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RELATÓRIO FINAL DE ESTÁGIO
PROJETO DE UM VIVEIRO FLORESTAL COMERCIAL
Acadêmico: Márcio José Lord de Freitas
Curso de Engenharia Florestal
São Gabriel, RS, Brasil.
Dezembro de 2012.
PROJETO DE UM VIVEIRO FLORESTAL COMERCIAL
Por:
Márcio José Lord de Freitas
Relatório de estágio final apresentado ao Curso de Graduação em Engenharia Florestal, Área de Silvicultura, da Universidade Federal do Pampa – UNIPAMPA, como requisito parcial para obtenção do grau de Engenheiro Florestal.
Orientadora: Profa. Dra. Nirlene Fernandes Cechin
São Gabriel, RS, Brasil
Dezembro de 2012
Universidade Federal do Pampa
Campus São Gabriel
Engenharia Florestal
A Comissão Examinadora, abaixo assinada,
Aprova o Relatório de Estágio
PROJETO DE UM VIVEIRO FLORESTAL COMERCIAL
Elaborado por
Márcio José Lord de Freitas
Como requisito parcial para obtenção do grau de
Engenheiro Florestal
COMISSÃO EXAMINADORA:
______________________________
Profa. Dra Nirlene Fernandes Cechin/Unipampa
______________________________
Prof. Dr. Igor Poletto/Unipampa
______________________________
Profa. Dra Cibele Rosa Gracioli/Unipampa
São Gabriel, Dezembro de 2012
AGRADECIMENTOS
Em primeiro lugar agradeço a Deus pela constante presença em minha vida,
dando-me forças para continuar, iluminando minhas escolhas e abençoando meus
caminhos.
Aos meus queridos e amados pais, José e Lorena (in memorian) pelo
exemplo de vida, educação, amor, humildade, incentivo e por acreditarem em meus
sonhos.
Aos meus irmãos Jorge e Marcos, pela amizade verdadeira, apoio e incentivo
a buscar meus objetivos.
A minha orientadora Dr. Nirlene Fernandes Cechin pelos ensinamentos,
sugestões, apoio, paciência e atenção, além da amizade construída ao longo da
minha graduação.
Ao Engenheiro Agrônomo Sr. Eduardo Nascimento Abib, pela oportunidade
da realização do estagio, acolhimento, troca de conhecimento e pela amizade.
Aos demais professores de graduação pela atenção e conhecimento passado
em sala de aula.
Aos colegas de graduação pela amizade, troca de conhecimento e apoio.
Muito obrigado
RESUMO
A ocupação do território nacional e a exploração dos recursos naturais e das florestas ocorreram, ao longo da historia, de um modo extremamente predatório, atingindo rigorosamente as áreas de florestas e as mais suscetíveis aos impactos ambientais, devido à exploração desacelerada de florestas naturais, nos biomas Mata Atlântica e Floresta Amazônica, para exploração madeireira, alem da expansão da fronteira agrícola a partir do sul do Brasil invadindo, em sua maioria, Biomas como o Pantanal e o Cerrado Brasileiro. Logo, houve a necessidade de se buscar alternativas como a produção de mudas em viveiros florestais, que possibilitam a capacidade de acelerar e aprimorar o processo inicial de desenvolvimento das mudas. Com isso, haverá certo ganho de tempo e progresso no desenvolvimento das mudas em relação às produzidas de forma natural. A demanda por mudas de qualidade e a diminuição dos custos de produção fomentou o desenvolvimento de novas tecnologias para a produção de mudas nos viveiros florestais, além do estabelecimento de legislação para normatizar a atividade. Portanto, um ponto essencial nesta conjuntura é realizar o planejamento do viveiro baseado em conhecimentos disponíveis na literatura e com o assessoramento técnico realizado por profissionais qualificados, visando o dimensionamento dos setores do viveiro, das estruturas, do sistema de irrigação e dos recipientes, para poder alcançar a máxima eficiência no processo de produção de mudas. O viveiro que se propõe implantar será localizado no município de São Gabriel – RS, as margens da BR 209, mais precisamente na Chácara das Flores de posse da família Abib. No período de março a junho do corrente ano foi realizado o planejamento do referido viveiro, a partir do dimensionamento das estruturas necessárias de acordo com condições da área disponível (localização, topografia do local, disponibilidade de água, distância em relação ao mercado consumidor e facilidade de acesso), questão legal de instalação de um viveiro, sistema de irrigação a ser adotado, tipo de recipientes a serem utilizados e espécies a serem trabalhadas. Neste período, ficou evidente a necessidade de se realizar um estudo mais amplo e efetivo em relação ao mercado fornecedor de matéria-prima, produtos e insumos, bem como do mercado consumidor, com o intuito de verificar, de maneira mais eficaz, as condições mercadológicas de instalação de um viveiro florestal no município de São Gabriel. Também ficou evidente a necessidade de legalizar os viveiros florestais e os agentes envolvidos na atividade, com o intuito de controlar a produção, garantir a qualidade morfológica das mudas e, principalmente, a qualidade genética das sementes e mudas de espécies florestais. Palavras-chaves: sistema de irrigação, produção de mudas, dimensionamento de viveiro, perdas de carga.
ABSTRACT
The occupation of national territory and the exploration of natural resources and forests occurred throughout history, in an extremely predatory way, reaching rigorously forest areas and more susceptible to environmental impacts, due to sluggish exploration of natural forests, at biomes Atlantic Forest and Amazonic Forest to logging, besides the expansion of the agricultural frontier from Southern Brazil invading, mostly Biomes as the Pantanal and Cerrado of Brazil. Soon, there was a need to seek alternatives such as seedling production in nurseries, which provide the ability to accelerate and improve the process of initial seedling development. With this, there will be some saving of time and progress in the development of seedlings in relation to those produced naturally. The demand for quality seedlings and decrease production costs fostered the development of new technologies for producing seedlings in nurseries, besides the establishment of legislation to regulate the activity. Therefore, an essential point at this juncture is to make planning the nursery based on knowledge available in literature and with technical advice performed by qualified professionals, aimed at sizing the nursery sectors, structures, irrigation system and receptacles for power achieve maximum efficiency in the production of seedlings. The nursery aims to deploy will be located in the municipality of São Gabriel - RS, the BR 209, more precisely in Chácara das Flores possession Abib family. In the period from March to June this year was held the planning of that nursery, from the design of the structures required under conditions of available area (location, local topography, water availability, distance to market and consumer ease access), legal question of installing a pond, irrigation system being adopted, type of containers to be used and species to be worked. During this period, it was evident the need to conduct a broader and more effective in the marketplace supplier of raw materials, products and supplies, as well as the consumer market, in order to verify, more effectively, the market conditions installation of a nursery in the city of San Gabriel. It was also evident the need to legalize nurseries and those involved in the activity, in order to control production, ensure quality seedling morphology and especially the genetic quality of seeds and seedlings of forest species. Keywords: irrigation system, seedling production, nursery’ scaling, loss of cargo.
LISTA DE FIGURAS
FIGURA 1 - Localização da Chácara das Flores, São Gabriel – RS, 2012. ......................... 32
FIGURA 2 – Croqui de situação do viveiro Chácara das Flores, São Gabriel, 2012. ........... 33
FIGURA 3 – Croqui planialtimétrico da área do viveiro Chácara das Flores, São Gabriel, 2012. ................................................................................................................................... 35
FIGURA 4 – Açude de captação da Chácara das Flores, São Gabriel, 2012. ...................... 36
FIGURA 5 – Croqui da bacia de captação da Chácara das Flores, São Gabriel, 2012. ....... 37
FIGURA 6 – Local destinado a instalação do ponto comercial, Chácara das Flores, São Gabriel, 2012. ...................................................................................................................... 38
FIGURA 7 – Sistema de drenagem no formato Espinha de Peixe, Chácara das Flores, São Gabriel, 2012. ...................................................................................................................... 39
FIGURA 8 – Modelo de vala cega a ser utilizado no sistema de drenagem. ........................ 40
FIGURA 9 – Detalhe da câmara fria, Chácara das Flores, São Gabriel, 2012. .................... 43
Figura 10 – Modelo de tubetes com formato cônico (a) e detalhe das estrias internas (b). .. 44
Figura 11 - Modelo de bandeja plástica preenchida com tubetes (a) e detalhe da bandeja a ser utilizada (b). ................................................................................................................... 44
FIGURA 12 – Mudas acondicionadas no sistema de rocambole. ......................................... 45
FIGURA 13 – Detalhe do pote a ser utilizado....................................................................... 46
FIGURA 14 - Detalhe da compostagem, Chácara das Flores, São Gabriel, 2012. ............... 47
FIGURA 15 – Layout básico de um viveiro florestal. ............................................................ 48
FIGURA 16 – Croqui de distribuição das instalações do viveiro, Chácara das Flores, São Gabriel, 2012. ...................................................................................................................... 49
FIGURA 17 - Aspecto do galpão agrícola, Chácara das Flores, São Gabriel, 2012. ............ 50
FIGURA 18 - Croqui do escritório, Chácara das Flores, São Gabriel, 2012. ........................ 52
FIGURA 19 - Dimensões das casas de geminação Chácara das Flores, São Gabriel, 2012. ............................................................................................................................................ 53
FIGURA 20 – Casa de germinação I, Chácara das Flores, São Gabriel, 2012..................... 54
FIGURA 21 – Casa de germinação II, Chácara das Flores, São Gabriel, 2012. ................... 54
FIGURA 22 - Distribuição dos canteiros, Chácara das Flores, São Gabriel, 2012. .............. 55
FIGURA 23 – Detalhe e dimensões dos canteiros e caminhos/passeios, Chácara das Flores, São Gabriel, 2012. ............................................................................................................... 56
FIGURA 24 - Modelo da casa de sombra a ser construída no viveiro. ................................. 57
FIGURA 25 – Croqui com as dimensões da casa de sombra, Chácara das Flores, São Gabriel, 2012. ...................................................................................................................... 58
FIGURA 26 - Distribuição dos canteiros, Chácara das Flores, São Gabriel, 2012. .............. 59
FIGURA 27 - Detalhe e dimensões dos canteiros e caminhos, Chácara das Flores, São Gabriel, 2012. ...................................................................................................................... 60
FIGURA 28 - Dimensões da área de rustificação, Chácara das Flores, São Gabriel, 2012.. 61
FIGURA 29 - Distribuição dos canteiros, Chácara das Flores, São Gabriel, 2012. .............. 62
FIGURA 30 - Detalhe e dimensões dos canteiros e caminhos, Chácara das Flores, São Gabriel, 2012. ...................................................................................................................... 63
FIGURA 31 - Modelo de estufa geminada a ser construída no viveiro. ................................ 64
FIGURA 32 - Detalhe da área de expedição, Chácara das Flores, São Gabriel, 2012. ........ 65
FIGURA 33 - Detalhe da dimensão dos módulos, Chácara das Flores, São Gabriel, 2012.. 66
FIGURA 34 - Dimensões dos canteiros permanentes, Chácara das Flores, São Gabriel, 2012. ................................................................................................................................... 67
FIGURA 35 - Detalhe da divisão dos canteiros permanentes em canteiros temporários, Chácara das Flores, São Gabriel, 2012. .............................................................................. 68
FIGURA 36 - Detalhamento dos caminhos, Chácara das Flores, São Gabriel, 2012. .......... 69
FIGURA 37 - Modelo de mini-aspersor a ser utilizado no viveiro. ........................................ 70
FIGURA 38 - Divisão do sistema de irrigação, Chácara das Flores, São Gabriel, 2012. ...... 71
FIGURA 39 - Detalhe da linha do aspersor, Chácara das Flores, São Gabriel, 2012. .......... 72
FIGURA 40 - Detalhe de uma luva mista a ser utilizada. ..................................................... 73
FIGURA 41 - Detalhe da linha de recalque secundaria, Chácara das Flores, São Gabriel, 2012. ................................................................................................................................... 73
FIGURA 42 - Detalhe da linha de recalque primaria, Chácara das Flores, São Gabriel, 2012. ............................................................................................................................................ 74
FIGURA 43 - Detalhe da linha de sucção, Chácara das Flores, São Gabriel, 2012. ............ 75
FIGURA 44 - Modelo de válvula de pé a ser utilizada na linha de sucção. ........................... 75
FIGURA 45 Descrição da altura manométrica, Chácara das Flores, São Gabriel, 2012. ..... 83
FIGURA 46 – Croqui de distribuição dos mini-aspersores, Chácara das Flores, São Gabriel, 2012. ................................................................................................................................... 85
FIGURA 47 – Detalhe do espaçamento dos mini-aspersores, sobreposição e área molhada, Chácara das Flores, São Gabriel, 2012. .............................................................................. 86
FIGURA 48 - Disposição da linha de recalque secundaria, Chácara das Flores, São Gabriel, 2012. ................................................................................................................................... 87
FIGURA 49 – Conjunto motobomba Schneider, modelo ME – 1 a ser utilizada. .................. 90
FIGURA 50 – Detalhe motobomba Schneider, modelo ME-1. .............................................. 91
FIGURA 51 – Croqui de distribuição dos mini-aspersores na casa de sombra, Chácara das Flores, São Gabriel, 2012. ................................................................................................... 92
FIGURA 52 – Detalhe do espaçamento dos mini-aspersores, sobreposição e área molhada, Chácara das Flores, São Gabriel, 2012. .............................................................................. 93
FIGURA 53 - Disposição da linha de recalque secundaria, Chácara das Flores, São Gabriel, 2012. ................................................................................................................................... 94
FIGURA 54 – Conjunto motobomba Schneider, modelo BC-22 R1, a ser utilizado na casa de sombra................................................................................................................................. 97
FIGURA 55 – Detalhe motobomba Schneider, modelo BC – 22 R1. .................................... 98
Figura 56 – Croqui de distribuição dos mini-aspersores na área de rustificação, Chácara das Flores, São Gabriel, 2012. ................................................................................................... 99
FIGURA 57 – Detalhe do espaçamento dos mini-aspersores, sobreposição e área de rustificação, Chácara das Flores, São Gabriel, 2012. ........................................................ 100
FIGURA 58 - Disposição da linha de recalque secundaria área de rustificação, Chácara das Flores, São Gabriel, 2012. ................................................................................................. 101
FIGURA 59 – Conjunto motobomba Schneider série BC-22 modelo R1B, a ser utilizado na área de rustificação. .......................................................................................................... 104
FIGURA 60 – Detalhe motobomba Schneider, modelo BC – 22 R1B. ............................... 105
FIGURA 61 – Croqui de distribuição dos mini-aspersores na área de expedição, Chácara das Flores, São Gabriel, 2012. .......................................................................................... 106
FIGURA 62 – Detalhe do espaçamento dos mini-aspersores, sobreposição e área de expedição, Chácara das Flores, São Gabriel, 2012. .......................................................... 107
FIGURA 63 - Disposição da linha de recalque secundaria área de expedição, Chácara das Flores, São Gabriel, 2012. ................................................................................................. 108
LISTA DE TABELAS
Tabela 1 - Demonstrativo do potencial anual do viveiro, Chácara das Flores, São Gabriel, 2012. ................................................................................................................................... 42
Tabela 2 - Valores do coeficiente de perda de carga localizada K, segundo J. M. Azevedo Netto .................................................................................................................................... 79
Tabela 3 – Valores do coeficiente de Hazen – Williams (C)* ................................................ 82
Tabela 4 - Conexões necessárias nas linhas do aspersor e recalque secundário, Chácara das Flores, São Gabriel, 2012. ............................................................................................ 87
Tabela 5 - Conexões necessárias na linha de recalque primaria, Chácara das Flores, São Gabriel, 2012. ...................................................................................................................... 88
Tabela 6 - Conexões linha de sucção, Chácara das Flores, São Gabriel, 2012. .................. 88
Tabela 7 - Descrição das perdas de carga em cada secção do sistema, Chácara das Flores, São Gabriel, 2012. ............................................................................................................... 89
Tabela 8 - Conexões necessárias nas linhas do aspersor e recalque secundaria, Chácara das Flores, São Gabriel, 2012. ............................................................................................ 93
Tabela 9 - Conexões necessárias na linha de recalque primaria, Chácara das Flores, São Gabriel, 2012. ...................................................................................................................... 95
Tabela 10 - Conexões linha de sucção, Chácara das Flores, São Gabriel, 2012. ................ 95
Tabela 11 - Descrição das perdas de carga em cada secção do sistema Chácara das Flores, São Gabriel, 2012. ............................................................................................................... 96
Tabela 12 - Conexões necessárias nas linhas do aspersor e recalque secundaria na área de rustificação, Chácara das Flores, São Gabriel, 2012. ........................................................ 101
Tabela 13 - Conexões necessárias na linha de recalque primaria na área de rustificação, Chácara das Flores, São Gabriel, 2012. ............................................................................ 102
Tabela 14 - Conexões linha de sucção área de rustificação, Chácara das Flores, São Gabriel, 2012. .................................................................................................................... 102
Tabela 15 - Descrição das perdas de carga em cada secção do sistema, Chácara das Flores, São Gabriel, 2012. ................................................................................................. 103
Tabela 16 - Conexões necessárias nas linhas do aspersor e recalque secundaria área de expedição, Chácara das Flores, São Gabriel, 2012. .......................................................... 108
Tabela 17 - Conexões necessárias na linha de recalque primaria área de expedição, Chácara das Flores, São Gabriel, 2012. ............................................................................ 109
Tabela 18 - Conexões linha de sucção área de expedição, Chácara das Flores, São Gabriel, 2012. ................................................................................................................................. 109
Tabela 19 - Descrição das perdas de carga em cada secção do sistema, Chácara das Flores, São Gabriel, 2012. ................................................................................................. 110
SUMÁRIO
1. ORGANIZAÇÃO ........................................................................................................ 14
1.1 Histórico do local implantação do viveiro ................................................................... 14
2. INTRODUÇÃO .......................................................................................................... 16
3. REVISÃO BIBLIOGRÁFICA ...................................................................................... 18
3.1 Definição e tipos de viveiros florestais ....................................................................... 18
3.2 Escolha da área ........................................................................................................ 20
3.3 Tipos de recipientes .................................................................................................. 21
3.4 Tipos de substratos ................................................................................................... 22
3.5 Escolha da semente .................................................................................................. 24
3.6 A semeadura ............................................................................................................. 24
3.7 Tipos de canteiros ..................................................................................................... 25
3.8 Manutenção do viveiro .............................................................................................. 26
3.9 Legalização para implantação do viveiro ................................................................... 27
3.10 Mercado consumidor ................................................................................................. 29
4. ATIVIDADES DESENVOLVIDAS .............................................................................. 31
5. LOCALIZAÇÃO DO AREA DE IMPLANTAÇÃO DO VIVEIRO .................................. 32
5.1 Seleção do local para implantação do viveiro ............................................................ 33
5.1.1 Topografia do local ............................................................................................. 34
5.1.1.1 Metodologia adotada ...................................................................................... 34
5.1.2 Disponibilidade de água ..................................................................................... 36
5.1.3 Distância em relação ao mercado consumidor e facilidade de acesso ............... 37
5.2 Detalhamento do sistema de drenagem .................................................................... 38
5.2.1 Tipo e disposição do sistema de drenagem do viveiro ....................................... 38
5.3 Sistema de produção de mudas ................................................................................ 40
5.3.1 Obtenção de Sementes ...................................................................................... 40
5.3.2 Espécies e quantidade de mudas a serem produzidas no viveiro ...................... 40
5.3.3 Armazenamento das sementes .......................................................................... 42
5.3.4 Recipientes ........................................................................................................ 43
5.3.5 Semeadura e número de sementes por recipientes ........................................... 46
5.3.6 Substrato ............................................................................................................ 46
6. ÁREA DO VIVEIRO E DISTRIBUIÇÃO DAS INSTALAÇÕES DO VIVEIRO .............. 48
6.1 Galpão agrícola ......................................................................................................... 50
6.2 Administração e controle ........................................................................................... 51
6.3 Casa de germinação ................................................................................................. 52
6.3.1 Dimensões e distribuição dos canteiros ............................................................. 55
6.4 Casa de sombra ........................................................................................................ 56
6.4.1 Dimensões e distribuição dos canteiros ............................................................. 58
6.5 Área de rustificação................................................................................................... 60
6.5.1 Dimensões e distribuição dos canteiros ............................................................. 61
6.6 Área de expedição .................................................................................................... 63
6.6.1 Dimensões e distribuição dos canteiros e caminhos .......................................... 66
6.6.1.1 Canteiros permanentes .................................................................................. 67
6.6.1.2 Canteiros temporários .................................................................................... 67
6.6.1.3 Distribuição dos caminhos .............................................................................. 68
7. SISTEMA DE IRRIGAÇÃO A SER UTILIZADO ......................................................... 70
7.1.1 Considerações gerais......................................................................................... 70
7.1.2 Seções que compõe o sistema de irrigação e suas divisões .............................. 71
7.1.2.1 Linha do aspersor ........................................................................................... 72
7.1.2.2 Linha de recalque secundária ......................................................................... 73
7.1.2.3 Linha de recalque primaria ............................................................................. 74
7.1.2.4 Linha de sucção ............................................................................................. 74
7.1.3 Planejamento e dimensionamento do sistema de irrigação ................................ 75
7.1.3.1 Calculo do diâmetro da seção ........................................................................ 76
7.1.3.2 Perdas de carga ............................................................................................. 78
7.1.3.2.1 Perda de carga localizada .............................................................................. 78
7.1.3.2.2 Perda de carga ao longo da tubulação ........................................................... 80
7.1.3.3 Altura manométrica total e tipo de motobomba ............................................... 83
7.2 Detalhamento do sistema hidráulico por setor do viveiro ........................................... 84
7.2.1 Detalhamento do sistema de irrigação para as casas de vegetação .................. 84
7.2.2 Detalhamento do sistema de irrigação para casa de sombra ............................. 91
7.2.3 Detalhamento do sistema de irrigação para a área de rustificação .................... 98
7.2.4 Detalhamento do sistema de irrigação para a área de expedição .................... 105
8. CONSIDERAÇÕES FINAIS .................................................................................... 111
9. REFERENCIAS BIBLIOGRÁFICAS ........................................................................ 112
ANEXOS ........................................................................................................................ 117
1. ORGANIZAÇÃO
O estágio curricular profissionalizante do acadêmico Márcio José Lord de
Freitas foi realizado no período de 28 de março a 12 de junho de 2012 na Empresa
de Assessoria Técnica em Engenharia Agronômica e Ambiental (ATEAGRO), cuja
sede está localizada na Chácara das Flores, situada na Rua José Lima, Nº 380, em
São Gabriel, Rio Grande do Sul. A ATEAGRO desempenha diferentes atividades no
âmbito ambiental, agroecológico e assistência técnica no município de São Gabriel,
bem como em municípios vizinhos. Desde o ano de 2010, a ATEAGRO possui
convênio junto a Universidade Federal do Pampa (UNIPAMPA), possibilitando,
assim a realização de estágios, acompanhamentos e atividades praticas junto à
mesma.
A empresa tem como responsável técnico o Engenheiro Agrônomo Eduardo
Nascimento Abib, o qual gerencia as atividades produtivas da Chácara das Flores.
Dentre as atividades realizadas, tem-se a produção orgânica de rosas e a produção
de plantas verdes para a ornamentação de arranjos florais, os quais são
comercializados junto a Floricultura Pracinha do Amor, que está situada no centro do
município. Além disso, o Sr. Eduardo também é responsável pelo pequeno viveiro
existente na Chácara das Flores, onde são produzidas mudas de algumas espécies
nativas e ornamentais.
1.1 Histórico do local implantação do viveiro
No ano de 1982 a família Abib adquiriu uma área de 3,6 ha, conhecida como
“campinho”, junto a BR 290 em São Gabriel. Na época, a área encontrava-se em
situação de degradação ambiental, devido às práticas agrícolas inadequadas e a
monocultura de tubérculos, como mandioca e a batata doce, cultivadas no sistema
convencional de produção. Ao longo dos anos, a utilização inadequada do solo
ocasionou os processos de degradação do solo através da erosão, compactação e
do uso excessivo de agrotóxicos e adubos químicos.
15
A aptidão profissional, neste período, estava voltada para fabricação de
móveis, através de uma marcenaria artesanal montada pela família e as atividades
agrícolas estavam voltadas para a produção de subsistência da própria família.
Em 1988, o uso da área continuava sendo para fins de produção de culturas
de subsistência. Porém, houve a introdução de espécies de uso ornamental, com o
cultivo de roseiras, sempre-vivas e crisântemos. A partir daí, essas culturas
começaram a ter maior expressão econômica e os outros cultivos começaram a ter
importância secundária. O sistema convencional de cultivo de plantas ornamentais
limitou as bases produtivas na propriedade, em consequência da degradação
química, física e biológica do solo.
Por esses motivos, as práticas agroecológicas começaram a ser introduzidas,
tais como a minhocultura, a reciclagem orgânica de restos de vegetais, o uso de
biofertilizantes, controle alternativo de doenças e insetos, o manejo adequado do
solo, entre outras. Desta forma, começou um processo lento e permanente de
recuperação ambiental, educação ambiental e produção ecológica de flores na
pequena propriedade. Nesta fase ocorreu a especialização agrícola, onde um dos
filhos da família Abib, realizou graduação em Engenharia Agronômica, obtendo
assim, neste período o contato com práticas agrícolas agroecológicas, as quais
seriam implantadas futuramente na chácara da família.
Em meados dos anos 2000, a família começou a recuperar o solo degradado
com práticas agrícolas adequadas e incremento de matéria orgânica, a partir da
utilização de lodo, proveniente da Estação de Tratamento de Efluentes (ETE) de
frigoríficos, e através da adubação orgânica, obtida da compostagem de resíduos
agroindustriais, como resíduos sólidos de frigoríficos (resíduos do rumem bovino)
bem como resíduos da indústria de beneficiamento de grãos como a casca de arroz.
Entretanto, permanecia, ainda, a utilização do sistema de produção convencional.
Atualmente, pode-se dizer que a produção agrícola está sendo diversificada e
integrada com diferentes projetos de âmbito ecológico e ambiental, numa área
recuperada e saudável. Outrossim, estão sendo desenvolvidos e potencializados
alguns projetos relativos à vermicompostagem, compostagem e produção comercial
de rosas, verdes e cultivo hortícola. Além de um sistema agroflorestal com espécies
florestais nativas, frutíferas e ornamentais possibilitando, assim, melhorias nas
condições físicas do solo e um adequado equilíbrio nas condições ambientais da
propriedade.
2. INTRODUÇÃO
O processo histórico da ocupação do território nacional e a exploração dos
recursos naturais presentes nas florestas ocorreram, ao longo da historia, de um
modo extremamente predatório, atingindo rigorosamente as áreas de florestas e as
áreas mais suscetíveis aos impactos ambientais, tendo como consequência a
redução da vegetação no Brasil. Tal fato ocorreu devido à exploração desacelerada
das florestas naturais, destacando a exploração madeireira nos biomas Mata
Atlântica e Floresta Amazônica, alem da expansão da fronteira agrícola a partir do
sul do Brasil invadindo assim, em sua maioria, Biomas como o Pantanal e o Cerrado
Brasileiro. Aliado a isso, as políticas inadequadas ao contexto ambiental brasileiro e
às leis ambientais, como o Código Florestal Brasileiro (Lei nº 12.651, de 25 de maio
de 2012), Lei 12.727 de 17 de outubro de 2012 e a Política Nacional do Meio
Ambiente (Lei nº 6.938, de 31 de agosto de 1981), que são inúmeras vezes
negligenciadas, devido possivelmente, a falta de fiscalização por parte dos setores e
órgãos competentes.
Uma alternativa é a implantação de povoamentos florestais com espécies
nativas ou exóticas reduzindo, assim, a pressão sobre as poucas florestas naturais e
os fragmentos florestais remanescentes no território brasileiro, uma vez que boa
parte da madeira consumida em âmbito nacional e até mundial ainda provém da
exploração de florestas naturais. Para isso, existe a possibilidade da produção de
mudas em viveiros florestais os quais possuem a capacidade de acelerar e
aperfeiçoar o processo inicial de desenvolvimento das mudas, tendo assim certo
ganho de tempo e adiantamento do desenvolvimento em relação às mudas
produzidas de forma natural.
A produção de mudas em viveiros vem desde o século XV, na Europa, sendo
que até o período da Segunda Guerra Mundial a prática de cultivar as mudas em
viveiros era feita de maneira artesanal, a partir da utilização de vasos de barro e os
substratos utilizados eram, geralmente, a base de terra e esterco.
Ao passar dos anos houve um considerável avanço na produção de mudas
em viveiros, a partir do emprego de altas tecnologias durante todo o processo de
produção, desde a colheita das sementes à expedição das mudas para o
consumidor final.
17
Na produção de mudas de espécies florestais, é importante conhecer a
necessidade hídrica das espécies para poder, então, realizar o dimensionamento do
sistema de irrigação. Em viveiros, a irrigação deve ser planejada com muita atenção,
pois o gasto de água é extremamente alto. Sendo assim, o desperdício de água
acaba ocasionando prejuízos.
Associando a economia de água a redução de custos e visando uma
produção de qualidade, é necessário um planejamento adequado do sistema de
irrigação. Para isto, é necessária a elaboração de um projeto hidráulico de
dimensionamento de irrigação que supra as necessidades hídricas de um viveiro de
produção florestal. Logo, um ponto essencial nesta conjuntura é realizar o
planejamento do viveiro baseado em conhecimentos disponíveis na literatura ou a
partir do assessoramento técnico realizado por profissionais qualificados.
A atual demanda de recursos naturais pela sociedade contemporânea cria as
condições ambientais, sociais e econômicas necessárias para o desenvolvimento de
um viveiro de espécies florestais nativas e ornamentais na região do Bioma Pampa.
Além disso, o município de São Gabriel e os demais da região são carentes na
produção de mudas de árvores nativas, quando necessário, por exemplo, na
reposição florestal de uma área degradada. Sendo assim, faz-se necessário buscar
mudas de outras regiões do estado, as quais muitas vezes não estão aclimatadas ao
nosso clima e ao nosso solo, ou até mesmo não apresentam um desenvolvimento
adequado na nossa região.
Neste contexto, o presente trabalho teve como principal objetivo realizar um
projeto para o dimensionamento de um viveiro florestal que será implantado com a
finalidade de produzir mudas de espécies florestais nativas, exóticas e ornamentais.
3. REVISÃO BIBLIOGRÁFICA
3.1 Definição e tipos de viveiros florestais
O viveiro florestal consiste em uma área ou superfície de terreno, com
características próprias, destinada à produção, ao manejo e à proteção das mudas,
até que estas tenham idade e tamanho suficientes para que possam ser levadas a
campo e resistir às condições adversas do local onde serão implantadas, além de
obter um bom crescimento (WENDLING et al., 2001).
De acordo com Macedo (1993), os viveiros florestais são áreas com um
conjunto de benfeitorias e utensílios, em que se empregam técnicas visando obter o
máximo da produção de mudas.
De acordo com o Decreto nº 5.153, de 23 de julho de 2004, que regulamenta
a Lei nº 10.711/2003, o viveiro é uma área convenientemente demarcada e
tecnicamente adequada para a produção e manutenção de mudas (BRASIL, 2004).
Segundo os autores citando, David e Faria (2008) “definem um viveiro
florestal como uma área delimitada, com características apropriadas, onde são
utilizados insumos, equipamentos e técnicas para a produção de mudas de
qualidade”. “Apesar da semelhança dos conceitos de viveiro florestal, o nível
tecnológico empregado na produção de mudas vem sendo modificado
consideravelmente nas últimas décadas devido à exigência na qualidade das
mudas” gerando, assim, uma maior demanda de pesquisas e busca de novas
técnicas e tecnologias de produção.
Wendling et al., (2001) afirmam que os viveiros, quanto à sua duração, podem
ser classificados em temporários e permanentes, e quanto à proteção do sistema
radicular, em viveiros com mudas de raiz nua ou em recipientes.
De acordo com Sardinha (2008), o viveiro temporário é estabelecido para o
fornecimento de plantas em um curto intervalo de tempo, normalmente até ter
abastecido de plantas uma pequena área que se pretende arborizar. Este tipo de
viveiro permite, normalmente, a produção de plantas de rápido crescimento e
normalmente com a utilização de vasos ou sacos.
Os viveiros temporários destinam-se à produção de mudas em determinado
local durante apenas certo período de tempo e, cumprindo as finalidades a que se
19
destinaram, são desativados. Conforme Wendling et al., (2001), estes viveiros são
geralmente rústicos, de dimensões reduzidas, bem como de planejamento e
instalações simples, podendo serem instalados dentro ou próximo da área de
plantio, visando à redução de custos de transporte das mudas e melhor adaptação
das mesmas às condições climáticas do local.
O viveiro permanente tem como finalidade produzir mudas durante muitos
anos e, por isso, requer um planejamento mais cuidadoso, uma vez que suas
instalações são mais sofisticadas e onerosas para suportar um maior período de
produção de mudas. Geralmente, esse tipo de viveiro é instalado próximo aos
centros consumidores de mudas, razão pela qual possuem maiores dimensões que
o viveiro temporário (BASTOS et al., 2009).
No viveiro de raízes nuas, as mudas são produzidas sem que ocorra a
proteção do sistema radicular com o substrato e ou, recipientes. Wendling et al.,
(2001) enfatizam que as mudas produzidas com raiz nua geralmente têm custos
mais baixos de produção, uma vez que não há necessidade de comprar ou
preencher embalagens, podendo ainda produzir mais mudas em um mesmo espaço
de canteiro. Já as mudas produzidas em recipientes geralmente tem maiores custos
de produção, devido à compra e ao enchimento de embalagens e a necessidade de
maior área para produção das mudas. Porém, estas mudas apresentam maior índice
de pegamento na hora do plantio, quando comparadas com mudas produzidas com
raiz nua.
A semeadura é feita diretamente nos canteiros e as mudas são retiradas para
o plantio, tendo-se o cuidado de se evitar insolação direta ou, até mesmo, vento no
sistema radicular. O solo onde se desenvolvem as raízes permanece no viveiro.
Após a retirada, são ordenadas em grupos, com material úmido envolvendo as
raízes, antes da expedição para o plantio (VILELLA e VALARINI, 2009).
Viveiros de recipientes são aqueles onde se produzem mudas em
embalagens, as quais apresentam o sistema radicular protegido, ou seja envolto em
um substrato (WENDLING et al., 2001).
Por outro lado, o método de produção de mudas embaladas vem, a cada dia,
ocupando maior espaço nas empresas florestais, especialmente na produção de
mudas em grande escala (WALKER et al., 2011).
20
Conforme Macedo (1993), a semeadura direta em recipientes oferece as
seguintes vantagens, entre elas, simplifica as operações, evita danos à raiz e
traumas na repicagem, além de agilizar o processo de produção.
3.2 Escolha da área
A escolha da área de implantação de um viveiro florestal deve obedecer
alguns requisitos básicos como: disponibilidade de água em qualidade e quantidade
satisfatórias, a facilidade de acesso ao local, proximidade do viveiro com o mercado
consumidor, apresentar boa oferta de mão de obra, a área de instalação do viveiro
deverá estar protegida da ação de ventos fortes, o local deverá apresentar boa
insolação, o solo deverá apresentar boa drenagem e a topografia do terreno deverá
apresentar declividade entre 2% e 3% (WENDLING et al., 2001).
Segundo Fraga (2002), a localização do viveiro deve estar próxima de centros
consumidores e com vias de acesso em ótimo estado de conservação, para facilitar
o transporte e a comercialização das mudas de espécies vegetais.
Kämpf (2000) afirma que instalações como as estufas e os abrigos devem ser
orientadas no sentido norte-sul, a fim de proporcionar uma distribuição mais
uniforme da luz para as plantas. Entretanto, em regiões com maior grau de insolação
o posicionamento das estufas e abrigos deve ser de acordo com a direção
predominantes dos ventos, o qual deve soprar ao longo do comprimento da estufa,
proporcionado assim uma melhor circulação do ar e favorecendo a remoção do calor
retido no interior da estufa devido ao plástico utilizado nestas construções.
Na área a ser instalado o viveiro deverá haver a disponibilidade de energia
elétrica com capacidade de suportar o acionamento de bombas de irrigação,
iluminação e demais equipamentos do viveiro. O local também deverá ser cercado,
de forma a impedir o acesso de animais nas imediações do viveiro. Além disso,
recomenda-se a implantação de quebra-ventos ao redor do viveiro, com objetivo de
evitar danos às estruturas devido à ação de ventos fortes (MACEDO, 1993).
21
3.3 Tipos de recipientes
Com o passar dos anos, e devido à necessidade do segmento florestal,
muitos estudos vem sendo realizados, tendo assim uma constante evolução no que
se refere ao uso de recipientes e embalagens para a produção de mudas.
Bastos et al. (2009) citando Zecca (2009), afirmam que na produção de
mudas em recipientes alguns fatores devem ser observados como a umidade,
principalmente em recipientes menores que contem quantidades reduzidas de
substrato, a adubação, pois os nutrientes presentes no substrato são poucos e a
limitação ao crescimento da raiz, de modo que o recipiente não seja uma barreira
para as raízes, podendo prejudicar o crescimento da muda.
Portanto, no momento da escolha dos recipientes, para serem obtidas mudas
de qualidade, deverão ser levados em consideração alguns fatores como, a forma, o
material e as dimensões dos recipientes, pois esses influenciam, principalmente, no
crescimento das mudas, no correto desenvolvimento das raízes e na praticidade do
manuseio das embalagens (SCHORN 2003).
Existem diversos tipos de recipientes disponíveis no mercado, como os sacos
e os tubetes de plástico, ou que podem ser confeccionados de forma artesanal como
os canudos de bambu, o laminado de madeira, as latas e os copos descartáveis. Os
tubetes ou potes plásticos rígidos apresentam algumas vantagens em relação aos
demais recipientes, como por exemplo, menor diâmetro, menor peso, maior
possibilidade de mecanização das operações de produção de mudas e redução
considerável no custo de transporte e distribuição das mudas (WENDLING et al.,
2001).
Vilella e Valarini (2009) enfatizam que a escolha do tipo de recipiente a ser
utilizado é em função do seu custo de aquisição e das vantagens na operação, como
por exemplo: a durabilidade, a possibilidade de reaproveitamento, a área ocupada
no viveiro, a facilidade de movimentação, o transporte e de suas características para
a formação de mudas de boa qualidade. Os recipientes mais comuns são os sacos
plásticos e os tubetes de polipropileno.
Macedo (1993) afirma que os sacos plásticos apresentam a vantagem de
dispensarem grandes investimentos em infraestrutura. Entretanto, os tubetes
requerem investimentos mais elevados, mas apresentam custo operacional muito
menor, tanto na produção de mudas quanto no transporte, proporcionando
22
substancial redução no custo final do produto, alem da possibilidade de serem
reutilizados.
Os sacos plásticos ainda são os recipientes mais utilizados, atualmente, em
função do menor preço, maior disponibilidade no mercado e da grande variedade de
dimensões disponíveis, possibilitando a produção de qualquer tipo de muda. Mas a
utilização de tubetes vem sendo impulsionada devido ao fato de que as mudas
passam a ser produzidas em canteiros suspensos, proporcionando maior ergonomia
aos funcionários devido a uma posição mais confortável durante a realização das
(WENDLING et al., 2001).
3.4 Tipos de substratos
Substrato é o meio sobre o qual as raízes se desenvolvem, tendo por
finalidades proporcionar um suporte estrutural, fornecer água, oxigênio e nutrientes
para que a parte aérea das mudas se desenvolva (VILELLA e VALARINI, 2009).
Entende-se por substrato o material usado com a finalidade de servir de base
para o desenvolvimento de uma planta até a sua transferência para o viveiro ou para
a área de produção, podendo ser compreendido não apenas como suporte físico,
mas também como fornecedor de nutrientes para a muda em formação. De modo
geral o termo 'substrato' refere-se a materiais dispostos em recipientes, mas que
também pode incluir o solo da sementeira ou do viveiro, onde muitas vezes se dá o
desenvolvimento inicial da muda (ZECCA, 2009).
Segundo Schorn e Formento (2003), o substrato deve apresentar boas
características físicas e químicas, sendo as físicas as mais importantes, uma vez
que a parte química pode ser mais facilmente manuseada e corrigida posteriormente
após o plantio pelo viveirista.
De acordo com Wendling; Dutra; Grossi (2006), a principal função do
substrato é sustentar a muda e fornecer condições adequadas para o
desenvolvimento e funcionamento do sistema radicular, assim como os nutrientes
necessários ao desenvolvimento da planta. Sendo que este substrato deve ser
isento de sementes de plantas invasoras, pragas e fungos patogênicos, evitando-se,
assim, a necessidade de sua desinfestação. Desse modo, devido à estrutura e à
tecnologia necessárias para a produção de um substrato de qualidade, grande parte
23
dos viveiros comerciais adquire seus substratos de empresas especializadas.
Contudo, em caso de formulação própria, deve-se dedicar especial atenção à
adequada compostagem do material orgânico e a desinfestação do solo, em função
da presença de patógenos e sementes de plantas invasoras.
Macedo (1993) afirma que os substratos mais utilizados, no caso de sacos
plásticos, são os compostos por terra de subsolo (70%), mais composto orgânico ou
esterco curtido (30%). No caso de se utilizar tubetes, Macedo (1993) recomenda três
tipos de composição de substrato, sendo o primeiro substrato composto de 30% de
vermiculita, mais 10% de terra de subsolo, evitando-se o uso de terra argilosa, mais
60% de matéria orgânica, como bagaço de cana e ou casaca de pinus decompostos.
Um segundo subtrato pode ser composto de 40% de terra de subsolo, mais 40% de
areia e 20% de esterco curtido. Como terceiro tipo de substrato Macedo (1993),
recomenda 40% de vermiculita, mais 20% de terra de subsolo e 40% de casca de
arroz.
Para a maioria das plantas, os substratos devem atender algumas
características como pH entre 5,5 e 6,5, porosidade total entre 80% a 85% e
retenção de água em torno de 20% (FRAGA, 2002).
O substrato deve ser suficientemente poroso, pois a porosidade é de
fundamental importância para o crescimento das raízes. Além disso, a grande
concentração de raízes formadas nos recipientes exigem elevado fornecimento de
oxigênio e rápida remoção do gás carbônico formado. Desta forma, o substrato deve
ser suficientemente poroso, a fim de permitir trocas gasosas eficientes, evitando falta
de ar para a respiração das raízes e para a atividade dos microrganismos no meio
(KÄMPF, 2000).
Como a diversidade de substratos é grande, não há um substrato perfeito
para todas as condições e espécies. É sempre preferível usar componentes de um
substrato em forma de mistura, visto os mesmos apresentarem características
desejáveis e indesejáveis á planta, quando usados isoladamente (WENDLING e
GATTO, 2002).
Na produção de mudas em tubetes, deve- se ter uma atenção especial para a
agregação do substrato às raízes das plantas. Se o substrato não for bem agregado,
ou seja, estiver muito solto e se esfarelar com facilidade, o torrão em volta da muda
se quebrará quando a embalagem for retirada para o transporte ou o seu plantio no
campo. Isto deixará as raízes das plantas expostas ao ressecamento e dificultará a
24
pega e a sobrevivência das mudas. Se, por outro lado, o substrato for muito coeso, o
torrão ficará aderido no tubete, dificultando a sua retirada, podendo levar à ruptura
de raízes, bem como, resultar em problemas no desenvolvimento do sistema
radicular das mudas (WENDLING e DELGADO, 2008).
3.5 Escolha da semente
A sanidade é fundamental na escolha da semente. Portanto, a mesma deve
ter origem comprovada e ser adquirida junto a entidades ou organizações
reconhecidas e registradas junto a Secretaria de Agricultura e Abastecimento
(FUNDECITRUS, 2004).
Segundo Bastos et al., (2009), a boa qualidade das mudas depende da
aquisição de sementes de produtores idôneos e credenciados junto aos órgãos
governamentais competentes, como o Ministério da Agricultura e Abastecimento e
as secretarias estaduais de agricultura, para se obter garantia da qualidade das
sementes. Além disso, a produção de mudas por sementes é um método simples e
de menor custo quando comparado com a propagação vegetativa.
Após a obtenção das sementes, estas devem ser armazenadas num lugar
adequado, conforme indicação do produtor, o que permitirá manter seu poder
germinativo por mais tempo. Sementes que facilmente perdem seu poder
germinativo devem ser semeadas logo após a coleta (WENDLING; FERRARI;
GROSSI, 2002).
3.6 A semeadura
A semeadura consiste na distribuição das sementes, enterrando-as no solo,
de acordo com suas próprias exigências e nas melhores condições possíveis,
podendo ser realizada manualmente ou mecanicamente. A semeadura pode ser
feita de duas maneiras: diretamente na embalagem onde as sementes são
colocadas com quantidade variável de acordo com a espécie e com o poder
germinativo das mesmas; a lanço, devendo-se ter o cuidado de realizar uma
distribuição uniforme das sementes no canteiro ou nas sementeiras ou em fileiras.
25
Entretanto, a semeadura em fileiras é feita em viveiros que produzem mudas com
raiz nua (SCHORN e FORMENTO, 2003).
Na prática, recomenda-se que a profundidade de semeadura não ultrapasse
duas vezes o diâmetro da semente. Após o semeio, é recomendada a colocação de
uma cobertura morta sobre o canteiro ou embalagem, o que protegerá as sementes.
Para o caso de sementes achatadas ou muito pequenas, recomenda-se o
peneiramento de uma fina camada de terra sobre as sementes (WENDLING;
FERRARI; GROSSI, 2002).
Leite (2008) cita que de acordo com o Projeto de Desenvolvimento do
Assentamento (PDA) (1999b), a semeadura pode ser realizada de duas formas,
direta e indireta. Na semeadura direta as sementes são colocadas diretamente nos
recipientes já com o substrato para germinarem. Já na semeadura indireta, as
sementes são depositadas em um local previamente escolhido, como um canteiro de
germinação, para posteriormente serem transplantadas definitivamente para os
recipientes no viveiro.
3.7 Tipos de canteiros
Os canteiros devem ter 1m de largura, com um comprimento variável entre 10
e 30 metros, sempre locados perpendicularmente à linha do declive. A distância
entre os canteiros deve ser da ordem de 0,70 metros (MACEDO, 1993).
Sardinha (2008) afirma que os canteiros devem ser traçados de forma
retangular, dispostos normalmente de forma ordenada por espécies. Podendo ser
delimitados com tábuas, blocos, pedras, bambu ou corda. Os canteiros podem ser
de diferentes tipos, como canteiros de germinação, de produção, em terra ou de raiz
nua e em sacos plásticos. A largura dos canteiros pode variar de 0,8 m até 1,2 m.
Leite (2008) afirma que segundo o PDA (1999b), existem três tipos de
canteiros, a céu aberto quando as mudas são expostas à luz direta do sol,
semiaberto quando os canteiros recebem mudas que ainda estão em um estágio
inicial ou recém transplantadas e canteiros em valeta onde as mudas são
depositadas em uma vala de 0,10 cm de profundidade, onde metade do recipiente
com a muda fica enterrado e a outra metade fica coberta de casaca de arroz.
26
Ao se utilizar bancadas suspensas e canteiros, a largura dos mesmos não
deve exigir um grande curvamento da coluna do trabalhador. Além disso, ambos
devem se encontrar em perfeita conexão visando evitar o carregamento de mudas e
de bandejas por longas distâncias (WENDLING et al., 2001).
Walker et al., (2011) enfatiza que, para Zanetti (2008), a utilização de
canteiros suspensos diminui a probabilidade de ataque de pragas, pois a maioria
está associada ao solo, como os cupins, as formigas, as paquinhas e os grilos.
De acordo com Schorn e Formento (2003), existem dois tipos de canteiros
que poder ser utilizados. Os canteiros no chão, onde as mudas são enterradas
diretamente sobre o solo ou encaixadas no solo e os canteiros suspensos, que são
confeccionados, geralmente, a 0,90 metros de altura, com comprimento menor e
passeios mais largos que os canteiros de raiz nua, cuja largura está entre 0,6 a 0,8
metros, ou de acordo com a largura e a disposição das bandejas.
3.8 Manutenção do viveiro
De acordo com Macedo (1993), na manutenção do viveiro podem ser
destacadas algumas atividades que visam melhorar a qualidade das mudas. Por
exemplo, a repicagem, que consiste no processo de transplante das mudas após a
germinação. A muda deve ser replantada em recipientes adequados ou até mesmo
diretamente nos canteiros. A poda da copa, com o objetivo de reduzir o tamanho da
muda e eliminar os brotos laterais que venham a atrapalhar o desenvolvimento da
muda. A poda de raízes, que tem por objetivo facilitar a repicagem das mudas ou
quando as mesmas ultrapassam o tamanho de plantio indicado para a espécie. O
controle de crescimento, quando as mudas atingem o tamanho adequado através da
redução da adubação e da irrigação. O rodízio das mudas dentro do próprio canteiro
ou entre canteiros, que visa à padronização dos lotes em relação ao tamanho das
mudas. A seleção das mudas antes da expedição, descartando aquelas que
apresentarem danos, deficiências, doenças ou pragas.
Wendling, Ferrari e Grossi (2002) destacam como atividades de manutenção
do viveiro, a adubação de cobertura das mudas, que deve ser realizada
periodicamente e logo após a germinação das sementes ou o enraizamento das
estacas, visando à produção de mudas de boa qualidade. A classificação das mudas
27
em termos de qualidade é de fundamental importância em virtude da melhor
adaptação e crescimento daquelas com melhor padrão de qualidade no plantio
definitivo. Ainda segundo os autores (ibidem), monitorar e realizar, quando
necessário, os tratamentos preventivos como a desinfestação do solo do canteiro ou
o substrato que será utilizado no preenchimento dos recipientes, a fim de evitar a
ocorrência de pragas, doenças e a competição por ervas daninhas.
Leite (2008) cita que o PDA (1999b) considera os seguintes procedimentos
indispensáveis para a manutenção de um viveiro florestal: manter a área sempre
limpa, retirando todo o lixo e se possível, transformando-o em composto orgânico;
retirar as plantas doentes do viveiro, manter limpa as ferramentas e os
equipamentos utilizados no viveiro e irrigar corretamente e de forma controlada as
mudas, respeitando a necessidade de cada espécie.
Wanderley (2010) destaca algumas atividades de manutenção no viveiro que
devem ser realizadas, como: o raleio ou desbaste, quando se tem mais de uma
muda por recipiente, de forma a deixar aquela que apresenta melhor forma e maior
vigor; as capinas manuais, visando à eliminação das plantas espontâneas que,
eventualmente, crescem nos recipientes; realizar a limpeza da área para que evite
problemas com pragas: verificar e dar manutenção no sistema de drenagem e na
estrutura do viveiro; realizar periodicamente o monitoramento integrado de pragas
(MIP), visando o controle das mesmas e evitando, assim, as epidemias.
Leite (2008) afirma que segundo Júnior (2001), deve ser feita uma inspeção
sistemática das mudas no viveiro para que se possa detectar, precocemente,
qualquer sintoma e tomar as devidas medidas de controle. Por permanecer muito
tempo no viveiro, as mudas tornam-se mais suscetíveis às doenças secundárias e
aos fungos oportunistas.
3.9 Legalização para implantação do viveiro
O setor de produção de mudas e sementes no Brasil está regulamentado de
acordo com a Lei Federal n° 10.711, de 05 de agosto de 2003 (BRASIL, 2003) e o
Decreto n° 5.153, de 23 de julho de 2004 (BRASIL, 2004) onde todo comerciante de
sementes e/ou mudas, pessoa jurídica ou física, deve ser inscrito no Registro
Nacional de Sementes e Mudas (RENASEM). O artigo 5° da Lei 10.711/03 (BRASIL,
28
2003) determina que compete aos Estados e ao Distrito Federal elaborar normas e
procedimentos complementares relativos à produção de sementes e mudas, bem
como exercer a fiscalização do comércio estadual. Já a nível interestadual segundo
o artigo 6° da Lei 10.711/03 (BRASIL, 2003) compete, privativamente, ao Ministério
da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA) a fiscalização do comércio
interestadual e internacional de sementes e mudas.
No estado do Rio Grande do Sul o órgão responsável pela fiscalização é a
Secretaria da Agricultura, Pecuária e Agronegócio (SEAPA-RS), por meio da Divisão
de Fiscalização de Insumos e Serviços - Seção de Sementes e Mudas. Para obter o
registro o produtor deverá preencher corretamente o requerimento junto a site do
Mapa, no menu serviços e sistemas, acessando o Registro de sementes e mudas
(RENASEM). Após o preenchimento do formulário, deve-se imprimir o requerimento
o qual deverá ser entregue, via correios, a SEAPA-RS no Departamento de Defesa
Agropecuária, juntamente com as fotocopias do Contrato Social. Quando for o caso,
entregar fotocopias do CNPJ ou CPF, da Inscrição Estadual e do comprovante do
recolhimento da Taxa de Registro Trienal ao Fundo Estadual de Apoio ao Setor
Primário- FEASP. Maiores informação poderão ser encontradas no site da SEAPA-
RS no menu Serviços - Área Vegetal.
Segundo a Fundação Estadual de Proteção Ambiental Henrique Luiz Roessler
(FEPAM) para a atividade de produção e comercialização de mudas de espécies
florestais, sejam elas nativas, exóticas ou ornamentais não há a necessidade de
Licenciamento Ambiental e nem isenção do mesmo junto a FEPAM.
De acordo com a Lei Estadual 10.350, de 30 de dezembro de 1994 (RIO
GRANDE DO SUL, 1994), em seu artigo 29, diz que qualquer empreendimento ou
atividade que alterar as condições quantitativas e qualitativas das águas
subterrâneas ou superficiais observando o Plano Estadual de Recursos Hídricos e
Planos de Bacia Hidrográfica está obrigado a obtenção da Outorga de Direito de Uso
da Água. Para a obtenção da Outorga de Direito de Uso da Água o usuário deverá
encaminhar os documentos e os Termos de Referencia correspondentes ao tipo de
intervenção e ao uso do recurso hídrico, sendo que a abertura do processo deve ser
feita junto aos Balcões de Licenciamento Único (BLAUs), da Secretaria Estadual do
Meio Ambiente (SEMA). Os documentos necessários para abertura do processo e a
obtenção da outorga estão disponíveis no site da SEMA – http://www.sema.rs.gov.br
(procurar em Recursos Hídricos, Outorga). Fonte site da SEMA, serviços e
29
informações na seção Cadastro de Usuários e Usos da Água do Rio Grande do Sul
(CEUSA).
3.10 Mercado consumidor
De acordo com o SEBRAE (2012), abrir e gerir uma empresa exige um
conjunto de habilidades e conhecimentos. É preciso entender o mercado, o publico
alvo que se deseja atingir e planejar bem o negócio. Além disso, é necessário ter
uma boa gestão considerando as estratégias de marketing, um fluxo de caixa
controlado, muita criatividade e inovação. Antes mesmo de o empreendedor dar
entrada no registro da empresa, o mesmo precisa saber se o negocio que ele
pretende abrir é viável. Para isso, o empresário deverá coletar informações que
darão subsídios á elaboração do plano de negócios realizando uma pesquisa de
mercado, identificando o melhor local para abrir o empreendimento, detectar seus
possíveis concorrentes, fornecedores, consumidores e quais são as suas
necessidades e quais serão o seu publico alvo.
Antes mesmo que uma empresa possa efetivamente comercializar os seus
produtos com os consumidores, ela deve entender plenamente o que o consumidor
quer e o que ele necessita daquele determinado produto. Contudo, o que se deseja
de um produto não é o mesmo para todos em um mercado. Portanto, existe
diferenças reais entre as preferências de produtos. Logo, as empresas devem estar
atentas aos detalhes das diferenças de desejos (FERREIRA, 2002).
Sertek et al., (2011), dividem a administração de mercado em três segmentos:
a) a estratégia, que é definida como o conjunto de ações e iniciativas criativas e
intuitivas que levam uma empresa ao sucesso, sendo a maneira como a empresa
percebe o mundo gerando o comprometimento com atitudes e respostas para
determinadas situações, objetivando buscar o posicionamento da empresa no
ambiente competitivo, o qual pode ser pré selecionado e planejado; b) o
planejamento estratégico, que é definido como o processo que determina como a
organização pode chegar onde deseja e como deve proceder para executar os seus
objetivos; c) a administração estratégica, que Sertek et al. (2011) enfatiza, segundo
Vasconselos (2001), como a administração necessária para satisfazer a
necessidade das organizações, para que as mesmas se tornem adequadas ao seu
30
ambiente, visando assegurar a criação de riquezas para os acionistas e a satisfação
de seus stakeholders.
Marques (2008) afirma que para que seja realizada qualquer ação
mercadológica eficiente, se faz necessário definir os fatores como a base para obter
resultados expressivos, como conhecer a organização, sua missão, visão, valores,
estrutura e processos, além de se conhecer os seus objetivos de curto, médio e
longo prazo. Então, somente a partir daí é possível estabelecer elementos-chave,
como a diferenciação dos produtos a ser produzido, o posicionamento em relação ao
publico alvo, a segmentação de mercado e o segmento de mercado a ser
trabalhado, além de se estabelecer os planos estratégicos e táticos para os
produtos. Outrossim, Marques (2008) afirma que se faz necessário a realização de
uma pesquisa mercadológica e a elaboração de estratégias de mercado a serem
atingidas.
Para Paixão (2011), a maioria das empresas possui limitações de
atendimento, produção, distribuição e cobertura geográfica, sendo assim ao querer
vender para todos, é como “atirar para todos os lados” e na maioria das vezes não
acertando em nenhum dos alvos Portanto, a organização deve buscar a
segmentação do mercado, onde cada segmento deve ser constituído por
consumidores que apresentem o mínimo de características consideradas e o
máximo de diferenças quando comparados aos demais segmentos. Ainda segundo
Paixão, a segmentação considera que consumidores são pessoas com
necessidades e desejos diferentes, e que um produto ou serviço não agrada a todos.
Sendo assim, a segmentação de mercado é uma poderosa arma estratégica, onde
são definidas quais direções devem assumir as ações empresariais competitivas.
Paixão (2011) afirma que, em relação ao marketing, é importante o estudo do
comportamento do consumidor, pois é por meio desse estudo que as empresas
percebem oportunidades para satisfazer as necessidades de seus clientes. Além
disso, é possível compreendermos o processo de compra e as atitudes dos clientes
no momento do consumo.
4. ATIVIDADES DESENVOLVIDAS
Ao longo do estágio foram realizadas atividades voltadas para a pesquisa,
discussão e planejamento com a finalidade de obter aporte técnico e cientifico para a
elaboração de um projeto para instalação do viveiro Chácara das Flores. Também,
foram realizadas visitas técnicas ao viveiro da Fundação Estadual de Pesquisa
Agropecuária (Fepagro) e aos viveiros florestais do Colégio Politécnico e do Curso
de Engenharia Florestal da Universidade Federal de Santa Maria (UFSM).
5. LOCALIZAÇÃO DO AREA DE IMPLANTAÇÃO DO VIVEIRO
A Chácara das Flores (Figura 1) fica localizada em São Gabriel, na Região da
Campanha Gaúcha. O município está situado na latitude 30º 21’ 25”S e na longitude
54º 19’12” O, numa altitude média de 114 metros. Área do município corresponde a
5019,6 Km², e apresenta uma paisagem típica da Região do Pampa, com campos
situados em coxilhas de baixo declínio, o clima do local, segundo Koppen, é
considerado subtropical do tipo Cfa, pois apresenta condições climáticas úmidas,
com verão quente e chuva bem distribuída ao longo do ano (em média 1355 mm de
chuva por ano). A temperatura media anual é de 18,5°C, (MALUF, 1999).
FIGURA 1 - Localização da Chácara das Flores, São Gabriel – RS, 2012.
Fonte: Google Earth, adaptado pelo autor.
A Chácara está situada em um local de fácil acesso, pois esta se encontra no
Km 418 da BR 290, em frente ao Posto da Polícia Rodoviária de São Gabriel (Figura
2).
33
FIGURA 2 – Croqui de situação do viveiro Chácara das Flores, São Gabriel, 2012.
Fonte: ABIB (2011)
5.1 Seleção do local para implantação do viveiro
A Chácara das Flores possui uma área total de 3,6 hectares, sendo que
destes 1,3 hectares serão destinados especificamente ao viveiro e as suas
estruturas de produção. O restante, aproximadamente 2,3 hectares é ocupado com
estradas, agroflorestas, áreas de lazer e moradias.
Para determinar a área de implantação do viveiro, foram levados em
consideração fatores como a proximidade com o mercado consumidor, a viabilidade
econômica, a disponibilidade de água com qualidade e em quantidade suficiente
para a irrigação das mudas produzidas, as rotas de acesso ao local, a qualidade do
solo em termos de aeração e boa drenagem, a boa insolação e proteção adequada
contra os ventos fortes, entre outras. Logo, a seleção do local ocorreu devido a este
apresentar as condições mínimas adequadas para a instalação de um viveiro
florestal a nível comercial.
34
As áreas de produção e de manejo das mudas ficarão integradas com o ponto
comercial que está sendo projetado e dimensionado pelo proprietário da área,
facilitando, assim, a logística de distribuição dos produtos produzidos. Além disso,
há boa disponibilidade de mão de obra, uma vez que já existem pessoas
trabalhando no local com o cultivo de algumas espécies ornamentais, além da
disponibilidade de materiais de consumo.
A seguir, serão descritas algumas características do local que, segundo a
literatura, são apropriadas para a instalação de um viveiro, bem como para a
produção e o manejo de mudas.
5.1.1 Topografia do local
A topografia do terreno onde será implantado o viveiro é pouco acidentada
como pode ser observado na Figura 3, que as curvas de nível do terreno
apresentam quase as mesmas cotas, mostrando assim pouco desnível do terreno
além de apresentar um solo com boa capacidade de drenagem.
5.1.1.1 Metodologia adotada
O levantamento planialtimentrico constitui em um conjunto de procedimentos
e métodos necessários a obtenção de medidas planialtimetricas de um determinado
ponto ou área, possuindo como objetivo principal a interpretação do relevo através
de curvas de nível. A curva de nível é representada, geralmente, por uma linha
sinuosa que liga os pontos do terreno que possuem a mesma cota de altitude.
No levantamento planialtimétrico realizado na Chácara das Flores foram
utilizados os procedimentos e o equipamento descritos a seguir:
1) Obtenção das Curvas de Nível
• Na coleta de dados foi utilizado o Sistema de Posicionamento Global (GPS)
topográfico L1/L2, da SPECTRA PRECISON, modelo EPOCH 25, com o qual foram
coletados os pontos aleatórios em toda a área da Chácara das Flores.
• Após a coleta, os dados foram processados utilizando-se o software Survey Pro,
fornecido pela SPECTRA Precision.
35
• A seguir, os dados processados são exportados em uma planilha do Excel no
formato CSV, a qual possui informações como, o nome do ponto, as coordenadas e
as altitudes de cada ponto. Feito isso, a planilha foi inserida no software topográfico
Topocal Versión 1.2.250, para obter as curvas de nível do terreno.
• Posteriormente ao processamento das curvas de nível no Topocal, o resultado
obtido foi exportado no formato dxf (3D).
2) Sobreposição das curvas de nível sobre a imagem de satélite
• O arquivo dxf gerado anteriormente foi aberto e trabalhado no software ZWCAD
2012.
• Após abrir o arquivo no ZWCAD, inseriu-se a imagem da Chácara das Flores,
com auxilio do software Google Earth.
• A seguir, a imagem da chácara foi colocada em escala no ZWCAD e as curvas de
nível foram sobrepostas em cima desta imagem, obtendo assim, após os ajustes
necessários, o croqui referente à figura 3.
FIGURA 3 – Croqui planialtimétrico da área do viveiro Chácara das Flores, São Gabriel, 2012.
Fonte: Autor.
36
5.1.2 Disponibilidade de água
A água a ser utilizada na irrigação das mudas produzidas no viveiro, bem
como em outras finalidades, será captada de um açude já existente na propriedade,
cuja área possui aproximadamente 0,3 hectares (Figura 4).
FIGURA 4 – Açude de captação da Chácara das Flores, São Gabriel, 2012.
Fonte: Autor.
A bacia de captação do açude corresponde a uma área de, aproximadamente
4,5 hectares de extensão (Figura 5).
37
FIGURA 5 – Croqui da bacia de captação da Chácara das Flores, São Gabriel, 2012.
Fonte: Adaptado pelo autor, a partir de imagem do Google Earth e o software ZWCAD 2012
5.1.3 Distância em relação ao mercado consumidor e facilidade de acesso
Basicamente, parte da produção será destinada para o ponto comercial a ser
instalado junto ao viveiro (Figura 6), o qual consistirá num comércio de “beira de
estrada”, tendo assim consumidores de diferentes municípios do estado. A outra
parte da produção será comercializada na Floricultura Pracinha do Amor, de
propriedade da família Abib, instalada na Rua Barão de São Gabriel, na região
central da cidade. A escolha do local de instalação do ponto comercial ocorreu
devido à localização privilegiada da Chácara junto às margens da BR 290,
proporcionando facilidade no acesso, o que é um ponto positivo na comercialização
e no escoamento da produção.
38
FIGURA 6 – Local destinado a instalação do ponto comercial, Chácara das Flores, São Gabriel, 2012.
Fonte: ABIB (2011), adaptado pelo autor.
5.2 Detalhamento do sistema de drenagem
5.2.1 Tipo e disposição do sistema de drenagem do v iveiro
Um sistema de drenagem eficiente se faz necessário devido ao frequente
acúmulo de água, proveniente da frequência das irrigações, no solo. Com o passar
do tempo, ocorre a saturação dos poros devido ao acúmulo de água gerando, assim,
um excesso de umidade do solo.
O sistema a ser utilizado para drenagem do solo é do tipo espinha de peixe
(Figura 7). Este será composto por valas com 40 cm de profundidade, sendo que no
fundo destas será colocado pedras até a sua metade, completando o restante com
terra ou brita (Figura 8). A inclinação das valas será de acordo com a necessidade, a
fim de que ocorra o correto escoamento da água para proporcionar uma boa
drenagem do terreno. Para o viveiro em questão, o sistema de drenagem somente
39
será utilizado nas áreas mais suscetíveis à umidade, devido a fatores como menor
declividade e deficiência na infiltração de água no solo. Portanto, em primeira
análise, o sistema será utilizado somente em duas áreas, sendo estas, na casa de
germinação e crescimento, bem como nas áreas de rustificação e expedição das
mudas.
FIGURA 7 – Sistema de drenagem no formato Espinha de Peixe, Chácara das Flores, São Gabriel, 2012.
Fonte: Autor.
40
FIGURA 8 – Modelo de vala cega a ser utilizado no sistema de drenagem.
Fonte: GONÇALVES, 2006.
5.3 Sistema de produção de mudas
5.3.1 Obtenção de Sementes
As sementes utilizadas na produção e mudas serão obtidas junto aos órgãos
credenciados e que apresentam garantias em relação à qualidade e ao potencial
germinativo das mesmas, como por exemplo, a Fundação Estadual de Pesquisa
Agropecuária (Fepagro Florestas de Santa Maria – RS). As sementes
comercializadas podem ser enviadas pelos correios ou as mesmas podem ser
compradas e retiradas junto à própria Fepagro.
5.3.2 Espécies e quantidade de mudas a serem produ zidas no viveiro
O viveiro irá produzir e ofertar mudas de espécies nativas, exóticas e
ornamentais, necessárias nos projetos de recuperação ambiental e paisagísticos de
áreas rurais e urbanas. Este irá proporcionar, também, o fomento da arborização
41
urbana e em pequenas propriedades rurais da região. Poderá, inclusive, servir de
exemplo prático para o desenvolvimento da educação ambiental no Bioma Pampa,
bem como atender o comércio local com mudas de boa qualidade e bons preços.
Além disso, o viveiro a ser implantado visa manter as práticas e os procedimentos
agroecológicos em toda sua cadeia de produção, desde o preparo do substrato, o
qual será obtido através da compostagem de insumos provenientes da reciclagem
de resíduos agroindustriais da classe II, dos resíduos sólidos de frigoríficos, dos
restos vegetais e da biomineralização de pó de rocha, além da reutilização de
garrafas PET como possíveis recipientes para a produção de mudas.
O dimensionamento do viveiro a ser implantado deverá satisfazer à
disposição espacial, de forma que sejam observadas todas as fases de produção de
modo a otimizar o sistema. Entretanto, o viveirista deve compreender que os
subsídios alcançados a partir de pesquisas deverão ser aliados, para que se tenha
um aprimoramento consecutivo da produção.
Na determinação das possíveis espécies a serem produzidas no viveiro foram
observados alguns fatores, tais como: o tempo de desenvolvimento das mudas para
estas apresentarem um porte comercial, a disponibilidade de sementes e ou estacas
para propagação, a crescente procura por mudas de determinadas espécies obtidas
a partir do histórico de mercado e de vendas atuais da Floricultura Pracinha do
Amor, a qual, atualmente, serve como ponto comercial de mudas e dos produtos
produzidos na Chácara das Flores. O proprietário da Chácara das Flores acredita
que seja possível produzir diversas espécies, dentre elas, espécies nativas, exóticas
e ornamentais, que se encontram descritas ANEXOS 1, 2 e 3, em anexo.
Devido à sazonalidade do mercado, oferta de produtos, restrições climáticas,
disponibilidade de área e de insumos, a produção inicial total descrita nos ANEXOS
1, 2 e 3 será dividida por ciclos de produção durante o ano. Por exemplo, se
pretende produzir, anualmente, dezenove mil mudas de espécies nativas, sendo que
esse total será dividido em quatro ciclos anuais de produção. Cada lote terá,
aproximadamente, quatro mil setecentas e cinquenta mudas, e assim para as
demais espécies, conforme descrito na tabela 1. Estes valores podem ser alterados
conforme a demanda do mercado consumidor, bem como pela disponibilidade da
área de produção e de insumos.
42
Tabela 1 - Demonstrativo do potencial anual do viveiro, Chácara das Flores, São Gabriel, 2012.
ESPECIES
PRODUÇÃO ANUAL
LOTES/ANO
MUDAS/LOTE
Nativas 19.000 4 4.750
Exóticas 24.950 4 6.237
Ornamentais 2.620 3 873
TOTAL 46.570 11 11.860
5.3.3 Armazenamento das sementes
As sementes adquiridas, que por ventura não forem semeadas, serão
armazenadas em uma câmara fria já existente na propriedade (Figura 9), dentro de
embalagens e recipientes adequados para tal finalidade, de acordo com as
recomendações do fornecedor das mesmas (Fepagro). A câmara fria citada tem
como função principal o armazenamento de arranjos florais e rosas que ainda não
foram comercializados na floricultura.
43
FIGURA 9 – Detalhe da câmara fria, Chácara das Flores, São Gabriel, 2012.
Fonte: Autor.
5.3.4 Recipientes
Os recipientes a serem utilizados na produção das mudas florestais serão os
tubetes, devido ao sistema de plantio adotado ser o de semeadura direta e por estes
apresentarem melhor resistência em relação a embalagens tradicionais como os
saquinhos. Os tubetes permitem o seu enchimento, manuseio e transporte com
maior facilidade, promovem a permeabilidade das raízes e a boa retenção de
umidade, possuem custo acessível e volume reduzido de substrato por unidade e
são embalagens reutilizáveis.
Os tubetes a serem utilizados têm formato cônico, com estrias internas e
estrutura adequada para facilitar a poda de raízes (Figura 10). Para as mudas de
espécies nativas serão utilizados os tubetes com volume de 180 cm³ e para as
exóticas os tubetes com 100 cm³.
44
Figura 10 – Modelo de tubetes com formato cônico (a) e detalhe das estrias internas (b).
Fonte: MF RURAL, 2012.
Os tubetes serão acondicionados em bandejas plásticas retangulares
confeccionadas em polietileno com tratamento UV, com 0,27 m² de área, com 96 ou
54 células (Figura 11).
Figura 11 - Modelo de bandeja plástica preenchida com tubetes (a) e detalhe da bandeja a ser utilizada (b).
Fonte: Bolsa Florestal, 2012.
45
A expedição de mudas para venda será feita por meio do sistema de
rocambole (Figura 12). Este tipo de sistema permite que as mudas sejam
transportadas do viveiro para a área de plantio sem os tubetes, facilitando a logística
de expedição. Neste sistema as mudas são acondicionadas em plástico que possui
furos para facilitar drenagem. Há, também, um maior rendimento no plantio das
mudas, pois estas já estarão prontas para serem colocadas nas covas, não existindo
a necessidade de retirar as mudas dos tubetes.
FIGURA 12 – Mudas acondicionadas no sistema de rocambole.
Fonte: Viveiro Taquara, 2012.
No transporte e acomodação de algumas mudas, devido ao tamanho das
mesmas, serão utilizadas embalagens maiores, como, por exemplo, potes (Figura
13).
46
FIGURA 13 – Detalhe do pote a ser utilizado.
Fonte: Tokfinal, 2012.
5.3.5 Semeadura e número de sementes por recipient es
No caso deste viveiro, o sistema adotado, tanto para as espécies nativas
como para as exóticas, será o de semeadura direta nos tubetes, sendo estes
preenchidos com substrato. Após a semeadura, os tubetes serão acondicionados
nas bandejas e estas, serão conduzidas para a casa de germinação, a qual será
utilizada para germinação e enraizamento das mudas de espécies florestais nativas,
exóticas e ornamentais.
5.3.6 Substrato
O substrato tem como principais funções sustentar a muda e fornecer
condições adequadas para o desenvolvimento e o funcionamento do sistema
radicular, assim como os nutrientes necessários ao desenvolvimento da planta.
Devido à estrutura e à tecnologia necessária à produção de um substrato de
qualidade, boa parte dos viveiros comerciais adquire os substratos de empresas
47
especializadas. No entanto, quando é utilizada uma formulação própria, deverá ser
dada especial atenção à apropriada compostagem do material orgânico e
desinfestação do solo, devido à presença de patógenos e sementes de plantas
invasoras.
O substrato a ser utilizado na produção das mudas das espécies florestais
nativas e exóticas terá como base um composto orgânico, o qual é proveniente da
matéria prima oriunda da reciclagem e compostagem de resíduos agroindustriais
(Figura 14), como o rumem de animais, a cinza de caldeiras, o sangue de animais e
a farinha de osso, além de lodo de Estação de Tratamento de Efluentes (ETE) de
frigoríficos, tendo como fonte de minerais o pó de rocha.
Sendo assim, o substrato terá em sua composição 10% de areia, 10% casca
de arroz carbonizada, 30% de composto orgânico e 50% de terra de subsolo.
FIGURA 14 - Detalhe da compostagem, Chácara das Flores, São Gabriel, 2012.
Fonte: Autor.
6. ÁREA DO VIVEIRO E DISTRIBUIÇÃO DAS INSTALAÇÕES D O VIVEIRO
Segundo a literatura consultada, a área necessária para a instalação de um
viveiro depende, basicamente, do número e do tipo de mudas a serem produzidas,
bem como do tamanho das embalagens a serem utilizadas. Para um viveiro bem
planejado, a área produtiva, que corresponde à área dos canteiros ou de recipientes
deverá abranger entre 50% a 60% da área total. A área restante deverá ser
designada para os caminhos, ruas, estradas, galpões, construções em geral e para
um local onde será realizado o preparo do substrato e enchimento das embalagens.
De modo geral, visando um fluxo melhor e mais adequado ao viveiro, o
processo de produção de mudas deverá seguir as diversas etapas que estão
interligadas, no sentido de viabilizar e otimizar tecnicamente e economicamente as
atividades de produção. Sendo assim, o viveiro deverá obedecer, basicamente, o
seguinte layout: preparo do substrato, semeadura, área de germinação, área de
crescimento, área de rustificação e expedição (Figura 15).
LEGENDA:
FIGURA 15 – Layout básico de um viveiro florestal.
Fonte: Adaptado de GONÇALVES, 2006.
Área de Apoio
Área de Serviço
Área de Germinação/Enraizamento
Área de Crescimento/Aclimatação
Área de Rustificação/Expedição
49
As instalações do viveiro, de acordo com a necessidade e as condições da
área em estudo, se distribuem basicamente em: galpão agrícola, casa de
germinação e vegetação, casa de sombra, área de rustificação/expedição
(comercialização) e escritório (Figura 16).
FIGURA 16 – Croqui de distribuição das instalações do viveiro, Chácara das Flores, São Gabriel, 2012.
Fonte: ABIB (2011), adaptado pelo autor.
LEGENDA:
1 - Compostagem
2 - Produção de Húmus
3 - Galpão agrícola
4 - Produção de rosas
5 - Casa de germinação
6 - Casa de sombra
7 - Área de rustificação
8 – Área de expedição
50
6.1 Galpão agrícola
O galpão agrícola consiste em um prédio de alvenaria, já existente na
propriedade, com dimensões de 10 metros comprimento por 8 metros de largura,
totalizando 80 m² de área (Figura 17). No galpão serão realizadas atividades como a
formulação e a mistura do substrato, o enchimento de tubetes, a semeadura e,
quando necessário, este também será utilizado para formulação e preparo de caldas
para o controle de possíveis doenças e patógenos que surgirem em algum momento
da cadeia produtiva do viveiro. Além disso, o galpão será utilizado como depósito de
insumos e local de acondicionamento de ferramentas e utensílios agrícolas, bem
como o local onde será guardado o trator agrícola e seus implementos.
FIGURA 17 - Aspecto do galpão agrícola, Chácara das Flores, São Gabriel, 2012.
Fonte: Autor.
51
6.2 Administração e controle
Para o correto funcionamento e sucesso de um viveiro se faz necessário a
adoção de diversos procedimentos administrativos e técnicos que acompanham
todas as etapas e processos que envolvem o viveiro, tomadas e supervisionadas por
um profissional com atribuição técnica na área florestal e administrativa, que no caso
será um engenheiro agrônomo ou um engenheiro florestal.
Destacam se ações como planejamento da produção, supervisão dos
trabalhos realizados, controle de estoque de sementes, insumos e ferramentas,
elaboração de relatórios com custos de produção, preço de mercado e projeções
futuras além de se ter um contato direto com os consumidores e fornecedores de
insumos, para isso o viveiro terá um escritório administrativo junto ao viveiro com
área de 24 m² (Figura 18).
O escritório será composto de um pequeno prédio de alvenaria de 24 m² de
área, equipado com banheiro, móveis como mesas, cadeiras, armários e arquivos e
uma pequena biblioteca com livros técnicos para consulta, o escritório terá uma linha
telefônica e computadores com acesso a internet.
52
FIGURA 18 - Croqui do escritório, Chácara das Flores, São Gabriel, 2012.
Fonte: Autor.
6.3 Casa de germinação
As casas de vegetação oferecem condições climáticas controladas para o
crescimento das mudas, o que é extremamente importante, principalmente para as
espécies mais sensíveis ao frio e ao calor.
A casa de germinação é o local onde as sementes serão postas para
germinar e, posteriormente, quando as mudas possuírem o tamanho adequado, e
quando há necessidade, ser transplantadas para embalagens maiores e realocadas
na área de sombra e rustificação.
A finalidade do cultivo em ambientes protegidos, principalmente no período
inicial do desenvolvimento das plântulas é estimular a percentagem de emergência,
proteger as plantas contra agentes meteorológicos, como baixas temperaturas e
também protegendo contra forte insolação, ventos e intempéries como granizo e
chuvas fortes. Será utilizado como casa de germinação, duas estruturas já
53
existentes na propriedade, sendo que cada estrutura possui 18 metros de
comprimento por 6 metros de largura (Figura 19).
FIGURA 19 - Dimensões das casas de geminação Chácara das Flores, São Gabriel, 2012.
Fonte: Autor.
Uma destas estruturas é uma estufa (Figura 20), que possui infraestrutura
necessária, como cobertura com plástico transparente e sombrite 50%. A segunda
estrutura a ser utilizada, consiste em uma área de sombra com as mesmas
dimensões da estrutura anterior, sendo somente necessário realizar a cobertura da
mesma com plástico, pois a mesma já possui sombrite 50% e sistema de irrigação
(Figura 21).
54
FIGURA 20 – Casa de germinação I, Chácara das Flores, São Gabriel, 2012.
Fonte: Autor.
FIGURA 21 – Casa de germinação II, Chácara das Flores, São Gabriel, 2012.
Fonte : Autor.
55
6.3.1 Dimensões e distribuição dos canteiros
As duas casas de germinação serão compostas, cada uma, por 12 canteiros
(Figura 22), os quais terão 1 metro de largura por 4,8 metros de comprimento,
totalizando 4,8 metros quadrados (m²) cada canteiro, tendo assim, as duas casas,
uma área total útil de canteiros de 115,2 m².
FIGURA 22 - Distribuição dos canteiros, Chácara das Flores, São Gabriel, 2012.
Fonte: Autor.
Um cuidado importante a se ter com relação à correta disposição dos
canteiros é a luz solar. Os canteiros devem ficar no sentido norte-sul, a fim de obter
a máxima vantagem da radiação solar, principalmente no inverno. Esta posição tem
por objetivo reduzir o sombreamento das vigas da estrutura, contribuindo assim,
para uma maior radiação solar nos canteiros.
Entre cada canteiro terá um caminho de aproximadamente 50 centímetros de
largura, possibilitando, assim o acesso, retirada e a reposição de mudas. Em uma
das extremidades dos canteiros haverá um caminho principal com 1 metro de
largura (Figura 23), possibilitando, assim, o acesso do carro de transporte para a
reposição e a retirada das bandejas de tubetes. Com o objetivo de evitar excesso
de umidade, será colocada pedra brita em toda área das casas de geminação e
vegetação.
56
FIGURA 23 – Detalhe e dimensões dos canteiros e caminhos/passeios, Chácara das Flores, São Gabriel, 2012.
Fonte: Autor.
6.4 Casa de sombra
É o local para onde as mudas são realocadas após a germinação e quando
as mesmas possuem tamanhos e condições vegetativas adequados. Também, é o
local onde as estacas de espécies que necessitem de maior índice de sombra são
postas para enraizar.
A casa de sombra cria um ambiente sombreado e com condições adequadas
de umidade relativa, temperatura e luminosidade para que as mudas tenham uma
pré-adaptação, ou seja, uma aclimatação antes de irem definitivamente para a área
de rustificação, além é claro, de promover a proteção das mudas contra granizos e
até mesmo do ataque de insetos.
A casa de sombra é uma estrutura composta somente por sombrite,
geralmente com 50% de luminosidade, fixados em postes de madeira ou até mesmo
em treliças de metal (Figura 24). Um detalhe importante a salientar é que o sombrite
que cobre a casa de sombra será fixo e permanente.
57
FIGURA 24 - Modelo da casa de sombra a ser construída no viveiro.
Fonte: RIOESBA, 2007.
No projeto em questão o viveiro terá uma casa de sombra com dimensões de
20 metros x 40 metros, totalizando uma área de 800 m² (Figura 25).
58
FIGURA 25 – Croqui com as dimensões da casa de sombra, Chácara das Flores, São Gabriel, 2012.
Fonte: Autor.
6.4.1 Dimensões e distribuição dos canteiros
Assim como na casa de germinação, a casa de sombra terá o cuidado da
correta disposição dos canteiros em relação à luz solar.
A casa de sombra será composta por 28 canteiros (Figura 26). Cada canteiro
terá dimensões de 9 metros por 1,70 metros, com uma área total de 15,3 m².
Portanto, a casa de sombra possuirá uma área útil total de 428,4 m² de canteiros.
59
FIGURA 26 - Distribuição dos canteiros, Chácara das Flores, São Gabriel, 2012.
Fonte: Autor.
Entre cada canteiro terá um caminho de aproximadamente 50 centímetros de
largura, possibilitando, assim o acesso, a retirada e a reposição de mudas.
Em uma das extremidades dos canteiros haverá um caminho principal com 1
metro de largura (Figura 27), possibilitando, assim, o acesso do carro de transporte
para a reposição e a retirada das bandejas de tubetes. Como na casa de
germinação, será colocada brita em toda a área da casa de sombra, visando reduzir
o excesso de umidade.
60
FIGURA 27 - Detalhe e dimensões dos canteiros e caminhos, Chácara das Flores, São Gabriel, 2012.
Fonte: Autor.
6.5 Área de rustificação
É a área do viveiro onde as mudas ficam expostas, em sua maioria, sem
qualquer tipo de proteção, como sombrite ou plástico, visando a aclimatação das
mesmas em relação à insolação, ventos e redução da umidade.
O objetivo da passagem das mudas pela área de aclimatação é promover
uma maior resistência destas antes das mesmas serem levadas a campo.
A área de rustificação terá a dimensão de 26 metros de comprimento por 24
metros de largura, totalizando 624 m² de área total (Figura 28).
61
FIGURA 28 - Dimensões da área de rustificação, Chácara das Flores, São Gabriel, 2012.
Fonte: Autor.
6.5.1 Dimensões e distribuição dos canteiros
A área de rustificação será composta por 20 canteiros, onde cada canteiro
terá 1,6 metros de largura por 11,5 metros de comprimento, totalizando 18,4 metros
quadrados de área total cada canteiro (Figura 29).
62
FIGURA 29 - Distribuição dos canteiros, Chácara das Flores, São Gabriel, 2012.
Fonte: Autor.
Entre cada canteiro terá um caminho de aproximadamente 75 centímetros de
largura, o que possibilitará o livre trânsito para a retirada e a reposição de mudas.
Em cada extremidade e no meio da área de rustificação haverá um caminho
principal com 1 metro de largura (Figura 30), que possibilitará condições de acesso
do carro de transporte para realizar o transporte de mudas e de bandejas.
Como nas demais estruturas, toda a área de rustificação será coberta com
uma fina camada de pedra brita visando a redução do excesso de umidade no solo.
63
FIGURA 30 - Detalhe e dimensões dos canteiros e caminhos, Chácara das Flores, São Gabriel, 2012.
Fonte: Autor.
6.6 Área de expedição
A área será destinada a comercialização e a expedição das mudas
produzidas no viveiro Chácara das Flores. A mesma terá livre acesso aos clientes,
onde as mudas estarão dispostas como se estivessem em uma vitrine, podendo
assim os clientes escolher aquela que melhor lhe agradar.
Devido a esse motivo e também visando uma melhor qualidade das mudas
expostas, a área em questão será composta por uma estufa geminada (Figura 31),
com cinco módulos (estufas menores).
64
FIGURA 31 - Modelo de estufa geminada a ser construída no viveiro.
Fonte: Agriestufa, 2012.
A estufa possuirá 18 metros de largura por 28 metros de comprimento, com
uma área total de 504 m² (Figura 32). A estrutura da estufa será composta por arcos
e treliças de metal, a cobertura da estufa será feita com plástico agrícola com
tratamento anti UV. A parte interna da estufa, aproximadamente na altura do pé
direito, terá uma cobertura com sombrite.
65
FIGURA 32 - Detalhe da área de expedição, Chácara das Flores, São Gabriel, 2012.
Fonte: Autor.
Como citado anteriormente, a estufa será composta por cinco módulos, onde
cada módulo terá dimensões de 5,6 metros por 18 metros, contabilizando uma área
total de 100,8 m² (Figura 33).
66
FIGURA 33 - Detalhe da dimensão dos módulos, Chácara das Flores, São Gabriel, 2012.
FONTE: Autor.
6.6.1 Dimensões e distribuição dos canteiros e cami nhos
Visando um melhor aproveitamento da área de expedição e devido à mesma
ser uma área destinada a comercialização, esta possuirá um grande fluxo de
clientes. Devido a necessidade de ter a disposição dos clientes uma maior
diversidade de mudas, além de proporcionar uma maior organização e opção de
disposição das mesmas no interior do canteiro tendo em vista uma melhor
apresentação das mesmas, optou-se por se ter dois tipos de disposição de
canteiros. Neste projeto, os mesmos serão denominados de canteiros permanentes
e canteiros temporários, os quais estão descritos e apresentados a seguir.
67
6.6.1.1 Canteiros permanentes
A área de expedição será composta por 20 canteiros permanentes, com
dimensões de 4,6 metros de comprimento por 3,75 metros de largura, perfazendo
uma área de 17,25 m² cada canteiro (Figura 34). Portanto, a área útil total de
canteiros permanentes na estufa de 345 m².
FIGURA 34 - Dimensões dos canteiros permanentes, Chácara das Flores, São Gabriel, 2012.
Fonte: Autor.
6.6.1.2 Canteiros temporários
De acordo com a necessidade de área e a disposição das mudas, os
canteiros permanentes poderão ser divididos em dois canteiros temporários
menores, cada um com 4,6 metros de comprimento e 1,6 metros de largura (Figura
35), possibilitando assim ter entre cada canteiro temporário um caminho de
aproximadamente 0,55 centímetros de largura que ao contrario dos demais
68
caminhos da área de expedição não será concretado, devido o mesmo poder ter sua
área utilizada para disposição de mudas conforme necessidade.
FIGURA 35 - Detalhe da divisão dos canteiros permanentes em canteiros temporários, Chácara das Flores, São Gabriel, 2012.
Fonte: Autor.
6.6.1.3 Distribuição dos caminhos
Da área total da estufa que corresponderá a 504 m², deverá ser descontada a
área útil total de canteiros, restando, então 159 m² de caminhos, os quais ao
contrário das outras áreas do viveiro serão concretados com objetivo de possibilitar
uma circulação mais cômoda no interior da estufa para os clientes. Já a área dos
canteiros será, como nas demais áreas do viveiro, coberta com brita.
Levando em consideração fatores como a circulação de clientes no interior da
estufa e a posição da mesma em relação ao acesso dos clientes, esta terá
69
diferentes dimensões (largura) de caminhos entre os canteiros os quais serão
denominados de caminhos principais, caminhos secundários e caminhos terciários.
Os caminhos principais ficarão localizados lateralmente, no sentido da largura
da estufa e no meio da estufa, no sentido do comprimento. Estes caminhos terão um
metro de largura. Já os caminhos secundários estão dispostos no sentido da largura
da estufa, e terão 75 centímetros de largura. Os caminhos terciários estão dispostos
no sentido do comprimento da estufa, e terão 50 centímetros de largura (Figura 36).
FIGURA 36 - Detalhamento dos caminhos, Chácara das Flores, São Gabriel, 2012.
Fonte: Autor.
7. SISTEMA DE IRRIGAÇÃO A SER UTILIZADO
7.1.1 Considerações gerais
A irrigação será realizada de acordo com a necessidade de cada espécie. O
sistema a ser utilizado será o mesmo para todas as estruturas do viveiro. Tendo em
vista a maior eficiência, praticidade e qualidade da irrigação o sistema ser utilizado
será o sistema de aspersão, utilizando-se para tal, o mini-aspersor, modelo A-1 da
Yamaho (Figura 37), o qual já é utilizado na propriedade e apresenta bom
funcionamento e qualidade na irrigação.
Segundo o fabricante, o mini-aspersor possui a capacidade de vazão nominal
de 800 litros hora (L/h), com pressão de trabalho de 30 metros de coluna de água
(mca), formato tipo cônico, com raio de alcance de 3 metros lineares, tendo assim
um diâmetro de 6 metros de área molhada. O sistema de irrigação será permanente,
por mini-aspersores fixos próximos ao teto, aproximadamente a 2,3 metros de altura.
FIGURA 37 - Modelo de mini-aspersor a ser utilizado no viveiro.
Fonte: Yamaho, 2012.
A preocupação maior no momento de se projetar um sistema de irrigação é
de que toda a área do canteiro seja molhada e receba água suficiente e necessária
para que ocorra assim o maior índice de germinação e crescimento das plântulas e
uma maior qualidade das mesmas.
71
7.1.2 Seções que compõe o sistema de irrigação e su as divisões
Para um melhor detalhamento, todo o sistema de irrigação do viveiro, desde a
captação até a saída no mini-aspersor, será dividido em secções, sendo que as
mesmas serão denominadas de linhas, dividindo-se, portanto em linha de sucção,
linha de recalque primaria, linha de recalque secundaria e linha aspersor (Figura 38).
Sendo que em cada secção será calculado e dimensionado fatores como diâmetro
da tubulação, perda de carga localizada, perda de carga ao longo da tubulação,
sendo esses dados fundamentais para escolha correta do sistema motobomba
obtendo assim a maior eficiência do mesmo.
É importante salientar que em todas as estruturas do viveiro será utilizada a
mesma metodologia de cálculos para divisão das secções que compõe o sistema
hidráulico.
FIGURA 38 - Divisão do sistema de irrigação, Chácara das Flores, São Gabriel, 2012.
Fonte: Autor.
Conforme consta em algumas literaturas, como, por exemplo, no Manual de
Irrigação (BERNARDO et al., 2008), e defendido por profissionais da área, deve-se
iniciar o dimensionamento de um sistema de irrigação, a partir dos aspersores, ou
seja, inicia-se o dimensionamento dos aspersores em direção a motobomba, pois é
72
a motobomba que deve se adequar ao sistema e não o contrário. Logo, esta foi a
metodologia adotada neste projeto.
7.1.2.1 Linha do aspersor
A linha do aspersor corresponde à tubulação composta por um mini-aspersor
(Figura 39), por uma barra de cano de 30 centímetros de comprimento e uma luva
mista a qual tem uma das extremidades soldável e a outra rosqueável (Figura 40).
A luva mista é utilizada para conectar o mini-aspersor no cano de PVC de 30
cm que compõe a linha do aspersor.
FIGURA 39 - Detalhe da linha do aspersor, Chácara das Flores, São Gabriel, 2012.
Fonte: Autor.
73
FIGURA 40 - Detalhe de uma luva mista a ser utilizada.
Fonte: Vitoriareef, 2012.
7.1.2.2 Linha de recalque secundária
A linha de recalque secundária corresponde à tubulação que fica fixa logo
abaixo da altura total do pé direito das estruturas do viveiro (Figura 41). Na
tubulação estará conectada a linha dos aspersores. Dependendo da área a ser
irrigada e da quantidade de aspersores poderá ter mais de uma linha de recalque
secundaria nas mesmas estruturas.
FIGURA 41 - Detalhe da linha de recalque secundaria, Chácara das Flores, São Gabriel, 2012.
Fonte: Autor.
74
7.1.2.3 Linha de recalque primaria
A linha recalque primaria corresponde a tubulação que vai desde a
motobomba até a entrada das estruturas onde será necessária a irrigação, entre
elas, a estufa, a casa de germinação, entre outras. A linha de recalque primária será
conectada a linha de recalque secundaria (Figura 42).
FIGURA 42 - Detalhe da linha de recalque primaria, Chácara das Flores, São Gabriel, 2012.
Fonte: Autor.
7.1.2.4 Linha de sucção
A linha de sucção corresponde à seção do sistema de irrigação, que fica
situada dentro da fonte de captação de água, denominada, neste projeto, de linha de
recalque. Esta vai desde a válvula de pé até o bocal de entrada da bomba (Figura
43). A linha de sucção geralmente é composta de um tudo de PVC rígido, 1 válvula
de pé (Figura 44), 1 curva de 90° e 1 redução gradual.
75
FIGURA 43 - Detalhe da linha de sucção, Chácara das Flores, São Gabriel, 2012.
Fonte: Autor.
FIGURA 44 - Modelo de válvula de pé a ser utilizada na linha de sucção.
Fonte: Pivodrip, 2012.
7.1.3 Planejamento e dimensionamento do sistema de irrigação
Como citado anteriormente, o sistema hidráulico de cada setor ou estrutura do
viveiro será dividido por seções (linhas), sendo que em cada seção será
76
dimensionada em separado, ou seja, para cada seção será calculada a vazão total,
o diâmetro, as perdas de cargas, o numero de conexões e a pressão necessária,
sendo que esses fatores serão somados para se obter, assim, o sistema hidráulico
total, necessário para o viveiro em questão.
7.1.3.1 Calculo do diâmetro da seção
O calculo correto do diâmetro ideal de cada linha que compõe o sistema é de
fundamental importância, pois o diâmetro juntamente com a vazão e a velocidade da
água tem influencia direta na perda de carga de todo o sistema, que por sua vez
influencia na eficiência do mesmo.
O diâmetro possui uma relação direta entre a vazão necessária, para o
correto funcionamento do aspersor, e a velocidade da água dentro da tubulação,
sendo que em vista a velocidade econômica a mesma deverá ficar entre 1 e 2
metros por segundo (BERNARDO et al., 2008).
A vazão necessária por cada mini-aspersor adotado neste projeto é de 800
litros hora (L h-1). Portanto, para efeito de calculo do diâmetro ideal e também
demais cálculos que envolvem a vazão, parte-se do seguinte principio: conhecendo-
se o numero total de mini-aspersores que compõe determinada seção (linha) ou até
mesmo todo o sistema hidráulico da estrutura a ser irrigada, foi possível obter a
vazão necessária total multiplicando-se a vazão de cada mini-aspersor pelo numero
total de mini-aspersores. Por exemplo, para saber a vazão total da linha do aspersor,
sabe-se que cada linha é composta por um mini-aspersor, sendo, portanto, a vazão
total da linha de 800 litros hora (l h-1) ou 0,8 metros cúbicos por hora (m³ h-1). Devido
a maior comodidade nos cálculos a vazão foi trabalhada sempre em cúbicos por
segundo (m³ s-1).
Para efeito do calculo do diâmetro, tendo como dado inicial a vazão total da
linha em questão, calculou-se, inicialmente, a velocidade ideal. Posteriormente,
calculou-se a área do tubo e por fim o diâmetro do mesmo.
Para se obter a velocidade ideal e, consequentemente, o diâmetro da
tubulação, para a situação em questão, procedeu-se da seguinte forma, a partir da
utilização das equações abaixo:
77
=VA
Q Equação 1
Onde:
V= velocidade em m.s-1;
Q= vazão em metros cúbicos por segundo (m³ s-1);
A= área da seção do tubo, em metros quadrados (m²); sendo determinado
por:
=A4
* 2Dπ Equação 2
Onde:
A= área da seção do tubo, em metros quadrados (m²);
D= diâmetro em milímetros (mm);
Substituindo a velocidade por um valor que fique entre 1 e 2 m s-1, o qual é
encontrado através de uma relação entre a vazão necessária e os diferentes
diâmetros do tubo, utilizando a equação a seguir:
=V( )4
* 2D
Q
π Equação 3
Onde:
V= velocidade em m s-1 D= diâmetro em milímetros (mm);
Após aplicar no software Excel as equações e realizar os cálculos e
transformações matemáticas necessárias, os dados obtidos para cada seção do
sistema hidráulico que compõe o setor do viveiro em questão foram apresentados
em tabelas.
78
7.1.3.2 Perdas de carga
A perda de carga refere-se à energia perdida pela água, durante o seu
deslocamento, ao longo de uma tubulação. A perda de energia ocorre devido ao
atrito que existe entre a água e as paredes da tubulação, em razão da rugosidade do
material que compõe a tubulação. A perda de carga total (hfl) se divide em perda de
carga localizada (hf1) e em perda de carga ao longo da tubulação (hf2) em todo o
sistema. Portanto, é importante dimensionar e considerar essa perda de energia em
todo o sistema de irrigação, que nesse projeto, como citado anteriormente, será
calculada em separado para cada linha que compõe o sistema, sendo,
posteriormente os valores encontrados em cada linha, somados para, assim, se
obter o valor final de perda de carga em determinado setor do viveiro.
Para a perda de carga total temos a seguinte equação:
=Hfl 21 hfhf + Equação 4
Onde:
Hfl = perda de carga total;
Hf1 = perda de localizada;
Hf2= perda de carga ao longo da tubulação;
7.1.3.2.1 Perda de carga localizada
É a perda de carga que ocorre toda vez que existe uma mudança de direção
do fluxo ou uma alteração na velocidade, cujos fatores, causam alterações nas
condições do movimento do liquido, sendo essa perda de carga causada pelo atrito
entre o liquido e a parede da tubulação.
De modo geral, esse tipo de perda de carga ocorre em qualquer
encanamento, devido a peças como as curvas, os registros, os tês, as luvas, as
mudanças de diâmetro, etc.
Esse tipo de perda de carga é calculado pela equação abaixo:
79
g
VKhfl
*2*
2
= Equação 5
Onde:
hf1 = perda de carga localizada em mca;
K = coeficiente do elemento causador da perda de carga;
V = velocidade média na canalização em m s-1;
g = aceleração da gravidade em m s-1: 9,81 m s-1.
Na Tabela 2 encontram-se os valores de K.
Tabela 2 - Valores do coeficiente de perda de carga localizada K, segundo J. M. Azevedo Netto
Peça K
Ampliação gradual 0,30*
Bocais 2,75
Comporta aberta 1,00
Controlador de vazão 2,50
Cotovelo de 90° 0,90
Cotovelo de 45° 0,40
Crivo 0,75
Curva de 90° 0,40
Curva de 45° 0,20
Curva de 22022
1 0,10
Entrada normal em canalização 0,50
80
Continuação tabela 2...
Entrada de borda 1,00
Existência de pequena derivação 0,03
Junção 0,40
Medidor Venturini 2,50**
Redução gradual 0,15*
Registro de ângulo aberto 5,00
Registro de gaveta aberto 0,20
Registro de globo aberto 10,00
Saída de canalização 1,00
Tê, passagem direta 0,60
Tê, saída de lado 1,30
Tê, saída bilateral 1,80
Válvula de pé 1,75
Válvula de retenção 2,50
Velocidade 1,00
* Com base na velocidade maior (seção menor).
** Relativa à velocidade na canalização.
7.1.3.2.2 Perda de carga ao longo da tubulação
Nada mais é do que as perdas de carga que ocorrem devido ao movimento
da água ao longo da tubulação, ao diâmetro e ao comprimento da tubulação. É
possível dizer que esse tipo de perda de carga é uniforme e em qualquer trecho da
tubulação que compõe o sistema de irrigação.
81
No cálculo da perda de carga ao longo da tubulação existem diferentes
equações, sendo que no presente objeto de estudo, foi utilizada a equação de
Hanzen Williams, a qual está descrita abaixo:
641,10=J87,4
1
D
852,1
C
Q Equação 6
Onde:
Q = vazão em m³ s-1;
D = diâmetro da tubulação em m;
J = perda de carga unitária, mca m-1;
C = coeficiente que depende da natureza da parede do tubo (coeficiente de
Hanzen Williams).
Sendo que o valor C depende do material da tubulação, conforme descrito na
Tabela 3. A perda de carga total ao longo da tubulação (hf2) é a calculada,
multiplicando-se o valor de J pelo comprimento linear (L) da linha, conforme mostra a
equação 7:
=2hf LJ * Equação 7
Onde:
hf2: perda de carga total;
J = perda de carga unitária, mca m-1;
L: comprimento linear da tubulação;
Na Tabela 3 encontram-se os valores de C.
82
Tabela 3 – Valores do coeficiente de Hazen – Williams (C)*
Tipo de conduto C
Alumínio 130
Aço corrugado 60
Aço com juntas “loc-bar”, novas 130
Aço com juntas “loc-bar”, usadas 90 a 100
Aço galvanizado 125
Aço rebitado, novo 110
Aço rebitado, velho 85 a 90
Aço soldado, novo 130
Aço soldado, usado 90 a 100
Aço soldado com revestimento especial 130
Aço zincado 120
Cimento-amianto 130 a 140
Concreto, bom acabamento 130
Concreto, acabamento comum 120
Ferro fundido, novo 130
Ferro fundido, usado 90 a 100
Plásticos 140 a 145
PVC rígido 145 a 150
*Citado por E.T. Neves.
83
7.1.3.3 Altura manométrica total e tipo de motobomb a
Altura manométrica total (Hm) é a altura geométrica total (hg) da instalação,
mais as perdas de carga ao longo do sistema de irrigação e mais a pressão de
trabalho necessária pelos aspersores (hp).
A altura geométrica total é a soma da altura geométrica de sucção (hs) e da
altura geométrica de recalque (hr) (Figura 45). Portanto, a altura geométrica total é a
energia hidráulica necessária que o sistema motobomba deverá ter para elevar a
água a uma determinada altura, vencendo a perda de carga da tubulação. A altura
manométrica total (Hm) será calculada por ultimo em cada setor do viveiro.
FIGURA 45 Descrição da altura manométrica, Chácara das Flores, São Gabriel, 2012.
Fonte: Autor.
Após o cálculo de todas as perdas de carga, o próximo passo é o calculo da
altura manométrica total e a escolha do sistema motobomba, de acordo com a
necessidade do projeto hidráulico. Portanto, inicialmente calcula-se o total de perda
de carga do sistema, somando-se as perdas de cargas localizadas (hf1) com as
perdas de carga ao longo da tubulação (hf2), de todas as linhas que compõe o
sistema hidráulico em questão.
Tendo para a altura manométrica total a seguinte equação:
84
=Hm hphflhrhs +++ Equação 8
Onde:
Hm = altura manométrica em mca;
Hs = altura geométrica de sucção em mca;
Hr = altura geométrica de recalque em mca;
Hfl = perda de carga total ao longo de toda a tubulação em mca;
Hp = pressão necessária no aspersor em mca;
7.2 Detalhamento do sistema hidráulico por setor d o viveiro
Cada setor do viveiro foi dimensionado separadamente, de acordo com suas
condições e necessidades, sendo que todos os equipamentos necessários foram
contabilizados por setor. Posteriormente, os dados foram calculados a fim de obter
as quantidades necessárias de materiais para todas as estruturas do viveiro.
Saliento, novamente, que os cálculos foram realizados com auxilio do
software Excel, visando uma maior precisão dos mesmos, sendo, portanto seus
resultados apresentados em forma de tabelas advindas do Excel.
7.2.1 Detalhamento do sistema de irrigação para as casas de vegetação
Como as casas de germinação possuem as mesmas necessidades,
dimensões, disposição dos canteiros e número de aspersores, entende-se que os
cálculos dos materiais necessários serão os mesmos para as duas casas. Portando,
será apresentado o procedimento de dimensionamento para uma das casas de
germinação, ficando subentendido que foi adotado o mesmo processo para a outra
casa de germinação. Devido à proximidade das casas de germinação, a linha de
recalque será a mesma para as duas casas, sendo que cada casa de germinação
será irrigada em separado. Tal fato será possível devido à existência de um registro
na entrada de cada casa, possibilitando assim irrigar uma casa e posteriormente a
outra.
85
A linha de recalque primária terá um comprimento total de 80 metros,
contados desde a saída da motobomba até a entrada da casa de germinação.
A preocupação maior no momento de se projetar um sistema de irrigação é
de que toda a área do canteiro seja molhada e receba água suficiente e necessária
para que ocorra assim o maior índice de germinação das plântulas e uma maior
qualidade das mesmas.
Devido a fatores como as características do mini-aspersor e o tamanho dos
canteiros, os mesmo terão a seguinte disposição dentro das casas de germinação,
conforme é possível verificar na figura 46.
FIGURA 46 – Croqui de distribuição dos mini-aspersores, Chácara das Flores, São Gabriel, 2012.
Fonte: Autor.
O espaçamento entre os mini-aspersores é de 3,42 metros, sendo que nesse
espaçamento, ocorre uma pequena sobreposição entre os mesmos (Figura 47).
Sendo que, tanto para a casa de germinação I quanto para casa de germinação II
serão necessários 5 mini-aspersores em cada casa.
86
FIGURA 47 – Detalhe do espaçamento dos mini-aspersores, sobreposição e área molhada, Chácara das Flores, São Gabriel, 2012.
Fonte: Autor.
Para cada casa de vegetação foram projetadas 5 linhas de aspersores. Sendo
assim, serão necessárias 5 luvas mistas de 0,5 polegada e 0,9 metros de canos de
PVC rígido de 20 milímetros para cada casa de germinação.
Em cada casa de germinação terá uma linha de recalque secundaria, a qual
será composta por cinco linhas de aspersores, como descrito anteriormente. A linha
de recalque terá um comprimento de 16 metros, conforme mostra a figura 48.
A quantidade de cano necessária em cada linha será de 16 metros e o
diâmetro comercial do cano será de 25 mm.
87
FIGURA 48 - Disposição da linha de recalque secundaria, Chácara das Flores, São Gabriel, 2012.
Fonte: Autor.
As descrições dos tipos de conexões estão descrito na Tabela 4.
Tabela 4 - Conexões necessárias nas linhas do aspersor e recalque secundário, Chácara das Flores, São Gabriel, 2012.
Conexões Linha do aspersor
Linha de recal. secundaria
Tê de redução 0 4
Curva 45° 0 1
Registro de gaveta 0 1
Luva mista 5 1
A linha recalque primaria será composta pelo encanamento que vai desde a
saída do sistema motobomba até a entrada da casa de geminação, tendo neste
caso, um comprimento total de 80 metros, que corresponde a distancia do açude
onde será captada a água até as casas de germinação.
O diâmetro utilizado será de 1¼ polegada, mais precisamente o diâmetro
comercial de 40 milímetros.
As conexões utilizadas nesta linha estão descritas na Tabela 5.
88
Tabela 5 - Conexões necessárias na linha de recalque primaria, Chácara das Flores, São Gabriel, 2012.
Conexões Quantidade
Tê de redução 4
Redução gradual 4
Válvula de retenção vertical 1
Curva 45° 2
Registro de gaveta 3
A linha de sucção corresponde à seção do sistema de irrigação que vai desde
a válvula de pé até o bocal de entrada da bomba. A linha de sucção será composta
por 3,5 metros de tudo de PVC rígido de 40 mm. As conexões necessárias na linha
de sucção estão descritas na Tabela 6.
Tabela 6 - Conexões linha de sucção, Chácara das Flores, São Gabriel, 2012.
Conexões Quantidade
Tê de redução 4
Redução gradual 4
válvula de retenção vertical 1
curva 45° 2
Após determinar no Excel, aplicando as equações matemáticas descritas
anteriormente, a velocidade ideal, o diâmetro, a perda de carga localizada e a perda
de carga ao longo da tubulação, foram obtidos os valores descritos na Tabela 7:
89
Tabela 7 - Descrição das perdas de carga em cada secção do sistema, Chácara das Flores, São Gabriel, 2012.
Perda de carga em mca
Linha/seção Localizada (hf1) Ao longo da tubulação (hf2)
mca mca
Aspersor 0,06 3,52
Recalque secundaria 0,94 0,96
Recalque primaria 0,59 9,21
Sucção 0,16 3,10
TOTAL 1,75 16,79
A partir dos valores encontrados (Tabela 7), estes foram aplicados na
equação 4, obtendo assim a perda de carga total no sistema, a qual corresponde a
18,54 mca. Sabendo-se que a pressão de trabalho dos aspersores é de 30 mca, e
que a altura geométrica de sucção é de 3,5 metros e a altura geométrica de recalque
de 7 metros aplicaram-se esses dados na equação 8, obtendo assim, o valor de
48,54 mca para a altura manométrica total que nada mais é que a pressão que a
bomba deve transmitir ao sistema de irrigação para que se os mini-aspersores
atinjam a vazão necessária e possam assim realizar uma irrigação adequada da
casa de germinação. Para que isso ocorra, faz-se necessária uma bomba que supra
essa necessidade.
A bomba recomendada tecnicamente segundo fabricante para suprir a
necessidade de pressão do sistema é o modelo ME-1da marca Schneider (Figura
49), satisfaz as necessidades, do sistema de irrigação, tanto na altura manométrica
como na vazão necessária.
90
FIGURA 49 – Conjunto motobomba Schneider, modelo ME – 1 a ser utilizada.
Fonte: Motobombas Schneider, 2012.
A motobomba ME-1 é uma motobomba centrifuga multiestagio, com rotor
fechado e bocais com rosca (Figura 50), recomendada para sistemas de irrigação
pressurizados, sendo que a mesma pode ser equipada com motores monofásicos ou
trifásicos, com potencia entre 1 e 5 cv, para a o sistema de irrigação das casas de
vegetação, a motobomba a se adquirida, será equipada com um motor trifásico com
potencia de 2 cv.
91
FIGURA 50 – Detalhe motobomba Schneider, modelo ME-1.
Fonte: Motobombas Schneider
7.2.2 Detalhamento do sistema de irrigação para cas a de sombra
A casa de sombra será composta por 40 mini-aspersores os quais terão a
seguinte disposição dentro da casa de sombra, conforme é possível verificar na
Figura 51.
Devido ao grande numero de mini-aspersores, a casa de sombra será dividida
em dois setores, sendo que cada setor será irrigado separadamente e apresentará
20 mini-aspersores.
92
FIGURA 51 – Croqui de distribuição dos mini-aspersores na casa de sombra, Chácara das Flores, São Gabriel, 2012.
Fonte: Autor.
Devido ao grande numero de mini-aspersores, a casa de sombra será dividida
em dois setores, cada setor com 20 mini-aspersores, onde cada setor será irrigado
em separado.
O espaçamento entre os mini-aspersores é de 4,52 metros, sendo que nesse
espaçamento, ocorre uma pequena sobreposição entre os mesmos (Figura 52).
93
FIGURA 52 – Detalhe do espaçamento dos mini-aspersores, sobreposição e área molhada, Chácara das Flores, São Gabriel, 2012.
Fonte: Autor.
A casa de sombra deverá ter 40 mini-aspersores, os quais serão conectados
ao cano de PVC da linha por meio de uma luva mista. Portanto, serão necessárias
40 luvas mistas de 0,5 polegada e 12 metros de canos de PVC rígido de 20
milímetros para toda casa de sombra.
A casa de sombra terá quatro linhas de recalque secundaria, onde cada linha
será composta por dez linhas de aspersores. Cada linha de recalque terá um
comprimento de 36,98 metros, conforme mostra a figura 53. A quantidade total de
cano necessária para as quatro linhas será de 147,92 metros e o diâmetro comercial
do cano será de 25 mm.
A descrição dos tipos e o total de conexões necessárias na casa de sombra
estão relacionados na Tabela 8.
Tabela 8 - Conexões necessárias nas linhas do aspersor e recalque secundaria, Chácara das Flores, São Gabriel, 2012.
Conexões Linha aspersor Linha de recal. Secundaria
Tê de redução 0 36
Curva 45° 0 4
Luva mista 40 0
94
FIGURA 53 - Disposição da linha de recalque secundaria, Chácara das Flores, São Gabriel, 2012.
Fonte: Autor.
A linha recalque primaria terá um comprimento total de 15 metros, que é a
distancia do açude onde será captada a água até a área de sombra. O diâmetro
utilizado será de duas polegadas, mais precisamente o diâmetro comercial de 50
milímetros.
As conexões utilizadas nesta linha estão descritas na Tabela 9.
95
Tabela 9 - Conexões necessárias na linha de recalque primaria, Chácara das Flores, São Gabriel, 2012.
Conexões Quantidade
Tê de redução 2
Redução gradual 4
Válvula de retenção vertical 1
Curva 45° 4
Registro de gaveta 2
A linha de sucção será composta por 3,5 metros de tudo de PVC rígido de 75
mm.
As conexões necessárias na linha de sucção estão descritas na Tabela 10.
Tabela 10 - Conexões linha de sucção, Chácara das Flores, São Gabriel, 2012.
Conexões Quantidade
Tê de redução 4
Redução gradual 4
Válvula de retenção vertical 1
Curva 45° 2
Aplicando as equações matemáticas descritas anteriormente no Software
Excel, foram obtidas a velocidade ideal, o diâmetro, perdas de carga localizada e
perda de carga ao longo da tubulação, se obtém os valores descritos na Tabela 11
para a área de sombra.
96
Tabela 11 - Descrição das perdas de carga em cada secção do sistema Chácara das Flores, São Gabriel, 2012.
Perda de carga em mca
Linha/seção Localizada (hf1) Ao longo da tubulação (hf2)
mca mca
Aspersor 0,06 3,52
Recalque secundaria 3,64 3,41
Recalque primaria 0,29 1,42
Sucção 0,31 0,05
TOTAL 4,30 8,40
Os valores apresentados na tabela 11 foram aplicados na equação 4,
obtendo-se assim, a perda de carga total no sistema, a qual corresponde à 12,7
mca.
Sabendo-se que a pressão de trabalho dos aspersores é de 30 mca e que a
altura geométrica de sucção é de 3,5 metros e a altura geométrica de recalque é de
3 metros, aplicou-se esses dados na equação 8, obtendo assim, o valor de 49,2 mca
para a altura manométrica total do sistema de irrigação.
A bomba recomendada tecnicamente, segundo o fabricante, para suprir a
necessidade de pressão do sistema é o modelo BC-22 R1 da marca Schneider
(Figura 54), a qual satisfaz as necessidades do sistema de irrigação, tanto na altura
manométrica como na vazão necessária.
97
FIGURA 54 – Conjunto motobomba Schneider, modelo BC-22 R1, a ser utilizado na casa de sombra.
Fonte: Motobombas Schneider, 2012.
A motobomba BC – 22 R1 é uma motobomba centrifuga de monoestagio, com
rotor fechado e bocais com rosca (Figura 55), recomendada para sistemas de
irrigação pressurizados, sendo que a mesma pode ser equipada com motores
monofásicos ou trifásicos, com potencia entre 3 a 10 cv. Para a o sistema de
irrigação das casas de vegetação, a motobomba a ser adquirida será equipada com
um motor trifásico com potencia de 5 cv.
98
FIGURA 55 – Detalhe motobomba Schneider, modelo BC – 22 R1.
Fonte: Motobombas Schneider, 2012.
7.2.3 Detalhamento do sistema de irrigação para a á rea de rustificação
A área de rustificação será composta por 30 mini-aspersores, os quais ficarão
dispostos dentro da área de rustificação conforme é possível verificar na Figura 56.
99
Figura 56 – Croqui de distribuição dos mini-aspersores na área de rustificação, Chácara das Flores, São Gabriel, 2012.
Fonte: Autor.
O espaçamento entre os mini-aspersores é de 4,5 metros, sendo que nesse
espaçamento, ocorre uma pequena sobreposição entre os mesmos (Figura 57).
100
FIGURA 57 – Detalhe do espaçamento dos mini-aspersores, sobreposição e área de rustificação, Chácara das Flores, São Gabriel, 2012.
Fonte: Autor.
Como a área de rustificação possui 30 mini-aspersores, os quais serão
conectados ao cano de PVC da linha por meio de uma luva mista, serão necessárias
30 luvas mistas de 0,5 polegadas e 9 metros de canos de PVC rígido de 20
milímetros para toda casa de sombra.
A área de rustificação terá 6 linhas de recalque secundaria, onde cada linha é
composta por 5 linhas de aspersor. Cada linha de recalque secundaria terá um
comprimento de 21,51 metros, conforme mostra a Figura 58.
A quantidade total de cano necessários para as 6 linhas será de 129.06
metros e o diâmetro comercial dos canos será de 40 mm.
A descrição dos tipos e o total de conexões necessárias na casa de sombra
estão descritos na Tabela 12.
101
Tabela 12 - Conexões necessárias nas linhas do aspersor e recalque secundaria na área de rustificação, Chácara das Flores, São Gabriel, 2012.
Conexões Linha aspersor Linha de recal. secundaria
Tê de redução 0 28
Curva 45° 0 6
Registro de gaveta 0 0
Luva mista 30 0
FIGURA 58 - Disposição da linha de recalque secundaria área de rustificação, Chácara das Flores, São Gabriel, 2012.
Fonte: Autor.
102
A linha recalque primaria terá um comprimento total de 15 metros, que
corresponde a distancia do açude onde será captada a água até a área de
rustificação.
O diâmetro da linha recalque primaria será de duas polegadas, mais
precisamente o diâmetro comercial de 50 milímetros.
As conexões utilizadas nesta linha estão descritas na Tabela 13.
Tabela 13 - Conexões necessárias na linha de recalque primaria na área de rustificação, Chácara das Flores, São Gabriel, 2012.
Conexões Quantidade
Tê de redução 4
Redução gradual 0
Válvula de retenção vertical 1
Curva 45° 4
Registro de gaveta 2
A linha de sucção será composta por 3,5 metros de tudo de PVC rígido de 50
mm.
As conexões necessárias na linha de sucção estão descritas na Tabela 14.
Tabela 14 - Conexões linha de sucção área de rustificação, Chácara das Flores, São Gabriel, 2012.
Conexões Quantidade
Tê de redução 0
Redução gradual 4
Válvula de retenção vertical 1
Curva 45° 2
Aplicando as equações matemáticas descritas anteriormente no Software
Excel, foram obtidas a velocidade ideal, o diâmetro, perdas de carga localizada e
103
perda de carga ao longo da tubulação, se obtém os valores descritos na Tabela 15
para a área de rustificação.
Tabela 15 - Descrição das perdas de carga em cada secção do sistema, Chácara das Flores, São Gabriel, 2012.
Perda de carga em mca
Linha/seção Localizada (hf1) Ao longo da tubulação (hf2)
mca mca
Aspersor 0,06 3,52
Recalque secundaria 6,14 4,57
Recalque primaria 0,36 0,39
Sucção 0,31 0,10
TOTAL 6,86 8,58
Os valores encontrados na tabela 15 foram aplicados na equação 4, obtendo
assim a perda de carga total no sistema a qual é de 15,5 mca. Sabendo-se que a
pressão de trabalho dos aspersores é de 30 mca, que a altura geométrica de sucção
é de 3,5 metros e a altura geométrica de recalque de 3 metros, aplicou-se esses
dados na equação 8 obtendo-se assim, o valor de 52 mca para a altura manométrica
total do sistema de irrigação.
A bomba recomendada tecnicamente, segundo o fabricante, para suprir a
necessidade de pressão do sistema é o modelo BC-22 R1B da marca Schneider
(Figura 59), a qual satisfaz as necessidades do sistema de irrigação, tanto na altura
manométrica como na vazão necessária.
104
FIGURA 59 – Conjunto motobomba Schneider série BC-22 modelo R1B, a ser utilizado na área de rustificação.
Fonte: Motobombas Schneider, 2012.
A motobomba BC – 22 R1B é uma motobomba centrifuga monoestagio, com
rotor fechado e bocais com rosca (Figura 60), recomendada para sistemas de
irrigação pressurizados, sendo que a mesma pode ser equipada com motores
monofásicos ou trifásicos, com potencia entre 3 a 10 cv, para o sistema de irrigação
da área de sombra, a motobomba a ser adquirida, será equipada com um motor
trifásico com potencia de 7,5 cv.
105
FIGURA 60 – Detalhe motobomba Schneider, modelo BC – 22 R1B.
Fonte: Motobombas Schneider
7.2.4 Detalhamento do sistema de irrigação para a á rea de expedição
A área de expedição será composta por 20 mini-aspersores, os quais terão a
seguinte disposição dentro da área de rustificação, conforme é possível verificar na
Figura 61.
106
FIGURA 61 – Croqui de distribuição dos mini-aspersores na área de expedição, Chácara das Flores, São Gabriel, 2012.
Fonte: Autor.
O espaçamento entre os mini-aspersores é de 5,35 metros, sendo que nesse
espaçamento, ocorre uma pequena sobreposição entre os mesmos (Figura 62).
107
FIGURA 62 – Detalhe do espaçamento dos mini-aspersores, sobreposição e área de expedição, Chácara das Flores, São Gabriel, 2012.
Fonte: Autor.
A área de expedição terá 20 mini-aspersores, sendo necessárias 20 luvas
mistas de 0,5 polegada e 6 metros de canos de PVC rígido de 20 milímetros para
toda casa de sombra.
A área de expedição terá 5 linhas de recalque secundaria, onde cada linha
será composta por 4 linhas de aspersor.
Cada linha de recalque secundaria terá um comprimento de 15,37 metros,
conforme mostra a Figura 63.
A quantidade total de cano necessária para as 4 linhas será de 76,5 metros e
o diâmetro comercial do cano será de 25 mm.
A descrição dos tipos e o total de conexões necessárias na casa de sombra
estão descritas na Tabela 16.
108
Tabela 16 - Conexões necessárias nas linhas do aspersor e recalque secundaria área de expedição, Chácara das Flores, São Gabriel, 2012.
Conexões Linha aspersor Linha de recal. secundaria
Tê de redução 0 18
Curva 45° 0 6
Registro de gaveta 0 0
Luva mista 20 0
FIGURA 63 - Disposição da linha de recalque secundaria área de expedição, Chácara das Flores, São Gabriel, 2012.
Fonte: Autor.
A linha de recalque primaria terá um comprimento total 18,0 metros, que é a
distancia do açude onde será captada a água até a área de expedição. O diâmetro
utilizado será o diâmetro comercial de 75 milímetros.
As conexões utilizadas nesta linha estão descritas na Tabela 17.
109
Tabela 17 - Conexões necessárias na linha de recalque primaria área de expedição, Chácara das Flores, São Gabriel, 2012.
Conexões Quantidade
Tê de redução 3
Redução gradual 0
Válvula de retenção vertical 1
Curva 45° 4
Registro de gaveta 2
A linha de sucção será composta por 3,5 metros de tudo de PVC rígido de 50
mm. As conexões necessárias na linha de sucção estão descritas na Tabela 18.
Tabela 18 - Conexões linha de sucção área de expedição, Chácara das Flores, São Gabriel, 2012.
Conexões Quantidade
Tê de redução 0
Redução gradual 4
Válvula de retenção vertical 1
Curva 45° 2
Aplicando as equações matemáticas descritas anteriormente no Software
Excel, foram obtidas a velocidade ideal, o diâmetro, perdas de carga localizada e
perda de carga ao longo da tubulação, se obtém os valores descritos na Tabela 19
para a área de rustificação.
110
Tabela 19 - Descrição das perdas de carga em cada secção do sistema, Chácara das Flores, São Gabriel, 2012.
Perda de carga em mca
Linha/seção Localizada (hf1) Ao longo da tubulação (hf2)
mca mca
Aspersor 0,06 3,52
Recalque secundaria 3,97 2,16
Recalque primaria 0,93 0,24
Sucção 0,31 0,33
TOTAL 5,27 6,25
Os valores encontrados na tabela 19 foram aplicados na equação 4, obtendo
assim a perda de carga total no sistema a qual será de 11,52 mca. Sabendo-se que
a pressão de trabalho dos aspersores é de 30 mca, que a altura geométrica de
sucção é de 3,5 metros e a altura geométrica de recalque de 3,2 metros aplicou-se
esses dados na equação 8, obtendo assim o valor de 48,21 mca para altura
manométrica total do sistema de irrigação.
Como a necessidade de pressão do sistema de irrigação da área de
expedição variou aproximadamente 2,0 mca em relação à necessidade da área de
rustificação, será utilizada a mesma motobomba para as duas áreas, pois o modelo
BC-22 R1B supre as necessidades de vazão e de pressão para as duas áreas
desde que as mesmas sejam irrigadas em separado.
Tal fato será possível devido a um quadro de distribuição a ser instalado logo
na saída da motobomba, onde por meio de dois registros existirá a possibilidade de
irrigar uma área e depois a outra.
8. CONSIDERAÇÕES FINAIS
Ao longo deste projeto foi possível identificar e quantificar os fatores
relevantes dentro de cada setor do viveiro florestal, bem como as necessidades e a
quantidade de sistema de irrigação (canalização, mini-aspersores, acessórios,
quantificação das perdas de cargas, vazão e diâmetro do sistema hidráulico) do
viveiro, visando uma maior eficiência do mesmo, tanto na questão hidráulica quanto
no aspecto financeiro.
A metodologia aplicada visou buscar o maior detalhamento possível do
sistema de irrigação e das estruturas do viveiro, adequando sempre à parte técnica
de acordo com as condições da área de implantação do viveiro.
Outro fator relevante observado é o fato de que existe a necessidade de
realizar estudos mais eficientes no que se refere ao mercado consumidor, através da
avaliação do possível mercado a ser abrangido.
Também, se observou a necessidade de ser realizados estudos e testes
quanto à semeadura, quebra de dormência, composição e tipos de substratos,
devido se ter pouco conhecimento pratico sobre essas atividades, considerando que
as mesmas tem um importante papel dentro de um viveiro florestal.
Além disso, ficou evidente que devido às mudanças ocorridas no setor
florestal, faz-se necessária a legalização de viveiros florestais e dos agentes
envolvidos na atividade, para que possa ocorrer o controle da produção, a garantia
da qualidade morfológica das mudas e, principalmente, a qualidade genética das
sementes e mudas de espécies florestais.
9. REFERENCIAS BIBLIOGRÁFICAS
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Sementes e Mudas - SNSM, e dá outras providências. Brasília, 23 de julho de 2004.
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de 15 de setembro de 1965, e 7.754, de 14 de abril de 1989, e a Medida Provisória
no 2.166-67, de 24 de agosto de 2001; e dá outras providências. Brasília, 25 de maio
113
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116
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www.cesnors.ufsm.br/professores/zecca/...efl/producaodemudas.doc>. Acesso em
15 de agosto de 2012.
.
117
ANEXOS
118
ANEXO 1: Descrição e quantidade de espécies nativas a serem produzidas,
Chácara das Flores, São Gabriel, 2012.
NOME COMUM
NOME CIENTÍFICO
QUANTIDADE
Açoita-cavalo Luehea divaricata Mart. 500
Angico-vermelho Parapiptadenia rigida (Benth.) Brenan 500
Araçá-vermelho Psidium cattleianum Sabine 500
Araticum Rollinia rugulosa Schltdl. 100
Aroeira-piriquita Schinus molle L. 500
Butiá Butia capitata (Mart.) Becc. 100
Caliandra rosa Calliandra brevipes Benth. 200
Caliandra-vermelha Calliandra tweediei Benth. 500
Camboatá-branco Matayba elaeagnoides Radlk. 200
Camboatá-vermelho Cupania vernalis Cambess. 200
Canafístula Peltophorum dubium (Spreng.) Taub. 500
Cancorosa Maytenus ilicifolia Mart. Ex. Reissek 100
Canela-Preta Nectandra megapotamica (Epreng.) Mez. 200
Canjerana Cabralea canjerana (Vell.) Mart. 100
Caroba Jacaranda micrantha Cham. 100
Cassia Multijuga Senna multijuga (Rich.) H.S. Irwin ee Barneby 100
Cedro Cedrela fissilis Vell. 800
Cerejeira Eugenia involucrata DC. 1000
Chal-chal Allophyllus edulis (A.St.-Hil., Cambess. e A. Juss.) Radlk. 400
Coqueiro (gerivá) Zyagrus romanzoffiana (Cham.) Glassm. 2000
Corticeira-do-banhado Erythrina crista-galli L. 500
Guabijú Myrcianthes pugens (O. Berg) Legrand 400
Guabirobeira Campomanesia xanthocarpa O. Berg 100
Guajuvira Cordia americana (L.) Gottshling e J.E.Mill. 300
Guapuruvú Schizolobium parahyba (Vell.) Blake 300
Ingá-beira-de-rio Inga vera Willd. 300
Ingá-feijão Inga marginata Willd. 300
Ipê-amarelo Handroanthus chrysotrichus (Mart. ex A.DC.) Mattos 300
Ipê-roxo Handroanthus heptaphyllus (Mart.) Mattos 300
Jaboticabeira Myrciaria cauliflora (Mart.) O. Berg 1000
Mamica-de-Cadela Zanthoxylum caribaeum Lam. 100
Murta Blepharocalyx salicifolius (Kunth) O.Berg 200
Palmito Euterpe edulis Mart. 800
Pata-de-vaca Bauhinia forficata Link 400
119
Cont. ANEXO 1
Pau-ferro-do-norte Caesalpinea ferrea Vell. ex Tul. 500
Pinheiro-bravo Podocarpus lambertii Klotzsch ex Endl. 3000
Pitanga-preta Eugenia uniflora L. 300
Sete-capotes Campomanesia guazumifolia (Cambess.) O.Berg. 100
Sibipiruna Caesalpinia Peltophoroides Benth. 500
Tarumã-Amarelo Vitex megapotamica (Spreng.) Moldenke 200
Timbaúva-Branca Enterolobium contortisiliquum (Vell.) Morong 100
Timbó Ateleia glazioviana Baill. 100
Urucum Bixa orellana L. 100
Uvaia Eugenia pyriformis Cambess. 200
TOTAL 19000
Fonte: FEPAGRO, 2012, adaptado pelo autor.
120
ANEXO 2: Descrição e quantidade de espécies exóticas a serem produzidas,
Chácara das Flores, São Gabriel, 2012.
NOME POPULAR
NOME CIENTÍFICO
QUANTIDADE
Acácia-mimosa Acacia podalyraefolia A. Cunn. Ex G. Don 200
Acácia-negra Acacia mearnsii De Willd. 5000
Calistemon Callistemon vivinalis (Sol. Ex Gaertn.) G. Don ex Loud. 100
Carambola Averrhoa carambola 100
Cassia Imperial Cassia fistula L. 100
Cinamomo gigante Melia azedarach L. 500
Eucalipto citriodora Eucalyptus citriodora Hook.f. 1000
Eucalipto grandis Eucalyptus grandis Hill ex Maiden 10000
Eucalipto saligna Eucalyptus saligna Smith 5000
Flamboyant Delox regia (Boju) Raf. 100
Grevilha-robusta Grevillea robusta A. Cunn. 200
Jacarandá-Mimoso Jacaranda mimosifolia D. Don 500
Jamelão ou Jambolão Syzygium cumini (L.) Skeels 50
Leucena Leucaena leucocephala (lam.) R. de Wit 1000
Tamareira Phoenix dactylifera 200
Tipuana Tipuana tipu (Benth.) Kuntze 500
Tuya-Oriental Chamaecyparis sp. 200
Uva-do-Japão Hovenia dulcis Thumb. 200
TOTAL 24950
121
ANEXO 3: Descrição e quantidade de espécies ornamentais a serem produzidas,
Chácara das Flores, São Gabriel, 2012.
NOME COMUM
NOME CIENTÍFICO
QUANTIDADE
Agave (Tromba de Elefante, Atenuia) Agave attenuata Salm Dyck 20
Agave Agave americana L. 20
Agave Angustifólia Agave angustifolia 20
Aspargo-plumoso Asparagus setaceus Jessop 15
Asparagus Rabo de Gato Asparagus densiflorus Kunth 15
Azaléia Rhododendron simsii Planch 50
Bambu de jardim Bambusa gracilis hort. Ex Rivière e C. Rivière 30
Bromélia gigante Alcantarea imperialis (Carrière) Harms 20
Buganvília Bougainvillea spectabilis Wild 200
Buxinho Buxus sempervirens L. 100
Comigo ninguém pode Dieffenbachia amoena Bull 15
Fórmio Phormium tenax 20
Hera inglesa Hedera helix L. 15
Hemerocale Hemerrocalli flava 10
Moréia Dietes bicolor Sweet ex Klatt 30
Tamareira Phoenix roebelenii O’Brien 1000
Pingo D'ouro Duranta repens 20
Dracena Dracaena marginata Lam. 20
Rosas Rosa x grandiflora Hort 1000
TOTAL 2620
122
ANEXO 4: Quantidade de mudas de espécies nativas exóticas em estoque, Chácara
das Flores, São Gabriel, 2012.
NOME COMUM NOME CIENTÍFICO QUANTIDADE
Angico vermelho Parapiptadenia rígida (Bentham) Brenean 180
Araçá Psidium cattleianum Sabine 550
Camboatá Cupania vernalis Cambess. 456
Cedro Cedrela fissilis Vell. 198
Cerejeira Eugenia involucrata DC. 200
Canafistula Peltophorum dubium (Spreg.) Taub. 225
Ipê roxo Tabebuia avallanedae Lor. Ex Grised. 12
Ingá Inga marginata Willd. 820
Ipê amarelo Tabebuia chrysotricha (Mart. ex DC) Standl. 70
Leucena Leucaena leucocephala (lam.) R. de Wit 600
Jaboticaba Myrciaria cauliflora (Mart.) O. Berg 320
Paineira Chorisia speciosa 10
Pau-ferro Caesalpinia férrea Mart. 140
Pingo de ouro Duranta erecta 65
Pitangueira Eugenia uniflora L. 132
TOTAL 3978