sumário português frente 1 - bfsmedia.com.br _1o em tl1 p1.pdf · 299 capítulo 1 português:...

17
Português Frente 1 Capítulo 1: Português: História e Geografia de uma Língua 298 Capítulo 2: Texto informativo: alguém pode me informar o que é? 304 Capítulo 3: Acentuação gráfica: às vezes, pôr o acento não é tão dicil 308 Frente 2 Capítulo 1: Literatura e arte 314 Capítulo 2: Denotação e conotação – Figuras de linguagem 318 Capítulo 3: Introdução aos estudos do poema 332 Frente 3 Capítulo 1: Por que aprender redação? 342 Capítulo 2: Tipos de texto 348 Sumário

Upload: truongdan

Post on 11-Nov-2018

219 views

Category:

Documents


0 download

TRANSCRIPT

Português

Frente 1Capítulo 1: Português: História e Geografia de uma Língua 298

Capítulo 2: Texto informativo: alguém pode me informar o que é? 304

Capítulo 3: Acentuação gráfica: às vezes, pôr o acento não é tão difícil 308

Frente 2Capítulo 1: Literatura e arte 314

Capítulo 2: Denotação e conotação – Figuras de linguagem 318

Capítulo 3: Introdução aos estudos do poema 332

Frente 3Capítulo 1: Por que aprender redação? 342

Capítulo 2: Tipos de texto 348

Sumário

298

PORTUGUÊS

©

WIK

IME

DIA

| WIK

ICO

MM

ON

S

frente 1

Português: História e Geografi a de uma Língua

299

Português: História e Geografi a de uma LínguaCapítulo 1

299299

1. Introdução

Neste ano, em Literatura, você estudará que os primeiros registros históricos em língua portuguesa de que se tem registro datam do fi nal do século XII, momento em que nossa língua ainda não se distin-guia do galego, idioma falado na província da Galícia (hoje parte da Espanha). Isso signifi ca que se você

procurar em todos os museus do mundo o texto mais antigo em nosso idioma, você encontrará uma cantiga medieval conhecida como “Ribeirinha” datada de 1189 (ou 1198), escrita em galego-português. Ela foi composta por Paio Soares de Taveirós e tem esse nome por ter sido dedicada a D. Maria Pais Ribeira, concubina de San-cho I de Portugal

No mundo non me sei parelha,mentre me for’ como me vai,ca ja moiro por vós - e ai!mia senhor branca e vermelha,Queredes que vos retraiaquando vos eu vi em saia!Mao dia me levantei,que vos enton non vi fea!

E, mia senhor, des aquel di’, ai!me foi a mi muin mal,e vós, fi lha de don PaaiMoniz, e ben vos semelhad’haver eu por vós guarvaia,pois eu, mia senhor, d’alfaiaNunca de vós ouve nem eivalía d’ũa correa.

Texto original

No mundo ninguém se assemelha a mimEnquanto a vida continuar como vai,Porque morro por vós e - ai! -Minha senhora alva e de pele rosadas,Quereis que vos retrateQuando eu vos vi sem manto.Maldito seja o dia em que me levanteiE então não vos vi feia!

E minha senhora, desde aquele dia, ai!Tudo me ocorreu muito mal!E a vós, fi lha de Dom PaioMoniz, parece-vos bemQue me presenteeis com uma guarvaia,Pois eu, minha senhora, como presente,Nunca de vós recebera algo,Mesmo que de ínfi mo valor.

Português moderno

Como você pode observar, o português falado e escrito atualmente é diferente daquele falado e escrito por gerações anteriores. Na realidade, nenhum idioma é o mesmo. Com o decorrer do tempo, a exemplo do que acon-tece com os seres vivos, a língua também sofre “evolução”. Entretanto, para compreendermos como se deu esse processo com o nosso idioma, é necessário entendermos alguns fatos históricos relacionados a ele.

300300

1.1. Do latim ao galego-português

Agora que você já sabe que os primeiros textos em galego-português (ou galaico-português) datam do século XII, precisaremos voltar um pouco mais no tempo para saber como nosso idioma evoluiu até esse estágio. Para isso, precisaremos entender alguns fatos históricos a ele relacionados.

1.2. O Império Romano na Península Ibérica

Você já deve ter ouvido falar que a língua portuguesa originou-se do latim, idioma falado pelos romanos, que chegaram à Península Ibérica (região atualmente compreendida por Portugal e Espanha) no ano 218 a.C. para expulsar os cartaginenses. Vitorioso, o Império Romano anexou a região conquistada. Com a consequente con-vivência com os dominadores nos tribunais, nos templos, na vida cotidiana, todos os povos da Península, exceto os bascos, viram-se forçados a aprender o latim. Veja um mapa da região no tempo do imperador Augusto:

300

LUSITANIA

TARRACONENSIS

BAETICA

Hispânia Citerior

Hispânia ulterior

Lucus Augusti

Iria Flavia

Bracara

Osca

Caesar AugustaTarraco

Barcino

Saguntum

Pompaelo

AsturicaClunia

Segovia

Toletum

Salmantica

Emerita AugustaOlisipo

Pax AugustaItalica

Hispalis

Gades

Corduba

Malaca

Cartago Nova

Gerunda

Mar Mediterrâneo

1.3. A evolução das línguas românicas

É importante ressaltar que o latim usado pelos povos conquistados limitava-se a uma língua falada, utilizada apenas pelo povo, geralmente comerciantes, viajan-tes, camponeses. Graças à falta de instrução de seus falantes, era um idioma muito rústico, com pouquíssimo cuidado vocabular, tão deselegante que era chamado latim vulgar. Os grandes escritores de Roma, como Horácio e Virgílio, falavam e escreviam o latim clássico.

Desde a invasão romana no século III a.C. até o século V d.C., o latim vulgar se tornou o idioma predominante em toda a Península Ibérica. Entre o século 7 e 2 a.C., a parte da Lusitânia situada ao norte do Douro, chamada à época Gallae-cia, acabou anexada à província terraconense. Cada província foi subdividida em determinados grupos de circunscrições judiciárias chamadas conventus. Se der-mos uma olhada mais cautelosa no mapa, perceberemos que o atual território da Galícia (Espanha) e de Portugal correspondem a quatro desses conventus. Conse-gue imaginar a pertinência disso? Trata-se da área em que se delineará o idioma galego-português.

Nos séculos VI e VII d.C., a invasão germânica trouxe à Península os vândalos, suecos e visigodos. Embora vitoriosos, sua infl uência linguística foi mínima: com a conquista, a unidade romana se rompeu, o que contribuiu para a manutenção do latim clássico como língua de cultura e o vulgar, a língua falada, diversifi cou-se ainda mais rapidamente.

Mais adiante, no século VIII, houve uma nova invasão à Península Ibérica: os muçulmanos, em 711 d.C., conquistaram-na. De religião islâmica, esse povo, for-mado basicamente por árabes e berberes do Maghreb, tinha o árabe como língua de cultura. Seu domínio contribuiu ainda mais para aumentar as diferenças idiomáticas nas diversas regiões dominadas.

Área primitiva do galego-português

Porto

Coimbra

DouroMondego

1064

1147

1168

SantarémTejo

Évora

GuadianaLISBOA

Faro (1249)

0 50 km1.4. A Reconquista e a ofi cialização da língua portuguesa

A reconquista cristã da Península Ibérica partiu do Norte. Gradativamente, os mouros, forma como os povos ibéricos se referiam aos muçulmanos, foram expulsos para o sul. Em torno do ano 1000 d.C., a Espanha muçulmana ainda dominava os inimigos cristãos; o bem-sucedido califado de Córdova havia destruído Compostela, mas, no início do século XI, os cristãos investiram com sucesso contra o inimigo. Coimbra foi reconquistada em 1064. Santarém e Lis-boa, em 1147. Com o sucesso dessa guerra, conhe-cida como Reconquista, D. Afonso VI, rei de Leão e Castela, concedeu a mão de sua fi lha D. Teresa ao nobre francês D. Henrique de Borgonha em casamento. A união daria ao nobre francês o importante território da parte ocidental da península chamado Condado Portucalense. Após a morte de D. Henrique e sucessivos confl itos, Portugal conquistou sua indepen-dência e instituiu o português como o idioma ofi cial do novo reino, ainda no século XI. Veja como o mapa a seguir demonstra a área em que se falava o galego-português no período da Reconquista.

302

1.5. Quem fala o português moderno?

Como você pôde constatar, do latim vulgar ao português moderno, o idioma de Portugal sofreu uma série de influências históricas e geográficas. No século XVI, durante as Grandes Navegações, fase áurea do reino português, a língua de Camões cruzou terras e mares para ser, dessa vez, o idioma do conquistador, apresentando-se em papel semelhante ao que ocorreu com a invasão romana à Península Ibé-rica. Dessa vez, os conquistados, as colônias na África, Ásia e América teriam de aprender a língua portuguesa e, consequentemente, sujeitá-la a novos processos de evolução, os quais percebemos, atualmente, quando nos deparamos com dis-cursos nas tão “variadas línguas portuguesas” faladas mundo afora por brasilei-ros, angolanos, timorenses e tantos outros povos conquistados pelos descenden-tes dos falantes do latim vulgar.

BRASIL ANGOLA

GUINÉ EQUATORIALSÃO TOMÉ E PRÍNCIPE

MOÇAMBIQUE

MACAU

TIMOR-LESTE

PORTUGAL

CABO VERDEGUINÉ-BISSAU

País Área População % total de falantes- 10 740 678 243 351 318 100%

Brasil 8 510 767 049 192 376 773 78,58% Moçambique 801 590 21 397 000 8,85% Angola 1 246 700 15 941 000 6,59% Portugal 92 090 10 848 692 4,48% Guiné-Bissau 36 544 1 586 000 0,66% Timor-Leste 14 874 947 000 0,39% Guiné Equatorial 28 051 676 000 0,28% Cabo Verde 4 033 420 979 0,17% São Tomé e Príncipe 1 001 157 000 0,06% Macau 28,6 538 000 0,22%

a)

303

Anotações

304

PORTUGUÊSfrente 1

Texto informativo: alguém pode me informar o que é?

305

Texto informativo: alguém pode me informar o que é?Capítulo 2

305

1. O que são textos informativos?

É muito comum acharmos que os textos informativos são simplesmente aqueles que “informam” ideias e fatos. Realmente, todo texto que explica, relata, analisa e exemplifi ca ideias e fato se classifi ca como informativo.

Entretanto, alguns textos podem, além de expor e informar ideias e fatos, fazer injunções, ou seja, imposições. Assim, consideramos também informativos aque-les que ensinam como realizar uma ação, como os manuais de instrução, por exemplo.

Os documentos sobre o balcão são exemplos de textos informativos.

306306306306306

Devem ser textos neutros: a opinião ou ponto de vista de quem os escreve não deve estar, mesmo que de modo implícito, presente neles.• Um redator de notícias não pode inventar informações; do mesmo modo, um redator de texto enciclopédico também não pode divul-gar informações inconsistentes e que fujam da realidade.• Alguns textos informativos podem apre-sentar linguagem simples, porém adequada à norma padrão.• Possuem certa organização: introdução (em que se estabeleça o propósito do texto ou haja alguma defi nição, dados e questões de inte-resse do público-alvo), desenvolvimento (defi ni-ção e exposição das informações) e conclusão, a qual pode focar os pontos mais importantes do assunto, ou resumir as informações elencadas no desenvolvimento.• Podem apresentar verbos no imperativo ou infi nitivo, quando se tratar de manuais de instru-ção, receitas e outros de natureza injuntiva.

© CRÉDITO DA IMAGEM

São exemplos de textos informativos os textos jornalísticos como as reportagens, alguns artigos (desde que não apresentem defesa de tese – particularidade dos textos argumentativos) e previsões do tempo. Também são considerados informativos as receitas, manuais de instrução, textos enciclopédicos, textos de divulgação científi ca, leis e outros.

Receitas também são consideradas textos informativos

Manuais de instrução também são consideradas textos informativos.

©

ALM

INA

ITE

| DR

EA

MST

IME

.CO

M

Também são considerados textos informativos os textos enciclopédicos, textos de divulgação científi ca, leis e outros

©

CO

RN

ELI

US2

0 | D

RE

AM

STIM

E.C

OM

308

ACEN

TUAÇ

ÃO G

RÁFI

CA:

aS VEZES,

PoR OACENTONaO e

TãODIFiCIL

ODIFiCIL

ACEN

TUAÇ

ÃO G

RÁFI

CA:

PAC

ENTU

AÇÃO

GRÁ

FICA

:P

ACEN

TUAÇ

ÃO G

RÁFI

CA:

oPORTUGUÊSfrente 1

Acentuação gráfi ca: às vezes, pôr o acento não é tão difí cil

309

ACEN

TUAÇ

ÃO G

RÁFI

CA:

aS VEZES,

PoR OACENTONaO e

TãODIFiCIL

Acentuação gráfi ca: às vezes, pôr o acento não é tão difí cilCapítulo 3

309

1. A sílaba tônica infl uencia de alguma forma?

Você se lembra de que todas as palavras da nossa língua possuem uma sílaba forte, ou seja, uma sílaba tônica? É o que permite classifi carmos uma palavra como oxítona, paroxítona ou proparoxítona. Existe, sim, uma relação entre a sílaba tônica de uma palavra e sua acentuação gráfi ca.

1.1. Quais as regras gerais para a acentuação das oxítonas?

Acentuam-se as terminadas em (seguidas ou não de “s”):a (s): cajá, jacarandá, Jaçanã...e (s): através, dendê, café...o (s): cipó, avós, jiló...ens: parabéns, armazéns, conténs...em: refém, armazém, vintém...ditongos abertos:éi(s): papéiséu(s): chapéuói(s): herói, constrói

1.2. E se essa palavra for oxítona, mas monossilábica?

Acentuam-se as terminadas em (seguidas ou não de “s”):a(s): lá, já, dá (verbo), páe(s): três, mês, dê (verbo), vê (verbo)o(s): só, pó, mó, nó (cf. noz / de nozes)ditongos abertos:éi(s): géis (plural de gel)éu(s): céuói(s): dói

Oxítonas: Quando a última sílaba é

a tônica.

Monossilábica: Pala-vra com apenas

uma sílaba.

Observações

• Vale lembrar que as formas verbais monossilábicas tônicas ou oxítonas terminadas em -R-, -S- ou -Z-, quando seguidas de pronomes átonos o/a, os/as, perdem essas consoantes fi nais e os pronomes rece-bem -l-. Quando isso acontece, temos que usar as regras que você aca-bou de aprender:

dar + o = dá-lofez + o = fê-lopôs + o = pô-loencontrar + a = encontrá-ladesfez + a = desfê-lacompor + a = compô-la

• Não se esqueça de que o “i” e o “u” tôni-cos em fi nal de sílaba, quando antecedidos de outra vogal, devem ser acentuados:

Anhangabaú, Jaú, Itaú

309309309

Não se esqueça de que o “i” e o “u” tôni-cos em fi nal de sílaba, quando antecedidos

310310

1.3. Quais as regras gerais para a acentuação das paroxítonas?

Acentuam-se as paroxítonas terminadas em:ã(s): órfã, ímãs...ão(s): órgão, órfãos...i(s): júri, lápis...u(s): vírus, bônus on(s): próton(s), íon(s)um(uns): factótum, álbuns... r: âmbar, mártir, líder, revólver ...x: tórax, ônix...n: abdômen, hífen...l: fácil, útil...ps: bíceps, tríceps...ditongos crescentes: história, tênue, jóqueis, Vânia

1.4. Quais as regras gerais para a acentuação das proparoxítonas?

Todas as palavras proparoxítonas são acentuadas, sem exceção:

Paroxítonas: Quando a penúltima

sílaba é a tônica.

Proparoxítonas: Quando a antepenúl-tima sílaba é a tônica.

Sábado Trânsito Bêbado

Pálido Cólica Gélido

Você sabia que, de acordo com a reforma ortográfi ca, perdem o acento gráfi co os ditongos abertos represen-

tados por “éi” e “ói” da sílaba tônica das palavras paroxítonas?

Exemplos: assembleia, joia, ideia, epopeia, heroico, jiboia etc.

310

Você sabia que, de acordo com a reforma ortográfi ca, perdem o acento gráfi co os ditongos abertos represen-

tados por “éi” e “ói” da sílaba tônica das palavras paroxítonas?

Exemplos: assembleia, joia, ideia, epopeia, heroico, jiboia etc.

1.5. E os encontros vocálicos? Há alguma regra para a sua acentuação?

tui-ui-ú a-ta-ú-de

ba-úvi-ú-vo

he-ro-í-na

• estiverem acompanhadas de “s”:

sa-ís-te ba-la-ús-tre

Os encontros vocálicos são agru-pamentos de vogais e semivogais sem o intermédio de consoantes:

ditongo, tritongo e hiato.

1.5.1. Como acentuar os hiatos?

As letras “i” e “u” devem ser acentuadas quando:

• forem a 2ª vogal tônica após hiato:Pi-au-í

• estiverem sozinhas na sílaba:

Cuidado!

• O “i” e “u” não recebem acento quando segui-dos de “nh”, pois, neste caso, são nasais, como ocorre com “m” e “n”.

– ventoinha – tainha – Coimbra – caindo

• Também não recebem acento quando formam sílabas com outro fonema:

ca-irsa-iu ra-iz

• Quando dobramos essas vogais (“i” ou “u”), não é necessário acentuar grafi camente:

xi-i-tata-pi-i-ra

ba-la-ús-tre

” não recebem acento quando segui-”, pois, neste caso, são nasais, como

Quando dobramos essas vogais (“i” ou “u”),

1.5.2. Ditongos (encontro de vogais na mesma sílaba)

As regras de acentuação dos ditongos já foram observadas no item 1 (acentuação quanto à posição da sílaba tônica, subitens 1.1, 1.2 e 1.3).

312

1.6. Acento diferencial

Segundo o novo acordo ortográfi co, de 1990, o acento diferencial vai manter-se nos seguintes casos apenas:

Acentua-se... ... Para diferenciar os voábulosEles têm, eles vêm (plural) Ele tem, ele vem (simgular)

Pôr (verbo) Por (preposição)Pôde (pretérito) Pode (presente)

313

Anotações