mÁlaga monteiro bastos de faria soutto mayor...
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UNIVERSIDADE FEDERAL DO PAMPA
CAMPUS SÃO GABRIEL
CURSO DE ENGENHARIA FLORESTAL
RELATÓRIO DE ESTÁGIO
MÁLAGA MONTEIRO BASTOS DE FARIA SOUTTO MAYOR DA MOTTA
ASSISTÊNCIA TÉCNICA E EXTENSÃO RURAL NA EMATER/ASCAR-RS EM SÃO
GABRIEL
São Gabriel
2013
MÁLAGA MONTEIRO BASTOS DE FARIA SOUTTO MAYOR DA MOTTA
ASSISTÊNCIA TÉCNICA E EXTENSÃO RURAL NA EMATER/ASCAR-RS EM SÃO
GABRIEL
Relatório de Estágio Supervisionado do
Curso de Graduação submetido à banca de
avaliação da Universidade Federal do
Pampa - UNIPAMPA, como requisito para
obtenção do Título de Bacharel em
Engenharia Florestal.
Orientador: André Carlos Cruz Copetti
São Gabriel
2013
MÁLAGA MONTEIRO BASTOS DE FARIA SOUTTO MAYOR DA MOTTA
ASSISTÊNCIA TÉCNICA E EXTENSÃO RURAL NA EMATER/ASCAR-RS EM SÃO
GABRIEL
Relatório de Estágio Supervisionado do
Curso de Graduação submetido à banca de
avaliação da Universidade Federal do
Pampa - UNIPAMPA, como requisito para
obtenção do Título de Bacharel em
Engenharia Florestal.
Área de concentração: Extensão Rural.
Relatório de Estágio Supervisionado defendido
e aprovado em: 18 de outubro de 2013.
Banca examinadora:
______________________________________________________
Prof. Me. André Carlos Cruz Copetti
Orientador
UNIPAMPA
______________________________________________________
Profa. Dr
a. Ana Júlia Teixeira Senna
UNIPAMPA
______________________________________________________
Profa. Dr
a. Nirlene Fernandes Cechin
UNIPAMPA
RESUMO
O presente relatório descreve as atividades acompanhadas e realizadas no estágio curricular
obrigatória, realizado na EMATER/ASCAR-RS unidade de São Gabriel, no período de 05 de
agosto de 2013 à 30 de setembro de 2013, onde o objetivo principal foi acompanhar visitas
técnicas dos extensionistas da empresa de maneira participativa, além do auxílio na
organização e realização de trabalhos efetivos junto a comunidade assistida. Além disto,
foram acompanhadas as atividades internas visando o entendimento da dinâmica de trabalho
de uma empresa de extensão. Foram feitas diversas visitas às comunidades e propriedades
rurais do município de São Gabriel com foco em diferentes áreas da produção rural, passando
desde o acompanhamento de assistência técnica efetiva para agricultura, pecuária e melhorias
ambientais, até o processo de organização de atividades sociais e suas efetivações. Buscou-se
sempre o aprendizado, principalmente das formas de abordagem e colocação das ideias por
parte dos técnicos para os assistidos e como este processo se dá de maneira bilateral. A
realização do estágio auxiliou no entendimento prático das técnicas de extensão aprendidas
em sala de aula durante o curso, onde ficou bem clara a importância das atividades
extensionistas para a melhoria e organização das comunidades rurais atendidas.
Palavras-chave: Assistência técnica. Comunidades rurais. Extensão rural.
ABSTRACT
This report describes the activities fulfilled in EMATER / RS NASCAR - San Gabriel unit,
since in August 5, 2013 to September 30, 2013 where the first objective was perform visits of
extension at the company with a participatory manner, and organization assistance and
implementation of effective work in the community assisted. Also, the internal activities were
followed in order to understand the working's dynamics in a extension's organization. Were
made several visits to communities and farms in the São Gabriel city, focusing on different
areas of rural production, passing from the effective monitoring of technical assistance for
agricultural and environmental improvements to the process of organizing social activities and
their operation. Learning has always been sought, especially in approach and ways of putting
techniques ideas for assisted people and how this process occurs bilaterally. The completion
supported the understanding of practice extension techniques learned in the classroom during
the course, was very clear the importance of extension activities for the improvement and
organization of rural communities assisted.
Keywords: Extension. Rural communities. Technical assistance.
SUMÁRIO
1 INTRODUÇÃO ............................................................................................................. 6
2 OBJETIVO GERAL ..................................................................................................... 7
2.1 Objetivos específicos ..................................................................................................... 7
3 ORGANIZAÇÃO (EMATER/ASCAR-RS) ............................................................... 7
3.1 EMATER/RS-ASCAR - Regional Bagé ...................................................................... 9
3.1.1 EMATER/ASCAR – RS – São Gabriel ....................................................................... 9
4 ATIVIDADES ACOMPANHADAS E REALIZADAS ........................................... 10
4.1 Atividades de escritório .............................................................................................. 10
4.2 Atividades à campo ..................................................................................................... 10
4.2.1 Visitas técnicas agropecuárias .................................................................................... 10
4.2.2 Elaboração de estudo de caso ..................................................................................... 11
4.2.3 Acompanhamento de atividades sociais ..................................................................... 13
4.2.4 Realização de atividade prática sobre plantio de mudas ......................................... 14
5 AVALIAÇÃO DO ESTÁGIO .................................................................................... 16
6 CONSIDERAÇÕES FINAIS ..................................................................................... 17
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ...................................................................... 18
6
1 INTRODUÇÃO
A extensão rural é uma atividade de suma importância para o desenvolvimento
socioeconômico das comunidades onde a assistência técnica atua. São vários os âmbitos que a
extensão abrange quando entra em contato com comunidades. Além de levar até estas o
conhecimento técnico e a tentativa de melhoria das atividades produtivas diárias, há o
contexto humanitário que trabalha a conservação do ambiente em que as pessoas vivem.
O aprendizado é mútuo, onde técnico e produtor trocam informações buscando como
denominador comum a evolução das condições da propriedade e consequentemente da
comunidade, agindo de forma localizada e focada nas necessidades específicas de cada caso.
Pela definição da ABCAR (Associação Brasileira de Crédito e Assistência Rural), a
Extensão Rural “é um processo cooperativo, baseado em princípios educacionais, que tem por
finalidade levar, diretamente, aos adultos e jovens do meio rural, ensinamentos sobre
agricultura, pecuária e economia doméstica, visando modificar hábitos e atitudes da família,
nos aspectos técnico, econômico e social, possibilitando-lhe maior produção mensal e
melhorar a produtividade, elevando-lhe a renda e melhorando seu nível de vida”.
A extensão rural nasceu nos Estados Unidos nos anos de 1830 norteadas pelos grandes
acontecimentos industriais que cercaram este período, onde todos os setores da economia
americana estavam em franco desenvolvimento e modernização, motivados pelas guerras e
constantes necessidades de evolução das tecnologias para suprir novos tempos. Contudo, as
atividades do meio rural estavam sendo relegadas e em desvantagem perante aos demais
âmbitos.
Para Santos (1993), a origem norte-americana do serviço de extensão rural está
intimamente relacionada ao processo de capitalização da agricultura, presente naquele país.
Desse modo, o desenvolvimento da produção capitalista desativou a indústria caseira da
economia rural que atendia às necessidades básicas dos agricultores.
No Brasil, o serviço de extensão rural teve inicio em 1948, no Estado de Minas Gerais,
através da criação da Associação de Credito e Assistência Rural – ACAR. Dando continuidade
aos trabalhos da ACAR, foi instituída, em 1976, a Empresa de Assistência e Extensão Rural
do Estado de Minas Gerais - EMATER/MG. EMATER – PI (2013).
A extensão rural no Brasil nasceu sob o comando do capital, com forte influência
norte-americana e visava superar o atraso na agricultura. Para tanto, havia a necessidade de
“educar” o povo rural, para que ele passasse a adquirir equipamentos e insumos
industrializados necessários à modernização de sua atividade agropecuária, com isso ele
7
passaria do atraso para a “modernidade”. O modelo serviria para que o homem rural entrasse
na dinâmica da sociedade de mercado, produzindo mais, com melhor qualidade e maior
rendimento (EMBRAPA, 2013).
2 OBJETIVO GERAL
O objetivo geral do estágio foi acompanhar as atividades da EMATER/ASCAR - RS,
passando pelo conhecimento dos processos internos de organização de atividades, até o
acompanhamento prático de realização das mesmas, com o intuito de obter maior
conhecimento sobre o papel do extensionista rural.
2.1 Objetivos específicos
- Levar até os produtores assistidos conhecimentos básicos sobre meio ambiente e sua
preservação através de palestras;
- Realizar de atividade de plantio de mudas junto à comunidade;
- Elaborar estudo de paisagem em locais de acentuada degradação.
3 ORGANIZAÇÃO (EMATER/ASCAR-RS)
A ASCAR – Associação Sulina de Crédito e Assistência Rural está desde 1955
presente no cotidiano dos agricultores familiares. A Instituição se tornou a representante
natural do serviço oficial de extensão rural do Estado, e fincou no solo gaúcho uma trajetória
construída pela tenacidade e dedicação de profissionais que colocaram em ação,
ininterruptamente, a melhor e mais atuante das políticas públicas do Governo do Estado.
Hoje, a agricultura familiar gaúcha é modelo no país graças ao trabalho desenvolvido pela
EMATER/RS-ASCAR.
Ao longo desse tempo, a EMATER (Associação Rio-grandense de Empreendimentos
de Assistência Técnica e Extensão rural) / RS-ASCAR, incorporou novos valores e conceitos
modernos exigidos pelo agronegócio, atividade que se tornou vital para o desempenho
positivo da economia nacional. A Instituição atende às demandas diárias de seu público,
formado por agricultores familiares, quilombolas, pescadores artesanais, indígenas,
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assentados, um contingente superior a 250 mil famílias de assistidos com áreas em mais de
480 municípios. É no coração de 9.550 comunidades rurais dessas localidades que pulsa a
atuação transversal do Serviço de Extensão Rural, revigorada pelo convênio com as
Prefeituras, fertilizando o desenvolvimento socioeconômico e cultural do Rio Grande do Sul.
Os mais de 2.000 empregados se esmeram em prestar assistência técnica e extensão
rural, aos assistidos, sempre honrando com a missão da Instituição, de ajudar plantar um
futuro melhor para quem produz e gera alimentos. Mantenedora de uma grande estrutura de
capacitação rural, a EMATER/RS-ASCAR assumiu a responsabilidade em orientar o uso de
tecnologias nas mais diversas áreas, quer na área de saneamento básico ou ambiental, quer
para melhorar o desempenho de lavouras. Porta-voz da integração do jovem no meio rural e
agente transformador da informação repassa conhecimentos e experiências por meio de
eventos diários que promove diariamente na geografia gaúcha ou através de programas em
rádios e tevês e publicações.
As tarefas do quadro funcional incluem a capacitação dos agricultores e jovens rurais e
a identificação de saneamento básico como instrumento de saúde pública, ações que
promovem proteção à saúde das populações e à preservação do meio ambiente. A agenda
diária coloca em prática um conjunto de ações educativas e concretas que resultam no
abastecimento de água para consumo humano, na disposição adequada dos esgotos
domésticos e dos resíduos sólidos das propriedades rurais, e iniciativas que asseguram a
segurança alimentar dos públicos assistidos, entendida principalmente como a produção de
alimentos na propriedade. A Instituição pensa em desenvolvimento sustentável na perspectiva
da cidadania sem desconsiderar a necessidade de resgate da auto-estima da população. E
entende que é na conquista do respeito próprio e no resgate da auto-estima que homens,
mulheres, jovens, idosos e crianças do meio rural descobrem possibilidades coletivas de
trabalho permanente por uma vida melhor, mais solidária e fraterna.
A EMATER/RS-ASCAR tem como missão promover o Desenvolvimento Rural
Sustentável por meio de ações de assistência técnica e extensão rural, mediante processos
educativos e participativos, visando o fortalecimento da agricultura familiar e suas
organizações e criando condições para o pleno exercício da cidadania e a melhoria da
qualidade de vida da população gaúcha. Visando ser uma instituição de referência em
Assistência Técnica e Extensão Rural, bem como na prestação de serviços de Classificação e
Certificação, reconhecida pela excelência da qualidade de seus trabalhos voltados à
agricultura familiar e ao desenvolvimento rural sustentável.
Para realizar de forma otimizada e focada nas ações sociais necessárias em cada região
9
do Estado, os escritórios municipais da EMATER/RS-ASCAR, são regidos pelos escritórios
regionais situado em Bagé, Caxias do Sul, Erechim, Frederico Westphalen, Ijuí, Lajeado,
Passo Fundos, Pelotas, Porto Alegre, Santa Maria, Santa Rosa e Soledade (EMATER/ASCAR
– RS, 2013).
3.1 EMATER/RS-ASCAR - Regional Bagé
Nesta região estão localizados os maiores municípios em extensão do Estado, com
baixa densidade demográfica no campo e grande percentual de população urbana. Na
totalidade são 20 municípios (Aceguá, Alegrete, Bagé, Barra do Quaraí, Caçapava do Sul,
Candiota, Dom Pedrito, Hulha Negra, Itacurubi, Itaqui, Lavras do Sul, Maçambará, Manoel
Viana, Quaraí, Rosário do Sul, Santa Margarida do Sul, Santana do Livramento, São Borja,
São Gabriel e Uruguaiana) que apresentam cerca de 80% das propriedades rurais com menos
de 200 ha, correspondendo a 20% da área total.
A economia da Região baseia-se na produção primária de carne, lã, leite e na cultura
do arroz. Outras alternativas produtivas são o plantio da soja e do sorgo, a fruticultura, a
olericultura, a apicultura e a piscicultura.
A EMATER/RS-ASCAR de Bagé assiste aproximadamente 12 mil famílias de
agricultores, 10 mil de pecuaristas familiares, três mil famílias de agricultores assentados, 400
famílias de pescadores artesanais, 128 famílias quilombolas e 10 famílias indígenas.
Na pecuária, Aceguá, Bagé (Caçapava do Sul, Candiota, Dom Pedrito, Hulha Negra,
Lavras do Sul) apresentam 12,2% do rebanho de ovinos do Estado, 9,1% de bovinos e 10% de
eqüinos, e são responsáveis por 15,9% da produção estadual de lã.
Os principais eixos estão nas seguintes atividades: pecuária familiar, bovinocultura de
leite, florestamento, fruticultura, reforma agrária, gestão ambiental, promoção social
(EMATER/ASCAR – RS, 2013).
3.1.1 EMATER/ASCAR – RS – São Gabriel
O escritório municipal da EMATER/ASCAR – RS em São Gabriel localiza-se na Rua
Coronel Sezefredo, 629 e é formado por uma equipe de extensionistas que contemplam
diversas áreas de atuação, sendo estes um Médico Veterinário responsável pela área de gado
leiteiro e de corte, um Engenheiro Agrônomo responsável pela área agrícola, uma Pedagoga
responsável pela área social, uma Médica Veterinária responsável pela área de ovinos e um
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Técnico agrícola responsável por atendimentos no assentamento Guajuviras.
O público assistido pelo escritório municipal é bastante variado, contanto com
pecuaristas familiares, quilombolas e assentados de reforma agrária, que buscam
constantemente a assistência técnica e social, além de recorrer à empresa para auxilio na
elaboração de projetos de inclusão em políticas públicas como o Programa Nacional de
Fortalecimento da Agricultura Familiar (PRONAF), Programa Nacional de Alimentação
Escolar (PNAE) e Programa Nacional de Crédito Fundiário (PNCF).
A equipe municipal oferece também assistência técnica em olericultura, agricultura de
subsistência, fruticultura e manejo de solos, além de atuar na qualificação profissional de
artesãs.
4 ATIVIDADES ACOMPANHADAS E REALIZADAS
4.1 Atividades de escritório
Às segundas-feiras eram realizadas reuniões com toda a equipe da
EMATER/ASCAR - RS, às quais eram presididas pelo gerente da unidade a fim de repassar
informações recebidas da regional de Bagé, tais como convites para eventos e determinações
de gerencias superiores. Também eram discutidas as atividades realizadas e as que deveriam
ser realizadas na semana corrente, além, de no caso de algum membro da equipe ter passado
por algum treinamento ou curso, o mesmo repassava as experiências e determinações obtidas.
Durante a semana, o escritório ficava aberto para receber os produtores rurais que ali
buscavam desde auxílio específico para sua propriedade (elaboração de projetos e licenças),
até os que representavam alguma das comunidades.
4.2 Atividades à campo
4.2.1 Visitas técnicas agropecuárias
Semanalmente foram realizadas visitas que buscaram atingir diversos âmbitos das
propriedades rurais, entre eles a assistência técnica para agricultores e pecuaristas.
Estas visitas foram feitas de duas formas: em reuniões (Figura 1), onde vários
produtores se reuniam para debater assuntos e dúvidas comuns a todos. Ou de forma
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individual, aonde os técnicos iam até a propriedade de determinado produtor para acompanhar
de perto o andamento das atividades.
. Das ações realizadas nestas saídas de campo, as necessidades mais observadas eram
quanto ao manejo do gado leiteiro e de ovinos, focando principalmente nas instalações, nas
necessidades nutricionais dos animais e também no rendimento e andamento da produção
leiteira e na saúde e produção de lã dos ovinos. Também eram comuns os relatos de
problemas com pastagem e dúvidas relacionadas às atividades agrícolas, como formas de
adubação e plantio.
Ainda no setor agropecuário, foram realizadas visitas a produtores que desejavam
instalar tanques de piscicultura em suas áreas.
Durante as visitas havia questionamentos sobre a área florestal aliás, dúvidas sobre
plantio e manejo eram bastante comuns, sendo prontamente sanadas.
Figura1 - Reunião Técnica no Assentamento Guajuviras.
Fonte: EMATER/ASCAR – RS, 2013.
4.2.2 Elaboração de estudo de caso
Dentre as atividades técnicas realizadas nas propriedades, uma especificamente foi
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acompanhada de forma mais participativa. Para buscar melhorias nos locais críticos das
propriedades, foi realizado um breve estudo da paisagem de alguns lotes do Assentamento
Guajuviras. Por caminhamento foi feita a análise básica da situação do solo (Figura 2), sua
cobertura e nível de degradação, bem como presença de nascentes e áreas alagadas. Com base
na visualização do local, eram colhidas informações para que fossem buscadas soluções a
serem aplicadas. Para realizar a avaliação, foram aplicados os conhecimentos aprendidos em
aula durante a graduação.
Para estas visitas, foi elaborada uma planilha específica de avaliação (Figura 3), para
pontuar as principais características do local, bem como possíveis técnicas de bioengenharia a
serem aplicadas.
Figura 2 - Situação do estado de conservação do solo em lote do Assentamento Guajuviras.
Fonte: EMATER/ASCAR – RS, 2013.
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Figura 3 - Planilha de Avaliação.
Fonte: EMATER/ASCAR – RS, 2013.
4.2.3 Acompanhamento de atividades sociais
Um dos pilares da extensão rural são as atividades voltadas para a melhoria nas
comunidades e o crescimento individual dos agricultores como pessoa ativa na sociedade. A
maioria das atividades acompanhadas foi voltada para este foco.
Foram acompanhadas reuniões com a comunidade feminina de algumas localidades
encontros estes que tinham intuito de reunir mulheres interessadas em realizar cursos de
capacitação (Figura 4), oferecidos em parceria com o Serviço Nacional de Aprendizagem
Rural (SENAR). Estas reuniões foram sempre marcadas pela confraternização e união de
produtoras rurais que muitas vezes sequer se visitam fora destas ocasiões e a promoção deste
tipo de evento, por mais simples que seja muitas vezes é onde se pode trocar experiências e
opiniões.
Em uma das reuniões não havia o número mínimo de participantes para a realização de
um dos cursos e o mesmo teve que ser cancelado. Este foi um problema pontual de uma única
comunidade, pois na sua maioria as reuniões são sempre proveitosas e o interesse pelo
conhecimento leva muitas participantes a se inscreverem.
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Outra atividade social realizada constantemente era a doação de agasalhos e roupas
para as comunidades, as quais eram entregues em grupos ou levadas diretamente nas casas
dos proprietários.
Em todas as visitas voltadas para a área social o mais importante sempre foi a
conversa direta com cada produtor e família, pois independente do assunto que fosse ser
tratado em específico eram nas conversas mais informais que os anseios e necessidades de
cada um eram expostas. Além disto, houve um maior convívio entre extensionista e assistido,
pois muitas vezes as refeições eram feitas junto aos produtores.
Figura 4 - Curso de Processamento de Frutas na Comunidade do Faxinal.
Fonte: EMATER/ASCAR – RS, 2013.
4.2.4 Realização de atividade prática sobre plantio de mudas
Uma das atividades elaboradas e realizadas foi uma prática sobre plantio de mudas de
frutíferas em função do dia da árvore na Escola de Ensino Fundamental Maria Manoela da
Cunha Teixeira, na oportunidade, foi possível colocar em prática muitos dos conhecimentos
obtidos na graduação, uma vez que além de falar sobre o plantio, também foram respondidas
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perguntas relacionadas ao meio florestal.
Inicialmente foram realizadas explanações sobre a importância do plantio de árvores e
de como estas melhoram a qualidade do meio ambiente em diversos sentidos, como solo,
fauna, micro-clima entre outras. Foram distribuídos folhetos explicativos (Figura 5), e a
linguagem utilizada foi bastante simples, pois, a prática foi dada para alunos de 4° e 6° séries.
Após a parte teórica, passou-se para o plantio efetivo de mudas frutíferas no entorno da escola
(Figura 6).
Figura 5 - Folheto explicativo sobre o plantio correto de mudas.
Fonte: EMATER/ASCAR – RS, 2013.
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Figura 6: Plantio de mudas na Escola de Ensino Fundamental Maria Manoela da Cunha
Teixeira.
Fonte: EMATER/ASCAR – RS, 2013.
5 AVALIAÇÃO DO ESTÁGIO
A realização deste estágio permitiu enriquecer e oportunizar a prática dos
conhecimentos vistos na trajetória acadêmica, pois proporcionou além da experiência junto à
profissionais, também a troca de informações e a possibilidade de levar o conhecimento
adquirido até produtores rurais e alunos das comunidades assistidas.
Verificou-se no estágio, à importância da extensão rural para o crescimento e melhoria
das comunidades que recebem assistência, pois na maioria das vezes a única fonte de
conhecimento científico que estas pessoas recebem, advém do trabalho realizado pelo
extensionista.
Sugere-se que outros trabalhos sejam desenvolvidos na EMATER/ASCAR-RS, pois há
oportunidade de expandir e levar conhecimentos de diversas áreas da engenharia florestal até
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a população, pois acredito que muitas vezes a atividade extensão não é vista com a
importância que deveria. Além disto, o papel de um engenheiro florestal me parece primordial
nas práticas extensionistas.
À Universidade Federal do Pampa, recomenda-se que o estágio em áreas sociais como
as que a EMATER/ASCAR-RS abrange, sejam mais explorados, pois este é um campo
bastante rico em aprendizado e ótimo veículo de inserção do engenheiro florestal na sociedade
como um profissional formador de opinião.
Pessoalmente, levo grandes lições de vida, pois muitas vezes a realidade do produtor
rural é muito difícil e nos leva a perceber quanto temos ao nosso redor e não nos damos conta.
Para mim, as práticas de extensão motivaram-me a repensar o rumo da carreira como
engenheira, pois o trabalho de extensionista é muito enriquecedor e faz grande diferença no
meio ambiente e na sociedade.
Recomenda-se à Universidade Federal do Pampa, procurar expandir as áreas de
interesse para estágios, pois mesmo as empresas que parecem não se enquadrar no setor
florestal, podem oferecer trabalhos diferentes e de nova visão na região do Pampa.
6 CONSIDERAÇÕES FINAIS
Perante o estágio realizado e às experiências vivenciadas foi possível concluir que o
papel do extensionista é de fundamental importância para o meio rural, pois promove a
integração de conhecimento técnico com experiências pessoais.
A participação do engenheiro florestal nas práticas extensionistas ainda é bastante
distante e pontual e acredito que deveria ser mais explorada tanto pelas empresas competentes
quanto pelo próprio profissional que muitas vezes relega a área de extensão.
O meio agrícola e o pecuário estão intimamente ligados às florestas e a integralização
destes três pilares é uma oportunidade de desenvolvimento social e ambiental, com a
contribuição dos conhecimentos técnicos do engenheiro florestal, esta base seria fortalecida e
haveriam ainda mais melhorias nas propriedades.
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REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
EMATER. Instituto de Assistência Técnica e Extensão Rural do Piauí. Missão. Disponível
em: <http://www.EMATER.pi.gov.br/missao.php>. Acesso em: 30 de setembro de 2013.
EMATER/RS. Apresentação. Disponível em: <http://www.EMATER.tche.br/site/sobre/>.
Acesso em: 30 de setembro de 2013.
Embrapa. CONSIDERAÇÕES SOBRE A EXTENSÃO RURAL NO BRASIL. Disponível
em: <http://www.cpap.embrapa.br/publicacoes/online/ADM077.pdf>. Disponível em: 03 de
outubro de 2013.
SANTOS, C. M. Contribuição ao estudo da extensão rural pública em Sergipe: o caso da
Microrregião Geográfica de Tobias Barreto. Dissertação (mestrado em Geografia
Humana). Universidade Federal de Sergipe, Aracajú, 1993.