livro de demostrações contabeis

90
7/25/2019 Livro de Demostrações Contabeis http://slidepdf.com/reader/full/livro-de-demostracoes-contabeis 1/90 1 UNIVERSIDADE LUTERANA DO BRASIL ESTRUTURA E ANÁLISE DAS DEMONSTRAÇÕES CONTÁBEIS CURSO: ADMINISTRAÇÃO Profa. Msc Simone Loureiro Brum Imperatore 2010

Upload: alexandre-reis

Post on 01-Mar-2018

239 views

Category:

Documents


0 download

TRANSCRIPT

Page 1: Livro de Demostrações Contabeis

7/25/2019 Livro de Demostrações Contabeis

http://slidepdf.com/reader/full/livro-de-demostracoes-contabeis 1/90

1

UNIVERSIDADE LUTERANA DO BRASIL

ESTRUTURA E ANÁLISE DAS DEMONSTRAÇÕES CONTÁBEIS

CURSO: ADMINISTRAÇÃO

Profa. Msc Simone Loureiro Brum Imperatore

2010

Page 2: Livro de Demostrações Contabeis

7/25/2019 Livro de Demostrações Contabeis

http://slidepdf.com/reader/full/livro-de-demostracoes-contabeis 2/90

2

APRESENTAÇÃO DA AUTORA

Simone Loureiro Brum Imperatore é graduada em Ciências Contábeis,

Pós-graduada em Controladoria e Mestra em Desenvolvimento Regional.

Professora Universitária na Universidade Luterana do Brasil nos Cursos de

Administração, Ciências Contábeis, Gestão Pública, Gestão Financeira,

Gestão de Recursos Humanos.

Page 3: Livro de Demostrações Contabeis

7/25/2019 Livro de Demostrações Contabeis

http://slidepdf.com/reader/full/livro-de-demostracoes-contabeis 3/90

3

Apresentação

O objetivo da Administração Financeira é maximizar a riqueza dos acionistas. A

função do Administrador é gerenciar os recursos financeiros (investimentos e

financiamentos) de forma a atingir tal objetivo. O Contador, neste contexto, fornece asdemonstrações financeiras que subsidiam a tomada de decisão. A análise dessas

demonstrações financeiras propicia a avaliação da evolução patrimonial e das decisões

tomadas, daí a sua importância. O presente livro aborda uma a uma das demonstrações

financeiras e os elementos básicos para sua análise, de forma a contextualizar a leitura e

interpretação do desempenho empresarial.

Page 4: Livro de Demostrações Contabeis

7/25/2019 Livro de Demostrações Contabeis

http://slidepdf.com/reader/full/livro-de-demostracoes-contabeis 4/90

4

Há um tempo em que é preciso abandonar as

roupas usadas, que já têm a forma do nosso corpo, e

esquecer os nossos caminhos, que nos levam sempre aos

mesmos lugares. É o tempo da travessia: e, se não

ousarmos fazê-la, teremos ficado, para sempre, à margem

de nós mesmos.

Fernando Pessoa 

Page 5: Livro de Demostrações Contabeis

7/25/2019 Livro de Demostrações Contabeis

http://slidepdf.com/reader/full/livro-de-demostracoes-contabeis 5/90

5

Sumário

Capítulo 1 – Demonstrações Financeiras 6

Capítulo 2 - Balanço Patrimonial (BP) 15

  Capítulo 3 – Demonstração do Resultado do Exercício (DRE ou DEREX) 32

Capítulo 4 – Demonstração dos Lucros ou Prejuízos Acumulados (DLPA) 45

Capítulo 5 – Demonstração dos Fluxos de Caixa (DFC) 53

Capítulo 6 – Demonstração do Valor Adicionado (DVA) 65

Capítulo 7 – Análise das Demonstrações Financeiras: Análise Horizontal

e Vertical 73

Capítulo 8 – Análise das Demonstrações Financeiras: Análise através de

Indicadores 82

Page 6: Livro de Demostrações Contabeis

7/25/2019 Livro de Demostrações Contabeis

http://slidepdf.com/reader/full/livro-de-demostracoes-contabeis 6/90

6

CAPÍTULO 1 – DEMONSTRAÇÕES FINANCEIRAS/RELATÓRIOS CONTÁBEIS

 A introdução ao estudo das demonstrações financeiras dá-se a partir da

compreensão da importância (e abrangência) do processo decisório e do entendimento de

como as demonstrações financeiras integram tal processo. Cabe salientar os relatórios

obrigatórios para Sociedades Anônimas e Sociedades Limitadas.

1.1 PROCESSO DECISÓRIO

 A nossa vida é uma seqüência de decisões e escolhas. A cada instante, para

vivermos, temos que tomar decisões em graus variados de importância. Algumas são

essenciais (papel social, religião, opção profissional), outras são operacionais (o que vestir

hoje, onde almoçar, por qual caminho ir à aula). Nessa dinâmica da vida, em muitos casos,

temos respostas prontas para as situações, mas, via de regra, a vida sempre se apresenta

com situações novas, para as quais temos que elaborar alternativas de ação e escolher

entre elas.

Dentro de uma empresa, a situação não é diferente. Freqüentemente os gestores

estão tomando decisões, todas elas importantes para a continuidade e sucesso do

negócio. Decisões como definir o preço de venda de um produto, contratar (ou não) um

funcionário, financiar uma máquina ou pagá-la a vista, que quantidade de estoque manter

de determinada mercadoria, como reduzir custos e produzir mais, entre outras, fazem parte

da rotina dos administradores.

Para que possam tomar tais decisões, eles necessitam de dados, informações e

subsídios que embasem essas escolhas e, é claro, minimizem os riscos. A Contabilidade é

o instrumento que auxilia a administração em suas decisões. Na prática, ela coleta todos

os dados econômicos e financeiros, registrando-os e sintetizando-os em forma de

relatórios (obrigatórios ou não obrigatórios).

Page 7: Livro de Demostrações Contabeis

7/25/2019 Livro de Demostrações Contabeis

http://slidepdf.com/reader/full/livro-de-demostracoes-contabeis 7/90

7

1.2 CONCEITO DE RELATÓRIO CONTÁBIL/DEMONSTRAÇÃO FINANCEIRA

Marion (2003, p.39) conceitua relatório contábil como a exposição resumida e

ordenada de dados colhidos pela contabilidade. Seu objetivo é relatar às pessoas que se

utilizam da contabilidade (os usuários) os principais fatos registrados em determinado

período.

Tais relatórios devem ser elaborados de acordo com as necessidades dos usuários,

por exemplo: o relatório sobre o resultado anual de uma floricultura apresentará muito

menos detalhes do que o de um banco, que normalmente tem muitos acionistas, grande

volume de negócios, entre outros. Dentre os inúmeros relatórios (ou informes) contábeis,destacam-se aqueles que são obrigatórios de acordo com a legislação brasileira. Estes

relatórios são conhecidos como demonstrações financeiras, ou ainda, demonstrações

contábeis. As demonstrações financeiras obrigatórias para as S.A.1 (sociedades anônimas)

segundo a Lei 6404/76, alterada pelas Leis 11.638/07 e 11.941/09 são as seguintes:

a. Balanço Patrimonial (BP);

b. Demonstração do Resultado do Exercício (DRE);

c. Demonstração dos Lucros ou Prejuízos Acumulados (DLPA);

d. Demonstração dos Fluxos de Caixa (DFC)2;

e. Demonstração do Valor Adicionado (DVA)

ATENÇÃO:

O Balanço Patrimonial (BP)  representa a fotografia da empresa em

determinado período (seus bens, direitos, obrigações e patrimônio líquido). Apresenta asaplicações dos recursos da entidade (Ativo) e como estas aplicações estão sendo

1 Equiparam-se às S.A. (e, consequentemente, seguem a mesma legislação) as chamadas SOCIEDADESDE GRANDE PORTE as quais apresentam ativo total superior a R$ 240 milhões ou receita bruta anualsuperior a R$ 300 milhões.2 A Companhia Fechada com patrimônio líquido superior a R$ 2 milhões será obrigada à elaboração epublicação da Demonstração dos Fluxos de Caixa.

Page 8: Livro de Demostrações Contabeis

7/25/2019 Livro de Demostrações Contabeis

http://slidepdf.com/reader/full/livro-de-demostracoes-contabeis 8/90

8

financiadas (Passivo e Patrimônio Líquido);

 A Demonstração do Resultado do Exercício (DRE ou DEREX), como o próprio

nome já diz, evidencia a formação do resultado da empresa (lucro ou prejuízo). Esta

demonstração evidencia, de forma ordenada, todas as receitas auferidas e as despesas

incorridas pela entidade durante determinado período, ou seja o resultado gerado no

período;

 A Demonstração dos Lucros ou Prejuízos Acumulados (DLPA) visa apresentar,

de forma clara, o resultado líquido do período (lucro ou prejuízo), a sua distribuição (no

caso de lucro) e a movimentação ocorrida no saldo da conta de lucros ou prejuízos

acumulados. Para as Cias Abertas (S/A), conforme normatização da Comissão de Valores

Mobiliários, deverá ser publicada a Demonstração das Mutações do Patrimônio Líquido 

(DMPL), evidenciando a movimentação de todas as contas do Patrimônio Líquido (não

somente do lucro líquido do exercício). Dentre as alterações mais comuns no Patrimônio

Líquido das entidades estão os aumentos de capital social, a apuração e destinação dos

lucros;

 A Demonstração dos Fluxos de Caixa (DFC):  indica a origem de todo o

dinheiro que ENTROU no caixa ou equivalentes de caixa (bancos e aplicações financeirasdisponíveis em 90 dias), bem com a aplicação de todo dinheiro que SAIU em determinado

período e, ainda, o resultado do fluxo financeiro. A DFC propicia ao gerente financeiro a

elaboração de melhor planejamento financeiro, sabendo-se o momento certo de buscar

recursos para cobrir a insuficiência de fundos, bem como quando aplicar no mercado

financeiro o excesso de dinheiro, proporcionando maior rentabilidade à empresa. Também

serve a outros usuários, apresentando a forma como gerou caixa e como utilizou os

recursos e valores equivalentes ao caixa. A empresa quando utiliza essa demonstração

com as demais, supre de forma completa os usuários e, principalmente, os habilita à

avaliação das mudanças de ativos líquidos de uma empresa e sua estrutura financeira, que

podem ser explicadas nas questões de liquidez e solvência;

A Demonstração do Valor Adicionado (DVA)  desenvolve conceitos

puramente econômicos, evidenciando quanto de valor a empresa agrega durante seu

processo produtivo, ampliando os horizontes de seus usuários. As entidades poderão

utilizar-se da DVA para identificar, analisar e comunicar o montante de recursos adicionais

Page 9: Livro de Demostrações Contabeis

7/25/2019 Livro de Demostrações Contabeis

http://slidepdf.com/reader/full/livro-de-demostracoes-contabeis 9/90

9

gerados para a economia (local, regional, nacional, setorial, etc.) bem como para relacionar

quais as fontes e quais as aplicações dessa riqueza, ou seja, para quem ela foi distribuída.

Segundo alguns autores, a DVA vem sendo considerada um dos melhores critérios para

indicar a medida da eficácia da gestão empresarial. Tudo isso dentro da concepção de que

a missão moderna na empresa representa um papel econômico e social. 

IMPORTANTE:

Tais demonstrações contábeis, assinadas pelo administrador e pelo contador,

devem ser publicadas em dois jornais: no Diário Oficial e em um jornal de grande

circulação na localidade onde é sediada a empresa. Tal publicação deve ser feita no prazo

de até cinco dias antes da Assembléia Geral de Acionistas, o que deve ocorrer dentro dos

quatro meses subseqüentes à data de encerramento do exercício.

Ressalte-se que as chamadas Sociedades Limitadas seguem legislação específica

(Lei 10.406/2002 – Novo Código Civil) devendo apresentar à Receita Federal (não estão

obrigadas à publicação em jornais de grande circulação e diário oficial) as seguintesdemonstrações ou relatórios contábeis:

a) Balanço Patrimonial;

b) Balanço Econômico (equivale à Demonstração do Resultado do Exercício e

Demonstração dos Lucros ou Prejuízos Acumulados).

Vamos entender um pouco mais sobre esses dois tipos societários antes de

prosseguirmos... A Sociedade Anônima (ou companhia) se caracteriza por ter seu capitaldividido em partes iguais chamadas ações (os proprietários, geralmente em grande

número são denominados de acionistas), e têm a responsabilidade de seus sócios ou

acionistas limitada ao preço de emissão das ações subscritas ou adquiridas. Deverá

publicar as Demonstrações Financeiras no Diário Oficial e em outro jornal de grande

Page 10: Livro de Demostrações Contabeis

7/25/2019 Livro de Demostrações Contabeis

http://slidepdf.com/reader/full/livro-de-demostracoes-contabeis 10/90

10

circulação editado na localidade onde se situa a empresa3. Porém, apesar da legislação

definir a periodicidade anual para a publicação das demonstrações, para atender às

necessidades gerenciais, a contabilidade deverá apresentar relatórios contábeis com

períodos mais curtos (semanal, quinzenal, mensal,...).

 A Sociedade Limitada  (nova designação dada à antiga sociedade por quotas de

responsabilidade limitada) constitui a forma mais usual de sociedade comercial e

caracteriza-se por seu capital dividido em quotas  (os proprietários, geralmente em

pequeno número, são denominados sócios ou quotistas). Não precisa publicar as

demonstrações financeiras em jornal, mas deverá apresentá-las junto ao Imposto de

Renda, através do preenchimento da Declaração do Imposto de Renda ou para atender ao

novo Código Civil.

 Algumas características da sociedade limitada são:

a) atividades reguladas por um contrato social;

b) seu capital social divide-se em cotas, iguais ou desiguais, cabendo uma ou

diversas a cada sócio;

c) é administrada por uma ou mais pessoas designadas no contrato social ou em atoseparado;

d) algumas deliberações devem ser tomadas pelos sócios, em reunião ou

assembleia.

Resumindo:

RELATÓRIOS CONTÁBEIS OBRIGATÓRIOS:

SOCIEDADE ANÔNIMA  (Lei 11.638/07): Balanço Patrimonial, Demonstração do

Resultado de Exercício, Demonstração das Mutações do Patrimônio Líquidos (quando de

capital aberto) ou Demonstração dos Lucros ou Prejuízos Acumulados, Demonstração dos

Fluxos de Caixa (S.A. abertas e fechadas – estas últimas, com patrimônio líquido superior

a R$ 2 milhões) e Demonstração do Valor Adicionado (somente para as Cias Abertas).

3 No caso de instituições financeiras ou correlatadas (seguradoras, financeiras, previdência privada, etc), a

publicação é semestral, para as demais empresas que negociam papeis na Bolsa de Valores, aobrigatoriedade de publicação é anual.

Page 11: Livro de Demostrações Contabeis

7/25/2019 Livro de Demostrações Contabeis

http://slidepdf.com/reader/full/livro-de-demostracoes-contabeis 11/90

11

SOCIEDADES LIMITADAS (Lei 10.406/2002 – Novo Código Civil): Balanço

Patrimonial e Balanço do Resultado Econômico (equivale ao DRE e a Demonstração dos

Lucros ou Prejuízos Acumulados).

Importante ressaltar que o exercício social ou período contábil, terá duração de umano, não havendo necessidade de coincidir com o ano civil (de 1º. de janeiro a 31 de

dezembro), embora, na maioria das vezes isso aconteça. Para fins de Imposto de Renda

considera-se ano civil = exercício social.

1.3 COMPLEMENTAÇÃO ÀS DEMONSTRAÇÕES FINANCEIRAS: Relatório da

Diretoria, Parecer de Auditoria e Notas Explicativas

Quando da publicação das Demonstrações Financeiras, as Sociedades Anônimas

deverão informar aos usuários desses relatórios dados adicionais. O Relatório da

Diretoria  (logo após a identificação da empresa) dará ênfase às informações de caráter

não financeiro. Saliente-se que esse relatório não tem uma estrutura padronizada, mas,

normalmente, contempla a análise corporativa (estratégia corporativa, fatores externos àempresa que afetam seu desempenho, resultados de investimentos significativos, políticas

de responsabilidade social desenvolvidas pela entidade, programas de pesquisa e

desenvolvimento e projeções quanto ao futuro da entidade); análise setorial (comparação

entre o desempenho da entidade com outras que atuam no mesmo segmento econômico);

análise financeira (comentários sobre o desempenho e a situação econômico-financeira

da entidade); análise de risco (questões relativas à diversificação e concentração dos

negócios da empresa entre ramos de atividade, clientes, fornecedores, ativos e regiões

geográficas); práticas de governança corporativa, entre outros.

 Além do Relatório da Diretoria, temos as Notas Explicativas ou notas de rodapé,

que são complementos às demonstrações (sem serem demonstrações), destacadas após

as referidas demonstrações (abaixo). A publicação de Notas Explicativas às

Demonstrações Financeiras está prevista no § 4º do artigo 176 da Lei 6.404/1976, visando

fornecer as informações necessárias para esclarecimento da situação patrimonial, ou seja,

de determinada conta, saldo ou transação, ou de valores relativos aos resultados do

Page 12: Livro de Demostrações Contabeis

7/25/2019 Livro de Demostrações Contabeis

http://slidepdf.com/reader/full/livro-de-demostracoes-contabeis 12/90

12

exercício, ou para menção de fatos que podem alterar futuramente tal situação patrimonial,

critérios de cálculos na obtenção de itens que afetam o lucro; obrigações de longo prazo

(credores, taxa de juros, garantias), ajustes de exercícios anteriores, entre outros.

O Parecer da Auditoria ou Parecer dos Auditores Independentes complementaas demonstrações financeiras, sendo quesito obrigatório para as demonstrações das S.A.,

instituições financeiras e de outros casos específicos. Trata-se de parecer de auditor

externo informando se as referidas demonstrações representam adequadamente a

situação patrimonial e financeira da empresa, se foram levantadas de acordo com os

Princípios Fundamentais da Contabilidade e se há uniformidade em relação ao exercício

anterior. 

Page 13: Livro de Demostrações Contabeis

7/25/2019 Livro de Demostrações Contabeis

http://slidepdf.com/reader/full/livro-de-demostracoes-contabeis 13/90

13

Exemplo: RELATÓRIOS CONTÁBEIS OBRIGATÓRIOS

Relatório da diretoria ___________________________________________

Em $ milhares

DEMONSTRAÇÕES FINANCEIRAS

Balanço Patrimonial

Data ___/___/___ 

Demonstração do Resultadodo Exercício

Data ___/___/___ 

 _______________  __________

 _______________  ___________

 _______________  __________

 _______________  ___________

Demonstração das Mutações do Patrimônio Líquido ou Demonstração

dos Lucros ou Prejuízos Acumulados Data ___/___/___

 _______________________________________________________

Demonstração dos Fluxos de Caixa Demonstração do Valor Adicionado

NotasExplicativas: ________________________________________________________

Assinatura dos Diretores Parecer dos Auditores

Assinatura do Contador – nr registro CRC

EM DUAS COLUNAS

EM DUAS COLUNASEM DUAS COLUNAS

Page 14: Livro de Demostrações Contabeis

7/25/2019 Livro de Demostrações Contabeis

http://slidepdf.com/reader/full/livro-de-demostracoes-contabeis 14/90

14

1.4 PONTO FINAL

No capítulo 1 estudamos as demonstrações contábeis e entendemos o quanto elas

são importantes para a tomada de decisão. Verificamos que, segundo a Lei 11.638/2007,

temos como demonstrações obrigatórias para as S.A, o Balanço Patrimonial,

Demonstração do Resultado do Exercício - DRE, Demonstração das Mutações do

Patrimônio Líquido – DMPL (ou Demonstração dos Lucros e Prejuízos Acumulados –

DLPA); Demonstração dos Fluxos de Caixa e Demonstração do Valor Adicionado. Já para

as Sociedades Limitadas as demonstrações obrigatórias são o Balanço Patrimonial e o

Balanço Econômico (DRE + DLPA)..

Diferenciamos dois tipos societários: Sociedades Anônimas e Sociedades Limitadas

e verificamos que o tratamento das demonstrações contábeis varia de acordo com o tipo

de constituição da sociedade empresarial. Além disso, vimos a complementação das

demonstrações contábeis obrigatórias e seus requisitos e modelo para publicação. Nos

capítulos seguintes, estudaremos, em detalhes, uma a uma das demonstrações contábeis,

sua estrutura e importância para a gestão.

Page 15: Livro de Demostrações Contabeis

7/25/2019 Livro de Demostrações Contabeis

http://slidepdf.com/reader/full/livro-de-demostracoes-contabeis 15/90

15

2 BALANÇO PATRIMONIAL

O termo “Balanço Patrimonial” nos remonta a uma balança de dois pratos, onde

sempre encontramos a igualdade (ATIVO = PASSIVO + PATRIMÔNIO LÍQUIDO). A

balança ainda remete à ideia de mensuração do peso. Só que no caso do Balanço

Patrimonial não se mede o peso, mas o patrimônio. O termo patrimonial, por sua vez, tem

origem no patrimônio da empresa, ou seja, conjunto de bens, direitos e obrigações.

Juntando as duas partes, obtém-se o balanço patrimonial, equilíbrio do patrimônio,

igualdade patrimonial. Em sentido amplo, o balanço evidencia a posição contábil,

financeira e econômica de uma entidade em determinada data, representando uma

posição estática (posição ou situação do patrimônio em determinada data).

2.1 O QUE É BALANÇO PATRIMONIAL?

O Balanço apresenta os Ativos (bens e direitos) e Passivos (exigibilidades e

obrigações) e o Patrimônio Líquido, que é resultante da diferença entre o total de ativos e

passivos. O balanço patrimonial é uma das peças extraídas dos livros contábeis, que fazparte do conjunto das demonstrações financeiras, e é elaborado segundo os princípios

contábeis geralmente aceitos.

Segundo Matarazzo (2008, p.41)

O balanço patrimonial é a demonstração que apresenta todos os bens e direitos daempresa – Ativo -, assim como as obrigações - Passivo Exigível - em determinadadata. A diferença entre Ativo e Passivo é chamada Patrimônio Líquido e representao capital investido pelos proprietários da empresa, quer através de recursos

trazidos de fora da empresa, quer gerados por esta em suas operações e retidosinternamente.

 Assim, temos a chamada EQUAÇÃO PATRIMONIAL BÁSICA,  conforme apresentado a

seguir .

ATIVO = PASSIVO + PATRIMÔNIO LÍQUIDO 

Page 16: Livro de Demostrações Contabeis

7/25/2019 Livro de Demostrações Contabeis

http://slidepdf.com/reader/full/livro-de-demostracoes-contabeis 16/90

16

 Assaf Neto (2002, p.58) menciona que o balanço apresenta a posição patrimonial e

financeira de uma empresa em dado momento. A informação que esse demonstrativo

fornece é totalmente estática e, muito provavelmente, sua estrutura se apresentará

relativamente diferente algum tempo após seu encerramento.

É a principal demonstração contábil usada por bancos, governo, fornecedores,

sindicatos, sócios, acionistas. Reflete a posição financeira em determinado momento,

normalmente no final do ano (exercício social) ou de um período prefixado. É como se

tirássemos uma foto da empresa e víssemos de uma só vez todos os bens, valores a

receber (direitos) e valores a pagar (obrigações) em determinada data.

Iudícibus e Marion (2006, p.19) explicam a expressão balanço patrimonial:

O termo balanço decorre do equilíbrio ATIVO = PASSIVO + PATRIMÔNIOLÍQUIDO, ou da igualdade APLICAÇÕES = ORIGENS DOS RECURSOS. Parte daidéia de uma balança de dois pratos, onde sempre encontramos a igualdade. Sóque, em vez de denominarmos de balança (como a Balança Comercial)denominamos no masculino: Balanço.  A expressão patrimonial origina-se doPatrimônio Global da empresa, ou seja, o conjunto de bens, direitos e obrigações.Daí origina-se a expressão Patrimônio Líquido, a riqueza líquida da empresa numprocesso de continuidade, a Situação Líquida. Compondo as duas expressões,teremos a expressão Balanço Patrimonial, o equilíbrio do Patrimônio, a igualdadepatrimonial.

2.1.1 Os grupos de contas do balanço patrimonial

O balanço patrimonial é uma demonstração simples e fácil de ser entendida, pois

visa mostrar a situação econômico-financeira da empresa para leigos, sendo constituído de

duas colunas, conforme convenção da Lei 6404/76, que regulamenta as Sociedades por

 Ações:

a) A coluna do lado direito chama-se PASSIVO (obrigações e Patrimônio

Líquido);

b) A coluna do lado esquerdo chama-se ATIVO (bens e direitos).

Para facilitar a leitura, análise e interpretação do Balanço, Ativo e Passivo dividem-

se em grupos de contas que apresentam as contas de mesmas características (prazo e

Page 17: Livro de Demostrações Contabeis

7/25/2019 Livro de Demostrações Contabeis

http://slidepdf.com/reader/full/livro-de-demostracoes-contabeis 17/90

17

grau de liquidez). Duas regras básicas orientam a distribuição de contas no Balanço

Patrimonial:

a) Prazo (vencimento):  em Contabilidade CURTO PRAZO significa,

normalmente, o período de até um ano e, LONGO PRAZO, o período superior aum ano. Assim, na data de elaboração do Balanço, 31/12/20XX, por exemplo,

todas as contas a receber até 31/12/20X1 (um ano da elaboração do balanço)

serão agrupadas num mesmo título do Ativo (Ativo Circulante), assim como todas

as contas a pagar até o final do ano seguinte (31/12/20X1), serão agrupadas num

mesmo título no Passivo (Passivo Circulante). O mesmo ocorre com as contas de

LONGO PRAZO que são classificadas em Ativo Não Circulante, no sub-grupo

Realizável a Longo Prazo (direitos realizáveis num período superior a um ano) eno Passivo Não Circulante (obrigações vencíveis num período superior a um ano).

b) Grau de LIQUIDEZ:  liquidez vem do verbo liquidar, pagar os

compromissos, assim, os itens mais rapidamente conversíveis em dinheiro são

classificados em primeiro plano. Assim temos caixa, bancos, duplicatas a receber,

mercadorias em estoque etc. 

 A seguir, vamos conhecer os grupos de contas do Balanço Patrimonial.

No ativo, as contas devem ser dispostas em ordem decrescente de realização, 

ou seja, de acordo com a facilidade de conversão em dinheiro, assim, os itens patrimoniais

cuja velocidade de conversão em dinheiro é maior (caixa, bancos, contas a receber,

mercadorias) são classificados em primeiro plano. Os de menor liquidez (valores a receber

no longo prazo, máquinas e equipamentos, veículos, terrenos, etc) aparecem num

segundo plano de acordo com a velocidade (ou potencialidade de conversão em dinheiro).

Os elementos registrados estão estruturados nos seguintes subgrupos (de acordo

com o parágrafo 1º do artigo 178 da Lei 6.404/76 alterado pelas Leis 11.638/07 e

11.941/09 ):

a) Ativo Circulante;

b) Ativo Não Circulante: compreende Ativo Realizável a Longo Prazo, Investimentos,

Imobilizado e Intangível.

Page 18: Livro de Demostrações Contabeis

7/25/2019 Livro de Demostrações Contabeis

http://slidepdf.com/reader/full/livro-de-demostracoes-contabeis 18/90

18

IMPORTANTE: Para ser A tivo , éprecis o p reencher a q uatro requis itos :

a) ser classi f icado em bens e ou dire i tos;

b) ser de p ropriedade da empresa;c) avaliável monetariamente (R$);

d) repr esentar b enefícios presentes ou futu ros .

Ativo Circulante

O Ativo Circulante engloba contas que constantemente estão em giro, em

movimento (daí a expressão circulante). Constitui o capital de giro da empresa, onde estão

dispostas as contas Caixa, Bancos e outros itens que serão transformados em dinheiro,

consumidos ou vendidos a curto prazo, ou seja, dentro de um ano (contas a receber, bens

de consumo, investimentos temporários, mercadorias para revenda, etc).

De acordo com a Lei 6.404/76, o ativo circulante subdivide-se em:

a) Disponível  - refere-se às contas onde são registrados os valores que

representam o dinheiro em caixa, os saldos disponíveis em contas de movimento

bancário, os saldos de contas relativas aos ativos imediatamente liquidáveis;

b) Direitos (créditos) Realizáveis no Exercício Seguinte: saldos relativos

a aplicações em valores mobiliários, operações no mercado aberto; contas a

receber, com vencimentos para o exercício seguinte, tais como: contas ou

duplicatas a receber por vendas mercantis (inclusive cheques pré-datados);

adiantamentos a empregados, adiantamentos a diretores/sócios, impostos a

recuperars/restituir, e outros;

c) Estoques – incluem três contas:

- estoque de mercadorias, matérias-primas, embalagens e materiaissecundários empregados em processo de produção, materiais de consumo e

produtos em trânsito, subprodutos e resíduos;

- estoque de imóveis prontos para a venda ou em construção com prazo

de entrega até 12 meses (no caso de construtora);

- estoque de materiais em poder de terceiros para beneficiamento.

d) Despesas Apropriáveis no Exercício Seguinte (ou Despesas

Antecipadas)  – Registra-se neste subgrupo os valores das despesas pagas

Page 19: Livro de Demostrações Contabeis

7/25/2019 Livro de Demostrações Contabeis

http://slidepdf.com/reader/full/livro-de-demostracoes-contabeis 19/90

19

antecipadamente, ou, em outras palavras, cujo prazo de vigência é futuro,

devendo ser contabilizadas mensalmente de acordo com o período a que se

refere: Prêmios de Seguros a Apropriar ou a Vencer; Despesas Financeiras a

 Apropriar ou a Vencer; Aluguéis a Apropriar ou a Vencer.

O termo “a Apropriar” (ou a Vencer) refere-se à aplicação do Princípio da

Competência, no qual se deve reconhecer e classificar as contas de resultado (receitas e

despesas) no período a que se referem, independentemente do seu efetivo recebimento

(receitas) ou pagamento (despesas). Assim, se pago o aluguel da empresa antecipado,

com vigência para 18 meses, preciso registrar o valor pago antecipadamente como

despesa apropriável e, mês a mês, fazer o “reconhecimento” da despesa no mês correto

(aluguel de janeiro de 2010 contabilizado no mês de janeiro de 2010 e assim

sucessivamente).

Ativo Não Circulante

Este grupo compõe-se de subgrupos, a saber: realizável a longo prazo,

investimentos, imobilizado e intangível, conforme veremos a seguir.

a) Realizável a Longo Prazo

Neste subgrupo são registrados, os direitos realizáveis após o encerramento do

Exercício Seguinte (mais de 360 dias após o encerramento do Balanço Patrimonial):

Duplicatas a Receber, Adiantamentos ou Empréstimos a Fornecedores ou a Sociedade

Coligada ou Controlada, Adiantamentos ou Empréstimos a Diretores4. Também são

registradas as despesas apropriáveis após o encerramento do Exercício Seguintereferentes a encargos financeiros exigíveis após o exercício seguinte ao do encerramento

do Balanço.

4  No caso de adiantamentos/empréstimos a sociedades coligadas ou controladas (do mesmo grupoempresarial) e ou adiantamentos/empréstimos a sócios/diretores a legislação societária obrigada a sua

contabilização no longo prazo independentemente de seu prazo contratual. A máxima é: “negócios emfamília” a contabilização é sempre no longo prazo!!!

Page 20: Livro de Demostrações Contabeis

7/25/2019 Livro de Demostrações Contabeis

http://slidepdf.com/reader/full/livro-de-demostracoes-contabeis 20/90

20

b) Investimentos

Em que pode ser registrado:

- as participações permanentes em outras sociedades;

- os empreendimentos relativos ao plantio de florestas destinados à

proteção do solo ou à preservação do meio ambiente, sem que se destinem à

manutenção da atividade da empresa;

- as importâncias aplicadas na aquisição de imóveis, desde que não

sejam para revenda ou destinadas à manutenção das atividades da empresa

(ex: imóveis para aluguel);

- as aplicações em ouro, quando não constarem do objeto social da

pessoa jurídica.

c) Imobilizado

Registra-se nesse subgrupo os bens e os direitos que tenham por objeto bens

destinados para a manutenção das atividades da empresa ou exercidos com essa

finalidade. Exemplos: máquinas, equipamentos, construções, veículos, móveis e utensílios,

etc

d) Intangível

Registra-se neste grupo os direitos correspondentes à propriedade industrial e

comercial da empresa, as patentes de invenção, as marcas, fórmulas e processos de

fabricação, valor do ponto comercial e outros de idêntica natureza;

Passivo

Em ordem de exigibilidade (vencimento), as contas do passivo são estruturadas nos

seguintes grupos:

Page 21: Livro de Demostrações Contabeis

7/25/2019 Livro de Demostrações Contabeis

http://slidepdf.com/reader/full/livro-de-demostracoes-contabeis 21/90

21

a) Passivo Circulante

São registradas as obrigações da empresa que serão pagas no prazo de um ano

(curto prazo). As principais contas do passivo circulante são:

- Fornecedores: origina-se das operações de compra a prazo, no

mercado nacional ou exterior, de matérias-primas destinadas ao processo

produtivo, mercadorias com a finalidade de revenda ou outros materiais ou

insumos;

- Tributos a Pagar/Recolher: compreende as obrigações relativas a

impostos, taxas e contribuições;

- Salários e Encargos Sociais: compõe-se das obrigações da empresa

para com seus empregados e aos agentes arrecadadores de contribuições

sociais, bem como as obrigações conhecidas como previsíveis e calculáveis na

data do balanço;

- Empréstimos e Financiamentos de Instituições Financeiras:

compreende os recursos obtidos pela empresa junto a instituições financeiras

do país com a finalidade de financiar imobilizações ou o próprio giro do negócio;

- Além das contas descritas acima, podemos encontrar muitas outras

contas no passivo circulante, tais como: adiantamentos, contas a pagar,

dividendos, gratificações e participações, empréstimos em moeda estrangeira

etc.

b) Passivo Não Circulante:

Registram-se as contas que representam as obrigações vencíveis após o prazo de

um ano (encerramento do exercício seguinte). Classificam-se neste grupo as seguintescontas:

- Financiamentos;

- Parcelamentos de Débitos Fiscais e Sociais;

- Créditos de Empresas Coligadas e Controladas; etc.

Em sentido restrito poderíamos considerar como PASSIVO apenas o Passivo

Exigível (Circulante e Não Circulante). Em sentido amplo, porém, esse termo é utilizado

Page 22: Livro de Demostrações Contabeis

7/25/2019 Livro de Demostrações Contabeis

http://slidepdf.com/reader/full/livro-de-demostracoes-contabeis 22/90

22

como o total das exigibilidades (dívidas com terceiros) e dos recursos próprios (Patrimônio

Líquido), a saber.

c) Patrimônio Líquido: 

Conforme já estudamos, o patrimônio líquido é a diferença entre o Ativo e o Passivo.

Representa os investimentos dos proprietários (Capital Social), mais os lucros reinvestidos

(reservas). Deve apresentar o capital social, as reservas de capital, os ajustes de avaliação

patrimonial, as reservas de lucros, as ações ou quotas em tesouraria, os prejuízos

acumulados. Saliente-se que no capítulo 3 estudaremos mais detalhadamente as reservas.

Para sua melhor compreensão, apresentamos a seguir um resumo dos Grupos e

Subgrupos do Balanço Patrimonial:

BALANÇO PATRIMONIAL

ATIVO PASSIVO

CIRCULANTE

São contas que estão

constantemente em giro - movimento –sendo que a conversão em dinheiroocorrerá, no máximo, no próprioexercício social.

CIRCULANTE

São obrigações exigíveis que

serão liquidadas nos próximos 360 diasapós o levantamento do BalançoPatrimonial.

NÃO CIRCULANTE

a) Realizável a Longo Prazo

São bens e direitos que setransformarão em dinheiro um ano após

o levantamento do BP.

b) Investimentos:

São as inversões financeiras decaráter permanente que geramrendimentos e que não são necessáriasà manutenção da atividade fundamentalda empresa.

c) Imobilizado:

NÃO CIRCULANTE

Exigível a Longo Prazo

São as obrigações (dívidas delongo prazo) que serão liquidadas com

prazo superior a um ano após olevantamento do Balanço Patrimonial..

Page 23: Livro de Demostrações Contabeis

7/25/2019 Livro de Demostrações Contabeis

http://slidepdf.com/reader/full/livro-de-demostracoes-contabeis 23/90

23

São itens de natureza permanenteque serão utilizados para a manutençãoda atividade básica da empresa.

d) Intangível:

Bens e direitos que tenham porobjeto bens incorpóreos destinados àmanutenção da empresa ou exercidoscom essa finalidade.

PATRIMÔNIO LÍQUIDO

São os recursos dos proprietáriosaplicados na empresa. Tais recursossignificam o Capital mais o seu

rendimento (lucros) e reservas.

QUADRO 1: GRUPOS DO BALANÇO PATRIMONIAL

Fonte: elaborado pela autora

Cabe salientar a importância de compreender o que encontramos em cada grupo

patrimonial para facilitar a compreensão do Balanço Patrimonial.

Muita atenção ao quadro 1!!!!

2.1.2 Principais Deduções do Ativo e do Patrimônio Líquido

 A seguir são apresentadas as principais deduções (contas redutoras ou de ajuste)

relacionadas ao ativo circulante, ao ativo não circulante e ao patrimônio líquido.

2.1.2.1 Deduções do Ativo Circulante

No item Duplicatas a Receber (ou contas a receber/CLIENTES) encontram-se duas

deduções:

a) A parcela estimada pela empresa que não será recebida

(inadimplência), com o título Provisão para Devedores Duvidosos (o cálculo é

feito de acordo com a média considerada incobrável em exercícios anteriores);

Page 24: Livro de Demostrações Contabeis

7/25/2019 Livro de Demostrações Contabeis

http://slidepdf.com/reader/full/livro-de-demostracoes-contabeis 24/90

24

b) Parcela das duplicatas a receber negociadas com as instituições

financeiras (antecipação de recebíveis), com o título de Duplicatas

Descontadas.

c) Na conta Estoques, se o valor de mercado deste item for menor que o

valor do custo de aquisição ou produção, deverá ser deduzida a provisão para

ajustá-lo ao valor de mercado (conservadorismo)

2.1.2.2 Deduções do Ativo Não Circulante

No grupo Investimentos, encontram-se como deduções as Provisões para Perdas,

com o objetivo de cobrir as perdas prováveis na realização financeira, quando

comprovadas (tais perdas) como permanentes.

No Imobilizado, como dedução do valor bruto, encontram-se as contas depreciação,

amortização e exaustão A perda de valor dos bens do ativo não circulante em virtude da

ação do tempo, uso, da evolução técnica (obsolescência), ou exaustão, será registrada

periodicamente nas contas de:

a) Depreciação Acumulada – corresponde à perda do valor dos bens que

têm por objeto bens físicos (tangíveis) sujeitos a desgaste ou perda de utilidade por

uso, ação da natureza ou por obsolescência técnica. A taxa anual de depreciação

é determinada em função da vida útil do bem, isto é, do prazo durante o qual se

possa esperar a utilização econômica dele na produção. A Secretaria da Receita

Federal estabelece e publica as taxas de depreciação conforme o prazo de vida útil

admissível para cada item do Ativo Imobilizado.

b) Amortização  Acumulada  – quando corresponder à perda do valor do

capital aplicado na aquisição de direitos de propriedade industrial ou comercial,

marcas, patentes, benfeitorias em imóveis de terceiros e quaisquer outros com

existência ou exercício de duração limitada. A taxa anual de amortização é fixada

considerando-se: o número de anos restantes da existência do direito amortizável

e a legislação do imposto de renda (prazos mínimos e máximos).

c) Exaustão Acumulada –  corresponde à perda do valor decorrente da

exploração de direitos cujo objeto sejam recursos minerais ou florestais, ou bens

aplicados nessa exploração. As mineradoras poderão considerar como custo ou

Page 25: Livro de Demostrações Contabeis

7/25/2019 Livro de Demostrações Contabeis

http://slidepdf.com/reader/full/livro-de-demostracoes-contabeis 25/90

25

despesa, em cada exercício, o valor correspondente a percentagem extraída de

minério no período sobre o custo de aquisição ou prospecção dos recursos

minerais explorados. O valor da quota de exaustão florestal em cada exercício é

apurado através da identificação do percentual entre o volume de recursos

florestais explorados em relação ao volume da floresta no início do período-base.

2.1.2.3 Deduções do Patrimônio Líquido

O Patrimônio Líquido pode ser reduzido:

a) Quando há prejuízo no exercício evidenciado pela conta Prejuízos Acumulados;

b) Quando houver capital ainda não realizado, o patrimônio líquido demonstrará omontante do valor subscrito pelos sócios e por dedução o valor ainda pendente de

realização em dinheiro ou outros bens e direitos na conta Capital Social a Integralizar ;

c) Também será demonstrado por dedução o valor empregado nas aquisições de

ações ou quotas do capital social da própria sociedade na conta Ações em Tesouraria;

d) Outra conta redutora de patrimônio líquido é Ajustes de Avaliação Patrimonial 

em que se contabilizam os ajustes negativos (diminuições) de avaliações de Ativos a preço

de mercado.Na seqüência, apresentamos a estrutura do Balanço Patrimonial segundo a Lei

6404/76, alterada pelas Leis 11.638/2007 e 11.941/09.

ATIVO

CIRCULANTE

DISPONIBILIDADES

Caixa

Bancos Conta Corrente

 Aplicações de Liquidez Imediata

CRÉDITOS

Clientes

(-) Provisão para Devedores Duvidosos

(-) Duplicatas Descontadas

PASSIVO

CIRCULANTE 

Empréstimos

Fornecedores

Obrigações fiscais e sociais

 Adiantamento de clientes

Utilidades e serviços a pagar

Gratificações a empregados, diretores,administradores

Salários, férias e 13º. Salário a pagar

Page 26: Livro de Demostrações Contabeis

7/25/2019 Livro de Demostrações Contabeis

http://slidepdf.com/reader/full/livro-de-demostracoes-contabeis 26/90

26

Títulos a Receber

Bancos Conta Vinculada

 Adiantamentos a Terceiros

 Adiantamentos a Funcionários

Impostos a Recuperar

ESTOQUES

Mercadorias para revenda

Matérias-primas

Materiais de Embalagem

Materiais de Limpeza

DESPESAS ANTECIPADASPrêmios de seguros a apropriar

Encargos financeiros a apropriar

 Aluguéis a apropriar

NÃO CIRCULANTE 

REALIZÁVEL A LONGO PRAZO

ClientesBancos conta Vinculada

Títulos a Receber

Créditos de acionistas

Créditos de diretores

Créditos de coligadas e controladas

 Adiantamentos a terceiros

Impostos a Recuperar

INVESTIMENTOS

Participação em sociedades (controladase coligadas)

Participações em outras empresas

Imóveis não de uso – de renda

Direito de Exploração de RecursosNaturais (minerais e vegetais)

Títulos a pagar

Debêntures a Pagar

NÃO CIRCULANTE

EXIGÍVEL A LONGO PRAZO

Empréstimos e financiamentosTítulos a pagar

PATRIMÔNIO LÍQUIDO

Capital social

(-) capital social a integralizar

(-) Ações em tesouraria

(-) Prejuízos acumulados

Reservas

Page 27: Livro de Demostrações Contabeis

7/25/2019 Livro de Demostrações Contabeis

http://slidepdf.com/reader/full/livro-de-demostracoes-contabeis 27/90

27

(-) exaustão acumulada

IMOBILIZADO

Terrenos

Instalações

Máquinas, aparelhos e equipamentos

Móveis e Utensílios

Veículos

Ferramentas

(-) depreciação acumulada

Obras em andamento

INTANGÍVELMarcas, direitos e patentes industriais

(-) amortização acumulada 

QUADRO 2 - ESTRUTURA BÁSICA DO BALANÇO PATRIMONIAL

Fonte: Lei 6404/76, alterada pelas Leis 11.638/07 e 11.941/09

Observada a estrutura básica do Balanço Patrimonial conforme a legislação vigente,

cabe ressaltar a importância dessa demonstração na gestão da empresa, tendo em vista

que apresenta, de forma sucinta, as origens (passivo e patrimônio líquido) e as aplicações

(ativo) de recursos, de onde temos os subsídios para as decisões de investimento e

financiamento.

2.1.3 Decisões de Investimento e Financiamento

Entende-se por investimento toda a aplicação de capital em algum ativo (bens e

direitos) tangível ou intangível, para obter determinado retorno no futuro. Um investimento

pode ser a criação de uma nova empresa, ou pode ser um projeto em uma empresa já

existente, por exemplo.

No setor industrial, o projeto de investimento mais clássico é a aquisição de novas

linhas de produção. Mas também são importantes os projetos de reposição de

equipamentos, reforma de linhas de produção antigas, projetos para automação industrial,

Page 28: Livro de Demostrações Contabeis

7/25/2019 Livro de Demostrações Contabeis

http://slidepdf.com/reader/full/livro-de-demostracoes-contabeis 28/90

28

projetos para adoção de novas tecnologias e projetos linha verde, objetivando reduzir os

impactos ambientais dos processos produtivos.

No setor agroindustrial, os projetos envolvem aplicações de recursos na aquisição

de maquinário agrícola, na construção de silos e armazéns, no melhoramento genético e

do solo, no aumento da produtividade, na formação de cooperativas, no processamento de

produtos in natura, agregando valor ma informatização do controle da produção e nos

canais de comercialização.

Já no setor de serviços, os projetos de investimento referem-se desde a reforma de

instalações até campanhas publicitárias. Os gastos com automação comercial e sistemas

de informações gerenciais também são projetos de investimento, na medida em que

podem aumentar ou diminuir o valor da empresa no longo prazo.

No segmento comercial os projetos centram-se nos investimentos em marketing,

diferenciais mercadológicos, TI, dentre outros.

O Quadro 3 ilustra as principais questões que devem ser respondidas antes de se

tomar uma decisão de investimento  na empresa, utilizando-se da estrutura do ATIVO.

Sabe-se que esta estrutura se altera em função do ramo de negócios da empresa e de

suas características específicas, no entanto, em quaisquer ramos, as questões

respondidas são semelhantes para qualquer empresa.

Page 29: Livro de Demostrações Contabeis

7/25/2019 Livro de Demostrações Contabeis

http://slidepdf.com/reader/full/livro-de-demostracoes-contabeis 29/90

29

ATIVO Questões a serem respondidas

Ativo Circulante (até 360 dias)

DisponibilidadesCréditos

Estoques

Despesas Antecipadas

Ativo Não Circulante (+ de 360 dias)

Realizável a Longo Prazo

Investimentos

Imobilizado

Intangível

!  Onde estão aplicados os recursos

financeiros?!  Quanto em ativos circulantes? Quanto

em ativos não circulantes? Em quais?

!  Qual a melhor composição dos ativos?

!  Qual o risco do investimento?

!  Qual o retorno do investimento?

!  Quais as novas alternativas de

investimentos?!  Como decidir em quais ativos investir?

!  Como maximizar a rentabilidade dos

investimentos existentes?

!  O que deve ser descartado, reduzido ou

eliminado, por não acrescentar valor?

Quadro 3 – Decisão de Investimento

Fonte: Adaptado de Lemes Júnior, Rigo, Cherobim (2002, p.10)

No que se refere às decisões de financiamento, a composição de recursos da

empresa é chamada de ESTRUTURA FINANCEIRA e pode ser verificada do lado direito

do balanço: o PASSIVO. Tais decisões envolvem a escolha da estrutura de capital, a

determinação do custo de capital e a captação de recursos. Remetem, portanto, à

definição das fontes de financiamentos a serem utilizadas nas atividades da empresa e nos

projetos de investimento. Os recursos financeiros advêm de duas fontes: capital próprio

(Patrimônio Líquido) e de terceiros (obrigações, dívidas).

O capital próprio é formado por recursos dos proprietários e acionistas da empresa.

Tais recursos são feitos no longo prazo, através da compra de ações, do investimento em

cotas, do reinvestimento de lucros gerados, etc. O capital de terceiros entra na empresa

por meio de empréstimos e financiamentos obtidos de instituições financeiras, além das

dívidas da empresa com fornecedores (duplicatas a pagar), com funcionários (salários a

pagar), com o governo (tributos a pagar/recolher), conforme evidenciado no quadro 4.

Page 30: Livro de Demostrações Contabeis

7/25/2019 Livro de Demostrações Contabeis

http://slidepdf.com/reader/full/livro-de-demostracoes-contabeis 30/90

30

Passivo Questões a serem respondidas...

Passivo Circulante (até 360 dias)

FornecedoresEmpréstimos e financiamentos

Impostos a Pagar

Salários a Pagar

Encargos a Recolher

Outros

Passivo Não Circulante (+

360 dias)

Financiamentos

Patrimônio Líquido

Capital Social

Reservas

 Ajustes de Avaliação

Patrimonial

!  Qual a estrutura de capital? 

!

  De onde vêm os recursos? !  Qual a participação de capital próprio? 

!  Qual a participação de capitais de

terceiros? 

!  Qual o perfil do endividamento? 

!  Qual o custo de capital? Como reduzi-lo? 

!  Quais as fontes de financiamento utilizadas

e seus respectivos custos? !  Quais deveriam ser substituídas ou

eliminadas? 

!  Qual o risco financeiro? 

!  Qual o sincronismo entre os vencimentos

das dívidas e a geração de meios de

pagamento? 

QUADRO 4 – Decisões de FinanciamentoFonte: Adaptado de Lemes Júnior, Rigo e Cherobim (2002, p. 12)

 As questões pontuadas por Lemes Júnior, Rigo e Cherobim (2002) nos remetem às

primeiras “leituras” do balanço patrimonial, com vistas a compreender as informações

contidas nesse relatório. Analistas, bancos, investidores, sindicatos, fornecedores,

governo, buscam respostas a tais indagações com vistas a mensurar o risco e a liquidez

das entidades, tópicos que estudaremos a seguir.

2.2 PONTO FINAL

O Balanço Patrimonial é a demonstração financeira destinada a evidenciar, de forma

qualitativa e quantitativa, numa determinada data, a posição patrimonial e financeira da

Page 31: Livro de Demostrações Contabeis

7/25/2019 Livro de Demostrações Contabeis

http://slidepdf.com/reader/full/livro-de-demostracoes-contabeis 31/90

31

entidade. No Balanço Patrimonial as contas deverão ser classificadas de acordo com os

elementos do patrimônio que registrem, de forma a facilitar sua leitura e interpretação.

Saliente-se que no Ativo (aplicações de recursos – bens e direitos) as contas estão

organizadas em ordem dos prazos esperados de realização, enquanto que no Passivo

(origem dos recursos), estão em ordem de exigibilidade (vencimento).

Page 32: Livro de Demostrações Contabeis

7/25/2019 Livro de Demostrações Contabeis

http://slidepdf.com/reader/full/livro-de-demostracoes-contabeis 32/90

32

3.  DEMONSTRAÇÃO DO RESULTADO DO EXERCÍCIO (DRE ou DEREX)

 Antes de prosseguirmos com o estudo do DRE, torna-se necessário que você

conheça as contas de resultado, quer sejam: as Receitas e Despesas (e custos). Elas

aparecem durante o exercício social, encerrando-se (zerando) ao final do mesmo. Não

fazem parte do Balanço Patrimonial como as contas patrimoniais (bens, direitos,

obrigações e patrimônio líquido), mas é por meio delas que sabemos se a empresa

apresentou lucro ou prejuízo em suas atividades. Vejamos...

3.1 RECEITAS

São valores que a empresa gera como fonte de recursos financeiros, para atender

a seus gastos e manter as suas atividades, ou seja, decorrem da venda de bens

(mercadorias) ou da prestação de serviços. Constituem INGRESSOS  (entradas) de

recursos para o patrimônio da entidade sob a forma de bens e direitos, correspondendo,

em geral, a vendas de mercadorias ou prestação de serviços. Podem derivar, também, de

remunerações sobre aplicações ou operações financeiras. A receita sempre aumenta o

Patrimônio Líquido. Ex.: Vendas a Vista, Vendas a Prazo, Receitas de Prestação de

Serviços, Aluguéis Ativos, Juros Ativos, Descontos Obtidos.

3.2 DESPESAS 

Segundo Marion, (2006, p. 78), despesa é todo o sacrifício, todo o esforço da

empresa para obter receita. Cherman (2010, p.4) sintetiza: “São gastos consumidos, direta

ou indiretamente, na obtenção de receitas”.

Em outras palavras, é o gasto relativo a bem ou serviço consumido direta ou

indiretamente para:

Page 33: Livro de Demostrações Contabeis

7/25/2019 Livro de Demostrações Contabeis

http://slidepdf.com/reader/full/livro-de-demostracoes-contabeis 33/90

33

a) comercialização e distribuição dos produtos (despesa de vendas);

b) direção geral e área de apoio (despesa administrativas)

c) remuneração do capital de terceiros (despesa financeira)

 As despesas deverão ser registradas por ocasião do consumo dos bens ou serviços

utilizados pela empresa para a manutenção, independentemente de seu efetivo

pagamento. Constituem SAÍDAS  de recursos e se refletem no Balanço Patrimonial

através da redução do saldo de Caixa (ou Banco Conta Corrente) quando é paga no ato (a

vista), ou mediante o aumento de uma obrigação, quando é contraída no presente para

ser paga no futuro (a prazo). Ex.: Água e Esgoto, Material de Expediente, Alugueis

Passivos, Juros Passivos, Café e Lanches, Luz, Descontos Concedidos, Salários,Despesas Bancárias, Encargos Sociais, Fretes, Prêmios de Seguros, Impostos, Telefone,

etc.

Existem contas de resultado que podem aparecer tanto no grupo das despesas

quanto das receitas (é o caso de alugueis, juros e descontos), como saber quando

representam despesas e quando representam receitas?

 A diferença está nos adjetivos empregados... PRESTE ATENÇÃO!!!

- Alugueis Ativos, Juros Ativos e Descontos Obtidos  representam,

respectivamente, alugueis, juros e descontos recebidos pela empresa, ou seja, GANHOS,

portanto: classificam-se como RECEITAS.

- Alugueis Passivos, Juros Passivos e Descontos Concedidos  representam,

respectivamente, alugueis e juros pagos e descontos oferecidos pela empresa, ou seja,

“PERDAS”, portanto: classificam-se como DESPESAS.

Note que as palavras ATIVOS e PASSIVOS nada têm a ver com Ativo e Passivo do

Balanço Patrimonial, associe-as a positivos e negativos, respectivamente. Assim:

 Ativos, Obtidos, Recebidos POSITIVOS (Receitas)

Passivos, Concedidos, Pagos NEGATIVOS (Despesas)

Page 34: Livro de Demostrações Contabeis

7/25/2019 Livro de Demostrações Contabeis

http://slidepdf.com/reader/full/livro-de-demostracoes-contabeis 34/90

34

Bem, se receitas e despesas são CONTAS DE RESULTADO, as contas que

representam bens, direitos, obrigações e patrimônio líquido (as quais você já conhece)

são chamadas de CONTAS PATRIMONIAIS. Fica fácil de diferenciar:

Contas Patrimoniais Balanço PATRIMONIAL (bens, direitos, obrigações e PL)

Contas de Resultado DRE (receitas, despesas e custos)

3.3 DESPESA E CUSTO

Precisamos diferenciar despesa e custo.

Quando a matéria-prima é adquirida (comprada), constitui um gasto, ou seja, um

desembolso (saída de dinheiro, pagamento) para a aquisição de um bem, sendo

“estocada” no Ativo. No instante em que essa matéria-prima entra em produção, a

reconhecemos como CUSTO.

Portanto, todos os gastos no processo de industrialização, que contribuem com a

transformação da matéria-prima (fabricação) em produto, entendemos como custos: mão-

de-obra, energia elétrica, manutenção, desgaste de máquinas utilizadas para a produção

(depreciação), embalagens, aluguel da fábrica, etc. Já os gastos referentes ao escritório e

à administração são classificados em despesas.

Observe: o aluguel pode ser tratado como despesa ou custo... Tratando-se de

aluguel referente ao prédio da fábrica, será considerado custo; tratando-se de aluguelreferente ao prédio do escritório (administração) será considerado despesa. Este

raciocínio é extensivo ao imposto predial, salários, materiais, depreciação (quando de

bens da fábrica custo; quando de bens do escritório, despesa).

Numa empresa comercial, o gasto da aquisição da mercadoria para revenda será

tratado como custo; já numa empresa de prestação de serviços, a mão-de-obra aplicada

no serviços prestado mais o material utilizado nesse serviços serão considerados custos.

Page 35: Livro de Demostrações Contabeis

7/25/2019 Livro de Demostrações Contabeis

http://slidepdf.com/reader/full/livro-de-demostracoes-contabeis 35/90

35

Para ambas as atividades, todos os gastos na administração, assim como na indústria,

serão tratados como despesas.

Pela Lei das Sociedades Anônimas identificamos três tipos de despesas: de

vendas, administrativas e financeiras. Vejamos alguns exemplos:

a) Despesas com Vendas: salários do pessoal de vendas, marketing e

pesquisa de mercado, distribuição, comissões sobre vendas, propaganda e

publicidade, despesas com garantia, promoções de bonificações, fretes, etc;

b) Despesas Administrativas: salários do pessoal administrativo,

encargos sociais, assistência médica, aluguéis, energia elétrica, condomínio,

seguros, despesas de viagens, material de escritório, depreciação, impostos,

remuneração da diretoria, etc; 

c) Despesas Financeiras:  juros passivos, descontos concedidos,

despesas bancárias, etc;

PARA NÃO ESQUECER:

Custos : Gasto relativo a um bem ou serviço utilizado na produção de outros bens

ou serviços: Gastos da FÁBRICA – custo dos produtos, custo das mercadorias vendidas

Despesas:  Gastos do ESCRITÓRIO e ADMINISTRAÇÃO – vendas,

administrativas e financeiras para manutenção das atividades da empresa; promoção de

vendas. 

3.4 ESTRUTURA BÁSICA DA DRE

 A DRE é um resumo ordenado das receitas e despesas da empresa em

determinado período (12 meses). Segundo Azevedo (2009, p.15) “[...] pretende demonstrar

qual o lucro ou prejuízo do exercício publicado, bem como a sua estrutura de apuração,

Page 36: Livro de Demostrações Contabeis

7/25/2019 Livro de Demostrações Contabeis

http://slidepdf.com/reader/full/livro-de-demostracoes-contabeis 36/90

36

demonstrando o “caminho” que o dinheiro percorre dentro de uma empresa até ser

apurado o lucro”.

É apresentada de forma dedutiva (vertical), ou seja, das receitas subtraem-se as

despesas5  e, em seguida, indica-se o resultado (lucro ou prejuízo). Ao apresentar oresultado, a DRE evidencia a riqueza gerada pela entidade em determinado período

(exercício), sabendo-se que esta riqueza pertence, ao final das contas, aos

acionistas/sócios da entidade.

RECEITA

(-) DESPESA

= Lucro ou prejuízo

 A DRE pode ser simples para micro e pequenas empresas que não requeiram

dados pormenorizados para a tomada de decisão, como é o caso de bares, farmácias,

mercearias, etc. Deve evidenciar o total de despesa deduzido da receita, apurando-se,

assim, o lucro, sem destacar os principais grupos de despesas.

 A DRE completa, exigida por lei, fornece maiores detalhes para a tomada de

decisão: grupos de despesas, vários tipos de lucro, destaque dos impostos, etc. Assim:

DRE (simples) DRE (completa)

RECEITA RECEITA

(-) DESPESA (-) DEDUÇÕES

Lucro ou Prejuízo (-) CUSTOS

(-) DESPESAS

(-) _________

Lucro ou Prejuízo

5

 Atenção: a DRE obedece ao princípio de competência, ou seja, as receitas e despesas são contabilizadasno momento de sua ocorrência, independemente de seu recebimento ou pagamento.

Page 37: Livro de Demostrações Contabeis

7/25/2019 Livro de Demostrações Contabeis

http://slidepdf.com/reader/full/livro-de-demostracoes-contabeis 37/90

37

IMPORTANTE: 

 A DRE é elaborada a partir da conta Lucros e Perdas (ou Lucros ou Prejuízos

 Acumulados). Ela é uma demonstração financeira imprescindível para a elaboração do

Balanço Patrimonial (deve, inclusive, preceder o levantamento do mesmo). Normalmente o

resultado do exercício das empresas é apurado no final do ano civil. Sua finalidade é

melhor evidenciar o ganho, tendo em vista as necessidades de informações do usuário

externo, bem como fornecer os dados essenciais à análise da formação do resultado do

exercício. Como já vimos, para se apurar o resultado do exercício de uma empresa, basta

confrontar o total de despesas com o total das receitas ocorridas em um determinado

período.

ESTRUTURA BÁSICA DA DREEmpresa ZDEMONSTRAÇÃO DE RESULTADOSPeríodo de 01.01 a 31.12.XX

RECEITA BRUTA 

( - ) Tributos Incidentes sobre Vendas( - ) Devoluções e Abatimentos( - ) Descontos Incondicionais

= RECEITA LÍQUIDA 

( - ) Custo das Mercadorias Vendidas (se comércio)ou ( - ) Custo dos Produtos Vendidos (se indústria)ou ( - ) Custo dos Serviços Prestados (se empresas de serviços)= RESULTADO BRUTO 

( - ) Despesas Operacionais- Vendas- Administrativas- Financeiras Líquidas (despesas - receitas financeiras)

= RESULTADO OPERACIONAL 

( + ) e/ou ( - ) Outras Receitas e/ou Despesas Operacionais

= RESULTADO ANTES DA CONTRIBUIÇÃO SOCIAL 

Page 38: Livro de Demostrações Contabeis

7/25/2019 Livro de Demostrações Contabeis

http://slidepdf.com/reader/full/livro-de-demostracoes-contabeis 38/90

38

( - ) Provisão para a Contribuição Social= RESULTADO ANTES DO IMPOSTO DE RENDA 

( - ) Provisão para o Imposto de Renda= RESULTADO DEPOIS DO IMPOSTO DE RENDA 

( - ) Provisão para Participação de Debenturistas( - ) Provisão para Participação dos Empregados( - ) Provisão para Participação dos Administradores( - ) Provisão para Participação de Partes Beneficiárias= RESULTADO LÍQUIDO DO EXERCÍCIO

LUCRO LÍQUIDO POR AÇÃO 

QUADRO 5 – Estrutura da Demonstração do Resultado do Exercício

Fonte: Adaptado de Azevedo (2009)

Segundo  Azevedo (2009, p.30) “A Demonstração do Resultado do Exercício (DRE)

tem como finalidade, além de evidenciar o resultado do exercício – lucro ou prejuízo –

demonstrar a origem dos recursos próprios que são aplicados na empresa (receitas) assim

como todos os gastos (custos e despesas) envolvidos na geração da riqueza da entidade”.

Saliente-se que a DRE tem caráter econômico (relacionado à riqueza da entidade) e não

financeiro (relacionado à dinheiro). O mesmo autor exemplifica a aplicação das

informações da DRE:

a) O gestor da entidade terá uma visão estratégica, determinando qual o

melhor caminho a ser seguido pela organização para o aumento de sua

lucratividade, podendo, para tanto, determinar a redução de custos e despesas

(quais?), sem comprometer a qualidade dos produtos e serviços;

b) O acionista, por sua vez, visualiza as tendências financeiras daentidade, se está aplicando de forma correta e coerente os recursos obtidos

(despesas e custos);

c) O Governo (fisco) observa se a empresa está apurando seus impostos

com correção;

d) A concorrência (no caso de demonstrações publicadas) avalia o

sistema de custeio/despesa da empresa;

Page 39: Livro de Demostrações Contabeis

7/25/2019 Livro de Demostrações Contabeis

http://slidepdf.com/reader/full/livro-de-demostracoes-contabeis 39/90

39

e) Os fornecedores, investidores e bancos avaliam o potencial de

geração de lucros da entidade.

O quadro 6 evidencia as principais questões que orientam a leitura e

interpretação da Demonstração do Resultado do Exercício – DRE:

Receita Operacional

(-) Deduções da Receita

Impostos incidentes sobre vendas

Devoluções

Abatimentos

(=) Receita Operacional Líquida

(-) Custos Operacionais

(=) Resultado Operacional Bruto

(-) Despesas Operacionais

Administrativas

Comerciais

Financeiras

(=) Resultado Operacional

(+-) Outras Receitas/Despesas

Operacionais

(=) Lucro antes IR

(-) Imposto de Renda

(=) Lucro Líquido do Exercício

Lucro Líquido por Ação

!  Quais os resultados obtidos?

Como mantê-los ou melhorá-los?

!  Qual o crescimento das

vendas? E dos custos? E das despesas?

!  Qual a participação percentual

dos custos e das despesas em relação às

receitas?

!  Qual a margem líquida de

venda?

!  Quais os custos e despesas que

podem ser reduzidos?

!  As receitas obtidas são

compatíveis com os investimentos?

!  Os lucros têm atingido as

metas estabelecidas? Como são quando

comparados com os das melhores

empresas do ramo?

QUADRO 6 – Análise da Demonstração do Resultado do Exercício: questões a serem

respondidas

Fonte: Adaptado de Lemes Júnior, Rigo e Cherobim (2002, p. 13)

 As questões apresentadas pelos autores nos remetem à análise da formação do

resultado do exercício e sua comparação com o inicialmente planejado. Como se vê, a

Page 40: Livro de Demostrações Contabeis

7/25/2019 Livro de Demostrações Contabeis

http://slidepdf.com/reader/full/livro-de-demostracoes-contabeis 40/90

40

DRE fornece detalhes para a tomada de decisão: grupos de despesas, vários tipos de

lucros, destaque dos impostos, evolução das devoluções e dos custos, etc

3.5 DRE INOVADA ou EBITDA

É comum observarmos atualmente, relatórios contábeis com a expressão Ebitda.

Ebtida em inglês é identificado como Earning Before Interest, Taxes, Depreciation

am Amortization. Em português é chamado popularmente de Lajida – Lucro antes dos

Juros, Impostos, Depreciação e Amortização.

De certa forma, Ebitda  é o Lucro Operacional ajustado, quer seja, indica quanto

dinheiro os ativos operacionais de uma companhia produzem. Portanto, O EBITDA

representa a geração operacional de caixa da companhia, ou seja, o quanto a empresa

gera de recursos apenas através de suas atividades operacionais, sem levar em

consideração os efeitos financeiros e de impostos. Por isso, alguns profissionais chamam o

EBITDA de fluxo de caixa operacional. Observe a comparação de uma DRE Tradicional e

uma DRE Inovada com Ebitda de uma empresa comercial.

DRE TRADICIONAL DRE INOVADA

Receita 1.600.000

(-) CMV (800.000)

Lucro Bruto 800.000

(-) Despesas Operacionais

Vendas (200.000)

 Administrativas6  (350.000)

Financeiras (50.000)

Lucro Operacional 200.000

(-) IR Renda e Contr Social (48.000)

Lucro Líquido 152.000

Receita 1.600.000

(-)CMV (800.000)

Lucro Bruto 800.000

(-) Desp Vendas (200.000)

(-) Desp Administrativas (290.000)

EBITDA 310.000

(-) Depreciação (60.000)

(-) Desp Financeiras (50.000)

Lucro Operacional 200.000

(-) IR e Contr Social (48.000)

Lucro Líquido 152.000

6 Incluída Depreciação

Page 41: Livro de Demostrações Contabeis

7/25/2019 Livro de Demostrações Contabeis

http://slidepdf.com/reader/full/livro-de-demostracoes-contabeis 41/90

41

Quadro 7 – Comparação DRE Tradicional e Inovada

Fonte: Adaptado de Marion (2006)

Segundo Marion (2006, p. 106) “Ebitda abrange todos os componentes operacionais

(despesa e receita financeira não são operacionais) e os componentes com potencial deafetar o caixa (depreciação não afeta o caixa), evidenciando a capacidade da empresa em

gerar recursos considerando seu negócio”.

O EBITDA representa o potencial de geração operacional de caixa que o ativo

operacional de uma empresa é capaz de produzir, antes de considerar o custo de qualquer

capital tomado emprestado (despesas financeiras). Não corresponde ao efetivo fluxo de

caixa físico já ocorrido no período porque parte das vendas pode não estar recebida e

parte das despesas pode não estar paga. Assim que recebidas todas as receitas e pagas

todas as despesas, esse é o valor de caixa produzido pelos ativos, antes de computadas

as receitas e as despesas financeiras (juros), impostos (sobre o lucro), a depreciação, a

amortização e a exaustão. 

Desta forma, consiste o EBITDA num poderoso indicador de desempenho

financeiro, posto que reflete o potencial de geração de recursos decorrentes

eminentemente das operações da empresa. Note que são excluídos do cômputo toda e

qualquer despesa escritural, ainda que operacional, a exemplo da depreciação posto que,não representa saída de recursos (desembolso). Sua aplicação tem sido exaustiva no

campo de avaliação de empresas, o que ressalta a importância da contabilidade, ainda que

histórica, na fixação de referência de valor.

3.6 RESERVAS

Reservas são valores recebidos dos sócios ou de terceiros que não correspondem a

aumento de capital e que não passaram pelas contas de resultado como receita. Podem

ser, ainda, lucros retidos com finalidade específica. As reservas não constituem valores em

dinheiro, são percentuais predefinidos pela legislação e pelo estatuto da empresa, sendo

assim, não podem ser distribuídas aos acionistas ou partes interessadas como lucros ou

dividendos, pois não têm características de exigíveis. Podem ser:

Page 42: Livro de Demostrações Contabeis

7/25/2019 Livro de Demostrações Contabeis

http://slidepdf.com/reader/full/livro-de-demostracoes-contabeis 42/90

42

 A) Reservas de Capital;

B) Reservas de Lucros.

3.6.1 Reservas de Capital

 A reserva de capital é aquela que não se origina do resultado do exercício (lucro),

portanto, não transita pela DRE. Originam-se de fatos financeiros e contábeis ocorridos na

empresa, dentre os quais destacam-se:

a) Ágio na emissão das ações:  deriva do aumento do capital da

empresa, por meio da emissão e venda de novas ações com lucro; esse excedenteé chamado de ágio e será classificado na conta de Reservas de Capital;

b) Doações e subvenções para investimentos: são doações e

subvenções recebidas pela empresa, vindas da iniciativa pública ou privada,

aumentando a sua riqueza. 

Destinação das Reservas de Capital:

a) Absorver prejuízos;

b) Incorporação ao Capital;

c) Resgate de partes beneficiárias;

d) Pagamento de dividendos a ações preferenciais, quando essa

vantagem lhes for assegurada.

3.6.2 Reservas de Lucros

 As reservas de lucros subdividem-se em:

a) Reserva Legal;

b) Reservas Estatutárias;

Page 43: Livro de Demostrações Contabeis

7/25/2019 Livro de Demostrações Contabeis

http://slidepdf.com/reader/full/livro-de-demostracoes-contabeis 43/90

43

c) Reserva para Contingências;

d) Reserva Orçamentária;

e) Reserva de Lucros a Realizar.

 A reserva legal é constituída por valor igual a 5% do lucro líquido do exercício e

não excederá a 20% do capital social. Tem por fim assegurar a integridade do Capital

Social e somente poderá ser utilizada para compensar prejuízos ou aumentar capital

(lei das S.A).

 As reservas estatutárias, por sua vez, são aquelas previstas nos estatutos da

empresa e possuem regras claras que indicam a sua finalidade e fixam os critérios que

determinam a parcela anual dos lucros líquidos a serem destinados à sua constituição.

O estatuto também determina o limite máximo da reserva.

 A assembléia geral poderá ainda, destinar parte do Lucro Líquido à formação de

reserva com a finalidade de compensar, em exercício futuro, a diminuição de perda

 julgada provável, cujo valor possa ser estimado. A constituição de tal reserva busca

evitar uma situação de desequilíbrio financeiro caso se distribuíssem os dividendos em

um exercício, face à probabilidade de redução de lucros ou mesmo ocorrência deprejuízo em exercício futuro, em virtude de fatos extraordinários previsíveis. Como

exemplo temos: suspensão temporária da produção, falta de suprimento de matéria-

prima, passivos ambientais, processos tributários, eventos climáticos previstos, etc. Sua

constituição é opcional, devendo ser indicadas a causa da perda prevista e justificativa

de sua constituição. Referida reserva deixará de ser constituída e será revertida no

exercício em que deixarem de existir as razões que justificaram a sua constituição.

 A Reserva Orçamentária, também conhecida como Reserva de Lucros paraExpansão, tem a finalidade de garantir o investimento em expansão da empresa

quando previsto no orçamento de capital, devendo ser aprovada em assembléia geral.

Referido orçamento deverá compreender todas as fontes de recursos e aplicação de

capital e poderá ter a duração de até cinco exercícios, salvo exceções.

Por último, no exercício em que os lucros a realizar ultrapassarem o total

deduzido dos valores destinados às reservas legal, estatutária, contingências e

Page 44: Livro de Demostrações Contabeis

7/25/2019 Livro de Demostrações Contabeis

http://slidepdf.com/reader/full/livro-de-demostracoes-contabeis 44/90

44

orçamentária, a assembléia geral poderá destinar o excesso à constituição de Reserva

de Lucros a Realizar. Pela Lei 10.303/01 fica assegurado o cálculo da Reserva de

Lucros a Realizar apenas para pagamento de dividendo obrigatório.

3.7 PONTO FINAL

 A DRE é apresentada como um resumo ordenado dos componentes que provocam

alterações no Patrimônio Líquido das entidades (receitas, despesas e custos). Além de

fornecer as informações para a apuração do resultado, a DRE possibilita uma visão

gerencial da entidade e, com uma análise mais apurada, avalia-se o desempenho da

entidade e a eficiência dos gestores em obter (ou não) resultados positivos. Configura-se

num importante instrumento de orientação para a gestão e, junto com o Balanço

Patrimonial constitui as demonstrações mais importantes das entidades (e nas quais

vamos dedicar especial atenção nos processos de análise e interpretação).

Page 45: Livro de Demostrações Contabeis

7/25/2019 Livro de Demostrações Contabeis

http://slidepdf.com/reader/full/livro-de-demostracoes-contabeis 45/90

45

4 DEMONSTRAÇÃO DOS LUCROS OU PREJUÍZOS ACUMULADOS - DLPA

 Além das demonstrações contábeis mais conhecidas, Balanço Patrimonial e

Demonstração do Resultado do Exercício, a contabilidade produz outras demonstrações,

que são derivadas dessas, e que oferecem importantes “detalhes” das operações das

entidades. A Demonstração dos Lucros ou Prejuízos Acumulados analisa o fluxo do lucro

ajustado ao do Patrimônio Líquido, por meio das destinações para as reservas e suas

reversões, até a evidenciação dos dividendos a serem distribuídos aos acionistas.

Segundo Iudícibus e Marion (2006), a DLPA constitui o elo de integração entre a

Demonstração do Resultado do Exercício e o Balanço Patrimonial, tendo por finalidade 

evidenciar, num determinado período, o lucro no período, sua distribuição e a

movimentação ocorrida no saldo da conta de lucros ou prejuízos acumulados.

4.1 CONTEÚDO DA DEMONSTRAÇÃO DO RESULTADO DO EXERCÍCIO

De acordo com a legislação vigente, citado por Sá (2009), a demonstração de lucrosou prejuízos acumulado discrimina:

a) o saldo inicial (lucro/prejuízo) do exercício;

b) os ajustes que tenham ocorrido no exercício que se demonstra7;

c) reservas revertidas;

d) o lucro líquido do exercício que se demonstra e que se acresce à situação

anterior (a + b);

e) o destino que foi dado ao resultado referido (a+b+c), ou seja, o que se

transferiu para reservas, o que se distribuiu como dividendos, o que se incorporou

ao capital, mostrando como se chega ao saldo final.

Segundo legislação do Imposto de Renda (art. 274 do RIR/99), a demonstração dos

lucros ou prejuízos acumulados é obrigatória para as limitadas e outras sociedades. Já

7 Os ajustes dos exercícios anteriores são apenas os decorrentes de efeitos da mudança de critério contábil,

ou da retificação de erro imputável a determinado exercício anterior, e que não possam ser atribuídos a fatossubseqüentes.

Page 46: Livro de Demostrações Contabeis

7/25/2019 Livro de Demostrações Contabeis

http://slidepdf.com/reader/full/livro-de-demostracoes-contabeis 46/90

46

para as companhias abertas, a Comissão de Valores Mobiliários - CVM estabelece a

obrigatoriedade da demonstração das mutações do patrimônio líquido (a qual estudaremos

ainda neste capítulo).

4.1.1 Ajustes de Exercícios Anteriores

 A legislação vigente estabelece que, observado o Princípio da Competência de

Exercícios8, o Lucro Líquido do Exercício não deve ser influenciado por valores oriundos

de outros exercícios. Desta forma, temos a evidenciação do Resultado Líquido realmente

obtido com as operações num determinado exercício.

 A referida legislação dispõe que ajustes de exercícios anteriores são considerados

apenas os decorrentes dos efeitos da mudança do critério contábil ou da retificação de erro

imputável a determinado exercício anterior e que não possam ser atribuídos a fatos

subsequentes. Os erros a serem retificados são aqueles caracterizados por não terem sido

cometidos para lesar o patrimônio da empresa ou os cofres públicos, são erros

corriqueiros, como: inversão de números, contabilização para maior ou para menor de

alguma provisão (IR, CSLL, férias, etc).

Tais ajustes devem ser contabilizados diretamente na conta de lucros acumulados

de forma a aumentá-los ou diminuí-los. Critérios contábeis, por sua vez, só podem ser

alterados quando tal alteração gera uma qualificação na informação contábil. Saliente-se

que a legislação dispõe que as Demonstrações Financeiras do exercício em que houver

tais ajustes, deverão indicá-los em Notas Explicativas e ressaltar tal efeito.

4.1.2 Reversão de Reservas

 A reversão de reservas representa as parcelas do Lucro Líquido de exercícios

anteriores que foram destinadas à constituição de reservas e que agora estão sendo

8 Receitas e despesas são contabilizadas no período de sua ocorrência, independemente de seu recebimento/pagamento

Page 47: Livro de Demostrações Contabeis

7/25/2019 Livro de Demostrações Contabeis

http://slidepdf.com/reader/full/livro-de-demostracoes-contabeis 47/90

47

reconduzidas, em sua totalidade ou em parte, para manutenção dos saldos do Patrimônio

Líquido. As reversões de reservas são importantes porque algumas delas alteram o

montante que servirá de base para a apuração do dividendo obrigatório. É o caso, por

exemplo, da reserva de contingência9.

4.1.3 Lucro ou Prejuízo do Exercício

É o resultado líquido apurado na DRE do exercício financeiro findo, após as

deduções das participações dos lucros (de debenturistas, empregados, administradores e

partes beneficiárias), e será posto à disposição dos sócios/acionistas para sua destinação,

que deverá ser escriturada na Demonstração dos Lucros ou Prejuízos Acumulados.

4.1.4 Destinação do Exercício

Nas sociedades limitadas não há dispositivo legal que as obrigue à distribuição de

seus lucros, já para as sociedades anônimas, a obrigatoriedade de distribuição de lucros

vem da Lei 6404/76. Consiste na destinação do resultado ajustado do exercício e, será

feita pela direção da empresa em consonância com a decisão da Assembleia Geral, com o

objetivo de constituição ou aumento das Reservas, até a distribuição dos dividendos aos

acionistas.

Tendo sido apurado prejuízo no exercício, mesmo após a reversão das reservas,

este deverá ser lançado diretamente na conta Prejuízos Acumulados (retificando o

Patrimônio Líquido).

O quadro 8 apresenta a estrutura a da Demonstração dos Lucros ou Prejuízos

 Acumulados:

9  Importante diferenciar reserva de provisão. No caso das provisões o fato gerador já ocorreu, por exemplo,uma ação trabalhista por parte de um ex-empregado, com perda provável (e mensurável) e credor. No caso

de Reserva para Contingência ainda não ocorreu o fato gerador da perda, mas há uma probabilidade quevenha acontecer no futuro.

Page 48: Livro de Demostrações Contabeis

7/25/2019 Livro de Demostrações Contabeis

http://slidepdf.com/reader/full/livro-de-demostracoes-contabeis 48/90

48

Quadro 8 – Modelo da Demonstração do Resultado do Exercício

Fonte: Azevedo (2009, p.144)

Como se vê, a Demonstração dos Lucros ou Prejuízos Acumulados evidencia o

destino que se dá ao lucro. Saliente-se que uma parte é distribuída aos donos da empresa

(sócios/acionistas) em dinheiro, remunerando o capital investido (dividendos). Outra

parcela visa ao reinvestimento na empresa, no sentido de fortalecer o capital próprio,

conhecida como lucro retido que irá ser incorporada ao Patrimônio Líquido da entidade

através da constituição de reservas ou aumento de capital social.

Com a instituição dos dividendos obrigatórios e, também da faculdade de destacar

parcelas do lucro do período para formação de reservas de lucros a realizar e da reserva

para contingências, essa demonstração assume maior importância porque reflete os

acréscimos e decréscimos que influenciam a base dos dividendos devidos.

Page 49: Livro de Demostrações Contabeis

7/25/2019 Livro de Demostrações Contabeis

http://slidepdf.com/reader/full/livro-de-demostracoes-contabeis 49/90

49

Tratando-se de Sociedade Anônima de Capital Aberto, a Demonstração dos Lucros

ou Prejuízos Acumulados deverá ser substituída pela Demonstração das Mutações do

Patrimônio Líquido, a qual estudaremos a seguir.

4.2 DEMONSTRAÇÃO DAS MUTAÇÕES DO PATRIMÕNIO LÍQUIDO (DMPL)

Segundo Perez Jr e Begalli (2002, p. 176) “O patrimônio líquido de uma empresa

representa a riqueza real da entidade e pode ser interpretado como sendo ativos líquidos

pertencentes aos proprietários, ou seja, bens mais direitos menos obrigações e constituem

direito comum desses mesmos proprietários. Corresponde ao chamado capital próprio, ou

seja, proveniente dos proprietários e dos lucros provenientes das atividades da empresa’.

 A Demonstração das Mutações do Patrimônio Líquido evidencia as mudanças,

qualitativas e quantitativas, ocorridas no Patrimônio Líquido da entidade em determinado

período. Ao contrário da Demonstração dos Lucros ou Prejuízos Acumulados que fornece

a movimentação de apenas uma das contas do Patrimônio Líquido (Lucros ou Prejuízos

 Acumulados), a Demonstração das Mutações do Patrimônio Líquido evidencia asmovimentações de TODAS as contas do Patrimônio Líquido. Assim, todo acréscimo e toda

diminuição do Patrimônio Líquido são evidenciados por essa demonstração, bem como a

formação e utilização das reservas (portanto, a empresa que optar publicar a DMPL, não

precisa elaborar a DLPA).

Referida demonstração contábil fornece a movimentação ocorrida durante o

exercício nas diversas contas do patrimônio líquido, fazendo indicação da origem e do

valor de cada acréscimo ou diminuição no patrimônio líquido durante o exercício. Trata-se,portanto, de uma informação que complementa os dados constantes no Balanço

Patrimonial e na Demonstração do Resultado do Exercício.

4.2.1Estrutura da Demonstração das Mutações do Patrimônio Líquido

Page 50: Livro de Demostrações Contabeis

7/25/2019 Livro de Demostrações Contabeis

http://slidepdf.com/reader/full/livro-de-demostracoes-contabeis 50/90

50

De acordo com a legislação vigente, a DMPL deverá discriminar, em confronto com

os saldos já existentes:

a) Os saldos do início do período;

b) Os ajustes de exercícios anteriores;

c) Aumento de capital, discriminando sua natureza;

d) As reversões de reservas;

e) O resultado líquido do exercício (atual);

f) A proposta de destinação do lucro do período e

g) O saldo final do período.

Saliente-se que as contas que formam o Patrimônio Líquido podem sofrer variações

por inúmeros motivos, tais como:

a) Itens que afetam o patrimônio total: acréscimo pelo lucro ou redução

pelo prejuízo líquido do exercício; redução por dividendos; acréscimo por ajuste de

avaliação de ativos; acréscimo por doações e subvenções para investimentosrecebidos; acréscimo por subscrição e integralização de capital; acréscimo pelo

recebimento de valor que exceda o valor nominal das ações integralizadas ou o

preço de emissão das ações sem valor nominal; acréscimo pelo valor da alienação

de partes beneficiárias e bônus de subscrição; acréscimo por prêmio recebido na

emissão de debêntures; redução por ações próprias adquiridas ou acréscimo por

sua venda; acréscimo ou redução por ajuste de exercícios anteriores;

b) Itens que não afetam o total do patrimônio: aumento de capital comutilização de lucros e reservas; reversões de reservas patrimoniais para aumento de

capital e ou compensação de Prejuízos.

4.2.1 Estrutura da Demonstração das Mutações do Patrimônio Líquido

O quadro 9 apresenta a estrutura detalhada da Demonstração das Mutações do

Patrimônio Líquido.

Page 51: Livro de Demostrações Contabeis

7/25/2019 Livro de Demostrações Contabeis

http://slidepdf.com/reader/full/livro-de-demostracoes-contabeis 51/90

51

Quadro 9: Demonstração das Mutações do Patrimônio Líquido

Fonte: Azevedo (2009, p.150)

Como se vê a técnica de elaboração dessa demonstração é simples:

a) Indica-se uma coluna para cada conta do Patrimônio Líquido

(preferencialmente indicando o grupo de reservas a que pertence). No caso da

conta Capital social, pode-se detalhá-la apresentando o valor do capital subscrito, a

realizar e realizado ou subtrair-se o saldo da conta capital a realizar (constante do

Balanço Patrimonial) da conta Capital Social, indicando-se a conta Capital

Realizado (saldo líquido);

B) Nas linhas horizontais indicam-se as movimentações das contas domesmo modo como se fez com a Demonstração dos Lucros ou Prejuízos

 Acumulados; 

C) A seguir faz-se as adições e/subtrações de acordo com as

movimentações ocorridas. 

4.3 PONTO FINAL

Page 52: Livro de Demostrações Contabeis

7/25/2019 Livro de Demostrações Contabeis

http://slidepdf.com/reader/full/livro-de-demostracoes-contabeis 52/90

52

Neste capítulo apresentamos a Demonstração dos Lucros ou Prejuízos

 Acumulados e a Demonstração das Mutações do Patrimônio Líquido. Observa-se a

necessidade de elaboração da DMPL para uma análise mais detalhada damovimentação das contas do Patrimônio Líquido, que evidenciam variações para maior

ou para menor, bem como as transferências de valores entre elas. Saliente-se que a

DLPA está contida na DMPL e, portanto, sendo elaborada esta última, desobriga-se a

entidade da elaboração da DLPA.

Como Leituras complementares sugere-se: Lei 6404/76 e 11.638/07; RIR/99 –

Regulamento do Imposto de Renda e Instrução CVM 59/1986.

Page 53: Livro de Demostrações Contabeis

7/25/2019 Livro de Demostrações Contabeis

http://slidepdf.com/reader/full/livro-de-demostracoes-contabeis 53/90

53

5 DEMONSTRAÇÃO DOS FLUXOS DE CAIXA

 A Demonstração dos Fluxos de Caixa – DFC tornou-se obrigatória para todas as

S.A de capital aberto com a sanção da Lei 11.638/07. Referida Lei obrigou, ainda, as

companhias fechadas com patrimônio líquido superior a R$ 2 milhões a publicá-la. Seu

objetivo é evidenciar a capacidade da entidade em gerar fluxos positivos de caixa (e

equivalentes de caixa), a habilidade de pagar obrigações e dividendos, bem como suas

necessidades de financiamento.

Segundo Iudícibus e Marion (2006) a DFC vem esclarecer situações

controvertidas como o porquê de uma empresa ter um lucro considerável e estar com ocaixa baixo, não conseguindo liquidar seus compromissos. Referida demonstração,

salientam os autores, possibilita ao gerente financeiro a elaboração de melhor

planejamento financeiro, onde se saberá o momento certo em que se contrairá

empréstimos para cobrir a insuficiência de fundos, bem como quando aplicar no

mercado financeiro o excesso de dinheiro.

O Pronunciamento Técnico CPC 03 salienta os benefícios da DFC:

 A demonstração dos fluxos de caixa, quando usada em conjunto com as demaisdemonstrações contábeis, proporciona informações que habilitam os usuários aavaliar as mudanças nos ativos líquidos de uma entidade, sua estrutura financeira(inclusive sua liquidez e solvência) e sua capacidade para alterar os valores eprazos dos fluxos de caixa, a fim de adaptá-los às mudanças nas circunstâncias eoportunidades. As informações sobre os fluxos de caixa são úteis para avaliar acapacidade de a entidade gerar recursos dessa natureza e possibilitam aosusuários desenvolver modelos para avaliar e comparar o valor presente de futurosfluxos de caixa de diferentes entidades. A demonstração dos fluxos de caixatambém melhora a comparabilidade dos relatórios de desempenho operacionalpara diferentes entidades porque reduz os efeitos decorrentes do uso de diferentestratamentos contábeis para as mesmas transações e eventos.

Mister conceituarmos caixa, equivalentes de caixa e fluxos de caixa para darmos

prosseguimento ao nosso estudo:

a) Caixa: compreende o numerário em espécie e depósitos bancários disponíveis;

Page 54: Livro de Demostrações Contabeis

7/25/2019 Livro de Demostrações Contabeis

http://slidepdf.com/reader/full/livro-de-demostracoes-contabeis 54/90

54

b) Equivalentes de Caixa:  são aplicações financeiras de curto prazo, de alta

liquidez, que são prontamente conversíveis em um montante conhecido de caixa

e que estão sujeitas a um insignificante risco de mudança de valor.

c) Fluxos de caixa: são as entradas e saídas de caixa e equivalentes de caixa.

 

Segundo Matarazzo (2008, p. 364), os principais objetivos da Demonstração dos

Fluxos de Caixa são:

!  Avaliar as alternativas de investimento;!  Avaliar e controlar ao longo do tempo as decisões importantes que sãotomadas na empresa, com reflexos monetários;!  Avaliar as situações, presente e futura, do caixa da empresa, posicionando-apara que não chegue a situações de iliquidez;!  Certificar que os excessos momentâneos de caixa estão devidamenteaplicados.

5.1 Principais Transações que Afetam o Caixa

 A finalidade da Demonstração do Fluxo de Caixa é mostrar como se comportam as

entradas e saídas de recursos financeiros da empresa em determinado período. O estudo

cuidadoso dessa demonstração, além de propiciar a análise de tendências, serve de base

para o planejamento do fluxo projetado. A seguir relacionamos as principais transações

que afetam o Caixa.

5.1.1 Transações que aumentam o Caixa (Disponibilidades)

a) Integralização do Capital pelos sócios ou acionistas: são investimentos

integralizados em dinheiro pelos sócios/acionistas (caso a integralização se dê com

imóveis, por exemplo, não afetará o Caixa);

b) Empréstimos Bancários e Financiamentos: são os recursos financeiros oriundos

das instituições financeiras;

Page 55: Livro de Demostrações Contabeis

7/25/2019 Livro de Demostrações Contabeis

http://slidepdf.com/reader/full/livro-de-demostracoes-contabeis 55/90

55

c) Venda de Itens do Ativo Não Circulante Imobilizado: embora não seja comum, a

empresa pode vender itens do ativo fixo, gerando uma entrada de caixa;

d) Vendas à Vista e Recebimento de Duplicatas a Receber (Clientes): esta constitui

a principal fonte de recursos do Caixa;

e) Outras entradas: juros recebidos (ativos), dividendos recebidos de outras

empresas, indenizações de seguros recebidas, etc

5.1.2 Transações que Diminuem o Caixa (disponível)

a) Pagamentos de Dividendos a Acionistas: dividendos pagos representam

diminuições (desembolsos) de Caixa;

b) Pagamentos de Juros e Amortização da Dívida: O resgate das obrigações junto

às instituições financeiras bem como os encargos financeiros (juros, correção monetária,

taxas, tarifas, etc) significam saídas do Caixa;

c) Aquisição de item do Ativo Não Circulante: aquisições a vista de itens do

imobilizado e de investimentos constituem saídas de Caixa;

d) Compra a Vista e Pagamentos a Fornecedores: saída de dinheiro referentes à

compra de matérias-primas e mercadorias para revenda;

e) Pagamento de Despesas/Custo, Contas a Pagar, Outros: desembolsos com

despesas administrativas, com itens de custo e outros.

5.1.3 Transações que não afetam o Caixa

a) Depreciação, Amortização e Exaustão: são reduções do ativo que não afetam o

caixa;

Page 56: Livro de Demostrações Contabeis

7/25/2019 Livro de Demostrações Contabeis

http://slidepdf.com/reader/full/livro-de-demostracoes-contabeis 56/90

56

b) Provisão para Devedores Duvidosos: estimativa de possíveis perdas com clientes

que não representa saída de recursos;

c) Ajustes de Avaliação de Ativos: a (re) avaliação dos ativos a valores de mercado

não ocasiona aumento ou redução de Caixa;

d) Acréscimos (ou Diminuições) de Investimentos pelo Método de Equivalência

Patrimonial: poderá haver aumentos ou diminuições em itens de investimentos sem

significar vendas ou novas aquisições.

5.2 Estrutura da Demonstração dos Fluxos de Caixa

 A demonstração dos fluxos de caixa deve apresentar os fluxos de caixa do período

classificados por atividades operacionais, de investimento e de financiamento.

5.2.1 Atividades Operacionais

Os fluxos de caixa decorrentes das atividades operacionais são basicamente

derivados das principais atividades geradoras de receita da entidade. Portanto, eles

resultam das transações e de outros eventos que entram na apuração do lucro líquido ou

prejuízo. Exemplos de fluxos de caixa que decorrem das atividades operacionais:

a) Recebimentos de caixa pela venda de mercadorias e pela prestação de serviços;

b) Recebimentos de caixa decorrentes de royalties, honorários, comissões e outras

receitas;c) Pagamentos de caixa a fornecedores de mercadorias e serviços;

d) Pagamentos de caixa a empregados ou por conta de empregados;

e) Recebimentos e pagamentos de caixa por seguradora de prêmios e sinistros,

anuidades e outros benefícios da apólice;

f) Pagamentos ou restituição de caixa de impostos sobre a renda, a menos que

possam ser especificamente identificados com as atividades de financiamento ou de

investimento;

Page 57: Livro de Demostrações Contabeis

7/25/2019 Livro de Demostrações Contabeis

http://slidepdf.com/reader/full/livro-de-demostracoes-contabeis 57/90

57

g)  Recebimentos e pagamentos de caixa de contratos mantidos para negociação

imediata ou disponíveis para venda futura.

5.2.2 Atividades de Investimento

 A divulgação em separado dos fluxos de caixa decorrentes das atividades de

investimento é importante porque tais fluxos de caixa representam a extensão em que os

dispêndios de recursos são feitos pela entidade com a finalidade de gerar resultados e

fluxos de caixa no futuro. Exemplos de fluxos de caixa decorrentes das atividades de

investimento:

a) Pagamentos de caixa para aquisição de ativo imobilizado, intangível e outros

ativos de longo prazo. Esses desembolsos incluem os custos de desenvolvimento ativados

e ativos imobilizados de construção própria;

b) Recebimentos de caixa resultantes da venda de ativo imobilizado, intangível e

outros ativos de longo prazo;

c) Pagamentos para aquisição de ações ou instrumentos de dívida de outras

entidades e participações societárias em  joint ventures (exceto desembolsos referentes a

títulos considerados como equivalentes de caixa ou mantidos para negociação imediata ou

venda futura);

d) Recebimentos de caixa provenientes da venda de ações ou instrumentos de

dívida de outras entidades e participações societárias em  joint ventures (exceto

recebimentos referentes aos títulos considerados como equivalentes de caixa e os

mantidos para negociação);

e) Adiantamentos de caixa e empréstimos feitos a terceiros (exceto adiantamentos e

empréstimos feitos por instituição financeira); recebimentos de caixa por liquidação de

adiantamentos ou amortização de empréstimos concedidos a terceiros (excetoadiantamentos e empréstimos de uma instituição financeira);

g) Pagamentos de caixa por contratos futuros, a termo, de opção e swap, exceto

quando tais contratos forem mantidos para negociação imediata ou venda futura, ou os

pagamentos forem classificados como atividades de financiamento; e

h) Recebimentos de caixa por contratos futuros, a termo, de opção e swap, exceto

quando tais contratos forem mantidos para negociação imediata ou venda futura, ou os

recebimentos forem classificados como atividades de financiamento.

Page 58: Livro de Demostrações Contabeis

7/25/2019 Livro de Demostrações Contabeis

http://slidepdf.com/reader/full/livro-de-demostracoes-contabeis 58/90

58

5.2.3 Atividades de Financiamento

 A divulgação separada dos fluxos de caixa decorrentes das atividades de

financiamento é importante por ser útil para prever as exigências sobre futuros fluxos de

caixa pelos fornecedores de capital à entidade. Exemplos de fluxos de caixa decorrentes

das atividades de financiamento:

a) Caixa recebido pela emissão de ações ou outros instrumentos patrimoniais;

b) Pagamentos de caixa a investidores para adquirir ou resgatar ações da entidade;

c) Caixa recebido proveniente da emissão de debêntures, empréstimos, títulos e

valores, hipotecas e outros empréstimos de curto e longo prazos;

d) Amortização de empréstimos e financiamentos, incluindo debêntures emitidas,

hipotecas, mútuos e outros empréstimos de curto e longo prazos; e

e) Pagamentos de caixa por arrendatário, para redução do passivo relativo a

arrendamento mercantil financeiro.

5.3 Demonstração do Fluxo de Caixa: Métodos Direto e Indireto

 A Demonstração do Fluxo de Caixa pode ser apresentada de duas formas: método

direto e método indireto, conforme evidenciada na figura 2.

Entradas

Operacionais

Saídas

Operacionais

Lucro Líquido

 Ajustes

Geração Interna

 de Caixa

Geração Operaci-

onal de Caixa

Fluxo Operacional

Geração Não Ope-

racional de Caixa

Variação do Disponível

MenosMais / Menos

Igual

Mais / Menos

Igual

Igual

Mais / Menos

   M   é   t  o   d  o   D   i  r  e   t  o

M é  t   o

 d  oI  n d i  r  e t   o

Page 59: Livro de Demostrações Contabeis

7/25/2019 Livro de Demostrações Contabeis

http://slidepdf.com/reader/full/livro-de-demostracoes-contabeis 59/90

59

Figura 1 – Método Direto versus Método Indireto

Fonte: Sá (1998, p.36)

5.3.1 Método Direto

O método direto indica os recebimentos e os pagamentos oriundos das atividades

operacionais da entidade, em vez do Lucro Líquido Ajustado. Demonstra, efetivamente, as

movimentações dos recursos financeiros ocorridos no período. A opção para esse método

deve apresentar, pelo menos, os seguintes tipos de pagamentos e recebimentos

relacionados às operações:

• recebimentos de clientes;

• juros e dividendos recebidos;

• pagamentos de fornecedores e empregados;

• juros pagos;

• imposto de renda pago;

• outros recebimentos e pagamentos.

O modelo simplificado de Demonstração do Fluxo de Caixa, pelo método direto

mostrado no quadro 10, faz uma segregação dos tipos de atividades e foi baseado no

modelo FAS 95:

Page 60: Livro de Demostrações Contabeis

7/25/2019 Livro de Demostrações Contabeis

http://slidepdf.com/reader/full/livro-de-demostracoes-contabeis 60/90

60

Quadro 10 – Demonstração do Fluxo de Caixa: Método Direto

Fonte: Azevedo (2009, p.126) 

 A demonstração pelo método direto facilita ao usuário avaliar a solvência da

empresa, pois evidencia toda a movimentação dos recursos financeiros, as origens dos

recursos de caixa e onde eles foram aplicados.

Page 61: Livro de Demostrações Contabeis

7/25/2019 Livro de Demostrações Contabeis

http://slidepdf.com/reader/full/livro-de-demostracoes-contabeis 61/90

61

5.3.2 Método Indireto

No método indireto, parte-se do lucro líquido para, após os ajustes necessários,

chegar-se ao valor das disponibilidades produzidas no período pelas operações

registradas na Demonstração do Resultado do Exercício. Esses ajustes consistem em

itens, tais como depreciação, amortização, exaustão e provisões que não modificam o

caixa da empresa.

O quadro 11 apresenta o modelo genérico da Demonstração do Fluxo de Caixa pelo

método indireto

Quadro 11: Fluxo de Caixa Método Indireto

Fonte: Azevedo (2009, p.127)

Page 62: Livro de Demostrações Contabeis

7/25/2019 Livro de Demostrações Contabeis

http://slidepdf.com/reader/full/livro-de-demostracoes-contabeis 62/90

62

No método indireto, também conhecido como método da reconciliação, a DFC é

elaborada a partir do resultado, ou seja, do lucro ou prejuízo líquido do exercício, de forma

semelhante à antiga Demonstração das Origens e Aplicações de Recursos - DOAR.

Porém, se a DFC tem como principal argumento ser de mais fácil compreensão do que a

DOAR, não faz sentido manter-se o método de elaboração desta.

Saliente-se que a diferença entre os dois métodos refere-se apenas à forma de

evidenciação dos fluxos das atividades operacionais. Os fluxos das atividades de

financiamento e das atividades de investimento são demonstrados de igual maneira nos

dois métodos. No modelo direto, os fluxos operacionais são evidenciados pela análise

direta das entradas e saídas de dinheiro em Caixa e Bancos, são evidenciados, portanto,

todos os pagamentos e recebimentos feitos no período.

 A DFC pelo método indireto apresenta no grupo das atividades operacionais

primeiro o lucro líquido (proveniente da DRE), para, em seguida, adicionar os valores que

não representam desembolsos de caixa que tenham sido deduzidos do lucro da DRE, ou

seja, depreciação e amortização, provisão para devedores duvidosos, aumento ou

diminuição referente a fornecedores, entre outros.

5.4 PONTO FINAL:

 A Demonstração do Fluxo de Caixa (DFC) passou a ser um relatório obrigatório (em

substituição à Demonstração das Origens e Aplicações de Recursos – DOAR) pela

contabilidade para todas as sociedades de capital aberto ou com patrimônio líquido

superior a R$ 2.000.000,00 (dois milhões de reais). Esta obrigatoriedade vigora desde01.01.2008, por força da Lei 11.638/2007 (referida lei seguiu a prática internacional – em

especial os pronunciamentos Statement of Financial Accounting Standard (SFAS) n° 95 e

International Accounting Standard (IAS) n° 7 – e as orientações da Comissão de Valores

Mobiliários (CVM), a qual já recomendava às companhias abertas brasileiras a elaboração

da DFC). Esta demonstração torna-se mais um importante relatório para a tomada de

decisões gerenciais. Essa demonstração tem a finalidade de fornecer informações sobre

os recebimentos e pagamentos em um determinado período, que, utilizadas em conjunto

Page 63: Livro de Demostrações Contabeis

7/25/2019 Livro de Demostrações Contabeis

http://slidepdf.com/reader/full/livro-de-demostracoes-contabeis 63/90

63

com as informações das outras demonstrações, possibilitarão aos usuários avaliar a

potencialidade da empresa de geração de caixa futuro, bem como a necessidade de

financiamento a curto e a longo prazo.

Mister explicitar a diferença entre DOAR e DFC, sendo que a principal é que a

DOAR é elaborada com base no conceito de Capital circulante líquido, obedecendo ao

regime de competência e a DFC baseia-se no conceito de disponibilidade imediata,

obedecendo ao regime de caixa.

De forma sucinta, a DOAR procura mostrar os fatores que afetam a folga financeira

de curto prazo de uma empresa. A mudança na posição financeira é analisada por esta

demonstração pela soma das fontes de recursos e dos seus usos. De outra forma, procura

mostrar as alterações que ocorreram na posição financeira, permitindo avaliar aspectos

relacionados com as decisões financeiras de investimento, de financiamento e de

dividendos da empresa (identifica os fluxos financeiros que aumentaram ou reduziram o

Capital Circulante Líquido, identificando suas origens e aplicações).

 A DFC, por sua vez, é uma demonstração contábil que informa sobre os fluxos das

transações e eventos que afetaram o caixa da empresa ao longo de um determinado

período, de forma organizada e estruturada por atividades, permitindo melhor

compreensão da articulação entre as diversas demonstrações financeiras.

 Além de ser um instrumento de trabalho para a empresa, a DFC é um importante

instrumento de análise, pois fornece informações referentes à capacidade financeira da

empresa de autofinanciamento das operações, de independência do sistema bancário no

curto prazo, de gerar recursos para manter e expandir o nível de investimentos, e sobre as

condições da empresa para amortizar suas dívidas de curto e longo prazo. O quadro 12

apresenta as vantagens e limitações da DOAR e da DFC.

Page 64: Livro de Demostrações Contabeis

7/25/2019 Livro de Demostrações Contabeis

http://slidepdf.com/reader/full/livro-de-demostracoes-contabeis 64/90

64

Quadro 12 : Vantagens e Limitações da DOAR e da DFC

Fonte: Gangoni (1997) apud Borsato, Pimenta e Veiga (2010)

Page 65: Livro de Demostrações Contabeis

7/25/2019 Livro de Demostrações Contabeis

http://slidepdf.com/reader/full/livro-de-demostracoes-contabeis 65/90

65

6- DEMONSTRAÇÃO DO VALOR ADICIONADO 

 A Lei 11.638/07 introduziu para todas as companhias abertas a obrigatoriedade da

elaboração e divulgação da Demonstração do Valor Adicionado. Referida demonstraçãoevidencia quanto de riqueza uma entidade produziu, ou seja, quanto ela adicionou aos

seus fatores de produção e de que forma esta riqueza foi distribuída (entre empregados,

governo, acionistas, financiadores de capital).

Segundo Marion (2009, p.58), “O Valor Adicionado é calculado subtraindo-se da

Receita Operacional os custos dos recursos adquiridos de terceiros (compras de matérias-

prima, mercadorias, embalagens, energia elétrica, terceirização da produção) utilizados no

processo operacional. Esse primeiro valor calculado poderia ser chamado de Valor

 Adicionado Bruto”. O mesmo autor salienta que, na sequência, subtrai-se a depreciação,

gerando o chamado Valor Adicionado Líquido.

Esse resultado corresponde à riqueza gerada, efetivamente, pela entidade. Outros

acréscimos e reduções deveriam ser destacados: receita financeira, dividendos, outras

despesas operacionais, etc. A esse resultado chamamos Valor Adicionado. Saliente-se

que para os investidores e outros usuários, essa demonstração proporciona o

conhecimento de informações de natureza econômica e social e oferece a possibilidade de

melhor avaliação das atividades da entidade dentro da sociedade na qual está inserida.

Segundo o Comitê de Pronunciamentos Contábeis (2010), através do

Pronunciamento Técnico CPC 09,

 A DVA está fundamentada em conceitos macroeconômicos, buscando apresentar,

eliminados os valores que representam dupla-contagem, a parcela de contribuiçãoque a entidade tem na formação do Produto Interno Bruto (PIB). Essademonstração apresenta o quanto a entidade agrega de valor aos insumosadquiridos de terceiros e que são vendidos ou consumidos durante determinadoperíodo.

Em termos gerais, a DVA contempla as mesmas informações apresentadas da

Demonstração do Resultado do Exercício (DRE), mas numa segregação diferente, voltada

para uma magnitude mais social das entidades, principalmente no que se refere à

Page 66: Livro de Demostrações Contabeis

7/25/2019 Livro de Demostrações Contabeis

http://slidepdf.com/reader/full/livro-de-demostracoes-contabeis 66/90

66

distribuição da riqueza gerada. A demonstração apresenta separadamente a parcela que

se destina à remuneração de cada público que contribuiu para sua formação:

!  Empregados/colaboradores: remuneração pela força de trabalho

(incluindo encargos);

!  Financiadores: remuneração pelos recursos emprestados;

!  Governo: remuneração pela estrutura social, política e econômica que

gera condições de operações no meio ambiente (impostos, taxas e contribuições); e

!  Acionistas: remuneração pelo capital investido na empresa (além dos

 juros sobre capital próprio e lucros retidos).

6.1 Modelo de Demonstração do Valor Adicionado

O Quadro 13 apresenta o modelo da Demonstração do Valor Adicionado

apresentado pelo CRCRS).

Page 67: Livro de Demostrações Contabeis

7/25/2019 Livro de Demostrações Contabeis

http://slidepdf.com/reader/full/livro-de-demostracoes-contabeis 67/90

67

Quadro 13: Modelo da Demonstração do Valor Adicionado

Fonte: CRCRS (2009, p.51)

Page 68: Livro de Demostrações Contabeis

7/25/2019 Livro de Demostrações Contabeis

http://slidepdf.com/reader/full/livro-de-demostracoes-contabeis 68/90

68

 A participação dos trabalhadores no valor adicionado compreende todos os gastos

com pessoal, em contrapartida ao trabalho realizado no período. Assim, deve conter os

pagamentos feitos diretamente aos empregados, como, por exemplo, os salários, as

contribuições de seguridade ou sociais, e quaisquer outras vantagens oferecidas por conta

da participação na atividade produtiva da companhia.

 Apesar de o governo não ser considerado um dos fatores diretos de produção, ele

também participa na criação de riqueza para a entidade, pois apoia suas atividades

produtivas por meio de investimentos em infraestrutura, incentivos fiscais e subvenções.

Os tributos (impostos, taxas e contribuições) pagos ou devidos pela companhia

representam, na riqueza gerada, a remuneração devida ao Estado por seu apoio para que

a empresa tenha condições de realizar suas atividades em seu ambiente e para a

manutenção da estrutura social organizada.

Contudo, somente os impostos associados ao lucro obtido e outros tributos que

tenham relação direta com a atividade principal da empresa deveriam ser computados

neste agrupamento, e, para uma melhor evidenciação, o ideal seria especificar os impostos

conforme suas competências segundo a unidade federativa que os originou, por exemplo,

da União, do Estado ou do Município, ou, ainda, de um País estrangeiro — quando o

pagamento do imposto é feito fora das fronteiras, pela qual a empresa realiza suas

atividades.

 A remuneração dos credores e financiadores, por sua vez, representa os

pagamentos a terceiros, sob a forma de custo financeiro (juros), por conta das captações

de capital externo destinado à manutenção e aos investimentos. São excluídos deste

agrupamento os gastos financeiros relativos a comissões ou outras despesas bancárias

similares, por representarem despesas consideradas intermediárias.Na rubrica remuneração dos sócios ou acionistas apresenta-se a parcela do lucro

destinada àqueles que aplicaram os recursos próprios, reembolsados sob a forma de

pagamento de dividendos ou juros sobre o capital próprio, por conta das capitalizações

realizadas na entidade. Algumas empresas costumam apresentar, neste agrupamento,

também os lucros retidos, por entenderem que a totalidade dos lucros da companhia

pertence a seus acionistas.

Page 69: Livro de Demostrações Contabeis

7/25/2019 Livro de Demostrações Contabeis

http://slidepdf.com/reader/full/livro-de-demostracoes-contabeis 69/90

69

Saliente-se que os reinvestimentos correspondem ao lucro retido pela empresa para

sustentar seu autofinanciamento. Uma parte desta riqueza foi direcionada para a

constituição das reservas, segundo a legislação societária e a deliberação da assembleia,

e a outra parcela está embutida na depreciação calculada com base na estimativa de vida

útil econômica dos ativos que a companhia está utilizando em suas atividades operacionais

(na verdade, essa distribuição do valor adicionado tem por fim manter a capacidade física

da empresa para realizar seu papel na geração de novas riquezas).

6.2 Instruções de Preenchimento da DVA

 A seguir relacionamos o passo a passo de preenchimento da Demonstração do

Valor Adicionado.

6.2.1 Conforme estabelece a NBC T 3.7, no grupo de receita bruta e outras

receitas, devem ser apresentados os seguintes valores:

a) As vendas de mercadorias, produtos e serviços, incluindo os valores

dos tributos incidentes sobre essas receitas, ou seja, o valor correspondente à

receita bruta, deduzidas as devoluções, os abatimentos incondicionais e os

cancelamentos;

b) As outras receitas decorrentes das atividades-fim não constantes da

letra “a” deste item;

c) Os valores relativos à constituição (reversão) de provisão para créditos

duvidosos;

d) Os resultados não decorrentes das atividades-fim, como: ganhos ou

perdas na baixa de imobilizado, investimentos, etc.

6.2.2 No grupo de insumos adquiridos de terceiros, devem ser apresentados:

a) Materiais consumidos incluídos no custo dos produtos, mercadorias e

serviços vendidos;

Page 70: Livro de Demostrações Contabeis

7/25/2019 Livro de Demostrações Contabeis

http://slidepdf.com/reader/full/livro-de-demostracoes-contabeis 70/90

70

b) Demais custos dos produtos, mercadorias e serviços vendidos, exceto

gastos com pessoal próprio e depreciações, amortizações e exaustões;

c) Despesas operacionais incorridas com terceiros, tais como: materiais

de consumo, telefone, água, serviços de terceiros, energia;

d) Valores relativos a perdas de ativos, como perdas na realização de

estoques ou investimentos, etc;

e) Nos valores constantes dos itens “a”, “b” e “c” anteriores, devem ser

considerados todos os tributos incluídos na aquisição, recuperáveis ou não.

6.2.3. Os valores retidos pela entidade são representados pela depreciação,

amortização e exaustão registrados no período.

6.2.4 Os valores adicionados recebidos (dados) em transferência a outras

entidades correspondem:

a) Ao resultado positivo ou negativo de equivalência patrimonial;

b) Aos valores registrados como dividendos relativos a investimentos

avaliados ao custo;

c) Aos valores registrados como receitas financeiras, relativos aquaisquer operações com instituições financeiras, entidades do grupo ou terceiros,

exceto para entidades financeiras; e

d) Aos valores registrados como receitas de aluguéis ou royalties, quando

se tratar de entidade que não tenha como objeto essa atividade.

Page 71: Livro de Demostrações Contabeis

7/25/2019 Livro de Demostrações Contabeis

http://slidepdf.com/reader/full/livro-de-demostracoes-contabeis 71/90

71

6.2.5. No componente relativo à distribuição do valor adicionado, devem

constar:

a) Colaboradores – devem ser incluídos salários, férias, 13º salário,

FGTS, seguro de acidentes de trabalho, assistência médica, alimentação,

transporte, etc., apropriados ao custo do produto ou ao serviço vendido ou ao

resultado do período, exceto os encargos com o INSS, SESI, SESC, SENAI,

SENAT, SENAC, e outros assemelhados. Fazem parte desse conjunto, também, os

valores representativos de comissões, gratificações, participações, planos privados

de aposentadoria e pensão, seguro de vida e acidentes pessoais;

b) Governo – devem ser incluídos impostos, taxas e contribuições,

inclusive as contribuições devidas ao INSS, SESI, SESC, SENAI, SENAT, SENAC e

outros assemelhados, imposto de renda, contribuição social, ISS, todos os demais

tributos, taxas e contribuições. Os valores relativos ao ICMS, ao IPI, ao PIS, à

COFINS e outros assemelhados, devem ser considerados aqueles devidos ou já

recolhidos aos cofres públicos, representando a diferença entre os impostos

incidentes sobre as vendas e os valores considerados dentro do item "Insumos

adquiridos de terceiros". Como os tributos são, normalmente, contabilizados no

resultado como se devidos fossem, e os incentivos fiscais, quando reconhecidos em

conta de reserva no patrimônio líquido, os tributos que não forem pagos em

decorrência de incentivos fiscais devem ser apresentados na Demonstração do

Valor Adicionado como item redutor do grupo de tributos;

c) Agentes financiadores – devem ser consideradas, neste componente,

as despesas financeiras relativas a quaisquer tipos de empréstimos e

financiamentos com instituições financeiras, entidades do grupo ou outras e os

alugueis (incluindo os custos e despesas com leasing) pagos ou creditados a

terceiros (exceto para entidades financeiras que devem observar normatização

específica);

Page 72: Livro de Demostrações Contabeis

7/25/2019 Livro de Demostrações Contabeis

http://slidepdf.com/reader/full/livro-de-demostracoes-contabeis 72/90

72

d) Acionistas – incluem os valores pagos ou creditados aos acionistas, a

título de juros sobre o capital próprio ou dividendos. Os juros sobre o capital próprio,

apropriados ou transferidos para contas de reservas no patrimônio líquido, devem

constar do item "Lucros retidos";

e) Participação dos minoritários nos "Lucros retidos" – deve ser incluído

neste componente, aplicáveis às demonstrações contábeis consolidadas, o valor da

participação minoritária apurada no resultado do exercício, antes do resultado

consolidado;

f) Retenção de lucro – deve ser indicado neste componente o lucro doperíodo destinado às reservas de lucros e eventuais parcelas ainda sem destinação

específica.

6.3 PONTO FINAL

 A Demonstração do Valor Adicionado (DVA) é o informe contábil que evidencia, de

forma sintética, os valores correspondentes à formação da riqueza gerada pela empresaem determinado período e sua respectiva distribuição. Saliente-se que a riqueza gerada

pela empresa, medida no conceito de valor adicionado, é calculada a partir da diferença

entre o valor de sua produção e o dos bens e serviços produzidos por terceiros utilizados

no processo de produção da empresa.

Segundo Zanluca (2010),

 A utilização do DVA como ferramenta gerencial pode ser resumida da seguinte

forma:1) como índice de avaliação do desempenho na geração da riqueza, ao medir aeficiência da empresa na utilização dos fatores de produção, comparando o valordas saídas com o valor das entradas, e

2) como índice de avaliação do desempenho social à medida que demonstra, nadistribuição da riqueza gerada, a participação dos empregados, do Governo, dos Agentes Financiadores e dos Acionistas.

Page 73: Livro de Demostrações Contabeis

7/25/2019 Livro de Demostrações Contabeis

http://slidepdf.com/reader/full/livro-de-demostracoes-contabeis 73/90

73

7 ANÁLISE DAS DEMONSTRAÇÕES FINANCEIRAS

 A Análise das Demonstrações Financeiras é a técnica contábil que consiste na

decomposição, comparação e avaliação das demonstrações financeiras. As

demonstrações objeto de análise são Balanço Patrimonial, Demonstração do Resultado do

Exercício, Demonstração dos Lucros ou Prejuízos Acumulados (ou das Mutações do

Patrimônio Líquido), Demonstração do Fluxo de Caixa e Demonstração do Valor

 Adicionado. Cabe ressaltar a ênfase da análise sobre o Balanço Patrimonial e

Demonstração do Resultado do Exercício, consideradas as duas demonstrações contábeis

mais importantes.

 A análise das demonstrações financeiras não é exigida por lei, decorre da

necessidade do detalhamento de informações acerca do patrimônio e suas variações; do

processo de formação de resultados; da capacidade de pagamento da entidade. Os

processos mais utilizados na análise das demonstrações financeiras são:

a) Análise Vertical;

b) Análise Horizontal; e

c) Análise por Quocientes ou Indicadores.

Neste capítulo estudaremos as análises vertical e horizontal, antes, porém, vejamos

a etapas do processo de análise.

7.1 ETAPAS DO PROCESSO DE ANÁLISE DAS DEMONSTRAÇÕES

FINANCEIRAS

Segundo Matarazzo (2008) para o contador a preocupação básica são os registros

das operações e a elaboração das demonstrações financeiras. O analista de balanços,

preocupa-se com a transformação das demonstrações financeiras em informações:

- Situação financeira;

Page 74: Livro de Demostrações Contabeis

7/25/2019 Livro de Demostrações Contabeis

http://slidepdf.com/reader/full/livro-de-demostracoes-contabeis 74/90

74

- Situação econômica;

- Desempenho;

- Pontos fortes e fracos;

- Tendências e perspectivas;

- Avaliação de alternativas econômico-financeiras futuras.

Saliente-se que a Análise das demonstrações Financeiras é tão antiga quanto a

própria Contabilidade, todavia, é no final do século XIX que observamos os banqueiros

americanos solicitando as demonstrações às empresas que desejavam contrair

empréstimos. À época a demonstração comumente solicitada era o Balanço Patrimonial,daí a expressão “Análise de Balanços”, expressão tradicionalmente utilizada até nossos

dias, apesar de, hoje, a análise ampliar-se a todas as demais demonstrações.

Iudícibus (2009, p. 5) caracteriza a análise de balanços com a “arte de saber extrair

relações úteis para o objetivo econômico que tivermos em mente, dos relatórios

tradicionais e de suas extensões e detalhamentos, se for o caso”. O mesmo autor salienta

(p.6):

Depreende-se que a análise de balanços tem valor somente à medida que oanalista:

- estabeleça uma tendência (uma série histórica) dentro da própria empresa;

- compare os índices e relacionamentos realmente obtidos com os mesmos índicese relacionamentos expressos em termos de metas;

- compare os índices e relacionamentos com os da concorrência, com outrasempresas de amplitude nacional ou internacional.

 Azevedo (2009, p.17) complementa:

 A análise dos demonstrativos contábeis é o exame de laboratório da saúdeeconômica, financeira e patrimonial da sociedade. É um diagnóstico bem-estruturado da situação do patrimônio. É uma maneira de transformar os dados daspeças contábeis em valores relativos, tornando-os mais fáceis de seremcomparados com outras empresas ou mesmo co o mercado.

Sá (2009) apresenta as algumas das aplicações (utilidade) da análise de balanços:

Page 75: Livro de Demostrações Contabeis

7/25/2019 Livro de Demostrações Contabeis

http://slidepdf.com/reader/full/livro-de-demostracoes-contabeis 75/90

75

- concessão de créditos para se vender a prazo: serviços, mercadorias ou produtos;

- concessão de empréstimos;

- locação e arrendamento de bens;

- investimentos em outras empresas;.

- aplicação em título do mercado de capitais e bolsas de valores;

- controles internos administrativos;

- previsões e estudos de probabilidades de situações patrimoniais;

- procedimentos de auditoria;

- controle de preços;

- ampliação de linhas de produção, abertura de filiais e frentes de serviços;

- cisão, fusão, incorporação e liquidação de empresas;

- perícias judiciais;

- pesquisas científicas;

De posse das demonstrações financeiras, o analista irá decompô-las através do

exame minucioso de cada uma das contas que compõem essas demonstrações,

padronizando-as para facilitar o processo de análise. Na sequência, fará a análise vertical

e horizontal, além do cálculo dos indicadores, interpretará as análises realizadas e

elaborará um relatório apresentando suas conclusões.

7.2 EXAME E PADRONIZAÇÃO DAS DEMONSTRAÇÕES FINANCEIRAS

 A padronização das demonstrações financeiras para fins de análise é importante

tendo em vista que as demonstrações publicadas pelas entidades contêm um número

Page 76: Livro de Demostrações Contabeis

7/25/2019 Livro de Demostrações Contabeis

http://slidepdf.com/reader/full/livro-de-demostracoes-contabeis 76/90

76

excessivo de contas. O processo de sintetização portanto, facilita o trabalho do analista. As

contas normalmente “ajustadas” são:

a) Duplicadas descontadas (saldo a ser reclassificado para o Passivo Circulante);

b) Despesas do Exercício Seguinte (ou despesas antecipadas) devem ser

deduzidas do Patrimônio Líquido;

c) Contas retificadoras (provisão para devedores duvidosos, depreciação,

amortização, exaustão, prejuízos acumulados, capital a integralizar e ações em tesouraria)

devem ajustar os saldos das contas principais, apresentando seus saldos líquidos;

d) Contas do Ativo e Passivo Circulante devem ser reclassificadas em operacionais

e financeiras (dívidas onerosas);

e) Extrai-se, ainda, o total do Ativo Circulante, do Ativo Não Circulante, do Passivo

Circulante, do passivo Não Circulante, do Patrimônio Líquido, das vendas líquidas, etc,

Na sequência, calcula-se e interpreta-se os indicadores (os quais estudaremos no

capítulo 8), estudo que consiste na comparação entre grupos de elementos das

demonstrações financeiras por meio de índices, objetivando o conhecimento da relação

entre cada um dos grupos do conjunto.

Complementarmente, comparamos os indicadores da entidade com os chamados

índices-padrão. O objetivo dos índices-padrão é servir de base de comparação entre

empresas que operam no mesmo ramo de atividade. Desde 1974 a Revista Exame tem

contribuído sensivelmente com indicadores das 500 maiores empresas do Brasil, por meio

da edição “Melhores e Maiores” publicada anualmente;

O processo de análise das demonstrações financeiras tem continuidade com asanálise vertical e horizontal. A análise vertical consiste na determinação da porcentagem

de cada conta ou grupo de contas em relação ao seu conjunto. A análise horizontal, por

sua vez, é feita entre componentes do conjunto em vários exercícios (de 3 a 5,

normalmente), objetivando a avaliação do desempenho de cada conta ou grupo de contas

ao longo dos períodos analisados.

Finalmente, interpreta-se conjuntamente indicadores e análises vertical/horizontal,

sintetizando-se as análises realizadas de forma sistêmica e apresentando as conclusões

Page 77: Livro de Demostrações Contabeis

7/25/2019 Livro de Demostrações Contabeis

http://slidepdf.com/reader/full/livro-de-demostracoes-contabeis 77/90

77

da análise em forma de relatórios. Para elaborar um relatório de análise da melhor maneira

possível, alguns pontos devem ser considerados:

a) O relatório de análise deve ser elaborado em linguagem inteligível para

leigos, ainda que alguns usuários possuam conhecimentos de contabilidade. Nãodevem apresentar dados como indicadores (ou coeficientes), os quais devem ser

traduzidos em informações;

b) Os relatórios de análise podem conter muitas ou poucas informações,

conforme a necessidade do usuário. Em geral o relatório de análise deve apresentar

informações de natureza econômico-financeira da empresa e sobre seu

desempenho ao longo dos períodos analisados, bem como as tendências para o

futuro. Devem ser esclarecidas as causas que proporcionaram o grau de

endividamento, liquidez e rentabilidade encontrados, sejam eles positivos ou

negativos;

c) Relatório breve: este relatório envolve apenas os aspectos mais

importantes da situação patrimonial, baseando-se na interpretação de quocientes

econômicos e financeiros, sendo preferido por bancos, clientes e fornecedores,

além de outros usuários. Observe a seguir um modelo de relatório de análise:

RELATÓRIO

 Após a análise e interpretação dos indicadores econômicos e financeiros calculadoscom base no Balanço Patrimonial e Demonstração do Resultado do Exercício da Empresa XX,levantados em 31 de dezembro de XX, apresentamos as seguintes informações:

Situação Financeira:

a) Endividamento: A empresa apresenta grau de endividamento satisfatório, uma vezque seus quocientes de estrutura de capitais encontram-se abaixo dos índices-padrão de seussegmento. Isto pode ser comprovado pela preponderância de capitais próprios sobre oscapitais de terceiros, pela boa margem existente entre as obrigações de longo prazo e asobrigações de curto prazo e pela não imobilização total dos capitais próprios, revelandoliberdade financeira para a tomada de decisões;

b) Liquidez: Em relação à solvência, a empresa encontra-se muito bem estruturada,apresentando solidez financeira que garante o cumprimento de seus compromissos de curto ede longo prazo.

Situação Econômica:

Rentabilidade:  A empresa apresenta situação econômica satisfatória decorrente da

Page 78: Livro de Demostrações Contabeis

7/25/2019 Livro de Demostrações Contabeis

http://slidepdf.com/reader/full/livro-de-demostracoes-contabeis 78/90

78

boa rentabilidade apresentada.

Situação Econômica e Financeira:

 A empresa encontra-se muito bem estruturada sob o ponto de vista econômico efinanceiro devido ao baixo grau de endividamento, ao alto grau de liquidez e ao grau de

rentabilidade que permite o retorno do capital próprio investido em apenas 2,63 anos,constituindo negócio altamente positivo para aqueles que confiarem na empresa.

 Ass: _____________________ (fulano de tal, analista)

 Anexos ao Relatório de Análise:

I- Índices Econômico-financeiros;

II- Balanço Patrimonial padronizado;

III- DRE padronizada 

7.3  LEITURA E INTERPRETAÇÃO DAS DEMONSTRAÇÕES CONTÁBEIS:

ANÁLISE VERTICAL E ANÁLISE HORIZONTAL

Nosso estudo preliminar fez um ”TUR” pelas demonstrações financeiras obrigatórias

para Sociedades Anônimas e Sociedades Limitadas. Agora é o momento de “fazermos a

leitura e interpretação” dessas demonstrações contábeis. Todas as demonstraçõescontábeis podem ser analisadas, mas a ênfase é dada para o Balanço Patrimonial e DRE,

uma vez que através destas, é evidenciada de forma objetiva a situação econômico-

financeira da empresa. Diante disso, nosso estudo se voltará às análises de Balanço e

DRE.

Cabe salientar: A análise das demonstrações contábeis transforma DADOS

em INFORMAÇÕES.

7.3.1 Análise Horizontal 

De acordo com Iudícibus (2009), a análise horizontal ressalta a variação obtida nos

itens do Balanço e das Demonstrações de Resultado. Assaf Neto (2002) define esta

análise como uma comparação de diferentes exercícios entre contas ou determinado grupo

Page 79: Livro de Demostrações Contabeis

7/25/2019 Livro de Demostrações Contabeis

http://slidepdf.com/reader/full/livro-de-demostracoes-contabeis 79/90

79

de contas. Pode ser entendida como uma análise temporal, exposta através de números –

índices.

De acordo com Matarazzo (2003), a análise horizontal pode ser desenvolvida com a

apresentação das variações de um ano-base para outro – sendo assim será denominadaanálise horizontal encadeada – ou em relação ao ano anterior – sendo denominada análise

horizontal anual. Em outras palavras, esta análise apresenta a evolução de uma conta ou

um grupo específico, analisa e compara os resultados do exercício com os exercícios

anteriores.

Uma vez padronizadas as demonstrações financeiras, a análise horizontal é

facilmente realizada estabelecendo o ano inicial da série analisada como índice básico 100

e expressando as cifras relativas aos anos posteriores, com relação ao índice básico 100.

Basta fazer uma regra de três para encontrar os outros índices.

Por exemplo:

Ano 2006 Ano 2007 Ano 2008

Valores 358.300 425.000 501.000

Índices 100 119 140

 Assim, comparando os índices de base 100, o item teve um crescimento de 19% em

2006 para 2007 e de 40% de 2006 para 2008. A análise horizontal, portanto, é quando

comparamos valores ou índices de dois ou mais anos. Nossos olhos fixam um sentido

horizontal, apreendendo a evolução ou involução de cada item analisado.

IMPORTANTE:

Se os valores estiverem expressos em valores nominais, o crescimento (ou

decréscimo) dos índices expressará porcentagens nominais. Se tais valores estiverem

Page 80: Livro de Demostrações Contabeis

7/25/2019 Livro de Demostrações Contabeis

http://slidepdf.com/reader/full/livro-de-demostracoes-contabeis 80/90

80

corrigidos monetariamente, então o crescimento ou decréscimo dos itens expressará a

evolução real da série analisada10.

7.3.2 ANÁLISE VERTICAL

Conforme Iudícibus (2009), a análise vertical avalia a estrutura de composição dos

itens das demonstrações e a evolução dos mesmos nos exercícios. Basicamente a análise

vertical é realizada extraindo-se relações percentuais entre itens pertencentes à mesma

Demonstração Financeira. Sua finalidade é dar uma idéia da representatividade de

determinado item ou subgrupo de uma demonstração relativa a determinado total ousubtotal tomado como base.

Por exemplo, num Balanço Patrimonial, podemos querer verificar quanto o Ativo

Circulante representa em relação ao Ativo Total. Basta dividir o valor do Ativo Circulante

pelo Valor do Ativo Total, multiplicar o resultado por 100 e colocar o sinal de percentagem.

 Assim, consideremos:

 Ativo Circulante R$ 101.000

 Ativo Total R$ 659.000

Dividindo 101.000/659.000 = 0,1533

0,1533 X 100= 15,33%

Isso significa que o Ativo Circulante representa 15,33% do Ativo Total.

Ressalte-se que a análise vertical pode ser realizada para determinados subitens

com relação ao total dos subitens. Por exemplo, poderemos ter o interesse de calcular a

representatividade de cada componente principal do Ativo Circulante em relação ao total

do Ativo Circulante. Assim, se os estoques estivessem representados por R$ 49.000,

diríamos que eles representam cerca de 48,51% do Ativo Circulante (e cerca de 7,44% do

 Ativo Total). Vamos conferir estes cálculos?

10 O índice IPCA/IBGE foi instituído inicialmente com a finalidade de corrigir as demonstrações financeirasdas companhias abertas, porém hoje utiliza-se o IGPM ou índice aderente à atividade da empresa, por

exemplo, as demonstrações de uma construtora podem ser atualizadas monetariamente pelo INCC – ÍndiceNacional da Construção Civil. 

Page 81: Livro de Demostrações Contabeis

7/25/2019 Livro de Demostrações Contabeis

http://slidepdf.com/reader/full/livro-de-demostracoes-contabeis 81/90

81

 A análise vertical é importante para todas as demonstrações financeiras, mas ganha

realce especial na DRE, quando poderemos expressar os vários itens componentes da

DRE em relação às vendas (brutas ou líquidas) e, dentro das despesas, representar cada

uma delas com relação ao total de despesas, por exemplo.

 A análise vertical é para um único ano. Nossos olhos fixam num sentido vertical

(enquanto na análise horizontal observamos a variação em dois ou mais anos).

7.4 PONTO FINAL:

 A análise horizontal é realizada a partir de um conjunto de balanços e

demonstrações de resultados consecutivos. Para cada elemento desses demonstrativos

são calculados números índices, cuja base correspondente ao valor mais antigo da série.

Desse modo a evolução de cada elemento patrimonial e de resultados ao longo de

diversos períodos sucessivos. Contudo a análise horizontal nos mostra a evolução no

tempo de cada elemento específico.

No balanço, a análise vertical fornece indicadores que facilitam a avaliação da

estrutura do ativo (como os recursos estão sendo aplicados) e da suas fontes de

financiamento. Esses indicadores correspondem às participações percentuais dos saldos

das contas e dos grupos patrimoniais sobre o total do ativo (ou do passivo + patrimônio

líquido). Na DRE a análise vertical indica o percentual de cada um dos itens de formação

do resultado em relação à receita líquida.

 As análises estudadas prestam-se ao estudo de tendências da empresa e,

associadas aos índices (que estudaremos no próximo capítulo) propiciam uma análise

sistêmica da empresa.

Page 82: Livro de Demostrações Contabeis

7/25/2019 Livro de Demostrações Contabeis

http://slidepdf.com/reader/full/livro-de-demostracoes-contabeis 82/90

82

8 ANÁLISE DAS DEMONSTRAÇÕES FINANCEIRAS ATRAVÉS DE

INDICADORES

 A análise das demonstrações contábeis encontra seu ponto mais importante no

cálculo e avaliação do significado dos quocientes (índices), relacionando, principalmente,

itens e grupos do Balanço Patrimonial e da Demonstração do Resultado do Exercício. A

seguir, estudaremos as formas de cálculo e o significado de cada um dos principais

índices.

É sempre bom lembrar que é necessário que os índices financeiros sejam

calculados após “ajustes” (reclassificação) das demonstrações financeiras procedida peloanalista.

Conforme Matarazzo (2003), é necessário efetuar a análise da situação financeira

separadamente da situação econômica; no momento seguinte, juntam-se as conclusões

dessas duas análises. Os índices da situação financeira são divididos em índices de

estrutura de capitais e índices de liquidez e o da situação econômica é o índice de

rentabilidade.

8.1 Conceito de Índice ou Quociente

Segundo Morante (2009, p. 28) “Índice é uma relação entre duas grandezas, que

expressa o resultado da divisão de valores que compõem o patrimônio, se considerarmos

exclusivamente o objetivo deste trabalho”.

Iudícibus (2009, p. 92) salienta: “O uso de quocientes tem como finalidade principal

permitir ao analista extrair tendências e comparar os quocientes com os padrões

estabelecidos. A finalidade da análise é, mais do que retratar o que aconteceu no passado,

fornecer bases para inferir o que poderá acontecer no futuro”.

Matarazzo (2008, p. 148) complementa: “Os índices servem de medida dos diversos

aspectos econômicos e financeiros das empresas. Assim como um médico usa certos

Page 83: Livro de Demostrações Contabeis

7/25/2019 Livro de Demostrações Contabeis

http://slidepdf.com/reader/full/livro-de-demostracoes-contabeis 83/90

83

indicadores, como pressão e temperatura, para elaborar o quadro clínico do paciente, os

índices financeiros permitem construir um quadro de avaliação da empresa”.

8.2 Índices Econômico-Financeiros

Pode-se subdividir a análise das Demonstrações Financeiras em análise da situação

financeira e análise da situação econômica. Inicialmente analisa-se a situação financeira

(estrutura e liquidez) e a situação econômica (rentabilidade), na sequência, junta-se as

duas avaliações.

O quadro 14 apresenta o resumo dos índices de avaliação das demonstrações

financeiras.

ÍNDICES DE AVALIAÇÃO DAS DEMONSTRAÇÕES CONTÁBEIS

ÍNDICES DA ANÁLISE FINANCEIRA: estes índices verificam a capacidade de pagamento daempresa, esta análise é feita somente através do Balanço Patrimonial. A palavra financeiro refere-se adinheiro, apresenta a situação da conta caixa, as movimentações desta rubrica. Pode também apresentar

o sentido amplo, analisando neste caso o Capital Circulante Líquido.  ÍNDICES DE LIQUIDEZ: Os índices apresentados neste tópico são extraídos do relacionamento

entre as contas do Balanço que apresentam uma situação estática de liquidez.

Quociente de Liquidez Imediata:  apresenta adisponibilidade imediata de capital para a quitação dasdívidas a curto prazo, evidencia as condições que aempresa possui para liquidar suas dívidas do curto prazoapenas com os recursos de suas disponibilidades.

DisponibilidadesPassivo Circulante

Quociente de liquidez corrente:  apresenta dequanto a empresa dispõe de reais imediatamente paraserem convertidos em curto prazo em dinheiro,relacionando às dívidas de curto prazo. É a capacidadede pagamento das obrigações de curto prazo.

 Ativo CirculantePassivo Circulante

Quociente de Liquidez Seca:  avaliaconservadoramente a liquidez da empresa, considerandoa alta rotatividade dos estoques. Este índice indica acapacidade de pagamento para saldar as obrigações decurto prazo, desconsiderando-se a realização deestoques.

 Ativo Circulante – EstoquesPassivo Circulante

Page 84: Livro de Demostrações Contabeis

7/25/2019 Livro de Demostrações Contabeis

http://slidepdf.com/reader/full/livro-de-demostracoes-contabeis 84/90

84

Quociente de Liquidez Geral:  Este quocienteavalia a saúde financeira, considerando a liquidez, delongo prazo da empresa, indica a capacidade que aempresa tem de pagar todos os seus compromissos,tanto os de curto prazo como de longo prazo.

 Ativo Circulante + Ativo NãoCirculante RLP

Passivo Circulante+ Passivo NãoCirculante

QUOCIENTES DE ENDIVIDAMENTO:  eles têm o objetivo de reproduzir a posição do capitalpróprio da empresa com relação ao capital de terceiros. É apresentado a grau de dependência daorganização do capital de terceiros.

Quociente de Participação de Capitais deTerceiros sobre os Recursos Totais:  o índicerepresenta a porcentagem que o endividamento estárepresentado sobre o Passivo e Patrimônio Líquido.

Exigível TotalExigível Total + PL

Quocientes de Capitais de Terceiros eCapitais Próprios:  é outro índice que avalia adependência de recursos de terceiros, este índice é

chamado de grau de endividamento e significa opercentual de capital de terceiros (recursos de terceiros)em relação aos capitais próprios (patrimônio líquido).

Exigível Total

Patrimônio Líquido

Quociente de Participação das Dívidas deCurto Prazo sobre o Endividamento Total:  representaa formação do endividamento total e apresenta a parcelaque vence do curto prazo com relação ao endividamentototal. A composição do endividamento é apresentada poreste índice, que mostra o impacto das obrigações decurto prazo (circulante) em relação ao total de capitais deterceiros.

Passivo CirculanteExigível Total

Grau de Imobilização do Capital Próprio:  Avisualização do quanto do Patrimônio Líquido estáaplicado no ativo não circulante imobilizado é feita nesteíndice.

 Ativo Não Circulante Imobilizado X100

Patrimônio Líquido

Grau de Imobilização de RecursosPermanentes:  é utilizado para evidenciar quanto derecursos permanentes (não correntes ou não circulantes)foi investido no ativo não circulante.

 Ativo Não Circulante - RLPPatrimônio Líquido+Passivo Não

Circulante

ÍNDICES DA ANÁLISE ECONÔMICA:  A análise econômica apresenta a lucratividade daempresa. No sentido estático refere-se ao Patrimônio Líquido, o lucro ou o prejuízo modifica o PatrimônioLíquido sem alterar a disponibilidade de dinheiro.

ÍNDICES DE RENTABILIDADE:  Nos índices de rentabilidade o lucro é comparado com ativo ecom patrimônio líquido, mas para a análise evidenciar índices condizentes é necessário que os valoresque correspondem ao lucro sejam coerentes aos valores de ativo ou patrimônio líquido. Quando forutilizado o lucro líquido no numerador é imprescindível a utilização do ativo total no denominador ouquando lucro operacional com ativo operacional.

Retorno sobre o Ativo: o resultado deste índicemostra o tempo que levará para a empresa obter oretorno do investimento executado. A taxa de retornosobre o ativo apresenta a lucratividade obtida pelaempresa com a utilização dos investimentos doempreendimento, significa o tempo de retorno do

investimento, levando em consideração que o

Lucro Líquido Ativo Total

Page 85: Livro de Demostrações Contabeis

7/25/2019 Livro de Demostrações Contabeis

http://slidepdf.com/reader/full/livro-de-demostracoes-contabeis 85/90

85

faturamento, o lucro e o investimento permaneçamconstantes.

Retorno sobre o Patrimônio Líquido (TRPL): oíndice resulta no tempo que os proprietários levaram pararecuperarem seus investimentos, ele evidencia acapacidade da geração de lucro do capital próprio.

Lucro LíquidoPatrimônio Líquido

Margem de Lucro sobre as Vendas: compara olucro com as vendas líquidas.

Lucro OperacionalVendas Líquidas

Lucro LíquidoVendas Líquidas

Retorno sobre o Investimento: é considerado omais importante quociente individual de toda a análise debalanços para a administração.

Margem LíquidaGiro do Ativo Total

QUADRO 14: Índices de avaliação das demonstrações contábeisFonte: Adaptado de Marion, 2002

Os índices de liquidez e endividamento englobam o relacionamento das contas do

balanço patrimonial que refletem a situação estática de liquidez (saúde financeira) ou entre

fontes diferenciadas de capital (estrutura de capitais). No grupo de indicadores de

rentabilidade, por sua vez, são apresentadas as fórmulas de cálculo da rentabilidade dos

capitais que foram investidos na empresa.

8.2 Índices de Rotatividade ou Atividade

 Além dos quocientes de liquidez, rentabilidade e endividamento, temos os

QUOCIENTES DE ROTATIVIDADE ou ATIVIDADE, conforme apresentados no quadro

15.

Page 86: Livro de Demostrações Contabeis

7/25/2019 Livro de Demostrações Contabeis

http://slidepdf.com/reader/full/livro-de-demostracoes-contabeis 86/90

86

ÍNDICES DE ROTATIVIDADE: Esses quocientes, que consideramos de grande relevância para aanálise de crédito, expressam a velocidade com que determinados elementos patrimoniais se renovamdurante certo período de tempo. Devido à sua natureza, tais quocientes usualmente apresentam seusresultados em dias, meses ou períodos, fracionários ou múltiplos de um ano. A importância de taisquocientes é representada pelo fato de expressarem relacionamentos dinâmicos, que acabaminfluenciando a posição de liquidez e rentabilidade da empresa.

Prazo Médio de Recebimento (PMR): indica a médiade dias em que as contas (duplicatas, títulos) são recebidaspela empresa. Avalia o tempo entre o faturamento e orecebimento. É útil na avaliação das políticas de crédito ecobrança.

Clientes X 360Receita Líquida

Prazo Médio de Estoques (PME): exprime o número

de dias, em média, em que os estoques ficam armazenadosna empresa antes de serem vendidos, ou ainda, o número dedias em que os estoques são renovados (ou vendidos).Quanto menor o prazo, melhor.

Estoques X 360CMV

Prazo Médio de Pagamento (PMP): indica a médiade dias em que as contas (duplicatas, títulos) são pagas pelaempresa. Avalia o tempo entre a compra e o pagamento. É útilna avaliação das políticas de crédito e cobrança.

Fornecedores X 360Receita Líquida

Ciclo Operacional (CO): indica o intervalo de tempodecorrido entre o momento em que a empresa adquire asmatérias-primas ou mercadorias e o momento em que recebe

o dinheiro relativo às vendas. Portanto, refere-se ao período(em média) em que os recursos estão investidos nasoperações sem que tenha ocorrido as correspondentesentradas de caixa. 

CO = PME + PMR

Ciclo Financeiro (CF): representa, em termos médios,o tempo decorrido entre o instante do pagamento dosfornecedores pelas matérias-primas ou mercadorias adquiridase o recebimento das vendas efetuadas. Em outras palavras, éo período em que a empresa necessita ou não definanciamento complementar do seu ciclo operacional. Aapuração do ciclo financeiro evidencia qual o prazo que aempresa financia seus cliente com recursos próprios ou de

terceiros. Quanto maior for o ciclo financeiro, maisnecessidade a empresa tem de obtenção de financiamentocomplementar para o giro de seus negócios. Se obtido defontes onerosas, poderá provocar redução da rentabilidade econtribuir para eventual insolvência da empresa.

CF=(PME+PMR) – PMP

Necessidade de Capital de Giro (NCG): CF (dias) X Receita Líquida360

QUADRO 15 – Índices de Rotatividade

Fonte: Elaborado pela autora

Page 87: Livro de Demostrações Contabeis

7/25/2019 Livro de Demostrações Contabeis

http://slidepdf.com/reader/full/livro-de-demostracoes-contabeis 87/90

87

Os índices de rotatividade são de alta relevância para a análise de crédito pois

expressam a velocidade com que determinados elementos patrimoniais se renovam

durante certo período de tempo. Devido à sua natureza, tais índices usualmente

apresentam seus resultados em dias, meses ou períodos, fracionários ou múltiplos, de um

ano. Segundo Iudícibus e Marion (2006, p. 135), “A importância de tais quocientes é

representada pelo dato de expressarem relacionamentos dinâmicos que acabam

influenciando a posição de liquidez e rentabilidade, mais adiante”.

Importante salientar que não esgotamos os índices existentes, sequer a

possibilidade de cálculo de outros tantos índices. Cada empresa, com suas peculiaridades

pode (e deve) escolher seus índices de forma a avaliar a eficiência e eficácia da gestão em

relação aos impactos patrimoniais e resultados obtidos.

8.4 Ponto Final

 A análise das demonstrações contábeis visa obter informações financeiras e

econômicas, tendo como objetivo a tomada de decisão dentro de uma organização.

 Através das principais demonstrações, como o Balanço Patrimonial e a Demonstração do

Resultado do Exercício extraem-se índices para observar a situação de LIQUIDEZ,

ENDIVIDAMENTO, RENTABILIDADE e ROTATIVIDADE da empresa. Saliente-se que a 

análise das demonstrações financeiras consubstancia-se em um relevante instrumento de

auxílio para a tomada de decisão, uma vez que o seu objetivo é transformar dados

financeiros em informações de cunho gerencial. Com a conclusão de nosso livro-texto, o

desafio agora é aplicarmos a teoria aos estudos de caso propostos na NETAULA. Mãos à

obra!!!

Page 88: Livro de Demostrações Contabeis

7/25/2019 Livro de Demostrações Contabeis

http://slidepdf.com/reader/full/livro-de-demostracoes-contabeis 88/90

88

REFERÊNCIAS

 ASSAF Neto, Alexandre; SILVA, César Augusto Tibúrcio.  Administração do Capital

de Giro. 3ª. Ed. São Paulo: Atlas, 2002.

 AZEVEDO, Marcelo Cardoso de. Estrutura e Análise das Demonstrações

Financeiras. Campinas, SP: Editora Alíena, 2009.

BORSATO, Jaluza Maria Lima Silva; PIMENTA, Daiana Paula; LEMES, Sirlei. Uma

abordagem comparativa na análise da DOAR e da DFC: Estudo de Caso na Cia Vale do

Rio Doce. Disponível em < 

http://www.face.ufmg.br/revista/index.php/contabilidadevistaerevista/article/viewFile/618/415> Acesso em 22 agosto 2010.

CHERMAN, Bernardo. Contabilidade de Custos. 2ª Ed. Rio de Janeiro: Editora

Ferreira, 2009.

CPC. Pronunciamento Técnico CPC 03: Demonstração do Fluxo de Caixa.

Disponível em: < http://www.cpc.org.br/pronunciamentosIndex.php> Acesso em 21 agosto

2010.

CPC. Pronunciamento Técnico CPC 09: Demonstração do Valor Adicionado.

Disponível em: < http://www.cpc.org.br/pronunciamentosIndex.php> Acesso em 21 agosto

2010.

CPC. Pronunciamento Técnico CPC 26: Apresentação das Demonstrações

Contábeis. Disponível em: < http://www.cpc.org.br/pronunciamentosIndex.php> Acesso em

21 agosto 2010.

CRCRS. Demonstração da Responsabilidade Social. Porto Alegre: RS, 2009

KRAEMER, Maria Elisabeth Pereira. Contabilidade ambiental como sistema de

informações. Disponível em: http://www.gestiopolis.com/Canales4/fin/amsistema.htm

IUDÍCIBUS, Sérgio de. Análise de Balanços. 10ª Ed. São Paulo: Atlas, 2009.

IUDÍCIBUS, Sérgio de. MARION, José Carlos. Curso de Contabilidade para Não

Contadores. 4ª Ed. São Paulo: Atlas, 2006.

Page 89: Livro de Demostrações Contabeis

7/25/2019 Livro de Demostrações Contabeis

http://slidepdf.com/reader/full/livro-de-demostracoes-contabeis 89/90

89

LEMES Júnior, Antônio Barbosa; RIGO, Claúdio Miessa; CHEROBIM, Ana Paula

Mussi Szabo. Administração Financeira: princípios, fundamentos e práticas brasileiras. Rio

de Janeiro: Campus, 2002.

MARION, José Carlos.  Análise das Demonstrações Financeiras: Contabilidade

Empresarial. 4ª Ed. São Paulo: Atlas, 2009.

MARION, José Carlos. Contabilidade Básica. 8ª Ed. São Paulo: Atlas, 2006.

MATARAZZO, Dante C. Análise Financeira de Balanços: abordagem básica e

gerencial. 6ª Ed. São Paulo:Atlas, 2008.

MORANTE, Antônio Salvador. Análise das Demonstrações Financeiras. 2ª Ed. São

Paulo: Atlas, 2009.

MOREIRA, José Carlos. Orçamento Empresarial: manual de elaboração. 5ª Ed. São

Paulo: Atlas, 2002.

PADOVEZE, Clóvis Luís. Introdução à Contabilidade: uma abordagem para não

contadores. São Paulo: Pioneira Thomson Learning, 2006.

PERES JR, José Hernandez; BEGALLI, Glaucos Antônio. Elaboração das

Demonstrações Financeiras. 3ª Ed. São Paulo: Atlas, 2002.

RIBEIRO, Osni Moura. Estrutura e Análise de Balanços Fácil . 7ª Ed. 4ª tiragem. São

Paulo: Saraiva, 2002.

RIBEIRO, Osni Moura. Contabilidade Básica Fácil. 25ª Ed. 2ª tiragem. São Paulo:

Saraiva, 2003.

SÁ, C.A. de. Gerenciamento do fluxo de caixa. Apostila. São Paulo:top Eventos,1998.

Sá, Antônio Lopes de. Moderna Análise de Balanços ao Alcance de Todos. 2ª

Ed.Curitiba: Juruá, 2009.

SUZSTER, Natan; CARDOSO, Ricardo Lopes; SUZSTER, Fortunée Rechtman;

SZUSTER, Fernanda Rechtman; SZUSTER, Flávia Rechtman. Contabilidade Geral:

introdução à Contabilidade Societária. 2ª. Ed. São Paulo: Atlas, 2008.

Page 90: Livro de Demostrações Contabeis

7/25/2019 Livro de Demostrações Contabeis

http://slidepdf.com/reader/full/livro-de-demostracoes-contabeis 90/90

ZANLUCA, Júlio Cesar. Demonstração do Valor Adicionado. Disponível em

http://www.portaldecontabilidade.com.br/tematicas/demonstracaodovalor.htm. Acesso em

21 agosto 2010.