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5 Português Índice Capítulo 5 – Por parte de pai ......................................................................................... 8 Capítulo 6 – Uma rua como aquela ............................................................................. 25 Capítulo 7 – Retratos ................................................................................................... 40

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5

PortuguêsÍndice

Capítulo 5 – Por parte de pai ......................................................................................... 8

Capítulo 6 – Uma rua como aquela ............................................................................. 25

Capítulo 7 – Retratos ................................................................................................... 40

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7

PortuguêsApresentação

Este caderno foi escrito para você e para todos que gostam de aprender, ler, ouvir e contar boas histórias.

Foi escrito, também, para que você mostre suas opiniões sobre o mundo a sua volta, crie e recrie textos falando e escrevendo, para melhorar sua inte-ração com o que o cerca por intermédio da língua portuguesa, este maravi-lhoso idioma que vai nos ajudar a desvendar os melhores caminhos para os quadrinhos, as notícias de jornais, os contos, as fábulas, a poesia... e muitos outros textos.

Queremos convidá-lo a ler, participar, se divertir, opinar e escrever.Enfim, este caderno é para você crescer melhor no mundo em que vive!

8

Por parte de paiPortuguês 5C

apítu

lo

Para começar

Neste capítulo, identificarei a descrição em uma narração e conhecerei os numerais.

Por parte de pai

Debruçado na janela, meu avô espreitava a rua da Paciência, inclinada e estreita. Nascia lá em cima, entre casas miúdas, e se espichava pregui-çosa, morro a seguir. Morria depois da curva, num largo com sapataria, armazém, armarinho, farmácia, igreja, tudo perto da escola Maria Tangará, no Alto de São Francisco. Não me lembro onde ficava a casa paroquial, e vivia o vigário vestido com batina preta e sapato de verniz e elástico. Em horas certas, operários desciam e subiam a Paciência. Eles se revezavam nos muitos turnos da fábrica de tecidos. Meus avós trabalharam nela, sem muitos embaraços. Escolheram o mesmo horário para dormir e acordar juntos, contavam. Isso foi antes, quando criaram os filhos presos em cai-xotes, para dar sossego à minha avó nos deveres da cozinha e na lida da casa. Um menino do grupo dizia que educação vinha do berço e eu me sentia mal-educado.

Entre os parentes corria, à boca pequena, um boato sobre minha avó. Numa manhã, ela se levantou dizendo ter sonhado com um bicho, mas não se lembrava qual. (...) Nesse momento, um cambista bateu na porta oferecendo uma tira da vaca. Ele meu avô não vacilou e comprou o bilhete inteiro. Ganhou a sorte grande na loteria. Adquiriu essa casa com tantas janelas e porta abrindo direto para a rua, com três degraus. Por causa do catecismo, apelidei os degraus de Pai, Filho e Espírito Santo. Cada vez, ao sair ou entrar, eu pensava na Santíssima Trindade.

De lá pra cá, meu avô nunca mais moveu uma palha. A preguiça tomou con-ta dele — dizia minha avó, despeitada pela saúde de ferro do marido. Ela ben-dizia, ainda, que o Joaquim ia gastar mais de um mês para morrer de repente.

9

Ele andava devagar, arrastando os pés como se num atoleiro, gestos me-didos, olhar comprido e fundos suspiros como se fatigado pela falta do que fazer. Para curar a vida, só com muito chá-de-pouco-caso, lamentava pelo meio da casa. Alguns diziam que ele era um homem com a paciência de Jó. Eu não sabia se Jó era um escravo, amigo de Maria Turum, jogador de caxangá, ou se um compadre do meu avô, vizinho da Terezinha. E todos os meninos sentiam inveja do meu avô, assim calmo e sem nãos. Desde sempre passei a pensar nas palavras preguiça e paciência como sendo da mesma família, ou melhor, como sendo da minha família.

Joaquim tinha uma letra bonita. Parecia com escrita fechada em livro de cartório antigo. Letra de certidão de nascimento, guardada em baú de lata em cima do armário. (...) Letra alta, tombada para a direita, quase deitando, mas sem preguiça. Letra farta, cheia de dois efes, dois emes, dois pes. (...)

Todo acontecimento da cidade, da casa, da casa do vizinho, meu avô escrevia nas paredes. Quem casou, morreu, fugiu, caiu, matou, traiu, com-prou, juntou, chegou, partiu. Coisas simples como a agulha perdida no buraco do assoalho, ele escrevia. A história do açúcar sumido durante a guerra, estava anotado. Eu não sabia por que os soldados tinham tanta coisa a adoçar. Também desenhava tesouras desaparecidas, serrotes sem dentes, facas perdidas. E a casa, de corredor comprido, ia ficando borda-da, estampada de cima a baixo. As paredes eram o caderno do meu avô. Cada quarto, cada sala, cada cômodo, uma página. Ele subia em cadeira, trepava em escada, ajoelhava na mesa. Para cada notícia escolhia um canto. Conversa mais indecente, ele escrevia bem no alto. Era preciso ser grande para ler, ou aproveitar quando não tinha ninguém em casa. Caso de visitas, ele anotava o dia, a hora, o assunto ou a falta de assunto. Nada ficava no esquecimento, em vaga lembrança: “A Alice nos visitou às 14 ho-ras do dia 3 de outubro de 1949 e trouxe recomendações da irmã Júlia e do filho Zé Maria, lá de Brumado”.

QUEIRÓS, Bartolomeu Campos de.

Por parte de pai. Belo Horizonte: RHJ. Fragmentos.

Espreitava: espiava, observava disfarçadamente.Cambista: vendedor de bilhetes de loteria.Fatigado: cansado.

10

Para continuar

Conversa sobre o texto

1. Nessa história, temos uma personagem que nos conta a sua história ou a de outra pessoa?

2. O menino nos relata como é a rua da Paciência, descreve sua extensão até chegar ao largo. Conforme a descrição, você consegue imaginar como é esse lugar? Desenhe, a seguir, de acordo com o que ele conta.

3. Durante a história, vemos que o menino se centra na figura do avô, mas fala algumas vezes da avó. O que ficamos sabendo sobre ela?

11

4. Relacione as expressões populares usadas no texto a seus significados.

( 1 ) “À boca pequena.”( 2 ) “Não moveu uma palha.”( 3 ) “Fazer pouco caso.”

( ) Não fez nada.( ) Falar escondido, fofocar.( ) Não dar importância, desprezar.

5. Um menino da escola do narrador diz que “educação vem do berço”. O que isso quer dizer?

6. Após o comentário do menino da escola, o personagem diz: “eu me sen-tia mal-educado”. Ele entendeu o que quis dizer o menino da classe?

7. Em um determinado momento da história, o menino nos conta que sua avó teve um sonho. Esse fato traz alguma consequência para a vida da fa-mília?

8. A avó do menino diz que Joaquim, o avô, gastaria mais de um mês para morrer. O que ela quis dizer com isso?

12

9. Como o menino descreve o avô?

10. Você conhece a expressão “paciência de Jó”? Pergunte em sua casa e registre a seguir o que descobriu.

11. É possível saber se a família do menino é religiosa? Que fatos compro-vam isso?

13

12. Joaquim tinha um hábito: escrever nas paredes da casa sobre todos os acontecimentos da cidade. Por que você acha que ele fazia isso?

13. Registrar os acontecimentos do dia a dia é um hábito que muitas pessoas têm: algumas possuem diários para registrar o que desejam. Você tem um diário ou conhece alguém que possua um?

14. Normalmente, em um diário, registramos o dia e o fato que aconteceu. Copie do texto um exemplo disso.

14

Para continuar

O texto no contextoVimos que o avô do menino recebe um prêmio de jogo. Há jogos autori-

zados pelo governo que revertem parte do valor das apostas em benefícios sociais e impostos.

1. Você conhece alguns desses jogos autorizados pelo governo? Quais?

Distribuição de Arrecadação

Prêmio Total 70,00%

Fundo Nacional da Cultura 3,00%

Comitê Olímpico Brasileiro – COB 1,70%

Comitê Paraolímpico Brasileiro – CPB 0,30%

Imposto de Renda Federal 19,50%

Prêmio Líquido 45,50%

Seguridade Social 4,59%

FIES – Crédito Educativo 1,96%

Fundo Penitenciário Nacional 3,45%

Tarifa de Administração 5,00%

Comissão Lotéricos 5,00 %

Comissão Caixa 10,00%

Renda Bruta 100,00%

Seguridade Social 15,00%

Arrecadação Total 115,00%

Leia o texto a seguir:

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Sorte grande

Muitas pessoas vão até as lotéricas para tentar a “sorte grande”. Algu-mas jogam de vez em quando, outras tentam duas, três, quatro vezes e há, ainda, aqueles que jogam sempre. Muitos até perdem a conta de quantas foram as tentativas.

De qualquer maneira, o que se pretende é apostar um valor e recebê-lo de volta de modo multiplicado. E esse objetivo é alcançado por todos os jogadores? Claro que não, pois poucos são os ganhadores e, em muitos casos, um sorteio premia apenas uma pessoa. Então, o apostador corre o grande risco de não tirar a tão sonhada “sorte grande”.

2. O que você entende da expressão “tentar a sorte grande”?

3. De acordo com o texto, qual é o risco que se corre ao fazer uma aposta em um jogo?

4. Você conhece alguém que “tirou a sorte grande”? Em caso positivo, como a pessoa aplicou o dinheiro recebido?

Para continuar

A língua em contextoDurante a leitura do texto “Sorte grande”, você deve ter observado que fo-

ram citados alguns numerais. Vamos saber mais sobre eles?

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Numeral é a palavra utilizada para indicar a quantidade exata de pessoas ou coisas ou para assinalar a posição que elas ocupam numa sequência, numa série.

Observe a explicação a seguir:

Algumas jogam de vez em quando, outras tentam duas, três, quatro vezes.

As palavras em destaque mostram a quantidade de jogos realizados. Elas são classificadas como numerais cardinais.

Da primeira vez que joguei, perdi meu dinheiro. Tirei a sorte grande logo na segunda tentativa. Que alegria!

Os termos em destaque mostram a ordem dos jogos realizados. São, as-sim, numerais ordinais.

Numeral cardinal indica uma quantidade exata de pessoas ou coisas.

Numeral ordinal indica a ordem de sucessão dos seres ou objetos numa dada série.

Além desses, temos também os numerais multiplicativos, que indicam o aumento proporcional da quantidade, a sua multiplicação:

Ele ganhou o dobro do que apostou. (duas vezes mais)Ele perdeu o triplo do que apostou. (três vezes menos)

Há também os numerais fracionários, que exprimem a diminuição pro-porcional da quantidade, a sua divisão:

Já pagou a metade da dívida.Apostou dois terços do salário.

1. Siga o modelo:

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Meu primo jogou 28 vezes na loteria.Meu primo jogou vinte e oito vezes na loteria.

a) Meu avô pagou R$ 16,00 pelo bilhete de loteria.

b) Meu time ficou em 3o lugar no campeonato.

c) Havia 63 pessoas na fila da casa lotérica.

d) Ele apostou 1/4 do salário.

2. Faça a correspondência.

( 1 ) R$ 16,00( 2 ) 3o

( 3 ) 63( 4 ) 1/4

3. Os numerais estão muito presentes em nosso dia a dia, em algumas músicas populares e, também, em algumas parlendas:

Sete e sete são catorzecom mais sete vinte e um.Tenho sete namoradosmas não gosto de nenhum.

a) Retire do texto os numerais que aparecem e anote-os a seguir.

( ) fracionário( ) cardinal( ) ordinal( ) cardinal

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b) Nessa parlenda são usados que tipo de numerais?

4. Leia a cantiga a seguir:

Terezinha de Jesus deu uma quedaFoi ao chãoAcudiram três cavalheirosTodos de chapéu na mãoO primeiro foi seu paiO segundo seu irmãoO terceiro foi aqueleQue a Tereza deu a mãoTerezinha levantou-seLevantou-se lá do chãoE sorrindo disse ao noivoEu te dou meu coraçãoDa laranja quero um gomoDo limão quero um pedaçoDa morena mais bonitaQuero um beijo e um abraço

Cantiga popular

a) Volte ao texto e grife os numerais.

b) Retire do texto os numerais cardinais.

c) Retire do texto os numerais ordinais.

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5. Vamos treinar a escrita, por extenso, dos números? Antes, observe o texto da Loteria Federal:

FEDERAL Extração n. 04301

CONCURSOANTERIOR

CONCURSOANTERIOR

PRÓXIMOCONCURSOPRÓXIMO

CONCURSO10/12/2008 (Caminhão da sorte)

Realizado em FRANCA.../SP

GANHADOR DO 1° PRÊMIO: ORIXIMINA/PA

Prêmio

PRÊMIOS PRINCIPAISPRÊMIOS PRINCIPAIS

12345

Bilhete

44.13773.38251.18870.70211.533

200.000,0020.000,0010.000,008.000,006.000,00

Valor do prêmio (R$)

Agora, escreva por extenso:

a) os numerais que representam os valores dos prêmios em reais;

b) os numerais que identificam os bilhetes premiados;

c) os numerais que mostram a ordem dos prêmios;

d) o numeral que mostra o número desse sorteio, ou seja, a extração:

e) e, por último, a data do sorteio por extenso.

20

Para continuar

Produção de textoHá um jogo que corre pela Loteria Federal conhecido como Ti-

memania. Nele, além de as pessoas apostarem nos números, es-colhem também um “time do coração”.

A seguir, temos a tabela desse jogo. Vamos lê-la?

• Você pode receber prêmios de até R$ 800,00 em qualquer casa lotérica credenciada ou nas agências da CAIXA, independente do valor.• A programação das loterias está sujeita a alterações.• Confira o bilhete impresso pelo terminal. Ele é o único comprovante para o recebimento do prêmio.

ACUMULOU!

TIMEMANIA Concurso n. 41

19 25 37 42 63 75 79

CONCURSOANTERIOR

CONCURSOANTERIOR

PRÓXIMOCONCURSOPRÓXIMO

CONCURSO07/12/2008 (Caminhão da sorte)Realizado em SÃO PAUO.../SP

Estimativa de prêmio (07 acertos) para o próximo concurso, a serrealizado em 14/12/2006

Valor acumulado

Time do coração

BANGU/RJ

Ver números na ordem do sorteio

Valor acumulado para o próximo concurso de final cinco (45):

ACUMULOU!

Faixa de premiação

R$ 1.500.000,00

R$ 1.331.076,65

R$ 90.736,97

PREMIAÇÃOPREMIAÇÃO

7 acertos6 acertos5 acertos4 acertos3 acertos

No de ganhadores02260404933465

200.000,0020.000,0010.000,00

8.000,006.000,00

Valor do prêmio (R$)

Time do coração No de ganhadores Valor do prêmio (R$)BANGU/RJ 5873 2,00

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Você deve ter notado que o prêmio ficou acumulado, pois não houve nenhum ganhador, porém 5.873 pessoas acertaram o time do coração: Bangu-RJ. Imagine que você seja uma dessas pessoas. O que você faria com o prêmio?

Para casa

1. A seguir, você tem o nome dos jogos mais comuns, aqueles em que as pessoas mais apostam nas casas lotéricas de todo o

país. Leia o nome deles. Depois, responda: quais têm numerais no nome?

QUINAQUINA

DUPLA SENADUPLA SENA INSTANTÂNEAINSTANTÂNEA

MEGA SENAMEGA SENA LOTECALOTECA

TIMEMANIATIMEMANIA

LOTOFÁCILLOTOFÁCIL

LOTOMANIALOTOMANIA LOTOGOLLOTOGOL

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2. Observe atentamente as tabelas dos jogos do Campeonato Brasileiro.Time 1

Critério

Gols

Gols sofridos

Finalizações

Assistências

Roubadas de bola

Passes errados

Faltas cometidas

Faltas sofridas

Cartões amarelos

Cartões vermelhos

Impedimentos

Total

66

36

484

47

593

1.326

720

653

87

4

105

1.74

0.95

12.74

1.24

15.61

34.89

18.95

17.18

2.35

0.11

2.76

2o

19o

1o

1o

2o

3o

11o

17o

18o

18o

6o

Média Posição

Estatísticas no BrasileirãoCampanha

38 jogos21 vitórias, 12 empates, 5 derrotas

1 derrota4 empates14 vitórias

19 jogos comomandante

4 derrotas8 empates7 vitórias

19 jogos comoconvidado

1° lugar (75 pontos)

Time 2

Critério

Gols

Gols sofridos

Finalizações

Assistências

Roubadas de bola

Passes errados

Faltas cometidas

Faltas sofridas

Cartões amarelos

Cartões vermelhos

Impedimentos

Total

56

72

364

33

454

1.325

654

750

95

9

81

1.47

1.89

9.58

0.87

11.95

34.87

17.21

19.74

2.50

0.24

2.13

6o

2o

18o

11o

20o

4o

16o

5o

14o

4o

14o

Média Posição

Estatísticas no BrasileirãoCampanha

38 jogos11 vitórias, 7 empates, 20 derrotas

8 derrotas4 empates7 vitórias

19 jogos comomandante

12 derrotas3 empates4 vitórias

19 jogos comoconvidado

18o lugar (40 pontos)

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a) Qual dos dois times fez mais gols? Quantos gols fez?

b) Os times 1 e 2 jogaram a mesma quantidade de jogos? Quantos foram os jogos?

c) Qual dos times cometeu mais faltas? Quantas foram?

d) Quantas vitórias obteve o time 1?

e) Quantos empates obteve o time 2?

f) Qual a posição do time 1 em relação aos gols sofridos?

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g) Qual a posição do time 2 em relação às “roubadas” de bola?

h) Qual dos times errou mais passes? Quantos foram?

Para finalizar

O que aprendi no capítulo 5? Assinalar

Conheço os numerais.

Reconheço a descrição como recurso da narração.

Sei ler e comparar tabelas.

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Uma rua como aquelaPortuguês 6C

apítu

lo

Para começar

Neste capítulo, reconhecerei a descrição na construção do espaço e da personagem e aprenderei como usar artigos e adjetivos nas minhas descrições.

Antigamente, muitas crianças brincavam na rua e existiam muitas brin-cadeiras, como “mamãe da rua”, “queimada”, “pique-esconde”, que eram realizadas nesse local.

Há uma cantiga que lembra o desejo de querer uma rua ideal.Leia-a:

Se esta rua,Se esta rua fosse minha…Eu mandava,Eu mandava ladrilhar,Com pedrinhas,Com pedrinhas de brilhante,Para o meu,Para o meu amor passar.

Nesta rua,Nesta rua tem um bosque…Que se chamaQue se chama Solidão,Dentro dele,Dentro dele mora um anjo,Que roubouQue roubou meu coração.

Se roubei,Se roubei teu coração…É porque,É porque te quero bem,Se roubei,Se roubei teu coração,Tu roubaste,Tu roubaste o meu também.

Cantiga de roda popular

Se esta rua fosse minha…, ela seria como cada um quisesse. Vamos co-nhecer “Minha rua, meu mundinho”.

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Minha rua, meu mundinho

Dizem que minha rua vai de um lado a outro da cidade. Que nada! Para mim, ela é do tamanho de um quarteirão. E nesse mundinho acontece cada coisa…

Nossa rua é a mais divertida de todas, fazemos cada brincadeira legal! Pique-esconde. Pega-pega. Amarelinha. Salada de frutas. Mímica. Carao-quê. Games. Bolinha de gude. Sempre brincamos até um adulto chamar:

— Hora de dormir, molecada! Quem disse que queremos dormir? Ninguém quer voltar para casa, mas não

tem jeito: todos vão embora. Ah, tudo bem! Sempre nos reunimos de novo. No fundo, bem no fundo, é bom dormir cedo, porque descansamos o

corpo para nossos esportes. Tudo é des-culpa para pedaladas: comprar pão, fazer tarefa na casa do amigo, dar recado para o vizinho. Gostamos muito de subir na rampa da garagem do Beto. Ufa! Haja energia! É emocionante. Só precisa de cuidado para não cair da bike! Os outros meninos gos-tam mais do futebol no meio da rua, com traves improvisadas e bola murcha. O cha-to é que toda hora aparece carro para es-tragar a nossa brincadeira. Por isso, acho as pedaladas mais divertidas do que nos-

sos jogos, mas sou o único a pensar assim, pois os moleques adoram nosso futebolzinho.

Também fazemos brincadeiras arrepiantes! Nas noites de lua cheia, eu, o Lélio, o Rodrigo e a espertinha da minha irmã gostamos de armar um plano assustador. Nossa arte é feita com a casca de abóbora, que fica enfeitada com recortes em forma de olhos grandes, nariz pontudo, boca aberta e vela acesa como se fosse recheio. Com essa caveira, assustamos os desavisados que passam em frente ao “beco do medo”, um cantinho es-curo, abafado, com cheiro de mofo, localizado entre duas casas. É o local do friozinho na barriga!

Minha mãe fica brava, ela não entende esse jeito de diversão. E isso é culpa da dona Lídia, a vítima preferida da criançada. Ela fez fofoca para mamãe, você acredita? É outra que não entende criança. Ficou brava como uma onça e minha mãe, tão nervosa quanto a dona Lídia, resolveu dar uma bronca daquelas:

27

— Nada dessas brincadeiras de mau gosto, menino! E ainda leva sua irmãzinha! Desse jeito, não deixo brincadeira nenhuma!

E blá blá blá blá blá blá! Ainda tive que escutar um desaforo demorado porque mãe, quando começa a falar, não para mais. É assim com você? Minha irmã, a Michele, vive atrás de mim, não me deixa sozinho um minuto e agora sou eu que levo bronca. Isso não é justo, pois a belezinha também adora fazer caveiras…

Como diz minha avó, tem dia da caça e dia do caçador. Falo isso por causa do seu Arquimedes, o homem mais esquisito da rua. Ele mora sozinho naque-le casarão escuro, cheio de gatos, com paredes trincadas e teias de aranha espalhadas na varanda. Dizem que ele não gasta com reforma porque tem um escorpião no bolso. Além disso, parece adivinhar pensamentos com aquele olhar parado. Credo! Ele tem cada mania sinistra: esfregar os paralelepípedos da rua com água e sabão, resmungar em outra língua, usar blusa de frio todos os dias, não receber visitas, colocar esterco nas várias árvores do quarteirão e por aí vai…

KA

MA

GA

/ D

RE

AM

ST

IME

.CO

M

Um dia, fomos espiar o casarão e ouvimos vozes, como se houvesse mais pessoas lá dentro. Tentamos ouvir a conversa, porém o medo não deixou. Saímos correndo assustados.

— Bobinho, é o som da televisão. — diz vovó.Será que vovó está certa ou só inventou essa história de televisão para

me acalmar? Não quero acreditar que na minha rua querida tem uma casa mal-assombrada. Minha rua é o meu mundinho.

28

Para continuar

Conversa sobre o texto

1. O narrador nos diz que a rua onde mora é divertida. Quais informações sobre ela confirmam isso?

2. É possível saber se há movimento de carros na rua? Como?

3. As crianças escolhem noites de lua cheia para a brincadeira com cavei-ras. Por que elas escolhem esse tipo de noite?

4. O “beco do medo” é o local do “friozinho na barriga”, como diz o narra-dor. O que há nesse local para que ele seja descrito dessa forma?

5. Em alguns momentos do texto, o narrador conversa com o leitor. Copie essas passagens.

29

6. Onomatopeias são palavras que imitam sons. Há onomatopeias no texto? Em caso positivo, transcreva-as e explique o que elas representam.

7. O narrador fala de seu Arquimedes: “Ele não gasta com reforma por-que “tem um escorpião no bolso”. Essa expressão significa que seu Arquimedes é:

( ) avarento.

( ) maldoso.

( ) gastão.

8. “Falo isso por causa do seu Arquimedes, o homem mais esquisito da rua.” Quais são os dados fornecidos pelo narrador que nos mostram essa característica da personagem?

9. Ao descrever seu Arquimedes, o narrador oferece informações sobre elementos presentes na rua. Quais são eles?

30

10. Em boa parte do texto, a linguagem utilizada pelo narrador é coloquial, descontraída. Veja algumas expressões coloquiais: “bike”, “legal”, “mundi-nho”, “futebolzinho”, “sinistra”, “e por aí vai”. Para você, por que o narrador usa esse tipo de palavras?

11. Desenhe o casarão onde mora seu Arquimedes.

31

Para continuar

O texto em contextoOs casarões abandonados ou malcuidados sempre inspiraram a

imaginação das pessoas. Veja a foto de um antigo casarão:

NS

ON

IC/D

RE

AM

ST

IME

.CO

M

Essa figura pode representar, para muitas pessoas, um ótimo cenário para um filme de terror.

Na história que você acaba de ler, algumas crianças da rua ficam ame-drontadas com um casarão, que consideram assustador.

É a casa de seu Arquimedes, um homem considerado esquisito e avarento. A figura de um velho interesseiro e avarento também está presente na cole-ção Desventuras em série, composta por 13 livros que trazem as desventuras vividas por três adoráveis e azarados órfãos. Essa série deu origem ao filme, sobre o qual leremos um pouco a seguir:

Desventuras em série

Após seus pais morrerem, três irmãos passam a morar com um ganancio-so tio, que deseja tomar a fortuna que eles receberam como herança. Diri-gido por Brad Silberling, com Jim Carrey, Meryl Streep, Jude Law e Timothy Spall no elenco. Vencedor do Oscar de melhor maquiagem.

32

Sinopse

Klaus (Liam Aiken), Violet (Emily Browning) e Sunny (Kara Hoffman e Shelby Hoffman) são três irmãos que repentinamente recebem a notícia de que seus pais morreram em um incêndio. Como são menores de idade, eles não podem ainda herdar a fortuna de seus pais, o que apenas ocor-rerá quando Violet, a mais velha, completar 18 anos. O trio passa, então, a morar com o conde Olaf (Jim Carrey), um parente distante bastante ga-nancioso, que deseja tomar a fortuna das crianças para si. Para atingir sua meta, Olaf não medirá consequências.

1. O que significa a palavra “desventura”, do título? Consulte um dicionário.

2. Observe um pôster e a imagem de uma cena do filme:

PH

OTO

12/A

FP

PH

OTO

12/A

FP

a) Comparando as duas imagens, qual delas você considera como mais assustadora?

33

b) Nas duas imagens, o que indica que conde Olaf é um vilão?

Para continuar

A língua em contexto

No texto que lemos neste capítulo, temos muitas comparações:

Nossa rua é a mais divertida de todas.

A palavra “mais” compara uma rua com todas as outras.Vejamos outros exemplos:

Acho as pedaladas mais divertidas do que nossas partidas.

A expressão “mais do que” está comparando as “pedaladas” aos jogos de futebol.

Ficou brava como uma onça.

Nessa frase, podemos perceber que a mulher ficou tão brava que se pare-ce com uma onça, animal feroz.

E minha mãe, tão nervosa quanto a dona Lídia, resolveu dar uma bronca daquelas.

Nessa frase, a mãe do narrador e a mulher são nervosas de forma pareci-da, proporcional.

Observe que, nos trechos acima, são usados adjetivos para fazer a com-paração:

Na primeira frase, temos o adjetivo “divertidas”.Na segunda frase, temos o adjetivo “brava”.Na terceira frase, temos o adjetivo “nervosa”.

Além dos adjetivos para completar a descrição, foram usadas palavras de ligação:

34

… tão quanto, como.

Essas palavras de ligação ajudam a dar o sentido que queremos a um tex-to, reunindo, ligando e acrescentando informações aos adjetivos, como nos três exemplos.

Outras palavras também ajudam a fazer a descrição – são os artigos:

o, os, a, asum, uns, uma, umas

Leia novamente como os artigos apareceram nas três frases do nosso exemplo:

Acho as pedaladas mais divertidas do que nossas partidas.Ficou brava como uma onça.Resolveu dar uma bronca daquelas.

Usamos os artigos o, os, a, as para deixar mais claro, mais exato o que queremos dizer. Já os artigos um, uns, uma, umas são usados para explicar de maneira geral o que queremos.

Observe o artigo em destaque no exemplo a seguir:

Seu Arquimedes, o homem mais esquisito da rua.

Agora é sua vez! Leia as frases a seguir e grife os adjetivos:

1. “Ele mora sozinho naquele casarão escuro, cheio de gatos, com paredes trincadas e teias de aranha espalhadas na varanda.”

2. “Os meninos gostam mais do futebol no meio da rua, com traves impro-visadas e bolas murchas.”

3. “Fazemos cada brincadeira legal!”

Para continuar

Produção de textoNo texto “Minha rua, meu mundinho”, para criar a rua e todas as persona-

gens que nela vivem, foi preciso usar a descrição para que o leitor conhecesse as características do local e de algumas personagens.

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A construção do espaço da história é importante para que as personagens sejam colocadas em ação, por exemplo: os meninos só acharam que o casa-rão era mal-assombrado porque foram até lá e ouviram conversas conside-radas “suspeitas”. Havia um casarão na rua e seu morador era considerado “esquisito”.

Se é preciso construir o espaço da história, é necessário conhecer as per-sonagens que atuam nesse espaço, quem são, como são. Vejamos um tre-cho do texto:

Como diz minha avó, tem dia da caça e dia do caçador. Falo isso por causa do seu Arquimedes, o homem mais esquisito da rua. Ele mora so-zinho naquele casarão escuro, cheio de gatos, com paredes trincadas e teias de aranha espalhadas na varanda. Dizem que ele não gasta com reforma porque tem um escorpião no bolso. Além disso, parece adivi-nhar pensamentos com aquele olhar parado. Credo! Ele tem cada ma-nia sinistra: esfregar os paralelepípedos da rua com água e sabão, res-mungar em outra língua, usar blusa de frio todos os dias, não receber visitas, colocar esterco nas várias árvores do quarteirão e por aí vai…

Em um determinado trecho da história, o narrador também diz que o velho tem “um escorpião no bolso”. Provavelmente, ele tentou descrever uma ca-racterística: avareza.

Você consegue imaginar mais detalhes dessa personagem?

1. Complete a descrição de seu Arquimedes, observando como a perso-nagem foi construída. Como seria a voz do homem avarento? Será que algu-mas das crianças conseguiram descobrir se a casa era mal-assombrada? E os cabelos dele, como seriam? Que outras manias esquisitas ele teria?

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2. Agora é a vez de você falar sobre a sua rua. Como ela é? Há espaço para brincar? Registre, a seguir, a história da sua rua e das pessoas que nela vivem.

Para casa

Agora, leia com atenção a descrição das crianças Baudelai-re, que são as personagens dos livros e do filme Desventuras em série.

Violet Baudelaire tem catorze anos e é uma das maiores inventoras do seu tempo. As engrenagens e alavancas de seu cérebro funcionam a todo vapor.

Klaus Baudelaire, o irmão do meio, usa óculos, o que pode dar a impres-são de que seja mais amante dos livros. Impressão absolutamente correta. Ele emprega todo o seu conhecimento em decifrar os planos do pérfido con-de Olaf.

Sunny Baudelaire, a mais nova dos três, é ainda um bebê. Seus quatro afiados dentes entram em ação na primeira oportunidade.

E este é o arqui-inimigo dos irmãos Baudelaire: o conde Olaf. Homem re-voltante, gosmento, pérfido, sobre ele é melhor dizer o menos possível.

Pérfido: desleal, traidor, enganador.Arqui-inimigo: maior inimigo, arquirrival, muitas vezes o vilão.

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Agora, responda:

1. Violet é uma inventora. Foi usada alguma expressão para compará-la a outros inventores?

2. Que expressões foram usadas para descrever Klaus?

3. Sunny é o bebê da família Baudelaire. Que grupo de palavras foi usado para explicar isso?

4. Que adjetivos foram usados para descrever o conde Olaf?

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5. Leia os títulos dos livros da coleção Desventuras em série do autor Lemony Snicket:

A cidade sinistra dos corvosO elevador ErsatzO escorregador de geloO espetáculo carnívoroO fimA gruta gorgôneaO hospital hostilInferno no colégio interno

O lago dos sanguessugas Lemony Snicket: autobiografia não autorizadaMau começoO penúltimo perigoA sala dos répteisSerraria baixo-astral

Circule os adjetivos que aparecem nos títulos.

6. Qual dos títulos você acha que é o primeiro livro da série? E o último?

7. Alguns livros têm “artigos” (o, a) no título. Observando a lista, tente concluir: os artigos não entram na ordem alfabética? Por que você acha que isso acontece?

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8. A lista está em ordem alfabética?

Para finalizar

O que aprendi no capítulo 6? Assinalar

Reconheço a descrição na construção do espaço.

Reconheço a descrição na construção da personagem.

Identifico a relação do espaço com a personagem.

Identifico os adjetivos e os artigos nas comparações.

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RetratosPortuguês 7C

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Para começar

Neste capítulo, reconhecerei o uso e a ausência dos arti-gos, bem como as comparações em uma descrição.

A fotografia registra momentos e fatos marcantes na vida das pessoas. Ao fotografar um acontecimento, deseja-se eternizá-lo para que as emoções da-quele momento sejam revisitadas cada vez que se olhar para a imagem.

Muitas pessoas têm o hábito de fotografar todo e qualquer acontecimento – o nascimento de um filho ou uma bonita flor em um canteiro da cidade.

Algumas colocam as fotos em álbuns e tentam traduzir em palavras aquele momento, outras as disponibilizam nos sites de relacionamento da Internet, e outras apenas jogam as fotos em uma gaveta e só as “reencontram” em um dia de arrumação.

Seja como for, aquele momento ficou “congelado” na imagem.Agora, conheceremos retratos com imagens de uma família.

Álbum de família

A vovó

Vovó é uma mulher boa, sempre preocupada conosco. “Menino, vá tomar banho”, “Moleque, seu quarto está desarrumado”, “Olha o dever de casa, não vai fazer?”. Fecho a cara, ela diz: “Só quero o seu bem, meu filho”.

Vovó é religiosa, temente a Deus. Sempre pede pelos seus familiares nas suas orações. Ela gosta muito de ler também. Arruma seus ócu-los, senta-se na poltrona de leitu-ra e nela passa horas e horas. Seu pensamento acomoda-se no livro, de onde seus olhos não saem. São as histórias que a prendem tanto?

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Vovó, senhora vaidosa. Ela se arruma toda, mesmo se não for sair de casa. Em qualquer situação, ajeita os cabelos brancos e curtos e veste uma roupa alinhada.

Gosto quando ela faz bolo de chocolate. Hum, dá até água na boca! Vovô também gosta desse quitute, porque sempre pede uns pedaços dele no café da tarde. Já vovó come feito passarinho, nunca vi igual. Nesse ponto, não puxei para ela!

O vovô

Vovô é o homem mais alto da nossa família. Será que vou ficar do tamanho dele? Eu bem que queria! Quem não o conhece, fica impressionado com a expressão séria do seu rosto, com seu jeito concentrado, calado. Ele é de pou-cas palavras mesmo, mas tem um coração de manteiga.

Vovô é o farmacêutico mais fa-moso e antigo da cidade. Dedi-cado aos seus pacientes, vai até a casa deles quando necessário. Seu jeito impõe respeito, fico or-gulhoso disso.

Vovó sempre o espera para as refeições. Depois do almoço, ele dorme um pouquinho. Faz a sesta, como costuma dizer. O Sol a pino e vovô dormindo! Ah, mas isso pare-

ce ser bom, ele volta ao trabalho tão disposto! Ele me ensina os truques do dominó, do futebol de botão, do xadrez.

Estou ficando bom nisso, igual a ele…

O netinho

Na minha família, sou o neto mais novo. É bom ser o caçula, pois ganho uns agradinhos. Mas, às vezes, fico chateado, porque todo mundo fica de olho em mim: se já fiz a lição, se já tomei banho, isso e aquilo. Será que um dia essas perguntas receberão férias?

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Papai trabalha na farmácia do vovô. Será que meu futuro também mora lá? Não sei ainda se quero ser farmacêu-tico, não gosto de injeção… Ah, mas ainda tenho tempo para decidir minha carreira!

Mamãe dá aulas de piano. Por isso, na minha casa sempre há pessoas diferentes: grandes, miúdas, simpáti-cas, quietas. Meus ouvidos reclamam quando aparecem as desafinadas! Que alívio ver o fim da aula! Ufa!

Sempre espero o fim de semana chegar: é hora de jogar uma pela-dinha com meus amigos de escola. Sou goleiro e, por que não dizer, um bom goleiro! Vovô fica todo orgulhoso ao me ver jogar…

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Para continuar

Conversa sobre o texto

1. Você deve ter observado que, durante o texto, há palavras que parecem ser pequenos títulos. Por que elas aparecem?

2. Quais informações temos nos textos após cada foto?

3. Ao lermos sobre a avó e o avô, podemos perceber que o narrador com-para os dois. Qual é essa comparação?

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4. Além das características físicas da avó, que outras informações ficamos conhecendo?

5. Na frase “Já vovó come feito passarinho”, por que a avó é comparada a essa ave?

6. “Estou ficando bom nisso, igual a ele…” Ao usar a palavra “igual”, o nar-rador faz uma comparação?

7. “Vovó sempre o espera para as refeições.” Na família do narrador, o avô e a avó fazem juntos as refeições. Atualmente, isso é comum?

8. Ao longo dos textos sobre o avô e a avó, podemos encontrar caracterís-ticas do narrador. Transcreva trechos que confirmam essa afirmação.

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9. “Mas, às vezes, fico chateado, porque todo mundo fica de olho em mim: se já fiz a lição, se já tomei banho, isso e aquilo. Será que um dia essas per-guntas receberão férias?” O que você entende da expressão em destaque?

10. “Ele é de poucas palavras mesmo, mas tem um coração de manteiga.” O que é ter um coração de manteiga?

( ) Emocionar-se facilmente.( ) Ser medroso.( ) Ser tímido.

Para continuar

O texto em contextoA primeira fotografia data de 1826. Antes disso, algumas famílias contratavam

pintores para retratarem suas casas e suas famílias. Vejamos um exemplo:D

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Um funcionário do governo sai a passeio com a família, obra de Jean Baptiste Debret.

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Nessa representação de um simples passeio, é possível observar como era a família. O pai, à frente, conduz todo o grupo, e os escravos – sempre descalços – ficam no final da fila. Jean Baptiste Debret foi um pintor e dese-nhista francês que veio, em 1816, ao Brasil e retratou a vida do país, mostran-do detalhes da família e da sociedade da época.

Agora, conheceremos a obra A família, de Tarsila do Amaral:

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A família, obra de Tarsila do Amaral (1925).

Observe que a obra é de 1925, pouco mais de um século depois da chegada de Debret ao Brasil. Veja que a imagem da família não é mais em fila, animais se agrupam entre as pessoas como se estivessem posando para uma foto.

1. Há uma grande diferença entre as cores utilizadas por Tarsila e por De-bret na composição das obras. Em que consiste essa diferença?

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2. Por que as cores de Debret não parecem tão vivas quanto as de Tarsila?

3. Ao observarmos as duas famílias retratadas, os pais parecem ocupar a mesma posição em cada uma delas?

4. Quem está no centro na obra de Tarsila do Amaral? O que isso de-monstra?

5. As crianças das duas pinturas são retratadas da mesma forma? Quais as diferenças?

6. Por que você acha que Tarsila do Amaral incluiu também animais na sua obra?

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Para continuar

A língua em contexto

Você deve ter observado que, para compor cada retrato em palavras, o narrador utilizou muitos adjetivos para cada personagem apresentada:

A avó tem cabelos brancos e curtos.O avô é alto, dedicado e concentrado.

Agora, observe o quadro a seguir:

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Família, obra de Lasar Segall (1922).

1. É possível identificar quantas pessoas compõem essa família?

2. Escreva uma frase para cada integrante dessa família usando adjetivos.

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Além dos adjetivos, a comparação também é utilizada para falar dos mem-bros da família:

Já vovó come feito passarinho.Vovô é o homem mais alto da nossa família.Depois de casada, sua vida não é tão simples como a da avó.Um primo é o mais levado de todos.

Como vimos no capítulo anterior, essas comparações são feitas também com o uso de artigos. Nesses retratos, ao falar de cada personagem, o nar-rador coloca antes deles o artigo “a” vovó, “o” vovô.

Por que será que essas palavras foram usadas?Para mostrar que são pessoas conhecidas do narrador, ou seja, pessoas

definidas. Para isso usou os artigos definidos. Veja o trecho a seguir:

Na minha família, sou o neto mais novo. Por um lado, é bom ser o ca-çula, porque ganho uns agradinhos extras. Mas, às vezes, fico chateado, porque todo mundo fica de olho em mim: se já fiz a lição, se já tomei banho, isso e aquilo. Será que um dia essas perguntas receberão férias?

O narrador é diferente dos outros netos, pois é o mais novo, o caçula. Para defini-lo desse modo, há o artigo definido “o”, que o diferencia dos demais netos, particularizando-o.

Observe a expressão “uns agradinhos”: não estão definidos quais agrados são esses. Portanto, usa-se o artigo indefinido “uns”, que generaliza o sen-tido de “agradinhos”. O mesmo ocorre com “um dia”: não há definição de qual dia.

Assim, vemos que usar o artigo o/a ou um/uma traz alteração de sentido.

Para continuar

Produção de textoVocê notou que, neste capítulo e no anterior, mostramos que a descrição é

uma fotografia feita com palavras.Ao guardar as fotografias, nem todas as pessoas possuem o hábito de re-

gistrar de forma escrita aquele momento.No texto Álbum de retratos, o narrador juntou as fotos e criou para elas um

texto que nos conta como são as pessoas da família.

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A seguir, apresentamos uma foto de outra família, mas agora é você quem vai escrever as histórias de cada integrante dela. Vamos lá?

Lembre-se de que você pode usar nomes se desejar. Neste capítulo, vimos que o narrador preferiu apenas dizer: a vovó, o vovô, o netinho, ou seja, não nomeou as personagens, apresentou somente suas características.

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Para casa

Leia o texto a seguir para depois responder às questões:

Kit Família Brasileira Fortalecida

O kit Família Brasileira Fortalecida contém cinco álbuns que explicam os cuidados necessários para as crianças desde a gestação até os 6 anos de idade, período de vida determinante para o desenvolvimento integral de meninas e meninos.

Pré-natal, parto e pós-parto

No Brasil, muitas mulheres morrem devido a complicações na gravidez, no parto e no pós-parto que, na maioria das vezes, poderiam ter sido evi-tadas. Neste primeiro álbum, encontram-se informações importantes que visam a fortalecer as famílias que estão esperando um bebê e proteger as gestantes.

Gestante e bebê têm direito ao pré-natal: exames, seis consultas, no mínimo, e orientações gratuitas.

O primeiro mês de vida

Os primeiros dez dias de vida merecem atenção especial porque é nes-sa fase que os bebês correm maior risco de adoecer e morrer. O segundo álbum contém informações importantes para fortalecer as famílias que têm crianças recém-nascidas.

As vacinas protegem as crianças de diversas doenças graves. O leite materno é o melhor alimento e protege o bebê.

A criança, do 2o ao 12o mês

No ambiente familiar, a criança aprende a se relacionar com as pessoas, os objetos e o mundo que a cerca. O terceiro álbum contém informações importantes sobre como se desenvolvem os bebês entre 2 e 12 meses de idade e quais são suas necessidades e interesses.

A família é responsável pela vida e pelo desenvolvimento de suas crian-ças, com o apoio da comunidade e do governo.

Disponível em: <www.unicef.org.br/brazil/pt/resources_10178.htm>(Acesso em: 02 fev. 2011)

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1. No título do texto há adjetivos? Quais são eles?

2. De acordo com o texto, qual é a fase mais importante nos cuidados de uma criança?

3. Quem é o maior responsável pelos cuidados de uma criança?

4. Essa responsabilidade é só da família?

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5. No trecho “Os primeiros dez dias de vida merecem atenção especial porque é nessa fase que os bebês correm maior risco de adoecer e morrer”, há comparação?

6. Qual é a palavra que indica a comparação no trecho anterior?

Para finalizar

O que aprendi no capítulo 7? Assinalar

Reconheço o uso dos artigos.

Identifico a ausência de artigos.

Reconheço os artigos nas comparações.

Sei redigir uma descrição a partir de uma imagem.