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RELATÓRIO FINAL DE ESTÁGIO ESTIMATIVA DE VOLUME DE ÁGUA EM AÇUDES PARA IRRIGAÇÃO DA CULTURA ORIZÍCOLA EM SANTA MARGARIDA DO SUL Acadêmico: Rafael Marques Nascimento Curso de Engenharia Florestal São Gabriel, RS, Brasil. Novembro de 2012.

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RELATÓRIO FINAL DE ESTÁGIO

ESTIMATIVA DE VOLUME DE ÁGUA EM AÇUDES PARA IRRIGAÇÃO DA

CULTURA ORIZÍCOLA EM SANTA MARGARIDA DO SUL

Acadêmico: Rafael Marques Nascimento

Curso de Engenharia Florestal

São Gabriel, RS, Brasil.

Novembro de 2012.

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ESTIMATIVA DE VOLUME DE ÁGUA EM AÇUDES PARA IRRIGAÇÃO DA

CULTURA ORIZÍCOLA EM SANTA MARGARIDA DO SUL

Por:

Rafael Marques Nascimento

Relatório de estágio final apresentado ao Curso de Graduação em Engenharia Florestal, Área de Topografia, da Universidade Federal do Pampa – UNIPAMPA, como requisito parcial para obtenção do grau de Engenheiro Florestal.

Orientador: Profº. Ms. Adriano Luís Schunemann

São Gabriel, RS, Brasil.

Novembro de 2012.

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Rafael Marques Nascimento

ESTIMATIVA DE VOLUME DE ÁGUA EM AÇUDES PARA IRRIGAÇÃO DA

CULTURA ORIZÍCOLA EM SANTA MARGARIDA DO SUL

Elaborado por Rafael Marques Nascimento

como requisito parcial para obtenção

do grau de Engenheiro Florestal

COMISSÃO EXAMINADORA:

______________________________

Profº. Me. Adriano Luís Schunemann/Unipampa

______________________________

Profº. Me. Diogo Belmonte Lippert

______________________________

Profª. Dra. Mirla Andrade Weber

São Gabriel, Novembro de 2012.

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Dedico este Trabalho a meus pais,

Robson da Silva Nascimento e Cristiane

Marques Nascimento, meus irmãos

Eduardo Marques Nascimento, Gabriel

Marques Nascimento e a minha

namorada Susane Formanowicz Lemos.

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AGRADECIMENTOS

Primeiramente agradeço aos meus familiares, pela força, compreensão, amor e

carinho concedido durante essa longa caminhada.

Agradeço ao Engenheiro Agrícola Luciano Corrêa Hanemann instrutor chefe do

IRGA - 1º NATE – São Gabriel, pela oportunidade do estágio.

Ao meu orientador Profº Ms Adriano Luís Schunemann, por ter acreditado na ideia,

pelo auxílio, orientação, confiança e compreensão.

Aos colegas que de alguma forma contribuíram para a realização do estágio, em

especial a Luís Augusto Goi Rott e Ícaro Taborda, pela ajuda na realização de

atividades e pelos momentos de amizade, o meu muito obrigado.

E a todos que, de uma forma ou de outra, ajudaram na realização deste trabalho.

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RESUMO

O presente estágio foi realizado no IRGA - 1 – Nate – São Gabriel, localizado na

Rua Duque de Caxias , Nº 6050, Bairro Centro, em São Gabriel, no estado do RS, no

período entre 14 de março a 13 de setembro de 2012. O trabalho teve por objetivo

realizar levantamentos topográficos e nivelamentos de sete açudes localizados no

município de Santa Margarida do Sul, estimar a área de alague, volume máximo

d’água e capacidade de irrigação de cada um dos reservatórios para o cultivo de

arroz. O primeiro reservatório teve área de alague estimada em 102.862 m², o

volume máximo ficou em torno de 442.172 m³ d’água, com capacidade de irrigar

44.2 hectares de arroz; O segundo reservatório a área de alague ficou estimada em

51.803 m²,e com volume máximo de 205.012 m³ d’água com capacidade de irrigar

20,5 hectares de arroz; O terceiro reservatório a área de alague é estimada em

69.358 m², volume máximo é de 297.392 m³ d’água com capacidade de irrigar 29,7

hectares de arroz; O quarto reservatório a área de alague é estimada em 72.539 m²,

volume máximo é de 301.695 m³ d’água com capacidade de irrigar 30,1 hectares de

arroz; O quinto reservatório a área de alague é estimada em 23.567 m², volume

máximo é de 80.046 m³ d’água com capacidade de irrigar 80 hectares de arroz; O

sexto reservatório a área de alague foi estimada em 103.440 m², volume máximo é

de 310.057 m³ d’água com capacidade de irrigar 31 hectares de arroz; O sétimo e

último reservatório obteve área de alague estimada em 20.395 m², com volume

máximo de 46.238 m³ d’água e com capacidade para irrigar 29,7 hectares de arroz.

Palavras-chaves: reservatório; área de alague.

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LISTA DE FIGURAS

Figura 1 - Partes Componentes de um Reservatório ................................................ 16

Figura 2 - Tripé e nível à esquerda. Marcação das curvas de nível com auxílio da

mira falante à direita. ................................................................................................. 20

Figura 3 - Pontos trilhas retirados do GPS. ............................................................... 21

Figura 4 - Curvas de nível. ........................................................................................ 21

Figura 5 - Print screen do Microsoft Excel para demonstrar valores da barragem. ... 22

Figura 6 - Curvas de nível do açude 2. ..................................................................... 24

Figura 7 - Print scren do Track Maker para mostrar as curvas de nível e valores do

açude 3. .................................................................................................................... 25

Figura 8 - Altura da lâmina d'água, onde indica-se o levantamento. ......................... 26

Figura 9 - Print screen do Microsoft Excel para demonstrar valores do açude 6. ..... 26

Figura 10 - Área de Algue em m² de Cada Reservatório .......................................... 28

Figura 11 - Volume máximo d'água de cada reservatório. ........................................ 28

Figura 12 - Print sreen do Microsoft Excel para demonstrar valores do açude 7. ..... 29

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LISTA DE QUADROS

Quadro 1 - Área máxima de alague, altura, volume máximo, área que cada

reservatório pode irrigar. ........................................................................................... 29

Quadro 2 - Comparação dos dados do reservatório 1 e 6. ....................................... 30

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Sumário

ORGANIZAÇÃO ........................................................................................................ 11

1 INTRODUÇÃO ................................................................................................... 12

2 REVISÃO BIBLIOGRÁFICA ............................................................................... 14

2.1 Hidráulica e Irrigação ................................................................................... 14

2.2 Armazenamento de água ............................................................................. 14

2.2.1 Conceituação e importância .................................................................. 14

2.2.2 Barragem ............................................................................................... 15

2.2.3 Reserva de disponibilidade hídrica ........................................................ 15

2.2.4 Partes componentes de um reservatório: .............................................. 16

2.2.5 Bacia de acumulação ............................................................................ 17

2.2.5.1 Dimensionamento do volume de água ............................................ 17

2.3 Sistema de Posicionamento Global (GPS) ................................................... 18

2.4 Métodos de Posicionamento GPS ............................................................... 18

2.5 Precisões e finalidades dos métodos ........................................................... 18

3 Atividades Desenvolvidas .................................................................................. 19

3.1 Primeira Etapa do Estágio ............................................................................ 19

3.2 Segunda Etapa do Estágio ........................................................................... 23

3.3 Terceira Etapa do Estágio ............................................................................ 24

3.4 Quarta Etapa do Estágio .............................................................................. 25

3.5 Quinta Etapa do Estágio .............................................................................. 25

3.6 Sexta Etapa do Estágio ................................................................................ 26

3.7 Setima Etapa do Estágio .............................................................................. 27

4 Resultados e Discussão ..................................................................................... 28

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5 CONCLUSÃO .................................................................................................... 30

6 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ................................................................... 31

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ORGANIZAÇÃO

A história do Instituto Rio Grandense do Arroz (IRGA) tem início com a

iniciativa do Sindicato Arrozeiro do Rio Grande do Sul, que para dinamizar a cultura

no Estado, resolveu transformar o sindicato no Instituto do Arroz do Rio Grande, no

dia 31 de maio de 1930, em Cachoeirinha, sendo oficializado pelo Decreto nº 7.296.

Seu principal objetivo era a defesa dos segmentos da orizicultura, o

desenvolvimento de pesquisa e assistências técnicas aos lavoureiros.

No dia 20 de junho de 1940, o Instituto Rio Grandense do Arroz – IRGA foi

criado como entidade pública, através do Decreto-Lei nº 20, tendo como finalidade

principal incentivar, coordenar e superintender a defesa da produção, da indústria e

do comércio de arroz produzido no Estado.

Em 31 de dezembro de 1948 o IRGA foi institucionalizado através da Lei nº

533, que vigora até os dias atuais. Diz o artigo 1º: “O Instituto Rio Grandense do

Arroz - IRGA, criado e oficializado pelo Decreto-Lei nº 20, de 20 de junho de 1940, é

uma entidade pública, com autarquia administrativa, subordinada ao Governo do

Estado do Rio Grande do Sul, por intermédio da Secretaria da Agricultura” (apud.

IRGA, 2012).

O presente estágio foi realizado no IRGA – 1º NATE, São Gabriel fundado em

25 de junho de 1970, como primeira Zona de Assistência Orizícola, hoje composto

por um Engenheiro Agrícola (responsável técnico), um Engenheiro Agrônomo, uma

agente executiva, dois estagiários (alunos dos cursos de Gestão Ambiental e

Engenharia Florestal, UNIPAMPA-SG)

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1 INTRODUÇÃO

Após a inventarem o aspersor de impacto (divide o jorro d’água em gotículas e

molha suavemente o solo), a área de produtos voltados para irrigação agrícola

começaram a ter um maior desenvolvimento. Ocorrendo um disparo na evolução de

desenvolvimento de novos produtos para atender as necessidades dos mais

variados tipos de atividades agrícolas, satisfazendo as necessidades d’água. Assim,

a irrigação dividiu-se em dois métodos: por Aspersão, Irrigação Localizada (processo

de aplicação de água em alta freqüência e baixo volume, sobre ou abaixo da

superfície do solo, mantendo com alto grau de umidade um pequeno volume de solo

que contém o sistema radicular das plantas) e a Irrigação por Superfície (é

considerada por alguns como a forma menos complexa de irrigação. Basicamente,

nada é feito para impedir que os campos se alaguem naturalmente. De forma geral,

ela só é apropriada em situações nas quais a plantação tem pouco valor ou nas

quais o campo será utilizado somente para o pasto ou até mesmo para recreação).

Em 1926, desenvolveu-se o primeiro aspersor ( segundo Bernardo et. Al. aspergi

a água sobre o solo, ficando semelhante a uma chuva, pois a água passa por

pequenos orifícios no bocal) que girava com a ajuda de engrenagens, utilizado na

irrigação de jardins, as indústrias de bombeamento e tubulações também foram

evoluindo. A fabricação do PVC que se deu em 1960 foi de extrema importância na

indústria de irrigação, que antes só utilizava canos galvanizados, assim, tornando a

irrigação um negócio mais lucrativo. Na década de 80, introduziu-se programas de

computador para controlar a irrigação, assim, evoluindo até chegarmos ao sistema

totalmente automatizado.

Açude é uma barreira artificial, feita em cursos de água para a retenção de

grandes quantidades de água. A sua utilização é principalmente para abastecimento

de água em zonas residenciais, agrícolas, industriais, produção de energia eléctrica

(energia hidráulica), ou regularização de um caudal.

Segundo SILVA (2007), importância da irrigação é vital de tal forma que vem

sendo desenvolvida desde 6000 A.C. no rio Nilo. As chuvas de setembro/outubro

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que caem nas cabeceiras, se espalhavam pelo Egito, quando baixavam deixavam

uma camada de húmus muito fértil, onde plantavam trigo e os animais pastavam.

“Quando as chuvas eram fracas as áreas para plantio eram reduzidas a tal

forma que a água fosse o suficiente para o plantio, e se fosse chuva em

excesso ocorriam devastações”. Sob o comando do faraó Ramsés I, os

egípcios construíram diques que prensaram o rio em um vale estreito,

elevando suas águas e represando-as em grandes reservatórios, de onde

desciam aos campos através de canais e comportas, na quantidade

desejada”.

O trabalho teve como objetivo estimar a capacidade de armazenamento máximo

d’água em cada um dos sete açudes encontrados no município de Santa Margarida

do Sul, através de levantamentos topográficos e nivelamentos, e assim, calcular a

área orizícola que poderá ser irrigada.

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2 REVISÃO BIBLIOGRÁFICA

2.1 Hidráulica e Irrigação

A água é um elemento fundamental ao metabolismo vegetal, pois participa

ativamente do processo de absorção radicular e da reação de fotossíntese. A planta,

contudo, transfere para atmosfera aproximadamente 98% da quantidade de água

que retira do solo (FERNADEZ, ARAUJO e ITO, 1998).

Segundo Bernardo et.al (2006), a irrigação é uma técnica milenar que com o

passar dos anos tem se desenvolvido cada vez mais, onde desenvolveu-se

equipamentos e sistemas para as mais distintas condições, e assim, continuaram

sendo desenvolvidos cada vez mais. A humanidade começou a se desenvolver em

regiões húmidas onde a irrigação não era uma questão de sobrevivência. Mas com a

expansão da população, ocorreu a exploração de áreas mais secas que

representam 55% da área continental, assim ocorrendo grande exploração da

irrigação.

No Brasil o primeiro projeto implantado foi pelos padres jesuítas por volta de

1589. No passado a irrigação era vista com função única quer era de combater a

seca, e hoje é vista como uma função de elevar a rentabilidade da propriedade

agrícola por meio da produção, segundo Bernardo, soares Mantovani (2006).

Principais funções da irrigação: criação de empregos diretos, aumento da renda per

capita, crescimento considerável da demeada de bens de consumo e serviços,

diminuição do êxodo rural, melhoria nas condições de saúde, educação, habitação,

e lazer dos irrigantes segundo.

2.2 Armazenamento de água

2.2.1 Conceituação e importância

O escoamento de uma microbacia ou ravina, é o mais perfeito aproveitamento

de águas, nos grandes períodos chuvosos aproveita-se para armazenar a água,

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utilizando-a em períodos de estiagem, como é o caso do arroz irrigado, comum na

parte sul do Brasil (PUGATCH, 1991).

2.2.2 Barragem

Segundo Lopes (2005) barragem de terra é uma estrutura construída em

sentido geralmente transversal ao fluxo d’água, de tal forma que permita a formação

de um reservatório artificial. Esse reservatório terá a finalidade de acumular água ou

elevar o nível do curso d’água. Quando apenas as águas das chuvas serão

acumuladas no reservatório, ele é denominado de açude, já os reservatórios que

tem um regime normal de abastecimento são denominados de represas.

As barragens, sejam elas de terra ou de concreto, são construções artificiais;

os materiais que as constituem podem ser especificados e, portanto, conhecidos e

controlados pelo projetista. O mesmo não ocorre com o terreno de função, que não

foi posto por mão humana e sobre o qual tem-se pouco controle. Como regra geral,

é necessário conviver com os problemas, sendo permitido, no máximo, submeter as

funções a um tratamento, para melhorar as suas características de percolação

(MASSAD, 2003).

2.2.3 Reserva de disponibilidade hídrica

Para Lopes (2005), reserva de disponibilidade hídrica é uma estrutura

construída com finalidade de acumular água, ou seja, um reservatório artificial, com

finalidade de acumular água, visando diversas situações, tais como: permitir o

abastecimento uniforme de água para comunidades; armazenar água para ser

utilizada em irrigações; elevar o nível de um curso de água para possibilitar o

abastecimento por gravidade, a sistemas de irrigação, pisciculturas e criatórios de

animais; possibilitar a instalação de rodas d’água, associadas a bombas de pistão,

para realizar bombeamento de água, possibilitando a criação de peixes em tanques-

rede, entre outras.

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2.2.4 Partes componentes de um reservatório:

Na Figura 1 teremos as principais partes componentes de um reservetório:

Figura 1 - Partes Componentes de um Reservatório Fonte: Autor: (2012).

CRISTA: é a largura total do maciço (taipa) na parte superior do mesmo.

Normalmente essa largura é uniforme no desenvolvimento do mesmo;

BASE DA BARRAGEM: parte inferior do maciço de terra que ficará assentada

sobre o terreno onde a barragem será construída, a qual deverá ter, praticamente,

o mesmo comprimento da barragem;

TALUDE A MONTANTE: inclinação dada na lateral do maciço para suportar a

pressão proveniente da água, evitando assim o colapso da estrutura. A inclinação

dos taludes é dada em função da altura do maciço. O talude a montante se

posicionam na lateral do maciço em que ocorre contato com a água;

TALUDE A JUSANTE: inclinação dada na lateral do maciço para suportar a

pressão proveniente da água, evitando assim o colapso da estrutura, porém se

posicionando na lateral do maciço onde não ocorre contato com a água. O talude a

jusante pode possuir uma inclinação menor do que o talude a montante, ou pode

possuir a mesma inclinação;

ALTURA NORMAL (Hn): nível normal da água, durante os períodos de

ausência de chuvas, ou seja, em condições normais de abastecimento da represa;

ALTURA DE ENCHENTE (He): elevação do nível da água da represa, além

do nível normal, nas ocasiões de enchentes, sem ocorrer transbordamento;

ALTURA DE FOLGA (Hf): margem de segurança, caso ocorra uma enchente

superior aquela considerada no projeto da barragem.

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2.2.5 Bacia de acumulação

A escolha da área para ser construída uma bacia de acumulação é feita

através de levantamentos topográficos tradicionais, cartas do exército, imagens de

satélite, fotogrametria, etc. A área dela é obtida através de levantamento plani-

altimétrico, onde são geradas curvas de nível da área, nesse processo deve-se

deixar pontos de apoio para a posterior locação da obra, em locais estratégicos, fora

da área da bacia, materializados por piquetes,. Essa área irá auxiliar no cálculo da

máxima contribuição anual que a bacia poderá ter para com o cultivo de

determinada cultura.

Segundo a análise feita no Laboratório de Solos da UFSM o Assentamento

Novo Horizonte é composto nas partes mais altas de 30,5% de argila, 17,7%% de

areia e 51,8% de silte, sendo classificado como um solo franco argiloso siltosa, e na

várzea é composto 39,9% de argila, 48,7% de areia e 11,4% de silte, sendo

classificado como um solo argila arenoso. Em 1973 foi classificado como um

planossolo textura média, e em 1999(atual) classificou-se pela EMBRAPA – CNPS

como planossolo hidromórfico eutrófico arênico – Sge 1. Segundo Streck et al. esse

tipo de solo tem os horizontes A ou A+E de textura arenosa com espessura de 50 a

100cm até o início do B.

2.2.5.1 Dimensionamento do volume de água

Após escolhermos o local, realiza-se o reconhecimento topográfico, onde o

técnico fará a primeira avaliação real do potencial do reservatório, a partir de

determinados pontos avalia-se a distância até a taipa e a altura, utilizando-se a

fórmula:

V = 4/9 SH, em que:

S = superfície estimada;

H = altura máxima d’água;

V = volume acumulado na bacia hidráulica.

Obtendo-se o ponto de partida que a altura de alague irá atingir. Essa técnica

oscila em 10% de erro (KIELING,1991).

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2.3 Sistema de Posicionamento Global (GPS)

Segundo MONICO (2008), atribuir coordenadas nada mais é do que

posicionar o GPS, onde um dos primeiros problemas que o ser humano tentou

solucionar foi o de determinar posições. Todas as atividades que necessitam de

posicionamento são facilitadas com a ajuda do GPS, e em qualquer lugar da terra

tem no mínimo quatro satélites a serem rastreados por ele.”

O GPS e-trex possui uma precisão horizontal da ordem de 100m, no nível de

probabilidade de 95%.

Nesse trabalho foi utilizado o método de posicionamento absoluto. Neste

método as coordenadas estão ligadas diretamente ao geocentro e é usado somente

um receptor para determinar as coordenadas.

2.4 Métodos de Posicionamento GPS

Segundo Monico (2008), posicionamento diz respeito à determinação da

posição de objetos com relação a um referencial específico, sendo classificado em

posicionamento absoluto, quando as coordenadas estão associadas diretamente ao

geocentro, e relativo, no caso em que as coordenadas são determinadas em relação

a um referencial materializado por um ou mais vértices com coordenadas

conhecidas, o objeto a ser posicionado pode estar em repouso ou em movimento, o

que gera um complemento à classificação com respeito ao referencial adotado.

2.5 Precisões e finalidades dos métodos

Segundo Monico (2008) métodos rápidos de posicionamento relativo:

enquanto está se deslocando o receptor coleta dados, permitindo estimar

coordenadas de sua própria trajetória. Se durante o deslocamento o receptor se

desliga trata-se do método estático rápido. O método semicinemático trata-se de

quando o receptor mantém sintonia com os satélites durante o deslocamento, e não

necessita estar armazenando observações. Na maioria dos receptores a coleta de

dados é permitida no método cinemático, semicinemático e estático.

O posicionamento por ponto simples, método em que se baseou a concepção do

GPS e do GLONASS, e do DGPS, desenvolvido para reduzir os efeitos da S.A.

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Atualmente esses métodos proporcionam acurácia da ordem de 10m e de 0,5 a 1m,

respectivamente, e fazem uso apenas de pseudodistâncias (MONICO, 2008).

3 Atividades Desenvolvidas

No presente estágio foram desenvolvidas as atividades de levantamento

topográfico dos sistemas de irrigação das lavouras de arroz, planejamento e

elaboração do plano de gestão dos recursos hídricos para irrigação,

dimensionamento e acompanhamento em estruturas de recalque de água para a

irrigação de arroz.

3.1 Primeira Etapa do Estágio

A primeira atividade desenvolvida ocorreu na data de 15 de março de 2012,

realizada no município de Santa Margarida do Sul e teve como objetivo mensurar o

volume máximo de água de sete açudes presentes na região. Esses açudes foram

escolhidos porque estão localizados no Assentamento Novo Horizonte, onde uma

das principais atividades desenvolvidas é a cultura orizícola.

No local determinou-se o ritmo de trabalho, sendo orientada a forma de

condução do levantamento de dados. Para tanto utilizou-se o GPS de navegação da

marca Garmin que possui precisão em torno de 5 à 15m. Para determinação da

primeira curva de nível, instalou-se um nível de forma a coincidir a leitura de seu fio

médio com o valor de 4 m, no nível da água. Realizou-se a marcação dos pontos

que possuíam a mesma cota do ponto tomado inicialmente como referência. Em

cada ponto, para determinar as abscissas e ordenadas (Latitudes e Longitudes), de

cada ponto marcado com a mira, utilizou-se o equipamento do GPS.

A segunda curva de nível foi marcada 1 metro acima da primeira curva

tomada como referência. A partir daí, determinaram-se as coordenadas horizontais

da mesma forma que na primeira curva, demarcando os pontos que possuíam o

mesmo nível com o auxílio da mira falante e nível, como descrito anteriormente

(Figura 2).

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Figura 2 - Tripé e nível à esquerda. Marcação das curvas de nível com auxílio da mira falante à direita. Fonte: Autor: (2012).

O restante das curvas foram marcadas da mesma forma que as anteriores,

até atingir os 10 metros de altura, o que correspondia a parte da soleira do vertedor.

As coordenadas obtidas com o GPS de navegação, foram utilizadas para

determinar a área ocupada por cada curva de nível e posteriormente calcular o

volume de água entre as curvas de nível. Ao final foi possível estimar o volume total

de água do reservatório e os seus volumes parciais, entre cada curva de nível.

A partir do trabalho de campo, realizaram-se reuniões em escritório a fim de

obter esclarecimentos básicos de como manusear o programa computacional, GPS

TrackMaker Pro, de forma que fosse possível calcular o volume de água máximo do

açude 1, que seria utilizado para irrigar lavouras de arroz.

Os pontos atribuídos pelo GPS de navegação foram transferidos via cabo

para um computador portátil, a partir daí começou-se a conectar os pontos da 1ª

curva de nível com uso de linhas, por ordem numérica, que corresponde ao intervalo

de pontos entre os pontos 122 ao 129. Como mostra na Figura 3.

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Figura 3 - Pontos trilhas retirados do GPS. Fonte: Autor: (2012).

As curvas de nível realizadas com os dados levantados a campo com o GPS

foram criadas ligando-se os pontos em ordem crescente, com diferença de 1m de

altura entre cada uma no programa Track Maker Pro, sendo as mesmas, do açude

1, apresentadas na Figura 4.

Figura 4 - Curvas de nível. Fonte: Autor: (2012).

Após a realização do desenho das 10 curvas de nível no software, realizou-se

o cálculo da capacidade de água existente entre as curvas de nível (CN). Para tanto,

inicialmente determinou-se a área média entre as duas curvas de referência, através

da soma da área da 1ª curva com a área da 2ª, e dividindo-se o seu resultado por 2.

De posse da área média, multiplicou-se a mesma pela altura entre as duas, que foi

determinada em 1m, pois foi a distância vertical tomada entre as curvas de nível.

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Com esse resultado, obteve-se o primeiro volume, correspondente ao volume de

água estimado entre a lâmina de água existente e a curva de nível posicionada 1

metro acima da mesma. Esse cálculo foi realizado com o auxílio do programa

computacional Microsoft Excel, onde criou-se uma equação para a primeira linha e

depois copiou-se a mesma para as linha abaixo. As fórmulas utilizadas foram as

seguintes, e seus resultados são apresentados na Figura 5:

1ª curva de nível: =((0+C3)/2)*E3 – equivalente a célula F3

2ª curva de nível: =((C3+C4)/2)*E4 – equivalente a célula F4

3ª curva de nível: =((C4+C5)/2)*E5 – equivalente a célula F5

E assim sucessivamente até a 10ª curva.

Volume Acumulado: 442.173m³

Figura 5 - Print screen do Microsoft Excel para demonstrar valores da barragem. Fonte: Autor: (2012).

Posteriormente ao cálculo da estimativa do volume de armazenamento

máximo do reservatório, identificou-se a capacidade de irrigação do mesmo para a

cultura do arroz (Oryza sativa). Para a cultura do arroz, utiliza-se de 8.000 à 10.000

m³ d’água para irrigar um hectare (SOSBAI, 2012), que correspondem a 10.000 m²

de área. Segundo Bernardo et al. (2006) a cultura orizícola pode variar entre 6.000 e

12.000m³ por hectare ,então para determinar a capacidade utiliza-se o volume total

armazenado, dividindo o mesmo por 10.000, para se estimar o tamanho da área

capaz de ser irrigada, sendo nesse caso:

442.173 / 10.000 = 44.2 ha.

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A partir do levantamento realizado, é possível dizer que o 1º açude levantado,

terá capacidade de irrigar uma área 44,2 hectares por safra se estiver com sua

capacidade máxima.

3.2 Segunda Etapa do Estágio

Na realização do segundo levantamento, não foi possível iniciar as curvas de

nível da parte mais baixa do açude, e sim da parte mais baixa sem água, porque a

qual estava com pouca água, mas não totalmente vazio como o anterior.

A 1ª cota, que está em azul na Figura 5 abaixo, foi calculada de maneira

diferente da anterior citada, justamente por estar parcialmente vazia (e não

totalmente), então utilizou-se o método dos 4/9, conforme descrito a seguir. Com

algumas de fios estadimétricos, avaliando prováveis distâncias máximas dos locais

da taipa, associadas a uma altura arbitrária, utilizando a fórmula:

V= 4 / 9 * S * H, em que:

S = superfície estimada (m²) -> Lâmina D’água;

H = altura máxima da água (m);

V = volume acumulado na bacia hidráulica (m³);

Calculou-se a altura da 1ª cota, onde através da subtração do montante e

jusante, obteve-se altura de 3,58m. Utilizando-se essa fórmula, foi calculado a área

da lâmina d’água, onde obteve-se 19.888m², na sequencia esse valor foi aplicado na

fórmula:

V = 4 / 9 * 19.888 * 3,58

V = (4 * 19.888 * 3,58) * 9

V = (284.796,16) / 9

V = 31.644, 017778m³

No Microsoft Excel a fórmula é representada da seguinte maneira:

=(4/9*F2)*C2.

Nas cotas do segundo açude adotou-se o mesmo procedimento da primeira

etapa, obtendo-se diferença de 1m de altura entre as quais, onde, a última obteve

0,75m de altura, mostrado na Figura 6.

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Figura 6 - Curvas de nível do açude 2. Fonte: Autor: (2012).

3.3 Terceira Etapa do Estágio

Para o levantamento do terceiro açude, os seus pontos já haviam sido

marcados anteriormente, então a marcação foi utilizada para medir a capacidade

máxima de água do reservatório, onde realizou-se os cálculos da mesma maneira

que na primeira etapa.

Para o cálculo, identificou-se que este possui uma curva de nível a menos e

sua capacidade de irrigação é de aproximadamente 1/3 menor que do açude

levantado na primeira etapa, totalizando 144.781 litros d’água de diferença entre os

dois, e apresentando 3,3504 hectares a menos que o primeiro, em relação a sua

capacidade de irrigação. Obteve-se uma área de alague de 63.358 m² e um volume

de 297.392 m³. Seguem abaixo (Figura 7) os dados levantados e calculados do

presente açude com seus respectivos valores estimados.

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Figura 7 - Print scren do Track Maker para mostrar as curvas de nível e valores do açude 3. Fonte: Autor: (2012).

3.4 Quarta Etapa do Estágio

No quarto levantamento iniciamos com uma altura de 1,695m, devido esse

açude estar desativado a bastante tempo e diante disso, possuia uma vegetação

muito alta dificultando o trabalho, onde 1,695m foi a altura mínima que conseguiu-se

enxergar a mira falante através do nível. O obteve-se uma altura total de 8,645m,

uma área de alague 72,589m² e um volume estimado em 301.695 m³ capaz de

irrigar aproximadamente 300.000m² de arroz.

3.5 Quinta Etapa do Estágio

Nesta etapa, por se tratar de um reservatório de água com dimensões

inferiores aos anteriores, foi possível a realização do levantamento de forma mais

rápida, sendo a primeira curva de nível realizada à altura de 0,75m do seu fundo, e

as próximas 3 curvas foram realizadas com 1m de diferença entre as mesma, sendo

a 5ª e última realizada a 1,2m de altura, o que agilizaria o levantamento e não

prejudicaria a realização da estimativa.

O volume máximo de captação foi estimado em 80.046 m³ d’ água, assim, com

capacidade para irrigar 8 hectares de cultivos de arroz.

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3.6 Sexta Etapa do Estágio

Nesta etapa utilizou-se a fórmula dos quatro nonos, como citada

anteriormente no levantamento da segunda etapa , sento que a altura mais baixa

considerada foi a da lâmina d’água, como mostra na Figura 8:

Figura 8 - Altura da lâmina d'água, onde indica-se o levantamento. Fonte: Autor: (2012).

Esse reservatório, comparando com os demais levantados durante o período

de estágio, é o segundo maior em área alagável, sendo que a partir do nivelamento

obteve-se em sua primeira curva de nível a 3,38m de distância vertical em relação

ao seu ponto mais baixo, assim, utilizando-se o mesmo método de cálculo do

segundo açude e o anterior citado pode-se estimar o volume de água.

Figura 9 - Print screen do Microsoft Excel para demonstrar valores do açude 6. Fonte: Autor: (2012).

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Como pode ser observado na Figura 9, esse não é o açude com maior

capacidade de armazenamento d’água estimado, mas possui a maior área de

alague em sua última curva de nível com 103,440 m² e uma capacidade para irrigar

31 hectares da cultura orizícola.

3.7 Setima Etapa do Estágio

Nesta etapa, realizou-se o último levantamento e estimativa do volume de

reservatórios sendo utilizada a mesma metodologia da primeira etapa, estimou-se o

volume em 46,238m³ d’água, capaz de irrigar aproximadamente 4,6 hectares de

arroz.

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4 Resultados e Discussão

É possível observar na Figura 10 (abaixo) que o açude sete tem a menor área

de alague, e o açude seis com a maior área de alague entre os levantados.

Figura 10 - Área de Algue em m² de Cada Reservatório Fonte: Autor: (2012).

Já na Figura 11 (abaixo) podemos observar que o açude seis apesar de ter a

maior área de alague não possui o maior volume d’água entre os levantados, pois o

reservatório um possui a maior capacidade de armazenamento d’água entre os sete,

sendo capaz de irrigar aproximadamente 44,2 hectares de arroz, e o sétimo

levantado continua sendo o menor entre eles e irrigando apenas 4,6 hectares.

Figura 11 - Volume máximo d'água de cada reservatório. Fonte: Autor: (2012).

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Através dos dados abaixo, podemos analisar que para obter uma maior

quantidade d’água captada sem ter uma área de alague muito expressiva, é

necessário que o reservatório seja o mais profundo possível, como podemos

observar o reservatório um possui uma área de alague menor que o sexto, e é capaz

de irrigar 13,2 hectares de arroz a mais.

Reservat

ório

Área Máxima de

Alague (m²)

Altura

(m)

Volume

máximo (m³)

Área a ser

irrigada (hec)

1 102.862 10,00 442.173 44,2

2 51.803 8,33 205.012 20,5

3 69.358 9,60 297.392 29,7

4 72.589 8,64 301.695 30,1

5 23.567 4,97 80.046 8

6 103.440 7,08 310.057 31

7 20.935 3,90 46.238 4,6

Quadro 1 - Área máxima de alague, altura, volume máximo, área que cada reservatório pode irrigar. Fonte: Autor: (2012).

Observou-se que o presente reservatório possui a menos área alagada,

dentre os levantados no município de Santa Margarida do Sul, possuindo o volume

estimado de 46,238m³ d’água, possivelmente por possuir a menor altura do maciço

entre todos, com apenas 3,9m e a segunda menor área de abrangência (Figura 12),

sendo capaz de irrigar aproximadamente 4,6 hectares e arroz.

Figura 12 - Print sreen do Microsoft Excel para demonstrar valores do açude 7. Fonte: Autor (2012).

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5 CONCLUSÃO

Observou-se que os reservatórios com grande área de alague não

necessariamente possuem um grande volume de água, sendo dependente

extremamente da altura, esse é o fator determinante para um açude mais compacto

e com maior volume d’água, ou seja, quanto mais profundo for o açude melhor para

o produtor, pois a pressão da saída da água será maior por ele ser mais alta,

podendo ocorrer irrigação por gravidade (partes mais baixas que a altura da lâmina

d’água) e terá uma menor área de alague, assim possibilitando aumentar sua área

de plantio. Podemos analisar isso nos reservatórios abaixo (quadro 2), onde pode-se

observar que a área de alague do açude 1 é quase a mesma do 6, mas a altura é

praticamente 1/3 maior, sendo capaz de irrigar 13,2 hectares a mais que o sexto

reservatório.

Reservatório

Área Máxima de

Alague (m²)

Altura

(m)

Volume

máximo (m³)

Área a ser

irrigada (hec)

1 102.862 10,00 442.173 44,2

6 103.440 7,08 310.057 31

Quadro 2 - Comparação dos dados do reservatório 1 e 6. Fonte: Autor: (2012).

Com isso conclui-se que é mais vantajoso ter um açude mais profundo e com

menor área de alague do que um raso com uma área de alague expansiva.

Este estágio foi de extrema importância, pois o que foi teorizado em sala de

aula eu tive uma grande oportunidade de por em prática, assim aprendendo

bastante sobre nivelamento e levantamento topográfico.

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