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I

Resumo

O presente estudo aborda a temática da Educação e Formação de Adultos,

nomeadamente as póliticas existentes, na actualidade, em Portugal relacionando-as com

o universo organizacional e com uma dimensão individual.

Esta relação é estudada através do Centro Novas Oportunidades (CNO) da empresa

Martifer Inovação e Gestão, designadamente, através dos adultos certificados pelo CNO

a partir do processo de Reconhecimento Validação e Certificação de Competências

(RVCC) e dividi-se em duas vertentes:

1. Avaliação dos seus efeitos nas dimensões individual, laboral, educativa e

formativa e, também, social e comunitária;

2. CNO enquanto estratégia, ou não,de capacitação da organização.

Neste trabalho, responde-se a duas grandes questões que são o fio condutor de todo

o estudo:

1. Qual a importância e o papel do Centro de Novas Oportunidades na estratégia da

empresa?

2. Qual o impacto da obtenção de certificação, através da frequência do Centro

Novas Oportunidades Martifer Inovação e Gestão, no adulto certificado? Sente-

se mais satisfeito e valorizado profissional e pessoalmente? Têm expectativas

em termos de desenvolvimento e progressão profissional no âmbito da empresa?

Uma vez que vivemos numa sociedade da informação, na qual o conhecimento é a

“moeda de troca”, torna-se pertinente reflectir e analisar a forma como as empresas

agem no ambito da educação e formação de adultos, assim como, sobre as

consequências que tem na vida social e profissional do adulto e para a própria

organização.

Palavras-chave: Educação e Formação de Adultos; Centro Novas Oportunidades; processo de RVCC.

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II

Résumé

Cette étude aborde le thème de l'éducation et la formation des adultes, y compris

les politiques existantes au Portugal, en reliant ce domaine à l'univers de l'organisation

et à une échelle individuelle.

Cette relation est étudiée à travers du CNO (Centre de Nouvelles Opportunités)

de l’entreprise Martifer Inovação e Gestão, à travers des adultes certifiés par le CNO, du

processus RVCC et divisé en deux partie:

1. Evaluation de leurs effets sur les dimensions individuelles, le travail, l'éducation

et de formation ainsi que, social et communautaire ;

2. CNO comme une stratégie, ou non, de formation de l'organisation.

Ce travail, répond à deux questions qui sont le fil conducteur tout au long de l'étude:

1. Quelle est l'importance que le CNO a pour stratégie de l'entreprise?

2. Quel est l'impact de l’obtention de la certification par le Centre de Nouvelles

Opportunités Martifer Inovação e Gestão? Ils se sentent le plus satisfait e

valorisé professionnelle et personnellement? Ayez des attentes en termes de

développement et la progression professionelle dans l'entreprise?

Puisque nous vivons dans une société de l'information dans laquelle la

connaissance est la clé, il est pertinent de réfléchir et d'analyser comment les entreprises

agissent dans le cadre de l'éducation et la formation des adultes, comme, sur les

conséquences sur la vie sociale et professionnelle des adultes et l'organisation elle-

même.

Mots-clés : éducation et la Formation des Adultes ; Centre de Nouvelles Opportunités ;

Processus RVCC

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III

Abstract

This study reports the theme of Education and training of Adults, including

current policies in Portugal, connecting them with the organizational universe and with

a individual scale.

This relationship is studied through the Centre for New Opportunities (CNO) of

the company Martifer Inovação e Gestão, through by adults certified by the CNO from

the process of Recognition, Validation and Certification of Skills (RVCC), and divided

into two parts:

1. Evaluation of their effects on individual dimensions, labor, education and

training and also social and community;

2. CNO as a strategy, or not, of empowerment of the organization.

In this work, we respond to two questions that are the basis of the entire study:

1. What are the importance and the role of the CNO in the company's strategy?

2. What is the impact of obtaining certification, through participation in the Centre

New Opportunities Martifer Inovação e Gestão, in the adult certificate? They

feel more satisfied and valued in the professional and personal life? They have

expectations in terms of profissional development in the company?

As we live in an information society in which knowledge is the key, it is

pertinent to reflect and analyze how companies act within the framework of education

and training of adults, as well, on the consequences this has on social and professional

lives of adults and in the organization.

Key Words: Education and training of Adults; Centre for New Opportunities; process

of RVCC

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IV

Agradecimentos

Pelo esforço e dedicação ao longo de todos este anos, pelas conversas e sermões

amigáveis mas acima de tudo pela força e energia que me transmitiram em todo o meu

percurso, quero agradecer à minha família todo o apoio que me deram. Não está, aqui,

escrito o que sinto pois é tarefa quase impossível mas fica registado que sem vocês não

seria o mesmo.

Pela persistência, atenção e cuidado, quero agradecer à minha orientadora, Drª

Cristina Parente. A sua dedicação e empenho foi crucial nesta cruzada e desde já, fica

registado as minhas desculpas por não ter sido uma orientanda exemplar. A minha

escolha neste sentido, não poderia ter sido melhor.

Quero agradecer aos meus amigos o apoio, a motivação e todas as horas que me

aturaram quando estava a entrar em “crises existências”. Obrigada pela força.

Por último, mas não menos importante, quero agradecer à Engª Ana Medeiros e

à Drº Ana Hadden, a oportunidade de estagiar nesta empresa e a todos os amigos que fiz

na Martifer Inovação e Gestão, que ajudaram-me a integrar e ambientar na mesma.

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V

Índice

Introdução____________________________________________________________1

Capítulo I: Análise e Definição de Conceitos: A Educação e Formação de Adultos.

Responsabilidade Social na Formação_____________________________________3

1. Educação, Formação e Aprendizagem Permanente_______________________4

2. Do conceito de Educação/Formação de Adultos_________________________6

3. A Educação e Formação de Adultos em Portugal________________________ 9

4. A Responsabilidade Social das Empresas no que compete à Formação______ 12

4.1 Os Primeiros Passos para a Responsabilidade Social_____________________12

4.1.1.Sistemas de Gestão da Responsabilidade Social: Responsabilidade Social no

que compete à Formação_____________________________________________ 15

Capítulo II: +ova Visão sobre os Recursos Humanos e a Empresa-Escola:

Formação de Adultos Activos___________________________________________ 17

1. Formação na Empresa e Valorização dos Recursos Humanos______________18

1.1. Gestão de Recursos Humanos: Tipologias e Práticas____________________ 18

1.2. A Evolução da Gestão de Recursos Humanos em Portugal: Uma Abordagem a

partir das Conferências na Àrea_____________________________________24

2. A Empresa-Escola________________________________________________25

2.1. A Nova Visão dos Recursos Humanos: do Conceito de Qualificação ao

Paradigma das Competências______________________________________ 25

2.2. Empresas como Espaço de Socialização e Aprendizagem________________ 28

3. Estratégias de Formação nas Empresas_______________________________ 30

3.1. Práticas de Formação nas Empresas e Impactos________________________31

Capítulo III: A Satisfação e Motivação perente o Trabalho__________________ 38

1. Satisfação e Motivação face ao Trabalho______________________________39

1.1. Modelos de Satisfação no Trabalho__________________________________40

2. Teorias da Satisfação com o Trabalho________________________________ 42

3. Teorias da Motivação_____________________________________________ 45

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VI

Capítulo IV: Apresentação da Organização Acolhedora e Justificação da

Metodologia Escolhida________________________________________________ 50

1. Apresentação do Estudo: Objecto de Estudo e objectivos de Pesquisa_______ 52

2. Evolução da Organização__________________________________________53

3. Apresentação e Justificação da Metodologia e Técnicas Escolhidas________ 58

Capítulo V: O C+O da Martifer Inovação e Gestão e Apresentação da Análise dos

Dados Recolhidos_____________________________________________________ 65

1. O CNO Martifer Inovação e Gestão S.A._____________________________ 66

1.1.Procedimentos de Funcionamento do CNO____________________________66

2. Estratégia e Práticas de Gestão dos RH: Análise da Entrevista à Directora

de Recursos Humanos da Martifer Inovação e Gestão ___________________ 67

3.Estratégia de Formação da Martifer: Análise das Entrevistas à Directora

de Recursos Humanos e à Directora do Departamento de Formação__________72

4. Centro de Novas Oportunidades Martifer Inovação e Gestão: Análise das

Entrevistas à Directora de Recursos Humanos, à Directora do Departamento de

Formação e à Coordenadora do CNO_________________________________74

5. Síntese Conclusiva da Análise das Entrevistas___________________________79

6. Os Formandos do CNO Martifer Inovação e Gestão ______________________80

6.1. Características Sociodemográficas e Motivação da População do CNO 2008_ 80

6.2. Características Sociodemográficas e Motivação da População do CNO 2009_ 83

6.3. Avaliação Final dos Cursos: uma Análise a partir de Dados Secundários

(2009) _________________________________________________________86

7.Avaliação dos Efeitos da Frequência do CNO a um Grupo de Adultos

Certificados_______________________________________________________ 89

7.1. Caracterização Sociodemográfica dos Inquiridos________________________89

7.2. Decisão de Participação no Processo de RVCC_________________________ 93

7.2.1. Avaliação do Processo de RVCC___________________________________95

7.3.Balanço Pessoal e Social___________________________________________ 99

7.4. Vida Profissional e Educativa______________________________________ 102

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VII

8. As Chefias Directas dos Adultos Certificados: Opinião sobre a Importância

e o Papel do CNO Martifer Inovação e Gestão___________________________107

Conclusão Geral_____________________________________________________111

Bibliografia_________________________________________________________115

Anexos

Anexo 1: Quadro nr.1: O conceito de formação/educação permanente do homem____ I

Anexo 2: Press Release da Martifer: “Centro Novas Oportunidades Martifer promove sessões de esclarecimento em todo o concelho”______________________________ II

Anexo 3: Manual de Acolhimento da Martifer_______________________________IV

Anexo 4: Código de ética da Martifer_____________________________________XXI

Anexo 5: Quadro nr.º2: Formação administrada na Martifer em 2009___________XXII

Anexo 6: Quadro nr.º3: Práticas de Formação. Subsistemas de Gestão

e de Organização da Formação________________________________XXXV

Anexo 7: Relatório de contas de 2008 da Martifer_______________________XXXVII

Anexo 8: Press Release: Centro Novas Oportunidades Martifer certifica 27

adultos_____________________________________________________XLII

Anexo 9: Modelo ficha de inscrição_____________________________________XLIII

Anexo 10 Quadro nr.º4: Caracterização da população do CNO segundo sexo e

relações com o grupo Martifer_________________________________XLV

Anexo 11: Inquérito por questionário (Adultos Certificados)_________________XLVI

Anexo 12: Entrevista estruturada (Chefias directas dos adultos certificados)______ LIV

Anexo 13: Entrevista Directora dos Recursos Humanos______________________ LVI

Anexo 14: Entrevista à Directora do Departamento de Formação_______________ LIX

Anexo 15: Entrevista à Coordenadora do Centro de Novas Oportunidades

Martifer Inovação e Gestão___________________________________ LXII

Anexo 16: Análise Vertical da entrevista à Directora de RH da Martifer

Inovação e Gestão__________________________________________LXIV

Anexo 17: Modelo do Inquérito Inicial Nível Básico e Secundário do CNO

da Martifer________________________________________________XCIII

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VIII

Anexo 18: Modelo de inquérito de avaliação final nível básico_______________ XCIV

Anexo 19: Modelo de inquérito de avaliação final nível secundário___________ XCVII

Anexo 20: Tabela 1: Análise dos inquéritos iniciais do nível básico (2008) e Tabela 2:

Análise dos inquéritos iniciais do nível básico relativo às opções que levaram os adultos

a inscreverem-se no CNO da Martifer (2008)_________________________________C

Anexo 21: Tabela 3: Análise dos inquéritos iniciais do nível secundário (2008) e Tabela 4: Análise dos inquéritos iniciais do nível secundário relativo às opções que levaram os adultos a inscreverem-se no CNO da Martifer (2008)__________________________CI Anexo 22: Tabela 5: Análise dos inquéritos iniciais do nível Básico (2009) e Tabela 6: Análise dos inquéritos iniciais do nível básico relativo às opções que levaram os adultos a inscreverem-se no CNO da Martifer (2009)_______________________CII Anexo 23: Tabela 7: Análise dos inquéritos iniciais do nível secundário (2009) e Tabela 8: Análise dos inquéritos iniciais do nível secundário relativo às opções que levaram os adultos a inscreverem-se no CNO da Martifer (2009)_______________ CIII Anexo 24: Tabela 9: Análise do inquérito final ao nível básico (2009)__________ CIV Anexo 25: Tabela 10: Análise do inquérito final ao nível Secundário (2009)_______CV Indice de Figuras Figura nº1: Dimensões da Gestão de Recursos Humanos_______________________18

Indice de quadros

Quadro nrº. 1: Temas de encontros nacionais promovidos pela APG______________25

Quadro nº2: Conjunto de saberes integrantes no conceito de competência_________ 28

Quadro nº3: Temáticas de análise das entrevistas_____________________________ 62

Indice de tabelas

Tabela 1: Caracteristicas sociodemográficas e conhecimento do CNO dos formandos de

RVCC Básico em 2008__________________________________________________80

Tabela 2: Opções de inscrição no CNO no processo de RVCC Básico em

2008 _______________________________________________________________ 81

Page 11: Resumo - Repositório Aberto · RVCC Secundário em 2008_____82 Tabela 4: Opções de inscrição no CNO no processo de RVCC Secundário em 2008_____82 Tabela 5: Caracteristicas sociodemográficas

IX

Tabela 3: Caracteristicas sociodemográficas e conhecimento do CNO dos formandos de

RVCC Secundário em 2008______________________________________________82

Tabela 4: Opções de inscrição no CNO no processo de RVCC Secundário em

2008_________________________________________________________________82

Tabela 5: Caracteristicas sociodemográficas e conhecimento do CNO dos formandos de

RVCC Básico em 2009__________________________________________________83

Tabela 6: Opções de inscrição no CNO no processo de RVCC Básico em

2009________________________________________________________________ 84

Tabela 7: Caracteristicas sociodemográficas e conhecimento do CNO dos formandos de

RVCC Secundário em 2009______________________________________________85

Tabela 8: Opções de inscrição no CNO no processo de RVCC Secundário em

2009________________________________________________________________ 89

Tabela 9: Avaliação final do processo de RVCC Básico em

2009________________________________________________________________ 87

Tabela 10: Avaliação final do processo de RVCC Secundário em

2009________________________________________________________________ 88

Tabela 11: Sexo_______________________________________________________ 89

Tabela 12: Idade______________________________________________________ 89

Tabela 13: Estado Civil_________________________________________________ 90

Tabela 14: Concelho de Residência________________________________________90

Tabela 15: Grau de escolaridade antes de frequentar o processo RVCC___________ 91

Tabela 16: Grau de escolaridade actualmente________________________________ 91

Tabela 17: Motivo da sua saída da escola___________________________________ 92

Tabela 18: Conhecimento do processo de RVCC do CNO Martifer Inovação e

Gestão_______________________________________________________________93

Tabela 19: Decisão de Inscrição no CNO___________________________________ 94

Tabela 20: Razões que contribuíram para a decisão de participação no processo de

RVCC ______________________________________________________________ 95

Tabela 21: Estratégias usadas para dar resposta às necessidade de aprendizagem____96

Tabela 22: Aspecto que mais agradou no processo de RVCC___________________ 97

Tabela 23: Aspecto que menos agradou no processo de RVCC_________________ 97

Tabela 24: Grau de dificuldade durante o processo de RVCC___________________98

Tabela 25: Avaliação do processo de RVCC em termos de duração______________ 98

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X

Tabela 26: Avaliação global dos serviços prestados pelo CNO__________________ 98

Tabela 27: Contributo do processo de RVCC_______________________________ 100

Tabela 28: Competências melhoradas através do processo de RVCC_____________101

Tabela 29: Importância do processo de RVCC para a vida profissional___________ 103

Tabela 30: Influênciou do processo de RVCC na sua decisão de voltar a estudar___ 104

Tabela 31: Frequência ou expectativa de frequentar estudos no Sistema de Ensino ou

cursos de formação profissional _________________________________________ 104

Tabela 32: Opinião sobre a possibilidade de progressão na carreira profissional na empresa, após a certificação_____________________________________________104

Tabela 33: Importância que a empresa dá ao diploma e certificado______________ 105

Tabela 34: Influência da frequência do processo de RVCC na forma como

executa o trabalho___________________________________________105

Tabela 35: O processo de RVCC como mecanismo para aumentar a motivação

e satifação no trabalho________________________________________ 106

Tabela 36: Influência do processo de RVCC para motivar a participar

no desenvolvimento no processo da empresa_______________________106

Tabela 37: Conhecimento da existência do CNO____________________________ 107

Tabela 38: Conhecimento da existência do CNO Martifer _____________________108

Tabela 39: Importância da criação do CNO Martifer para a vida profissional dos

trabalhadores que o frequentaram segundo a perspectiva das chefias _____________109

Tabela 40: Conhecimentos aprendidos no processo de RVCC que são aplicados pelos

trabalhadores nos seus postos de trabalho __________________________________110

Tabela 41: Funcionamento da Martifer permite valorizar quem frequenta o CNO___110

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XI

Indice de abreviaturas

ALV - Aprendizagem ao Longo da Vida

ANEFA - Agência Nacional de Educação e Formação de Adultos

ANQ - Agência Nacional para a Qualificação

APLV - Aprendizagem Permanente e ao Longo da Vida

APG - Associação Portuguesa de Gestores e Técnicos de Recursos Humanos

CIEA - Conferência Internacional da Educação de Adultos

CNAEBA - Conselho Nacional de Alfabetização e Educação de Base de Adultos

CNE - Conselho Nacional da Educação

CNO - Centro de Novas Oportunidades

EF - Educação Formal

EFA - Educação e Formação de Adultos

EI - Educação Informal

ELV - Educação ao Longo da Vida

ENF - Educação Não Formal

FSM - Fórum Social Mundial

GMDEFA - Grupo de Missão para o Desenvolvimento da EFA

GRH - Gestão de Recursos Humanos

HIL - High-Impact Learning

IPO - Oferta Pública Inical

LBSE - Lei de Bases do Sistema Educativo

OPA - Oferta Pública de Aquisição

PDEFA - Programa para o Desenvolvimento da Educação e Formação de Adultos

PNAEBA - Plano Nacional de Alfabetização e de Educação de Base dos Adultos

RH - Recursos Humanos

R.S. - Responsabilidade Social

RVCC - Reconhecimento, Validação e Certificação de Competências

SAI - Social Accountability Internacional

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1

Introdução

Este estudo foi realizado no âmbito da tese conducente ao grau de Mestre em

Sociologia da Faculdade de Letras da Universidade do Porto. A escolha deste tema foi

propositada, na medida em que a temática da educação e formação de adultos é um

assunto em voga na nossa agenda política, na qual hà uma aposta crescente por parte das

organizações quer públicas quer privadas, no sentido de desenvolver o capital humano.

Este trabalho tem na sua base um estágio curricular na Martifer Inovação e

Gestão, nomeadamente, no Centro Novas Oportunidades e no departamento de

formação da empresa. Em Junho de 2008, a Martifer Inovação e Gestão, assinou um

Protocolo de Cooperação com a Agência Nacional para a Qualificação e com o Instituto

de Emprego e Formação Profissional para a abertura do Centro Novas Oportunidades

(CNO) Martifer Inovação e Gestão.

Com este estudo procura-se relacionar a educação e formação de adultos,

nomeadamenta o processo de Reconhecimento, Validação e Certificação de

Competências (RVCC) a com a dimensão organizacional e estudar os impactos que isso

têm a nível individual, isto é, nos indivíduos certificados, tendo em conta as seguintes

dimensões analíticas: pessoal, laboral, educativa e formativa e social e na própria

empresa, ou seja, se contribui para a estratégia da mesma.

Com este trabalho, e como será possível de verificar no capítulo I, pretendemos

reflectir sobre a educação e formação no nosso país até ao momento em que surgiu o

processo de RVCC e a iniciativa “Novas Oportunidades”, esclarecendo e reflectindo

sobre a evolução dos conceitos de Educação, Formação e Aprendizagem Permanente, assim

como, do conceito de responsabilidade social, o qual relacionamos com a responsabilidade

social das empresas no que compete à formação.

No segundo capítulo, reflectimos sobre uma nova visão dos recursos humanos e

para tal, abordamos a temática da Gestão de Recursos Humanos (GRH) de forma geral,

explicando as tipologias e práticas de GRH, assim como, reflectimos sobre os conceitos

de qualificação e competências passando para uma analise das empresas como espaço

de socialização e aprendizagem.

Como uma das vertentes de análise deste trabalho recai sobre as questões de

motivação e satisfação, dos indivíduos, com o seu trabalho, achamos pertinente abordar

e reflectir sobre as teorias no âmbito da satisfação e motivação no terceiro capítulo deste

estudo.

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2

No quarto capítulo, dámos a conhecer a organização na qual decorreu o estágio

curricular e onde se situa o CNO Martifer Inovação e Gestão, para além de dar a conhecer o

nosso objecto de estudo e objectivos de pesquisa, assim como a metodologia utilizada para

realizar o estudo.

Por último, no quinto capítulo apresentamos os procedimentos de funcionamento

do CNO Martifer Inovação e Gestão e a análise dos dados recolhidos através de

documentos internos cedidos pelo CNO, das entrevistas semi-estruturadas que foram

realizadas à Directora de Recursos Humanos, à Directora do Departamento de

Formação e à Coordenadora do CNO, dos inquéritos por questionários administrados

aos adultos certificados e das entrevistas estruturadas realizadas às chefias directas dos

adultos certificados.

Em suma, com este trabalho procuramos apreender os impactos que ocorrem ao

nível dos percursos de vida de indivíduos certificados pelo CNO Martifer Inovação e

Gestão, nas áreas da educação e formação, a nível pessoal, profissional e social. Assim

como, procuramos perceber se o CNO está inserido na estratégia de capacitação da

organização.

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3

Capítulo I

Análise e definição de Conceitos: A Educação e

Formação de Adultos. Responsabilidade Social na

Formação

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4

1. Educação, Formação e Aprendizagem Permanente

Os conceitos de Educação, Formação e Aprendizagem Permanente, cruzam-se e até

se sobrepõem, tentando-se, neste trabalho, analisá-los, per se de forma a compreendê-

los claramente, bem como o cruzamento e as relações que entre eles se estabelecem.

Segundo Silvestre, a educação de um indivíduo não acontece apenas em

contexto escolar, ou seja, a dita educação formal. A educação do indivíduo é um

processo contínuo que se processa ao longa da vida e de forma permanente, o que

acontece, também, por via da educação informal e não formal. (Silvestre 2003:48)

Ainda segundo este autor, é preciso ter em linha de conta que a educação não

começa, somente, com a entrada da criança no sistema escolar. A educação inicia-se

muito antes, com o processo de socialização familiar e de pares e continua após o

termino da vida escolar. Daí que, segundo Silvestre, a escola não seja a única instituição

detentora do saberm nem a única fonte legitima de aprendizagem. (Silvestre 2003: 49 -

50)

Estamos, assim, face a três tipos de educação que foram abordados no

documento “Proposta Global da Reforma” da Comissão de Reforma do Sistema

Educativo (1988), a educação formal (EF), a educação não formal (ENF) e a educação

informal (EI).

No que compete à educação formal, esta corresponde à educação proporcionada

pelas escolas. Tem uma estrutura rígida e respeita um plano de estudos, sendo que

existem papeis definidos, tanto para quem ensina como para quem é ensinado. Este tipo

de educação, uma vez finalizado, conduz a um diploma consoante o nível de ensino

oficializado.

A educação não formal, difere da anterior pelo facto de ser mais flexível em

termos de tempos, locais e metodologias ao adaptar-se o ensino a cada grupo. Este tipo

de educação pode originar algum tipo de certificação, muito embora não seja essa a sua

finalidade, nem esteja na origem de um nível educacional.

A educação informal abarca todas as possibilidade de aprendizagem que

decorrem ao longo da vida do indivíduo, sendo, por isso, um processo não organizado

mas permanente.

Tal como a educação também a formação é um vector institucional de

socialização. Segundo Silvestre, o problema reside no facto de que, quando se pensa em

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5

educação reduz-se a mesma à vertente educacional, procedendo da mesma forma com a

formação, ou seja, reduzindo-a à vertente profissional. No entanto, para o autor tanto a

educação como a formação, têm um papel socializador. De facto, podem promover o

indivíduo, emancipando-o, seja qual for o contexto, espaço e o tempo da aprendizagem,

ajudando a contribuir para a realização pessoal e social. (Silvestre 2003:60)

Para o autor, é difícil perceber o limite entre o conceito de educação e o conceito

de formação, principalmente, quando temos em conta os três tipos de educação

supracitados. Partilhando a visão do autor sobre o tema, a educação e a formação, são

conceitos que interagem entre si, acabando por se integrar num só conceito, isto é, o

conceito de aprendizagem, pois educação e formação relacionam-se.

Na perspectiva de Castells (2007), vivemos numa sociedade denominada de

sociedade da informação e do conhecimento e, por esse motivo, a educação/formação

ganha maior destaque na medida em que se tornam os impulsionadores do

desenvolvimento desta sociedade. Foi, seguindo esta lógica que a Comunidade Europeia

declarou o ano de 1996 como o Ano Europeu da Educação e Formação ao Longo da

Vida.

Numa perspectiva marxiana a sociedade está em constante transformação e

mudança, exigindo que o indivíduo acompanhe essa transformação por via da educação

e da formação. Ou seja, o indivíduo deverá estar, permanentemente, actualizado, num

contexto de aprendizagem ou educação/formação ao longo da vida. (Silvestre 2003:62)

Assim, “se entendermos a educação como um processo permanente e realizado

ao longo da vida pelo qual se criam condições para que todos (sem excepção) cresçam e

se desenvolvam em todos os seus estádios e capacidades de uma forma global,

harmoniosa e equilibrada até à plena realização pessoal e comunitária, então, mais uma

vez, teremos o conceito de formação a entrecruzar-se com o de educação.” (Silvestre

2003:63)

Desta forma, segundo Silvestre (2003:66), a formação/educação abrange vários

contextos, espaços e tempos e vários tipos de saberes, ou seja, o saber-ser, saber-estar,

saber-fazer, saber-aprender a aprender e o saber-aprender a desaprender (quadro nº1 no

anexo 1), o que remete para o conceito de educação/formação permanente. Este

conceito abrange a formação/educação inicial (saber relativo ao conhecimento), a

formação/educação contínua (saber-fazer que tem que ver com as competências),

formação/educação para os valores e cidadania (saber-ser e saber-estar, que remete para

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os comportamentos e atitudes) e a formação/educação permanente (saber-aprender a

aprender e saber-aprender a desaprender, que corresponde à capacidade de adaptação às

mudanças e plasticidade da sociedade) (Silvestre 2003:66).

Portanto, a formação/ educação assenta em quatro pilares, sendo eles:

i) Saber;

ii) Saber-fazer;

iii) Saber-ser e saber-estar,

iv) Saber-aprender a aprender e saber-aprender a desaprender.

2. Do Conceito de Educação/Formação de Adultos

Neste trabalho adopta-se a terminologia Educação e Formação de Adultos (EFA) na

medida em que tal como constamos na análise dos dois conceitos, Educação e Formação

estão relacionados. Este raciocínio é aplicado aos conceitos de Educação de Adultos e

Formação de Adultos, sendo que cada um deles está relacionado com duas tradições,

isto é, o primeiro com a tradição da alfabetização e o segundo com a tradição da

formação profissional.

Assim sendo, assume-se que não podemos falar de educação sem formação e

vice-versa, o mesmo se passa com os conceitos de Educação de Adultos e Formação de

Adultos, sendo mais oportuno falar de Educação e Formação de Adultos.

O conceito de EFA foi utilizado na 1ª Conferência Internacional da Educação

de Adultos, (CIEA) organizada pela UNESCO, no ano de 1949, em Elseneur, na

Dinamarca, sendo que o documento introdutório dessa conferência referia que “A

educação de adultos, como uma actividade especializada e conscientemente organizada,

só surgiu quando a civilização tomou forma e trouxe consigo ideias de progresso

democrático e social. É sintomático que, onde quer que se observe o progresso na

estrutura material ou moral da sociedade no mundo de hoje, se organizam ao mesmo

tempo experiências de educação de adultos.” (Projecto da Educação de Adultos da

Universidade do Minho 1978:9 Cit. Por. Silvestre 2003:80)

Quando se discute a filosofia e a definição do conceito de EFA, referimo-nos,

para além do que foi dito até aqui, e segundo Silvestre (2003), a uma estratégia

educativa e formativa global que confere ao cidadão o direito à aprendizagem por

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diversas vias, quer seja formal, informal ou não formal, respeitando as especificidades

de cada indivíduo (Silvestre 2003:81 - 82).

Em 1960, acontece a 2ª CIEA, em Montreal, no Canadá, que conta com a

participação de 51 Estados, incluindo alguns países, ditos, de Terceiro Mundo. Nesta

conferência, a preocupação recai no facto dos problemas mundiais aumentarem com a

falta de formação das pessoas, nomeadamente, adultas. Assim sendo, estas

preocupações dão origem ao aparecimento de conceitos como alfabetização funcional,

analfabetismo regressivo, educação/formação permanente e educação comunitário

(Silvestre 2003:86 - 87).

O conceito de analfabetismo regressivo tem que ver com o facto de as pessoas

aprenderem algo através da educação/formação e até mesmo obterem um diploma, mas

na realidade não aplicam os novos conhecimentos e aprendizagem na sua vida,

continuando a fazer tudo da mesma forma que faziam antes, o que, consequentemente

origina o esquecimento das novas aprendizagens. Assim, surge, também, o conceito de

alfabetização funcional, isto é, uma alfabetização de acordo com as necessidades e

interesses dos adultos em questão e da comunidade na qual estão inseridos, daí o

conceito de educação/formação comunitária (Silvestre 2003:87 - 88).

Da 3ª CIEA, em Tóquio, Japão, no ano de 1972, surge uma nova visão da

Educação e Formação de Adultos. Ou seja, a EFA passava a abarcar “a totalidade dos

processos organizados de educação, qualquer que seja o conteúdo, o nível ou o método,

quer sejam formais ou não formais, quer prolonguem ou substituam a educação inicial

ministrada nas escolas e universidades, e sob a forma de aprendizagem profissional,

graças aos quais as pessoas desenvolvem as suas aptidões, enriquecem os seus

conhecimentos [saber], melhoram as suas qualificações técnicas ou profissionais [saber-

fazer] ou lhes dão uma nova orientação, e fazem evoluir as suas atitudes ou o seu

comportamento [saber-ser e saber-estar] na dupla perspectiva de um desenvolvimento

integral do homem e de uma participação no desenvolvimento social, económico e

cultural equilibrado e independente [desenvolvimento integrado e sustentado] ”

(Projecto da Educação de Adultos da Universidade do Minho, 1977:4 Cit. Por. Silvestre

2003:90).

Na 4ª CIEA, em Paris no ano de 1985, na qual participaram 122 Estados

membros da UNESCO, incluindo Portugal, analisou-se não só a evolução dos últimos

anos da EFA como, também, se abordou a perspectiva da educação/formação

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permanente e a educação/formação comunitária. (Silvestre 2003:91) O conceito de

educação/formação permanente começa a confundir-se com o conceito de educação ao

longo da vida (ELV) que se desenvolve a partir da 5ª CIEA. O conceito de ELV

significa o mesmo que o conceito de educação/formação permanente mas com uma

vertente mais tecnológica, economicista e profissionalizante em detrimento da questão

mais humanista e social.

A EFA surge, nesta conferência, como um contributo para as comunidades e

para o desenvolvimento regional do país, daí surgir o conceito de educação/formação

comunitária. No entanto, para Silvestre, esta vertente mais economicista não parece ser

o melhor caminho a seguir para conseguir um desenvolvimento integrado e sustentado

das comunidades e do próprio indivíduo, até porque, e segundo Canário, a

formação/educação não cria empregos. (Silvestre 2003:92 - 93)

Esta perspectiva economicista é contrariada aquando da aprovação da

Declaração Mundial sobre Educação para Todos na Conferência Mundial sobre

Educação para Todos, em Jomtien, na Tailândia, no ano de 1990. Em Portugal, o

Programa Educação para Todos foi aprovado pela Resolução do Conselho de Ministros

n.º 29/91 de 16 de Maio. (Silvestre 2003:95)

O movimento da Educação Para Todos deu passos bastante importantes em

muitos países, como, por exemplo, a implementação de programas nacionais de

educação e formação para adultos e o alargamento da escolaridade obrigatória.

(Silvestre 2003:96)

Outro ponto importante da 4ª CIEA foi o surgimento do conceito de

aprendizagem ao longo da vida (ALV) ou aprendizagem permanente e ao longo da vida

(APLV). Assim, para além de ler, escrever e contar, é necessário saber-ser e saber-estar

como, também, dominar as novas tecnologias de forma a manter-se, permanentemente,

actualizado. (Silvestre 2003:97)

Na 5ª CIEA, em Hamburgo, Alemanha, em 1997, surge uma nova definição do

conceito de EFA, referindo-se ao “conjunto de processos de aprendizagem, formal ou

não, graças ao qual as pessoas consideradas adultos pela sociedade a que pertencem

desenvolvem as suas capacidades, enriquecem os seus conhecimentos, e melhoram as

suas qualificações técnicas ou profissionais ou as reorientam de modo a satisfazerem a

suas próprias necessidades e as da sociedade. A educação de adultos compreende a

educação formal e a educação permanente, a educação não formal e toda a gama de

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oportunidades de educação informal e ocasionais existentes numa sociedade educativa

multicultural, em que são reconhecidas as abordagens teóricas e baseadas na prática.”

(UNESCO, 1998:15 - 16. Cit. Por Silvestre, 2003:103).

3.A Educação e Formação de Adultos em Portugal

A EFA, em Portugal e a sua evolução está associada às mudanças políticas do

nosso país.

Se pensarmos que a educação e formação de adultos é tão antiga como a

existência do Homem, na medida em que todo o tempo e espaço é tempo e espaço de

aprendizagem, podemos referir que em Portugal a EFA sempre existiu como, por

exemplo, na Era dos Descobrimentos, na qual Portugal colonizou outros povos

transmitindo o seu legado e conhecimentos (Silvestre 2003:108 – 109).

O facto de Portugal ter sido dos primeiros a lançar a lei da escolaridade

obrigatória, em 1835, evidência a sua ligação à EFA. Torna-se, ainda mais, evidente em

1844 aquando da penalização dos pais e encarregados de educação quando os seus

filhos e educandos não estavam a frequentar o ensino.

Em 1870, de acordo com, o Conselho Nacional da Educação (CNE) surge em

Portugal outro acontecimento ao nível da EFA com a reforma da instrução pública

promovida por D. António da Costa, na qual é previsto que “as câmaras municipais

devem promover cursos nocturnos e dominicais para adultos”. (CNE, 1996:12656 Cit.

Por Silvestre 2003:109)

Foi com o Plano Nacional de Alfabetização e de Educação de Base dos Adultos

(PNAEBA) que se implementou, em Portugal, após Abril de 1974, uma verdadeira

prática de EFA. Até então e durante a Iª República (1910-1926), assistiu-se a um

empenhamento na promoção da educação obrigatória, alargando a frequência da escola

para cinco anos e a criação de escolas móveis destinadas à EFA.

No entanto, estes progressos foram interrompidos pelo movimento militar de 28

de Maio de 1926. Este acontecimento deu origem à IIª República e a um Estado ditador

denominado de Estado Novo que só terminou em Abril de 1974.

Foi a partir da 2ª Guerra Mundial que Portugal adaptou políticas organizadas e

sistemáticas no que compete à EFA. Por esta altura, Portugal era um país com uma

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elevada percentagem de analfabetos pois 40% da população, segundo o INE, era

analfabeta (Silvestre 2003:110).

Em 1952, surge o Plano de Educação Popular e, entre 1952 e 1956 a Campanha

�acional de Educação de Adultos, além de se criarem os Cursos de Ensino Primário

Supletivo para Adultos que eram coordenados por Veiga Macedo. No entanto, estes

cursos, que foram suspensos em 1974/75, foram criados nos mesmos moldes da

instrução primária para crianças.

Segundo Rico e Libório, “Em período auge do Salazarismo, interessava

condicionar ou mesmo proibir o desenvolvimento da cultura, pois a ordem fascista e

ditatorial do país alimentava-se da ignorância do povo, ainda que durante este período

tenha existido uma ténue tentativa de combater o analfabetismo dos adultos […] ”.

(2009:27)

No ano em que se instala IIIª República, a partir de 1974, a EFA, em Portugal,

ganha um novo fôlego com a Lei n.º 3/79 de 10 de Janeiro, isto é, a Lei-Quadro da

Educação de Base de Adultos que tinha como objectivo a eliminação do analfabetismo.

Para tal foi criado o Conselho Nacional de Alfabetização e Educação de Base de

Adultos (CNAEBA) e a elaboração do PNAEBA por parte do governo (Silvestre

2003:112).

Com a criação do PNAEBA a EFA tem a possibilidade de intervir em três

dimensões, ou seja, na alfabetização, educação e formação de adultos. Este plano foi

importante na EFA em Portugal, apesar de não permanecer no activo o tempo que

deveria permanecer, que era de dez anos.

Com o término do PNAEBA em 1985, surge a Lei de Bases do Sistema

Educativo (LBSE), em 1986, que reduz a EFA a um contexto escolar formal, renegando

o conceito de educação e formação permanente em prol do ensino recorrente de adultos.

(Silvestre 2003:116).

A partir de 1997, a EFA é objecto de alguma mudança, nomeadamente, no pós

CIEA. Deixa-se de existir uma letargia no que compete às decisões políticas

direccionadas para a EFA pois há o “relançamento da educação de adultos [e idosos] em

Portugal […] visando dar resposta às exigências da sociedade de conhecimentos e às

mutações da vida profissional no mundo actual [tendo em conta, por um lado] o pleno

reconhecimento do direito à educação e formação [permanente e] ao longo da vida [e

por outro] a presente situação de largas camadas da população activa portuguesa, jovem

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e adulta, quer no que se refere a níveis educativo e culturais, quer no que se refere a

níveis de qualificação profissional, coloca Portugal numa situação particularmente

desfavorável, tanto em termos de coesão social interna e de cidadania activa como de

condições de empregabilidade e competitividade.” (RCM n.º 92/93, de 25 de Junho, Cit.

Por Silvestre 2003:152-153).

Nesta fase de mudanças, cria-se o Programa para o Desenvolvimento da

Educação e Formação de Adultos (PDEFA) e um grupo de missão para o

desenvolvimento da EFA (GMDEFA) que tem como objectivo colocar em prática as

directrizes desse programa. Este grupo pretende, também, executar o Projecto de

Sociedade S@ber+, que visa, entre outras coisas, a criação da Agência Nacional de

Educação e Formação de Adultos (ANEFA), actual Agência Nacional para a

Qualificação (ANQ).

A ANEFA “é um instituto público dotado de personalidade jurídica, com

autonomia científica, técnica e administrativa (artigo 2º do DL n.º 387/99) e segundo

Melo é o instrumento que poderá dar a visibilidade necessária à EFA.” (Melo, 1999:3.

Cit. Por Silvestre 2003:155).

Torna-se pertinente referir que o Reconhecimento, Validação e Certificação de

Competências, criado no ano 2000 (RVCC) é uma área emergente da EFA, sendo que

se trata de um sistema criado pela ANEFA e respeita dois princípios, isto é, “parte do

princípio de que todos os adultos são portadores de competências; estas, sobretudo

numa sociedade do conhecimento, são sempre insuficientes […] ” (Rothes 2002. Cit.

Por Rico e Libório 2009:29).

O sistema de RVCC e os Centros de RVCC, actuais, Centros de Novas

Oportunidades, são instrumentos que ajudam a combater os baixos níveis de

qualificação em Portugal. Este sistema, baseado no reconhecimento de competências,

tem como ponto fulcral a importância que deposita nas aprendizagens realizadas em

contexto não formal e informal.

A importância deste programa reside no facto da “necessidade de garantir aos

adultos oportunidades de conseguirem diplomas escolares que não obtiveram em devido

tempo, tanto através do reconhecimento e certificação das suas competências, como

pela construção de percursos educativos que, por serem diferentes, possam ser bem-

sucedidos” (Rothes, 2002. Cit. Por Rico e Libório, 2009:30).

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Portanto, a Iniciativa Novas Oportunidades pretende aumentar o nível de

formação de base dos activos de forma a que tenham oportunidade de serem mais

competitivos no mercado de trabalho e terem mais habilitações, além de aumentar a

auto-estima dos indivíduos pois avalia as competências adquiridas em contextos não

formais e /ou informais, conseguindo agir como meio de justiça social.

Torna-se, portanto, um recurso importante, pois tem em conta as especificidades

de cada indivíduo ou grupo, possibilitando um acompanhamento e a construção de um

percurso formativo flexível e ajustado caso-a-caso. O que se torna central numa possível

integração do indivíduo em processos de aprendizagem formal, pois “ […] induz o

reconhecimento individual da capacidade de aprender, o que constitui o principal mote

para a adopção de posturas pró-activas face à procura de novas qualificações.” (Rico e

Libório, 2009:31)

Esta abordagem torna-se pertinente, neste trabalho na medida em que o objecto de

estudo do mesmo recai sobre os adultos certificados pelo Centro de Novas

Oportunidades (CNO) Martifer Inovação e Gestão, a partir do processo de RVCC, e o

CNO enquanto estratégia de capacitação da Martifer. Tenta-se, perceber de que forma a

empresa age no âmbito da educação e formação de adultos e responder as questões que

remetem para o impacto que a frequência e a obtenção de certificação, através do CNO

Martifer Inovação e Gestão, tem no adulto certificado, se sente-se mais satisfeito, se

sente-se valorizado profissional e pessoalmente e se têm expectativas em termos de

desenvolvimento e progressão no âmbito da empresa. Paralelamente tenta-se perceber

qual a importância que o Centro de Novas Oportunidades tem para a estratégia da

empresa.

4.A Responsabilidade Social das Empresas no que compete à Formação.

4.1.Os Primeiros Passos para a Responsabilidade Social

O conceito de responsabilidade social (R.S.) tem vindo a ganhar uma maior

visibilidade no mundo empresarial. Porém, é em si um conceito controverso dado que se

para nós se encontra associado à ideia de filantropia, caridade e boa vontade dos

empresários, para outros uma imagem de marca ou uma questão de cidadania

organizacional.

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Apesar do surgimento da R.S. enquanto fruto do processo de globalização e do

contexto económico, a R.S. emerge em 1899, com o fundador Andrew Carnegie. O

empresário publicou um livro intitulado “O Evangelho da Riqueza”, onde o próprio

estabeleceu uma abordagem clássica da R.S. das grandes empresas. A visão de Andrew

Carnegie baseava-se nos princípios da caridade e da custódia, tornando esta visão

extremamente paternalista.

Entre os anos de 1950 e 1960, os princípios da caridade e custódia foram aceites

pelas empresas americanas, ao mesmo tempo que o adágio “o poder traz

responsabilidade” era comummente aceite no tecido empresarial.

Mesmo as empresas que não aceitassem as responsabilidades sociais por sua

livre vontade, estas seriam forçadas a aceitá-las por imposição do governo, ao passo que

muitas acreditavam reconhecer as responsabilidades sociais como uma questão de auto-

interesse esclarecido.

A perspectiva de Browen, em 1953, inspirou várias ideias novas.

Browen defendia que os administradores das empresas tinham o dever moral de

“implementar as políticas, tomar as decisões ou seguir as linhas de acção que sejam

desejáveis em torno dos objectivos e dos valores da nossa sociedade” (Monteiro

2009:9). Desta forma, temos em confronto dois paradigmas. Por um lado a visão de

caridade e custódia de Carnegie e por outro lado as empresas como reflexo dos

objectivos e valores sociais.

Há uma responsabilidade social das empresas no uso dos seus recursos e energia

em actividades destinadas a aumentar os lucros, contando que obedeçam às regras do

jogo, sendo que na década de 70 e 80 do século XX, a preocupação centrava-se em

como e quando as empresas deveriam responder sobre as suas obrigações sociais.

Nesta época começou-se a desenvolver e a consolidar a ética empresarial, mais

especificamente com o caso Watergate. A partir deste escândalo político, o interesse

público focalizou-se na importância ética no governo e foram convocadas conferências

para discutir a R.S. e as questões morais e éticas no mundo dos negócios. Esta corrente

facilmente se espalhou pela Europa e pelos Meios Empresariais. Na Alemanha

percebeu-se o rápido desenvolvimento do tema, mas foi a França quem deu o primeiro

passo oficial na formalização destas questões, obrigando as empresas a fazer balanços

periódicos do seu desempenho social face à mão-de-obra e condições de trabalho.

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Hobsbawm, na sua reflexão sobre o desenvolvimento industrial no final do séc.

XX, aponta que “as corporações empresariais sofriam pressões quanto à sua

responsabilidade perante alguns problemas do mundo” (Monteiro 2009:9). Com isto

estávamos perante a busca efusiva do máximo lucro por parte das empresas e a questão

do impacto ambiental que a actividade económica desenvolve. Perante este cenário, em

1998, surge uma proposta de definição de R.S., conferindo à empresa o compromisso de

contribuir com o desenvolvimento, com o bem-estar e a melhoria da qualidade de vida

dos empregados e comunidade.

Em 2000, os ministros da OCDE aprovaram uma versão revista das Directrizes

para as Empresas Multinacionais. Nela encontram-se um conjunto de instruções que

estabelecem princípios voluntários e padrões de conduta e responsabilidade corporativa

em áreas como o meio ambiente, condições de trabalho e direitos humanos.

Em 2001, em Bruxelas, a Comissão das Comunidades Europeias apresentou um

Livro Verde sobre a R.S. cuja finalidade era lançar um debate ao nível europeu e

internacional, promovendo a R.S.

Segundo a Comissão Europeia, a R.S. é definida como “ uma abordagem por

parte das empresas que coloca no cerne das estratégias empresariais as expectativas de

todas as partes envolvidas e o princípio de inovação e aperfeiçoamento contínuos.”

(Livro Verde Da Comissão Europeia 2001, Cit. Por Monteiro 2009:10). Tudo isto

proporciona à empresa um contacto mais próximo com o seu meio envolvente, interno e

externo e têm de prestar justificações perante as partes interessadas.

A dimensão interna da R.S. recai perante os trabalhadores e perante o

investimento do capital humano, na saúde, na segurança e na gestão da mudança, ao

passo que as práticas ambientalmente responsáveis se relacionem com a gestão dos

recursos naturais explorados no processo de produção.

A R.S. transpõe a esfera empresarial e alargou-se à comunidade local,

envolvendo um conjunto de partes interessadas, exercendo um conjunto de actividades

junto das comunidades locais.

A associação errónea da R.S. como uma actividade ligada à filantropia ocorre.

Porém, este tipo de actividade pode ser realizada na empresa, mas isso não a torna

socialmente responsável.

No 2º fórum social mundial (FSM), em 2002, sucedeu-se um marco significativo

no desenvolvimento do conceito e das práticas associadas à R.S.

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Como podemos depreender, a R.S. tem-se consolidado de forma

multidimensional e sistémica, procurando interagir com os diversos stakeholders

ligados à empresa directa ou indirectamente. A R.S. associa-se a um conjunto de

políticas, práticas, rotinas e programas de gestão que facilitam o diálogo e participação

entre os stakeholders, correspondendo com as exigências dos mesmos.

Desta forma a R.S. necessita de ser incorporada na estratégia da empresa e de

igual modo, deve ser reflectida em termos éticos com a finalidade de potencializar as

oportunidades de negócio.

A inclusão da questão social na empresa não é fácil, dado que os problemas não

se limitam às reacções de causa-efeito.

Ao conceito da R.S. subjaz o conceito de Ética e Transparência, relacionando

boas práticas à percepção dos clientes e da sociedade. Com as questões éticas, as

empresas afastam-se cada vez mais dos riscos de estarem envolvidas em escândalos.

A R.S. deve ser encarada como um meio para atingir o Desenvolvimento

Sustentável da sociedade e das gerações.

4.1.1.Sistemas de Gestão da Responsabilidade Social: Responsabilidade Social no que

compete à Formação

Empresas comprometidas com os valores éticos e respeito pelos direitos

humanos, por um lado, e, por outro, os consumidores cada vez mais exigentes,

compõem uma combinação que tem vindo a transformar as sociedades e a problematizar

os padrões de produção e consumo que inviabilizam a vida do planeta.

Assim sendo, a SA 8000, ISO 26000 e a NP 4469 têm-se tornado referências

para todas as organizações.

A SA 8000 foi criada pela Social Accountability Internacional (SAI), em 1997 e

foi a primeira referência auditável e certificável em matéria da Responsabilidade Social.

A SA 8000 é reconhecida mundialmente como um sistema de implementação,

manutenção e verificação das condições de trabalho e respeito pelos direitos

fundamentais dos trabalhadores. Destina-se sobretudo a empresas que têm centros de

compra ou de produção em países onde se têm de assegurar que a realização dos

produtos se efectua em condições dignas.

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Foi criada pela SAI com o intuito de verificar a conformidade das práticas

laborais e é um padrão ético que orienta as organizações.

A responsabilidade social respeita as relações com os stakeholders

(trabalhadores; fornecedores; accionistas; clientes e comunidade). A implementação e

certificação da SA 8000 implica uma maior transparência das actividades das empresas,

garantindo mais seguranças aos investidores e valorização da própria imagem da

empresa.

É neste sentido que a formação é componente fundamental da responsabilidade

social pois quando se promove a formação no interior de uma empresa, nomeadamente,

quando esta é acessível, não só aos seus trabalhadores como, também, à comunidade – o

Centro Novas Oportunidades Martifer Inovação e Gestão é um exemplo destes (Ver

Anexo 2) - estamos a respeitar as relações com os stakeholders.

No âmbito deste trabalho importa analisar as politicas e práticas de gestão dos

RH no que concerne às políticas e práticas de formação e aprendizagem implementadas

no interior da empresa e as repercussões que isso poderá ter ao nível individual, isto é,

dos trabalhadores que são alvo dessas práticas. Neste sentido, estamos a focar a

responsabilização social das empresas no que se refere às estratégias de formação.

Segundo Sainsaulieu, “a empresa surge hoje como produtora de normas, de

valores e de regras que influenciam os comportamentos e as atitudes sociais dos

cidadãos” (1987b:345, Cit. Por Parente 1995:43) Ou seja, as empresas são instituições

sociais que fazem parte do processo de socialização do indivíduo e como tal os

processos societais que ocorrem no interior das empresas são reproduzidos noutros

contextos e instituições sociais.

Como estamos numa sociedade da informação, na qual o saber e o conhecimento

são moedas de troca, é fundamental que as empresas apostem em processos de

aprendizagem e socialização de forma a produzirem saberes e competências individuais

e colectivas, não só numa lógica de competitividade como para colmatar o défice que

existe entre as qualificações e os perfis profissionais e o que realmente as empresas

necessitam. Não obstante, o facto de Portugal ser um país com graus de escolarização

baixos.

Portanto, as empresas devem contribuir para o desenvolvimento social, tal como

outros instituições sociais, ao investirem na formação e aprendizagem dos seus

assalariados, nomeadamente, os que são portadores de baixo grau de escolaridade.

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Capítulo II

+ova Visão sobre os Recursos Humanos e a Empresa-

Escola: Formação de Adultos Activos

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1. Formação na Empresa e Valorização dos Recursos Humanos

1.1. Gestão de Recursos Humanos: Tipologias e Práticas

Um recurso fulcral no âmbito de uma organização são as pessoas, ou seja, o

factor humano, logo a Gestão de Recursos Humanos (GRH) deve actuar em vários

domínios, desde o social, individual, organizacional e funcional. Isto é, deve contribuir

para o bem-estar social das pessoas e da comunidade, auxiliando as pessoas na

satisfação dos seus objectivos pessoais e individuais, nunca esquecendo que é por via

dessas mesmas pessoas que conseguem atingir os objectivos organizacionais, logo tem

que existir uma articulação equilibrada entre as pessoas e a organização, aproveitando o

potencial de ambas as organizações.

Existem, segundo, Sousa et al (2006:8)., três aspectos que baseiam a Gestão de

Recursos Humanos, sendo elas, a contribuição das pessoas que compõem as

organizações, a forma como as pessoas estão organizadas e o investimento que é

realizado no desenvolvimento das mesmas.

Segundo Lisboa et al, (2004:276) e

como podemos analisar pela figura nº. 1,

a GRH tem três dimensões: a gestão

administrativa, gestão técnica e gestão

estratégica. A dimensão de gestão

administrativa tem como funções a

organização de ficheiros de pessoal e o

processamento de salários e segurança

social. Na gestão técnica as funções

relacionam-se com o recrutamento e

selecção, formação e desenvolvimento e

qualificação e na gestão estratégica,

voltada para o desenvolvimento

organizacional, as funções recaem sobre

Gestão Administrativa

Gestão Técnica

Gestão Estratégica (desenvolvimento organizacional)

Figura nº1- Dimensões da Gestão de Recursos

Humanos

Fonte: Lisboa et al ,2004, pág. 276

Page 32: Resumo - Repositório Aberto · RVCC Secundário em 2008_____82 Tabela 4: Opções de inscrição no CNO no processo de RVCC Secundário em 2008_____82 Tabela 5: Caracteristicas sociodemográficas

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a melhoria nas condições de trabalho e gestão participativa.

Portanto, e segundo Sousa et al, as práticas de GRH podem auxiliar as

organizações em três aspectos: “ Melhorar a sua capacidade para atraírem e manterem

pessoas com as competências (técnicas e comportamentais) que mais se adequam aos

objectivos da organização, através da implementação dos processos de recrutamento e

selecção mais adequados, bem como de um sistema de recompensas e de

desenvolvimento de competências aliciante; Estimular comportamentos alinhados com

os objectivos estratégicos de longo prazo da organização, através do desenvolvimento

de competências e de planos de carreira que permitam que as pessoas tenham uma

perspectiva de evolução profissional futura; Adoptar sistemas de remuneração

associados ao desenvolvimento de competências individuais, ao desempenho das

equipas e da organização como um todo.” (2006: 8 e 9)

No entanto, e como constataremos de seguida, a GRH sofreu grandes alterações

ao longo dos anos como iremos constatar. Para posteriormente, possamos enquadrar as

práticas de GRH da empresa que constitui nosso objecto de estudo. Deste modo, torna-

se pertinente abordar a tipologia de práticas de GRH de Sousa et al, que identifica três

tipos de gestão que são as seguintes (2006:10-14).

- Gestão de Pessoal: os serviços de pessoal como uma actividade operacional

Nesta perspectiva não existia uma verdadeira função de Recursos Humanos que

exerce uma vertente de gestão mas, sim, um “Serviço de Pessoal”, ou seja, era uma

actividade operacional que tinha funções relativas ao processamento de salários e

assuntos legais direccionados para a contratações e despedimentos de pessoas. Logo, era

uma função, puramente, administrativa, legal e com o seu foco nas relações individuais

e colectivas de trabalho.

- Gestão de Recusos Humanos como função de suporte à estratégia

económica da organização

Neste tipo de gestão, as pessoas são consideradas como recursos, existindo uma

aproximação com a estratégia económica da organização, na qual as pessoas estão

alinhadas com os factores de produção.

Page 33: Resumo - Repositório Aberto · RVCC Secundário em 2008_____82 Tabela 4: Opções de inscrição no CNO no processo de RVCC Secundário em 2008_____82 Tabela 5: Caracteristicas sociodemográficas

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Apesar de existir uma articulação com a estratégia económica da empresa, esta

só acontece na fase de implementação da estratégia empresarial, sendo que o

responsável pelos RH não exerce muita influência nas opções estratégicas da empresa.

Nesta tipo de gestão, as empresas têm dois tipo de estratégia, a estratégia de

baixo custo e a estratégia da diferenciação.

Na estratégia de baixo custo, a função RH, vê as pessoas como recursos e como

tal, o seu foco incide sobre os salários e aspectos legais. A base desta estratégia são os

baixos salários e os investimentos reduzidos no que compete às condições de trabalho e

desenvolvimento das pessoas.

Por outro lado, a base da estratégia de diferenciação é a inovação, tanto de

produtos como de processos, logo a preocupação está em assegurar as competências

relacionadas com a criatividade, o trabalho em equipa, a aceitação dos risco , entre

outros aspectos. A função RH, neste tipo de estratégia deve assegurar que existem as

competências necessárias por via de testes de selecção ou conceber formação para

desenvolver essas competências, assim como, conceber sistemas de recompensas

adequados.

- Gestão de Recursos Humanos como uma actividade estratégica

Na década de 90 surge o modelo contigencial, o qual demonstra que a estratégia

económica é dependente da GRH, sendo que esta última pode ser moldada de acordo

com a estratégia.

Ambas as dimensões, isto é, a estratégia económica e GRH, evoluem através de

interacções que predominam por longos períodos de tempo e nenhuma delas é

desenhada como um processo independente e racional.

O papel da GRH é gerir o factor humano como um recurso estratégico, ou seja,

integrando a estratégia de recursos humanos com a estratégia global da organização.

Neste tipo de gestão, a GRH têm funções administrativas próprias da Gestão de

Pessoal, mas também, funções que se direccionam para a resolução de problemas

humanos e organizacionais, assim como novas funções que se diferenciam das áreas

tradicionais, como a gestão da cultura organizacional, gestão de competências, desenho

da estrutura e a contribuição dos RH para a vantagem competitiva das organizações.

Page 34: Resumo - Repositório Aberto · RVCC Secundário em 2008_____82 Tabela 4: Opções de inscrição no CNO no processo de RVCC Secundário em 2008_____82 Tabela 5: Caracteristicas sociodemográficas

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Portanto, a Direcção de RH têm um papel de parceria na gestão das organizações

deixando para segundo plano a sua posição de reactividade.

Torna-se importante abordar as diferentes perspectivas de função pessoal por

forma a abranger uma das dimensões analisadas neste relatório, isto é, a entidade

empresarial e a sua estratégia de Gestão de Recursos Humanos.

Ao longo dos anos a função pessoal foi se alterando, e por consequência a GRH

também. De forma, a referenciar os vários estádios da Gestão de Recursos Humanos,

torna-se importante, explicar a tipologia de GRH proposta por Sousa, Duarte, Sanches e

Gomes.

Na era da industrialização clássica, ou seja, entre 1900 e 1950, a concepção da

função pessoal designava-se de Gestão Administrativa de Recursos Humanos (Sousa, et

al, 2006:19) e era muito mais ligada aos aspectos técnicos descritos no cargo de cada

funcionário, levando pouco ou nada em consideração a participação das pessoas – e suas

habilidades e competências – como força impulsionadora dos lucros nas empresas. Esta

é uma forte característica no sistema de gestão que constituiu a primeira forma de se

gerir pessoas. Os sistemas conhecidos por taylorismo e fordismo constituem os

primeiros modelos de administração, que contribuíram muito para a estruturação da

produção em linha e garantiram assim o rápido crescimento da indústria. Nestes

sistemas, os recursos humanos eram vistos mais como um elemento do processo

produtivo, e assim, o modo como se lidava com os Recursos Humanos foi concebido

pela lógica da engenharia, que para a época representou uma maneira mais eficiente de

se lidar com os funcionários: diminuir custos com mão-de-obra e aumentar a rapidez da

produção contendo os erros.

As práticas de Recursos Humanos também estavam estruturadas de forma mais

simplificada e atrelada aos aspectos técnicos das funções. Os programas de formação

eram funcionais, ou seja, era formação em contexto de trabalho, que consistia em

aprender, correctamente, as tarefas e as funções que estavam destinadas ao trabalhador.

Tratava-se, portanto, de actividades administrativas sem formalização de

procedimentos, ou seja, eram actividades com impacto a curto prazo que passavam pelo

processamento de salários, gestão do absentismo, duração do tempo de trabalho e

realização e cessação de contractos.

Neste tipo de gestão, “Não existe um departamento de Recursos Humanos e não

existe ninguém dedicado exclusivamente às actividades relacionadas com a função

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Recursos Humanos. A função é atribuída a colaboradores da área administrativa.”

(Sousa, et al, 2006:19)

Este período de início da industrialização é caracterizado, principalmente, pela

baixa competitividade entre empresas, já que haviam poucas organizações a actuar em

mercados com baixa variabilidade de produtos e ganhos de escala, além da mão-de-obra

abundante e com baixa exigência de qualificação. Estes factores, fortalecidos por uma

actividade de produção rotineira e estruturada, fizeram com que a administração de

recursos humanos se estruturasse nas bases deste sistema, que se alinhava directamente

ao posicionamento das empresas na época.

Na medida em que o surgimento de empresas era crescente, bem como a

competição entre elas, o sistema de recursos humanos foi sofrendo mudanças, dando

maior ênfase aos aspectos comportamentais. Surge um novo tipo de gestão direccionada

para a Gestão Funcional de Recursos Humanos (Sousa, et. al. 2006:20). Neste tipo de

gestão as actividades desenvolvidas não se limitam ao seu carácter administrativo, no

entanto, as novas práticas implementadas não têm qualquer tipo de ligação entre si

(Idem, Ibidem).

As novas práticas passam pelo recrutamento e selecção, acolhimento,

competências e formação, sistemas de recompensas, avaliação de desempenho e gestão

de carreiras. São, actividades que não só têm impactos a curto prazo como a médio

prazo.

É uma gestão muito centralizada com cargos definitivos e limitados, existindo,

por isso, muitos níveis hierárquicos. O ambiente era estável e imutável o que reflectia a

falta de capacidade para a mudança e inovação e as tarefas rotineiras com padrões

rígidos, dos trabalhadores.

Portanto, neste tipo de gestão, surge um Departamento responsável pelas

práticas de RH mas que não estava articulado com a estratégia global da empresa.

Outras abordagens para recursos humanos foram moldando as práticas que hoje

se fazem vigentes. Assim, na Era da Industrialização Neoclássica, com o término da

segunda guerra mundial e com o facto das transacções comerciais deixarem de ser

locais e passarem a ser regionais e de regionais para internacionais, as empresas tiveram

que se adequar a essas mudanças. Deixaram de ter uma coordenação tão centralizada e

com cargos adequados a tarefas mais complexas e inovadoras, o que por isso tornou o

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ambiente, até então, estável em instável e mutável, na medida em que a o mundo e as

tecnologias começam a demonstrar-se velozes nas suas mutações.

Em termos de Gestão de Recursos Humanos, surge os departamento de recursos

humanos o qual desenvolve tarefas operacionais, burocráticas e tácticas e actua como

prestador de serviços especializados ao nível da formação, remuneração e benefícios,

higiene e segurança do trabalho, avaliação de desempenho e relações de trabalho, ou

seja, passa a ser um tipo de gestão direccionado para a Gestão de Pessoas por Processos,

assegurando a integração da GRH com a estratégia da empresa a partir desses processos.

Neste tipo de gestão, o departamento de RH estabelece parcerias internas de forma a

criar valor para os clientes externos.

A partir de 1990, entramos na Era de Informação, a qual introduziu grandes

mudanças com a abertura de mercados e a globalização, as tecnologias da informação.

Com a mudança da predominância do sector industrial para o sector dos serviços, dando

mais ênfase ao conhecimento, ao capital humano e intelectual, ou seja, o foco da Gestão

de pessoas está nas competências (Sousa, et.al. 2006:22).

A par destas mudanças na sociedade, as empresas tornam-se mais flexíveis e

inovadoras, predispostas à mudança, criatividade e inovação e valorizam o trabalho em

equipas dinâmicas e flexíveis.

No que compete à gestão de recursos humanos, esta passa a ser um Gestão de

Pessoas, e as suas preocupações recaem sobre a remuneração e gestão de carreiras o

que pressupõem uma apreciação e compensação de desempenhos profissionais. Isto é,

tenta-se atrair e reter as pessoas com elevadas competências e para tal o processo de

recrutamento e selecção baseia-se na definição de perfis de competências.

Neste tipo de gestão, as preocupações passam, também, pelo ambiente de

trabalho e relações interpessoais e por isso mesmo surge uma preocupação acentuada

com assuntos de foro social, isto é, evitar desfavorecimentos de origem social e

humana. A política de comunicação interna é outra das preocupações a par de assuntos

ligados à saúde, higiene e segurança no trabalho.

Assim, a área da gestão de pessoas assume papéis múltiplos ao nível operacional

e estratégico, os quais englobam várias e novas abordagens como, a administração de

estratégias de recursos humanos, administração da infra-estrutura da empresa, da

contribuição dos funcionários e da mudança.

Page 37: Resumo - Repositório Aberto · RVCC Secundário em 2008_____82 Tabela 4: Opções de inscrição no CNO no processo de RVCC Secundário em 2008_____82 Tabela 5: Caracteristicas sociodemográficas

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1.2.A evolução da Gestão de Recursos Humanos em Portugal: uma Abordagem a partir das Conferências na Área

Em Portugal, a questão da competitividade é a que exerce maior influência na

evolução conceptual da GRH e sobre as práticas de GRH. Assim, e de acordo com o

quadro nº 1, que se refere aos temas de encontros nacionais promovidos pela

Associação Portuguesa de Gestores e Técnicos de Recursos Humanos (APG), podemos

verificar que existem três períodos de tempo distintos no que compete aos temas e

reflexões sobre GRH em Portugal.

Desta forma, desde 1967 até 1970, as questões centrais estavam direccionadas

para a Gestão de Pessoal e as influências político-sociais como, por exemplo, o

sindicalismo e as relações laborais, é um período em que predomina a Gestão de

Pessoal, ou seja, não existia, propriamente, uma gestão mas sim um serviço de pessoal

relacionado com a actividade operacional.

O segundo período corresponde à década de 80 do século XX, na qual se começa a

utilizar o conceito de Gestão de Recursos Humanos. Assim sendo, os temas e reflexões

dos encontros reflectem as ideias de modernização e de competitividade. Estes assuntos

tornaram-se importantes devido a uma nova realidade, ou seja, o Mercado Único

Europeu, além de questionar-se a exclusividade da função económica da empresa em

detrimento da função social. Neste período, a GRH é tida como função de suporte à

estratégia económica da organização na qual as pessoas são consideradas recursos e

estão alinhadas com os factores de produção.

No final da década de 80 do século XX, inicia-se o terceiro período, no qual tanto os

conceitos de GHR e Gestão de Pessoal são usados nos encontros sobre GRH em

Portugal. Pelo facto, da sociedade ser afectada por mudanças rápidas e por um aumento

da pressão relativamente à competitividade e à globalização, os assuntos em voga

relacionam-se com o desenvolvimento de competências e formação de potencial

humano, assim como, a evolução e transformação de valores, da tecnologia e do

trabalho e respectiva influência no funcionamento das organizações e na gestão das

pessoas. Em termos de GRH, esta é vista como uma actividade estratégica, na qual as

dimensões económicas e a GRH trabalham no mesmo sentido, isto é, de acordo com a

estratégia da organização.

Page 38: Resumo - Repositório Aberto · RVCC Secundário em 2008_____82 Tabela 4: Opções de inscrição no CNO no processo de RVCC Secundário em 2008_____82 Tabela 5: Caracteristicas sociodemográficas

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Quadro nº. 1 – Temas de encontros nacionais promovidos pela APG

Ano Temas dos encontros nacionais

1967 As perspectivas da Direcção de Pessoal 1968 A formação do homem de pessoal 1969 Desenvolvimento do pessoal 1970 Participação na empresa 1971 A função “Pessoal” 1972 Cultura e mudança cultural 1974 Reflexões sobre as lutas de classes e Gestão de Pessoal nas Empresas 1975 As relações de trabalho numa sociedade em transição para o socialismo. 1976 Problemas e tendências: conflitos sociais de trabalho em Portugal/76 e os gestores no mundo do trabalho 1977 A responsabilidade social das empresas: objectivos sociais versus económicos 1979 A Gestão dos Recursos Humanos na empresa em transformação 1980 A Gestão dos Recursos Humanos e o desafio da integração europeia 1981 A Gestão dos Recursos Humanos : tendências e condicionantes 1982 As novas perspectivas na Gestão de Recursos Humanos 1983 A política de quadros na empresa e no país 1985 Integração europeia, mudança da empresa e Gestão de Recursos Humanos 1986 Desenvolver homens, modernizar organizações, dinamizar a sociedade 1987 Reinventar a empresa, transformar o trabalho, satisfazer o homem 1988 Mercado único europeu/desafio à gestão de pessoal 1989 A gestão de pessoal e o desenvolvimento mundial 1990 Horizonte 2000: emprego e formação 1991 Gestão dos homens e homens de gestão 1992 Recursos humanos, educação e desenvolvimento empresarial 1993 Da gestão de pessoal à gestão de pessoas 1994 A Gestão dos Recursos Humanos na viragem do século 1995 As pessoas: chave de revitalização das empresas 1996 Gerir pessoas e competências: uma questão estratégica 1997 Homens, valores e tecnologias 1998 Gerir pessoas: arte, ciência ou utopia? 1999 O trabalho em mutação: pessoas e organizações

2. A Empresa-Escola

2.1. A +ova Visão dos RH: Do Conceito de Qualificação ao Paradigma das

Competências. 1

Para Rodrigues (Rodrigues 1988b:185, Cit. Por Parente 1995:31) a perspectiva

tridimensional do conceito de qualificação requer a análise de três dimensões que se

encontram relacionadas entre si: a qualificação do trabalhador, a qualificação do

emprego e a qualificação convencional.

A qualificação do trabalhador refere-se, segundo Parente (1995:31), ao

“conjunto de conhecimentos e capacidades do trabalhador que decorrem da sua

formação geral e profissional, assim como da sua experiência ao longo da sua trajectória

educativa e sócio-profissional.” Neste tipo de qualificação, tanto a formação como a

1 Para um maior desenvolvimento da temática vide Parente (1995: 30-41)

Fonte: PERETTI, Jean-Pierre (1997) Recursos Humanos, pág 21

Page 39: Resumo - Repositório Aberto · RVCC Secundário em 2008_____82 Tabela 4: Opções de inscrição no CNO no processo de RVCC Secundário em 2008_____82 Tabela 5: Caracteristicas sociodemográficas

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aprendizagem são aspectos importantes, na medida em que têm um papel modelador no

que compete aos perfis profissionais, o que condiciona, à priori, as necessidades da

empresa. Por isso motivo, actualmente, muitas empresas optam por promoverem acções

de formação para colmatar os desfasamento entre os perfis profissionais existentes e as

necessidades da empresa.

Por conseguinte e segundo Parente (1995:32), não faz sentido abordar a

qualificação do trabalhador sem ter em linha de conta o emprego que tem e os postos de

trabalho que ocupa, uma vez que o conceito de qualificação do trabalhador é definido

como um “conjunto de competências ligadas a uma família de profissões, a qual está

associada uma determinada valorização societal” (Lopes, 1993:128, Cit. por Parente

1995:32), o que remete, também, para o papel estruturante e activo que os sujeitos

desempenham na produção das suas competências.

No que compete ao conceito de qualificação do emprego ou do posto de

trabalho, este remete, segundo Lopes, para as “capacidades teóricas e práticas

requeridas ao trabalhador para desempenhar as suas funções” (1989:68, Cit. por Parente

1995:32), logo é um conceito que está associado à organização do trabalho no interior

das empresas. Mais uma vez, pelo facto de existir um desfasamento entre os perfis

profissionais dos sujeitos e as necessidades da empresa, torna-se pertinente optar por

acções de formação que formem as competências necessárias para executar determinada

função, quando o sujeito não tem qualificações necessárias para determinado posto de

trabalho.

Por último, mas não menos importante, a qualificação convencional, segundo

Parente, “traduz-se numa classificação, oficialmente, reconhecida nos processos de

negociação colectiva, consubstanciando-se quer numa definição de categorias

profissionais quer numa classificação dos empregos, resultando num conjunto de

definições e regras que regulam as funções, a formação e as remunerações afectas a

cada categoria profissional.” (1995:33)

Este tipo de qualificação é importante, por exemplo, para determinar tabelas

salariais, muito embora, não se restinga, exclusivamente, a isso.

Contudo, e como no interior de uma empresa, os sistemas produtivos estão

relacionados com o tipo de produto fabricado e com o mercado a que se dirigem, é

necessário dotar os trabalhadores de competências que se adeqúem ao tipo de trabalho

que executam. Como tal, as políticas de gestão de RH devem ter em consideração as

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políticas de formação necessárias para garantir o ajustamento acima referido e a

potencialização dos indivíduos.

Assim sendo, pelo facto do modelo de qualificação ser pouco flexível, na

medida em que, pressupõem existir uma correspondência entre os diplomas e os

empregos, e por não se adaptar à flexibilidade e incertezas presentes no seio de uma

empresa e do contexto externo, torna-se pertinente optar por um modelo de

competências.

Ora, o modelo de competências, segundo Parente, vai atribuir à empresa “uma

responsabilização social na formação e na gestão dos conhecimentos/saberes.”

(1995:37) Ou seja, este modelo propõem uma gestão de competências no interior da

empresa e, desta forma, ultrapassar a rigidez do conceito de qualificação, uma vez que,

ultrapassa o desajustamento entre a qualificação do trabalhador e a qualificação do

emprego ou do posto de trabalho.

Portanto, neste modelo de competências trata-se internamente e por intermédio

de uma formação qualificante as competências do trabalhador, sendo que cabe à gestão

de RH intermediar este processo (Parente 1995:37).

Ao fazer um ponto de situação e num sentido lato, julgamos ter conseguido

esclarecer de forma concisa tanto o conceito de qualificação como o conceito de

competência. Assim, e segundo Descy e Tessaring (2001:15) o conceito de qualificação

remete para os conhecimentos e a experiência necessários para o desempenho de uma

tarefa específica, seja ela, um trabalho, o resultado de um curso, de uma acção de

formação, entre outros. As competências, segundo os mesmos autores, refere-se à

capacidade individual para aplicar conhecimentos, aptidões e qualificações de forma a

cumprir os requisitos exigidos.

Contudo, importa referir que saberes integra o conceito de competência.

Segundo Le Boterf (1989a:59), e como podemos ver no quadro nº 2, adaptado por

Parente (1995), este conceito integra os seguintes conjuntos de saberes.

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Quadro nº2: Conjunto de saberes integrantes no conceito de competência

Saberes Conhecimentos gerais ou especializados de foro

teórico, técnico ou no domínio de linguagens

científicas ou técnicas.

Saberes-fazer Utilização de instrumentos, ferramentas, máquinas

e de métodos específicos.

Saberes-ser/estar ou saberes-fazer sociais Atitudes e comportamentos na sua actividade

laboral, assim como, formas de agir e interagir.

Saber-aprender Remete para a necessidade de estar em constante

aprendizagem devido à constante evolução dos

empregos actuais.

Fazer-saber Necessidade da empresa fornecer formação para

colmatar o défice de qualificação, nomeadamente,

no nosso país.

Fonte: Parente, 1995, adaptado de Le Boterf (1989a:59),

Segundo Parente (1995:38), o conceito de competência é bastante diversificado

mas pode ser alargado a duas vertentes que englobam todo o conjunto de saberes

supracitados. Assim, existem as competências colectivas que tem que ver com a

capacidade do grupo reflectir sobre si mesmo, de aprender com a experiência, analisar

os seus erros e solucionar os problemas que surgem. Competências tácitas remetem para

o que é aprendido por via da experiência de trabalho e de vivência laboral.

Os conceitos expostos permitem criar um quadro teórico para a explicação

posterior da abertura de um Centro de Novas Oportunidades, na empresa Martifer SGPS

S.A., mais concretamente, na Martifer Inovação e Gestão S.A., na medida em que falar

em competências permite questionar os processos de transmissão e de aquisição de

saberes, ou seja, os processos de formação formal e informal que se desenvolve no

interior da empresa.

2.2. Empresas como Espaço de Socialização e Aprendizagem

Ao considerar as empresas como instituições sociais dotadas de

responsabilização ao nível da formação, podemos considerá-las como uma instituição

educativa e com um papel socializador.

Page 42: Resumo - Repositório Aberto · RVCC Secundário em 2008_____82 Tabela 4: Opções de inscrição no CNO no processo de RVCC Secundário em 2008_____82 Tabela 5: Caracteristicas sociodemográficas

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Segundo Parente (1995:45), este papel socializador da empresa pode ser

analisado segundo duas vertentes, muito embora, sejam vertentes que se relacionam de

forma intrínseca. Referimo-nos, portanto, a uma vertente socializadora na qual se tenta

moldar comportamentos sociais, valores e atitudes dos trabalhadores, e a uma vertente

de aprendizagem direccionada para a actualização de conhecimentos, para renovação e

inovação de competências técnicas.

Convém referir que o conceito de socialização é um conceito complexo e como

tal exige uma abordagem completa e profunda, no entanto, para este trabalho interessa-

nos, apenas, referir que a socialização é um canal de transmissão da cultura da

sociedade na qual vivemos, conseguindo, assim, manter a ordem social por via da

transmissão de crenças, valores, modos de pensar e agir. Essa cultura é transmitida

através de várias instituições sociais como, por exemplo, a família durante a infância

(socialização primária) e a escola numa fase da infância mais tardia até à idade adulta

(socialização secundária), e neste caso, a empresa, o que revela o carácter contínuo da

socialização.

Contudo, através da socialização não só mantemos a ordem social ,como poderá

ter um importante papel na mudança da ordem social, na medida em que a socialização

dota o indivíduo de consciência e quando não se trata de uma transmissão passiva da

cultura no sentido lato, o indivíduo poderá ser autónomo relativamente ao sistema e,

desta forma, transformá-lo.

No que compete, a formação contínua, dada no âmbito de uma empresa, esta

contextualiza-se no processo de socialização secundária do indivíduo, pois é um

processo intencional e com objectivos precisos.

Segundo Ferreira, as empresas podem ser consideradas como “espaços de

transmissão/aprendizagem da cultura organizacional” (Ferreira, 1993:429. Cit. Por

Parente 1995:46) e a formação é o meio através do qual se transmite a cultura

organizacional e os conhecimentos relevantes para a empresa. Funciona, portanto, como

uma forma de integração social do trabalhador. Este aspecto é importante no âmbito

deste trabalho, pois, a empresa que, aqui, estudamos possui um departamento de

formação, ligado ao departamento de RH, o qual concebe, internamente, e negoceia em

outsourcing as formações que serão administradas na empresa. Uma das formações que

serve, exactamente, como forma de integração na empresa e na qual é transmitida a

Page 43: Resumo - Repositório Aberto · RVCC Secundário em 2008_____82 Tabela 4: Opções de inscrição no CNO no processo de RVCC Secundário em 2008_____82 Tabela 5: Caracteristicas sociodemográficas

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cultura organizacional é a formação de acolhimento, na qual é explicado todo o

conteúdo do Manual de Acolhimento. (Ver anexo 3)

A formação surge, também, como forma de dotar os indivíduos de competências

técnicas, teóricas e sociais que correspondam às necessidades da empresa, conseguindo,

assim, colmatar o défice de socialização dos indivíduos, isto é, no sentido em que as

instituições de ensino não os preparam para ir de encontro as necessidades económicas

da sociedade, nomeadamente, das empresas.

Chegados a este ponto, podemos referir que a formação, tendo inerente tanto

uma dimensão socializadora, assim como uma dimensão de aprendizagem constituí um

modo de aculturação que, segundo Parente (1995: 46), remodela as relações sociais

através de códigos de valores e normas comuns aos trabalhadores.

Portanto, a empresa pode ser considerada como um espaço educativo na medida

em que o trabalho, só por si, pode ser uma actividade formadora, por exemplo, quando o

indivíduo ingressa num novo emprego é socializado com o seu posto de trabalho de

forma a perceber e aprender as suas funções.

No entanto, existem empresas que fazem uma gestão de competências do seu

capital humano, por via de acções de formação continua (Ver anexo 5) e ,até mesmo,

por via de cursos em parcerias com entidades de ensino superior. Este ponto, torna-se

crucial neste trabalho, pois poderemos contextualizar a empresa em análise como uma

“empresa escolar e formativa”, na lógica de Azevedo (Parente, 1995:48), a qual opta por

um modelo de aprendizagem de tipo académico, e neste aspecto surge o MBA Martifer,

assim como, a iniciativa Novas Oportunidades, através da qual surge um Centro de

Novas Oportunidades no edifício da Martifer Inovação e Gestão S.A. e paralelamente,

aposta nas formações orientadas para a execução do trabalho em concreto, que no caso

da empresa em questão, opta-se por várias acções de formação que melhorem o

desempenho do trabalhador no seu posto de trabalho e consequentemente da empresa.

3. Estratégias de Formação nas Empresas.

Para podermos criar um quadro teórico explicativo das práticas formativas da

empresa em estudo, é necessário abordar, primeiramente, as estratégias de formação nas

empresas e, desta forma, conseguirmos identificar qual a estratégia de formação da

Martifer SGPS S.A.

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Como já referimos ao longo deste capítulo, as empresas tendem a optar pelas

práticas de formação, para conseguirem colmatar as carências que sentem ao nível das

competências dos seus recursos humanos ou desenvolvê-las e actualizá-las.

Por conseguinte, e adoptando a perspectiva de Parente (1995:91), adaptada de

Des Hors (1988:55), conseguimos identificar dois tipos de estratégias de formação. A

estratégia de formação “reactivas e passivas” que é direccionada para a resolução

imediata de problemas de adaptação da mão-de-obra aos postos de trabalho. Trata-se,

portanto, de uma formação que não tem em consideração a motivação e fidelização dos

trabalhadores, o que se reflecte no facto de privilegiarem a admissão externa dos

trabalhadores, na maioria das vezes com contractos a prazo, nomeadamente, quando

são trabalhadores da base da hierarquia, de modo, a evitar custos fixos com os encargos

salariais.

Em alternativa, existe a estratégia de formação “pró-activas” que se refere a

uma estratégia que valoriza os recursos humanos ao tentar implicá-los no projecto da

empresa e, por conseguinte, opta por uma formação contínua que valorize o capital

humano, tentando fidelizá-lo. Isto espelha-se nas práticas de recrutamento interno que

caracterizam as empresas que optam por esta estratégia, assim como, pela gestão de

carreiras e avaliações de desempenho.

Portanto, é um tipo de estratégia que na lógica Jean-Marie Peretti (1997), a

política de formação tem dois objectivos, o de permitir adaptar o pessoal às

modificações das condições de trabalho e às mudanças estruturais resultantes da

evolução económica e tecnológica, assim como, assegurar o desenvolvimento da

empresa ao assumir as inovações e alterações.

3.1. Práticas de Formação nas Empresas e Impactos2

Para explicar as práticas de formação nas empresas, optamos pela proposta

tipológica das práticas de formação de Parente 3(1995: 65-69), por acharmos a mais

completa e a que melhor se enquadra no estudo desta empresa.

Assim, é necessário referir que esta proposta abrange, apenas, as formações

formais, não estando aqui contemplados processos de aprendizagem informal e tem

2 Ver a este propósito Parente (1995: 65 – 69) 3 Ver Anexo 6 o quadro das Práticas de Formação de Parente (1995)

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como população alvo os operários ligados à área de produção, assim como, chefias

directas e intermédias.

Parente (1995) , na sua proposta tipológica, identifica três práticas de formação:

formação imediatista e utilitarista, formação adaptativa e de ajustamento e formação

desenvolvimentista e estratégica.

Pelas suas características, interessa-nos explicar em que consiste a formação

imediatista e utilitarista e a formação desenvolvimentista e estratégica4, sendo a

formação adaptativa e de ajustamento um intermédia de ambas as anteriores. Ao nível

do subsistema de gestão podemos referir que na formação imediatista e utilitarista não

há a elaboração de um plano de formação e por esse motivo o horizonte temporal das

acções de formação é imediato. Como não há um plano de formação,

consequentemente, não existe um balanço orçamental nem avaliação de necessidades de

formação, porém a formação resulta de uma apreciação realizada pelos dirigentes.

Aquando da realização de uma acção de formação, esta é financiada por capitais

públicos, nacionais e comunitários, sendo o autofinanciamento o mínimo exigido.

No caso da formação desenvolvimentista e estratégica, e analisando os mesmos

parâmetros anteriores, esta obedece à elaboração de um plano ex-ante que é ajustado

anualmente, por vezes, mais que uma vez e tem um horizonte temporal a longo prazo.

Para a elaboração deste plano, recorre-se a uma avaliação de necessidades dos

trabalhadores e da empresa por via de agentes internos especializados na função pessoal

ou agentes externos com colaboração interna de dirigentes, do enquadramento directo e

dos operacionais. Ao nível da gestão, a formação é suportada, tanto por capitais da

própria empresa como por financiamentos públicos a fundo perdido. Neste âmbito,

podemos referir que o CNO Martifer Inovação e Gestão é financiado inteiramente pelo

POPH, assim como alguma das formações administradas na empresa.

Na formação imediatista e utilitarista, e no que compete à organização da

formação, esta é organizada por serviços externos não especializados os quais dão

formações standard aquando da instalação de novos equipamentos. Estas formações são

realizadas internamente, muito embora os formadores sejam externos, ou seja, os

fornecedores dos equipamentos não existindo, por isso, uma avaliação pedagógica ou

profissional.

4 Para aprofundar e desenvolver a temática ver Parente (1995:65-69)

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No que compete à formação desenvolvimentista e estratégica, e ao nível da

organização da formação, os responsáveis pela formação são os serviços internos e/ou

serviços externos especializados, no entanto, o seu formato é sempre adaptado as

necessidades e competências da empresa, mesmo quando procura formações standard

de catálogo. A formação pode ser realizada internamente ou em alternância de

instituições e os formadores podem ser internos ou externos.

A formação administrada é sempre alvo de avaliação, quer seja sumativa,

qualitativa ou formativa, assim como, se avaliam os profissionais e as performances

globais, na medida em que só comparando as expectativas iniciais com os resultados

finais é que se pode melhorar as acções de formação.

A formação imediatista e utilitarista, é uma formação imposta aos trabalhadores

sem te rem conta as suas vontades e projectos e tem como objectivo reclassificar e

especializar os assalariados aquando da introdução de novos equipamentos. A formação

é dirigida às funções de fabricação e administrativa, pois são os que estão mais

directamente envolvidos com os novos equipamentos da empresa. O critério de selecção

dos formandos recai sobre a idade, pois considera-se que os indivíduos mais velhos

estão menos aptos para adquirir novos conhecimentos e aprendizagens, assim como,

trabalhar com novos equipamentos.

No que compete à formação desenvolvimentista e estratégia é uma formação que

“ […] tem objectivos de aperfeiçoamento, reciclagem e reconversão e igualmente de

recomposição externa - de reclassificação e/ou reconversão - de forma a preparar a

reintegração no “mercado de trabalho” de pessoas em vias de enfrentarem uma situação

de afastamento. As formações de recomposição interna destinam-se a todas as funções

empresariais e a todos os assalariados, estando ausentes critérios segregativos de

selecção e afectação à formação.” (Parente 1995:68)

Em termos de desenvolvimento e implementação da formação, no caso da

formação imediatista e utilitarista, tem uma duração muito reduzida e tem um carácter

pontual, pois, como já foi referido, acontece, na maioria das vezes, quando é introduzido

um novo equipamento. É uma formação administrada em horário laboral e têm um

conteúdo prático e técnico, portanto, trata-se de uma aprendizagem em posto de trabalho

com base na pedagogia do concreto. Neste tipo de formação, o enfoque é colectivo, isto

é, um grande número de pessoas, sem ter em conta as características do público-alvo e

o formando tem um papel passivo, ou seja, de mero receptor de informação.

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No que se refere, à formação desenvolvimentista e estratégica, pode ter uma

duração variada, pode ser administrada em horário laboral ou pós-laboral, sendo que o

seu conteúdo pode ter um carácter técnico, prático, comportamental/relacional ou

teórico. Logo, pode ser administrada em local de trabalho, em sala de aula ou em

alternância de locais.

Trata-se de uma formação, na qual o formando tem um papel activo e pretende-

se que o grau de transferência do que é aprendido para o posto de trabalho seja elevado,

de forma a cumprir com os objectivos da mesma e colmatar as necessidades que

existiam. A formação deste tipo conduz sempre a um diploma de frequência que tem

legitimidade interna e externa.

Portanto, trata-se de um tipo de formação que pretende que o individuo se sinta

motivado, integrado, valorizado e reconhecido e para tal desenvolvem-se acções de

acompanhamento.

Integrado neste tipo de formação podemos falar do conceito de High-Impact

Learning (HIL) de Brinkerhoff e Apking.

As organizações que promovem oportunidades de formação e desenvolvimento

tendem a ser as eleitas dos trabalhadores, nomeadamente, quando falamos de

trabalhadores que estão nos quadros das empresas, enquanto, que as organizações que

não têm tanto em consideração essas oportunidades são menos competitivas e atractivas,

não conseguindo manter os trabalhadores altamente qualificados. Mas esta vantagem da

formação não é a razão mais importante pela qual as organizações suportam as

formações nem é a preocupação central para a aprendizagem de alto impacto – High-

Impact Learning (HIL).

Para perceber este conceito de HIL, é necessário perceber, também, o conceito

de transferência, ou seja, a capacidade de transferir os conhecimentos adquiridos na

formação para o posto de trabalho.

O conceito de tranferência na área da formação, remete para a capacidade de transferir

os conhecimentos e competências adquiridos nas acções de formação para o contexto

laboral, nomeadamente, para melhor o desempenho no trabalho (Brinkerhoff; Apking

2001:8).

Para explicar este conceito e demonstrar como se aplica no quadro da

Aprendizagem de Alto Impacto - HIL- Brinkerhoff e Apking (2001:9) ilustram com o

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exemplo dos “Três Formandos”, sendo que todos têm uma visão diferente da formação

e da sua ligação com o seu trabalho.

Assim sendo, o primeiro formando não percebe a relação entre a formação e o

seu trabalho. A formação para este trabalhador é apenas um código de conduta e só a

frequenta porque assim o disseram. Logo, não é um instrumento para melhorar o seu

desempenho. Está aqui presente uma lógica utilitarista da formação, como foi explicado

anteriormente.

Já o segundo formando, tem uma probabilidade alta de aplicar as novas

competências no seu trabalho, contudo, não há uma compreensão crítica da relação

entre a formação e o trabalho e como pode obter melhor resultados com essa relação.

O terceiro formando demonstra uma compreensão clara e estratégica do seu

trabalho e consegue perceber a forma como o mesmo está ligado aos objectivos da

organização, assim como, consegue perceber que as novas competências podem ser

aplicadas no trabalho e desta forma contribuir para atingir os objectivos. Está aqui

patente uma lógica desenvolvimentista da formação.

Existe duas proposições fundamentais na perspectiva da Aprendizagem de Alto

Impacto, sendo a primeira a táctica e a segunda a estratégica (Brinkerhoff; Apking

2001:13).

Em termos estratégicos, a perspectiva da Aprendizagem de Alto Impacto,

pretende que a organização tenha capacidade de ter lucros com os investimentos

relativos à formação e aprendizagem. Além de pretender construir uma cultura

organizacional em que o formando do tipo três seja a regra e não a excepção.

O princípio mais importante do impacto da formação é ser considerada como um

instrumento para melhorar o desempenho dos trabalhadores e da organização, assim

como, a sua eficácia.

Esta ideia baseia-se na assumpção básica de que um trabalhador competente

tenderá a conseguir um desempenho melhor dos que os menos competentes. O impacto

da formação constitui-se como um beneficio para a organização, quando o

desenvolvimento das competências manifesta-se no melhoramento do desempenho no

trabalho. Esta ideia é a base da lógica fundamental da formação nas empresas.

O objectivo, a longo prazo, da formação é contribuir para os objectivos da

organização, assim como, contribuir para melhoria da satisfação dos clientes, reduzindo

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os custos, entre outros aspectos. Estes objectivos são alcançados com a melhoria do

desempenho dos trabalhadores.

Formandos que tenham poucas competências e/ou poucos conhecimentos,

devem participar em acções de formação e no final das mesmas devem ter adquirido

novas competências e conhecimentos de forma a aplicá-los no seu trabalho e daí ver

resultados positivos como, o melhoramento do próprio desempenho e por conseguinte o

melhoramento da produtividade, o que contribui para os objectivos globais da

organização e a satisfação dos clientes. (Brinkerhoff; Apking 2001:6)

Portanto, o caminho para uma formação com impacto faz-se através do

desempenho, ou seja, os novos conhecimentos e competências devem melhorar o

desempenho do trabalhador, caso contrário, a formação não produz impacto e o

investimento na mesma é um custo.

Existem excepções na lógica, anteriormente, explicada e por isso existe,

também, uma variedade de entendimentos no que compete ao impacto da formação. Por

vezes, o propósito das formações é criar a capacidade para agir mediante as novas

realidades sem ter que, necessariamente, usá-las para melhorar o seu desempenho.

A formação, também, pode ser vista, primeiramente, como um beneficio sem ser

necessário aplicar as novas competências. Isto é, o impacto da formação passa por ela

ser considerada como um benefício, tal como é, um seguro de saúde (Brinkerhoff;

Apking 2001:7).

No entanto, a principal lógica da formação é a lógica da transformação da

aprendizagem em novas competências que serão utilizadas no trabalho e

consequentemente melhorarem o desempenho do trabalhador. As organizações

pretendem alcançar os objectivos do negócio, isto é, criar e manter uma posição

competitiva e criar valor.

A competição do mercado de trabalho, as rápidas evoluções tecnológicas do

mesmo não deixam alternativas. Por isso as organizações tendem a formar os seus

trabalhadores para melhorar o desempenho dos mesmos e atingir os objectivos da

própria organização (Brinkerhoff; Apking 2001:8).

A primeira aplicação do HIL é identificar a lógica da formação, isto é, fazer um

diagnóstico de necessidades de formação preciso e esclarecedor, para evitar

desentendimentos e expectativas ilusórias (Brinkerhoff; Apking 2001:8).

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Portanto, o impacto da formação ocorre, segundo Brinkerhoff e Apking

(2001:14), quando o formando, individualmente, ou a equipa em conjunto aprende algo

de novo nas acções; quando consegue desempenhar algumas tarefas do seu trabalho de

forma mais eficiente e melhorar o desempenho para alcançar os objectivos da empresa.

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Capítulo III

A Satisfação e Motivação perante o Trabalho.

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1.Satisfação e Motivação face ao Trabalho

A Satisfação no trabalho constitui um dos temas abordados com maior realce

na literatura organizacional. Efectivamente, poucos são os manuais relacionados com o

trabalho e as organizações que ignoram tal tema. Como afirma Spector (1997), esta é a

variável mais frequentemente estudada no que diz respeito ao Comportamento

Organizacional. Neste relatório, em concreto, torna-se um tema fulcral na medida em

que nos ajudará a explicar as variáveis de satisfação e motivação face ao trabalho dos

trabalhadores da Martifer SGPS S.A., que frequentaram e concluíram o processo de

Reconhecimento, Validação e Certificação de Competências, numa fase posterior de

análise dos inquéritos administrados aos mesmos.

Muitas são as razões apresentadas para explicar o interesse dos investigadores

em estudar este tema, contudo Pina e Cunha et al (2003) resumem essas razões a dois

pontos essenciais:

• A satisfação é um dos mais importantes resultados humanos do trabalho;

• Sempre tem sido associada, ainda que muitas vezes implicitamente, ao

desempenho, o que equivale a esperar que trabalhadores mais satisfeitos

produzam mais.

Actualmente, a pesquisa neste domínio da relação satisfação-produtividade

mostra que existe uma relação positiva, entre as duas variáveis, mas não passa de uma

relação fraca (Neves, 1998).

Muitas têm sido as definições de satisfação com o trabalho, propostas pelos

investigadores, enfatizando diversos aspectos do construto. Spector (1997) propõe-nos

que a satisfação com o trabalho é “simplesmente como as pessoas se sentem com os

seus trabalhos e com diferentes aspectos dos mesmos” (1997:2). Para este autor, a

satisfação laboral é uma variável atitudinal, pois comporta uma componente afectiva,

cognitiva e comportamental.

A mais conhecida definição de satisfação é a de Locke (1976) que a

caracteriza como a resposta afectiva ao trabalho “Um estado emocional positivo ou de

prazer, resultante da avaliação do trabalho ou das experiências proporcionadas pelo

trabalho” (Locke, 1976, cit. por Pina e Cunha et al., 2003:127).

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Segundo Alcobia (2001, cit. por Cordeiro e Pereira, n.d.5), Na definição de

satisfação no trabalho, deve ter-se em consideração aspectos como:

a) A especificação de processos psicológicos, que constituem a experiência

subjectiva da satisfação no trabalho, que nos remete para o domínio das atitudes;

b) A identificação de características associadas ao trabalho que produzem essas

diversas experiências subjectivas de satisfação.

1.1. Modelos de Satisfação no Trabalho

O estudo da satisfação poderá ser agrupado em torno de três grandes de

modelos:

• Modelos Centrados no Indivíduo – Procuram identificar as influências

disposicionais mais ligadas à satisfação;

• Modelos Centrados na Situação – Analisam as relações entre o contexto ou

ambiente de trabalho e os níveis de satisfação;

• Modelos Centrados nas Interacções – Investigam o modo como a (in)satisfação

pode ser explicada pelo graus de (des)ajustamento entre as características

individuais e as situações.

Seguidamente passamos a explicar, mais detalhadamente, cada grupo de modelos.

1.1.1. Modelos Centrados no Indivíduo

Lima et al. (1994, cit. por Cordeiro e Pereira, s.d.) especificam dois grupos de

variáveis individuais, que ajudam a explicar a satisfação no trabalho. As características

individuais, que dizem respeito aos aspectos motivacionais ou dos valores intrínsecos ao

sujeito, e as características demográficas dos trabalhadores.

Neste contexto, podemos afirmar que as diferenças individuais se referem a

variáveis como o locus de controlo, o afecto positivo ou negativo, a necessidade de

5 Esta fonte bibliográfica foi retirada da Internet a 3 de Janeiro de 2010, mas não há referências, no site, da data em que o artigo foi elaborado.

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crescimento psicológico, entre outros. Por outro lado, as variáveis demográficas

compreendem por exemplo o sexo, idade, nível de escolaridade e antiguidade.

A este nível, algumas conclusões têm sido retiradas das investigações que são

realizadas. Em relação ao nível hierárquico, trabalhadores pertencentes a um nível

hierárquico superior apresentam maiores níveis de satisfação, em comparação com os

pertencentes a níveis hierárquicos inferiores.

Os indivíduos pertencentes a escalões etários mais baixos demonstraram um

nível de satisfação menor em relação ao apresentado por indivíduos de escalões etários

intermédios (Almeida & Figueiredo, 2002, cit. por Cordeiro e Pereira, n.d.).

De uma forma geral, as conclusões dos estudos realizados no âmbito de

modelos centrados no indivíduo, parecem apontar a insuficiência dos factores pessoais

para a explicação da satisfação com o trabalho (Pina e Cunha et al., 2003). Posto isto,

considera-se importante recorrer a investigações que introduzam os factores

situacionais.

1.1.2. Modelos Centrados na Situação

Estes modelos preconizam que as características da situação são o principal

determinante da satisfação percebida. Muitas têm sido as variáveis identificadas como

influenciadoras da satisfação, como por exemplo o clima organizacional e

características do trabalho, como a variedade do trabalho que se realiza, a identidade, a

autonomia, o significado e o feedback que o trabalhador recebe (Pina e Cunha et al.,

2003; Cordeiro & Pereira, n.d.).

Este problema começou a ser estudado de forma aprofundada por Herzberg

(1959) e que deu origem à sua Teoria Bifactorial dos factores higiénicos e factores

motivacionais. Esta teoria consistia basicamente na tese de que a satisfação e

insatisfação laboral provêm de fontes distintas. Desta forma, a insatisfação laboral está

relacionada com as condições envolventes do trabalho ou seja, condições físicas do

trabalho, o salário, a segurança, a qualidade da supervisão recebida, as políticas da

organização e as relações sociais no trabalho. Por esses factores prevenirem a

insatisfação, Herzberg denominou-os de Factores Higiénicos ou de Manutenção. Em

contrapartida, factores relacionados mais directamente com o trabalho que

desempenhavam os trabalhadores, como a natureza dos trabalhos e tarefas, o sucesso, as

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oportunidades de promoção, o reconhecimento por parte da chefia, maiores

responsabilidades e as oportunidades de crescimento pessoal, parecem estar associados

a trabalhadores satisfeitos. Por isso mesmo, receberam o nome de Motivadores (Poza,

2001).

1.1.3. Modelos Centrados nas Interacções

A perspectiva que coloca ênfase nas interacções entre situações e factores

individuais como determinantes da satisfação parece constituir uma solução promissora

para apaziguar o debate entre situacionistas e personalistas.

Nestes modelos, o comportamento não é visto como controlado internamente

nem externamente, mas antes como o resultado da confluência de factores internos e

externos (Schneider, 1983, cit. por Pina e Cunha et al., 2003). Desta forma, este autor

específica:

O conceito de coerência substitui o de consistência, sugerindo que o

comportamento humano não deve ser entendido com base no critério de

consistência (seja ela entendida de modo absoluto ou relativo), mas a partir da

ideia de coerência. Ou seja, as pessoas podem ter comportamentos

inconsistentes de uma situação para outra, e contudo continuarem a ser

previsíveis, porque se trata de comportamentos coerentes para aquela pessoa –

esta referência pode resultar por exemplo da “força” das situações;

O comportamento não deve ser entendido como resultado directo das situações,

uma vez que as situações são avaliadas de forma particular, por cada indivíduo.

Posto isto, esta perspectiva assenta na ideia de que se se pretende explicar a

situação, torna-se difícil ou impossível, separar as pessoas das situações. Com efeito,

parece necessário estudar as pessoas em situação (Pina e Cunha et al., 2003).

2.Teorias da Satisfação com o Trabalho

As teorias da satisfação com o trabalho procuram explicar como e porquê as

pessoas estão mais ou menos satisfeitas com as funções que desempenham num

contexto de trabalho, examinando este conceito sob diversos ângulos.

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Seguidamente apresentamos seis teorias que tentam encontrar uma explicação

teórica para a satisfação com o trabalho. Convém notar que estas explicações não

garantem uma indiscutível confirmação empírica, contudo, para compreensão do tema,

consideramos que lhes devemos fazer referência.

2.1. Teoria da Realização (Fulfilment)

Esta teoria, preconizada por Schaffer (1953), foi a primeira tentativa de

compreensão da satisfação laboral. Deste modo, o autor afirma que a satisfação no

trabalho varia directamente com o facto e na medida em que as necessidades individuais

que podem ser satisfeitas estão de facto a sê-lo. Também Vroom (1964, cit. por Neves,

1998) encara a satisfação organizacional em termos da medida em que o trabalho (Job)

proporciona à pessoa recompensas (outcomes) que são valorizadas, isto é, se têm uma

valência positiva.

Mais tarde, surgem algumas investigações que mostram que a satisfação dos

indivíduos é função daquilo que recebem e do que sentem que deveriam receber (Locke,

1969, cit. por Neves, 1998).

2.2. Teoria da Discrepância

Segundo esta teoria, Katzell (1964, cit. por Neves, 1998) aponta para o facto

de a satisfação ser determinada pelas diferenças entre as recompensas que a pessoa

recebe e outro nível de recompensas possível. Nesta perspectiva, Locke (1969, cit. por

Neves, 1998) realça que o que é importante é a discrepância sentida ou percebida e não

a discrepância efectiva. Em suma, podemos afirmar que a satisfação e a insatisfação

ocorrem em função da relação percebida entre o que a pessoa pretende das

tarefas/funções e o que sente que lhe é oferecido (Neves, 1998).

2.3. Teoria da Equidade

Para a Teoria da Equidade, a satisfação é determinada pelo balanceamento dos

investimentos (inputs) e das recompensas (outcomes). O grau de satisfação é o resultado

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da relação percebida entre o que a pessoa investe no trabalho e o que dele recebe em

troca.

Quando o que a pessoa recebe não é igual ao que merece (de acordo com o que

investiu), sentir-se-á insatisfeito. Desta forma, se alguém investe no trabalho e recebe

mais do que seria de esperar, sente-se culpado; por outro lado, se recebe menos do que

merece sente-se injustiçado.

Esta avaliação da justiça do balanço entre inputs e outputs ocorre por

comparação com os outros (Neves, 1998).

2.4. Teoria das Facetas

Esta teoria proposta por Lawler, em 1973, advém das teorias da equidade e da

discrepância. O seu autor afirma que são os mesmos processos psicológicos que operam

na determinação da satisfação com o trabalho.

Deste modo, existe satisfação quando há acordo na percepção de um indivíduo

no que respeita ao nível de recompensas que recebe, tendo em conta o somatório da

satisfação em relação à faceta, consoante a importância que essa faceta tem para a

pessoa. Isto é, para cada faceta (remuneração, supervisão, trabalho em si, etc.) a

satisfação é determinada pela diferença entre as recompensas e as que sente que deveria

receber.

Esta teoria aproxima-se da teoria da equidade na forma como explica a

avaliação da justiça das recompensas. Também para esta teoria existe uma comparação

com os inputs e outcomes dos outros.

2.5. Teoria da Comparação Social

A satisfação, neste caso, é determinada pela diferença entre aquilo que um

indivíduo quer (standard pessoal) e o que recebe do emprego. Neste caso, a satisfação

com o trabalho é vista como uma necessidade de realização (Porter, 1962, cit. por

Neves, 1998).

Neste sentido, o indivíduo compara-se com os outros, ao nível dos sentimentos

de satisfação, isto é, aqui já não se compara tanto o que se recebe, mas os sentimentos

de satisfação ou insatisfação, em situações idênticas de trabalho (Neves, 1998).

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45

2.6. Teoria do Processo Oponente

Esta teoria leva-nos para um processo determinado fisiologicamente. Nesta

situação, a causa da satisfação tem um carácter psicológico e envolve o Sistema

Nervoso Central (Landy, 1978, cit. por Neves, 1998).

A explicação encontrada pelos autores desta teoria postula que existe um

processo de oposição no relacionamento dos indivíduos com as emoções, ou seja, as

emoções extremas (positivas ou negativas) são vistas como prejudiciais ao indivíduo,

pelo que existem mecanismos psicológicos que contrariam essa tendência, levando-os

de novo para estados neutrais, com o intuito de proteger a pessoa.

A Teoria do Processo Oponente sugere que o grau de satisfação se mantém

inalterado, mas que o processo oponente se torna cada vez mais forte. Por esta razão, a

exposição prolongada dos trabalhadores à mesma função produz um efeito de

monotonia.

Como afirma Neves (1998) não existe uma teoria integrativa que explique as

diferentes componentes da satisfação com o trabalho, pois é muito difícil obter

conclusões significativas e definitivas devido à complexidade metodológica da pesquisa

empírica.

3.Teorias da Motivação

Um dos grandes desafios de qualquer organização é motivar e incorporar os

indivíduos na organização, isto, partindo de um pressuposto que existe um conjunto de

procedimentos que levam os indivíduos a participarem de forma voluntária na

organização. Por isso, um bom gestor deve ser capaz de motivar os indivíduos e fazer

corresponder os objectivos e aspirações das pessoas com os objectivos e aspirações da

organização. Logo, o grande desafio da sociologia do trabalho e das organizações é

perceber esta capacidade de motivação.

Desta forma, a motivação depende de variáveis macro, que remetem para a

própria organização, para as características do próprio trabalho e as tarefas associadas

ao mesmo e variáveis micro que nos remete para o nível individual, para as habilidades,

interesse, atitudes e necessidades do indivíduo.

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46

Desta forma, a motivação no campo laboral traduz-se na vontade que o

individuo tem de se esforçar para atingir os objectivos organizacionais e por

conseguinte satisfazer uma determinada necessidade individual.

Ora, a motivação envolve, sempre, alguns elementos que são: o estímulo para

desenvolver determinada acção, a acção e esforço, a persistência durante algum tempo

dessa motivação e a recompensa que irá reforçar a motivação.

Por isso, a motivação em qualquer comportamento humano representa o esforço

que o indivíduo faz para alcançar uma determinada meta ou objectivo, logo, não há

motivação, sem meta.

É importante referir que existem três aspectos importantes inerentes à

motivação: necessidades, impulsos e incentivos.

Por conseguinte, há vários tipos de necessidades, sendo que a necessidade

significa uma carência interna por parte do indivíduo como, por exemplo, a fome, a

sede, a solidão e etc. Do ponto de vista biológico e psicológico, o organismo tende a

estar em equilíbrio, logo, quando o indivíduo sente alguma carência, esse equilíbrio

entra em ruptura, o que faz surgir, então, a necessidade de estar em equilíbrio, ou seja, a

ruptura do equilíbrio origina uma tensão no indivíduo e estimula o desenvolvimento de

uma acção no sentido de reduzir essa necessidade.

Assim, a necessidade para ser colmatada, precisa do impulso para acção que terá

como objectivo reduzir essa mesma necessidade sendo que o incentivo, que geralmente

é exterior ao indivíduo, encontra-se no final do processo e corresponde à satisfação da

necessidade.

Para melhor explicar este tema, é necessário, abordar algumas teorias sobre a

motivação, sendo que estas dividem-se em: Teorias de conteúdo com algumas teorias

como, a Hierarquia das necessidades de Maslow, e o Modelo Bifactorial de Frederick

Herzberg: Teorias de Processo, dentro da qual irei explicar a Teoria da Equidade e a

Teoria de Reforço.

Page 60: Resumo - Repositório Aberto · RVCC Secundário em 2008_____82 Tabela 4: Opções de inscrição no CNO no processo de RVCC Secundário em 2008_____82 Tabela 5: Caracteristicas sociodemográficas

47

3.1.Teorias de Conteúdo da Motivação

3.1.1.Hierarquia das �ecessidades

A Teoria da Hierarquia das Necessidades de Maslow é, sem dúvida, a teoria da

motivação mais conhecida. Esta teoria assenta em dois pressupostos fundamentais: as

pessoas são organismos motivados pelo desejo de satisfazer determinado tipo de

Necessidades e essas necessidades são universais e dispõem-se de forma sequencial ou

hierárquica. Ou seja, só quando todas as necessidades tidas como inferiores estiverem

satisfeitas é que o indivíduo se sentirá motivado a satisfazer uma necessidade de nível

superior.

Assim, Maslow distingue cinco níveis de necessidades: as necessidades

fisiológicas; as necessidades de segurança; as necessidades sociais ou afectivas; as

necessidades de estima e as necessidades de auto-realização. Sendo que, segundo

Maslow, as necessidades de ordem superior ou secundárias, que são satisfeitas

internamente são: as necessidades sociais ou afectivas; as necessidades de estima e as

necessidades de auto-realização ou secundárias, e as de ordem inferior ou primárias, que

são satisfeitas externamente, são as necessidades fisiológicas e de segurança. Quando

se aplica a teoria de Maslow às organizações, verifica-se que na maioria dos casos se

encontram satisfeitas as necessidades de nível inferior, o mesmo não se pode afirmar

relativamente às necessidades de ordem superior.

De facto, muitas organizações possibilitam apenas parcialmente a resolução das

necessidades humanas de ordem superior. As organizações devem proporcionar as

Oportunidades de tal forma que os seus colaboradores percepcionem o trabalho como

um elemento central da sua própria identidade, uma vez que, como é sabido, o trabalho

contribui para a construção de uma identidade pessoal positiva.

3.1.2. Modelo Bifactorial

Segundo, Frederick Herzberg esta teoria parte da constatação de que, enquanto

as experiências positivas relatadas pelos sujeitos se relacionam com o conteúdo do

trabalho, as experiências negativas relacionavam-se com o contexto do trabalho, ou seja,

os factores responsáveis pela satisfação não eram os mesmos factores que eram

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responsáveis pela insatisfação, logo, a satisfação decorria do trabalho em si mesmo,

isto é, dos factores intrínsecos que estão relacionados com a satisfação, e designam-se

por factores motivacionais (oportunidades de promoção; oportunidades de

desenvolvimento; pessoal; reconhecimento; responsabilidade; sucesso e conteúdo do

trabalho); já os factores extrínsecos, não geram satisfação, e são segundo, Herzberg, os

factores higiénicos ( qualidade da supervisão; pagamento; políticas de gestão; condições

de trabalho; relações com os outros e segurança no trabalho).

Assim, segundo Herzberg, os factores higiénicos eliminam a insatisfação, mas

não provocam a motivação, enquanto que os factores motivacionais geram a motivação,

mas não eliminam a insatisfação.

Simplificando, os factores motivacionais relacionam-se com a motivação no

trabalho: os colaboradores estarão motivados se lhes forem atribuídas tarefas

verdadeiramente interessantes e ricas em termos de conteúdo. Na ausência destes

factores, o indivíduo não estará motivado. Os factores higiénicos relacionar-se-ão com a

satisfação no trabalho: independentemente do grau de motivação do sujeito, ele poderá

estar ou não satisfeito com as condições que lhe são propostas. Um colaborador sentir-

se-á satisfeito se vir realizados os factores higiénicos.

Em suma, o indivíduo sente-se motivado no seu trabalho, se se der importância

aos factores motivacionais.

3.2 Teoria de Processo da Motivação

3.2.1. Abordagem da Equidade

Esta abordagem tem subjacente a avaliação que o indivíduo faz sobre a equidade

da recompensa que recebe por comparação a outros indivíduos no mesmo local de

trabalho. Sendo isto que influencia a motivação, desempenho e satisfação que o

indivíduo sente face ao seu trabalho. Para esta abordagem há dois tipos de equidade: a

equidade interna face a organização e a equidade externa face à mesma. Na primeira o

indivíduo compara-se com outro elemento dentro da própria organização, na segunda o

indivíduo compara-se a elementos que estão fora da organização.

A comparação face ao outra, é uma razão que pode levar ao ou aumento ou

diminuição da motivação do indivíduo para trabalhar. Assim, aqueles que se consideram

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não recompensado pelo seu trabalho desenvolvem uma atitude de não motivação face ao

seu trabalho o que constitui um problema para a organização. No entanto, quando se

desenvolve um raciocínio em que o indivíduo percebe que a sua relação com o trabalho

é igual à dos outros indivíduos, então, há uma relação de equidade.

No caso de não existir equidade na organização, surge a iniquidade que pode ser

dividida em iniquidade positiva e iniquidade negativa, sendo que esta ultima é sentida

pelo indivíduo quando ele se considera com uma remuneração inferior àquela que ele

desejava pelo trabalho que executa, ou sejam, considera que os outros fazem o mesmo

trabalho mas auferem um salário maior. Isto pode levar a que o indivíduo reduza o

esforço do trabalho, produza menos e/ou diminua a qualidade do seu trabalho. Todas

estas opções podem trazer aspectos negativos não só para a empresa como também para

o indivíduo.

3.3. Teoria de Reforço

Esta teoria está associada ao psicólogo Skinner e é uma teoria que exclui a

motivação interna e encara o comportamento do individuo como uma resposta a um

estímulo, isto é, a uma situação. Se as consequências que advierem desse

comportamento forem positivas, o indivíduo tenderá a dar respostas semelhantes no

futuro, sendo que o contrário se passará se as consequências forem negativas, ou seja, o

indivíduo mudará o seu comportamento de forma a evitar as consequências negativas.

Pode-se dizer, portanto, que esta teoria é baseada na “lei do efeito”.

Desta forma, numa empresa, pode-se mudar o comportamento do indivíduo,

recorrendo a esta teoria como, por exemplo, um indivíduo que não é pontual no horário

de entrada no seu trabalho, pode passar a sê-lo , se os seus superiores o elogiarem

sempre que este chegue a horas.

Por conseguinte, o comportamento do indivíduo pode ser modificado através de

quatro métodos: o reforço positivo, que consiste no encorajamento de comportamentos

desejados; o aprendizado da abstenção, ou seja, os empregados mudam o

comportamento para evitarem críticas ou uma avaliação negativa; a extinção, isto é, a

ausência de reforço e a punição, que remete para a aplicação de consequências negativas

quando o comportamento do empregado é desfavorável.

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Capítulo IV

Apresentação da Organização Acolhedora e

Justificação da Metodologia Escolhida

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1.Apresentação do Estudo: Objecto de Estudo e Objectivos de Pesquisa

O objecto de estudo deste trabalho recai sobre os adultos certificados pelo CNO

(Martifer Inovação e Gestão), a partir do processo de RVCC por via de uma avaliação

dos seus efeitos nas dimensão individual, laboral, educativa e formativa e, também,

social e comunitária, bem como sobre o CNO enquanto estratégia de capacitação da

organização.

As questões de pesquisa que orientaram este relatório e foram o fio condutor de

todas as temáticas aqui retratadas são as seguintes:

1. Qual a importância que o Centro de Novas Oportunidades tem para a estratégia

da empresa?

2. Qual o impacto que a frequência e a obtenção de certificação, através do CNO

MIG, tem no adulto certificado? Sente-se mais satisfeito? Valorizado

profissional e pessoalmente? Têm expectativas em termos de desenvolvimento e

progressão no âmbito da empresa?

Neste relatório, pretendeu-se, até ao momento, cumprir os seguintes objectivos

teóricos: efectuar uma análise macro desta temática ao tentar relacionar a educação e

formação de adultos com as estratégias de formação e aprendizagem das empresas;

demonstrar o papel social das empresas e a sua responsabilidade enquanto lugar

pedagógico. Além de perceber a pertinência de uma concepção de empresa como

espaço de socialização e de aprendizagem, pretende-se demonstrar que uma empresa

encarada como espaço de socialização e aprendizagem pode aumentar os níveis de

satisfação e motivação dos seus trabalhadores.

Em termos de objectivos empíricos, estes recaem sobre uma componente micro

na medida em que reflectem sobre dimensões específicas do indivíduo como as

questões da motivação e satisfação dos adultos que frequentaram o CNO Martifer

Inovação e Gestão e analisar o centro como componente da estratégia da organização

em termos de questões dos RH.

De forma, a tornar a análise mais clara, sustentamos as seguintes hipóteses, que

serão confirmadas ou infirmadas através da análise do inquérito por questionário dos

adultos certificados :

• O processo de RVCC, enquanto modalidade de educação e formação de adultos,

promove uma maior satisfação e motivação na execução do trabalho;

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52

• O processo de RVCC promove uma maior predisposição pela

participaçãoposterior em iniciativas de educação e formação;

• O processo de RVCC promove a aquisição e melhoria de conhecimentos,

aptidões e competências;

• O processo de RVCC promove o desenvolvimento e enriquecimento pessoal dos

sujeitos.

Através das entrevistas semiestruturadas, pretendemos confirmar, ou não, a

seguinte hipótese:

• O CNO Martifer Inovação e Gestão é um instrumento na estratégia de gestão

de RH da empresa e na capacitação da mesma.

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2. Evolução da Organização6

A Martifer nasceu como sociedade por quotas em Fevereiro de 1990, com um

capital social de 22.250€ (4.500 contos), sedeada na zona industrial de Oliveira de

Frades, onde se situa até à actualidade, e onde iniciou a sua actividade no sector das

estruturas metálicas. No ano de 1995, a Martifer dá início ao processo de certificação

de Sistemas de qualidade: Modelo de garantia da qualidade na produção, instalação e

assistência pós-venda, pela norma �P E� ISSO 9002. Este processo terminou em

Novembro de 1997, ao ser atribuído o certificado APCER �.º 97/CEP579.

A empresa torna-se uma sociedade anónima a 26 de Maio de 1998, o que alterou

a estrutura accionista da mesma. Neste seguimento, o capital social da empresa passou a

ser detido pela Martifer (MTO SGPS) e pela Engil SGPS, sendo que, em 2001,

passaram a ter posições igualitárias.

Deu início ao processo de internacionalização, em Novembro de 1999, a

Martifer cria uma sociedade comercial em Espanha, e desta forma, conseguir afirmar

uma posição de referência na área da construção metálica nesse país.

Entre 1996 e 1999, as estruturas em inox e alumínios respectivamente,

assumem-se como produtos líderes dentro da empresa. Em 2002, “A Martifer

Alumínios obtém a certificação pela APCER de acordo com a norma �P E� ISSO

9001:2000. Actualmente, a empresa é certificada pelo sistema de gestão integrado de

qualidade, segurança e ambiente de acordo com as normas �P E� ISSO 9001:2000, �P

E� ISSO 14001:1999 e OHSAS 18001:1999.” 7

Também, neste ano, a Martifer Construções Metalomecânicas implementa o

Sistema de Gestão de Qualidade pela norma ISO 9001:2000 e em 2003, de acordo com

as normas �P 9001:2000 e OHSAS 18001:1999, obtêm a certificação pelo sistema de

gestão integrado de qualidade, segurança e ambiente.

O processo de internacionalização da Martifer continua a desenvolver-se e, em

Fevereiro de 2003, cria-se a unidade industrial em Gliwice na Polónia, sendo que inicia

a sua actividade no segundo semestre.

No ano de 2004, a Martifer dá os primeiros passos no sector dos equipamentos

6 Fonte: Relatório de Contas de 2008 da Martifer Group, disponível no Anexo 7 7 Fonte: Relatório de Contas,2008, p.12

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para energia renovável através da Martifer Energia. A actividade desta empresa prende-

se com o fabrico de torres metálicas para aerogeradores éolicos e está instalada na zona

industrial de Oliveira de Frades. Esta empresa inicia o processo de implementação de

um sistema de gestão integrado de qualidade, segurança e ambiente de acordo com as

normas �P E� ISO 9001:2000, OHSAS 18001:1999 e �P E� ISO 14001:1999,

respectivamente.

A Martifer construções metalomecânicas alarga o seu mercado na Europa

central, abrindo delegações na Roménia, República Checa, Eslováquia e Alemanha, no

ano de 2005. É também neste ano que se iniciam os investimentos na área da

Agricultura e Biocombustíveis, tendo como pano de fundo a produção agrícola de

sementes aleaginosas em países como o Brasil e o início da construção de uma unidade

de produção de biodiesel com capacidade de 100 mil toneladas por ano.

Ainda no decorrer deste período de 2005, a Martifer passou a deter acções da

empresa Repower Systems AG, sendo esta uma importante empresa alemã e das

maiores produtoras mundiais de equipamentos para energia eólica. A sua participação

financeira nesta empresa é de 25,4%.

Em Junho do mesmo ano, é constituída a Repower Portugal, tendo como objecto

social a construção de parques eólicos, assistência e assemblagem de aerogeradores.

Outra sociedade é criada em Agosto de 2005 designada de M Energy (actual Martifer

Renewables), por forma a centralizar a gestão de todas as actividades na área das

energias renováveis.

No ano de 2006, através da Martifer Energia, constitui-se a sociedade Power

Blades que produz equipamentos em fibra para energia eólica.

No mesmo ano, em Maio, constitui-se a Martifer Solar tendo na sua base a área

de negócios de equipamento para energia , com o objecto social de projecto, concepção,

fabrico e instalação de painéis solares.

No que compete à Martinox, em 2006, obtêm a certificação no Sistema de

Gestão da Qualidade, segundo a norma NP EN ISSO 9001:2000 pela APCER. Além de

que inicia-se a produção da unidade industrial de produção de monoblocos.

Em Agosto de 2006, a actividade de construção de fachadas em alumínio da

Martifer Alumínios é expandida para a Polónia. Outra área que, em Setembro de 2006,

expandiu-se para a países da Europa Central - Polónia, Roménia e Eslováquia - foram

as energias renováveis.

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55

No mesmo ano, a Martifer assina um Protocolo de Cooperação com a

Universidade de Aveiro e o Ministério da Economia e Inovação para a criação de um

Centro de Investigação e Desenvolvimento em energias renováveis.

Ainda em 2006, a Martifer recebe o primeiro prémio de excelência pela

promoção de novas áreas de investimento e negócio, atribuído pela Câmara de

Comércio e Indústria da Roménia, além de ser classificada como a 9ª melhor empresa

para trabalhar em Portugal, pelo Great Places to Work Institute.

No início do ano de 2007, foi lançada uma oferta pública de aquisição (OPA)

pela Areva (maior accionista individual da Repower Systems AG, actual Repower) de

forma a adquirir o total do capital juntamente com a Suzlon sobre a Repower, acabando

por ser uma operação de sucesso. No entanto, em 2009, a Martifer vende a sua

participação na Repower à Suzlon por 270 milhões de euros.

Em Janeiro de 2007, foi criada a Martifer Inovação Gestão que para além de

promover a Investigação, Desenvolvimento e Inovação dentro do grupo, engloba todos

os serviços partilhados do mesmo, permitindo uma maior flexibilidade e agilização de

processos dentro da organização. Assim sendo, os serviços englobados Martifer

Inovação e Gestão são os de gestão financeira , contabilidade e fiscalidade,

planeamento e controlo de gestão, central de compras, serviços jurídicos, sistemas de

informação e comunicação, formação, recursos humanos, gestão da qualidade segurança

e ambiente, desenvolvimento estratégico (fusões e aquisições), marketing, balanced

scorecard, rent-a-car, agência de viagens e investigação, desenvolvimento e inovação.

Actualmente existem nesta empresa cerca de 167 pessoas, mas o grande marco da

mesma aconteceu em 2008 com a implementação SAP, que tem a ver com sistemas,

aplicativos e produtos para Processamento de Dados, ou seja, é um software de gestão

de negócios.

Em Junho do mesmo ano, conclui-se a oferta pública inicial da empresa (IPO),

da qual conseguiu recolher 199 milhões de fundos através da oferta de 25 milhões de

acções, sendo que aos trabalhadores do grupo foram oferecidas 1,25 milhões de acções

com 10% de desconto, após o IPO a Martifer tinha 65 mil novos accionistas.

No mesmo ano, a Martifer recebeu o prémio Organic Grower of the Year 2007

pela A.T. Kearney “ Global Growth Assessement”. 8

8 Fonte: Relatório de Contas de 2008 da Martifer Group.

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Segundo o relatório de contas de 2008 da Martifer, os principais acontecimentos

de 2008 passam pela aquisição, em Janeiro, da Navalria por parte da Martifer Energy

Systems, com o intuito de desenvolverem equipamentos para energia das ondas.

Também em Janeiro, o Presidente e Vice-Presidente da Martifer, Carlos Martins e

Jorge Martins, venceram a segunda edição nacional do prémio atribuído pela Ernst &

Young, Entrepreneur of the Year 2007.

Em Fevereiro de 2008, além da assinatura do contracto programa para o

fornecimento de instalações de aproveitamento solar fotovoltaico, na Bélgica, com

Enfinity, a Martifer inaugura o primeiro protótipo de seguidor solar desenvolvido pela

Martifer Energy Systems, que se encontra na zona industrial de Oliveira de Frades.

No mês de Março, a Martifer Alumínio adquiriu uma posição de 80% da

actividade da Sassal, na Austrália, além de passar a controlar 60% do capital da Prio ao

adquirir mais 6,5% do seu capital.

Em Abril de 2008, e por questões estratégias a Martifer SGPS, S.A, modificou o

nome da Eviva para Martifer Renewbles.

No mês de Junho, assinou um Protocolo de Cooperação com a Agência Nacional

para a Qualificação e com o Instituto de Emprego e Formação Profissional para a

abertura do Centro Novas Oportunidades Martifer Inovação e Gestão. Passados dez

meses, 27 adultos, na sua grande maioria colaboradores do Grupo, recebem o

certificado de nível básico, 9º ano.9

Em Julho de 2008, a Martifer Solar conclui a implementação da instalação solar

fotovoltaica mais alta do mundo na Torre de Cristal em Madrid, sendo que em Agosto a

Martifer Renewables adquiriu 55% da Ventania, uma empresa brasileira dedica à

promoção de projectos de geração eléctrica a partir de fontes eléctricas renováveis.

Em Outubro, a Martifer Energy Systems deu a conhecer a Home Energy, na

qual tem uma participação de 41,25%, actuando na área de certificação energética de

edifícios e na micro-geração energética de energia, através da instalação de painéis

solares.

No último mês de 2008, inicia-se a produção nas unidades industriais de

componentes para parques eólicas, de modelos fotovoltaicos e de assembelagem de

aerogeradores.

9 Press Release Martifer de 18 de Maio de 2009, disponível no Anexo 8.

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A estratégia da Organização10 como foi possível de verificar pela sua evolução,

passa pela internacionalização das várias áreas de negócio do grupo e solidificação da

posição de liderança no sector Europeu da construção metálica. Procura, igualmente,

tornar-se num dos principais playres no fornecimento de sistemas e equipamentos parar

energias renováveis.

Acompanhar as tendências do mercado global no desenvolvimento de activos de

produção de energia eléctrica é outro aspecto da estratégia da empresa. Pretende,

também, reforçar a aposta na áreas agrícolas como garantia de matérias-primas na

cadeia de valor dos biocombustíveis e promover a excelência operativa com o “know-

how” e a complementaridade dos negócios do universo Martifer.

Além de todos estes eixos, a sua estratégia, também, passa pelo fomento da

investigação e a inovação nos vários segmentos de negócio e na aposta nos recursos

humanos como elementos diferenciadores pelas suas políticas eficazes.

A missão da Organização11 é a criação de “valor através de colaboradores

competentes e motivados, satisfazendo as necessidades dos clientes e demais

stakeholders.”

Os valores da organização12, de acordo com o que está publicitado no seu sítio

da internet, resumem-se em sete palavras-chave: inovação, responsabilidade social,

paixão, excelência, talento, honestidade e confiança. Ou seja, ter a capacidade de

surpreender e acrescentar valor nas diferentes áreas nas quais o grupo se encontra

presente; agir de forma consciente no âmbito do desenvolvimento sustentável nas

dimensões económica, social e ambiental; empregar paixão e empenho em tudo o que é

realizado; atingir os objectivos ambiciosos que traçam com competência; dar aos

colaboradores as ferramentas necessárias para desenvolverem as suas aptidões e

conhecimentos; manterem as relações que estabelecem, de forma íntegra e ética, e estar

sempre mais além das expectativas dos stakeholders.

10 Fonte: http://www.martifer.pt/Group/PT/OurStrategy.html, acedido em 6 de Outubro de 2009. 11 Fonte: http://www.martifer.pt/Group/PT/OurVision.html, acedido em 6 de Outubro de 2009. 12 Fonte: http://www.martifer.pt/Group/PT/OurValues.html, acedido em 6 de Outubro de 2009.

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3.Apresentação e Justificação da Metodologia e Técnicas Escolhidas

No presente capítulo, temos por objectivo apresentar a metodologia de pesquisa

por nós utilizada, assim como, as técnicas de recolha de dados que, numa fase

posterior, servirão para testar ou refutar as hipóteses supracitadas e responder às

questões de partida.

Adopta-se, uma perspectiva de continuum metodológico que, segundo Creswell

(1994), se aproveita o melhor de cada paradigma. Assim, opta-se, por uma triangulação

metodológica, uma vez que se pretende cruzar métodos e técnicas. Mais precisamente

opta-se por cruzar métodos e técnicas com níveis diferentes, ou seja, técnicas referentes

tanto ao método intensivo como ao método extensivo.

Com a estratégia de triangulação pretende-se obter informação diversificada

sobre o objecto de estudo, um maior grau de validade de resultados obtidos e a

possibilidade de se fazer exercícios de comparação.

Ao nível metodológico recorre-se, portanto, ao paradigma qualitativo e

quantitativo, fazendo-se uma aposta na triangulação de métodos e técnicas. Assim

sendo, na sua base está uma lógica hipotético-dedutiva, na medida em que tem na sua

raiz uma intenção de confirmar ou infirmar as hipóteses elaborada à priori.

Há, portanto, uma proximidade a pormenores quantitativos na medida em que a

técnica privilegiada neste trabalho foi o inquérito por questionário. Este inquérito foi

administrado em contexto de sala aos adultos certificados internos de forma a perceber

os impactos aos níveis profissional e pessoal. O Inquérito foi formulado numa

linguagem clara adequada à população-alvo e aos seus níveis de escolarização. O

número de inquéritos foi definido de acordo com o número de adultos que concluíram o

processo RVCC escolar tendo sempre em conta, apenas, os colaboradores internos. A

partir do mesmo, medimos os conceitos abordados nas hipóteses teóricas.

Assim, a participação na educação e formação, a participação na vida social e

comunitária, a aquisição e melhoria de conhecimentos, aptidões e competências, a

satisfação e motivação no trabalho e o desenvolvimento pessoal constituem as variáveis

dependentes deste estudo, ou seja, as variáveis a explicar, sendo que o processo de

RVCC é a variável independente e explicativa de influência directa.

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Após a analise realizada das fichas de inscrição dos adultos (Ver no anexo 9, o

modelo da ficha de inscrição) certificados pode ser observado que a população tem 107

casos, dos quais 16 são subcontratados, 33 externos e 58 internos – o número de

internos é representante dos trabalhadores das fábricas do parque industrial de Oliveira

de Frades, ou seja, da Martifer Construções, Martifer Solar, Martifer Energia e Martifer

Alumínios - (Ver anexo 10). Desta forma, ficam excluídos os subcontratados e os

externos pois não vão de encontro ao objectivo deste relatório, na medida em que a

certificação deles não trará nenhum tipo de consequência para a organização. Portanto, a

população sobre a qual incidiu a administração dos inquéritos por questionário (Anexo

11) é de 58 casos, no entanto, este número ficou reduzido a 48 casos válidos na medida

em que alguns trabalhadores já não estavam a trabalhar na empresa ou estavam

deslocados em Angola.

Salientamos que não conseguimos, por motivos de agendamento e

incompatibilidade de horários devido aos turnos de trabalho dos inquiridos, administrar

os inquéritos aos 48 trabalhadores. Por isso a nossa análise incide sobre 30 inquéritos

administrados.

No que compete ao procedimento de recolha da informação, este ocorreu entre

Fevereiro e Março de 2010 no Centro de Novas Oportunidades Martifer Inovação e

Gestão. O primeiro contacto com os inquiridos foram realizados através do telefone de

forma a agendar as datas e os horários para a marcação da administração dos inquéritos.

Muitas vezes foi necessário várias tentativas de marcação, e remarcação de datas, na

medida em que os inquiridos trabalham por turnos o que dificultava esta tarefa. Em

alguns casos o contacto foi feito via correio electrónico, quando os números de telefone

disponíveis já não se encontravam atribuídos.

O questionário esta divido por temas e numa primeira estância temos a

caracterização sócio-demográfica do inquiridos com informações relativas ao sexo,

idade, estado civil, , concelho de residência nível de escolaridade obtido antes do

processo de RVCC e após o processo.

Em segundo lugar, faz-se uma caracterização do processo de RVCC para o

trabalhador, tentando-se perceber de que forma tiveram conhecimento do mesmo, como

se decidiram inscrever e a importância de alguns aspectos nessa decisão, assim como, as

estratégias de aprendizagem de cada indivíduo, como avalia o processo em termos de

Page 73: Resumo - Repositório Aberto · RVCC Secundário em 2008_____82 Tabela 4: Opções de inscrição no CNO no processo de RVCC Secundário em 2008_____82 Tabela 5: Caracteristicas sociodemográficas

60

duração, o grau de dificuldade que sentiram e o que mais e menos gostaram no

processo.

Em terceiro lugar, procura-se fazer um balanço pessoal e social dos indivíduos

após a certificação pelo processo de RVCC, percebendo a importância que o mesmo

teve em várias dimensões sociais e pessoais e na melhoria de conhecimentos e

competências.

Em quarto lugar, faz-se um balanço profissional e educativo dos inquiridos,

tentando perceber a importância que o processo de RVCC tem na vida profissional dos

indivíduos e se influência, ou não, nas decisões de voltar a estudar e/ou a frequentar

formações. Neste ponto, tenta-se perceber se houve alteração nas funções laborais dos

inquiridos e as expectativas que têm em termos de progressão de carreira.

Em quinto, e último lugar, faz-se um balanço global sobre o processo de RVCC

e se a participação do mesmo tem alguma influência no interesse que os inquiridos têm

ou não, de estarem mais informados e integrados na empresa, assim como, se sentem

mais motivados e satisfeitos nos seus trabalhos.

A análise dos dados foi realizada através do programa de estatística SPSS,

recorrendo-se à análise estatística descritiva.

No entanto, também existe uma proximidade ao paradigma qualitativo, na

medida em que se pretende utilizar como técnica a entrevista estruturada (Anexo 12),

que será aplicada às chefias directas dos adultos certificados de forma a perceber se no

posto de trabalho houve alguma alteração. A identificação das chefias foi realizada

através do sistema informático interno da empresa e por via de uma questão aberta e no

inquérito aos adultos certificados, as chefias directas destes trabalhadores e como tal, foi

administrado a 10 chefias directas, uma entrevista estruturada que permite perceber de

que forma estão informados sobre a existência de um Centro de Novas Oportunidades

no interior da empresa, como motivam os seus trabalhadores a frequentá-lo e se

valorizam a iniciativa do trabalhador frequentar o centro.

Optou-se por utilizar as entrevistas semiestruturadas com a coordenadora do

CNO, a directora do departamento de formação e directora dos recursos humanos, para

ter percepção dos diferentes ângulos no que compete à criação do CNO e à forma como

se relaciona com a estratégia da empresa.

A entrevista à Directora de Recursos Humanos teve lugar na sala da Directora de

RH da Martifer Inovação e Gestão, na parte da manhã do dia 9 de Fevereiro de 2010.

Page 74: Resumo - Repositório Aberto · RVCC Secundário em 2008_____82 Tabela 4: Opções de inscrição no CNO no processo de RVCC Secundário em 2008_____82 Tabela 5: Caracteristicas sociodemográficas

61

Foi realizada de acordo com um guião de entrevista (Ver anexo 13) que não era rígido,

ou seja, as perguntas foram alternadas consoante a evolução da entrevista.

A entrevista à Directora do departamento de formação foi realizada numa sala de

reuniões da Loja do Colaborador da Martifer Inovação e Gestão na tarde do dia 10 de

Fevereiro de 2010, a qual obedeceu a um guião de entrevista (Ver anexo 14) que não foi

seguido de forma regida, tal como o anterior.

Por último, a entrevista à coordenadora do CNO foi realizada numa sala de

reuniões da Loja do Colaborador da Martifer Inovação e Gestão, na manhã de dia 4 de

Março de 2010. Como todas as outras seguiu um guião de entrevista (Ver anexo 15)

flexível.

De forma a operacionalizar a realização da análise de conteúdo vertical das

entrevistas (Ver anexo 16), dividimos a análise por temáticas e cada uma delas por

diversas categorias de análise.

As entrevistas realizadas à Directora de RH da Martifer Inovação e Gestão à

Directora do Departamento de Formação da Martifer Inovação e Gestão e à

Coordenadora do CNO da Martifer Inovação e Gestão foram analisadas de acordo com

tendo em linha de conta as temáticas expostas no quando nº 3.

A análise, recolha e tratamento dos dados das entrevistas, foi facilitada pela

construção de grelhas de análise vertical, que facilitam a interpretação que os diferentes

entrevistados atribuem à temática em estudo, sendo que foi possível fazer uma análise

cruzada, isto é, uma comparação entre os entrevistados na medida em que muitos temas

abordados eram comuns a todos.

Neste sentido, foram realizadas três entrevistas às quais estava subjacente um

guião de entrevista pré-determinado. No entanto, tendo em conta a orientação

semidirecta da mesma houve liberdade para alterar ou formular novas questões, sempre

que considerassem necessário.

Este tipo de entrevista, não era portanto tão directiva, mas exigiu uma definição

prévia em categorias e posteriormente a formulação de questões que abarcassem essas

mesmas categorias temáticas.

As entrevistas foram analisadas vertical e horizontalmente, no entanto, e de

forma a perceber como funciona a Martifer Inovação e Gestão, optamos por analisar

parcialmente a entrevista á Directora de Recursos Humanos, enquanto que preferimos

Page 75: Resumo - Repositório Aberto · RVCC Secundário em 2008_____82 Tabela 4: Opções de inscrição no CNO no processo de RVCC Secundário em 2008_____82 Tabela 5: Caracteristicas sociodemográficas

62

utilizar uma análise horizontal como ponto fulcral deste capítulo, na medida em que

abordamos assuntos e temáticas transversais a todas as entrevistas.

Quadro nº 3 - Temáticas de análise das entrevistas

Directora de Recursos Humanos

Directora do Departamento de

Formação

Coordenadora do Centro Novas Oportunidades

Estratéfia de Gestão dos

RH

Factores competitivos da empresa

X

Valores da empresa e os seus ibjectivos actuais e futuros

X

Estratégia da empresa em termos de Gestão de RH

X

Nível hierárquico do departamento

X

Serviços prestados pelo departamento de RH

X

Contribuição de gestão de RH para o projecto da empresa

X

Contribuição do CNO da Martifer para o projecto da empresa

X

Posicionamento global da empresa face à necessidade de investir em capital humano

X

Importância que a empresa dá à qualificação/competências dos trabalhadores operacionais

X

Principais suportes de comunicação interna.

X

Estratégias de formação Funções da Directora do Departamento de Formação

X

Estrutura interna do departamento de formação

X

Caracteristicas da acções de formação

X

Plano de formação: objectivos e lenvatamentos de necessidades de formação

X

Orçamento relativo às actividades de formação

X

Concepção da formação e de que forma são elaborados os programas

X

Page 76: Resumo - Repositório Aberto · RVCC Secundário em 2008_____82 Tabela 4: Opções de inscrição no CNO no processo de RVCC Secundário em 2008_____82 Tabela 5: Caracteristicas sociodemográficas

63

de formação Objectivos que se pretendem atingir no que se refere à qualificação dos trabalhadores

X

Níveis hierárquicos a que são tomadas as decisões no que compete às práticas de formação profissional

X X

Critérios privilegiados pela empresa para formar os trabalhadores

X

Principais dificuldades com que a empresa se depara na área da qualificação/competências

X

Balanço global acerca da formação desenvolvida

X

Contributo da formação para a realização do projecto da empresa

X

Centro de +ovas

Oportunudade Martifer

Inovação e Gestão

Papel da coordenadora do CNO

X

Relação entre a estratégia de gestão dos RH e o Centro Novas Oportunidades Martifer Inovação e Gestão

X X X

Aposta no Centro Novas Oportunidades Martifer Inovação e Gestão

X X X

Requisitos necessários para a criação do CNO

X X X

Razão pela qual não optaram pela vertente de dupla certificação

X

Estrutura organizativa do CNO

X

Promoção do CNO interna e externamente

X

Meios que garantem a sustentabilidade do CNO

X X X

Vantagens e desvantagens de ter em funcionamento o CNO

X X X

Mais-valias de ter em funcionamento um CNO

X X X

Maximizar as competências adquiridas pelos adultos certificados

X X X

Page 77: Resumo - Repositório Aberto · RVCC Secundário em 2008_____82 Tabela 4: Opções de inscrição no CNO no processo de RVCC Secundário em 2008_____82 Tabela 5: Caracteristicas sociodemográficas

64

Por conseguinte, há um confronto de teorias pré-existentes com dados empíricos,

sendo que as hipóteses construídas orientam a recolha dos dados para, à posteriori,

serem confrontados com a teoria inicial. Um instrumento a ser mobilizado para o

tratamento dos dados obtidos por via do inquérito por questionário foi o programa

SPSS, que ajudará a fazer o confronto entre a teoria inicial e os resultados empíricos.

Convém referir que, tendo em conta critérios qualitativos e de adequação ao

modelo teórico, foi utilizado ao longo de todo o trabalho os documentos fornecidos pela

própria organização que foram alvo de análise documental. Tal incluíu, inquéritos

iniciais e finais administrados pelo CNO Martifer Inovação e Gestão de forma a fazer

uma caracterização inicial da população em estudo. Desta forma, também pretendemos

captar diferenças e caracterizar os adultos certificados antes e depois do processo.

Page 78: Resumo - Repositório Aberto · RVCC Secundário em 2008_____82 Tabela 4: Opções de inscrição no CNO no processo de RVCC Secundário em 2008_____82 Tabela 5: Caracteristicas sociodemográficas

65

Capítulo V

O C+O da Martifer Inovação e Gestão e Apresentação

da Análise dos Dados Recolhidos

Page 79: Resumo - Repositório Aberto · RVCC Secundário em 2008_____82 Tabela 4: Opções de inscrição no CNO no processo de RVCC Secundário em 2008_____82 Tabela 5: Caracteristicas sociodemográficas

66

1.O C+O Martifer Inovação e Gestão S.A.

1.1. Procedimentos de Funcionamento do C+O

No capítulo anterior fez-se uma apresentação da empresa, na qual o CNO

Martifer Inovação e Gestão S.A. está inserido contudo para uma maior compreensão do

estudo, optamos por apresentar de forma independente o CNO e a sua forma de

funcionamento.

Assim, o objectivo do CNO Martifer Inovação e Gestão, segundo o

Procedimento de Gestão do CNO, é assegurar a todos os adultos uma oportunidade para

se certificarem e qualificarem tanto ao nível do ensino básico como secundário,

dependendo do perfil e necessidades dos mesmos. O CNO Martifer Inovação e Gestão

está disponível para não só para os seus colaboradores mas também para toda a

comunidade.

Desta forma, a equipa do CNO Martifer Inovação e Gestão – constituída por

formadores para cada área de formação, profissionais de Reconhecimento e Validação

de Competências (RVC), técnico superior de RVC e técnico de encaminhamento - é

responsável por dar resposta adequada a todos os adultos que recorrem aos serviços

deste centro. O processo organiza-se em quatro etapas de intervenção. A primeira etapa

é o acolhimento dos adultos que se refere ao atendimento e inscrição dos adultos no

CNO. Nesta fase, dá-se uma visão geral de todo o processo ao candidato. Trata-se de

uma responsabilidade do Técnico Administrativo, excepto aquando da sessão de

esclarecimento que fica a cargo do Técnico Superior assim como a segunda fase,

designada de diagnóstico, na qual se analisa o perfil do adulto recorrendo às secções de

esclarecimento, análise curricular, entrevistas individuais e colectivas, entre outras

estratégias.

A terceira fase deste processo designa-se de encaminhamento e é da

responsabilidade do Técnico Superior, o qual dá informação ao adulto que permite

direccioná-lo para a resposta que lhe seja mais adequada. O percurso educativo e

formativo do indivíduo poderá ter uma continuação exterior ao CNO, ou de um

processo de reconhecimento, validação e certificação de competências. Neste sentido, o

encaminhamento resulta de um acordo entre a equipa do centro e o adulto, sendo

realizado em função da análise das características deste último, do respectivo percurso

Page 80: Resumo - Repositório Aberto · RVCC Secundário em 2008_____82 Tabela 4: Opções de inscrição no CNO no processo de RVCC Secundário em 2008_____82 Tabela 5: Caracteristicas sociodemográficas

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de formação e de educação e das experiências de vida, motivações, necessidades e

expectativas identificadas nas actividades de diagnóstico.

A quarta etapa denomina-se de Reconhecimento, Validação e Certificação de

Competências (Processo RVCC). Esta etapa pressupõem a identificação dos saberes e

competências adquiridos ao longo da vida, através de um conjunto de actividades,

assentes na metodologia de balanço de competências e na utilização de instrumentos

diversificados de avaliação, por meio das quais o adulto evidencia as aprendizagens

previamente efectuadas, dando início à construção do portfólio de aprendizagens. O

portfólio reflexivo de aprendizagens é um instrumento no qual se explicitam e

organizam as evidências e competências adquiridas ao longo da vida, de modo a

permitir a validação das mesmas face aos referenciais constantes do Catálogo Nacional

de Qualificação.

Esta quarta etapa organiza-se em três eixos estruturantes. O primeiro eixo remete

para o reconhecimento de competências, no qual existe a avaliação das competências

adquiridas ao longo da vida e a respectiva correspondência com o referenciais que

integram o Catálogo Nacional de Qualificações. Esta avaliação é efectuada através da

auto-avaliação do portfólio de aprendizagem, simultaneamente com a hetero-avaliação

dos profissionais de RVC e dos formadores das respectivas áreas de competências. No

que compete à validação de competências para efeitos profissionais, pode-se recorrer à

demonstração em contexto real de trabalho ou em ambiente de simulação.

O segundo eixo desta etapa designa-se de validação de competências, na qual no

decurso do processo de reconhecimento e validação de competências, for identificada a

necessidade de realização de acções de formação de duração superior a 50 horas, devem

os CNO encaminhar sempre os adultos para as respostas formativas adequadas

promovidas por entidades formadoras.

Por último, o terceiro eixo denomina-se de certificação de competências e exige

a apresentação do adulto perante um júri de certificação nomeado pelo Director do

centro, sendo constituído pelo Profissional RVC, pelo Formadores e pelos Avaliadores

Externos ao processo RVCC e ao CNO Martifer Inovação e Gestão. Após este

processo, os documentos de cada adulto é enviado para entidade que homologará o

certificado.

Page 81: Resumo - Repositório Aberto · RVCC Secundário em 2008_____82 Tabela 4: Opções de inscrição no CNO no processo de RVCC Secundário em 2008_____82 Tabela 5: Caracteristicas sociodemográficas

67

2. Estratégia e Práticas de Gestão dos RH: Análise da Entrevista à Directora de

Recursos Humanos da Martifer Inovação e Gestão

19

Neste ponto, procuramos perceber qual é o papel e importância da estratégia de

RH na Martifer Inovação e Gestão. Assim, e no entender da directora de RH da

Martifer Inovação e Gestão, os factores competitivos da empresa recaem sobre a

capacidade de realização que esta possui, isto é, na capacidade de realizar grandes e

complexas obras ao nível de toda a Península Ibérica, logo, tem factores competitivos a

capacidade técnica dos colaboradores e o facto de ser vanguardista na área da estrutura

metálica e da energia, pois como refere a mesma

“O que eu acho que a Martifer tem como factor diferenciador é a sua

capacidade de realização […] faz parte do D�A da Martifer é a

capacidade de realização e de fazer coisas. A Martifer posiciona-se no

mercado nas estrutura metálicas e nas energias renováveis e na

realização de grandes obras… […] a nível nacional e em toda a Península

Ibérica temos a capacidade de realizar obras de grande dimensão e de

grande complexidade, naturalmente estas questões implicam ter uma

capacidade técnica intrínseca que estão nos seus colaborados,

naturalmente, e de ser vanguardista nessa área da estruturas metálicas

[…] a questão dos equipamentos para a energia foi uma extensão dessa

área da metalomecânica.”

No que compete ao valores da empresa, e segunda a Directora de RH,

“nós somos muito ciosos dos nossos valores, tem a ver, também, com a

nossa cultura e D�A. �ós temos seis valores que se mantêm, mais ou

menos, intactos no últimos dez anos que tem a ver com a nossa maneira de

estar, a nossa postura e a nossa cultura […] são a excelência, em que

todos temos de ser excelentes naquilo que fazemos e temos de o fazer com

19

As entrevistas foram analisadas vertical e horizontalmente, no entanto, e de forma a perceber como

funciona a Martifer Inovação e Gestão, optamos por analisar parcialmente a entrevista á Directora de

Recursos Humanos, enquanto que preferimos utilizar uma análise horizontal como ponto fulcral deste

capítulo, na medida em que abordamos assuntos e temáticas transversais a todas as entrevistas.

Page 82: Resumo - Repositório Aberto · RVCC Secundário em 2008_____82 Tabela 4: Opções de inscrição no CNO no processo de RVCC Secundário em 2008_____82 Tabela 5: Caracteristicas sociodemográficas

70

paixão, temos de aplicar o talento, ou seja, precisamos de pessoas com

muito talento e isso […] vai gerar confiança […] e pautamo-nos pela ética

e honestidade […] temos de ser criativos e inovadores e nunca esquecer a

nossa interacção com a sociedade e a nossa questão da responsabilidade

social.”

Em termos de estratégia a empresa trabalha por objectivos, isto é,

“ […] nós temos uma cultura em que as pessoas estão a trabalhar por

objectivos […] estamos sempre direccionados para os objectivos e os

nossos colaboradores, as direcções e as empresas todos os anos traçam os

seus objectivos […] a nossa estratégia de recursos humanos não é uma

estratégia diferente das outras, os recursos humanos fazem parte da

estratégia da empresa […] há uma estratégia da empresa e as politicas

que a empresa tem e a estratégia tem que ser coadjuvada, acompanhada e

integrada com todas as outras […] o que quero dizer com isto é que a

estratégia dos recursos humanos sendo eles uma peça tão importante para

conseguir os objectivos e bons desempenhos na organização, os recursos

humanos fazem parte do desenvolvimento e fazem parte da estratégia da

própria empresa.”

No que compete ao nível hierárquico do departamento de RH, a entrevistada

refere que

“A direcção de recursos humanos é transversal a todas as empresas,

sendo que estamos organizados em unidades de negócio e as unidades de

negócios têm uma série de empresas mas a direcção de recursos humanos

está supra às unidades de negócio, ou seja, tem uma holding que tem uma

empresa que faz toda a parte operacional e na qual está os recursos

humanos” e que “ […] todos os serviços de RH e gestão de recursos

humanos desde que se sinta a necessidade de ter mais um colaborador até

ao encerramento de contas, portanto, fazemos tudo.”

Ao nível da contribuição da gestão de RH para o projecto da empresa, está

contribuí a vários níveis como, o recrutamento na medida em que a empresa está em

crescimento e de acordo com a entrevistada, é necessário ter criatividade para recrutar

um grande número de pessoas que sejam as certas para o desenvolvimento da empresa,

além de criarem cursos de formação, sistemas de avaliação de competências, entre

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71

outros serviços, que funcionam em prol do projecto da empresa pois como refere a

entrevistada,

“ […] Quando recrutamos, temos de recrutar assertivamente. […] Se a

empresa está numa fase de crescimento, então, os recursos humanos

tiveram de criar e ter a criatividade de recrutar as pessoas certas […] e

foi importante na questão da integração e formação […] nós criamos

cursos de formação, principalmente, nas fábricas novas; “ […] montámos

sistemas de avaliação de competências […] que está indexado depois ao

desempenho dos colaboradores […] tudo isto para contribuir para o

desempenho da organização, criamos a questão de todo o processamento

salarial informatizado […] ”

Também, o CNO torna-se importante para o projecto da empresa com

“uma coisa muito importante que tem a ver com a motivação individual

[…] cada um dos indivíduos tem várias motivações, as suas motivações

pessoais, as profissionais, as sociais […] e o Centro de �ovas

Oportunidades acho que vai influenciar duas delas que é a profissional e a

pessoal […] é um reconhecimento individual de pessoas que são capazes e

que têm as competências e que os saberes existem e que de alguma forma

vêem isso reconhecido e eu acho que isso vai contribuir para a motivação

de cada um e se cada um estiver mais feliz e motivos, pois o conjunto

estará e a empresa também […] e com pessoas felizes, naturalmente, as

coisas correm melhor, são mais produtivas, mais empenhadas, mais

dedicadas.”

No que compete ao posicionamento global da empresa face à necessidade de

investir em capital humano a Directora de RH, refere que

“ A Martifer teve sempre um posicionamento diferenciador no mercado e

gostamos de ser conhecidos e somos conhecidos pela empresa-escola.

Uma empresa-escola é uma empresa que aposta nas suas pessoas e as

desenvolve internamente. A Martifer sempre teve esse posicionamento […]

nós estamos numa região que não é de cariz industrial e quem criou

algum cariz industrial nesta zona foi a Martifer […] até socialmente já

alteramos a região. A questão da empresa-escola quer dizer que […] se

calhar o país não disponibilizou as competências necessárias para este

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tipo de indústria e, portanto, sempre foram feitos por nós […] ”; “ […] as

pessoas sabem que na Martifer têm uma carreira ou que podem evoluir o

que depende das suas competências e das suas capacidades e isso tem

feito de nós uma aposta muito significativa e um investimento avultado nas

pessoas, na sua formação e no seu desenvolvimento e depois se elas

tiverem a atitude certa então o céu é o limite.”; “ […] o Centro �ovas

Oportunidade veio complementar isto […] ”.

3.Estratégia de Formação da Martifer: Análise das Entrevistas à Directora de

Recursos Humanos e à Directora do Departamento de Formação

A estrutura interna do departamento de formação, de acordo com a directora do

mesmo,

“ […] Está dividido em duas grandes áreas, uma área pedagógica e uma

área mais financeira, depois dentro da área pedagógica temos, também,

uma vertente comportamental […] e outra vertente mais técnica, temos

uma parte administrativa que acaba por assegurar o acompanhamento

das outras vertentes […] ”. (Entrevista Directo do departamento de

formação)

No que compete às características da formação, esta pode ser administrada por

formadores internos o externos, ou seja,

“ […] É assegurada por formadores internos, sobretudo, as formações

da área de segurança, formações mais direccionadas para obras são por

hábito formadores internos a assegurar. Depois temos, também, já

alguma formação que é dada por formadores internos que são formações

iniciais dadas a novos colaboradores […] vamos buscar ao mercado as

formações na área mais comportamental […] não para operacionais…

vamos buscar a entidades externas certificadas.” (Entrevista Directora

do departamento de formação)

O levantamento de necessidades de formação é realizado através de avaliação de

competências e por um documento de levantamento de necessidades de formação, e

“ […] É com base nesses levantamentos de necessidades que nós

elaboramos um plano de formação por empresa, esses planos são

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discutidos com a administração, valida-se ou não cada uma das opções

que aparecem e é constituído o plano do grupo Martifer.” (Entrevista

Directora do departamento de formação)

No que se refere ao orçamento relativo à formação, por empresa, é apresentado

à administração com o valor da formação por trabalhador, fazendo-se uma estimativa de

um número máximo de trabalhadores em cada formação. Além de parte desse

orçamento, ser co-financiado pelo POPH, como refere a directora,

“ […] Como somos uma entidade certificada, fizemos candidatura no

ano de 2009 que vai fechar a Julho de 2010 com o plano de formação do

grupo que é co-financiado, no máximo, a 56,7% […] ”. (Entrevista

Directora do departamento de formação)

No que compete ao nível hierárquico em que é tomada a decisão no âmbito de

formação para operacionais, e segundo a entrevistada,

“ Por norma, estamos a falar de formação que é cada vez mais discutida

operacional-chefia e que depois é validada pelo superiormente […] ”.

(Entrevista Directora do departamento de formação)

No que se refere aos objectivos que se pretende atingir relativamente à

qualificação dos trabalhadores,

“ […] Aquilo que se pretende é ter o máximo de formações que

atribuam, efectivamente, competências e isso nem sempre é fácil de

saber mas é para isso que trabalhamos, para que esses certificados que

passamos, de facto, atribuírem as competências A, B ou C […] ”.

(Entrevista Directora do departamento de formação)

De acordo com a Directora de Recursos Humanos da Martifer Inovação e

Gestão, as decisões decisões no que compete às práticas de formação profissional, são

tomadas pelo departamento de formação e pela administração, pois como refere a

entrevistada,

“As decisões são tomadas pelo departamento de formação nunca

esquecendo o departamento de RH, no entanto, temos sempre em conta

as necessidades de formação das nossas pessoas […] ”. Assim, as

formações administradas têm de ir de “ […] primeiro tem de ir de

encontro à estratégia da empresa depois, portanto, e tem que ter o

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orçamento […] é todo um balancear de questões […] ”. (Entrevista

Directora de Recursos Humanos)

Na área das qualificações/competências, a principal dificuldade tem que ver com

a validade dos certificados atribuídos pela empresa para determinadas profissões mas

isso tem que ver, também, com as leis vigentes no país, como refere a Directora de RH,

“ […] Eu dou-lhe um exemplo que é fácil, que é o caso dos soldadores que

não têm uma carteira profissional e tem o reconhecimento técnico de que

são soldadores porque existe uma norma internacional pela qual eles são

qualificados mas será a única profissão, ou o electricista mas são as

únicas profissões, nas outras não há forma de lhe uma validação da

qualificação […] mas isto é ainda mais uma dificuldade do país, eu diria

que na Martifer se calhar não há dificuldade só que se me perguntar… na

Martifer tem valor mas depois o valor externo não sei se tem […] ”.

(Entrevista Directora de Recursos Humanos)

4. Centro de *ovas Oportunidades Martifer Inovação e Gestão: Análise das

Entrevistas à Directora de Recursos Humanos, à Directora do Departamento de

Formação e à Coordenadora do C*O

Tentamos perceber, no inicio, da entrevista com a coordenadora do CNO, qual o

seu papel no Centro de Novas Oportunidades Martifer Inovação e Gestão e que funções

desempenha nesse âmbito, assim e, segundo a mesma,

“ […] Os relatórios, as questões das candidaturas técnico-pedagógicas e

financeiras […] essa parte que é mais ligada às orientações superiores

do POPH e à A�Q está comigo […] ” ainda de acordo com a

coordenadora, “nós, aqui, partilhamos direcção […] nós somos uma

equipa muito autónoma. […] Aquilo que eu como coordenadora tenho e

que partilho um bocado com A. que é a directora, nós tentamos sempre

manter a nossa presença na coordenação geral e total do centro, claro

que somos nós que respondemos exteriormente, somos nós que mantemos

os contacto com instituições, com avaliadores… qualquer contacto

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externo mas há uma autonomia e uma liberdade muito grande.”

(Entrevista Coordenadora do CNO)

Segundo a coordenadora, no que se refere à estrutura organizativa do CNO

Martifer Inovação e Gestão,

“Existe o profissional RVC, os formadores das diversas áreas que têm d

ter as habilitações necessárias, tens cinco áreas e eles têm de ter

habilitações para a docência nessas áreas […] tem o técnico superior de

RVC que é o técnico de encaminhamento […] depois tens o coordenador

e o director […] temos as administrativas que fazem o trabalho todo por

trás da equipa […] ”. (Entrevista Coordenadora do CNO)

No que compete à relação entre a estratégia de gestão dos RH e o Centro Novas

Oportunidades Martifer Inovação e Gestão, esta é estabelecida pelo facto de a Martifer

ser conhecida como uma empresa-escola e como tal o centro veio afirmar mais essa

posição, como refere a coordenadora

“ […] Eu acho que a Martifer é uma escola e infelizmente nós estamos

num regime de inferioridade em que as pessoas saíram da escola muito

cedo mas têm imensas competências a nível pessoal […] e

essencialmente a nível profissional são pessoas com grandes

competências […] eu acho que faz todo o sentido nos querermos apostar

na qualificação destas pessoas até porque existe dificuldades como o

facto de estas pessoas trabalharem por turnos […] e a facilidade de teres

aqui a possibilidade delas se qualificarem é a única forma, para muita

gente, de conseguir um certificado […] que vale muito, por todas as

competências que desenvolveram ao longo destes anos todos de

trabalho.” (Entrevista Coordenadora do CNO)

A Directora de Recursos Humanos da Martifer, refere que o CNO está

relacionado com a estratégia da empresa e consequentemente com a estratégia de RH,

pois vem reconhecer as competências dos trabalhadores, logo, acentua ainda mais o

papel de empresa-escola atribuído à Martifer, ou seja, e segundo a Directora de RH,

“ […] �ós entendemos isto como uma oportunidade de implementar

algumas das nossas estratégias, uma delas tem a ver, como lhe disse,

com o colaborador em si, ou seja, reconhecer as suas competências ao

conseguirmos proporcionar isso e com isso melhor motivação e logo,

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também, melhorar o nível de qualificação das pessoas”. (Entrevista

Directora de Recursos Humanos)

De acordo com a Directora do departamento de formação, e no que compete à

relação entre a estratégia de gestão dos RH e o Centro Novas Oportunidades Martifer

Inovação e Gestão,

“ […] O centro surgiu porque os nossos colaboradores…além de termos

um grande número de colaboradores que não têm o 12º ano nem o 9º ano,

temos um problema grave que tem a ver com a questão dos turnos e com

os turnos que nós temos era impossível que os nossos colaboradores

frequentassem um Centro de �ovas Oportunidades comum […] que não

fosse flexível o suficiente para os acompanhar, daí a necessidade de

criarmos um centro em que quem roda é a equipa que acompanha os

colaboradores… os nossos horários são estabelecidos, sempre, em função

da disponibilidade dos colaboradores […] agora o que pretendemos é dar

resposta a estas lacunas que temos dentro do grupo.” (Entrevista

Directora do departamento de formação)

Segundo a coordenadora do CNO, os requisitos necessários para a criação do

mesmo, têm a ver com a certificação da empresa, o espaço, a equipa, a estratégia da

empresa, os seus valores e missões, o que é facilmente justificável numa empresa de

grande dimensão e credibilidade como a Martifer. De acordo com a coordenadora,

“�o que compete aos requisitos, tens de ter as pessoas mínimas, teres

uma estratégia, uma missão, uma orientação e eu acho que tudo isso é

mais fácil de justificar quando estas numa empresa com esta dimensão

[…] tentamos, por um lado, seguir as orientações da A�Q e da Carta da

Qualidade mas, também, continuar a seguir a orientação da

empresa.”(Entrevista Coordenadora do CNO)

A Directora de RH refere que a aposta no Centro Novas Oportunidades Martifer

Inovação e Gestão surgiu

“�o relacionamento que nós temos com os organismos, quando os

Centro de �ovas Oportunidades começaram a ser disseminados, os

organismos oficiais, também, entenderam que há um determinado tipo de

população que eles não conseguiam chegar e, portanto, eles dirigiram-se

Page 89: Resumo - Repositório Aberto · RVCC Secundário em 2008_____82 Tabela 4: Opções de inscrição no CNO no processo de RVCC Secundário em 2008_____82 Tabela 5: Caracteristicas sociodemográficas

77

a algumas empresas e aceitamos logo o desafio […] ” (Entrevista

Directora de Recursos Humanos)

Segundo a mesma, a vantagem de ter em funcionamento o Centro Novas

Oportunidades Martifer Inovação e Gestão,

“É proporcionar aos nossos colaboradores aquilo que eles nunca teriam

se não fosse no nosso, ou seja, o nosso centro é diferente dos outros,

como os nossos colaboradores trabalham por turnos e está disponível….

Ou seja, nós adaptamo-nos à nossa população […] ” além de que

“Aumenta os níveis de qualificação deles e o níveis médias da empresa,

obviamente.” (Entrevista Directora de Recursos Humanos)

Para a coordenadora do CNO, as vantagens e as desvantagens de ter em

funcionamento o Centro Novas Oportunidades Martifer Inovação e Gestão têm que ver

com o aumento dos níveis de satisfação e motivação dos trabalhadores, que embora

difíceis de medir, trás vantagens à empresa, como refere a mesma

“As vantagens não são imediatas e desvantagens eu acho que não há

nenhumas […] ”. (Entrevista Coordenadora do CNO)

A directora do departamento de formação ainda acrescenta que as vantagens de

ter em funcionamento o Centro Novas Oportunidades Martifer Inovação e Gestão são

certificar as pessoas

“E a equipa ser constituída por colaboradores da empresa, acho que

cria um maior envolvimento […] acabam, também, por se aperceberem

de necessidade de formação que passam para os recursos humanos. ”. A

desvantagem “é a equipa do próprio centro que sofre um desgaste muito

grande, essa é a única desvantagem que eu vejo em ter aqui o centro a

funcionar.” (Entrevista Directora do departamento de formação)

No que compete ao facto de ser possível ou não maximizar as competências

adquiridas pelos adultos certificados no posto de trabalho, a entrevistada refere que

“ Eu acho que sim… qualquer saber que a gente tenha a mais tem uma

repercussão na nossa vida seja pessoal ou profissional […] ganham

saberes que vão levar para o trabalho e, naturalmente, que ele vai ter e

eu vou-lhe dar um exemplo muito concreto… a questão da informática

[…] fazer um controlo de ponto e gestão das suas pessoas numa

Page 90: Resumo - Repositório Aberto · RVCC Secundário em 2008_____82 Tabela 4: Opções de inscrição no CNO no processo de RVCC Secundário em 2008_____82 Tabela 5: Caracteristicas sociodemográficas

78

plataforma informática… a da informática é uma indirecta, a do inglês

seria outra…”. (Entrevista Directora do departamento de formação)

Para a directora do departamento de formação, a certificação obtida pelos

adultos internos, trás alguma mais-valia para a empresa, pois como refere

“ Eu acho que sim, sem sombra de dúvida, independentemente de nós

pensarmos que elevamos o nível de qualificação das pessoas, eu acho

que quando a felicidade em que as pessoas ficam quando recebem ou

quando saem do júri de certificação é muito grande, o ver em papel uma

série de competências que adquiriram ao longo da vida… dá gozo olhar

para eles e verem a satisfação com que eles terminam o processo. […]

Essa motivação é impossível de não ser transmitida para a empresa e

para o trabalho.” (Entrevista Directora do departamento de formação)

Assim, a motivação é o ponto-chave pois vêem as suas competências

reconhecidas e isso motiva-as.

Tentamos perceber, na óptica da coordenadora, se a certificação obtida pelos

adultos internos, trazia alguma mais-valia para a empresa, a qual refere que a chave está

na auto-estima, isto é,

“ […] Se tu tiveres melhor contigo e te sentires mais confiante, com

maior auto-estima, logo tens maior propensão para o risco e mais

produtividade, mais satisfação no teu dia-a-dia […], no entanto, essas

coisas não são vistas nem mensuráveis com a rapidez que nós

gostaríamos, agora o facto de continuarmos a ter gente e pessoas

mandadas por outras pessoas que já vieram, acho que demonstram que

ganharam alguma coisa […] ” (Entrevista Coordenadora CNO)

No que compete ao facto de ser possível ou não maximizar as competências

adquiridas pelos adultos certificados, a coordenadora refere que é um trabalho que é

feito ao nível das chefias, que poderá incentivar e recompensar, não tanto a certificação

obtida, mas o esforço realizado para tal.

Page 91: Resumo - Repositório Aberto · RVCC Secundário em 2008_____82 Tabela 4: Opções de inscrição no CNO no processo de RVCC Secundário em 2008_____82 Tabela 5: Caracteristicas sociodemográficas

79

5. Síntese Conclusiva da Análise das Entrevistas

Através da análise das entrevistas conseguimos perceber que a Martifer têm um

tipo de gestão de recursos humanos que trabalha de acordo com a estratégia da empresa,

ou seja, a estratégia económica é dependente da GRH, sendo que esta última pode ser

moldada de acordo com a estratégia. Estamos perante uma gestão de recursos humanos

como uma actividade estratégica.

Como foi possível verificar ao nível da contribuição da gestão de RH para o

projecto da empresa, está contribuí a vários níveis como, o recrutamento na medida em

que a empresa está em crescimento e de acordo com a entrevistada, é necessário ter

criatividade para recrutar um grande número de pessoas que sejam as certas para o

desenvolvimento da empresa, além de criarem cursos de formação, sistemas de

avaliação de competências, entre outros serviços, que funcionam em prol do projecto da

empresa.

De acordo com as declarações das entrevistadas é possível caracterizar o tipo de

formação administrada na empresa, tendo em conta a tipologia de Parente (2005) como

uma formação desenvolvimentista e estratégica que pretende formar não só os quadros

da empresa, como também, os trabalhadores de base tendo em conta os objectivos da

empresa e os objectivos individuais de cada trabalhador.

Existe portanto uma relação entre a gestão de recursos humanos e a

formação, sendo que está última trabalha para dar competências e qualificações

aos trabalhadores da empresa e sendo assim, vai de encontro à estratégia de

recursos humanos da empresa que aposta no capital humano da empresa, sendo

que o CNO tornou-se num instrumento com beneficios a esse nível. Como refere a

Directora de Recursos Humanos, “ A Martifer teve sempre um posicionamento

diferenciador no mercado e gostamos de ser conhecidos e somos conhecidos pela

empresa-escola. Uma empresa-escola é uma empresa que aposta nas suas

pessoas e as desenvolve internamente. […] as pessoas sabem que na Martifer têm

uma carreira ou que podem evoluir o que depende das suas competências e das

suas capacidades e isso tem feito de nós uma aposta muito significativa e um

investimento avultado nas pessoas, na sua formação e no seu desenvolvimento

[…] o Centro �ovas Oportunidade veio complementar isto […]”

Page 92: Resumo - Repositório Aberto · RVCC Secundário em 2008_____82 Tabela 4: Opções de inscrição no CNO no processo de RVCC Secundário em 2008_____82 Tabela 5: Caracteristicas sociodemográficas

80

6. Os Formandos do C�O Martifer Inovação e Gestão

Neste subcapítulo, vamos dar a conhecer alguns dados referentes ao CNO

Martifer Inovação e Gestão, os quais foram obtidos através dos inquéritos inicias à

população que frequentou o CNO dos níveis básico e secundário dos anos 2008 e 2009,

como podemos ver nos pontos 5.1 e 5.2 (Ver anexo 17)

13, assim como, a partir do questionário de avaliação final do nível básico e secundário

referente ao ano de 2009 (Ver em anexos 18 e 19)14. Este último refere-se apenas ao ano

de 2009 na medida em que o CNO abriu em 2008 e os primeiros certificados só

surgiram no ano de 2009 (ver ponto 5.3).

6.1. Características Sociodemográficas e Motivação da População do CNO 2008

Através da tabela , a análise dos inquéritos iniciais do nível básico (Ver anexo

20), podemos verificar que o número de pessoas inscritas no CNO da Martifer no nível

Básico chega aos 99 inscritos, sendo que 70% são do sexo masculino e 30% do

feminino. A nível etário, a maioria, tem entre 25 a 35 anos (45%) mas a faixa étaria dos

36 aos 49 anos, também, está muito presente com 36% dos inquiridos. Na sua maioria

são casados (74%) e, em termos da situação na profissão, a maioria são trabalhadores

internos da empresa (69%).

A forma como tiveram conhecimento do CNO da Martifer foi para 31% dos

inquiridos por amigos e colegas e para 17% através dos panfletos e cartazes, no entanto,

51% refere ter sido através de outros meios, nomeadamente, pela revista Inove, Martifer

TV, sensibilizações dadas pelos profissionais de RVC e pelas chefias.

13

Modelo do inquérito inicial administrado ao ensino básico e secundário pelo CNO da Martifer. 14

Modelo do questionário de avaliação final do nível básico e do nível secundário.

Page 93: Resumo - Repositório Aberto · RVCC Secundário em 2008_____82 Tabela 4: Opções de inscrição no CNO no processo de RVCC Secundário em 2008_____82 Tabela 5: Caracteristicas sociodemográficas

80

Tabela 1 – Caracteristicas sociodemográficas e conhecimento do C�O dos

formandos de RVCC Básico em 2008

Fonte: Documento interno do CNO: Análise dos inquéritos iniciais do nível básico (2008) adaptado.

No que compete às opções que levaram a inscreverem-se no CNO da Martifer,

de acordo com a tabela 2 (Ver anexo 20), a mais importante foi o incentivo dos outros, a

valorização pessoal ex. équo à aquisição de competências, a satisfação de aprendizagem

e a manutenção do emprego. Subir na carreira, conviver e socializar foram as opções

menos importantes.

RVCC Básico

N %

Características sociodemográficas

Sexo

Masculino 69 70

Feminino 30 30

Total 99 100

Faixa étaria

18 A 24 9 9

25 A 35 45 45

36 A 49 36 36

50 A 54 9 9

>65 0 0

Total 99 100

Estado Civil

Casado/a 73 74

Solteiro/a 19 19

Outro 7 7

Total 99 100

Situação Profissional

Interno 68 69

Externo 30 30

Desempregado 1 1

Total 99 100

Conhecimento do CNO

Jornal 5 5

Panfletos/cartazes 17 17

Internet 2 2

Amigos/colegas 31 31

Outro 50 50

Total 99 100

Page 94: Resumo - Repositório Aberto · RVCC Secundário em 2008_____82 Tabela 4: Opções de inscrição no CNO no processo de RVCC Secundário em 2008_____82 Tabela 5: Caracteristicas sociodemográficas

81

Tabela 2 - Opções de inscrição no C�O no processo de RVCC Básico em 2008

No que se refere aos adultos que se inscreveram no CNO no nível secundário em

2008, podemos verificar pela tabela 3 (Ver anexo 21) que dos 160 inscritos 109 são do

sexo masculino e 51 do sexo feminino, sendo que na sua maioria têm idades

compreendidas entre os 25 e os 35 anos (53%), e são casados (61%). Também, no nível

secundário mantém-se a tendência da maioria serem trabalhadores internos (64%).

No que se refere ao meio pelo qual tiveram conhecimento do CNO da Martifer,

47%, a maioria, refere ter sido por intermédio de amigos e familiares.

15

Escala variável entre 1 e 7, em que 1 é o mais importante e 7 o menos importante.

Opções de inscrição no C�O15 Total de

respostas

Moda Média

Aquisição de competências 224 1 2,41

Satisfação de aprendizagem 276 2 2,97

Manutenção do emprego 384 4 4,13

Subir na carreira 348 6 4,48

Valorização pessoal 281 1 3,02

Conviver/socializar 442 6 4,75

Incentivo de outros 553 1 5,95

Fonte: Documento interno do CNO: Análise dos inquéritos iniciais do nível básico relativo às

opções que levaram os adultos a inscreverem-se no CNO da Martifer (2008), adaptado.

Page 95: Resumo - Repositório Aberto · RVCC Secundário em 2008_____82 Tabela 4: Opções de inscrição no CNO no processo de RVCC Secundário em 2008_____82 Tabela 5: Caracteristicas sociodemográficas

82

Tabela 3 - Caracteristicas sociodemográficas e conhecimento do C�O dos

formandos de RVCC Secundário em 2008

Fonte: Documento interno do CNO: Análise dos inquéritos iniciais do nível secundário (2008), adaptado.

Na tabela 4 (Ver anexo 21), podemos verificar as opções mais importantes na

decisão dos adultos de nível secundário se inscreverem no CNO, sendo que a primeira

foi a valorização pessoal e logo a seguir a aquisição de competências, em contrapartida,

a opção menos importante foi conviver e socializar.

Tabela 4 - Opções de inscrição no C�O no processo de RVCC Secundário em 2008

Fonte: Documento interno do CNO: Análise dos inquéritos iniciais do nível secundário relativo às opções que

levaram os adultos a inscreverem-se no CNO da Martifer (2008), adaptado.

16

Escala variável entre 1 e 7, em que 1 é o mais importante e 7 o menos importante.

RVCC Secundário

N %

Caracteristicas sociodem

ográficas

Sexo

Masculino 109 68

Feminino 51 32

Total 160 100

Faixa étaria

18 A 24 36 23

25 A 35 85 53

36 A 49 33 21

50 A 54 6 4

>65 0 0

Total 160 100

Estado Civil

Casado/a 97 61

Solteiro/a 55 34

Desempregado 8 5

Total 160 100

Situação

Profissional

Interno 102 64

Externo 55 34

Desempregado 3 2

Total 160 100

Conhecimento

do CNO

Jornal 15 9

Panfletos/cartazes 28 18

Internet 7 4

Amigos/colegas 75 47

Outro 56 35

Total 160 100

Opções de inscrição no C�O16 Total de respostas Moda Média

Aquisição de competências 336 1 2,21

Satisfação de aprendizagem 494 3 3,25

Manutenção do emprego 744 6 4,89

Subir na carreira 616 5 4,05

Valorização pessoal 348 1 2,29

Conviver/socializar 747 6 4,91

Incentivo de outros 946 7 6,22

Page 96: Resumo - Repositório Aberto · RVCC Secundário em 2008_____82 Tabela 4: Opções de inscrição no CNO no processo de RVCC Secundário em 2008_____82 Tabela 5: Caracteristicas sociodemográficas

83

6.2.Características Sociodemográficas e Motivação da População do CNO 200917

A análise dos inquéritos iniciais aplicados à população que frequentou o CNO

constitui uma informação secundária importante de caracterização dos mesmos.

A observação da tabela 5 (Ver anexo 22) permite afirmar que em 2009 se

inscreverem no CNO da Martifer para frequentar o RVCC de nível básico 141 adultos,

dos quais 62% eram do sexo masculino e 38% do sexo feminino. Na sua maioria tinham

idades compreendidas entre os 36 e os 49 anos e 74% são casados.

No que compete à situação profissional, as percentagens de internos e externos é

muito próxima – 43% e 47% respectivamente -, o que pode reflectir uma boa

divulgação do CNO dentro e fora da empresa. No que se refere a forma como tiveram

conhecimento do centro a maioria aponta para amigos e família (39%)

Tabela 5 - Caracteristicas sociodemográficas e conhecimento do C�O dos

formandos de RVCC Básico em 2009

Fonte: Documento interno do CNO: Análise dos inquéritos iniciais do nível Básico (2009), adaptado.

17

População de nível básico e secundário no ano de 2009.

RVCC Básico

N %

Características sociodem

ográfica

s Sexo

Masculino 87 62

Feminino 54 38

Total 141 100

Faixa étaria

18 A 24 9 6

25 A 35 47 33

36 A 49 62 44

50 A 54 22 16

>65 1 1

Total 141 100

Estado Civil

Casado/a 105 74

Solteiro/a 23 16

Desempregado 13 9

Total 141 100

Situação

Profissional

Interno 61 43

Externo 66 47

Desempregado 11 8

Total 141 100

Conhecimento do

CNO

Jornal 4 3

Inove 7 5

Colegas de trabalho 35 25

Chefia 23 16

Panfletos/cartazes 11 8

Internet 0 0

Amigos/colegas 55 39

Outro 22 16

Total 141 100

Page 97: Resumo - Repositório Aberto · RVCC Secundário em 2008_____82 Tabela 4: Opções de inscrição no CNO no processo de RVCC Secundário em 2008_____82 Tabela 5: Caracteristicas sociodemográficas

84

Na tabela 6 (Ver anexo 22), onde constam as opções mais importantes, que

levaram os adultos a inscreverem-se no CNO, destacavam-se a valorização pessoal e a

satisfação de aprendizagem.

Tabela 6 - Opções de inscrição no C�O no processo de RVCC Básico em 2009

O número de alunos que se inscreveram no CNO da Martifer no nível secundário

no ano de 2009 (Ver anexo 23), é de 95 inscritos, dos quais 55% são do sexo masculino

e 45% do sexo feminino que na sua maioria têm idades compreendidas entre 36 e 49

anos (42%) e são casados (68%).

O número de externos é muito superior ao número de internos – 57% e 34%

respectivamente, o que pode indicar o sucesso da estratégia de marketing do CNO fora

da empresa.

No que compete à forma como tiveram conhecimento do centro, mantêm-se a

tendência de a informação passar entre amigos e família (44%) mas, também, através de

colegas de trabalho.

Opções de inscrição no C�O N.º de vezes que a cada

opção foi seleccionada

%

Aquisição de competências 98 70

Satisfação de aprendizagem 97 69

Manutenção do emprego 23 16

Subir na carreira 41 29

Valorização pessoal 101 72

Conviver/socializar 40 28

Incentivo de outros 12 9

Fonte: Documento interno do CNO: Análise dos inquéritos iniciais do nível básico relativo às opções

que levaram os adultos a inscreverem-se no CNO da Martifer (2009), adaptado.

Page 98: Resumo - Repositório Aberto · RVCC Secundário em 2008_____82 Tabela 4: Opções de inscrição no CNO no processo de RVCC Secundário em 2008_____82 Tabela 5: Caracteristicas sociodemográficas

85

Tabela 7 - Caracteristicas sociodemográficas e conhecimento do C�O dos

formandos de RVCC Secundário em 2009

As opções mais importantes na decisão de se inscreverem no centro são a

valorização pessoal (84%) e aquisição de competências (84%), como podemos verificar

na tabela 8 (Ver anexo 23).

RVCC Secundário

N %

Características sociodem

ográfica

s

Sexo

Masculino 52 55

Feminino 43 45

Total 95 100

Faixa étaria

18 A 24 14 15

25 A 35 38 40

36 A 49 40 42

50 A 54 2 2

>65 1 1

Total 95 100

Estado Civil

Casado/a 65 68

Solteiro/a 17 18

Desempregado 13 14

Total 95 100

Situação

Profissional

Interno 32 34

Externo 54 57

Desempregado 9 9

Total 95 100

Conheciment

o do CNO

Jornal 3 3

Inove 7 7

Colegas de trabalho 37 39

Chefia 12 13

Panfletos/cartazes 22 23

Internet 4 4

Amigos/colegas 42 44

Outro 7 7

Total 95 100

Fonte: Documento interno do CNO: Análise dos inquéritos iniciais do nível secundário (2009),

adaptado.

Page 99: Resumo - Repositório Aberto · RVCC Secundário em 2008_____82 Tabela 4: Opções de inscrição no CNO no processo de RVCC Secundário em 2008_____82 Tabela 5: Caracteristicas sociodemográficas

86

Tabela 8- Opções de inscrição no C�O no processo de RVCC Secundário em 2009

6.3.Avaliação Final dos Cursos: uma Análise a partir de Dados Secundários (2009)18

A análise do questionário final de avaliação do nível básico e do nível

secundário foi possível perceber a opinião dos adultos certificados no que compete a

alguns aspectos como a duração do processo e das formações complementares,

apreciação que fizeram do Júri de validação e da contribuição do processo para a vida

pessoal e profissional de cada um.

As respostas foram dadas de acordo com uma escala de 1 a 6, onde 1 é

considerado muito mau, 2 mau, 3 insatisfatório, 4 satisfatório, 5 bom e 6 muito bom.

Assim, através da tabela 9 (Ver anexo 24), dos adultos certificados de nível básico no

ano de 2009, a média para a duração do processo é de 5,15, ou seja, a maioria considera

que teve uma boa duração, repetindo-se a tendência nas formações complementares ao

processo.

No que compete à apreciação do Júri de Validação a moda é de 6 e a média de

5,60, ou seja a maioria respondeu que a secção de júri foi muito boa.

18

População dos níveis básicos e secundário no ano de 2009.

Opções de inscrição no C�O N.º de vezes que a

cada opção foi

seleccionada

%

Aquisição de competências 84 88

Satisfação de aprendizagem 44 46

Manutenção do emprego 10 11

Subir na carreira 31 33

Valorização pessoal 84 88

Conviver/socializar 16 17

Incentivo de outros 11 12

Fonte: Documento interno do CNO: Análise dos inquéritos iniciais do nível secundário

relativo às opções que levaram os adultos a inscreverem-se no CNO da Martifer (2009),

adaptado.

Page 100: Resumo - Repositório Aberto · RVCC Secundário em 2008_____82 Tabela 4: Opções de inscrição no CNO no processo de RVCC Secundário em 2008_____82 Tabela 5: Caracteristicas sociodemográficas

87

No que se refere, à contribuição do processo para a vida pessoal e profissional

dos adultos, em ambas as categorias a moda das resposta é de 6 e as médias são de 5,51

e 5,34 respectivamente, o que significa que deram uma boa cotação a esses parâmetros.

Tabela 9 – Avaliação final do processo de RVCC Básico em 2009

Os mesmos parâmetros foram avaliados com os adultos certificados de nível

secundário como podemos verificar na tabela 10 (Ver anexo 25), sendo que a média de

resposta para a maioria das perguntas rondam a categoria 5, isto é, bom e a moda na

categoria 6, ou seja, muito bom.

Total de

respostas

Moda Média

Duração do processo de reconhecimento de

competências foi:

242 5 5,15

Considerações acerca da

duração das formações

complementares

Linguagem e

Comunicação

138 5 5,11

Cidadania e

Empregabilidade

138 5 5,11

Matemática para a

Vida

169 5 5,12

Tecnologias da

Informação e da

Comunicação

184 5 5,11

Opinião acerca da sessão do Júri de Validação 263 6 5,60

Contribuição da formação: Pessoal 259 6 5,51

Profissional 251 6 5,34

Fonte: Documento interno do CNO: Análise do inquérito final ao nível básico (2009), adaptado.

Page 101: Resumo - Repositório Aberto · RVCC Secundário em 2008_____82 Tabela 4: Opções de inscrição no CNO no processo de RVCC Secundário em 2008_____82 Tabela 5: Caracteristicas sociodemográficas

88

Tabela 10 - Avaliação final do processo de RVCC Secundário em 2009

Total de

respostas

Moda Média

Duração do processo de reconhecimento de

competências foi:

173 6 5,24

Considerações acerca da

duração das formações

complementares

Cultura, Língua e

Comunicação

123 5 4,92

Sociedade,

Tecnologia e

Ciência

31 6 5,17

Cidadania e

Profissionalidade

32 6 5,33

Opinião acerca da sessão do Júri de Validação 185 6 5,61

Contribuição da formação: Pessoal 181 6 5,66

Profissional 179 6 5,42

Fonte: Documento interno do CNO: Análise do inquérito final ao nível Secundário (2009),

adaptado.

Page 102: Resumo - Repositório Aberto · RVCC Secundário em 2008_____82 Tabela 4: Opções de inscrição no CNO no processo de RVCC Secundário em 2008_____82 Tabela 5: Caracteristicas sociodemográficas

89

Tabela 12 - Idade

7.Avaliação dos Efeitos da Frequência do C O a um Grupo de Adultos

Certificados

7.1.Caracterização Sociodemográfica dos Inquiridos

A nossa população é constituída por 30 trabalhadores dos quais 56,7 % são do

sexo masculino e 43,3% do sexo feminino, muito embora o número de indivíduos do

sexo masculino seja superior ao feminino, torna-se importante referir que, este último é

um número consideravelmente elevado, na medida em que estamos a analisar dados de

trabalhadores de uma área profissional predominantemente masculinizada.

A análise da tabela 12 mostra que 50% da nossa população tem entre 34 e 41

anos, destacando-se, igualmente, o escalão etário seguinte (20%) e o escalão entre os

26 e 33 anos com 16,7%. Portanto, a população é constituída, maioritariamente, por

indivíduos entre os 34 e os 41 anos.

Sexo N %

Masculino 17 56,7

Feminino 13 43,3

Total 30 100,0

Idade N %

18-25 Anos 2 6,7

26-33 Anos 5 16,7

34-41 Anos 15 50,0

42-49 Anos 6 20,0

50 - 57anos 2 6,7

Total 30 100,0

Tabela 11 - Sexo

Page 103: Resumo - Repositório Aberto · RVCC Secundário em 2008_____82 Tabela 4: Opções de inscrição no CNO no processo de RVCC Secundário em 2008_____82 Tabela 5: Caracteristicas sociodemográficas

90

Tabela 13 - Estado Civil

Dos 30 inquiridos, como se verifica pela Tabela 3, 90% são casados ou vivem

em união de facto, 6,7% (2 inquiridos) são divorciados ou separados e 3,3% (1

inquirido) são solteiros.

O concelho de residência com maior percentagem recai sobre Oliveira de Frades

com 33,3%, o que poderá ser explicado pela proximidade entre a habitação dos

indivíduos e o local de trabalho, 23,3% dos indivíduos são de Sever do Vouga, 20% de

Vouzela e 10% de São Pedro do Sul, que continuam a ser concelhos muito próximos da

zona industrial de Oliveira de Frades. Apenas 10% dos indivíduos são de Viseu e 3,3%,

ou seja, um inquirido de Viana do Castelo (tabela 14).

Estado Civil N %

Solteiro (a) 1 3,3

Casado (a)/União de Facto 27 90,0

Divorciado (a) / Separado (a) 2 6,7

Total 30 100,0

Concelho de Residência N %

São Pedro do Sul 3 10,0

Vouzela 6 20,0

Oliveira de Frades 10 33,3

Sever do Vouga 7 23,3

Viana do Castelo 1 3,3

Viseu 3 10,0

Total 30 100,0

Tabela 14 - Concelho de Residência

Page 104: Resumo - Repositório Aberto · RVCC Secundário em 2008_____82 Tabela 4: Opções de inscrição no CNO no processo de RVCC Secundário em 2008_____82 Tabela 5: Caracteristicas sociodemográficas

91

No que compete ao grau de escolaridade dos indivíduos (Tabela 15) antes de

frequentarem o processo de RVCC, podemos observar que 73,3% tinham o ensino

básico de 2ºciclo, ou seja, o 6º ano de escolaridade, 13,3% dos indivíduos tinham o 9º

ano, isto é, o ensino básico de 3ª ciclo, 10% concluíram o ensino básico de 1º ciclo e

3,3% tinham o ensino secundário incompleto.

Grau de escolaridade N %

Ensino Básico 1ºCiclo 3 10,0

Ensino Básico 2ºCiclo 22 73,3

Ensino Básico 3ºciclo 4 13,3

Ensino Secundário (Incompleto) 1 3,3

Total 30 100,0

Após o processo de RVCC, 80% dos inquiridos ficaram com o ensino básico de

3º ciclo completo, isto é, ficaram com o 9º ano como grau de escolaridade e 20% dos

indivíduos com o 12º ano de escolaridade (Ver tabela 16).

Através da análise da tabela 17 podemos verificar que os motivos mais

frequentes para justificar a saída da escola dos inquiridos são a distância da escola á

habitação (86,7%), acabar o ensino obrigatório (80%) a falta de apoio familiar (76,7%),

não gostar da escola (76,7%) e as dificuldades económicas sentidas no meio familiar

(50%). Importa referir que nesta questão os indivíduos podiam escolher mais do que

uma hipótese.

Grau de escolaridade N %

Ensino Básico 3ºciclo 24 80,0

Ensino Secundário 6 20,0

Total 30 100,0

Tabela 15 - Grau de escolaridade antes de frequentar o

processo RVCC

Tabela 16 - Grau de escolaridade na actualidade

Page 105: Resumo - Repositório Aberto · RVCC Secundário em 2008_____82 Tabela 4: Opções de inscrição no CNO no processo de RVCC Secundário em 2008_____82 Tabela 5: Caracteristicas sociodemográficas

92

Motivo da saída da escola %

Motivo da saída da escola %

Outro m

otivos

Dificuldade económica da

família 15 50

Distância da escola à

habitação 4 13,3

Falta de apoio familiar 7 23,3

Acabou a escolaridade

obrigatória 6 20

Não gostava 7 23,3

Doença 0 0

Dificuldade de

aprendizagem 0 0

Reprovações 0 0

Total 30 100

Outros

motivos

Casamento 2 6,6

Falta de motivação 2 6,7

Não responde 26 86,7

Total 30 100

*Resposta de escolha múltipla

Alguns inquiridos apontaram outros motivos que levaram à sua saída da escola,

sendo que 6,7% referiram a falta de motivação e 2% o facto de terem casado e

constituírem família.

Tabela 17 - Motivo da saída da escola*

Page 106: Resumo - Repositório Aberto · RVCC Secundário em 2008_____82 Tabela 4: Opções de inscrição no CNO no processo de RVCC Secundário em 2008_____82 Tabela 5: Caracteristicas sociodemográficas

93

7.2. Decisão de Participação no Processo de RVCC

Este ponto está dividido em dois subpontos, o primeiro que analisa a decisão de

participação do processo de RVCC, no qual tenta-se perceber de que forma, os adultos

certificados, tiveram conhecimento do processo de RVCC, como se decidiram inscrever

e a importância de alguns aspectos nessa decisão e, outro ponto que analisa a forma

como os adultos certificados avaliam o processo de RVCC.

A partir da tabela 18, podemos verificar que 43,3% dos adultos certificados teve

conhecimento do processo de RVCC do CNO Martifer Inovação e Gestão através da

chefia, o que poderá ser um indicador do envolvimento das chefias neste processo de

qualificação e atribuição de competências que a empresa lançou para os seus

trabalhadores e a comunidade envolvente.

Conseguimos observar que os meios de comunicação interna da empresa,

também funcionaram a favor da divulgação do CNO, na medida em que 30% dos

adultos certificados souberam da existência do mesmo através de folhetos distribuídos

da e pela Martifer, 20% através da Revista Inove – Revista Mensal que chega a casa de

todos os trabalhadores através do correio - e 10% através da Martifer

TV (canal interno disponível em vários pontos da empresa, inclusive nas cantinas).

Não podemos deixar de verificar que as sensibilizações realizadas pelos

profissionais RVC, na empresa, também surtiram efeito, na medida em que 20% dos

trabalhadores referiram ter tido conhecimento do CNO por esta via.

Conhecimento do processo de

RVCC do C�O Martifer

Inovação e Gestão*

N %

Folhetos da Martifer 9 30 Internet 2 6,7 Martifer TV 3 10 Revista Inove 6 20 Sensibilizações dadas pelos profissionais RVC

6 20

Site do colaborador 1 3,3 Amigos 6 20 Chefia 13 43,3 Total 46

*Resposta de escolha múltipla

Tabela 18 - Conhecimento do processo de RVCC do C�O Martifer Inovação e Gestão*

Page 107: Resumo - Repositório Aberto · RVCC Secundário em 2008_____82 Tabela 4: Opções de inscrição no CNO no processo de RVCC Secundário em 2008_____82 Tabela 5: Caracteristicas sociodemográficas

94

Todos estes meios de divulgação fizeram, como podemos ver na tabela 19, com

que 63,3% dos trabalhadores inquiridos frequentaram o processo de RVCC por decisão

própria e 3,3% por indicação da chefia. Mais uma vez, denota-se aqui um provável

interesse e empenho das chefias no sucesso desta iniciativa, ainda que com uma

importância muito ténue.

A tabela 20 dá conta do grau de importância atribuído pelos adultos certificados

a alguns aspectos que tiveram influência na decisão de frequentar o processo de RVCC.

Ter consciência do valor que aprendeu ao longo da vida, foi um aspecto muito

importante para 53,3% dos inquiridos, tendo sido a média de resposta de 3,83, ou seja,

foi o aspecto que mais pesou na decisão de participar no processo RVCC.

O desejo de valorização/realização pessoal foi muito importante na decisão para

50% dos inquiridos e importante para 23,3% dos mesmos. Seguido de ter consciência

do valor que aprenderam ao longo da vida, foi dos aspectos que mais pesou na decisão

supracitada, com uma média de respostas de 3,80.

Seguidamente, o aspecto que mais importância teve foi desenvolver

conhecimentos e competências, com uma média de respostas de 3,73, tendo sido muito

importante na decisão de frequentar o processo de RVCC para 43,3% dos inquiridos e

importante para 30% enquanto que 3,3% referem não ter sido nada importante, a par da

intenção de prosseguir estudos, quer sejam por via do ensino normal ou formações com

uma média de respostas de 3,70.

Muito embora, as médias de resposta sejam muito próximas uma das outras,

denota-se que estes três aspectos são os que mais se destacam como factores que

pesaram na decisão de participarem no processo de RVCC.

Decisão de Inscrição no C�O N %

Decisão própria 19 63,3

Conselho de familiares e/ou

amigos

1 3,3

Conselho das chefias 10 33,3

Total 30 100,0

Tabela 19 - Decisão de Inscrição no C�O

Page 108: Resumo - Repositório Aberto · RVCC Secundário em 2008_____82 Tabela 4: Opções de inscrição no CNO no processo de RVCC Secundário em 2008_____82 Tabela 5: Caracteristicas sociodemográficas

95

7.2.1.Avaliação do Processo de RVCC

Neste subponto analisamos as estratégias de aprendizagem de cada indivíduo,

como avaliam o processo em termos de duração, o grau de dificuldade que sentiram e o

que mais e menos gostaram no processo.

Na tabela 21, podemos analisar a forma como os inquiridos, procuram aprender

de forma a dar resposta as suas necessidades de aprendizagem. É de salientar que a

ajuda do profissional de RVC e formadores é a forma mais utilizada para adquirir novas

Razões

�a

da

imp

ort

an

te

Po

uco

imp

ort

an

te

Imp

ort

an

te

Mu

ito

imp

ort

an

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Ba

sta

nte

imp

ort

an

te

To

tal

Méd

ia d

e

resp

ost

as

Poder acompanhar as conversas de familiares e/ou amigos.

20%

10% 43,3% 20% 6,7% 100% 2,83

Desenvolver conhecimentos e competências.

3,3%

3,3,% 30% 43,3% 20% 100% 3,73

Ter consciência do valor do que aprendeu ao longo da vida.

3,3%

3,3% 20% 53,3% 20% 100% 3,83

Desejo de valorização/realização pessoal.

3,3%

3,3,% 23,3% 50% 20% 100% 3,80

Melhoria das condições de trabalho

6,7%

20% 36,7% 23,3% 13,3% 100% 3,17

Obtenção de diploma/certificado.

3,3%

6,7% 50% 23,3% 16,7% 100% 3,43

Intenção de prosseguir os estudos (Ensino normal e/ou formação).

3,3%

0% 46,7% 23,3,% 26,7% 100% 3,70

Atractividade do processo (rapidez e metodologia).

3,3%

10% 50% 26,7% 10% 100% 3,30

Oportunidade de conviver.

3,3%

3,3,% 50% 33,3% 10% 100% 3,43

Tabela 20 – Razões que contribuíram para a decisão de participação no processo de

RVCC*

*Média de resposta aferida através de uma escala de cinco valores em que 1 corresponde ao atributo menos importante e 5 ao atributo mais importante.

Page 109: Resumo - Repositório Aberto · RVCC Secundário em 2008_____82 Tabela 4: Opções de inscrição no CNO no processo de RVCC Secundário em 2008_____82 Tabela 5: Caracteristicas sociodemográficas

96

aprendizagens mesmo fora do contexto do processo de RVCC, assim, 53.3% vezes

ajuda e 43,3% muitas vezes. Isto reflecte-se na média de respostas que é de 4,40.

Seguidamente, a estratégia mais utilizada recai sobre uma aprendizagem

autodidacta, sendo que 43,3% dos inquiridos referem recorrer que muitas vezes e 36,7%

algumas vezes, aprenderem sozinhos.

A ajuda de familiares que frequentam o processo de RVCC é uma das estratégias

importantes para adquirir novas aprendizagens, como podemos observar pela média de

resposta, que é de 3,07

Apenas 23,3% refere ter, algumas vezes, ajuda de amigos fora do processo de

RVCC enquanto que 50% refere que não teve nenhuma vez ajuda dos amigos.

No geral, o que mais agradou aos adultos certificados de acordo com a tabela 22

foi o convívio, na medida em que 30% dos inquiridos indicaram ser esse o aspecto que

mais agradou e logo a seguir, com 23,3%, o domínio que adquiriram na área da

informática.

Estratégias

�en

hu

ma

vez

Mu

ito

Po

uca

s

vez

es

Po

uca

s

Vez

es

Alg

um

as

vez

es

Mu

ita

s

vez

es

To

tal

Méd

ia d

e

resp

ost

as

Aprender Sozinho/a.

0%

3,3% 16,7% 36,7% 43,3% 100% 4,20

Ajuda de Colegas do Processo RVCC.

20%

13,3% 20% 46,7% 0% 100% 2,93

Ajuda de Familiares.

16,7%

13,3% 30% 26,7% 13,3% 100% 3,07

Ajuda de Amigos. 50%

20% 6,7% 23,3% 0% 100% 2,03

Ajuda do Profissional RVC e

formadores.

0%

0% 3,3% 53,3% 43,3% 100% 4,40

Tabela 21 - Estratégias usadas para dar resposta às necessidade de aprendizagem

Page 110: Resumo - Repositório Aberto · RVCC Secundário em 2008_____82 Tabela 4: Opções de inscrição no CNO no processo de RVCC Secundário em 2008_____82 Tabela 5: Caracteristicas sociodemográficas

97

O que menos agradou no processo de RVCC de acordo com a tabela 23 foi a

incompatibilidade de horário (30%), na medida em que os inquiridos trabalhavam na

sua maioria, por turnos, muito embora se tentasse adaptar os horários das secções aos

horários dos adultos certificados. Por outro lado, 36,7% dos inquiridos dizem não ter

nada a apontar de negativo a todo o processo.

Ao fazer um de balanço geral, 70% dos inquiridos referem ter tido um grau de

dificuldade médio durante todo o processo, como podemos observar na tabela 24, e de

acordo com a tabela 25, 63,3% dos adultos certificados referem que a duração do

processo foi adequada.

O que mais agradou N %

Domínio da Informática 7 23,3

Adequirir novos conhecimentos 3 10,0

Obter o certificado 1 3,3

Convivio 9 30,0

Rapidez do processo 1 3,3

Acompanhamento das formadoras 3 10,0

Gostei de tudo 5 16,7

Sem Resposta 1 3,3

Total 30 100,0

O que menos agradou N %

Domínio da Matemática 2 6,7

Nada a apontar 11 36,7

Incompatibilidade de horários 9 30,0

Falar de assuntos pessoais 5 16,7

Ir a júri 1 3,3

Sem resposta 2 6,7

Total 30 100,0

Tabela 22 - Aspecto que mais agradou no processo de RVCC

Tabela 23 - Aspecto que menos agradou no processo de RVCC

Page 111: Resumo - Repositório Aberto · RVCC Secundário em 2008_____82 Tabela 4: Opções de inscrição no CNO no processo de RVCC Secundário em 2008_____82 Tabela 5: Caracteristicas sociodemográficas

98

Em termos gerais, 63,3% dos inquiridos avaliam os serviços prestados pelo CNO

como bons e 33,3% como muito bons, como podemos verificar na tabela 26.

Avaliação da duração

do processo N %

Duração adequada 19 63,3

Rápido 10 33,3

Muito rápido 1 3,3

Total 30 100,0

Grau de

dificuldade N %

Reduzido 7 23,3

Médio 21 70,0

Elevado 2 6,7

Total 30 100,0

Avaliação global N %

Maus 0 0

Insuficientes 0 0

Médios 1 3,3

Bons 19 63,3

Muito bons 10 33,3

Total 30 100,0

Tabela 24 - Grau de dificuldade

durante o processo de RVCC Tabela 25 - Avaliação do processo de

RVCC em termos de duração

Tabela 26 - Avaliação global dos serviços prestados

pelo C�O

Page 112: Resumo - Repositório Aberto · RVCC Secundário em 2008_____82 Tabela 4: Opções de inscrição no CNO no processo de RVCC Secundário em 2008_____82 Tabela 5: Caracteristicas sociodemográficas

99

7.3.Balanço Pessoal e Social

Neste ponto, procura-se descrever o balanço pessoal e social dos indivíduos após

a certificação pelo processo de RVCC, percebendo a importância que o mesmo teve em

várias dimensões sociais e pessoais e na melhoria de conhecimentos e competências.

De acordo com a tabela 27, que reflecte o grau de importância que o processo de

RVCC teve em cada um dos aspectos sociais e pessoais, podemos verificar que o

processo de RVCC, tornou-se importante para 50% dos adultos certificados e muito

importante para 26,7%, no que se refere a aumentar a capacidade de adaptação às

mudanças da vida, tornando-se no aspecto em que o processo de RVCC mais contribuiu

com uma média de resposta de 3,53.

Paralelamente, e de acordo com a média de respostas (3,53), o processo foi

importante para 46,7% dos indivíduos no que se refere a reconstruir ou definir o seu

projecto pessoal e muito importante para 30% dos adultos.

Seguidamente, o aspecto para o qual o processo de RVCC mais contribuiu recai

sobre a aquisição de um maior conhecimento de si próprio, com uma média de respostas

de 3,50. Este aspecto foi importante para 43,3% dos inquiridos e muito importante para

33,3% dos mesmos, no que compete a adquirir maior conhecimento de si próprio.

Page 113: Resumo - Repositório Aberto · RVCC Secundário em 2008_____82 Tabela 4: Opções de inscrição no CNO no processo de RVCC Secundário em 2008_____82 Tabela 5: Caracteristicas sociodemográficas

100

A partir da tabela 28, a qual nos dá conta da importância do processo de RVCC

para melhorar algumas competências dos adultos certificados, podemos observar que

dos inquiridos, 40% referem que foi muito importante o processo de RVCC para

melhorar as competências relacionadas com a utilização do computador no dia-a-dia.

Este aspecto foi o que mais melhoramentos sofreram devido à frequência do processo

de RVCC, na medida em que a média de respostas é de 3,60.

Seguidamente, a competência que mais melhorou, com uma média de respostas

de 3,40, foi a competência escrita. 53,3% referem que o processo foi importante para

melhor a competência escrita enquanto 30% referem ter sido muito importante.

O processo foi igualmente importante para 36,7% dos indivíduos no que

compete a desenvolver competências relacionadas com matemática e cálculo, com uma

média de respostas de 3,30.

Contributo do processo de

RVCC �a

da

imp

ort

an

te

Po

uco

imp

ort

an

te

Imp

ort

an

te

Mu

ito

imp

ort

an

te

Ba

sta

nte

imp

ort

an

te

To

tal

Méd

ia d

e

resp

ost

as

Adquirir maior conhecimento

de si próprio.

0%

10% 43,3% 33,3% 13,3% 100% 3,50

Conseguir ter mais estima e

valorização por si próprio.

3,3%

3,3% 50% 30% 13,3% 100% 3,47

Definir ou reconstruir o

projecto pessoal.

3,3%

3,3% 46,7% 30% 16,7% 100% 3,53

Criar relações de amizade e de

convívio.

0%

13,3

%

50% 23,3% 13,3% 100% 3,37

Melhorar a capacidade de

diálogo com os outros (fazer

reclamações, participar em

actividades associativas e

cívicas. Votar).

3,3%

6,7% 40% 40% 10% 100% 3,47

Obter reconhecimento por

parte da família e/ou amigos.

3,3%

26,7

%

46,7% 16,7% 6,7% 100% 2,97

Auxiliar e apoiar as

actividades de estudo de filhos,

netos e etc.

6,7%

13,3

%

43,3% 23,3% 13,3% 100% 3,23

Aumentar a capacidade de

adaptação à mudança

0%

6,7% 50% 26,7% 16,7% 100% 3,53

Tabela 27 - Contributo do processo de RVCC

Page 114: Resumo - Repositório Aberto · RVCC Secundário em 2008_____82 Tabela 4: Opções de inscrição no CNO no processo de RVCC Secundário em 2008_____82 Tabela 5: Caracteristicas sociodemográficas

101

Competências

�a

da

imp

ort

an

te

Po

uco

imp

ort

an

te

Imp

ort

an

te

Mu

ito

imp

ort

an

te

Ba

sta

nte

imp

ort

an

te

To

tal

Méd

ia d

e

resp

ost

as

Comunicar 3,3%

6,7% 60% 20% 10% 100% 3,27

Escrever 3,3%

3,3% 53,3% 30% 10% 100% 3,40

Ler 3,3%

16,7% 43,3% 30% 6,7% 100% 3,20

Utilizar o computador em tarefas

do dia-a-dia

6,7%

13,3% 16,7% 40% 23,3% 100% 3,60

Raciocínio matemático/ cálculo 0%

23,3% 36,7% 26,7% 13,3% 100% 3,30

Criatividade 3,3%

16,7% 53,3% 16,7% 10% 100% 3,13

Espírito critica 3,3%

10% 60% 16,7% 10% 100% 3,20

Preencher formulários (médico,

banco, finanças, etc.)

0%

30% 33% 30% 6,7% 100% 3,13

Tabela 28 - Competências melhoradas através do processo de RVCC

Page 115: Resumo - Repositório Aberto · RVCC Secundário em 2008_____82 Tabela 4: Opções de inscrição no CNO no processo de RVCC Secundário em 2008_____82 Tabela 5: Caracteristicas sociodemográficas

102

7.4. Vida Profissional e Educativa

Neste ponto, faz-se um balanço profissional e educativo dos inquiridos, tentando

perceber a importância que o processo de RVCC tem na vida profissional dos

indivíduos e se influência, ou não, nas decisões de voltar a estudar e/ou a frequentar

formações. Neste ponto, tenta-se perceber se houve alteração nas funções laborais dos

inquiridos e as expectativas que têm em termos de progressão de carreira.

Através da análise da tabela 29, que nos indica a importância que o processo de

RVCC tem na vida profissional dos adultos certificados, podemos verificar que do total

de inquiridos 60% referiu ter sido importante para se sentirem melhores preparados para

a vida profissional.

Seguidamente, e no que compete ao aumento da motivação no trabalho, 36,7%

referiram que o processo foi importante para aumentar a motivação no trabalho e 13,3%

como bastante importante.

A influência do processo para ter acesso a novas funções foi tida como

importante por 33,3% dos adultos e muito importante por 30% dos mesmos.

No que compete ao melhoramento do relacionamento com colegas e chefia, 40%

dos inquiridos, em cada categoria, refere ter sido pouco importante.

Em suma, o processo de RVCC foi importante na vida profissional dos adultos,

nomeadamente nos seguintes aspectos: preparação para a vida profissional, aumento da

motivação, acesso a novas funções e melhoramento da relação com os colegas de

trabalho.

Page 116: Resumo - Repositório Aberto · RVCC Secundário em 2008_____82 Tabela 4: Opções de inscrição no CNO no processo de RVCC Secundário em 2008_____82 Tabela 5: Caracteristicas sociodemográficas

103

Importância do processo

de RVCC

�a

da

imp

ort

an

te

Po

uco

imp

ort

an

te

Imp

ort

an

te

Mu

ito

imp

ort

an

te

Ba

sta

nte

imp

ort

an

te

To

tal

Méd

ia d

e

resp

ost

as

Aumentou a motivação

no trabalho.

3,3%

36,7% 36,7% 10% 13,3% 100% 2,93

Melhorou a preparação

para a vida profissional.

3,3%

6,7% 60% 20% 10% 100% 3,27

Melhorou o

reconhecimento das

funções que desempenha.

10%

30% 33,3% 20% 6,7% 100% 2,83

Acesso a novas funções 20%

10% 33,3% 30% 6,7% 100% 2,93

Possibilidade de assumir

cargos de chefia.

16,7%

13,3% 46,7% 20% 3,3% 100% 2,80

Melhorou o

relacionamento com os

colegas.

3,3%

40% 26,7% 20% 10% 100% 2,93

Melhorou o

relacionamento com o

chefe.

3,3%

40% 26,7% 26,7% 3,3% 100% 2,87

Na tabela 30, referente à influência do processo na decisão de voltar a estudar ou

frequentar formações, podemos observar que, para 60% dos indivíduos a participação

no processo influenciou muito e para 33,3% influenciou pouco. Contudo, e através da

tabela 31, a qual nos informa sobre os indivíduos que frequentaram ou pensam vir a

frequentar formações ou o sistema de ensino formal, podemos verificar que apenas um

inquirido frequenta formações, sendo que os restantes, 96,7% não frequentam mas

pensam vir a frequentar.

Isto pode reflectir, de facto, a importância do processo de RVCC no aumento da

motivação para continuar a estudar, no entanto, talvez devido aos horários laborais dos

adultos que não são muito flexíveis e pelo facto de se terem que deslocar para mais

longe, para frequentarem uma escola, estes têm a intenção de voltar a estudar embora

ainda não o façam.

Tabela 29 - Importância do processo de RVCC para a vida profissional

Page 117: Resumo - Repositório Aberto · RVCC Secundário em 2008_____82 Tabela 4: Opções de inscrição no CNO no processo de RVCC Secundário em 2008_____82 Tabela 5: Caracteristicas sociodemográficas

104

Na tabela 32, podemos constatar que 73,3% dos inquiridos pensam poderem progredir

na carreira, no interior da empresa, pelo facto de terem mais qualificações. O que

reflecte as expectativas positivas que tiveram e têm em relação a participação no

processo de RVCC.

Quando pedimos a opinião dos inquiridos no que concerne à importância que

estes pensam que a empresa dá ao facto de serem certificados pelo CNO Martifer

Inovação e Gestão, 30% referem que a empresa dá a importância adequada e 23,3%

referem que dá pouca importância. (Tabela 33)

Frequência N %

Actualmente frequenta 1 3,3

Não frequenta, mas pensa vir

a frequentar

29 96,7

Total 30 100,0

Influência N %

Não teve influência 2 6,7

Influenciou pouco 10 33,3

Influenciou muito 18 60,0

Total 30 100,0

Opinião N %

Sim 22 73,3

Não 7 23,3

Não Responde 1 3,3

Total 30 100,0

Tabela 30 - Influenciou do processo de RVCC

na decisão de voltar a estudar

Tabela 31- Frequência ou expectativa de

frequentar estudos no Sistema de Ensino ou

cursos de formação profissional

Tabela 32 - Opinião sobre a possibilidade de progressão na

carreira profissional na empresa, após a certificação

Page 118: Resumo - Repositório Aberto · RVCC Secundário em 2008_____82 Tabela 4: Opções de inscrição no CNO no processo de RVCC Secundário em 2008_____82 Tabela 5: Caracteristicas sociodemográficas

105

Importância N %

Nenhuma importância 3 10,0

Muito pouca importância 5 16,7

Pouca importância 7 23,3

Importância adequada 9 30,0

Muita importância 6 20,0

Total 30 100,0

A partir da tabela 34, podemos observar a influência que o processo de RVCC

teve na forma como os inquiridos executam o seu trabalho, assim, 40% referem ter mais

autonomia, 46,7% mais responsabilidades, 53,3% maior capacidade de decisão e 43,3%

desempenha novas tarefas.

Influência N %

Mais autonomia 12 40

Mais responsabilidades 14 46,7

Maior capacidade de

decisão 16 53,3

Desempenho de novas

tarefas 13 43,3

Total 55

*Resposta de escolha múltipla

Nesta fase do inquérito pedimos aos inquiridos que, de uma forma, geral

referissem qual a importância que o processo de RVCC teve para aumentar a motivação

e satisfação que têm no seu trabalho. Assim, 43,3% referem que foi importante, 33,3%

muito importante e 20% referem ter sido pouco importante. (Tabela 35)

Tabela 33 - Importância que a empresa dá ao diploma e certificado

Tabela 34 - Influência da frequência do processo de RVCC na forma como executa o

trabalho*

Page 119: Resumo - Repositório Aberto · RVCC Secundário em 2008_____82 Tabela 4: Opções de inscrição no CNO no processo de RVCC Secundário em 2008_____82 Tabela 5: Caracteristicas sociodemográficas

106

Influência N %

Nada importante 0 0

Pouco importante 6 20,0

Importante 13 43,3

Muito importante 10 33,3

Bastante importante 1 3,3

Total 30 100,0

Tentamos, também, perceber se o facto de terem participado no processo os

motivou a saber mais acerca da empresa e a envolverem-se mais nos assuntos da

mesma. Assim, de acordo com a tabela 36, podemos perceber que para 56,7% dos

indivíduos inquiridos motivou e para 26,7% motivou muito.

Influência N %

Motiva pouco 5 16,7

Motiva 17 56,7

Motiva muito 8 26,7

Total 30 100,0

Tabela 35 - O processo de RVCC como mecanismo para

aumentar a motivação e satisfação no trabalho

Tabela 36 - Influência do processo de RVCC para motivar a

participar no desenvolvimento no processo da empresa

Page 120: Resumo - Repositório Aberto · RVCC Secundário em 2008_____82 Tabela 4: Opções de inscrição no CNO no processo de RVCC Secundário em 2008_____82 Tabela 5: Caracteristicas sociodemográficas

107

8. As Chefias Directas dos Adultos Certificados: Opinião sobre a Importância e o

Papel do C�O Martifer Inovação e Gestão

Nesta parte do relatório analisaremos os resultados dos inquéritos administrados

às chefias directas dos adultos certificados de forma a perceber se estes estão

informados acerca do CNO Martifer Inovação e Gestão e se incentivam os seus

trabalhadores a frequentarem o mesmo, não esquecendo a importância que o CNO pode

ter na vida profissional dos adultos certificados, se reconhecido, sob o ponto de vista da

chefia. Para tal, foi administrado um inquérito com perguntas fechadas e abertas (Ver

anexo 24) a 10 chefias directas dos adultos que tinham frequentado o CNO. Para

conseguir ter acesso à informação sobre as chefias, tivemos de fazer uma pergunta

informal aos próprios adultos certificados durante a administração dos seus inquéritos

para nos identificarem o seu superior hierárquico.

Assim, todos os inquiridos tinham conhecimento da existência do CNO Martifer

Inovação e Gestão, como podemos verificar pela tabela 37, sendo que de acordo com a

tabela 38, a qual dá informação sobre o meio pelo qual tiveram conhecimento, podemos

verificar que 50% dos inquiridos tiveram conhecimento através dos folhetos da

Martifer, 20% através da Revista Inove, 40% através de acções de sensibilização dadas

pelos profissionais RVC, 30% através de colegas de trabalho e 10% através do site do

colaborar. Importa referir que os inquiridos tiveram oportunidade de escolher mais que

uma opção nesta pergunta, logo, houve inquirido que tiveram conhecimento através de

vários meios.

Conhecimento N %

Sim 10 100,0

Não 0 ,0

Total 10 100,0

Tabela 37 - Conhecimento da existência do

C�O

Page 121: Resumo - Repositório Aberto · RVCC Secundário em 2008_____82 Tabela 4: Opções de inscrição no CNO no processo de RVCC Secundário em 2008_____82 Tabela 5: Caracteristicas sociodemográficas

108

Influência N %

Folhetos Martifer 5 50

Revista Inove 2 20

Martifer TV 0 0

Sensibilizações dadas

pelos profissionais

RVC

4 40

Responsável

hierárquico 2 20

Colegas de trabalho 3 30

Internet 0 0

Site colaborador 1 10

Total 17

No que compete à análise da importância que o CNO tem na vida profissional

dos adultos certificados sob o ponto de vista da chefia, podemos verificar através da

tabela 39, que para 80% dos inquiridos é importante para aumentar a motivação no

trabalho, para 90% é importante para melhorar a preparação para o desempenho das

funções laborais. Dos inquiridos 70% referem que a frequência do processo RVCC é

importante para os adultos certificados na medida em que vem as suas funções

reconhecidas e 60% referem ser muito importante na possibilidade de desempenho de

novas funções.

Do total das chefias inquiridas, 50% referem que frequentar o processo de

RVCC, é importante na possibilidade de assumir cargos de chefias. No que compete a

importância que tem na melhoria dos relacionamentos, 40% consideram importante

para melhorar o relacionamento com os colegas de trabalho e 40% consideram

importante para melhor o relacionamento com a chefia.

Em suma, os aspectos considerados mais importantes para melhorar a vida

profissional dos trabalhadores que frequentaram o processo de RVCC, segundo as

chefias, é a possibilidade de assumir cargos de chefias com uma média de resposta de

3,70 e a possibilidade de desempenhar novas funções cuja média de resposta é de 3,40.

Tabela 38 - Conhecimento da existência do C�O Martifer*

*Resposta de escolha múltipla

Page 122: Resumo - Repositório Aberto · RVCC Secundário em 2008_____82 Tabela 4: Opções de inscrição no CNO no processo de RVCC Secundário em 2008_____82 Tabela 5: Caracteristicas sociodemográficas

109

Para as chefias inquiridas os conhecimentos aprendidos durante o processo de

RVCC podem ser aplicados no posto de trabalho dos adultos certificados (Tabela 40).

Assim, do total das chefias, 60% refere que competências no domínio da linguagem

podem ser aplicadas no posto de trabalho. 70% das chefias inquiridas referem que

competências relacionadas com o domínio da informática podem ser transferidas para o

posto de trabalho; 20% acreditam que competências no domínio da matemática,

também, podem ser transferias, e 60% consideram que as competências relacionadas ao

domínio de questões de cidadania podem ser aplicadas ao posto de trabalho dos adultos

certificados.

Importância

�a

da

imp

ort

an

te

Po

uco

imp

ort

an

te

Imp

ort

an

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Mu

ito

imp

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an

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Ba

sta

nte

imp

ort

an

te

To

tal

Méd

ia d

e

resp

ost

as

Aumentar a motivação

no trabalho

0% 20% 80% 0% 0% 100% 2,80

Melhor preparação

para o desempenho das

suas funções

0% 0% 90% 10% 0% 100% 3,10

Maior reconhecimento

das funções que

desempenha por parte

da chefia e colegas

0% 10% 70% 20% 0% 100% 3,10

Possibilidade de

desempenho de novas

funções

0% 20% 20% 60% 0% 100% 3,40

Assumir cargos de

chefia

0% 0% 50% 30% 20% 100% 3,70

Melhor relacionamento

com os colegas

0% 30% 40% 20% 10% 100% 3,10

Melhor relacionamento

com o chefe.

0% 30% 40% 20% 10% 100% 3,10

Tabela 39 - Importância da criação do C�O Martifer para a vida profissional dos

trabalhadores que o frequentaram segundo a perspectiva das chefias

Page 123: Resumo - Repositório Aberto · RVCC Secundário em 2008_____82 Tabela 4: Opções de inscrição no CNO no processo de RVCC Secundário em 2008_____82 Tabela 5: Caracteristicas sociodemográficas

110

Por último, mas não menos importante, do total das chefias inquiridos, 70%

referem que o modo de funcionamento da empresa permite valorizar quem frequenta o

CNO Martifer Inovação e Gestão (Tabela 41), o que pode estar relacionado com a

missão, valores e estratégia da empresa.

Influência N %

Dominio da linguagem 6 60

Dominio da informática 7 70

Dominio da matemática 2 20

Dominio de questões de

cidadania 6 60

Total 31

Premissão N %

Não permite 0 0

Permite pouco 0 0

Permite 7 70,0

Permite muito 2 20,0

Permite bastante 1 10,0

Total 10 100,0

Tabela 40 - Conhecimentos aprendidos no processo de RVCC que são

aplicados pelos trabalhadores nos seus postos de trabalho*

Tabela 41 - Funcionamento da Martifer permite valorizar quem

frequenta o C�O

*Resposta de escolha múltipla

Page 124: Resumo - Repositório Aberto · RVCC Secundário em 2008_____82 Tabela 4: Opções de inscrição no CNO no processo de RVCC Secundário em 2008_____82 Tabela 5: Caracteristicas sociodemográficas

111

Conclusão Geral

No âmbito deste trabalho, construiu-se algumas perguntas de partida sustentadas

pelas leituras e pelo estágio curricular que se materializa neste relatório. Assim, e tendo

em atenção as duas grandes questões, condutoras de todo este trabalho expostas no

capítulo IV, cabe-nos, agora, dar resposta às mesmas:

1. Qual a importância e o papel do Centro de Novas Oportunidades na estratégia da

empresa?

2. Qual o impacto da obtenção de certificação, através da frequência do Centro

Novas Oportunidades Martifer Inovação e Gestão, no adulto certificado? Sente-

se mais satisfeito e valorizado profissional e pessoalmente? Têm expectativas

em termos de desenvolvimento e progressão profissional no âmbito da empresa?

Remetendo-nos para a questão sobre a importância que o Centro de Novas

Oportunidades tem para a estratégia da empresa, e de acordo com o que foi analisado

nas entrevistas realizadas no âmbito deste trabalho, um dos factores competitivos da

empresa é a capacidade técnica dos seus trabalhadores que é aperfeiçoada com o

investimento que a empresa faz em formações técnicas. Além de que, e segundo a

Directora do Departamento de RH da Martifer, a empresa é conhecida como uma

empresa-escola, pelo investimento que faz no seu capital humano e pela importância

que dá às qualificações e competências dos indivíduos.

Portanto, o CNO está relacionado com a estratégia da empresa e

consequentemente com a estratégia de RH, pois vem reconhecer as competências dos

trabalhadores, logo, acentua ainda mais o papel de empresa-escola atribuído à Martifer,

e a concepção desta empresa como espaço de socialização e de aprendizagem.

Segundo,a Directora de RH,

“[…] �ós entendemos isto como uma oportunidade de implementar

algumas das nossas estratégias, uma delas tem a ver, como lhe disse,

com o colaborador em si, ou seja, reconhecer as suas competências ao

conseguirmos proporcionar isso e com isso melhor motivação e logo,

também, melhorar o nível de qualificação das pessoas, ou seja, […] nós

temos níveis de qualificação baixos […] que é o problema do país […] o

C�O veio fazer com que nós ao elevarmos os níveis de qualificação das

pessoas, também estamos a elevar a nível geral o nível de qualificação

Page 125: Resumo - Repositório Aberto · RVCC Secundário em 2008_____82 Tabela 4: Opções de inscrição no CNO no processo de RVCC Secundário em 2008_____82 Tabela 5: Caracteristicas sociodemográficas

112

da população. Outra, entendemos também como responsabilidade social

[…] proporcionar a um tipo de população que é a nossa, que trabalha

por turnos e tem uma vida complicada, que os C�O’s normais nunca

iriam responder […] estamos, também a responder a questões, que a

sociedade vai beneficiar com isso […]”

Fazendo um ponto de comparação com estas declarações e a opinião dos adultos

certificados, quando pedimos a opinião dos inquiridos no que concerne à importância

que estes pensam que a empresa dá ao facto de serem certificados pelo CNO Martifer

Inovação e Gestão, 30% referem que a empresa dá a importância adequada e 23,3%

referem que dá pouca importância.

Também, com o que foi referido anteriormente, constatamos que empresa tem

um papel de responsabilidade social enquanto lugar pedagógico, indo de encontro a um

dos seus valores que neste caso recai sobre a formação dos seus trabalhadores e o

contributo para o desenvolvimento da comunidade local.

Conseguimos, portanto confirmar a hipótese formulado, à priori, de que o CNO

Martifer Inovação e Gestão é um instrumento na estratégia de gestão de RH da empresa

e na capacitação da mesma.

Ao nível individual e fazendo um balanço pessoal e social, isto é, tendo em

atenção o impacto que a obtenção de certificação no CNO Martifer Inovação e Gestão,

tem no adulto certificado, podemos referir que o processo de RVCC foi importante

para:

1. A auto-imagem dos indivíduos no sentido de adquirir conhecimento de si

próprio;

2. Conseguirem ter mais estima e valorização por si;

3. Conseguir reconstruiram ou definiram o seu projecto pessoal;

4. A criação de relações de amizade e convívio;

5. Melhorar a capacidade de diálogo e relação com os outros;

6. Melhorar actividades quotidianas e ligadas à cidadania como fazer reclamações,

participar em actividades associativas e cívicas, votar, entre outros.

Assim sendo, conseguimos confirmar algumas das hipóteses, previamente,

formuladas que são as seguintes:

1. O processo de RVCC, enquanto modalidade de educação e formação de adultos,

promove uma maior satisfação e motivação na execução do trabalho;

Page 126: Resumo - Repositório Aberto · RVCC Secundário em 2008_____82 Tabela 4: Opções de inscrição no CNO no processo de RVCC Secundário em 2008_____82 Tabela 5: Caracteristicas sociodemográficas

113

2. O processo de RVCC promove a aquisição e melhoria de conhecimentos,

aptidões e competências;

3. O processo de RVCC promove o desenvolvimento e enriquecimento pessoal dos

sujeitos.

O processo tornou-se importante para obter reconhecimento por parte da família

e/ou amigos para auxiliar e apoiar actividades de estudo de filhos, netos, entre outros e

para aumentar a capacidade de adaptação às mudanças da vida, assim como, para

melhorar as competências dos indivíduos.

No que compete a vertente da satisfação e motivação no trabalho, concluímos

que, em termos de balanço profissional e educacional, mais de metade dos adultos

certificados referem que o processo teve influência no aumento da motivação no

trabalho (36,7% referiu o processo como sendo importante para aumentar a motivação

no trabalho e 13,3% como bastante importante). Do total de inquiridos, 60% referiu ter

sido importante para se sentirem melhor preparados para a vida profissional.

No que compete a ter melhorado o reconhecimento das funções que

desempenham, no sentido, das chefias valorizarem o seu trabalho, 33,3% referiram ter

sido importante e 20% muito importante, contudo, 30% dizem ter sido pouco

importante nesse aspecto.

Quando direccionamos a nossa análise para as expectativas dos indivíduos no

que compete à progressão da carreira na empresa, 73,3% inquiridos pensam poderem

progredir na carreira, no interior da empresa, pelo facto de terem mais qualificações. O

que reflecte as expectativas positivas que tiveram e têm em relação a participação no

processo de RVCC e 33,3% consideram que o processo pode ser importante para

influênciar o acesso a novas funções e 46,7% para assumir cargos de chefias

No que compete à hipótese de que o processo de RVCC promove uma maior

predisposição pela participação posterior em iniciativas de educação e formação, está

foi infirmada na medida em que, apesar de 60% dos indivíduos referiram que a sua

participação no processo influenciou muito na decisão de voltar a estudar ou frequentar

formações, 96,7% dos adultos referem que não frequentam mas pensarem vir a

frequentar formações ou o ensino formal, ou seja, na realidade poucos foram os adultos

que realmente continuaram a estudar, logo a função intregadora do CNO, a qual

promove a integração do indivíduo em processos de aprendizagem não se verifica neste

estudo.

Page 127: Resumo - Repositório Aberto · RVCC Secundário em 2008_____82 Tabela 4: Opções de inscrição no CNO no processo de RVCC Secundário em 2008_____82 Tabela 5: Caracteristicas sociodemográficas

114

Portanto, conseguimos concluir que há uma relação entre a empresa como

espaço de socialização e aprendizagem, nomeadamente por via do CNO, e a

contribuição deste factor para o aumento da motivação e satisfação do trabalho ao

mesmo tempo que estes aspectos trabalham em prol da estratégia e do desenvolvimento

da empresa.

Page 128: Resumo - Repositório Aberto · RVCC Secundário em 2008_____82 Tabela 4: Opções de inscrição no CNO no processo de RVCC Secundário em 2008_____82 Tabela 5: Caracteristicas sociodemográficas

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Em-Portugues.

Documentos legislativos

Portaria nº 370/2008 de 21 de Maio publicada em Diário da República

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I

Anexo 1

Quadro nr.1: O conceito de formação/educação permanente do homem

*De acordo com A. J. Harrow (1977) e B. Bloom et al. (1979).

Fonte: Silvestre (2003) – Educação/Formação de adultos: como dimensão dinamizadora do sistema educativo/formativo.

Taxinomias* Modalidades Saberes

Frases

Conhecimento Formação/educação inicial

Saber Vinte anos antes do nascimento e em cada idade da vida, até à morte.

Competência Formação/educação contínua

Saber-fazer

Vinte anos antes do nascimento e em cada idade da vida, até à morte.

Atitude Comportamento

Formação/educação para os valorea e para a cidadania

Saber-ser Saber-estar

Vinte anos antes do nascimento e em cada idade da vida, até à morte.

Capacidade Flexibilidade Plasticidade

Formação/educação permanente

Saber aprender a aprender e saber

Aprender a desaprender

Vinte anos antes do nascimento e em cada idade da vida, até à morte.

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II

Anexo 2

Press Release da Martifer: “Centro Novas Oportunidades Martifer promove sessões de esclarecimento em todo o concelho”

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III

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IV

Anexo 3

Manual de Acolhimento da Martifer

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V

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VI

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VII

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VIII

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IX

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X

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XI

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XII

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XIII

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XIV

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XV

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XVI

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XVII

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XVIII

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XIX

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XX

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XXI

Anexo 4

Código de ética da Martifer

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XXII

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XXIII

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XXIV

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XXV

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XXVI

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XXVII

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XXVIII

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XXIX

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XXX

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XXXI

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XXXII

Anexo 5

Quadro nr.º2: Formação administrada na Martifer em 2009

Área de Formação

Designação do Curso Horas Entidade Formadora

Acolhimento Acolhimento e Segurança a Novos Colaboradores 2 Interna

Iniciação à Unidade Fabril Interna

Comportamental Coaching 24 Externa

Focus 7 Cegoc

Gestão de Conflitos 16 Externa

Gestão do Tempo 16 Externa

Gestão Emocional nas Organizações 16 Externa

Liderança e Comunicação para Projectos 23 IIR

Liderança e Gestão de Equipas de Trabalho 16 Externa

Motivar e Dirigir Equipas de Trabalho 16 Externa

Os 7 Hábitos das Pessoas Altamente Eficazes - Gestores 14 Cegoc

Preparação e Condução Eficaz de Reuniões 16 Externa

Saber Argumentar de Forma Persuasiva 21 Cegoc

Técnicas de Apresentação 21 Externa

Técnicas de Comunicação e Relacionamento Interpessoal 16 Externa

Trabalho em Equipa 16 Externa

Pedagogia Formação Contínua de Formadores 60 Externa

Formação Pedagógica Inicial de Formadores 90 Externa

Sistema de Aprendizagem

RVCC - 9º ano 35 Interna

RVCC - 12º ano 50 Interna

Finanças, Contabilidade e

Gestão

Análise Financeira 24 Externa

Contabilidade Analítica Avançada 16 Externa

Finanças e Gestão para Não Financeiros 21 Externa

Fiscalidade e Finanças Empresariais 8 Interna

Gestão de Projectos 23 IIR

Gestão de Projectos + MS Project 35 Externa

Gestão de Recursos Humanos 4 Interna

Gestão de Riscos em Projectos 23 IIR

Normas Internacionais de Contabilidade (IAS/IFRS) 14 Externa

Comercial Atendimento a Clientes 16 Externa

Negociação Comercial 16 Externa

Técnicas de Negociação 16 Externa

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XXXIII

Tecnologias Informáticas

Autocad 2D 35 Externa

Autocad 3D 21 Externa

CosmosWorks Designer 16 Externa

Excel Avançado 14 Ext/Int

Informática na Óptica do Utilizador 21 Ext/Int

MS Project 16 Externa

Office Avançado (Word, Excel, Acess) 24 Externa

SAP Interna

SolidWorks 16 Externa

Tekla Structure 60 Interna

Visual Basic Aplications MS Excel 24 Externa

Qualidade, Ambiente e Segurança

Auditorias QSA 40 Externa

Normas QSA 16 Externa

Passaporte de Segurança 14 Externa

Primeiros Socorros 21 Externa

Primeiros Socorros - Reciclagem 14 Externa

Regras de Segurança 4 Interna

Segurança nos Trabalhos em Altura 16 Externa

Socorrismo e Resgate no Aerogerador 16 Externa

Equipamentos Móveis

Condutor Manobrador de Grua 16 Externa

Segurança na Condução de Empilhadores 16 Externa

Segurança na Operação de Multifunções 16 Externa

Segurança na Operação de Multifunções, Plataformas Elevatórias e Andaimes 24 Externa

Segurança na Operação de Pontes Rolantes 16 Externa

Manutenção Automação de Processos 50 Externa

Electricidade avançada 50 Externa

Electricidade básica 16 Externa

Electropneumática 40 Externa

Hidráulica 16 Externa

Introdução à Pneumática 16 Externa

Manutenção de Sistemas Electromecânicos 50 Externa

Técnicas 5 S 16 Externa

Análise FMEA 16 Externa

Assistente de Logística 16 Externa

Gestão de Armazéns 16 Externa

Gestão de Resíduos 14 Externa

Gestão de Stocks 16 Externa

Iniciação à Soldadura 40 Interna

Inspecção Visual de Soldadura 60 Externa

Interpretação de Desenho Técnico 25 Interna

Metrologia 4 Interna

Organização, Planeamento e Gestão da Produção 16 Externa

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XXXIV

Fonte: Documentos internos da Martifer

Pintura 40 Externa

Regulamentação de Ensaios não destrutivos 32 Externa

Serralharia 50 Interna

Soldadura MIG-MAG 25 Interna

Soldadura por Arco Submerso 25 Interna

Técnicas de Ensaio por Liquídos Penetrantes 50 Externa

Técnicas de Ensaio por Partículas Magnéticas 60 Externa

Técnicas de Ensaio por Ultrassons 120 Externa

Tecnologia de Materiais 40 Externa

Tecnologia de Soldadura 24 Externa

Línguas Inglês 30 Ext/Int

Alemão 30 Interna

Espanhol 30 Externa

Especialização Interna

MBA Tailor Made 162 Interna

Gestão de Obra 94 Interna

Seminários Balanced Scorecard 4 Dr.ª Elisabete

Empreendedorismo 4 Dr.º Jorge

Estratégia Empresarial 4 Eng. Carlos

Ética e Responsabilidade Social 4 Cegoc

Gestão de Competências 4 Externa

Marketing 4 Cegoc

Negociação Empresarial 4 Cegoc

QSA 4 Eng. Ana

Responsabilidade Civil e Criminal por Incumprimento de Regras de Segurança

6 ISQ

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XXXV

Anexo 6

Quadro nr.º3: Práticas de Formação. Subsistemas de Gestão e de Organização da Formação.

PRÁTICAS DE FORMAÇÃO

DIMENSÕES/ INDICADORES

FORMAÇÃO IMEDIATISTA

E UTILITARISTA

FORMAÇÃO ADAPTATIVA

E DE AJUSTAMENTO

FORMAÇÃO DESENVOLVAMENTISTA

E ESTRATÉGICA

SUBSISTEMA DE GESTÃO

PLANIFICAÇÃO

Elaboração do plano Ausente Plano ex-post Plano ex-ante

Horizonte temporal Imediato, sem prazo Plano a curto ou médio prazo, semestral ou anual

Plano a longo prazo, plurianual, ajustado anualmente

Balanço orçamental Ausente Realização = Previsão Realização > Previsão

Avaliação de necessidades Ausente Empírica Formalizada

Formalizada

Agentes da avaliação de necessidades

Dirigentes Dirigentes e enquadramento directo

Agentes externos

Agentes internos especializados na função

Agentes externos com colaboração interna

GESTÃO

Financiamento com capitais próprios

Ausente ou diminuto caso haja um mínimo imposto

Mediano ou superior ao mínimo imposto

Elevado ou superior ao mínimo imposto

Financiamento público Fundo perdido Fundo perdido Fundo perdido Empréstimos

SUBSISTEMA DE ORGANIZAÇÃO

CONCEPÇÃO

Responsáveis Serviços externos não especializados

Serviços externos não especializados e especializados

Agentes internos

Serviços internos e externos especializados

Formato Formação standart adaptada às necessidades do

equipamento

Formação standart adaptada às necessidades do

equipamento Formação standart de catálogo adaptada às

necessidades e competências da empresa

Formação concebida internamente adaptada às e competências da empresa

Formação standart de catálogo adaptada às necessidades e competências da empresa

REALIZAÇÃO

Local Interno Interno e externos Interno Em alternância de instituições

Instituições envolvidas --------- Públicas emistas Públicas, privadas e mistas

FORMADORES

Origem Externos Interno e externos Interno e externos

Qualificação Fornecedor de equipamentos Fornecedor de equipamentos Trabalhador da empresa Técnico especializado em

formação

Monitor interno Técnico especializado em

formação Técnico em áreas de

competências especificas

Papel Intervenção passiva Intervenção passiva Intervenção activa

AVALIAÇÃO

Pedagógica Ausente Sumativa Sumativa, qualitativa, formativa

Profissional Ausente ou avaliação empírica privilegiando

resultados

Empírica ou formal quantitativa privilegiando

resultados

Formal quantitativa e qualitativa, privilegiando

performances globais (resultados e comportamentos)

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XXXVI

PRÁTICAS DE FORMAÇÃO

DIMENSÕES/ INDICADORES

FORMAÇÃO IMEDIATISTA

E UTILITARISTA

FORMAÇÃO ADAPTATIVA

E DE AJUSTAMENTO

FORMAÇÃO DESENVOLVAMENTISTA

E ESTRATÉGICA

SUBSISTEMA DE ORIENTAÇÃO

OBJECTIVOS

Recomposição interna Reclassificação/ especialização

Reclassificação/ especialização

Aperfeiçoamento Reciclagem

Aperfeiçoamento Reciclagem

Reconversão

Preparação do afastamento Ausente Ausente Reclassificação e reconversão externas

DESTINATÁRIOS

Funções empresariais alvo Fabricação e função administrativa

Fabricação, gestão de produção, controlo de

qualidade, função administrativa, função comercial/marketing e

função financeira

Preparação e gestão da produção, fabricação, controlo

de qualidade, manutenção concepção/criação, função

administrativa, comercial/marketing,

financeira, I&D, gestão de RH e de gestão de topo

Critérios de afectação Os assalariados directamente envolvidos pelos novos

equipamentos da empresa

Os assalariados directamente envolvidos pelos novos

equipamentos da empresa

Todos os assalariados Inexistentes

Critérios de selecção Idade Idade, diploma escolar e nível de qualificação profissional

Inexistentes

Modalidades de acesso Imposta Proposta e imposta Proposta, negociada e voluntária

SUBSISTEMA DE DESENVOLVIMENTO/ IMPLEMENTAÇÃO

HORIZONTE TEMPORAL

Duração Ultra-curta Ultra-curta, curta, média e longa

Curta, média e longa e ultra-longa

Ocasiões Após implementação de equipamentos

Acompanhando a implementação de

equipamentos

Antes, durante e após implementação de

equipamentos

Carácter Pontual e excepcional De ajustamento Continuo e permanente

Momentos de ocorrência Horário laboral Horário laboral e pós-laboral Horário laboral e pós-laboral

ORIENTAÇÃO PEDAGÓGICA

Conteúdo da formação Prático Prático, técnico e comportamental/relacional

Prático, técnico e comportamental/relacional, teórico e restrito alargado

Modalidades de aprendizagem

Aprendizagem no posto de trabalho

Aprendizagem no posto de trabalho

Aprendizagem em sala de aula

Aprendizagem no posto de trabalho, aprendizagem em sala de aula e aprendizagem

em alternância de locais

Primado pedagógico Pedagogia do concreto Pedagogia do concreto e da razão/abstracção

Pedagogia do concreto e da razão/abstracção e do

imaginário

Grau de transferibilidade Nulo Médio Elevado

CONCEPÇÃO DO FORMANDO

Papel do formando Passivo Passivo Activo

Enfoque Colectivo Colectivo Individual

VALIDADE DA FORMAÇÃO

Tipo de diploma Inexistente Inexistente ou diploma de frequência

Diplomas de frequência

Legitimidade do diploma ------ Ausente ou legitimação interna

Legitimação interna e externa

ACÇÕES DE ACOMPANHAMENTO

Ausentes De motivação De motivação, de integração de valorização e de

reconhecimento

Fonte: Parente, (1996) - As empresas como espaço de formação. in Revista Sociologia. Porto : Universidade do Porto.

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XXXVII

Anexo 7

Relatório de contas de 2008 da Martifer

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XXXVIII

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XXXIX

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XL

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XLI

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XLII

Anexo 8

Press Release: Centro Novas Oportunidades Martifer certifica 27 adultos

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XLIII

Anexo 9

Modelo ficha de inscrição

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XLIV

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XLV

Anexo 10

Quadro nr.º4: Caracterização da população do CNO segundo sexo e relações com o grupo Martifer.

Fonte: Documentos internos da Martifer.

Empresas subcontratadas

Externos Internos

Total

Fénix Intersegu

r

Multitempo

Elitjob

Externo

s

Desem

pregados/

Empresas não

especificadas

Martifer

Con

strução

Martifer II Ino

x

Martifer Solar

Martifer Energia

Gebox

Prio Bio

Navalria

Martifer

Aluminios

Sexo

Masculino

5 0 2 16 2 34 3 0 3 2 3 7 3 80

Fem

inino

0 1 8 12 3 13 0 1 3 0 0 1 1 43

Total 5 1 10 28 5 47 3 1 6 2 3 8 4 123

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XLVI

Anexo 11

Inquérito por questionário (Adultos Certificados)

O presente inquérito faz parte de um estágio desenvolvido no âmbito do Mestrado em

Sociologia da Faculdade de Letras da Universidade do Porto. O objectivo deste

inquérito é perceber o impacto que a participação no processo de RVCC do CNO

Martifer Inovação e Gestão têm na vida pessoal, social e profissional de quem o

frequentou. Por se tratar, apenas, de um trabalho para a Universidade, todos os seus

dados pessoais e respostas que aqui dará, são anónimas.

Desde já, muito obrigada pela sua disponibilidade.

Por favor, preencha o inquérito assinalando a resposta com uma cruz, quando

necessário.

Caracterização sócio-demográfica

1. Sexo

Masculino Feminino __

2. Idade

3. Estado Civil

Solteiro __ Casado (a) / União de Facto __ Divorciado (a) / Separado (a) __ Viúvo (a) __ Outro Situação __ Qual? ___________________________.

4. Concelho de Residência

5. Qual o seu grau de escolaridade que completou antes de frequentar o

processo de RVCC?

Ensino Básico 1ºCiclo __ Ensino Básico 2ºCiclo __

Ensino Básico 3ºCiclo __

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XLVII

Ensino Secundário (Incompleto) __

6. Qual o motivo da sua saída da escola?

Dificuldade económica da família __ Distância da escola à habitação __ Falta de apoio familiar __ Acabou a escolaridade obrigatória __ Não gostava __ Doença __ Dificuldades de aprendizagem __ Reprovações __ Outro __ Qual?__________________________________________________________ .

7. Qual o seu grau de escolaridade actualmente? (depois de frequentar o processo de

RVCC)

Ensino Básico 1ºCiclo ( 4ºAno) __ Ensino Básico 2ºCiclo (6º Ano) __

Ensino Básico 3ºCiclo ( 9ºAno) __ Ensino Secundário (12ºAno) __

8. Quando terminou o Processo de Rvcc (mês e ano)? Agosto de 2009

Caracterização do processo de RVCC

9. Como teve conhecimento do processo de RVCC do Centro de .ovas

Oportunidades Martifer Inovação e Gestão?

Folhetos da Martifer __ Internet __ Martifer TV __ Revista Inove __ Sensibilizações dadas pelos profissionais rvc da Martifer __ Site do Colaborador __ Amigos __ Chefias __

Outro. Qual? __

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XLVIII

10. Como decidiu inscrever-se no processo de RVCC do Centro de .ovas

Oportunidades Martifer Inovação e Gestão?

Decisão própria __ Conselho de familiares e/ou amigos __ Conselho das chefias __ Outro. Qual? ____________________________________________________.

11. Importa-se de dizer quem é a sua chefia?

12. Qual a importância de cada um dos aspectos seguintes na decisão de vir

participar no processo de RVCC?

.ada

importante

Pouco

importante

Importante

Muito

importante

Bastante

importante

Poder acompanhar as conversas de familiares e/ou amigos.

Desenvolver conhecimentos e competências.

Ter consciência do valor do que aprendeu ao longo da vida.

Desejo de valorização/realização pessoal.

Melhoria das condições de trabalho

Obtenção de diploma/certificado.

Intenção de prosseguir os estudos (Ensino normal e/ou formação) .

Atractividade do processo (rapidez e metodologia).

Oportunidade de conviver .

Outro. Qual?

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XLIX

13. Com que frequência utilizou as seguintes estratégias para dar resposta às

suas necessidades de aprendizagem?

.enhuma

vez

Muito Poucas

vezes

Poucas

Vezes

Algumas

vezes

Muitas

vezes

Aprender Sozinho/a.

Ajuda de Colegas do Processo RVCC.

Ajuda de Familiares.

Ajuda de Amigos.

Ajuda do Profissional RVC e formadores.

Outro. Qual?

14. Como avalia o processo de RVCC em termos de duração?

15. Qual o grau de dificuldade que sentiu durante o processo de RVCC?

16. Indique aquilo que mais lhe agradou no processo de RVCC?

17. Indique aquilo que menos lhe agradou no processo de RVCC?

Muito Demorado__ Demorado __ Duração adequada __ Rápido __ Muito Rápido __

Nenhum __ Reduzido __ Médio __ Elevado __ Muito Elevado __

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L

Balanço pessoal e social

18. Qual o grau de importância do processo de RVCC no que refere aos

seguintes aspectos?

.ada

importante

Pouco

importante

Importante

Muito

importante

Bastante

importante

Adquirir maior conhecimento de si próprio.

Conseguir ter mais estima e valorização por si próprio.

Definir ou resconstruir o projecto pessoal.

Criar relações de amizade e de convívio.

Melhorar a capacidade de diálogo com os outros (fazer reclamações, participar em actividades associativas e civícas. Votar).

Obter reconhecimento por parte da familia e/ou amigos.

Auxiliar e apoiar as actividades de estudo de filhos, netos e etc.

Aumentar a capacidade de adaptação à mudança

Outro. Qual?

19. Em que medida o processo de RVCC contribuiu para melhorar as seguintes

competências?

.ada

importante

Pouco

importante

Importante

Muito

importante

Bastante

importante

Comunicar Escrever

Ler Utilizar o computador em tarefas do dia-à-dia

Raciocínio matemático/ cálculo Criatividade Espirito critico Preencher formulários (médico,banco, finanças, etc)

Outro. Qual?

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LI

Vida profissional e educativa

20. Qual o grau de importância do processo RVCC para a sua vida profissional?

.ada

importante

Pouco

importante

Importante

Muito

importante

Bastante

importante

Aumentou a motivação no trabalho.

Melhorou a preparação para a vida profissional.

Melhorou o reconhecimento das funções que desempenha.

Acesso a novas funções Possibilidade de assumir cargos de chefia.

Melhorou o relacionamento com os colegas.

Melhorou o relacionamento com o chefe.

Outro. Qual?

21. Em que medida a participação no RVCC influenciou a sua decisão de voltar

a estudar ou de frequentar formação/ões?

Não teve influência__ Influenciou pouco__ Influenciou muito __

22. Após a obtenção da certificação, frequentou ou pensa voltar a frequentar

estudos no Sistema de Ensino ou cursos de formação profissional?

23. Quando iniciou o RVCC, qual era o tipo de vínculo contratual que tinha?

Efectivo/Contrato de trabalho sem termo __ Contrato de trabalho com termo (a prazo) __ Trabalho temporário __

Frequentou__ Actualmente, frequenta__ Não frequenta, mas pensa vir a frequentar __

Não frequenta, nem pensa vir a frequentar __

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LII

24. Quando iniciou o RVCC, qual era a sua profissão?

25. Actualmente, qual é o tipo de vínculo contratual que tem?

Efectivo/Contrato de trabalho sem termo __ Contrato de trabalho com termo (a prazo) __ Trabalho temporário __

26. Actualmente, qual é a profissão que desempenha?

27. Com a certificação obtida, pensa poder progredir na carreira profissional

na empresa?

Sim__ Não__

28. Qual é a importância que a empresa onde trabalha dá ao diploma e

certificado que obteve?

29. Qual a influência da frequência do processo de RVCC, na forma como

executa o seu trabalho?

Tenho mais autonomia _____ ____

Tenho mais responsabilidade _____ ____ Tenho maior capacidade de decisão _____ ____ Desempenho novas tarefas _____ ____

Balanço global

30. Em que medida o processo de RVCC, é importante para aumentar a

motivação e satisfação no trabalho daqueles que o frequentam?

Nenhuma importância__ Muito pouca importância__ Pouca importância __

Importância __ Muita importância__

Nada importante__ Pouco importante__ Importante __ Muito importante__

Bastante importante__

Sim Não

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LIII

31. Em que medida o processo de RVCC, o motiva a participar no

desenvolvimento do processo da empresa?

Não Motiva__ Motiva Pouco__ Motiva __ Motiva muito__ Motiva bastante__

32. Como avalia globalmente os serviços prestados pelo Centro de RVCC?

33. Recomendaria o processo de RVCC a pessoas conhecidas, amigas ou

familiares?

Não Recomendaria__ Recomendaria __

34. Exerce funções de chefia?

Não __ Sim __

34.1. Se respondeu que sim, que tipo de função de chefia exerce?

Chefe de área __ Chefe de secção __ Chefe de equipa __ Outro __ Qual?____________________________________________________________.

Obrigada pela colaboração!

Maus__ Insuficientes__ Médios__ Bons __ Muito bons__

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LIV

Anexo 12

Entrevista estruturada (Chefias directas dos adultos certificados)

A presente entrevista estruturada faz parte de um estágio desenvolvido no âmbito do

Mestrado em Sociologia da Faculdade de Letras da Universidade do Porto. O objectivo

deste inquérito é perceber o impacto que a participação no processo de RVCC do CNO

Martifer Inovação e Gestão têm na vida pessoal, social e profissional de quem o

frequentou. Por se tratar, apenas, de um trabalho para a Universidade, todos os seus

dados pessoais e respostas que aqui dará, são anónimas.

Desde já, muito obrigada pela sua disponibilidade.

Por favor, preencha o inquérito assinalando a resposta com uma cruz, quando

necessário.

1. Para que empresa do grupo Martifer trabalha?

2. Que profissão exerce na Martifer?

____________________________.

3. Descreva a função que exerce Martifer?

_________________________________________________________________.

4. Tem conhecimento que existe um Centro .ovas Oportunidades na Martifer

Inovação e Gestão?

Sim __ Não __

5. Como teve conhecimento da existência do C.O Martifer Inovação e Gestão?

6. Indica aos seus trabalhadores, menos qualificados, a participação no C.O

Martifer Inovação e Gestão?

Martifer Construções __ Martifer Energia __

Martifer Solar __ Martifer Alumínios __

Folhetos __ Revista Inove __ Martifer TV __ Sensibilizações pelos profissionais __

Responsável hierárquico __ Colegas de trabalho __ Outro. Qual? _________________________

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LV

Sim __ Não __

7. Em que medida os seguintes aspectos, ligados à criação do C.O Martifer

Inovação e Gestão, são importantes para a vida profissional dos

trabalhadores que o frequentaram?

.ada

importante

Pouco

importante

Importante

Muito

importante

Bastante

importante

Aumentar a motivação pelo trabalho

Melhor preparação para o desempenho das suas funções

Maior reconhecimento das funções que desempenha por parte da chefia e colegas

Possibilidade de desempenho de novas funções

Assumir cargos de chefia Melhor relacionamento com os colegas

Melhor relacionamento com o chefe.

Outro. Qual?

8. Que conhecimentos aprendidos no Processo RVCC podem ser aplicados,

pelos trabalhadores, no seu posto de trabalho?

9. Em que medida o modo de funcionamento da Martifer, permite que as

chefias valorizem este tipo de iniciativas e a formação daqueles que já são

certificados?

Não permite __ Permite pouco __

Permite __ Permite muito __ Permite bastante __

Obrigada pela colaboração!

Domínio da linguagem __ Dominio da matemática __

Domínio da informática __ Domínio de questões de cidadania __

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LVI

Anexo 13

Entrevista Directora dos Recursos Humanos

• Estratégia e práticas de gestão dos RH

1. Quais são os factores competitivos da empresa?

2. Quais os valores da empresa e os seus objectivos actuais e futuros?

3. Qual a estratégia da empresa em termos de Gestão dos RH? Quais os objectivos

a curto, médio e longo prazo?

4. A que nível hierárquico se situa o departamento de RH? Quais as suas funções e

a que empresas presta serviços?

5. No âmbito da gestão de RH, quais a principais necessidades da empresa? E as

dificuldades?

6. De que forma, a gestão de RH, contribui para a realização do projecto da

empresa? E das mudanças organizacionais? E o Centro Novas Oportunidades

Martifer Inovação e Gestão de que forma contribui?

7. Os RH são um factor básico de competitividade, sendo assim, como caracteriza

o posicionamento global da empresa face à necessidade cada vez mais afirmada

de investir nos mesmos? E no Centro de Novas Oportunidades

8. Quais os principais suportes que a empresa utiliza para fazer circular a

informação? E a informação do CNO?

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LVII

Estratégia de Formação

9. De forma a perceber como colocam em prática a vossa estratégia de RH, a que

níveis hierárquicos são tomadas as decisões no que compete às práticas de

formação profissional?

10. Quais os critérios privilegiados pela empresa para formar os trabalhadores?

11. Que importância se dá à qualificação/competências dos trabalhadores

operacionais da empresa?

11.1. Quais as principais dificuldades com que a empresa se depara na área da

qualificação/competências dos trabalhadores?

12. Gostava que explica-se qual o lugar da formação e da gestão de RH em relação

à política de produção da empresa?

• Centro de Novas Oportunidades Martifer Inovação e Gestão

13. Qual a relação entre a estratégia da empresa, mais especificamente, a estratégia

de gestão dos RH e o Centro Novas Oportunidades Martifer Inovação e Gestão?

Este está inserido numa estratégia de capacitação da organização?

14. Quando é que decidiram apostar e quando foi criado o Centro Novas

Oportunidades Martifer Inovação e Gestão?

15. Que requisitos foram necessários preencher para a criação do mesmo?

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LVIII

16. Com que meios garantem a sustentabilidade do Centro Novas Oportunidades

Martifer Inovação e Gestão (recursos internos/ externos ou ambos)?

17. Quais as vantagens e as desvantagens de ter em funcionamento o Centro Novas

Oportunidades Martifer Inovação e Gestão?

18. A certificação obtida pelos adultos internos, trás alguma mais-valia para a

empresa?

19. Existe algum esforço para aproveitar e maximizar as competências adquiridas

pelos adultos certificados? Nomeadamente no posto de trabalho?

20. Promove-se acções de sensibilização referentes ao Centro Novas Oportunidades

Martifer Inovação e Gestão? A quem se dirigem?

20.1 Conseguem uma resposta positiva, ao nível dos trabalhadores internos e

chefias directas, a essas sensibilizações?

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LIX

Anexo 14

Entrevista à Directora do Departamento de Formação

1. Para iniciar esta conversa gostava que explica-se as suas funções enquanto

directora do departamento de formação?

2. Descreva a estrutura interna do departamento de formação, o seu funcionamento

e as funções daqueles que trabalham no mesmo?

3. No que se refere às acções de formação:

3.1. São internas e externas?

3.2. Formação inicial e contínua?

3.3. Áreas de formação?

3.4. Programa de apoio em que se inserem?

4. A empresa elabora um plano de formação? Quais os seus objectivos? Para tal,

procedem a levantamentos de necessidade de formação?

4.1 Como realizam esse levantamento e que instrumentos utilizam?

5. Existe um orçamento relativo às actividades da formação? Quem decide, gere, e

elabora o orçamento?

6. Têm recorrido a financiamentos externos? Quais?

7. No que compete à tomada de decisão no âmbito de formação para operacionais,

a que nível hierárquico isso acontece?

8. Ainda no âmbito da formação de operacionais, quais o critérios para realizarem

novas formações?

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LX

8.1. Onde se realizam essas acções?

8.2. Recorrem a instituições especializadas?

8.3. Quais os níveis de qualificação alvo destas formações (encarregados,

chefes de secção, chefes de equipa, profissionais de produção, entre outros)?

8.4. Que tipo de conteúdos são ministrados (prático; teórico, comportamental,

técnico, etc.)?

8.5. Em termos de modalidade de aprendizagem, quais são as privilegiadas

(formação em sala de aula; no posto de trabalho, em alternância)?

8.6. A formação ministrada dá origem a certificados/diplomas? Qual o seu

reconhecimento interno e externo?

9. No que compete à concepção da formação, de que forma são elaborados os

programas de acção de formação (formação por catálogo; formação por catálogo

adaptada à necessidade da empresa e especificidades dos trabalhadores;

formação concebida internamente, entre outras)?

10. No que se refere à qualificação dos trabalhadores, quais os objectivos que se

pretende atingir?

Centro de .ovas Oportunidades Martifer Inovação e Gestão

11. Qual a relação entre a estratégia da empresa, mais especificamente, a estratégia

de gestão dos RH e o Centro Novas Oportunidades Martifer Inovação e Gestão?

Este está inserido numa estratégia de capacitação da organização?

12. Quando é decidiram apostar e quando foi criado o Centro Novas Oportunidades

Martifer Inovação e Gestão?

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LXI

13. Que requisitos foram necessários preencher para a criação do mesmo?

14. Com que meios garantem a sustentabilidade do Centro Novas Oportunidades

Martifer Inovação e Gestão (recursos internos/ externos ou ambos)?

15. Quais as vantagens e os lucros de ter em funcionamento o Centro Novas

Oportunidades Martifer Inovação e Gestão? (Ou “Existem vantagens e os lucros

de ter em funcionamento o Centro Novas Oportunidades Martifer Inovação e

Gestão?”)

16. A certificação obtida pelos adultos internos, trás alguma mais-valia para a

empresa? (Dar exemplos)

17. Existe algum esforço para aproveitar e maximizar as competências adquiridas

pelos adultos certificados? Nomeadamente no posto de trabalho?

18. Promove-se acções de sensibilização sobre o Centro Novas Oportunidades

Martifer Inovação e Gestão? A quem se dirigem?

18.1. Conseguem uma resposta positiva, ao nível dos trabalhadores internos e

chefias directas, a essas sensibilizações?

19. Em termos de balanço global, qual a sua opinião acerca da formação

desenvolvida?

20. Qual o contributo da formação para a realização do projecto da empresa?

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LXII

Anexo 15

Entrevista à Coordenadora do Centro de Novas Oportunidades Martifer Inovação e

Gestão

1. Gostava que me explicasse o seu papel enquanto coordenadora do Centro de

Novas Oportunidades Martifer Inovação e Gestão e que funções desempenha

nesse âmbito?

2. Qual a relação entre a estratégia da empresa, mais especificamente, a estratégia

de gestão dos RH e o Centro Novas Oportunidades Martifer Inovação e Gestão?

3. Em que medida o CNO Martifer Inovação e Gestão contribui para a estratégia de

capacitação da empresa?

4. Quando é que decidiram apostar e quando foi criado o Centro Novas

Oportunidades Martifer Inovação e Gestão?

5. Que requisitos foram necessários preencher para a criação do mesmo?

6. Quais as vantagens e as desvantagens de ter em funcionamento o Centro Novas

Oportunidades Martifer Inovação e Gestão?

7. Gostaria que me explicasse como se processa esta Iniciativa, isto é, quais são as

etapas e quais os profissionais que intervêm nas mesmas?

8. Qual a razão que está subjacente ao facto de não se ter optado pela dupla

certificação?

9. Explique-me a estrutura organizativa do CNO Martifer Inovação e Gestão?

Como funciona? Quem são os profissionais? Que funções desempenham?

10. Promove-se acções de sensibilização sobre o Centro Novas Oportunidades

Martifer Inovação e Gestão? A quem se dirigem?

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LXIII

10.1. Conseguem uma resposta positiva, ao nível dos trabalhadores internos e

chefias directas, a essas sensibilizações?

11. Quais as principais dificuldades na certificação dos adultos?

12. A certificação obtida pelos adultos internos, trás alguma mais-valia para a

empresa? (Dar exemplos)

13. Existe algum esforço para aproveitar e maximizar as competências adquiridas

pelos adultos certificados? Nomeadamente no posto de trabalho?

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XLIV

Anexo 16

Análise Vertical da entrevista à Directora de RH da Martifer Inovação e Gestão

Temática Categorias Síntese Excertos

Est

raté

gia

e p

ráti

cas

de g

estã

o d

os

RH

Factores

Competitivos da

Empresa

No entender da directora de RH da Martifer

Inovação e Gestão, os factores competitivos da

empresa recaem sobre a capacidade de realização

que esta possui, isto é, na capacidade de realizar

grandes e complexas obras ao nível de toda a

Península Ibérica, logo, tem factores

competitivos a capacidade técnica dos

colaboradores e o facto de ser vanguardista na

área da estrutura metálica e da energia.

“O que eu acho que a Martifer tem como factor

diferenciador é a sua capacidade de realização […] faz

parte do DNA da Martifer é a capacidade de realização e

de fazer coisas. A Martifer posiciona-se no mercado nas

estrutura metálicas e nas energias renováveis e na

realização de grandes obras… […] a nível nacional e em

toda a Península Ibérica temos a capacidade de realizar

obras de grande dimensão e de grande complexidade,

naturalmente estas questões implicam ter uma

capacidade técnica intrínseca que estão nos seus

colaborados, naturalmente, e de ser vanguardista nessa

área da estruturas metálicas […] a questão dos

equipamentos para a energia foi uma extensão dessa

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XLV

área da metalomecânica.”

Valores da

empresa e os seus

objectivos actuais

e futuros.

Os valores da empresa recaem sobre a

excelência, a paixão, o talento, a confiança, a

ética e honestidade, a inovação e a

responsabilidade social.

“Relativamente aos valores da empresa nós somos

muito ciosos dos nossos valores, tem a ver, também,

com a nossa cultura e DNA. Nós temos seis valores que

se mantêm, mais ou menos, intactos no últimos dez anos

que tem a ver com a nossa maneira de estar, a nossa

postura e a nossa cultura […] são a excelência, em que

todos temos de ser excelentes naquilo que fazemos e

temos de o fazer com paixão, temos de aplicar o talento,

ou seja, precisamos de pessoas com muito talento e isso

[…] vai gerar confiança […] e pautamo-nos pela ética e

honestidade […] temos de ser criativos e inovadores e

nunca esquecer a nossa interacção com a sociedade e a

nossa questão da responsabilidade social”

Estratégia da

empresa em

termos de Gestão

dos RH

Em termos de estratégia a empresa trabalha por

objectivos, logo, o departamento de RH funciona

da mesma forma visto que faz parte da estratégia

da empresa e, portanto, a estratégia de GRH está

“ […] Nós temos uma cultura em que as pessoas estão a

trabalhar por objectivos […] estamos sempre

direccionados para os objectivos e os nossos

colaboradores, as direcções e as empresas todos os anos

traçam os seus objectivos […] a nossa estratégia de

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XLVI

integrada com o desenvolvimento da empresa. recursos humanos não é uma estratégia diferente das

outras, os recursos humanos fazem parte da estratégia da

empresa […] há uma estratégia da empresa e as politicas

que a empresa tem e a estratégia tem que ser

coadjuvada, acompanhada e integrada com todas as

outras […] o que quero dizer com isto é que a estratégia

dos recursos humanos sendo eles uma peça tão

importante para conseguir os objectivos e bons

desempenhos na organização, os recursos humanos

fazem parte do desenvolvimento e fazem parte da

estratégia da própria empresa.”

Nível hierárquico

do departamento

de RH.

O departamento de RH é transversal a todas as

unidades de negócio e a todas as empresas dessas

áreas.

“A direcção de recursos humanos é uma e é transversal

a todas as empresas, sendo que estamos organizados em

unidades de negócio e as unidades de negócios têm uma

série de empresas mas a direcção de recursos humanos

está supra às unidades de negócio, ou seja, tem uma

holding que tem uma empresa que faz toda a parte

operacional e na qual está os recursos humanos”

Serviços O departamento de RH presta todos os serviços “ […] Todos os serviços de RH e gestão de recursos

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XLVII

prestados pelo

departamento de

RH.

ligados à gestão de RH a todas as empresas do

grupo Martifer.

humanos desde que se sinta a necessidade de ter mais

um colaborador até ao encerramento de contas, portanto,

fazemos tudo.”

Contribuição da

gestão de RH para

o projecto da

empresa.

A gestão de RH contribuí para o projecto da

empresa a vários níveis como, o recrutamento na

medida em que a empresa está em crescimento e

de acordo com a entrevistada, é necessário ter

criatividade para recrutar um grande número de

pessoas que sejam as certas para o

desenvolvimento da empresa, além de criarem

cursos de formação, sistemas de avaliação de

competências, entre outros serviços, que

funcionam em prol do projecto da empresa.

“ […] Começamos pelo recrutamento que é a porta de

entrada e portanto começamos por organizar à 3 anos

essa área e a questão do recrutamento e selecção que é

uma parte fundamental que depois, também, é apoiada

pela parte da formação. Quando recrutamos, temos de

recrutar assertivamente. […] Se a empresa está numa

fase de crescimento, então, os recursos humanos tiveram

de criar e ter a criatividade de recrutar as pessoas certas

[…] e foi importante na questão da integração e

formação […] nós criamos cursos de formação,

principalmente, nas fábricas novas; “ […] montámos

sistemas de avaliação de competências […] que está

indexado depois ao desempenho dos colaboradores […]

tudo isto para contribuir para o desempenho da

organização, criamos a questão de todo o processamento

salarial informatizado […] ”

Page 204: Resumo - Repositório Aberto · RVCC Secundário em 2008_____82 Tabela 4: Opções de inscrição no CNO no processo de RVCC Secundário em 2008_____82 Tabela 5: Caracteristicas sociodemográficas

XLVIII

Contribuição do

CNO da Martifer

para o projecto da

empresa

O CNO torna-se importante para o projecto da

empresa pois ao nível das motivações dos

indivíduos, influenciando as áreas profissionais e

pessoais dos indivíduos.

“O Centro de Novas Oportunidades contribui para uma

coisa muito importante que tem a ver com a motivação

individual […] cada um dos indivíduos tem várias

motivações, as suas motivações pessoais, as

profissionais, as sociais […] e o Centro de Novas

Oportunidades acho que vai influenciar duas delas que é

a profissional e a pessoal […] é um reconhecimento

individual de pessoas que são capazes e que têm as

competências e que os saberes existem e que de alguma

forma vêem isso reconhecido e eu acho que isso vai

contribuir para a motivação de cada um e se cada um

estiver mais feliz e motivos, pois o conjunto estará e a

empresa também […] e com pessoas felizes,

naturalmente, as coisas correm melhor, são mais

produtivas, mais empenhadas, mais dedicadas.”

Posicionamento

global da empresa

face à

necessidade de

A Martifer é conhecida pela empresa-escola,

exactamente pelo investimento que faz no seu

capital humano e pela importância que dá às

qualificações e competências dos indivíduos.

“ A Martifer teve sempre um posicionamento

diferenciador no mercado e gostamos de ser conhecidos

e somos conhecidos pela empresa-escola. Uma empresa-

escola é uma empresa que aposta nas suas pessoas e as

Page 205: Resumo - Repositório Aberto · RVCC Secundário em 2008_____82 Tabela 4: Opções de inscrição no CNO no processo de RVCC Secundário em 2008_____82 Tabela 5: Caracteristicas sociodemográficas

XLIX

investir em

capital humano

Importância que a

empresa dá à

qualificação/com

petências dos

trabalhadores

operacionais

desenvolve internamente. A Martifer sempre teve esse

posicionamento […] nós estamos numa região que não é

de cariz industrial e quem criou algum cariz industrial

nesta zona foi a Martifer […] até socialmente já

alteramos a região. A questão da empresa-escola quer

dizer que […] se calhar o país não disponibilizou as

competências necessárias para este tipo de indústria e,

portanto, sempre foram feitos por nós […] ”; “ […] as

pessoas sabem que na Martifer têm uma carreira ou que

podem evoluir o que depende das suas competências e

das suas capacidades e isso tem feito de nós uma aposta

muito significativa e um investimento avultado nas

pessoas, na sua formação e no seu desenvolvimento e

depois se elas tiverem a atitude certa então o céu é o

limite.”; “ […] o Centro Novas Oportunidade veio

complementar isto […] ”

Principais

suportes de

comunicação

A nível de comunicação interna a Martifer está

servida com a Martifer TV, manuais de

acolhimento e ética, intranet, revistas, centros de

“ […] Nós temos uma TV interna […] temos manuais,

temos intranet, temos jornais que os colaboradores

recebem em casa, temos os emails, temos as reuniões, os

Page 206: Resumo - Repositório Aberto · RVCC Secundário em 2008_____82 Tabela 4: Opções de inscrição no CNO no processo de RVCC Secundário em 2008_____82 Tabela 5: Caracteristicas sociodemográficas

L

interna. informação e melhoria, entre outros, sendo que

foram meios utilizados para promover o CNO.

placards, temos os centro de informação e melhoria […]

”; “ Ao nível do Centro de Novas Oportunidades

fizemos panfletos, fizemos publicidade na Martifer Tv,

fizemos emails gerais, secções de esclarecimento,

fizemos festinhas de comemoração sempre no sentido

de divulgação, colóquios […] ”

Est

raté

gia

de

Form

açã

o

A que níveis

hierárquicos são

tomadas as

decisões no que

compete às

práticas de

formação

profissional

As decisões no que compete às práticas de

formação são tomadas pelo departamento de

formação e pela administração.

“ Isto é assim, relativamente às questões da escolha da

formação para as pessoas tem que ter três vertentes, uma

fundamental que é a estratégica da empresa que tem a

ver com o negócio, com o produto […] e com os

processos e tem a ver com a estratégia da empresa que é

fundamental e depois tem a ver com as pessoas, se eu

preciso de um chefe de equipa com competências em

liderança, preciso de dar formação nesse sentido”; “As

decisões são tomadas pelo departamento de formação

nunca esquecendo o departamento de RH, no entanto,

temos sempre em conta as necessidades de formação das

nossas pessoas […] ”

Critérios As formações administradas têm de ir de “ […] Primeiro tem de ir de encontro à estratégia da

Page 207: Resumo - Repositório Aberto · RVCC Secundário em 2008_____82 Tabela 4: Opções de inscrição no CNO no processo de RVCC Secundário em 2008_____82 Tabela 5: Caracteristicas sociodemográficas

LI

privilegiados pela

empresa para

formar os

trabalhadores

encontro ao projecto da empresa e ao orçamento. empresa depois, portanto, e tem que ter o orçamento

[…] é todo um balancear de questões […] ”

Principais

dificuldades com

que a empresa se

depara na área da

qualificação/com

petências

Na área das qualificações/competências, a

principal dificuldade tem que ver com a validade

dos certificados atribuídos pela empresa para

determinadas profissões mas isso tem que ver,

também, com as leis vigentes no país.

“ […] Eu dou-lhe um exemplo que é fácil, que é o caso

dos soldadores que não têm uma carteira profissional e

tem o reconhecimento técnico de que são soldadores

porque existe uma norma internacional pela qual eles

são qualificados mas será a única profissão, ou o

electricista mas são as únicas profissões, nas outras não

há forma de lhe uma validação da qualificação […] mas

isto é ainda mais uma dificuldade do país, eu diria que

na Martifer se calhar não há dificuldade só que se me

perguntar… na Martifer tem valor mas depois o valor

externo não sei se tem […] ”

Page 208: Resumo - Repositório Aberto · RVCC Secundário em 2008_____82 Tabela 4: Opções de inscrição no CNO no processo de RVCC Secundário em 2008_____82 Tabela 5: Caracteristicas sociodemográficas

LII

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Inovaçã

o e

Ges

tão

Relação entre a

estratégia de

gestão dos RH e o

Centro Novas

Oportunidades

Martifer Inovação

e Gestão

O CNO está relacionado com a estratégia da

empresa e consequentemente com a estratégia de

RH, pois vem reconhecer as competências dos

trabalhadores, logo, acentua ainda mais o papel

de empresa-escola atribuído à Martifer.

“ […] Nós entendemos isto como uma oportunidade de

implementar algumas das nossas estratégias, uma delas

tem a ver, como lhe disse, com o colaborador em si, ou

seja, reconhecer as suas competências ao conseguirmos

proporcionar isso e com isso melhor motivação e logo,

também, melhorar o nível de qualificação das pessoas,

ou seja, […] nós temos níveis de qualificação baixos

[…] que é o problema do país […] o CNO veio fazer

com que nós ao elevarmos os níveis de qualificação das

pessoas, também estamos a elevar a nível geral o nível

de qualificação da população. Outra entendemos

também como responsabilidade social […] proporcionar

a um tipo de população que é a nossa, que trabalha por

turnos e tem uma vida complicada, que os CNO’s

normais nunca iriam responder […] estamos, também a

responder a questões, que a sociedade vai beneficiar

Page 209: Resumo - Repositório Aberto · RVCC Secundário em 2008_____82 Tabela 4: Opções de inscrição no CNO no processo de RVCC Secundário em 2008_____82 Tabela 5: Caracteristicas sociodemográficas

LIII

com isso […] ”

Quando é que

decidiram apostar

e no Centro

Novas

Oportunidades

Martifer Inovação

e Gestão

Decidiram apostar num CNO pois existe uma

determinada população que não era acessível aos

centros que funcionam normalmente.

“ … Surgiu no relacionamento que nós temos com os

organismos, quando os Centro de Novas Oportunidades

começaram a ser disseminados, os organismos oficiais,

também, entenderam que há um determinado tipo de

população que eles não conseguiam chegar e, portanto,

eles dirigiram-se a algumas empresas e aceitamos logo o

desafio […] ”

Requisitos

necessários para a

criação do CNO

Os requisitos prendem-se com a criação do

espaço e a equipa do CNO.

“… Tivemos de criar o espaço, criar condições, uma

equipa, tivemos que nos propor, realmente, a fazer isso

tudo.”

Meios que

garantem a

sustentabilidade

do Centro Novas

Oportunidades

Martifer Inovação

e Gestão

O CNO é financiado inteiramente pelo POPH. “ Neste momento o centro é financiado, ou seja, nós a

única coisa que …neste momento o que fazemos, o

primeiro investimento é nosso mas depois é nos

reembolsado uma parte substancial do Centro de Novas

Oportunidades.”

Page 210: Resumo - Repositório Aberto · RVCC Secundário em 2008_____82 Tabela 4: Opções de inscrição no CNO no processo de RVCC Secundário em 2008_____82 Tabela 5: Caracteristicas sociodemográficas

LIV

Vantagens e as

desvantagens de

ter em

funcionamento o

Centro Novas

Oportunidades

Martifer Inovação

e Gestão

A vantagem é dar oportunidade ao trabalhador

de frequentar um CNO que se adapte aos seus

horários, aumentando assim os níveis médios de

qualificação da empresa. A entrevistada não

apresenta nenhuma desvantagem.

“ A vantagem é proporcionar aos nossos colaboradores

aquilo que eles nunca teriam se não fosse no nosso, ou

seja, o nosso centro é diferente dos outros, como os

nossos colaboradores trabalham por turnos e está

disponível…. Ou seja, nós adaptamo-nos à nossa

população […] ”; “Aumenta os níveis de qualificação

deles e o níveis médias da empresa, obviamente.”

A certificação

obtida pelos

adultos internos,

trás alguma mais-

valia para a

empresa

Aumentar os níveis de qualificação da empresa. “Aumenta os níveis de qualificação deles e o níveis

médias da empresa, obviamente”

Maximizar as

competências

adquiridas pelos

adultos

As competências dos trabalhadores que foram

certificadas pelo CNO da Martifer são

maximizadas no posto de trabalho, pois

conseguem transferir alguns conhecimentos para

o mesmo, como o conhecimento de informática e

“ Eu acho que sim… qualquer saber que a gente tenha a

mais tem uma repercussão na nossa vida seja pessoal ou

profissional […] ganham saberes que vão levar para o

trabalho e, naturalmente, que ele vai ter e eu vou-lhe dar

um exemplo muito concreto… a questão da informática

Page 211: Resumo - Repositório Aberto · RVCC Secundário em 2008_____82 Tabela 4: Opções de inscrição no CNO no processo de RVCC Secundário em 2008_____82 Tabela 5: Caracteristicas sociodemográficas

LV

certificados o domínio do inglês. […] fazer um controlo de ponto e gestão das suas

pessoas numa plataforma informática… a da informática

é uma indirecta, a do inglês seria outra…”

Page 212: Resumo - Repositório Aberto · RVCC Secundário em 2008_____82 Tabela 4: Opções de inscrição no CNO no processo de RVCC Secundário em 2008_____82 Tabela 5: Caracteristicas sociodemográficas

LVI

Análise Vertical da entrevista à Directora do Departamento de Formação da Martifer Inovação e Gestão

Temática Categorias Síntese Excertos

Est

raté

gia

de

Form

açã

o

Funções enquanto

directora do

departamento de

formação

A função principal é garantir que é realizado um

plano de formação por empresas e que o mesmo

corresponda às necessidade de formação dos

colaboradores.

“É assim, a principal é garantir que é realizado um plano

de formação por empresas […] e que esse plano de

formação responda as necessidades de formação dos

colaboradores […] garantir que ele é feito, que as

formações atinjam os objectivos que os colaboradores,

quando as pedem, pretendem e que colmatem algumas

necessidades que têm.”

Estrutura interna

do departamento

de formação

O departamento de formação está dividido em

duas áreas: a pedagógica e a financeira.

“ […] O departamento de formação está dividido em

duas grandes áreas, uma área pedagógica e uma área

mais financeira, depois dentro da área pedagógica

temos, também, uma vertente comportamental […] e

outra vertente mais técnica, temos uma parte

administrativa que acaba por assegurar o

Page 213: Resumo - Repositório Aberto · RVCC Secundário em 2008_____82 Tabela 4: Opções de inscrição no CNO no processo de RVCC Secundário em 2008_____82 Tabela 5: Caracteristicas sociodemográficas

LVII

acompanhamento das outras vertentes […] ”;

“ […] A parte financeira está com o G., o coordenador

pedagógico é a C, depois tem o R. que é responsável

pelas formações da área mais técnica. O G. está,

também, na parte financeira não só interna mas,

também, externa de projectos co-financiados e a C. fica

encarregue da parte pedagógica desses projectos

também. A M. e a CC acabam por assegurar todo o

trabalho administrativo ao departamento de formação.”

Características

das acções de

formação

A formação administrada na Martifer pode ser

assegurada por formadores internos ou externos.

“ […] Nós temos formação, muita formação que é

assegurada por formadores internos, sobretudo, as

formações da área de segurança, formações mais

direccionadas para obras são por hábito formadores

internos a assegurar. Depois temos, também, já alguma

formação que é dada por formadores internos que são

formações iniciais dadas a novos colaboradores […]

vamos buscar ao mercado as formações na área mais

comportamental […] não para operacionais… vamos

Page 214: Resumo - Repositório Aberto · RVCC Secundário em 2008_____82 Tabela 4: Opções de inscrição no CNO no processo de RVCC Secundário em 2008_____82 Tabela 5: Caracteristicas sociodemográficas

LVIII

buscar a entidades externas certificadas.”

Plano de

formação:

objectivos e

levantamentos de

necessidade de

formação

O levantamento de necessidades de formação é

realizado através de avaliação de competências e

por um documento de levantamento de

necessidades de formação, sendo com base

nesses dados que se cria o plano de formação por

empresa que será ou não validado pela

administração.

“ […] O levantamento das necessidades de formação

tem dois intuitos, um deles é feito quando é feito a

avaliação de competências dos colaboradores,

anualmente, para identificar alguns gaps de

competências e esses gaps são na opinião do

colaborados e das chefias possíveis de colmatar com a

formação […] mais ou menos na mesma altura é

enviado para cada empresa, por direcção e por

departamento é enviado um documento de levantamento

de necessidades de formação, onde se pede que o

director olhe para o seu departamento e não pense no

colaborador A, B ou C mas de um modo geral o que é

que acha que necessita. É com base nesses

levantamentos de necessidades que nós elaboramos um

plano de formação por empresa, esses planos são

discutidos com a administração, valida-se ou não cada

uma das opções que aparecem e é constituído o plano do

Page 215: Resumo - Repositório Aberto · RVCC Secundário em 2008_____82 Tabela 4: Opções de inscrição no CNO no processo de RVCC Secundário em 2008_____82 Tabela 5: Caracteristicas sociodemográficas

LIX

grupo Martifer.”

Orçamento

relativo às

actividades da

formação

O orçamento relativo à formação, por empresa, é

apresentado

À administração com o valor da formação por

trabalhador, fazendo-se uma estimativa de um

número máximo de trabalhadores em cada

formação. Além de parte desse orçamento, ser

co-financiado pelo POPH.

“ […] Nós estamos a começar…o ano passado

elaboramos um orçamento, este ano arranjamos um

outro método e cada plano quando vai para discussão

para a administração já leva o valor da formação por

colaborador […] ”

“ […] Como somos uma entidade certificada, fizemos

candidatura no ano de 2009 que vai fechar a Julho de

2010 com o plano de formação do grupo que é co-

financiado, no máximo, a 56,7% […] ”

Nível hierárquico

acontece a

tomada de

decisão no âmbito

de formação para

operacionais.

A necessidade de formação é um assunto

discutido entre chefia e trabalhador,

posteriormente, é validada pelo departamento de

formação.

“ Por norma, estamos a falar de formação que é cada vez

mais discutida operacional-chefia e que depois é

validada pelo superiormente […] ”

Critérios para

realizarem novas

A formação é dada para colmatar algumas

lacunas, nomeadamente, a nível técnico e

“ […] Há fábricas que quando têm a introdução de um

novo projecto ou de um trabalho é necessário adaptar

Page 216: Resumo - Repositório Aberto · RVCC Secundário em 2008_____82 Tabela 4: Opções de inscrição no CNO no processo de RVCC Secundário em 2008_____82 Tabela 5: Caracteristicas sociodemográficas

LX

formações de

operacionais:

Onde se realizam;

Recorrem a

instituições

especializadas;

Quais os níveis de

qualificação alvo

comportamental.

Pode ser realizada em local de trabalho e/ou em

sala.

Recorrem a instituições externas, quando os

formadores internos não têm os conhecimentos

pretendidos ou não têm tempo.

As formações são dadas tanto a operacionais,

como a chefias ou quadros.

algumas coisas que existe às novas técnicas… agora, há

outras que são mesmo de verificação de alguns gaps de

competências e não tem que ver, necessariamente, com

novos produtos ou novas máquinas […] ”

“É um misto, temos muita formação que é feita em

posto de trabalho e alguma em sala, quanto mais técnica

é a formação, mais prática tem de ser”

“Quando não temos formadores que não tenham tempo

ou com os conhecimentos que nos precisamos cá dentro,

recorremos a externos.”

“São formações mais viradas para operacionais mas,

também, fazemos uma aposta muito grande a nível de

chefias pois chegamos á conclusão que temos algumas

falhas nas chefias em termos de liderança de equipas

[…] os nossos grandes problemas não são a nível

técnico, são a nível de chefias, de liderança, logo

Page 217: Resumo - Repositório Aberto · RVCC Secundário em 2008_____82 Tabela 4: Opções de inscrição no CNO no processo de RVCC Secundário em 2008_____82 Tabela 5: Caracteristicas sociodemográficas

LXI

destas formações;

A formação

ministrada dá

origem a

certificados/diplo

mas

A formação dá origem a certificados, visto que a

empresa é uma entidade certificada.

formações mais comportamentais.”

“ Sim, dão, nos somos uma entidade certificada e como

tal dá origem a certificados.”

Concepção da

formação e de que

forma são

elaborados os

programas de

acção de

formação

Os programas de acção de formação são

realizados de acordo com os objectivos da

formação.

“ […] Por norma nós não inventemos não é? Temos

objectivos que temos que atingir e o que fazemos é

apresentar uma série de propostas que são validades por

quem der a formação, se é exactamente aquilo que

pretendem e se o que foi por nós definidos é o melhor

para atingir os objectivos… é um trabalho que é

conjunto mas que é muito desenvolvido pelo

departamento de formação […] ”

Objectivos que se

pretende atingir

O objectivo é atribuir competências que sejam

válidas e que possam ser transferidas para outros

“ […] Aquilo que se pretende é ter o máximo de

formações que atribuam, efectivamente, competências e

Page 218: Resumo - Repositório Aberto · RVCC Secundário em 2008_____82 Tabela 4: Opções de inscrição no CNO no processo de RVCC Secundário em 2008_____82 Tabela 5: Caracteristicas sociodemográficas

LXII

no que se refere à

qualificação dos

trabalhadores.

contextos. isso nem sempre é fácil de saber mas é para isso que

trabalhamos, para que esses certificados que passamos,

de facto, atribuírem as competências A, B ou C […] ”

Cen

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o e

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tão

Relação entre a

estratégia de

gestão dos RH e o

Centro Novas

Oportunidades

Martifer Inovação

e Gestão.

O centro surgiu porque a Martifer tem um grande

número de trabalhadores com níveis de

escolaridade baixos e que trabalham por turnos,

logo não conseguiriam frequentar um CNO

comum. Logo, houve a necessidade de criar um

CNO, no qual a equipa se adapta aos

trabalhadores e desse respostas à lacuna que têm,

isto é, trabalhadores com níveis de qualificação

baixos.

“ […] O centro surgiu porque os nossos

colaboradores…além de termos um grande número de

colaboradores que não têm o 12º ano nem o 9º ano,

temos um problema grave que tem a ver com a questão

dos turnos e com os turnos que nós temos era impossível

que os nossos colaboradores frequentassem um Centro

de Novas Oportunidades comum […] que não fosse

flexível o suficiente para os acompanhar, daí a

necessidade de criarmos um centro em que quem roda é

a equipa que acompanha os colaboradores… os nossos

horários são estabelecidos, sempre, em função da

disponibilidade dos colaboradores […] agora o que

pretendemos é dar resposta a estas lacunas que temos

dentro do grupo.”

Page 219: Resumo - Repositório Aberto · RVCC Secundário em 2008_____82 Tabela 4: Opções de inscrição no CNO no processo de RVCC Secundário em 2008_____82 Tabela 5: Caracteristicas sociodemográficas

LXIII

Aposta no Centro

Novas

Oportunidades

Martifer Inovação

e Gestão

O centro vinha a ser pensado desde 2007 mas só

em Junho de 2008 é que entrou em

funcionamento efectivo.

“ […] Nós começamos a falar na possibilidade de criar

um Centro de Novas Oportunidades em 2007 e uma das

condições era sermos uma entidade certificada e

conseguimos em Março e foi nessa altura que

realizamos a candidatura à criação do centro […]

entramos em funcionamento em efectivo em Junho de

2008 […] ”

Requisitos

necessários para a

criação do CNO

Uma das condições era ser uma entidade

certificada.

“ […] Nós começamos a falar na possibilidade de criar

um Centro de Novas Oportunidades em 2007 e uma das

condições era sermos uma entidade certificada […] ”

Meios que

garantem a

sustentabilidade

do Centro Novas

Oportunidades

Martifer Inovação

e Gestão

Excepto as instalações, todo o resto é financiado

pelo POPH.

“ O centro, excepto as instalações que são da Martifer

que não são financiadas… a equipa e o funcionamento

da equipa é financiada a 100% pelo POPH.”

Vantagens e as As vantagens são certificar as pessoas e o “É assim, existem vantagens… muitas das pessoas que

Page 220: Resumo - Repositório Aberto · RVCC Secundário em 2008_____82 Tabela 4: Opções de inscrição no CNO no processo de RVCC Secundário em 2008_____82 Tabela 5: Caracteristicas sociodemográficas

LXIV

desvantagens de

ter em

funcionamento o

Centro Novas

Oportunidades

Martifer Inovação

e Gestão

envolvimento entre os formadores e os adultos

certificados que permite perceber algumas

necessidades de formação mas as desvantagens

residem mais ao nível da equipa que tem um

desgaste muito grande por se adaptar aos

horários dos trabalhadores.

já estiveram connosco, que já passaram por nós, que já

fizeram o processo RVCC, que foram encaminhados e

que conseguiram terminar o 12º ano ou o 9º ano e o

facto de adaptarmo-nos aos horários das pessoas por

completo é uma mais-valia muito grande […] a

desvantagem é que é a equipa do próprio centro que

sofre um desgaste muito grande, essa é a única

desvantagem que eu vejo em ter aqui o centro a

funcionar. Por outro lado, a equipa ser constituída por

colaboradores da empresa, acho que cria um maior

envolvimento […] acabam, também, por se aperceberem

de necessidade de formação que passam para os

recursos humanos. ”

A certificação

obtida pelos

adultos internos,

trás alguma mais-

valia para a

empresa

Além de elevar o nível de qualificação das

pessoas a mais-valia, reside na satisfação das

mesmas e a motivação que sentem.

“ Eu acho que sim, sem sombra de dúvida,

independentemente de nós pensarmos que elevamos o

nível de qualificação das pessoas, eu acho que quando a

felicidade em que as pessoas ficam quando recebem ou

quando saem do júri de certificação é muito grande, o

ver em papel uma série de competências que adquiriram

Page 221: Resumo - Repositório Aberto · RVCC Secundário em 2008_____82 Tabela 4: Opções de inscrição no CNO no processo de RVCC Secundário em 2008_____82 Tabela 5: Caracteristicas sociodemográficas

LXV

ao longo da vida… dá gozo olhar para eles e verem a

satisfação com que eles terminam o processo. […] Essa

motivação é impossível de não ser transmitida para a

empresa e para o trabalho.”

Maximizar as

competências

adquiridas pelos

adultos

certificados

A motivação é o ponto-chave pois vêem as suas

competências reconhecidas e isso motiva-as.

“ Existe, eu acho que existe, é óbvio que não vamos ter

ilusões que…ok, as pessoas fazem e são promovidas,

não tem a ver com isso, acho que tem mesmo a ver com

a motivação, que não é da chefia ou do colega do lado,

tem que ser uma auto-motivação… as pessoas têm que

olhar para isto como um reconhecimento público de

algo que eles já tinham não é? E isso pode fazer

produzir mais, andar mais feliz mas isso têm que ser

uma coisa própria, não pode estar à espera que o chefe

venha dizer «Olhe parabéns» […] a empresa ganha

porque acho que as pessoas ficam mais motivadas.”

Bala

nço

ger

al Balanço global

acerca da

formação

É necessário fazer compreender as pessoas, de

que a formação não é a solução para colmatar

todas as lacunas de competências até porque há

quem frequente acções de formação para

“ […] Eu, pessoalmente, acho que as pessoas têm uma

ideia errada acerca da formação de um modo geral, nem

tudo que é gap de competências se colmata com a

formação. Eu acho que as pessoas deviam de olhar para

Page 222: Resumo - Repositório Aberto · RVCC Secundário em 2008_____82 Tabela 4: Opções de inscrição no CNO no processo de RVCC Secundário em 2008_____82 Tabela 5: Caracteristicas sociodemográficas

LXVI

desenvolvida coleccioná-las ou porque foi obrigada a ir. a formação de um modo mais sério e algo que,

efectivamente, os ajuda a crescer mas nem toda a gente

olha assim… há uns que coleccionam formações ou que

vêm por que são obrigados […] há um caminho muito

longo a percorrer […] é necessário fazer perceber que

há uma série de coisas que não se colmatam com

formação, nomeadamente, a nível comportamental.”

Contributo da

formação para a

realização do

projecto da

empresa

A formação deve de ir ao encontro do projecto

da empresa e, neste caso, para tal é necessário

apostar em formações de inglês e ligadas à

segurança, assim como, formações técnicas.

“ Eu acho que, sobretudo… eu neste momento tenho

algumas certezas, eu sei que há um enfoque muito

grande no comportamental […] mas a formação

comportamental não muda comportamentos, depois em

termos do projecto da empresa eu acho que é muito

importante a aposta no inglês, em todas as áreas ligadas

com a segurança […] e eu acho que isso é uma mais-

valia muito grande e uma noção de responsabilidade

social muito grande […] a aposta nas formações

altamente técnicas e nas formações iniciais […] ”

Page 223: Resumo - Repositório Aberto · RVCC Secundário em 2008_____82 Tabela 4: Opções de inscrição no CNO no processo de RVCC Secundário em 2008_____82 Tabela 5: Caracteristicas sociodemográficas

LXVII

Análise Vertical da entrevista à Coordenadora do CNO da Martifer Inovação e Gestão

Temática Categorias Síntese Excertos

Cen

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Inovaçã

o e

Ges

tão

Papel enquanto

coordenadora do

Centro de Novas

Oportunidades

Martifer Inovação

e Gestão e que

funções

desempenha nesse

âmbito

As questões ligadas às candidaturas técnico-

pedagógicas e financeiras e às orientações

superiores do POPH e à ANQ estão mais ligadas

com a função da coordenadora, que embora,

refira que a equipa do CNO é autónoma, cabe-

lhe a ela supervisionar o trabalho dos mesmos e

coordenador todas as fases desse trabalho.

“ […] As funções desempenhadas por qualquer

colaborador é por lei e está tudo estipulado direitinho,

obviamente, que na Martifer é diferente […] enquanto

na maior parte das vezes, nas instituições públicas o

coordenador tem um papel na escola e quem trabalha no

CNO está num contexto só de CNO, nós, aqui,

partilhamos direcção […] nós somos uma equipa muito

autónoma. […] Aquilo que eu como coordenadora tenho

e que partilho um bocado com A. que é a directora, nós

tentamos sempre manter a nossa presença na

coordenação geral e total do centro, claro que somos nós

que respondemos exteriormente, somos nós que

mantemos os contacto com instituições, com

avaliadores… qualquer contacto externo mas há uma

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LXVIII

autonomia e uma liberdade muito grande.”;

“ […] Eles são detentores do processo, numa fase final

temos uma coordenação e quem monitoriza os dados da

ANQ e aquilo que é necessário fazer a nível de

qualidade, isso somos nós aqui e eu enquanto

coordenadora […] os relatórios, as questões das

candidaturas técnico-pedagógicas e financeiras […] essa

parte que é mais ligada às orientações superiores do

POPH e à ANQ está comigo a outra questão do trabalho

mais equipa…eles são uma equipa muito autónoma […]

Relação entre a

estratégia de

gestão dos RH e o

Centro Novas

Oportunidades

Martifer Inovação

e Gestão

A relação entre o CNO e a gestão de RH é

estabelecida pelo facto de a Martifer ser

conhecida como uma empresa-escola e como tal

o centro veio afirmar mais essa posição.

“ […] Eu acho que a Martifer é uma escola e

infelizmente nós estamos num regime de inferioridade

em que as pessoas saíram da escola muito cedo mas têm

imensas competências a nível pessoal […] e

essencialmente a nível profissional são pessoas com

grandes competências […] eu acho que faz todo o

sentido nos querermos apostar na qualificação destas

pessoas até porque existe dificuldades como o facto de

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LXIX

estas pessoas trabalharem por turnos […] e a facilidade

de teres aqui a possibilidade delas se qualificarem é a

única forma, para muita gente, de conseguir um

certificado […] que vale muito, por todas as

competências que desenvolveram ao longo destes anos

todos de trabalho.”

Requisitos

necessários para a

criação do CNO

Os requisitos têm a ver qual a certificação da

empresa, o espaço, a equipa, a estratégia da

empresa, os seus valores e missões, o que é

facilmente justificável numa empresa de grande

dimensão e credibilidade como a Martifer.

“ […] A Martifer contínua a ser uma empresa com

grande credibilidade, uma empresa que forma as pessoas

e pelo local onde está inserido e por isso, foi dado quase

um abanão para que o centro fosse criado. No que

compete aos requisitos, tens de ter as pessoas mínimas,

teres uma estratégia, uma missão, uma orientação e eu

acho que tudo isso é mais fácil de justificar quando estas

numa empresa com esta dimensão […] tentamos, por

um lado, seguir as orientações da ANQ e da Carta da

Qualidade mas, também, continuar a seguir a orientação

da empresa.”

Vantagens e as

desvantagens de

As vantagens tem que ver com o aumento dos

níveis de satisfação e motivação dos

“ […] Ainda não foi feito um estudo efectivo sobre isso,

também, só temos um ano e meio […] eu acho que isto

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LXX

ter em

funcionamento o

Centro Novas

Oportunidades

Martifer Inovação

e Gestão

trabalhadores, que embora difíceis de medir, trás

vantagens à empresa.

é um processo que só tem efeitos, e isto um bocado pela

experiencia que tenho […] que só um ano depois

fizeram alguma coisa, acho que é um processo que trás

um efeito a médio e longo prazo.”;

“As vantagens não são imediatas e desvantagens eu

acho que não há nenhumas […] ”

“ […] Se tu tiveres melhor contigo e te sentires mais

confiante, maior auto-estima logo têm mais propensão

para o risco e mais produtividade, mais satisfação no teu

dia-a-dia […] no entanto, essas coisas não são vistas

nem mensuráveis com a rapidez que nós gostaríamos,

agora o facto de continuarmos a ter gente e pessoas

mandadas por outras pessoas que já vieram, acho que

demonstram que ganharam alguma coisa […] ”

Razão que está

subjacente ao

facto de não se ter

optado pela dupla

A Martifer não oferece o serviço de dupla

certificação subjacente ao CNO, pois a

candidatura que fizeram foi rejeitada.

“ […] Da profissional? Porque não conseguimos, todas

as candidaturas são feitas bianual e nós abrimos a 1 de

Julho de 2008, fizemos uma candidatura para um ano e

meio na altura até 2009 e agora fizemos a candidatura

Page 227: Resumo - Repositório Aberto · RVCC Secundário em 2008_____82 Tabela 4: Opções de inscrição no CNO no processo de RVCC Secundário em 2008_____82 Tabela 5: Caracteristicas sociodemográficas

LXXI

certificação 2010/2011. Em 2008/2009 éramos muito novinhos e,

obviamente, não fomos logos para o escolar e

profissional. Neste momento não nos foi concedido e

entretanto tivemos um problema em que a nossa

justificação e pedido de parecer técnico não chegou

superiormente e foi recusado mas é sem dúvida

nenhuma um aspecto que nós queremos avançar […]

nós achamos que faz todo o sentido até porque temos

muita gente que tem competências a nível profissional.”

Estrutura

organizativa do

CNO Martifer

Inovação e

Gestão.

O CNO tem profissionais RVC, formadores para

as diversas áreas, um técnico superior de RVC

que também é técnico de encaminhamento, a

coordenadora e directora. Além, de ter

administrativas que fazem o trabalho por de trás

da equipa.

“Existe o profissional RVC, os formadores das diversas

áreas que têm d ter as habilitações necessárias, tens

cinco áreas e eles têm de ter habilitações para a docência

nessas áreas […] tem o técnico superior de RVC que é o

técnico de encaminhamento […] depois tens o

coordenador e o director […] temos as administrativas

que fazem o trabalho todo por trás da equipa […] ”

Como se promove

o CNO interna e

A promoção do CNO é feita através da Martifer

TV, das revistas e jornais internos e do contacto

com as chefias. Exteriormente, a promoção é

“Internamente temos muita sorte, temos a Martifer TV,

temos jornal internos, temos um jornal que também sai

externamente a Mnews, temos o Inove… internamente é

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LXXII

externamente. realizada por via de protocolos com empresas,

escolas e Câmaras entre outros.

fácil. […] Através do contacto directo com as chefias

conseguimos promover […] Externamente, temos de

fazer uma série de protocolos com empresas, com

Câmaras […]

A certificação

obtida pelos

adultos internos,

trás alguma mais-

valia para a

empresa

O aumento dos níveis de satisfação e motivação

dos trabalhadores, que embora, dificeis de medir,

são uma mais-valia para a empresa, pois melhor

os níveis internos de motivação e

consequentemente dá mais confiança e vontade

de arriscar ao trabalhador o que poderá se

reflectir na forma como produz.

“ […] Se tu tiveres melhor contigo e te sentires mais

confiante, com maior auto-estima logo tens maior

propensão para o risco e mais produtividade, mais

satisfação no teu dia-a-dia […] no entanto, essas coisas

não são vistas nem mensuráveis com a rapidez que nós

gostaríamos, agora o facto de continuarmos a ter gente e

pessoas mandadas por outras pessoas que já vieram,

acho que demonstram que ganharam alguma coisa […]

Maximizar as

competências

adquiridas pelos

adultos

certificados

Maximizar as competências dos trabalhadores é

um trabalho que é feito ao nível das chefias, que

poderá incentivar e recompensar, não tanto a

certificação obtida, mas o esforço realizado para

tal.

“Eu acho que as chefias. Isso acho que é um trabalho

feito essencialmente pelas chefias… eu sei que já houve

pessoas que melhoraram a sua posição internamente

mas acho que não tanto pela certificação em si mas pelo

esforço […] ou seja, merece ser recompensado […] ”

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XCIII

Anexo 17

Modelo do Inquérito Inicial Nível Básico e Secundário do CNO da Martifer

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XCIV

Anexo 18

Modelo de inquérito de avaliação final nível básico

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XCV

Page 232: Resumo - Repositório Aberto · RVCC Secundário em 2008_____82 Tabela 4: Opções de inscrição no CNO no processo de RVCC Secundário em 2008_____82 Tabela 5: Caracteristicas sociodemográficas

XCVI

Page 233: Resumo - Repositório Aberto · RVCC Secundário em 2008_____82 Tabela 4: Opções de inscrição no CNO no processo de RVCC Secundário em 2008_____82 Tabela 5: Caracteristicas sociodemográficas

XCVII

Anexo 19

Modelo de inquérito de avaliação final nível secundário

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XCVIII

Page 235: Resumo - Repositório Aberto · RVCC Secundário em 2008_____82 Tabela 4: Opções de inscrição no CNO no processo de RVCC Secundário em 2008_____82 Tabela 5: Caracteristicas sociodemográficas

XCIX

Page 236: Resumo - Repositório Aberto · RVCC Secundário em 2008_____82 Tabela 4: Opções de inscrição no CNO no processo de RVCC Secundário em 2008_____82 Tabela 5: Caracteristicas sociodemográficas

C

Anexo 20

Tabela 1: Análise dos inquéritos iniciais do nível básico (2008)

Tabela 2: Análise dos inquéritos iniciais do nível básico relativo às opções que levaram

os adultos a inscreverem-se no CNO da Martifer (2008)

Page 237: Resumo - Repositório Aberto · RVCC Secundário em 2008_____82 Tabela 4: Opções de inscrição no CNO no processo de RVCC Secundário em 2008_____82 Tabela 5: Caracteristicas sociodemográficas

CI

Anexo 21

Tabela 3: Análise dos inquéritos iniciais do nível secundário (2008)

Tabela 4: Análise dos inquéritos iniciais do nível secundário relativo às opções que

levaram os adultos a inscreverem-se no CNO da Martifer (2008)

Page 238: Resumo - Repositório Aberto · RVCC Secundário em 2008_____82 Tabela 4: Opções de inscrição no CNO no processo de RVCC Secundário em 2008_____82 Tabela 5: Caracteristicas sociodemográficas

CII

Anexo 22

Tabela 5: Análise dos inquéritos iniciais do nível Básico (2009)

Tabela 6: Análise dos inquéritos iniciais do nível básico relativo às opções que levaram

os adultos a inscreverem-se no CNO da Martifer (2009)

Page 239: Resumo - Repositório Aberto · RVCC Secundário em 2008_____82 Tabela 4: Opções de inscrição no CNO no processo de RVCC Secundário em 2008_____82 Tabela 5: Caracteristicas sociodemográficas

CIII

Anexo 23

Tabela 7: Análise dos inquéritos iniciais do nível secundário (2009)

Tabela 8: : Análise dos inquéritos iniciais do nível secundário relativo às opções que

levaram os adultos a inscreverem-se no CNO da Martifer (2009)

Page 240: Resumo - Repositório Aberto · RVCC Secundário em 2008_____82 Tabela 4: Opções de inscrição no CNO no processo de RVCC Secundário em 2008_____82 Tabela 5: Caracteristicas sociodemográficas

CIV

Anexo 24

Tabela 9: Análise do inquérito final ao nível básico (2009)

Page 241: Resumo - Repositório Aberto · RVCC Secundário em 2008_____82 Tabela 4: Opções de inscrição no CNO no processo de RVCC Secundário em 2008_____82 Tabela 5: Caracteristicas sociodemográficas

CV

Anexo 25

Tabela 10: Análise do inquérito final ao nível Secundário (2009)

Page 242: Resumo - Repositório Aberto · RVCC Secundário em 2008_____82 Tabela 4: Opções de inscrição no CNO no processo de RVCC Secundário em 2008_____82 Tabela 5: Caracteristicas sociodemográficas

CVI