morte de lord lichfield / segredos de o cÓdigo da vinci

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MORTE DE LORD LICHFIELD LIGADA A SEGREDOS DE O CÓDIGO DA VINCI? Enquanto a morte em 11 de novembro 2005 do primo da Rainha da Inglaterra, Thomas Patrick John Anson, 5 O conde de Lichfield, mais conhecido como Lorde Lichfield, foi tida oficialmente como de causas naturais (hemorragia cerebral), Bruce Burgess, em seu documentário de 2008 Bloodline (Linhagem) apresenta uma nova e possível versão para a morte do lorde: a de que ele poderia ter morrido não por causas naturais, e sim, por assassinato por meio de envenenamento, como forma de evitar apresentação de documentos envolvendo segredos vitais de O Código da Vinci de Dan Brown. É claro que os descrentes da teoria de Dan Brown descartam a priori qualquer coisa relacionada com sua novela como é o caso do comentário que segue: ... Burgess também usou o truque de bons efeitos dramáticos com a morte do lorde Lichfield, afirmando que estava prestes a encontrar o lorde para receber importantes informações e, então, o lorde repentinamente morreu. É importante deixar claro que Burgess em nenhum momento afirmou assassinato no caso de Lichfield, tão somente abriu a possibilidade para que assim o fosse. Na dúvida, venho aqui apresentar motivos razoáveis para que a versão de assassinato se torne plausível através de motivos históricos irrefutáveis referentes aos antecedentes familiares do lorde e que não foram mencionados por Burgess em seu documentário. Segue abaixo resumo de notícia da morte do lorde seguido da tradução da mesma, seguindo-se então a minha exposição de motivos baseada em fatos reais. Lichfield ‘murder’ claim over Da Vinci Code secrets LICHFIELD ‘MURDER’ CLAIM OVER DA VINCI CODE SECRETS

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Page 1: MORTE   DE   LORD   LICHFIELD   /  SEGREDOS   DE  O   CÓDIGO   DA   VINCI

MORTE DE LORD LICHFIELD LIGADA A SEGREDOS DE O CÓDIGO DA VINCI?

Enquanto a morte em 11 de novembro 2005 do primo da Rainha da Inglaterra, Thomas Patrick John Anson, 5O conde de Lichfield, mais conhecido como Lorde Lichfield, foi tida oficialmente como de causas naturais (hemorragia cerebral), Bruce Burgess, em seu documentário de 2008 Bloodline (Linhagem) apresenta uma nova e possível versão para a morte do lorde: a de que ele poderia ter morrido não por causas naturais, e sim, por assassinato por meio de envenenamento, como forma de evitar apresentação de documentos envolvendo segredos vitais de O Código da Vinci de Dan Brown.

É claro que os descrentes da teoria de Dan Brown descartam a priori qualquer coisa relacionada com sua novela como é o caso do comentário que segue:

... Burgess também usou o truque de bons efeitos dramáticos com a morte do lorde Lichfield, afirmando que estava prestes a encontrar o lorde para receber importantes informações e, então, o lorde repentinamente morreu.

É importante deixar claro que Burgess em nenhum momento afirmou assassinato no caso de Lichfield, tão somente abriu a possibilidade para que assim o fosse. Na dúvida, venho aqui apresentar motivos razoáveis para que a versão de assassinato se torne plausível através de motivos históricos irrefutáveis referentes aos antecedentes familiares do lorde e que não foram mencionados por Burgess em seu documentário. Segue abaixo resumo de notícia da morte do lorde seguido da tradução da mesma, seguindo-se então a minha exposição de motivos baseada em fatos reais.

Lichfield ‘murder’ claim over Da Vinci Code secrets

LICHFIELD ‘MURDER’ CLAIM OVER DA VINCI CODE SECRETS

Wednesday April 23,2008WAS the Queen’s cousin Lord Lichfield (pictured) murdered because he was about to reveal the real life secrets of the theories in the best-selling novel The Da Vinci Code?

The society photographer died in hospital aged 66 of a brain haemorrhage in 2005 hours after collapsing at a friend’s shooting party in Oxfordshire.

Although his death was stated to be from natural causes, evidence unveiled in a new film documentary, Bloodline, suggests Lichfield may have been killed by poisoning because he was about to reveal information about the fabled secret society, the Priory of Sion, referred to in the novel.

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Director Bruce Burgess got wind of the conspiracy theory regarding Lichfield during his three-year investigation into the novel’s claims that Mary Magdalene was Christ’s wife and was pregnant with his child when he was crucified and had later fled to France. Burgess took on the study after associates told him that much of Dan Brown’s story was true, and that “a body of evidence” proves the bloodline of Jesus and Mary exists in a tomb beneath a French church. But, as he attempted to uncover the truth about the Priory of Sion, he came up against a number of hurdles. And soon after Lord Lichfield offered to show him “vital” documents that would aid his research, he suddenly died. Burgess states in the film: “A man we were going to meet, Lord Lichfield, died last night at a party. Apparently he died of a cerebral haemorrhage. He was going to show us some papers he had connected to the Priory and this whole mystery.”

TRADUÇÃO

“ASSASSINATO” DE LICHFIELD CREDITADO A SEGREDOS SOBRE O CÓDIGO DA VINCI

O primo da Rainha, lorde Lichfield, (na foto) foi assassinado por estar prestes a revelar reais segredos sobre as teorias da novela best seller O Código Da Vinci?

O fotógrafo da sociedade, de 66 anos, morreu em 2005 de hemorragia cerebral no hospital, horas depois de colapso numa caçada com amigos em Oxforshire.

Embora sua morte tenha sido declarada de causas naturais, evidências reveladas em um novo filme documentário, Bloodline (Linhagem), sugere que Lichfield pode ter sido assassinado por envenenamento, porque estava prestes a revelar informações sobre a famosa sociedade secreta, o Priorado de Sião, referido na novela.

O diretor Bruce Burgess tomou conhecimento da teoria de conspiração com relação a Lichfield durante sua investigação de 3 anos sobre as afirmações da novela de que Maria Madalena era a esposa de Cristo e estava grávida quando ele foi crucificado e, depois fugiu para a França.

Burgess assumiu o estudo depois que associados lhe disseram que muito da história de Dan Brown era verdade, e que “um corpo de evidência” prova que a linhagem de Jesus e Maria existe em uma tumba sob uma igreja francesa.

Contudo, assim que ele tentou desvendar a verdade sobre o Priorado de Sião, ele tropeçou em vários obstáculos. E, logo após lorde Lichfield oferecer apresentar-lhe documentos “vitais” que ajudariam em sua pesquisa, Lichfield repentinamente morreu.

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Burgess declara em seu filme: “Um homem com quem iríamos encontrar, lorde Lichfield, morreu na noite passada. Aparentemente ele morreu de hemorragia cerebral. Ele iria nos apresentar alguns documentos que possuía e que conectavam o Priorado com todo este mistério.” (O comentário na íntegra pode ser lido no link: http://www.express.co.uk/posts/view/42203/Lichfield-murder-claim-over-Da-Vinci-Code-secrets

OS MOTIVOS

É sabido que a novela de Dan Brown é baseada no livro O Santo Graal e a Linhagem Sagrada que, por sua vez, foi inspirado em um mistério acontecido na região do Languedoc, sul da França, mais precisamente no vilarejo Rennes-le-Chateau. Este mistério teve como protagonista o abade Bèrenger Saunière, pároco da igreja de Rennes.

Por sua vez, o mistério do pároco é fortemente baseado em uma pintura de Nicolas Poussin, intitulado Les Berger D’Arcadie (Os Pastores da Arcádia) apresentado abaixo, que atualmente encontra-se no museu do Louvre. Nesta segunda versão da pintura, há uma inscrição latina enigmática, Et in arcádia ego... Segundo pensa-se, e muitos desacreditam, tanto o quadro quanto esta inscrição encerram informação criptográfica sobre a base do segredo de Saunière e que tornou-se inspiração para o livro, para o filme, e, na esteira destes, para muitos outros trabalhos incluindo o Bloodline (Linhagem) de Burgess.

Apesar de muitas refutações sobre a veracidade do mistério sobre pároco Saunière, existe um corpo de evidências que não pode ser contestado e que está relacionado com a pintura acima de Poussin.

Embora Burgess não tenha mencionado em seu filme documentário este corpo de evidência, ele existe como forma de apoiar a possibilidade de assassinato de Lichfield como Burgess afirma. Esta evidência é uma peça misteriosa do quebra-cabeça de Rennes-le Chateau e se situa na Grã-Bretanha, em Staffordshiere.

Et in Arcadia Ego de Nicolas Poussin (segunda versão)Museu do Louvre, Paris

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Como nos conta O Santo Graal e a Linhagem Sagrada, “quando Charles Radclyfe, suposto grão-mestre do Sinai, escapou da prisão de Newgate em 1714, ele foi ajudado por seu primo, o conde de Lichfield. Mais tarde, no mesmo século, a linhagem do conde de Lichfield se extinguiu e seu título entrou em declínio. Ele foi comprado no início do século XIX por descendentes da família Anson, cujos membros são atualmente condes de Lichfield”.

Dentre os descendentes da família Anson na época da morte de Lichfield, um deles era o primo de Sua Majestade, Thomas Patrick John Anson, 5O conde de Lichfield; isto mesmo, o próprio conde que supostamente entregaria os documentos vitais ao produtor do filme, Bruce Burguess.

O 5O conde de Lichfield, Thomas Patrick John Anson, era filho de Anne Ferelith Fenella Bowes Lyon, que era filha de John Herbert Bowes Lyon, que era filho de Claude George Bowes Lyon e Nina Cecilia Cavendish Bentinck. Estes, Claude George e Nina Cecília eram também os pais de Elizabeth Angela Marguerite Bowes Lyon, a Rainha Mãe, esposa do Rei da Inglaterra George VI. Isto coloca Lichfield como primo de Sua Majestade, a Rainha Elizabeth II e também como descendente da família Cavendish que voltará a ser mencionada.

Claude George Bowes Lyon, 14O conde de Strathmore e Kinghome Nina Cecilia Cavendish Bentinck, condessa de Strathmore

Lady Elizabeth Angela Marguerite Bowes-Lyon John Herbert "Jock" Bowes-Lyon A Rainha Mãe Honorável Fenella Hepburn-Stuart-Forbes-Trefusis George VI, Rei da Inglaterra

Elizabeth Alexandra Mary de Windsor, Rainha da Inglaterra Anne Ferelith Fenella Bowes-Lyon, Príncipe Philip Mountbatten, duque de Edimburgo Princesa da Dinamarca Thomas William Arnold Anson, Viscount Anson Charles Philip Arthur George, príncipe de Gales (1) Diana Frances Spencer (2) Camilla Parker Bowles Thomas Patrick John Anson, 5O conde Lichfield

Primos 2O

Primos 1O, uma vez removidos

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O autor da pintura Les Bergers d’Arcadie (Os Pastores da Arcádia), Nicolas Poussin, vivia em Roma quando em 1656 fora visitado pelo abade Louis Fouquet, irmão de Nicolas Fouquet, superintendente das finanças do rei da França, Luís XIV. De Roma o abade Fouquet enviara uma carta a seu irmão superintendente do Rei. Parte da carta afirma:

Nós discutimos [com Poussin] certas coisas que devo sem óbice ser capaz de explicar-lhe em detalhes – coisas que lhe darão, através do Senhor Poussin, vantagens que mesmo reis teriam dificuldades em obter e que, segundo ele, é possível que ninguém mais venha a redescobrir nos próximos séculos. São coisas tão difíceis de descobrir que nada sobre a Terra, hoje, pode significar melhor ou igual fortuna.1

Nicolas Fouquet, em 1653, havia se tornado o superintendente de finanças do rei Luís XIV, e, nos anos que se seguiram se tornou a pessoa mais rica e poderosa da França além do inimigo mais poderoso do cardeal Mazarin, o primeiro-ministro de Luís XIV e sucessor do seu mentor, o cardeal Richelieu. Logo após o recebimento da carta, o superintendente fora detido sem explicação alguma sofrendo prisão perpétua em isolamento total e sem instrumentos de escrita que lhe foram proibidos. Todos os soldados que falaram com ele foram presos ou enforcados.

Durante os anos que se seguiram Luís XIV tentou com insistência, através de seus agentes, obter a pintura de Poussin que finalmente conseguiu em 1685, após o que, a pintura não foi exposta nem mesmo na residência real, permanecendo guardada nos apartamentos privados do rei onde ninguém podia vê-lo sem autorização do rei.

Curiosamente, esta pintura de Poussin, de história extremamente bizarra, que se encontra hoje no Louvre, possui uma réplica em baixo-relevo como imagem especular (invertida) num mármore da mansão Shugborough em Staffordshire, Inglaterra, justamente a mansão herdada pelo fotógrafo conhecido por lorde Lichfield, o primo da Rainha, Thomas Patrick John Anson, 5O conde de Lichfield. E isto não é tudo, nesta réplica em imagem especular existe uma misteriosa inscrição que jamais foi decifrada: O. U. O. S. V. A. V. V.

1 Lépinois, Eugène de Buchère de; Montaiglon, Anatole de; artigo intitulado Nicolas Poussin. Lettres de Louis Fouquet a son frere Nicolas Fouquet (1655-1656), Archives de l'art franc ais (Paris, France : 1851) 22 cm. 2. sér., t. 2, p. [267]-309.

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Esta modesta residência, adquirida pela família Anson em 1697 e herdada pelo lorde Lichfield, cujo mármore em baixo relevo fora executado a pedido da família Anson entre 1761 e 1767, serviu de moradia para o irmão do famoso almirante que circunavegou o globo, George Anson. Quando este

Mansão Shugborough nos anos de 1820

Mansão Shugborough atualmente

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morreu, em 1762, segundo O Santo Graal e a Linhagem Sagrada, um poema elegíaco foi lido no parlamento britânico no qual um trecho dizia:

Sobre aquele histórico mármore lança teu olho.A cena comanda um suspiro moralizador.Nos abençoados vales elísios da Arcadia,Entre sorridentes ninfas e cisnes esportivos,Veja evanescer o gozo festivo, com liquescente graça,E a piedade visita a face esboçando um sorriso;

Onde agora a dança, a luta, a festa nupcial,A paixão pulsando no peito do amante,Emblema da vida aqui, juventude e primavera,Mas o dedo da razão apontando para a tumba.

E os autores de O Santo Graal e a Linhagem Sagrada comentam: “Parece uma alusão explícita ao quadro de Poussin e à inscrição Et in Arcadia Ego – até o ‘dedo apontando para a tumba’”.

Mais curioso que a evidência descrita e que abre espaço para o possível assassinato do lorde Lichfield, devido ao possível conhecimento de segredos vitais da pintura de Nicolas Poussin herdado de sua família em conexão com O Código da Vinci de Dan Brown, é o destino da primeira versão da pintura de Poussin com a mesma inscrição Et in Arcadia Ego que encontra-se hoje na mansão Chatsworth, de propriedade da família Cavendish onde se assenta o duque de Devonshire. Lembremo-nos que a família Cavendish é também, como foi afirmado anteriormente, ancestral do lorde Lichfield.

Et in Arcadia Ego de Nicolas Poussin (primeira versão; notem também uma pastora e três pastores, um dos

quais apontando para a inscrição da tumba.)

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A propósito, por falar na família Cavendish dos duques de Devonshire, na hierarquia da nobreza britânica, os duques são o mais alto nível na realeza, estando em segundo lugar somente por causa da própria monarquia. O duque de Devonshire está no centro das famílias interligadas dos Cecil, Salisbury e McMillan, que dirigem a política britânica desde a rainha Elizabeth I (1558-1603).

Por outro lado, os Spencer – família da qual a princesa Diana Frances Spencer pertencia – são também uma família de linhagem da elite. Eles são primos dos Spencer-Churchill e primos da família Malborough do palácio Blenheim em Oxfordshire, onde Winston Churchill nasceu. A família Spencer herdou uma fortuna considerável de Sarah, duquesa de Malborough. Eles também se casaram com a família Cavendish, dos duques de Devonshire da casa Chatsworth, e este ramo tornou-se conhecido como Spencer-Cavendish. Diana compartilhou ancestrais comuns com o príncipe Charles através do terceiro duque de Devonshire. Charles e Diana são primos por diferentes linhas, entretanto, a mais próxima é a de sétimos primos uma vez removidos: eles são descendentes do 3O duque de Devonshire, William Cavendish por intermédio dos filhos deste, Lady Elizabeth Cavendish (ancestral de Diana) e William Cavendish, 4O duque de Devonshire (ancestral de Charles).

Mansão Chatsworth, propriedade da família Cavendish e assento do duque de Devonshire.

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William Cavendish, 3O Duque de Devonshire Catherine Hoskins

| | Lady Elizabeth Cavendish William Cavendish, 4O Duque de Devonshire John Ponsonby Charlotte Elizabeth Boyle | | William Barbazon (Brabazon) Ponsonby Lady Dorothy Cavendish, 1750 – 1794Louisa Molesworth William Henry Bentinck, 3O Duque de Portland,| 1736 – 1809; P.M.; K.G.; Mary Elizabeth Ponsonby | Charles Grey, 2O Conde Grey, Primeiro Lorde do Lorde William Charles Augustus Cavendish- Tesouro, 1764? – 1845; K.G. (Knight of Order of Bentinck, 1780 – 1826; Tenente-coronel the Garter) Anne Wellesley, 1788 – 1875 | | Lady Elizabeth Grey Reverendo Charles William Frederick John Crocker Bulteel, 1793? – 1843 Cavendish-Bentinck, 1817 – 1865 | Caroline Louisa Burnaby, 1833 – 1918 Louisa Emily Charlotte Bulteel, 1839 – 1892 | Edward Charles Baring, Primeiro Barão Nina Cecilia Cavendish-Bentinck, 1862 - 1938Revelstoke, 1828 – 1897 Claude George Bowes-Lyon, 14O Conde de | Strathmore & Kinghorne , 1855 - 1944; K.G. Honorável Margaret Baring | Charles Robert 6O Conde Spencer, Lady Elizabeth Angela Marguerite Bowes- 1857 - 1922; K.G. Lyon, 1900 – 2002; Rainha Mãe da Inglaterra; K.G.| (Albert Frederick Arthur) George VI Windsor, Albert Edward John, 7o Conde Spencer Rei da Inglaterra, 1895 – 1952 Lady Cynthia Elinor Beatrix Hamilton, | 1897 - 1972; D.C.V.O. (Dame Commander Elizabeth II Alexandra Mary Windsor, Rainha daof the Royal Victorian Order) Inglaterra, 1926; Rainha do Reino Unido da| Grã-Bretanha Edward John 8o Conde Spencer, Honorável Philip Mountbatten, Príncipe da Grécia & Frances Ruth Burke, Roche, 1936 - 2004  Dinamarca, Duque de Edinburgh, 1921; K.G. | | Lady Diana Frances Spencer, Charles Philip Arthur George Windsor, 24/1/1961 - 31/8/1997 Príncipe de Gales, 1948

Príncipe William

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Por que mencionei os parentescos entre os Spencer? Porque lendo o livro de David Icke intitulado The Biggest Secret (O Maior Segredo), encontrei um comentário deste autor dizendo que é amigo de uma pessoa que também era muito amigo da princesa Diana o qual lhe contara que Diana, freqüentemente, telefonava à pessoas de telefones públicos, particularmente de uma loja de departamentos em Kensingston, quando queria assegurar-se que não interviriam na conversação (grampos). Ele comentou que Diana disse para esse amigo que tinha algo para revelar que sacudiria o mundo e queria seu conselho sobre como fazê-lo melhor. Ele não revelara o que ela lhe disse, mas quando comentou de seu conhecimento da conexão dos Windsor ao tráfico de drogas mundial, a princesa disse: “Oh, não, é muito pior que isso”.

O que poderia sacudir o mundo e ser muito pior que o tráfico mundial de drogas? E se for este realmente o caso, a princesa Diana pode muito bem ter sido assassinada para evitar tal revelação bombástica da mesma forma que a possibilidade levantada por Burgess de assassinato do primo da Rainha, lorde Lichfield. Mas o que poderia ligar a princesa Diana com o lorde Lichfield?

Pensando sobre a curiosa inversão da pintura de Poussin no mármore do saguão da mansão Shughborough em Stafordshire herdada pelo primo da Rainha, lorde Lichfield, é natural concluir-se que o lorde deva ter herdado também o segredo contido nesta inversão. Foi pensando sobre isto que eu descobri um outro mistério tido como insolúvel e que algumas pessoas tentam solucionar com explicações banais. Na principal entrada da Grand Central Terminal em Nova York há um grande mural astronômico cujo design pertence ao pintor francês Paul César Helleu. Abrangendo cerca de 7.400 metros quadrados da entrada principal, esta pintura extraordinária apresenta o céu do Mediterrâneo com o zodíaco e 2500 estrelas. Contudo, se olharmos detidamente, existe um mistério insolúvel envolvendo este mural. Sobre o mistério deste mural um artigo de 1995 de Jesse Mckinley no New York Times comenta:

As estrelas na entrada do terminal que foram tidas por serem precisas o bastante para ensinar crianças de escola sobre o firmamento, são de fato invertidas norte por sul, com exceção da constelação de Orion. A maneira que elas foram colocadas assim são matéria de considerável especulação, de acordo com um relatório de 1994 por Deborah Rau sobre a história do teto. Em primeiro lugar, a existência das estrelas, escreve a Sra. Rau, foi mais uma questão de falta de dinheiro do que design estético. Planos originais para o terminal, inaugurado meia-noite de 2 de fevereiro de 1913, pedia uma clarabóia no teto para prover luz natural para os viajantes. Quando o tempo e dinheiro começaram a se esgotar, o teto suspenso foi completado sem clarabóia enquanto os projetistas pensavam em como decorá-lo. O arquiteto Whitney Warren teve a idéia das estrelas e contratou os serviços do artista francês Paul Helleu para desenhar as constelações e luzes que as acompanhavam para emular o céu noturno enquanto a pintura base era azul da cor do céu para representar o céu diurno. A paisagem das estrelas foi baseada em um esquema do professor de astronomia da Universidade de Colúmbia, Harold Jacoby, e era supostamente precisa abaixo da linha equatorial em dourado. De fato, quando as portas se abriram, visitantes ficaram surpreendidos. Foi somente depois da comunicação de que as

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estrelas estavam invertidas, feita por um viajante anônimo um mês depois que as teorias começaram a aparecer. Um embaraçado professor Jacoby acusou o artista que pintou as estrelas, seu amigo australiano Charles Basing, de ter colocado o diagrama aos seus pés enquanto pintava, ao invés de olhar através do fino papel do desenho. Outros rumores sugeriram que o desenho invertido foi derivado de um diagrama medieval, no qual a perspectiva era de Deus, oposta a perspectiva dos homens. A mais clara e irreverente explicação pode ter vindo de Charles Gulbrandsen, que trabalhou como assistente no trabalho original e foi empregado para repintar as estrelas, de novo incorretamente, em 1944. “As constelações estão no norte. Deveriam estar no sul. O teto é decoração, não um mapa,” disse o Sr. Gulbrandsen em 1944.

Abaixo está a foto do mural do teto da entrada do Grand Central Terminal de Nova York:

No artigo do New York Times, Jesse Mckinley, na parte intitulada Complications, afirma no item número 4 (Complications # 4):

Leste Oeste

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Estivesse o diagrama no chão ou no alto sendo lido através do fino papel como menciona o artigo do New York Times, ainda assim não explica o motivo da inversão. Tanto olhando o diagrama para baixo ou segurando-o no alto para vê-lo através do fino papel, ele ainda estará na direção que foi desenhado. Ainda que o diagrama tenha sido invertido e as constelações tenham sido desenhadas na linha do equador, Câncer deveria ter sido colocado onde Aquário está, no lado Leste, e Aquário no lado Oeste. Assim sendo, a teoria da posição do diagrama mencionada falha.

A carta celeste abaixo (Atlas Celeste – Ronaldo Rogério de Freitas Mourão) representa o aspecto do céu para um observador voltado para o norte, quando então o leste está à direita e o Oeste à esquerda. Convém lembrar que as estrelas nascem a Leste e se põem a Oeste. No caso da carta abaixo, as estrelas, no decorrer das observações, deslocam-se do lado direito para o esquerdo pois o observador está voltado para o Norte.

Como o lado esquerdo da pintura do teto da Grand Central Terminal apresentada anteriormente está voltada para o Leste, é ali, no Leste, que deveria se encontrar a constelação de Câncer, da mesma forma que na carta celeste acima.

Qual então o motivo real da inversão do mural astronômico da Grand Central Terminal de Nova York? Duas das explicações banais para esta inversão do mural são:

1. A mais comum é a de que a imagem foi invertida simplesmente por acidente;

2. Quando a família Vanderbilt tomou conhecimento de que o céu havia sido pintado invertido, eles afirmaram que o céu refletia a visão de Deus do céu, e não a dos homens, ou seja, que o céu estava sendo visto por Deus de fora do universo.

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E daí? Qual a ligação entre a pintura de Nicolas Poussin invertida no mármore da mansão herdada por Lichfield e a inversão do mural astronômico da GCT de NY? E o que a família Vanderbilt tem a ver com estas inversões?

Ora, a paisagem das estrelas do mural foi baseada em um esquema do professor de astronomia da Universidade de Colúmbia, Harold Jacoby, o artista que pintou as estrelas foi um amigo de Jacoby, o australiano Charles Basing e o arquiteto da Grand Central Terminal Whitney Warren, que, por sua vez, contratou os serviços do artista francês Paul Helleu para desenhar as constelações. A pergunta que deve ser feita aqui é: se eles já tinham o arquiteto, se já tinham um professor de astronomia responsável pela paisagem das estrelas do mural e se já tinham o artista que pintou as estrelas, por que o arquiteto contratou os serviços do artista francês Paul Helleu? O elo de ligação é a rica família Vanderbilt do império ferroviário norte-americano do século 19, mais precisamente o fundador do império, Cornelius Vanderbilt, e é aqui que os pontos da teia se unem.

Cornelius Vanderbilt adquiriu controle sobre a New York Central Railroad em 1867 e construiu entre 1903 e 1913 a estação ferroviária que leva o nome desta ferrovia. Cornelius era pai de William Henry Vanderbilt, que era pai de William Kissam Vanderbilt, que era pai de Consuelo Vanderbilt. Consuelo casou-se em 1895, com Charles Spencer-Churchill, 9O Duque de Marlborough, tornando-se duquesa de Marlborough. Por outro lado, Paul Helleu, dentre outras atividades na área artística era pintor de retratos de elegantes mulheres da elite da sociedade parisiense, arte pela qual ele é mais lembrado atualmente. Dentre essas mulheres uma de suas favoritas musas era justamente a duquesa de Marlborough, Consuelo Vanderbilt.

Examinando-se todo este quadro só podemos chegar a uma conclusão plausível: Paul Helleu era totalmente dispensável para a realização do mural no teto do Grand Central Terminal. Por que ele foi contratado? Para fazer justamente o que fez, inverter as constelações da mesma forma que a imagem invertida no mármore da mansão herdada pelo lorde Lichfield. Levando-se em conta que Cornelius Vanderbilt não era o tipo de homem que lhe faltassem recursos, ao contrário, possuía uma das maiores fortunas americanas na época, eu duvido que o mural tenha sido, como alguns afirmam, uma alternativa para a falta de recursos para a construção da clarabóia.

Evidentemente, Vanderbilt não podia pedir ou ordenar para qualquer das pessoas envolvidas na arte do mural que as constelações fossem invertidas. A única saída foi usar uma pessoa intermediária para tal função; e esta pessoa, ainda que não conhecesse o segredo da inversão, deveria ser uma pessoa conhecedora do assunto, uma pessoa com ligações com os Spencer, com os Spencer-Churchill (duques de Malborough), com os Cavendish (duques de Devonshire), com os Spencer-Cavendish, com os Cavendish-Bentinck e que fosse também artista. Existia pessoa melhor que Paul César Helleu para tal empreendimento, um artista cuja musa favorita era justamente Consuelo Vanderbilt, a ligação entre as duas célebres famílias, Vanderbilt e Spencer-Churchill?

A Duquesa de Marlborough,c. 1903, por Paul César Helleu

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Ainda que o possível assassinato do lorde Lichfield seja somente uma especulação de Burgess, é uma ótima especulação. E nesta especulação pode-se acrescentar a morte da princesa Diana que pode muito bem ter sido assassinada por ter tomado conhecimento do mesmo segredo detido por Lichfield pois é inaceitável que o lorde tenha herdado a mansão sem conhecimento do segredo envolvendo o mármore com a inversão mandada fazer por seu ancestral Anson da pintura Les Bergers d’Arcadie (Et in Arcádia Ego).

Somente como exercício mental eu tentei encontrar o significado da misteriosa inscrição contida no mármore da mansão Shughborough, relembrando O.U.O.S.V.A.V.V.

Bletchley Park, também conhecido como Station X é o nome de uma antiga instalação militar secreta localizada na cidade de Bletchley em Buckinghamshire, Inglaterra, 80 km norte de Londres, na qual se realizaram os trabalhos de decifração de códigos alemães durante a Segunda Guerra Mundial. Os especialistas matemáticos de lá afirmam que é impossível decifrar a misteriosa inscrição pela insuficiente quantidade de letras. Contudo eles também informam que ajudaria muito se ao menos o contexto desta inscrição fosse conhecido. Partindo dessa premissa e baseando-me em determinado contexto, eu encontrei a seguinte possível solução:

Our Universe Our Sun Virtually Are Vice-Versa

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