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9 1 Sustentabilidade O termo desenvolvimento sustentável teve sua primeira definição em 1987, por Brutland Report, segundo Gonçalves (2006) apud. Schmidt (2009). Brutland afirmava que o desenvolvimento sustentável é aquele que atende as necessidades presentes sem comprometer as futuras. Também podem ser encontradas outras definições, porém que não fogem muito ao principio de consumir o necessário no presente sem prejudicar as necessidades futuras, como por exemplo: "Sustentabilidade seria fruto de um movimento histórico recente que passa a questionara sociedade industrial enquanto modo de desenvolvimento. Seria o conceito síntese desta sociedade cujo modelo se mostra esgotado. A sustentabilidade pode ser considerada um conceito importado da ecologia, mas cuja operacionalidade ainda precisa ser provada nas sociedades humanas" (ROSA, 2007). Ainda sobre sustentabilidade, Ferreira afirma que: Sustentabilidade remete ao vocábulo sustentar no qual a dimensão longo prazos e encontra incorporada. Há necessidade de encontrar mecanismos de interação nas sociedades humanas que ocorram em relação harmoniosa com a natureza. “Numa sociedade sustentável, o progresso é medido pela qualidade de vida (saúde, longevidade, maturidade psicológica, educação, ambiente limpo, espírito comunitário e lazer criativo) ao invés de puro consumo material” (FERREIRA, 2005). Depois desse processo de definição e de entendimento do que é a sustentabilidade e de que ações deveriam ser tomadas, foram realizadas as grandes conferencias mundial para estabelecer formas de melhorias para a utilização dos recursos naturais, como a Rio 92 e a Rio +10.

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9

1 Sustentabilidade

O termo desenvolvimento sustentável teve sua primeira definição em

1987, por Brutland Report, segundo Gonçalves (2006) apud. Schmidt (2009).

Brutland afirmava que o desenvolvimento sustentável é aquele que atende as

necessidades presentes sem comprometer as futuras. Também podem ser

encontradas outras definições, porém que não fogem muito ao principio de consumir

o necessário no presente sem prejudicar as necessidades futuras, como por

exemplo:

"Sustentabilidade seria fruto de um movimento histórico recente que passa a questionara sociedade industrial enquanto modo de desenvolvimento. Seria o conceito síntese desta sociedade cujo modelo se mostra esgotado. A sustentabilidade pode ser considerada um conceito importado da ecologia, mas cuja operacionalidade ainda precisa ser provada nas sociedades humanas" (ROSA, 2007).

Ainda sobre sustentabilidade, Ferreira afirma que:

“Sustentabilidade remete ao vocábulo sustentar no qual a dimensão longo prazos e encontra incorporada. Há necessidade de encontrar mecanismos de interação nas sociedades humanas que ocorram em relação harmoniosa com a natureza. “Numa sociedade sustentável, o progresso é medido pela qualidade de vida (saúde, longevidade, maturidade psicológica, educação, ambiente limpo, espírito comunitário e lazer criativo) ao invés de puro consumo material” (FERREIRA, 2005).

Depois desse processo de definição e de entendimento do que é a

sustentabilidade e de que ações deveriam ser tomadas, foram realizadas as grandes

conferencias mundial para estabelecer formas de melhorias para a utilização dos

recursos naturais, como a Rio 92 e a Rio +10.

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Figura 1: Tabela Desenvolvimento Sustentável

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A segunda conferencia ambiental organizada pela ONU no Rio de

Janeiro, também chamada de Eco 92, reuniu 108 chefes de Estado para criar um

plano de ação para preservar os recursos naturais do globo. As nações do norte

tentaram defender o direito a um ambiente saudável, ao passo que os do sul

buscavam o direito de se desenvolverem. O resultado foi à criação da Agenda 21,

documento com 2500 recomendações para implantar estratégias para a

conservação do planeta e estabelecer metas para a exploração sustentável do

patrimônio natural, sem impedir, porém, o desenvolvimento de nenhum país. Deu

origem ao Protocolo de Kyoto segundo Gustavsen (2007) apud. Schmidt (2009).

O Protocolo de Kyoto é um acordo internacional para reduzir as emissões

de gases estufa dos países industrializados e garantir um modelo de

desenvolvimento limpo aos países em desenvolvimento. O documento prevê que

entre 2008 e 2012, os países desenvolvidos reduzam suas emissões em 5,2% em

relação aos níveis medidos em 1990. O tratado foi estabelecido em 1997 em Kyoto,

Japão, e assinado por 84 países. Destes, cerca de 30 já o transformaram em lei. O

pacto entrará em vigor depois que isso acontecer em pelo menos 55 países. Para os

países da União Europeia, foi estabelecida a redução de 8%, para os Estados

Unidos, 7% e, para o Japão, de 6%. Os Estados Unidos, país que mais emite gases

estufa, se retiraram do acordo em 2001.

A agenda 21 foi principal documento produzido na ECO-92, é um programa

de ação que viabiliza o novo padrão de desenvolvimento ambientalmente

racional. Ele concilia métodos de proteção ambiental, justiça social e eficiência

econômica.

Este documento está estruturado em quatro seções subdivididas num total de

40 capítulos temáticos. Eles tratam dos seguintes temas:

• Dimensões Econômicas e Sociais – enfocam as políticas internacionais que

podem ajudar o desenvolvimento sustentável nos países em desenvolvimento, as

estratégias de combate à pobreza e à miséria, as mudanças necessárias a serem

introduzidas nos padrões de consumo, as inter-relações entre sustentabilidade e

dinâmica demográfica, as propostas para a promoção da saúde pública e a melhoria

da qualidade dos assentamentos humanos.

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• Conservação e questão dos recursos para o desenvolvimento – apresenta os

diferentes enfoques para a proteção da atmosfera para a viabilização da

transição energética, a importância do manejo integrado do solo, da proteção

dos recursos do mar e da gestão eco compatível dos recursos de água doce;

a relevância do combate ao desmatamento, à desertificação e a proteção aos

frágeis ecossistemas de montanhas; as interfaces entre diversidade biológica

e sustentabilidade; a necessidade de uma gestão ecologicamente racional

para a biotecnologia e, finalmente, a prioridade que os países devem conferir

à gestão, ao manejo e a disposição ambientalmente racional dos resíduos

sólidos, dos perigosos em geral, dos tóxicos e radioativos.

Medidas requeridas para a proteção e promoção de alguns dos segmentos

sociais mais relevantes - analisa as ações que objetivam a melhoria dos

níveis de educação da mulher, bem como a participação da mesma, em

condições de igualdade, em todas as atividades relativas ao desenvolvimento

e a gestão ambiental. Adicionalmente, são discutidas as medidas de proteção

e promoção à juventude e aos povos indígenas, aos trabalhadores e

sindicatos, à comunidade científica e tecnológica, aos agricultores e ao

comércio e a indústria.

Revisão dos instrumentos necessários para a execução das ações

propostas - discute os mecanismos financeiros e os instrumentos e

mecanismos jurídicos internacionais; a produção e oferta de tecnologias ecos-

consistentes e de atividade científica, enquanto suportes essenciais à gestão

da sustentabilidade; a educação e o treinamento como instrumentos da

construção de uma consciência ambiental e da capacitação de quadros para

o desenvolvimento sustentável; o fortalecimento das instituições e a melhoria

das capacidades nacionais de coleta, processamento e análise dos dados

relevantes para a gestão da sustentabilidade.

A aceitação do formato e conteúdo da Agenda - aprovada por todos os países

presentes à Rio 92 - propiciou a criação da Comissão de Desenvolvimento

Sustentável (CDS), vinculada ao Conselho Econômico e Social das Nações

Unidas (Ecosoc). A CDS tem por objetivo acompanhar e cooperar com os países na

elaboração e implementação das agendas nacionais, e vários países já iniciaram a

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elaboração de suas agendas nacionais. Dentre os países de maior expressão

política e econômica, somente a China terminou o processo de elaboração e iniciou

a etapa de implementação.

A Declaração de Política de 2002 da Cúpula Mundial sobre Desenvolvimento

Sustentável, realizada em Johannesburg, afirma que o Desenvolvimento Sustentável

é construído sobre “três pilares interdependentes e mutuamente sustentadores”:

desenvolvimento econômico, desenvolvimento social e proteção ambiental.

Dentro desse período em que o mundo desperta para a sustentabilidade, foi

realizada também a conferência da Biodiversidade que foi um acordo aprovado

durante o ECO-92 por 156 Estados e uma organização de integração econômica

regional, e que foi ratificada pelo Congresso Nacional, entrou em vigor no final de

dezembro de 1993. Os objetivos da convenção são: a conservação da

biodiversidade, o uso sustentável de seus componentes e a divisão equitativa e justa

dos benefícios gerados com a utilização de recursos genéticos.

Além destes congressos e acordos outro importante documento foi escrito

durante a Rio 92 om uma grande participação de organizações não governamentais

e representantes da sociedade civil foi “A Carta da Terra”. Ela trás importantes

ressalvos sobre o meio ambiente e foi retificada pela UNESCO e aprovada pela

ONU em 2002, em um trecho da carta encontram-se as seguintes palavras:

"Estamos diante de um momento crítico na história da Terra, numa época em que a humanidade deve escolher seu futuro. À medida que o mundo torna-se cada vez mais interdependente e frágil, o futuro enfrenta, ao mesmo tempo, grandes perigos e grandes promessas. Para seguir adiante, devemos reconhecer que, no meio de uma magnífica diversidade de culturas e formas de vida, somos uma família humana e uma comunidade terrestre com um destino comum. Devemos somar forças para gerar uma sociedade sustentável global baseada no respeito pela natureza, nos direitos humanos universais, na justiça econômica e numa cultura da paz. Para chegar a este propósito, é imperativo que nós, os povos da Terra, declaremos nossa responsabilidade uns para com os outros, com a grande comunidade da vida, e com as futuras gerações" (A Carta da Terra, 2002).

Há algum tempo a sociedade vem buscando novas formas de se produzir

sem causar danos ao meio ambiente, pois se percebeu de forma tardia, que as

consequências futuras podem ser desastrosas se não houver um melhor uso dos

recursos naturais, atualmente muitas empresas tem buscando se diferenciar das

demais, buscando ser ecologicamente corretas e buscando formas de causar

menores impactos ao meio ambiente, isso pode ser facilmente percebido através do

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novo ramo empresarial que vem crescendo muito, o Marketing Verde, ou seja, visam

divulgar as ações sustentáveis de uma empresa ou produto, e assim alcançar uma

maior parte do mercado consumidor, principalmente aqueles consumidores que tem

maior preocupação com o meio ambiente.

De acordo com Matos (2008) aos poucos, a sociedade toma consciência do

seu impacto no mundo e a escassez dos recursos naturais e percebe que é preciso

mudar a forma com que vem atuando há anos. Atualmente consome-se 25% a mais

do que o planeta tem capacidade de renovar, sendo assim pode-se perceber que

não vivemos de forma sustentável. Em alguns locais do mundo já surgem

consequências como falta de água, poluição urbana, aquecimento global e além de

outros recursos naturais que vieram a se esgotar. Para se ter uma nova perspectiva

disso, é preciso trazer para o dia a dia soluções sustentáveis que gerem menor

impacto ambiental. Pode-se perceber que a sociedade está tentando buscar saídas

através do desenvolvimento de produtos que tem menor impacto ambiental, também

se busca estimular o consumo consciente, o que foge da ideia principal do

capitalismo que seria o consumo em primeiro lugar, e não se pode esquecer o

incentivo geral para reuso de recursos naturais, reciclagem de materiais e o uso de

energias renováveis como a Solar e da eólica.

1.1 Subdivisões da Sustentabilidade

Pode-se subdividir a sustentabilidade em cinco planos diferentes, são eles:

Social, econômico, ecológica, espacial e cultural, sendo assim o desenvolvimento

sustentável requer o desenvolvimento desses cinco pontos.

Sustentabilidade Social: criação de um processo de desenvolvimento

sustentado por uma civilização com maior equidade na distribuição de renda e

de bens, de modo a reduzir a diferença entre os padrões de vida de grupos

sociais.

Sustentabilidade econômica: A sustentabilidade econômica – alcançada

através da gestão e utilização mais eficientes dos recursos e de um fluxo

constante de investimentos públicos e privados.

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Sustentabilidade ecológica: Alcançada através do aumento da capacidade

de utilização dos recursos, limitação do consumo dos combustíveis fósseis e

dos produtos facilmente esgotáveis e não renováveis, redução da geração de

resíduos e da poluição, bem como reutilização e reciclagem dos recursos

limitados.

Sustentabilidade espacial: A sustentabilidade espacial – dirigida para

obtenção de uma configuração e distribuição tipo rural e urbana mais

equilibrada e uma melhor e mais planejada distribuição geográfica dos grupos

sociais, do patrimônio a edificar e da localização das novas atividades

econômicas.

Sustentabilidade cultural: Procura por raízes endógenas1 de processos de

modernização e de sistemas agrícola integrados, que facilitem a geração de

soluções especificas para o local, o ecossistema, a cultura e área.

2 Sustentabilidade Urbana

No Brasil, principalmente nas grandes metrópoles, os problemas causados

pelo aumento da população urbana sem a presença do poder público

acompanhando essa urbanização “quase que espontânea” pode ser notado desde

muitos anos. Para Ermínia Maricato apud Barbosa (2008), a imagem das cidades

brasileiras está definitivamente associada à violência, à poluição, ao tráfego caótico,

às enchentes, à desigualdade social, entre outros fatores. Neste momento histórico,

na grande maioria dos países, inclusive no Brasil, o desenvolvimento está

diretamente ligado à vida das cidades. Por isso, outro importante conceito é o de

sustentabilidade no ambiente urbano (ou sustentabilidade urbana). A

sustentabilidade urbana é definida por Henri Acselrad como a capacidade das

políticas urbanas se adaptarem à oferta de serviços, à qualidade e à quantidade das

demandas sociais, buscando o equilíbrio entre as demandas de serviços urbanos e

1 Que tem origem no interior.

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investimentos em estrutura. No entanto, também é imprescindível para a

sustentabilidade urbana o uso racional dos recursos naturais, a boa forma do

ambiente urbano baseado na interação com o clima e os recursos naturais, além das

respostas às necessidades urbanas com o mínimo de transferência de dejetos e

rejeitos para outros ecossistemas atuais e futuros. A grande maioria dos países

desenvolvidos, tanto quanto os que estão em desenvolvimento, e também suas

cidades, estão explorando a capacidade de seus recursos naturais ao limite.

Dependendo do nível de industrialização de cada país os problemas se diferenciam.

Pode-se descrever que nos países desenvolvidos emigração de pessoas de centros

urbanos para os subúrbios mais afastados que oferecem um ambiente natural mais

próspero, levou ao aumento do uso de automóveis, aos consequentes

congestionamentos e à poluição do ar. Já nos países em desenvolvimentos

problemas ambientais e sociais são agravados pelo aumento das cidades sem

acompanhamento de infraestruturas para suportar tal crescimento. Em todo o mundo

pobreza ainda é um dos principais problemas enfrentados pelas sociedades,

geralmente a camada mais pobre da população é amplamente negligenciada. Diante

disso, nota-se a necessidade de um desenvolvimento urbano sustentável, diferente

do desenvolvimento atual, que é baseado no lucro e privilegia uma pequena parte da

sociedade. Os direitos básicos devem ser proporcionados, tais como o direito água,

ao abrigo, à alimentação, à saúde, à educação, entre outros. Há o risco de que o

discurso da sustentabilidade não produza alterações substantivas, podendo o

mesmo, como afirma Emelianoff apud Barbosa (2008) “ser reduzido por certas

coletividades locais a um simples marketing destinado a valorizar suas vantagens

territoriais, a aumentar sua atratividade e seu poder”. Necessário que se busque

modelos de desenvolvimento onde possam ser agregados aos valores ecológicos,

outros como autonomia, solidariedade e responsabilidade.

3 Construção Civil Sustentável

A utilização do termo construção civil sustentável foi proposta pelo professor

Kilbert, para descrever as responsabilidades da construção civil em relação à

sustentabilidade, a sustentabilidade vem sendo trabalhada em diversas áreas, e na

construção civil não podia ser diferente.

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Anteriormente a ideia de construção civil que era mais competitiva no

mercado era a que melhor atendia os padrões pré-estabelecidos pelo projeto, e fazia

isso com o menor custo e o menor tempo, porém com a introdução de conceitos que

visam melhor aproveitar os recursos naturas, evitar desperdícios e o uso de matérias

que causam um maior impacto ao meio ambiente, fez com que a sustentabilidade na

construção civil se tornasse um importante diferencial no mercado da construção e

elevando a um patamar mais competitivo empresas que investem nesses aspectos.

Segundo Araújo (2006) Apud. Schmitd (2009), a construção sustentável é um

sistema que busca promover intervenções no meio ambiente, adaptando-o para

suas necessidades de uso, produção e consumo da sociedade, sem esgotar os

recursos naturais, preservando-os para as gerações futuras. Faz uso de eco

materiais e de soluções tecnológicas e inteligentes para promover o bom uso e a

economia de recursos finitos, a redução da poluição e o conforto de seus moradores

e usuários. As linhas-mestras que regem a construção sustentável são:

Gestão da obra: estudo do impacto ambiental, analisando ciclo de vida da

obra e materiais, aplicando critérios de sustentabilidade como: gestão de

resíduos e consumo de energia para manutenção e reforma;

Aproveitamento passivo dos recursos naturais: iluminação natural, conforto

térmico e acústico, formação e interferências no clima e microclima;

Qualidade do ar e do ambiente interior: criação de um ambiente saudável,

respirante, não selado, isento de poluentes (como partículas em suspensão e

compostos orgânicos voláteis/ COVs), com uso de materiais bio compatíveis,

naturais, que não liberem substâncias voláteis;

Conforto termo acústico: se necessário utilizar tecnologias eco inteligentes

para regular a temperatura e o som visando ao conforto do ser humano;

Gestão de resíduos gerados pelo usuário: criação de área(s) para coleta

seletiva do lixo e destinação de reciclagem;

E o foco de interesse neste trabalho:

Eficiência energética: racionalização no uso de energia pública e se possível

aproveitar as fontes de energia renováveis, como eólica e solar, e o emprego

de dispositivos para conservação de energia;

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Gestão e economia da água: aplicação de sistemas e tecnologias que

permitam redução no consumo da água, sistemas de reuso e recirculação da

água utilizada na habitação para fins não potáveis e aproveitamento da água

da chuva para fins não potáveis e até potáveis, dependendo do tratamento

aplicado e da região estudada;

Uso: de eco produtos e tecnologias sustentáveis para todas as etapas da

obra;

O Não uso ou redução no uso de: materiais condenados pela construção

sustentável, como PVC, amianto, chumbo, alumínio, entre outros.

Para uma construção civil sustentável existem algumas prioridades a serem

seguidas de acordo com Adam (2006) apud. Schmitd (2009) tais como:

Poupar energia por meio de isolamento térmico, janelas de alto

desempenho, iluminação natural, recursos renováveis de geração de energia

e equipamentos de baixo consumo.

Reciclar construções já existentes aproveitando a sua infraestrutura, em vez

de ocupar novos espaços.

Pensar em termos de comunidade. Considerar o transporte público, facilitar

o trânsito de pedestres e de bicicletas.

Diminuir o consumo de material. Aperfeiçoar o projeto para aproveitar

espaços reduzidos e utilizar materiais com mais eficiência. Diminuir o

desperdício também reduz o custo.

Preservar ou restaurar o ecossistema e a biodiversidade. Nas áreas

ecologicamente danificadas, procurar reintroduzir as espécies nativas.

Proteger as árvores e a camada superior do solo durante a obra.

Escolher materiais de baixo impacto. Alguns materiais, como os que

destroem a camada de ozônio, continuam poluindo durante o seu uso,

enquanto outros têm um forte impacto ambiental na hora do descarte. Projetar

com durabilidade e adaptabilidade. Quanto mais tempo uma construção dura,

maior o período durante o qual seu impacto ambiental pode ser amortizado.

Projetar uma edificação adaptável, principalmente se ela tiver propósitos

comerciais.

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Poupar água. Instalar tubulações e equipamentos de baixo consumo.

Coletar e utilizar a água da chuva. Separar a água de pias e chuveiros e

reutilizar na irrigação de jardins.

Criar um ambiente interno seguro e confortável, garantindo a saúde de seus

ocupantes.

Permitir que a luz do dia penetrasse no maior número possível de

ambientes, providenciar ventilação contínua.

Minimizar o desperdício de construção e demolição. A separação e a

reciclagem compensam economicamente.

Minimizar o impacto ambiental do seu negócio. Utilizar papel reciclável, usar

o projeto para educar clientes, colegas, prestadores de serviço e o público em

geral sobre o impacto ambiental das edificações e como diminuí-lo.

3.1 Objetivos

Principais objetivos da construção civil sustentável e os temas prioritários:

Água - utilização racional da água.

Desenvolvimento Humano - Valorização do ser humano.

Energia - Maximização da eficiência energética.

Materiais e Sistemas - Utilização de materiais e sistemas sustentáveis.

Meio Ambiente Infraestrutura e desenvolvimento urbano - Viabilização do

desenvolvimento sustentável.

Mudanças Climáticas - Adaptação do ambiente construído e redução de

gases de efeito estufa na cadeia produtiva.

Resídua - Diminuição do consumo de recursos naturais, buscando a

reutilização desses recursos anteriormente utilizados.

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3.2 Estratégias

Estratégias que devem buscar a melhor forma de unir recursos, meios e

métodos para obter melhores resultados na construção sustentável.

3.3 Políticas Públicas

Setor produtivo incentiva as três esferas do Poder Executivo a privilegiar nas

contratações públicas a utilização de produtos e sistemas de melhor desempenho

sustentável, cujos projetos e especificações atendam às exigências ambientais, sem

desperdício energético e com soluções para o menor nível de consumo de água, por

exemplo. Para isso existe a necessidade da junção dos poderes da União, de

governos estaduais , municipais e federais.

3.4 Políticas Setoriais

Com a atuação constante de empresas, da Câmara Brasileira da Industria da

Construção e de outras empresas representativas o setor produtivo pode privilegiar

em suas contratações a utilização de produtos e sistemas de melhor desempenho

ambiental e defende o poder de compra do Estado em direção à construção

sustentável.

3.5 Aprimoramento jurídico

Setor produtivo atua em conjunto com o setor público para a elaboração de

leis e regulamentações em prol da sustentabilidade na Construção Civil brasileira,

para que haja esse processo existe a necessidade de que o Poder Legislativo e

Judiciário trabalhem buscando melhorias para o setor da construção civil.

3.6 Concepção do projeto

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As obras privilegiam materiais e sistemas que contribuam para a eficiência

energética, que possibilitem o uso racional da água, que tenham procedência formal,

que valorizem produtos provenientes do correto manejo florestal e que considerem

os impactos das mudanças climáticas. No caso de obras públicas, propor concurso

público para projetos por meio da contratação por melhor técnica, contemplando

critérios de sustentabilidade.

3.7 Inovação tecnológica

Adequar os equipamentos e processos de construção e manutenção, nas

obras públicas e privadas para atender aos níveis sugeridos ou obrigatórios

definidos pela legislação ambiental e energética, a busca por inovações tecnológicas

deve ser feita pelas grande empresas órgãos que compõe a cadeia produtiva de

construção civil.

3.8 Gestão de Pessoas e processos

Projetistas, especificadores, trabalhadores, executores de obras, gestores de

negócios, agentes financeiros, gestores públicos, gestores dos imóveis, legisladores

e usuários devem ser conscientizados e capacitados, de modo multidisciplinar, para

a sustentabilidade. Os sistemas construtivos envolvem procedimentos para reduzir

as perdas de materiais, para aprimorar o manejo dos resíduos, para gastar menos

energia e para o uso racional de água, essas ações cabem a cadeia produtiva

buscar exercê-la.

3.9 Ações

Ações que buscam diminuir os impactos causados ao meio ambiente pela

produção e extração de recursos naturais.

3.10 Mudanças Climáticas

Estímulo a legislação especifica, inclusive nos códigos de obras.

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Apoiar ações de redução de emissões e adaptação aos impactos climáticos

nos processos de licenciamento ambiental.

Elaboração de ferramentas para produção inventário de gases de efeito

estufa na cadeia produtiva da construção.

Elaboração de plano nacional para conscientizar formadores de opinião e

gestores públicos sobre soluções de mitigação focadas na realidade das

condições climáticas ambientais brasileiras.

Participação efetiva da construção civil no Fórum brasileiro de mudanças

climáticas.

3.11 Resíduos

Promoção de parcerias entre empresas particulares e órgãos públicos para

implantação de áreas de manejo de resíduos da construção civil.

Participação da cadeia produtiva na elaboração de leis estaduais e

municipais no âmbito de Política Nacional de Resíduos Sólidos.

Mapeamento de dificuldade e complicações no processo de licenciamento

de áreas de manejo, triagem e reciclagem de resíduos.

Implementação de sistema informatizado online de gestão de resíduos para

cadeia geradora, transportadora e áreas de tratamento e de destinação.

Estabelecer de forma efetiva a logística reversa, por parte dos fornecedores.

4 Evolução da construção sustentável no Brasil

De acordo com o relatório da CBIC (Câmara brasileira da industria da

construção) e da CNI (Confederação Nacional da industria) feito durante o encontro

da industria para sustentabilidade realizado em Brasília, 2012 a construção

sustentável no Brasil tem se estruturado em função de três grandes fontes de

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pressão: a regulamentação governamental, a necessidade de resposta aos

resultados dos impactos ambientais e as demandas de diferentes agentes do

mercado e do terceiro setor.além dos consumidores, uma sociedade civil cada vez

mais organizada pauta o debate sobre desenvolvimento sustentável e elabora

pesquisas e mecanismos que pressionam as empresas a rever suas práticas de

obtenção de retornos positivos e equilibrados para todos os agentes envolvidos.

Houve, no Brasil, fatores indutores que despertaram na construção civil a

necessidade de desenvolvimento de pesquisa, tecnologia e capacitação na área

ambiental. Entre estes, a escassez de energia ocorrida no ano de 2001, a questão

do racionamento da água em regiões metropolitanas ocorrido nos anos de 2002 e

2003 e a aprovação da resolução do Conama nº 307, em julho de 2002,

disciplinando a gestão dos resíduos da construção civil. Além dos fatores relevantes

citados, apresentamos a seguir um breve panorama de temas que se mostram

prioritários, tratados no âmbito de programas de governo e programas setoriais da

construção civil:

• Qualidade e produtividade;

• Resíduos de construção e demolição;

• Eficiência energética;

• Uso racional da água;

• Materiais e sistemas construtivos;

• Uso responsável da madeira;

• Avaliação ambiental de edifícios; e

• Consumo sustentável

5 Desafios da Sustentabilidade na Construção Civil

A construção civil é responsável pela implantação de estruturas em setores

públicos e privados, obviamente que para a realização dessa implantação existe a

necessidade de recursos e sendo assim podemos considerar a construção civil

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como um dos setores que mais consomem recursos naturais e além disso um dos

que mais geram registros sólidos e causam grande impacto ao meio ambiente.

Dessa forma existem grandes desafios para construção sustentável, tais como

melhor forma de utilizar os recursos naturais, projetos que visem a auto-suficiência

de casas e edifícios, projetos que se adequem a fatores climáticos e qual a melhor

forma de gestão para os resíduos.

A dificuldade da construção civil sem completamente sustentável remete ao

fato de que ela envolve uma série de atores e ações que compõe uma cadeia, existe

a necessidade de que a extração da matéria prima seja de forma adequada,

posteriormente sua produção e forma de transporte, o projeto também merece

destaque e a sua concepção, ou seja, a forma como será aplicada, além da

manutenção da estrutura e por último a destinação dos resíduos gerados pela

construção e por demolições futuras.

De acordo com Agopyan e Jhon (2011):

"O impacto ambiental da construção civil depende de toda uma enorme cadeia produtiva: extração de matérias-primas, produção e transporte de materiais e componentes, concepção e projetos, execução (construção), práticas de uso e manutenção e, ao final da vida útil, a demolição/desmontagem, além da destinação de resíduos gerados ao longo da vida útil. Esse processo é influenciado por normas técnicas, códigos de obras e planos diretores e ainda políticas públicas mais amplas, incluindo as fiscais. Todas essas etapas envolvem recursos ambientais, econômicos e têm impactos sociais que atingem o todos os cidadãos, empresas e órgãos governamentais e não apenas aos seus usuários diretos. O aumento da sustentabilidade do setor depende de soluções em todos os níveis, articuladas dentro de uma visão sistêmica" (AGOPYAN e JHON, 2011).

Dessa forma existe a necessidade de que órgãos governamentais e privados

se unam para criar e modificar normas técnicas de construção, códigos e planos de

obra, existe também a necessidade de que diminuíam os custos sob materiais e

produtos sustentáveis, já que muitas vezes o custo de uma obra em padrões

sustentáveis é mais elevado do que em construções com o padrão normal.

Segundo a Agenda 21 on sustainable construction, os principais desafios da

construção civil sustentável envolvem:

a) Processo e gestão

b) Execução

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25

c) Consumo de materiais, energia e água

d) Impactos no ambiente urbano e no meio ambiente natural

e) Questões sociais, culturais e econômicas

Ainda de acordo com a Agenda 21, ela afirma que o maior desafio é o de

tomar ações preventivas imediatas e preparar toda a cadeia produtiva para

mudanças que são necessárias ao processo construtivo.

Foi proposta uma agenda brasileira, a ser adotada por todos os

segmentos da indústria e pelo governo, que inclui oito itens:

1. Redução das perdas de materiais na construção

2. Aumento da reciclagem de resíduos como materiais de construção

3. Eficiência energética nas edificações

4. Conservação de água

5. Melhoria da qualidade do ar interno

6. Durabilidade e manutenção

7. Redução do déficit de habitações, infraestrutura e saneamento

8. Melhoria da qualidade do processo construtivo.

6 Construção civil X Degradação do meio ambiente

A indústria da construção civil produz impactos negativos ao meio desde a

fase da extração de matéria-prima, passando pela fabricação de materiais, execução

das obras e até a disposição final de resíduos gerados, que como consequência

levam à formação de áreas degradadas.

O que faz com que ocorram tais degradações é o fato de as atividades da

construção civil (processos de produção, extração, reciclagem, disposição de

resíduos) apresentarem certo atraso se comparadas com outras indústrias, no que

se refere à racionalização e processos. A indústria alimentícia, por exemplo, já adota

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práticas de produção limpa e análise do ciclo de vida do produto, pesquisando o

ciclo de vida dos produtos, considerando desde a aquisição de materiais, disposição

de resíduos perigosos, disposição final do produto, enfocando a sua atenção para

além do produto em si, com uso de inovações tecnológicas, a fim de gerar menos

poluição.

A construção de edificações, em especial,é o setor que apresenta maiores

atrasos devido à falta de qualidade e por apresentar grande quantidade de

retrabalho, perdas, baixa produtividade enorme resistência a mudanças. O que

provoca estes fatos é a visão distorcida das atividades em série, a não polivalência2

da mão de obra, a mão de obra intensa e desqualificada, a falta de definição de

atividades, a resistência a mudanças e produção não planejada por parte dos

responsáveis.

A formação de áreas degradadas tem início já na fase de extração de

recursos naturais. A retirada de matéria-prima pode resultar na extinção escassez de

fontes e jazidas, alterações na flora e fauna do entorno destes locais de exploração,

reconfiguração das superfícies topográficas, aceleração do processo erosivo,

modificações de cursos d´água, interceptação do lençol freático, aumento da

emissão de gases e partículas em suspensão no ar, aumento de ruídos e

propagações de vibrações.

7 Certificações

Para empresas que atuam no ramo da construção civil e querem se

diferenciar e se destacar das demais a partir da construção sustentável, não basta

construir e dizer: “minha construção é sustentável”, afinal isso não é algo que traz

muita credibilidade. Para fazer essa “comprovação” de que a construção se encaixa

nos padrões sustentáveis de construção, existem diversas certificações, segundo

2 Polivalência. Que tem várias funções ou utilidades diferentes.

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27

Antunes (2013) as certificações mais conhecidas e de maior peso e reconhecimento

são a: LEED (Leadership in Energy and Environment Design) e HQE (Haute Qualité

Environment)), a HQE aqui no Brasil é chamada de AQUA (Alta Qualidade

Ambiental) ambas com adaptações para se adequarem aos padrões brasileiros de

construção. De modo geral, essas certificações se fundamentam no princípio de

eficiência energética, uso racional de água, coleta seletiva, qualidade ambiental

interna da edificação etc.

Além de uma certificação brasileira, que foi criado em 2007 o CBCS,

(Conselho Brasileiro de Construção Sustentável), que tem como objetivo induzir o

setor da construção a utilizar práticas mais sustentáveis, melhorando a qualidade de

vida dos usuários, dos trabalhadores e do entorno das edificações. O CBCS é

composto por diversos comitês que tratam de assuntos específicos relacionados à

sustentabilidade no setor, como materiais e finanças além dos mais comuns, como a

água e a energia.

Existem outros órgãos de certificação que são mais específicos, como: o

Procel Edifica (da Eletrobrás, voltado para a eficiência energética das edificações e

o conforto ambiental) e o CEPE (Conselho Europeu das Indústrias de Pintura, que

distingue as chamadas tintas ecológicas), também têm impulsionado o

desenvolvimento da construção sustentável no país.

Mesmo com o custo ainda elevado e o tempo de retorno relativamente longo,

o setor de construção sustentável já tem grandes iniciativas. No Rio de Janeiro, na

Cidade Nova, o prédio da Universidade Corporativa da Petrobras é o primeiro prédio

brasileiro de grande porte com certificação LEED. E o bom da onda de construção

verde é que ela não atinge apenas grandes empreendimentos ou é demandada

apenas por grandes empresas.

Comparando o LEED e o AQUA, no quesito materiais de construção é

possível perceber a diferença entre os mesmos: o primeiro privilegia o teor de

resíduos e compostos orgânicos voláteis; o segundo, a existência de

declaração ambiental de produto (uma descrição detalhada sobre os impactos

ambientais do produto ao longo da vida) e a durabilidade esperada. De acordo com

o site Planeta Sustentável ( http://planetasustentavel.abril.com.br), o AQUA (

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28

Alta Qualidade Ambiental) é o primeiro selo que levou em conta as especificidades

do Brasil para elaborar suas certificações. São eles:

Eco-construção: relação do edifício com o seu entorno, escolha integrada de

produtos, sistemas e processos construtivos e canteiro de obras com baixo

impacto ambiental.

Gestão: da energia, água, dos resíduos de uso e operação do edifício e

manutenção (permanência do desempenho ambiental).

Conforto: hidrotérmico, acústico, visual e olfativo.

Saúde: qualidade sanitária dos ambientes, do ar e da água para receber a

certificação LEED de prédio verde, uma construção deve seguir alguns

critérios, são 69 e cada um deles vale um ponto. Leva em consideração todo

o ciclo de vida do empreendimento desde a sua concepção, construção,

operação e descarte de.

De acordo com o site da Green Building Council Brasil caso atinja no

mínimo 26 pontos e atenda os sete pré-requisitos, o edifício estará de acordo com

as preocupações de sustentabilidade e recebe a certificação LEED básica. A partir

de 33 pontos, recebe o certificado prata. Quando chega a 39, recebe o ouro. A partir

de 52 pontos atinge a certificação máxima, que é de platina. Três empreendimentos

já certificados no Brasil estão na categoria prata e um na categoria verde (básica).

8 Edifícios como parte do habitat vivo

Atualmente os edifícios são um dos principais responsáveis pelos

impactos causados à natureza, pois consomem mais da metade de toda a energia

usada nos países desenvolvidos e produzem mais da metade de todos os gases que

vem modificando o clima. O projeto de arquitetura sustentável contesta a ideia do

edifício como obra de arte e o compreende como parte do habitat vivo, estreitamente

ligado ao clima, à região e ao planeta. Ajuda a difundir maneiras de construir com

menor impacto ambiental e maiores ganhos social, sem ser inviável

economicamente. A elaboração de um projeto de arquitetura na busca por uma

maior sustentabilidade deve considerar todo o ciclo de vida da edificação, incluindo

Page 21: TCC - Pronto

29

seu uso, manutenção, sua reciclagem ou demolição

(www.criaarquiteturasustentável.com.br).

O projeto arquitetônico deve ser acomodado no terreno de modo a facilitar

os escoamentos e a drenagem, considerar fatores como clima local, construções

vizinhas e a influência das mesmas sobre o projeto, os quadrantes de maior

radiação, a amplitude térmica local, média de umidade relativa do ar e direção e

velocidade dos ventos predominantes. Em relação aos recursos tecnológicos, são

muitas as opções disponíveis para minimizar o impacto ambiental dos edifícios,

como painéis solares para aquecimento de água, sistemas de reaproveitamento de

águas cinza, captação de água pluvial e outros. Tais avanços da tecnologia devem

fazer parte do desenvolvimento do projeto e não serem inseridos como acessórios,

para que possam contribuir de fato para o resultado arquitetônico e melhor

desempenho do conjunto.

Segundo o site Criar Arquitetura Sustentável

(www.criaarquiteturasustentável.com.br), alguns princípios básicos devem nortear o

projeto:

Avaliação do impacto sobre o meio, buscando evitar danos ao meio ambiente;

Implantação e análise do entorno;

Seleção de materiais atóxicos, recicláveis e reutilizáveis;

Redução de resíduos;

Valorização da inteligência nas edificações para aperfeiçoar o uso;

Promoção da eficiência energética com ênfase em fontes alternativas;

Redução do consumo de água;

Promoção da qualidade ambiental interna;

9 Materiais alternativos ou ecologicamente corretos

Schimidt (2009) diz que material ecológico é todo artigo que, artesanal,

manufaturado ou industrializado, de uso pessoal, alimentar, comercial, agrícola e

industrial, seja não-poluente, não tóxico, notadamente benéfico ao meio ambiente

e a saúde, contribuindo para o desenvolvimento de um modelo econômico e

social sustentável.

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30

É importante destacar que a questão dos materiais é muito presente nas

discussões sobre a arquitetura sustentável. Porém, ela não está necessariamente

ligada a aqueles classificados como “alternativos’’ ou “ecologicamente corretos”.

Certamente, o desafio está na escolha do melhor material, para um determinado fim.

Além do desempenho térmico, essa escolha deve também incluir uma avaliação

quanto às questões de disponibilidade do material e sua energia incorporada, que

são partes integrantes do conceito de ciclo de vida útil do material ou do

componente.

Araújo (2007) apud. Schimidt define como materiais ecológicos aqueles que

tenham todos os processos produtivos ambientalmente adequados, tendo sido

planejado em todo seu ciclo de vida, atingindo todos os elos da cadeia produtiva,

desde os seus fornecedores até os consumidores.

A escolha dos produtos e materiais para uma obra sustentável deve

obedecer a critérios específicos, como origem da matéria prima, extração,

processamento, gastos com energia, emissão de poluentes, biocompatibilidade,

entre outros, que permitam classificá-los como sustentáveis e elevar o padrão da

obra.

Devem-se evitar materiais tradicionais que reconhecidamente acarretam

problemas ambientais, como o PVC, que gera impactos em sua produção, uso e

descarte, e do alumínio, que requer imensos gastos energéticos para sua produção.

Do ponto de vista dos recursos materiais, existe sempre uma grande vantagem

em utilizar os materiais mais duráveis e permitir aos edifícios um maior tempo

de vida útil possível. De uma forma simplificada pode dizer-se que, será tolerável o

dobro dos impactos ambientais num produto que dure 50 anos, comparado com

um produto que dure 25 anos.

Segundo Colaço (2008), a utilização de materiais duráveis permite a

redução das matérias primas utilizadas, desde que se assegure durabilidades iguais

a todos componentes de um mesmo sistema construtivo, de maneira a não

comprometer os materiais de maior durabilidade pela existência dos de menor

durabilidade. Se for inviável a utilização de materiais de durabilidade igual, pelo tipo

de material, então, a substituição dos materiais menos duráveis será fácil.

Page 23: TCC - Pronto

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O tempo de vida útil depende de três fatores;

O material em si, pela sua estrutura física e composição química.

A construção e a sua execução, onde e como o material é colocado no

edifício;

O ambiente local, o clima e outras condições físicas e químicas.

Em uma construção sustentável pode-se utilizar dos seguintes materiais, por

exemplo:

Optar pelo tijolo ecológico (solo-cimento), ele não vai ao forno a lenha, sua

secagem é feita ao Sol naturalmente, uma medida que poupa a queima de

árvores. Além disso, dispensa acabamento com massa corrida.

O propileno é um plástico mais leve, cuja fórmula leva menos petróleo.

O selo verde na madeira comercializada atesta que esta foi extraída

segundo um processo que não degrada o solo ou o ambiente.

Tintas ecológicas são as formuladas com matérias-primas naturais, sem

componentes sintéticos ou insumos derivados de petróleo, não excedendo

0,1% do volume total.

Assim, devemos escolher sempre tintas e vernizes sem solventes ou que

tenham o mínimo de COVs (compostos orgânicos voláteis). Produtos à base

de água, na maior parte das vezes, não são considerados ecológicos, mas

apenas produtos sintéticos solúveis em água, bem melhor do que à base de

solvente. A cal, uma das mais antigas pinturas conhecidas na humanidade:

naturalmente fungicida, sem algicidas3 ou insumos tóxicos biocidas4,

permitindo a difusão do vapor d'água (ou 'respiração') da parede.

3 Serve para inibir o desenvolvimento de algas em piscinas.

4 Qualquer substância que inibe o crescimento de microorganismos ou que os destrói.

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Dar preferência às madeiras de reflorestamentos, madeiras plásticas, tubos

de PVC, caixas de água, telhas recicladas, feitas de celulose de papel ou de

tubos de pasta de dente, chapas etc.

Optar por pisos de material reciclado, como, por exemplo, os feitos com

compostos de concreto e borracha, cimento, processo que emprega uma

considerável percentagem da escória resultante da fundição de minério.

Pisos para playgrounds feitos das sobras dos pneus velhos, tornando-se

leves, macios, antichoques e impermeáveis.

Os materiais de demolição também incorporam o conceito de reciclagem à

construção civil.

9.1 Tijolo Sustentável

O tijolo ecológico ou solo-cimento é feito de uma mistura de solo e cimento

que posteriormente são prensados, para o processo de secagem ele não exige

queima em forno a lenha, como acontece com os tijolos comuns, o que diminui o

impacto causado na emissão de poluentes na atmosfera e evita desmatamentos. O

sistema utilizado na produção é o de formas, assim os tijolos tem sempre a mesma

forma, o que diminui as perdas de material.

Características:

O tijolo ecológico é fabricado em prensa manual ou hidráulica, sofrendo

pressão equivalente a 6 toneladas, que tornam sua forma regular, com faces

lisas, permitindo um encaixe perfeito, facilitando o cálculo de unidades a ser

empregada em cada parede e em toda a obra, sem haver necessidade de

corte do tijolo.

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33

Devido suas faces lisas e seu duplo encaixe, as paredes mantêm um

perfeito nivelamento e belo acabamento, oferecendo beleza estética a

construção.

Sua arquitetura dispensa a utilização de pregos, arames, madeiras, além de

evitar fortes na parede pronta para embutir a rede hidráulica, elétrica e outras.

Funciona com um sistema térmico e acústico, permitindo que o ar dentro dos

furos ao ser aquecido pelo sol, sofra o deslocamento para cima, e ao esfriar

retorne para baixo. diminuindo a umidade nas paredes.

Os encaixes foram desenvolvidos para ampliar a resistência da estrutura,

além de facilitar a sua colocação e diminuir drasticamente o tempo de

conclusão da obra.

Devido suas faces lisas e belas, não há necessidade de reboco e permite

assentamento de azulejos e outros acabamentos, quando desejado.

O cimento é utilizado em pequena quantidade na construção com o tijolo

modular, além das colunas e vigas serem realizadas facilmente utilizando os

furos e as canaletas.

O Tijolo Ecológico Modular foi aprovado e regulamentado pela ABNT –

Associação Brasileira de Normas Técnicas.•A construção com tijolo modular

favorece uma obra limpa, com menor entulho e perda de material. Além disso

uma construção utilizando o tijolo ecológico ao invés do tijolo tradicional,

diminui o preço da construção em média de 40% a 50% do custo com

material de construção

Exemplos de Tijolos e de construções que utilizam o tijolo sustentável

Figura 2: Tijolo ecológico – Tipo coluna

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Fonte: www.ciaecologica.com

Figura 3: Construção com tijolo ecológico

Fonte: www.ciaecologica.com

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Figura 4: Construção com tijolo ecológico

Fonte: www.ciaecologica.com

9.2 PVC 100% reciclável

O PVC é muito utilizado na construção, seja no encanamento geral da obra

ou sendo utilizado em janelas e esquadrias, ele tem um bom desempenho como

isolante térmico e acústico o que é um bom diferencial para construção em grandes

centros devido ao excesso de ruídos exteriores. Outro fator importante é que o PVC

é 100% reciclável.

9.3 Madeira Legal

A madeira também é um elemento muito comum nas construções, no início

da construção ela é utilizada como formas para concreto, andaimes e escadas,

posteriormente pode ser utilizadas na estruturação do telhado, como forro, portas,

janelas e esquadrias. Porém a utilização da madeira na construção civil deve ser

feita com consciência, afinal existem inúmeras árvores em estado de conservação

devido ao risco de serem extintas, deve buscar madeiras de reflorestamento, e/ou

tenham certificados que indiquem sua legalidade para evitar o desmatamento

indevido como acontece na Amazônia, onde em menos de 50 anos 20% da

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cobertura vegetal total foi desmatada, além disso, a grande maioria da produção de

madeira da Amazônia é ilegal.

9.4 Bloco de Concreto

Material muito utilizado em construção devido ao fato do alto rendimento e

sua resistência quando comparados aos demais blocos, como o tijolo de barro e o

tijolo furado conhecido como baiano. O bloco de concreto utiliza menos argamassa,

porém o conforto térmico é menor que os demais e a estrutura do projeto se torna

rígido e pouco flexível a possíveis mudanças futuras.

As principais vantagens da utilização de blocos de concretos são:

(www.fazfacil.com.br)

Elimina quase 100% formas e ou caixarias, consequentemente reduzindo a

mão de obra em carpintaria e materiais;

Redução marcante no uso de ferragem, concreto e mão de obra de armador;

Simplificação das instalações elétricas e hidráulicas pela ausência de

necessidade de rasgos nas paredes;

Se usar revestimento, este será de menor espessura ( em geral menor que 4

mm internamente e 6 mm nas faces externas das paredes);

Facilidade de treinar mão de obra para executar o serviço;

Facilidade de detalhamento do projeto, resultando em maior rapidez e

facilidade de execução;

Facilidade de supervisão da obra;

Ótima resistência ao fogo, além de excelente isolamento térmico e acústico;

Custo final da obra diminui consideravelmente;

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37

10 Síntese de outros materiais sustentáveis

10.1Fibras Vegetais

São excelentes materiais que substituem as fibras de vidro e sintéticas.

Possuem características físicas e mecânicas, em alguns casos muito melhores do

que as não naturais, principalmente quando incorporadas com compostos plásticos.

Feitas a base de uma série de plantas e vegetais como a juta, o sisal, o coco, a

cana-de-açúcar, algodão, rami entre outras, é utilizada para confecção de uma

ampla gama de produtos. Pode ser misturada ao concreto para agregar maior

resistência, serem usadas para fazer telhas, tapumes, revestimentos acústicos e

térmicos, painéis, tecidos, tapetes e carpetes.

10.2 Óleos vegetais

Bastante usados em produtos alimentícios, farmacêuticos e atualmente

vinculados ao setor energético na produção de biocombustíveis, os óleos vegetais

também são utilizados em vários produtos aplicados na construção civil. Hoje

existem tintas, vernizes, impermeabilizantes e solventes à base desses óleos, que

descartam o uso de produtos químicos prejudiciais à saúde. São derivadas de

inúmeros tipos de vegetais e sementes como girassol, mamona, soja, dendê,

cânhamo, milho, palma, amendoim entre muitas outras.

10.3 Concreto reciclado

Concreto é um material composto por cimento, areia, água, compostos

britados (brita, cascalho e ou pedregulho) que eventualmente contém materiais

ligantes como colas, fibras e outros aditivos. O concreto reciclável possui inúmeras

fórmulas e combinações possíveis. Alguns encontrados no mercado são feitos com

escória de alto forno, material originalmente refugado, resultante na fabricação de

cimento e em usinas metalúrgicas, outros utilizam sobras de minérios e asfalto,

recolhidos em demolições e entulhos. O uso do concreto reciclado tem despertado

cada vez mais uma consciência de reaproveitamento dos materiais que antigamente

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eram descartados, como restos de tijolos e telhas, abrindo espaço para empresas

que separam e comercializam materiais que sobram nos canteiros de obras e nas

demolições.

10.4 Madeiras alternativas - A madeira é um excelente material, utilizada

desde sempre pelo ser humano, encontrada em inúmeras cores, cheiros e

durabilidades, muito utilizada na construção civil, porém, todos sabem dos riscos da

extração em larga escala sem as devidas preocupações ambientais. Muitas

espécies de árvores e suas florestas foram dizimadas para abastecer o consumo

humano em toda a história. Por isso, a preocupação de se utilizar madeiras

alternativas (de reflorestamento e certificadas) é de extrema importância quando

aplicadas em uma construção sustentável São aquelas madeiras que na hora da

compra podem comprovar a origem de onde foram retiradas como:

10.4.1 Reflorestamento - a madeira de reflorestamento advém de lugares

que mantém uma área de floresta original ou replantada, através de manejos

sustentáveis de produção. A atividade prevê a preservação dessas matas ao mesmo

tempo em que sustenta o ritmo da extração.

10.4.2 Certificadas - As madeiras certificadas são aquelas que conseguem

comprovar a origem de onde foram retiradas, através de selos concedidos por

órgãos competentes e avaliadores. Um dos mais conhecidos é o selo verde do

Forest Stewardship Council (Conselho de Manejo Florestal) presente em mais de 50

países.

Outras certificadoras de madeira consideradas confiáveis são:

IDHEA - Instituto para o Desenvolvimento da Habitação Ecológica

Instituto Falcão Bauer

ABNT - Associação Brasileira de Normas Técnicas

Fundação Vanzolini

BVQI - Bureau Veritas Quality International

10.5 Adobe

É um material ainda muito utilizado em várias regiões do mundo, inclusive no

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Brasil, excepcionalmente próprio para regiões que tenham solos argilosos e clima

seco.

Usado para se fazer tijolos, são muito eficazes na construção de alvenarias

estruturais externas, pois depois de secos adquirem uma alta resistência e ótimas

propriedades acústicas.O tijolo de adobe é feito de uma mistura com argila, areia,

água e algumas vezes podem ser adicionadas palha ou outras fibras.

10.6 Tintas naturais

O uso de tintas convencionais muitas vezes pode ser danoso à saúde e ao

meio ambiente por conterem substâncias orgânicas tóxicas (COVs), substâncias

derivadas do petróleo e compostos voláteis altamente poluidores ao contato com

córregos e lençóis freáticos. Hoje no mercado existem algumas tintas a base de

água, ceras e óleos vegetais, resinas naturais, com pigmentações minerais, muito

mais recomendáveis para um equilíbrio sustentável nos ambientes, pois não têm

odor e não utilizam metais pesados.

10.7Piso intertravado

O piso intertravado é composto por peças de concreto modulares, com

diversas formas e cores, que são assentadas como um quebra cabeça, por isso o

nome. Muito resistentes são usados em calçadas, parques e grandes extensões de

pisos externos. A vantagem para o meio ambiente é que ao contrário do que vemos

por ai, os pisos intertravados possibilitam que a água da chuva permeie entre as

juntas e encontre o solo, facilitando a drenagem.

10.8 Equipamentos sanitários de baixo consumo e automáticos

Os vasos sanitários e pias são campeões no quesito desperdício de água.

Muitas vezes esquecemos uma torneira pingando ou a descarga desregulada, o que

acaba lançando enormes quantidades de água sem necessidade.

Por isso, a tendência é que cada vez mais os sanitários tenham equipamentos

reguladores de consumo. Alguns fabricantes de equipamentos sanitários já

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disponibilizam no mercado torneiras com sensor de presença e vasos sanitários com

duplo acionamento. O vaso funciona com meia descarga no caso dos líquidos e

vazão completa para sólidos. Alguns modelos mais simples limitam a vazão de seis

litros mesmo com o botão sendo apertado insistentemente.

10.9 Lâmpadas de alta eficiência energética

Existem muitos tipos de lâmpadas eficientes no mercado e algumas que ainda

estão por vir, pouco difundidas, prometem uma revolução na iluminação dos

edifícios. A mais comum são as lâmpadas fluorescentes compactas, apesar de mais

caras, representam um consumo de energia 80% menor e duram 10 vezes mais que

lâmpadas convencionais, fora isso aquecem menos o ambiente. A maior promessa

no setor de iluminação são os LEDs, que em inglês significam Diodo Emissor de

Luz. São diodos semicondutores que ao receberem energia iluminam. Muito comum

em televisores e computadores são aquelas luzes que ficam acessas indicando que

o aparelho está ligado ou em stand by. Possuem inúmeras vantagens. São luzes

que desperdiçam pouquíssima energia, não esquentam, extremamente compactas,

mas ainda são caras e pouco difundidas.

10.10 Telhado

O telhado é parte essencial do projeto de construção, e existem diversas

formas e materiais para sua composição, por exemplo, na estrutura do telhado em

vez da comum utilização da madeira, pode-se utilizar ferragens, mas em relação à

telhas a variedade é ainda maior, existem as telhas de amianto que causa grande

impacto ao meio ambiente e também aos seres vivos e é pouco utilizada

atualmente, telhas de vidro que proporcionam maior iluminação, geralmente

utilizadas em pequenas partes do telhado, tem um custo maior elevado em relação

as demais, pode-se encontrar a telha de cerâmica que a mais comum devido ao

preço e facilidade colocação, as telhas de fibrocimento vem ganhando mercado por

serem mais resistentes e sua aparência ser mais atraente. Mas diante do tema

sustentabilidade também existem também varias opções, tais como a telha feita de

tubos de pasta de dentes e a telha ecológica.

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10.10.1 Telhas de tubo de pasta de dente

Antes após a utilização dos tubos de pasta de dente, eles não tinham outro

caminho se não os aterros sanitários e lá ficavam, pois não se sabia o que fazer com

esses resíduos, porém depois de muita pesquisa encontrou-se uma solução um

tanto quanto sustentável, a fabricação de telhas a partir da reutilização dos tubos.

De acordo com o site Damale Telhas (www.damale.com.br/telhas) o telhado de tubo

de pasta de dente é feito com material 100% reciclado, sendo constituído de 25% de

alumínio e 75% plástico e não é adicionado nenhum produto químico para aglutinar²

o material, o que representa um ganho ambiental. O resultado é um produto

semelhante na forma às telhas de fibrocimento, mas com qualidades técnicas

superiores.

O telhado de tubo de pasta de dente deixa a casa até 25% mais fresca no

verão, sendo também mais leve, o que significa economia no transporte das telhas e

na estrutura da cobertura.

Benefícios da telha de tubo de creme dental de acordo com o site da

Engeplas

(www.engeplas.com.br):

• Produto 100% reciclado. Em seu processo de transformação, não gera

nenhum tipo de efluente ou poluente atmosférico, pois não ocorre qualquer

queima em sua fabricação. É extremamente resistente e pode ser reciclado

várias vezes.

• Com custo acessível, substitui com vantagem o amianto, seu valor é menor

que as telhas metálicas e não agride a saúde de quem a produz ou manipula.

• Reduz em média 40% do custo com madeiramento

• Não é afetado pela exposição à luz solar (raios U.V.)

• É isolante térmica (30% menos calor que as telhas de amianto)

• Auto extinguível, pois não propaga chamas

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• Não oferece riscos a saúde

• Altamente resistente à umidade e agentes químicos

• Fácil fixação, sem trincar sob a penetração de pregos e parafusos

• Suporta 150 kg de peso por m2

Especificações técnicas da telha segundo o site da Engeplas

(www.engeplas.com.br):

• São compostas 25% alumínio e 75% plástico PEBD - polietileno de baixa

densidade - proveniente de aparas da fabricação dos tubos de creme dental.

• Dimensão original: 2,20m x 0,90m

• Dimensão remontada: 2,10m x 0,79m

• Espessura média: 6 mm

• Altura da onda: 5,5cm

• Inclinação mínima: 5 graus

• Peso: 13 kg

• Número de apoios: três, nas extremidades e no centro.

Para melhor aproveitamento das telhas ecológicas, são necessários alguns

cuidados na sua instalação, pois elas não possuem um lado determinado para seu

encaixe.

Exemplos:

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Figura 5: Aplicação da telha reciclada

Fonte: www.casa.abril.com.br

Figura 6: Telha reciclavel de tubos de pasta de dente

Fonte: www.casadatelha.com.br

10.10.2 Ecotelha

Não existem plantas para fazerem o processo de filtração do ar e afetar

também o ciclo hidrológico da região. Normalmente os locais onde antes havia

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vegetação, estão sendo substituído por concreto e asfalto, dessa forma as grandes

cidades tornam-se impermeáveis e como já foi dito isso traz prejuízos ao meio

ambiente, além desses fatos, outro bem comum em grandes cidades são as

enchentes que sofrem um agravante devido a falta de vegetação, quando chuva cai

nos centros urbanos ela é quase que completamente escoada pelos esgotos, ou

seja, em um nível muito alto, somando isso ao lixo que entope as entradas dos

esgotos temos as enchentes, em uma cidade onde existe locais com terra coberta

por vegetais esse ciclo ocorre de forma diferente, a chuva quando cai uma boa

porcentagem dela fica retida nas O crescente processo de urbanização tem feito

com que as camadas vegetais diminuíssem muito, essa diminuição pode causar

alterações no ciclo natural de determinada região, podendo vir a tornar o ar mais

seco, aumentar a poluição já plantas e no solo o que diminui o nível de água que é

escoada pelos esgotos.

Diante disso a utilização de telhados ecológicos pode ser uma forma de

amenizar esse processo que as grandes cidades enfrentam, de acordo com Castro

apud Schimidt (2009):

"Os telhados verdes são estruturas que se caracterizam pela

aplicação de cobertura vegetal nas edificações. De acordo com o autor,

em estudos realizados os resultados preliminares mostram que para os

eventos estudados o telhado e terraço com cobertura vegetal têm uma

redução no escoamento superficial de até 97,5 e 100% respectivamente nas

primeiras 3 horas após o início da chuva. Já 6 horas após o início da chuva, a

redução no escoamento superficial é de 70 a 100% no terraço e de 26,6 a

100% no telhado ."(CASTRO apud SCHIMIDT,2009).

A Ecotelha é um sistema modular, formado por um substrato rígido mais um

substrato leve, que agrega nutrientes essenciais que proporcionam retenção de

água e drenagem do excedente evitando assim a erosão. Ela vem plantada e

enraizada e pode ser transportada com facilidade. Tem 35cm de largura, 68cm de

comprimento e espessura de 6cm. Pesa cerca de 12,5 Kg por unidade saturada em

água. São necessárias quatro ecotelhas/m², o que resulta num peso de 50

Kg/m². A manutenção deste telhado é simples, pois as plantas crescem

lentamente e não necessitam de rega ou poda (http://www.ecotelhado.com.br).

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Figura 7: Esquema telhado ecológico

Fonte: www.coletivoverde.com.br

O tipo de planta a ser utilizado na ecotelha também deve ser levado em

consideração, normalmente utiliza-se plantas que tenham seu processo de

fotossíntese chamado de metabolismo ácido das crassuláceas, pois essas plantas

tem uma maior resistência à seca, esse tipo de vegetação faz seu processo de

trocas de gases durante a noite, assim não perdem água, e durante o dia mantêm

seus estômatos fechados, essas plantas quando aplicadas como ecotelha não

necessitam ser regadas. Esse processo de implantação de vegetação e solo pode

ser feito sob qualquer telhado ou laje que seja previamente preparado para a

implantação, podendo portanto ser aplicado sobre telhas de cerâmica, fibra ou

cimento.

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Figura 8: Aplicação da Ecotelha

Fonte: www.planetaviavel.com.br

Figura 9: Aplicação da Ecotelha em edificios

Fonte: www.paulaodorcyk.com.br

Por ser um telhado considerado "vivo", o Ecotelhado tem algumas vantagens

sob os demais telhados convencionais, tais como:

Proteção do prédio: Devido a camada de vegetação existente na cobertura

do prédio, ele fica protegido contra o acumulo de calor que causa dilatação da

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47

estrutura causando possíveis rachaduras, além de absorver também os

efeitos da chuva ácida.

Qualidade do ar: Através da fotossíntese e da aderência dos poluentes ao

substrato, os telhados verdes agem como purificadores do ar urbano. O

telhado vivo é também um aprisionador de carbono.

Pluvial: Pela retenção de água e diminuição do fluxo a laje vegetada

contribui de forma muito significativa no escoamento de água da chuva

conforme pode se constatar no estudo do IPH.

Biodiversidade: Com o crescente desenvolvimento das cidades e de

áreas rurais, espécies vegetais e animais têm sido expulsas de seu

habitat natural. A cobertura vegetal ou telhado de grama é ferramenta

fundamental para a sobrevivência e continuidade da manutenção da vida

no conceito urbano que se forma a partir de agora. O telhado ecológico é

a solução para cidade moderna.

Acústica: O teto verde diminui a reverberação ao absorver e isolruídos.

Aquecimento Global: O telhado verde diminui significativamente a

necessidade de energia para climatização de ambientes, contribuindo

assim para a diminuição de emissão de CO2 e de suas conseqüências.

Conforto Térmico: O telhado verde proporciona excelente conforto

ambiental, pois além do isolamento térmico, ele age por evapo-

transpiração, perdendo a energia de evaporação da água por ele retida.

O telhado vivo também consome energia pela fotossíntese.

Arquitetônica: O telhado ecológico aparece como tendência

arquitetônica em um ambiente urbano saturado de concreto, metal e vidro,

fazendo um contraponto de cor, vida e renovação. Nova opção de design para

indústrias, residências e fachadas devido à variedade de plantas e

folhagens possíveis. Cria visual paisagístico em um espaço antes

inutilizável. Fácil de instalar, prático e inteligente, totalmente integrado

na paisagem.

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Lazer: No caso de laje plana o telhado de grama se transforma em uma área

de lazer.

Produção de Alimentos: A cobertura verde pode ser aproveitada para

horticultura com grandes vantagens principalmente no caso de projetos

de casas populares. A produção de alimentos próxima ao consumo tem

sido apontada com elemento de sustentabilidade na idealização da cidade

do futuro.

11 Captação de Água X economia

De acordo com a UFGC (Universidade Federal de Campina Grande) o

homem tem várias formas de adaptação de água. O meio que eles utilizam é a

captação de água que funciona como uma retirada de lagos superficiais que se

recompõe em pouco tempo ciclo fluvial.

Os lagos fluviais superficiais tem apenas 5 % da água retirada em todo

planeta para a utilização do homem e seus meios, esses 5 % consiste em lagos de

água doce. Agora a captação de água não apenas só consiste em águas superficiais

mais em lençóis freáticos também e também retiram água de forma subterrânea,

mas a origem de água subterrânea além de ser de difícil acesso é de fonte que são

pouco renováveis porque se necessita de vários e vários anos para que se junte

aquela mesma quantidade, nem sempre se consegue retirar essa água pois as

vezes está presa em formações rochosas ou em escalas de profundidade mais que

o normal e também os recursos para a retirada dessas águas é de grande custo, ou

seja, inviável para o patrocinador.

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Figura 10: Esquema de capitação de água

Fonte:

http://www.dec.ufcg.edu.br/saneamento/Captac03.html?submit=Continuar

Mas pelo processo final dessa água retirada de solos e formações rochosas

passam por mananciais, essas mananciais tem como objetivo retirar a água mais

limpa o possível fazendo com que ela passe por nenhum processo químico ou

quase nenhum, garante que a qualidade da água seja boa e atendendo a demanda,

mas nem sempre a escolha do tipo de manancial é adequada para aquela situação,

pois o que é levado em consideração não é apenas a qualidade e a quantidade, mas

também o aspecto econômico.

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50

11.1 Como Fazer a Captação de Água

Primeiramente tem que se analisar o que é mais adequado para o individuo,

tem de se levar em consideração o ambiente em que o individuo vive e sua

economia porque não adianta tentar fazer a captação de água no nordeste seria

ilógico.

Há varias formas de captação de água como, por exemplo, a captação de

água pela calha fazendo com que a água caia em um barril ou em um recipiente

para que seja reutilizada futuramente, mais uma forma de captação de água é a

penetração de água no telhado fazendo com que ela escorra por uma espécie de

cano caindo diretamente no barril ou se quiser até uma adaptação para que caia

diretamente na caixa d’ água.

11.2 Vantagens de Captação

Com a captação de água pode se obtiver várias vantagens e que podem te

ajudar economicamente, ambientalmente e socialmente. A captação de água é uma

tecnologia de construção fácil e que representa baixo custo e é facilmente aceita

pela população local, não necessita de mão de obra especializada, não provoca

oxidação ferrugem na parte tanto exterior quanto interior, é feita em pouco tempo

levando em conta que são apenas 3 dias em média para a sua construção, além de

facilitarem na limpeza são feitas de PVC material resistente, sua capacidade média

de água é de 12.000 mil litros, existem um sistema de dentro deles que descartam

os primeiros 20 minutos de chuva prevenindo para que não haja contaminação, não

precisa escavar o solo porque o sistema fica em cima da terra, vazamentos se

encontrados serão de fácil conserto e são instaladas torneiras para que a água seja

retirada tirando a possibilidade de baldes e bacias entrarem no recipiente.

Page 43: TCC - Pronto

51

11.3 Mecanismos

São vários os mecanismos para utilização de captação de água, pois são

vários engenhos. Abaixo estão os engenhos e seus mecanismos.

Picota: Instrumento simples de captação de água feito de pedaços de

madeiras usado muito há 5000 anos se tornando a primeira ferramenta d captura de

água.

Calha: Logicamente será usada uma calha com um cano indicando uma saída

para um sistema de captação de água e transferidos para uma espécie de barril que

são ordenados para irrigações etc.

Figura 11: Cisterna

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Fonte: www.

http://www.sempresustentavel.com.br/hidrica/aguadechuva/agua-de-chuva.jpg

Caixa de água: A água da chuva que escorre para uma caixa de água

aumentando a quantidade de água existente e fazendo o reaproveitamento e

economizando.

12 Energias Renováveis

Existem várias fontes de energia no nosso planeta. Elas podem ser

renováveis ou esgotáveis. Por exemplo, a energia eólica, faz parte da inesgotável.

Por outro lado, os combustíveis fósseis (derivados do petróleo e o carvão mineral)

possuem uma quantidade limitada, podendo acabar se não houver um consumo

racional. Existem várias formas de energias renováveis, por exemplo, a hidráulica

que a energia é gerada a partir dos rios, é a mais utilizada no nosso país.

Existem diversas tipos de energias, por exemplo:

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Energia Solar, ainda não é muito explorada no mundo, ela é feita a partir da

captação da energia solar, a radiação solar é captada e transformada para

gerar calou ou eletricidade;

Energia eólica, que é gerada a partir dos ventos. A captação é feita por

grandes hélices instaladas em áreas abertas, é uma energia limpa e

inesgotável, porem pouco utilizada;

Energia gravitacional, que é gerada a partir do movimento das ondas,

segundo especialistas no futuro será muito utilizada.

Na construção civil as fontes de energias sustentáveis não são muito usuais

no Brasil, pelo seu alto custo. Mas economizando ele não causaria um lucro?

Sim, mas seria para médio/longo prazo. O meio de captação de energia

renovável mais utilizado na construção civil, no Brasil é captação da energia

solar para o aquecimento da água.

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Figura 12: Esquema de Captação de Energia Solar

Fonte: jornalistaflavioazevedo.blogspot.com

Muitos projetos vêm sendo criados para essa área da construção civil, mas

ainda, aqui no Brasil, isso está bem atrás. Na Alemanha todas as casas

praticamente têm captadores solares para a captação de energia. Nos próximos

anos vamos ter um aumento, quando acontecer o barateamento das matérias.

13 Gerenciamento Ambiental de Resíduos da Construção Civil

É gerenciar os resíduos para que seja reutilizado o material, mas não precisa,

necessariamente, reutilizar o material, o gerenciamento pode ser utilizado para

descartado correto no meio ambiente para que não haja impactos ambientais muito

grandes, pois na maioria das construções são de grande porte.

“O setor tem um grande desafio: como conciliar uma atividade produtiva desta

magnitude com as condições que conduzam a um desenvolvimento sustentável

consciente, menos agressivo ao meio ambiente? É uma pergunta, embora antiga,

ainda sem respostas satisfatórias. Sem dúvida, por ser uma questão bastante

complexa, requer grandes mudanças culturais e ampla conscientização” segundo o

Sindicato da Indústria da Construção Civil do Estado de São Paulo" (SindusCon-SP,

2005).

Serve para que haja a reutilização e/ou o descarte correto do material que

sobrou de construções, também a utilização correta desses materiais para que não

haja o desperdício e utilize o máximo que o material possa proporcionar.

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De acordo com Oliveira e Mendes o Plano de Gerenciamento de Resíduos

Sólidos em Obras de Construção Civil visa minimizar tais resíduos, assim como

reduzir gastos com seus tratamentos e disposição final, beneficiando, assim, as

empresas, visto que esta economizará e melhorará sua produção.

O SindusCon-SP, Sindicato da Indústria da Construção Civil do Estado de

São Paulo, assumiu o compromisso de enfrentar tal desafio. Ao constituir o

COMASP - Comitê de Meio Ambiente, o SindusCon-SP fixou como diretriz tratar as

questões ambientais de forma pró-ativa e abrangente, buscando soluções que

permeiem toda a cadeia produtiva do setor. Para tanto, desenvolve pesquisas com

universidades, promove seminários, participa de fóruns para discussão e elaboração

de legislações e normas técnicas, promove cursos e programas de capacitação

sobre temas relacionados ao desenvolvimento sustentável.

Em 2001, o SindusCon-SP realizou um primeiro seminário sobre a questão

dos Resíduos da Construção e iniciou sua participação como representante da CBIC

- Câmara Brasileira da Indústria da Construção Civil nas discussões do CONAMA -

Conselho Nacional do Meio Ambiente que resultaram na aprovação da Resolução nº

307, em julho de 2002. Essa resolução estabelece diretrizes, critérios e

procedimentos para a Gestão dos Resíduos da Construção Civil, criando

responsabilidades para a cadeia gerador / transportador / receptor /municípios”,

segundo o Sindicato da Indústria da Construção Civil do Estado de São Paulo

(SindusCon-SP), ou seja, é preciso normas técnicas para que seja gerenciado de

forma correta os resíduos da construção civil.

13.1 Vantagens

Gestão de resíduos é um método essencial na construção civil, de acordo

com Oliveira e mendes:

"A boa organização faz com que sejam evitados sistemáticos desperdícios na utilização e na aquisição dos materiais para substituição. Em alguns casos, os materiais permanecem espalhados pela obra e acabam sendo descartados como resíduos. A dinâmica da execução dos serviços na obra acaba por transformá-la num grande almoxarifado, podendo haver “sobras” de insumos espalhadas e prestes a se transformar em resíduos. A prática de circular pela obra sistematicamente, visando localizar possíveis “sobras” de materiais (sacos de argamassa contendo apenas parte do conteúdo inicial, alguns blocos que não foram utilizados, recortes de conduítes com medida suficiente para reutilização, etc.), para resgatá-los de

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forma classificada e novamente disponibilizá-los até que se esgotem, pode gerar economia substancial. Isso permite reduzir a quantidade de resíduos gerados e otimizar o uso da mão-de-obra, uma vez que não há a necessidade de transportar resíduos para o acondicionamento. A redução da geração de resíduos também implica redução dos custos de transporte externo e destinação final" (OLIVEIRA e MENDES,2008).

Ainda sobre gestão de resíduos no relatório da Câmara Brasileira de

Industria da Construção realizado em 2012, o conjunto de iniciativas necessárias ao

avanço da construção sustentável no país, a gestão de resíduos é, provavelmente, a

que mais rápido pode oferecer resultados significativos. Atualmente, dispomos de

um arcabouço legislativo e de marcos regulatórios por meio da Política Nacional de

Resíduos Sólidos, da Resolução 307 do Conselho Nacional do Meio Ambiente

(Conama) e da Política Nacional de Saneamento Básico que coloca o setor no tema

com alguma maturidade. A superação de desafios internos e externos ao longo da

cadeia produtiva é urgente no sentido de assegurar avanços no estágio atual de

gestão de resíduos sólidos do setor, como: a promoção e a implementação da

autorregulação; o exercício efetivo e obrigatório da logística reversa e a

formalização de fluxos de forma que esteja explícita a matriz de responsabilidades

no pós-obra, exigindo-se a plena legalidade de atuação dos agentes transportadores

e receptores. Estima-se que a construção gere entre 20% e 25% do total de

resíduos da indústria brasileira. Mesmo assim, o setor está inserido em uma

atividade econômica significativamente impactante: mais de 250 milhões de

toneladas anuais de recursos agregados são extraídos para construção no Brasil e

pelo menos 100 milhões de toneladas de resíduos, gerados todo ano. A quantidade

varia com o nível da atividade da construção e manutenção, e até mesmo com as

práticas construtivas. Boa parte dos resíduos da construção é provocada por perdas

de processo e a este total devem ser adicionados ainda os resíduos gerados antes

das etapas de construção e desmobilização, como extração de matérias-primas,

fabricação, transporte e comercialização dos materiais.

Seja para as construtoras e empreendedoras seja para as prefeituras e a

sociedade, a gestão dos resíduos da construção e demolição também tem

resultado em custos elevados. A deposição clandestina de entulho agrava os

impactos ambientais, uma vez que provoca o assoreamento de córregos, o

entupimento de redes de drenagem e como consequência, em alguns casos, as

enchentes urbanas. Os aterros ilegais, por sua vez, acabam por se tornar locais

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57

atrativos para destinação a baixo custo, agravando o problema. Incentivar a

autorregulação (ou até mesmo criar e implementar condições para que uma terceira

parte o faça) antecipa o posicionamento do setor em relação às

responsabilidades definidas na Política Nacional de Resíduos Sólidos e suas

vertentes em nível estadual e municipal. A autorregulação é um instrumento que

deve ser fomentado pelo Programa Construção Sustentável e que posiciona muito

claramente a parcela formal do setor como agente da sustentabilidade. Já no que se

refere ao relacionamento das construtoras com o parque de produtores de

insumos, nunca ocorreu momento tão propício ao estabelecimento de regras que

contemplem o desenvolvimento sustentável.

Neste contexto, o Programa Construção Sustentável propõe:

• Promoção de parcerias público-privadas para a efetivação de metas

relativas à implementação das áreas de manejo de resíduos, de forma

gradativa, das capitais aos menores municípios.

• Promover a participação de toda a cadeia produtiva da construção na

elaboração de legislações complementares estaduais e municipais no

âmbito da Política Nacional de Resíduos Sólidos. Com esse objetivo,

implementar uma Coordenação Nacional contínua do setor para

acompanhamento do tema nos três níveis do legislativo. Participar da

revisão da Resolução 307 do Conama para adequação da Política Nacional

de Resíduos.

• Mapeamento de dificuldades e entraves ao processo de licenciamento

para áreas de transbordo e triagem (ATTs), atividades de reciclagem e

instalação de aterros em todo o território nacional. A partir desse

levantamento, elaborar manuais de orientação e atuação junto às

administrações municipais para simplificação do processo de implantação

das políticas municipais de gestão de resíduos. Administrações

municipais e empresas terceirizadas e sem sistemas de qualidade devem ser

qualificadas, a partir da legislação até 2014, nas capitais brasileiras; até

2018, nas cidades com população acima de 300 mil habitantes e, até 2022,

nas cidades com população acima de 100 mil habitantes. Nesse

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58

contexto, é necessário dar ênfase à divulgação da Norma de Aterro da

Construção Civil (NBR 8419/92 /ABNT).

• Implementação de sistema informatizado de gestão de resíduos que

contemple toda a cadeia geradora, transportadora e as áreas de tratamento e

destinação até 2014, nas capitais brasileiras; até 2018, nas cidades com

população acima de 300 mil habitantes e, até 2022, nas cidades com

população acima de 100 mil habitantes. Utilizar a disseminação nacional

dessa ferramenta online para difundir as boas práticas.

Atuar para que os acordos setoriais previstos na Política Nacional de

Resíduos Sólidos estabeleçam, efetivamente, a logística reversa entre os

fornecedores do setor, para todos os resíduos da construção, com ênfase

nos mais presentes em obras, notadamente os resíduos classificados de

acordo com a resolução Conama 307/2002 como classe B (sacarias,

gesso) e D (tintas, óleos, solventes, impermeabilizantes, baterias e

outros); respeitando os acordos setoriais específicos para cada grupo de

produtos.

14 Conclusão

Com a crescente necessidade de se pensar em sustentabilidade, surgem

inúmeras vertentes do termo, atualmente a sustentabilidade esta presente em todas

as áreas possíveis, após o fim da Guerra Fria e consequentemente o fim da

bipolaridade da economia mundial e crescente ascensão do capitalismo e a

produção em larga escala como já vinha acontecendo desde a Revolução Industrial

fez com que a sociedade percebesse que seus recursos naturais, ou seja, suas

matérias primas não eram infinitas, diante disso iniciou-se uma busca por consumir

de forma sustentável e para isso foram criadas organizações e grupos que visam

criar e regular e conciliar o desenvolvimento com a sustentabilidade.Tendo em vista

sustentabilidade na construção civil é uma área que esta em crescente

desenvolvimento no Brasil e no mundo, afinal a área de construção é uma das mais

importantes e também uma das que causam maiores impactos ao meio ambiente

devido a grande utilização de recursos naturais e os resíduos que gerados durante e

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59

após a construção, por isso a necessidade de se aplicar métodos de gestão na

construção civil para melhor aproveitar os recursos naturais e causar menores

impactos ao meio ambiente. Para melhorar a construção civil em questões de

sustentabilidade, necessita-se de uma conscientização da população de modo geral,

a sustentabilidade deve estar presente nas escolas para que desde de cedo a

sociedade possa desenvolver um senso sustentável, as empresas que atuam nessa

área devem buscar desenvolver projetos e investir em novas tecnologias que

agridam menos o meio ambiente, além de buscar mão de obra qualificada, e acima

disso buscar inovar e sair dos padrões antigos de construção que causam maiores

danos ao ambiente.

Page 52: TCC - Pronto

60

Referências

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