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Relatório de atividades
2013
Fundação Vox Populi
Rua Professor Dias Amado nº 20
1600-613 Lisboa
Www.fvp.pt geral @fvp.pt
Relatório atividades 2013
Indíce
Pag.
Mensagem do Presidente 3
Gestão institucional 4
A nossa missão 5
Índice Vox Populi– Os portugueses avaliam o Estado da
Nação
6
NEPSO– A nossa Escola Pesquisa a Sua Opinião 7
Escolas e projetos participantes 8
Depoimento de um professor participante no Nepso 9
Rato de Biblioteca 10
Escolas e projetos participantes 11
A plataforma digital dos programas 11
A festa do Nepso e do Rato de Biblioteca 12
Impressões de uma ida ao Brasil 13
Área de Sustentabilidade 14
Prémio Ribacôa 2013/2014 15
Apoio à Associação Rio Vivo 16
Livros editados 17
Balanço e demonstração dos resultados 18
Parecer do Conselho Fiscal 19
Anexo à demonstração dos resultados 20
Fundação Vox Populi
2
Fundação Vox Populi — Rua Professor Dias Amado, nº 20 — 1600-613 LISBOA
www.fvp.— email: geral @fvp.pt — Telefone: +351 217577932
Reconhecida por despacho 9800/2009 : DR 2ª serie 9 Abril .
NIF 508 335 213 — Fundo inicial 1,000,000 Euros
Relatório atividades 2013
3
Na opinião de muitos dos profes-
sores participantes no Nepso - a
nossa Escola pesquisa a sua opi-
nião - da Fundação Vox Populi, o
programa tem-se revelado ser
uma ferramenta útil e importan-
te para a aprendizagem. Os alu-
nos pesquisam, trabalham em
equipa, vencem obstáculos,
criam conhecimento. E, em mui-
tos casos, entusiasmam-se e
mostram-se empolgados com os
resultados. No ensino tradicio-
nal, tudo se orienta para o
saber que. Com os projetos
do Nepso procura-se que os alu-
nos fiquem a saber como. No iní-
cio, ao escolherem o tema que
vão pesquisar, os participantes
acham que sabem muito sobre
ele. Mas rapidamente descobrem
quão pouco sabem. Ao longo do
projeto, assiste-se a uma evolu-
ção que parte da opinião sobre
um assunto para chegar ao
conhecimento sobre esse assun-
to
Os gregos utilizavam a pala-
vra doxa (que encontramos
em ortodoxo, por exemplo) para
significar as crenças, os juízos,
as tradições do povo, que consti-
tuem a sabedoria popular. O con-
ceito corresponde ao de opinião
pública no sentido que hoje lhe
damos; por oposição, eles desig-
navam por epistemê o saber
científico, fundamentado e
reservado a uma elite estudiosa,
esforçada e desejosa de apren-
der. Platão, que se ocupou do
assunto nos seus diálogos, con-
siderava que a doxa era manipu-
lada pela retórica dos sofistas. E
que isso punha em causa a pró-
pria democracia. Porque, em
democracia, o poder detido pelos
governantes, emana do povo que
os elege. Ora a força do povo
está no voto, que traduz e repre-
senta a opinião pública. E se a
opinião publica não é o verdadei-
ro conhecimento, e pode ser
manipulada, então a democracia
que dela deriva assenta em
sofismas e não na verda-
de. Penso que será este o argu-
mento dos que defendem que a
democracia tem de evoluir para
a meritocracia.
No mundo atual, dominado pelos
regimes democráticos, a questão
da opinião pública e da democra-
cia não pode ser ignorada. Na
Alemanha dos anos 30, a opinião
pública era favorável a Hitler,
condenava os judeus, aceitava
naturalmente a supremacia da
raça ariana. Também no Portu-
gal do Estado Novo a doxa era
salazarista. Serão casos extre-
mos, concordo, onde não existia
liberdade e se manipulava a opi-
nião das pessoas pela propagan-
da. Mas o essencial mantém-se:
o objetivo do discurso político
não é o epistemê, mas sim
a doxa. Entre um discurso dema-
gógico ou sofista que traz votos
e um discurso realista e verda-
deiro que afasta votos, o político
opta pelo primeiro. E sabendo
que é a opinião pública que está
na base do poder, recorre-se a
técnicas para formar ou defor-
mar essa opinião. A importância
e o papel dos meios de comuni-
cação e das sondagens é mais
do que conhecida. O efeito de
entrar no bandwagon (à letra
o carro da banda, em português,
traduzido no ditado maria vai
com as outras) diz-nos que uma
opinião reconhecida como domi-
nante tende a atrair cada vez
mais pessoas. E em tudo, na polí-
tica e até na economia, procura
criar-se a moda favorável, seja a
que preço for.
A Escola deve formar homens e
mulheres preparados para
tomarem as suas decisões, e
fazerem as suas opções com
base no epistemê e não na doxa.
Para a formação das crenças,
para a afirmação dos valores,
para a construção da personali-
dade contribuem vários fatores:
familiares, sociais e, sobretudo,
educacionais. No tempo que
vivemos, o papel da escola dilui-
se. A televisão e a internet
absorvem uma boa parte do nos-
so tempo, e têm uma enorme
influência na formação da perso-
nalidade e da opinião acéfala.
Mas a Escola pode e deve con-
trariar a retórica sofista como a
definia Platão.
O Nepso é uma ferramenta
orientada para o epistemê, que
ajuda os jovens a encontrar o
caminho para construir opinião
crítica e fundamentada. E é essa
a missão da Fundação Vox Populi
Luís Queirós
Presidente Fundação Vox Populi
Opinião e Educação Mensagem do Presidente
Fundação Vox Populi
4
Gestão Institucional
Senhores Administradores e Membros do Conselho Consulti-
vo:
Atividade Geral
O ano de 2013 decorreu de acordo com o que tinha sido pla-
neado, tendo as principais ações estado centradas nos pro-
gramas Nepso e Rato de Biblioteca, cuja atividade desenvol-
vida no decurso do ano letivo 2012/2013 agora se reporta.
Apesar de a “área projeto” ter desaparecido dos programas
escolares, é de registar uma boa adesão das escolas aos dois
programas propostos pela Fundação. Não obstante o espírito
de participação dos professores neles envolvidos ser moti-
vado pelas suas reconhecidas vantagens pedagógicas, é com
agrado que pudemos registar, no decurso do presente ano
letivo, o reconhecimento das ações de formação dos profes-
sores com vista a permitir a atribuição e acumulação de cré-
ditos para valorização da sua carreira académica.
Na área de sustentabilidade, a nossa atividade continuou
centrada no concelho de Almeida, tendo os principais apoios ,
no ano transato, sido canalizados para a Associação Rio Vivo
e para o Prémio Ribacôa.
Rendimentos e gastos
Em 2013, como se pode ver no mapa abaixo apresentado, a
Fundação não recebeu qualquer apoio ou subsídio. Os forne-
cimentos e serviços externos refletem as despesas do escri-
tório e os gastos relacionados com os projetos escolares. Em
“outros gastos e perdas” está refletida a regularização do Iva
respeitante a anos anteriores em resultado da reclassifica-
ção do regime fiscal da Fundação. O “resultado líquido” refle-
te ainda uma expressiva quebra dos rendimentos das aplica-
ções bancárias decorrente da generalizada baixa das taxas
de juro que remuneram essas aplicações. Os gastos com o
pessoal referem-se aos salários da Diretora Executiva e de
uma colaboradora que se dedica essencialmente a apoiar os
projetos escolares.
Fundos Patrimoniais
Os fundos patrimoniais já tinham sido reforçados em anos
anteriores. Apesar disso, no final de 2013, por acumulação de
resultados transitados negativos, o fundo patrimonial já era
inferior ao fundo inicial. Entretanto, já em 2014, o Fundador
decidiu reforçar esse fundo com um donativo de 500,000
Euros para garantir a continuidade, sem sobressaltos, da boa
execução dos programas da Fundação. No futuro, será dese-
jável que a Fundação possa desenvolver atividades remune-
radas de forma a contrariar a erosão natural dos seus fun-
dos próprios. Apontam já nesse sentido algumas ações pre-
vistas para implementar nos próximos anos.
Estatutos . Adequação à Lei Quadro das Fundações
Devido à mudança da sua sede para a Rua Professor Dias
Amado, nº 20, em Telheiras, Lisboa, o Conselho de Adminis-
tração, formulou, no decurso do mês de Fevereiro de 2013,
um pedido de autorização de alteração do nº 1 do artigo 2º
dos estatutos junto da Secretaria-Geral da Presidência do
Conselho de Ministros (SGPCM), entidade competente nos
termos da Lei-Quadro das Fundações (LQF) aprovada pela
Lei nº 24/2012 de 9 de Julho. No âmbito do processo de auto-
rização, a 17/7/203 a Secretaria-Geral da PCM notificou a
Fundação Vox Populi para conformar os seus estatutos com
a referida Lei-Quadro, designadamente no que se refere à
sua organização administrativa. A Fundação respondeu a
16/9/2013 à notificação mediante uma proposta de alteração
dos seus estatutos.
À proposta apresentada pela FVP em 16/9/2013, a Secretaria
-Geral da PCM respondeu a 6/2/2014 sugerindo algumas
alterações. O último ato praticado pela FVP, como se consta-
ta através do portal da Presidência do Conselho de Minis-
tros, data de 6 de Março de 2014, sendo que até à data de
hoje, a FVP ainda não tinha sido notificada da decisão final,
apesar do disposto nos termos do artº 38º nº 4 da LQF que
diz “as decisões finais são tomadas no prazo máximo de 60
dias a contar da entrada dos pedidos”.
Lisboa, junho de 2014
Administradora Executiva
Maria Paula Reis e Silva de Oliveira Neves Queirós
Rendimentos e Gastos 2013 2012
Subsidios, doações e legados à exploração 0,00 15.000,00
Fornecimentos e serviços externos -65.272,76 -66.781,45
Gastos com o pessoal -71.812,47 -69.919,75
Outros rendimentos e ganhos 2.776,57 1.972,86
Outros gastos e perdas -91.073,07 -40.644,20
Resultado antes de depreciação, gastos de financiamento e impostos -225.381,73 -160.372,54
Gastos / reversões de depreciação e de amortização -5.104,90 -4.849,19
Resultado Operacional -230.486,63 -165.221,73
Juros e rendimentos similares obtidos 57.651,15 86.524,34
Resultados antes de impostos -172.835,48 -78.697,39
Impostos sobre o rendimento do periodo -414,00 -356,97
Resultado liquido do período -173.249,48 -79.054,36
Fundos Patrimoniais 2013 2012
Fundo Inicial 1.000.000,00 1.000.000,00
Resultados transitados -378.281,25 -299.226,89
Outras variações nos fundos patri-moniais 504.443,18 504.443,18
Resultado liquido do Período -173.249,48 -79.054,36
Total Fundo de Capital 952.912,45 1.126.161,93
Relatório atividades 2013
5
Em 2013, a Fundação Vox Populi - em observância dos
seus estatutos e na fidelidade aos seus princípios inspirado-
res- prosseguiu a sua atividade dentro da linha de orienta-
ção iniciada nos anos anteriores.
Foi com base na premissa, de que “uma Sociedade tem
que se conhecer para conseguir desenvolver-se e evoluir de
forma justa e sustentada”, consagrada nos seus estatutos,
que nos propusemos, desde o primeiro momento, desenvol-
ver uma série de ações:
Promover a divulgação dos princípios associados à
realização e à divulgação de Estudos de Opinião, que são o
rigor científico, a independência e a ética profissional;
Promover, incentivar, e divulgar a pesquisa, a investi-
gação, a utilização e o desenvolvimento das técnicas e dos
instrumentos de recolha da opinião pública;
Criar e manter atualizados bancos de dados que permi-
tam o conhecimento e o acompanhamento da realidade nas
vertentes social, económica, cultural educacional e ambien-
tal, em que as comunidades e os países de língua portugue-
sa ou de presença histórica ou cultural portuguesa, se inse-
rem;
Promover o estudo das questões relacionadas com a
sustentabilidade do desenvolvimento, mormente as relati-
vas ao clima, à energia e à poluição;
Promover o uso pedagógico dos estudos de opinião;
Estimular os jovens nas escolas e nas universidades,
para a utilização dos instrumentos de recolha da opinião
pública.
O relatório de atividades da Fundação que agora apre-
sentamos, diz respeito ao período que decorreu entre Janei-
ro e Dezembro de 2013, e está dividido nas duas áreas que
correspondem à sua vocação e áreas de atuação: a área de
opinião e a área de sustentabilidade
Área de Opinião
Índice Vox Populi. Os Portugueses avaliam o Estado da
Nação
Em 2013, pelo quarto ano consecutivo, foi dada continui-
dade a este projeto, realizado em parceria com a Marktest
que é a entidade que recolhe a informação. Com este projeto
pretendemos manter atualizada, e disponibilizar a todos os
interessados — gestores, políticos, governantes, decisores
ou simples cidadãos — uma base de dados sobre a opinião
dos portugueses sobre o Estado da Nação. Dispomos já de
um histórico com 4 anos, o que permite estabelecer compa-
rações com anos anteriores e definir tendências.
Atividades junto das escolas
Ano após ano, a Fundação Vox Populi tem vindo a afir-
mar a sua vocação na área educacional. As Escolas que, de
norte a sul do país, têm aderido aos programas Nepso e
Rato de Biblioteca dão-se conta do valor pedagógico que
lhes está inerente. Existe um entusiasmo muito grande nas
equipas, de professores e alunos, que aderem a estes pro-
gramas, o que para nós constitui um forte estimulo para
continuar.
Os programas são dirigidos aos alunos de vários graus
de ensino, desde o Básico ao Secundário. Em 2013 , foi
desenvolvida uma fase piloto junto dos alunos do pré esco-
lar e primeiro ciclo com resultados surpreendentes e enco-
rajadores que nos levam a prosseguir nesta via.
As ações de formação dos professores, realizadas ao
longo do ano escolar, decorreram em Lisboa, na sede da
Fundação e em Escolas que têm disponibilizado as suas ins-
talações para esse efeito. No ano de 2013, forma levadas a
cabo seis ações de Formação e foram completados vinte
projetos dos programas Nepso e Rato de Biblioteca.
Área de sustentabilidade
Mantivemos o Prémio Ribacôa, que em 2013 foi atribuído
pelo quarto ano consecutivo. O vencedor, Marco Ferraz, tal
como se propusera fazer, desenvolveu uma ação prestimo-
sa junto de várias entidades do concelho de Almeida
Decidimos continuar a apoiar a Associação Rio Vivo de S.
Pedro do Rio Seco, tendo estabelecido com a nova direção
um protocolo, no qual alertámos para a necessidade de
diversificar as áreas de atuação, incrementando a produção
local e a valorização das matérias-primas.
Edição de Livros
O ano de 2013 fica assinalado pela edição do livro “ O
Mundo em Transição” de autoria do Presidente da Fundação.
Foi ainda decidido, pelo interesse para a memória de Riba
-Côa, apoiar a edição do livro “Estórias de Riba-côa” de
autoria de um almeidense ilustre, o professor Neftali da
Costa Fonseca .
A Nossa Missão : Utilizar os estudos de
opinião para promover a cidadania.
Fundação Vox Populi
6
IVP– Indíce Vox Populi
Os portugueses avaliam o estado
da nação
Desenvolver atividades que contri-
buam para o conhecimento das opi-niões e comportamentos dos portu-gueses sobre questões de natureza económica, social, cultural, educacio-nal e ambiental
Estatutos da Fundação Vox Populi
Avalia-
ção
Atual
Ima-
gem de
Portu-
gal
Meio
Ambien
te
Jornalis-
mo
Qualida-
de de
Vida
Educa-
ção
Segu-
rança Saúde
Econo-
mia
Pes-
soal e
Fami-
liar
Imigra-
ção
Democra-
cia
Conflituali-
dade Justiça
Econo-
mia
Nacio-
nal
Corrup-
ção Media
2013 124 121 113 102 96 82 78 69 63 50 35 34 28 27 71
2012 110 112 116 111 87 59 67 73 60 57 33 31 31 27 68
2011 118 110 123 111 89 60 68 71 55 59 34 31 27 29 68
2010 130 98 123 122 87 63 71 85 62 73 35 33 33 26 72
O ESTADO DA NAÇÃO: AVALIAÇÃO SECTORIAL EVOLUTIVA
Fonte: Fundação Vox Populi, baseado numa sondagem realizada aos portugueses, pela Marktest, no primeiro semestre dos
anos 2011, 2012 e 2013. A avaliação foi feita numa escala de 0 a 200.
O IVP é um estudo que consiste em determinar a avaliação que os
portugueses fazem relativamente a diferentes dimensões da envol-
vência social, as quais foram escolhidas para representar o retrato do
nosso país. O critério da escolha das catorze dimensões ou vetores
selecionados foi subjetivo, e resultou da nossa experiência pessoal de
muitos anos a realizar sondagens de opinião. São os temas que inun-
dam as páginas dos jornais, e que têm a ver com o dia-a-dia dos por-
tugueses.
A sondagem, relativa a 2013, confirma o grande pessimismo dos
portugueses. Em síntese, Portugal é visto pelos portugueses como um
país onde impera a crise, grassa a corrupção e falta a justiça. Os qua-
dros falam por si.
Em 2013, os portugueses, fazem uma avaliação muito negativa do
estado do seu país. Numa escala de 0 a 20, o “estado da nação” recebe
a nota de “7,1 valores”, nota que, nas classificações simplificadas das
provas nos antigos liceus, correspondia a um “medíocre”.
As expectativas são muito negativas e, em geral, pioraram relati-
vamente às do ano passado. A nota de 7,1 valores é uma nota média
calculada a partir das catorze notas atribuídas às dimensões que com-
põem o Índice.
2013
Avaliação
atual
Expetativa de evolução
(Outlook)
Itens
Avaliação Escala:
0/20
Atribuída em
2013
Em rela-
ção a 2012
Imagem de Portu-
gal
12,4 Estável Manteve
Meio Ambiente 12,1 Estável Piorou
Jornalismo 11,3 Estável Piorou
Qualidade de Vida 10,2 Muito negativa Piorou
Educação 9,6 Muito negativa Piorou
Segurança 8,2 Muito negativa Manteve
Saúde 7,8 Muito negativa Manteve
Economia Pessoal
e Familiar
6,9 Muito negativa Manteve
Imigração 6,3 Muito negativa Manteve
Democracia 5,0 Muito negativa Manteve
Conflitualidade
Internacional
3,5 Muito negativa Manteve
Justiça 3,4 Muito negativa Piorou
Economia Nacional 2,8 Muito negativa Manteve
Corrupção 2,7 Muito negativa Manteve
MEDIA GERAL 7,1
Temas/Dimensões Factor Preocupação
Saúde 86.6
Segurança 86.2
Qualidade vida 85.6
Economia nacional 83.0
Meio Ambiente 82.9
Corrupção 81.6
Justiça 80.7
Conflitualidade 79.9
Economia pessoal e familiar 79.5
Educação 79.3
Democracia 68.3
Imagem Portugal 63.3
Imigração 56.1
Jornalismo 43.5
Nota: O Fator “ Preocupação”, é obtido pela soma das percentagens cor-
respondentes às posições: preocupa-me “muitíssimo” e “muito”
O que mais preocupa os portugueses
Classificação dos itens que integram o Estado da Nação
e expectativa da sua evolução
Fonte Fundação Vox Populi:
Relatório atividades 2013
7
O programa que leva a pesquisa às Escolas Portuguesas
São objetivos da Fundação Vox Populi
Promover o uso pedagógico dos estudos de opinião
Celebrar protocolos com estabelecimentos de ensino, sejam
eles de ensino básico, secundário, universitário ou de ATL, para
promover a divulgação dos instrumentos e das técnicas de
recolha da opinião pública, através de acções de formação e
da organização de debates, colóquios, seminários e conferên-
cias
Em 2013, o programa Nepso, pela sua abrangência
e pelo reconhecimento da sua importância pedagógi-
ca, integra juntamente com o Rato de Biblioteca a
área mais importante da Fundação e aquela a que
dedicámos mais atenção
Iniciado, com grande sucesso, no ano letivo de
2010/2011, com adesão de cerca de 100 escolas, este
programa tem como base a utilização da metodologia
dos estudos de opinião para propor às escolas bási-
cas e secundárias o desenvolvimento de projetos de
investigação. Em cada escola, professores e alunos
escolhem um tema de âmbito local, nacional ou ape-
nas atual e, com a ajuda e acompanhamento da Fun-
dação ao longo do ano escolar, conduzem a investi-
gação nas suas várias fases: contextualização do
tema, definição dos objetivos, elaboração do questio-
nário, definição do Universo, desenho e seleção da
amostra, recolha de informação, tratamento dos
dados e apresentação dos resultados.
Trata-se de projetos de investigação aplicada que
ajudam a incrementar a literacia e, ao mesmo tempo,
dar a conhecer os instrumentos de recolha da infor-
mação e das técnicas associadas . Permitem desen-
volver a capacidade de interpretação da informação,
a sua análise crítica, a sua síntese e a forma de comu-
nicar os resultados.
Acima de tudo, os projetos do Nepso contribuem
para a tomada de consciência pelos professores e
alunos dos temas analisados e para a mudança de
atitude pró-cidadania. Não é esquecida a utilidade da
informação, e incentivam-se os grupos de trabalho a
apresentarem propostas de ações concretas para
aplicação dos resultados
O programa Nepso foi criado e desenvolvido pelo
Instituto Paulo Montenegro, no Brasil, entidade com
a qual foi assinado um protocolo com vista a desen-
volver este programa em Portugal.
Em 2012/2013 foram completados 14 projetos com
escolas de Norte a Sul do País e foram realizadas
várias formações de professores. Trabalhámos dia-
riamente com os professores, orientando, aconse-
lhando e ensinando a metodologia de projeto
O programa tem tido, desde a primeira hora, todo
o apoio do Ministério da Educação através da DGE,
entidade a quem já apresentámos uma proposta
para assinatura de um protocolo, que cuja assinatura
ainda se encontra pendente
Contam estes programas com a participação e o
valioso apoio da Marktest que desenvolveu os pro-
gramas de tratamento de dados.
No ano letivo de 2012/2013 participaram no Nepso
14 Escolas
Foram realizadas 6 ações de formação
As ações de formação são acreditadas pelo Minis-
tério da Educação para efeitos do currículo dos pro-
fessores
No final do ano letivo, como habitualmente, reali-
zámos um encontro em que todos os grupos que tra-
balharam ao longo do ano neste programa, tiveram
oportunidade de conhecer os outros projetos realiza-
dos e dar a conhecer os seus. Houve entrega de pré-
mios , muita alegria e entusiasmo.
Fundação Vox Populi
8
Escolas e projetos participantes no Nepso em
2012/2013 Escola Localidade Tema Abordagem Grupo
Escola Secundária com 3
Ciclo de Ferreira Dias
Agualva-Cacém Criação de um Parque
Sustentável em
Agualva - Cacém
Conhecer a relação dos moradores da zona
de Agualva com o Parque da Ribeira das Jar-
das
Alunos do
11º ano
Escola Básica e Secundária
de Pinheiro
Pinheiro Um Olhar sobre a
Escola – Sucesso e
inSucesso Escolar
Conhecer as razões do sucesso/insucesso
escolar na ótica dos alunos, professores e
encarregados de educação
Alunos do
5º ao 12º
ano
Escola Profissional de
Salvaterra de Magos
Salvaterra de
Magos
Cultura Avieira Conhecer as comunidades avieiras - Herança
Sócio-Cultural, porta-estandarte de uma
Identidade
Alunos do
10º ao 12º
ano
Escola Básica de Aver-o-
Mar
Aver-o-Mar
Hábitos de Vida Sau-
dável
Os alunos da escola de Aver-o-mar, debru-
çaram-se sobre rotinas a adotar no quotidia-
no que promovam a saúde e o bem-estar.
Alunos dos
8º e 9º ano
Escola Dr. José Casimiro
Matias / Escola Básica e
Secundária de Vilar For-
moso
Almeida Desenvolvimento
económico e social de
Almeida/Fuentes de
Oñoro
Conhecer , junto da população portuguesa e
espanhola, possibilidades de cooperação e
partilha de recursos, num espírito de entre-
ajuda para o potencial desenvolvimento da
região
Alunos do 7º
ano
Escola Básica Grão Vasco Viseu Pequenos Gestos
Fazem a Diferença
Estudar a relação dos alunos com a escola, a
convivência do quotidiano e a preservação
(ou não) dos espaços comuns da escola.
Alunos do 7º
ao 9º ano
Escola Dr. José Casimiro
Matias / Escola Básica e
Secundária de Vilar For-
moso
Almeida Sexualidade – Decisão
e Risco
Conhecer os comportamentos sexuais e os
riscos a que se expõem os alunos, bem como
as relações emocionais e a maturidade que
as acompanha.
Alunos do
9.º ano
Escola Secundária da Lou-
sã
Lousã Direitos e Deveres...eis
a Questão
Até que ponto os alunos da escola conhecem
e respeitam os direitos e deveres dos alunos
na sua escola
Alunos do 7º
ano
Escola Básica e Secundária
de Vilar Formoso
Vilar Formoso O Lado Desconhecido
dos Telemóveis
O que é que os jovens fazem com o telemó-
vel, como o usam e que riscos correm ao
utilizá-lo.
Alunos do
9º ano
Escola Secundária de Cal-
das das Taipas
Caldas das Tai-
pas
Fotógrafos de família
- Representação das
famílias de Caldas das
Taipas
Caraterizar as famílias da sua comunidade Alunos do
11º ano
Escola Básica 2, 3 Bairro
Padre Cruz
Lisboa O Que Mudou na Vida
das Pessoas quando
Mudaram para o Bair-
ro Padre Cruz
Conhecer as impressões dos moradores
quanto ao seu bairro, o que mudou de essen-
cial no seu quotidiano por ali viverem e,
segundo estes, que melhorias podem ser
levadas a cabo
Alunos do 7º
ano
Agrupamento de Escolas
de Almeida
Almeida De Pequenino se
Aprende a Poupar
Conhecer os hábitos de poupança dos alu-
nos.
Alunos do
3º ano
Jardim de Infância e Primá-
ria da Miuzela
Miuzela
A Importância da Ali-
mentação
Conhecer os hábitos alimentares das famí-
lias da localidade
Alunos da
pré-escolar
e Primária
Escola Secundária Júlio
Dantas e Escola Básica e
Secundária Passos Manuel
Lisboa e Lagos À Procura da Identida-
de Europeia
Determinar o sentimento de pertença à
União Europeia entre os alunos das suas
escolas
Alunos do
8º, 11º e 12º
ano
Relatório atividades 2013
9
Com uma larga experiência de
docência, ultrapassando as três
décadas, construída em todos os
níveis de ensino, desde o primeiro
ciclo ao ensino superior, temos
vindo a consolidar a convicção de
que o nosso sistema educativo
falha e é muito frágil em muitos
aspetos, mas particularmente no
que respeita à integração de abor-
dagens específicas sobre as meto-
dologias de estudo ou sobre aque-
las em que assenta a construção
do conhecimento científico nos
programas curriculares das diver-
sas disciplinas.
De facto, até ao ano terminal do
ensino secundário, não andaremos
muito longe da verdade se afir-
marmos que apenas a disciplina de
Sociologia integra, explicitamente,
no seu programa, estas matérias,
dedicando-lhe um subtema deno-
minado metodologia de investiga-
ção sociológica. O mais das vezes,
esta temática, fica ao livre arbítrio
de cada docente que consoante a
sua estratégia pedagógica a vai
considerando na exata medida das
suas pontuais necessidades.
Ora, é nossa convicção que
muito do insucesso escolar dos
alunos se explica pela ausência de
métodos e hábitos de trabalho e
de estudo, capazes de potenciar a
organização e a sistematização do
saber, bem como de um metodolo-
gia de investigação que, para além
de entusiasmar e motivar para o
estudo, proporcione a construção
de conhecimento significativo.
Lecionamos, há muitos anos, a
disciplina de Sociologia ao 12º ano.
Fazemo-lo por vontade própria.
Cremos tratar-se de uma discipli-
na (agora de opção, outrora obri-
gatória e sujeita a exame nacional)
de grande significância para qual-
quer curso. Do seu programa faz
parte a elaboração de um trabalho
científico de pesquisa sociológica.
Sempre orientamos estes traba-
lhos e do empenho dos alunos e do
entusiasmo que conseguimos
emprestar a esta tarefa, resulta-
ram excelentes performances ao
longo dos anos. Os alunos cresce-
ram na vontade de aprender e
sobretudo convenceram-se e
entusiasmaram-se pela descober-
ta.
Contudo, este ano letivo, em
boa hora, encontrámos uma insti-
tuição, não-governamental
(Fundação Vox Populi) cujos pro-
tagonistas, altruisticamente, dedi-
cam a sua vida, o seu esforço e os
seus recursos ajudando as esco-
las, os alunos e os professores que
se queiram envolver em projetos
de natureza investigativa, a apren-
der. Juntando o útil ao agradável,
associamo-nos entusiasticamente
com os alunos a este programa,
realizando três trabalhos de pes-
quisa sociológica. Encontrámos
inestimável colaboração, total dis-
ponibilidade, profissionalismo e
uma dedicação que se constitui
como singular no contexto extra
académico.
Assim, envolvemos três grupos
de alunos de 12º ano (num total de
12) na disciplina de Sociologia nes-
te projeto, investigando temáticas
sociológicas
O trabalho tem resultado imen-
samente frutífero. Deixámos de
ter os alunos que tínhamos no iní-
cio do ano letivo. Agora temos alu-
nos mais conscientes, mais des-
pertos, mais curiosos, mais amigos
da escola e do conhecimento e
mais preparados para abraçarem
projetos universitários de sucesso.
Tudo isto se deveu não só ao
nosso entusiasmo e ao nosso gos-
to por ensinar, mas sobretudo à
sistematização e ao apoio e à ava-
liação que as diferentes etapas do
nosso trabalho foram merecendo
por parte da Fundação e de seus
responsáveis. Pois se antes os
mesmos trabalhos se circunscre-
viam a uma avaliação restrita e
fechada feita pelo docente e pelos
alunos, hoje o nosso trabalho é
apreciado e avaliado por entidades
externas experimentadas que vali-
dam e dão significância ao nosso
esforço.
Na Fundação Vox Populi temos
um exemplo impar de como as
pessoas com recursos, quando
sensíveis à educação, podem con-
tribuir, ativamente, para que os
alunos e os professores possam
saber mais e sejam capazes, jun-
tos, da construção de um Portugal
ainda melhor!
Bem hajam!
Um depoimento de um professor
participante no Nepso
Professor Gil Manuel Morgado dos Santos
Escola de Caldas das Taipas
Fundação Vox Populi
10
O programa que ensina os alunos a
recolher, organizar, criticar, com-
parar e apresentar a informação
Tema 2013: Portugueses quem somos?
Com a grande oferta e diversidade dos meios de comuni-
cação social, os jovens de hoje habituaram-se a receber e a
aceitar, de forma passiva e acrítica, a informação - muitas
vezes superficial - que lhes é apresentada.
Com a crescente difusão do uso da internet, ampliou-se a
facilidade de acesso a grandes quantidades de conteúdos
informativo, os quais muitas vezes são utilizados tal e qual
para integrar trabalhos e relatórios. Na nossa experiência
do Nepso, constatámos que, quando se pede aos alunos
para contextualizar um tema, existe, por parte de muitos
deles, a tentação de fazer “copy-paste” da informação
recolhida. E ficamos, muitas vezes com a impressão de que
os alunos nem chegam a ler o que pesquisam, e nem têm a
preocupação de saber se a informação que estão a recolher
é verdadeira ou não.
Encontramos em quase todos os grupos do Nepso esta
grande dificuldade em pesquisar, organizar, estruturar e
sintetizar a informação. Para contrariar esta tendência,
temos insistido em realçar a importância desta tarefa,
aconselhando os participantes a empenhar-se nesta fase, e
incentivando-os a trabalhar com mais cuidado e detalhe a
informação disponível.
Conscientes desta situação e desta dificuldade, procurá-
mos a forma de como poderíamos ajudar os jovens a apren-
der a pesquisar, a sistematizar e a aprofundar os conheci-
mentos sobre um tema. O objetivo é levá-los a escrever um
documento com princípio, meio e fim sobre esse mesmo
assunto.
Finalmente, surgiu-nos uma ideia, que posta em execução
pensámos poderia ser útil para ajudar os nossos jovens a
desenvolver competências nesta matéria, que tão impor-
tante é para o seu futuro, tanto nas próprias escolas em
que estão - do ensino básico, secundário e universitário –
bem como, e acima de tudo, na atividade profissional e pes-
soal que venham a desenvolver.
Assim nasceu o programa Rato de Biblioteca. O objetivo é
desenvolver/aprofundar com os alunos/professores ao
longo de um ano letivo um projeto de pesquisa documental
— normalmente conhecida por “Desk Research” — , sobre
um tema proposto pela Fundação Vox Populi.
Os temas propostos são temas transversais e abrangen-
tes de modo a que proporcionem o envolvimento de profes-
sores de diferentes disciplinas: História, Geografia, Ciên-
cias, Português, etc.. permitindo abordagens distintas na
pesquisa dos dados. Os professores podem estudar com os
alunos o tema nas diferentes vertentes, pesquisando sobre
a matéria nas mais diversas fontes existentes.
Recolhidos os dados através da pesquisa de “Desk
Research”, pretende-se o envolvimento também da infor-
mática e da matemática para o tratamento e apresentação
de resultados com base em gráficos e tabelas — trabalha-
dos no Excel , Word e Powerpoint.
A partir da interpretação dos resultados, os professores
das diversas disciplinas, ou um único professor, em conjun-
to com os alunos, elaboram um relatório e preparam a
apresentação do trabalho realizado.
A indicação e valorização das fontes, a resolução de con-
tradições ou incoerências, a capacidade de sintetizar e har-
monizar diferentes perspetivas sobre a temática estudada,
a forma de dar unidade lógica ao relatório final, serão
alguns dos aspetos valorizados na apreciação final dos
trabalhos.
O tema proposto para o ano letivo de 2012/2013 foi o
seguinte:
Nós portugueses quem somos
Foi pedido aos participantes que comparassem a sua ter-
ra ou o seu concelho com outra terra ou outro concelho.
O resultado foi compensador, e o trabalho premiado com-
parava duas cidades património da Unesco: Guimarães e
Évora.
Relatório atividades 2013
11
Escola Localidade Tema Abordagem Grupo
Escola Secundária de
Caldas das Taipas
Caldas das
Taipas
Aqui Nasceu Portugal Investigar sobre a história, as lendas e o
património rico da cidade de Guimarães e
compará-la com a cidade de Évora,
Alunos do 11º ano
Escola Básica Grão Vasco Viseu Identidade viseense Estudar sobe a identidade viseense, tendo
como referência as cidades de Canterbury
e Newark
Alunos do 5º ano
Escola Básica e Secundá-
ria de Pinheiro
Pinheiro Um olhar sobre a
comunidade
Relacionar o nível de escolaridade com a
empregabilidade no concelho de Penafiel
e do Porto
Alunos do 5º ao 11º
ano
Escola Secundária Arqui-
teto Oliveira Ferreira
(ESAOF)
Arcozelo Gentes da Nossa Terra
- Emigração
Conhecer até que ponto a emigração
actual afeta a zona de Arcozelo de Vila
Nova de Gaia e Arcozelo de Barcelos
Alunos do 7º, 8º , 9º ,
11º e 12º ano
Colégio de Vizela Vizela Evolução e mobilidade
da população de Vizela
Analisar a evolução e mobilidade da popu-
lação de Vizela comparando-a com a NUT
2 Norte
Alunos do 9º ano
Escola Profissional de
Salvaterra de Magos
Salvaterra
de Magos
Cultura Avieira Investigar sobre a cultura Avieira Alunos do 10º e 11º
ano
Escolas e projetos participantes no
Rato de Biblioteca 2012/2013
www.fvp.pt
A importância de uma
plataforma na gestão
dos projetos
Umas das razões que mais têm
contribuído para o sucesso do Nepso e
do Rato de Biblioteca tem sido a plata-
forma expressamente desenvolvida no
site da Fundação Populi para gerir o
progresso dos trabalhos ao longo do
ano. A sequência das tarefas a realizar
é monitorada pelos serviços da Funda-
ção, de tal forma que os grupos só
podem progredir depois de validada a
tarefa imediatamente anterior. O esta-
do de cada projeto pode ser avaliado
de forma simples através da utilização
de um sistema de cores.
A plataforma permite gerir todo o
projeto, permitindo o acesso diferen-
ciado a todos os participantes com
diversos níveis de permissão. Todos os
documentos de trabalho ficam arqui-
vados, e até a gestão da aplicação dos
questionários é feita dentro da plata-
forma. Esta aplicação foi desenvolvida
pela Escrita Digital expressamente
para a Fundação Vox Populi, e pode ser
utilizada para gerir outros projetos de
investigação.
Fundação Vox Populi
12
No dia 28 de junho foi realizada na
Escola Passos Manuel, em Lisboa, o
encontro final destes programas que
culminou com a entrega de prémios
aos melhores projetos de pesquisa de
opinião realizados. Foram inscritos 20
projetos de pesquisa de 14 escolas de
todo o país. Desde os 45 professores
que passaram por encontros de
formação e os mais de 250 alunos que
participaram no desenvolvimento dos
estudos, contou também com o
acompanhamento de especialistas da
Fundação Vox Populi responsável
pelo programa e convidados de vários
sectores que colaboraram na
formação e no júri.
Os projetos de pesquisa inscritos
foram analisados por um júri compos-
to por: Ana Lucia Lima (diretora exe-
cutiva do Instituto Paulo Montenegro),
Marilse Araújo (coordenadora geral
do programa Nepso e assessora de
projetos da Ação Educativa), Dr. Dinis
de Abreu, jornalista, presidente do
Clube de Imprensa e Presidente do
Júri, Dra. Rosália Silva, representante
do ministério da educação, Dra. Isabel
Estevão, representante do grupo
Marktest e Dra. Matilde Lino Neto,
reputada economista.
Os projetos em destaque
relativamente ao Nepso foram:
Menções Honrosas – O projeto "O
que mudou na vida das pessoas
quando vieram morar para o Bairro
Padre Cruz", da escola E.B. 2,3 Bairro
Padre Cruz ganhou uma Menção
Honrosa pela realidade que
apresentou.
A segunda Menção Honrosa do
Nepso, pela abordagem que fizeram
ao tema da utilização dos celulares
pelos alunos da Escola Básica e
Secundária Dr. José Casimiro Matias e
da Escola Básica e Secundária de Vilar
Formoso foi para o estudo "O Lado
Desconhecido dos Telemóveis"
Mais original - Um grupo de
Almeida, das Escolas Básica e
Secundária Dr. José Casimiro Matias e
Básica e Secundária de Vilar Formoso,
abordaram o potencial de
colaboração entre Portugal e Espanha
na fronteira, com o estudo "Um futuro
assente no conhecimento do passado
– C a m i n h o s r u m o a o
Desenvolvimento sem Tempos nem
Fronteiras".
Melhor proposta de ação: - alunos
da Escola Secundária da Lousã
abordaram o tema dos direitos e
deveres dos alunos na escola e, com
os seus resultados, delinearam
iniciativas práticas que poderão
ajudar a debelar este problema. O
nome do projeto é "Direitos e
Deveres...eis a questão".
Modalidade Nepso Multi-escola: "À
procura da identidade europeia –
Cidadania Europeia", associando uma
escola de Lagos, a Escola Secundária
Júlio Dantas, com uma de Lisboa, a
Escola Básica e Secundária Passos
Manuel. Alunos e professores
trabalharam em conjunto à distância
durante todo o ano letivo.
Melhor Comunicação: "À procura da
identidade europeia – Cidadania
Europeia" das Escolas Secundária
Júlio Dantas e Básica e Secundária
Passos Manuel. O grupo levou o
prémio pela sua apresentação muito
criativa e envolvente.
Melhor Trabalho: "Insucesso Escolar
– Um Olhar sobre a Escola" da Escola
Básica e Secundária de Pinheiro. O
grupo desenvolveu um trabalho muito
completo, tentando encontrar as
raízes do insucesso escolar no seu
meio
Dois representantes do projeto
vencedor como melhor trabalho,
foram ao Brasil para participar do
Seminário de Encerramento do Polo
Pernambuco, nos dias 29 e 30 de
novembro. Na ocasião, tais
representantes tiveram a
possibilidade de apresentar a outros
alunos e professores o seu projeto de
pesquisa e ainda trocar experiências
não só em relação ao Nepso como
também realizar um intercâmbio
cultural muito rico.
Os projetos em destaque
relativamente ao Rato de Biblioteca
foram:
1º Prémio – Melhor Trabalho
“Aqui nasceu Portugal”, apresentado
pela Escola Secundária de Caldas das
Taipas
Melhor Comunicação
“Gentes da nossa Terra: Análise
comparativa das freguesias Arcozelo/
Gaia e Arcozelo/Barcelos” : Tema Emi-
gração, apresentado pela Escola
Secundária Arq. Oliveira Ferreira
Mais Original
“Uma aldeia, um rio, uma realidade
na margem... (Aldeia de Escaroupim)”,
apresentado pela Escola Profissional
de Salvaterra de Magos
Menção Honrosa – Abordagem do
tema
“O aluno investigador - análise com-
parativa de Viseu com Newark e Can-
terbury”, apresentado pela Escola
Básica Grão Vasco de Viseu
Encontro Nacional do Nepso e
Rato de Biblioteca
Relatório atividades 2013
13
No ano letivo de 2012/2013, um grupo de alunos
da Escola Básica e Secundária de Pinheiro, em Penafiel,
resolveu participar no concurso NEPSO (Nossa Escola Pes-
quisa Sua Opinião), desenvolvido pela Fundação Vox Popu-
li. Na nossa participação, desenvolvemos um projeto de
investigação estatística intitulado “Um Olhar Sobre a Esco-
la – inSucesso – Sucesso e Insucesso Escolar”, no qual
avaliámos a opinião de uma amostra selecionada de alu-
nos e encarregados de educação da nossa escola, relativa-
mente a tópicos relacionados com esta temática.
Após um trabalho árduo, resultado da preparação e
aplicação de inquéritos, análise de resultados e elaboração
de uma apresentação, um relatório e folhetos informati-
vos, a nossa equipa dirigiu-se a Lisboa, onde apresentámos
publicamente o nosso projeto aos restantes participantes
no concurso, e onde fomos selecionados como o melhor
trabalho. Consequência dessa eleição, um dos prémios
consistiu numa viagem ao Brasil por parte de um dos alu-
nos envolvidos no projeto e de um professor responsável.
A aluna escolhida, por unanimidade, fui eu, Ana Beatriz
Pinto, e, como infelizmente ambos os professores respon-
sáveis, a professora Mónica Pais e o professor Vasco Ribei-
ro, não tiveram a possibilidade de permanecer na nossa
escola após o concurso de professores deste ano letivo, a
diretora da escola foi a selecionada para me acompanhar.
Assim sendo, entre os dias 27 de novembro e 2 de
dezembro, efetuámos uma viagem ao Brasil, com o objeti-
vo de participar no VIII Seminário Estadual NEPSO Polo Per-
nambuco, de forma a, não só divulgar o nosso trabalho por
todos os restantes participantes, mas também para
conhecer os estudos de opinião destes.
No dia 27, viajámos de avião do Porto até Lisboa,
onde nós encontrámos com Joana Rodrigues, a represen-
tante da Fundação Vox Populi. Após algumas horas de
espera, embarcámos no voo com destino a Recife, Brasil.
Chegadas finalmente a solo brasileiro, após umas extensas
8 horas de viagem, ficámos hospedadas no Hotel Onda
Mar, onde descansámos durante a noite.
No dia seguinte, dirigimo-nos, de autocarro, a Gara-
nhuns, onde viria a decorrer o seminário. Instalámo-nos no
Hotel Tavares Correia, almoçámos, e fomos visitar duas
escolas da região: uma situada na zona mais movimentada,
e outra localizada numa área mais modesta e rural. Além
das distinções entre as duas escolas, fiquei estupefacta
com a diferença entre estas escolas e as escolas portugue-
sas: mesmo as escolas mais pobres de Portugal conse-
guem ter muito mais qualidade nas suas instalações que
estas escolas brasileiras. Fiquei, também, comovida com o
interesse das crianças em pertencer àquelas escolas, ape-
sar das condições em que aprendem. Foi sem dúvida uma
lição de vida, já que estou acostumada a ouvir os alunos da
nossa escola queixarem-se das suas instalações, quando,
na realidade, seriam um luxo para aquelas crianças.
Nos dias 29, sexta, e 30, sábado, decorreu o seminário.
Nestes dois dias, assistimos a palestras que nos ensina-
ram diversos métodos de partilha e de síntese de informa-
ção, que um dia mais tarde serão úteis na realização deste
tipo de projetos. Presenciámos, também os testemunhos
dos alunos brasileiros pertencentes ao NEPSO, que desen-
volveram este projeto e nos apresentaram as suas princi-
pais conclusões adquiridas. É de destacar a escolha das
temáticas por eles abordadas, já que incidiram mais em
situações-problema típicas da região, como por exemplo,
as drogas e a exploração infantil, que, obviamente, nos
marcaram pelo modo como eles abordavam o tema e esta-
vam dispostos a unir esforços para, juntos, ajudarem a
erradicar esses problemas. Apresentámos, igualmente, o
nosso projeto, que foi recebido com muito agrado.
Nos dias 1 e 2, já em Recife, visitámos o Colégio de Apli-
cação, uma escola que coopera com a universidade federal,
Olinda, uma cidade turística considerada Património Mun-
dial pela UNESCO e a praia de Boa Viagem. Aproximando-se
a hora da partida, regressámos ao aeroporto, onde apa-
nhámos o voo de regresso a casa.
Esta experiência foi bastante enriquecedora a diversos
níveis: ao nível da aprendizagem relativa à estatística, já
que apreendi novos conceitos e técnicas a utilizar em pro-
jetos futuros, e a nível pessoal, no que toca ao conheci-
mento de novas culturas contrastantes com a nossa, o
estabelecimento de novas amizades e à vivência de
momentos, que serão, provavelmente, únicos na nossa
vida.
É o testemunho que vale a pena elaborar estudos de
opinião e dar a conhecer aos outros o que para eles é des-
conhecido, e, sobretudo, vale a pena participar no projeto
NEPSO
Impressões de uma
ida ao Brasil Ana Beatriz Sousa Pinto, aluna do grupo premiado
“vale a pena participar
no projeto NEPSO.”
Fundação Vox Populi
14
Área de sustentabilidade Cuidar o Futuro
Vivem-se tempos de angústia e
de incerteza no nosso país, mas
também um pouco por toda a parte.
É a crise económica, o aquecimento
global, os desastres ambientais, a
crise energética, a globalização, as
assimetrias regionais, os conflitos
latentes, o terrorismo ou a, sempre
presente, ameaça nuclear. São con-
tingências universais mas que na
aldeia global afetam potencialmen-
te todas as pessoas e todos os
lugares, mesmo os mais isolados e
remotos. E, o pior de tudo, é esta
espiral de pobreza que paira sobre
nós como uma espada afiada e que
ameaça, por longo tempo, o nosso
futuro.
Nos dias de hoje, os jovens
vivem na incerteza do emprego, e
os velhos na solidão dos lares. E a
população activa está no meio, e
sente-se perdida: tem de cuidar dos
filhos, que estão à espera do
emprego, e dos pais, que estão à
espera da morte. Viciou-se no con-
sumismo, vive na dependência do
automóvel, da televisão e do multi-
média. Deslumbra-se com os novos
Ipads, mas não percebe ou percebe
mal o que está a acontecer à sua
volta. Ninguém lhe aponta um
rumo, sente-se desorientada.
O modo de viver tradicional está
destruído, e não se advinha outro
que o venha substituir. Viver à custa
da segurança social, do fundo de
desemprego, dos subsídios do
Orçamento do Estado ou dos fun-
dos da CE não é solução sustentá-
vel. E as maiores ameaças, no futu-
ro, pairam sobre os grandes aglo-
merados urbanos e os seus tristo-
nhos subúrbios e dormitórios que
são “sítio nenhum”, de onde se irá
fugir quando os alimentos escas-
searem e os depósitos dos automó-
veis ficarem irremediavelmente
vazios,
Na Fundação Vox Populi esta-
mos conscientes desta realidade e
procuramos respostas. A nossa
atenção vira-se para os deprimi-
dos meios rurais e a nossa atenção
centra-se na aldeia de S Pedro do
Rio Seco
Como resultado da fuga para as
cidades, a população permanente
dessa aldeia que era de cerca de
700 pessoas reduziu-se a pouco
mais de 150 habitantes, a maior
parte com mais de 65 anos. A
escola fechou por falta de alunos.
Resta uma pequena atividade agrí-
cola, quase um passatempo dos
reformados, centrada nas hortas
de proximidade. Cuidar dos velhos
no Centro Social é, agora, a princi-
pal atividade dos poucos que tra-
balham na aldeia. A folha está pra-
ticamente abandonada, sendo a
exceção a existência de pequenas
manchas dispersas de exploração
florestal (de cupressus ou azinhei-
ras), e algumas explorações
pecuárias (de vacas e ovelhas),
tudo a viver com apoios comunitá-
rios
No mês de Agosto a aldeia
ganha a vitalidade de uma estância
turística. Emigrantes enchem a
terra, cria-se uma ilusão de vida. E
alguns vêm nisto um sinal de pro-
gresso, e acreditam que se está a
prosseguir o caminho certo.
Mas esta aldeia está ferida de
morte e não tem futuro: os resi-
dentes desaparecem, e outros não
chegam para os substituir; os
filhos dos emigrantes não virão
ocupar as casas que os pais cons-
truíram. Os dinheiros do estado
social vão escassear, os fundos
comunitários também. É este o
paradoxo do nosso tempo: as cida-
des não são a solução para o futu-
ro, e as pequenas comunidades
rurais perderam a sua sustentabi-
lidade.
Vivem-se tempos
de angústia e de
incerteza
Uma atenção especial para um aldeia rural do Inte-
rior beirão: S. Pedro do Rio Seco
Relatório atividades 2013
15
Prémio Ribacôa 2012-2013
Do sol ao solo, apresentado por Marco
Ferraz foi o projeto ven-
cedor No dia 21 de Janeiro de 2013 reuniu,
em Almeida, o Júri para deliberar sobre
a atribuição do prémio Ribacôa.
O júri teve a seguinte composição:
Luís Queirós, em representação da
Fundação Vox Populi, que presidiu,
José Alberto Morgado em representa-
ção da Câmara Municipal de Almeida,
Telmo Cunha em representação da
Associação dos Amigos de Almeida,
Maria José Diniz da Fonseca, em
representação da ASTA e Manuel Alci-
no Fernandes em representação da
Junta de freguesia de S. Pedro do Rio
Seco. Esteve presente, como convida-
da, a Dra. Manuela Tolda - Presidente
da ADEFS.
No final e em presença da aprecia-
ção das candidaturas foi decidido, atri-
buir o premio à candidatura "Do Solo
ao Sol” da autoria de Marco Ferraz,
coordenador da AMBIEDUCA.
O projeto “Do Solo ao Sol – Valori-
zação Orgânica e Aproveitamento
Solar” tem como objetivo geral a valo-
rização de resíduos orgânicos como
materiais recicláveis e valorizáveis
com vista à melhoria dos atributos do
solo e aumento dos seus níveis de
fertilidade, assim como a utilização da
energia solar para confeção e conser-
vação de alimentos.
Em colaboração com a Fundação
Vox Populi e com diferentes parceiros
da região de Almeida nomeadamente
a Câmara Municipal de Almeida, a Jun-
ta de freguesia de S. Pedro do Rio
Seco, o Agrupamento de Escolas de
Almeida, a Associação dos Amigos de
Almeida, a ASTA -Associação Sócio-
Terapêutica de Almeida, a ARV - Asso-
ciação Rio Vivo e a ADEFS – Associação
de Desenvolvimento das Encostas da
Fonte Santa, o projeto dinamizou
ações para diferentes públicos e em
diferentes contextos, contribuindo
dessa forma para a promoção e imple-
mentação da sustentabilidade nas
organizações e comunidades alvo da
sua atuação.
Marco Ferraz desdobrou-se em
iniciativas e ações de formação que
tiveram lugar em S. Pedro do Rio Seco,
no Agrupamento de Escolas de Almei-
da e na Asta Marco Ferraz vencedor do Prémio
Ribacôa 2012-2013
Relativamente a este projeto é o próprio Marco Ferraz que se exprime
O culminar do Projecto do Solo ao Sol foi sem dúvida o desenvolvimento de alguns
produtos que foram apresentados e comercializados durante o festival tempo de
aldeia. A desidratação solar é um método de conserva eficiente que permite pre-
servar e potenciar o valor nutricional e o sabor de diferentes alimentos. A reacção
ao produto foi muito positiva, as pessoas que experimentaram gostaram e o stock
produzido foi todo vendido. Sem dúvida que o desenvolvimento deste tipo de pro-
dutos poderia se transformar numa ideia de negócio, mas a meu ver, e devido às
condições climatéricas que só proporcionam o uso de equipamento solares duran-
te o período de Verão, seria necessário tentar desenvolver outro tipo de equipa-
mento, ,privilegiando sempre o uso de energias renováveis, como é o caso da bio-
massa para os períodos em que o frio e a humidade sejam dominantes
Fundação Vox Populi
16
Apoio à Associação
Rio Vivo
A Fundação deliberou apoiar com 25
mil Euros a Associação Rio Vivo , ten-
do para o efeito assinado um proto-
colo que determinava as seguintes
obrigações da Associação
Respeitar a Declaração de Princí-
pios presente nos estatutos e
elaborada pelos fundadores da
mesma;
Envolver ativamente a população
da aldeia de São Pedro de Rio
Seco na elaboração de projetos
de dinamização e desenvolvi-
mento da mesma, com especial
incidência na camada jovem
Fazer um esforço contínuo com
vista ao envolvimento de entida-
des e organizações locais, de
carácter público e privado, no
cumprimento do seu plano de
atividades;
Esforçar-se para assegurar sus-
tentabilidade do seu projeto e da
aldeia de São Pedro do Rio Seco,
baseando os seus esforços na
ideia de economizar, localizar e
produzir;
Dinamizar a Escola Viva com ati-
vidades regulares e periódicas,
assim como disponibilizar este
espaço para atividades organiza-
das por elementos exteriores à
ARV, desde que em conformidade
com o seu projecto global;
Ajudar à divulgação e estabelecer
parcerias com outras entidades
de incidência local, nomeada-
mente a Junta de Freguesia, o
Centro Social de São Pedro do Rio
Seco, a Câmara Municipal de
Almeida, a Associação Sócio-
Terapêutica de Almeida, o Agru-
pamento de Escolas de Almeida, a
Associação de Amigos de
Almeida, a Associação de Desen-
volvimento das Encostas da
Fonte Santa, a Paróquia de São
Pedro do Rio Seco e IPSSs locais,
Reunidos em S. Pedro do Rio Seco no
dia 9 de Agosto de 2009, os signatários
manifestam a intenção de constituir a
Associação Rio Vivo. Através dela, e em
pleno respeito pela Natureza e pelo
uso racional dos seus recursos, procu-
ram contribuir para preservar o patri-
mónio cultural, as formas de vida, as
tradições, os usos e os costumes que
herdaram dos seus ancestrais.
Os signatários estão conscientes dos
graves problemas que afetam o equilí-
brio do planeta, e ameaçam pôr em
causa a vida tal como a conhecemos: a
poluição ambiental, o aquecimento
global, as alterações climáticas dele
resultantes, o rápido esgotamento de
recursos naturais como a energia de
origem fóssil, a terra arável, a água e
outros. Estão preocupados com a
extinção acelerada de espécies animais
e vegetais, e com as ameaças que pai-
ram sobre a diversidade biológica.
Num mundo globalizado, e particular-
mente na sociedade portuguesa, assis-
tiu-se em poucos anos a uma rápida
destruição dos modos vida e
dos equilíbrios tradicionais, sem que
outros mais sustentáveis tivessem
surgido. A fuga das populações rurais
em busca de melhores condições de
vida, e a sua concentração acelerada
em subúrbios urbanos marcados pela
precaridade, o desenraizamento e a
fragilização, despovoou o interior e
esvaziou as pequenas comunidades
rurais.
Ora os signatários crêem que as
pequenas comunidades rurais poderão
vir a desempenhar um papel importan-
te no futuro. Crêem que é fundamental
tomar consciência dos perigos que
ameaçam a Humanidade, e das nefas-
tas consequências do esgotado modelo
do crescimento contínuo e do consu-
mismo moderno. Creem estar em vias
de exaustão o privilégio histórico das
energias fósseis baratas, que permitiu
às gerações do último século um
desenvolvimento e um conforto nunca
experimentados. Acreditam que é seu
dever deixar às gerações futuras um
mundo habitável. E crêem ser funda-
mental reconstruir alguma da auto-
sustentabilidade alimentar e energéti-
ca das pequenas comunidades rurais.
Os signatários creem ser necessário
desenvolver ativamente um novo
modo de vida, um modelo de transição
para uma era pós-carbono. Tal deside-
rato deve ser perseguido no respeito
pelas pessoas, com as suas crenças
religiosas, as suas opções políticas e os
seus direitos próprios. Mas abrir cami-
nhos novos implica contrariar as atuais
tendências e mudar as mentalidades.
Os fundamentos constituintes
Relatório atividades 2013
17
O Mundo em Transição, o livro de autoria de Luís Quei-
rós que fica a assinalar o 5º aniversário da Fundação
Estórias de Ribacôa, um livro de Neftali da
Costa Fonseca editado com o apoio da Fundação Vox Populi
Do autor destes contos, professor universitário no Porto tinha uma imagem difusa que o meu padrinho Norberto Clemente, que a ele se referia como o primo Neftali, me transmitia. No meu primeiro ano na faculdade, passado no Porto, ouvi sobre ele várias referências, sempre elogiosas. Não tive a oportunidade de o conhecer pessoal-mente. Mas, de certa forma, isso aconteceu agora, neste feliz reen-contro com as Estórias de Ribacôa”.
Luis Queirós, na Introdução do Livro
“A coletânea de reflexões aqui reunidas dá-nos conta
da evolução do pensamento do autor ao longo de um
período em que tem escrito sobre o nosso tempo,
nomeadamente, acerca de áreas ainda muito afasta-
das das preocupações da civitas: a energia, os recur-
sos naturais, a poluição, a demografia e os limites que
impõem ao crescimento. São textos que nos inquie-
tam, nos fazem remexer na cadeira do pensamento
recostado nos braços do politicamente correto.
Somos confrontados com uma abordagem da crise,
que embora inesperadamente nos perturbe, questiona
a miragem de uma retoma que não chega, e enumera
algumas das principais razões que a afastam do nos-
so horizonte próximo. Somos aqui surpreendidos pelo
aparente paradoxo do pensamento de um empresário
de sucesso, e que, sonhador do concreto, nos aponta
generoso o caminho do Mundo da Transição: uma vida
mais simples, mais solidária, mais humana, com pre-
valência do ser sobre o ter. Neste tempo de incerteza
e desencanto, mas da vontade com que quisermos
ser, a Transição é, afinal, um Homem solidário a cami-
nhar tranquilo ao encontro de si próprio. “
A. Mendonça, sobre “O Mundo em Transição”
“Uma oportuna reflexão sobre a crucialidade da crise da
nossa Civilização”
António Ramalho Eanes
“Com esta obra, Luís Queirós junta-se a Tim Jackson e a
Serge Latouche e muitos outros pioneiros de uma verda-
deira economia que assuma os limites ecológicos da expe-
riência histórica e social da humanidade. São obras deste
teor que rasgam luzes de orientação e esperança nos
tempos de angústia e incerteza que nos é dado viver.”
Viriato Soromenho -Marques. In Jornal de letras
“Ao longo da obra, onde está bem patente a formação
científica do autor, sobressai, como os títulos dos capítu-
los já indicam, uma preocupação muito viva com o futuro
do nosso planeta, um planeta cujos recursos, designada-
mente energéticos, são finitos. Além disso, a exploração
desses recursos está sujeita às leis da física: a energia
conserva-se, enquanto a energia útil se vai inexoravel-
mente perdendo”.
Carlos Fiolhais, no blogue De Rerum Natura
Fundação Vox Populi
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Balanço em 31 de Dezembro de 2013
ANOS
Rubricas 2013 2012
ACTIVO
Ativo não Corrente
Ativos fixos tangíveis 127.368,32 132.473,22
127.368,32 132.473,22
Ativo Corrente
Estado e outros entes públicos 16.027,19 61.852,72
Outras contas a receber 1.705,20 250.000,00
Outros ativos financeiros 200.000.00
Caixa e depósitos bancários 1.436.147,92 1.503.438,47
1.653.880,31 1.815.291,19
Total do Ativo 1.781.248,63 1.947.764,41
FUNDOS PATRIMONIAIS E PASSIVO
Fundos Patrimoniais
Fundo Inicial 1.000.000,00 1.000.000,00
Resultados transitados -378.281,25 -299.226,89
Outras variações nos fundos patrimoniais 504.443,18 504.443,18
Resultado liquido do período -173.249,48 -79.054,36
Total do Fundo de Capital 952.912,45 1.126.161,93
Passivo
Passivo não Corrente
Passivo Corrente
Fornecedores 0,00 0,00
Estado e outros entes públicos 3.410,80 356,97
Outras contas a pagar 824.925,38 821.245,51
828.336,18 821.602,48
Total do Passivo 828.336,18 821.602,48
Total dos Fundos Patrimoniais e do Passivo 1.781.248,63 1.947.764,41
Demonstração dos Resultados
Período findo em 31 de Dezembro de 2013
ANOS
Rendimentos e Gastos 2013 2012
Subsídios, doações e legados à exploração 0,00 15.000,00
Fornecimentos e serviços externos -65.272,76 -66.781,45
Gastos com o pessoal -71.812,47 -69.919,75
Outros rendimentos e ganhos 2.776,57 1.972,86
Outros gastos e perdas -91.073,07 -40.644,20
Resultado antes de depreciação, gastos de financiamento e impostos -225.381,73 -160.372,54
Gastos / reversões de depreciação e de amortização -5.104,90 -4.849,19
Resultado Operacional -230.486,63 -165.221,73
Juros e rendimentos similares obtidos 57.651,15 86.524,34
Resultados antes de impostos -172.835,48 -78.697,39
Impostos sobre o rendimento do período -414,00 -356,97
Resultado liquido do período -173.249,48 -79.054,36
Relatório atividades 2013
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Fundação Vox Populi
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Anexo à demonstração
dos Resultados As notas que se seguem respeitam a ordem estabelecida no SNC/
ESNL. Os valores são apresentados em Euros.
1 - Identificação da entidade
1.1 Designação da entidade: Fundação Vox Populi
1.2 Sede: Azinhaga das Galhardas, 179 D
1600-470 Lisboa
1.3 Natureza da atividade: Fundação
2 – Referencial contabilístico de preparação das demons-
trações financeiras
As demonstrações financeiras do exercício foram prepara-
das, em todos os seus aspetos materiais, em conformidade com
as disposições do SNC e respetivas NCRF em vigor em Portugal e
de acordo com o Dec. Lei nº. 36-A/2011 que aprovou o regime de
normalização contabilística para as entidades do sector não lucra-
tivo (ESNL).
3 – Principais políticas contabilísticas
3.1 - Ativos Fixos Tangíveis
Os ativos fixos tangíveis foram registados ao custo de aquisi-
ção. A depreciação dos ativos fixos ocorre após o momento em
que o bem se encontra em condições de ser utilizado e de acordo
com o método das quotas constantes.
3.2 Subsídios e donativos concedidos
Os subsídios e donativos concedidos são considerados gastos
operacionais no momento do seu pagamento.
Os donativos concedidos em 2013 foram destinados a:
. Associação Rio Vivo
24.000,00 euros
. Asta – Associação Sócio Terapêutica de Almeida
1.750,00 euros
4 - Políticas contabilísticas, alterações nas estimativas
contabilísticas e erros
Sem alteração
5 – Activos Fixos Tangíveis
6 - Ativos Intangíveis
Não Existem
7 - Locações
Não Existem
8 - Custo de empréstimos obtidos
Não existem empréstimos obtidos
9 - Inventários
Nada Consta
10 - Rédito
Juros de aplicações financeiras indicados nas demonstra-
ções dos resultados
11 - Provisões, passivos contingentes e ativos contingentes
Nada a considerar
12 - Subsídios do Governo e apoios do governo
Não houve quaisquer subsídios ou apoios do Gover-
no
13 - Efeitos de alteração em taxas de câmbio
Sem efeitos
14 - Impostos sobre o rendimento
15 - Instrumentos Financeiros
16 - Benefícios dos empregados
O número médio de empregados durante o ano de 2013 foi de 1.
17 – Divulgações exigidas por outros diplomas legais
Nada a declarar
18 – Outras Informações
Nada a declarar
Órgãos Sociais
O Presidente da Fundação
Luís Teixeira Queirós
O Conselho de Administração
Luís Teixeira Queirós
Maria Paula Reis e Silva de Oliveira Neves Queirós
Pedro Clemente Queirós
Maria da Graça Reis e Silva de Oliveira Neves
Bernardo Reis de Oliveira Neves Lavadinho
O Conselho Consultivo
António José Sequeira Teixeira
João Manuel do Carmo de Almeida Loureiro
Jorge Manuel Fonseca Ferreira
José António dos Santos Fernandes
José Manuel Ferreira Simões de Oliveira
O Conselho Fiscal
Sérgio Clemente Queirós
Miguel Neves Queirós
Patrícia Isabel Vieira da Costa
Edifícios e
outras
Construções
Equipa-mento
básico
Equipa-mento
Administra-
tivo
Total
Saldo Inicial 132.445,00 679,60 16.211,13 149.335,73
Saldo Final 132.445,00 679,60 16.211,13 149.335,73
Depreciações Acumuladas
Saldo Inicial 12.154,94 135,92 4.571,65 16.862,51
Depreciações do exercício
3.120,17 67,96 1.916,77 5.104,90
Outras Variações - - - -
Saldo Final 15.275,11 203,88 6.488,42 21.967,41
Valor Liquido 117.169,89 475,72 9.722,71 127.368,32
Imposto sobre o Rendi-
mento 31/12/2013 31/12/2012
Tributações Autónomas 414,00 356,97
Total 414,00 356,97
Caixa e Depósitos
Bancários 31/12/2013 31/12/2012
Depósitos à Ordem 86.147,92 23.438,47
Depósitos a Prazo 1.350.000,00 1.480.000,00
Outros 200.000,00 250.000,00
TOTAL 1.636.147,92 1.753.438,47