revista comunità italiana edição 149

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Rio de Janeiro, novembro de 2010 Ano XVII – Nº 149 Médico italiano implanta coração que ‘funciona como um celular’ www.comunitaitaliana.com A vez dela! Filha de imigrantes, Dilma Rousseff é a primeira mulher a conquistar a cadeira mais importante do País www.comunitaitaliana.com ISSN 1676-3220 R$ 11,90 NEGÓCIOS Indústria comemora qualidades do macarrão no Brasil ESPECIAL Como a sociedade italiana encara o aborto legalizado TURISMO As novidades da nova temporada de cruzeiros

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Edição Completa Número 149 para leitura online. Revista Comunità Italiana, a maior mídia da comunidade ítalo-brasileira.

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Page 1: Revista Comunità Italiana Edição 149

Rio de Janeiro, novembro de 2010 Ano XVII – Nº 149

Médico italiano implanta coração que ‘funciona como um celular’

www.comunitaitaliana.com

A vez dela!Filha de imigrantes, Dilma Rousseff é a primeira mulher a conquistar a cadeira mais importante do País

www.comunitaitaliana.com

ISS

N 1

676-

3220

R$

11,9

0

Negóciosindústria comemora qualidades do macarrão no Brasil

especiAlcomo a sociedade italiana encara o aborto legalizado

TurisMoAs novidades da nova temporada de cruzeiros

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CAPA Com a força e a popularidade do Governo Lula, Dilma Rousseff entra para a história como a primeira mulher a assumir a Presidência da República do Brasil. A filha de imigrantes, que escapou da brutalidade das torturas durante o regime militar, enfrentou uma dura campanha e se consagrou como uma mulher aguerrida que terá quatro anos para mostrar suas qualidades não mais como “mãe do PAC”, mas agora como “mãe do Brasil”.

EditorialMulher... .......................................................................................06

Cose NostreDepois do dia 31 de dezembro, o presidente Lula deverá dirigir a agência da ONU para a Alimentação e a Agricultura, em Roma .....07

PolíticaMais denúncias fragilizam o governo de Silvio Berlusconi e devem levar a queda do seu governo na próxima primavera italiana ......... 12

AtualidadeLiberdade da imprensa italiana é ameaçada a partir de perseguições a profissionais que criticam o atual governo ...............15

NegóciosVinhos brasileiros ganham destaque em Milão e recebem elogios de especialistas durante evento do consulado brasileiro na cidade .......21

SaúdeCoração artificial a ser carregado na tomada foi a solução inédita encontrada por médico italiano para salvar a vida de adolescente .....24

AutomobilismoCarro conceito desenvolvido pela Fiat a partir de sugestões de internautas foi uma das estrelas do 26º Salão Internacional ...........48

LivroJornalista italiano resgata fatos da carreira de Ronaldo e publica biografia não autorizada pelo jogador .................50

26 421816AtualidadeMuseu em crisePersonalidades internacionais se juntam em mobilização para salvar um dos espaços mais importantes da arte contemporânea: o Madre

NegóciosDieta saudávelCongresso mundial do setor de massas reúne especialistas no Rio de Janeiro que indicam o macarrão como um alimento indispensável para a alimentação no dia-a-dia

EspecialAbortoComo a sociedade italiana convive com a ‘Lei do Aborto’, que ganhou grande destaque durante a campanha para eleições presidenciais no Brasil

Turismo Pelos maresOs cruzeiros marítimos voltam com força total nesta temporada e as companhias mostram preocupação com a infra-estrutura dos portos

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Entretenimento com cultura e informaçãoeditorial

FUNDADA EM MARÇO DE 1994

DIREtOR-PREsIDENtE / EDItOR:Pietro Domenico Petraglia

(RJ23820JP)

DIREtOR: Julio Cezar Vanni

PUblICAÇãO MENsAl E PRODUÇãO:Editora Comunità ltda.

tIRAgEM: 40.000 exemplares

EstA EDIÇãO FOI CONClUíDA EM:17/11/2010 às 15:00h

DIstRIbUIÇãO: brasil e Itália

REDAÇãO E ADMINIstRAÇãO:Rua Marquês de Caxias, 31, Niterói,

Centro, RJ CEP: 24030-050tel/Fax: (21) 2722-0181 / (21) 2722-2555

E-MAIl: [email protected]

REDAÇãO: guilherme Aquino; Nayra garofle; sarah Castro; sílvia souza;

Janaína Cesar; lisomar silva

REVIsãO / tRADUÇãO: Cristiana Cocco

PROJEtO gRáFICO E DIAgRAMAÇãO:Alberto Carvalho

[email protected]

AssIstENtE DE ARtE:Wilson Rodrigues

[email protected]

CAPA: Ricardo stuckert

COlAbORADOREs: Pietro Polizzo; Venceslao soligo; Marco lucchesi; Domenico De

Masi; Fernanda Maranesi; beatriz Rassele; giordano Iapalucci; Cláudia Monteiro de

Castro; Ezio Maranesi; Fabio Porta; Paride Vallarelli; Aline buaes

CORREsPONDENtEs: Ana bizzotto (são Paulo);guilherme Aquino (Milão);Janaína Cesar (treviso);leandro Demori (Roma);lisomar silva (Roma);

Quintino Di Vona (salerno);Robson bertolino (são Paulo)

PUblICIDADE: Rio de Janeiro - tel/Fax: (21) 2722-2555

[email protected]

REPREsENtANtEs: sergio Percope

Rio de Janeiro - tel: (21) 2245-8660(21) 8136-7427

[email protected]

Minas gerais - gC Comunicação & Marketing geraldo Cocolo Jr.

tel: (31) 3317-7704 / (31) 9978-7636 [email protected]

ComunitàItaliana está aberta às contribuições e pesquisas de estudiosos brasileiros, italianos

e estrangeiros. Os artigos assinados são de inteira responsabilidade de seus autores, sendo

assim, não refletem, necessariamente, as opiniões e conceitos da revista.

La rivista ComunitàItaliana è aperta ai contributi e alle ricerche di studiosi ed esperti brasiliani,

italiani e estranieri. I collaboratori e sprimono, nella massima libertà, personali opinioni che non riflettono

necessariamente il pensiero della direzione.

IssN 1676-3220

Com a grande polêmica surgida por conta das declarações sobre o aborto na reta final da campanha eleitoral para presidência da República no Brasil, buscamos no país mais católico do mundo algumas respostas. Na Itália, a prática foi legalizada em 1981 através de referendo popular. Mesmo com

toda a pressão da Igreja, a sociedade italiana encarou o assunto e hoje o número de intervenções caiu pela metade. Apesar disso, ainda existe a prática clandestina e uma grande rejeição da classe médica em realizar a cirurgia.

Nossa reportagem esteve no Hospital San Carlo de Milão e conversou com um dos ginecologistas históricos do movimento que levou à legalização do aborto, Mauro Buscaglia, sobre os preconceitos, os novos métodos, os prós e os contras após três décadas de instaurada a Lei 194. A correspondente Aline Buaes também ouviu as opiniões de grandes estudiosos como o sociólogo da Universidade Bicocca de Milão, Tommaso Vitale, e de um dos mais respeitados peritos em bioética no mundo, o monsenhor Elio Sgreccia. Para o líder católico, “o aborto não pode ser reduzido a uma mera questão de gestão do corpo da mulher, já que se trata de destruir uma vida, cujo valor é igual ao da mãe”.

De Roma, o jornalista Leandro Demori traz um panorama sobre o delicado momento político vivido pelo primeiro-ministro Silvio Berlusconi. E o que muitos se perguntam é justamente quando será abortado o atual governo e quem terá condi-ções de assumir o país em crise. Com sua armadura, que parece impenetrável, o premier Berlusconi enfrenta todos os escândalos e apimenta ainda mais o já tão escrachado cenário com frases do tipo: “é melhor olhar para moças do que ser gay”.

Num episódio recente que veio a tona, o chefe da polícia milanesa recebe um telefonema do chefe da escol-ta de Berlusconi que pede para uma moça de 18 anos, de-nunciada por furto, ser liberada. Tratava-se da marroquina Ruby (nome de guerra) que quando ainda era menor haveria participado de alguns festins com o Cavaliere. Mas para o próprio Berlusconi, que assume a ligação, o fato se justifica por tratar-se, segundo ele, da sobrinha do presidente egípcio Hosny Mubarak. Uma história digna de ir para as telas de ci-nemas. Talvez com um título do tipo “Tropa de elite italiana” e trilha sonora embalada por “mulher, mulher, mulher...”, de Neguinho da Beija-Flor.

Por conta dessa e de outras, no dia 14 de dezembro está marcada a sessão no Parlamento italiano para o voto de confiança. Caso o governo do presidente do con-selho Berlusconi não consiga a maioria, a data de 27 de março de 2011 surge como provável para as eleições antecipadas na Itália.

No Brasil, temos uma filha de imigrantes europeus eleita presidente da Re-pública. Braço direito do presidente Luis Inácio Lula da Silva, a economista Dilma Rousseff terá pela frente o desafio de manter o Brasil no rumo do crescimento eco-nômico e deverá enfrentar problemas não resolvidos nas áreas de segurança e saúde públicas, educação, crise na previdência, infra-estrutura, entre outros.

A primeira mulher presidente da história do Brasil tem um vasto histórico de lutas políticas. Sua fibra foi testada durante o período negro da ditadura militar, momento em que muitos opositores do regime foram exilados e ela ficou e foi dura-mente torturada ao longo de três anos.

Para esta mineira, filha de búlgaros, de 62 anos, torcemos para uma brilhante gestão rumo a um futuro melhor para o nosso Brasil. Parabéns presidente Dilma!

Boa leitura!

Pietro Petraglia Editor

Mulher...

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Julio Vanni

COSE NOSTRE

Milão é a mais caraMilão detém o recorde mun-

dial no ranking das metró-poles turísticas mais caras, su-perando de longe até a capital italiana. De acordo com a edição 2010 de um estudo da Mercer Hu-man Resource Consulting, os pre-ços mais acessíveis se registram, por ordem, em londres e Paris. são Paulo e Rio de Janeiro tam-bém entraram na lista. A pesqui-sa avaliou cerca de 200 parâme-tros, como impacto dos alugueis, as tarifas de transporte, os cus-tos de bens de consumo, de res-taurantes e entretenimentos. A crítica levou o assessor das Ati-vidades Produtivas de Milão a declarar a expectativa de que a Expo 2015 diminua esse proble-ma. “Poderemos finalmente atuar de forma significativa na recep-tividade de Milão, especialmente para os jovens, aumentando de um lado os albergues e de outro as pousadas, onde é possível per-noitar gastando menos que € 50. sob este ponto de vista, Milão pode fazer muito mais”, afirma giovanni terzi.

presença italiana em NYSe por aqui um dos nomes fortes para o governo Dilma é o do ítalo-

brasileiro Antonio Palocci, ex-ministro da Fazenda do governo lu-la; em Nova Iorque, dois ítalo-americanos polarizaram a disputa pelo governo do estado. O democrata Andrew Cuomo derrotou o republica-no Carl Paladino na eleição que marcou a perda de apoio político do presidente barack Obama. Cuomo e Paladino protagonizaram a disputa quando em tom passional, enquanto o democrata prometia “limpar Albany”, o republicano afirmava “abater com um taco de beisebol os políticos corruptos que a ocupam”. Nome tradicional na política de Nova Iorque, Cuomo, que é ex-procurador-geral do estado, secretário de Habitação no governo bill Clinton, e filho do ex-governador Mario Cuomo, venceu o duelo.

lula cotado em romaEnquanto a equipe de transição do governo lula para o go-

verno Dilma se reúne e traça os rumos do brasil pós-posse, o presidente luiz Inácio lula da silva, cujo mandato termina em 31 de dezembro, pode ir para Roma dirigir a agência da Organização das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura (FAO). se-gundo o jornal Estado de são Paulo, o presidente formalizou sua candidatura à direção da agência. O jornal lembrou ainda, o fato de lula ter declarado repetidas vezes que, no fim do seu mandato, desejaria trabalhar para a cooperação entre a América latina e a áfrica. lula tem em sua conta os bons resultados de programas como o ‘Fome Zero’ e o ‘bolsa Família’.

rapidinhas● O Patronato INCA-CgIl iniciou em outubro sua atu-ação em Contagem, Minas gerais. Presta auxílio na obtenção das prestações previdenciárias, acidentárias e/ou assistenciais frente ao INss na sede do sindica-to dos Metalúrgicos de Contagem, localizada na Av. Camilo Flamarion, 55, bairro Jardim Industrial● também em Minas gerais, a Fundação torino abriu inscrições para pessoas da terceira idade interessadas em estudar italiano. As aulas começarão em fevereiro de 2011. Podem participar descendentes com mais de 60 anos. Informações: 3289-4200.

● O documentário brasileiro “Corumbiara”, do dire-tor Vincent Carelli, recebeu o prêmio União latina no XXV Festival de Cinema latino-Americano de trieste, norte da Itália. A produção mostra evidências de um massacre indígena ocorrido há 24 anos em Rondônia, e a falta de empenho das autoridades em investigar os assassinatos. ● O italiano Massimo schipilliti foi apresentado como o cônsul do Coritiba Foot ball Club na Itália. O anún-cio foi feito pelo diretor alviverde Walter Petruzziello. schipilliti vai divulgar o Coxa no velho continente.

Festival de Veneza 2010A Embaixada da Itália no

brasil conclui os prepa-rativos para a 6ª edição do Festival de Veneza no brasil. serão exibidos seis filmes, dentre os quais la passione, de Carlo Mazzacurati; la pe-cora nera, de Ascanio Celesti-ni e, I malavoglia, de Pasqua-le scimeca – todos lançados neste ano. Produção de 1974, Profumo di donna, de Dino Ri-si, também integra a lista de filmes da mostra. Curitiba (de 17 a 22 de novembro), são Paulo (de 22 a 28 de novem-bro), Rio de Janeiro (27 de novembro a 2 de dezembro) e brasília (2 a 7 de dezem-bro) foram as capitais esco-lhidas para receber o evento. somadas as capacidades das salas de exibição e o número de projeções, cerca de 10 mil pessoas poderão assistir aos filmes inéditos no brasil.

paul volta a elbaMorto em outubro, o pol-

vo Paul, principal per-sonagem da Copa do Mundo da áfrica, terá uma rua com seu nome na Ilha de Elba. se-gundo a Prefeitura de Marina di Campo, o molusco, pescado há sete meses no mar daquela região deve ser homenagea-do com a inscrição ‘Rua polvo Paul, adivinhador’ ou ‘traves-sa polvo Paul, infalível adivi-nho de eventos esportivos’.

A árvore de Natal que enfeita a lagoa Rodrigo de Freitas, zo-na sul do Rio de Janeiro, está de volta para ser incorporada

à paisagem da cidade maravilhosa. Com cenografia assinada por Abel gomes, anjos e estrelas figuram no monumento cujo interior é composto por um carrilhão eletrônico que reproduz canções nata-linas. Importada da Itália, a estrutura é semelhante à utilizada na basílica de são Pedro (Vaticano). A inauguração da árvore ocorre no dia 4 de dezembro com shows de Milton Nascimento, simone e Ivan lins e apresentações dos bailarinos Ana botafogo e Carlinhos de Jesus. Ela poderá ser vista até o dia 6 de janeiro, em que se comemora o Dia de Reis. De acordo com a bradesco seguros, que patrocina o monumento, a iluminação da estrutura será feita por seis geradores que usam biocombustível e gastam menos energia.

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opinião

enquete

Não – 15,4% Não – 33,3%Sim – 28,6%

Sim – 84,6% Sim – 66,7%Não – 71,4%

Enquete apresentada no site www.comunitaitaliana.com entre os dias 19 a 22 de outubro.

Enquete apresentada no site www.comunitaitaliana.com entre os dias 27 de outubro a 1º de novembro.

Enquete apresentada no site www.comunitaitaliana.com entre os dias 22 a 27 de outubro.

Pais reclamam que professora é ‘muito sexy’ para dar aula na Itália.

Isso atrapalha os estudantes?

Partida de futebol na Itália é interrompida pelo juiz por conta de

cânticos racistas. Ele agiu certo?

Dunga poderá ser o técnico da Fiorentina. É uma boa opção

para o time italiano?

frases

Escolhi pessoalmente as fotografias do livro, porque não queria nem as publicitárias, nem as de moda. Queria as que

retratassem a expressividade primordial do corpo”,

Monica Bellucci, atriz italiana, sobre o livro “Simplesmente

Monica Belluci”, publicado este mês com suas melhores fotos.

“Enquanto Roma é a única cidade italiana que pode organizar as

Olimpíadas, creio que o Grande Prêmio de Fórmula 1 está bem em Monza”,

Gianni Rivera, presidente do setor juvenil da

Federação Italiana de Jogos de Futebol (FIGC), sobre a realização de um

GP em Roma.

“Na minha idade, ninguém me fará

mudar meu estilo de vida, do qual tenho

muito orgulho”,

Silvio Berlusconi, premier italiano,

sobre seus últimos escândalos pessoais.

“Foi desastroso, uma das piores corridas que fiz no GP do Brasil”,

Felipe Massa, piloto brasileiro da Ferrari, sobre a 15 ª posição no

Grande Prêmio do Brasil.

“O amor transformado em mercadoria, o amor pago, não faz

parte da moralidade cristã”,

Monsenhor Gianfranco Girotti, regente do Tribunal da

Penitenciária Apostólica, ao criticar indiretamente o premier italiano Silvio Berlusconi quanto

aos seus escândalos sexuais.

Errata: Na matéria Noite de Rainha (edição 149) a legenda correta das fotos é: Ivete sangalo ensaia no estudio de gigi D’Alessio. No palco os cantores apresentaram um dueto.

cartas“Adorei saber que vai ter um canal 24 horas sobre gastrono-

mia. só achei ruim o fato de ele existir somente na tV por assinatura. O público da tV aberta é muito carente de programas bons e um canal dedicado à culinária seria perfeito. De qualquer forma, fico aqui na torcida para que a programação seja realmente tão boa quanto parece.”

MaRIa alICe Baldo GouveIa – São Paulo, SP – por e-mail

“Fico feliz quando vejo projetos que têm como objetivo res-gatar a história dos imigrantes no brasil. A matéria sobre

a Ilha das Flores, no Rio de Janeiro, me provocou uma maravilhosa sensação nostálgica. Cheguei aqui ainda pequeno e consigo lembrar, vagamente, de hospedarias como esta. Parabéns à Uerj e à Marinha pela iniciativa!”

GennaRo RuSSo – Santos, SP - por e-mail

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“O nosso sonho era passar a lua de mel na Itália e conhecer cada

cantinho do país e não podíamos deixar de fora as cidades medievais. Das cidades que conhecemos da região da toscana, siena foi marcante pelas suas construções grandiosas e pela sua catedral. Arrisco em dizer que é uma das mais bonitas do país!”

RodRIGo MaIaRio de Janeiro - RJ

Mande sua foto comentada para esta coluna pelo e-mail: [email protected]

Arq

uivo

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Onda CariOCa (rJ)A geografia da cidade maravilho-sa parece ter sido criada para pri-vilegiar a praia. Pelo menos nos registros do fotógrafo italiano Francesco Zizola, este é o lugar em torno do qual acontece gran-de parte da vida dos cidadãos: um espaço democrático sem di-ferença entre classe social, cul-tura ou cor da pele. As diversas cenas que coexistem neste am-biente foram alvo de Zizola e po-dem ser vistas em exposição, até 3 de dezembro, no Ateliê da Ima-gem (Av. Pasteur, 453 – Urca). Informações: (21) 2541-3314 ou 2244-5660.

Crianças

O brasil é um dos protagonistas da sàrmede (treviso) e sua 28ª Exposição Internacional de Ilus-tração para a Infância. O peque-no borgo situado perto dos Alpes

de treviso é conhecido como a “terra de conto de fadas”, títu-lo que é lembrado em Brasil cheio de fantásticas e variadas histó-rias. sàrmede apresenta a tradi-cional mostra com obras originais de 38 ilustradores de 21 países. são quatro iniciativas: além do espaço sobre o brasil e da exposi-ção das melhores publicações no mundo, um tributo à ilustradora bolonhesa beatrice Alemagna e uma apresentação dos alunos da Escola Internacional de Ilustra-dores do sàrmede, no Museo Za-vrel, completam o evento. Até 19 de dezembro. Mais informações: www.sarmedemostra.it.

deuses e MadOnas (sP)Concebida pelo curador teixei-ra Coelho a partir de 40 obras-primas do acervo do Museu de Arte de são Paulo (MAsP), a mostra resgata uma obra-prima

de um dos mestres do Renas-cimento Andrea Mantegna. São Jerônimo Penitente no Deserto, concluída em 1451, está de vol-ta ao museu depois de restau-rada pela equipe do louvre. Já O Julgamento de Páris, feita en-tre 1710 e 1720 pelo mestre do Rococó italiano Michele Rocca, recebe uma leitura contemporâ-nea do videoartista Eder santos, que recorreu à tecnologia dos televisores lED tridimensionais para mostrar sua versão sobre a obra. Deuses e Madonas – A Arte do Sagrado traz ainda botticelli (Virgem com o Menino e são João batista Criança, c.1490) e tintoretto (Ecce Homo ou Pila-tos Apresenta Cristo à Multidão, c.1546), entre outras peças de expressão. Até 16 de janeiro, no 2º andar do MAsP, galeria ge-orges Wildenstein. Informações: (11) 3251-5644.

aleiJadinhO (sP)O mais importante nome do bar-roco brasileiro, Antônio Francisco lisboa (1730-1814), o Aleijadi-nho, tem sua produção revisita-da na mostra “Aleijadinho: Arte e fé brasileira – Ofício Divino”, em cartaz no Museu de Arte sacra. A exposição traz esculturas que marcaram as fases da produção artística do mestre. são 51 peças, que pertencem à coleção de Rena-to de Almeida Whitaker. Dez obras são inéditas, com destaque para um uma sant’Anna Mestra de 28 cm, muito parecida com a imagem exposta no Museu do Ouro, de sa-bará (Mg), uma das mais aprecia-das esculturas de Aleijadinho. Ré-plicas em resina de quatro peças ficarão expostas em local de aces-so fácil para serem tocadas por pessoas portadoras de deficiência visual. Até 16 de janeiro. Infor-mações: (11) 3316-5393/3336.

na estante click do leitor

agenda

serviço

O dia da coruja traz os passos e artimanhas do honesto capitão bellodi, que investiga uma série de assassinatos numa pequena cidade italiana da sicília. Republicano e anti-fascista, bellodi é um “mão limpa” ao pé da letra. Esbarra, porém, em redes invi-síveis, arrumadas para que a verdade não apareça e se dissolva entre as malhas do poder. O protagonista de leonardo sciascia segue pistas tênues, embora consistentes, que indicam não só a participação da máfia, como a presença de outras pessoas po-derosas por trás dos assassinatos. baseada em fatos reais – a morte de um sindicalista comunista em janeiro de 1947 – a obra tornou-se um clássico da literatura italiana contemporânea. Ne-la, o autor apresenta sua aversão à ideologia fascista e como ela a afeta tanto no plano afetivo quanto nos planos morais e in-telectuais. Aversão que, inclusive, influenciou o relacionamento de sciascia com o pai, obrigado a se inscrever no partido para conseguir emprego. Objetiva, 136 páginas, 31,90 reais.

Meu avô italiano As férias escolares se aproximam e ti-to terá muitas surpresas. Revendo as fotos da família ao lado do avô, o garoto descobre como era a vida de seus parentes na Itália, por que eles vieram para o brasil e como foi a adaptação ao novo país. Relembrando anti-gas histórias, o avô de tito mostrará que no brasil tem muito mais da Itália do que se imagina. Através do coti-diano de uma família italiana que preserva suas origens é possível identificar a culinária típica, as festas tradi-cionais, as reuniões familiares, o vínculo com parentes da Itália, a paixão pelo futebol, os jogos e brincadeiras. Ao final do livro há uma seção informativa com fotos e dados da cultura italiana. O livro de thiago Iacocca faz parte da coleção Imigrantes do brasil. Panda books, 36 páginas, 26,90 reais.

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Fabio Porta

[email protected]

Può esistere un nesso tra impegno politico e pratica sportiva?

la politica del “fair play”

Non sono mai stato, né mi sono mai sentito un “po-litico di professione”; ep-pure ho sempre fatto po-

litica, magari a volte senza es-serne pienamente consapevole, da quando bambino sono stato prima ‘lupetto’ e poi ‘scout’, poi ancora dirigente locale e nazio-nale dell’Azione Cattolica Italia-na, quindi obiettore di coscienza (al servizio militare) in servizio civile alternativo, sindacalista e cooperante (responsabile per programmi di cooperazione in-ternazionale allo sviluppo).

Ero attratto, anche per que-stioni familiari (un fratello Vi-ce sindaco, un papà sindacali-sta, uno zio Presidente di Regio-ne…), dall’arte della politica, ma al tempo stesso diffidavo dagli intrighi e dalle liti, dagli accor-di sottobanco e dalle discussioni infinite e a volte senza risultato alcuno tipiche della politica.

Ad un certo punto, avevo 14 anni, pensavo che il mio futuro fosse nello sport; facevo parte di una squadra di pallavolo e per tre anni credo di avere trascorso più tempo in palestra che sui libri.

Al liceo le cose andarono di-versamente: lo studio e gli im-pegni associativi ebbero la me-glio su quelli agonistici, ma cre-do che l’esperienza sportiva mi sia rimasta dentro e che abbia permeato anche il mio impegno politico.

la pallavolo è uno sport mol-to praticato dai giovani, in Ita-lia come in brasile, anche se pur-troppo non gode dell’attenzione dei grandi mezzi di comunicazio-ne di massa, e quindi delle risor-se, che fanno del calcio (anche in questo caso: in Italia come in

brasile) lo sport più amato, pra-ticato e ($$$ ) sponsorizzato.

Due sono le caratteristiche che fanno del volley uno sport a mio parere straordinario: il fondamentale e necessario sen-so della squadra da un lato e la mancanza del contatto fisico con l’avversario dall’altro.

Nel calcio è possibile che un campione “faccia la differenza” e gli annali calcistici sono pieni

di esempi che dimostrano questa tesi; è ovvio che anche il calcio, come tutti gli sport di equipe, si fonda su un impegno coordinato di un gruppo di atleti ma l’equi-librio tra il ruolo del campione (o del “craque”) e il resto della squadra non sempre è bilanciato a favore di quest’ultima.

Nella pallavolo l’equipe è tutto, e questo è anche favori-to e reso necessario dal continuo turn-over di giocatori nel corso della stessa partita.

Altra caratteristica, for-se ancora più esclusiva, è quel-la di giocare tra due gruppi che si fronteggiano ma non arrivano mai a toccarsi. se ci pensiamo bene un caso quasi unico tra gli sport di squadra, che basano una parte importante del loro agoni-smo e anche dello spettacolo nel contatto, se non nello scontro fi-sico, con l’avversario.

Non si tratta di un dettaglio: la mancanza dello scontro fisico

costringe l’atleta a concentrarsi al massimo sulla perfezione del gesto, a raggiungere una perfet-ta intesa con i propri compagni di squadra, a scatenare la propria forza fisica sul pallone e non sul suo rivale.

Pensandoci bene, credo pro-prio che quelle lunghe ore e quegli anni trascorsi in palestra non sia-no passati invano; a beneficiarne non è stato soltanto il mio fisico ma la mia testa, e sicuramente il politico ha appreso non poco da quell’insegnamento sportivo.

se la politica di oggi fosse basata più sul ‘gioco di squadra’ e meno sul leaderismo populista di alcuni personaggi e se il dibat-tito anche più acceso con gli av-versari fosse meno ‘gridato’ e più ragionato, più concentrato sulla palla e quindi sui contenuti e me-no sulla demolizione della fazio-ne rivale, probabilmente le nostre società, i nostri Paesi ne trarreb-bero un grande beneficio.

“se la politica fosse più ‘gioco

di squadra’ e meno

‘leaderismo populista’ ne

trarremmo tutti un beneficio”

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Page 11: Revista Comunità Italiana Edição 149

Ezio Maranesi

[email protected]

Dilemma ozioso: Fini ha tradito o no?

serpenti a romaMese zeppo di notizie

importanti: i minato-ri cileni risorgono, un torbido delitto ad Aver-

tana, i lanzichenecchi serbi sac-cheggiano genova, alpini morti in Afganistan, i media producono fango (eufemismo oxfordiano). Non c’è spazio per le notizie spic-ciole. Ne ho colta una. Un pito-ne è stato catturato al Pantheon, un altro in via 4 Fontane, un ter-zo tra le rovine romane. segnala-te due vipere presso la stazione termini e tre crotali, con annessi sonagli, nella pineta di Castelfu-sano. Accertata una trentina di serpi dalle parti di Montecitorio: hanno fondato un movimento politico. Insomma: Roma invasa dai rettili. Niente di grave se non fosse che, si sa, i serpenti por-tano sfiga. tant’è che a Cucullo, in Abruzzo, dove sfila ogni anno la statua di san Domenico con le bisce ai suoi piedi, le bestiacce quest’anno hanno strangolato il povero santo e, secondo la leg-genda, sarà un disastro. sognare serpenti, dice Freud, evoca maldi-cenze, invidie e tradimenti. toc-

chiamo ferro, cornetti e altro: si sta mettendo male.

A proposito di serpenti, si discute molto, in questi gior-ni, se Fini abbia o no tradito. la metterei in termini semplici. Fini, capo di AN, dichiara nel di-cembre 2007: “Non esiste alcu-na possibilità che AN confluisca nel nuovo partito di berlusconi”. Aggiunge, riferendosi al partito nascente: “siamo alla comica finale”. Poi però, annusando la vittoria e le aggregate poltrone, Fini confluisce, concorre a defi-nire il programma di governo e stravince le elezioni grazie al carisma del berlusca, il quale gli affida la poltrona di presidente della Camera. Fini vi si installa e vi si incolla col superbonder. Dall’alto di questo scranno por-ta avanti scientificamente la sua opera di demolizione di berlu-sconi, con distinguo sommessi all’inizio, con dissensi fragorosi in seguito, fino alla separazio-ne traumatica. Porta con se una trentina di deputati, mette il go-verno in minoranza e ricatta ber-lusconi: ti dò la fiducia ma posso

farti cadere, se e quando voglio. lo farà cadere, quando sarà certo che gli converrà. tradisce, perché avrebbe dovuto discutere i suoi dissensi nell’ambito del partito e accettare le decisioni della mag-gioranza. se la sua coscienza non gli avesse permesso di allinearsi, avrebbe dovuto dimettersi per-ché, per la attuale legge elet-torale, buona o cattiva che sia, i parlamentari sono indicati dai partiti, ai quali quindi appartie-

ne moralmente il mandato, e non scelti dal popolo. Mantenere il mandato e combattere il proprio partito è tradire, e Freud ha ra-gione: i serpenti di Roma sono un funesto auspicio.

Fini vuole apparire moraliz-zatore. Difficile credergli; è im-morale ciò che sta facendo al suo partito e immorale è il suo silenzio nel Montecarlogate. An-che i pargoli sanno infatti a chi appartiene la casa svenduta da AN. Ma attaccare berlusconi è di moda: è ricco, politicamente scorretto, ama le donne e, come è costume degli imprenditori, vuol fare, mentre ai politicanti alla Fini piace solo dire ciò che si dovrebbe fare. Purtroppo, per berlusconi e per tutti gli italiani, l’Italia non va bene e si impove-risce rispetto a altri paesi. Ha un debito pubblico mostruoso, una burocrazia schiacciante, una magistratura inetta, un sud male amministrato, ha le mafie, una legislazione sociale obsoleta, ecc. e il governo ha grandi dif-ficoltà a governare, grazie ai ser-peggiamenti di Fini. Per queste ragioni berlusconi è vulnerabile e sarà impallinato.

Imputo a berlusconi, naviga-to imprenditore e uomo di mon-do, di non aver neutralizzato il veleno dei morsi di Fini quando era in tempo. Altra notiziola di questi giorni: berlusconi incon-tra Fini a Ciampino all’arrivo del-le salme degli alpini caduti. si stringono la mano. Il giorno dopo b. è ricoverato per una chirurgia alla mano. bah! sarà un caso.

“imputo a Berlusconi,

navigato imprenditore e uomo di mondo,

di non aver neutralizzato il

veleno dei morsi di Fini quando era in tempo”

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o senador romano Marco túlio Cícero teoriza em seu livro “A República” sobre as formas de gover-

no, sua eficácia e imperfeições apontadas por Aristóteles. Da monarquia dizia temer a tirania; a aristocracia poderia se trans-formar em oligarquia; nas demo-cracias, o medo era a tirania das massas, a oclocracia. O remédio para os males do poder, para Cí-cero, estava na Justiça, um sis-tema frio e sem as emoções hu-manas que pudesse garantir uma sociedade equilibrada sob qual-quer sistema de governo.

Dois milênios depois de Cíce-ro, não deve ser a Justiça a der-rubar o atual governo de Roma – já diverso daquele que o senador patrício vivenciou. Motivos pa-recem abundar, mas o ritmo dos tribunais costuma ser mais lento do que o das ruas. Apesar de seus inúmeros problemas com o poder capaz de equilibrar a democracia italiana, silvio berlusconi pode ver antecipado o fim de seu go-verno não pela espada do judici-ário, mas pela caneta das sonda-gens populares: suas festas parti-culares regadas a acompanhantes profissionais, figuras do mundo televisivo e poderosos, mais do que nunca, corroem sua ima-gem pública.

Desde a últi-ma semana de se-tembro, a imprensa italiana publica uma sé-rie de reportagens com detalhes ruborizantes de mais um capítulo da vida particular de berlusconi. A testemunha-chave é Nadia Ma-cri, acompanhante de luxo italia-na que afirmou ter tido relações

sexuais com o premier em troca de 10 mil euros. O testemunho de Nadia, uma “escort” na gíria ita-liana, foi registrado também em depoimento à polícia, e vai além: diz que o primeiro-ministro ita-liano disponibiliza seu avião ofi-cial para transportar a droga con-sumida em suas festas privadas.

Em seu depoimento, que ren-deu aos investigadores que a es-cutaram mais de trezentas pági-

nas, Nadia descreve as festas na mansão de Arcore – cidadezinha perto de Monza onde berlusconi tem uma de suas tantas proprie-dades de luxo – como verdadeiras bacanais onde giravam persona-gens na tV como o caça-talentos lele Mora e o jornalista e amigo particular de silvio, Emilio Fede, um dos rostos mais conhecidos da Itália. Mora e Fede seriam os

responsáveis pelo “recrutamento” das meninas. A descrição das fes-tas faz jus à parte muito conheci-da da Roma dos tempos de Cícero: além do consumo de drogas, exis-tiria uma banheira onde berlusco-ni faria sexo com várias mulheres, individualmente ou em grupos. Al-gumas delas fariam uso de drogas.

Além de Nadia Macri, outra jovem escort vem estrelando os

Quando vaipolítica

acab ar?

Nadia Macri: escort nova nas polêmicas

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piores pesadelos de berlusconi: se trata de Ruby, jovem marroquina presa por furto no dia 27 de maio. sem documentos, Ruby, então me-nor de idade, é levada à delegacia. Momentos após sua detenção, os policiais presenciam uma cena que beira à ficção: o próprio silvio ber-lusconi teria telefonado aos agen-tes pedindo para que soltassem a jovem. Na argumentação, uma pequena “imperfeição”: Ruby, se-gundo berlusconi, seria sobrinha do presidente do Egito Hosni Mu-barak, o que foi posteriormente verificado e apontado como fal-so. As declarações de Ruby foram confirmadas pelos policiais que a prenderam em depoimento oficial.

As duas bombas explodiram na mão do premier, que parece em um momento de fragilidade políti-ca nunca visto em seus 15 anos de vida pública. A seu modo, berlus-

coni tentou resfriar a caldeira; pri-meiro dizendo que era tudo menti-ra, depois, com a confirmação das declarações e abertura de inquéri-to policial em Milão, deu uma de suas declarações típicas: em um palanque, disse que era “melhor gostar de mulheres bonitas do que ser gay”. A reação da oposição foi imediata. Em coro, todos os par-tidos de centro-esquerda pediram sua cabeça. O líder do Partido De-mocrático, Pier luigi bersani, pe-diu imediatamente a renúncia.

— “berlusconi não pode se-guir nem um minuto a mais em um papel público que traiu de for-ma indecente”, — declarou o se-cretário do PD.

— “A Itália tem uma dignida-de que não pode ser colocada em perigo diante do mundo inteiro. A Itália tem problemas a enfrentar em um clima sério. É preciso abrir uma nova fase” — completar.

As bacanais alla Roma Anti-ca podem representar o poente do poder de berlusconi, mas não nesta estação. Caso vá às urnas, a Itália não deve mover a máqui-na eleitoral antes da primavera. Historicamente, nunca se votou no outono/inverno, período de festas de final de ano. “Além dis-so, nenhum partido está prepara-do para fazer campanha”, analisa Michele Ainis, constitucionalista e professor de ciência política da

universidade Roma tre, autor de diversos temas sobre democracia e organização partidária.

O Popolo della libertà (PDl) está rachado após a ruptura de berlusconi com gianfranco Fini, presidente da Câmara e seu ex-aliado. sem berlusconi à frente, talvez o PDl deva procurar ou-tro candidato. Nos bastidores se ventila o nome de giulio tremon-ti, ministro da Economia. Outro personagem possível seria Marias-tella gelmini, ministra da Educa-ção e que vem pouco a pouco sen-do escalada pelo PDl para progra-mas de tV e comícios – sinal claro de uma vontade de construir seu nome junto ao eleitorado.

Fini, por sua vez, ainda não parece ter adquirido musculatu-ra eleitoral – é um risco submeter seu nome ao escrutínio das massas sob pena de sair da briga menor do que entrou. “Antes de tudo ele te-ria que fundar seu partido”, apon-ta Michele Ainis. O presidente da Câmara, hoje, é líder de um grupo dissidente do PDl. Precisaria sair do partido e fundar sua própria le-genda, o que teria que ser feito às pressas caso as eleições fossem antecipadas em poucos meses.

O Partido Democrático, maior força da oposição, tem problemas

Quando vaiNão bastasse a ruptura

com seu principal aliado, Silvio Berlusconi se vê

diante de novas acusações que envolvem sexo,

drogas e rock and roll.

Especialistas dão como certas as eleições na próxima

primavera italiana, mas não existem nomes nem da situação e nem

da oposição para ocupar a cadeira do atual premier

Leandro demoriEspEcial dE Roma

acab ar?Doença degenerativaNo centro das discussões se abre um importante parênteses

para um capítulo de longo prazo no horizonte das urnas: a reformulação da lei Eleitoral. Mais do que apenas a vontade de contar votos, há um movimento de lideranças – sobretudo de es-querda – disposto a mexer no próprio coração da política italiana. “Há uma doença degenerativa nos partidos italianos”, identifica Michele Ainis, também autor do livro “A Cura”, que trata do tema.

Para os partidos de oposição – em primeira fila o Partido Democrá-tico – a lei Eleitoral vigente é o grande problema do sistema italiano. seu secretário-geral e importantes lideranças defenderam inúmeras ve-zes que não basta antecipar as eleições caso o governo berlusconi caia – é necessário, antes, mudar a lei que dá um “prêmio de maioria” ao partido vencedor em nome de uma pretensa governabilidade. Ou seja: mesmo que um partido obtenha somente 20% dos votos, caso seja o mais votado entre todos receberá 50% + 1 de cadeiras na Câmara e no senado, o que provocaria uma distorção dos desejos populares.

Nas mais recentes eleições regionais (realizadas no primeiro semestre deste ano) 3,5 milhões a mais de italianos esnobaram as urnas, o que representa um aumento de 8% de abstenção em rela-ção às regionais de 2005. “O partido do ‘não voto’ é o grande par-tido italiano. Entre nulos, brancos e abstencionistas temos 40% de pessoas que não votam”, explica Ainis. Para ele, o mais grave é justamente a lei Eleitoral, que dá forma a um sistema “viciado”.

— “O partido majoritário, hoje, na Itália, tem a confiança de apenas um em cada sete italianos”, — mostra.

Em um cenário de “escorts” e banheiras de hidromassagem, o povo parece preferir se abster.

Pier Luigi Bersani pediu a renúncia do premier

Mariastella Gelmini ganha força no PDL

internos a resolver. Antes de tu-do, há uma luta subterrânea pelo direito a se candidatar. O nome natural seria o do secretário do partido, Pierluigi bersani. No en-tanto, o governador da Puglia Ni-chi Vendola aparece na frente nas sondagens populares. Como rege seu estatuto, o candidato deverá conquistar esse direito no voto: o PD precisaria fazer prévias inter-nas, o que demanda tempo. Após a escolha do nome, o partido ain-da precisaria buscar apoio de ou-tros partidos de centro, centro-esquerda e esquerda – menores, mas com força para ajudar a der-rotar berlusconi.

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notizie

imbarcazioni Made in italy per il mercato brasilianoIl gruppo siciliano Aicon ha firmato una partnership con il can-

tiere dello stato di santa Catarina brava Iates per ampliare il suo sviluppo su rete mondiale; ha inoltre già ricevuto ordinazio-ni per un valore totale di circa 2,2 milioni di euro. l’impresa, che si occupa di progettazione, produzione e commercializzazione di imbarcazioni e navi da diporto di lusso, ha firmato un accordo per il commercio di imbarcazioni con il marchio Aicon Yachts in bra-sile. Il contratto è della durata di due anni.

— la nostra partnership con un operatore nautico con una vasta esperienza in brasile sembra di essere la strada più efficace per iniziare a penetrare un mercato come quello brasiliano, che presenta una crescente domanda di imbarcazioni di lusso. Il de-sign di yachts Aicon viene apprezzato dal mercato sudamericano. Dopo il Venezuela, dove siamo presenti con i nostri yacht da anni, agli inizi del 2011 due yacht Aicon navigheranno sui mari brasi-liani – ha dichiarato il Presidente e CEO della Aicon, lino siclari.

un’altraIl gruppo italiano sIA-ssb ha vinto il bando di gara della Comissão

de Valores Mobiliáros per il concetto e l’impiantazione del nuo-vo sistema di controllo dei mercati di capitali. Il brasile è il primo paese in sudamerica in cui opera l’impresa. secondo le direttrici di marcia del gruppo, con la sua avanzata infrastruttura di monitorag-gio sarà capace di seguire il crescente sviluppo, anche a livello in-ternazionale, dell’industria brasiliana di servizi finanziari (+26% di capitalizzazione del mercato nel primo semestre del 2010). la nuo-va infrastruttura permetterà alla Comissão de Valores Mobiliáros di seguire tutte le operazioni commerciali realizzate alla bM&Fbovespa – la più importante istituzione di intermediazione delle transazioni di valori mobiliari nei mercati di capitali in brasile, oltre a figurare tra le dieci piazze finanziarie del mondo – e nella CEtIP, società bra-siliana che amministra mercati di balcone organizzati.

secondo dati resi noti dalla World Federation of Exchanges (WFE), associazione che riunisce le principali borse di valori del mondo, la bM & Fbovespa ha registrato, nel primo semestre del 2010, una media mensile di circa 10 milioni di operazioni, tra cui quelle di titoli e derivati, realizzate da più di 350 intermediari.

la messa in opera del progetto, che terminerà nel primo se-mestre del 2011, prevede una collaborazione tecnica con la tata Consultancy services do brasil per garantire l’integrazione con i mercati locali.

corruzioneL’Italia ha peggiorato la sua classifica nella lista che riguar-

da la percezione della corruzione nella pubblica ammini-strazione resa nota dalla ONg transparency International (tI). secondo il rapporto 2010, l’Italia è al 67º posto nel mondo con 3,9 punti, dopo del Ruanda (66º posto, quattro punti) e solo un posto davanti alla georgia (68º posto, con 3,8 punti). Nel 2009 il bel Paese occupava il 63º posto con 4,3 punti.

Il sondaggio fatto con dirigenti, imprenditori e analisti poli-tici, segue una scala da 0 a 10, in cui il 10 rappresenta il punto in cui la corruzione non esisterebbe. A condividere il primo posto del ranking presentato a berlino ci sono Danimarca, Nuova Zelan-dia e singapore, tutte con 9,3 punti, seguite da Finlandia e svezia (9,2 punti ognuna) e Canada (8,9 punti).

immigrazioneIl rapporto annuale sull’immigrazione della Caritas Italiana e

della Fondazione Immigranti dimostra che in 20 anni gli im-migranti regolari in Italia sono aumentati 20 volte. Erano mez-zo milione nel 1990 e sono arrivati a quasi 5 milioni nel 2010 (7% dei residenti). secondo il documento insieme ai numeri di immigranti “sono aumentate le reazioni negative, l’allontana-mento e la paura” degli italiani in rapporto agli immigranti, problema causato, tra tanti motivi, dai problemi legati alla cri-si economica.

la comunità più numerosa è la rumena, con il 21%, seguita da quella albanese, con l’11%, e al terzo posto c’è quella maroc-china, con il 102%. Un altro dato importante che viene a galla dalla ricerca è che il 13% dei residenti stranieri in Italia sono di seconda generazione, bambini e giovani nati nel paese europeo. gli iscritti nelle scuole sono il 7,5% (673.592).

Funiculare in festa con italianiIl ritmo italiano ha segnato i festeggiamenti per i 98 anni della

Cia. Caminho Aéreo Pão de Açúcar. l’evento ‘4 Estações: Primave-ra’, che fa parte di una serie di concerti di musica classica lanciati l’anno scorso e che ha luogo ad ogni cambio di stagione, ha avuto sul Morro da Urca come star principale il gruppo I Musici di Roma, che stanno per compiere i 60 anni dalla loro fondazione. Nel 1951, dodici giovani e promettenti musicisti italiani, la maggior parte di roma e in gran parte diplomati presso l’Accademia di santa Cecilia di Roma, si sono riuniti per formare un’orchestra da camera senza uguali, integrata da sei violini, due viole, due violoncelli, un con-trabbasso e un clavicembalo. Hanno scelto il semplice e sonoro no-me I Musici e hanno deciso che il gruppo non avrebbe avuto un ma-estro. Osservati dal maestro Arturo toscanini durante delle prove, hanno cominciato a fare successo nel mondo dall’aprile del 1952.

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o recente relatório anual sobre liberdade de im-prensa, publicado em ou-tubro passado pela orga-

nização internacional francesa Reporters sans frontières, mostra dados surpreendentes. A Itália, país que oficialmente tem uma informação livre, ficou na posi-ção 49°, ao lado de burkina Faso e um ponto a menos de El sal-vador. O país está entre os pio-res classificados da Europa, per-dendo somente para a grécia e Romênia. segundo Jean-François Julliard, secretário geral da orga-nização, “a Itália é um país que não respeita os jornalistas e, de modo geral, o trabalho da im-prensa, além de não considerá-lo como um valor intocável – assim como não considera a necessida-de de protegê-los de abusos judi-ciários – tende a silenciar as vo-zes que são livres”.

basta meio minuto de pes-quisa na internet para confir-mar o que diz. Assim como basta acompanhar a perseguição feita a Michele santoro, jornalista e condutor do programa Annozero, transmitido pela Rai 3, um dos três canais estatais do governo, que no mês passado recebeu uma sanção da gerência da Rai que o proibia de ir ao ar por dez dias, e, se caso fosse, o programa dei-xaria de ser exibido duas vezes. O motivo de tal punição? santoro, no programa de abertura inaugu-ral após as férias, referindo-se ao diretor geral da tV estatal, Mauro Masi, fez uma brincadeira de mau gosto e usou a expressão “mav-va...” (vai à...). O caso desenca-deou uma enorme polêmica em torno da liberdade de expressão e informação. Afinal, se a sanção fosse acatada, quem seria puni-do, o jornalista que desrespeitou o diretor ou o programa que é tão incômodo ao governo?

Masi entrou na Rai indicado pelo primeiro ministro silvio ber-lusconi e desde então começou a

caça as bruxas a jornalistas não próximos aos ideais do governo. Marco travaglio e Vauro, ambos jornalistas contratados pelo pro-grama Annozero foram licencia-dos, mas mesmo sem contrato, continuam a participar do pro-grama; o escritor Roberto sa-viano e o jornalista Fabio Fazio, contratado da Rai 3, foram impe-didos de transmitir um programa de denúncias que estrearia este mês – o fato mais estranho é que foi a própria direção da Rai a pe-dir a criação do programa a eles – neste mesmo ano Maria luisa busi, apresentadora do telejor-

nal das 20h, Rai 1, após 21 anos de trabalho, se demitiu com uma carta onde dizia ter chegado ao limite da auto-censura.

Mas na lista negra do governo tem espaço até para quem traba-lha em um dos canais do primeiro ministro. É o caso do jornalista Enrico Mentana, que após anos no canal 5, se demitiu alegando ter encontrado dificuldades para conduzir seu programa. Após as eleições de 2008, ele foi ampla-mente criticado pela direção por ter convidado o líder político An-tônio Di Pietro, conhecido inimi-go de berlusconi.

Os jornais la Reppublica, l’Espresso, Il Fato Cotidiano e l’Unità são quase sempre proces-sados por haverem escrito o que, segundo o governo, não deve-riam, como atos de um processo em que berlusconi é réu. seu go-verno bem que tentou silenciar a imprensa com a famigerada lei da Mordaça, que se fosse aprova-da impediria a publicação de da-dos processuais e conteúdos de escutas. Dono de quatro canais televisivos, de uma rede enorme editorial, berlusconi deveria ser o primeiro a tutelar a livre infor-mação. Porém, para ele “a liber-dade de imprensa não é um direi-to absoluto”.

Para Riccardo Iacona, jorna-lista da Rai 3, apresentador do programa de denúncias Presa-diretta, e amigo de santoro, “a democracia no nosso país está diminuindo, o que é um perigo. Estamos vivendo um período de vulgaridade cultural e intelectu-al, onde as opiniões diferentes da ‘tua’ são expelidas”. segundo o jornalista, o que está aconte-cendo hoje com a imprensa, é al-go que tem cheiro de velho, de “fascismo, de cinismo”.

– Antes eram os próprios jor-nalistas a estabelecerem a agen-da do dia, hoje ela chega pron-ta e quem a produz é quem go-verna. Os teles viraram palco de propaganda política e de notícias não relevantes à população. Mas, no fundo, é isso que o governo quer, transformar a notícia, a crônica, em coisa simples, sem aprofundamento. É um mecanis-mo de simplificação da informa-ção cúmplice desta política – de-nuncia Iacona.

giorgio Merlo, vice-presiden-te da comissão de Vigilância Rai, ressalta que “desde 1994, ano em que berlusconi entrou em campo, existe uma relação anô-mala e singular entre a política e a informação: caminham de mãos dadas”.

intolerânciaExiste uma tentativa de silenciar grande parte dos jornalistas e veículos de comunicação que de alguma forma são incômodos a quem está no governo

Janaína CésarcoRREspondEntE • tREviso

atualidade

Para o jornalista da Rai 3 Riccardo Iacona a imprensa italiana está voltando ao passado

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um abaixo-assinado divul-gado pela internet em outubro reuniu, em pou-cas horas, nomes como a

atriz americana scarlett Johan-son, o escritor salman Rushdie, o músico lou Reed e artistas co-mo Jeff Koons e Damien Hirst. Com essas adesões, a polêmica que se arrasta há meses sobre o destino de um dos principais mu-seus da Europa, o Museu de Ar-te Contemporânea Donna Regina (Madre), localizado em Nápoles, ganhou mobilização internacio-nal. Em poucos anos de existên-cia ele adquiriu renome por hos-pedar exposições inéditas que o tornaram um dos espaços mais elogiados pela crítica mundial e foi indicado recentemente pelo Ministério do tesouro italiano como ótimo exem-plo de gestão de fundos da União Europeia. Agora, o

museu sofre com o blo-queio total dos seus

financiamentos, alguns deles re-

lativos às ativida-des realizadas ain-

da em 2009, devido a uma forte crise financeira que atinge o go-verno da região da Campânia.

Com curadoria e apresentação do nível dos maiores museus de arte contemporânea do mundo, como o tate Modern de londres ou o Centro georges Pompidou de Paris, o Museu Madre foi inaugu-rado em 2005, em meio a um dos bairros mais degradados do cen-tro histórico de Nápoles. Nasceu ali após uma gigantesca reforma do antigo Palazzo Donnaregina, parte de um complexo conventual que remonta ao século XIII, coor-denada pelo renomado arquiteto e urbanista português Alvaro si-

za, que tornou o prédio moderno e funcional. Hoje, novos hotéis e restaurantes na região do Palazzo Donnaregina mudaram a cara do antes mal-falado bairro de For-cella. Mas é dentro deste palazzo suntuoso, com um típico terraço napolitano com vista para o mar e para o Monte Vesuvio, que se encontra um verdadeiro tesouro da arte contemporânea mundial, com uma coleção histórica per-manente que inclui nomes como Jeff Koons, Anish Kapoor, Damien Hirst e Richard serra.

– Conseguimos criar uma mos-tra histórica permanente que sin-tetiza para o público geral quem

foram os grandes protagonistas da arte do período pós-guerra até ho-je. E tivemos sorte, porque, atra-vés de empréstimos e comodatos, conseguimos obter obras de valor excepcional – explica com modés-tia o elogiadíssimo curador-che-fe do museu, Mario Codognato. O crítico de arte e curador vene-ziano salienta, por exemplo, que o Madre é o único museu italia-no que expõe obras dos grandes protagonistas da arte contempo-rânea norte-americana, como Jas-per Johns, Robert Rauschenberg e Roy lichtenstein. Há até pou-cas semanas, o museu hospeda-va também Andy Warhol, com um dos quadros da sua significativa série “Vesuvius”, a qual retrata o vulcão napolitano em atividade. Além da coleção permanente, o museu apresenta novas e ousa-das mostras temporárias ao públi-co italiano, como, por exemplo, a retrospectiva dedicada ao artista norte-americano bruce Nauman, realizada entre o final de 2006 e o inicio de 2007, e a mostra “Au-totheater”, dedicada ao escultor austríaco Franz West, realizada entre maio e agosto deste ano.

Único museu europeu de arte contemporânea localizado em um centro histórico, o Madre se tor-nou em pouco tempo uma referên-cia para estudantes e pesquisado-res de arte, entrou definitivamen-te no circuito turístico da cidade e angariou também muitos admi-radores internacionais, que enxer-gam o espaço como único na Itá-lia, apesar da fama do Museu Cas-tello de Rivolli de turim, com uma tradição de mais de 30 anos no circuito da arte contemporânea, e da pompa do recém inaugurado Museu Maxxi de Roma.

– O Madre é um espaço sofisti-cado, exibe uma coleção exemplar

Salve o Madre

Protesto em Nápoles marca polêmica sobre destino do Museu Madre, um dos principais pólos de arte contemporânea da Europa

aLine BuaesEspEcial paRa comunità

atualidade

Animação do site do museu: “Estamos sob ataque”

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na Europa, com trabalhos de ar-tistas importantes e obras de qua-lidade, e, apesar de ser de médio porte, possui uma curadoria muito cuidadosa, que o coloca como um dos principais museus europeus – afirma o curador e pesquisador de arte brasileiro Júlio Costa, que vi-sitou recentemente o museu.

— O Madre é um museu im-portantíssimo por diversas razões, uma delas é o fato de reunir em um único prédio uma quantidade extraordinária de arte contempo-rânea – afirma, por sua vez, a ar-tista plástica norte-americana Am-ber scoon, que finaliza sua tese de doutorado junto à European gradu-ate school com um estudo sobre a cena artística contemporânea em Nápoles. – O museu possui também muitos trabalhos de artistas italia-nos, especialmente de movimentos importantes como o Futurismo e ‘Arte di Povera’ – acrescenta.

Madre under AttackDesde meados de outubro uma animação domina a capa do site do museu, com os dizeres “We are under attack” (Estamos em ata-que) e a imagem de um alvo que atinge o célebre “Cavallo”, obra em ferro do artista Mimmo Paladi-no produzida especialmente para o Madre e instalada no terraço do prédio de cinco andares. A campa-nha, intitulada “save Madre”, pro-

movida inicialmente através de um abaixo-assinado firmado por 200 personalidades, entre artistas, atores, cineastas, músicos, escri-tores e empresários, hoje já chega a quase dez mil adesões exibidas individualmente no site.

— Foi uma iniciativa qua-se espontânea de nos dirigirmos a personalidades que no passado nos elogiaram pelo nosso trabalho em uma tentativa de impedir o fe-chamento do museu – afirmou Co-dognato ao explicar que todos os firmatários do protesto estiveram pessoalmente visitando as gale-rias do museu nos últimos anos e detalhando também a situação de emergência pela qual passa o Ma-dre, negociando dívidas para não ter a eletricidade cortada.

A crise começou em junho deste ano, quando o novo gover-no regional instaurou medidas de emergência para conter um bu-raco nos cofres públicos e blo-queou financiamentos de diver-sos setores, entre eles a saúde, a educação e a cultura. No caso do Madre, foram bloqueados fundos provenientes da União Europeia atribuídos para projetos especí-ficos. Com o acúmulo de dívidas, diversos projetos foram cancela-dos, inclusive programações in-teiras para o ano de 2011, e os funcionários estão há meses re-cebendo os salários em parcelas.

O museu, administrado por uma sociedade semi-privada, ma-joritariamente de propriedade do governo, gozou durante vários anos de muitos privilégios da ad-ministração pública, já que o ex-governador da Campânia, Antonio bassolino, era um defensor árduo da instituição e esteve até os seus últimos dias de governo à frente da Fondazione Donna Regina, res-ponsável pela direção científica do Madre. Com a posse do novo governo, opositor de bassolino, a crise do museu tornou-se uma po-lêmica regional, com críticas, de um lado à atual direção do museu pela má administração dos fundos dos anos anteriores, e, do outro lado, contra o atual governo, que teria como objetivo desmantelar um dos principais símbolos da ad-

ministração bassolino. Em meio às polêmicas levantadas pela im-prensa local, a secretária para Cul-tura e Museus da Campânia, Cate-rina Miraglia, recorda que o museu ainda não fechou graças a uma verba de 300 mil euros liberada às pressas no final de setembro para sanar as dívidas acumuladas com a companhia de energia elétrica.

O diálogo entre a direção do museu e a nova administração re-gional é declaradamente difícil, mas um dos objetivos do protesto internacional foi atingido, já que dias após o lançamento do mani-festo o museu recebeu finalmente uma resposta positiva e uma co-mitiva de dirigentes será recebida pela primeira vez pelo novo go-vernador stefano Caldoro.

Questionado sobre a possibi-lidade de recorrer a financiamen-tos privados, Codognato é explíci-to ao afirmar que um empresário jamais irá financiar uma institui-ção com dificuldades na própria administração. também recorda que, diferentemente do brasil, a Itália não possui leis de incentivo à cultura que possam facilitar a obtenção de financiamentos junto ao empresariado local.

— Uma busca por financia-mentos é possível e necessária, mas é preciso que existam condi-ções para beneficiar todos os en-volvidos — conclui.

o museu na cidadeO nascimento do Museu Ma-

dre foi considerado um movimento natural, idealizado por dois agitadores culturais da cidade, o jornalista cultural Edoardo Cicelyn, hoje diretor do Madre, e o curador e crítico de arte Mario Codognato, que des-de a década de 90 organizavam manifestações de arte contem-porânea de grande porte, como o projeto Arte in Piazza, que foi parte ativa do processo de re-novação de um dos principais espaços públicos de Nápoles. Desde 1994, entre os meses de janeiro e dezembro, um artis-ta contemporâneo de renome internacional era convidado a apresentar sua proposta “site especific” para o público napo-litano na tradicional Piazza Ple-biscito. Entre as diversas insta-lações, uma das mais significa-

tivas foi o projeto “taratanta-ra”, do artista indiano Anish Ka-ppor, realizado em 2000 e que impressionava pelas dimensões arquitetônicas: uma enorme te-la de PVC vermelha, símile a um veludo, cobria uma superfície de 50 metros de comprimento por 35 metros de altura. A ar-tista alemã Rebecca Horn, com sua instalação “spirit di Madre-perla”, também impressionou e conquistou o público no ano de 2002, transformando a praça em um enorme campo de energia magnética formado por 77 luzes de néon circulares. No entanto, as origens diretas do Madre es-tão nas mostras de arte contem-porânea organizadas por Cicelyn e Codognato no Museu Arqueo-lógico de Nápoles entre 2000 e 2004, que, devido ao grande su-cesso de público, tornaram evi-

dente a necessidade de um es-paço fixo para a arte contempo-rânea em Nápoles.

A ideologia do Madre sem-pre foi a de manter viva sua re-lação com a cidade, tanto que, em 2008, quando Nápoles era destaque na mídia internacional devido aos problemas com cole-ta de lixo, o museu lançou uma

campanha publicitária inédita ligando-se ao tema da “sujei-ra” para mostrar o valor da ci-dade “muito além do lixo”. Em uma das peças, com o slogan “Em Nápoles não se joga nada fora”, a campanha exibia uma das obras da coleção permanen-te do museu, “Venere Nera”, de Michelangelo Pistoletto.

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Quem nunca ouviu dizer que macarrão engorda ou que comer massa à noite faz mal, além de aumen-

tar as chances de ganhar peso? Pois bem, um grupo de 13 espe-cialistas em nutrição de vários países, entre eles Itália e brasil, acaba de anunciar uma declara-ção científica de consenso sobre refeições saudáveis com massas alimentícias que desmistifica es-te conceito. Durante o Scientific Consensus Conference on the He-althy Pasta Meal (Congresso pa-ra o Consenso Científico sobre a

saudabilidade do Macarrão), re-alizado no fim de outubro, eles apresentaram recentes estudos nutricionais sobre carboidratos, dietas tradicionais e alimentação saudável com macarrão.

O evento, realizado parale-lamente ao IV World Pasta Con-gress (Congresso Mundial de Ma-carrão), uma iniciativa da Asso-ciação brasileira das Indústrias de Massas Alimentícias (Abima), serviu para atualizar o consenso feito em Roma, há seis anos. O Congresso Científico foi liderado por sara baer-sinnott, presiden-

te da Oldways, uma organização não-governamental, fundada em 1990 nos Estados Unidos, que promove hábitos alimentares mais saudáveis, por intermédio de programas práticos e com efi-cácia cientificamente comprova-da. Organizado pela Internatio-nal Pasta Organization (IPO) e pela Oldways, o congresso teve a coordenação da Abima.

— Os pesquisadores concluí-ram que as dietas sem carboidra-to podem fazer mal e decidiram incluir a massa no programa ali-mentar. O que faz engordar não é

o carboidrato, mas o excesso de consumo de calorias — diz baer-sinnott.

A nutricionista, fitoterapeuta e secretária geral da Associação brasileira de Nutrição Esportiva, com especialização em medicina natural pelo Manchester Institu-te, nos Estados Unidos, Vander-lí Marchiori, representou o brasil no congresso científico junto à engenheira de alimentos e mes-tre em tecnologia de Cereais pela Universidade de Campinas, Rosa-maria Da Re.

— O macarrão pode e deve ser incluído na dieta sim. Isso não vale apenas para os esportis-tas. Hoje, nós podemos afirmar que o macarrão é um alimento saudável. O índice glicêmico do macarrão, que é o quanto a cé-lula recebe em carga de açúcar, é menor do que o do arroz — afir-ma Marchiori.

E quando se fala em índi-ce glicêmico é importante ficar

Massa pode!Pesquisadores se reúnem em congresso no Rio de Janeiro para afirmar que carboidratos podem e devem ser incluídos numa dieta alimentar saudável

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atento. A massa, se for de fari-nha refinada, é facilmente digeri-da e absorvida rapidamente pelo organismo. Desse jeito, ela aca-ba não saciando a fome e ainda aumenta a quantidade de açúcar no sangue. A dica é optar pela massa grano duro e prepará-la como os italianos já fazem: al dente. Ou ainda colocá-la na ge-ladeira depois de cozida.

Para a nutricionista, o impor-tante não é se preocupar com a massa, mas com o molho escolhi-do. O de tomate, por exemplo, é muito mais saudável do que o de quatro queijos. Ela ressalta que há várias receitas nutritivas, sa-borosas e ainda revela que dentro de um valor energético diário, 45 a 60% devem ser carboidratos. É neste contexto que entram as re-feições com massas alimentícias, mas sempre incluindo o consumo de vegetais e leguminosas que não são consumidos em quanti-dade e ou frequência suficiente.

— Não é deixar de comer ma-carrão com molho branco, mas nesse caso, evitar o exagero no tamanho das porções — diz Mar-chiori, lembrando que a massa in-tegral é outra opção ainda mais saudável e rica em nutrientes.

A declaração científica do consenso afirma que “as refei-ções saudáveis com massas ali-mentícias são um componente chave de muitos padrões alimen-tares saudáveis em todo o mun-do, como a Dieta Mediterrânea, já comprovada cientificamente. Os padrões alimentares tradicio-

nais conferem mais benefícios para a saúde do que os atuais padrões ocidentais”.

segundo o consenso, médi-cos, nutricionistas e outros pro-fissionais de saúde devem reco-mendar refeições saudáveis com massas que sejam variadas e ba-lanceadas.

— As pessoas precisam en-tender que massa não engorda e que o ideal para manter o peso ainda é se alimentar a cada três horas em porções pequenas — conta a nutricionista.

Mercado em expansãoO brasil é o terceiro maior pro-dutor de macarrão do mundo, se-gundo a Abima. No ano passado, foi produzido 1,2 milhão de to-neladas de massas alimentícias, movimentando R$ 6 bilhões. Em

termos de produção, o país perde apenas para a Itália, com 3 mi-lhões de toneladas e para os Es-tados Unidos, com 2 milhões de toneladas por ano. Porém, quando a estatística considerada é a per capita, o brasil cai para 13º lugar.

No período de 2003 a 2007, o setor apresentou um crescimen-to de 12% no faturamento e um aumento de 0,2 kg no consumo per capita de macarrão, o que significa um aumento de 3% nes-te consumo. A produção brasilei-ra também cresceu de 1.170 pa-ra 1.270 mil toneladas. As mas-sas secas respondem por 87% do consumo no país, as massas ins-tantâneas, 10% e massas frescas, 3%. Pelo importante papel do brasil no setor, o país foi esco-lhido para sediar no fim de outu-bro, dia 25, quando se comemora o Dia Mundial do Macarrão, o IV World Pasta Congress. Realizado a cada cinco anos, o evento teve início na Itália e passou pela Ve-nezuela e Espanha.

— A possibilidade de nos reunirmos, de realizarmos pales-tras e estarmos em contato com o mercado produtor é muito im-portante. somos um dos países que têm um ótimo parque indus-trial, um dos mais atualizados do mundo, além de processos de fabricação sob controle. O brasil não deve nada em qualidade para nenhum outro país — diz o pre-sidente da Abima, Claudio Zanão.

O fato de o brasil estar em 13º lugar quanto ao consumo per capita, Zanão explica que a Abima tem realizado trabalhos para mudar este contexto como a campanha “Macarrão. Energia para a vida”.

— temos falado sempre com a mídia sobre isso. É preciso que-brar este paradigma de que mas-sa engorda. A massa, associada a um estilo de vida saudável, não faz mal — afirma Zanão que re-vela não conhecer alguém que não goste de macarrão — Pode não gostar do espaguete, mas gosta do parafuso. Eu costumo dizer que a gente come com os olhos. sem contar que o macar-rão é de fácil preparo e barato – completa.

Este argumento é comparti-lhado pelo Diretor Ajunto da Pi-raquê e Vice-presidente da Abi-ma, Alexandre Colombo.

— O brasileiro ainda come muito pouco macarrão se compa-rarmos com a Itália. Aqui, o con-sumo per capita é de seis quilos por ano, enquanto lá é de 26.

O presidente da Abima, Claudio Zanão, afirma que o Brasil não deve nada em qualidade de massas para nenhum outro país

Alexandre Colombo, diretor adjunto da Piraquê: “o brasileiro ainda come pouco macarrão se compararmos com a Itália”

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A gente precisa acabar com es-sa ideia de que a massa engorda. Com R$ 5 a pessoa compra um quilo e faz uma refeição para vá-rias pessoas. É um prato barato e saudável — explica Colombo.

A Piraquê, uma das patroci-nadoras do evento, é líder ab-soluta no mercado de massas do Rio de Janeiro, responsável por 70% da produção. Recentemen-te, a empresa elevou a produ-ção para 13 mil toneladas de ali-mentos, entre biscoitos, massas e margarina, por mês. Alexandre Colombo, terceira geração da fa-mília, enxerga no evento a possi-bilidade de aumentar ainda mais as vendas no setor.— Nosso objetivo aqui é difun-dir o consumo do macarrão. É de-senvolver estratégias que possi-bilitem esta ampliação e, conse-quentemente, vender mais — diz.

Foram realizadas 20 palestras divididas em painéis compostos por seis grandes temas: trigo, mercado, varejo, marketing, tec-nologia, tendências e nutrição.

— A realização do congres-so no brasil reflete a importân-cia gradual que o país conquis-tou no cenário internacional, tanto como produtor quanto co-mo mercado consumidor. Elabo-ramos um evento inovador que alia a programação formal dos Congressos técnico e Científico com atividades culturais, sociais e turísticas — afirma Zanão, que acredita num mercado brasileiro em potencial para elevar o con-sumo de macarrão — A Venezue-la, por exemplo, fez uma grande ação de marketing para consumo interno da massa anos atrás, o que gerou resultado.

Para o gerente de vendas res-ponsável pelos mercados brasi-leiro e Norte Americano da lan-

ducci, empresa italiana de má-quinas especializadas na fabri-cação de moldes para as massas, o mercado brasileiro ainda tem muito que crescer.

— Atuamos no mercado bra-sileiro há 30 anos e, apesar de sermos líderes aqui, ainda enxer-gamos o brasil como um mercado em expansão. Nos últimos cinco anos investimos em homens e maquinários para melhorar nos-so sistema produtivo. Nós me-

lhoramos todos os setores. A ca-pacidade produtiva aumentou em 30% — diz.

O diretor de vendas do Mo-lino Casillo sPA - empresa res-ponsável pela produção de tri-go e sua comercialização e que tem como clientes a barilla e Pasta garofalo - Vincenzo Di to-ma, vê o brasil como um merca-do em potencial.

— Do ponto de vista da pro-dução este mercado é interes-santíssimo. Acredito que o brasil ainda pode crescer muito na área do grano durum — afirma. Novo-velho mercado: pastifícios Com o crescimento das massas frescas, que segundo dados da Abima aumentou 4% em 2009 em consumo, ressurgiu também no mercado brasileiro um novo nicho: o de pequenas e médias fábricas de massas frescas e artesanais.

trata-se de uma releitura de antigos estabelecimentos arte-sanais, conhecidas também co-mo rotisserias, que foram tradi-cionais no passado em algumas cidades brasileiras e hoje estão ganhando um novo layout, mas com fabricação própria e ares de casa dos ‘nonni’.

negócios

espaguetômetroA Abima promoveu, em conjunto com os associados, pelo ter-

ceiro ano consecutivo, uma ação de marketing para divulgar o Dia Mundial do Macarrão e, assim, contribuir para o aumento do consumo per capita de massas no brasil. A campanha “Comprou, ganhou”, é trabalhada nos pontos de vendas. Na compra de um quilo de massa, o cliente ganha o espaguetômetro, um instru-mento simples, capaz de medir a quantidade de macarrão neces-sária por porção.

Foram dois dias de palestras sobre o mercado de massas no Brasil e no exterior. Entre os palestrantes, o chef francês Roland Villard falou sobre o “Macarrão segundo o chef”

Em são Paulo, duas novas ‘fá-bricas’ apostam na massa artesa-nal e fresca. Os pastifícios Primo, no bairro de Pinheiros, e Pissani, no bairro de Cerqueira César, es-tão conquistando ‘pelo estôma-go’ uma clientela que estava órfã de locais que ofereciam produtos frescos e de qualidade.

No Pastifício Primo, aberto há oito meses, as filas aos domingos chegam à esquina da casa, que fi-ca entre as ruas Fradique Coutinho e Artur de Azevedo. Além da pas-ta, a cozinha envidraçada permite que quem passe pelas ruas assista a produção de massas ali mesmo. Um chamariz e tanto em meio ao trânsito caótico da cidade.

Para se ter uma dimensão da produção no local, são cerca de 300 pessoas atendidas aos fi-nais de semana, que levam algu-mas das mais de 20 opções que o pastifício oferece. Os tradicio-nais espaguete, fusilli, fettucci-ne, penne, cappellini, sorrentini, tortelli, conchiglioni, cannelloni, rondelli, ravioloni, além de ante-pastos e molhos preparados, tudo feito pelos cozinheiros da casa, são algumas das opções.

Colaborou Robson Bertolino

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Page 21: Revista Comunità Italiana Edição 149

o vinho brasileiro chega na Itália como um produ-to de grande qualidade e de reconhecimento inter-

nacional, condições necessárias para enfrentar um mercado glo-bal, mas, paradoxalmente, pro-fundamente enraizado nas tradi-ções locais, neste caso, italianas. E os produtores nacionais tentam tirar vantagem exatamente das origens históricas das parreiras brasileiras que “imigraram” jun-to com as famílias que primeiro atravessaram o oceano Atlântico no final do século 19. A apresen-tação do vinho brasileiro na re-sidência oficial do embaixador luiz Henrique Pereira da Fonse-ca, cônsul-geral do brasil em Mi-lão, aos formadores de opinião do mercado italiano, foi um sucesso.

— Este é um desafio compen-sador. Ouvi muitas opiniões de sommeliers favoráveis aos vinhos brasileiros. Afinal, estes vinhos, como tantos produtos nacionais, são feitos a partir do conhecimen-to levado por imigrantes italianos, incluindo as sementes trazidas, so-bretudo, do Veneto. Alguns identi-ficam em nossos vinhos a qualida-de do produto local, e isso abre um nicho para exportação — afirmou o embaixador luiz Henrique Perei-ra da Fonseca à Comunità.

A promoção da bebida no ex-terior é feita pelo Instituto brasi-leiro do Vinho (Ibravin) e seu pre-sidente, Carlos Raimundo Paviani, trouxe a Milão a nata das vinícolas

brasileiras. boscato, Miolo, Pia-gentini, salton, lidio Carraro, Au-rora e Casa Valduga são algumas produtoras, de um total de 20, que começam a figurar no mer-cado internacional. Mas, segundo Paviani, o potencial é dez vezes maior. E para alcançá-lo é preciso combater os estereótipos.

— Quando se pensa em brasil, se pensa em praias, carnaval, Ama-zônia, dificilmente se pensa como um país produtor de vinho. Esta-mos exportando para mais de vin-te países, mas somos ainda um pe-queno grupo entre um universo de 200 produtores — afirma Paviani.

A batalha é aberta nas du-as frentes: a interna, educan-do o paladar do brasileiro, e no estrangeiro, apresentando qua-lidade. O sucesso do vinho bra-suca não aconteceu do dia para a noite e, ainda hoje, a bebida nacional é, de longe, a cerveja. Mas, pouco a pouco, o hábito do vinho vai se insinuando graças a padrões de qualidade interna-

cional. Nas festas de fim do ano de 2009, houve um incremento da ordem de 25% no comércio dos espumantes em relação ao mesmo período do ano anterior. Nos primeiros nove meses do ano passado, as vendas de vinhos fi-nos e de mesa totalizaram 165,8 milhões de litros, 13% a mais do que em 2008. Em contrapartida ao crescimento dos rótulos na-cionais, a importação de vinhos estrangeiros reduziu de 41,35 milhões de litros para 38,66 mi-lhões. Nos últimos quinze anos, a indústria do vinho no brasil re-cebeu enormes investimentos em inovação tecnológica e de admi-nistração das vitiviniculturas.

O embaixador luiz Henrique não tem dúvidas sobre as chan-ces do produto ganhar fatias im-portantes no mercado italiano e em outros países.

— O vinho brasileiro sendo apreciado e reconhecido pelos ita-lianos é como se fosse um certifi-cado de qualidade que nos permi-

te exportar para qualquer lugar. É uma volta às origens, como o alu-no que vai ao professor e, muitas vezes, o aluno supera o mestre.

E quem faz coro ao otimismo do embaixador é Roberto Rabachi-no, presidente da Associação Ita-liana da Imprensa Agroalimentar e da Federação Italiana de somme-lier, Hotelaria e Restaurantes.

— O vinho brasileiro chega na Itália por um caminho prefe-rencial. É um produto muito bom e já é reconhecido no mundo. Os italianos aguardam com muita expectativa, antes de tudo por-que o vinho brasileiro é italiano. Em 1872, do Veneto, de trieste, de trentino, chegavam ao Rio grande do sul e ali renascia o vi-nho italiano — lembra ele.

Mas o caminho não é simples e ainda existem muitas batalhas antes de ver as garrafas brasilei-ras ocupar lugar de destaque nas prateleiras dos supermercados italianos. Por isso, uma agressi-va campanha de marketing che-ga junto com o produto.

— Estamos fazendo um tra-balho de valorização, principal-mente na Alemanha, na Ingla-terra, nos Estados Unidos. Aqui na Itália a concorrência é muito grande, o consumidor é mais fe-chado para o vinho que vem de fora, por isso, lançamos o saca-rolhas, símbolo da nossa campa-nha, aqui em Milão, capital mun-dial do design — explica Paviani.

O brasil também vai explorar outros caminhos e entre eles es-tá o incremento do enoturismo, acrescenta o presidente da Ibravin.

— Nosso ministro do turismo, em recente visita à Itália, ficou im-pressionado com o turismo eno-gastronômico e quer fazer no brasil um circuito para atrair o turista eu-ropeu. Podemos explorar as raízes afetivas e voltar à Itália com um produto nobre, que remonta pelo menos 175 anos de história.

Dose certaVinho brasileiro recebe elogios em promoção na Itália e é incentivado pela relação com a imigração no Sul do país

Irmãos Campana, embaixatriz Solange Greco da Fonseca, embaixador Luiz Henrique da Fonseca, Roberto Rabachino, presidente Fisar, Andreia Gentilini,

da Wines From Brazil e o presidente da Ibravin, Carlos Raimundo Paviani

GuiLherme aquinocoRREspondEntE • milão

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notas

O sociólogo Domenico De Masi é o mais novo cidadão honorá-rio do município do Rio de Janeiro. Natural de Rotello, sul da

Itália, De Masi recebeu o reconhecimento, oferecido pela Câma-ra Municipal do Rio de Janeiro em iniciativa da vereadora Andrea gouvêa Vieira. Na justificativa, nosso colaborador é ressaltado por ser um dos mais originais e criativos pensadores do nosso tem-po. Especialista em sociologia do trabalho, professor da Universida-de la sapienza, de Roma, funda-dor e diretor da s3 studium, escola voltada para as ciências organiza-cionais, Domenico De Masi é autor de vários livros, como “Desenvol-vimento sem trabalho”, “O futuro sem trabalho”, “O ócio criativo”, “A emoção e a regra”.

Visitante habitual do brasil, on-de faz palestras e dá aulas e entre-vistas, De Masi defende que o mo-delo de vida excessivamente basea-do na competitividade, nas guerras interna e externa e na admissão da presença de pobres num país rico está esgotado.

— É necessário aprender que o trabalho não é tudo na vida e que existem outros grandes valores: o estudo para produzir saber; a diversão para produzir alegria; o sexo para produzir prazer; a família para produzir solidariedade — observa em seus estudos.

O professor espera que a difusão de suas idéias “consiga criar um grupo crítico de pessoas dispostas a mudar realmente o seu modelo de vida e lutar para conquistar a felicidade”.

Presidente da Federação das Indústrias do Estado do Rio de Ja-neiro (Firjan), Eduardo Eugenio gouvêa Vieira recebeu empresá-

rios e autoridades em um almoço-palestra que celebrou os 15 anos de criação do Centro Internacional de Negócios (CIN) da instituição. Criado para promover, apoiar, fortalecer e dinamizar a atuação das empresas fluminenses na área internacional, o CIN é um instrumen-to receptor de missões empresariais no estado, além de organizar diversos segmentos da indústria fluminense em apresentações no exterior, como a missão realizada em 2007 pelo governador sérgio Cabral à Itália.

Durante o almoço, o empresário Eike batista, presidente do gru-po EbX, palestrou so-bre A inserção Inter-nacional do Grupo EBX. Eike destacou o com-plexo do Açu, no Norte do estado, como desti-nos de investimentos para cinco das empre-sas do grupo.

Na ocasião, nove instituições receberam o Prêmio Rio Export 2010 por se destaca-rem ao longo do ano. De acordo com gou-vêa Vieira, desde a pri-meira premiação, em 1998, as exportações fluminenses evoluíram de Us$ 1,78 bilhões para Us$ 13,51 bilhões, em 2009, um incremento de mais de 658%.

Novo cidadão carioca ciN completa 15 anos

O presidente da Firjan, Eduardo Eugenio Gouvêa, toma sorvete em Milão

acompanhado do governador Sérgio Cabral e do secretário de Desenvolvimento do Rio, Júlio Bueno, em ocasião de missão em 2007

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Guilherme Aquino

MilãO

Asas nos pésO s italianos amantes do bom futebol es-

tão encantados com o craque da Inter, Coutinho. O jovem brasileiro, de apenas 18 anos, ex-Vasco da gama, depois de um curto período de adaptação, acelerado com a che-gada da família, pais, irmão e a namorada, arregaça as mangas e mostra a que veio. Phi-lippe Coutinho segue ocupando os espaços e a servir de bandeja os companheiros livres quando atrai para si a impiedosa marcação dos zagueiros. Entre um pisão aqui e outro ali, ele vai driblando as faltas mais sérias e dominando os gramados com a graça e a le-veza de um jogador dono de talento brasileiro e técnica europeia, como afirmou o treinador benitez sobre a facilidade com a qual joga, se movimenta, mesmo sem a bola nos pés.

Melhores do mundoO curso de MbA, do Mip, a “business scho-

ol” do Politécnico de Milão, foi promo-vido entre os cem melhores do mundo. E ago-ra ele faz compania a um outro localizado na cidade, aquele da bocconi. A severa lista é publicada anualmente pelo Financial times. O curso executivo, reservado aos adminstra-dores e profissionais seniors já tinha sido in-cluído na seleção do ano passado entre os 70 principais da Europa. A promoção foi o reco-nhecimento do esforço desta nova excelên-cia, o único programa italiano junto com o da multinacional Escp Europe.

O desembarque de gianfranco Fini na cidade de silvio berlusconi acon-teceu em ritmo eleitoral. O anún-

cio oficial da chegada do partido FlI foi vi-vido com muita festa entre os admiradores do presidente da Camera dos Deputados. No palco do teatro Derby entraram em cena os futuristas de Milão que irão acompanhar

Fini nesta nova aventura política, na reali-dade, uma correção de rumo após o divór-cio com a aliança de berlusconi. tambores de guerra no slogan da camisa de batalha: “Chi fai, mi cacci?”, “E agora, me caça?”. A provocação ganha contorno de seriedade com a constatação de que o partido cresce a olhos vistos na região da lombardia.

Fi, Fini, Fli

educação é femininaUm estudo do Comitato Equilatero e

da Fundação Cariplo apontam para uma população estrangeira de menores de idade em aumento: 240 mil em toda a lombardia e este número deverá do-brar nos próximos dez anos. Ou seja, um em cada quatro estrangeiros tem menos de 18 anos. As meninas que concluem o liceu Clássico superam os meninos em notas: 71,2% são promovidas contra 60,6%. E mais, entre os estrangeiros no liceu Classico, considerado o mais difí-cil dos percursos educacionais italianos, 78,8% são de moças.

Duomo em penúriaO arcebispo de Milão, Dionigi tettaman-

zi, agradeceu a audição de suas preces e apelo público. O museu do Duomo preci-sa de dinheiro para ser restaurado e a igreja de mais verbas para ser melhor conservada. A maior catedral gótica da Itália pena pela falta de fundos e para tocar a obra orçada em euros que giram em torno das sete cifras. As primeiras boas almas a colocarem as mãos na carteira foram a Camara de Comércio, a Unione Confcommercio, a Assolombarda, a Assimpredil- Ance, Coldiretti, Compagnia del-le Opere, legacoop e Unione Artigiani. A sa-colinha corrida entre os fiéis irmãos institu-cionais arrecadou 365 mil euros.

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A figura de linguagem usada pelo cárdio-cirurgião An-tonio Amodeo para des-crever seu mais recente

trabalho na sala de operações po-de ser descrita como o símbolo de uma era: “funciona como um telefone celular”. Amodeo, médi-co do hospital bambino gesu de Roma, uma das instituições hos-pitalares mais avançadas da Itá-lia, se refere ao funcionamento do primeiro “coração artificial” da história implantado em um adolescente. A operação – reali-zada no hospital da capital italia-na pelo médico – entrará para os livros de medicina e abrirá novas possibilidades de sobrevivência para pacientes que, antes, não ti-nham qualquer expectativa.

O paciente é um garoto de 14 anos que até seis meses atrás levava uma vida normal: corria, andava de bicicleta, jogava cal-cio. subitamente, no entanto, começou a sentir fraqueza mus-cular e cansaço.

– Em seis meses ele saiu de uma vida natural para a cadeira

de rodas – conta o médico Anto-nio Amodeo.

O diagnóstico foi avassalador: o adolescente sofre de “distrofia muscular de Duchenne”, doen-ça degenerativa que se abate de modo destruidor e veloz sobre os músculos; não raramente, leva à morte. Além dos reflexos moto-res da doença, a distrofia muscu-lar impede que o paciente passe por uma cirurgia de transplante de coração, extremamente arriscada por suas condições de saúde. Até o mês passado, não havia solução alternativa para casos como esse.

A solução encontrada pela equipe de médicos italianos foi implantar uma pequena bomba de sucção acoplada ao coração, sem a necessidade de transplan-te completo do órgão. A bomba transforma o coração em um orga-nismo “semi-robótico”. são mui-tas as novidades que a cirurgia feita em Roma traz à medicina: é um implante permanente, ao con-trário dos testes que vinham sen-do feitos pelo mundo; a peça pesa cerca de 90 gramas, contra o qua-

se um quilo das desenvolvidas até hoje; sua fonte de energia é ati-vada através de um plug implan-tado atrás do ouvido do paciente. À noite, por exemplo, o menino dorme conectado à tomada, como se fosse um eletroeletrônico, na comparação feita pelo Dr. Amo-deo para explicar de modo simpli-ficado o funcionamento da peça.

– O coração funciona à bate-ria, exatamente como um telefo-ne celular – diz.

O intervento cirúgico levou cerca de dez horas até que a bom-ba – fabricada por uma empre-sa americana – fosse implantada

dentro do ventrículo esquerdo do menino. Na prática, se trata de um substituto de uma parte das fun-ções do coração, uma espécie de motor que “força” o órgão a de-sempenhar suas funções. A bomba é posicionada de modo que possa aspirar o sangue do ventrículo e injetá-lo na aorta, simulando com perfeição o ciclo natural de bom-beamento do líquido.

A expectativa agora é que, aos poucos, o primeiro paciente ope-rado possa deixar a cadeira de ro-das de lado e voltar a ter uma vida quase normal. Após acompanhar a recuperação do menino, a equipe do hospital bambino gesu espe-rar avançar na terapia e expandir o número de pacientes e sobretudo a idade de elegibilidade para a cirur-gia. Os próximos passos serão da-dos em direção aos recém-nascidos.

— Não existe hoje no mundo nenhum tipo de intervenção ca-paz de ajudar um coração de um menino recém-nascido – destaca Amodeo.

Cirugias em recém-nascidos são complicadas por diversos motivos. Além da formação do corpo ainda não estar completa, o tamanho do coração é um di-ficultador na mesa de operações. Para isso, os médicos italianos, em conjunto com a empresa americana, precisarão desenvol-ver peças ainda menores, mais leves e sofisticadas do que a usa-da atualmente. Uma arte de pre-cisão para relojoeiros suíços.

‘como um celular’

Médico italiano é o primeiro no mundo a implantar coração artificial em um adolescente. Pesa 90 gramas e precisa ser carregado na tomada como um eletroeletrônico

Leandro demoriEspEcial dE Roma

O médico Antonio Amodeo explica que o coração funciona à bateria

saúde

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controlePara coibir o uso indiscriminado de

antibióticos, que colabora para a resistência de bactérias, o governo bra-sileiro quer regulamentar a venda desse tipo de medicamento, tornando obriga-tória a apresentação de receita médica. A informação foi dada pelo ministro da saúde, José gomes temporão. Pela nova regra, as receitas teriam de ficar retidas nas farmácias. “O autoconsumo, o con-sumo irresponsável e a má prescrição é que levam a situação como essa”, disse o ministro, falando da mutação da super-bactéria KPC, que atacou pelo menos 135 pessoas no Distrito Federal e matou 15.

pressão altaDe acordo com pesquisadores da Universida-

de do Estado da Flórida, nos Estados Uni-dos, a melancia contém um aminoácido chama-do l-citrulina/l-arginina, que melhora a função arterial, ajudando a reduzir a pressão sanguínea. “A melancia é a fonte comestível mais rica em l-citrulina, que está intimamente relacionada à l-arginina, o aminoácido necessário para a forma-ção de óxido nítrico, essencial para a regulação do tônus vascular e de uma pressão sanguínea saudável”, escreveram os pesquisadores, em arti-go no American Journal of Hypertension.

AzeiteAlém de saboroso e controlar o colesterol,

defendendo os vasos sanguíneos, o azei-te ainda pode ajudar a emagrecer. É o que afir-ma um novo estudo da Universidade Estadual de Campinas, no interior paulista. Os pesqui-sadores chegaram a essa constatação depois de avaliar os efeitos do consumo desse tipo de gordura em ratos e verificar que ela regula a ação de um hormônio chamado leptina. Esse, por sua vez, atua no cérebro, sinalizando ao corpo que é hora de parar de comer. O resulta-do é uma menor ingestão de calorias.

AlzheimerA vitamina b12, encontrada principalmente

em peixes, aves e carnes, pode ajudar a proteger o cérebro contra o mal de Alzheimer, segundo um estudo do Instituto Karolinska, na suécia. Para os pesquisadores, o nutrien-te pode reduzir os níveis de homocisteína no organismo - aminoácido associado a um maior risco de perda de memória, derrame e doença de Alzheimer. “baixos níveis de vitamina b12 são, surpreendentemente, comuns em idosos”, destacou babak Hooshmand, que coordenou o estudo. Por isso, segundo o especialista, “os resultados mostram a necessidade de mais pesquisas sobre o papel da vitamina b12 co-mo um marcador para identificar pessoas que estão em maior risco de doença de Alzheimer” e para avaliar se suplementos da vitamina po-dem ajudar a prevenir problemas de memória.

SaluteSaúdeSaluteSaúdeSaluteSaúdeSaluteSaúdeSaluteSaúdeSaluteSaúdeSaluteSaúdeSaluteSaúdeSaluteSaúdeSaluteSaúdeSaluteSaúdeSaluteSaúdeSalute

enxaquecaA agência reguladora de alimentos e me-

dicamentos dos Estados Unidos - FDA (Food and Drug Administration) - aprovou em outubro a injeção de botox - muito utilizada como anti-rugas - para o tratamento de en-xaqueca crônica. As injeções devem ser ad-ministradas a cada 12 semanas em torno da cabeça e do pescoço de adultos que sofrem as terríveis dores de cabeça, para minimizar as futuras crises. Porém, o botox parece fun-cionar apenas para pessoas que tem dores de cabeça na maioria dos dias do mês, o que ca-racteriza a enxaqueca crônica.

Para a fibromialgiaA ioga pode ajudar as pessoas que

sofrem com as dores musculares e articulares que caracterizam a fibromial-gia. É o que revela um estudo com 53 mulheres com a doença, realizado por pesquisadores da Universidade de Ciên-cia e saúde do Oregon, nos Estados Uni-dos. Eles observaram bons resultados da participação dessas pacientes em um programa integral de ioga. Aquelas que participaram apresentaram maiores be-nefícios na redução dos sintomas da do-ença, incluindo dor, fadiga, problemas de sono e distúrbios de humor, comparadas àquelas apenas em tratamento padrão.

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restritivas do mundo, permitindo a intervenção apenas em casos de estupro e risco de vida à gestante.

Enquanto analistas políticos afirmavam que a polêmica foi res-ponsável pela realização de um segundo turno, o ministro da saú-de, Jose temporão, não hesitava em dizer que a prática é um “pro-blema de saúde publica” e que é preciso superar o debate religioso e assumir a visão laica do Esta-do. segundo temporão, o siste-ma Único de saúde deveria estar preparado para “acolher e atender adequadamente as mulheres que, por aborto espontâneo ou pro-vocado, precisem da medicina”. segundo dados do Ministério da

o tema ganhou destaque na reta final das eleições presidenciais, quando re-ligiosos pregaram contra

o voto na até então candidata à presidência pelo Partido dos tra-balhadores (Pt), Dilma Roussef. As justificativas usadas giravam em torno das propostas contidas no Programa Nacional dos Direi-tos Humanos 3 (PNDH), a ser im-plantado nos próximos dois anos. Dias antes da votação do primei-ro turno, Dilma se viu obrigada a divulgar um documento, feito em conjunto com lideranças da Igreja Evangélica, em que se comprome-te a não propor alterações na le-gislação brasileira, uma das mais

especial

Aborto sem rótulo

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saúde brasileiro, o aborto é uma das principais causas de mortali-dade materna no brasil, responsá-vel por 10% dos óbitos de gestan-tes. Anualmente, entre 729 mil e 1,25 milhão de mulheres se sub-metem ao procedimento no país de forma clandestina.

A exploração sobre o tema ganhou força quando a presiden-te eleita, Dilma Roussef, defen-deu que a população de baixa renda seria a mais prejudicada, já que as mulheres de renda mais alta recorrem a clínicas privadas. O tema também foi abordado no passado por outros candidatos à presidência, como a ex-ministra do Meio Ambiente Marina silva

(PV), que teria afirmado ser con-tra e defendia que “qualquer mu-dança na legislação deveria ser objeto de um plebiscito”. Já o ex-governador de são Paulo, José serra (PsDb), se posicionou con-tra a legalização do aborto duran-te a campanha eleitoral, apesar de, durante sua gestão como mi-nistro da saúde (1998-2002) ter se empenhado pela normatização dos casos permitidos por lei junto ao sistema Único de saúde (sUs).

A discussão do tema no brasil encontra grandes entraves nos as-pectos morais e religiosos, já que tanto a Igreja Católica quanto a Evangélica condenam veemente-mente os abortos, inclusive nos

casos de estupro e risco de morte da mãe. Em países como Estados Unidos, Canadá e em quase to-dos os estados europeus, a inter-rupção voluntária da gravidez é descriminalizada ou legalizada e oferecida em hospitais públicos. Na Itália, principal país católico do mundo e sede do Vaticano, o aborto foi legalizado em 1978, em meio a inúmeras batalhas en-tre os movimentos feministas e as organizações católicas.

como surgiu a ‘legge 194’/78Em maio de 1978, o Parlamen-to italiano aprovou a lei 194 que continha as “Normas para a tutela social da maternidade e sobre a in-

terrupção voluntária da gravidez”. três anos mais tarde, em 1981, os resultados de um referendo nacio-nal confirmavam a legalização do aborto voluntário até os 90 dias da última menstruação e depois, em caso de perigo para a saúde da mulher. O objetivo da legalização era a eliminação do aborto clan-destino, estimado naqueles anos em torno de 200 mil intervenções anuais em todo o país, além da própria redução do recurso à inter-rupção da gravidez como método contraceptivo. A fim de monito-rar o desenvolvimento do fenôme-no, a lei prevê que o Ministério da saúde apresente um relatório anu-al sobre a aplicação da lei. Os últi-mos dados, divulgados em agosto, dão conta de que 121 mil mulhe-res abortaram na Itália em 2008, com uma diminuição de 48,2% em relação a 1982, ano em que se re-gistrou o maior número de abortos legais da breve história da lei ita-liana, com 234 mil casos. também registrou uma queda de 4,1% do número total em relação a 2007. De 1983 a 2003 os números de aborto diminuíram em todos os grupos de idade, com menor redu-ção para as mulheres com menos de 20 anos e um leve aumento pa-ra as classes de idade entre 20 e 29 anos. A maior parte das mulheres que abortam possui apenas ensino básico ou médio, enquanto um dos dados mais relevantes dos últimos anos é o aumento de mulheres es-trangeiras que praticam o aborto na Itália, registrando um cresci-mento de 226% de 1995 a 2003, ano em que 25% das interrupções de gravidez foram realizadas em mulheres não italianas.

– Com a legalização, atingida após anos de luta dos movimentos feministas, milhares de abortos saíram da clandestinidade e foram para a segurança dos hospitais – explica o médico Mauro buscaglia, 64 anos, coordenador do setor de Interrupção Voluntária da gravi-dez (IVg) do Hospital san Carlo de Milão, recordando que, nos anos 70, o aborto era a terceira causa de mortalidade entre mulheres na Itália. buscaglia, um dos gineco-logistas históricos do movimento que levou à legalização, explica que com o tempo o número total de abortos diminuiu, mas, prin-cipalmente, diminuiu a taxa de abortividade entre as mulheres.

– baseados em números, po-demos dizer que a legalização per-

Com as polêmicas ocorridas em torno do

tema durante as eleições no Brasil, buscamos

respostas no país mais católico do mundo, que

legalizou a prática há três décadas e continua

a enfrentar fortes resistências da sociedade

aLine BuaesEspEcial paRa comunità

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mitiu a diminuição do fenômeno – destaca. O médico afirma com convicção que a legalização do aborto é o meio mais importan-te para reduzir a mortalidade das gestantes, assim como a própria prática do aborto. – As mulheres abortam de qualquer jeito, mesmo clandestinamente, e conhecem os métodos e medicamentos para is-so – alerta, citando como exem-plo o famoso Citotec, remédio vendido na Itália para tratamen-to de úlceras e que pode provocar aborto, que começou a ser utili-zado há alguns anos por mulheres estrangeiras, principalmente bra-sileiras, para abortos clandestinos muito antes dos próprios médicos conhecerem seu efeito. – Não é proibindo o aborto que se comba-te este fenômeno, mas através da educação para os métodos contra-ceptivos, afinal, as mulheres de-vem poder escolher quantos filhos querem ter – conclui.

O ginecologista também expli-ca o aumento do número de mu-lheres estrangeiras que realizam abortos na Itália. – Nos últimos anos, os abortos diminuíram em menor escala em relação aos anos anteriores porque existem muitas imigrantes provenientes princi-palmente da ásia, da áfrica e da América do sul (Peru e Equador), que são muitas vezes obrigadas a abortar. E é justamente sobre essa faixa social que é preciso agir e di-vulgar a prevenção – afirma.

Facilidades e entravesAté abril deste ano, o aborto le-gal era praticado na Itália apenas com intervenção cirúrgica, mas uma modificação no texto da lei instituiu a possibilidade do abor-to com o uso de medicamentos, ou seja, a discutida pílula aborti-va RU 486. Em outros países eu-

ropeus este método é amplamen-te utilizado, como na suíça, onde 30% dos abortos são feitos com a pílula. No entanto, o governo ita-liano mantém a guarda sobre este método e alega que fatores como a dificuldade em registrar os efei-tos colaterais indicam possíveis críticas ao procedimento. Poucos hospitais do país oferecem a pílu-la, que entrou em vigor sob muita discussão, principalmente entre católicos, que alegam uma bana-lização do ato do aborto.

A lei italiana prevê, entre ou-tras passagens burocráticas, que as mulheres grávidas que decidam optar pela Interrupção Voluntá-ria da gravidez (IVg), devem se dirigir a um consultório médico

ou a um posto de saúde, onde o médico deverá sugerir que

a paciente reflita por sete dias, antes de encaminhá-la para o se-tor responsável do hospital mais próximo da sua residência. A lei prevê ainda a obrigatoriedade da presença dos pais ou responsáveis para interrupção de gravidez de menores de idade e também dá a possibilidade para os médicos do sistema nacional de saúde de de-clararem objeção de consciência.

peso de consciência?Outro problema que torna ainda mais difícil o já dramático pro-cesso de um aborto é a quanti-dade de médicos que declaram objeção de consciência. Atual-mente, 70% dos ginecologistas do sistema público de saúde ita-liano se recusam a realizar abor-tos (em 2005 eram 58,7%), índi-ce que chega a 80% nas quatro regiões do sul italiano.

– Em algumas regiões, como na sicília e na Calábria, existem dificuldades para se encontrar mé-dicos, mesmo que a lei preveja a obrigatoriedade da presença de ginecologistas não-objetores nos setores de IVg – explica o estatís-tico, especializado em sociedade e demografia, Alberto Cazzola, da Universidade de bolonha. – Diante de uma estrutura de saúde compli-cada, com muitas restrições ide-ológicas, se torna mais provável o recurso ao aborto clandestino – afirma, destacando que um de-terminado número de interrupções clandestinas sempre permaneceu na Itália, desde o inicio da nova lei. – O problema na Itália é que os movimentos ideológicos da Igreja Católica, ao final, acabam provo-cando uma retomada dos abortos clandestinos – afirma, explicando que as etapas burocráticas tornam o caso público e provocam descon-forto entre as mulheres, especial-mente nas mais jovens.

– Os médicos não são bem re-tribuídos em mérito ao empenho que este trabalho prevê. No fim, também não é um trabalho grati-ficante para a carreira de um mé-dico. Declarar objeção de consci-ência permite aos médicos reali-zarem outros procedimentos que

tragam menos problemas e sejam mais valorizados pa-ra suas carreiras – considera o sociólogo lembrando que durante as polêmicas para

a regularização da chamada pílula do dia seguinte na Itá-lia, muito se discutiu em rela-

ção à possibilidade dos farmacêu-ticos declararem também objeção de consciência para não vender o produto. A pílula do dia seguinte é considerada pela Igreja Católica como um medicamento abortivo, mesmo que os médicos expliquem que se trata de uma substância que dificulta a fecundação do óvu-lo, que ocorre dentro de 72 horas após a relação sexual.

Para buscaglia, os abortis-tas muitas vezes se deparam com preconceitos e dificuldades no meio médico e encontram dificul-dades para desenvolver suas car-reiras. Ele também cita o fato de hoje, diferentemente de quando ele iniciou na profissão, a maior parte dos ginecologistas serem mulheres. – É compreensível que para elas esta função seja ainda mais desagradável – afirma, sa-lientando que – é preciso admi-tir que ninguém deseja fazer um aborto, mas é preciso oferecer es-te serviço para as mulheres.

buscaglia, que trabalha há 37 anos como ginecologista abor-tista, com “milhares” de abortos sob sua responsabilidade, lamen-ta que os médicos mais jovens se neguem a realizar a prática.

– Diante dos escrúpulos, volto aos anos 70, quando o aborto era a terceira causa de morte entre as mulheres na Itália. Cada abor-to que faço é um drama interior, mas então penso nas mulheres que chegavam ao hospital com os intestinos estripados pelas par-teiras que faziam abortos clan-destinos, e encontro forças para continuar – acrescenta. buscaglia começou a trabalhar em 1971 na histórica Clínica Mangiagalli de Milão, onde, sete anos mais tarde, seria feita a primeira interrupção de gravidez legal na Itália.

os efeitos após a leiO estatístico Alberto Cazzola é autor de um estudo específico sobre os efeitos da legalização do aborto sobre a fecundidade italiana após 1978, no qual dis-cuti hipóteses sobre mudanças nos comportamentos reproduti-vos. Cazzola destaca como prin-cipal grupo atingido pela entra-da da nova lei as mulheres muito jovens, com menos de 20 anos.

– Para as mulheres mais ve-lhas, o aborto era feito de qual-quer modo, mesmo que clandesti-namente – afirma. O que ocorreu na Itália, segundo o estatístico,

“As mulheres abortam de

qualquer jeito e conhecem

os métodos e medicamentos

para isso”Mauro Buscaglia,

coordenador do setor de iVg do Hospital san carlo de Milão

especial

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foi um atraso nos nascimentos, mas não uma diminuição da nata-lidade. – O aborto se tornou uma possibilidade a mais para as mu-lheres muito jovens regularem a sua descendência. Com a lei mui-tas jovens modificaram a taxa de natalidade, mas não mudou signi-ficativamente o número total de filhos por mulher – acrescenta.

Cazzola também alerta para o perigo das situações ocorridas nos países do leste Europeu, como a antiga União soviética e a Alema-nha Oriental, que descriminaliza-ram o aborto em períodos quando ainda não existia uma cultura de métodos contraceptivos, o que le-vou a utilização da interrupção da gravidez como um contraceptivo. – Naquelas situações ocorreram quedas significativas nos números de nascimentos – explica Cazzola, desmistificando o argumento de que a lei pode diminuir os índices de natalidade.

Outro fator importante desta-cado por Cazzola é que a legaliza-ção do aborto pouco influenciou no número total de abortos realizados.

– boa parte dos casos de aborto legais realizados hoje na Itália ocorreriam de qualquer jei-to, com ou sem a lei – conclui ele.

Ética e filosofia por trás de um aborto– Do ponto de vista sociológico, o aborto è um objeto de estudo in-teressante e um verdadeiro tabu – afirma o sociólogo da Universidade bicocca de Milão tommaso Vitale, organizador da edição italiana do livro “Uma sociologia da geração e do aborto”, do sociólogo francês luc boltanski. – Desde os anos 70 os conflitos sobre o aborto são fe-nômenos relevantes da sociedade, um terreno sobre o qual cada vez menos se comunica, dando a im-pressão de que as posições entre os que defendem a vida e aqueles que defendem a escolha da mulher sejam inconciliáveis – analisa. – E, mesmo que o aborto seja uma prática surgida em sociedades do passado, nunca se discutiu antes

dos anos 70. Não temos registros de símbolos, poesias, pinturas, es-tátuas (o infanticídio é represen-tado) sobre o assunto. É como se fechássemos os olhos – afirma.

Para Vitale, a referência a Deus não é mais influente para justificar a proibição do aborto, no entanto, muitos países descri-minalizaram a interrupção volun-tária da gravidez, mas poucos a legalizaram, “porque ainda é re-conhecida como algo ruim”. A in-trodução da pílula do dia seguin-te e da pílula abortiva, na opi-nião do sociólogo, deixa as mu-lheres ainda mais “drasticamen-te sozinhas na decisão de levar adiante uma gravidez ou abortar”.

Para o monsenhor Elio sgrec-cia, presidente honorário da Aca-demia Pontifica para a Vida, insti-tuição fundada em 1994 pelo papa João Paulo II com o objetivo de “estudar, informar e formar sobre os principais problemas da medici-na e do direito relativos à promo-ção e defesa da vida”, o tão defen-dido “direito da mulher ao aborto”, na realidade, “anula o direito à vida da criança concebida e representa uma interpretação seletiva e sub-jetiva do próprio direito, contrária ao significado original dos direitos humanos no qual o direito à vida é originário, fundamental e prelimi-nar em relação a todos os outros direitos do homem”.

– sobre quais bases se pode justificar o direito de interromper a vida de um ser humano inocente e indefeso? – questiona sgreccia, um dos mais respeitados peritos mundiais em bioética. – Nada se fala sobre a realidade do embrião a ser abortado, cuja dignidade es-sencial é ligada à sua própria na-tureza – lembra. Para sgreccia – a mulher é apenas um dos seres hu-manos diretamente envolvidos, mas não o único. O filho, embrião ou feto, também é um ser huma-no e se é sacrossanto reivindicar o respeito pela integridade da mãe, também devemos reivindicar aque-la do filho, ainda mais este sendo indefeso – continua o teólogo.

– Não estamos privando as mulheres de um direito funda-mental, porque acreditamos que o aborto não pode ser reduzido a uma mera questão de gestão do corpo da mulher, já que se trata da dramática escolha de destruir uma vida, cujo valor é igual ao da mãe – explica sgreccia, que foi recentemente nomeado na lista de novos cardeais anunciada pelo papa bento XVI.

O sacerdote afirma que a Igre-ja Católica defende que toda a so-ciedade, “em especial àqueles que possuem responsabilidades de li-derança”, deve agir no sentido de remover qualquer dificuldade con-creta (material, sanitária, psico-lógica etc) que leve uma mulher a recorrer ao aborto. – O primeiro dos valores da base da sociedade é o da defesa da vida para cada ser humano, durante a sua exis-tência terrena, desde a concepção até a morte natural – afirma. Pa-ra o futuro cardeal, o crescimento da objeção de consciência entre os médicos italianos é resultado “da conflitualidade da consciência cristã dos profissionais com a lei e a prática” e é fundamental que o valor da vida seja tutelado no âmbito social “antes de tudo pelas pessoas de recta consciência”.

A igreja católica nas filas de espera para abortar– se uma mulher está em dificul-dades e uma contribuição econô-mica pode salvá-la do aborto, por-que não ajudá-la? – é a opinião da ginecologista Alessandra Kuster-mann, diretora do pronto-socorro obstétrico da Clínica Mangiagalli de Milão. Apesar de ser uma das defensoras históricas do aborto na Itália, a médica também defende o trabalho dos Centros de Ajuda à Vida (CAV), para os quais costu-ma enviar muitas de suas pacien-tes. As mais de 300 unidades dos CAV espalhados por toda a Itália são a base do fortíssimo Movimen-to pela Vida (MPV) italiano, uma organização não-governamental de ideologia católica, fundada em

1975 para confrontar as lutas pela legalização do aborto.

Os CAV foram criados com o objetivo de ajudar mulheres grá-vidas em dificuldades, oferecendo auxílio econômico, psicológico e médico, a fim de impedí-las de re-correrem ao aborto. Hoje a orga-nização possui milhares de volun-tários que atuam diretamente nos hospitais, assim como junto às forças políticas, promovendo cam-panhas de grande repercussão.

O Movimento pela Vida exal-ta o fato de ter impedido, desde 1978, a realização de mais de 120 mil abortos, totalizando quase 600 mil mulheres assistidas. O MPV também discute questões pouco comentadas, como o dado, com-provado por estatísticas oficiais, sobre a repetitividade de abortos.

– Analisando as tabelas se percebe que nos últimos anos o número de mulheres que solici-tam o aborto pela segunda, ter-ceira e até quarta vez se mantém em níveis intoleráveis – afirma o movimento em um comunicado oficial, alegando que nos últimos anos, cerca de 25% do total das pacientes de IVg estavam repe-tindo o procedimento.

“se uma mulher está em dificuldades e

uma contribuição econômica

pode salvá-la do aborto, porque não ajudá-la?”alessandra KusterMann,

diretora do pronto-socorro oBstétrico da clínica Mangiagalli de Milão

“Sobre quais bases se pode justificar o direito de interromper a vida de um ser humano inocente e indefeso?”elio sgreccia, presidente Honorário da acadeMia pontifica para a Vida e uM dos Mais respeitados peritos Mundiais eM Bioética

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A partir do dia 1º de janeiro de 2011, a cadeira do maior posto da hierarquia política do país terá um novo dono. Ou melhor, dona. Aos 62 anos, a mineira Dilma Vana Rousseff será a

primeira mulher a chefiar a nação, em 121 anos de república. Formada em Economia, a ex-ministra de Minas e Energia e da Casa Civil, chega ao Palácio do Planalto com o apoio de mais de 56% da população brasileira, o que significa o voto de mais de 55 mi-lhões de pessoas. Do pleito, além de Dilma, emerge uma série de ineditismos e dúvidas quanto o futuro do brasil. Mas também fica a certeza de que o bra-sileiro está mais atento aos seus direitos e deveres no que tange à escolha de seus representantes.

Escolhida pelo presiden-te luiz Inácio lula da sil-va como sua sucessora mui-to antes que os adversários pensassem em seus candi-datos, Dilma contou com o apoio irrestrito de lula. A filha de um imigrante búl-garo e de uma dona de casa fluminense nasceu em 14 de dezembro de 1947, em belo Horizonte. O pai, advogado, saiu de seu país em meio ao

crescimento do autoritarismo em busca de uma no-va vida. Pétar Russév, que aqui virou Pedro Rous-seff, conseguiu se estabelecer e desenvolver seu próprio negócio e Dilma (ao lado de outros dois irmãos) teve formação clássica, vivendo as condi-ções de uma família da classe média alta da época.

E faz parte da primeira geração de mulheres que, nos anos 60, abandonaram o perfil das tradi-cionais mães e donas de casa para ocupar espaço em universidades e mercado de trabalho. Militante durante os anos de chumbo, ela participou do Co-mando de libertação Nacional (Colina) e ajudou a fundar a Vanguarda Armada Revolucionária Palma-

res (VAR-Palmares). Descrita como guerrilheira marxista, presa e torturada, Dilma so-breviveu à ditadura e regres-sou à democracia mudando-se para o Rio grande do sul, onde o segundo marido es-tava preso. Atuou como se-cretária municipal e estadual e foi filiada ao Partido De-mocrático trabalhista (PDt), fundado por leonel brizola.

Ainda assim, Dilma che-gou à presidência do brasil sem nunca ter disputado um

Em uma eleição marcada por ineditismos, Dilma Rousseff – que contou com o presidente Lula como

cabo eleitoral de luxo – será a primeira mulher a governar o Brasil. O pleito termina com o Partido Verde em alta, destaque para a Lei Ficha Limpa,

pela qual alguns políticos ainda podem não assumir seus cargos e, propostas e desafios da presidente

In queste elezioni segnate da fatti inediti, Dilma Rousseff – che ha contato sul presidente Lula a capo della

campagna elettorale – sarà la prima donna a governare il Brasile. Le elezioni sono terminate con un Partito Verde più forte, con il tema in enfasi della Lei Ficha Limpa, secondo la quale dei politici non possono ancora essere

insediati, e con proposte e sfide per il presidente donna

Donna di polso

siLvia souza

Álbum de família: Dilma (destaque) com os irmãos Igor e Zana Lúcia e os pais Pedro Rousseff e Dilma Jane

Album di famiglia: Dilma (enfasi) con i fratelli Igor e Zana Lúcia e i genitori Pedro Rousseff e Dilma Jane

capa

Mulher de fibra

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D al 1º gennaio 2011 la poltrona del maggior posto nella gerarchia politica brasiliana avrà un nuovo occupante. O meglio, una occu-pante. A 62 anni, Dilma Vana Rousseff, di origine mineira, sarà la prima donna a capo del brasile in 121 anni di repubblica. laure-

ata in Economia, la ex ministro di Minas e Energia e della Casa Civil arriva al Palácio do Planalto con l’appoggio di più del 56% della popolazione brasiliana, il che significa il voto di più di 55 milioni di persone. Dalle elezioni, oltre a Dilma, viene a galla una serie di fatti inediti e dubbi che riguardano il futuro del brasile. Ma rimane anche la certezza del fatto che i brasiliani dimostrano una maggiore attenzione ai loro diritti e doveri per ciò che riguarda la scelta dei loro rappresentanti.

scelta dal presidente luiz Inácio lula da silva come sua erede mol-to prima che gli avversari pensassero ai loro candidati, Dilma ha conta-to sull’appoggio illimitato di lula. Figlia di un immigrante bulgaro e di una casalinga fluminense, è nata il 14 dicembre 1947 a belo Horizonte. Il padre avvocato era partito dal suo Paese nel bel mezzo dell’aumento dell’autoritarismo, in cerca di una nuova vita. Pétar Russév, che qui era diventato Pedro Rousseff, era riu-scito a mettere radici e a mettersi in proprio e Dilma, insieme ai suoi due fratelli, ha avuto una forma-zione classica e ha vissuto gli agi di una famiglia di ceto medio-alto dell’epoca.

Ha fatto parte della prima ge-nerazione di donne che, negli an-ni ’60, hanno lasciato da parte il profilo tradizionale di mamme-ca-salinghe per occupare spazi nelle università e nel mercato del lavo-ro. Militante negli anni di piom-bo, ha partecipato al Comando de libertação Nacional (Colina) e ha aiutato a fondare la Vanguarda Armada

Revolucionária Palmares (VAR-Palmares). Descritta come una guerri-gliera marxista, arrestata e torturata, Dilma è sopravvissuta alla

Durante os anos de chumbo foi militante política participando de

movimentos contra a ditaduraDurante gli anni di piombo è stata

militante politica partecipando a movimenti contro la dittatura

31n o v e m b r o 2 0 1 0 / C o m u n i t à i t a l i a n a

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cargo político, desbancando con-correntes com sólida carreira no ramo como José serra, do Parti-do da social Democracia brasi-leira (PsDb), que foi governador de são Paulo e, Marina silva, do Partido Verde (PV), ocupante de uma cadeira no senado.

Chegou lá, muito por méri-to de seu cabo eleitoral, o pre-sidente, que lhe confiou o título de “mãe do PAC” – o Programa de Aceleração do Crescimento – que foi a grande empreitada do go-verno do Partido dos trabalhado-res (Pt) neste segundo mandato de lula. Em campanha, teve que vencer um clima de “já ganhou” instaurado entre seus aliados e comitês ainda às vésperas do pri-meiro turno. Chegou lá, depois de passar por um novo escândalo de corrupção, desta vez, que tinha como protagonista o seu braço direito: Erenice guerra, a mulher que a havia substituído na Casa Civil. Dilma perdeu votos e teve de ir atrás de eleitores religiosos, assustados com o liberalismo pre-gado pela candidata e seu parti-do, num tópico que teve como estopim a legalização do aborto.

Agora, proclamada presiden-te, ou presidenta, como gosta de ler em seus discursos, prepa-ra um governo de transição, que deve congregar interesses – sua candidatura emergiu de uma co-ligação que reuniu cerca de 10 partidos – e apontar o rumo que o país deve tomar nos próximos quatro anos.

Desafios e propostasse, conhecida como durona e li-nha dura, entre os ministros e assessores com os quais traba-lhou, a sucessora de lula tem a seu favor a competência técni-ca em uma atuação sem mácu-las; eleitores, analistas e críticos aguardam com ansiedade conhe-cer a verdadeira Dilma.

Depois de assistirem a candi-data apresentar ideias genéricas ao longo da campanha e esqui-var-se dos debates, além de ten-tarem desvendar a presidente, es-peculam sobre uma possível sim-biose entre mentor e discípula. O papel de lula no governo não está definido. Não publicamente. Mas logo em sua primeira fala co-mo presidente, Dilma declarou:

— baterei muito à sua porta. tenho certeza e confiança de que a encontrarei sempre aberta.

A contar pela esperança de dias sem sobressaltos, seja no cenário mundial ou interno, Dil-ma se encarregará de adminis-trar a herança deixada por lula. O que inclui o efeito bem-estar provado por bons números. Em 2002, a taxa de desemprego nas grandes regiões metropolitanas de são Paulo, Rio de Janeiro, be-lo Horizonte, Porto Alegre, sal-vador e Recife chegava a 11,7%, ao passo que neste ano, o índice é de 6,2%. Em relação aos pos-tos formais de trabalho, o ano de 2010 bateu 43,1 milhões contra 28,7 milhões em 2002. O volume de crédito ao consumidor mais que triplicou nesses oito anos de governo: foram 131,1 bilhões de reais em 2002 e, em 2010 o valor chega a 714,5 bilhões de reais.

As estatísticas catapultaram a popularidade do petista. Ape-sar de o governo ter acumulado escândalos, o índice de aprova-ção de lula só cresceu. Apoiado nisso, nos palanques pró-Dilma, o presidente não se cansou de enfatizar: “se vocês votarem ne-la, estarão votando um pouqui-nho em mim”.

Enquanto lula pensa em abrir seu instituto, tal qual Fernando Henrique Cardoso, e negocia pa-lestras e livros para quando vol-tar à planície, Dilma e seu go-verno vão ter como desafios a sustentação do crescimento eco-nômico acima dos 4% ao ano; a garantia da estabilidade macroe-conômica; a redução da desigual-dade e da pobreza e a melhora da qualidade de vida.

O presidente da Itália, gior-gio Napolitano escreveu à presi-dente eleita e declarou que sua vitória tem “um alto valor sim-bólico para todas as mulheres, não somente as brasileiras, mas de todo o mundo”.

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dittatura e si è trasferita, quando il regime è finito, nello stato di Rio grande do sul, dove il secon-do marito era agli arresti. Ha la-vorato come segretaria comunale e di stato ed è stata iscritta al Partido Democrático trabalhista (PDt), fondato da leonel brizola.

Malgrado il suo passato poli-tico, Dilma è arrivata alla presi-denza del brasile senza aver mai ricoperto nessun incarico politi-co, superando concorrenti dalla solida carriera politica come José serra, del Partido da social De-mocracia brasileira (PsDb), che è stato governatore di são Paulo

e Marina silva, del Partido Verde (PV), attualmente senatore.

Ed è arrivata alla presidenza in gran parte per merito del pre-sidente a capo della campagna, che le ha conferito il titolo di “ madre del PAC” – il Programma di Accellerazione della Crescita – che è stata la grande impresa del governo del Partido dos tra-balhadores (Pt) in questo secon-do mandato di lula. In campa-gna ha dovuto vincere il clima di “ha già vinto” che aveva preso piede tra i suoi alleati e comita-ti prima ancora del primo turno. Ci è arrivata dopo aver affrontato

Apresentada por Lula como “a mãe do PAC”, Dilma comemorou a vitória nas urnas ao lado do líder político que a escolheu como sucessora

O presidente da Itália Giorgio Napolitano saudou a agora colega

Presentata da Lula come “la madre del PAC”, Dilma ha festeggiato la vittoria alle urne accanto al leader che l’ha scelta come erede politica

Il presidente dell’Italia Giorgio Napolitano ha salutato la futura collega

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— Estou convencido de que seu exemplo constituirá um im-portante estímulo para a plena participação do mundo feminino no avanço do processo democrá-tico e civil de seus países — as-sinala Napolitano.

sem delongues, as mulheres tiveram espaço no discurso de Dilma. A economista eleita as-sumiu compromisso de honrar as mulheres para que sua chegada ao poder possa ser repetida nas empresas, instituições civis e en-tidades representativas da socie-dade. Mas Dilma também prome-teu zelar pela democracia, a li-

berdade de imprensa – foi no go-verno lula que se tentou firmar o Conselho Federal de Jornalismo –, a liberdade religiosa e de culto e, pela Constituição.

— Meu compromisso funda-mental é a erradicação da misé-ria e a criação de oportunidades para todos — salienta.

um novo Brasil?O fim do segundo turno delineou o mapa político brasileiro. se ser-ra teve maioria de votos em esta-dos do Centro-sul, além de Acre, Rondônia, Roraima e Espírito santo; Dilma sagrou-se vencedo-

un nuovo scandalo di corruzione, che stavolta ha avuto come pro-tagonista il suo braccio destro: Erenice guerra, la donna che l’aveva sostituita presso la Casa Civil. Dilma ha perso voti e ha dovuto conquistare elettori reli-giosi, spaventati dalla moderni-tà espressa dalla candidata e dal suo partito nella questione che ha avuto come stoppino la lega-lizzazione dell’aborto.

Ora, proclamata presidente, o presidenta, come le piace dire nei suoi discorsi, prepara un governo di transizione che dovrebbe riu-nire interessi – la sua candidatu-ra è il risultato di una coalizione che ha riunito 10 partiti circa – e indicare la strada che il Paese dovrà intraprendere nei prossimi quattro anni.

Sfide e proposteAnche se nota come persona in-transigente tra ministri e asses-sori con cui ha lavorato, Dilma Rousseff ha a suo favore la com-petenza tecnica accumulata in una produzione lavorativa senza macchie; elettori, analisti e criti-ci attendono con ansia di cono-scere la vera Dilma.

Dopo aver visto la candidata che presentava idee generiche durante la campagna e si schi-vava nei dibattiti, oltre a cerca-re di svelare il nuovo presiden-te, speculano su una possibile simbiosi tra mentore e disce-pola. Il ruolo di lula nel gover-no non è stato ancora definito. Non pubblicamente. Ma nelle prime parole come presidente, Dilma ha dichiarato:

— busserò molto alla tua por-ta. sono sicura e fiduciosa [nel fat-to] che la troverò sempre aperta.

sperando di avere giornate senza sorprese, tanto sullo sce-nario mondiale quanto su quello interno, Dilma si incaricherà di amministrare il retaggio lascia-to da lula. Il che include l’effet-to ‘benessere’ provato da numeri positivi. Nel 2002 il tasso di di-soccupazione nelle grandi regioni metropolitane di são Paulo, Rio de Janeiro, belo Horizonte, Porto Alegre, salvador e Recife arriva-va all’11,7%, mentre quest’anno l’indice è del 6,2%. In rapporto agli impieghi formali, nel 2010 si è arrivati a 43,1 milioni contro i 28,7 milioni del 2002. Il volume di credito ai consumatori è più che triplicato in questi otto an-

ni di governo: sono stati 131,1 miliardi di reais nel 2002 e, nel 2010, il valore arriva a 714,5 mi-liardi di reais.

le statistiche hanno promos-so la popolarità del petista. No-nostante il suo governo abbia accumulato scandali su scandali, l’indice di approvazione di lula non ha mai smesso di aumenta-re. Forte di questo, in appoggio a Dilma nei suoi discorsi, il pre-sidente ha sempre dato enfasi a questo: “se votate lei, starete anche votando un po’ anche me”.

Mentre lula pensa di apri-re il suo istituto, cosí come fe-ce Fernando Henrique Cardoso e organizza conferenze e libri per quando sarà di nuovo un comune cittadino, Dilma e il suo governo saranno sfidati dal proseguimen-to della crescita economica al di sopra del 4% annuo; dalla garan-zia di stabilità macroeconomica; dalla riduzione della disugua-glianza e della povertà e dal mi-glioramento della qualità di vita.

Il presidente dell’Italia, gior-gio Napolitano ha scritto al pre-sidente donna e ha dichiarato che la sua vittoria rappresenta “un alto valore simbolico per tut-te le donne, non solo le brasilia-ne, ma quelle di tutto il mondo”.

— sono convinto del fat-to che il suo esempio costituirà un importante stimolo alla piena partecipazione del mondo fem-minile nel progresso del processo democratico e civile dei loro pa-esi — segnala Napolitano.

senza allungarsi troppo, le donne hanno avuto spazio nel discorso di Dilma. l’economa eletta ha assunto l’impegno di onorare le donne affinché il suo arrivo al governo possa essere ri-petuto nelle imprese, istituzioni civili e enti rappresentativi della società. Ma Dilma ha anche pro-messo di proteggere la democra-zia, la libertà di stampa – si è avuto proprio nel governo lula il tentativo di approvare il Con-selho Federal de Jornalismo –, la libertà religiosa e di culto e la Costituzione.

— Il mio fondamentale im-pegno riguarda lo sradicamento della miseria e la creazione di opportunità per tutti — mette in enfasi.

un nuovo Brasile?la fine del ballottaggio ha deline-ato una mappa politica brasiliana.

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ra no Nordeste, em parte do Norte e Rio de Janeiro e Minas gerais.

No âmbito estadual, o PsDb manteve o comando em estados de peso como são Paulo e Minas gerais, e ganhou em outros seis, entre eles Paraná e goiás. Os tu-canos vão governar estados que respondem por 54,6% da econo-mia brasileira e 47,5% do eleitora-do. O Partido socialista brasileiro (Psb) também sai bastante forta-lecido nesta eleição, dobrando de três para seis os estados que co-mandará a partir do próximo ano.

O Pt manteve o governo de cinco estados, pois, embora te-nha perdido no Pará e no Piauí, venceu no Rio grande do sul e no Distrito Federal. Já o PMDb, principal aliado de Dilma, perde sua força nos estados. Em 2006, o partido elegeu o maior número de governadores, totalizando se-te. Manteve os governos de Rio de Janeiro e Mato grosso do sul, reelegendo no primeiro turno sergio Cabral e André Puccinelli, com 66,08% e 56% dos votos vá-lidos, respectivamente. Cabral é aliado de Dilma e batalhou pe-los mais de 60% dos votos que a candidata recebeu no estado.

Quem também está na lista dos reeleitos em alta cota é Antonio Anastasia, que herdou o posto de Aécio Neves (vitorioso para o se-nado). O candidato do PsDb ven-ceu no primeiro turno ao receber 62,72% dos votos em Minas gerais.

Como os governadores têm influência sobre deputados e se-

nadores de seus estados, ajudam na arregimentação de votos no Congresso. O resultado das urnas mostra grande vantagem numéri-ca dos aliados do presidente lula e da presidente eleita Dilma em relação aos oposicionistas. são de partidos aliados a Dilma 16 dos 27 governadores eleitos; ape-nas 10 são de partidos de opo-sição e André Puccinelli, italiano naturalizado brasileiro, apesar de ser do PMDb, é desafeto de lula e considerado oposição.

invasão verdeA vitória de Dilma não apaga a de Marina silva. A candidata “verde” que entrou na disputa pela presidência saiu dela ao fi-nal do segundo turno abrindo es-paço para seu partido em 2014. Opção para quase 20 milhões de eleitores, contrariando o que di-ziam as pesquisas, ela conseguiu levar a briga para o segundo tur-no celebrando a “despolarização da decisão política”. Escreveu sua “Agenda para um brasil Justo e sustentável” (carta aberta aos candidatos Dilma Rousseff e José serra) e esperou suas propostas

se serra ha avuto la maggioranza di voti negli stati del Centro-sud, oltre a Acre, Rondônia, Roraima e Espírito santo, Dilma si è consa-crata come vincitrice al Nord-Est, in parte del Nord e a Rio de Janei-ro e Minas gerais.

Nell’ambito degli stati, il PsDb ha mantenuto il comando in quelli di peso come são Pau-lo e Minas gerais, ed ha vinto in altri sei, tra cui Paraná e goiás. I ‘tucani’ governeranno stati re-sponsabili del 54,6% dell’econo-mia brasiliana e del 47,5 degli elettori. Anche il Partido sociali-sta brasileiro (Psb) esce da que-ste elezioni più forte, raddop-piando da tre a sei gli stati che guiderà dall’anno prossimo.

Il Pt ha mantenuto il gover-no in cinque stati, visto che mal-grado abbia perso nel Pará e nel Piauí, ha vinto a Rio grande do sul e nel Distrito Federal. Inve-ce il PMDb, principale alleato di Dilma, ha perso forza negli stati. Nel 2006 il partito aveva eletto il maggior numero di governato-ri, ossia sette. Ha mantenuto i governi di Rio de Janeiro e Mato grosso do sul, rieleggendo al pri-mo turno sergio Cabral e André Puccinelli, rispettivamente con il 66,08% e il 56% dei voti validi. Cabral è alleato di Dilma e ha si è sforzato molto per il 60% dei voti che la candidata ha ricevuto nello stato.

Un altro che è nella lista dei rieletti con molti voti è Anto-nio Anastasia, che ha eredita-to il posto di Aécio Neves (che ha vinto al senato). Il candida-to del PsDb ha vinto al primo turno con il 62,72% dei voti in Minas gerais.

Dato che il governatori in-fluiscono sui deputati e senatori nei loro stati, aiutano a capta-re voti al Congresso. Il risultato delle urne dimostra un grande vantaggio numerico degli allea-ti del presidente lula e del pre-sidente eletto Dilma in rapporto

all’opposizione. sono di parti-ti alleati a Dilma 16 dei 27 go-vernatori eletti; solo 10 sono di partiti dell’opposizione e André Puccinelli, italiano naturalizzato brasiliano, malgrado sia del PM-Db, non piace a lula e viene con-siderado dell’opposizione.

invasione verdela vittoria di Dilma non can-cella quella di Marina silva. la candidata “verde” che è entrata nella lotta per la presidenza ne è uscita alla fine del ballottag-gio aprendo un varco per il suo partito nel 2014. Alternativa di quasi 20 milioni di elettori, con-trariando quello che dicevano i sondaggi, è riuscita a trasferire la sua lotta al ballottaggio cele-brando la “depolarizzazione del-la decisione politica”. Ha scritto sulla sua “Agenda per un brasi-le giusto e sostenibile” (let-tera aperta ai candidati Dilma Rousseff e José serra) ed ha at-teso le loro proposte su questio-ni che considerava prioritarie, ma insieme al suo partito hanno deciso di rimanere neutri.

Marina, che fin dagli inizi dei dibattiti non si è mai tira-ta indietro e ha detto sempre la sua riguardo a temi difficili co-me l’aborto, ha perfino suggeri-to un referendum per decidere la sua legalizzazione. E ha messo in risalto che, essendo protestante, non avrebbe fatto campagne a favore, ma che la società ne de-ve discutere.

la ex lavoratrice rurale, ex ministro dell’Ambiente e senato-re per l’Acre, ha ricevuto il voto dei giovani e si è affermata per, fra quattro anni, le prossime ele-zioni. Ora aspetta e fa il tifo per-ché Dilma dimostri “saggezza al-la guida della nostra bella nazio-ne”, come ha scritto su una pagi-na di una rete sociale. secondo il presidente della Federazione dei Verdi d’Italia, Angelo bonelli, ora bisogna aspettare per vedere:

Marina Silva, que recebeu expressiva e surpreendente votação, foi ministra do Meio Ambiente quando DIlma era

Chefe da Casa Civil

Marina Silva, che ha ricevuto un’importante e sorprendente

votazione, è stata ministro dell’Ambiente quando Dilma era

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para questões que considerava prioritárias, mas junto com seu partido, acabou decidindo pela neutralidade.

A Marina, que desde o inicio dos confrontos, não se furtou a opinar sobre questões conside-radas indigestas como o aborto chegou a sugerir um plebiscito para decidir sua legalização. Res-saltou que evangélica, não pre-garia a favor, mas que a socie-dade deveria discutir a respeito.

A ex-trabalhadora rural, ex-ministra do Meio Ambiente e se-nadora pelo Acre ganhou o voto dos jovens e credenciou-se para daqui há quatro anos. Agora, es-pera e torce para que Dilma tenha “sabedoria na condução de nos-so belo país”, conforme escreveu em sua página numa rede social. A contar pelo presidente da Fede-ração dos Verdes da Itália, Angelo bonelli, é esperar para ver:

— Os membros da agremia-ção não estão entusiasmados com a vitória de Dilma. lula sa-crificou em nome do PIb [Produ-to Interno bruto] a floresta ama-zônica e no governo atual foram alcançados os níveis mais altos de desmatamento e violações dos direitos humanos contra as popu-lações indígenas e houve investi-mentos nucleares e a construção de grandes represas na Amazônia.

Ficha limpaO pleito brasileiro teve amplo destaque na imprensa internacio-nal. Mais de 1,2 milhão de pau-listanos deram a um humorista uma cadeira na Câmara. Francisco

Everardo Oliveira silva, que aten-de pela alcunha de tiririca, está sob investigação e pode perder o cargo se não conseguir provar diante de juizes que consegue ler e escrever. Mas a escolha por um palhaço pode apontar o descon-tentamento da população com o que é feito em brasília? Para além do descaso, alguns especialistas apostam que a eleição de tiriri-ca é um exemplo. A abstenção – com a contribuição do feriado de Finados –, no segundo turno em 21,5% pode ser outro.

Mas ao menos em uma ques-tão a população esteve unida nas eleições 2010. Produto da mobi-lização popular a corrida para aprovar o projeto da Ficha lim-pa, deu lugar às manifestações para que a lei vigorasse nesta eleição. A intenção ganhou des-taque na imprensa internacional e deixou o supremo tribunal Fe-deral (stF) em meio a recursos de candidatos em desalinho com o que determina o documento.

O supremo decidiu que o Fi-cha limpa vale para quem renun-ciou a um mandato para escapar do processo de cassação, o que custou o mandato de Jader bar-balho (PMDb-PA), eleito com mais de 1,79 mi-lhão de votos. também

— I membri del gruppo non sono entusiasti della vittoria di Dilma. lula ha sacrificato in no-me del PIl (Prodotto Interno lordo) la foresta amazzonica e nell’attuale governo sono stati raggiunti i più alti livelli di di-sboscamento e violazioni di di-ritti umani contro popoli indi-geni e ci sono stati investimenti nucleari e la costruzione di gran-di dighe in Amazzonia.

scheda pulitale elezioni brasiliane hanno me-

ritato ampi spazi nella stam-pa internazio-nale. Più di 1,2

milione di abitanti del-lo stato di são Paulo hanno eletto alla Camera

un umorista. Francisco Eve-

rardo Oliveira silva, nome artistico tiririca, è sotto indagine e potrebbe per-dere l’incarico se non riu-scirà a provare ai giudici che sa leggere e scrivere. Ma la scelta di un pagliac-cio può indicare lo scon-

tento della popolazione con

ciò che viene fatto a brasilia? Andando oltre al disprezzo, de-gli specialisti scommettono che l’elezione di tiririca è un esem-pio. le astensioni del 21,5% al ballottaggio – con l’aiuto del giorno dei Morti -, potrebbe es-sere un altro.

Ma perlomeno da un punto di vista la popolazione è rimasta unita nelle elezioni 2010. Pro-dotto dalla mobilizzazione popo-lare, la corsa per l’approvazione del progetto della Ficha limpa [scheda Pulita], ha causato ma-nifestazioni organizzate perché la legge entrasse in vigore per queste elezioni e ha meritato spazi nella stampa internaziona-le, lasciando il supremo tribunal Federal (stF) pieno di ricorsi di candidati non consoni con ciò che determina il documento.

Il supremo ha deciso che il Fi-cha Limpa vale per chi ha rinun-ciato ad un mandato per sfuggire dal processo di cassazione, ed ha attinto il mandato di Jader bar-balho (PMDb-PA), eletto con più di 1,79 milione di voti. È rima-sto ‘a piedi’ anche Paulo Roberto galvão da Rocha (Pt-PA) e i suoi 1,73 milione di voti.

In un altro caso, in Amapá e nella Paraíba, due candidati

Lei da Ficha Limpa ainda pode mudar resultados regionais e paulistanos elegeram um humorista para a Câmara

Legge della Scheda Pulita potrebbe ancora cambiare risultati regionali e paulistani hanno eletto un umorista alla Camera

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ficou pelo caminho Paulo Rober-to galvão da Rocha (Pt-PA) e seu 1,73 milhão de votos.

Em outro caso, no Amapá e na Paraíba, dois candidatos ti-veram seus registros rejeitados: o ex-senador João Capiberibe (Psb), que ganhou 130 mil votos e o ex-governador Cássio Cunha lima (PsDb), com mais de um milhão. A decisão foi tomada pelo tribunal superior Eleitoral (tsE). lima concorria ao senado e responde pelos crimes de abu-so de poder econômico e político nas eleições de 2006.

Cerca de 495 mil eleitores de são Paulo podem perder seus vo-tos para deputado federal. se-gundo dados do tsE (tribunal su-perior Eleitoral), 140 candidatos pelo Estado tiveram o registro de suas candidaturas barradas. Um deles é do ex-prefeito Paulo Ma-luf (PP-sP), que sozinho levou 304 mil votos. Caso sua candi-datura seja aceita, além de Maluf continuar na Câmara, ele pode le-var com ele alguns candidatos do mesmo partido. Por enquanto, o pedido que ele mandou à Justiça foi negado pelo ministro Marco Aurélio, do tsE, no dia 18 de ou-tubro. Os outros juizes ainda vão analisar o caso, que ainda pode ser julgado pelos ministros do stF (supremo tribunal Federal).

Além de Maluf, meia dúzia de candidatos que passam pela mes-ma situação poderão letrar outros parlamentares para o Congresso. Com isso, a composição final do legislativo ainda está indefini-da. Esses recursos sobre a aplica-ção da lei da Ficha limpa ainda tornam incertas as caras das As-sembleias legislativas, da Câmara dos Deputados e do senado.

Com quase 700 mil votos, An-thony garotinho (PR) foi o depu-tado federal mais votado do Rio de Janeiro. Ele concorreu graças a uma decisão judicial. No último dia 20 de outubro, o stF (supe-rior tribunal de Justiça) manteve contra ele a validade de um pro-cesso de improbidade, que signi-fica irregularidade cometida por um administrador público.

O presidente do tsE, Ricardo lewandowski, disse não acreditar em mudanças radicais na lista dos parlamentares eleitos para tomar posse no próximo ano. Das ações que tratam especificamente dos “ficha-sujas”, o tsE analisou dois terços dos 1.926 recursos.

— A lei da Ficha limpa é uma novidade que surgiu no ce-nário político e nessas eleições apresenta um grau maior de com-plicação porque a Justiça Eleito-ral não tem nenhum precedente em relação a essas situações no-vas — disse.

si sono visti rifiutati i loro regi-stri: l’ex senatore João Capiberi-be (Psb), che ha ricevuto 130mi-la voti, e l’ex governatore Cássio Cunha lima (PsDb), con più di un milione. la decisione è stata presa dal tribunal superior Elei-toral (tsE). lima si stata candi-

dando al senato ma è sotto ac-cusa per reati di abuso di potere economico e politico nelle ele-zioni del 2006.

Circa 495 mila elettori di são Paulo possono perdere i loro vo-ti per deputato federale. secon-do dati del tsE (tribunal superior Eleitoral), le candidature di 140 candidati per lo stato sono sta-te rifiutate. Una di esse è dell’ex sindaco Paulo Maluf (PP-sP), che da solo ha ricevuto 304mila voti. se sarà accettata la sua candida-tura, oltre a continuare alla Ca-mera, potrà portarsi sulla sua scia dei candidati dello stesso partito. Per ora la richiesta che Maluf ha inviato alla giustizia è stata ne-gata dal ministro Marco Aurélio, del tsE il 18 ottobre. gli altri giu-dici devono ancora analizzare il caso, che potrebbe essere giudi-cato anche dai ministri del stF (supremo tribunal Federal).

Oltre a Maluf, mezza dozzi-na di candidati che si trovano nella stessa situazione potran-

Dirigente dos verdes na Itália, Angelo Bonelli não acredita que a presidente melhore o tratamento às questões ambientais

Dirigente dei verdi in Italia, Angelo Bonelli non crede che il presidente eletto migliorerà le attenzioni date alle questioni ambientali

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no portare altri parlamentari al Congresso. Con ciò la composi-zione finale del legislativo non è ancora definita. Questi ricorsi riguardo l’applicazione della leg-ge della Ficha limpa fanno sí che il volto delle Assemblee legisla-tive, della Camera dei Deputati e del senato sia ancora incerto.

Con quasi 700 mila voti, An-thony garotinho (PR) è stato il

A Justiça Eleitoral entende que a lei é constitucional e válida para este ano. Até que um novo ministro seja nomeado, entende-se que essa decisão está manti-da. O supremo, porém, deverá se deparar novamente com casos de políticos barrados pela lei da Fi-cha limpa e poderá, a depender da posição desse novo ministro a respeito do tema, mudar de po-

deputato federale più votato a Rio de Janeiro. Ha potuto candidar-si grazie ad una decisione giudi-ziaria. Il 20 ottobre scorso il stF (superior tribunal de Justiça) ha mantenuto contro di lui la validità di un processo di improbità, che significa irregolarità commessa da un amministratore pubblico.

Il presidente del tsE, Ricar-do lewandowski, ha detto di non credere ai cambiamenti radicali nella lista dei parlamentari elet-ti per gli insediamenti del pros-simo anno. Del totale di azioni che trattano specificamente dei “scheda-sporchi” il tsE ha analiz-zato due terzi dei 1.926 ricorsi.

— la Lei da Ficha Limpa è una novità sorta sullo scena-rio politico e in queste elezioni presenta un tenore maggiore di complicazione perché la giustizia Elettorale non ha nessun prece-dente in rapporto a queste nuove situazioni — ha detto.

la giustizia Elettorale inten-de che la legge è costituziona-le e valida per quest’anno. Fino a quando non sarà nominato un nuovo ministro, si intende che questa decisione sarà mantenu-ta. Il supremo, però, dovrà riaf-frontare casi di politici sbarrati dalla Lei da Ficha Limpa e potrà, a seconda della posizione di que-sto nuovo ministro riguardo al tema, cambiare posizione. Ciò perché il stF ha analizzato fino-ra solo casi di politici che hanno rinunciato per evitare la cassa-zione. Dovrà ancora essere fat-ta un’analisi di altre parti della legge, come quelle che dichiara-no non eleggibile il politico che è stato condannato in secondo grado, l’impiegato pubblico di-messo per decisione amministra-tiva, o colui che è stato cassato dalla giustizia Elettorale.

sição. Isso porque o stF só ana-lisou até agora casos de políti-cos que renunciaram para evitar a cassação. Ainda deverá ser fei-ta a análise de outras partes da lei, como as que tornam inelegí-vel o político que foi condenado em segunda instância, o servidor demitido por decisão administra-tiva, ou aquele que foi cassado pela Justiça Eleitoral.

Reeleito para o governo do Rio, Sergio Cabral fez campanha por Dilma e se inspira na boa relação que mantém com Lula. Em 2008, ministra acompanhou presidente em agenda na Itália que incluiu visita ao Papa Bento XVIRieletto al governo di Rio, Sergio Cabral ha fatto campagna per Dilma e prende ispirazione dal buon rapporto che ha con Lula. Nel 2008, il ministro ha seguito il presidente in agenda in Italia che ha incluso una visita a Papa Benedetto XVI

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TiM si installa al secondo posto nei prepagatiLa tIM Participações ha avuto guadagni netti di R$ 125 milioni

nel terzo trimestre, un aumento del 23% rispetto al trimestre an-teriore (101,4 milioni di reais). Con questo bilancio, la base di clienti dell’operatore ha attinto i 46,9 milioni, in confronto ai 44,4 milioni di giugno, un aumento annuale del 18,5% che aumenta la partecipa-zione di mercato della tIM al 24,5%. Ciò corrisponde ad una crescita di 0,7 punti percentuali rispetto allo stesso periodo del 2009.

la compiagnia si è fissata al secondo posto nel comparto di prepagati in tutto il paese ed è al secondo posto anche a são Pau-lo, città in cui ha stabilitito il 24,8% di partecipazione. Ora le at-tese dell’impresa sono di chiudere l’anno con 50 milioni di clienti, di cui 10 milioni utenti del suo servizio internet.

MissioneCon l’appoggio della Camera Italo-brasiliana di Commercio di

Rio de Janeiro, della FIRJAN e del sebrae RJ, una missione istituzionale ed imprenditoriale della lombardia verrà a Rio il 22 e 23 novembre. l’iniziativa è risultato di una partnership con l’agen-zia della Camera di Commercio di Milano (Promos), con il Ministério do Desenvolvimento Econômico e con l’Istituto Italiano per il Com-mercio Estero (ICE).

Il focus della visita riguarda le opportunità di affari e l’impatto positivo, specialmente per ciò che concerne l’infrastruttura, la rete alberghiera, il sistema di trasporto e la tecnologia provocati dagli eventi nelle città sede, ad esempio, dei Mondiali di Calcio, delle Olim-piadi, della Expo Mundial 2015, a Milano, e di fiere internazionali.

la missione ha per tema “I grandi Eventi come Motori di svi-luppo Economico”, e sarà guidata dal segretario di Commercio, turismo e servizi della Regione lombardia, stefano Maull.

Vi partecipa una delegazione di imprenditori e investitori lom-bardi dei segmenti immobiliario, infrastruttura, edilizia e social hou-sing, ed un altra di rappresentanti di parchi fieristici e imprese or-ganizzatrici di fiere, guidata dal presidente della Fiera Milano spA, Michele Perini. Un terzo gruppo sarà formato da 25 imprenditori del-la Regione lombardia e di torino con altri vari comparti produttivi.

crescitaLa Enel spA, maggior impresa di energia in Italia, ha aumen-

tato le sue previsioni per il 2010 registrando un aumento del 5,3% nel periodo da gennaio a settembre nel suo Ebitda (sigla in inglese per guadagno prima di calcolare interessi, tasse, deprez-zamento e ammortizzazione), risultato, specialmente della con-solidazione della sua unità spagnola Endesa. In brasile la Endesa è attuante in produzione, trasmissione e distribuzione di energia attraverso imprese come Ampla (RJ) e Coelce (CE).

Il presidente della compagnia, Fulvio Conti, ha detto che l’Ebitda può essere di circa 17 miliardi di euro (24 miliardi di dollari), al di sopra della previsione anteriore di 16 miliardi di eu-ro, spinto dalla crescita internazionale e dalla sua unità di ener-gia rinnovabile Enel green Power.

Analisti hanno affermato che il rischio nel prezzo dell’energia dell’Enel è coperto nei prossimi trimestri, sorreggendo i margini dell’impresa, ma la prospettiva di riduzione diprezzi potrebbe pro-durre un impatto nei guadagni dei prossimi uno o due anni. An-che la riduzione del debito dell’impresa, dai 50,9 miliardi di euro alla fine di settembre ai 45 miliardi di euro fino alla fine dell’an-no, è una meta dell’Enel. grazie ai circa 2,6 miliardi di euro rileva-ti con l’entrata dell’Enel green Power in borsa a novembre.

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Giordano Iapalucci

FiRENzE

50 pittori per 50 cantantiNella splendida cornice Villa Caruso bello-

sguardo a lastra a signa (Fi) sarà ospi-tata la mostra collettiva “50 pittori toscani per 50 cantanti toscani”. saranno presentate 50 tele dei più importanti artisti toscani con-temporanei come Possenti, Alinari, ghelli, ta-lani, Madiai e De luca tanto per citarne alcu-ni. Ognuna delle opere d’arte è dedicata ad un cantante toscano o ad una loro canzone. l’esposizione si colloca perfettamente nella villa che ospitò il grande tenore Enrico Caru-so dal 1906 al 1921, anno della sua morte. la mostra terminerà domenica 28 novembre e l’ingresso è gratuito. Orario: tutti i giorni ore 9 - 12 : sabato e domenica dalle 14.30 – 17.30.

Biennale enogastronomica FiorentinaDopo il successo di due anni fa, Firen-

ze presenta la seconda edizione della biennale Enogastronomia Fiorentina, che si svolgerà a macchia di leopardo per tut-ta la città dal 6 al 22 novembre. saranno coinvolti tra i ristoranti e locali più famosi e importanti della città come anche piaz-ze e palazzi storici. tra gli appuntamen-ti più gustosi quello chiamato “Un piatto tipico al ristorante” ovvero l’inserimento nel menu da parte di oltre 90 ristoratori fiorentini di almeno un piatto tradiziona-le dall’antica ricetta. Non da meno anche “Il viaggio nelle età del vino” un viaggio nel tempo attraverso 25 fattorie toscane dedicato ai vini di vecchia annata. Info: www.biennaleenogastronomica.it

sguardi sull’italiaFino al 30 gennaio Pistoia ospita la mostra

“Viaggio in Italia, sguardi internaziona-li sull’Italia contemporanea” che riunisce circa quaranta opere di 32 artisti internazionali ispi-rate alla situazione economico-sociale attuale in cui naviga l’Italia. sono prevalentemente foto-grafie ma anche video con l’obiettivo di far na-scere una riflessione, una critica dalla quale par-tire per capire l’identità dello stivale che stiamo vivendo e vedendo. tra i nomi degli artisti spic-cano quelli di Martin Creed, Hiroshi sugimoto, Candida Höfer, Carlos garaicoa e Adrian Paci. In-gresso 5 euro. Aperta dal giovedì alla domenica, Orario 10.00/13.00 – 15.00/18.00 presso Palaz-zo Fabroni via sant’Andrea 18 – Pistoia.

orme e VisioniPresso la limonaia di Villa Vogel a Firenze,

Anna Napoli presenta la sua mostra perso-nale di pitture pastello e acrilico; due elementi molto importanti nella sua storia artistica: il primo le ha permesso di dare espressività alla materia di modo da renderla luminosa e fresca dove l’aspetto dell’emozionalità è messo sicu-ramente in evidenza. Il secondo la spinge più alla riproduzione materiale del segno, in ma-niera tale da marcare l’oggetto in maniera più incisiva. Anna Napoli incomincia la sua carrie-ra di artista negli anni ’90 ed ha esposto in numerose collettive e personali presso la gal-leria spe di bologna. Ingresso gratuito.

Da venerdì 12 fino a sabato 20 no-vembre partirà la “settimana In-ternazionale beni Culturali e Am-

bientali” che si svolgerà in vari luoghi di Firenze. saranno 8 giorni nei quali sarà possibile assistere a più di 150 eventi che trasformeranno la città in un grande labo-ratorio di cultura, arte ed economia. Fi-renze metterà a disposizione di questa im-portante rassegna i suoi più preziosi mo-

numenti e palazzi come la Cattedrale e il battistero, Palazzo Vecchio, Palazzo Medici Riccardi e numerose biblioteche e librerie. saranno presenti alla manifestazione im-portanti figure di spicco del mondo cultu-rale internazionale come Philippe de Mon-tebello, Direttore Emerito del Metropolitan Museum di New York e Mikhail borisovich Piotrovsky, Direttore dell’ Hermitage di s. Pietroburgo. Ingresso gratuito.

Florens 2010

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in un recente viaggio in Italia il ministro brasiliano del tu-rismo ha messo in risalto in riunioni, conferenze e visite

tecniche che il brasile ha offerte che vanno oltre il segmento so-le e mare per attrarre stranieri. E chi ha visitato la Feira brasileira dos Agentes de Viagens (AbAV), che ha avuto luogo in ottobre a Rio de Janeiro, ha potuto confer-mare che il ministro ha proprio ragione. Pieno di colori e dinami-co, l’evento ha riunito il meglio dei destini turistici nazionali ed internazionali, ognuno a suo mo-do pieno di speranze di attrarre il maggior numero possibile di vi-sitatori nelle prossime stagioni.

Infatti lo stand del Ministério do turismo, trascinato dai Mon-diali del 2014, ha voluto rendere noti gli itinerari legati al calcio

nelle 12 città sede dell’evento. Nello spazio di Rio de Janeiro, il “luogo comune” del lungomare ha ceduto il posto ad una repli-ca del Cristo Redentore, ma inve-ce del ‘morro’ aveva come base un perfetto baretto dello stile di quelli che ci sono nel quartiere lapa. sempre nel sud-Est, quelli dello stato di Minas hanno riuni-to il meglio della loro gastrono-mia per sedurre i visitatori. In-vece gli stati del Nord-Est hanno fatto vedere insieme una festa di ritmi, oltre a prodotti artigianali e accenni alla loro storia.

Durante l’apertura solen-ne dell’evento, il governatore di Rio de Janeiro, sergio Cabral, ci ha tenuto a mettere in risalto la trasformazione che il settore sta aiutando a promuovere.

— Il turismo a Rio va sem-pre avanti. saremo sede dei Mon-diali di Calcio, delle Olimpiadi e dei giochi Mondiali Militari. Il turismo ha bisogno di condizio-ni che non dipendono dal tipo di soggiorno, dall’agente di viag-gio, dal mezzo di trasporto stra-dale o aereo. Il turismo dipende da condizioni come quella della

sicurezza pubblica, delle infra-strutture. Abbiamo fatto questo lavoro in modo assolutamente confacente alle richieste dei tu-risti — ha detto Cabral.

l’aumento della classe me-dia brasiliana – secondo recenti sondaggi 30 milioni di brasiliani hanno migliorato le loro condi-zioni di consumo – è stato uno degli indici che ha aiutato ad ampliare le offerte ai turisti.

la conquista viene seguita da investitori e istituti esteri. Com’è il caso dell’Ente Nazionale Italia-no per il turismo (Enit) che, come gli altri anni, ha presentato con i suoi operatori i destini che of-fre ai brasiliani presenti alla fiera. secondo la direttrice dell’Enit per il brasile, Fernanda Morici, son-daggi con operatori di são Paulo rivelano una crescita tra il 15 e il 25% del numero di brasiliani che fanno viaggi in l’Italia:

— Il nostro lavoro mette in evidenza i risultati e il 2011 pre-vede investimenti dell’agenzia per i paesi del bRIC, con enfasi per il brasile, l’India e la Cina — dice.

secondo il direttore genera-le del best Western Hotel galles, Arnaldo sbarretti, l’aumento del numero di brasiliani che vanno nella metropoli è sempre più si-gnificativo. E mette in enfasi la domanda della ricerca delle ori-gini come incentivo al turismo, ma valuta che la comunicazione sia la principale barriera per l’au-mento del settore in Italia:

- si vedono già molti brasi-liani imbarcando a Venezia e sa-vona. Anche Milano con il volo diretto della tAM ne riceve be-nefici e altre città abbastanza ri-cercate sono Roma e Firenze. Ma

Brasile per tutti

Fiera di Agenti di Viaggio presenta a Rio de Janeiro potenziamenti per attrarre i turisti brasiliani e stranieri e discute strategie per il segmento

turismo

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Il presidente della ABAV Nacional, Carlos Alberto

Amorim Ferreira, parla di cosa ci si aspetta dal mercato

Esposizione delle attrattive di oltre 48 paesi ha richiamato 23 mila visitatori

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i nostri alberghi e la nostra rete di erogazione di servizi non sono preparati per ricevere i brasiliani in portoghese e molti di loro non parlano inglese. In questo senso dobbiamo migliorare.

Il direttore dell’operatore King Holidays Americo de sousa conferma l’analisi. secondo lui gli italo-brasiliani che vanno in Italia di solito soggiornano 3-4 giorni nei luoghi dove hanno vis-suto i loro avi.

— E per avere un’idea dell’im-portanza dei brasiliani nel turi-smo interno basta citare che fino al 2009 il paese occupava la 24ª posizione nel ranking dei paesi di origine dei turisti e quest’anno si trova al 3º posto. Il mercato in-terno italiano ha sofferto molto con la crisi, tra l’altro è anche diminuito il numero di visitatori europei — commenta.

classe cI cambiamenti nello standard di consumo dei brasiliani hanno ri-chiamato le attenzioni del Mini-stério do turismo e degli agen-ti di viaggio brasiliani. lanciato nel 38º Congresso do das Agên-cias, il programma “Viaja Fácil brasil” promette di incentivare il turismo del ceto C. Il progetto permette pagamenti facilitati per l’acquisizione di pacchetti (per-fino di 36 rate senza interessi). “Nel sito internet www.viajafacil-brasil.com.br si posso avere al-tre informazioni sul programma, oppure si può visitare il nostro stand nel padiglione 5 del Rio-

centro”, ha detto alla fine il diri-gente Fabiano Zanzin. Il viaggio, programmato in anticipo, ga-rantisce visibilità al lavoro delle agenzie legate alla AbAV.

Ma il taglio delle commissio-ni degli agenti di viaggio è stato il principale reclamo dei parte-cipanti al Congresso. Un’imposi-zione della travel Agent service Fee (tasf), istituita dalla Inter-national Air transport Associa-tion (IAtA), che permette di pro-cessare i valori fatti pagare per l’emissione di biglietti o per altri servizi erogati dalle agenzie sen-za credito agli agenti.

— gli agenti rifiutano la ma-niera come la direzione IAtA bra-sil ha condotto i negoziati che si riferiscono alla tAsF, usando il potere economico dei loro as-sociati per opprimere gli agenti — condanna il presidente della AbAV Carlos Alberto Amorim Fer-reira, o Kaká.

Os agentes repudiam a forma como a gerência IAtA brasil con-duziu as negociações relativas à tAsF, se utilizando do poderio econômico de suas associadas para oprimir os agentes - conde-na o presidente da AbAV Carlos Alberto Amorim Ferreira, o Kaká.

Con il tema del Congresso sta-bilito come Agente e Cliente: la Miglior Relazione, il presidente ha messo in risalto che, malgrado l’indignazione dovuta all’intransi-genza delle compagnie aeree, gli agenti hanno bisogno più che mai di preoccuparsi dei loro clienti:

— sono loro la chiave della nostra sopravvivenza — mette in enfasi.

Kaká ha inoltre ricordato che con il sorgere della nuova classe media brasiliana molti consuma-tori in potenziale avranno biso-gno di assistenza per realizzare il loro primo viaggio.

— Dobbiamo cominciare a preoccuparci di questo merca-to, sapere come andare a pren-dere questo cliente ovunque sia – mette in risalto, senza dimen-ticare di commentare i principali problemi per il settore turistico nel paese. — la mancanza di ri-spetto delle compagnie aeree con i consumatori che in nome della competitività di mercato buttano i nostri clienti su sedili che sfida-no l’ergonomia, li sottopongono a ritardi e cancellamenti ingiu-stificati. E anche le azioni della Agência Nacional de Aviação Ci-vil (ANAC). se non fosse l’inter-net, i consumatori pagherebbero sempre più caro. la vendita del biglietto aereo non può riassu-mersi ad un self-service digitale. Questo servizio è una concessio-ne governativa, che a sua volta deve garantire l’accesso dei con-sumatori alle tariffe aeree in mo-do egualitario, qualunque sia il canale di vendita. E l’ANAC? Cosa sta facendo?

Novitàtra le novità presentate alla AbAV 2010 ce n’è una che riguarda la comodità dei viaggiatori aerei. la tAM linhas Aéreas ha firmato un

accordo con OnAir, responsabile dei sistemi per l’uso di cellulari e offrirà il servizio telefonico a bor-do, che è già in fase di test e do-vrebbe avere inizio in novembre.

Il sistema ha ricevuto la certi-ficazione dalla European Aviation safety Agency (EAsA), e il suo uso è stato regolato di recente dalla Unione Europea. Il meccanismo impedisce che i segnali dei cellula-ri causino interferenze nei comandi degli aerei e permetterà ad un nu-mero di non oltre otto persone di usare i loro telefonini allo stesso tempo. Per dati e messaggini non ci saranno limiti. gli apparecchi capteranno il segnale (roaming) quando l’aereo arriverà a 3mila me-tri di altezza. gli Aerbus saranno i primi a ricevere il servizio.

Nel campo delle attrattive ori-ginali lo stato di Rio de Janeiro ha sfruttato la AbAV per fare il lancio del suo nuovo materiale promozio-nale, chiamandosi Capital Mundial dos Esportes. Il battesimo si deve al fatto che nella città avranno luo-go i giochi Mondiali Militari l’anno prossimo, i Mondiali di calcio nel 2014 e le Olimpiadi nel 2016. Fat-to di 68 pagine lo showcase, cam-pionario in libro, enumera 29 tipi di sport che la città, per vocazione naturale, ha da offrire. Il materiale presenta imperdibili suggerimen-ti e indirizzi di dove si possono provare o imparare gli sport, oltre ad indicare servizi gastronomici e luoghi dove si possono comprare equipaggiamenti.

— Vogliamo mostrare che lo stile di vita dei carioca è saluta-re, sempre legato ad attività fi-siche e usare di preferenza i be-gli scenari naturali offerti dalla città, una vera e propria palestra all’aria aperta — spiega il segre-tario comunale di turismo e pre-sidente della Riotur, Antonio Pe-dro Figueira de Mello.

In senso orario, il ministro del Turismo, Luiz Barretto, il governatore

di Rio de Janeiro, Sergio Cabral e, il sindaco della città, Eduardo Paes:

discorsi a favore del turismo

Apertura della fiera ha contato sulla presenza di autorità del settore

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Ancorados nos principais portos brasileiros, eles impressionam pelo tama-nho e beleza. Com atra-

ções que prezam pelo lazer alia-dos a uma vida saudável, os cru-zeiros significam a realização de um sonho para muitos dos quase 900 mil passageiros que esco-lhem os belos destinos do bra-sil para navegar. Na maior tem-porada já feita no país, até maio de 2011 serão 20 embarcações a enfeitar o litoral. Com duas em-barcações a mais que em 2009-2010, consolidam a vocação do país para esse nicho turístico e despertam a atenção de viajan-tes para pacotes e roteiros com duração mínima de três noites.

segundo a Associação bra-sileira de Cruzeiros Marítimos

(Abremar), o número de cruzei-ristas deve crescer 23% na atual temporada. só o Rio de Janeiro, que receberá 18 navios dentre os listados, concentrará 507 mil tu-ristas nos 210 cruzeiros a serem feitos na região. Entre as líderes nesse segmento, as gigantes ita-lianas MsC Cruzeiros e o grupo Costa Cruzeiros trazem 12 embar-cações ao brasil: Opera, Musica, Armonia, Orchestra e lirica, da primeira, e Pacifica, Magica, For-tuna, grand Holiday, grand Cele-

bration e grand Mistral, da se-gunda – os três últimos da mar-ca Ibero Cruzeiros, adquirida em 2007 pela Costa. O grupo, aliás, fará o maior deslocamento já re-gistrado para a América do sul: 462 mil toneladas no somatório de seus seis transatlânticos.

— A boa noticia da tempo-rada é o resgate do reveillon de Copacabana, com o Costa Pacifi-ca — comenta o diretor geral do grupo Costa para a América do sul René Hermann.

Com viagens temáticas, deco-ração, shows, além de dispor de academias, teatro, discoteca e es-túdio de musica, onde o passagei-ro pode gravar seu próprio cd, os navios mostram-se tão ou mais in-teressantes que as belezas natu-rais das cidades em que faz escala. E pensar que entre os destinos ci-tados pelos clientes como funda-mentais estão as ilhas tropicais e o nordeste do país. salvador, Re-cife, Maceió, Fortaleza, Rio de Ja-neiro, Ilha grande/Angra dos Reis e Ilhabela, são alguns deles.

Para celebrar os 15 anos da filha, o empresário Arnaldo bet-tcher não pensou duas vezes. Com o apoio da mulher Vera, escolheu um pacote para os três já no pri-meiro cruzeiro do MsC Armonia.

— Moramos na Região dos lagos e ela fica admirando os na-vios que passam por lá. Ao con-trario das amigas, que costumam ir para a Disney quanto alcançam essa idade, a thayran, pediu uma viagem marítima — explica Vera.

Acostumadas a viajarem jun-tas, as amigas Flávia Moreira, 28, Valeria Estevan, 32, e Eliana Ze-chini, 29, estrearam em cruzeiros na temporada 2010-2011.

— Escolhi a MsC por serem navios mais novos — afirma Va-leria, sem esquecer uma ressal-va — sempre aproveitamos pa-ra fazer compras nas nossas via-gens, só que dessa vez, estamos achando os preços mais caros.

Enquanto os brasileiros já aproveitam o sol, as viagens de cruzeiros tornam-se a nova ten-dência entre os italianos para

Tudo azulTemporada de cruzeiros 2010/2011 é a maior feita no litoral brasileiro. Mas as italianas MSC e Costa, referências para os turistas, alertam para a necessidade de investimentos em infraestrutura no país para o setor continuar a crescer. Enquanto isso, na Europa, os passeios marítimos viram moda durante as festas de Natal e Ano Novo

turismo

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Costa Fortuna é um dos seis transatlânticos do Grupo Costa no Brasil

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transcorrer o período de festas de Natal e Ano Novo. Entre os prin-cipais destinos escolhidos pelos turistas italianos estão Espanha e Marrocos, que permitem apro-veitar um inverno ameno e enso-larado por preços convenientes, e Ilhas Canárias e grécia.

De acordo com uma pesqui-sa do portal italiano “Noi Crocie-re”, especializado em cruzeiros, a procura pelas viagens neste perí-odo cresceu muito neste ano. O perfil dos turistas é representado, além das famílias com crianças que buscam aliar viagens cultu-rais com a segurança e o conforto dos navios, por jovens solteiros, com idades entre 25 e 35 anos.

Para giuseppe gambardella, diretor do portal, “a oferta de no-vos serviços a bordo, como dis-cotecas e cinema, contribuíram certamente para conquistar essa faixa do público”. De acordo com o diretor de marketing da empre-sa de cruzeiros Costa, Andrea ta-vella, existe uma preocupação em atrair e entreter esta faixa etária.

— Nos últimos anos estamos nos concentrando no público en-tre 18 e 34 anos, oferecendo pre-ços especiais e muitas atividades a bordo — explica.

A maior parte dos navios das principais companhias italianas possuem uma capacidade de pe-lo menos 1,5 mil pessoas, diver-sos restaurantes e dezenas de ba-res, para todos os gostos e esti-los, piscinas e parques aquáticos, serviços de spa com massagens e saunas, cassinos, lojas e, mais re-centemente até mesmo cinemas, teatros e discotecas, com progra-mações diárias.

— Quem viaja no período na-talício escolhe o cruzeiro para Es-panha e Marrocos porque aprovei-ta o bom clima do inverno e une uma semana de férias culturais e relaxantes. Por um lado se apro-veita para descobrir as belezas artísticas dos locais de desembar-que e, por outro, é possível apro-veitar os confortos disponíveis a bordo — comenta gambardella.

Do Marrocos a DubaiEntre as diversas opções para os passageiros italianos, a top Crui-ses, agência especializada em cruzeiros, oferece uma das mais econômicas. A chamada “Crocie-ra di Natale”, com duração de nove dias, com partida do por-to de gênova e escalas em Mar-selha, na França, tânger e Casa-blanca, no Marrocos, e Málaga e barcelona na Espanha, custa a partir de 340 euros por pessoa. Cada escala prevê uma parada de pelo menos sete horas, quando os viajantes podem passear pelas cidades, conhecer a cultura e a gastronomia local e ainda fazer as clássicas compras de Natal.

A Costa Cruzeiros apresenta para este período sua principal novidade, resultado da política de expansão no Oriente Médio: o cru-zeiro “Natal das Mil e Uma noites”. Com partida do porto de Dubai e navegação por sete dias ao lar-go do golfo Pérsico, com escalas em Dubai, Omã, Emirados árabes e bahrein, o pacote, com voo de Roma até o porto de embarque in-cluído, custa a partir de 1640 eu-ros por pessoa. Os itinerários para as Ilhas Canárias da mesma em-presa custam a partir de 725 eu-ros, incluindo 11 dias de viagem com partida do porto de Civitavec-chia (Roma) passando pela costa da Espanha (barcelona e Málaga), Marrocos (Casablanca), tenerife, nas Ilhas Canárias, e Funchal, na Ilha da Madeira. Entre os serviços oferecidos pela companhia de cru-zeiro estão, além das excursões

com pagamento à parte em cada uma das escalas, também ônibus (no caso de embarque na Itália) e voos com preços amigáveis até o porto de embarque.

A MsC Cruzeiros oferece um roteiro especial de onze dias para o Ano Novo, com partida do por-to de gênova e escalas em Nápo-les, Iraklion (Creta), Rodi (gré-cia), Alessandria (Egito) e Messi-na, na sicília. A viagem, que cus-ta a partir de 949 euros, ocorre a bordo do navio Fantasia, o maior da frota da MsC, com capacidade para quase 4 mil passageiros e 27 mil metros quadrados de área pú-blica, que conta com diversos lu-xos a bordo, como um teto trans-parente para observação do céu e um piso feito completamente de cristais swarovski, além de uma area VIP chamada Yatch Club, comparável aos melhores hotéis cinco estrelas do mundo.

perspectivasApesar de confirmarem o cresci-mento do publico e celebrarem os negócios, os diretores da MsC e da Costa são taxativos quanto ao fu-turo do mercado: não fosse a falta de infraestrutura, o setor poderia crescer ainda mais por aqui.

— O potencial do mercado de cruzeiros marítimos é enorme e o brasil descobriu esse nicho recente-mente. segundo estatísticas, exis-tem aqui 25 milhões de consumi-dores em potencial. Mas, pontos negativos podem inviabilizar o crescimento do setor como as altas taxas portuárias, a falta de berços de atracação e a qualidade dos ter-minais de passageiros e bagagens — explica o diretor geral da MsC na América do sul, Roberto Fusaro.

Ele lembra que, se em oito anos o mercado cresceu 623%,

uma média de 33% ao ano, a MsC Cruzeiros, em sete anos, aumen-tou o número de hóspedes em 42 vezes. sexto maior mercado no ranking mundial do setor, o brasil ocupa o segundo lugar no ranking de importância para a MsC, que cobra empenho das autoridades políticas do país. segundo estima-tivas da MsC, ao final da tempora-da, as despesas dos hóspedes nas 13 cidades em que seus navios fa-rão escalas somarão 188 milhões de reais. Além disso, no bojo das ações sociais, a empresa desen-volve uma parceria com o Unicef e investe na formação profissional – com o projeto de capacitação de mãos-de-obra tripulantes do Futu-ro, aplicado em são Paulo.

— Enfrentamos problemas básicos. No Rio de Janeiro, por exemplo, o aluguel custa sete ve-zes mais que em barcelona. Ma-ceió, Ilhéus e Recife têm píeres

em péssimo estado de conserva-ção. Em salvador, na temporada passada, o porto não tinha scan-ner para malas e tivemos de alu-gar — completa o diretor.

Apesar da insatisfação, Fusaro explica que o mercado brasileiro é atraente e a MsC quer partici-par de ações concretas de melho-ria nos portos. sem citar nomes, o dirigente assinala que a empresa tem projetos com duas prefeituras locais que, no próximo ano, po-dem surtir algum efeito frente ao desagrado atual. Por enquanto, o resultado da falta de infraestrutu-ra resultou na diminuição em 45 dias da temporada 2011-2012. No ano que vem, a empresa – respon-sável pela entrada estimada entre 10 mil e 15 mil europeus no brasil – navegará em nossas águas com apenas quatro navios.

MSC Opera em Veneza

Viagem dos Bettcher é presente para debutante

Adrian Ursilli (diretor comercial) e Roberto Fusaro (diretor geral da

MSC para a América Latina)

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— Il piano è un passo avanti per la realizzazione della Políti-ca Nacional sobre a Mudança do Clima, oltre a coordinare azioni di agricoltura sostenibile e si-derurgia verde in due accordi di settore — mette in risalto la mi-nistra del Meio ambiente Izabella teixeira.

Per salvare il Cerrado il mini-stero ha istituito i settori di Con-trollo e Monitoraggio, Aree Pro-tette, Organizzazione territoriale e Promozione delle Attività so-stenibili come base di sostegno alle azioni del piano fino al 2011.

Ma entro il 2020 il governo conta sul risultato, fra gli altri, della riduzione della tassa di disbo-scamento per lo meno del 40%; conta sull’aumento della selvi-coltura sostenibile; sull’aumen-to del consumo di carbone delle foreste piantate dalle industrie di ferro ghisa; sull’aumento del volume dei fondi disponibili con apposite linee di credito rurale sovvenzionate per recuperare le aree degradate, e sulla riduzione del disboscamento illegale intor-no e all’interno delle Unidades de Conservação (UC) e delle terre Indigene, oltre all’aumento del numero di aree protette. Riguar-do a quest’ultimo tema saranno create 21 nuove UC.

— Il brasile è responsabile del 70% delle unità di conserva-zione create nell’ultimo decennio. siamo arrivati alla Conferenza della biodiversità [realizzata alla fine di ottobre] di Nagoya in giappone con la coscienza pulita e con la consapevolezza di aver fatto il nostro dovere. lavoriamo per essere protagonisti nella con-servazione della biodiversità e per la convergenza con la questione climatica — spiega la ministra.

secondo il Cadastro Nacio-nal de Unidades de Conservação il Cerrado possiede 172 unità di conservazione. Di queste, 96 sono da proteggere integralmente e 76 sono per un uso sostenibile. le UC di protezione integrale hanno regole e norme più restrittive. In queste aree è permesso solo l’uso indiretto delle risorse naturali, che non coinvolga consumo, rac-colta o danno alle risorse natura-li, come ricreare il contatto con la natura, il turismo ecologico, la ricerca scientifica, l’educazione e interpretazione dell’ambiente fra le varie possibilità. Nel Cerrado ci sono 26 stazioni ecologiche, cinque riserve biologiche, 57 par-chi, quattro monumenti naturali e quattro rifugi per la vita selvatica.

le UC di uso sostenibile sono aree che tendono a conciliare la conservazione della natura con l’uso sostenibile delle risorse na-turali. In questo gruppo le atti-vità che comprendono la raccolta e l’uso delle risorse naturali sono permesse, a patto che siano pra-ticate in un modo che assicuri la continuità delle risorse ambien-tali rinnovabili e dei processi ecologici. Nel Cerrado sono 17 le aree di rilevante interesse ecolo-

Ministério do Meio Ambiente promuove azioni per frenare disboscamento e roghi nel Cerrado, il bioma piu degradato dopo l’Amazzonia

si fa ancora in tempo

siLvia souza

l’intenzione è di preserva-re 11.627 specie e piante nati-ve catalogate, quasi 200 specie conosciute di mammiferi, 1.200 specie di pesci, 180 di rettili e 150 de anfibi. Il secondo mag-gior bioma del brasile secondo stime recenti è anche rifugio del 13% di farfalle, del 35% di api e del 23% di termiti dei tropici. tutta questa varietà è dovuta ai suoli differenti, alla topografia (le altitudini variano dai 200m ai 1.600m) e al clima di questa regione del brasile Centrale.

E’ una certezza. Parlare di Cer-rado significa pensare al Distri-to Federal e a stati come goiás, Mato grosso, Mato grosso do sul, tocantins, Maranhão, bahia, Piauí, Minas gerais, são Paulo e Paraná; un’area con quasi 1.500 comuni. Ma, nonostante l’elevata biodiversità e l’importanza ecolo-gica, varie specie del Cerrado sono nella lista delle specie della Flora brasiliana Minacciate di Estinzio-ne, pubblicata dal MMA nel 2008. Delle 472 facenti parte della lista 132 sono presenti nel bioma.

occupa il 24% del territo-rio nazionale – un’area superiore ai 2 milioni di km² –, concentra il 5%

della biodiversità del pianeta e, inserito in un’area molto sfrut-tata dall’industria agricola e di allevamento, richiamava l’atten-zione delle autorità di governo su programmi che potessero im-pedire o minimizzare il suo de-grado. Adesso, così com’è suc-cesso con l’Amazzonia, il Cerra-do brasiliano può cominciare a contare su un’iniziativa federale che ha come meta la protezione del suo ecosistema. lanciato a settembre dal Ministério do Me-io Ambiente (MMA), il Plano de Prevenção e Controle do Desma-tamento e queimadas do Cerrado (PPCerrado) riceverà investimen-ti di 339 milioni di reais entro la fine del 2011. Il denaro sarà usato per incentivare attività produttive sostenibili, per mo-nitoraggio e controllo, ordine del territorio, educazione ambienta-le e creazione di 2,5 milioni di ettari in aree protette.

ambiente

Per il ministro dell’Ambiente, Izabella Teixeira, Plano recupera

importanza dell’ecosistema

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gico, otto le foreste, una riserva di sviluppo sostenibile, sei riser-ve estrattive e 44 aree di prote-zione ambientale.

partecipazione e produzione di reddito devono includere le impresela partecipazione delle imprese e dei soci locali è strettamente legata allo sviluppo del Plano. secondo il progetto del ministero strategie come la firma di patti di settore, soprattutto con quello produttivo e con quello agricolo e di allevamento, insieme a quel-lo siderurgico, devono articolare le misure a livello statale e co-munale. Oltre a ciò il MMA deve agire insieme al Ministério da Agricultura, Pecuária e Abaste-cimento (Mapa) e al Ministério do Desenvolvimento, Industria e Comercio Exterior (MDIC). secon-do la ministra del MMA saranno inclusi sette nuovi prodotti del Cerrado nella lista del Programa de garantia de Preço Mínimo per i prodotti della sociobiodiversità.

— Andremo a discutere con i sindaci per pianificare misure che possano togliere questi comuni dalla lista di quelli più coinvolti nel disboscamento del cerrado. svilupperemo politiche ambien-tali come i programmi Arco Verde e Mais Ambiente, e toglieremo la gente dalla irregolarità ambien-tale dandole alternative econo-miche più sostenibili — mette in risalto Izabella teixeira.

Ci saranno azioni destinate a recuperare i pascoli degradati, l’adozione del sistema di integra-zione agricoltura-allevamento di bestiame-foresta, l’amplificazio-ne del sistema di piantagione diretta e dell’uso della fissazione biologica dell’azoto, e l’aumento dell’area delle foreste piantate. Per combattere gli incendi sa-ranno contrattati 4,5 mila uomi-ni della brigata antincendi. Inol-tre agricoltori familiari e stabili riceveranno assistenza tecnica, know how e formazione per farla

finita con l’uso dei roghi per la produzione. Ma il piano sarà svi-luppato in varie tappe secondo la priorità degli interventi. In questo momento sono al primo posto le aree che conservano di più la vegetazione nativa e stanno soffrendo un’elevata pressione antropica.

Considerando l’area originale di 204 milioni di ettari il bioma ha perso il 47,84% della sua ve-getazione fino al 2008, secondo il “Projeto de Monitoramento do Desmatamento nos biomas brasi-leiros por satélite”. Messo in atto dal Centro de sensoriamento Re-moto do Instituto brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama), il

progetto di cooperazione tecni-ca agisce anche con la collabo-razione del Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD). l’obiettivo è quello di quantificare il disboscamento di aree con vegetazione nativa, ed è destinato ad includere la tota-lità dei biomi extra-amazzonici - Caatinga, Cerrado, Mata Atlân-tica, Pampa e Pantanal.

Nel Cerrado il disboscamen-to avviene in maniera intensa a causa delle sue caratteristiche favorevoli all’agricoltura, all’al-levamento di bestiame, e per la richiesta di carbone vegetale per l’industria siderurgica, prin-cipalmente nella zona di Minas gerais e, più di recente, nel

Mato grosso do sul. su un totale di circa 9,5 milioni di tonnellate di carbone vegetale prodotto in brasile nel 2005, il 49,6% pro-veniva dalla vegetazione nativa. I dati indicano anche che 54 mi-lioni di ettari sono occupati da pascoli coltivati e 21,56 milioni di ettari da coltivazioni agricole (MMA, 2007b).

secondo la mappa del ministe-ro, fra i luoghi nella zona del cer-rado con maggior indice di disbo-scamento il Mato grosso è quel-lo con più comuni coinvolti. so-no sette fra i 20 in lista. la bahia compare con sei comuni, seguita dal Maranhão con tre, dal Piauí con due e Minas gerais e goiás con un comune ciascuno.

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A moda italiana é reconheci-da no mundo como sinôni-mo de elegância. Mas pa-ra obter um resultado po-

sitivo é preciso de uma indústria formadora de mão de obra espe-cializada, tanto no produto final quanto na organização de sua pro-moção ao redor dos quatro conti-nentes do globo. Desde o final de setembro, está presente no mer-cado brasileiro uma das empresas de maior renome internacional, a organização Pitti Immagine.

A representação da Pitti Im-magine brasil visa aproximar os salões de moda, organizados pe-la Pitti, dos compradores e in-dústrias brasileiras, que vem ga-nhando atenção dos empreende-dores italianos de moda. A ini-ciativa surgiu numa colaboração com o Instituto Italiano para o Comércio Exterior (ICE), entida-de governamental ligada ao Mi-nistério Italiano do Desenvolvi-mento Econômico, que atua na promoção e intercâmbio comer-cial e tecnológico entre a Itália e os demais países. O desk fica no

prédio do consulado italiano em são Paulo.

A Pitti Immagine é respon-sável por renomadas feiras de moda, como a Pitti Uomo, vol-tada para a moda masculina, e a Pitti bimbo, que divulga a moda infantil. Ambas acontecem duas vezes ao ano em Firenze. O gru-

po também organiza eventos de moda feminina, perfumes e eno-gastronomia.

O objetivo da Pitti, além de divulgar todo o sistema de mo-da italiano, é o de promover os aquecidos eventos da indústria de moda no brasil e dar suporte aos empreendedores brasileiros

Escalada da moda

De olho no mercado de eventos do Brasil, grupo italiano Pitti Immagine abre representação em São Paulo

moda

pitti uomoA feira, que acontece em Fi-renze, na Itália, duas vezes ao ano (janeiro e junho), é a maior manifestação de moda masculina do mundo. Conta com uma vasta seleção de grandes marcas internacio-nais, que lançam suas cole-ções e tendências globais no início da temporada.

pitti W Woman pre-collectionO evento é realizado para-lelamente a Pitti Uomo, on-de os expositores escolhem pré-coleções para a chama-da capsule collections (edi-ções limitadas) e para pro-jetos específicos vinculados às novas abordagens da ele-gância feminina.

pitti BimboRealizado duas vezes por ano (janeiro e junho), em Firenze, geralmente após a realização da Pitti Uomo, é a única exposição interna-cional que oferece uma visão completa do mundo da moda infantil de zero a 14 anos, apresentando, não somente, os diferentes estilos, como também objetos de design e coleções de vanguarda.

pitti FilatiO evento, um laboratório de pesquisa das tendências com foco na pesquisa e lançamen-tos de fios para tricô e ma-lharia, apresentando a exce-lência da fiação em escala in-ternacional. A feira acontece duas vezes ao ano (janeiro e julho) em Firenze, na Itália.

Touch! neoZone, cloudnineO salão representa a visão mais sofisticada do vestuário feminino: coleções que ex-pressam forte personalidade e diversidade contemporâ-nea. O evento acontece duas vezes ao ano (fevereiro e se-tembro) em Milão, na Itália.

ModaprimaÉ o salão de coleções da mo-da ready-to-wear de roupas e acessórios para homens, mu-lheres e crianças para a pró-xima temporada, destinadas a grande distribuição. O evento acontece duas vezes ao ano (maio e novembro) em Milão.

Fragranze e enogastronomiaA Pitti Immagine promove também as feiras Fragran-ze, salão dedicado ao que há de mais novo para o setor de perfumaria mundial, e o tas-te, evento que apresenta a ex-celência enogastronômica e o estilo de vida italiano. Ambos acontecem uma vez ao ano, respectivamente, em setem-bro e março, em Firenze.

roBson BertoLinocoRREspondEntE • são paulo

que tenham interesse em visitar as feiras na Itália.

— A moda é hoje um dos se-tores mais promissores do varejo brasileiro. Considerando o tamanho desse mercado e as perspectivas de crescimento, o país tornou-se atra-ente para investidores internacio-nais, aliado ao fato de que o con-sumidor brasileiro aprecia o estilo Made in Italy — conta giovanni sacchi, diretor do ICE para o brasil.

Paralelamente as atividades de promoção entre as empresas, o desk da Pitti terá também a mis-são de aproximar as instituições aos salões promovidos, reforçando a identidade dos eventos como en-contro estratégico de moda.

— O desk no brasil reforça a es-treita colaboração com o ICE, par-ceria fundamental para divulgar os eventos da Pitti em novos merca-dos e reforçar a presença da moda, marca e identidade do Made in Italy no mundo — explica sacchi.

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Poltrona para o mundo

Os irmãos Humberto e Fernando Campana não param de encantar o mundo com suas peças brasileiríssimas e ganham mais destaque na terra de seus ancestrais

o museu triennale de Milão abre a porta da frente para a maior retrospectiva ita-liana dos irmãos Fernando

e Humberto Campana. E ela come-ça em 1988, com a exibição das cadeiras Negativo e Positivo. Na-quele mesmo ano, Humberto des-cia a corredeira de um rio no esta-do do Arizona, nos Estados Unidos, e observava diferentes desenhos em espirais realizados pelos nati-vos locais. Numa noite ele sonhou que estava sendo engolido por uma espiral e no dia seguinte quase se afogou realmente quando o bote de rafting virou e Humberto por mui-to pouco não foi levado pela cor-renteza. Para exorcisar o susto, ao voltar para são Paulo, ele fez uma cadeira com o encosto em espiral, chamada de Negativo. O irmão Fer-nando respondeu na mesma onda e fez a Positiva. Ambas as cadeiras

dão as boas vindas aos visitantes que podem mergulhar na dimensão onírica dos Campana.

Os brasileiros Campana, coe-rentes com um percurso de uso inteligente e criativo, entram na vida dos admiradores do design na forma de sofá, estante, cadei-ra, abridor de garrafas. Dê a eles uma idéia que a dupla devolve em produto, ou seria vice-versa? É essa mão dupla da utópica ide-alização e da real criação que faz Humberto e Fernando desenvol-ver um caminho que serve de re-ferência. A saída das vitrines das lojas para os espaços de um mu-seu carimba o passaporte deles. A trinnale de Milão, não por acaso, foi buscar na exposição Vitra De-sign Museum, em Weil am Rheim, Alemanha, as peças da mostra dedicada aos Campana. Isso sem falar que algumas já estão

sentido de ver, ouvir e sentir pro-duz uma relação imediata entre a imaginação dos designers e a realidade da rua, com tudo aquilo que ela pode oferecer. O diálogo com o próximo e o contato com a terra dentro de um contexto so-cial complexo e variado criam um território fértil para a fantasia.

Mas para tudo isso funcionar é necessário encontrar parcerias que ousem colocar em prática essa fábrica de sonhos.

— Acho que trazemos uma modernização humana do pro-cesso industrial italiano. A visão aberta do italiano em introduzir o artesanato com novas técnicas junto a um sistema mecanizado ajuda nesta parceria. Ele não olha apenas a tecnologia, mas enxerga o valor da manualidade. Aqui temos pouco diálogo e mui-to mais ação, e acho isso muito legal e demonstra uma maturida-de da nossa relação com as em-presas — destaca Fernando.

No mundo dos Campana tudo se transforma. Reciclar é uma regra seguida à risca da régua e do com-passo, instrumentos que dão novas identidades a objetos relegados ao lixo. tecidos de sobra, vidro, plástico e madeira apresentam-se impecáveis e pontuais a uma nova possibilidade de “vida”, uma res-surreição pelas quatro mãos.

E eis a origem da poltrona Fa-vela que encantou o mundo ga-nhando espaço nos salões das altas burguesias européias. Um mosaico de pedacinhos de ma-deira, pregados um a um, rende uma bela homenagem ao jeiti-nho brasileiro de fazer design. Ou o sofá em forma de jacarés, honrando a fauna do Pantanal, em meio aos plásticos de emba-lagens usados como encosto de cadeiras e papelões transforma-dos em cadeiras confortáveis. lá estão os 450 metros de cordames que formam a cadeira Vermelha, a Jenette, com o encosto da ca-deira em vassoura de piaçava, a Yellow Coral, realizada com fios retorcidos de metal como se fos-sem linhas soltas congeladas no espaço, a banquete, nada mais do que um amontoado de bichos de pelúcia apresentado como ca-deira e inspirado nos ambulantes das ruas de são Paulo, um protó-tipo feito apenas em 150 exem-plares, mas que faria a alegria de milhares de crianças e adultos que tiveram infância.

GuiLherme aquinocoRREspondEntE • milão

presentes em refinadas coleções importantes privadas e públicas, como a do MOMA, de Nova York.

— Pela primeira vez estamos ganhando uma mostra institucio-nal. E o legal é que as peças mos-tradas não são as peças prontas, mas aquelas que fazem parte dos processos de criação que nos le-varam a elaborar os produtos que hoje estão no mercado italiano — diz Fernando e ressalta:

— Engraçado que a nossa fa-mília veio da Itália e agora nós retornamos aqui, isso é muito im-portante, mas também é ótimo que o nosso trabalho seja reconhecido por um público maior no brasil.

Um vídeo mostra os irmãos Campana caminhando pela cidade de são Paulo. Imersos no caos da grande cidade, Humberto e Fer-nando emergem com novas idéias e propostas de trabalho. O agudo

design

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pensando em como será o carro do futuro, a Fiat deu início, há pouco mais de um ano, a um projeto cujo

resultado foi apresentado duran-te o 26ª salão Internacional do Automóvel, em são Paulo, reali-zado entre o 28 de outubro e 7 de novembro. O Fiat Mio (FCCIII) é o terceiro carro conceito da fa-bricante no brasil, desenvolvido a partir de sugestões de internautas de diversos lugares do mundo.

Quando foi dada a partida do projeto, em agosto do ano passa-do, quase dois milhões de pesso-as de 150 países deram opiniões sobre materiais, inovações e re-cursos que deveriam ser adotados nos veículos, tudo através da cria-ção do portal www.fiatmio.cc. Os brasileiros foram responsáveis por 65% das mensagens enviadas.

O resultado de inúmeras ideias foi a criação de um veícu-lo compacto, urbano, com con-vergência de mídias e infotain-ment, fácil de estacionar e com zero emissão. Apesar de não se tratar de um carro comercial, as ideias e o aprendizado absorvido no projeto poderão estar presen-

tes nos próximos modelos lança-dos pela Fiat.

— O carro conceito é um la-boratório permanente. O primeiro carro conceito, o FCCI, apresen-tado em 2006, teve vários itens posteriormente adotados em mo-delos comerciais da Fiat. O rack de teto e os retrovisores estão no Fiat Idea e a grade do veícu-lo deu origem ao Palio Weekend Adventure — conta o gerente do Centro Estilo Fiat ara a América latina, Peter Fassnemder.

Na área interna, o design é inspirado em um lounge e há lu-gares para duas pessoas. seu ex-

terior se caracteriza por um de-sign clean, minimalista e funcio-nal, em que a grande área envi-draçada se destaca. O Fiat Mio foi projetado para ser equipado com motores elétricos instalados dire-tamente em cada roda. Os moto-res são independentes, mas inte-grados por circuitos eletrônicos e as baterias estão localizadas sob os bancos. Outra curiosidade é o volante que ganhou novas formas e funções, como uma central de comandos de videogame.

edição históricaEm plena comemoração do seu cinquentenário, o 26º salão In-ternacional do Automóvel se con-sagrou como o maior evento de negócios da cidade de são Paulo em 2010. O evento traduz o avan-ço do setor em produtos e tecno-logias que visam a atender às di-ferentes exigências dos consumi-dores, em linha com as boas prá-ticas de mobilidade sustentável.

segundo o presidente da Fiat América latina, Cledorvino beli-ni, a empresa foi o expositor mais ousado nesse salão, que se tra-

duz na oportunidade de mostrar ao consumidor novas tecnologias, lançamentos, carros-conceito.

— A empresa conseguiu o fei-to de ter sido a pioneira em colher informações dos usuários de seus automóveis para compor seu con-ceito Fiat Mio, prova da intensa interatividade da montadora com o consumidor. O lançamento do bravo foi outro ponto alto do es-tande. No geral pudemos medir a excelente receptividade do públi-co pelo alto índice de visitação do estande, o espaço mais concorri-do do evento — diz.

O 26º salão Internacional do Automóvel apresentou 450 mo-delos (dos quais 40% são de no-vidades) de 42 marcas nacionais e de importados, visando a aten-der todos os gostos e desejos de todas as classes de consumido-res. Foram apresentados modelos compactos, mais econômicos em consumo de combustíveis; dota-dos de ampla gama de itens de segurança; produtos com cres-cente participação de compo-nentes eletrônicos, capazes de assegurar maior conforto e fun-cionalidade ao ato de dirigir e transportar-se por automóvel.

Outro ponto alto entre os vi-sitantes foram os veículos supe-resportivos e os diferentes carros de competição apresentados por fabricantes internacionais e um novo fabricante nacional desse segmento. O evento se consoli-dou também como plataforma de apresentação de carros conceito e de veículos híbridos e elétricos, em linha com as necessidades de redução de consumo de combus-tível e de emissões de CO2 e com a economia de recursos naturais não-renováveis.

Para chamar de meu

Fiat apresenta, no Salão Internacional do Automóvel, em São Paulo, o terceiro carro conceito da fabricante no Brasil

automobilismo

da redação

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Page 49: Revista Comunità Italiana Edição 149

italian style

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uma biografia não-autori-zada sobre um dos maio-res jogadores de futebol de todos os tempos, Ro-

naldo luiz Nasário de lima, tam-bém conhecido como Ronaldo Fenômeno, acaba de ser lançada na Itália, país onde o atacante atuou em dois diversos períodos e em duas das mais importantes equipes do futebol mundial, In-ternazionale e Milan, ambas de Milão. O livro “la paura del buio” (“O medo do escuro”), de auto-ria do jornalista esportivo Enzo Palladini, mais do que trazer à tona antigas polêmicas envol-vendo o jogador, apresenta uma bela compilação jornalística so-bre a vida e a carreira do atacan-te, escrita de forma neutra, obje-tiva e quase sempre baseada em informações amplamente divul-gadas pela imprensa.

— Procuramos evitar erros e, principalmente, omissões, justa-mente porque é uma biografia não-autorizada — explica Palladini, que salienta que é um livro – escri-

to para quem ama o futebol, com as suas luzes e as suas sombras.

A começar pelo título, que faz uma referência direta ao me-do do escuro, confessado diver-sas vezes pelo jogador, que diz dormir sempre com a luz acessa, mas também ao medo do escuro “que todos nós, apaixonados por futebol, estamos vivendo agora que se aproxima o fim da carreira de Ronie”, explica Palladini.

Enzo Palladini, jornalista es-portivo italiano com mais de 30 anos de experiência maturada nos principais veículos esporti-vos de Milão, conheceu Ronal-do trabalhando como cronista e afirma que sua principal motiva-ção para escrever o livro é a sua grande admiração pelo jogador.

— Comecei a acompanhar sua carreira ainda no Cruzeiro, através de revistas esportivas que meus amigos me enviavam do brasil, depois sonhei em vê-lo jogar na Itália e tive a sorte de conhecê-lo pessoalmente — afirma o repór-ter, casado há 16 anos com uma brasileira e fluente em português.

Para escrever o livro, ele reu-niu materiais por 17 anos, entre recortes de revistas, entrevistas concedidas à televisões e jor-nais, recolheu depoimentos de

treinadores e jogadores que tra-balharam ao lado de Ronaldo e também se baseou no seu conhe-cimento direto, quando acom-panhava o trabalho do jogador pela Internazionale de Milão. Os dois nunca chegaram a ser ami-gos, mas Palladini confessa que sua admiração pelo atacante o levava, muitas vezes, a “dar al-guns votos a mais nas avaliações quando trabalhava no jornal Cor-riere dello sport”.

Quando soube do lançamen-to do livro, ocorrido em meados de outubro, Ronaldo comentou, através do seu twitter, que o li-vro seria uma tentativa de conse-guir atração mundial. “Esse cara está tentando aparecer faz tem-po”, escreveu o atacante, atual-mente jogando no brasil pelo Co-rinthians. Palladini lamentou es-te fato, afirmando que não vê o jogador desde 2002 e, como era uma “biografia não-autorizada”, como tal não foi comunicada ofi-cialmente ao jogador.

— Infelizmente quando sou-be do lançamento, ficou sabendo apenas de algumas passagens do livro que poderiam ser incômo-

das para ele. Mas tenho certeza que se lesse o livro com atenção se reconheceria no que eu escre-vi — afirma.

O volume conta a vida de Ro-naldo desde a infância, quando tentou jogar pelo Flamengo mas não tinha dinheiro para pagar o ônibus, passando pelo Cruzeiro, pela seleção brasileira, onde co-meçou com apenas 17 anos, pe-los anos no PsV Eindhoven, no barcelona, na Internazionale de Milão, no Real Madrid, no Milan e finalmente de volta ao brasil, onde atua hoje pelo Corinthians. Para os amantes do futebol, o livro é uma preciosidade, pois conta a carreira de Ronaldo em detalhes, com todas as partidas, as boas e as ruins, as vitórias, as derrotas, as transferências de clubes, as frases célebres e as polêmicas que o envolveram.

Uma das principais polêmicas contadas em detalhes no livro é o suposto uso de anabolizantes pelo atacante quando ele ainda atuava no futebol holandês, com a camisa do PsV. A publicação afirma que o “mistério” sobre a primeira grande lesão de Ronal-

Jornalista italiano lança livro em que narra com admiração a carreira do atacante Ronaldo e mostra os calos do fenômeno fora de campo

Biografia desautorizada

aLine BuaesEspEcial paRa comunità

PAURA DEL BUIOBiografia non autorizzata di Ronaldo Autor: Enzo Palladini Editora: Indiscreto Paginas: 185 Preço: 18 euros

O autor Enzo Palladini

Para Ronaldo, o autor italiano “está tentando aparecer faz tempo”

livro

50 C o m u n i t à i t a l i a n a / n o v e m b r o 2 0 1 0

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do no joelho está ligada ao rá-pido crescimento do esqueleto e dos músculos no período em que morou na Holanda e foi explica-da pelo médico bernardino san-ti, coordenador da estrutura anti doping da Confederação brasilei-ra de Futebol (CbF), que admi-tiu o uso de esteróides por parte do atleta e que “seus músculos se tornaram incompatíveis com a estrutura óssea de seus joelhos”. Entre os suplementos vitamíni-cos tomados no período, esta-riam anabolizantes que geraram o crescimento “fora do que a na-tureza havia fornecido”. Palladi-no afirma que todas as informa-ções sobre o caso foram retiradas de uma entrevista concedida pe-lo médico brasileiro à um grande jornal de são Paulo.

Para Palladino, o melhor mo-mento da carreira de Ronaldo foi a Copa do Mundo da Alemanha de 2002, “um mês maravilhoso”. sem ritmo de jogo e se recupe-rando de uma lesão no joelho, o atacante foi convocado pelo treinador luiz Felipe scolari pa-ra jogar o mundial e voltou a ser reconhecido, tendo conquistado a artilharia do campeonato con-quistado pelo brasil e tendo re-cebido naquele mesmo ano, pe-la terceira vez, o prêmio de me-lhor jogador do mundo pela Fifa. Palladino, no entanto, também, destaca os anos entre 1996 e 1998, quando atuava pelo barce-lona e o primeiro ano na Interna-zionale de Milão, como um perío-do “ainda mais fantástico”. sobre o pior momento da carreira dele?

— talvez a segunda lesão no tendão, quando jogava pela In-ternazionale em Roma contra a lazio — responde categórico o jornalista. Na ocasião, em abril de 2000, Ronaldo voltava a cam-

po após cinco meses de recupe-ração de uma primeira lesão no joelho e uma semana após o nas-cimento do seu filho Ronald. Mal entrou em campo e seu joelho di-reito cedeu, provocando uma no-va lesão que o deixaria fora dos campos por mais 15 meses.

As ronaldinhasUm dos capítulos do livro, inti-tulado “As Ronaldinhas”, se con-centra sobre a vida amorosa do jogador, narrando todas as histó-rias conhecidas e também algu-mas surpresas, como um suposto encantamento de Ronaldo pela tenista russa Anna Kourkinova, em 1999. Palladini explica que narra o caso baseado em infor-mações publicadas por jornais espanhóis da época, que contam que Ronaldo teria conhecido a tenista em um hotel de Roma du-rante a realização de um torneio na Itália e, em meio à aventu-ra, o atacante teria alugado um avião particular para ir até Mos-cou, onde teria tentado sair para jantar com Kourkinova.

— Ronaldo gostava muito de Anna, mas segundo algumas pessoas proximas à ele na época, nada teria acontecido entre eles e a tenista preferiu ficar com En-rique Iglesias, seu atual namora-do — explica o jornalista.

Para Palladino, o grande amor de Ronaldo é a sua atual esposa, bia Anthony, com quem tem dois filhos. “Acredito que este seja o verdadeiro grande amor de Ronal-do, visto que sobreviveu a tantos escândalos”, explica. O relaciona-mento de Ronaldo com seu filho mais velho, Ronald, de 9 anos, fruto do seu casamento com Mi-lene Rodrigues, na opinião de Palladino, “é bom, ainda que difí-cil pela distância que houve entre eles durante tanto tempo”.

Um dos escândalos recentes vivenciados por Ronaldo e tam-bém narrado no livro é o caso, bem conhecido dos brasileiros, do envolvimento do jogador com três travestis, ocorrido na barra da tijuca, no Rio de Janeiro, em abril de 2008. O livro conta que

o jogador percebeu o engano já dentro de um motel, ofereceu R$ 1 mil a cada um, aceitos por dois deles e o problema teria come-çado quando o terceiro pediu R$ 50 mil e acabou levando a confu-são para uma delegacia. segundo Palladino, todas as informações contidas nesta parte do livro fo-ram baseadas nos jornais e revis-tas brasileiros da época e ele não acredita que a morte do tercei-ro travesti, conhecido como An-dréia Albertini, ocorrida alguns meses depois em são Paulo, te-nha alguma relação com o caso.

A publicação por enquanto não tem previsão de lançamento no brasil.

A ex-mulher Milene Domingues e o primeiro filho, Ronald

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Andrea Ciprandi Ratto

CalCiO

un calcio mortificato

in tempi di grandi investi-menti televisivi e commi-stione d’interessi con spon-sor sempre più pressanti su

Club sempre più indebitati è evidente che lo stretto rappor-to fra tifosi e squadre, che è il sale del calcio, si sia fatto com-plicato e venga condizionato da fattori un tempo marginali. le ragioni di questo nuovo scena-rio, quindi, non vanno ravvisa-te tanto nell’approccio generale della gente, che anzi dipende da quanto fatto da società, Federa-zioni e autorità; semmai, vanno ricercate proprio nella politica di Club più affaristici che sportivi e in seconda battuta anche nella gestione della sicurezza.

Partiamo dagli stadi e da una scelta in verità comune a mol-ti Club in giro per il mondo che già di per sé la dice lunga su quanto poco interessino spetta-colo e spettatori. Per fare i so-liti nomi, il Milan da tempo re-lega i tifosi ospiti al terzo anel-lo esattamente come in spagna fanno Real Madrid e barcellona, e da quest’anno si sta gradual-mente allineando anche l’Inter. le spagnole provano a limitare l’effetto positivo che i sosteni-tori altrui possono avere sulla loro squadra facendoli scompa-rire nella marea di quelli loca-li. le due italiane menzionate, invece, hanno adottato questa soluzione principalmente perché con la poca gente che va a vede-re le partite e riempie a macchia di leopardo uno stadio, san si-ro, che registra il tutto esaurito non più di una decina di volte all’anno rischierebbero di senti-re più i cori degli altri che quelli dei propri tifosi. Con riguardo al-

la tutela dei loro interessi è una legittima trovata; ma è anche in-dice di qualcosa che non va nel calcio a partire dallo spirito di chi lo gestisce. si sa che quan-do le cose non vanno si tende ad irrigidirsi, ma qui ben lungi anche dal cercare di migliorare le cose si sfiora la meschinità. In gran bretagna, invece, dove gli interessi non sono inferio-ri ma gli impianti sono moder-ni e frequentati con entusiasmo e senza rischi da decine di mi-

gliaia di persone, i tifosi ospiti e financo quelli che convengono alle sfide più sentite trovano po-sto a ridosso del campo, essen-dogli concesso di stare davvero al fianco dei propri beniamini com’è giusto che sia nello sport. Dato che anche l’occhio vuole la sua parte, poi, bisogna aggiun-gere che la loro macchia di co-lore sottolinea il carattere spet-tacolare dell’evento e trasmette anche a chi guarda da casa gioia

invece che una sensazione di di-sagio e disarmo.

Un discorso a parte meritano i provvedimenti tesi ad arginare i facinorosi. In Italia la violenza è incontrollata. I fatti di Italia-serbia, pur nella loro eclatan-za, sono la rappresentazione più chiara e fedele di quanto accade settimanalmente dentro e fuori da tanti nostri stadi, ben più di ciò di cui ci parlano su giorna-li e televisioni. Da anni. Parten-do dalla generale maleducazio-

ne per arrivare ai tafferugli. Per arginare questo scempio, le tra-sferte più a rischio continuano a essere vietate: l’ultima in se-rie A è per brescia-Napoli, men-tre genoa-Milan per esempio si è giocata senza tifosi rossoneri per anni e in generale è frequen-te che i biglietti per certe parti-te possano essere acquistati so-lo da chi risiede nel Comune in cui si disputano. Nel frattempo è stata introdotta la tessera del

tifoso, una sorta di schedatura supplementare rispetto ad ab-bonamenti e biglietti nominati-vi, col solo risultato di rende-re ancora più tesi i rapporti fra tifosi, organizzati o meno che siano, e autorità. trovata rivela-tasi oltretutto inefficace se non ridicola, coi bagarini che conti-nuano indisturbati a vendere bi-glietti non nominativi perché gli steward raramente controllano l’identità di chi entra allo stadio oppure sono d’accordo con lo-ro. Insomma, la ricetta giusta a questa anarchia non è stata an-cora trovata, ma solo perché di-rigenti e presidenti vari di Club e Federazione badano al soldo e non allo sport e contempora-neamente chi deve organizzare l’ordine pubblico giudica sem-pre ragionevoli e sopportabili i disagi che ci sono. Non mi ri-ferisco chiaramente alla Polizia ma a chi le dice cosa fare. Poi, però, sono tutti pronti a ordina-re un minuto di silenzio peraltro mai rispettato e spesso ridotto a pochi secondi ogni volta che ci scappa il morto. Forse perché queste categorie privilegiate vivono davvero in un mondo a parte e quei disagi non li prova-no sulla propria pelle... sarà an-che una dura accusa, la mia, ma quando niente di quel che non va cambia e non cambia nem-meno chi dovrebbe migliorare le cose allora il dubbio viene. l’unica certezza è che una sa-na passione per il calcio sia di-ventata un’esperienza da poter vivere solo intimamente, lonta-no dall’azione, oppure squalli-damente se sul posto, a dispet-to del fatto che si tratti di uno spettacolo.

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respirare l’Italia per mezzo di esposizioni, mostre di cinema, letteratura, pre-sentazioni musicali e tea-

trali. In ottobre, è stata questa la sensazione condivisa simultanea-mente da italiani, discendenti e brasiliani di città come são Pau-lo, Rio de Janeiro, belo Horizonte, Curitiba e Porto Alegre. Celebrata in varie maniere, la X settimana della lingua Italiana nel Mondo è un evento che fa parte del calen-dario della politica di rafforzamen-to dei rapporti culturali del bel Pa-ese con gli altri paesi nel mondo.

Con lo slogan “Una lingua per amica: l’italiano nostro e degli altri”, la settimana è organizzata dal settore di Promozione e Coo-perazione Culturale del Ministero degli Esteri italiano.

la principale stella della set-timana è la giovane cantante ita-liana Patrizia laquidare, di origini siciliane ma veneta di adozione, che ha presentato lo spettacolo “100 sottane”. Con la partecipa-zione di Alfonso santimone al pianoforte, lo spettacolo segue una linea principale tracciata su figure, fatti, storie e personaggi femminili. Autrice, compositrice e interprete della musica leggera italiana di talento, Patrizia è di-ventata famosa dopo aver parte-cipato al 53° Festival de sanremo con la canzone “Agisce” che ha ricevuto, nel 2002, il Premio Città di Recanati.

Dallo stile origina-le, Patrizia fonde so-norità brasiliane ad echi mediterranei e di altre tradi-zioni musica-li come il fado portoghese. la

passione per la musica brasilia-na le ha fatto dedicare a Caetano Veloso il suo primo CD dal titolo “Per te caro Cae”, registrato nel 2001 con artisti quali Paolo bir-ro, sasaki Marumo e a Orquestra de Arcos de Marco tezza.

— Amo venire in brasile. Nel-la bahia, per esemplo, mi ricordo bene della Fundação Jorge Ama-do. E mi piaceva già la musica, la bossa Nova è il mio punto debo-le, cosí come la natura esuberan-te in questo paese. A volte, nei miei vieggi, mi sono presentata in bar a são Paulo. Ma questa è la prima volta ufficialmente, co-me in una tournée — commenta.

Oltre a Veloso, Maria Rita e Marisa Monte fanno parte della lista di interpreti brasiliani che l’italiano dalla performance inti-mista ammira. A Niterói, regione

metropolitana di Rio de Ja-neiro, la cantante ha rice-

vuto molti più applausi quando ha sorpreso il pubblico cantando sonhos, di Peninha.

A são Paulo, in contemporanea con la settimana, ha avuto luogo la “2ª settimana giovane d’Arte e Cultura Italiana a san Paolo - Uma Itália Paulista”, realizzata presso la livraria Cultura del shopping Market Place. segnato dalla grande partecipazione di giovani italiani, il punto forte di questa iniziativa è stato il concorso di fotografia che ha premiato gli autori delle tre mi-gliori immagini concorrenti.

— Questo evento è un’altra prova [per vedere] su cosa la cul-tura italiana è capace di lavorare, essendo uno strumento che apre le porte sul mondo. la settimana ha un formato deciso sulla base della qualità culturale — ha mes-

so in enfasi il console generale d’Italia a são Paulo, Marco Marsili, che si è recato sul luogo seguito dal vice-console generale d’Italia, Marco leone, e dal direttore scola-stico del Consolato generale d’Ita-lia a são Paulo, Augusto bellon.

secondo l’ambasciatore d’Ita-lia in brasile, gherardo la France-sca, il sentimento di italianità, la simpatia e le attenzioni riguardo gli alti valori della nostra cultura sono sicuramente un patrimonio di grande importanza che dev’es-sere coltivato e stimolato.

cinemala degustazione della cultura ita-liana continua a novembre. Perlo-meno a são Paulo, sede della or-mai tradizionale settmana Pirelli di Cinema Italiano. Alla sua sesta edizione, la mostra proietta una serie di film contemporanei che saranno nei cinema della città, ol-tre ad una retrospettiva dell’attore e sceneggiatore italiano Ugo to-gnazzi e ad un workshop da realiz-zare presso la Fundação Armando álvares Penteado (FAAP). secon-do gli organizzatori dell’evento, si mira a favorire gli interscambi culturali e commerciali nel settore cinematografico tra brasile e Ita-lia. si pensa di proiettare, entro il 2 dicembre, film recenti in Italia nelle sale brasiliane.

Nel 2009 la settimana Pirelli di Cinema ha fatto venire in brasi-le il regista vincitore dell’Oscar di miglior film straniero con “Cinema Paradiso”, giuseppe tornatore. Ol-tre a lui sono stati in brasile anche il fumettista bruno bozzetto e l’at-trice Maria grazia Cucinotta.

Cultura italiana viene esaltata in varie capitali brasiliane nella Settimana che rende omaggio alla lingua di Dante

roBson BertoLino e síLvia souza

per la lingua

Musicircus: spettacolo di marionette

Rob

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dade

cultura

53n o v e m b r o 2 0 1 0 / C o m u n i t à i t a l i a n a

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Dos primeiros imigrantes

à manutenção Da cultura

italiana nos Dias atuais,

Direto Da ciDaDe De Jarinu,

em são paulo, a engenheira

Denise parise presta

homenagem à sua família

A presença dos italianos no es-tado de São Paulo sempre me chamou atenção. A contar pela nossa cidade, Jarinu, se pen-

sássemos em escrever um livro terí-amos historias dos Beasin, Bêgo, Ber-nucci, Bonança, Bulgarelli, e pelo menos outros 20 sobrenomes. No meio de tantos clãs havia os Parise.

Tudo começou em 1888 quando Vendemiale Parise e Ucila Giugne, meus bisavós, partiram no navio Bre-tagne, de Verona, na Itália, rumo ao

il lettore racconta

Brasil em busca de uma vida melhor. Chegaram ao porto de Santos em 7 de agosto trazendo seus filhos João Baptis-ta, Ida, Victória e meu trisavô Belino (pai de Vendemiale). Instalaram-se na cidade de Itatiba, permanecendo lá por dez anos dedicando-se à la-voura de café para pagarem a viagem da Itália ao Brasil, financiada pelos fazendeiros.

Já no Brasil, minha bisavó Ucila Giugne teve mais quatro filhos, os gê-meos Benvenuto (meu avô) e Celestino, e Maria e Elisa. Enquanto trabalha-vam, começaram a juntar mais di-nheiro para comprarem terras che-gando até Jarinu. Por volta de 1898, compraram terras no bairro da Mo-enda para trabalharem na lavoura.

Meu avô, Benvenuto Parise casou-se com Darcisa Bulgarelli e tiveram como filhos Lino, Natal, Herminia, Ucila, Domingos, Palmira, Helena, Bernadete e Geraldo que é o meu pai.

Lavorando dia e noite consegui-ram ser uma das primeiras famílias a plantar uvas na cidade, através de mudas trazidas por meu tio de Jun-diaí. Era uva Santa Isabel que, depois de 1960 passaria a ser o carro chefe da nossa pacata cidade.

Com a chegada da minha família novos hábitos foram inseridos no costu-me da população. Enquanto os homens faziam parte de bandas, as mulheres cantavam no coral da igreja, função que hoje desempenho. Meu pai, além de se ocupar com o trabalho na lavou-ra (até hoje); na juventude, se reunia para jogos de baralho, La mora (es-

pécie de jogos com os dedos reali-zando adições), malha e bocha. Conhe-ceu minha mãe Terezinha Mingotti, também descendente de italianos, e juntos tiveram três filhos: Dione, Ro-berval e eu.

Minha irmã tornou-se professo-ra, meu irmão ingressou na política e eu formei-me engenheira. Porém não me dedico apenas a cálculos e sime-trias, também canto e danço. Há um ano e meio faço parte do Coral Canto à Capella, que existe há dez anos. Ele recebeu esse nome por nascer em uma capela por incentivo do pároco ita-liano, o Padre Domênico Cristófano. Cantamos músicas italianas de diversas regiões, principalmente as que fazem parte do folclore italiano. Temos a fe-licidade de sermos regidos pelo Ma-estro Jederson Machado, formado no exterior, que não mede esforços para o sucesso do nosso Coral.

Não satisfeita em celebrar minha italianidade no Coral, também par-ticipo do grupo de dança folklorís-tico Stella Bianca (www.grupostella-bianca.wednode.com.br). Lá estou desde seu nascimento, há três anos, e sou acompanhada por meus filhos Matheus e Mayra e por meu sobrinho Natã. O interessante de fazer parte do grupo é que nos tornamos uma segunda famí-lia. Ele é formado, a maior parte, por família e descendentes de italianos. Somos em 18 pessoas, fazemos várias pe-ças italianas, do sul, norte e centro da Itália.

Nos reunimos aos domingos, à tarde, para ensaio, num prédio ce-dido pela Secretaria de Assistência Social e nos apresentamos em di-versas festas italianas que acontecem nas cidades de São Paulo e estados co-mo Santa Catarina, Paraná, Rio de Janeiro e Minas Gerais, além de dançarmos em vários teatros e parti-ciparmos de programas de TV, como da Inezita Barroso.

Nosso principal objetivo seja can-tando ou dançando é fazer com que as famílias possam resgatar o que tem de melhor dentro de si: a passagem de uma história guardada ou perdida no tempo e, com isso, vamos – além de conquistar cidades e regiões escre-vendo também nossa história.

Denise Parise, engenheiraJarinu, SP

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come tanti altri immigran-ti Francesco leta aveva lasciato l’Italia ed era venuto in brasile accom-

pagnando il padre alla ricerca di una vita migliore. E qui questo italiano ha costruito un impero ed ha imparato ad amare que-sto paese che l’ha accolto così bene. Fondatore del gruppo Zo-na sul, rete di supermercati che oggi conta su 32 supermercati a Rio de Janeiro e uno a Angra dos Reis, sulla costa sud fluminense, questo calabrese di Fuscaldo è morto il 17 ottobre a 84 anni do-vuto ad un enfisema polmonare.

Un percorso di vita segnato dal superamento, dalle conquiste, e soprattutto dalla dedizione al lavo-ro. la seconda dei suoi figli, tere-sa, che provava molta ammirazione per il padre, lo definisce cosí.

— Fra tutti i lati buoni che non dimenticherò mai, la forza che mio padre trasmetteva, col suo es-sere così battagliero e combattivo, ha lasciato un segno incredibile — rivela l’italo-brasiliana.

All’inizio della seconda guerra Mondiale Fortunato, padre di Fran-cesco, aveva lasciato la famiglia in Italia ed era partito per il bra-sile in cerca di opportunità. Così il piccolo italiano era stato costret-to ad abbandonare lo studio per cominciare a lavorare e aiutare a casa. soltanto a 21 anni leta ave-va accompagnato il padre fin qui, una delle volte che era tornato in Italia per visitare la famiglia. Il suo primo lavoro, arrivato a Rio de Janeiro, era stato in una macelle-ria nel centro della città.

Una delle frasi più note di leta rivela il segreto dell’italiano per raggiungere i suoi obiettivi. “In Italia le mie radici, in brasi-le i miei frutti. Ho piantato con

amore e ho innaffiato col sudore”. Passati degli anni, era tornato in Italia per convincere la madre e i fratelli a venire in brasile. Era stato allora, nel 1954, che aveva conosciuto donna Rosetta, che è stata sua moglie e al suo fianco fino alla fine.

A causa della sua perseveran-za leta era riuscito a far venire la famiglia in brasile e aveva con-tinuato a lavorare duramente in terra carioca. l’italiano si era tra-sformato in venditore su quei ca-mion tipo mercato che circolavano a Rio, e poi aveva montato un suo banco di vendita a Copacabana. le sue giornate cominciavano molto presto, si svegliava all’alba per andare ai mercati generali a com-prare le merci da vendere durante la giornata. tanto sforzo era stato ricompensato. Il banco a Copaca-bana in breve tempo era diventa-to la Mercearia Nossa senhora da Pena, nello stesso quartiere.

la sua grande realizzazione è avvenuta nel 1959 quando leta ha affidato il negozio al fratello Mario ed ha aperto la prima filiale del supermercado Zona sul a Ipane-

ma, all’angolo della Rua Visconde de Pirajá con la teixeira de Melo.

Da quel momento la rete ha continuato a crescere. Dieci anni fa l’italiano aveva lasciato l’am-ministrazione a carico dei figli, con a capo quello più grande, Fortunato, che aveva ereditato il nome del nonno. Ma anche così era lui, il patriarca, che diceva l’ultima parola per decidere le cose più delicate.

— Mio padre era un uomo estremamente onesto, la bontà per-sonificata nei suoi rapporti con gli esseri umani. trattava gli impiegati con molto rispetto e era una perso-na molto forte — racconta teresa.

Nonostante nutra grande ri-spetto per la propria nazionalità, la figlia dice in confidenza che il padre si considerava più brasilia-no che italiano. tanto che negli ultimi 40 anni leta era tornato in Italia solo una volta.

— Provava un amore sincero per il paese che lo aveva accolto. Non aveva negato la sua nazio-nalità, ma era sotto gli occhi di tutti l’affetto che provava per il brasile — dice.

l’imprenditore luigi De Felice è cliente del Zona sul da molti anni. Il contatto più stretto con la famiglia di Francesco era attraver-so suo fratello Mario leta. De Feli-ce era socio di una impresa di im-portazioni a Rio e conosceva già la storia di Chico, come Francesco era conosciuto. la più nota era quella riguardo il supermercato di Ipanema. De Felice racconta che a causa dell’esistenza di una favela in prossimità del supermercato, gli uomini della sicurezza dove-vano vigilare molto attentamente a causa dei furti delle merci. gli abitanti della favela erano aiuta-ti da leta e ciò contribuiva ad un rapporto pacifico fra le parti.

— so che un giorno Chico ave-va sorpreso un ragazzo che rubava. la madre del ragazzo era una di quelle persone che lui aiutava. Chi-co aveva preso il ragazzo per la col-lottola e l’aveva portato fino a casa sua in cima alla favela. la madre, disperata, aveva chiesto scusa e l’aveva pregato di trovare un lavoro al figlio per aiutarlo a non perdersi. la grande idea di Chico era stata di far lavorare il ragazzo come con-trollore alle vendite. siccome il ra-gazzo conosceva gli abitanti della favela il problema dei furti era ri-solto — racconta De Felice mentre conferma l’ammirazione che prova per Francesco leta. — E’ stato uno di coloro che hanno aiutato a ren-dere più civile questo paese, come tanti altri italiani. Ho conosciuto i fratelli leta durante la mia vita professionale e li ho sempre ammi-rati perché, come me, sono arrivati “con una mano davanti e una di dietro”, come si usa dire, e hanno fatto storia.

l’imprenditore, che amava coltivare il suo orto ed allevare gli animali in una fattoria a Var-gem grande, nella zona ovest di Rio, ha lasciato la moglie e i figli Fortunato, teresa, Marisa, Mar-cia, Pietroangelo e Renata, oltre a 15 nipoti.

Retaggio calabrese

Da macellaio a grande impresario, l’immigrante Francesco Leta lascia in ricordo un impero a Rio de Janeiro, frutto del suo arduo lavoro

nayra GarofLe

Francesco Leta era arrivato a Rio a 21 anni. Aveva adottato il Brasile come seconda casa e, negli ultimi 40 anni, era tornato in Italia una volta sola

memoria

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Lisomar Silva

ROMa

Van gogh, bucólico e urbanoMais de 110 obras, entre quadros a

óleo, aquarelas e esboços em pa-pel simples, revelam o percurso tormen-toso e criativo do grande maestro holan-dês da pintura. Uma explosão de cores e formas manifestam a visão que Vincent Van gogh nutria, transpondo para seus quadros a síntese da vida no campo e na cidade. Dificilmente você vai encontrar tantas obras vindas de vários museus no mundo inteiro e reunidas em um único evento cultural. A mostra inclui também 30 obras de importantes autores con-temporâneos de Van gogh, como Cezan-ne, gauguin, Pissarro e Millet.

Brasil em romaReserve uma tarde para conhecer o Palá-

cio Doria Pamphili, sede da Embaixada do brasil em Roma, entrada da Piazza Navo-na. É possível programar essa breve mas in-teressante visita inscrevendo-se junto ao si-te da Embaixada, que prevê um encontro por semana com um guia especializado. Organize seu calendário e divirta-se!

coliseu do terceiro andarQuase 19 mil turistas que visitam diaria-

mente o Coliseu, poderão admirar um novo panorama da cidade de Roma. Após a conclusão da primeira fase de restauração do célebre monumento, é possível subir até o terceiro nível, o mais alto, e viver uma expe-riência surpreendente. A perspectiva ótica da Cidade Eterna é das mais originais. Além dis-so, agora pode-se visitar também os espaços subterrâneos onde os gladiadores se prepara-vam antes de enfrentar seus adversários na arena no periodo do Império romano.

As obras de restauração continuam, mas o Coliseu permanece aberto aos visitantes. Aproveite!

A Academia Carrara, localizada na majestosa cidade de bérgamo (norte da Itália) emprestou 80

preciosas obras de arte ao Chiostro bra-mante, um antigo espaço romano dedica-do a exposições especiais no centro his-tórico de Roma, a poucos passos da Pia-zza Navona. trata-se de uma coletânea de altíssimo nível, que compreende três sé-

culos de pintura com quadros de célebres autores como tiziano, giovanni bellini, tiepolo, tintoretto e lorenzo lotto entre outros. Quase todos imprimem uma visão laica e racionalista, dedicando suas obras a temas religiosos como a paisagens da região Vêneto e aos famosos canais vene-zianos. Vale a pena dedicar seu tempo a obras únicas e maravilhosas.

Vecchia roma gulosaSe você se encontrar no antigo bairro ro-

mano de Monti, nas proximidades da Piazza Vittorio, dê uma chegada a uma anti-ga trattoria que recebe seus clientes com óti-mos pratos de massas e cardápio a bom pre-ço. Certamente, você vai curtir a atrmosfera alegre desse bairro multiétnico e os pratos típicos da cozinha romana. se quiser, peça uma pizza, mas não deixe de completar sua refeição com uma deliciosa fatia de torta ca-seira tradicional.

grandes autores vênetos

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Sapori d’Italianayra GarofLe

serviço: rua cubatão, 837- vila mariana - são paulo - tel.: 11 5084-0480

são Paulo - Quando recebeu como castigo trabalhar os três me-ses de férias num restaurante porque havia sido reprovado no ano escolar, sauro scarabotta, de 45 anos, não imaginava que sua vida mudaria tanto. O italiano, com então 14 anos, desco-

briu que a pena imposta, na verdade, tratava-se da sua grande paixão. E nunca mais parou de se dedicar à arte da culinária. Hoje, depois de 31 anos, scarabotta é o proprietário do Friccò, restaurante que virou referência de boa mesa na Vila Mariana, em são Paulo.

A vinda de scarabotta para o brasil está relacionada ao amigo e chef giancarlo bolla, que o convidou para realizar um festival de co-mida italiana em seu restaurante, o la tambouille, em são Paulo. Os clientes deviam escolher entre o cardápio da casa e àquele criado pelo recém-chegado italiano.

— Em algumas noites, 80% dos pedidos eram do meu cardápio. Os clientes e o giancarlo gostaram e ele me pediu para que repetisse o fes-tival no outro restaurante, o leopolldo Plaza. Nesta época, o giancarlo inaugurou o bar des Arts e trabalhei como chef da casa de 1995 a 1997. Foi muito bom, mas bem cansativo e por isso resolvi sair — conta.

Antes de se estabelecer no brasil, sauro já havia passado por gran-des redes de hotéis, como o sheraton e Hyatt, na Alemanha, Japão, Chile e Argentina. Mas foi aqui que o italiano decidiu abrir seu próprio espaço. Conheceu a esposa ítalo-brasileira, Rita Matarazzo Russo e, com ela, resolveu “testar” o bairro da Vila Mariana, já que o mesmo não tinha tradição em restaurantes. Em 1997, o restaurante era ape-nas uma loja de congelados e rotisserie e se chamava Friccò di Frango.

— Mas percebemos que a rotisserie não daria certo porque os clientes precisavam de um lugar para estacionar rapidamente. Então, investimos nos congelados. Veio uma crise, as pessoas começaram a economizar e manter um freezer ligado para guardar os congelados já não era mais costume dos clientes. Foi aí que começamos a investir no restaurante. Na época, de 12 lugares passamos para 21 — diz.

O nome do restaurante, pos-teriormente simplificado, faz re-ferência a uma receita tradicional de gubbio, cidade natal do chef, localizada na região da Úmbria. O prato, que pode ser prepara-do com diferentes tipos de carne (refogada com vinho branco se-co, azeite extravirgem, alecrim, alho e tomates frescos), é um dos grandes sucessos do Friccò e está sempre presente no cardápio.

sempre pensando nos clien-tes, sauro scarabotta desenvol-veu um projeto chamado “Pique-nique do Friccò”. Com o objetivo de aproximar as pessoas à vida no campo, o chef promove um pas-seio a sítios de produtores parcei-ros do interior de são Paulo.

Bom castigoAos 14 anos, Sauro Scarabotta foi obrigado

a trabalhar em um restaurante. O resultado: tornou-se chef e depois proprietário do Friccò

sauro scarabotta também anda preocupado com a questão da sus-tentabilidade. Ele conta que não viveu no tempo da guerra, mas rece-beu uma educação na qual aprendeu a economizar, a não jogar fora o que pode ser reaproveitado. O restaurante tem um sistema de capta-ção da água da chuva e é com esta água que os funcionários lavam a cozinha, a calçada e o piso do salão. Na decoração do Friccò, há uma parede inteira feita com caixas de madeira de vinho e garrafas.

E por falar em garrafas, o restaurante tem uma adega com três mil garrafas e 500 rótulos na carta de vinho. Atualmente, depois da reforma realizada no ano passado, são 90 lugares oferecidos e 16 funcionários para atender os clientes da melhor forma possível. A receita divulgada nesta edição não poderia ser outra: Friccò di Frango, um dos primeiros pratos que scarabotta preparou para a esposa quando a conheceu.

Sauro Scarabota trouxe o friccò para o Brasil

Friccò de Frango com espaguete na manteiga e sálvia

Ingredientes: 2 pedaços de peito e 4 sobrecoxas de frango cortados em pedaços graúdos; 4 tomates maduros, em cubinhos; sem pele e sem semente; 2 dentes de alho; Pimenta do reino a gosto; Azeite de oliva italiano; ½ copo de vinho branco; Alecrim; 250 g de espaguete 30 g de manteiga sal 4 folhas de sálvia.Modo de preparo: temperar os pedaços de frango com sal, pi-menta do reino e alecrim. grelhar os pedaços de frango em azeite e reservar. Em uma frigideira funda, dourar o alho em azeite e co-locar os tomates, em seguida colocar o vinho e o frango e deixar cozinhar por três minutos. Acrescentar mais um pouco de alecrim picado. Cozinhar o espaguete ao dente em água salgada e ferven-te. temperar com manteiga derretida e sálvia

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Claudia Monteiro de Castro

la gENTE, il pOSTO

As gostosuras do bairro do ghetto

um hospital no rio Tibre

O bairro ghetto em Roma, que faz parte do centro histórico, fica pertinho de uma das margens do rio tibre. É o tradicional bairro

judeu da cidade, com uma belíssima sinagoga. O bair-ro é famoso também pela sua cozinha hebraico-roma-na. Um dos pratos principais são alcachofras fritas, que podem ser encontradas em diversos restaurantes do bairro. Dal Pompiere, Piperno, gigetto, sora Mar-gherita são os mais famosos.

Mas além dos restaurantes, duas docerias do bair-ro deixam os clientes com água na boca. Uma delas, boccione, faz deliciosas tortas de ricota com visciole, uma espécie de cereja, e de ricota com chocolate. Outra, Dolce Roma, faz doces austríacos, americanos e tantos outros. Uma verdadeira delícia de bairro.

O hospital Fatebenefratelli, em Roma, nunca será a mesma coi-sa para mim. Antes, era apenas uma das atrações da Isola tiberina, única ilha no rio tibre, junto com um restaurante,

uma igreja, uma farmácia, uma lanchonete e uma sorveteria.Mas depois que nasceram dia 26 de julho deste ano às 23h28 e

23h30 meus pequenos romaninhos Francesco e Antonio, sinto um ar-repio cada vez que passo pela recepção.

Como aconteceu ontem à noite, quando tive que voltar ao hospital para uma consulta com meu médico obstetra. O hospital estava silen-cioso e vazio, um contraste com o ambiente durante o dia, quando é uma verdadeira balbúrdia. E no silêncio, as sensações dos dias ante-riores pareciam ainda mais nítidas.

Encontrei no corredor uma das grávidas internadas, no caso dela, com um problema de trombose. Agora ela estava em êxtase: seu filho tinha acabado de nascer. Os meus tinham nascido há duas semanas e meia. Que vontade de chorar! As lembranças recentes me invadiram o coração. No dia antes ao parto, um domingo ensolarado, do corredor ao ar livre, pude apreciar a festa típica de trastevere, de Noantri, na ou-tra margem do rio, com música e muita baderna. Eu olhava tudo, aguardando ansiosamen-te este momento tão desejado da minha vida e tão adiado.

Fiquei uma semana no hos-pital, esperando o dia certo do parto, afinal um dos be-bês estava com pressa de nascer, estava sofrendo o espaço restrito junto com o irmão. O médico me internou por segurança. Conheci tantas futuras mamães durante este período, muitas com situa-ções complicadas, como tri-

gêmeos, ou ainda esta moça com trombose e outras, cada uma com a sua história, mas sempre no rosto estampado uma alegria descontrola-da, devido à aproximação deste grande evento na vida de toda mulher (e de todo homem também!)

O momento do parto foi escolhido em cima da hora, foi tudo tão rápido e eu que tinha medo até de injeção e pavor de hospital, fiquei razoavelmente tranquila graças a um médico atencioso e a presença do meu companheiro e de amigos que esperavam do lado de fora. Minha família chegou do brasil no dia seguinte, afinal, não dá para se prever quando um parto é antecipado.

Que maravilha! Meia hora depois do parto já pude ver os dois pequenos do meu lado na incubadora, dando chutinhos no ar e, al-gumas horas depois, já estavam comigo no quarto. Durante três dias, recebemos a visita de familiares e amigos, mas no quarto dia tivemos a notícia de que, por serem ligeiramente prematuros, deveriam ir para terapia sub-intensiva, por segurança. E por duas semanas ficamos separados. Podia visitá-los, fazer cafuné, trocar fralda, dar mama-

deira, mas que ansiedade de levá-los pra casa! tudo estava pronto a

espera dos dois pimpolhos: os berços, os carrinhos, a cômoda com mil roupinhas, tudo o que tinha sido sugeri-do por minhas irmãs e ami-gas. Finalmente deram alta, primeiro para o Francesco e

depois para Antonio...Voltar neste hospital me dá

uma emoção enorme, pois foi onde vivi lindos dias da mi-nha vida, uma realização com a qual sonhava há pelo menos

dez anos. E que por sorte, razões divinas ou espíritas ou sabe-se-lá-porque veio em dose dupla!

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