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5 INTRODUÇÃO  Escherichia coli é um dos microrganismos tido como habitante natural da flora microbiana do trato intestinal de humanos e da maioria dos animais de sangue quente, sendo, portanto, normalmente encontrado nas fezes destes animais. Muitas cepas de Escherichia coli não são patogênicas. São classificados como bastonetes retos, Gram negativos, não formadores de esporos, 2.0   6.0 m, x 1.1   1.5 m, possuem motilidade através de flagelos ou são imóveis. São anaeróbios facultativos e utilizam D-glicose e outros carboidratos com a formação de ácido e gás. São oxidase negativa, catalase positiva, vermelho de metil positivo, Voges-Proskauer negativo e geralmente citrato negativo. São negativos para H²S, hidrólise de uréia e lipase Existem basicamente quatro diferentes grupos de  Escherichia coli que tem sido relacionado com surtos de infecção alimentar, sendo classificados de acordo com: o Propriedade s de virulência; o Sorotipos O:H; o Interações com a mucosa intestinal; o Síndrome clínica; o Epidemiologia  Escherichia coli

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8/3/2019 Escherichia PRONTO

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INTRODUÇÃO

 Escherichia coli é um dos microrganismos tido como habitante natural da flora

microbiana do trato intestinal de humanos e da maioria dos animais de sangue quente,sendo, portanto, normalmente encontrado nas fezes destes animais. Muitas cepasde Escherichia coli não são patogênicas.

São classificados como bastonetes retos, Gram negativos, não formadores deesporos, 2.0  –  6.0 m, x 1.1  –  1.5 m, possuem motilidade através de flagelos ou sãoimóveis. São anaeróbios facultativos e utilizam D-glicose e outros carboidratos com aformação de ácido e gás. São oxidase negativa, catalase positiva, vermelho de metilpositivo, Voges-Proskauer negativo e geralmente citrato negativo. São negativos paraH²S, hidrólise de uréia e lipase

Existem basicamente quatro diferentes grupos de Escherichia coli que tem sido

relacionado com surtos de infecção alimentar, sendo classificados de acordo com:o  Propriedades de virulência;o  Sorotipos O:H;o  Interações com a mucosa intestinal;o  Síndrome clínica;o  Epidemiologia

 Escherichia coli

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 ESCHERICHIA COLI ENTEROPATOGÊNICA (EPEC)

Descrição da doença:

A diarréia infantil é o nome da doença associada à E. coli enteropatogênica (EPEC).Causa diarréia líquida com muco, febre e desidratação. Essas bactérias ligam-se àscélulas membranosas das placas de Peyer e rompem o gel mucoso suprajacente dacélula do hospedeiro. A diarréia em crianças pode ser severa e prolongada, com elevadapercentagem de casos fatais; uma taxa de 50% de letalidade tem sido relatada nos paísesem desenvolvimento.

Agente etiológico: 

 E. coli enteropatogênica (EPEC), faz parte do grupo das  E. coli enterovirulentas(EEC) que causam gastroenterites em humanos. Pertencem ao sorogrupoepidemiologicamente implicado como patogênico com mecanismos de virulência nãorelacionados à excreção de enterotoxinas típicas de  E. coli. É um gram-negativo dafamília das enterobacteriaceae. Sorogrupos principais incluem O55, O86, O11, O119,O125, O126, O127, O128ab e O142. A dose infectiva da EPEC em crianças épresumivelmente baixa.

Ocorrência:

A partir dos anos 60 a EPEC teve sua importância diminuída como causa de diarréianos países desenvolvidos, permanecendo, contudo, um dos principais agentes dediarréia na infância em áreas em desenvolvimento, incluídas a América do Sul, África eÁsia.Surtos de EPEC são esporádicos e sua incidência é variável em todo mundo,despontando em locais com condições sanitárias precárias.

Reservatório:

Em humanos, porém, bovinos e suínos podem ter essa bactéria em sua floraintestinal normal. Ainda que objeto de intensas pesquisas, a proporção de cepaspatogênicas e não patogênicas é ainda desconhecida.

Período de incubação:

Variável. De 9 a 10 horas em estudos com adultos voluntários, não se sabendo seesse período se aplica às crianças que adquiriram a infecção por transmissão natural.

Modo de transmissão:

Fecal-oral; mãos, objetos e alimentos contaminados com fezes. 

Tratamento:

Terapia de hidratação oral ou endovenosa para reposição de líquido e eletrólitos. Noscasos severos pode ser administrado Trimetoprim/Sulfametoxazol (TMP-SMX) 10-

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50mg/Kg/dia, dividido em 3-4 doses, durante 5 dias, que tem-se mostrado eficaz paradiminuir a gravidade da diarréia e seu tempo de duração.

Alimentos associados:

Em carne crua e frangos são os alimentos mais comumente implicados em surtos por E. coli enteropatogênica, embora qualquer alimento exposto à contaminação fecal possaser suspeito.

Medidas de controle: 

1) notificação de surtos - a ocorrência de surtos (2 ou mais casos) requer anotificação imediata às autoridades de vigilância epidemiológica municipal, regional oucentral, para que se desencadeie a investigação das fontes comuns e o controle datransmissão através de medidas preventivas

2) medidas preventivas  – encorajamento de mães a amamentarem seus filhos pelo

menos até 6 meses  de idade; orientações quanto ao preparo e higiene rigorosa demamadeiras e outras refeições;lavagem rigorosa das mãos; cuidados com equipamentoscomo termômetros nos centros médicos e maternidades; cuidados com a água do banhodo bebê, dentre outros.

3) medidas em epidemias/surtos  –  investigação do surto com determinação dasfontes de transmissão.

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 ESCHERICHIA COLI ENTEROTOXIGÊNICA (ETEC)

Descrição da doença:

Gastrenterite conhecida como diarréia dosviajantes, tem como quadro clínico - diarréialíquida, dor abdominal, febre baixa, náusea emal-estar.

A doença é usualmente auto-limitada,durando não mais que 5 dias, exigindocontudo,em crianças e idosos debilitados,reposição hidro-eletrolítica. A doença causada pela ETEC e suas toxinas diferem dascausadas pela E. coli O157:H7.

Agente etiológico:

 E. coli enterotoxigênica (ETEC). Causa freqüentemente diarréia em crianças empaíses menos desenvolvidos e em visitantes de países industrializados às áreas menosdesenvolvidas. É doença tipo cólera-like, tendo sido descrita há cerca de 20 anos. Cepasde ETEC elaboram uma toxina termo-lábil (LT), uma toxina termo-estável (ST) ouambas toxinas (LT/ST). Os sorogrupos mais comuns incluem O6, O8, O15, O20, O25,O27, O63, O78, O80, O114, O115, O128ac, O148, O153, O159 e O167. Estudos emvoluntários adultos sobre dose infectiva indicaram que é necessária uma dose alta - 100milhões a 10 bilhões da bactéria para se estabelecer a colonização do intestino delgado,onde os organismos proliferam e produzem toxinas as quais induzem secreção defluidos. Com essa dose alta a diarréia é induzida dentro de um período de 24 horas.Crianças provavelmente requerem menores doses.

Ocorrência:

É uma infecção características de países pobres. Durante os três primeiros anos devida as crianças desenvolvem múltiplas infecções por ETEC; a doença em adultosnessas áreas é menos freqüente. Ocorre em viajantes provenientes de paísesdesenvolvidos que visitam as áreas menos desenvolvidas. Surtos graves de ETEC têm

sido relatados em países desenvolvidos.Reservatório:

Humanos. Infecções por ETEC são espécies-específicas; pessoas constituem oreservatório de cepas que causam diarréia.

Período de incubação:

Período de incubação de 6-18 horas. Período de incubação de 10-12 horas tem sidoobservado em surtos e em estudos em voluntários com cepas produtoras de LT e ST.

Incubação em voluntários de LT/ST mostrou um período de 24-72 horas.

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Modo de transmissão:

Via fecal-oral, alimentos contaminados e água; mamadeiras contaminadas.

Tratamento:

O tratamento consiste em reposição hidroeletrolítica, oral ou endovenosa, dependentedo quadro de desidratação. Para a maioria das diarréias essa terapia é o suficiente. Paradiarréias severas de adultos e/ou viajantes empregase Trimetoprim/Sulfametoxazol(TMP/SMX), 160mg - 800 mg duas vezes ao dia ou doxiciclina, 100 mg, uma vez aodia, por 5 dias. Pode-se utilizar fluoroquinolona (ciprofloxacina) 500 mg duas vezes aodia ou norfloxacina, 400 mg ao dia, por 5 dias, quando se conhece que há cepasresistentes aos outros antibióticos. Entretanto, muitas cepas ETEC são resistentes a umavariedade de antibióticos. O uso de antibióticos deve ser avaliado levando – se emconsideração possíveis resistências aos antimicrobianos, a severidade da doença e orisco de efeitos adversos como colite associada ao uso de antibióticos, dermatite e

infecção vaginal.

Alimentos associados:

ETEC não é considerada uma sériadoença transmitida por alimentos em paísescom bom padrão sanitário e boas práticasde preparação dos alimentos. Acontaminação da água com esgoto podelevar à contaminação dos alimentos.Manipuladores de alimentos infectadospodem também contaminar os alimentos.Tanto alimentos cozidos quanto crus jáforam associados com infecção por ETEC.Alimentos que apresentam maior risco decontaminação são frutas e vegetais (ex. saladas), frutos do mar crus, carnes mal cozidas,laticínios não pasteurizados, alimentos comprados na rua e água não tratada (semcloração adequada) e gelo.

11. Medidas de controle:

1) notificação de surtos - a ocorrência de surtos (2 ou mais casos) requer anotificação imediata às autoridades de vigilância epidemiológica municipal, regional oucentral, para que se desencadeie a investigação das fontes comuns e o controle datransmissão através de medidas preventivas.

2) medidas preventivas  –  medidas gerais de prevenção que evitem a contaminaçãode água e alimentos por fezes; orientações aos preparadores de alimentos e seuafastamento quando doentes. Recomenda-se aos viajantes às áreas de risco, quando nãofor possível garantir água tratada e alimentos seguros, o uso profilático de norfloxacina,400 mg diariamente, que tem-se mostrado efetiva. Nos casos onde não foi possível aprofilaxia, ao aparecimento da doença, instituir tratamento precoce.

3) medidas em epidemias/surtos  –   investigação para determinação das fontes de

transmissão e medidas de controle. Saneamento básico é a medida mais efetiva pararedução das infecções, bem como, práticas adequadas de higiene.

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 ESCHERICHIA COLI ENTEROHEMORRÁGICA 

Descrição da doença:

A Escherichia coli sorotipo O157:H7, tida como uma bactéria emergente, causa umquadro agudo de colite hemorrágica, através da produção de grande quantidade detoxina, provocando severo dano à mucosa intestinal. O quadro clínico é caracterizadopor cólicas abdominais intensas e diarréia, inicialmente líquida, mas que se tornahemorrágica na maioria dos pacientes. Ocasionalmente ocorrem vômitos e a febre ébaixa ou ausente. Alguns indivíduos apresentam somente diarréia líquida. A doença éauto-limitada, com duração de 5 a 10 dias.

Agente etiológico e toxina:

A  Escherichia coli é um bacilo gram-negativo componente da flora normal do

intestino humano e de animais saudáveis, impedindo o crescimento de espéciesbacterianas nocivas e sintetizando apreciável quantidade de vitaminas (K e do complexoB). Atualmente, existem 6 grupos reconhecidos de  E. coli patogênicas, que causamgastrenterites em humanos: as enteropatogênicas, as enterotoxigênicas, asenteroinvasivas, as enterohemorrágicas,as enteroagregativas e as difuso - adetentes. Nogrupo das enterohemorrágicas (EHEC), a  E. coli O157:H7 é o sorotipo mais comum emais estudado.

Modo de Transmissão: 

Na maioria dos surtos investigados, atransmissão foi veiculada por alimentosde origem bovina, tendo sido a carnemoída, cru ou mal passada, implicadaem quase todos os surtos documentadose mesmo em casos esporádicos. A E. coli

O157:H7 pode ser encontrada emalgumas fazendas de gado e ser isoladade bovinos saudáveis. A carne pode sercontaminada durante o abate ouprocessamento, quando as bactérias

intestinais contaminam a carcaça ouquando a carne é moída. A ingestão deleite cru também tem sido associada a surtos, através da contaminação do úbere dasvacas ou dos equipamentos de ordenha com conteúdo fecal. A carne contaminada,especialmente a carne moída, tem aparência e cheiro normais, e ao comê-la, sem estardevidamente cozida, pode ocorrer a infecção. Embora a quantidade de microrganismosnecessária para causar a doença não seja conhecida (dose infectante), suspeitase queseja similar à da Shigella sp (10 microrganismos). Entre outras fontes de infecçãoconhecidas estão os brotos de alfafa, alface, salame, leite e sucos não pasteurizados, enadar ou beber água contaminada por esgoto (não tratada). A transmissão pessoa apessoa também é relatada, presumivelmente, através da via oral-fecal, se os hábitos de

higiene ou lavagem de mãos não forem adequados.

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Período de incubação:

Varia de 1 a 10 dias, geralmente 3 a 4 dias. Em surtos, em que uma fonte comum deveiculação foi determinada, a média do período de incubação variou de 3 a 8 dias. Emsurtos em enfermarias e casas de custódia, o período de incubação tende a ser mais

longo, pois alguns casos são, provavelmente, o resultado da difusão pessoa a pessoa,através de uma pequena inoculação. Após o fim da doença, as STEC ( E. coli produtorade toxina tipo Shiga) desaparecem das fezes, mas ainda podem ser eliminadas por váriassemanas mesmo após o fim dos sintomas. Algumas pessoas continuam a eliminar asbactérias por vários meses. Crianças pequenas tendem a ser portadoras das STEC pormais tempo do que o adulto.

Diagnóstico:

É a investigação da bactéria nas fezes do paciente por meio da coprocultura. Amaioria dos laboratórios não testa, rotineiramente, as amostras para  E. coli O157:H7,

assim é importante pedir que a amostra de fezes seja processada em ágar sorbitol-MacConkey (SMAC) para este microrganismo. Alternativamente, as fezes podem sertestadas diretamente para a presença de verotoxinas.

Tratamento: 

Indica-se, como suporte geral, o uso de glicocorticóides e hidratação. A maioria daspessoas se recupera sem antibióticos ou outro tratamento específico, em 5 a 10 dias. Emcasos mais graves, pode ser necessário transfusão de sangue e diálise, no caso defalência renal. Estudos têm mostrado que os agentes antidiarréicos deveriam serevitados e que os antibióticos não têm melhorado o curso da doença, sendo que algunspodem agravar a doença renal. A síndrome Hemolítico-Urêmica normalmente é umacondição ameaçadora à vida e exige cuidados intensivos. Mesmo assim, a letalidade temvariado entre 3% e 5%.

Análise dos alimentos:

Exames laboratoriais nos alimentos suspeitos são importantes para a detecção dabactéria e da toxina, auxiliando no diagnóstico da doença, e para o desencadeamento deprovidências sanitárias e medidas de prevenção. A confirmação pode ser obtida porisolamento da  E. coli do mesmo sorotipo no alimento suspeito e pela detecção de

toxina.Medidas de controle: 

1) notificação do (s) caso (s) e surtos  –  a síndrome hemolíticourêmica (SHU), ospatógenos a ela relacionados como a E. coli O157:H7 e não-O157 produtoras da toxinaShiga e as diarréias sanguinolentas, estas últimas, manifestações antecedentes comunsna SHU, representam agravos inusitados e, como tal, são de notificação compulsóriaconforme estabelece a legislação. A ocorrência de SHU deve ser notificada para queinvestigações epidemiológicas sejam desencadeadas para determinação das causasprováveis, das associações com alimentos, e para que medidas de prevenção sejam

tomadas.2) medidas preventivas :

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a) educação da população quanto aos hábitos alimentares e no preparo dealimentos: para a prevenção das infecções por E. coli O157:H7 incluem a orientação dese cozinhar completamente toda a carne, principalmente a carne moída, hambúrgueres ealmôndegas. Pode-se diminuir o risco de enfermidade não comendo almôndegas,hambúrgueres e carne moída que ainda estejam rosados no interior. Beber somente leite

e sucos pasteurizados. Frutas e vegetais devem ser bem lavados, especialmente aquelesque não serão cozidos. Beber somente água que tenha sido tratada com cloro ou outrosdesinfetantes efetivos. Pode se evitar a contaminação na cozinha durante o manuseio epreparo da carne, mantendo a carne crua separada de comidas prontas para consumo, eoutros procedimentos que possam espalhar as bactérias. É importante sempre lavar asmãos, a pia, e os utensílios, com água quente e sabão, depois do contato com carne crua.Evitar engolir água de lago ou piscina durante atividades de recreação e evitar nadar emcoleções hídricas de locais com casos e surtos de diarréia;

b) medidas de higiene pessoal: como lavar asmãos cuidadosamente com sabão depois deevacuar, para reduzir o risco  de propagar a

infecção. Especial cuidado deve ser dado aomanuseio de pessoas com diarréia.  Qualquer umcom doença diarréica deve evitar nadar em piscinaspúblicas ou lagos, compartilhar  banheiros epreparar comida para outras pessoas;

3) medidas sanitárias - encontradas as causasrelacionadas com alimentos ou água, deverá seacionar a Vigilância Sanitária para as investigaçõesque se fizerem necessárias em relação aos alimentos ou água suspeitos. A  E. coli

O157:H7 bem como as Não-O157 constituem hoje uma importante preocupação desaúde pública, principalmente, enquanto persistir seu potencial de contaminação dacarne. Medidas preventivas podem reduzir o número de gado albergando a bactéria e acontaminação da carne durante o abate e o processamento.

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 ESCHERICHIA COLI ENTEROINVASIVA (EIEC)

Descrição da doença:

É uma doença inflamatória da mucosa intestinal e da submucosa causada por cepasEIEC ( E. coli Enteroinvasiva) com um quadro de diarréia líquida, dor abdominal severa,vômitos, tenesmo, cefaléia, febre, calafrios e mal-estar generalizado, semelhante aoproduzido pela Shigella. Em seguida à ingestão da EIEC, os microrganismos invademas células epiteliais do intestino, resultando em forma de disenteria leve, geralmenteconfundida com a causada por espécies de Shigella. Em menos de 10% de pacientes elaprogride para fezes com sangue e muco. Imagina-se ser a dose infectante cerca de 10organismos (a mesma que para Shigella).

Agente etiológico:

A  E. coli faz parte da flora intestinal normal dos homens e outros primatas, sendoque uma minoria das suas cepas causa doenças por vários mecanismos diferentes. Entreessas, estão as cepas enteroinvasivas (EIEC), sendo os principais sorogrupos O28ac,O29, O112, O124, O136, O143, O144, O152, O164 e O167.

Período de incubação:

Variável. A disenteria causada por EIEC geralmente ocorre em períodos curtos, entre12 e 72 horas após a ingestão do alimento contaminado. A disenteria causada por estabactéria é normalmente auto-limitante sem complicações. Entretanto, alguns casos,especialmente crianças, podem evoluir para síndrome hemolítico-urêmica (SHU).

Ocorrência:

As infecções por EIEC são endêmicas nos países menos desenvolvidos eresponsáveis por 1 a 5% dos episódios diarréicos dentre os que procuraram atendimentomédico. Um dos principais surtos, veiculados por alimentos, atribuído à  E.coli

enteroinvasiva nos EUA ocorreu em 1973, e foi devido ao consumo de queijoimportado da França. Nos países desenvolvidos há relatos de surtos e infecçõesocasionais por EIEC. Não é comum a EIEC causar uma doença, mas esta pode ser

confundida com shiguelose e sua prevalência pode estar subestimada.Reservatório: Os seres humanos são o reservatório comum da doença.

Diagnóstico e tratamento:

É necessário demonstrar a presença da bactéria em cultura de fezes de indivíduosinfectados ou a demonstração da invasão do patógeno em culturas de tecido ou emmodelo animal adequado para diagnosticar a disenteria causada por este patógeno(diagnóstico laboratorial). Nos casos de diarréia extremamente severa utilizam-se osmesmos antimicrobianos que os para a Shigella.

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Modo de transmissão:

Há evidências de que a transmissão é feita através de alimentos contaminados.

Qualquer alimento contaminado com fezes humanas de indivíduo doente, sejadiretamente ou via água contaminada, pode causar doença. Hambúrguer e leite nãopasteurizado têm sido associados a surtos por EIEC.

Análise de alimentos:

Os alimentos devem ser examinados da mesma forma como as culturas de fezes.Entretanto, a detecção do microrganismo no alimento é extremamente difícil porqueníveis indetectáveis podem levar à doença.

Medidas de controle:

1) notificação de surtos - a ocorrência de surtos (2 ou mais  casos) requer anotificação imediata às autoridades de vigilância epidemiológica municipal, regional oucentral, para que se desencadeie a investigação das fontes   comuns e o controle datransmissão através de medidas preventivas.

2) medidas preventivas :a) educação da população: quanto às boas práticas de higiene pessoal com especial

ênfase na  lavagem rigorosa das mãos após o uso do banheiro, na preparação dealimentos, antes de se alimentar; na disposição sanitária de fezes, etc.;

b) medidas de saneamento básico - sistema de água tratada e esgoto são essenciaispara a redução das diarréias;

c) cuidados na preparação dos alimentos –  cozimento  adequado ou desinfecção

(uso de cloro) de alimentos crus;3) medidas em

surtos - a investigaçãoepidemiológica  parte danotificação do caso edeve ser imediatamenterealizada pela equipe devigilânciaepidemiológica local

buscando-se identificar aforma de transmissão, sepessoa-a-pessoa ou porum veículo transmissorcomum, água oualimento, bem como,identificar a populaçãode risco à infecção; aequipe de vigilânciasanitária deve seracionada para que

medidas sejam tomadas no âmbito do controle da água, dos alimentos, das condiçõessanitárias dos estabelecimentos, meio ambiente e outras.

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REFERENCIAS

Centro de vigilância epidemiológica Prof° Alexandre Vranjac , Doenças transmitidaspor água e alimentos < http://www.cve.saude.sp.gov.br/htm/hidrica/IFN_BACT.HTM>;

Acessado 16,de novembro de 2011 .

Escherichia coli ; Disponivel < http://fernando.felix.vilabol.uol.com.br/trab/Ecoli.htm  >Acessado 10 de novembro 2011.