revista ler ciência 02

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Ciência, Saúde e Esporte juntos na Arena Castelão EDIÇÃO N O 2 ANO 2 ILACCT Desertificação na América Latina e Caribe Lupa Entrevistamos Cássia Damiani

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Page 1: Revista Ler Ciência 02

Ciência, Saúde e Esporte juntos na Arena Castelão

EDIÇÃO NO 2 ANO 2

ILACCTDesertificação na América Latina e Caribe

LupaEntrevistamos Cássia Damiani

Page 2: Revista Ler Ciência 02

CENTAUROCENTRO DE REFERÊNCIAEM AUTOMAÇÃO E ROBÓTICA

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Cursos do Instituto Centec destacam-se em avaliação do MEC

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Impulso

Eureka

Lupa

Semana Nacional de C&T

Educação Superior

Centec

ILACCT

Geopark

Nova Seara

Nutec

Clima

Astronomia

Confira os editais e chamadas de financiamento vigentes

Universidades cearenses são destaque em ranking nacional

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UTD

Inovação

Universidade do Trabalho Digital recebe premiação nacional

Seara da Ciência em novo prédio

Secitece irá coordenar programa Tecnova no Ceará

Primeira Conferência ILACCT apresentou modelos de sucesso no combate à seca e os

custos da desertificação para os países

Descoberta de único fóssil de camarão repercute na imprensa nacional

Ciência, Saúde e Esporte juntos na Arena Castelão

Entrevistamos Cássia Damiani

Frases e curisosidades científicas

NUTEC apresenta máquina pioneira no País

Nesta edição

Ceará receberá conferência internacional Adaptation Futures 2014

CENTAUROCENTRO DE REFERÊNCIAEM AUTOMAÇÃO E ROBÓTICA

Planetário itinerante será implantado no sertão do Ceará

Page 4: Revista Ler Ciência 02

4 Edição NO 2 Outubro/2013

EditorialDespertar o espírito científico em crianças, jovens e adultos, estimulando a curiosidade, a investigação e a busca pelo conhecimento. É para cumprir com essa missão - popularizar a Ciência e Tecnologia no Ceará, que a Secretaria da Ciência, Tecnologia e Educação Superior - Secitece, coordena a Semana Nacional de Ciência e Tecnologia.

Realizar a Semana é sempre um desafio. Centenas e, se possível, milhares de atividades são desenvolvidas por diversas instituições no Estado. Escolas, universidades, centros de pesquisa, dentre outros parceiros, empenham-se com afinco nessa tarefa. E é graças a esse apoio que o Ceará tem se destacado no ranking nacional de atividades cadastradas.

Este ano, a escolha do tema Ciência, Saúde e Esporte possibilitou estender ainda mais essas parcerias. Além da Secitece e de suas vinculadas - NUTEC, Funceme, UECE, Instituto Centec; Secretaria Especial da Copa, Secretaria do Esporte, Secretaria de Saúde e Secretaria de Educação trabalharam juntas para fazer da SNCT 2013, um evento inesquecível. O suporte oferecido pela Casa Civil foi imprescindível para a realização do evento, que tem a participação de mais de 5 mil alunos.

Esta edição da Ler Ciência traz aos leitores um pouco desse maravilhoso universo. A educadora física Cássia Damiani, diretora de Planejamento e Gestão Estratégica do Ministério do Esporte, nos mostra como é possível a inclusão social através do Esporte e de que modo as pesquisas científicas podem apoiar o desenvolvimento do esporte no País.

A matéria principal destaca alguns dos projetos apresentados na Exposição SNCT 2013, na Arena Castelão. Mais uma vez, os alunos das escolas públicas estaduais surpreendem com a qualidade e a inovação em seus projetos. Uma das novidades deste ano é uma mochila geradora de energia, capaz de carregar eletrônicos de pequeno porte, a partir da pisada. O Centro de Ciências da Saúde da Universidade Estadual do Ceará também chamou a atenção dos visitantes com uma série de atividades e serviços para a população.

A revista destaca ainda o forte papel que o Ceará tem no estudo das mudanças climáticas, com a cobertura especial da I Conferência ILACCT, que reuniu pesquisadores de 14 países, em agosto, no município de Sobral, na região Norte do Estado.

Boa leitura!

Simplícia SinibaldiCoordenadora de Comunicação da Secitece

Editora da Revista Ler Ciência

Expediente Outubro - 2013 - Edição nº 2 / Ano 2

Secretaria da Ciência, Tecnologia e Educação Superior (Secitece)

René BarreiraSecretário

Almir BittencourtSecretário Adjunto

Pedro CasteloSecretário Executivo

ASCOM/SeciteceSimplícia Sinibaldi

CoordenadoraEditora Revista Ler Ciência - 1711/JPCE

[email protected]

Cynthia CardosoJornalista | Reportagens - 1982/JPCE

[email protected]

Lara MaiaPublicidade | Eventos

[email protected]

Marília OliveiraPublicidade | Mídias Sociais

[email protected]

ColaboradoresAna Freires (Centec)

Arinne Oliveira (Nutec)Elizângela Santos (Urca)

Fátima Serpa (Uece)Francisco Edilson da Silva (UVA)

Guto Castro Neto (Funceme)Rafael Ayala (Funcap)

Marcos Edson Cavalcante (ILACCT)

Projeto Gráfico e DiagramaçãoGO! Branding + Design

www.heyholetsgo.com.br

ImpressãoGráfica Ronda

Tiragem5 mil exemplares

SeciteceSecretaria da Ciência, Tecnologia

e Educação Superior do EstadoAv. Dr. José Martins Rodrigues, 150 – Edson Queiroz

60811-520 Fortaleza-CEFone: (85) 3101-6466 | Fax: 3101-3675

www.sct.ce.gov.br

twitter.com/Secitecefacebook.com/Secitece

youtube.com/CanalSecitecepicasaweb.com/Secitece

Page 5: Revista Ler Ciência 02

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Impulso

EDITAISConfira os editais e chamadas de financiamento vigentes

Segunda rodada da seleção de empresas pelo Start-Up BrasilO Start-Up Brasil está com inscrições abertas para a segunda rodada de seleção de empresas nascentes de base tecnológica, a serem aceleradas pelo programa. Aproximadamente 50 vagas estão disponíveis para start-ups brasileiras e internacionais com até três anos de constituição.

O projeto Wotchapp+ foi o único selecionado do Ceará. A empresa Coredigital Desenvolvimento de Software LTDA também aprovou um projeto de mesmo nome na primeira rodada do edital nº 06/2013 – Pappe Integração da Funcap.

Os projetos selecionados podem obter bolsas de até R$ 200 mil e devem ser induzidos por uma das nove aceleradoras do programa. Empresas que não foram aprovadas na primeira rodada também podem participar da seleção.

O Start-Up Brasil é um programa do governo federal, criado pelo MCTI para agregar um conjunto de atores e instituições em favor do empreendedorismo de base tecnológica. A iniciativa integra o Programa Estratégico de Software e Serviços de Tecnologia da Informação (TI Maior).

Inscrições: até 19/11/2013

Saiba mais: http://startupbrasil.mcti.gov.br

Prêmio Vale-Capes de Ciência e SustentabilidadeSerão premiadas teses de doutorado e dissertações de mestrado que tragam ideias, soluções e processos inovadores para questões como redução do consumo de água e energia, redução de gases do efeito estufa (GEE), aproveitamento, reaproveitamento e reciclagem de resíduos e/ou rejeitos e tecnologia socioambiental com ênfase no combate à pobreza.

O Prêmio Vale-Capes de Ciência e Sustentabilidade se refere às teses e dissertações defendidas no Brasil em 2011 e foi criado a partir de uma parceria entre a Capes e a Vale, firmada durante a conferência Rio +20.

O vencedor de Tese de Doutorado receberá R$ 15 mil e uma bolsa para realização de estágio pós-doutoral. Já o ganhador de Dissertação de Mestrado receberá R$ 10 mil e uma bolsa para realização de doutorado em instituição

nacional. Os orientadores também serão prestigiados, recebendo auxílio equivalente a uma participação em congresso nacional e internacional.

Inscrições: até 29/11/2013

Saiba mais: http://www.capes.gov.br/editais/abertos/6543-premio-vale-capes-de-ciencia-e-sustentabilidade

Apoio a projetos de Ciências Humanas e Sociais, editoração e eventos científicosO CNPq e a Capes estão com quatro chamadas direcionadas às áreas de Ciências Humanas e Sociais, editoração e realização de eventos.

A Chamada nº 43 abre seleção de propostas de pesquisas nas áreas de Ciências Humanas, Sociais e Sociais Aplicadas que visem contribuir significativamente para o desenvolvimento científico e tecnológico e para a inovação do país. Os projetos aprovados serão financiados com recursos no valor global estimado de R$ 8 milhões.

A Chamada nº 44 objetiva dar aporte financeiro aos projetos que incentivem a editoração e a publicação de periódicos científicos nacionais de todas as áreas do conhecimento. Serão destinados R$ 6 milhões, sendo R$ 3 milhões do CNPq e R$ 3 milhões da Capes, para os projetos aprovados.

Já as olimpíadas científicas são o foco da Chamada nº 45. O objetivo é estimular jovens talentos dos ensinos fundamental e médio a seguir carreiras técnico-científicas, contribuindo, assim, de forma concreta, para o desenvolvimento do Brasil. As propostas aprovadas serão financiadas com recursos no valor global estimado de R$ 3,46 milhões.

Por último, a Chamada nº 46 destinará R$ 8,9 milhões para a realização de Feiras de Ciências e Mostras Científicas de âmbito nacional, estadual e municipal/distrital, que são instrumentos para a popularização da Ciência e melhoria do ensino nas escolas e em nível técnico.

Inscrições: Chamadas 43, 45 e 46: até 09/11/2013 Chamada 44: até 11/11/2013

Saiba mais: http://www.cnpq.br/chamadas-publicas

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6 Edição NO 2 Outubro/2013

O halterofilismo, ou levantamento de peso, é a atividade que mais movimenta músculos: cerca de 260 de uma vez só! Ao levantar a barra de peso, um atleta usa músculos da perna e dos pés para sustentar o corpo; do abdome para manter a postura; dos glúteos e do quadril para se equilibrar e não cair para trás; e dos braços e dos ombros para levantar o peso.

Outro movimento que mexe muitos músculos é o sorriso. Ao sorrir, movemos em média 12 músculos do rosto e cerca de 60 quando o riso se transforma em uma boa gargalhada.Fonte: recreio.com.br

Eureka

Que atividade física movimenta a maior quantidade de músculos?

Steve Prefontaine (corredor olímpico norte-americano de média e longa distância que inspirou outros

corredores na década de 1970. Tornou-se recordista americano em cinco eventos, dos 2000m aos 10000m.

Morreu aos 24 anos em um acidente de carro).

Dar menos que o seu melhor é

sacrificar um dom.”

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LOS ANGELES

NEW YORK

O bom condicionamento físico pode prolongar a vida?

A mais longa corrida já realizada durou 79 diasA corrida mais longa do mundo foi transcontinental,

de Nova York a Los Angeles, em 1929. O finlandês

Johnny Salo venceu o percurso de 5.898 quilômetros

em 79 dias (525h 57min 20seg), de 31 de março a 18 de

junho. Chegou com apenas 2 min 47 à frente do inglês

Pietro “Peter” Gavuzzi.

Fonte: terra.com.br

Sim! Um estudo recente, realizado por pesquisadores brasileiros e publicado na revista Preventive

Cardiology, acompanhou 2 mil pessoas com mais de 50 anos ao longo de seis anos e descobriu que há uma estreita relação entre o bom condicionamento

físico e seu tempo de vida.

Por meio do teste TSL (indicador de força muscular e flexibilidade) os pesquisadores avaliaram a

associação entre a capacidade de sentar e levantar e a mortalidade de cada indivíduo. Durante

esse período, 159 voluntários faleceram (7,9% do total) – e observou-se uma estreita relação entre a

facilidade com que se sentavam e levantavam com seu tempo de vida. Os resultados sugerem que a

aptidão músculo- esquelética, avaliada pelo TSL, foi significativa na previsão da mortalidade.

Fonte: esportes.discoverybrasil.uol.com.br

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Lupa

“O Esporte é o que se faz dele”Líder, formuladora e coordenadora de políticas públicas e projetos de relevância nacional, Cássia Damiani é nome recorrente quando o assunto é inclusão social através do esporte, enxergando-o como um dos direitos fundamentais de cidadania.

Docente do curso de Educação Física da Universidade Federal do Ceará e à disposição do Ministério do Esporte, Cassia destaca-se pela luta para que o acesso ao esporte seja democratizado às crianças e jovens brasileiros.

Em sua entrevista, defende a regularização e a qualidade do ensino de Educação Física nas escolas e enfatiza a importância da equiparação do acesso ao esporte entre homens e mulheres, além da necessidade do avanço nas pesquisas que apoiem, efetivamente, a inserção do Brasil no cenário do esporte de alto rendimento.

Edição NO 2 Outubro/2013

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des necessários à formação do homem, na perspectiva de um novo projeto histórico e social, diferente do ho-dierno – capitalista – que limita as capacidades huma-nas. Tais objetivos são possíveis de serem alcançados com a contribuição da prática esportiva.

As competições esportivas da Educação Básica ou Su-perior devem ser orientadas por preceitos e valores que reflitam princípios democráticos que ajudem a edificar a cidadania, assim como o respeito às convenções cole-tivas, a tolerância, a diversidade, a cooperação, a busca da superação e o respeito a si e a outrem. Entendo que estes preceitos podem garantir outras possibilidades de fomento e incremento ao esporte que impactam em novos hábitos, valores, necessidades, ocupações e in-vestimentos que incidem nos demais fatores que impli-cam no crescimento com resolução das desigualdades, o que se pode chamar de desenvolvimento do país. E o Brasil iniciou esta jornada!

Qual a importância de se equiparar as oportunidades entre gêneros no mundo do esporte e que políticas públicas existem no Ministério do Esporte nesse sentido?Um país, para se considerar desenvolvido, precisa con-ferir às suas mulheres condições de igualdade em to-das as esferas da vida pública e privada. Nas relações de trabalho, nos postos de comando, nas relações pessoais, é preciso assegurar direitos para que as mesmas pos-sam usufruir do seu poder de escolha. No mundo do es-porte não é diferente. O Brasil tem mais de 50% de sua população composta por mulheres e houve um avanço na ocupação dos postos formais de trabalho por mulhe-res. Porém, as desigualdades entre homens e mulheres ainda são grandes: do contingente da força de trabalho ativa - homens ocupantes dos mesmos postos rece-bem maiores salários, sendo, em média, a carga horária semanal das mulheres maior. No esporte a situação se agrava, se considerarmos a participação de mulheres nas direções das entidades de administração e prática do esporte (confederações e clubes esportivos) é qua-se nula, e, quando aparecem, não estão na presidência da entidade – exceto em modalidades exclusivamente femininas, como Ginástica Rítmica Desportiva. Na ges-tão pública, raros são os casos de secretárias estaduais ou municipais de esporte. No âmbito federal, conferi-mos que os principais postos de comando, no esporte, são ocupados por homens. Porém, as mulheres parti-cipam ativamente destas gestões, em cargos de asses-soramento, comprovando sua destacada capacidade de trabalho. Desta forma, defendo que o empoderamento das mulheres no esporte deve partir da igualdade de condições no financiamento que assegure a prática e o usufruto desta atividade humana.

O Ministério do Esporte tem criado possibilidades para

Como surgiu seu interesse pela Educação Física?Meu interesse pela Educação Física surgiu na adoles-cência, eu adorava as práticas corporais. Tive uma in-fância muito ativa, natural de uma cidade do interior do Paraná, chamada Terra Rica. Frequentei o clube de campo, onde aprendi a nadar, brinquei nas ruas com jogos infantis, pratiquei equitação. No Ensino Médio intensifiquei tais práticas, com dança, Ginástica Rít-mica Desportiva, atletismo – lançamentos e corridas, handebol e basquetebol. Adorava meus professores de educação física, alguns eram meus verdadeiros mes-tres de vida. Meu tempo era, em grande parte, tomado pelo esporte, e isto me trouxe o equilíbrio necessário para organizar a pesada agenda de estudos do pré--vestibular – eu era uma aluna de currículo exemplar, e me encorajava a concluir as coisas que iniciava, a ter compromisso político (já era uma militante envolvi-da com a democracia e a transformação social), a me relacionar bem com as pessoas diferentes, e sempre perseverar, ter auto-estima elevada. Tais fatores me levaram a escolher a carreira de professora de Edu-cação Física. Recém formada, me pós-graduei em Fi-losofia da Educação Física. Concursada, fui professora e depois gestora de esporte da Secretaria de Educa-ção do Estado do Mato Grosso. Há 21 anos sou docente do ensino superior na área da Educação Física – hoje vinculada ao Instituto de Educação Física e Esportes da UFC. A disposição do Ministério do Esporte, desde 2005, ocupo o Cargo de Diretora do Departamento de Planejamento e Gestão Estratégica.

Qual a importância do esporte para o desenvolvimento de um país? Para mim, a questão central a ser tratada sobre o es-porte é que ele não é uma panaceia (remédio univer-sal para todos os males) e resolver os problemas de um país. O esporte precisa ser visto como um dos direitos fundamentais de cidadania, circunscrito no conjunto de bens imateriais inalienáveis dos homens e mulhe-res. Por isso, deve-se entender o esporte como ele é, como se manifesta na sociedade, nem sempre bom, nem sempre mau: o esporte é o que se faz dele. Advogo que o esporte pode contribuir com o desenvolvimento humano, social e econômico de um país, porém, não como fator isolado. Elevar a qualidade de vida da popu-lação requer a combinação de um conjunto de políticas que possam assegurar acesso ao trabalho, à moradia, à mobilidade, ao saneamento, à saúde, à educação, à se-gurança pública, à cultura, ao lazer e ao esporte.

Compreendo que a universalização do esporte no Bra-sil, como direito social, não pode se efetivar sem a pre-sença da escola. Por isso, é preciso atribuir um sentido educativo ao esporte, o que significa espelhar objetivos educacionais que representem valores, hábitos e atitu-

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10 Edição NO 2 Outubro/2013

Lupa

fomentar a participação das meninas, garotas e mu-lheres ao esporte. No principal programa de demo-cratização do acesso ao esporte, o programa Segundo Tempo, incluiu em seu material pedagógico referências importantes sobre a questão de gênero nas aulas, além de ter incluído a modalidade de ginástica aeróbica, uma preferência feminina, no rol do programa. No programa Esporte e Lazer da Cidade, que ocorre em municípios de todos os estados brasileiros, a maior participação é de mulheres, principalmente as idosas, na sua versão Vida Saudável. O programa Bolsa Atleta vem contemplando 40% das mulheres com financiamento direto à atleta, em cinco categorias, da estudantil até a excelência em ranking internacional. Entretanto, o maior destaque nas políticas públicas de esporte para mulheres é o futebol feminino. Pela primeira vez, será realizado o Campeo-nato Brasileiro de Futebol Feminino, uma articulação do Ministério do Esporte, FIFA e Caixa Econômica Federal. Este estímulo promoverá uma dinamização nos calen-dários regionais, na iniciação esportiva e possibilitará ainda a projeção das nossas atletas no âmbito interna-cional. Mais é preciso avançar mais. É fundamental que um novo Sistema Nacional de Esporte inclua a equipa-ração nos investimentos para homens e mulheres. Na sua opinião, que legado será deixado aos brasileiros com a realização da Copa do Mundo e das Olimpíadas em nosso País? Diante de diversos estudos sobre países que realizaram grandes eventos esportivos, pode-se considerar que os legados são constituídos pelas estruturas e resultados produzidos, direta ou indiretamente, pela realização de grandes eventos esportivos, em nível nacional ou re-gional, tangíveis e intangíveis, planejados ou não, que transformam de forma positiva e duradoura a sociedade que os sedia. Ao considerar as características próprias de cada um dos eventos, a Copa do Mundo FIFA 2014, evento com modalidade única – a grande paixão nacio-nal! – que ocorrerá em 12 cidades-sede, e as Olimpíadas e Paraolimpíadas Rio 2016, com um rol de modalidades oficiais, que ocorrerá, predominantemente, na cidade do Rio de Janeiro, percebo tais eventos como excelentes oportunidades para o fortalecimento de políticas públi-cas no esporte, na C&T, na saúde coletiva, na segurança pública, na cultura nacional e regional, na educação e formação humana. Ademais, experimenta-se um novo modelo de gestão integrada dos três níveis de governo do Estado brasileiro e dos parceiros da sociedade civil para a implementação de planos, políticas e iniciativas. Estão sendo construídos e reformados mais equipa-mentos para a prática de esportes nas cidades – serão construídos mais de 300 Centros de Iniciação ao Espor-te em centenas de municípios brasileiros, serão moder-nizados mais de 30 Centros de Treinamento de Seleções públicos, para a Copa e, mais de 50 para as Olimpíadas e Paraolimpíadas, será a nacionalização dos benefícios destes grandes eventos. Quero destacar o fomento à C&T, com a abertura de um Edital no CNPq, em parce-ria com o ME, no valor de R$ 18 milhões para pesquisas na área do esporte. É o quíntuplo do valor investido nos últimos 10 anos no âmbito do esporte.

Os grandes eventos esportivos também são catalisado-res de reformas estruturais que levariam muito mais tempo para qualificar as cidades com melhorias nos sistemas viários – portos, aeroportos, rodovias – para a mobilidade urbana; para melhorar a tecnologia na área de telecomunicações. Há ainda oportunidades de negó-cios que poderão atrair novos investimentos, que con-solidem as empresas nacionais e impactem na cadeia produtiva em torno destes eventos, principalmente do turismo. Os benefícios indiretos não estão circunscritos apenas aos eventos, mas são oportunidades para incluir o Brasil na rota dos países capazes de realizar outros grandes eventos e do turismo internacional.

Outro aspecto a ser considerado, nos legados intan-gíveis, é a elevação da autoestima do povo brasilei-ro, o orgulho e a identidade nacional, a projeção da imagem do Brasil no exterior, com mídia espontânea, como país pujante, acolhedor e competente. Penso que o Brasil será capaz de se mostrar como país autode-terminado e soberano.

A Copa do Mundo FIFA e os Jogos Olímpicos e Paralím-picos Rio 2016 representam uma possibilidade histórica para acelerar o desenvolvimento sustentável nacional, regional e local, com impactos positivos de longa dura-ção que influenciam a vida do país.

De que modo a tecnologia pode contribuir para melhoria do desempenho dos atletas? Este é um tema sensível para a área do esporte, por-que quando tratamos da ciência e tecnologia, pensamos imediatamente na melhoria dos resultados de desem-penho dos atletas de alto rendimento. Objetivamente, o maior número de pesquisas com financiamento dos órgãos de fomento, hoje, são aquelas aplicadas aos es-tudos sobre a melhoria de aspectos biológicos, impli-cando a fisiologia, fisiologia do exercício, cinesiologia, biomecânica, espectrometria de massa, biologia mole-cular. Reconheço que a tecnologia e os equipamentos desenvolvidos para este fim, no país, estão muito avan-çados, são capazes de possibilitar avaliações com rigor científico necessário à solução de muitos problemas da preparação e treinamento esportivo. Porém, há dois as-pectos importantes a serem abordados sobre C&T na área do esporte. Primeiro, os estudos e resultados apre-sentados pela academia, na maioria dos casos, são fei-tos de forma endógena, sintonizados com problemas de pesquisa de interesse pessoal ou grandes questões in-ternacionais, sem relação direta com os problemas que o Brasil enfrenta para constituir-se num país competi-tivo no âmbito do esporte de alto rendimento e, tornar--se uma potência esportiva, com reconhecimento in-ternacional. Tais estudos estão pouco sintonizados com o Plano Nacional de Esporte de Alto Rendimento, além de se perceber certo distanciamento entre as deman-das das confederações esportivas para a preparação de atletas e as pesquisas publicadas. E em segundo: para que o esporte se desenvolva e impulsione o país, não

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O esporte precisa

ser visto como um

dos direitos fundamentais de cidadania, circunscrito no conjunto

de bens imateriais

inalienáveis dos homens e mulheres”

Cássia Damiani

se pode restringir os estudos, apenas, aos resultados dos atletas. Assim, é preciso avançar na diversidade das pesquisas para outras áreas, como a gestão esportiva, novos equipamentos e instrumentos esportivos, a for-mação esportiva, entre outros.

Como você avalia a iniciativa do MCTI em envolver Ciência, Saúde e Esporte no tema e nas atividades da Semana Nacional de Ciência e Tecnologia deste ano? Penso que este tema espelha as exitosas relações entre o MCTI e o Ministério do Esporte e está sintonizado com os dois maiores eventos esportivos do mundo. Os pro-pósitos do MCTI quando organiza a SNCT, com o tema “Ciência, Saúde e Esporte”, são de estimular os pesqui-sadores a abraçarem esta área como um terreno fértil a ser desbravado, vinculando-o às reais necessidades do povo, ao mesmo tempo em que possibilita a des-mistificação e confere maior visibilidade às pesquisas existentes na área do esporte, fazendo a comunidade acadêmica e a sociedade refletirem sobre essa prática social multifacetada e seus benefícios. O debate que se coloca, nesta Semana, é contemporâneo e relevante, pois o povo, à medida em que amplia o acesso aos di-reitos fundamentais, passa a exigir novas e mais com-plexas políticas públicas.

Qual a sua dica para quem é iniciante nas atividades esportivas? Iniciar uma atividade física deve ser uma coisa praze-rosa. Procure uma atividade que lhe faça feliz, que te-nha a ver com seu estilo de vida. Antes, é importante consultar um médico, fazer exames de rotina, verificar se está tudo certo. A atividade deve ser algo que con-tribua com o estado de bem-estar geral. Sempre é bom reservar um horário específico para esta prática. Se for ao ar livre, são recomendáveis refeições leves, roupas arejadas, sol brando e muita água. Um detalhe impor-tante: faça amizades com quem estiver no ambiente, converse, ria muito - que o esforço despendido durante a prática (controlado de acordo com o seu ritmo) nem será percebido ao final.

Existe alguma orientação que você gostaria de dar aos praticantes de atividade física? Gostaria de dizer para quem está fazendo atividades físicas que vale continuar, tornar essa prática um há-bito durante toda a vida. Cada um pode ser exemplo de estímulo para novas pessoas aderirem a essa prática que traz benefícios de forma integral à vida dos ho-mens e mulheres de todas as idades. Conquistem as cidades, parques, praças, escolas, pistas, lagos e praias. Porém, não esqueçam de reivindicar políticas públicas de esporte para a adequação dos equipamentos públi-cos com acessibilidade e a orientação para a prática de atividades físicas.

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12 Edição NO 2 Outubro/2013

Universidade do Trabalho Digital recebe premiação nacionalO Prêmio ARede reconhece ações de inclusão social que envolvam às TICs como um direito cidadãoO projeto inovador e as atividades desenvolvidas pela Uni-versidade do Trabalho Digital foram reconhecidas nacio-nalmente em 2012, na 6ª Edição do Prêmio ARede. A UTD foi premiada em na modalidade Setor Público e a entrega da comenda aconteceu em São Paulo, no Itaú Cultural.

Cerca de 200 projetos de todas as partes do Brasil con-correram ao Prêmio, criado para reconhecer, divulgar e estimular ações de inclusão social que envolvam às Tecnologias da Informação e da Comunicação (TICs) como um direito cidadão.

A Universidade do Trabalho Digital é uma iniciativa do Governo do Estado, através da Secretaria da Ciência, Tecnologia e Educação Superior (Secitece). As ativida-des estão sendo executadas através de parceria com o Centro de Treinamento e Desenvolvimento (Cetrede), instituição vinculada à Universidade Federal do Ceará.

Foco A UTD tem dois níveis de formação: Iniciação Digital e Qualificação Especializada em TI. Todos os cursos são voltados para o mercado de trabalho. O curso de Ini-ciação Digital é dedicado às pessoas que necessitam de conhecimentos básicos sobre novas tecnologias, am-pliando a oportunidade de empregabilidade.

Já a Qualificação Especializada em TI é uma oportuni-dade para aqueles que procuram complementação para uma formação específica. São seis cursos: Aperfeiçoa-mento Digital, Suporte e Manutenção, Java, PHP, Web Design e Criação e Manipulação de Imagens.

A opção da UTD é pelo uso do Software Livre e na grade programática está presente a disciplina de Empreendedo-rismo, como forma de potencializar a formação profissional e, consequentemente, a inserção no mercado de trabalho.

“A inclusão digital é uma estratégia para se fazer a in-clusão social. A certificação aumenta a capacidade de inserção no mercado de trabalho dos estudantes, e, mais que isso, incluem socialmente os recém-forma-dos. Queremos formar futuros empreendedores, e não apenas empregados”, frisa o secretário da Secitece, René Barreira.

Inscrições: De segunda a quarta-feira, das 8h às 17h, na UTDRua Major Facundo, 500 - 10º a 13º andarCentro de Fortaleza - (prédio do antigo Cine São Luiz)

O candidato deve portar RG, CPF e comprovante de endereço

Telefones: (85) 3454-1257/1969http://utd.sct.ce.gov.br

UTD

A UTD foi premiada em na modalidade Setor Público e a entrega da comenda aconteceu, em São Paulo, no Itaú Cultural

De acordo com a coordenadora da Universidade do Trabalho Digital, Hortência Sucupira, serão 2 mil

pessoas certificadas apenas no ano de 2013

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Serão R$ 16 milhões destinados ao apoio à inovação tecnológica para empresas cearenses de micro e pequeno porte

Criar condições financeiras favoráveis e apoiar a inovação de empresas de micro e pequeno porte. Este é o objetivo do programa Tecnova, que por meio de recursos de subvenção econômica vai financiar o crescimento rápido de um conjunto significativo de empresas, com foco no apoio à inovação tecnológica e com o suporte aos parceiros estaduais. O Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI) e a Financiadora de Estudos e Projetos (Finep) são os responsáveis nacionais pelo programa. No Ceará, a coordenação do Tecnova está a cargo da Secretaria da Ciência, Tecnologia e Educação Superior do Estado (Secitece), com apoio da Fundação de Apoio a Serviços, Ensino e Fomento a Pesquisas (Fundação Astef), da Rede de Incubadoras do Ceará (RIC) e da Federação das Indústrias do Estado do Ceará (Fiec). O projeto enviado à Finep pela Secitece garantiu ao Estado o montante de R$ 16 milhões a serem destinados ao apoio nos seguintes setores: Petróleo e Gás, Tecnologia da Informação e Comunicação (TIC), Energias

Inovação

Secitece irá coordenar programa Tecnova no Ceará

Saiba mais

Coordenação do Tecnova no CearáSeciteceTelefone: (85) 3101-6442

Renováveis, Couro e Calçado, Têxtil, Agronegócio, Eletrometalmecânica e Biotecnologia. Empresas cearenses de micro e pequeno porte que tenham projetos inovadores poderão concorrer à subvenção econômica. O lançamento do edital foi dia 8 de novembro na Fiec.

O objetivo é criar condições financeiras favoráveis e apoiar a inovação no Estado. A meta global é que cerca de 800 empresas sejam apoiadas em todo o território nacional pelo Tecnova.

Page 14: Revista Ler Ciência 02

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SNCT

Ciência, Saúde e Esporte juntos na Arena CastelãoEvento aconteceu de 29 de outubro a 1º de novembro com palestras, experiências, atividades físicas e uma exposição demonstrando a atuação da Ciência na saúde e no esporte.

Por que o aumento da altitude interfere no desempenho dos atletas? Como a ciência explica a influência de um bom calçado para o sucesso numa corrida de rua? O que está por trás das tecnologias a serem aplicadas na Copa de 2014?

As questões acima comprovam a existência de uma relação direta entre Ciência, Saúde e Esporte. A proxi-midade das três áreas estará no foco da Semana Nacio-nal de Ciência e Tecnologia 2013 - evento que acontece em todo o Brasil e que no Estado teve suas atividades concentradas na Arena Castelão, em Fortaleza, entre os dias 29 de outubro a 1º de novembro.

A SNCT é uma iniciativa do MCTI. No Ceará, é o Gover-no do Estado que coordena as atividades, através da Se-citece. O tema “Ciência, Saúde e Esporte” foi escolhido para aproveitar os grandes eventos esportivos mundiais a serem realizados no Brasil, como a Copa do Mundo de 2014 e os Jogos Olímpicos de 2016.

Na avaliação do ministro Marco Antonio Raupp, o tema torna-se ainda mais relevante num momento em que o País está no centro das atenções do esporte mundial. “As atividades vão mostrar como saúde, Ci-ência e tecnologia têm hoje papel essencial nesse do-

mínio, particularmente nas modalidades de alto desempenho”, adianta.

O uso da Ciência para potencializar o sucesso dos jo-gos está cada vez mais presente nos esportes. “Em um jogo de vôlei, por exemplo, enquanto o ginásio torce, os atletas analisam o melhor ângulo para a trajetória da bola durante um saque”, explica Francisco Carvalho, coordenador da Semana no Ceará

SNCT no Ceará As atividades da SNCT na Arena Castelão contaram com palestras, experiências, visitações às instalações do está-dio, serviços na área da saúde e muito mais. No local, uma exposição foi montada com objetivo de mostrar aos visi-tantes curiosidades e as últimas novidades que explicam a atuação da Ciência na saúde e no esporte. Também houve equipes dando orientações para uma vida saudável e aulas de ginástica.

Além da Secitece, participaram da Semana deste ano as secretarias estaduais da Saúde (Sesa), Esporte (Sespor-te), Educação (Seduc) e a Secretaria Especial da Copa 2014 (Secopa). Estiveram presentes na exposição Uece, Funceme, Nutec e Instituto Centec.

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A solenidade de abertura do evento acon-teceu no auditório Blanchard Girão, na Arena Castelão, e contou com a apre-sentação do Núcleo Unifor de Ginástica Rítmica, seguida de bate-papo com a di-retora do Departamento de Planejamen-to e Gestão Estratégica do Ministério do Esporte, Cássia Damiani. Ela abordou sua vivência no esporte, a importância da Ci-ência e Tecnologia para a saúde e o cons-tante desenvolvimento e aprimoramento das atividades esportivas.

Abertura com Cássia Damiani

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Investimentos nas IES estaduais Os investimentos do Governo do Ceará nas univer-sidades estaduais quase triplicaram de 2007 a 2012. Os recursos aplicados na Uece, Urca e UVA cresce-ram todos os anos. Em 2012, foram investidos R$ 294,6 milhões nas três universidades. O valor é quase três vezes maior que o aplicado em 2006, último ano da gestão anterior. Os recursos foram destinados à ampliação, à manutenção e à folha de pagamentos.

Para o secretário da Ciência, Tecnologia e Educação Superior, René Barreira, o desenvolvimento do Ce-ará passa pela consolidação das universidades esta-duais. “Os investimentos realizados contribuem para o contínuo aperfeiçoamento das nossas universida-des e refletem a preocupação do governo estadual com o fortalecimento do ensino superior”. René Barreira também destaca a forte contribuição que o Estado tem dado para a expansão do ensino superior público federal, com o apoio na criação da Unilab, instalação de campi da UFC no interior, am-pliação do número de Institutos Federais do Ceará (IFCE) e criação da Universidade Federal do Cariri.

Educação Superior

Universidades cearenses são destaque em ranking nacionalRanking Universitário da Folha aponta UFC, Uece, Unifor e UVA entre as 100 melhores instituições do PaísA Universidade Federal do Ceará (UFC), a Universidade Estadual do Ceará (Uece), a Universidade de Fortale-za (Unifor) e a Universidade Estadual Vale do Acaraú (UVA) estão entre as 100 melhores universidades do Brasil. A classificação é do Ranking Universitário Folha (RUF), que mediu a qualidade das 192 maiores univer-sidades públicas e privadas brasileiras, avaliando pes-quisa, inovação, internacionalização, ensino e mercado. A classificação no ranking é a seguinte: UFC em 16º, Uece em 39º, Unifor em 77º e UVA em 93º. A Univer-sidade Regional do Cariri (Urca) ficou em 107º. Entre as universidades do Nordeste, a UFC também subiu uma posição e já é a segunda da região, atrás apenas da Federal de Pernambuco. Pela ordem, as cinco uni-versidades mais bem posicionadas no ranking são USP, UFRJ, UFMG, UFRGS e Unicamp.

Uece é 1ª do NEA Uece foi classificada como a primeira uni-versidade estadual das regiões Norte, Nor-deste e Centro-Oeste. Entre as universidades estaduais do País, a Uece ocupa o 8ª lugar como melhor univer-sidade estadual. A Uece também obteve destaque nos resultados dos conceitos dos cursos no Exame Nacional de Desempe-nho dos Estudantes (Enade). Os números mostram três cursos na liderança do ranking nacional nas áreas de Administração, com a nota 5; Ciências Contábeis, com nota 4; e Psicologia, com nota 5.

Engenharia da UVAAs 30 carreiras com mais matriculados foram avalia-das no ensino e no mercado. O curso de Engenharia Civil da UVA foi o melhor avaliado no Ceará no quesito Ensino, ficando melhor classificada que UFC e Unifor.

Recursos empenhados nas Universidades Estaduais:

Fonte: Secitece

2006 99.331.020,89

2007 106.463.022,07

2008 140.639.888,73 2009 166.553.238,07

2010 223.063.594,25

2011 246.916.896,55

2012 294.676.160,57

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$Confira o Ranking Universitário Folha:http://ruf.folha.uol.com.br/2013

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ASTRONOMIA

Planetário itinerante será implantado no sertão do CearáO projeto terá duração de dois anos e tem por objetivo instigar o interesse dos estudantes pela Astronomia

pouco a deficiência no ensino desta área. A ideia, de acordo com o professor, é também difundir e popularizar a disciplina e as ciências afins entre os estudantes do curso de licenciatura da Unilab e professores da rede estadual de ensino.

Equipamentos Os R$ 129 mil disponibilizados pelo CNPq foram utilizados na compra dos itens que compõem o equipamento. Junto com o planetário, também foram adquiridos dois telescópios refletores profissionais e gigantes, de 409 milímetros cada, que irão acompanhar o planetário nas viagens.

O planetário tem capacidade para até 50 pessoas e possui o domo (cúpula inflável) com seis metros de diâmetro. Foi instalado um aparelho de ar condicionado para deixar o clima mais ameno dentro da cúpula. “Tenho certeza de que será muito bem recebido e com festa pelas escolas do interior do Ceará”, comemora o professor.

As visitas às escolas já terão início na segunda quinzena de novembro, atendendo primeiramente ao público do ensino fundamental.

Incentivo do MCTIO apoio a espaços como os planetários faz parte de um

esforço do MCTI para criar locais que ofereçam con-dições para estimular a formação de uma cultura

científica no país. O incentivo é viabi-lizado por meio de editais, de

recursos via fundos seto-riais ou emendas par-lamentares e, ainda, pelas parcerias com os governos estaduais e municipais.

Um novo equipamento levado ao Maciço de Baturité, no interior do Ceará, pretende consolidar o ensino da Astronomia nas escolas do ensino fundamental e médio da região. A proposta é de autoria do professor Michel Lopes Granjeiro, doutor em Física e professor da Universidade da Integração Internacional da Lusofonia Afro-Brasileira (Unilab), e foi aprovada pelo Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq/MCTI).

A ideia começou quando, ainda jovem, Michel visitou o Planetário Rubens de Azevedo, no Centro Dragão do Mar de Arte e Cultura, em Fortaleza. O professor, que atualmente também se dedica à pesquisa no campo astronômico, conta que, a partir da visita, passou a sonhar com a possibilidade de levar aquele novo mundo para a sala de aula.

“O que se observa nos estudantes em contato com uma disciplina desta natureza é um interesse muito grande pelos assuntos e que infelizmente, na maioria das vezes, é enterrado pela falta de equipamentos que proporcionem melhores condições para o aprendizado e discussões”, comenta Michel Granjeiro.

O novo planetário certamente aumentará a curiosidade que os alunos sentem pela Astronomia e suprirá um

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Saiba mais:Projeto Planetário Itinerante (85) 8853-0165

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“Tecnologia em Alimentos” e “Agronegócio”, da Fatec Sertão Central, foram avaliados com conceitos 3 e 4

Os avanços tecnológicos e o fenômeno da globalização transformaram o mundo do trabalho em um espaço ainda mais competitivo. No cenário atual, a busca pela qualificação profissional é tida como palavra de ordem e condição para que as pessoas possam ser inseridas nesse mercado.

No Estado do Ceará, o Instituto Centro de Ensino Tecnológico (Centec) tem promovido a inclusão social por meio da Formação Profissional. Para coroar esse trabalho, a Faculdade de Tecnologia Centec Sertão Central recebeu, em 2013, a visita dos avaliadores do Ministério de Educação (MEC), que classificaram os cursos superiores de Tecnologia em Alimentos e Agronegócio com o conceito 3 e 4 (muito bom), respectivamente. O conceito máximo do MEC é 5.

O curso de Agronegócio existe desde 2008 e consegue atingir cerca de 70% de empregabilidade dos seus egressos. De acordo com a professora Magda Rodrigues, coordenadora do curso de Agronegócio da Fatec Sertão Central, o curso é totalmente focado na vocação da região: “As nossas disciplinas formam a produção básica do agronegócio. Os alunos vêm pra cá e aprendem, na pratica, a trabalhar com produção agropecuária”.

A avaliação, segundo ela, é um prêmio e um reconhecimento ao sério e dedicado trabalho desenvolvido em conjunto pelo Instituto Centec e todos que fazem a Fatec Sertão Central, visando a melhor qualificação dos alunos, razão maior do compromisso para o desenvolvimento econômico e social do Estado do Ceará.

Atualmente a Faculdade de Tecnologia Sertão Central tem 456 alunos matriculados nos cursos superiores de Tecnologia em Agronegócio e Alimentos, além dos cursos técnicos de nível médio em Agroindústria e Agropecuária.

O Instituto Centec é uma organização social que possui contrato de gestão com a Secitece e atua nas oito macro-regiões, através de 43 unidades operacionais, entre elas: a rede dos Centros Vocacionais Tecnológicos (CVTs), os Centros Vocacionais Técnicos (CVTECs) e as Faculdades de Tecnologia Centec (Fatec Cariri e Fatec Sertão Central), ofertando cursos de formação inicial e continuada; cursos técnicos de nível médio e cursos superiores de tecnologia, além da extensão tecnológica.

Desde o início de suas atividades, o Centec vem desenvolvendo um importante trabalho voltado para promover a educação profissional de jovens e adultos residentes no interior do Ceará, trabalho que está realizando grandes transformações, tanto no aspecto pessoal, quanto social e econômico. Até o final de 2013 a instituição deverá alcançar a marca de 500 mil pessoas capacitadas.

Centec

Cursos do Instituto Centec destacam-se em avaliação do MEC

Saiba maisFatec Sertão CentralAv. Geraldo Bizarria de Carvalho, s/nº - Km 2 - Quixeramobim/CEFone: (88) 3441-1320

Alunos do curso de “Tecnologia em Alimentos”, da Fatec Sertão Central

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Biodiesel

NUTEC apresenta máquina pioneira no País Resíduos produzidos pela atividade da pesca serão usados como matéria-prima para produção de biodiesel, trazendo sustentabilidade para a atividade de pisciculturaO Ceará produz anualmente cerca de 167 toneladas de pescado. As vísceras dos animais, comumente descarta-das, poderão ter agora um destino ambientalmente ade-quado através da utilização da máquina Biopeixe - equi-pamento pioneiro no País que transforma os resíduos do peixe em biodiesel. A máquina foi produzida pela Fundação Núcleo de Tecno-logia Industrial do Ceará (Nutec) e irá possibilitar ainda aos produtores de peixe o aumento da lucratividade do setor, através da geração de renda como resultado do aproveita-mento das vísceras do pescado, que será transformado em óleo de peixe destinado à produção de biocombustível. O equipamento tem como principal objetivo proporcio-nar uma destinação adequada aos resíduos gerados pela atividade da piscicultura no beneficiamento da “Tilápia do Nilo”, um pescado cultivado em tanques, presente nos principais açudes do Estado do Ceará.

A máquina biopeixe foi desenvolvida pelo Laboratório de Referência em Biocombustíveis do Nutec, em parceria com o Centro de Referência em Automação e Robótica (Centauro) e a empresa EkIPAR -Engenharia de Processos Químicos. O desenvolvimento da tecnologia custou R$ 226 mil, finan-ciados pelo Banco do Nordeste do Brasil (BNB) e Governo do Estado. O valor de venda unitário do equipamento de-penderá da economia de escala com a produção. Lindberg Gonçalves, presidente do Nutec, comenta acer-ca da necessidade de políticas públicas para a organização do setor e explica que além da demanda de criação em gaiolas, a máquina vai atender a outros fins: “A indústria de processamento de peixe do mar já proporciona um fim adequado às vísceras. Porém, a utilização da máquina po-derá dar um fim mais nobre destinando os resíduos para a produção de biocombustível, ração animal e adubo”. O presidente da Associação Cearense de Aquicultores, Ca-milo Diógenes, diz que o equipamento poderá ajudar no crescimento da atividade: “O Ceará tem capacidade de produzir 240 mil toneladas de peixe em gaiolas, hoje, está produzindo na faixa de 30 mil/ mês (tilápia). Com a má-

quina, que vai resolver parte do problema, com certeza, a gente facilita que a atividade seja vista com melhores olhos, em relação ao meio ambiente”

Matéria-prima Atualmente cerca de 3 mil toneladas de vísceras de tilápia são produzidas em gaiolas por mês no Ceará. Como o apro-veitamento da máquina é de 50 a 70% desses resíduos, a produção de óleo no estado poderia ser de 1.500.000 de li-tros. O equipamento tem capacidade atual de produzir 250 litros de óleo por dia, considerando 10 horas de trabalho. O coordenador do projeto, Dr Tarcísio Costa, explica que com a automação, a intenção é dobrar essa produção, reduzindo o tempo no processo. Das aproximadas 166.667 toneladas de pescado produzidas por ano no Ceará, estima-se que uma uma faixa de 50 à 70% da massa total das vísceras pode ser convertida em óleo de peixe. Nas condições atuais é possível uma produção mensal de óleo de peixe de 1 milhão de litros/ ano, podendo atingir 10 milhões de litros/ ano se forem considerados o potencial de mercado dessa atividade em nosso Estado. O óleo produzido, uma vez sendo fornecido às Indústrias Produtoras de Biocombustíveis será adicionado ao Óleo Diesel, e atende às normas vigentes do País que determina a adição de 5% de Biodiesel em sua composição para a co-mercialização nos postos de combustíveis.

Saiba maisFundação Núcleo de Tecnologia Industrial do Ceará (Nutec) Rua Prof. Rômulo Proença s/n - Pici - Fortaleza-CE Fones: (85) 3101-2445 85 3101-6925

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Nova Seara

Seara da Ciência em novo prédioNa entrada do campus do Pici, a Seara segue estimulando a curiosidade dos visitantes. Novo espaço abriga salão de exposições de 570m² e um teatro para 200 pessoas

Um local para experimentar, aprender e ensinar. É assim a Seara da Ciência, órgão de divulgação científica da Uni-versidade Federal do Ceará, que desde 1999 trabalha na popularização da Ciência e colabora com a melhoria do ensino na rede de educação pública.

O órgão agora dispõe de um novo espaço, que fica na en-trada do Campus do Pici/UFC, colocando à disposição da comunidade algumas facilidades na busca pelo conheci-mento científico.

De acordo com o professor Marcus Vale, diretor da Seara, o diferencial do novo prédio é que ele foi construído es-pecialmente para abrigar o órgão, diferente da antiga sede da instituição - um espaço adaptado. “Só o salão de ex-posições possui 570m², o triplo do salão antigo. Contamos agora com um teatro que abriga até 200 pessoas e ainda um observatório astronômico, que antes não existia”.

A Seara mantém ainda um grupo de teatro, que apresen-ta peças com temas científicos. Além disso, a instituição ministra cursos básicos de Física, Química, Biologia, Ma-temática, Informática e Astronomia, produz vídeos de ca-ráter científico-cultural e realiza feiras de ciências para as escolas públicas.

Como visitarTodos os dias a Seara da Ciência recebe alunos de escolas de Fortaleza e de cidades do interior. O agendamento de visitas deve ser realizado através do site da Seara (www.seara.ufc.br).

Nas visitas, os estudantes conseguem ver a interdiscipli-naridade sair do papel, podendo manusear vários experi-mentos no local e ter contato com a Ciência por meio dos mais variados recursos pedagógicos.

Saiba maisRua Abdênago Rocha Lima, s/n - Campus do Pici - Fortaleza/CE (na entrada da UFC)Telefone: (85) 3366-9245

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Mudanças climáticasCeará receberá conferência internacional Adaptation Futures 2014

O Estado do Ceará desponta como sede de eventos impor-tantes relacionados ao Clima. De 12 a 16 de maio do próxi-mo ano será realizada em Fortaleza a conferência Adapta-tion Futures 2014, reunindo especialistas de vários países para apresentar o avanço da Ciência na área de adaptação frente a um mundo mais quente, considerando os desa-fios, impactos e vulnerabilidades. Políticas governamen-tais de combate à seca, por exemplo, devem ser discutidas entre gestores e cientistas.

A mudança climática é uma das questões mais importan-tes que o mundo enfrenta hoje, nos contextos ambientais, sociais e econômicos. Apesar dos esforços crescentes para reduzir as emissões de gases de efeito estufa, alguns impactos, tais como temperaturas mais altas, inunda-ções, secas, incêndios florestais e elevação do nível do mar são inevitáveis. A conferência vem para mostrar que é necessário planejar-se e adaptar-se a essas mudanças, para minimizar os impactos negativos, aumentando os benefícios para os sistemas naturais, sociedades e ati-vidades humanas e bem-estar. É um desafio em todos os níveis, a partir de indivíduos para os governos, assim

como no mundo dos negócios e da indústria.

A promoção é do Centro de Ciência do Sistema Terres-tre (CCST) do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE) e do Programa das Nações Unidas para Estudos sobre Vulnerabilidades, Impactos e Adaptações às Mudan-ças Climáticas (PROVIA, na sigla em inglês).

A conferência Adaptation Futures 2014 possui cinco temas centrais: Impactos das mudanças climáticas nos diferen-tes setores e implicações para adaptação; Relação entre adaptação e desenvolvimento para o bem-estar humano; Abordagens integradas em diferentes níveis (local até glo-bal) frente a um mundo 4°C mais quente; Adaptação ao Limite; e Compreendendo e comunicando adaptação.

A submissão de trabalhos para apresentação durante a conferência Adaptation Futures 2014 pode ser realizada até 15 de novembro.

Aquecimento Global

Saiba maishttp://adaptationfutures2014.ccst.inpe.br/

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ILACCT

Desertificação na América Latina e CaribePrimeira Conferência ILACCT apresentou modelos de sucesso no combate à seca e os custos da desertificação para os países

O comprometimento com ações de combate à de-sertificação deu a tônica ao maior evento sobre o tema da América Latina e Caribe. A Primeira Con-ferência Científica para Implementação da Conven-ção das Nações Unidas de Combate à Desertificação (ILACCT) reuniu em Sobral-CE, de 28 a 30 de agosto de 2013, cerca de 300 cientistas e técnicos de várias partes do mundo, além de governantes e sociedade civil, para avançar no debate sobre os processos e efeitos da desertificação que assola regiões da Amé-rica Latina e Caribe.

A desertificação é um problema de alcance planetá-rio. De acordo com a Organização das Nações Unidas (ONU), 41% das terras do mundo são consideradas secas, e uma em cada cinco pessoas vive em áreas afetadas pela desertificação. Cerca de 25% das terras da América Latina e Caribe são consideradas áridas e concentram aproximadamente 28% da população.

Durante a abertura do evento foi assinado um pro-tocolo de intenções da Comissão Econômica para a América Latina e o Caribe (Cepal) para ações de

combate à desertificação na América Latina e Caribe

No evento houve a assinatura de um protocolo de intenções para ações de

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O prefeito de Sobral, Clodoveu Arruda, enfatizou que os habitantes destes territórios são os que mais sofrem com a extrema pobreza. “Organizar a produção cien-tífica tem como finalidade a superação desta condição de vida nos territórios desertificados ou em deserti-ficação. A Ciência e o conhecimento tecnológico po-dem ser úteis pra assegurarmos o desenvolvimento. A ideia é que a produção científica chegue na prática na vida das pessoas”.

A abertura do evento teve as presenças ainda de repre-sentantes da Agência Nacional de Águas, do Banco do Nordeste, do Centro de Gestão e Estudos Estratégicos (CGEE), da unidade de coordenação regional da Con-venção das Nações Unidas de Combate à Desertificação (UCR/UNCCD), e do Instituto Argentino de Investiga-ção em Zonas Áridas.

Criada em 2008, a ILACCT é uma organização estraté-gica que trabalha no sentido de reconhecer, junto aos governos e às sociedades dos países latinoamericanos e caribenhos, a Convenção das Nações Unidas para o Combate à Desertificação e Mitigação dos Efeitos das Secas – UNCCD como autoridade mundial em maté-ria de conhecimentos científicos e tecnológicos sobre a desertificação e a degradação das terras e sobre a mi-tigação dos efeitos da seca. Para isso, a iniciativa busca ativar e melhorar os processos participativos que faci-litam as ações em ciência e tecnologia voltadas para a temática na região.

Modelos de sucesso no combate à seca Repensando a forma de utilização de terras secas, ou produzindo materiais de baixo custo, a Conferência ILACCT apresentou resultados que melhoram a vida nas regiões secas. O trabalho do engenheiro pernam-bucano José Padilha foi iniciado na década de 70 e procura utilizar as ações da natureza para combater os efeitos da estiagem. Métodos simples, como a cons-trução de barragens feitas de pedra, sem argamassa e em formato de arco romano, auxiliam no armaze-namento da água não só na superfície mas no solo. Por gravidade, a água armazenada é distribuída para o consumo de animais e irrigações mesmo durante pe-ríodos de fortes estiagens.

De acordo com a Funceme, o Ceará possui três áreas susceptíveis à desertificação, envolvendo mais de 15 municípios das regiões dos Inhamuns, Jaguaribana e Centro Norte. A forte salinização da água encontra-da no subsolo cearense, um dos empecilhos para seu uso, é tratada com produtos que retiram o cálcio e o

combate à desertificação. Segundo o secretário adjunto da Secretaria de Ciência, Tecnologia e Educação Supe-rior do Ceará (Secitece), Almir Bittencourt, esta carta é uma manifestação concreta do reconhecimento da relevância do processo de desertificação como uma questão local, nacional e internacional. “A Ciência deve contribuir pra isso, para avançar no conhecimento e formas de combate a este processo”.

Para o secretário executivo do Ministério da Integração Nacional, Alexandre Navarro, deve haver uma equali-zação social da parcela do País afetada pelo processo de desertificação. “É preciso trabalhar olhando o futuro e o passado, tentando resolver o problema. Vivemos a maior seca dos últimos 50 anos. Afeta hoje 1400 municípios e 0,8% do PIB do Brasil é perdido por falta de água”.

Navarro enfatiza que há um estudo do Painel Inter-governamental sobre Mudanças Climáticas (IPCC) apontando que as regiões Norte e Nordeste terão um acréscimo de até 5 graus Celsius em 2100, o que tra-rá uma perda de segurança hídrica de 40% nos anos seguintes. “Se não tivermos outros movimentos de pesquisas e de diagnósticos com todas as instituições discutindo pra onde esse mundo irá conjuntamente, teremos muitos problemas”.

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ILACCT

magnésio da água, responsáveis pela “dureza”, a salu-bridade, do líquido. Segundo Lindomar Damasceno, da empresa Polyclay-Nanotech, é adicionado um mi-neral, intitulado Douce Aqua, que consegue tornar a água potável. O projeto de um dessalinizador, feito à base de argila, produto encontrado mais facilmente no Nordeste, também apresentado na conferência, reduz os custos de fabricação do equipamento, podendo au-mentar sua aquisição em comunidades com o proble-ma da salinização.

Outros trabalhos exitosos na região cearense foram os do Projeto Cabra Nossa, cuja ideia central é entregar uma cabra a uma família carente e realizar o acompa-nhamento, utilizando a produção de leite no combate à desnutrição, além de fomentar fonte de renda com a venda de insumos caprinos. A ideia, aparentemente simples, mas fomentada no acompanhamento das fa-mílias, já recebeu prêmios, como o Certificado de De-senvolvimento do Milênio em 2012, e o Prêmio de Ino-vação em Saúde Pública.

AridasLAC Para contribuir com a mitigação dos efeitos da seca, representantes de 17 instituições de 22 países da Amé-rica Latina, do Caribe e da Europa assinaram, durante o evento, declaração de intenção visando o desenvol-vimento do Programa AridasLAC, iniciativa que busca fortalecer o conhecimento científico e técnico das terras secas e seus ecossistemas na região.

O Programa contempla uma rede de produção de co-nhecimento sistematizada que irá servir de subsídio para a tomada de decisões nos 22 países participantes da conferência. A ideia é promover e difundir políticas, planos, programas e práticas eficazes e eficientes para o manejo sustentável das terras secas na América Latina e no Caribe.

Custos da desertificação para os paísesEstudos apontam que a perda com a desertificação pode chegar a 27 bilhões de dólares por ano somente em 11 países da América Latina. O resultado são perdas eco-nômicas na agricultura, na pecuária, na cultura e na in-dústria, que fica carente de alguns insumos. A conferên-cia trouxe estudos que procuram quantificar as perdas.

De acordo com a pesquisa apresentada por Heitor Ma-tallo, da Convenção das Nações Unidas no Combate à Desertificação (UNCCD), com base em uma Equação

Mesas redondas/Apresentações

O evento contou com mesas redondas e palestras, como a do presidente da Funceme, Eduardo Martins.

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Universal de Perda do Solo (USLE), as perdas deverão se agravar nos próximos anos, com o aumento da tem-peratura global.

Já o representante da Cepal, Cesar Morales, disse que na avaliação das perdas econômicas, deve-se levar em conta os tipos de solo nas áreas desertas. A perda nessas áreas, explica, caracterizam-se por uma drenagem ruim do solo, pela devastação, pela salinidade da água, que são fatores provenientes da ação da natureza ou humana. “Pode-se fazer um arranjo de desertificação por nível de produtor - agricultura de subsistência, agroindústria”, destaca o estudioso.

Delimitaçãodas terras afetadasA Joint Research Centre (JRC), instituição de pesquisa europeia, está desenvolvendo um estudo em parceria com a ONU para delimitar e cartografar - em escala mundial, as áreas afetadas pela desertificação. O novo Atlas Global da Desertificação também irá mapear locais suscetíveis a este processo.

O método utilizado, baseia-se nas análises de imagens de satélites de várias partes do mundo, tiradas em pe-ríodos de tempo diferentes. É a primeira vez em que há um estudo global realizado por um mesmo grupo de pesquisadores. “Em 1990 foi divulgado um pano-rama mundial - Global Assessment of Soil Degrada-tion (GLASOD), porém os pesquisadores de cada país enviavam seus relatórios e os dados eram unificados”, contou o pesquisador Michael Charlet - do escritório da JRC na Bélgica.

O Atlas Global da Desertificação está sendo desenvol-vido por um grupo de mais de 60 pesquisadores, que inclui o brasileiro José Roberto Lima, presidente da ILACCT. A estimativa é de que a análise seja divulgada em 2014, com o objetivo principal de servir como base para ações e políticas públicas de controle e convivência com a desertificação.

Carta de SobralDurante a realização da Conferência ILACCT, dados e contribuições foram compilados para dar origem a Car-ta de Sobral, apresentada durante o encerramento do evento, O documento discorre sobre a necessidade de aprofundamento de temas como “desertificação, ciência e política” e “determinantes sociais da saúde no semiá-rido”. A carta enfatiza a importância do fortalecimento das redes e programas existentes para a preparação do Atlas de Desertificação da América Latina e Caribe.Público na solenidade de abertura

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O material inédito e de mais de 100 milhões de anos foi achado na Bacia do Araripe A descoberta do único fóssil de camarão no mundo, com características tridimensionais, na Bacia Sedimentar do Araripe, foi destaque nos principais jornais do País, como O Globo e Jornal Nacional, além de contar com a publicação em revista internacional especializada. O material de mais de 100 milhões de anos, da era Cretácea, foi apresentado à imprensa em janeiro deste ano, na sede do Geopark Araripe, por estudiosos da Universidade Regional do Cariri (URCA).

O novo crustáceo fossilizado recebeu o nome de Kellnerius jamacaruensis, em homenagem ao paleontólogo Alexandre Kellner, e ao local onde foi localizado o fóssil, no distrito de Jamacaru, na cidade de Missão Velha, no sul do Ceará. O material foi apresentado pelo coordenador da maior escavação controlada do Nordeste, iniciada em 2011, o paleontólogo Álamo Feitosa, e a aluna do curso de Biologia da URCA, Caroline Mayara da Silva.

Com base na caracterização da espécie, foi possível descrever um novo gênero da família Carídea. Medindo 1,8 cm de comprimento, o material foi encontrado depois de 11 dias de escavações, a 9,5 metros, em maio do ano passado. O fóssil custou aos pesquisadores um trabalho detalhado e bastante cuidadoso na preparação da rocha, para revelar a forma do camarão. Foram utilizados equipamentos como uma lupa, para aumentar em até mais de 60 vezes o tamanho do crustáceo e instrumentos delicados como uma agulha para a aplicação de insulina. A caracterização foi realizada pelos pesquisadores Willian Santana (SP), Allysson Pinheiro (URCA), Caroline Mayara da Silva (URCA) e Álamo Feitosa (URCA) no Laboratório de Paleontologia da URCA.

A apresentação contou com a presença de parte da equipe de 20 pesquisadores, além do paleontólogo Alexander Kellner, da reitora da URCA, Professora Otonite Cortez, e do vice-reitor, Patrício Melo. Kellner destacou a importância desse trabalho, desenvolvido por meio de estudiosos da própria região. Ele tem sido um dos incentivadores desse processo de formação de um núcleo de pesquisadores do Cariri. Também ressaltou que, antes, o material encontrado na Bacia Sedimentar do Araripe era levado por estudiosos de outras localidades e anunciado em seus centros de pesquisa. “Isso revela a autonomia da pesquisa na região e um grande passo que está sendo dado nesse sentido”, disse o cientista homenageado.

O trabalho das escavações continua este ano na cidade de Campos Sales, depois do período das chuvas. Três grandes escavações deverão acontecer na localidade. Essa descoberta recente, ocorreu na segunda grande escavação, na parte leste da Bacia Sedimentar do Araripe. A primeira foi na parte Oeste, no Município de Araripe.

Alex Kellner afirma que seria muito difícil conceber uma descoberta desse nível, sem que houvesse uma escavação controlada. Nos primeiros meses de escavações, foram encontrados dois fósseis também raros: uma asa de um pterossauro, do tamanho de uma asa delta, e uma tartaruga, que ainda está sendo descrita.

A pesquisa que vem sendo realizada no Cariri, por meio da URCA e do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico Nacional (CNPq), com apoio do Geopark Araripe, é responsável pela extração de mais de 6 mil peças. Uma das evidências, com a nova peça encontrada, é que na região deveria ter pelo menos lagos com certo nível de salinidade. “Digo sempre que, se a história da vida na Terra fosse um livro, a Bacia do Araripe seria um capítulo inteiro. Há documentação sobre a história da vida na região desde 400 milhões até 1 milhão de anos”, disse o professor Álamo, em notícia de destaque no jornal O Globo. O fóssil de camarão também fará parte de uma publicação na revista científica ‘Zootaxa’, da Nova Zelândia, cujos editores destacaram o caráter inédito do material encontrado.

Links de matérias veiculadas na mídia nacional:Jornal Nacionalhttp://g1.globo.com/jornal-nacional/videos/t/edicoes/v/pesquisadores-brasileiros-descobrem-exemplar-de-fossil-de-camarao-no-ceara/2352303/

Jornal O Globohttp://oglobo.globo.com/ciencia/fossil-de-camarao-com-110-milhoes-de-anos-encontrado-no-semiarido-7319045

URCA/Geopark

Descoberta de único fóssil de camarão repercute na imprensa nacional

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pesquisadorescom o vice-reitor Patrcio Melo e a reitora

professora Otonite Cortez

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