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UNIVERSIDADE CIDADE DE SÃO PAULO MESTRADO EM ORTODONTIA EFEITOS DENTOESQUELÉTICOS E TEGUMENTARES DO APARELHO KLAMMT NA MÁ OCLUSÃO DE CLASSE II SHEILA MARQUES INAMASSU-LEMES São Paulo 2012

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UNIVERSIDADE CIDADE DE SÃO PAULO

MESTRADO EM ORTODONTIA

EFEITOS DENTOESQUELÉTICOS E TEGUMENTARES DO

APARELHO KLAMMT NA MÁ OCLUSÃO DE CLASSE II

SHEILA MARQUES INAMASSU-LEMES

São Paulo

2012

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UNIVERSIDADE CIDADE DE SÃO PAULO7

MESTRADO EM ORTODONTIA

EFEITOS DENTOESQUELÉTICOS E TEGUMENTARES DO

APARELHO KLAMMT NA MÁ OCLUSÃO DE CLASSE II

SHEILA MARQUES INAMASSU-LEMES

Dissertação apresentada em formato

alternativo (projeto para o Exame de

Qualificação e artigo científico que tornará

os resultados públicos) ao Programa de

Mestrado em Ortodontia da Universidade

Cidade de São Paulo - UNICID.

Orientador: Prof. Dr. Acácio Fuziy.

São Paulo

2012

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DEDICATÓRIA

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Aos meus queridos pais

Jair Inamassu e

Maria Eneide Marques Inamassu

Pais exemplares, especialistas em matéria não escrita, me ensinam ainda hoje o dom do amor e que diuturnamente avisam quem sou e de onde vim. Que nunca me faltaram o acalento da mesa posta pra uma prosa disfarçada de café

da tarde. Obrigada pela vida!

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Ao meu marido

Paulo Sergio Lemes

Nada fácil foi, eu sei, perante tantas condições gritando não, e mostrando o preço da escolha, decidir um dos

rumos de nossas vidas e a abdicação de alguns sonhos. Xú, obrigada por decidir comigo, ser um monge de paciência e

dedicação quando eu não tinha forças pra ser junto e precisar ser sozinha! Obrigada por entender…obrigada por

tanto amor!

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AGRADECIMENTOS

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Ao meu Orientador

Profo Dro Acácio Fuziy Mas se é, que nesta vida, preciso das mãos muito hábeis, naquilo que escolhi como profissão, Deus então, que nunca me falta, pôs sabiamente em meu caminho um orientador nada pouco. Muito sábio, organizado, dizendo sempre as

cores das pedras do caminho certo. Obrigada pela confiança, orientação e amizade!

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Ao coordenador do curso de Mestrado

Profo Dro Flávio Vellini Ferreira

Pela seriedade e dedicação que conduz o curso

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Aos demais Professores Doutores Se é certo que uma andorinha só não faz verão, pois bem, que encontrei muitas delas em forma de amigos, bons

amigos, se assim me permitem julgar. Valeram muito mais que simples compartilhadores de conhecimento Prof. Dr. Flávio Cotrim Ferreira, Profa. Dra. Rívea Inês Ferreira, Profa. Dra. Karyna Martins do Valle-Corotti, Profa. Dra. Ana Carla Raphaelli Nahás-Scocatte, Prof. Dr. Hélio Scavone Junior, obrigada por despertarem em mim, o

fascínio pelo saber. Prof. Dr. Danilo Furquim Siqueira, obrigada por estar sempre presente, pelo incentivo, por cada dica, hoje,

parte da profissional que sou, provém dos seus ensinamentos.

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Aos meus amigos E por conseguinte um deles é, e saiba mais uma vez, meu amigo para todas as causas. Prof. Dr. Pedro Pileggi Vinha

que nunca te esquecerei. Obrigada por tudo!

Que sorte a minha estar eu aqui. Um dedo de sorte apenas, é verdade, mas de sorte rara, foi encontrar em meio ao caminho árduo, artesão de mãos ágeis, Prof. Dr. Germano Brandão, nem um pouco taciturno, ver em mim , raro material bruto. Obrigada por acreditar em mim! Se

estou aqui, devo isso a você!

Obrigado Dr. Gerson Paulino dos Santos e Dra Silvia Maria Buratti pelo incentivo e amizade!

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Difícil é agradecer a todos que de alguma forma estiveram presentes nesse momento tão importante. Nomes não me

faltam, talvez o tempo sim…

Obrigada meus alunos e meus amigos pelo incentivo constante, minha família pelo alicerce, obrigada a todos vocês por entenderem a minha ausência e fazerem parte

dessa vitória!

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Juliana Pereira, muito mais que minha secretária, aos funcionários da disciplina de Ortodontia em

especial a Dona Arlinda pelo auxílio constante!

Aos pacientes pertencentes à amostra deste estudo, imprescindíveis para a realização do mesmo.

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RESUMO

O presente trabalho avaliou os efeitos dentoesqueléticos e tegumentares em

16 indivíduos com má oclusão de Classe II, divisão 1 de Angle, caracterizados

pela deficiência sagital da mandíbula e que foram tratados com o aparelho

ortopédico funcional ativador aberto elástico de Klammt (AAE). As crianças

foram selecionadas nas escolas estaduais do Município de Guarulhos – SP e

apresentaram a idade cronológica de 9 a 11.2 anos com média de 9.9 anos.

Após a demonstração de interesse em participar do grupo amostral da

pesquisa e autorização dos respectivos responsáveis, as crianças foram

encaminhadas para a obtenção das telerradiografias em norma lateral.

Posteriormente, receberam o tratamento proposto por um período de 12 meses

e decorrido este tempo, foram encaminhadas para obtenção de novas

documentações para parâmetro de comparação. Os efeitos dentoesqueléticos

e tegumentares foram analisados comparando-se as telerradiografias em

norma lateral das fases inicial e final do experimento por meio da aplicação do

teste t de Student para dados pareados. O AAE promoveu efeitos

dentoesqueléticos e tegumentares significantes. Houve um aumento na altura

facial anterior inferior e rotação horária da mandíbula obtida a partir do

incremento na erupção dos primeiros molares superiores. Houve mesialização

dos molares inferiores, retroinclinação e retrusão dos incisivos superiores. O

lábio inferior mostrou um deslocamento para anterior devido a proinclinação e

protrusão dos incisivos inferiores.

Palavras chave: Má oclusão, Classe II de Angle, Aparelhos ortopédicos,

Ativador

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SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO............................................................................................................ 15 2 REVISÃO DE LITERATURA........................................................................................18 2.1. Características de má oclusão de Classe II divisão 1..............................................18 2.2. Tratamento Ortopédico Funcional da má oclusão de Classe II divisão 1................20 3 PROBLEMA DA PESQUISA E JUSTIFICATIVA........................................................ 26 4 PROPOSIÇÃO............................................................................................................ 28 5 MATERIAL E MÉTODOS............................................................................................ 28 5.1. Material.................................................................................................................... 28 5.2. Métodos................................................................................................................... 29 5.2.1. Obtenção de telerradiografias em norma lateral.................................................. 29 5.2.2. Elaboração dos cefalogramas.............................................................................. 30 5.2.2.1. Desenho anatômico.......................................................................................... 30 5.2.2.2. Pontos cefalométricos....................................................................................... 33 5.2.2.3. Linhas e planos de referência........................................................................... 36 5.2.3. Obtenção das medidas cefalométricas................................................................ 38 5.2.4. Tratamento ortopédico funcional.......................................................................... 46 5.2.5. Controle de erro................................................................................................... 48 5.2.6 Análise Estatística................................................................................................. 48 REFERÊNCIAS.............................................................................................................. 50 ARTIGO ANEXOS

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1 INTRODUÇÃO

A má oclusão de Classe II foi inicialmente definida como sendo a relação

anormal entre os arcos dentários superior e inferior, caracterizada pelo

posicionamento dorsal da mandíbula em relação à maxila, promovendo

alterações na relação dos incisivos e no perfil facial (ANGLE, 1899).

Entretanto, com o advento do cefalostato a padronização das

telerradiografias em norma lateral possibilitou a condução dos estudos de

crescimento e desenvolvimento craniofacial. Assim sendo, com relação à má

oclusão de Classe II, despertou-se o interesse dos profissionais em definir a

participação dos componentes esqueléticos e dentoalveolares na determinação

dessa anomalia, direcionando para o correto diagnóstico e plano de tratamento.

A má oclusão de Classe II podem ser estabelecidas pela protrusão da

maxila, pela retrusão mandibular, combinação de ambas as situações, relação

maxilomandibular equilibrada e protrusão dentoalveolar superior, sendo que a

retrusão mandibular é a característica mais comum (MCNAMARA JR, 1981).

A elaboração do diagnóstico estrutural desempenha um papel de

elevada importância no estabelecimento do plano de tratamento adequado ao

problema em questão. Sendo assim para a abordagem das más oclusões de

Classe II determinadas pela deficiência mandibular podem ser enumerados os

seguintes protocolos de tratamento: 1) compensações dentárias; 2) ortodontia

associada a cirurgia ortognática; 3) ortodontia com extrações dentárias; 4)

ortopedia funcional dos maxilares complementada com a ortodontia fixa na

segunda fase.

A execução do tratamento ortopédico funcional visando a promoção do

crescimento mandibular deve ser realizado no período de surto puberal de

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crescimento para obtenção de melhores resultados (BACCETTI, 2005) e se

fundamenta na melhoria da estética facial, na reintegração da criança ao seu

convívio social, na redução do número de extrações, na simplificação da

movimentação ortodôntica e na menor necessidade de cirurgias ortognáticas

(ALMEIDA et al., 1999). Desta forma, para a abordagem da má oclusão de

Classe II por deficiência mandibular, encontrando-se o paciente em fase de

crescimento ativo, são empregados os aparelhos propulsores mandibulares

que visam o reposicionamento mandibular para anterior e desta forma

buscando a remodelação da cabeça da mandíbula e fossa mandibular do osso

temporal, crescimento mandibular e alterações dentoalveolares que no

conjunto conduzem à correção do problema.

Diversos são os aparelhos funcionais removíveis citados na literatura e

que podem ser empregados dentro deste contexto, dentre os quais estão:

Bionator de Balters (FALTIN, 1998; JACOBS et al., 2002; SOUZA et al., 2004;

MALTAGLIATI et al., 2004; MELO et al., 2006; SIARA-OLDS et al., 2010;

MALTA et al., 2010), modelador elástico de Bimler (REINA, 2002; ROSSI,

1995); ativador (ROSSI, 1995; BASCIFTICI, 2003); Fränkel (FREEMAN et al.,

2009).

O aparelho ortopédico funcional Klammt foi denominado de ativador

aberto elástico, sendo considerado um ativador por induzir o posicionamento

anterior da mandíbula e estimular a atividade dos músculos faciais; elástico por

ser constituído por dois segmentos de acrílico unidos por um fio de aço, em

forma de arco palatino, o que propicia a expansão das arcadas dentárias,

melhorando a forma de arco, alinhando os dentes e modificando o plano

oclusal funcional; e, aberto devido à redução ou à ausência do acrílico na

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região anterior do palato, o que torna possível o contato entre a língua e a

mucosa palatina (KLAMMT, 1971; REINA, 1992).

Este aparelho ortopédico pela sua simplicidade e modo de ação tornou-

se um dispositivo de grande aceitação entre os profissionais que atuam na área

da Ortopedia Facial, assim sendo, este trabalho teve como proposta analisar as

alterações dentoesqueléticas e tegumentares decorrentes do uso do aparelho

ativador aberto elástico de Klammt em indivíduos portadores de má oclusão de

Classe II divisão 1.

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2 REVISÃO DE LITERATURA

2.1 – Características da má oclusão de Classe II

O primeiro método científico para classificação das más oclusões foi

descrito por Angle em 1899, baseando-se essencialmente nas posições dento

oclusais, sendo que o primeiro molar superior era considerado imutável em

relação ao arco inferior e, portanto, determinou os três tipos de má oclusão no

sentido anteroposterior. As discrepâncias transversais, verticais ou horizontais,

assim como as relações com estruturas adjacentes não foram avaliadas. A má

oclusão de Classe II foi definida como uma desarmonia bimaxilar no sentido

anteroposterior, caracterizada por um posicionamento distal dos dentes

inferiores, causando uma desarmonia acentuada na região de incisivos e no

perfil tegumentar.

De acordo com McNamara Jr. (1981), a má oclusão de Classe II não

pode ser considerada uma entidade única, podendo resultar de inúmeras

combinações de componentes dentários e esqueléticos. Em 277 casos

estudados, apenas em uma pequena porcentagem havia uma protrusão

maxilar esquelética em relação à base do crânio. Em média, a maxila

apresentava-se bem posicionada e, às vezes, encontrava-se retruída em

relação à base do crânio. Em 60% dos casos havia uma retrusão mandibular

de pelo menos 9mm. Apesar de uma grande variabilidade individual, um

excessivo desenvolvimento vertical foi verificado em pelo menos metade da

amostra. Portanto, o autor concluiu que as anormalidades no desenvolvimento

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vertical e horizontal da mandíbula foram as características mais comuns da má

oclusão de Classe II.

Silva Filho et al. (1989) analisaram 2416 crianças, na faixa etária entre 7

e 11 anos de ambos os gêneros, do município de Bauru-SP. Os resultados

mostraram que apenas 11,4% da população avaliada apresentaram

características de oclusão normal, 56% de más oclusões de Classe I, 42% de

Classe II e 3% de más oclusões de Classe III.

Simplício (1995) estudou 100 telerradiografias em norma lateral de

jovens leucodermas portadores de má oclusão de Classe II, divisão 1, na faixa

etária ente 8 e 12 anos, divididos igualmente quanto ao gênero. Os resultados

mostraram que a protrusão da maxila predominou no gênero masculino, e no

gênero feminino prevaleceu à normalidade; a posição da mandíbula variou

entre normal e retruída tanto no gênero masculino quanto no feminino. O

padrão vertical foi o mais observado.

Henriques et al. (1998) avaliaram longitudinalmente por 3 anos e 4

meses uma amostra constituída por 25 jovens com idade inicial de 9 anos e 4

meses que não foram tratados ortodonticamente. Os resultados demonstraram

que em 75% dos casos a mandíbula apresentava-se retruída, ao passo que, a

maxila variou entre retruída, bem posicionada e protruída. O padrão de

crescimento apresentou variabilidade, com distribuição uniforme de indivíduos

com predominância de crescimento vertical, horizontal e equilibrado. A altura

facial anteroinferior aumentou em decorrência do crescimento facial. A relação

maxilomandibular não mostrou melhora significante, mantendo a discrepância

esquelética da má oclusão de Classe II. Com relação ao componente dentário,

verificaram que os molares e incisivos superiores acompanharam o

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crescimento maxilar, apresentando mesialização e extrusão; os inferiores

também extruíram, porém com a mesialização apenas dos molares e retrusão

dos incisivos, agravando o trespasse horizontal.

Bertoz et al. (2003) avaliando 55 telerradiografias em norma lateral de

indivíduos com má oclusão de Classe II concluíram que 50% da amostra

apresentou a maxila bem posicionada em relação a base do crânio e para a

mandíbula a condição que prevaleceu foi a retrusão.

Arashiro et al. (2009) avaliaram a prevalência de má oclusão em 660

escolares do município de Campinas, São Paulo. A faixa etária variou de 6,5

até 18,1 anos. A má oclusão foi encontrada em 87% dos escolares

examinados; a má oclusão de Classe I foi a mais prevalente (39,7%), seguida

da Classe II, com 36% dos casos, sendo que a Classe II divisão 1 teve uma

maior prevalência (22,7%) em relação a Classe II divisão 2 (13,3%). A má

oclusão de Classe III esteve presente em 11,7% da amostra.

2.2 – Tratamento ortopédico funcional da má oclusão de Classe II

Jacobs et al, em 2002, revisou duas publicações norte-americanas sobre

a eficácia dos aparelhos funcionais no tratamento das más oclusões de Classe

II, divisão 1, e concluiu que em pré-adolescentes a correção do primeiro molar

ocorreu em 13% dos casos não tratados, 38% dos casos tratados com Bionator

e em 50% dos casos tratados com Biteplane combinado com tração extrabucal.

Tanto o Bionator quanto a tração extrabucal reduziu o ANB. Trinta e dois por

cento dos casos não tratados mostraram reduções favoráveis (>0,5 graus/ano),

em comparação com 80% dos pacientes tratados tanto pelo Bionator quanto

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pela tração extrabucal. Resultados bem sucedidos, no entanto, são altamente

relacionadas à severidade da má oclusão. Usando uma tração extrabucal ou

Bionator, os clínicos devem esperar sucesso na correção da relação molar de

Classe II em mais de 57% dos casos de pré-adolescentes que apresentam

discrepâncias de meia cúspide molar. Quando não tratados, 30% de tais

pacientes alcançam uma relação molar de Classe I. Mas apenas 5% dos casos

que apresentaram mais de meia cúspide de discrepância foram corrigidas sem

tratamento.

Chen, Will e Niederman, em 2002, com o propósito de examinar a

hipótese de que aparelhos funcionais estimulam o crescimento mandibular no

tratamento da má oclusão de Classe II esquelética, realizaram uma revisão

sistemática entre os anos de 1966 e 1999 no banco de dados MEDLINE.

Foram encontrados 6 artigos válidos, nos quais foram avaliados 12 medidas

clínicas padrão: condílio-pogônio (Co-Pg), articular-pogônio (Ar-Pg), condílio-

gnátio (Go-Gn), articular-gnátio (Ar-Gn) sela-gônio (S-Go), articular-gônio (Ar-

Go), condílio-gônio (Co-Go), sela-násio-ponto B (SNB), ângulo do incisivo

inferior (LIA), gônio-mento (Go-Me), pogônio para N (Pg-N), e gônio-pogônio

(Go-Po). Diferenças significativas foram encontradas apenas para Ar-Pg e Ar-

Gn entre os grupos tratados e os grupos controle. Embora esses aparelhos

possam ser usados para outros propósitos, estes resultados sugerem a

necessidade de reavaliar os aparelhos funcionais usados para estimular

crescimento mandibular.

Cozza, Toffol e Colagrossi, em 2004, realizaram um estudo retrospectivo

que avaliou cefalometricamente as modificações esqueléticas, dentais e no

perfil mole induzidas pelo aparelho ativador em pacientes com má oclusão de

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Classe II causada por retrognatismo mandibular. A amostra se constituiu de 40

pacientes tratados com aparelho ativador e 30 pacientes serviram como o

grupo controle. Todos os pacientes possuíam média de 10 anos de idade e

portadores de Classe II esquelética por deficiência mandibular. O aparelho

ativador promoveu a correção do relacionamento de Classe II, restrição do

crescimento maxilar e avanço das estruturas mandibulares, correção do overjet

e retroinclinação dos incisivos superiores.

Oliveira, em 2004, realizou um estudo com propósito de avaliar

cefalometricamente as alterações esqueléticas, dentárias e faciais ocorridas

em pacientes portadores de má oclusão de Classe II, divisão 1, tratados com

tração extrabucal ortopédica e com Bionator de Balters. Foram estudados

também 2 grupos controle de indivíduos com o mesmo tipo de má oclusão,

porém sem nenhum tratamento. A amostra se constituiu de 80 telerradiografias

obtidas de 40 indivíduos com idade entre 7 anos e 5 meses e 13 anos e 7

meses (média de 10 anos e 9 meses), portadores de má oclusão de Classe II,

divisão 1. As telerradiografias iniciais foram realizadas em todos os pacientes e

foram divididos em 4 grupos: A) protrusão maxilar tratados com tração

extrabucal ortopédica por período médio de 9,7 meses. B) retrusão mandibular

tratados com Bionator de Balters por um período médio de 10,8 meses. C)

protrusão maxilar sem tratamento. D) retrusão mandibular sem tratamento. Os

grupos C e D foram observados por um período médio de 9,3 meses. Foram

realizadas telerradiografias finais após este período. Comparando-se o grupo

tratado com o Bionator com o grupo controle não tratado, concluiu-se que o

grupo tratado apresentou avanço mandibular, aumento da altura facial ântero-

inferior, aumento do comprimento mandibular, redução do ângulo do plano

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mandibular, aumento da inclinação vestibular dos incisivos inferiores e aumento

do ângulo naso-labial.

Melo et al, em 2006, avaliou os efeitos do Bionator no tratamento da má

oclusão de Classe II, divisão 1, resultante da retrusão mandibular ou uma

deficiência do crescimento mandibular. Três pacientes foram observados por

um período de 1 ano e, posteriormente, tratados com o Bionator por um

período de 2 anos e cefalometricamente avaliados. Observou como resultado

do tratamento: 1) a restrição do crescimento da maxila; 2) o estímulo do

crescimento mandibular; 3) a alteração na direção do crescimento condilar; 4) a

verticalização dos incisivos superiores e 5) a vestibularização dos incisivos

inferiores.

Cozza el at, em 2006, realizaram uma revisão da literatura para avaliar a

evidência científica na eficiência de aparelhos funcionais, aumentando o

crescimento mandibular em indivíduos portadores de Classe II, aplicando o

banco de dados da Medline ( Entrez Pubmed), envolvendo o período de

janeiro de 1966 a janeiro de 2005 e, também empregou os títulos de assuntos

médicos (MeSH). Os seguintes tipos de estudos que informaram dados de

efeitos de tratamento foram incluídos: estudos clínicos randomizados (RCTs), e

estudos clínicos controlados longitudinais (CCTs), prospectivos e retrospectivos

com grupo controle de Classe II sem tratamento. A estratégia de procura

resultou em 704 artigos. Depois da seleção, de acordo com o critério de

inclusão/exclusão, 22 artigos foram qualificados para análise final. Foram

acessados 4 RCTs e 18 CCTs. Os padrões de qualidade desses estudos

variaram de baixo (3 estudos) para médio/elevado (6 estudos). Dois terços da

amostra de 22 estudos relataram um alongamento adicional no comprimento

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total da mandíbula clinicamente significante, (uma mudança maior que 2,0 mm

no grupo tratado, comparado com o grupo sem tratamento), como resultado de

tratamento ativo total com aparelhos funcionais. A qualidade de crescimento

mandibular adicional parece ser significantemente maior se o tratamento

funcional for realizado durante o surto puberal de maturação esquelética.

Nenhum dos 4 RCTs mostrou uma mudança no comprimento mandibular

clinicamente significante induzido por aparelhos funcionais; 3 dos 4 RTCs

trataram indivíduos em uma fase pré-puberal de maturidade esquelética. O

aparelho Herbst mostrou um coeficiente de eficiência mais alto (0,28 mm por

mês), seguido pelo Twin Block (0,23 mm por mês), enquanto que o aparelho

Bionator apresentou 0,16 mm por mês.

Gonçalves, em 2007, avaliou cefalometricamente alterações esqueléticas

e dentárias naturais e induzidas pelo uso do ativador elástico Aberto de Klammt

no tratamento interceptador da má oclusão de Classe II, divisão 1 de Angle. A

amostra foi constituída por um grupo experimental de 17 indivíduos (10

meninas e 7 meninos) que receberam tratamento com o aparelho Klammt pelo

período de 12 meses e um grupo controle com 17 indivíduos não tratados (10

meninas e 7 meninos) observados por um período de tempo similar. Os

resultados demonstraram que o aparelho promoveu restrição dentoalveolar da

maxila; aumento do comprimento mandibular total; aumento do comprimento

do corpo da mandíbula e altura do ramo sem alterar o ângulo goníaco;

aumento das alturas faciais anterior e posterior sem alterar o padrão facial de

crescimento; melhora na relação maxilo-mandibular; verticalização dos

incisivos inferiores; redução dos trespasses vertical e horizontal; correção da

relação molar de Classe II. Esses resultados comparados aos observados no

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25

grupo controle mostraram que o efeito do aparelho Klammt na correção da

Classe II são predominantemente dento-alveolares, associados ao

favorecimento do crescimento mandibular natural.

Marchi (2009) avaliou cefalometricamente alterações dentoesqueléticas

em indivíduos portadores de má oclusão de Classe II esquelética tratados com

aparelho ortopédico funcional Simões Network 1 (SN1). Foram selecionados 29

indivíduos tratados com SN1. Empregou na avaliação 3 grandezas

cefalométricas lineares e 13 angulares. Concluiu que: 1) houve aumento

estatisticamente significante nos comprimento maxilar (Co-A), 2) promoveu um

estímulo no crescimento mandibular com alterações significantes no

comprimento mandibular, 3) ocorreu o aumento do ângulo da profundidade

facial e no ângulo SNB, 4) houve uma melhora significante na relação

maxilomandibular, 5) ocorreu um controle do crescimento vertical com rotação

anti-horária da mandíbula, 6) observou-se a correção do ângulo interincisivos

pela mudança significante da inclinação do incisivo superior, e 7) houve a

diminuição do trespasse horizontal, porém sem alteração da inclinação dos

incisivos inferiores.

Em 2010, Malta et al., avaliaram as alterações esqueléticas e do tecido

mole a longo prazo induzidas pela aparelho funcional Bionator em indivíduos

Classe II. A amostra consistiu no tratamento de 20 pacientes Classe II (6

homens e 14 mulheres), tratados consecutivamente com Bionator. A amostra

foi avaliada em T1 (início do tratamento), T2 (final do tratamento) e T3

(observação a longo prazo, incluindo aparelhos fixos). A média de idade no

início do tratamento foi respectivamente de 10 anos e 2 meses (em T1); 12

anos e 4 meses (em T2); e de 18 anos e 11 meses (em T3). O grupo controle

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26

consistiu de 20 indivíduos (8 homens e 12 mulheres) com má oclusão de

Classe II não tratados. Analisou as telerradiografias laterais nos 3 momentos

avaliados nos grupos. Observou que ocorreu o aumento na dimensão vertical e

modificações nos tecidos moles. O grupo tratado mostrou uma melhora no

tecido mole pogônio em cerca de 2,5 mm. O Bionator melhorou

significantemente o trespasse horizontal e a relação molar, com uma redução

significante no trespasse vertical associada a um aumento na altura facial

ântero-posterior.

Siara-Olds et al. (2010) avaliaram as mudanças dentoesqueléticas

decorrentes do uso do Bionator, Hebst, Twin Block e aparelho MARA. A

amostra experimental foi constituída de 80 pacientes tratados

consecutivamente, que foram divididos igualmente em grupo do Bionator,

Herbst, Twin block e MARA. O grupo controle foi composto por 21 crianças não

tratadas com má oclusão esquelética de Classe II. Foram obtidas

terradiografias em norma lateral dos grupos tratados em T1 (inicio do

tratamento), T2 (terapia funcional completa), e T3 (terapia com aparelho fixo

completa). Uma análise de variância de medida repetida (ANOVA) foi utilizada

para avaliar as diferenças entre e dentro dos grupos. Observaram que o grupo

tratado com Bionator mostrou significante abertura do ângulo goníaco (Ar-Go-

Me) após tratamento funcional.

3 PROBLEMA DA PESQUISA E JUSTIFICATIVA

Em estudo conduzido por Silva Filho et al. (1989) constatou-se que 42%

dos indivíduos portadores de más oclusões apresentam Classe II. Deste total,

em aproximadamente 60%, a deficiência mandibular constitui-se no fator

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27

contribuinte na determinação do problema da Classe II (McNAMARA JR, 1981).

Esta má oclusão caracteriza-se por alterações dentoesqueléticas que

comprometem a função mastigatória e alteram a estética facial.

A correção desta anomalia quando executada no período ativo de

crescimento facial possui um prognóstico mais favorável (BACCETTI, 2005).

Entretanto, após a fase de crescimento, abordagens mais complexas tornam-

se necessárias, tais como: Ortodontia compensatória com exodontias de

premolares e Ortodontia associada à Cirurgia Ortognática. Além dos custos

biológicos, os valores dispendidos pelos pacientes para custear estas formas

alternativas de tratamento fazem com que nem todos tenham acesso ao

tratamento. Portanto, a eficiência do tratamento ortopédico funcional depende

da época propícia de crescimento, do padrão de crescimento facial e da

cooperação do paciente (COSTA LA, SUGUINO R, 2005-2006).

O tratamento precoce das más oclusões de Classe II por deficiência

mandibular merece atenção especial dentro do contexto da Ortodontia

Contemporânea, de tal forma que, uma vez detectado o problema, indica-se o

emprego dos aparelhos propulsores mandibulares que visam estabelecer a

alteração postural da mandíbula, crescimento mandibular e alterações

dentoalveolares que conduzam à correção da má oclusão. Outras vantagens

citadas e que justificam a realização do tratamento precoce são a redução do

número de extrações, simplificação da movimentação ortodôntica exigida e a

menor necessidade de cirurgias ortognáticas (ALMEIDA et al., 1999). Dentre os

diversos aparelhos funcionais destacam-se: Ativador, Bionator de Balters, Twin

Block, Fränkel II, Bimler e outros. Estes dispositivos apresentam diferenças em

seus desenhos pela inclusão de alças, escudos e molas. Porém, o profissional

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28

deve amparar a sua escolha por um aparelho de simples construção e

manuseio e que seja confortável para motivar o paciente quanto ao seu uso e

que produzam os resultados almejados de correção.

Considerando-se a simplicidade de manuseio do aparelho Klammt e

aceitação por parte dos pacientes é que se justificou a condução da pesquisa

para avaliar os efeitos dentoesqueléticos e tegumentares decorrentes do

emprego do AAE no tratamento de pacientes com má oclusão de Classe II,

divisão 1.

4 PROPOSIÇÃO

O presente estudo analisou os efeitos dentoesqueléticos e tegumentares

decorrentes do tratamento da má oclusão de Classe II com o aparelho

ortopédico Klammt.

5 MATERIAL E MÉTODOS

5.1. Material

O grupo de estudo incluiu 16 pacientes selecionados a partir da triagem

de 1200 crianças em escolas estaduais do município de Guarulhos, do estado

de São Paulo, com idades entre 9.0 e 11.2 anos com média de 9.9 anos,

leucodermas, brasileiras e idade esquelética pré surto de crescimento puberal ,

a qual foi determinada inicialmente através do método de maturação das

vértebras cervicais. A amostra obedeceu aos seguintes critérios de inclusão:

1) Padrão facial de Classe II;

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29

2) Relação dentária de Classe II, divisão 1 de Angle;

3) Característica facial de deficiência sagital da mandíbula;

4) Ausência de perdas dentárias prematuras;

5) Não tratados ortodonticamente.

Os 16 pacientes selecionados foram encaminhados ao Centro de

diagnóstico Cury Radiologia para a obtenção de telerradiografias em norma

lateral e modelos de estudo. Posteriormente a etapa ativa de tratamento, os

pacientes foram reencaminhados para a obtenção de uma nova documentação

ortodôntica, contendo os itens acima citados e que propiciou a avaliação dos

resultados da abordagem ortodôntica.

Este trabalho foi registrado pelo Protocolo de Pesquisa no 13541227

CAAE 0091.0.186/000-10 e foi submetido e aprovado pelo comitê de ética em

20/12/2010 (anexos).

5.2. Métodos

O método se constituiu de:

1) Obtenção das telerradiografias em norma lateral;

2) Elaboração dos cefalogramas;

3) Obtenção das medidas cefalométricas;

4) Controle de erro; e

5) Análise estatística.

5.2.1. Obtenção de telerradiografias em norma lateral

As telerradiografias em norma lateral foram obtidas conforme técnica

convencional preconizada por Broadbent, onde o indivíduo é posicionado no

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30

cefalostato com o plano de Frankfurt paralelo ao solo. Todas foram realizadas

no mesmo aparelho de Raio X Digital da marca Soredex, e tempo de

escaneamento varia de 8 a 20 segundos. Foi utilizado um cefalostato para

posicionamento da cabeça do paciente e, um sensor escaneou a face do

paciente, substituindo o porta-chassis com o filme. Foram utilizados filmes da

marca Agfa tamanho 20cm x 25cm onde foram impressas as imagens

radiográficas obtidas pela técnica descrita .

5.2.2. Elaboração dos cefalogramas

A cada telerradiografia em norma lateral convencional foram adaptadas

uma folha de papel acetato transparente “Ultraphan”, de dimensão 17,5 por

17,5 cm e espessura de 0,07 mm. Em seguida, o desenho anatômico foi

delineado sempre pelo mesmo operador, com auxílio de uma lapiseira e grafite

HB 0,3 mm, sobre um negatoscópio. Para melhor visualização das estruturas

de interesse, esses traçados foram realizados em sala escurecida. Os traçados

foram efetuados nas telerradiografias iniciais e finais de tratamento ortodôntico,

e repetidos num intervalo de 15 dias para a avaliação do erro de método.

A elaboração dos cefalogramas foi dividida em: 1) desenho anatômico;

2) pontos cefalométricos; e 3) linhas e planos de referência.

5.2.2.1. Desenho anatômico

Nas telerradiografias iniciais e finais dos pacientes serão definidos os

seguintes contornos anatômicos (Figura 1):

1- perfil mole;

2- base anterior do crânio, média e posterior;

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31

3- sela turca;

4- perfil anterior do osso frontal e ossos próprios do nariz;

5- borda posteroinferior das órbitas;

6- fissura pterigomaxilar;

7- meato acústico externo;

8- maxila;

9- mandíbula;

10- incisivo central superior;

11- primeiro molar superior;

12- incisivo central inferior; e

13- primeiro molar inferior.

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32

Perfil mole; 2 – base anterior do crânio, média e posterior; 3 – sela turca; 4 – perfil anterior do osso frontal e ossos próprios do nariz; 5 – borda póstero-inferior das órbitas; 6 – fissura pterigomaxilar; 7 – meato acústico externo; 8 – maxila; 9 – mandíbula; 10 – incisivo central superior; 11 – primeiro molar superior; 12 – incisivo central inferior; e 13 – primeiro molar inferior. Figura 1- Desenho anatômico apresentando as estruturas de interesse

1

7

3

9

2 6

4

5

8

13 11 10

12

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33

5.2.2.2. Pontos cefalométricos

Os pontos cefalométricos de interesse para a efetuação das análises

serão os seguintes (Figura 2):

1- Sela (S)- ponto que representa o centro geométrico da sela truca;

2- Násio (N)- ponto mais anterior da sutura frontonasal;

3- Orbitário (Or)- ponto mais inferior da margem infraorbitária;

4- Pório (Pó)- ponto mais superior do meato acústico externo;

5- Subespinhal (A)- ponto mais profundo da concavidade anterior da

maxila;

6- Supramentoniano (B)- ponto mais profundo da concavidade anterior da

mandíbula;

7- Ponto D (D) - ponto situado no centro do contorno da sínfise mandibular;

8- Pogônio (Pog)- ponto mais anterior do contorno da sínfise mandibular;

9- Gnátio (Gn)- ponto mais anterior e inferior do contorno da sínfise

mandibular;

10- Mentoniano (Me)- ponto mais inferior do contorno da sínfise mandibular,

na confluência da margem inferior da sínfise com a linha da base

mandibular;

11- Gônio (Go)- ponto mais inferior e mais posterior do contorno do ângulo

goníaco, definido pela bissetriz do ângulo formado pela tangente à borda

inferior do corpo mandibular e outra tangente à borda posterior do ramo

mandibular;

12- Espinha nasal anterior (ENA)- ponto mais anterior da maxila em nível do

palato;

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34

13- Espinha nasal posterior (ENP) - ponto localizado na espinha nasal

posterior;

14- Incisal do incisivo central superior (I1sup) -ponto da borda incisal do

incisivo central superior;

15- Ápice da raiz do incisivo central superior (A1sup);

16- Incisal do incisivo central inferior (I1inf) - ponto da borda do incisivo

central inferior;

17- Ápice da raiz do incisivo central inferior (A1inf);

18- Ponto mais distal do primeiro molar superior (6);

19- Ápide da raíz mesial do primeiro molar superior (A6 sup);

20- Ponto oclusal (Ocl) – pontode contato médio do primeiro molar superior

com o primeiro molar inferior;

21- Ponta da cúspide mésio vestibular do primeiro molar superior (C6 sup);

22- Ponta da cúspide mésio vestibular do primeiro molar inferior (C6 inf) ;

23- Ápice da raíz do primeiro molar inferior (A6inf);

24- Ponto mais distal do primeiro molar inferior (6);

25- Pronasal (Prn) - ponto mais anterior do nariz;

26- Subnasal (Sn) - ponto em que a columela se intersecta com o lábio

superior no plano médio sagital;

27- Lábio superior (Ls)- ponto localizado na região mais anterior do lábio

superior;

28- Lábio inferior (Li)- ponto mais anterior do lábio inferior;

29- Pogônio mole (Pog’)- ponto mais anterior no contorno do mento mole;

30- Pterigóide (Pt) - ponto mais superior e posterior da fissura pterigóide;

31- Codílio (Co) – porção mais posterior e superior da cabeça da mandíbula;

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35

32- Básio (ba) – corresponde a porção anterior do forame magno.

Figura 2- Pontos cefalométricos

2

16

11

4

1

30

12

15

14

27

26

9

8

6

17

7

10

29

19

24

23

22

3

28

5

21

18

13

31

25

32

______________________________________________________________________________________________________1 – Sela (S); 2 – Násio (N); 3 – Orbitário (Or); 4 – Pório (Po); 5 – Subespinhal (A); 6 – Supramentoniano (B); 7 – Ponto D (D); 8 – Pogônio (Pog); 9 – Gnátio (Gn); 10 – Mentoniano (Me); 11 – Gônio (Go); 12 – Espinha nasal anterior (ENA); 13 – Espinha nasal posterior (ENP); 14 – Incisal de incisivo central superior (I1sup); 15 – Ápice de incisivo central superior (A1sup); 16 – Incisal de incisivo central inferior (I1inf); 17 – Ápice de incisivo central inferior (A1inf); 18 – Distal do primeiro molar superior (6); 19 – Ápide da raíz mesial do primeiro molar superior (A6 sup); 20 – Ponto Oclusal (Ocl); 21 – Ponta da cúspide mésio vestibular do primeiro molar superior (C6 sup); 22- Ponta da cúspide mésio vestibular do primeiro molar inferior ( C6 inf); 23 – Ápice da raíz do primeiro molar inferior ( A6inf); 24 - Distal do primeiro molar inferior (6); 25 – Pro-Nasal (Prn); 26– Subnasal (Sn); 27 – Lábio superior (Ls); 28 – Lábio inferior (Li); 29 – Pogônio mole (Pog’); 30 – Pterigóide (Pt); 31 – Condílio (Co); 32 – Básio (Ba).

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36

5.2.2.3. Linhas e planos de referência

As linhas e planos cefalométricos de interesse serão os seguintes

(Figura 3):

1- Linha SN- linha que passa pelos pontos S e N, situados no plano

mediosagital e na base do crânio;

2- Linha NA- linha que une os pontos N e A;

3- Linha NB- linha que une os pontos N e B;

4- Linha ND- linha que une os pontos N e D;

5- Longo eixo do incisivo central superior-linha que segue o eixo longitudinal

do incisivo central superior;

6- Longo eixo do incisivo central inferior- linha que segue o eixo longitudinal

do incisivo central inferior;

7- Linha E- linha que une os pontos pronasal e pogônio mole;

8- Linha S- linha que une os pontos médio do nariz e o pogônio mole;

9- Linha H- linha que une os pontos do lábio superior e pogônio mole;

10- Linha Nperp – linha que passa pelo ponto N, perpendicular ao plano de

Frankfut;

11- Plano horizontal de Frankfurt- linha que une os pontos orbitário e pório;

12- Plano mandibular – plano que une os pontos Go e Gn;

13- Plano oclusal funcional – Plano que une o ponto médio entre os contatos

oclusais do primeiro molar superior com o primeiro molar inferior e o

ponto da borda incisal do incisivo central inferior;

14- Linha do Eixo Y de crescimento- linha que une os pontos S e Gn,

interrompendo-se próximo dos primeiros molares superiores;

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37

15- Plano Vertical Pterigóide – Linha que passa pelo bordo posterior da

fossa pterigomaxilar, perpendicular ao plano de Frankfurt;

16- Linha Básio – Násio- linha que une o pontos Ba ao N.

17- Linha Horiz – Linha de referência SN-7o;

18- Linha Vert – Linha de referência perpendicular à linha Horiz.

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1-Linha SN; 2 – Linha NA; 3 – Linha NB; 4 - Linha ND; 5 – Longo eixo do central superior; 6 – Longo eixo do incisivo central inferior; 7 – Linha E de Ricketts; 8 – linha S; 9 – Linha H; 10 – Linha Nperp; 11 – Plano de Frankfurt; 12 – Plano mandibular; 13 –Plano Oclusal funcional; 14 –Linha do eixo Y de crescimento; 15 – Plano vertical pterigóide; 16 – Linha BaN; 17 – Linha Horiz; 18 – Linha Vert.

Figura 3- Linhas e Planos cefalométricos.

5.2.3. Obtenção das medidas cefalométricas

As medidas cefalométricas foram obtidas empregando-se a técnica

manual e efetuada sempre pelo mesmo operador previamente calibrado. A

mensuração foi realizada em sala com o auxílio de negatoscópio, lapiseira

0,5mm, régua milimetrada, transferidor e régua protactor.

1 7

3

9 2

6

4

5

8

13

11

10 12

14 15

16

17

18

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39

As medidas lineares e angulares foram avaliadas e foi realizada a

comparação entre as medidas obtidas no início do tratamento (T1) e após 1

ano do uso do AAE (T2).

Por razões didáticas as variáveis cefalométricas foram divididas em: 1)

componentes da maxila; 2) componentes da mandíbula; 3) componentes

intermaxilares; 4) relação interdental e 5) tecidos moles.

1) Componentes da maxila

• Ângulo SNA: ângulo formado pela intersecção das linhas SN e NA;

• Linha A-Nperp: distância, em milímetros, entre o ponto A e a linha Nperp;

• A-Vert: distância em milímetros do ponto A até a linha vertical;

• ENA-Vert: distância em milímetros do ponto ENA até a linha vertical;

• ENP-Vert: distância em milímetros do ponto ENP até a linha vertical;

• N-Vert: distância em milímetros do ponto N até a linha vertical;

• Linha Co-A: distância, em milímetros do ponto Co ao ponto A.

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40

Figura 4 – Componentes da maxila

2) Componentes da mandíbula

• Ângulo SNB: ângulo formado pela intersecção das linhas SN e NB;

• Ângulo SND: ângulo formado pela intersecção das linhas SN e ND;

• Linha Co-Gn: distância, em milímetros, do ponto Co ao ponto Gn;

• Linha Pg-Nperp: distância, em milímetros, do ponto Pg à linha Nperp;

• B-Vert: Distância em milímetros do ponto B até a linha vertical;

Ângulo SNA Linha A – Nperp A-Vert ENA-Vert ENP- Vert N-Vert Co-A

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• Pg-Vert: Distância em milímetros do ponto Pg até a linha vertical;

• Go-Vert: Distância em milímetros do ponto Go até a linha vertical.

Figura 5 – Componentes da mandíbula

3) Componentes intermaxilares

• Ângulo SN.GoGn: ângulo formado pela intersecção das linhas SN e GoGn;

• Ângulo SN.Gn: ângulo anteroinferior formado pela intersecção das linhas SN e SGn;

• Ângulo SN.PtGn: ângulo superior formado pela intersecção da linha do plano SN e a linha PtGn;

Ângulo SNB Ângulo SND Linha Co-Gn Linha Pg-Nperp Linha B-Vert Linha Pg-Vert Linha Go-Vert

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• FMA: ângulo formado pela intersecção da linha do plano de Frankfurt com a linha do plano mandibular;

• Ângulo ANB: ângulo inferior formado pela intersecção das linhas Na e NB;

• Linha ENA-Me (AFAI): distância, em milímetros, do ponto Ena ao ponto Me;

• Linha AO-BO: Distância entre as projeções dos pontos A e B no plano oclusal funcional;

• Ângulo ANB: Ângulo inferior formado pela intersecção das linhas Na e NB.

Figura 6 – Componentes intermaxilares

4) Relação Interdental:

Ângulo SN.GoGn Ângulo SN.PtGn Ângulo SN.Gn FMA Ângulo ANB ENA-Me (AFAI) Linha AO-BO

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• Ângulo 1.1: ângulo posterior formado pela intersecção da linha do longo eixo do incisivo superior e a linha do longo eixo do incisivo inferior;

• Distância linear 1-NA: distância, em milímetros, do ponto mais vestibular do incisivo superior até a linha NA;

• Distância linear 1-NB: distância, em milímetros, do ponto mais vestibular do incisivo inferior até a linha NB;

• Ângulo 1.NA: ângulo superior formado pela intersecção da linha do longo eixo do incisivo superior e a linha NA;

• Ângulo 1.NB: ângulo superior formado pela intersecção da linha do longo eixo do incisivo inferior e a linha NB;

• I1sup-horiz: Distância em milímetros da borda incisal do incisivo superior

até a linha horizontal;

• A1sup-horiz: Distância em milímetros do ápice da raíz do incisivo superior até a linha horizontal;

• I1inf-horiz: Distância em milímetros da borda incisal do incisivo inferior

até a linha horizontal;

• A1inf-horiz: Distância em milímetros do ápice da raíz do incisivo inferior até a linha horizontal;

• 6-Ptv: distância, em milímetros, da linha vertical pterigóide até o ponto

mais distal do primeiro molar superior, paralelo ao plano oclusal;

• 6-Ptv: distância, em milímetros, da linha vertical pterigóide até o ponto mais distal do primeiro inferior, paralelo ao plano oclusal;

• A6sup-horiz: Distância em milímetros do ápice da raíz mesial do primeiro

molar superior até a linha horizontal;

• C6sup-horiz: Distância em milímetros da ponta de cúspide mésio vestibular do primeiro molar superior até a linha horizontal;

• A6inf-horiz: Distância em milímetros do ápice da raíz mesial do primeiro

molar inferior até a linha horizontal;

• C6inf-horiz: Distância em milímetros da ponta de cúspide mésio vestibular do primeiro molar inferior até a linha horizontal.

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44

Figura 7 – Relação interdental

5) Tecidos Moles:

• Linha E-Li: distância, em milímetros, da linha E até o ponto Li;

• Pro nasal-Linha H: distância, em milímetros, do ponto pronasal até a linha H;

• Ângulo H-NB: ângulo formado pela intersecção das linhas H e NB.

Ângulo 1.1 Linha 1-NA Linha 1-NB Ângulo 1.NA Ângulo 1.NB I1sup-horiz A1sup-horiz I1inf-horiz A1inf-horiz 6 – Ptv 6 – Ptv A6sup-horiz C6sup-horiz A6inf-horiz C6inf-horiz

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Figura 8 – Tecidos moles

Linha E-Li Prn-Linha H Ângulo H.NB

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46

5.2.4. Tratamento ortopédico funcional

O AAE (figura 9) é composto por 2 segmentos de resina acrílica unidos

por uma mola coffin, molas frontais e arcos vestibulares presentes, tanto no

arco dentário superior quanto no inferior.

A mola Coffin é construída, empregando-se o fio de aço inoxidável de

diâmetro 1,0mm, estendendo-se da mesial do primeiro molar decíduo ou

primeiro premolar até a metade do primeiro molar permanente, sendo adaptada

a concavidade do palato. Este elemento constituinte pode ser ativado com o

alicate 139, acarretando a expansão do arco dentário superior quando

necessário e também orientar o posicionamento lingual.

As molas frontais são confeccionadas com fio de aço inoxidável 0,8mm

e são adaptadas verticalmente, direcionando-se de mesial de incisivo central

até a distal do incisivo lateral, mantendo-se a distância de 2,0 a 3,0mm das

faces palatinas destes elementos dentários. Quando posicionadas no sentido

vertical, dificultam a interposição lingual e quando ativadas podem promover o

movimento vestibular de incisivos, contribuindo para o alinhamento dentário na

região anterior.

Os arcos vestibulares são construídos com o fio de aço inoxidável

0,9mm, estendendo-se da metade do primeiro molar permanente, adaptando-

se na curvatura incisal e seguindo em direção posterior, obedecendo-se a

mesma delimitação anteriormente citada no lado oposto, passando em direção

ao rebordo alveolar do palato pela distal dos caninos decíduos ou caninos

permanentes. Estes elementos de fio são confeccionados para os arcos

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47

superior e inferior, mantendo-se uma mínima distância das faces vestibulares

dos dentes.

Todos os elementos de fio são incorporados na resina acrílica que

estende-se da metade da face oclusal dos dentes posterosuperiores até 1,0cm

abaixo da gengiva marginal no rebordo alveolar do palato No sentido sagital,

estende-se da distal do canino decíduo ou canino permanente até a distal do

último molar presente no arco dentário. Estes segmentos bilaterais de resina

direcionam-se para o arco inferior, permitindo o posicionamento da mandíbula

em relação de Classe I, devido à presença de endentações conseguidas com o

auxílio da mordida construtiva.

Figura 9 – Ativador Aberto Elástico de Klammt

As moldagens de trabalho para a confecção do AAE de Klammt foram

cuidadosamente realizadas pela mesma operadora e os procedimentos

laboratoriais de construção do aparelho foram efetuados sempre pelo mesmo

técnico. O tempo decorrido entre a moldagem e a instalação dos aparelhos não

ultrapassou do tempo de 10 dias para garantir a perfeita adaptação dos

mesmos.

No momento da instalação foram observados adaptação, coincidência

de linha média e avanço mandibular até a posição de topo a topo.

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48

Os pacientes foram orientados a usar o AAE por 24 horas por um

período de 12 meses, e removê-lo apenas no momento das refeições e prática

de esportes.

Os pacientes foram acompanhados mensalmente e as ativações

realizadas com o auxílio de alicate 139 e tridente, quando necessárias. As

ativações consistiram basicamente em abertura da mola coffin com auxílio da

ponta piramidal do alicate 139, para promover leve expansão do arco superior

e desgaste em porção acrílica interdental com brocas montadas em micromotor

para promover intercuspidação dentária.

5.2.5. Controle do erro

Os erros foram minimizados efetuando-se os traçados, sempre pelo

mesmo operador e empregando-se uma lapiseira com grafite 0,3 mm e do

recurso da sala escurecida. Para a avaliação do erro sistemático e casual,

foram sorteadas 6 telerradiografias (37,5%) para a obtenção de um segundo

conjunto de cefalogramas e medidas cefalométricas, as quais foram

comparadas com as respectivas variáveis cefalométricas pertencentes ao

primeiro conjunto de medidas. Para o erro casual foram empregados o limite de

Concordância de Bland e Altman e Coeficiente de Concordância de Lin e para

o erro sistemático foi empregado o teste t de Student.

5.2.6. Análise Estatística

As alterações dentoesqueléticas decorrentes do tratamento da má

oclusão de Classe II, divisão 1 com o aparelho AAE foram determinadas pela

comparação das medidas cefalométricas iniciais e pós-tratamento por meio do

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emprego do teste t de Student para dados pareados, em nível de significância

de 5%.

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Efeitos dentoesqueléticos e tegumentares do aparelho Klammt na má oclusão

de Classe II

ABSTRACT

Aim: O propósito deste estudo foi avaliar os efeitos dentoesqueléticos e

tegumentares resultantes do tratamento de pacientes portadores da má

oclusão de Classe II caracterizada pela deficiência mandibular com o aparelho

ortopédico funcional ativador aberto elástico de Klammt (AAE).

Methods: Foram avaliadas telerradiografias em norma lateral das fases inicial

(T1) e final da fase ortopédica (T2) de 16 pacientes com má oclusão de Classe

II, divisão 1, sendo que a idade variou de 9 anos a 11, 2 anos e média de idade

de 9,9 anos. Os pontos cefalométricos foram demarcados e as medidas

cefalométricas foram obtidas pelo mesmo pesquisador para se evitar a

variabilidade interobservadores.

Results: O AAE promoveu um aumento do AFAI, aumento do comprimento

mandibular efetivo, rotação horária da mandíbula, retrusão e verticalização dos

incisivos superiores, proclinação e protrusão de incisivos inferiores, extrusão

dos molares superiores, mesialização dos molares inferiores e projeção

anterior do lábio inferior.

Conclusion: As alterações esqueléticas compensatória e as alterações

dentoalveolares, foram os fatores determinantes para a melhoria da relação

oclusal e da estétical facial.

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Clinical significance: O AAE será bem indicado em pacientes com má

oclusão de Classe II por deficiência mandibular com trespasse horizontal

aumentado e incisivos superiores proclinados e incisivos inferiores

verticalizados.

Keywords: Activator, Orthopedic appliance, Class II malocclusion,

Cephalogram.

How to cite this article: Lemes-Inamassu SM. Fuziy A. Efeitos

dentoesqueléticos e tegumentares do aparelho ativador aberto elástico de

Klammt na má oclusão de Classe II. J. Contemp Dent Pract 2012.

Source of support: Nil

Conflict of interest: None declared.

INTRODUCTION

A má oclusão de Classe II apresenta uma elevada prevalência na

população1-5 resultando de combinações de componentes esqueléticos e

dentários3,6. A retrusão esquelética mandibular é o fator que mais contribui para

a determinação deste problema sagital6,7. Nesse contexto, diversos dispositivos

propulsores mandibulares tem sido utilizados para a correção da Classe II8-11. A

efetividade desta terapia depende de um correto diagnóstico, da idade12, do

padrão morfogenético do paciente, nível de tolerância, grau de cooperação

individual10,12 e dos familiares e tempo de tratamento10.

O momento ideal para a aplicação da Ortopedia dentofacial está

diretamente relacionada com o período de aceleração e de intenso

crescimento, sendo que os aparelhos ortopédicos funcionais visam promover

as alterações maxilomandibulares e dentoalveolares que contribuem para a

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55

correção da relação oclusal e para o estabelecimento da função muscular

adequada na fase do crescimento4,13. A execução do tratamento precoce

promove uma melhora na estética facial, reintegração da criança ao seu

convívio social13, redução do número de extrações, simplificação da

movimentação ortodôntica e menor necessidade de cirurgias ortognáticas14,15.

Diversos são os aparelhos que se caracterizam pelo mecanismo de ação

da propulsão mandibular para correção da má oclusão de Classe II, dentre os

quais pode-se citar o aparelho ortopédico funcional, desenvolvido por Klammt,

em 1953. Esse aparelho foi denominado de ativador aberto elástico (AAE),

sendo considerado um ativador por induzir o posicionamento anterior da

mandíbula e estimular a atividade dos músculos faciais; elástico por ser

constituído de dois segmentos de acrílico unidos por um fio de aço, em forma

de mola coffin, o que propicia a expansão das arcadas dentárias, melhorando a

forma de arco, alinhando os dentes e modificando o plano oclusal funcional; e

aberto devido à redução ou à ausência do acrílico na região anterior do palato,

o que torna possível o contato entre a língua e a mucosa palatina16,17. O AAE

age livremente na cavidade bucal, sendo estabilizado pela ação mecânica da

língua e tecidos musculares, possibilitando que a força atue intermitentemente

sobre os ossos maxilares e dentes, induzindo alterações no crescimento e

estabelecendo novas relações morfológicas18.

Este aparelho ortopédico pela sua simplicidade, modo de ação e tamanho

reduzido tornou-se um dispositivo de grande aceitação na Ortodontia, assim

sendo este estudo objetivou analisar os efeitos dentoesqueléticos e

tegumentares decorrentes do emprego do AAE no tratamento da má oclusão

de Classe II, divisão 1.

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56

AIMS AND OBJECTIVES

O presente estudo teve como objetivo analisar os efeitos

dentoesqueléticos e tegumentares decorrentes do uso do AAE de Klammt no

tratamento de indivíduos portadores de má oclusão de Classe II, divisão 1

caracterizados pela deficiência mandibular.

MATERIALS AND METHODS

O grupo de estudo constituiu-se de 16 pacientes leucodermas brasileiros

(11 do gênero feminino e 05 do gênero masculino) com a idade inicial variando

de 9 anos e 11, 2 anos e média de idade de 9, 9 anos. Os critérios básicos

para a inclusão na amostra foram: relação dentária de Classe II, divisão 1 de

Angle, característica facial de deficiência sagital da mandíbula, dentadura

mista, ausência de perdas dentárias prematuras, não tratados

ortodonticamente. Todas as crianças selecionadas encontravam-se na fase

circumpuberal de crescimento13 e foram tratadas com o AAE por tempo médio

de 381 dias (Figura 1).

Figure 1: Aparelho ativador aberto elástico de Klammt

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Foram obtidas telerradiografias em norma lateral das fases inicial (T1) e

final da fase ortopédica (T2). Os cefalogramas, os pontos cefalométricos e as

medidas angulares e lineares foram determinados manualmente pelo

pesquisador (S.M.I-L.) (Figura 2, Tabelas 1 e 2).

Como critério de padronização, as moldagens e obtenção dos modelos de

gesso para a confecção do AAE foram cuidadosamente realizados pelo mesmo

operador (S.M. I-L). A construção do aparelho foi efetuada sempre pelo mesmo

técnico. No momento da instalação, foram observados a adaptação,

coincidência da linha média, avanço mandibular até a posição de topo-a-topo.

Os pacientes foram orientados a utilizar o AAE 24 horas por dia, exceto

durante as refeições e na prática de esporte, pelo período de 12 meses, sendo

acompanhados mensalmente.

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Figure 2: Cefalometric landmarks

Table 1: Cephalometric landmarks, lines and planes

S Sella turcica Ba Basion N Nasion A Subspinale B Supramentale Pg Pogonion Gn Gnathion Me Menton Pt Pterigoide D Point located at center of the madibular

sinphisis

N

L1E

Go

Po

S

ANS

U1A

U1E

UL

Sn

Gn

Pg

B

L1A

Me

Pg'

U6MA

L6D

L6MA

L6MC

Or

LL

A

U6MC

U6D

PNS

Co

Pr

Ba

OC6

Pt

D

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Table 2: Skeletal cephalometric variables Maxillary skeletal 1. SNA: SN to NA angle 2. A-NPerp: linear distance from A-point to nasion-perpendicular(a line perpendicular to Frankfort plane, through nasion) 3. A- Vert: linear distance from A-point to vertical line (a line perpendicular to horizontal line, through to S. 4. ANS-Vert: linear distance from ANS point to vertical line 5. PNS-Vert: linear distance from PNS point to vertical line Mandibular skeletal 6. SNB: SN to NB angle 7. SND: SN to ND angle 8. Pg-NPerp: linear distance from pogonion to nasion-perpendicular 9.B-Vert: linear distance from B-point to vertical line 10. Pg-Vert: linear distance from Pg-point to vertical line 11.Go-Vert: linear distance from Go-point to vertical line Maxillomandibular 12. N-Vert: linear distance from N-point to vertical line 13. ANB: NA to NB angle 14. Wits: linear distance from projection of the A-point on the functional occlusal plane to projection B-point on the functional occlusal plane

Go Gonion Co Condylion ANS Anterior nasal spine PNS Posterior nasal spine U1E Upper central incisor edge U1A Upper central incisor apex L1E Lower central incisor edge L1A Lower central incisor apex U6MC Upper first molar mesial cusp U6MA Upper first molar mesial apex U6D Upper first molar distal L6MC Lower first molar mesial cusp L6MA Lower first molar mesial apex L6D Lower first molar distal OC6 Occlusal contact of the first molars OCPM Occlusal contact of the premolars Po Porion Or Orbitale Pr Pronasale (most anterior point on the

nose) Sn Subnasale UL Upper lip (most anterior point of the upper

lip) LL Lower lip (most anterior point of the lower

lip) Pg’ Soft-tissue pogonion

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60

15. Co-A: linear distance from Co-point to A-point 16. Co-Gn: linear distance from Co-point to Gn-point Vertical skeletal 17. SN.GoGn: SN to GoGn angle 18. NSGn: Angle between points N, S, and Gn 19. LAFH (lower anterior face height): distance from anterior nasal spine to Me-point Maxillary dentoalveolar 20. U1-NA: maxillary incisor long axis to NA angle 21. U1-NA: distance between the maxillary central incisor edge and the NA line 22. U1E-Horiz: linear distance from U!E-point to horizontal line (7,0 degree in relationship to SN line) 23. U1A: linear distance from U1A-point to horizontal line 24.U6D-PTV: linear distance from U6D-point to pterygoid vertical line 25. U6MC- Horiz: linear distance from U6MC-point to horizontal line 26. U6MA- Horiz: linear distance from U6MA-point to horizontal line Mandibular dentoalveolar 27. <L1-NB: mandibular incisor long axis to NB angle 28. L1-NB: distance between the mandibular central incisor edge and the NB line 29. L1E-Horiz: linear distance from L1E-point to horizontal line 30. L1A-Horiz: linear distance from L1A-point to horizontal line 31. L6D-PTV: distance from L6D-point to horizontal line 32. L6MC-Horiz: distance from L6MC-point to horizontal line 33. L6MA-Horiz: distance from L6MA-point to horizontal line 34. <U1-L1: angle between the long axis of maxillary and mandibular incisors Soft-tissue profile 35. LL- E plane: distance from the lower lip to the esthetic plane of Ricketts (line from Pg= to Pr)

STATISTICAL ANALYSIS

Com o propósito de determinar a confiabilidade do método, 30 dias após

a obtenção do primeiro conjunto de medidas, as telerradiografias de 6

pacientes, totalizando 37,5% da amostra, foram selecionadas aleatoriamente

para repetição das mensurações. Empregou-se o Limite de Concordância de

Bland e Altman e Coeficiente de Concordância de Lin. A comparação entre as

duas repetições foi realizada por meio do teste t de Student (Tabela 3).

A análise estatística, adotando-se o nível de significância 0,05, nível de

confiança de 95% foi efetuada utilizando-se o software R: A language and

eavironment for statistical computing, R. Development Core Team (2011), R.

Foundation for Statistical computing, Vienna, Austria. A estatística descritiva

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61

proporcionou a descrição da amostra e a comparação entre as medidas antes

e depois da utilização do AAE foi realizada utilizando o teste t de Student.

Tabela 3 – Resultados da avaliação da repetibilidade.

Variable

Repetição 1

Repetição 2

Viés EP P-

valor IC LC

LC CC

Média

DP Média

DP LI LS

<SNA (degree)

81,17 3,43 81,33 2,94 -0,17 0,48 0,741 [-

1,39; 1,06]

[-2,5; 2,17]

[-4,63; -0,38]

[0,05; 4,3]

0,932

A-NPerp (mm)

0,50 2,42 0,67 2,73 -0,17 0,38 0,677 [-

1,13; 0,8]

[-2,01; 1,68]

[-3,69; -0,33]

[0,00; 3,35]

0,934

A-Vert (mm) 59,65 6,98 59,98 7,48 -0,33 0,31 0,343 [-

1,12; 0,47]

[-1,84; 1,19]

[-3,22; -0,46]

[-0,19; 2,57]

0,993

ANS-Vert(mm)

63,70 7,55 64,03 7,25 -0,32 0,53 0,564 [-

1,68; 1,03]

[-2,9; 2,25]

[-5,24; -0,56]

[-0,09; 4,59]

0,984

PNS-Vert(mm)

16,06 2,70 16,83 2,53 -0,78 0,45 0,142 [-

1,92; 0,37]

[-2,96; 1,41]

[-4,94; -0,97]

[-0,58; 3,39]

0,875

<SNB(degree)

76,00 4,15 76,67 3,98 -0,67 0,49 0,235 [-

1,94; 0,6]

[-3,09; 1,76]

[-5,29; -0,89]

[-0,45; 3,96]

0,943

<SND(degree)

73,17 3,97 74,00 3,79 -0,83 0,48 0,141 [-

2,06; 0,39]

[-3,17; 1,5]

[-5,3; -1,05]

[-0,62; 3,63]

0,933

Pg-NPerp(mm)

0,64 9,47 1,39 10,3

5 -0,75 0,70 0,332

[-2,55; 1,05]

[-4,17; 2,67]

[-7,29; -1,06]

[-0,44; 5,79]

0,982

B-Vert(mm) 50,48 8,96 51,08 9,82 -0,60 0,90 0,535 [-

2,91; 1,71]

[-5,01; 3,81]

[-9,02; -1]

[-0,2; 7,82]

0,971

Pg-Vert(mm) 51,87 10,12 51,08 10,8

6 0,78 0,44 0,134

[-0,35; 1,91]

[-1,37; 2,93]

[-3,32; 0,59]

[0,98; 4,89]

0,992

Go-Vert(mm) 8,36 5,03 8,50 5,14 -

0,14 0,57 0,812

[-1,6; 1,31]

[-2,92; 2,63]

[-5,44;

-0,39]

[0,11; 5,15]

0,962

N-Vert(mm) 61,66 5,27 61,37 6,25 0,29 0,52 0,598 [-

1,04; 1,62]

[-2,25; 2,83]

[-4,55; 0,06]

[0,52; 5,14]

0,975

<ANB(degree)

5,00 2,61 5,00 2,53 0,00 0,26 1,000 [-

0,66; 0,66]

[-1,26; 1,26]

[-2,41;

-0,12]

[0,12; 2,41]

0,970

Wits(mm) -2,35 1,93 -1,09 3,11 -

1,26 1,16 0,329

[-4,25; 1,73]

[-6,96; 4,44]

[-12,13

; -1,78]

[-0,74; 9,62]

0,352

Co-A(mm) 78,76 8,18 79,53 7,40 -

0,78 0,37 0,092

[-1,73; 0,18]

[-2,6; 1,05]

[-4,25;

-0,94]

[-0,61; 2,7]

0,988

Co-Gn(mm) 98,37 9,45 98,98 8,87 -

0,62 0,40 0,182

[-1,64; 0,41]

[-2,57; 1,33]

[-4,34;

-0,79]

[-0,44; 3,11]

0,992

<SN-GoGn (degree)

35,00 8,00 36,00 10,0

6 -

1,00 1,41 0,511

[-4,64; 2,64]

[-7,93; 5,93]

[-14,22

; -1,63]

[-0,37; 12,22

]

0,922

NS-Gn (degree)

69,17 6,31 69,17 6,49 0,00 0,26 1,000 [-

0,66; 0,66]

[-1,26; 1,26]

[-2,41;

-

[0,12; 2,41]

0,995

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62

0,12]

LAFH(mm) 56,33 5,65 56,01 5,71 0,32 0,39 0,457 [-

0,69; 1,33]

[-1,61; 2,24]

[-3,36; 0,14]

[0,49; 3,99]

0,984

<U1-NA(degree)

23,33 8,07 23,33 7,55 0,00 0,73 1,000 [-

1,88; 1,88]

[-3,58; 3,58]

[-6,83;

-0,33]

[0,33; 6,83]

0,974

U1-NA(mm) 4,49 2,68 4,49 2,31 0,00 0,35 1,000 [-

0,89; 0,89]

[-1,7; 1,7]

[-3,24;

-0,15]

[0,15; 3,24]

0,942

U1E-Horiz(mm)

62,82 5,23 63,59 5,18 -

0,78 0,71 0,325

[-2,6; 1,05]

[-4,26; 2,71]

[-7,42;

-1,09]

[-0,46; 5,87]

0,934

U1A-Horiz(mm)

41,03 4,06 41,50 4,84 -

0,48 0,48 0,363

[-1,7; 0,75]

[-2,8; 1,85]

[-4,92;

-0,69]

[-0,26; 3,97]

0,961

<L1-NB(degree)

28,67 7,89 29,67 7,26 -

1,00 0,45 0,076

[-2,15; 0,15]

[-3,19; 1,19]

[-5,18; -1,2]

[-0,8; 3,18]

0,981

L1-NB(mm) 5,60 2,91 5,60 3,15 0,00 0,25 1,000 [-

0,63; 0,63]

[-1,2; 1,2]

[-2,29;

-0,11]

[0,11; 2,29]

0,980

L1E-Horiz(mm)

59,70 6,60 59,71 6,79 -

0,01 0,34 0,982

[-0,89; 0,87]

[-1,69; 1,67]

[-3,21;

-0,16]

[0,14; 3,19]

0,992

L1A-Horiz(mm)

76,80 4,63 76,79 4,59 0,01 0,24 0,974 [-

0,61; 0,62]

[-1,16; 1,18]

[-2,23; -0,1]

[0,12; 2,24]

0,992

U6D-PTV(mm)

10,76 3,37 10,91 3,41 -

0,15 0,29 0,624

[-0,89; 0,59]

[-1,56; 1,26]

[-2,84;

-0,28]

[-0,02; 2,54]

0,977

U6MC-Horiz(mm)

55,82 3,06 56,13 3,24 -

0,32 0,20 0,175

[-0,83; 0,2]

[-1,3; 0,66]

[-2,19;

-0,41]

[-0,23; 1,56]

0,983

U6MA-Horiz(mm)

38,85 3,59 38,70 2,85 0,15 0,44 0,745 [-

0,97; 1,27]

[-1,99; 2,29]

[-3,93;

-0,05]

[0,35; 4,23]

0,945

L6D-PTV(mm)

9,81 3,47 9,34 3,27 0,47 0,40 0,301 [-

0,57; 1,51]

[-1,52; 2,45]

[-3,32; 0,29]

[0,65; 4,25]

0,948

L6MC-Horiz(mm)

56,28 3,23 56,75 3,37 -

0,47 0,21 0,076

[-1; 0,07]

[-1,49; 0,56]

[-2,42;

-0,56]

[-0,37; 1,49]

0,978

L6MA-Horiz(mm)

72,78 3,28 72,93 2,84 -

0,15 0,29 0,624

[-0,89; 0,59]

[-1,56; 1,26]

[-2,84;

-0,28]

[-0,02; 2,54]

0,973

U1-L1(degree)

122,83 5,23 122,17 3,60 0,67 0,84 0,465 [-1,5; 2,83]

[-3,46; 4,8]

[-7,22; 0,29]

[1,04; 8,55]

0,884

LinhaE-Li(mm)

1,11 1,11 1,11 1,11 0,00 0,00 0,001 [0; 0] [0; 0] [0; 0] [0; 0] 1,00

0 DP = Desvio Padrão EP = Erro padrão do viés P-valor = p-valor da comparação entre as duas repetições, valores menores que 0,05 indicam diferença estatística. IC = intervalo de 95% de confiança para o viés LC = limites de concordância de Blant e Altman LI = intervalo de 95% de confiança para o limite inferior do LC LS = intervalo de 95% de confiança para o limite superior do LC CC = coeficiente de concordância de Lin

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63

Tabela 4– Estatísticas descritivas das avaliações antes e após o uso do tratamento e resultado da comparação entre os tempos (p-valor).

Variable Antes Depois P-

valor Média DP Min Med Max Média DP Min Med Max

<SNA (degree) 82,13 2,68 78,00 82,00 86,00 81,81 2,26 77,00 82,00 85,00 0,464

A-NPerp (mm) 0,26 3,27 -4,20 0,00 8,55 0,44 2,83 -4,50 0,00 5,70 0,730

A-Vert (mm) 61,29 5,49 53,10 60,40 70,30 60,93 4,66 51,30 61,65 67,50 0,681

ANS-Vert (mm) 65,51 5,57 55,80 64,80 75,05 64,82 5,07 54,90 64,80 72,20 0,509

PNS-Vert (mm) 16,15 2,52 12,35 16,20 19,95 17,20 2,39 13,50 18,03 20,70 0,067

<SNB (degree) 77,13 2,96 72,00 77,00 81,00 76,94 2,77 72,00 77,50 81,00 0,734

<SND (degree) 73,94 2,95 69,00 74,00 79,00 73,88 2,96 67,00 74,50 78,00 0,903

Pg-NPerp (mm) 0,63 8,94 -13,65 -0,90 16,80 1,38 9,86 -18,00 1,35 17,10 0,434

B-Vert (mm) 52,59 6,51 43,70 52,18 65,55 53,75 4,93 40,50 54,90 59,40 0,330

Pg-Vert (mm) 53,93 7,29 43,05 54,30 68,40 53,34 5,53 39,60 54,00 60,35 0,621

Go-Vert (mm) 8,38 4,44 0,00 7,85 19,80 9,03 4,63 1,70 8,78 18,90 0,285

N-Vert (mm) 62,30 4,50 54,90 62,55 68,40 61,61 4,70 50,35 62,10 67,50 0,476

<ANB (degree) 4,94 1,61 1,00 5,00 7,00 4,81 1,91 0,00 5,00 7,00 0,728

Wits (mm) -1,39 2,64 -5,40 -1,83 4,50 -0,85 3,94 -6,30 -0,93 9,90 0,587

Co-A (mm) 80,50 7,07 69,30 79,53 91,20 81,88 5,16 72,90 80,43 89,30 0,152

Co-Gn (mm) 97,14 5,60 88,35 96,15 109,00101,53 6,36 93,60 99,00 113,05 0,015

<SN-GoGn (degree) 32,88 5,19 23,00 31,50 41,00 34,81 6,48 25,00 34,00 50,00 0,033

<NS-Gn (degree) 68,63 4,22 59,00 68,00 76,00 69,81 3,66 62,00 69,00 77,00 0,039

LAFH (mm) 57,05 4,66 48,60 55,38 63,80 59,10 5,10 52,20 58,50 68,40 0,008

<U1-NA (degree) 25,63 5,63 16,00 25,00 39,00 19,69 4,98 13,00 18,50 30,00 <0,001

U1-NA (mm) 5,18 1,86 2,85 5,00 9,50 3,88 1,66 1,90 3,60 7,60 0,007

U1E-Horiz (mm) 63,73 4,87 55,80 63,38 72,62 66,22 5,31 56,70 66,55 74,70 0,001

U1A-Horiz (mm) 40,15 3,60 34,65 39,90 45,60 42,38 4,19 35,70 42,28 51,30 0,006

U6D-PTV (mm) 11,34 2,85 7,60 10,95 17,10 11,49 2,81 5,95 12,15 17,10 0,785

U6MC-Horiz (mm) 56,18 3,68 49,50 55,85 63,65 58,05 3,70 52,20 57,60 65,70 0,003

U6MA-Horiz (mm) 37,58 3,09 33,25 37,20 42,90 39,90 4,16 32,30 39,28 48,60 0,003

<L1-NB (degree) 27,81 6,06 18,00 29,00 38,00 30,50 4,27 25,00 29,50 39,00 0,067

L1-NB(mm) 4,79 1,60 1,80 5,00 7,35 5,89 1,75 3,40 5,55 9,00 0,005

L1E-Horiz(mm) 58,68 5,06 47,70 58,70 66,00 62,80 4,94 55,25 61,93 72,90 <0,001

L1A-Horiz(mm) 77,64 4,97 69,30 76,85 85,80 80,41 4,97 72,00 79,65 90,90 0,007

L6-PTV (mm) 9,50 3,02 5,70 8,25 17,10 11,09 2,64 5,10 11,25 16,15 0,006

L6MC-Horiz (mm) 56,30 3,29 50,40 55,85 62,70 58,68 4,19 52,20 58,50 68,40 0,006

L6MA-Horiz (mm) 73,94 4,53 66,60 73,50 82,50 76,06 5,34 64,80 74,88 87,30 0,070

U1-L1 (degree) 122,94 8,04 110,00121,00138,00125,06 6,32 117,00123,00 136,00 0,288

LL- E plane (mm) 1,54 1,46 0,00 1,43 3,80 0,92 1,50 -1,80 0,93 3,80 0,047 DP = Desvio Padrão Min = Mínimo Med = Mediana Max = Máximo P-valor = p-valor da comparação entre antes e depois do uso do aparelho.

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64

RESULTS

A Tabela 3 apresenta os resultados Limite de Concordância de Bland e

Altman e Coeficiente de Concordância de Lin, sendo que do total de 35

variáveis não se observou diferenças significantes entre as mensurações

efetuadas em dois tempos distintos. Na Tabela 4, verifica-se que as diferenças

significantes foram constatadas nas variáveis esqueléticas (Co-Gn, <SN-GoGn,

<NS-Gn, LAFH); variáveis dentárias (<U1-NA, U1-NA, U1E-Horiz, U1A- Horiz,

U6MC-Horiz, U6MA-Horiz, L1-NB, L1E-Horiz, L1A-Horiz, L6D-PTV, L6MC-

Horiz) e variável de tecido mole (LL-E plane).

DISCUSSION

Maxillary changes

O AAE é um aparelho ortopédico comumente usado para a correção da

má oclusão de Classe II, divisão 1 por deficiência mandibular. Os efeitos

restritivos do crescimento da maxila tem sido reportado com o uso do

AAE10,18,19. Neste estudo, embora não tenha sido observado nenhuma

alteração significante no posicionamento sagital da maxila segundo o <SNA e

as medidas lineares A-NPerp, A-Vert e ANS-Vert, verificou-se que as médias

destas variáveis apresentaram valores discretamente diminuídos (Tabela 4),

concordando com a literatura que também não encontrou resultados

significantes com relação as mudanças ortopédicas na maxila promovidas pelo

ativador de Andresen20,21 e aparelho de Fränkel8.

Mandibular changes

As variáveis <SNB e <SND não mostraram alterações significativas com o

uso do AAE, assim como o posicionamento do ponto Pg avaliado pelas

medidas Pg-NPerp, Pg-Vert. O comprimento mandibular efetivo (Co-Gn)

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65

demonstrou um aumento estatisticamente significante, sendo que variou de

97,14 +_5,60SD para 101,53 +- 6,36 SD. Um alongamento adicional

significante no comprimento efetivo da mandíbula foi reportado com o uso de

aparelhos ortopédicos funcionais para a correção da Classe II, divisão 14,

sendo que essa constatação parece ser unânime em outros estudos8-11,18,19.

Vertical changes

A LAFH teve um aumento estatisticamente significante de 57,05+- 4,66

SD para 59,10 +- 5,10 SD. Os ângulos NS.Gn e SN.GoGn apresentaram

aumentos significantes de 32,88 +- 5,19 SD para 34,81 +- 6,48 SD e 68,63 +-

4,22 para 69,81 +- 3,66 SD, respectivamente. Estes aumentos justificam a

ocorrência da rotação horária da mandíbula. Resultados semelhantes foram

encontrados com o emprego do AAE19 e com a utilização de outros aparelhos

funcionais4,20. Vale ressaltar que a correção da Classe II envolve não apenas o

avanço anterior da mandíbula, mas também o crescimento vertical12. A cada

milímetro de aumento da altura facial anteroinferior, camufla-se um milímetro

de aumento no comprimento mandibular, dessa forma um avanço do pogônio

parece não ser evidente se a dimensão vertical for aumentada junto com o

comprimento mandibular4.

Dental changes

O emprego do AAE promoveu alterações dentárias significantes, sendo

que os incisivos superiores foram verticalizados, o que pode ser comprovado

pela variável <U1-NA que diminuiu de 25,63+-5,63 SD para 19,69 +-4,98 SD e

pela redução em U1-NA de 5,18+- 1,86 SD para 3,88+-1,66 SD. Os incisivos

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66

inferiores proclinaram-se e protruíram-se, confirmado pelo aumento na variável

L1E-Horiz de 58,68 +- 5,06 SD para 62,80 +- 4,94 SD e pelos aumentos em

L1A-Horiz de 77,64 +- 4,97 SD para 80,41 +- 4,97 SD e de L1-NB de 4,79 +-

1,60 SD para 5,89 +- 1,75 SD. Este resultado também pode ser verificado em

outros estudos8,11,12,18-21.

Houve extrusão significante dos primeiros molares superiores observado

pelo aumento médio de 1,87mm (DP+-2,07) em U6E-Horiz e de 2,32mm (DP+-

2,66) em U6A-Horiz, demonstrando um incremento na erupção dos molares

superiores com o emprego do AAE18.

Os molares inferiores mesializaram, sendo confirmado pelo aumento L6D-

PTV em torno de 1,59mm (DP+-2,0), o que denotou um efeito positivo para a

melhoria da relação molar de Classe II.

Soft-tissue changes

O lábio inferior mostrou um deslocamento para anterior significante

observada pela redução da medida LL-E plane de 1,54 +- 1,46 SD para 0,92 +-

1,50. Com relação aos efeitos tegumentares, a posição dos lábios é

influenciada não apenas por mudanças esqueléticas, mas também pela

modificação na inclinação e posição dos dentes anteriores11,12, o que foi

comprovado pelo deslocamento para anterior do lábio inferior com o uso da

aparelho ativador4,21. As alterações significantes no sulco mento labial foram

encontrados com o uso do bionator e ativador22.

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67

CONCLUSION

As alterações esqueléticas caracterizadas pelo aumento no comprimento

mandibular e as alterações dentoalveolares com destaque para a verticalização

e retrusão dos incisivos superiores e proclinação de incisivos inferiores e

posicionamento mesial dos molares inferiores foram os fatores determinantes

para a a melhoria da relação oclusal e da estética facial pelo deslocamento do

lábio inferior para a anterior.

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18 years. Am J of Orthod and Dentofacial Orthop oct 1951:37(10);751-

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