praticas contabeis aplicadas terceiro setor rinaldi maio 2011

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Conselho Regional de Contabilidade do Estado de São Paulo Tel. (11) 3824-5400, 3824-5433 (teleatendimento), fax (11) 3824-5487 Email: [email protected] | web: www.crcsp.org.br Rua Rosa e Silva, 60 | Higienópolis 01230 909 | São Paulo SP Presidente: Domingos Orestes Chiomento Gestão 2010-2011 Seminário Práticas Contábeis Aplicadas ao Terceiro Setor Elaborado por: Fernando César Rinaldi O conteúdo desta apostila é de inteira responsabilidade do autor (a). A reprodução total ou parcial, bem como a reprodução de apostilas a partir desta obra intelectual, de qualquer forma ou por qualquer meio eletrônico ou mecânico, inclusive através de processos xerográficos, de fotocópias e de gravação, somente poderá ocorrer com a permissão expressa do seu Autor (Lei n. 9610) TODOS OS DIREITOS RESERVADOS: É PROIBIDA A REPRODUÇÃO TOTAL OU PARCIAL DESTA APOSTILA, DE QUALQUER FORMA OU POR QUALQUER MEIO. CÓDIGO PENAL BRASILEIRO ARTIGO 184. Maio 2011 Acesso gratuito pelo portal do CRC SP www.crcsp.org.br

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Page 1: Praticas Contabeis Aplicadas Terceiro Setor Rinaldi Maio 2011

Conselho Regional de Contabilidade do Estado de São Paulo

Tel. (11) 3824-5400, 3824-5433 (teleatendimento), fax (11) 3824-5487 Email: [email protected] | web: www.crcsp.org.br Rua Rosa e Silva, 60 | Higienópolis 01230 909 | São Paulo SP

Presidente: Domingos Orestes Chiomento Gestão 2010-2011

Seminário

Práticas Contábeis

Aplicadas ao Terceiro

Setor

Elaborado por:

Fernando César Rinaldi

O conteúdo desta apostila é de inteira

responsabilidade do autor (a).

A reprodução total ou parcial, bem como a reprodução de apostilas a partir desta obra intelectual, de qualquer forma ou por qualquer meio eletrônico ou mecânico, inclusive através de processos xerográficos, de fotocópias e de gravação, somente poderá ocorrer com a permissão expressa do seu Autor (Lei n. 9610)

TODOS OS DIREITOS RESERVADOS: É PROIBIDA A REPRODUÇÃO TOTAL OU PARCIAL DESTA APOSTILA, DE QUALQUER FORMA OU POR QUALQUER MEIO. CÓDIGO PENAL BRASILEIRO ARTIGO 184.

Maio 2011

Acesso gratuito pelo portal do CRC SP www.crcsp.org.br

Page 2: Praticas Contabeis Aplicadas Terceiro Setor Rinaldi Maio 2011

Programa:

1) Aspectos conceituais, estruturais e de classificação do Terceiro Setor;2) Aspectos formais de constituição e funcionamento de organizações do

Terceiro Setor;3) Aspectos tributários;4) NBC TG – Estrutura conceitual para a Elaboração e Apresentação das

Demonstrações Contábeis (substitui a NBCT 3);5) NBC T 10 – Aspectos contábeis específicos (revisada pela Resolução CFC n°

1.171/09);6) NBCT 10.4 – Fundações; 7) NBCT 10.19 – Entidades sem fins lucrativos;8) NBC TG 07 – Subvenção e assistência governamentais (substitui a NBC T 19.4);9) Aspectos contábeis aplicados ao Terceiro Setor: escrituração, plano de conta

e controles; 10) Lei 12.101/2009 e Decreto 7.237/2010 (certificação das entidades beneficentes de

assistência social);11) Projetos Sociais: controle e prestação de contas;12) Gratuidades;13) Demonstrações Contábeis: balanço patrimonial, demonstração de resultados,

demonstração do fluxo de caixa, demonstração das mutações do patrimônio e notas explicativas.

Evolução contábil

Historicamente, a Contabilidade evoluiu em função das necessidadesdos usuários, nas seguintes fases:

• Renascimento: atividades comerciais;• Revolução industrial: atividades comerciais e industriais;• Queda da bolsa de NY: normatização e padronização das práticas contábeis;

• Momento atual: atividades comerciais, indústrias, expansão dos serviços, evolução do mercado financeiro, surgimento do terceiro setor, negócios globais (Contabilidade Internacional IFRS).

Atualmente, os negócios envolvem avaliação:a) Desempenho, retorno, riscos, rentabilidade;b) Gestão do negócio;c) Transparência das operações;d) Responsabilidade social e ambiental;e) Sustentabilidade do negócio.

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Responsabilidade social

Responsabilidade social associa-se com o conceito de sustentabilidade, que procura conciliar:

• Aspectos econômicos: riqueza patrimonial (capital financeiro e manufaturado);

• Aspectos sociais: recursos humanos (capital humano, trabalho, inteligência, cultura e organização);

• Aspectos ambientais: recursos naturais (capital natural, recursos naturais, sistemas vivos e ecossistema).

Com o objetivo de criar condições de continuidade dos negócios no presente e no futuro.

Para garantir a evolução da riqueza patrimonial, a entidade depende dos recursos humanos e naturais.

O Terceiro Setor é formado pelas Organizações não Governamentais, denominadas Instituições de Interesse Social, sendo classificadas como:

• Sem fins lucrativos: recebem contribuições ou doações para realizar suas atividades, mas não fazem filantropia.

• Sem fins lucrativos e filantrópicas (*): independente de receberem contribuições ou doações para realizarem suas atividades, concedem no todo ou em parte, gratuidades na realização dos serviços.

Essas Instituições realizam serviços e atividades para a população, que na maioria dos casos, são de responsabilidade do Estado.

(*) Devem possuir a certificação das entidades beneficentes de assistência social, conforme Lei 12.101/09 e Decreto 7.237/10.

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Page 4: Praticas Contabeis Aplicadas Terceiro Setor Rinaldi Maio 2011

Decreto 7.237/10

Art. 1º A certificação das entidades beneficentes de assistência

social será concedida às pessoas jurídicas de direito privado, sem fins

lucrativos, reconhecidas como entidades beneficentes de assistência

social com a finalidade de prestação de serviços nas áreas de

assistência social, saúde ou educação.

Art. 2º Para obter a certificação, as entidades deverão obedecer ao

princípio da universalidade do atendimento, sendo vedado dirigir

suas atividades exclusivamente a seus associados ou a categoria

profissional, e às demais exigências da Lei no 12.101, de 2009, e deste

Decreto.

Terceiro Setor (Continuação)

Essas instituições trabalham para realizar atividades sociais, com objetivo de proporcionar melhorias na qualidade de vida da sociedade, através de atendimento médico, eventos culturais, campanhas educacionais, entre tantas outras atividades. Entre asinstituições, podemos citar:

• Entidades de caráter beneficente, filantrópico e caritativo;• Entidades de assistência à saúde;• Entidades religiosas; • Entidades de caráter educacional, cultural, instrutivo, científico, artístico e literário;

• Entidades de caráter recreativo e esportivo;• Associações de classe;• Entidades sindicais;• Sociedades cooperativas.

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Filantropia vem do grego φίλος ou filos (amor) e άνθρωπος ou antrópos(homem) e significa "amor à humanidade“.

São considerados atos filantrópicos, os donativos a organizações humanitárias, pessoas, comunidades ou o trabalho para ajudar os demais, diretamente ou através de organizações não governamentais sem fins lucrativos, assim como o trabalho voluntário para apoiar instituições que têm o propósito específico de ajudar os seres vivos e melhorar as suas vidas.

A filantropia é uma das principais fontes de financiamento para as causas humanitárias, culturais e religiosas. Em alguns países a filantropia assume papel relevante no apoio à investigação científica e no financiamento das universidades e instituições acadêmicas.

Fonte: http://pt.wikipedia.org/wiki/Filantropia – acesso em 14/fev/2011.

O Primeiro Setor refere-se ao Estado na esfera Federal, Estadual e Municipal, envolvendo as empresas públicas e demais órgãos públicos. Entende-se que o objetivo desse setor é a realização do bem comum, na finalidade de garantir serviços essenciais à coletividade, como: educação, saúde, assistência social, etc.

De acordo com o artigo 1º da Constituição Federal de 1988, diz que “a República Federativa do Brasil, formada pela união indissolúvel dos Estados e Municípios e do Distrito Federal, constitui-se em Estado Democrático de Direito e tem como fundamentos:

I – a soberania;II – a cidadania;III – a dignidade da pessoa humana.

Parágrafo único. Todo o poder emana do povo, que o exerce por meio de representantes eleitos ou diretamente, nos termos desta Constituição.”

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Page 6: Praticas Contabeis Aplicadas Terceiro Setor Rinaldi Maio 2011

Continuação do 1° Setor

Ainda, de acordo com o artigo 3º da Constituição Federal, “constituem objetivos fundamentais da República Federativa do Brasil:

I – construir uma sociedade livre, justa e solidária;II – garantir o desenvolvimento nacional;III – erradicar a pobreza e a marginalização e reduzir as desigualdades

sociais e regionais;IV – promover o bem de todos, sem preconceitos de origem, raça,

sexo, cor, idade e quaisquer outras formas de discriminação.”

Segundo o artigo 6º ”são direitos sociais: a educação, a saúde, a alimentação, o trabalho, a moradia, o lazer, a segurança, a previdência social, a proteção à maternidade e à infância, a assistência aos desamparados, na forma desta Constituição.

O Segundo Setor é composto pelas empresas privadas, que atuam na área Industrial, Comercial ou Serviços, com objetivo de gerar retorno aos investidores/proprietários. Esse setor é responsável pela geração de recursos para o financiamento do primeiro setor, através do pagamento de impostos, taxas e contribuições.

O Terceiro Setor é formado pelas Entidades de Interesse Social, que surgiram para preencher o espaço que o Estado deixou aberto, principalmente, na área de educação, saúde e assistência social.

O objetivo institucional das Entidades de Interesse Social é promover algum tipo de mudança na sociedade, através de ações sociais, que envolvem: diminuição da fome, diminuição do analfabetismo, aumentar o número de pessoas com acesso à educação formal, trabalho voluntário, inclusão social, etc.

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Page 7: Praticas Contabeis Aplicadas Terceiro Setor Rinaldi Maio 2011

O Terceiro Setor, composto pelas Entidades de Interesse Social,

apresenta as seguintes características básicas:

a) Desenvolvimento de ações voltadas para o bem-estar comum da

comunidade;

b) Finalidades não lucrativas;

c) Personalidade jurídica adequada para fins sociais;

d) Atividade é financiada através de subvenções do Primeiro Setor

(Estado), doações do Segundo Setor (Empresas privadas) e

contribuições de particulares;

e) Resultados (superavit) devem ser aplicados na própria atividade;

f) Através do cumprimento de requisitos específicos é fomentado por

renúncia fiscal do Estado.

Tipos de entidades sociais no Brasil:

Associações: associação de pessoas que se organizam para o desenvolvimento de atividade não-econômicas;Fundações: são entes jurídicos como fator preponderante o patrimônio, que ganha personalidade jurídica e deve ser administrado de modo a atingir o cumprimento das finalidades determinadas pelo seu instituidor.Cooperativas sociais: são constituídas com o objetivo de inserir as pessoas em desvantagem no mercado econômico através do trabalho.Organizações sociais: suas atividades são dirigidas ao ensino, àpesquisa científica, ao desenvolvimento tecnológico, à preservação do meio ambiente, à cultura e à saúde.Organizações da sociedade civil de interesse público OSCIP: atuam nas áreas determinadas pela Lei 9.790/99 e utiliza o convênio como principal forma de operacionalização, sendo obrigatório o registro no Conselho Nacional de Assistência Social CNAS.

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As organizações que atuam no terceiro setor devem ser classificadas pela área de atuação, seguindo o critério de classificação internacional “International Classification of Non-profit Organizations”, de acordo com os grupos:

Grupo 1: Cultura e recreaçãoGrupo 2: Educação e pesquisaGrupo 3: SaúdeGrupo 4: Serviços sociaisGrupo 5: Meio ambienteGrupo 6: Desenvolvimento e habitaçãoGrupo 7: Lei, direito e políticaGrupo 8: Intermediários para filantropia e promoção de voluntáriosGrupo 9: Assuntos internacionaisGrupo 10: ReligiãoGrupo 11: Negócios, associações profissionais e sindicatosGrupo 12: Atividades não classificadas

Fonte: Araújo, Osório (2006:9).

Emprego e treinamento

Habitação

Não classificados em outros gruposDesenvolvimento econômico, social e comunitário

Grupo 12: Atividades não classificadasGrupo 6: Desenvolvimento e habitação

Organizações de empregados, sindicatos, associações profissionais

Proteção e bem-estar dos animais, vida selvagem e preservação de ambientes rurais

Grupo 11: Negócios, assoc. profissionais e sindicatosConservação de recursos naturais, controle da poluição

Organizações religiosasGrupo 5: Meio ambiente

Grupo 10: ReligiãoAjuda de emergência, complementação de rendimentos, assistência material

Direitos humanos e organizações pacifistasBem-estar da criança, serviços para jovens, família, idoso e deficientes

Programas de intercâmbio, assistência do desenvolvimento, amparo em desastres

Grupo 4: Serviços sociais

Grupo 9: Assuntos internacionaisSaúde pública, educação sanitária

Organizações de intermediáriosHospitais, reabilitação, asilos, saúde mental

Grupos econômicos de concessão de recursos, organizações de captação de recursos

Grupo 3: Saúde

Grupo 8 Intermediário p/ filantropia e promoção voluntária

Pesquisa médica, ciência e tecnologia, estudos de política empresarial

Partidos políticosEscolas e educação superior, treinamento vocacional

Serviços legais, prevenção do crime, reabilitação de delinquentes, apoio às vítimas

Grupo 2: Educação e pesquisa

Organizações de direito, minorias étnicas, associações civisEsportes, arte, museus, zoológicos, recreação, clubes sociais

Grupo 7: Lei, direito e políticaGrupo 1: Cultura e recreação

Fonte: Olak e Nascimento (2008:12) apud Hudson (1999:237).

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De acordo com o Art. 44, da Lei 10.406/02. São pessoas jurídicas de direito privado:

I – as associações;II – as sociedades;III – as fundações.IV – as organizações religiosas; V – os partidos políticos.

§ 1º São livres a criação, a organização, a estruturação interna e o funcionamento das organizações religiosas, sendo vedado ao poder público negar-lhes reconhecimento ou registro dos atos constitutivos e necessários ao seu funcionamento.

§ 2º As disposições concernentes às associações aplicam-se subsidiariamente às sociedades que são objeto do Livro II da Parte Especial deste Código (posse e propriedade).

§ 3º Os partidos políticos serão organizados e funcionarão conforme o disposto em lei específica.

Associações (Lei 10.406/02):

Art. 53 – Constituem-se as associações pela união de pessoas que se organizem para fins não econômicos.

Art. 54 – Sob pena de nulidade, o estatuto das associações conterá:I – a denominação, os fins e a sede da associação;II – os requisitos para a admissão, demissão e exclusão dos associados;III – os direitos e deveres dos associados;IV – as fontes de recursos para sua manutenção;V – o modo de constituição e funcionamento dos órgãos deliberativos e

administrativos;VI – as condições para a alteração das disposições estatutárias e para a

dissolução.VII – a forma de gestão administrativa e de aprovação das respectivas

contas.

Arts. 55 ao 58 – Direitos e deveres dos associados.

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Associações (Lei 10.406/02):

Art. 59 – Compete privativamente à assembléia geral:

I – destituir os administradores; II – alterar o estatuto.

Art. 61 – Dissolução do patrimônioDissolvida a associação, o remanescente do seu patrimônio líquido, depois de deduzidas, se for o caso, as quotas ou frações ideais referidas no parágrafo único do art. 56, será destinado à entidade de fins não econômicos designada no estatuto, ou, omisso este, por deliberação dos associados, à instituição municipal, estadual ou federal, de fins idênticos ou semelhantes.

§ 2º Não existindo no Município, no Estado, no Distrito Federal ou no Território, em que a associação tiver sede, instituição nas condições indicadas neste artigo, o que remanescer do seu patrimônio se devolveráà Fazenda do Estado, do Distrito Federal ou da União.

Fundações (Lei 10.406/02):

Art. 62. Para criar uma fundação, o seu instituidor fará, por escritura pública ou testamento, dotação especial de bens livres, especificando o fim a que se destina, e declarando, se quiser, a maneira de administrá-la.

Parágrafo único. A fundação somente poderá constituir-se para fins religiosos, morais, culturais ou de assistência.

Art. 65. Aqueles a quem o instituidor cometer a aplicação do patrimônio, em tendo ciência do encargo, formularão logo, de acordo com as suas bases (art. 62), o estatuto da fundação projetada, submetendo-o, em seguida, à aprovação da autoridade competente, com recurso ao juiz.

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A Gestão instituicional das Entidades de Interesse Social envolve:

a) Cumprimento dos aspectos legais institucionais internos;

b) Cumprimento das exigências legais dos órgãos governamentais;

c) Imunidade ou isenção de tributos, como forma de redução de

despesas;

d) Estruturação da contabilidade, não apenas como exigência legal, mas

como instrumento de avaliação e controle, para auxiliar a

elaboração dos relatórios financeiros de prestação de contas dos

projetos;

e) Controle dos gastos, investimentos, projetos, entre outras.

Das limitações do poder de tributar

De acordo com o art. 150 da Constituição Federal. “Sem prejuízo de outras garantias asseguradas ao contribuinte, é vedado à União, aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios: ..VI – instituir impostos sobre:..c) patrimônio, renda ou serviços dos partidos políticos, inclusive suas

fundações, das entidades sindicais dos trabalhadores, das instituições de educação e de assistência social, sem fins lucrativos, atendidos os requisitos da lei”.

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Das condições de imunidade

O art. 12 da Lei 9532/07 diz: “Para efeito do disposto no art. 150, inciso VI, alínea "c", da Constituição, considera-se imune a instituição de educação ou de assistência social que preste os serviços para os quais houver sido instituída e os coloque à disposição da população em geral, em caráter complementar às atividades do Estado, sem fins lucrativos.

§ 1º Não estão abrangidos pela imunidade os rendimentos e ganhos de capital auferidos em aplicações financeiras de renda fixa ou de renda variável.

§ 2º Para o gozo da imunidade, as instituições a que se refere este artigo, estão obrigadas a atender aos seguintes requisitos: (vide itens a, b, c, d, e, f, g da Lei 9532/97).

§ 3° Considera-se entidade sem fins lucrativos a que não apresente superavit em suas contas ou, caso o apresente em determinado exercício, destine referido resultado, integralmente, àmanutenção e ao desenvolvimento dos seus objetivos sociais”.

Das condições de isenção

O art. 15 da Lei 9532/07 diz: “consideram-se isentas as instituições de caráter filantrópico, recreativo, cultural e científico e as associações civis que prestem os serviços para os quais houverem sido instituídas e os coloquem à disposição do grupo de pessoas a que se destinam, sem fins lucrativos.

§ 1º A isenção a que se refere este artigo aplica-se, exclusivamente, em relação ao imposto de renda da pessoa jurídica e à contribuição social sobre o lucro líquido, observado o disposto no parágrafo subsequente.

§ 2º Não estão abrangidos pela isenção do imposto de renda os rendimentos e ganhos de capital auferidos em aplicações financeiras de renda fixa ou de renda variável.

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Da contribuição para o PIS/PASEP

O art. 13. da MP 2158-35/01 diz que “A contribuição para o PIS/PASEP será determinada com base na folha de salários, à alíquota de um por cento, pelas seguintes entidades:

I – templos de qualquer culto;II – partidos políticos;III – instituições de educação e de assistência social;IV – instituições de caráter filantrópico, recreativo, cultural, científico e as

associações;V – sindicatos, federações e confederações;VI – serviços sociais autônomos, criados ou autorizados por lei;VII – conselhos de fiscalização de profissões regulamentadas;VIII – fundações de direito privado e fundações públicas instituídas ou

mantidas pelo Poder Público;IX – condomínios de proprietários de imóveis residenciais/comerciais; eX – a Organização das Cooperativas Brasileiras – OCB e as Organizações

Estaduais de Cooperativas.

Da contribuição para o PIS/PASEP e COFINS

O art. 46. do Decreto 4524/02 diz que “As entidades relacionadas no art. 9º deste Decreto (Constituição Federal, art. 195, § 7º, e Medida Provisória nº 2.158-35, de 2001, art. 13, art. 14, inciso X, e art. 17):

I – não contribuem para o PIS/ Pasep incidente sobre o faturamento; e

II – são isentas da Cofins com relação às receitas derivadas de suas atividades próprias.

Parágrafo único. Para efeito de fruição dos benefícios fiscais previstos neste artigo, as entidades de educação, assistência social e de caráter filantrópico devem possuir o Certificado de Entidade Beneficente de Assistência Social expedido pelo Conselho Nacional de Assistência Social, renovado a cada três anos, de acordo com o disposto no art. 55 da Lei nº 8.212, de 1991”.

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ISS

De acordo com o art. 150 da Constituição Federal “é vedado à União, aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios:

VI – instituir impostos sobre:

c) patrimônio, renda ou serviços dos partidos políticos, inclusive suas fundações, das entidades sindicais dos trabalhadores, das instituições de educação e de assistência social, sem fins lucrativos, atendidos os requisitos da lei”.

Nesse sentido, uma instituição sem fins lucrativos que não se enquadre no item “c” deverá pagar ISS, caso realize serviços determinados na Lei Complementar 116/03.

Normas Brasileiras de Contabilidade

Os procedimentos de escrituração do Terceiro Setor diferem, em alguns aspectos, os procedimentos utilizados pelas demais entidades jurídicas, devendo seguir:

NBC TG – Estrutura conceitual para a Elaboração e Apresentação das Demonstrações Contábeis (substitui a NBCT 3)NBC T 10 – Aspectos contábeis específicos (revisada pela Resolução CFC n°

1.171/09)

NBC T 10.4 – FundaçõesNBC T 10.19 – Entidades sem fins lucrativosNBC TG 07 – Subvenção e assistência governamentais (substitui a NBC T 19.4)

As normas reconhecem essas diferenças e recomendam a adoção de terminologias específicas.

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NBC TG – Estrutura conceitual para elaboração e apresentação das Demonstrações Contábeis

Item 7: O conjunto completo de demonstrações contábeis inclui, normalmente:

• Balanço patrimonial;• Demonstração do resultado;• Demonstração das mutações na posição financeira(demonstração dos fluxos de caixa, de origens e aplicações de recursos ou alternativa reconhecida e aceitável);

• Demonstração das mutações do patrimônio líquido;• Notas explicativas e outras demonstrações e material explicativo que são parte integrante dessas demonstrações contábeis.

NBC TG – Estrutura conceitual para elaboração e apresentação

das Demonstrações Contábeis

Item 8. Esta Estrutura Conceitual se aplica às demonstrações contábeis

de todas as entidades comerciais, industriais e outras de

negócios que reportam, sejam no setor público ou no setor privado.

Entidade que reporta é aquela para a qual existem usuários que

se apóiam em suas demonstrações contábeis como fonte principal de

informações patrimoniais e financeiras sobre a entidade.

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NBC T 10 – Aspectos contábeis específicosApós Resolução CFC n° 1.171/09

NBC T 10.4 – FundaçõesNBC T 10.7 – Entidades hospitalaresNBC T 10.8 – Entidades cooperativas e interpretações técnicasNBC T 10.10 – Entidades de seguros privadosNBC T 10.11 – Entidades concessionárias do serviço públicoNBC T 10.12 – Entidades cooperativas de créditoNBC T 10.13 – Entidades de esporte profissionalNBC T 10.15 – Entidades em conta de participaçãoNBC T 10.17 – Entidades abertas de previdência complementarNBC T 10.18 – Entidades sindicais e associações de classeNBC T 10.19 – Entidades sem fins lucrativosNBC T 10.21 – Entidades cooperativas operadoras de planos de

assistência à saúdeNBC T 10.22 – Entidades fechadas de previdência complementar

NBC T 10.4 – Fundações

Item 10.4.1.2 – Aplicam-se às Fundações os Princípios Fundamentais de Contabilidade, bem como, com as alterações tratadas nos itens 10.4.5.1, 10.4.5.2, 10.4.6.1, 10.4.6.2 e 10.4.7.1, todas as Normas Brasileiras de Contabilidade e suas Interpretações Técnicas e Comunicados Técnicos, editados pelo Conselho Federal de Contabilidade.

10.4.2.2 – As doações e contribuições para custeio são contabilizadas em conta de receita. As doações e subvenções patrimoniais são contabilizadas no patrimônio social (revisto pela NBC TG 07).

10.4.3.1 – As demonstrações contábeis que devem ser elaboradas pelas Fundações são as seguintes, determinadas pela NBC T 3 (substituída pela NBC TG):

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Page 17: Praticas Contabeis Aplicadas Terceiro Setor Rinaldi Maio 2011

NBCT 10.19 – Entidades sem fins lucrativos

10.19.1.1 – Esta norma estabelece critérios e procedimentos específicos de avaliação, de registros dos componentes e variações patrimoniais e de estruturação das demonstrações contábeis, e as informações mínimas a serem divulgadas em nota explicativa das entidades sem finalidade de lucros.

10.19.1.2 – Destina-se, também, a orientar o atendimento às exigências legais sobre procedimentos contábeis a serem cumpridos pelas pessoas jurídicas de direito privado sem finalidade de lucros, especialmenteentidades beneficentes de assistência social (Lei Orgânica da Seguridade Social), para a emissão do Certificado de Entidade de Fins Filantrópicos, da competência do Conselho Nacional de Assistência Social (CNAS). Lei 12.101/09 e Decreto Lei 7.237/10

10.19.1.6 – Aplicam-se às entidades sem finalidade de lucros os Princípios Fundamentais de Contabilidade, bem como as Normas Brasileiras de Contabilidade e suas Interpretações Técnicas e Comunicados Técnicos, editados pelo Conselho Federal de Contabilidade.

NBCT 10.19 – Entidades sem fins lucrativos

10.19.2.1 – As receitas e despesas devem ser reconhecidas,

mensalmente, respeitando os Princípios Fundamentais de

Contabilidade, em especial os Princípios da Oportunidade e da

Competência.

10.19.2.3 – As doações, subvenções e contribuições para custeio são

contabilizadas em contas de receita. As doações, subvenções e

contribuições patrimoniais, inclusive as arrecadadas na constituição da

entidade, são contabilizadas no patrimônio social (revisto pela NBC TG

07).

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Page 18: Praticas Contabeis Aplicadas Terceiro Setor Rinaldi Maio 2011

NBCT 10.19 – Entidades sem fins lucrativos

10.19.2.5 – Os registros contábeis devem evidenciar as contas de

receitas e despesas, superavit ou déficit, de forma segregada, quando

identificáveis por tipo de atividade, tais como educação, saúde,

assistência social, técnico-científica e outras, bem como comercial,

industrial ou de prestação de serviços.

10.19.2.6 – As receitas de doações, subvenções e contribuições,

recebidas para aplicação específica, mediante constituição ou não de

fundos, devem ser registradas em contas próprias, segregadas das

demais contas da entidade.

Resolução CFC n° 1.330/11

3. A escrituração contábil deve ser realizada com observância aos Princípios de Contabilidade.

5. A escrituração contábil deve ser executada: a) em idioma e em moeda corrente nacionais; b) em forma contábil; c) em ordem cronológica de dia, mês e ano; d) com ausência de espaços em branco, entrelinhas, borrões, rasuras ou

emendas; e e) com base em documentos de origem externa ou interna ou, na sua

falta, em elementos que comprovem ou evidenciem fatos contábeis.

26. Documentação contábil é aquela que comprova os fatos que originam lançamentos na escrituração da entidade e compreende todos os documentos, livros, papéis, registros e outras peças, de origem interna ou externa, que apóiam ou componham a escrituração.

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Page 19: Praticas Contabeis Aplicadas Terceiro Setor Rinaldi Maio 2011

Plano de contas

NBC TG: Estrutura conceitual

48. A apresentação desses elementos no balanço patrimonial e na demonstração do resultado envolve um processo de subclassificação. Por exemplo, ativos e passivos podem ser classificados por sua natureza ou função nos negócios da entidade, a fim de mostrar as informações da maneira mais útil aos usuários para fins de tomada de decisões econômicas.

7. Compensação6. Compensação

5. Encerramento do exercício

4. Resultado com gratuidades e trabalhos voluntários

4. Receitas3. Despesas

2. Passivo1. AtivoContas patrimoniais

Contas de resultados

Plano de contas

Elenco das contas, para o Terceiro Setor, com a finalidade de apresentação, mas não de padronização.

Contas compensação Ativo e Passivo

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NÃO CIRCULANTE1.4. Realizável a longo prazo1.4.1. Valores a receber

1.5. Investimentos

1.6. Imobilizados1.6.1 Veículos1.6.2. Móveis/utensílios1.6.3. Máquinas e equipamentos1.6.4. Terrenos1.6.5. Edifícios1.6.6. (-) Depreciação acumulada

1.7. Intangível

CIRCULANTE1.1. Disponível1.1.1.1. Caixa1.1.2.1. Banco cta movimento–recursos livres1.1.2.2. Banco cta movimento–recursos de terceiros1.1.2.3. Banco cta movimento–recursos com restrições

1.1.3.1. Aplicações financeiras–recursos livres1.1.3.2. Aplicações financeiras–recursos de terceiros1.1.3.2. Aplicações financeiras–recursos com restrições

1.2. Créditos a receber1.2.1. Mensalidades a receber1.2.2. Cheques a receber1.2.3. (-) Provisão p/ devedores duvidosos1.3. Estoques1.3.1 Materiais1.3.2. Materiais doados a distribuir1.3.3. Mercadorias e produtos a venda1.3. Adiantamentos1.3.1. Adiantamentos a funcionários1.3.2. Adiantamentos a fornecedores1.3.3. Antecipação de recursos em projetos

1. ATIVO

NÃO CIRCULANTE2.8. Exigível a longo prazo2.8.1 Financiamentos de imobilizados2.8.2 Receita Diferida (NBC TG 07)

PATRIMÔNIO SOCIAL2.9.1. Fundo institucional2.9.1. Doações e subvenções2.9.3. Fundos especiais2.9.4. Superavit (deficit) de exercícios anteriores2.9.5. Superavit (deficit) do exercício

CIRCULANTE2.1. Obrigações c/instituições de crédito2.1.1. Financiamentos de imobilizados2.1.2. Financiamento a pagar2.2. Contas a pagar2.2.1. Contas a pagar2.3. Obrigações tributárias2.3.1. Previdência Social Patronal – renúncia fiscal2.3.2. Previdência Social – retenções 2.3.2. IRRF a recolher2.3.3. PIS/PASEP2.3.4. Impostos e contribuições – renúncia fiscal2.4. Obrigações com funcionários2.4.1. Salários a pagar2.4.2. Férias a pagar2.4.3. 13º salário s pagar2.5. Recurso de projetos2.5.1. Recursos de entidades2.5.2. (-) Recursos aplicados de entidades2.6. Recursos pendentes de convênios2.7. Receita Diferida (NBC TG 07)

2. PASSIVO

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4.1. Venda de serviço4.1.1. Serviços 4.1.2. Mercadorias4.2. Doações/Subvenções/Contribuições:4.2.1 Doações: 4.2.1.1. Governamentais

4.2.1.2. Pessoa jurídica4.2.1.3. Pessoa física

4.2.2 Subvenções: 4.2.2.1. Governamentais4.2.2.1. Não governamentais

4.2.3. Contribuições: 4.2.3.1. Governamentais4.2.3.2. Pessoa jurídica4.2.3.2. Pessoa física4.2.3.2. Associados

4.3. Financeiras4.3.1 Receitas de aplicações financeiras4.3.2. Descontos obtidos/ juros4.4. Outras4.4.1. Aluguéis,4.4.2. Arrendamentos 4.5. Resultados de projetos:4.5.1. Receita do projeto4.5.2. (-) Custos/despesas vinculadas ao projeto

3.1. Recursos humanos3.1.1. Salários3.1.2. Encargos3.1.3. benefícios3.2. Pessoal sem vínculo3.2.1. Honorários3.2.2. Ajuda de custo3.3. Despesas administrativas3.3.1. Aluguéis, água, energia, telefone, seguros3.3.2. Locação equipamentos, assinaturas3.3.3. Material de consumo/ limpeza3.3.4. Serviços terceirizados, combustível3.3.5. Material de escritório, impressões3.4. Financeiras3.4.1. Despesas bancárias3.4.2. Despesas financeiras3.5. Servs assistenciais/educacionais/saúde3.5.1. Assistência à criança, ao idoso e ao adolescente3.5.2. Projetos assistenciais educacionais

4. RECEITAS3. DESPESAS

5.4.1. Serviços voluntariado na educação

5.4.2. Serviços voluntariado na saúde

5.4.3. Serviços voluntariado na assistência social

5.4.4. Serviços voluntariado em outras áreas

5.3.1. Despesas com voluntariado na educação

5.3.2. Despesas com voluntariado na saúde

5.3.3. Despesas com voluntariado na assistência social

5.3.4. Despesas com voluntariado em outras áreas

5.4. Receitas do trabalho voluntariado

5.3. Custos/despesas com o trabalho voluntariado

5.2.1. Renúncia fiscal de tributos federais

5.2.2. Renúncia fiscal de tributos estaduais

5.2.3. Renúncia fiscal de tributos municipais

5.1.1. Serviços gratuitos na educação

5.2.2. Serviços gratuitos na saúde

5.2.3. Serviços gratuitos na assistência social

5.3. 4. Serviços gratuitos em outras áreas

5.2. Receitas com gratuidades –benefícios obtidos

5.1. Custos/despesas com gratuidades –benefícios concedidos

5. RESULTADO COM GRATUIDADES E TRABALHOS VOLUNTÁRIOS

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NBCT 10.1910.19.3.2 – Na aplicação das normas contábeis, em especial a NBC T 3 (substituído pela NBC TG), a conta Capital deve ser substituída por Patrimônio Social, integrante do grupo Patrimônio Líquido; e a conta Lucros ou Prejuízos Acumulados por Superavit ou Deficit do Exercício.

Demonstração das mutações do patrimônio social

Demonstração as mutações do patrimônio líquido

Demonstração do superavit ou deficit

Demonstração do resultado do exercício

Deficit acumuladoPrejuízos acumulados

Superavit acumuladoLucros acumulados

Patrimônio SocialPatrimônio Líquido

Fundo InstitucionalCapital Social

Entidades do terceiro setor (sem fins lucrativos)

Entidades comuns (com fins lucrativos)

Composição do Patrimônio Social

Fundo Institucional: doações de associados para formação da instituição.

Doações e Subvenções: doações recebidas de terceiros, para formação ou manutenção da Instituição (revisado pela NBC TG 07).

Fundo Especial: destinação de parte do superavit para formação de fundos específicos (definido pelo estatuto), para atender necessidades futuras, como: ampliação, aquisição de equipamentos, contingências, etc).

Superavit (deficit) acumulado: superavit ou deficit acumulado.

Superavit (Deficit ) do exercício: superavit ou deficit do exercício atual.

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As doações podem ser feitas em dinheiro, cheques, estoques, perdão de dívidas, imóveis, terrenos, equipamentos, instalações, móveis, utensílios e serviços voluntários.

Devem ser classificadas como:

a) Doação incondicional: ocorre quando o doador não impõe qualquer condição para que o valor seja utilizado pela entidade.

b) Doação condicional: é aquela em que o doador determina ao recebedor o cumprimento de uma obrigação ou destinação específica.

Contabilização as doações, auxílios, subvenções e contribuições

1) Doações para custeio recebidas por qualquer meio (cheque, dinheiro, depósito em conta corrente etc.) devem ser contabilizadas a débito, na conta específica do Ativo, e a crédito, na conta de Receita de Doações.

2) Doações em forma de ativos que integrarão o Patrimônio devem ser avaliadas e levadas a débito, na conta específica do Imobilizado, e a crédito, na conta de passivo Receita Diferida (conforme item 24 da NBC TG 07).

Receita Diferida, de acordo com o Art. 299-B, da Lei 6.404/76 “O saldo existente no resultado de exercício futuro em 31 de dezembro de 2008 deverá ser reclassificado para o passivo não circulante em conta representativa de receita diferida”. (Incluído pela Lei nº 11.941, de 2009)

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Page 24: Praticas Contabeis Aplicadas Terceiro Setor Rinaldi Maio 2011

NBC TG 07: Subvenção e assistências governamentais

12. Uma subvenção governamental deve ser reconhecida como receita ao longo do período e confrontada com as despesas que pretende compensar, em base sistemática, desde que atendidas as condições desta Norma. A subvenção governamental não pode ser creditada diretamente no patrimônio líquido.

23. A subvenção governamental pode estar representada por ativo não monetário, como terrenos e outros, para uso da entidade. Nessas circunstâncias, tanto esse ativo quanto a subvenção governamental devem ser reconhecidos pelo seu valor justo. Apenas na impossibilidade de verificação desse valor justo é que o ativo e a subvenção governamental podem ser registrados pelo valor nominal.

24. A subvenção governamental relacionada a ativos, incluindo aqueles ativos não monetários mensurados ao valor justo, deve ser apresentada no balanço patrimonial em conta de passivo, como receita diferida, ou deduzindo o valor contábil do ativo relacionado.

Exemplo de Contabilização:

1) Recebimento de doação incondicional em dinheiro, para custeio, no valor de R$ 5.000,00

D – Banco cta movimento – recursos livres (ativo)C – Receita com doações incondicionais (resultado)

2) Entidade consegue perdão de uma dívida com credores no valor de R$ 10.000,00, que serão utilizados no pagamento de energia.

D – Contas a pagar (passivo)C – Receita com doações incondicionais (resultado)

3) Recebimento de mensalidades dos associados, em dinheiro, no valor de R$ 4.000,00

D – Banco cta movimento – recursos livres (ativo)C – Receita com mensalidades (resultado)

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Exemplo de Contabilização: doações na forma de ativos

Recebimento de doação de um equipamento, no valor de R$ 20.000,00. A estimativa de vida útil do equipamento é de 10 anos.

a) Recebimento do bem doado, no valor de R$ 20.000,00D – Equipamentos (ativo imobilizado)C – Receita diferida com doação de equipamentos (passivo)

b) Despesa com depreciação mensal, no valor de R$ 166,67D – Despesas com depreciação (resultado)C – Depreciação acumulada (ativo imobilizado)

c) Pela realização mensal do bem doado, no valor de R$ 166,67D – Receita diferida com doação de equipamentos (passivo)C – Receita com doações incondicionais (resultado)

Exemplo de Contabilização: doações na forma de ativos

Recebimento de doação de um imóvel, no valor de R$ 300.000,00 (composto por terreno R$ 80.000 e edificações R$ 220.000,00. O doador condiciona que o imóvel seja utilizado como Centro de Reabilitação. Vida útil de 25 anos.

a) Recebimento do bem doadoD – Imóvel (ativo imobilizado)C – Receita diferida com doação de imóvel (passivo)….R$ 220.000,00D – Terrenos (ativo imobilizado)C – Receita diferida com doação de terrenos (passivo)….R$ 80.000,00

b) Despesa com depreciação mensal do imóvel, no valor de R$ 733,33D – Despesas com depreciação (resultado)C – Depreciação acumulada (imobilizado)

c) Pela realização mensal do bem doado, no valor de R$ 733,33D – Receita diferida com doação de imóvel (passivo)C – Receita com doações condicionais (resultado)

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Page 26: Praticas Contabeis Aplicadas Terceiro Setor Rinaldi Maio 2011

Doações, auxílios, subvenções, contribuições e mensalidades

a) Materiais: gêneros alimentícios, roupas, livros e material escolar;b) Ativos não destinados ao custeio: imóveis, terrenos,

equipamentos, móveis/utensílios;c) Perdão de dívidas: para custeio ou investimento;d) Doação condicional de numerário: a entidade fica sujeita ao

cumprimento de alguma obrigação na aplicação dos recursos;e) Doação incondicional de recebíveis: promessas de doação;f) Auxílios: previstos na Lei Orçamentária, destinados a despesas de

capital;g) Subvenções: contribuições pecuniárias, previstas em Lei

Orçamentária, concedida por órgãos públicos, para cobertura de despesas com manutenção e custeio;

h) Contribuições: transferências oriundas da Lei Orçamentária e concedidas por entes governamentais a autarquias, fundações e entidades sem fins lucrativos;

i) Mensalidades: cobrança de mensalidades dos associados.

Projetos Sociais: controle e prestação de contas

Convênios: acordo de cooperação e atuação conjunta ou complementar, entre órgãos públicos, na realização de um mesmo objetivo. Nesse processo, pode ocorrer o convênio entre as entidades públicas e uma organização de interesse público (OSCIP).

Parcerias: cooperação entre as partes (órgãos públicos e a organização de interesse público OSCIP), para o fomento e execução de atividades de interesse público.

Os recursos recebidos através de Convênios ou Parcerias não se caracterizam como uma receita para a entidade, mas sim, como umaobrigação.

O § 4º da Lei 12.101/09 diz que “As entidades certificadas como de assistência social terão prioridade na celebração de convênios, contratos, acordos ou ajustes com o poder público para a execução de programas, projetos e ações de assistência social”.

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Page 27: Praticas Contabeis Aplicadas Terceiro Setor Rinaldi Maio 2011

Termos de parceria

De acordo com a Lei 9.790/99, parágrafo 2º do art.10, as cláusulas do Termo de Parceria devem obrigatoriamente explicitar:

a) o objeto, com especificação do programa de trabalho;b) as metas e resultados previstos com prazos de execução e

cronograma de desembolso;c) os critérios objetivos de avaliação de desempenho com indicadores

de resultado;d) a previsão de receitas e despesas detalhadas por categorias

contábeis segundo as Normas Brasileiras de Contabilidade, inclusive as remunerações e benefícios de pessoal a serem pagos com recursos do Termo de Parceria;

e) a publicação pelo órgão estatal do extrato do Termo de Parceria na imprensa oficial do Município, Estado ou União, conforme modelo citado no parágrafo 4º do art. 10 do Decreto 3.100/99;

Termos de parceria

Continuação

f) a obrigação de prestação de contas ao Poder Público, ao término de cada exercício, incluindo:

g) relatório sobre o objeto do Termo de Parceria contendo comparativo das metas com os respectivos resultados;

h) demonstrativo dos gastos e receitas efetivamente realizados;i) publicação pela OSCIP na imprensa oficial do Município, Estado ou

União de demonstrativo da sua execução física e financeira, atésessenta dias após o término de cada exercício financeiro, conforme modelo citado no art. 18 do Decreto 3.100/99.

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Page 28: Praticas Contabeis Aplicadas Terceiro Setor Rinaldi Maio 2011

Balanço Patrimonial por projeto

A entidade OMEGA recebe R$ 380.000, através de convênio:1) Projeto Alfa, no valor de R$ 200.0002) Projeto Beta, no valor de R$ 100.0003) Projeto Gama, no valor de R$ 80.000

380.00080.000100.000200.000Recursos do Projeto (Alfa, Beta e Gama)

Projetos:

Circulante

PASSIVO

380.00080.000100.000200.000Bancos cta movto: Recursos de terceiros

Disponibilidades:

Circulante

ATIVO

TotalProjeto Gama

Projeto Beta

Projeto Alfa

Balanço Patrimonial

Balanço Patrimonial por projeto

(270.000)

(80.000)

(70.000)(120.000)

(-) Recursos aplicados do Projeto (Alfa, Beta e Gama)

380.00080.000100.000200.000Recursos do Projeto (Alfa, Beta e Gama)

Projetos:

Circulante

PASSIVO

Disponibilidades:

60.000--60.000Aplicações financeiras: Recursos de terceiros

50.000-30.00020.000Bancos cta movto: Recursos de terceiros

Circulante

ATIVO

TotalProjeto Gama

Projeto Beta

Projeto Alfa

Balanço Patrimonial

Durante o mês realiza os projetos da seguinte forma:

ALFA: Utilizou R$ 120.000. O restante R$ 80.000 (R$ 20.000 em C/C e R$ 60.000) seráutilizado nas próximas semanas, na conclusão da parceria.

BETA: Utilizou R$ 70.000. O restante $ 30.000 será utilizado nas próximas semanas, na conclusão da parceria.

GAMA: Utilizou o valor total do projeto R$ 80.000.

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Page 29: Praticas Contabeis Aplicadas Terceiro Setor Rinaldi Maio 2011

Prestação de contas: Por tipo de projeto

270.00080.00070.000120.000Total

37.00020.0005.00012.000Alimentação

26.0008.00010.0008.000Transportes

71.00025.00020.00026.000Materiais

22.00010.0005.0007.000Divulgação

54.0002.00020.00032.000Serviços prestados

60.00015.00010.00035.000Salários

TotalProjeto Gama

Projeto Beta

Projeto AlfaPrestação de contas

ProjetoConcluído

Projetos emandamento

(270.000)(80.000)(70.000)(120.000)(-) Recursos aplicados do Projeto (Alfa, Beta e Gama)

380.00080.000100.000200.000Recursos do Projeto (Alfa, Beta e Gama)

Projetos:

Circulante

PASSIVO

TotalProjeto Gama

Projeto Beta

Projeto AlfaBalanço Patrimonial

Prestação de contas:

1: Entidades filantrópicas2: Associação e fundação

1 e 2Específico de cada Município

Prestação de Contas aos Conselhos Municipais

1 e 2Específico para cada Estado

Prestação de Contas ao Ministério Público Estadual

1Lei 12.101/09 e Decreto 7.237/10

Pedido de certidão ao CNAS

1 e 2Lei 12.101/09 e Decreto 7.237/10

Prestação de Contas CNAS

1Lei 8.742/1993; Decreto 2.536/1998; Decreto 3.048/1999

Prestação de Contas ao INSS

1Portaria Secretaria Nacional de Justiça-SNJ n° 24/2007

Prestação de Contas ao Ministérios da Justiça para manutenção da Utilidade Pública Federal

EntidadeLegislaçãoTipo de obrigação

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Instituições filantrópicas:

Decreto 7.237/10§ 3º do capítulo IV diz que “as ações previstas poderão ser executadas por meio de parcerias entre entidades privadas, sem fins lucrativos, que atuem nas áreas previstas no art. 1º (assistência social, saúde e educação), firmadas mediante ajustes ou instrumentos de colaboração, que prevejam a corresponsabilidadedas partes na prestação dos serviços em conformidade com a Lei nº12.101, de 2009, e disponham sobre:

I – a transferência de recursos, se for o caso; II – as ações a serem executadas; III – as responsabilidades e obrigações das partes; IV – seus beneficiários; e V – forma e assiduidade da prestação de contas.

Instituições filantrópicas:Dos requisitosArt. 40. do Decreto 7.237/10 diz que “a entidade beneficente certificada fará jus à isenção do pagamento das contribuições de que tratam os arts. 22 e 23 (cota patronal) da Lei 8.212/91, desde que atenda, cumulativamente, aos seguintes requisitos:

I – não recebam seus diretores, conselheiros, sócios, instituidores ou benfeitores remuneração, vantagens ou benefícios, diretos ou indiretos;

II – aplique suas rendas, seus recursos e eventual superavitintegralmente no território nacional, na manutenção e no desenvolvimento de seus objetivos institucionais;

III – apresente certidão negativa ou positiva de débito pelo tributos administrado pela SRF e regularidade com o FGTS;

IV – mantenha escrituração contábil regular, que registre receitas, despesas e aplicação de recursos em gratuidade de forma segregada, em consonância com as normas emanadas pelo Conselho Federal de Contabilidade.

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Page 31: Praticas Contabeis Aplicadas Terceiro Setor Rinaldi Maio 2011

Instituições filantrópicas:Dos requisitos – Continuação

V – não distribua resultados, dividendos, bonificações, participações ou parcelas do seu patrimônio, sob qualquer forma ou pretexto.

VI – mantenha em boa ordem, e à disposição da Secretaria da Receita Federal, pelo prazo de dez anos, contados da data de emissão, osdocumentos que comprovem a origem e a aplicação de seusrecursos relativos a atos ou operações que impliquem modificação da situação patrimonial;

VII – cumpra as obrigações acessórias estabelecidas pela legislação tributária; e

VIII – mantenha em boa ordem, e à disposição da Secretaria da Receita Federal do Brasil, as demonstrações contábeis e financeiras, devidamente auditadas por auditor independente legalmente habilitado nos Conselhos Regionais de Contabilidade, quando a receita líquida for superior ao limite máximo estabelecido pelo inciso II do art. 3. da Lei Complementar 123/06.

Lei Complementar 123/2006

Art. 3º Para os efeitos desta Lei Complementar, consideram-se microempresas ou empresas de pequeno porte a sociedade empresária, a sociedade simples e o empresário a que se refere o art. 966 da Lei nº10.406, de 10 de janeiro de 2002, devidamente registrados no Registro de Empresas Mercantis ou no Registro Civil de Pessoas Jurídicas, conforme o caso, desde que:

.

II – no caso das empresas de pequeno porte, o empresário, a pessoa jurídica, ou a ela equiparada, aufira, em cada ano-calendário, receita bruta superior a R$ 240.000,00 (duzentos e quarenta mil reais) e igual ou inferior a R$ 2.400.000,00 (dois milhões e quatrocentos mil reais).

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Das Entidades Filantrópicas com atuação em mais de uma área

Decreto 7.237/10Art. 11. A entidade de que trata esta seção deverá manter escrituração contábil por área de atuação, de modo a evidenciar o seu patrimônio, as suas receitas, os custos e as despesas de cada área de atuação.

§1° A escrituração deverá obedecer às normas do Conselho Federal de Contabilidade para entidades sem fins lucrativos.

§2° Os registros de atos e fatos devem ser segregados por área de atuação da entidade e obedecer aos critérios específicos de cada área, a fim de possibilitar a comprovação dos requisitos para sua certificação como entidade beneficente de assistência social.

Organizações de interesse público:

Art. 4°, item VII, da Lei 9.790/99: as normas de prestação de contas a serem observadas pela entidade, que determinarão, no mínimo:a) a observância dos princípios fundamentais de contabilidade e das

Normas Brasileiras de Contabilidade;b) que se dê publicidade por qualquer meio eficaz, no encerramento do

exercício fiscal, ao relatório de atividades e das demonstrações financeiras da entidade, incluindo-se as certidões negativas de débitos junto ao INSS e ao FGTS, colocando-os à disposição para exame de qualquer cidadão;

c) a realização de auditoria, inclusive por auditores externos independentes se for o caso, da aplicação dos eventuais recursos objeto do termo de parceria conforme previsto em regulamento;

d) a prestação de contas de todos os recursos e bens de origem pública recebidos pelas Organizações da Sociedade Civil de Interesse Público será feita conforme determina o parágrafo único do art. 70 da Constituição Federal.

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Organizações de interesse público:

Art. 11, § 2°, do Decreto 3.100/99: A prestação de contas será instruída com os seguintes documentos:I – relatório anual de execução de atividades;II – demonstração de resultados do exercício;III – balanço patrimonial;IV – demonstração das origens e aplicações de recursos*;V – demonstração das mutações do patrimônio social;VI – notas explicativas das demonstrações contábeis, caso necessário; eVII – parecer e relatório de auditoria nos termos do art. 19 deste Decreto, se for o caso.

Art. 19. A OSCIP deverá realizar auditoria independente da aplicação dos recursos objeto do Termo de Parceria, nos casos em que o montante de recursos for maior ou igual a R$ 600.000,00.

* Entende-se que deve ser substituída pela DFC – Demonstração do Fluxo de Caixa, pela extinção da DOAR, a partir de 01.01.2008 (Lei 11.638/07).

Organizações de interesse público:

Art. 12, do Decreto 3.100/99: Para efeito do disposto no § 2º, inciso V, do art. 10 da Lei nº 9.790, de 1999, entende-se por prestação de contas relativa à execução do Termo de Parceria a comprovação, perante o órgão estatal parceiro, da correta aplicação dos recursos públicos recebidos e do adimplemento do objeto do Termo de Parceria, mediante a apresentação dos seguintes documentos:

I – relatório sobre a execução do objeto do Termo de Parceria, contendo comparativo entre as metas propostas e os resultados alcançados;

II – demonstrativo integral da receita e despesa realizadas na execução;III – parecer e relatório de auditoria, nos casos previstos no art. 19; eIV – entrega do extrato da execução física e financeira estabelecido no

art. 18. (modelo, conforme anexo II).

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Gratuidades

De forma geral, uma das atividades mais significativas das Entidades de Interesse Social é a prestação de serviços de interesse social àcoletividade, sem a finalidade lucrativa. Com isso, essas entidades devem prestar serviços sem a contrapartida financeira, como exemplo:

• Concessão de bolsas de estudo;• Distribuição de cestas básicas;• Doação de roupas/material escolar/medicamentos;• Atendimentos gratuitos (contadores, médicos, advogados, enfermeiros,

professores);• Serviços voluntários, entre outros.

Denominados como “gratuidades”.

Da contribuição para a Seguridade Social

O art. 195. da Constituição Federal diz que “a seguridade social seráfinanciada por toda a sociedade, de forma direta e indireta, nos termos da lei, mediante recursos provenientes dos orçamentos da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, e das seguintes contribuições sociais:

I – do empregador, da empresa e da entidade a ela equiparada na forma da lei, incidentes sobre: a) a folha de salários e demais rendimentos do trabalho pagos ou

creditados, a qualquer título, à pessoa física que lhe preste serviço, mesmo sem vínculo empregatício;

II – do trabalhador e dos demais segurados da previdência social.

§ 7º – São isentas de contribuição para a seguridade social as entidades beneficentes de assistência social que atendam às exigências estabelecidas em lei”.

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Lei 12.101/09

Saúde: Da SaúdeArt. 4. Para ser considerada beneficente e fazer jus à certificação, a entidade de saúde deverá, nos termos do regulamento:I – comprovar o cumprimento das metas estabelecidas em convênio ou

instrumento congênere com o gestor local do SUS; II – ofertar a prestação de seus serviços ao SUS no percentual de 60%;III – comprovar, anualmente, a prestação de serviços de que trata o

inciso II, com base no somatório das internações realizadas e dos atendimentos ambulatoriais prestados.

Na impossibilidade do cumprimento do percentual mínimo a que se refere o inciso II do art. 4°, verificar condições do art. 8.

Lei 12.101/09

Da Educação

Art. 13. Para fins de concessão da certificação, a entidade de educação deverá aplicar anualmente em gratuidade, na forma do §1°, pelo menos 20% da receita anual efetivamente recebida.

§1° Para o cumprimento do disposto no caput, a entidade deverá:I – demonstrar adequação as diretrizes e metas estabelecidas no Plano

Nacional de Educação – PNE;II – atender a padrões mínimos de qualidade, eferidos nos processos de

avaliação do Ministério da Educação;III – oferecer bolsas de estudo nas seguintes proporções:a) no mínimo, uma bolsa de estudo integral para cada 9 alunos

pagantes da educação básica;b) Bolsas parciais de 50%, quando necessário para o alcance do

número mínimo exigido.

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Lei 12.101/09

Da Assistência socialArt. 18. A certificação ou sua renovação será concedida à entidade de assistência social que presta serviços ou realiza ações assistenciais, de forma gratuita, continuada e planejada, para os usuários e a quem deles necessitar, sem qualquer discriminação, observada a Lei nº8.742, de 7 de dezembro de 1993. § 2º As entidades que prestam serviços com objetivo de habilitação e reabilitação de pessoa com deficiência e de promoção da sua integração à vida comunitária e aquelas abrangidas pelo disposto no art. 35 da Lei nº 10.741, de 1º de outubro de 2003, poderão ser certificadas, desde que comprovem a oferta de, no mínimo, 60% (sessenta por cento) de sua capacidade de atendimento ao sistema de assistência social. § 3º A capacidade de atendimento de que trata o § 2º será definidaanualmente pela entidade, aprovada pelo órgão gestor de assistência social municipal ou distrital e comunicada ao Conselho Municipal de Assistência Social.

GratuidadesFolha de pagamento do mês de maio/2011

8002.5508.5614031.03610.000Folha Total

FGTS8,0%

INSS25,5%

SalárioLíquido

IRPF(tabela)

INSS(tabela)

SalárioBruto

Parte EMPRESAParte EMPREGADO

Funcionários

INSS Patronal

(10.800)Déficit10.800

(800,00)FGTS s/ salários800FGTS a recolher

(2.550)INSS s/ salários-INSS a recolher (renúncia fiscal)

(10.000)Salários403IRPF a recolher

Despesas:1.036INSS a recolher (retenção)

2.550Isenção INSS – cota patronal8.561Salários a pagar

Receitas:Circulante:

Demonstração Superavit (Deficit)PASSIVO

Custo da folha $ 13.350, mas com a renúncia Fiscal do INSS patronal, diminui para $ 10.800.

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Utilizando os dados do exemplo anterior, vamos supor que a Associação de Ensino realizou as seguintes transações no mês de maio:1) Serviços educacionais realizados à vista, no valor de $ 14.0002) Bolsas integrais concedidas como gratuidade, no valor de $ 3.0003) Serviços educacionais, no valor de $ 2.000, 50% de gratuidade e 50% à vista

15.00015.000

4.200Superavit

(4.000)Gratuidades concedidas4.200Superavit

(800)FGTS s/ saláriosPATRIM. SOCIAL

(2.550)INSS s/ salários

(10.000)Salários800FGTS a recolher

Despesas:-INSS (renúncia. fiscal)

2.550Isenção INSS – Patron.403IRPF a recolher

4.000Servs. Educ. Grat.1.036INSS a recolher

15.000Servs. educ.8.561Salários a pagar15.000Bancos Rec. Livres

Receitas:CIRCULANTECIRCULANTE

Demonstração SuperávitPASSIVOATIVO

Balanço Patrimonial

Doações e subvenções

Imobilizados

Receitas diferidas

Fundos especiais

Patrimônio SocialIntangível

Não CirculanteNão Circulante

Receitas diferidasInvestimentos

Superávit (déficit) do exercício

Fundo institucional

Empréstimos e financiamentosRealizável a longo prazo

Recursos de projetos/ convêniosDespesas antecipadas

Provisões de férias e encargosEstoques

Salários a pagarContas a receber

Empréstimos e financiamentosAplicações financeiras

Contas a pagarCaixa e equivalentes de caixa

CirculanteCirculante

PassivoAtivo

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Demonstração do Superavit ou Deficit do Exercício

Financeiras líquidas

(-) Descontos, abatimentos e deduções

Outras

Adminstrativas e gerais

Despesas operacionais:

Isencão Contribuição Social INSS

Superavit (deficit) do exercício

Gratuidades concedidas

Pessoal + encargos + provisões

Outras

Isenção Contribuição Social INSS

Subvenções

Doações

Doações/ subvenções/ outras:

Serviços prestados

Receitas operacionais:

Superavit ou Deficit

Fundo institucional

Fundos especiais

Doações e subvenções

Constituição de reservas

Saldo final

Reservas para ampliação

Destinação do superavit:

Superavit ou deficit do exercício

Doações e subvenções

Reversões de reservas

Aumento do fundo institucional

Saldo inicial

Total

Demonstração das Mutações do Patrimônio Social

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Page 39: Praticas Contabeis Aplicadas Terceiro Setor Rinaldi Maio 2011

Contas a pagar

Provisão para devedores duvidosos

(=) Caixa gerado nas atividades operacionais

Salários a pagar

Adiantamentos concedidos

(±) Variações nas contas do balanço:

Estoques

Projetos

Fornecedores a pagar

Contas a receber

Resultado que afeta o caixa

Valor residual de bens do ativo imobilizado

Depreciação e amortização

(±) Reversão das despesas/receitas não monetárias:

Superavit (deficit) do exercício

1. Atividades operacionais:

Demonstração do Fluxo de Caixa

(=) Saldo final de caixa

Resultado final de caixa

(=) Caixa gerado nas atividades de financiamentos

Recursos oriundos de fundo institucional

Liquidação de financiamentos

(+) Saldo inicial de caixa

Recursos oriundos de financiamentos

3. Atividades de financiamentos:

(=) Caixa gerado nas atividades de investimentos

Recursos oriundos da venda de bens do imobilizado

Aplicações no intangível

Aplicações no imobilizado (imóveis, equipamentos, veículos)

2. Atividades de investimentos:

Demonstração do Fluxo de Caixa

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Page 40: Praticas Contabeis Aplicadas Terceiro Setor Rinaldi Maio 2011

Notas Explicativas

NBC TG: Estrutura conceitual21: As demonstrações contábeis também englobam notas explicativas,

quadros suplementares e outras informações. Por exemplo, podem conter informações adicionais que sejam relevantes às necessidades dos usuários sobre itens constantes do balanço patrimonial e da demonstração do resultado. Podem incluir divulgações sobre os riscos e incertezas que afetem a entidade e quaisquer recursos e/ou obrigações para os quais não exista obrigatoriedade de serem reconhecidos no balanço patrimonial (tais como reservas minerais). Informações sobre segmentos industriais ou geográficos e o efeito de mudanças de preços sobre a entidade podem também ser fornecidos sob a forma de informações suplementares.

Notas explicativas

NBC T 10.1910.19.3.3 – As demonstrações contábeis devem ser complementadas por notas explicativas que contenham, pelo menos, as seguintes informações:• o resumo das principais práticas contábeis;• os critérios de apuração das receitas e das despesas, especialmente com gratuidades, doações, subvenções, contribuições e aplicações de recursos;

• as contribuições previdenciárias, relacionadas com a atividade assistencial devem ser demonstradas como se a entidade não gozassede isenção, conforme normas do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS);

• as subvenções recebidas pela entidade, a aplicação dos recursos e as responsabilidades decorrentes dessas subvenções;

• os fundos de aplicação restrita e as responsabilidades decorrentes desses fundos;

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Notas explicativas

NBC T 10.19 - continuação• evidenciação dos recursos sujeitos a restrições ou vinculações por parte do doador;

• eventos subsequentes à data do encerramento do exercício que tenham, ou possam vir a ter, efeito relevante sobre a situação financeira e os resultados futuros da entidade;

• as taxas de juros, as datas de vencimento e as garantias das obrigações a longo prazo;

• informações sobre os tipos de seguros contratados;• as entidades educacionais, além das notas explicativas, devem evidenciar a adequação das receitas com as despesas de pessoal, segundo parâmetros estabelecidos pela lei das Diretrizes e Bases da Educação e sua regulamentação.

• as entidades beneficiadas com a isenção de tributos e contribuições devem evidenciar em Notas Explicativas, suas receitas com e sem gratuidade, de forma segregada, e os benefícios fiscais gozados.

Referências bibliográficas:

ARAÚJO, Osório Cavalcante. Contabilidade para organizações do terceiro setor. SP: Atlas, 2006.

BRASIL. Lei n° 12.101 de 27 de novembro de 2009. DOU de 27.11.2009

BRASIL. Decreto n° 7.237 de 20 de julho de 2010. DOU de 20.07.2010

Manual de procedimentos contábeis e prestação de contas das entidades de interesse social. Conselho Federal de Contabilidade: Brasília, 2003.

OLAK, Paulo Arnaldo e NASCIMENTO, Diodo Toledo. Contabilidade para entidades sem fins lucrativos. 3ª ed. SP: Atlas, 2010.

PEYON, Luiz Francisco. Gestão contábil para o terceiro setor. RJ: Freitas Bastos, 2004.

ZANLUCA, Júlio César. Contabilidade do terceiro setor. PR: Maph editora, 2011.

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