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Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul FACULDADE DE COMUNICAÇÃO SOCIAL Projeto Experimental de Pesquisa Profª. Denise Avancini Alves O Consumo de cultura pelos jovens de Porto Alegre e Região Metropolitana Carolina Garcia Carolina Leal Gissele Monassa Natasha Pereira Roger Superti Taiane Panizzi 1

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Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul FACULDADE DE COMUNICAÇÃO SOCIAL

Projeto Experimental de PesquisaProfª. Denise Avancini Alves

O Consumo de cultura pelos jovens de Porto Alegre e Região Metropolitana

Carolina Garcia

Carolina Leal

Gissele Monassa

Natasha Pereira

Roger Superti

Taiane Panizzi

Porto Alegre, julho de 2014.

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Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul FACULDADE DE COMUNICAÇÃO SOCIAL

SUMÁRIO

1. INTRODUÇÃO........................................................................................... 4

1.1 INFORMAÇÕES SOBRE O TEMA........................................................ 4

1.2 JUSTIFICATIVA...................................................................................... 5

1.3 OBJETIVO GERAL................................................................................. 6

1.4 OBJETIVOS ESPECÍFICOS................................................................... 6

1.5 PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS................................................ 7

2. DESK RESEARCH.................................................................................... 9

3. ETAPA QUALITATIVA.............................................................................. 21

3.1 PROCEDIMENTO METODOLÓGICO..................................................... 21

3.1.1 ENTREVISTA EM PROFUNDIDADE................................................... 22

3.1.2 GRUPO FOCAL................................................................................... 23

4. ETAPA QUANTITATIVA........................................................................... 25

4.1 PROCEDIMENTO METODOLÓGICO..................................................... 25

5. RELATO DA PESQUISA QUALITATIVA................................................... 27

5.1 DEFINIÇÃO DE CULTURA..................................................................... 27

5.2 ATIVIDADES CULTURAIS...................................................................... 28

5.3 FATORES PARA CONSUMO CULTURAL............................................. 30

5.4 FUTURO.................................................................................................. 31

5.5 CONSIDERAÇÕES DA ETAPA QUALITATIVA..................................... 31

6. RELATO DA PESQUISA QUANTITATIVA............................................... 33

6.1 CARACTERIZAÇÃO DA AMOSTRA...................................................... 33

6.2 CULTURA X ENTRETENIMENTO.......................................................... 33

6.3 ATIVIDADES CULTURAIS..................................................................... 42

6.4 FATORES DE INFLUÊNCIA PARA O CONSUMO CULTURAL............ 64

6.5 O FUTURO.............................................................................................. 78

6.6 CONSIDERAÇÕES DA ETAPA QUANTITATIVA.................................. 81

7. CONSIDERAÇÕES FINAIS...................................................................... 83

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8. SUGESTÕES DE RELAÇÕES PÚBLICAS.............................................. 88

9. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS......................................................... 90

10. APÊNCICE.............................................................................................. 94

10.1 ROTEIRO - ENTREVISTA EM PROFUNDIDADE COM

ESPECIALISTAS...........................................................................................94

10.2 ROTEIRO - MINI GRUPO FOCAL........................................................ 95

10.3 QUESTIONÁRIO................................................................................... 98

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1 INTRODUÇÃO

O presente projeto apresenta análise e caracterização do consumo

cultural por parte dos jovens moradores de Porto Alegre e Região

Metropolitana. O processo partiu de algumas variáveis definidas em relação

aos produtos mais procurados, os meios por onde estão sendo propagadas as

informações referentes à indústria cultural voltada aos jovens, como também os

maiores atrativos para o consumo cultural.

Com a intenção de explorar e conhecer o universo cultural dos jovens

entre 17 e 24 anos, mais especificamente, procuramos informações sobre o

perfil desse jovem, a definição de cultura, sobre a indústria cultural, a cultura da

região, a diferença entre cultura e entretenimento e a dificuldade em separar

essas duas palavras, também nos veio o questionamento sobre cultura popular

e erudita e o preconceito e estereótipos em que estão envolvidas as duas

maneiras de abordar ou trabalhar a cultura e de que maneira o jovem está

envolvido, como articula entre esses mundos e seus meios de serem

divulgados, produzidos e apresentados.

Para dar um rumo ao assunto e aprofundar os questionamentos que

ainda estavam por vir abordamos especialistas na área e conhecedores da

cultura jovem. Em entrevistas com esses especialistas foi possível a ampliação

do rumo que esse tema poderia nos dar. A partir desse primeiro passo fomos

ao encontro dos jovens, que através de dois grupos focais e um questionário

estruturado nos revelaram dados e informações que contribuíram para nosso

projeto.

1.1 INFORMAÇÕES SOBRE O TEMA

A escolha do tema surgiu no momento em que os jovens podem

despertar para novos meios de buscar a criação, produção e divulgação

cultural através das mídias e meios de comunicação e seu acesso facilitado.

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A cidade de Porto Alegre e sua região metropolitana possuem diversos

tipos de estabelecimentos, que buscam oferecer aos seus públicos diferentes

formas de lazer e entretenimento através dos seus produtos culturais.

O mais comum é dizer que a cultura está ligada à erudição, ao estudo,

ao domínio de filosofia e artes, ao conhecimento. No entanto, a cultura também

é o conjunto de significados que há na análise do comportamento de indivíduos

para com os outros e em relação ao ambiente, suas vivências, seu

envolvimento social. Assim podemos dizer que a cultura está também nas

manifestações mais populares e na busca do individuo por se relacionar com a

sociedade.

Em Porto Alegre há um palco de consumo cultural muito diversificado,

onde novas subculturas têm seu espaço cada vez mais ampliado e

conquistado, com movimentos e manifestações que reforçam suas identidades.

Ainda em meios mais tradicionais há uma grande demanda dos jovens,

como salas de cinema que estão em sua maioria nos shoppings, local mais

seguro e de fácil acesso, em Porto Alegre existem em torno de 70 salas de

cinema. Há ainda inúmeros teatros em toda Região Metropolitana só em Porto

Alegre são mais de 30, isso sem contar os itinerantes e os artistas de rua que

aproveitam os espaços como parques e ruas especialmente movimentados

durante os finais de semana, como a Usina do Gasômetro, o Parque da

Redenção e Moinhos de Vento. A capital conta ainda com 13 centros culturais

e 50 museus e memoriais.

1.2 JUSTIFICATIVA

Porto Alegre e região Metropolitana possuem uma extensa demanda de

locais que disponibilizam produções culturais direcionadas aos jovens entre 17

e 24 anos, percebemos a necessidade de identificarmos quais os fatores

influenciadores do consumo dos produtos culturais oferecidos, a fim de

detalharmos as preferências desse público.

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Precisamos identificar o modo como esse cenário é comunicado, como é

o processo de busca à cultura em Porto Alegre e Região Metropolitana para

podermos identificar o consumo cultural desse jovem. Dessa forma

conheceremos as maneiras como a cultura é tratada na região, como é

divulgada e suas deficiências. No primeiro momento essa identificação do

consumo de cultura pelos jovens nos revela como uma possível mudança na

comunicação entre os produtores e promovedores de cultura e seus

consumidores poderá fortalecer esse elo e gerar uma postura mais participativa

por parte do jovem.

Já em um segundo momento será possível aplicar os conhecimentos e

informações adquiridas no meio em que a cultura é realizada. Em centros

culturais particulares e públicos, entre outros, já que o jovem de hoje que ainda

não possui uma autonomia em relação a família e financeira para consumir a

cultura da maneira e como ele gostaria ou ainda que não encontrou a

motivação, poderá ser incluído de forma mais efetiva nos processos culturais

da região.

1.3 OBJETIVO GERAL

O trabalho tem como objetivo principal caracterizar o consumo cultural

por parte dos jovens entre 17 e 24 anos moradores de Porto Alegre e Região

Metropolitana.

1.4 OBJETIVOS ESPECÍFICOS

Os objetivos específicos utilizados tanto na etapa qualitativa quanto na

quantitativa de nossa pesquisa foram os seguintes:

Hierarquizar os produtos culturais mais consumidos pelo jovem.

Identificar o meio pelo qual obtém informações sobre as

atividades culturais.

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Apontar os locais de maior frequência para o consumo dessas

atividades culturais.

Identificar qual o maior atrativo para o consumo cultural.

Reconhecer o maior impedimento para o consumo cultural.

Sinalizar os influenciadores na participação de atividades

culturais.

1.5 PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS

Para a realização desse projeto utilizamos três técnicas de pesquisa, a

técnica de entrevista em profundidade, grupo focal e survey, a fim de identificar

o consumo do jovem de Porto Alegre e Região Metropolitana em relação à

cultura.

A entrevista em profundidade é um recurso metodológico que busca

informações a partir da experiência subjetiva de uma fonte, selecionada por

deter informações que se deseja conhecer. Os dados não são apenas colhidos,

mas também resultado de interpretação e reconstrução do pesquisador, em

diálogo inteligente e crítico com a realidade, de acordo com Demo (2001, p.

10).

As entrevistas foram realizadas com dois especialistas, Demétrio de

Freitas Xavier que é Músico, apresentador e antropólogo formado pela UFRGS

e Marcinho Zola Graduado em Gestão Cultural, cursando especialização em

Economia da Cultura pela UFRGS e diretor do grupo Instiga Gestão Cultura.

Através de um questionário com perguntas abertas que teve como objetivo

principal conceituar cultura e identificar como a cultura é concebida em Porto

Alegre e Região metropolitana, assim nos processos seguintes tivemos como

base os pontos de vista dos especialistas.

A outra técnica utilizada foi o Grupo Focal, que caracteriza-se pela

discussão de temas específicos, realizada entre um grupo de pessoas

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previamente convocadas e com características definidas. É utilizada para

coleta de dados em pesquisa qualitativa. Para executar a técnica reunimos dois

grupos de seis pessoas, um deles com jovens entre 17 e 24 anos de idade, que

costumam usufruir das atividades culturais disponíveis na capital, o outro, com

jovens também de idade entre 17 e 24 anos, que não têm esse costume.

Através de um roteiro para conduzir o processo em que o foco principal era

saber como esses jovens entendiam a cultura, a diferença entre entretenimento

e cultura, as atividades que mais realizavam e frenquentava e suas

perspectivas para o futuro.

A técnica utilizada na etapa quantitativa foi a survey, onde através de um

questionário elaborado com base nos dados obtidos com a Desk Research e a

etapa qualitativa onde foram utilizadas as técnicas de entrevista em

profundidade e grupos focal. Para Fonseca (2002, p. 33) a pesquisa com

survey é a obtenção de dados sobre a característica ou as opiniões de

representantes de um grupo alvo, é utilizando um questionário com instrumento

de pesquisa. Foram contabilizadas 295 respostas válidas em um questionário

contendo como filtro idade, local onde mora e se o respondente consome

cultura, perguntas múltiplas escolhas e dicotômicas.

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2 DESK RESEARCH

Desk research ou pesquisa secundária consiste na coleta de dados

sobre determinado assunto a que se quer aprofundar, ela precede as demais

técnicas de pesquisa. É considerada válida a partir do propósito de “estreitar o

foco de qualquer pesquisa primária”. Através de seus resultados, pode-se até

mesmo “eliminar a necessidade de obter dados primários” (CHURCHILL,

PETTER, 2009 p.132).

No período exploratório partimos de nossos objetivos gerais para iniciar

a desk research.

• Definições de cultura

Cultura possui diversos significados. É um termo complexo, não se limita

somente a uma vertente, como a social, econômica e artística. Ela é a junção

de todas essas perspectivas. A cultura esta sempre se alterando, se

movimentando, é um processo contínuo.

Nosso objetivo nessa pesquisa é relacionar o interesse do jovem porto

alegrense quanto à cultura artística. Conforme Junior (2010, p. 158-165), a

cultura é uma ferramenta importante para relações sociais e se manifesta na

criação artística, é notada como uma interventora do desenvolvimento social

deve ser disponível e estar presente na vida das pessoas independente da sua

classe social. Seu trabalho é indispensável e sempre será útil, levando

significado para determinado grupo. Quanto maior for o consumo da cultura,

mais informada e socialmente articulada será essa pessoa, acarretando

crescimento pessoal significativo.

Roberto da Matta (1981) compara a cultura de duas maneiras, a primeira

como sinônimo de sabedoria, de educação, sendo contada a partir de volume

de leitura e informação, chegando a ser confundido com inteligência, usando a

palavra cultura para classificar pessoas, podendo às vezes ser usado de

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maneira discriminativa. Na segunda, refere-se à cultura a maneira que um

grupo ou sociedade vive seus costumes, crenças e etnias. Como as pessoas

desse grupo pensam, organizam, estudam e classificam o mundo e a si

mesmas. A palavra cultura acaba tendo sentidos diferentes, mas mesmo

diferentes permitem uma perspectiva mais consciente de nós mesmos,

facilitando para a sociedade conseguir se diferenciar, resgatando a nossa

humanidade no outro e vice-versa, conseguindo fazer com que exista uma

conexão mais clara entre diferentes grupos.

Independente do conceito de cultura, todas se referem de certa maneira

à transformação social, em como a cultura tem influência na vida das pessoas,

tornando-se um facilitador para o convívio em sociedade.

• Indústria Cultural

A denominação “indústria cultural” foi inspirada na indústria como

conhecemos, voltada à produção, reprodução, custos, distribuição,

concorrência e lucros. Max Horkheimer e Theodor Adorno, filósofos alemães,

observando as características do novo momento artístico, caracterizaram o

termo no século XX.

De acordo com os teóricos da Escola de Frankfurt, a produção da

indústria cultural é direcionada para o retorno de lucros e que há padrões pré -

estabelecidos capazes de conquistar o interesse das massas sem trabalhar o

caráter crítico do espectador. Para sustentar a audiência e conquistar o público,

a produção cultural não objetiva somente a expressão artística, quando esta é

baseada no retorno financeiro. Adorno (1947) diz ainda que o homem é um

instrumento da indústria cultural, trabalhando e consumindo em prol de sua

lucratividade, e que ele não é soberano de suas escolhas, alienado e

facilmente manipulável.

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A influência da cultura internacional em nosso conteúdo nacional

interfere no que deve ser produzido e mostrado nas mídias em geral a fim de

atrair audiência e mais uma vez, lucro. Filmes e músicas são diretamente

importados para ser apresentado ao público brasileiro, enquanto outras mídias

copiam os padrões internacionais, principalmente o norte americano.

São adotadas técnicas e estratégias para a melhor forma de atrair o

público, essas técnicas derivam do marketing e publicidade empresarial. É

necessário que uma produção cultural atinja o maior número de pessoas

possível, criando um padrão tendencioso, como o vilão e o mocinho, o pobre e

o rico etc.

Em contrapartida o filósofo Walter Benjamin acreditava na

democratização da arte. O fato das artes poderem ser reproduzidas traz a

possibilidade de levar a cultura a diversa8s pessoas. Poder observar um

quadro de um museu distante, sem a necessidade de viajar para longe. Hoje

em dia com avanço tecnológico é possível que mais pessoas tenham acesso a

produção cultural.

As produções culturais podem sim, em sua maioria, ter um padrão e

uma busca incessante em atingir as massas, porém esse público não é tão

alienado e manipulável quanto dizia Adorno. Há vida inteligente atrás de boas

manifestações artísticas.

• Cultura x entretenimento

A etimologia das palavras cultura e entretenimento, em nada se

assemelham já suas origens não diferem tanto quanto seu significado. Do

Latim cultura significa “ato de plantar e desenvolver plantas, atividades

agrícolas”, de colere “cuidar de plantas”. Daí desenvolveu-se o sentido de

“cultivar a mente, os conhecimentos, a educação”. Já entretenimento veio do

Francês entretenir que inicialmente significa “apoiar, manter junto, unir”, de

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entre-, “junto, entre”, mais tenir, “manter, segurar”, do Latim tenere, “manter,

segurar”. Seu sentido agora mudou para “distrair, divertir”.

O conceito de cultura tem diferentes significados, cada um depende do

contexto em que está inserido e for analisado. Para a Antropologia, a cultura é

o conjunto de ideias e atividades por meio das quais construímos o mundo

cotidiano em que nos encontramos e pelo qual nos movimentamos.

Uma definição de cultura seria “[...] um conjunto de valores, ideias,

artefatos e outros símbolos que ajudam os indivíduos a se comunicar, a

interpretar e a avaliar enquanto membros de uma sociedade.” (BLACKWELL,

MINIARD & ENGEL, 2005, p.326).

Apesar de existirem várias definições diferentes para o termo, a cultura é

geralmente associada, a altas formas de manifestações artísticas, ao conceito

de civilização. Se confunde muitas vezes com a ideia de desenvolvimento,

educação, bons costumes, etiqueta e comportamentos de elite. Foi onde nos

séculos XVIII e XIX, surgiu a cultura erudita e cultura popular.

Por sua vez entretenimento é uma forma de recrear ou divertir as

pessoas, desviando-as de suas preocupações cotidianas. É capaz de atrair a

concentração de grupos ou de indivíduos. Algumas formas de entretenimento

mais comuns são os blogs, chats, cinema, dança, exposições, festas de

natureza popular, jogos, leituras, ouvir música, passatempos, pesca, rádio,

teatro, televisão. Também há os locais voltados ao entretenimento com

acampamentos, piqueniques, cabarés, danceterias, feiras de exposições,

museus, apresentações de óperas, parques, rodeios, entre outros.

A Octagon Worldwide realizou uma pesquisa em 2008, a serviço da

empresa Mastercard, com o objetivo de avaliar os padrões de consumo do

brasileiro. Entre os dados apurados, verificou-se que 93% dos brasileiros

preferem, na esfera do entretenimento, circular pelo universo virtual. Os

pesquisadores também concluíram que a população brasileira ainda mantém a

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grande vontade de viajar, 70% sonham em viajar de carro pelo território

nacional, 81% de avião pelo país ou pelo exterior 75%. Nesta verificação

estatística foram questionados membros das classes A, B e C.

As definições deixam bem claro que entretenimento e cultura não são a

mesma coisa. Porém já não é tarefa fácil distinguir uma da outra. Através da

cultura de massa, diversão ou ainda entretenimento é que se tornou possível

suportar o cotidiano e toda manifestação cultural tornou-se entretenimento e

vise e versa.

• Cultura no Rio Grande do Sul

O Rio Grande do Sul é um dos estados brasileiros que apresenta rica

diversidade cultural. Isso decorre de duas fontes: os antigos habitantes da

região dos pampas e a cultura trazida da Europa por portugueses e espanhóis,

num primeiro momento e mais tarde por alemães e italianos. Segundo Assis

Brasil, em texto publicado no Plano Estadual de Cultura (2013), o Rio Grande

do Sul é um “lugar de convergência de nacionalidades, as quais aqui se

mesclaram aos contingentes platinos, e ainda às etnias negra e indígena,

formamos um estado multiétnico, com amplos espaços de hibridismos

linguísticos e culturais”. Todas essas influências ajudaram na formação não

só das tradições, mas também da sociedade gaúcha.

No mesmo texto, Assis Brasil (2013, p.4) ainda declara:

“Nossa produção de bens simbólicos é extraordinária. Alguns

fenômenos especialíssimos nos distinguem, como a publicação do

segundo romance brasileiro, em 1847, o qual deu origem a uma

literatura que chega a nossos dias como uma das mais consistentes

do País, no dizer da crítica nacional. Mas não apenas na literatura: o

Rio Grande pratica com igual empenho a música, tanto a pop como a

erudita (...). Fatos culturais de caráter internacional marcaram-nos,

como o Fórum Social Mundial, a Bienal do Mercosul, a Jornada

Literária de Passo Fundo, a Feira do Livro, entre outros tantos.”

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Podemos compreender os gaúchos como, do mesmo modo que os

imigrantes europeus, um povo que tem uma apreciação pela área da cultura,

não importando como ela será apresentada. A grande diferença entre esses

dois é a procura que a cultura tem em cada uma das sociedades.

Observamos também o quão rica é a produção cultural do estado. Ela

possui diferentes ritmos, características e um grande número de pessoas que

trabalham diariamente para mantê-la viva. Apesar das dificuldades

encontradas, o Rio Grande do Sul apresenta diversas associações, grupos e

institutos culturais que buscam junto ao Governo e empresas privadas o apoio

e patrocínio necessário para se manter e divulgar seus trabalhos.

O órgão do governo responsável por tudo isso é a Secretaria de Cultura

do estado, atualmente comandada por Luiz Antonio de Assis Brasil. Dentro de

sua estrutura encontram-se dez Colegiados Setoriais que “são órgãos de

assessoramento com a finalidade analisar, debater e propor políticas públicas e

diretrizes específicas de cultura”. São eles: Artes Visuais, Audiovisual, Circo,

Culturas Populares, Dança, Livro, leitura e Literatura Memória e Patrimônio,

Museus, Música e Teatro. Além disso, existem diversas instituições ligadas à

Secretaria, por exemplo: Instituto Estadual de Artes Cênicas, Memorial do Rio

Grande do Sul, Sistema Estadual de Bibliotecas Públicas, Museu de Arte do

Rio Grande do Sul, entre outros.

O Plano Estadual de Cultura, citado anteriormente, é um projeto

desenvolvido pela Secretaria de Cultura. Nele podemos encontrar uma análise

de como é a cultura no estado, contemplando desde número de salas de

cinema até investimentos específicos em cada área da cultura. Na segunda

parte do projeto o plano em si é apresentado. Ali os responsáveis descrevem

as ações que serão realizadas para atingir os objetivos estabelecidos no plano.

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Assim, o grupo conclui que o Rio Grande do Sul, sendo formado na

união de diferentes povos, apresenta uma cultura rica e diversificada. Ela

abrange desde as tradições gaúchas até as artes cênicas, passando pela

literatura e outras tantas áreas. Além disso, foram percebidos os esforços,

tanto de grupos e associações, quanto do governo, para manter e expandir a

cultura por todo o estado.

• Produção cultural

Há muito tempo são levantadas e discutidas questões ligadas ao tema

comunicação e cultura. Pode-se dizer que a cultura não sobrevive sem a

comunicação, e vice-versa. A cultura, assim como a comunicação, está

presente em tudo. Logo, tornou-se um instrumento de comunicação e

marketing importante para organizações, e até elemento de ‘troca’ e de

benefício fiscal do próprio Governo.

O grande desafio da cultura, atualmente, está na forma como ela é

produzida, divulgada, construída e transmitida. O Brasil apresenta um

panorama muito peculiar, pois sua cultura desperta interesse no mundo, seja

com sua música, dança ou manifestações folclóricas – a exemplo do carnaval.

No entanto, ainda há muito a se fazer e aprimorar no campo da construção de

uma cultura cidadã, em um contexto de educação e arte.

E tudo isso abre espaço para nós, comunicadores, principalmente dentro

do fomento e do desenvolvimento do que, por ora, se chama de marketing

cultural. O ponto de partida foi o governo do presidente Fernando Collor de

Mello e o rebaixamento do status do Ministério da Cultura. Para compensar a

ausência de verbas e patrocínios, Sérgio Paulo Rouanet, secretário da Cultura

na época, criou uma lei federal cunhada com o seu nome, abrindo as portas

para a entrada das organizações em processos culturais.

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As organizações brasileiras entenderam esse campo aberto e passaram

a exercer um papel importante no fomento, no desenvolvimento e na produção

cultural – ao mesmo tempo em que buscavam associar suas marcas às

iniciativas e abater impostos. Todo esse processo envolveu profissionais da

área de cultura, mas também acabou se aliando aos departamentos de

comunicação, marketing e relações públicas. Fato que contribuiu, inclusive,

para a abertura de um campo de especialização para os comunicadores.

O profissional que estiver à frente dos processos referentes à produção

cultural terá que lidar com temáticas como a construção dos caminhos das

iniciativas culturais, a importância delas quando associadas à marca, o retorno

de investimentos feitos nos projetos, a própria comunicação de suas

realizações e resultados, entre outras. No caso dos profissionais de relações

públicas, o intuito é utilizar o marketing cultural como instrumento de relações

públicas institucionais. Os objetivos seriam, essencialmente, a melhoria da

imagem, a busca de relacionamentos diferenciados com os seus públicos e,

ainda, o desenvolvimento da sociedade, através de projetos dirigidos,

específicos e relacionados com a filosofia da organização.

Dessa maneira, os gestores têm de buscar a harmonia entre os

elementos que compõem a produção cultural, trabalhando o velho com o novo,

o global com o regional, o profissional com o amador etc. Além disso,

provavelmente, surgirão velhas perguntas, como ‘o que é arte?’ e ‘o que é

produto cultural?’, por exemplo. Enfim, o campo está aberto. O desafio está

lançado.

• Cultura e Consumo – perfil do jovem de 17 a 24 anos

A juventude brasileira atualmente, têm se mostrado autora de seu

próprio estilo cultural. Com o avanço tecnológico ao longo das décadas, as

redes sociais assumiram um papel extremamente importante na disseminação

dos produtos culturais produzidos pelos jovens. Com isso a ideia do

compartilhar surgiu, em função dessa expansão do mundo virtual e da

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flexibilização dos suportes, trazendo a conclusão, de que o conhecimento e a

cultura não devem ser mercadorias restritas e sim produções de livre acesso

por todos.

Entretanto, esta realidade apresentada nos dias de hoje, nem sempre foi

assim. Conforme afirmava Mónica (1973 p. 830), a cultura era dividida em

cultura superior e cultura de massas, o que consequentemente causava a

diferenciação no acesso aos bens culturais, às práticas culturais, a avaliação e

as atitudes perante o produto artístico que estão intimamente ligadas à classe

social de origem. Neste contexto, o ambiente escolar e os jovens estavam

diretamente vinculados, pois era na escola onde ocorria esta segmentação da

cultura produzida na época.

Em contraponto, os jovens de hoje desfrutam e produzem culturas e

hábitos criados com base nas vivencias diárias, nos ambientes frequentados,

como cinemas, teatros, espetáculos de rua entre outros e nos grupos com os

quais se identificam. Sendo assim, essas produções e propagações culturais,

uma das consequências da aproximação causada pelos avanços tecnológicos

e redes sociais, que permitem o contato, a disseminação e a troca de

informações em tempo real.

Assim sendo, ao analisarmos estes dois ambientes culturais, o “antigo” e

o “novo”, temos a percepção de que a juventude tem se revelado culturalmente

de diversas formas, seja como consumidores dos bens culturais como também

criadores das suas próprias expressões objetivando revelar a sociedade os

seus valores.

• Atrativos e atividades culturais de Porto Alegre

Porto Alegre é uma das poucas capitais brasileiras que não tem o

turismo como principal atrativo. Sem todo o apelo das belas paisagens tropicais

características do país, a cidade possui a cultura como grande destaque.

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Segundo o site Porto Alegre Travel, “a cidade produz e consome teatro,

música, literatura, cinema e artes plásticas e visuais o ano inteiro, numa

agenda de eventos e atrações que se distribui em muitos endereços”. Isso

demonstra a influencia da cultura na sociedade porto-alegrense.

Ainda segundo o Porto Alegre Travel:

“A cidade possui 13 centros culturais, 50 museus e

memoriais, mais de 30 teatros e 64 salas de cinema, o maior número

por habitante no país. Sem contar as casas de espetáculos inseridas

na rota de shows nacionais e internacionais”.

Esses dados indicam a variedade e grande oferta de cultura na cidade.

Entre os diversos atrativos encontrados na região, alguns se destacam pela

sua história e/ou atrativos disponíveis. O Auditório Araújo Vianna é um deles.

Recentemente restaurado, encontra-se no Parque Farroupilha e já foi palco de

grandes atrações como Caetano Veloso e João Gilberto. O Teatro São Pedro,

outro destaque da capital gaúcha, já apresentou diversas peças teatrais de

grande destaque no país e também foi palco para especiais na televisão, como

o aniversário do programa “Altas Horas” da Rede Globo.

Entre os atrativos mais “jovens” da capital gaúcha, podemos destacar a

casa de shows Pepsi On Stage. O local, inaugurado em 2006, é conhecido,

principalmente, por suas atrações internacionais, como: Megadeth, Franz

Ferdinand, Paramore e Simple Plan. No ramo das artes plásticas, a nova sede

da Fundação Iberê Camargo, inaugurada em 2008, apresenta grande acervo

do artista e diferentes exposições que enriquecem a agenda cultural da cidade.

Além disso, o prédio foi a primeira edificação do arquiteto português Álvaro

Siza no país, e tornou-se um ponto turístico da cidade.

Apesar de não citarmos todas as atrações disponíveis na cidade,

constatamos que a oferta de cultura e entretenimento é grande e certamente

pode agradar a cada um dos públicos. Literatura, artes cênicas, música,

cinema, dança, nativismo, manifestações populares, artes plásticas e

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fotografia. Todos estão bem representados e disponíveis para a população,

mas nem sempre são bem divulgados, o que para o grupo é o maior obstáculo

enfrentado pelos profissionais envolvidos na área.

• Variáveis influenciadoras no consumo cultural

A definição de produto segundo Dubois (1998) afirma que um produto

não é apenas um objeto reservado a uma determinada função e sim algo físico

que se insere nos hábitos de vida. Já quando tratamos de produtos culturais,

estamos nos referindo a um produto, de valor não só mercadológico, mas com

um valor representativo e que envolve a subjetividade humana. Logo, o produto

cultural possui uma característica simbólica, a qual diferencia dos demais

produtos comercializados.

Ao falarmos em consumo de produtos culturais, falamos de um conjunto

de processos de recepção, apropriação e uso de produtos culturais, ou seja,

estamos tratando não só do produto, mas da análise dos modos de vida e os

tipos de manifestações que ocorrem em nossa sociedade.

Assim sendo, as principais características especificas do consumo

cultural, segundo Évrard (2002, p. 97), são:

Quadro 1

O consumo de produtos culturais necessita de alocação de tempo

Associação deste consumo está ligada ao prazer estético e a motivação intrínseca

O objeto cultural é considerado incomparável e incomensurável

O valor do objeto cultural, que pode variar de acordo com a evolução dos gostos e estilos e a moda

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Dessa forma o grupo concluiu, considerando essas variáveis e as

características especificas que elas apresentam, a necessidade de analisar os

fatores que influenciam, contribuem e determinam o consumo dos produtos

culturais pelos jovens gaúchos.

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3. ETAPA QUALITATIVA

Nesta pesquisa o grupo teve como objetivo analisar o consumo cultural

dos jovens na cidade de Porto Alegre e região metropolitana, para isso

utilizamos das técnicas de pesquisa citadas abaixo, que possibilitou a analise

do problema de pesquisa proposto pelo grupo.

3.1 PROCEDIMENTO METODOLÓGICO

Segundo Richardson (1989, p. 29): “(...) método em pesquisa significa a

escolha de procedimentos sistemáticos para a descrição e explicação de

fenômenos”. Cada método é seguido de normas e é de acordo com elas que

todo trabalho de pesquisa deve ser planejado e executado.

A pesquisa qualitativa caracteriza-se por um trabalho descritivo das

visões dos entrevistados sobre o tema em questão. Para Ramos; Ramos;

Busnello (2005) pesquisa qualitativa não é traduzida em números e pretende

verificar a objeto de estudo no ponto de vista da realidade. Ou seja, depois de

uma análise indutiva de vários casos por parte do pesquisador se chega a uma

verdade.

O presente trabalho fez uso na etapa qualitativa de duas técnicas a fim

de identificar o consumo do jovem de Porto Alegre e Região Metropolitana em

relação à cultura.

Uma das técnicas utilizadas é a entrevista de profundidade, na qual o

pesquisador recolhe respostas a partir da experiência de uma fonte,

selecionada por deter informações importantes para a pesquisa. De acordo

com Demo (2001, p.10) nesse tipo de pesquisa qualitativa, os dados não são

apenas colhidos, mas também interpretados pelo pesquisador, em diálogo

inteligente e crítico com a realidade.

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3.1.1 ENTREVISTA EM PROFUNDIDADE

Ao interesse da pesquisa, a entrevista é aplicada mediante um roteiro e

com o conhecimento do especialista pode ser ampliado durante a conversa.

Ela "parte de certos questionamentos básicos, apoiados em teorias e hipóteses

que interessam à pesquisa, e que, em seguida, oferecem um amplo campo de

interrogativas, fruto de novas hipóteses que vão surgindo à medida que se

recebem as respostas do informante" (TRIVINOS, 1990, p.146).

Utilizamos a entrevista de profundidade com profissionais reconhecidos

no meio da cultura em Porto Alegre, fizemos contato com professores,

produtores, proprietários de espaços culturais, entre outros, e conseguimos

totalizar dois entrevistados. As entrevistas foram realizadas a fim de buscar o

olhar dessas pessoas sobre o tema apresentado. Cada um foi entrevistado

individualmente em um local escolhido de comum acordo, respeitando sua

disponibilidade. O período utilizado para nesta etapa foi de 01 a 06 de maio.

Quadro 2: Quadro de perfil da entrevista de profundidade com especialistas.

Entrevistado Idade Currículo

Demétrio de Freitas Xavier

48 Músico porto-alegrense, antropólogo formado pela UFRGS. Trabalha atualmente na TVE/FM Cultura, apresentando “Cantos do Sul da Terra”.

Marcinho Zola 25Graduado em Gestão Cultural pela Unisinos, cursando especialização em Economia da Cultura pela UFRGS. Diretor do grupo Instiga Gestão Cultura, em Porto Alegre.

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3.1.2 GRUPO FOCAL

A outra técnica utilizada foi o Grupo Focal, esta técnica caracteriza-se

pela discussão de temas específicos, realizada entre um grupo de pessoas

previamente convocadas e com características definidas.

Conforme Trentini e Gonçalves (2000) a dinâmica está voltada para um

determinado foco e será discutido pelo grupo em diferentes amplitudes dentro

de um processo de interação e participação dos convidados.

O relato oral carrega consigo muito da experiência e das impressões

individuais, tudo o que o indivíduo vive faz parte da interação social e nosso

objetivo ao utilizar esse instrumento é saber dos participantes seu ponto de

vista em relação a cultura e seu consumo, os eventos e locais que essas

pessoas costumam frequentar, o motivo e se existe uma grande diferença entre

os grupos em relação à pesquisa a ser desenvolvida.

Para executar a técnica de grupo focal reunimos pessoas com idade de

17 à 24 anos através de um evento na rede social Facebook, no qual

selecionamos com o critério de disponibilidade de cada convidado, dois grupos

de seis pessoas, um deles, que chamamos de Grupo 1, com jovens entre 17 e

24 anos de idade, que costumam usufruir das atividades culturais disponíveis

na capital. A técnica foi aplicada com o Grupo 1 no Café Santo de Casa

localizado na Casa de Cultura Mário Quintana, no final da tarde do dia 12 de

abril (sábado). Destacamos que a profissão dos participantes do grupo não é

relevante para nossos resultados, ou seja, tivemos liberdade de selecionar

jovens de diferentes áreas. No Grupo 1, pela necessidade de ter maior

participação em eventos culturais das cidades, convidamos esses

entrevistados.

O outro, que chamamos de Grupo 2, com jovens também de idade entre

17 e 24 anos, que não tem esse costume, foi realizado no dia 28 de abril

23

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(segunda) no final da manhã, em uma sala de aula, previamente reservada da

Faculdade de Comunicação Social da PUCRS (Famecos).

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Quadro 3: Quadro de perfil do Grupo Focal 1:

Participante Idade Profissão Atividades

Paola 20 Estudante Jornalismo e faz moda.

Filmes, ler, música e moda.

Henrique 23 Estudante Química Industrial

Séries e HQs.

Dimitrio 21 Estudante Jornalismo

TV, l.er, séries.

Leonardo 24 Estudante Ciências Biológicas

Filmes, séries e eventos culturais.

Louise 22 Estudante Publicidade e Propaganda

Ler, filmes e sair.

Leonel 20 Estudante Jornalismo

Ler, TV, filmes, festa, parques e cafés.

Quadro 4: Quadro de perfil do Grupo Focal 2:

Participante Idade Profissão Atividades

Matheus 19 Estudante Relações Públicas

Livros, filmes e futebol.

Leandro 17 Estudante Relações Públicas

Ler, filmes, atividades caseiras.

Pamela 20 Estudante Jornalismo

Teatro, cinema, shows.

Ágatha 19 Estudante Jornalismo

Parques, teatro e cinema.

Carolina 19 Estudante Relações Públicas

CCMQ, musicais e parques.

Guilherme 19 Estudante Relações Públicas

Cinema

4. ETAPA QUANTITATIVA

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Com a etapa quantitativa buscamos dados para analisar o tema em

questão. A partir dos dados obtidos nas fases anteriores – desk research e

qualitativa – desenvolvemos o instrumento de pesquisa. Abaixo apresentamos

mais sobre o procedimento metodológico, planejamento e execução da coleta

de dados quantitativos.

4.1 PROCEDIMENTO METODOLÓGICO

Segundo Honorato (2004), “a pesquisa quantitativa procura, como o

próprio nome diz, quantificar os dados e aplicar alguma forma de análise

estatística. Ela não se presta a aprofundamentos psicológicos, mas permite

que os aspectos mercadológicos sejam medidos com mais precisão”.

A técnica utilizada nesta etapa foi survey, através de um questionário

elaborado com base nos dados obtidos com a Desk Research e a etapa

qualitativa. Optamos por essa técnica com base em teóricos que trabalham

com metodologia de pesquisa. Para Fonseca (2002):

A pesquisa com survey pode ser referida como sendo a obtenção de dados ou informações sobre a característica ou as opiniões de determinado grupo de pessoas, indicado como representante de uma população-alvo, utilizando um questionário com instrumento de pesquisa. (FONSECA, 2002, p. 33).

O objetivo é atingir o mínimo de 250 respostas válidas, tendo como filtro

idade, local onde mora e se o respondente consome cultura. O questionário

contém 25 perguntas, entre elas questões de resposta múltiplas e dicotômicas,

foi elaborado pelo grupo e testado no período de 14 a 18 de maio.

A partir do pré-teste, foi possível identificar algumas falhas no

instrumento, cabendo a reformulação de algumas questões a fim de atingir o

objetivo da pesquisa. O levantamento de informações deu-se por meio da

aplicação do referido questionário, no período de 20 de Maio a 02 de Junho, na

26

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internet, utilizando como ferramenta de divulgação a rede social Facebook, que

resultou em 292 respostas válidas.

Gráfico 1: audiência da pesquisa

No Gráfico 1 podemos observar a audiência da pesquisa durante os dias

em que esteve ativa. Com um índice máximo de 63 respondentes diários nos

primeiros dias, percebemos uma queda na semana seguinte. Após esse

momento houve um reforço na divulgação, resultando em um pico de 160

respondentes em um dos últimos dias de recebimento das respostas. Por fim,

ao atingirmos 292 respondentes válidos, a pesquisa foi desativada em 2 de

Junho de 2014.

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5. RELATO DA PESQUISA QUALITATIVO

Para a realização desta etapa da pesquisa utilizamos de um roteiro

elaborado pelo grupo, baseado nos objetivos específicos definidos no trabalho.

O roteiro aplicado aos especialistas, quando realizamos a pesquisa de

profundidade, abordou temas como definição de cultura, atividades culturais,

consumo de cultura e os fatores para consumo cultural, já o roteiro para os

grupos focais foi basicamente o mesmo com a adição da categoria futuro. Para

análise dos dados obtidos vamos subdividir em categorias com o objetivo de

organizar os dados a serem citados.

5.1 DEFINIÇÃO DE CULTURA

Ao questionarmos o que é cultura, os especialistas definem como toda

manifestação social que expressa e constrói o discurso da sociedade ou de um

grupo referente a seu fazer, tradições, patrimônio, hábitos e costumes. Mas

que o conceito mais utilizado é o que se refere às manifestações artísticas.

Segundo Demétrio Xavier a cultura:

“pode ser modos de fazer, de experienciar, a tradição, o patrimônio, toda a

manifestação artística, hábitos e costumes de um povo.”

Para Marcinho Zola:

“A indústria cultural, com frequência, restringe a cultura ao entretenimento por

razões comerciais, também com frequência essa noção serve a razões político-

ideológicas.”

Já nos grupos focais realizados, o participantes definiram que cultura é o

meio social onde se está inserido e o que consume, filmes, livros e tradições de

uma civilização, religião, música e indumentária. No Grupo 1 os participantes

concordaram que há uma dificuldade em definir cultura. Apontam para a

diferenciação entre popular e de elite ou popular versus erudita, percebemos

28

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esta dificuldade a partir da fala de um dos convidados do grupo 1, quando os

participantes exploram o tema cultura a partir da preferência musical.

“Há um paradoxo. Funk é cultura popular então é cultura.”

“João Gilberto desconstruiu acordes de samba e música erudita para criar a

Bossa Nova.”

Para os grupos há também a dificuldade em diferenciar cultura de

entretenimento, os jovens consideram que os dois estão entrelaçados e que

hoje em dia seu distanciamento já não é mais possível, pois um produto de

entretenimento pode trazer ou introduzir cultura ao grupo que o consome e um

produto cultural pode ser apresentado em forma de entretenimento.

O Grupo 2 ainda diz que entretenimento é o que dá prazer, é o que uma

pessoa faz para se divertir o que a tira uma da rotina de modo positivo.

“entretenimento é passageiro. Cultura é o acumulo das nossas vivências

(bagagem).”

Leandro

5.2 ATIVIDADES CULTURAIS

No que tange o consumo de cultura pelos jovens, o entrevistado

Demétrio Xavier, acredita que está voltado para a música contemporânea, as

que se encontram na internet, meio que prevalece na difusão e

compartilhamento de manifestações culturais entre a juventude. O outro

entrevistado, Marcinho Zola inclui o audiovisual e a literatura a lista.

“hoje em dia o consumo pode se dar sem sair de casa também.”

29

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Já os participantes do Grupo 1 costumam frequentar exposições e

festivais, e acham esses segmentos deficientes em Porto Alegre . O cinema

predomina, mas hoje em dia preferem filmes com temas mais profundos e

densos com aspectos sociais, que os façam desenvolver um senso crítico e

político e com menos efeitos especiais. A maioria admite que, ao longo da vida,

frequentaram mais cinemas em shoppings e que assistem filmes ao estilo

hollywoodiano, com indicações ao Oscar e boas resenhas. E lembram-se das

marcas GNC e Cinemark.

No Grupo 2 também preferem ir ao cinema, alguns mencionaram Casas

de Cultura, teatro, mas que nem sempre é necessário sair para consumir

cultura, através de uma revista, por exemplo.

“O cinema se torna entretenimento quando está no shopping. Quando está no

centro, por exemplo, é só pelo filme.”

Guilherme

Os entrevistados acreditam que a divulgação cultural se dá por Internet e

convivência.

“O alcance da internet é inédito e incomparável ao de outra forma de

compartilhamento”.

Um dos entrevistados diz que a televisão ainda é um canal privilegiado e

que aquilo que é afirmado pela mídia tem vantagem e é mais atraente.

“Se ainda tiver um selo de que não seja independente ele tem mais destaque

ainda”.

Os participantes do Grupo 1 declaram que falta interesse por parte das

pessoas, por conta do comodismo e de não fazer parte da rotina da grande

maioria. Além disso, também consideram a divulgação insuficiente. Observam

que há uma maior divulgação quando o evento é realizado por uma produtora,

por exemplo. Diferentemente de quando é subsidiado pelo governo. E que há

30

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uma diferença quanto à divulgação de um filme no cinema e uma peça de

teatro. E há mais divulgação do que não é local.

“Divulgam várias festas na saída da PUCRS, mas não cultura”.

Em relação à divulgação e a como ficam sabendo dos eventos que

promovem produtos culturais, no grupo 2, as respostas foram entre a internet e

amigos.

5.3 FATORES PARA CONSUMO CULTURAL

No ponto de vista de um dos especialistas o que mais atrai o jovem ao

consumo cultural talvez seja o exclusivo, famoso, conhecido, “na moda”, ou

estrangeiro. Mas crê que o produto precisa se sustentar correspondendo com

qualidade a uma demanda social. Já o outro entrevistado diz que os pais,

professores, colegas, amigos são os que mais podem influenciar ao consumo

atividades culturais.

Os dois Grupos dizem que o que os atrai ao consumo é o interesse pelo

tema/assunto, afinidade com o assunto, preço, tempo e amigos.

Dois fatores de impedimento em comum para os entrevistados são a má

distribuição de renda e a precariedade da educação. Um deles ainda inclui a

dificuldade de acesso por transporte público, de democratização de acesso, de

segurança, de diversidade de atividades nos espaço públicos.

“No futuro o jovem pode valorizar e passar a consumir mais cultura com

a democratização de acesso aos bens culturais e à educação”.

Demétrio Xavier

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Para o Grupo 1 a disponibilidade de tempo é o pior fator de impedimento para o

acesso a cultura. A mobilidade, a falta de dinheiro e a falta segurança também.

O grupo 2 diz que os maiores impedimentos são a má divulgação, falta

de dinheiro.

No que se refere à faixa etária predominou os respondentes foram entre 21 e

23 anos (TABELA 3).

5.4 FUTURO

Na categoria futuro, inserida nos grupos focais, os participantes

acreditam que a maturidade e condições financeiras facilitarão seu acesso e

consumo cultural. E que no futuro haverá mais coisas com a globalização,

haverá mudança de gostos e futuras relações.

5.5 CONSIDERAÇÕES DA ETAPA QUALITATIVA

Considerando o conteúdo desenvolvido durante os grupos focais e as

entrevistas de profundidade, há relação entre as respostas citadas pelos

entrevistados e participantes do grupo. Também há de se considerar que todos

os participantes são bem informados e têm um acesso mais facilitado aos

eventos culturais ou ao menos têm a clareza do que se tratam.

Foi fácil perceber, através dos relatos, que Porto Alegre, apesar de ser

uma grande metrópole, carece de alguns tipos de espetáculos e exposições. A

cidade tem um extenso mapa cultural, porém centralizado. Reconhecida por

conter diversos centros culturais, festivais de artes cênicas e salas de cinema,

necessita de investimento em divulgação para aumentar a fim de dar maior

adesão a essas atividades culturais disponíveis.

Constatamos que o jovem acaba prejudicado pela falta de condições

financeiras e, que os locais destinados à cultura e entretenimento não facilitam

seu acesso. Não há a concessão de descontos e quando há os mesmos são

32

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dificultados com a exigência de documentos que nem sempre estão disponíveis

em mãos.

Nesta pesquisa podemos verificar a internet como parte determinante

para o conhecimento e informação sobre os eventos culturais. Mais uma vez os

jovens e a internet estão lado a lado.

Todos acreditam na democratização do acesso à cultura e que a

educação é o caminho para isto acontecer. Os jovens ainda acreditam que com

o passar dos anos, além da maturidade, eles estarão em melhores condições

financeiras e poderão usufruir de todos os atrativos culturais que desejarem.

33

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6. RELATO DA PESQUISA QUANTITATIVA

6.1 CARACTERIZAÇÃO DA AMOSTRA

A fim de caracterizar a amostra, utilizamos três perguntas filtro no início

do instrumento. Primeiro usamos a pergunta “Qual é a sua idade?”, assim, para

que os respondentes seguissem para a próxima pergunta era necessário que

tivessem entre 17 e 24 anos de idade.

A segunda pergunta filtro foi “Em que lugar você mora?”, com as

alternativas “Porto Alegre”, “Região Metropolitana” e “Outros”. Essa distinção

foi necessária para podermos identificar o consumo cultural dos jovens dessa

região em especifico, como definido em nosso objetivo.

Por fim, perguntamos no questionário se os respondentes têm o habito

de consumir cultura. A última pergunta filtro apresentou como resultado um

total de 292 pessoas que se encaixam no perfil que estávamos buscando. Esse

número representa o total de respostas válidas que utilizamos para

desenvolver está análise.

6.2 CULTURA X ENTRETENIMENTO

Após a filtragem, o primeiro bloco de perguntas tinha como objetivo

descobrir como os respondentes definem e compreendem cultura e

entretenimento. Como observado nas etapas desk e qualitativa, as definições

de ambos são muito próximas e se confundem.

Primeiro, pedimos à audiência que escolhessem três palavras para

definir cultura. A Figura 1 apresenta os resultados da pergunta, que são:

60,62% responderam manifestações artísticas, 51,71% conhecimento, 36,30%

entretenimento, 33,56% tradição, 33,22% manifestações sociais, 31,16%

costumes, 17,81% Lazer, 17,12% Indústria Cultural, 15,75% Transformação

Social e 15,07% Popular.

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As respostas revelaram que a definição de cultura para grande parte

desses jovens está relacionada com as manifestações artísticas, conhecimento

e entretenimento. Essas respostas, juntas, foram escolhidas 434 vezes pelos

entrevistados.

Figura 1 – Definição de cultura

Base: 292 respondentes. Resposta múltipla.

35

4. Marque no máximo três palavras que você defina como cultura: (multipla)  Absoluto %Manifestações artísticas

177 60,62%

Conhecimento 151 51,71%Entretenimento 106 36,30%Tradição 98 33,56%Manifestação social

97 33,22%

Costumes 91 31,16%Lazer 52 17,81%Indústria cultural 50 17,12%Transformação social

46 15,75%

Popular 44 15,07%

TOTAL 292

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Em seguida, repetimos a pergunta, porém dessa vez pedimos para

definirem entretenimento. Entre os resultados presentes na Figura 2,

encontramos que: 73,97% dos respondentes consideram Lazer como definição

de entretenimento, 66,10% considera Diversão, 47,26% responderam Prazer,

30,82% Cultura, 24,32% Distração, 19,86% Conhecimento, 17,81% Sair da

rotina, 16,78% Passatempo, 3,42% Educação e 1,71% Audiência.

Com esse resultado verificamos que o conceito de entretenimento está

ligado aos momentos em que o entrevistado está de folga e como uma forma

de descanso das atividades do dia a dia. As duas primeiras respostas, Lazer e

Diversão, foram escolhidas no total 309 vezes.

Figura 2 – Definição de entretenimento.

Base: 292. Resposta Múltipla.

Na questão 6, utilizando o método de perguntas dicotômicas, pedimos

para os respondentes considerarem cultura e entretenimento e depois escolher

a opção com que mais se identificam. Nas figuras abaixo, apresentamos os

resultados:

36

  Absoluto %Lazer 216 73,97%Diversão 193 66,10%Prazer 138 47,26%Cultura 90 30,82%Distração 71 24,32%Conhecimento 58 19,86%Sair da rotina 52 17,81%Passatempo 49 16,78%Educação 10 3,42%Audiência  5 1,71%TOTAL 292

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Figura 3 – Popular X Erudito.

Base: 292 respondentes.

Figura 4 – Pago X Gratuito.

Base: 292 respondentes.

Figura 5 – Fechado X Aberto.

Base: 292 respondentes.

Figura 6 – Casa X Rua.

Base: 292 respondentes.

37

  Absoluto %Popular 225 77,05%Erudito 67 22,95%TOTAL 292

Absoluto %

Pago 100 34,25%Gratuito 192 65,75%TOTAL 292

Absoluto

%

Locais fechados

158 54,11%

Ambientes abertos

134 45,89%

TOTAL 292

Absoluto %

Casa 127 43,49%Rua 165 56,51%

TOTAL 292

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Figura 7 – Comercial X Alternativo.

Base: 292 respondentes.

Na primeira alternativa a escolha era entre o popular e o erudito, onde

77,05% escolheram a primeira e 22,95% a segunda. Uma resposta um tanto

surpreendente por se tratar de participantes jovens e estão muitas vezes

produzindo e sendo autores de seu próprio estilo cultural, disseminando e

compartilhando rapidamente e tornando tudo mais popular. Ainda nos parece

que a chamada cultura popular ainda remete a esses jovens a ideia de pouco

intelectualizado e de gosto duvidoso. Já a cultura erudita, chamada também de

“Cultura com C maiúsculo” pode ser vista por eles como algo mais qualificado,

relacionado a estudo, conhecimento e “de bom gosto”.

Figura 8

Base: 292 respondentes

38

Absoluto %

Comercial 74 25,34%Alternativo 218 74,66%

TOTAL 292

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O cruzamento apresentado na figura 8 revela a preferência entre o que é

popular ou erudito em relação à idade dos respondentes. No geral o resultado

obtido é algo esperado, onde a grande maioria, tanto na faixa de 17 a 21 anos,

atingindo 74,4%, quanto na de 22 a 24 anos, com 80,65%, prefere

cultura/entretenimento popular. Porém, o que mais chama atenção nesse

resultado é a porcentagem de preferência em relação ao erudito. Geralmente

associado à pessoas mais velhas, esse estilo obteve um percentual de

respostas maior com os jovens de 17 a 21 anos, 25,6%, do que na faixa de 22

a 24 anos, 19,35%.

A próxima dupla de opções era pago vs. gratuito. Como observado na

Figura 4, 65,75% responderam gratuito e 34,25% pago. Essa porcentagem foi

equivalente ao momento e etapa da vida desse grupo de respondentes, que

são jovens e ainda estão buscando seu espaço, estruturação financeira e um

espaço no mercado de trabalho.

Figura 9

Base: 292 respondentes.

Ao analisarmos a preferência entre atividades pagas ou gratuitas com

relação a idade, outro resultado que já esperávamos. Entre os jovens de 17 a

39

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21 anos, 61,31% prefere eventos gratuitos, e entre os de 22 a 24 anos esse

número chega a 71,77%. Já os que preferem pagar atingem 38,69%, para

respondentes de 17 a 21 anos, e 28,23% para os de 22 a 24.

Acreditamos que esse resultado se dá pelo fato de os mais jovens serem

em sua maioria sustentados pelos pais, com isso não se preocupam tanto com

dinheiro e tem mais condições de pagar. Enquanto o jovem de 22 a 24 já está

fazendo estágio ou trabalhando, com isso se preocupa mais com o dinheiro

que têm e o quanto pode gastar.

Entre locais fechados e ambientes abertos a opção com que mais se

identificam foi a primeira, somando 54,11% das respostas. As escolhas foram

equilibradas, onde há uma pequena diferença indicando a preferência por

locais fechados, talvez pela questão de segurança e comodidade. Esse

resultado é um reflexo das respostas dadas quando questionados sobre a

atividade que mais gostam (ver análise da questão 7).

Figura 10

Base: 292 respondentes.

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A figura 10 apresenta os resultados do cruzamento entre a idade dos

respondentes e sua preferência quanto a locais abertos ou fechados. Entre os

jovens de 17 a 21 anos, 42,9% prefere ambientes abertos e 57,1% prefere

locais fechados. Enquanto na faixa de 22 a 24 anos a preferência está dividida

igualmente.

Na escolha seguinte apresentamos as seguintes alternativas: casa X

rua. O resultado (Figura 6) obtido mostrou que 56,51% responderam casa e

43,49% rua. Mais uma vez houve um equilíbrio entre as respostas, mais ainda

assim a maioria preferiu o conforto, comodidade e a segurança de um local

fechado, desta vez sua própria casa. Podemos relacionar esse resultado com o

da relação entre “pago X gratuito”. Como a maioria prefere atividades que não

precisa pagar, escolher ficar em casa é compatível.

Figura 11

Base: 292 respondentes.

Para a figura 11, referente à escolha entre atividades em casa ou na rua,

observamos que em abas as faixas etárias os resultados são perecidos. Entre

os de 17 a 21, 44,05% prefere “casa” e 55,95% prefere “rua”. Já os de 22 a 24

anos, 42,74% preferem a primeira e 57,26%, a segunda.

41

Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul FACULDADE DE COMUNICAÇÃO SOCIAL

Acreditamos que a proximidade entre a porcentagem das duas opções

se dá devido às facilidades e opções disponíveis em quantidade cada vez

maior na internet. Shows ao vivo, filmes, seriados, música e exposições são

algumas das atividades culturais disponíveis online, facilitando o acesso e

ganhando espaço na preferência dos consumidores.

Por último, os respondentes deveriam escolher entre popular e

alternativo. A Figura 7 mostra que a opção com que mais se identificam é o

alternativo, com 74,66%, enquanto popular soma 25,34%. Ou seja, os

respondentes são jovens que estão envolvidos com os avanços tecnológicos

que facilitam o compartilhamento, disseminação e o acesso as produções e

manifestações mais alternativas, o que as torna menos comercias, com um tom

mais crítico e se diferenciando das produções mais conhecidas.

Figura 12

Base: 292 respondentes.

O resultado do cruzamento entre a idade dos respondentes e a

preferência quanto à alternativo ou comercial foi uma surpresa. Em ambas as

faixas de idade o “alternativo” foi superior, sendo 70,83% para os jovens de 17

a 21 anos e 79,83% para os de 22 a 24 anos.

42

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Acreditamos que o alternativo se destaca na pesquisa pela sua

valorização na atualidade, apesar de não ser algo que esperávamos nos

resultados. Podemos observar que um estilo direcionado para nichos e que

geralmente atrai poucas pessoas está ganhando destaque entre os jovens.

6.3 ATIVIDADES CULTURAIS

O terceiro bloco de perguntas explora as atividades culturais em

diferentes níveis. Desde a preferência de cada respondente, até a frequência,

em diferentes questões dentro da temática.

Na questão 7 os participantes deveriam escolher as atividades que mais

gostam dentre um grupo de resposta pré-selecionada. A seguir a Figura 13 nos

mostra que 34,59% escolheram Cinema, 15,07% Shows internacionais,

13,70% Biblioteca/livraria, 9,93% Manifestações culturais e 8,56%. Festivais

culturais nacionais/internacionais. Teatro, Shows nacionais, Exposições e

Museu somaram 18,15%. O resultado mais surpreendente, acreditamos, é a

desvalorização do teatro. A atividade não chega a 10% e aparece na sexta

colocação entre as alternativas. Essa constatação aponta uma possível crise

no setor, o que é preocupante, pois somente em Porto Alegre existem mais de

60 grupos e companhias teatrais (Fonte: SATEDRS).

Figura 13 – Atividades que mais gosta

Base: 292 respondentes.

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A pergunta número 8 pede aos participantes para indicarem a frequência

com que vão a cada uma das atividades indicadas na questão anterior. Os

resultados podem ser observados nas figuras abaixo e logo após, as análises.

Figura 14 – Frequência Cinema

Base: 292 respondentes.

44

Absoluto %Cinema 101 34,59%Shows internacionais 44 15,07%Biblioteca/livraria 40 13,70%Manifestações culturais 29 9,93%Festivais culturais nacionais/internacionais 25 8,56%Teatro 21 7,19%Shows nacionais 15 5,14%Exposições 11 3,77%Museu 6 2,05%

TOTAL 292

  Absoluto %

Mais de uma vez por semana 11 3,77%

Uma vez por semana 21 7,19%

Uma vez a cada quinze dias 69 23,63%

Uma vez por mês 130 44,52%Semestralmente 54 18,49%Anualmente 6 2,05%Nunca 1 0,34%

TOTAL 292

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Figura 15 – Frequência Biblioteca

Base: 292 respondentes.

45

  Absoluto %Mais de uma vez por semana 40 13,70%

Uma vez por semana 55 18,84%

Uma vez a cada quinze dias 59 20,21%

Uma vez por mês 72 24,66%

Semestralmente 47 16,10%Anualmente 12 4,11%Nunca 7 2,40%

TOTAL 292

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Figura 16 – Frequência Teatro

Base: 292 respondentes.

Figura 17 – Frequência Exposição.

46

  Absoluto %Mais de uma vez por semana 2 0,68%

Uma vez por semana 3 1,03%

Uma vez a cada quinze dias 12 4,11%

Uma vez por mês 38 13,01%

Semestralmente 96 32,88%Anualmente 79 27,05%Nunca 62 21,23%

TOTAL 292

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Base: 292 respondentes.

Figura 18 – Frequência Museus

47

  Absoluto %Mais de uma vez por semana 2 0,68%

Uma vez por semana 9 3,08%

Uma vez a cada quinze dias 12 4,11%

Uma vez por mês 59 20,21%

Semestralmente 88 30,14%Anualmente 81 27,74%Nunca 41 14,04%

TOTAL 292

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Base: 292 respondentes.

Figura 19 – Frequência Manifestações

48

  Absoluto %Mais de uma vez por semana 0 0,00%

Uma vez por semana 4 1,37%

Uma vez a cada quinze dias 16 5,48%

Uma vez por mês 38 13,01%

Semestralmente 80 27,40%Anualmente 96 32,88%Nunca 58 19,86%

TOTAL 292

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Base: 292 respondentes.

Figura 20 – Frequência Show Nacional

Base: 292 respondentes.

Figura 21 – Frequência Show Internacional

49

  Absoluto %Mais de uma vez por semana 11 3,77%

Uma vez por semana 18 6,16%

Uma vez a cada quinze dias 32 10,96%

Uma vez por mês 61 20,89%

Semestralmente 65 22,26%Anualmente 55 18,84%Nunca 50 17,12%

TOTAL 292

  Absoluto %Mais de uma vez por semana 1 0,34%

Uma vez por semana 3 1,03%

Uma vez a cada quinze dias 17 5,82%

Uma vez por mês 60 20,55%

Semestralmente 101 34,59%Anualmente 67 22,95%Nunca 43 14,73%

TOTAL 292

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Base: 292 respondentes.

Figura 22 – Frequência Festival

Base: 292 respondentes.

“Frequência ao Cinema” apresentou na Figura 14 que grande parte dos

respondentes – 44,52% – indicou que vai ao cinema uma vez por mês, 23,63%

responderam que vão uma vez a cada quinze dias e 0,34% que nunca vão ao

50

  Absoluto %Mais de uma vez por semana 0 0,00%

Uma vez por semana 1 0,34%

Uma vez a cada quinze dias 2 0,68%

Uma vez por mês 23 7,88%

Semestralmente 84 28,77%Anualmente 109 37,33%Nunca 73 25,00%

TOTAL 292

  Absoluto %Mais de uma vez por semana 0 0,00%

Uma vez por semana 4 1,37%

Uma vez a cada quinze dias 6 2,05%

Uma vez por mês 30 10,27%

Semestralmente 77 26,37%Anualmente 90 30,82%Nunca 85 29,11%

TOTAL 292

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cinema. Mesmo preferindo programas gratuitos e em casa, como percebemos

na questão 6, os jovens possuem uma boa freqüência ao cinema.

Considerando que nessa faixa etária a maioria ainda não tem renda fixa,

ir ao cinema uma vez por mês é um resultado interessante.

Figura 23

Base: 292 respondentes.

Entre os moradores de Porto Alegre e os da Região Metropolitana a

maioria frequenta o cinema uma vez por mês, sendo 40,85% o primeiro e

51

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54,43% o segundo. Em segundo, com 25, 35% na capital e 18,99% na Região

Metropolitana, a frequência de uma vez a cada quinze dias.

Pelo número de salas em ambas as regiões e a disponibilidade dos

jovens, este resultado já era esperado. Além disso, como podemos ver mais

adiante na pesquisa, o preço alto dos cinemas faz com que a maioria se

disponibilize a pagar para assistir filmes somente uma vez ao mês.

A ida à biblioteca apresentou números mais equilibrados. O resultado

que mais apareceu foi onde os respondentes apontam que vão uma vez por

mês, 24,66%. Em seguida ficou quem vai uma vez a cada quinze dias, um total

de 20,21, e por fim, uma vez por semana, com 18,84%. Acreditamos que

esse equilíbrio nas respostas se dá pelo fato desses respondentes estarem em

uma idade onde a maioria freqüenta escola, cursos ou faculdade, sendo assim

precisam de bibliotecas para estudo.

Figura 24

Base: 292 respondentes.

52

Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul FACULDADE DE COMUNICAÇÃO SOCIAL

Na comparação entre frequência que vai à biblioteca e local onde mora,

encontramos diferenças maiores. Em Porto Alegre, 24,88% diz ir à Biblioteca

uma vez por mês. Já na Região Metropolitana, 24,05% respondeu “uma vez

por mês” e “uma vez por semana”. Além disso, 23% dos moradores de Porto

Alegre responderam que frequenta a Biblioteca uma vez a cada quinze dias,

enquanto na Região Metropolitana essa porcentagem chegou a 12,66%.

Na próxima pergunta os respondentes deveriam indicar a frequência que

vão ao Teatro. A partir dos resultados na Figura 16, podemos analisar que o

teatro não está inserido como parte da rotina, ou como ambiente cultural

comum dos jovens, isso é comprovado através do gráfico abaixo, pois apenas

0,68% dos jovens que participaram da pesquisa costumam frequentar ao teatro

mais de uma vez na semana. Esta realidade é o que torna evidente que o

teatro não está entre os locais mais frequentados, pois percebemos que dos

292 respondentes, apenas 32,88% frequentam semestralmente, 27,05%

anualmente e 21,23 % nunca frequentam este local, ou seja, uma minoria

procura acessar a cultura via o teatro.

Figura 25

Base: 292 respondentes.

53

Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul FACULDADE DE COMUNICAÇÃO SOCIAL

No gráfico acima é apresentada a frequência que os respondentes vão

ao teatro. A maioria dos moradores de Porto Alegre respondeu

“semestralmente”, somando 31,9%. Já os da Região Metropolitana, somaram

35,44% na mesma alternativa. A maior surpresa foi os que nunca vão ao teatro.

Em Porto Alegre chegaram a um percentual maior que o da Região

Metropolitana. Sendo 22,54% e 17,72%, respectivamente. É interessante

observar esse resultado, pois a capital do estado apresenta um número de

espetáculos disponíveis maior que as cidades da região.

Abordamos na pesquisa como atividade cultural a frequência em

ambientes onde acontecem exposições. Independentemente do local ser

fechado ou aberto a relação dos jovens com exposições é algo incomum,

podemos concluir isso através dos resultados apresentados na pesquisa

(Figura 17). Dos 292 jovens que participaram da nossa pesquisa, apenas dois

costumam freqüentar exposições mais de uma vez por semana, isso

corresponde a 0,68% em relação ao total de participantes. Também podemos

analisar que a frequência maior nestes ambientes é de 30,14%

semestralmente, seguido da opção anualmente com 27,74%.

Figura 26

Base: 292 respondentes.

54

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A resposta que mais aparece entre os moradores de Porto Alegre,

somando 32,39%, é a que representa quem vai à exposições semestralmente.

Já na Região Metropolitana a resposta mais marcada, com 31,65%, é

“anualmente”.

Esse resultado já era esperado. Na capital podemos encontrar mais

variedade e mais locais onde ocorrem exposições. Alguns deles acabaram

tornando-se símbolos da cidade, como a Usina do Gasômetro e o Instituto

Iberê Camargo.

Na questão onde pedimos que os respondentes apontassem a

frequência a museus em relação à periodicidade indicada, podemos analisar

que a maioria dos participantes da pesquisa, o correspondente a 32,88%,

assinalaram uma vez no ano como período de frequência a museus. Como

segunda opção, aparece o período equivalente ao semestre, com 27,40%,

seguido da opção nunca, com 19,86% das respostas. Fica comprovado que

essa atividade, apesar dos diversos locais encontrados em Porto Alegre e na

Região Metropolitana, não está presente no cotidiano dos jovens.

Figura 27

Base: 292 respondentes.

55

Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul FACULDADE DE COMUNICAÇÃO SOCIAL

O cruzamento entre o lugar que os respondentes moram e a freqüência

que vão à museus apresentou resultados parecidos. Entre os moradores de

Porto Alegre, 31,46% respondeu “anualmente”. Já os da Região Metropolitana

somaram 36,71%. Entendemos que esse resultado se dá devido ao baixo

interesse dos jovens por essa atividade cultural. Outros fatores que influenciam

são o preço e a divulgação das mesmas.

Quando falamos em manifestações podemos perceber, a partir dos

resultados na Figura 19, que a participação dos jovens é mais freqüente, pois

ao verificarmos os períodos indicados no instrumento de pesquisa, é visível

que 22,26%, a resposta que apresenta maior índice, freqüenta manifestações

semestralmente, 20,89% participa de alguma forma uma vez por mês, 18,84%

anualmente, 17,12% nunca participou, 10,96% participa uma vez a cada quinze

dias, 6,16% uma vez por semana e 3,77% mais de uma vez por semana.

Concluímos que esse resultado vem ao encontro do momento social e político

que vivemos no país, onde as manifestações cresceram e ganharam força

entre pessoas da faixa etária da pesquisa.

Figura 28

Base: 292 respondentes.

56

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Quanto às manifestações culturais, 24,88% dos moradores de Porto

Alegre respondeu “semestralmente”. Já nos da Região Metropolitana a

resposta que mais apareceu foi “anualmente”, com 27,85%.

Essa diferença aparece porque Porto Alegre possui diversos espaços,

como o centro da cidade e o Parque Farroupilha, que apresentam grandes

espaços e alto número de frequentadores, atraindo diversas manifestações

culturais. Como exemplo podemos citar os índios que se apresentam perto do

Mercado Público e os grupos de teatro no Parque Farroupilha.

Ao perguntar sobre shows nacionais esperávamos que os jovens com

idade entre 17 a 24 anos que costumam frequentar esses eventos tivessem

uma participação mais assídua do que foi indicado no resultado (Figura 20).

Inicialmente percebemos que grande parte dos respondentes desta pesquisa,

isto é 34,59%, indicam que consomem esta atividade cultural de forma

semestral, seguido de 22,95% que prefere ir a shows nacionais anualmente,

20,55% optam por participarem uma vez no mês e 14,73% assinalaram a

opção Nunca em nosso instrumento. Em contraponto há uma minoria de jovens

que procuram por shows nacionais quinzenalmente, semanalmente e mais de

uma vez por semana, isso corresponde a 5,82%, 1,03% e 0,34%,

respectivamente.

O resultado nos surpreende, pois shows nacionais acontecem todos os

dias. Diferentes estilos e artistas estão sempre na região e mesmo assim,

segundo a pesquisa, grande parte dos jovens só consome uma vez no

semestre. Acreditamos que o aumento no preço dos ingressos é o principal

fator de influencia nesse resultado, pois, como analisado anteriormente, quem

está nessa faixa etária não possui renda fixa, dificultando o consumo.

Figura 29

57

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Base: 292 respondentes.

Ao realizar o cruzamento entre a freqüência de show nacionais e o local

onde mora a pessoa percebe-se que este não é um fator de influencia. Tanto

em Porto Alegre quando na Região Metropolitana, “semestralmente” ficou em

destaque. Foram 35,21% e 32,91%, respectivamente. Concluímos, então, que

a análise anterior se confirma: o preço dos ingressos tornou-se o principal fator

que impede o consumo dos jovens.

A partir do momento que consideramos a variável frequência em shows

internacionais, foi possível perceber que entre os 292 respondentes, 37,33%

preferem ou procuram por esse tipo de produto cultural anualmente, na

sequencia os jovens buscam os shows internacionais semestralmente e a

terceira opção mais assinalada corresponde aos jovens que nunca optam por

freqüentar a shows internacionais com 25% das respostas. Concluímos que

este resultado se dá devido à pouca oferta no mercado gaúcho combinada com

o alto valor dos ingressos. Vale ressaltar que devido ao cenário no qual

estamos inseridos, o consumo anual da atividade não é um resultado ruim.

Figura 30

58

Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul FACULDADE DE COMUNICAÇÃO SOCIAL

Base: 292 respondentes.

No gráfico acima (figura 30), apresentamos a frequência com que o

respondente vai a shows internacionais em relação ao lugar em que mora. Em

Porto Alegre as respostas que mais aparecem são “anualmente” e

“semestralmente”, com 38,03% e 32,39%, respectivamente. Enquanto na

Região Metropolitana o que aparece mais é “nunca”, com 36,71%, e

“anualmente”, com 35,44%.

Esses resultados mostram que os jovens são seletivos quanto aos

shows internacionais. O preço do ingresso, por ser mais caro é um fator

importante para essa decisão. Acreditamos que o jovem escolha o artista que

mais gosta e dedique o seu ano a arrecadar dinheiro para esse evento.

Por fim os jovens tiveram que assinalar as respostas que mais

aproximasse da realidade vivida por eles, quando buscam por cultura ou

entretenimento em relação a festivais frequentados. Através dos dados

apresentados na Figura 22 foi possível analisarmos que 30,82% dos

respondentes frequenta festivais anualmente, em segunda opção, 29,11%

assinalaram que nunca buscam por esse tipo de produto cultural, na terceira

opção eles participam de festivais de forma semestral. Devemos também

59

Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul FACULDADE DE COMUNICAÇÃO SOCIAL

considerar que 10,27% frequentam uma vez por mês, 2,05% uma vez a cada

quinze dias e 1,37% das respostas corresponde a opção uma vez por semana.

É interessante observar que pouco mais de 40% dos participantes consome

festivais pelo menos uma vez ao ano. Sabemos que a capital gaúcha oferece

diversos festivais durante todo o ano, porém muitas vezes possuem pouca

divulgação, fator que certamente influencia neste resultado.

Figura 31

Base: 292 respondentes.

Em relação à frequência com que vão a festivais culturais

nacionais/internacionais, o resultado obtido no cruzamento era o esperado pelo

grupo. Em Porto Alegre três respostas aparecem com percentual bem próximo:

“anualmente”, com 29,58%; “nunca”, com 29,11% e “semestralmente”, com

27,70%. Enquanto na Região Metropolitana o que mais aparece é

“anualmente”, com 34,18%, e em segundo “nunca”, com 29,11%.

Na questão 9 fizemos a seguinte pergunta: “De que forma o jovem fica

sabendo dos eventos culturais que ocorrem em Porto Alegre e Região

Metropolitana?”. Os resultados obtidos estão representados na Figura 32:

Figura 32 – Como o jovem fica sabendo

60

Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul FACULDADE DE COMUNICAÇÃO SOCIAL

Base: 292 respondentes. Resposta Múltipla.

Em nossa pesquisa também procuramos saber dos jovens como eles

ficam sabendo, informações sobre espetáculos, peças teatrais, cinema, shows

entre outros eventos culturais, por se tratar de uma questão de múltipla

escolha, os jovens poderiam assinalar mais de uma opção. Consideramos as

variáveis, internet, amigos, cartazes/outdoors, TV, jornais, rádio, flyer, família e

revistas. Seguindo esta ordem a opção que mais foi indicada nesta questão foi

internet com 100%, amigos em segundo lugar com 89,73%, cartazes/outdoor

com 48,97%. A partir do resultado apresentado é possível verificarmos que a

internet, considerada o principal meio de informações, lidera a escolha das

61

  Absoluto %Internet 292 100,00%Amigos 262 89,73%

Cartazes/outdoor 143 48,97%

TV 120 41,10%Jornais 119 40,75%Rádio 78 26,71%Flyer 64 21,92%Família 63 21,58%Revistas 39 13,36%

TOTAL 292

Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul FACULDADE DE COMUNICAÇÃO SOCIAL

opções indicadas, também verificamos que os amigos exercem muita influencia

quando tratamos do público jovem.

Ainda buscando resultados com relação à fonte de informações,

perguntamos na questão 10: “E onde você costuma buscar informações sobre

atividades culturais? Marque quantas opções achar necessário”. O gráfico pode

ser observado na figura abaixo:

Figura 33 – Busca de informações

Base: 292 respondentes. Resposta Múltipla.

Esta questão também é de múltipla escolha, o que possibilita

analisarmos o cenário do acesso a informação quando falamos de cultura.

Entre as opções apresentadas, os jovens buscam as informações em

ambientes virtuais, devido ao acesso ser mais fácil e ao fato de todos ou quase

todos estarem inseridos neste ambiente, além disso, mais uma vez é possível

verificarmos que os amigos ocupam uma posição extremamente influenciável,

pois correspondem a 66,44%, apesar das opções assinaladas nesta questão

serem correspondentes ao resultado da questão e do gráfico anterior, podemos

avaliar que a opção revistas aparece em vantagem em relação a opção flyer e

que a família ocupa a posição de maior importância em relação ao rádio.

62

  Absoluto %Internet 287 98,29%Amigos 194 66,44%Jornais 101 34,59%Cartazes/outdoor 68 23,29%

TV 40 13,70%Família 40 13,70%Rádio 31 10,62%Revistas 23 7,88%Flyer 19 6,51%

TOTAL 292

Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul FACULDADE DE COMUNICAÇÃO SOCIAL

Acreditamos que maior destaque desse resultado é a desvalorização do

flyer. Ainda muito utilizado para divulgação de diversas atividades e tendo

entradas de universidades/escolas como principal ponto de distribuição, o fato

de não ser relevante para os jovens deve ser observado. Uma alternativa é a

utilização do flyer digital, já muito comum na divulgação de festas pelas redes

sociais. Essa alternativa é muito mais barata e devido a comprovada

preferência dos jovens pelo ambiente virtual, certamente será mais eficaz.

“Com relação ao local que se consome cultura, você prefere?” foi o que

pedimos na questão 11. A seguir, a Figura 34 mostra o resultado:

Figura 34 – Local preferido

Base: 292 respondentes.

63

  Absoluto %Ambientes abertos (parques, feiras, eventos itinerantes) 125 42,81%

Centros culturais (museu, institutos culturais, teatro) 82 28,08%

Em casa 58 19,86%Shopping 27 9,25%

TOTAL 292

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Dentre os locais preferidos apresentados neste instrumento é possível

verificar que os locais abertos ainda são os favoritos para os jovens, e que os

centro culturais como museus, institutos e teatro ocupam a preferência de

28,08% dos 292 jovens respondentes, seguido da opção casa com 19,86% e o

shopping com 9,25%.

Nas questões 12, 13, 14 e 15 nominamos os locais disponíveis para as

atividades de cinema, teatro, shows e exposições, a fim de descobrir as

preferências dos entrevistados. As figuras a seguir mostram os resultados:

Figura 35 – Cinema que prefere

Base: 292 respondentes

Figura 36 – Teatro que prefere

Base: 292 respondentes.

64

  Absoluto %Cinemark 89 30,48%GNC 81 27,74%Espaço Itaú de cinema 41 14,04%

CCMQ 29 9,93%Cineespaço 23 7,88%Guion 16 5,48%Other 6 2,05%Cine Santander Cultural

3 1,03%

Arco-íris 2 0,68%Instituto NT 2 0,68%

TOTAL 292

  Absoluto %Teatro São Pedro 141 48,29%

Teatro Bourbon Country 82 28,08%

Teatro Feevale 23 7,88%

Teatro Renascença 14 4,79%

Other 14 4,79%Teatro da AMRIGS 10 3,42%

Teatro do Sesi 8 2,74%

TOTAL 292

Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul FACULDADE DE COMUNICAÇÃO SOCIAL

Figura 37 – Casa de Shows que prefere

Base: 292 respondentes

Figura 38 – Exposições que prefere

65

  Absoluto %Opinião 112 38,36%Araújo Viana 71 24,32%

Pepsi On Stage 52 17,81%

FIERGS 30 10,27%Gigantinho 18 6,16%Other 9 3,08%

TOTAL 292

  Absoluto %Usina do Gasômetro 76 26,03%

Casa de cultura Mario Quintana 73 25,00%

Santander Cultural 66 22,60%

Iberê Camargo 45 15,41%Centro de eventos Barra Shopping Sul

18 6,16%

Other 12 4,11%StudioClio 2 0,68%

TOTAL 292

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Base: 292 respondentes

Nas opções de salas de cinema apresentadas a marca Cinemark lidera

entre na preferência dos jovens com 30,48% das respostas, seguido do GNC

cinemas com 27,74% e do Espaço Itaú de cinema com 14,04%. Nesta questão

foi possível analisarmos que as marcas como Cinemark, GNC e Itaú são mais

fortes e estão na preferência dos 292 jovens respondentes de nossa pesquisa.

Entre os teatros informados como opção a ser assinalada, o teatro São

Pedro, ocupa a preferência dos jovens com 48,29% das respostas, já o

ambiente do Bourbon Country corresponde a 28,08% da preferência dos

respondentes, o teatro Feevale foi a opção assinalada por 7,88% e o Teatro

Renascença 4,79%. Acreditamos que por ser um ícone da cidade de Porto

Alegre, o Teatro São Pedro ganha certa vantagem em relação aos seus

concorrentes.

Dentre as alternativas oferecidas na questão 14 estão: o Opinião, o

Araujo Viana, o Pepsi On Stage, a Fiergs, o Gigantinho e possibilitamos a

opção outros para os jovens que não possuem preferência entre essas opções.

Os resultados mostram que o Opinião foi o mais assinalado pelos jovens, com

38,36%, em seguida o Araujo Viana com 24,32%, o Pepsi On Stage com

17,81%, a Fiergs com 10,27%, o Gigantinho com 6,16% e a opção ‘outros’ foi

assinalada por 3,08% dos 292 jovens. Vale ressaltar que isso comprova que

além da população gaúcha em geral, como divulgado na pesquisa Top Of Mind

(Revista Amanhã, 2013), o Opinião também é o mais citado entre os jovens.

Ao analisar qual dos principais locais que apresentam exposições

artísticas em porto alegre e na região metropolitana ocupa a preferência dos

jovens que participaram desta pesquisa, obtemos os números apresentados na

Figura 38. Os locais escolhidos para esta questão são Usina do Gasômetro,

Casa de Cultura Mario Quintana, Santander Cultural, Iberê Camargo, Centro de

Eventos Barra Shopping Sul e Studio Clio. Dentre esses locais, 26,03% optam

por participar de exposições que ocorrem na Usina do gasômetro, 25%

66

Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul FACULDADE DE COMUNICAÇÃO SOCIAL

preferem a Casa de cultura Mario Quintana, 22,60% o Santander cultural,

15,41% Iberê Camargo, 6,16% Centro de Eventos Barra Shopping Sul, 4,11%

preferem outras opções e 0,68% assinalaram na questão o Studio Clio. Como

na questão do teatro, o fato da Usina do gasômetro ser ponto turístico da

capital e apresentar diferentes atividades além de exposições dão vantagem

para o local.

6.4 FATORES DE INFLUÊNCIA PARA O CONSUMO CULTURAL

Nesse bloco de perguntas procuramos explorar os possíveis

influenciadores no consumo de cultura pelos jovens. Desde vantagens até a

importância de opiniões alheias, o objetivo era compreender melhor o processo

de decisão em relação à participação nessas atividades.

Na questão 16 os participantes tinham que responder se utilizavam ou

não desconto ou algum tipo de vantagem para participar de atividades

culturais. A Figura 39 apresenta os seguintes dados: 68,84% responderam que

utilizam algum tipo de desconto e 56,51% que não. Esse resultado mostra que

a maioria dos respondentes usufrui de descontos, porém, não é uma diferença

muito significativa, o que surpreende devido ao número de vantagens

disponíveis.

Figura 39 – Utilização de desconto

67

Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul FACULDADE DE COMUNICAÇÃO SOCIAL

Base: 292 respondentes.

Logo após, a questão 17 questionava qual tipo de desconto os

respondentes aproveitavam ao participar de eventos culturais. A utilização da

meia-entrada para estudante teve 64,04%, representando mais da metade dos

respondentes. 16,1% utilizam o desconto do Clube do Assinante ZH e sites de

compra coletiva, cinemark Bradesco e Outros somaram 19,17%.

Figura 40 – Tipos de desconto

Base: 292 respondentes.

68

  Absoluto %Sim 201 68,84%Não 91 31,16%

TOTAL 292

  Absoluto %

Meia entrada (estudantes) 187 64,04%

Clube do assinante ZH 47 16,10%

Sites de compra coletiva 34 11,64%

Other 16 5,48%Cinemark Bradesco 6 2,05%

TOTAL 292

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A questão 18 aborda qual o grau de importância dos seguintes itens no

momento de escolha de programas culturais: amigos, colegas de

trabalho/faculdade, família, professores, formadores de opinião e namorado(a).

Sendo 1 para pouco importante e 5 para muito importante, os resultados estão

respresentados nas figuras abaixo:

Figura 41 – Grau de influência dos amigos

Base: 292 respondentes.

Figura 42 – Grau de influência dos colegas de trabalho/faculdade.

69

  Absoluto %1 (pouco importante) 4 1,37%

2 8 2,74%3 21 7,19%4 69 23,63%5 (muito importante) 190 65,07%

TOTAL 292

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Base: 292 respondentes.

Figura 43 – Grau de influência da família

70

  Absoluto %1(pouco importante) 16 5,48%

2 32 10,96%3 80 27,40%4 110 37,67%5(muito importante) 54 18,49%

TOTAL 292

Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul FACULDADE DE COMUNICAÇÃO SOCIAL

Base: 292 respondentes.

Figura 44 – Grau de influência dos professores

Base: 292 respondentes.

71

  Absoluto %1(pouco importante) 17 5,82%

2 28 9,59%3 42 14,38%4 79 27,05%5(muito importante) 126 43,15%

TOTAL 292

  Absoluto %1(pouco importante)

18 6,16%

2 45 15,41%3 87 29,79%4 87 29,79%5(muito importante)

55 18,84%

TOTAL 292

Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul FACULDADE DE COMUNICAÇÃO SOCIAL

Figura 45 – Grau de influência dos formadores de opinião

Base: 292 respondentes.

Figura 46 – Grau de influência de namorado(a)

Base: 292 respondentes.

A Figura 41 apresenta os resultados

para o grau de importância da opinião dos

amigos ao escolher programas culturais. Com

65,07% os respondentes, escolhendo a opção

5, informaram que é muito importante a

influência dos amigos e 1,37% que era pouco

importante, escolhendo a opção 1. Com esse

resultado verificamos que é de grande importância a opinião dos amigos para

essa escolha. Isso também indica que os estilos de atividades circulam sempre

72

  Absoluto %1(pouco importante) 43 14,73%

2 62 21,23%3 78 26,71%4 74 25,34%5(muito importante) 35 11,99%

TOTAL 292

  Absoluto %1(pouco importante) 33 11,30%

2 12 4,11%3 50 17,12%4 84 28,77%5(muito importante) 113 38,70%

TOTAL 292

Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul FACULDADE DE COMUNICAÇÃO SOCIAL

nos mesmos grupos de pessoas, ou seja, se o objetivo é

atingir um público mais diversificado o trabalho de divulgação deve ser bem

planejado.

Já a Figura 42 revela o grau de importância da opinião de colegas de

trabalho/faculdade quando o jovem escolhe seus programas culturais. Onde

18.49% dos respondentes informaram que é de grande importância, marcando

a opção 5, e 5.48% informaram que é de pouca importância, marcando a opção

1. Sendo que 37,67% acham importante, marcando a opção 4 e 27,4%

marcaram que é relevante a opinião dos colegas. Obtemos um resultado

diferente da questão relacionada a influência dos amigos, onde a maioria dos

respondentes classificou como muito importante, enquanto na questão dos

colegas a sua opinião não possui um grau de importância tão grande.

Acreditamos que a proximidade e possíveis diferenças de personalidade, que

varia entre colegas e amigos, seja o diferencial dessas duas questões. Em

seguida, a questão abordava a importância da influência de sua família. A

Figura 29 apresenta os seguintes dados: 43,15% dos respondentes informaram

que é de grande importância, marcando a opção 5, e 5.82%informaram que é

de pouca importância, marcando a opção 1.

Tratamos também de pessoas não tão próximas dos respondentes. A

questão abordava a importância da opinião dos professores (Figura 44). Com

29,79% o grau de importância 3 e 4 empataram. Em seguida aparece a opção

5, de grande importância, com 18,84% e 6.16% informaram que a opinião

desse grupo é de pouca importância. Depois questionamos a influência dos

formadores de opinião. A resposta em destaque dessa questão, como

podemos ver na Figura 31, foi a opção 3, com 26,71%, seguida pela opção 4,

com 25,34%, opção 2 com 21,23%. A opção de grande importância, número 5,

teve 18,84% e de pouca importância, número 1, 6,16%. Esse resultado mostra

que a importância desse grupo não é tão relevante quanto a dos amigos, mas é

tão importante quanto a dos colegas.

73

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O último item da questão 18 questionava a influência do(a) namorado(a).

Podemos ver na Figura 45 que 38,7% consideram de grande importância a

opinião desse grupo, opção 5. Seguida pela opção 4 com 28,77%, 4,11%

consideram a opção 2, e 11,3% consideram de pouca importância a opinião

desse grupo, opção 1. É interessante observar que os amigos oferecem maior

influencia do que os(as) namorados(as). Apesar de todos os programas e

atividades que fazem juntos, namorados(as) não conseguem influenciar tanto.

A fim de realizar uma análise mais mercadológica, o grupo desenvolveu

a questão 19. Ela abordava o grau de importância da imagem das

organizações quanto ao incentivo cultural, sendo 1 para pouco importante e 5

para muito importante.

Figura 47 – Importância da imagem da organização quanto ao incentivo cultural

Base: 292 respondentes.

Conforme as respostas, 59,25% considera de grande importância, opção

5 e 0,68% de pouca importância, opção 1. A opção 4 representa 18,49%,

opção 3 com 15,7% e a opção 2 com 6,51%. De acordo com os resultados que

74

  Absoluto %1(pouco importante) 2 0,68%

2 19 6,51%3 44 15,07%4 54 18,49%5(muito importante) 173 59,25%

TOTAL 292

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obtidos notamos que a maioria dos respondentes da grande importância para a

imagem das organizações em relação ao incentivo cultural.

A questão 20 pedia que o respondente, levando em consideração a

atratividade dos itens, indicasse o grau de importância delas, sendo 1 para

pouco importante e 5 para muito importante. Os itens analisados são: afinidade

com o tema, premiações, elenco, internacional, local, acesso/mobilidade,

segurança, nacional, desconto/promoções, preço acessível e comentários de

pessoas influentes. Abaixo os resultados:

Figura 48 – Afinidade com o tema

Base: 292 respondentes.

Figura 49 – Premiações

Base: 292 respondentes.

Figura 50 – Elenco

75

  Absoluto %1(pouco importante) 2 0,68%

2 4 1,37%3 21 7,19%4 67 22,95%5(muito importante) 198 67,81%

TOTAL 292

  Absoluto %1(pouco importante) 43 14,73%

2 67 22,95%3 104 35,62%4 58 19,86%5(muito importante) 20 6,85%

TOTAL 292

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Base: 292 respondentes.

Figura 51 – Atratividade: Internacional

Base: 292 respondentes.

Figura 52 – Atratividade: Local

76

  Absoluto %1(pouco importante) 13 4,45%

2 29 9,93%3 112 38,36%4 87 29,79%5(muito importante) 51 17,47%

TOTAL 292

  Absoluto %1(pouco importante) 53 18,15%

2 52 17,81%3 105 35,96%4 48 16,44%5(muito importante) 34 11,64%

TOTAL 292

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Base: 292 respondentes.

Figura 53 – Atratividade: Acessibilidade/mobilidade

Base: 292 respondentes.

Figura 54 – Atratividade: Segurança

Base: 292 respondentes.

Figura 55 – Atratividade: Nacional

77

  Absoluto %1(pouco importante) 15 5,14%

2 30 10,27%3 77 26,37%4 83 28,42%5(muito importante) 87 29,79%

TOTAL 292

  Absoluto %1(pouco importante) 9 3,08%

2 16 5,48%3 52 17,81%4 96 32,88%5(muito importante) 119 40,75%

TOTAL 292

  Absoluto %1(pouco importante) 6 2,05%

2 13 4,45%3 41 14,04%4 79 27,05%5(muito importante) 153 52,40%

TOTAL 292

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Base: 292 respondentes.

Figura 56 – Atratividade: Descontos/promoções

Base: 292 respondentes.

Figura 57 – Atratividade: Preço acessível

78

  Absoluto %1(pouco importante) 45 15,41%

2 46 15,75%3 118 40,41%4 59 20,21%5(muito importante) 24 8,22%

TOTAL 292

  Absoluto %1(pouco importante) 16 5,48%

2 29 9,93%3 63 21,58%4 89 30,48%5(muito importante) 95 32,53%

TOTAL 292

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Base: 292 respondentes.

Figura 58 – Atratividade: Comentários de pessoas influentes

Base: 292 respondentes

A Figura 48 apresenta as respostas de

quando perguntamos a atratividade quanto à

afinidade com tema abordado. A resposta em

destaque sobre essa questão foi a opção 5, de grande importância, com

67,81%. A opção 1, de pouca importância, teve 0,68%,opção 4 com 18,49%,

opção 3 com 15,07% e a opção 2 com 6,51%. Conforme os resultados obtidos,

notamos que o item afinidade com o tema é de grande importância no

momento da escolha entre os jovens.

Em seguida queriamos saber a atratividade das premiações recebidas. A

resposta em destaque sobre essa questão, conforme a Figura 49, foi a opção 3

79

  Absoluto %1(pouco importante) 4 1,37%

2 7 2,40%3 31 10,62%4 95 32,53%5(muito importante) 155 53,08%

TOTAL 292

  Absoluto %1(pouco importante) 47 16,10%

2 63 21,58%3 91 31,16%4 52 17,81%5(muito importante) 39 13,36%

TOTAL 292

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com 35,62%. A opção 5, de grande importância, teve 6,85% e a opção 1, de

pouca importância, teve 14,73%. As opções 2 e 4 ficaram com resultados

próximos, sendo a 2 com 22,95% e a 4 com 19,86%. A partir dos resultados

encontrados nessa questão, compreendemos que o item premiações não é de

grande importância no momento de escolha para os jovens, que é relevante,

mas não decisivo para o momento da escolha.

No terceiro momento a pergunta 20 questiona a atratividade quanto ao

elenco. A resposta que os entrevistados mais marcaram sobre essa questão foi

a opção 3 com 38,36%. A opção 5, de grande importância, teve 17,47% e a

opção 4, 29,79%. As opções 1 e 2 ficaram com resultados próximos, sendo a

opção 2 com 9,93% e a 1, de pouca importância, com 4,45%. A partir dos

resultados notamos que a importância do elenco é relevante, mas não decisiva

no momento da escolha pelos jovens.

Buscamos descobrir também o grau de importância de atrações

internacionais no momento de escolha dos indivíduos ao participarem de

atividades culturais. Para isso, os respondentes deveriam classificar de 1 a 5 o

nível de importância desse quesito no momento da escolha. O número 1

representa pouca importância e o número 5 ilustra muita importância. De

acordo com a Figura 51, a maioria dos indivíduos atribui importância mediana,

com 35,96% da preferência. Já 18,15% consideram pouco importante, e

11,64% muito importante.

A respeito da relevância do local onde será realizada a atividade,

podemos analisar (Figura 52) que a maioria dos indivíduos considera muito

importante, com 29,79% das respostas. A opção 4 (importante) ficou com

28,42%, seguido de 26,37% da opção 3. A opção 1 (pouco importante) ficou

com 5,14%, demonstrando que apenas a minoria desconsidera o local

escolhido.

80

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Quanto à acessibilidade, a maioria dos indivíduos, segundo dados

presentes na Figura 53, considera muito importante, com 40,75% de

preferência, contra 3,08% que consideram pouco importante. Seguidos de

32,88% da opção 4 e 17,81% da opção 3.

No quesito segurança, conforme a Figura 54, mais da metade dos

sujeitos a leva em consideração, com 52,40%. Subsequente temos 27,05% da

opção 4 e apenas 2,05% da opção 1, menos importante.

Quanto à atratividade nacional, os resultados podem ser observados na

Figura 55. A maioria dos indivíduos atribui importância mediana, na qual a

opção 3 obteve 40,41%. A opção 1 e 2 encontram-se empatadas, com 15,41%

e 15,75%, respectivamente. Em seguida perguntamos a respeito da

importância de descontos/promoções (Figura 56). A pesquisa mostra que a

maioria dos indivíduos considerou muito importante, com 32,53%. Subsequente

de 30,48% da opção 4 e contra 5,48% que considerou pouco importante tal

categoria.

Quanto ao valor, como já era esperado pelo grupo a partir dos

resultados das etapas desk e qualitativa, a grande maioria (Figura 57)

considera importante (32,53%) ou muito importante (53,08%). Apenas 1,37%

responderam pouco importante.

Para finalizar, perguntamos em relação aos comentários de pessoas

influentes. O resultado apresentado na Figura 58 aponta que os respondentes

atribuíram importância mediana, com 31,16% do total. Seguido de 21,58% da

opção 2 e 17,81% da opção 4. Somente 13,36% consideram muito importante

comentários de, por exemplo, formadores de opinião.

81

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A questão 21, última do bloco, queria saber: “O que te impede de

participar mais de eventos culturais?”. Abaixo podemos ver os resultados na

Figura 59:

Figura 59 – O que impede de participar mais

Base: 292 respondentes. Resposta Múltipla.

Quando perguntados quais os maiores impedimentos na sua

participação em eventos culturais, o item ‘segurança’ foi, surpreendentemente,

o menos assinalado, com apenas 14,73%, mesmo sendo uma questão de

múltipla escolha. O destaque fica para preço alto (73,97%), falta/má divulgação

(53,42%) e tempo (45,21%).

82

  Absoluto %Preço alto 216 73,97%Falta/má divulgação 156 53,42%

Tempo 132 45,21%Mobilidade 95 32,53%Companhia 91 31,16%Local 87 29,79%Segurança 43 14,73%

TOTAL 292

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6.5 O FUTURO

O bloco final tem por objetivo pedir para os respondentes realizarem

primeiro uma avaliação de seu consumo cultural e depois uma previsão para o

futuro do setor. A questão 22 pede que o jovem dê uma nota para seu

consumo. Os resultados podem ser vistos na Figura 60:

Figura 60 – Nota para o próprio consumo

Base: 292 respondentes.

Quando solicitado aos respondentes para que atribuíssem uma nota ao

seu consumo cultural, 25,68% deram nota 7. Logo atrás ficou a nota 6, com

22,26%, e nota 8, com 17,81%. O que demonstra que os respondentes têm

participado de eventos culturais com certa regularidade. A média das notas dos

292 respondentes é de 6,0. Considerando a falta de tempo e o fator dinheiro,

ambos observados nas etapas qualitativa e quantitativa da pesquisa, a média

estabelecida é razoável.

83

  Absoluto %Um 5 1,71%Dois 8 2,74%Três 23 7,88%Quatro 18 6,16%Cinco 33 11,30%Seis 65 22,26%Sete 75 25,68%Oito 52 17,81%Nove 7 2,40%Dez 6 2,05%

TOTAL 292

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Na questão 20 pedimos uma panorama para o futuro: “Daqui a 20 anos,

como você imagina que será seu consumo cultural?”. Abaixo o resultado:

Figura 61 – Como imagina seu consumo daqui a 20 anos

Base de estimativas percentuais:

292 respondentes.

Quando indagados sobre o próprio consumo cultural no futuro, 85,96%

dos indivíduos acreditam que será maior que o de hoje e 10,27% igual ao de

hoje, contra apenas 3,77% para menor que o de hoje.

Ainda pensando no futuro, a questão 24 faz a seguinte pergunta:

“Pensando nas próximas gerações, em relação ao seu consumo cultural, o que

pode melhorar?”. Os resultados podem ser analisados abaixo:

Figura 62 – O que pode melhorar

84

  Absoluto %Menor que o de hoje 11 3,77%

Igual ao de hoje 30 10,27%

Maior que o de hoje 251 85,96%

TOTAL 292

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Base: 292 respondentes. Resposta Múltipla.

Quando

perguntados sobre

melhoras no futuro, o destaque fica para a opção ‘maior incentivo ao consumo

da cultura’, com 76.03%, seguido de ‘maior diversidade de espaços que

tenham atividades culturais’ (60,96%), ‘reconhecimento de atividades culturais’

(55,14%), democratização da cultura (48,97%) e ‘melhor divulgação’ (47,60%).

Evidenciando, portanto, certa carência em relação ao fomento à cultura. A

opção ‘maior segurança’ foi a menos mencionada, com 32,53%.

Por fim, a questão 25, última de nosso instrumento, quer saber:

“Conforme a resposta anterior, qual tem maior urgência?“. As respostas podem

ser estudadas na Figura 63:

Figura 63 – O que tem maior urgência

85

  Absoluto %Maior incentivo ao consumo da cultura 222 76,03%

Maior diversidade de espaços com atividades culturais

178 60,96%

Reconhecimento de atividades culturais 161 55,14%

Democratização da cultura 143 48,97%Melhor divulgação 139 47,60%Maior segurança 95 32,53%Other 6 2,05%TOTAL 292

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Base: 292 respondentes.

Absoluto %Maior incentivo ao consumo da cultura 124 42,47%

Democratização da cultura 44 15,07%

Maior diversidade de espaços com atividades culturais

37 12,67%

Reconhecimento de atividades culturais 36 12,33%

Melhor divulgação 27 9,25%Maior segurança 21 7,19%Other 3 1,03%

TOTAL 292

Grande parte dos respondentes, 42,47%, assinalou ‘maior incentivo ao

consumo de cultura’. Esse resultado confirma, portanto, essa carência em

relação ao fomento à cultura. O item ‘maior segurança’, mais uma vez, foi o

menos mencionado, com apenas 7,19%.

6.6 CONSIDERAÇÕES DA ETAPA QUANTITATIVA

Na etapa quantitativa da pesquisa, a caracterização do consumo cultural

pelos jovens foi mais aprofundada. Um fato curioso foi que, mesmo a cultura

popular se sobressaindo – sendo a favorita – a porcentagem de preferência

86

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pela cultura erudita foi mais alta na faixa etária de 17 a 21 anos do que os de

22 a 24 anos, sendo que cultura erudita, geralmente, é caracterizada por ser

um atrativo para pessoas mais velhas.

Em relação a frequência nas atividades culturais, notamos que o cinema

e a biblioteca são locais mais frequentados. O resultado já era esperado em

relação ao cinema, pela facilidade para o jovem e a quantidade de salas

espalhadas nessas regiões. Em relação à biblioteca, verificamos que a

frequência é parecida. Concluímos que esse número é alto por consequencia

dos trabalhos acadêmicos que os jovens tem de realizar e o seu interesse por

livros. Já locais como teatro, exposições, museus e shows nacionais, o

comparecimento é menor, resultando numa assiduidade anual e semestral. A

frequência do jovem no teatro é mínima, não chegando nem a 10%, sendo que

em Porto Alegre temos aproximadamente 60 grupos teatrais espalhados pela

cidade que constantemente vem expondo seus trabalhos. Acreditamos que a

regularidade é menor nessas atividades pela falta de divulgação e importância

dada pela população a esse tipo de evento.

A pesquisa conclui que os jovens, em geral, caracterizam seu consumo

baseado na opinião de seus ciclos sociais. Preferindo atividades em locais

abertos, mas usufruindo também essas atividades em locais fechados e em

casa. O interesse por atividades culturais é grande, mas os maiores

impedimentos são os preços dos ingressos, falta de divulgação, tempo e

mobilidade.

Conforme os resultados apresentados, notamos que o jovem tem

interesse nessas atividades, que só não participa com maior frequência pelos

impedimentos citados anteriormente. Os respondentes acreditam que no futuro

o consumo cultural pode ser melhorado a partir de um maior incentivo a essas

atividades. Assim, baseado nos resultados encontrados, o presente trabalho

pode servir de base para a Indústria Cultural de Porto Alegre e Região

Metropolitana, por levantar aspectos importantes sobre a caracterização do

consumo cultural do jovem.

87

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7. CONSIDERAÇÕES FINAIS

A cultura traz para a sociedade um conhecimento e uma riqueza sem

igual. Uma temática capaz de gerar questionamentos pertinentes sobre um

assunto atual, que está ligado a educação, bem-estar e interação social.

Com a pesquisa qualitativa e quantitativa realizadas nesse trabalho,

conseguimos obter resultados valiosos sobre o assunto, atingindo todos os

nossos objetivos.

De acordo com a pesquisa qualitativa, percebemos a partir dos relatos

obtidos que a cidade de Porto Alegre e Região Metropolitana carecem de

atividades artísticas, mesmo tendo diversos espaços culturais.

Tanto nas entrevistas de profundidade quanto os grupos focais

ressaltaram que o jovem acaba sendo prejudicado quando se fala de consumo

cultural pelas condições financeiras, mobilidade e segurança.

Em relação à democratização do acesso à cultura, os entrevistados

sinalizaram a educação como o principal caminho. Os jovens, dos grupos

focais, acreditam que futuramente poderão usufruir mais dessas atividades por

possuir uma renda financeira maior e ter mais tempo livre.

88

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Com a pesquisa quantitativa, concluímos que em geral os jovens

caracterizam seu consumo baseado na opinião de seus ciclos sociais, que o

interesse em atividades culturais é grande, porém, os maiores impedimentos

para participarem com maior frequência são os preços, falta de divulgação,

tempo e mobilidade.

Figura 64 – Atividade favorita

Base: 292 respondentes.

Na figura 64 apresentamos um dos principais resultados da etapa

quantitativa. A atividade favorita dos jovens é o cinema (34,59%), mas o fator

que mais surpreende é a desvalorização do teatro. Com 7,19%, um dos

produtos mais encontrados na região (como citamos anteriormente) é pouco

consumido.

Em relação à principal e mais urgente mudança para o aumento do

consumo cultural seria a partir de um maior incentivo a essas atividades.

Concluímos assim, que é necessário um investimento maior na área cultural,

que os impedimentos citados acima são as grandes barreiras para o jovem ter

89

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um contato maior com essas atividades, pois interesse em participar eles têm.

Baseado nos resultados apresentados nota-se que o consumo cultural pode

ser aumentado, que o jovem tem interesse em diversas áreas da cultura e

pretende estar cada vez mais inserido no mundo da cultura.

O resultado mercadológico mais importante é a preferência de locais dos

respondentes, como visto nas figuras a seguir:

Figura 65 – Preferência entre cinemas.

Figura 66 – Preferência entre teatros.

90

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Figura 67 – Preferência entre casa de shows.

Figura 68 – Preferência entre exposições.

Os resultados apontam o destaque das seguintes marcas: Cinemark,

GNC, Theatro São Pedro, Opinião e Usina do Gasômetro. Percebemos uma

semelhança em relação à pesquisas importantes do mercado, Top Of Mind

(Revista Amanhã) e Top de Marketing (ADVB).

Em seguida a figura 69 revela dados importantes para o planejamento

de comunicação de organizações da área:

Figura 69 – Como fica sabendo?

91

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Destacamos a escolha da internet por parte de todos os respondentes.

Tal resultado demonstra que cada vez mais recursos como as redes sociais

são indispensáveis para divulgação e reconhecimento das marcas. Além de ser

mais barato que a propaganda “tradicional”, essas novas mídias aproximam e

conquistam clientes.

Figura 70 - Futuro

Base: 292 respondentes.

Por fim, apresentamos as expectativas dos jovens com relação ao seu

consumo cultural no futuro. A grande maioria, 86%, acredita que será maior

que o de hoje. Os resultados se igualam aos da etapa qualitativa, onde os

92

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entrevistados de ambos os grupos focais respondem que por ter maior renda

mensal e tempo disponível, a previsão das atividades que podem usufruir na

fase adulta é maior.

8. SUGESTÕES DE RELAÇÕES PÚBLICAS

No setor público se faz necessário a reformulação das políticas culturais

da região, melhorando o processo comunicacional, mais do que “criar” novos

espaços, o ideal neste aspecto será inovar nos métodos de diálogo,

aproximando, incluindo e incentivando os jovens, fazendo com ele se aproprie

da cena cultural de Porto Alegre e Região Metropolitana.

De acordo com os relatos obtidos através de nossas técnicas de

pesquisa, foi possível identificar uma dificuldade financeira dos jovens que

estão no inicio de sua vida profissional. Para essa questão sugerimos ações

entre empresas, com patrocínios que poderão ser revertidos em descontos

maiores aos jovens o que também melhora a imagem da empresa.

Já que também foi indicada importância da imagem das organizações

quanto ao incentivo cultural o profissional que estiver à frente dos processos de

produção cultural terá que lidar com a problemática dos caminhos das

iniciativas culturais, com a comunicação de suas realizações e resultados,

entre outras. No caso dos profissionais de relações públicas, que estão

93

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inseridos em uma organização que não é necessariamente uma produtora de

cultura, cabe o intuito de utilizar o marketing cultural como instrumento de

relações públicas institucionais. Neste caso devemos ressaltar a importância da

comunicação integrada, Segundo Kunsch (2003, p. 150) “Pressupõe uma

junção da comunicação institucional, da comunicação mercadológica, da

comunicação interna e da comunicação administrativa, que formam o mix, o

composto da comunicação organizacional”, assim todos os setores se unem

para conquistar e ganhar a legitimação desse público jovem.

Quanto à Acessibilidade/mobilidade e segurança, isso faz com que os

jovens procurem locais mais próximos e fechados, assim acabam deixando de

conhecer outras manifestações culturais que poderia contribuir em sua

formação. A solução para estes problemas seria de longo prazo em que a

segurança pública e mobilidade urbana passariam por uma reformulação,

principalmente na questão educacional formando cidadãos conscientes de

seus atos e responsáveis pelo bem estar social.

A falta de tempo é outro fator que impedem um maior consumo de

cultura por parte dos jovens. O ideal neste caso seria a ampliação ou

mudanças nos horários dos eventos culturais, aceitar aos finais de semana e

feriados o cartão tri escolar e também a carteira estudantil para descontos.

Assim o estudante poderá em seu tempo livre usufruir da cultura sem se

preocupar tanto com a questão financeira.

Outra questão de impedimento é a má divulgação, a falta de

comunicação. Entender o que o jovem quer e como ele quer, o jovem não quer

panfletos e outdoors pouco informativos, ele quer que sua atenção seja

chamada através de campanhas e ações bem elaboradas. Nos finais de

semana os parques estão sempre lotados de jovens, esse espaço poderia ser

utilizado para a divulgação de um espaço cultural e suas próximas atrações

com pequenos trechos de uma apresentação, obras que chamem atenção ou

um rápido recital, por exemplo.

94

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Por fim, acreditamos que esse trabalho pode contribuir para diferentes

organizações relacionadas à cultura. Como exemplo, citamos: Secretaria

Municipal/Estadual da Cultura, produtoras, museus, centros culturais, cinemas,

empresas com interesse em patrocínio cultural, entre outros.

9. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

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<http://acultura.no.sapo.pt/page6Conceitos.html > Acesso em: 23 de mar. 2014.

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Hucitec: Polis, 2000.

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CHURCHIIL, Gilbert A; PETER, J. Paul. Marketing: criando valor para o cliente. São Paulo: Saraiva, 2000.

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técnicas. São Paulo: Prentice Hall, 2004.

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consumidor. Rio de Janeiro: LTC, 2005. p. 326.

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culturelle.colloque international sur le statistiques culturelles. Montréal, 2002

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2002. Apostila.

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SOFISTICADA. Diego Raffide. Disponível em:

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INFO ESCOLA. Indústria Cultural. Disponível em:

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PEPSI ON STAGE. Disponível em: <www.pepsionstage.com.br> Acesso em:

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PLANO ESTADUAL DE CULTURA. Secretaria de Cultura do Rio Grande do

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<http://issuu.com/cultura_rs/docs/plano_estadual_de_cultura> Acesso em: 22

de mar. 2014.

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http://portalintercom.org.br/anais/sul2013/resumos/R35-0132-1.pdf. Acessado

em 29 Jun 2014.

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http://www.portoalegre.travel/site/espacos_culturais.php. Acessado em 28 jun

2014.

PORTO ALEGRE TRAVEL. Disponível em:

<http://www.portoalegre.travel/site/home.php> Acesso em: 23 de mar. 2014.

RAMOS, Paulo; RAMOS, Magda Maria; BUSNELLO, Saul José. Manual prático de metodologia da pesquisa: artigo, resenha, projeto, TCC,

monografia, dissertação e tese.

RICHARDSON, Roberto Jarry. Pesquisa social: métodos e técnicas. São

Paulo: Atlas, 1989.

MATTA, Roberto da, Artigo publicado no Jornal da Embratel, RJ, 1981.

Disponível em: <http://pt.slideshare.net/LucioBorges/voc-tem-cultura-roberto-

da-matta> Acesso em: 20 de mar. 2014.

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um Estudo Exploratório. Análise Social Vol. X, 40, 827-844.

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SECRETARIA MUNICIPAL DE CULTURA DE PORTO ALEGRE. Disponível

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TRIVINOS, Augusto Nibaldo Silva. Introdução à pesquisa em ciências sociais: a pesquisa qualitativa em educação. São Paulo: Atlas, 1990.

10. APÊNDICE

10.1 ROTEIRO - ENTREVISTA EM PROFUNDIDADE COM ESPECIALISTAS

Buscar a definição de cultura por quem a produz a fim de ter um

embasamento para a aplicação do mini grupo focal e pesquisa quantitativa.

Questão norteadora do projeto: Qual o consumo cultural do jovem entre 17 e

24 anos, morador de Porto Alegre e Região Metropolitana, em relação à

cultura?

Definição de cultura:

1. O que é cultura?

2. Quais as diferenças entre cultura e entretenimento?

Atividades culturais:

1. Quais os produtos culturais mais consumidos pelo jovem? (Se a

resposta for cinema, por exemplo):

Tipo de filmes mais assistidos;

99

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Locais de maior consumo (shopping, salas em centros

culturais etc.);

Marcas de cinema mais procuradas;

2. Quais os meios pelo qual o jovem obtém informações sobre as

atividades culturais?

3. Esses meios são válidos?

4. Quais as formas mais atraentes de divulgação das atividades

culturais?

5. Os meios de divulgação direcionam para a manifestação cultural

ou para um consumo mercadológico e de “moda”?

Fatores para consumo cultural:

1. Quais os maiores atrativos para o consumo cultural?

2. Quais os fatores de impedimento para o consumo cultural?

3. Quais seriam os influenciadores na participação e consumo de

atividades culturais dos jovens?

4. Deque forma no futuro o jovem pode valorizar e passar a

consumir mais cultura?

10.2 ROTEIRO - MINI GRUPO FOCAL

Grupo 1: 6 jovens, entre 17 e 24 anos, que consomem atividades

culturais em Porto Alegre. Consumidor cultural heavy/hard que no último mês

foi ao cinema, teatro, museu ao outras atividades culturais. Três “consumos” de

cultura neste mês.

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Grupo 2: 6 jovens, entre 17 e 24 anos, que não consomem atividades

culturais em Porto Alegre. Consumidor cultural light que costuma ver televisão,

escutar música ou outra forma de entretenimento.

Questão norteadora do projeto: Qual o consumo cultural do jovem entre

17 e 24 anos, morador de Porto Alegre e Região Metropolitana, em relação à

cultura?

Apresentação pessoal (nome, idade, curso, o que faz nas horas vagas)

Definição de cultura:

1. O que você define como cultura?

2. O que você define como entretenimento?

3. Quais as diferenças entre cultura e entretenimento?

Atividades culturais:

1. Quais os produtos culturais mais consumidos? (Se a resposta for

cinema, por exemplo):

Tipo de filmes mais assistidos;

Locais de maior consumo (shopping, salas em centros

culturais etc.);

Marcas de cinema mais procuradas;

Frequência.

2. Como você fica sabendo das atividades culturais?

101

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3. Em ordem crescente, quais tem peso maior na sua decisão?

(explorar diferenças entre atividades e influenciadores – amigos,

mídia, premiações, família, críticos, “por alguém” -)

4. Onde você procura mais informações?

5. Você busca essa informação e nota ser mais promocional ou

cultural?

6. Qual o peso da promoção na decisão de compra? (clube do

assinante, desconto, sites promocionais)

Fatores para consumo cultural:

1. Quais os maiores atrativos para o consumo cultural?

2. Quais os fatores de impedimento para o consumo cultural?

Caso a resposta for “tempo ou dinheiro”, se não fosse por ele o

que mais te impediria.

3. Qual seria o teu ideial de consumo de cultura no mês?

Dia; frequência; valor; local; companhia;

Você prefere o consumo no local da atividade ou por por

transmissão?

Por que? O que te leva a achar que essa opção é a melhor? Ex:

festivais, filmes, shows

O futuro:

1. De que forma no futuro vocês podem passar a consumir mais

cultura?

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Financeiramente;

Intelectualmente;

Amadurecimento/idade.

Mudará o tipo de atividade cultural procurada?

10.3 QUESTIONÁRIO

1. Qual a sua idade?

( ) até 16 anos

( ) 17 à 21 anos

( ) 22 à 24 anos

( ) mais de 24 anos

2. Em que lugar você mora?

( ) Porto Alegre

( ) Região Metropolitana de Porto Alegre

( ) Outro: ________________

3. Você tem o hábito de consumir cultura (filme, música, leitura, exposições,

peças, shows, etc)?

( ) Sim

( ) Não

4. Marque no máximo três palavras que você defina como cultura:

( ) Manifestação

social

( ) Manifestações

artísticas

( ) Tradição

( ) Indústria cultural

( ) Costumes

( ) Popular

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( ) Entretenimento ( ) Transformação

social

( ) Conhecimento

( ) Lazer

5. Marque no máximo três palavras que você defina como entretenimento:

( ) Distração

( ) Lazer

( ) Sair da rotina

( ) Diversão

( ) Prazer

( ) Conhecimento

( ) Audiência 

( ) Cultura

( ) Educação

( ) Passatempo

6. Considerando cultura e entretenimento, marque sua preferência em relação

ao seu consumo em cada uma das questões:

6.1 ( ) Popular ( ) Erudito

6.2 ( ) Pago ( ) Gratuito

6.3 ( ) Locais fechados ( ) Ambientes abertos

6.4 ( ) Casa ( ) Rua

6.5 ( ) Comercial ( ) Alternativo

7. Das atividades abaixo escolha a que você mais gosta.

( ) Biblioteca/livraria

( ) Cinema

( ) Teatro

( ) Exposições

( ) Museu

( ) Manifestações culturais

( ) Shows nacionais

( ) Shows internacionais

( ) Festivais culturais

nacionais/internacionais

8. Indique a frequência com que você participa dessas atividades:

a) Mais de uma vez por semana b) Uma vez por semana c) Uma vez a cada

quinze dias d) Uma vez por mês e) Semestralmente f) Anualmente g) Nunca

( ) Cinema

( ) Biblioteca/livraria

( ) Teatro

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( ) Exposições

( ) Museu

( ) Manifestações culturais

( ) Shows nacionais

( ) Shows internacionais

( ) Festivais culturais nacionais/internacionais

9. De que forma você fica sabendo das atividades culturais disponíveis?

Marque quantas opções achar necessário.

( ) Internet

( ) Flyer

( ) Amigos

( ) TV

( ) Rádio

( ) Jornais

( ) Cartazes/outdoor

( ) Família

( ) Revistas

10. E onde você costuma buscar informações sobre atividades culturais?

Marque quantas opções achar necessário.

( ) Internet

( ) Flyer

( ) Amigos

( ) TV

( ) Rádio

( ) Jornais

( ) Cartazes/outdoor

( ) Família

( ) Revistas

11. Com relação ao local que se consome cultura, você prefere?

( ) Em casa

( ) Shopping

( ) Centros culturais(museu, institutos culturais, teatro)

( ) Ambientes abertos(parques, feiras, eventos itinerantes)

12. Entre salas de cinema disponíveis qual você prefere:

( ) GNC (Iguatemi, Lindóia,

Moinhos, Praia de Belas)

105

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( ) Cinemark (Barra Shopping Sul,

Bourbon Ipiranga, Canoas

Shopping)

( ) Arcoíris( Rua da Praia Shopping,

Vitória, Boulevard, Bourbon Assis

Brasil)

( ) Guion (Shopping Nova Olaria)

( ) Espaço Itaú de cinema ( Bourbon

Shopping Country)

( ) Cine Espaço (Bourbon Shopping

Country, Bourbon Shopping Novo

Hamburgo)

( ) Instituto NT de cinema e cultura

( ) Cine Santander Cultural

( ) Casa de Cultura Mario Quintana (

Sala Eduardo Hirtz, Sala Norberto

Lubisco, Sala Paulo Amorim)

106

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( ) Outro: ______________

13. Em relação ao teatro, qual você prefere:

( ) Teatro Renascença

( ) Teatro Bourbon Country

( ) Teatro do Sesi

( ) Teatro da AMRIGS

( ) Teatro São Pedro

( ) Teatro Feevale

( ) Outro: __________

14. Em relação a casa de shows, qual você prefere:

( ) Pepsi On Stage

( ) Opinião

( ) Araújo Viana

( ) FIERGS

( ) Gigantinho

( ) Outro: ________

15. Em relação a exposições, qual você prefere:

( ) Casa de cultura

Mario Quintana

( ) Centro de eventos

Barra Shopping Sul

( ) Santander Cultural

( ) Usina do

Gasômetro

( ) Iberê Camargo

( ) StudioClio

( ) Outro: __________

16. Você utiliza desconto ou algum tipo de vantagem para participar de

atividades culturais?

( ) Sim

( ) Não

17. Dos descontos e vantagens disponíveis, quais você usa?

( ) Clube do assinante ZH

( ) Sites de compra coletiva (Peixe

Urbano, Groupon, Tchê Ofertas)

( ) Meia entrada (estudantes)

( ) Cinemark Bradesco

( ) Outro: _________

107

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18. Levando em consideração a influência dos itens abaixo, indique o grau de

importância, sendo 1 para pouco importante e 5 para muito importante.

1- Pouco Importante 2- 3- 4- 5- Muito Importante

( ) Amigos

( ) Colegas de trabalho/faculdade

( ) Família

( ) Professores

( ) Formadores de opinião

( ) Namorado(a)

19. No que diz respeito à imagem das organizações, como você considera o

incentivo cultural?

1- Pouco Importante 2- 3- 4- 5- Muito Importante

20. Levando em consideração a atratividade dos itens abaixo, indique o grau

de importância, sendo 1 para pouco importante e 5 para muito importante.

1- Pouco Importante 2- 3- 4- 5- Muito Importante

( ) Afinidade com o tema

( ) Premiações

( ) Elenco

( ) Internacional

( ) Local

( ) Acesso/mobilidade

( ) Segurança

( ) Nacional

( ) Desconto/promoções

( ) Preço acessível

( ) Comentários de pessoas influentes

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21. O que te impede de participar mais de eventos culturais? Atenção, marque

até três opções.

( ) Preço alto

( ) Local

( ) Companhia

( ) Falta/má divulgação

( ) Segurança

( ) Mobilidade

( ) Tempo

22. Atualmente, que nota você da para o seu consumo cultural?

( ) 1 ( ) 2 ( ) 3 ( ) 4 ( ) 5 ( ) 6 ( ) 7 ( ) 8 ( ) 9 ( ) 10

23. Daqui a 20 anos, como você imagina que será seu consumo cultural?

( ) Menor que o de hoje

( ) igual ao de hoje

( ) Maior que o de hoje

24. Pensando nas próximas gerações, em relação ao seu consumo cultural, o

que pode melhorar?

( ) Reconhecimento de atividades

culturais

( ) Democratização da cultura

( ) Melhor divulgação

( ) Maior diversidade de espaços

que tenham atividades culturais

( ) Maior segurança

( ) Maior incentivo ao consumo da

cultura

109

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25. Conforme a resposta anterior, qual tem maior urgência?

( ) Reconhecimento de atividades culturais

( ) Democratização da cultura

( ) Melhor divulgação

( ) Maior diversidade de espaços que tenham atividades culturais

( ) Maior segurança

( ) Maior incentivo ao consumo da cultura

110