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DIMAS JOSÉ FRANCISCO PORTAL UNIVERSITÁRIO: ferramenta pedagógica para o ensino presencial do Centro Universitário CESMAC UNIVERSIDADE CIDADE DE SÃO PAULO UNICID SÃO PAULO 2013

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DIMAS JOSÉ FRANCISCO

PORTAL UNIVERSITÁRIO: ferramenta pedagógica para o

ensino presencial do Centro Universitário CESMAC

UNIVERSIDADE CIDADE DE SÃO PAULO

UNICID

SÃO PAULO

2013

DIMAS JOSÉ FRANCISCO

PORTAL UNIVERSITÁRIO: ferramenta pedagógica para o

ensino presencial do Centro Universitário CESMAC

Dissertação apresentada como exigência parcial para a obtenção do título de Mestre em Educação junto à Universidade Cidade de São Paulo – UNICID sob orientação do Prof. Dr. Potiguara Acácio Pereira

UNIVERSIDADE CIDADE DE SÃO PAULO

SÃO PAULO

2013

Ficha elaborada pela Biblioteca Prof. Lúcio de Souza. UNICID F818p Francisco, Dimas José.

Portal Universitário: ferramenta pedagógica para o ensino presencial do Centro Universitário CESMAC. / Dimas José Francisco. --- São Paulo, 2013.

104 p.

Bibliografia Dissertação (Mestrado) – Universidade Cidade de

São Paulo – Orientador. Prof. Dr. Potiguara Acácio Pereira.

1. Ensino Superior. 2, Formação de professores. 3. Educação a distância. 4. Tecnologia da informação e comunicação. I. Titulo.

CDD 378.1

Dedico ao meu amor e a minha vida, minha esposa Joelma Gila, por demonstrar pelos seus atos que o afeto renasce, a cada dia, com maior intensidade.

Aos meus amados pais, José Francisco (In Memoriam) e Benedicta Maria (In Memoriam), que, mesmo sem vocês por perto estou fazendo o maior e o mais sincero agradecimento de minha vida.

Às minhas filhas Camila, Vitória e Paula Eduarda, fonte de inspiração e razão de viver.

AGRADECIMENTOS Primeiramente, àquele que me permitiu tudo isso, ao longo de toda a minha

vida, e, não somente nestes anos como mestrando, a você meu DEUS. Obrigado. Reconheço cada vez mais em todos os meus momentos, que você é o maior mestre, que um ser humano pode conhecer e reconhecer.

Mãe, obrigado por ter me ensinado a “pensar grande” e a ultrapassar os limites das nossas condições sociais. Pai, obrigado por ter me ensinado a ter perseverança e disciplina. Sem os teus exemplos eu não teria chegado ao final deste trabalho. Obrigado, por todas as vezes que acompanharam meus passos, minhas ansiedades e minhas pequenas vitórias; pelas emoções e lágrimas com as minhas conquistas, pelas preocupações e pela solidariedade nos momentos difíceis; pela compreensão das horas roubadas do convívio familiar em face da dedicação aos estudos; pela doação inteira e pelas muitas renúncias em favor de mim, seu filho. Vocês são mestres tanto quanto eu!

À Minha Família, filhas, irmãos, tias e em especial a minha esposa, que nos momentos de minha ausência dedicados ao estudo deste trabalho, sempre fizeram entender que o futuro, é feito a partir da constante dedicação no presente!

Aos meus amigos e amigas, minha segunda família, que fortaleceram os laços da igualdade, num ambiente fraterno e respeitoso.

Ao meu orientador, o Prof. Dr. Potiguara A. Pereira, gostaria de agradecer por reconhecer meu potencial e estimular meu desenvolvimento intelectual. Com ele aprendi não apenas questões relacionadas ao campo da pesquisa em educação, mas também a ser mais autônomo e autoconfiante.

À Profª. Ms. Cláudia Medeiros e a Profª. Dra. Enaura Quixabeira, pela paciência na espera de todo este conteúdo, pela contribuição para o meu desenvolvimento intelectual e pelo apoio no processo de elaboração deste trabalho.

Aos mestres da UNICID que direta ou indiretamente proporcionaram momentos de alegria e conhecimento profundo a ser levado por toda a vida.

A instituição na qual trabalho, Centro Universitário CESMAC, que em parceria com a UNICID, seu corpo de Direção e Administrativo, oportunizou a janela que hoje vislumbro um horizonte superior, eivado pela mais acendrada confiança no mérito e ética aqui presentes, levando a certeza de encontrar degraus, os quais galgarei passo a passo, ritmados e reforçados por aquilo que aprendi.

Enfim, agradeço com meu apreço pessoal ao Dr. João Rodrigues Sampaio Filho e ao Prof. Dr. Douglas Apratto em nome de quem estendo a todos aqueles que aqui não foram citados, mas que contribuíram, direta ou indiretamente, para o meu sucesso acadêmico.

“Feliz é aquele que transfere o que sabe e aprende o que ensina”

Cora Coralina

Resumo

Discute-se neste trabalho o emprego, pelos professores do Centro

Universitário CESMAC, da ferramenta pedagógica Portal Universitário em sua prática educativa. Esta pesquisa tem como objetivo principal compreender a relação entre as Tecnologias da Informação e Comunicação (TICs) e a contribuição efetiva à formação profissional docente. As TICs sociabilizam o saber coletivamente construído e democratizam as informações e os conhecimentos gerados pelo processo pedagógico. Também promovem a formulação de propostas modernas de ensino. A pesquisa se justifica a partir da realidade educacional desafiadora do século XXI e do interesse de compreender e avaliar a perspectiva inovadora da conjugação da educação presencial com a Educação a Distância (EaD), entendida como suporte tecnológico e pedagógico, utilizado para o aprimoramento da qualidade e produtividade do ensino regular presencial. Com o intuito de identificar as estratégias tecnológicas utilizadas como ferramenta pedagógica, o Portal Universitário agrega valor às atividades do ensino presencial e mostra de que maneira o CESMAC insere a ferramenta em sua prática pedagógica cotidiana e verifica o papel da tecnologia no aperfeiçoamento didático da Instituição de Ensino Superior (IES) presencial, e apresenta os índices de receptividade da ferramenta dentre os usuários. Para a realização deste estudo os procedimentos metodológicos se constituíram de Análise Documental centrada na literatura sobre o tema e investigação in loco da utilização da ferramenta. A construção do corpus teórico teve como principais referências Litto (1999), Kenski (2001, 2003 e 2008), Pereira (2007, 2008 e 2012), Mercado (2002, 2004 e 2009), Alves (1999), Porto (2005), Moran (1998, 2000 e 2004), Lévy (1999). Os resultados evidenciaram que o Portal Universitário, como ferramenta pedagógica, é um instrumento que enriquece a prática docente ao favorecer a dinamização das aulas, a criação de um espaço de interatividade com a descentralização da ação docente, o que possibilita aos alunos uma relação de independência e ampliação dos conhecimentos.

Palavras-chave: Ensino Superior – Formação de Professores – Educação a

Distância – Tecnologia da Informação e Comunicação – Portal Universitário

Abstract

It discusses in this study employment by the teachers Cesmac University Center, the Portal Universitário pedagogical tool in their educational practice. This search's main objective is to understand the relationships between the Information and Communication Technologies (ICTs) and effective contribution to vocational teaching. ICTs socialize knowledge collectively constructed and democratize information and knowledge generated by the pedagogical process. Also promote the formulation of proposals modern teaching. The choice of this research is justified from the educational reality defiant the XXI century and the interest to understand and evaluate the prospect's innovative conjugation of presence education with distance education, understood as technological and pedagogical support, used to improve the quality and productivity of the regular education presence. The teachers of the Centro Universitário CESMAC adopt also a traditional pedagogy, therefore, arises as the Portal Universitário possibility of energizing the pedagogical practice, becoming a tool that improves presence education at the institution. With the aim of identify the strategies used technology as a pedagogical tool, the Portal Universitário delivers value to the activities of teaching, showing how the CESMAC insert the tool in their daily practice, verifying the role of technology in improving the educational institution higher education presence, and presenting the contents of receptivity among users of the tool. Therefore, for this study the methodological procedures consisted of document analysis and bibliographic webgráfica, centered in the literature on the subject and on-site investigation of the use of the tool. The construction of the theoretical corpus had as main references Litto (1999), Kenski (2001, 2003 and 2008), Pereira (2007, 2008 and 2012), Mercado (2002, 2004 and 2009), Alves (1999), Porto (2005), Moran (1998, 2000 and 2004), Levy (1999). The results evidenced that the Portal Universitário as a pedagogical tool, is a tool that enriches the teaching practice to favor the dynamism lessons, creating a space of interactivity with the decentralization of teacher action, which allows students a relationship of independence and expanding knowledge.

Keywords: Higher Education – Teachers Training – Distance Learning –

Information Technology and Communication – Portal Universitário.

LISTA DE ILUSTRAÇÕES (FIGURAS) Figura 1 Estrutura Organizacional do Centro Universitário CESMAC .................... 69

Figura 2 Página inicial do Portal Universitário ........................................................ 70

Figura 3 Área do docente ....................................................................................... 71

Figura 4 Área do aluno ........................................................................................... 78

Figura 5 Lista das disciplinas ativas ministradas pelo docente ............................. 79

Figura 6 Plano de aulas, registro diário .................................................................. 79

Figura 7 Quadro de aviso ....................................................................................... 80

Figura 8 Agenda acadêmica e eletrônica ............................................................... 81

Figura 9 Ajuda on-line de todos os processos........................................................ 82

Figura 10 Tempo de docência ................................................................................ 86

Figura 11 Titulação dos Pesquisados ................................................................... 87

Figura 12 Quantidade de acesso ao mês ............................................................... 88

Figura 13 Estatística gerada aos docentes pelo Portal .......................................... 89

Figura 14 Mudanças no processo de ensino com o Portal ..................................... 90

Figura 15 Utilização da internet na IES .................................................................. 91

Figura 16 Formas de processo avaliativo ............................................................... 93

LISTA DE TABELAS Tabela 1 – Variação da Terminologia da EAD ...................................................... 23

Tabela 2 – Estudo Comparativo dos Paradigmas de Ensino .............................. 50

Tabela 3 – Roteiro para análise do site ................................................................ 73

Tabela 4 – Amostra da Coleta de dados ............................................................... 85

SUMÁRIO INTRODUÇÃO ....................................................................................................... 12

1 BREVE HISTÓRICO SOBRE AVANÇOS TECNOLÓGICOS ............................. 16

Educação a Distância: EaD no Brasil ................................................................. 22

Tecnologias de Informação e Comunicação – TICs ........................................... 26

Recursos Tecnológicos no Ambiente Educacional ............................................ 29

2 O PROFESSOR EM CONSTANTE ATUALIZAÇÃO .......................................... 36

O Docente e as Tecnologias ............................................................................. 40

Desafios para o docente na Educação do Século XXI ....................................... 46

3 PORTAIS EDUCATIVOS .................................................................................... 53

Histórico do Portal Universitário ......................................................................... 56

Ambiente Virtual de Aprendizagem ..................................................................... 60

4 PORTAL UNIVERSITÁRIO CESMAC ................................................................. 66

Base de dados da Ferramenta Pedagógica ....................................................... 84

CONCLUSÃO ......................................................................................................... 94

REFERÊNCIAS ....................................................................................................... 99

12  

INTRODUÇÃO

Nesta pesquisa reflito o estudo sobre o uso de tecnologias para o ensino

presencial, que permitem ao processo pedagógico levar em conta (novos métodos)

de ensino e aprendizagem. Para isso, o professor, frente aos avanços tecnológicos,

inicia uma ampla discussão que vem a ser desenvolvida em torno das exigências do

processo educacional, da formação docente continuada, do acesso à informação e

da interdisciplinaridade.

A ferramenta baseada na utilização de Tecnologias de Informação e

Comunicação – TICs é o objeto da presente pesquisa, justificada a partir da

realidade educacional desafiadora do século XXI e do interesse de compreender e

avaliar a perspectiva inovadora, da conjugação da educação presencial com a

Educação a Distância – EaD, entendida como suporte pedagógico, utilizado para o

ensino regular presencial de qualidade.

Nesse sentido, promovo o estudo da ferramenta pedagógica Portal

Universitário, desenvolvida pelo Grupo Positivo, localizado na cidade de Curitiba/PR,

implantado em diversas instituições presenciais do Brasil, e em especial no Centro

Universitário CESMAC, na cidade de Maceió/AL.

Esta pesquisa tem ainda como objetivo mostrar a efetividade do Portal

Universitário, como ferramenta pedagógica para o ensino presencial no Centro

Universitário CESMAC.

A iniciativa da instituição em utilizar a ferramenta foi uma alternativa para

suprir as limitações do ensino presencial, em função das novas exigências de uma

educação inserida em um contexto globalizado e em constante mutação, que

decorre, principalmente, do crescente desenvolvimento das tecnologias da

informação e do universo de práticas e significados em que vivem nossos alunos.

Nesta perspectiva, entendo como relevante a contribuição para a modalidade

de ensino regular superior presencial e a distância, por significar um subsídio para o

campo acadêmico, na medida em que enseja a possibilidade de enfocar uma

iniciativa inovadora.

Assim, colocam-se como principais desafios da sociedade da informação o

desemprego tecnológico, a desqualificação para o trabalho, a perda do sentido de

identidade (desterritorialização) e o aprofundamento das desigualdades sociais.

13  

O atual contexto educacional demanda um professor mediador, ou seja, um

sujeito, capaz de orientar e coordenar o processo de construção do conhecimento

dos alunos-sujeitos (sujeito entendido como aquele que tem capacidade de se

transformar e se desenvolver) respaldado pelos avanços tecnológicos. Esse desafio

que o professor do século XXI assume acentua sua importância no processo

educativo como um elemento articulador de práticas pedagógicas e tecnológicas,

fundadas nas ideias de cooperação, dialogicidade, contextualização e educação

permanente, ou seja, construção continuada do conhecimento não necessariamente

restrita à vivência escolar presencial.

O progresso admirável do conhecimento e o significado social da informática

deram origem a um novo movimento social denominado ciberespaço (denominação

de um espaço que existe no mundo da comunicação, em que não é necessária a

presença física do homem para constituir a comunicação), que reúne o mundo

virtual vivo e heterogêneo, em novas formas de comunicação interativa, recíproca,

comunitária e intercomunitária.

O ciberespaço não possui, ainda, forma e conteúdo definidos; seus meios

técnicos ainda estão em evolução e seu espaço é nômade. O mundo do ciberespaço

se apresenta como a nova realidade virtual característica da sociedade da

informação, oferece, também, grandes desafios à inteligência coletiva e à

aprendizagem cooperativa.

Hoje, atrelado ao processo revolucionário das novas tecnologias, entra-se em

uma fase que traz como potencial a aceleração entre os usuários e fontes de

informação e reforça o movimento de cidadãos. No mundo dos novos meios de

comunicação e informação, as inovações decorrentes das tecnologias são decisivas

no processo de transformação sociocultural.

A instituição presencial, por mais que se esforce e utilize, inclusive,

tecnologias e informática, não tem logrado êxito ao responder a esses novos

desafios do mercado, cada vez mais competitivo, e nem às expectativas novas dos

alunos que se têm apresentado cada vez mais, numa posição de contratante de

prestação de serviços e, nesse sentido, coloca-se como um aluno cliente.

Por isso, a Instituição de Ensino Superior carece de investimentos na

alfabetização tecnológica dos professores e na educação continuada e,

simultaneamente, na educação digital, pois, a informação precisa ser vista como um

bem social e um direito coletivo e a construção da cidadania passa necessariamente

14  

pela questão do acesso e do uso da informação.

Vale ressaltar, neste contexto contemporâneo, que o papel do professor

também foi reformulado. Ele não é mais o centro do processo educativo, nem o

detentor do saber. Por isso, a prática pedagógica da atualidade necessita estar

centrada cada vez mais na lógica do “aprender a aprender”, na investigação criativa

e na pesquisa.

Uma nova ferramenta pedagógica, aliada à tecnologia da informação, se

propõe a enfrentar o desafio da educação atual, ou seja, repensar seus fundamentos

e recriar métodos capazes de formar sujeitos competentes, capacitados para lidar

com as características históricas, culturais, políticas, sociais, mercadológicas e

tecnológicas que emolduram o século XXI.

O profissional da educação, no contexto das mudanças sociais e econômicas,

é responsável pela qualidade do ensino e da aprendizagem. Assim, faz-se

necessário lembrar que o mercado de trabalho exige dos profissionais, e não apenas

dos professores, uma qualificação auxiliada pela utilização das novas tecnologias,

que sirvam de reforço para a prática desenvolvida em suas atitudes,

independentemente da área de atuação.

Diante disso, no contexto das mudanças necessárias para atender os novos

desafios, as tecnologias na educação aparecem como um novo “paradigma” no

ensino superior, em que, o interesse didático pode criar uma nova cultura na

sociedade, na qual o conhecimento é mediado pela valorização da informação e da

incorporação de novas tendências tecnológicas nas práticas pedagógicas,

disponibilizadas principalmente pela Web (lugar na rede mundial de computadores,

também conhecida como site ou website).

Para a realização deste estudo o procedimento metodológico adotado foi o da

Análise Documental centrada na literatura sobre o tema e investigação in loco da

utilização da ferramenta. A abordagem da pesquisa é a quali-quantitativa.

O estudo foi fundamentado nas contribuições teóricas de Litto (1999), Kenski

(2001, 2003 e 2008), Pereira (2007, 2008 e 2012), Mercado (2002, 2004 e 2009),

Alves (1999), Porto (2005), Moran (1998, 2000 e 2004), Lévy (1999), dentre outros,

diante da nova postura do educador, quando há um desenvolvimento maior na

relação entre professor e aluno, o que favorece a troca de informações simultâneas

e promove, entre eles, uma maior integração sócio pedagógica.

15  

Esta pesquisa foi organizada em quatro capítulos, assim estruturada:

No primeiro capítulo, faço uma breve abordagem sobre os primeiros conceitos

de tecnologia e de educação, desde a idade da pedra até os dias atuais. Evidencio

como a competitividade proporcionou o desenvolvimento humano para o meio em

que vivia, o que se entendia por tecnologia e como hoje ela é compreendida no

campo das atividades educacionais e no cotidiano desta nova geração partícipe do

século XXI. Parte-se de uma reflexão sobre o conceito de tecnologia junto à área

educacional.

No segundo capítulo, justifico a necessidade, mediante as exigências

educacionais e sociais, de o professor reconhecer as mudanças e estar em

constante atualização no processo de formação continuada.

No terceiro capítulo exponho a trajetória dos portais na internet, até o

surgimento do Portal Universitário, sua história e sua aplicação em um ambiente

virtual.

No quarto capítulo, apresento o campo de investigação da pesquisa e situo a

utilização do Portal Universitário do CESMAC como ferramenta pedagógica para o

auxílio da formação docente no processo de ensino e aprendizagem, além de

identificar os instrumentos que ampliam os horizontes no trabalho didático.

Portanto, o estudo consiste em apresentar o desenvolvimento da construção

do processo ensino e aprendizagem através da ferramenta pedagógica Portal

Universitário, veiculada por novos conceitos, evidenciando ainda, o impacto à

aprendizagem quando da influência dos avanços tecnológicos, os quais estimulam

novas maneiras de incentivar a pesquisa e a aquisição de conhecimentos.

16  

CAPÍTULO 1

BREVE HISTÓRICO SOBRE OS AVANÇOS TECNOLÓGICOS

A evolução tecnológica, assim como o surgimento de novas tecnologias, há

anos, permite um olhar diferenciado na comunicação dos sujeitos. A tecnologia aqui

não é representada apenas pelo computador, mas pela maneira de facilitar a

utilização de ferramentas.

Sousa (2001), nesse contexto, sinaliza que o desenvolvimento de ferramentas

encontradas no nosso cotidiano está registrado na história, e o conhecimento aliado

ao crescimento econômico e social dos países desenvolvidos e periféricos, passa a

agregar novos conceitos e adquirir novos valores. A sociedade, no passado, era

imponente para as maquinarias e, hoje, contempla seus avanços, de modo que o

conhecimento também seja mediado por elas e por suas tecnologias desenvolvidas

por cada geração.

Nesse sentido, a evolução das máquinas e das tecnologias na história,

perante o trabalho do homem, está perpetuada desde a Idade da Pedra (período da

pré-história quando a tecnologia mais avançada eram as ferramentas manuais feitas

de pedra) até os dias atuais. Trata-se, portanto, de evidenciar como a

competitividade proporciona o desenvolvimento humano para o meio em que ele

vive. Assim, pode-se perceber o link que está sendo abordado para demonstrar que

desde os primórdios, o que se entendia por tecnologia e como hoje ela é

compreendida no campo das atividades educacionais e no cotidiano desta nova

geração partícipe do século XXI.

Na Antiguidade, por exemplo, por meio dos escribas (pessoas que

dominavam a escrita), os egípcios se comunicavam pela fala e pelos papiros (planta

utilizada para a escrita na Antiguidade), nos quais seu estilo de vida, governos e

textos sagrados eram registrados, além das paredes internas das pirâmides. Nesse

contexto, por volta do século XV, os sujeitos deram continuidade à comunicação por

meio de cartas, visto que é um processo bem parecido com os papiros da

Antiguidade.

Na mesma perspectiva, Chaves (1999), define que as transformações sociais

e da linguagem representaram diversos avanços para a humanidade, e uma dessas

transformações ocorreu pela invenção do jovem alemão Johann Gutemberg, em

17  

1447, com a imprensa moderna. Para a época, este invento já era por si só uma

tecnologia bastante avançada, o que permitiu a impressão de diversos livros,

panfletos e a primeira linha de desmontagem em série. Ainda, de acordo com

Schilling (1998, p.10), esta invenção possibilitou a primeira tecnologia educacional, o

livro impresso.

A invenção da imprensa por Johann Gutemberg, na década de 1440, marca uma nova era para a educação. Os livros chegaram ao alcance de um número cada vez maior de pessoas. Quem sabia ler podia ensinar quem não sabia, ou, então, lia em voz alta para grupos de adultos e crianças. Uma imagem se tornou clássica: a da mãe ensinando seu filho a ler, à luz de uma vela ou lamparina.

Nesta progressão, a criação da imprensa moderna passou a facilitar a

produção de notícias e provocou uma grande mudança econômica e social no

mundo, a chamada Revolução Industrial, fase em que um processo histórico

culminou na substituição das ferramentas de trabalho pelas máquinas.

Em 1812, o também alemão Friedrich Koenig desenvolveu a prensa de

cilindros a vapor, em Londres. Esta produzia cerca de oitocentas folhas por hora e

sua utilização nos jornais locais se incorporava às transformações sociais,

constituindo o crescimento e a inovação da Sociedade da Informação.

Os progressos eram constantes, assim como as inovações tecnológicas,

mesmo que a distância. Essas transformações influenciaram significativamente, os

métodos de ensino, no século XVIII com a produção em massa de livros. E na

medida em que a sociedade se desenvolvia, esses recursos também careciam de

mais possibilidades de uso. Na mesma direção, Sousa (Ibid., disponível em

<http://www.brasilescola.com/historiag/revolucao-industrial.htm>) afirma que:

As inovações tecnológicas oferecidas, principalmente a partir do século XVIII proporcionaram maior velocidade ao processo de transformações da matéria-prima. Novas máquinas automatizadas, geralmente movidas pela tecnologia do motor a vapor, foram responsáveis por esse tipo de melhoria. No entanto, além de acelerar processos e reduzir custos, as máquinas também transformaram as relações de trabalho no meio fabril. Os trabalhadores passaram por um processo de especialização de sua mão-de-obra, assim só tinham responsabilidade e domínio sob uma única parte do processo industrial.

De acordo com Vargas (2001, p.22), “a primeira atividade científica no Brasil

ocorreu durante a Invasão Holandesa em Pernambuco, em que em meados de

1640, o cronista de Maurício de Nassau, Gaspar Barleus relatou observações

18  

astronômicas de um eclipse solar em Recife”. Logo, poder-se-ia supor a existência,

naquele tempo de um observatório astronômico.

Poucos foram os avanços na qualidade da educação brasileira desde os anos

da Proclamação da República. porém muitos foram os eventos que nortearam a

trajetória da ciência e da tecnologia no país. A década de 20, no Brasil, foi um

momento bastante significativo, pois impulsionou os intelectuais da época, como

Oswald de Andrade, Manoel Bandeira, Anita Malfatti e Monteiro Lobato, com a

Semana de Arte Moderna, ocorrida em São Paulo, a buscar a liberdade de

expressão e uma identidade cultural distinta da estética europeia.

Nesse contexto Vargas (Ibid., p.61) afirma que “a década de 1920, tão fértil na

pesquisa científica e tecnológica no Rio e em São Paulo, foi também a dos anos de

crise da República Velha.” A Estação Experimental de Combustíveis e Minérios foi à

primeira instituição brasileira relacionada diretamente às pesquisas tecnológicas,

com o objetivo de encontrar combustíveis para o fornecimento de energia que o país

necessitava. Daí, a tecnologia passou a emergir das soluções de problemas técnicos

e logo surgiu nas áreas da engenharia, agricultura e pecuária.

Para que houvesse investimentos na educação, foi preciso que a Revolução

de 30 modificasse toda a economia e necessitasse de mão de obra especializada,

tal como nos dias de hoje. Logo, por meio da junta governativa, criou-se o Ministério

da Educação e Saúde Pública. Com a influência de estudiosos e educadores, em

1931, o governo provisório passou a sancionar decretos, conhecidos como “Reforma

Francisco Campos”, e estruturou a educação secundária do país.

A visão da prática educativa brasileira sempre esteve ligada às questões

políticas e econômicas da sociedade. A sociedade contemporânea, por sua vez,

sempre lutou pelo direito à educação, como o Manifesto dos Pioneiros da Educação

Nova, documento redigido por 26 educadores para a reconstrução educacional no

Brasil, de 1932. No entanto, com a nova constituição, em 1934, a educação passou

a ser vista pela primeira vez como direito de todos, e a partir daí a ser instituída

pelos poderes públicos e pela família.

Em 1934, surgiu a primeira universidade brasileira, a Universidade de São

Paulo (USP), e era dirigida segundo as normas do Estatuto das Universidades

Brasileiras. Este estatuto foi o primeiro ato legislativo sobre o sistema universitário

no Brasil, implantado como produto da reforma Francisco Campos, baixado pelo

decreto no 19.851, de 11 de abril de 1931. O documento regulamentava a

19  

organização das universidades no nível nacional, ressalvando variantes regionais no

tocante à administração e aos modelos acadêmicos, além de atribuir personalidade

jurídica, garantindo a autonomia administrativa, didática e disciplinar nos limites

estabelecidos.

A política educacional começara a se preparar para os caminhos abertos pelo

mercado de trabalho e, em 1937, uma nova constituição foi outorgada. Esta nova

constituição tinha por objetivo, o ensino pré-vocacional e profissionalizante, e

sugeria que a ciência e a arte fossem uma iniciativa particular ou da coletividade

particular, logo a educação não seria um dever do Estado. Ou seja, esta constituição

dava conta de que o trabalho intelectual estava disponibilizado aos mais favorecidos

e o trabalho manual à classe operária.

Em 1945, após a queda do Estado Novo, aos poucos, os projetos na área

educacional foram retomados à discussão, mas apenas em 1961 foi que o Projeto

de Lei de Diretrizes e Bases – LDB da Educação Nacional conseguiu ser aprovado,

com a promulgação da Lei no 4.024. O setor agrário e industrial foram fatores

determinantes com a ponderação a concessão de bolsas e a prévia colaboração

coletiva entre União, Estados e Municípios. E, portanto, após o golpe Militar,

ocorreram modificações, inclusive, no âmbito do ensino superior.

Da ação conjunta do texto constitucional e do contexto da Lei de Diretrizes e Bases nascem a política e o planejamento educacionais, e depende o dia a dia do funcionamento das redes escolares de todos os graus de ensino. Ambos esses códigos legais funcionam harmônica e independentemente, como a cara e coroa da mesma moeda que, no caso é a educação nacional (SOUZA, 2002, p.1).

O Brasil obteve seu primeiro computador em 1957, um mainframe

(computador de grande porte) Universal Automatic Computer – Univac – de

fabricação da Burroughs, que mais tarde se chamaria Unisys, na intenção de

calcular o consumo de água da capital de São Paulo. Porém, enquanto no Brasil se

calculava o consumo de água, neste mesmo ano, o governo dos E.U.A. financiava a

Advanced Research Projects Agency Network (Agência de Pesquisas em Projetos

Avançados em Redes – ARPANET) – mãe da Internet. Uma rede local criada por

militares e cientistas americanos, a fim de se protegerem de qualquer ataque

soviético, ligava os computadores das bases militares aos departamentos de

pesquisa do governo americano.

20  

Apenas, em 1971, iniciou-se a discussão pelo uso de computadores na

educação brasileira, no ensino da Física, em ocasião da I Conferência Nacional de

Tecnologia em Educação Aplicada ao Ensino Superior – I CONTECE –, na

Universidade Federal de São Carlos, em São Paulo. Mais tarde, após algumas

experiências, como recurso auxiliar do professor para o ensino e avaliação em

Química. A segunda LDB foi implantada em 1971, a Lei no 5.692, que tinha como

finalidade estabelecer as diretrizes do ensino de 1o e 2o graus, com ênfase no ensino

tecnicista, para atender ao desenvolvimento do país, vigorando até o ano de 1996.

Nessa perspectiva, a informática na educação teve seu início resultante do

interesse coletivo de educadores e a implantação de projetos-piloto, nos anos 80,

como o projeto EDUCOM – Educação e Computadores – que serviu para a política

nacional de informática educativa por meio do Conselho Nacional de Pesquisas –

CNPq –, da Secretaria Especial de Informática da Presidência - SEI/PR - e do

Ministério da Educação – MEC. Vargas (op. cit., p.116-117), discorre que o

desenvolvimento posterior da tecnologia na educação surgiu com o término do

governo de Juscelino Kubitschek e ainda afirma que:

Terminado o governo de Juscelino, quatro eventos foram de grande significado para o desenvolvimento posterior da ciência e da tecnologia do país. O primeiro foi a fundação da Universidade de Brasília por Darcy Ribeiro, em 1961; o segundo foi o início das atividades da Fapesp, em 1962; o terceiro foi a organização, no BNDE, de um Fundo de Desenvolvimento Técnico Científico – FUNETC, com a finalidade de fomentar uma participação mais ativa da empresa nacional no processo de incorporação da tecnologia gerada no exterior. O último requisito para o estabelecimento de um sistema autônomo de ciência e tecnologia foi cumprido com a instalação e expansão de cursos de pós-graduação, baseados essencialmente em pesquisa.

Em 1989, ao pensar em construir uma infraestrutura de rede de

computadores nacional para as universidades, o Ministério da Ciência e da

Tecnologia criou a Rede Nacional de Ensino e Pesquisa – RNP. Foi à primeira rede

de acesso à internet no Brasil.

Inicialmente, a RNP tinha como objetivo disseminar a utilização da internet no

ambiente acadêmico do país, entretanto, passou a contribuir com atividades

diversas, buscando conscientizar a comunidade acadêmica acerca de sua

importância, ao auxiliar empresas comerciais por meio de suporte técnico, para

atender às novas necessidades de ensino e pesquisa nacionais.

21  

Nos anos 90, a RNP já contemplava todas as regiões do país e, atualmente,

por meio do MEC oferece conexão gratuita à Internet para instituições federais de

ensino superior.

Com um caráter mais progressista, inovador e democrático, o funcionamento

da educação brasileira passou a ser regida pela nova LDB, Lei de no 9.394/96, que

partiu da necessidade de novos rumos para a educação no país, Um dos

contribuintes desta lei foi Dermeval Saviani (grande educador que vivenciou um

período de mudanças, a exemplo da transição na educação durante a consolidação

do período democrático que vivemos na atualidade, foi o fomentador da teoria

histórico-crítica que também é conhecida como crítico-social dos conteúdos e tem

como objetivo principal, relação e transmissão de conhecimentos significativos que

contribuam para a inclusão social do educando), mas fez críticas por não haver uma

transformação e não atender às necessidades da população até os dias de hoje.

Cerqueira (2011) assegura, por exemplo, que a Lei 9.934/96 aprovada para

servir de Diretrizes e Bases da Educação Nacional, apesar de propor inovações, não

gerou efetivo acesso a uma educação de qualidade a uma expressiva parcela da

população que fica excluída também de outros processos sociais. Permanecem

inconclusos os temas relacionados à busca pela melhoria da qualidade educacional,

formação e aperfeiçoamento dos docentes, autonomia universitária e

universalização do ensino fundamental.

A Lei no 11.741, de 2008, estabelece que, a educação profissional e

tecnológica abrange os seguintes cursos: formação inicial e continuada, ou

qualificação profissional; de educação profissional técnica de nível médio; e de

educação profissional tecnológica de graduação e pós-graduação, seguindo as

normas das Diretrizes Curriculares determinadas pelo Conselho Nacional de

Educação - CNE.

No contexto atual, os projetos tecnológicos orientados pela nova LDB são

realizados mediante a atuação do professor presencial ou semipresencial diante das

inovações educacionais (computador, projetores, internet, redes sociais, dentre

outras), que emergiram na sociedade da informação. Ou seja, o discurso da política

educativa tem que estar alinhado e correlacionado com a tecnologia e deverá ser

trabalhado com a comunicação generalizada da informação, tendo como princípios a

formação do cidadão frente aos desafios postos pela contemporaneidade.

22  

Educação a Distância: (EaD) no Brasil

No cenário da educação superior brasileira vinculado às novas tecnologias, os

avanços tecnológicos, representam de forma significativa novos papéis para a

melhoria do ensino e aprendizagem na educação.

A educação por correspondência foi a primeira forma criada para se

estabelecer o ensino a distância. Naquele tempo, as remessas de material didático

enviados em caixotes ou envelopes, por meio dos correios, serviam para os cursos

profissionalizantes. Litto (2009) sinaliza que o marco oficial é a instalação das

escolas internacionais (unidade de ensino, estruturada formalmente, filial de uma

organização norte-americana), em 1904, que ministravam cursos direcionados ao

comércio e prestação de serviços, como os cursos de datilografia.

Em 1923, surge a fundação da Rádio Sociedade que, para Litto (Ibid., p.9), a

função da emissora era tornar possível a educação popular, por meio de um

moderno sistema de difusão em curso no Brasil e nos outros países e afirma ainda

que:

A educação via rádio foi, dessa maneira, o segundo meio de transmissão a distância do saber, sendo apenas precedida pela correspondência. Inúmeros programas, especialmente os privados, foram sendo implantados a partir da criação, em 1937, do Serviço de Radio difusão Educativa do Ministério da Educação.

A televisão, para a educação, também contribuiu para os fins educacionais do

ensino básico, técnico e superior a distância. Em 1967, o Código Brasileiro de

Telecomunicações determinava a transmissão de programas educativos pelas

televisões educativas e, naquela época, as universidades nacionais receberam

incentivos para a instalação de canais de difusão educacional.

Nos anos 90, os programas que melhor atendiam às expectativas dos alunos-

usuários, de acordo com Litto (Ibid.), eram os programas criados pela Fundação

Roberto Marinho, por meio dos telecursos que beneficiam uma parcela imensurável

da população brasileira até os dias de hoje. Outros exemplos são a TV Educativa, o

Canal Futura e a TV Escola, com esta última, mantida pelo governo federal.

De acordo com a legislação educacional vigente, na forma da Lei no 9.394/96,

a EaD ganhou nova abrangência e tornou-se possível em todos os níveis de ensino,

principalmente, na educação de jovens e adultos, e na educação especial. Desse

modo, o Decreto no 5.622, de 19 de dezembro de 2005, que regulamenta a EaD, no

23  

Brasil, no art. 2, a educação superior a distância abrange os cursos sequenciais de

graduação, pós-graduação, especialização, mestrado e doutorado.

No entanto, o autor afirma que há entraves no desenvolvimento da educação

livre e a distância por meio de atos normativos.

O emaranhado de atos normativos impede a expansão dos cursos de educação básica e superior (impedindo, também, por falta de norma específica, os mestrados e doutorados a distância). O crescimento da EAD é notado, assim, em maior escala nas entidades que atuam de maneira livre (LITTO, Ibid., p.l0).

Um pequeno exemplo destes entraves fica por conta da legislação restritiva

sobre o reconhecimento de cursos e títulos obtidos no exterior, o que gera

dificuldades a muitos brasileiros, em validar seus diplomas nas universidades

brasileiras.

O processo da educação a distância, por sua vez, permite avanços no campo

da tecnologia, fazendo com que a função do docente caminhe além do ambiente

interno da sala de aula, como afirma Carvalho (2011). Nos dias de hoje, os

processos docentes a distância estão além do papel impresso e se sustentam em:

Plataformas E-Learning (modelo de ensino não presencial suportado por tecnologia),

Videoconferências, Materiais multimídia, Fóruns de discussão, Sala de Chat´s ou

Bate-papo, Correio Eletrônico, Telefone, dentre outros.

É nesse contexto da educação livre e aberta que a modalidade EaD, na forma

síncrona e assíncrona, enfatiza a fluência tecnológica para um diálogo construtivo da

aprendizagem. Com isso, a educação dá sinais de mudança nas características de

tempo e espaço, assim como sua terminologia. O termo EaD já é considerado

ultrapassado e conforme Litto (op. cit.) a expressão varia seu uso, como apresenta o

quadro a seguir:

Tabela 1: Variação da terminologia da EaD

Terminologia mais atual Período aproximado de domínio

Ensino por correspondência

Desde a década de 1830, até as três

primeiras décadas do século XX

24  

Ensino a distância; educação a

distância; educação permanente

ou continuada

Décadas de 1930 e 1940

Teleducação (rádio e televisão em

broadcasting)

Início da segunda metade do século

XX

Educação aberta e a distância

Final da década de 1960 (ICDE e

OPEN University, Reino Unido)

Aprendizagem a distância;

aprendizagem aberta e a distância

Décadas de 1970 e 1980

Aprendizagem por computador

Década de 1980

E-learning; aprendizagem virtual

Década de 1990

Aprendizagem flexível

Virada do século XX e a primeira

década do século XXI

Fonte: LITTO, 2009, p. 44

A EaD está diretamente associada à relação de interação entre professor e

aluno, assim como à prática social, pois na relação pedagógica, educador e

educando se articulam de tal modo que o conhecimento é construído em parceria.

25  

Na aprendizagem por correspondência, o perfil dos alunos era, em sua

maioria, composto por homens na faixa etária entre 25 e 28 anos e o curso mais

procurado era o técnico em rádio e televisão e, na sequência, o de eletricidade.

Na aprendizagem por rádio, os cursos estavam voltados à alfabetização da

educação de adultos e capacitação para o trabalho, mas logo perdeu sua

centralidade de radio difusão para a televisão. Em seguida, na aprendizagem por

computador sem ligação à rede, Litto (op. cit.) explica que os discos compactos ou,

popularmente, CD-ROM (Compact Disc Read-Only Memory – disco utilizado para

gravações de áudio, vídeo e dados), armazenavam dados e por meio deles, o aluno

explicitaria os conceitos contidos nos softwares para representar seus

conhecimentos.

Na EaD, a noção de ensino foi adaptada aos avanços tecnológicos e com

eles o surgimento da aprendizagem por e-learning com a introdução de sistemas de

comunicação e a possibilidade de promover a educação em ambientes virtuais, sem

a obrigatoriedade de tempo e espaço. Ao mesmo tempo, criou-se o m-learning (ou

mobile learning, outra modalidade de educação a distância por meio de dispositivos

móveis – tablets, celulares etc.) ou aprendizagem móvel que integra alunos de

diferentes instituições que tem como objetivo o desenvolvimento pessoal, reduzir o

tempo de reconhecimento do saber formal (diploma) e integrar o conhecimento aos

programas e serviços atuais.

Entende-se, pois a afirmação de Litto (op. cit., p.82), que este movimento

começou com uma política de unificação de sistemas de ensino, em busca de

objetos de aprendizagem que possam ser carregados em telefones celulares, mas

que ainda não está consolidada e aguarda questões de custo e beneficio das

economias transnacionais.

Cada vez mais, o m-learning passou a designar aprendizagem com a utilização de telefones celulares, pequenos computadores pessoais (PDAs) e, eventualmente, laptop em redes sem fio, Esses projetos, atualmente em funcionamento, cobrem muitas áreas do apoio ao ensino. Há serviços para responder a perguntas de crianças do ensino fundamental por meio de telefone celular, ou iniciativas para a aprendizagem colaborativa, até o ambicioso projeto de ensino de arte nos museus europeus.

No processo de ensino a distância, há necessidade de buscar recursos

pedagógicos que possibilitem uma aprendizagem significativa ao sujeito. Nessa

perspectiva, como refere Pereira (2007, p.20), “saber é ter consciência do conhecer”,

26  

aprendizagem significativa, entendida nesse contexto, como aquela que mobiliza o

conhecimento do sujeito.

Desse modo, no processo de ensino a distância cabe à educação uma

correlação entre a disposição de informações e as novas necessidades do mundo

contemporâneo, já que é possível com a evolução da tecnologia, uma comunicação

na modalidade interativa. Como afirma Silva (2002a), deve-se levar a educação para

o meio virtual da flexibilidade entre os participantes do processo educativo, onde o

conhecimento pode ser modificado com diferentes possibilidades de interação, por

meio das técnicas e linguagens, com ações respaldadas em um efetivo apoio

pedagógico.

Nesse sentido, a aprendizagem passa a ser uma estratégia de alternativas e

possibilidades de acesso à educação, que deve auxiliar o projeto pedagógico e a

ascensão cultural da sociedade, numa concepção de cidadania e política pública

obrigatória, ou seja, educação para todos.

Tecnologias de Informação e Comunicação – TICs

As TICs são recursos que, na sociedade do conhecimento, promovem a

interação dos sujeitos a partir de novas experiências, mediante a perspectiva de

desenvolvimento como estratégia de ensino, num processo de construção do

conhecimento, e não somente, repassá-lo de geração a geração.

Pelo exposto, constata-se à urgência na sociedade contemporânea em

atender às necessidades de qualificação profissional que, em termos, remete a uma

formação básica de qualidade e contínua. Desse ponto de vista, a educação

superior necessita estimular o docente, a (re) significar suas práticas pedagógicas

com a compreensão da importância da linguagem da informação e das novas

tecnologias, sem perder de vista a formação humana, imprescindível ao ato

educativo.

Os professores são partes integrantes do processo de aprendizagem. São os

que efetivamente mais precisam de atualização e esse aperfeiçoamento se inicia

com a auto-formação do docente, visto que a necessidade de formar professores se

configura na intenção de também formar novos pensadores. A necessidade de

27  

mudança e transformação com a utilização de tecnologias é uma inovação curricular

na atuação do professor. Nesse sentido, Mercado (2004, p.61) afirma:

O professor deve favorecer a utilização de diferentes fontes de informação para que os alunos ampliem sua noção do que significa estudar e de que tipos de procedimentos são pertinentes a esse ato (pesquisa bibliográfica, entrevista, assistir filmes ou documentários, observar imagens, experiências ou eventos, visitar exposições, museus). A Internet é por excelência uma ferramenta para isso.

Diante da presença da Internet, o processo de aprendizagem passa a ser

enriquecido com o uso de recursos tecnológicos. Mas, para isso, é necessário que o

professor tenha uma formação que redefina a concepção metodológica dentro da

sala de aula e construa novos conhecimentos, numa perspectiva de aprendizagem

colaborativa. A postura e a competência do professor irão direcionar a humanização

da sociedade com uma concepção tecnológica de ensino reflexivo em suas aulas.

Mercado (Ibid., p.65), ao discorrer sobre a qualidade na educação afirma que:

A simples presença de tecnologias na escola não é por si só, garantia de maior qualidade na educação, pois a aparente modernidade pode mascarar um ensino baseado na recepção e na memorização de informações. A incorporação desses recursos tem de estar diretamente associada aos objetivos didáticos que se pretende alcançar em um projeto de trabalho.

A tendência na utilização das tecnologias na educação superior é repensar o

ensino no sentido da dinamização na aquisição do conhecimento, para isso é

necessário envolver os professores e alunos em uma nova proposta de projeto

pedagógico, para oferecer uma formação compatível com as exigências do mundo

atual. O ensino superior, ao se deparar com a quantidade de informações que se

recebe na sociedade fora do contexto escolar, necessita promover o conhecimento,

e não apenas gerenciar informações. Assim, deve visar à formação de profissionais

preparados para o compromisso com o processo de aprendizagem dos alunos e

com o movimento de autoformação.

Libâneo (2001, p.43), no que refere às competências necessárias na

docência, afirma:

A preparação tecnológica inclui o desenvolvimento de saberes e competências exigidas pelo novo processo produtivo como: compreender a totalidade do processo de produção; desenvolver capacidade de tomar decisões e de fazer análises globalizantes; interpretar informações de todo tipo, pensar estrategicamente; desenvolver flexibilidade mental para lidar com situações novas ou inesperadas.

28  

Na era da informação, as mudanças pedagógicas no âmbito universitário

exigem que alunos e professores sejam sujeitos ativos do processo de ensino e

aprendizagem, para a promoção de uma relação entre os elementos de informação

e comunicação, pois na perspectiva atual, a preocupação é saber lidar com a

informação interativa e o meio tecnológico, ao qual está agregada não apenas ao

uso adequado de softwares.

Assim, há muitos professores que atuam em suas respectivas disciplinas com

abertura para a adaptação aos avanços tecnológicos, e o que na verdade muitas

vezes ocorre, em algumas instituições de ensino, é a falta de incentivos que

possibilite a organização de uma estrutura, que capacite e aperfeiçoe os

profissionais a se apropriarem do mundo digital e, consequentemente, para que o

aprendizado, por meio das TICs, seja efetivo.

Mercado (op. cit., p.13) argumenta que as tecnologias são uma novidade a

ser enfrentada pelos professores como necessidade, já que eles serão guias de

seus alunos na interpretação crítica da informação. "As novas tecnologias de

informação e comunicação, assumem cada vez mais, um papel ativo. Elas facilitam

experiências de aprendizagem complexas e cooperativas”.

Assim, os conhecimentos e os valores da atualidade, condizem com uma

educação superior preparatória para o nível social e cultural de uma sociedade

contemporânea competitiva. O profissional da educação, mediante suas atividades

docentes, precisa saber lidar com as ferramentas tecnológicas e, por meio destas,

associar seu conhecimento teórico e sua capacidade de articular a investigação

científica, com o uso dos recursos tecnológicos.

Nessa direção Libâneo (op. cit., p.37) reitera que:

Há, portanto, um papel insubstituível da educação e das escolas de prover as condições intelectuais de avaliação crítica das condições de produção e da difusão do saber cientifico e da informação. A informação é necessária, mas ela vem exercendo um domínio cada vez mais forte sobre as pessoas, cada vez mais escravizadas por ela. Informação não é sinônimo de conhecimento, por si só ela não propicia o saber.

Logo, o uso das tecnologias na educação superior deve ser inserido na

prática pedagógica do professor visando preparar seus alunos para uma sociedade

da informação, na busca de profissionais qualificados, capazes de produzir novos

conhecimentos e possibilitar novas perspectivas sociais.

29  

Recursos Tecnológicos no Ambiente Educacional

A expressão tecnologia está, em geral, ligada à ideia de instrumentos, como:

celular, notebook, ipod (marca registada da Apple Inc. e refere-se a aparelho

eletrônico capaz de armazenar e reproduzir arquivos de áudio), palm (é um

computador de dimensões reduzidas, dotado de grande capacidade computacional),

wi-fi (marca registrada da Wi-Fi Alliance, modelo de conexão de redes sem fios),

computador, hardware, internet, dentre outros, mas tecnologia também deve ser

compreendida como o conjunto de técnicas e artes que possibilitam mudanças no

ambiente natural e social. A tecnologia abrange diversas áreas do conhecimento,

assim como a utilização de um determinado produto ou processo numa determinada

atividade para investigar, produzir ou disseminar novas ações.

Silva (2002b) explica que o uso do termo tecnologia, originário da Revolução

Industrial no final do Século XVIII, tem sido generalizado para outras áreas do

conhecimento. A expressão tecnologia introduz ao desenvolvimento de um produto e

de novos conhecimentos em um processo de produção, e não apenas aos serviços

e produtos ligados à informática. Nessa perspectiva, Silva (ibid., p.3) afirma que:

Uma versão mais generalizada do conceito de tecnologia poderia ser: “tecnologia é um sistema através do qual a sociedade satisfaz as necessidades e desejos de seus membros". Esse sistema contém equipamentos, programas, pessoas, processos, organização, e finalidade de propósito. Nesse contexto um produto é o artefato da tecnologia, que pode ser um equipamento, programa, processo, ou sistema, o qual por sua vez pode ser parte do meio ou sistema contendo outra tecnologia. Assim, usando os conceitos de “processo”, e “operação” estabelecidos na Honda por Shigeo Shingo (1988), podemos dizer que as tecnologias estão embutidas no processo ou nas operações, dentro de um sistema produtivo, e no final dele incorporada ao produto final, dentro da função manufatura.

Com as inovações comunicacionais que tomam espaço em diversas áreas do

conhecimento, a produção tecnológica é inerente à figura do homem, e ganha

assim, novos conceitos. O movimento contemporâneo das técnicas o faz perceber,

suas diferentes formas por meio da ciência e do aproveitamento dos recursos

naturais de maneira sustentável, o que define sua aplicabilidade e competências.

Na visão de Mañas, citado por Vaz (2009, p.104),

30  

A definição de tecnologia pode ser entendida em três componentes: tecnologia de operações, que compreende as técnicas usadas nas atividades; tecnologia de materiais, relativa a utilização dos recursos utilizados; e tecnologia de conhecimento, onde o fator primordial do trabalho é o conhecimento cientifico”.

Portanto, ao longo da história da humanidade foi clara a abrangência do

significado da expressão tecnologia. Em diferentes momentos, as técnicas estão

atribuídas ora aos instrumentos, ora às aplicabilidades, mas, mesmo significando um

fator participativo das mudanças políticas, econômicas e sociais, a tecnologia nada

mais é do que o conjunto de técnicas e conhecimentos ligados a um processo de

produção ou produto, diferentemente, com a sua área de execução, no que pode

alterar os padrões de vida e identidade cultural de uma comunidade. "A tecnologia,

portanto, pertence a um meio, atua sobre ele, o molda e sofre influências do mesmo"

(VERASZIO, 2008, p.75).

Outra variação seria a Tecnologia Educacional, uma das formas de atuação

nos meios acadêmicos. O fim que se almeja atingir, pela tecnologia educacional, é

contribuir com gestores, professores e alunos no processo de ensino ao possibilitar

uma aprendizagem mais acessível e dinâmica com a utilização de novos recursos e

instrumentos da produção tecnológica.

Mercado (2002, p.14) ao discorrer sobre a introdução das novas tecnologias

na escola afirma:

O objetivo de introduzir novas tecnologias na escola é para fazer coisas novas e pedagogicamente importantes que não se pode realizar de outras maneiras. O aprendiz, utilizando metodologias adequadas, poderá utilizar estas tecnologias na integração de matérias estanques. A escola passa a ser um lugar mais interessante que prepararia o aluno para o seu futuro. A aprendizagem centra-se nas diferenças individuais na capacitação do aluno para torná-lo um usuário independente da informação, capaz de usar vários tipos de fontes de informação e meios de comunicação eletrônica.

Nessa vertente, os paradigmas da educação no momento contemporâneo,

estão associados ao processo de aprendizagem frente às novas tecnologias, de

modo que os alunos deixam de ser meros receptores de informações e se tornem

produtores de conhecimentos. Esta socialização entre os alunos e a tecnologia

educacional permite uma interação mais viável ao mercado de trabalho, que cada

vez mais exige conhecimentos das ferramentas tecnológicas.

A indústria cultural no Brasil não permitiu ainda, que a educação seja

entendida como a extensão de sua história para a contribuição científica, social e

31  

tecnológica de seu povo. O mercado de trabalho engendra as instituições de ensino,

independentes de modalidade, quando faz com que os indivíduos inseridos no

ambiente acadêmico, sejam escravos de seus próprios conhecimentos, isto é, se

utilizem de sua cultura para sobreviver às implicações impostas pela sociedade.

A nova dimensão da aprendizagem permite que, a tecnologia educacional

seja vista como uma disciplina e caminhe para um ensino mais interativo na relação

entre professores e alunos vinculados ao uso das TICs. Ou melhor, esta é uma

tecnologia organizada para sistematizar o processo de aprendizagem, que

incorpora, na transformação social, novas teorias, princípios e uma comunicação

mais flexível diante das perspectivas globalizantes da educação.

Desse modo, a competência tecnológica entendida como o novo equipamento

básico da educação, Mercado (op. cit., p.15) assegura que:

A competência tecnológica constitui o novo equipamento básico da educação. Acesso e competência iguais devem ser uma preocupação básica dos educadores. Essa competência terá um impacto sobre a qualidade da educação a ser obtida pelos estudantes. Caberá aos educadores o empenho para que, na sua rotina diária, venham a promover o espaço para ser desenvolvida.

Na perspectiva atual, a tecnologia educacional sofre lentamente as

transformações na educação, visto que no meio acadêmico as propostas de

interatividade e de mundo virtual estão mais ligadas às redes sociais do que ao

processo de aprendizagem, e assim, afetam as políticas pedagógicas e as práticas

educativas. Para mudar esta realidade, é necessário primeiramente, compreender

essas tecnologias como suporte educacional, convertendo-as em recursos didático-

pedagógicos.

Leite e Pereira (2012, p.107) apontam para a necessidade de entender que

um processo de transformação não pode ser simplista:

Todo processo de transformação é longo e eivado de dúvidas; quando sério, necessita estar pautado em estudos e buscas para a viabilização de melhorias significativas no mundo, ou seja, se é processual, não é, e não poderá ser, realizado de modo simplista ou rápido”

Dessa forma, se faz necessário entender, que as mudanças não são

simplistas, elas exigem um processo para que possam ser efetivadas. O professor

necessita integrar ao ensino novas técnicas, mostrar conhecimento das ferramentas

32  

comunicacionais e suas possibilidades, diante dos objetivos pedagógicos, e ainda,

mobilizar os alunos para os desafios da contemporaneidade.

Esta tecnologia envolve mídias, mediações e publicações que incorporam a

complexidade das atividades pedagógicas. Os processos convencionais da

educação norteiam apenas a emissão de conhecimentos e, mesmo na era digital, há

professores que trabalham distantes do desenvolvimento social e alheios ao desafio

da tecnologia, pela comunicação e informação.

Assim, a tendência para esta área tecnológica é fundamentada nas atividades

sociais e educacionais e, não basta utilizar um computador para interagir em sala de

aula, nem tampouco interagir com softwares. É necessário permitir que a discussão

nesta área adote uma autonomia diante da criticidade das práticas educacionais,

com ênfase numa concepção filosófica do conhecimento.

A busca pelo entendimento da relação entre a educação e as novas

tecnologias tende a facilitar o uso de equipamentos e conteúdos disponíveis na rede

de computadores. São softwares e equipamentos responsáveis pelos avanços

tecnológicos no desenvolvimento educacional.

Esses recursos como Datashow, notebook, videocassete, DVD (Digital

Versatile Disc ou Disco de Vídeo Digital, tipo de mídia utilizado para gravação de

vídeos ou dados), televisão, quadro-branco, caneta piloto, laser, dentre outros, são

instrumentos que foram adaptados ao meio educacional, a fim de colaborar com a

prática educativa dos professores, por meio do compartilhamento de informações

entre os alunos e o potencial interativo de comunicação das escolas e instituições

públicas ou privadas para a veiculação de informações para a sociedade.

Contudo, a internet ganhou novas proporções com as mudanças da

sistematização da comunicação e do conhecimento, mesmo no âmbito educacional,

devido ao funcionamento das mídias. Ou seja, a internet acompanhou a velocidade

da informação e da comunicação imposta pela sociedade, ao proporcionar maior

dinâmica, interatividade e compartilhamento de dados.

Na área educacional, a inovação das técnicas não é recente e diante das

novas tecnologias da informação, o ciberespaço permite a fluidez da comunicação, o

qual agrega à sociedade em rede, novos valores que norteiam a educação. Para

Alves (2003), o termo interatividade é o mais atraente na cibercultura (pode ser

compreendida como o conjunto de técnicas materiais e intelectuais, práticas, modos

de pensamento e valores que se desenvolvem junto com as redes comunicação

33  

digital), porque qualifica a relação entre o receptor, a mensagem e o emissor, e

advém da palavra interação, ou seja, promove a troca de informações pela produção

de conteúdo.

Assim, a interatividade na conjuntura educacional não dita saberes, mas, a

possibilidade da mediação pedagógica em produzir novos saberes, a partir da

participação do sujeito como agente construtor do conhecimento. A passividade

perde espaço na sala de aula e o ambiente interativo desafia a nova modalidade

comunicacional. O contexto da interatividade ainda é popularmente utilizado de

maneira incoerente com a sua real funcionalidade, assim como a expressão

tecnologia. Nesse sentido, Alves (Ibid., p. 56) confirma:

Há, no entanto, uma crescente utilização do adjetivo ‘interativo’ para qualificar qualquer coisa (computador e derivados, brinquedos eletrônicos, eletrodomésticos, sistema bancário on-line, shows, teatro, estratégias de propaganda e marketing, programas de rádio e televisão etc.), cujo funcionamento permita ao usuário-consumidor-espectador-receptor algum nível de participação, de troca de ações e de controle sobre acontecimento. Podemos dizer que há uma indústria da interatividade em franco progresso acenando para um futuro interativo.

Desse modo, esse futuro interativo gera o impacto social e econômico que as

novas tecnologias trazem para a sociedade que contribui para a emergência de uma

aprendizagem colaborativa, por meio da qual o ensino passa a adquirir novas

metodologias para a construção do conhecimento.

Para Lévy (1999, p.157), existem diferentes tipos de interatividade e o que

vem definir o conceito de interatividade é a capacidade de tornar possível, por meio

do impacto tecnológico, a inversão dos papéis do emissor e do receptor, o que

promove a comunicação para um sistema dinâmico não linear, ou seja, uma

reciprocidade de informações.

Trabalhar quer dizer, cada vez mais, aprender, transmitir saberes e produzir conhecimentos. o ciberespaço suporta tecnologias intelectuais que amplificam, exteriorizam e modificam numerosas funções cognitivas humanas: memória (bancos de dados, hiperdocumentos, arquivos digitais de todos os tipos), imaginação (simulações), percepção (sensores digitais, tele presença, realidades virtuais), raciocínio (inteligência artificial, modelização de fenômenos complexos), tanto acessíveis ao emissor como ao receptor das informações.

Todo esse processo de interatividade entre os sujeitos também vai conceituar

a Web 2.0 (O termo está associado a aplicações WEB em que o objetivo principal é

facilitar o compartilhamento de informações de maneira interativa, interoperabilidade,

34  

desenvolvimento com foco no usuário, ou seja, participação mais ativa do usuário no

website), assim como, por exemplo, o ambiente das redes sociais.

A Web 2.0 é um novo software na vida dos usuários da rede, tanto quanto

para alunos e professores. Esta nova geração da internet está diretamente voltada

para a utilização do espaço virtual com o conteúdo gerado pelos próprios usuários,

que desenvolvem novas aplicações para um novo modelo de socialização, como

também para a aplicação na educação.

A Web 2.0 representa a segunda geração da Web e a oferta de serviços e

compartilhamento de informações fornecem para os educadores uma perspectiva

dinâmica e prática para trabalhar os conteúdos, por meio dos sites de notícias,

programas on-line de atividades acadêmicas, redes sociais. Cria, assim, melhores

condições de mobilidade, acessibilidade, interatividade na comunicação entre

emissor e receptor.

Para Litto (op. cit., p.127), a Web 2.0 fornece mídias que possibilitam o

gerenciamento de informações e auxiliam os alunos a estudar com o apoio da Web.

E afirma que:

No futuro, o computador pessoal será virtual. Os alunos poderão acessar seus trabalhos, referências bibliográficas, materiais fornecidos pelos professores, bem como elaborar conteúdo e encontrar e interagir com seus colegas em ambientes virtuais tridimensionais, a partir de qualquer computador conectado à Internet.

Portanto, a interação na comunicação e na educação corresponde a uma

estratégia não linear e de suporte, ao considerar a diversidade de informações

transmitidas e recebidas por alunos e professores.

Mesmo se tratando de um conceito complexo, como afirma Litto (2009), a

interatividade é ainda um processo de desafio educacional para os educadores, visto

que, além de depender da estrutura funcional da gestão escolar, a interação-

interatividade, diante do contexto das tecnologias educacionais, busca atividades

cognitivas que atraiam e conectem o docente ao ambiente virtual e, como

consequência, a revitalização da prática pedagógica ao integrar os alunos a um

aprendizado mais flexível, que alterna os papéis do emissor e do receptor das

mensagens.

A educação precisa estar em sintonia com a interação-interatividade para que

o docente, na apropriação das informações, transite da sua realidade para o

35  

ambiente virtual como um novo paradigma comunicacional. Ora, as tecnologias

educacionais possuem a construção do conhecimento como o motor propulsor de

uma cultura globalizada emergente do ciberespaço.

Novos espaços virtuais e de aprendizagem são estabelecidos a partir do uso

e do compartilhamento das tecnologias educacionais. Assim, para cada experiência

na aprendizagem há a permissão de que os sujeitos possam reconstruir e,

novamente, construir saberes e competências, viabilizando a produção coletiva,

dinâmica e interativa como discorre Alves (op. cit., p.137):

A noção de espaço de aprendizagem vai além dos limites do conceito de espaço/lugar. Com a emergência da ‘sociedade em rede’, novos espaços digitais e virtuais de aprendizagem vêm se estabelecendo a partir do acesso e do uso criativo das novas tecnologias da comunicação e da informação. Novas relações com o saber vêm se instituindo em um processo híbrido entre humanos e a máquina, transformando e criando espacialidades, a exemplo do ciberespaço.

Neste contexto de espaço e lugar do processo de ensino e aprendizagem, a

comunicação multimídia tende a ser mais ativa, já que as interações ampliam a

concepção educacional e apresentam um novo desdobramento para as múltiplas

informações do espaço virtual, que norteiam a formação do conhecimento coletivo, e

sugerem essas novas práticas pedagógicas.

Portanto, a análise final da discussão desses recursos tecnológicos como

estratégias de ensino, os quais contribuem para a construção do conhecimento,

mediante interação e experimentação, podemos afirmar que os mesmos promovem

e favorecem ao sujeito uma possibilidade efetiva de aprendizagem no ambiente

educacional.

36  

CAPÍTULO 2

O PROFESSOR EM CONSTANTE ATUALIZAÇÃO

Com o avanço e o crescimento das tecnologias, as exigências educacionais e

sociais para o professor aumentam a cada dia, o que desperta a necessidade de

que ele esteja sempre em construção e, consequentemente, em constante

atualização e formação. Há um novo panorama educacional gerado pelas TICs que

ocasiona diferentes experiências e ampliações metodológicas para esta esfera.

Estas tecnologias transformam, de forma significativa, a maneira de agir e refletir na

educação. Para trabalhar como docente, o profissional necessita adequar-se às

mudanças, para ter a possibilidade de ser articulador desse processo. Kenski (2008,

p.88) aponta para a importância da formação contínua do professor em um mundo

em rede, ao justificar que:

a formação do professor para atender às novas exigências originárias da ‘cultura informática’ na educação precisa refletir sobre a percepção de que a atualização permanente é a condição fundamental para o bom exercício da profissão docente.

Nesse sentido, o professor deve estar consciente de que a sua formação

necessita ser contínua; a preparação do professor é um ponto decisivo, pois os

alunos estão quase sempre prontos para a utilização das tecnologias, enquanto a

maioria dos professores não. A autora, ainda, enfatiza que a valorização profissional

do professor e a melhoria de sua formação contribuem para adaptação às

exigências sociais e consequente aperfeiçoamento e atualização de conhecimentos.

Tardif (2002, p.249), ao argumentar sobre a natureza dos conhecimentos dos

professores alerta que "os conhecimentos profissionais são evolutivos, progressivos

e necessitam, por conseguinte, de uma formação contínua e continuada". Segue

suas reflexões e justifica que os profissionais devem autoformar-se e estar em

constante atualização, transformar-se assim, em sujeitos que, além de

aperfeiçoarem seus conhecimentos científicos e técnicos, também reformulam e

renovam os fundamentos epistemológicos do ofício de professor.

Cunha (1998, p.35), ao pesquisar as necessidades do bom professor,

constata que os docentes dão extrema importância à aprendizagem com colegas de

37  

trabalho e alunos, o que os auxilia a refletirem "sobre sua própria docência,

reformulando sua forma de pensar e agir". A autora enfatiza que, ao refletir sobre

sua prática, o professor constrói um novo papel, que acaba por (re) significar a sua

ideia de ensinar e aprender.

Assim, na constituição do ser docente, é essencial que ele reflita sobre si

mesmo e sobre seu trabalho, pois adquire elementos para perceber algumas

situações em sua prática e/ou no contexto em que atua. Não se pode deixar de

enfatizar a importância de se repensar as práticas docentes a partir da valorização

do processo de interação, cooperação e colaboração que devem estar presentes na

preparação do professor. A reflexão sobre sua prática o ajuda a buscar mudanças

para melhorar sua relação consigo, com os alunos e com a sociedade em geral.

Na mesma direção, Perrenoud (2002 p. 25) considera a relevância da reflexão

do professor no lugar da racionalidade técnica, quando a “[...] formação deve

estimular uma perspectiva crítico-reflexiva, [...]”. A reflexão crítica envolve uma auto-

avaliação que permeia a trajetória docente, que contribui, para desvendar as

mudanças necessárias em sua atuação docente. A ideia de professor reflexivo opõe-

se à racionalidade técnica que marcou o trabalho e a formação de professores

durante muito tempo.

Mas o que é ser reflexivo? De acordo com alguns autores (Freire, Alarcão e

Porto), o professor reflexivo tem a capacidade de utilizar o pensamento como

atribuidor de sentidos. Freire (1996, p.28), afirma que, para pensar certo, é preciso

que estejamos não muito “certos de nossas certezas”; é preciso estar aberto ao

conhecimento que se instaura como novo e não dar crédito demasiado ao saber que

se “fez velho”.

Toda reflexão surge de um problema e para solucioná-lo o professor tem que

se permitir a intuir, a perceber o contexto, estabelecer metas, que o ajudem a chegar

a algum lugar, a tomar decisões, a transformar o conhecimento que tem e faz

sentido para si. Para tal, o professor tem que estar em situação de aprendizagem,

pois aprender é um processo contínuo.

Na perspectiva de Alarcão (1996) e Porto (2005), entende-se que ser

professor reflexivo é proporcionar o diálogo com o aluno, e promover o debate e a

construção do conhecimento; é deixar o aluno à vontade para interferir, a fim de

provocar uma situação de autonomia para que o aluno possa ser sujeito de sua

aprendizagem.

38  

Não se pode deixar de enfatizar a importância de se repensar as práticas

docentes a partir da valorização do processo de interação, cooperação e

colaboração. Como pontua Alarcão (op. cit., p.175), o professor reflexivo valoriza

“[...] a experiência como fonte de aprendizagem, a metacognição como processo de

conhecer o próprio modo de conhecer e a metacomunicação como processo de

avaliar a capacidade de interagir.” A autora reconhece a necessidade e a sua

capacidade para tomar em mãos a gestão da própria aprendizagem, enquanto

ensina.

Assim, ao valorizar o conhecimento, a cultura do aluno, o diálogo, professor e

aluno são considerados sujeitos em processos de aprendizagem. Pois, o professor,

como afirma Porto (op. cit., p.9)

dialoga e reflete tem a capacidade de utilizar o pensamento como atribuidor de sentidos e significados. A reflexão, a interação, os movimentos e a dialogicidade conduzem professores e alunos a um processo de convivência. E nesse processo de convivência, o crescimento acontece impulsionado pela busca de espaços de liberdade, autonomia e ação, que permitem ao indivíduo, o estabelecimento de relações e vínculos com os outros

Assim, a reflexão docente deve propiciar a escuta ao aluno, e valorizar os

saberes que ele tem, e que traz para dentro da sala de aula. Nesse processo,

haverá o encaminhamento para programas escolares com um cotidiano inesperado

e conectado com as situações atuais. Nessa perspectiva, o professor percebe que

ele não é mais a única fonte de informação, que o seu conhecimento está em

constante construção, e que o seu modo docente de ser, constrói-se, principalmente,

á partir das relações com os alunos.

Portanto, nossos sentidos captam informações que podem se transformar em

conhecimento. O autor acredita numa pedagogia da pergunta, democrática e

solidária, que promove a aprendizagem a partir da vida cotidiana. Para tal,

necessário abrir novos caminhos, educar com significado, utilizar-se do diálogo, da

intuição no processo de ensino e de aprendizagem com tecnologias e/ou meios de

comunicação que para utilizar a tecnologia da informação e comunicação temos

que, antes de tudo, delinear nitidamente o papel do aluno e do professor na sala de

aula.

O diálogo entre professor e aluno possibilita a aprendizagem de maneira

significativa. É neste sentido que se impõe (ao professor) escutar o educando em

39  

suas dúvidas, em seus receios, em sua incompetência provisória. Na mesma

direção, pontua Freire (op. cit., p. 119) “E ao escutá-lo, aprender a falar com ele”

Dialogando, o professor também aprende, pois está trocando informações,

comunicando-se, e é importante para ele a percepção de que está constantemente

aprendendo. Esta afirmação também pode ser identificada nos estudos de Moran

(1998, p. 155). Para o autor,

[...] educamo-nos por meio das múltiplas formas de comunicação, das inúmeras interações com as pessoas com quem convivemos e com as instituições de que participamos. Todos nos educamos e somos educados pelos demais. Estamos sempre ensinando e aprendendo através de múltiplas formas de comunicação

Portanto, a partir do diálogo com outros sujeitos e com os meios de

comunicação, o professor interage e aprende. Porém, a ação reflexiva envolve

intuição, emoção e não somente um conjunto de técnicas que podem ser ensinadas

aos professores. Em sua formação, o ideal seria que os professores

experimentassem situações que permitissem a reflexão sobre o papel de ensinar.

Grillo (2006), ao pesquisar os percursos da constituição da docência no

ensino superior, confirma que os novos eventos da sociedade do conhecimento

exigem dos professores experientes e/ou iniciantes, aprendizagens que lhes

possibilitem ensinar de forma diferente do que foram ensinados, uma vez que eles

aprenderam pela observação de antigos professores, orientados pela memória

afetiva, que procura reproduzir e/ou evitarem desempenhos conhecidos enquanto

alunos.

Armas (1999), em sua dissertação de mestrado em Educação sobre a relação

de professores com meios de comunicação no espaço escolar, confirma que “é no

dia a dia da sala de aula, com as dificuldades, curiosidades e questionamentos que

o professor obtém elementos para a construção e/ou reconstrução de seus próprios

saberes”. Desse modo, a instituição de ensino necessita ser considerada como lócus

privilegiado para a formação continuada do professor, pois é nela, que o professor

realiza a prática que deve ser o centro de sua formação, permitindo interpretar,

reinterpretar e sistematizar a experiência.

40  

O Docente e as Tecnologias

Seja por meio de celular, computador ou TV via satélite, as diferentes

tecnologias já fazem parte do dia a dia de alunos e professores das instituições.

Contudo, fazer com que essas ferramentas de fato auxiliem o ensino e a produção

de conhecimento em sala de aula não é tarefa fácil, pois

Exige treinamento dos mestres, ainda não conseguimos desenvolver de forma massiva metodologias para que os docentes possam fazer uso dessa ampla gama de tecnologias da informação e comunicação, que poderiam ser úteis no ambiente educacional. O desafio é mundial. Mas pode ser ainda mais severo no Brasil, devido a eventuais lacunas na formação e atualização de docentes e a limitações de acesso à internet - problema que afeta docentes e estudantes (GODOI, Revista Veja, 2010).

Moran (op. cit.) assegura que é essencial que o docente seja conhecedor e

tenha experiência com os meios de comunicação, e estabelecer relações no ensino

com eles. Neste processo, o educador conecta os assuntos da sala de aula com

algum meio tecnológico – softwares, programas de TV ou outro meio de

comunicação do interesse e do cotidiano do aluno. Moran, Masetto e Behrens (2000,

p.23) identificam que um dos grandes desafios para o educador ao ensinar com uso

de tecnologias e/ou meios de comunicação:

é ajudar a tornar a informação significativa, a escolher informações verdadeiramente importantes entre tantas possibilidades, a compreendê-las de forma cada vez mais abrangente e profunda e torná-la parte do referencial

Dessa maneira, Moran, Masetto, Behrens (Ibid., p.30) coadunam com essa posição, ao tempo em que, ainda asseguram que:

Os meios de comunicação são recursos tecnológicos capazes de produzir, armazenar e divulgar informações que, bem trabalhadas, podem gerar novos conhecimentos. "O professor, com acesso às tecnologias telemáticas, pode se tornar um orientador/gestor setorial do processo de aprendizagem, integrando de forma equilibrada a orientação intelectual, a emocional e a gerencial".

Dentro desse novo panorama de inovações tecnológicas, o importante, sem

sombra de dúvida, é a questão da possibilidade do uso do computador e da

informática pelo docente na educação. Assim, o computador é uma forma de mídia

educacional em que a abordagem pedagógica é auxiliada por esta ferramenta.

41  

Porém como afirma Rocha (2009, p.23), o docente necessita ter consciência

“que é a educação que deve ditar as regras, sendo a tecnologia o meio e a

ferramenta do fazer pedagógico, ela não pode ser o centro da ação”.

Por meio do computador, é possível repassar a informação para ser

processada em conhecimento, com a criação de ambientes de aprendizagem e a

facilitação do processo do desenvolvimento intelectual do aluno. O docente tem à

sua disposição uma série de ferramentas, que podem ser utilizadas pelo

computador.

Desse modo, a utilização da ferramenta e da metodologia, sem uma proposta

coerente, não garantem a eficácia na construção do conhecimento; reproduzem

apenas os modelos tradicionais. As tecnologias da informação e comunicação são

recursos didáticos que auxiliam no processo ensino-aprendizagem, mas não

garantem por si só este processo. São recursos a mais e meios que podem tornar

este processo mais interessante e interativo, motivando e contextualizando um tema

estudado complexo ou mesmo aplicando conceitos aprendidos.

O avanço tecnológico consiste na relação estabelecida entre o uso da

ferramenta e o docente que, assume o papel do mediador e orientador na

construção do conhecimento do aluno, que pode ser designado não somente a ele,

como também a outro sujeito com maior conhecimento sobre o assunto

desenvolvido. “O professor, com o uso das novas tecnologias, em sala de aula, pode

se tornar um orientador do processo de aprendizagem, ao trabalhar de maneira

equilibrada a orientação intelectual, a emocional e a gerencial” (MORAN, 2000).

A reconstrução do papel do professor reprodutor para tão somente professor

transformador é imprescindível, porque muitas vezes os professores apenas

procuram acompanhar as mudanças pedagógicas que ocorrem, mas não

conseguem exercer o seu papel no processo educativo.

Nessa perspectiva, a formação de professores torna-se uma prática

fundamental e necessária, pois um dos fatores essenciais para o sucesso na

utilização das TICs é a capacitação do professor fornecida pelas instituições. Este

será preparado para que perceba como deve efetuar a integração desta tecnologia

com a sua proposta de ensino e, assim, ter a possibilidade de dinamizar o processo

de ensino e aprendizagem.

O professor então assume um papel de mediador da interação entre os

sujeitos, e promove um processo de construção do conhecimento desses sujeitos.

42  

Nesse processo, os alunos adquirem a percepção dos diferentes tempos e espaços

da construção do seu conhecimento, por meio da autonomia. Nesse viés, o

professor tem a responsabilidade de equilibrar a participação dos alunos nos

aspectos qualitativos (nível de colocações e concepções trazidas acerca do tema

proposto) e quantitativo (não controlador, mas de observador sobre as causas da

não participação).

Ações conjuntas direcionadas para a aprendizagem devem levar em conta

incertezas, dúvidas, erros, numa relação de respeito e confiança. As intervenções

do mediador precisam estar coerentes com as necessidades e/ou dificuldades dos

alunos. Mesmo que o processo educativo esteja na condução do docente, este

precisa ter claro que sua proposta necessita estar voltada à aprendizagem do aluno

e ao seu desenvolvimento. Moran, Masetto, Behrens (op. cit., p. 171) afirmam:

[...] o professor que trabalha na educação com a informática há que desenvolver na relação aluno-computador uma mediação pedagógica que se explicite em atitudes que intervenham para promover o pensamento do aluno, implementar seus projetos, compartilhar problemas sem apresentar soluções, ajudando assim o aprendiz a entender, analisar, testar e corrigir erros.

Os alunos advindos de uma prática pedagógica tradicional não vivenciaram

situações de autonomia na construção do seu conhecimento. Dessa forma, sair do

conceito de simplesmente expor o conteúdo e aplicar provas, pode ser feito de forma

colaborativa e interativa, com os recursos tecnológicos, que favorecem o

fortalecimento do papel do mediador no sentido de estar atento e envolvido com a

construção do conhecimento e não apenas com a sua reprodução.

Dessa forma, o docente é o sujeito que possui maior conhecimento e que

planeja os objetivos e estabelece uma metodologia para atingi-los; é a autoridade do

espaço designado para a construção do conhecimento. Porém, não é apropriado ao

docente exercer sua autoridade com autoritarismo.

Em pesquisa efetuada junto à base de dados do MEC, sobre a existência de

programas de formação de docentes para trabalhar com tecnologias, encontram-se

os Programas PROFORMAÇÃO e PROINFO.

O Programa PROFORMAÇÃO da Secretaria de Educação a Distância do

Ministério da Educação – SEED/MEC – traduz a intenção do Ministério de valorizar

os docentes e de incentivar a educação a distância e o uso das tecnologias, como

parte de um conjunto de estratégias para promover qualidade e equidade

43  

educacional (BRASIL 2012a). O programa foi desenvolvido a partir da LDB – Lei n°

9.394/96 (BRASIL, 1988) que incumbiu os municípios, os estados e a união de

“realizar [em] programas de formação para todos os docentes em exercício,

utilizando para isso também os recursos da educação a distância” (Art. 87, § 3º,

inciso III).

O Programa PROFORMAÇÃO funciona na modalidade de educação a

distância, e utiliza materiais auto instrucionais (impressos e vídeos) especificamente

produzidos para o curso. Constam ainda, atividades individuais e coletivas e um

serviço de apoio à aprendizagem realizado pela equipe de docentes formadores e

por tutores (BRASIL, 2012a).

O Programa Nacional de Informática na Educação – PROINFO foi criado pela

Portaria n°. 522/MEC, de 9 de abril de 1997, com o intuito de promover o uso

pedagógico da informática na rede pública de ensino fundamental e médio. A

capacitação dos docentes é realizada por esse programa em locais dotados de

infraestrutura de informática e comunicação que reúnem educadores e especialistas

em tecnologia de hardware e software. O curso é ministrado por meio de agentes

multiplicadores que dispõem de toda a estrutura necessária para qualificar os

educadores, com a utilização da internet no processo educacional.

O site do programa (BRASIL, 2012b), destaca que esta capacitação não

começou da estaca zero, pois universidades federais, estaduais e privadas já

desenvolveram cursos de especialização em informática educativa e, em vários

estados, alguns docentes da rede pública já usavam computadores como

metodologia para dinamização de suas aulas.

Porém, muitos docentes ainda não conhecem as possibilidades de uso das

TICs na educação. Moran, Masetto e Behrens (op. cit., p.134), ao efetuarem um

estudo sobre a utilização de tecnologias na educação, identificaram que o docente é

formado "para valorizar conteúdos e ensinamentos acima de tudo, e privilegiar a

técnica de aula expositiva para transmitir esses ensinamentos." Os autores

verificaram que na maioria dos cursos de formação de docentes o destaque é dado

para que ele aprenda a dominar o conteúdo, o que o torna um especialista em sua

área, sem considerar o estudo dos meios de comunicação.

Belloni (1999, p. 82-88) afirma que, para considerar essa nova realidade que

se apresenta, o professor terá necessidade muito acentuada de atualização

constante, tanto em sua disciplina específica, quanto em relação às metodologias de

44  

ensino e novas tecnologias, “a formação de professores deve perpassar por três

importantes áreas: pedagógica, tecnológica e didática”.

Moran, Masetto e Behrens (op. cit., p. 17) confirmam por meio de pesquisas

que, muitos docentes ainda são transmissores de informações aos alunos. E

complementam esta ideia, ao evidenciar que "boa parte dos docentes são

previsíveis, não nos surpreendem; repetem fórmulas, sínteses". Os autores, ainda

discorrem, sobre a postura da maioria dos atuais docentes, e concluem que, a

alteração desta postura não é fácil, pois exige "uma grande mudança de

mentalidade, de valores e de atitudes por parte dos docentes". Para tal, o docente

precisa buscar um amadurecimento intelectual, emocional, comunicacional e ético,

que facilite o processo de organizar o ensino e nele atuar.

A simples incorporação das tecnologias no cotidiano dos docentes, não

representa qualidade na educação. A qualificação de docentes para os processos

mediados por tecnologias é algo que deve acontecer constante e continuamente em

sua formação (tanto inicial como continuada). Conhecer propostas de atividades

diferenciadas, quebrar alguns medos pessoais no manuseio das tecnologias, revisar

metodologias e adquirir o conhecimento de ferramentas da internet para o preparo

das aulas, são recursos que podem ser promovidos por meio do processo de

formação docente.

É comum se falar de renovação pedagógica e junto a isso estão associadas

propostas com reformulações curriculares, com uso de novas técnicas, com

mudanças nos textos de sala de aula com uso de tecnologias ligadas ao

computador, à informática e à telemática. E o docente, que é, junto com o aluno, um

dos sujeitos mais importantes do processo de mudança, necessita estar preparado

para atender às novas exigências.

Nessa perspectiva, Leite e Pereira (2012, p.109) afirmam que:

Precisamos de uma educação que busque o desenvolvimento, que maneje e produza conhecimento que supere a exclusividade da didática “ensino-aprendizagem”, tipicamente “reprodutiva-transmissiva”, e passe para a didática do aprender a aprender, do saber pensar, a ser criativo e crítico; habilidades estas fundamentais, para aqueles que estarão num futuro próximo, trabalhando nas salas de aula de todo um país ávido por melhorias educacionais.

Assim, na necessidade da promoção de uma educação que vise o

desenvolvimento do sujeito criativo, autônomo e que aprenda a aprender, as

45  

tecnologias surgem como recurso, na educação contemporânea, e como um saber

que necessita ser desenvolvido pelo professor, seja em situações didáticas, seja em

sua vida pessoal, com a contínua reflexão sobre as consequências sociais e éticas

de suas escolhas tecnológicas. Independentemente de sua formação profissional e

do tipo de tecnologia e/ou meio que o docente utiliza, é imprescindível que tenha

consciência da necessidade de uma constante formação, que vai ser refletida em

sua prática pedagógica cotidiana.

Nesse contexto, a formação do docente para trabalhar com as TICs está

relacionada com os saberes da docência, com a sua prática profissional e o seu

relacionamento com os meios.

A inserção das tecnologias digitais, as políticas sociais vêm transformando

significativamente as relações de trabalho, no cotidiano dos profissionais de todas as

áreas. O docente tem a possibilidade de modificar sua prática pedagógica,

impulsionado pelos avanços tecnológicos.

Por meio de pesquisas realizadas, Demo (1998) destaca que o professor

necessita ser um pesquisador e deve assumir um compromisso com o

“questionamento reconstrutivo”, a fim de ultrapassar a simples socialização do

conhecimento. Para tanto, é fundamental a consciência crítica, o questionamento

para a construção ou para a realização de intervenção alternativa.

Ao estruturar o planejamento de sua aula e ao utilizar novas técnicas estará

possibilitando outras propostas pedagógicas, para a dinamização do processo de

ensino aprendizagem.

Porém, é relevante ressaltar que, mesmo com o uso da mais moderna

tecnologia, a importância do papel do docente é insubstituível, sua função é a de

organizar o ambiente de aprendizagem, escolher os recursos e softwares, realizar a

intervenção pedagógica, quando necessária, reorganizar as atividades, ou seja,

possibilitar a auto-organização, na interação e construção junto aos alunos no

processo de construção da aprendizagem.

Nenhum recurso/técnica/ferramenta, por si só, é motivador; depende de como

a proposta é feita e se está adequada ao conteúdo, aos alunos, aos objetivos, enfim,

ao projeto pedagógico da instituição.

O que faz a diferença é como o professor utilizará esta tecnologia, e como

aproveita seu potencial para desenvolver novos projetos educacionais. Isto quer

dizer que os recursos tecnológicos não promovem por si só a diferença didática, e

46  

sim, a compreensão de suas possibilidades, limitações e compreensão de sua lógica

que possibilita a movimentação de saberes.

Desafios para o Professor na Educação do Século XXI

Implementar novas tecnologias ainda é um desafio para a educação

brasileira. Em um país, cuja superação do analfabetismo é um problema a ser

enfrentado; “falar em tecnologia educacional soa estranho”.

No entanto, Pretto (1999), ressalta que os novos símbolos criados a partir da

cultura tecnológica definirão o analfabeto do futuro, ou seja, aquele que não souber

ler as imagens geradas pelos meios eletrônicos da comunicação.

Tal aprendizado não se refere apenas à codificação dessa nova linguagem,

mas ao seu uso e à compreensão de seus fins. A partir daí, cria-se a possibilidade

do surgimento de uma nova razão que será a essência da sociedade em

transformação: a razão imagética. Para a construção desse novo modo de pensar e

agir sobre o mundo, faz-se necessário adquirir uma intimidade maior com os novos

meios de comunicação e informação.

A escola brasileira precisa ser pensada como instituição que possa trabalhar

de forma integral com a multiplicidade de visões de mundo a fim de formar o ser

humano programador da produção e não fazer do ser humano mercadoria.

Em tais ambientes virtuais de aprendizagem, os alunos irão interagir com

ferramentas já presentes em suas vidas, ou seja, os jovens já possuem um

comportamento intelectual e afetivo construído a partir do uso dessas novas

tecnologias. Resta, agora, a escola desenvolver projetos para o uso efetivo desses

instrumentos.

O uso dessas mídias pode dar-se a partir de duas perspectivas distintas. A

primeira considera que esses instrumentos como mais um recurso didático-

pedagógico. Nessa perspectiva instrumentalista, a análise dos técnicos é

fundamental, se ganha importância apenas a capacitação operativa dos profissionais

da educação. Na outra perspectiva, o uso desses instrumentos vem carregado de

fundamento, de conteúdo, como representante de uma nova forma de pensar e de

sentir. Eles serão usados como irradiadores de conhecimento e o professor, por sua

47  

vez, exercerá a função de comunicador, articulador das diversas fontes de

informações.

Para Fusari (1993, p.25), a escola nesse momento “consiste no intercâmbio,

na veiculação, na troca criativa de saberes, de concepções a respeito da vida. Os

professores e alunos são agentes sociais em exercício de integração humana entre

si e os contextos e textos comunicacionais”.

Candau (1999) propõe a montagem de um curso de alfabetização em

computadores para professores onde se concretizaria um preparo técnico

indispensável à nova realidade socioeconômica e cultural e também se

desenvolveriam habilidades necessárias a uma docência eficiente e eficaz. Habilitar-

se-ia o professor a assumir um novo perfil, no qual necessariamente estariam

incorporados: competência capaz de integrar os diferentes aspectos da tarefa

docente (pedagógico, técnocientífico e sócio-político); preocupação com a relação

entre a teoria e prática; busca do auto aperfeiçoamento: conhecimento construído

pelas experiências do dia-a-dia e por uma multiplicidade de meios; aceitação e uso

de inovação de forma construtiva; ênfase no trabalho cooperativo e multidisciplinar;

consciência de ser agente de mudança e, pela reflexão crítica, realizar sua atuação

educacional e contribuir para diminuir as desigualdades e melhorar a qualidade de

vida.

O professor ao assumir este papel exploraria dialeticamente as mídias e a

cultura audiovisual. No entanto, para que essa nova realidade descrita se concretize

é indispensável a melhoria das condições de trabalho do professor, ou seja, a

materialidade da escola e a definição de uma política de recursos humanos que

reconheça o imperativo da dignidade salarial como condição imprescindível para a

inserção criativa e inovadora do professor na obra educativa.

Para Lévy (op. cit.), a linguagem digital está presente nas novas tecnologias

eletrônicas de comunicação e na rede de informação. Portanto, o paradigma digital,

na sociedade da informação, enseja uma prática docente assentada na construção

individual e coletiva do conhecimento. Nessa óptica, o computador e a rede devem

estar a serviço da escola e da aprendizagem, e o professor deve levar em conta

que, além da linguagem oral e da linguagem escrita que acompanham

historicamente o processo pedagógico de ensinar e aprender, é necessário

considerar também a linguagem digital.

Os alunos passam a ser descobridores, transformadores e produtores do

48  

conhecimento. E, no entendimento de Moran, Masetto e Behrens (op. cit.), a

qualidade e relevância da produção dependem também dos talentos individuais dos

alunos na medida em que são percebidos como portadores de inteligências

múltiplas, que vão além das linguísticas e do raciocínio matemático que a escola

oferece.

Para a autora, o desafio do professor durante a ação docente passa ser o de

levar em consideração as oportunidades de desenvolver a inteligência emocional

estudada por Goleman (1996). Hoje, além das habilidades tradicionais, faz-se

necessário o desenvolvimento de habilidades que incluam a fluência tecnológica, a

capacidade de resolver problemas, além das habilidades de comunicação,

colaboração e criatividade. Dessa forma, é fundamental redimensionar a

metodologia a fim de contemplar atividades que ultrapassem as paredes das salas

de aula e criem espaços virtuais e presenciais dentro e fora das instituições

educacionais.

Para Moraes (1997, p.68), na era das relações, cabe aos gestores eliminar os

empecilhos que impedem a criatividade de professores e alunos e, nesse sentido,

enuncia:

Estamos querendo abandonar uma escola burocrática, hierárquica, organizada por especialidades, subespecialidades, sistemas rígidos de controle em funções dos comportamentos que se pretende incentivar e manter, dissociada do contexto, da realidade, para construir uma escola aberta, com mecanismos de participação e descentralização flexíveis, com regras de controle discutidas pela comunidade e decisões tomadas por grupos interdisciplinares próximos dos alunos.

Na rede de informações, o estudante deverá ser iniciado como pesquisador e

investigador para resolver os problemas reais que ocorrem no cotidiano de suas

vidas. O processo de aprendizagem colaborativa precisa ter presente que a

interação reconhece

que o sujeito e objeto são organismos vivos, ativos, abertos, em constante intercâmbio com o meio ambiente, mediante processos interativos indissociáveis e modificadores das relações sujeito-objeto e sujeito-sujeito, a partir dos quais um modifica o outro, e os sujeitos se modificam entre si. É uma proposta sociocultural, ao compreender que o “ser” se constrói na relação, que o conhecimento é produzido na interação com o mundo físico e social, a partir do contato do indivíduo com sua realidade, com os outros, incluindo a dimensão social, dialógica, inerente à própria construção do pensamento (MORAES, Ibid., p.66).

49  

A tecnologia como ferramenta de aprendizagem colaborativa decorre do

entendimento de que a tecnologia da informação (hardware, software e redes de

computadores) está a serviço do homem e pode ser utilizada como instrumento para

facilitar o desenvolvimento das aptidões humanas. Nesse sentido, professores e

alunos podem utilizar as tecnologias da informação para estimular o acesso à

informação e à pesquisa individual e coletiva, a fim de favorecer processos para

aumentar a interação entre eles.

A relevância da tecnologia na sociedade contemporânea está ratificada em

todos os seus domínios e seus reflexos transcendem seus resultados ou produtos para

se relacionar entre si numa cumplicidade permanente – seja nos campos político,

econômico, social e pedagógico.

Vive-se a passagem do paradigma da produção em massa para o da produção

enxuta. Essas mudanças demarcam a passagem para a sociedade do conhecimento,

onde os fatores tradicionais da produção (matéria-prima, trabalho e capital) passam a

ter um papel secundário. Papel de primeiro plano passa a ter o conhecimento e os

meios ou processos para adquiri-lo.

A questão observada por Valente (1999, p.30) é “Como as mudanças que estão

acontecendo na sociedade deverão afetar a Educação e quais serão as suas

implicações pedagógicas?”.

Ele mesmo responde, ao consignar que,

[...] a mudança pedagógica que todos almejam é a passagem de uma educação totalmente baseada na transmissão da informação, na instrução, para a criação de ambiente de aprendizagem nos quais o aluno realiza atividades e constrói o seu conhecimento (VALENTE, Ibid., p.30).

Consubstancia-se assim, também no ensino, uma efetiva mudança de

paradigma que é, segundo Moraes (op. cit., p.67), assim conceituada:

Paradigma é um modelo científico de grande envergadura, com base teórica e metodológica, convincente e sedutora, e que passa a ser aceito pela maioria dos cientistas integrantes de uma comunidade. É uma construção que põe fim às controvérsias existentes na área a respeito de determinados fenômenos. A partir da existência de um consenso sobre determinadas ocorrências ou fenômenos por parte de um grupo de cientistas, inicia uma sinergia unificadora ao redor de um novo tema.

Nesta perspectiva, Bolzan (1998) traz as características diferenciadoras do

paradigma do ensino concebido como reprodução do conhecimento e do ensino

50  

concebido como produção do conhecimento.

Tabela 2: Comparação dos Paradigmas de Ensino

Ensino Como Reprodução do Conhecimento

Ensino Como Produção do Conhecimento

Enfoca o conhecimento “sem raízes” e o dá com o pronto, acabado e inquestionável;

Enfoca o conhecimento a partir da localização histórica de sua produção e entende como provisório e relativo;

Valoriza o imobilismo e a disciplina intelectual tomada como reprodução das palavras, textos e experiências do professor e do livro;

Valoriza a ação reflexiva e a disciplina tomada como capacidade de estudar, refletir e sistematizar conhecimento;

Privilegia a memória e a repetição do conhecimento social acumulado;

Privilegia a intervenção no conhecimento socialmente acumulado;

Usa a síntese já elaborada para melhor passar informações aos estudantes, muitas vezes reproduzidas de outras fontes;

Estimula a análise, a capacidade de compor e recompor dados, informações, argumentos e ideias;

Valoriza a precisão, a segurança, a certeza e o não-questionamento;

Valoriza a ação, a reflexão crítica, a curiosidade, o questionamento exigente, a inquietação e a incerteza, características básicas do sujeito cognoscente;

Premia o pensamento convergente, a resposta única e verdadeira e o sentimento de certeza;

Valoriza o pensamento divergente e/ou provoca incerteza e inquietação;

Concebe cada disciplina curricular como um espaço próprio de domínio de conteúdo e, em geral, dá a cada uma o status demais significativa do currículo acadêmico;

Percebe o conhecimento de forma interdisciplinar, propondo pontes de relação entre eles e atribuindo significados próprios aos conteúdos, em função dos objetivos acadêmicos;

Valoriza a quantidade de espaços de aula que ocupa para poder “ter a matéria dada”, em toda a sua extensão;

Valoriza a qualidade dos encontros com os alunos e deixa a estes tempo disponível para o estudo sistemático e investigação orientada;

Concebe a pesquisa como atividade exclusiva de iniciados, onde o aparato metodológico e os instrumentos de certeza sobrepõem à capacidade

Concebe a pesquisa como atividade inerente ao ser humano, um modo de aprender o mundo, acessível a todos e qualquer nível de ensino, guardadas as

51  

intelectiva de trabalhar com a dúvida; devidas proporções;

Incompatibiliza o ensino com a pesquisa e com a extensão, dicotomizando o processo de aprender;

Entende a pesquisa como instrumento de ensino e a extensão como ponto de partida e de chegada da apreensão da realidade;

Requer um professor “erudito” que pensa deter com segurança os conteúdos de sua matéria de ensino;

Requer um professor inteligente e responsável, capaz de estimular a dúvida e orientar o estudo para a emancipação;

Coloca o professor como a principal fonte de informação que, pela palavra, repassa ao aluno o estoque que acumulou;

Entende o professor como mediador entre o conhecimento, a cultura sistematizada e a condição de aprendizado do aluno.

Fonte: Bolzan apud Cunha,1998, p.34.

Diante do quadro apresentado na Tabela 2, por Bolzan (Ibid.), é possível

observar que o perfil do professor diante dos paradigmas do ensino, requer a

postura de mediação do processo de aprendizagem, na medida em que possuir as

seguintes características: entender e viver a aprendizagem como interatividade;

desenvolver relações de empatia com os alunos; criar uma atmosfera de confiança,

enfatizando as estratégias cooperativas de aprendizagem; dominar em profundidade

sua área de conhecimento; ter presente que cada aluno é diferente do outro e

estimular a criatividade; ter disponibilidade para o diálogo; efetivar uma comunicação

com linguagem que garanta uma compreensão exata por parte do aluno.

Desta forma, o papel do professor se amplia, e passa de informador e se

torna orientador da aprendizagem, gerenciador de pesquisa e comunicador na

medida em que a internet favorece a construção cooperativa, o trabalho conjunto

entre professores e alunos, próximos física e virtualmente.

Para Moran (op. cit.) uma das formas atuais mais interessantes de trabalhar

cooperativamente é a possibilidade de criar no ambiente tecnológico, uma página

dos e para os alunos, ou seja, um espaço virtual onde se vai colocando tudo o que

acontece de mais importante no curso.

Contudo, para analisar esse momento de transição dever-se-á refletir que

esta integração além de ser importante é significativa para um dinâmico processo de

ensino e aprendizagem, porque reestrutura-se e ressignifica os modelos tradicionais,

convergindo para práticas inovadoras e assertivas no ambiente educativo,

52  

possibilitando o aprender com e na pesquisa.

Essa perspectiva de trabalho muda efetivamente o papel do professor, porque

muda a relação de espaço, tempo e comunicação com os alunos. Nas palavras de

Moran (2000, p.50),

[...] o espaço de trocas aumenta da sala de aula para o virtual. O tempo de enviar ou receber informações amplia-se para qualquer dia da semana. O processo de comunicação se dá na sala de aula, na internet, no e-mail, no chat. É um papel que combina alguns momentos do professor convencional (às vezes é importante dar uma bela aula expositiva) com mais momentos do gerente de pesquisa, do estimulador de busca, do coordenador dos resultados. É um papel de animação e coordenação muito mais flexível e constante, que exige muita atenção, sensibilidade, intuição (radar ligado) e domínio tecnológico.

Com o aprimoramento das tecnologias de comunicação virtual, o conceito de

personalidade também se altera bem como os conceitos de curso e de aula porque

existe a possibilidade concreta de estar todos (professores e alunos) presentes em

muitos tempos e espaços diferentes.

As crianças provavelmente poderão ter muito mais contato físico em virtude

da necessidade de socialização e interação. Mas, no ensino médio e superior, a

tendência é que o virtual caminhe no sentido de superar o presencial. Isto implicará

uma reorganização das escolas (edifícios menores, mais salas- ambiente, de

pesquisa, de encontro, interconectadas e menos salas de aula). A casa, o escritório,

e outros lugares públicos e/ou particulares, surgirão como locais de aprendizagem.

Compreende-se, portanto, que os cursos poderão mesclar momentos

presenciais com virtuais. As possibilidades de interação serão diretamente

proporcionais ao número de alunos. Serão possíveis aulas a distância com interação

on-line e aulas presenciais com interação a distância. O ensino será, portanto, um

mix de tecnologias.

53  

CAPÍTULO 3

PORTAIS EDUCATIVOS

Por novas tecnologias em educação, entende-se o uso da informática, do

computador, da multimídia, da internet, da hipermídia (conjunto de meios que

permite acesso simultâneo a textos, imagens e sons de modo interativo e não

linear), de ferramentas para a EaD (chats ou bate-papo, grupos ou listas de

discussão, correio eletrônico) e de outros recursos de linguagem digital.

Essas tecnologias cooperam tanto para o desenvolvimento da educação

presencial como também para o processo de aprendizagem a distância, ou seja, a

aprendizagem virtual. Contudo, não se pode pensar no uso de uma tecnologia

isolada. Seja na educação presencial ou na virtual, o planejamento de aprendizagem

precisa ser considerado em sua totalidade, porque uma técnica se liga à outra e a

integração das várias técnicas é que dará consistência ao processo de ensino

aprendizagem.

A utilização das TICs na educação cria uma dissociação dos atos de ensino e

aprendizagem, com a ruptura da simultaneidade da presença dos atores da

comunicação pedagógica. Ao permitir que os sujeitos (aluno e docente) promovam

interação, mesmo quando separados no tempo e no espaço físico, as novas

tecnologias de comunicação digital põem em xeque a distinção dos modelos

educacionais baseados na presença física.

A própria noção de aula altera, reveste-se de um hibridismo. Ela não é mais

apenas um espaço determinado, mas o tempo e o espaço contínuos de

aprendizagem individual ou grupal. A navegação pela Web, a multimídia e as

ferramentas de comunicação e interação, apontam para a necessidade de se

repensarem as distinções entre o ensino presencial e a distância, uma vez que as

profundas modificações representadas pelas novas tecnologias de comunicação e

interação permitem supor que as definições de projetos de educação em função da

“distância” podem continuar se sustentando.

Na medida em que as instituições incorporam a rede mundial de

computadores como uma ampliação da sala de aula, é estabelecido um novo

modelo de ensino, que combina elementos do ensino presencial com elementos que

54  

historicamente sempre estiveram associados à EaD, surgi um modelo híbrido de

ensino, ou semipresencial.

Os modelos de ensino híbridos ou semipresenciais valem-se da combinação

dos métodos de ensino presencial com tecnologias de comunicação e podem

acontecer em laboratórios de informática ou na própria sala de aula.

É fundamental verificar como se poderão usar as novas tecnologias numa

perspectiva da mediação pedagógica e, nesse sentido, para Moran (op. cit.), é

importante considerar cada uma segundo sua especificidade, conforme se enuncia:

teleconferência, chat ou bate-papo, lista de discussão, correio eletrônico, internet,

World Wide WEB – WWW (teia que interliga várias mídias como: textos, imagens,

animações, som e vídeos, dentre outros) simultaneamente, formando um imenso

hipertexto.

A internet se apresenta como um recurso dinâmico que enseja o ingresso a

um número ilimitado de informações e dá oportunidade de contatar todos as grandes

bibliotecas do mundo, os mais diversos centros de pesquisa, os próprios

pesquisadores e especialistas nacionais e internacionais, os periódicos mais

importantes das diversas áreas do conhecimento (MORAN, op. cit.).

O dinamismo da internet apresenta constantemente novas informações,

novos processos de interatividade, novas tecnologias. Essas tecnologias exigem

novas palavras e criam sentidos para as já existentes. Esse é o caso da expressão

portal, definida pelo Dicionário Aurélio como “a porta principal, ou o conjunto das

portas principais, de um edifício, artisticamente ornamentada” (FERREIRA, 2010).

Com o advento da Internet, a palavra portal ganhou novo significado, passando a ser

empregada para denominar os sites (conjunto de textos em formato digital, ao qual

se agregam outros conjuntos de informação na forma de blocos de textos, palavras,

imagens ou sons) que oferecem grande volume de informações ou amplo conjunto

de serviços aos internautas.

Não foi de forma aleatória que se recorreu à expressão portal no momento de

adotar uma palavra para denominar os sítios de grande porte. O ponto de partida

para a apropriação e a ressignificação da palavra estava implícito nos próprios

objetivos primordiais dos portais: fazer com que esses sítios sejam a porta de

entrada, o lugar de início, ponto de partida, o rito obrigatório de passagem para o

ciberespaço.

Os precursores dos portais foram as ferramentas de busca, como o Yahoo

55  

(www.yahoo.com) e Excite (www.excite.com), “páginas amarelas” da Web. À medida

que estes sítios passam a ampliar sua oferta de serviço, agregam notícias, correio

eletrônico, listas e outros serviços gratuitos, e passam a receber a denominação de

portais.

Em 1995, inspirado nesse modelo, surgiu o Cadê, o primeiro portal brasileiro.

Com a abertura do acesso comercial à Internet, no ano seguinte, provedores de

acesso passam a adotar o modelo portal, como no caso do UOL (www.uol.com.br) e

TERRA (www.terra.com.br)

De fato, o modelo portal pode representar uma tentativa de padronização, de

concentração de fontes de informações, com uma homogeneização dos conteúdos -

sinais evidentes da globalização dos meios de comunicação de massa. Os portais

podem ser classificados em dois tipos: horizontais e verticais.

Os portais horizontais existem em maior número, são os mais acessados, e

caracterizam pela amplitude das temáticas que abrangem, com uma programação

diversificada, visam atingir todos os segmentos do público. Os maiores portais

brasileiros são do tipo horizontal, como o Universo Online – UOL (Grupo Folha),

Terra (Grupo Telefônica) e Globo.com (Rede Globo).

Os portais verticais, por sua vez, optam pela especialização e elegem um

tema específico em detrimento da ampla abrangência de temáticas e públicos.

Nesse tipo de portal, o público-alvo é muito bem definido. Os conteúdos dos portais

verticais procuram explorar ao máximo o assunto ao qual se dedicam, oferecendo o

maior número possível de informações, reunindo especialistas, agrupando

comunidades, prestando muitas vezes consultorias e serviços adicionais. Estes

portais operam mais intensamente a potencialidade da web em termos de

personalização.

Os portais dedicados à temática da educação no Brasil são considerados

verticais, surgiram e experimentaram um crescimento vertiginoso nos últimos dez

anos, também denominados de portais educativos. Na origem, está a percepção da

importância de integrar a internet ao processo de Educação formal, que reúne

experiências realizadas na utilização da rede no ensino a distância e na

aprendizagem aberta.

Quando, porém, observa-se a natureza dos portais educativos brasileiros,

voltados para a educação (infantil, o ensino fundamental e médio e o superior),

encontra três tipos diferenciados: os mantidos por organizações envolvidas com a

56  

educação e que se valem de sua presença na rede para ampliar suas atividades-fim

e fortalecer ações de marketing educativo; os portais comerciais, montados por

empresas que exploram o mercado de produtos educacionais para escolas da rede

privada e pública e que visam tão somente aos lucros; por último, mas não menos

importantes, estão os portais públicos, criados por órgãos governamentais.

Dentre os portais educativos ligados a organizações não governamentais

citam o Aprendiz (www.aprendiz.com.br), mantido pela ONG Cidade Escola Aprendiz

de São Paulo, que atua na formação de crianças e jovens, e o EduKbr

(www.edukbr.com.br), mantido pela Fundação Padre Leonel Franca e sediado na

Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro. Os portais educativos de ONG’s

podem ser utilizados gratuitamente pelas escolas e sua manutenção é custeada por

meio de parcerias.

Dos portais educativos de vínculo comercial, tem-se a Escola24Horas

(www.escola24horas.com.br), mantida pelo grupo Trend Tecnologia Educacional, o

Educacional (www.educacional.com.br), o Aprende Brasil,

(www.aprendebrasil.com.br) e o Portal Universitário (www.portaluniversitario.com.br)

mantidos pelo Grupo Positivo.

Embora pertencentes ao mesmo grupo empresarial, o Portal Educacional é

direcionado às escolas particulares, enquanto o Portal Aprende Brasil tem como

público-alvo as escolas da rede pública. O Portal Universitário é o primeiro destinado

especificamente ao Ensino Superior.

Histórico do Portal Universitário

Os dados que constituem as informações registradas a seguir para historiar o

Portal Universitário se baseiam em subsídios, fornecidos durante uma visita à sede

de uma das empresas do Grupo Positivo, a Positivo Informática Ltda., localizada em

Curitiba/PR, nos dados contidos em www.positivo.com.br e em documentos de

circulação interna da empresa.

A Positivo Informática Ltda. tem sua origem, em 1989, e constitui o braço

tecnológico do Grupo Positivo. Atua no mercado nacional e internacional e oferece

as mais avançadas soluções de tecnologia, da fabricação de computadores ao

desenvolvimento de software e hardware, além de serviços de capacitação de

professores e alunos, assim como o suporte técnico e pedagógico às escolas

57  

parceiras. A empresa conta com 670 funcionários e seu parque tecnológico está

distribuído em quatro unidades em Curitiba, ocupa uma área de 22 mil metros

quadrados. Possui uma rede de assistência técnica de 260 empresas licenciadas

que abrange mais de três (3) mil cidades brasileiras.

A Positivo Informática gerencia todos os portais do Grupo Positivo (Portal

Educacional, Portal Positivo, Portal Aprende Brasil e o Portal Universitário), que

juntos têm cerca de 1,5 milhão de acessos por dia. Para isso, a empresa conta com

uma equipe multidisciplinar – artistas, designers, programadores, professores,

pedagogos e especialistas em administração escolar, além de inúmeros

colaboradores, dentre os quais, Ziraldo e Luis Fernando Verissimo.

Suas soluções de informática educacional estão em mais de 5.000 escolas

públicas e privadas no Brasil. Neste rol de produtos estão as mesas educacionais

(ferramenta revolucionária que integra softwares educacionais e materiais concretos

em um ambiente colaborativo de aprendizagem de idiomas e de demais disciplinas),

laboratórios de informática de última geração, softwares para ensino de língua

inglesa, canetas tradutoras, simuladores, softwares de autoria de educação e de

entretenimento, portais educativos, dentre outros.

O Portal Universitário é um ambiente especialmente criado para a vida

acadêmica das Instituições de Ensino Superior. Por meio dele, elas encontram

ferramentas de gestão, de planejamento, integração, além de auxílio na estruturação

do ensino e na preparação de aulas. Além disso, é uma ferramenta que auxilia na

otimização dos sistemas de avaliação e de qualidade da instituição. Por meio do

Portal Universitário, as instituições transformam custos em benefícios, eliminam

papéis e burocracia. Utilizam a infraestrutura da Positivo Informática, sem

necessidade de investimento em hardware e software, a instituição tem disponível

variadas informações 24 horas por dia

O Portal Universitário, no contexto do ensino superior, proporciona

infraestrutura e recursos telemáticos; impulsiona o uso da tecnologia da informação

integrada à educação; incentiva o trabalho de elaboração e divulgação de material

didático e promove constante pesquisa acadêmica.

A utilização de uma ferramenta pedagógica em sala de aula oferece

instrumentos que ampliam horizontes no trabalho didático. Quando se fala em TICs

e nas novas ferramentas utilizadas para educação, uma série de serviços, que vão

desde recomendações de livros, com resenhas feitas por especialistas até o

58  

atendimento on-line, por meio do qual, professores e alunos podem tirar dúvidas e

receber orientações.

Como apresentado no primeiro capítulo deste trabalho, as TICs se

sobressaem hoje no processo de ensino e aprendizagem, com processos didáticos

pedagógicos comuns a todas as áreas de atuação da prática docente. São,

juntamente com determinadas ferramentas pedagógicas, aqui definidas como Portal

Universitário, uma forma de criar grupos de aprendizagem.

Outro instrumento pedagógico muito bem trabalhado pelo portal universitário,

é a avaliação, que no contexto tradicional é restrita ao final do processo, se

caracteriza por ser massificadora, excludente instrumento de pressão e controle

para o professor. Com a proposta de utilização de uma ferramenta pedagógica de

acompanhamento ao aluno, durante o processo de aprendizagem, a avaliação que

poderá ocorrer ao longo do processo, se diversifica, já que há muitos ambientes de

interação.

O Portal Universitário está centrado no sujeito e na prática de auto avaliação.

A legitimidade da utilização destas ferramentas deverá ser conquistada por meio de

estratégias inteligentes, que envolverão atividades on-line, acompanhamento

customizado, personalizado e com novos objetivos a serem alcançados, não mais

assimilação e memorização de conteúdos.

Esta orientação para utilização dos recursos do portal universitário como

ferramenta pedagógica tem como pressuposto o desenvolvimento de atividades

temáticas, a seguir, sugestão da representação esquemática:

Definição do tema: todas as atividades precisam ser norteadas de

preferência por um conteúdo da disciplina. Neste momento, compete ao

professor fazer a descrição das atividades a serem realizadas;

Pesquisa: as atividades de pesquisa não precisam se restringir apenas à

internet, porém, é importante que o Portal Universitário possua várias

opções de pesquisa na rede;

Discussão: após os resultados obtidos com a pesquisa, o professor pode

promover discussão pelo recurso do debate ou sala de aula virtual;

Exposição: momento dos alunos apresentarem suas conclusões sobre

as atividades propostas anteriormente;

59  

Construção coletiva: a partir das atividades anteriores, o professor ainda

pode direcionar o conteúdo instituído para um planejamento coletivo como

um trabalho final.

Tomando como exemplo, o uso do debate como estratégia pedagógica para

realizar durante as aulas presenciais, constitui forma de proporcionar novas

possibilidades de aprendizagem. Os debates devem ocorrer a partir da pesquisa

realizada pelos alunos para discutirem questões problematizadas pelo professor ou

quando o professor desejar desenvolver uma discussão sobre um determinado

assunto que não tenha sido discutido em sala de aula, o que é bom para perceber o

conhecimento prévio do aluno.

O debate pode ainda ser aproveitado como forma de avaliação, pois dele se

pode obter a quantidade de inserções realizadas pelos alunos individualmente, as

contribuições e interações recorrentes da participação por grupo de trabalho. Tais

constatações são viáveis e possíveis visto que cada envio de mensagem no debate

é registrado conforme o usuário que efetuou o acesso ao sistema do portal (login). O

debate é importante como fator determinante na motivação da aula ou de atividades.

Esta forma de ensinar requer uma metodologia aberta e flexível. Este tipo de

enfoque favorece a aprendizagem de conteúdos diversos, trabalha aquilo que

capacita o aluno como profissional no sentido de saber fazer e saber ser. Todo este

processo ajuda o aluno adquirir autonomia progressiva e assimilar as estratégias

básicas do estudo: possivelmente a capacidade de comparar e analisar.

Todos os elementos que formam parte do modelo pedagógico são colocados

à disposição dos estudantes para que possam gerir seu próprio processo de

formação. Os alunos são os verdadeiros protagonistas de seu cenário no processo

de aprendizagem, em que se regula o ritmo e o tempo de produção acadêmica.

Nesse modelo pedagógico os instrumentos existentes no portal universitário são

capazes de modificar ideias prévias, de ampliar a rede de conhecimentos e inclusive

de estabelecer novas relações entre conhecimentos. Assim, esse processo de

ensino aprendizagem consiste em: revisar, modificar, enriquecer os esquemas

prévios, estabelecer novas conexões de relação entre os envolvidos: alunos e

docentes, em definitivo, constroem novas aprendizagens, novos saberes e novos

conhecimentos.

Nessa fase de alimentação do processo, também se constitui necessário que

os professores façam a inclusão dos dados acadêmicos, tais como indicações

60  

bibliográficas, artigos, sites; envio (upload) de arquivos de apresentação das aulas e

arquivos documentais, material acessível a todos os alunos. Após a inserção destes

conteúdos, podem ser realizadas orientações para a utilização dos recursos

pedagógicos do portal Universitário. Dentre eles se destacam a enquete, o debate, a

sala de aula virtual, a definição e modelagem de trabalhos acadêmicos, avaliações

periódicas com acompanhamento, enciclopédias particulares (wikis), sites

personalizados (blogs) e construção de páginas.

Ambiente Virtual

Um dos significados da palavra comunidade é a reunião de indivíduos num

determinado espaço. Uma comunidade é virtual quando usa a internet e as

ferramentas de comunicação a distância como espaço de encontro. É definida como

comunidade de aprendizagem quando há interesses comuns, troca de informações

e construção de conhecimento coletivamente. Em uma comunidade virtual de

aprendizagem, o que articula o grupo são os assuntos, as práticas, os problemas,

objetivos, tarefas e pesquisas em comum. A união é feita a partir de interesses

mútuos e pouco importa a distância, barreiras geográficas, fuso horário.

A concepção do ambiente comunidade virtual no portal universitário

fundamenta-se na importância da interação no processo de ensino e aprendizagem

e na expansão da colaboração possibilitada pelo surgimento da internet e suas

ferramentas.

Define-se um Ambiente Virtual de Aprendizagem – AVA como um programa

baseado na internet que oferece diversas ferramentas e recursos para a construção

de conhecimento. O ambiente virtual de aprendizagem é uma adaptação do inglês

Learning Management System (LMS). Do ponto de vista estritamente técnico, os

AVA’s são softwares que auxiliam na construção de cursos pela internet. Contudo,

esses programas são verdadeiras plataformas sobre os quais são criados ambientes

voltados para a educação a distância.

Os AVAs disponibilizam uma série de ferramentas e recursos, potencializando

o seu uso para confecção de atividades voltadas para aprendizagem e para

comunicação entre todos os atores envolvidos na EaD (docentes, alunos, tutores e

coordenadores, entre outros). Campos (2007, p.18) denomina os AVAs como

plataforma de EaD e os define com uma “coleção de ferramentas para criação de

61  

material educacional, gerenciamento da participação do aluno, testes e

avaliações,...” Outra conceituação diferente para ambiente virtual de aprendizagem é

aquela que entende os AVAs como espaço propício para significação, onde os seres

humanos e artefatos tecnológicos interagem.

Para atingir seus objetivos educacionais, as Comunidades Virtuais

necessitam de princípios de comportamento que favoreçam a aprendizagem, como

por exemplo, a construção coletiva, a existência de interesse mútuo, regras de

resolução de conflitos, permite que a simples agregação eletrônica de pessoas

torne-se uma Comunidade Virtual de Aprendizagem.

Do ponto de vista de Kenski (2001, p.109)

"A redefinição de uma comunidade virtual orientada especificamente para ‘aprendizagem’ é difícil. Na verdade, as múltiplas e incessantes trocas que ocorrem em qualquer tipo de comunidade virtual refletem-se em inúmeras e diferenciadas aprendizagens para seus membros [...] Três possibilidades, no entanto, são importantes nas comunidades que possuem fins educativos: a interação, a cooperação e a colaboração on-line".

Diante disso, se faz necessário desenvolver um trabalho que usa as

ferramentas oferecidas pelas TICs, a exemplo do portal universitário que avaliado

por Mercado (2009, p.79) possibilita “[...] uma nova visão no ato de ensinar, possui

novas atitudes frente ao aprender que vem a se constituir no novo paradigma

exigido pela nova sociedade: aprender a aprender [...]”., acrescente-se que o

professor, enquanto profissional, não deve ficar à margem do desenvolvimento das

TICs na prática pedagógica, nem se deixar influenciar o tempo todo por ela. Deve

atuar e buscar significado da sua própria formação dentro de perspectivas atuais e

inovadoras.

O autor afirma que é imperativa a inserção das TICs com o intuito de

desenvolver habilidades, competências, aptidões e encurtar espaços. “A educação

on-line rompe com as restrições do espaço geográfico, podendo atingir um maior

número de pessoas. Propicia novas formas de ensinar e aprender e privilegia as

interações juntamente com o trabalho colaborativo” (MERCADO, Ibid., p.20). Nesse contexto, Mercado (Ibid.) sinaliza que as ferramentas tecnológicas não

podem funcionar sozinhas, se conectamos com as motivações, interesses e

inquietudes dos verdadeiros protagonistas da atividade - os alunos a experiência

que pretendemos detalhar tem sido a de estimular a participação do docente com a

utilização das TICs de maneira significativa e relevante para o cotidiano, no enfoque

62  

pedagógico, não como ferramentas desvinculadas das novas necessidades e

inquietudes e sim como recursos a serviço dos processos de ensino aprendizagem.

Mas a existência dessa estrutura e a manutenção dos equipamentos não

garantem a qualidade pedagógica pretendida para o desenvolvimento das atividades

em sala. É preciso que os professores possam ter domínio e fluência tecnológica.

Para Perrenoud (2001, p. 9)

é preciso reconhecer que os professores não possuem apenas saberes, mas também competências profissionais que não se reduzem ao domínio dos conteúdos a serem ensinados, e aceitar a ideia de que a evolução exige que todos os professores possuam competências antes reservadas aos inovadores.

Mercado (2009) define que, nos ambientes virtuais, o aluno pode ter acesso a

uma maior quantidade de informações e conteúdos úteis ao seu aprendizado

utilizando-se de vários recursos disponíveis na internet como, por exemplo, banco

de dados on-line ou bibliográficos, sistemas de informação orientados ao objeto,

livros eletrônicos, recursos de vídeos, áudio, videoclipes, publicações eletrônicas,

centros de interesses e enciclopédias.

Os ambientes virtuais possuem ricos recursos de docência, que auxiliam na

realização de tarefas administrativas e de gestão de alunos, que contribuem para a

eficácia do processo de ensino-aprendizagem.

Com relação ao trabalho com os alunos em ambientes virtuais, Mercado

(Ibid., p.22-23) afirma que:

O professor pode observar o acompanhamento dos alunos através de diferentes estatísticas e informes de resultados, a partir da ficha de acompanhamento dos alunos. O aluno passa a formar parte ativa do processo de ensino-aprendizagem. Os alunos, orientados pelos professores, têm acesso a diferentes materiais, recursos, fontes de informação, como bases de dados, programas multimídia, documentos eletrônicos, catálogos de bibliotecas e consulta a especialista, a partir dos quais constroem seu próprio conhecimento de forma autônoma, em função de suas habilidades, conhecimentos e interesses.

O autor ainda explica que um dos objetivos do trabalho com o portal

universitário, na formação dos alunos do ensino superior, está relacionado à

verificação dos limites e das possibilidades de as TICs serem praticadas para o

ensino e a educação como um todo.

Ropoli (2001, p. 54) apresenta algumas sugestões para o professor trabalhar

com as TICs,

63  

conhecer sua fundamentação pedagógica; determinar sua filosofia de ensino e aprendizagem; ser parte de uma equipe de trabalho com diversas especificidades; aprender novas habilidades para o ensino on-line; conhecer seus aprendizes; conhecer o ambiente on-line; aprender sobre tecnologia; aprender sobre recursos tecnológicos; reconhecer a ausência da pessoa física; criar múltiplos espaços de trabalho, interação e socialização; incluir múltiplos tipos de interação; estabelecer o tamanho da classe desejável; criar relacionamentos pessoais on-line; desenvolver comunidades de aprendizagem; aprender por meio do diálogo; estar preparado e ser flexível; definir suas regras para as aulas on-line; esclarecer sua expectativas sobre os papéis dos aprendizes.

A educação semipresencial não é, pois, um modelo de aprendizagem

baseado em uma teoria geral de aprendizagem, mas sim, na aplicação de um

modelo eclético e prático.

Diante disto, Moran (op. cit., p.3) afirma que:

Existem professores que possuem qualidades pessoais de convicção, que são “showmen”, que sabem contar histórias, utilizar metáforas, piadas e outros recursos retóricos. Mas, é difícil manter esse “pique” quando se dar muitas aulas por dia, ao longo de um semestre. Por outro lado, está comprovado que aprendemos mais pela experimentação do que pela audição. É importante que o aluno se mova, pesquise, corra atrás, vivencie, entre em contato, comunique os resultados e reflita.

É difícil manter a motivação no presencial e muito mais no virtual, se não

envolvermos os alunos em processos participativos, afetivos, que inspirem

confiança. Para Moran (Ibid., p.3):

mesmo com as TICs, ainda temos grandes dificuldades no gerenciamento emocional, tanto no pessoal como no organizacional, o que dificulta o aprendizado rápido. São poucos os modelos de aprendizagem integradora, que juntam teoria e prática, que aproximam o pensar do viver.

O que muda no papel do professor é a relação de espaço, tempo e

comunicação com os alunos, pois o espaço de trocas se estende da sala de aula

para o virtual. O tempo de ensinar ou receber informações se amplia para qualquer

dia da semana. A comunicação se dá na sala de aula, na internet, no e-mail, no

chat. É um papel de comunicação e coordenação muito mais flexível e constante,

que exige muita atenção, sensibilidade, intenção e domínio tecnológico.

O foco é indicar outras tendências e concepções de ensino e aprendizagem

para os sujeitos, justificado por uma nova pedagogia inovadora para a formação de

docentes. Na realidade, esses novos subsídios são pilares da gestão do processo

de ensino, este aprendido com as TICs. As mesmas formam novas relações sócio

64  

teóricas, entre as quais se destacam a produção e socialização interativa de

conhecimento no ambiente virtual.

Os novos suportes digitais permitem que as informações sejam manipuladas

de forma extremamente rápida e flexível. Para Castells (1999, p.51) “as TICs não

são simplesmente ferramentas a serem aplicadas, mas processos a serem

desenvolvidos”. O papel do professor na educação semipresencial, ou fora dela, tem

como desafio integrar que as competências dos sujeitos sejam resignificadas, que

provoquem situações, arquitetem percursos, formulem problemas, criem

possibilidades de envolvimento, estimule a intervenção dos alunos como coautores

da construção do conhecimento e da comunicação.

A utilização dos pressupostos conceituais próprios da EaD, como a

autonomia, a aprendizagem colaborativa, as comunidades virtuais de aprendizagem,

na modalidade presencial, podem favorecer subsídios teóricos metodológicos,

experimentos para uma modificação presencial, cria-se assim o desenho de uma

nova modalidade híbrida de educação, a chamada educação semipresencial.

Para Moran (2004) e Valente (2003), no acesso da modalidade de educação

semipresencial, a hibridação significa a reelaboração, em novos patamares da

modalidade de educação presenciais, com novas atividades, novos métodos, novos

processos e, assim, com novas concepções e paradigmas educacionais.

Com efeito, educação semipresencial se fundamenta na capacidade da ação

do receptor; porque a cobertura que é capaz de alcançar amplia os limites

convencionais. Esta modalidade permite projetar algumas distintas direções:

Em espaço: não se limitam aos parâmetros de um recinto físico ou lugar

determinado.

Em tempo: a sequência de trabalho com os materiais não é rígida, nem

imposta, o que responde à capacidade de ação do destinatário.

Em população: permite uma cobertura que é capaz de alcançar

amplamente os limites convencionais.

Em recursos: pode utilizar e combinar distintos meios e recursos para

lograr êxito nos objetivos que foram propostos.

O portal universitário não oferece conteúdos prontos e leva o aluno a construir

seu conhecimento com a ajuda de seus pares, utiliza o uso da proposta pedagógica

da pedagogia de projetos e forma uma comunidade dinâmica de aprendizagem, em

que professores e demais educandos são os sujeitos de uma aprendizagem

65  

cooperativa. Nessa troca de experiências, todos assumem o papel de consumidores

e o de produtores de informação. As interações acontecem em listas de discussão,

atividades temáticas, cursos on-line, sugestões de pesquisa e debate. (LUCENA,

2001)

A utilização do portal universitário sugere que um sujeito trabalhe em grupo,

produza melhores resultados, em um ambiente projetado para o aprendizado

colaborativo. Normalmente, ocorre a complementação de capacidades, de

conhecimentos e de esforços individuais, onde os membros do grupo identificam

mais facilmente inconsistências e falhas em seus raciocínios ao interagirem com os

colegas.

Para tanto, o portal universitário traz informações, agendas, orientações

gerais aos educadores e áreas para comunidades específicas, onde o aluno

encontra informação, instrumentos de comunicação para trabalhar

colaborativamente, seja no desenvolvimento de projetos pedagógicos, na criação

literária ou na discussão de temas de interesse. As ferramentas disponíveis no portal

variam de acordo com cada comunidade. Cada comunidade tem sua página própria,

com informações específicas do seu funcionamento, materiais de apoio, mural do

conhecimento e acesso às ferramentas de trabalho e de comunicação de que a

comunidade dispõe.

66  

CAPÍTULO 4

PORTAL UNIVERSITÁRIO DO CESMAC

O Centro Universitário CESMAC, localizado em Maceió, no estado de

Alagoas, adquiriu e implantou um portal educativo comercial, o Portal Universitário

no ano de dois mil e quatro. Ferramenta pedagógica criada a partir do conhecimento

em tecnologia da Positivo Informática. Uma plataforma voltada às atividades fins das

IES – Instituições de Ensino Superior –, gestão do ensino, pesquisa, extensão e

avaliação institucional; plataforma essa, que suporta o ensino presencial e realiza

também o ensino a distância.

O Portal Universitário CESMAC é um sistema de formação e de

conhecimento interativo que permite aos docentes e alunos dos diversos cursos

oferecidos pela instituição, organizar itinerários de aprendizagem, gerar interações

com os outros usuários e favorecer cenários de aprendizagem ativos: por

colaboração, projetos, problemas.

O Portal fica à disposição de todos os funcionários, professores, alunos,

colaboradores, e responsáveis por sua manutenção. Todos têm acesso às

ferramentas disponibilizadas. A IES possui tutores (alunos chamados de

colaboradores ou bolsistas) que ficam diariamente, em todos os horários de

funcionamento dos Cursos, em cada unidade de ensino (campus), com o objetivo de

auxiliar os docentes, alunos e funcionários no apoio e suporte na utilização da

ferramental.

Por ser um produto comercial, a implantação do projeto portal universitário no

CESMAC seguiu algumas regras ou normas indicadas e definidas pela empresa

Positivo Informática:

A solução proposta pelo Portal Universitário traduz-se em serviços

complementares ao dia-a-dia acadêmico, que seguem a linha pedagógica

de cada instituição cliente e estão acessíveis 24 horas por dia, 07 dias por

semana, de qualquer lugar.

Uma IES ao elaborar sua proposta pedagógica, tem que considerar que o

universo pedagógico atual apresenta dois ambientes: o presencial e o

virtual. Portanto, deve planejar estratégias de interação nesses ambientes

para que seu processo de aprendizagem seja enriquecido.

67  

No AVA destacam-se os serviços do Portal Universitário diretamente

ligado à construção do conhecimento, o docente tradicional que passa a

ser tratado como Professor-Web, muito significativo nessa interação,

presencial-virtual-presencial com os alunos. Passa a ser aquele que

auxilia no processo de aprendizagem desde a formação de conceitos até

a questão cultural no processo de construção de significados pelos

indivíduos. A ideia da mediação está presente na ação do professor-web

que busca ampliar as possibilidades de construção do conhecimento para

esse indivíduo – o aluno.

Para um bom entendimento e aproveitamento desse novo ambiente que a

tecnologia oferece e no qual os alunos já interagem independentemente

do processo escolar, não se pode ignorar que o aluno constrói

conhecimento quando interage com outros sujeitos e consigo próprio;

assim, vai internalizando conhecimentos, papéis e funções sociais, o que

lhe permite a constituição de conhecimentos e da própria consciência.

O Portal Universitário a disponibilizar por meio de seu site, todos os

serviços exclusivos e personalizados para a sua parceira. Somente os

alunos, docentes e funcionários destas instituições conveniadas têm

acesso aos serviços. Todos recebem login (nome de acesso ao sistema)

e senha individuais para acessá-los e um endereço de correio eletrônico

(e-mail). Os canais utilizados para se comunicar com seus clientes e

usuários finais são: consultor nas escolas (coordenador-web); e-mail;

suporte on-line 24 horas e comunicados.

Os serviços do Portal Universitário respeitam a linha pedagógica da

instituição e o material de ensino utilizado em sala de aula, valorizando

sua mensagem pedagógica. Diversos serviços são personalizados,

atendendo às necessidades de cada escola, e possibilitando a divulgação

de conteúdo próprio.

A capacitação da equipe técnica pedagógica das escolas conveniadas se

efetua da seguinte forma: O Portal Universitário garante apoio

pedagógico, antes, durante e, se achar necessário, após a

implementação do serviço, para coordenar e dinamizar o processo.

Manter a instituição de ensino sempre atualizada quanto aos aspectos

68  

pedagógicos e tecnológicos; desenvolvimento de outras formas de

cognição; ferramentas de capacitação de profissionais; disponibilização

de ampla fonte de pesquisa, em formato e linguagem atrativa; agilização

da comunicação e processos da instituição; reforço da identidade da

instituição perante a comunidade por meio de serviços personalizados;

interação com outras instituições e com a sociedade em geral; formação

de uma comunidade virtual; aproximação família-instituição; conveniência:

serviços disponíveis 24 horas por dia, 07 dias por semana; aprendizado

de forma lúdica.

Após a implantação do Portal, o próximo passo significativo foi a formação

dos professores para o trabalho com a nova ferramenta pedagógica da instituição,

um processo essencial que o Portal Universitário denomina como “sensibilização”

dos professores.

A sensibilização dos professores se deu via Direção de Tecnologia de

Informação do CESMAC, que em várias reuniões com todo o corpo docente e

demais funcionários apresentou as vantagens e o desenvolvimento para as

atividades docentes, a necessidade de melhorar sua metodologia e

consequentemente sua prática pedagógica, já que o Portal Universitário oferece ao

docente uma variada gama de informações e ferramentas que dinamizam o

processo ensino e aprendizagem.

Após isso, os professores foram capacitados e instruídos para trabalhar com

as ferramentas tecnológicas disponibilizadas no portal, foi enfatizado que no

decorrer de sua utilização os professores iriam se familiarizar com as ferramentas e,

caso surgissem dúvidas, teriam o apoio direto dos tutores.

Essa capacitação apresentou argumentos novos sobre o processo de ensino

aprendizagem aos docentes:

Motivação pedagógica – não importa o nível de domínio técnico, esses

docentes seguem motivações de natureza pedagógica ou didática – eles

procuram fazer com que seus alunos trabalhem de outra forma para

trabalhar melhor;

Desinibição em relação à tecnologia – manifesta-se por uma necessidade

pessoal como usuário da ferramenta – é bom para mim mesmo, é bom

para meus alunos. A experiência pessoal, para esses docentes, é uma

preparação para o que viverá com seus alunos;

69  

Desejo de cooperação profissional – O desejo de interagir com outros

docentes é a motivação do professor. Para esses, a Internet é, ao mesmo

tempo, o pretexto, o conteúdo e uma das ferramentas desse intercâmbio.

O modelo de formação do portal enquadra-se no que Kenski classifica de

“treinamentos para usar”, ou seja, um tipo de capacitação que tem seu foco no

domínio de um software específico (o portal), em treinamentos de curta duração

“mas sem se deter em informações básicas, críticas e esclarecedoras acerca do ‘por

que usar’”, em uma forma de “adestramento tecnológico” (KENSKI, 2003, p.77). Por

esse modelo, não se busca a “fluência tecnológica”, nem as competências para a

transposição didática via Internet, mas “a manipulação, utilização e consumo acrítico

das tecnologias e dos conteúdos disponíveis em pacotes” (KENSKI, Ibid., p.31).

Para a utilização do portal como ferramenta pedagógica em um ambiente

virtual de aprendizagem, é necessário se dispor de uma equipe qualificada para dar

suporte aos professores quanto aos recursos oferecidos. Para atender a esta

necessidade e acompanhar o projeto o CESMAC apresentou um novo setor em sua

estrutura organizacional.

Figura 1 – Estrutura Organizacional do Centro Universitário CESMAC Fonte: Centro Universitário CESMAC – Depto. RH

A Figura 1 apresenta parte do organograma do CESMAC, onde se encontra

na Pró-reitoria Acadêmica Adjunta de Graduação o CEAP (Centro de Apoio

Pedagógico), indispensável para o funcionamento e orientação aos docentes na

utilização de ferramentas para elaboração de conteúdo (material de ensino para as

aulas) necessário a ser disponibilizados aos alunos da IES.

70  

O suporte e desenvolvimento ficam a cargo dos tutores que dão apoio a todos

na instituição para que o Portal possa funcionar sem tantas eventualidades que

venham a obstruir seu desenvolvimento.

O CEAP é responsável pela capacitação e informações aos docentes das

novidades, curiosidades, avisos, notificações ou mudanças no sistema. Os

coordenadores dos cursos acompanham e auxiliam o trabalho desenvolvido pelos

docentes no portal. E ainda exercem uma importante tarefa, pois compete a eles a

atualização de conteúdo constante nos quadros de aviso e o acompanhamento de

inclusão dos planos de aula e de ensino.

Este setor, juntamente com consultores disponibilizados pela empresa

parceira (para orientar no trabalho técnico de informática) apresentam

semestralmente à Pró-reitoria relatórios e planilhas contendo as atividades

acadêmicas desenvolvidas por parte de todos no Portal.

No início do processo de implantação da ferramenta pedagógica, por motivos

de segurança eletrônica (controle de acesso indevido aos conteúdos), foi

apresentada ao corpo docente e administrativo a necessidade de alguns elementos

essenciais para utilização e manuseio do portal, correspondente a um e-mail, login

(usuário de acesso) e senha.

Figura 2. Página inicial do Portal Universitário Fonte: Portal Universitário CESMAC

71  

A Figura 2 apresenta a tela inicial de acesso ao Portal Universitário do

CESMAC, após a liberação de entrada pelo servidor (computador central da

segurança eletrônica com os dados de acesso dos docentes), é apresentada a área

de conteúdo acadêmico, definida como área do docente, demonstrada na Figura 3.

Figura 3. Área do docente Fonte: Portal Universitário CESMAC

Na área do docente fica disponibilizado aos professores um conjunto

organizado de ferramentas Web de gestão das atividades fins da instituição: o

ensino, a pesquisa e a extensão, para propiciar uma integração entre toda a

comunidade acadêmica. Com os mecanismos de estruturação do ensino disponíveis

nesta área, os docentes planejam e publicam as aulas com antecedência, incluindo

materiais associados, e estas são acessadas pelos alunos previamente. Além deste

recurso, estão disponíveis as seguintes opções:

Acesso a planos de ensino, ementas e referências bibliográficas de cada

disciplina;

Material de aula: apostilas, pequenos textos ou artigos para que os alunos

se fundamentem e pesquisem;

Construtor de provas com questões abertas, discursivas, de múltipla

escolha ou de qualquer outro tipo, a partir de um banco de questões;

Listagem e controle de trabalhos acadêmicos;

Enquetes;

72  

Fóruns (entre docentes e alunos);

Sala Virtual;

Chat;

Wiki;

Blog;

E-mail;

Biblioteca Virtual;

Mapas Geográficos;

Periódicos nacionais e internacionais para pesquisa de artigos

acadêmicos;

Menu ajuda: Local de acesso para dúvidas, sugestões e contatos.

Quadro de avisos;

Agenda;

Sala virtual para promoção de debates;

Pesquisa – acesso a conteúdo multimídia e bases de dados gerais e

especializadas;

Currículo padrão lattes;

Publicação de notas, frequência e um construtor de páginas para projetos

acadêmicos;

Simuladores e gerenciadores de processos de avaliação, tanto para os

realizados pelo MEC (Ministério da Educação) quanto para avaliações de

cursos, feitas internas pelos alunos.

Essas ferramentas web complementam o ensino presencial, permitindo uma

educação permanente e continuada, para além do tempo reservado às aulas.

Esta área passa a ser definida como a de maior importância para todo o

processo de ensino aprendizagem, pois por meio desta, todo o conteúdo construído,

formatado e disponibilizado à comunidade acadêmica. Nesse sentido criei um roteiro

com o objetivo de destacar os itens mais significativos para a compreensão do sítio

(site). Por isto, foram consideradas as variáveis mais relevantes para se alcançar

esse objetivo.

Desta forma, em cada variável, foram inseridas unidades de análises

conforme representado na tabela abaixo:

73  

Tabela 3: Roteiro para Análise do Site

VARIÁVEIS UNIDADES DE ANÁLISE

1. Da Entrada no Sistema

1.1 visualização clara; 1.2 acesso aos materiais complementares; 1.3 acesso às mensagens

2. Acesso ao Conteúdo do Site

2.1 conteúdo estruturado; 2.2 procura por palavra-chave; 2.3 procura por imagens; 2.4 download do material para trabalho off-line; 2.5 site pode ser impresso; 2.6 suporte em CD-ROM; 2.7 interface ergonômica para o usuário; 2.8 material de suporte.

3. Espaço Privado e Customização

3.1 usuário pode fazer anotação sobre o material do site; 3.2 usuário pode fazer bookmakers; 3.3 escolha da sequência de navegação; 3.4 agenda; 3.5 retornar a uma seção de navegação; 3.6 espaço para apresentação do usuário; 3.7 customização da imersidade do ambiente; 3.8 segurança por meio de login e senha.

4. Comunicação Assincrônica

4.1 e-mail pessoa a pessoa; 4.2 e-mail pessoa-vários; 4.3 fóruns; 4.4 ferramentas de trabalho em grupo; 4.5 capacidade de inclusão de projetos/ substituição de trabalhos.

5. Comunicação Sincrônica

5.1 sala de chat; 5.2 white board; 5.3 audioconferência; 5.4 videoconferência; 5.5 biblioteca virtual.

74  

6. Ferramentas Pedagógicas

6.1 ensino assincrônico (por e-mail); 6.2 ensino sincrônico (por áudio-videoconferência); 6.3 professores conseguem aplicar determinado conteúdo a um grupo de alunos; 6.4 agenda professor-aluno; 6.5 professor consegue criar grupo de estudos; 6.6 capacidade de inclusão de grupos de arquivos; 6.7 suporte a múltiplos professores.

7. Da Administração do Sistema

7.1 matrícula e monitoramento de alunos; 7.2 gerenciamento de arquivos do aluno; 7.3 direitos de acesso;

8. Do Suporte

8.1 suporte técnico (estabilidade/problemas); 8.2 suporte pedagógico; 8.3 tutorias, workshops, serviços.

9. Da Segurança do Sistema 9.1 o sistema é seguro para manter os dados dos alunos e proteger devido a falhas e invasão dos hackers.

10. Da Interface Com o Usuário

10.1 a interface do sistema é inteligível; 10.2 eficácia do sistema; 10.3 confiabilidade do sistema; 10.4 da interação com o sistema 10.5 da motivação 10.6 opinião do usuário

Fonte: Portal Universitário CESMAC

Pretende-se, com esse instrumento de análise, enfocar as duas principais

perspectivas do portal, ou seja, seus aspectos técnico e pedagógico.

A seguir, o significado de cada item analisado pelo pesquisador em relação

ao site do Portal Universitário.

1. Da Entrada no Sistema

1.1. Visualização clara (fácil visualização de quadros de aviso, seções de

lembretes estando logado no site).

1.2. Acesso aos materiais complementares (fácil acesso aos materiais

complementares destinados aos usuários do site).

75  

1.3. Acesso às mensagens (o usuário possui fácil acesso às mensagens

das listas de discussão e ao chat).

2. Acesso ao conteúdo do site

2.1. Conteúdo estruturado (possibilidade do usuário de organizar o

conteúdo de diferentes formas: por tópico, por seção, por autor).

2.2. Procura por palavra-chave (existe a possibilidade de procurar

conteúdo por meio de palavras-chave).

2.3. Procura por imagens (existe a possibilidade de procurar conteúdo

por meio de imagens).

2.4. Download do material para trabalho off-line (onde o usuário pode

“baixar” os arquivos referentes ao conteúdo para que se possa

estudar sem estar conectado à internet).

2.5. Site pode ser impresso (o material do site pode ser impresso?).

2.6. Suporte a CD-ROM (ao ingressar no Portal Universitário o usuário

recebe um CD-ROM com instruções).

2.7. Interface ergonômica para o usuário (avaliar cores, fontes, metáforas

aplicadas, design, facilidade de uso e intuitividade).

2.8. Do material de suporte (o aluno recebe um manual impresso,

denominado de guia de referência ou guia rápido para consulta).

3. Variável Espaço Privado e Customização

3.1. Usuário pode fazer anotação sobre o material do site (existe uma

ferramenta no próprio ambiente para que o usuário possa fazer

anotações sobre o conteúdo do site).

3.2. Usuário pode fazer bookmarks (o aluno tem a possibilidade de

marcar as partes que achar mais importantes do conteúdo).

3.3. Escolha da sequência de navegação (o usuário tem a liberdade de

navegar/acessar o conteúdo de forma não-linear).

3.4. Agenda (existe um calendário das atividades do site).

3.5. Retornar a uma seção de navegação (o ambiente tem a capacidade

de armazenar o log – registro de acesso – do usuário para situá-lo

no conteúdo de acordo com o seu último acesso).

3.6. Espaço para apresentação do usuário (o usuário tem um espaço

para se apresentar – contexto social do usuário).

3.7. Customização da imersidade do ambiente (o ambiente é

76  

personalizado para o usuário a partir do seu acesso no ambiente).

3.8. Segurança por meio de login e senha (para o processo de acesso ao

ambiente existe a necessidade do usuário informar seu nome e

senha).

4. Comunicação Assíncrona.

4.1. E-mail pessoa-pessoa (troca de e-mail entre duas pessoas).

4.2. E-mail pessoa-vários (troca de e-mail entre uma pessoa e um

grupo).

4.3. Fóruns, eles tanto podem ser solicitados pela instituição quanto

sugeridos pelo Portal Universitário;

4.4. Ferramentas de trabalho em grupo (os alunos têm um ambiente de

trabalho em grupo – os grupos são definidos pelo professor).

4.5. Capacidade de inclusão de projetos e substituição de trabalhos (os

usuários podem enviar arquivos para o ambiente).

5. Comunicação Síncrona

5.1. Sala de chat, (Bate-papo) existem chats comuns a todos e existem

os específicos”.

5.2. Whiteboard (existe um ambiente de whiteboard, área de publicação

de trabalhos dos alunos, aviso em geral).

5.3. Audioconferência, (ambiente específico para conferências por meio

somente de áudio).

5.4. Videoconferência (ambiente específico para conferências por meio

de vídeo e áudio), não integra as ferramentas disponíveis no site.

5.5. Biblioteca virtual (onde o usuário pode ler e emitir sua opinião sobre

um conteúdo específico).

6. Ferramentas Pedagógicas

6.1. Ensino assíncrono (o professor envia conteúdo por e-mail).

6.2. Ensino síncrono (por audio/videoconferência).

6.3. Professores conseguem aplicar determinado conteúdo a um grupo

de alunos (é possível ministrar conteúdo em grupo).

6.4. Agenda professor-aluno, (o professor pode agendar tarefas).

6.5. Professor consegue criar grupos de estudo (o professor consegue

criar grupos virtuais de alunos).

6.6. Capacidade de inclusão de grupos de arquivos (o grupo pode

77  

publicar seus trabalhos).

6.7. Suporte a múltiplos professores (o ambiente responde a dúvidas dos

professores).

7. Da Administração do Site

7.1. Matrícula e monitoramento dos alunos (os alunos matriculados são

listados em relatórios).

7.2. Gerenciamento de arquivos do aluno, unidade, (há intervenção nos

arquivos enviados pelos alunos).

7.3. Direito de acesso (os usuários são classificados por meio do uso de

senhas).

8. Do Suporte

8.1. Suporte técnico/estabilidade/problemas (é uma assessoria técnica

integral em tempo real fornecido pelo Portal Universitário, durante 24

horas por dia).

8.2. Suporte pedagógico (existe suporte quanto ao conteúdo).

8.3. Tutoriais, workshops, serviços (que existem para treinar e incentivar

a utilização do sistema).

9. Da segurança do Sistema

9.1. O Portal Positivo possui um sistema de segurança e backup´s muito

completo, seguro e confiável, com toda a infraestrutura necessária

para a manutenção do site.

10. Da Interface Com o Usuário

10.1. A interface do sistema é inteligível (o sistema permite uma

navegação intuitiva).

10.2. Eficácia do sistema (atende às necessidades e produz os

resultados para os quais foi projetado).

10.3. Confiabilidade do sistema (os resultados obtidos são produzidos

sem erros para o usuário).

10.4. Da interação com o sistema (o usuário interage com o sistema

aprendendo mais quanto mais navegar).

10.5. Usuário (o usuário é motivado de alguma forma a continuar a

navegar).

10.6. Opinião do usuário (o usuário opina sobre o design e o conteúdo

do site).

78  

Os instrumentos de gestão da pesquisa e da extensão permitem a

elaboração, a publicação e o acompanhamento dos projetos nessas áreas. A

produção científica decorrente dos projetos é sistematizada e colocada à disposição

da comunidade acadêmica.

Figura 4. Área do aluno Fonte: Portal Universitário CESMAC

A Figura 4 representa o acesso dos alunos do CESMAC no portal, nesse

momento, se inicia toda a interatividade entre os sujeitos (aluno-docente). Após a

aula, o aluno tem a possibilidade de rever a matéria, tendo acesso a todos os

conteúdos descritos e definidos anteriormente de maneira organizada.

As figuras apresentadas a seguir ilustram as páginas visualizadas pelos

docentes, para a utilização das ferramentas web disponibilizadas no portal, descritas

anteriormente.

Na página seguinte a Figura 5 apresenta a tela de acesso ao plano de ensino,

onde são apresentadas apenas as disciplinas ativas no semestre letivo.

79  

Figura 5. Lista das disciplinas ativas ministradas pelo docente Fonte: Portal Universitário CESMAC

Neste ambiente, os docentes têm acesso especificamente às disciplinas e aos

respectivos períodos letivos, pode-se neste momento rever aulas anteriores,

programar situações futuras, sugerir modelos de esquemas de aula, projetos,

artigos, simulações. Podem também ter acesso a todo plano de ensino e de aulas e

fazer ou não intervenções antes, durante e após processo de ensino.

Figura 6. Plano de aulas, registro diário Fonte: Portal Universitário CESMAC

A flexibilidade é um adicional a mais neste processo, para uma melhor

organização dos docentes. O portal oferece a lista detalhada do número de aulas,

respectivas datas e lista dos conteúdos e permite também que os professores

80  

possam alterar o que achar conveniente, transferem-se a esta seção apontamentos

sobre os diversos conteúdos do curso, exemplos de trabalhos, como devem ser

feitas as atividades, os materiais que serão utilizados nas próximas aulas,

indicações de pesquisa e bibliografias (Figura 6). Também o processo é

acompanhado pelo aluno, pois toma conhecimento do cronograma semestral de

suas aulas.

Figura 7. Quadro de aviso Fonte: Portal Universitário CESMAC

Na Figura 7, referente à tela do quadro de aviso, os docentes podem passar e

receber recados, informativos, compartilhar informação com outros docentes ou com

os próprios alunos, e uma área extra com o espaço específico para digitação de

notas.

81  

Figura 8. Agenda acadêmica e eletrônica Fonte: Portal Universitário CESMAC

A Figura 8 representa a área de utilização de uma agenda acadêmica e

eletrônica, embora disponibilizada aos docentes para a ordem das aulas, trabalhos,

cursos, atividades extraclasse e debates como melhor forma de organização,

permite ser atualizada à medida que os eventos (aulas, cursos, pesquisas,

trabalhos) aconteçam, com novidades aos usuários e registros sobre sua última

visita ao Portal.

Dessa forma, a agenda se converte em uma sequência temporal de

atividades de aprendizagem que permite anunciar ou recordar uma série de

acontecimentos. É útil para informar aos alunos uma nova atividade ou documento e

data para entregas de trabalhos, debates ou outra atividade, efetivamente se

constitui uma memória acadêmica.

82  

Figura 9. Ajuda on-line de todos os processos Fonte: Portal Universitário CESMAC

Na Figura 9, tanto alunos quanto docentes podem acessar a pagina de ajuda,

pois ela oferece manual do usuário, modelos de arquivos, dicas de uso e perguntas

mais frequentes às dúvidas de utilização.

O valor da utilização da plataforma educativa do Portal Universitário aparece

precisamente quando promove a argumentação e a dinamização do processo de

ensino aprendizagem para todos.

Para Mercado (2002, p.15), “é aprendendo na prática, como se pode

converter uma experiência educativa...”, ou seja, a partir da ação para concretização

de todos os objetivos propostos, que estiveram baseados no planejamento

pedagógico.

Os professores, em seu trabalho cotidiano, ocupam uma posição fundamental

na Escola. Eles são os mediadores do conhecimento, em relação à cultura escolar e

os alunos. Sobre seus ombros, repousa a missão educativa da Escola, sintetiza

(TARDIF, 2002).

Segundo esse pesquisador canadense, a afirmação do papel central do

professor passa pelo reconhecimento de que estes profissionais produzem e

mobilizam saberes específicos no cotidiano de suas atividades. Por esse postulado,

é preciso que se superem duas visões: a primeira considera o professor como um

técnico que aplica conhecimentos produzidos por outros profissionais, tais como

pesquisadores e especialistas em currículos; na segunda, o professor é visto como

um agente social, cuja ação é determinada apenas pelo conjunto de forças sociais

do universo em que está inserido (TARDIF, 2002).

83  

Acredito que, após 6 (seis) anos de trabalho com o Portal Universitário em suas

atividades cotidianas, os docentes tenham vivenciado um amplo conjunto de

experiências, bem ou mal sucedidas. Nesse período, as atividades com o Portal

exigiram que os professores produzissem e mobilizassem saberes próprios em

relação ao ensino por meio da ferramenta Internet.

A partir dessas experiências visualizadas e de uma ampla base de dados do

Portal Universitário do CESMAC segue abaixo uma análise documental quali-quantitativa

das informações coletadas.

84  

A Base de Dados da Ferramenta Pedagógica

Construo a partir de agora uma linha de base interpretativa com enfoque

quantitativo e qualitativo principalmente por ter acesso a todas as informações

disponibilizadas no site do CESMAC On-Line (página interna do Centro Universitário

CESMAC), no Portal Universitário do CESMAC e documentos, atas, artigos e

processos existentes na sede administrativa da IES, no Centro de Tecnologia de

Informação – CTI.

O Centro Universitário CESMAC é formado por quatro campi: CAMPUS I –

abriga a sede administrativa, acadêmica e os cursos da área de saúde e ciências

sociais; CAMPUS II – composto dos cursos da área de exatas e tecnológicas;

CAMPUS III – formado pelos cursos da área jurídica e ciências humanas e CAMPUS

IV – formado pelos cursos de licenciatura e comunicação social.

Os dados coletados e organizados da base do Portal Universitário CESMAC

foram organizados nos últimos três anos (2009, 2010 e 2011), com o intuito de poder

responder às questões definidas nessa pesquisa, subsidiar a análise das

potencialidades do portal em uso e para uma melhor compreensão sobre as

vantagens e desvantagens da utilização das ferramentas de suporte à docência no

ensino semipresencial utilizado por este portal.

Com uma abordagem documental, quali-quantitativa empregada neste

estudo, foi possível alcançar os objetivos da pesquisa para posterior demonstração

da hipótese deste. Os dados analisados e coletados foram agrupa em categorias, a

fim de que pudessem mostrar o quanto as ferramentas do Portal Universitário

favorecem o ensino e a aprendizagem, baseados na colaboração dos docentes do

Centro Universitário CESMAC que utilizam diariamente a ferramenta pedagógica.

Foi em busca de uma proposta metodológica para valorização do conceito

semipresencial no Ensino Superior, entre outras questões, que este pesquisador

realizou, durante o ano de 2011, um estudo junto a base de dados do Portal

Universitário do CESMAC, uma instituição particular, de grande porte, com trinta e

oito anos de existência.

As categorias de dados estabelecidas foram:

Perfil dos docentes

85  

o Quantidade de docentes avaliados;

o Tempo de prática docente;

o Titulação dos docentes;

Pertinência da utilização do Portal Universitário;

Processo avaliativo.

Como afirma Tardif (op. cit., p.36), “na maioria das vezes o professor precisa

tomar decisões em plena atividade, sem ter como apoiar-se em um saber-fazer

técnico-científico. Ao escolher, reinventar ou criar procedimentos, ele assume - ainda

que inconscientemente - uma teoria de ensino aprendizagem”, desenvolve novas

metodologias e faz surgir novas práticas educativas.

A experiência dos docentes do CESMAC com a internet, por meio de um

portal universitário, mostra a validade das afirmações descritas por Maurice Tardif.

Para muitos professores, sem uma formação adequada para o trabalho com a

internet, os mesmos se viram diante da necessidade de fazer uso de uma nova

cultura em sala de aula. Nesse processo, tiveram que fazer escolhas, foram levados

a desenvolver suas próprias estratégias e métodos para o trabalho, ou seja,

elaboraram novas práticas, para o processo de ensino e aprendizagem.

O objetivo maior dessa análise, foi apresentar o universo de aplicação de uso

da ferramenta pedagógica Portal Universitário às unidades de ensino (Campi) do

CESMAC. O quadro apresenta a quantidade total de docentes que lecionam na

instituição e a de docentes que utilizam efetivamente a ferramenta como instrumento

de avaliação para o processo de ensino aprendizagem, com isso identificar as

possíveis contribuições e lacunas ocorridas na utilização do Portal Universitário.

Tabela 4 – Amostra da Coleta de dados

UNIDADE DE ENSINO No DE DOCENTES No DE DOCENTES

ATIVOS NO PORTAL

CAMPUS I 332 329

CAMPUS II 123 119

86  

CAMPUS III 160 104

CAMPUS IV 42 29

TOTAL 657 581

Fonte: Depto de RH do CESMAC e Portal Universitário CESMAC-

A Figura 10 representa um gráfico relevante para a pesquisa que é o tempo

de docência ou a prática de ensino. Com o percentual apresentado, os professores

da instituição são mais novos, totalizam em torno de 93% e possuem uma média

experiência, com a maioria destes entre 1 (um) e 9 (nove) anos na prática de

docência.

Figura 10 – Tempo de docência Fonte: Portal Universitário CESMAC

Embora Kenski (op. cit.) estabeleça que o professor deva estar em contínua

formação, em contato com as TICs como alternativa de aprendizagem colaborativa a

fim de facilitar a aprendizagem independente de tempo de docência, a questão mais

importante, o aspecto vital deste trabalho está na descrição e na análise da

formação dos professores para a incorporação da internet, ou seja, a capacitação

para utilização do portal. É desse aspecto que podemos chegar a algumas

constatações que permitam aprender com esta metodologia

Ainda frente à categoria de estudo perfil do docente, a base avaliativa

apresenta a seguinte composição de titulação de cada um deles:

87  

Figura 11 – Titulação dos Pesquisados Fonte: Portal Universitário CESMAC

Com a análise do resultado do gráfico representado pelas Figuras (10 e 11) e

comparando os resultados obtidos da base avaliativa, encontro o seguinte universo;

os docentes com maior experiência profissional (tempo de docência) no CESMAC se

encontram, respectivamente, nos Campi III e IV e a maioria possui a titulação de

especialista. Esses resultados demonstram claramente uma menor aceitação e/ou

utilização do Portal Universitário em seu dia a dia pelos docentes destas áreas, ou

seja, um tempo (anos de casa) maior na instituição aponta como uma grande

dificuldade de utilização da ferramenta proposta pela IES.

Este resultado preliminar reforça a tese da constante necessidade de

aperfeiçoamento, de formação continuada do docente frente às novas TICs

empregadas em seu ambiente de trabalho.

Trabalhar com o Portal Universitário representa aspectos positivos como:

liberdade de tempo e espaço, meios de comunicação, oportunidade de trabalhar em

grupo, facilidade de acesso, interatividade, surge um novo espaço para

aprendizagem, distâncias físicas são eliminadas, surge um processo de construção

cooperativa dos conhecimentos, o desenvolvimento da consciência critica e o

favorecimento das soluções criativas para novos problemas que se impõem no

cotidiano acadêmico. Mas também apresenta aspectos negativos como: resistências

em trabalhar pedagogicamente com a internet, não conhecer metodologias de

aprendizagem on-line, inadequação entre a mídia utilizada e o material planejado.

88  

Figura 12 – Quantidade de acesso ao mês Fonte: Portal Universitário CESMAC

A Figura 12 se caracteriza pelos acessos dos docentes ao portal universitário,

estes acessos estão de acordo com as estatísticas apresentadas pelos dados da

base avaliativa do portal, entradas para digitação de notas, digitação de faltas,

avisos, abertura e recebimento de trabalhos acadêmicos, modificação na agenda,

atualizar o plano de aulas dadas e previstas, metodologia, disponibilização de

materiais necessários às aulas seguintes, para pesquisa, para atualização de dados

e para verificar e enviar e-mail, ou seja, um levantamento de dados de todos os

acessos às ferramentas web relacionadas ao Portal Universitário.

No que se refere à construção de conhecimentos, exige-se dos sujeitos

envolvidos uma postura diferenciada, seja no aspecto da maturidade ou da

objetividade, devido à redefinição dos termos aprender e ensinar. E mesmo com

todo o incentivo por parte da instituição, coordenação pedagógica e suporte técnico,

neste item apresentado pelo gráfico anterior (Figura 12), ainda há um número

considerável de docentes ausentes da utilização do Portal em seus acessos, e com

pouco uso das ferramentas web disponibilizadas aos professores neste espaço

virtual.

A ênfase dada às modalidades que fazem uso das TICs como suporte, para

que sejam caracterizados como inovadores, sugere partir do que se entende sobre

as concepções pedagógicas dessas modalidades, pois para Oliveira (2003, p.11) “a

utilização de sofisticados recursos tecnológicos em velhas práticas educacionais não

é garantia de uma nova educação”.

89  

Figura 13 – Estatística gerada para os docentes pelo portal Fonte: Portal Universitário CESMAC

A Figura 13 apresenta o mapa dos usuários (quadro de estatística de acesso)

gerado pelo software (programa de dados) a todos os professores consoante à

utilização do portal pelos alunos. O Pró-Reitor Acadêmico, o Pró-Reitor Adjunto de

Graduação e o Coordenador acadêmico (curso) possuem o mesmo acesso, porém

com visões diferenciadas e totalizadoras, conforme o nível de segurança

estabelecido.

Os docentes visualizam o mapa de suas disciplinas, com o acesso de seus

alunos, o coordenador acadêmico visualiza os acessos dos docentes vinculados ao

curso, a Pró-Reitoria Adjunta de Graduação visualiza todos os cursos, porém

apenas as atividades de ensino e extensão e a Pró-Reitoria Acadêmica além de

todos estes itens anteriores ainda possui acesso à pesquisa e auto avaliação dos

todos os cursos, com os dados consolidados do Centro Universitário CESMAC.

Uma segunda categoria, pertinência da utilização do Portal Universitário, foi

evidenciada a fim de compor dados para se obter um resultado satisfatório para esta

pesquisa Nesta categoria de dados foi efetuada uma composição com os mapas de

acesso em um universo mais abrangente. Utilizado as bases dos semestres letivos

subsequentes dos anos de 2009, 2010 e 2011, obtive o seguinte resultado:

90  

Figura 14 – Mudanças no processo de ensino com o Portal Fonte: Portal Universitário CESMAC

De posse dos mapas descritos anteriormente definiu-se o gráfico

disponibilizado na Figura 14, este apresenta um crescimento satisfatório nos últimos

três anos, no que se refere à utilização do portal.

Os dados consolidados neste gráfico reportam exatamente a realidade do uso

do portal nos anos especificados na pesquisa. Observados os itens definidos neste

gráfico considerei positiva a melhoria no processo de ensino aprendizagem no

CESMAC. Verifica-se também no gráfico exposto um crescimento significativo de

aceitação dos docentes em utilizar o portal, ou seja, quebrar alguns paradigmas,

mudanças de hábito, aprender a ser cobrado principalmente pelos alunos do curso.

Foi levado em consideração no universo da pesquisa dados de

aproximadamente setecentos e nove (709) docentes em média nos três últimos anos

e os itens definidos no gráfico foram expostos a fim de satisfazer a necessidade da

pesquisa. O item “não dá aula pelo portal” considera exatamente aqueles docentes

que não fazem uso em sua totalidade do Portal Universitário, apenas se registraram

como docentes, não registraram suas aulas ou interagiram com a comunidade

acadêmica, esse percentual diminuiu em 355% nos últimos três (3) anos – muito

satisfatório.

Porém sobre este resultado obtido há um número relativamente alto de

docentes que não utilizam o portal; com isso pode ser necessário rever a questão

metodológica.

Acredito que o fator tempo de docência, como já descrito anteriormente,

também pode interferir nessa nova prática da não utilização e, consequentemente,

91  

não contribuição para a estatística esperada no planejamento da IES. “Trata-se de

docentes que não sejam apenas “usuários” ingênuos das TICs, mas profissionais

conscientes e críticos que saibam utilizar sua possibilidades de acordo com a

realidade em que atuam” (BELLONI, 2001, p.77).

Observam-se na tabela abaixo dados de utilização da internet:

Figura 15 – Utilização da internet na IES Fonte: Portal Universitário CESMAC

Este gráfico (Figura 15) representa à utilização da internet pelos docentes,

convém salientar, que para se acessar a internet nos campi do CESMAC o docente

necessita estar cadastrado no departamento de tecnologia do CESMAC, com isso,

automaticamente é liberado o acesso.

Observado os dados informados por este gráfico, verifica-se que 89% dos

docentes no CESMAC acessam constantemente a internet, ou seja, utilizam

periodicamente o Portal Universitário; o restante 11% não acessa ou acessa muito

pouco no ambiente acadêmico.

O cruzamento dos dados dos gráficos apresentados anteriormente e da base

de dados do portal, confirma o resultado de que alguns docentes que não acessam

o Portal Universitário, são aqueles que, não se preocupam com sua titulação, isto

quer dizer, não se capacitam para o stricto sensu, pois a maioria dos docentes

indicados nestas pesquisas é especialista, possui tempo de serviço acima de 10

anos e está concentrada no CAMPUS III.

Em decorrência do resultado anterior, reforça o que se percebe no Portal

referente a constantes reclamações de alunos que estudam no campus III e deixam

92  

recados para o coordenador acadêmico e pró-reitor adjunto de graduação, em

relação a não encontrarem materiais de aulas de diversas disciplinas.

O Centro de Apoio Pedagógico – CEAP persiste em fazer diligências neste

Campus no intuito de minimizar a resistência dos docentes.

Diante de tais constatações posso elencar algumas sugestões:

Encontros mensais para conhecer melhor e desenvolver as habilidades

que as ferramentas do portal oferecem;

Dar aulas de informática e destacar o uso do teclado, do mouse, da

internet, entre outros etc.;

Promover oficinas com o intuito de sanar dificuldades,

Promover chats, fóruns entre os professores para motivação do uso

destas ferramentas,

Fazer divulgação de alguns softwares chamados aplicativos,

Ler e difundir materiais produzidos sobre essa temática,

Planejar mensalmente ações que apresentem trabalhos produzidos com a

utilização das ferramentas do portal universitário e compartilha-los entre

os professores,

Convidar professores de outras realidades educacionais que trabalham

com portais para fazer apresentação de trabalhos que tenham sido

desenvolvido por eles juntamente com os alunos para fazer divulgação

enriquecendo a prática docente do quadro.

A terceira e última categoria definida para esta pesquisa, processo avaliativo ,

evidencia as minhas considerações finais sobre a utilização da ferramenta

pedagógica Portal Universitário.

93  

Figura 16 – Formas do processo avaliativo Fonte: Portal Universitário CESMAC

O gráfico representado na Figura 16, expressa a relação dos docentes com o

processo avaliativo de seus alunos. Há seis anos todo processo de avalição das

disciplinas ministradas no CESMAC eram em forma de provas escritas. Com a

implantação de novas ferramentas do Portal e com diversas outras metodologias e

tecnologias utilizadas constatou-se que os docentes também mudaram sua prática

avaliativa com o auxílio desta ferramenta pedagógica. Porém, o percentual de

avaliações escritas continua muito alto, o que não caracteriza uma menor utilização

do Portal Universitário, apenas uma redistribuição do processo avaliativo.

A oportunidade de experimentar outros recursos e práticas faz do Portal

Universitário um novo aliado para os professores no processo de avaliação das

disciplinas. Além de inovador, compreendo que ainda exista alguma resistência, na

qual está sendo modificada ao tempo em que os docentes aprimoram a utilização e

melhor se capacitam na utilização do Portal Universitário do CESMAC.

Com o passar do tempo acredito que esta pequena porcentagem de não

utilização pelo portal tenderá a diminuir dentre diversos fatores: por facilitar

intercâmbio entre todos, por aprimorar o desenvolvimento e por poder dar mais

dinamicidade ao processo ensino aprendizagem.

O Portal Universitário foi introduzido no Centro Universitário CESMAC para

que o mesmo ofereça a cada dia a possibilidade de solidificação de inovações tão

necessárias ao cotidiano pedagógico, porém, dentro das possibilidades de formação

de cada um, que consiste em um processo de profissionalização docente.

94  

CONCLUSÃO

A contemporaneidade convoca o universo educativo para uma reflexão

permanente em relação aos processos de ensino e aprendizagem. Dessa maneira,

compromete-se a Educação Superior com uma oferta de educação de qualidade

alicerçada nas tendências pedagógicas ligadas à tecnologia.

Tal implementação precisa ser coerente com a realidade educacional, e ter,

além de um cunho pedagógico, coeso e que atenda à necessária demanda de

interrelação e envolvimento dos agentes educativos, o objetivo maior de estimular os

alunos, dinamizar os conteúdos e ampliar a capacidade criativa, analítica e

autônoma do professor.

Milhões de pessoas espalhadas por todo o mundo, de todas as faixas etárias,

já utilizam a internet para ter acesso às imensuráveis informações, à troca de

conhecimentos, à busca por notícias em tempo real, e também para estarem sempre

atualizadas. Não faz mais sentido, portanto, discutir a conveniência de se integrar ou

não a internet ao processo ensino e aprendizagem.

As vantagens que foram discutidas ao longo da pesquisa demonstram a

necessidade da instituição escolar adotar e implementar programas de formação

que utilizem as TICs como ferramenta pedagógica. Pode-se afirmar com a pesquisa

que esta tendência emergente amplia o chão pedagógico e ultrapassa as paredes

da escola.

No entanto, essa metodologia da utilização das TICs e a interatividade com os

processos de ensino e aprendizagem na educação se contrapõem à formalidade do

reduto conteudista universitário, e necessita de um olhar técnico minucioso, pois vai

além da simples instalação de máquinas e softwares.

O que faz o interesse pedagógico pelo uso das TICs é, antes de tudo, a

pertinência dos modelos de aprendizagem que ela permite utilizar, tais como: a

mobilidade de acesso dos alunos e docentes conectados ao mundo; os inúmeros

conteúdos arquivados aos bancos de dados de outras IES; as distâncias encurtadas,

ao tempo real de informações e discussões, entre outros.

Assim como, acessibilidade definida como rapidez e facilidade de acesso às

informações, recursos educativos on-line gratuitos, que geram criatividade, e

provocam desejo para novas descobertas com as mídias sociais.

95  

Outro modelo de aprendizagem é a conectividade, troca e intercâmbio de

ideias, materiais didáticos, sites, links, softwares, redes sociais.

A presença pura e simples de computadores conectados à rede não leva os

professores a um planejamento adequado dos seus métodos e procedimentos de

ensino, nem tampouco, os alunos a adotarem novos modos de aprender. A questão

é muito mais conceitual do que tecnológica, principalmente por estarmos

favorecendo plataformas virtuais para atender ao processo de ensino e

aprendizagem.

Esta pesquisa mostrou também que há cerca de duas décadas, temos visto

nos meios de comunicação, em artigos especializados e em outras publicações

grandes debates sobre o impacto das TICs para a sociedade. Discutem-se

terminologias como: Aldeia Global, Era da Informação, Sociedade do Conhecimento,

Sociedade da Informação, Comunidades, entre outras expressões que buscam

representar esses fenômenos impactantes.

Mais do que informação e conhecimento, a comunidade acadêmica necessita

ampliar a capacidade de compreender, de apreender e descobrir, de adaptar e

inventar sob uma perspectiva crítica. O perfil para o profissional da atualidade

demanda esta compreensão e o atendimento às múltiplas necessidades sociais, tais

como: ter capacidade de raciocínio, ser criativo e ético, saber se relacionar, além de

demonstrar competência no tratamento do espaço público, o que inclui também a

utilização das TICs.

De fato, como visto ao longo do texto, a implantação das tecnologias da

informação e comunicação no processo de ensino e aprendizagem gera impacto

educacional para o paradigma universitário atual, com consequências para o perfil

docente, na sua formação inicial e continuada, bem como para o planejamento das

práticas pedagógicas que ficam instigadas pelas inovadoras e ricas possibilidades

de materiais voltados às estruturações diárias.

Cabe aos agentes educacionais e ao meio universitário iniciar a

desmistificação da perspectiva da visão docente mecanicista, por meio desta

tendência tecnológica, vislumbrando a real compreensão de que a palavra

tecnologia não significa "máquina".

A tecnologia aqui apresentada foi tratada como um conjunto de

conhecimentos técnocientíficos que dependem de ferramentas para atender às

necessidades essenciais do ser humano. A máquina disponibilizada, com

96  

procedimentos pedagógicos planejados a serviço do homem, e responsável pelos

processos e recursos para o processamento das informações.

Dessa maneira, a tecnologia nos últimos anos tem invadido um espaço

significativo em todas as áreas da vida, influenciando diretamente a sociedade em

seus diversos ambientes. No entanto, ela já vem acompanhando o homem desde os

primórdios de sua história. Hoje, é antes, uma transformação no fazer que

constantemente justaponha uma correspondente mudança de concepção.

Validados por essa forma metodológica, os alunos demonstram melhor

rendimento e maior facilidade em lidar com as TICs, impactados pelos professores

que com um planejamento adequado e estruturado trazem indagações que

desequilibram as certezas e proporcionam provocações desafiadoras para a

pesquisa na busca de alternativas.

Essa linguagem unifica procedimentos como o acessar botões, mas amplia a

integração com aparelhos sofisticados. Isto, porém, não quer dizer que não

exercemos a docência mediante o contexto atual o que requer a familiarização com

a linguagem tecnológica e entendê-la como um processo de autoformação a ser

desenvolvido, pois a aprendizagem é contínua e processual.

A pesquisa também demonstrou a partir do seu objeto de estudo, o Portal

Universitário, que o mesmo favorece com suas ferramentas metodológicas, de modo

significativo ao planejamento e execução de seus instrumentos na docência do

Ensino Superior, implica também o aluno em seus próprios avanços investigativos.

O Portal Universitário como ferramenta pedagógica para o ensino presencial

no CESMAC traz a pertinência e a adequação para a atualização docente constante.

Dessa maneira, observaram-se as oportunidades que a utilização dessa

ferramenta permitiu para ajudar, motivar e formar para o desenvolvimento e

dinamismo do processo ensino e aprendizagem do Centro Universitário CESMAC.

O trabalho com o Portal Universitário, desde a sua implantação, tenta

contribuir como ferramenta universitária docente, e oferece uma vasta oportunidade

de ampliar os conhecimentos, de dinamizar as aulas, de poder junto aos alunos

interagir com mais rapidez e eficiência, além de disponibilizar também, várias

ferramentas interativas que motivam não só o professor, mas também o aluno.

O acesso aos ícones da ferramenta pode acontecer de forma múltipla e

interativa, proporcionar interrelações em tempo real, com alunos e professores, além

das trocas de conhecimentos.

97  

Foi com a criação desse ambiente de interatividade, que a ação docente,

descentralizou o conhecimento; e nota-se a construção significativa dos alunos

quanto à independência, confiança na utilização da ferramenta durante as aulas.

Observa-se também, o acompanhamento, intervenção e mediação do

processo de ensino e aprendizagem realizado pelos professores, bem como a

movimentação dos alunos, à medida que desenvolvem os trabalhos acadêmicos ou

atividades propostas.

Em qualquer situação que o ser humano se encontre, e em que lhe é

apresentado algo novo, diferente, a princípio a incerteza é construída, consolidada

pelo medo de errar, de não conseguir aprender e receio de ser impedido pela

incapacidade. Entretanto, enfrentar desafios é escolher e experimentar novas

possibilidades, é verdadeiramente o intercâmbio entre o velho e o novo. Dessa

maneira, tudo que é bom para a prática docente é viável em educação, sobretudo,

quando isto se torna prazeroso. As tecnologias, historicamente, permitem essa

interlocução entre o consolidado e o inovador.

Aos professores é ofertado conforto e comodidade que antes não existiam.

Um exemplo que pode ser apontado é a possibilidade de executar tarefas simples

como acesso a notas de alunos, ou provas e trabalhos, sem precisar do

deslocamento. A agilização dos processos também podem ser colocados como

ponto positivo e viável a partir do acesso ao computador – e em especial a internet

– que oferece, simultaneamente, o trabalho e o lazer, o “sofrimento”, mas também o

prazer.

Não tenho aqui a intenção de esquecer, e não citar os professores que não

fazem uso satisfatoriamente do Portal Universitário. Em nenhum espaço educacional

se tem totalidade nas ações e alguns ainda precisam se autorizar a mudar o

pensamento, “quebrar velhos paradigmas” que os impedem de exercer com mais

dinamismo sua ação docente.

A vida é processo, e processo é vida. Se for compreendida a educação como

processo poder-se-ia expandir para o Portal e para os que ainda resistem a essa

tecnologia, a compreensão do cotidiano internáutico acadêmico. Certamente, as

inúmeras oportunidades, promovidas pela ferramenta, já sensibilizam e

sensibilizarão ainda mais os docentes para a eficiência do processo ensino e

aprendizagem.

98  

Nesta conclusão, ainda que momentânea e pontual, posso afirmar que esta

pesquisa agregou valor ao fato de se ter hoje a clareza dos seguintes tópicos,

relatados a seguir:

As TICs se constituem como ferramentas pedagógicas produtivas e positivas

que auxiliam ao processo ensino e aprendizagem e à formação docente, no contexto

educacional.

Os computadores, a internet, as redes sociais, os softwares, entre outros, são

recursos tecnológicos que quando bem utilizados, e a serviço do contexto educativo,

contribuem para uma aprendizagem significativa, que motiva aluno e professor, além

de ampliar a motivação e a criatividade, enriquecendo aula presencial com

interatividade e dinamismo.

A inclusão digital é um paradigma emergente que vem proporcionando aos

agentes educacionais uma série de vantagens, quando de maneira organizada e

adequada atualiza um futuro real.

O Portal Universitário se consolida, como uma ferramenta do Centro

Universitário CESMAC que melhora a cada ano a qualidade da oferta de espaços

interativos, contemplando a oferta de qualidade, favorecendo inclusive, a ampliação

das relações professores-alunos.

As contribuições, apresentadas nesta dissertação, certamente, possibilitarão

um novo olhar sobre o trabalho docente aliado às Tecnologias da Informação e

Comunicação. Contudo, acredito que outros estudos se fazem necessários para se

melhor compreender tanto as alterações nas práticas de trabalho quanto no

processo de trabalho docente que se desenvolve com o uso dessas tecnologias. Por

essa razão não há como parar aqui.

99  

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