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ANO XXIX - Nq 35 CAPITAL FEDERAL QUARTA-FEIRA, 8 DE MAIO DE 1974 CÂMARA DOS DEPüTADOS :----------------- S UMÂ RIO 1- 37." SESSãO DA 4." SESSãO LEGISLATIVA DA 7." LEGISLATURA EM 7 DE MAIO DE 1974 I- Abertura da Sessão TI - Leitura e assinatura da ata da sessão anterior IH - Leitura do Expediente PROJETOS A IMPRIMIR Proj eto de Lei n.v 1. 7ü3-A. de 1973 (Do Sr. Juarez Bernardes) - Dispõe sobre a obrigatoriedade de os vendedores ambulantes se registrarem junto às repartições policiais de ordem política e social: tendo parecer, da Comissão de Constituição e Justiça, pela inconstltucionalidade. Projeto de Lei n.O 1. 7ü9-A, de 1973 (Da Comissão Especial de Segurança de Veículos Automotores e de Tráfego) - Institui o exame eletroencefalográfico para motoristas profissionais e determina outras providências; tendo parecer. da Comissão de Constituição e Justiça. pela constitucionalidade, juridicidade e, no mérito. pela aprovação. Projeto de Lei n.o 1.715-A, de 1973 (Da Comissão Especial de Segurança de Veiculos Automotores e de Tráfego) - Torna obrlgatórío o uso de helicópteros no socorro de acidentados em rodovias, e determina outras providências; tendo parecer. da Comissão de Constituição e Justiça. pela constitucionalidade, juridicidade e. no mérito. pela aprovação. Projeto de Lei n.v 1. 749-A, de 1973 (Do Sr. Geraldo Bulhões) - Introduz alteração no artigo 42 do Decreto-lei n.O 960. de 17 de dezembro de 1938, que dispõe sobre a cobrança judicial de Divida Pública. a fim de facultar ao terceiro. possuidor de bens penhorados, opor embargos na alegação e prova de seu direito; tendo parecer, da Comissào de Constituícáo e Justiça. pela cons- titucionalidade e jundicidade e, contra o voto do Sr. Alceu CoUa- res, pela rejeição. no mérito. PRO.TE'rOS APRESENTADOS Projeto de Lei n.o 1.942, de 1074 (Do Sr. Maurício Toledo) - Dispõe sobre a obrigatoriedade de as empresas gravadoras de discos realizarem gravações com conjuntos musicais executantes de "choros" e outras providências. Projeto de Lei n.O 1.943, de 1974 (Do Sr. Francisco Amaral} - Dlspôo sobre a participação de atletas estrangeiros em equipes nacionais de basquetebol e outras providências. Projeto de Lei n.o 1.944. de 1974 (Do Sr. Francisco Amaral) - Torna obrigatória a inclusão de psícolólogo em delegações esportivas que participem de eompettções internacionais. Projeto de Lei n.O 1.948. de 1974 IDo Sr. ária Theodoro) - Exige atestado de sanidade física e mental para candidatos a cargos eletivos. IV - Pequeno Expediente ADHEMAR DE BARROS FILHO - Reforma do Poder Judi- ciário. ALCIR PIJ.\1ENTA- Regulamentação da profissão de propa- gandista e vendedor de produtos farmacêuticos. ARTHUR FONSECA - Necrológio de Dom Silvio Maria Dárío. Bispo da Diocese de Itapeva, São Paulo. FREITAS NOBRE - A alta do custo de vida eo Relatório dos Ministros Mário Simonsen e Reis Venoso ao Presidente Geisel. HOMERO SANTOS - Escolha do Dr. Luiz Cláudio de Almei- da Magalhães para Presidente de FURNAS. JOSÉ MANDELLI - 56 o aniversário de emancipação polí- tico-administrativa de Erechim, Rio Grande do Sul. GETúLIO DIAS - Fechamento dos moinhos coloniais. REZENDE MONTEIRO - Asfaltamento da BR-158, trecho Jatai-Barra do Garça. ARGILANO DARIO - Planejamento familiar. SIQUEIRA CAMPOS - Homenagem ao Dr. Alvaro Simões. Diretor Executivo da Coordenacão de Assuntos Internacionais do Mímstério da Saúde. . TúLIO VARGAS - O Paraná no contexto ferroviário. FRANCISCO AMARAL - Importância de Organizacão "Emmanuel", de Franca. São Paulo. na indústria brasileira de calçados. FLORIM COUTINHO - Recrudeseimento da acão dos Es- quadrões da Morte na Guanabara. ' PEIXOTO FILHO - Cobrança de taxas pelo Governo do Estado do Rio de Janeiro. AMAURY MüLLER - Retração de crédito. Decisão da Justi- ça de Passo Fundo no processo instaurado pela Companhia Estadual de Energia Elétrica contra posseiros da Reserva do Capurljuí, Rio Grande do Sul. CÉSAR NASCIMENTO - Remuneração de Vereadores. JG DE ARAúJO JORGE - Prisão do Sr. David Capistrano da Costa. ALFEU GASPARINI - Dragá para Ribeirão Preto São Paulo. Oportunidade escolar visando à recuperação do presi- diário. DÉLSON SCARANO - Relatório do CONSIDER sobre o setor siderúrgico no País. JOSÉ BONIFÁCIO NETO - Utilização da energia nuclear pelo Brasil. PADRE NOBRE - Adocão de livro único e substituicão do livro didático anualmente. . . JOSÉ CAMARGO - 18. 0 Congresso Estadual de Municípios, Campinas. São Paulo. ELOY LENZI - Aut-o-suficiência do Brasil na producào de trigo. JERóNIMO SANTANA - O Projeto de Ooloníaaçâo Jy-Pa- ranã ou Cacoal. Território de Rondônia.

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  • ANO XXIX - Nq 35 CAPITAL FEDERAL QUARTA-FEIRA, 8 DE MAIO DE 1974

    CÂMARA DOS DEPüTADOS:----------------- S UMÂ R I O

    1 - 37." SESSãO DA 4." SESSãO LEGISLATIVA DA 7."LEGISLATURA EM 7 DE MAIO DE 1974

    I - Abertura da Sessão

    TI - Leitura e assinatura da ata da sessão anterior

    IH - Leitura do Expediente

    PROJETOS A IMPRIMIR

    Proj eto de Lei n.v 1. 7ü3-A. de 1973 (Do Sr. Juarez Bernardes)- Dispõe sobre a obrigatoriedade de os vendedores ambulantesse registrarem junto às repartições policiais de ordem políticae social: tendo parecer, da Comissão de Constituição e Justiça,pela inconstltucionalidade.

    Projeto de Lei n.O 1. 7ü9-A, de 1973 (Da Comissão Especialde Segurança de Veículos Automotores e de Tráfego) - Instituio exame eletroencefalográfico para motoristas profissionais edetermina outras providências; tendo parecer. da Comissão deConstituição e Justiça. pela constitucionalidade, juridicidade e,no mérito. pela aprovação.

    Projeto de Lei n.o 1.715-A, de 1973 (Da Comissão Especialde Segurança de Veiculos Automotores e de Tráfego) - Tornaobrlgatórío o uso de helicópteros no socorro de acidentados emrodovias, e determina outras providências; tendo parecer. daComissão de Constituição e Justiça. pela constitucionalidade,juridicidade e. no mérito. pela aprovação.

    Projeto de Lei n.v 1. 749-A, de 1973 (Do Sr. Geraldo Bulhões)- Introduz alteração no artigo 42 do Decreto-lei n.O 960. de 17de dezembro de 1938, que dispõe sobre a cobrança judicial deDivida Pública. a fim de facultar ao terceiro. possuidor de benspenhorados, opor embargos na alegação e prova de seu direito;tendo parecer, da Comissào de Constituícáo e Justiça. pela cons-titucionalidade e jundicidade e, contra o voto do Sr. Alceu CoUa-res, pela rejeição. no mérito.

    PRO.TE'rOS APRESENTADOS

    Projeto de Lei n.o 1.942, de 1074 (Do Sr. Maurício Toledo)- Dispõe sobre a obrigatoriedade de as empresas gravadoras dediscos realizarem gravações com conjuntos musicais executantesde "choros" e dá outras providências.

    Projeto de Lei n.O 1.943, de 1974 (Do Sr. Francisco Amaral}- Dlspôo sobre a participação de atletas estrangeiros em equipesnacionais de basquetebol e dá outras providências.

    Projeto de Lei n.o 1.944. de 1974 (Do Sr. Francisco Amaral)- Torna obrigatória a inclusão de psícolólogo em delegaçõesesportivas que participem de eompettções internacionais.

    Projeto de Lei n.O 1.948. de 1974 IDo Sr. ária Theodoro) -Exige atestado de sanidade física e mental para candidatos acargos eletivos.IV - Pequeno Expediente

    ADHEMAR DE BARROS FILHO - Reforma do Poder Judi-ciário.

    ALCIR PIJ.\1ENTA- Regulamentação da profissão de propa-gandista e vendedor de produtos farmacêuticos.

    ARTHUR FONSECA - Necrológio de Dom Silvio MariaDárío. Bispo da Diocese de Itapeva, São Paulo.

    FREITAS NOBRE - A alta do custo de vida e o Relatóriodos Ministros Mário Simonsen e Reis Venoso ao PresidenteGeisel.

    HOMERO SANTOS - Escolha do Dr. Luiz Cláudio de Almei-da Magalhães para Presidente de FURNAS.

    JOSÉ MANDELLI - 56 o aniversário de emancipação polí-tico-administrativa de Erechim, Rio Grande do Sul.

    GETúLIO DIAS - Fechamento dos moinhos coloniais.

    REZENDE MONTEIRO - Asfaltamento da BR-158, trechoJatai-Barra do Garça.

    ARGILANO DARIO - Planejamento familiar.

    SIQUEIRA CAMPOS - Homenagem ao Dr. Alvaro Simões.Diretor Executivo da Coordenacão de Assuntos Internacionais doMímstério da Saúde. .

    TúLIO VARGAS - O Paraná no contexto ferroviário.

    FRANCISCO AMARAL - Importância de Organizacão"Emmanuel", de Franca. São Paulo. na indústria brasileira decalçados.

    FLORIM COUTINHO - Recrudeseimento da acão dos Es-quadrões da Morte na Guanabara. '

    PEIXOTO FILHO - Cobrança de taxas pelo Governo doEstado do Rio de Janeiro.

    AMAURY MüLLER - Retração de crédito. Decisão da Justi-ça de Passo Fundo no processo instaurado pela CompanhiaEstadual de Energia Elétrica contra posseiros da Reserva doCapurljuí, Rio Grande do Sul.

    CÉSAR NASCIMENTO - Remuneração de Vereadores.

    JG DE ARAúJO JORGE - Prisão do Sr. David Capistranoda Costa.

    ALFEU GASPARINI - Dragá para Ribeirão Preto SãoPaulo. Oportunidade escolar visando à recuperação do presi-diário.

    DÉLSON SCARANO - Relatório do CONSIDER sobre o setorsiderúrgico no País.

    JOSÉ BONIFÁCIO NETO - Utilização da energia nuclearpelo Brasil.

    PADRE NOBRE - Adocão de livro único e substituicão dolivro didático anualmente. . .

    JOSÉ CAMARGO - 18.0 Congresso Estadual de Municípios,Campinas. São Paulo.

    ELOY LENZI - Aut-o-suficiência do Brasil na producào detrigo.

    JERóNIMO SANTANA - O Projeto de Ooloníaaçâo Jy-Pa-ranã ou Cacoal. Território de Rondônia.

  • 2514 Quarta-feira 8 DIARIO DO CONGRESSO NACIONAL (Seção I) Maio de 1974

    RAIMUNDO PARENTE: - A continuidade dos incentivoscomo garantia do desenvolvimento da Zona Franca de Manaus.

    JUAREZ BERNARDES - Classificação do algodão.

    CÉLIO MARQUES FERNANDES - Inclusão dos ExatoresFederais aposentados concursados no novo Plano de Classifi-cação de Cargos.

    V - Grande Expediente

    MAURiCIO TOLEDO - Proibição de locação de mão-de-obra temporária ou permanente.

    FLORIM COUTINHO - A fusão Gu~nabara-Riode Janeiroe o novo contexto poütíco-partadário nos referidos Estados.

    VI - Ordem do Dia

    CÉLIO MARQUES. FERNANDES, CÉSAR NASCIMENTO,AMAURY MÜLLER, FLORIM COUTiNHO, ARIO THEODORO.PARENTE FROTA, FRANCISCO AIY~ARAL, PACHECO CHAVES,MARCELO MEDEIROS, ALFEU GASPARINI - Apresentação deproposições.

    PEIXOTO FILHO - Reclamacão sobre noticiário referenteao acidente automobilístico no qual perdeu a vida o Sr. Vandirde Lima e Silva, funcionário da Câmara dos Deputados.

    PRESIDENTE - Resposta à reclamação do Deputado Pei-xoto Filho.

    PEDRO LUCENA - Reclamação sobre andamento do Pro-jeto n.? 029. de sua autoria, que permite ao motorista de cami-nhão o porte de arma,

    FLORIM COUTINHO - Reclamacão sobre andamento deprojetos de sua autoria que trata da concessâo de bolsas de estu-do e estabelece 30% de bolsas de estudo adicionais nos estabe-lecimentos de ensino particular.

    WILMAR DALLANHOL, LAERTE VIEIRA, GABRIEL HERrMES - Encaminhamento de votação do Projeto n.O 786-B,de 1972.

    JAIRO BRUM, CÉLIO MARQUES FERNANDES - Discussãodo Projeto n.O 1. 267-A, de 1973.

    WILMAR DALLANHOL - Encaminhamento de votação doProjeto n,? 1. 267 de 1973.

    Projeto n.o 786-B, de 1972 - Aprovado.

    Projeto n.O 1. 267-A, de 1973 - Rejeitado o parecer da Co-missão de Constituição e Justiça.

    DANIEL FARACO (Como Líder) - Papel do Tribunal deContas da' União e do Parlamento Nacional na apreciação dascontas do Presidente da República.

    WALTER SILVA (Como Líder) - Atuação do Sr. JúlioBarata quando Ministro do Trabalho. Intervenção na Confe-deração Nacional dos 'I'rabalhadores nas Empresas de Crédito.

    VII - Comunicações das Lideranças

    NINA RIBEIRO - Edital de concorrência para projeto,orçamento e especificações necessárias à instalação e implanta-ção de um sistema digital de controle do tráfego na cidade doRio de Janeiro.

    JG DE ARAÚJO JORGE - Projeto que autoriza as Faculda-des de Medicina a criarem cursos de Medicina Sanitária, comduração de três anos.

    VIII - Designação da Ordem do Dia

    IX - Encerramento

    2 - MESA (Relação dos membros)

    3 - LíDERES E VICE-LíDERES DE PARTIDOS (Relaeâodos membros)

    4 - COMISSõES CRelacã

  • Maio de 1974 DlARIO DO CONGRESSO NACIONAL (Seção I) Quarta-feira 8 25'1'5

    Amapá

    Antônio Pontes - MDB.Rondônia

    Jerônimo Santana - MDB.Roraima

    Silvio Botelho - ARENA.

    O SR. PRESIDENTE (Dib Cherem) - Alista de presença acusa o comparecimentode 127 Senhores Deputados.

    Está aberta a sessão.Sob a proteção de Deus iniciamos nossos

    trabalhos.O Sr. Secretário procederá à leitura da

    Ata da sessão anterior.II - O SR. JARMUND NASSER, Suplen-

    te de Secretário, servindo como 2.0-Secretá-rio, procede à leitura da Ata da sessão an-tecedente, a qual é, sem observações, assi-nada.

    O SR. PRESIDENTE (Dib Oherem) -- Passa-se à leitura do expediente.

    O SR. JOÃO CASTELO, Suplente de Se-cretário, servindo como l.o-Secretário, pro-cede à leitura do seguinte

    III - EXPEDIENTEPROJETOS

    PROJETO DE LEIN.O 1. 703-A, de 1973

    (Do Sr. Juarez Bernardes)Dispõe sobre a obrigatoriedade de os

    vendedores ambulantes se registraremjunto às repartições policiais de ordempolítica e social; tendo parecer, da Co-missão de Constituição e Justiça, pelainconstitucionalidade.

    (PROJETO DE LEI N.o 1.703, DE 1973, AQUE SE REFERE O PARECER)O Congresso Nacional decreta:

    Art. 1.0 Todo vendedor ambulante ficaobrigado a registrar-se perante a repartiçãopolicial especializada em questões de ordempolítica e social (DOPS), do respectivo Es-tado.

    Art. 2.° O registro de que trata o artigoanterior deverá ser renovado a cada seis(6) meses.

    Art. 3.° O Poder Executivo regulamenta-'rá esta lei no prazo de sessenta (60) dias,a contar de sua vigência.

    Art. 4.° Esta lei entrará em vigor na da-ta.' de sua publicação.

    Art. 5.° Revogam-se as disposições emcontrário.

    JustificaçãoÉxercendo uma profissão bastante centro-

    vertida do ponto de vista de sua quaüü-cação laboral, os vendedores ambulantes,todavia, constituem uma necessidade social,seja porque a sua atividade representa, numPaís como o nosso, um indesprezável mer-cado de trabalho, seja ainda, porque é nosseus indefectíveis pontos que o consumidorpopular pode adquirir inúmeros produtos

    .normalmente não encontráveis no comér-Cio regularmente estabelecido.

    Entretanto" de uns tempos a esta partee principalmente nos grandes centros urba-nos, menos talvez por má índole dos ven-dedores ambulantes e mais por funesta in-fluência de marginais de toda ordem, al-guns desses "pontos" transformaram-se emíocaís clandestinos de vendas ou de escam-bo de produtos que estão fora. do comércio(tóxicos, contrabandos, etc.j,

    A mercadoria ou o produto regularmenteanunciado e exposto geralmente serve defachada. de subterfúgio, para aquele outrocuja venda é proibida.

    E o poder público, no momento em quese encontra extremamente preocupado coma difusão quase incontrolada do tráfico econsumo de tóxicos, bem como com o des-caminho que, este, a par de ser uma ativi-dade também ilícita ainda causa grandesprejuízos ao erário, não pode e não devedeixar de estender a sua fiscalização sobrereferidos vendedores ambulantes e seus"pontos".

    A maneira que nos parece mais adequaoapara alcançar a efetividade dessa fiscali-zação, é o registro, renovável a cada seismeses, dos vendedores junto às repartiçõespoliciais especializadas em questões de or-dem política e social (DOPS).

    Tais são as razões do presente projetode lei.

    Sala das Sessões, em - Juarez Bernardes.

    LEGISLAÇÃO PERTINENTE ANEXADAPELA COORDENAÇÃO DAS COMISSÕES

    PERMANENTES

    DECRETO-LEI N° 2.041DE 27 DE FEVEREIRO DE 1910

    Regula o Exercício de ComércioAmbulante

    Art. 1.0 Esta Lei regula o exercício docomércio ambulante, de vendedores ou com-pradores, por conta própria ou de terceiros,em logradouros públicos ou locais de acessofranqueado ao público.

    Parágrafo único. O exercício da profis-são depende de licença da autoridade com-petente, mediante exibição de carteira pro-fissional emitida pelo Ministério do Traba-lho, Indústria e Comércio. Tratando-se deestrangeiro, será ainda exigida a prova deque se acha legalmente no Brasil e está au-torizado a trabalhar.

    Art. 2.0 A duração do trabalho diário dosambulantes por conta de terceiros não ex-cederá de oito horas, contadas da sua apre-sentação ao estabelecimento.

    S 1.° A duração do trabalho, excetoquanto aos menores, pode estender-se a dezhoras diárias, remunerada a prorrogação namesma razão da hora normal. -

    § 2.° A cada período de seis dias de tra-balho, corresponderá um dia de descanso.

    Art. 3.0 Aos empregados será assegura-da, durante o período de trabalho diário,uma hora para repouso e refeição.

    Art. 4.° Não poderão ser licenciados me-nores de dezoito anos como comerciantesambulantes por conta própria.

    Art. 5.° Os menores de dezoito anos nãoserão admitidos ao trabalho, para o comér-cio ambulante, sem que exibam os seguintesdocumentos, que ficarão em poder dos em-pregados:

    a) certidão de idade, ou documento legalque a substitua;

    b) autorização de pai ou mãe, ou res-ponsável legal, ou da autoridade judiciáriacompetente;

    c) atestado médico de capacidade fisica emental de vacinação.

    Parágrafo único. Os documentos a quese referem as letras a e b podem ser dis-pensados a critério do Inspetor do Traba-lho.

    Art. 6.° É proibido o trabalho noturnoaos menores de dezesseis anos.

    Parágrafo único. Considera-se noturno,para os efeitos desta Lei o trabalho exe-cutados das vinte e duas às cinco horas.

    Art. 7.° Os vendedores ambulantes degêneros- alimenticios deverão:

    a) usar vestuário adequado, a critério da.autoridade municipal;

    b) manter-se em asseio rigoroso;c) velar por que os gêneros não estejam

    deteriorados nem con samínados e se apre-sentem em perfeitas condições de higiene.

    Art. 8.0 As vasilhas destinadas à venda.de bebidas, sorvete, pão e outros gênerosalimentícios de ingestão imediata obedece-rão a tipo estabelecido nos regulamentosmunicipais, devendo as suas partes justa-por-se rigorosamente.

    § 1.° Ao vendedor ambulante de gênerosde ingestão imediata e à freguesia é veda-do tocá-los com as mãos,

    S 2.° Pode ser feito em vasilhas abertaso acondicionamento de balas, confeitos ebiscoitos providos de envoltórios.

    Art. 9.° É vedado subir nos veículos emmovimento para oferecer a mercadoria.

    Art. 10. As infrações ao disposto nestaLei serão punidas com multa de dez a cemmil réis e de cem mil réis a um conto de

    ,réis, dobradas na reincidência, respectiva-mente, aos ambulantes e a seus emprega-dores, observando-se, no que couber, os De-cretos n.08 22.131, de 23 de novembro de1932, e 22.300, de 1 de janeiro de 1933.

    Art. 11. A fiscalizacão da execucão des-ta Lei cabe ao Departamento Nacional doTrabalho, às Inspetorias Regionais do Mi-nistério do Trabalho, Indústria e Comércio,e, no que diz respeito às condições de tra-balho, às autoridades sanitárias, fiscais epoliciais do local.

    Parágrafo único. Os vendedores ambu-lantes de sorvete, bebidas e outros gênerosalímentíeíos de ingestão imediata serão exa-minados uma vez por ano, pelo menos, pormédico federal, estadual ou municipal, queporá o "visto" na respectiva carteira, de-vendo, no caso de moléstia contagiosa ouinfecciosa. comunicar o fato à autoridadecompetente, para efeito de cassação da li-cença.

    Art. 12. As Prefeituras Municipais e ado Distrito Federal expedirão, dentro doprazo de 180 dias, os regulamentos paraexecução da presente Lei, ouvida a Policialocal naquilo que lhe disser respeito.

    Art. 13. É fixado o prazo de seis mesespara o cumprimento do disposto nos arts.4.°, 5.° e 6.0, quanto aos menores que esti-verem ocupados no comércio ambulante àdata da publicação desta Lei.

    Art. 14. No comércio ambulante de pes-cado observar-se-ão as disposições das leise dos regulamentos especiais em vigor.

    Art. 15. O exercício da profissão de ven-dedores ambulantes de jornais e revistasserá objeto de regulamento especial.

    Art. 16. Esta Lei entra em vigor trinta.dias depois de publicada.

    Rio de Janeiro, 27 de fevereiro de 1940;119.° da Independência.

    PARECER DA COMISSÃODE CONSTITUIÇãO E JUSTIÇA

    I - RelatórioO Projeto de Lei n.o 1.703/73, de autoria

    do jovem parlamentar goiano Juarez Ber»nardes, determina que os vendedores am-bulantes, cuja atividade é regulada no De-creto-Lei n.? 2.041, de 27 de fevereiro de1940, ficarão obrigados a registrar-se jUll-

  • 2516 Quarta-feira S DIÁRIO DO CONGRESSO NACIONAL (Seção 1) Maio de 1974

    to às repartições policiais especializadas emordem política e social (art. 1.0), devendotal registro renovar-se a cada seis meses,

  • Maio de 1974

    o "pequeno mal", apresenta duas va-riedades: a "ausência" e o pequeno malmíoclõníeo. Na "ausência", que é muí-to breve, geralmente, faltam sintomasapós crise. O pequeno mal míoclônl-co, também de duração muito breve,cxteríoríza-se por rápidos movimentosmíoclônícos da cabeça e dos membrossuperiores. Entretanto, freqüentemente,casos de crises centrencefálicas nãoobedecem à descrição típtca referidaacima.Epilepsias Focais - o eletroencefalo-grama revela a existência de um focoIesíonal ao qual está ligada a expressãoclinica da crise que, embora possa ge-neralizar-se, havendo freqüentementeperda dos sentidos, é geralmente perce-bida em seu inicio pelo paciente, porsintomatologia variada, chamada "au-ra",

    .constituem um grupo de grande com-plexidade com grande variedade de ma-nifestações dependentes do ponto dadescarga inicial. Assim, crises motoras,sensitivo-sensoriais, autônomas, psíqui-cas e psícomotoras, ocorrem isolada ecombinadamente. Os fenômenos moto-res dependem da irritação de áreasfrontais. Os sensitivos, de áreas parie-tais. As visuais, de áreas ocipitais. Asauditivas, vertiginosas, psíquicas e psí-comotoras do lobo temporal.

    O exame fundamental para o diagnós-tico das epilepsias é o eletroencefalo-grama. Outros exames, apresentam fi-nalidade etiológica: liquor, craniogra-ma, pneumoencefalografia, angiografia,etc.O eletroencefalograma é prova obriga-tória para os casos suspeitos, para ocontrole evolutivo do tratamento e pa-ra os levantamentos de massa ou indi-viduais, desde que estabeiecidas nor-mas para exames médicos do tipo"Check-up" para determinadas classesprofissionais.

    Se, por um lado, o epiléptico pode le-var uma vida quase completamentenormal, deve evitar toda atividade queofereça perigo para si ou para a cole-tividade. Podendo e devendo trabalhar,não deve empregar-se em oficios peri-gosos que exijam, por exemplo, subirem escadas, postes, andaimes, operardeterminadas máquinas como serras,prensas etc. A condução de veículos co-'letivos, como automóveis e, principal-mente, caminhões, ônibus, trens eaviões e mormente quando os automó-veis, os caminhões e os ônibus se des-tinarem ao tráfego intermunicipal, de-ve ser absolutamente proscrito.

    Embora o motorista epiléptico não pos-sa ser díretamente responsável pelo aci-dente que decorra de uma crise, não émenos verdade que ele terá responsa-bilidade indireta, pois dirige um veiculo,embora sabendo que está sujeito a epi-sódios dessa natureza.Na presença ou ausência de sintomas esinais relativos à epilepsia, impõe-se afeitura do eletroencefalograma de roti-na. E é justamente a feitura anual des-se exame que preconizamos como me-dida lógica, cientifica e profilática nosexames dos motoristas profissionais.

    Se consultarmos as "Normas e MétodosInternacionais Recomendados" - aoConvênio de Aviação Civil - Interna-cional - 5.a Edicão - novembro de1962, encontraremos no capo 6.°, Código6.2.3.2.1: "Na história clinica do can-didato, não deverão aparecer indíciosde afecção mental ou nervosa de im-portância. Não deve apresentar afec-ção mental e não apresentarão indícios

    DIARIO DO CONGRESSO NACIONAL (Seção I)

    de epilepsia latente ... " No exame mé-dico geral, Código 6.2.3.4.1; "o candi-dato não deve apresentar nenhuma en-fermidade ou incapacidade que possaimpedir-lhe repentinamente o manejoseguro de aeronaves". É justamente oque pode acontecer a um epiléptico.

    Pelo que estamos informados, o eletro-encefalograma é realizado obrigatoria-mente e periodicamente nos pilotos daAviação Civil."

    Pelas raizões acima, submetemos à escla-recida deliberação de nossos pares o pre-sente proieto de lei, que, pela sua impor-tância, trará beneficios ao trânsito do País.

    Sala das Sessões, em 23 de novembro de1973. - Vasco Neto, Presidente. - MárioStamm, Relator.

    COMISSÃO ESPECIAl, DE SEGURANÇA DEVEíCULOS AUTOi\'IOTORES E TRAFEGO

    PROJETO N.o 1.709/73

    Parecer da Comissão

    A Comtssão Especial de Segurança de Vei-culas Automotores e Tráfego, em sua reu-nião do dia vinte e dois de novembro demíl novecentos e setenta e três, presentesos Senhores Deputados Vasco Neto, Presi-dente; José Mandelli, Vice-Presidente, Má-rio Stamm, Abel Ávila. João Guido, Rozen-do de Souza, Ruy Bacelar, Alfeu Gasparini,Adalberto Camargo e Leo Simões, aprovou,por unanimidade, o Projeto n.o 1.709/73 que"institui o exame eletroencefalográfico paramotoristas profrssíonars e determina outrasprovidências", nos termos do Parecer fa-vorável do Relator, Deputado Mário Stamm.

    Sala da Comissão, em 22 de novem.bro de1973. - Vasco Neto, Presidente. - MárioStamm, Relator.

    LEGISLAÇiW CITADA, ANEXADA PELACOORDENACfiO DAS COMISSõES

    PERMANENTES

    LEI N.o 5.108DE 21 DE SETElVIBRO DE 1966

    Institui o Código Nacional de Trânsito

    CAPíTULO IX

    Dos Condutores de Veiculos

    Art. 72. Os exames para obtenção daCarteira Nacional de Habilítacâo serão osseguintes: .

    a) de sanidade física e mental, a cargode médicos do serviço médico oficial detrânsito ou por ele credenciados;

    b) escrito ou oral versando sobre leis eregulamentos de trânsito;

    c) prática. de direção na via pública.

    S 1.0 Para os condutores de categoriaprofissional exigir-se-á, ainda, a prova deconhecimentos técnicos de veiculo.

    § 2.° O exame de sanidade fisica e men-tal terá caráter eliminatório e deverá serrenovado cada quatro anos. para pessoasde mais de sessenta anos, cada dois anos.

    § 3.° Os exames serão padronizados pa-ra todo o Pais e para cada. categoria de con-dutor.

    § 4.° As provas de direçâo na via públi-ca deverão ser prestadas em veículo comcâmbio mecânico.

    S 5.° VEDADO.

    PARECER DA COMISSAO DECONSTITUIÇAO E JUSTIÇA

    I e II - Relatório e Voto do Relator

    O projeto n.o 1.709., de 1973. oriundo daComissão Especial de Segurança de Veículos

    Quarta-feira 8 251'1

    Automotores e de Tráfego, institui o exameeletroencefalográfico para motoristas pro-fissionais, além de estabelecer normas rela-cionadas com a prática pretendida.

    Este projeto é um dos muitos resultantesda Comissão Especial, que teve nas pessoasdos nobres Deputados Vasco Neto e MárioStamm, respectivamente, Presidente e Re-lator, dois artifices primorosos do êxito dosseus trabalhos,

    A medida inova e come tal deve provocarreações, mas de acordo com a lição do textoregimental é-me vedada a discussão do mé-rito.

    Mas - concessa venía - compareço aoexame dos termos do projeto no campo prá-tico. A idéia é boa, não há o que negar.Todavia, em centros pequenos, principal-mente nas cidades do interior, a realizaçãodo exame não será fácil. Também o valordo mesmo e sua freqüência (anual) vãoonerar os motoristas profissionais, cujos sa-Iá.ríos não sáo elevados.

    Eis-me novamente ante ao preceito re-gimental. E nada mais comento.

    Arguo, apenas, para ereíto de exame des-ta douta Comissao a constítucionalldade ejuridicidade do Projeto n.O 1. 709, de U1/3,opinando pela sua aprovação.

    É o Parecer.

    Sala da Comissão, 26 de março de 1974. _ÉlClO Aivares, Relator.

    111 - Parecer da Comissão

    A ComlSsão de Constituição e Justiça, emreunião de sua Turma ".13", realizada em26-~-74, opinou, unanimemente, pela cons-trtucíonahuade, j urldicldade, e no mérito,pela api ovação do Projeto n.o 1. 709173, nostermos do parecer do Relator.

    Estiveram presentes os Senhores Depu-taoos:

    José Bonifácio, Presidente; Élcio Álvares,Reiator; Luiz Braz, Norbercc Schmidt, Djal-ma Bessa, Altair Chagas, ítalo Fittipaldi,José Bonn.ácío Neto, Djalma Marinho, TúlioVargas, Lauro Leitão e Severo Eulália.

    Sala da Comissão, 26 de março de 1974. -Jose Bonifácio, Presidente. - Éleio Atvares,Relator.

    PROJETO DE LEIN.o 1. 715-A, se liJ13

    (Da Comissão Especial de Segurança deVeícuios Automotores e de Tráfego)

    Torna obrigatório o uso de helicópte-ros no socorro de acidentados em rodo-vias, e determina outras providências;tendo parecer, da Comissão de Consti-tuição e Justiça, pela constitucionalida-de, ,juridlcidade e, no mérito, pela apro-vação.

    (PROJETO DE LEI N.o 1,715, DE 1973, AQUE SE REFERE O PARECER)

    O Congresso Nacional decreta:Art. 1.0 O Departamento Nacional de Es-

    tradas de Rodagem fará o transporte deferidos em acidentes de trânsito ocorridosnas rodovias onde e cobrada a taxa de pe-dágio através de helicópteros.

    Parágrafo único O helicópteros utiliza-dos nos socorros de que trata este artigodeverão:

    I - estar convenientemente equipadospara atender satísratoriamente aos aciden-tados durante o percurso até o serviço depronto-socorro mais próximo;

    II - auxiliar do patrulhamento nas rodo-vias citadas neste artigo,

    Art. 2.° As despesa' decorrentes da apli-cação desta lei serão custeadas pela taxa

  • 2518 Quarta-feira 8 DIARIO DO CONGRESSO NACIONAL (Seção n Maio de 1974

    de pedágio cobrada na rodovia onde o he-licóptero for utilizado.

    Art. 3.° O Poder Executivo regulamen-tará esta lei no prazo de 90 (noventa) dias.

    Art. 4.° Esta lei entra em vigor na datade sua publicação.

    Art. 5.0 Revogam-se as disposições emcontrário.

    JustificaçãoOs prejuízos com acidentes de trânsito

    em nossas rodovias, além das vidas ceifa-das, atingem mühôes de cruzeiros, cifrasquase que idênticas as utilizadas com aeonstrução de nossas roãovias.

    Com a utilização de helicópteros, não sóna fiscalização e patrulnamento do trânsitonas rodovias benerícíadas, como também:no atendimento rápido na locomoção dosferidos em acidentes, teremos grande be-nefícios para a economia do Pais.

    A enorme quantidade de veículos em cir-culação nas principais estradas já justifi-cam as medidas consubstanciadas nestaproposição. O patrulhamento rodoviário,por sua vez, deve efetivamente trazer tran-qüilidade e segurança aos usuários, o quenão ocorre atualmente.

    O atendimento aos feridos deve ser omais rápido possível. Com a utilização dohelicóptero, três medidas fundamentais sãosolucionadas, a saber:

    a) uso adequado dos meios de socorro aosacidentados;

    b) grandes distâncias a percorrer para aprestação de assistência aos feridos;

    c) dificuldades a vencer pelo trânsito ta.-tenso e topografia difícil que algumas ro-dovias apresentam.

    Destarte, os socorros seriam prestados porhelicópteros especialmente preparados pa-ra esse fim e teriam ainda a incumbênciade auxiliar o patrulhamento normal, por-quanto poderá cobrir áreas vinte vezesmajor que o método normal e criará tam-bém efeito psicológico sobre os possíveisinfratores pela sua ação inesperada.

    Este projeto de lei visa, assim, a mini-mízacão do número de acidentes e de suasconséqüências. Submetemo-lo, pois, à altaconsideracão de nossos ilustres pares quesaberão dar-lhe o conveniente destino.

    Sala das Sessões em 23 de novembro de1973. - Vasco Leitão, Presidente - MarioStamm, Relator.

    COMISSÃO ESPECIAL DE SEGURANÇADE VEíCULOS AUTO:.\1.0TORES

    E TRAFEGO

    PROJETO N.o 1.715/73Parecer da Comissão

    A Comissão Especial de Segurança deVeiculos Automotores e Tráfego, em suareunião ordinána de vinte e dois de no-vembro de mil novecentos e setenta e três,presentes os Senhores Deputados Vasco Ne-to, Presidente; José Mandelli, Vice-Presi-dente; Mario Stamm, Abel Avila, João Gui-do, Rozel1do de Souza, Ruy Bacelar, AlfeuGasparini, Adalberto Camargo, e Leo Si-mões, aprovou, por unanimidade, o Projeton. O 1.715/73, que "Torna obrigatório o usode helicópteros no socorro de acidentadosem rodovias e determina outras providên-cias", nos termos do parecer favorável doRelator, Deputadc Mario Stamm.

    Sala da Comissão. em 22 de novembro de1973. - Deputado Vasco Neto, Presidente-Deputado Mario Stamm, Relator.

    PARECER DA COMISSÃODE CONSTITUIÇÃO E JUSTIÇA

    I e 11 - Relatório e Voto do Relator

    O Proj eto n.o 1. 715, de 1973, oriundo daComissão Especial de Segurança de VeículosAutomotores e de Tráfego, cujo trabalho re-velou-se do mais alto alcance, torna obri-gatório o uso de helicópteros no socorro deacidentados em rodovias e determina outrasprovidências.

    Viabilizando a idéia, a Comissão Especialdetermina que essa prática se fará nas ro-dovias onde e cobrada, a taxa de pedágio,correndo as despesas para aplicação destalei à conta da taxa de pedágio.

    Na justificativa do projeto, encarecem osDeputados Vasco Neto e Mário Stamm, res-pectivamente Presidente e Relator, que "oatendimento aos feridos deve ser o maisrápido possível. Com a utilização do heli-cóptero, três medidas fundamentais são so-lucionadas, a saber:

    a) uso adequado dos meios de socorro aosacídcntados:

    h) grandes distâncias a percorrer para aprestação de assistência aos feridos;

    c) dificuldades a vencer pelo trânsito in-tenso e topografia difícil que algumas ro-dovias apresentam."

    Entende ainda a Comissão que a inicia-tiva visa a míntnüzação de número de aci-dentes e de suas consequências.

    Convém assinalar - à guisa de reforçodo mérito - que tal prática já vem sendoposta em execução nas grandes rodovias.

    Não vejo qualquer óbice de natureza ju-rídica ou constitucional que possa estorvaro andamento do projeto, motivo pelo qualopino pela aprovação do mesmo.

    É o parecer.Sala da Comissão, 28 de março de 1974. -

    Élcio Alvares, Relator.

    DI - Parecer da ComissãoA Comissão de Constituicão e Justica em

    reunião de sua 'I'urma "Á", realizad.a' em28-3-74, opinou, unanímemente, pela cons-titucionalidade, juridicidade e, no mérito,pela aprovação do Projeto n. O 1.715173, nostermos do parecer do Relator.

    Estiveram presentes os Senhores Depu-tados:

    Túlio Vargas - Vice-Presidente, no exer-cício da presidência, ÉlClO Alvares - Rela-tor, Djalma Marrnho, Arlindo Kunzler, Ruy-dalmeida Barbosa. ítalo Fittipaldi, JairoMagalhães, Antonio Mariz, Hamilton Xa-vier, Alceu Collares e Altaír Chagas.

    Sala da Comissão, 28 de março de 1974. _Túlio Vargas, Vice-Presidente, no exercícioda Presidéncía. - Élcio Alvares, Relator.

    PROJETO DE LEI. N.O 1. 749-A, de 1973

    (Do Sr. Geraldo Bulhões)

    Introduz alteração no artigo 42 doDecreto-Ieí n. O 960, de 17 de dezembrode 1938, que dispõe sobre a cobrancajudicial de Dívida Pública, a fim de fá-cuItar ao terceiro, possuidor de bens pe-nhorados, opor embargos na alegação eprova de seu direito; tendo parecer, daComissão de Constituição e Justiça, pelaconstitucionalidade e juridicidade e,contra o voto do Sr. Alceu Oollares, pelarejeição, no mérito.

    (PROJETO DE LEI N.o 1.749, DE 1973, AQUE SE REFERE O PARECER')

    O Congresso Nacional decreta:

    Art. 1.0 O art. 42 do Decreto-lei n.? 960,de 17 de dezembro de 1938, que dispõe sobre

    a cobrança judicial da Divida Pública, emtodo o território nacional, passa a vigorarcom a seguinte redação:

    "Art. 42. O terceiro possuidor de benspenhorados poderá, em qualquer tempoate cinco dias depois da arrematação,adjudicação ou remissão, alegar e pro-var seu direito, mediante a oposição deembargos, mas sempre antes da assi-natura da respectiva carta, e proces-sados e julgados, em auto apartado, naforma prevista nos artigos 16 e seguin-tes.

    Parágrafo único. Nas execuções pen-d~nt~s à data da publicação da presenteIeí, e reaberto o prazo para o terceiroopor embargos, nos termos deste artigo,cuja interposição sobrestará a aprecia-ção de qualquer recurso em qualquerinstância."

    Art. 2.° A presente lei entrará em vigorà data em que publicada.

    Art. 3.° Revogam-se as disposicões emcontrário. ~

    Sala das Sessões, 7 de novembro de 1973.- Geraldo Bulhões.

    .Justificação

    Desde 1.0 de janeiro de 1939 vigora emtodo ~ ter\ítório nacional a disposição equi-voca Inscrita no art. 42 do Decreto-lei n.o960, de 17 de dezembro de 1938 - dispondosobre a cobrança judicial da Divida Pú-blica - que determinou, de expresso: '

    "Art. 42. O terceiro ao mesmo temposenhor e possuidor dos bens penhoradospoderá, até a assinatura da carta dearrematação, adjudicação ou remissão,alegar e provar o seu direito, por meiode embargos, opostos dentro em cincodias, contados da data em que teveciência do ato que lhes der lugar, eprocessados e julgados, em auto apar-tado, na forma prevista nos arts. 16e seguintes."

    Sobrevindo o Código de Processo Civil,instituido pelo Decreto-lei n. O 1. 608, de 18de setembro de 1939, ao disciplinar os Em-bargos de Terceiro, estabeleceu:

    "Art. 707. Quem não fôr parte no feitoe sofrer turbação ou esbulho em suaposse, ou direito, por efeito de penhora,depósito, arresto, seqüestro, venda judi-cial, arrecadação, partilha ou outro atode apreensão judicial, poderá defenderseus bens, por via de embargos de ter-ceiro. (15)

    Art. 708. Esses embargos serão admis-síveis em qualquer tempo, antes de _sen-tença final, ou na execução, até cinco(5) dias depois da arrematação ou adju-dicação, mas sempre antes da assíria-tura da respectiva carta.§ 1.0 Serão processados em autos .dís-tintos perante o mesmo juiz do feito,que examinará sumariamente os mo-tivos da Instância e ordenará, se lheparecer indispensável, a suspensão doprocesso principal e a reunião dosautos.§ 2.° Não será suspenso o curso "doprocesso principal, quando os embargosnão versarem sobre a totalidade dosbens litigiosos.

    § 3.° Para base do processo em sepa-rado, bastará certidão do auto da dili-gência sobre a coisa que constitua obje-to dos embargos.

    Art. 709. Recebendo, in limine, os em-bargos de terceiro, senhor e possuidor,ou apenas possuidor, poderá o juiz, sejulgar suficientemente provada a posse,mandar expedir, em favor do embar-

  • Maio de 1974 mARIO DO CONGRESSO NACIONAL 1.749173, pre-tende alterar dispositivos do Decreto-lei n.?961}, de 17 de dezembro de 1938, que dispõesobre a cobranca de dívida ativa da FazendaPública, a fim de uniformizar, principal-mente quanto ao prazo de interposição. oinstituto dos "embargos de terceiro" no pro-cesso civil pátrio.

    Alega B. Ex.a que o Decreto-lei D.O 1.608.de 18 de setembro de 1939 - Código deProcesso Civil - regula a matéria de mododiverso, e que, .

    "face à disparidade dos dois diplomasIeguis, o mesmo dano quando resul-tante de executivo comum recebia umtratamento, e outro muito diverso se seoriginava de executivo fiscal.Interpretando esses dispositivos, enten-dem uns julgadores que há de preva-

    lecer o do CPC, por consubstanciar re-gra geral. Outros alegando que o cparessalvara no art. 1.0 os feitos por elenão regulados, que constituam objeto delei especial, optam pela aplicação docontido no Decreto-lei n.v 960/38.Em meio ao desencontro dessas inter-pretações continua prejudicado o ter-ceiro que sofre turbação ou esbulho, emsua posse ou direito..e .Somente se pode admitir o texto do art.42 do 960 como resultante. de um equi-voco. Ao legislador jamais poderia terocorrido pretender interpretação con-trária ao direito,"

    Em abono de sua tese, o autor do projetotraz ensinamentos da doutrina e decisãodo Excelso Pretória.

    Nos termos do art. 28 § 4.0 , letra "a" doRegimento Interno, deve este órgão técnicomanifestar-se quanto aos aspectos de cons-títucíonahdade, juridicidade, técnica legis-lativa e mérito da proposição em exame.

    O Projeto de Lei n.v 1. 749/74 foi apresen-tado no plenário da Casa em 23-11-73, quan-do já editada a Lei n.o 5.869, de 11 dejaneiro de 1973 - novo Código de ProcesslJCivil - bem como a Lei n.? 5.925, de 1.0 deoutubro de 1973, que retificava disposiçõesdo novo diploma processual civil. Ê certoque o novo Código somente entraria emvigor no dia 1.0 de janeiro de 1974. mastambém é certo que. em sua Justificativa. oautor sequer se referiu, de leve que fosse,às novas leis processuais.

    O artigo 1.0 do novo Código não ressalvouo procedimento regulado em leis especiais- como o fizera o de 1939 - tornandocerto que:

    "Art. 1.0 A jurisdição civil, contenciosae voluntária, é exercida pelos Juizes, emtodo o território nacional, conforme asdisposições que este Código estabelece."

    Existe uma indisfarcável tendência emuniformizar e harmonizar todas as normasprocessuais vigentes em leis especiais à sis-temática do novo Código. Assim é que, se-guidamente, as autoridades do Ministérioda Justica vêm desenvolvendo esforcas nosentido de remeter ao Congresso .Naéional,através de Mensagens presidenciais, pro-j etos de lei adequando as leis especiais àsnovas normas juridicas adjetivas cívis.

    Agora mesmo tramita na Câmara dosDeputados o Projeto de Lei n.> 1. 784/74,adaptando diversas leis ao novo Código,dentre outras, a 1.533/51 (mandado de se-gurança), a 5.741171 limóveis financiadospelo Sistema Financeiro da Habltaçãor, a4.494/64 rtocaçâor. bem como os Decretos-leis n.OG 4 (locaçãoj e 911 (alienação fidu-ciária).

    Não vejo, pois, oportunidade para iniciar-mos apenas uma revisão parcial do Decreto-lei n.? 960. Tudo indica que, brevemente,deverá a matéria ser enviada ao Congressopara um reexame global.

    A proposição em tela é constitucional, eisque atende à norma do art. 8.0 , item XVII,letra "b" do texto básico, A iniciativa, demembro da Câmara dos Deputados, estáprevista no art. 56, inexistindo os óbices dosarts. 57 e 65 da lei fundamental.

    As disposições do projeto são jurídicas,estando lavradas em boa técnica legisla.tíva,

    Quanto ao mérito, somos pela rejeição.

    II - Voto do RelatorFace às razões expostas. somos de parecer

    que o Projeto de Lei n.? :i. 749, de 1974, deautoria do nobre Deputado Geraldo Bulhões,

  • 2520 Quarta-feira 8 DJARIO DO CONGRESSO NACIONAL

  • Maio de 1974 DIÁRIO DO CONGRESSO NACIONAL (Seção I) Quarta-feira 8 2521

    Dorrval Malavasi, 41 anos, comprador; Clo-doaldo, 37 anos, comerciante; AdIb, 37anos, corretor; Israel, irmão de rsaías, 30anos, bancário; Waldir Guidi, 37 anos, ban-cário. Havia ainda o Amador Pinho, cava-quinho, falecido, e Agustinho Gareia Neto.um contador aposentado, que era o bandoll-nísta das tercas-feiras. Quando ele estavano conjunto, para o qual seus colegas espe-ram que volte. havia "roda de choros" duasv~zes por semana.

    PROJETO DE LEIN.o 1.943, de 1974

    (Do Sr. Francisco Amaral.)

    Dispõe sobre a participação de atletasestrangeiros em equipes nacionais debasquetebol e dá outras providências.

    (As Comissões de Constituição e Jus-tiça, de Educação e Cultura e de Tra-balho e Legislação Social,)

    O Congresso Nacional decreta:

    , Art. 1.0 As equipes brasileiras de basque-tebol poderão figurar, em cada partida ofi-cial, com no máximo dois (2) atletas estran-geiros regularmente transferidos e Inscritos,perdendo os pontos obtidos aquela que con-trariar esta disposição.

    Art, 2.° A Iímrtaçâo do artigo anteriornão se aplica aos atletas que, sendo estran-geiros, tenham ou venham a ter domterltopermanente no Brasil por mais de três (3)anos consecutivos..Ii\rt. 3.0 Aos atletas estrangeiros menores

    de "dezesseis (16) anos, domiciliados no Bra-si!' em caráter permanente, o prazo de quetrata o artigo anterior fica reduzido paraseis (6) meses.

    Art. 4,° Nos dois primeiros anos de vi-gência desta lei, serão respeitadas as ms-crições de atletas estrangeiros requeridasaté a data de sua publicação, não se apli-cando a eles, durante o prazo aqui fixado, alimitação prevista no artigo 1.0

    ,Art. 5.° Esta lei entrará em vigor nadata de sua publicação.

    Art. 6,° Revogam-se as disposições emcontrário.

    Sala das S~sões, -em 25 de abril de 1974.-, Francisco Amaral.

    Justificaçáo

    -·~4· questão pertinente à participação deatJetas estrangeiros em equipes nacionaisde "basquetebol, há muito que vem sendoobjeto de preocupação dos meios esporcrvos,parlliicularmente do Conselho Nacional deP.el'lportos ICND).

    'f.Tanto que, a 3 de dezembro de 1973, a'r~fel'lda entidade aprovava, contra o votodo Conselheiro cel. Eric Tinoco Marques, a'Delrberacão n.> 9/73, pela qual essa partici-pação ncava limitada a um atleta apenasem cada partida, oficial ou não, estabele-cendo-se, simultaneamente, outras condi-ções respeitantes aos atletas estrangeiroscom domicilio permanente no Brasil (art.2. e seu parágrafo único, da Delíberaçãon.o 9/73).

    , , 'Sensível, entretanto, a inúmeras ponde-rações e apelos, tanto de clubes quanto dedesportistas de todo o Pais. alguns enviadosatravés do Ministério da Educação e Cul-tura, o Conselho Nacional de Desportoscuidou de sustar a publicação da referida-nel1beração ri.? 9/73, o que implicou em a'mesma não haver sequer entrado em vigor.'Em' seu lugar, o CND aprovou nova delibe-ração, que levou o número 2/74 e que, essa-I\Ím, foi publicada no Diário Oficial da'Ç'nião de 9 de abril de 1974, em a qual sepercebe claramente uma maior benignidade'dó órgão em relação ao basquetebolísta es-

    trangeíro, admitindo, ínclustve, que aquelesregularmente inscritos até 3 de dezembrode 1973 (data de aprovação da sustada De-liberação n ? 9/73) terão resguardado o di-

    ,reito de continuar integrando as equipesnacionais por mais dois anos e de, duranteo mesmo prazo, participar das partidasdisputadas por referidas equipes. sem ne-nhuma proibição quanto à quantidade deatletas nestas condições, numa mesma par-tida.

    De qualquer modo, o Conselho Nacionalde Desportos, ao deliberar sobre o assunto.manteve-se inflexível quanto ao ponto cru-cial da questão, ou seja aquele que .ímíta aapenas um (1 l. a partir da vigência dadeliberação, e suas referidas exceções quedesaparecerão com o tempo, o número deatletas estrangeiros que poderão participarde uma equipe nacional de basquetebol,numa mesma partida oficial.

    Conquant-o as equipes brasileiras de bas-quetebol - particularmente a seleção na-cional - tenham esporadicamente feitoboa figura em competições de caráter inter-nacional, a verdade é que esse esporte con-tinua não tendo, no Brasil, a mesma pro-jeção e assímílacãc popular verificadas :10fubetol, carecendo mesmo de mais amnladifusão para alcançar a condição de esportede massa.

    E a vinda de atletas estrangeiros para in-tegrar equipes nacionais, ao contrário doque ocorre no futebol, não acarreta nemacarretará inflação no mercado de jogado-res, como também não significará despres-tigio ou desvalorização ao atleta brasileiro.

    Assim, se no futebol é inteiramente jus-tificável a limitação a apenas um (l), donúmero de atletas estrangeiros que possamatuar numa mesma pal'tida (o que se en-contra devidamente regulado pela Delibe-ração n.v 6/72. de 29 de fevereiro de 1972,do Conselho Nacional de Desportos), pelasóbvias razões de que em futebol o brasileironão precisa tomar lições a ninguém, nemtampouco permitir que o mercado se infla-cione com a vinda, para o Brasil, de jogado-res supervalorizados e nem sempre tãobons quanto os nossos, o mesmo já não sepode dizer quanto ao oasquetebol, modali-dade esportiva na qual OS nossos êxitos sãoainda incipientes. A própria dificuldadeencontrada para renovação e específicasubstituicão à altura de cestobolistas comoAmaury .Passos, Wlamlr Marques, EdsonBispo e alguns outros, fizeram o nosso timebrilhar em algumas competições internacio-nais, é bem uma mostra eloqüente do querealmente ocorre com o esporte da cestano Brasil.

    Por outro lado, a experiência e a própriadesenvoltura inata de cestobolistaB estran-geiros é, ou são, ainda, muito importantespara o aprimoramento de nossos própriosatletas e para a difusão do gosto popularem relação a esse esporte,

    Se me fór permitida a figura, direi que:da mesma forma que a vinda do capital es-trangeiro é necessário para o fortalecimen-to e deS'envolvimento da economia Internabrasileira, a vinda de atletas estrangeiros énecessária ao desenvolvímento do esporteda cesta em nosso País, pela simples razãode que em ambos os setores não somos ain-da auto-suficientes.

    Não podemos e não devemos desprezaraquela experiência. sob qualquer pretexto,ínclusrve, especialmente, em atendimentoàs considerações que o CND fez ao editar aDeliberação n.? 2/74 e que se consubstan-ciam no desiderato de "tornar os desportoscada vez mais um eficiente processo deeducação física. e espiritual da juventude euma alta expressão da cultura e da energianacionais".

    Bem sabemos que a matéria versada nopresente projeto de lei já faz parte das atri-buições COmetidas ao Conselho Nacional deDesportos, por força do que dispõem a Lein.s 3.199, de 14 de abril de 1941 e o Decreto-Lei n.? 5.342, de 25 de março de 1943.

    Entretanto. porque aquela competência éde caráter apenas admirustratívo e jamaislegislativo, o que não elimina a competên-cia legísferarite do Oongresso NacioI13J. má-xime face ao disposto na aliena q, do inc.XVII do art. 8.°, da Constituição Federal eporque, sobretudo, a nosso ver, o CND nãofoi suficientemente realista ao regulamen-tar a questão, limitando demasiadamente(ao nível do limite fixado para o futelJolJ onúmero de atletas estrangeiros que cedemparttcípar de equipes nacionais em un.amesma partida, é que propomos a soluçãoconsubstanciada no presente projeto de lei,onde aquele limite é elevado para dois (2)atletas, ao contrário de um (1), como quera Deliberação n.v 2/74.

    Se à União compete estabelecer "normasgerais sobre desportos" [art. 8 o, íne, XVIIal, q, já referido) e se ao legislador ordi~nárto não é vedada a iniciativa de leis arespeito da matéria, claro está que o C{,nse-lho Nacional de Desportos, como órgão daadministração pública quo é, pode e devesubmeter-se a uma norma geral como aaqui preconizada, com força de .el e. pois,hrerarquleamente superior à simples ae;,he-ração administrativa representada pela De-liberação ri.? 2/74,

    A excecão do número de altetas estran-geiros que poderão participar, por equipe,duma mesma partida ou competícâo, a quena dehberacào referida é fixado 'em um 11)e no projeto em dois (2), procuramos '11l1n-ter as demais disposições do ato emanadodo Conselho Nacional de Desportos, espe-cialmente aqueles que se referem ao priva-Iégio do atleta estrangeiro residindo per-manentemente no Brasil e aqueloutras queprocuram respeitar os direitos de atletas eclubes, permitindo o prevalecimento, pordois anos, das sítuacões existentes até àdata de vigência da nova lei.

    Sala das Sessões, em 25 de abril de 1974.- Francisco Amaral.

    LEGISLAÇÃO ANEXADA.PELO AUTOR

    MINISTÉRIO DA EDUCAÇãO E CULTURilConselho Nacional de Desportos

    DELIBERAÇãO N.o· 2174

    Dá nova redação à Deliberação n.o9/73, que limita a participação de atte-tas estrangeiros em competições debasquetebol.

    O ConSelho Nacional de Desportos no modas atribuições que lhe são contendas pelosartigos 1.0 e 3.0 do Decreto-Lei n.o 3.199, de14 de abril de 1941, combinados com o dis-posto no artigo 1.0 do Decreto-Lei n.? 5.342,de 25 de março de 1943.

    Oonsiderando que entre suas finalidadesestá a de promover medidas no sentido detornar os desportos cada vez mais um efi-ciente processo de educação fisica e espiri-tual da juventude de alta expressão da cul-tura e da energia nacionais;

    Considerando que lhe compete incentivar,por todos os meios, o desenvolvimento doamadorismo;

    Considerando que recentes episódios liga-dos ao basquetebol, quanto à participaçãode atletas estrangeiros em equipes de asso-ciações brasileiras, estão a exigir do Con-selho Nacional de Desportos uma medid.i dedefesa do amadorismo nacional;

    Considerando que a medida determinadana Deliberação n.? 9/73 atingiu situações de

  • 2522 Quarta-feira 8 DL-\!UO DO CONGRESSO NACIONAL (Seção I) Maio de 1974

    :fato e de direito que foram adotadas pelasassociações com base nas leis então vigen-tes, quanto à inscrição de atletas estrangei-ros;

    Considerando que é justo rever a aplica-ção da norma sem fugir dos princípios nelaeonsubstancíados,

    Delibera1. Nenhuma equipe de basquetebol po-

    derá figurar. em uma mesma partida ofí-cíal, com mais de um atleta estrangeiro,regularmente transferido mediante atire-sentação do certificado da entidade com-petente, perdendo os pontos obtidos aquelaque contrariar a presente -:leiiberação;

    2. A limitação do item 1 não se apltcaaos atletas estrangeiros que tenham ou ve-nham a ter domicílio permanente no Brasilpor mais de 3 (três) anos consecutivos.

    3. Aos atletas estrangeiros menores de16 (dezesseis) anos domiciliados no Brasile:n carái:er permanente, o prazo de carên~ela prevísto no item 2 fica reduzido a 6_(seis) meses.

    4. Nos dois primeiros anos de vigênciadest~ deliberação, serão respeitadas as íns-críções de atletas estrangeiros que as te-nham requerido até o dia 3 de dezembro de1973, não se aplicando a eles, durante operíodo aqui fixado, a limitação previstano item 1 desta deliberação.

    5. Esta deliberação entrará em vigor nadata de sua publicação no Diário Oficial daUnião ou no Boletim Oftcíaf da Confedera-ção Brasileira de Buskctball, revogadas asdisposições em contrário, espeeialmente aDeliberação n.> 9/73.

    Sala das Sessões, em 1.0 de abril de 1974.'- Brigadeiro Jerõnymo Baptista Bastos,Presidente.

    PROJETO DE LEIN." 1.944. de 1974

    (Do Sr. Francisco Amaral)Torna obrig'atória a inclusão de psi-

    cólogo em delegações esportivas queparticipem de competições internacio-nais.

    (Às Comissões de Constituicão e Jus-tiça, de Educação e Cultura' e de Tra-balho e Legislação Social.)

    O Congresso Nacional decreta:Art. 1.° Toda e qualquer delegação es-

    portiva brasileira que tiver que competirtnternacíonaímente, aqui ou no exterior,será obrigatoriamente integrada, nas fasespreparatórías e competitiva. por um psicó-logo.

    Art. 2,° O Poder Executivo regulamen-tará esta lei no prazo de sessenta (60) dias,a contar de sua publicação.

    Art. 3.0 Esta lei entrará em vigor nadata de sua publicação.

    Art. 4.° Revogam-se as disposições emcontrário.

    Sala das Sessões, em 26 de abril de 1974.__ Francisco Amaral.

    Justificação

    Por estranho que possa parecer. o futebol,justamente o esporte de maior projeção edifusão entre o povo e, pois, o praticado porpessoas de todos os níveis ou de nenhumnível de instrução, é que nos dá o exemploda Indispensável necessidade de as delega-ções esportivas brasileiras, quando forma-das para disputas internacionais, receberemorientação psicológica, como preconizado noprojeto de lei que ora submeto à considera-ção da Casa.

    Com efeito, se antigamente éramos amíu-dadamente sacudidos por constrangedorasnoticias, envolvendo a participação de nos-sos futebolistas em acontecimentos geral-mente pouco esportivos, em verdadeiras"encrencas", como se diz na gíria, dentroe fora do campo de competição esportiva,provocando manifestações de repúdio portoda parte onde referidos atletas se apre-sentassem, hoje em dia já nada disso acon-tece Na verdade, as nossas seleções de fu-tebol constituem reconhecido padrão de es-portividade, de dignidade e de respeito àsarbitragens, às platéias e, enfim, aos pró-prios adversários.

    Não que os nossos futebolistas se tenhamtransformado em homens acovardados ouatletas sem brio e sem disposição para aluta em demanda da vitória.

    Nada disso.É que há hora para se mostrar vírtlídade

    e coragem esportiva e os nossos futebolistaspassaram a ter, de uns tempos a esta parte,perfeita compenetração, consciência, dessaverdade, abandonando de vez, -ior infrutí-feras, as antigas manifestações de "machis-mo" e mantendo a "cabeça fria", tambémcomo se diz na gíria esportiva, para so-mente perseguir o resultado favorável nacompetição, e, assim, melhor agradar às tor-cídas e melhor realizar a sua participaçãonessas competições.

    A impertubalidade do equlibrio emocio-nal do atleta também é um segredo que,aliado ao preparo físico e atlético, assimcomo ao virtuosismo, pc-de devar à vitóriae à glória, Disso já se convenceram, há mui-to tempo, os nossos "craques" do futebolque, sem fugir à luta nas condições em queela se apresenta, dificilmente iniciam ouprotagonízam quaisquer problemas díscípíí-nares com os árbitros ou com os adversáriose, em função disso. acabaram alcançandoesplêndidos resultados, bem como celebri-dade e honrarias jamais sonhadas, no ce-nário internacional.

    Coincidentemente, o prestígio e a respei-tabilidade díscíplínar de nosso futebol co-meçaram a afirmar-se no âmbito mundiala partir do momento em que se teve a idéiade fazer incluir nas respectivas delegaçõesum psicólogo que, mesmo trabalhando emambiente adverso - qual seja o de pessoascom pouca ou nenhuma instrução escolar,saídas dos meios sociais e familiares osmais desnivelados possíveis - acabou porconseguir resultados surpreendentes, dandoao conjunto um comportamento equflíbra-do, assim como as condições psicológicasnecessárias para adentrar um campo de[ogo e dele sair serenamente vitorioso, sem"machismos", sem "revanchismos", sempancadarias, sem atos de desrespeito ao ad-versárío, à torcida e ao juiz, sem "encren-cas", enfim.

    Assistindo, há algum tempo atrás. a algu-mas partidas de basquetebol de nossas sele-ções, em jogos preparatórios para ulteriores,campeonatos e mesmo em disputas interna-cionais e chocado. como desportista e comobrasileiro, pela repetição de cenas degra-dantes de má educação esportiva e de totaldesequilíbrio emocional de parte de algunsatletas, inobstante normalmente esses se-jam possuidores de instrução '€Scolar supe-rior. acabei me convencendo de que o exem-plo verificado no futebol deve urgentementeser estendido ao basquetebol, assim como atodas as demais modalidades esportivas,principalmente àquelas que envolvam es-portes coletivos. em cujas competições éfreqüente assistirem-se às mesmas cenasdesagradáveis.

    Os nossos atletas, das diversas modali-dades esportivas, precisam conseguir. ,3i-multancamente com a preparação técnica

    e física que os habilite para as disputas deque participem, uma eficaz preparação psi-cológica que, obviamente, só pode ser pro-porcionada por quem seja técnico na maté-ria, vale dizer. por psicólogo.

    Talvez que a providência aqui preconi-zada, tanto quanto uma outra que estoupleiteando em projeto à parte (participacãode atletas estrangeiros em equipes nacio-nais de bola-ao-cesto) já esteja previstaentre os cometimentos atribuidos ao Conse-lho Nacional de Desportos, em razão do dis-posto na Lei n.v 3.199, de 14 de abril de 1941e no Decreto-l-ei n.? 5.342, de 25 de marçode 1943.

    Ma;;, na proposição referida como nesta,insisto na tese segundo a qual essa compe-tência - a do CND - é apenas admínrstra-tíva e nunca legislativa, o que, de resto, nãoelimina a competência atribuída constitu-cionalmente ao Congresso para legislar so-bre a matéria (art. 8.°, inciso XVII, alíneaq, da Constituição), nem tampouco o deverlegal de o CND - como órgão da adminis-tração que é - submeter-se à determinaçãoque resultar da lei que aqui for aprovadae sancionada pelo Presidente da República.

    Conto, pois, com a compreensão e cola-boração dos membros do Congre.sso para aaprovação da medida aqui projetada. que ê,sem dúvida, de grande alcance e valia parao desporto e cultura brasileiros.

    Sala das Sessões, em 26 de abril de 1974.- Francisco Amaral.

    PROJETO DE LEIN.o 1.948, de 1974

    (Do Sr. Ária Theodoro),Exige atestado de sanidade física e

    mental para candidatos a cargos elcti-~os.

    1 (As Comissões de Constituição e Jus-: tiça e de Saúdei

    O Congresso Nacional decreta:

    Art. 1.0 Acrescente-se o item VII ao arti-go 94 da Lei n.O 4.737, de 15 de julho de1965, que institui o Oódigo Eleitoral, com aseguinte redação:

    "Art. 94..... , ....•. , .•.••....•••••••••.§ 1.0 •••.................••••••••••••••

    1- ,

    li - ..TII- ' .

    IV- .

    V- ,

    Vl- .,VII - com atestado de três médicos queo candidato não é portador de doençainfecto-contagiosa, e, está no pleno gozodas suas faculdades mentais."

    Art. 2.° Eesta Lei entra em vigor na da-ta da sua publicação, revogadas as disposi-ções em contrário.

    Sala das Sessões, em de maio de 1974.- Ário 'I'heodoro.

    JustificaçãoPara a investidura em quaisquer cargos,

    tanto no serviço público como no particular.o atestado de sanidade física e mental éexigência fundamental.

    É evidente que essa obrigatoriedade flui-da necessidade de proteção da coletivadadena qual pretende ingressar o postulante; "

    Isto posto, não há corno negar, constitui'uma aberração o fato de, somente os can-didatos a cargos eletivos não estarem obri-gados a requisito tão importante, quanto oque ora se propõe.

  • Maio de 1974 DIÁRIO DO CONGRESSO NACIONAL (Seção I) Quarta-feira 8 2523

    Vários outros argumentos se poderiamalinhar em favor da proposição como, prin-cipalmente, G desfalque que sofrem as Ca-sas Legislativas quando adoece alguns dosseus membros. Nesse caso o Legislativo évitima duas vezes. Primeiro, pela impossibi-lidade de um dos componentes exercer omandato, segundo pela atual e esdrúxulalegislação que dá substrtuto ao titular queeSJ?ontaneamente se afasta para exercercomissão no Executivo, e, nega suplenteàquele que, independentemente da sua VDn-tade, guarda o leito, às vezes, até a morte.

    Sala das Sessões, de maio de 1974. -Ário Theodoro.

    ,LEGISLAÇÃO CITADA, ANEXADA PELACOORDENACAO DAS COMISSÕES

    PERMANENTES

    LEI N.o 4.737DE 15 DE JULHO DE 1965

    Institui o Código Eleitoral

    O Presidente d~ República,

    :Faço saber que sanciono a seguinte Lei,aprovada pelo Congressc. Naci~nal nos ter-mos do art. 4.°, "caput'·. do Ato Institucio-nal; de 9 de abrIl de 1964............................................

    PARTE QUARTA

    Das Eleições

    TíTULO IDo Sistema Eleitoral

    ...........................................CAPíTULO I

    Do Registro dos Candidatos

    ...........................................................Art. 94. O registro pode ser promovido

    por delegado de partido, autorizado em do-cumento autêntico. inclusive telegrama dequem responda pela direção partidária esempre com assinatura reconhecida por ta-belião.

    ~ 1.0 O requerimento de registro deveráser instruído;

    I - com a cópia autêntica da ata de con-venção que hOUVH feito a escolha do can-didato, a qual devera ser conferida com ooriginal na Secretaria do Tribunal ou nocartório eleitoral;

    II - com autorização do candidato, emdocumento com a assinatura reconhecidapor tabelião;

    , UI - com certidão fornecida pelo cartó-. rio eleitoral da zona de inscrição, em queconste que o registrando é eleitor;

    IV - com prova de filiação partidária,salvo para JS candidatos a presidente e vi-ce-presidente, senador e respectivo suplen-te, governador e vice-governador, prefeitoe vice-prefeito;

    V - com folha-corrida fornecida peloscartórios competentes, para que se verifiquese o candidato está no gozo dos direitos po-líticos;

    VI - com declaração de bens, de queconstem a origem e as mutações patrimo-niais.

    § 2.° A autorização do candidato podeser dirigida diretamente ao órgão ou juizcompetente para o registro.

    -.oo oo ..

    IV - O SR. PRESIDENTE (Dib Cherem)- Está finda a leitura do expediente.

    Passa-se ao Pequeno Expediente.Tem a palavra o Sr. Adhemar de Barros

    rnno.O SR. ADHEMAR DE BARROS FILHO -

    (Pronuncia o seguinte ríiscurso.) Sr. Presi-dente, Srs. Deputados, em recente visitarealizada pelo Exm.o Sr. Presidente da Re-pública à mais Alta Corte de Justica doPaís ficou ressaltada a necessidade da re-forma do Poder Judiciário, através do diá-logo mantido pelos ilustres Presidentes dosdois Poderes, o Executivo e o Judiciário.

    O ilustre Ministro Elói da Rocha, Presi-dente do Supremo Tribunal Federal, pre-conizou a reforma do Judiciário como ne-cessidade premente e inadiável, devendoser ampla e total, termos em que foi aceitapelo eminente General Ernesto Geisel, poisa Justiça deve acompanhar o desenvolvi-mento do Pais, cuja população se multi-plica.

    Ruy Barbosa já observava que verdademais reconhecida, em tese, não haverá, tal-vez, do que esta: a popularidade, a solidez ea excelência de um regime dependem, sobretodas as coisas, da organízacão de uma boajustiça. .

    E dentro desta ordem de idéias, noutraoportunidade. afirmava o grande mestre:

    "A justiça atrasada não é justiça, se-não ínjustíca, qualificada e manifesta.Porque a dilação ilegal nas mãos dojulgador contraria o direito escrito daspartes, e assim, as lesa no patrimônio,honra e liberdade."

    O Estado moderno exige a organizarãoeficiente dos três Poderes, que. harmônicae independentes entre si, devem agir no in-teresse de toda a Nação.

    O Poder Executivo, após dez anos de P1'O-fundas alterações na sua estrutura e lné-todos de trabalho. precisa do .Judiciário edo Legislativo aparelhados, a fim de que oEstado possa conduzir os destinos nacionais,atendendo aos mais legitimas e autênticosanseios da nacionalidade.

    O Poder Judiciário, na forma do que es-tabclcce o art. 112 do texto decorrente daEmenda Cnnstãtuctnola ri.? 1, é exercido pe-los seguintes órgãos: I - Supremo TribunalFederal; TI - Tribunais Federais de Recur-sos e Juízes Federais; lU - Tribunais eJuizes militares; IV - Tribunais e .Tní.'7esEleitorais; V - Tribunais e Juízes do Tra-balho; VI - Tribunais e Juízes estaduais.O parágrafo único estabelece que "para ascausas ou lítiglos, que a lei definirá, poderãoser ínstítuídos processos e julgamento derito sumaríssimo, observados os critérios dedescentralízacão. de economia e comodida-des das partes":

    O Ilustre Ministro Carlos Medeiros Silva,em palestra proferida sobre "O Poder Ju-diciário na Conjuntura Política Nacional"(vide "Carta Mensal", órgão do ConselhoTécnico da Confederacão Nacional do Co-mércio, novembro de i973, n. e 224), afirmaque "a norma é de caráter processual econstituiu um erro de técnica legislativaa sua inserção no texto constitucional".

    Concordando com o ilustre conferencista,acreditamos. entretanto que o referido pa-rágrafo único visou a dar mais ênfase àmatéria, que deverá ser agora observadaatravés da anunciada reforma do PoderJudiciário.

    No que diz respeito ao Supremo TribunalFederal, dois pontos principais deverão serobjeto de estudos e debates: a sua compo-sição e a sua competência.

    A sua composição atual é de 11 Ministros(art. 118) ao contrário da Constituição de

    1967 (art. 113). que fixava em 16 o núme-ro de Ministros, de acordo com o Ato Ins-titucional n.o 2, de 1965, no seu art. 6.°.

    O ponto capital da controvérsia, todavia,que tantos debates tem provocado -- reco-nhece o Ministro Carlos Medeiros Silva -é a questão da competência do SupremoTribunal Federal.

    Vamos aguardar, entretanto, os trabalhosa serem elaborados pelo Poder Judiciárioobjeto, certamente, de estudos e debates d~Comissão de Alto Nível, com a participacãode ilustres representantes de todos os Tri-bunais, quer da Justiça comum, quer daJustiça especializada.

    ,Ji!spe,l'amos voltar ao assunto, pois a ma-tena e relevante e merece todo o apoio ecolaboração do Poder Legislativo.

    Nosso objetivo, no momento, foi regis-trar a anunciada e necessária reforma doPoder Judiciário, global e amplamente, emtoda a sua estrutura, com os nossos maiscalorosos aplausos ao ilustre Ministro ElóiRocha, Presidente do Supremo TribunalFederal, pela iniciativa, e ao eminente Pre-s~dente da República, pela alta compreen-sao que teve do problema, emprestando,para sua solução, o indispensável apoio doPoder Executivo.

    Era o que tinha a dizer.O SR. ALCm PIMENTA - (Sem revisao

    do orador.) Sr. Presidente. Srs. Deputados,em clima de grande expectativa e não me-nor euforia, o Sindicato de Propagandistae Vendedores de Produtos Farmacêuticos doEstado da Guanabara realizou, recentemen-te, importante reunião, em que, a par deuma eontratermzaeão com a classe foramtambém tratados problemas da màior re-levância, entre os quais se destacou a re-gulamentação da profíssâo, matéria emcurso nesta Casa através do substitutivode minha autoria, ora em tramitacão pelaComissão de Finanças. "

    Na oportunidade, o Presidente da insti-tuição naquele Estado, Sr. Olímpio Couti-nho. teve ocasião de encarecer a necessi-dade imperiosa e Intransrerfvel dessa regu-lamentação e também de assinalar o quantodeve aquele sindicato a inúmeros Parla-mentares, os quais, em seus respectivos Es-tados, tudo fizeram para que a classe ems~ .u~indo em prol desse objetivo, pudessedU'lglr ao Congresso Nacional mensagemtraduzindo o anseio da classe, através demanifestações que ecoaram não só na tri-buna, mas principaimente nas ComissõesTécnicas.

    Hoje, Sr. Presidente, graças a esses es-rorcos denodados e. principalmente à ele-vada compreensão dos nossos pare;, pode-mos anunciar, com satisfação, que o projetoa que me refiro. já aprovado na Comissãode Trabalho e Legislação Social, vem en-contrando na Comissão ele Financas o maiorapreço, razão pela qual não temos dúvidasque ali também ele haverá de merecer aacolhida a que faz jus, para que se cumpranesta Casa, o nosso propósito de ver sanadrl.uma injustiça social que está a reclamarprovidéncias legislativas, o que certamentese consubstancícría através da transfor-mação em lei dessa proposição a que me es-tou referindo.

    Quero, portanto, Sr. Presidente, ao ladodas congratulações que dirijo ao Sr. Olím-pio Coutinho pelo esforço que despendeu emprol dessa matéria, congratular-me tam-bém, com os companheiros da COl'nissão,que, em boa hora, souberam compreendera importância da iniciativa, dando-lhe adimensão e o apreço a que ela faz jus.

    Era o que tinha a dizer.O SR. ARTHUR FONSECA - (Pronuncia

    o seguinte díscurso.) Sr. Presidente, SIso

  • 25~4- Quarta-feira S

    =DlARIO DO CONGRESSO NACIONAL (Seção I) Maio de 1974

    Deputados desejo registrar desta tribuna,profundan;'ente consternado, o falecimentode Dom Sílvio Maria Dário, primeiro e ama-do Bispo da Diocese de Itapeva, em SãoPaulo.

    Morreu aos 53 anos de idade, no últimodia 'primeiro de maio, deixando os seus ~iocesunos sensivelmente abalados pelo trístee prematuro desaparecimento.

    Dom Silvio Mário Dário era paulista dePederneiras filho de Marcelino Dário, jafalecido, e 'de D. Marcelenia Dário, aindaviva e residente em Itapeva. Ordenou-seSacerdote 110 dia 2 de dezembro de 1944,passando a exercer seu ministério sacerdo-tal iunto à então Diocese de Botueatu, hojearquidiocese.

    Foi Diretor Espiritual do Seminário Dio-cesano de Botucatu e, por muitos anos,Capelão do Colégio Santa Marcelina, damesma cidade.

    Foi vigário geral da Diocese de Botacatu.Em 1965 foi designado bispo auxiliar deDom Fr~i Henrique Golland Trindade e,em 1968, designado Bispo da Diocese deItapeva, recém-criada, tendo sido, portanto,seu primeiro Bispo titular.

    Como Bispo diocesano, entre outras obras,empenhou-se na reforma da Catedral e naestruturacão da diocese, inserindo-a. comprudência e descortino espiritual, na dou-trina emanada do Concílio Vaticano lI.

    Era meu amigo pessoal; devotava-lhe es-pecial consideração, por conhecer-lhe asvirtudes e os méritos.

    Dai os meus sentimentos pela perda, sen-timentos que se juntam ao da comunidadeItapevense. nas homenagens póstumas aoilustre antístate.

    Era o que tinha a dizer.O SR. FREITAS NOBRE - (Pronuncía o

    seguinte discurso.) Sr. Presidente, Srs.Deputados, vinte e um sindicatos de traba-Il.adores das mais diversas categorias, nacidade de Santos, dirigindo-se às autorida-des, no "Dia do Trabalho", acentuaram queesta "é a hora certa de apelar mais umavez aos altos mandatários da Nação paraque encontrem as fórmulas que conduzamà solução dos problemas dos aumentos cons-tantes do custo de vida, que hoje levam aintranqüilidade aos lares brasileiros".

    Também a Federação dos Empregados noComércio do Estado de São Paulo envioumensagem de quinze linhas ao PresidenteGeisel, pedindo ao Chefe do Governo acontenção da alta de preço das mercado-rias.

    Este é o clamor geral no Pais.

    E tudo indica que o Governo pretende nãoignorar a realidade.

    Aliás, quero me referir a importante do-cumento que se constituiu num relatóriosubscrito pelos Ministros Mário Henrique8imonsen e Reis Venoso e aprovado peloPresidente Geisel há cerca de dez dias. Nes-se documento, o Presidente Geisel aprovoua sugestão daqueles ministros, no sentidode que a inflação fosse mantida "dentro detratamento gradualísta" e "sem criar arti-ficialismos e distorções no sistema econô-mico".

    Tudo quanto diziamos na critica aos re-flexos da política econômico-financeim doGoverno junto às classes trabalhadoras estábem resumido na análise critica que aque-les Ministros fizeram ao Presidente, que aaprovou.

    É contra esses artificialismos e distorçõesque protestávamos.

    O reconhecimento de que as ms lores ten-sões inflacionárias se acumularam no se-

    tor dos produtos agrícolas é outro valiosoaspecto do relatório daqueles Ministros.

    Por isso mesmo, faz o relatório coro àsnossas vozes quando reclamávamos contraa ação dos especuladores, expressamentemencionados no respectivo documento.

    Quando afirmávamos a impossibilidadede o povo brasileiro suportar a alta galo-pante do custo de vida, éramos contesta-dos pela Liderança do Governo.

    Pois. agora, remeto àqueles que negavamessa alta absurda do custo de vida e a rea-ção popular contra os aumentos tnníscrí-minados o seguinte trecho do mesmo do-cumento aprovado pelo Chefe do Governo:"Nos primeiros meses de 1974, os preçosvêm subindo aceleradamente".

    Também advertíamos que os governos es-taduais e municipais, usando de subterfú-gios os mais diversos, têm contribuído paraagravar a espiral inflacionária e sufocar aspopulações condenadas a um rendimentoou salário incapaz de garantir-lhe sequera sobrevivência rísíca,

    É verdade que os Ministros da Fazendae do Planejamento, na Exposição feita aoPresidente Geisel, tiveram oportunidade dedestacar o exemplo dado pelo governo cen-tral quando determinou que a elevação dospreços de bens e serviços de toda a admi-nistração federal, direta ou indireta, ficas-se contida no limite de 15%. Mas, não con-tentes com essa exemplificação, foram ex-pressos com referência aos Estados e Mu-nícípíos, destacando: "É de toda relevânciaque as administrações estaduais e munici-pais adotem o mesmo limite, inclusive quan-to às suas empresas",

    Ora, na área fiscal o que se constata emquase todo o País é a desordem adminístra-tiva, com uma doentia indiferença pela sor-te dos contribuintes. Assim, também exem-plifiquemos: no Estado de São Paulo nume-rosos são os municípios que majoram abu-sivamente os tributos, nos últimos anos. EmMogi das Cruzes - c o problema se encon-tra inclusive em exame no Supremo Tribu-nal Federal - houve aumento de ImpostoPredial até da ordem de três mil por cen-to. Este ano. numerosos são os municípiospaulistas alcançados com majorações cen-tenárias. Para exemplificar, cito Franca eOlimpía, Neste último municípío, a majora-ção dos impostos, este ano, chegou a seis-centos e setecentos por cento,

    E, se me demoro no exame do importan-te documento subscrito pelos Ministros daFazenda e do Planejamento é para mostrarcomo a teoria anda, às vezes, longe da rea-lidade, e exige os pés no chão,

    Que o Presidente Geisel mande estudara documentação preparada pelas entidadesrepresentativas do Municipio de Olímpía,no Estado de São Paulo, para melhor ilus-trar-se sobre os excessos na tributacão mu-nicipal. Essa documentação é rírmada pelaAssocíacão Comercial e Industrial de Olím-pia, pela Assocíacâo Profissional do Comér-cio Varejista, pelo Sindicato dos Contabi-listas, pelo Sindicato Rural, pela unanimi-dade da Câmara Municipal, pelo Lyons, peloRotary Clube, pela Loja Renovadora.

    Se o Governo pedir ao Prefeito de Olím-pia - o que também ocorreria com nume-rosos outros municípios de São Paulo -que informasse se houve aumento de tributo,a resposta seria negativa.

    O pior aumento é exatamente este, feitoà sorrelpa, de maneira maliciosa, porquerealizado através da "revisão" das alíquotasou da chamada ampliação das faixas urba-nas, fazendo recair sobre determinadasáreas uma porcentagem altíssima incidindo

    sobre o valor venal que a própria Prefeiturafixa.

    Têm razão os Ministros Mário Sim'1nsene Reis Velloso quando sublinham no seu Re-latório as distorções nas administrações es-taduais e municipais, advertindo, por isso,a relevância da adoção de limites para osaumentos.

    O Presidente Geisel, se quiser resolver oproblema, poderá fixar para o Estado e Mu-nicipios o limite máximo dos tributos, comoo fez na área federal relativamente à ele-vação de preços de bens e serviços no tetode quinze por cento.

    Não se diga que há uma ingerência naautonomia dos Estados e dos Municípios,porque se projeto de lei nesse sentido forencaminhado ao Congresso fixando esse te-to, a solução terá sido encontrada sem me-recer critica.

    Aliás, quem pode o mais pode o menos.O Governo, que tem absoluta interfe-

    rência na faixa política, relativamente aosEstados e aos Municipios, não poderia con-siderar-se fraco quando a matéria, sendode ordem econômica e fiscal, é de interessede toda uma população, sutocada não ape-nas pela alta de preço dos gêneros de pri-meira necessidade, mas, também, asfixia-da pela ganância fiscal.

    Era o que tinha a dizer.

    O SR. HOMERO SANTOS - (Pronunciao seguinte discurso.) Sr. Presidente, Srs.Deputados, ocupamos novamente a tribuna.desta Casa para consignarmos em seusAnais os nossos aplausos ao Presidente Gei-sel.

    O motivo, Sr. Presidente, foi a feliz esco-lha do Dr. Luiz Cláudlc de Almeida Maga-lhães para Presidente das Furnas CentraísElétricas S.A.

    Mais um mineiro prestando relevantesserviços ao País.

    Grande cultura, dedicado e empenhadoem servir com dignidade, exerceu os maisaltos cargos na administração pública emMinas Gerais.

    Depois de prestar seus serviços à CEMIGpor 20 anos, sendo 10 como Diretor, o Eng.oLuiz Claudio de Almeida Magalhães desli-gou-se da Empresa no último dia 23, desig-nado que foi pelo Ex.m o Sr. Ministro dasMinas e Energia para a Presidência de Fur-nas Centrais Elétricas S.A.

    De engenheiro, técnico, até ocupar a Vice-Presidência da CEMIG, Luiz Cláudio Ma-galhães ocupou todos os postos de umamesma escala hierárquica na empresa: Ge-rente da Cidade Industrial, Chefe da Divi-são de Gerências, Chefe do DepartamentoComercial de Distribuição, SuperintendenteGeral de Distribuição, Diretor e Vice-Presi-dente.

    Responsável pela planificação e pelo con-trole da implantação do sistema de distri-buição de energia em Minas Gerais, comoprincipal supervisor desse campo de ati-vidades, desde que passou a fazer parte dosobjetivos da CEMIG, em 1964, ele se afas-ta dessas funções quando já são mais de600 as localidades atendidas, fato que re-leva portanto, sua atuação.

    Como Diretor fundador da ERMIG parti-cipou dos trabalhos que resultaram na ele-trificação, até agora, de 6.000 propriedadesrurais do Estado.

    De janeiro de 1970 a março de 1971, con-vocado pelo Governo do Estado, o Eng.o LuizCláudio Magalhães exerceu o cargo de Se-cretário da Fazenda de Minas Gerais.

  • Maio de 1974 DIARIO no CONGRESSO NACIONAL (Seção I) Quarta-feira 8 2525

    A filosofia de trabalho implantada e asmodificações estruturais que fez realizar de-finiram uma linha de administração que semantém.

    A "Operação Fazenda/70", a criação daAssessoria Econômico-Financeira, a intro-dução de processamento eletrônico de da-dos no controle dos contribuintes, a utiJiza-cão do novo sistema de recolhimentos e pa-gamentos de tributos e salários através darede bancária, foram algumas de suas rea-lizações naquela pasta. A atuação do ~ng.oLuiz Cláudio Magalhães na Implantação deuma política de incentivos físcaís para atra-cão de indústrias para Minas e no processode liberação do preço do aço e do créditodo ICM, pelo Estado produtor, para deter-minados equipamentos industriais, reper-cutiu sensivelmente na economia mineira.Durante sua gestão a dívida fundada inter-na foi reduzida de cerca de 30% e eliminou-se o atraso do funcionalismo.

    Com sua participação no Curso Superiorda Escola Superior de Guerra, durante oano de 1972, o Eng.o Luiz Cláudio Maga:-Iháes somou importantes conhecimentos asua formação técnico-administrativa, ondese realçam os títulos de Engenheiro pelaEscola de Engenharia da UFMG, de Técni-co em Administração, a realização de cur-sos de aperfeiçoamento no exterior e im-portantes missões para participar de con-gressos e seminários, representando a ..•.CEMIG, em diversos países.

    Foi Diretor e Presidente do oentro dasÍndústrias das Cidades Industriais de Mi-nás Gerais, Diretor da Federação das In-dústrias de Minas Gerais e Presidente doSindicato das Indústrias de Energia Hidroe Termo Elétrica do Estado, neste períodoem que prestou seus serviços à CEMIG.

    Agora, passando à área Federal, o Eng.oLuiz Cláudio Magalhães vai assumir a Pre-sidência da maior subsidiária da Eletrobrás,a maior empresa produtora de energia elé-trica do País, Furnas.

    Dispondo de 4 milhões de quilowatts depotência instalada e construin~o usinas queaté 1981 adicionarão ao seu sistema outros4 milhões e 200 mil quilowatts, a empresaopera as hidrelétricas Furnas, Estreito Fu-nil, Marechal Mascarenhas de Morais, Por-to Colômbia e a térmica de Santa Cruz. Es-tá construindo, no momento, a primeirausina nuclear do Brasil e as hidrelétricasde Marimbondo e Itumbiara, e írá iniciara construcão do Centro de Pesquisas deEnergia Elétrica, na Ilha do Fundão, umarealização da mais alta significação paraq .dasenvolvímento brasileiro.

    DADOS BIOGRAFICOS

    Cursos:Engenheiro Civil pela Escola de Enge-nharia da Universidade de Minas Gerais(1946) - atual U.F.M.G.

    CPOR - Arma de Artilharia (1940/42).2.0 Tenente de Reserva - Arma de Ar-tilharia - 8.0 R.A.M. (1943).

    Curso sobre EletriflCação Rural - AID- USA (1963).

    Ciclo de Estudos das Bases para o Esta-belecimento de uma Doutrina de Segu-rança Nacional, realizado pela ADESG- (maio/1965).

    Curso SuperIor da Escola Superior deGuerra - 1972.

    Técnico de Administração (Províslona-menta) - 1972.

    Curso de Computadores para Executivosde Empresas - IBM _. 1973 - Rio deJaneiro - GB

    Missões:

    Seminário rnter-amencano sobre Ele-trificacão Rural - Porto Rico - USA(959)'-

    I Conferência. Latino-Americana sobreEletrificacão Rural - Buenos Aires -1964, com apresentação de trabalho.

    I Seminário Brastlciro sobre Distribuí-cão de Energia - Belo Horizonte -í952 (participante).

    II Seminário Brasileiro sobre Distribui-ção de Energia - Recife - 1964 -(participante) .

    IV Congresso Brasileiro de OrganizaçãoCientífica UDORT) - relator e defesade tese - 1964.

    XIV Congresso da União dos Produtorese Distribuidores de Energia Elétrica -UNIPEDE - Madrid/1967.

    Viagens de estudo aos Estados Unidos(1952 e 1968), França (1935-1967), SUlÇa(1953), Chile (1964), Alemanha (1968),Itália (1967), Portugal (1967), EstadosUnidos e Canadá (1971).

    IV Reunião de Altos Executivos (CIER)- Caracas - Venezuela - (Novembro/1969), com apresentacâo de uma pales-tra sobre a "Imagem da Empresa deEnergia Elétrica".

    IV Oonferência Latino-Americana sobreEletrificacão Rural - Belo Horizonte- 1971, com apresentação de trabalhos.II Seminário de Dirigentes de Empresas

    "'o. de Energia Elétrica - Brasília 1971.

    Funções:

    Prefeito Municipal de Machado (1947).Engenheiro da R M.V. (1948/50) e emsetor privado (1951/53).

    Engenheiro na Centrais Elétricas de Mi-nas Gerais S.A. - CEMIG, de 1953 emdiante, tenda exercide as seguintes fun-ções, sucessivamente, até 1964: Gerenteda Cidade Industrial, Chefe de Divisão,Chefe de Departamento, Assistente deDiretor.

    Diretor da Cia. de Eletricidade Alto RioGrande - CEARG - (1961/52).

    Diretor da Eletrificaçãc Rural de MinasGerais S.A. - ERMIG (1-3-62/1965l.

    Diretor da Centrais Elétricas de MinasGerais S.A..- CEMIG - 3-2-64/20-3-64 (reeleição), 31-3-67 (reeleição), res-ponsável pelos setores: Superintendên-cia Geral de Distribuição de Energia,Superintendência Geral de RelacõesIndustriais e Superintendência Gera!Empresarial e de Distribuição.

    Presidente do Sindicato das Indústriasde Energia Hidro e Termo Elétrica deMmas Gerais (29-3-65/1967, 1967/1969reeleição) .

    Diretor da Federação das Indústrias doEstado de M\nas Gerais (1965/19()9).

    Diretor do Centro das Indústrias dasCidades Industriais de Minas Gerais -CICI-MG (19õ5 até fi presente data).

    Respondendo pelo Secretário de Estadode Planej amento e Vice-Presidente doConselho Estadual de Desenvolvimento(interino) 1967 e 1969.

    Conselheiro-substituto do Conselho Es-tadual de Desenvolvimento - MG (1966- 19(9).

    Diretor-Superintendente da ERMIG(l4-4-65, 8-4-68 - reeleição até a pre-sente data).

    Vice-Presidente da Ola. Sul Mineira deEletricidade - CSME (12-4-67 a 1969).

    Presidente do Centro das Indústrias dasCidades Inrlustrtais de Minas Gerais _CICI-MG (2· 7-68 a julho/1970).

    Secretário de Estado da Fazenda de Mi-nas Gerais (13-1-70 a 17-3-71).

    Vice-PreEidente da CEMIG (12-1-68 atéa presente data) - responsável pelaDiretoria de Dístríbuicâo de Energia eGestão Empresarial, abrangendo as Su-perintendências Administrativa, Rela-ções Industriais e Assessoria de Orga-.nizacão e Sistemas Administrativos eBuperintendéneías de Distribuição doInterior e da Capital.Trabalhos:

    Várias palestras e estudos de âmbitoprofissional, e vários artigos em jornaisdo Rio de Janeiro e Belo Horizonte so-bre aspectos econômicos e financeirosde Minas Gerais.

    Condecorações:

    Medalha de Honra da Inconfidência(méritos eivicos) - Governo de MinasGerais, em 21-4-70.

    Medalha de Ouro "Gilberto Porto" _Academia de Polícia CIvil de Minas Ge-rais - 30-7-70.

    Medalha de Ouro - Projeto Rondon -..MG - maio/1971.

    Diploma de Econcmista Honorário daSociedade de Economistas de Minas Ge-rais - 1970.

    Trabalhos:

    Aspectos Políticos, Econômicos e Sociaisda Dístrtbuícao e Venua de Energia Elé-trica (palestra proferida em 1961).

    Eletrificacão Rural Monofásica (estudoapresentado à II Reunião de Consultassobre Eletri ücaçâo Rural, promovidapela CIBPU··1963L

    A ExperiênCia de Minas e Sugestões pa-ra um Programa Nacional (palestraproferida na Divisão de Águas do Mi-nistério das Minas e Energia, em 1963,sobre eletrrncacâo rural).Eficiência dos Sistemas de Distribuição(estudo apresentado ao II SeminárioNacional de Distribmção de Energia -Recife - 1964).

    Eletrificacão Rural - Buenos Aires -1964). .

    A Distribuicão Ontem. Hoje e Amanhá.(Palestra proferida na Assembléia In-terdepartamental da CEMIG - Ale -1968).

    A Imagem da Empresa de Energia Elé-trica (palestra proferida na IV Reuniãode Altos Executivos - CIER - Vene-zuela - 19691.

    Eletrificação Rural - Aspectos Finan-ceiros (estudo apresentado na IV Con-ferência Latino-Americana de Eletrifi-cacão Rural - Belo Horizonte - 1971),Eletrificacão Rural - 'I'ríângulo Minei-ro (estudá apresentado na IV Conferên-cia Latino-Americana de EletrificaçãoRural - Belo Horizonte - 1971).

    Fazenda/70 (programa do setor fazen-dário de Minas Gerais em 1970).

    Relatório de Admínístracão (Secretariada Fazenda - 13-1-70 a 17-3-71) .

    Vários artigos em jornais do Rio de Ja-neiro e Belo Horizonte.

    Por todos estes cargos... E pelas tesesdefendidas em inúmeros congressos, o Dr,Luiz Cláudio deixou a marca do seu talen-to e de suas virtudes como homem de bem.

  • 2526 Quarta-feira 8 DIARIO DO CONGRESSO NACIONAL Maio de 1974

    Estamos orgulhosos, nós mineiros, de veri-ficarmos que Mínas não falta ao Brasil.Mais um dos seus filhos faz parte da exce-lente tripulação que conduz a máquina dodesenvolvimento brasueíro.

    Era o que tinha a dizer... SR. JOSÉ MANDELLI - (Pronuncia o

    seguinte díseurso.) Sr. Presidente e Srs.Deputados, há sempre em nossos sentimen-tos algo de gratidão a todos aqueles quenos. precederam nesta terra e que nos le-garam conhecimentos, exemplos, desenvol-Vimento, progresso e bem-estar.

    Quem como nós viveu no. interior destePaís, não poderá de forma alguma, omitirsuas origens ou deixar de ressaltar datassignificativas da cidade em que viveu, la-butou, tem seus familiares, seus amigos,seus conhecidos e seu lar.

    Não poderíamos deixar de fazer um re-gistro todo especial ao. Municipio de Ere-ehím, no Rio Grande do Sul, que no dia 30de abril próximo passado, entre festas egalas de toda sua população, festejou seu56.° aniversário de emancipação polítíco-administrativa.

    No dia 30 de abril do ano de 1918, aten-dendo às justas reívtndícações dos habitan-tes do então cítavc distrito de Passo Fundo,o Exm.o Sr. Presidente do Estado, Dr. Anto-nio Augusto Borges de Medeiros, assinava oDecreto Executivo que criava o Município deErechim.

    Erechinense por adoção, ex-Prefeito e ex-Vereador daquela importante célula muni-cipal, não poderíamos, de forma alguma,omitir-nos ante data tão significativa.

    Participamos ativamente nas comemora-ções de sua emancipação, que coincidemcom os festejos do sesquicentenário da co-lonização alemã e do bicentenário da imi-gração ítalo-germânica.

    Sr. Presidente e Srs. Deputados, para queconste nos Anais desta Casa, transcreve-mos, a seguir, dados daquele importanteMunicipio:

    Aspectos HistóricosCom apenas 36 colonos, iniciou-se em6 de outubro de 1910 a colonizaeão deErechim. Atendendo à justa aspíracàodos erecnínenses, foi sancionado o De-creto n.o 2.342, de 30 de abril de 1918,elevando-o à cotegoría de Município.

    Erechim teve as seguintes denomina-ções: Paiol Grande - Erechim - BoaVista de Erechim -- José Bcnífácío, eem 1944 passou definitivamente a cha-mar-se Erechim.Devido a dedicação, empenho e tra-balho dos colonizadores imigrantes,Erechim teve um grande surto de de-senvolvimento em todos os setores, tor-nando-se com isso, cidade polo em nos-sa região, estando 18 cidades polariza-das por Erechim, que por sua hospita-lidade é denominada "Capital da Ami-zade".Aspectos FísicosErechim ocupa uma área de 817 km2,sendo a altitude da sede 886 m. O climaé temperado e saudável, com estaçõescaracterísticos. Sua vegetação é cons-tituida de floresta subtropical, comocorrência de araucária. O relevo pos-sui forte aeidentação topográfica aoNorte, na coxilha com fraca ondulaçãoao Sul, onde predomina a pastagem.Aspectos DemográficosErechim situa-se sobre as cordilheirasda Serra Geral, na região denominadaAlto Uruguai.

    População: Urbana - 36.000 habitan-tes; rural - 20.000 habitantes; flu-tuante - 1.080 habitantes.Aspectos Econômicos- Agricultura: O total da área planta-da atinge. 55.