o papel do gestor escolar para uma escola...
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ROSANGELA APARECIDA DE ALMEIDA VALIM
O PAPEL DO GESTOR ESCOLAR PARA UMA ESCOLA
INCLUSIVA DO ENSINO FUNDAMENTAL I
UNIVERSIDADE CIDADE DE SÃO PAULO
UNICID
SÃO PAULO
2013
ii
ROSANGELA APARECIDA DE ALMEIDA VALIM
O PAPEL DO GESTOR ESCOLAR PARA UMA ESCOLA
INCLUSIVA DO ENSINO FUNDAMENTAL I
Dissertação apresentada
como exigência parcial
para a obtenção do título
de Mestre em Educação
junto à Universidade
Cidade de São Paulo -
UNICID sob orientação
do Prof. Dr. João
Gualberto de Carvalho
Meneses.
UNIVERSIDADE CIDADE DE SÃO PAULO
SÃO PAULO
2013
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Ficha elaborada pela Biblioteca Prof. Lúcio de Souza. UNICID
V172p
Valim, Rosangela Aparecida de Almeida. O papel do gestor escolar para uma escola inclusiva do ensino fundamental I / Rosangela Aparecida de Almeida Valim --- São Paulo, 2013. 103 p.; Anexos Bibliografia Dissertação (Mestrado) - Universidade Cidade de São Paulo. Orientador Prof. Dr. João Gualberto de Carvalho Meneses. 1. Políticas públicas em educação. 2. Gestão escolar. 3. Educação. 4. Inclusão educacional. I. Furlanetto, Ecleide Cunico, orient. II. Titulo.
371.9
iv
Edileine Vieira Machado da Silva
João Gualberto de Carvalho Meneses
Maria Lúcia M. Carvalho Vasconcelos
COMISSÃO JULGADORA
v
Dedicatória
“Dedico esse trabalho aos meus pais: Joaquim e Maria, pois mesmo com
grandes dificuldades, sempre se empenharam para que eu tivesse o melhor,
preservando sempre a humildade e o caráter, como valores fundamentais para
uma vida que merecesse ser vivida.”
vi
Agradecimentos
“Agradeço ao meu filho Pedro, que por quase três anos em muitos momentos
presenciou sua mãe sob os livros em detrimento de sua convivência mais
próxima e ativa. O apoio, a compreensão e carinho desse lindo menino, me
inspirou diante de mais essa jornada da minha vida.”
“Aos meus alunos que com a sua ingenuidade fizeram-me abrir os olhos para
as suas reais necessidades e qualidades.”
“Aos meus amigos, em especial ao Arnaldo, que compreenderam os meus
momentos de reclusão, de solidão e sempre foram solidários com a minha
causa.”
“As minhas colegas de trabalho, que também me apoiaram muito e por muitos
momentos deixaram seus afazeres para colaborarem comigo.”
“Agradeço em especial ao meu Orientador, Dr. João Gualberto de Carvalho
Meneses, pelos incentivos, pelo profissionalismo e competência com que me
conduziu durante esse tempo de elaboração da dissertação.”
“Enfim, agradeço e dedico esse trabalho à todos os educadores que como eu,
acreditam que “vale a pena” ser professor!”
Obrigada Pai Querido!
viii
RESUMO
Este trabalho tem por objetivo apontar os fatores que levam uma escola a ter
ou não sucesso na inclusão de alunos. A partir dos documentos legais de
âmbito nacional sobre os compromissos políticos brasileiros com a educação
inclusiva, observamos em nossa prática no cotidiano escolar que nenhum
documento tem eficácia quando não há pré-disposição do grupo gestor. Este
trabalho, refere-se especialmente ao Gestor Escolar que tem o papel
fundamental, pois compreende-se que a inclusão implica em uma mudança de
perspectiva. Para tanto, utilizou-se da pesquisa qualitativa para investigar se de
fato, os gestores/diretores das escolas públicas conseguem sucesso nesse
empreendimento. As escolas que participaram da pesquisa são escolas
públicas estaduais do Ensino Fundamental I, que pertencem a Diretoria de
Ensino da Região Centro Oeste do município de São Paulo.
Palavras chave: políticas públicas de educação, gestão escolar; educação;
inclusão escolar/social
ix
ABSTRACT
This study has the purpose to show the factors that lead a school to be or not success in a student inclusion. From the nationwide legal documents about political commitments in inclusive education, we observed in our practice in a day-by-day school routine that only documents have no efficacy without predisposition in the management group. In this study, we focused specifically in a School Principal who has the key role, because we understand that inclusion implies a change of perspective. To do so, quantitative research was used to analyze if managers/principals of public schools had success in this endeavor. Schools in our research belong to Diretoria de Ensino da Região Centro Oeste of São Paulo city. They are Cycle I schools.
Key Words: education public politics, school management; education; school inclusion.
x
SUMÁRIO
Apresentação ...........................................................................................01
Introdução .....................................................................................................05
Cap. I – Inclusão escolar/social ......................................................................09
Cap. II – A escola hoje e o papel da gestão ................................................19
2-1 Sistema estrutural, administrativo e pedagógico..............................20
2-2 O papel da gestão .........................................................................22
2-3 O papel do gestor frente à inclusão ..............................................31
Cap. III – O método .......................................................................................36
3-1 Um estudo na rede estadual de ensino da capital paulista: Região
Centro-Oeste, Ensino Fundamental I............................................39
3-2 As escolas......................................................................................42
3-3 Os sujeitos da pesquisa: o gestor escolar .....................................42
3-4 Procedimentos metodológicos .......................................................43
3-5 Questões norteadoras da pesquisa ..............................................45
Cap. IV – Análise dos dados .........................................................................46
4-1. Bloco I de Questões: Espaço Físico .........................................48
4-2. Bloco II de Questões: Políticas Públicas .......................................50
4-3. Bloco III de Questões: Inclusão Escolar/Social...............................56
4-4. Bloco IV de Questões: Parcerias e Formação................................63
4-5. Bloco V de Questões: Participação da Família e Crença
do Gestor ....................................................................................... 70
Conclusão ....................................................................................................75
xi
Referência Bibliográfica .................................................................................81
Relação das Tabelas resultantes da análise....................................................87
Figuras ilustrativas relacionadas ao tema abordado ........................................89
Anexo I – Relação das Escolas do Ensino Fundamental I da Diretoria de Ensino
Centro Oeste que fizeram parte da pesquisa..................................90
Anexo II – Questionário aplicado aos diretores das Escolas de Ensino
Fundamental I da Diretoria de Ensino da Região Centro Oeste .....91
1
“Cuidemos do nosso coração porque é de lá,
que sai o que é bom e ruim, o que constrói e destrói.”
Papa Francisco
APRESENTAÇÃO
Vinda do interior do Estado de São Paulo esta pesquisadora chegou à
capital no inicio da década de noventa. Logo começou a lecionar Geografia, em
rio Grande da Serra, região do Grande ABC, onde realizou sua licenciatura em
Estudos Sociais, com habilitação em Geografia, pela Faculdade de Educação,
Ciências e Artes Dom Bosco, em Monte Aprazível.
Sua participação na escola não se limitava somente à sala de aula,
queria conhecer como funcionava uma escola e como poderia contribuir para o
aprendizado daquelas crianças. Para isso, participou de Associações como
APM (Associação de Pais e Mestres), Conselho de Escola, Grêmio Estudantil,
etc., o que a levou a realizar sua segunda licenciatura: Pedagogia com
Administração Escolar.
Sua primeira experiência como gestora surgiu no final da década quando
foi convidada para ser vice-diretora de uma escola pública, que tinha como
segmentos educacionais, o Ensino Fundamental II, o Ensino Médio1 e o antigo
Magistério (Formação de Professores). Nesse cargo, pôde organizar a
administração da escola como um todo. Responsável pelo andamento do
Conselho de Escola realizava reuniões com os alunos sobre a participação do
Grêmio no cotidiano da escola, organizava a reunião de pais, participava dos
HTPCs (Hora de Trabalho Pedagógico Coletivo), além de conhecer toda a
parte burocrática referente à vida de professores e alunos.
Apaixonada pela escola pública pôde observar que o gestor deveria
estar mais próximo do processo de ensino-aprendizagem de nossas crianças e
1 Neste trabalho as Unidades Escolares da Estrutura do Sistema de Ensino do Estado de São Paulo estão
assim divididas: Ensino Fundamental I do 1º ao 5º ano; Ensino Fundamental II do 6º ao 9º ano; Ensino Médio do 1º ao 3º ano.
2
adolescentes, e que a “ousadia” deveria ser a palavra de ordem para que a
escola fosse conceituada como participativa. Contudo, lembra-se que tanto na
escola em que estudou como na escola em que trabalhou, os diretores eram
sujeitos distantes do cotidiano dos alunos. Suas preocupações estavam
voltadas mais para a parte administrativa, deixando, dessa forma, as
necessidades pedagógicas em segundo plano. Essa distância impedia a
resolução dos problemas advindos das dificuldades que surgiam dentro do
processo de ensino.
Efetivada como diretora em 2000, somente iniciou no cargo como
gestora, em 2005. Nesse período, foi convidada a trabalhar na Diretoria de
Ensino Centro-Oeste, onde desempenhou funções que a ajudaram a entender
o processo administrativo e suas nuances. A partir dali começou a fazer uma
reflexão sobre o papel da burocracia na Educação, e com esse aprendizado,
pôde automatizar o processo ao se tornar diretora de escola.
Em 2005, ao iniciar na função de Diretora de Escola na EE Romeu de
Moraes, região da Lapa, nesta capital, surpreendeu-se com o desconhecimento
dos princípios da inclusão naquela instituição assim como com a constatação
de que os modelos de aprendizagem estavam fundamentados no sistema de
avaliação: reprovação era sinônimo de punição. Não conformada com o
modelo tecnicista ainda presente na escola, começou propondo a reformulação
no trabalho pedagógico coletivo. Seu objetivo era ser uma Diretora com olhar
pedagógico para os problemas do dia a dia escolar.
Seguiu-se então, outro passo importante ao garantir a progressão
continuada, pois havia, até ali, muitos alunos retidos. Trabalhar com a
progressão continuada se mostrou, a esta pesquisadora, muito mais do que
simplesmente cumprir o que a lei determina. Tratava-se de respeitar o tempo
do aluno, os seus saberes, a sua individualidade, a sua história. O aluno não
pode ser o único responsável por não ter conseguido atingir os objetivos
propostos em uma determinada matéria. Vários fatores determinam esse fato,
inclusive o desempenho do professor, do gestor e as características da unidade
escolar.
O ambiente escolar deve ser preparado para a aprendizagem do aluno e
todos devem acreditar na possibilidade dessa aprendizagem. Em um ambiente
3
assim, onde todos são responsabilizados pelo sucesso do aluno, o
comprometimento faz a diferença.
Um exemplo de ambiente escolar que faz a diferença é a acessibilidade
para alunos portadores de necessidades especiais, pois ela não se garante
somente com a adequação do prédio escolar, é muito mais que isso. A
adequação é garantida por lei para que todas as pessoas possam ter acesso a
todos os espaços físicos, mas nada disso tem efeito se dentro desse espaço as
pessoas não são respeitadas, sendo pessoas com necessidades especiais ou
não. É preciso conscientizar e sensibilizar toda a comunidade escolar para as
necessidades da alma, do ser humano como um todo!
Contudo a acessibilidade não resume as condições favoráveis que
devem estar presentes em um ambiente escolar apto a promover ações
inclusivas. Os alunos que necessitam de uma atenção por diversos problemas,
seja em relação à família, a sociabilidade, a exclusão social, etc., devem
encontrar um ambiente agradável para o seu desenvolvimento e
aprendizagem.
Em uma classe social menos favorecida cuja estrutura familiar apresenta
graves problemas, a autoestima desses alunos é extremamente comprometida,
o que dificulta, inclusive, seu convívio no ambiente escolar. Alguns já passaram
por diversos abrigos2 e consequentemente, por diversas escolas. O que os faz
acreditar que a escola do presente será sempre somente mais uma escola em
que ele ficará esquecido e será novamente estigmatizado como “aluno de
Abrigo”. Muitos não terão um lar para voltar e muito provavelmente, após a
maioridade, não terão nem o abrigo para acolhê-los.
Considerando esse cenário, aos poucos, a escola foi adquirindo outros
tons. Tais experiências vividas remetem, hoje, esta pesquisadora a concluir
que a inclusão realizada na escola é social, inclusão de caráter muito mais
amplo e que contempla toda a diversidade presente quando se realiza.
Algumas pesquisas já foram realizadas sobre a gestão em escolas
inclusivas. Mas ainda há muito a compreender, uma vez que os discursos não
condizem com as ações educativas dos gestores e que a educação das
2 Abrigos – residências temporárias mantidas pelo poder público e/ou parceiros.
4
crianças e dos adolescentes ainda não é a prioridade em nossas escolas. Há
uma preocupação maior em responder as avaliações externas e por isso, a
tensão entre quantidade e qualidade está longe de acabar.
Mergulhados em um sistema meritocrático os gestores assistem suas
competências serem avaliadas simplesmente pelas metas atingidas ou não.
Instaura-se assim o conflito quantidade versus qualidade e um clima de
competitividade entre gestores e escolas, o que se comprova toda vez que a
impressa divulga a classificação das escolas.
O desafio estava lançado: pensar na melhor forma de gestão em relação
a um modelo de escola que tivesse como fundamento as diferenças.
Foi nesse contexto que se originou o interesse pelo assunto que veio
culminar neste trabalho de pesquisa.
Outras oportunidades de trabalho se apresentaram ao longo dos anos,
porém, jamais fortes o suficiente para impulsionar a ideia desta profissional de
sair da escola. Somente há cerca de dois anos, com a possibilidade de
continuar e expandir seu trabalho e suas crenças é que se encorajou a aceitar
novo desafio. No final de agosto de 2011 foi nomeada Dirigente Regional de
Ensino da Diretoria de Ensino Região Centro – Oeste, passando a trabalhar
então, com 75 escolas públicas e 280 escolas particulares jurisdicionadas a tal
órgão, se apresentando assim, novos desafios que passam também por esta
nova empreitada como pesquisadora.
5
INTRODUÇÃO
A inclusão escolar hoje é compreendida como uma modalidade de
educação escolar regular e objetiva beneficiar e auxiliar todos os alunos, o que
significa assegurar para todos os estudantes, sem exceção, a igualdade de
oportunidades educativas.
Mas nem sempre foi assim. A inclusão escolar recebe o seu devido valor
quando entra em nosso cenário a Lei de Diretrizes e Bases 9.394/96, em que
declara ser a responsabilidade da universalização do ensino para todos os
cidadãos de 4 a 17 anos, isto é, da oferta de Educação Infantil e do Ensino
Fundamental para todas as crianças e jovens 3.
“As escolas que promovem o sucesso escolar entendem a inclusão educacional como um processo, dentro do qual cada aluno (a) é permanentemente acompanhado em seu desempenho acadêmico. (...) Assim, para transformar a concepção em ação é necessário que o princípio da inclusão permeie todos os âmbitos da vida escolar. Isto quer dizer que a implementação do processo para o desenvolvimento de escolas inclusivas não se restringe a uma pessoa, a um cargo ou apenas uma tarefa ou ação, mas situa-se no âmago do trabalho da escola como num todo e constitui o elemento central do planejamento escolar. Nesse contexto, a liderança e a gestão escolar
desempenham um papel essencial. (grifo nosso) 4”
Um importante aspecto a ser elucidado é o fato de que a concepção de
inclusão educacional tem sua dimensão escolar e social. Em relação a sua
dimensão escolar, deve-se compreendê-la como os alunos que não são só
portadores de necessidades especiais, bem como aqueles que têm direito a
serem alfabetizados, a apropriar-se do conhecimento; em relação a sua
dimensão social, deve-se compreendê-la como os alunos de uma classe social
3 BRASIL. Ministério de Educação e Desporto Lei 9.394 de 20/12/96. Estabelece as Diretrizes e Bases da Educação Nacional Brasília: Gráfica do Senado, 1996. BRASIL. Emenda Constitucional nº 59, de 11 de novembro de 2009. Disponível em http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/constituicao/Emendas/Emc/emc59.htm,2009 4 BRASIL. Conselho Nacional de Educação. Resolução CNE, n. 2, 11 de setembro de 2001. Diretrizes Nacionais para Educação Especial na Educação Básica. Educação Inclusiva: fundamentos filosóficos. Brasília: Gráfica do Senado, 2001.
6
menos favorecida economicamente, com graves problemas familiares ou
mesmo sem estrutura familiar, ou seja, aquelas crianças que vivem em Abrigos
( residências temporárias ou mesmo definitiva até os 18 anos, geralmente
mantidas pelo poder público).
Concorda-se com Prieto ao afirmar que a inclusão escolar e social deve
“ser compreendida como educação de qualidade para todos e não somente
como acesso de alunos com necessidades educacionais especiais na rede
regular de ensino” 5.
A questão que se coloca é: estão os gestores escolares preparados para
trabalhar com a inclusão de todos na escola, independentemente das
condições sociais, materiais, culturais e individuais de cada um? A indagação
feita é pertinente quando se olha a inclusão social no processo de inclusão
escolar como objetivo pressuposto e assumido pelos governos: a garantia de
que todos os membros da comunidade possam fazer parte da sociedade desde
que respeitado e seguido o planejamento das políticas públicas sociais.
O Projeto Político Pedagógico deveria ser o documento em que os
gestores escolares concentrassem seus esforços para garantir a inclusão
escolar / social de todos os educandos. O esforço é o de assegurar a educação
como um direito de todos, e não como um favor concedido para alguns.
“Assim, a implantação de políticas visando a garantia de acesso e a permanência da demanda escolar na trajetória regular de ensino deve considerar que necessidades educacionais especiais não se resumem somente às deficiências e tampouco que todos os portadores de deficiência as apresentem. Deve ainda expressar que o significado de inclusão não se resume ao acesso, mas também à permanência desses educandos no ensino regular, o que é primordial e deve ser alvo de atenção e investimento político, financeiro e pedagógico entre outros6”.
Mas a gestão escolar precisa de mudanças para abranger tais
princípios. Durante muitos anos, a administração escolar sempre foi concebida
dentro da escola como sendo a parte burocrática em que os registros
5 Prieto, Rosangela Gavioli A construção de políticas públicas de educação para todos São Carlos, SP: 2001, pg. 4. 6 Prieto, Rosangela Gavioli A construção de políticas públicas de educação para todos São Carlos, SP: 2001, pgs. 4 e 5.
7
prevaleciam sobre as ações pedagógicas. Os diretores/gestores eram
responsáveis pela administração da escola bem como garantir a estrutura da
escola como lugar de aprendizagem.
Nos últimos anos, o papel do gestor escolar está em transformação e
novas dimensões de suas funções o definem como responsável por uma
escola de sucesso. Dentro deste contexto, a administração escolar se
resignifica mediante as ações pedagógicas, pois faz parte dela a gestão de
pessoas, a gestão de serviços e recursos e a gestão participativa.
Novos desafios se fazem para os gestores que se encontram na ativa,
como garantir a aprendizagem de nossas crianças sem que perca a qualidade
de ensino; pensar em um modelo de gestão escolar que haja ações educativas
em uma escola que deve ter como princípio a participação efetiva para todos;
avaliar as próprias ações para uma escola inclusiva do Ensino Fundamental I.
Na tentativa de compreendermos o papel do gestor frente a uma escola,
apresenta-se a pesquisa a partir dos seguintes capítulos. O primeiro capítulo
propõe-se a discorrer sobre o conceito de inclusão escolar / social, a partir do
seu contexto histórico.
O segundo capítulo propõe-se a falar sobre a escola hoje e o papel da
gestão escolar e suas dimensões, participativa, de pessoas, de serviços e
recursos e a pedagógica. Ainda neste capítulo, aborda-se o sistema estrutural,
administrativo e pedagógico da escola bem como se efetua uma reflexão sobre
a gestão democrática.
O terceiro capítulo é dada atenção ao papel do gestor e ao seu desafio
frente a uma escola inclusiva.
O método compõe o quarto capítulo. Nele apresentam-se as Escolas do
Ensino Fundamental I que compõem o estudo e que fazem parte da Rede
Estadual de Ensino da Região Centro Oeste, as quais estão divididas em
polos. Apresentam-se também os sujeitos da pesquisa, que são 36 gestores
escolares. O procedimento metodológico que enfatiza a pesquisa qualitativa e
as hipóteses que surgem das reflexões.
A análise de dados é apresentada no quinto capítulo. A pesquisa foi
realizada a partir de um questionário com questões fechadas enviado aos
gestores escolares e nele eles responderam as questões que foram dividas
8
em cinco blocos: sobre espaço físico, políticas públicas, inclusão escolar /
social, parcerias/formação e participação da família/crença dos gestores.
Por último, a Conclusão em que se apresenta uma síntese do que
poderia ser o papel do gestor escolar para uma escola inclusiva de Ensino
Fundamental I.
9
CAP I – INCLUSÃO ESCOLAR/SOCIAL
O respeito à diversidade, cuja efetivação ocorre a partir das diferenças,
impulsiona ações de cidadania que visa ao reconhecimento de sujeitos de
direitos. As especificidades que formam essas ações, por se tratar de seres
humanos, não podem e não devem ser elemento para construção da
desigualdade, discriminação ou exclusão, mas sim nortear políticas afirmativas
que dizem respeito à diversidade, voltadas para a construção de contextos
sociais inclusivos.
A concepção de direitos humanos, introduzida pela Declaração Universal
dos Direitos Humanos (1948), se fundamenta no reconhecimento da dignidade
das pessoas e na universalidade e indivisibilidade desses direitos:
“universalidade, porque a condição de pessoa é requisito único para a
titularidade de direitos e indivisibilidade, porque os direitos civis e políticos são
conjugados aos direitos econômicos, sociais e culturais” 7. A atenção aos
direitos humanos fica assim marcada, num primeiro momento, pela tônica da
proteção geral com base na igualdade; recentemente, passou-se a explicar
através do sujeito de direito, respeitado em suas peculiaridades e
particularidades.
A ideia de ações inclusivas, fundamentada em direitos, deve então
reconhecer e valorizar a diversidade, como característica à constituição de
qualquer sociedade. Este princípio sinaliza a necessidade de garantir o acesso
e a participação de todos, a todas as oportunidades, independentemente das
peculiaridades de cada indivíduo e / ou grupo.
A identidade pessoal e social é essencial para o desenvolvimento de
todo sujeito, enquanto ser humano e enquanto cidadão. Ela é construída na
trama das relações sociais que permeiam sua existência cotidiana.
7 Declaração Universal dos Direitos Humanos. Assembléia Geral da ONU – Organização das Nações Unidas, Estados Unidos: Nova York, 1948, pg. 7
10
A consciência do direito de constituir uma identidade própria e do reconhecimento da identidade do outro se traduz no direito à igualdade e no respeito às diferenças, assegurando oportunidades diferenciadas (equidade), tantas quantas forem necessárias, com vistas à busca da igualdade. 8
A Constituição Federal do Brasil (1988) assume o princípio de igualdade
como pilar de uma sociedade democrática quando reza no caput do seu Artigo
5 que “todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza,
garantindo-se aos brasileiros e estrangeiros, residentes no país, a
inviolabilidade do direito à vida, à liberdade, à igualdade, à segurança e a
propriedade”.9
Para que a igualdade se efetive, é necessário que as leis garantam as
condições apropriadas de atendimento à peculiaridade individual, pois os
sujeitos são diferentes, de forma que todos possam usufruir das oportunidades
existentes.
A escola é um dos principais espaços de convivência social do ser
humano, durante as primeiras fases de desenvolvimento. Ela tem papel
primordial no desenvolvimento da consciência de cidadania e de direitos, já que
é na escola que a criança e o adolescente começam a conviver num coletivo
diversificado fora do contexto familiar.
Na Constituição Federal do Brasil (1988) encontra-se no Artigo 205 que
“a educação visa o pleno desenvolvimento do aluno e o seu preparo para o
exercício da cidadania”; no Artigo 206, inciso I, que “a igualdade de condições
de acesso e permanência na escola”; e, no Artigo 208, inciso V, que o “dever
do Estado com a educação será efetivado mediante a garantia de acesso aos
8 BRASIL. Conselho Nacional de Educação. Resolução CNE, n. 2, 11 de setembro de 2001. Diretrizes Nacionais para Educação Especial na Educação Básica. Brasília. Gráfica do Senado, 2001. 9 BRASIL. Congresso Nacional Constituição: República Federativa do Brasil. Brasília. Centro Gráfico, 1988.
11
níveis mais elevados do ensino, da pesquisa e da criação artística, segundo a
capacidade de cada um” 10.
Mas a atenção aos alunos com necessidades especiais associadas ou
não a questão da deficiência tem se modificado ao longo de processos
históricos de transformação social, caracterizando diferentes paradigmas nas
relações da sociedade.
A deficiência foi, inicialmente, considerada um fenômeno metafísico,
determinado pela possessão demoníaca, ou pela escolha de pessoa para
purgação de pecados. Durante a Inquisição Católica e posteriormente, a rigidez
moral e ética, da Reforma Protestante, contribuiu para que as pessoas fossem
tratadas como personificação do mal, portanto, passíveis de castigos, torturas e
mesmo de morte.
À medida que os conhecimentos da Medicina foram compondo o quadro
da Ciência, conhecimentos esses acumulados ao longo história da
humanidade, a deficiência passou a ser vista como doença, de natureza
incurável, gradação de menor amplitude da doença mental.
Essas ideias determinaram as primeiras práticas sociais de atenção à
pessoa com deficiência, e ficou conhecida como Paradigma da
Institucionalização 11, o qual vigorou, aproximadamente por oito séculos.
Para Oliveira e Amaral 12, as políticas para educação especial, iniciadas
a partir de 1854, foram sendo marcadas por medidas pontuais, fragmentadas,
que denotam o descaso com essa modalidade de ensino. Em 1950, o Estado
implanta uma política de educação especial, mas por meio da criação de
órgãos voltados para essas crianças bem como lança campanhas para a
sensibilização da sociedade. Mas será em 1957 que efetiva as campanhas:
Campanha para Educação de Surdos e Mudos; Campanha Nacional de
10 BRASIL. Congresso Nacional Constituição: República Federativa do Brasil. Brasília. Centro Gráfico, 1988. 11 BRASIL. Conselho Nacional de Educação. Resolução CNE, n. 2, 11 de setembro de 2001. Diretrizes Nacionais para Educação Especial na Educação Básica. Brasília. Gráfica do Senado, 2001. 12 Oliveira, M.A.M. e Amaral, C.T. Políticas públicas contemporâneas para Educação especial: inclusão ou exclusão? Grupo de Trabalho , n.15; Belo Horizonte, MG, PUC, 2012(texto mimeo)
12
Educação e Reabilitação de Deficientes de Visão; Campanha Nacional de
Reabilitação de Deficientes Mentais que, enquanto campanhas, tinham caráter
passageiro 13.
Na década de 60 houve um intenso movimento mundial de defesa dos
direitos da minoria associado à crítica ao Paradigma da Institucionalização de
pessoas com doença mental e de pessoas com deficiência, em que se
determinaram novos rumos às relações das sociedades. Começaram a se
implantados os serviços de reabilitação profissional, visando prepará-las para a
integração 14.
A primeira Lei de Diretrizes e Bases (4.024 de 1961) avançou ao
conceber a educação como um direito de todos. Com a Lei 5.692 de 1971, que
alterou a anterior, esta reafirmou a necessidade de se conferir um tratamento
adequado aos alunos com necessidades especiais. Mas foi a partir do ano de
1981, em que a ONU – Organização das Nações Unidas – instituiu o Ano
Internacional das Pessoas com Deficiência, que trouxe desdobramentos no
Brasil através da formulação de vários planos: Plano de Ação da Comissão
Internacional de Pessoas Deficientes (1981) e Plano Nacional de Ação
Conjunta para Integração da Pessoa Portadora de Deficiência (1985) 15. Estes
planos provocaram uma mudança, traduzida numa ruptura com uma
perspectiva centrada na garantia de diretos e a acesso à cidadania.
A Constituição de 1988 e o Estatuto da Criança 16 estipularam os
Direitos dos Portadores de Necessidades Especiais que passaram a não ser
13 Oliveira, M. A. M. e Amaral, C. T. Políticas públicas contemporâneas para Educação especial: inclusão ou exclusão? Grupo de Trabalho, n. 15, Belo Horizonte, MG, PUC, 2012 (texto mimeo). 14 Por integração compreende-se como inserir o aluno ou um grupo de alunos que já foi anteriormente excluído. A integração pode ser entendida como o “especial na educação”. Já por inclusão, compreende-se uma mudança de perspectiva educacional – uma mudança de modelo na educação, mais propriamente na ação educativa. 15 Oliveira, M. A. M. e Amaral, C. T. Políticas públicas contemporâneas para Educação especial: inclusão ou exclusão? Grupo de Trabalho, n. 15, Belo Horizonte, MG, PUC, 2012, pg. 05 (texto mimeo). 16 GOVERNO DO ESTADO DE SÃO PAULO. Secretaria da Justiça e da Defesa da Cidadania. Conselho Estadual dos Direitos da Criança e do Adolescente. Estatuto da Criança e do Adolescente São Paulo, SP, 2012.
13
mais considerados como objetos de assistência social. Em seu Artigo 208,
determinou ser dever do Estado o atendimento educacional especializado, aos
portadores de deficiência, na rede regular de ensino.
Na década de 90 iniciou-se no Brasil o movimento “toda criança na
escola”, ou seja, a Universalização do Ensino, mais precisamente na gestão do
Presidente Fernando Henrique Cardoso, tendo como Ministro da Educação o
economista Paulo Renato Costa Souza. A inclusão escolar / social ganha mais
força, pois, até então a escola era para poucos, totalmente excludente;
progrediam em nossas escolas os alunos considerados os mais inteligentes,
disciplinados, asseados, etc. Os demais, que não se encaixavam nesse perfil,
eram simplesmente deixados para trás, o que nos proporcionou um país com
grande número de analfabetos e grandes atrasos na área econômica, social,
cultural. Porém, uma escola ainda hoje, defendida por muitos.
Em 1994, a UNESCO – Organização das Nações Unidas para
Educação, Ciência e Cultura – promove a Conferência Mundial sobre
Necessidades Educativas Especiais, que redundou a elaboração da
“Declaração de Salamanca” que preconizou o princípio da inclusão e o
reconhecimento da necessidade dos “sujeitos especiais” serem aceitos em
escolas regulares. Faz parte da Declaração que “todas as crianças, de ambos
os sexos, têm direito fundamental à educação e que a elas deve ser dada a
oportunidade de obter e manter um nível aceitável de conhecimento”; que cada
“criança tem características, interesses, capacidades e necessidades de
aprendizagem que lhe são próprios”; as “pessoas com necessidades
educacionais especiais devem ter acesso às escolas comuns, que deverão
integrá-las numa pedagogia centralizada na criança, capaz de atender a essas
necessidades”. Aos governos competem criar “mecanismos descentralizados e
participativos, de planejamento, supervisão e avaliação do ensino de crianças e
adultos com necessidades educacionais especiais”; e, “promover e facilitar a
participação dos pais, comunidades e organizações de pessoas com
14
deficiência, no planejamento e na tomada de decisões, para atender a alunos e
alunas com necessidades educacionais especiais” 17 .
Os gestores das políticas públicas começavam a vivenciar um momento
de transição, em que procurava romper com uma tradição seletiva e excludente
no campo educacional, pois a instituição escolar sempre fora o lugar de
transmissão de conhecimentos aos alunos capazes de serem instruídos.
Posteriormente e gradualmente, avança-se para uma outra concepção de escola, alicerçada no princípio do direito à educação, que parte do pressuposto de que essa instituição deve ser o lócus privilegiado da inclusão social, superando, desta forma, a acepção restrita, limitada que reduz a sua missão, ao instruir. Nessa perspectiva, todos os alunos passam a ser educáveis, escolarizáveis, pois todos eles têm o direito legítimo à educação. 18
Com a Lei de Diretrizes e Bases 9.394/96, a educação brasileira passa a
se responsabilizar pela universalização do ensino e reconhece o direito à
diferença, ao pluralismo e à tolerância.
Com os avanços decorrentes da democratização de nossa sociedade,
dos movimentos sociais, dos direitos humanos, tornou-se necessário a criação
de espaços includentes, com larga margem para o convívio com o diferente, ou
seja, com a diversidade, princípio da inclusão.
As escolas que reconhecem e valorizam as diferenças têm projetos inclusivos na educação. O ensino que ministram difere radicalmente do proposto para atender às especificidades dos educandos que não conseguem acompanhar seus colegas de turma, por problemas que vão desde as deficiências até dificuldades de natureza relacional,
17UNESCO, The Salamanca statementand framework for actionon special needs educacion [Adotada pela Conferência Mundial sobre Educação para Necessidades Especiais: Acesso e Qualidade, realizada em Salamanca, Espanha, em 7-10 de junho de 1994]. Genebra: UNESCO, 1994. (portal de psicologia), 2009. 18 Oliveira, M. A. M. e Amaral, C. T. Políticas públicas contemporâneas para Educação especial: inclusão ou exclusão? Grupo de Trabalho, n. 15, Belo Horizonte, MG, PUC, 2012, pgs. 05 e 06 (texto mimeo).
15
motivacional ou cultural dos alunos. Neste sentido, (...) o currículo passa por adaptações, e as atividades e os programas são facilitados para que as aprendizagens sejam reforçadas, ou mesmo aceleradas, em caso de defasagem idade / série escolar. 19
Para consideramos hoje uma sociedade evoluída, ela tem que atender a
esses princípios inclusivos, é o que observamos neste universo pós
globalização. O primeiro movimento pró inclusão escolar / social aconteceu a
partir do movimento de integração, o que pode ser entendido como estar no
ensino regular um aluno que antes fora excluído, ou seja, o “especial na
educação” 20, como bem diz Mantoan. Porém, isto ainda não era a inclusão que
almejávamos e ainda almejamos para as nossas crianças: incluir é muito
distinto de integrar. Na inclusão escolar / social não há sistema escolares
divididos em regular e especial.
A inclusão escolar e social de todas as crianças independentes de suas
necessidades e diferenças, hoje têm sido difundidas nacionalmente e por
muitos. O que consideramos uma vitória dos antes excluídos. Concordamos
com Santos, ao afirmar que
Nem todas as diferenças necessariamente inferiorizam as pessoas. Há diferenças e há igualdades – nem tudo deve ser igual, assim como tudo deve ser diferente. É preciso que tenhamos o direito de sermos diferentes quando a igualdade nos descaracteriza e o direito de sermos iguais quando a diferença nos inferioriza. 21
No entanto, nossas escolas ainda não conseguem incorporar em seu
discurso o que ela vivência em seu próprio cotidiano, a inclusão escolar /
social.
19 Mantoan, M. T. Eglér Inclusão escolar IN: Arantes, V. A. (Org.) Inclusão escolar: pontos e contrapontos, São Paulo: Summus, 2006. 20 Mantoan, M. T. Eglér Inclusão escolar: o que é? pra quê? como fazer? 2ª.ed., São Paulo: Editora Moderna, 2010, pg. 19 21 Santos, Boaventura S. Entrevista com o professor Boanetura de Souza Santos. Disponível em www.dhi.uem.br/jurandir/jurandir-boaven1.htm, 1995.
16
Os alunos com deficiências constituem uma grande preocupação para os educadores inclusivos. Todos sabem, porém, que a maioria dos que fracassam na escola são alunos que não vem do ensino especial, mas possivelmente acabarão nele. 22
Concordamos com Mantoan, pois ela defende em suas ideias, uma
escola que reconheça a igualdade de aprender como ponto de partida e as
diferenças no aprendizado como processo e ponto de chegada 23. Aceitar e
valorizar a diferença na escola significa mudar de lado e romper com os pilares
nos quis a escola tem se firmado até agora.
A escola brasileira é marcada pelo fracasso e pela evasão e uma parte significativa de seus alunos, marginalizados pelo seu insucesso, por privações constantes e pela baixa autoestima resultante das exclusões escolar e social – alunos que são vitimas de seus pais, de seus professores e, sobretudo, das condições de pobreza em que vivem, em todos os seus sentidos. Esses alunos sobejamente conhecidos das escolas, pois repetem às mesmas séries várias vezes, são expulsos, evadem e ainda são rotulados como mal nascidos e com hábitos que fogem ao protótipo da educação formal. 24
A escola ainda hoje classifica os alunos em agressivos, bonzinhos,
burros, inteligentes, hiperativos, normais e muito mais. A escola resiste à
inclusão por que não tem a capacidade de trabalhar com a realidade, ainda
sonha com o aluno ideal, com um mundo ideal, porém ela mesma não a escola
ideal.
22 Mantoan, M. T. Eglér Educação especial no Brasil – da exclusão à inclusão escolar. Universidade estadual de Campinas, Faculdade de Educação, Laboratório de estudos e Pesquisas em Ensino e Diversidade / LEPED, UNICAMP, 1999, pg 07. 23 Saberes e práticas da inclusão: desenvolvendo competências para o atendimento às necessidades educacionais de alunos com deficiência física/neuro-motora [2ª.ed.] / coordenação geral SEESP / MEC, Secretaria de Educação Especial, 2006, 36p. (série; saberes e práticas da inclusão). 24 Mantoan, M. T. Eglér Inclusão escolar: o que é? por quê? como fazer? 2ª.ed., São Paulo: Editora Moderna, 2010.
17
Machado nos alerta para olharmos os nossos alunos como sujeitos no
processo de aprendizagem:
O aluno em situação de fracasso é um educando no ambiente escolar, mas, na sociedade, é um sujeito. Assim, é necessário vê-lo e entendê-lo como um ser social que interfere e recebe interferências do meio em que vive, tem sua identidade e individualidade e se relaciona com os outros indivíduos. 25
A inclusão escolar / social não é somente a inserção de alunos
portadores de necessidades especiais (deficientes) no ensino regular, inclusão
é dar a todos os alunos a mesma oportunidade de aprender, de ser bem
tratado, independente de sua origem geográfica, de raça, nível social / cultural,
econômicas, de suas condições intelectuais, emocionais, etc. Incluir é não
deixar ninguém de fora da escola regular: crianças pobres, agressivas, sujas,
mal educadas, crianças que não aprendem, que chegam atrasadas, que não
entregam as lições, todas essas também consideramos de inclusão, pois estas
precisam e muito de nosso apoio, precisam que a escola as vejam na sua
totalidade.
Os educadores comprometidos com a transformação social precisam
dispor de conhecimentos para repensar formas de funcionamento das
escolas, de desenvolvimento da profissionalização e profissionalidade,
de participação nas relações cotidianas da comunidade escolar
(professores, pais e alunos), de avaliação, etc., que considerem ao
mesmo tempo a realidade socioeconômica e cultural em que se insere a
escola e os professores e as condições concretas dentro da escola e da
sala de aula que garantam a justiça social do ponto de vista da
escolarização. 26
25 Machado, Edileine Vieira A formação do sujeito como ser de relações Revista Notadum 12, 2009, CEMOrOC – Feusp/ IJI – Universidade do Porto, p. 33. 26 Libâneo, José Carlos.Organização e Gestão da Escola: teoria e prática.5 Ed. Revista e ampliada. Goiânia: Ed. Alternativa, 2004.
18
A inclusão tem um sentido amplo. Consideram-se também casos de
inclusão, alunos com déficits de aprendizagem, situações sociais de risco, falta
de estrutura familiar, superdotados e outros.
Quando se trabalha a Inclusão em um sentido amplo, não há “receita
milagrosa”, não há um caminho a ser seguido, mas sim, vários e muitas vezes
o que foi escolhido, não é o que dará certo. Cada aluno é único, quando o
gestor trabalha respeitando isso, as chances de sucesso são maiores e mais
concretas.
Escola de qualidade é a escola que utiliza o erro como aprendizado, que
tem uma educação humanitária, onde as ações educativas permeiam a
solidariedade, a colaboração, que aproxima os alunos e não os classifica, onde
o processo educativo é compartilhado e vivido em sua plenitude.
19
CAP. II – A ESCOLA HOJE E O PAPEL DA GESTÃO
A escola não pode ficar a parte do que está acontecendo hoje na
sociedade. Compete aos cidadãos do novo tempo não permitir a exclusão
daqueles que não conseguem avançar, pois a escola nos dias de hoje tem
outro papel. Isto é um fato. Tanto é verdade que temos agora a sociedade civil
também preocupada com a escola e sendo parceira.
Incluir é respeitar as diferenças, o tempo de cada um. É muito diferente
de só integrar, acolher. Muitas vezes a escola apenas acolhe, mas não inclui
de verdade, deixando de olhar para as reais necessidades do aluno, do ser
humano que está a sua frente.
Muitos não estão preparados para essa demanda. Mas poderão ficar
parados? Não! Terão que buscar novos conhecimentos, alternativas, quebrar
barreiras, inovar. Isso demanda e por vezes ainda demandará disposição,
tempo e algumas noites mal dormidas. Esse desafio é do gestor escolar.
Quando se pensa em inovação, o que se pode fazer nessa área? Em
alguns casos, algo bem simples. Como por exemplo: conversar com o aluno,
ouvi-lo, descobrir suas preferências, suas particularidades, suas reais
necessidades, etc. isso não é perder tempo, é ganhar tempo, é acreditar no
potencial do aluno, valorizando-o segundo suas capacidades e talentos.
Uma escola que respeita o aluno, o seu tempo e espaço, todos os
lugares tornam-se espaços de aprendizagem e não somente a sala de aula,
pois a sala de aula é o espaço do aluno em que a forma de expressão deve ser
reconhecida. O aluno não aprende em um ambiente “rígido”, em que ele não
pode se manifestar.
Diante desse grande desafio, está o gestor escolar. O seu papel para
que a Inclusão aconteça realmente é fundamental, pois compete a ele
providenciar formação para os professores e funcionários; alocar recursos para
a adequação física e material especializado; mas principalmente desenvolver
uma cultura inclusiva junto aos pais, alunos e toda a comunidade escolar.
20
2-1. Sistema estrutural, administrativo e pedagógico
Ao falarmos sobre a escola, não podemos deixar de mencionar que é
um espaço de interlocução com a comunidade, com os sujeitos que nela
passam e nos projetos que desenvolve. Cabem ao seu sistema estrutural e
administrativo ser um controle em que o gestor escolar possa aplicar melhor as
verbas, comprar os materiais necessários e mesmo ter controle sobre os
funcionários, alunos e professores.
FIGURA-1 - ESTRUTURA ADMINISTRATIVA DA SECRETARIA DE ESTADO
DA EDUCAÇÃO
GABINETE DO SECRETÁRIO
COORDENADORIA DE GESTÃO DA
EDUCAÇÃO BÁSICA
COORDENADORIA DE INFORMAÇÃO,
MONITORAMENTO EAVALIAÇÃO EDUC.
DIRETORIAS DE ENSINO
COORDENADORIA DE INFRAESTRUTU-
RA E SERVIÇOSESCOLARES
COORDENADORIA DE GESTÃO DE
RECURSOSHUMANOS
COORDENADORIA DE ORÇAMENTO
E FINANÇAS
ESCOLADE FORMAÇÃO E
APERFEIÇOAMENTODE PROFESSORES
ESCOLAS DE ENSINO FUNDAMENTAL E MÉDIO E CENTROS ESPECIALIZADOS DE ENSINO DE LÍNGUAS
ORGANOGRAMA - SEE
SUBSECRETARIA DE ARTICULAÇÃO
REGIONAL
COMITÊ DE POLÍTICAS EDUCACIONAIS
GS
EFAP CGEB CIMA
SAREG
CGRH COFICISE
Mas, acima de tudo, a escola tem um papel definitivo, a saber, o de
cumprir com a aprendizagem dos seus alunos ou mesmo a aprendizagem das
relações. E isto significa que aprender não é um privilégio dos alunos, mas
deve ser compreendido como um espaço em que os sujeitos possam interagir.
O gestor escolar tem o papel de garantir que além da estrutura e da
administração a escola seja um lugar de aprendizagem. Daí a importância da
21
escola ter e valorizar o aspecto pedagógico: “a questão burocrática é facial e
rapidamente apreendida, mas a questão educacional só consegue ser
abordada em grupo, coletivamente, exigindo muito mais tempo”. 27
As ações burocráticas são essencialmente técnicas, com limites precisos, cuja aprendizagem garante sua fiel execução, até que novas técnicas substituam as anteriores. Porém, a ação pedagógica está diretamente ligada ao conhecimento, que não tem limites. 28
A partir deste referencial, pergunta-se: qual a prática do gestor escolar
uma vez que está à frente da instituição como responsável? O gestor escolar é
responsável pelo andamento, manutenção e funcionamento da escola. Ele é
ainda responsável pela totalidade das ações e omissões da instituição.
Segundo Carvalho, o diretor
trata de toda a documentação de alunos e professores, cuida da manutenção física do prédio, da assiduidade dos professores e funcionários, das matrículas, das vagas, da evasão, repetência e aprovação dos alunos. Sendo ex-professor, detém um conhecimento específico, conforme sua área de atuação, mas não é esse o conhecimento que determina sua prática de dirigente.29
Mesmo que o gestor escolar se coloque como ex-professor, esse
passado nunca é avocado para as suas resoluções e iniciativas. A
democratização da gestão da escola se faz quando o gestor escolar se coloca
em condições de mediar os discursos que nela se faz presente, pois a
participação de todos não pode ser gratuita, mas implica numa participação
27 Carvalho, Célia Pezzotto de A escola: seus atores e interlocutores – o diretor no contexto da aprendizagem Revista Ideias São Paulo, FDE: Diretoria Técnica, n. 23, 1994, pg. 103 28 Idem ibdem, pg. 103 29 Idem ibdem, pg. 103
22
efetiva, pois é fruto de um trabalho paciente de organização, estudo, análise,
que compartilha os processos decisórios e da responsabilidade do cargo.
Retoma-se e reforçam-se as palavras de Carvalho quando afirma que o
projeto de escola que queremos “depende do esforço individual e coletivo na
pesquisa e produção de conhecimento que encaminhe as relações entre
educação, saúde, ambiente e qualidade de vida”. 30
2-2. O papel da gestão
Com a entrada da LDB 9.394/96 no cenário das Políticas Públicas, uma
avaliação do papel do gestor escolar se fez necessária: se por um lado a figura
do gestor era aquela ligada à burocracia, pois se limitava a responder as
questões administrativas, por outro lado, após a implantação da lei 9394/96
pelo Governo Federal, o gestor é aquele que também deve responder pelas
questões pedagógicas, o que corresponde não só escrever, discutir em
conjunto com sua equipe o projeto político pedagógico, mas acompanhar os
alunos em seu processo de desenvolvimento e aprendizagem.
O papel do gestor escolar como responsável pela instituição escolar já
era definido na década de trinta como aquele que estimula e adverte os
conflitos do cotidiano. A esta questão, Meneses faz menção a Almeida Junior e
lembra que no
grupo escolar, a figura central é a do diretor. Menos pela situação hierárquica do que pelas qualidades pessoais, é ele o grande animador do trabalho de todos, a força reguladora que estimula ou modera, a sanção cotidiana, que adverte ou que louva. Cada grupo escolar vale o que vale o seu diretor”. 31
Nas palavras de Meneses,
30 Idem ibdem, pg.104. 31 Meneses, João Gualberto de Carvalho Direção de Grupos Escolares - análise de atividades de diretores. Estudos de documentos São Paulo, Tese de Doutorado, dezembro de 1972, pg 173.
23
a personalidade do diretor deve influir bastante na escolha preferencial de determinada atividade. Os grupos sociais envolvidos no processo de escolarização e o status e o papel do diretor, em cada grupo, devem designar posições e sugerir comportamentos. 32
Na década de 90 a gestão escolar irá se aproximar dos princípios da
gestão empresarial, pois as políticas públicas julgam que na educação o
modelo administrativo estava ultrapassado. Isto ocorre por que o foco da
educação passa a ter como objetivo a ideia de valor, isto é, a busca pela
eficiência como o maior valor obtido.
Aos poucos, a expressão gestão escolar começa a ganhar sua forma e
força dentro do contexto da educação. Mas o que se deve então compreender
como gestão escolar? O termo passou a ser utilizado em substituição ao
anterior, “administração escolar”, o que representa uma mudança de postura
do diretor e um novo enfoque de organização escolar.
Nas palavras de Meneses,
“A nova legislação escolar, editada após a Constituição Federal de 1988, assume essa proposta e, assim compreendida, a administração da escola passa a ser uma responsabilidade do “coletivo escolar”, que abrange todos os indivíduos envolvidos na instituição, internos e externos, direta ou indiretamente.”33
Meneses, ao citar a teoria de administração de José Querino Ribeiro,
menciona que o conceito de administração escolar é complexo de processos,
cientificamente determináveis, e que atende à política da educação para
32 Meneses, João Gualberto de Carvalho Direção de Grupos Escolares - análise de atividades de diretores. Estudos de documentos São Paulo, Tese de Doutorado, dezembro de 1972, pg 173. 33 Meneses, João Gualberto de Carvalho e Peterossi, Helena Gemignani (coords.). Revisitando o Saber e o Fazer Docente, São Paulo: Pioneira Thomson Learning, 2005,pg. 64.
24
garantir unidade e economia 34. Continua o autor dizendo que Ribeiro sempre
nos alertou sobre ao se aplicar a escola à lógica da empresa
ou ao tratar as questões escolares como expressão e continuidade de uma empresa industrial. Insista na peculiaridade do trabalho da escola, complexo e delicado, que não manipula matéria-prima, mas acompanha e orienta o desenvolvimento de seres humanos em formação na atividade administrativa que designava como a de “prestar assistência à execução”. 35
Luz e Werle mencionam que recentemente o olhar sobre as questões
administrativas escolares “passam a ser encaminhadas a partir dos princípios
de autonomia, participação e responsabilidade compartilhada”. 36
Segundo Luck, a
gestão não deprecia a administração, mas supera as suas limitações de enfoque dicotomizado, simplificado e reduzido, para atender às
exigências de uma realidade cada vez mais complexa e dinâmica. 37
Assim a Secretaria de Estado da Educação compreende que o papel da
administração escolar deve ser participativo, pois permite reavaliar o papel do
diretor dentro da gestão escolar e apontar como aquele que tem uma visão
global da instituição e ao mesmo tempo focada no aluno. Podemos dizer ainda,
que essas mudanças levam o gestor escolar a resignificar o seu papel dentro
da escola.
Meneses afirma,
34 Meneses, João Gualberto de Carvalho. A teoria de administração escolar de Querino Ribeiro Revista RBPAE – v. 23, n. 3, set./dez., 2007. pg. 548. 35 Idem ibdem, pg. 548. 36 Luz, Arisa Araujo de e Werle, Denise Bressan. É possível democratizar a democracia Revista Gestão em Rede São Paulo, CONSED, FDE, n. 86, junho, 2008, pg. 08. 37 Luck, Heloisa A gestão participativa na escola. 7ª.ed., Petrópolis, RJ: Vozes, 2010. pg 41.
25
“ ...gestão democrática é sinônimo de gestão ou administração participativa, compartilhada, cujas decisões são tomadas por maioria ou consensualmente. O termo democrático é usado por extensão de seu significado político: governo do povo, governo ou gestão em que todos os cidadãos participam. É claro que, embora haja sempre a participação de todos, o encargo ou o poder de mandar e se fazer obedecido(executar as decisões) pode ficar com uma única pessoa ou ser distribuído a várias pessoas da instituição. Por isso a gestão democrática não abole, necessariamente, a figura ou a função do diretor da escola.”38
Dada à importância do diretor dentro da instituição escolar, hoje é ele
que direciona a gestão escolar para a organização do espaço escolar bem
como a valorização do aluno como cidadão em suas ações, para o
acompanhamento do processo de aprendizagem e é responsável por todas as
gestões. O gestor escolar não atua diretamente sobre o aprendizado do aluno,
mas dele depende a organização interna da escola. O gestor escolar deve
envolver todos os segmentos para um único objetivo: conselho de escola, APM
(Associação de Pais e Mestres), grêmio estudantil, voluntários, pais, docentes,
discentes, funcionários, parceiros e comunidade.
Neste sentido, faz parte das atribuições do gestor escolar mediar às
formas de gestão dentro da escola: gestão participativa, gestão de pessoas,
gestão de serviços e recursos e gestão pedagógica. Passaremos a descrever
Gestão Participativa
A Gestão Participativa trabalha com todos os segmentos da escola
estimulando lideranças e valorizando os talentos, isso faz uma gestão ser
compartilhada, onde todos compreendem o seu papel e assumem novas
responsabilidades.
Essa gestão tem bons resultados quando há liderança, quando o grupo
reconhece o gestor escolar como líder, pois onde não há liderança, o ritmo de
38 Idem ibdem, pg. 67.
26
trabalho é fraco, não há interesse e ações para se alcançar os objetivos de
aprendizagem.
FIGURA-2 - FIGURA ILUSTRATIVA DA GESTÃO PARTICIPATIVA
Fonte:Blog – Amigos da Pedagogia - UNOPAR
Podemos citar como exemplo de gestão participativa quando os órgãos
como Grêmio Estudantil, APM (Associação de Pais e Mestres), Conselho de
Escola (composto por gestores, professores, discentes, funcionários e pais),
alunos monitores e os parceiros (instituições e ONGs.), realmente tem espaço
na administração escolar.
Concordamos com Luck 39 quando menciona que “a autoridade se
consegue com competência”, pois os conflitos que surgem coloca o gestor
escolar frente as suas habilidades e competências.
39 Luck, Heloisa A gestão participativa na escola. 7ª.ed., Petrópolis, RJ: Vozes, 2010.
27
Gestão de Pessoas
A Gestão de Pessoas é uma das gestões mais complexas, pois gerir o
humano é o mais difícil. Partindo do princípio de que todos são educadores na
unidade escolar, desde quem abre o portão até o gestor escolar inclusive o
cantineiro e seus funcionários, o gestor escolar tem que ter como princípio a
escuta de todos os segmentos. Assim, todos são importantes nas reuniões de
capacitação, treinamentos e Conselho de Escola, APM.
FIGURA-3 – FIGURA ILUSTRATIVA DA GESTÃO DE PESSOAS
Fonte: Blog – Experiências e Diálogos a Serviço da Educação
Bem se sabe que a motivação, o ânimo e a satisfação não são
responsabilidades exclusivas do gestor escolar, porém o gestor escolar que é
líder consegue trabalhar muito bem isso com o seu grupo.
Pode-se afirmar que o maior segredo da gestão de pessoas é a relação
entre elas. O verdadeiro líder estimula e faz com que as pessoas se sintam
28
membros de uma equipe, responsáveis pelo processo e, por consequência, por
seus fracassos e sucessos.
O que a Gestão de Pessoas deve garantir é: autonomia para todos os
seguimentos da unidade escolar, inclusive e principalmente para os alunos; a
capacitação em serviço para todos os funcionários; e a participação em todas
as reuniões da unidade escolar de todos os funcionários.
Gestão de Serviços e Recursos
A escola é comunitária, ela está em rede, está inserida na sociedade.
Ela deve ser e ter um ambiente todo preparado para o aprendizado. A melhoria
da aprendizagem deve estar sempre em primeiro lugar. A limpeza e o clima
organizacional são essenciais neste processo.
Estar aberta para parcerias não significa que a escola perde a sua
autonomia. Isso desde que ela tenha um objetivo claro e saiba realmente qual
a sua função e o que quer. Trabalhar com parceiros não significa que o Estado
não tenha responsabilidades bem definidas com as suas Unidades Escolares.
Compete ao gestor escolar exigir que essas responsabilidades sejam
cumpridas, colaborar para que isso aconteça da melhor forma possível
aplicando adequadamente e com seriedade os recursos oriundos dele.
FIGURA-4 – FIGURA ILUSTRATIVA DA GESTÃO DE SERVIÇOS E RECURSOS HUMANOS
29
Fonte: Blog – Gestão Escolar
Porém, com as parcerias as Unidades têm as suas necessidades
atendidas mais prontamente e com mais individualidade. Considera-se como
parceria não somente as que investem dinheiro nas escolas, mas também a
parceria com a família, com o Conselho Tutelar, com a Associação de Bairro,
parceria com ex-alunos.
Gestão Pedagógica
Todas as gestões são importantes, porém a pedagógica é especial. Esta
é a gestão em que o enfoque total é o aprender. Quando o aluno não aprende
a Escola não cumpre o seu papel.
O bom gestor escolar tem que ter noção do que é conhecer, quem não
tem isso, irá brigar o tempo todo com o pedagógico. O foco é o pedagógico, a
30
aprendizagem do aluno. Por isso, o pedagógico da unidade tem que ser forte
encorpado e ao gestor escolar compete propiciar meios para isso.
A formação continuada em serviço é uma das ações que melhor
apresenta a mudança e a inovação das práticas pedagógicas em sala de aula.
Com isso a escola se torna cada vez melhor e o aluno aprende mais.
FIGURA-5 – FIGURA ILUSTRATIVA DA GESTÃO PEDAGÓGICA
Fonte: Blog – Gestão Escolar
É na gestão pedagógica que se inova através do olhar ao motivar a
equipe e desenvolver as lideranças. Isso faz com que as pessoas se impliquem
no processo educacional e tomem para si o sentido desse atributo.
Desta forma a Gestão Escolar, antes de tudo, deve valorizar o aluno
como cidadão em suas ações e não apenas cumprir determinações: inovar e
ousar são as palavras fundamentais. O sucesso não se determina única e
exclusivamente pela remuneração. Sucesso é ter satisfação no que faz.
O gestor escolar tem que gostar do que faz; ele deve buscar sempre o
seu e o aperfeiçoamento de sua equipe, trocar experiências. Gestor escolar
31
tem que ser educado. E quando todos estão no seu limite, é ele que deve
controlar a situação da melhor maneira possível para que todos fiquem bem. A
ternura não tira a competência de ninguém.
Muitas vezes cometem–se erros. Assumir os erros faz parte da história
de cada um, não se deve ter medo disso, de tornar-se frágil perante a equipe.
Não pode-se deixar de fazer nada por medo. Quem trabalha com gente sempre
tem muitos problemas. Porém, quem gosta do que faz, faz sempre o melhor
para a sua equipe e principalmente para os seus alunos.
2-3. O papel do gestor frente à inclusão
Ao longo do período histórico da Educação é possível observar as
mudanças que culminam no deslocamento do olhar dos gestores escolares. Se
na década de setenta, com a Lei 5.692/7140, o olhar dos gestores escolares
estava voltado para o bem estar das crianças e adolescentes e seus
desempenhos em relação à sociedade, um momento em que o conhecimento
era privilegiado, com a LDB 9394/9641 não só uma mudança de olhar foi
necessária, mas uma reformulação conceitual do que é gestão escolar.
Outro fator que contribuiu para a mudança foi a implementação das
avaliações externas, tais como SAEB – Sistema de Avaliação da Educação
Básica instituído pelo Governo Federal – e SARESP – Sistema de Avaliação e
Resultados do Estado de São Paulo. No final da década de 90, o SARESP
apresentou os primeiros resultados do processo de aprendizagem dos alunos
das escolas públicas estaduais paulistas, isto é, traduziu o processo de
aprendizagem de nossas crianças e adolescentes em números e metas,
objetivo este que comunga com as Políticas Públicas do Governo Federal e
que tem como princípio “todos pela educação”. A gestão escolar teve um papel
40 BRASIL. Ministério de Educação e Desporto. Lei 5692 de dezembro de 71. Estabelece as Diretrizes e Bases da Educação Nacional. Brasília: Gráfica do Senado, 1971. 41 BRASIL. Ministério de Educação e Desporto. Lei 9394 de dezembro de 96. Estabelece as Diretrizes e Bases da Educação Nacional. Brasília: Gráfica do Senado, 1996.
32
fundamental: levar aos professores os resultados alcançados a partir dos
trabalhos realizados por eles na gestão em sala de aula sem que esse trabalho
perdesse a qualidade.
Novos desafios se fazem para os gestores escolares que se encontram
em exercício: garantir a aprendizagem de todas as crianças e adolescentes
sem que se perca a qualidade de ensino; preparar os professores para que as
metas sejam alcançadas; administrar uma escola que é marcada por uma
sociedade violenta e sem referenciais; pensar em um modelo de gestão que
haja ações e práticas educativas em uma escola que deve ter como princípio a
participação efetiva de todos.
Concordamos com Rios, ao afirmar em um artigo que, do
ponto de vista da ética, um trabalho de qualidade é aquele trabalho que
faz bem, isto é, que vai ao encontro do que é necessário para uma vida
plena, para o conhecimento ampliador das potencialidades humanas e
da intervenção na construção de uma sociedade igualitária e
democrática. 42
Morin, em seu livro “A cabeça feita”, menciona que para se ter uma
cabeça bem feita é necessário não acumular o saber, mas “dispor de: - uma
aptidão geral para colocar e tratar os problemas; - princípios organizadores que
permitam ligar os saberes e lhes dar sentido”. 43
É nesta direção que se aposta na mudança de olhar dos gestores
escolares. A gestão escolar não pode e não deve se acomodar frente às
mudanças mundiais; ela não pode acreditar que está incluindo o seu aluno
dentro da sociedade se ela não tem como princípio próprio, a mudança.
Durante os últimos anos, o processo de inclusão de alunos nas escolas
tem sofrido mudanças em relação a políticas públicas. No início do movimento
a favor dos alunos com necessidades especiais, a “integração” era o conceito
42 Rios, Teresinha Ética na escola Revista Nova Escola São Paulo, Editora Abril, Nov., 2011. pg. 54 43 Morin, Edgar. Cabeça Feita: repensar a reforma, reformar o pensamento, 4ª.ed., Rio de Janeiro: Bertrand Brasil, 2066, pg.21
33
que unia esses alunos aos alunos de classes regulares 44. Assim, duas
realidades antagônicas vividas dentro da escola: a “sala de aula com alunos de
necessidades especiais” e a “sala de aula com alunos regulares”. Um segundo
movimento das políticas públicas surge para garantir aos alunos portadores de
necessidades especiais que frequentem as salas de aulas regulares. Desta
forma, o paradoxo da inclusão se instala: como garantir a todos os alunos uma
qualidade na educação sem excluir ninguém?
A partir deste fato, o terceiro movimento das políticas públicas se faz
mediante ao conceito de inclusão social. Neste sentido, as políticas públicas
garantem: a sala de recursos, como apoio técnico; curso de formação para
professores se especializarem; material didático e digital.
A inclusão social é uma realidade na escola pública. Não tem como
mudar tal perspectiva em uma sociedade que tem como lembrança a revolução
industrial. O mundo contemporâneo exige outras necessidades, e tem como
prioridade a comunicação, a informatização, a automação, etc.
O documento pioneiro que marca o terceiro movimento a favor da
implementação da inclusão escolar/social nas escolas públicas é a Declaração
de Salamanca (1994) em que menciona:
As escolas devem ajudá-los [os alunos] a se tornarem economicamente ativos e prover-lhes as habilidades necessárias no dia-a-dia, oferecendo treinamento em habilidades que respondem às demandas sociais e de comunicação e às expectativas da vida adulta. Isto requer tecnologias apropriadas de treinamento, incluindo experiência direta em situações de vida real fora da escola.45
Mas encontramos muitos obstáculos no cotidiano escolar, desde os
problemas de acessibilidade, a interação entre os alunos e as habilidades a
serem desenvolvidas em relação ao processo de aprendizagem. Stainback
afirma que:
44 Sassaki, Romeu Kazumi Inclusão: construindo uma sociedade para todos 3ª.ed., Rio de Janeiro: WVA, 1999. 45 Sassaki, Romeu Kazumi Inclusão: construindo uma sociedade para todos, 3ª.ed., Rio de Janeiro: WVA, 1999.
34
Apesar dos obstáculos, a expansão do movimento da inclusão em direção a uma reforma educacional mais ampla, é um sinal visível de que as escolas e a sociedade vão continuar caminhando rumo a práticas cada vez mais inclusivas. 46
O grande desafio da gestão é fazer a integração entre os alunos e
contribuir com a formação dos professores em exercício para que os alunos
possam, através de suas habilidades, desenvolverem atividades a partir das
diferenças. Em relação ao processo de aprendizagem, os professores precisam
levar em consideração o tempo de cada aluno e com isso, criar estratégias que
promovam tais habilidades.
Mantoan menciona que:
Para ensinar a turma toda, parte-se do fato de que os alunos sempre sabem alguma coisa, de que todo o educando pode aprender, mas no tempo e no jeito que lhe é próprio. Além do mais, é fundamental que o professor nutra uma elevada expectativa em relação à capacidade de progredir dos alunos e que não desista nunca de buscar meios para ajudá-los a vencer os obstáculos escolares. 47
Neste sentido, o processo de inclusão escolar / social, segundo Mantoan
refere-se como sendo aquele que “incluir é não deixar ninguém de fora da
escola comum, ou seja, ensinar a todas as crianças indistintamente”, ou ainda
“o aluno da escola inclusiva é outro sujeito, que não tenha identidade fixada em
modelos ideais, permanentes, essenciais”. 48
46 Stainback, Susan e Stainback, William (Orgs) Inclusão: um guia para educadores Porto Alegre, RS: Artmed, 1999, pg.44. 47 Mantoan, M. T. Eglér Igualdade e diferença na escola: como andar no fio da navalha IN Arantes, Valéria Amorim (Org.) Inclusão escolar: pontos e contrapontos, São Paulo: Summus, 2006, pg. 48. 48 Idem Ibdem, pgs. 33 e 34
35
Ainda segundo Mantoan, para que de fato ocorra à inclusão é
necessário que mudemos nossa postura educacional.
A noção de inclusão institui a inserção de uma forma mais radical, completa e sistemática. O vocabulário integração é abandonado, uma vez que o objetivo é incluir um aluno ou um grupo de alunos que já foram anteriormente excluídos; a meta primordial da inclusão é a de não deixar ninguém no exterior do ensino regular, desde o começo. As escolas inclusivas propõem um modo de se construir o sistema educacional que considera as necessidades de todos os alunos e que é estruturado em virtudes dessas necessidades. A inclusão causa uma mudança de perspectiva educacional, pois não se limita a ajudar somente os alunos que apresentam dificuldades na escola, mas apóia a todos: professores, alunos, pessoal administrativo, para que obtenham sucesso na corrente educativa geral. 49 (grifo nosso)
O processo de inclusão na escola pública é o da valorização do
aprendizado e da produção de conhecimento; é o respeitar o tempo do aluno
em seu processo de desenvolvimento; é a estética da sensibilidade, seja
artística ou social; é o tempo da solidariedade na construção subjetiva de cada
cidadão.
A gestão escolar deve promover a inclusão escolar em seu sentido
amplo, o que significa não deixar nenhum aluno fora da escola e ir além: a
gestão escolar deve mudar o seu posicionamento em relação aos princípios da
educação. Mas isto significa que o gestor escolar deve querer, acima de tudo,
mudar, pensar em sua própria reforma de pensamento.
Um novo olhar se faz necessário a partir da escola inclusiva. E aqui,
compreende-se por inclusão, uma escola em que as diferenças são
respeitadas; em que o aluno é valorizado em seu ser enquanto sujeito; que o
aluno seja ator e autor de sua própria história; que o aluno tenha autonomia
sobre suas próprias decisões.
49 Mantoan, M. T. Eglér ET. All. A integração de pessoas com deficiências : contribuições para uma reflexão sobre o tema São Paulo: Memnon / SENAC. 1997, pg. 145.
36
CAP. III – O MÉTODO
Para a condução deste estudo optou-se por um levantamento
exploratório descritivo com foco qualitativo e por conveniência, considerou-se
para tal levantamento uma fração amostral relativa ao número de diretorias de
ensino da rede estadual e ao número de diretorias de ensino da capital, tendo
como conveniência a facilidade da pesquisadora em contatar os gestores
escolares das 36 (trinta e seis) unidades do Ensino Fundamental I pertencentes
à Diretoria de Ensino da Região Centro Oeste.
Neste estudo descritivo exploratório qualitativo, busca-se identificar e
ordenar as principais características que formam as opiniões e estratégias
adotadas pelos gestores escolares das unidades quanto à temática relacionada
à dinâmica da inclusão escolar/social no Ensino Fundamental I.
Na investigação qualitativa, podemos lançar mão da entrevista como
estratégia dominante na coleta de dados ou em conjunto com outras técnicas –
autoscopia, diário de campo, narração dos sujeitos. Para o nosso estudo,
optamos por questionário composto por questões fechadas, pois
compreendermos que é um procedimento através do qual podemos analisar as
práticas dos gestores escolares. Segundo Günther,
são características da pesquisa qualitativa sua grande flexibilidade e adaptabilidade. Ao invés de utilizar instrumentos e procedimentos padronizados, a pesquisa qualitativa considera cada problema objeto de uma pesquisa específica para a qual são necessários instrumentos e procedimentos específicos. Tal postura requer, portanto, maior cuidado na descrição de todos os passos da pesquisa: a) delineamento, b) coleta de dados, c) transcrição e d) preparação dos mesmos para sua análise específica. 50
50 Günther, H. Pesquisa qualitativa versus pesquisa quantitativa: esta é a questão? Revista Psicologia: Teoria e Pesquisa, mai-ago, 2006, vol. 22, n. 2, pg. 203.
37
O procedimento de questionário admite diferentes graus de estruturação,
podendo torná-lo mais amplo (aberto) ou fechado, conforme o pesquisador
oferecer ao sujeito a oportunidade de moldar para mais ou para menos o seu
conteúdo. Considerando esta possibilidade, o questionário aplicado aos
sujeitos tem o caráter de objetivar uma compreensão explanatória acerca dos
entrelaçamentos da história e trabalho dos gestores escolares e formação e
desenvolvimento deste profissional.
Na pesquisa qualitativa, o conjunto de procedimentos escolhido pelo
pesquisador não depende da análise estatística para as suas inferências ou
métodos quantitativos para a coleta de dados, mas depende da posição e da
imersão do pesquisador frente ao contexto e a perspectiva interpretativa de
condução da pesquisa.
O fenômeno em estudo pelo pesquisador de métodos qualitativos é
apropriado a partir do seu complexo, de natureza social e não tende à
quantificação. A qualificação é usada pelo pesquisador quando o entendimento
do contexto social e cultural é um elemento importante para a pesquisa, em o
próprio pesquisador precisa observar, registrar e analisar as interações
provenientes dos procedimentos e entre pessoas e sistemas.
As abordagens do método qualitativo, isto é, as estratégias utilizadas
pelo pesquisador em seu trabalho são apresentadas através da observação,
entrevista semi ou não estruturada, grupo focal e análise documental. Assim, a
pesquisa pode ter consistência quando checada pela literatura e comparando
achados e observações com esse material.
Do material coletado, as informações são organizadas em categorias
que se relacionam entre si de forma a ressaltar padrões, temas e conceitos
propostos pelo pesquisador. E isto significa que a análise é o processo de
ordenação dos dados, em padrões e unidades básicas descritivas bem como a
interpretação decorre da atribuição de significado à análise, explicando tais
padrões encontrados no material e relacionando-os entre suas várias
dimensões.
38
Segundo Günther 51, a apresentação dos dados na pesquisa qualitativa
permite com que o pesquisador apresente decisões e tire conclusões a partir
dos dados – textos narrativos, matrizes, gráficos, esquemas e etc.; permite
ainda o delineamento e verificação da conclusão – identificação de padrões,
possíveis explicações, configurações e fluxos de causa e efeito – retornando às
anotações de campo e à literatura.
Participaram desta pesquisa um grupo de 36 gestores escolares das
unidades localizadas na Região Centro Oeste da cidade de São Paulo, sendo
fundamental para o entendimento de algumas questões que emergem das
reflexões dos gestores escolares frente ao processo de inclusão escolar /
social.
A opção por trabalhar com os gestores escolares ocorreu uma vez que
esta pesquisadora foi professora e gestora de uma escola estadual na Região
Centro Oeste, no bairro da Lapa, e atualmente está nomeada como Dirigente
de Ensino. Tal opção justifica-se o porquê da Região Centro Oeste, na qual
trabalha, a qual possui um número significativo de escolas do Ensino
Fundamental I, também pelo interesse em se descobrir como os gestores
escolares trabalham as questões inclusivas, bem como se as ações da
Diretoria de Ensino estão de acordo com as suas necessidades.
O estágio atual de exclusão social de crianças em idade escolar,
sobretudo aquelas com algum tipo de deficiência ou alguma necessidade
especial, seja ela de ordem biológica ou emocional, obriga tanto aos gestores
como educadores a buscarem alternativas e soluções para minimizarem esse
problema de cunho social.
Contando com diversas ações isoladas de educadores e de gestores
escolares, estes têm promovido e implementado a inclusão, nas escolas da
rede pública estadual, visando resgatar o respeito humano e a dignidade, no
sentido de possibilitar o pleno desenvolvimento e o acesso de todos aos
recursos da sociedade atual.
51 Ibdem, idem, pg. 204.
39
Assim, antes da apresentação dos resultados obtidos a partir da análise
de dados, se faz necessário o contexto que fazem parte, a atividade proposta
e, por fim, a estratégia de análise de dados.
3-1. Um estudo na Rede Estadual de Ensino na Capital Paulista: Região Centro Oeste, Ensino Fundamental I
Ao pensar sobre a questão da inclusão escolar / social verifica-se que
muitas dificuldades poderiam não aparecer se o trabalho não fosse
direcionado para um único ponto. Por esta pesquisadora ter trabalhado na
Diretoria de Ensino da Região Centro Oeste, se propôs a investigar o processo
de inclusão nos anos iniciais da alfabetização. Mas por que a pesquisa deveria
ser realizada na Diretoria de Ensino Região Centro Oeste da capital paulista?
FIGURA-6 – FIGURA ILUSTRATIVA DAS DIRETORIAS DE ENSINO DO ESTADO DE SÃO PAULO
DIRETORIAS DE ENSINO DA CAPITAL
1 Centro
2 Centro Oeste
3 Centro Sul
4 Leste1
5 Leste2
6 Leste3
7 Leste4
8 Leste5
9 Norte1
10 Norte2
11 Sul1
12 Sul2
13 Sul3 Fonte: Plano de Ação da Diretoria de Ensino da Região Centro Oeste
40
Fonte: Plano de Ação
da Diretoria de Ensino da Região Centro Oeste
DIRETORIAS DE ENSINO DO INTERIOR
1 Adamantina
2 Americana
3 Andradina
4 Apiaí
5 Araçatuba
6 Araraquara
7 Assis
8 Avaré
9 Barretos
10 Bauru
11 Birigui
12 Botucatu
13 Bragança Paulista
14 Campinas Leste
15 Campinas Oeste
16 Capivari
17 Caraguatatuba
18 Catanduva
19 Fernandópolis
20 Franca
21 Guaratinguetá
22 Itapetininga
23 Itapeva
24 Itararé
25 Itu
26 Jaboticabal
27 Jacareí
28 Jales
29 Jau
30 José Bonifácio
31 Jundiaí
32 Limeira
33 Lins
34 Marília
35 Miracatu
36 Mirante do Paranapanema
37 Mogi Mirim
38 Ourinhos
39 Penápolis
40 Pindamonhangaba
41 Piracicaba
42 Piraju
43 Pirassununga
44 Presidente Prudente
45 Registro
46 Ribeirão Preto
47 Santo Anastácio
48 Santos
49 São Carlos
50 São João da Boa Vista
51 São Joaquim da Barra
52 São José do Rio Preto
53 São José dos Campos
54 São Roque
55 São Vicente
56 Sertãozinho
57 Sorocaba
58 Sumaré
59 Taquaritinga
60 Taubaté
61 Tupã
62 Votorantim
63 Votuporanga Fonte: Plano de Ação da Diretoria de Ensino da Região Centro Oeste
DIRETORIAS DE ENSINO DA
GRANDE SÃO PAULO
1 Caieiras
2 Carapicuíba
3 Diadema
4 Guarulhos Norte
5 Guarulhos Sul
6 Itapecerica da Serra
7 Itapeví
8 Itaquaquecetuba
9 Mauá
10 Mogi das Cruzes
11 Santo André
12 Osasco
13 São Bernardo do Campo
14 Suzano
15 Taboão da Serra
41
No Estado de São Paulo são 91 Diretorias de Ensino. Destas, 13 estão
localizadas na capital paulista, divididas por regiões. Na capital, o Ensino
Fundamental I – está em grande parte sob a administração estadual, mas o
município da capital paulista também oferece esta modalidade. Já no interior
em muitos municípios o Ensino Fundamental I está totalmente municipalizado,
porém em alguns, o Estado é o responsável por este segmento.
O Estado atende (Censo Escolar 2012, ano da pesquisa) um total de
228.45652 alunos no Ensino Fundamental I, sendo que deste total, 13.179
estão sob a responsabilidade da Diretoria Centro Oeste, distribuídos em 37
Unidades Escolares. Uma de nossas unidades não fez parte da pesquisa, por
que os professores não fazem ATPC nesta unidade por estarem em fase final
deste segmento e sim, em outra Unidade próxima, que foi contemplada na
pesquisa.
Esta pesquisa concentrou-se nesta região também por ela contar com
algumas peculiaridades: pela localização das escolas, pois há escolas em
bairros muito bem estruturados, bem como há escolas na periferia do
município; o contexto social econômico em torno dessas escolas; a cultura da
diversidade; e os contextos familiares em que as crianças estão. No ponto de
vista da pesquisadora , o mais relevante é que como esta trabalha nesta
região desde 1999, ano em que se formou esta diretoria e atualmente em uma
função diretiva, acredita-se que os dados coletados a partir desta pesquisa
será de extrema importância para a resolução de problemas e para o
desenvolvimento de novas e eficientes Políticas Inclusivas.
Acredita-se também que não se tem dado a devida atenção aos
educandos e aos profissionais que trabalham com a perspectiva da Educação
Inclusiva, mais um motivo da relevância desta pesquisa, pois, nas palavras de
Goldmann 53, “nunca se pode chegar a uma totalidade que não seja ela mesma
ou parte”.
Sendo assim, acredita-se que esta pesquisa poderá oferecer elementos
para pesquisas posteriores.
52 CIMA- Coordenadoria de Informação, Monitoramento e Avaliação Educacional/SEE/SP
53 Goldmann, L. Dialética e Cultura Rio de Janeiro: Paz e Terra, pag. 13, 1979.
42
3-2. As escolas
As escolas da pesquisa estão localizadas próximas à região central do
município de São Paulo, bem como na região oeste, e estão organizadas por 8
polos regionais. Quando se menciona região central e região oeste, esta se
referindo aos bairros: Alto de Pinheiros, Butantã, Campo Belo, Itaim Bibi,
Jaguaré, Jardim Paulista, Lapa, Moema, Morumbi, Pinheiros, Raposo Tavares,
Rio Pequeno, Saúde, Vila Leopoldina, Vila Sônia.
Nesta geografia, encontram-se então duas realidades extremas: escolas
localizadas em bairros com boa infraestrutura e escolas localizadas em bairros
com péssima infraestrutura. E isto significa que por infraestrutura corresponde
o entorno da escola, com ônibus, padaria, feira, luz, água, asfalto, farmácia,
hospital, praças ou parques, bibliotecas, museu, etc. Assim, pode-se analisar o
papel do gestor escolar frente a condições diversas: seria possível afirmar que
a diferença entre os diversos bairros impede ou favorece para com que o
gestor escolar promova a inclusão escolar/social na escola? Bairros com
melhor infraestrutura precisam ou não de condições escolares para receber os
alunos portadores de necessidades especiais?
Além disso, a maioria das escolas (pelo menos duas por bairro) que
estão jurisdicionadas a Diretoria de Ensino da Região Centro Oeste estão
sendo adaptadas para receberem alunos portadores de necessidades
especiais conforme o programa de acessibilidade da SEE.
3-3. Os sujeitos da pesquisa: o gestor escolar
Ao pensar o processo da inclusão escolar / social no espaço escolar,
não se poderia pensar em outro sujeito que não fosse o gestor escolar. O
cotidiano escolar revela vários conflitos e os gestores escolares estão em um
lugar que possibilita mediá-los. E isto significa que durante muito tempo a
inclusão escolar / social aparece dentro do cotidiano escolar como um
“consenso” para todos, e que hoje os gestores escolares têm condições de
fazer uma reflexão sobre a questão.
43
Hoje, segundo as políticas públicas, o gestor escolar deixou de ser o
protagonista de todas as decisões da escola para assumir um papel em equipe.
As decisões são tomadas em conjunto com os outros gestores da unidade
escolar e com isso se promove um diálogo entre os diversos segmentos da
escola.
O gestor escolar, dentro deste contexto, tem como principal função
promover uma escola de sucesso, em que os alunos recebam formação sobre
cidadania e direitos humanos e os professores recebam a melhor formação
profissional, além de escutar a comunidade.
Neste sentido, propõe-se investigar se o gestor escolar das escolas de
Ensino Fundamental I da Região Centro Oeste do município de São Paulo
assume de fato esse lugar, isto é, se os gestores escolares ao assumirem o
lugar em que as decisões devem ser compartilhadas garantem que a inclusão
escolar / social de fato aconteça na escola e se promovem através das
discussões uma reflexão para o avanço deste tema.
3-4. Procedimentos metodológicos
Partiu-se do princípio de que todas as escolas do Ensino Fundamental I
da Região Centro Oeste recebem alunos com necessidades especiais e de
inclusão social. Em função do objetivo que foi traçado, optou-se por uma
abordagem metodológica de natureza qualitativa que permitisse mergulhar no
campo de trabalho para fosse possível compreender o papel do gestor escolar
para uma escola inclusiva.
Concordamos com Günther quando este afirma que a pesquisa deve ter
o caráter de abrir para novas ideias. Nas palavras do autor,
o processo de pesquisa como um mosaico que descreve um fenômeno complexo a ser compreendido é fácil entender que as peças individuais
44
epresentem um espectro de métodos e técnicas, que precisam estar abertas a novas ideias. 54
A pesquisa qualitativa coloca para o pesquisador um desafio: como lidar
com os valores e envolvimento emocional de sua pesquisa. Segundo Günther,
o pesquisador só terá precisão sobre a sua pesquisa por meio do controle de
variáveis do estudo, mesmo que precise eliminar a interferência de variáveis
interferentes ou irrelevantes.
Em relação à pesquisa direcionada a Educação, Gatti diz que
a pesquisa educacional no Brasil nunca teve, pois, uma tradição sólida, ou uma utilização mais ampla. Isto dificultou, e dificulta, o uso desses instrumentais analíticos de modo mais consistente, bem como dificulta a construção de uma perspectiva mais fundamentada e crítica sobre o que eles podem ou não podem nos oferecer, dificulta ainda a construção de uma perspectiva consistente face aos limites desses métodos, limites que também existem nas metodologias ditas qualitativas os quais, em geral, não tem sido também considerados.. 55
Assim, optou-se por um questionário em que se pudessem obter
quantificações e verificar se as hipóteses estão de acordo ou não. Gatti
menciona que as quantificações podem ser realizadas através de categorias:
Os dados categoriais são aqueles que apenas podemos colocar em classificações (classes) e verificar sua freqüência nas classes. Exemplo simples deste tipo de dado é a contagem de pessoas conforme seu sexo nas categorias masculino ou feminino; a leitura preferida escolhida (...). Categorizações permitem agrupamento segundo alguma característica, discriminando um agrupamento do outro. Podem-se cruzar categorizações obtendo maior detalhamento da informação: sexo x último nível escolar frequentado; ou sexo x último nível escolar frequentado x leitura preferida. 56
54 Gunther, H. Pesquisa qualitativa versus pesquisa quantitativa: esta é a questão? Revista Psicologia: Teoria e Pesquisa, mai-ago, 2006, vol. 22, n. 2, pg.203. 55 Gatti, B. A. Estudo quantitativos em Educação Revista Educação e Pesquisa, São Paulo, v. 30, n. 1, jan-abr, 2004, pg. 14 56 Gatti, B. A. Estudo quantitativos em Educação Revista Educação e Pesquisa, São Paulo, v. 30, n. 1, jan-abr, 2004, pg. 14
45
Para contemplar o objeto da pesquisa foi elaborado um questionário com
17 questões fechadas e solicitado que os gestores das escolas as
respondessem, com posterior devolução.
Uma vez escolhido o grupo de gestores do estudo, passou-se a formular
estratégias para a construção dos dados de pesquisa. Pensou-se em abordar
quatro pontos fundamentais para uma escola inclusiva: o primeiro seria verificar
se o gestor escolar tinha algum conhecimento sobre o tema; o segundo seria
verificar se na escola tinha algum registro de aluno com necessidades
especiais e se ele considerava como aluno de inclusão somente os que
tivessem laudo médico; o terceiro era verificar se o gestor escolar realizou
algum tipo de parceria com alguma instituição; e, em quarto, era o de investigar
a relação entre a gestão e a família.
Os dados obtidos dos questionários foram submetidos à análise, pois o
questionário é um registro daquilo que consideramos como fonte de informação
para o sucesso da inclusão escolar / social bem como o sucesso da escola
inclusiva.
3-5. Questões norteadoras da pesquisa
Temos questões norteadoras da pesquisa:
O saber que a escola tem sobre a temática inclusão escolar / social
Que o processo de inclusão escolar / social é realizado
independentemente das condições biopsicológicas atestada por um
profissional da área de saúde
O papel dos parceiros na contribuição ao gestor escolar
A relação entre gestor escolar / familiares / comunidade
46
CAP. IV – ANÁLISE DOS DADOS
O próximo passo foi tabular as respostas obtidas com o questionário
respondido pelos 36 gestores escolares das unidades de ensino participantes
da pesquisa, a seguir apresentar de forma agregada através de tabelas as
respostas dos gestores escolares das escolas pesquisadas para que se possa
analisá-las, extrair possíveis indicadores e com isso apontar o papel do gestor
escolar para uma escola inclusiva de Ensino Fundamental I.
Em reuniões na Diretoria de Ensino, os gestores escolares reclamam e
culpam o Estado por uma série de questões que, para eles, demarcam a
dificuldade em trabalhar com a proposta de inclusão escolar/social: a falta de
verbas destinadas aos recursos materiais para que as crianças tenham um
bom aproveitamento em seu processo de aprendizado; o fracasso do professor
em exercício devido à falta de formação adequada para a função docente; a
baixa remuneração salarial do governo como justificativa para a falta de
comprometimento com o trabalho; a falta de verba destinada à escola para o
investimento mais rápido em obras de acessibilidade; e, a falta de condições
em receber alunos portadores de necessidades especiais sem “cuidadores”
(conceito utilizado pela Educação para aqueles que cuidam de crianças
portadoras de necessidades especiais nas escolas). Estes fatores muitas vezes
levam gestores, professores e funcionários a não estimularem a inclusão
escolar/social, pois muitos esperam que o governo e os pais possam resolver
os problemas de todas as crianças, eximindo se da sua parte de
responsabilidade na situação exposta.
É a partir dessas queixas que se resolveu aplicar um questionário
(Anexo II) e buscar nas respostas dos gestores escolares informações para as
quais se possa compreender se as escolas têm de fato problemas ou não com
o processo de inclusão escolar / social, e se sim, quais são esses problemas.
O questionário foi elaborado a partir da relação entre a gestão escolar e
os campos que demarcam o cotidiano escolar, e foi dividido em cinco blocos.
Segue abaixo o objetivo de cada bloco de questões.
Bloco I de questões – Espaço Físico - Questões de 01 e 02
47
O primeiro bloco com duas questões que estão relacionadas ao contexto do
espaço físico para os alunos em sala de aula;
Bloco II de questões - Políticas Públicas - Questões de 03 a 06
O segundo bloco de questões tem por objetivo verificar se o gestor escolar tem
conhecimento sobre a definição de inclusão escolar/social;
Bloco III de questões - Inclusão Escolar/Social - Questões de 07 a 08
O terceiro bloco, com duas questões, menciona sobre os registros dos alunos
portadores de necessidades especiais bem como se as escolas recebem
alunos que fogem a essas características, mas a escola entende que são de
inclusão escolar / social;
Bloco IV de questões - Parcerias e Formação - Questões de 09 a 13
O quarto bloco é destinado a saber se a escola recebe apoio de outros órgãos,
além de algumas questões sobre a formação de professores;
Bloco V de questões - Participação da Família e Crença do Gestor – Questões
de 14 a 17
O quinto e último bloco de questões que pontua a relação inclusão
escolar/social- pais e sobre a crença do gestor escolar na inclusão
escolar/social.
Foram aplicados 36 questionários nas Escolas de Ensino Fundamental I
da Diretoria de Ensino da Região Centro Oeste e todos foram respondidos. A
este fato, atribuímos o comprometimento dos gestores escolares em relação ao
tema da pesquisa.
As duas primeiras questões que estão no bloco I são relacionadas ao
contexto do espaço físico: a quantidade de salas de aula e a quantidade de
alunos por sala que há na escola. Tais questões são pertinentes uma vez que é
consenso de todos que participam na educação das crianças e jovens
(gestores, professores, funcionários e pais) que o excesso de alunos por
classe, é o que gera várias dificuldades no processo de aprendizagem. Por
48
isso, pergunta-se: os alunos que iniciam em um determinado ano letivo
concluem o seu ciclo? O que leva o gestor escolar a incentivar o processo de
inclusão escolar/social na escola?
A primeira pergunta do questionário feita aos gestores escolares foi
sobre a quantidade de salas do Ensino Fundamental I que constitui o quadro
de aulas no ano letivo para verificarmos se todas as escolas seguem algum
padrão ou se os gestores mantêm as quantidades de salas conforme a
demanda da comunidade. Neste sentido, encontramos uma variável nas
respostas o que nos levou a tabular as informações obtidas.
4.1. Bloco I de Questões - Espaço Físico – Questões de 01 a 02
Tabela 01- Bloco I - Questão 01
Número de salas de aula
Mínimo Máximo Média
2 ano / 1ª série 1 7 4
3 ano / 2ª série 1 7 4
4 ano / 3ª série 1 5 2
5 ano / 4ª série 1 9 4
*-Base 36 Respostas
A partir destes dados, pode-se inferir que a quantidade de salas de aula
abertas no ano letivo depende da demanda da comunidade, isto é, os gestores
escolares compõem o quadro de aulas a partir da disponibilidade de salas de
aula e matriculam as crianças que residem próximas a escola ou de acordo
com a necessidade dos responsáveis, geralmente estes são oriundos do
sistema on line (via sistema da SEE) de matrículas. Isto significa que não há
uma regra rígida para abrir um determinado número de salas de aula. Assim,
as decisões tomadas pelos gestores escolares com relação ao número de
salas de aula dependem dessas implicações locais.
49
Já a atribuição das aulas para os professores depende de suas
respectivas categorias 57.
Ao mesmo tempo em que as crianças compõem o quadro escolar da
primeira série, muitas delas irão progressivamente passar para as demais
séries mantendo assim, um quadro de salas e aulas nas respectivas escolas. A
este processo é conhecido nas escolas entre os gestores como “alimentação”
de salas. Devido à exclusão escolar/social, muitas vezes caracterizada
somente como retenção e a transferência de alguns alunos, encontrarmos
também uma quantidade de salas de aula diferenciada nas demais séries,
Mas há um fator importante que orienta os gestores escolares a
constituírem uma sala de aula em relação à jornada de trabalho do professor:
para manter uma sala de aula no Ensino Fundamental I é necessário de no
mínimo 20 alunos, e no máximo de 35, porém dependendo do bairro acontece
de ter um número de alunos por sala, maior ou menor que isso. Assim,
passamos a perguntar para os gestores qual a quantidade de alunos por sala.
Tabela 02- Bloco I - Questão 02
Número de alunos por sala
Mínimo Máximo Média
20 35 29
*-Base 36 Respostas
A Diretoria de Ensino da Região Centro Oeste tem uma média de 29
alunos por sala de aula.
A média aqui apresentada foi extraída levando em consideração as
respostas dos gestores escolares. Esse dado é importante, pois ele é crucial na
discussão qualidade / quantidade da educação: como manter a qualidade da
57 Categoria A – Efetivo, foi aprovado em um concurso público;
Categoria F - Contratado, com estabilidade garantida por 09 aulas; Categoria O – Temporário, é regido por contrato de no máximo 200 dias.
50
educação – neste caso do processo de aprendizagem de nossas crianças – a
partir da quantidade de crianças matriculadas por série? É possível alfabetizar
um número elevado de crianças na mesma série? Como realizar a inclusão
escolar / social a partir da quantidade de crianças por série?
Não é nosso objetivo aqui discutirmos a questão da qualidade /
quantidade, mas não podemos deixar de citá-la uma vez que a inclusão escolar
/ social passa pelos parâmetros de quantidade de alunos por série.
4.2. Bloco II de Questões - Políticas Públicas – Questões de 03 a 06
Este bloco corresponde às questões que apontam se os gestores
escolares conhecem o processo de inclusão escolar / social proposto pelo MEC
– Ministério de Educação e Cultura – e pela SEE – Secretaria de Estado da
Educação de São Paulo.
Com a próxima questão pretendeu-se descobrir se os gestores
escolares possuem conhecimento sobre a inclusão escolar/social e se
possuem, se esses conhecimentos são de fatos aplicados na unidade escolar.
Tabela 03- Bloco II - Questão 03
A escola trabalha com inclusão escolar / social
Freq.
Não 03
Sim 33
Total 36
Das respostas obtidas, 33 dos gestores escolares responderam que
trabalham com o princípio de inclusão escolar/social. O que pode significar que
esses gestores conhecem os parâmetros propostos pela Educação – MEC /
SEE – e que, além disso, proporcionam um ambiente escolar para a inclusão
escolar / social.
51
Por ambiente escolar a favor da inclusão escolar/social, compreendem-
se como as condições que promovem o aprendizado das crianças com
problemas “multifuncionais” (mais de uma deficiência) – conforme o parâmetro
estabelecido pela SEE – em que os alunos participam das aulas que compõem
o currículo e frequentam os diversos espaços da escola.
Tabela 04- Bloco II - Questão 04
A escola conhece alguma prática de sucesso com inclusão escolar / social
Freq.
Não 10
Sim 26
Total 36
Das práticas de sucesso conhecidas pelos gestores escolares em
relação ao processo de inclusão escolar/social, podemos inferir que 26
gestores deram resposta a favor do processo e que 10 responderam que não
conhecem prática alguma de sucesso.
No entanto, é importante apontarmos de onde e por quem esses
gestores escolares conheceram tais práticas de sucesso.
Quais as práticas de sucesso indicadas pelos gestores escolares (DE ONDE)
Tabela 04.01
52
Freq.
Trabalhos de outras UE 02
Projetos da CAPE 01
Orientações da DE 03
Projeto Boneco da Diversidade 01
Pela própria equipe UE 15
Sala de Recurso 01
GRAAC 01
Comunidade 01
Do professor da EU 01
Parceiros 01
Família 01
*Respostas múltiplas
Como os gestores conheceram (POR QUEM) Tabela 04.02
Freq.
Ex-alunos 02
Com as próprias Experiências 10
Projetos 01
Orientações da DE 04
Buscando parcerias 02
Com aluno 01
Projeto do prof. da EU 01
Atividades diferenciadas 01
Projeto piloto da EU 01
Parceiros da Educação 01
*Respostas múltiplas
53
É através das próprias experiências que os gestores escolares podem
trocar informações sobre o processo de inclusão escolar/social nas reuniões da
Diretoria de Ensino da Região Centro Oeste ou, a partir de um referencial
teórico apreendido em leituras somado as condições de trabalho e comunitário,
os gestores escolares trocam as experiências entre si de como lidar com o
processo de inclusão escolar/social.
As crianças começaram a frequentar as salas de aula regular do ensino
fundamental e médio. Ao introduzir essas crianças nesses espaços, a
Secretaria de Estado da Educação de São Paulo reconhece a necessidade de
desenvolver uma política educacional para atender as deficiências registradas
em laudo médico. Após um período determinado de adaptação, o que
corresponde ao alto índice de procura dos pais pelas escolas e a falta de
profissionais especializados para cada escola, a SEE cria a Sala de Recursos58
(SR), que estabelecidas como polos em regiões, atendem as crianças em
contra turno (por exemplo, se a criança estuda de manhã passa a frequentar a
SR no período da tarde).
Mas será somente, com a Resolução59, que a SEE regulariza a condição
da inclusão escolar nas escolas públicas do estado. Segundo a Resolução, é
considerado aluno em condições de atendimento a SR aqueles com
“deficiência mental, físico e sensorial/múltipla, que demandam atendimento
educacional especializado”; ainda segundo a resolução, o “aluno é matriculado
em sala regular sendo o atendimento no contra turno”. A SR é o local que
oferece o aprendizado a partir das condições reais das crianças e as atividades
paralelas da sala regular.
A SR também pode ser oferecida ao aluno como “fase transitória”. São
aqueles alunos que, por algum motivo, sofreram agressões físicas ou mentais.
Um exemplo é quando o aluno perde a mãe ou sofre alguma violência. Neste
caso, desde que ele apresente necessidade pedagógica, ele pode frequentar a
Sala de Recursos conforme a decisão da gestão escolar. Mas a montagem de
58 SR, Sala de Recursos, espaço apropriado e adaptado às necessidades dos alunos e com um professor
especialista em uma determinada deficiência. 59
Resolução SEE 11, de 31 de Janeiro de 2008.
54
uma Sala de Recursos, para SEE, depende de toda equipe (Diretoria de
Ensino, gestores, professores da sala regular e o professor especialista).
O atendimento ao aluno é realizado durante duas horas, sendo duas
vezes por semana. Pode ser de forma individual ou em dupla.
Para abrir uma SR o gestor escolar deve informar à Diretoria de Ensino
a demanda da região. Neste caso, a Diretoria indica a Escola que estiver mais
bem preparada, com acessibilidade, para se constituir uma SR.
Tabela 05- Bloco II - Questão 05
A escola tem sala de recursos
Freq.
Não 19
Sim 17
Total 36
A questão pergunta aos gestores escolares se as escolas que
administram possuem SR., do total das respostas, 17 gestores responderam
que sim, que nas escolas tem SR, e 19 disseram que não. Apesar de
representar um número ainda pequeno para as necessidades da Diretoria de
Ensino da Região Centro Oeste do Município de São Paulo, não se pode
deixar de mencionar que as SR atendem escolas em um determinado
perímetro urbano, o que se constitui como polos. Então, temos 17 polos de SR
na Diretoria de Ensino da Região Centro - Oeste do Município de São Paulo
mantido pela SEE.
Mas as ações inclusivas vão além da SR, pois ações inclusivas
deveriam ocupar todos os espaços da escola. Neste sentido, a questão
pergunta aos gestores escolares se já solicitaram algum serviço como apoio ao
desenvolvimento de ações inclusivas nas escolas e quais os órgãos que
forneceram esse apoio.
55
Tabela 06 - Bloco II - Questão 06
A escola já solicitou algum tipo de serviço da secretaria da educação ou diretoria de ensino sobre inclusão escolar/social?
Freq.
Não 16
Sim 20
Total 36
Tabela 06.01 - Quais os serviços
Quantidade
Cuidador da DE 09
Núcleo Pedagógico DE 09
Sala de Recursos 02
Total 20
Os gestores escolares, além das respostas objetivas, tiveram
possibilidades de comentar algumas questões, como segue abaixo:
“há um trabalho planejado, responsável, comprometido e respeito ao ritmo
do aluno”;
“a escola tem a função social de agregar, de respeitar as diferenças e
possibilitar a todos os alunos um aprendizado efetivo”;
“a inclusão é imprescindível na escola pública, gestores, educadores e
funcionários devem ter formação para entender e trabalhar
adequadamente”;
“a inclusão é possível desde que planejada e realizada adequadamente”
56
É importante ressaltar que as respostas dos gestores escolares apontam
a favor da inclusão escolar/social na escola, porém algumas falas apontam a
favor desde que eles tenham apoio, o que pode se notar em algumas falas é
que esse apoio não está adequado. No entanto, muitas dúvidas surgem sobre
o sucesso das ações inclusivas. Mas observamos que de fato as ações
ocorrem quando o gestor escolar tem algum referencial das práticas inclusivas,
ou seja, um conhecimento prévio sobre o tema e isso leva a solicitar algum tipo
de apoio da Secretaria de Estado da Educação, através da Diretoria de Ensino
ou de alguma parceria.
4-3. Bloco III de Questões - Inclusão Escolar/Social – Questões 07 e 08
No terceiro bloco de questões, o objetivo foi saber se o processo de
inclusão escolar/social realizada na escola só ocorre com as crianças
portadoras de necessidades especiais mediante a apresentação de atestados
médicos ou se o gestor escolar compreende que o processo de inclusão
escolar/social também abrange um trabalho com crianças que fogem a essas
características. Com isso, a questão pergunta aos gestores escolares se
recebem crianças portadoras de necessidades especiais com laudos médicos e
se tem crianças que fogem a tais características.
57
Tabela 07 - Bloco III - Questão 07
A escola recebe alunos portadores de necessidades especiais
Freq.
Sim 34
Não 02
Total 36
Das escolas do Ensino Fundamental I da Diretoria de Ensino da Região
Centro Oeste do município de São Paulo, 34 gestores das 36 escolas disseram
que recebem crianças com necessidades especiais. E com isto
compreendemos que os gestores escolares estão cumprindo o princípio de
inclusão apoiados pelo ECA.
Tabela 07.01
Tem registro médico desses alunos
Freq.
Não 05
Sim 31
Total 36
Ao serem matriculadas nas escolas, as famílias devem apresentar ou
não o laudo médico da criança. Dos 36 gestores escolares pesquisados,
31afirmam que as crianças possuem laudo, o que demonstra que responsável
já levou a criança a algum médico para diagnosticar as dificuldades.
Com os laudos médicos, os gestores escolares organizam as crianças
de acordo com as suas necessidades dentro do espaço escolar, para assim
promover melhores condições de aprendizagem. No entanto, os gestores
escolares encontram-se em um dilema: se por um lado, sabem das condições
58
necessárias para as crianças aprenderem, por outro lado, compreendem que
muitas de suas necessidades não serão resolvidas de imediato.
É através do olhar sobre essas necessidades que os gestores escolares
podem solicitar tanto dos parceiros como da Diretoria de Ensino, as devidas
condições materiais e de formação para realizar os procedimentos de inclusão.
Sendo assim, solicita-se que os gestores escolares descrevam quais as
condições dos alunos portadores de necessidades especiais que estavam
matriculados nas escolas.
Tabela 07.01
Descrição das condições dos alunos portadores de necessidades especiais
Freq.
Síndrome Down 07
Necessidades Físicas 13
Necessidades Auditivas 06
Necessidades Visuais 04
Autismo 03
Deficiência Intelectual 21
Deficiência Mental 07
TDHA 03
Multicausal 02
Paralisia Cerebral 01
Síndrome de Asper 01
*Múltipla resposta
Algumas questões se colocam para os gestores escolares: os gestores
devem compreender a deficiência intelectual como sinônimo de deficiência
mental? O que a literatura nos ensina sobre a deficiência intelectual? O campo
59
da deficiência intelectual abrange aquele aluno que não quer aprender ou
mesmo aquele que não quer estudar?
Mas nem toda família apresenta laudo médico sobre o diagnóstico das
dificuldades das crianças. Classificar ou qualificar as necessidades das
crianças no processo escolar não deve ser uma atribuição do gestor escolar.
No entanto, não há profissionais específicos em suas áreas nas escolas
públicas para indicar as condições de aprendizagem das crianças.
Este fato leva os gestores escolares a investigar através de questionário,
de entrevista com os responsáveis, das escolas de origem ou do conselho
tutelar da região quantas crianças precisam de atendimento especifico para o
seu desenvolvimento educacional bem como quais as necessidades que estão
além do diagnóstico médico.
Tabela 08 - Bloco III - Questão 08
Existem alunos que fogem as características médicas e a escola entende que são de inclusão?
Freq.
Não 06
Sim 30
Total 36
Podemos observar que a maioria dos gestores escolares respondeu que
existem alunos que fogem as características médicas, por isso a importância
de aplicar questionários ou mesmo conversar com as famílias ou os
responsáveis das crianças bem como obter os relatórios das escolas de origem
dos alunos para obter a informação sobre as condições de desenvolvimento e
aprendizagem.
60
Tabela 08.01
São crianças de Abrigo
Freq.
Não 26
Sim 10
Total 36
Dentre as condições de desenvolvimento e aprendizagem das crianças
em âmbito social, 10 gestores escolares responderam que trabalham em suas
unidades escolares com crianças que estão em Abrigos.
Tabela 08.02
São crianças que sofreram abusos de violência doméstica
Freq.
Não 25
Sim 11
Total 36
Além das crianças que estão em Abrigos e frequentam às escolas, a
questão pergunta aos gestores escolares se existem crianças que sofrem
violências domésticas. 11 gestores escolares responderam que sim, um
número relevante para os educadores, pois aprendizagem está associada ao
desenvolvimento.
61
Tabela 08.03
São crianças que moram sem seus familiares, mas com parentes distantes
Freq.
Não 15
Sim 21
Total 36
Outro dado importante, é que 21 dos gestores escolares apontaram que
tem crianças em suas unidades escolares, que não moram com os pais, mas
com os familiares e/ou responsáveis. Encontra-se aqui uma nova forma de
pensar a estrutura familiar, pois são casos de crianças que vivem com as mães
ou pais de um segundo casamento, ou mesmo moram com os avós por causa
das condições sociais em que vivem. Algumas famílias não têm uma estrutura
adequada para a educação de seus filhos e acabam delegando a um terceiro
esse feito.
Tabela 08.04
São crianças que fora do período de aula estão em outras instituições/ONGs, pois os pais trabalham
Freq.
Não 15
Sim 21
Total 36
Nessa nova estrutura familiar, encontramos pais que trabalham para
obter uma melhor condição econômica. Isto significa que as crianças precisam
de um local para ficar em período contrário ao da escola ou frequentar uma
62
escola de período integral. Em muitos casos, as crianças ficam em contraturno
do período de aula da escola.
Tabela 08.05
São crianças que demonstram estado emocional alterado
Freq.
Não 6
Sim 30
Total 36
Mas há uma questão que chama a atenção: 30 dos gestores escolares
apontaram que as crianças demonstram estado emocional alterado e isto
significa que por estado emocional alterado compreende-se as crianças
agressivas, chorosas, apáticas, depressivas, deprimidas, com fobias, bipolares
e ansiosas. Isso levanta a seguinte questão: pode-se caracterizar a indisciplina
como “estado emocional alterado”? Não há médicos ou psicólogos nas escolas,
como gostariam os professores; nem há atendimentos especializados de
psicopedagogos; quando algum comportamento dito como “estranho” é
demonstrado pela criança, o gestor escolar deveria comunicar aos
responsáveis e assim eles poderiam tomar todas as providências necessárias.
O medo é um sentimento que não deveria existir na escola, mas é um
sentimento que não conseguimos controlar porque a escola é um espaço que
reflete o comportamento da sociedade. Os momentos violentos que a
sociedade vive, o individualismo e a falta de tolerância, são condições que
chegam até a sala de aula através da reprodução das crianças. Só a questão
da aprendizagem não é possível ter um bom desenvolvimento e nem o
63
desenvolvimento se faz sem a aprendizagem basta conhecermos os trabalhos
de Vygotsky 60.
Tabela 08.06
Outras
Freq.
Não 14
Sim 22
Total 36
Por fim, foi caracterizado pelos gestores escolares como “outras”
algumas condições, como “dificuldade de aprendizagem”, mas que nem
mesmo assim é um número pequeno: foram consideradas 22 respostas
afirmativas.
4-4. Bloco IV de Questões – Parcerias e Formação – Questões de 09 a 13
No quarto bloco de questões abordamos a temática dos órgãos externos
apoiarem as escolas na iniciativa sobre a inclusão escolar/social.
60 Vygotsky, L. S., A formação social da mente 6ª.ed. São Paulo: Martins Fontes, 1998.
64
Tabela 09 - Bloco IV - Questão 09
A escola tem acompanhamento de alguém especializado para essas crianças
Freq.
Não 18
Sim 18
Total 36
Das respostas obtidas, 18 dos gestores escolares disseram que
recebem algum tipo de ajuda externa, bem como 18 disseram que não
recebem algum tipo de ajuda externa.
É importante destacar que os profissionais das instituições que
contribuem com as escolas são de diversas áreas disciplinares, possibilitando
uma formação dos gestores e funcionários das escolas com maior qualidade na
questão da inclusão escolar/social, conforme quadro abaixo.
Tabela 09.01 Qual a formação desse profissional
Freq.
Universitário 02
Educação Especial 02
Pedagogo DM 03
Pedagogo DI 04
Psicólogo 04
Psicopedagogo 01
*Múltipla resposta
Esses funcionários são selecionados pelas instituições parceiras. Os
gestores escolares descreveram no questionário quais são os profissionais e
sua formação que pode vir a contribuir com as escolas.
65
Tabela 10 - Bloco IV - Questão 10
A escola tem parceria com alguma instituição para realizar um trabalho de inclusão escolar / social
Freq.
Não 25
Sim 11
Total 36
A questão pergunta aos gestores escolares se recebiam ajuda externa
para promoverem o processo de inclusão escolar / social, pois a intenção
dessa questão era saber quais os órgãos que contribuem com a escola. Ou
seja, assim foi perguntado inicialmente se escola recebia contribuição de
alguma instituição, mas observamos que as escolas possuem poucos parceiros
--- e isto significa que há uma dificuldade das escolas em receber parceiros
para provimento da inclusão escolar / social. Desta forma, obteve-se a resposta
de que 11 gestores escolares recebem ajuda externa e que 25 não possuem
parceiros.
66
Tabela 10.01
Quais são os parceiros da escola
Freq.
PUC 01
FMU 01
ONGS 03
UBS 02
Parceiros da comunidade 01
Parceiros da Educação 02
CIEJA 01
Tropical Brasil Arte 01
Colméia 02
Programa Einstein 02
*Múltipla resposta
A questão pergunta para os gestores escolares se possuem parceiros e
ao responderem de forma afirmativa ou negativa, abriu-se espaço para que
descrevessem quais eram os seus parceiros.
Assim, na questão número 10.01, e conforme quadro acima, os
gestores escolares puderam descrever quais as instituições que contribuem
para o processo de inclusão escolar / social na escola.
67
Tabela 11 - Bloco IV - Questão 11
Os professores recebem formação sobre inclusão
Freq.
Não 15
Sim 21
Total 36
Ainda em relação às questões sobre formação de professores, foi
encontrado 21 dos gestores escolares que responderam se os professores
recebem formação sobre o processo de inclusão escolar/social. Ao recorrer a
literatura sobre o tema, verifica-se que a inclusão escolar/social é um processo
recente e que a formação, até a década de 80, era de responsabilidade de
assistentes sociais, médicos, psicólogos e pedagogos.
Segundo Mazzotta, o processo de inclusão escolar somente passa a ser
responsabilidade da SEE a partir da Lei de Diretrizes e Bases 9394/96, em que
fica atribuído à SEE o papel de formar professores para trabalharem com os
alunos portadores de necessidades especiais em sala de aula regular 61.
A partir dessa condição, as Diretorias de Ensino do Estado de São Paulo
começaram a formar os professores coordenadores pedagógicos, que por sua
vez, tinham a responsabilidade de levar as discussões para os professores no
Horário de Trabalho Pedagógico Coletivo (HTPC).
Apesar de algumas escolas não se sentirem preparadas para trabalhar
com a questão da inclusão escolar / social, podemos dizer que a formação dos
professores é realizada nas próprias escolas durante o ATPC --- Atividade de
Trabalho Pedagógico Coletivo.
61 Mazzotta, Marcos J. S. Educação Especial no Brasil: história e políticas públicas. 5ª.ed., São Paulo: Cortez, 2005.
68
Tabela 11.01
Formação em ATPC – Atividade de Trabalho Pedagógico Coletivo
Freq.
Não 17
Sim 19
Total 36
A questão da formação do profissional é um ponto delicado para os
gestores escolares, além da formação dos envolvidos, eles buscam na ATPC
estratégias para compreender e trabalhar no cotidiano da escola as questões
que definem a inclusão escolar/social, o que corresponde somente 19 das
respostas afirmativas.
Tabela 12 - Bloco IV - Questão 12
Os professores discutem e/ou estudam sobre a inclusão escolar / social em horário de ATPC
Freq.
Não 03
Sim 33
Total 36
Ao apontarem a ATPC como o espaço para a discussão do processo de
inclusão escolar/social, os gestores escolares mencionam que os professores
discutem sobre o tema. Neste sentido, encontramos 33 respostas afirmativas
dos gestores que os professores estudam sobre inclusão na ATPC.
Diante da resposta anterior, que foram 19 afirmativas sobre formação
em ATPC, pode se inferir que, o que realmente acontece no ATPC, não é
69
formação e sim, relatos ou discussões sobre o tema ou sobre uma determinada
situação ( aluno).
Tabela 13 - Bloco IV - Questão 13
Existe uma bibliografia específica disponível na unidade escolar sobre esses assuntos para estudo
Freq.
Não 13
Sim 23
Total 36
Ainda segundo os gestores escolares, todo estudo em horário de
trabalho pedagógico é acompanhado com uma bibliografia específica. O
material é fornecido pelos programas de formação da SEE e tem por objetivo
contribuir com a gestão de sala de aula do professor.
Tabela 13.01 Quais os recursos utilizados pela escola para estudo sobre o tema
Freq.
Artigos diversos 03
Textos da internet 05
Material da SEE 01
PCN 01
Legislação 04
Revista de Educação 04
Respostas múltiplas
70
Observa-se pelas respostas a questão sobre os recursos utilizados pela
escola para estudar o tema, que os profissionais buscam diversos materiais
para estudo, além da bibliografia específica que a escola tem. Pode se inferir,
que muito provavelmente, alguns desses materiais são sobre estudo de caso.
4-5. Bloco V de Questões - Participação da Família e Crença do Gestor –
Questões de 14 a 17
Sobre o último bloco de questões, a saber, a participação da família no
processo de inclusão escolar/social, os gestores responderam que discutem a
questão da inclusão escolar / social no momento de reuniões bimestrais com
os pais (conforme proposta de calendário escolar entregue para a Diretoria de
Ensino). O que chama a atenção é o fato dos gestores escolares terem que
preparar uma pauta para discussão com os responsáveis e colocar na ordem
do dia o cotidiano da inclusão escolar/social. Isso demonstra o quanto à
sociedade está distante da verdadeira inclusão escolar/social.
Tabela 14 - Bloco V - Questão 14
A escola chama os pais e apresenta os resultados de aprendizagem desses alunos portadores de necessidades
Freq.
Não 3
Sim 33
Total 36
Das escolas que trabalham com inclusão escolar/social, 33 dos gestores
escolares dizem que chamam os responsáveis em reuniões bimestrais para
71
apresentarem os resultados de seus alunos. Isto pode significar que há uma
possível discussão sobre a inclusão escolar/social de alunos, seja portadores
de necessidades especiais ou não.
Tabela 15 - Bloco V - Questão 15
A escola discute a questão da inclusão escolar / social no dia de reunião de pais, com todos os pais
Freq.
Não 08
Sim 28
Total 36
Ainda destacamos, conforme tabela acima, o esforço dos gestores
escolares discutirem em reuniões a questão da inclusão escolar/social com
todos os pais, pois 28 dos gestores escolares responderam que conseguem
conversar com todos os pais sobre o processo de inclusão escolar / social.
Assim, pode-se observar que as várias dimensões sobre o tema inclusão
escolar/social na Educação são abordadas pelo gestor escolar em seu
cotidiano: o que pensam sobre a inclusão escolar/social; a importância do
saber sobre a inclusão; o registro sobre as condições de alunos portadores de
necessidades especiais ou não; o papel do Estado na Educação; as parcerias,
a formação dos professores; e, por último, a importância da família neste
processo e os resultados sobre a aprendizagem.
72
Tabela 16 - Bloco V - Questão 16
A escola promove ações de inclusão escolar / social junto à comunidade
Freq.
Não 17
Sim 19
Total 36
Mas duas questões ainda se fazem necessárias sobre a questão da
inclusão escolar/social: se a escola promove ações inclusivas e se o diretor
acredita na inclusão escolar / social.
Em relação a ações inclusivas, 19 dos gestores escolares disseram que
realizam essas ações, conforme tabela da questão 16. Apesar de não
discriminarem quais as ações que promovem a favor do processo de inclusão
escolar/social, pode se dizer que esse índice está relacionado às questões
sobre a importância da reflexão de inclusão em pleno século XXI de acordo
com a democratização ocorrida em nossa sociedade, pois ainda não está
totalmente esclarecido para a sociedade o que significa inclusão escolar/social.
Tabela 17 - Bloco V - Questão 17
Você diretor de escola acredita na inclusão escolar / social
Freq.
Não 3
Sim 33
Total 36
73
Por último, e não menos importante, a questão sobre a crença dos
gestores escolares em relação ao processo de inclusão escolar/social. Devido
a uma série de dificuldades aqui apontadas ao longo do resultado das tabelas,
acreditava-se que o número seria baixo em relação à crença. Mas quando a
questão perguntou ao diretor/gestor se ele acredita na inclusão escolar / social,
33 responderam que sim, portanto pode se dizer que eles idealizam uma
sociedade melhor, bem mais coerente e democrática, uma sociedade evoluída
que consegue lidar com as heterogeneidades.
Aqui, mais uma vez, solicitou-se aos gestores escolares que relatassem
sobre suas crenças para que se compreendesse de fato se eles apostam no
processo de inclusão escolar/social. Aponta-se assim, algumas das
colocações mencionadas pelos gestores escolares.
“acredito na inclusão, pois representam a alternativa mais eficaz no
processo de atendimento”
“acredito que essa é a função social da escola”
“faz parte do objetivo da escola junto à comunidade”
“educação é um direito de todos”
“a escola tem a função social de agregar, de respeitar as diferenças e
possibilitar a todos os alunos um aprendizado”
“acredito muito, mas não temos muito subsídios para promover essas ações
(junto à comunidade). Agora com a parceria esperamos poder melhorar
nossas ações para uma real inclusão escolar e social de nossos alunos”
“a escola atende a maioria de alunos na inclusão social, tendo em vista a
comunidade em que esta inserida com grandes problemas sociais/familiares”
“é com as diferenças que crescemos como cidadãos”
“a escola reconhece a inclusão como necessidade de mudança social, não
significando apenas inserir o aluno em uma sala de aula ou na escola, mas
74
procurando lidar com a diversidade e diferenças, na aceitação pela
comunidade, preparando-as para atuar na sociedade”
“é difícil pensar que as pessoas são excluídas na sociedade e a inclusão está
ligada a todas as pessoas que não tem oportunidade nesta sociedade por
infinitos fatores. Ela é uma condição proposta pela sociedade internacional,
que vai de encontro com o conceito de educação que visa preparar o
indivíduo para viver no mundo globalizado, sendo capaz de viver na
diversidade. Por isso acredito na inclusão, pois ela faz com que as
diferenças se fazem igualdades quando as pessoas são colocadas em grupos
que aceitem, dando a elas o mesmo direito e as mesmas oportunidades
diante da vida”.
75
CONCLUSÃO
Ao longo do trabalho observamos que a definição do conceito de
inclusão é construída dentro da escola a partir das ações planejadas e
avaliadas pelos gestores escolares.
A Escola Inclusiva nos dias atuais deve ser aquela em que o aluno seja
a principal peça do Projeto Político Pedagógico; a diversidade de opiniões deve
começar desde o início através do protagonismo; a diferença surge porque a
homogeneização não tem fundamento no espaço de uma Escola em que o
respeito e a criatividade são priorizados na aprendizagem. E isto significa que
as ações inclusivas são possíveis na escola quando o gestor escolar planeja e
avalia o cotidiano escolar: o planejar requer a projeção e gestão das salas de
aula, a gestão dos recursos humanos e materiais e a análise das condições de
acessibilidade; o avaliar significa refletir sobre as metas do planejamento.
O cotidiano escolar revela condições em que o espaço deve ser
compreendido como lugares de aprendizagem. Realizar a inclusão de alunos
na escola é reconhecer e ocupar esses espaços. Assim, os gestores precisam
incentivar e estimular sua equipe para promover os espaços como condições
de inclusão.
Com o objetivo de responder qual o papel do gestor escolar para uma
escola inclusiva do ensino fundamental I, elaborou-se um questionário em que
os gestores escolares das escolas estaduais de ensino fundamental I da
Diretora de Ensino da Região Centro-Oeste respondessem sobre o processo
de inclusão escolar/social; as respostas permitiram evidenciar se os gestores
escolares estão planejando e avaliando os lugares de aprendizagem para
receberem a inclusão em sua forma política e cidadã.
Uma importante questão, que não se pode deixar de mencionar e que
fundamenta a discussão do período pós Universalização do Ensino, é a da
qualidade versus a quantidade. É nessa tensão que os gestores escolares
direcionam o seu trabalho equacionando a quantidade de alunos em salas de
aula em relação à gestão do aprendizado. Aqui se encontra o que poderia ser o
primeiro fator para uma escola inclusiva de sucesso: como não há uma regra
76
específica dentro das leis da educação para compor o quadro de alunos em
salas de aula, as salas são compostas mediante a quantidade e assim com a
heterogeneidade, a diversidade acontece e se forma outra dimensão dentro
das salas de aula.
Essa questão nos lança a hipótese sobre o saber dos gestores escolares
em relação ao processo de inclusão escolar/social. Este pode ser um fator
gerador de sucesso, pois o saber que os gestores escolares têm em relação ao
processo de inclusão escolar/social corresponde à diversidade das crianças
que frequentam os espaços de aprendizagem. Saber sobre o processo de
inclusão escolar/social não está delimitado ao ambiente escolar, mas pelas
trocas de experiências e diálogos entre gestores escolares, comunidades e
órgãos públicos.
A relação entre gestor escolar e família/comunidade marca outro fator
para o sucesso da inclusão escolar/social a qual não se faz somente com o
laudo médico, mas com as considerações sobre os problemas familiares e
sociais em que as crianças se encontram inseridas. As informações sobre tais
condições são obtidas através dos diálogos estabelecidos entre
familiares/responsáveis e gestor escolar, bem como relatos e avaliações
pedagógicas da escola. As informações que chegam até os gestores sobre as
condições sociais/econômicas das crianças na escola devem ser
compartilhadas a favor do desenvolvimento das crianças, sempre preservando
a criança de qualquer constrangimento.
As parcerias também podem ser outro fator de sucesso para uma escola
inclusiva, e neste cenário novamente a atuação do gestor escolar é
fundamental, pois ele é o responsável por firmar parcerias produtivas para a
aprendizagem dos alunos. Estas parcerias surgem quando todos direcionam o
olhar sob a liderança do gestor escolar para o bem estar da criança nos
espaços de aprendizagem. Quando o gestor escolar busca parceiros para esse
objetivo e a sociedade percebe o comprometimento do gestor escolar e de sua
equipe, ela se envolve e melhora o olhar sobre as questões da diversidade.
A acessibilidade, por exemplo, não é mais vista como uma questão de
obrigação, mas como condição ao aprendizado. Um resignificado do conceito
se faz mediante a inclusão escolar/social.
77
Os órgãos públicos e privados também passam a ter outro olhar a favor
dos alunos que frequentam as ditas salas regulares, pois não só os alunos
portadores de necessidades especiais se beneficiam desta condição como as
crianças tornam-se mais responsáveis umas pelas outras. Os benefícios da
relação entre parceiros delimitam novas formas de leitura sobre o currículo e
avaliação no processo de alfabetização.
Enquanto parte do sistema educacional, a Secretaria de Estado da
Educação promove formação para seus profissionais, seja em forma de
palestras, reuniões de formação nas Diretorias de Ensino ou mesmo na
formação em ATPC (Atividade de Trabalho Pedagógico Coletivo) e a presença
de Parceiros na escola pode ampliar essa formação e possibilitar que o
trabalho inclusivo ali desenvolvido seja potencializado.
Não menos importante, é a crença dos gestores escolares em relação
ao processo de inclusão escolar/social. O esforço dos gestores escolares ao
discutirem a questão de inclusão escolar/social em reuniões é visível e está
fundamentado pelos problemas enfrentados e pelas práticas realizadas no
cotidiano escolar. Eles se sentem sozinhos nesta jornada, pois, por um lado,
sofrem uma grande pressão por uma parte da comunidade escolar para excluir
o aluno e, por outro, eles têm um grande senso de responsabilidade acerca de
seu papel na aprendizagem do aluno e sua crença na inclusão escolar/social,
como vimos nas respostas da questão de número 17.
Como já fora mencionado no corpo da pesquisa, são várias as
dimensões que contornam e marcam as ações inclusivas dos gestores
escolares da Diretoria de Ensino da Região Centro-Oeste: o que pensam, o
que sabem, o registro, as parcerias, as formações, o planejar e a avaliação.
Nesse sentido, observa-se que a maioria dos gestores escolares das escolas
pesquisadas que compõem a Diretoria de Ensino da Região Centro-Oeste
contemplam algumas ações inclusivas nas escolas que administram, porém
não é possível afirmar que em todos os momentos o gestor escolar consegue
promover a inclusão total dos alunos pelos quais é o grande responsável, pois
os membros da comunidade escolar têm concepções diferentes sobre inclusão
escolar/social e esse trabalho não é possível de ser realizado sozinho.
78
Não há como abordar o tema “inclusão” sem refletir sobre onde se
pretende incluir e isto implica, neste caso, em refletir sobre o sistema de ensino
como um todo e sobre as políticas educacionais existentes que evidenciam, ou
não, que a educação constitui-se como foco principal dos programas de
governo.
Nesse sentido, percebe-se que as políticas públicas de educação
poderiam ser mais incisivas no tocante à valorização da carreira docente para
que fosse possível ampliar a atração de novos profissionais desde os cursos de
formação inicial de professores bem como daqueles já formados para atuar na
rede pública e com isso “incluir” a educação como prioridade política.
Fato é que, à medida que se universalizou o acesso à educação escolar,
muitas premissas fundamentais para a qualidade da formação deixaram de ser
contempladas, inclusive no Estado de São Paulo, no tocante à formação dos
docentes que atuam na rede pública, já que muitos desses profissionais advêm
de cursos superiores de curta duração e de instituições superiores, cujos
vestibulares são de fácil acesso e, mesmo no decorrer do curso, não
oportunizam saberes gerais e específicos o suficiente para garantir perfis
adequados aos profissionais da educação que se acredita serem formados;
são esses profissionais que, pela lei das exigências do mercado capitalista,
acabam tendo como última e única opção o trabalho na rede pública, cujos
processos de formação em serviço ainda se fazem insatisfatórios diante da
necessidade da demanda identificada nesses profissionais. Quanto à formação
de professores no geral, sem qualquer especificidade maior, Gatti e Barreto 62
já ressaltam:
A oferta dos cursos de licenciatura permite inferir que as condições de formação dos professores no país, de modo geral, ainda estão muito distantes de serem satisfatórias, e evidencia que a preparação de docentes para os anos iniciais da escolaridade em nível superior está sendo feita de forma um pouco mais precária que a dos demais.
62 Gatti, Bernadete; Barreto, Elba Siqueira de Sá. Professores do Brasil: impasses e desafios. Brasília: Unesco, 2009, pg. 68.
79
Assim, por inúmeras razões, salientando as que permeiam a formação
original do profissional, assim como as em serviço, ainda não conseguimos
sequer incluir aqueles cujos genótipos e/ou condições físicas e psicológicas
estejam permeando os limites regulares vigentes, quanto mais aqueles que
necessitem de um olhar mais aplicado do sistema. Acreditar que a excelência
acadêmica será atingida com a inclusão de todos dentro das condições atuais
é demasiado difícil.
Precisamos de investimento maciço na formação e valorização docente,
para que a inclusão de todo tipo se configure, inclusive a de profissionais à
altura das demandas que a educação e formação de cidadãos heterogêneos
nos impõem.
Parafraseando Paulo Freire 63, ensinar exige estética e ética, igualmente,
a gestão de sistemas educacionais não pode ratificar a segregação e o
preconceito de qualquer tipo, inclusive apregoando subliminarmente que se
pode fazer boa educação com mão de obra barata e com formação deficiente.
Também, é preciso salientar que inclusão escolar/social não pode estar
atrelada a um laudo médico para se consolidar, incluir é muito mais que isso e
carece de mudanças estruturais de todo um sistema para que o processo
aconteça de forma uníssona e coerente. A escola foi ao longo do tempo
inflando, tudo acontece dentro dela, há mais educação para além da escola. Os
educadores precisam de apoio, pois não estão dando conta de toda essa
demanda da sociedade atual. Ainda trabalhamos com uma educação centrada
no professor.
A escola hoje está centrada dentro de um sistema capitalista, em que a
avaliação externa está na ordem do dia. As avaliações externas possuem a sua
função e devem acontecer, mas também geram descontentamentos, pois estão
atreladas à remuneração, ocasionando uma falta de interesse dos profissionais
educadores que veem na escola um lugar sem sentido, pois não conseguem
educar e nem conseguem atender as demandas da sociedade. Alguns
63 Freire, Paulo. Pedagogia da autonomia: saberes necessários a prática educativa. São Paulo: Paz e Terra, 1996.
80
profissionais trabalham durante todo o ano na expectativa da remuneração
extra, no caso do Estado de São Paulo, o bônus, sem ao menos se
preocuparem com as necessidades verdadeiras de seus alunos. Dessa forma,
dentro desse sistema, os fortes continuam direcionando o trabalho e excluindo
os mais fracos de seus direitos. Observamos isso claramente na quantidade de
salas de aula com que as escolas iniciam as primeiras séries e como esses
alunos se perdem no percurso, pois é um número bem menor os que concluem
o ensino fundamental I, em algumas regiões principalmente. Além das
reclamações constantes dos gestores escolares sobre a discriminação que
alguns alunos sofrem em determinadas escolas tidas como fortes e sua
constante pressão para que estes se transfiram para as unidades tidas como
mais fracas, ou seja, as prioritárias, dentro do modelo educacional da
Secretaria de Estado da Educação de São Paulo. Novamente compete ao
gestor escolar equacionar essa demanda, peça fundamental para o sucesso
educacional dessa imensa rede estadual paulista.
Por fim, concluímos que não há mais espaços para gestores
escolares burocratas de gabinete, e sim para profissionais reflexivos e ativos
para que, em um futuro bem próximo, os alunos tenham realmente a escola
merecida, que também, com vontade política, possa estar mais próxima da
escola inclusiva que a sociedade necessita. Esses podem ser alguns dos
fatores que podem levar um gestor a ter sucesso na inclusão escolar/social e
colocar a escola que administra em um patamar de escola inclusiva, escola em
que a indiferença e a discriminação não fazem parte do processo de
aprendizagem dos alunos.
81
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87
RELAÇÃO DAS TABELAS RESULTANTES DA PESQUISA
Tabela 1 – Salas de aula 2º ano / 1ª série Tabela 2 – Salas de aula 3º ano / 2ª série
Tabela 3 – Salas de aula 4º ano / 3ª série
Tabela 4 – Salas de aula 5º ano / 4ª série
Tabela 5 – Número de alunos por sala
Tabela 6 – A escola trabalha com inclusão escolar/social
Tabela 7 – A escola conhece alguma prática de sucesso com inclusão
escolar/social
Tabela 8 – Quais práticas de sucesso indicadas pelos gestores
Tabela 9 – Como os gestores conheceram as práticas
Tabela 10 – A escola tem Sala de Recursos
Tabela 11 – A escola já solicitou algum tipo de serviço da Secretaria da
Educação ou da Diretoria de Ensino sobre inclusão escolar/social
Tabela 12 – Quais os órgãos que prestam serviços às escolas
Tabela 13 – A escola recebe alunos portadores de necessidades especiais
Tabela 14 – Tem laudo médico
Tabela 15 – Descrição das condições dos alunos portadores de necessidades
especiais
Tabela 16 – Existem alunos que fogem as características médicas e a escola
entende que são de inclusão
Tabela 17 – São crianças de abrigo
Tabela 18 – São crianças que sofrem abusos de violência doméstica
Tabela 19 – São crianças que moram sem seus familiares, mas com parentes
Tabela 20 – São crianças que fora do período de aula estão em outras
instituições/ONGs, pois os pais trabalham
Tabela 21 – São crianças que demonstram estado emocional alterado
Tabela 22 – Outras classificações
Tabela 23 – A escola tem acompanhamento de alguém especializado para
as crianças portadoras de necessidades espaciais
Tabela 24 – A formação do profissional que acompanha as crianças
Tabela 25 – A escola tem parceria com alguma instituição para realizar um
trabalho de inclusão escolar / social
Tabela 26 – Quais são os parceiros da escola
Tabela 27 – Os professores recebem formação sobre inclusão
Tabela 28 – Formação em ATPC – Atividade de Trabalho Pedagógico
Coletivo
Tabela 29 – Os professores discutem e/ou estudam sobre a inclusão
escolar/social em horário de ATPC
Tabela 30 – Existe uma bibliografia específica disponível na unidade escolar
sobre esse assunto para estudo
Tabela 31 – Quais os recursos utilizados pela escola para estudo sobre o tema
88
Tabela 32 – A escola chama os pais e apresenta os resultados de
aprendizagem dos alunos portadores de necessidades
Tabela 33 – A escola discute a questão da inclusão escolar / social no dia de
reuniões de pais, com todos os pais
Tabela 34 – A escola promove ações de inclusão escolar/social com a
comunidade
Tabela 35 – Você, diretor de escola, acredita na inclusão escolar/social
89
FIGURAS ILUSTRATIVAS RELACIONADAS AO TEMA
ABORDADO
Figura 1 – Estrutura administrativa da SEE...................................................... 27
Figura 2 – Figura ilustrativa da Gestão Participativa........................................ 32
Figura 3 – Figura ilustrativa da Gestão de Pessoas......................................... 33
Figura 4 – Figura ilustrativa da Gestão de Serviços e Recursos Humanos.... 35
Figura 5 – Figura ilustrativa da Gestão Pedagógica......................................... 36
Figura 6 – Figura ilustrativa das Diretorias de Ensino do Estado de São Paulo
.......................................................................................................................... 45
90
ANEXO I
RELAÇÃO DAS ESCOLAS DO CICLO I DA DIRETORIA DE ENSINO DA
REGIÃO CENTRO OESTE QUE FIZERAM PARTE DA PESQUISA
EE Alfredo Bresser
EE Profa. Helena Lemmi
EE Prof. Luiz Cintra do Prado
EE Alcides da Costa Vidigal
EE Prof. Paulo Rossi
EE Profa. Jacyra Maya Martins Carvalho
EE Alfredo Paulino
EE Odair Martiniano da Silva Mandela
EE KeizoIshihara
EE Prof. Clorinda Danti
EE Érico de Abreu Sodré
EE Dr. Reinaldo Ribeiro da Silva
EE LudovinaCredidio Peixoto
EE Samuel Klabin
EE Almirante Barroso
EE Luis Elias Attiê
EE Prof. Oswaldo Walder
EE Prof. Ceciliano José Ennes
EE Prof. Victor Oliva
EE Brasilio Machado
EE Adolfino de Arruda Castanho
EE Prof. Reynaldo Porchat
EE Bibliotecária Maria Luiza Monteiro da Cunha
EE Edmundo de Carvalho
EE Prof. Marina Cerqueira Cesar
EE Adolfo Tripoli
EE João XXIII
EE Guilherme Kuhlmann
EE Profa. Adalgiza Segurado
EE Mario de Andrade
EE Prof. EnnioVoss
EE Cesar Martinez
EE João Cruz Costa
EE Flávia V. Pirró
EE Henrique Dumont Villares
EE Dr. José Américo de Almeida
91
ANEXO II QUESTIONÁRIO APLICADO AOS GESTORES DAS ESCOLAS DA DIRETORIA DE ENSINO DA
REGIÃO CENTRO OESTE DO MUNICIPIO DE SÃO PAULO
NOME DA ESCOLA ____________________________________________________
QUESTIONÁRIO
1 - NUMERO DE SALAS DE AULA DO CICLO I
( ) 2 ano / 1 série ( ) 3 ano / 2 série ( ) 4 ano /3 série
( ) 5 ano / 4 série
2 - NUMERO DE ALUNOS POR SALA : __________ ALUNOS
3 - A ESCOLA TRABALHA COM INCLUSÃO ESCOLAR / SOCIAL?
( ) SIM ( ) NÃO
4 - A ESCOLA CONHECE ALGUMA PRÁTICA DE SUCESSO COM INCLUSÃO ESCOLAR / SOCIAL?
( ) SIM ( ) NÃO
QUAL? _____________________________________________________________
COMO CONHECEU? ___________________________________________________
5 -A ESCOLA TEM SALA DE RECURSOS? ( ) SIM ( ) NÃO
6 -A ESCOLA JÁ SOLICITOU ALGUM TIPO DE SERVIÇO DA SECRETARIA DA EDUCAÇÃO OU
DIRETORIA DE ENSINO SOBRE A INCLUSÃO ESCOLAR?
( ) SIM ( ) NÃO
QUAL SERVIÇO?_________________________________________________________
QUAL ÓRGÃO? __________________________________________________________
7 - A ESCOLA RECEBE ALUNOS PORTADORES DE NECESSIDADES ESPECIAIS?
( ) SIM ( ) NÃO
-QUAIS NECESSIDADES? __________________________________________________
-TEM REGISTRO MÉDICO DESSES ALUNOS? ( ) SIM ( ) NÃO
QUE TIPO DE REGISTRO? O QUE FAZ COM ESSES REGISTROS?
92
8 - EXISTEM ALUNOS QUE FOGEM AS CARACTERISTICAS MÉDICAS E A ESCOLA ENTENDE QUE
SÃO DE INCLUSÃO? ( ) SIM ( ) NÃO
( ) SÃO CRIANÇAS DE ABRIGOS
( ) SÃO CRIANÇAS QUE SOFRERAM ABUSOS DE VIOLENCIA DOMESTICA
( ) SÃO CRIANÇAS QUE MORAM SEM SEUS FAMILIARES, MAS COM PARENTES
( ) SÃO CRIANÇAS QUE FORA DO PERIODO DE AULA ESTÃO EM OUTRAS
INSTITUIÇÕES/ONGS, POIS OS PAIS TRABALHAM
( ) SÃO CRIANÇAS QUE DEMONSTRAM ESTADO EMOCIONAL ALTERADO
( )OUTRAS CARACTERISTICAS ,
DESCREVA____________________________________________
9 – A ESCOLA TEM ACOMPANHAMENTO DE ALGUEM ESPACIALIZADO PARA ESSAS CRIANÇAS?
( ) SIM ( ) NÃO
QUAL A FORMAÇÃO DESSE PROFISSIONAL? _________________________________
QUEM ENCAMINHOU ESSE PROFISSIONAL ATE A ESCOLA? ___________________________
ESSE PROFISSIONAL FOI INDICADO POR ALGUEM?
( ) SIM ( ) NÃO
QUEM ? ___________________________________________________________________
10 – A ESCOLA TEM PARCERIA COM ALGUMA INSTITUIÇÃO PARA REALIZAR UM TRABALHO DE
INCLUSÃO ESCOLAR / SOCIAL ?
( ) SIM ( ) NÃO
QUAL ? ____________________________________________________________________
QUE TIPO DE INCLUSÃO A INSTITUIÇÃO / ÓRGÃO REALIZA __________________________
11 – OS PROFESSORES RECEBEM FORMAÇÃO SOBRE INCLUSÃO?
( ) SIM ( ) NÃO
( ) EM ATPC ( ) EM PALESTRAS DE GRUPOS ESPECIFICOS
QUAIS GRUPOS ?_____________________________________________________________
12 – OS PROFESSORES DISCUTEM E/OU ESTUDAM SOBRE A INCLUSÃO ESCOLAR / SOCIAL EM
HORARIO DE ATPC?
93
( ) SIM ( ) NÃO
13 – EXISTE UMA BIBLIOGRAFIA ESPECIFICA DISPONIVEL NA UNIDADE ESCOLAR SOBRE ESSE
ASSUNTO PARA ESTUDO?
( ) SIM ( ) NÃO
SE NÃO, QUAIS OS RECURSOS UTILIZADOS PARA ESTUDO?
__________________________________________________
14 – A ESCOLA CHAMA OS PAIS E APRESENTA OS RESULTADOS DE APRENDIZAGEM DESSES
ALUNOS PORTADORES DE NECESSIDADES?
( ) SIM ( ) NÃO
15 – A ESCOLA DISCUTE A QUESTÃO DA INCLUSÃO ESCOLAR / SOCIAL NO DIA DE REUNIÃO DE
PAIS, COM TODOS OS PAIS?
( ) SIM ( ) NÃO
16 – A ESCOLA PROMOVE AÇÕES DE INCLUSÃO ESCOLAR / SOCIAL JUNTO A COMUNIDADE?
( ) SIM ( ) NÃO
QUAIS? ___________________________________________________________________
17-VOCÊ – DIRETOR DE ESCOLA – ACREDITA NA INCLUSÃO ESCOLAR/SOCIAL?
( ) SIM ( ) NÃO
COMENTÁRIOS______________________________________________________________
INCLUSAO ESCOLAR: ALUNOS NÃO SÓ PORTADORES DE NECESSIDADES ESPECIAIS, BEM COMO
AQUELES QUE TÊM DIREITO A SEREM ALFABETIZADOS, A APROPRIAR SE DO CONHECIMENTO.
INCLUSÃO SOCIAL: ALUNOS DE UMA CLASSE SOCIAL MENOS FAVORECIDA
ECONOMICAMENTE, COM GRAVES PROBLEMAS FAMILIARES OU MESMO SEM ESTRUTURA
FAMILIAR.
SALA DE RECURSOS: ESPAÇO ADEQUADO E EQUIPADO COM MATERIAS DIFERENCIADOS PARA
UM ATENDIMENTO INDIVIDUALIZADO OU EM PEQUENOS GRUPOS, COM A FINALIDADE
DEPROPORCIONAR UM APRENDIZADO MAIS EFETIVO AOS ALUNOS PORTADORES DE
NECESSIDADES ESPECIAIS.