revista abranet 1° trimestre 2012

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Ano I | número 01 | 1º trimestre 2012 revista abranet Associação Brasileira de Internet Abranet DA CONSTRUçãO DA INTERNET BRASILEIRA AOS DEBATES DO PNBL, UM HISTóRICO DE LUTAS E CONQUISTAS PROJETO da Telebrás avança e anima provedores do interior ENVIO de email marketing agora está regulamentado COMéRCIO eletrônico abre portas para pequenos negócios

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Associação brasileira de internet. Da construção da internet brasileira aos debates do PNBL, um histórico de lutas e conquistas

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Page 1: Revista Abranet 1° trimestre 2012

Abranet > 1

Ano I | número 01 | 1º trimestre 2012re

vist

aabranetAssociação Brasileira de Internet

AbranetDA construção DA internet brAsileirA Aos DebAtes Do Pnbl, um histórico De lutAs e conquistAs

Projeto da Telebrás avança e anima provedores do interior

envio de email marketing agora está regulamentado

comércio eletrônico abre portas para pequenos negócios

Page 2: Revista Abranet 1° trimestre 2012

BlueOne_Anuncio_ok_CV.pdf 1 28/11/2011 11:38:56

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| editorial |

o uso empresarial da internet no Brasil tem pouco mais de 15 anos, iniciado por um

pequeno e visionário grupo de empreendedores. Os provedores de acesso e conteúdo enfrentaram grandes desafios ao apostar nesta nova plataforma de serviços. Alguns destes pioneiros da internet brasileira fundaram em 1996 uma entidade sem fins lucrativos capaz de congregar suas demandas e fomentar o crescimento da nascente tecnologia em que apostavam. Nascia a Abranet.Não é exagero dizer que a história da Abranet se confunde com a história da internet no Brasil. Em um tempo em que inovação ainda não era a palavra da moda, estes empresários tiveram que superar a limitada infraestrutura de telecomunicações do País e o ceticismo dos setores mais conservadores. Internet era um assunto que passava longe do interesse do cidadão comum, restrito a um seleto grupo de acadêmicos e entusiastas. O mesmo acontecia com os governos. Quem perderia tempo com essa tal de internet?Mas foi justamente a efetiva compreensão do papel das novas estradas da informação que mudou radicalmente este entendimento. Hoje, vemos com satisfação o tema “banda larga” fazer parte do rol das políticas públicas do País. Existe até um plano nacional para massificar o serviço. A rede deixou de ser uma curiosidade para se tornar uma necessidade. E essa mudança, muito mais do que tecnológica, é resultado da criatividade das empresas que deram vida a serviços e aplicações inovadoras, que fizeram a internet mais presente, interessante e prática. Mais útil afinal.Temos orgulho de reunir na Abranet as mais importantes empresas de internet do Brasil, protagonistas da acelerada evolução que experimenta o setor nos últimos anos. Evoluímos também. Compreendemos que hoje a presença da internet permeia nossas vidas e, por isso, a Abranet não reúne

As ferramentas que nos recriamapenas provedores de acesso, mas representantes de toda a cadeia de valor da internet brasileira, estejam eles na indústria, na criação de conteúdo, na engenharia, no comércio eletrônico, no ensino a distância, nas redes sociais ou em qualquer aplicação de valor adicionado.Em meio a esta fartura de boas ideias e modelos de negócio inovadores, é muito provável que surja daí um novo serviço para a internet, com destaque em todo o mundo. Podem anotar a aposta: antes de a Abranet completar seus 20 anos, surgirá essa tal nova empresa inovadora de sucesso internacional.Todo este otimismo é fruto de nossa crença nos princípios fundadores da internet e em como ela se tornou um ambiente de oportunidades extremamente motivador para aqueles que compreendem a importância da inovação como diferencial competitivo.E o que esperar do futuro? Em 2002, quando escrevi o primeiro capítulo do livro “Novas Fronteiras do Direito na Era Digital” (Editora Saraiva), fiz uma referência a Marshall McLuhan. Hoje, dez anos mais tarde, nada mais atual que a frase do filósofo canadense, cunhada em 1964: “Os homens criam as ferramentas. As ferramentas recriam os homens”.Caminhamos para um mundo onde a internet será ubíqua, embarcada nos mais prosaicos objetos do cotidiano. Aqui, na Revista Abranet, inauguramos um espaço para debater toda a cadeia de valor da internet brasileira. Mais uma iniciativa da entidade para fomentar o desenvolvimento da rede no País, disponível em versão impressa e formato digital. Boa leitura!

Eduardo Neger

Presidente da Abranet

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4 < Abranet

índice >

5 AconteceAbranet abre portas para novos associados. Empresas criam Sindicato de Internet em SP

6 Gente que FAzDemi Getschko acreditou na internet brasileira desde o início e diz que a rede estimula a colaboração

8 entre AsPAsPara especialistas, projetos de cidades digitais devem ser mais amplos e gerar negócios locais

12 tec De PontAInfraestrutura de banda larga e fortalecimento dos ISPs podem estimular a prática de ensino a distância

18 cAPA15 anos da Abranet: da construção da internet brasileira aos debates do PNBL, batalhas e conquistas

24 conexãoPrograma Nacional de Banda Larga avança, mas precisa de ajustes para dar maior presença aos ISPs

30 DesAFios & conquistAsA expansão do e-commerce e as oportunidades criadas para empreendedores e pequenas empresas

conselho eDitoriAlEduardo Neger ([email protected])José Janone Junior ([email protected])

GerênciA executivARoseli Ruiz Vazquez ([email protected])

eDitorAJackeline Carvalho – MTB [email protected]

reDAçãoJackeline Carvalho, Luciana Robles, Marcelo Vieira, Ruan Segretti (CInterativa)

colAborAçãoNelson Valêncio, Adriana Roma, Thomas Tjabbes (Canaris) e Carmen Lucia Nery (Rio de Janeiro)

revisãoMarcelo Vieira

comerciAlMarcelo Augusto, Valter Pedrozo, Karine Leite, Marcella Menezes (assistente)[email protected]

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Facebookhttp://www.facebook.com/abranetoficialLinkedinwww.linkedin.com/abranetTwitter@abranet_brasil

ANOS

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Abranet > 5

emPresAs De internet criAm sinDicAto em sP

Iniciativa reúne organizações cuja atividade está focada em web

Diante da dificuldade de identificar uma entidade

da economia tradicional capaz de representar os interesses das empresas de internet com sede no Estado de São Paulo, elas fundaram o Sindicato de Empresas de Internet do Estado de São Paulo (Seinesp), uma iniciativa que reúne companhias que têm a web como atividade principal.A meta da entidade é ter representatividade efetiva em questões relativas às relações do trabalho e ainda buscar a defesa dos interesses das empresas de internet nos mais diversos campos. Nessa linha, o Seinesp conta com o apoio da Abranet, o que representa o encontro entre a oportunidade de contribuir para o desenvolvimento da internet nos temas ligados ao mercado de trabalho e a vontade de fazer o melhor pelas empresas associadas ao Seinesp.O Sindicato acaba de firmar parceria com um escritório de advocacia especializado na área trabalhista para buscar aperfeiçoamento da legislação em vigor relativa à internet, em especial a proteção jurídica dos trabalhos na internet, dar suporte a conflitos internos e prestar consultoria sobre os temas ligados a esse setor.

A Associação Brasileira de Internet (Abranet) está

recebendo novos associados. A entidade tem como objetivo apoiar o esforço brasileiro na implantação de empresas de acesso, conteúdo e serviços e buscar o desenvolvimento da internet no Brasil.Os associados à Abranet têm a possibilidade de maior intercâmbio de ideias, informações e oportunidades comerciais. Participam de negociações e influenciam decisões que afetam diretamente o setor.Entre as vantagens oferecidas pela entidade estão:relacionamento com profissionais em destaque no mercado, em cada área da atividade, para conquista de novos clientes, fornecedores e parceiros de negócios;troca de experiências e ideias com profissionais do seu segmento de atividade;participação de eventos, tendo acesso em primeira mão à tecnologia de ponta, tendências globais e cases de sucesso mundial;participação em debates para a definição de políticas públicas que garantam uma

acontece >

infraestrutura nacional de conectividade de alta qualidade e compatível com os padrões tecnológicos mundiais;comunicação direta com toda diretoria Abranet, segmentada por áreas específicas;orientação jurídica;participação nos principais eventos e seminários do setor, contando com descontos nas inscrições;acompanhamento do andamento dos negócios na área da internet como um todo (internet business);participação do desenvolvimento de novos modelos de negócios;participação de listas de discussões técnicas;acesso a diretorias regionais.

ABRANET ABRE AS PoRTAS PARA NoVoS ASSoCIAdoS

Aglutinando ideias e objetivos

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6 < Abranet

já se passaram mais de 20 anos desde a primeira

tentativa de construir uma internet brasileira. Em 1988, a Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (Fapesp) autorizou a construção da Rede Ansp (do inglês “Academic Network at São Paulo”), projeto que visava conectar as três universidades estaduais paulistas: USP, Unicamp e Unesp. Existia uma forte pressão advinda dessas instituições, principalmente de pesquisadores que tiveram contato com a internet nos EUA.O projeto foi entregue ao Centro de Processamento de Dados (CPD) da Fapesp, que junto a ainda estatal Embratel e a Secretaria Especial de Informática (SEI) instalou uma conexão entre Illinois, nos EUA, e São Paulo. A velocidade parece ridícula se comparada aos padrões atuais: 4800 bps. A inauguração oficial ocorreu

PARA o PRoFESSoR dEMI GETSChKo, quE LIdERou A EquIPE dA FAPESP RESPoNSáVEL PELA PRIMEIRA CoNExão NACIoNAL, A REdE MuNdIAL ESTIMuLA A CoLABoRAção

gente que faz >

O primeiro “send”em abril de 1989, quando foi estabelecida a primeira conexão com a Bitnet. Na época, o responsável pelo CPD e pela implantação da Rede Ansp era o professor doutor Demi Getschko, considerado um dos “pais” da internet brasileira.

CARREIRA EM REDEÉ impossível contar a história da internet no País sem falar de Demi Getschko. Engenheiro eletricista formado pela Escola Politécnica da Universidade de São Paulo em 1975, possui mestrado e doutorado em Engenharia de Eletricidade pela mesma instituição.Começou a carreira no Centro de Computação Eletrônica (CCE) da USP, entre 1971 e 1985, antes de ir para o CPD da Fapesp em 1986, no qual permaneceu durante 10 anos. Nesse período, também foi um dos responsáveis pela primeira conexão TCP/IP brasileira, em 1991.“A rede era, evidentemente, muito lenta e ruim. Nessa época a internet não tinha sites, era uma rede de correio eletrônico”, explica Getschko. “Isso mudou em 1991, quando surgiu a proposta de online web, mas só em 1993 tivemos contato com browsers e coisas do gênero.”A prova de fogo da internet brasileira, que já conectava

outros estados por meio da Rede Nacional de Ensino e Pesquisa (RNP), foi a Eco 92, no Rio de Janeiro. “Veio um monte de gente do mundo inteiro que queria usar o correio eletrônico como em seus países de origem”, lembra Getschko. “E conseguimos. Daí para frente foi mais fácil.” Assim, as operadoras comerciais de telecomunicações não demoraram a lançar suas primeiras iniciativas.

RECONHECIMENTONa iniciativa privada, Getschko trabalhou como diretor de tecnologia da Agência Estado, empresa do Grupo Estado, entre 1996 e 2000 e outra vez entre 2002 e 2005. Nesse

há uma mudança de mentalidade que

pode levar os homens a colaborar de forma mais aberta e sem reservas

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intervalo, atuou como vice-presidente de tecnologia do portal iG.De volta à USP, foi professor da Escola Politécnica e, atualmente, é professor associado da Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (PUC-SP), onde leciona Arquitetura de Computadores.Ficou conhecido internacionalmente ao ser eleito para o conselho de diretores da internet Corporation for Assigned Names and Numbers (ICANN), um dos mais importantes órgãos da internet global, responsável pela distribuição de números

de Protocolo de Internet (IP). Exerceu o cargo por dois mandatos: entre 2005 e 2007 e de novo entre 2007 e 2009.Para o professor, que credita a paternidade da primeira rede de internet no País à sua equipe no CPD, a verdadeira importância da rede atual reside nas alterações de comportamento e na possibilidade de expressão dada a todo indivíduo. Além disso, ela permite às pessoas um contato mais direto, sem intermediações. “Talvez estejamos entrando em uma era de egoísmo menor”, diz. “Há uma mudança de

mentalidade que pode levar os homens a colaborar de uma forma mais aberta e sem reservas.” Desde 1995, Getschko atua como conselheiro do Comitê Gestor da Internet no Brasil (CGI.br) pelo seu notório saber. Também é diretor-presidente, desde 2006, do Núcleo de Informação e Coordenação (NIC.br), órgão que implementa as decisões e projetos do CGI.br.

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8 < Abranet

o conceito de cidade digital pode englobar vários

significados, segundo o professor André Lemos, da Universidade Federal da Bahia (UFBA): desde projetos que incluam um portal com informações gerais sobre determinada cidade, a partir da iniciativa de governos locais, até a adoção de comunidades virtuais. Uma das quatro definições do pesquisador envolve a criação de infraestrutura de serviços e acesso público em áreas urbanas usando novas tecnologias e redes telemáticas, classificação mais próxima de vários projetos em andamento no Brasil.Carlos Greco, diretor de Serviços aos Associados da Abranet, concorda com essa última afirmação, lembrando que a visão de cidade digital não pode ficar restrita ao acesso grátis à internet. Para

entre aspas >

internet grátisPARA ESPECIALISTAS, PRoJEToS dE CIdAdES dIGITAIS dEVEM SER MAIS AMPLoS E GERAR NEGóCIoS LoCAIS

Muito mais que

ele, o processo envolve a interligação de vários órgãos públicos, incluindo secretarias municipais e escolas. E também o controle centralizado de informações, abrangendo o monitoramento com uso de câmeras, seja para segurança da cidade ou otimização de sua infraestrutura, como o direcionamento do tráfego em locais críticos. “O conceito de cidade digital passa totalmente pela questão da informatização e pelo desenvolvimento de mão de obra local, porque ao criar uma tecnologia local geração receita local”, apregoa Grecco.Para ele, a criação da infraestrutura que vai ser o canal de transmissão de dados, voz e imagens pode envolver vários tipos de tecnologias. “Pode ser via rádio ou fibra óptica. Isso depende da geografia da cidade, entre outras questões.

o conceito de cidade digital passa

totalmente pela questão da informatização e pelo desenvolvimento de mão de obra local, porque ao criar uma tecnologia local, gera-se receita local

Carlos Greco, diretor de Serviços aos Associados da Abranet

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Abranet > 9

O importante é o uso de toda essa rede a favor dos cidadãos”, opina, ao defender que uma das melhores iniciativas de cidade digital no Brasil é o centro de operações criado pelo Rio de Janeiro, centralizando câmeras de várias concessionárias de rodovias, informações das companhias de telefonia e das concessionárias de energia, entre outros dados. Quem assistiu à cobertura televisiva do desabamento dos três prédios na capital fluminense vai concordar com o executivo. Parte da transmissão de imagens era gerada pelas câmeras instaladas no entorno da região afetada, no centro da cidade. Para Greco, a infraestrutura carioca pode – e

já é – replicada em escala menor em outras cidades. O que ele recomenda é a criação de centros compartilhados entre várias cidades, a partir do uso de uma infraestrutura comum. Os provedores de serviço de internet (ISPs) têm um papel importante, segundo ele, pois em várias cidades do Brasil criaram uma rede consistente, que pode ser contratada pelas prefeituras locais. “Os ISPs podem atuar em todo o processo, desde o projeto de rede, sua montagem e administração”, afirma.

POLíTICA PúBLICADo lado do governo federal, as iniciativas do Ministério das Comunicações incluem o Projeto

Cidades Digitais, cuja consulta pública foi encerrada em janeiro desse ano. Com o encerramento, o Ministério pretende consolidar as regras que vão definir a escolha das 80 cidades contempladas. Elas devem ser conhecidas até abril de 2012, quando começa a primeira fase do Projeto. No escopo de soluções previstas estão a implantação de pontos de rede de internet sem fio em locais públicos e requalificação dos telecentros já existentes. Já a infraestrutura da cidade digital e o treinamento dos funcionários devem ser executados por terceiros a partir de licitação. Como a questão do financiamento é crítica para a adoção das cidades digitais,

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10 < Abranet

o BNDES também criou iniciativas nessa área. Uma delas é o financiamento da instalação de equipamentos nas cidades que pretendem ampliar sua rede de serviços. Trata-se de um kit que deverá ser acompanhado pela aquisição de um sistema de melhoria de gestão dos municípios. De acordo com Marcelo Corrêa Barbosa Fernandes, chefe do Departamento de Gestão e Investimentos Públicos, da Área de Inclusão Social do BNDES, o banco entende como cidade digital não só a oferta de internet grátis, mas a prestação de serviços melhores para os cidadãos e empreendedores.

RANkING MUNDIALO ponto de vista de Fernandes, já ressaltado por Greco, da Abranet, é validado pela revista inglesa The Economist. De acordo o Intelligence Unit, setor de pesquisa do grupo

e responsável pelo estudo de economias digitais, o acesso às telecomunicações, principalmente à internet, se tornou muito mais popular desde 2006. Outro ponto destacado pelos pesquisadores foi a crescente influência das tecnologias de telecomunicações

entre aspas >

ÍnDice De economiAs DiGitAis 2010 - the economistPosição

2010 (de 70)Posição 2009 País Pontuação

2010 (de 10)Pontuação

2009

1 2 Suécia 8.49 8.67

2 1 dinamarca 8.41 8.87

3 5 Estados unidos 8.41 8.60

4 10 Finlândia 8.36 8.30

5 3 holanda 8.36 8.64

6 4 Noruega 8.24 8.62

7 8 hong Kong 8.22 8.33

8 7 Cingapura 8.22 8.35

9 6 Austrália 8.21 8.45

10 11 Nova Zelândia 8.07 8.21

30 31 Chile 6.39 6.49

42 42 Brasil 5.27 5.42

70 70 Azerbaijão 3,00 2,97

Fonte: The Economist Intelligence unit - digital Economies 2010

Pesquisa sobre o desenvolvimento de governos eletrônicos (eGov), realizada pela oNu, mostra que, mesmo tendo anunciado grandes investimentos, o Brasil ainda se encontra atrasado em termos de cidades digitais. o País ocupa a 61ª posição entre os 193 países-membros da organização, perdendo na América do Sul para o Chile, que se encontra na 34ª posição do ranking. A primeira posição é representada pela Coréia do Sul, seguida dos Estados unidos e do Canadá, na 2ª e 3ª, respectivamente. A última posição é ocupada pela Somália, com uma taxa de desenvolvimento de E-Gov de 0%. o objetivo da pesquisa é fornecer um quadro da capacidade dos governos em fornecer serviços TIC (Tecnologia da Informação e Comunicação) para os setores público e privado. A classificação é comparativa e varia de 0 a 1, de acordo com a avaliação de três pontos principais: escopo e qualidade dos serviços online, conectividade das telecomunicações e capacidade humana; e uma pontuação extra, a E-Participação, que estuda a qualidade dos serviços que conectam os cidadãos com os órgãos públicos.

brAsil PrecisA melhorAr em eGov

e TI (TICs) na economia e na sociedade. Na última pesquisa divulgada em 2010, em parceria com o Instituto Business Value da IBM, foi constatado que o Brasil caiu uma posição no ranking, ocupando hoje a 42ª. O motivo, segundo os pesquisadores, foi um menor desempenho na política do governo e no ambiente social e cultural, principalmente no setor educacional. Por outro lado, o País cresceu na pesquisa cerca de 8% no ambiente de negócios, além de ter um aumento no desempenho com oportunidades de mercado e políticas de investimentos estrangeiros. Em termos de conectividade, a internet no Brasil teve um desempenho pior que em 2006, caindo para nota 3 em um ranking de 0 a 10. O melhor desempenho foi no fator de acesso à telefonia celular, com o qual recebeu nota 9.

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12 < Abranet

o ensino a distância (EAD) no Brasil durante muito

tempo foi visto com certo preconceito. Porém, segundo a ABED (Associação Brasileira de Ensino a Distância), o Brasil vive uma fase de consolidação desta atividade, principalmente no ensino superior. Desses, somente os cursos de pedagogia e administração somam 61,5% do total de matrículas na modalidade.Apesar do preconceito ainda existente, hoje há muito mais compreensão de que a EAD é fundamental para o País. O número de matrículas passou de pouco mais de 5 mil, no ano 2000, para mais de 870 mil estudantes em 2010, de acordo com dados divulgados pelo Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas (INEP).Segundo a ABED, entre os fatores que impulsionaram este crescimento está o desenvolvimento tecnológico, o acesso cada vez maior à tecnologia e a possibilidade dos professores buscarem alternativas educacionais

Ensino a distânciaganha território

MAIS dE 870 MIL ESTudANTES ESTAVAM MATRICuLAdoS EM CuRSoS dE ENSINo A dISTâNCIA (EAd) EM 2010, uM VoLuME quE TEM Tudo PARA SE MuLTIPLICAR CoM A MASSIFICAção do ACESSo

tec de ponta > EAd

que explorem o uso destas inovações. As novas ferramentas permitem não apenas a interatividade com o conteúdo mas também a interação, o que proporciona o desenvolvimento de cursos com situações diferenciadas de ensino e aprendizagem. Este avanço ajudou a vencer diversos preconceitos em relação à EAD, principalmente no que se refere à visão de que ela oferece apenas cursos de menor qualidade.A internet tem se mostrado como um meio natural para a difusão da EAD. O principal motivo é a quantidade de ferramentas e opções de interatividade disponíveis. Outra causa seria seu baixo custo e a popularização alcançada desde os anos 90. O diretor de tecnologia da Abranet, Dorian Guimarães, concorda com a relação entre o aumento de alunos inscritos nos cursos EAD e a tecnologia. “A educação a distância é algo anterior à internet. Há mais de 50 anos já existiam os cursos por correspondência; nossos pais

o avanço da tecnologia,

principalmente das telecomunicações, com o uso de satélites e de canais de TV, fez com que a educação a distância conquistasse presença junto a comunidades mais distantes dos grandes centros

dorian Guimarães, diretor de tecnologia da Abranet

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e alguns de nós podem se lembrar desta época em que recebíamos pelos Correios apostilas e material para estudar, algo que ainda hoje existe”, diz. Para ele, o avanço da tecnologia, principalmente das telecomunicações, com o uso de satélites e de canais de TV, fez com que a educação a distância conquistasse presença junto a comunidades mais distantes dos grandes centros.

O PAPEL DA BANDA LARGA“A partir de 1999, quando se iniciou a prestação de serviços de banda larga, fato que permitiu o acesso a vídeo e, como consequência, a novas aplicações

e tecnologias capazes de criar interatividade nas aulas telepresenciais, os usuários descobriram que podiam estudar a distância. Foi aí que demanda, mercado, benefício, tecnologia e internet se tornaram a combinação perfeita para a prática de educação a distância”, analisa Dorian Guimarães.Agora, na forma digital, também chamada de e-learning, o ensino a distância tem como grande vantagem o fato de permitir que as pessoas estudem conforme suas condições de localização e tempo. De acordo com Guimarães, há um grande degrau entre o que temos à disposição nos grandes centros, onde a banda larga é abundante, e em municípios

menores, onde banda larga ainda não é disseminada. A demanda pela educação a distância no Brasil cresce a cada dia para atender às exigências de um mundo em transformação acelerada e com menor disponibilidade de tempo. Mas é preciso pontuar, também, que ainda há inúmeros obstáculos a serem vencidos, ao comparar a tecnologia da informação aplicada ao EAD no Brasil e em outros países.O que ainda falta, segundo o diretor da Abranet, são a cultura e as políticas que incentivem a banda larga e o melhor uso da internet pelas pessoas. “Sabemos que elas existem, mas nem sempre atendem às expectativas e necessidades presentes”, conclui.

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14 < Abranet

tec de ponta > IPv6

novo formato de endereçamento na rede

mundial, o IPv6 promete ser o caminho para garantir que a internet continue crescendo e avançando. Com maior de capacidade de espaço, saltando de 32 para 128 bits, o novo padrão terá 79 trilhões de vezes a quantidade disponível atual no IPv4, com 4.294.967.296 endereços IP. A migração será feita de forma gradual, sem uma data definida para virada. De acordo com o vice-presidente da Abranet, Evandro Varonil, haverá um período de coexistência, com a manutenção da compatibilidade entre os dois padrões.Ao redor do mundo, há diversos Registros Regionais de Internet (RIR, na sigla em inglês) fazendo a distribuição de blocos de endereços de IPv6. No Brasil, o órgão responsável por esse processo é o NIC (Núcleo de Informação e Coordenação). Os provedores de internet e outras entidades autônomas devem solicitar ao NIC os blocos de IPv6 para iniciar a transição.

NoVo PRoToCoLo VAI SuPRIR A dEMANdA PoR ENdEREçoS E PERMITIR o AVANço dA INTERNET

PREPARATIVOSPor se tratar de um protocolo novo, o IPv6 demandará mudanças nos roteadores, switches e firewalls, além de impactar nos sistemas operacionais e nos programas de computador. Ainda segundo Varonil, um dos principais desafios envolve justamente fazer com que os equipamentos e programas estejam preparados para o IPv6, viabilizando a implantação gradativa do protocolo nas redes dos Internet Service Providers (ISPs). Ele recomenda que os ISPs estejam preparados para levar as mudanças para seus usuários antes do esgotamento do IPv4.Especialistas do mercado e representantes de entidades como a Abranet apontam que o IPv6 trará quantidade e mais qualidade à internet como conhecemos. Varonil explica que as vantagens incluem eficiência, segurança, dentre outros atributos. “A adoção do novo formato vai permitir definir arquitetura

hierárquica, possibilitando um encaminhamento mais eficiente do pacote de dados; facilitará a distribuição de IP fixos; fornecerá endereços válidos para todos dispositivos e utilizará arquitetura fim a fim. O cabeçalho também será alterado, aumentando a eficiência dos roteadores”, argumenta.Ele acrescenta que a segurança é mais um ganho com suporte ao protocolo IPSec, que passa a ser obrigatório, fazendo parte do próprio protocolo IPv6, para garantir autenticidade, privacidade e integridade dos dados na comunicação. Haverá também a alteração do Internet Control Message Protocol, tornando-o mais eficaz, com mecanismo de configuração de endereços, descoberta de vizinhança e gerenciamento de grupo multicast. A versão 6 mantém como base os princípios do IPv4, suprindo as carências do antecessor com melhorias como suporte a conexões móveis fragmentação do

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Abranet > 15

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16 < Abranet

tec de ponta > IPv6

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O PORQUê DO NOVO PADRãO

A Internet surgiu para interligar os centros de pesquisas relacionados ao departamento de defesa dos EUA e logo foi aberta às universidades. Em 1983, havia 300 computadores conectados. O problema é que o crescimento da internet foi além dos muros das universidades e algumas falhas estruturais começaram a aparecer em 1993. Naquela época havia uma estimativa de que os endereços IP poderiam se esgotar em três anos. Uma iniciativa para evitar esse colapso foi o projeto Internet Protocol New Generation (IPNG), que resultaria em melhorias no protocolo IPv4, que vem sendo adotado desde setembro de 1981, e na criação do atual IPv6. Esse último, é preciso esclarecer, não é uma extensão do IPv4 e sim um novo protocolo.A partir de 1993, quando o medo de esgotamento de endereços IP começou a ser ventilado, órgãos reguladores como o IANA e o Internet Assigned Number Authority (ICANN) lançaram mão de ações paliativas para adiar esse esgotamento. Dentre estas ações, destacaram quatro frentes de trabalho: CIDR, RFC 1918, NAT, DHCP. O CIDR, que eliminou o sistema que dividia os endereços por classes, permitiu o agrupamento por blocos

de endereços de tamanhos que variavam de acordo com a demanda. Com o CIDR também foi possível o uso mais racional do espaço para endereçamento a agregação de prefixos nas tabelas de roteamento, cujo crescimento também era acentuado. O RFC 1918 definiu faixas de endereços privados, não válidos para internet, para uso em redes corporativas. A tecnologia NAT permitiu que com um único endereço válido na Internet, toda uma rede de computadores, usando endereços privados, seja parcialmente conectada. Por

último, houve o lançamento do o DHCP, um protocolo faz alocação dinâmica de endereço IP, o que permitiu aos servidores reutilizarem endereços fornecidos aos clientes para conexões não permanentes.No final de 2010, a IANA (Autoridade de Números Atribuídos na Internet, na sigla em inglês) alertou que restavam apenas 2% dos blocos de endereços IPs da Internet. O “estoque” deve esgotar até o final de 2012 e, se não houver a migração, o crescimento da Internet será prejudicado e há risco eminente de ruptura no fornecimento de serviços. Para entender o que houve com os 4.294.967.296 endereços do padrão IPv4, relatório da IANA aponta que em 1999 havia 107 bilhões de endereços. Em 2009, esse número não passava de 17 bilhões.No Brasil, a Semana IPv6, realizada em fevereiro de 2012, foi um período de testes do novo protocolo, reunindo toda cadeia, desde portais Web, provedores de conteúdo, provedores de acesso e serviços Internet, bem como usuários finais. Durante a Semana IPv6, diversos portais Web habilitaram o IPv6 em seus servidores, passando a funcionar simultaneamente com ambos os protocolos, IPv4 e IPv6, para realizar testes

As vantagens do IPv6 incluem

eficiência, segurança, dentre outros atributos

Evandro Varonil, vice-presidente da Abranet

definir arquitetura hierárquica possibilitar um encaminhamento mais eficiente do pacote de dados facilitar a distribuição de IP fixos fornecer endereços válidos para todos dispositivos utilizar arquitetura fim a fim aumentar a eficiência dos roteadores

A ADoção Do novo FormAto vAi Permitir:

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Abranet > 17

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18 < Abranet

Antes de ser apenas uma entidade de classe

empresarial, a Abranet - Associação Brasileira de Internet (originalmente denominada Associação Brasileira dos Provedores de Internet) desempenhou um papel fundamental na defesa dos interesses da sociedade e para o desenvolvimento da internet brasileira. Da resistência inicial para evitar que a rede ficasse sob o controle da Embratel, à luta constante com as operadoras ante as ameaças de cartelização do setor por meio de ações de verticalização das empresas de telecomunicações - que já dominam os meios e desde sempre vêm tentando dominar o acesso -, a Abranet vem lutando para preservar o papel do provedor na cadeia de valor e contra as tentativas de controle da internet.Além do permanente embate com as carriers, a luta da entidade passa pela resistência aos inúmeros projetos de lei que tramitam no congresso, entre eles o do Senador Eduardo Azeredo (veja mais na página 28), como uma das garantias para a própria democratização da rede.Desde 1992 dedicado às questões que envolvem a informação e as comunicações na vice-presidência do Centro das Indústrias do Estado de São Paulo (Ciesp), Cassio Vechiatti se preocupava em como ter uma comunicação rápida, eficaz e sem filtro. Em 1995, com a abertura da internet comercial (até então limitava-se ao ambiente acadêmico) e a criação

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desbravando um mercadoENTIdAdE ATINGE MATuRIdAdE EM MoMENTo dE TRANSFoRMAção E CoNSoLIdAção dA INTERNET BRASILEIRA. AGLuTINAção dE NoVoS SEToRES PoTENCIALIZA SuA IMPoRTâNCIA Não Só NA FoRMAção E CRESCIMENTo dE EMPRESAS LoCAIS CoMo TAMBéM NA CoNTRIBuIção CoM PoLíTICAS PúBLICAS quE GARANTAM A hEGEMoNIA dA REdE No PAíS

Abranet: 15 anos

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Abranet > 19

com a edição da Norma 4/95 (veja mais na página 28), que instituiu o conceito de Serviço de Valor Agregado e impedia que as operadoras provessem diretamente o acesso, mecanismo que burlaram mais tarde criando ou adquirindo seus próprios provedores”, diz Tavares.

GOLPES SUCESSIVOS Outra luta já no segundo mandato, entre 1998 a 2000, foi contra as tentativas de enfraquecimento dos provedores com as reduções drásticas de preços. A atividade começou com a cobrança de R$ 35 por uma franquia de dez horas, passando depois para 20 horas. Até que o Universo Online, controlado pela Folha de São Paulo e capitalizado pela rentabilidade de seu

conteúdo, criou o acesso ilimitado pelos mesmos R$ 35. Mas o golpe mais duro veio em 1998 com a criação do IG – Internet Gratuita, apoiado num modelo de negócios que ficou conhecido como sumidouro de tráfego.O modelo consistia em tirar proveito de uma regra do setor de telecomunicações que regula a relação de interconexão entre as operadoras. Com o acesso gratuito, o IG atraiu um contingente de pessoas para a rede da então Brasil Telecom (hoje Oi), gerando um desbalanceamento de tráfego com as demais operadoras, que tinham que pagar o excedente à BRT. A operadora subsidiava o IG transferindo parte das receitas do tráfego e criando uma assimetria em relação aos demais provedores. Também abalados pela entrada no segmento dos grandes bancos, entre eles Bradesco e o Unibanco (hoje Itaú) como uma ação de marketing para permitir que seus clientes acessassem a internet por meio do banco.“Tudo isso teve um impacto direto sobre as operações dos provedores. Foi quando se percebeu que o modelo de negócios deixaria de ser apenas prover acesso”, observa Tavares. As empresas passaram a estabelecer uma base e uma infraestrutura, montando data centers e se conectando às operadoras. Passaram a atuar como revenda de links E1 (de 30 canais), comprando e vendendo acesso e links dedicados para empresas. “O novo formato funcionou até

do Comitê Gestor, Vechiatti atuou ativamente como representante da comunidade empresarial sucedendo o presidente da Abinee (Associação Brasileira da Indústria Eletro Eletrônica), Nelson Freire, no Comitê Gestor. “Era difícil falar de internet com as empresas e os cidadãos. Quem entendia do assunto eram os provedores de BBS que começavam a se preparar para se tornarem provedores de acesso a internet”, recorda Vechiatti. Ele conta que entendeu que, para disseminar rapidamente a rede, era necessário juntar os provedores de soluções - fornecedores de equipamentos e software - com os provedores de acesso e de informação, o que deu origem à Abranet. “Antonio Tavarez foi convidado a ocupar a presidência da Abranet, fundada em 7 de novembro de 1996, enquanto eu assumi a presidência do Conselho”, lembra.Em sua primeira gestão à frente da entidade, de 1995 a 1998, Antonio Tavares, também indicado mais tarde como representante dos provedores no Comitê Gestor, lutou no que denominou de dicotomia sobre a quem caberia o controle da Internet, o governo ou o mercado e a sociedade civil.“A Embratel era detentora do principal backbone e queria dominar também o acesso, mas os provedores lutaram para que isso fosse evitado. Desta ação conseguimos que se criasse uma regra separando o que era serviço de telecomunicações e o chamado serviço de provimento de acesso,

o argumento de que o provedor é

de graça é uma falácia. A internet foi concebida para ter múltiplos players

Eduardo Parajo

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20 < Abranet

que as operadoras mudaram o modelo comprando provedores e passando a atuar com uma venda casada disfarçada”, diz Tavares.Mais uma vez os provedores tiveram que se adaptar, criar valor e até mesmo infraestruturas paralelas, como redes wireless na frequência de 2,4 GHz, e para isso, precisaram de licença de Serviço de Comunicação Multimedia (SCM). Com essas redes, passaram a prover acessos para prédios, condomínios e empresas.

GêNESE Roque Abdo, que ocupou a presidência da Abranet entre 2000 e 2002, diz que a grande função da Abranet é a atuação política junto à Agência Nacional de Telecomunicações - Anatel, ao Conselho Administrativo de

Defesa Econômica - CADE, a Secretaria de Direito Econômico - SDE e à Receita Federal. “O episódio mais marcante foi o lançamento do IG, que se dizia gratuito, e promoveu uma concorrência tão violenta que os provedores, à época, vislumbraram que sua viabilidade acabaria. Demoramos a entender o modelo de subsídios, mas a partir daí fomos à Anatel pela falta de isonomia, um processo que chegou ao CADE e à SDE”, relembra.Cassio Vechiatti, fundador da Abranet e presidente de 2003 a 2006, conta que sempre procurou conscientizar as empresas de que o modelo de negócios não deveria ser baseado apenas no provimento de acesso, mas sim agregar serviços e conteúdo para vencer a luta ingrata com as operadoras. “Sempre defendemos que, se toda a cadeia de serviços ficasse nas mãos das carriers, seria instalado o monopólio. E procuramos mostrar a importância do provedor porque senão a qualidade do atendimento cairia. O papel da Abranet foi fortalecer os provedores para que eles crescessem e se estruturassem, para melhor atender como um provedor de informações”, reitera.Outra luta do período foi contra o crescimento das fraudes no que ele denomina de “o lado negro da internet”. Na Abranet foi feito um trabalho consistente na área de segurança e de conscientização dos usuários por meio de uma cartilha de segurança.Segundo Eduardo Parajo, que conduziu a Abranet por dois

mandatos de 2007 a 2011, este cenário fez com que alguns parlamentares começassem a criar leis para controlar a internet, sendo o mais notório o projeto do senador Eduardo Azeredo. Ele lembra que a ideia inicial era obrigar o provedor a fazer o registro de todo tipo de comunicação do usuário, que teria que ir pessoalmente apresentar documentos e contratar um certificado digital.Ele destaca ainda que a sua gestão também foi marcada pela contínua luta contra as operadoras, que por meio de ações no executivo (Minicom), regulatório (Anatel) e no legislativo vêm tentando acabar com a figura do provedor. “O argumento de que o provedor é de graça é uma falácia.

Era difícil falar de internet com as

empresas e os cidadãos. quem entendia do assunto eram os provedores de BBS que começavam a se preparar para se tornarem provedores de acesso

Cassio Vechiatti

A Embratel era detentora do

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Antonio Tavares

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22 < Abranet

A internet foi concebida para ter múltiplos players. Uma prova é que a Telefônica parou o Estado de São Paulo por problemas no servidores de DNS da sua rede de banda larga”, observa.Para ele, a falta de regulamentação quanto a obrigatoriedade de disponibilizar meios (unbundling) levou muitos provedores a criar empresas de telecomunicações para fazer a última milha por meio de redes de rádio, fibra ou cabo.

PNBLEste cenário fez com que os provedores vissem com bons olhos o Plano Nacional da Banda Larga e a criação do backbone da

Telebrás como forma de melhorar a oferta de meios. Para Parajo, quanto mais players existirem para concorrer com as operadoras, melhor para o mercado em termos de benefícios de qualidade e redução de custos. “Nunca tivemos medo de competição, tanto que somos mais de cinco mil empresas, e somos contra qualquer tipo de monopólio”, afirma. Por isso, ele ressalta a importância de resgatar e empreender o processo de valorização do provedor. “Isso significa ter uma associação forte que represente os interesses dos associados e da sociedade”, diz.Algo que Eduardo Neger, presidente da entidade desde abril de 2011, empreende ao aglutinar não apenas os setores representados pela Abranet, mas políticos e formadores de opinião. “A entidade ganhou nova identidade justamente porque passou a agregar uma cadeia mais ampla, que vai dos fabricantes de equipamentos e integradores aos prestadores de serviços de valor adicionado, que incluem empresas de conteúdo, e-commerce, ensino a distância, redes sociais, compras coletivas. Alguns setores que hoje são grandes, mas se andarmos 5 anos para trás sequer existiam”, explica Neger.O novo estatuto da Abranet não se restringe às questões operacionais das telecomunicações, hoje apenas um pedaço da cadeia de internet, um suporte utilizado para que se possa prover o serviço de valor adicionado, que é o serviço de internet.

A entidade, que há 15 anos dedicava-se à construção da internet brasileira, hoje fomenta a massificação da rede, promovendo o conceito do circulo virtuoso. “Se o operador de telecom consegue levar infraestrutura de melhor qualidade, com menor preço, a um maior numero de pessoas, isso vai repercutir em toda a cadeia de internet e beneficia a todos”, cita Neger, concluindo que a Abranet dos anos 2010 enfrenta os desafios da massificação, da inovação e não pode se esquivar dos debates para a criação de políticas públicas, já que internet entrou também na pauta dos governos e se tornou até plataforma eleitoral.

o episódio mais marcante foi o

lançamento do IG que se dizia gratuito e promoveu uma concorrência tão violenta que os provedores, à época, vislumbraram que sua viabilidade acabaria

Roque Abdo

A Abranet ganhou nova identidade

justamente porque passou a agregar uma cadeia mais ampla, que vai dos fabricantes de equipamentos e integradores aos prestadores de serviços de valor adicionado

Eduardo Neger

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Estrada emconstrução

PRoGRAMA NACIoNAL dE BANdA LARGA (PNBL) AVANçA, MAS PRECISA dE AJuSTES PARA PARTICIPAção MAIS ATIVA doS ISPs

conexão > PNBL

o Programa Nacional de Banda Larga (PNBL) é um

dos projetos mais arrojados do Brasil na área de inclusão digital. Não é para menos. Segundo o diretor do Departamento de Banda Larga do Ministério das Comunicações, Artur Coimbra, o PNBL tem várias frentes de ações. Talvez a de maior relevância seja o acesso à banda larga popular, a uma velocidade de 1 Mbps e ao preço de R$ 35 mensais. “Atualmente, o acesso está disponível para 692 municípios do Brasil por tecnologia de acesso fixo. Com redes móveis de terceira geração (3G), a oferta envolve aproximadamente 2.500 municípios”, explica. Coimbra adianta que a meta do Ministério é cobrir todos os municípios brasileiros e atingir a marca de 40 milhões de domicílios acessando a internet até 2014.Para o especialista, o cronograma arrojado deve ser mantido apesar das dificuldades de implantação da rede. Se tudo

der certo, o PNBL cobriria 4.278 municípios utilizando a infraestrutura de rede terrestre, e os 1.287 restantes seriam atendidos por meio de satélite. Entre estes ficariam as localidades de difícil acesso e de baixa densidade populacional, em geral na região amazônica. A contratação do satélite será iniciada este ano, de acordo com Coimbra, e somente essa última iniciativa representaria investimentos de R$ 700 milhões.Parte ativa do processo de implantação do PNBL, os provedores de acesso à internet (ISPs) estão sendo acompanhados de perto pelo Ministério. “Os ISPs são fundamentais para a consecução dos objetivos do Programa, especialmente os pequenos”, explica. Para o representante governamental, os ISPs são responsáveis por capilarizar a oferta de acesso à velocidade de 1 Mbps pelo valor de R$ 35 mensais.

de 2011 até 2014 a

expectativa é que o crédito oferecido por meio do Cartão BNdES a pequenos provedores (micro e pequenas empresas) alcance 1 bilhão de reais

Artur Coimbra, diretor do departamento de Banda Larga do Ministério das Comunicações

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Abranet > 25

Estrada em“Peguemos o caso do Rio Grande do Sul. Temos informações de que lá há diversos municípios - aproximadamente 30% do total - em que essas empresas são as únicas a oferecer acesso rápido à internet, segundo a associação que representa o setor no Estado. Não há dúvida de que essa é uma função muito importante para o Programa”, completa. Eduardo Parajo, diretor presidente do Conselho Consultivo Superior da Abranet, concorda com Coimbra em relação ao papel dos ISPs no avanço do PNBL, mas acredita que algumas correções de rota precisam ser feitas para o aprimoramento do Programa.

Para o representante da Abranet, a iniciativa governamental está correta em identificar o custo da banda larga para o usuário final como um dos gargalos que impede a massificação do serviço. A disponibilização de um backbone de fibra óptica a partir da infraestrutura das estatais, coordenada pela Telebras, também é outro caminho correto, de acordo com Parajo. “Disponibilizar esse backbone é benéfico porque os provedores terão mais opções para contratar os serviços de infraestrutura principal e depois capilarizar a oferta de serviços”, esclarece. “Sentimos que tal etapa está avançando,

mas ele poderia ser feito num ritmo mais acelerado, de certa forma mais lento do que o que foi inicialmente previsto”, complementa. Parajo chama a atenção para outro aspecto despertado pelo PNBL entre a população sem acesso à banda larga: a expectativa de contratar o serviço a um custo menor. “Mas devemos lembrar que um plano de menor custo envolve outros insumos e a banda larga de internet é um deles. A ativação do serviço envolve uma carga tributária e outros investimentos em redes que vão impactar no objetivo de oferecer o acesso de 1 Mbps a R$ 35”, continua.

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INCENTIVOPara o diretor da Abranet, as iniciativas do governo em incentivar a participação dos ISPs no PNBL devem ter uma continuidade, incluindo ações que favoreçam a competitividade. Parajo inclui incentivos fiscais e linhas de crédito para financiamento de pequenos e médios empresários, que poderão criar um ambiente positivo a médio e longo prazo. Levar em conta as diferenças regionais também deve fazer parte das ações do governo, de acordo com ele. “As regiões Norte e Nordeste têm grandes centros com infraestrutura e potenciais clientes, mas fora dessas localidades pode-se enfrentar mercados dispersos, o que é um complicador”, complementa. Outro gargalo que ainda não foi equacionado na avaliação do diretor da Abranet é a questão dos financiamentos. “Hoje, a maior parte dos ISPs é quem financia com capital próprio a sua expansão, razão pela qual conseguem ser competitivas mesmo não ofertando o PNBL”, adianta Parajo. Ele lembra que o cartão BNDES, apesar de suas facilidades, ainda tem um mecanismo de cartão de crédito, com juros ainda altos. Quando combinado com outro gargalo – a tributação excessiva – o financiamento ganha mais vigor para desestimular a avanço dos ISPs. “Os ISPs brasileiros têm, em média, até 20 funcionários, quando uma empresa

tradicional de telecom, com ações listadas na bolsa, emprega 40 colaboradores somente na área jurídica. Não é uma igualdade de condições e o tratamento não pode ser o mesmo”, argumenta Parajo. Do lado governamental, Coimbra destaca que o Ministério das Comunicações é sensível ao problema e tem abordado a questão em reuniões com fontes de financiamento. “Só para falar do financiamento público, de 2011 até 2014 a expectativa é

o backbone da Telebras é

benéfico porque os provedores terão mais opções para contratar a infraestrutura principal e depois capilarizar a oferta de serviços

Eduardo Parajo, diretor presidente do Conselho Consultivo Superior da Abranet

conexão > PNBL

que o crédito oferecido por meio do Cartão BNDES a pequenos provedores (micro e pequenas empresas) alcance 1 bilhão de reais”, argumenta. De acordo com ele, o valor representa um avanço considerável para o setor. “De todo modo, fontes adicionais de recursos estão sendo estudadas e, no âmbito tributário, consolidamos o entendimento jurídico de que a contribuição para o Fust e para o Funttel não incidem na prestação de serviços por pequenas e microempresas”, complementa.

RADARO compartilhamento de rede, ou seja, o acesso à infraestrutura dos backbones ópticos a preços competitivos, também não está fora do acompanhamento do Ministério. Coimbra destaca que o tema unbundling, como é conhecida a separação da rede para compartilhamento, está sendo analisado pelo governo a partir das contribuições recebidas para o Plano Geral de Metas de Competição (PGMC), da Anatel. Coimbra adianta que há ainda a previsão de medidas cautelares em caso de descumprimento do regulamento e um mecanismo rápido de resolução de conflitos. “Nossa expectativa é que o regulamento dê conta de boa parte dos problemas relacionados à questão. Sua versão final deve ser publicada durante o primeiro trimestre deste ano”, informa.

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Abranet > 27

uma iniciativa pioneira vai mapear in loco as diversas

condições de conexão à internet brasileira. Trata-se da Expedição WDC/Abranet que pretende traçar, em seis meses, um mapa da infraestrutura de internet banda larga no Brasil. O projeto foi idealizado e está sendo conduzido pessoalmente pelo empresário Vanderlei Rigatieri, sócio da WDC, para conhecer, principalmente, provedores de internet e tecnologias utilizadas pelos quatro cantos do País. “Estamos neste mercado há muito tempo. Vendemos produtos para provedores de internet, mas ninguém sabe ao certo quantas empresas existem neste ramo nem onde estão”, descreve Rigatieri, ao explicar a razão do projeto.A Expedição WDC/Abranet começou em outubro de 2011,

em Brasília. Ao final da visita à região Centro-Oeste haviam sido percorridos 8.500km. O primeiro destino foi a pitoresca cidade de Santo Antônio do Descoberto, à 41km de Brasília e que hoje é uma das cidades-dormitório da população que trabalha no Distrito Federal. Essa cidade foi escolhida por ser a primeira contemplada pelo PNBL – Plano Nacional de Banda Larga.“A expedição tenta seguir o traçado da fibra óptica do PNBL, até porque depois queremos refazer a trilha para mostrar as mudanças promovidas pelo projeto”, explica Rigatieri.A expedição já visitou oito cidades em Goiás, 17 municípios do Mato Grosso, e seis cidades no Mato Grosso do Sul. “A situação de internet em Mato

Grosso não é boa. As operadoras não conseguem atender a demanda, pois não estão capacitadas com links dedicados de alta velocidade, pela falta de redes de longa distância baseadas em fibra ótica nas cidades”, diz Rigatieri, ao posicionar o ponto mais crítico identificado pela expedição até aqui.Em janeiro, a expedição voltou à estrada para a etapa Sul, quando serão visitadas as cidades de Assis, Ourinhos, Londrina, Maringá, Campo Mourão, Toledo, Pato Branco, Chapecó, Palmeira das Missões, Passo Fundo, Uruguaiana, Bagé, Chuí, Pelotas, Rio Grande, Tavares, Lagoa do Casamento, Osório, Caxias do Sul, Vacaria, Lages, Florianópolis, Camboriú, Blumenau, Curitiba e Registro.A expedição é uma realização da distribuidora WDC Networks e tem como patrocinadores as empresas: Abranet, Telebras, Radwin, Sony, Samsung, Fiber Home, Ubiquiti, Pelco, NUUO, Radiomaxbr, Grandstream. Apoio da: CDNBR, Neger Telecom, Trópico Comunicação, STD:Ó Editoração Eletrônica, Globalmap e Travel Plus.

WdC E ABRANET TRAçAM PERFIL dE uSo, INFRAESTRuTuRA TECNoLóGICA E INICIATIVAS EMPREENdEdoRAS dE CoNExão à INTERNET NoS quATRo CANToS do PAíS

Expedição desvenda amalha da internet brasileira

Equipe WdC/Abranet em visita a provedor no interior do País

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28 < Abranet

conexão > visão jurídica

PRoJEToS dE LEI AMEAçAM A hEGEMoNIA doS PRoVEdoRES dE ACESSo Ao quESTIoNAR REGuLAMENTAção CoM MAIS dE 15 ANoS dE CoNSoLIdAção No MERCAdo

Passados 15 anos, a Abranet segue na luta para garantir

a sobrevivência dos provedores. E caso a Anatel insista na revisão da Norma 4/95, pode ruir aquela que foi a grande vitória do setor. Isso porque a Norma criada em 1995, estabeleceu a separação do que é serviço de provimento de acesso à internet do que é serviço de telecomunicações, classificando o primeiro como Serviço de Valor Adicionado e impedindo as operadoras de atuar diretamente neste mercado.Carol Conway, presidente do Conselho de Estudos Jurídicos da Abranet, explica que a Norma 4/95 foi editada no período pré-privatização da Telebras para separar e não confundir serviços e redes de transporte, objeto que seria privatizado. Ela observa que a Lei Geral de Telecomunicações, editada em

1997, reforçou o conceito de Serviço de Valor Adicionado, que é lógico e não físico.“A separação permite a aplicação do princípio da isonomia entre os usuários que trafegam sobre os meios de telecomunicações”, defende Carol Conway. Segundo ela, com o fim da Norma 4/95 e a transformação de Serviço de Valor Adicionado em serviço de telecomunicações, o provedor perde a classificação de usuário e o direito à isonomia. Além disso, passa a operar um serviço regulado deixando de atuar no regime de livre mercado e sujeito a obtenção de outorga.Outro problema é o enquadramento tributário pois, como serviço de telecomunicações, o provimento de acesso passará a ser tributado com ICMS (superior a 25%).No ano passado o ministro das comunicações, Paulo Bernardo, pediu para a Anatel reestudar esta norma, sob o argumento de que ela só obrigaria a existência de provedor nas redes de telefonia fixa, mas não nas redes celulares ou de TV por assinatura, o que criaria um custo maior para o usuário do serviço.“Já o MCT tem se manifestado favoravelmente à manutenção da separação

dos serviços e considera que é preciso preservar as conquistas obtidas desde que a norma foi criada em 1995. O Comitê Gestor da Internet também se posicionou por meio de uma resolução que reforça a tese de que conexão à internet é um serviço de valor adicionado, que não se confunde com a rede de telecomunicações que lhe dá suporte.A revisão da norma 4/95 está parada na Anatel muito em função da pressão do mercado” por O assunto está nas mãos da Anatel e ainda não tem

há uma pressão das operadoras para

relativizar a neutralidade porque elas querem cobrar mais por determinados tipos de conteúdo

Carol Conway, presidente do Conselho de Estudos Jurídicos da Abranet

O benefício da dúvida

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um desfecho. “A norma é a segurança do setor de internet para pleitear isonomia, não ter que depender de agência reguladora para obtenção de outorga e não sofrer uma elevação de tributos”, resume Carol Conway.

DIREITOS E DEVERESOutro ponto de atenção é em relação ao Marco Civil da Internet, Projeto de Lei 2126/2011, que visa estabelecer direitos e deveres na utilização da internet, atualmente em tramitação na Câmara. A legislação regulamentaria, por exemplo, o armazenamento de logs por até um ano, uma

determinação que não conta com reação o contrária do setor. Mas é crítica a discussão da neutralidade da rede, um conceito que significa que a rede é neutra e não deve discriminar o conteúdo que por ela trafega.“A posição da Abranet é que a neutralidade da rede não seja tratada no Marco Civil, pois é um tema que transcende a internet. Mas se for tratado, que seja do ponto de vista do internauta, que tem o direito de acessar conteúdos de sua livre escolha sem interferência dos donos da rede”, defende Conway.Há também diversos projetos de lei no Congresso, visando responsabilizar provedores pelo

monitoramento do conteúdo produzido pelo internauta. O mais polêmico é o do senador Eduardo Azeredo que, sob a bandeira de tipificar crimes praticados na internet, quer obrigar o provedor a vigiar o internauta.Outro tema que gera apreensão é a proposta de revisão da Lei de Direitos Autorais, formulada pelo Ministério da Cultura. Uma das últimas versões determina que o provedor tire um conteúdo do ar, sem ordem judicial, sob pena de responsabilização daquele que se negar. “A Abranet se posicionou por meio de uma contribuição ao Minc defendendo que não se

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30 < Abranet

O peso de 2012ISPs FoRAM SuRPREENdIdoS CoM A oBRIGAToRIEdAdE dE AdESão à LEI 12.546/2011, quE CALCuLA o IMPoSTo PREVIdENCIáRIo SoBRE A RECEITA E Não SoBRE A FoLhA dE PESSoAL

A regulamentação da MP 540, no corpo da lei 12.546, de

dezembro de 2011, assustou os provedores ligados à Abranet. A lei determina que as empresas dos setores de TIC, calçadista, vestuário, couro e transporte troquem o cálculo de INSS, que antes incidia em 20% sobre a folha de pagamento, para 2,5% sobre a receita bruta, para as empresas TIC, ou 1,5% no caso dos demais setores.Carlos Bernardi, diretor financeiro da Abranet, diz que a obrigatoriedade de adesão ao novo modelo de cálculo faz com que tanto empresas familiares quanto as grandes organizações, que terceirizaram serviços para se manterem competitivas, tenham custos maiores.Segundo ele, as organizações foram surpreendidas com a obrigatoriedade de migração para o novo modelo. “Todos

achávamos que seria possível escolher um sistema ou outro, aquele mais vantajoso, mas não a migração obrigatória”. O artigo 7º da Lei 12.546 determina a obrigatoriedade às empresas prestadoras de serviços, aquelas que recolhem o imposto municipal ISS (Imposto sobre Serviço).O susto, no entanto, pode originar algo positivo, por funcionar

como um alerta para que todas as empresas do setor passem a adotar o planejamento tributário como regra. Com um estudo cauteloso das ações e planos da organização é possível reduzir custos e maximizar os resultados, segundo o Sindicato das Empresas de Contabilidade do Estado de São Paulo (Sescon-SP).Bernardi lembra que a dificuldade histórica dos provedores de acesso é não o só o enquadramento tributário, mas o entendimento sobre os conceitos de telecomunicações e serviço de valor adicionado. “Recentemente, tivemos vários associados recebendo visita de fiscais do estado cobrando o pagamento de ICMS”, informa, dizendo que a entidade também está dedicada a melhorar o relacionamento com os órgãos de governo para melhorar o entendimento dos fiscais sobre o provimento de serviços na área de internet. “A antiga informática, hoje TI, está segmentada”, sinaliza.O diretor da entidade indica que o provedor avalie junto com o seu contador e com muito critério as três modalidades de tributação – simples, lucro presumido e lucro real – para só depois tomar a decisão de enquadramento. “O empresário deve dizer ao contador se a despesa é diretamente ligada ao operacional ou não, porque uma linha telefônica, por exemplo, em algumas situações é insumo e em outras não”, conclui o diretor da Abranet.

A obrigatoriedade de adesão ao

novo modelo de cálculo da previdência faz com que tanto empresas familiares quanto as grandes organizações, que terceirizaram serviços para se manterem competitivas, tenham custos maiores

Carlos Bernardi, diretor financeiro da Abranet

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o Código de Autorregulamentação para

a Prática de Email Marketing (Capem) e a Gerência de Porta 25 chegam ao mercado com a missão de coibir abusos no envio de emails e tornar mais efetivo o uso da ferramenta.O Capem é focado em congregar as empresas que praticam email marketing além de todas as organizações ligadas à internet, envolvendo mais de 10 entidades brasileiras, dentre elas a Abranet. “O Código foi construído em conjunto com representantes dos mais diversos setores - consumidores, empresas de email marketing,

interessadas em promover condutas eticamente aceitáveis, promover foros de discussão e contribuir para a manutenção de uma internet livre de abusos no envio deste tipo de email.

GêNESEO Capem já nasce com uma seção sobre formas de repressão de ações eticamente inadequadas. A partir de agora, o envio de emails só pode ser feito para bases opt-in (quando os destinatários devem ter solicitado o recebimento das mensagens enviadas) ou soft opt-in (quando há uma relação comercial ou social

AuToREGuLAMENção do EMAIL MARKETING VISA EVITAR ABuSoS E ToRNAR A FERRAMENTA MAIS EFETIVA

Pingos nos “is”

Brasil se destaca com 25% dos e-mails comerciais marcados como lixo ou spam. Apenas 64% destes e-mails enviados no país chegam ao seu destino, bem abaixo da media global que foi de 81%clientes que contratam o envio de email marketing, provedores entre outros - com o objetivo de padronizar o envio dessas mensagens, estabelecendo os requisitos mínimos para que um email seja considerado uma ferramenta de marketing e não confundido com spam”, explica a diretora do Conselho de Estudos Jurídicos da Abranet, Carol Conway.Segundo ela, a expectativa das entidades signatárias do novo Capem é aproximar as empresas

prévia e comprovável com o destinatário), considerando as condições previstas como recursos de opt-out padrão, no qual a mensagem deverá conter mais duas opções de descadastro.Já a “Gerência de Porta 25” soma um conjunto de políticas e padrões utilizados em redes de usuários finais ou de caráter residencial para a mitigação do abuso de proxies abertos e máquinas infectadas para o envio de spam e para aumentar a rastreabilidade de fraudadores e spammers.

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e-commerce:nova oportunidade para as pequenas empresasdIMINuIção doS CuSToS TECNoLóGICoS E AuMENTo dA oFERTA dE SoLuçõES FAVoRECEM oS PEquENoS. MAS ALGuNS oBSTáCuLoS PRECISAM SER SuPERAdoS

o comércio eletrônico brasileiro cresceu 21% em 2011 e

chegou a R$ 21,5 bilhões, volume que representou 2,2% das vendas online mundiais, de acordo com dados da consultoria Forrester Research. Além disso, segundo projeção feita pela T-Index 2015, o Brasil terá um aumento de 43,3% no e-commerce mundial em 2015, ocupando a quarta colocação no ranking.Os números comprovam que os consumidores são cada vez mais atraídos pela comodidade de comprar pela internet e despertam ainda para uma nova oportunidade de mercado: a inclusão de pequenas empresas no comércio eletrônico.

Hoje, na prática, a presença das pequenas empresas no e-commerce é ainda diminuta. “Sabemos que os investimentos financeiros para se ter uma loja virtual são elevados e, além deles, existe a necessidade de investimentos técnicos em informatização, contratação de

empresas de logística, de meios de recebimentos e pessoal especializado para atendimento e suporte técnico”, diz José Janone Júnior, diretor de planejamento estratégico e marketing da Abranet.No entanto, este cenário tende a mudar nos próximos anos, devido à diminuição dos custos tecnológicos e ao atual aumento de oferta das soluções técnicas de e-commerce. “A tendência é que mais empresas de porte menor tenham seus próprios e-commerces ou que façam parcerias estratégicas com empresas que já têm a solução implementada”, avalia Luiz Otávio Olinger Momm, diretor comercial da BlueOne, empresa especializada no desenvolvimento de soluções para Billing e Radius para ISPs e projetos de e-commerce.

PLANEJAMENTO É FUNDAMENTALMas não basta estar na internet. Para qualquer empresa, independente do porte, ter eficácia em sua atuação no comércio virtual, alguns cuidados são fundamentais.Isso porque, de acordo com

A tendência é que mais empresas de

porte menor tenham seus próprios e-commerces ou façam parcerias estratégicas com empresas que já têm a solução implementada

Luiz otávio olinger Momm, diretor comercial da Blueone

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Sabemos que os investimentos financeiros para se ter uma loja virtual são elevados e, além deles,

existe a necessidade de investimentos técnicos em informatização, contratação de empresas de logística, de meios de recebimentos e pessoal especializado para atendimento e suporte técnico

José Janone Júnior, diretor de planejamento estratégico e marketing da Abranet

Olinger, muitas vezes a análise de implementar um e-commerce fica somente no desenvolvimento da aplicação em si. “O que os empresários não podem deixar de avaliar é a logística do processo de entrega da mercadoria, que podem levar o projeto ao fracasso. Imagine que uma empresa coloque um sistema de e-commerce e uma

venda acontece a 2000 km de distância, como esse produto será entregue?”, exemplifica o executivo.Outros obstáculos, ressaltados por Janone Júnior, é a falta de capital para realizar os investimentos técnicos e para promover campanhas de marketing, falta de experiência operacional e falta de

visão global. “Para minimizar estes fatores, os pequenos empresários devem buscar informações atualizadas sobre o seu negócio e como ele pode viabilizá-lo na internet, assim como procurar consultorias em e-commerce e realizar um plano de negócios muito detalhado”, aconselha o diretor da Abranet.

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artigo > Rakesh Shah

nos últimos anos, ataques DDoS têm sido dominados

por ataques “volumétricos”. E não apenas em volume, mas em complexidade com novos tipos de ataques surgindo todos os dias. Operadores de data center, que estão no centro da oferta de serviços de computação em nuvem de quase todo provedor de serviços, estão muito preocupados com a disponibilidade de serviços de missão crítica. Os atacantes de hoje veem data centers como um dos novos alvos principais por algumas razões:• Os recursos compartilhados e a natureza multicliente dos data centers permitem aos atacantes causar muitos danos colaterais;• Os data centers estão rodando aplicações de missão crítica e isso os tornam alvos de extorsão;• Virtualização abre um novo conjunto de desafios de segurança.

ESFORçO COMBINADOCada vez mais os atacantes usam uma combinação de ataques 1) volumétricos; e 2) de camada de aplicação (nível 7). Para mitigar ambos os ataques, os profissionais de segurança têm que usar uma abordagem de defesa em camadas. Isto é, eles usam uma combinação de detecção e mitigação de

INVASõES CRESCEM EM VoLuME E EM CoMPLExIdAdE

ataques DDoS em que uma parte da defesa é provida por equipamentos localizados na rede do ISP (na nuvem) e, adicionalmente, equipamentos localizados no data centers.As melhores práticas da indústria têm provado que o lugar ideal para mitigar ataques DDoS volumétricos é a nuvem do ISP, pois no momento em que o ataque atinge o data center geralmente é tarde demais para mitigá-lo, dado que ele já sobrecarregou a infraestrutura de acesso (link de acesso a internet ou roteadores).Por outro lado, o melhor lugar para realizar detecção e mitigação de ataques DDoS de camada de aplicação está na entrada do data center. Como estes ataques são geralmente muito menores do que os ataques volumétricos, eles também são bem mais difíceis

Mitigando ataques DDos inteligentes

de detectar e mitigar na rede do ISP. E embora os IPSs e firewalls sejam ferramentas eficazes para assegurar a integridade da rede, quando se trata de proteção contra ataques DDoS, eles precisam de ajuda. Não há dúvida de que os ataques DDoS vão continuar aumentando em frequência, tamanho e complexidade criando, portanto, oportunidades de se oferecer serviços gerenciados de segurança com uma abordagem híbrida e conjugada, na qual o ISP oferece proteção contra ataques DDoS volumétricos, enquanto o operador do data center trata da proteção contra ataques DDoS de camada de aplicação internamente.

> Rakesh Shah é diretor de marketing e estratégia de produtos da Arbor Networks

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