revista a ed. 9

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ANO II - Nº 09 - OESTE DA BAHIA - ABR/2012 R$ 9,99 REVISTA OUZA EDITORA MEMÓRIA 1 DONA LILIA FERREIRA RELEMBRA HISTÓRIA QUE ORIGINOU O MUNICÍPIO DE LUÍS EDUARDO MAGALHÃES MEMÓRIA 2 CURIOSIDADES DA DATA DE EMANCIPAÇÃO DE SÃO DESIDÉRIO CONTADA POR SEUS MORADORES HERANÇA SANFONEIRO OCTOGENÁRIO DE COTEGIPE INSPIRA NETO A SEGUIR CARREIRA NA MÚSICA ESCULTURA BAIANO “FRANCÊS” DE BARRA E O SINCRETISMO RELIGIOSO DESAFIOS A partir desta edição, a r.A apresenta uma série de reportagens sobre as principais defi ciências socioeconômicas dos cinco municípios mais populosos da região Oeste e Médio-São Francisco. Confi ra o que pensam os pré-candidatos. ELEIÇÕES 2012 DESEMBARGADORA SARA SILVA DE BRITO: JUSTIÇA ELEITORAL ESTÁ ATENTA A GESTORES PRÉ-CANDIDATOS QUE FAZEM MAU USO DA MÁQUINA PÚBLICA EM VISITA A BARREIRAS, CARIOCA FALA DAS INFLUÊNCIAS DA “SANTÍSSIMA TRINDADE” E DE JACKSON DO PANDEIRO EM SEU SAMBA miscellanea Dudu Nobre

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A revista do Oeste mais lida no interior da Bahia

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012

R

$ 9

,99

R E V I S T A

O U Z AE D I T O R A

MEMÓRIA 1 DONA LILIA FERREIRA RELEMBRA HISTÓRIA QUE ORIGINOU O MUNICÍPIO DE LUÍS EDUARDO MAGALHÃES MEMÓRIA 2 CURIOSIDADES DA DATA DE EMANCIPAÇÃO

DE SÃO DESIDÉRIO CONTADA POR SEUS MORADORES HERANÇA SANFONEIRO OCTOGENÁRIO DE COTEGIPE

INSPIRA NETO A SEGUIR CARREIRA NA MÚSICA ESCULTURA BAIANO “FRANCÊS” DE BARRA E O SINCRETISMO RELIGIOSO

DESAFIOSA partir desta edição, a r.A apresenta uma série de reportagens sobre as principais

defi ciências socioeconômicas dos cinco municípios mais populosos da região Oeste e Médio-São Francisco. Confi ra o que pensam os pré-candidatos.

ELEIÇÕES 2012

DESEMBARGADORA SARA SILVA DE BRITO: JUSTIÇA ELEITORAL ESTÁ ATENTA A

GESTORES PRÉ-CANDIDATOS QUE FAZEM MAU USO DA MÁQUINA PÚBLICA

EM VISITA A BARREIRAS, CARIOCA FALA DAS INFLUÊNCIAS DA “SANTÍSSIMA TRINDADE” E DE JACKSON DO PANDEIRO EM SEU SAMBA

miscellanea

Dudu Nobre

Page 2: Revista A ed. 9

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Page 3: Revista A ed. 9

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Page 4: Revista A ed. 9
Page 5: Revista A ed. 9

ABR/2012 5

Page 6: Revista A ed. 9

Exemplode Luiza

EDITORIAL

Luiza acordou cedo e sem que os pais percebessem foi até a cozinha. Pegou uma faca, uma banana, uma pequena vasilha e sentou perto da lixeira. Cortou a fruta em rodelas, desafi ando a própria capacidade e o risco de se machucar. Quando ter-

minou, voltou para o quarto com a vasilha e a banana cortada para comer. Luiza tem menos de três anos e pouca experiência de vida, mas não espera acontecer. Talvez seja essa disposição que falte a muitos gestores municipais.

Apesar da queixa constante da falta de recursos, o que tem faltado mesmo é disposição política, gerenciamento efi ciente dos recursos públicos, criatividade e capacitação das equipes técnicas para desenvolver projetos que atraiam divisas para o município.

A partir desta edição, a r.A, preocupada com o desenvolvi-mento social e econômico do Oeste e Médio São Francisco, passa a publicar uma série de reportagens analíticas sobre os cinco municípios mais populosos da região: Santa Maria da Vitória, Bom Jesus da Lapa, Barra, Luís Eduardo Magalhães e Barreiras. São aproximadamente 350 mil habitantes.

Baseadas em dados disponibilizados pela Controladoria-Geral da União (CGU), ministérios da Educação, Saúde e De-senvolvimento Social e Combate à Fome e Instituto Brasileiro de Geografi a e Estatística (IBGE), as reportagens apresentam um quadro da situação da saúde, educação, infraestrutura, economia e meio ambiente.

Para coroar o lançamento desse ousado trabalho, trazemos ainda uma entrevista exclusiva com a desembargadora Sara Silva de Brito, presidente do Tribunal Regional Eleitoral da Bahia. Ela fala sobre Ficha Limpa, eleições 2012 e avisa os administradores pré-candidatos que o TRE está atento ao uso indevido da máquina pública.

Convidamos você, leitor, a conhecer os desafi os dos futuros gestores, a começar por Santa Maria da Vitória e Bom Jesus da Lapa.

Boa leitura!

Do editor

DIRETOR DE REDAÇÃO Cícero Félix (DRT-PB 2725/99)

(77) 9131.2243 e [email protected]

DIRETORA COMERCIALAnne Stella(77) 9123.3307

[email protected]

DIRETORIA DE MARKETING Jakeline Bergamo

(77) 8802.0721 e 8111.4019

EDITORAnton Roos(77) 9971.7341

[email protected]

REDAÇÃO Jaqueline Bispo e Luciana Roque

EDITORAÇÃO ELETRÔNICA Leilson Castro

ILUSTRAÇÃOJúlio César

EDIÇÃO DE ARTE Klécio Chaves

CONSULTORIA DE MODA Karine Magalhães

REVISÃOEunícia Almeida

IMPRESSÃO Coronário Editora e Gráfi ca

TIRAGEM 4 mil exemplares

ASSINATURAS/CONTATOS COMERCIAISBarreiras

(77) 3612.4074 / 3612.3330 / 3021.3149 / 9906.4554 / 9131.2243 / 9123.3307Barra

Helena: (74) 3662.3621Bom Jesus da Lapa

Rosa Tunes: (77) 9804.6408 / 9161.3797Luís Eduardo Magalhães

Tizziana: (77) 9199.5585 / Anton: (77) 9971.7341 / Ana Paula: (77) 9191.9400Santa Maria da Vitória

Marco Athayde: (77) 3483.1134 / 9118.1120 / 9939.1224Rosa Tunes: (77) 9804.6408 / 9161.3797

Ouza Editora Ltda.Av. Clériston Andrade, 1.111 - Sala 16

Tel.: (77) 3612.4074 - Centro - Barreiras (BA)

R E V I S T A

[email protected]

ANO II - Nº 09 ABR /2012

ao leitor

ediToriaL

ter um fi lho ou fi lha formada em medicina sem-pre foi um orgulho para a família. Se a deci-são coubesse única e exclusivamente aos pais teríamos mais médico que população no Brasil. Não lembro em minha infância se havia mui-

tos consultórios. Na minha cidade, a 54km de Campina Grande (PB), só havia atendimento de dentista, de oculista (assim era chamado o oftalmologista) e de clínico geral. E tem mais: eles atendiam geralmente no dia de feira, pois vinham de outras cidades. Quando se precisava de atendi-mento fora daquele dia, só indo a outras cidades. Não lem-bro das pessoas reclamando muito da saúde naquela época, tampouco se adoeciam como adoecem nos dias atuais. A quantidade de médico formado no Brasil, se não é o ideal, tem aumentado consideravelmente. O problema maior tal-vez seja a desigual distribuição desses profi ssionais que se concentram nas capitais e metrópoles, como esclarece Dr. Paulo Henrique, especializado em urologia e delegado do Conselho Regional de Medicina no Oeste, personagem de nossa matéria de capa.

O modelo de medicina armada de equipamentos impor-tados dos Estados Unidos acabou mercantilizando a área da saúde, adverte o médico, que defende um atendimento mais humano e reclama da fragmentação da medicina em especialidades. “Isso foi um péssimo negócio! É preciso en-tender a pessoa humana como um todo”, declara. Dr. Paulo tem um humor contagiante e lembra os médicos românti-cos da década de 1930 citados pelo mineiro e também mé-dico Pedro Nava em suas memórias. Ser médico é se doar em nome do bem-estar do outro, é espelhar-se no paciente que chora, rir e se apaixona. Caso contrário, a prescrição toma caminhos equivocados. De acordo com a literatura médica, 60% das pessoas que vão ao consultório não têm causa orgânica. Portanto, é preciso considerar outros fatores na hora de avaliar um paciente, fatores que máquinas, ape-sar da imensurável contribuição para o desenvolvimento da medicina, não conseguem observar.

A emocionante história do lutador de jiu-jítsu Clécio Ro-drigues, que surpreendeu os médicos ao combater e vencer um câncer que já estava em estado avançado; o início da série “Jovens empreendedores”, que vai destacar a perspicá-cia dos jovens na administração e condução de negócios no Oeste são outros ingredientes desta edição que, somados a outros conteúdos, quer levar a você, leitor, uma informação com qualidade em um produto que a cada número orgulha toda a região. Boa leitura!

Cícero Félix, editor e diretor de redação

EDITOR/DIRETOR DE REDAÇÃO Cícero Félix (DRT-PB 2725/99)

(77) 9131.2243 e [email protected]

DIRETORA COMERCIALAnne Stella(77) 9123.3307

[email protected]

DIRETORIA DE MARKETING Jakeline Bergamo

(77) 8802.0721 e 8111.4019

EDITOR DE FOTOGRAFIA Jorge Barbosa

(77) 9150.9636

REDAÇÃO Luciana Roque e Jorge Barbosa

CONSULTORIA DE MODA Karine Magalhães

REVISÃO Aderlan Messias e Rônei Rocha

IMPRESSÃO Coronário Editora e Gráfi ca

TIRAGEM 4 mil exemplares

R E V i S T a

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Ouza Editora Ltda.Av. Clériston Andrade, 1.111 - sala 16 - CeP 47.805-970

Centro - Barreiras (BA)

ed.04 jul-aGo/2011

Revista A, consciente das questões ambientaise sociais, utiliza papéis com certificação (Forest

Stewardship Council) na impressão deste material.A certificação FSC garante que a matéria-prima é proveniente de florestas manejadas de forma

ecologicamente correta, socialmente justa e economicamente viável, e outras fontes controladas. Impresso na Gráfica Coronário - Certificada na

Cadeia de Custódia - FSC.

A r.A já obedece a Nova Ortografi a da Língua Portuguesa e não se responsabiliza pelos conceitos emitidos nas

colunas assinadas.

Page 7: Revista A ed. 9
Page 8: Revista A ed. 9

8 ABR/2012

17 . A MISCELLANEADudu Nobre: Salve a santíssima trindadeTorcida: Bahêa, na pele e no coraçãoDesenrola a língua: Emprego da palavra, por Aderlan MessiasMercado: Gestor e colaborador no dia a diaExclamação: Art Déco, por Karine Magalhães Debut: Zhagaia, 15 anos na modaÚtil: Moda ou estilo, por Vanessa HoritaTRENDS AND NEWS: CIAS e Pitanga: Urologia, dermatologia e estética

37 . JOVEM EMPREENDEDOREvandro EckertDe pai pra fi lho, fi delizando o atendimento

39. ARQUITETURA E DESIGNMafraAvanzoPraticidade: projetos com conforto, estilo e elegância

43 . MODA HOMEMZhagaia: ensaio mostra o dia a dia de um jovem executivo

48 . ENTREVISTASara Silva de Brito“Eleitor está mais maduro”

70 . MEMÓRIA: LUÍS EDUARDO MAGALHÃESLilia Ferreira relembra a história que originou o município

75 . MEMÓRIA: SÃO DESIDÉRIOCuriosidades da data de emancipação contadas por seus moradores

78 . A CULT“Nunca tive professor pra nada”: O sanfoneiro octagenário de Cotegipe infl uencia neto a seguir carreira musicalGérard, le faiseur d’images: O baiano “francês” e o sincretismo religioso

88 . A UM LUGARRio corrente: os mergulhos refrescantes entre Santa Maria da Vitória e São Félix do Coribe

90. SOCIAL: GELO, LIMÃO E AÇÚCARpor Tizziane Oliveira

94 . A SOCIETYO registro social da região

ÍNDICE

53. CAPA

DESAFIOS: ELEIÇÕES 2012Um raio X socioeconômico dos cinco municípios mais populosos daregião e como pensam em administrá-los os pré-candidatos. Nesta edição, Santa Maria da Vitória e Bom Jesus da Lapa.

ILUSTRAÇÃOAs ilustrações da capa desta edição foram feitas por Júlio César, talentoso e premiado cartunista de Campina Grande (PB), colaborador da r.A desde a edição 6

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ABR/2012 9

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12 ABR/2012

abordo

Igrejas, rodovias, animais, cidades, natureza, vida e morte. Flagrantes de uma viagem pela região, sempre rica em sur-presas. O dinamismo de um cotidiano às vezes provincia-no, moderno e institivo. À bordo na vida, naturalmente.

NATURALMENTE

FOTO

S: C

.FÉ

LIX

EM NOME DA FÉAydil Silveira, neta de João João Maurício e Delmira de Mattos Mariani Wanderley, sobrinhos do coronel Antonio Mariani. Ela é zeladora da Igreja Santa Cruz, em Cotegipe, construída em 1885, destruída e reerguida em 1933. A história da região corre por suas veias.

O perigo é constante na BA-161 que liga a BR-242 (em cima) a cidade de Barra. Estrada pouco movimentada e com muitas retas engana pela tranquilidade. A todo instante animais cruzam o asfalto.

BARREIRAS

SANTA RITADE CÁSSIA

LUÍS EDUARDO MAGALHÃES

SÃO DESIDÉRIO

ANGICAL

COTEGIPE

BARRA

IBOTIRAMA

PARATINGA

SANTA MARIA DA VITÓRIA

CORRENTINA BOM JESUS DA LAPA

Atenção

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ABR/2012 13

PRAÇASParóquia Nossa Senhora Aparecida, em início de noite na Praça Sérgio Alvim Motta, em Luís Eduardo Magalhães. Ao lado, poste na praça Abelardo Alencar, em São Desidério, com design que lembra galhos de árvore. Ótimo constraste com as barrigudas no morro ao lado da cidade.

Na estrada inacabada entre São Desidério e Correntina, a ave imortalizada na música do maranhense João do Vale. Com a caça ainda no bico da águia à esquerda (foto do meio), elas esticam as asas, encolhem as garras e desaparecem no horizonte.

CarcaráPEGA, MATA E COME

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14 ABR/2012

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ABR/2012 15

issuu.com/cicero_felix

VERSÃO DIGITALE EDIÇÕES ANTERIORES

Hora de aposentar

The Gullas! Parabéns! Te desejamos tudo de bom. Sucesso, meu rei!!!Fátima Luz

Adorei a entrevista de Gulla. A revista esta ótima. Parabéns a toda equipe da revistaMargarete Horita

Essa edição está especial!!!Renan Kuhn

Parabenizo a toda a equipe da r.A pela excelente edição de nº 8. Sou fi lho do Oeste Baiano, mas moro atualmente em Goiânia. É com muito orgulho que, através da Internet, acompanho a revista desde sua origem. Sem dúvida, a r.A sempre entrega a seus leitores um fi el e atraente panorama do que está acontecendo em toda a região.Gostei bastante da entrevista com o mestre em Economia Ernani Sabai, que esclareceu dúvidas bem interessantes, como no que se refere ao aumento do salário mínimo e as consequentes elevações de preços. Abraços a todos os conterrâneos!Erneilton Lacerda

@leitor [email protected] Ouza Editora

A r.A deste bimestre trouxe uma reportagem sobre meu saudoso pai. Agradeço esta homenagem a toda equipe da revista que vem mostrando que é possível fazer jornalismo de qualidade na nossa região. Em especial agradeço a Thiara Reges que carinhosamente escreveu o texto. Parabenizo também o Cícero Félix que fez belíssimas fotos para esta publicação, em particular as fotos tiradas no Arraial da Penha (aquela modelo no balcão do bar de Seu João está demais). Em resumo, valeu a pena conferir!Tsylla Balbino

A cada edição uma miscelânea cultural. O leitor conhece toda a região oeste em cada matéria. Parabéns a todos os colaboradores por proporcionar esse enriquecimento!!Ana Cássia Gonzaga

A cada edição, aprendemos muitos sobre essa nossa bela região Oeste, estão de Pparabéns..Wesley S. Ferreira

Desejo muito sucesso a revista pelo brilhante trabalho realizado. Luís Eduardo Magalhães ganhou uma importante revista, com ótimos profi ssionais. Beijos!!Aparecida Lima Shirabe

Grande revista. Ótima edição, com muito conteudo. Parabéns! Nós, oestinos, precisávamos de algo desse gênero!!!Rhisley Ribeiro de Morais

Realmente uma revista... Conteúdo de verdade! Parabéns!Márcio Dias

Sempre boa! :) Adorei. Ótimo o trabalho de vc’s.Schwengber Espinoza

Adorei a matéria do artista Juliano Francisco! Parafraseando Corrado Álvaro, ‘alí vi a arte e senti a força de sugestão dos detalhes’.Evelyn Knebel

A r.A ”ultrapassa fronteiras e se debruça com olhar estrangeiro sobre aquilo que por muitos já está naturalizado e aparentemente não desperta mais nenhuma graça”, como disse Cícero Félix no editorial da edição de nov/2011.Inês Coelho

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16 ABR/2012

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ABR/2012 17

A presentes

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18 ABR/2012

Page 19: Revista A ed. 9

ABR/2012 19

miscellanea> COMUNICAÇÃO, CURIOSIDADES, DESIGN, EVENTOS, NEGÓCIO, POSTCARD, TECNOLOGIA, TENDÊNCIA, ETC... <

miscellanea> COMUNICAÇÃO, CURIOSIDADES, DESIGN, EVENTOS, NEGÓCIO, POSTCARD, TECNOLOGIA, TENDÊNCIA, ETC... <

DUDU NOBRE

SALVETRINDADE

A SANTÍSSIMA

Afi lhado de Zeca Pagodinho, Dudu Nobre se tornou um dos prin-cipais nomes do samba no país. Muitas de suas músicas caíram nas graças do povo. Aos 39 anos, o sambista carioca demonstra respeito às raízes do gênero mais brasileiro de todos, lembra a santíssima trindade do samba (Pixinguina, Donga e João da Baiana), a paixão pelo partido alto, estilo de samba que mais gosta de tocar, e a infl u-ência de Jackson do Pandeiro. Na recente passagem do músico por Barreiras, para animar os foliões do bloco Mordomia no carnaval 2012, Dudu conversou com a r.A. Confi ra!

O samba desceu do morro, foi para o asfalto e agora sobe no trio elétrico. Como é que você vê isso tudo?

Já tem um tempo isso. O Alvorada têm mais de 30 anos, o Alerta Geral tem 18. As pessoas tem muito esse lance do trio ser uma ex-clusividade do axé, mas hoje existe uma democratização. Já vi trio elétrico de forró, música techno, pagode romântico, samba. É como se fosse uma roda de samba que a gente fi ca ali três ou quatro horas direto. A diferença é que você tem um público andante. As pessoas criaram esse estigma, mas o trio é super democrático, agora tem aquele sem cordas e aquele trio com corda, que já é outra parada.

Quando você se sentiu a vontade pra dizer: “Vou seguir com minha carreira agora?

As pessoas associam muito o meu trabalho com o Zeca Pagodinho, mas antes dele eu toquei com Almir Guineto e muitos outros. Eu trabalho com música desde os dez anos. Minha fi lha tem dez anos e eu já falei pra ela: “Filha, quando eu tinha tua idade eu já ganhava

texto/fotos C.FÉLIX

TEXTOS ANTON ROSS, LUCIANA ROQUE E C.FÉLIX

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20 ABR/2012

miscellanea

dinheiro com música”. Tinha um projeto social nas escolas de samba do Rio de Janeiro. Cada escola tinha uma escola de samba mirim. Em oito anos que participei ganhei sete sam-bas em cinco escolas diferentes. Com 15 anos fui fi nalista com um samba enredo na Mocidade Independente de Padre Miguel. Logo que eu comecei a trabalhar com o Zeca, a primeira coisa que ele me falou foi que conhecia minha his-tória e que sabia que a parceria seria passageira. No fi nal, foi algo que durou seis anos. Depois, comecei a me dedicar ao trabalho de compositor. Teve um ano que tive meu trabalho gravado nas vozes de Beth Carvalho, Fundo de Quintal, o próprio Zeca, Martinho da Vila. Quando assinei contrato pra gravar meu primeiro disco o samba estava carente de uma renovação. Demorou 18 meses para o disco sair, mas foi um momento mágico, muito bacana. As coisas começaram a fl uir e hoje estou com 12 anos de carreira como cantor solo e 28 de carreira na música.

Dentro do samba existem variações: pagode, samba de roda, partido alto; assim como no forró tem xaxado, baião... Tem algum estilo dentro do samba que você gos-te mais?

Sou mais ligado ao partido alto, mas faço todos os estilos. Em um disco você tem que procurar sempre atender às diversas tendências, principalmente de uns seis, sete anos pra cá, quando houve esse “boom” da pirataria. Antiga-mente, você tinha a gravadora que era uma máquina que te impulsionava. Ela ditava o que tocava na rádio e o Brasil inteiro tocava. Hoje já não é mais assim. Você tem que ir lá conversar com o pessoal. Tem rádio que acha que é a faixa número dois, a outra acha que é a música oito...

E pirataria?Eu acho lamentável esse lance da pirataria. Atrapalhou

muito. Não somente a vendagem, mas o negócio da música como um todo. A própria renovação dentro da música. An-tigamente se um CD meu desse lucro pra gravadora, com uma fatia desse lucro eu podia indicar algum artista pra gravar - ou seja: parte desse lucro eu colocava nesse artista. Hoje já não é mais assim. Pra você dar lucro já é difícil, imagina investir em quem a gente quer!

Quem dos mestres samba te inspira ou inspirou?Um cara que sempre me inspirou muito foi o Martinho da Vila.

Outro foi Candeia. Mas minha levada sempre foi muito partido alto, e o partido alto vem de onde? Da Santíssima Trindade: Pi-xinguina, Donga e João da Baiana. Depois vem o partido em cin-co: Martinho da Vila, Almir Guineto, Candeia, Zeca Pagodinho e Fundo de Quintal. Eu costumo dizer que da árvore genealógica eu sou o mais novo do esquema do partido alto, porque é a linha que eu mais gosto de atuar; que é uma linha mais dançante, mais pra frente; uma linha que pensando no lance do trio elétrico tem mais a ver justamente por ser mais dançante, com mais pegada.

Existe alguma música que tem não pode sair do seu reper-tório?

Tem! Quando você bota uma música em novela, meu nego, aí já era. Quando uma música ganha esse status, as pessoas já olham pra tua cara. Às vezes nem lembram o teu nome, mas lembram da música. Em Celebridade eu tive duas músicas “Tempo de Dondon” e “Verifi car”. É algo que alcança o mundo todo. Eu fui fazer um show em Portugal e o pessoal não sabia reconhecer o Dudu Nobre. Quando entrei no elevador tinha um português assoviando, “No tempo que don-don jogava no Andaraí”. Aí as pessoas falam: “Ah! você que é o Dudu Nobre!” Pensam que é um senhor, um coroa, um negão grandão. Daí começa né. Cantei essa, “Goiabada cascão” (tema da Grande Família), “No mexe mexe, no bole bole”,

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Os pais do samba: Donga, Pixinguinha e João da Baiana

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Sambista carioca puxa o trio elétrico do bloco Mordomia no primeiro dia de carnaval de Barreiras

Page 21: Revista A ed. 9

ABR/2012 21

“Pega geral”, que fi zeram parte da trilha sonora de novela e não podem faltar. Por que elas entram no subconsciente da pessoa durante um período, fazem parte do dia a dia de todo mundo e aí, cara, você tem que tocar. Eu tive duas músi-cas que viraram tema de novela “Quem é ela” e “Eu posso até me apaixonar”. Aí meu cumpade, são músicas que não podem faltar.

Tem o samba paulista, carioca, baiano. O que tem di-ferente? O cavaco é o mesmo?

Quando você fala de São Paulo, você logo associa aos grupos de música romântica. Tem lugares em São Paulo que fazem mais samba tradicional do que no Rio. Pra você ver, o Quinteto Preto e Branco é um grupo tradicionalís-simo e é de São Paulo. No entanto, se você pegar o Raça Negra já é um pagode totalmente diferente. Mas que não deixa de ser samba, é um samba roda. No Rio, de um lado você tem o Fundo de Quintal e do outro um Sorriso Ma-roto. Na Bahia - devido aquele pagode, aquele samba duro que tem parentesco com aquele samba de roda lá de Naza-ré das Farinhas, da Cachoeira -, tem uma batida diferente. Se você for para Santa Catarina, em Florianópolis no Morro da Caixa, tem um pessoal que faz um samba assim de você parar e falar: o que é que é isso? Eles são mais tradicionais do que o pessoal de Rio e de São Paulo juntos. Eles fazem samba com pastoras, e isso ensinado desde criança. Quer dizer, cada lugar tem seu estilo de samba. Se tu vai pra Belém do Pará, vai encontrar o Bilão que é um dos grandes nomes do samba do Norte do Brasil e tem uma pegada de partido alto mas tem infl uência indígena. Cada lugar do Brasil tem um estilo de samba diferente.

Jackson do Pandeiro colocou algum elemento dentro do samba?

Eu sou muito infl uenciado pelo Jackson do Pandeiro, pela embolada. “Posso até me apaixonar” e “No mexe mexe, bole bole”: duas músicas que fi z em cima da embola do Jackson e junto com a escola de partido alto do Rio de Janeiro com Beto Sem Braço. Foram dois estilos que me infl uenciaram bastante na minha formação como músico, compositor e agora como cantor.

E o repente? o desafi o no samba?O já chamado partido alto de roda de samba de versos,

no qual também a gente militava no Cacique de Ramos. É como se fosse o repente do samba. A gente pega um refrão e em cima dele vai versando com o seu oponente.

Como é voltar a Barreiras?Se eu não me engano eu vim aqui em Barreiras em 2005. É

o maior prazer relembrar as festas. Aqui é bom demais. Daqui saí pra fazer Bom Jesus da Lapa, onde tem a gruta. É maneiro pra caramba! Eu gosto muito daqui, é uma terra que recebe todos nós do samba com respeito, admiração e um carinho muito grande. É sempre bom estar aqui. Muito bom.

A chuva parece não ser problema para a cantora Ivete Sangalo. Sempre irreverente e esbanjando alto astral, a embaixadora da alegria do povo baiano veio a São Desidério no dia 11 de fevereiro para se apresentar nos festejos de 50 anos de emancipação política da cida-de. Sob forte chuva a cantora levantou o público. “As pessoas vêm para assistir o nosso melhor. Seria injusto se não fi zessémos tudo para levar alegria para esse público”, diz, confi rmando que os shows na Bahia têm um gosto especial.

Amiga do barreirense Saulo Fernandes, com quem gravou um dis-co infantil em 2008, Ivete é só elogios para o cantor que a substituiu na banda Eva. “O Saulo é uma pessoa do bem, que não precisa fazer esforço para ter a simpatia do público. Com certeza ainda vamos fazer muitas coisas juntos”, conta.

Em 2012, a cantora retornou à televisão na pele de uma persona-gem da série “As Brasileiras”, da Rede Globo. Dividir a responsabili-dade com atrizes consagradas não incomoda a cantora: “Onde tem arte eu quero estar, mas sempre dá um friozinho na barriga. Foi uma honra estar entre elas, trabalhando com a equipe que eu trabalhei lá”.

Na década de 1980, a capital federal Brasília se tornou famosa pela qualidade de suas bandas de rock. Nomes como Legião Urbana, Capital Inicial e Plebe Rude marcaram época e deixaram um legado para as gerações futuras. Trinta anos depois, o Distrito Federal conti-nua produzindo boas bandas para o rock n´roll nacional.

Duas dessas bandas, Massay e Scalene (foto) estiveram em Luís Eduardo Magalhães, no dia 16 de março, participando da primeira edição do Orange Pró Rock, ao lado da Tribolado (LEM) e Emphasis (Barreiras), no Estação Gê. A Scalene intercalou faixas do EP autoin-titulado lançado em 2010 com algumas músicas que fazem parte do track list do disco Cromático, lançado ofi cialmente no dia 16 de abril.

“Onde tem arte eu quero estar”

Rock’n’roll de Brasíliaem Luís Eduardo Magalhães

C.F

ÉLI

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IVETE EM SÃO DESIDÉRIO

FESTIVAL

Page 22: Revista A ed. 9

22 ABR/2012

miscellanea

Foi fundada no mês passado a ONG Oeste Legal, Organização de Defesa dos direitos Humanos do Oeste Baiano. A entidade foi idealizada por alunos da Faculdade São Francisco de Barreiras (Fasb) e conta com o apoio do corpo docente

da instituição. Os alunos estavam inconformados com a apatia da população e região, que não se ma-

nifesta contra omissões do poder público que trazem transtornos e prejuízos aos habitantes, explica o diretor-presidente da ONG, Túlio Machado Viana, professor e advogado.

O principal objetivo da entidade é semear na comunidade a ideia de cidadania, torná-la consciente dos seus deveres e, prin-cipalmente, dos direitos, explicou o diretor. Uma das primeiras atividades da Oeste Legal é a implementação de um curso básico de Direito nas escolas públicas de Barreiras. “Com isso, nós pretendemos tornar essa juventude mais crítica. A população tem que aprender que ela é a verdadeira detentora do poder. Se o ad-ministrador público não executa suas tarefas com impessoalidade, cabe ao povo tomar-lhe o poder”, alerta Túlio Viana. Os interessa-dos em participar das atividades da Oeste Legal podem entrar em contato com a entidade através do e-mail [email protected].

O grupo Circo Teatro Artetude, criado em 1999 e patrocinado pela Petrobras, passou por Barreiras entre os dias 2 e 4 de março. Na programação, sessões gratuitas de cinema, espetáculos teatrais e uma oficina de iniciação à arte circense. A trupe rodou os bairros de Santa Luzia, Novo Horizonte, J.K, São Miguel, Vila Nova, Vila Brasil, São Pedro, Vila Rica e Vila dos Funcionários. O Circo Teatro Artetude deve passar por quatro estados nessa turnê.

ITINERANTE

MOBILIZAÇÃO

Grupo Artetude traz circo, teatro e cinema para Barreiras

Inconformados com apatia social e desmandos do poder público, alunos de direito fundam ONG

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GP2: Razia vence1ª etapa da temporada

VELOCIDADE

Ideal para o dia a dia, o Mitsubishi Lancer Sportback é um veículo ideal para a cidade. Espaçoso e confortável, com amplo porta-ma-las, tem fileiras de bancos traseiros rebatíveis, rodas aro 18” e outros itens que tornam o carro mais seguro. O Sportback vem com a grife Ralliart, divisão esportiva dos veículos de alta performance da Mit-subishi que deu à marca Lancer 4 vitórias no World Rally Cham-pionship, um dos rallies mais velozes do automobismo mundial.

Lancer Sportback, um carro com grife de velocidade

AUTO

O barreirense Luiz Razia começou com o pé direito a temporada 2012 da GP2 no sábado, 24 de março, ao vencer a corrida de aber-tura da temporada em Sepang, na Malásia. Largando na segunda fila, o piloto baiano tracionou melhor que o pole position Davide Valsecchi e completou a primeira curva bem à frente do pelotão. Com o carro bem equilibrado e melhor estratégia de corrida que os oponentes, abriu na dianteira e com dois pit stops a menos que os demais venceu de ponta a ponta.

Essa foi a 3ª vitória de Razia na GP2. Por ter vencido no sábado, Razia foi obrigado a largar em oitavo na bateria final por conta do regulamento. Mesmo com a curta duração da prova e a dificulda-de de ultrapassagem, o competidor de 22 anos foi o 5º colocado. Após a rodada dupla na Malásia, Razia assumiu temporariamente a liderança da temporada com 31 pontos, sete a mais que o italiano Davide Valsecchi. Os próximos compromissos da temporada acon-tecem no Bahraim nos dias 21 e 22 e 27 e 28 de abril.

BRASIL PERDE MESTRE DO HUMOR

MILLÔR FERNANDES: OUTRO GÊNIO QUE SE FOI

ADEUS

O humorista cearense Chico Anysio, responsável por mais de 200 personagens, entre eles o “Professor Raimundo”, “Justo Veríssimo”, “Alberto Roberto” e “Bento Carneiro, o vampiro brasileiro”, morreu na sexta-feira, 24 de março, depois de ficar internado 112 dias no Hospital Samaritano, no Rio. O boletim médico informou que Chico não resistiu a uma para-da cardiorespiratória e a morte ocorreu por conta de falência múltipla dos órgãos decorrente de choque séptico causado por infecção pulmonar.

Nascido no município de Maranguape em 12 de abril de 1931, Chico começou a carreira no rádio, no início da década de 1950. Em 1952, criou aquele que se tornou seu mais conhecido projeto: “A Escolinha do Professor Raimundo”.

Após o sucesso no rádio, foi convidado para estrear na televisão, na extinta

TV Rio, o programa “Chico Anysio Show”. O humorista teve passagens pelas emissoras Excelsior, Tupi e Record, até ser contratado pela TV Globo em 1968.

Menos de 72h depois da passagem de Chico, o país perdeu outro gênio. Em casa, na Zona Sul do Rio de Janeiro, o escritor carioca Millôr Fernandes, morreu vítima de falência múltipla dos órgãos e parada cardíaca. Millôr nasceu em 16 de agosto de 1923, embora em sua certidão de nascimento esteja registrada a data de 27 de maio de 1924 (o documen-to tinha ainda outro erro: Millôr deveria ter sido registrado como Milton). Além de escritor, era desenhista, jornalista, dramaturgo e tradutor, sendo responsável pela tradução das peças de Shakespeare no país.

“Claro, sabemos muito bem que VOCÊ, aí decima, não tem mais como evitar o nascimento e a morte. Mas não pode, pelo menos, melhorar um pouco o intervalo?”MILLÔR FERNANDES (1924 - 2012)

FOTO

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24 ABR/2012

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O jejum de títulos e o longo período que o Esporte Clube Bahia permaneceu na segunda divi-são só fez aumentar a paixão de um pequeno grupo de torcedores do clube em Barreiras. No ano que marcou o retorno do Bahia a elite do futebol brasileiro, esses fanáticos pelo ‘tricolor de aço’ começaram a se reunir para assistir aos jogos do clube do coração em um bar da cidade e a organizar excursões para assistir ao time em Salvador e cidades como Brasília e Goiânia.

“Na época não eram mais que 20 ou 30 pessoas”, conta Leto Simões, um dos idealizadores da torcida organizada. Com o retorno à primeira divisão e a queda do maior rival, o número de simpatizantes aumentou e motivou a trupe a formar a Torcida Organizada Turma Tricolor – TOTT. O lançamento da marca aconteceu na sexta-feira, 30 de março, na Praça das Corujas em Barreiras. Na oportunidade a TOTT recebeu cadastros de interessados em se juntar a “turma tri-color” do oeste da Bahia. Quem não pôde comparecer e tem interesse em se tornar um membro da TOTT, basta enviar email para [email protected] .

Para comemorar seus 172 anos de emancipação política o município de Santa Rita de Cássia promoveu, entre os dias 24 e 26 de março, uma série de atividades esportivas e artísticas, incluindo torneio de vôlei e futsal na quadra coberta e caravana da cidadania com diversos serviços gratuitos para a população na praça Ruy Barbosa.

A banda de rock gospel Ofi cina G3 foi a grande atração das comemorações pelo aniversário de 12 anos de emancipação política de Luís Eduardo Magalhães, na sexta-feira, 30 de março. A programação também contou com uma corrida rústica de 5 mil metros e Passeio Ciclistico na Avenida JK, próxima à Câmara de Vereadores.

Santa Rita de Cássiacomemora 172 anos

Oficina G3 é atraçãono aniversário de LEM

EMANCIPAÇÃO

Mistura de gerações. Leto Simões e a fi lha de colo, desde cedo vestida com as cores do Bahia e Daniel Gorgen com o pequeno João Pedro (foto de cima), o mais novo membro da “turma tricolor”

NA PELE,no coração TORCIDA

FOTOS: ANTON ROOS

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DESENROLAA LÍNGUApor ADERLAN MESSIAS

Emprego da palavra

[email protected]

Esta coluna é dedicada aos meus alunos da Educação Supe-rior que num deslize, vive empregando o vocábulo “mesmo” na condição de pronome pessoal. E o que faço? Corrijo na chincha. O pior que é tão comum ver a grafi a desta palavra em textos de livros e até jornais, mas não sabem os emissores que empregar este conector com esta função é erro crasso.

E que tal eu mostrar numa letra de lei este grotesco erro? O artigo 7º da Lei de Introdução ao Código Civil, no seu § 5º diz o seguinte: “O estrangeiro casado, que se naturalizar brasi-leiro, pode, mediante expressa anuência do juiz, no ato da entrega do decreto de naturalização, se apostile AO MESMO a adoção do regime de comunhão parcial de bens, respeitados os direitos de terceiros e dada esta adoção ao competente registro.”

Viu aí como o mesmo está assumindo a condição de prono-me pessoal, vez que se refere ao estrangeiro? Quer erro gritan-te!!! Cadê os revisores?!? Se bem que os legisladores deveriam me contratar para fazer a revisão dos seus textos. Hehe...até parece!!! Vou sonhando...

E por mais que eu fale que este tipo de uso é errado, muitos alunos ainda insistem em escrever assim. E mais, dizem que se até a lei escreve desse jeito, por que o farão diferente. Pobre criatura (rs). Ainda bem que tenho autonomia para corrigi-lo.

Vocês devem se perguntar: “e qual a função exata deste item lexical”? Ora, leitor! Basta pararmos um pouquinho para pensar! Olhe só:

“José afi rmou MESMO que fez o trabalho.” Neste enunciado é evidente a presença do advérbio signifi cando “exatamente, justamente”. O advérbio é aquela palavrinha que indica uma circunstância de algo. E se nos deparássemos com a seguin-te frase? Vós MESMOS fi zeram a confusão. Observe, leitor! “mesmos” acompanha um pronome pessoal que tem sentido de “próprio”.

Ela, também, pode assumir a condição de um pronome demonstrativo. Vislumbre o exemplo: “Este MESMO senhor veio me procurar para falar de sua indignação.” Vale destacar também, que em outro momento apresenta a condição de uma locução: “Esta garota ASSIM MESMO não é tão chata como afi rmavam.” Note que o seu valor é de “apesar disso”.

“Meu colega procurou o professor de Português Jurídico para questionar a nota. Eu fi z o MESMO”. E agora? Qual a função que ocupa “o mesmo” nesta oração? Neste contexto a gramática chama de pronome neutro. Só espero não ser procurado pelos alunos. Se for, mando estudar mais! rsrsrs

Bom! Viram como o vocábulo “mesmo” pode assumir várias funções no texto? Ele só não assume a condição de pronome pessoal. Combinado? Aposto que a partir de agora ninguém mais vai cometer este erro. Espero isso dos meus alunos também.

“Meu colega procurou o professor de Português Jurídico

ADERLAN MESSIAS Bacharel em Direito (FASB), Licenciado em Letras Vernáculas

(UNEB), Especialista em Psicopedagogia (FASB). Atualmente é professor universitário da FASB, FAAHF e UNEB/Plataforma Freire.

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26 ABR/2012

miscellanea

No primeiro trimestre do ano a Bahia viveu umadas maiores secas dos últimos tempos. O DiárioOficial do Estado, de 23 de março, informouque pelo menos 158 municípios haviamdecretado “situação de emergência”. Açõesde minimização de danos serão adotadasnos próximos 90 dias. Entre os municípiosafetados estão Barra e Ibotirama.

Situação de emergência em mais de 150 municípios da BA

SECA

ANIVERSÁRIO

HOMENAGEM

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C.FÉLIX

Pelo menos 90% dos municípios baianos não sabem administrar seus recursos financeiros, é o que aponta o Índice Firjan de Gestão Fiscal (IFGF), divulgado no dia 17 de março pela Federação das Indústrias do Rio de Janeiro (Firjan). Baseada em dados de 2006 a 2010, a pesquisa afirma que 82 das 374 cidades baianas investiga-das estão entre as 500 piores do país. Os elevados gastos com pes-soal e a dificuldade na administração dos restos a pagar, além dos investimentos reduzidos explicam resultados negativos alcançados pela Bahia. Na região Oeste os melhores índices ficaram com São Desidério (4º lugar) e Luís Eduardo Magalhães (15º lugar).

Em fevereiro deste ano ,Brasil e China firma-ram acordo liberando a importação de asnos para o país asiático. Os chineses pretendem importar 300 mil jumentos por ano do Nordeste. Além de movimentar a economia local, a iniciativa vai resolver o problema de excesso de oferta de jegues na região em al-guns estados nordestinos. Com as facilidades

de financiamento para compra de motos, os jegues perderam espaço e foram abandonados.

82 cidades baianas estão entre as 500 piores do Brasil

Chineses querem exportar os jegues do Nordeste

GESTÃO FISCAL

NEGÓCIO DA CHINA

Em 03 de março de 1903, na fazenda Pombas, em Rio das Éguas, hoje município de Correntina, nasceu Aldegundes Pereira de Castro. Oito anos depois, em 1911, mudou-se para Santa Maria da Vitória com os avós e os irmãos. Este ano, Aldegundes, um dos homens mais velhos da região, completou 109 anos de vida, No decorrer da vida fez teatro, escreveu artigos políticos para jornais e ocupou a função de conselheiro no governo do Intendente major Elias de Souza Borba, em 1928, no final da República Velha. Em 1943 se casou com Fidelcina Nery de Castro, com quem teve 10 filhos. Foi vereador por sete mandatos e ajudou a elaborar projetos de lei para o município de Santa Maria da Vitória.

Centenas de mulheres santamarienses participaram de uma Caval-gada em homenagem a rainha do Cangaço Maria Bonita, no do-mingo, 11 de Março, em Montevidinha, zona rural do município. O evento, bastante movimentado, teve show com artistas locais.

109 anos depois...

Cavalgada feminina

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Com 12 anos de carreira o palestrante Joval Lacerda vem se destacando com suas palestras incendiárias. Administrador de empresas por formação, natural de Juazeiro e criado em Ilhéus, aos 35 anos já falou para um público de 65 mil pessoas ao longo da carreira. De passagem por Barreiras, para mais uma preparação de equipe de profi ssionais da Ótica Diniz, Lacerda conversou com a r.A. Confi ra!

Qual a importância da motivação em uma empresa?Hoje, os produtos são praticamente similares, os concorrentes

vendem as mesmas marcas, a diferença está no serviço prestado ao cliente e para isso o colaborador deve estar motivado. Como o termo fala: motivação é o motivo que te leva a ação. E isso não vem de fora, vem de dentro. Meu papel não é motivar ninguém, o que eu faço é criar um ambiente para despertar a motivação daqueles que tem um motivo que valha a pena, como dar um futuro melhor para sua família. Costumo dizer que sem sacrifí-cio não há sucesso e o sucesso é melhor comemorado quando conquistado com uma dose de sacrifício.

Em “Cândido ou o otimismo”, de Voltaire, o protagonista diz que tudo poderia ser pior. Isso não é conformismo?

O otimista é um reativo. Hoje, as empresas precisam de entusiastas que, diante da adversidade, crie oportunidades; de pessoas que sejam transformadoras da realidade. Se um cliente chega para reclamar de algo, esse funcionário tem que ser capaz de transformar aquela situação em algo favorável, resolver o problema e fazer com que o cliente saia satisfeito.

Ser ambicioso atrapalha?Ambição é algo positivo. O que não pode haver é ganância.

Se a pessoa tem um sonho, tem ambição. Ambição é você dese-jar estar num patamar melhor do quê você está hoje. Já ganân-cia é você querer realizar isso passando por cima das pessoas.

Você trabalha o egoísmo, e a coletividade?Enfatizo a sinergia. Um mais um é maior que dois. É unir o

talento de um com o talento de outro e assim garantir um resul-tado maior que a lógica matemática. Para isso é preciso estabe-lecer metas coletivas. Mas não basta um apenas estar motivado e batendo metas individuais. O gestor deve ser um maestro que conduza toda equipe em busca de concretizar metas coletivas, assim, eliminam-se os confl itos entre colegas e a insatisfação interna. É lógico que sempre haverá os águias: os colaboradores que têm perfi l de trabalhar individualmente.

É possível separar o lado profi ssional do pessoal?Impossível. Como uma mãe pode estar focada no trabalho com o

fi lho em casa com 39º de febre? O desafi o é o gestor compreender que seu colaborador está com um problema e ele ser parceiro, ajudar esse colaborador a encontrar uma solução.

Quais são as maiores necessidades do mercado atual?Pessoas capacitadas. Vivemos um período de apagão profi ssional,

principalmente de pessoas com perfi l de liderança. É importante que o profi ssional amplie os conhecimentos, participe de cursos de qualifi cação, busque sempre aprender cada vez mais, tenha capaci-dade de inovação, transformação, se torne um líder - essa é a melhor garantia de permanência no mercado.

NO DIA A DIA Gestor e colaborador

MERCADO

texto /foto C.FÉLIX

Em suas palestras, Joval Lacerda, explica que o gestor, na hora de contratar, precisa saber quais os objetivos de vida do colaborador. Se ele se contenta com pouco, difi cilmente aceitará um desafi o maior

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Vanessa e Andressa Bastos Borges

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Rua Profª Guiomar Porto, 33 - Centro - Barreiras (BA) Tel.: 77 3613.0201

Margarete e Beatriz Horita

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30 ABR/2012

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miscellanea

por KARINE MAGALHÃES

EXCLAMAÇÃO

[email protected]

KARINE MAGALHÃESé consultora de moda, trabalhou na renomada

Maison Ana Paula e nas lojas Rabo de Saia, Chocolate, Mary Zide (todas em Brasília) e também

em cerimoniais com Cristina Gomes. Atualmente faz consultoria de moda para r.A e Uaumais.

@ituau_Karineuaumais.com.br/ituau

Os exageros estão com tudo no inverno 2012: texturas arabescas, bordados rococó, aplicações de pedrarias, Chapéu a lá Anna Piaggi, sapatos statement, maxi colares, brincos e braceletes, além de acessórios para cabelos. Lógico, não precisamos ostentar brilhos e pedras gigantescas da cabeça aos pés, mas podemos escolher uma peça para chamar mais atenção que todo o resto!

FOTOS: REPRODUÇÃO

DécoArt

Statement Shoes

statement, maxi colares, brincos e braceletes, além de acessórios para cabelos. Lógico, não precisamos

Escapismo Fashion

Em terra fi rmeA queridinha da moda britânica, Mary Katranzou acaba de chegar ao Brasil representada pela Maison Ana Paula em Brasília.

Lápis

Carina CruzBarreiras/Ba

MarcJacobs

Glória Coelho

BalmainDolce & Cabanna

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Por Celeste Jacobsen Soares, licenciada em História

fatimaluz Cabelo e maquiagem: Sonia e Suzy (SS Coiffeurs)

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NAMODA15 ANOS

Suprir as necessidades do vestuário masculino com as melhores marcas da região. Foi com este objetivo que surgiu a loja Zhagaia Menswear, em 1997, no Shopping Center Rio de Ondas, em Bar-reiras. A partir daí, a loja passou a ser referência na cidade e região. De 2002 para cá abriu três fi liais: uma na Guiomar Porto, no centro da cidade; outra em Luís Eduardo Magalhães e, agora, em Vitória da Conquista, no sudoeste da Bahia.

“Na época, não havia aqui nenhuma loja masculina. Era sonho realizar esse projeto, transformar essa lacuna em oportunidade de negócio. Graças à Deus deu certo”, conta Suely Arêas Costa que, com seu fi lho Carlos Henrique, administram o empreendimento.

Com fi losofi a de trabalho atenada com os modelos de gestão atual, a Zhagaia investe constantemente na qualifi cação de seus consultores de moda e nas instalações de suas lojas. “Queremos que o cliente se sinta bem e confortável; que tenha prazer em entrar em nossas lojas e satisfaça o desejo de encontrar o produto adequado ao seu gosto, seu estilo e à ocasião”, explica Henrique. Ele destaca ainda a qualidade de seus produtos e a facilidade do pagamento.

Empresa inovadora, a Zhagaia transformou o nome da loja em grife. Hoje, o cliente compra sapatos, bermudas, camisetas, camisas, ternos, pastas, cintos, jeans, carteiras... tudo com a marca Zhagaia. Mas, afi nal, o que é Zhagaia? O nome foi inspirado em uma lança usada na caça por povos sul-africanos. O que tem a ver? Determina-ção, meta, alvo, objetivo. Substantivos que traduzem a história dessa marca, que vive na moda há 15 anos, vestindo com elegância essa região que tão bem abraçou esse projeto chamado Zhagaia.

DEBUT

C.F

ÉLI

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por VANESSA HORITA

ÚTIL

[email protected]

VANESSA HORITAé formada em Administração

(Uniceub-DF), trabalha como personal (Uniceub-DF), trabalha como personal stylist e já morou nos EUA e Canadástylist e já morou nos EUA e Canadá

ESTILOOUMODA

Está ai uma pergunta interessante e um tanto quanto intrigante. O fato de “estar na moda” não signifi ca estar bem vestido. Quem já assistiu a desfi -les nacionais e internacionais, viu roupas estranhas subirem na passarela e, mesmo assim fazerem sucesso. E nos questionamos se existem mesmo pessoas que vestem “aquilo”? E a verdade é que existem sim, e isso é moda, as pessoas vestem tendência a cada estação que passa. E o estilo tem a ver com a persona-lidade e conhecer-se melhor. É preciso aprender a combinar a aparência com seu modo de vida e sua personalidade. Encontrar o próprio estilo não é algo tão simples, pois, diferente da moda, não pode ser comprado. Entretanto, existem algumas formas de encontrar o próprio estilo.

Primeiramente, devemos ter autoconhecimento, e esse seja talvez, o fator que torna a busca do próprio estilo uma tarefa nada

fácil. É necessário eleger as suas principais características e enfatiza-las sempre na hora de compor um look, seja com um acessório ou um modelo de roupa, obrigatório no dia-a-dia.

Segundo, analisar se a sua composição lhe agrada. Olhe no espelho, olhe de novo e se franzir a testa, é porque

não está combinando com você. É preciso sentir-se confortável e saber que a combinação está agradável aos seus olhos. No caso de dúvida, pode pedir a outros olhos uma ajudinha. É imprescindível que haja fi delidade na sua própria opinião, in-cluindo seus pontos fracos. É possível ter estilo

vestindo uma simples calça jeans, regata básica branca e um salto alto preto. Basta sabermos usar

os acessórios corretos, porque na composição deuma produção todo detalhe faz a diferença.

FOTOS: REPRODUÇÃO

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ABR/2012 35

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36 ABR/201236 ABR/2012

Há sete anos atuando em Barreiras nas áreas de urologia, andrologia e dermatologia, os médicos Marco Antônio Andrade e Marcela Von Dannecker inauguraram recen-temente as clínicas Centro Integrado de Assistência à Saúde (CIAS) e Pitanga Estética.Com instalações modernas e confortáveis, o CIAS oferece procedimentos de urodinâmica, ultrassom e biópsia de próstata guiada por ultrassom, que complementam o diagnóstico médico e facilitam a indicação do tratamento adequado, explica o dr. Marco Antônio.Aliar o atendimento clínico e preventivo às doenças da pele e ao tratamento estético foi o objetivo da dra. Marce-la Von Dannecker ao instalar ao lado do CIAS a Pitanga Estética. Especializada em estética, a clínica Pitanga ofe-rece tratamento especial para quem vai casar, formar-se ou que quer apenas “desligar”, desplugar do estresse do cotidiano. Tudo em um dia criado para ser inesquecível. Um momento particular para relaxar com exfoliação e hidratação de pele, massagens e banhos especiais de ofurô, que proporcionam bem-estar que o corpo e a mente merecem. Tudo com aparelhos modernos para tratamentos faciais e corporais.

INAUGURAÇÃO

E ESTÉTICA

Urologia,dermatologia

FOTOS: C.FÉLIX

miscellaneatrends and news

CENTRO INTEGRADO DE ATENÇÃO À SAÚDE e PITANGA ESTÉTICADr. Marco Antônio Andrade (CRM-BA 17523), UrologistaDra. Marcela Von Dannecker (CRM-BA 17524), Dermatologista

Rua Guarujá, 435 – Renato Gonçalves (Barreiras – BA) (77) 3611.4864

INFORMAÇÕES

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Esta seção foi criada pela r.A para mostrar um pouco do perfi l dos jovens empreendedores que mudaram a cara e o estilo dos negócios no Oeste da Bahia.

JOVEMEMPREENDEDOR

O CLIENTE VEIO UMA PRIMEIRA VEZ, DEPOIS RETORNOU E AGORA, SEMPRE QUE NECESSITA, APENAS LIGA E ENTREGAMOS A MERCADORIA. ISSO É CONFIANÇA NO NOSSO TRABALHO. FAZEMOS A ENTREGA IMEDIATA, NÃO IMPORTA VALOR”

DE PAIPRA FILHOfi delizando o atendimentotexto LUCIANA ROQUE foto C. FÉLIX

Muitos imigrantes do Sul do país que vieram para o Oeste baiano investiram em agricultura. Esse também era o pro-jeto da família Eckert, porém as difi culdades inviabilizaram

os planos, o que favoreceu para que pai e fi lho abandonassem a agricul-tura e investissem no comércio. Em março de 2004, o pai, Dari Eckert e seu fi lho, Evandro Eckert abriram a Aquarela Tintas em Barreiras, em-presa que trabalha especifi camente com tintas. “Nosso produto é tinta, aqui o cliente encontra a linha completa para imobiliária, automóveis, indústria e serigrafi a”, afi rma Evandro.

No início, o quadro funcional da loja se resumia ao pai, ao fi lho e mais dois funcionários. Após oito anos de atuação no comércio barreirense, a empresa atualmente emprega oito funcionários e possui uma clientela fi el, graças à decisão de priorizar a qualidade no atendimento. “O cliente veio uma primeira vez, depois retornou e agora, sempre que necessita, apenas liga e entregamos a mercadoria. Isso é confi ança no nosso traba-lho”, explica Evandro, ressaltando que na loja 70% das vendas é feita por telefone. “Fazemos a entrega imediata, não importa valor ou quantidade, são de 80 a 90 entregas por dia”, complementa.

Administrar a empresa ao lado do pai não gera nenhum confl ito para Evandro, pelo contrário, ele absorve os conhecimentos que o pai ad-quiriu ao longo da vida e em contrapartida, o pai é muito receptivo as novidades que Evandro implanta na empresa, “Aprendo muito com meu pai todos os dias, e ele também aprende comigo, é uma troca positiva,

passamos a maior parte do nosso dia na loja, sou o primeiro a chegar e o último a sair”, fi naliza Evandro.

O sucesso com as vendas e a credibi-lidade que desfrutam junto aos clientes motivam Eckert a planejar a abertura de uma fi lial até o fi nal do ano, “Estamos sempre trazendo novidades em tintas, visitando os clientes, tudo isso para satisfazê-los e a cada dia aumenta ro número de consumidores, já é hora de abrir outra loja para atender a todos”.

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NOME EVANDRO ROBERTO ECKERTIDADE31 anosFORMAÇÃO ACADÊMICAADMINISTRAÇÃO DE EMPRESASEMPRESAAQUARELA TINTASCARGOSócio proprietário

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arquitetura e design

MafraAvanzo. Empresa do ramo arquitetônico desenvolve projetos queprimam pelo conforto, reforçam o estilo do cliente e valorizam a elegância

PRATICIDADE

Projetos residenciais, comerciais, agroindus-triais, empresariais, hospitalares, eventos e interiores. Esses são alguns dos serviços oferecidos pela MafraAvanzo, empresa do ramo arquitetônico de Barreiras coordena-

da pelas arquitetas e urbanistas Renata Mafra e Helena Avanzo, que tem em seu portfólio trabalhos como o estande de vendas da Deltaville e da loja Empório dos Sabores.

“Nosso compromisso é desenvolver espaços perso-nalizados que ofereçam conforto e praticidade ao nosso cliente”, explica Helena, que tem no currículo 10 anos de atuação no mercado de Salvador com participação em projetos de empresas como a Brasil Telecom e a Pe-trobrás.

O trabalho da MafraAvanzo vai desde a concepção do empreendimento, a elaboração do projeto, orçamento, construção da obra e toda decoração, conta Renata, arquiteta com passagens pela Odebretch e Enashopp, empresa especializada em planejamento e adminis-tração de grandes empreendimentos como Shopping Barra, em Salvador. Para melhor atender a demanda local Renata e Helena estão em constante processo de especialização, principalmente na área de arquitetura agroindustrial e agrícola, desenvolvendo projetos que vão desde alojamentos à grandes cilos de estocagem.

Com know-how adquirido em trabalhos

desenvolvidos para grandes empresas

brasileiras, Renata Mafra e Helena Avanzo vêm

conquistando clientes e assinando vários projetos

no Oeste da Bahia

MafraAvanzo Rua Profª Guiomar Porto, 159, Sl. 02 - Centro - Barreiras (BA) (077) 3021.3975

[email protected]

INFORMAÇÕES

texto REDAÇÃO fotos DIVULGAÇÃO

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40 ABR/2012

Uma noite para não se esquecer. Foi assim a III Formatura dos 67 concluintes da Faculdade Arnaldo Horácio Ferreira (FAAHF), realizada no

dia 02 de março no Centro de Eventos Nossa Senho-ra Aparecida e prestigiada por cerca de 1200 pessoas. Compuseram a mesa diretiva a presidente da Socieda-de Educacional Arnaldo Horácio Ferreira, Maria Cardo-so Ferreira (dona Lilia); a diretora geral Maria Angélica Cardoso Ferreira de Sousa, o diretor acadêmico José Walter de Sousa Filho; o relações públicas da FAAHF e secretário de indústria e comércio do município, Rodri-go Ferreira; a secretária acadêmica Edilamar Menegon; bem como os coordenadores dos cursos concluintes: Andréa Elisa Bernardes (Administração), Daniela Cantelli (Agronomia), Celso Lacerda (Ciências Contábeis), Bruna Mizuki (Direito), Leonardo Rospi (Engenharia de Produ-ção) e Elza Ilha (Letras).

Estiveram presentes o prefeito Humberto Santa Cruz Filho; o promotor de justiça André Bandeira; o coman-dante capitão da 5ª Cia de Polícia Militar Cristiano Andra-de da Gama; além do presidente da câmara municipal Domingos Carlos Alves dos Santos. Os graduandos de Direito, que � zeram questão de levar seus anéis, foram honrados com a presença de três juízes de Direito: Pe-dro Godinho Filho (novo juiz da Comarca de Luís Edu-ardo Magalhães), Claudemir da Silva Pereira (padrinho de anel) e Lázaro de Souza Sobrinho (patrono do curso), todos professores da FAAHF.

“Ao ensiná-los, aprendemos muito e construímos juntos a história de reconhecimento da FAAHF, resultado de perseverança, foco e sinergia. Parabéns pela con-quista, a vitória é de todos nós!”, declarou Maria Angéli-ca Cardoso Ferreira de Sousa, salientando sua gratidão

pelo empenho de todos que colaboraram para que a instituição se tornasse um centro de referência educa-cional, formado por gestão, transparência, con� ança, respeito, dedicação e humanismo. Ela também fez um agradecimento especial a Deus, pelas inúmeras graças alcançadas e à sua mãe, dona Lilia, pelo dom da vida e pelo amor incondicional. A diretora geral declarou, ainda, sua emoção em formar a primeira turma de Direito, pro-� ssão tão amada por seu pai, Arnaldo Horácio Ferreira.

A cerimônia constou, ainda, de homenagens feitas à diretoria por graduados, funcionários e alunos do Centro Educacional Maria Cardoso Ferreira (CEMAC) - o colé-gio da FAAHF, que este ano abriu as séries iniciais. As comemorações aconteceram no sábado (03), quando familiares e convidados festejaram no Espaço de Even-tos Quatro Estações, na Avenida Lounge e na Pizzaria e Churrascaria Tradição.

III formatura da FAAHFconsolida excelência no ensino

Descerramento da placa: Rodrigo Ferreira, relações públicas da FAAHF e secretário de indústria e comércio do município e Maria Cardoso Ferreira, presidente da Sociedade Educacional Arnaldo Horácio Ferreira.Ao lado, a diretora geral Maria Angélica Cardoso Ferreira de Sousa discursa durante solenidade

A colação de grau foi prestigiada por cerca de 1200 pessoas entre familiares,professores e funcionários da instituição, autoridades civis, militares e eclesiásticas

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44 ABR/2012

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INFORMAÇÕES

Ficha técnicaLOOKS/PRODUÇÃO: SOCORRO ZHAGAIA // ASSISTENTE: ANNE STELLA // MODELOS: LUÍS CÉSAR E LARA NOVAES // DIREÇÃO e FOTOGRAFIA: C.FÉLIX // LOCAÇÃO: ESCRITÓRIO DA LAND ROVER E PRÉDIO VILA LOBOS (BARREIRAS) // AGRADECIMENTOS: MORADORES DO VILA LOBOS, EM ESPECIAL CÉLIA KUMAGAI, FUNCIONÁRIOS DA LOJA LAND ROVER DE BARREIRAS

Page 46: Revista A ed. 9

46 ABR/2012

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ABR/2012 47

A Ressonância Magnética (RM) é um exame que utiliza campos

magnéticos e ondas de radiofrequência para obter imagens

do corpo humano. Durante a realização do exame o corpo é

submetido a um campo magnético de elevada magnitude

(cerca de 10.000 vezes maior que o da Terra) e recebe ondas de

radiofrequência. Essas ondas serão absorvidas pelos núcleos

de átomos do corpo, retransmitidas e em seguida captadas por

receptores no aparelho. Esta informação é transformada em

sinais elétricos e analisadas por um computador que vai formar

as imagens.

Por não utilizar radiação ionizante (Raios X), a RM é considerada

mais segura do que a Tomografi a Computadorizada (TC),

podendo ser utilizada, inclusive, para exames durante a

gestação.

Há no mercado 2 tipos de aparelho: o aberto ou de baixo

campo magnético (variando de 0,1 – 0,5 Tesla) e o fechado

ou de alto campo (de 1,5 a 3 Tesla), cada um deles com

vantagens e desvantagens. O aberto é melhor para pacientes

que tem claustrofobia (medo de lugares fechados) e síndrome

do pânico; por outro lado os exames são mais demorados

e o aparelho não realiza alguns exames mais específi cos e

complexos. O fechado faz todos os tipos de exame e com

uma duração bem menor; por outro lado pode ser mais difícil

para os pacientes com claustrofobia e síndrome do pânico.

Em pacientes que não conseguem realizar o exame, mesmo

no aparelho aberto, existe a possibilidade de sedação com

medicamentos (via oral ou venosa) ou a hipótese de realização

sob hipnose.

A RM atualmente é o melhor exame de imagem para avaliação

de articulações (ombro, cotovelo, punho, joelho, tornozelo, etc),

do crânio e da coluna vertebral (cervical, torácica e lombar).

Com os aparelhos mais modernos a qualidade da imagem é tão

superior, que se assemelha às fotos de cortes anatômicos em

atlas de anatomia humana.

Há algumas contraindicações para a realização de exames

de RM. Pacientes em uso de marca-passo cardíaco, clipes

ferromagnéticos para aneurisma, fragmentos metálicos no

olho, implantes cocleares e prótese valvar cardíaca metálica

não podem realizar o exame. Caso o paciente esteja incluído

em algumas destas situações, deve informar antes do exame,

no momento do preenchimento da fi cha de avaliação. Outras

situações específi cas como aparelho ortodôntico e maquiagem

defi nitiva precisam ser avaliadas pelo médico radiologista.

Durante o exame o paciente precisa permanecer deitado e a

parte do corpo que estiver sendo investigada deve fi car imóvel.

A duração do exame varia de 15 minutos a 1 hora e 30 minutos,

dependendo do tipo de aparelho e da parte do corpo que estiver

sendo avaliada. O aparelho emite alguns sons (as ondas de

radiofrequência) com ritmo e volume variáveis e, por isso, o

paciente pode precisar utilizar um protetor auricular.

Os aparelhos e softwares utilizados vem evoluindo muito nos

últimos anos e hoje já se pode diagnosticar – com segurança

e com uma qualidade de imagem excepcional – doenças

infl amatórias, infecciosas, degenerativas, neoplasias (benignas

e malignas) e até realizar coisas surpreendentes como obter

imagens do coração em movimento e mapear as funções

cerebrais (determinar as áreas que são utilizadas enquanto

o indivíduo realiza funções específi cas como ler, utilizar a

memória ou vivenciar algum tipo de emoção).

A Ressonância Magnética é um exame que já tem seu lugar

conquistado na área médica, oferecendo aos médicos a

possibilidade de investigação de alta qualidade e aos pacientes

a certeza de um diagnóstico seguro.

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Page 48: Revista A ed. 9

48 ABR/2012

A legislação eleitoral mudou muito nos últimos 20 anos. A senhora acha que isso ajudou a formar eleitores mais conscientes ou serviu mais para corrigir comporta-mentos e posturas de políticos?

As mudanças ocorridas na legislação eleitoral demons-tram um processo de amadurecimento da democracia no Brasil. Vivemos muitos anos sem a possibilidade de eleger-mos o Presidente da República ou mesmo emitirmos livre-mente as nossas opiniões, fato que passou a ser superado, gradativamente, a partir da promulgação da Constituição de 1988 e do restabelecimento de eleições livres e periódicas para Prefeitos, Vereadores, Deputados, Senadores, Governa-dores e Presidentes da República. Evidentemente que um excesso de mudanças nunca é desejável. Correções devem ser feitas, mas não de forma a inviabilizar a tão necessária segurança jurídica. Neste sentido, a promulgação da Lei nº. 9.504, em 1997, mais conhecida como Lei das Eleições pro-

Baiana de Itapicuru, a juíza Sara Silva de Brito tomou posse como desembargadora do Tribunal Regional Eleitoral da Bahia (TRE-BA) no último dia 06 de março em substituição ao juiz Carlos Cintra. Eleita por unanimidade pela Corte, composta por seis juízes, a magistrada falou com exclusividade para a r.A. Ela acredita no amadurecimento do eleitorado brasileiro, elogia a iniciativa que desencadeou a Lei da Ficha Limpa e alerta: o Ministério Público e a Justiça Eleitoral estão atentos e vão coibir os abusos dos políticos que utilizarem a máquina pública em benefício próprio durante a campanha.texto ANTON ROOS E C.FÉLIX foto DIVULGAÇÃO

SARA SILVA DE BRITO

ELEIÇÕES 2012

MAIS MADURO”Eleitor está“

porcionou um grande desenvolvimento do Direito Eleitoral, permitindo a formação de uma doutrina e de uma jurispru-dência especializada no assunto, fato que, indiscutivelmen-te, contribuiu para o fortalecimento da nossa democracia. Acredito que o eleitor brasileiro está cada vez mais amadure-cido, atento aos desvios de comportamento praticados por alguns maus políticos e ao próprio modo de fazer política adotado por muitos. »

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ABR/2012 49

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50 ABR/2012

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ABR/2012 51

O Congresso demorou 16 anos para editar a Lei da Ficha Lim-pa, que passou no STJ com uma votação apertada. Foram 6 a 5. O assunto parece que ainda divide muito as opiniões. Como a senhora vê essa lei?

Eu vejo essa lei como sendo muito importante para a construção de um processo democrático mais ético, no qual os verdadeiros interesses do povo se apresentem como prioritários. Infelizmente, ainda existe uma deturpação muito grande do conceito de política, cujo termo pro-vém do grego, “a ética da polis”, ou seja, a ética da cidade, do espaço público. A Lei da Ficha Limpa, neste sentido, já está cumprindo um re-levante papel ao suscitar a discussão relativa aos parâmetros éticos e de moralidade que devem ser almejados por aqueles que abraçam a causa pública. Evidentemente, existem questões jurídicas que envolvem a Lei da Ficha Limpa que não podem deixar de ser observadas, em respeito à própria estabilidade do Estado Democrático de Direito. Não foi por ou-tro motivo, portanto, que o Supremo Tribunal Federal entendeu que a referida lei não poderia ser aplicada nas eleições de 2010, uma vez que, caso o entendimento fosse outro, segundo a interpretação do artigo 16 da Constituição Federal, haveria a violação ao princípio da anualidade, previsto na nossa legislação como um instrumento para a garantia da segurança jurídica e do próprio equilíbrio do processo eleitoral, de for-ma a evitar que mudanças repentinas na legislação acarretem vantagens ou desvantagens para determinados candidatos, gerando instabilidade social. Nas eleições de 2012, a primeira na qual será aplicada a Lei da Ficha Limpa, certamente a discussão em torno da necessidade de ética e moralidade nas ações dos futuros candidatos estará na pauta do dia, fato que contribui decisivamente para a melhoria das nossas institui-ções políticas e para o fortalecimento da democracia.

Iniciativas populares como esta que originou a Lei da Ficha Limpa são uma demonstração de que a sociedade está amadure-cendo politicamente?

Sem dúvidas. Quando milhões de brasileiros se reúnem para apoiar um projeto de lei cujo objeto é o combate à corrupção e às deturpações existentes na sociedade, há de se louvar o amadureci-mento político da nossa sociedade. A democracia é um processo, em constante evolução, e iniciativas populares como a que originou a Lei da Ficha Limpa comprovam que há uma tendência de efetivação cada vez mais evidente dos princípios democráticos no nosso país. Afi nal, não podemos esquecer da lição traçada pelo grande estadista americano Abraham Lincoln: “a democracia é o governo do povo, pelo povo e para o povo”. Iniciativas como a que gerou a promulga-ção da Lei da Ficha Limpa comprovam uma tendência de uma maior tomada de consciência acerca do verdadeiro sentido da política por parte do povo brasileiro.

A senhora acha que os candidatos deveriam registrar em car-tório as promessas e programas de campanhas e estabelecer me-tas para o cumprimento dessas ações?

Na verdade, desde a promulgação da lei nº. 12.034, em 2009, to-dos os candidatos a Prefeito, Governador e Presidente da República já são obrigados a consignar, no ato do pedido de registro de candi-datura, suas propostas de campanha. Indiscutivelmente, tal exigência contribui para um melhor controle da sociedade em torno da atua-

SARA SILVA DE BRITO

ção dos seus representantes políticos, viabilizando, assim, um melhor desenvolvimento das nossas instituições políticas.

Geralmente no ano eleitoral os governos realizam mui-tas obras. Há casos em que eles fazem no ano o que não foi feito em todo o mandato. Tudo para conquistar o voto. Não existe um dispositivo que possa coibir esse compor-tamento?

Existem duas questões importantes relacionadas a esta per-gunta, que não podem deixar de ser observadas. A primei-ra é que a administração pública é regida pelo princípio da continuidade, não podendo ser, portanto, paralisada em ano eleitoral. As obras e realizações dos mandatários, portanto, não podem deixar de ser realizadas simplesmente pelo fato de vivenciarmos um período pré-eleitoral. Por outro lado, o que a Justiça Eleitoral busca combater é o abuso do poder político e econômico nas eleições. Neste sentido, várias normas jurí-dicas existem para garantir o equilíbrio nas disputas eleitorais, de forma a evitar, por exemplo, o uso eleitoral da realização de atos administrativos ou inaugurações de obras públicas. No período eleitoral, por exemplo, aquele que é candidato não pode participar de tais inaugurações, a fi m de não levar van-tagem em relação aos seus adversários. O Ministério Público Eleitoral e a Justiça Eleitoral, sem dúvidas, estão atentos no sentido de coibir eventuais abusos que porventura possam gerar vantagens indevidas para candidatos que dispõem da máquina pública a seu favor no período eleitoral.

Os TREs têm condições logísticas e efi cientes para vi-giar o uso da internet pelos candidatos, veículos de co-municação e internautas comuns no período eleitoral?

A Justiça Eleitoral, que completa 80 anos neste ano de 2012 está atenta ao processo político em curso, buscando, incessantemente, promover o objetivo maior do Direito Elei-toral que é a garantia da normalidade e da legitimidade do exercício do poder popular, representado pelo voto. Vivemos hoje, é verdade, a era da informação, sendo cada vez mais difícil que essa vigilância seja realizada. Por outro lado, em uma democracia amadurecida, o próprio povo deve exer-cer tal controle, informando à Justiça Eleitoral a ocorrência de abusos de poder econômico e político que possam gerar desequilíbrio nas disputas eleitorais, afetando a democracia. Confi amos que com a participação atuante do cidadão, aliada à presença diligente da Justiça Eleitoral, teremos condições de fazer uma grande eleição no próximo dia 07 de outubro.

INICIATIVAS COMO A QUE GEROU A PROMULGAÇÃO DA LEI DA FICHA LIMPA COMPROVAM UMA TENDÊNCIA DE MAIOR TOMADA DE CONSCIÊNCIA ACERCA DO VERDADEIRO SENTIDO DA POLÍTICA POR PARTE DO POVO BRASILEIRO”

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Page 52: Revista A ed. 9

52 ABR/2012

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Page 53: Revista A ed. 9

ABR/2012 53

capa

UM RAIO-X SOCIOECONÔMICO DOS CINCO MUNICÍPIOS MAIS POPULOSOS DA REGIÃO E COMO PENSAM EM ADMINISTRÁ-LOS OS PRÉ-CANDIDATOS

DESAFIOS

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ELEIÇÕES 2012

A partir desta edição, a r.A inicia a série de reportagens com levantamento das principais defi ciências dos municí-pios com população igual ou superior a 40 mil habitantes no Oeste e Médio

São Francisco. O objetivo é ajudar o desenvolvimento da região e contribuir para o amadurecimento e cons-cientização política. Os dados que serão apresentados sobre Barreiras, Luís Eduardo Magalhães, Santa Maria da Vitória, Bom Jesus da Lapa e Barra vão oferecer ao leitor subsídios para que ele compreenda melhor a rea-lidade socioeconômica do seu meio e faça uma refl exão analítica na hora de escolher o próximo gestor muni-cipal.

Na edição nº 8 apresentamos ao leitor alguns estudos so-bre a corrupção e seu efeito danoso para a sociedade. Foi a primeira contribuição para a formação discursiva e refl exi-va do leitor sobre o desvio ético, moral e político dos maus administradores públicos. Agora, a partir de informações da Controladoria-Geral da União (CGU), ministérios da Educação, Saúde e Desenvolvimento Social e Combate à Fome, Instituto Brasileiro de Geografi a e Estatística (IBGE), reunimos, cruzamos dados e ouvimos especialistas para tornar mais transparentes os números e as aplicações dos recursos federais transferidos para os municípios.

O direto à informação, garantido constitucionalmen-te, nunca foi exercido plenamente – e talvez ainda não

seja! Mas melhorou muito, apesar da falta de boa von-tade dos órgãos públicos e do pouco hábito do cidadão em insistir na busca de informações. Com o desenvol-vimento tecnológico e a expansão comercial da internet iniciada em 1995, o acesso à informação foi facilitado. Um dos marcos desse processo foi o lançamento do Portal da Transparência (portaltransparencia.gov.br) pela CGU, em 2004. A ideia foi “promover a transpa-rência da gestão pública e estimular a participação e o controle social”.

Com iniciativas dessa natureza, somadas ao empenho de um veículo de comunicação como este, comprome-tido em contribuir para o fortalecimento social, cultural, regional e da nação, é que se constrói uma sociedade mais justa. O ano de eleição é marcado por uma deci-são compartilhada que escolhe um representante com as melhores condições para administrar e conduzir os destinos de uma comunidade. Os discursos de combate a pobreza, promoção da educação e saúde, desenvolvi-mento, qualidade de vida e sustentabilidade precisam ser transformados em ações efi cientes, reais.

Nesta edição, a r.A apresenta um panorama demo-gráfi co e socioeconômico dos municípios de Santa Ma-ria da Vitória e Bom Jesus da Lapa e entrevistas com os pré-candidatos a prefeito. Os próximos municípios serão Barra, Luís Eduardo Magalhães e Barreiras, nessa ordem.

texto/fotos C.FÉLIX

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54 ABR/2012

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-Sonho em ser advogado.

A declaração é de Pablo Ota-viano, 16 anos. Garoto tímido, de olhos ligeiros e fone nos ouvidos, usa um cabelo moicano inspirado

no jogador santista Neymar. Aluno do 8º ano da Escola Professora Rosa Magalhães, no carente bairro Macambira, Pablo é um exemplo em Santa Maria da Vitória. Felizmen-te, ele está fora dos 24,1% da população de 15 anos ou mais que não sabe ler e escrever.

Localizada no Oeste da Bahia, à margem esquerda do Rio Corrente, Santa Maria da Vitória é uma cidade hospitalei-ra e preserva ainda casarios de meados do século passado. Alguns de seus fi lhos ilustres como o mestre carranqueiro

SANTAMARIADA VITÓRIA

Francisco Biquiba Dy Lafuente Guarany (1882-1985), o sociólogo Clodomir Morais e o pintor Jurandir Assis, são orgulho para muitos. Mas, os números como os da edu-cação mostrados aí em cima e divulgados pelo IBGE não orgulham em nada o santamariense.

Ano passado, o presidente da Assembleia Geral da ONU, Joseph Deiss, chamou atenção para a importância da edu-cação na redução da pobreza, desenvolvimento econômico e felicidade individual. Embora o Brasil apresente avanços nesse quesito, com aumento de oferta escolar e consequen-temente diminuição do analfabetismo, falta muito para ní-veis satisfatórios. Estamos em 88º lugar, entre 127 países, no ranking de educação da Unesco. Atrás dos sul-america-nos Argentina, Chile, Bolívia e Equador.

É verdade que em 10 anos houve uma queda de cinco pontos percentuais na taxa de analfabetismo no município. Dos 24,1% a maioria (19,5%) está entre 15 e 39 anos. Ou seja, nessa faixa etária muitos deveriam estar cursando ou já terem terminado o ensino superior. Uma força de trabalho que poderia gerar riqueza e ajudar no desenvolvimento do município está sendo subutilizada ou sequer foi transfor-mada efetivamente em força de trabalho.

ELEIÇÕES 2012

A maioria dos analfabetos da cidade está na faixa etária entre 15 e 39 anos. Pablo Otaviano, 16 anos, é uma exceção. Ele estuda no 8º ano e sonha com uma formação superior

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ABR/2012 55

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A educação promove o aprendizado de tudo que é necessário para o indivíduo se ajustar à sociedade, explica Bosco Pavão, filósofo e doutor em linguística. “Isso não significa ser passivo e conformista, mas ser conscien-te e ativo para poder transformar a sociedade para melhor. E o homem só se torna humano graças à educação, já dizia Kant. Se a escola não promo-ver essa humanização, os riscos sociais para a sociedade são muito altos”, complementa Pavão.

A disparidade no número de matriculados no fundamental e médio mostra que a descontinuidade nos estudos é grave. No Censo Educacio-nal de 2000, Santa Maria da Vitória tinha mais de 13 mil matriculados no ensino fundamental e 1,6 mil no médio. Em 2011, 7 mil e 1,8 mil, respec-tivamente. O município reduziu o número de analfabetos, mas também reduziu o número de jovens nas escolas. No entanto, os recursos do Fun-do de Manutenção e Desenvolvimento da Educação Básica e de Valoriza-ção dos Profissionais da Educação (Fundeb) passaram de R$ 3,8 milhões em 2007 para R$ 10,6 milhões em 2011, isso sem falar das verbas repas-sadas diretamente para as escolas, alimentação e transporte dos alunos.

As escolas públicas em geral são espaços mal agenciados, sem atração nenhuma para os alunos, justifica Pavão. “Com uma arquitetura ainda esteticamente medievalesca, triste e feia, a escola pública em geral não atrai o aluno. Tanto por questões de ordem conteudista quanto de ambiência”, explica.

O INEP contabiliza em Santa Maria da Vitória 76 estabelecimentos de ensino entre públicos e privados (5). Em 2010 eram 81, e só dois (estadu-ais) ofereciam laboratório de informática e acesso à internet e apenas um (privado) dispunha de laboratório de ciências. Das 10 bibliotecas desses estabelecimentos, quatro estão nos privados.

Apesar da discussão de acessibilidade ser recorrente na sociedade, as escolas ainda dão mau exemplo. Apenas três escolas (uma pública e duas particulares) de Santa Maria da Vitória, oferecem dependências e vias ade-quadas para alunos com deficiência ou mobilidade reduzida.

Diante dessa situação que exige ações eficientes e urgentes, uma notícia recente sobre a educação no município veio animar o santamariense. A construção de um campus da Universidade Federal do Oeste (UFOBA) entrou na pauta de expansão e interiorização do ensino superior do go-verno federal. Para além de qualquer análise ou especulação, no mínimo isso deve servir de estímulo para os jovens que sonham com uma forma-ção superior e um futuro melhor sem ter que se mudar para uma cidade distante.

O município já oferecia curso superior em uma faculdade particular desde 2005. Mas a baixa renda da maior parte da população sempre afas-tou o projeto acadêmico para longe. Com a vinda da UFOBA, o sonho de se chegar ao ensino superior gratuito começa a se transformar em rea-lidade. A universidade pública (UNEB) mais próxima de Santa Maria da Vitória fica em Bom Jesus da Lapa, a 95 km.

DADOS SOCIODEMOGRÁFICOS

11.126DOMICÍLIOS

São em média 3,62 pessoas por domicílio.

61,4%dos domicílios têm coleta de lixo.

13,3%dos domicílios, apenas, contam com escoamento adequado.

POPULAÇÃO

40.30950,5%

49,5%

Oeste e Médio São Francisco

Santa Maria da VitóriaDistante 866 km de Salvador pela BR-242 e 312 km de Barreiras pelo Javi.

Número de matriculados no ensino fundamental e médio, nos anos 2000 e 2011

17,7%de 6 a 14 anos

19,4%de 15 a 24 anos

22,2%de 25 a 39 anos

19,8%de 40 a 59 anos

11,5%com 60 anos ou mais

9,5%de 0 a 5 anos

24,1% da população com 15 anos ou mais não sabe ler e escrever

POPULAÇÃO RESIDENTE

EDUCAÇÃO

FundamentalMédio

13,3 mil

1,6 mil2000

7,6 mil

1,8 mil2011

Recursos do Fundeb enviados pelo governo federal para o município

FONTE: IBGE, CENSO DEMOGRÁFICO 2010, MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO E CONTROLADORIA-GERAL DA UNIÃO

AS ESCOLAS PÚBLICAS EM GERAL SÃO ESPAÇOS MAL AGENCIADOS, SEM ATRAÇÃO NENHUMA PARA OS ALUNOS. COM UMA ARQUITETURA AINDA ESTETICAMENTE MEDIEVALESCA, TRISTE E FEIA”BOSCO PAVÃO, filósofo e doutor em linguística

2007 2011R$ 3,8

milhõesR$ 10,6milhões

Page 56: Revista A ed. 9

56 ABR/2012

No entanto, o mercado de trabalho formal do município apre-sentou saldo positivo em todos os anos de 2004 até 2010. Isso quer dizer que houve aumento na geração de novas ocupações. Em 2010 o mercado de trabalho formal totalizou 2.939 postos, contra 1.281 em 2004, o que representa um aumento de 129,4%, maior que a média verifi cada no Estado (46,7%). O que preocupa é que desse número de 2010, o maior volume de empregos formais foi gerado pela administração pública, 1.361, seguido pelo o comér-cio, 775. O setor de serviços fi cou em terceiro lugar e agropecuária fi cou em penúltimo lugar dos oitos setores. O Rio Corrente, que poderia ser uma fonte de renda segura para milhares, com projetos sustentáveis de piscicultura e irrigação, além do próprio turismo, acaba sendo inexpressivo na geração de emprego e renda.

Além da defi ciência em direcionar a mão de obra de sua popu-lação para o mercado de trabalho interno, Santa Maria da Vitória ainda não consegue dar conta do tratamento e coleta dos resíduos líquidos e sólidos gerados pela comunidade. Apenas 13,3% dos

Renda,infraestruturae saúdeO irmão de Pablo Otaviano cansou de esperar uma oportunidade de trabalho satisfatória e foi pra São Paulo. Sua irmã trabalha em um posto de combustível. Seu pai é serralheiro, profi ssão pela qual Pablo não tem um mínimo de interesse. Defi nitivamente, ele quer ser advogado. E mais: quer continuar morando em Santa Maria da Vitória. “Quero fi car perto do meu pai, da minha mãe”, explica, entre as algazarras de uns garotos que saem de uma lanhouse para assistir ao amigo dando entrevista. “Ele só quer ser artista”, brincam.

A família de Pablo está entre as 6 mil que recebem o Bolsa Família em Santa Maria da Vitória. Esse número representa mais da metade das famílias do município, que têm em média 3,62 pessoas por do-micílio (IBGE 2010). De 2003 para cá, quando foi realizada a Pes-quisa de Orçamentos Familiares para desenhar o mapa de pobreza e desigualdades nos municípios brasileiros, a situação de pobreza em Santa Maria é crítica. São 22,1% da população em extrema pobreza. Desse número, 35,3% está na zona rural e 13% na urbana. São mais de 8 mil pessoas vivendo com menos de US$ 1 por dia, que é o que signifi ca viver em extrema miséria, diz o Banco Mundial.

De acordo com o cadastro único de transferência de renda do Ministério do Desenvolvimento Social e Combate à Fome, mais de 7 mil famílias têm renda per capita mensal de até R$ 140. Com este valor, como comprar uma cesta básica de R$ 200, que é em média quanto tem custado a ração mínima pela Superintendência de Estudos Econômicos e Sociais da Bahia? Resultado, apesar dos R$ 6,7 milhões do Bolsa Família transferidos diretamente para as famílias em condição de pobreza ou extrema pobreza, o Índice de Desenvolvimento Familiar (IDF) – que está em 0,54 – ainda é mui-to baixo.Porque o volume de recursos necessários para uma família se sustentar, ter acesso à educação, oportunidades de emprego e as condições de habitação estão aquém do satisfatório.

capa

»SANTA MARIADA VITÓRIA

ELEIÇÕES 2012

PERFIL SOCIAL E ASPECTOS ECONÔMICOS

22,1%da população santamariense vive em extrema pobreza.

6.019famílias, mais da metade do contingente populacional, recebem Bolsa Família.

7.788famílias declararam renda per capita mensal familiar de até 1/2 salário mínimo (ref. nov/2011)

55,5%foi a taxa de crescimento do Produto

Interno Bruto em quatro anos.

527em 2004

1.361em 2010

PIB

TRANSFERÊNCIA DE RECURSOS DA UNIÃO PARA O MUNICÍPIO

R$ 118,2 milhões

R$ 183,7 milhões

2005 2009

Participação dos setores econômicos no PIB/2009

8,1%Agricultura

6,0%Impostos

11,2%Indústria

74,7%Serviços

Empregos formais gerados pela administração pública

"

FONTE: IBGE, CENSO DEMOGRÁFICO 2010, MINISTÉRIO DO DESENVOLVIMENTO SOCIAL E COMBATE À FOME E CONTROLADORIA-GERAL DA UNIÃO

“Precisaria de bons hospitais, comércio forte, escolas boas. A cidade não tem uma sinalização de trânsito”, reclama o presidente da CDL de Santa Maria da Vitória e São Félix do Coribe

2007 2011R$ 9

milhõesR$ 15milhões 2007 2011

R$ 24milhões

R$ 43milhões

Fundo de Participação dos Municípios (FPM) Valor total dos recursos transferidos pelo governo federal para saúde, educação,

saneamento, educação etc.

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domicílios têm escoamento adequado e só 61,4% têm coleta do lixo. A questão é para onde vai esse lixo coletado e o que é feito com esse não coletado, se não há um aterro sanitário nem no município nem na microrregião.

Saúde não é ausência de doença. Se não há saneamento bá-sico, há aumento da quantidade de parasitoses intestinais, au-menta a incidência de problemas respiratórios, explica o doutor Paulo Henrique, delegado do Conselho Regional de Medicina e ex-diretor do Diretório Regional de Saúde (Dires) da Bahia. “Onde mais se vê essa situação é nos bairros mais pobres. As pessoas são mais vulneráveis quando têm uma condição social precária, quando falta alimentação. A má condição de saúde, econômica e intelectual aliada a falta de saneamento básico, de coleta de lixo; esse é um ambiente propício para adoecer”, aponta Henrique.

Santa Maria da Vitória teve a nota 5,30 no Índice de De-sempenho do SUS (IDSUS 2011) divulgado recentemente. Esse índice avalia o desempenho do Sistema Único de Saúde (SUS) quanto ao acesso e à efetividade da atenção básica, ambulatorial, hospitalar e das urgências e emergências. Se considerarmos a mé-dia nacional (5,47), a realidade da saúde de Santa Maria da Vitória não está tão diferente da grande maioria dos municípios brasilei-ros. Mas se nivelar por baixo não é u m bom parâmetro, muito menos convincente. São Félix do Coribe obteve a nota 6,52.

EconomiaSanta Maria da Vitória tem uma localização privilegiada e é considerada polo do território da bacia do Rio Corrente, for-mado por 11 municípios (ver tabela) que, juntos, somam mais de 200 mil habitantes. Mas, efetivamente, não cumpre seu pa-pel como tal.

Em 2009, 851 empresas atuavam em Santa Maria da Vitória. Somadas aos tributos e a outros setores econômicos concebe-ram um PIB de R$ 183,7 milhões, 55% maior que o de 2005. No mesmo intervalo de anos, a receita orçamentária passou de R$ 24,9 para R$ 38,0 milhões e as próprias, geradas pelas ati-vidades econômicas do município, encolheram de 21,4% para 10,0%. Talvez isso explique a crescente dependência de Santa Mariada Vitória em relação ao FPM, mesmo este passando de R$ 8,7 milhões em 2007 para R$ 14,8 em 2011.

O município não tem muitas terras, grandes produções. Logo, poderia ser um grande polo de serviços. Para Ciro de Carvalho Ávila, presidente da CDL de Santa Maria da Vitória e São Félix, “ela precisaria de bons hospitais, comércio forte, escolas boas. Oferecer pra essas cidades o que se procura em grandes centros como Brasília, guardadas as proporções, é cla-ro”. Ele lamenta a diminuição da população que, há anos, era de 48 mil. Hoje são apenas 40 mil. “A cidade não tem uma sinalização de trânsito... tem um rio maravilho que não é ex-plorado turisticamente”, desabafa.

Ciro se refere ao Rio Corrente, que corta a cidade e divide os municípios de Santa Maria da Vitória e São Félix do Coribe. Como não há nenhuma política de aproveitamento sustentável do rio, apenas alguns pescadores, lavadeiras e barqueiros fazem dele uma fonte de renda. »

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Pe. Amário dos Santos Santana (PT)Perfi l: 48 anos, natural de Ipiaú (sul da Bahia). Chegou em Santa Maria em 1998 e é formado em Filosofi a e Teologia. Tentou eleição em 2004 e é atual prefeito de Santa Maria da Vitória.

Maurisan Cruz (PC do B)Perfi l: 29 anos, natural de Santa Maria da Vitória é formado em Jornalismo e pós-graduado em Administração Pública com Gestão de Cidades. É a primeira vez que vai concorrer.

Prudente José de Moraes (PP)Perfi l: 54 anos, formado em Engenharia Elétrica. Já foi prefeito por dois mandatos de 2001 a 2008 e deputado estadual de 1998 até 2000.

O sr. tem um plano de governo ou ainda vai preparar? Ele vai ser apresentado à população?

Se o sr. for eleito o que fará para mudar o quadro de pobreza do município?

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»SANTA MARIADA VITÓRIA

ELEIÇÕES 2012

Ainda não temos sistematicamente falando, mas acredito que com o trabalho que já está sendo feito com base no que preparamos anteriormente, vamos reavaliar para melhorar e apresentar durante a campanha.

Sim, ainda é um esboço que falta ser detalhado, mas temos ideia dos pontos principais.

Qualquer gestor que vir a ser eleito vai necessitar mais do auxilio do governo estadual e federal, no que diz respeito a geração de emprego e renda, criação de indústrias e agroindústrias para facilitar o acesso de mão de obra.

É necessário combinar esforços com o governo do estado, federal e do município para que a gente possa traçar um plano de desenvolvimento econômico pra Santa Maria, nada mirabolante, tudo dentro do que existe em nossa realidade. Aqui em Santa Maria da Vitória temos um frigorífi co para abater peixe que tem 10% da sua capacidade sendo usada. 90% está ocio-so. Nós temos muita água, muitos rios onde poderia desenvolver a piscicultura. Temos perto daqui uma área da Bahia Pesca que era para estar fornecendo alevinos, mas hoje se vai buscar alevinos em Sergipe. Nós precisamos colocar esse projeto em funciona-mento, quem tem 10, 20, 30, 40 ou 50 hectares e hoje não tiram nem um salário mínimo com sua terra, poderão ter rendimento de até R$ 3 mil.

Nós temos uma maneira diferente de construir o plano de governo, pois eu acredito na partici-pação popular e na participação das pessoas que estão envolvidas com a gente nesse projeto. Nós estamos visitando a população nos bairros, ouvindo as comunidades, e com base nessas conversas somando ao que eu penso sobre ai vamos preparar o plano de governo.

Nós temos hoje na zona rural uma situação de pobreza muito grave, na cidade também, nos bairros mais pobres. Não há uma preocupação em Santa Maria em promover uma discussão sobre a questão da geração de emprego, renda e desenvolvimento social. Na zona rural nós temos a agricultura familiar, com um potencial enorme, e isso não é explorado. Uma das nossas prioridades será fomentar a capacitação dos agricultores e comprar 100% da merenda escolar aqui no município.

O que dizem os pré-candidatos

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Precisamos trabalhar melhor a agricultura, fomentar a agricultura familiar para aproveitar melhor dessa riqueza que nós temos. É um manancial muito grande e pouco aproveitado. Com o apoio do governo federal, estadual e da própria sociedade, dos próprios trabalhadores rurais trabalhar melhor, produzir mais e também tendo condições e capacidade para escoamento, negociação e venda. Além disso, precisamos trabalhar o comércio e a indústria, industrializar nossos produtos, pois hoje se perde muito.

É necessário um trabalho de educação e consciência para que tenhamos produtivida-de sem necessariamente ter que destruir o meio ambiente, é preciso cuidar da vida, das necessidades humanas, mas com harmonia, procurando estabelecer os limites, respeitan-do, sobretudo, os direitos constituídos pra que a gente tenha cada vez mais uma condição de vida melhor.

Qual a prioridade da educação na sua gestão?

Como o município poderia aproveitar a bacia hidrográfi ca da região para gerar riquezas?

Como aliar desenvolvimento, qualidade de vida e sustentabilidade?

Nós temos procurado melhorar a cada dia, qualifi car os professores e profi ssionais da educação, investindo também em equipamentos físicos, melhorando os salários e regularidade dos pagamentos, oferecendo qualifi cação através das jornadas pedagógicas, cursos tanto na cidade quanto na região.

Vamos entrar em contato com a UNB para de-senvolver aqui um laboratório da universidade. Queremos criar uma escola para os alunos que se destacarem nas escolas da cidade ou do campo possam realmente participar, onde os professores também sejam mais qualifi cados. Isso não quer dizer que as outras escolas serão abandonadas, elas terão parâmetros.

Através da piscicultura e do turismo. São dois vetores tremendamente importantes que se pode tirar proveito além da produção de alimen-tos, eu hoje sou produtor da área de fruticultura, aproveitando a bacia hidrográfi ca e nosso clima é altamente favorável, só precisa de desejo político para que as coisas aconteçam.

Dando condições para que o pequeno produ-tor possa se desenvolver. Ninguém consegue se levantar de onde está, puxando pelo próprio cabelo, mas se alguém chegar e puxar seu ca-belo você levanta. Nenhum pequeno produtor vai conseguir se tornar grande produtor auto sustentável se não houver alguém que traga tecnologia para que ele possa desenvolver.

Nós temos que levar a educação pra fora da sala de aula, agregando o esporte, a cultura, as artes. Hoje não há uma integração do estudante com o meio em que ele vive e não há incentivo para ele se integrar à música e esportes. Um dos nossos pilares é a luta para trazer para a bacia do rio Corrente um campus da UFOBA, nós precisamos, nós necessitamos disso.

A bacia do rio Corrente compreende 11 municí-pios, totalizando em média 200 mil habitantes, com um potencial muito grande, mas que não é aproveitado. Não há muita preocupação, discussão, precisamos preparar uma equipe de governo para ir pro campo dar curso de capacitação para os agricultores. Se você for na feira de Santa Maria, você não encontra nada que foi produzido aqui, tudo vem de fora, sendo que nós temos hoje 40% da população que mora na zona rural.

A missão da prefeitura é gerar bem estar e qualidade de vida para a população, oportuni-dade de um trabalho digno, saúde e educação. Nós precisamos que a população tenha prazer em viver aqui. Isso só é possível com moradia adequada, renda, oportunidade e principal-mente com a juventude da nossa cidade. A juventude aqui está abandonada. Nossa cultura é muito rica, mas não é explorada, nós temos hoje passando dentro da cidade um rio que é belíssimo e esse rio está abandonado, não é explorado turisticamente, temos um dos maiores mestres carranqueiros da história, o mestre Guarani. É preciso conversar com a classe empresarial, com a juventude, com o homem do campo e de fato servir a comuni-dade pra que todos tenham qualidade de vida, desenvolvimento e sustentabilidade.

NOTA: A r.A quis ouvir também o pré-candidato Tonho de Zé de Agdônio (PMDB), mas este não estava disponível no momento e fi cou de entrar em contato com a redação posteriormente, o que não aconteceu até o fechamento desta edição.

A partir dos dados gerais levantados pela r.A, foram elaboradas cinco perguntas. Antes de cada entrevista, o pré-candidato foi informado do espaço limitado e da necessidade da objetividade nas respostas.

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Conhecida como a Capital Baiana da Fé, Bom Jesus da Lapa atrai cerca de 1,5 milhão de romeiros por ano. As gru-tas que formam o santuário sob uma curiosa formação rochosa foram des-

cobertas pelo português Francisco Mendonça, no fi nal do século XVII. Uma, em especial, chama atenção: a Gruta dos Milagres. Nela, milhares de objetos deixados pelos fi éis são expostos. São pequenas casas de madei-ra, bicicletas em miniatura, fotografi as, órgãos do cor-po humano, reprodução em madeira de braços, pés, pernas, cabeça.

Com tantos e tão variados objetos representantes da fé e esperança de alcançar uma graça, não seria estranho se ali estivessem também carteiras de trabalho, emara-nhados de canos, cartilhas de alfabetização, miniaturas de pratos com feijão, arroz e carne moldados a barro, etc. Mesmo com o PIB e os recursos transferidos pelo governo federal crescentes (o FPM passou de 12 para 20 milhões em 5 anos), 24% da população vive em extrema pobreza, e desse contingente 42,5% está na zona rural.

“Somos a 3ª maior romaria do Brasil, o 2º maior produ-tor de banana do Brasil; nós temos água, temos turismo, mas precisamos gerar emprego”, desabafa Maria Betânia Vila Nova, empresária do ramo hoteleiro e ex-presidente da CDL da cidade. Até novembro do ano passado, mais de 12 mil famílias com renda per capita mensal de R$ 140,00 estavam cadastradas no programa de transferên-cia de renda do Ministério do Desenvolvimento Social e Combate à Fome. Das 16 mil famílias do município 8,9 mil foram atendidas pelo programa Bolsa Família. Isso quer dizer que mais da metade da população foi bene-fi ciada com cerca de R$ 10 milhões repassados pelo go-verno federal, até dezembro de 2011. Se não erradicou a pobreza no município, o Bolsa Família, programa de transferência condicionada de renda, conseguiu ao me-nos manter as crianças nas escolas.

BOMJESUSDA LAPA

ELEIÇÕES 2012

DA LAPA

Falta segurança e infraestrutura, declara o pescador Domingos Farias, morador do bairro Nova Brasília, às margem do São Francisco: “Quando é na romaria é uma poluição de água podre nessa rua Seis de Agosto!”

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Diminuir a pobreza, promover a distribuição de renda, um desenvolvimento sustentável e melhorar o IDH do municí-pio não se fazem apenas com apelo religioso, promessas em palanque e depósito de objetos representando os sonhos a realizar na Gruta dos Milagres. É preciso muito mais.

EducaçãoPara mudar a realidade social de Bom Jesus da Lapa é pre-ciso muito trabalho. “Precisaria mais vontade política, for-ça política para realizar obra em benefício do povo”, diz o padre Vilmar Correia, um dos responsáveis pelo santuário que fez da cidade um dos principais pontos turísticos re-ligiosos do país.

Em 1991, Bom Jesus da Lapa tinha 49 mil habitantes e hoje, 63 mil. A cidade cresceu, o número de romeiros aumentou, o comércio ficou mais dinâmico, mas a infra-estrutura não acompanhou tais mudanças. O acesso ao santuário, estacionamento, disposição das barracas, área de passeio do pedestre; tudo precisa melhorar, reclama o padre Vilmar, que chama atenção para outros problemas do muni-cípio. “As comunidades rurais estão bastante abandonadas, no sentido de estradas. Tem alguns lugares que se tornam praticamente incomunicáveis durante o período de chuvas. As estradas se tornam intransitáveis. Na questão da saúde, a reclamação é gritante. A educação não se pode deixar de mão. Sem educação a gente não constrói uma cidadania”, diz o padre.

“O alfabetizado tem mais condições de participar e agir politicamente na sociedade. A educação é um processo que

objetiva a convivência social, a cidadania e a tomada da consciência política. Cidadania significa acesso aos bens culturais e o exercício pleno dos direitos e deveres previstos na Constituição. Um sujeito sem formação social, infor-mal e/ou formal, está fadado ao insucesso e à marginalidade na sociedade”, explica o filósofo Bosco Pavão.

Mais de 19% da população acima de 15 anos não sabe ler e escrever e a diferença no número de alunos matriculados de um ciclo para outro é enor-me. Em 2000, eram 19.349 no fundamental e 2.516 no médio. Onze anos depois os números mudaram para 12.401 e 2.787. Aparentemente incoe-rentes, principalmente pela queda de matriculados no fundamenal, tais nú-meros podem ser explicados por duas vertentes, esclarece a professora Neiva dos Santos Pereira, mestre em educação. Primeiro, porque o governo federal obriga as crianças dos 7 aos 14 anos frequentar a escola. Isto justifica ter mais matriculados em um ciclo do que no outro, para o qual não não há obrigatoriedade.

“Historicamente nunca houve investimento denso, profundo e sistemático no ensino médio como houve no fundamental desde a década de 1990. A partir dos 16 anos a maioria dos estudantes busca um trabalho remunerado. Quando esse conflita com o horário de aula é comum o aluno abandonar a escola. Atualmente se pensa na obrigatoriedade do ensino para a faixa etária entre 4 e 17 anos. É uma proposta que precisa ser refletida”, pondera a pro-fessora.

Fazer da escola um ambiente atrativo, um espaço em que o aluno se sinta bem e tenha interesse pelo conhecimento é um grande desafio. Se o modelo educacional não vence esse obstáculo, dificilmente o aluno vai querer ir e ficar na escola. Hoje, a taxa de reprovação do ensino médio é de 9,5% e de abandono é de 14,2%, no Nordeste.

Em 2010, o MEC registrou em Bom Jesus da Lapa 93 estabelecimentos de ensino voltados para o ensino fundamental e médio (entre públicas e parti-culares) e um campus da UNEB. Um campus da UFOBA deve ser instalado no município nos próximos anos.

DADOS SOCIODEMOGRÁFICOS

16.344DOMICÍLIOS

São em média 3,85 pessoas por domicílio.

62,3%dos domicílios têm coleta de lixo.

37,5%dos domicílios, apenas, contam com escoamento adequado.

POPULAÇÃO

63.48049,9%

50,1%

Oeste e Médio São Francisco

Bom Jesus da lapaDistante 787 km de Salvador pela BR-242 e 348 km de Barreiras por Ibotirama.

18,2%de 6 a 14 anos

20,3%de 15 a 24 anos

22,8%de 25 a 39 anos

18,8%de 40 a 59 anos

8,9%com 60 anos ou mais

11,0%de 0 a 5 anos

19,2% da população com 15 anos ou mais não sabe ler e escrever, esse número corresponde a 8.637 pessoas

POPULAÇÃO RESIDENTE

Número de matriculados no ensino fundamental e médio, nos anos 2000 e 2011

EDUCAÇÃO

FundamentalMédio

FONTE: IBGE, CENSO DEMOGRÁFICO 2010, MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO E CONTROLADORIA-GERAL DA UNIÃO

2,7 mil2000

19,3 mil

2,5 mil

12,4 mil

2011

Recursos governo federal para a educação (Fundeb, salário-educação, merenda, transporte, formação de professores, apoio à reestruturação de prédios)

2007 2011R$ 8

milhõesR$ 20milhões

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Das 84 escolas públicas, duas do Estado têm laboratórios para o estudo das ciências; três (municipais) oferecem atendimento edu-cacional especializado, mas não exclusivo; cinco (duas municipais e três estaduais) oferecem acessibilidade para alunos com defi ciên-cias ou mobilidade reduzida. Ao todo, são 29 escolas públicas com laboratório de informática, mas só 11 oferecem acesso à internet, ferramenta ainda mal aproveitada no ensino público. Ou por falta de uma disciplina específi ca ou de conhecimento orientado do corpo docente.

A escola pública ainda está distante tecnologicamente da realida-de, adianta Sávio Menna Barreto, cientista político e pós-graduando em gestão pública. Falta investimento em tecnologia nas escolas, internet com qualidade, qualifi cação e orientação. “As escolas não sabem ao certo qual direção dar para seu corpo docente. Como en-sinar matemática, física e português através da informática? Existem meios para isso, mas as escolas ainda não contam com preparação para isso”, diz Barreto.

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»BOM JESUSDA LAPA

ELEIÇÕES 2012

Todas as escolas deveriam estar equipadas com computadores e internet desde 2010. Esta era a previsão do governo federal. Os recursos tardaram e os equipamentos chegaram obsoletos nas es-colas, explica Neiva dos Santos. Em 2011, mais de R$ 20 milhões foram transferidos pelo governo federal para o FUNDEB, apoio à reestruturação da rede física, alimentação e transporte escolar, salá-rio-educação e formação de professores. Em 2007 o montante não chegava a R$ 8 milhões. Logo, houve um aumento considerável na transferência de recursos para a educação, o que não foi e nem tem sido sufi ciente para manter o jovem na escola.

InfraestruturaEstima-se que Bom Jesus da Lapa tenha hoje cerca de 300 estabe-lecimentos voltados para hospedagem e algo em torno de 12 mil leitos. “Em números de leitos aqui na Bahia, nós só perdemos para Salvador, Feira de Santana, Vitória da Conquista e Porto Seguro. E todo ano tem um hotel surgindo”, explica a empresária Maria Betâ-nia. No entanto, a cidade precisa melhorar sua infraestrutura. Tanto para oferecer conforto ao visitante quanto dar qualidade de vida à comunidade local.

O pescador Domingos Farias trabalha em um pequeno mercado de peixe ao lado do Rio São Francisco, no bairro Nova Brasília, um dos mais antigos da cidade e mais próximo do morro das grutas. Muitas vielas e becos desenham as artérias sinuosas do bairro, que não está totalmente saneado e nem a rede coletora de esgoto é ideal.

O governo federal gastou em média R$ 182 por mês com a saúde de cada lapense, ano passado. Isso equivale ao montante acumulado de R$ 11,6 milhões. No entanto, a qualidade no atendimento básico à saúde está muito abaixo da média nacional (5,47) dos indicadores do Índice de Desempenho do SUS 2011 (MS): 4,78. A média do Estado foi de 5,39.

“Aqui é uma cidade turística, um lazer pra quem vem de fora, pro visitante. Mas quando vem aqui é atacado por ladrão na beira do rio – a vagabundagem todinha! Falta limpeza desse mato. A rede de esgoto é fi na. Quando é na romaria é uma poluição de água podre nessa rua Seis de Agosto! Quando chove e o povo começa a tratar peixe no barracão, não tem quem aguente passar por essa rua aqui,

PERFIL SOCIAL E ASPECTOS ECONÔMICOS

23,7%da população lapense vive em extrema pobreza.

8.913famílias, mais da metade do contingente populacional, recebem Bolsa Família.

13.018famílias declararam renda per capita mensal familiar de até 1/2 salário mínimo (ref. nov/2011)

63,6%foi a taxa de crescimento do Produto

Interno Bruto em quatro anos.

1.602em 2004

2.600em 2010

PIB

R$ 214,8 milhões

R$ 351,4 milhões

2005 2009

Participação dos setores econômicos no PIB/2009

19,1%Agricultura

6,0%Impostos

9%Indústria

65,9%Serviços

Empregos formais gerados pela administração pública

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FONTE: IBGE, CENSO DEMOGRÁFICO 2010, MINISTÉRIO DO DESENVOLVIMENTO SOCIAL E COMBATE À FOME E CONTROLADORIA-GERAL DA UNIÃO

“Precisaria mais vontade política, força política para realizar obra em benefício do povo”, diz o padre Vilmar Correia

2007 2011R$ 12

milhõesR$ 20milhões 2007 2011

R$ 40milhões

R$ 74milhões

Fundo de Participação dos Municípios (FPM) Valor total dos recursos transferidos pelo governo federal para saúde, educação,

saneamento, educação etc.

TRANSFERÊNCIA DE RECURSOS DA UNIÃO PARA O MUNICÍPIO

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de sujeira, de água podre”, reclama Domingos da falta de urba-nização da região.

De todos os domicílios do município (16.344), apenas 37,5% tem escoamento do banheiro ou sanitário adequado; e só 62,3%do lixo é coletado. O que não é coletado acaba queimado, enterrado, jogado em terreno baldio ou nas ruas.

EconomiaO cenário de empregabilidade em Bom Jesus da Lapa é um espe-lho do que acontece em muitas cidades do interior e em algumas capitais brasileiras. Com pouca ou quase nenhuma indústria, com comércio fraco ou em desenvolvimento, quem acaba geran-do maior volume de emprego formal são as empresas da admi-nistração pública. Em 2004, o setor público empregava 1.602, número que passou para 2.600 em 2010. Comércio e serviços ficaram em segundo e terceiro lugar, respectivamente, conforme dados do Ministério do Trabalho e Emprego (MTE).

Embora o Projeto Formoso no Perímetro Irrigado da Codefasv ocupe muita mão de obra e gere riqueza para o município, a agri-cultura é responsável por apenas 19,1% do PIB municipal, que passou de R$ 214,8 milhões em 2005 para R$ 351,4 milhões em 2009. Isso significa um aumento de 63,6%, taxa maior que a do Estado, que foi de 50,8%. A receita orçamentária do município passou de R$ 31,4 milhões para R$ 60,2 milhões no mesmo pe-ríodo. E a dependência do FPM (o repasse acumulado do ano passado foi de R$ 19,8 milhões) passou de 35,33% para 30,39%. Ou seja, economicamente, o município tem reagido e mostrado um desempenho positivo, mas os índices de pobreza e de anal-fabetismo precisam entrar na pauta de prioridades dos gestores.

No último Índice de Desenvolvimento Humano Municipal (IDH-M/2000) divulgado pelo Programa das Nações Unidas (PNUD), Bom Jesus da Lapa ficou com 0,65 (numa escala que vai de 0 a 1), abaixo da média do Estado, 0,71. O índice consi-dera educação, renda e longevidade. Quando maior o nível edu-cacional, maior a renda, maior a longevidade. Mas sem trabalho e estudo sobre como, onde e de que forma aplicar os recursos públicos, não adianta fazer orações aos pés de Bom Jesus. Nem estando na Capital Baiana da Fé.

“Precisamos gerar emprego”, avalia Maria Betânia Vila Nova, empresário do ramo hoteleiro e ex-presidente da CDL

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Eures Ribeiro Pereira (PV)Perfi l: 37 anos, nasceu em Santana e criou-se em Bom Jesus da Lapa.Foi eleito quatro vezes vereador e presidente da Câmara Municipal.

Hildebrando Ferreira dos Santos (PT)Perfi l: 43 anos, com curso superior completo, foi prefeito deBom Jesus da Lapa em 2004 e é o atual vice-prefeito.

Moisés Barbosa da Costa (PDT)Perfi l: 40 anos, administrador de pequenas e médias empresas, se canditará pela primeira vez

O sr. tem um plano de governo ou ainda vai preparar? Ele vai ser apresentado à população?

Se o sr. for eleito o que fará para mudar o quadro de pobreza do município?

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»BOM JESUSDA LAPA

ELEIÇÕES 2012

O nosso grupo político, em entendimento, de-cidiu elaborar um projeto de governo a base de consulta popular. Um projeto com os anseios do povo. A consulta está sendo feita na sede do município e na zona rural. E será apresentado no dia da convenção. Terá a assinatura de todos os representantes de todos os partidos que compõem nossa coligação. Não quero que haja, de forma alguma, um estelionato eleitoral.

Assim que forem homologadas as candidatu-ras, iremos apresentar à sociedade lapense o nosso plano de governo, nossas propostas para esclarecer e convencer os eleitores.

Bom Jesus da Lapa é a terceira maior romaria do Brasil. Tendo uma grande vocação para o turismo, que é um grande gerador de emprego e renda. Bem como o Projeto Formoso é um dos maiores produtores de banana do Brasil. Essas duas vocações sempre foram mal aproveitadas no município. A nossa proposta também visa o uso dessas duas bases para incrementar políticas de geração de emprego e renda no município.

Estamos numa das piores regiões do país em questão social. O Brasil, através da presidenta Dilma foi contemplado com processos de assistência social. Na Bahia, 2,5 milhões famílias vivem abaixo da linha da pobreza e Lapa também tem essa defi ciência. Com o potencial que tem, pela sua localização geográfi ca, pela sua infraestrutura, renda per capita; nós temos que minimizar o sofrimento das pessoas, viabilizar o trabalho e a qualidade de vida das pessoas.

Sim. Temos pessoas trabalhando nisso, linhas mestras traçadas pelos governos do estado e federal, que vamos introduzir em Bom Jesus da Lapa. O turismo religioso precisa de investimen-to, o Santuário do Bom Jesus, que foi a razão pela qual essa cidade nasceu, é um dos fatores importantes que dão rumo a economia da cidade. Precisamos melhorar a infraestrutura da cidade. Estamos discutindo com o setor da aviação. As pessoas perguntam: como é que chego em Bom Jesus da Lapa? O melhor aeroporto é em Brasília e está a 680 km.

Temos uma experiência muito boa: o Bolsa Família. Agora partimos para investir no desenvol-vimento do campo, de programas de geração de emprego e renda. Já fi zemos aqui no município, ofi cinas de micro empreendedores com 2 mil pes-soas, pra ajudar quem está com um carrinho de pipoca ou de picolé; ajudar essas pessoas a terem acesso ao microcrédito e aproveitar inclusive da romaria, pois circula muito recurso nesse período. Com a rede ferroviária que vai passar em nosso município, já temos indústria de tênis que quer vir pra cá. Queremos um parque industrial para ter em Lapa uma referência no oeste.

O que dizem os pré-candidatos

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O projeto de irrigação Formoso, instalado dentro do município de Bom Jesus da Lapa só funciona com 50% das suas áreas ocupadas. A melhor forma de aproveitamento das bacias hidrográfi cas da nossa região, no caso da Lapa o rio São Francisco, é abrindo uma discussão com os governos federal e estadual para implantar 100% do funcionamento dessas áreas. Con-sequentemente, gerando mais riquezas para a nossa região.

Implantando políticas públicas que caminhem juntas com o desenvolvimento, a qualidade de vida e a sustentabilidade. Eu apresentei na Assembléia Legislativa um projeto de Lei “Asfalto de Borracha”, projeto que prevê a utilização de resíduos da indústria de borracha na confecção do asfalto. Mais se-tores da economia precisam se comprometer com tecnologias limpas. Que possam oferecer à população um desenvolvimento seguro, um desenvolvimento limpo, com qualidade de vida. Que elas não sintam o refl exo nos seus fi lhos e outras gerações, mas também que caminhem para o progresso. Isso é totalmen-te possível.

Qual a prioridade da educação na sua gestão?

Como o município poderia aproveitar a bacia hidrográfi ca da região para gerar riquezas?

Como aliar desenvolvimento, qualidade de vida e sustentabilidade?

O pior índice do Índice de Desenvolvimento da Educação Básica (IDEB) da nossa região pertence a Bom Jesus da Lapa. A prioridade da nossa gestão, sem dúvidas, será a educação. Modifi -caremos a metodologia de ensino nas escolas, visando um melhor aproveitamento do ensino municipal. Para isso, iremos atrair a Fundação Ayrton Senna, que possui projetos renomados e efi cazes nessa área. Mobilizando e melhorando a nossa visão na educação municipal.

Primeiro, melhorar a infraestrutura das salas de aula, o material didático e a qualifi cação dos professores, treinamento, formação específi ca. As mudanças na educação levam no mínimo uma década pra ter resultado e nós temos essa preocupação com a infraestrutura, forma-ção profi ssional, merenda escolar e remunera-ção satisfatória para os professores.

Conhecemos cidades banhadas pelo São Francisco que são maravilhas no sentido do turismo, da ecologia. Podemos aproveitar isso na renda econômica, na produção de pescados. Temos morros, às margens do rio que são muito bonitos e que só tem a nos benefi ciar e complementar a renda. Como uma gestão comprometida pretendemos trazer técnicos especialistas para nos orientar e fazer o melhor proveito do rio São Francisco.

Bom Jesus da Lapa já é agraciada pela sua localização geográfi ca. Temos terra em abundância, água e energia; condições sufi cientes para implantar o desenvolvimento e a qualidade de vida. Lapa tem infraestrutura que pode proporcionar o desenvolvimento. Se aplicar corretamente os recursos que arrecada é possível desenvolver o município, dar bem estar a população e qualidade de vida.

Tratamos a educação como um todo. Bom Jesus da Lapa é uma cidade com boas creches. Nosso plano é que cada bairro tenha uma boa creche. Recebemos a comissão da UFBA pra instalar o campus da UFOBA. Nós temos que pensar no todo, preparar a criança e deixá-la preparada, graduada. Hoje a exigência é muito grande. Nós queremos que as oportunidades sejam geradas e as pessoas possam ser empre-gadas aqui.

Já temos o perímetro irrigado da Codevasf, o Projeto Formoso, em torno de 8 mil hectares irrigados de banana. Temos um exemplo de sucesso que é o Projeto Formoso, por que nós não conseguimos cobrir o território de Bom Jesus da Lapa com água do São Francisco nos quatro cantos? Sabemos que isso é possível e é outra coisa que vamos desenvolver. Nós estamos fazendo um trabalho importante agora que é registrar, documentar, dar título aos minifúndios, pois nós temos pessoas com 10, 20 hectares que não têm nem documento para pegar um fi nanciamento. Temos que fazer a coisa a partir do básico, regularizar, documentar, colocar água e energia.

Esse é o debate da atual e das próximas gerações. O desenvolvimento deve ser econômico, social, cultural e ambientalmente sustentável. Precisamos equilibrar esses três aspectos das propostas de desenvolvimento que criamos para o mundo. Aqui em Lapa não será diferente. A irrigação tem que ser por gotejamento, podemos fazer com que todos tenham irrigação desse jeito. Ou a gente pensa em desenvolvimento sustentável ou nós não teremos futuro. É o que produzir, como produ-zir e pra quem produzir.

A partir dos dados gerais levantados pela r.A, foram elaboradas cinco perguntas. Antes de cada entrevista, o pré-candidato foi informado do espaço limitado e da necessidade da objetividade nas respostas.

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68 ABR/2012

O estilo e a so� sticação da Sierra Móveis chegou em Luís Eduardo Magalhães.

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ABR/2012 69

Luís Eduardo Magalhães (BA)Rua Rondônia, 270 - CentroLuís Eduardo Magalhães (BA)Rua Rondônia, 270 - CentroLuís Eduardo Magalhães (BA)

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70 ABR/2012

memória: Luís Eduardo Magalhães

História

Personagem da história da cidade que

mais cresce na Bahia, Maria Cardoso Ferreira

(Dona Lilia) relembra o sonho do marido Arnaldo

Horácio Ferreira de construir uma segunda

Brasília no meio do cerrado baiano, seu desgosto

com a mudança no nome do então distrito e o

processo que levou a emancipação. “Aconteceria

no seu devido tempo”, revela sem esconder certa

tristeza com aqueles que passaram por cima da

história do companheiro para fazer de Mimoso do Oeste, município de Luís Eduardo Magalhães.

Em 1979 comemorou-se o vigésimo aniversá-rio da assinatura do decreto presidencial que autorizava a construção da rodovia Belém-Bra-sília. A lei sancionada pelo então presidente Juscelino Kubtistchek também previa a cons-

trução de outras estradas federais ligando a Capital Federal a regiões mais distantes do país, a exemplo de Fortaleza, no Ceará, e outras mais, como São Paulo, Rio de Janeiro e Livramento, no Rio Grande do Sul. A visão progressista de JK impulsionou o desenvolvimento do país, em especial, em regiões até então não desbravadas.

Para se chegar à capital cearense saindo de Brasília, era preciso cruzar o cerrado do Estado de Goiás e parte da re-gião oeste da Bahia. Não havia outra forma de fazer o per-curso e por isso a importância do investimento nesta região que já naqueles dias recebia considerável fluxo de carretas e pessoas em busca de novas oportunidades. Rodeada pelo

texto ANTON ROOS foto WILSON LIMA

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ABR/2012 71

verde, o oeste baiano praticamente limi-tava-se à cidade de Barreiras e enormes pedaços de chãos até então intocados.

Por ter participado do processo de construção de Brasília e possuir bom re-lacionamento com JK, o pecuarista e em-presário goiano Arnaldo Horácio Ferrei-ra se tornara homem com uma visão de mundo privilegiada e uma vontade única de realizar grandes investimentos. Nesse mesmo ano adquiriu a Fazenda Mimoso e juntamente com seus fi lhos Wanderley e Hipólito, deu início à edifi cação daqui-lo que hoje responde pelo município de Luís Eduardo Magalhães.

Casado com Maria Cardoso Ferreira ou, Dona Lilia, como é carinhosamente conhecida, Arnaldo iniciou sua relação de carinho com o oeste baiano pouco depois do falecimento do sogro José Cardoso de Lima, que ao retornar da única visita que fi zera a Barreiras, nas proximidades de onde hoje está localizada a comuni-dade do Novo Paraná, sofreu um ataque cardíaco. Na missa de 30 dias da morte do sogro, Arnaldo sentiu que a região ti-nha potencial para se tornar uma cidade nos mesmos moldes de Brasília. Mesmo a contra gosto da esposa, ainda sentida pelo que acontecera com o pai, Arnaldo aproveitou uma visita de reconhecimento pelas terras que comprara e revelou seu sonho para a amada:

- Lilia, o que você acha de eu construir aqui uma segunda Brasília?

O sonho de Arnaldo estava nos olhos. Não era utopia. “Eu fui contra a compra da fazenda, porque naquela época ha-via muitos posseiros e grileiros de terras aqui”, relembra a matriarca da família Ferreira. De passagem pela cidade em vir-tude da terceira formatura da faculdade que leva o nome do marido, Lilia Ferrei-ra recebeu a reportagem da Revista A na sala da direção da FAAHF ao lado da fi lha Maria Angélica, diretora da instituição. “Depois que o negócio foi fechado, eu o acompanhei em todas as etapas, em todos os momentos”, explica Lilia.

***Desde o falecimento do marido em outubro de 2002 e com a fundação da Fa-

culdade Arnaldo Horácio Ferreira (FAAHF), Lilia, que reside em Brasília, visita a cidade esporadicamente para formaturas e eventos especiais da instituição, bem como para acompanhar de perto o andamento de suas empresas. Pouco afeita a entrevistas, não gosta de fotografi as e prefere não falar sobre o processo que levou a emancipação da cidade. Acervo vivo da história que deu origem ao município que mais cresce na Bahia, Lilia lembra o passo seguinte à compra da Fazenda Mimoso: a construção do Posto de Combustíveis, também chamado Mimoso, que viria a alavancar ainda mais o desenvolvimento da pequena localidade.

A manutenção do nome foi natural. Não havia porque batizar o Posto de outra forma. Foi Hipólito, fi lho mais velho de Lilia e Arnaldo quem conseguiu a conces-são para construção do posto, que naquela época dependia de um longo processo burocrático. Em 1982, a privilegiada localização fez com que o posto tivesse indi-cação no Guiness Book como recordista mundial em vendas de combustível.

As terras que circundavam o Posto Mimoso começavam a atrair cada vez mais pessoas, todas em busca de oportunidades. O desenvolvimento fez com que fosse criada uma imobiliária para negociar os lotes do recém-criado Loteamento Rancho Grande. O nome, no entanto, não agradou Lilia. Em meio a tantas histórias e ver-sões contadas ainda hoje, ela aproveita para contar a verdadeira história do nome que tornou o município um grande centro de desenvolvimento. Como já havia a fazenda e o posto com o nome Mimoso, ela sugeriu que fosse acrescentada a loca-lização geográfi ca da região e assim nasceu o Mimoso do Oeste. “Essa é a história real e verdadeira, todas as outras são falsas”, diz taxativa.

Mimoso do Oeste se tornou conhecido em todo mundo. De todo Brasil chega-vam migrantes, agricultores e pessoas sonhando com uma vida melhor. O país atravessava um período de recessão econômica com a infl ação nas alturas e fre-quente instabilidade monetária. O novo povoado surgia como a opção ideal para quem quisesse recomeçar. De bom coração, Arnaldo era um homem que não sabia dizer não. “Ele era um mestre da gentileza”, resume a fi lha Maria Angélica, ao lembrar-se do pai. Para Lilia, Arnaldo era um entusiasta. Não havia nada que o fi zesse esmorecer ou deixar de acreditar no seu sonho. “Ele tinha um otimismo determinado, até mesmo diante dos maiores obstáculos”, lembra.

O desejo de fazer de Mimoso do Oeste um município se tornou coletivo. O sonho de Arnaldo não era mais algo isolado. O povoado era opção de vida e seu potencial de crescimento uma unanimidade. Porém, a interferência política desar-ticulou o sonho da nova Brasília. Na década de 1990, o povoado fez vereadores na Câmara de Barreiras. A cidade pólo da região se benefi ciava com o desenvolvimen-to cada vez mais crescente do distrito que se formou a partir do famoso Posto de Combustíveis. As idas a Brasília se tornaram frequentes. Tudo em prol da emanci-pação. Uma comissão foi formada. Uma jogada traçada. »

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memória: Luís Eduardo Magalhães

No final de 1998 deu entrada na casa de leis de Barreiras um projeto que previa a mudança do nome de Mimoso do Oeste para Luís Eduardo Magalhães. A ideia era sensibilizar o velho cacique da política baiana e Senador Federal, Antônio Carlos Magalhães. A mudança arrasou Arnaldo. “A troca do nome en-tristeceu profundamente meu marido”, relembra com pesar a esposa e companheira de meio século, Lilia Ferreira. “A eman-cipação aconteceria no seu devido tempo, não precisava fazer o que foi feito”, continua. Lilia ainda se ressente com isso. Foi ela quem compartilhou e mais do que ninguém sabe o quanto Arnaldo amava e sonhava com esse lugar.

O município de Luís Eduardo Magalhães foi emancipado em 30 de março de 2000. Arnaldo faleceu dois anos e sete meses depois, sem ter o devido reconhecimento pelo que fizera. Isto só ocorreu em 2010, quando das comemorações pelo 10º ani-versário de emancipação política do município. O plenário da Câmara de Vereadores recebeu o nome de Arnaldo Horácio Fer-reira e lá hoje há um busto em homenagem a ele. A prefeitura de Luís Eduardo Magalhães também prestou uma homenagem ao reconhecê-lo como legítimo fundador do município e uma lei aprovada no legislativo municipal prevê a utilização do nome gentílico de Mimoso do Oeste em toda obra inaugurada na ci-dade.

Merecida homenagemO reconhecimento, embora tardio, é visto com bons olhos por Dona Lilia, ainda que ela prefira não falar abertamente sobre isso. O legado do marido está vivo na faculdade fundada três anos após sua morte. “Depois que ele morreu eu comecei a pen-sar em uma forma de homenageá-lo”, conta, ao lembrar-se de como surgiu a ideia para a construção da FAAHF. Pessoa de princípios verdadeiramente cristãos e católicos, Lilia, viera de Brasília especialmente para a inauguração da Gruta Nossa Se-nhora Aparecida, construída em um terreno doado pela família Ferreira, nos fundos de onde foi edificada a instituição de en-sino. No fim de tarde, junto das filhas, a matriarca observava o sol se pôr. “O pôr do sol mais lindo do mundo está no Mimoso do Oeste”, diz convicta, antes de continuar. “Pedi a ela (Nossa Senhora Aparecida) que perguntasse ao filho Jesus que home-nagem póstuma poderia fazer”, explica.

Com os olhos tilintando emoção, Dona Lilia recorda a sensa-ção sentida naquele momento, quando ouviu no subconsciente que deveria edificar uma faculdade. O local estava diante dela. Era como um presente de Deus. A homenagem perfeita para o companheiro de tantos anos. “Foi uma alegria sem igual, Deus é meu maior projetista”, diz. A filha Maria Angélica aproveita e revela que a mãe ficou igual criança. “Ela pulava, ria, apontava com a mão, e todas nós tentávamos adivinhar o que era”, conta aos risos. “Meus filhos diziam que era loucura, hoje é uma doce loucura”, emenda a mulher que viu a cidade nascer e, por amor ao marido, desejou uma faculdade.

A revelação foi completa. A faculdade teria de ter sete cursos superiores, em referência ao número perfeito, à história bíblica. “Dona Lilia só nos cobrava qualidade e humanismo. Esta facul-dade foi desejada, é uma homenagem de amor”, explica a filha Maria Angélica, que deixou 25 anos de carreira como advogada e uma clientela formada em Brasília para, juntamente com seu esposo, também advogado, José Walter, se dedicar a faculdade que carrega o nome do pai. A história de ambos, Dona Lilia e Arnaldo Horácio Ferreira está eternizada na entrada da institui-ção. A frase “Só o amor é real” fala por si.

Maria Angélica adianta que no aniversário da morte do pai em outubro de 2011, a faculdade iniciou o catálogo de refe-rências e pessoas para participar de um documentário que será produzido para perpetuar a história da construção da cidade. “Precisamos aproveitar a presença dela que é um acervo vivo dessa história e representa a escola da vida, mostrar o ser huma-no que ela é”, pontua a filha ao se reportar a mãe, Dona Lilia. O projeto ainda sem data para ser finalizado virá acompanhado da construção de um memorial em homenagem a Arnaldo, logo na entrada da faculdade.

***

O nome Luís Eduardo Magalhães praticamente não é usado nem lembrado dentro da instituição. Lilia é quem resume o mo-tivo: “O nome que deu vida a este lugar é Mimoso do Oeste”. Um nome dado por ela, amado pelo marido e que por muito tempo pairou esquecido. Tudo que a cidade representa hoje deve à fazenda e ao posto de combustível edificados há mais de 30 anos: Mimoso do Oeste.

1979 Arnaldo e os filhos Hipólito e Vanderley compram a fazenda Mimoso e inicia-se o sonho de construir uma segunda Brasília em pleno Cerrado baiano;

2000 No dia 30 de março, Antônio Carlos Magalhães assina o documento de emancipação de Luís Eduardo Magalhães;

1981 É criada a primeira imobiliária da localidade para comercialização dos lotes do então chamado Loteamento Rancho Grande, posterior Mimoso do Oeste;

2002 No dia 04 de outubro, falece Arnaldo Horácio Ferreira;

1982 Hipólito, filho mais velho de Lilia e Arnaldo, consegue a concessão do Posto de Combustíveis que alavancou de vez o desenvolvimento do pequeno povoado;

2004 Durante a inauguração da Gruta Nossa Senhora Aparecida, Dona Lilia tem a revelação da homenagem póstuma que deveria fazer ao marido. É o estopim da Faculdade Arnaldo Horácio Ferreira (FAAHF);

1987 No dia 3 de dezembro, Mimoso do Oeste passa a ser distrito de Barreiras;

2005 Em meio às obras da futura faculdade, Lilia comenta com os filhos: “Esse concreto vai ficar para as gerações futuras”;

2009 Expira prazo concedido pelo STF, mas o município consegue manter validade da emancipação;

1998 A partir da Lei n° 395/1997, em 17 de novembro de 1998, passa a se chamar Luís Eduardo Magalhães;

2007 O Supremo Tribunal Federal (STF) declara inconstitucional a criação do município, dando ao legislador federal prazo de 2 anos para legalizar a situação;

2010 A Câmara de Vereadores reconhece Arnaldo Horácio Ferreira como legítimo fundador da cidade e batiza plenário com seu nome; Um projeto de lei é criado determinando a utilização do nome gentílico de Mimoso do Oeste.

Linha de tempo

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74 FEV-MAR/2012

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Da casa amarela, situada à rua 22 de Fevereiro era pos-sível observar a movimentação em frente ao casarão, que, poucos meses depois, se transformaria na sede da primeira prefeitura da futura cidade. “Esta era a rua mais agitada daquela época”, lembra Eva Maria de

Souza, 54 anos, hoje diretora de uma escola do município e que curio-samente nasceu no mesmo dia da emancipação e é moradora da rua de mesmo nome.

No dia 22 de fevereiro de 1962, enquanto Eva comemorava seu quarto aniversário, o Lei nº 1.621, assinado pelo então governador Juracy Magalhães conferia ao então distrito de Barreiras, a condição de município de São Desidério. A festa, como não poderia deixar de ser, foi geral. Com pouco mais de quatro mil habitantes o jovem município iniciava sua caminhada, assim como a pequena Eva que acompanhou o desenvolvimento da cidade, curiosamente, com dupla comemoração em todos 22 de fevereiro futuros.

“Lembro-me da chegada da Sulvale para a construção do canal da barragem ainda na década de 60, da energia elétrica e do calçamento com paralelepípedos em meados de 70, da água doce já em 2000”, diz Eva.

Outro fator importante para o crescimento do município foi o in-vestimento na agropecuária. Antes dos anos 80, o plantio era voltado para a subsistência e poucos lavradores se aventuravam na produção de excedentes, normalmente comercializados com o estado do Tocan-tins ou com o baixo e médio São Francisco através dos vapores que atracavam no cais de Barreiras.

memória: São Desidério

Pouco depois de completar seu 50º aniver-

sário, São Desidério ainda esconde um leque

de histórias de pessoas que viram o município

nascer e se desenvolver. Seja a professora

que nasceu num 22 de fevereiro, quatro anos

antes da emancipação e hoje mora na rua

com mesmo nome ou o casal que concluiu

seu único lar no mesmo ano que a cidade dei-

xou a condição de distrito para décadas mais

tarde se tornar o maior produtor de algodão

do Brasil e de grãos do norte/nordeste pelo

quinto ano consecutivo. São histórias dos seus

22 de fevereiro e do longínquo ano de 1962.

texto/fotos JAQUELINE BISPO

22 de fevereiro

1962

A professora Eva Maria, nasceu no dia 22 de fevereiro e na rua com o mesmo nome, quatro anos antes da emancipação da cidade: “Era a rua mais agitaada da época”

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As facilidades para aquisição de grandes propriedades chamou a atenção de produtores rurais do sul do país. Do Paraná, Rio Grande do Sul e São Paulo chegaram pessoas para investir na produção de grãos como a soja, o milho e posteriormente o algodão. “As pessoas diziam que estava chegando muita gente de fora, estava mudan-do a cara da cidade e do povo”, conta Eva.

O que parece não ter mudado é a rua onde mora. Al-gumas construções antigas ainda remetem 50 anos atrás. O prédio onde funcionou a primeira prefeitura da cida-de é um dos poucos que cedeu lugar a modernidade. A estrada de chão batido hoje está asfaltada e conta com um canteiro central, onde, nas comemorações pelo cin-quentenário foi inaugurada uma réplica do antigo cha-fariz que abastecia as residências antes de ser instalado o sistema de abastecimento de água.

memória: Sãi desidério

*** 1962 também foi o ano em que o casal Otacílio Bispo

dos Santos, 84, e Francisca Melquiades, 74, terminaram a construção do seu primeiro e único lar. Situado na Ave-nida JK, principal via de entrada e saída da cidade, foi ali que os dois viram a família se desenvolver. “Somos filhos legítimos desta terra, e terminamos a construção do nosso primeiro e único lar em 1962, nunca mais saímos”, emo-ciona-se Otacílio, patriarca de uma família composta por 21 filhos, 27 netos e sete bisnetos.

O desejo de ver São Desidério emancipado era compar-tilhado pelos moradores da época. “Tinha muitas reuniões e falatório”, rememora Otacílio, citando inclusive o nome daqueles que participaram de todo processo pela emanci-pação e vieram a ocupar os primeiros cargos políticos da nova cidade. “Alguns homens como o compadre Bento, Olavo, Fernandes, Abelardo estavam à frente das informa-ções e alguns assumiram os primeiros cargos político, lem-bro que na hora que deram a notícia estava todo mundo nas ruas de cima, perto do local onde seria a prefeitura”.

Naquela época a viagem até Barreiras era longa. Um dia no lombo de um cavalo ou acomodado em uma carroça. Francisca, a esposa, lembra que a comunicação era feita por meio de cartas ou pelo rádio e os serviços de saúde eram precários. “É incrível como as coisas evoluíram, até o tempo parece que passava mais devagar, hoje a vida em São Desidério corre junto com o resto do mundo, é comu-nicação, saúde, transporte, comércio, asfalto, coisas que antes não tinha, até as festas são bem diferentes”, conta.

Dona de casa, Francisca passou cinco décadas obser-vando quem passava em frente da sua casa e por isso as-sistiu praticamente todas as mudanças que aos poucos aconteciam na cidade. Desses anos todos de observação, ela concluiu que a região central do país acabou por exer-cer forte influência nos costumes do povo local. “Em se-tembro, na época dos festejos da padroeira vinha muita gente de fora, principalmente de Brasília e Goiânia, isso influenciava no tipo de roupa, música, e na cultura das pessoas daqui”, relembra, fazendo referência as festas da padroeira Nossa Senhora Aparecida, 19 de setembro, e do Divino, 20 de setembro. Foi graças a estas duas festivida-des que surgiu a Festa da Paz que atualmente reúne mais de 50 mil pessoas, além de artistas de renome nacional em quatro dias de festa.

Em cinquenta anos, São Desidério alcançou o índice de mais de 27 mil habitantes e conseguiu destaque em vários setores, entre eles o turismo. As belezas naturais de sua terra encantam moradores e visitantes. Em 2011, segundo dados da Secretaria de Meio Ambiente e Turismo apro-ximadamente oito mil turistas passaram pelo município, muitos deles observadores pelos olhos atentos de dona Francisca.

Em 1962, Otacílio e Francisca realizaram o sonho da construção do lar, onde vivem até hoje e constituíram uma família com 27 filhos

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cult música, cinema, livros, teatro, artes plásticas, cultura popular

PROFESSORPRA NADA”

Num tive“ RETRATOS DE UMA VIDA

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É uma manhã de sábado. Do alto da serra da BA-449 avista-se a pacata Cotegipe, onde mora Aurelino Antônio Vieira, 84 anos, vulgo “Tapuim”. O apelido (descubro depois) é uma referência aos índios tapuios que habitavam o interior do Brasil. Não entendo a relação, mas sinalizam que tem a ver com sua baixa estatura. Procurei, em vão, registro na literatura indígena sobre o assunto. Melhor deixar Tapuim como Tapuim, mesmo. Já ao pé da serra sou informado de que ali, no baixio da Fazenda Barreiro, nasceu nosso entrevistado. O homem fez muita zoada pela região com a “pé de bode”, acordeom de oito baixos, depois com uma italiana de 48, substituída mais adiante por uma de 120. Assim sapecou o forró um bocado de tempo.

Numa rua que fi ca por trás da igreja Santa Cruz, constru-ída no início do século passado, fi ca a casa de Tapuim. Santos, retratos e cabeças de veados dividem as paredes. Várias pessoas circulam pelos cômodos, são parentes e amigos.

O homem, com face marcada pelos sulcos do tempo veste uma ca-misa amarela, calça marrom escuro e botina. Olha desconfi ado quan-do seus netos, Hélio e Hilário Passos me apresentam a ele. Mais des-confi ado ainda fi ca ao saber que quero entrevistá-lo.

- O senhor ainda ajeita porqueira – diz um homem irrompendo a cozinha com um cano de espingarda.

Ele ri, examina por vários ângulos, vencendo o Parkinson que sa-code as mãos e balança um pouco a cabeça e responde com humor: “Vixe! E tem logo dois reforços. Isso é pra atirar em avião? Bom, se não matar uma onça com um tiro, mata com um pancada na cabeça”.

A ofi cina fi ca por trás da casa, depois da cozinha com fogão à lenha. Uma galinhada com pirão vai ser providenciada ali. Penso que uma cachaça como aperitivo cai bem e a boca enche d’água.

- Nunca tive professor pra nada – responde Tapuim quando per-gunto como ele aprendeu a ser ferreiro. – Mexo com ferro, madeira. Qualquer coisa. O que precisar fazer, se eu puder dar um jeito, eu dou. – explica, não muito à vontade, com muito cuidado no que diz. Às vezes, com humor providencial muda de assunto.

- O senhor é caçador?- Caçar eu caço, mas achar qué bom, não acho - responde rindo

mansamente com certa ironia.Casado duas vezes, teve nove fi lhos. Do primeiro casamento, só

dois. “Fiquei três anos só e aí casei de novo”, explica, lembrando que a primeira mulher morreu depois de 22 anos de casados. Quando casou pela segunda vez tinha 48 anos. Elvira Macedo, apenas 19. A distân-cia entre as idades não fez diferença. Foram sete fi lhos e muito amor. Amor também que ele nutriu pela música, embora não confesse expli-citamente. Declara que aquilo tudo era infl uência da idade.

texto/fotos C.FÉLIX

Tocava violão, viola, cavaquinho, banjo e, principalmente, sanfona. “Comecei tocando cavaquinho – eu mesmo fazia o instrumento. Toca-va forró nas noites de São João. Fazia essa bagunça toda, né!? Molecote ainda de 10 pra 12 anos. Depois incuti de mexer com a pé de bode. Um cunhado meu comprou uma e aí comecei lá na casa dele – ô cabra duro de entender! Até que fui desenrolando. Daí começaram a me contratar pra festas. O povo foi gostando...”, conta. “Gente nova já viu, né!? Se eu chegasse numa festa e tivesse um tocador com uma sanfona boa e me agradasse, ele podia ir dormir. Eu tocava e ganhava o dinheiro pra ele. Eu tocava por achar bom mesmo.

- Sua mulher não reclamava?- Isso aí ela nunca ligou não. Eu ia tocar em Missão, Cristópolis... Na-

quele tempo era um mutirão atrás do outro. Onde reunia um bocado de gente pra roçar, no fi nal de semana, eu ia tocar pra eles. Tocava tudo quanto era música. Tomava conhecimento das músicas quando ia pra cidade. Aí gravava na cabeça. Nem rádio tinha no mato.

- O senhor tomava uma pinguinha?- Até hoje. Pouco, mas tomo – conta Tapuim, que já não se lembra

da última vez que pegou numa sanfona. – Já cheguei a tocar três dias e três noites coladas. De dia, matinê. De noite, pau colado. Nunca deixei de tocar numa festa por causa da bebida – e bebi muito! Mas nunca »

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80 ABR/2012

cultmúsica, cinema, livros, teatro, artes plásticas, cultura popular

me viram deitado com o pé pra riba, nunca falei um pala-vrão pra nenhuma mulher nem filha de homem nenhum. Aonde andei deixei meu rastro limpo. Toda vida gostei de andar direito. Agora, no tempo de eu moleque, tinha Amálio. Eu moleque e ele já de idade, de barba fechada. Menino é bicho sem-vergonha! Amálio era muito briguen-to e chegava bebo lá na casa de meu pai. Lá tinha uma oficina de fazer farinha, tinha aquelas conchas de madeira. Ele chegava e deitava nessas conchas. Eu tinha uma rai-va danada dele por ele ser briguento. Um dia, ele deitado dormindo lá em riba, eu fui até o balaio, peguei algodão, cobri a cara do véi e taquei fogo. Aí ele levantou doidinho – conta em gargalhada. – Eu dei no pé, mas levei um couro.

A conversa já fica mais descontraída e a peraltice de Ta-puim faz todos cairem na risada, principalmente Hilário, que olha para o avô com certa devoção. Possivelmente re-conhecendo naquele octogenário sua inclinação fervilhan-te para a música. Aproveito o momento e emendo:

- O senhor tem orgulho de ter um neto que hoje segue seus passos com a sanfona e já gravou até um disco?

Os olhos de Hilário Brilham.- Sim! Eu larguei e ele pegou, segue viagem. A gente

tem que fazer o que gosta, enquanto é vivo. Cada um tem um destino. Se o destino dele é esse, então segue. Eu não tive futuro nenhum. Morava num lugar isolado. Agora ele, num lugar de futuro, tá certo – diz, levantando-se ligeiro e se desvencilhando dos apelos dos netos. Ele precisa ir à fei-ra. Quando olhamos, ele já está montado na bicicleta de-baixo do inclemente sol se distanciando a cada pedalada.

O netoHilário Passos não chegou a acompanhar o avô nas andanças musicais pelo Oes-te. Mas presenciou várias vezes ele passear os dedos miúdos e ágeis pelos botões e teclas daquele instrumento hipnotizante: era demais! O som saía da rasgada e encolhida do fole! Aquele fascínio era a música batendo em seus músculos, solfejando em seus neurônios, escorrendo fervente pelas veias.

O tecladinho que seu irmão mais velho Hélio conseguira na troca de uma bicicleta era uma tentação. Havia também um violão na casa. Ambos os ins-trumentos eram proibidos para o garoto que, sob a proteção e conivência da avó, transgredia a ordem. Geralmente, quando ele chegava da escola, Hélio não estava. Pegava o teclado “com todo cuidado do mundo”. Um dia, Hélio estava tirando uma música com um amigo e errou na nota.

- Eu falei que a nota não era assim Ele disse que eu não sabia de nada. Daí fui lá e mostrei como era. Desconfiado, ele perguntou como eu sabia. Eu falei que não sabia, mas sabendo. A partir daí começaram a liberar o teclado. Tinha uma banda em Cotegipe que não tinha tecladista. Eu chegava pra brincar na igreja e me convidaram pra tocar nessa banda. Aceitei. Assim comecei minha carreira, em 1995 – conta.

O primeiro instrumento que Hilário chegou a tocar foi o violão, depois vieram o teclado e a sanfona. Como já havia pegado a sanfona do avô algumas vezes, não teve dificuldades em substituir o sanfoneiro de uma banda. Assim, ele come-çou a se profissionalizar e ano passado montou a banda “Hilário Passos”. Em ou-tubro fez o primeiro show em Barreiras. Pergunto que tipo de forró a banda toca.

- Meu forró é voltado para o original. Com zabumba, triângulo e sanfona. Uma formação de pé-de-serra que se originou através do melê (antiga zabumba, é o avô da zabumba), o reque (não existia o triângulo) e o pandeiro de couro. Esses três instrumentos antecederam a sanfona, o triângulo e a zabumba. Tinha a sanfoninha de oito baixos (o pé de bode, como se falava no tempo de meu avô), imortalizada pelo pai de Luís Gonzaga. Hoje, a galera prefere a de 120 baixos com teclado.

Provoco:- Esse forró “enlatada”, “de plástico”, como chamam os críticos; esse tipo de

forró não contribuiu para resgatar o forró tradicional? Ou foi só para confinar?- A partir do Mastruz com Leite colocaram fogo no estopim. Isso deu uma

acendida no forró pé-de-serra. Agora o forró universitário rola muito em cima da mídia. O purinho, hoje, é difícil, tá se perdendo aos poucos. São poucas pessoas que lutam para resgatá-lo para oferecer um forró de qualidade.

Para a posteridade: Tapuim e sua mulher, Elvira Macedo, 29 anos mais nova que ele. À direita, as diferentes gerações. O que antes era mais uma “brincadeira” agora é profissão. O neto Hilário já tem até CD gravado

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- Alguns grupos têm pegado coisas tradicionais, de raiz, e trans-formado como tentativa de recuperar o antigo. Chico Science em Pernambuco criou o mangue beat; em Campina Grande, Ca-bruêra faz essa mesma incursão e toca até com caneta Bic como se fosse um arco de uma rabeca...

- ...acho interessante! – interrompe. – Em Barreiras tem os Fi di Lunga. Acho visceral, surgiu deles. Não foi imposto. No forró deles não tem sanfona. Não necessariamente o forró tem que ter sanfona. Mas tem que ter interação com o público, resgate de cultura. Acho válido!

Hilário trabalha para agências de publicidade em Salvador e São Paulo. Produz jingles, trilhas sonoras. Agora, com banda e CD gravado, se dedica mais à sanfona. Lembra que este é o ano do centenário de Luís Gonzaga, por quem nutre admiração imensurável. “Ele é um mestre mundial!” Debate sobre a perspi-cácia do pernambucano, da descoberta do triângulo à organiza-ção dos instrumentos num palco: zabumba do lado direito da sanfona, triângulo do esquerdo para contrastar com a frequência grave com agudo e agudo com grave. “Luís Gonzaga era uma sanfona inteirinha de música, homi”, brinca. Em seguida, começa a cantarolar: “Se a gente lembra só por lembrar, de um amor que um dia a gente perdeu...”.

O assunto traz Tapuim a conversa e Hilário tenta explicar o patrimônio genético herdado do avô.

- Na parte da criação, de curiosidade, eu herdei dele. Fui muito de malinar, de escarafunchar as coisas pra aprender. Saber por que foi feito aquilo, como foi feito, criar uma peça, aprender a tocar sozinho como ele aprendeu. Eu também aprendi assim...

Somos interrompidos por alguém que avisa que a galinhada tá na mesa. E uma cotegipana também. O cheiro da água na boca. A conversa se alegra mais e percebo que a reunião vai acabar em forró. Infelizmente, não ficar muito depois do almoço. Tapuim, mais animado, me traz uma espingarda e mostra o cabo esculpi-do por ele. A timidez parece que foi embora de vez. Não há mais desconfiança. O homem já faz até pose com sua mulher para a foto. Que retrato!

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cultmúsica, cinema, livros, teatro, artes plásticas, cultura popular

De um lado, Jesus. Do

outro, Oxalá. Orixás e

santos dividem a mesma

peça. Aliás, várias peças

são compartilhadas

pelas imagens católicas e

entidades do candomblé

no ateliê de José Geraldo

Machado da Silva, cujo

nome encolheu para Geo,

Gero e depois cresceu

para Gerar, Gérard.

Assim, é conhecido hoje o

“francês” filho de Boqueirão,

numa fazenda acima do

Rio Grande, em Barra.

texto/fotos C.FÉLIX

GÉRARD, LE FAISEUR D’IMAGES ESCULTURA

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Após o portão de entrada de sua casa, no jardim frontal, o visitante é cercado por orixás e uma Nossa Senhora da Conceição. Oxalá fi ca ao centro, para recepcionar os de fora e proteger os de

dentro. O sincretismo religioso é marca preponderante no trabalho de Gérard, que é adepto do candomblé e assiste a missas frequentemente. “Santo é santo, orixá é orixá. Mas somos todos fi lhos de Deus”, explica, con-tando que a inspiração para o seu trabalho veio com as entidades, embora tudo tenha começado com um sonho. E nele, estava Cristo vivo pregado na cruz.

Gérard tinha 11 anos. Era algo em torno do meio dia. Havia brincado a manhã inteira, estava cansado. De repente, entrava na Gruta do Bom Jesus da Lapa. Seu desejo, enfi m, estava realizado. Sempre ouvira fa-lar da Lapa. Era um sonho conhecer o lugar e agora... na sua frente estava Ele, segurado por pregos com o sangue a minar lentamente dos pés e mãos rasgados. O menino estava fascinado, perplexo diante daquela ima-gem. Não sabia se experimentava uma sensação de dor, angústia, alegria... ele tinha adormecido, era um sonho. Num pulo, correu em casa, pegou uma faca e foi para o mato talhar em um galho de imburana a imagem do Homem que estava em seu sonho.

“Com o tempo eu queria fazer a imagem de Nossa Senhora da Conceição que eu via na medalhinha do

rosário do terço que minha mãe rezava. Ela nos mostrava e dizia que ela era nossa mãe e o Cristo era nosso pai”, conta. Daí nasceu a segunda obra de Gérard. Mas esta, diferente da primeira, do Cristo, foi em barro. Até então, sem explicação nenhuma, tudo que ele fazia, escondia, enterrava. Eis que um dia seus irmãos descobrem. Gérard fi cou louco. Quebrou tudo! Se mordia, arrancava os cabelos. O jeito foi amarrá-lo. A voz doce e curativa da mãe trouxe aos poucos a razão de volta ao menino enlou-quecido. No fi nal do dia, estava melhor. Foi solto. Mas o hábito de fazer novas peças e enterrá-las continuou. Um dia, porém, contou pra sua mãe sobre o sonho e foi encorajado a levar para casa as peças escondidas. “Até um tempo desses o pessoal ainda encontrava peças minhas enter-radas lá no lugar onde eu morava”, confessa dentro de uma lembrança viva, feliz e sapeca.

Foi nesse clima de mistério, segredo e brincadeira que a arte da escul-tura, pintura em madeira e barro passaram defi nitivamente a fazer parte da vida de Gérard. As folhas verdes, pedra ralada e carvão davam cor, volume e brilho através de um pincel que ora era um palito de fósforo ora um graveto com algodão na ponta.

Aos 34 anos, mais maduro, o santeiro de Barra passou a expor seus trabalhos em casa. O pessoal da cidade até que gostava, simpatizava com seu trabalho. Mas a valorização, o reconhecimento do talento de Gérard só veio mesmo quando foi descoberto pelo Instituto de Artesanato Vis-conde de Mauá, em Salvador. A partir daí suas peças ganharam o mun-do e ele passou a dedicar-se quase que exclusivamente ao trabalho com barro, atendendo a uma solicitação do instituto. Isso já tem uns 15 anos.

Hoje, sente-se um artista realizado, apesar da dor da vida. “Sofri mui-to. Fui criado sem pai. Imagina aí! Naquela época uma mulher sem ma-rido e com fi lhos, trabalhando na roça!”, desabafa Gérard, que sonha com um mundo melhor para os jovens. Morador de um bairro pobre de Barra, desde que chegou à cidade percebeu o abandono das crian-ças, o envolvimento com as drogas, o sofrimento das mães. Foi aí que em 2003 fundou a Escola de Arte Escultural Gérard, em sua casa, para ensinar a criançada como fazer aquilo que escondia quando menino. São 25 alunos, entre meninos e meninas que frequentam as aulas. “Meu maior sonho era tirar as crianças das ruas. Fazer delas cidadãos. Essa é minha paixão. Mas é difícil, a droga está se alastrando e a gente não tem condição de ter várias ofi cinas... e a arte envolve tanto a pessoa que a gente esquece as outras coisas...”, revela o “francês” da Barra, 58 anos, que estudou até a 4ª série do ensino fundamental.

Os orixás em círculo, com Oxalá ao centro, recepcionam o visitante na casa de Gérard, que conduz em sua arte e coração o sincretismo religioso sem nenhum confrito: “Somos todos fi lhos de Deus”

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Após quatro anos sem fazer shows, Chico Buarque retornou aos palcos em novem-bro do ano passado em Belo Horizonte,

dando início a turnê de divulgação de seu mais recente trabalho, Chico, lançado em 2011. No repertório do show, o cantor interpreta canções do novo disco e outras, caso de Geni e Zepelim, tocadas ao vivo pela primeira vez. Canções

compostas em parceria com Tom Jobim (Anos Dourados) e Vinicius de Moraes (Desalento) tam-bém fazem parte do espetáculo. Além de Minas Gerais, a turnê já passou por São Paulo e Rio de Janeiro. Em abril Chico Buarque desembarca em Recife para uma série de quatro shows. Em maio será a vez dos baianos conferirem a performan-ce do cantor e escritor.

MÚSICA

LITERATURA

O retorno de Chico

SEMANAL

AS ESGANADAS (Jô Soares)Em As esganadas, o autor do best-seller O xangô de Baker Street explora mais uma vez tema que lhe é caro: os assassinatos em série. No entanto, tal como Alfred Hitchcock, que desprezava os romances policiais cujo objetivo se resumem a descobrir quem é o criminoso (o famoso “whodonit”), Jô Soares revela logo no início não somente quem é o desalmado como sua motivação psicológica (melhor dizer psicanalítica) para matar. O delicioso núcleo narrativo está nas tentativas aparvalhadas da polícia de encontrar um criminoso que, além de muito esperto e de não despertar suspeita nenhuma, possui uma rara característica física que dificulta sobremaneira a utilização dos novos “métodos científicos” da polícia carioca. Cia. das Letras, 264 págs. Preço médio: R$ 36,00.

AGENDA

SEGUNDA TERÇA QUARTA QUINTA SEXTAS SÁBADOHappy Hour (Confraria) Rodízio de pizza (Confraria) Rodízio de massa (Confraria) Rodízio petisco (Confraria) Dia Internacional da Confraria

- Música ao vivo (Confraria)Social clube - Música ao vivo (Confraria)

Ramon - 17/04 (D.Q Chopp) Remanescentes - 18/04 (D.Q Chopp)

Paulo e Valter - 19/04 (D.Q Chopp)

Ramon - 20/04 (D.Q Chopp) Johny Chapada - 21/04 (D.Q Chopp)

Adauto - 24/04 (D.Q Chopp) Ramon - 25/04 (D.Q Chopp) Aender - 26/04 (D.Q Chopp) Adauto - 27/04 (D.Q Chopp) Adauto - 28/04 (D.Q Chopp)

Se liga!TeatroEntre os dias 20 e 22 de abril no Centro Cultural de Barreiras será exibida a peça Herdeiros, com texto e direção de Francis Mayer. O elenco é composto por quatro jovens atores da Rede Globo, com participações nas novelas como Morde e Assopra, Fina Estampa, Insensato Coração e Aquele Beijo.

ShowsO britânico Bob Dylan se apresen-ta em Brasília no dia 17 de abril. O show acontece no Ginásio Nilson Nelson. Ingressos entre R$ 120 e R$ 180.

Depois de passar por Belo Hori-zonte, São Paulo e Rio de Janeiro, Chico Buarque traz seu novo show para o nordeste. Entre os dias 19 e 22 de abril o músico e escritor se apresenta em Recife. De 9 a 12 de maio Chico se apresenta em Salvador.

Outro que vai passar pelo nordeste em abril é o ex-beatle Paul McCar-tney. O músico se apresenta no Estádio do Arruda em Recife, no dia 21 de abril. O preço dos ingres-sos variam de R$ 600, gramado e arquibancada inferior sairão por R$ 260, cadeiras a R$ 340 e arquiba-canda superior por R$ 160. Todos terão meia-entrada.

No dia 5 de maio, a galera do Rappa desembarca em Salvador após quase dois anos de recesso. O show faz parte da turnê do disco e DVD “Rappa – Ao Vivo”, gravado na Favela da Rocinha, no Rio de janeiro.

De volta a ativa depois de 2 anos, os cariocas do Los Hermanos realizam dois shows no Teatro Castro Alves em Salvador, nos dias 6 e 7 de maio.

DIVULGAÇÃO: EUGENIO SAVIO

Ícone de uma geração musical engajada, Chico Buarque iniciou sua turnê ano

passado, em Belo Horizonte. No próximo mês ele chega à Salvador

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MÚSICA

CABRUÊRA: Nordeste OcultoDois anos depois do lançamento do exce-lente Visagem (2010), a banda paraibana Cabruêra retorna com um novo trabalho. Nordeste Oculto, lançado neste mês de abril faz parte de um amplo projeto de artes integradas que une a música da banda, o trabalho fotográfico de Augusto Pessoa e textos do citarista Cristiano Marsciano. Mu-sicalmente o disco mantém a mesma linha

dos quatro primeiros trabalhos com uma mescla do mais tradicional música nordestina, com elementos que vão do experimentalismo da música progressiva ao peso do rock. A banda já iniciou a turnê do seu novo álbum, que está disponível para donwload no link www.overmundo.com.br/banco/nordeste-oculto-cabruera

PÉLICO: Que isso fique entre nósDespretensioso, o mais recente trabalho do paulista Pélico ganha o ouvinte aos poucos. Entre canções mais intimistas como “Ainda não é tempo de chorar”, que abre o CD e a faixa título, a bolachinha ao longo de suas 16 faixas desfila algumas pequenas joias como as cativantes Não éramos tão assim, Levarei e Vamo tentá, essa última num quase flerte com o brega. Excelente para

interessados em boa música, feita com doses cavalares de honestida-de e simpatia. Contato: www.pelico.com.br.

HILÁRIO PASSOS: Forró de RadinhoDesde o berço, Hilário Passos aprendeu a valorizar a música nordestina. Sob influên-cia do avô, aprendeu a tocar sanfona. Hoje, morando em Salvador, faz carreira tocando o melhor do forró pé de serra. A prova é Forró de Radinho, lançado em junho de 2011, daqueles trabalhos feitos para não deixar nin-guém parado. As influências dos mestres Luiz Gonzaga e Dominguinhos são latentes. Vale

e muito conferir as ótimas Ficar sem você, Festa na fazenda e Bota pra forró. Contato: [email protected] ou (77)9904-3838.

SCALENE: CromáticoCom influências de bandas como Foo Fighters e Paramore, a banda Scalene, formada por Alexia Fidalgo (Vocal) Gustavo Bertoni (Guitarra e Vocal), Lucas Furtado (Baixo) Philipe “Makako” (Bateria) e Tomas Bertoni (Guitarra) nasceu em Brasília em 2008 e se prepara para lançar seu primeiro disco full lenght. Durante a gravação do cd, a banda aproveitou para a gravação do clipe

“Cada Minuto” e dos webclipes “Ilusionista” e “Àqueles Perdidos”, pro-duzidos pela Pexera Produções, importante produtora audiovisual do sudeste do país. Cromático deve chegar as lojas em abril. No último dia 16 de março a banda se apresentou em Luís Eduardo Magalhães, no 1º Orange Pro Rock Fest. Contato: http://www.bandascalene.com.br

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um lugar

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arde quente em Santa Maria da Vitória. O Rio Corrente desce lentamente, roçando os paredões, dividindo São Félix do Coribe da terra do mestre carranqueiro Guarany. As águas refrescantes lambem as enconstas e a estética do salto é paralisada, a rir do dia e desenhar um sopro e respingos no ar. T

texto/foto C.FÉLIX

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Tizziana [email protected]

GELO,LIMÃOEAÇÚCAR

Loja Petit A empresária Dinéa Wisch inaugurou a loja Petit, de roupas infanto-juvenil, no dia 8 de março com um coquetel. A loja multimarcas, que atende baixinhos de diversas idades, oferece produtos de grifes nacionais e importadas, entre elas Ralph Lauren, Tommy Hilfinger, Aramis e Joy.

Os 90 anos de Crescência Lauck Foi uma noite de celebração à vida, à longevidade com saúde e de homenagens a uma mulher especial: Crescência Catarina Lauck. Natural de Montenegro (RS), completou 90 anos em 22 de março, ao lado dos filhos Romeu, Renato, Valéria, Loiva, Jacob, Jorge, Maria e Angela, além de familiares e amigos. A festa começou com missa e continuou com show de Amado Batista, no Hotel Sant Louis. O evento emocionou e contagiou a todos. Crescência tem 25 netos, 33 bisnetos e uma tataraneta, Clara Gondim.

Altura mínima 1,55m, beleza e personalidade

tranquila ainda são pontos para quem

quer ser comissária de bordo. E foi em março

que Camila Stipanich passou na prova da

ANAC, sendo a nova aeromoça de São

Paulo, onde atualmente reside. Ela conta que

tem como sonho realizar seus objetivos

e sua meta é conhecer o Egito. Seu mantra budista é “Om Mani

Padme” que a protege de más energias.

Janine Danielli, 15 anos, modelo pela Agência Mega de Goiânia, natural de Barreiras, tem como meta aproveitar ao máximo tudo o que puder. Janine conta que foi acidental o começo como modelo. Ela queria um álbum de 15 anos, sua mãe insistiu na Mega, fez os testes, entrevistas e passou. A viagem dos sonhos de Janine é conhecer a Itália. Tem como inspiração os pais Maria Angela Danielli e Alberto José Danielli. Com certeza, Janine daria uma perfeita garota “Chanel”.

JANINE DANIELLI, A “NEW FACE”QUE VAI BRILHAR

Morena Sol Estava tudo impecável na inauguração da loja Morena Sol. No dia 27 de março, a empresária Solange Vanni, inaugurou a loja exclusivamente dedicada à moda feminina, incluindo moda íntima e acessórios. A inauguração teve coquetel regado a champanhe, boa música e canapés, especialmente preparados por Bia Muller. O vitrinista da loja foi Luciano Almeida.

COMISSÁRIADE BORDO

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Ingredientes:1 lata de leite condensado1 colher de manteiga com sal50 ml de cachaça envelhecida1 suco de limãoAçúcar cristal e raspas de limãopara decorar

Modo de Preparo: Coloque o leite condensado em uma panela no fogo. Adicione a manteiga. Mexa em fogo baixo até dar o ponto. Tire do fogo e adicione a cachaça. Volte ao fogo para dar o ponto novamente. Untar as mãos com manteiga. Bolear. Passar no açúcar cristal com raspas de limão para decorar.

Brigadeiro de Caipirinha? Uniram dois ícones brasileiros em um mesmo “prato” a cachaça e o limão. Esta receita rodou as redes sociais e é claro que eu não poderia deixá-la passar em branco. Gordelícias!

Thailane Souza Fernandes tem 22 anos e cursa a faculdade de Ciências Biológicas na Uneb, em Guanambi, onde reside. “Gosto de curtir música e viajar. Para 2012, quero me dedicar à faculdade, começar minha monografi a e nas folguinhas curtir o máximo possível”, disse Thailane. Ela foi escolhida entre três concorrentes, para “Garota Uau Mais” do mês de março. O ensaio fotográfi co foi feito com Kika.

15 ANOS DE HELOÍSA

Heloísa Gondim fez um ensaio com a fotógrafa Helena para sua festa de 15 anos, no dia 31 de março, em Salvador, onde reside. A festa contou com a presença do pai Paulo Godim, morador de Luís Eduardo. Na ocasião Heloísa aproveitou e fotografou ao lado da irmã, a pequena Maria Clara Gondim.

GAROTA UAU MAIS

Karen Francisco e Leonardo Alves Karen Capeleto Francisco e Leonardo Antônio Alves aproveitaram o carnaval e casaram-se no dia 18 de fevereiro. O casal recepcionou cerca de 300 convidados no Olavo Nascimento.

Me caiu os butiá do bolso!

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LEMBRANÇAS

DE MOMO

O calor intenso do domingo de carnaval não intimidou centenas de foliões que saíram no bloco Netos de Momo, um dos mais tradicionais e esperados do calendário da folia em Barreiras. No entanto, a insensatez e a falta de educação também ganharam espaço: carros com porta-malas aberta e “músicas” em alto volume cobriam o som da modesta banda que conduzia os foliões.

mas nem tantoESPAÇO PARA TODOS,

ELAS

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Foi a Mãe de Santo que aconselhou Fernando a colocar sete brincos em cada orelha. “É pra tirar o mal olhado”, disse o ambulante, natural de Feira de Santana. “Ela bem que me disse que todos iriam perguntar a razão de tantos brincos”, conta. “Sete é um número perfeito. Sete, catorze e vinte e um. Tudo tem de acabar em 21. É como um ciclo”. Após passar a noite na avenida, o ambulante revela ter descansado apenas três horas antes de encher o carrinho e voltar ao batente. Em 1998, Fernando ganhou uma bolada da loteria: R$ 70 mil. O dinheiro não durou dois anos.Alegre, com a carteira de identidade em punho mostra a data: 19 de fevereiro. “Hoje é meu aniversário”, diz o “14 brincos”, sumindo no meio da festa que parece ter sido feita pra ele.

14BRINCOS

o personagem

ELES

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1 Nearia, Franklin e Thiago; 2 Alexandre e Monalisa; 3 Leila e Fábio; 4 Aline e Paulo; 5 Anton e Márcio; 6 Carlos André e Miriam; 7 Dalita e Charles; 8 Fabiola e Jannete; 9 Greice e Emerson; 10 Henrique, Giovane e Katiusce; 11 Italo, Juliana e Lara; 12 Jaime e Késia; 13 Tania, Solon e Cristina; 14 Cel. Olimpio e Andréa; 15 Leilson e Darcilene; 16 Thiago e Raira; 17 Katyelle, Lucas, Anne, Eloisa, Vera e João Pedro; 18 Marcelo, Mirelle, Vitor e Wegela; 19 Marla, Patricia, Cristiane e Edson

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1 Nina e André Kaercher; 2 Neves e Mardem; 3 Telma e Carlos; 4 Marlon e Regiane; 5 Tatiana e Lua Maria; 6 Silvana, Rosa e Maria Cristiane; 7 Sirrene e Sherry; 8 Hilário, Denis, Cássia, Toinho e Adão; 9 Margarete,Carla e Beatriz; 10 Rita e Zezé; 11 Ana Rita e Keila; 12 Victoria, Carina e Diane; 13 Aniversário do Colégio Mimoso do Oeste, que completou 23 anos de fundação; 14 Klécio, Lara, Evelyn,Camila,Ytana,Eduardo, ronei,Núbia e Vandré; 15 Carla, Dilma e Fátima; 16 Keila, Kalyne e Virginia; 17 Carla e Fafá; 18 Domitila e Rodolfo; 19 Késia, Binho,Ceiça e Weder; 20 Fátima, Celeste e Rita; 21 Claudete, Leodir e Carlinhos; 22 Mônica e Altair; 23 Cátia, Murata, Gilson e Márcia; 24 Zuba e Zandra

COLABORAÇÃO: PÉRICLES MONTEIRO E MARCOS ATHAYDE

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1 Roberta e Rodrigo Ferreira; 2 Bernardete Klein e Jorge Estabel; 3 Marcia e Winter;4 Fabio Martins e Bia Muller ; 5 Cristiane Toquetto e Rafael Meassi; 6 Hugo e Clairê Bilhar; 7 Ana Paula Severo e Fabio Vasconcelos Barboza; 8 Katty Trentin e Uilham Hillebrand; 9 Hugo Tosta e Cristiane Hendges; 10 Edivaldo Almeida (Corujinha) e Edna; 11 Diego Lauck e Elizabeth Maciel; 12 Carlos Cherem e Danielle Pliacekos; 13 Ligiane Kuffel e Alexandre Maver; 14 Paula Lorentz e Douglas Patel; 15 Lázaro Resende; 16 Ítala Souza, Taynara e Solange Vanni ; 17 Daniel Schwengber, Chico Rey, Johnni Henke, Paraná e Ismaille; 18 Jaciene Silva, Luciana Nishibe, Haidie Araujo e Claudinéia Muchinski; 19 Charles, Welissa, Bruna e Marina; 20 Tobias Schmidt, Tatiana Freitas, Larissa Lorentz e Janser Cardoso

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O estilo e a so� sticação da marca líderno mercado brasileiro em alta decoração

chegou em Luís Eduardo Magalhães.

DesignCenterMÓVEIS E DECORAÇÃO

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Luís Eduardo Magalhães (BA)Rua Rondônia, 270 - Centro

Luís Eduardo Magalhães (BA)Rua Rondônia, 270 - Centro

Luís Eduardo Magalhães (BA)

(em frente ao Marmitex Vitória)

Barreiras (BA)BR-242, Km 001- Tel.: (77) 3612.4140

(saída para salvador)