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UNIVERSIDADE CIDADE DE SÃO PAULO PROGRAMA DE MESTRADO EM EDUCAÇÃO WASLEY RODRIGUES GONÇALVES EDUCAÇÃO ESCOLAR COMO UM DIREITO PÚBLICO SUBJETIVO: UM ESTUDO SOBRE O DIREITO À EDUCAÇÃO NAS CONSTITUIÇÕES BRASILEIRAS SÃO PAULO 2012

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UNIVERSIDADE CIDADE DE SÃO PAULO

PROGRAMA DE MESTRADO EM EDUCAÇÃO

WASLEY RODRIGUES GONÇALVES

EDUCAÇÃO ESCOLAR COMO UM DIREITO PÚBLICO

SUBJETIVO: UM ESTUDO SOBRE O DIREITO À

EDUCAÇÃO NAS CONSTITUIÇÕES BRASILEIRAS

SÃO PAULO 2012

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Ficha Elaborada pela Biblioteca Prof. Lúcio de Souza. UNICID

G635e

Gonçalves, Wasley Rodrigues. Educação escolar como um direito público subjetivo: um estudo sobre o direito à educação nas constituições brasileiras. / Wasley Rodrigues Gonçalves. --- São Paulo, 2012. 244 p.; anexos. Bibliografia Dissertação (Mestrado) – Universidade Cidade de São Paulo - Orientador: Prof. Dr. Julio Gomes Almeida. 1. Educação escolar. 2. Direito educacional. 3. Direito público subjetivo. 4. Direito à educação escolar. 5. Formação de profissionais da educação. I. Almeida, Julio Gomes, orient. II. Título.

CDD 370.1

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WASLEY RODRIGUES GONÇALVES

EDUCAÇÃO ESCOLAR COMO UM DIREITO PÚBLICO

SUBJETIVO: um estudo sobre o direito à educação nas

constituições brasileiras

Dissertação apresentada ao Programa de mestrado em Educação da Universidade Cidade de São Paulo como requisito exigido para obtenção de título de Mestre.

SÃO PAULO 2012

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WASLEY RODRIGUES GONÇALVES

EDUCAÇÃO ESCOLAR COMO UM DIREITO PÚBLICO

SUBJETIVO: um estudo sobre o direito à educação nas

constituições brasileiras

Dissertação apresentada ao Programa de

mestrado em Educação da Universidade

Cidade de São Paulo como requisito exigido

para obtenção de título de Mestre.

Área de Concentração:

Data da defesa: 11/09/2012

Resultado:___________________________

BANCA EXAMINADORA:

_______________________________________________

Prof. Dr. Julio Gomes Almeida

_______________________________________________

Prof. Dr. Lafayette Pozzoli

_______________________________________________

Prof. Dr. João Gualberto de Carvalho Meneses

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DEDICATÓRIA

A Deus, meu pai.

À Cristo meu Mestre.

À minha mãe, minha amiga.

À minha esposa, minha amiga e companheira.

Aos meus filhos, meus discípulos.

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AGRADECIMENTOS

A Deus por minha vida, família e amigos.

A Unicid pela oportunidade do curso.

Ao professor Júlio Gomes Almeida pela

orientação, apoio e confiança.

Ao professor Potiguara pela amizade e

respeito.

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RESUMO

O presente trabalho se propôs a realizar um estudo direcionado a compreensão do direito à

educação presente na Constituição Federal de 1988 e se há, de fato, para todos, garantia de

acesso ao processo formativo na educação escolar. Isso porque na linha de pesquisa, sujeitos,

formação e aprendizagem, se a infância e a juventude forem cerceadas do acesso ao processo

formativo de educação escolar pública, provocará um fatídico resultado de difícil e trabalhosa

reversão no processo formativo de cada cidadão excluído. Partindo desse pressuposto foi

necessário compreender o que é o próprio direito subjetivo, estudar sua trajetória presente no

histórico das Constituições até sua consolidação na Constituição Federal de 1988 e observar

se o direito público a educação, realmente, esta presente no processo de formação e

aprendizagem de todo cidadão em fase de educação escolar. Com base em estudos de

Pedagogia, Direito Constitucional, Teoria dos Direitos Fundamentais e Direito Educacional,

desenvolveu-se uma pesquisa com abordagem qualitativa. O procedimento de coleta de dados

utilizou-se de análise documental feita por meio do cotejo do conteúdo de texto presente nas

Constituições brasileiras para entender como se consolidou o direito à educação no bojo de

cada uma delas. O conteúdo do estudo contribuirá para a formação de profissionais da

educação. Já o cotejo da jurisprudência do Tribunal do Estado de São Paulo, cujos

julgamentos são pertinentes à matéria de direito subjetivo a educação, possibilitaram verificar

se existem políticas públicas direcionadas a permitir o acesso ao processo de formação e

aprendizagem de cada cidadão que atenda ao comando contido no art. 208 da Constituição

Federal de 1988. O objetivo foi estabelecido em três vertentes: a) investigar os textos

presentes nas Constituições brasileiras durante o período de 1824 a 1988, e pontuar os

momentos históricos decisivos para a consolidação do Direito à Educação Escolar. b)

investigar o que os teóricos entendem sobre o direito à educação escolar presente no texto da

Constituição Federal de 1988; c) estudar os impactos decorrentes do exercício do direito a

educação escolar à partir da CF/88, cujo acesso deverá ser promovido por políticas públicas

direcionadas à permitir que infância e a juventude tenham acesso ao processo de formação e

aprendizagem na educação escolar, sendo que a ineficiência, a ineficácia, ou seu efetivo

exercício, em sociedade, poderá ser corrigido via poder judiciário.

PALAVRAS-CHAVES: 1. Educação Escolar. 2. Direito educacional. 3. Direito Público

Subjetivo. 4. Direito a educação escolar. 5. Formação de profissionais da educação.

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ABSTRACT

This work proposes to conduct a study aimed at understanding this right to education in the

Federal Constitution of 1988 and if there was a sufficient influence to ensure access to the

educational process in school education. This because the line of research subjects, training

and learning to children and youth are curtailed access to the training of public school

education, will lead a fateful result of difficult and laborious reversal in the training of every

citizen deleted. Based on this assumption was necessary to understand what the law itself is

subjective, studying its history in this history of the constitutions of the Federative Republic

of Brazil until its consolidation in the Constitution of 1988 and look to the experience of

public education, really, that this in the training of every citizen in the process of schooling.

Based on studies of Pedagogy, Constitutional Law, Theory of Fundamental Rights and

Education Law, has developed a qualitative research approach. The data collection procedure

was used for document analysis done through the comparison of the content of constitutional

texts present in the Brazilian Constitutions. The content of the study will contribute to the

training of education professionals. This allowed the determination of how consolidated the

right to education in the core of each. Since the comparison of the Court of the State of São

Paulo, whose judgments are matters pertaining to the subjective right to education, allowed to

check whether there are public policies intended to allow access to the training of every

citizen who meets the command contained in art. 208 of the Constitution of 1988. The object

was established in three areas: a) investigate the texts present in the Brazilian Constitutions

during the period 1824 to 1988, and score the decisive moments for the consolidation of the

School Education Law. b) to investigate the theoretical understand that with regard to social

concerns regarding the right to school education present in the text of the Federal Constitution

of 1988, c) study the impacts arising from the exercise of the right to school education to the

Federal Constitution of 1988, which access should be promoted by public policies aimed at

enabling children and youth have access to the educational process in school education, and

inefficiency, ineffectiveness, or its effective exercise in society can be corrected via the

judiciary.

KEYWORDS: 1. School Education. 2. Law education. 3. Public Law Subjective. 4. Law

school education. 5. Training of education professionals.

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LISTA DE ABREVIATURAS

A - Autor

ADI - Ação Direta de Inconstitucionalidade

ADV – Advogado

AG - Agravo

AG REG NO REC EXT – Agravo Regimental no Recurso Extraordinário

AG REG – Agravo Regimental

AG RET – Agravo Retido

AGVDO - Agravado

AGVTE - Agravante

APEL – Apelação

APTE – Apelante

APDO - Apelado

ARE – Agravo no Recurso Extraordinário

ART - Artigo

AT – Antigo Testamento

CF/88 – Constituição Federal de 1988

CF – Constituição Federal

CF.: - Conforme

CPC – Código de Processo Civil

DJ – Diário de Justiça

DJe – Diário da Justiça Eletrônico

EMBGO - Embargado

EMBTE - Embargante

EMENT - Ementa

INFRING - Infringentes

INTDO - Intimado

MAL - Marechal

MIN - Ministro

NT- Novo Testamento

PP - Páginas

R - Réu

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RTJ - Revista dos Tribunais de Justiça

RE - Recurso Extraordinário

REL - Relator

STJ - Superior Tribunal de Justiça

STF - Supremo Tribunal Federal

SS - Seguintes

TJ - Tribunal de Justiça

TJSP - Tribunal de Justiça de São Paulo

VOL – Volume

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SUMÁRIO

RESUMO.................................................................................................................................07

ABSTRACT ............................................................................................................................08

INTRODUÇÃO ......................................................................................................................11

CONCLUSÃO.........................................................................................................................19

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS................................................................................. 26

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INTRODUÇÃO

Propõe-se, com o presente trabalho, realizar um estudo direcionado a

compreensão do direito à educação presente na Constituição Federal de 1988 e a prática

direcionada pelas políticas públicas para torna-lo efetivo a todos. Referido diploma legal

consolida o direito a educação escolar como um direito público subjetivo.

O conteúdo do estudo contribuirá para a formação de profissionais da

educação. Isso porque na linha de pesquisa, sujeitos, formação e aprendizagem, se a infância e

a juventude forem cerceadas do acesso ao processo formativo de educação escolar pública,

provocará um fatídico resultado de difícil e trabalhosa reversão no processo formativo de cada

cidadão excluído.

Eis aqui a necessidade de se estabelecer um estudo direcionado a

compreensão do direito subjetivo e do direito subjetivo público, pontuando as diferenças entre

cada um desses institutos. Se o direito público subjetivo a educação deve ser entendido como

aquele direito à educação escolar exercido através de políticas públicas direcionadas a

promover o ensino público e gratuito ao alcance de todos, então, tem-se que a educação

básica, que consiste no ensino fundamental e obrigatório, essencial a formação e a

aprendizagem, também será objeto do presente estudo.

Um estudo direcionado a compreensão do direito à educação presente na

Constituição Federal de 1988 se demonstra necessário para verificar se isso é suficiente para

garantir o acesso ao processo formativo na educação escolar pública. Dada a importância do

processo formativo presente no período da infância e da juventude, o presente estudo

permitirá verificar se essa camada da sociedade não está sendo cerceada de tal acesso, posto

que a exclusão, fatidicamente, provocará um resultado distante do pretendido pelo processo

de formação e aprendizagem de cada cidadão, já que o acesso não ocorrerá com os excluídos.

Partindo do pressuposto de que a educação escolar é um direito público

subjetivo, se faz necessário compreender o que seja o próprio direito subjetivo. Porém,

compreender, tão somente, o que seja o direito subjetivo a educação não é suficiente diante da

grandeza de tal instituo, mas requererá um estudo sobre sua trajetória na história da educação

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escolar presente no histórico das Constituições da República Federativa do Brasil até sua

consolidação na Constituição Federal de 1988.

O histórico das Constituições da Republica Federativa do Brasil com suas

respectivas periodizações não é coisa nova na atividade de pesquisa, sendo certo que outros

autores, inclusive de renome no mundo acadêmico, já tenham se utilizado de tal recurso em

seus trabalhos, porém, essa periodização se faz necessária ao presente trabalho e isso pelos

seguintes motivos:

1. A metodologia utilizada está pautada na preocupação com o assunto

tratado através do cotejo de jurisprudência do Tribunal de Justiça de São

Paulo e dos Tribunais Superiores onde encontraremos a interpretação do

artigo 208 da CF/88 manifesta pelos Juízes singulares, Desembargadores

dos Tribunais Estaduais e Ministros dos Tribunais Superiores do país;

2. O próprio cotejo da jurisprudência exige um conhecimento técnico

jurídico, muitas vezes, não disponível ao estudante de pedagogia ou aos

profissionais da educação;

3. A exposição inicial tanto da periodização quanto dos conceitos basilares

que norteiam o direito a educação escolar pareceu-nos medida pertinente

e eficaz para situar no tempo e no espaço, tanto o leitor leigo quanto o

técnico.

4. A periodização servirá, ainda, como base de estudo para os profissionais

da rede de ensino público e privado que necessitem realizar uma busca

rápida de conceitos, ou necessite de definições objetivas e simplificadas,

como as que estarão presentes neste trabalho de pesquisa.

Daí o problema de pesquisa estar direcionado a investigar como se formou

ou se formaram as bases do pensamento que consolidaram o direito a educação, no Brasil,

como um direito público subjetivo à educação escolar nos termos do art. 208 da Constituição

Federal de 1988. Na sequência, passa-se então, a direcionar o estudo a uma observação se as

políticas públicas, na prática, estão direcionadas a permitir o acesso ao processo de formação

e aprendizagem de cada cidadão, ainda que tal acesso seja exercido através da coação

intermediada pelo poder judiciário.

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Nesse sentido, pretende-se desenvolver um estudo das Constituições

brasileiras para verificar como se consolidou o direito à educação no bojo de cada uma delas.

Para tanto, há que se estudar o contexto histórico interno e a influência das transformações

externas que atuaram como pano de fundo para a consolidação dos textos das Constituições

do país. Após este estudo, passaremos a estabelecer um diálogo entre os teóricos que

estudaram a vivência prática do direito à educação escolar pública enquanto garantia

constitucional.

A Constituição Federal de 1988 dá as diretrizes gerais sobre educação e isso

fez com que a regulamentação do direito subjetivo constasse de lei ordinária conhecida como

“Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (lei 9.394/96)” que, para tanto, se presta a

regulamentação da educação escolar nos termos de seu artigo 1º. Porém, a definição do termo

educação possui grande e diversificada abrangência, fazendo com que surja a necessidade de

se estabelecer políticas públicas eficazes a dar cumprimento, precisamente, aos termos dos

artigos 205 ao 214 da Constituição Federal de 1988, no tocante ao exercício do direito a

educação.

Assim, tendo como ponto de partida o ano de 1824, faz-se necessário

acompanhar, ao longo da história da educação brasileira, como se deu a evolução desse direito

a educação até sua consolidação, nos termos do artigo 208 da Constituição Federal de 1988,

como um direito público subjetivo. Consequentemente, pontuaremos em tal histórico, a

evolução das políticas públicas no decorrer de tal consolidação, lançando um olhar sobre sua

existência, de fato, para então, poder descrever o impacto ocasionado pelas políticas públicas

direcionadas à infância e a juventude.

Uma pesquisa voltada para o tema proposto deparar-se-á com um sujeito

coletivo que registra seus anseios nos anais da história da educação escolar brasileira.

Referido registro auxiliará na pessoal militância profissional do pesquisador e proporcionará a

compreensão do tema por parte de outros pesquisadores que não são da área da educação ou

do direito, à medida que o conhecimento obtido com a pesquisa realizada será disponibilizado

para consulta.

Buscar-se-á um olhar investigativo sobre o exercício do direito a educação

escolar pública consolidado nas Constituições Federais da República Federativa do Brasil,

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sobretudo na Constituição de 1988, e se tal direito tem sido, de fato, um prático exercício

regular de um direito constitucional.

Um olhar lançado sobre a acessibilidade ao direito à educação escolar

direcionado à infância e a juventude, que teoricamente, é inerente ao exercício da cidadania,

permitirá investigar a existência de incoerências ou a inexistência de coerências presentes

entre a distância que separa a teoria da prática.

Tais inquietações contribuíram na decisão de estudar o presente tema, já que

terá seu referencial teórico alicerçado nos princípios metodológicos do Direito Educacional e

Constitucional de acordo com alguns teóricos da área.

O Direito a Educação é um direito fundamental inerente a prática da

cidadania, daí que entender o processo formativo de tal direito, através de um procedimento

investigativo das Constituições Federais do Brasil, possibilitará a compreensão de referida

garantia legal.

Impõe, entretanto, uma necessidade de conhecer, descrever e, compreender

como o Direito a Educação aparece nas Constituições Federais do Brasil, quais os

entendimentos dos teóricos com relação à aplicabilidade do art. 208 da Constituição Federal

de 1988 no que concerne ao acesso à educação como um direito público subjetivo, e os

impactos das políticas públicas destinadas, nestes termos, à infância e a juventude.

Desenvolver-se-á, para tanto, uma pesquisa de abordagem qualitativa e de

análise documental que será focada no processo histórico e social que levou à consolidação da

educação como direito subjetivo presente na Constituição Federal de 1988, seus

desdobramentos, e a aplicabilidade da noção de tal direito pelas políticas públicas

direcionadas à educação escolar.

Necessário, para tanto, um breve relato sobre o contexto histórico de cada

uma das Constituições do Brasil, o que será feito no primeiro capítulo. Na sequência

pretende-se esclarecer alguns conceitos de Direito presentes na Constituição Federal de 1988

relacionados ao tema em estudo. Posto que é pertinente esclarecer o conceito de Estado e

diferenciá-lo do Direito, ou do Estado de Direito, e ainda do Estado Democrático de Direito.

No mesmo sentido, pontuar a diferença entre Moral e Direito, entre Direito Público e Privado,

Direito Subjetivo e Objetivo. Esses são os temas do segundo capítulo.

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Essas questões precisam ser enfrentadas porque servirão de base para uma

análise da coleta de jurisprudência realizada junto ao Tribunal de Justiça de São Paulo e

Tribunais Superiores a fim de verificar a existência de políticas públicas voltadas para a

educação escolar e o efetivo cumprimento ao que determina o art. 208 da CF/88 e se,

efetivamente, estão sendo cumpridas na prática. Essa é a proposta do terceiro capitulo.

Finalmente, após tais análises, estaremos prontos para emitir uma conclusão

tomando como base a história do direito público subjetivo no Brasil, bem como, observando

alguns conceitos das Ciências Sociais e Jurídicas, e da análise da jurisprudência do Tribunal

de Justiça do Estado de São Paulo e dos Tribunais Superiores.

A elaboração desse trabalho terá apoio em um estudo de obras de Direito

Constitucional, Educacional, Pedagogia e Teoria dos Direitos Humanos publicados pelos

teóricos de cada um dos campos da ciência em pauta, dentre outros constantes da bibliografia,

e em artigos científicos elaborados por estudiosos oriundos das ciências do Direito e da

Pedagogia, todos relacionados ao Direito Educacional.

Desta forma, o estudo será desenvolvido em três capítulos demonstrando-se

o seu conteúdo, de maneira sintética, a seguir:

a) No primeiro capítulo, serão investigados os textos presentes nas

Constituições brasileiras consolidados durante o período de 1824 a

1988 e compreender como se deu a inserção do princípio que

estabelece o direito à educação escolar no bojo dos referidos textos.

Para tanto, há que se estudar o contexto histórico e social interno que

cercou o nascimento de cada uma das Constituições do país

buscando uma compreensão de como o direito à educação se

apresenta em cada uma delas.

b) No segundo, estudar-se-á o processo histórico e social, já

apresentado no primeiro capítulo, que levou a consolidação da

educação como Direito Público Subjetivo inserido no texto da

Constituição de 1988, trazendo os teóricos para estabelecer um

diálogo sobre o que se tem discutido sobre Direito Subjetivo a

Educação Escolar.

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c) Já no terceiro, partindo da compreensão das discussões dos teóricos

apresentada no capítulo segundo, estudar-se-á os impactos das

políticas públicas direcionadas à infância e a juventude estabelecidas

nos processos formativos presentes na educação escolar.

Com base em estudos de Pedagogia, Direito Constitucional, Teoria dos

Direitos Fundamentais e Direito Educacional desenvolver-se-á a presente pesquisa utilizando-

se uma abordagem qualitativa, tendo como procedimento de coleta de dados a utilização de

uma análise documental feita por meio do cotejo do conteúdo dos textos constitucionais e da

leitura de uma literatura selecionada e pertinente aos campos do Direito Educacional,

Constitucional e da Pedagogia.

Portanto, os objetivos deste trabalho serão:

a) Investigar os textos presentes nas Constituições brasileiras durante o

período de 1824 a 1988, e pontuar os momentos históricos decisivos

para a consolidação do Direito à Educação Escolar.

b) Investigar o que os teóricos entendem com relação aos anseios

sociais no tocante ao direito à educação escolar presente no texto da

Constituição Federal de 1988;

c) Estudar os impactos decorrentes do exercício do direito a educação

escolar, que à partir da Constituição Federal de 1988 foi consolidado

como um Direito Público Subjetivo, cujo acesso deverá ser

promovido por políticas públicas que contemplem a infância e a

juventude no processo de formação e aprendizagem de cada cidadão,

cuja ineficiência ou ineficácia destas últimas, poderá ser corrigida

via poder judiciário para o seu efetivo exercício.

Assim, pretende-se verificar como a educação escolar, tida como um Direito

Público Subjetivo está sendo vivenciada na prática. Talvez referido direito esteja caricaturado,

ou noutros momentos, talvez esteja vivenciado em sua parcialidade, e em alguns outros, até

esteja sendo vivenciado em sua totalidade. Essa problemática estará presente nesta pesquisa,

já que se presta a apresentar uma proposta de investigação da prática das politicas públicas

direcionadas ao acesso a formação escolar.

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No mesmo sentido, se mostra bastante relevante investigar a influência do

Direito Público Subjetivo para a educação escolar pública como uma fonte de exigência, tanto

de qualidade de ensino que capacite o aluno egresso de tais instituições a ter igual

competitividade em relação aos egressos de instituições privadas, quanto para se diminuir a

distância entre tais alunos, quando se tratar de uma disputa por vaga em universidades

públicas.

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CONCLUSÃO

No presente trabalho o estudo foi direcionado a investigar os textos

inseridos nas Constituições brasileiras durante o período de 1824 a 1988. Portanto, nos

propusemos a alcançar os seguintes objetivos:

a) Investigar os textos presentes nas Constituições brasileiras durante o

período de 1824 a 1988, e pontuar os momentos históricos decisivos

para a consolidação do Direito à Educação Escolar.

b) Investigar o que os teóricos entendem com relação aos anseios

sociais no tocante ao direito à educação escolar presente no texto da

Constituição Federal de 1988;

c) Estudar os impactos decorrentes do exercício do direito a educação

escolar, que à partir da Constituição Federal de 1988 foi consolidado

como um Direito Público Subjetivo, cujo acesso deverá ser

promovido por políticas públicas que contemplem a infância e a

juventude no processo de formação e aprendizagem de cada cidadão,

cuja ineficiência ou ineficácia destas últimas, poderá ser corrigida

via poder judiciário para o seu efetivo exercício.

Ao investigar os textos presentes nas Constituições do Brasil, constatou-se

que a educação escolar passou por momentos decisivos até sua consolidação na Constituição

Federal de 1988 como um Direito Público Subjetivo.

Conforme exposto no capítulo I, a preocupação com a educação escolar era

algo distante da administração do Brasil colônia. A preocupação central de Portugal estava em

estabelecer a ocupação do território com imposição de um absolutismo que centralizava o

poder administrativo e judiciário nas mãos de um donatário. Sua política de administração era

direcionada a exploração de riquezas para a expansão econômica, fundamentada,

basicamente:

a) Na plantação de lavoura de cana de açúcar para produção de açúcar;

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b) Na extração de pau-brasil e riquezas minerais;

c) Na venda e compra de escravos indígenas e africanos.

Durante o período intermediário entre o colonial e o da independência do

Brasil a situação em que se encontrava a educação escolar era preocupante. Todavia fez com

que, antes da outorga da Constituição do Império em 1823, fosse instituído o denominado

Método Lancaster. Isso porque com a expulsão dos jesuítas pelo marquês de Pombal em

1759, a proposta desse método era suprir a falta de professores existentes no império através

do treinamento do próprio aluno, denominado decurião, para ensinar a um grupo de dez

alunos sob a permanente orientação de um inspetor.

Em 1835, na província de Niterói, surgiu a primeira escola e tinha por

desafio, promover a educação escolar superando a gigantesca dimensão territorial do Brasil

Império. No ano de 1837, durante o período regencial, foi criado o Colégio Pedro II, na

cidade do Rio de Janeiro, com o objetivo desafiador e inalcançado de tornar-se um modelo

pedagógico para o curso secundário.

O imperador D. Pedro II tinha interesse em criar um ministério destinado a

Instrução Pública, porém, foi abortado pela proclamação da independência aos 15 de

novembro de 1889 quando se iniciou o período do governo provisório sob a liderança do

marechal Deodoro da Fonseca

No decorrer da história da educação no Brasil o reconhecimento do direito

ao ingresso no ensino fundamental ocorreu em 1934 com sua introdução no texto

constitucional. Já em 1967, o antigo primário com conclusão em quatro anos, passou para oito

anos no atual ensino fundamental, sendo determinada a sua gratuidade. De lá para cá, as

demais Constituições do Brasil mantiveram a educação escolar gratuita no que concerne ao

ensino fundamental. Mas é na Constituição de 1988 que o direito a educação escolar atinge o

ápice, obtendo seu reconhecimento como um direito público subjetivo.

No capítulo I, buscamos investigar os textos presentes nas Constituições

brasileiras durante o período de 1824 a 1988, pontuando os momentos históricos decisivos

para a consolidação do Direito à Educação Escolar como um Direito Público Subjetivo, bem

como, os momentos em que a gratuidade do ensino tenha sido mantida apontando as

inconsistências. Porém, a Constituição Federal de 1988 trouxe um avanço ao mecanismo de

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correção de inconsistências, já que permite a recorrência ao poder judiciário para todo aquele

que contar mais de sete anos de idade e que não for prestigiado com a disponibilidade de uma

vaga em quaisquer estabelecimentos de ensino público.

Portanto, atingimos o primeiro objetivo da pesquisa.

Prosseguindo com a investigação dos textos constitucionais, no capítulo II

buscamos auxílio junto ao entendimento dos teóricos com relação à manifestação dos anseios

sociais no tocante ao direito à educação escolar.

Estabelecemos como ponto de partida o entendimento dos teóricos sobre a

diferença existente entre moral e o direito. Isto porque os conceitos estão ligados por vários

pontos comuns, já que no campo da atuação da moral existe uma maior amplitude em

detrimento ao campo do direito. Isso porque enquanto o direito se lança ao estudo de uma

determinada conduta, analisando-a sobre o crivo da legalidade ou da ilegalidade, a moral, por

sua vez, estuda se aquela conduta, além de lícita é honesta. Pois, no sentido generalista, nem

sempre tudo o que é lícito é honesto.

O entendimento dos teóricos sobre direito e moral se mostrou importante

para estabelecer que a distinção, entre esses dois institutos, está na sanção. É que a sanção

moral depende da “consciência” de cada um, o que lhe atribui um caráter muito subjetivo,

restringindo-se a esfera da faculdade e não da obrigatoriedade. O mesmo não acontece com as

normas de direito. Aqui há um poder de impor uma determinada conduta, portanto, a sanção

da norma está na esfera da obrigatoriedade e não da faculdade.

Desse quadro apresentamos uma síntese:

• Nas normas de direito há uma sanção, rígida, enérgica, exterior e

material que impõe a sua observância, ainda que se tenha que utilizar a via

da coação judicial;

• As normas de direito compõem o ordenamento jurídico que a todos

impõem obediência sem a necessidade de esclarecer o porquê de tal

exigência.

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A demonstração do quadro sobre direito e moral permitiu entender que

existem manifestações de conjunto, em sociedade, que devem ser harmonizadas e conduzidas

ao bem comum.

Entretanto, referida harmonia será possível, conforme o entendimento dos

teóricos, se a manifestação de conjunto se der através da reiteração, da ordem e a adequação.

É bem verdade que não é fácil tal coexistência harmônica nas manifestações de conjunto, daí

a necessidade de criação de um elemento harmônico: o poder social.

A sociedade, portanto, direciona atos conjuntos e harmônicos para a

realização da finalidade social que é o bem comum. Para tanto lança mão da reiteração, da

ordem e da adequação, elementos que fazem surgir um ente invisível, mas que é dotado de

personalidade jurídica e expresse a vontade de todos: o Estado.

Durante a segunda metade do século XVIII e início do XIX a expressão

“Estado de Direito”, cuja origem pode ser observada tanto pela Revolução Francesa quanto

pela Constitucionalista dos Estados Unidos, que se consolidou como um processo de

limitação do poder do Estado sujeitando-o aos princípios da legalidade, liberdade e igualdade

a fim de valorizar as liberdades individuais.

No Estado de Direito busca-se a garantia da igualdade formal de todos

perante a lei. Porém, igualdade formal não significa, efetivamente, igualdade de fato ou

material. Na igualdade material busca-se equiparação social, a fim de proporcionar tratamento

uniformizado, a todos, em possibilidades e oportunidades. Para tanto, o Estado deverá se

subordinar a uma Constituição reconheça direitos fundamentais que são imutáveis.

O Estado de Direito subordina-se, ainda:

• Ao Princípio da Razoabilidade que protege as garantias individuais

de eventuais excessos praticados pelo poder público.

• Ao Princípio da Legalidade que subordina a conduta de todos os

órgãos ao que a lei determina;

• Ao Princípio da Responsabilidade do Estado pelos seus atos a

indenizar danos causados ao particular

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• A garantia de acesso ao Poder Judiciário a todos pela ampla defesa e

do contraditório;

• A garantia da Segurança Jurídica que dá confiabilidade às decisões

do Estado através de um procedimento de transparência;

• A divisão de poderes do Estado disposto no art. 2º da Constituição

Federal.

• A Igualdade e Liberdade que pressupõe um status de isonomia e

igualdade de todos perante a lei.

Assim, o Estado de Direito subordina-se à lei, o que significa dizer que

existe um mecanismo que reconhece e protege os direitos fundamentais, bem como, mantém a

garantia da segurança jurídica. Entretanto, as mudanças sociais ocorridas ao longo do tempo

provocaram a transição do Estado de Direito para o Estado Social de Direito. É que no Estado

de Direito, a igualdade de todos era formal e não material, dai o surgimento do princípio da

igualdade material ou substancial, que além de considerar todos iguais perante a lei, também

busca a igualdade na realidade de fato.

Assim, busca-se um tratamento desigual para os desiguais a fim de haja o

gozo de oportunidades, efetivamente, a fim de permitir, inclusive, o tratamento desigual aos

desiguais na medida de suas desigualdades. Para alcançar tal objetivo, se fez necessário a

substituição da igualdade formal do Estado de Direito, contribuinte para o aumento das

desigualdades econômicas, para se alcançar a igualdade material proposto pelo Estado Social

de Direito, já que se almejava a justiça social.

O Estado Social de Direito passou por transformações até atingir o estágio

de Estado Democrático de Direito que é uma expressão mais abrangente dos valores de

igualdade, liberdade e dignidade da pessoa humana.

O Estado Democrático de Direito não é a união do “Estado Democrático” e

“Estado de Direito”. Isto porque o democrático dá qualidade ao direito, portanto, o Estado

subordina-se ao princípio da legalidade, assim como no Estado de Direito, porém, direcionado

ao cumprimento do princípio da igualdade e da justiça não em sua generalidade. A lei,

portanto, deve sair da esfera normativa e influir na realidade social, proporcionando igualdade

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de oportunidades para que todos tenham liberdade de escolha que nem sempre é possível face

a situação econômica à qual os desiguais estão sujeitos.

A tarefa do Estado democrático de Direito busca superar desigualdades

sociais e instaurar a justiça social. Tal tarefa baseia-se, exemplificadamente, nos seguintes

princípios: constitucionalidade, democráticos, de direitos fundamentais, da justiça social, da

igualdade, da divisão de poderes e da independência do juiz, da legalidade e da segurança

jurídica.

O estudo sobre esse ente, Estado, permitiu entender a abrangência da ciência

do direito e da sanção. Contudo, foi necessário pontuar a distinção do Estado Federal de

outras espécies de Estado que se baseia, justamente, na distribuição geográfica do poder

político em função de seu território. Nesse aspecto, um ente será dotado de soberania

enquanto os demais de autonomia. Por autonomia os teóricos entendem como a capacidade

para desenvolver atividades dentro de limites legais previamente estabelecidos e que foram

concedidas pelo ente soberano. Melhor esclarecendo, na autonomia dos entes federados cada

membro da unidade federativa pode ser considerado autônomo desde que suas atividades

repousem em três pilares básicos: auto-organização, auto-governo e auto-administração.

Por conta disso, constatamos que o direito a educação presente no texto da

Constituição Federal de 1988, por ser um Direito Público Subjetivo, pode ser acessado por via

judicial, desde que a criação de políticas públicas seja ineficaz ou ineficiente em promover o

acesso de todos.

Essa possibilidade de exigir o conteúdo presente nas normas é considerada

como uma faculdade ou um poder que qualquer membro de uma sociedade possui de exigir

garantia de seus interesses. A essa possibilidade denomina-se direito subjetivo.

Concluímos, no capítulo II, que aquela permissão constitucional dada ao

particular ou ao coletivo e que não pode ser violada, seja por intermédio de uma norma

vigente, seja por intermédio de uma ação judicial a fazer ou não fazer, ter, não ter, exigir, não

exigir, reparar, não reparar alguma coisa ou algum dano que tenha sofrido, ainda que por

intermédio dos órgãos do poder público, sintetiza-se o direito público subjetivo.

Portanto, atingimos o segundo objetivo da pesquisa.

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Prosseguindo com a investigação dos textos constitucionais, no capítulo III

buscamos auxílio junto ao entendimento manifesto nos julgados do Tribunal de Justiça de São

e dos Tribunais Superiores no tocante a vivência, na prática, do direito à educação escolar

como um direito público subjetivo presente no art. 208 da Constituição Federal de 1988.

Através da análise dos julgados foi possível observar que o entendimento do

legislador constitucional em promover a oferta de educação escolar como um direito público

subjetivo, não se resume apenas em permitir o acesso a todos, mas também, que todos possam

demandar, judicial ou extrajudicialmente, pelo aperfeiçoamento do ensino e pela melhora da

qualidade desse ensino. Daí que a família também foi responsabilizada, juntamente com o

Estado, a buscar tal aperfeiçoamento.

Ocorre que isso não será possível se não houver um sistema que promova a

informação eficaz, precisa e em tempo aceitável. Para tanto, há que se permitir o

acompanhamento dos resultados obtidos com as políticas públicas direcionadas a educação

escolar, impedindo que a educação escolar seja invisível aos olhos da sociedade ou restrita aos

profissionais da educação, ou ainda, ao âmbito da política que veem, no tema, mais uma

proposta do que uma realidade de governo.

O reforço constitucional ao direito de ingresso ao ensino fundamental impõe

uma nova postura do Estado, notadamente, em promover reais condições de tal acesso em

observância ao princípio da igualdade material e a da dignidade humana.

O direito à educação escolar, sagrado na Constituição Federal de 1988,

reconhece a importância do conhecimento sistemático e da herança cultural como algo que

deve ser retransmitido a todos os que deles quiserem dispor. Para tanto, tornou acessível a

formação escolar através dos diversos meios disponíveis para o setor para a obtenção do

mínimo de domínio do conhecimento sistemático que possibilite o alargamento do campo

desses conhecimentos.

Referido mecanismo permitiu o acesso ao processo de formação presente na

educação escolar, inclusive, às camadas mais vulneráveis da sociedade, pois elevou o direito a

educação ao status de direito público subjetivo. Como tal, o direito a educação permite a

autoconstrução e o reconhecimento pessoal de uma capacidade inerente ao ser humano de

exercer o poder de escolha, em crescer em conhecimento, e exercer a plena cidadania.

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Na busca por compreender o status ao qual foi elevado o direito à educação

presente na Constituição Federal de 1988 foi necessário esclarecer alguns termos utilizados

pela ciência do Direito.

Ao estudar os impactos decorrentes do exercício do direito a educação

escolar, cujo acesso deverá ser promovido por políticas públicas direcionadas à infância e a

juventude, percebeu-se, no acesso promovido via judicial, o surgimento de uma problemática

na atividade do judiciário. Isto porque o Judiciário não pode se recursar à prestação

jurisdicional, portanto, se vê obrigado a decidir sobre questões políticas que são objeto de

competência do poder legislativo.

Ocorre que o julgamento de processos que tenha como objeto discussão de

direito público subjetivo à educação escolar por omissão de políticas públicas, com ou sem

intenção da administração pública, acaba por transferir uma competência que é da

Administração Pública ao Poder Judiciário. Este último, por não ser um órgão político, se

obriga, juntamente com seus técnicos em interpretação das leis, a emitir decisões a fim de

coagir a Administração Pública a exercer uma política ativa e prática que é de sua

competência por natureza.

Portanto, atingimos o terceiro objetivo da pesquisa.

Do exposto, o Estado tem o dever de criar políticas públicas voltadas a

garantir o acesso ao ensino fundamental. No caso em que ocorra a privação de acesso a uma

vaga nas escolas, seja por ausência de excelência na execução da administração pública, seja

por indisponibilidade de profissionais para ministrar as aulas, haverá a possibilidade de

exercer o direito a educação escolar por via judicial.

Por fim, a omissão ou ausência de lei que discipline matéria em direito

educacional e que tenha o seu objeto discutido em demanda judicial repercute na execução de

políticas públicas por parte da administração que deve agir de acordo com o princípio da

legalidade e da responsabilidade. Tal fato pode resultar na responsabilidade objetiva do

Estado e estabelece um ciclo de demandas judiciais, que pode prejudicar o exercício de

direitos que são uma característica da democracia, principalmente, aquele que é um direito

fundamental e que está presente na Constituição Federal de 1988, qual seja, o direito subjetivo

a educação.

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