revista vox ed. 24

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Revista mensal - Abril/2015 - Ano 3 - Edição 24 DISTRIBUIÇÃO DIRIGIDA A CARA E A VOZ DO LEGISLATIVO! PESQUISA Aeroportos brasileiros: premiação estimula melhores serviços | DESVIOS Corrupção na Petrobras é superior ao investimento anual de 37 órgãos | CIDADANIA Senado Federal homenageia povos indígenas PROTESTOS PELO PAÍS

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A revista é um veículo de circulação nacional, mensal, atingindo todos os municípios brasileiros, focado na área legislativa, política e de gestão pública. Atualmente é o veículo de maior credibilidade voltado para a área legislativa, política e de gestão pública do Brasil, com neutralidade política, privilegiando a democratização da divulgação da gestão de políticas públicas. Apresenta sempre temas ligados à esfera pública e política, como economia, orçamento público, direito, ciência política, além de outros assuntos.

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A CARA E A VOZ DO LEGISLATIVO!

PESQUISAAeroportos brasileiros:

premiação estimula melhores serviços

|DESVIOS

Corrupção na Petrobras é superior

ao investimento anual de 37 órgãos

|CIDADANIA

Senado Federal homenageia

povos indígenas

PROTESTOS PELO PAÍS

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2 | www.revistavox.com.br

A ABRACAM é uma entidade que luta pelo fortalecimento do

Poder Legislativo Municipal e vem atuando na defesa dos

interesses dos cidadãos representados por mais de 5.560

Câmaras Municipais, propondo ações eficazes nesse sentido.

Sua necessidade.

Page 3: Revista Vox ed. 24

A cara e a Voz do Legislativo | 3Dê vez para quem é a voz do Legislativo Municipal. Filie-se!

A ABRACAM presta os seguintes serviços às Câmaras Municipais filiadas:• Representação política institucional junto aos poderes constituidos da União, estados e municípios

• Assessoria jurídica, pareceres sobre assuntos específicos nas áreas administrativas, processo legislativo, projetos de leis

• Informações sobre Leis Federais e decisões do Supremo Tribunal Federal de interesse dos municípios

• Acompanhamento junto ao Congresso Nacional de matérias de interesse das Câmaras Municipais e dos municípios

• Seminários e eventos nos estados sobre assuntos específicos e de interesse geral

• Identificação do vereador através da expedição da Carteira Oficial do Vereador

• Curso de capacitação legislativa para vereadores e servidores de Câmaras Municipais

Brasília - DF: SAS, Quadra 05, Lote 05, Bloco F | Fone: 61 3322 0499

www.abracambrasil.org.br | [email protected]

Nossa solução.

Page 4: Revista Vox ed. 24

4 | www.revistavox.com.br

Sumário

Divu

lgaç

ão

Aeroportos brasileiros: premiação estimula melhores serviços

PESQUISA50

Divu

lgaç

ão

Lei da Terceirização: protestos pelo país

Corrupção na Petrobras é superior ao investimento anual de 37 órgãos

Divu

lgaç

ão

DESVIOS30

14CAPA

05 EXPEDIENTE/EDITORIALARTIGOS23 - A contratação de emissora de rádio pelo legislativo municipal - Dr. César Rômulo Rodrigues Assis34 - Estrutura de campanha - José César da Silva40 - Princípio da insignificância e sua valoração pela autoridade policial - Dr. Denis Camargo56 - Voto, logo existo? - Thomas Korontai

06 POLÍTICA MONETÁRIAFirjan e Comércio-RJ defendem mudanças na condução da política econômica

07 ALÔ TRABALHOApós dez anos, Ministério do Trabalho reativa central de atendimento telefônico

08 NA CÂMARAAprovada pena de prestação de serviços comunitários para crime de pichação

09 NA CÂMARAPesquisa com biodiversidade será simplificada

14 CAPAProtestos pelo país: Terceirização

20 BIODIVERSIDADENovo Marco Legal da Biodiversidade é sancionado em Brasília

22 CGUCGU publica normas sobre acordos de leniência com

empresas investigadas24 ECONOMIA

Contas do país registram superávit primário de R$ 1,4 bilhão

25 EQUIPE ECONÔMICATCU quer ouvir equipe econômica do primeiro mandato de Dilma

26 JUROSNova alta dos juros dificulta retomada do crescimento, critica CNI

27 OPERADORASAnatel cobra qualidade das operadoras de celular

28 COMUNICAÇÕESBanda larga será oferecida a 95% da população até 2018

30 DESVIOSCorrupção na Petrobras é superior ao investimento anual de 37 órgãos

32 POLÍCIA FEDERALOperações da PF evitaram perdas de R$ 2,8 bilhões

33 STFEx-ministro Paulo Brossard morre aos 90 anos em Porto Alegre

35 FAIXA DE PEDESTREBrasília comemora 18 anos de implantação da faixa de pedestre

36 EMPREGOSSetor de serviços impulsiona crescimento na criação de empregos, indica Caged

38 LEI GERAL DAS ANTENASDilma sanciona com vetos lei para instalação de antenas de telefonia

39 TECNOLOGIADilma anuncia parceria com o Facebook

41 MULHERESParticipação das mulheres na política é tema de debate no Senado

42 CIDADANIASenado homenageia povos indígenas

45 PARKINSONIdentificação de sintomas de Parkinson é um dos principais desafios

46 EDUCAÇÃOInvestimentos do MEC caem 30% em 2015

48 TRANSPORTE URBANOTrens e metrôs transportaram 2,9 bilhões de passageiros no país, em 2014

49 STJSTJ fixa prazo de vista para ministro devolver processo em julgamento

50 PESQUISAAeroportos brasileiros: premiação estimula melhores serviços

52 PLANOS DE SAÚDE Operadoras terão que informar diferenças entre

modalidades de planos de saúde53 BULLYING

Massacre em Realengo mudou trajetória escolar de amigos e familiares das vítimas

54 PLANEJAMENTOBrasil está em fase que antecede “novo ciclo de desenvolvimento”, diz ministro

57 CAIXA SEGUROSGoverno vai abrir capital da Caixa Seguros

58 DIPLOMACIARepública da belarus comemora os 70 anos da vitória na segunda guerra mundial

60 ABMCâmara aprova projeto que cancela transferência de ativos da iluminação aos municípios

61 BBBanco do Brasil reestrutura vice-presidências e diretorias

62 FRASES

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A cara e a Voz do Legislativo | 5

DIRETORIA NACIONALPresidente - Rogério Rodrigues da Silva

1º Vice - Laércio Pereira Soares2º Vice - Jorge Luiz Bernardi

3º Vice - Rildo Pessoa4º Vice - Luiz Humberto Dutra

5º Vice - Cesar Rômulo Rodrigues Assis Secretário Geral - Toni Albex Celestino2º Secretário - Adriano Meireles da Paz

CONSELHO DE CONTASPaulo Silas Alvarenga de Melo

Anízio Gonçalves de SouzaGenildo de Souza Oliveira

DIRETORIA ADMINISTRATIVADiretor Estratégico - Luiz Kirchner

Diretor de Comunicação e Marketing - Milton Atanazio

SAS, Quadra 05, Lote 05, Bloco F CEP: 70 070 910Fone: 61 3322 0499 ou 8111 0460

[email protected]

Editorial

Publicação mensal daAssociação Brasileira de Câmaras Municipais

SAS, Quadra 05, Lote 05, Bloco FBrasília - Distrito Federal - CEP: 70 070 910

[email protected] | Fone: 61 3322 8847www.revistavox.com.br

Editor-Chefe: Milton Atanazio – MTb [email protected]

Revisão: Tadeu BambiniColaboradores: Caroline Oliveira, Cícero Miranda,

Daniel Costa, Florian Madruga, Tomas Korontai, Gisele Victor Batista, João Paulo Machado e Renê Ramos

Estagiária: Kêmily BarrosFotógrafos: Antonio José e José Marçal

Diagramação: Caroline OliveiraAgências de Notícias: Brasil, Senado,

Câmara, EBC, SECOM/PR e Site Contas Abertas

IMPRESSÃO

Gráfica do SenadoTIRAGEM: 1 mil exemplares

EDIÇÃO ESPECIAL PARA PARLAMENTARES

DISTRIBUIÇÃO DIRIGIDA

ABRACAM

www.abracambrasil.org.br

DISTRIBUIÇÃO GRATUITA

Não é permitida a reprodução parcial ou total

das matérias sem a prévia autorização.

A Revista VOX não se responsabiliza pelos

conceitos emitidos nos artigos assinados.

Expediente

Bem-vindos a mais uma edição mensal da Revista VOX, que chega aos leitores com o nosso compromisso de levar aos 5.570 municípios deste país, informações de qualidade sobre as

ações municipais, estaduais e federais, sempre com neutralidade política, privilegiando a democratização da divulgação da gestão de políticas públicas e continuar sendo o veículo de maior credibilidade voltado para a área política, legislativa e de gestão pública do Brasil.

O país vive neste momento um clima de protestos, as centrais sindicais e os movimentos sociais fazem protestos simultâneos em 18 estados da federação, no dia 15 marcou o Dia Nacional de Paralização contra o PL 4.330, projeto de lei que regulamenta a terceirização no Brasil e foi aprovado na Câmara dos Deputados no dia 8. Os atos ocorreram em Alagoas, Amapá, Goiás, Piauí, Paraíba, Paraná, Espírito Santo, Rio Grande do Sul, Rio de Janeiro, Minas Gerais, Sergipe, Tocantins, Pará, São Paulo e no Distrito Federal. Houve paralisações no transporte público em pelos menos quatro capitais, segundo a CUT: Porto Alegre, Salvador, Recife e Brasília.

O ato tem um simbolismo importante, que nos inspirou a matéria de Capa desta edição.

“Presenteamos o leitor através de articulistas convidados, com temas da maior importância como: “A contratação de emissora de rádio pelo legislativo municipal”; “Princípio da insignificância e sua valoração pela autoridade policial” e “Voto, logo existo?”.

Destacamos ainda assuntos da maior importância como: Política Monetária; Trabalho, Congresso Nacional; Biodiversidade; CGU; Equipe Econômica; Juros; Comunicação; Desvios; Corrupção; Polícia Federal; Emprego; Tecnologia; Mulheres; Povos Indígenas; Cidadania; Educação, entre tantos outros.

Ressaltamos em Especial Cidadania “Senado homenageia povos indígenas”, além de relevar temas como Corrupção na Petrobras e Aeroportos brasileiros.

Enfim, queremos agradecer aos nossos leitores, pela participação com as críticas e sugestões de pautas que nos enviaram através do nosso e-mail e continuamos perseguindo o slogan que resume as características da revista de ser “A cara e a voz do Legislativo!”.

Boa leitura!Milton [email protected]

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A

Política Monetária

Da redação

Adecisão do Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central (BC), de aumentar a

taxa Selic em 0,5 ponto percentual, de 12,75% para 13,25% ao ano, foi criticado pelos empresários em geral. No Rio de Janeiro, a Federação das Indústrias do Estado (Firjan) defendeu, por meio de nota, a urgência de profunda alteração na condução da política econômica. Segundo a entidade, o ajuste fiscal deve ser feito pela diminuição dos gastos públicos de natureza corrente, inclusive com regras explícitas que limitem o seu crescimento.

Para a Firjan, “a opção por um ajuste fiscal que prioriza aumento da tributação e corte dos investimentos públicos é nociva ao crescimento de longo prazo, além de agravar a atual conjuntura”. A nota destaca que somente com iniciativas de alteração no rumo da política econômica é que ocorrerá “um real ajuste da postura fiscal, abrindo espaço para um recuo estrutural das taxas de juros e crescimento sustentável da economia brasileira”.

A Federação do Comércio do Estado do Rio de Janeiro (Comércio-RJ) também critica a decisão do Copom

Para a Firjan, a opção por um ajuste fiscal que prioriza aumento da tributação e corte dos investimentos públicos é nociva ao crescimento de longo prazo

FIRJAN E COMÉRCIO-RJ DEFENDEM MUDANÇAS NA CONDUÇÃO DA POLÍTICA ECONÔMICA

e sugere, em nota, o aprimoramento do gasto público e a oxigenação das engrenagens produtivas como medias para o enfrentamento eficaz da inflação. A entidade considerou que o BC “lançou mão de mais do mesmo na condução da política monetária” ao elevar, pela quinta vez consecutiva, os juros básicos da economia.

“E nem por isso a inflação tem convergido para o centro da meta do governo, de 4,5%, o que não ocorreu ao longo dos últimos cinco anos”, lembra a Comércio na nota. Segundo a entidade, a razão para isto reside no fato de os gargalos responsáveis pelas altas de preços estarem menos relacionados ao consumo do que à ponta da oferta, da produção, e também à baixa eficiência do gasto público. n

A Federação do Comércio do Estado do Rio de Janeiro

(Comércio-RJ) também critica a decisão do Copom

e sugere, em nota, o aprimoramento do gasto

público e a oxigenação das engrenagens produtivas

como medias para o enfrentamento eficaz da

inflação

Divulgação

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APÓS DEZ ANOS, MINISTÉRIO DO TRABALHO

REATIVA CENTRAL DE ATENDIMENTO TELEFÔNICO

A ligação será gratuita para chamadas originadas de telefones fixos e poderá ser feita de qualquer lugar do país

originadas de telefones fixos e poderá ser feita de qualquer lugar do país. Ao ligar para a central, o trabalhador ou o empregador ouvirá, inicialmente, um menu com opções pré-gravadas. O serviço eletrônico funcionará 24 horas por dia, todos os dias da semana.

Se o atendimento eletrônico não for suficiente, o usuário poderá falar com um atendente. Essa equipe estará disponível de 7h às 19h, de segunda-feira a sexta-feira. “O principal foco do Ministério do Trabalho é o Trabalhador. Com a central queremos melhorar, agilizar e ampliar a nossa capacidade de atendimento aos

Divulgação

Alô Trabalho

OOMinistério do Trabalho reativou no dia 30 a central de atendimento telefônico

158. Nela, o trabalhador poderá obter informações sobre como solicitar o Seguro-Desemprego e o Abono salarial, além de esclarecer dúvidas sobre a legislação trabalhista e tirar a segunda via de documentos. O empregador também poderá usar a ferramenta para tirar dúvidas, por exemplo, sobre o preenchimento do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged).

O ministério vai investir na central Alô Trabalho R$ 14,4 milhões por ano. O call center terá capacidade para atender simultaneamente 157 ligações. O contrato prevê atendimento diário de 26,7 mil usuários e mais de 580 mil chamadas por mês. Além de obter informações, pelo número 158 também será possível agendar atendimento nos postos do Ministério do Trabalho.

Após quase dez anos desativado, a central Alô Trabalho substitui o antigo serviço de atendimento por telefone disponível ao trabalhador, agora com mais interatividade e opções de atendimento, segundo o órgão. A ligação para o 158 será gratuita para chamadas

Divulgação

Da redação Divulgação

usuários, trabalhadores, empresas e órgãos de classe em todo o país”, disse à Agência Brasil o responsável pela central Edson Luis Gonçalves. n

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Na Câmara

OOs serviços deverão estar relacionados, preferencialmente, a ações de conservação de edificações, patrimônio ou vias públicas

APROVADA PENA DE PRESTAÇÃO DE SERVIÇOS COMUNITÁRIOS PARA CRIME DE PICHAÇÃO

Da redação

O Plenário da Câmara dos Deputados aprovou nesta quarta-feira (29) o Projeto

de Lei 985/15, do deputado Domingos Neto (Pros-CE), que muda a pena para o crime de pichação ou degradação de edificação ou monumento urbano. Como o projeto tramita em conjunto com o PL 3187/97, do Senado, a matéria voltará àquela Casa para nova análise.

De acordo com o texto aprovado pela Câmara, uma emenda do deputado Alessandro Molon (PT-RJ), a pena prevista na lei sobre condutas lesivas ao meio ambiente (Lei 9.605/98), de detenção de 3 meses a 1 ano e multa, passará a ser de prestação de serviços à comunidade por até cinco meses.

Os serviços deverão estar relacionados, preferencialmente, a ações de conservação de edificações, patrimônio ou vias públicas.

Fará parte da pena também a reparação do dano à vítima. Em caso de reincidência, a pena prevista de prestação de serviços será aplicada pelo prazo máximo de 10 meses.

TEMPO DE DETENÇÃOO texto original do PL 985/15

dobrava a pena atual e previa que o

condenado perderia os benefícios sociais de diversos tipos, entre os quais os do Bolsa Família.

Para o deputado Alessandro Molon, o aumento da pena de detenção não traria a diminuição da prática. “Aumentar o tempo de pena vai fazer com que o infrator se torne um criminoso pior”, disse.

O líder do Psol, deputado Chico Alencar (RJ), também foi contra o aumento do tempo de detenção e criticou o que ele chamou de “culto ao penalismo com supressão de benefícios”.

O deputado Pompeo de Mattos (PDT-RS), no entanto, defendeu o aumento da detenção para inibir “a

ação de vândalos que têm a certeza da impunidade”. “É hora de acertar as contas com aqueles que cometem pichações e estragam monumentos públicos”, disse.

PROGRAMAS SOCIAISA pena de exclusão de programas

sociais, para Molon, seria preconceituosa e aumentaria a exclusão social.

Já o autor do projeto, deputado Domingos Neto, defendeu a retirada de benefícios sociais dos pichadores. “Não podemos deixar o governo financiar o crime. É isso que está acontecendo hoje. Pichador é uma forma de entrar no crime organizado.” n

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Alessandro Molon: o aumento da pena de detenção não traria a diminuição dos casos de pichação

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A cara e a Voz do Legislativo | 9

PESQUISA COM BIODIVERSIDADE SERÁ

SIMPLIFICADAO texto, que vai à sanção, define novos procedimentos para simplificar

acesso a patrimônio genético e conhecimento

conseguir autorização para acesso ou remessa ao exterior de patrimônio genético ou de conhecimento tradicional associado.

O texto define novos procedimentos

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Na Câmara

A Câmara aceitou ainda sugestão do Senado

para incluir o agricultor familiar na definição de

agricultor tradicional

OOPlenário da Câmara aprovou ontem 12 das 23 emendas do Senado ao projeto de lei

da biodiversidade (PL 7735/14, do Poder Executivo), que simplifica as regras para pesquisa e exploração do patrimônio genético de plantas e animais nativos e para o uso dos conhecimentos indígenas ou tradicionais sobre eles. A matéria será enviada à sanção presidencial.

A principal emenda aprovada proíbe empresas sediadas no exterior e sem vínculo com instituições nacionais de pesquisa científica e tecnológica de

Da redação para simplificar o acesso a esse patrimônio e ao conhecimento.

ACORDO SETORIAL Outras duas emendas aprovadas

especificam que a possibilidade de diminuição, para até 0,1% da receita líquida do royalty devido ocorrerá por meio de acordo setorial somente quando se tratar de conhecimento tradicional associado de origem não identificável. Esse conhecimento não pode ser objetivamente atribuído a alguma determinada comunidade.

A Câmara aceitou ainda sugestão do Senado para incluir o agricultor familiar na definição de agricultor tradicional. n

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O

No Senado

O novo índice havia sido aprovado em 2014, mas o governo não regulamentou a lei, o que atrasou a aplicação

OSenado aprovou no dia 28 o projeto que obriga a União a colocar em prática o novo indexador

das dívidas dos estados (PLC 15/2015 complementar). O Senado aprovou, ainda, uma emenda que permite ao governo aplicar os novos indexadores até 31 de janeiro de 2016. Com a mudança, o texto terá que voltar à Câmara dos Deputados.

O projeto, como veio da Câmara, dava ao governo o prazo de 30 dias da manifestação dos entes federativos para fazer os aditivos contratuais. O relatório da senadora Marta Suplicy (SP)

era pela aprovação desse prazo. Para ela, a lentidão na regulamentação está sufocando estados e municípios.

Mesmo assim, o texto acabou sendo aprovado com a prorrogação do prazo prevista em emenda do senador Walter Pinheiro (PT-BA), elaborada em conjunto com outros parlamentares. Segundo o senador, os estados não perdem.

A emenda prevê que a União vai conceder descontos sobre o saldo devedor das dívidas com base no novo limitador da evolução da dívida, a taxa básica de juros (Selic). O que os estados tiverem pago a mais será devolvido em 2016. Além disso, nada impede que o governo, se houver folga de caixa,

APROVADO PROJETO QUE OBRIGA UNIÃO A ADOTAR NOVOS INDEXADORES NAS DÍVIDAS DE ESTADOS E MUNICÍPIOS

Da redação

A emenda prevê que a União vai conceder

descontos sobre o saldo devedor das dívidas com

base no novo limitador da evolução da dívida, a taxa básica de juros (Selic). O que os estados tiverem

pago a mais será devolvido em 2016

Divulgação

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celebre antes de 2016 os aditivos.— O texto da emenda diz que

o processo tem de se dar até 31 de janeiro de 2016, portanto, começa imediatamente. E, no dia 31 de janeiro, a União terá de encerrar todo e qualquer tipo de tratativa, ou seja, terá de cumprir — explicou Walter Pinheiro.

Para Cássio Cunha Lima (PSDB-PB), no entanto, o texto não fixa prazo nem cria condições para esse ressarcimento.

REGRASA mudança no indexador das dívidas

é reivindicação antiga de estados e municípios, cuja dívida chega a crescer até 20% ao ano. Com a aprovação do texto, até janeiro de 2016 o governo terá que rever os contratos e substituir o atual indexador, Índice Geral de Preços - Disponibilidade Interna (IGP-DI), pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA). Além disso, os juros serão reduzidos dos atuais 6% a 9% ao ano para 4% ao ano.

Quando a fórmula IPCA mais 4% ao ano for maior que a variação acumulada da taxa Selic (taxa básica de juros), a própria taxa básica de juros será o indexador. Isso evita que a soma dos encargos fique muito acima

A CARA E A VOZ DO LEGISLATIVO!

dos juros vigentes no mercado, como ocorre atualmente.

O adiamento do prazo para a aplicação foi um pedido do governo, em nome do ajuste fiscal. A mudança no indexador, segundo estimativas atribuídas ao Ministério da Fazenda, poderia gerar uma perda de R$ 3 bilhões ao governo federal neste ano.

Senadores, especialmente da oposição, criticaram a aprovação do texto com a prorrogação do prazo sugerida pelo governo. Aécio Neves (PSDB-MG) disse considerar que o Executivo não está cumprindo com a sua palavra. Para ele, o novo indexador traria um alívio aos estados e municípios e já deveria estar em vigor há muito tempo.

— O que nós queremos é a vigência do novo indexador imediatamente, como propunha, inclusive, a própria presidente da República. É preciso que aqueles que nos acompanham compreendam que essa matéria talvez tenha sido, de todas, a mais debatida ao longo dos últimos anos. As idas e vindas, acordos feitos e desfeitos pelo governo foram inúmeros — acusou o senador, que chamou Dilma Rousseff de “não-presidente da República”.

DEPÓSITOS JUDICIAISA relatora acatou o conteúdo de um

projeto do senador José Serra (PSDB-SP) que permite a estados e municípios o uso, como receita, de parte dos depósitos judiciais e administrativos de processos em andamento (PLS 183/2015). A inclusão do texto foi sugerida no início da discussão do projeto, no dia 15 de abril, e aprovada nesta terça pelos senadores.

Na justificativa do projeto, Serra diz que os valores depositados na rede bancária referentes a litígios judiciais e administrativos em andamento constituem uma importante receita em potencial. O reconhecimento de parte desses valores como receita corrente, argumenta o senador, é uma forma de aumentar a arrecadação a um custo baixo, em vez de captar recursos no mercado a juros relativamente altos por meio de operações de crédito internas e externas.

— Estamos dando, aqui no Senado, um impulso muito grande aos estados e municípios, para enfrentarem uma situação muito difícil como a de hoje, do ponto de vista econômico e financeiro — disse o senador, ao lembrar que os recursos serão usados em investimentos, não em custeio. n

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F

Judiciário

O novo Código de Processo Civil (CPC) provocará uma “mudança cultural” no Judiciário brasileiro ao priorizar a conciliação e a mediação

Fruto de amplo debate no Congresso Nacional e sancionado pela presidenta

Dilma Rousseff há cerca de um mês, o novo Código de Processo Civil (CPC) provocará uma “mudança cultural” no Judiciário brasileiro ao priorizar a conciliação e a mediação. Este foi um dos principais pontos destacados no dia 14 por operadores dos direitos em evento promovido pela Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) para debater o novo código.

Em meio às discussões acerca do impacto das mudanças impostas pelo novo código no equilíbrio entre a ampla defesa e o tempo de duração dos processos, o desembargador do Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro Alexandre Câmara disse que as pessoas, em especial os operadores do direito, como advogados, juízes e procuradores, foram “adestrados” pensar o sistema de Justiça do país como moroso. Para ele, isso deve mudar com a nova norma.

“O novo código é capaz de nos permitir buscar uma virada cultural. Em uma sociedade civilizada, temos que inverter a lógica e ter a conciliação e a mediação como melhor forma de resolução de conflito. Obviamente, nem todos os conflitos serão resolvidos assim.

NOVO CÓDIGO DE PROCESSO CIVIL MUDARÁ CULTURA NO JUDICIÁRIO

Da redação

Divulgação

Daí, teremos um meio alternativo, que será a jurisdição. Isso fará com que só cheguem ao Judiciário os processos que não foram passiveis de conciliação”, ressaltou Câmara.

Para o presidente do Conselho Federal da OAB, Marcus Vinicius Coelho, o novo código atualiza as exigências do Judiciário brasileiro ao momento contemporâneo. “Se não podemos dizer que houve ruptura com o sistema atual, o novo código provoca uma mudança de paradigma, sem rupturas. O povo brasileiro tem esse espirito de mudanças, mas sem conflito.”

“Foram mudanças paradigmáticas que terão efeitos práticos. Hoje, temos dois procedimentos que levam a sentença: sumário e o ordinário, como se um tivesse que ser rápido e o outro, lento. O novo código diz que temos um procedimento único, que não deve ser rápido nem lento, mas no ponto certo para ser justo”,

acrescentou o presidente da OAB.De acordo com o advogado Paulo

Cezar Pinheiro Carneiro, professor titular da Universidade do Rio de Janeiro e membro da comissão de juristas que participou da elaboração do código, com mais de 100 milhões de processos em andamento na Justiça atualmente, somente com o estímulo à conciliação – que reduzirá as causas que ingressam no Judiciário – e a ampliação do uso da jurisprudência será possível reduzir o passivo do sistema jurisdicional do Brasil.

Segundo o jurista, esse mecanismo criará “uma barreira” para ações aventureiras. Na mesma linha, Alexandre Câmara acrescentou que o reforço aos mecanismos de jurisprudência definidos no novo código inviabilizará o ingresso de processos em que o cidadão e os respectivos advogados agem como se o Judiciário fosse uma loteria. n

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STF DECIDE QUE JUDICIÁRIO NÃO PODE

REVER QUESTÕES DE CONCURSOS PÚBLICOS

De acordo com a decisão, as bancas têm autonomia para formular e anular questões, conforme critérios estabelecidos no edital

entenderam que a atuação dos juízes deve ser restrita à garantia da isonomia

Divulgação

Judiciário

OO Supremo Tribunal Federal (STF) decidiu, no dia 23, que o Judiciário não pode

rever critérios estabelecidos pelas bancas examinadoras de concursos públicos. De acordo com a decisão, as bancas têm autonomia para formular e anular questões, conforme critérios estabelecidos no edital.

A decisão atinge candidatos que entraram na Justiça para anular questões de concursos públicos que geraram controvérsia. Os ministros

Da redação

A decisão atinge candidatos que entraram

na Justiça para anular questões de concursos públicos que geraram

controvérsia

entre os concorrentes, por meio do cumprimento do edital, sem qualquer interferência para mudar o conteúdo das provas.

O STF julgou recurso do governo do Ceará contra decisão da Justiça, que anulou oito questões em um concurso para enfermeiros. Os candidatos alegaram que o edital foi descumprido, porque as questões tinham duas respostas corretas.

Ao decidirem o caso concreto, os ministros derrubaram a decisão do Tribunal de Justiça do Ceará (TJ-CE) e mantiveram a autonomia da banca escolhida para julgar as questões. n

Divulgação

Foto: Carlos Humberto

Page 14: Revista Vox ed. 24

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C apa

POR MILTON ATANAZIOFOTOS: TASSO MARCELO, PAULO PINTO E DIVULGAÇÃO COM INFORMAÇÕES DA AGÊNCIA BRASIL, EBC, AGÊNCIA CÂMARA E AGÊNCIA SENADO

PROTESTOS PELO PAÍS:TERCEIRIZAÇÃO

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A cara e a Voz do Legislativo | 15

Capa

de serviços emprega e remunera o trabalho realizado por seus funcionários, ou subcontrata outra empresa para realização desses serviços. Não há

vínculo empregatício entre a empresa contratante e os trabalhadores ou sócios das prestadoras de serviços.

Atualmente, é a Súmula 331 do

O projeto prevê a contratação de serviços

terceirizados para qualquer atividade e não estabelece limites ao tipo de serviço que pode ser

alvo de terceirização. Além disso, prevê a forma de contratação tanto para

empresas privadas como públicas

Ministro da Fazenda Joaquim Levy

O PROJETO

PROJETO DE LEIO projeto que permite a terceirização

tramita há 10 anos na Câmara e vem sendo discutido desde 2011 por deputados e representantes das centrais sindicais e dos sindicatos patronais. Ele prevê a contratação de serviços terceirizados para qualquer atividade e não estabelece limites ao tipo de serviço que pode ser alvo de terceirização. Além disso, prevê a forma de contratação tanto para empresas privadas como públicas.

Segundo a CUT, o ato é à favor do trabalhador. Segundo a Central, caso terceirizados ocupem vagas na principal atividade de uma empresa isto abre margem para violações da legislação, já que a terceirização pode dificultar a obtenção de direitos trabalhistas, progressão salariais e a luta sindical.

O QUE É TERCEIRIZAÇÃO?Na terceirização uma empresa

prestadora de serviços é contratada por outra empresa para realizar serviços determinados e específicos. A prestadora

Tribunal Superior do Trabalho (TST) que determina que a terceirização no Brasil só deve ser dirigida a atividades-meio. Essa súmula, que serve de base para decisões de juízes da área trabalhista, menciona os serviços de vigilância, conservação e limpeza, bem como “serviços especializados ligados à atividade-meio do tomador”, “desde que inexistente a pessoalidade e a subordinação direta” do funcionário terceirizado com a empresa contratante.

OS PROTESTOS

PELO BRASILAs centrais sindicais e movimentos

sociais fizeram protestos simultâneos em 18 estados durante o dia 15. As ações fazem parte do Dia Nacional de Paralisação contra o PL 4.330, projeto de lei que regulamenta a terceirização no Brasil e foi aprovado na Câmara no dia 8. Os atos ocorreram em Alagoas, Amapá, Goiás, Piauí, Paraíba, Paraná, Espírito Santo, Rio Grande do Sul, Rio de Janeiro, Minas Gerais, Sergipe, Tocantins, Pará, São Paulo e no Distrito Federal.

Houve paralisações no transporte público em pelos menos quatro capitais, segundo a CUT: Porto Alegre, Salvador, Recife e Brasília. O Dia Nacional de Paralisação contra a Lei da Terceirização também inclui passeatas, manifestações e paralisações em diversos estados.

No Paraná, diversas centrais sindicais se juntaram à CUT nas mobilizações, dentre elas a Força Sindical que, nacionalmente, tem apoiado o PL. Com apoio de outras centrais, foram feitas paralisações de algumas categorias na parte da manhã, como bancários e metalúrgicos. As paralisações duraram entre uma e duas horas. Houve um ato no final da manhã que saiu da Praça Santos Andrade em direção à Boca Maldita, encerrando por volta das 14h30.

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O ato tem um simbolismo importante, sobretudo pelo que representa esse nefasto

projeto da terceirização. Obriga os trabalhadores a um trabalho penoso, insalubre, com menos

salário e maior incidência de doença ocupacional

e óbito

Policiais militares e manifestantes contrários entraram em confronto em Vitória (ES). Durante o tumulto, a PM utilizou bombas de efeito moral para tentar dispersar os manifestantes. A assessoria da Secretaria Estadual de Segurança Pública e Defesa Social informou que o direito à manifestação está sendo respeitado, mas que o uso da força policial foi necessário para cumprir uma decisão judicial do dia 14, que determinou que não houvesse fechamento de vias de acesso à capital.

Como parte da mobilização em Porto Alegre, a frota de ônibus da Carris, empresa pública de transporte, não circulou pela manhã. Manifestantes bloqueiam a garagem da empresa impedindo a saída dos veículos, de acordo com a Empresa Pública de Transporte e Circulação.

No Rio de Janeiro, os protestos interditaram vias e provocaram paralisação de serviços. Em frente à Refinaria Duque de Caxias, na Baixada Fluminense, um grupo de petroleiros e representantes da CUT atearam fogo em galhos e pneus colocados na pista, no sentido Rio, da Rodovia Washington Luiz. Em São Paulo, os manifestantes bloquearam três rodovias.

Em Brasília, os rodoviários paralisaram as atividades entre 4h e 7h. Os bancários também pararam durante um ato no Setor Bancário Sul, ainda pela manhã, e depois retornaram ao trabalho. O transporte público também ficou paralisado em Salvador.

Em Belo Horizonte, bancários fizeram um protesto, no final da manhã, na Praça

Sete, região central. Segundo o Sindicato dos Bancários de Belém, a categoria paralisou as atividades pela manhã.

As cidades de Maceió (AL), Fortaleza (CE), Macapá (AP), Goiânia (GO), Teresina (PI), João Pessoa (PB) e Campina Grande (PB), entre outras, tiveram atos e caminhadas durante o Dia Nacional de Paralisação contra o Projeto de Lei 4.330/2004. Segundo a CUT, também há registros de manifestações em Sergipe e Rondônia.

EM SÃO PAULOAs centrais sindicais e movimentos

sociais realizaram um protesto em frente à Federação da Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp), na Avenida Paulista, para protestar contra o projeto de lei 4330, que regulamenta a terceirização no mercado de trabalho. Um ato político deve ocorrer no mesmo local, por volta das 16h.

“O ato tem um simbolismo importante, sobretudo pelo que representa esse nefasto projeto da terceirização”, disse Adilson Araújo, presidente da Central dos Trabalhadores e Trabalhadoras do Brasil (CTB). Segundo ele, o projeto “obriga os trabalhadores a um trabalho penoso, insalubre, com menos salário e maior incidência de doença ocupacional e óbito. Isso é o que se verifica hoje no trabalho terceirizado”.

De acordo com o sindicalista, “Esse projeto é um atentado aos direitos sociais e trabalhistas porque pressupõe a extinção do direito constitucional do trabalho, a extinção da CLT e a desregulamentação dos direitos sociais e trabalhistas”. Segundo ele, o ato é realizado em frente à Fiesp porque ela foi “a principal mentora na articulação dos empresários”. Procurada pela Agência Brasil, a Fiesp ainda não se pronunciou sobre o assunto.

Vagner Freitas, presidente da Central Única dos Trabalhadores (CUT), disse que, caso o projeto seja aprovado, uma greve será convocada em todo o país. Segundo ele, os deputados e senadores que votarem a favor do projeto terão suas “caras colocadas no país inteiro, na internet e em postes, como traidores da classe trabalhadora e financiados por empresários e patrões”. “Se for necessário faremos uma greve para impedir esse PL 4330”, acrescentou.

“É mentirosa a visão de que esse projeto é para regulamentar os 12,7 milhões de terceirizados que existem. É mentira canalha. Esse projeto não é para isso. Ele permite que os outros

Adilson Araújo

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Esse ato é em defesa da moradia digna, contra os cortes fiscais e a favor da reforma política e urbana

das empresas – contrariando a atual regra que limita a terceirização em atividades-meio –, o Projeto abre precedente para ampla terceirização no setor público (administração direta, autárquica e fundacional).

Estudos revelam que os/as trabalhadores/as terceirizados recebem 25% menos que os contratados diretamente pelas empresas, além de trabalharem, em média, 3 horas a mais. Em função de não receberem formação profissional periódica, os acidentes de trabalho predominam entre os terceirizados.

Maria das Graças Xavier coordenadora da União Nacional por Moradia Popular

Atualmente, o Brasil conta com cerca de 12,7 milhões de trabalhadores/as terceirizados/ as (26,8% do mercado de trabalho), podendo essa forma de contratação atingir mais de 40 milhões de trabalhadores/as em poucos anos. Ou seja: o Parlamento Nacional está impondo a precarização do trabalho no Brasil em benefício dos lucros das empresas, que financiam campanhas eleitorais e que são representadas por quase metade

40 milhões, que não são terceirizados, se tornem terceirizados a partir do momento que acaba com o conceito de atividade-fim”, argumenta o dirigente sindical.

Se passar o projeto, da forma como está escrito, segundo o presidente da CUT, “o trabalhador será demitido porque o patrão poderá demiti-lo para contratar uma empresa que vai trazer um trabalhador custando a metade do que o empregado custa. Esse projeto significa o fim da CLT, acabando com as férias”.

Os organizadores do protesto permaneceram durante toda a tarde em frente à Fiesp, esperaram os manifestantes de um ato no Largo da Batata, marcado para as 17h, e reúniram-se com eles na Avenida Paulista. Outro protesto é no vão livre do Museu de Arte de São Paulo (Masp) por movimentos de moradia, também contrários ao projeto de terceirização.

Segundo Maria das Graças Xavier, coordenadora da União Nacional por Moradia Popular, “Esse ato é em defesa da moradia digna, contra os cortes fiscais e a favor da reforma política e urbana”, disse ela. “Com a terceirização, perde-se vários direitos”.

A OPINIÃO DA CNTE

Segundo o manifesto da Confederação Nacional dos Trabalhadores em Educação (CNTE) o PL 4.330 representa o maior ataque do setor empresarial contra os direitos da classe trabalhadora na história do país. Além de ampliar os limites da terceirização para as atividades-fim

dos deputados e senadores (a bancada empresarial compreende 45% do Congresso Nacional).

Diante desse cenário tenebroso, os/as trabalhadores/as em educação se unem à luta dos demais trabalhadores/as contra o PL 4.330/04, e antecipam a resistência da categoria contra a terceirização nas escolas públicas – uma triste realidade em muitos lugares do Brasil –, e também contra a fragilização das carreiras profissionais e da organização sindical, direitos seriamente ameaçados pelo nefasto projeto da terceirização ilimitada.

O QUE DIZ:

JOAQUIM LEVYMINISTRO DA FAZENDA

“TERCEIRIZAÇÃO SÓ É VIÁVEL SE NÃO PROVOCAR PERDA DE

ARRECADAÇÃO”Disse o ministro da Fazenda, Joaquim

Levy. Em audiência pública na Comissão de Finanças e Tributação da Câmara dos Deputados, ele declarou que a equipe econômica é favorável ao projeto somente se o impacto tributário for nulo.

“Nossa posição é clara. O importante, do ponto de vista da Fazenda, é que a terceirização só terá chance de sucesso se for tributariamente neutra. O projeto não pode servir de artifício para pagar menos imposto”, destacou o ministro.

De acordo com Joaquim Levy, o governo chegou a tentar fechar um acordo, durante a tramitação do texto na Câmara, que permitisse a simplificação tributária, sem afetar a arrecadação

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federal. Segundo o ministro, a ideia era garantir a tranquilidade das empresas contratantes, facilitando o pagamento de tributos e de encargos sociais.

“Fizemos proposta de simplificação fiscal, que é a retenção na fonte. Antes de pagar a empresa contratada, a contratante retém [os tributos] na fonte. Isso reduz a exposição, a incerteza jurídica e simplifica o processo inteiro”, esclareceu o ministro.

Para Levy, do jeito que está, o texto provocará não apenas perda de receitas para o governo, mas criará diferentes categorias de trabalhadores. “Não pode existir um trabalhador que paga 27,5% de Imposto de Renda e outro que só tira dividendos e não paga nada à Previdência Social”, criticou.

“De qualquer forma, o debate está sendo retomado na outra Casa [o Senado]. Essas questões serão rediscutidas lá.”

CARLOS GABAS MINISTRO DA PREVIDÊNCIA SOCIAL“FRAGILIZA AS RELAÇÕES DE

TRABALHO”O ministro da Previdência Social,

Carlos Gabas, disse que o projeto que regulamenta a terceirização nas empresas fragiliza as relações de trabalho.

“Ele expõe muito o trabalhador e desmonta um processo que existe entre o empregado e o empregador, via representação sindical. E isso fragiliza, desestrutura toda a cadeia e, por isso, sou conceitualmente contra [o projeto]”.

Segundo Gabas, o governo não tem uma posição centralizada e várias pessoas deram opinião sobre o assunto, “inclusive a presidenta [Dilma Rousseff], que manifestou preocupação com a forma com que o texto foi votado na Câmara, que traz um risco ao trabalhador”.

O ministro falou sobre a sobre as mudanças nos seguro previdenciário

que, segundo ele, não tem relação direta com o ajuste fiscal do governo federal. “As mudanças foram propostas pela oportunidade da discussão. É claro que, no tempo, elas trarão economia de recursos, mas o objetivo é racionalizar o processo de concessão, torná-lo mais eficiente, protegendo o fundo que é a fonte de recursos para pagamento de benefícios”, disse.

Para ele, é necessário adequar as regras da Previdência à realidade social. “Nós não defendemos uma ampla reforma, mas temos a convicção de que a sociedade é dinâmica e as regras têm que ser dinâmicas também. Têm que acompanhar a nova realidade da sociedade. Foram estabelecidas há mais de 50 anos, então precisam ser atualizadas para garantir, inclusive, a sua sustentabilidade”.

Segundo ele, apesar de o ajuste fiscal não ser o aspecto central das mudanças,

a previsão inicial é uma economia de R$ 18 bilhões só em 2015.

Gabas informou que algumas mudanças foram feitas nas medidas provisórias (MP) 664 e 665, após as discussões no Congresso Nacional. Entre elas está o prazo de carência para a pensão por morte. “Nós tínhamos proposto o estabelecimento de cotas, mas o Congresso entendeu que essa discussão tem que ser feita de uma maneira mais ampla, não só no Regime Geral, mas nos demais regimes da estrutura previdenciária do país. Então, o valor da pensão que estava proposto com cotas foi retirado e ele continua sendo integral”.

Para o seguro-desemprego, a proposta era de 18 meses de carência para o primeiro pedido, mas “o Congresso entendeu que deveria ser reduzido. Então serão 12 meses para o primeiro pedido, nove meses no segundo e seis a partir do terceiro. São mudanças importantes que, inclusive, atendem ao pedido das centrais sindicais”.

CONFIRA AS CRÍTICAS DE DILMA AO PROJETO DE

TERCEIRIZAÇÃOO projeto está no Senado e a

manifestação de Dilma gerou críticas. O presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), disse que ela precisa ter “cautela” caso decida vetar o Projeto de Lei (PL) 4.330/2004. Dilma também foi criticada pelo presidente do Senado,

Esse ato é em defesa da moradia digna, contra os cortes fiscais e a favor da reforma política e urbana

Maria das Graças Xavier coordenadora da União Nacional por Moradia Popular

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Renan Calheiros (PMDB-AL). Ao apresentar um “Pacto em defesa do emprego”, em pronunciamento via TV Senado, o pemedebista disse que não concorda com “um ajuste míope, capenga, meramente trabalhista”, em referência ao pacote de ajustes fiscais que vem sendo promovido pelo governo federal.

Para a presidente, é necessária a regulamentação da terceirização, mas não para todas as funções. “É preciso assegurar ao trabalhador a garantia dos direitos conquistados nas negociações salariais, é preciso proteger a Previdência Social da perda de recursos e, assim, garantir a sua sustentabilidade. O meu governo tem o compromisso de manter os direitos e as garantias dos trabalhadores”, disse.

LUIZ INÁCIO LULA DA SILVA EX-PRESIDENTE DA REPÚBLICA

“Tranquilamente a companheira Dilma vai vetar”, disse Lula após participar de evento organizado por sindicalistas em comemoração ao 35 aniversário da greve de 1980.

As declarações de Lula ao jornal Folha de São Paulo, chamou a proposta de retrocesso. Segundo ele, o texto volta a tempos anteriores aos do presidente Getúlio Vargas, morto em 1954.

“É um retrocesso a antes do governo Getúlio Vargas. Estamos voltando a 1930 tentando estabelecer uma relação de trabalho onde só tem um ganhador: o patrão”, disse.

A proposta que, segundo ele, “volta a um passado onde a classe trabalhadora era tratada de forma mais perversa”.

O ex-presidente já havia criticado o projeto aprovado pela Câmara dos Deputados, que libera a terceirização da atividade-fim – aquela considerada a principal de uma empresa. Atualmente, essa possibilidade é vedada pela jurisprudência do TST (Tribunal Superior do Trabalho), que só permite terceirização da atividade-meio.

SENADO O presidente do Senado Federal,

Renan Calheiros (PMDB-AL), determinou em 28.04.2015, que a proposta terá tramitação lenta, passando pela análise de quatro comissões do Senado.

Os líderes partidários têm possibilidade de pedir urgência na votação do projeto, mas, como a maioria dos senadores defende uma discussão ampla do tema a expectativa é que o texto liga lentamente todos os passos traçados por Renan.

PARTIDO DOS TRABALHADORES (PT)

O presidente do PT, Ruy Falcão, havia antecipado que a legenda pediria veto presidencial caso a proposta fosse aprovada pelo Senado. Na mesma linha Vagner Freitas, presidente da CUT, prometeu convocar uma greve para demonstrar o apoio ao eventual veto.

CÂMARA DOS DEPUTADOSO presidente da Câmara dos

Deputados, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), recomendou “cautela” à presidente Dilma Rousseff (PT) em seus posicionamentos públicos. Para o peemedebista, é um “erro” a presidente assumir o discurso do PT e da CUT (Central Única dos Trabalhadores) contrários ao projeto de ei que regulamenta a terceirização, permitindo a prática também na atividade-fim da empresa. n

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Biodiversidade

ODa redação

NOVO MARCO LEGAL DA BIODIVERSIDADE É SANCIONADO EM BRASÍLIADilma Rousseff destacou a importância de reconhecer a sabedoria tradicional e desenvolver a cadeia produtiva associada à biodiversidade brasileira

O Brasil passa a adotar, a partir do dia 20, um novo marco legal para a

pesquisa, uso e exploração comercial do patrimônio genético do País. A nova lei 13.120/2015, sancionada pela presidenta Dilma Rousseff, legaliza e facilita a atuação de pesquisadores, permite que empresas solicitem pela internet, de forma simplificada, a autorização para explorar produtos da biodiversidade e, ao mesmo tempo, regulamenta o

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pagamento obrigatório de royalties pelo uso de conhecimentos das comunidades tradicionais brasileiras.

Segundo a presidenta Dilma, esse processo integra quase 300 povos e comunidades tradicionais. “O que, por parte do Brasil, é uma grande prova de [sua] capacidade de desenvolver-se sem deixar que sua população seja excluída. Nós garantimos, hoje, condições de repartição para esse conhecimento. E que a absorção dos ganhos dos royalties gerados pelo fato de que quem sabe como é que aquela planta funciona, ou o veneno da cobra,

O senador Telmário Mota (PDT/RR) participou da cerimônia de sanção que ocorreu no Salão Leste do Palácio do Planalto

Foto: Roberto Stuckert Filho/PR

Por parte do Brasil, é uma grande prova

de capacidade de desenvolver-se sem deixar

que sua população seja excluída. Nós garantimos,

hoje, condições de repartição para esse

conhecimentoDilma Rousseff

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enfim, o que for usado como insumo, que são os povos tradicionais, recebam os recursos gerados pela exploração de produtos criados a partir dessas tecnologias do saber coletivo”, afirmou a presidenta.

Durante a cerimônia, a presidenta Dilma destacou também que as normas criam um ambiente favorável para o acesso à biodiversidade do País, garantindo tanto a segurança jurídica quanto a repartição de recursos de forma justa, além de que os povos tradicionais tenham poder decisório sobre o processo. “Estamos garantindo que haja um ambiente

favorável, amigável, para que as pessoas que tenham o conhecimento tradicional e antigo tenham direito a uma participação. Ou seja, recebam

royalties. Estamos garantindo que os pesquisadores não tenham limites para pesquisar. Estamos garantindo que as empresas possam, sem atribulações e sem contestação e conflitos, utilizar desse conhecimento”.

O senador Telmário Mota (PDT/RR) participou da cerimônia de sanção que ocorreu no Salão Leste do Palácio do Planalto.

“Fui relator deste projeto na Comissão de Ciência e Tecnologia. Acredito que estamos em um momento especial, pois conseguimos desenvolver uma legislação em que índios e povos tradicionais, como quilombolas e ribeirinhos, terão direito a participar da tomada de decisões sobre assuntos relacionados à conservação e ao uso sustentável de seus conhecimentos tradicionais. Mais uma vitória para o nosso País! Precisamos fazer o Brasil crescer, mas sem deixar sua população para trás, sem fazer com que sua população seja excluída disso!”, comemorou o senador. n

A presidenta também destacou que as normas

criam um ambiente favorável para o acesso à

biodiversidade do País

Presidenta Dilma Rousseff na cerimônia de sanção do Novo Marco Legal da Biodiversidade

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A CARA E A VOZ DO LEGISLATIVO!

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CGU

ADa redação

CGU PUBLICA NORMAS SOBRE ACORDOS DE LENIÊNCIA COM EMPRESAS INVESTIGADASA competência da CGU para firmar os acordos está prevista na Lei Anticorrupção (Lei 12.846/2013), mas é contestado pelo MPF

AControladoria-Geral da União (CGU) publicou no dia 8, no Diário Oficial da União,

portaria detalhando os procedimentos para instalação de acordos de leniência com empresas que admitam participação em esquemas de desvios de verbas públicas, como o investigado na Operação Lava Jato.

A competência da CGU para firmar os acordos está prevista na Lei Anticorrupção (Lei 12.846/2013), mas é contestado pelo Ministério Público Federal (MPF).

De acordo com a norma, o acordo leniência será celebrado com empresas que colaborarem com a investigação do processo administrativo instaurado para apurar desvios. As empresas deverão identificar os envolvidos, em troca de redução nas punições administrativas, como diminuição de dois terços de multa, além de não serem declaradas inidôneas para assinar contratos com o Poder Público.

A CGU publicou nesta quarta-feira duas portarias e duas instruções normativas sobre o processo para responsabilizar empresas. As normas criam critérios para avaliar o sistema interno de combate à corrupção e sobre o cálculo das multas.

O governo federal defende a competência da CGU e afirma que os acordos de leniência não tem por objetivo salvar empresas, mas preservar obras públicas e empregos gerados pela atuação dessas empresas.

A questão sobre competência é julgada pelo Tribunal de Contas da União (TCU), por meio de um pedido do Ministério Público ao tribunal. O MPF quer que a Controladoria-Geral da União (CGU) seja proibida de celebrar acordos de leniência com empresas investigadas pela

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Operação Lava Jato, que não tenham feito acertos com o próprio MPF.

Por causa da determinação da CGU, o TCU adiou a análise da representação do Ministério Público sobre acordos de leniência previstos na Lei Anticorrupção, que estava prevista para a tarde de hoje. O ministro Augusto Nardes, relator do processo, disse que precisa de mais prazo para analisar as implicações das medidas e deve apresentar seu voto ao plenário na próxima semana. n

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A CONTRATAÇÃO DE EMISSORA DE RÁDIO PELO

LEGISLATIVO MUNICIPAL

Dr. César Rômulo Rodrigues Assis

do Estado, notadamente, é de utilidade para a população o acompanhamento, por esta via, dos trabalhos legislativos. Os critérios da moralidade, razoabilidade e utilidade pública, evidentemente, conformarão os limites a que estão adstritos os ordenadores de despesa”.

Igualmente não há vedação para que sejam utilizados mais de um veículo de comunicação. Dentro do comando constitucional que permite a publicidade dos atos do Poder Público de natureza informativa e educativa da comunidade, quanto maior for o número da população atingida, mais se estará cumprindo tal premissa.

A publicidade almejada não pode, por outro lado, deixar de observar outros pressupostos norteadores da administração pública, e muito propriamente, o princípio da economicidade.

Para tanto, dever-se-á averiguar o alcance dos vários veículos de comunicação disponíveis na região e a extensão da população atingida. A imposição de despesas excessivas, sob a argumentação de atendimento de um maior número de cidadãos, além de afrontar os ditames legais que regem a utilização do dinheiro público, desvirtua a finalidade desta ação.

Assim, a avaliação das características locais, é imprescindível para a opção do veículo mais adequado à finalidade que se quer alcançar, qual seja, proporcionar à sociedade o conhecimento das discussões, votações e dos posicionamentos de seus representantes.

Os serviços de publicidade e divulgação, assim entendido o serviço de transmissão das sessões do Poder Legislativo, obrigatoriamente devem ser submetidos a procedimento licitatório, a teor do que determina o artigo 25, II da Lei de Licitações.

Argumentar que na municipalidade existe somente uma rádio com transmissão local, o que, permitiria a contratação direta, é situação inverídica, se analisada sob o prisma do

alcance destes veículos. Se a população deste Município for também atingida por outras empresas de radiodifusão.

Os valores e a forma de contratação são aqueles praticados pelos respectivos veículos de comunicação, de acordo com o mercado local, mas, cabe a autoridade contratante, ao elaborar o instrumento convocatório da licitação, estabelecer os critérios a serem observados pelos licitantes, na formação de seu preço e apresentação da proposta. Para tanto, devem ser obedecidos os ditames da Lei de Licitações, as previsões orçamentárias e a Lei de Responsabilidade Fiscal.

Além da aplicação da Constituição Federal, adotou-se a orientação das melhores práticas implicando igualmente na sua absoluta adequação às normas legais, sendo que no caso específico da prestação dos serviços publicitários aos órgãos da Administração Pública direta e indireta, além do atendimento às disposições da Lei de Licitações (de n. 8.666/93), também deve atender às normas estabelecidas pela Lei 4.680/65, pelo Decreto n. 57.690/66 já com as alterações trazidas pelo Decreto n. 4.563, de 31 de dezembro de 2002, além das demais disposições deste mesmo Decreto n. 4.563/02, além das Normas-Padrão da Atividade Publicitária, incorporadas que foram ao sistema legal por força do citado Decreto n. 4.563/02 e, ainda, do Código de Ética dos Profissionais de Propaganda, igualmente incorporados ao sistema legal por força do art. 17 da Lei 4.680/65. n

Artigo

MINICURRÍCULO

Dr. Cesar Rômulo Rodrigues AssisMestre em Direito Público Municipal,

Especialistaem Direito de Estado, Pós graduado em

Direito do Trabalho Previdenciário, Consultor Jurídico do PNUD-ILB-Interlegis-Senado Federal,

Consultor Jurídico do Instituto Brasileiro de Administração de Cidades (IBAC) e Vice-presidente

Jurídico da Abracam.

EExiste possibilidade de publicidade na radiodifusão, englobando despesas com transmissões de

sessões, divulgação e transmissão de audiências públicas, mensagens alusivas a eventos, serviços, campanhas, programas e homenagens a personalidades, tendo como parâmetros a serem atendidos o planejamento orçamentário e financeiro da entidade, como também expressas e delimitadas objetivamente na Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO) e na respectiva Lei Orçamentária (LO), observando-se os princípios constitucionais plasmados no caput do art. 37 da Carta Magna, não podendo caracterizar promoção pessoal, conforme comando insculpido no §1º do art. 37, da Constituição da República, acrescentando-se, destarte, as normas contidas na Lei de Licitações – Lei Federal nº 8666/93, na Lei de Responsabilidade Fiscal e na Lei de Imprensa”.

Assim, em tese, não há vedação para a transmissão das sessões da Câmara Municipal, mesmo que na íntegra, considerando o seu cunho de informação e educação, devendo estar afastada qualquer medida que induza à promoção pessoal dos membros do Poder.

O Tribunal de Contas do Rio Grande do Sul, já definiu magistralmente o que significa o termo promoção pessoal: “Terá caráter misto, informativo-educativo a transmissão radiofônica de sessões legislativas, desde que devidamente amparada em dotações orçamentárias específicas, não induzir à promoção pessoal de um ou alguns parlamentares ou partidos, isto é, quando não for direcionada à louvação direta ou indireta de quem quer que seja. Observa-se que, nas comunidades do interior

Dr. César Rômulo Rodrigues Assis

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Economia

CONTAS DO PAÍS REGISTRAM SUPERÁVIT PRIMÁRIO DE R$ 1,4 BILHÃOEm fevereiro, houve déficit de R$ 7,4 bilhões

ODa redação

OGoverno Central – que reúne as contas Tesouro Nacional, da Previdência

Social e do Banco Central – registrou superávit primário de R$ 1,463 bilhão em março. Em fevereiro, houve déficit de R$ 7,4 bilhões. O superávit primário é a economia pública para pagamento dos juros da dívida.

Apesar de positivo, o resultado é 54,3% inferior ao superávit de março de 2014, que ficou em R$ 3,2 bilhões. No acumulado de janeiro a março, há superávit de R$ 4,485 bilhões, resultado 65,8% inferior ao saldo positivo de R$ 13,1 bilhões registrado para igual período de 2014.

As informações foram divulgadas

no dia 29 pelo Tesouro Nacional. O Banco Central divulgará um resultado fiscal mais amplo, incluindo, além do Governo Central, as contas dos estados, municípios e empresas estatais.

Em março, houve crescimento das receitas do Governo Central, que aumentaram R$ 5,6 bilhões, ou 6,1% em relação a fevereiro, chegando a R$ 97,4

bilhões. Além disso, as transferências da União aos estados e municípios tiveram decréscimo de R$ 6,9 bilhões, ou 31,8%.

Segundo o Tesouro, a queda decorreu da diminuição em R$ 4,4 bilhões, ou 26,6%, nas transferências constitucionais, reflexo da arrecadação de tributos compartilhados como Imposto de Renda (IR) e Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI). Ainda segundo o Tesouro, houve influência, ainda, da queda de R$ 1,8 bilhão, ou 66,4%, das transferências de royalties do petróleo. As despesas do Governo Central tiveram acréscimo de R$ 3,6 bilhões, ou 4,7%, no comparativo entre fevereiro e março de 2015.

As contas específicas do Tesouro Nacional ficaram superavitárias em R$ 8 bilhões em março, puxando o resultado positivo mensal do Governo Central. Já a Previdência Social e o Banco Central tiveram déficit, respectivamente, de R$ 6,5 bilhões e R$ 42,9 milhões. n

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Apesar de positivo, o resultado é 54,3% inferior ao superávit de março de

2014, que ficou em R$ 3,2 bilhões

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TCU QUER OUVIR EQUIPE ECONÔMICA DO PRIMEIRO

MANDATO DE DILMAO TCU determina a audiência com os gestores para que apresentem as

razões no prazo de 30 dias

Fiscal]”. O TCU determina a audiência com os gestores para que apresentem as razões no prazo de 30 dias.

“Restou confirmado nos autos que: despesas concernentes ao Bolsa Família, ao seguro-desemprego e ao abono foram pagas pela Caixa; subsídios do Programa Minha Casa, Minha Vida vêm sendo financiados pelo FGTS [Fundo de Garantia do Tempo de Serviço]; e subvenções econômicas, sob a modalidade de equalização de taxas de

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Equipe Econômica

OOTribunal de Contas da União (TCU) quer ouvir parte da equipe econômica do primeiro

mandato da presidenta Dilma Rousseff para que se manifestem sobre indícios de irregularidades constatados pelo tribunal em auditoria e que estariam relacionados ao atraso no repasse de verbas para a Caixa Econômica Federal e o Banco do Brasil referentes a despesas com programas do governo como o Bolsa Família, seguro-desemprego e abono salarial.

No dia 15, os ministros do TCU acolheram parecer do colega José Múcio Monteiro, de chamar em audiência os principais nomes da antiga equipe, como Guido Mantega, que chefiou o Ministério da Fazenda, os ex-presidentes do Banco do Brasil, Aldemir Bendine, da Caixa Econômica Federal, Jorge Hereda, o ex-secretário do Tesouro Nacional, Arno Augustin, o presidente do Banco Central, Alexandre Tombini, dentre outros.

O motivo, de acordo com o tribunal, é ouvir os responsáveis por movimentações financeiras que geraram passivos do governo federal nos bancos públicos, devido a atraso de repasse de valores por parte do Tesouro Nacional. Segundo voto do ministro José Múcio, tais procedimentos “violam restrições e limitações impostas pela LRF [Lei de Responsabilidade

Da redação

juros, vêm sendo bancadas pelo BNDES ou pelo Banco do Brasil”, escreve o relator Múcio em seu voto, acolhendo encaminhamentos formulados pelo Ministério Público ao TCU.

Segundo ele, foi verificado que a Caixa usou recursos próprios para o pagamento de benefícios de responsabilidade da União no ano de

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2013 e nos sete primeiros meses de 2014. Já o pagamento de subvenções do Minha Casa, Minha Vida vinha “ocorrendo por intermédio de adiantamentos concedidos pelo FGTS”. “Note-se que, nesse caso específico, o pagamento de dívidas pelo FGTS deu-se sem a devida autorização em Lei Orçamentária Anual ou em Lei de Créditos Adicionais, […], caracterizando a execução de despesa sem dotação orçamentária”, diz Múcio.

“O Tesouro deixa de repassar os valores a serem pagos, mas a instituição financeira efetua os pagamentos aos beneficiários, passando a ser credora da União pelo valor correspondente. Como esse passivo do Tesouro junto à Caixa não está abrangido nas estatísticas de endividamento utilizadas pelo Bacen, os adiantamentos feitos pelo banco também não são captados no resultado primário apurado pela autarquia”, escreve ainda o ministro. n

Segundo Múcio, foi verificado que a Caixa usou

recursos próprios para o pagamento de benefícios de responsabilidade da União no ano de 2013 e nos sete primeiros meses de 2014

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NOVA ALTA DOS JUROS DIFICULTA RETOMADA DO CRESCIMENTO, CRITICA CNI

OOreajuste da taxa Selic (juros básicos da economia) para 13,25% ao ano, anunciado

há pouco pelo Comitê de Política Monetária do Banco Central (Copom) aumentará as dificuldades para a retomada do crescimento, declarou a Confederação Nacional da Indústria (CNI), em comunicado, no qual pede que o ajuste fiscal e monetário seja compensado por medidas de estímulo à competitividade.

Segundo a confederação, a elevação dos juros básicos desestimulará ainda mais os investimentos e o consumo das famílias. Na avaliação da CNI, o Banco Central poderia repensar a trajetória

dos juros diante da atual condição econômica do país.

Juros

Da redação

Confederação solicita que o ajuste fiscal e monetário seja compensado por medidas de estímulo à competitividade

“Para a CNI, o fraco desempenho da economia, a valorização do real frente ao dólar e o ajuste nas contas públicas são suficientes para reduzir as pressões sobre a inflação. E, diante desse quadro, o Banco Central poderia rever a trajetória de aumento dos juros”, destacou o comunicado.

Para estimular a indústria nacional, a CNI reiterou que as políticas monetária e fiscal devem ser complementadas por uma agenda que aumente a competitividade do país e dê prioridade a medidas que tragam maior segurança jurídica às empresas. “Essa agenda melhoraria o ambiente de negócios, reduziria os custos da indústria, estimularia os investimentos e facilitaria a retomada do crescimento econômico”, concluiu a entidade. n

Segundo a confederação, a elevação dos juros básicos

desestimulará ainda mais os investimentos e o consumo das famílias. Na avaliação da CNI, o Banco Central

poderia repensar a trajetória dos juros diante da atual

condição econômica do país

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ANATEL COBRA QUALIDADE DAS OPERADORAS DE CELULAR

C

Operadoras

Segundo a Agência, nenhuma das operadoras cumpriu totalmente as metas prometidas em 2012

Com base no resultado de levantamento sobre os planos de melhoria das operadoras de

telefonia celular, a Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel) determinou que Claro, Oi, Tim e Vivo, além de CTBC, Nextel e Sercomtel, melhorem seus indicadores de qualidade de rede em todos os municípios brasileiros. O levantamento foi feito ao longo de dois anos e, segundo a Anatel, nenhuma das operadoras cumpriu totalmente as metas prometidas em 2012.

“A agência concluiu que houve cumprimento parcial dos compromissos assumidos nos planos de melhoria

e determinou a instauração de procedimentos de apuração de descumprimento de obrigações, que podem resultar em penalidades para as prestadoras”, informou a Anatel. Os indicadores de qualidade de rede foram acompanhados pela agência reguladora nas 27 unidades da federação, em suas capitais e nos municípios acima de 300 mil habitantes.

A Anatel estabeleceu prazos, em despachos decisórios publicados hoje no Diário Oficial da União, para que os resultados dos indicadores de acesso às redes de voz e de dados sejam superiores a 85% e os de queda de voz e de dados, inferiores a 5%. Os percentuais valem para todos os municípios onde pelo menos um deles esteja fora dos parâmetros estabelecidos. Em 329

Da redação municípios atendidos por apenas uma operadora, o prazo é até seis meses. Em 247 com duas operadoras, até nove meses. Nos demais municípios atendidos por mais operadoras, 15 meses.

Além disso, a Anatel determinou que as operadoras apresentem, no prazo de 60 dias, uma plano para o envio de mensagens SMS aos usuários para informá-los sobre o ranking de qualidade de rede disponibilizado pela agência desde 2013 para todos os 5.570 municípios na página www.anatel.gov.br e no aplicativo Anatel Serviço Móvel para iOS, Android e Windows Phone.

Os planos de melhoria foram apresentados pelas operadoras após a Anatel suspender, em julho de 2012, a venda de chips da Claro, Oi e TIM em vários estados, quando houve número expressivo de reclamações dos clientes. Nos dois anos seguintes à aprovação dos planos, as empresas reportaram investimentos de R$ 33 bilhões nas redes móveis, principalmente em infraestrutura de acesso, núcleo e transporte.Em relação às reclamações gerais, a agência registrou redução de 9% na comparação entre julho de 2012 e agosto de 2014. TIM e Vivo, no entanto, apresentaram aumento de 1% e 30%, respectivamente, nas reclamações gerais. Claro, Oi, CTBC e Sercomtel tiveram, respectivamente, 21%, 23%, 2% e 43% de redução das queixas de seus serviços. As reclamações relacionadas especificamente às redes registraram queda de 25%, na média geral. n

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BANDA LARGA SERÁ OFERECIDA A 95% DA POPULAÇÃO ATÉ 2018

Segundo Berzoini, o desafio será garantir a conexão em velocidade média de 25 megabites

como produtor e consumidor da tecnologia [de informação].”

Ao descrever as tarefas conduzidas pelas secretarias da pasta, o ministro falou sobre os investimentos para ampliação dos serviços 3G e 4G de telefonia celular. Segundo ele, as duas tecnologias mantêm crescimento “vertiginoso” e, por isso, as empresas ainda têm metas a cumprir. “Temos queixas constantes quanto ao serviço. A Anatel tem o trabalho [de fiscalizar e de aplicar] as multas. Temos buscado formas de fazer com que essas multas alavanquem a qualidade do serviço.”

Berzoini disse que a Lei das Antenas, em vigor, vai ampliar a qualidade da telefonia no país. A legislação facilita o processo de autorização para instalação de

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Comunicações

OOministro das Comunicações, Ricardo Berzoini, disse no dia 29 que sua equipe

está finalizando a estratégia que vai garantir, até 2018, internet de banda larga para 95% da população brasileira. Segundo ele, o desafio será garantir a conexão em velocidade média de 25 megabites. Em audiência pública na Câmara, Berzoini disse que atualmente todas as escolas urbanas contam com internet, mas a velocidade baixa acaba limitando o uso do serviço à área administrativa das escolas.

“Para o processo pedagógico, a internet ainda tem pouco utilidade. Uma banda larga para uma escola que possa dar conteúdo digital para o aperfeiçoamento do processo educacional precisa de algo em torno de 50 a 100 megabites para ter funcionalidade”, explicou.

O ministro brincou com os parlamentares: disse que comanda o ministério “mais importante do país”. Explicou que as tecnologias de comunicação são do interesse de todo cidadão e influenciam áreas como as de saúde, educação e transporte. “O Brasil é o quinto maior mercado do mundo e o que mais se desenvolve

Por Milton Atanazio

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Para o processo pedagógico, a internet ainda tem pouco

utilidade. Uma banda larga para uma escola que possa dar conteúdo digital

para o aperfeiçoamento do processo educacional

precisa de algo em torno de 50 a 100 megabites para

ter funcionalidade

O ministro das Comunicações, Ricardo Berzoini, apresenta as prioridades e o cronograma de ações da pasta para 2015 no plenário da Câmara dos Deputados

Ministro das Comunicações Ricardo Berzoini

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A CARA E A VOZ DO LEGISLATIVO!

antenas nas cidades brasileiras. “Um dos principais motivos para a dificuldade de cobertura de celular com qualidade decorre da demora de licença que municípios concediam. Agora, além da Lei das Antenas, temos ainda a desoneração de pequenas antenas para cobertura em áreas de sombra.”

No balanço sobre as ações da pasta, o ministro destacou o processo de digitalização da TV. Ele disse que o ministério está acompanhando os investimentos para a preparação das retransmissoras de sinais. “Muitas retransmissoras de TV, por exemplo, pertencem a prefeituras que não têm recursos para fazer o processo de digitalização”, explicou.

A internet por banda larga no Brasil cresceu 44% nos últimos 12 meses e alcançou a marca de 203 milhões de acessos em fevereiro. O número representa 62 milhões de acessos a mais no período, ou duas novas conexões a cada segundo. Os dados foram divulgados hoje (29) pela Associação Brasileira de Telecomunicações (Telebrasil).

Desse total, 178,4 milhões foram por redes móveis de terceira e quarta geração (3G e 4G), modalidade que cresceu 50%, na comparação com fevereiro de 2014. No caso da internet 4G, foram 8,4 milhões de acessos.

A banda larga fixa registrou 24,5 milhões de acessos em fevereiro. Desse volume, 9% – ou 2,1 milhões de acessos – foram ativados no período de 12 meses.

De acordo com a Telebrasil, todos os municípios brasileiros dispõem de banda larga fixa. Em um ano, a banda larga móvel chegou a 429 novos municípios. Durante o mesmo período, a internet 3G foi instalada em 3.930 municípios

Banda larga cresceu 44% em 12 meses e registra 203 milhões de acessos no Brasil

(onde vivem 93% dos brasileiros) e a 4G em 147 cidades, atendendo a 42% da população brasileira. n

A internet por banda larga no Brasil cresceu 44% nos últimos 12 meses e alcançou a marca de 203 milhões de acessos em fevereiro. O número representa 62 milhões de acessos a mais no período, ou duas novas conexões a cada segundo. Os dados foram divulgados hoje (29) pela Associação Brasileira de Telecomunicações (Telebrasil).

Desse total, 178,4 milhões foram por redes móveis de terceira e quarta geração (3G e 4G), modalidade que cresceu 50%, na comparação com fevereiro de 2014. No caso da internet

4G, foram 8,4 milhões de acessos.A banda larga fixa registrou 24,5

milhões de acessos em fevereiro. Desse volume, 9% – ou 2,1 milhões de acessos – foram ativados no período de 12 meses.

De acordo com a Telebrasil, todos os municípios brasileiros dispõem de banda larga fixa. Em um ano, a banda larga móvel chegou a 429 novos municípios. Durante o mesmo período, a internet 3G foi instalada em 3.930 municípios (onde vivem 93% dos brasileiros) e a 4G em 147 cidades, atendendo a 42% da população brasileira. n

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CORRUPÇÃO NA PETROBRAS É SUPERIOR AO INVESTIMENTO ANUAL DE 37 ÓRGÃOSOs casos de corrupção somaram prejuízo de R$ 6,2 bilhões

AA diretoria da Petrobras finalmente informou o prejuízo da empresa com os

desvios das empreiteiras investigadas pela Operação Lava Jato, da Polícia Federal. Os casos de corrupção somaram prejuízo de R$ 6,2 bilhões. O custo dos desvios da maior estatal brasileira superam as aplicações com os chamados “gastos nobres” de 37 dos 40 órgãos superiores da União que investiram no ano passado.

O prejuízo da maior estatal brasileira apresenta valores maiores do que, por exemplo, os investimentos de

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ministérios importantes em 2014, como o da Saúde, da Integração Nacional, do Desenvolvimento Agrário e das Cidades.

Segundo o site Contas Abertas, os R$ 6,2 bilhões perdidos para a corrupção não são maiores apenas do que os investimentos de três ministérios no ano passado: Transportes, Defesa e Educação. As Pastas aplicaram, respectivamente, R$ 12,3 bilhões, R$ 11,5 bilhões e R$ 9 bilhões em obras e compras de equipamentos.

O montante também representa mais do que a média mensal de investimentos do governo federal no ano passado, que foi de R$ 4,7 bilhões. Ao todo, os investimentos da União somaram R$ 57,3 bilhões no ano passado.

Os 6,2 bilhões desviados da Petrobras por corrupção se aproximam do valor aplicado no mês de agosto, quando R$ 6,8 bilhões saíram dos cofres públicos para obras e investimentos, valor mensal recorde no ano.

O montante desviado, no entanto, é superior ao valor investido em todos os outros meses do ano passado. O valor aplicado no mês de novembro foi o menor durante o ano passado, R$ 2,8 bilhões, isto é, mais do que o dobro dos prejuízos causados pela corrupção na Petrobras.

Com os R$ 6,2 bilhões seria possível construir cerca de 1,7 mil escolas com

Desvios

Da redação

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O prejuízo da maior estatal brasileira

apresenta valores maiores do que, por exemplo, os investimentos de

ministérios importantes em 2014, como o da Saúde,

da Integração Nacional, do Desenvolvimento Agrário e

das Cidades

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capacidade de 432 alunos por turno ou compras 41 mil ônibus escolares rurais. Os recursos também seriam suficientes para a construção de aproximadamente 3 mil Unidades de Pronto Atendimento Unidades (UPA 24h) de porte II, que cobrem locais que possuem entre 100 mil e 200 mil habitantes e recebem até 300 pacientes diariamente, ou, ainda, para comprar 50,5 mil ambulâncias.

O valor ainda pode ser comparado a programas importantes do governo federal. O programa Mais Médicos, por exemplo, vai custar cerca de R$ 3,2 bilhões em 2015, isto é, praticamente metade dos custo com corrupção na Petrobras. Os recursos desviados equivalem a 22% dos R$ 27,7 bilhões previstos para o programa Bolsa Família.

PREJUÍZOAo todo, a Petrobras registrou

prejuízo R$ 21,6 bilhões no ano de 2014, impactada por perdas de R$ 44,63 bilhões em função da desvalorização de ativos, além dos R$ 6,2 bilhões relativos à corrupção. O resultado é praticamente o inverso ao apurado em 2013, quando a estatal teve lucro de R$ 23,6 bilhões.

A CARA E A VOZ DO LEGISLATIVO!

O prejuízo foi calculado usando a aplicação de percentual fixo de 3% sobre o valor de contratos, número citado nos depoimentos da Lava-Jato. Para definir o período e montante de gastos adicionais, a Petrobras levantou todos os contratos das companhias citadas como integrantes do cartel e concluiu, com base nos depoimentos, que o período de atuação do esquema de pagamentos indevidos foi de 2004 a abril de 2012.

Segundo o balanço, 55% das perdas com corrupção foram detectadas na área de Abastecimento, que foi controlada por Paulo Roberto Costa, no total de R$ 3,42 bilhões. Já a área de Exploração e Produção provocou perdas de R$ 1,97 bilhão, equivalente a 32% do total. O restante do gasto com corrupção foi diluído pelas áreas de Distribuição, Internacional e Corporativo.

O presidente da Petrobras, Aldemir Bendine, afirmou que a baixa contábil de R$ 6,2 bilhões referente aos casos de corrupção pode ser modificada, de acordo com os desdobramentos da investigação Lava-Jato. “Qualquer variação significativa, para mais ou para menos, a companhia virá de público se pronunciar”. n

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Ao todo, a Petrobras registrou prejuízo R$ 21,6 bilhões no ano de 2014, impactada por perdas

de R$ 44,63 bilhões em função da desvalorização

de ativos, além dos R$ 6,2 bilhões relativos

à corrupção

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OPERAÇÕES DA PF EVITARAM PERDAS DE R$ 2,8 BILHÕES

Além disso, foram apreendidos R$ 3,3 bilhões em bens e valores

OPor Milton Atanazio

Polícia Federal

O ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo, apresentou no dia 8, em Brasília, os

números das operações da Polícia Federal (PF) ao longo do ano passado. A PF calculou um prejuízo ao erário de R$ 6,8 bilhões com os crimes praticados. Os prejuízos, no entanto, poderiam ser maiores. Os dados revelam o trabalho da polícia evitou a perda de R$ 2,8 bilhões. Além disso, foram apreendidos R$ 3,3 bilhões em bens e valores.

Foram deflagradas 390 operações, registrando 87 operações a mais que em 2013. Os números tratam de todas as operações da PF, com foco no combate ao desvio de recursos públicos, repressão às drogas e crime financeiro. A Operação Lava Jato, por exemplo, se enquadra nesta última.

O ministro da Justiça elogiou os números alcançados e defendeu a autonomia da PF. “Os números mostram a determinação da nossa polícia que vem tendo papel decisivo no combate à corrupção e ao narcotráfico. Isso decorre de uma garantia que o governo vem dando à Polícia Federal de autonomia constitucional. A polícia deve ter autonomia e o ministro deve garantir isso”, disse Cardozo.

Segundo o diretor de Combate ao Crime Organizado, Oslaim Santana,

os resultados obtidos refletem a priorização das investigações nas áreas de desvio de recursos públicos; de crimes financeiros; de fronteiras, para combate ao tráfico de armas e drogas, além da capacitação dos policiais.

Santana ressaltou ainda a importância da criação do Serviço de Repressão a Desvios de Recursos Públicos, em 2011, que aprimorou a atuação da PF no combate a esse tipo de crime. “É importante frisar que foi criado esse serviço em 2011, atendendo a um compromisso assumido pelo Brasil na Convenção da ONU de combate à corrupção. Foi criado esse serviço dentro do departamento

e suas respectivas delegacias nas superintendências regionais”.

Apenas em relação aos crimes financeiros, foram 31 operações. Os desvios de recursos públicos motivaram a deflagração de 54 operações. Santana informou ainda que, atualmente, estão sob investigação contratos que somam R$ 19 bilhões. Esses contratos, explicou, podem ou não vir a serem caracterizados como desvio de recurso público. O montante não considera, no entanto, a Operação Lava Jato, que é considerada operação de combate a crimes financeiros.

O diretor-geral da PF, Leandro Coimbra, também exaltou os números apresentados e reiterou a linha de trabalho adotada. “A Polícia Federal continuará no combate ao crime organizado, em especial à corrupção, aos crimes financeiros e ao tráfico de drogas. Não vamos parar, nós melhoraremos, ampliaremos nossos armamentos e teremos a sequência desse trabalho com muita seriedade”. n

Os números mostram a determinação da nossa

polícia que vem tendo papel decisivo no combate à

corrupção e ao narcotráfico. Isso decorre de uma

garantia que o governo vem dando à Polícia Federal de autonomia constitucionalMinistro da Justiça José Eduardo Cardozo

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STF

Jurista foi ministro do STF de 1989 a 1994

O ex-ministro da Justiça e do Supremo Tribunal Federal (STF) Paulo Brossard morreu

em 12.04.2015, em sua residência em Porto Alegre, aos 90 anos. O governador do Rio Grande do Sul, José Ivo Sartori, decretou luto oficial de três dias. O velório deve ocorreu no Palácio Piratini, sede do governo do estado.

“Lamento profundamente a morte de Paulo Brossard, um dos maiores juristas do Brasil. Perdemos um grande homem, um professor, um ferrenho opositor da ditadura militar, um político que fez história”, disse Sartori em sua página no Facebook, prestando suas condolências aos parentes.

O jurista Paulo Brossard de Sousa Pinto nasceu em Bagé (RS) em 23 de outubro de 1924, filho de pecuaristas do município. A carreira política dele começou em 1954, quando foi eleito deputado estadual, sendo reeleito mais duas vezes para o cargo. Foi eleito ainda deputado federal pelo Movimento Democrático Brasileiro (MDB) em 1966 e senador em 1974. Brossard comandou o Ministério da Justiça de 1986 a 1989 e foi ministro do STF de 1989 a 1994.

Ele era casado com Lúcia Alves Brossard de Sousa Pinto, com quem teve dois filhos. n

Da redação

EX-MINISTRO PAULO BROSSARD MORRE AOS

90 ANOS EM PORTO ALEGRE

Paulo Brossard

Dilma lamenta morte de Brossard e destaca luta do jurista contra a ditadura

A presidenta Dilma Rousseff lamentou a morte do ex-ministro da Justiça e do Supremo Tribunal Federal (STF) Paulo Brossard e destacou a luta do jurista no enfrentamento da ditadura militar.

“É com tristeza que recebo a notícia da morte do jurista Paulo Brossard, homem de fortes convicções democráticas, que se tornou uma referência política na luta contra a ditadura. O país perde um grande brasileiro”, disse a presidenta, em nota. No texto, Dilma manifestou solidariedade à viúva, Lúcia Brossard, e aos filhos, amigos e parentes de Brossard.

O ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo, também destacou a contribuição do jurista na luta pela redemocratização do país e para a

realização, em 1992, do plebiscito em que os brasileiros escolheram a República e o presidencialismo como forma e sistema de governo do país.

“O Ministério da Justiça assinala a contribuição relevante que ele prestou ao país na luta pela redemocratização e ainda seu papel destacado como titular da pasta da Justiça no governo [de José] Sarney e, em seguida, entre 1989 e 1994, como ministro do Supremo Tribunal Federal”, diz nota divulgada pelo ministério. “Diante de seu legado como homem público, político, jurista, ministro do STF e advogado, é que, neste momento de dor de seus amigos e familiares, apresento sinceras condolências”, acrescenta o texto. n

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Artigo

José César da Silva

NJosé César da Silva

ESTRUTURA DE CAMPANHA

N este artigo vamos abordar um tema bastante importante para o

candidato, que é a estruturação de sua campanha.

Basicamente podemos dividir esta estruturação em dois pontos ou duas partes por assim dizer, que estarão “entrelaçadas” uma com a outra e dependentes entre si: a estrutura material e a estrutura humana.

Primeiramente é importante resaltar que apenas dinheiro não ganha campanha, por outro lado, pode-se ter uma excelente estrutura financeira, mas se não for corretamente aplicado (aqui entra a estrutura humana é a que usa este recurso), pode-se pagar um preço alto pela derrota.

É importante o candidato ou futuro candidato “gastar” um pouco de tempo neste quesito, pois ainda temos tempo “suficiente” antes das próximas eleições, pois uma correto planejamento agora,(financeiro e ir pensando em quem vai fazer o que) com certeza vai evitar grandes problemas futuros, pois à medida que vai se aproximando o período eleitoral o tempo vai tornando-se mais “escasso” e o risco de montar uma campanha desorganizada desde o começo é grande.

Os recursos materiais são compostos pelo capital, móveis, imóveis, instalação de comitês, computadores, carros, materiais de

campanha, estrutura para comícios (aqui vai do cafezinho servido na casa da Dona Maria numa reunião “informal” ate a estrutura de palco), pesquisas, etc.

É importante o candidato começar a se preparar com bastante antecedência em seu planejamento financeiro, seja com recursos próprios (você tem que ter pelo menos o mínimo para começar uma campanha) ou possíveis patrocinadores, pois todos sabemos que uma campanha eleitoral dependendo do pleito é bastante dispendiosa e a correta aplicação deste “quase-escasso-recurso” em uma campanha (ate hoje vi poucas campanhas que “sobravam” dinheiro) a maioria para não dizer todas que já vi e participei geralmente ou faltava ou não era suficiente.

Em relação aos recursos humanos é importante definir claramente o cargo e função de cada membro dentro de um organograma previamente definido a fim de evitar a sobreposição de funções e aqueles famosos “desmandos” numa campanha que certamente não contribuem em nada para a vitória e sim para a derrota do candidato.

Por recursos humanas entende-se todas as pessoas envolvidas neste processo desde os voluntários aos contratados para a campanha em si : assessor, agenda, assessor jur ídico, assessor de imprensa, secretária, motorista, coordenadores de campanha, f inanceiro, de pessoas, de materiais, conselho pol ít ico, coordenação de al ianças, agencia

MINICURRÍCULO

*José César da Silva é Master Business of Administration (MBA) em Comunicação e Marketing, pela Escola de Comunicação (ECA/USP), em convênio com a faculdade CAMBURY, consultor em marketing político e eleitoral, publicitário, palestrante, membro da ABCOP - Goiás (Associação Brasileira de Consultores em Marketing Político), expe-riência em campanhas majoritárias, propor-cionais e entidades de classe, treinamento e desenvolvimento de pessoas para o sistema “S” - SENAC/SENAI, SEBRAE, professor uni-versitário e coordenador de pós-graduações (MBA) e administrador de empresas.

de propaganda, coordenador de marketing, produtora de áudio e vídeo, inst ituto de pesquisas, gráf icas, etc. Enfim todas as pessoas responsáveis em operacional izar a campanha, ou seja, “botar o bloco na rua”.

Devido à quantidade de pessoas envolvidas é necessário uma boa comunicação e treinamento das pessoas envolvidas, para que cada um saiba o seu “papel” sua função suas responsabilidades e seus limites dentro da campanha, pois às vezes ganha-se uma campanha não acertando mais e sim errando menos que seu adversário.

Importante salientar que esta estrutura tem que ser ágil, flexível e enxuta, pois a complexidade das atividades de uma campanha é grande daí importante ressaltar que o candidato precisa contar com pessoas de confiança e capacidade técnica para as principais áreas (cuidado para não envolver a família, nem sua, nem da mulher ou marido), pois nesta hora não e hora de se levar pela emoção e sim da razão e muitas vezes familiares atrapalham mais que ajudam. n

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Faixa de Pedestre

O governador Rodrigo Rollemberg participou do evento em frente à Igrejinha, na 307/308 Sul

O major do Batalhão de Policiamento de Trânsito em Brasília (BPTran), Magno

Antônio disse que “não podemos perder essa qualidade de vida que criamos na cidade”, ao comentar os 18 anos de implantação da faixa de pedestre na capital federal, comemorados no dia 1º.

Magno Antônio tem uma relação profissional com a faixa de pedestre. Na época da implantação da medida, em 1º de abril de 1997, ele era aspirante na corporação do BPTran. Conforme lembrou, a ideia foi trazida para Brasília pelo coronel Renato Fernandes de Azevedo, comandante do batalhão à época. O comandante se baseou na observação que fez sobre o uso da faixa de pedestre em viagens que fez a vários países.

A faixa de pedestre, que hoje faz parte da rotina dos moradores de Brasília, recebeu homenagens de policiais do BPTran. Pela manhã, os policiais estiveram no local onde foi implantada a primeira faixa de pedestre, na quadra 308, na Asa Sul. Lá, os policiais usaram técnicas de teatro para orientar, de forma lúdica, alunos das escolas do Distrito Federal sobre as leis de trânsito.

Ana Paula, 9 anos, aluna da Escola Classe 308 Sul, após assistir a uma aula dos policiais sobre travessia segura, disse: “Não podemos passar correndo ou falando no celular. E também devemos descer da bicicleta para evitar acidentes”.

“Brasília, por ser referência para outras cidades do país [em termos de faixa de pedestres, deveria organizar] campanhas durante todo o ano”, disse o professor aposentado Jacinto Guerra, de 79 anos, que também assistiu às aulas dos policiais. E acrescentou: “Eu tenho,

[apesar da minha idade],segurança ao atravessar as ruas e acho até que o respeito à faixa estimula as pessoas a andarem a pé pela cidade. É um gesto de cidadania”.

Juan Costa da Silva, de 25 anos, comentou: “Só não podemos esquecer que o pedestre e o motorista têm uma parte nessa relação [com o trânsito]. Como motorista, eu vejo muitas pessoas que já vão entrando na faixa sem sinalizar. Cada um tem [consciência sobre como] fazer a sua parte”.

A opinião é compartilhada por Diana Oliveira, de 42 anos. Ela passeia frequentemente com o filho Matheus, de 1 ano e 4 meses, pelas quadras da Asa Sul. Hoje, após assistir às orientações dos policiais, ela disse que as crianças assimilam rápido as normas sobre a travessia segura da faixa de pedestre: “De tanto me ver fazendo o sinal, Matheus tenta me imitar e joga as mãos pra frente quando chega à beira da rua”, disse. n

Da redação

BRASÍLIA COMEMORA 18 ANOS DE IMPLANTAÇÃO DA FAIXA

DE PEDESTRE

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SETOR DE SERVIÇOS IMPULSIONA CRESCIMENTO NA CRIAÇÃO DE EMPREGOS, INDICA CAGEDNo mês de março, o setor de serviços criou 53.778 postos formais

Empregos

Aaretomada do crescimento da criação de empregos formais no mês de março foi impulsionada

pelo bom resultado do setores de serviços (0,31%), administração pública (0,33%) e comércio (0,03%) conforme os dados do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged) divulgados no dia 23. Já o setor da construção civil teve o pior resultado entre as atividades econômicas, com

retração de 18.205 postos de trabalho no mês de março, na comparação com o mês anterior.

São Paulo registrou o melhor resultado entre as unidades da federação no terceiro mês do ano, com 12.907 novos postos de trabalho. Rio Grande do Sul (12.240) e Paraná (10.154) ficaram em segundo e terceiro lugares, respectivamente. Por outro lado, Pernambuco (-11.862), Paraíba (-5.691) e Minas Gerais (-3.469) foram as unidades da federação com os piores resultados na criação de empregos, segundo o Caged.

De acordo com o ministro do Trabalho, Manoel Dias, o resultado negativo desses estados pode ser atribuído à sazonalidade da agricultira. Segundo ele, o setor começará a contratar a partir do mês maio.

Os dados do Caged revelam que, no mês de março, o setor de serviços criou 53.778 postos formais. Já o setor de administração pública foi responsável pela criação de 3.012 postos com carteira assinada, enquanto comércio criou 2.684 vagas.

Assim como a construção civil, a indústria da transformação teve resultado negativo em março, com o fechamento de 14.683 vagas, seguido pelos setores agropecuário (-6.281) e extrativo mineral (-1.675). n

Da redação

São Paulo registrou o melhor resultado entre

as unidades da federação no terceiro mês do ano,

com 12.907 novos postos de trabalho. Rio Grande do Sul (12.240) e Paraná

(10.154) ficaram em segundo e terceiro lugares,

respectivamenteDivulgação

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ALGUNS MOTIVOS PARAATUALIZAR SUALEI ORGÂNICA

O duodécimo da sua Câmara será MAIOR.

O Subsídio do Presidente será DIFERENCIADO.

Os Vereadores poderão atualizar anualmente seus subsídios pelo índice da i n fl a ç ã o e t a m b é m acompanhar os subsídios dos d e p u ta d o s n o c u rs o d a legislatura.

As contas da mesa da Câmara poderão ser julgadas pelo Plenário.

LDO poderá reservar um percentual do orçamento para emendas individuais dos Vereadores. A Câmara fará seu Próprio O r ç a m e n t o e p o d e r á suplementá-lo.

O co nt ro l a d o r ge ra l d o município e o procurador geral serão indicados pelo prefeito e aprovados pela Câmara.

P re s e n ça d o M i n i sté r i o Público Estadual e Federal a co m p a n h a n d o ato s d e

As contas da Prefeitura serão publicadas mensalmente, de forma a clarificar o bem comprado, preço e qualidade.

A Câmara poderá suspender qualquer ato do prefeito que venha a ferir a lei , sem precisar entrar na jusça.

As contas do Munic íp io fi ca rã o à d i s p o s i çã o d a população durante 60 dias anualmente.

Procedimento correto para decretação de Impeachment do prefeito.

O prefeito terá 20 dias para responder pedidos de informações da Câmara Municipal, sob pena de infração.

Os editais de licitações da Prefeitura deverão ser fixados no quadro de avisos da Câmara Municipal.

Os vereadores poderão ter 13° Subsidio, Verba Indenizatória e de Gabinete.

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DILMA SANCIONA COM VETOS LEI PARA INSTALAÇÃO DE ANTENAS DE TELEFONIA

Da redação

Lei Geral das Antenas

Entre outros pontos, a lei prevê a unificação de regras para instalação de torres, uma reivindicação antiga das empresas do setor

Apresidente Dilma Rousseff sancionou no dia 22 com seis vetos a Lei Geral das Antenas,

aprovada em março pelo Congresso Nacional. Entre outros pontos, a lei prevê a unificação de regras para instalação de torres, uma reivindicação antiga das empresas do setor. Com a sanção, publicada no Diário Oficial da União, a expectativa é que haja melhoria na qualidade do serviço prestado pelas empresas a partir da desburocratização de regras que possibilitarão o aumento do número de antenas de telefonia celular e outras tecnologias.

Em mensagem enviada ao presidente do Congresso, Renan Calheiros (PMDB-AL), a presidente informou que foram objeto de veto o inciso III do artigo quarto, o inciso II do artigo 13º, o caput e parágrafo segundo do artigo 21º e artigos 22º e 23º. O primeiro dispositivo vetado tratava da previsão de que o poder público deveria promover os investimentos necessários e tornar o processo de instalação ou substituição frequente de elementos de rede e da respectiva infraestrutura de suporte.

Para o Ministério do Planejamento, essa previsão permitiria o entendimento de que o poder público seria responsável

por arcar com os investimentos necessários à instalação, ampliação ou substituição de elementos de rede e da infraestrutura, invertendo a “lógica regulatória de investimentos privados aplicada ao setor”.

Já o segundo dispositivo vetado estabelecia que um órgão do governo federal ficaria responsável por conceder a autorização para instalação de antenas caso o órgão municipal não cumprisse o prazo de 60 dias para emitir a autorização. Na avaliação do governo, ouvidos o Ministério da Justiça e a Advocacia-geral da União, a mudança de competência de ente federativo a órgão regulador federal fere o pacto federativo previsto na Constituição.

Já os vetos ao caput, ao parágrafo segundo do artigo 21º e aos artigos 22º e 23º da lei, foram definidos porque, no entendimento do Ministério da Fazenda, esses dispositivos combinados atribuiriam ao poder público a definição de parte significativa das estratégias de investimento das empresas prestadoras de serviços de telecomunicações.

Além disso, na mensagem enviada ao Congresso a presidente Dilma Rousseff argumentou que, ao dispor sobre um procedimento específico de fiscalização em vez de fixar metas de qualidade, os dispositivos poderiam dificultar a

diferenciação e a inovação tecnológicas para a melhoria do serviço por parte das prestadoras, restringindo a concorrência de forma injustificada.

Os vetos agora serão analisados pelo Congresso, que poderá manter ou derrubá-los.

Entre as novidades contidas na Lei Geral das Antenas está a definição de procedimento mais rápida para liberação de autorizações para instalação dos dispositivos, e a obrigatoriedade de o compartilhamento da capacidade excedente da infraestrutura de suporte, exceto quando houver justificado motivo técnico. O texto estabelece ainda que novas antenas sejam planejadas para permitir compartilhamento pelo maior número possível de prestadoras, de forma “isonômica, não discriminatória e a preços e condições justos e razoáveis”, tendo como referência o modelo de custos setorial. n

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A

Tecnologia

Objetivo é levar a internet a populações pobres ou em áreas isoladas a fim de facilitar o acesso digital a serviços sociais, como educação e saúde

Apresidenta Dilma Rousseff anunciou no dia 10 uma parceria com a rede social

Facebook para levar a internet a populações pobres ou em áreas isoladas a fim de facilitar o acesso digital a serviços sociais, como educação e saúde.

“É muito importante essa parceria que nós, hoje, estamos encaminhando – significa basicamente garantir o acesso a serviços, os mais variados via internet”, disse Dilma, depois de um encontro de uma hora com o presidente do Facebook, Mark Zuckenberg. Ele participou do Foro Empresarial – uma reunião paralela à 7ª

Cúpula das Américas, que durante dois dias vai reunir os lideres de 35 países da região, na cidade do Panamá.

A presidenta citou como modelo a ser seguido a parceria que já existe entre o Facebook e a Associação de Moradores de Heliópolis, uma comunidade da zona sul de São Paulo. Lá, o Facebook instalou um laboratório com computadores, com acesso à internet, para oferecer cursos para empreendedores e usuários da plataforma.

Apesar da comunidade ter 5 mil comerciantes, 86% deles não têm página na internet, nem sabem como usá-la para aumentar o volume de seus negócios.

Segundo Mark Zuckenberg, a parceria com o governo brasileiro será diferente. A princípio, a rede social ofereceria o sinal de internet às populações mais carentes ou isoladas e o governo brasileiro disponibilizaria os serviços sociais. Os detalhes da parceria serão informados em junho, quando Zuckenberg for ao Brasil. n

Da redação

DILMA ANUNCIA PARCERIA COM O FACEBOOK

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É muito importante essa parceria que nós, hoje, estamos encaminhando – significa basicamente

garantir o acesso a serviços, os mais variados

via internetDilma Rousseff

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Artigo

Dr. Denis Camargo

ODr. Denis Camargo

PRINCÍPIO DA INSIGNIFICÂNCIA E SUA VALORAÇÃO PELA AUTORIDADE POLICIAL

O Superior Tribunal de Justiça já entendeu que somente o Poder Judiciário é dotado de

poderes para efetuar o reconhecimento de princípio da insignificância. Dessa forma, a autoridade policial estaria obrigada a efetuar a prisão em flagrante, com o fundamento de que o delegado de polícia tem o dever legal de agir e efetuar o ato prisional, não podendo, portanto, realizar referido juízo técnico-jurídico de tipicidade material.

Com o devido respeito, não é a mais correta linha de pensamento no atual Estado Democrático de Direito, em que o Delegado de Polícia é o primeiro garantidor dos direitos fundamentais e autoridade pública com atribuições de natureza jurídica, sendo certo que se o fato é atípico para a autoridade judiciária, também apresenta igual natureza para a autoridade policial.

Não entender dessa forma é esquecer o princípio da intervenção mínima, da subsidiariedade, da proporcionalidade e da lesividade. Estar-se-á dando início a uma persecução penal de um fato já considerado atípico por uma autoridade pública com atribuição para decidir acerca de tal instituto.

Nesse sentido, banaliza-se o Direito Penal prender em flagrante um

MINICURRÍCULO

*Dr. Denis Camargo - Professor de Direito Penal e Criminologia do FMB com especialização em direito penal e processo penal-PUCSP e presidente da comissão de criminologia da 40ª.subseção da OAB São Caetano do Sul

sujeito que subtraiu um pãozinho ou um objeto no valor de um real, não deixando dúvidas que, preenchidos os demais requisitos necessários e agindo com prudência no caso concreto, deve o delegado de polícia aplicar referido princípio quando o evento delitivo efetivamente comportar sua incidência.

Ora, se o ataque ao bem jurídico tutelado é tão irrelevante que não requer ou não necessita da intervenção penal, não havendo, pois, crime, visto que não há tipicidade material, deve ser apreciado e aplicado pela primeira autoridade pública que formar o convencimento acerca de um

evento delitivo, o que está em plena consonância com o Estado Democrático de Direito e o neoconstitucionalismo, já que a função da Polícia Judiciária é também a de garantir todos os direitos fundamentais dos sujeitos investigados.

À vista do exposto, se a lesão ao bem jurídico tutelado pelo direito penal é penalmente irrelevante e, portanto, insignificante, será atípica. Assim, na atualidade é praticamente unânime a aceitação deste princípio, sendo certo que o delegado de polícia, ainda mais após a Lei 12.830 de 2013, é autoridade capaz de aferir se a lesão ao bem jurídico foi ou não diminuta e relevante para o Direito Penal, evitando, assim, a segunda etapa da persecução penal quando demonstrada sua real desnecessidade. n

Com o devido respeito, não é a mais correta linha de pensamento no atual Estado Democrático de

Direito, em que o Delegado de Polícia é o primeiro garantidor dos direitos

fundamentais e autoridade pública com atribuições de

natureza jurídica

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Mulheres

Bancada feminina do Congresso lança a campanha “Mais mulheres na política” que pretender fazer uma mobilização nacional para garantir maior

participação feminina nas casas legislativas

Especialistas se reuniram no dia 14 no Senado Federal para debater a representação feminina no poder.

O debate ocorreu no painel Pequim+20: Mais Mulheres na Política, promovido pela ONU Mulheres e pelo Instituto Patrícia Galvão. O objetivo do encontro foi discutir a superação de obstáculos para a participação das brasileiras na política parlamentar.

Em setembro de 1995, a China sediou a 4ª Conferência Mundial sobre a Mulher. O encontro foi realizado pela Organização das Nações Unidas (ONU) e teve como resultado a Plataforma de Ação de Pequim. Para comemorar os 20 anos do documento, a ONU Mulheres propôs aos países uma avaliação dos avanços alcançados com a implementação da plataforma. O processo recebeu a denominação de Pequim+20.

Considerado o projeto mais abrangente sobre o tema, a plataforma foi adotada por 189 governos e indica medidas relacionadas a 12 áreas temáticas para que os países avancem na busca pela igualdade de gênero.

Para a representante da ONU Mulheres no Brasil, Nadine Gasman, houve grandes avanços no Brasil e

Da redação

PARTICIPAÇÃO DAS MULHERES NA POLÍTICA É TEMA DE

DEBATE NO SENADO

no mundo, mas ainda há um longo caminho a ser percorrido para que homens e mulheres tenham direitos iguais. “Lançamos a iniciativa ‘Por um planeta 50-50 em 2030: um passo decisivo pela igualdade de gênero’. A igualdade de gênero é uma questão urgente que precisa ser resolvida. O mundo não pode aceitar que metade da sua população tenha menos oportunidades que a outra”.

A diretora executiva do Instituto Patrícia Galvão, Jacira Melo, ressaltou que há urgência em debater a maior participação política das mulheres no Brasil. “É um tema ainda pouco discutido que 52% da população está sub-representada nos espaços de poder e de decisão nos planos federal, estadual ou municipal. A reforma política tem que ser inclusiva e considerar esse déficit inaceitável de representação e de participação política parlamentar das mulheres”.

A senadora Vanessa Grazziotin (PCdoB-AM), procuradora especial da Mulher no Senado, destacou que a prioridade da bancada feminina no Congresso é a reforma política inclusiva das mulheres. “Apresentamos proposta de emenda constitucional em que passamos a defender uma cota de cadeiras. Estabelecemos a lei de cotas

[de 30% de mulheres candidatas] em 1995 e, de lá para cá, o crescimento da nossa participação foi muito pequeno o que mostra a pouca efetividade desse tipo de cota”.

Para a senadora, não adianta existir cota de candidatura se o partido não apoiar a candidata com recursos e com tempo de campanha eleitoral na televisão. “A proposta da bancada feminina é começar com 30% [de cadeiras para mulheres], crescendo 5 pontos percentuais em cada eleição e chegar a 2030 com 50% [de mulheres parlamentares].”

Vanessa lembrou que a bancada feminina do Congresso lançou a campanha “Mais mulheres na política” que pretender fazer uma grande mobilização nacional para garantir maior participação feminina nas casas legislativas de todo o país. n

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Especial Cidadania

SENADO HOMENAGEIA POVOS INDÍGENAS

Sessão especial é marcada por reclamações contra a PEC 215

uma proposta isolada de intervenção negativa sobre as demarcações de terras indígenas. “A PEC nº 215 é um instrumento que se tornou mais atrevido por parte da Câmara de Deputados, mas nós temos aqui no Senado a PEC nº

OOSenado fez em 16.04.2015 uma sessão especial para homenagear os Povos

Indígenas, pelo Dia do Índio, que será comemorado no dia 19, e a Proposta de Emenda à Constituição (PEC) 215, que transfere do Executivo para o Legislativo as demarcações de áreas indígenas, foi apontada nos discursos como símbolo das injustiças históricas cometidas contra esses povos no Brasil.

Diversas lideranças indígenas de todo o país foram recebidas no plenário do Senado durante a sessão especial, que antecipou as comemorações do Dia do Índio (19).

“Nós, povos indígenas do Brasil, não queremos essa PEC. Ela é uma cobra grande. Vamos matar a cobra. Vamos matar a cobra antes que ela cresça. Vamos matar, vamos enterrar e vamos queimar essa cobra grande, para não nascer mais a raiz. Não pode engavetar, porque depois vem de novo para a nossa futura geração”, declarou Davi Kupenawa Yanomami, considerado uma das principais lideranças indígenas do país.

Uma camiseta onde se lia Fora PEC 215 foi entregue aos parlamentares e autoridades presentes pelo líder dos Povos Indígenas do Brasil, Neguinho Truká. Em discurso, Truká lembrou que essa PEC é simbólica, mas não é

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Por Caroline Oliveira e Milton Atanazio

038, que tem o mesmo conteúdo e que muda simplesmente o número e a Casa. Um é na Câmara e outro no Senado. Nós temos a Portaria nº 303, da AGU, que é no mínimo absurda, também, tentando intervir na demarcação, na regularização fundiária do nosso Território”, disse o líder indígena.

O índio não quer ter um tratamento especial, mas ser tratado como todo e qualquer brasileiro. Foi esse o recado dado pelo índio Neguinho Truká durante a sessão de homenagem aos povos indígenas no Plenário do Senado. De acordo com o líder indígena, seu povo quer ser visto como um igual.

— Não somos melhores nem piores do que as demais minorias desse país. O que nós queremos, de fato, é ter condições de disputar de igual para igual com o filho de quem vive na favela, com o filho de quem vive na fazenda, com o filho de quem vive no centro da cidade — disse Truká.

O índio não quer ter um tratamento especial, mas ser tratado como todo e

qualquer brasileiro. Foi esse o recado dado pelo índio Neguinho Truká durante a sessão de homenagem aos povos indígenas no Plenário

do Senado

Senador Telmário Mota (PDT-RR)

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Especial Cidadania

Além da preocupação com a política de demarcação de terras indígenas, os representantes dos índios também chamaram a atenção para outras questões relevantes. Truká lembrou que o país precisa desenvolver uma política de educação que seja inclusiva e que respeite a cultura e as peculiaridades de cada etnia.

“A busca que nós temos, de fato, hoje, no País afora, na prestação de serviços essenciais, é o modelo que a gente lutou aqui nesta Casa em 2000, que foi a aprovação da Lei Arouca, criando o Subsistema de Atenção à Saúde Indígena. Nós defendemos o subsistema também para a educação indígena em todo o País, mas um subsistema que respeite as especificidades e respeite as diferenças”, disse Truká.

A coordenadora da Articulação dos Povos Indígenas do Brasil (Apib), Sônia Guajajara, também aproveitou a oportunidade para criticar o projeto do novo Marco da Biodiversidade, que foi aprovado em 15.04.2015) no Senado. Sônia lembrou que o projeto, que trata diretamente dos interesses dos povos indígenas, foi aprovado na Câmara sem que eles fossem ouvidos. Quando chegou ao Senado, segundo ela, os

representantes dos índios apresentaram emendas ao texto, mas elas foram desconsideradas, como a que propunha a modificação do termo “populações indígenas” por “povos indígenas”.

“Ontem, o Senado aprovou o texto, desconsiderando-nos, simplesmente nos negando nossa identidade, quando retirou desse projeto de lei a palavra povos, colocando-nos como população. O conceito de povos já é garantido na Constituição Federal. Então, quero lamentar esse fato acontecido aqui ontem”, disse. Logo após o discurso, Sônia seguiu para encontro com o vice-presidente da República e novo articulador político do governo, Michel Temer.

O presidente dos trabalhos foi o senador João Capiberibe (PSB-AP), autor do requerimento para que a sessão solene ocorresse. Ele comemorou que os índios tenham tido acesso aos microfones do Senado. “Muito importante participar deste momento, um momento fantástico de ver um descendente assumir da tribuna do Senado essa condição de indígena. Isso é muito forte e pedagógico. Este é o povo brasileiro. Somos nós, povo brasileiro”, disse Capiberibe.

O senador João Capiberibe (PSB-

Muito importante participar deste

momento, um momento fantástico de ver um

descendente assumir da tribuna do Senado essa condição de indígena

Senador João Capiberibe (PSB-AP)

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português, mas era fluente em macuxi.— Eu dizia que chegaria nesta Casa

e ia usar um cocar. Eu quis fazer isso no dia da minha posse — revelou Telmário.

No entanto, apesar de ainda haver espaço no plenário, parte dos índios que estavam acampados no gramado em frente ao Congresso Nacional não pode entrar no prédio. A Polícia Militar fez um cordão de isolamento para garantir que o grupo não entrasse. n

Especial Cidadania

AP) ressaltou a carta enviada no mês passado à presidente Dilma Rousseff pela Articulação dos Povos Indígenas do Brasil na qual é apresentada uma série de reivindicações. Uma delas é a demarcação de pelo menos 20 novas áreas indígenas.

— O que querem os povos indígenas é que o atual governo dê continuidade à demarcação de todas as terras indígenas do Brasil, muitas

das quais estão até hoje sem nenhum procedimento demarcatório instituído — explicou Capiberibe.

Com um cocar, o senador Telmário Mota (PDT-RR) confessou ter vivido na sessão em homenagem aos povos indígenas um momento de muita alegria e emoção. Relatou que nasceu em uma comunidade indígena e que até os 11 anos não tinha sentado em um banco de escola. A bisavó mal falava o

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Parkinson

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IDENTIFICAÇÃO DE SINTOMAS DE PARKINSON É UM DOS

PRINCIPAIS DESAFIOSApesar de o tremor ser o sinal mais conhecido da enfermidade, o principal

indicador é a bradicinesia ou lentidão dos movimentos

Da redação

Um dos maiores desafios no processo diagnóstico da doença de Parkinson

consiste na identificação dos sintomas. Apesar de o tremor ser o sinal mais conhecido da enfermidade, o principal indicador é a bradicinesia ou lentidão dos movimentos. O alerta é da Sociedade Brasileira de Geriatria e Gerontologia (SBGG) em razão do Dia Mundial da Doença de Parkinson, lembrado no dia 11.

De acordo com o geriatra e membro da entidade José Elias Pinheiro, a população em geral tende a associar a lentidão dos movimentos ao envelhecimento e o sinal de alerta, muitas vezes, não é levantado. “Pode ser o caminhar mais lento, dificuldade para vestir a roupa, maior tempo para tomar banho”, explicou.

Pinheiro destacou entretanto que a doença de Parkinson é caracterizada por pelo menos dois sinais motores e que a lentidão dos movimentos, portanto, pode vir acompanhada por tremores, rigidez ou instabilidade postural. Outros sintomas não motores incluem depressão, apatia, face inexpressiva e alterações na pele.

“É uma doença progressiva e que não tem um tratamento curativo. Os medicamentos disponíveis hoje tendem a controlar os sintomas e reduzem um pouco o curso da doença. Mas, à medida em que ela evoluiu, após cinco ou dez anos, tendem a haver agravos motores e não motores”, disse.

Para que se possa manter a qualidade de vida do paciente, de acordo com o especialista, é preciso optar por uma estratégia terapêutica multifuncional, aliando tratamento medicamentoso a fisioterapia, fonoaudiologia e suporte psicológico. n

Principais sintomas motores da doença de Parkinson:

- lentidão de movimentos ou bradicinesia- agitação ou tremor em repouso- rigidez dos braços, pernas ou tronco.- problemas com o equilíbrio e quedas, também chamado de instabilidade postural

Principais sintomas não motores da doença

de Parkinson:- humor (depressão, ansiedade, irritabilidade)- alterações cognitivas (atenção, problemas visuo-espacial, problemas de memória, alterações de personalidade, psicose / alucinações)- prisão de ventre- hiperidrose (suor excessivo), especialmente das mãos e pés- perda de olfato- distúrbios do sono- insônia

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Educação

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INVESTIMENTOS DO MEC CAEM 30% EM 2015

No discurso de posse do segundo mandato, a presidente Dilma Rousseff anunciou que o lema de seu novo governo será “Brasil, Pátria Educadora”

Da redação

Apesar da frase sintetizar a priorização da educação no governo federal, até agora o

lema não se refletiu nos investimentos da área. As aplicações do Ministério da Educação (MEC) caíram quase 30% no primeiro trimestre de 2015 quando comparadas com igual período de 2014.

Segundo o site Contas Abertas, nos três primeiro meses deste ano, R$ 1,5 bilhão foi destinado para obras e compra de equipamentos, contra R$ 2,1 bilhões do ano passado. A previsão é de que R$ 14,2 bilhões sejam aplicados pelo MEC em 2015. No exercício de 2014, o valor era pouco menor: R$ 14,1 bilhões.

O desempenho menor em relação ao ano anterior, por consequência, também foi observado nas iniciativas do MEC. Para a rubrica “Educação Básica” foram aplicados R$ 671,2 milhões em 2015. No ano passado, o programa recebeu R$ 1,1 bilhão, isto é, 63% a mais do que no início deste exercício.

Os recursos são destinados à aquisição de veículos para o transporte escolar, construção de escolas de educação infantil, aquisição de equipamentos e mobiliário das unidades, além da construção de quadras esportivas escolares e adequação e cobertura das existentes.

Nos programas “Educação Superior

– Graduação, Pós-Graduação, Ensino, Pesquisa e Extensão” e “Educação Profissional e Tecnológica” a redução dos recursos para obras e compras de equipamentos foi menor. Naquele os valores passaram de R$ 513,6 milhões para R$ 443,8 milhões. Já nesse queda foi dos R$ 301,1 milhões de 2014 para R$ 265,6 milhões deste ano.

O MEC afirmou que a baixa execução tem relação com a demora na aprovação do orçamento. “Em 2014, a Lei Orçamentária foi aprovada em janeiro, o que permitiu a execução integral do orçamento. Em 2015, no entanto, a lei foi sancionada no final de abril”, explica.

De acordo com o ministério, com o atraso, os pagamentos dos

créditos consignados no projeto de lei orçamentária anual ficaram restritos ao estabelecido no artigo 53 da Lei de Diretrizes Orçamentárias, a qual estabelece a execução provisória do projeto de lei orçamentária até a sanção da lei orçamentária.

Para a Pasta, não é possível fazer uma comparação direta entre esse valor e o pago em 2015 e 2014. “Os pagamentos efetuados em investimentos no âmbito do MEC no primeiro trimestre de 2015 referem-se à Medida Provisória 667/2015, que foi editada para atender as despesas de caráter inadiável de investimento (GND 4 e 5)”, ressaltou o órgão.

Segundo o MEC, após o sanção

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A CARA E A VOZ DO LEGISLATIVO!

da Lei Orçamentária Anual de 2015, os pagamentos das despesas de investimento retornarão a normalidade e, ai sim, poderão ser comparados com o ocorrido em 2014.

De fato, o Orçamento Geral da União só foi aprovado no Congresso Nacional no dia 17 de março, sendo sancionado pela Presidente da República três dias depois. O atraso foi consequência da inevitável revisão dos parâmetros utilizados na elaboração da proposta, frente à realidade da economia brasileira.

PÁTRIA EDUCADORA No discurso de posse, Dilma ressaltou

que o lema ‘Brasil, pátria educadora’ era para dizer que a educação será “a prioridade das prioridades”. Porém, ainda que exista uma forte demanda por mais financiamento da União para Estados e Municípios e do slogan do governo, o Ministério da Educação foi o mais atingido pelo corte de gastos nos primeiros dias da gestão. Foram suspensos R$ 7 bilhões do orçamento em prol do equilíbrio das

contas do Executivo. “Esse valor corresponde a 70% do

valor que a União contribui no Fundo de Manutenção e Desenvolvimento da Educação Básica e de Valorização dos Profissionais da Educação (Fundeb)”, revela Luiz Araújo, professor da Universidade de Brasília, apontando

que se aplicado ao Fundo, por exemplo, poderia contribuir para complementar o investimento dos municípios e estados em educação.

O professor Luiz Araújo argumenta que é necessário inverter a lógica atual, mudando o lugar onde a educação

se situa. “Temos que questionar que educação precisamos para que o Brasil alcance um outro patamar de desenvolvimento e a partir da resposta, vermos quanto custa e como cada ente federado pode contribuir”, explica o pesquisador. “Hoje se vê quanto temos de orçamento para ver o que poderia ser feito.”

Além disso, o professor aponta que é necessário a definição de um padrão de qualidade. “Isso seria estabelecer um patamar aceitável de ensino e contribuiria para mudar a lógica de financiamento, determinando a educação que queremos.” n

O Ministério da Educação foi o mais atingido pelo

corte de gastos nos primeiros dias da gestão

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Transporte Urbano

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TRENS E METRÔS TRANSPORTARAM 2,9 BILHÕES DE PASSAGEIROS NO PAÍS, EM 2014O número representa aumento de 4,4% na comparação com 2013, quando os passageiros atendidos por esses modais somaram 2,7 bilhões de pessoas

Da redação

Trens e metrôs transportaram 2,9 bilhões de passageiros em todo país, em 2014. Os dados são

do Balanço do Setor Metroferroviário de Passageiros, divulgado pela Associação Nacional dos Transportadores de Passageiros sobre Trilhos (ANPtrilhos). O número representa aumento de 4,4% na comparação com 2013, quando os passageiros atendidos por esses modais somaram 2,7 bilhões de pessoas.

Apesar do aumento, o número representa uma queda no ritmo de avanço: a taxa média anual de crescimento para o setor era 10% desde 2010. Para 2015, estima-se que 3 bilhões de pessoas serão transportadas

por veículos sobre trilhos – aumento de pouco mais de 2%.

De acordo com a superintendente da ANPtrilhos, Roberta Marchesi, o número evidencia as dificuldades vividas pelo setor. “Esse número mostra exatamente que o setor vem passando por um congestionamento. Os sistemas que estão implantados não crescem de acordo com a demanda da população. Isso vai levando esses sistemas à saturação. Esse pequeno crescimento mostra exatamente isso”, disse.

Em 2014, a malha ferroviária foi ampliada em 30 quilômetros, o que significa crescimento em extensão de 3%. Para a ampliação do sistema, até 2020 são esperados 20 projetos, já contratados ou em execução, e uma carteira com mais de 18 projetos

a serem avaliados. A taxa, todavia, não deve ser suficiente para suprir a demanda, como aponta o documento do ANPtrilhos. Das 63 médias e grandes regiões metropolitanas do país, apenas 12 possuem algum tipo de sistema de transporte de passageiros sobre trilhos.

Segundo Roberta, um fator que também pode prejudicar o setor é a medida que alteração a política de desoneração da folha de pagamentos. De acordo com ela, somente as três maiores operadoras metroferroviárias calculam acréscimo de custo da ordem de R$ 73 milhões de reais em 2015. Também vai ter impacto no custo das operadoras, a elevação da tarifa de energia elétrica.

Os dois sistemas fecharam o ano de 2014 com 1.002 quilômetros de extensão, divididos em 40 linhas, com frota 4,3 mil veículos e 521 estações operacionais. Roberta avalia que, se comparado com outros países, o sistema metroferroviário brasileiro ainda não é ideal. Considerando os padrões de outros modais de transporte, o sistemas sobre trilhos chega a emitir até 60% menos poluentes do que os automóveis e 40% menos do que os ônibus. Em relação à capacidade de transporte, trens e metrôs ultrapassam carros em 58,2 mil passageiros por hora. n

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STJ

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STJ FIXA PRAZO DE VISTA PARA MINISTRO DEVOLVER

PROCESSO EM JULGAMENTO

Com a mudança, o STJ pretende dar agilidade ao julgamento de processos pendentes

Da redação

OSuperior Tribunal de Justiça (STJ) publicou no dia 22 uma mudança no

Regimento Interno que estabelece prazo para a devolução dos pedidos de vista, procedimento adotado pelos ministros para analisar com mais tempo os processos com julgamento em andamento.

De acordo com a norma, os ministro têm prazo de 60 dias, prorrogáveis por mais 30, mediante justificativa, para devolver os processos para julgamento, já com a apresentação do voto vista. Se o

prazo não for cumprido, o processo será incluído automaticamente na pauta de votação do colegiado de

origem. O prazo será monitorado por meio de um sistema eletrônico.

Com a mudança, o STJ pretende dar agilidade ao julgamento de processos pendentes. De acordo com levantamento prévio, feito pelo tribunal no final do ano passado, quando a medida começou a ser discutida, o número de processos com pedido de vista baixou de 338 para 313. O tempo médio para devolução dos processos à pauta caiu de 322 dias para 49. n

Se o prazo não for cumprido, o processo será incluído automaticamente na pauta de votação do colegiado de origem. O prazo será monitorado

por meio de um sistema eletrônico

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pesquisa

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AEROPORTOS BRASILEIROS: PREMIAÇÃO ESTIMULA MELHORES SERVIÇOS

Passageiros avaliam Viracopos como melhor aeroporto do país

Da redação Galeão, Guarulhos, Confins, Natal, Congonhas, Fortaleza, Porto Alegre, Santos Dumont, Curitiba, Recife, Manaus, Salvador e Cuiabá.

Os viajantes responderam a perguntas relacionadas a 48 quesitos, incluindo parâmetros usados em avaliações internacionais, como tempo de espera no check-in, oferta de transporte público e de táxi, restituição de bagagem e limpeza.

Os dados mostram que 81% dos passageiros ouvidos consideraram os serviços bons ou muito bons, enquanto dez dos 15 aeroportos pesquisados alcançaram notas acima de 4 em uma escala de 1 a 5. A média dos aeroportos

avaliados é 4,07. É a primeira vez, desde 2013, quando a pesquisa começou a ser feita, que a nota média dos terminais ultrapassou a nota 4. De acordo com a secretaria, o nível de confiança da pesquisa é 95% e a margem de erro, 5%.

Os números revelam que o aeroporto de Viracopos teve média de 4,38. Na última pesquisa, feita entre os meses de outubro e dezembro do ano passado, Viracopos também alcançou o primeiro lugar, com nota 4,29. O terminal saltou da quinta para a primeira posição quando comparados os primeiros trimestres de 2014 e 2015.

“As obras em Viracopos estão praticamente em dia. Fizeram mais obras do que o esperado. Foi uma transformação muito grande. Melhoram também a gestão”, disse o ministro da Aviação Civil, Eliseu Padilha, sobre a avaliação positiva do terminal.

Logo atrás de Viracopos, ficaram os aeroportos do Recife (4,32) e de Curitiba (4,29). Os aeroportos de Brasília e de Fortaleza completam a lista dos cinco primeiros, com médias 4,26 e 4,19, respectivamente.

O último colocado na pesquisa foi o aeroporto de Cuiabá, com nota 3,44, atrás do Aeroporto Santos Dumont, no Rio de Janeiro, que obteve nota 3,84, do Galeão e do aeroporto de Salvador, ambos com 3,85, e de Confins, em Minas Gerais, com 3,88.

O Aeroporto Internacional de Viracopos, em Campinas, São Paulo, é o terminal

mais bem avaliado do Brasil, segundo pesquisa de satisfação do passageiro divulgada em 29.05.2015 pela Secretaria de Aviação Civil.

A pesquisa foi feita entre os meses de janeiro e março deste ano e ouviu 13.384 passageiros de voos domésticos e internacionais em 15 aeroportos, que respondem por 80% da movimentação em todo o país – Viracopos, Brasília,

Ministro de Estado Chefe da Secretaria de Aviação Civil da Presidência da República

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A CARA E A VOZ DO LEGISLATIVO!

O ministro Eliseu Padilha, da Secretaria de Aviação Civil, participa da entrega do Prêmio Aeroportos + Brasil 2015

Segundo Padilha, as obras nos aeroportos do Galeão e de Confins pesaram para que os terminais tivessem notas abaixo de 4. No caso do Santos Dumont, problemas com a limpeza e o ar-condicionado do terminal influenciaram na avaliação negativa, mas, de acordo com o ministro, a Empresa Brasileira de Infraestrutura Aeroportuária (Infraero) já tomou providências para solucioná-los.

Desde que passou a ser feita, a pesquisa já ouviu 150 mil passageiros. As perguntas são aplicadas nas salas de embarque e desembarque, após o entrevistado ter passado por todas as etapas da viagem. n

Três aeroportos estão prontos para administração privada, diz ministro

O ministro da Aviação Civil, Eliseu Padilha, informa que os aeroportos de Porto Alegre, Florianópolis e Salvador estão prontos para serem concedidos à iniciativa privada. “A palavra final é sempre da presidenta Dilma [Rousseff]. Nós temos outros aeroportos que poderiam, sim, vir a ser levados também à concessão. Só que para o programa de reestruturação da Infraero [Empresa Brasileira de Infraestrutura Aeroportuária] que nós concebemos, para que volte a ser superavitária, nós devemos limitar a esses três, pelo menos num primeiro momento.”

Segundo o ministro, a Secretaria de Aviação Civil está pronta para lançar o Procedimento de Manifestação de Interesse (PMI) que é uma convocação às empresas interessadas viabilizarem estudos para a concessão. A previsão é que os leilões ocorram de junho para julho do ano que vem. “Estamos prontos para lançar o PMI há mais de

45 dias. Estamos prontíssimos com relação aos três aeroportos.”

Padilha informou que na em recente reunião com a presidenta Dilma Rousseff, no Palácio da Alvorada, em Brasília, foi discutida a possibilidade de mais aeroportos serem concedidos à iniciativa privada. Estiveram no Alvorada vários ministros que avaliaram o programa de investimentos em obras de infraestrutura e o novo pacote de concessões de aeroportos, rodovias, ferrovias e portos.

“Como estamos em um ajuste fiscal e a disponibilidade de meios não é a mesma que tínhamos quando lançamos outros aeroportos, a junta fazendária está fazendo a avaliação. Uma das interrogações era se mais aeroportos poderiam ser levados à concessão. Em tese, tem mais cinco, seis. Só tem um limitador que é a reestruturação da Infraero”, disse Eliseu Padilha.

O programa de investimentos deverá ser anunciado em breve pela presidenta. n

Aeroporto do Recife é eleito o melhor do país

em 2014

O Aeroporto Internacional do Recife/Guararapes - Gilberto Freyre foi escolhido o melhor do Brasil em 2014. De acordo com pesquisa de satisfação do passageiro da Secretaria de Aviação Civil, o terminal da capital pernambucana recebeu o título de Aeroporto + Brasil, principal categoria da premiação promovida pela Secretaria de Aviação Civil.

Ano passado, o Aeroporto do Recife teve uma movimentação de quase 7 milhões de passageiros. O levantamento foi feito ao longo de 2014, período em que foram entrevistados 64.539 passageiros de voos domésticos e internacionais nos aeroportos do Recife, Galeão, de Viracopos, Brasília, Guarulhos, Confins, Natal, Congonhas, Fortaleza, Porto Alegre, Curitiba, Manaus, Salvador, Cuiabá e no Santos Dumont. Esses terminais respondem por 95% da movimentação em todo o país.

O Aeroporto de Congonhas, em São Paulo, venceu em quatro categorias (chek-in mais eficiente, raio X mais eficiente, aeroporto mais confortável e aeroporto mais cordial). n

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Planos de Saúde

Objetivo é facilitar a compreensão e eliminar dúvidas dos clientes na hora da contratação

UUma medida, publicada no dia 29 no Diário Oficial da União pela Agência

Nacional de Saúde Suplementar (ANS), obriga as operadoras de planos de saúde a informar aos consumidores as peculiaridades e características de todos os tipos de planos disponíveis no mercado. O objetivo é facilitar a compreensão e eliminar dúvidas dos clientes na hora da contratação. De acordo com a Resolução Normartiva 376, os esclarecimentos serão prestados aos consumidores que já têm planos e também aos novos beneficiários, na hora da adesão.

OPERADORAS TERÃO QUE INFORMAR DIFERENÇAS ENTRE MODALIDADES DE PLANOS DE SAÚDE

As operadoras terão que disponibilizar as informações sobre os planos e os respectivos contratos de maneira fácil, rápida e acessível aos consumidores.

Entre os dados que serão exigidos das operadoras, com detalhes, estão o tipo de acomodação, de contratação e a área de abrangência. Outros aspectos que a resolução destaca dizem respeito à rescisão, carência e cobertura dos planos.

A diretora-presidenta substituta da ANS, Martha Oliveira, disse à Agência Brasil que a medida integra um projeto amplo que será desenvolvido ao longo do ano, no sentido de aprimorar a informação ao consumidor, o que a ANS está chamando de “empoderamento do beneficiário”. A norma entrará em vigor a partir de janeiro de 2016. A ideia é

municiá-lo de informações que possam contribuir para auxiliá-lo em suas escolhas na saúde suplementar.

Martha Oliveira acrescentou que tanto na identificação quanto na hora em que estiver negociando, o consumidor terá de receber as informações em linguagem “diferenciada, organizada e consolidada” sobre os tipos de contratação que vai ter à disposição e as características desse contrato.

“Porque a gente vê que essa é uma das principais demandas de dúvida que a pessoa tem na hora de contratar. Não sabe qual é a diferença de um plano individual para um plano coletivo por adesão, um plano coletivo empresarial, o que tem de característica em um que não tem em outro. Às vezes, ela vê que o preço é diferenciado, mas e aí, o que isso tem na regulamentação, na legislação? O que os planos trazem de diferença uns dos outros? É isso que a gente está levando para essas pessoas, obrigatoriamente”, explicou a diretora-presidenta substituta da ANS.

As operadoras terão que fornecer aos beneficiários esse material impresso ou dispor as informações em sua página na internet, em espaço onde o cliente tenha acesso fácil. Os dados deverão ser disponibilizados também por meio de aplicativos para tablets e celulares. n

Da redação

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QDa redação

MASSACRE EM REALENGO MUDOU TRAJETÓRIA ESCOLAR

DE AMIGOS E FAMILIARES DAS VÍTIMAS

Após o crime, jovens se sentem desmotivados ao retorno dos estudos

Bullying

Quando os primeiros disparos começaram a ser ouvidos na Escola Municipal Tasso

da Silveira, em Realengo, Eduardo Rocha, que tinha 11 anos, pensou que fossem “bombinhas”. Foi então que os professores chegaram correndo ao terceiro andar e pediram que os alunos se trancassem nas salas. No primeiro andar, sua irmã, Mariana Rocha, e outros 11 adolescentes foram assassinados por Wellington Menezes de Oliveira, em 7 de abril de 2011. Além das vítimas que se feriram ou morreram com os disparos, o crime atingiu também a vida escolar de familiares e amigos, que sofreram para conseguir retomar os estudos.

O trauma da tragédia fez com que o jovem Eduardo, hoje com 15 anos, ficasse dois anos fora da escola. “Não queria voltar. Não dava. Muita gente falando e até os outros amigos meus falam até hoje sobre isso. Me incomoda”, desabafa ele, abraçado com a mãe, Noeli da Silva Rocha, que conta que os dois são apontados na rua: “Aquele ali é o irmão da Mariana. Aquela ali é a mãe da Mariana. Isso nunca vai ser esquecido, não adianta”.

Quando voltou a estudar, em 2013,

ele foi para outra escola do mesmo bairro, e hoje sonha em cursar engenharia civil. Se não tivesse parado de estudar, ele já estaria a um ano do vestibular. Em vez disso, agora ainda precisa começar o ensino médio.

Alessandra Oliveira, hoje com 18 anos, não chegou a pensar que o barulho dos tiros era outra coisa, porque o assassino entrou em sua sala e matou três de suas colegas. Entre elas, Laryssa Martins, sua melhor amiga. Outros cinco colegas de turma foram feridos pelos disparos. “Fiquei em depressão, e isso me prejudica até hoje. Estudo à noite e tenho muito medo de ir para a escola”, conta ela, que tentou mudar de bairro e de escola, mas acabou sendo reprovada no primeiro ano do ensino médio. Hoje, no segundo ano do ensino médio, ela afirma não ter vontade de continuar a estudar. “Voltei a estudar porque meu pai me obriga e porque sem estudo não sou nada. Mas minha vontade é de não ir para a escola”.

Alan Mendes Ferreira, hoje com 17 anos, teve uma atuação decisiva no dia da tragédia: mesmo ferido, conseguiu chamar o policial militar Marcio Alves, que matou Wellington Menezes de Oliveira antes que ele fosse para os outros andares, onde poderia fazer mais vítimas. O adolescente continuou

a estudar na Tasso da Silveira por mais dois anos, chegou ao ensino médio e agora está no terceiro ano. “Acho que voltar para lá me ajudou a superar as coisas”, diz ele, que conta que muitos colegas ficaram revoltados e passaram a culpar a escola pela tragédia. “Sempre tinha essa polêmica”.

Apesar de estar perto de terminar o ensino médio, Alan não sabe o que vai fazer em seguida. Sua vontade era entrar para a Aeronáutica, mas isso não será possível porque o tiro que o feriu deixou fragmentos de bala alojados em seu ombro esquerdo e perto do coração. “Não posso fazer nada muito pesado. Os médicos não liberaram ainda. Estou pensando o que vou fazer da vida ainda. Ano que vem vou ficar pensando um pouquinho”. n

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Planejamento

Nelson Barbosa afirma que o BNDES e a iniciativa privada devem alavancar juntos os financiamentos para investimentos no país

OO ministro do Planejamento, Orçamento e Gestão, Nelson Barbosa, defendeu

a economia do país em um evento internacional sobre parcerias público-privadas (PPP’s) no dia 27. Barbosa disse que o país está em uma fase que antecede um “novo ciclo de desenvolvimento”.

“Estamos no momento de construção das bases de um novo ciclo de desenvolvimento. A economia brasileira continua sendo dinâmica. Mas o Brasil continua sendo um país continental e existem várias oportunidade de trabalho a serem exploradas por empresas brasileiras e estrangerias”, disse Barbosa na abertura do Encontro Internacional: Infraestrutura e PPPs, promovido pela Câmara Brasileira da Indústria da Construção (CBIC).

O ministro falou para um público composto por investidores brasileiros e estrangeiros, representantes de pequenas e médias construtoras e empresários do setor de construção da América Latina e Europa. Ele destacou que o Banco Nacional de Desenvolvimento (BNDES) e a iniciativa privada devem alavancar juntos os financiamentos para investimentos no país.

BRASIL ESTÁ EM FASE QUE ANTECEDE “NOVO CICLO DE DESENVOLVIMENTO”, DIZ MINISTRO

Da redação

“Nosso objetivo é continuar contando com o BNDES, mas que ele seja um instrumento que dinamize também o setor privado. O foco do BNDES continuará sendo importante na estruturação dos financiamentos, em parceria com o setor privado. Queremos que um reforce o outro”.

Ele escolheu a palavra “dificuldades” para definir a crise econômica pela qual passa o país, e disse que o Brasil costuma se recuperar rápido dessas situações. “O Brasil tem a tradição de se recuperar rapidamente após um período de ajustes a mudanças domésticas e internacionais. Foi assim em 1999, quando tivemos um ano difícil e em 2000 a economia cresceu forte. O mesmo ocorreu em 2003 e 2009. Nos anos seguintes a economia se recuperou”.

Barbosa citou alguns investimentos que o Brasil pretende fazer na área de infraestrutura. Disse que há duas ferrovias com licitação já autorizada, uma de integração no centro-oeste, e outra ligando Rio de Janeiro e Espírito Santo. Ele explicou que ainda esse ano os aeroportos de Salvador, Florianópolis e Porto Alegre serão concedidos à iniciativa privada .

Sobre as rodovias, o ministro exaltou que o país deve fazer investimentos de cerca de R$ 12 bilhões e estuda fazer parcerias público-privadas em rodovias do Nordeste do Brasil. “Achamos que as PPPs, na atual situação do país, podem ser melhor em algumas rodovias. Há oportunidade de investimento grande em concessões. O potencial desses novos investimentos é R$ 12 bilhões”. n

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ArtigoThomas Korontai

VThomas Korontai

VOTO, LOGO EXISTO?

Você se sente representado pelo político no qual você votou? A resposta é quase

invariavelmente... não! Porque? São várias as razões que nos levam a não mais acreditar no processo eleitoral brasileiro. Uma delas, a do voto eletrônico sem auditoria física pode ter sido o fundo do poço.

Na discussão sobre o voto distrital puro, misto, distritão... em minha modesta visão, novamente está se construindo o teto antes da base. Os prós e os contras de cada sistema defendidos por inúmeros grupos sociais e partidários, demonstra que a adoção de uma solução, ainda que por maioria, vai criar situações que podem complicar mais ainda o sistema de representação e o destravamento político do País.

O voto distrital repercute bem na Sociedade, pois coloca o vereador eleito diretamente com o seu eleitor, ambos residindo no mesmo distrito. Parece bom, não é? No caso municipal, que pode passar a vigorar já em 2016 se a proposta do Sen. José Serra, já aprovada no Senado, passar na Câmara Federal, cidades com mais de 200 mil habitantes serão divididas em distritos. Cada um terá o seu vereador. Mas surge uma questão: como resolver os interesses da cidade toda, se cada um estará na Câmara para defender o interesse do seu distrito? Uma solução poderia ser um sistema misto, exigindo-se, a meu ver, a ampliação do número de

vereadores em cada casa. O vereador com visão macro poderia então se entender com os representantes dos distritos, de maneira a harmonizar os interesses gerais da cidade.

O buraco é mais embaixo... o modelo concentrado de poderes e recursos nas próprias cidades. Quando uma cidade cresce além de um ponto em que deixa de ser uma comunidade ou condomínio, talvez esteja na hora de descentralizar a administração e parte dos recursos – arrecadação e uso – para decisões distritais. A participação popular será, então, direta.

O voto distrital puro na representação federal tem a mesma sensação de representação direta, e funciona bem em federações autênticas, descentralizadas, como os EUA. Mas o caso brasileiro inspira cuidados, porque a distritalização dentro dos estados diretamente com Brasília poderá simplesmente retalhar

MINICURRÍCULO

*Thomas Korontai é Agente de Propriedade Industrial, autor do livro Cara Nova Para o Brasil – Uma Nova Constituição para uma Nova Federação (disponível gratuitamente em www.caranovaparaobrasil.com.br) e fundador e presidente nacional do Federalista, partido em formação – www.federalista.org.br

os estados, anulando a capacidade e representatividade de cada um. Afinal, as verbas, projetos e demais interesses serão disputados entre os deputados dos próprios estados, em um processo de autofagia, mais uma pá de cal na quase inexistente Federação tupiniquim.

O distritão, modalidade em que apenas os mais votados no estado teriam cadeira na Câmara, tem sobre si, a preocupação de que apenas os mais endinheirados ou famosos conseguiriam, de fato, serem eleitos. Tem sido assim, mesmo com as atuais coligações. Estariam representando o estado, em bloco? A política é um mar traiçoeiro... ainda mais com 28 partidos no Congresso, o que nos leva à absoluta necessidade de uma cláusula de acesso (barreira, na cultura negativista brasileira) com 5% de desempenho eleitoral nacional (ideal seria 10%),e fim das coligações também nas majoritárias.

Fica claro que não é possível apenas copiar modelos funcionais sem considerar os estruturais. E convenhamos, o modelo estrutural brasileiro foi feito para o centralismo paternalista e clientelista, longe de ser um modelo em que o cidadão realmente exista como tal. Ele vota, mas ainda não existe. n

E convenhamos, o modelo estrutural brasileiro foi feito para o centralismo

paternalista e clientelista, longe de ser um modelo em

que o cidadão realmente exista como tal. Ele vota,

mas ainda não existe

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ODa redação

GOVERNO VAI ABRIR CAPITAL DA CAIXA SEGUROS

Operação será importante para a expansão de negócios do banco na área de seguros, relata a presidenta do banco

Oministro da Fazenda, Joaquim Levy, e a presidenta da Caixa,

Miriam Belchior, anunciaram no dia 8 que o governo vai iniciar estudos para a abertura de capital da Caixa Seguros. A medida não atinge as demais atividades da Caixa, que continuará um banco 100% público, de acordo com os ministros.

“Se pudermos, vamos fazer ainda este ano. A intenção está estabelecida”, disse Levy.

Caixa Seguros

A Caixa Seguros já tem sócios privados. Os estudos terão como parâmetro a abertura de capital do BB Seguridade (empresa do Banco do Brasil responsável por investimentos em seguros), em 2013.

Segundo Miriam, a operação será importante para a expansão de negócios do banco na área de seguros. “Temos um potencial de nos posicionar bem nesse setor”. n

Se pudermos, vamos fazer ainda este

ano. A intenção está estabelecida

Joaquim Levy e Miriam Belchior

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Ministro da Fazenda Joaquim Levy

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Diplomacia

O

REPÚBLICA DA BELARUS COMEMORA OS 70 ANOS DA VITÓRIA NA SEGUNDA GUERRA MUNDIAL

Data é comemorada na Embaixada da Belarus, com exibição do filme “For-taleza de Brest”, seguida de coquetel

Por Milton Atanazio

O embaixador Leonid Krupets, acompanhado da embaixatriz Lilia Krupets, receberam em 11

de abril, na sede da embaixada no Lago Sul em Brasília, convidados, autoridades e amigos, para comemorar os 70 anos da Vitória na Segunda Guerra Mundial.

Para os bielorrussos esta data tem um significado muito especial, que abre uma série de eventos dedicados aos 70 anos da Vitória na Segunda Guerra Mundial.

Nesta guerra participaram 62 de 73 países do mundo que existiam naquele momento (80 por cento da população total da Terra). Os combates foram realizados no território de três continentes e na água dos quatro oceanos. Esta guerra é chamada pelos bielorrussos de Grande Guerra Patriótica.

Segundo o embaixador Krupets “A Segunda Guerra Mundial trouxe para nossa terra somente morte, devastação e

desgraça. A União Soviética perdeu 26,6 milhões de pessoas que foram mortas nos campos de batalha, massacrados com atrocidade pelos nazistas, morreram nos campos de concentração. A ocupação do território da Belarus pela Alemanha

nazista durou de 22 de junho de 1941 até agosto de 1944”.

Diz o embaixador, “a Guerra durou mil quatrocentos e dezoito dias e noites. Todo o povo do nosso antigo grande país soviético levantou-se para lutar contra o fascismo. Foram russos e bielorrussos, cazaques e ucranianos, armênios e georgianos, azerbaijanos e quirguizes, uzbeques e tajiques, turcomenos e tártaros, judeus e poloneses, o seja, todas as nações e nacionalidades que moravam no país. Foi uma guerra de todo o povo pela Vitória”.

A Belarus sofreu o maior dano durante a Guerra. Cada terceiro cidadão foi morto, massacrado ou queimado. Foram destruídas e saqueadas 209 de 270 cidades e centros regionais e ao menos 9.200 aldeias bielorrussas. 618 aldeias bielorrussas foram queimadas junto com a sua população, 188 delas nunca foram reconstruídas.

A aldeia de Khatyn, que fica aos 30

A Belarus sofreu o maior dano durante a Guerra.

Cada terceiro cidadão foi morto, massacrado ou

queimado. Foram destruídas e saqueadas 209 de 270

cidades e centros regionais e ao menos 9.200 aldeias

bielorrussas

Divulgação Divulgação Divulgação

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quilômetros da capital da Belarus, da cidade de Minsk, tornou-se o símbolo destas tragédias. Foram destruídas e saqueadas cidades, fábricas, foram roubados e trazidos para a Alemanha valores culturais, foram destruídos os bosques, pessoas foram levadas para Alemanha como escravos.

Na Belarus, nazistas criaram cerca de 250 campos de prisioneiros de guerra para soldados soviéticos e 350 locais de detenção de população. No campo de concentração e extermínio de Trostenets, que foi o quarto maior da Europa, foram mortos 206.500 pessoas.

Mas com a união e ajuda dos países Aliados contra Hitler na Segunda Guerra Mundial o fascismo foi derrotado. Na noite de 8 a 9 de maio de 1945 os dirigentes militares nazistas assinaram a ata de rendição sem condições.

“70 anos passaram daquela época. Nosso país, como uma ave de Fênix, renasceu das cinzas, tomou um novo rumo da vida, alcançou o maior progresso na economia, ciência, esfera social” descreve Leonid.

“Mesmo 70 anos depois de que a Guerra terminou, nós sentimos as consequências até hoje. Vivemos em outro tempo, em outro século. Todos nós vemos como o mundo é frágil, como brotam a sangue e como as pessoas morrem nos conflitos armados em algumas regiões do planeta”, conta o embaixador Krupets.

“Hoje em dia surgem alguns políticos que tentam falsificar a verdade sobre a Segunda Guerra Mundial, querem esquecer a maior tragédia do século XX. Isto é inadmissível!”, determina o embaixador.

“É por isso que para todos nós é muito importante conservar a memória sobre as vítimas e sobre a façanha dos povos que venceram o nazismo, para evitar os erros do passado e não

permitir uma nova tragédia mundial. E em qualquer recanto do mundo onde nós morássemos, com a cor da pele que nós tivéssemos, com a religião que nós seguíssemos, todos nós deveríamos lutar pela paz, harmonia e

entendimento”, finaliza o embaixador Leonid Crupes.

Foi exibido o filme “Fortaleza de Brest” produzido na Belarus, contando uma das primeiras batalhas da Operação Barbarossa, durante a Segunda Guerra Mundial. A Fortaleza de Brest foi defendida pelo Exército Vermelho soviético contra a Wehrmacht da Alemanha nazista, durante um período mais longo do que esperado, e se tornou um símbolo da resistência soviética durante a chamada ‘Grande Guerra Patriótica’, juntamente com a as batalhas de Moscou.

Em seguida o embaixador Leonid Krupets fez um agradecimento aos presentes e homenageou algumas personalidades pelos laços de amizade dos dois povos e a contribuição nessa aproximação, como: Dr.Nelson de Magalhães Peres, Núbia Stoffia, Prof.Leila Bijus, Zayn Al Abdin Valdério Veloso, entre outros. n

Na Belarus, nazistas criaram cerca

de 250 campos de prisioneiros de guerra

para soldados soviéticos e 350 locais de detenção

de população

Divulgação Divulgação

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CÂMARA APROVA PROJETO QUE CANCELA TRANSFERÊNCIA DE ATIVOS DA ILUMINAÇÃO AOS MUNICÍPIOS

ODa Redação

Odesafio dos municípios em assumir os ativos da iluminação pública pode estar

prestes a ser solucionado. O plenário da Câmara aprovou no dia 28 a suspensão de parte da Resolução Normativa 479/12, da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel), que repassa aos municípios a elaboração de projeto e a implantação, expansão, operação e manutenção das instalações de iluminação pública. A medida, prevista no Projeto de Decreto Legislativo (PDC) 1428/13, do deputado Nelson Marquezelli, é uma reivindicação da ABM, que articulava desde 2014 a o adiamento da transferência junto à ANEEL.

A matéria, aprovada na forma de uma emenda do deputado André Moura (PSC-SE), será votada ainda pelo Senado.

Uma reivindicação da ABM, que articulava desde 2014 a o adiamento da transferência junto à ANEEL

ABM

Marquezelli ressaltou que a resolução da Aneel já está sendo contestada, com mais de 300 ações na Justiça dando ganho de causa em primeira instância às pequenas prefeituras. “Isso vai ser solucionado daqui a dez anos, dando uma despesa para a União com ressarcimentos”, afirmou, defendendo a atuação do Legislativo no caso.

A resolução da Aneel também permite que as atribuições dos municípios sejam delegadas. Já as despesas previstas na resolução incluem ainda todos os custos referentes à ampliação de capacidade ou à reforma de subestações, alimentadores e linhas já existentes.

O presidente da ABM, Eduardo Tadeu Pereira, protocolou um ofício no início do ano solicitando a extensão do prazo para transferência e também participou de uma reunião com Romeu Donizete Rufino, Diretor-Geral da ANEEL, tendo em vista que muitas Prefeituras alegam ter dificuldades em executar o serviço e também reclamam que as distribuidoras não efetuaram os devidos reparos nos ativos antes de repassá-los. “Os municípios pequenos têm uma realidade mais crítica, devido às maiores restrições financeiras e técnicas, o que se acentua com o gradativo aumento de responsabilidades que as Prefeituras vêm assumindo e que são de responsabilidade dos demais entes federativos. É preciso ampliar o prazo e também oferecer suporte aos gestores municipais”, explica Eduardo.

Marcos Ferreira, vice-presidente da ABM e responsável pela comissão interna de Assuntos Legislativos, comemora medida. “Ainda dependemos da decisão do Senados, mas já podemos considerar um avanço. Vamos continuar acompanhando através da nossa comissão como será a conduta do Congresso em relação ao tema.

NORMA ANTIGAO PDC suspende ainda dispositivo

semelhante que constava de outra resolução normativa da Aneel (414, de 2010), alterada pela resolução 479/12. Segundo esse texto mais antigo e que passaria a vigorar novamente se não fosse suspenso também, a responsabilidade pelos serviços de elaboração de projeto, implantação, expansão, operação e manutenção das instalações de iluminação pública seria de pessoa jurídica de direito público ou daquela para qual foi delegada por meio de concessão ou autorização.

Tanto no caso do texto de 2010 quanto no de 2012, a distribuidora poderá prestar esses serviços se houver contrato específico para isso, ficando o ente público responsável pelas despesas decorrentes. Outro artigo da Resolução 414/10 suspenso prevê normas para a transferência dos ativos permanentes relacionados à iluminação pública (postes, transformadores e outros equipamentos) para os municípios. O prazo previsto para essa transferência acabou em dezembro de 2014. n

Arquivo ABM

Eduardo Tadeu Pereira

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ODa redação

BANCO DO BRASIL REESTRUTURA VICE-

PRESIDÊNCIAS E DIRETORIAS

A principal medida foi a unificação da Vice-Presidência de Varejo, Distribuição e Operações com a Vice-Presidência de Gestão de Pessoas e

Desenvolvimento Sustentável

OConselho de Administração do Banco do Brasil (BB) aprovou, no dia 6, a unificação

e a criação de vice-presidências e diretorias. Em comunicado, a instituição informou que as mudanças vão melhorar a eficiência e a produtividade do banco, ao estimular a contribuição entre serviços semelhantes.

De acordo com o BB, as mudanças não acarretarão aumento de despesas, demissão de funcionários nem alterações nas metas de eficiência operacional previstas para o período 2015-2019. Segundo a instituição, a unificação de áreas convergentes será compensada pela criação de diretorias e vice-presidências.

A principal medida foi a unificação

BB

da Vice-Presidência de Varejo, Distribuição e Operações, que supervisionava os funcionários, com a Vice-Presidência de Gestão de Pessoas e Desenvolvimento Sustentável, que cuidava de medidas de aperfeiçoamento do quadro. Rebatizado de Vice-Presidência de Distribuição de Varejo e Gestão de Pessoas, o cargo será assumido por Paulo Ricci, até agora vice-presidente de Varejo, Distribuição e Operações.

O Banco do Brasil criou também uma vice-presidência específica para projetos de infraestrutura, que abrangerá as concessões de estradas, portos, aeroportos e ferrovias e a modernização de aeroportos regionais. A Vice-Presidência de Serviços e Infraestrutura será assumida pelo ex-ministro dos Transportes César Borges, que volta ao banco. De maio de 2012 a abril de 2013, Borges foi vice-presidente de Governo do BB.

Segundo o banco, a nova vice-presidência é necessária para coordenar os negócios estratégicos relacionados aos grandes projetos de infraestrutura que surgem com o êxito dos modelos de concessão.

As diretorias de Marketing e Comunicação e de Estratégia e Organização foram unificadas na Diretoria de Estratégia da Marca, a ser assumida por Luis Aniceto. Paralelamente, foi criada a Diretoria de Negócios Digitais, que ficará a cargo de Marco Mastroeni.

As funções da Diretoria de Seguros, Previdência Aberta e Capitalização foram absorvidas pela BB Seguridade, subsidiária do banco encarregada do setor de seguros. A Unidade de Contadoria foi transformada em diretoria, a ser assumida por Eduardo César Pasa. De acordo com o banco, a mudança aprimorará o processo de governança corporativa.

A Unidade de Desenvolvimento Sustentável foi reestruturada na Unidade de Negócios Sociais, que centralizará a gestão de projetos vinculados à inclusão financeira, como Microcrédito Produtivo Orientado, Crédito Acessibilidade e Fundo de Financiamento Estudantil (Fies). O setor passará a ser subordinado à vice-presidência de Agronegócios e de Micro e Pequenas Empresas. n

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“É melhor calar-se e deixar que as pessoas pensem que você é um

idiota do quer falar e acabar com a dúvida.”

“Sucesso é conseguir o que você quer. Felicidade é gostar de tudo

que você conquistou.”

Frases

ABRAHAM LINCOLN (1809 - 1865), 16° presidente dos Estados Unidos

da América

DALE CARNEGIE (1888-1955), escritor americano autor de livros de

autoajuda

“Eu acredito demais na sorte. E tenho constatado que, quanto

mais duro eu trabalho, mais sorte eu tenho.”

THOMAS JEFFERSON (1743 -1826), 3º Presidente dos Estados Unidos

da América

“Democracia neste país é relativa, mas a corrupção é

absoluta.”

“Pode renascer o fantasma das remarcações.”

PAULO BROSSARD - agropecuarista, advogado, jurista, professor e político

“O PT acabou (...) se contaminando com o poder.”

SENADORA MARTA SUPLICY, política brasileira

AGRIPINO MAIA (RN), presidente do DEM sobre a inflação,

a mais alta em 11 anos

Todas as imagens utilizadas nesta página são de divulgação.

Page 63: Revista Vox ed. 24

A cara e a Voz do Legislativo | 63

A Cara e a Voz do Legislativo!

fale com quem entende você de verdade

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A Revista VOX é uma publicação da Associação Brasileira das Câmaras Mu-nicipais - ABRACAM, uma entidade que luta pelo fortalecimento do Poder Legislativo Municipal e vem atuando na defesa dos interesses dos cidadãos representados pelas Câmaras Municipais, propondo ações eficazes nesse sentido. Estabelecendo como missão esta mídia para a mais fidedigna divul-gação das ações e interesses da população dos municípios desse imenso Bra-sil, oferecendo jornalismo ético e compromissado e informação de qualidade sobre as ações municipais, estaduais e federais.

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