book oficial carnaval 2011 copa lord

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3 SOCIEDADE RECREATIVA CULTURAL E SAMBA EMBAIXA COPA LORD 1. Apresentação Desde sua fundação, em 25 de fevereiro de 1955, a Sociedade Recreativa Cultural e Samba Embaixada Copa Lord é parte indissolúvel do processo de evolução e crescimento da comunidade de origem afro que hoje ocupa parte do maciço do Morro da Cruz, na Ilha de Santa Catarina, a Comunidade Nossa Senhora do Mont Serrat. Para as gerações atuais, a sociedade sempre esteve lá, pois são 56 anos de existência. Para as gerações antecessoras, que viram a escola nascer, foi um sonho que se tornou realidade. Desta forma, esta historia não compõe somente uma retrospectiva dos carnavais passados, mas procura conduzir a uma reflexão sobre a integração da comunidade na evolução social da cidade de Florianópolis, onde cada um, na sua maneira própria de ser, é elemento chave para a transformação e renovação desta entidade que indelével vem imprimindo há meio século sua marca em nossos corações. 2. Embaixada Copa Lord 56 Anos de Glória O planeta Terra é um pequeno corpo celeste envolto numa colcha de retalhos culturais. Cada ser humano, cada comunidade e cada nação vêm através dos milênios, descrevendo e alinhavando sua senda. São fios de histórias que se entrelaça, se transpassam e se unem para formar a maravilhosa estampa da existência humana. Um destes novelos teve sua origem na África, desenrolou-se sobre o Atlântico e veio a estender seus fios em território brasileiro. Aqui se enredou com outros fios da historia local para formar a cultura afro-brasileira, hoje devidamente reconhecida no dizer de Davis: Os africanos e seus descendentes ajudaram a criar a cultura brasileira. Sua influência nas artes, na música, na arquitetura, na culinária, na língua e na religião é inegável. (Davis, 2000: 109). No Brasil, esta cultura adquiriu maior visibilidade no verão, nos primeiros meses do ano. É quando se manifesta na forma de arte nacional. Maior show artístico brasileiro com reconhecimento internacional: O carnaval. Por muito tempo, tratado como arte menor, o carnaval foi aos poucos ganhando espaço. Paulatinamente emergiu de uma cultura etnocêntrica para configurar-se hoje como um grande evento brasileiro com alcance global. Neste contexto histórico, é importante o papel das agremiações na formação das escolas de samba. Estas, na visão de Tramonte: ... representam a mais original e bela criação artística do carnaval brasileiro, por sua vez, considerado o mais importante do mundo. Mas além da originalidade e da beleza, a escola de samba é, ainda hoje a expressão máxima de viés fundamental da formação da cultura e do pensamento nacional: a cultura negra, de origem africana. (Tramonte, 1996:15).

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Page 1: Book oficial carnaval 2011  copa lord

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SOCIEDADE RECREATIVA CULTURAL E SAMBA EMBAIXA COPA LORD

1. Apresentação

Desde sua fundação, em 25 de fevereiro de 1955, a Sociedade Recreativa

Cultural e Samba Embaixada Copa Lord é parte indissolúvel do processo de evolução e

crescimento da comunidade de origem afro que hoje ocupa parte do maciço do Morro

da Cruz, na Ilha de Santa Catarina, a Comunidade Nossa Senhora do Mont Serrat.

Para as gerações atuais, a sociedade sempre esteve lá, pois são 56 anos de

existência. Para as gerações antecessoras, que viram a escola nascer, foi um sonho que

se tornou realidade. Desta forma, esta historia não compõe somente uma retrospectiva

dos carnavais passados, mas procura conduzir a uma reflexão sobre a integração da

comunidade na evolução social da cidade de Florianópolis, onde cada um, na sua

maneira própria de ser, é elemento chave para a transformação e renovação desta

entidade que indelével vem imprimindo há meio século sua marca em nossos corações.

2. Embaixada Copa Lord – 56 Anos de Glória

O planeta Terra é um pequeno corpo celeste envolto numa colcha de retalhos

culturais. Cada ser humano, cada comunidade e cada nação vêm através dos milênios,

descrevendo e alinhavando sua senda. São fios de histórias que se entrelaça, se

transpassam e se unem para formar a maravilhosa estampa da existência humana. Um

destes novelos teve sua origem na África, desenrolou-se sobre o Atlântico e veio a

estender seus fios em território brasileiro. Aqui se enredou com outros fios da historia

local para formar a cultura afro-brasileira, hoje devidamente reconhecida no dizer de

Davis:

Os africanos e seus descendentes ajudaram a criar a cultura brasileira. Sua

influência nas artes, na música, na arquitetura, na culinária, na língua e na religião

é inegável. (Davis, 2000: 109).

No Brasil, esta cultura adquiriu maior visibilidade no verão, nos primeiros meses

do ano. É quando se manifesta na forma de arte nacional. Maior show artístico brasileiro

com reconhecimento internacional: O carnaval.

Por muito tempo, tratado como arte menor, o carnaval foi aos poucos ganhando

espaço. Paulatinamente emergiu de uma cultura etnocêntrica para configurar-se hoje

como um grande evento brasileiro com alcance global.

Neste contexto histórico, é importante o papel das agremiações na formação das

escolas de samba. Estas, na visão de Tramonte:

... representam a mais original e bela criação artística do carnaval brasileiro,

por sua vez, considerado o mais importante do mundo. Mas além da originalidade e

da beleza, a escola de samba é, ainda hoje a expressão máxima de viés fundamental

da formação da cultura e do pensamento nacional: a cultura negra, de origem

africana. (Tramonte, 1996:15).

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Porém, acima de tudo, inconteste é a importância do elemento humano. Os

verdadeiros autores desta grande festa. São os indivíduos brasileiros de origem africana,

que na opinião da pesquisadora Heloisa Turini Bruhns:

... possuem apenas seus corpos e sua força de trabalho, seus poderes místicos e

sua forma de viver. “Nesse momento (do carnaval) eles são os centros de uma

festividade invertida e paradoxal, que não programa leis e donos, mas que pode ser

possuída pelos que nada tem”. Posições e sentimentos são simulados no âmago do

“brinca”. Dramatizam-se relações, possibilidades, desejos, posições sociais. (Bruhns, 2000:94).

Entretanto, quando se conhece um pouco mais de perto a realidade da construção

do carnaval, percebe-se o imenso esforço que é despendido no intuito de se efetivar o

desfile do samba na avenida. Não raros os atores carnavalescos se depararem com

preconceitos empresariais e institucionais, diante da procura de recursos financeiros

para realização do carnaval.

É preciso conscientizar que o evento carnaval está na posição de

empreendimento cultural que atrai receita para os municípios nos quais ele ocorre, sem

com isto perder a beleza plástica e musical que ele encerra.

O carnaval pode ser visto, enfim, como a grande arena popular que, ano após

ano, é montada e desmontada sistematicamente. A partir dela cada um, seja ator ou

espectador, se vê instigado a posicionar-se contra ou a favor, diante de um enredo que

excita o imaginário, quando abordam temas sociais, políticos, religiosos ou culturais.

Esta ocorrência cíclica refaz, reintegra e religam cada indivíduo com sua

comunidade, sua raça e sua nação.

Somente no carnaval esta magia acontecerá. Somente no carnaval o Mapa

Mundi será virtualizado na avenida. Somente no carnaval ocorrerão encontros de espaço

e tempo nunca antes imaginados. Somente no carnaval o presente terá a sua disposição

todos os tempos. Somente no carnaval, habitantes do imaginário farão festa na avenida,

re-narrados pela criatividade popular.

Somente no carnaval, a Embaixada Copa Lord pintará de amarelo, vermelho e

branco as ruas da cidade com a certeza de ‘quem vem lá, pedindo passagem’, nesta

Ilha mágica. Terá como norte a responsabilidade de contar e de fazer história dentro da

história, de ser um marco de resistência de um povo que ajuda a consolidar o

crescimento deste país.

Somente no carnaval estarão juntos reis e súditos, pierrôs e colombinas, atores e

atrizes, produtores e fomentadores da cultura, no grande palco popular a passarela do

samba. E pelo menos, por um momento seremos felizes, num quadro de luzes e cores.

Dançaremos com o vento da história, em alegoria, em bateria, em fantasia, em

harmonia, em sintonia,...

Por tudo isto, a Embaixada Copa Lord vem todos os anos desenhar nas estrelas

os laços que unem o morro ao asfalto, os nativos aos estrangeiros, interligando-os no

mesmo destino e mostrando que ser Copa Lord é ter a certeza de Ser Feliz.

Viva para sempre Embaixada Copa Lord.

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3. Comunidade Mont Serrat

É caminhando que se abrem caminhos...

Hoje, a Comunidade Mont Serrat é um Quilombo de resistência situada no

maciço do morro da cruz na parte central de Florianópolis e que tem desenvolvido a sua

própria estrutura comunitária e influenciando outras comunidades ao redor da cidade.

Quando observamos a Comunidade Mont Serrat, temos que sentir um

profundo orgulho do que somos e da diversidade que constitui nosso modo de ser e

viver.

Olhando nossa realidade não podemos jamais afirmar que somos negros

acomodados. Não podemos permitir que queiram que nos sintamos assim. Na verdade

carregamos Florianópolis nos nossos braços e mentes. Construímos uma história que

poucas vezes nos contaram falando a verdade. Por isso, temos que continuamente contar

e recontar a nossa história hoje e sempre.

Quem põe o pé no caminho não pode voltar atrás,

Segue em frente rompendo manhãs e anunciando uma nova vida. (Memórias - Comunidade Mont Serrat)

3.1. Uma História Para Ser Contada: como nasceu a comunidade.

Virgem do Mont Serrat,

Que estais no monte a rezar,

Pedi pelos vossos filhos,

Que não vos cansam de amar. (Hino a Virgem do Mont Serrat)

Mais de um século de história vive o povo que constitui a Comunidade Mont

Serrat. É uma longa caminhada. Porém, durante o percurso não se perdeu a ligação

com a história das gerações passadas. O fio condutor da religiosidade preservou a

identidade comunitária. A igreja contribuiu para seu cerne cultural, social e religioso.

O processo de ocupação do Morro da Cruz deu-se mais efetivamente na década

de 20. Até tão a área contava com número reduzido de famílias. Nesta época

começaram a surgirem os primeiros emigrantes, em sua maioria pessoas ligadas à área

rural e vindas de Biguaçu e Antônio Carlos. Quase todas de etnia negra. Destacam-se as

famílias Cardoso, Veloso, Almeida e o Barbosa, com fortes ligações religiosas.

Por volta de 1926, chega à comunidade do Morro da Cruz a tradicional festa do

Divino, venerada em toda Ilha de Santa Catarina. É com a prática desta tradição

religiosa e popular que surge a Irmandade de Nossa Senhora do Mont Serrat e

posteriormente é construída uma pequena capela para abrigar a padroeira da irmandade.

Estão presentes também, outras tradições de natureza cultural e religiosa: terno

de reis, pão por Deus, procissões, novenas, cultos afros, para qual a comunidade conta

com dois centros de umbanda. São preservadas ainda as tradições: boi de mamão,

entrudo e futebol.

Na década de 50 a comunidade desperta para fazer reivindicações, na área de

cultura, buscando a valorização das tradições afro-brasileiras. E assim nasce a

Sociedade Recreativa Cultural e Samba Embaixada Copa Lord.

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3.2. Como Nasceu A Embaixada Copa Lord

Quem vem lá,

De amarelo, vermelho e branco,

Levantando a poeira do chão,

É Copa Lord do morro da caixa. Hino da Escola 1963: „Quem vem lá‟ (Autores: Avevú e Fogão)

Numa quente tarde do verão de 1955, depois de uma partida de futebol,

Aberlado Henrique Blumemberg, o “Avez-vous” (aportuguesado para Avevú),

Juventino João Machado, o Nego Quirido, Valdomiro José da Silva, o Lô, e Jorge

Costa, o Jorginho, resolveram sentar-se para descansar num muro em frente ao Bar do

Segundo (Bar do Cecondinho Lemos), reduto de sambistas e boêmios, onde hoje

funciona o bar do Tazo, na Rua Major Costa, na subida do Morro da Caixa.

Faltavam 40 dias para o Carnaval e a Escola de Samba Protegidos da Princesa,

única escola que existia na época, estava fora dos desfiles. Os blocos que saíam às ruas

não estavam agradando os foliões, pois o Carnaval organizado pela elite da cidade

estava em franco declínio. Foi aí que Avevú disse: "Com este carnaval tão decadente,

sem tempero, sem fato novo, acho que tá na hora de fazer uma nova escola de samba”.

A idéia de Avevú foi prontamente aceita pelos três companheiros. Em conjunto

passaram a organizar a parte financeira e musical da escola. A primeira através da

circulação do livro de ouro e, a segunda, através da confecção de instrumentos como

tamborins malacaxeta (feitos de madeira) e bumbos feitos com barricas.

A princípio a escola se chamaria Os Garotos do Ritmo, porém foi mudado para

Embaixada Copa Lord, por sugestão de Avevú, que via no significado do termo

Embaixada uma forma de congregar negros e brancos que vivenciavam o mundo do

samba. E com termo Copa Lord, gíria que trazida do Rio de Janeiro que significava

“jogada alta”, a grande jogada do carnaval de Florianópolis.

No primeiro desfile, no Carnaval de 1955, a Embaixada Copa Lord cantou o

samba "Tiradentes", que tinha sido enredo do Império Serrano do Rio De Janeiro no ano

anterior. Aproximadamente 100 pessoas apaixonadas pelo samba participaram do

desfile, um número surpreendente para a época. Avevú acompanhado de Benta foram os

porta-estandartes. Fizeram parte também da estrutura do primeiro desfile a comissão de

frente, com oito integrantes, um baliza que abria a apresentação, as alas e bateria, com

cerca de 40 componentes, que incluía, além de instrumentos rudimentares como o

malacaxeta e o bumbo de barrica, instrumento de sopro, tocado por Djalma do Pistão.

"Quando o pessoal viu que o samba estava pegando fogo, o Morro desceu",

relembra Avevú. Tamanho foi o envolvimento da comunidade e da cidade, que a

conseqüência não podia ser outra: a Embaixada Copa Lord foi Campeã naquele ano. No

ano seguinte, com o enredo "Vem Forasteiro", um convite ao turista para participar do

carnaval, de autoria do próprio Avevú, a escola foi novamente campeã.

Daquela época até os dias de hoje a Sociedade Recreativa Cultural e Samba

Embaixada Copa Lord conta quase que exclusivamente com a raça e a força de vontade

de sua comunidade, por isso a amarelo vermelho e branco do Morro da Caixa é

conhecida como a mais popular e a mais querida escola de samba da cidade de

Florianópolis.

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4. O Samba Toma Conta

A Embaixada Copa Lord é uma escola que encanta, atrai e redimensiona o

mundo do samba e em especial no carnaval de Florianópolis, através de seus enredos.

Ela tem cores e luzes diferentes. Tem histórias diferentes, que vão além do horizonte do

samba. Mergulhar em sua historia é penetrar num mundo de magia e encantamento. É

saborear o néctar do divino Dioniso (deus da mitologia grega). É deixar água na boca e

gosto de “quero mais”.

Viver a Embaixada Copa Lord é vestir suas cores, suas fantasias. É sentir o

coração pulsar ao ritmo da bateria. É pintar a alma de amarelo, vermelho e branco. É

pedir passagem, levantar a poeira do chão e cantar em harmonia as suas lindas melodias.

A paixão pela escola enche os corações de orgulho e os corpos de energia e os

olhos de lagrima. O sonho e a realidade se fundem quando a escola entra na avenida que

ganha mais cores, mais vida e mais emoção.

Viver 56 anos de gloria da Embaixada Copa Lord é viajar sobre cada verso, cada

estrofe e cada enredo dos carnavais passados. É ir pintando na memória quadros com as

cores da poesia. É compartilhar a memória da Comunidade. É fazer um trabalho de

construção sólida absorvendo os ensinamentos do passado para pensar sobre o futuro.

5. Cinco Décadas de Carnavais

O primeiro triunfo da agremiação amarela, vermelha e branca aconteceu já no

ano de sua fundação, em 1955. Com o enredo „Tiradentes‟ a Embaixada Copa Lord sai

do carnaval como campeã.

Nesses 56 anos de história, a Embaixada Copa Lord tem se notabilizado pela

qualidade de seus enredos e sambas de enredo conquistando 20 títulos Não há qualquer

exagero em se dizer que alguns dos seus enredos como também dos seus sambas de

enredo apresentados no carnaval de Florianópolis fazem parte da seleta lista dos

melhores já criados para os desfiles do carnaval.

O samba-enredo de maior representatividade, sem dúvida, é o de 1963 que tem

como titulo „Quem Vem Lá‟, de autoria de Abelardo Henrique Blumemberg (Avevú) e

Fogão, que passou a ser o hino da escola de samba.

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6. Cronologia Carnavalesca da Embaixada Copa Lord

Carnaval de 1955 – campeã

Carnaval de 1956 – campeã

Carnaval de 1957 – vice-campeã

Carnaval de 1958 – vice-campeã

Carnaval de 1959 – vice-campeã

Carnaval de 1960 – vice-campeã

Carnaval de 1961 – vice-campeã

Carnaval de 1962 – campeã

Carnaval de 1963 – vice-campeã

Carnaval de 1964 – campeã

Carnaval de 1965 – campeã

Carnaval de 1966 – vice-campeã

Carnaval de 1967 – vice-campeã

Carnaval de 1968 – vice-campeã

Carnaval de 1969 – vice-campeã

Carnaval de 1970 – não desfilou

Carnaval de 1971 – campeã

Carnaval de 1972 – campeã

Carnaval de 1973 – campeã

Carnaval de 1974 – vice-campeã

Carnaval de 1975 – campeã

Carnaval de 1976 – campeã

Carnaval de 1977 – vice-campeã

Carnaval de 1978 – não desfilou

Carnaval de 1979 – vice-campeã

Carnaval de 1980 – vice-campeã

Carnaval de 1981 – não desfilou

Carnaval de 1982 – campeã

Carnaval de 1983 – vice-campeã

Carnaval de 1984 – terceiro lugar

Carnaval de 1985 – vice-campeã

Carnaval de 1986 – não desfilou

Carnaval de 1987 – terceiro lugar

Carnaval de 1988 – não teve desfile

Carnaval de 1989 – quarto lugar

Carnaval de 1990 – campeã

Carnaval de 1991 – não desfilou

Carnaval de 1992 – não desfilou

Carnaval de 1993 – quarto lugar

Carnaval de 1994 – não teve desfile

Carnaval de 1995 – vice-campeã

Carnaval de 1996 – campeã

Carnaval de 1997 – não teve desfile

Carnaval de 1998 – vice-campeã

Carnaval de 1999 – campeã

Carnaval de 2000 – campeã

Carnaval de 2001 – vice-campeã

Carnaval de 2002 – campeã

Carnaval de 2003 – campeã

Carnaval de 2004 – campeã

Carnaval de 2005 – vice–campeã

Carnaval de 2006 – terceiro lugar

Carnaval de 2007 – vice-campeã

Carnaval de 2008 – campeã

Carnaval de 2009 – vice-campeã

Carnaval de 2010 – campeã

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7. Razão Social

Nome: Sociedade Recreativa Cultural e Samba Embaixada Copa Lord.

Data da fundação: 25/02/1955

CNPJ: 83936443/0001-16

Endereço: Rua General Vieira da Rosa nº 241 – Centro – Florianópolis/SC

Escritório: Secretaria: Rua General Bittencourt, 545, Sala 101 – Centro. Cep:

88020-100 – Florianópolis/SC

Fone: (48) 3204-8795

E-mails: [email protected] e [email protected]

Site: www.copalord.com.br

8. Diretoria Executiva Gestão 2010/2011

Presidente de Honra: Maria de Lurdes Gonzaga (Dona Uda)

Presidente: Dejair Velozo (Jaíco)

Vice- Presidente: Rubem Kammers

Vice-Presidente de Carnaval: Antônio José Leopoldo (Jacaré)

Vice-Presidente Financeiro: Araquém Silva

Vice-Presidente Administrativo: Wilmar José Elias Junior

Vice-Presidente de Ação Comunitária: Sandra Cristina Nascimento

Secretário: Robson Leandro Costa (Robinho)

Diretor Jurídico: Carlos Augusto do Espírito Santo

Diretora de Marketing: Eluza Müller

Diretor de Patrimônio: Jaci Carlos Barbosa

Orador: Gilson Célio Veloso (Celinho)

Assessora de Imprensa: Liana Gualberto (Lika)

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9. Conselho Fiscal

Presidente: Júlio Santos Neto

Secretária: Sandra Regina de Souza

Conselheiro Titular: Manoel Veloso

Conselheiro Titular: Maria de Lourdes da Costa Gonzaga

Conselheiro Titular: Carlos M. Ramos Luz

Conselheira Suplente: Sonia Maria Veloso

Conselheiro Suplente: Oscar da Silva (Cazinho)

Conselheira Suplente: Maria da Graça Sabino

10. Conselho Deliberativo

Presidente: Dóri Edson Veloso

Vice-Presidente:

Secretário: Osvaldo Meira Junior

Conselheiro Titular: Nestor Soares Aranha

Conselheiro Titular: Rocelio A. Oliveira

Conselheiro Titular: Raquel Cardoso

Conselheiro Titular: Otavio Pereira

Conselheiro Titular: Maureci H. de Maria

Conselheiro Titular: Jonathan A. Santos

Conselheiro Titular: João Ferreira de Souza

Conselheiro Titular: Edenir F. Rosa

Conselheiro Titular: Claudio R. Rosa

Conselheiro Titular: Nerilda Mafra da Maia

Conselheiro Titular: Edenio Salesi Rosa

Page 9: Book oficial carnaval 2011  copa lord

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11. Velha Guarda

Presidente: Sandra Mara da Luz

Vice Presidente: Sulimar Alves

1º Secretário: Antônio Vicente da Silva

2º Secretário: Elizabeth Bernardo

1º Tesoureiro: Mariolanza Vieira

2º Tesoureiro: Maria Ramos dos Santos

Page 10: Book oficial carnaval 2011  copa lord

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12. Enredo Carnaval 2011

Autores do Enredo: Edu Aguiar, Gilson Celio Veloso (Celinho da Copa Lord)

e Ley Vaz.

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Em nossas mãos transportamos o destino que nos foi traçado. É em nossas

mãos que moram as linhas da vida, do amor, da sorte ou do infortúnio. É nelas que

reside o enigma do presente e do futuro próximo ou longínquo.

Em nossas mãos guardamos a esperança, à vontade, um misto de querer e não

querer. Com as mãos podemos mostrar à perseverança, a firmeza, a coragem.

Em nossas mãos está a força de vencer cada batalha, cada luta diária que

temos de travar. Através delas conseguimos revelar à sensibilidade, a amargura, a

revolta. Em nossas mãos está o gesto.

É com elas que podemos tocar sentir transformar. É com as nossas mãos que

lemos, aprendemos, labutamos. Com elas conseguimos escrever, pintar, decorar as

nossas vidas.

Em nossas mãos carregamos os sonhos, as fantasias, a magia dos segredos.

Nelas guardamos o mistério do estar vivo.

Com as nossas mãos podemos unir raças, crenças, culturas. De mãos dadas

podemos mudar o mundo.

(Autores)

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12.1. Apresentação

“Tenho apenas duas mãos,

e o sentimento do mundo”. (Carlos Dummond de Andrade)

É a voz dos tempos, nos ensinando o papel de sujeitos da história, responsáveis

pelo mundo: o mundo será o que fizermos dele: para isso temos duas mãos e o

sentimento da justiça, a consciência da iniqüidade da fome, da exclusão social, do

desemprego, das desigualdades de toda ordem. E assim a história nos ensina que o

dever do homem é mudar o mundo e para transformá-lo, temos duas mãos e o

sentimento da igualdade, temos duas mãos e o sentimento da liberdade.

Somos livres porque escolhemos construir o futuro, somos livres porque decidimos

mudar o presente, somos livres porque amamos a humanidade e acreditamos no homem,

buscando o melhor uso possível da cabeça do coração e das mãos.

“Tenho apenas duas mãos”, mais são mãos lavradas, mãos sulcadas, mãos

lavouras; mãos operárias, mãos calejadas. Mãos que se fecham no vazio porque não há

terras, não há trabalho e sim cada vez mais máquinas para substituir as mãos de quem

quer trabalhar.

“Tenho apenas duas mãos”, e o sentimento de nossa história comum: história

de sacrifício e de sonhos, de dor e de alegria, mas, acima de tudo, história de fé na

capacidade transformadora do homem que nos permite, todo dia, renovar nossa

esperança e sonhar, sempre, todo dia, toda noite, porque a felicidade é possível.

“Temos todas as mãos do mundo”, as mãos frágeis e trêmulas da fome de

comida e de justiça, as mãos frágeis e trêmulas dos que têm sede, as mãos secas e

trêmulas do desempregado, as mãos cruzadas dos que não têm saúde, as mãos

paralíticas dos que não sabem escrever.

“Temos todas as mãos do mundo”, a mão que se abre e se estende no gesto de

solidariedade, a mão que se ergue e se espalma no gesto de protesto, a mão que se fecha

para dizer… Basta! A mão que cerra o punho para dizer: “Vamos à luta!”, pois temos

que vencer as adversidades “Tenho apenas duas mãos e o sentimento do mundo”, de

um mundo que não é o nosso, de um país que ainda não é o nosso, de uma terra que

ainda não é nossa.

Mas, como nos ensinou Drummond: Para isso temos duas mãos e o sentimento

para juntar a outras mãos e assim mudar o mundo e as nossas vidas.

12.2. Enredo

Titulo: Enfim... Há Mãos e Mãos! As Tuas, Quais São?

“No esplendor da criação,

Através de mãos perfeitas,

Explode a perfeição

Do autor da natureza.”

Uma espécie de "memória da mão" percorre silenciosamente o processo de

criação do mundo e das criaturas. Nestes dois casos, a impressão da mão identifica

mitos, lendas e mistérios através dos tempos, fazendo aparecer ao longo da historia da

humanidade questionamentos do fazer manual na construção dos mundos superiores e

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inferiores, isto quer dizer: o mundo do céu e o mundo da terra. Assim aparecem as mais

diversas simbologias e significados à presença das mãos nesses dois universos: um

ligado aos mundos dos Deuses e outro ligado ao mundo dos homens. Mas,

independentes dos mundos a presença das mãos engajam um conjunto de relações

abstratas, mitos, fantasias e conhecimentos, carregando para o âmbito cultural valores

míticos de diferentes tradições que são reprocessados através dos mais variados povos

sob a forma de novas falas.

A imagem das mãos, ao longo dos tempos, foi sendo impregnada de potências

significativas derivadas dos diversos rituais que, em muitas culturas, a tomaram como

ponto central. O Budismo, por exemplo, deu-lhe significativa importância enquanto

pólo energético, pintando-as com desenhos simbólicos e fazendo-as realizar gestos

reflexo lógicos denominados Mudras. Cada dedo recebe um significado, e sua posição

em determinado gesto corresponde a uma intenção conceitual na concentração. Assim, o

toque do dedo indicador com o polegar determina o fechamento de um circuito que

integra o nível cósmico com o eu individual, aspectos que cada um desses dois dedos

representa.

A cura pela energia das mãos é bem conhecida por inúmeras culturas, ela pode ir

desde a simples pressão sobre pontos específicos (Do-in) até os gestos mágicos com

elas realizados pelos Xamãs. O poder da postura das mãos sobre os corpos está presente

também na religião católica, sob a forma da benção. Na Umbanda brasileira, os "passes"

são movimentos em que as "entidades" passam suas mãos sobre o corpo do fiel, sem

tocá-lo, energizando-o, para afastar doenças e trazer bons fluídos. Nessas religiões, há

toda uma codificação gestual das mãos para evidenciar os momentos específicos dos

rituais, sempre acompanhados de dizeres próprios.

Além das mãos em si próprias, sua ação em desenhos ou escritas realizados

sobre o corpo, ou mesmo sobre outras superfícies, como a areia, é utilizado de forma

ritualística tanto por aborígenes australianos como por monges tibetanos. Tatuagens

também é parte importante de rituais, trazendo em si mesmas uma sorte de força

magnética. Em alguns rituais de povos primitivos atuais, desenhar a silhueta das mãos

sobre objetos pode conduzir a sua posse, o que permite inferir que as marcas de mãos

impressas nas cavernas representaram no espírito dos caçadores a captura dos animais.

Na iconografia cristã, a mão cortada que emerge das nuvens é símbolo de Deus

encarnado, e, ao longo da Idade Média, desenvolveram-se, principalmente nos Países

Baixos, na Alemanha e na Áustria, cultos populares a imagens da "mão poderosa". Essa

devoção foi transportada para a América no período colonial, tendo recebido aqui forte

expansão, fazendo-se acompanhar do desenvolvimento de uma rica imagética que pode

ser encontrada ainda hoje em muitos países latinos.

Os exemplos citados são apenas uma pequena parte de um imenso conjunto de

tradições que, de alguma forma, remetem à mão humana e que constituem uma fonte de

referência para os seres humanos, pois ao recorrer a essa imagem e a sua simbologia,

trazem para a cena do dia a dia, lembranças de antigos mitos. Mesmo sem manter suas

conotações religiosas originais, eles contribuem para fortalecer no imaginário social um

pensamento do sagrado. Mas, a curiosidade associada à crendice popular e a fé leva o

pensamento do ser humano na busca do secreto, na expectativa de desvendar e revelar

seus mistérios: isto é quebrar seus enigmas. Assim, pode-se dizer que a memória desses

mitos sobre as mãos retornam em forma de artes não somente sob uma configuração

religiosa e enigmática, mas também de uma forma poética e ambígua, fazendo parte das

estratégias com que a mundo atual trabalha e vivencia as dúvidas e as inquietudes. Ou

seja, ao mesmo tempo em que as conotações religiosas são abandonadas, uma condição

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socialmente aceita enquanto sagrada – as mãos – também é focada simbolicamente

como a força do bem o do mal.

A Sociedade Cultural e Samba Embaixada Copa Lord com este tema enredo não

retoma somente os mitos das mãos em sua especificidade mitológica e possíveis

sentidos simbólicos, mais sim buscando uma ampliação de seus significados no decorrer

da vida onde o homem foge muitas vezes do sagrado na quebra dos enigmas e cada vez

mais se depara coma as angústias da sua finitude.

Mas por que, entre tantas outras imagens, a mão permanece quase invariável,

como uma presença marcadamente identificada? O que dizem as mãos humanas? Qual o

significado de suas representações? Como esses significados são retrabalhados?

A imagem da mão humana é tão carregada de simbologias que se presta muito

bem a todo tipo de elaboração poética de forma marcante em todas as civilizações

escrevendo história, suas descobertas e conquistas. As mãos dizem, por exemplo, das

ações e produções do homem, pois, de certa forma, foi o fazer manual que distinguiu o

homem das demais espécies, na aurora de sua humanização. Semear e construir são

ações da mão humana que representam a capacidade de transformar a natureza, de

dominá-la, segundo uma vontade e uma razão próprias, através do mito da mão

criadora. O fazer criativo retoma o fazer humano em seu sentido mais ontológico,

segundo o qual foi fabricando artefatos que o homem se fez humano.

As mãos são, ao mesmo tempo, símbolo de violência e de defesa. Com elas, o

homem mata e destrói com elas ele defende sua vida, seu patrimônio e seus entes

queridos. Elas podem ser a arma mais primária e, muitas vezes, a mais poderosa. A mão

acusa e salva, contendo em si a ambigüidade dos sentimentos e dos atos humanos. Elas

expressam sentimentos através de carinhos e de afagos. Tocar e ser tocado são um dos

componentes fundamentais da sexualidade humana. As mãos também "vêem". Elas

possuem no tato uma espécie potente de sensor que permite uma série de percepções,

estimulando sensações que não podem ser ativadas pelo olhar. Elas também

“gestualizam” sentimentos e idéias, falando pelos mudos.

Unida em forma de um coração, elas estão aludindo a esse mito do senso comum

que une mão e coração a toda uma gama de simbologias afetivas, expresso em cartões

para o dia dos namorados, dias das mães, dias dos pais, natal e ano novo até as imagens

da mão sobre o coração divino, em santinhos.

As mãos podem conectar um indivíduo ao outro, através de um gesto social de

apresentação, mas também através de gestos mais profundos de apoio e auxílio. Elas

representam a segurança que uma mãe ou um pai pode dar ao filho pela sua capacidade

de sustentar uma criança, retendo-a frente a uma situação de perigo ou conduzindo-a por

uma vereda difícil. As mãos entrelaçadas expressam sentimentos de solidariedade, seja

de crianças brincando de roda, seja pelo aperto de uma mão amiga na hora da dor,

garantindo sua presença solidária contra a indiferença. Nesse momento ela está abrindo,

espaço e quebrando a individualidade em uma cadeia social de ausências.

A impressão digital é aceita universalmente como padrão de identificação o que

lhe dá um preponderante papel enquanto signo de identidade. Como marca pessoal, a

mão é símbolo de posse e de autoria, exemplificada pela assinatura que garante a

responsabilidade daquele que assina. As mãos são como fotos dos indivíduos das mais

diversas profissões e origens. As mãos muitas vezes estão no lugar dos rostos de cada

um de nós, é ela mesmo um tipo de retrato individualizado. São mitos de identidade

recuperados que permitem reconhecer nas fotos de suas mãos a presença de cada um.

Tal como nas antigas cavernas, as mãos pintadas sobre as paredes personificavam os

sacerdotes; aqui as fotos das mãos personificam os indivíduos a quem elas

correspondem. A parte significativamente responde pela identidade do todo.

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A mão é responsável, também, pela escrita, esse registro da linguagem que atua

na transmissão da cultura na história da humanidade. Com o seu movimento sobre

superfícies, a mão deixa rastros que são instrumentos da memória. São significantes que

o homem pode interpretar e, através deles se comunicar, repassando conhecimentos de

gerações a gerações.

Mas se a mão diz do passado através da escrita, ela diz também do futuro,

quando, na quiromancia, se acredita prever o porvir do indivíduo pelas linhas de sua

palma, que alguns especialistas decifram. Segundo essas crenças, as mãos possuem uma

espécie de auto-inscrição do corpo, como se o tempo, cristalizado no destino pudesse

inscrever-se nas linhas de sua palma.

A leitura das mãos, tão forte na cultura cigana, é retomada para dizer do futuro,

novamente, o mito da leitura do destino nas mãos reaparece, desta vez para nos dizer

não do futuro nem do passado, mas de um mundo interior que se quer descobrir.

Com tantas significações, não é difícil de entender por que esta imagem

reaparece continuamente em nossas vidas. Ela constitui um elemento visual que se

incrustou no imaginário social, pois sobre ela se constituíram mitos ao longo das

gerações. Encontra-se a memória da mão sob forma de marcas e impressões específicas

deixadas sobre papel, tela, argila ou qualquer outro tipo de superfície, em imagens

figurativas, realistas ou estilizadas, mas, encerram-se também nos resíduos de sua ação,

como, por exemplo, a escrita.

É essa magia sugerida pelas imagens da mão que tanto fascina é que inspirou a

Escola de Samba Embaixada Copa Lord a trazer para este carnaval o advêm dessa

imagem em si e dos significados simbólicos que ela contém, pois ela realiza uma

suspensão poética dos mistérios de seus mitos e do seu uso através dos tempos, mais

deixando garantido o espaço da imaginação em uma sociedade eminentemente racional,

e nada melhor do que o carnaval como arte popular resguardar a capacidade de

suspensão do mistério, evitando respostas definitivas ou esclarecimentos superficiais,

garantindo o espaço saudável da dúvida Talvez seja exagero dizer que o homem é o

"seu par-de-mãos", e, por conseguinte: a mão é a filosofia, é o místico e o mágico, é a

técnica e a ciência, é a arte na sua objetividade e realização, é a marca do trabalho e da

sobrevivência, da abertura de caminhos e novos mundos, de selar novas amizades e de

escrever novas histórias, de aplaudir e de acenar, de externar carinho e gratidão, de

contar moeda e acumular riqueza, de fazer o bem ou fazer o mal, de plantar e de colher,

de construir e destruir, de fazer a guerra e selar a paz, Enfim... Há Mãos e Mãos! As

Tuas, Quais São?

13. Desenvolvimento do enredo

Este enredo será apresentado em 5 atos, composto por 26 alas, 4 carros

alegóricos e 2 tripés.

13.1. Primeiro Ato: Homem, e a mística das mãos.

Partindo do mistério da criação, o ser humano não é apenas coerdeiro deste

imenso cosmos, mas participam desta criação todos os dias. Ora, este pressuposto nos

remonta a um Deus, a um ser supremo como o Senhor Criador de todas as coisas;

portanto, é mister cogitarmos que tudo, até as criaturas foram „concebidas‟ a partir do

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nada; isto é, desde o começo nada existia e pela Palavra poderosa do Criador tudo foi

feito em plena liberdade e vontade.

Nestes termos, ao pressupor que tudo se originou do nada, estamos retomando a

originalidade do Criador como o Senhor do universo. É por Ele e a partir Dele que todas

as coisas existiram, isto é, em Deus tudo existe, pois, antes de todas as coisas existirem,

elas estão na “essência divina” do Criador; e Sua Sabedoria paira em todas as dimensões

do universo, entre as coisas visíveis e as invisíveis.

Após termos refletido e aceitarmos ou não a manifestação de Deus na criação do

mundo. A ciência, por sua vez, pode apresentar suas teorias que não deixam de ser

importantes; contudo, não devemos ficar apenas nisso. Em contrapartida, sem a luz da

fé, se tornaram obscuras a „cair‟ no paradigma da ignorância. Cabe, então, ao homem

voltar-se para a dimensão do cosmos e „admirar-se‟ com as maravilhas que o Criador

apresenta através das suas mãos.

- Descrição de Alas, Carro Alegórico e Tripé do Primeiro Ato:

COMISSÃO DE FRENTE: MÃOS FIANDEIRAS DO DESTINO.

Mãos que tecem a teia,

Da vida e da morte,

Tranças a meada do destino,

Para todo e qualquer mortal,

Estendes um fio condutor,

Partindo da casa do Grande Mestre Criador,

Firmando suas pontas,

Nas trevas e na luz,

Um arremate pode ser dado pelo bem ou pelo mal.

A arte de tecer e fiar são obra e projeção do Grande Mestre Criador de todas as

coisas nesse caso as Mãos Divinas, que tecem a teia da vida e fia a meada do destino.

Como maravilhosa e habilidosa Fiandeira – as Mãos Divinas tramam a vida humana,

assim como a Escuridão e a Luz.

As Mãos Divinas assim recebem o nome de "Fiandeiras do Destino", e como

tecelã, são responsáveis por tecer o destino dos homens na face da terra com seu fuso

mágico, é a medidora, distribuidora e avaliadora que corta com sua habilidade como

uma tesoura mágica o começo, o meio e o fim.

A vida de qualquer ser humano possui: Princípio, Meio e Fim. O

comparecimento do Grande Mestre com suas Mãos Divinas estarão presentes nessas

articulações, direcionando os homens para o bem ou para o mal.

O destino determina a nossa vida e ele com certeza, é verdadeiro. Os homens

sempre souberam que o destino está nas mãos do Grande Mestre Criador e nós

precisamos saber usar as roupas que ele destina. E esta roupa pode ser o bem o mal

O interessante da vida é a surpresa, por isso, não é bom que saibamos tudo sobre

nosso destino. Devemos sempre dar o melhor de nós em cada situação e vivenciarmos

plenamente o aqui e o agora. Se soubéssemos o que acontecerá, quando acontecerá e

como acontecerá, que novidade teria o dia de amanhã? É claro que todo ser humano é

curioso e ávido de saber, desde que comeu o fruto da “Árvore do Conhecimento”.

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A imagem das Mãos Divinas, com o passar dos tempos, foi se tornando cada vez

mais abstrata até se converter em uma concepção singular, representando a força

misteriosa do destino. Mas apesar deste aspecto de abstração, as Mãos Divinas

conservaram algo primitivo de seu caráter, a de protetora dos homens, e, é nelas que

esta nosso destino.

1º CASAL DE MESTRE-SALA E PORTA-BANDEIRA: LUZ DA

CRIAÇÃO.

Por vezes as trevas cercam-nos... Oprimem o nosso coração... Duvidamos do

nosso rumo, perdido na neblina da nossa mente vagando à procura de um ponto de luz

que nos oriente, que nos mostre o rumo. Quantas vezes nos sentimos assim?...Entre o

bem e o mal!

Em toda a nossa vida procuramos a nossa razão de ser. O nosso lugar neste

mundo... Procuramos a luz que nos oriente pelas dúvidas e pelas mãos que nos colocam

no caminho. Esta dúvida atroz que nos esmaga... Pensamos encontrar esse sentido na

luz das mãos do criador.

Passamos a vida iludidos por uma realização pessoal e material que em nada nos

deixa verdadeiramente realizados... Presos ao materialismo de uma vida que

construímos em torno de uma ilusão, que se esfuma perante a fragilidade e efemeridade

desta vida passageira e fugaz...

Olvidamos que o verdadeiro sentido da vida está em nossas próprias mãos e no

seio do nosso coração, onde faz acender a luz onde podemos vogar de olhos vendados

pela escuridão que nos teima em fustigar.

Nada mais puro que a luz que emana do divino senhor e que se encontra inscrita

no seio de nós... Por mais que a tentemos apagar, ignorar, ela está lá, teima em manter-

se acessa e só por vezes perdura além de nós...

Quando as barreiras nos cercam, quando a escuridão chega, temos de olhar para

dentro e ver o que realmente importa...

O que importa é a alegria que conseguimos transmitir aos que nos rodeiam aos

que nos ama, a final é isso que fica, quando o nosso pó for varrido pelos ventos, ficando

somente a nossa Memória. Temos de deixar que a luz que nos ilumina no interior

transborde e ilumine tudo o que nos rodeia, e mudar...

A mudança tem de partir do nosso interior... Só aceitando as nossas falhas,

admitindo as nossas limitações, ainda que tentando sempre superá-las, e entregando-nos

de corpo e alma aqueles que amamos podem viver em paz conosco e só assim mudar o

rumo a sociedade em busca da verdadeira luz que a oriente pelas trevas que se instalam

no seu seio e a querem oprimir e destruir...

Pois é no meio da escuridão que a mais pura das luzes vive, mudando de mão em

mão para encontrar a vendedeira paz através das mãos do criador.

O Ser Humano é o Único que pode conscientemente escolher o direcionamento

das suas ações, tornando claras as intenções de sua Essência Interior e, através de suas

atitudes, demonstrar o valor de suas palavras, o poder de seus pensamentos e o calor de

seus sentimentos em tudo o que realiza e assim pode estender as mãos para o bem ou

para o mal.

Quando realizamos toda e qualquer ação, seja simplesmente pensando, sentindo

ou atuando concretamente, conscientes da correta ou não atitude para cada momento,

criamos uma abertura para as dimensões mais profundas no nosso Ser, onde temos

acesso ao amor, ao o ódio e tudo pode partir para uma dimensão sem limites.

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A qualidade presente em nossa consciência quando assumimos atitudes do bem

ou do mal é o que determina o campo vibratório e sensível onde iremos atuar e viver a

plenitude de sermos, simultaneamente, humanos vivendo na luz ou nas trevas.

1º CARRO ALEGÓRICO: AS MÃOS E MUNDO MISTICO DA

CRIAÇÃO.

Ver o mundo num grão de areia,

E o céu numa flor silvestre.

Detém o infinito na palma da tua

mão,

E a eternidade numa hora. (W.Blake)

A complexidade de nossa natureza e da nossa criação reflete parte da glória do

Criador o Deus na humanidade. Nós somos criaturas multifacetadas de grande

complexidade. Deus criou o homem como imagem de portadores. Isto tomado para a

ideia concedida tem implicações vastas. “Então o Divino Senhor:” Façamos o homem à

nossa imagem, conforme a nossa semelhança, e domine ele sobre as demais criaturas do

mar ou do céu ou de todas as criaturas que se movem ao longo do terreno. “A partir

desta passagem, vemos que a nossa decisão sobre as outras criaturas é parte das nossas

responsabilidades e atitudes”. A humanidade foi criada para refletir a glória do Criador

Quando contemplo os teus céus, e vejo a obra das tuas mãos, como a lua e as estrelas,

que você definiu no lugar, qual é o homem que está atento a ele, o filho do homem que

você se importa com ele? Você fez um pouco menor que os seres celestiais e coroados

de glória e de honra. Você fê-lo soberano sobre as obras de vossas mãos, você põe tudo

debaixo de seus pés. O homem é coroado de glória, um termo normalmente associado

com Deus. Ela simboliza a autoridade e capacidade para governar. Isso confere ao

homem uma dignidade especial que não é compartilhada pelo resto da criação. Nós

somos importantes porque partilhamos a autoridade de Deus como vice-regentes do

mundo e refletimos a Sua glória.

Por toda a Escritura, Deus está distinguido de Sua criação. Ele é um espírito

puro, ao passo que todas as coisas e seres criados são pelo menos materiais em parte,

com exceção dos anjos, tanto bons como maus. Deus é infinito; todas as coisas criadas

são finitas. Deus é eterno, tendo existido desde a eternidade. Isto não é verdade quanto a

qualquer outra coisa. Deus é imutável. Nada mais o é. Deus é onipresente; nada mais é.

Nem qualquer outra coisa possui os atributos de onipotência e onisciência da essência

de Deus.

O Ser Humano é o Único que pode conscientemente escolher o direcionamento

das suas ações, tornando claras as intenções de sua Essência Interior e, através de suas

atitudes, demonstrar o valor de suas palavras, o poder de seus pensamentos e o calor de

seus sentimentos em tudo o que realiza e assim pode estender as mãos para o bem ou

para o mal.

Quando realizamos toda e qualquer ação, seja simplesmente pensando, sentindo

ou atuando concretamente, conscientes da correta ou não atitude para cada momento,

criamos uma abertura para as dimensões mais profundas no nosso Ser, onde temos

acesso ao amor, ao ódio, e tudo pode partir para uma dimensão sem limites.

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A qualidade presente em nossa consciência quando assumimos atitudes do bem

ou do mal é o que determina o campo vibratório e sensível onde iremos atuar e viver a

plenitude de sermos, simultaneamente, humanos vivendo na luz ou nas trevas.

PRIMEIRA ALA: MONGENS BUDISTAS – MUDRAS.

Longe de luxos e prazeres, monges levam uma vida austera, de disciplina e

entrega espiritual. Eles dividem o tempo entre tarefas do dia e momentos de oração,

quando entoam mantras.

Os Mudras são posturas feitas com as mãos usadas na ioga, na dança e nas

imagens sagradas do Budismo para despertar e harmonizar os centros energéticos do

corpo. Usados na iconografia Budista e no Vajrayana, cheios de simbolismo e beleza,

esses gestos criam uma conexão do praticante com a energia do Buda que é invocado

pela repetição dos mantras. Eles podem ser praticados a qualquer hora, trazendo calma e

concentração para sua vida.

SEGUNDA ALA: BATERIA: ALABÊ OU TAMBOREIRO – AS MÂOS

QUE FALAM.

“Só tambor noite e dia / dia e noite só tambor / até à consumação da grande

festa do batuque!”

O som é a primeira relação com o mundo, desde o ventre materno. Abre canais

de comunicação que facilitam o tratamento. Além de atingir os movimentos mais

primitivos, a música atua como elemento ordenador, que organiza a pessoa

internamente.

Em toda a África negra, o tambor, além de ter uma função musical, foi, e é, um

dos principais meios de comunicação social. Se for tocado numa colina, o som de um

tambor pode ser escutado numa área de quarenta quilômetros. Para que seja mais eficaz

a transmissão da mensagem, é frequente o toque dos outros tambores intermédios cada

sete ou dez quilômetros.

Para serem mais exato, os “tchreman” (tambores que falam através das mãos),

mais do que emitir sons, pronunciam palavras, porque quem os toca faz para transmitir

notícias, contar histórias e narrar às gestas heroicas dos antepassados.

Ao longo da história da África, os tambores substituíram os livros e as pessoas

que os faziam soar eram muito sábios, eram verdadeira e autenticamente bibliotecas

vivas.

Os elementos que fazem com que o tambor fale são três: a mão do tocador, as

varetas curvas e a pele. As palavras saem do tambor sob a forma de som e os seus

diferentes significados dependem da pressão e dos ritmos do toque. Logicamente, para

entender a mensagem é preciso ter algumas lições de “linguagem de tambor”.

O africano distingue os “tambores que falam” daqueles que são usados só como

instrumentos musicais. Os “tchreman” são utilizados unicamente nas celebrações

oficiais e a pessoa que o toca é um “consagrado” a este serviço, enquanto que os outros

são instrumentos “profanos”, e podem ser tocados em qualquer ocasião e por qualquer

pessoa. O próprio termo “tchreman” indica contemporaneamente o tambor e aquele que

o toca. Entre os dois existe uma união indissolúvel. “Tchre” significa ensinar, indicar e

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educar; “man” significa povo, nação, grupo ou assembleia. Assim, ”tchreman” indica

um indivíduo que educa e instrui o povo.

Cada uma das partes do tambor é um elemento vivo, insubstituível e, antes de

iniciar a transmissão da mensagem, o homem que o fará soar invoca o “espírito” de cada

uma das partes. Em primeiro lugar, agradece à árvore, porque deu o seu tronco para

construir a caixa de ressonância. Em seguida, agradece ao animal, que ofereceu a sua

pele, com a qual foi feita a membrana. Agradece ainda à liana, a partir da qual se

fizeram as cordas e assim sucessivamente, até agradecer ao osso, que, batendo sobre a

pele, cria o som e a mensagem. Se faltasse um dos elementos, o tambor não era

completo, e por isso não poderia falar.

É um símbolo sagrado, santuário da força sagrada quando tocado com as mãos

ele troveja como o raio, é ungido, invocado e recebe oferendas. É a própria voz das

forças protetoras, de onde provêm as riquezas da terra e da alma.

TERCEIRA ALA: PASSISTAS – MÃOS GUERREIRAS.

“Femininas mãos, que iniciam o humano ser a vida viver”.

Mãos que lutam por suas verdades, acreditam no amor, na fraternidade, na

união. São mãos guerreiras porque não aceitam interferências que ferem seu acreditar,

seus princípios e sua fé. São mãos guerreiras porque sabem manifestar o princípio do

sagrado feminino que contém o poder e a suavidade a um só tempo, lançando energia

em gestos de amor, iluminando caminhos na luz de seus mistérios, com feitos e efeitos

trazendo a solução embalando o tempo em evolução.

QUARTA ALA: OKOLOFÉ BABÁS - SACERDOTES DO CANDOMBLÉ.

Okolofé Babá por ser o sacerdote dos mistérios do candomblé participa de todas

as cerimônias da comunidade, desde o nascimento até a morte; ele é o pai amigo, irmão,

conselheiro, ele é quem sabe o destino de cada um, ele é o conhecedor de todos os

mistérios dos orixás, da vida e da morte. Ele é o curandeiro, o médico, o farmacêutico e

é ele quem determina os reis através da vontade de “Olodumare” e por intermédio de

“Orunmila”.

O Okolofé Babá é aquele com que você pode contar quando não tiver mais

ninguém para ampará-lo, na casa do Okolofé Babá nunca vai lhe faltar comida ou

bebida porque um dos grandes compromissos que ele tem com Orunmila é respeitar e

amparar nossos semelhantes, dando-lhes amor e compreensão com humildade e bom

caráter. Um Okolofé Babá não é iniciado por escolha e sim pelo destino traçado por

“Olodumare” e confirmado através do “Ifá” na terra. O ”Ifá” nos ensina em seus versos

não discutirmos e nem obrigamos ninguém a aceitar as nossas palavras; a fé de que

algum dia irão nos entender e se arrepender de seus atos. Ser Okolefé Babá é ser sábio,

mais não um sábio de instrução ou simplesmente escoltática, mais é um sábio de

instrução da vida pelo amor e carinho e compreensão. Ser Okolofe Baba é ter sempre as

mãos estendidas e muito axé.

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QUINTA ALA: CARDEAIS – IMPOSIÇÃO DE MÃOS.

Podemos dizer que a “imposição de mão” é um ato de servir um ao outro, que

acontece quando uma pessoa coloca sua mão ou ambas sobre o corpo de outra pessoa,

para um propósito espiritual definido. Normalmente a pessoa que recebe a imposição

das mãos orará, ou profetizará na mesma hora. Às vezes, um grupo de crentes

circundará alguém com necessidades, e todos imporão as mãos sobre esta pessoa. De

fato, a imposição de mãos é uma das bênçãos mais antigas conhecidas pelo povo de

Deus. Existem registros dela desde os tempos mais antigos. Imposição das mãos: sinal

de escolha divina e de comunicação do Espírito Santo.

SEXTA ALA: QUIROMANTES

“Investigando as linhas e o desenho das mãos, o homem tenta descobrir os

mistérios de seu destino”.

A mão “é o espelho da alma”, segundo aqueles que se dedicam ao estudo das

linhas que aparecem na palma: ninguém tem as linhas iguais as de outra pessoa, o que

quer dizer que ninguém pode ter o mesmo destino.

Segundo se conta historicamente as mãos tiveram diferentes significações para o

homem: capazes de moldar instrumento e traçar sinais na areia possuiriam poderes

mágicos intrínsecos. Depois, teriam sido olhadas como espelho do destino ou um livro

pré-histórico no qual a pessoa poderia saber, através de uma sensibilidade intuitiva,

muito mais sobre si mesmo do que lhe poderia revelar a razão.

Quando as mãos passaram a ser vistas como uma espécie de arquivo sobre a vida

passada e futura do individuo, foi criada a leitura das mãos - a quiromancia.

Os quiromantes encaram a quiromancia como uma ciência racional e acreditam

que a clarividência deve aparecer quando a interpretação é feita. Assim a quiromancia

deve ser estudada sobe três pontos de vista: primeiro, a correlação entre as mãos e os

estados físicos ou mental, chamada de quiromancia medica ou terapêutica, em segundo

lugar a correlação entre as mãos e o caráter, chamada de quiromancia “psicológica”, na

qual o quiromante descrevera em detalhe o caráter do consultante, e finalmente, há uma

correlação entre as mãos, o passado, o presente e o futuro, que constitui a quiromancia

adivinhatória.

1º ALEGORIA (Tripé): A MISTICA DAS MÃOS.

A prática mística no uso das mãos é bem conhecida da humanidade e é

encontrada em todas as tradições religiosas. Cada uma delas segue seus próprios rituais,

mas o objetivo é o mesmo: comunicar-se com a divindade, em uma atitude de devoção e

máximo respeito. “Antes mesmo de existirem sistemas de crença constituídos, o ser

humano proferia palavras e se utilizava de gestos usando as mãos fazendo apelos ao

Criador, sempre com o sentido magico de obter paz interior e alivio para sofrimento”.

Diferentes culturas fizeram e fazem uso desse jeito místico de ser e agradecem ao

Criador pela eficiência do poder das mãos e inclusive a Ciência admite e defende esse

poder. As mais diversas práticas do uso das mãos têm como objetivo sanar problemas

de saúde e problemas físicos, mas nada impede que seja usada com o mesmo sucesso

para curas de toda ordem, física, mental, emocional ou espiritual, para limpeza da aura e

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até para energizar coisas e pessoas. Desta forma Benzedeiras, budistas, hinduístas,

bruxos, feiticeiros, Okolofé Babas e espiritualistas e geral de todas as linhas reconhecem

que o homem tem que ser humilde diante das Divindades.

13.2. Segundo Ato: Mãos mágicas do mundo da ciência.

Deus criou o homem e o presenteou com o dom da inteligência para que ele a

usasse em seu benefício e em benefício de seus semelhantes com sabedoria.

O homem toma em suas mãos o dom da inteligência e, como se esta fosse uma

massinha de modelar, ele brinca, a observa, a modela, remodela, a transforma e a

aperfeiçoa. Eis que este homem percebe que tem nas mãos o „poder da criação‟ e então,

o homem brinca de ser Deus.

No período das bruxas e feiticeiros misturavam-se procedimentos primitivos de

medicina, astronomia e magia tentando desvendar os segredos da vida, enquanto o

alquimista procurava a transformação dos elementos da natureza com o objetivo de

descobrir a pedra filosofal, capaz de transformar qualquer substância em ouro, como

também buscava encontrar a fórmula do elixir da longa vida, remédio que teria a

capacidade de curar todas as doenças e garantir a saúde do ser humano por longo tempo

ou torná-los imortais. Era uma forma de fazer ciência, embora cercada de misticismo,

tanto a bruxaria como a alquimia foram muito importante para o desenvolvimento das

ciências, principalmente da química, pois favoreceu a descoberta de diversas

substâncias e elementos ligados a natureza.

O homem aguçou sua inteligência através dos tempos a ponto de visivelmente

observamos uma crescente e desenfreada capacidade de manipulação e intervenção nos

mecanismos de sua própria existência.

Presenciamos cada vez mais a mão do homem, que brinca de ser Deus,

manipulando a produção de alimentos transgênicos, clonando animais, realizando

projetos de decodificação dos genomas, inclusive, os do próprio ser humano.

O incrível aperfeiçoamento do conhecimento propiciou a elaboração e a

disseminação da informação pelos meios de comunicação de massa, criados e

aperfeiçoados pela inteligência humana.

Assim, quase que diariamente, os meios de comunicação nos disponibilizam

notícias sobre a engenharia genética, células tronco, clonagem, produtos transgênicos,

biotecnologia, lei de biossegurança, meio ambiente, enfim, revelam as verdadeiras

pretensões do ser homem em decifrar a sua própria fórmula.

O caminho agora é priorizar um paralelo entre os avanços científicos e a ética,

que surge não simplesmente para estabelecer regras de conduta, mas sim, para

questioná-las em prol daquilo que é de fato, melhor a todos os seres vivos que habitam e

compartilha com o homem, um lugar ao sol no planeta Terra.

Por outro lado, não há como negar o fascínio que a ciência e a tecnologia exercem sobre

o ser humano, materializados em produtos caros e sofisticados, atualmente verdadeiros

símbolos do mundo moderno. E nesse crescente sistema tecnológico e científico

podemos perceber as máquinas lidando com o fluxo de materiais físicos e os homens

com o fluxo de informação e percepção. Máquinas irão cada vez mais realizar as tarefas

rotineiras, os homens, as tarefas intelectuais e criativas.

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25

- Descrição de Alas, Carro Alegórico do Segundo Ato:

SÉTIMA ALA: BRUXAS E FEITICEIROS (coreografada)

A força da transformação é simbolizada pelas filhas da natureza, pelas sábias

mãos feiticeiras que foram dizimadas pelas fogueiras da inquisição, pelos temores dos

inquisidores, pelos homens que se tornaram conhecedores de uma ciência sem paixão!

OITAVA ALA: ALQUIMISTAS.

A alquimia é uma das mais importantes ciências do ocultismo e, como tal, tem

simbolismo próprio e aplicabilidades que são muito extensas para expormos com

amplidão aqui. A alquimia é a Arte por excelência, e ocupa-se da Grande Obra, que é

transformar o próprio homem em ouro. Enganam-se aqueles que, por desconhecimento,

traduzem a alquimia como a busca da Pedra Filosofal (que é apenas um dos processos

de transformação do alquimista) ou como a precursora da química moderna. Os

alquimistas escondiam suas descobertas e processos, usando uma linguagem simbólica e

uma escrita hierática (misteriosa). Poucos são aqueles que conseguem desvendar o

sentido oculto naquelas páginas amareladas pelo tempo, que guardam segredos arcanos.

NONA ALA: CIENTISTAS.

A ciência tem como finalidade a busca da verdade. O cientista dedica-se

primordialmente a analisar materiais ou eventos. O cientista isola, fraciona e desmonta a

matérias em suas partes constitutivas, visando a análise. O cientista restringe-se ao

exame do mundo objetivos dos fatos e fenômenos. A ciência visa a estabelecer leis que

se apliquem a todos os casos. Os cientistas tendem a se tornar especialistas, limitando

mais e mais seus campos de ação. Uma vez formulada, uma teoria científica é, na

melhor das hipóteses, tentativa, já que suas premissas destinam-se a ser desmentidas ou

superadas por pesquisas e descobertas subseqüentes.

DÉCIMA ALA: A ROBOTICA DAS MÃOS.

A mão, devido a sua funcionalidade em comunicação e manipulação, é a

ferramenta de interação de propósito geral mais efetiva do corpo humano. Vários estilos

de interação pela robótica tendem a importar essas funcionalidades para permitir a

criação de uma interface intuitiva e natural para maquina. A linguagem de gestos,

formada por posturas de mão (gestos estáticos) e padrões de movimentos (gestos

dinâmicos), tem sido empregada para programar comandos e interfaces de controle no

mundo da robótica de forma a permitir cada vez mais a interação da maquina com

homem de uma maneira cada vez mais natural de comunicação.

2º CARRO: MÃOS NA CIENCIA E O AVANÇO TECNOLOGICO.

Nos últimos anos temos visto uma revolução tecnológica crescente e que tem

trazido novos direcionamentos econômicos, culturais, sociais e educacionais à

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sociedade. A acelerada transformação nos meios e nos modos de produção, causada pela

revolução tecnológica focaliza uma nova era da humanidade onde as relações

econômicas entre as pessoas e entre os países e a natureza do trabalho sofrem enormes

transformações. Com a Revolução Industrial e o surgimento das máquinas, e, com o

desenvolvimento de novas técnicas foram criadas para suprir as demandas e as

necessidades do mercado. As máquinas passaram a ser um prolongamento do homem

no processo de produção, sendo praticamente uma extensão do seu trabalho. Na

sociedade industrial a base era a mão-de-obra humana que orientava os avanços da

ciência e da técnica, começando com as máquinas, perpassando pela utilização da

eletricidade, chegando aos robôs e cyborgs. Diante destas transformações fez-se

crescente o avanço tecnológico, o qual intensificou a valorização do conhecimento e

alargou as fronteiras em nosso cotidiano. Muitas pessoas acreditam que estejamos

vivendo uma nova onda de tecnologias que, juntas, determinarão novas formas de viver,

de trabalhar e de interagir.

13.3. Terceiro Ato: Mãos, o trabalho de cada dia.

O trabalho é a fonte de toda riqueza, como também é essencial á felicidade

humana. Assim é, com efeito, ao lado da natureza, encarregada de fornecer os materiais

que ele converte em riqueza. O trabalho, porém, é muitíssimo mais do que isso. É a

condição básica e fundamental de toda a existência humana. E em tal grau que, até certo

ponto, podemos afirmar que o trabalho criou o próprio homem.

O trabalho não só nos traz o pão de cada dia, mas também traz dignidade e

enriquece o caráter.

Emociona-nos olhar algo bem feito de onde nossas mãos contribuíram para tal

feito, e ao chegar o final de cada dia saber que contribuímos para o crescimento de uma

nação. Não trabalhamos apenas para ganhar dinheiro, mas para encontrar o significado

de nossas vidas. O que fazemos é grande parte do que somos.

- Descrição de Alas, Carro Alegórico e Tripé do Terceiro Ato:

DÉCIMA PRIMEIRA ALA: MENSAGEIROS.

A gente sempre o vê com a sua grande bolsa a tiracolo, cheia e pesada, subindo

ladeiras e descendo rampas, enfrentando o calor dos dias ensolarados, o frio do inverno

rigoroso, a chuva, a umidade, as intempéries todas que dificultam o seu trabalho

dignificante e da mais alta relevância.

Ele segue em frente, entregando as cartas que encerram as mais variadas

emoções. Elas trazem notícias, amenizam a saudade, deixam mais próximos os entes

queridos que estejam separados pela distância. Elas encerram, também, coisas que

magoam, desilusões e tristezas, destruindo sonhos lindos e encerrando romances que

eram cheios de encanto.

Apesar de estarmos na era da informática, da Internet, dos e-mails e outros

recursos com suas mensagens velozes, as cartas ainda são da maior importância para

muita gente. E o carteiro é esperado com ansiedade e, sem querer, ele é um causador de

fortes emoções. Quanta alegria, quanta esperança, quanta emoção ao vê-lo chegar.

Figurante dessa eterna comédia da vida, dessa novela real da existência, sem perceber

ele se torna participante das mais intricadas tramas do destino. Ele une ou separa, alegra

ou entristece, acalma ou exacerba, pode ser o bálsamo que alivia ou a estocada que fere.

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Será que o carteiro pensa nessa sua participação tão profunda na vida de tanta

gente?

Carteiro que participa da vida de tanta gente, influindo em tantos destinos, nós o

saudou com admiração e respeito. Seu trabalho é tão importante, sua participação na

vida da cidade é tão relevante. Nós o saudamos, carteiro, e enviamos os nossos

agradecimentos pela sua dedicação.

DÉCIMA SEGUNDA ALA: ARTÍFICES.

Entre a Mão e a Cabeça, o Fazer e o Pensar: Eis o Artífice que cria, recria e

transforma...

O surgimento do trabalho é a primeira e fundamental condição para a existência

do homem. É por meio do trabalho, das relações sociais de produção, que o indivíduo

vai sendo constituído. A consciência só foi possível com a atividade prática. A produção

de instrumentos de trabalho, que às vezes subentendia também a divisão natural do

trabalho, por si só muda radicalmente a atividade do homem primitivo, distinguindo-a

do comportamento animal. A formação de características e capacidades físicas e

mentais do homem se dá “pari passu” ao uso e fabrico de instrumentos. As habilidades

manuais não se fixam apenas nas mãos, mas também no pensamento. Os movimentos

de trabalho requerem e provocam destrezas motoras e mentais. Na própria atividade

social, esses movimentos ganham significado e vão sendo internalizados por aqueles

que executam a atividade e por outros que os presenciam. O trabalho é a ação

transformadora do homem sobre a natureza e, simultaneamente, sobre ele mesmo.

DÉCIMA TERCEIRA ALA: AGRICULTORES.

Ter as mãos calejadas do cabo das ferramentas, sentir o sol escaldante e o aço

das tormentas, regar com seu próprio sangue a saúde das lavouras, garantir com seu

suor, grandes safras duradouras, obter da terra virgem total fertilidade, com sua força,

com sua coragem, tragando as intempéries, assim é que se coloca o homem agricultor,

neste mundo, deste solo brasileiro. Erguendo alto sua enxada, a ferramenta da vitória,

executando sua toada, construindo sua história. E se preciso for, empenha seu coração, a

sua vida como muito amor, enfrentando o tempo com muita fé, por ser amigo da

natureza, É um homem determinado, disposto, pois a terra só se contenta em braços que

dão amor, aonde ela se integra às metas do Criador.

DÉCIMA QUARTA ALA: GASTRONOMIA (MÃOS NA COZINHA)

A cozinha tem seus aromas, seus segredos, as lembranças de infância. Tem

também alquimia e arte, diversão, carinho, sedução, amor. Shakespeare já dizia o

seguinte: “É um péssimo cozinheiro aquele que não pode lamber os próprios dedos”. Se

colocarmos paixão na mistura dos ingredientes e das palavras, o que resta é uma boa

lambida nos dedos e a deliciosa sensação de liberar o espirito, e ai um feito passa a ser

um verdadeiro poema para os olhos e um verdadeiro manjar para os deuses,

Podemos finalmente voltar à cozinha e nos divertirmos com isso. Não por

obrigação, claro! Porque é bom. Porque dá prazer. Porque é uma delícia. Saber cozinhar

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é moderno, é ser livre, é não depender dos outros para cair nos prazeres do paladar,

inclusive os homens que enfim descobriram isso. Então mãos na massa.

2 º ALEGORIA (Tripé): MÃOS QUE PLANTAM E COLHEM.

“Mãos que plantam, colhem, alimentam”.

Mãos marcadas pelos anos. Mãos que não descansam, ainda que calejadas,

manchadas e rugosas em muito trabalho na caminhada, unidas a tantas outras mãos

laboriosas no campo, que semearam acariciando o chão, tirando a seiva da vida, o

alimento.

13.4. Quarto Ato: Mãos e o fascínio das artes.

“As mãos dos artistas representam o coração conquistando - Entendimento

real da palavra – Amor”

As raízes da arte são distantes e obscuras. Os primeiros poemas, danças, imagens

e sons estruturados não foram registrados exceto em lendas e tradições; na nódoa ocre

na parede de uma caverna que, de certa forma, era a espinha curvada de um bisão para

sua audiência inicial.

Desde os tempos mais remotos, a arte já era a forma de expressão do ser humano

em todos os aspectos de sua vida. A arte é uma poderosa e eficiente arma de

comunicação e persuasão que pode ser usada a expressão artística pode oferecer: a

música, a dança, o teatro, a pintura o artesanato, o canto, a poesia, os estilos, ritmos e

composições podem e devem fazer parte em nossas vidas, para sermos melhor.

Crie, pinte, componha, escreva, dance, cante, represente, especialize-se em artes,

faça música, arte cênica enfim, tudo o que é criativo pode ser usado para a deixarmos

marcas na historia.

Um instrumento musical sozinho não toca e, mesmo se tocasse não produziria

vida. Vida produz vida, instrumento musical produz som e ele sai pelos toques das

mãos. Assim cada estilo de arte passa a ser um testemunho de vida em constante

processo de conversão e amor. Foi assim com muitos "artistas" do tempo.

É preciso acordar para a realidade. Usar de todos os métodos de arte e usufruir

de sua informação seja elas visuais, televisivas, musicais, teatrais, plástica, etc. “O

caminho que hoje se privilegia para a criação e a transmissão da cultura e o dos

instrumentos em cada segmento de arte faz o seu show”.

- Descrição de Alas, Carro Alegórico do Quarto Ato:

DÉCIMA QUINTA ALA: VELHA GUARDA - A ARTE DO SAMBA EM

NOSSAS MÃOS.

“Respeitar os mais velhos em uma escola de samba é saber dar valor ao

conhecimento, a quem viveu e aprendeu, e que tem muito a ensinar”.

A velha guarda são figuras conhecidas e queridas pela comunidade e

representam uma espécie de guardiões de uma cultura afro descendente tradicional, são

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como uma espécie de trunfo, a respeitabilidade ao mundo do samba. É como se esse

grupo fosse uma espécie de certificado de autenticidade do verdadeiro papel de uma

escola de samba. Para ser membro da velha guarda o principal pré-requisito não é a

idade, mas a origem. Há que pertencer à comunidade de corpo e alma e carregar no

sangue toda a tradição cultural. A velha guarda é fonte e raiz que tem na alma o espírito

ligado ao samba. Quando fortalecida dentro da escola, funciona como antídoto à

descaracterização das suas raízes. A velha guarda é um recurso das escolas de samba,

constituindo parte essencial de seu patrimônio. É também o canal que legitima o samba

como herdeiro do vigor da cultura afro-brasileira, garantindo sua perpetuação e

ancestralidade. É, finalmente, uma espécie de sistema imunológico que garante a saúde

da escola, entrando em ação sempre que a invasão de elementos estranhos torna-se

particularmente ameaçadora. Junto com a ala das baianas, a Velha Guarda constitui o

aspecto mais importante de uma escola de samba.

DÉCIMA SEXTA ALA: ESCRITORES.

"Ser escritor é uma maneira de entender o mundo" (José Saramago )

O escritor tem em suas mãos a arte de encantar os outros com suas ideias e seus

pontos de vistas, de inventar outros mundos, e também poder dar novas possibilidades

aos mundos possíveis. A escrita é um passaporte para entrar em universos que se

repartem entre o fora e o dentro, o real e a utopia. Criando histórias, os escritores

possuem um poder nas mãos que são as palavras, assim eles se encontram bem mais

próximo da eternidade. Assim um livro escrito se torna uma moradia, uma casa para o

pensamento. Cada escritor com o seu estilo, podem afastar, aproximar, alegrar,

construir, elevar, entristecer, destruir, diminuir dependendo do seu estilo literário.

DÉCIMA SÉTIMA ALA: MÚSICOS.

“Enquanto houver músicos, teremos a esperança de sermos felizes”.

Musico é aquele que tem nas mãos o dom e a arte de impressionar a alma através

de sons, produzido e combinado de maneira agradável aos ouvidos, e assim provocar

comoção pela combinação de sons melodiosos e harmónicos e de usar uma linguagem

universal por excelência, porque a música é entendida por todos e assim o musico tem a

missão mais sublime do homem, “que é o exercício do pensamento tentando

compreender o mundo e torna-lo compreensível”.

DÉCIMA OITAVA ALA: PINTORES – ARTES PLASTICAS.

“Mãos que desenham, pintam, reproduzem, expressam tons, cores, emoções”.

As artes plásticas, sempre estiveram de mãos dadas, entrelaçadas em busca de

novas formas de comunicação e expressão para registrar o nosso tempo. E é exatamente

isto que as artes plásticas fazem: comunica-se com o público, registrando os

sentimentos, fazendo leituras diferenciadas da realidade, somando a estas visões outra,

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talvez, proveniente do terceiro olho. Dizem que os artistas o possuem e conseguem ver

o que os demais mortais não conseguem. Por isso registram a realidade com a

sensibilidade que Deus lhes deu. Tecem todas as formas de sentimento humano, as

cores, os cheiros, as nuances de ver a vida e como a vida nos vê, com nossas perfeições,

imperfeições, virtudes e pecados.

Sim, compete ao artista retratar a vida, registrando-a e transmitindo, para os

nossos semelhantes, a beleza que não é percebida por todos. A arte contribui para que o

homem se descubra como principal elemento do universo e passe a viver em harmonia

com a natureza e consigo mesmo. Consciente de sua cidadania, dos seus deveres e

direitos, consciente do seu papel na construção de um mundo cada vez melhor, onde não

existam disputas, guerras, miséria e necessitados.

Os artistas, de posse de suas singularidades individuais, expressam, na produção

de suas obras, o que há de mais sublime no ser humano.

DÉCIMA NONA ALA: ARTESÃOS

Mãos de artesãos que criam. Mãos de artesãos que dão as suas mãos por um

projeto. Trabalhar com artesanato é se embrenhar nas tramas, nas cores, nas formas e na

poesia na qual cada peça se transforma. Não é uma poesia convencional, mas algo além,

um não sei que de arte que nos envolve e nos transforma e começa a fazer parte do

nosso dia-a-dia. Nascendo de suas mãos criativas e ávidas por transformar trabalho em

beleza, ideias em maravilhosas obras de arte de uma poesia sem palavras.

VIGÉSIMA ALA: AS MÃOS NA ARTE DE BRINCAR (ALA INFANTIL)

Que as crianças brinquem mais! Sorriam mais! Corram mais! Brinquem mais

de faz de conta! Façam mais amizades!

E principalmente que as pessoas grandes percebam o quanto isso é

fundamental para a saúde das crianças!

A tradição das brincadeiras vem ultrapassando gerações e gerações, espalhando-

se por diferentes culturas e países. No entanto ainda é necessária uma verdadeira

cruzada em favor de um resgate dos jogos e brincadeiras populares, pois os mesmos

estão em extinção. Na brincadeira, é possível crescer, aprender e criar. É brincando que

a criança forma sua personalidade. Assim as crianças brincam com o que têm nas mãos

e com o que têm na cabeça. Mãos com mãos entrelaçadas entre sorrisos e brincadeiras, a

fantasia corre solta! Ai se vê um mundo livre em brincadeiras de roda, de pião, de soltar

pipas, de jogar bola, de jogar peteca.

2º CASAL DE MESTRE-SALA E PORTA-BANDEIRA: EDWARD MÃOS

DE TESOURA E KIM

O personagem Edward - Mãos de Tesoura é um veiculo que trás uma mensagem

clara e as simbologias postas pode ser facilmente trabalhada, pois ele é uma excelente

opção para se discutir o problema da intolerância e aceitação, das mãos que não se

entrelaçam nas diversas situações de indiferenças desestabilizadoras na sociedade. A

velha tese está ai de uma nova maneira: não aceitamos a diferença porque pensamos

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conhece-la. Precisamos ultrapassar os limites impostos pelo preconceito para de fato

conhecer o outro. É o conhecimento real das pessoas que faz com que a identidade

virtual que criamos daquilo que é considerado "bizarro" e "ameaçador" seja

desconstruída. Sob o manto da diferença se esconde sempre os "novos" matizes do

humano. Aliás, creio que esse é o real desafio, a (re) construção do conhecimento do

outro e de nós mesmos e buscando entender o porquê das mãos que dizem sim e dizem

não.

3º CARRO ALEGORICO: AS MÃOS E OS MISTÉRIOS DAS ARTES.

Todas as artes contribuem para a arte de viver! ( B.Brecht)

Toda a arte e impulso criativo humano devem ter dado seus primeiros passos

dentro da esfera da magia, sendo percebidos, em primeiro lugar, como tal.

A arte é cultura. É fruto de sujeitos que expressam sua visão de mundo, visão

esta que está atrelada a concepções, princípios, espaços, tempos, vivências. O contato

com a arte de diversos períodos históricos e de outros lugares e regiões amplia a visão

de mundo, enriquece o repertório estético, favorece a criação de vínculos com

realidades diversas e assim propicia uma cultura de tolerância, de valorização da

diversidade, de respeito mútuo, podendo contribuir para uma cultura de paz.

O conhecimento da arte produzida em sua própria cultura permite ao sujeito

conhecer-se a si mesmo, percebendo-se como ser histórico que mantém conexões com o

passado, que é capaz de intervir modificando o futuro, que toma consciência de suas

concepções e idéias, podendo escolher criticamente seus princípios, superar

preconceitos e agir socialmente para transformar a sociedade da qual faz parte.

Além das já referidas justificativas ontológicas e culturais para a importância da

arte na condução do mundo, cabe falar da dimensão simbólica da arte, de seu poder

expressivo de representar idéias através de linguagens particulares, como a literatura, a

dança, a música, o teatro, a arquitetura, a fotografia, o desenho, a pintura, entre outras

formas expressivas que a arte assume em nosso dia-a-dia.

Essas formas são linguagens criadas pela humanidade para expressar a realidade

percebida, sentida ou imaginada, e como linguagens que são, têm suas próprias

estruturas simbólicas que envolvem elementos tais como espaço, forma, luz e sombra

em artes visuais, timbre, ritmo, altura e intensidade em música, entre outros elementos

inerentes a outras linguagens da arte. Ora, o conhecimento dessas estruturas simbólicas

fica evidente que se constroem espontaneamente a varias formas artísticas de

expressões, que vão formar vários mundos diferentes.

13.5. Quinto Ato: Mãos que mudam destino.

O direito à vida não é só a garantia da “batida de um coração” ou uma “doce

ilusão”. É o direito a realizar o eterno projeto humano de ser dignamente feliz. É a

entrega a si mesmo no espaço de todos e o encontro mais profundo de cada um com

todos os outros convertidos em fraternos elos da experiência transcendente e transposta

no movimento entrecruzado de mãos que se conjugam para a superação de si mesmo e

para a construção permanente do viver mais justo com o outro.

O direito à vida guarda e resguarda a oportunidade justa de o homem tornar-se

inteiro em sua individualidade pela certeza da solidariedade de todos. Nele se contém a

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segurança da dignidade, posta a florescer na experiência plural. O direito à vida concede

ao homem não a certeza da vida, que a vida é sempre uma incerteza, mas a certeza de

que a solidão do seu ser pode converter-se na solidariedade do permanente tornar-se

feliz.

A vida é da natureza, a vida digna transformada pela construção de cada dia, é

da razão essencial do homem. A vida põe-se pela natureza e impõe-se pela mão do

homem. Por isso o direito à vida é obra construída com todos, é a arte de fazer brotar na

realidade o que é próprio e inato ao homem.

A vida com justiça social é que é o objeto do direito. E a vida é justa quando

garantida a dignidade da experiência humana. Vida com fome, sem moradia, sem

saneamento básico, sem educação e saúde não é justa e nem digna. Vida com dor

também não, seja qualquer a espécie de dor que acometa o homem. A vida tocada pelo

medo e pela angústia é experiência malsã, mais ainda se o desequilíbrio vem de fora.

O direito à vida é a substância em torno da qual todos os direitos de mãos dadas

se conjugam se desdobram, se somam para que o sistema fique mais e mais próximo da

ideia concretizável de justiça social.

- Descrição de Alas, Carro Alegórico do Terceiro Ato:

VIGÉSIMA PRIMEIRA ALA: RECICLADORES.

As graves consequências do desrespeito às Leis Naturais podem ser verificadas

no meio ambiente através da poluição, em todos os campos da atividade humana. Essa

situação já chegou ao seu limite. Se continuar agindo assim, é certo que o homem

acabará destruindo o planeta e a si mesmo.

Tudo o que é natural na Terra é vivo e tem consciência. O homem perdeu o

sentido, esqueceu-se que a Terra é a nossa Mãe.

O pior é que desconhece os efeitos das ações irresponsáveis que pratica com a

natureza. Não tem consciência dos crimes que comete por interesses econômicos.

A Terra é um ser vivo. É a Mãe que alimenta todas as criaturas. A Terra supre

com suas substâncias o nosso corpo físico. Como toda mãe, ela provê todas as

necessidades de suas formas de vidas, generosamente. Todas as criaturas que andam,

nadam, rastejam, correm, voam e até mesmo plantas. Sendo que todas as coisas vivas

nasceram aqui e dividem com os humanos a vida na Terra, e foram concebidas pelas

Mãos Supremas do Criador, devemos então honrá-las como sendo conscientes de sua

missão no Plano Universal, e devemos nos harmonizar com todas elas para andarmos

em equilíbrio na nossa Mãe Terra.

Procuramos nos harmonizar com a Criação para podermos alcançar o Criador.

Nós que praticamos a reciclagem, temos a responsabilidade de zelar pela nossa Mãe

Terra e, temos a missão de buscar a cura planetária, tanto no tocante a qualidade

ambiental, como energética e espiritual. Jamais poderemos ser absolutamente saudáveis

se vivemos num planeta doente, não evoluiremos se não fizermos a parte que nos cabe.

O que estivermos fazendo a Terra, estaremos fazendo a nós mesmos e a nossos

filhos. Respeitar a Terra é respeitar seu Criador.

Que essa corrente de consciência sobre reciclagem se expanda cada vez mais na

linha da Luz, para que possamos influenciar os líderes e governantes deste planeta,

visando garantir uma vida melhor.

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VIGÉSIMA SEGUNDA ALA: AMBIENTALISTAS.

Nós os ambientalistas de mãos dadas nos sentimos guardiões da Mãe Terra.

Resgatamos a profunda conexão do homem com a Terra, aprendemos a honrar todas as

formas de vida, pois onde há vida, está Deus. Procuramos nos harmonizar com a

Criação para podermos alcançar o Criador. Ao longo de três mil anos, a humanidade

veio se afastando cada vez mais das Leis da Natureza, que são as Leis do Universo.

Movido pelo materialismo, que o faz acreditar somente naquilo que vê, e pelo egoísmo,

que o leva a agir de acordo com sua própria conveniência, o homem tornou-se

prisioneiro de uma ambição desmedida e inconsequente e vem destruindo o equilíbrio

do planeta, criando para si e para seu semelhante, a desarmonia e a infelicidade. Nós

ambientalistas chegamos para defender nossa Mãe Terra, guerreando silenciosamente,

procurando plantar uma semente de amor no coração daqueles que não reconhecem sua

Mãe, daqueles que lutam por um mundo ilusório, daqueles que não percebem as belezas

da Criação. Sabemos que a melhor maneira de agradar o Criador é respeitando,

honrando e preservando o meio ambiente.

VIGÉSIMA TERCEIRA ALA: SOLIDARIEDADE.

“A solidariedade são os únicos valores que nos podem retirar dos tempos

difíceis que atravessamos”. (Teresa de Sousa)

A solidariedade é um sentimento natural que leva os homens a se auxiliarem

mutuamente. Consiste, portanto, em um ato de atenção e generosidade para com aquele

ou aqueles que estão precisando de algum auxílio: seja financeiro, material, intelectual,

ou sentimental; de um apoio, de um encorajamento, de um consolo, de uma motivação.

Devido às diferenças individuais e à diversificação de necessidades, de recursos e de

possibilidades, esse sentimento é despertado em nós e cresce diante de reveses pessoais

ou coletivos. A solidariedade, embora sendo um atributo natural do homem, precisa ser

estimulada e educada para que se manifeste oportuna e espontaneamente diante das

circunstâncias cotidianas da vida e, principalmente, em casos especiais de crise,

coletivos ou individuais. Para ser solidário é preciso despojar-se de imperfeições e

vícios tais como: o egoísmo, o orgulho, a indiferença, o preconceito, o comodismo e o

medo. A solidariedade pode e deve ser exercitada: na família, o que ocorre quase que

imperceptivelmente; na escola onde ela pode e deve ser esclarecida, incentivada e

exemplificada; nos ambientes de trabalho onde ela pode e deve ser propalada e

enaltecida; nos meios sociais e comunitários onde ela pode e deve ser organizada e

institucionalizada; nas instituições religiosas onde ela encontra o respaldo da fé, do

amor e da caridade.

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VIGÉSIMA QUARTA ALA: AMOR E FRATERNIDADE (BAIANAS)

“Todas as pessoas nascem livres e iguais em dignidade e direitos. São dotadas

de razão e de consciência e devem agir em relação umas às outras com espírito de

fraternidade”. (DECLARAÇÃO UNIVERSAL DOS DIREITOS HUMANOS, Assembleia Geral das Nações

Unidas, em 10 de dezembro de 1948)

Mãos de Mãe, Mãos que amam, Mãos de Luz, Mãos fraternas, Mãos que

ajudam, Mãos que auxiliam, Mãos que ensinam, Mãos que amparam, Mãos que

confortam, Mãos de Misericórdia.

Os sentimentos sublimes e afetuosos certamente levarão os que nos rodeiam a

terem mais amor e fraternidade e principalmente a acreditarem que o amor existe sim, é

só uma questão de conexão com o nosso ser integral, com a nossa essência.

Através dessa conexão, um elo se forma através do encontro das mãos. Um elo,

que realmente pode ser momentâneo a nível visível, mas o importante é o elo que fica

dentro de nós, de nossa alma, ele fica gravado para sempre.

É oportuno pensar: - Será que quando escrevemos palavras na areia da praia e a

água vem e as desmancha, a areia continua sendo a mesma? Ou ela também teve seu

momento de alegria, de cumplicidade, de momentaneidade?

Dessa maneira tão tênue, a fraternidade também pode se expandir e por que não

seu coração pode bater mais forte? Então o seu caminho segue, mas dessa vez diferente,

com motivação, com vontade de continuar, de seguir de uma maneira mais completa e

feliz...

VIGÉSIMA QUINTA ALA: MÃOS DA JUSTIÇA

“O verdadeiro Estado de Direito só pode existir quando a justiça brandir a

espada com a mesma habilidade com que manipula a balança.” (Rudolf Von Ihering)

O fim da justiça é a paz; o meio de atingi-lo é a luta. A justiça não é uma simples

ideia, é força viva. Por isso a justiça sustenta, em uma das mãos, a balança, com que

pesa o Direito, enquanto na outra segura a espada, por meio da qual se defende. A

espada sem a balança é a força bruta, a balança sem a espada é a impotência da justiça.

Uma completa a outra, pois sem esta não haveria de se produzir Justiça e sem a qual não

se asseguraria o valor constitucional da igualdade, da liberdade e da democracia.

3º CASAL DE MESTRE-SALA E PORTA-BANDEIRA E MESTRES-

SALAS E PORTA-BANDEIRAS MIRINS: MÃOS DO SABER – EDUCADORES.

Despertar a magia do saber e abrir caminhos de esperança desvendar o mistério

do cálculo, da fala e da escrita. É criar o real desejo de ser. É promover o saber

universal e formar médicos, cientistas, técnicos, administradores, artistas. É participar

profundamente do crescimento social. É trabalhar em grande mutirão lançando as

primeiras bases que transformarão ideias em projetos executados em terra firme ou em

imensidão. É não se dar conta da amplitude de um trabalho que é missão mover o

mundo que um dia passou por suas mãos.

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4º CARRO - MÃOS DA JUSTIÇA E O CONTRASTE SOCIAL

“A falta da justiça social pode ser responsável pelo nascimento de um monstro

dentro de nosso coração: o do comodismo”.

Justiça Social, reconhecemos a importância de combater a pobreza, a exclusão e

o desemprego para promover a solidariedade, harmonia e igualdade de oportunidades na

sociedade e entre sociedades.

Neste dia de carnaval a Embaixada Copa Lord, nos leva a refletir sobre a

importância da justiça social para os nossos esforços destinados a construir um mundo

mais estável, equitativo e seguro. O objetivo da justiça social para todos está no cerne

da missão das Nações Unidas a favor do desenvolvimento e da dignidade humana. A

iniciativa a favor de uma proteção social mínima, lançada em nível de todo sistema da

ONU, visando promover prioridades e soluções comuns, a fim de assegurar garantias

sociais básicas para todos.

A justiça social baseia-se nos valores da equidade, igualdade, respeito pela

diversidade, acesso à proteção social e aplicação dos direitos humanos em todos os

domínios da atividade humana, incluindo o mundo do trabalho. Estes princípios são,

hoje, mais importantes do que nunca, sobretudo porque estamos a sofrer as

consequências da crise económica e financeira que se traduziu em aumentos

significativos do desemprego e da pobreza e que tornou ainda mais difícil a integração

social.

As maiores economias mundiais estão a começar a emergir desta contração

mundial. Devemos assegurar que os povos do mundo também possam fazer o mesmo.

Os Objetivos de Desenvolvimento do Milénio são um dos principais instrumentos das

Nações Unidas para conjugar justiça social e desenvolvimento, em benefício dos mais

pobres e vulneráveis.

Aproveitemos, pois, a oportunidade nesse carnaval unindo as mãos com as mãos

da Justiça Social numa busca que nos ofereça possibilidades para renovarmos o nosso

compromisso a favor desta causa tão importante e para reconhecermos que, apesar de

terem realizado alguns progressos, há ainda muito por fazer. A ausência de justiça

social, onde quer que seja, constitui uma afronta a todos nós.

VIGÉSIMA SEXTA ALA: MÃOS AMIGAS (GRUPO AMIGOS DA COPA

LORD)

Começa a liberdade e a igualdade quando as mãos se entrelaçam e fazem o

coração cantar em pró das mãos-trabalho; mãos-carinho; mãos-ternura; mãos- justiça,

mãos- paz e que levantadas bailam em harmonia no grande salão popular a passarela

”Nego Quirido” contra a desigualdade social.

E nesta liberdade sentida no carnaval o Grupo Amigos da Copa Lord constrói

em alegria, em fantasia aquilo que o coração sente que pode perdurar depois da quarta

feira de cinzas – a justiça social.

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14. Distribuição Das Alas e Carros Alegóricos e Tripé

14.1. Primeiro Ato: Homem e a mística das mãos

- Comissão De Frente: Mãos fiandeiras dos destinos

- 1º Casal de Mestre-Sala e Porta-Bandeira: Luz da criação

- 1º Carro: Abre-Alas - As mãos e o mundo místico da criação

- Primeira Ala: Monges Budistas - Mudras

- Destaque Especial: Madrinha da Bateria – Deusa Africana

- Segunda Ala: Bateria - Alabês ou Tamboreiros - Mãos que falam

- Destaque: Candaces – Rainha Africana, mãos do poder feminina.

- Terceira ala: Passistas - Mãos Guerreiras

- Cidadão Samba e Cidadã Samba: Mãos entrelaçadas- fé aos Orixas

- Quarta Ala: Okolofé Babás - Sacerdote do candomblé

- Destaque: Mãos da paz celestial – Anjos da sabedoria

- Quinta Ala: Cardeais - Imposição de mãos

- Sexta Ala: Quiromantes

- Corte da Escola: Mãos – Simpatias místicas em rituais

- 1ºAlegoria (tripé): A mística das mãos.

14.2. Segundo Ato: Mãos mágicas no mundo da ciência

- Destaque: Mãos sábias – Sacerdotisa druista

- Sétima Ala: Bruxas e feiticeiros (ala coreografada)

- Oitava Ala: Alquimistas

- Nona Ala: Cientistas

- Destaque: Mãos em delírios cibernéticos

- Decima Ala: A robótica das mãos

Page 35: Book oficial carnaval 2011  copa lord

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- 2º Carro - Mãos da ciência e o avanço tecnológico

14.3. Terceiro Ato: Mãos, e o trabalho de cada dia.

- Destaque: Mãos mensageiras de sonhos

- Decima Primeira Ala: Mensageiros

- Decima Segunda Ala: Artífices

- Decima Terceira Ala: Agricultores

- Decima Quarta Ala: Gastronomia (mãos na cozinha)

- Destaque: Mãos que sovam a massa e fazem o pão

- 2º Alegoria (tripé): Mãos que plantam e colhem.

14.4. Quarto Ato: Mãos e o fascínio das artes

- Destaques: Grupo Tradição - Samba Raiz em nossas mãos

- Decima Quinta Ala: Velha Guarda - A arte do samba em nossas mãos

- Decima Sexta Ala: Escritores

- Destaque: Mãos em sinfonia

- Decima Sétima Ala: Músicos

- Destaque: Mãos nas artes plásticas espelho do mundo

- Décima Oitava Ala: Pintores

- Destaque: Mãos artesão poeta das formas

- Décima Nona Ala: Artesãos

- Vigésima Ala: Crianças - As mãos na arte de brincar

- 2º Casal de Mestre-Sala e Porta-Bandeira: "Edward Mãos de Tesoura e Kim"

- 3º Carro: As mãos e o fascínio das artes

14.5. Quinto Ato: Mãos que mudam destinos.

- Vigésima Primeira Ala: Recicladores

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- Destaque: Mãos dadas com a natureza

- Vigésima Segunda Ala: Ambientalistas

- Vigésima Terceira Ala: Solidariedade

- Vigésima Quarta Ala: Baianas - Amor e fraternidade

- Vigésima Quinta Ala: Justiça

- 3º Casal de Mestre-Sala e Porta-Bandeira e Mestres-Salas e Porta-Bandeiras

Mirins: Mãos que ensinam - Educadores

- 4º Carro: Mãos da justiça e o contraste social

- Vigésima Sexta Ala: Grupo Amigos da Copa Lord - Mãos amigas

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15. Samba Enredo

Titulo: Enfim... Há Mãos e Mãos! As Tuas, Quais São?

Autores: Celinho da Copa Lord, Edu Aguiar, Wagner Segura e Tom Tom.

Rompeu as trevas o divino senhor.

Num brilho de encanto, surgiu o universo,

Da força da criação.

Mãos que encantam mãos de magia,

Sustentam sonhos e fantasias,

Fazendo o mundo acontecer,

Voando ao infinito,

Buscar abrigo nas divinas mãos do criador,

Doces mãos, que dizem sim e dizem não,

Amparam, embalam, alimentando ilusões,

Verdades, mentiras em nossos corações.

De amarelo vermelho e branco,

Eu tatuei meu coração,

O meu amor por ti é sério,

Está escrito na palma da minha mão.

Descortina a ciência, a arte em sabedoria,

Unindo o homem em todas as eras,

A luz da evolução.

Braços abertos, mãos espalmadas,

Toque sagrado em oração,

Mão que planta, que colhe e faz o pão,

Dignidade pra quem trabalha,

Meu pedacinho de chão,

Justiça no mundo e igualdade,

Trazendo a felicidade.

Sou Guerreira,

Nesse balanço, embalando a mais querida,

Com a Copa Lord lá vou eu,

De mãos dadas e de bem com a vida.

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16. Comissão De Carnaval 2011

Presidente - Dejair Veloso

Diretor de Carnaval - Antônio José Leopoldo

Autores do Enredo - Edu Aguiar e Celio da Copa Lord

Comissão de Pesquisa de Enredo - Edu Aguiar, Celio da Copa Lord e Ley

Vaz.

Carnavalescos (Equipe) - Ley Vaz, Edu Aguiar, Leonardo Bezerra, Carlos

Souza e Anderson Oliveira.

Diretores de Harmonia - Nádia Martins, Osvaldo Antônio Nunes (Vado),

Alciléia da Silva Luz (Léia) Carlos Manoel Ramos Luz (Carlos), Cesar Nunes, Carlos

Eduardo Arêias (Arêias) e Alda Lúcia da Silva.

Coordenador de Fantasias e Adereços - Leonardo Bezerra (Leo)

Coordenador do Barracão: Nome: Jaci Carlos Barbosa

Coordenador de Carros e Alegorias - Ley Vaz

Coordenador de Bateria - Paulo Cesar da Silva Junior

Coordenador de Ensaios da Bateria - Marcos Aurélio Rosa.

Coordenador Musical - Wagner do Amaral Segura

Coordenador de Destaque - Antônio José Leopoldo

Coordenadores de Mestres Salas e Porta Bandeiras - Primeiro casal: Carlos

Alberto de Maria. Segundo casal: Gislaine Souza Dias. Terceiro casal e Escola de

Mestres Salas e Porta Bandeiras: Sandra Regina de Maria

Coordenador da Comissão de Frente: Anderson Oliveira.

Coordenador da Ala Coreografada - Leandro Murilo dos Santos

Coordenador do Atelier de Costura - Leonardo Bezerra (Leo)

Coordenadores de Vendas das Fantasias - Joelson Veloso e Luana Najara

Cardoso dos Santos

Coordenadora da Ala das Baianas - Maria de Lourdes da Costa Gonzaga

(Dona Uda)

Coordenadora da Ala das Crianças - Maria de Lourdes da Costa Gonzaga

(Dona Uda)

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Coordenadores de Alas da comunidade - Sandra Cristina Nascimento, Lia

Rosanda Cardoso, Flavia Silva Barbosa, Rosa Maria Souza e Claudete Cardoso

Nascimento

17. Corte Da Escola

Rainha da Escola - Michele Crispim

Primeira Princesa - Juliana de Lima

Segunda Princesa - Rosangela Freitas Costas

Madrinha de Bateria - Aline Koerich

Musa da Escola - Camila da Silva Luz

Cidadã Samba - Geanne Abbott.

Cidadão Samba - Jerferson Willian da Costa (Nego Jê)

Primeiro Casal de Mestre-Sala e Porta-Bandeira - Luiz Carlos de Araújo

(Lu) e Telma Campos (Telminha)

Segundo Casal de Mestre-Sala e Porta-Bandeira - Leandro Murilo dos Santos

e Fernanda Silva da Fonseca

Terceiro Casal de Mestre-Sala e Porta-Bandeira - Michel da Silva Costa e

Manoela Livramento Prates

Casais de Mestres-Salas e Porta-Bandeiras Mirins - Alexson Cristian de

Maria e Ana Carolina da Conceição, Izaias Whalisson Cardoso e Giany Luiza Hilario,

Iago da Silva Costa e Ihagrine Louise da Silva, Jhonatan Conceição da Silva e Camila

Maria da Silva, Eliton Luiz Costa de Jesus e Larisa Beatriz Brasil.

18. Comissão de Frente

Coreografo da Comissão de Frente - Jonas Correa

Elenco comissão de frente – Jonas Corrêa, Beatriz Corrêa, Jeniffer Coelho,

Bruno Lacerda, João Salvador Coelho, Luiz Stainer, Fabio Alexandre, Tamili Amaro,

Thuani Silva, Roberto Corrêa, Lara Delmont, Cintia Silva, Jarques Vargas, Alcir Junior

Costa, Damyela Souza

19. Velha Guarda – Grupo Tradição

Porta Estandarte - Maria Ramos dos Santos representando Benta Góes, a

primeira Porta Estandarte da Escola de Samba.

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Mestre-Sala - Vidomar Telles representando o primeiro Mestre-Sala Avez-vous

da Escola de Samba.

Comissão de Frente - Mário César da Silva, Valmir Telles, João Ferreira de

Souza (Teco), Osmarino Nascimento, Antonio Vicente da Silva e Edevaldo C. da Silva

representando a primeira comissão de frente da Escola de Samba.

Madrinha da Velha Guarda - Jandira Souza da Rosa

Grupo Musical de apoio a Velha Guarda - Jandira Souza da Rosa, Julia Maria

Coelho, Douglas DellaTorre.

20. Grupo Musical

Violão Sete Cordas – Wagner do Amaral Segura

Violão Seis Cordas – Rodrigo Costa

Cavaquinhos – Anderson Ricardo Santos (Andy), Gerson Carlos de Maria,

Thyago Cardoso Pacheco.

Primeiro Intérprete – Wilson Cândido de Souza Filho (Mará)

Vocalistas – Valnei Pereira (Neco), Rafael Leandro da Silva, Welington Luiz

Veloso, Ivan Alves Lima, Mirela Isabel Carpes e Nilza Camélia Martins.

Diretor de bateria – Otavio José de Oliveira Neto (Mestre Duda)

Apoio Diretor de bateria – André Luiz da Cunha, Luiz Rodrigo Fermian,

Liverson Leandro da Cunha, Karla Terezinha Carlos da Rosa, Cleiton Freitas, Rodrigo

Noceti Martins e Ademilton dos Santos.

21. Destaques de Carros Alegóricos

1º Carro Alegórico – Abre Alas

1º Destaque - Antonela Tassinari

2º Destaque – Felipe Bruno Martins Fernandes

3º Destaque – Simone Cristina Peter Rosa

4º Destaques – Yara Guns Xavier

5º Destaques – Tamara Leopoldo

6º Destaques – Elizângela Leopoldo

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7º Destaques –

8º Destaques –

9º Destaques –

10º Destaques –

11º Destaques –

12º Destaques –

13º Destaques –

14º Destaques –

15º Destaques –

16º Destaques –

17º Destaques –

18º Destaques –

19º Destaques –

20º Destaques –

21º Destaques –

2º Carro Alegórico

1º Destaque – Cinthia Cristina da Rosa

2º Destaque – Francielly Schlemper Machado Nascimento

3º Destaques – Matheus de Brito Bento Rodrigues

4º Destaque – Clodonei da Silva

5º Destaques – Camila Regina Nascimento

6º Destaques – Suzana da Silva

7º Destaques – Aloisio de Souza

8º Destaques – João Leonel Machado Farias

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9º Destaques – Luana Najara Cardoso dos Santos

10º Destaques –

11º Destaques –

12º Destaques –

13º Destaques –

14º Destaques –

15º Destaques –

16º Destaques –

17º Destaques –

18º Destaques –

19º Destaques –

3º Carro Alegórico

1º Destaque – Francine Sgnaolin

2º Destaque – Jociane Firmo Sgnaolin

3º Destaques – Rodrigo Henrique Schimitt

4º Destaque – Milene Cristine Borges

5º Destaques – Alessandra Kelli Vieira Machado

6º Destaques –

7º Destaques –

8º Destaques –

9º Destaques –

10º Destaques –

11º Destaques –

12º Destaques –

13º Destaques –

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14º Destaques –

15º Destaques –

16º Destaques –

4º Carro Alegórico

1º Destaque – Maria de Lourdes da Costa Gonzaga (Dona Uda)

2º Destaque – Liana Gualberto

3º Destaques –

4º Destaque –

5º Destaques -

6º Destaques –

7º Destaques –

8º Destaques -

Destaque Especial – Grupo de Teatral Terra de São Jose – Coordenado por

Adriano de Brito

22. Destaques de chão

Primeiro ato:

Segundo Ato:

Terceiro Ato:

Quarto Ato:

23. Equipe de Galpão

Coordenador: Jeferson Willian da Costa

Escultor: Marcelo Costa Freitas

Laminador: Ricardo Rodrigues da Silva

Serralheiro: Marcelo Alves

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Pintor: Armando Valentim da Costa

Membros: Kalondj Danté da Costa, Jaqueline Rosa, Eliziane da Silva,

Rodrigues Donizeti Ferreira da Silva, Marilene Bittencourt, Luiz Fernando Carlindo,

Fábio Bento dos Santos, Rudnei dos Santos, Diego Cunha de Andrade, Zuleika Abreu

de Souza, Maria Humildes da Silva e Natan Quadros.

24. Equipe Ateliê de Fantasias e Aderecistas

Coordenador: Paulo Cesar da Silva Junior – Coordenador

Membros: Adriana Varella, Sandra Regina de Maria, Rosilene Carlos Cardoso,

Thiago Nascimento, Jucely Lucimar Vieira, Maria do Carmo da Silva, Maria Celestina,

Alda Velela, Vanderlei Bittencourt, Maria Gonilde Bittencourt, Cleide de Almeida,

Isaias Hualisson Cardoso, Jeferson Willians dos Santos, Alan Rodrigues, Mariana

Cardoso Gomes, Lurdes Rita, Heloana Rodrigues Telles Bittencourt, Marcos Vinicios

Cardoso e Marilene Vilela.

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25. Referências Bibliográficas

1. DIDI-HUBERMAN,Georges.L`Emprente. Paris, Centre Georges Pompidou,

Ce que nous voyons, ce qui nous regarde. Paris, Minuit, 1992

2. DURAND, Gilbert. A imaginação simbólica . São Paulo, Martins Fontes,

1988, pg. 10

3. ELIADE, Mircea. Imagens e Símbolos. São Paulo, Martins Fontes, 1991

4. FREUD, Sigismund, Totem e Tabu, Rio de Janeiro, Imago,1974

5. HABER, Alicia , Mitologias de ausencia en el arte uruguaio de hoy: las

instalaciones de Rimer Cardillo y Nelbia Romero. In BULHÕES-KERN, Artes

Plásticas na América Latina Contemporânea, Porto Alegre, EDUFRGS, 1994. pg. 129

6. LE BOT, Marc. "L'art et le sacré". In: Colóquio-Artes. Lisboa, n. 100, março

1994,

7. LANGER, Susanne. Filosofia em nova chave. São Paulo, Perspectiva, 1989

8. SEXTA BIENAL DE LA HABANA, Catálogo Geral, Habana, 1997, pg. 164

9. Maria Amélia Bulhões

10. As problemáticas relativas à capacidade das imagens plásticas não

discursivas de conter significados foram abordadas de forma bastante esclarecedora por

Susanne Langer em "Filosofia em Nova Chave", e por Didi-Huberman, em "Ce que

nous voyons ce qui nous regarde". (voltar)

11. Violeta Teixeira – nasceu no Funchal, Ilha da Madeira. Licenciada em

Filologia Romântica pela universidade de Letras de Lisboa e Portugal. Texto de:

SILVINHO ZABISKY, Comunidade Beatitudes da comunicação social" (Christifideles

Laici - pág.125).