pré modernismo (1902- 1922) profª karin

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Pré-Modernismo (1902- 1922) Que país é esse? Profª karin

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Page 1: Pré modernismo (1902- 1922) profª karin

Pré-Modernismo (1902- 1922)

Que país é esse?

Profª karin

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Que país é esse?

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Que país é esse?

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Que país é esse?

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- O avanço científico e tecnológico no início

do século XX traz novas perspectivas à

humanidade.

- As invenções contribuem para um

clima de conforto e praticidade. Afinal, o telefone, a

lâmpada elétrica, o automóvel e o telégrafo

começam a influenciar, definitivamente, a vida das

pessoas.

- Além dessas, a arte mostrou um inovado

meio de comunicação, diversão e entretenimento: o

cinema.

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- É em meio a tanto progresso que a 1ª

Guerra Mundial eclode. Em meio a tantos

acontecimentos, havia muito que se dizer, e por

isso, a literatura é vasta nos primeiros anos do

século XX.

- Logo, os estilos literários vão desde os

poetas parnasianos e simbolistas (que ainda

produziam) até os que se concentravam na política

e nas peculiaridades de sua região.

Chamamos de Pré-Modernismo a essa fase

de transição literária entre as escolas anteriores e a

ruptura dos novos escritores com as mesmas.

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Enquanto a Europa preparava-se para a

guerra, o Brasil vivia a chamada política do “café-

com-leite”, onde os grandes latifundiários do café

dominavam a economia(domínio paulista/mineiro

nas eleições presidenciais).

Ao passo que esta classe dominante e

consumista seguia a moda europeia, as agitações

sociais aconteciam, principalmente no Nordeste.

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Na Bahia, ocorre a famosa “Revolta de

Canudos”, que inspirava a obra “Os Sertões” do

escritor Euclides da Cunha. Em 1910, a rebelião

“Revolta da chibata” era liderada por João Cândido,

o “Almirante Negro”, contra os maltratos vividos na

Marinha.

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Pré-modernismo

Período que não é um movimento literário, mas sim uma época de transição das estéticas vigentes ainda em fins do século XIX e início do XX (Realismo-Naturalismo, Simbolismo e Parnasianismo) para o Modernismo.

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O fator característico dessa fase

é o nacionalismo temático: um

nacionalismo com olhar crítico,

questionador, muito diferente da

visão idealizada dos românticos e

muito próximo da perspectiva de

país contornada pelo

Modernismo a partir de 1922.

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A literatura passa a ser um

instrumento para que os

brasileiros conheçam melhor

o seu Brasil. O fazer literário

se torna uma forma de ação

social.

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No entanto, essa literatura

não era a que agradava aos

governantes do país: para

os tais, o texto literário

deveria expor a face bela e

modernizante que o Brasil

vivia.

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Era o período da Belle époque - expressão francesa que denomina o período entre 1885 e 1918, no qual Paris exportava cultura e modelos de comportamento -, e o Brasil passava por melhorias urbanas, especialmente no Rio de Janeiro, então capital brasileira.

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Desigualdades sociais

Essa não era, entretanto, a verdade geral. Havia enormes diferenças sociais entre as regiões brasileiras. A literatura então se engaja e denuncia as inverdades da propaganda oficial, que procurava transmitir a sensação de que a República (1888) era a chegada da modernidade e da democracia para o país como um todo.

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Brasil e seus brasis:

desigualdade social

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O Brasil não-oficial

Os escritores pré-modernistas se encarregaram de revelar o Brasil não-oficial, não propagandeado, o país dos contrastes, os locais onde a modernidade não chega, inclusive, até os dias de hoje.

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Os tipos humanos marginalizados, como o sertanejo nordestino, o habitante dos subúrbios cariocas, o caipira paulista, ganharam espaço - e com eles a realidade de que faziam parte. O Brasil encontrou-se com os diferentes "Brasis" nesse trabalho de investigação e análise da realidade cultural.

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Características

Ruptura com o passado: inovação nas obras, rompimento com os moldes pré-estabelecidos das obras dos períodos anteriores. A linguagem de Augusto dos Anjos, por exemplo, é cheia de palavras não-poéticas (cuspe, vômito, escarro, vermes...), oposição direta ao modelo parnasiano, ainda em vigor na época.

Denúncia da realidade brasileira: o Brasil deixa de ser idealizado e os verdadeiros problemas são mostrados, avesso da idealização romântica.O Brasil não-oficial dos nordestinos, caboclos e caipiras é exposto.

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Regionalismo: descrição do universo

brasileiro: o norte e nordeste são

mostrados por meio da obra de Euclides

do Cunha; o interior paulista com

Monteiro Lobato; o Espírito Santo com

Graça Aranha e o subúrbio carioca com

Lima Barreto.

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Ligação com fatos políticos, econômicos e sociais: diminui a distância entre a realidade e a ficção. Em Triste fim de Policarpo Quaresma, de Lima Barreto, por exemplo, é retratado o governo de Floriano Peixoto e a Revolta da Armada; Os Sertões, de Euclides da Cunha, demonstra a crueldade da Guerra de Canudos; Canaã, de Graça Aranha, documenta a imigração alemã no Espírito Santo.

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O marco do Pré-Modenismo no Brasil é a publicação, em 1902, de Os Sertões, obra na qual Euclides da Cunha denuncia o absurdo da Guerra de Canudos. Com forte teor determinista, segundo o qual o homem é fruto do meio, é o primeiro pré-modernista a aproximar literatura e História. A estrutura do livro é a seguinte:

•A terra: caracteriza o sertão nordestino: clima, solo, relevo, vegetação...

•O homem: quem é o sertanejo e quem foi Antônio Conselheiro.

•A luta: confronto: narração da luta entre as tropas oficiais e os seguidores de Conselheiro. O livro termina com a descrição da queda do Arraial de Canudos e a destruição de todas as casas erguidas no local.

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Mapa do estado da Bahia com destaque para uma cidadezinha quase na fronteira com o Estado de Pernambuco, que leva o nome da histórica Canudos, a 10 km da cidade original

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A Guerra de Canudos foi um conflito singular na

história dos primeiros anos do Brasil República, que

aconteceu no período do governo do primeiro

presidente civil da história de nosso país: presidente

Prudente de Moraes (1894-1898).

Após quatro expedições militares, no dia 5 de outubro

de 1897, um ano de incensáveis lutas e uma feroz

resistência por parte de seus defensores, o arraial

chamado Belomonte, fundado por Antônio

Conselheiro no Nordeste da Bahia, foi finalmente

tomado pelo exército.

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Os número final de mortes na

Guerra de Canudos é assustador.

Mais de 5.000 homens mortos em

batalha. Ao fim da guerra, um dos

aspectos positivos foi a volta do

debate sobre o povo sertanejo no

Brasil. Milhares de homens que

tentavam sobreviver à miséria e à

falta de recursos.

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Dois olhares sobre um mesmo conflito:

Euclides da Cunha, no final de Os Sertões, registrava:

“Canudos não se rendeu. Exemplo único em toda a história, resistiu até ao esgotamento completo. Expugnado palmo a palmo, na precisão integral do termo, caiu no dia 5, ao entardecer, quando caíram os seus últimos defensores, todos morreram. Eram quatro apenas: um velho, dois homens feitos e uma criança, na frente dos quais rugiam raivosamente 5 mil soldados. Forremo-nos à tarefa de descrever os seus últimos momentos. Nem poderíamos fazê-lo. Esta página, imaginamo-la sempre profundamente emocionante e trágica; mas cerramo-la vacilante e sem brilhos...”

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Já Olavo Bilac, poeta parnasiano, escrevendo

sobre o mesmo episódio, comemorava:

“Enfim, arrasada a cidadela maldita!enfim,

dominado o antro negro, cavado no centro do

robusto sertão, onde o Profeta das longas

barbas sujas concentrava sua força diabólica,

feita de fé e de patifaria, alimentada pela

superstição e pela rapinagem…”

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Antônio Conselheiro:

“O sertão vai virar mar”

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•Hoje, o arraial de Canudos, à beira do rio

Vaza-barris, em pleno sertão baiano,

encontra-se submerso nas águas do açude

de Cocorobó.

• E mais: para reforçar a profecia do

beato, outra imensa região do sertão

baiano virou mar. No vale do rio São

Francisco foi construída a imensa

barragem de Sobradinho, deixando

submersas várias cidades.

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Outros autores

Lima Barreto: a vida nos subúrbios cariocas. Afonso Henriques de Lima Barreto nasceu no Rio de Janeiro em 13 de maio de 1881. Era mestiço, pobre e socialista, vítima de toda sorte de preconceitos. Teve também problemas com alcoolismo, o que resultou em sua internação em um hospício, entre 1914 e 1919. Morreu em 1922.

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LIMA BARRETO

O romance mais conhecido do autor

é Triste fim de Policarpo Quaresma.

Policarpo é considerado o Dom

Quixote Nacional: aquele que

acredita em um ideal, se dá por ele,

não busca vantagens pessoais e,

por causa desse mesmo idealismo,

é tido como louco, quando na

verdade, é apenas alguém puro de

intenções.

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Monteiro Lobato: descrição do

caipira paulista; denúncia da

realidade brasileira

Autor das famosas histórias do Sítio do Pica-pau Amarelo, viveu no interior e pôde observar as dificuldades e os vícios característicos da vida rural, fatos desconhecidos do Brasil "oficial". No livro Urupês (1918), Lobato traça o perfil do caipira que vivia pelo interior de São Paulo. É nessa obra que dá forma ao Jeca Tatu, símbolo do atraso e da miséria do caboclo brasileiro.

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Augusto dos Anjos: a marca da

angústia e do pessimismo (o poeta

do desencanto)

•Autor que recebeu influência de várias estéticas, mas não se limita a nenhuma: do Simbolismo recupera o gosto pelas imagens fortes, que despertam sensações, (no caso do autor, de asco e horror) e a preocupação com a construção formal do poema.

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linguagem singular

•O uso de termos científicos marca a

inspiração do Naturalismo. A

preferência pelo soneto traz ecos do

Parnasianismo. É por essa fusão de

escolas literárias que é difícil rotulá-

lo como pertencente à uma

determinada escola.

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“Tome, Dr., esta tesoura, e ... corte

Minha singularíssima pessoa.

Que importa a mim que a bicharia

roa

Todo meu coração, depois da

morte?!”

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Resumo das características

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As duas principais características desse

movimento são:

conservadorismo – que cultivavam os

valores naturalistas(observação fiel da

realidade , mostrando que o indivíduo é

determinado pelo ambiente e pela

hereditariedade;

renovação – falavam sobre a realidade

brasileira e as tensões vividas pela

sociedade do período e os dilemas vividos

pela sociedade na época.

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Ruptura com o passado

Os autores adotaram inovações que feriam o

academicismo.

Regionalismo

A realidade rural brasileira é exposta sem os traços

idealizadores do Romantismo. A miséria do homem

do campo é apresentada de forma chocante.

Literatura-denúncia

Os livros são escritos em tom de denúncia da

realidade brasileira. O Brasil oficial (cidades da

Região Sul, belezas do litoral, aspectos positivos da

civilização urbana) é substituído por um Brasil não-

oficial (sertão nordestino, caboclos interioranos,

realidade dos subúrbios).

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Contemporaneidade

A literatura retrata fatos políticos, situação econômica e social

contemporâneos, diminuindo a distância entre realidade e

ficção. Vejamos obras e autores que exemplificam isso:

a) Triste fim de Policarpo Quaresma, de LIma Barreto –

Retrata o governo de Floriano Peixoto e a Revolta da

Armada.

b) Os Sertões, de Euclides da Cunha – Faz um relato da

Guerra de Canudos, mostrando-a como uma das primeiras

manifestações pela terra no Brasil.

c) Cidades Mortas, de Monteiro Lobato – Mostra a

passagem do café pelo Vale do Paraíba paulista.

d) Canaã, de Graça Aranha – Exibe um documento sobre a

imigração alemã no Espírito Santo.

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Euclides da Cunha (1866-1909) - carioca Obras:

Os Sertões (1902) - Retrata a Guerra dos Canudos, sendo publicado nos seguintes idiomas: alemão, chinês, francês, inglês, dinamarquês, espanhol, holandês, italiano e sueco.

Contrastes e Confrontos (1907) - Pode-se dizer que é uma obra científica e uma obra de arte. Trata-se de uma obra única na história das letras brasileiras.

À Margem da História (1909) - Publicação póstuma, reúne os artigos de Euclides sobre a Amazônia antes e após sua viagem à região. Os ensaios amazônicos reforçam a tese de uma formação histórica marcada por contrastes e antagonismos. O dever da ciência e dos intelectuais era, para Euclides da Cunha, promover o encontro entre Estado e nação.

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Monteiro Lobato (1882-1948) Obras:

Urupês (1918) - Aborda a decadência da agricultura no Vale do Paraíba, após o “ciclo” do café.

Idéias de Jeca Tatu (1919) - História de Vilela, Camilo e Rita envolvidos em um triângulo amoroso.

A Menina do Narizinho Arrebitado (1920) - Tem como personagens principais Emília e Narizinho em mais uma de suas histórias inéditas.

O Pica-Pau Amarelo (1939) - Aborda a Turma do Sítio (Emília, Narizinho, Pedrinho, Marquês de Rabicó, Conselheiro, Quindim, Visconde de Sabugosa, Dona Benta, Tia Nastácia, Tio Barnabé, Cuca, Saci, etc) vivendo situações e aventuras que mexem com a imaginação da criançada.

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Lima Barreto (1881-1922) - carioca Obras:

Recordações do Escrivão Isaías Caminha (romance – 1909)

Triste Fim de Policarpo Quaresma (romance – 1911)

Numa e Ninfa (romance – 1915)

Morte e M. J. Gonzaga de Sá (romance – 1919)

Os Bruzundangas (crônica – 1923)

Clara dos Anjos (romance – 1924)

Histórias e Sonhos (contos – 1956)

Diário Íntimo (memórias – 1956)

Cemitério dos Vivos (memórias – 1956)

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AUGUSTO DOS ANJOS (1884-1914) PARAIBANO OBRAS:

Saudade (poema - 1900) - Mostra que tanto os atos bons quanto os ruins do passado de alguém são necessários para completar o indivíduo.

Eu e Outras Poesias (único livro de poemas - 1912) - Articula o trinômio como reflexo de um momento histórico marcado por um sentimento de perda, um mal-estar disseminado entre os intelectuais, uma angústia diante da falência da Civilização Ocidental e dos ideais do Progresso.

Psicologia de um Vencido (soneto) - Com o uso de palavras rebuscadas e repleto de simbolismo, este soneto aborda o pessimismo marcante e retrata a tragédia da morte com naturalidade.

Versos íntimos - Como todos os outros poemas e sonetos de Anjos, este também aborda a morte e o próprio "eu" o centro do seu pensamento.