora de Economia, Carmen Castro

Museu do Banco de Portugal

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CINEMA

Artigo orientado pela professora de Filosofia, Edite Azevedo

Relação mãe-filho O filme “Adeus Lenine”, de Wolfgang Becker, envolve o cená-rio da Alemanha na época da que-da do Muro de Berlim e toda a transformação sentida na Alema-nha desde a política socialista à política capitalista. Christiane era uma ativista comu-nista fervorosa que lançava todas as suas forças, esperanças e vitali-dade no governo, de forma a ajudá-lo no progresso socialista da sua nação. Sofre um ataque cardíaco que a deixa em coma durante oito meses. Precisamente nesses oito meses acontece uma enorme trans-formação na Alemanha: a queda do Muro de Berlim e o triunfo do capitalismo. Quando esta acorda do coma, encontra-se fraca e o mínimo cho-que pode levá-la à morte. Desta forma, para tentar restaurar a saúde da mãe, Alex (com a ajuda da irmã, Ariane), decide transformar o apar-tamento onde vive numa ilha do passado, num museu socialista da Alemanha Oriental antes da queda do Muro para que esta continue a viver feliz e orgulhosa do seu ama-

do país, acredi-tando que nada mudara desde

então (na ilusão de que o marxis-mo ganhara a batalha contra o capitalismo). À medida que a saúde da mãe progride, esta farsa torna-se cada vez mais insustentável e incontro-lável para Alex, pois a mãe começa a querer circular pela casa, ver tele-visão e até… sair à rua. Desta for-ma, Alex, com a ajuda de alguns amigos, tentam criar a imagem de um sistema político perfeito, que atenda às especificações e sonhos da mãe, criando falsas gravações sobre o antigo regime, numa tenta-tiva de apaziguar o que esta vai descobrindo ao longo dos dias. Este filme reflete o enorme amor e dedicação de um filho pela mãe. Alex faz tudo para que Chris-tiane recupere a saúde, fazendo-a viver uma farsa com o objetivo de se sentir feliz e confortável na sua tão amada Alemanha socialista. Este filme dá-nos uma ótima oportunidade de pensar como os grandes acontecimentos históricos interferem na vida das pessoas e como o amor e a dedicação conse-guem ultrapassar as enormes bar-reiras da vida.

A

n

Juventude, Cinema e Escola (JCE), projeto desenhado por Ana-bela Moutinho e Graça Lobo, de-senvolveu-se no Algarve desde há 15 anos. Este ano, e é oficial, pas-sou a Plano Nacional de Cinema (PNC). Vá-se lá saber porquê. A primeira sessão deste Plano foi no Cinema António Pinheiro, em Tavira. No dia 24 de abril. Ses-sões para 10º e 11º anos de manhã e 12º anos de tarde. O filme, Aniko Bobó, de Manoel de Oliveira. Reali-zado em 1942, em plena 2ª Guerra Mundial, foi considerado por al-guns críticos estrangeiros como o mais belo filme sobre a infância. Está lá tudo: a Escola, a família, os tempos livres, a mercearia, as brin-cadeiras perigosas, a pobreza, o Douro e a bela ponte de D. Luís, questões éticas, temas como a mentira, os preconceitos, estereóti-pos, a morte… e mais de quinhen-tos alunos da nossa Escola a terem a fabulosa oportunidade de o ve-rem… em película. Especialmente conseguida por este Plano.

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“Adeus Lenine”

Por Ana Lourenço,12º C1

Juventude, Cinema e Escola (JCE) 25/02/14

De JCE a PNC Por Edite Azevedo

(professora De Filosofia e Psicologia)

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projetos

N os passados dias

31 de janeiro a 2 de fevereiro, os alunos Beatriz Oliveira e Estela Santos (10ºB) e Marcos Araújo, (11ºB) representaram o Clube Mentes Empreendedoras da nos-sa Escola no encontro de coor-denadores em Camarate, Lisboa.

O encontro contou com a par-ticipação de 25 alunos de diver-sas escolas do país, de Tavira a Guimarães, incluindo várias es-colas de Lisboa. Foram dias ex-celentes e muitos criaram laços de amizade!

Sempre com boa disposição e espírito empreendedor, a mento-ra Marta Mio e os Fellows - File-na, Ana Carolina, Carolina, João e Raquel - garantiram, incansa-velmente, o decorrer das ativida-des previstas para o fim-de-semana. Estas atividades basea-ram-se em jogos de grupo que tinham como objetivo que os participantes retirassem, de cada um, uma conclusão, uma lição, como, por exemplo, “quem não tem cão, caça com gato”.

De entre muitos, realizaram-se os seguintes jogos:

Criação de regras/compromissos Logo no primeiro dia, cada um teve a oportunidade de sugerir regras/compromissos para o encontro, para que todos pudessem respeitar e passar um bom fim-de-semana;

Atividade com nomes próprios Consistia em, de uma forma divertida, decorarmos o nome de todos os presen-tes. Para tal, dissemos o nosso nome e adicionámos uma característica com a nossa primeira letra do nome;

Jogos para nos conhecermos melhor Indicando, por exemplo, os nossos gos-tos;

Desenho coletivo Sentados numa roda, com uma folha A4 em branco à sua frente, cada um teve que, em 10 segundos, escrever o nome da pessoa à sua esquerda e começar a dese-nhar a cara dessa pessoa ou escrever uma qualidade/característica da mesma. No final, depois da folha ter passado por todos, cada um já tinha o seu retrato construído por todos;

Jogo da manta Sem sair de cima da manta, sem tocar no chão e sem usar as mãos, os participantes tinham de a virar e permanecer em cima da manta sempre!;

Monstro com 5 pernas e 3 braços Todos tinham que se tocar e convencer os outros de que era mesmo um monstro;

Marshmallow challenge Com 20 espaguetes e um marshmallow, tínhamos que construir a torre mais alta e colocar o marshmallow no topo. A torre tinha que aguentar pelo menos 5 segun-dos em pé;

Jogo baranga Cada mesa tinha regras de jogo e, sem poder comunicar entre si, os vencedo-res iam para a mesa da direita, enquanto os perdedores para a mesa da esquerda. Quem mudava de mesa, tinha que saber quais eram as regras;

Jogo do balão Consistiu em andar a par com outra pessoa, de uma ponta a outra da sala, segurando o balão com a testa ou com a barriga;

Jogo com arcos Todos de pé e de mãos dadas, tivemos que fazer passar dois arcos sem largar a mão do colega do lado;

Feira de projetos Uma vez que o encontro reuniu vários clubes, cada um teve a oportunidade de criar uma cartolina com todos os projetos do seu clube, com desenhos ou só com o nome dos projetos, e apresentar a todos que estavam presentes, numa espécie de feira.

Por Beatriz Oliveira e Estela Santos (10º B) e Marcos Araújo (11º B)

Todas estas atividades de grupo exigiram muita cooperação, traba-lho em grupo, criatividade, resiliên-cia e muito mais. Deste modo, concluímos que não podemos dar nada como impossível desde que queiramos mesmo realizar. Tam-bém aprendemos o valor da comu-nicação e o quão importante é para a realização de qualquer tarefa; a importância de confiar no nosso parceiro/colega de trabalho; que, em conjunto, tudo é mais fácil, pois duas ou vinte cabeças pensam mais e melhor que uma, daí a im-portância dos grupos.

No final de contas, foi uma ex-periência única e maravilhosa. Nós os três, representantes de Tavira, tivemos a oportunidade de convi-ver e conhecer pessoas fantásticas, para não falar da aprendizagem que realizámos.

“Foi um fim-de-semana extra-ordinário, que passei com pessoas superinteressantes e simpáticas. Aprendi imenso e pude desenvol-ver capacidades que não tinha. Acho que aprendi mais num fim-de-semana do que num ano leti-vo.”, disse a Estela.

“É fascinante como em apenas três dias se conseguem fazer ami-zades com pessoas extraordinárias e com um espirito empreendedor incrível! Todos os dias foram dife-rentes e em cada dia aprendemos imensas coisas, desde resiliência à criatividade, passando pela força e vontade de querer. Não poderia ter sido uma experiência mais enrique-cedora.” , corroboraram a Beatriz e o Marcos. Página 23

Clube Mentes Empreendedoras : Encontro nacional de coordenadores

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Ficha Técnica

Chefe de Redação: Ana Cristina Matias Conselho de Redação: Carmen Castro, Lina Correia,

Mª Antonieta Couto e Ana Paula Mana Redação: Alunos e Professores do AEJAC

Paginação: Ana Cristina Matias

Agrupamento de Escolas

Dr. Jorge Augusto Correia - TAVIRA

BIBLIOTECA ESJAC

e-mail: [email protected] e-mail: [email protected]

h�p://www.facebook.com/biblioteca.esjac.tavira

Equipa Vokseconomy conquista prémio na final do

Concurso Young Business Talents

RAMINCORPORATED

Marcos Araújo, Antó-nio Amaral, e Rúben Frangolho (11º B) , jovens gestores, prova-ram saber tomar as decisões certas pelo que participaram na final.

Mário Nunes, Stan Weterings , Sérgio Rato e Rui Pereira (11º B) já são gestores de topo, conquistaram o quinto lugar do Concurso Young Business Talents. A final nacional realizou-se em Lisboa, no passado dia 15 de março, e envolveu 300 alunos e 50 professo-res, um deles era a professora Carmen Castro, do grupo disciplinar de Economia, e que apoiou incansavelmen-te as cinco equipas da nossa escola apuradas para a final. De entre as 75 equipas presentes, a Vockseconomy alcançou um honroso quinto lugar. As outras quatro equipas da nossa escola foram:

VOCKSECONOMY

BRILTEAM

Beatriz Oliveira, Rú-ben Vitória , Lia Thé-venin e Inês Domin-gos, (10ºB) provaram saber bem gerir uma empresa virtual pelo que participaram na final.

J3M

João Nobre (12º A3), Luís Conceição (12º B), João Luís (12º A3) e João Afonso (12º B) também se qualificaram para a final nacional do YBT. Aqui na com-panhia da professora Carmen Castro.

RCR

André Rodrigues, Vic-tor Chiscã e Gonçalo Romão (10º B) revela-ram ser gestores pro-missores e também marcaram presença na final.