isolamento pronto

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  • 7/31/2019 Isolamento Pronto

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    SUMRIO

    INTRODUO ......................................................................................... 3

    2 MEIOS DE CULTURA .......................................................................... 8

    3 ISOLAMENTO .................................................................................... 103.1 MTODOS CLSSICOS .............................................................. 11

    3.1.1 TCNICA DE SEMEADURA POR ESTRIAS ........................ 113.1.2 TCNICA DE SEMEADURA POR ESPALHAMENTO .......... 123.1.3 TCNICA DE SEMEADURA POR DERRAMAMENTO ......... 123.1.4 TCNICA DE SEMEADURA EM PROFUNDIDADE ............. 143.1.5 TCNICAS EM CULTIVO LQUIDO ...................................... 153.1.6 ISOLAMENTO EM CULTIVO CONTNUO ............................ 16

    3.2 ISOLAMENTO DE MICRORGANISMOS ESPECFICOS ............ 173.2.1 ISOLAMENTO DE FUNGOS ................................................. 173.2.2 ISOLAMENTO DE BACTRIAS ............................................ 183.2.3 ISOLAMENTO DE ALGAS .................................................... 193.2.4 ISOLAMENTO DE ACTINOMICETOS .................................. 19

    4 NOVOS METODOS ............................................................................ 224.1 BASE DOS MTODOS ................................................................ 22

    4.1.1 PCR (REAO EM CADEIA DA POLIMERASE) .................. 234.1.2 MARCADORES MOLECULARES ......................................... 26

    4.2 MTODOS BASEADOS NA HIBRIDIZAO .............................. 264.2.1 SOUTHERN BLOT ................................................................ 27

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    4.2.2 NORTHERN BLOT ................................................................ 274.3 MICROARRANJO ........................................................................ 28

    4.4 MTODOS BASEADOS EM MARCADORES DE DNA ............... 29

    4.4.1 SSCP ..................................................................................... 294.4.2 DGGE/TGGE ......................................................................... 304.4.3 RFLP ..................................................................................... 314.4.4 VNTR ..................................................................................... 31

    5 METAGENOMICA .............................................................................. 325.1 METAGENMICA X OUTRAS TCNICAS ................................. 335.2 A ESTRATGIA DA METAGENMICA ....................................... 355.3 VANTAGENS DESVANTAGENS ................................................. 36

    REFERNCIAS ..................................................................................... 38ANEXOS ................................................................................................ 41

    ANEXO 1 - Isolation, identification and physiological study of

    Lactobacillus fermentumLPB for use as probiotic in chickens ..................... 41ANEXO 2 - Isolation and serological identification of enteropathogenic

    Escherichia coliin pasteurized milk in Brazil ................................................. 47

    ANEXO 3 - Isolation, properties and kinetics of growth of a

    thermophilic Bacillus..................................................................................... 53

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    INTRODUO

    O crescimento acelerado da populao mundial acentua a preocupaoem relao produo e demanda de alimentos, novos medicamentos, fontes

    alternativas de energia entre outras preocupaes com o bem estar das

    pessoas, isso sem esquecer-se da conservao do meio ambiente. Neste

    sentido, a Biotecnologia apresenta grande contribuio, j que permite o

    desenvolvimento de novas e modernas tcnicas sem agredir tanto o meio

    ambiente quanto as alternativas oriundas do petrleo, por exemplo. Nestas

    tcnicas, a utilizao de microorganismos constante e serve aos mais

    diversos fins, como na fixao de nitrognio, no controle biolgico de pragas,

    na degradao de resduos no meio ambiente, nas fermentaes, no

    desenvolvimento de novos medicamentos e tcnicas de diagnstico, entre

    outros. Assim, a explorao dos recursos naturais, realizada com a aplicao

    de tcnicas biotecnolgicas que utilizam microorganismos, permite a utilizao

    de reas consideradas inicialmente inaproveitveis ou o melhoramento de de

    tcnicas j conhecidas. Isto permite a reduo de custos, alm de contribuir

    para um menor consumo energtico e para a preservao ambiental. As

    vantagens apresentadas na aplicao de tcnicas biotecnolgicas que utilizam

    microorganismos propiciaram o reconhecimento da importncia das colees

    de culturas de microorganismos ou centros de cepas (que podem fornecer

    microrganismos de caractersticas j conhecidas), bem como o aumento da

    demanda desse material por parte de universidades, institutos de pesquisa e

    empresas.

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    Muitas vezes, porm, no se consegue o microrganismo ideal em um

    banco de culturas. Para se fazer uso dos microrganismos, ento, deve-se

    colet-los, isol-los, testar e medir a sua produo para ento utiliz-los em

    larga escala (se for o caso). Um grande exemplo do uso de microrganismo est

    na fermentao, j que ele constitui um dos quatro pilares de um processo

    fermentativo, ou seja, sua seleo de extrema importncia, pois ele ditar

    procedimentos e caractersticas que se seguiro at a obteno do produto

    final.

    Isolar um microrganismo consiste em obter culturas puras que envolvem

    somente o organismo de interesse. Na fase do isolamento, ocorre a seleo de

    uma colnia atravs da observao de certas caractersticas como a produo

    de determinado produto ou mesmo da prpria morfologia da colnia.

    Uma cultura livre de outros microrganismos contaminantes onde o

    microrganismo de interesse est presente de forma homognea denominada

    cultura axnica. Um cultivo desse tipo d oportunidade de investigao de

    caractersticas fisiolgicas e genticas sem a interferncia de outros

    microrganismos. Entretanto, muitas vezes um organismo apresenta

    determinada atividade ou produo de determinado metablito justamente

    devido s interaes com o meio em que est inserido. Isolado, esse

    microrganismo pode apresentar a caracterstica investigada em menor

    proporo ou mesmo no apresent-la.

    O isolamento inicia com a escolha da fonte mais provvel de conter o

    microrganismo desejado, podendo variar desde solo at guas, ar, lodo,

    alimentos ou rgos. Caractersticas que um determinado organismo possui

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    para se desenvolver em certo ambiente so usadas como fatores seletivos no

    processo de isolamento.

    O solo contm uma grande variedade de microrganismos (apenas 1g desolo apresenta de 1 a 10 milhes de espcies de microrganismos), incluindo

    bactrias, fungos, protozorios, algas e vrus. Apesar desta diversidade, os

    microrganismos cultivveis predominantes entre a microflora do solo so

    fungos e bactrias heterotrficas do domnio Bacteria. preciso, contudo, levar

    em considerao que a flora microbiana presente numa amostra de solo

    depende de vrias caractersticas do solo particular em estudo (por exemplo,

    umidade, pH, temperatura, contedo em oxignio gasoso e composio em

    material orgnico e inorgnico); e que, alguns destes parmetros ambientais

    podem variar, por exemplo, ao longo do ano ou em funo do tipo de utilizao

    que dada ao solo (por exemplo, tipo de cultura agrcola, pastoreio, etc.).

    Estima-se que somente 1 a 9% de microrganismos presentes no solo

    so capazes de formar colnias em meios de cultura laboratoriais, como o

    caso dos meios TSA ou PDA. Os outros 91 a 99% da flora bacteriana do solo

    correspondem principalmente a clulas no cultivveis.

    O isolamento, assim como todo o processo que ir se desenvolver

    futuramente, deve ser o mais econmico possvel, levando-se em considerao

    a produtividade que ser obtida pelo microrganismo e os gastos necessrios

    para isolamento e manuteno do microrganismo em questo. Fatores

    importantes na escolha de um microrganismo so: suas caractersticas

    nutricionais, pois se almeja obter microrganismos que utilizem substratos

    baratos; a temperatura tima, visando o menor gasto com aquecimento ou; a

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    compatibilidade com o fermentador utilizado e com o processo de cultivo

    desejado; e a estabilidade gentica. Pode ser mais barato comprar uma cultura

    do que isol-la da natureza, mas tambm pode ser que se encontre um

    organismo muito melhor depois de uma procura extensa no meio ambiente.

    Entretanto, geralmente necessrio utilizar uma cepa dos bancos como uma

    referncia para comparao com novos microrganismos descobertos atravs

    do isolamento da natureza.

    Em qualquer laboratrio de pesquisa ou de produo que envolva o uso

    de microrganismos, todas as operaes tcnicas devem ser realizadas em

    ambientes controlados quanto sua esterilidade. A no-observncia deste

    requisito pode dar origem a contaminaes por bactrias e fungos, que

    determinam o descarte do produto, impedindo o cumprimento dos

    compromissos de produo assumidos e alterando a relao de custo prevista.

    Medidas de precauo devem ser tomadas para evitar a contaminao do

    ambiente onde so processados produtos da complexidade dos

    imunobiolgicos. Especial ateno deve ser dispensada ao treinamento do

    pessoal tcnico que trabalha nessas reas, quanto higiene pessoal e

    utilizao correta de vestimentas prprias para atividades em reas

    controladas, por constituir-se no principal veiculador de partculas viveis,

    sejam esporos fngicos ou bactrias. Tambm importante que a amostra seja

    identificada com o maior nmero de detalhes (data da coleta, parmetros do

    ambiente como pH, temperatura, presso, salinidade, entre outros).

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    A tabela 1 mostra o nmero de espcies de seres vivos atualmente

    conhecidas e a estimativa das espcies existentes no mundo. Mais adiante

    sero abordadas novas tecnologias baseadas na biologia molecular que

    realmente contribuem na descoberta desses novos microrganismos, auxiliando

    na explorao de toda a diversidade disponvel no planeta.

    TABELA 1 - Nmero de espcies de seres vivos atualmente conhecidase estimativa de espcies existentes no mundo

    FONTE: AZEVEDO, 1998.

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    2 MEIOS DE CULTURA

    Os microrganismos tal como outros organismos vivos necessitam deobter os nutrientes apropriados do seu meio ambiente. Para realizar o

    isolamento de um microrganismo corretamente, portanto, imprescindvel o

    uso de meio de cultivo adequado, levando em conta pH, aerao, presso

    osmtica, entre outros fatores. O meio de cultura um material nutriente

    preparado em laboratrio, lembrando sempre da correta assepsia, cuja

    utilizao importante tanto para o crescimento quanto para transporte e

    armazenamento de microrganismos.

    Nos meios slidos (os que contem gar) o crescimento pra por

    exausto de nutrientes, devendo realizar-se a transferncia de colnias para

    novo meio. No entanto estes meios permitem a individualizao das colnias.

    Os meios lquidos (sem gar) permitem melhor difuso de metablitos, mas

    no o isolamento de colnias.

    Os meios de cultivo podem ser:

    Meios sintticos (quimicamente definidos): so aqueles em que a

    composio qumica exata conhecida. So utilizados normalmente em

    trabalhos experimentais em laboratrios ou para o crescimento de seres

    autotrficos.

    Meios complexos: so aqueles que apresentam algum componente

    com composio varivel. Nesse caso esto includos extratos de leveduras,

    de carne, de plantas ou produtos da digesto protica como peptonas. O meio

    na forma lquida chamado de caldo nutriente; na forma slida, gar nutriente.

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    A tabela 2 mostra alguns tipos de meio de cultivo existentes e em que

    ocasies eles devem ser utilizados.

    TABELA 2 Meios de cultura

    Tipo FinalidadeQuimicamentedefinido

    Crescimento de quimioautotrficos e autotrficos e anlisesmicrobiolgicas.

    Complexo Crescimento da maioria dos organismos quimio-heterotrficos.

    Redutor Crescimento de anaerbios obrigatrios.

    Seletivo

    Impedir o crescimento de microrganismos no desejados;favorecer o crescimento do organismo de interesse (meioscom telurito de potssio para isolamento de Corynebacteriumdiphtheriae, gar Salmonella-Shigella (SS) e garMacConkey, meios com sais biliares e verde brilhante paraisolamento seletivo de Salmonella)

    Diferencial

    Diferenciar colnias do organismo de interesse dos outrosmicrorganismos (meio de Teague ou Eosina Azul deMetileno diferencial para coliformes, gar MacConkey para adiferenciao de enterobactrias, gar sangue, agar Baird-

    Parker para isolamento e diferenciao de cocos Grampositivos)

    Enriquecimento

    Semelhante ao seletivo, mas com a caracterstica importantede aumentar o nmero de bactrias de interesse tornando-adetectvel (Caldo Tetrationato e Selenito-Cistina para cultivode Salmonelas, Caldo Tioglicolato para Clostridiumperfringens.)

    Fonte: Adaptado de TORTORA et al., 2006.

    Alm desses, existem meios com funes menos conhecidas, como os

    meios de triagem (para avaliar determinadas atividades metablicas permite

    caracterizao e identificao presuntiva de muitos microrganismos), os meios

    de identificao (para a realizao de provas bioqumicas e verificao de

    funes fisiolgicas de organismos), os meios de dosagem (determinaes de

    vitaminas, antibiticos e aminocidos), entre outros.

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    Alm do que j foi citado existem, ainda, tcnicas de sucesso que

    combinam a utilizao de diferentes meios para aumentar o numero de

    isolados ou direcionar o isolamento para uma dada linhagem, por exemplo.

    3 ISOLAMENTO

    O isolamento inicia com a escolha da fonte mais provvel de conter o

    microrganismo desejado. Caractersticas que um determinado organismo

    possui para se desenvolver em certo ambiente so usadas como fatores

    seletivos no processo de isolamento.

    Depois de recolhida a amostra, a cultura pode necessitar ou no de um

    pr-tratamento ou enriquecimento do meio sinttico onde a cultura ser feita. O

    pr-tratamento uma etapa que facilita o isolamento do microrganismo e

    poder ou no ser seguido de um enriquecimento. Ele aplicado em amostras

    que no podem ser utilizadas de imediato. O enriquecimento geralmente

    aplicado em amostras onde se sabe que o nmero de microrganismos de

    interesse pequeno em comparao com o nmero dos outros que l se

    encontram. Nesse caso, as condies de cultivo geralmente favorecem o

    crescimento e multiplicao do microrganismo de interesse. Apenas depois

    dessa(s) etapa(s) o isolamento, chamado de indireto, poder ser seguido,

    fazendo-se a caracterizao do microrganismo.

    Caso no haja necessidade de nenhum dos dois tratamentos, a

    caracterizao do microrganismo poder ser realizada. Se for necessrio um

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    pr-tratamento, este poder ou no ser seguido de um enriquecimento. Apenas

    depois dessa etapa o isolamento, dito indireto, poder ser feito seguido da

    caracterizao do microrganismo.

    3.1 MTODOS CLSSICOS

    3.1.1 TCNICA DE SEMEADURA POR ESTRIAS

    Esse mtodo tambm chamado de esgotamento de ala. Atravs de

    uma ala de platina, de um fio de platina ou at mesmo um swab, coleta-se

    uma pequena parcela da colnia crescida no meio e espalha-se sobre uma

    placa de Petri com gar fazendo movimentos em zigue-zague, formando um

    caminho na forma de estrias. importante que a cada mudana de direo no

    estriamento, uma parte da amostra anterior seja arrastada para o esgotamento,

    para garantir que a cultura continue no procedimento e que se produza o efeito

    de diluio. Numa nova seleo, devem ser escolhidas as culturas mais

    diludas, que tm maior chance de estarem mais isoladas. A figura 1 ilustra a

    direo das estrias na placa, bem como o efeito de diluio esperado, onde em

    algumas regies observam-se colnias isoladas.

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    FIGURA 1 Semeadura por estrias

    FONTE: TORTORA, et al, 2006

    3.1.2 TCNICA DE SEMEADURA POR ESPALHAMENTO

    Essa tcnica (ilustrada pela figura 2) consiste em despejar um pequeno

    volume da soluo de microrganismos ( em geral contendo de 30-300 clulas)

    no centro de uma placa de Petri com gar j solidificado com o auxlio de uma

    pipeta estril. Em seguida, utiliza-se de uma ala de Drigalski j flambada (de

    modo a manter a esterilidade) para espalhar aquele volume depositado por

    toda a superfcie do gar. As colnias crescem espalhadas por toda a

    superfcie do Agar, por isso essa uma tcnica muito utilizada para purificao

    de colnias.

    3.1.3 TCNICA DE SEMEADURA POR DERRAMAMENTO

    O mtodo de semeadura por derramamento, ou tambm conhecido por

    pour plate muito utilizado para bactrias e fungos, principalmente para

    contagem de micro-organismos cultivveis na amostra. A amostra original

    diluda de forma a se otimizar a separao de colnias. Um pequeno volume da

    melhor diluio (que deve ser previamente testada) ento derramado em uma

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    placa de Petri sem gar. Em seguida, derrama-se gar fundido na temperatura

    de 45C e mistura-se os dois com uma agitao leve da placa, deixa-se o meio

    solidificar e incuba-se essa placa. As colnias se desenvolvero tanto acima

    quanto abaixo da superfcie (colnias internas). Deve-se tomar cuidado com

    microrganismos sensveis ao calor, pois eles certamente podem ser

    danificados pelo gar fundido e podem ficar impossibilitados de formar

    colnias.

    A figura 2 ilustra um comparativo entre o mtodo do espalhamento e o

    pour plate.

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    FIGURA 2 Comparativo entre a tcnica de semeadura porespalhamento e o pour plate

    FONTE: Black, 2002.

    3.1.4 TCNICA DE SEMEADURA EM PROFUNDIDADE

    Utilizando uma agulha de platina e semeia-se o material contido nela

    picando um gar slido contido num tubo. Com isso haver o crescimento de

    microrganismos em anaerbios no fundo e aerbios perto da superfcie do

    gar. Alm disso, possvel observar caractersticas de mobilidade de

    microrganismos. A figura 3 ilustra o processo.

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    FIGURA 3 Tcnica de semeadura em profundidade

    Fonte: Adaptado de DROVAL, LIMA e HABU, 2001

    3.1.5 TCNICAS EM CULTIVO LQUIDO

    Geralmente os meios lquidos proporcionam um grande aumento de

    determinada populao microbiana. Tambm utilizado quando o

    microrganismo inibido pelo meio slido ou no capaz de formar colnia, um

    exemplo disso so algumas bactrias que no crescem em meio solido devido

    a sua baixa atividade de gua. Para cultivos lquidos, utiliza-se a tcnica das

    diluies sucessivas. Toma-se 1g ou 1ml da amostra e dilui-se em 9ml de,

    geralmente, uma soluo salina 0,85%. Dessa diluio, toma-se novamente

    1ml, que diludo novamente em 9ml de soluo, obtendo a diluio

    correspondente a 10-2, e assim sucessivamente, como mostra a figura 4.

    Espera-se que em certo momento se obtenha culturas provenientes de

    somente uma nica clula. dessa forma que feita o isolamento e a

    contagem de clulas de Escherichia coliem guas ou alimentos, por exemplo,

    ou para algas, visto que seu habitat natural , em geral, aqutico. Toma-se

    para isolamento, em geral, as trs ltimas diluies. A tcnica pode ainda ser

    utilizada como prvia para isolamento em cultivo slido.

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    FIGURA 4 Diluies sucessivas

    FONTE: Adaptado de PRESCOTT, HARLEY e KLEIN, 2002.

    3.1.6 ISOLAMENTO EM CULTIVO CONTNUO

    Mtodos de isolamento dependendo da capacidade de desenvolvimento

    de um microrganismo em determinado meio, sendo que para isso ele dever

    produzir um nmero muito maior de clulas do que em relao aos outros.

    Cultivo em meio de enriquecimento geralmente feito em Erlenmeyers.

    No entanto, o crescimento de um determinado organismo oriundo de uma

    amostra variada na forma de batelada pode resultar numa mudana dascondies do meio, e, portanto, ocorre uma variao nas presses seletivas.

    Isso pode ser reajustado inoculando uma parcela desse meio de

    enriquecimento em um novo meio idntico ao inicial. Aps um bom

    desenvolvimento do microrganismo desejado, semeia-se uma alquota em meio

    slido.

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    A prevalncia do microrganismo desejado com relao aos outros

    depender da taxa mxima de crescimento dele com relao aos outros

    organismos capazes de tambm crescer no meio. Portanto, aquele capaz de

    crescer mais rapidamente com os substratos disponveis ter um nmero maior

    de clulas. Em um cultivo contnuo, a taxa de crescimento depende da taxa de

    diluio e da concentrao do substrato limitante.

    Essa tcnica bastante utilizada na seleo de microrganismos para a

    produo de biomassa, mas tambm j foi usada para o isolamento de

    bactrias produtoras de enzimas

    3.2 ISOLAMENTO DE MICRORGANISMOS ESPECFICOS

    3.2.1 ISOLAMENTO DE FUNGOS

    Expor placas de Petri, contendo gar Sabouraud dextrose durante 15

    minutos em diferentes locais. Cultivar temperatura ambiente. Aps 4 dias

    realizar a contagem de colnias crescidas e iniciar a identificao das mesmas.

    ISOLAMENTO DE FUNGOS DE LQUIDOS

    Para o isolamento de fungos que utilizam a gua como via de disperso,

    utiliza-se tcnicas de diluio comuns e semeadura em agar Sabouraud.Para o

    isolamento de fungos aquticos, as tcnicas so especficas.

    Semeia-se 1 ml da amostra do lquido em agar Sabouraud. Espalhar

    com ala de platina e cultivar temperatura ambiente. Aps 4 dias realiza-se a

    contagem de colnias crescidas e inicia-se a identificao das mesmas. Em

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    alguns casos necessrio proceder diluio da gua e semear pela tcnica

    de pour plate.

    ISOLAMENTO DE DERMATFITOS DO SOLO (Mtodo deVanbreuseghen)

    Esta tcnica permite-nos conhecer a biologia dos dermatfitos, seus

    ciclos evolutivos e sua ocorrncia em determinada regio. Os dermatfitos tm

    a capacidade de crescer em queratina e, devido a este fato, utilizamos plos e

    outro material que a contenha como isca para "pescar o dermatfito.

    Colocar uma quantidade de terra em placa de Petri estril. Espalhar os

    plos sobre a superfcie da terra. Umedecer com gua estril. Fechar e

    identificar a placa. Deixar temperatura ambiente, observando-a

    periodicamente. Aps crescimento de miclio branco penugento ao redor dos

    plos, examin-los entre lmina e lamnula com uma gota de lactofenol azul

    algodo.

    ISOLAMENTO DE FUNGOS DE SUBSTRATOS ALIMENTARES

    Faz-se uma suspenso do substrato em gua destilada estril

    (g/ml), uma diluio seriada e semeia-se pela tcnica pour plate em agar

    batata acidificado. O material ser diludo adequadamente e a semeadura ser

    realizada na superfcie do gar.

    3.2.2 ISOLAMENTO DE BACTRIAS

    Bactrias existem em grande variedade na natureza, e cada tipo

    necessita de um meio de isolamento diferente. Algumas necessitam gar

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    suplementado com extratos na concentrao de 10 a 50% do volume total,

    outras necessitam de infuses feitas do material da onde foram coletadas (solo,

    lama, folhas, pedras, troncos, detritos). Podem ser usados tambm alguns

    meios seletivos como gar sangue, verde bile brilhante, MRS, ou McConkey

    3.2.3 ISOLAMENTO DE ALGAS

    Para isolar eficientemente algas, necessrio simular em parte o

    ambiente onde a amostra foi coletada, como pH, temperatura, salinidade,luminosidade. Mtodos de diluio so bastante indicados nesse caso, uma

    vez que algas e microalgas so normalmente encontradas em meio lquido. A

    filtragem de amostras e posterior inoculao do filtro em novo meio estril

    tambm um mtodo utilizado.

    3.2.4 ISOLAMENTO DE ACTINOMICETOS

    Actinomicetos so bactrias filamentosas que fazem parte da maioria

    dos substratos naturais. No difcil isolar actinomicetos de amostras que

    tambm contm fungos devido s suas propriedades fisiolgicas distintas. O

    uso de antibiticos e antifngicos tambm auxilia no isolamento, como mostra a

    tabela 3.

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    Tabela 3 - Antibiticos usados e microrganismos alvo que so inibidos

    Fonte: STANBURY, WHITAKER and HALL, 1995.

    Os actinomicetos geralmente crescem lentamente, e demoram de 4 a 20

    dias para formarem colnias definidas quando incubadas temperatura de 65-

    80C . O crescimento desses microrganismos tambm favorecido quando h

    no meio de cultivo algum dos componentes listados na tabela 4:

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    Tabela 4 - Substncias que estimulam o desenvolvimento deactinomicetos em geral e actinomicetos produtores de antibiticos

    Fonte: STANBURY, WHITAKER and HALL, 1995.

    Pela tabela 5 percebe-se que a quantidade de actinomicetos obtidos

    variando a fonte de carbono e nitrognio e o tipo de meio utilizado.

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    Tabela 5 - Comparao de meio AGS com meio de chitin e efeito dasfontes de carbono e nitrognio no meio*

    Fonte: EL-NAKEEB and LECHEVALIER, 1963.

    4 NOVOS METODOS

    4.1 BASE DOS MTODOS

    Para a realizao dos mtodos novos de isolamento existem duas

    ferramentas principais, a PCR e os marcadores moleculares. Ambos sero

    explicados a seguir.

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    4.1.1 PCR (REAO EM CADEIA DA POLIMERASE)

    A reao em cadeia da polimerase (em ingls, Polymerase Chain

    Reaction - PCR) um mtodo utilizado para amplificao(criao de mltiplas

    cpias) rpida de segmentos-alvo especficos de DNA ou cDNA sem o uso de

    um organismo vivo, a cpia ocorre in vitro. Os produtos de uma PCR sao

    chamados amplicons.

    Para a execuo da tcnica da PCR preciso que se tenha

    conhecimento prvio da sequncia do cido nuclico que se deseja amplificar,

    dita sequncia alvo. A partir disto, desenham-se dois iniciadores (primers)

    para dar partida ao processo de sntese em um local especfico.Um primer

    serve para sintetizar a sequncia alvo no sentido 3 - 5e outro para o sentido

    inverso isto , 5-3. O primer uma pequena sequncia de nucleotdeos que

    hibridiza no incio da sequncia alvo que se quer amplificar e da qual ele

    complementar. Ao reconhecer o primer, a polimerase sintetiza uma cpia

    complementar, obedecendo informao contida na sequncia de DNA que

    ser replicada (sintetizada). A PCR precisa ainda de deoxinucleosdeos

    trifosfatados (dATP; dTTP; dGTP; dCTP) que so quatro componente qumicos

    diferentes que atuam como se fossem tijolos na construo da molcula de

    DNA.

    O primeiro passo para a realizao de um PCR a coleta da amostra

    biolgica. O segundo passo consiste em extrair o DNA a partir do material coletado.

    Esta extrao segue um critrio de metodologia bsico, que varia dependendo da

    amostra utilizada.

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    O terceiro passo consiste em preparar a mistura de reao. A mistura de

    reao contm as substncias necessrias para fazer novas cpias de DNA no

    processo da PCR. Ento, dentro de um tubo so colocados: a soluo tampo (para

    manter a mistura de reao no pH e condies inicas ideais para a reao), os

    deoxinucleotdeos j mencionados, os primers, a Taq Polimerase e o DNA

    extrado da amostra.

    O quarto e ultimo passo consiste na reao em si que feita em uma

    mquina especial, chamada de termociclador, que aquece e resfria o tubo em

    vrios ciclos consecutivos para amplificar o DNA.

    A reao no termociclador ocorre em trs etapas que se repetem em ciclo:

    Desnaturao do DNA alvo pelo calor (1 minuto a 94-96C), para separar as

    duas cadeias

    Associao dos iniciadores por ligaes de hidrognio ao DNA alvo em

    cadeia simples (temperaturas entre 50 e 65C, durante 1 minuto; a

    temperatura a usar depende da % GC da sequncia a amplificar)

    Extenso dos iniciadores atravs da sntese da cadeia complementar de

    cada cadeia molde, catalisada pela DNA polimerase (1 minuto a 72C)

    O processo pode ser repetido vrias vezes (25 a 30 ciclos) sendo possvel

    aumentar, em cada ciclo, duas vezes a concentrao de DNA pr-existente (figura

    5).

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    FIGURA 5 Esquema da PCR.

    FONTE: site e-escola, 2011.

    A PCR encontra sua principal aplicao em situaes onde a quantidade de

    DNA disponvel reduzida. Em teoria, possvel amplificar qualquer DNA. Uma das

    principais aplicaes da PCR na medicina forense, onde pequenas amostras de

    DNA retiradas da cena de um crime (pedaos de cabelo, gotas de sangue ou saliva,

    pedaos de plo ou at mesmo a minscula quantidade de DNA deixada em uma

    impresso digital) so amplificadas para serem analisadas pelo mtodo de

    fingerprinting. A PCR tambm rotineiramente utilizado em procedimentos

    cientficos de biologia molecular como amplificao para gerar mutagnese,

    deteco de mutaes ou preparao de fragmentos de DNA para clonagem

    (insero em plasmdeo, por exemplo) como tambm pode ser utilizado para

    identificao de patgenos que esto presentes em amostras como por a exemplo

    identificao de agentes como Cndida sp, Chlamydia trachomatis, HPV Vrus do

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    papiloma humano e seus gentipos, HBV Vrus da Hepatite B, etc Alm disso, ela

    tambm utilizada na paleontologia para o sequenciamento gnico de animais pr-

    histricos.

    4.1.2 MARCADORES MOLECULARES

    Os marcadores moleculares constituem regies do genoma possveis de

    serem detectadas e cuja presena ou ausncia pode caracterizar um organismo

    cuja seqncia e funo, na maioria das vezes, so desconhecidas (Gostimsky et

    al., 1999).

    4.2 MTODOS BASEADOS NA HIBRIDIZAO

    A hibridao in situ um mtodo que permite identificar o locus

    cromossmico onde se localiza uma determinada sequncia de DNA

    previamente clonada. Este mtodo tem como princpio a complementaridade

    das bases que reage a organizao de DNA.

    O DNA de um esfregao metafsico e o DNA de uma sonda so

    transformados em sequncias monocatenares atravs da desnaturao e

    posteriormente so postos em contacto em condies de hibridao. Assim a

    sonda vai hibridar com a sequncia cromossmica onde se localizam as bases

    complementares. Visto que a sonda previamente marcada (com um

    fluorocromo), o local de ligao torna-se visvel o que permite identificar

    especificamente o local do cromossoma onde se localiza o gene ou a

    sequncia no codificadora em causa.

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    A realizao desta tcnica pode ser feita usando uma nica sonda ou

    at mesmo vrias sondas, cada uma marcada com um fluorocromo diferente.

    Esta ltima tcnica chama-se FISH multiplex.

    Os padres de bandas de um cromossoma so diversos e depende da

    tcnica usada e do corante.

    4.2.1 SOUTHERN BLOT

    O Southern blot uma tcnica que permite obter informao sobre a

    massa molecular e a quantidade relativa de uma determinada sequncia de

    DNA. A tcnica uma combinao de electroforese em gel do DNA (este

    frequentemente fragmentado por enzimas de restrio antes de fazer o

    Southern), transferncia deste para uma membrana e hibridizao com uma

    sonda marcada (radioactiva ou fluorescente). Aps a hibridizao, a membrana

    lavada para remover sonda no ligada a DNA e obtm-se uma imagem

    atravs de autoradiografia ou autofluorescncia. A imagem obtida d a

    localizao do DNA que liga a sonda, com a intensidade do sinal dando uma

    medida relativa da quantidade de DNA que hibridiza.

    4.2.2 NORTHERN BLOT

    O Northern blot estuda o perfil de expresso de RNA mensageiro, onde,

    quando e quanto de determinado RNA mensageiro (correspondente

    expresso de um determinado gene) est presente numa dada amostra. uma

    das formas mais simples de determinar em que momento certos genes esto a

    ser expressos em sistemas vivos. Neste processo, o RNA separado numa

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    electroforese em gel, transferido para uma membrana e detectado de forma

    similar ao DNA no Southern blot.

    4.3 MICROARRANJO

    Microarranjo, uma tcnica experimental da Biologia Molecular que

    busca medir os nveis de expresso de transcritos em larga escala, ou seja,

    medindo muitos (em alguns casos todos os) transcritos simultaneamente.

    Um DNA microarray, ou DNA-chip, consiste num arranjo pr-definido de

    molculas de DNA (fragmentos de DNA genmico, cDNAs ou

    oligonucleotdeos) quimicamente ligadas uma superfcie slida, usualmente

    lminas de microscpio revestidas com compostos que conferem carga

    positiva. Os microarrays tambm podem ser preparados em membranas de

    nylonpositivamente carregadas.

    Os microarrays so utilizados na deteco e quantificao de cidos

    nucleicos (RNAm na forma de cDNA ou DNA genmico) provenientes de

    amostras biolgicas, as quais so postas para hibridar com o DNA fixado no

    array (hibridao por complementariedade de bases). A deteco possvel

    pois as amostras so "marcadas" com fluorocromos cianina 3 (Cy3) ou cianina

    5 (Cy5) quando utiliza-se microarraysem vidro ou com o istopo 33-P quando

    os arraysso preparados em membranas de nylon.

    Para ambos os casos se faz necessrio a gerao de uma imagem de

    hibridao, que obtida por meio de leitores (scanners) a laser (para os

    fluorocromos) ou leitores de fsforo (para o istopo 33-P). O uso mais

    freqente dos microarrays na determinao da expresso gnica (perfil do

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    transcriptoma). A alta performance desta tcnica que pode-se determinar a

    expresso diferencial de milhares de genes num nico experimento, mas o seu

    alto custo faz com que ela nao seja, pelo menos ainda, uma tecnica muito

    utilizada.

    4.4 MTODOS BASEADOS EM MARCADORES DE DNA

    A seguir sero descritos alguns mtodos que utilizam marcadores de

    DNA como base.

    4.4.1 SSCP

    A SSCP, ou tcnica do polimorfismo de conformao da fita simples do

    DNA, baseia-se no potencial de formao de estruturas secundrias da fita

    simples do DNA que era obtido inicialmente, por meio de desnaturao do

    produto de amplificao antes do incio da eletroforese.

    Este mtodo utiliza um iniciador contendo o terminal 5 marcado

    (fosforilado) e durante o PCR, esse iniciador incorporado uma das fitas do

    DNA, que ao ser submetido a um tratamento como uma exonuclease que

    reconhece o iniciador fosforilado, a fita marcada digerida preferencialmente.

    A migrao da fita simples em um gel de poliacrilamida dependente da

    conformao que ela assume de acordo com sua seqncia de bases durante

    a eletroforese. Os produtos de amplificao de interesse para a anlise da

    comunidade microbiana podem ser posteriormente clonados e sequenciados.

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    4.4.2 DGGE/TGGE

    As tcnicas baseadas na eletroforese com gis desnaturantes, como o

    DGGE (eletroforese em gel com gradiente desnaturante) e TGGE (eletroforese

    em gel com gradiente de temperatura) esto sendo amplamente utilizadas nos

    estudos de ecologia microbiana.

    So tcnicas utilizadas para separar fragmentos de DNA de mesmo

    tamanho mas com seqncia de nucleotdeos diferentes. Primeiro feita a

    amplificao do DNA atravs de PCR, onde um dos iniciadores apresenta uma

    regio rica em G+C (grampo G-C, para impedir a total desnaturao da dupla

    fita do DNA durante a eletroforese). Os fragmentos obtidos por PCR, de

    mesmo tamanho, so ento separados de acordo com a sua composio

    nucleotdica, atravs de eletroforese em gel de poliacrilamida contendo

    gradiente desnaturante (uria e formamida) que rompe as pontes de hidrognio

    entre os nucleotdeos, no caso da DGGE. A seqncia de nucleotdeos

    determina o momento em que o DNA, inicialmente em fita dupla, passar a

    adquirir uma estrutura de fita simples, onde as duas fitas simples se mantm

    ligadas pelo grampo. Nesta condio, a velocidade de migrao no gel

    extremamente reduzida, ocorrendo a separao de outros fragmentos que

    apresentam composio nucleotdica diferente. Para a TGGE, ao invs do

    gradiente qumico desnaturante, utilizada uma cuba especial que promove

    um gradiente de temperatura.

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    4.4.3 RFLP

    RFLP (Restriction Fragment Length Polymorfism) uma tcnica em que

    os organismos podem ser diferenciados pela anlise de padres derivados da

    clivagem do seu DNA. Se dois organismos diferirem na distncia entre os stios

    de clivagem de uma endonuclease de restrio, o comprimento dos fragmentos

    produzidos vai diferir quando o DNA for digerido com uma enzima de restrio.

    Para a deteco de RFLPs, pode ser usada a me todologia de

    Shouthern Blottin. Aps restrio enzimtica os fragmentos de DNA genmico

    so sujeitos a electroforese em gel e posteriormente transferidos para um

    suporte slido de nitrocelulose atravs do arrastamento por capilaridade. Aps

    hibridizao com sondas radioativas este processo possibilita a identificao,

    entre milhares de fragmentos de restrio obtidos, de sequncias bem

    determinadas.

    4.4.4 VNTR

    O VNTR (Variable Number of Tandem Repeats) uma metodologia que

    se baseia na existncia de uma sequncia repetitiva especfica ativa em

    diferentes indivduos de uma populao.

    Uma repetio em srie (tandem repeat) uma sequncia curta do

    DNA que repetido na forma de head-to-tail num locus cromossmico

    especfico. As repeties em srie esto presentes ao longo de todo o genoma

    humano; sendo que algumas sequncias so encontradas em somente um

    local (denominado VNTRs) e o nmero de unidades repetidas varia entre

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    indivduos. Um VNTR nos seres humanos, por exemplo, uma sequncia de

    17 pb do DNA repetida entre 70 e 450 vezes no genoma.

    5 METAGENOMICA

    Denominada tambm de Genmica Ambiental, Ecogenmica ou

    Genmica de Comunidades; o termo "metagenmica" foi usado pela primeira

    vez por Jo Handelsman (University of Wisconsin) em 1998. Metagenoma o

    nome dado ao genoma coletivo da microbiota total encontrada em um

    determinado hbitat. Enquanto a metagenmica, em si, a anlise genmica

    da comunidade de microrganismos de um determinado ambiente por tcnicas

    independentes de cultivo. Essa abordagem consiste na extrao de DNA

    diretamente do ambiente e construo de uma biblioteca metagenmica com

    este genoma misto. Essa estratgia permite o acesso a genes de bactrias

    incultivveis. Atravs de tcnicas de cultivo puro, como as apresentadas

    anteriormente, os microrganismos podem ser estudados individualmente.

    Entretanto essa abordagem limita a avaliao taxonmica, filogentica e a

    estimativa da diversidade microbiana da biosfera, pois apenas cerca de 1% dos

    microrganismos so cultivveis em laboratrio pelas tcnicas clssicas de

    cultivo.

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    5.1 METAGENMICA X OUTRAS TCNICAS

    Tantos os mtodos clssicos quanto a metagenmica partem da coleta

    da amostra do ambiente. Mas, enquanto a metodologia clssica primeiro cultiva

    o microorganismo para obter uma cultura pura para depois isolar o DNA, a

    metagenmica inicia diretamente com esse isolamento. Isso faz com que, a

    principio, ela esteja apta a isolar 100% da fonte gentica em um ambiente.

    A figura 6 apresenta em fluxograma das estratgias para deteco,

    monitoramento e caracterizao da diversidade em amostras ambientais,

    considerando tanto as tcnicas clssicas quanto as novas.

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    FIGURA 6 Estratgias para monitoramento e caracterizao dadiversidade em amostras ambientais.

    FONTE: PALMIERI, D. A.

    Comparando a figura anterior com a figura 7, que mostra as estratgias

    da metagenmica, percebe-se a simplicidade de sua essncia. claro, sem

    esquecer a complexidade de cada etapa.

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    FIGURA 7 Etapas da metagenmica.

    FONTE: SESHADRI, R, 2007

    5.2 A ESTRATGIA DA METAGENMICA

    A metagenmica se d basicamente por trs etapas:

    1. Clonagem: consiste no isolamento e propagao de molculas de

    DNA idnticas. O sistema de clonagem molecular se d a partir da estruturao

    de um DNA recombinante, que se replicam quando colocado em uma clula

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    bacteriana. Na bactria, alm do DNA, existe tambm o plasmdeo, que uma

    molcula de DNA circular encontrada em bactrias que podem ser utilizadas

    para levar DNA de um organismo para outro de uma espcie diferente.

    O plasmdeo retirado da bactria e cortado pela enzima de restrio.

    Depois, um fragmento do plasmdeo, se une ao outro fragmento de DNA de um

    organismo diferente, que fica sujeito a outra ao de tal enzima de restrio, a

    enzima DNA-ligase est comprometida neste processo. Ao final deste

    processo, resulta-se um plasmdeo com o nome de vetor, que inserido na

    clula bacteriana para se replicar.

    2. Seqenciamento: usado para obter informaes importantes sobre a

    identificao gentica, variaes e funes gnicas. Feito em equipamentos

    especiais para isso. Esses equipamentos vem sendo cada vez mais

    modernizados como o caso do Genome Sequencer FLX System de 2010,

    que oferece mais de um milho de leituras por corrida e leituras de 400 pares

    de bases, adequado para seqenciamento de genomas completos,

    caracterizao metagenmica de sistemas complexos e mais.

    3. Bioinformtica: aps o seqenciamento preciso ter uma ferramenta

    para analisar as sequncias obtidas, a bioinformtica apresenta softwares que

    auxiliam nessas analises, principalmente com a existncia das bibliotecas

    genmicas.

    5.3 VANTAGENS DESVANTAGENS

    O maior problema da tcnica o fato de se ter que lidar com um numero

    desconhecido de organismos. Nas outras tcnicas o pesquisador tem que se

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    preocupar apenas com um organismo, isso facilita para que ele possa manter o

    controle de seu experimento.

    A tabela 6 mostra uma comparao entre as vantagens e desvantagensda metagenmica.

    TABELA 6 Vantagens e desvantagens da metagenmica.

    FONTE: Daniel, 2005

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    ANEXOS

    ANEXO 1 - Isolation, identification and physiological study of

    Lactobacillus fermentum

    LPB for use as probiotic in chickens

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    ANEXO 2 - Isolation and serological identification of

    enteropathogenic Escherichia coliin pasteurized milk in Brazil

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    ANEXO 3 - Isolation, properties and kinetics of growth of a

    thermophilic Bacillus

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