cÂmara dos deputadosimagem.camara.gov.br/imagem/d/pdf/dcd25mai1976.pdf · 2012. 2. 23. ·...

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SEÇÃO .1 .ANO XXXI --- NI) 053 CAPI'.rAL FEDERAL 'l'ERÇA-}<'EIRA, 25 DE MAIO DE 1976 CÂMARA DOS DEPUTADOS SUMARIO 1- 23. a SESSÃO DA 2.· .... SESSAO LEGISLATIVA DA 8. a LEGISLATURA, EM 24 DE MAIO DE 1976 I- Abertura da Sessão II - Leitul'lI. e amlinatura da ata da sessão anterior UI - Leitura do Expediente PROJETOS A IMPRIMIR Projeto de Le( n. a 1.793-A, de 1976 (Do Poder Executivo) - Mensagem n,o 17/76. - D:Lspõesobre a. transferência de ter- renos da União para o patrimônio da Universidade Federal de Minas Gerais; tendo pareceres: da Oomissão de Constituição e Justiça, pela constitucionalidade, juridicidade e técnica le- gislativa; e, das Comissões de Educação e Cultura e de Finan- ças, pela aprovação. Projeto dIJ. Lei n.o 1.7M-A, de 1976 (Do Poder Executivo) - Mensagem n. o 2/76- Altera d:Lsposições da Lei n. O 6.082, de 10 de julho de 1974, e outras providencias; tendo pare- ceres: da Comissão de Constituição e Justiça, pela constitu- cionalidade, juridicidade e, no mérito, pela aprovação; e, das Comissões de ServiÇO Público e de Final'içaS, pela aprovação. PROJETOS APRESENTADOS Projeto de Lei n,o 2.250, de 1976 (Do 8J·. Inocêncio Oliveira) - Isenta fJ empregador rural, proprietário de até 50 (cinqüenta) hectares, das contribuições dev.idas ao Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária. Projeto de Lei n." 2 .251, de 1976 (Do Sr. Francisco Amaral) - Acrescenta parágrafos ao art. 643 da Consolidação das Leis Trabalho. Projeto de Lei n. e 2.252, de 1976 (Do Sr. Nina Ribeiro) - Dispõe sobre a proteção contra incêndios. Projeto de Lei n. e 2.253, de 1976 (Do Sr. JG de Araújo Jorge) - Altera a redação, do inciso UI e acrescenta nOVo inciso ao art. 89 da Lei n. a 4.215, de 27 de abril de 1M3, que "d:Lspõe sobre o Estatuto da Ordem dos AdvogadOS do Brasil". Projeto de Lei n. o 2.254, de 1976 (Do Sr. Osvaldo Buskeil )" Determina a fixação da contra-indicação, em tarja saliente, na embalagem de medicament08. Projeto de Lei n.o 2.255, de 1976 (Da Br. a Lygia Lessa Bas- tos) -- Altera a redação do .ltem I e § 3. 0 do art. 11 da Lei n.O 3.807, de 26 de agosto de 1960, que "d:Lspôe sobre a Lei Orgâ- nica da Previdência Spcial". Projeto de Lei D. o 2.256, de 1976 (Do Sr. Antunes de Oli- veira) - Altera a redação do art. 72 da Lei n. a 5.682, de 21 de junho de 1971 (Lei Orgânica dos Partidos Politicos), incluin- do Prefeito e Vice-Pt'efeito, nos casos de perda dc mandato por infidelidade partidáJ.ia. Projcto de Lei n. o 2.257, de 1976 (Do Sr. Aurélio Oampos) '- Revoga o art. 605 da Consolidação das Leis do Trabalho. Projeto de Lei n.O 2.258, de 1976 (Do Sr. Adhemar Ghisi) - F.stende tratoristas profissionais a aposentadoria especial dos motoristas profi&ionais de transporte urbano e rodoviário. Projeto de Lei n.o 2.259, de 1976 (Do Sr. Ernesto de Marco) ..:-., Cria o Centro de Estudos Agronômicos do Oeste de Santa Catarina com sede na cidade de Chapecó, e determina outras providênc:ias. P,'ojeto. de Lei n. 0 2. 260, de 1976 .(Do SI'. Francisco Amaral) - Dispõe sobre a criação do Plano de ASliistência SOciai Estudante (PASE), e outras providências. Projeto de Lei n. o 2.261, de 1976 (Do SI', Pacheco Chaves) _ Suprime expressões do art. 566 da Consolidação das Leis do Trabalho, para permitir a sindicalização dos empregados em empreSas públicas. Projeto de Lei n. a 2.2'/6, de 1976 (Do Senado Federal) - Altera a alinea e do § 1.0 do art. 8.0 da Lei n.o 3.807, de 26 de agosto de 1960, que "dispóe sobre a Lei Orgânica da Previdência SOcial", IV - Pequeno Expediente ULiSSES POTIGUAR - Significação do Projeto Sertanejo para a economia do Nordeste. OLIVIR GABARDO - Importância da conclusão da BR-153 para a economia paranaense. ODACIR KLEIN -- Pronunciamento do Presidente da Repú- blica e do Cardeal-Arcebispo de São Paulo sobre democracia e justiça "social, no Rjo Grande do Sul e em São Paulo, respec- tivamente. WILSON BRAGA - Necrológio do Ministro Alcides Vieira Carneiro. NOSSER ALMEIDA - Defesa do consumidor. JOÃO GILBERTO -- Safra de arroz em Cachoeira do Sul, Rio Grande do Sul. NINA RIBEIRO - 110. 0 aniversário da Batalha de Tuiuti. WALBER GUIMARAES - Suspensâ,o de vôos e de linhas aéreas regulares em Maringá, Paraná. GERALDO FREIRE - Neérológio do Prof. Antônio Maga- lhães Alves. ARNALDO LAFAYETTE - Necrológio do Ministro Alcides Vieira Carneiro. JOÃO CUNHA - Propaganda eleitoral pelo rádio e pela televisão. EPITACIO OA:rEI'EIRA - Propaganda eleitoral no rádio e na teievisão. LEõNIDAS SAMPAIO - Necessidade de reformulação, pelo INPS, da política previdenciária em reiação :1 velhice. BARROSO - 110. 0 aniversário da Batalha de Tuiuti.

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SEÇÃO .1.~=======================~=~=====.ANO XXXI --- NI) 053 CAPI'.rAL FEDERAL 'l'ERÇA-}<'EIRA, 25 DE MAIO DE 1976

CÂMARA DOS DEPUTADOSSUMARIO

1 - 23.a SESSÃO DA 2.·.... SESSAO LEGISLATIVA DA 8.aLEGISLATURA, EM 24 DE MAIO DE 1976

I - Abertura da SessãoII - Leitul'lI. e amlinatura da ata da sessão anterior

UI - Leitura do Expediente

PROJETOS A IMPRIMIRProjeto de Le( n.a 1.793-A, de 1976 (Do Poder Executivo)

- Mensagem n,o 17/76. - D:Lspõesobre a. transferência de ter­renos da União para o patrimônio da Universidade Federal deMinas Gerais; tendo pareceres: da Oomissão de Constituiçãoe Justiça, pela constitucionalidade, juridicidade e técnica le­gislativa; e, das Comissões de Educação e Cultura e de Finan­ças, pela aprovação.

Projeto dIJ. Lei n.o 1. 7M-A, de 1976 (Do Poder Executivo)- Mensagem n.o 2/76- Altera d:Lsposições da Lei n.O 6.082,de 10 de julho de 1974, e dá outras providencias; tendo pare­ceres: da Comissão de Constituição e Justiça, pela constitu­cionalidade, juridicidade e, no mérito, pela aprovação; e, dasComissões de ServiÇO Público e de Final'içaS, pela aprovação.

PROJETOS APRESENTADOSProjeto de Lei n,o 2.250, de 1976 (Do 8J·. Inocêncio Oliveira)

- Isenta fJ empregador rural, proprietário de até 50 (cinqüenta)hectares, das contribuições dev.idas ao Instituto Nacional deColonização e Reforma Agrária.

Projeto de Lei n." 2 .251, de 1976 (Do Sr. Francisco Amaral)- Acrescenta parágrafos ao art. 643 da Consolidação das Leisdô Trabalho.

Projeto de Lei n.e 2.252, de 1976 (Do Sr. Nina Ribeiro) ­Dispõe sobre a proteção contra incêndios.

Projeto de Lei n.e 2.253, de 1976 (Do Sr. JG de AraújoJorge) - Altera a redação, do inciso UI e acrescenta nOVoinciso ao art. 89 da Lei n.a 4.215, de 27 de abril de 1M3, que"d:Lspõe sobre o Estatuto da Ordem dos AdvogadOS do Brasil".

Projeto de Lei n.o 2.254, de 1976 (Do Sr. Osvaldo Buskeil)" Determina a fixação da contra-indicação, em tarja saliente,na embalagem de medicament08.

Projeto de Lei n.o 2.255, de 1976 (Da Br.a Lygia Lessa Bas­tos) -- Altera a redação do .ltem I e § 3.0 do art. 11 da Lein.O 3.807, de 26 de agosto de 1960, que "d:Lspôe sobre a Lei Orgâ­nica da Previdência Spcial".

Projeto de Lei D.o 2.256, de 1976 (Do Sr. Antunes de Oli­veira) - Altera a redação do art. 72 da Lei n.a 5.682, de 21de junho de 1971 (Lei Orgânica dos Partidos Politicos), incluin­do Prefeito e Vice-Pt'efeito, nos casos de perda dc mandato porinfidelidade partidáJ.ia.

Projcto de Lei n.o 2.257, de 1976 (Do Sr. Aurélio Oampos)'- Revoga o art. 605 da Consolidação das Leis do Trabalho.

Projeto de Lei n.O 2.258, de 1976 (Do Sr. Adhemar Ghisi) ­F.stende alÀ~ tratoristas profissionais a aposentadoria especialdos motoristas profi&ionais de transporte urbano e rodoviário.

Projeto de Lei n.o 2.259, de 1976 (Do Sr. Ernesto de Marco)..:-., Cria o Centro de Estudos Agronômicos do Oeste de SantaCatarina com sede na cidade de Chapecó, e determina outrasprovidênc:ias.

P,'ojeto. de Lei n.0 2. 260, de 1976 .(Do SI'. Francisco Amaral)- Dispõe sobre a criação do Plano de ASliistência SOciai aüEstudante (PASE), e dá outras providências.

Projeto de Lei n.o 2.261, de 1976 (Do SI', Pacheco Chaves)_ Suprime expressões do art. 566 da Consolidação das Leis doTrabalho, para permitir a sindicalização dos empregados emempreSas públicas.

Projeto de Lei n.a 2.2'/6, de 1976 (Do Senado Federal) ­Altera a alinea e do § 1.0 do art. 8.0 da Lei n.o 3.807, de 26 deagosto de 1960, que "dispóe sobre a Lei Orgânica da PrevidênciaSOcial",

IV - Pequeno ExpedienteULiSSES POTIGUAR - Significação do Projeto Sertanejo

para a economia do Nordeste.OLIVIR GABARDO - Importância da conclusão da BR-153

para a economia paranaense.ODACIR KLEIN -- Pronunciamento do Presidente da Repú­

blica e do Cardeal-Arcebispo de São Paulo sobre democracia ejustiça "social, no Rjo Grande do Sul e em São Paulo, respec­tivamente.

WILSON BRAGA - Necrológio do Ministro Alcides VieiraCarneiro.

NOSSER ALMEIDA - Defesa do consumidor.JOÃO GILBERTO -- Safra de arroz em Cachoeira do Sul,

Rio Grande do Sul.NINA RIBEIRO - 110.0 aniversário da Batalha de Tuiuti.WALBER GUIMARAES - Suspensâ,o de vôos e de linhas

aéreas regulares em Maringá, Paraná.GERALDO FREIRE - Neérológio do Prof. Antônio Maga­

lhães Alves.ARNALDO LAFAYETTE - Necrológio do Ministro Alcides

Vieira Carneiro.JOÃO CUNHA - Propaganda eleitoral pelo rádio e pela

televisão.EPITACIO OA:rEI'EIRA - Propaganda eleitoral no rádio

e na teievisão.LEõNIDAS SAMPAIO - Necessidade de reformulação, pelo

INPS, da política previdenciária em reiação :1 velhice.PARSIl~AL BARROSO - 110.0 aniversário da Batalha de

Tuiuti.

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4234 Terça-feira 25 DIARIO DO CONGRESSO NAeIONAL (Seção l) Maio de 1976

ANTôNIO BRESOLIN - 27.0 aniversário da promulgaçãoda Constituição da República Federal da Alemanha.

PEIXOTO FILHO - Saúde pública no Brasil.SIQUEIRA CAMPOS - Pavimentação asfáltica do acesso

rodoviário do Município de Panamá, Goiás, à BR-153.IGO LOSSO - 27.0 aniversádo da promulgação da COns­

tituição da República Federal da Alemanha.LUIZ BRAZ - Divisão dos valores do papel-moeda.INOCÊJNCIO OLIVEIRA - Reclassificação do funcionalismo

em disjXlnibilidade.HILDÉRICO OLIVEIRA - Não inclusão do Clube Atlético

de Alagoinhas, Bahia, no Campeonato Brasileiro de Futebol.

MARCONDES GADELHA - Necrológio do Ministro AlcidesVieira Carneiro.

CÉLIO MARQUES FERNANDES - Visita do Presidente daRepública ao Rio Grande do Sul.

ARI KFFURI - Perspectivas da produção brasileira desoja e de trigo.

PEDRO LAURO - Projeto de lei. de sua autoria, que obrigaa colocação de etiquetas indicativas dos preços das ferramentase instrumentos cirúrgicos.

OSVALDO BUSKEI - Dia do Trabalhador Rural.FRANCISCO ROLLEMBERG - I Encontro Cultural de La­

ranjeiras, Sergipe.

GERALDO GUEDES - Inauguração de agência do Bancodo Brasil em Bodocó, Pernambuco.

PEDRO FARIA - Instalação da TV Sílvio Santos.

JOEL FERREIRA - Enchente dos rios da Amazônia.ADHEMAR GHISI - Oritérios .de tributação dos imóveis

das zonas urbanas.

JúLIO VIVEIROS - Surto de febre hemorrágica em Alta­mira, Pará.

JERôNIMO SANTANA - Administração do Território deRondônia.

JOSÉ BONIFACIO NETO - Assistência ao menor abando­nado.V - Grande Expediente

J"G DE ARAÚJO JORGE - Panorama politico nacional.

lTURIVAL NASCIMENTO - Propaganda eleitoral no rádioe na televisão.VI -- Ordem do Dia

CÉLIO MARQUES FERNANDES, CLEVERSON TEIXEIRA,ERNESTO DE MARCO. JG DE ARAúJO JORGE, PEIXOTOFILHO, LYGIA LESSA BASTOS - Apresentação de proposições.

PRESIDENTE - Saudação a parlamentares poloneses emvisita à Câmara dos Deputados.

ANTôNIO BRESOLIN, PEIXOTO FILHO, c1!:LIO MARQUESFERNANDES - Encaminhamento de votação do projeto ....n,o S74-B. de 1975.

Projeto D.o 574-B, de 1975 - Aprovado.Projeto n.o 622-A, de 1975 - Aprovado.

Projeto n,o 7M-A, de 1975 - Rejeitado.

.JOSÉ ALVES (Como Líder) (Retirado pelo orador para re­visão.) - li:xitos e omissões do Plano de Cla.'lSificação de oargos.

AIRTON SOARES (Como Lider) - Estatização e desestati­zação.vn - Comunicação das Lideranças

NORBERTO SCHMIDT - 27.0 aniversário da promulgaçãoda Constituição da República Fe,Ç!eral da Alemanha.

ELOY LENZI - Indústria. e comércio de fertilizantes noBrasil.VIU - Designação da Ordem do Dia

IX '- Encerramento2 - MESA (Relação dos membros)

3 - LíDERES E VICE-LíDERES (Relação dos membros)

4 - COMISSõES <Relação dos .membros das ComissõesPermanentes, Especiais, Mistas e de Inquélito)

Acre

Nabor Júnior - MDB; Nosser Almeida - ARENA.

Amazonas

I - As 13:30 horas comparee.em os Senhores:

Oélio BorjaOdulfo DomingllesPinheiro MachadoJúlio Viveiros

ATA DA 53.a SESSÃOEM 24 DE MAIO DE 1976

PRESIDÊNCIA DOS SRS.:CÉLIO BORJA, Presidente; e

ODULFO DOMINGUES, l'?-Secretário.

Juvêncio Dias - ARENA.

Maranhão

Epitácio Cafeteira - MDB; Eurico Ribeiro - ARENA; JoãoCastelo - ARENA; Luiz Rocha - ARENA; Magno Bacelar ­ARENA.

PiauíCelso Barr08 - MDB; Murilo Rezende - ARENA; Paulo Ferraz

- ARENA.Ceará.

Claudino Sales - ARENA; Figueiredo Correia - :MDB; FlávioMurcílio - ARENA; Gomes da Silva - ARENA; Jonas Carlos ­ARENA; Ossian Araripe - ARENA; Paes de Andrade - MDB;Vilmar Pontes - ARENA.

Rio Grande do NorteFrancisco Rocha - MDB; Pedro Lucena - MDB; Vingt Ro­

:;;ado - ARENA.

ParaíbaAntonio Gomes - ARENA; Arnaldo Lafayette - MDB; Octa­

cílio Queiroz - MDB; Wilson Braga - ARENA.Pernambuco

A~ron Rios - ARENA; Fernando Lyra - MDB; Geraldo GUkdes - ARENA; Inocêncio Oliveira - ARENA; Joaquim Coutinho- .ARENA; Josias Leite - ARENA; Marco Maciel- ARENA.

SergipeFrancisco Rollemberg - ARENA; José Oarlos Teixeira - MDB;

PU1:S0S Pôrto .~ ARENA; Raimundo Diniz --'- ARENA.Bahia

Afrisio Vieira Lima - ARENA; Djalma Bessa - ARENA; Hen­rique Cardoso - MDB; Horácio Matos - ARENA; João Alves ­ARENA; Lomanto Júnior - ARENA; Manoel Novaes -- ARENA;Menandro Minahim - ARENA; Noide Cerqueira - MDB; RogérioRêgo - ARENA; Rômulo Galvão - ARENA.

Espírito SantoHenrique Pretti - ARENA.

Rio de JaneiroAlcir Pimenta - MDB; Daniel Silva - MDB; JG de Araújo

JOl:ge .- MDB; Luiz Braz - ARENA; Lygia Lessa Bastos - ARENA;Milton Steinbruch - MDB; Oswaldo Lima - MDB; Pedro Faria ­MDB; Peixoto Filho - MDB.

Minas GeraisFábio Fonsêca - MDB; Jorge Vargas - ARENA; Luiz Fernan­

do - ARENA; Nogueira de Rezende - ARENA; Silvio Abreu Júnior- MDB; Sinval Boaventura- ARENA.

São PauloAirton Sandoval - MDB; Aurelio Campos - MDB; Freitas

Nobre - MDB; Gioia Junior - ARENA; Otavio Ceecato - MDB;Sjllvio VenturolIí - ARENA; Yasunori Kunigo - MDB.

GC)iásAdhemar Santilo - MDB; Elcival Oaiado - ARENA; Gener­

vl:no Fonseca -- MDB; Juarez Bernardes - MDB; Onísio Ludovico- ARENA; Sique~ra Campos -- ARENA.

Pará

MDB; Joel Ferreira - MDB; MárioAntunes de OliveiraFrota - MDB.

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,Nrafo ile 19'76 DIARIO DO CONGRESSO -NACIONAL (Seção I) Terça-feira!5 4235,

lU - EXPEDIENTE

AmapáAntônio Pontes - MDR

RondôniaJerônimo Santana - MDB.

O SR. PRESIDENTE (Odulfo Domingues) - A lista de pre.sençaacusa o comparecimento de 125 Senhores Deputados.

Está aberta a sessão.

Sob a proteção de Deu.s iniciamos nossos trabalhos.O Sr. Secretário procederá il. leitura da ata da sessão anterior.11 - O SR. PEIXOTO FILHO, servindo como 2.0 -Secretário,

prücede à leitura da ata da séssão antecedente, a qual é, semob.~ervações, assinada.

O SR. PRESIDENTE (Odulfo Domingues) - Passa-se à leiturado expediente.

O SR. JiTLIO VIVEIROS, suplente de Secretário, servindo como1.o··Secretário, procede à leitura do seguinte

Paraná.Agostinho Rodrigues - ARENA; Alvaro Dias _ MDB; Antônio

AtmibelJi - MDB; Antonio BeJinati - MDB; Ary Kffuri - ARE­NA; 01everson Teixeira - ARENA; Fernando Gama - MDB;Gamaiel Galvão - MDB; Igu Losso - ARENA; Minoro Miyamoto-, ARENA; Ollvir Gabardo - MDB; Osvaldo BUI3kei - MDB; PauloMarques - MDB; Pedro Lauro - MDB; Walber Gu'imarães -MDR -

Santa CatarinaAbel Avila - ARENA; Adhemar Ghisi ..:.. ARENA; Angelino

Rosa -- ARENA; Dib Cherem - ARENA; .João Linhares - ARENA;José Thomé - MDB; Nereu Guidi - ARENA.

Rio Grande do Sul

Alberto Hoffmann - ARENA; Alceu Collares - MDB; AldoFagundes - MDB; Antônio Bresolin - MDB; Arlindo Kun,zler -'­ARENA: Carlos Santos - MDB; Eloy Lenzi - MDB; Getúlio Dias- MDB; Jorge Uequed -- MDB; José Mandelfli - MDB; LidovinoFanton - MDB; Nelson Marchezan - AR.ENA; .Odacir Klein ­MJDB; Rosa Flores - MDR

MENSAGEM N.o 017, DE 1976, DO PODER EXECUTIVO

Excelentissimos Senhores Membros do Congrresso Nacional:

Nos termos do artigo 51 da Constituição. tenho li honra desubmeter à elevada delibel'acão de Vossas Exeelências, acompa-/nhado de Exposição de Motivos do Senhor Ministro de Estado daFazenda, o anexo projeto de lei que "dispõe sobre a transferénciade terrenos da União para o patril1lôniQ da Universidade Fêdel'alde Minas Gerais".

Brasília, em 17 de fevereiro de 1976 - Erne/lto Geisel

LEGISLA.ÇAO CITADA.

DECRETO N.o 39.778, DE 13 DE AGOSTO DE 1956

Declara de utilidade pública, para fins de desapropria­ção, os terrenos contíguos à atual áre:a da Cidade Univer­sitária da. Universidade de Minas Gerais.

O Presidente da República, usando da atribuição que lhe con­tere o artigo 87, inciso I, da Constituição, e tendo em vista o dis­

.posto.nos artigos 5.°, letras g, h, i, m e n, e 6.0, do Decreto-lei n.o3.365, de 21 de junho de 1941, decreta:

Art. 1.0 São declarados de utilidade pública, para fins de de­sapropriação, inclusive as benfeitorias que neles existirem, os ter­renos interiores, no Municipio de Belo Horizonte, Estado de MinasGerais, caracterizados pelo polígono adiante descrito: partindo doponto obtido pelo encontro. do prolongamento do allnhamento damargem sul da rua Padre Pedro Chaves com o alinhamento damargem oeste da avenida das Palmeiras, em direção 02°01' NW,azimute verdadeiro, numa distância de 312,19 metros, até o encon­tro da divisa do lado sul dos terrenos da Caixa Dágua da Pampu­lha com o alinhamento da margem oeste da citada avenida dasPalmeiras. Deste vértice, com o azimute verdadeiro de 08°05' SW,numa distância de 369,91 metros até o ponto de encontro do ali­nhamento da margem leste da avenida Pampulha com a divisado lado sul da estação de tratamento dágua da Pampulha, Dai,pelo alinhamento da aludida avenida da Pampulha e seguindo acurva por ele descrita até o encontro do alinhamento da mesmaavenida com o prolongamento do alinhamento sul da rua Exp.Hel'eny da Costa, Desse ponto, com o azimute de 66°02' SW, numadistância de 29,54 m até a junção da estrada que segue em dire­ção à localidade denominada Engenho Nogueira, margeando ocórrego de Mergulhão, com o alinhamento da margem sul da ruaExp, Hereny da Costa, Daí, com o azimute de 01°46' SW e numcomprimento de 646,30 m, até um ponto afastado cerca de 25 mà direita da referida estrada dQ vale do {~órrego do Mergulhão.Desse ponto, com azimute verdadeiro de 05°33-' SW e comprimentode 72,34 m, até um ponto ainda na mesma estrada. Em seguida,o polígono fica compreendido, conforme a ordem de descrição, pe­los seguintes lados: azimute verdadeiro de 1()015' SW e' compri­mento de 421,72 m; azimllt.e verdadeiro de 00°56' SW e compri­mento de 1.538,20 m; azimute verdadeiro de 05°41' SW e compri­mento de 34330 m; azimute verdadeiro de 11)°33' SW e compri­mento de 115,80 m; azimute verdadeiro de 11°28' SE e comprimen­to de 14lf,91 m; azimute verdadeiro de 78°14' NE e comprimentode 539,33 m; azimute verdadeiro de 63°16' NE e comp~imento de146,69 m; azimute verdadeiro de 47°22' NE e ~mprlmento de137,29 m; azimute verdadeiro de 33°09' NE e compnmento de 148,11m' azimute verdadeiro de 14"06' NE e compriment.o de 213,43 m;azimute verdadeiro de 24°12' NE e comprimento de 119,50 m; azi­mute verdadeiro de 41°55' NE e comprimento de i31,71 m; azimuteverdadeiro de 29°12' NE e distância de 116,84 m; azimute- verdadei­ro'de 69°32' NE e comprimento de 214,54 m; azimute verdadeiro de70021' NE e comprimento de 59,46 m; com azimute de 27°40' NE ecomprimento de 92,59 metros, Deste ponto, segue a divisa do ladooeste dos terrenos pertencentes ao Ministério da Guerra, em todaa sua extensão até o ponto de confluência das divisas do Ministé­rio da Guerra. do Lar dos Meninos e dos ai;uai:; terrenos da Cida­de Universitária de Minas Gerais, daí seguindó a divisa entre osatuais terrenos da mesma Cidade Universitária e os terrenos per­tencen:tes ao I,ar dos Meninos e a outros, até o alinhamento damargem sul da rua Paare Pedro Chaves, donde segue o mesmoalinhamento até o ponto obtido pelo encontrQ do alinhamento damargem sul da rua Padre Pedro Chaves com o alinhamento damargem oeste da avenida das Palrneil'M.

Art, 2.° Destinam-se os referidos terrenos à corúplemt:ntao.;ãoda área necessária à construção da Cidade Universitária da Uni­versidade de Minas Gerais.

Art, 3,° Este decreto entrará em vigor na data de sua pu­blicação, ficando revogadas as disposições em contrário.

Rio de Janeiro, 13 de agosto de 1956; 135.0 ela Independência e68.° da República. -- JUSCELINO KUBITSCHEK - Clóvis Salga­dQ - Helll'ique Lott - José Maria Alkmin.

Mato GrossoMDB; Nunes Rocha - ARENA; VicenteAntonio Carlos

Vuolo - ARENA.

PROJETO DE I,EI N.o 1.793-A., DE 1976

(Do Poder Executivo)

:MENSAGEM N,0 017/76Dispõe sobre a 'transferência de' terrenos da Uniáõ

para o patrimônio da Universidade Federal de Minas Ge­rais; tendo pareceres: da Comissão de Constituiçíio e Jus.­tiça, pela constitueionalidade, juridicidade e técnica le­gislativa;e, das Comissões de Educação e Cultura e deFinanças, pela aprovação.

projeto de Lei n.O 1.793, de 1976, a que se referem ospareceres) ,

o congresso Nacional decreta:Art. L° Fica autorizada a transferência, para o patrimônio

da Universidade Federal de Minas Gerais, dos terrenos da Uniãoe benfeitorias existentes, situados em Belo Horizonte, compreendi­dos no polígono descrito no Dect'eto número 39.778, de 13 de agos­to de 1956, com as áreas de 52.000,00 m" (cinqüenta e dois mil me­tros quadrados), 60.257,00 m2 (sessenta mil duzentos e cinqüentae sete metros quadrados), 27,390,00 m2 (vinte e sete mil trezentose nQventa metros quadrados), 77.000,00 m2 (setenta e sete mil me­tros quadrados), 11.000,00 m2 (onze mil metros quadrados) e43.332,50 m2 (quarenta e três mil tl'ezentose trinta e dois metrosquadrados e cinqüenta decímetros quadrados), perfazendo um to­tal de 270,979,50 m2 (duzentos e setenta mii novecentos e setentae nove me tros quadrados e cinqüenta decímetros quadrados), cuj asescrituras de aquisição foram transcritas sob os númcJ:Os 12.518,16,91)5, 20,207, 14.201, 19.150 e 16,509, respectivamente, no 6.° Ofi­eio do Registro de Imóveis da Comarca da referida Capital.

Art. 2.° A transferência dos terrenos indicados no artigo 1.0efetill'ar-se-á mediante termo a ser lavrado em livro próprio doServiço do PatrimâniQ da União.

Art. 3.° Esta Lei entrará em vigor na data de sua publicação,revog'adas as disposições em contrário.

Brasília, em de de 1976.

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4236 Terça-feira 25 mARIO no CONGRESSO NACIONAL (Seção I) Maio de 1976

EXPOSIÇAO DE MOTIVOS N.o 450. DE 26 DE NOVEMBRO DE1975, DO MINISTÉRIO DA FAZENDA

Excclentíssimo Senhor Presidente da Repilblica,

A Universidade Federal de Minas Gerais pretende realizar per­muta com a Prefeitura Municipal de Belo Horizonte, tendo por ob­jeto terrenos que vem utilizando e são necessários à abertura daAvenida Presidente Carlos Luz, naquela Capital, e lotes urbanosde propriedade municipal.

2. Os imóveis que se encontram na posse da Universidadeforam desapropriados, em maior porção, por força do Decreto n."·39.778, de 13 de agosto de 1956, para complementação da áreanecessária à instalação da Cidade Universitária daquela autarquia,tendo sido, entretanto - pelos termos das sentenças judiciais ex­propl"iatórias e respectivas transcrições no Registro de Imóvêis ­incorporados ao patrimônio da União.

3. Diante do exposto e entendendo ser necessário que sé au­torize preJiamente a transferência dos imóveis para o patrimónioda Universidade Federal de Minas Gerais, opina o Serviço do Pa­trimônio da União, com apoio da Secretaria-Geral do Ministério·da I!"azenda, pela expedição de lei autorizando a medida, COn1 oque se estará atendendo ao objetivo do citado Decreto n.O 39.778/56,podendo a autarquia promover posteriormente a permuta preten­dida, na forma preyista na Lei n.O 6.120, de 15 de outubro de 1974.

4. Concordando com os pàreceres, te·nho a honra de subme­ter à elevada consideração de Vossa Excelência os anexos projetode mensagem ao Congresso Nacional e anteprojet<! de lei.

Aproveito a oportunidade para renovar 8. Vossa Excelência osprotestos do meu mais profundo respeito. ....-:. Mário Henrique Si­monsen, Ministro da Fazenda.

PARECER DA COMISSAO DE CONSTITUIÇãO E JUSTIÇA

I - Relatório

Por intermédio da Mensagem n.o 017, de 1976, o ExcelentíssimoSenhor Presidente da República submete à apreciação do Con­gresso Nacional o Projeto de Lei n.O 1.793, de 1976, que Cuida datransferência de terrenos da União, para o patrimônio da Univer­sidade Federal de Minas Gerais.

Consoante manifestação do Sr. Ministro da Fazenda, que acom­panhou a Mensagem Presidencial em tela. a Universidade Federalde Minas Gerais pretende permutar com à Municipalidade de BeloHorizonte terrenos que vem utilizando, e que são necessários àabertura de via pública.

Verifica se, em dita manifestação, que os imóveis que seencontram na posse da Universidade já foram expropriados, paracomplementação da área necessária à instalacão da Cidade Uni­versitária, havendo sido, no entanto, em virtu'de de decisão judi-cial. incorporadas a~ patrimônio da União. .

Tais imóveis. por conseguinte, ressalte-se, devem ser transfe­ridos ao patrimônio da Unversidade Federal de Minas Gerais, po­dendo aqueia autarquia promover, ulteriormente, a pretendidapermuta.

Presentemente, é a matéria encaminhada a esta Comissão afim de que a proposição seja examinada sob os aspectos de co~s­titucionalidade, juridicidade e técnfca legislativa. em conformida­<le com o dispDsto no art. 28, § 4.°, do Regimento Interno, cabendoa análise de seu mérito às demais Comissões Técnicas.

]i o relatório.

II - Voto do RelatorPreliminarmente, é de ressaltar-se que não vislumbramos

qualquer óbice de natureza constitucional que impeca o andamen-to do projetado. .

De fato, trata-se de matéria inserida na esfera de competên­cia da União, nos termos do art. 8.0 , de nossa Carta Política, ha­vendo inúmeros precedentes de medidas legislativas transferindobens imóv&is da União para o patrimônio de entidades autár­quicas a ela vinculadas, como é o caso específico da UniversidadeFederal de Minas Gerais. .

Além disso, trata-se de providência juridica, eis que não ferequalquer prinCÍpio de Direito Positivo.

Também quanto à técnica legislativa, não temos qualquer res­trição a oferecer.

Em assim sendo, opinamos no sentido da constitucionalidadejuridicidade e técnica legislativa do Projeto de Lei n.o 1. 793. d~1976, ressaltando competir às demais Comissões Técnicas o examedo mérito e oportunidade da medida.

11: nosso voto, sub censura.Sala da Comissão, aos 18 de março de 1976. - Luiz Braz,

Relator.

lU - Parecer da ComissãoA Comissão dc Constituição e Justiça, em reum<ro de sua

Turma "A", realizada em 18-3-76, opinou, unanimemente, pelaconstitucionalidade, juridicldade e técnica legislativa do Projeton.o 1. 793176, nos termos do parecer do Relator .

Estiveram presentes os Senhores Deputados: Djalma Bessa,Pr€:sidente; Luiz Braz. Relator; Blota Júnior, Celso Barros, Clau­dino Sales, Ibrahim Abi-Ackel, José Bonifácio Neto, José Sally,Miro Teixeira, Tarcisio Delgado e Thcobaldo Barbosa.

Sala da Comissáo, em 19 de março de 1976. - Djalma Bessa,Presidente. - Luiz Braz, Relator.

PARECER DA COMISS.ãO DE EDUCAÇãO E CULTUBAI - Relatório

O Sr. Presidente da República enviou-11oS a MenSagem nú­mero 017/76, aqui convertida no Projeto n.O 1. 793/76, pm:tuladoa l~ransferêl1cia, para integrar o ·patrimônio da UniversidadeFe­deral de Minas Gerais, de terrenos, contíguos à área atualmenteocupada pela mesma Universidade, e situados em Belo Horizonte.

Os referidos imóveis foram desapropriados por força do De­creto n.°"39. 778, de 13 de agosto de 1956, que os declarou de utili­dade pública, e devidamente incorporados ao património daUnião, constando os respectivos titulos desapropriatórios do re­gistro imobiliárIo, conforme faz certo o art. 1,0 do projeto oraem exame.

Alega-se como um dos principais motivos da transferência,a necessidade de fazer-se permuta com a Prefeitura da CapitalMi:neira, para abertura de uma nova e vital artêria pública: aAvenida Carlos Luz. i .

Na Comissão de Constituição e Justiça, o parecer concluiupela viabilidade da proposição, dando-lhe guarida constitucionale jurídica, bem como enquadramento nas regras da técnica legis­la'Giva.

Cabe-nos. bem· como à Comissão de Finanças, conforme dis­trIbuição feita pela Mesa, o exame da conveniência.

II - Voto do RelatorConsiderando que a desapropriação foi feita com menção ex­

pressa à finalidade de se destinarem os bens "à complementaçãoda área necessária à construção da Cidade Universitária da Uni­vE~rsidade de Minas Gerais" (art. 2.° do Decreto n.o 39.778, de 13de agosto de 1(56); considerando mais que se pretende agora darexato e completo cumprimento à dita finalidade, nenhuma ob­jeção nos cabe levantar, impondo-se, como ora opinamos, a apro­vação do projeto, nos termos em que se acha concebido.

Sala da Comissão, em 8 de abril de 1976. - Geraldo Freire,Relator.

UI - Parecer da ComissãoA Comissão de Educação e Cultura, em sua reU11lao ordinária

realizada em 8 de abril de 1976, opinou, unanimemente, pelaa:llrovação do Projeto n.o 1.793/76, do Poder Executivo (Mensa­gem n.o 017/76), que "dispõe sobre a transferência de terrenosda Uniáo para o patrimônio da Universidade Federal de MinasGerais", nos termos do parecer do Relator, Senhor Geraldo Freire.

Estiveram presentes os Senhores Deputados Alvaro Valle,Presidente; Braga Ramos e Paulo Marques, Vice-Presidentes;Manoel Almeida, Alcir Pimenta, Lygia Lessa BAstos, MenandroMinahil11, José Maria de Carvalho, Rômulo Galvão, HildéricoOliveira, Geraldo Freire, Antônio Morais, Salvador Julianelli, Oli­vir Gabardo, Leur Lomanto, Figueiredo Correia e Aderbal Jurema.

Sala da Comissão, em 8 de abril de 1976, - Alvaro Valle,F'residente. - Geraldo Fxeire, Relator.

PAREqER DA COMISSAO DE FINANÇAS

I - RelatórioAtravés da Mensagem n.o 17, de 17 de fevereiro do corrente

ano, o Exm.o Sr. Presidente da República submete à consideraçãoélo Congresso Nacional o Projeto de Lei em epigrafe, versandosobre a tran,sferôncia de terrenos da União para o patrimônioda Universidade Federal de Minas Gerais.

A Mensagem faz-se acompanhar do expediente 0680-63;32/74-E.M. n.o 450, de 26 de novembro de 1975, do Exmo. Sr.Ministro da Fazenda, mostrando a conveniência da tramitaçãoelo assunto, inclusive, pela necessidade que tem fi Universidaderederal de Minas Gerais de realizar permuta com a PrefeituraMunicipal de Beio Horizonte, tendo por objeto terrenos que vemutilizando e são necessários à abertura da Avenida Carlos Luz,naquela Capital, e lotes urbanos de propriedade m1,lnicipal.

Esclarece que os imóveis que se enCOl1tram na posse da Uni­'i"ersidade ~ram desapropriados, em maior porção, por força doDecreto n. 39.778, de 13 de agosto de 1&56. fls. 2

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Terça-feira 25 42~'1DIARIO DO CONGRES~O NACIONAL (Seção I)

_.=============~=====~~==~====~

""Iaio de 1976

Para complementação da área necessária à instalação da Ci­dade Universitária daquela autarquia, tendo sido, entretanto ­pelos termos das sentenças judiciais expropriatórias e respectivastranscrições no· Registro Imobiliário - incorporadas ao patrimô-·nio da União. Dai a necessidade da expedição de lei autorizandoa transferência dos imóveis para o patrimônio da UniversidadeFederal de Minas Gerais, com o que já opinou favoravelmente oServiço do Patrimônio da União, com apoio da Secretaria-Geraldo Ministério da :Ji'a;;;enda.

11 - Voto do RelatorDiante de tais considerações o nosso voto é pela aprovação

do projeto nos termos em que se encontra redigido, nenhumaimpugnação nos cabendo apresentar.

Sala da Comissão, 19 de maio' de 1976. - Nunes Rocha,. Re­lator.

111 - Parecer da ComissãoA Comissão de Finanças, em sua reunião ordinária, realizada

na presente data, opinou, unanimemente, pela aprovação do Pro­jet,o de Lei n.'" 1.793/76, do Poder Executivo (Mensagem n.o ••• ;017/76), nos termos do parecer do Relator, DeputaC!o Nunes Rocha.

Compareceram à reunião os Senhores Deputados João Mene­zes, Epitácio Cafeteira, Joáo Castelo, José Ribamar Machad{),.Arnaldo Lafayette, Oarlos Alberto Oliveira, José Alves, AntônioJollé, Fernando Magalhães, Moacyr Dalla, Emanoel Wasmann,Florim Coutinho, Milton Steinbruch, Pedro Faria, Homero Santos,Jorge Vargas, Nogueira da Gama, Antonio Morimoto, Athiê Cúury,Dias Menezes, Roberto Carvalho, Ruy Côdo, Theodoro Mende~

Nunes Rocha, Gomes do Amaral, Odacir Klein e Héllo Campos., Sfila da. Comissã.o, em de maio de 1976. _ Nogueira da

Gama, Presidente. - Nunes Rocha, Relator.

PROJETO DE LEI N.o 1. 794-A, DE 1976

(Do Poder Executivo)MENSAGEM N.o 025176

Altera disposições da Lei n.O 6.082, de 10 de julho de1974 e dá outras providências; tendo pareceres: da Co­Comissão de Constituição c Justiça, pela constitucionàli­dade, ju'ridicidade e,no mérito, pela aprovação; e, dasComissões de Serviço Público e de Finanças pela aprovação.

(projeto de Lei n.o 1.794, de 1976, a que se referemos pareceres.)

O Congresso Nacional decreta:.' Art. 1.0 A exigência-da escolaridade prevista no inciso :E do

art. 5.0 da Lei n.o 6.082, de 10 de julho de 1974, não se aplicaráàs progressões funcionais dos atuais ocupantes dos cargos deAuxiliar Judiciário, que foram transpostos para essa Categoriaem decorrência de aplícação da citada leí.

Art. 2,0 Esta Lei entrará em vigor na data de sua publicação,revogadas as disposições em contrário. '

Brasília, em de de 1975.

LEGISLAÇAO CITADA

LEI N.o 6.082, DE 10 DE JULHO DE 1974

Fixa os valores de vencimentos dos cargos dos Grupos­Atividades de Apoio Judiciário, Serviços Auxiliares, Serviçosde Transporte Oficial e Portaria, Artesanato, Outras Ativi­dades de Nível Superior e Outras Atividades de Nível Médio,dos Quadros Permanentes das Secretarias dos TribunaisRegionais Eleitorais, e dá outras providências.

O Presidente da RepúblicaFaço saber que o Congresso Nacional decreta e eu sanciono a

seguinte Lei.Art. 1.0 Aos níveis de classificação dos cargos integrantes do.g

Grupos a que se refere- esta Lei, dos Quadros Permanentes dasSecretarias dos TribUnais Regionais Eleitorais, criados e estrutu­rados com fundamento na Lei n.O 5.645, de 10 de dezembro de11170, correspondem os seguintes venclme'ntos:

I - Grupo-Atividades de' Apoio Judiciário

Vencimentos Mensais01'$

lU - Grupo-Serviços de Transporte Oficial e Portaria

Art. -:l.o -As diárias de que trata a Lei n.o 4.019, de 20 de de­zembro de 1961, e respectivas absorções bem aMim as gratificaçõesde nível universitário, referentes aos cargos que integram os Gru­pos de que trata esta Lei, são .absorvidas, em cada caso, pelosvencimentos fixados no artigo anterior.

§- 1.° A partir da vigência dos atos de transformação outranaposiçáo de cargos para as Categorias lf'uncionais do novosistema, ces.~ará, para os respectivos ocupantes, o pagamento dasvantagens· especificadas neste artigo.

2.380,002.040,001.630,001.080,00

950,00610,00

1. 290,001. 080,00

950,00740,00540,00

2.100,001.630,001.290,00

880,00540,00

5.570,004.960,004.620,004.080,003.870,003.460,003.120,00

2.380;002.240,002.040,001.760,001.420,001. 080,00

610,00

Vencimentos Mensais

Cr$

Vencimentos Mensal!;

Cr$

Vencimentos Mensais

Cr$

Vencimentos MensaiB

Cr$

Vencimentos MensaiBCr$

IV - Grupo-Artesanato

fi - Grupo-Serviços Auxiliares

.................................

............- .

VI - Grupo-Outras Atividades de Nível Médio

V - Grupo-Outras Atividades de Nivcl Superior

ART-5AR'I-4ART-3ART-2

• ART-1

Níveis

TRE - SA-6TRE - SA-5TRE - BA-4TRE -- SA-3TRE SA-2TRE - SA-l

Níveis

'!'RE- 'IP-5'IRE - 'IP-4'IRE - 'IP-3'IRE - 'IP-2TRE - TP-l

Niveis

Nlveis

'IRETRETRETRETRE

Níveis

TRE - NS-7'IRE - NS-6TRE - NS-5'IRE - NS-4'IRE - NS-3'IRE - NS-2'IRE - NS-l

'IRE - NM-7TRE --;- NM-6TRE - NM-5TRE -NM-4TRE - NM-3TRE - NM-2'IRE - NM-l

5.440,004.820,004.080,002.920,002.510,002.100,001.630,001.360,00....... '.' . ....... ..... ~ ...........

.................................... .

TFl::1!J - AJ-8TR.1E - AJ-7TR,JI!J - AJ-6THEl - AJ-5TRE: - AJ-4'I'HEl - AJ-3TR]!: - AJ~2

TR]!: AJ-1

Nívéis

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4238 Terça-feira. 25.~

DIARIO DO CONGRESSO NACIONAL (Seção D Maio de 19'76

§ 2.° Aplica-se o disposto neste artigo aos funcionários dosQuadros Permanentes das Secretarias dos Tribunais RegionaL'!Eleitorais, à medida que os respectivos cargos forem transforma­dos ou transpostos para as Categorias Funcionais integrantes dosdemais Grupos estruturados ou criados na forma da Lei n.o 5.645,de 10 de dezembro de 1970.

Art. 3.° A gratificação adicional por tempo de serviço dosfuncionários dos Quadros Permanentes das Secretarias dos Tribu­nais Regionais Eleitorais, que forem incluido8'nos Grupos de quetrata eilta Lei e nos demais estruturados ou criados na forma daLei n.o 5.645, de 10 de dezembro de 1970, será calculada de acordocom o disposto no art. 10 da Lei n.o 4.345, de 26 de junho de1964.

Art. 4.° Aos atuais funcionários que, em decorrência desta Lei,passarem a perceber, mensalmente, retribuição total inferior àque vinham auferindo, de acordo com a legislação anterior seráassegt'rada a diferença, como vantagem pessoal, nominalmenteidentificável, na forma do disposto no art. 4.0 e respectivos pará­grafos da Lei Complementar n.o 10, de 6 de maio de 1971.

Art. 5.° São requisitos para ingresso nas classes iniciais, alémda idade máxima de trínta e cinco anos:

I - para a Categoria Funcional de Técnico Judiciário, diplo­ma de Bacharel em Direito;

II - para a Categoria Funcíonal de 'l'aquigrafo Judiciário,diploma ou certificado de conclusão de curso superior, ou habi­litação legal equivalente, da área c;as Ciências Humanas e Sociaise das Letras; correlacionadas com M atribuições da CategoriaFuncional, além da correspondente formação especializada;

IH - para a Categoria Funcional de Auxiliar Judiciário, cer­tificado de conclusão do ciclo colegial ou ensino de segundo grau,ou de nível equivalente, e prova de matricula no segundo períodoletivo, no mínimo, de um dos cursos superiores de Direito, Econo­mia, Contabilidade ou Administração;

IV - para a Categoria Funcional de Atendente Judiciário,certificado de conclusão do curso ginasial ou oitava série do pri­meiro grau ou de uiveI equivalente;

V - demais exigências constantes das instruções reguladorasde concursos, inclusive no tocante à formação profissional espe­cializada.

Art. 6.0 As funções integrantes do Grupo-Direção e Assis­tência Intermediárias, necessárias aos serviços dos Tribunais Re­gionais Eleitorais, serão criadas na forma do 13.11;. 5.0 da Lei Com­plementar n.o 10, de 6 de maio de 1971, adotados os princípiosde classificação e niveis de valores vigorantes no Poder Executivoe dentro dos limites das dotações orçamentárias.

Art. 7.° As Chefias das Zonas Eleitorais das Capitais dos Esta­dos e Distrito Federal serão exercidas por ocupantes de funçõesintegrantes do Grupo-Direção e Assistência Intermediárias (DAI).

§ 1.° O preenchimento das funções de DAI de que trata esteartigo fica condicionado à vacância das Chefias efetivM corres­pondentes.

§ 2.° Aplica-se aos atuais ocupantes efetivos dos cargos deChefe de Zona Eleitoral o disposto no art. 7.0, item I, da Lei n.o6.006, de 19 de dezembro de 1973.

§3.0 O disposto no parágrafo anterior somente vigorará apartir da data da implantação. nos respectivos Tribunais Regio­nais Eleitorais, do Grupo-Direção e Assistência Intermediárias.

Art. 8.° Os atuais cargos em comissão de Secretário da Pre­sidência, símbolo PJ, dos Quadros da.s Secretarias dos TribunaisRegionais Eleitorais da Guanabara e Minas Gerais e de Secretáriodo Presidente, símbolo PJ-3, do Quadro da Secretaria do TribunalRegional Eleitoral do Rio Grande do 'Sul, passarão a correspondera funções integrantes do Grupo-Direção e Assistência Interme­diárias.

Art. 9.° Os servidores aposentados que satisfaçam as con­dições estabelecidas para a transposição de cargos no Ato de es­truturação do Grupo respectivo farão jus à revisão de proventoscom base no valor do vencimento fixado para o nivel inicial dacorrespondente Categoria Funcional, no novo Plano de Retribuiçãodo Grupo.

§ 1.0 Para efeito do disposto neste artigo, será consideradoo cargo efetivo ocupado pelo funcionário à data da aposentadoria,incidindo a revisão somente sobre a parte do provento corres­pondente ao vencimento básico e ficando suprimidas todas asvantagens, gratificaçõeil, parcelas e quaisquer outras retribuiçõesque não se coadunem com o novo Plano de Classificação de Oargos.

§ 2.0 O cargo que servirá de base será o da classe inicial daCategoria Funcional para a qual tiver sido transposto o cargo dasmesmM denominações e atribuições daquele em que foi aposen­tado.

§ 3.0 A reVlSao dependerá da existência de recursos orça­mentários suficientes e somente poderá efetivar-se após ultimadaa transposição de todos os servidores na atlvIdade, de todos osGrupos em que ocorrer a inclusão mediante transposição.

§ 4.° Os novos valores dos proventos serão devidos a partirda publicação do ato de revisão. .

Art. 10. Aos atuais funcionários, mediante petição a ser for­maUzada junto ao órgão do pessoal, no prazo de trinta dias,...con­tados da publicação desta Lei, será facultado pe>rmanecer noScargos de que são ocupantes efetivos, com os direitos. vantagense obrigações da situação anterior, passando a integrar Quadro Su­plementar, em extinção. Juntamente com os cargos ocupados pelosque não lograrem habilitação no processo seletivo, a ser disci­plinado pelo Tribunal Superior Eleitoral.

Art. 11. Os funcionários do Tribunal Superior Eleitoral e dosTribunai8 Regionais Eleitorais, que se encontrarem à disposiçãode outros órgãos da Justiça Eleitoral, na data da publicação destaLei, poderão concorrer à transformação ou transposição dos cargosde que são ocupantes, nos órgãos em que estiverem prestando ser­viços, passando a integrar os corresponrlentes Grupos de Cate­gorias Funcionais nos respectivos Quadros Permanentes, caso hajaconcordância do órgão de or'.ígem.

Parágrafo único. Poderão igualmente concorrer à transposi­ção ou transformação dos respectivos cargos- efetivos do QuadroPe:cmanente os funcionários de outros órgãos da AdministraçãoPública, que se encontrem prestando serviços aos Tribunais Regio­nais Eleitorais na qualidade de requisitados, desde que haja con­cordâncIa do órgão de origem.

Art. 12. Os fundol:ários do Quadro Suplementar do TribunalRegional Eleitoral da Guanabara passarão a integrar o QuadroPermanente do mesmo Tribunal, no Grupo-Apoio Judieiário e de­mais Grupos de Categorias Funcionais, correspondentes aos cargosde que são ocupantes, observadas a8 disposições pertinentes àtransformação ou transposição dos mesmos.

Art. 13. Os funcionários do Quadro EspeCIal do Tribunal Re­gi<mal Eleitoral do Distrito Federal passarão a integrar o QuadroPermanente do mesmo Tribunal, no Grupo-ServIços Auxiliares edemais Grupos de Categorias Funcionais, corre.~pondentes aos car­gos de que são ocupantes, observadas as disposições pertinentesà transformação ou transposição dos mesmos. .

Art. 14. Os extranumerários, com estabilidade reconhecida,existentes nas Secretarias dos Tribunais Regionais EleitoraiB, pas­sarão a integrar os Quadros Pennanentes respectivos, nos Gruposde Categorias Funcionais, correspondentes aos cargos de que .sãoocupantes, observadas as normas pertinentes à transformação outranspo.siçã<J dos mesmos.

Ad. 15. Os Tribunais Regionais Eleitorais, na implantação doPlano de Classificação, aproveitarão no Grupo serviços Auxiliares,dos Quadros permanentes das respectivas Secretarias, as funçõesatualmente desempenhadas por Auxiliares de Cartório, com estabi­lidade reconhecida à data da publicação desta Lei, em cargos vagos,resultantes de transposição, transformação ou criação por lei.

Art. 16. Os funcionários eXl:edentes, existentes nos TribunaisRegionais Eleitorais, passarão a integrar QS respectivos QuadrosPermanentes, nos Grupos de Categorias Funcionais corresponden­tes, em cargos vagos, resultantes de transposição, transformação oucriação por lei.

Art. 17. Os vencimentos fixados no art. 1.0 desta Lei vigorarãoa partir da data dos Atos de inclusão de ca.rgos no novo sistema, aque se refere o § 1.0 do art. 2.°

Art. 18. Os ocupantes de cargos que integrarem as classes dasCategorias Funcionais dos Grupos a que Se refere esta Lei i'icarãosujeitos ao regime de quarenta horas semanais de trabalho.

Parágrafo único. Os ocupantes dos cargos integrantes do Gru­po-Outras Atividades de Nivel Superior ficarão .sujeitos à jornada.de trabalho estabelecida pelas Secretarias dos Tribunais RegionaiaEleitorais, de conformidade com as necessidades do serviço, obser­vado o mínimo de trinta horas semanais.

Art. 19. O Tribunal Superior Eleitoral baixará as Instruçõesnecessárias, a serem observadM pelos Tribunais Regionais Eleito­rais, para () cumprimento da presente Lei.

Art. 20. Observado (} disposto nos arts. 8.°, inciso lII, o 12, da.Lei n.o 5.645, de 10 de dezembro de 1970, as despesas decorrentesda aplicação desta Lei serão atendidas pelos recursos orçamentá­rios próprios dos Tribunais Regionais Eleitorais, bem como por ou­tros recursos a esse fim destinados na forma da legislação perti­nente.

Art. 21. Esta Lei entrará em vigor na data de sua publicação,revogadas as disposições em contrário.

Brasilia, 10 de julho de 1974; 153.° da Independência e 86.0 da.República. - ERNESTO GEISEL _ Armando Falcão - José Car­los Soares Freire - João Paulo dos Reis Venoso.

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M'aio de 1976 DIARIO DO CONGRESSO NACIONAL (Seção I) Terça-feira 25 4239

MENSAGEM N.o 025, DE 1976, DO PODER EXECUTIVOExcelentíssimos Senhores Membros do Congresso Nacional:Nos termos do art. 51 da COnstituição, tenho a honra de

llubmeter à elevada deliberação de Vossas Excelências, acompanha­do de Exposição de Motivos do Senhor Ministro-Presidl'mte do Tri­bunal Superior Eleitoral, o anexo projeto de lei que "altera dispo­sÍ(;ões da Lei n.o 6.082, de 10 de julho de 1974, e dá outras provi­dências."

Brasília, em 18 de fevereiro de 1976. - Ernesto Geisel.

EXPOSIÇAO DE MOTIVOS N.o 939/75, DE DEZEMBRO DE 1975, DOSENHOR MINISTRO-PRESIDENTE DO TRIBUNAL SUPERIORELEITORAL.

A Sua Excelência o Excelentis.simo SenhorGeneral-de-Exército Ernesto GeiselDignissimo Presidente da República.

Excelentissimo Senhor Presidente da República:Tenho a honra de submeter à elevada apreciação de VOSSa Ex­

celência o anexo anteprojeto de lei que altera disposições da Lein.O 6.082, de 10 de julho de 1974, a fim de que Vossa Excelência, secom o mesmo concordar, se digne encaminhá-lo ao Congresso Na­cional, nos termos do' art. 56 da Constituição Federal.

Na elaboração do anteprojeto, que mereceu aprovação unânimedo Tribunal Superior Eleitoral, procurou-se corrigir situações de­correntes da aplicação do novo Plano de Classificação de CargosnaB Secretarias dos Tribunais Regionais Eleitorais.

Aproveito a oportunidade para apresentar a Vossa Excelênciaos p~otestos da minha alta consideração. ,- Xavier de Albuquerque,Presldente do Tribunal Superior Eleitoral.

JustificaçãoServe de ju.~tificação a que foi apresentada pelo Supremo Tri­

bunal Federal, ao encaminhar o projeto que veio a se transformarna Lei n.0 6.258, de 29 de outubro de 1975, de conteúdo e finalidadeidênticos:

"Na conformidade 'do disposto na letra b do item I do art.4.°, da portaria n,o 132/73, os cargos de Auxiliar Judiciário,poderiam integrar as classes A. e B da Categoria de Téc­nico Judiciário, havendo vagas na lotação. O dispositivoconsiderou, assim, os ocupantes daqueles cargos como clien­tela secundária da Categoria de Técnico Judiciário. emi~mJ:ldade de condições com ocupantes dos antigos cargosde Oficial Judiciário, clientela originária daquela novaCategoria Funcional.Com fundamento nesse dispositivo, vários Auxiliares Judi­ciários tiveram seus cargos transformados em Técnico Ju­diciário "A", independentemente das exigências para o in­gresso futuro naquela categoria.Ocorre, entretanto, que em virtude da norma de caráterpermanente constantc da primeira parte do art. 5.° da Lein.o 5.985/73, os antigos Auxiliares Judiciários que, por in­suficiência da lotação de Técnico .Judiciário, tiveram seuscargos transpostos para Auxiliar Judiciário ficaram im­pedidos de obter progressão funcional àquela Categoria, semo preenchimento destes requisitos, como ocorreu com oscargos já citados.Impõe-se, assim, a edição de norma transitória excepcio­nando os atuais ocupantes da categoria de Auxiliar Judi­ciário da incidência da norma de caráter permanente cons­tante do citado art. 5.° da Lei n.o 5.985, permanecendo, lo­gicamente, a exigência para os futuros ocupantes dos car­gos de Auxiliar Judiciário."

:PARECER DA COMISSAO DE CONSTITUIÇAO E JUSTIÇAI - Relatório

O Projeto de Lei n.o 1.794/76, de autoria do Poder Executivo,encaminhado ao Congresso Nacional através da Mensagem n.o025/76, objetiva a alteração de dispositivo da Lei n.C 6.082, de 10de julho de 1\174, para dispensar a exigêneia da escolaridade pre­vista no incIso I, do art. 5.°, às progressões funcionais dos atuaisocupantes dos Cargos de Auxiliar Judiciário, dos Tribunais Regio­nais :I!:leitorals.

A Mensagem está acompanhada de Exposição de Motivos doMinistro Presidente do Superior Tribunal Eleitoral, que se reportaà justificação formulada pelo Supremo Tribunal Federal ao enca­minhar projeto que terminou por transformar-se na Lei n,o 6.258,de 2f1 de outubro de 1975.

~: o relatório.Por força de disposição regimental (art. 28, § 4.°), cabe a esta

Comissão Técnica manifestar-se sobre a constitucionalidade, juri­dicidade e técnica legislativa da proposição. O mérito deverá serexaminado pelas düutas Comissões de Serviço Público e Finanças.

A proposlçao trata do regime juridico de servidores públicosda União, ocupantes dos cargos de Auxiliar J'udlciário dos Tribu­nais Regionais Eleitorais, excluindo-os da exIgência prevista peloart. 5.°, inciso I, da Lei n.o 6.082, de 19 de julho de 1974.

A iniciativa do Presidente da República está, dessa forma, am­parada pelo item I, do art. 57 da Constituição.

Nada temos a opor, no tocante à juridicidade e à técnica le­gislativa.

II - Voto do RelatorDiante do exposto, nosso voto é pela constitucionalidade e ju­

ridicidade do Projeto de Lei n.O 1. 794/76 (Mensagem n.o 025/76),de autoria do Poder Executivo, inclusive nos manifestamos favo­rável ao mérito da proposição.

Sala da Comissão, em 25 de março de 1976. - Luiz Braz, Re­lator.

UI - Parecer da ComissãoA Comissão de Constituição e Justiça, em reunião de sua Tur­

ma "A", realizada em 25-3-76, opinou, unanimemente, pela cons­titucionalidade, juridicidade e, no mérito, pela aprüvação do Pro­jeto n.o 1. 704/76, nos termos do parecer do Relator.

Estiveram presentes os Senhores Deputados:Djalma Bessa, Presidente; Luiz Braz, Relator; Blotta Júnior,

Cleverson Teixeira, Erasmo Martins Pedro, Gomes da Silva, IbrahimAbi-Ackel, Jairo Magalhães, João Linhares, Joaquim Bevilacqua,José Bonifácio Neto, José Sal1y, Luiz Henrique, Nogueira da Gama,Noide Cerqueira e Tarcisio Delgado.

Sala da Comissão, em 25 de março de 1976. - Djalma Ressa,Presidente - Luiz Braz, Relator.

PARECER DA COMISSÃO DE SERVIÇO PúBLICO

I - RelatórioO Ex.mo Sr. Presidente da República, com fundamento no art.

51 da Constituição, ,submeteu à deliberação do Congresso Nacionalo anteprojeto do Sr. Presidente do Tribunal Superior Eleitoral, oraem exame ne,sk órgão técnico, o qual altera disposições da Lein.O 6.082, de 10 de julho de 1974, que "fixou os valores de venci­mentos dos cargos dos Grupos-Atividades de Apoio Judiciário, Ser­viços Auxiliares, Serviços de Transporte Oficial e Portaria, Artesa'­nato, Outras Atividades de Nive1 Superior e Outras Atividades deNivel Médio, dos Quadros Permanentes das Secretarias dos Tri­bunais Regionais Eleitorais, e dá outras providências".

O art. 5.° e seu inciso l, do referido diploma legal, preceituam:"Art. 5.° São requisitos para ingresso nas classes iniciais,além da idade máxima de trinta e cinco anos:I - para a Categoria Funcional de Técnico Judiciário, di­ploma de Bacharel em Direito:'

Como se observa, o referido funcionário que não preenchesseas exigências dessa Lei não poderia ser enquadrado na categoriade Técnico Judiciário, razão por que, o Sr. Ministro Xavier de Al­buquerque, Presidente daquela Colenda Corte, teve a iniciativa daelaboração da propositura em foco, que mereceu a aprovação unà­nime de seus integrantes.

Salientüu S. Ex.a:" ... procurou-se corrigir situações decorrentes da aplica­ção do novo Plano de Classificação de Cargos das Secre­tarias dos Tribunais Regionais Eleitorais."

Segundo, ainda, o Sr. Ministro:"Serve de justificação à esta proposição a que foi apresen­tada pelo Supremo Tribunal Federal ao encaminhar o pro­jeto que veio a se transformar na Lei n.o 6.258, de 29 deoutubro de 1975, de conteúdo e finalidade idênticos:Na conformidade do disposto na letra b, do item I, do art.4.°, da Portaria n.O 132/73 os cargos de Auxiliar Judiciáriopoderia integral' as classes A e B, da Categoria de TécnicoJudiciário, havendo vagas na lotação. O dispositivo consi­derou, assim, os ocupantes daqueles cargos como clientelasecundária da Categoria de Técnico Judiciário, em igual­dade de condições com os ocupantes dOE. antigos cargos deOficial Judiciário, clientela originária daquela nova Cate­goria Funcional.Com fundamento nesse dispositivo, vários Auxiliares Ju­diciários tiveram seus cargos transformados em TécnicoJudiciário "A", independentemente das exigências para oingresso futuro naquela categoria.Ocorre, entretanto, que em virtude da norma de caráterpermanente constante da primeira parte do art. 5.° da Lein.o 5.985/73, os antigos Auxiliares Judiciários que, por insu­ficiência da lotação de Técnico Judiciário, tiveram seuscargos transpostos para Auxiliar Judiciário, ficaram im-

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4240 Terça-feira 25 DIARIO DO CONGRESSO NACIONAL <Seção ]l Maio de 1976

pedidos de obter progressão funcional àquela Categoria,sem o preenchimento desses requisitos, como ocorreu comos cargos já citados.

Impõe-se, assim, a edição de norma transitória excep­danando os atuais ocupantes da Categoria de Auxiliar Ju­diciário da incidência da norma de caráter permanenteconstante do citado art. 5.° da Lei n.O 5.985, permanecen­do, logicamente, a exigência para os futuros ocupantes doscargos de Auxiliar Judiciário".

A iniciativa do TSE foi distribuida às Comissões de Consti­tuição e Justiça, a esta, e à de Finanças.

A Comissão de Constituição e Justiça opinou, unanimemente,pela constitucionalidade, juridicidade, e, no mérito, pela aprova­ção.

É o relatório.

11 - Voto do Relator

Entendemos que o projeto em exame é justo. humano, e degrande alcance. encontrando-se. portanto. em conformidade com oEu de Sua Excelência, o Senhor Presidente da República. Razõespelas quais somos por sua aprovação.

É o nosso voto.

Sala da Comissão, em 12 de maio de 1976. - Jonas Carlos,Relator.

IH - Parecer da Comissão

A Comissão de Serviço Público, em reuni.ão extraordinária, rea­lizada em 6 de maio de 1976, aprovou, por unanimidade, o parecerdo Relator, Senhor Deputado Jonas Carlos, favorável ao Projeton.O 1. 794/76. Compareceram os Senhores Deputados Freitas Nobre,Presidente; Jonas Carlos. Relator Fernando Coelho e Ossian Ara­ripe, Vice-Presidente; Ary Kffuri, Geraldo Guedes, Ivahir Garcia,Raul Bernardo, Ubaldo Barem. Vasco Neto. Wanderley Mariz. Ga­maliel Galvão, Adhemar Santillo, Paes de Andrade. Lauro Rodri­gues.

Sala da Comissão, em 12 de maio de 1976. -Freitas Nobre,Presidente - Jonas Carlos, Relator.

PARECER DA COMISSÃO DE FINANÇAS

I - Relatório

~om fundamento do artigo 51 da Constituição, que faculta aoPreSldente da República o envio ao Congresso Nacional de projetosde lei sobre qualquer matéria, S. Ex.a o Presidente Ernesto Gei.selsubmeteu à elevada consideração de seus integrantes a presenteiniciativa, que "altera disposições da Lei n.o 6.082, de 10 de julhode 1974, e dá outras providências". acompanhada de Exposição deMotivos do Ministro Presidente do Tribunal Superior Eleitoral.

Referida lei foi a que fixou os valores de vencimentos dos car­gos ~os Grupos-Atividades de Apoio Judiciário, Serviços Auxiliares,SerVIços de Transporte Oficial e Portaria. Artesanato. Outras Ativi­dades de Nivcl Superior e Outras Atividades de Nivel Médio, dosQuadros Permanentes das Secretarias dos Tribunais Regionais Elei­torais, e determinou outras providencias.

No embasamento de sua proposição, acentuou S. Ex.", o Presi-dente daquela Egré.gia Corte, DI'. Xavier de Albuquerque;

"Na elaboração do antepl'ojet{), que mereceu aprovaçãounánime do Tribunal Superior Eleitoral, procurou-se cor­rigir situações decorrentes da aplicacão do novo Plano deClassificação de Cargos naB Secretarias dos Tribunais Re­gionais Eleitorais."

E acrescentou que servia d" justificação à sua propositura aflue fora apresentada pelo Supremo Tribunal Federal. ao encami­nhar à consideração do Congresso Nacional o projeto que por estefoi transsubstanciado na Lei n.o 6.258, de 29 de outubro de 1975, deconteúdo e finalidade idênticos:

"Na conformidade do disposto na letra b, do artigo 4.°, daPOrtaria n.o 132/73, os cargos de Auxiliar Judiciário pode­riam integrar as classes A e B, da Categoria de TêcnicoJudiciário, havendo vagas na lotação. O dispositivo consi­derou, assim. o.~ ocupantes daqueles cargos com.o clientelasecundária da Categoria de Técnico Judiciálio, em igual­dade de cond.ições com os ocupantes dos antigos cargos deOficial Judiciário, clientela originária daquela nova Cate­goria Funcional.

Com fundamento nesse dispositivo. vários Auxiliares Judi­ciários tiveram seus cargos transformados em Técnico Ju-

àiciálio "A", independentemente das exigências para eingresoo futuro naquela categoria.

Ocorre, entretanto, que em virtude da norma de caráterpermanente constante da primeira parte do artigo 5.° daLei n.o 5.985/73, os antigos Auxiliares Judiciários que. porinsuficIência da lotação de Técnico Judiciário. tiveram seuscargos transpostos para Auxiliar Judiciário ficaram impe­didos de obter progressão funcional àquela Categoria, semo precnchimento destes requisitos, como ocorreu eom o.~

cargos já citados.

Impõe-se. assim, a edição de normas transitória excepcio­nando os atuais ocupantes da Categoria de AuxiliarJudiciário da incidência da norma de caráter permanenteconstante do citado artigo 5.° da Lei n.o 5.985, permane­cendo. logicamente, a exigência para os futuros ocupantesdos cargos de Auxiliar Judiciário."

A Lei n.o 6.082/74, que o projeto em exame intenta modificar,prevê em seu artigo 5.° e inciso I:

"Art. 5.° São requisitos para ingresso nas classes iniciais,além da idade máxima de trinta e cinco anos:

I - para a Categoria Funcional de Técnico Judiciário,diploma de Bacharel de Direito."

O Projeto n.o 1.794/76, no art. 1.0, estabelece que a exigênciadE!sse requisito - ou seja, o diploma de Bacharel em Direito ­"não se aplicará às progressões fUllcionais dos atuais ocupantesdos cargos de Auxiliar .Judiciário que foram transposto.s para essaCategoria em decorrência de aplicação da citada lei".

A presente proposição foi distribuida às Comissões de Consti­tuição e Justiça. de Serviço Público e de Finanças.

A primeira dessas Comissões Técnicas se manifestou, em votounânime, por sua constitucionalidade e juridicidade, acolhendo opa.recer do Relator, o nobre colega Dj ahna Bessa.

A Comissiio de Serviço Público. também por unanimidade,aprovou o parecer do Relator, o digno Deputado Jonas Carlos, favo­rável ao projeto.

Por solicitação do jovem parlamentar bandeirante, A. H. CunhaBueno. o Sr. Presidente da Casa houve por bem determinar fossejuntada a este proceSS<J a manifestação do Tribunal Regional Elei­toral de São Paulo. subscrita por seu Presidente, o Dl'. FranciscoThomaz de Carvalho Filho, em ofício no qual encarece 1:\. aprovaçãoda propositura.. eis que, convertida em lei, virá atender aos interell­SI~S da Administração e do funcionalismo daquela Corte da JustiçaE:leitoral de nosso Estado.

Ê o relatório.11 - Voto do Relator

Além de vir a constituir diploma legal trans{'unte - a leiconsectária deste projeto - cinge-se a proposição do Poder Exe­cutivo em estudo a põr em prática nas Secretarias dos TribunaiSRegionais Eleitorais, de todo o Pais, o que o Supremo Tribunal]'ederal já vem aplicando com funcionários da mesma categoriafuncional.

É absoluto, portanto, o cabimento da propositura, sobre seroportuno e justo.

Sob os aspectos que nos cumpre opinar, em obediência aospreceitos regimentais a disciplinarem a matéria, nada temos aopor.

Entendemos, conseguintemente. que, à unanimidade rlevem osmembros componentes deste órgão técnico votar pela aprovaçá.o doProjeto n.O 1. 794/76.

É o voto.Sala da Comissão, 19 de maio de 1976. - Athiê Jorge Coury.

Relator.

IH - Parecer da Comissão

A Comissão de Finanças, em sua reunião ordinária, realizadana pJ"[,sente data, opinou, unanimemente, pela aprovação do Pro­jeto de Lei n.O 1.794/76, do Poder Executivo (Mensagem n.o 025/76),nos termos do parecer do Relator, Deputado Athiê Coury.

Compareceram à reunião os Senhores Deputados João Menezes,Epitácio Cafeteira, J.oão Castelo, José Ribamar Machado, ArnaldoLafayette. Carlos Alberto Oliveira. José Alves. Antonio José, Fer­nando Magall1ães, Moacyr DalJa, Emanoel Waisman. Florim Oouti­nho, Milton Steinbruch, Pedro Faria, Homero Santos, Jorge Vargas,Nogueira da Gama, Antonio Morimoto, Athiê Coury. Dias Menezes,Roberto Carv.alho, Ruy Côdo, Theodoro Mendes, Nunes Roeha, Go­mes do Amaral, Odacir Klein e Hélio Campo.~.

Sala da Oomissão, em de maio de 1976. - Nogueira daGama, Presidente - Athiê Coury, Relator.

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DIáRIO DO CONGRESSO NACIONAL (Seçâo l'!lIlLio de 1976 Tel'ç~-feira 25 4Z41l_M~=======================~~===~

PROJETO DE LEI N.o 2.250, DE 1976

(Do Sr. Inocêncio Oliveira)Isenta o empregador rural, proprietário de até 50 (cin­

qüenta) hectares, das contribuições devidas ao InstitutoNacional de Colonizaçãu e Refonna Agrária.

(As Comissões de Constituição e Justiça, de Agriculturae Política Rural e de Finanç.asJ

O Congresso Nacional decreta:Art. 1.0 Ficam isentos das contribuições devidas ao Instituto

Nacional de Colonização e Reforma Agrária - INCRA, os empre­g8,dores rurais proprietários de até 50 (cinqüenta) hectares.

Art.2.0 Esta Lei entra em vigor na data de sua publicação.Art. 3.° Revogam-se as disposições em contrário.

JustificaçãoAlinha-se entre as atividades de menor rendimento, relati­

vamente ao capital empregado, a produção rural, principalmentequando o espaço físico ocupado é relativamente pequeno.

Temos acompanhado diariamente pelos noticiários, como tam­bém pela correspondência por nós recebida que as queIxas se avo­lumam quanto à remuneração do investimento, nem sempre com­pensatória.

Diversos são os encargos que ora gravam a propriedade rural,em geral incompatíveis com a rentabilidade da produçãv.

Agrava-se mais ainda a situaçãD quando .0, atividade gera em­pregos, quando os encargos relativos aos empregados adicionam-seao.s: já existentes. '

Ora, o Brasil pretende a médio prazo desfilar entre as naçõesjá desenvolvidas, e, para tanto, necessário se torna voltarmos nossaatenção para o setor primário âe produção. Deve a União fortalecerem muito a posição dos abnegados pequenos produtores, ainda amola mestra do setor.

Nossa contribuição, nesse sentido, é eliminar uma de disper­são de seus recursos, objetivando, dessa forma, poder propiciar-lheoutros meios de investimento e o barateamento de custo de pro­duqão ..

Por outro lado, para que o benefício ora proposto não beneJi­ciasse terras improdutivas, limitamos a sua atuaçãv à que gerasseemprego.

Cabe agora a nossos pares o seu julgamento.Sala das Sessões, em 30 de abril de 1976. - Inocêncio Oliveira.

LEGISLAÇÃO CITADA, ANEXADA PELA COORDENAÇÃODAS COMISS6ES PERMANENTES

DECRETO-LEI N.o 1.146, DE 31 DE DEZEMBRO DE 1970Consolida os dislJOsitivos sobre as contribuições criadas

pela Lei n.O 2.613, de 23 de setembro de 1955, e dá outrasprovidências.

O Presidente da República, no uso da atribuição que lhe con­fere o art. 55, item n, da COnBtituição, decreta:

Art. 1,0 As contribuições criadas pela Lei n.o 2.613, de 23 deBct'ômbro de 1955, mantidas nos termos deste Decreto-lei, são de­vidas de acordo com o art. 6.° do Decreto-lei n.o 582, de 15 demaio de 1969, e com o art. 2.° do Decreto-lei n,o 1.110, de 9 dejulho de 1970:

I - Ao Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária- :rNCRA:

l-as contribuições de que tratam os arts. 2.° e 5.° destePeereto-Iei;

:l - 50% (cinqüenta por cento) da receita resultante da con­tribuiçãD de que trata o art. 3.° deste Decreto-lei.

Ir - Ao Fundo de Assistência do Trabalhador RuralFUNRURAL, 50% (cinqüenta por cento) da receita resultante dacontribuição e que trata o art. 3.° deste Decreto-lei.

Art. 2.° A contribuição instituída no caput do art. 6.° da Lein.O :2.613, de 23 de setembro de 1955, é reduzida para 2,5% (dois emeio por cento), a partir de 1.0 de janeiro de 1971, sendo devidasobre a soma da folha mensal dos salários de contribuição previ­denciária dos seus empregados pela pessoas naturais e jurídicas,inclusive cooperativa, que exerçam as atividades abaixo enume­rad:a.s:

r - IndústL'la de cana-de-açúcar;

II - Indústria de laticínios;UI - Indústria de beneficiamento de chá e de mate;IV - Indústria da uva;

V - Indústria de extração e beneficiamento de fibras vegc-,tais e de descaroçall1ento de algodão;

VI - Indústria de beneficiamento de cereais;

VII - Indústria de beneficiamento de café;VIII - Indústria de extração de madeira para serraria, de'

resina, lenha e carvão vegetal;IX - Matadouros ou abatedouros de animais de quaisquer

espécies e charqueadas.§ 1.0 Os contribuintes de que trata este artigo estão dispen­

sados das contribuições para os Serviços Bociais da Indústria(SESI) ou do Comércio (SESC) e Serviços Nacionais de Aprendiza­gem Industrial (SENAI) ou do Comércio (S,H;NAC), estabelecidasna respectiva legislação.

§ 2.° As pessoas naturais ou jurídicas cujas atividades, pre­vistas no art. 6." da Lei n,o 2.613, de 23 de setembro de 1955, nãoforam incluídas neste artigo, estão sujeitas a partir de 1.0 dejaneiro de 1971, às contribu'ições para as entIdades referidas noparágrafo anterior, na forll1a da respectiva legislação.

§ 3.° Ficam isentos das obrigações referidas neste artigo asindústrIas caseiras, o artesanato, bem como as pequenas instalaçõesrurais de transformação ou beneficiamento de produtos do própriodono e cujo valor não exceder de oitenta salários mínimos regIo­nais mensais.

Art. 3.0 :É mantido o adicional de 0,4% (quatro décimos porcento) a contribuição previdenciária das empresas, instituido no§ 4.° do art. 6.° da Lei n.O 2.613, de 23 de setembro de 1955, com amodificação do art. 35, § 2.°, item VIII, da Lei n.O 4.863, de 29 denovcmbro de 1965. .

Art. 4.° Cabe "ao Instituto Nacional de Previdência Social ­INPS, arrecadar as contribuições de que tratam os arts. 2.° e 3.0deste Decreto-lei, nos tcrmos do art. 35 da Lei n.O 4.863, de 29 denovembro de 1965, com as modificações da legislação posterior.

§ 1.0 Pela prestação dos serviços de que trata este artigo, oInstituto Nacional de Previdência Social será retribuído com per­centagem calculada sobre o custo real dQ serviço.

§ 2.° A arrecadação da contribuição prevista no art. 2.° desteDecreto-lei, relativa aos meses anteriores a dezembro de 1970,inclusive, remanesce com o INCRA.

Art. 5.° :É mantida a contribuição de 1% (um por cento),inBtituída no art. 7.° da Lei n,o 2.613, de 23 de setembro de 1955,com a alteração do art. 3.° do Decreto-lei n.O 58, de 21 de novembrode 1966, sendo dev'ida apenas pelos exercentes de atividades ruraisem imóvel sujeito ao Imposto Territorial Rural.

§ 1.0 A contribuição é calculada na ba.se de 1% (um porcenro) do salário minimo regional anual para cada módulo, at,ri­buído ao respectivo imóvel rural de conformidade com o inciso IHdo art. 4.° da Lei n.O 4.504, de 30 de novembro de 1964.

§ 2.° A contribuição é lançada e arrecadada conjuntamentecom o Imposto Territorial Rural, pelo INCHA que baixará asnormas necessár'ias de execução.

§ 3.° São isentos da contribuição os proprietários de imóveisrurais:

a) de área igualou inferior a um (1) módulo;b) e os classificados pelo INCRA como empresa rural, nos

termos do art. 4,°, item VI, da Lei n,o 4.504, de 30 de novembrode 1964.

§ 4.° A contribuição paga pelo proprietário de imóvel rural,que tiver contrato de arrendamento ou de parcer'ia, poderá serpor ele cOnBiderada como seu crédito no respectivo contrato.

§ 5.° Os contribuintes nas condições do art. 1.0 da Lei n.o5.360, de 23 de novembro de 1967, continuam gozando das deduçõesai previstas dentro dos prazos estabelecidos de conformidade coma mesma Lei.

Art. 6,0 O INCRA fica autorizado a cancelar os levantamen­tos e as inscrições de débitos resultantes da contribuição instituídano art. 7.° da Lei n,o 2.613, de 23 de setembro de 1955, quando emdesacordo com as normas do art. 5.° deste Decreto-lei.

Art. 7.° O INCRA promoverá durante o c'xercicio de 1971, arestituição dos créditos originários de contribuições extintas pelaLei n.o 5.097, de 2 de setembro de 1966, mediante a apresentaçãoaos seus órgãos rcgiona'is das respectivas notas de crédito, expedidapelo extinto INDA.

Art. 8.° Das decisões administrativas relativas à contribuiçilode que trata o art. 5.° deste Decreto-lei, caberá recnrso aD TerceiroConselho de Contribuintes em requerimento protocolado, no prazode trinta dias, nas repartições regionais, estaduais ou locais doINCRA, onde fOI proferida a decisão.

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D42 Terça-feira.25 DIARIO DO CONGRESSO NACIONAL (Seção I) Maio de 19'76

......................................................... ........

§ 1.0

§ 2.0

§ 2.° As contribuições a que se refere este artigo integrarão,com as contribuições de previdência, uma taxa única de 28% (vIntee oito por cento) incidente, mensalmente sobre o salário de con­tribuição definido na legislação social e assim distribuida:

Art. 35. A partir da vigência da presente Lei as contribuiçõesarrecadas pelos Institutos de Aposentadoria e Pensões das empresa.'!que lhe são vinculadas, e destinadas a outras entidades ou fundos,serão calculadas sobre a mesma base utilizada para o cálculo da.'!contribuições de previdência, estarão sujeitas aos mesmos limites,pra7,os, condições e sanções e gozarão dos mesmos privilégios a elasatribuídos, inclusive no tocante à cobrança judicial, a cargo dorespectivo instituto.

§ 3.° Ressalvadas as exceções constitucionais, a Justiça doTrabalho é competente para dirimir dL-;sidios propostoscontra pessoas jurídicas de direito público ou em que estasintervenham como assistentes, oponentes ou chamadas aparticipar da lide.

S 4.° O respeito ao direito adquirido, por funcionários pú­biicos, não exclui a competência da Justiça do Trabalho nosdissidios movidos por servidores enquadrados no regimeda legislação trabalhista."

Art. 2.° Esta lei entra em vigor na data de sua publicação e seaplica aos processos em tramitação.

Art. 3.° Revogam-se as disposições em contrárIo.Justificação

A matéria de competência da Justiça do Trabalho, no que dizrespeito aos dissídios movidos contra as pessoas jurídicas de Direi­to Público Interno, continua sendo objeto de sérias controvérsias,cuja conseqüência, das mais sérias, é o retardamento, a demoraenfim da solução desses dissídios, com grande dano para as partesinteressadas e acúmulo de serviç:.o dos Tribunais.

No curto periodo em que vigorou a redação originária da Cons­tituição Federal de 1967, essas dúvidas, de certo modo, se dessipa­ram, e a Justiça do Trabalho exercia sua jurisdição plena, mesmono caso de ser o empregador Ulna pessoa .i uridica como a União,suas Autarquias, os Estados, os Municipios etc.

Entretanto, com a vigência da Emenda Constitucional n.o 1,de 1969, as dúvidas voltaram.

Embora o artigo 110 da Emenda Constitucional n.o 1 seja bemclaro no sentido de que só foram subtraídos da esfera de ação daJustiça do Trabalho os litigios decorrentes das reclamações detrabalho dos servidores da União, suas Autarquias e Empresas Pú­blicas, certo é que os Estados, os Municípios, suas Autarquias, suasEmpresas Públicas e até Sociedades de Economia Mista, tudo fa­z,em para amplíar a regra excepcional, argüindo a incompetência daJustiça do Trabalho para exame das ações movidas por seus ser­vidores não "funcionários públicos", atribuindo-lhes uma classifi­cação não autorizada por lei ou invocando garantias pessoais as­seguradas a certos servidores quando passaram para o regime tra­balhista.

A conseqüência dessa nova ordem das coisas é que se tonJacada vez maior o volume de serviço do Colendo Supremo TribunalF'ederal, para decidir questões meramente incidentais, relaciona­d.as com a competência ou incompetência deste ou daquele ramo doPoder Judiciário. E, além dos conflitos de competência - que jásão inúmeros - a matéria, sob certos aspectos, é de ordem cons­titucional, o que abre vasto campo para os Recursos Extraordi­nários.

O Projeto que ora submetemos à apreciação desta Casa doCongresso, é bom que se diga, não pretende inovar. Situa-se naposição já traçada pela Constituição e mesmo lei ordinária, se bemque a jurisprudência do Colendo Pretório Excelso ainda não se te­nha uniformizado, o que, de resto, amplía o terreno da controvér­sia.

O § 3.° que o Projeto pretende inserir no artigo 643 da Conso­lidação das Leis do Trabalho, por exemplo, poderia parecer atédesnecessário, pois os tribunais trabalhistas e o próprio C. SupremoTribunal Federal são unânimes em reconhecer a competência da:rustiça do Trabalho para dirimir litígios entre as pessoas jurídicasde Direito Público (exceto União e suas autarquias e empresas pú­blicas, excepclonados pela Lei Magna) e seus servidores regidospela C.L.T. Entretanto, em certos casos, em reclamações movidascontra Sociedades de ECDnomia Mista, Fundações etc., as pessoasde Direito Público, espontaneamente chamadas, intervêm no pro­cesso, surgindo então a dúvida, não raro quando a reclamação tra­balhista já percorreu suas instâncias ordinárias, e o processo estáem grau de Recurso de Revista, Embargos de Divergência ou Re­curso para o Supremo Tribunal. Surgem, então, incidentes que,:além de perturbarem a marcha normal dos processos, rctardando­a, não raro cuulminam com decisões que acabam por anular todoo processado, com a remessa dos autos a outro ramo do Poder Ju­diciário, com todo enorme prejuizo que essa medida vai causar aospobres litigantes, e a enorme perda de tempo já despendido pe­los órgãos julgadores.

A explicitação em lei da continuidade da competência da Jus­tiça do Trabalho ncsses casos é, pois, de manifesta conveniência, ese nos afigura constitucional, pois nesse sentido tem-se manifes­tado o próprio Supremo Tribunal Federal.

Quanto ao § 4,0, visa afastar outra dúvida que se torna comumem litigios trabalhistas individuais. Se o servidor do Estado oumesmo de Sociedades de Economia Mista era, antes, funcionáriopúblico, ao pa.~sar para o regime da legislação trabalhista, em obe-

8,0%1,2%4,0%1,4%0,5%

1,0%

2,0%

1,2%19,7%

dasEmpresas

27,7%8,0%

8,0%

dosSegurados

I - geral de previdência .II - 13.o-salário .

III - salârio-famllia .IV - salário-educação .V - Legião Brasileira de Assistência

VI - ServIço Nacional de Aprendiza­gem Industrial (SENAI) ouComercial (SENAC .

VII - Serviço Social da Indústria(SESI) ou do Comércio (SESC)

VIII - Instituto Nacional de Desenvol­IX - Banco Nacional da Habitação

Total: .

Contribuições

Art. 9.0 Dcntro do critério de enquadramento de contribuin­tes previsto no art. 2.° deste Decreto-lei, o !NCRA fica autorizadoa transigir com as entidades referidas no seu § 1.0, pondo termoaos processos administrativos e judiciais decorrentes da interpre­tação do caput do art. 6.° da Lei n.o 2.613, de 23 de set,cmbro de1955. desde que apurado o recolhimento da contribuição a algumadas entidades em causa.

Art. 10. Nos termos do art. 4.0 do Decreto-lei n,o 58, de 21 denovembro de 1966, são extensivas às contribuições de que trata esteDecreto-lei, no que couber, as disposições do art. 7.° e parágrafoda Lei n.o 4.357, de 16 de julho de 1964 e dos arts. 15 e parágrafos,vigente.

Art. 11. São revogados os arts. 6,0 e 7.° da Lei n,o 2.613, de23 de setembro de 1955, e o art. 3.° do Decreto-lei n.o 58, de 21 denovembro de 1966, ressalvados seus efeitos mantidos nos termosdeste Decreto-lei.

Art. 12. Este Decreto-lei entrará em vigor na data de suapublicação.

Brasília, 31 de dezembro de 1970; 149.° da Independência e82.° da República. - E~líLIO G. MEDICI - L. F. Cirne Lima ­Júlio Barata.

LEI N.o 4.863, DE 29 DE NOVEMBRO DE 1965

(Com a modificação introduzida pela. Lei n.o 6.136,de 7 de novembro de 1974.)

Reajusta os vencimentos dos servidores civis e mili­tares, altera as alíquotas dos impostos de renda, importação,consumo e selo e da quota de previdência social, unificacontribuições baseadas nas folhas de salários, e dá outrasprovidências.

PROJETO DE LEI N.o 2.251, DE 1976

(Do Sr. Francisco Amaral)

Acrescenta parágrafos ao art. 643 da Consolidacão dasLeis do Trabalho.

(As Comissões de Constituicão e Justiça e de Trabfl~lho e Legislação Social.) -

O Congresso Nacional decreta:Art. 1.0 O art. 643 da Consolidação das Leis do Trabalho, pas­

sa a vigorar com o acréscimo de dois parágrafos, 3.° e 4.°, com aseguinte redação:

"Art. 643.

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Maio de 1976 DIAlUO DO CONGRESSO NACIONAL (Seção n Terça-feira 25 42413

diência a preceitoJ! oonstitucionalll, é-lhe assegu:rado o réspeito aosdireitos adquiridos no funcionalismo. No momento da controvér­sia, lilurgel:!l..as dúvidas: o servidor tem as garantias de funcionáriopúblico, logo é funcionário e s6 na Justiça Ordinária pode deman­dar; ou, ainda, certos direitos RsseguradOJlR eSlile servidor· são "es­.tatutários" e não podem ser postulados na Justiça do Trabalho.

Como se vê, são discussões'acadêmicas, que brotam no cérebrode certas pessoas, e que nem sempre são bem enfrentadas pelsspartes contrárias, dai resultando, decisões judiciais conflitantes.

Descendo ao casuísmo, podemos lembrar os casos de servidoresda Rede Ferroviária Federal, que trabalham para uma SociedadeAnônima - embora de economia mista - mas que foram funcio­nários públicos e, assim, gozam de certas regalias a titulo de di­reito adquirido. C<Jnforme o direito que reclamam, são mandadosde uma Justiça à outra, muita 'V~es, como já disse, quando oprocesso já foi julgado em último grau por uma delas.

Assoberbando os tribunais trabalhistas, a justiça estadual deSão Paulo, e o própl'Ío Supremo Tribunal Federal, ai estão os ca­sos de ferroviários da FEPASA - Ferro'Viária :"Paulista SIA. Unifi­cl'l.das cinco ferrovias, três. das quais há alguns anos integravama administração direta do Estado (.E.F'. SOrocabana, E.F. Araraqua~ra e E.F. São Paulo-Minas), o Estado entendeu de baixar uma leisegundo a qual os servidores dessas empresas - que sempre foramconsiderados como empregados e não funcionários públicos - fi­cassem integrando quadros da secretaria de Transportes, emboranfto sejam funcionários públicos, embora continuassem, como con­tinuam, em imensa maioria, prestando serviços à FEPASA e delarecebendo as seus saláriO.'l. Alega-se que são "estatutários" porqueum Senhor Governador do Estado, em 1959, baixou um Decreto Es~

tadual e que com o nome de "Estatuto dos Ferroviários" os bene­ficlia. Esquece-se que esse "Estatuto dos Ferroviários" se aplicavatambém, nos mesmos termos, aos "empregados" das CompanhiasPaulista e Mílgiana de Estradas de Ferro, que a FEPASA não ba­tiSR de "estatutários" em cujas feitos não excepciona a Justiça doTrabalho.

A conseqüência dlllso tudo é que a FEPASA tem metade deseus empregados - segundo seu entendimento que, em muitoscasos tem sido referendado pelo C. Supremo Tribunal Federal ­sob jurisdição da Justiça do Trabalho e outra metade sob a juris­dição da Justiça Estadual, embOra sujeitos à mesma disciplina,aos mesmos padrões salarialll, às mesmas classificações, aos mes­mos direitos e deveres! .

Goza, assim a FEPASA de uma regalia que nem a União, nem.os :I<1stados e nem os Municipios possuem: a de ESCOLHE:a A JUS­TIÇA COMPETENTE PÂRA JULGAR OS FEITOS em que se envol­ve. É triste notar que enquanto se pacifica a competência da Jus­tiÇR do Trabalho para julgar reclamos dos chamados servidores"temporários", dos Estados - inclusive do Estado de São Paulo- E~ dos Municipios, os "servidores" da FEPASA, que estão exata­mente nas mesmas condições, pois não se enquadram no funcio­nalismo propriamente dito, são mandados para a Justiça Comum,conforme a -ferrovia de que se originam, conforme o direito quepleiteiam. E, nesta, são obrigadOJl a se valer de ações ordinárias,porque de parte da Justiça Federal para os casos da União, ne­nhum outra Justiça tem competência para processar "reclamações"ou "ações" trabalhllltas.

Outra conseqüência dessa· dualidade judiciária, para empre­gados da mesma empresa, ~ a diversidade de formação dos juizes,diversidade de principias que aplicam, uns aferrados ao civilismoe ao administrativismo, e outur05 aos liberais preceitos traballlis­tas. Am}lliam-se, então, eada vez mais, as diversidades de trata­mento entre pessoas que estão exatamente nas mesplas condições,já não só por obra da administração da empresa, mas também- é paradoxal mas é verdade - da própria. Justiça!

Acreditamos, sinceramente, que o Projeto resolverá em grandeparte esses problemas, representando uma colaboração do Legis­lativo ao· Poder Judiciário e, quiçá, às próprias Empresaa em talsituação, pois embora estaa muitas vezes provoquem os inciden­tes por inIciativa de rertoJ! chefes de altos setores, a verdade é quenão deve ser nada agradável responder pela ll.dministração de en­tidades nessa. situação, o que gera perplexidade nas deliberações,para não se mencionar os ônus que esses incidentes ocasionam,com grandes despesas de custas, honorários de advogados própriosou de adversários, ,despesas com pericias, além de correções mo­netáriáS e juros de mora.

Para o Projeto, polll, peJa carinho· dos Par1amentare.s que, in­clusive, poderão, colaborar para seu aperfeiçoamento.

sala das Sessões, 5 de maio de 1976. - Francisco t\.maral.

LEGISLAglfO CITADA, ANEXADA PELA COORDENAQlfODAS COMISSõES PERMANIllNTES .

CO~60LIDAÇAO DAS LEIS DO 'r:aABALHOAprovada pelo Decreto-lei· n.o 5.452, de 1.0 de maio de 1943

.. lO lO ~

TíTULO VIIIDa. Justiça do Trabalho

CAPíTULO I

IntroduçãoArt. 643. Os dissidios, oriundos das relações entre emprega··

dores e empregados reguladas na legislação IlOclal, serão dirimidollpela Justiça do Trabalho, de acordo com o presente Titulo e na for..ma estabelecida pelo processo judiciário do trabalho.

§ 1.° (:aevogado'>§ 2,0 As questões referentes -a acidentes do trabalho conti··

I).uam sujeitas à justiça ordinária, I).a forma tio Decreto n.o 24.637,de 10 de julho de 1934, e legislação subseqüente.

CONSTITUIÇãO DA REPÚBLICA FEDERATIVA DO BRASILEMENDA CONSTITUCIONAL N.o 1, DE 1'1 DE OUTUBRO DE 1969'

TíTULO I

Da Organização NacionaJi..................................................................

CAPíTULO VIIDo Poder Executivo

............................................ " .SEÇãO VIII

Dos Funcionários PúblicOliI...............................................................Art. 110. OS litígios decorrentes das relações de trabalho dos

servidores CO:m a União, inclusive· as autarquias e as empresas pú­blicas federais, qualquer que seja {} seu regimE~ juridico, processar~

se-ao e julgar-se-ão perante os juizes federais, devendo ser inter­posto recurso, se couber, para o Tribunal FedE~ral de Recursos.

.. "".: ..

.................................................................PROJETO DE LEI N.o 2.252, DE 1976

(Do Sr. Nina Ribeiro)Dispõe sobre a proteçã.o contra incêndios.

(Anexe-se ao Proj eto de Lei n.o 2.198, de 1976, nostermos do art. 71 do Regimento Interno.)

O C<Jngresso Nacional decreta:Art. 1.0 Prevenir incêndios é obrigação de todos, quer no

âmbito municipal, estadual ou da União (n.o XIII do art. 8.0 daConstituição), perante a qual as construções urbanas em todoterritório Nacional deverão observar os segui:ntes requisitos uni­:formes:

I - Obrigatoriedade da existência em condi~ões de uso deextintores de incêndio, mangueiras de água e dutos de ventilação.

II .::.- Saidas de emergência compreendendo sInalização, cor­rodares de acesso, escada enclausurada à prova de fumaça e des­carga, e portas corta-fogo proporcionais à utilização humana doedificio.

III - Areas de refúgio.IV - Elevadores externos de emergência tipo "monta-carga".V - Revestimentos de corredores, portas e cabines de ele-

vadores de material incombustivel.VI - Nos prédios com mais de dez pavimentos será obrigató­

rio o uso de sprinklers.VII .-'- Nos prédios com mais de 20 pavimentos será obrigató­

ria a linh;l de ligação direta com {} Corpo de Bombeiros.VIII - Proibição de exceder os limItes de I:apacidade humana

dos aposentos não residenciais na. seguinte proporção:- lojas e centros de compras - I pessoa por 5,00 m2 :

- sala de aula - 1 alunos por m 2

- restaurantes - 1 pessoa por m.2 de área bruta;- e5critórios em geral e consultórios - 1 pessoa por 9,00 m!

de área bruta.;

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4244 Terça-feira M DIARIO no CONGRESSO NACIONAL <Seção l) Maio de 19'76

- locais de reunião - 1 pessoa por 0,5 m 2 sem assentos in-dividuais; 1 pCllsoa por m2 com assentos individuais;

-hospitais - 1,5 pessoas por. leito;- hotéis - 1,5 pessoas por dormitório.

Art. 2.° Os dutos de ventilação no n.o I do art. anteriordevem atender aos seguintes requisitos:

a) ter suas paredes resistentes ao fogo por 2 horas;b) ter as dimensões mínimas em planta livre de 1,20m de

largura por 0,70 de profundidade;e) elevar-se 1m acima de qualquer cobertura podendo ser pro­

tegido na sua parte superior por material combui:ltive1;d) ter pelo menos em duas faces acima da cobertura, vene­

zianas de ventilação com área mínima de 1,OOm2 cada;c) não ser utilizado para localização de equipamentos ou ca­

nalização.Art. 3.0 Todos os acessos dos edificios de uso não residencial

serão sinalizados com indicação clara do sentido da saída.

§ 1.0 A sinalização deve ser luminosa e alimentada por acumu­ladores que deverão funcionar automaticamente quando faltarenergia da rede pública.

§ 2." A sinalização deverá conLer a palavra "saida" e umaflexa indicando o sentido.

§ 3.° A sinalização deve dar um nível de iluminamento quegaranta a circulação fácil de pessoas.

§ 4.° As letras e a flexa da sinalização devem ter cor brancasobre fundo vermelho.

Art. 4.° A escada encalllSllrada à prova de fumaça deveráatender aos seguintes requisitos:

a) terá sua caixa envolvida por paredes resistentes ao fogopor um período de 4 horas;

b) terá ingresso através de antecâmara (vestibulo, terraço oubalcão) ;

c) a comunicação da antecâmara com a escada será providade porta corta-fogo;

d) terminará obrigatoríamente no piso da descarga sem co­municação direta com outro lance da mesma prumada.

e) não poderá ser utilizada como depósito ou localização deequipamentos;

f) não terá aberturas para tubulação de lixo;g) as escadas e respectivos patamares serão constituidos de

concreto. armado;h) os lances da Cllcada serão retilíneos não se permitindo de­

graus dispostos enl leque;i) os pisos dos degraus e patamares serão revestidos total ou

parcialmente com materiais antiderrapantes;

j) as dimensões dos degraus obedecerão aos seguintes requi­sitos:

a) a altura máxima de piso a piso, entre patamareseonsecuti­vos será de 2,70m;

b) o comprimento mínimo, medido no sentido do trânsito paraos patamares situados em posição intermediária, num lance retode escada, será de 1,50m.

Número minimo de degraus:

a) o lance mínimo será de 3 degraus contando-se estes pelonúmero de espelhos.

A largura da escada atenderá aos seguintes requisitos:

a) será proporcional ao número de pessoas que por ela tran­sitarem em cada andar;

b) o andar com maior lotação imporá a largura mínima paraOS demais andares, considerando-se o sentido da saída;

c) será determinada em função da natureza da ocupação doedifício; .

d) terá no mínimo 2,50 unídades de largura (l,50m) para asescolas e edificações com locais de reunião e de 2,0 unidades delargura <l,20m) para os demaís tipos de prédios; ,

e) a medida será feita no ponto mais estreito, com exc1usãodos corrimões que podem se projeLar até 10cm de cada lado, semobrigatoriedade de aumento na largura da escada;

!) será acrescida de uma unídade de largura quando atingiro número de pessoas indicado na Tabela A.

Os corrimões atenderão aos seguíntes requisitos:a) serão obrigatoriamente colocados de ambos os lados da es­

cada;b) estarão situados entre 75cm e 35cm acima do nível do bordo

dos pisos;c)somente poderão ser fixados pela sua face inferior;d) tçrão a largura mãxima de 6cm;

e) estarão afastados no mínimo 4cm da face das paredes.Art. 5.° As dCllcargas poderão ser constituída.~ por:a) área em pilotis;b) corredor Oll átrio enclausurado.Quando a descarga conduzir a um corredor a céu aberto este

deverá ser protegido por marquise com largura mínima de 1,20m.:Ê permitido o acesso de galeria de lojas para a descarga desde

que seja provido de antecâmara ventilada.Os elevadores do edifício podem ter acesso direto à descarga.A largura da descarga attmderá aos seguintes requisitos:a) será proporcional ao número de pessoas que transitarem

por uma escada de pavimento;b) terá no minimo 2 unidades de largura <l,2Ocm);c) não poderá ser menor que a largura da escada enclausu­

rada à prova de fumaça que com ela se comunique;d) quando a descarga receber mais de uma escada enclau­

surada à prova de fumaça, sua; largura irá se acrescendo a partirde cada uma delas, da largura destas.

Art. 6.° Os edifícios de uso não residencial devem ser subdi­vididos por áreas de refúgio em cada pavimento, compartimentopor portas corta-fogo e paredes resistentes à combustão por 2horas, toda vez que: .

a) tiverem mais de 20 pavimentos;b) tiverem a área de pavimento superior a 1.000m2•

Art. 7.° A fiscalização da rede elétrica das edifícios, bemComo do funcionamento de extintores são atribuições das auto-ridades municipais. .

§ 1.0 Caberá ao Ministério do Interior estabelecer assistên­cia técnica e normativa aos municípios carentes a fim de proverao estabelecimento de política de- proteção conLra incêndio emtodo tcrritório Nacional.

§ 2.° A sobrecarga da rede elétrica, a inexistência ou fun­cionamento impróprio de extintores é causa impeditiva da con­cessão do habite-se além de sujeitar-se o condominio à multade até 10 salários minimos regionais.

§ 3.° Sempre que possivel a autoridade municipal fará mi­nistrar nos prédios com mais de dez pavimentos, cursos .de curtadmação destinados a formar porteiros e zeladores na técnica decombate a incêndios.

Art. 8.° Todo prédio com mais de 20 pavimentos ou de usocoletivo de mais de 300 pessoas fica obrigado a ter organizadoserviço especial e próprio de combate a incêndio que poderá serintegrado pelos próprios zeladores, empregados ou moradores.

Art. 9 ° Os recipientes de combustíveis ou inflamáveis nosedifícios de habitacão coletiva ou de escritórios deverão ficarsituados em área externa.

Art. W. Tanto quanto seja tecnicamente possivel os edifí­cios em construção ou reforma deverão adaptar-se às normas cons­tantes na presente lei.

Art. 11. Esta lei entrará em vigor na data de sua publica­~:ão revogadas as disposições em contrário.

JustificaçãoO recente íncêndio das lojas Renner no Rio Grande do Sul,

como as tragédias do JoeIroa, do Andraus ou do Vogue com tantasvitimas humanas a lamentar, poderiam ter sido evitados se umalegislação mais atualizada já existisse entre nós.

Procuramos o que de melhor existe.Aprendemos no 1.° Simpósio Brasileiro de Segurança Contra

Incêndio em Edifícios realizado no Clube de Engenharia no Riode Janeiro, valemo-nos outrossim, da Associação Brasileira· de:N"ormas Técnicas (NB 208).

Estamos, por outro lado convencidos que ou as normas deproteção virão no bojo da lei federal que consLitucíonalmente éválida e uniforme ou teremos ainda muitas vítima.~ a lamentar.

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Maio de 1976 DIARIO no CONGRESSO NACIONtU (Seção I) Terça-feira 25 4245

Cumpre notar que o art. 15, lI, b, da Carta Magl~a não háque ser entendido isoladamente mas em consonância com o n.o XIIIdo art. 8.0 e bem assim a letra c do n.o VIII do mesmo art. 8.0Não se cuida portanto de vulnerar a "organização dos serviçospúblicos locais" mas de ditar normas gerais e uniformes e quesão à semelhança das normas de Saúde Pública destinadas a salvarvidas humanas. O entendimento oposto há de Cltstar infelizmentena prática o pranto dos que vão lamentar outras calamidades pú­Jllicas como as que já têm ocorrido.

Sala das Sessões, 12 de maio de 1976. - Nina Ribeiro.

LEGISLAÇlIO CITADA, ANEXADA PELA COORDENAÇJf.ODAS COMISS6ES PERMANENTES

CONSTITUIÇãO DA REPÚBLICA FEDERATIVA DO BRASILEMENDA CONSTITUCIONAL N.O 1

DE 17 DE OUTUBRO DE 1969

TíTULO I

Da Organização Nacional

CAPíTULO IIDa União

Art. 8.0 Compete à União:

VIII - organizar e manter a polícia federal com a fínali-d.ade de: .

'c) apurar infrações penais contra a segurança nacional, ac.rdem política e social ou em detrimento de bens, serviços e in­teresses da União, assim como outras infrações' cuja prática tenharepercussão interestadual e exija repressão uniforme, segundo sedispuser em lei; e

. XIII - organizar a defesa permanente contra as calamidadespüblícas, especialmente a seca e as inundações;

CAPíTULO IIIDos Estados e Municípios

Art. 15. A autonomia municipal será assegurada:

Ir - pela administração própria, no que respeite 3.() seupe­culíar interesse, especialmente quanto:

11) à organização dos serviços públicos locais.

PROJETO DE UU N.o 2.253, DE 1976

(Do SI. JG de Araújo Jorge)Altera a redação do Inciso III e acrescenta novo in­

ciso ao art. 89 da Lei n.O 4.215, de 27 de ~bri1 de 1963, que"dispõe sobre o Estatuto. da Ordem dos Advogados doBrasil" .

(A Comissão de Constituição e Justiça.)O Congresso Nacional decreta:Art. 89. São direitos do Advogado:III - Comunicar-se, pessoal e reservadamente, com seus clien­

tEi!!:, ainda quando se achem presos ou detidos em estabelecim,entocivil ou militar, incomunicáveis, em qualquer dia da semana, inclu­sive sábados, domingos ou feriados.

VII - Sabedor de fato degradante ou ofensivo à pessoa dointerno ou detento, ou ainda de qualquer tipo de ameaça que possapôr em risco sua vida ou integridade fisica, avistar-se com o mes­mo, imediatamente, para as providências legais cabíveis, a qual-quer hora do dia ou da noite. '

JustificaçãoNo mês de novembro ao ano p.p. l'ecebi do Advogado Ricardo

Erico Howling uma carta encaminhando cópia de um mandado desegurança, da qual extraio o seguinte tópico:

"Quem vos escreve é a consciêneia de um profissional so­frido na luta pelas reivindicações do direito e da justiça,por isto que se levanta, mais uma vez, nesta hora, irmana­do à palavra do outros advogados, ao interesse de toda umaclasse, em velo e zelo das prerrogativas de um sacerdócio esi in quantum do ideal de humanização dos servíços peni-

tenciários, acautehindo os direitos de um mandato solenee universal de defesa, contra regulamento que ainda vigeno Estado do Rio de Janeiro, ferindo as leLs da razão cânoneda carta magna e o próprio estatuto da Ordem dos Adv(J­gados do Brasil.Para inteiro e melhor conhecimento de V. EX.", sobre osfatos em concernência, estou encaminhando, em anexo, abastante documentação, apelando para que, de vossa tri·buna independente, empreste o valor de vossa palavra aoregistro cabível, em testemunho' da luta de nossa classe epara que empreste solidariedade ao sentido alto. da res­peitável liminar concedida em mandado de segurança pelaM.M. Dra. Juíza da 4." Vara de Fazenda Pública EstaduaL"

Do requerimento e exposição de motivos do mandado de se­gurança impetrado por seu Advogado, Dl'. Cllovis Ramalhete, des­taco o trecho fundamental, aquele em que são citados dados legaiscontra o ato do Sr. Diretor do Instituto Presídio Evaristo de Morais,que o proibiu de avistar-se com um interno, num, dia de domingoàs 13 horas. Caracteriza o postuiante que o ato do Diretor "fundí~­

se em norma de decreto estadual contrária à lei federal e à Conll-tituição do Brasil": E argumenta: .

"O ato do Senhor Diretor do Presidia proibindo ingressode Advogado constituido por interno, quando ali se diri~;e

em dia de domingo, ou de sábado, funda-se em norma eledecreto estadual, o art. 160, do Decreto UN", n.o 1.162, de21 de setembro de 1968, que regula, com ilegalidade, o di­reito de vista de Advogado a clientes ali internados, lim'l­tando-as aos dias úteis.Antes de mostrar a ilegalidade, ponha-se a cru a invertidadiscriminação do regulamento decretado, o qual coloca oAdvogado no derradeiro degrau dos visitantes aos internos.De fato, pelo art. 160, enquanto o Advogado somente pod.evisitar seu 'patrocinado nos dias úteis - tal restrição,quanto a domingos e feriados, não atinge aos detentos eEi­trangeiros (art. 160, n.o V), para ali serem visitados pejoCônsul de sua nacionalidade e a qualquer interno para, in­clusive no domingo ou sábado, ser ali visitado por cônjugeou companheira e parentes até 2.° gl~au (art. 160 n.O VI) .A norma lesiva do Advogado merece critica de ser:1.0 _ contraditada pela norma das prerrogativas do deten­to, inserta no mesmo decreto, art. 159 sob o título de "Pre­rogativas" fundamentais, que insere o preceito geral eóbvio em decreto, de que - "durante a execução da pena,o interno conservará todos os direitos que não haja per­dido ou não lhe tenham sido suspelJ$os - por força tle l~i

ou sentença".2.0 - de ilegalidade, por não poder prevalecer, sendo dedecreto estadual, contra lei federal, I) "Estatuto da Ordemdos Advogados", Lei n.o 4.215/63, art, 89 n.os IH e VI, (i,além de inconstitucionalidade de estar legislando sobr,eAdvogados, matéria de expressa competência da União(Constituição Federal, art. 8.0 n.O ;XVII, g - "Compete :lUnião - ... legislar sobre Direito Civil").Além de inconstitucional e ilegal, a norma estadual é aindacontrária a tudo o que ensina a CÍÉlncia Penitenciária, :~

qual aponta o conforto do Advogado em visita, como umapoio psicológico ao encarcerado, útil à sua adaptação dehomem privado da liberdade'. E desconhece-se qualquerconveniência de fato, nos presídios; que sobreleve o fim so,·

, cíal da pena, que é a recuperação do condenado:Assinale-se ainda que, ao direito expresso em lei federal, doqual o Advogado é sujeito ativo, correspondente o direitode detento como sujeito passivo dltsta norma legal, tU'&elal~

do Advogado. E a respetto diz o Decreto estadual com sa··bedoria e redundância, que o interno não sofre redução dEldireitos salvo os que a lei lhe tirar ou a sentença.Ao díreito de o Advogado visitá-Ia corresponde a preiTO-ogativa de o interno recebê-lo, sem restrições pois não estãona Lei."

Para evitar que tais fatos se repitam, ofensivos à lei e à dig­nidade profissional do Advogado, com discriminações absolutamen­te injustificáveis e desumanas é que encaminhamos a presente pro­posição tornando explicitas e irretorquíveis certos dispositivos dO'EstatutO do Advogado, no que diz respeito às garantias, para O'pleno exercicio de sua atividade em defesa dos direitos e liberda­dades da pessoa humana.

Sala das Sessões, 7 de maio de 1976. - JG de Araújo Jorge.

LEGISLAÇlIO CITADA, ANEXADA PELA COORDENAÇlIODAS COMISSOES PERMANENTES

LEI N.o 4.215, DE 27 DE ABRIL DE 1963

Dispõe sobre o Estatuto da Ordem dos Advôgados do-Brasil.

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4246 Terça-feira 25 DIARIO DO CONGRESSO NACIONAL (Seção I) Maio de 1''7'

TíTULO IIDo Exercício da Advocacia

.............................................................CAPíTULO IV

Dos Deveres e Direitos................................................................Art. 89. São direitos do advogado:I - exercer, com liberdade, a profissão em todo o território na­

cional (art. 56), na defesa dos direitos ou interesses que lhe foremconfiados;

II - fazer respeitar, em nome da liberdade de defesa e do si­gilo profissional, a inviolabilidade do seu domicílio, do seu escri­tório e dos seus arquivos;

III - comunicar-se, pessoal e reservadamente, com os seusclientes, ainda quando estes se achem presos ou detidos em esta­belecimento civil ou militar, mesmo incomunicáveis;

IV - reclamar, quando preso em flagrante, por motivo de exer­cício de profissão, a pTlôsença do Presidente da Seção local para alavratura do auto respectivo;

V - não ser recolhido preso antes da sentença transitada emjulgado, senão em sala especial de Estado-Maior;

VI - ingressar livremente:a) nas salas de sessões dos Tribunais, mesmo além dos cancelos

que separam a parte reservada aos magistrados;b) nas salas e dependências de audiências, secretarias, cartó­

rios, tabelionatos, ofícios de justiça, inclusive dos registros públi-cos, delegacias e prisões; -

e) em qualquer edifício ou recinto em que funcione reparti­ção judicial, policial ou outro serviço público.onde o advogado devapraticar ato ou colher prova ou informação útil ao exercício daatividade profissional, dentro do expediente regulamentar ou foradele, desde que se ache presente qualquer funcionário;

VII - permanecer sentado ou em pé e retirar-se de qualquerdos locais indicados no inciso anterior independentemente de li­cença;

VIII - dirigir-se aos juízes nas salas e gabinetes de trabalho,Independentemente de audiência previamente marcada, observan­do-se a ordem de chegada;

IX - fazer juntar aos autos, em seguida à sustentação oral, oesquema do resumo da sua defesa;

X - pedir a palavra, pela ordem, durante o juramento emqualquer juízo ou Tribunal para, mediante intervenção sumária ese esta lhe for permitida a critério do julgado, esclarecer equívocoou dúvida surgida em relação a fatos, documentos ou afirmaçõesque influam ou possam influir no julgamento;

XI - ter a palavra, pela ordem, perante qualquer juizo ouTribunal, para replicar a acusação ou censura que lhe sejam feitas,durante ou por motivo do julgamento;

XII - reclamar, verbalmente ou por escrito, perante qualquerjuízo ou tribunal, contra a inobservância de preceito de lei, regula­mento ou regimento;

XIII - tomar assento à direita dos Juizes de primeira instân­cia, falar sentados ou em pé, em juizos e Tribunais, e requerer pelaordem de antigüidade;

XIV - examinar em qualquer Juizo ou Tribunal autos deprocessos findos ou em andamento, mesmo sem procuração, quan­do os respectivos feitos não estejam em regime de segredo de justi­ça, podendo copiar peças e tomar apontamentos;

XV - examinar em qualquer repartição policial, mesmo semprocuração, autos de flagrante e de inquérito, findos ou em anda­mento, ainda que conclusos à autoridade, podendo copiar peças etomar apontamentos;

XVI - ter vista, em cartório, dos autos dos processos em quefuncione, quando, havendo dois ou mais litigantes com procurado­res diversos, haja prazo comum para contestar, defender, falar ourecorrer;

:X;VII - ter vista, fora dos cartórios, nos autos de processos denatureza civil, criminal, trabalhista, militar ou administrativa,quando não ocorra a hipótese do inciso anterior;

XVIII - receber os autos referidos no inciso anterior, mesmosem procuração, pelo prazo de dez dias, quando se tratar de autosfindos, e por quarenta e oito horas, quando em andamento masnunca na !Iuência de prazo; ,

a) sempre que receber autos, o advogado assinará a carga res­pectiva ou dará recibo;

b)a não devolução dos autos dentro dos prazos estabelecidosautorizará o funcionário responsável pela sua guarda ou autoridadesuperior a representar ao presidente da Seção da Ordem paxa assanções cabíveis (arts. 103, ínciso XX, e 108, inciso 11);

XIX - recusar-se a depor no caso do art. 87, inciso XVI, e a.ínformar o que constitua sigilo profissional;

XX - ter assistência social, nos termos de legislação própria;XXI - ser publicamente desagravado, quando ofendido no

exercicio da profissão (art. 129); -

XXII - contratar, previamente e por escrito, os seus hono­rários profissionais;

XXIII - usar as vestes talares e as insignias privativas deadvogado.

§ 1.0 Aos estagiários e provisionados aplica-se o disposto nosineisos I (com as restrições dos arts. 52, 2.0; 72, parágrafo único,in fine e 74),11, 111, XIV, XV, XVI, XVII, XVIII, XIX e XXI.

§ 2.0 Não se aplica o disposto nos incisos XVI e XVII:

I - quando o prazo for comum aos advogados de mais de umaparte e eles não aoordarem nas primeiras vinte e quatro horas so­bre a divisão daquele entre todos, acordo do qual o escrivão oufuncionário lavrará termos nos autos, se não constar de petiçãosubscrita pelos advogados;

Ir - ao processo sob regime de segredo de justiça;III - quando existirem, nos autos, documentos originais de di­

fícil restauração ou ocorrer circunstância relevante que justifiquea permanência dos autos no cartório, secretaria ou repartição re­conhecida pela autoridade em despacho motivado, proferido de ofi­cio, mediante representação ou a requerimento da parte inte­ressada;

IV - até O encerramento do processo, ao advogado que houverdeixado de devolver os respectivos autos no prazo legal e só o fizerdepois de intimado.

§ 3.° A inviolabilidade do domicílio e do escritório profissionaldo advogado não envolve o direito de asilo e somente poderá serquebrada mediante mandado judicial, nos casos previstos em lei.

PROJETO DE LEI N.o 2.254, DE 1976

(Do Sr. Osvaldo Buskei)

Determina a fixação da contra-indicação, em tarja sa­liente, na embalagem de medicamentos.

(As Comissões de Constituição e Justiça e de Saúde.)O Congresso Nacional decreta:Art. 1.0 As embalagens que acondicionam medicamentos de­

verão conter, sob forma destacada, sempre que houver a sua con­tra-indicação.

Art. 2.° O Poder Executivo regulamentará esta lei no prazode 60 (sessenta) dias. .

Art. 3.0 Esta lei entra em vigor na data de sua publicação.Art. 4.0 Revogam-se as disposições em contrário.

Justificação

As embalagens que envolvem os medicamentos raramente tra­zem sua contra-indicação. Destacam o nome do remédio, seu fa­bricante, sua fórmula, seus efeitos e dados comerciais. Na bula, en­contrada no interior da embalagem, consta todo o histórico doproduto bem como, se houver, a sua contra-indicação.

:É forçoso reconhecer que a cada dia a pesquisa nos traz no­vos medicamentos, novas fórmulas e combjnações, em busca decorretivos para as diversas doenças que surgem e desafiam a Hu­manidade.

O organismo humano, entretanto, em muitos casos rejeita de­terminados tipos de combinação quimica componente de remédios,originando-se dai distúrbios dos mais variados na saúde do pa­ciente.

Quando um laboratório lança seu produto, o faz precedido decampanha promocional junto à classe médica, hospitais e farmá­das, esclarecendo sempre suas contra-indicações. O próprio pro­fissional, conhecendo sua fórmula, deduz a reação negativa que omedicamento pode causar aos variados processos de comportamcn­t;o do corpo humano.

Mas não é de hoje que se tem eonhecimento de problemas del:aúde causados por efeitos negativos de medicamentos inadverti­damente receitados ou simplesmente vendidos ou ainda aplicadosl:em a devida cautela.

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Maio de 1976 DIARIO DO CONGRESSO NACIONAl,' (Seção I) Terça-feira 25 4247

A própria bula nem sempre é lida, pois o paciente em sua boafé pensa apenas eJU sua recuperação e não avalia a conseqüênciadanosa que lhe pode trazer a contra-indicação. .

Em nosso projeto, pretendemos oferecer à vista do consumidor,em tarja saliente e visivel, todos os efeitos negativos que lhe pos~

sam produzir a contra-indicação de medicamentos comercializa~

dos no país.Para se ter o efeito desejado nesta proposição, necessário seria

.a padronização da tarja em sua cor, para evidenciar OB cuidadosnecessários à aquisição dos produtos: Imperiosa, entretanto, a con­sideração que tal medida possa trazer aos fabricantes, problemasem suas embalagens, razão pela qual nos restringimos na obrigato­riedade de constar de maneira clara a identificação da contra­indicação.

Pelas razões expostas e visàndo a prevenção de novos males,esperamos contar com a indispensável acolhida.

Sala das Sessões, aos 11 de maio de 1976. - Osvaldo Buskei.

PROJETO DE LEI N.O 2.255, DE 1976

<Da Sr.a Lygia Lessa Bastos)

Altera a redaçãQ do item I e § 3.° do art. 11 da Lei n.oli. 8117, de 26 de agosto de 19611, que "dispõe sobre a Lei Or­gânica da Previdência Social"..

(As Comissões de Constituição e Justiça, de Trabalhoe Legislação Social e de Finanças.)

O Congresso Nacional decreta:Art. 1.0 A Lei n.O 3.807, de 26 de agosto de 1960, passa a vigo-

rar com M .seguintes alterações ao item I e § 3.° do art. 11:"Art. 11. . .........•......................•.............I - o cônjuge, a companheira, mantidá há mais de 5 (cin­co) anos, os filhos de qualquer condição menores de 18(dezoito) anos ou inválidos, e as filhas solteiras de qual­quer condição menores de 21 (vinte e um) anos ou invá-lidas. .

§ 3.° Xnexistindo cônjuge, com direito às prestações, apessoa designada POderá, mediante declaração escrita dosegurado, concorrer com os filhos deste."

Art. 2.° Esta lei en.tra em vigor na data de sua publicação.Art. 3.° Revogam-se as disposições em contrário.

JustificaçãoO presente projeto de lei, que confere nova redação ao item

r e ao § S.odo art. 11 da Lei n.O 3.807, de 26 de agosto de 1960,intenta incluir o cônjuge, na acepção mais ampla do termo, entreos dependentes dos seguratlos da previdência social.

É que, na conformidil-de do disposto na mencionada lei, ape­nas a esposa e o marido inválido são considerados dependentes dossegurados. Disto .resulta a inexistência de reciproeidade de trata­mento, ou de direito, entre os cônjuges, mesmo porque, para ocônjuge feminino; a lei não impõe qualquer espéCie de obstáculo àsua pretensão de figurar 'Como dependente do marido. Pouco im­porta seja a esposa inválida, esteja ou não segura&. Para omari­do, entretanto, a Lei Orgânica exige-lhe a condição de inválido.

Embora tido como um dos mais perfeitos diplomas legais domundo, no pertinente aos beneficiários-dependentes do seguro so­cial, a legislação previdenciária é retrógrada e odiosa, e não encon­tra razões plenamente justificáveis dessa discrIminação na juris­prudência ou doutrina. Aliás, neste ponto, pode-se mesmo afirmarque ela é conflitante, haja vista que, enquanto o item I do men­cionado art. 11 faz distinção entre os cônjuges, o art. 14 faculta­lhes a oportunidade de pleitear com igualdade de condições a pres­tação de benefícios alimentares.

O próprio Código Civil, ao fixar as bases do Direito de Família,estabelece a igualdade do direito de herdar entre os cônjuges, numa

. clara demonstração de respeito ao principio da isonomia, previstono § 1.0 do art. 153 da Constituição. Por que, assim, a discordânciada lei previdenciária, neste particular, uma vez que à consciência.jurídica nacional já consagrou aquela amplitude do direito suces­sório descrita no Código Civil?

Por isto, a extensão dos benefícios, por igual, aos cônjuges se­gurados da previdência, imprime nova orientação ao conceito deseguro social, identificando-o mesmo com os propósitos governa··mentais de ampliar os mecanismoos de bem-estar da população.Por esse meio, a política de distribuição de renda se humaniza, ofe­recendo outro indicador de nosso desenvolvimento.

A alta consideração dos ilustres pares.Sala das Sessões, 7 de maio de 1976. - Lygia Lesse. Bastos.

LEGISLAÇlí.O CITADA, ANEXADA PELA COORDENAÇlí.ODAS COMISSÕES PERMilNENTES

LEI N.o 3.807, DE 26 DE AGOSTO DE 1960

(comas alterações da legislal,ão posterior)LEI ORGANICA DA PREVIDÊNCIA SOCIAL

TíTULO rIDos Segurados, dos Dependentes e da Inscrição

CAPíTULO IIDos Dependentes

Art. 11. Consideram-se dependentes dos segurados, para efei­to desta lei:

I - a esposa, o marido inválido, a companheira, mantida hámais de 5 (cinco) anos, os filhos de qualquer condição menores de18 (dezoito) anos ou inválidos, e as filhas solteiras de qualquercondição menores de 21 (vinte e um) anos ou inválidas.

§ 3.° Inexistindo esposa, ou marido 'inválido, com direito àsprestações, a pessoa designada poderá, mediante declaração es­crita do segurado, concorrer com os filhos deste.

Art. 14. Não terA direito à prestação o cônjuge desquitado,ao qual não tenha sido assegurada a percepção de alimentos nemo que voluntariamente tenha abandonado o lar há mais de cincoanos, ou que, mesmo por tempo inferior, se encontre nas condiç,5esdo art. 234 do Código Civil.

LEI N.o 3.071, DE 1.0 DE JANEIRO DE 1916

(corrigida pela Lei n,o 3.725, de 14 de janeiro de 1919)

CóDIGO CIVIL.................................................................

PARTE ESPECIALLIVRO I

Do Direito dll Famína

TíTULO IIDos Efeitos Jurídicos do Casamento

CAPÍTULO IIDos Direitos e Deveres do Marido

Art. 234. A obrigação de sustentar a mulher cessa, para ()marido, quando ela abandona sem justo motivo a habitação con­jugal, e a esta recusa voltar. Neste caso, o juiz pode, segundo Mcircunstâncias, ordenar, em proveito do marido e dos filhos, o se­qüestro temporário de parte dos rendimentos particulares da mu­lher.

CONSTITUIÇlí.O DA REPÚBLICA. FEDERATIVA DO BRASIL

EMENDA CONSTITUCIONAL N.o 1DE 17 DE OUTUBRO DE 1969

TíTULO IIDa Declaração de Direitos

CAPíTULO IVDos Direitos e Garantias Individuais

Art. 153. A Constituição assegura aos brasileiros e aos es~

trangeiros residentes no País a inviolabilidade dos direitos concer­nentes à vida, à liberdade, à segurança e à propriedade, nos ter­mos seguintes:

§ 1.0 Todos são iguais perante a lei, sem distinção de sexo,raça, trabalho, credo religioso e convicções políticas. Será punidopela l~i o preconceito de raça.. , .

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4248 Terça-Ieira 25 DIARIO DO CONGRESSO NACIONAL (Seção I) Maio de 1976

PROJETO DE LEIN.o 2.256, DE 1976

(Do Sr. Antunes de Oliveira)

Altera a redação do art. 72 da Lei n.O 5.682, de 21 dejunho de 1971 (Lei Orgânica dos Partidos Políticos), in­cluindo Prefeito e Vice-Prefeito, nos casos de perda demandato por infidelidade partidária.

(À Comissão de Constituiçâo e Justiça.)

O Oongres.'lO Nacional decreta:

Art. 1.0 A redação do art. 72 da Lei n,o 5.682, de 21 de junhode 1971 (Lei Orgânica dos Partidos Politicos), passa a viger com aseguinte alteração:

"Art. 72. O Senador, Deputado Federal, Deputado Esta­dual, Prefeito e Vice-Prefeito, ou Vereador, que, por atitudeou pelo voto, se opu&er à.s diretrizes legitimamente esta­belecidas pelos órgãos de direção partidária ou deixar oPartido sob cuja. legenda for eleito ou nomeado, perderá omandato."

Art. 2.° Esta lei entra em vigor na data de sua publicação.Art. 3.0 Revogam-se as disposições em conl,rário.

Justificação

Os órgãos do governo municipal estão sujeitos ao principio dadivisão funcional de poderee, correspondendo ao Prefeito o exercÍ­cio das funções executivas e à Câmara Municipal as funções legis­lativas, não havendo, no Municipio, órgão judiciário próprio.

Os órgãos executivos e 'legislativos locais, entrosando suas ativi­dades, realizam, com independência e harl1lOlÚa, a adminíetraçãodo Município, nas condições expressas na Lei Orgânica estadualou na Carta Própria municipal (Estado do Rio Grande do Sul).Essa S{~paraçâQ de funções impede que um órgão desempenhe asatribuições do outro.

O Prefeito é o órgão executivo do Município e seu único repre­sentante legal. lt, em geral, eleito pelos Munícipes, para exercerum mandato de quatro anos, juntamente com um Vir,e"prefeito,a quem cabe substituir o Prefeito em seus impedimentos ocasio­nais e sucedê-lo nos casos de vacância do cargo.

As atribuições do Prefeito (eleito ou nomearlo), como r-hefe daAdrninistração local, são predominantemente executivas, emb\Jrapratique, restritivamente, alguns atos normativos de caráter regu­lamentar. Nas funções executivas compreendem-se todos os atosconcretos e especiais da Administração, e nas funções normativas,restritas, enquadra-se o poder regulamentar, expresso através dedecretos para fiel execução das leis municipais ou ordinárias daAdministração local. É grande, portanto, a importância política dePrefeitos e Vice-Prefeitos.

O art. 72 da Lei n.O 5.682171 (Lei Orgânica dos Parlid{)s Polí­ticos) não inclui Prefeito e Vice-Prefeito entre as autoridades que,se deixar o Partido, incorrem em infidelidade partidária, perdendo,consequentemente, o mandato.

Objetivando corrigir esta' falha, apresentamo9 o presente pro­jeto de lei, que ora oferecemos ao exame e debate dos nobres pares.

Sala das Se.5sões, em de de 1976. - Antunes deOliveira.

LEGISLAÇAO CITADA, ANEXADA PELA COORDENAÇAODAS COMISSOES PERMANENTES

LEI N° 5 682, DE 21 DE JUNHO DE 1971

LEI ORGANICA DOS PARTIDOS POLíTICOS

TiTULO VIDa Disciplina Partidária

CAPíTULO IIDa Perda do Mandato por Infidelidade Partidária

Art. 72. O Senador, Deputado federal, Deputado estadual ouVereador que, por atitude ou p€lo voto, se opuser às diretri7.es legi­timamente estabelecidas pelos órgãos de direção partidária oudeixar o Partido sob cuja legenda for eleito, perderá o mandato.

Parágrafo único. Equipara-se à renúncia, para efeito de con­vocação do respectivo suplente, a perda de mandato a que serefere este artigo.

PROJETO DE I,EI N.o 2.257, DE 1976

(Do Sr. Aurélio Campos)

Revoga o art. 605 da Consolidação das Leis do Traha­lho.

(Às Comissões de Oonstituição e Justiça, de Trabalhoe Legislação Social e de Fin.ançae.)

O Congresso Nacional decreta:Art. 1.0 É revogado o art. 605 da Consoildação das Leis do Tra­

balho, aprovada pelo Decreto-lei n.o 5.452, de 1.0 de maio de 1943.Art. 2.0 Esta lei entrará em vigor na data de sua publicação.

Justificação

A importância da contribuição sindical para a exi.<;tência e fun­cionamento da.<; entidades de classe é indiscutível.

Segadas Vianna, duas vezes Ministro do Trabalho, demonstra,na prática, o fato acima, ao deeJarar qUf~:

"Na complexidade do mundo atual, o Estado pode delegaratribuições, pode encarregar até mesmo organisl11.os priva­dos de reali7.ar finalidades e executar tarefas que, na con­cepção vigente de democracia e da sociedade- na qual oEstado não é um mero espectador e sim um direito partícipena solução dos problemas - poderiam incluir-se entre BeMdeveres.O desenvolvimento da educação, a melhoria das cúndiçóesde vida, o bem-estar, a assistência médica correspondem,na atualidade, a direitos do cidadão, que ao Estado incum­be f.acilitar sejam fruidos. E, na realidade, o Estado, atra­vés de diversos mDdos, '\Tem procurando fazer com que essesdireitos não se resumam a meras e belas afirmações líricasou demagógicas, inscritas na Constituição. DiretameIlte ofaz, em muitos casos; em outros defere essas reeponsa­bilidades a autal'quias e a entidades privadas, fornecendo­lhes ou facultando-lhes os meios de obter os recursos indi.~­

pensáveis. Entretanto, a terceiros a execução de finalidadesque lhe competem, ora o Estado lhes concede subvenções eauxílios, ora estabelece sistemas que permitam à.s enti­dades sub-rogadas nos deveres estatais executá-los. Asó!imo fez com a Legiâo Bragileira de As..~isténcia, instituindouma contribuição ael'escida à do seguro social, para cum­prir suas finalidades de amparo aos desvalidos; assim reaJi­oou com a Fundação da Casa Popular, criando uma taxaespecial sobre a venda de imóveis, com objetivo de facilitara construção de habitações populares. E muItos outros sãoos exemplos: o serviço Social da Indústria (SESI), o Ser­vIço Social do Comércio (SESC), o Serviço Nacional deAprendizagem Indústrial (SENAI) e o ServiÇO Nacional deAprendi7.agem Comercial tSENAC) são mantidos por con­tribuições impostas pelo Estado. arrecadadas por órgãos doE:Btado e entregues àquelas organizações para que cum­pram aos finalidades que o Estadú lhes impôs em troca dosrecursos que lhes outorgou.Ora, no regime sindical vigente, o sindicato tem uma sériede objetivos que intereseam ao Estado, muitos deles quesão encargos do Estado, como o "desenvolvimento moral esoeial da profissão e preenchimento de fins culturai.<;". Emai.s ainda, nas regras de existência e funcionamento dossindicatos, entre as euas obrigações estão AA de "colaborarcom o E:Btado, como órgão Técnico e consultivo no estudoe solução dos problemas que se relacionem com a atividadeprofissional e econômica" e "manter servIços de assistênciaaos seue assoeiados".Na democracia moderna, quando o Estado não é um pas­sivo distribuidor de justiça, nas competições entre indi­viduos ou entre grupos, ocorre-lhe o dever de cuidar nãoapenas do "seguro soelal", mas, no eonceito amplo adotadonas Conferências Internacionais do Trabalho e de SeguroSocial, da "segurança ooeial", que abrange o "seguro com­pulsório" e a "assistência social". Dever do Estado, espe­cialmente para com as classes menos favorecidas de re­cu,rsos econômicos, e prestação deSOla assistência é funçãoestatal.Esse dever de o Estado promover a assistência social, ta­manha é a sua importância, foi focalizado pelo PapaPio XII nos "cinco pontos para a paz" e, dentre eles, é oprimeiro "a necessidade de desaparecerem as desigualda­des extremas de riquezas e bens"; ele foi foealizado naCarta do Atlântieo que, entre outros fins, objetivava "me­lhores níveis de trabalho, prosperidade econômica e segu­rança social" Sir Williarn Beveridge demonstrou-o no seujá famoso plano, estabelecendo que grande parte de seususteio sairia do Tesouro. como um meio de redistribuira renda nacional.

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DUIUO DO CONGRESSO NACIONAL (Seçio I) Terça-feill'a!5 4:!4t~

Na. própria c.onstituição de 1946, ellSe espírito de seguran­ça. social firmou-se de maneira marcante, especialmenteno art. 160, quando se determina a organização da ordemeconômica conforme oa princípios de jUlltiça social,eonci­.liando a liberdade de iniciativa com 'a valorização do tra­balho humano, e quando se estabelece a. obrigatoriedade,em todo o território nacional, da, assistência á materní­d;ilde, à infância e à adolescência.A prerrogativa sindical de suscitar um dissídio coletivopara aumento de salário não é valorização do trabaiho?E não tem esse objetivo o desenvolvimento moral e oociàldas profissões?Deveres do Estado - e deveres bâ.~iCOll para a segurançasocial - eles podem Jler delegados a outros órgãos e enti­dades, como se faz. em relação ao seguro compulsório,através do Instituto Nacional de Previdência Social. Epodem ser encargos transferidos aos sindicatos porque oart. 166 da. Constituição lhes faculta, nos termos da lei, {I

"exercício de funções delegadas pelo poder público".E, quanto a isso, a c.onstituição dispõe com clareza meri­diana no §lP do aÚ. 166; - "Entre as funções delegadasa que se refere este, artigo compreende-se a de Ilrrecadar,na forma da lei, contribuições para {} custeio da atividadedos órgãos sindicais e profissiOJlais e para a execução deprogl"amas de interesse das categorias por elesrepresen­tadas.Quanto ao seufunda!11ento social. não há dúvida de quese jUlltifica a existência da contribuição sindical. Corres­ponde ela à contrapartida dos beneficios variad,os que asentidades sindicais prestam não apenas aos que gozamdlL'etamente das vantagens da sindicalização, mas a todosos representan tes de uma categoria econômica ou profis­sional, seja na obtenção de vantagens quando da verifica­ção ,de um dissidio coletivo, seja na assistência ao Po­der Público na elaboração de normas de interesse culetivo,slja, ainda, com sua participação de imensa gama de ór­gaos colegiados ezistente.s na administração do Pais edos Estados. 'Mas há, ainda ]Jm aspecto bem ressaltado por Helvé(líoXavier Lopes: ~ "não deveriam, também, os sindIcatos,pela' relevância de seu destino, de seus altos objetivos, serexpostos ao perigo de uma dependênciaeconõmlca clan­destina ciue importaria no desprestígio, na. desmoralizaçãude sua !l-tuação". (Instituições de Direito do Trabalho,1'01. 2, 'pags. 349 a 351.)

Assim. em que pese a crítica de Carlos Albert(J 'GlWles Chia-relli... vasada nos seguintes termos:' '.

"Já temos dito que uma das colunas mestras da vida sin­dical é a sua situação financeira. Sendo satIsfatória, per~mite à entidade a realizaçao, de seus planos de açào, deS­dobramento de cursos, manutenção de serviços assisllcn­ciais, etc. Sendo insuficiente, evidentemente impede quea organização possa alcançar seus propósitos minlmos. NoBrasil, a instituição sindical - entidade representativa decategoria ma.s' com delegaçãO publica para ez;erclcio defunções - independentemente, para sua sobrevivênciaeconômica, da multiplicação do número de sócios que lo­gre congregar. Há casos mesmo em que a redução de ati­vidade sindical tennina por se constituir em motivo deter­minante da multiplicação de recursos. É o que acontececom as entidades de segundo e terceiro graus (federaçõese confederações) que terão aumentada a sua quota naarrecadação da contribuição sindical de um município, senele não existir sindicato. Isto porque às federaçôes econfederações caberá a parcela que seria do organismode primeiro grau. c'omo sabemos que, normalmente. ossindl{latos surgelTI pela influência, pelo trabalho, pela co­operação que ao grupo iní.eial de líderes locais emprestemas federações - entidades poderosas, contando {lom asses­sores, técnicos em trabalho de equipe e motivação'-,compreendemos perfeitamente que li. recompensa finan­ceira à não criação de sindicatos é perigoso instrumentode elitização do, sindlcalismo. Pode perfeitamente deter­minar que só tenhamos entidades de segundo e terceirograus (e as temos em grande quantidade) com prejuízodaquilo que é realmente ° mais autêntIco, o mais legitlmo,a veJ'dadeira força e expressão sindical, isto é, O' s-indicato,nascido do contato e da participação da base. E temosvisto - e muitas vel/ies - a incidência prática do fenô­mcno argüído: o dellinteresse das federações em criar sin­dicatos, fazendo com que haja um número totalmente in~

suficiente de tais entidades, permanecendo desassistidos enão representados municipalmente os obreiros, multipli­cando-se, 'sem maior esforço e até mesmo pela sua ine­xistência, os recu:rsos das federações. Estas, não tendo enão se interessando em ampliar a base, tenninam, muitase muitas vCl'fes, por investir os recurílUS carreados em gas-

tos de cúpula, na própria administração central, requintan­do-a desnecessariamente e burocratizando-a lastimavel­mente.

Assim, a. contribuição sindical no Brasíl, imposta.,- como já.se disse, a toda categoria econômica ou profissional, inde­pendentemente do fato de ser o trabalhador ou a empresa.associado do sindicato, é instrumento de manutenção fi­nanceira dá organização, mas na vida sindical autêntica,a nosso juizo, é figura inautêntica. Desnatura a verdadeiraatuação sindical, despreoClwa dirigentes da obrigatorieda­de de atuar para manter um quadro associativo numero­80, pois lhes dá a tranqüilidade paclforrenta ela auto-sufi­ciência financeira. De outra parte, originária da iei, ins­pirada, orientada e controlada pdo poder Público, que,inclusive, tem a: seu cargo a tarefa do recolhimento e dis­tribuição entre as entidades do montante arrecadado, acontribuição sindical é uma das fortes justificativas parao intervencionlsmo' estatal. Assim, suportando. velhas es­truturas, perpetuandO dirigentes (que com os polpudosrecursOll da contrlQuição sempre terão conllições de reali­zar as obras de aparência e, inciusive, condições práticasde enfrentar campanhas eleitoriüs mais' onerosas que nãopoderão suportar oposicionistas de"avisados), reduzindo aatividade sindical propriamente dita e atrelando o sindi­cato de maneira. completa à iocomotiva governamental. acontribuição sindical é a razão maior para que, em nomedela, o Poder Público esteja' presente na intImidade daassociaçâo. Se são reCursos públicos os que vão encher oscofres do sinõicato, se decorrem da imposição legal e nãoda adesão voluntária de associados, então se julga o Po­der Público - e nesse particular com toda razão - pfir­feitamente embasado para exigir um orçamento prévio aser aprovado, um plano de aplicaçãó de' recursos de con­trole constante e uma prestação de contas posterior quesó terá validade quandu definitivamente chancelada pelasautoridades do Ministério do Trabalho. É por isso tam­bém que o Poder Público condicionou a certas rubricas,pelo menos formalmente, a aplicação das parcelas carrea­das em nome da contribuição sindical, intrometendo-se,assim, diretamente, nas decisões politico-sjndlcais e tra­çando caminhos que têm de ser seguidos. Assim, a presen­ça 'da contribuição sindical é um d;lreito em favor do mo­vimento 'sIndical brasileiro, direito que lhe assegura a pos­sibilidade de continuar com todas as feições institucionais,que ate aqui tem mO-~trado; significa uma segurança fi­nanceira que pode conduzir ao esvaziamento, por influên­cia externa epOl' desInteresse e corrupção interna, da atua··çã.o .reivindicatória da entidade", (Teoria e Prá.tica 1110Sindicalismo Brasileiro, edições LTr, 1974, págs. 65 a 6'1. ),

a contribuição sindical deverá ser mantida pelo menos enquantofor conservada a atual posição do sindicato. de último ,colaboradordo Estado, a que-in este, apoiado no artigo 166 da c.onstít-uiçáoFederal, delega oexercicio de funções de sua competência.

A arrecadação e li aplicação do antigo "imposto sindical"estão disciplinados no Capituio IH, do Título V da CLT. E, comopa.rte integrante do mencionado capituio, o artigo 605 determinaque:

"As entidades sindicais são obrigadas a promover a publi­caçãn de editais concernentes ao recolhimento da contri­buição sindical, durante três dias, nos jornais de maÍl)rci:-culaçào locai e até d.ez dias da data fixada para depú­sito bancário."

Ocorre, no entanto, que, se essa norma teve razão de ser, aotempo da aprovação da CLT, gerando, até, o comentário de MonsoCaldas Brandão, assim redigido: :

"Trata-se de providência sábia e (lcauteladora dos inte­resses dos sindicatos e dos contribuintes Que são assimadvertidos da obrigação em que se acham e da. data emque devem cumpri-la". (CLT Interpretada, 1962, pág. 545.),

hoje não mais se iustifica.A publicação em causa acarreta despesas consideráveis. mal

suportadas pelas entidades, especialmente pelos pequenos sind:l­catos.

Por outro lado, cumpre destacar que os editais previst~~ nodispositivo consolidado dizenl respeito a uma modalidade de trI­buto arrecadado não só para a entidade que os publica e pag~L;

federações, confederações e Governo têm sua parte na Contribu:i­ção Sindical, conforme dispõe o artigo 539 da CLT.

Desse modo-- e também porque a ninguém é dado desco­nhecer a lei - não há porque manter-se ta! exigência, que ape­nas representa um caríssimo lembrete aos contribuintes do OUl­trora "imposto sindical", perfeitamente informados dos prazos t>f'­los dispositivos da CLT a estes relativos.

O presente projeto, elaborado pal' sugestão do Sindicato dosTrabalhadores na.s Indústrias Químicas e :l!'armacêutícas de São

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4250 Terça-feira 25 DIARIO DO CONGRESSO NACIONAL (Seção n Maio de 1978

Paulo, visa a pôr termo à citada anomalia, revogando o artigo605 da Consolidação.

Ném se diga que a eliminação do aludido dispositivo enfra­quecerá a arrecadação do tributo sindical, porquanto, conformesabem os interessados, o recolhimento fora do prazo importa noacréscimo de multa, juros e correção monetária, se feito esponta­neamente (art. 600 da CLT) e, nessas cominações mais as san­ções do art.. 598, se resultante de cobrança judicial (art. 606 daConsolidação).

Esperamos, pois, a aprovação do presente pr<Jjeto que, livrandoas entidades (especialmente as de menor porte) de vultosa des­pesa, proporcionará um autêntico reforço financeiro. a ser apli­cado no cumprimento das inúmeras e importantes tarefas às mes­mas cometidas pelo Governo Federal.

Sala das BeMões, em.4 de maio de 1976. - Aurélio Campos,

LEGISLAÇII.O CITADA, ANEXADA PELA COORDENAÇII.ODAS COMISSõES PERMANENTES

CONSOLIDAÇÃO DAS LEIS DO TRABALHO(aprovada pelo Decreto-lei n.O 5.452, de 1.0 de maio de 1943.)

TíTULO VDa Organização Sindical

CAPíTULO lU

Da Contribuição SindicalSEÇÃO I

Da Fixação e do Recolhimento da Contribuição Sindical

Art. 589. Da impúrtáncía anual da arrecadação da contrIbui­ção sindical será deduzida, em favor das entidades sindicais degrau superior, a percentagem de 20% (vinte por cento), cabendo15(10 (quinze por cento) à federação coordenadora das categoriasa que corresponderem os sindicatos e os restantes 5% (cinco porcento) à respectiva confederação.

§ 1.0 As aludidas percentagens serão pagas diretamente pelosindicato à correspondente federação e por esta à confederaçãolegalmente reconhecida, devendo o pagamento ser feito até 30dias após a data da arrecadação da contribuição sindical.

§ 2.° Inexistindo federação legalmente reconhecida, a per­centagem de 20% (vinte por cento) será paga integralmente àconfederação relativa ao mesmo ramo econômico ou profissional.

§ 3.° Na falta de entidades sindicais de grau superior. os .sindicatos depositarão a percentagem que àquelas caberia na con­1;a especial a que se refere o art. 590.

§ 4.° A entidade sindical que não der cumprimento ao quedetermina o parágrafo primeil"O deste artigo ficará impedidade movimentar a respectiva conta bancária, sem prejuizo das pe­nalidades previstas no art. 593.

SEÇÃO IVDas Penalidades

Art. 598. Sem pl'ejuizo da ação criminal e das penalidadesprevistas no artigo 553. serão aplicadas multas de l/50 do salá­rio mínimo a vinte salários minimos regionais, pelas inü'açõesdeste Capitulo, impostas pelas Delegacias Regionais do Trabalho.

Parágrafo único. A graduação da multa atenderá à naturezada inftação e às condições sociais e econômicas do infrator.

Art. 600. O recolhimento da contribuição sindical efetuadofora do prazo referido neste Capítulo, quando espontâneo seráacrescido da multa de 10% (dez por cento L nos trinta prímeirosdias, com o adiconal d€ :l% (dois por cento) por mês subseqüen..te de atraso, além de juros de mora de 1% (um por cento) aomês e correção monetária, ficando, nesse caso, o infrator, isentode outra penalidade.

§ 1.0 O montante das cominações previstas neste artigo re-verterá sucessivamente:

a) ao sindicato respectivo;b) à federação respectiva, na ausência de sindicato;c) à cOllfederação respectiva, inexistindo federação.§ 2.° Na falta de sindicato ou entidade de grau superior, o

montante a que alude o parágrafo precedente reverterá à conta"Emprego e Salário".

SEÇAO VDisposições Gerais

Art. 605. As entidades sindicais são obrigadas a promovera publicação de editais concernentes ao recolhimento da contrÍ­buiC;ào sindical, durante três dias, nos jornais de maior circulaçãolocal e até dias da data fixada para depósito bancárIo.

Art. 606. As entidades sindicais cabe, em caso de falta depagamento da contribuição sindical, promover a respectiva co~

branl,a judicial, mediante ação executivâ, valendo como titulo dedivida a certidão expedida pelas autoridades regionais do Minis­tério do Trabalho.

CONSTITUIÇÃO DA REPúBLICA FEDERATIVA DO BRASILEMEND.<\ CONSTITUCIONAL N." 1

DE 17 DE OUTUBRO DE 1969

TíTULO IHDa Ordem Econômica e Social

Art. 166. É livre a associação profissional ou sindical; a suacons1Gituição, a representação legal nas convenções coletivas detrabalho e o exerCÍcio de funções delegadas de poder püblico se­rão regulados em lei.

!l 1.0 Entre as funções delegadas a que se refere este artigo,compreende-se a de arrecadar. na forma da lei, contlibuições parao custeio da atividade dos órgãos sindicais e profissionais e paraa execução de progralnas de interesse das categorias por eles re­presentadas.

§ 2.° É obrigatório o voto nas eleições shldicais.

PROJETO DE LEI N.o 2.258, DF. 1976

(Do Sr. Adhemar Ghis])

Estende aos tratoristas profissionais a apnsentadoriaespecial dos motoristas profissionais de transporte urbanoe rodoviário.

(As Comissões de Constituição e Ju.~tiça, de Trabalhoe Legislação SOcial e de F'inanças.)

O Congresso Nacional decreta:Art. 1.0 Aplica-se ao tratorIsta profissional, devidamente ha­

bilitado, a aposentadoria especial destinada ao motorista profis­sional de transporte urbano e rodoviário, de que trata o art. 9.°da l.ei n.O 5.890, de 8 de junho de 1973.

Art. 2.° Esta lei entrará em vigor na data de sua publicação,revogada.~ as disposições em contrário.

Justificação

A chamada áposenta.doria especial, isto é, a a)Xlsentadoria con­cedida em condições peculiares de t"mpo de 'serviço em razão daatividade exercida pelo trabalhador, tem passado por uma notóriaevolução em seus respectivos critérios de concessão estabelecidospela Previdéncia SOcial.

É que, com a crescente industrialização e desenvolvimento doPai", as at.ividades vão se multiplicando, bem como aquelas maisantigas vão ficando mais difundidas e utilizadas, a ponto de setransformarem em atividades, não raro, perigosas, penosas, ouinsalubres. -É o caso. por exemplo, da profissão de tratol'ista, que,há nào muit,o tempo reprcsentava uma atividade um ta.nto quantoinexpres.~iva. pelo menos do ponto de vista numérico, mas queatualmente não acontl"ce mais assim.

Com efeito, quando buscamos amparar a classe dos tratoristasprofissionais com o benefício da aposentadoria especial, é antesde tudo, porque, hoje, há um considerável número de pessoasque fazem dessa atividade seu único meio de subsistência.

Ba.sta verificar Q número de empresa.s qüe militam na constru­ção de estradas, de represas, e, aiuda, a crescente proliferação deempresas rurais, estas com a finalidade agropecuária. Em todosestes exemplos é bastante expressivo o número de tratoristas queexercem sua profissão sem uma série de garantias, dentre elas,cabe destacar a inexistência da aposentadoria especial.

Devemos ressaltar o fato de que não trata a presente proposiçãode '~l'iar uma aposentadoria especial. um beneficio novo, para ostl'atorístas profissionais. Não. O que estamos propondo é apenasaplicação de normas já existentes para os motoristas de ônibuse de caminhões de carga, ocupados em carát"r permanente, aostratoristas profissionais, vez que, consoante o Código 2.2.2, anexoao Regulamento Geral da Previdência Social, aprovado pelo Decre­to n.o 72.771., de 10 de setembro de 1973, os motoristas de ônibus ede caminhões de carga já fazem jus à aposentadoria especial, aosvilüe e cinco anos de serviço.

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Maio de 1976 DIÁlUO DO CONGRESSO NACIONAL (Seção I) Terça-feira:!5 42:51

Desta forma, os recursos destinados a custear os encargasde'correntes da presente proposição já existem, pois, come ficou dito,não se trata de matéria nova, criando novos encarges de ordem fi­nanceira, mas tão somente, de estender o benefício já existente aCOmponentes de uma mesma categoria, no caso, os t;ratoristasprofissionaill.

Acreditamos ser até mesmo despiciendo justificar com as pe­<~uliaridades da atividade exercida pelos tratoristas esta nossaproposição, pois é público e notório que se trata de uma atividade,pelo menos, perigosa e penosa, seja em razão das condições adver­sas de trabalho em que é exercida (lugares ermas, máquinas pesa­das, etc.), seja, especialmente, pela já aludida similitude com os:rnotoristas de transportes urbanos e rodoviário.

A condusão a que se chega, portanto, é de que sobre ser justa,oportuna e semata, a proposição está conforme as ditames cons­titucionais, na medida em que não cria nenhuma forma nova dedispêndios previdênciários.

J1: o que, temos certeza, entenderão também as Comissões~récnicas desta Casa.

Sala dM Sessões, 12 de maio de 1976..- Adhemar Ghisi.

LEGISL.I1ÇÃO CITADA, .I1NEXADA PELA COORDENAÇ1f.OD.I1S COMISSõES PERMANENTES

LEI N.o 5.890, DE 8 DE JUNHO DE 1973Altera a legislação de Previdência Social, e dá outras

providências.

Art. 9.0 A aposentadoria especial será concedida ao seguradoque, contando no mímm.o 5 (cinoo) anos de contribuição, tenha1.rabalnado durante 15 (quinze), 20 (vinte) ou 25 (vinte e cinco)anos pelo menos, conforme a atividade profissional, em serviçosque, para esse efeito, forem comiderarlas penosos, insalubres ouperigosos, por decreto do Poder Executivo.

Art. 3.0 A instalação do Centro de Estudos Agronômicos doOeste de Santa Catarina fica condicionada i~ existência de recursosorçamentários.

Art. 4.0 Revogadas as disposições em contrário, esta lei entraem vigor na data de sua publicação.

;rustificaç:wA preparação de mão-de-obra especializada é assunto de que

não se pode desctüdar G legislador, principalmente num Pais comoo Brasil que a cada dia mais necessita de profissionais habili.tad.Dspara acompanhar em toda a sua extemão o avanço da ciência e datecnologia.

País eminentemente agrícola, apesar do desenvolvimento in­dustrial verificado ao longo das úitimas décadas, precisa o Bra.'lílde incrementar e revigorar esse importante setor da economianacional. E a solução ideal reside exatamente na formação (letécnicos voltados para a agricultura e para a pecuária. O mundoatravessa, atualmente, uma das mais sérias crises de aliment,os daHistória. Organismos internacionais especializados estimam em18% o atual deficit dos gêneros alimenticios da humanidade, conll­tituindo-se isto, numa séria advertência aDS paises que têm naagricultura uma de suas principais fontes de fortalecimento e.conll-mico._ •

Infelzimente, a Região Sul do Brasil, notadamente o Estadode Santa Catalina, ainda é muito pobre em matéria de estabele­cimentos de ensino de nível superior desse setor. O Oeste Oatari­nense, compreendendo cerca de 80 municipios; de Campos Novosrumo à fronteira da República da Argentina, não possui uma sóEscola de Agronomia nem de Veterinária em nível superior. Enote-se que a maior concentração agricola do Estado encontra-seexatamente naquela região.

Daí, as razões da presente proposição que esperamos tornslrrealidade, com o apoio dos nossos ilustres pares.

Sala das Sessões, em de de 1976. _ Ernesto de Marco.

REGULAMENTO DO REGIlVIE DE PREVID~NCIA SOCIALINSTITUíDO PELA LEI N.o 3.807, DE 26-8-60

DEORETO N.o 72.771, DE 6 DE SETEMBRO DE 1973

Aprova Regulamento da. Lei n.o 3.807, de 26 de agosto de1960, com as alterações introduzidas pela Lei n.o 5.890,de 8 de junho de 1973.

LEGISLAÇÃO CITADA, ANEXADA PELA COORDENAÇÃOD.I1S COMISSóES PERMANENTES .

LEI N.o 5.540, DE 28 DE NOVEMBRO DE 1968

Fixa normas de organizaçã.o e fUllCionamento do ensinosuperior e sua articulação com a escola média, e dá outrasprovidências.

CAPíTULO IDo Ensino Superior

•••••• 'Ô • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • •••• ; ••••••••••• , ••••••••••••••• ~ ••••

QUADRO II(Anexo ao Regulamento aprovado pelo Decreton.o 72.771

de 6 de setembro de 1973)

CLASSIFICAÇãO DAS ATIVIDADES PROFISSIONAISSEGUNDO OS AGENTES NOCIVOS

PROJETO DE LEI N.o 2.259, DE 1976(Do Sr. Ernesto de Marco)

Cria o Centro de Estudos Agronômicos do Oeste deSanta Catarina com sede na cidade 4e Chapecó, e deter~

mina out1'as providências.(As Comissões de Constituição e Justiça, de Educação

e Cultura e de Finanças.)O Congresso Nacional decreta:Art. 1.0 E criado o Centro de Estudos Agronômicos do Oeste

de Santa Catarina, com sede na Cidade de Ohapecó, com os seguin­tes cursos de nivel superior;

I - Curso de Agronomia;II - - Curro de VeterináÍ"ia.Art. 2.0 O patrimônio do Centro de Estudos Agronômicos do

Oeste de Santa Catarina será constituido de;I - recursos orçamentários que lhe forem consignados;II - doações e legados;III - recurros de outras fontes.

TRANSPORTE URBANO E RODOVIÁRIO, 25 anasMotorista de ônibus e de caminhões decarga (ocupados em caráter'permanente).

• •••••••••• > .

c) unidade de funções de ensino e pesquisa, vedada a dupli-·cação de meios para fins Idênticos ou equivalentes;

...............................................................

~ ~ " "

Art. 5.0 . A organização e o funcionamento das universidadesserão disciplínados em estatutos e em regimentos da.'l unidade,sque M constituem, os quais serão submetidos à aprovação do Con­se'lho de Educação competente.

Parágrafo único. A apl"Ovação dos regimentos das unidadesuniversitárias passará à competência da Universidade quando estadispuser de Regimento-Geral aprovado na furma deste artigo.

Art. 4.° As universidades e os estabelecimentos de ensin'Dsuperior isolados, comtituir-se-ão, quando oficiais, em. autarquiasde regime especial ou em fundações de dirE,ito público e, quand,Dparticulares, sob a forma de fundações ou associações.

Art. 7.0 As universidades organizar-se-ão diretamente 0'.1 me­diante a reunião de estabelecimentos já reeonllecidos, sendo, noprimeh"O caso, sujeitas à autorização e reconhecimento e, no se-­gundo, apenas a reconhecimento.

Art. 8.° Os estabelecimentos isolados de ensino superior deve·­rão, sempre que possivel, incorporar-se a universidades ou congre·­gar-se com estabelecimentos isolados da me,sma localidade ou delocalidades próximas, constituindo, nesteúl1;imo caso, federaçõesde escolas, regidas por uma administração superior e com regimentounificado que lhes permita adotar Critélios comuns de organizaçãoe funcionamento,

CAPíTULO VDisposições Transitórias

Art. 52. As atuais universidades rurais, mantidas pela União,deverão reorganizar-se de acordo c{)m o disposto no artigo 11 destaLei, podendo, se necessário e conveniente, incorporar estabeleci-

Art. 11. As universidades organizar-se-ão com M seguinte.<;caracteristicM;

TempOmínimo

detrabalho

Atívidade profissional

2.4.2

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4252 Tert;a-feira 25 DJARIC' DO CONGRESSO NACIONAL (Se",ão I) Maio de 1976

mentos de ensino e pesquisa também mantidos pela União, existen­tes na mesma localidade ou em loc!,\l1dades próximas.

Parágrafo único. Verificada, dentro de doze meses. a partirda data de publicação desta Lei, a juízo do Conselho Federal deEducação, a impos.~ibilidade do disposto neste artigo, as universi­dades rurais serão incorporadas ás federais existentes na mesmaregião. .

.DECRETO-LEI N.o 842, DE 9 DE SETE:MBRO DE 1969

Altera a redaçâo do art. 47 da Lei n.O 5.540, de 28 denovembro de 1968, e dá outras providências.

Os :Ministros da Marinha de Guerra, do Exército e da Aero­náutica Militar, usando das atribuições que lhes confere o artigo1.° do Ato Institucional n.O 12, de 31 de agosto de 1969, decretam:

Art. 1.0 li: alterado o artigo 47 da Lei n.o 5.540, de 28 denovembro de 1968, que passa a vigorar com a seguinte redação:

"A aurorização para funcionamento e reconhecimento deUniversidade ou estabelecimento isolado de ensino supe­rior será tornada efetiva, em qualquer caso, por decreto doPoder Executivo Federal, após prévio parecer favoráveldo Conselho de EducaçãQ competente."

PROJETO DE LEI N.O 2 260, DE 1976

(Do Sr. Francisco Amaral)Dispõe sobre a criação do Plano Nacional de Assistên­

cia Social ao Estudante (PASE), e dá outras. providências.(As Comissões de Constituição e Justiça, de Educação

e Cultura e de Finanças.)

O Congresso Nacional decreta:

Art. 1.0 Ê instituído o Plano de Assistência Social ao Estudan­te (PASE), destinado $. prestação de assistência SDciai aos estu­dantes de cursos superiores, tecnicos e profissionais, através doInstituto .Nacional de Previdência Social.

Art. 2.0 O PASE compreenderá:I - assistência médica, odontológica, ambulatorial e hospita­

lar, assim como judiciária;

Il - financiamento para a aquisição de livros didáticos, técni­cos e científicos, material escolar e despesas imprevistas, inclusivepara o pagamento de anuidades escolares;

UI - criação de centros de aperfeiçoamento moral e intelec­tual do estudante, inclusive recreação.

IV - previdência e seguro.Art. 3.° A assistência médica, odontológica, ambulatorial e

hospitalar aos estudantes ficará a cargo rle serviço da mesma na­tureza do Instituuto Nacional de Previdência Social.

Art. 4.° A previdência e seguro do estudante compreenderão:a) auxílio-doença;b) pensão por invalidez;

O) auxílio-natalidade;

Parágrafo único. Os benefícios previdenciários de que trataeste artigo serã() concedidos independentemente de qualquer perío­do de carência ou de número determinado de contribuições, vigo­rando o auxílio-doença desde o primeiro dia de enfermidade.

Art. 5.° A concessão dos beneficios previstos no artigo ante­rior, salvo determinação expressa em contrário, obedecerá ao dis­posto na Lei Orgânica da Previdência Social, aplicando-se à pensãopor invalidez as regras referentes à aposentadoria por invalidez.

Art. 6.0 Para usufruirem dos beneficios previstos nesta Lei,os estudantes de cursos superiores, técnicos ou profissionais dequalquer grau, contribuirão para com o Instituto Nacioual de Pre­vidência Social com uma taxa mensal de 5% (cinco por cento) so­bre o salário-base de que trata o art. 13 da Lei n.o 5.890, de 8 dejunho de 1973.

Art. 7.° Quando o estudante já for contribuinte do INPS oude outra instituição d? previdência e assistência social oficial, suainscrição no PASE será facultativa. e. se por ela optar. os benefíciosserão acumulados, quando verificada a condição.

Art. 8.° O INPS poderá celebrar convênios com os estabeleCi­mentos de ensino oficiais e particulares para que estes procedamà arrecadação das contribuições de seus alunos.

Art. 9.° Sem prejuízo dos benefícios do PASE, salvo os do in­ciso II do art. 2.°, haverá uma tolerância de até 12 (doze) meses

na arrecadação das contribuições, sem que estas fiquem, a nãoser depois desse prazo, sujeitas a multas, juros de mora e corre­ção monetária.

:I?arágrafo único. Uma vez que {) estudante pague as con­tribuições em atraso, que excederem a 12 (doze) meses, as multas,correção monetária e juros poderão ser objeto de acordo paracobrança após a conclusão do curso, parceladamente.

.Art. 10. Os estabelecimentos de ensino superior, técniw ouprofissional, cujos alunos estejam obrigados a contribuir para como PASE, são obrigados a recolher ao Plano contribuições nas se­guintes bases:

a) anuidades iguais ou inferiores a seis vezes o valor do maiorsalário minimo em vigor no Pais = 2% (dois porcento) da arreca­daç1io a esse título;

b) anuidades superíores a seis vezes o valor do maior saláriominimo = 4% (quatro por cento);

o) anuidades superiores a doze veezs o valor do salário minimo= 6% (seis por cento).Parágrafo único. Quando as anuidades forem iguais ou in­

feriores ao valor de um salário minimo, o estabelecimento ficaráisento de contribuição.

Art. 11. A aplicação do disposto no inciso II do art. 2.° sJCráobjeto de regulamento a ser elaborado pelos Ministérios da Educa­ção e Cultura e da Previdência e Assistência Social, aprovadopor decreto do Poder Executivo.

Art. 12. Mediante convênios entre o INPS e os estabelecimen­tos de ensino obrigados à contribuição, a totalidade ou parte dataxa devida poderá ser destinada a atender aos encargos decorren­tes do inciso IH do art. 2.0, cuja aplicação competirá a um colegia­do presidido por membro do INPS e integrado por representantesdo estabelecimento de ensino, dos estudantes e dos pais e alunos,eleitos pelos respectivos grupos.

Parágrafo único. No's estabelecimentos de ensino superior, ocolegiado, além do Presidente, será integrado por um representan­te dos estudantes, um do estabelecimento e outro do corpo do­cente, este eleito pelos profesSDres do estabelecimento.

Art. 13. O estabelecimento de ensino. autorizado a arrecadara contribuição dos alunos, deverá recolher as importâncias arreca­dadas ao INPS no prazo de 8 (oito) dias da arrecadação. As con­tribuições ue incidirem sobre as anuidades deverão ser recolhidasno prazo de 30 (trinta) dias a contar da arrecadação desta, e seráparcelada e devida em igual prazo, sobre cada parcela, quando asanuidades forem divididas em contribuições mensais ou semestrais.

Parágrafo único. O estabelecimento de ensino é consicleradodepositário de suas contribuições, assim como das de seus alunos,enquanto não fizerem o recolhimento.

Art. 14. O PASE, dentro de suas disponibilidades, poderá fi­nanciar, para os estudantes que tenham feito regularmente suascontribuições, ao término dos respectivos cursos, a instalação deconsultórios, escritórios, oficinas, ou a compra de materiais desti­nados ao exercicio profissional, em valor não superior às contri­buições pagas, para utilização em prazo não superior a quatro anos,a juros de 6% (seis por cento) ao ano.

Art. 15. O Poder Executivo, ouvido os Ministérios da Educa­çáo e Cultura e da Previdéncia e Assistência Social, regulamen­tará esta Lei no prazo de 90 (noventa) dias.

Art. 16. Esta Lei entra em vigor na data de sua publicação.Art. 17. Revogam-se as disposições em contrário.

Justificação

ll: notório o carinho que os países desenvolvidos dedicam à suamocidade estudantil. Gozam os estudantes de inúmeras regaliase com a difusão do sistema de bolsas de estudos, embora se costu­me dizer que o ensino é carís.simo, na realidade é gratuito e atéremunerado.

Gozando os estudantes completa assistência, nessas nações,pode-se entender que tenham um regime disciplinar rigoroso equ,~ ao mesmo se submetem sem qualquer revolta ou constrangi­mento.

No Brasil. ao contrário. são enonnes as dificuldades enfren­tadas pelos estudantes, sendo que no:;~as instituições universitáriaslut,am com grande falta de recursos, pouco fazendo o Poder Públicopara melhor aparelhá-las.

Enquanto se aguarda uma solução para esses problemas, atra­vés de UlUa futura e absolutamente necessária reforma universi­tária, idealizamos uma fórmula para que o Estado propicie, aomenos, uma assistência. social condigna ao estudante universitário,

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mARIO DO CONGRESSO NACIONAL (Seção I)Maio de 1976 Terça-feira 25 4253

~!===============~=================~======!l.

técnico ou profissional. Elaboramos um- Plano nesse sentido. paraser executado pelo Instituto Nacional da Previdência Social que,apesar de seu gigantismo, nos parece ser o único órgão em condi­ções de realizá-lo, sem que se torne necessária a criação de maisurna autarquia, mesmo porque o estudante de hoje e o filho dotrabalhador, quando não é o próprio trabalhador, será o obreirode amanhã.

R'm linhas gerais, o Plano de Assistência Social ao Estudantecompreenderia a assist€mcia médica, odontológica, ambulatoriale hospitalar ao estudante, além de assistência judiciária; finan­ciamento de material escolar, despesas imprevistas e anuidadesescolares, c criação de centros de aperfeiçoamento moral e inte­lt,ctual, inclusive de recreação.

Esse plano aproxima-se da assistência social prestada aos ser­vidores públicos. No entanto, devido à sua extensão nacional etendo em vista o aparelhamento de que já dispõe o INP8, julga­mos essa autarquia mais apta a executá-lo que o tPAS~.

Assim, a assistência médica, odontológica, ambulatorial e hos­pitalar ficará a cargo da rede médico-hoopitalar do INPS direta­mente, ou por intermédio de convênio com instituições par­ticulare.s.

A previdência e seguro compreenderão apenas o auxilio-doença,pensão por invalidez, auxílio-nataliuade e auxílio-funeral. A con­cessão desses beneficios obedecerá à mesma regulamentação dosln:ltituto.s idênticos da Previdência. Social, excluidos apenas osprazos de carência, que seriam incompatíveis com uma contribuiçãot(?mporária. A pensão por invalidez, ao estudante que se tornarincapaz para o trabalho, será regulada nos mesmos termos daaposentadoria por invalidC'~.

Naturalmente para fazer frente a um Plano relativamenteva.sto, seria necessário assegurar-se ao Instituto Nacional da Pre­viiclência Social uma fonte de custeio própria, atendendo-se, in­clusive, a expressa exigência constitucional. A proposição não sede:muidou deSsa parte, instituindo uma contribuição, como constano art. 6.°

Os estudantCl'l que Já trabalham, sendo, por essa razão, con­tribuintes ,obrigatórios do INPS, poderão contribuir facultativa­mente para o PASE, e se fizerem a opção poderão acumular osb<'meficios. A arrecadação ficará· a cargo do próprio- INPS quepoderá celebrar convênios com os estabelecimentos de ensino paraque a proCedam quando da cobrança de taxas escolares de seusalunos.

Tratando-se de contribuições a cargo de e.studantes, geral­mente sem recursos próprios, o projetado é cauteloso no que serefere à cobrança. de contribuições ém atraso, tolerando atrasosde até doze meses nas contribuições e admitindo que o atraso atéec~se limite seja cobrado depois de concluido o curso, em parcelasmensais.

Também os estabele-cimentos de ensino cujos alunos sejamobrigados a contribuir para o PASE, deverão recolher contribuiçõespróprias. O valor dessas contribuições será proporcional ao dasanuidades cobradas, na form8. estabelecida no art. 10.

O financiamento de livros, material escolar e anuidades ede.spesas impreviBtas será objeto de regulàmentação especial, a seraprovada pelo .Poder Executivo.

Ê prevista, igualmente, a possibilidade de financiamento, apósa conclusão do curso, para os ex-contribuintes, da instalação deconsultórios, escritórios e oficinas, além da compra de materiaisdestinados ao ~ercicio profissional.

A matéria em foco talvez comportasse maior justificação, dadaa importância que atribuimos ao PASE. Estamos certos de que,de inície, haverá certá repulsa dos estudantes em contribuir paraa Previdência Social. Sabemos, de antemão. que alguns pais irãoreclamar pór precisarem, além das anuidades escolares, pagar'também contribuíçães para o PASE. No entanto, quando consta­tarem que, como retribuição, receberão benefícios consideráveis,como uma assistência médica, hospitalar completa e mais outrosbenefícios previdenciários, sentir-se-ão felizes pela oportunidadede fazer tais contribuições.

Também os trabalhadores, quando de suas primeiras' contri­buições- para a Previdência Social, reclamaram; muitos deles cola­boraram com os empregadores na sonegação. I'j:oje maldizem. ahora em que assim procederam. E isso também ac()ntecerá com osestudantes brasileiros, que com a brilhante inteligência que pos­suem logo perceberão que o Plano não tem outra finalidade quenã.o beneficiá-los.

CXlnfiamos também em que os estudantes brasileiros, suasentidades associativas, os pujantes diretórios acadêmicos e os es­pecialistas em assistência e previdência social emprestem sua co­laboração ao projeto, com críticas sinceras e desapaixonadas, quecontribuam' para o seu aprimoramento, porquanto, emúitima

análise, o anelo fundamental da proposição é chamar a atençãode todo o País para a necessidade de .se organizar um plano d·eefetiva assistência social ao estudante brasileiro.

Ressalte-se, por derradeiro, que a medida ora preconizadareproduz providência análoga que propusemos nos idos de 196a,através do Projeto de Lei n.o 1.112/68.

Sala das Sessões, aos 12 de maio de 1976. - Francisco Amarall.

LEGISLAÇÃO CITADA, ANEXADA PELA COORDENAÇÃODAS COMISSõES PERMANENTES

LEI N.o 5.890, DE 8 DE JUNHO DE 1973

Altera a legislação de Previdêncjia Social, e dá outrasprovidências.

Art. 13. Os trabalhadores autônomos, os segurados faculta··tivos e os empregadores contribuirão sobre uma Cl'lcala de salário··base as.gim definida:

Classe de O a 1 ano de filiação - 1 salário mínimoClasse de 1 a 2 anos de filiacão- 2 salários minimosClasse de 2 a 3 anos de filiação - 3 salários mllllmOSClasse de 3 a 5 anos de filiação - 5 salários minimosCla.'lBe de 5 a 7 anos de filíacâo - 7 salários mínimosClasse de 7 a 10 anos de filiaéão - 10 salários mínimosClasse de 10 a 15 anos de filiação - 12 salários mínimosClasse de 15 a 20 anos de filiação - 15 salários mínimosClasse de 20 a 25 anos de filiação - 18 salários mínimosClasse' de 25 a 35 anos de filiação - 20 salários minimos.§ 1.0 Não serão computados, para fins de carência, as con··

tribuições dos trabalhadores autônomos recolhidas com atraso,ou cobradas, e relativas a períodos anteriores à data da regula··rização da inscrição.

§ 2.° Não será admitido o pagamento antecipado de contri··buições com a finalidade de suprir ou suprimir os interstícios,que deverão ser rigorosamente observados para o acesso.

§ 3.0 Cumprindo o intersticio, poderá () segurado, se assimlhe convier, permanecer na claslie em que se encontra. Em nenhu-·ma hipótese,. porém, esse fato ensejará o acesso a outra classeque não seja a imediatamente superior,' quando.o segurado desejarprogredir na escala.

§ 4.° O segurado que, por força de circunstâncias, não tivercondições de sustentar a contribuição da clllEise em que se encon­trar, poderá regredir na escala, a_té o nível que lhe convier,.sendo-lhe facultado retornar à classe de onde regrediu, nela con­tando o periodo anterior de contribuição nesse nível, mas semdireito à redução dos intersticios para as classes seguintes.

§ 5.0 A contribuição minima compulsória para os profissio­nais liberais é a correspoooente à classe de 1 (um) a 2 (dois) unosde filiação, sem que se suprimam, com isto, os períodOS de carênciaexigidos nesta e na Lei n.O 3.807, de 25 de agosto de 1960.

PROJETO DE LEI N.o 2.261, DE 1976

(Do 81'. Pacheco Chaves)Suprime expressões do art. 566 da Consolidação das

Leis do Trabalho, para permitir a sindicalização dos em­pregados em empresas públicas.

(Anexe-se ao Proj eto de Lei n.o 2.021, de 1976, nos ter­mos do art. 71 do Regimento Intflrno.l

O Congresso Nacional decreta:Art. 1.0 Suprimam-se do art. 566, da Consolidação das Leis do

Trabalho, as expressóes: "e os das instituiçóes paraestatais".Art. 2.0 Esta Lei entrará em vigor na data de sua publicação.Art: 3.0 Revogam-se as disposições em contrário.

Justificação

A justificação maior para o presente projeto de lei encontra-sena própria Constituição Federal.

Com efeito, diz o seu art. 166, caput, o seguinte:"É livre a associação profissional ou sindical; a sua consti­tuição, a representação legal nas convenções coletivas detrabalho, etc ... "

Por outro lado, o § 2.0 do art. 170, da mesma Constituição Fe­deral, preceitua que:

"Na exploração, pelo Estado, da atividade E'conômica. asempresas públicas e as sociedades de economia mista re-

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4254 Terça-feira:aS DJARIO DO CONGRESSO NACIONAL <Seção I) Maio de 1976

ger-se-ão pelas normas aplicáveis às empresas privadas,inclusive quanto ao direito do trabalho e ao das obriga­ções."

Não tem, pois, o menor sentido o comportamento oficial quequer fazer prevalecer, sobre os preceitos constitucionais citados,um dispositivo de lei menor como a Consolidação das Leis do Tra­balho, que veda a associação profissional ou sindical de trabalha­dores, tido e havido tal dispositivo (artigo 566, CLT), na épocapresente, por doutrinadores e juristas, como preconceituoso, dis­criminatório, superado.

Da mesma forma, não têm eficácia, para prevalecer sobre - econtra - o texto da Constituição quaisquer pareceres juridicos,por mais substanciosos que sej amo

Quanto ao dispositivo da CLT, é preciso frisar que ele estaria,na melhor das hipóteses, revogado parcialmente pela Constituiçãoque, consagrando e recomendando o direito à associação sindical,já não sugere nem admite aquela pretendida diferença entre tra­balhadores de empresas privadas e trabalhadores em empresas pú­blicas ou socledades de economia mista (ou "instituições paraesta­tais", no arcaIco texto consolidado).

Assim, se não basta ao Governo a circunstância de o textoconstitucional ser hierarquicamente superior - e, além disto, bas­tante mais recente - ofereça-se-lhe, então, em nome e por contado progresso e desenvolvimento social, uma nova redação aoart. 566, CLT. Uma nova redação na qual não figure mais a veda­ção abjecta.

A verdade é que os trabalhadores em empresas públicas e emsociedades de economia mista são trabalhadores como outros quais­quer. Não são funcionários públicos, porque da CLT é o,regime ju­rídico da sua vinculação laboral. Logo, não se pode, porque a issonão autoriza a Constituição Federal - senão que recomenda ocontrário - privá-los do direito de sindicalizar-se.

Este projeto de lei, como se vê, pretende adequar, compatibili­zar, o texto do art. 566, CLT, com os impostergáveis preceitos con­tidos no art. 166 e § 2." do art. 170, da Constituição Federal.

Sala das Sessões, 11 de maio de 1976. - Paeheco Chaves.

LEGISLAQAO OITADA, ANEXADA PELO AUTOR

CONSOLIDAÇãO DAS LEIS DO TRABALHO,(aprovada pelo Decreto-lei n." 5.452, de 1.0 de maio de 1943)

TíTULO VDa Organização Sindical

CAPíTULO IDa Instituição Sindical

SEÇãO IX

Disposições Gerais

Art. 566. Não podem sindicalizar-se os servidores do Estado edas instituições paraestatais.

Parágrafo único, Excluem-se da proi!ição, constante desteartigo os empregados de sociedades de economia mista.

CONSTITUIÇãO DA REPúBLICA FEDERATIVA DO BRASIL

EMENDA CONSTITUCIONAL N.o I,DE 17 DE OUTUBRO DE 1969

TíTULO UIDa Ordem Econômica e Social

Art. 166. É livre a associação profissional ou sindical; a suaconstituição, a representação legal nas convenções coletivas detrabalho e a exercício de funções delegadas de poder público serãoregulados em lei.

Art. 170. As empresas privadas compete, preferencialmente,com o estímulo e o apoio do Estado, organizar e explorar as ativi­dades econômicas.

... ~ ~ , .§ 2.° Na exploração, pelo Estado, da atividade econômica, as

empresas públicas e as sociedades de eCOnomia mista l·eger-se-ãopelas normas aplicáveis às empresas privadas, inclusive quanto aodireito do trabalho e ao das obrigações.

.. • .. • ~ I ~ _,

PROJETO DE LEI N.o 2.276, DE 1976

(Do Senado Federal)Altera a alínea "e" do § 1.° do art. 8.° da Lei n.o 3.807,

de 26 de agosto de 1960, que "dispõe sobre a Lei Orgânica I

da Previdência Social".(As Comissões de. Constituição e Justiça, de Trabalhoe Legislação Social e de Finanças.)

O Congresso Nacional decreta:Art. I." A alínea e do § 1.0 do art. 8.0 da Lei D.O 3.807, de 26 de

agosto de 1960, passa. a vigorar com a seguinte redação:

"Art. 8.° .......•....•...••.••........•........•••••••••

§ 1.° "J

a) .

b) ....•..•......•.••..•.••.•.•••..•..••.••••..•.•.•••••••

c) .••••••••.•••••••••••.•.•••••••.•.•••••••••••••••••••••

d) ...•..•...•..••..•.•.••.....•••••.•••..••.•••••••••••••

e) para o segurado desempregado, desde que comprovadaessa condição pelo registro no órgão próprio do Departa­mento Nacional de Mão-de-Obra, até 12 (doze) meses, e, nahipótese da alínea d, até mais 24 (vinte e quatro) meses."

Art. 2.° Esta Lei entra em vigor na data de sua publicação.Art. 3.° Revogam-se as disposições em contrário.Senado Federal, em 18 de maio de 1976. - Senador José de

Magalhães Pinto, Presidente.

LEGISLAÇÃO CITADA, ANEXADA PELA COORDENAÇÃODAS OOMISSõES PERMANENTES

LEI N.o 3.807, DE 26 DE AGOSTO DE 1960

Dispõe sobre a Lei Orgânica da Previdência Social.. ······1

TíTULO II

Dos Segurados, dos Dependentes e da Inscrição..............................................................,Art. 8.° Perderá a qualidade de segurado aquele que, não se

achando no gozo de beneficio, deixar de contribuir por mais de 12(doze) meses consecutivos.

§ 1.0 O prazo a que se refere este artigo será dilatado:a) para o segurado acometido de doença que importe na SUa

sel~egação compulsória, deVidamente comprovada, até 12 (doze)meses após haver cessado a segregação;

b) para o segurado sujeito a detenção ou reclusão, até 12 (do~ze) meses após o seu livramento;

c) para o segurado que for incorporado às Forças Armadas, a.fím de prestar serviço militar obrigatório, até 3 (três) meses apóso 'término desse serviço;

d) para 24 (vinte e quatro) meses, se o segurado já tiver pagomais de 120 (cento e vínte) contribuições mensais;

e) para o segurado desempregado, desde que comprovada essacondição pelo registro no órgão próprio do Departamento Nacionald€: Mão-de-Obra, até mais de 12 (doze) meses.

§ 2.° Durante o prazo de que trata este artigo, o segurado con­servará todos os direitos perante a instituição de previdência sociala que estiver filiado.

.........................................................................!

SINOPSE

PROJETO DE LEI DO SENADO N.o 66, DE 1975

Altera a alínea "e" do § 1.11 do art. 8.° da Lei n.o 3.807,de 26 de agosto de 1960, que "dispõe sobre a Lei Orgânicada Previdência Social".

Apresentada pelo Senhor Senador Nelson Carneiro.Lido no expediente de 6-5-75 e publicado no DCN (Seção II)

de 7-5-75;

Distribuído às Comissões de Constituição e Justiça e de Legls­la.ção Social.

Em 25-11-75, foram lidos os seguintes Pareceres:- n.O 691, de 1975, da Comissão de Constituição li Justiça, re~

latada pelo Senhor Senador Orlando Zancaner, pela constituciona­lidade e juridicidade do projeto;

- n." 692, de 1975, da Comissão de Legislação Social, relatadopelo Senhor Senador Mmldes Canale, pela aprovação do projeto.

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Maio de ,1976 DIARIO no. CONGRESSO NACIONAL (Seção I): Terçl!--feira 25 421.5

Em 15-3-76, é incluido em. Ordem do Dia da próxima sessãopara discussão em primeiro turno.

Em 16-3-76, é aprovado em primeiro turno.Em 1-4-76, é incluído em Ordem do Dia da próxíma sessão,

para discussão em segundo turno.Em 2-4-76, é aprovado o Requerimento n.o 82, de 1976, de auto­

ria do Senhor Senador Ruy Santos, de adiamento de sua discussãopara a sessão de 3-5-76.

Em 30-4-76, é incluído em Ordem do Dia da próxima sessão,]Jara discussão em segundo turno.

Em 3-5-76, é aprovado.A Comissão de Redação.Em 5-5-76, é lido o Parecer n.o 283, de 1976, da Comissão de Re­

dação, relatado pelo Senhor 8enador Orestes Quércia oferecendo aredação final do projeto. '

Em 14-5-76, é incluído em Ordem do Dia da próxIma sessão,para discussão da redação final, em turno único.

Em 17-5-76, é aprovada a redação final.

A Câmara dos Deputados com o Ofício D.O SM/216, de 18-5-76.O SR. PRESIDENTE (OduIfo Domingues) - Está finda a lei-

tura do expediente.

IV - Passa-se ao Pequeno ExpedienteTem a p.alavra o Sr. Ulisses Potiguar.

O SR. ULISSES POTIGUAR (ARENA - RN. Pronuncia o se­guinte discurso.) - Sr. Presidente, 81'S. Deputados, no decorrer dequase cem anos, este País, através de seus órgãos técnicos, cuidoud-os flagelos decorrentes das estiagens do Nordeste sob uma angu­laçãodistorcida, advindo, em conseqüência, medidas paterna­listas que ao invés de erradicarem ou minimizarem os males oriun­dos das causas desse fenômeno, antes os agravavam com provi­dôncias incompatíveis com a realídade social emergente.

Daí resultavam, inexoravelmente, o descompasso na economianacional e os reflexos altamente perigosos dos fluxos migratórios,do nosso homem do campo, em demanda da região Centro-Sul.

A relevância do problema exigia medidas mais eficazes, comvistas ao seu equacionamento. É o que s.e propõe realbmr o Governodo Presidente- Geisel.

Noticiam os jornais que o Conselho de Desenvolvimento Eco­nômico vai, finalmente, .apreciar o Projeto Sertanejo, na sua pró­xima reunião, providência que já devia tê-lo feito, ante a gravi­dade da situação climática que as.oola a chamada região do Po­lígono das Secas, de conseqÜênci.as incalculáveis para a economiado Brasil.

Depois de frustradas experiências nesse setor, no decorrer dasquais, em passado não muito remoto, eclodiu no Nordeste, paravergonha nossa, a indústria das secas, eis que o Poder Público,agora consciente da extenaiio e magnitude da matéria, resolve, compll.triotismo e objetividade, encarar com seriedade esse assunto.

As frentes de trabalho, de natureza emergencial, sem préviaplanific.ação, se nos afiguram perniciosas, porque de nenhum pro­veito para o desenvolvimento do Nordeste, servindo apenas paraaviltar a condição humana, ensejando oportunidade à fermentaçãosocial tão em voga em momentos de calamidade.

A bravura do sertanejo, tantas vezes testada e comprovada, seamesquinha e se degrada ante o estender de mão, num apelo humi­lhante e vergonhoso, em busca de caridade.

Alegra-nos, pois, saber da tendência dominante nos escalõesgovernamentais, de que estas fr<mtes de trabalho estão para serextintas. A SUDENE está implantando, agora, em todo o Nordeste,o Projeto Sertanejo, que consiste no financiamento a fundo per­dido para pequenos e médios proprietários rurais, representandoimportante solução para a economia regional, mesmo noo periodosem que não há estiagem.

Essas providências sc harmonizam e se identificam com osanseios de quantos participam da luta pelo desenvolvimento inte­grado daquel:, região.

Dai por que não regateamos aplausos ao trabalho elaboradopeIa SUDENE, com vistas à Implantação deste Projeto.

Ele foi lançado de modo experimental em 1975, no CearlÍ ePiauí, atingindo de dez a dOze Municípios em cada Estado. seus re­sultados foram satisfatórios, segundo afirma. o Sr. Antônio Pádua,representante da SUDENE no nosso Estado.

No Rio Grande do Norte, a ezperiência do Projeto Sertanejo,gerido pela 8UDENE, vem sendo desenvolvida nos Municípios deSanta Cruz, Barcelona, Sítio Novo, Currais Novos, Acari, CarnaúbadOi; Dantas, Caicó, Jardim de piranhas, Serra Negra do Norte,

Angicoo, Lajes e Santana do Matos, num total de mil propriedad~~s

selecionadas .Pelo que se sabe, o Projeto Sertanejo objetiva atingir proprIe­

dades de 100 a 500 hectares, fortalecendo pequenos e médios pro­prietários rnrais. Para os agricultores selecionados, a SUDENElibera 80% a fundo perdido, com vistas à construção de açudes,poços, cisternas, barragens e barreiros, enfim, tudo o que se rela­cione com águl1,. Os 20% restantes, 00 proprietários conseguemjunto ao PROTERRA, com juros de 7% ao ano, sem correção mo­netária, podendo pagar em. 8 anos, sendo a carência de três, nQmáximo.

Além desse incremento, há também a possibilidade de outrosrecursos para melhorias diversas, tais como desmatamento, Cereal;,pastos e silos. Neste caso. os proprietários rurais consegllem 50%a fundo perdido e 50% através do PROTERRA.

A Implementação deste Projeto, e a conseqüente adoção dasprovidências nele consubstanciadas, é medida de salvação nacional.

Erradica-se o mal, sem desperdício de recursos.Fixa-se o homem à terra, evitando-se o êxodo desprimoroso dos

chamados caminhões pau-de-arara.Moraliza-se a aplicação dos dinheiros públicos, tornando-o ren­

tável, com perspectiva de retorno do capital, em forma de pro­dução.

Humaniza-se a crise, minimizando-se os seus efeitos, afastadaa idéia da humilhação e da pobreza.

Tudo isto foi mencionado como preâmbulo a uma reivindica··ção que fazemos aos responsáveis pelo estud.o técnico do Projeto,no que respeita à .ampliação da sua área de ação, modificando-se,por igual, o critério das propriedades de áreas maiores e menores,por entendermos que a fixação da área das propriedades, na moda··lidade alvitrada, provocará, sem sombra de dúvida, sérios e inevi..táveis transtornos em ponderável parcela de agricultores de menorporte.

Exemplifiquemos. a título de ilustração, tomando-se por baseo Município de Parelhas, no Rio Grande do Norte: num total de818 propriedades, temos o seguinté quadro, deverlJ.'l esclarecedor:

651 proprIedades c/menos de 50 hectares;77 propriedades entre 50-100 hectares;62 propriedades entre 100-200 hectares;30 propriedades entre 200-400 hectares;

8 propriedades entre 400-700 hectares;6 propriedades entre 700-1000 hectares;4 propriedades com mais de 100 hectares.

A prevalecer o critério alvitrado no Projeto, um percentual ele­vadíssimo de agricultores, os mais necessitados, ficarão à margemdesses benefícios, ° que nos parece esdrúxulo, para não dizer dis­criminatório, o processo de atendimento.

Por isto, Sr. Presidente, no momento em que o Conselho deDesenvolvimento Econômico se prepara para examinar a viabill­dade técnico-económica do Projeto, sentimo-nos no dever de aler­tar os ilustres Ministros integrantes desse colegiado, vIsando àcorreção de tal anomalia, comportamento que se compatibiliza comos postulados revolucionários que têm no homem sua principalmeta e objetivo, evitando-se, de igual modo, a insatisfação dos queporventura venham a ser prejudicados com a exclusão de suas pro­priedades. face à limitação da área imposta pelos que elaboraramo projeto.

Esta a nossa contribuicão ao aprlmoram€>llto da matéria. quereputamos da mais alta vaÍia para o interesse sócio-econômIco doNordeste.

O 8R. OLIVIR GABARDO (MDB - PRo Pronuncia o seguintediscurso.) _ 8r. Presidente, 81'S, Deputados. a excepcional posiçãoeconômica que o Paraná atingiu nos últimos anos, mercê, princI­palmente, de sua expressiva produção agrícola, está _a exigir doGoverno uma dinámica mais acelerada para a ·conclusao das rodo­vias e ferrovias iniciadas e projetadas para o :I!:stado.

Dos vultosos recursos aplicados no setor, nos últImos anos.o Paraná sofreu uma injustificável marginalização, resultand{) nasprecárias condições de escoamento que hoje se verificam em vastasáreas do sudoeste, oeste e centro do Estado.

A crescente produção agrícola, onde despontam a soja e otrigo, praticamente tendo duplicada a sua produção, de ano paraano, a implantação da refinaria da PETROBRAS em curitib~ e.ogigantesco projeto hidroelétrico de Itaipu bastariam para Justl­ficar a urgente necessidade da implantação de Ullla infra-estru­tura rodoferroviáría e portuária capaz àe suportar o grande volumede cargas a ser transportada, que as projeções indicam par~ 00próximos anos, dando assim condições de rápida movimentaçao eescoamento da produção.

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4256 Terça-feira 25 DIARIO DO CONGRESSO NACIONAL <Se.;ão I) Maio de 197&

Entre varIas obras em execução, no Estado, registra-se umlamentável atraso na conclusão da BR-153, no trecho Ourinho.s­União da Vitória.

Rodovia de vital importância no sis.tema federal de ligaçõeslongitudinais, viria, ainda, dinamizar consideravelmente a economiada área sul do Estado, que por fatores diversos tem experimentadodias difíceis. A conclusão desta obra estaria beneficiando, princi­palmente, os Municipios de Irati, Rebouças, Rio Azul, Paulo Fron­tin e Paula Freitas na recuperação de suas combalidas economias.

Formulo especial apelo ao Exm.o Sr. Ministro dos Transportes,no sentido de se concluir o término dessa rodovia, proporcIonan­do-se, assim, satisfação a uma das mais alentadas aspirações daspopulações daqueles municípios.

Gostaríamos, ainda, de receber do Sr. Ministro informações arespeito do traçado definitivo dessa rodovia, dos trechos já contra­tados e se existem verbas alocadas para sua conclusão.

O SR. ODACIR KLEIN (MDR - RS. Pronuncia o seg'uilltediscurso.) - SI'. Presid€nte, Srs. Deputados, o final da semanapassada foi marcado por dois pronunciamentos sobre democracia ejustiça social: o do Presidente da República e o do Cardeal-Arce­bj,~]Xl de São Paulo.

No Rio Grande do Sul, em discurso proferido em encontro dosVer<?adores arenistas, afirmava S. Ex.a o Presidente da Repúblicaque enquanto no Brasil não houver uma melhor distribuição deriquezas a deITIOcracia conl que 111llÍtos sonham será apenas unIafantasia, porque irreal.

Em São Paulo, em entrevista concedida à imprensa, antes desua viagem a Roma. Dom Paulo Evaristo Arns demonstrava suapreocupação com a distribuição de rendas no Brasil, que caracteri­zou como "profundamente injusta", dizendo que o trabaihador,qu e deveria rpcebel' no minimo Cr$ 1.300.00. passou a ganhar me­nos de Cr$ 800,00 por mês. e que na Capital paulista mais de500.000 pessoas não ganham sequer um salário e melo.

Demonstrou, ainda, sua preocupação com a violação dos di­reitos humanos, com .a democracia e a liberdade, no sentido maispleno dos termos.

Houve, assim, num aspect{), coincidência nos pronunciamentosdo Presidente da República e do Cardeal-Arcebispo: ambos reco­nheceram o quadro de injustiça social a que estão submetidos osbrasileiros.

No entanto, enquanto S. Ex.a o Presidente da República cn­tendia que sem justiça social o sonho com a democracia politicaé apenas uma fantasia, o Cardeal-Arcebispo preocupava-se com anecessidade da amplitude democrática.

Parece-nos correta a posição do Cardeal-Arcebispo. Demo­cracia política (participação de todos no processo poJitico) não éincompativel com democracia social iparticipação cquitativa detodos na riqueza nacional) .

Regimes que não se,iam plenamente democráticos nem sempreconduzem à ,iu,~tiça social, exatamente pela falta de participação eaudiên,~ia do povo na tomada de decisões para o cêlmpü econômicoe social.

No Brasií. depois do atrofiamento do Legislativo e do fortale­cimento da tecnocracia, em detrimento da classe política que repre­senta o povo. agravou-se sensivelmente o quadro de injustiça nadIstribuição das riquezas.

Ninguém poderá contestar que a perda do poder aquisitivo dotrabalhador agravou-se sensivelmente na última década. É incon­testável que a reforma tributária instituiu um sistema de arreca­dado de tributos que concorre para agravar o quadro de injustiçasocial. pela l1:'eponc1crãncia dos impostos indi retos fICM, IPI etc, I

que todas as camadas da população suportam igualmente. inde­pendentemente de poder aquisitivo, quando váo adquirir os bens deque nece3sitam. É inegável que o funcionário públIco. com () jáfamoso Plano de Classificação de Cargos totalmente tecnocratizado.lJassou a ser tratado como objeto, que pode ser considerado comosem utilidade e colocado em quadro suplementar ou aposentadocom vencimentos de início de carreira. Qualquer exame serenodemonstrará que é extremamente difíeil a situação de nosso pe­queno e médio empresário, hoje um cliente das multinacionais.

Fica, assim.. devidamente caracterizado que não é a democraciapolítica que dificulta seja atingida a justiça social. É exatamentea falta de democracia plena que dificulta a mais jnsta distri­buicão de riquezas, pois a tomada de decisões apenas por umaminoria tecnocratizada e que não tem contacto com o povo, nãoconhecendo seus problemas. agrava a situação soci.al, fazendo C0111Que o novo exista em funeão do Estado e não o Estado em funcãodo povo.' ,

Desta forma. associamo-nos aos que pensam como o Cardeal­Al'cebi&po de São Paulo: que prccisl1mos buscar a justiça sociale0111 democracia política. pois ambos os objetivos são perfeitam.ente','ompatíveis.

O SR. DEPUTADO WILSON BRAGA (ARENA-PR. Pronunciao g(:guinte discurso.) - Sr. Presidente, Srs, Deputados, MorreuAlcides Carneiro, o grande orador, o humanista brasileiro. Morreuum poeta.

Na nossa época materialista, carente de sentimento, quandoassIstimos à falência dos valores humanos, a morte de um ]Xlctareveste-se de um sentido especial. como se ele levasse consigo asúltimas lembranças do humanismo que viveu.

Esta casa conheceu o tribuno. A palavra viva, espontânea,fácil. O verbo candente e a imponência oratória. Em seu estilopróprio, o verbo fulgurante incendiava as massa.'! nas noitadascívicas da Paraíba. De sua oratóría há muito o que dizer. Aindaguardo a memória de muitos trechos dos seus discursos-peçasliterárias do mais fino gosto e da melhor ]Xlesia. Cultivou a pala­vra como poucos e pxplorou-a em múltiplas nuanças para o en­cantamento das massas, que prendia no enredamento hábil deseus discursos.

Assim era o tribuno Alcides Vieira Carneiro.

Mas foi também Um admInistrador exemplar. A sua passa­gem pela PresidêncIa do IPASE deixou marcas de uma adminis­tra~:ão proficua e pródiga em obras e ações. Testemunha a suaoperosidade o Hospital dos Servidores Públicos do Rio de Janeiro,considerado hoje o maior do País. Também na Paraiba, em Cam­pina Grande, outro hospital destinado aos servidores lembra suaatuação à frente do IPA8E. Estas obras atestam o humanismo quese evidenciou de formas múltIplas no trato do interesse do servi­dor público. em quem procurou ver não uma peça da adminis­tra(;ão, mas uma pessoa hllmana, a merecer seu interesse e aten­ção e que só podia quantificar em ações e nunca em números.

Esse humanismo bebido nos melhores mestres, acompanhouo jurista Alcides Vieira Carneiro ao longo de uma vida pautadapelo respeito ao homem e que o tornou um juiz sereno, austero econsciente na aplicacão da lei.

Com este espírito ocupou o Ministro Alcides Vieira Carneirouma cadeira no Superior Tribunal Militar.

Saído de Princesa Isabel, alto sertão paraibano, onde nasceua 11 de ,junho de 1906. trazia ele imagens da sua terra, que nãoS('o podiam apagar. Princesa Isabel era um exemplo de bravurae destcmor que Alcides Carneiro haveria de lembrar sempre.

Ao legislador, ao jurista, não haveria de faltar o democrata.Este, que nunca esteve ausente de sua vida. em momento algum,reafirmou-se, em verdadeira profissão de fé, em seu discurso noSuperior Tribunal Militar. Concitou os juizes daquela egrégia Cortea olue se ativessern, com a maior acuidade possivel, no exame decada caso e não procedessem ao julgamento com base em infor­mações fornecidas nem sempre por fontes legítimas. resultantesde pequenas questiúnculas de interior, para que a justiça fossedignificada no veredicto.

Igualmente. concitou-os à luta para o restabelecimento doestado de direito, impel'ativo da consciência democrátIca de todosos brasileiros.

Equilíbrio, independência e altivez foram características daconduta do .Juiz Alcides Carneiro. Ele próprio assim definiu asqualidades necessárias ao magistrado:,

"Porqlle todos permanec('mos cumprindo a missilo de Juí­zes. que os fatos nos confiaram. o que fazemos com o equi­líbrio, a independência e a altivez que, a cada dia. ele­vam e exaltam o prest.igio e o conceito da Justiça Militarno Brasil.""E temo;, executado nossa missão em momentos ct'llciais,sobretudo sem medo. pois, como disse um julgador emi­nente, no (lia em que o juiz tiver medo ninguém maisdormirá sossegado.""A tarefa de julgar não é enervante. porque é fecundlt. ilu­minada em cada caso que se juiga. pela beleza muitiformedo Direito, o esplendor no seu primado eterno, de par coma radíosidade eterna da Justiça. '.'

"De certa forma, nós os magistrados. assemelhamo-nos aosmonges, peia austeridade da investidura, pela grandezado sacerdócio, pelo poder de julgar os semelhantes, coma diferença de que eles absolvem sempre, porque o fazemem nome das leis divinas - perfeitas como o Criador ­é nós julgamos em nome das leis humanas - imperfeitascomo os homens."

O procedimento do jurista Alcides Carneiro, como bem acen­tuou o Senador HenriquE' clt' La R:'cque. foi sempre este:

"Usar a pena não como vingança, nunca como reparação,mas única e exclusivamente como resguardo soci.aL

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:Maio de 1976' DlARIO DO CONGRESSO NACIONAL (Seção I) Terça-feira 25 4~i5'7

Sua conduta na Corte Militar passou a ser a amostragemde um juiz que, sendo humano ao paroxismo, jamais des­cumpriu a lei."

Haveremos de lembrá-lo sempre pelo bem que prodigalizou epelo exemplo nesta hora tão carente de humanistas.

Morreu sem ver publicados os seus discursos que ora se en­contram em fa,qe final de impressáo na Imprensa Universitáriada Universidade Federal da Paraíba e que, graças à sensíbilidadefio Reitor Linaldo Cavalcanti, constituirá o testemunho para ospósteros desse hümem singular.

Alcides Carneiro foi, em toda a sua longa vida pública, quercomo magistrado, quer como político, um amante do Direito eda Liberdade.

A Paraíba chora a perda deste seu filho ilustre, que tantodignificou sua terra e sua gente.

Era o que tinha a dizer.O SR. NOSSER ALMEIDA (ARENA-AC. Pronuncia o seg'uinte

discurso.) - Sr. Presidente, Srs. Deputados, o eminente Líder daMaioria nesta Casa do Congresso, Deputado .José Bonifácio, tomoua iniciativa louvável de dirigir aos líderes arenistas de todas asllssembléias leg'islativas estaduais mensagem em que solicita aformação de CPIs sobre a defesa do consumidor, recomendando1;odo o apoio no sentido de preservar-se o orçamento do povo.

Afeito à luta e· com um passado de lealdade à doutrina revo­lucionária, o empenho do LideI' José Bonifácio caracteriza o ver­dadeiro espírito público de um movimento de interesse imediatodas classes mel)os favorecidas.

A Aliança Renovadora Nacional está, obviamente, postulando11m principio que não seria privativo apenas da a.gremiação opo­sIcionista - cuja temática, já nesse outro lado polltico, natural­mente tende a resvalar para o plano do ataque insólito, sem a:análise serena dos fatores conjunturais que determinaram a ele­vação dos índices do Cllilto de vida, conhecidas que são as pres­sões internacionais decorrentes da crise do petróleo.

As medidas que o Governo vem adotando, identificadas numl1',~tímuio objetivo à produçáo agropecuária, já justificariam o in­discutível esforço da Revolução em conter a corrida dos preços,<com severas advertências aos especuladores do mercado de con­l~umo.

o lIustre Líder José Bonifácio, buscando a comunhão nacio­nal da ARENA, na órbita das assembiéias iegislativas dos Estados,deflagrou uma campanha de fundo civIco, em que figura comojÇlonto central a própria economia do povo.

Como partido oficial do Governo Revolucionário, a AliançaRenovadora Nadonal dispôs-se a uma reativação de pontos pro­gramáticos, objetivando, antes de tudo, levar ao conhecimentodo povo a dimensão da obra governamental, bem como o alto eien­e~o de suas intenções. No desdobramento deste raciocínio, deve serrealcada a orientacâo do Presidente arenista Francellno Perei­ra, éujo espírito de' luta inspira um nobre exemplo de coiabora­e;ão junto ao Governo do preclaro Presidente Ernesto Geisel,mmdo de evidenciar o apoio que o dirigente do partido oficial re­cebe do Sr. ,Tosé Bonifácio, na 'Câmara dos Deputados, e do Sr.Petrônio Portella, no Senado Federal.

O SR. JOlio GILBERTO (MDB-RS. Pronuncia o seguinte dis­emrso.) Sr. Presidente, Srs. Deputados, na FENARROZ, em Ca­choeira do Sul, no último fim de semana, autoridades governa­mentais prometeram garantias à safra de arroz gaúcho.

Esta é uma safra que, pelo volume da produção obtida, darialJara orgulhar agricultores e autoridades. Todavia, a realidadetl~m sido bem outra para os produtores gaúchos: a safra estásem comercialização; as raras operações de compra têm sido feitas~L um preço não compensador.

Recentemente estivemos viaj ando por vários municípios deprodução rizícola. A saca de 50 quilos do arroz em casca, na la­voura, nas poucas operações registradas, tem sido vendida a umpreço variando entre 70 e 78 cruzeiros.

Na mesma região, nos supermercados e armazéns, o preçodo quilo de arroz está a quatro cruzeiros, às vezes um poucomais.

Ora, façamos um raciocínio lógico: cem quilos de arroz emc:asca resultam em setenta quilos de arroz em grão, além defarelo e restos de arroz quebrado.

Cem quilos de arroz em casca estão sendo pagos ao lavou­reiro em torno de 140 cruzeiros, no máximo 156 cruzeiros. O quilo,pnrtanto, sai das mãos do produtor no valor de 1,40 cruzeíros até:l,proximadamente 1,60 cruzeiros.

Mas o quilo do mesmo arroz chega ao consumídor no valor dequatro cruzeiros. Relembrando que de cada cem quilos de arroz

em casca obtém-se setenta quilos de arroz pronto para o consu­mo, pode-se verificar grave distorção de preços.

O que acontece com o arroz geralmente se passa com todosos produtos primários, sejam Dl'iundos da agricultura, ou da pe­cuária.

Ao Governo, responsável pela planificação econômica e pelaboa e justa ordem econômica e social da Nação, cabe a respon­sa.bilidade de clüdar desses problemas que acontecem na corren­te ,safra entre produtor e consumidor. O próprio Governo, semais sábio e justo, procuraria reduzir a carga tributária dos pro­dutos de primeira necessidade, porque estes dizem respeito à so­brevivência da grande maioria pobre. E estes, também, rep~e­

sentam o principal fator da riqueza nacional.No campo específico da lavoura rizícola. preocupa-nos o

fato de que, numa safra tão pródiga, o plantador seja deses1;i­mulado. Isso acontece quando os preços de outro produto - a so­ja - apresentam-se por estes dias ao menos razoáveis. Na lavou­ra da soja nem tudo vai bem, pois muita coisa precisa ser nor­malizada. Mas os preços do mercado internacional, pelo menospor enquanto, têm-se mostrado razoáveis, repetimos.

Ora, a comparação da bela safra de arroz com a safra dasoj a pode ievar o agricultor gaúcho a ainda mais optar pelosegundo produto. E isso nos preocupa. N5,0 podemos conduzir oEstado do Rio Grande do Sul a uma espécie de monocultura. Am:..­nhã, poderão acontecer problcmas na comercialização da lavou­ra soiícola. E, se todo o Estado se tiver lançado ao plantio desta,o resultado para o Rio Grande e para o Brasil pode ser desas­troso.

O que falta neste Pais é que a agricuitura deixe de ser "lo­teria", porquanto o produtor trabalha durante um ano, enfren­tando as intempéries, as pragas e outros riscos e ao final aindafica à espera de ver se vai fazer "-treze pontos" na comercializa­eM de sua sa.fra.

Garantias básicas devem ser dadas, e () Governo é o respon­sável primeiro por eias.

Fazemos votos de que as promessas governamentais, feitas e,g­pecificamente sobre a safra de arroz, em Cachoeira do Sul, sejamcumpridas rapidamente. Serão assim, pelo menos, mais um pa­liativo para salvar esta safra.

FIcamos à espera de um planejamento econômico mais efeti­vo, quanto à produção primária, e de garantias razoáveis que de­vem cercar a atividade agropecuária.

O SR. NINA RIBEIRO (ARENA - RJ. Sem revisão do orarlol'.)Sr. Presidente, Srs. Deputados, povo que não honra a tracUcáo dosseus maiores nas festas históricas mais relevantes ameaca niitoter futuro e definhar na rudeza dos tempos. Por isso é que' a efe­méride que hoJe se comemora merece destaque todo especial.

Em 24 de maio de 1866 - há 110 anos, portanto - travava-se,mais ou menos a esta hora, a maior batalha campal de toda aAmérica, a Batalha de Tuiuti, em que se denodaram os nossos an­tepassados com bravura ímpar e na qual se destacaram inclusivefiguras gloriosas, que são os patronos das respectivas Armas: Osó­rio, da Cavalaria, Sampaio, da Infantaria, e Mallet, de quem mehonro ser trineto por linha materna, em descendência direta.

Pois bem, isso nos faz rememorar, com grande emoção na alma,na tradição do sangue, como qualquer bom brasileiro, aquilo querepresentou a reafirmação da nacionalidade. Diante de situaçõesdifíceis, tinhamos, no continente brasJ1eiro, 22 mil homens, paraenfrentar 24 mil paraguaios. A batalha é descrita pelos nossosprincipais cronistas, no rendilhado de lances épicos, que nos en­chem de orgulho; um dos pontos fundamentais pode ser enfatiza­do na famosa impaciência de Osório, quando Mallet. dispondo das24 bocas de fogo "La Ilitte", fez cavar um fosso adiante para sabero impacto direto dos 24 mil inimigos, que vinham formados emquatro coiunas. A da extrema direita tinha no Gen. Barrios o seuComandante; a da direita era comandada pelo Cel. Dias; e a docentro, peio Cel. Marcó; na esquerda estava o Gen. Resquim. Poisbem, avançavam as hordas inimigas até chegar bem próximas. E oscanhões brasileiros estavam calados. A bateria não atirava, o quecausou impaciência a Osório e a outros, que viam as hordas para­guaias penetrarem quase incólumes em nosso Exército. Mas eisque, de repente, quando já havia perplexidade geral, ouviu-se aordem fulminante de Mallet: "Fogo de horror!" E, à queima roupa,lJ..'\ bocas de fogo vomitaram sua terrível resposta, fazendo cair porterra aqueles que temerariamente avançavam para ganhar nos­sos pavilhões. Em frente havia sido cavado um fosso onele osprimeiros cavalos caiam, relinchando. E misturavam-se àquela doros gritos que já prenunciavam a derrota completa das hostes ini­migas. Em seg'uida, rearmou-se rapidamente para uma capaci­dade de tiro impressionante, levando com isto a própria denomina­ção de artilharia-revólver, deixando em nOilsa História uma daspáginas ma.is belas.

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~!!)8 Terça-feira 25 DJARIO DO CONGRESSO NACIONAL (Seção l) Maio de 1976

Mallet tornou-se o patrono da nossa artilharia. E nascerampatronos das outras Armas naquela Batalha que representou parao gênio brasileiro, para o estI'o da nossa alma, a puj ança e o in­conformismo em face de ameaças externas.

Essa página tão vivida de exemplo épico merece ser rememo­rada, Sr. Presidente, não para açular ódios mesquinhos, mas paraque saibamos render aos n6ssos antepassados a homenagem quemerecem, como um tributo Imorredouro da Pátria que é eterna,que f{1i formada por eles, que foi forjada por eles e que, na medidade sua grandeza, nos obriga, a cada hora, a cada instante, a umavigllia para que tenhamos, no futuro, dias melhores e ainda maisradiosos e dignos de uma página épica como essa. que nos oei­xará, sem dúvida, na alma e no coração, o sentimento que, tenhocerteza, todos os bons brasileiros acalentam.

O SR. WAlJBER GUIMARíiES (MDB - PRo Pronuncia o se­guinte discurso.) - Sr. Presidente, Srs. Deputados, a aviação deterceiro nivel, criada recentemente pelo Governo com a intençãode explorar linhas em cidades do interior, com menor custo ope­racional para as empresas e um vantajoso mercado, não está sen­do bem aceita pelas companhias aéreas nacionais,

A TRAN8BRASIL, empresa que enfrenta sérias dificuldades fi­nanceiras e que não deseja ceder a uma fllSáo com outra com­panhia, abandona sem nenhuma justificativa aceitável as suaslinhas domésticas no interior do Paraná e de Santa Catarina.

Maringá e outras cidades paranaenses, no dia 11. do correntemês de maio, foram surpreendidas com a suspensão dos vôos do"Bandeirantes", ocasionando sérios transtornos e incalculáveisprejuízos a cerca de 99 municípios paranaenses e a mais de2.300.000 brasileiros.

O descontentamento pela suspensão inesperada dos vôos elinhas aéreas regulares em Maringá é geral, e desde o momentoem que se tomou conhecimento da real gravidade da situação, oPrefeito de Maringá, Sr. Silvio Magalhães Barros. tem sido pro­curado pelas lideranças classistas e comunitárias desejosas de en­contrar uma solução urgente para o angustiante problema.

As sérias conseqüências que surg!l'ão em face do desinteresseda TRAN8BRASIL em continuar operando nas suas linhas no inte­rior do Paraná, com o "Bandeirantes", fizeram com que o Sr. SilvioMagalhães Barros, Prefeito de Maringá, encaminhasse ao Exm.oSr. Ministro da Aeronáutica, Tenente-Brigadeiro Joelmir Camposde Araripe Macedo, exposição de motivos, acompanhada de mi­nucioso relatório, demonstrando os prejuízos e transtornos decor­rentes da paralisação do transporte aéreo em Maringá e região,fato da maior gravidade, levando-se em conta que o Governo acabade inaugurar um aeroporto com uma pista de 1.500 metros na vi­zinha cidade de Paranavaí, distante menos de 70 km de Maringá.

No mencionado rcelatório, o Sr. Sílvio Magalhães Barros de­monstra as potencialidades de Maringá e a pujança econômica daregião, bem como propõe medidas que julga poderem solucionaro grave problema e externa disposição da municipalidade marin­gaense em contribuir diretamente para a.menizar as conseqüência8advindas da paralisação dos vôos.

Entre as soluções preconizadas pejo Sr. Prefeito de Maringá,destaca-se a lleees,sidade de ampliação da pista de pouso de1. 640 metros para 2.000 metros, aumento do suporte da pista emelhorias no serviço de proteção ao vôo (torre de controle, radioetc). dando-se. assim, condições para a utilização do aeroportopor aviões de grande porte. A Administração Municipal está con­tratando projeto de expansão da pista do aerop{lrto, compreenden­do estudo.g topográficos, plano geral. estudos geotécnicos. pmjetogeométrico. terraplenagem, drenagem, pavimentação, custos e or­çamentos. inclusive pranchas executivas, objetivando a rápidaaprovação por parte do órgão competente do Ministério da Aero­náutica, bem como o imediato inicio da execução das obras.

Propõe, ainda, o Sr. Sílvio Magalhães Barros, Prefeito de Ma­ringá, como única solução a curto prazo, para atendimento mu­nicipal e regional, a criação de uma empresa aérea, a ser con­substanciaela nos termos da Portaria n.o 022/GMS. sabendo-se.desde já, que a VASP tem interesse em participar dà futura em­presa, cuja viabilidade é indiscutível em face das característicaspopulacionais e a capacidade econômica da região.

Assim sendo, Sr. Presidente, dirijo apelo ao Exm.o Sr. Te­nente-Brigadeiro Araripe Macedo, no sentido ele que o ilustree eminente Ministro da Aeronáutica determine imediatos estudose providências urgentes objetivando restabelecer as linhas aéreaspara Maringá. evitando-se maiores danos e preocupação à labo­riosa população brasíleira do norte do Paraná.

O SR. GERALDO FREIRE (ARENA - 1\IG. Pronuncia o se­guinte discurso.) - Sr. Presidente, no mês de maio de 1976. cou­be-me. desta tribuna., con.signar um voto de 110menagem ao' Prof.Antõnio Magalhães Alves, que completava, então oitenta anos de

idade. Sua esposa, D.a Magnólia, os numerosos fUhos, netos e ami­gos, incluindo representantes de várias gerações que ela formou,estiveram reunidos ao seu redor, na bucólica e aprazível estânciahidl'omineral de São Lourenço, em Minas Gerais, que há cerca de35 anos lhe servia de residência.

Um ano ainda não se passará desde o jubiloso acontecimen­to, ·quando, a 13 do mês em curso, um terrível acidente veio tirardo seio dos viv{ls aquele admirável educador, exemplar chefe defamilia, patriota dos mais autênticos que esta Nação tem possui­do e incomparável amigo, a quem somente devemos' afeto, reco­nh€'CÍmento e saudade.

Magalhães Alves só compreendia a vida em função de espa­lhar beneficios. Os seus mínimos gestos e atitudes tinham, na­tural e quase instintivamente, a finalidade de ajudar alguém.O seu lar, honrado e cristão, reuniu o mais perfeito casal quepossa ser imaginado. Ele c D.a Magnólia, desde jovens, até a ve­lhiee laboriosa e abençoada, encontraram tempo de educar aolado de seus próprios filhos, que Deus lhes concedeu em grandenúmero, levas e levas de rapazes e de moças, que hoje estão ser­vindo ao nosso Pais nos mais variados setores da Economia, daAdministração Pública ou das profissões liberais.

Primeiro em Muzambinho, pelo final dos anos vinte e inícioda década de trinta - quando tive a ventura de ser aluno deMagalhães Alves e gozar da intimidade de tão distinta família- depois em São Sebastião do Paraízo, mais tarde em Aifenas,sãü Lourenço, Três corações e Varginha, a luta desse eminentecasal de educadores mineiros foi constante e sem repouso.

Sobrecarregado de deveres. muitas vezes mal ferido pela in­compreensão ou pelas rivalidades dos homens, Magalhães Alvesnunca deixou de ter um sorriso para (loS que dele se aprmdma­vamo A alegria que se lhe estampava no rosto provinha de suasprofundas convicções religiosas, fonte permanente da energia doseu espírito e inesgotável inspiração de sua capacidade de tra­ba:lho e dedicação ao dever.

Aos domingos, quand() procuramos descansar e refazer-nos,ele, como vicentino atuante e modelar, percorria a casa dos pobrese esquecidos, para levar-lhes um pouco do tesouro espiritual deque era possuidor.

Sua morte. como uma coroa tecida por mãos invisíveis e mis­teriosas, culminou a extraordinária vocação de servir que o acom­panhou a vida inteira.

Já octogenário, vendo que uma senhora, mais velha do queele, necessitava atravessar a rodovia onde estacionara o ônibusem que ambos iam viajando, prontificou-se a ajudá-la e condu­ziu-a realmente ao outro lado. O fato passou-se no trecho da Ro­dovia Fernão Dias, perto de Trê~ Corações, quase às margens doRio Verde. Ao retornar 1'111 direção ao ônibus, o bondoso guardiãofoI atropelado e perdeu a vida. Ou melhor, não podemos dizerpropriamente que a tenha perdido. porque, do fundo dos séculos,ele há de ter escutado a voz que disse "Ganhará a vida quem aperder por meu respeito".

Magalhães Alves, recolhido ao sono da morte, não caiu nomundo nebuloso do esquecimento. Como pai, que gerou t.antasvidas, o seu sangue e o seu nome permanecerão para sempre nodesdobramento das gerações.

E, como educador, as lições que ele nos deu, espalhada.s comtanta ternura e com tanta gratidão recolhidas. hão de germinarno solo fértil da Pátria, perpetuando, na floração da fé e nosfrutos da cultura, o nome abençoado do Semeador!

O SR. ARNALDO LAFAYETTE (ARENA - PB. Pronuncia oseguinte discurso.) - .Sr. Pre~idente, Srs. Deputados, não podemosdeixar de trazer, logo na primeira hora, a manifestação do nossomais profundo pesar pelo desaparecimento de uma das personali­dades mais marcantes de nossa época.

"Um paraibano de bom coração", como acentuou o Jornal doBrasil, em sua edição de domingo último, Alcides Carneiro, ex­parlamentar, grande jurista, sempre recebeu desta Casa profundorespeito, muita admiração e amizade, tendo, igualmente, merecidoexpressões de carinhosa homenagem por parte de grande númerodl~ Deputados quando passou a integrar o Superior Tribunal Mili­tar.

Lá, onde as luzes do seu esclarecimento sempre pontificaram,d,~ixou sábias lições.

Acerca de Alcides Carneiro. sob o título "O Último Alerta", as­sim se manifestou a revista Veja.:

"O ÚLTIMO ALERTAÀs 16h30 da última segunda-feira, quando terminaram Olanche de todas as tardes, e voltavam para a segunda par­te de sua sessão, os ministros do Superior Tribunal Militar

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Maio de 197e DIA:u.IO DO CONGB.ESSO NACIONAL <seção I) Terça-feira. 25 '~25t

foram surpreendidos com o primeiro ato de uma. despe­dilia. Completando 70 anos no dia 11 de junho próximo, oMinistro Alcides Carneiro anunciou-lhes gue acabara derequerer sua aposentadoria, pois estava atingindo a ida­de-limite para permanência no serviço público. E, nessacondição de "quase um desencarnado", aproveitou o julga­mento de três recursos vindos do Paraná para lanear umeloqüente aviso a seu.s pares. •"Muito cuidado nesses processos .de subversão vindos dointeric;Jr do país", disse Carneiro. O caso em pauta me pa­recia.típico. Os três recursos requeriam o relaxamento daprisão preventiva de vários acusados da tentativa de reor­ganizar o Partido Comunista no Paraná; dois deles foramacolhidos e um rejeitado.Mas o que preocupou o Ministro foi tel' encontrado, naleitura dos autos, numerosas referências ao MDB ~ sendoque a um dos' acusiLdos, durante o interrogatório, pergun­tou-se claramente sobre suas ligações com candidatos dopartido da oposição."Ocorre", lembrou Carneiro, "que a ARENA e o MDB sáoos dois Partidos legalmente constituídos, pilares das insti­tuições políticas vigentes, representados no Congresso porDeputados e Senadores eleitos pelo sufrágIo popular. Édever de todo brasileiro, seja qual for sua condição socIal,impedir que se atinja a respeitabilidade de qualquer des­sas agremiações. Procurar comprometer uma ou outra, ouambas, é trabalho suspeIto, que visa, Senl dúvida, empecera marcha para o Estado de direito, que está no ideário daRevolução, e é um objetivo do GoverIl.o, além de ser, sobre­tudo, uma aspiração nacional"."Vale tudo" - Nomeado Ministro em 1966, pelo Presiden­te Humberto Castello Branco, Carneiro revelou ter en­contrado. no STM muitos processos em que simples rivali­dades da política Interiorana eram tratadas como se fos­sem subversão. Mas, modesto, pretendeu que suas obser­vações nem mesmo constassem da ata - pretensão quefoi contestada pelo General Rodrigo Octavio Jordão Ra­mos, com o apolo de todos os outros Ministros presentes.Resultado: no dia seguinte suas palavras estavam nos jor­nais e logo chegaram aos anais da Câmara dos Deputadospor via do Líder emedebista Laerte VieIra.Antes, porém, haviam merecido os habItuais comentários .do Líder arenista José Bonifácio Lafayette de Andrada:"O Alcides é um ingênuo", decidiu Andrada. "Para ser anjosó lhe faltam as asas. Não se pode negar que, sob a legen­da do MDB, se acoberta um núcleo .notoriamente comunis­ta, embora como partido não tenha qualquer ligação como comunismo". Dessa vez, contudo, Andrada ficou sozinho.No Senado, seuconipanheiro de visões subversIvas, DinarteMariz, nem precisou ler as declarações de Carneiro paraapoiá-las: "O que ele falou deve estar certo, sem nenhumadúvida, eu endosso mesmo sem conhecer".Tendo feito uma leitura cuidadosa, o Presidente da Casa,José de Magalhães pinto, também elogiou: "Eu o conside­ro um grande pensador político". Alheio a tais repercus­sões, o Ministro esclareceu seus 'objetivos à repórter Su­zana Veríssimo, de Veja. "Esse alerta se impunha exata­mente nesse ano que está sendo chamado de ano eleito­ral", explicou. "Fui chefe político em PrIncesa, na Paraíba,onde as rIvalidades eram as mais acirradas do nordeste.De modo que sei muito bem que, em política, no interiorvale tudo".Carneiro, de qualquer forma, não foI apenas esse políticoprovinciano que se declara - ao contrário. Em 1950, ele­geu-se Deputado Federal com 17.000 votos e foi o maisvotado de uma bancada de seis Deputados do extInto epoderoso Partido Social Democrático (naquele mesmo ano,em Minas Gerais, Andrada conseguia 16.000 votos e ummodesto 11.0 lugar numa bancada de doze Deputados daigualmente extinta União Democrática Nacional). Ingênuo,em pOlítica, certamente o Ministro não é, poIs vem de umafamília de larga influência, a que pertence, também, oSenador emedebista Ruy Carneiro, seu primo. Amparadonessa vivência, ele pronuncIou uma sentença irrecor­rivel: "Na Paraíba, que é reconhecidamente o Estado maispolitizado do Brasil, sem desdouro dos demais, nem aARENA tem corruptos, nem Q MDB tem subversivos"..

O S:u.. JOAO CUNHA (MDB - SP. Pronuncia o seguinte dis­curso.) - Sr. Presidente, Srs. Deputados, a luta pela liberdade émilenar, e tenho a impressão, como outros já tiveram, de que nãoserá num epIsódio episódico e eventual como o da Lei Falcão ­"le:l garra" por excelêncIa - que irá cessar a luta contínua do ho­mem pelo seu direito de participar da Yida. Desalenta e cansa,sem dúvida,. mas sugere, como selllpre, de imediato, a raIva indis­pensável para novas arrancadas.

Não há machado qúe corte a raiz do pensamento, porque eleé livre como o vento. Nem é pOssivel manter-se um povo engamL­do por muito tempO. Não há como esconder erros e equívocos. Nã.ohá como ocultar-se do povo que hoje somos um País de chapéunas mãos. Não há como impedir-se que a consciência popular fIereencontre com a verdade. Não se pode esconder do pai que ganhasalário mínimo a fome de seus filhos. Não se pode esconder damãe aflita diante do filho doente a ineficácia do INPS. Não há co­mo convencer 25 milhões de menores abandonados de que exisl;eternura bastante para sustentá-los. Não há como iludIr o jovem ea jovem de que aInda podem ter acesso ao estudo, pois sabem qUletêm de comprar ensino como quem compra mercadoria em botecoou supermercado. E mais, que, embora sendo o futuro, nenhum de­les pode se definir nem defini-lo à base de sua vontade. Não hácomo convencer a liberais, artistas, intelectuais e mesmo militáresconscientes; de que depois de doze anos estamos a reinIciar falidosem nossas esperanças todas. Não há como esconder da cOllJ'lclên­cia do povo a alienação de nossas riql1ezas para o capital II].terna­cional, no comprometImento diuturno de nossa liberdade politic!~.

Não há como convencer o camponês de que o dia de amanhã será.melhor, porque ele sabe que, assim como estamos, o amanhãserá em cima do caminhão pau-de-arara, será fome, será angú8­tIa, será o mesmo desespero de sempre.

Dizem os dados oficiais que "o imposto que a gente paga é oprogresso que a gente vê". Mas dizem os dados da realidade que oimpOSto que a gente paga é a mesma fome que sempre se vê; queo imposto que a. gente paga é a mesma dor que a gente sente e vÉ~,que o imposto que a gente paga é a liberdade que não se vê.

A Lei Falcão é importante e justa - diz o Sr. Deputado JoséBonIfácio. E se o Deputado José Bonifácio diz, deve ser importan­te e justa, porque, afinal, o Deputado José Bonifácio é um homemhonrado.

Mas indago do Deputado José Bonifácio: desde quando Impe­dir-se. que um povo debata e medite a respei'to de seu próprio des­tino é importante e justo? Desde quando impossibilitar a consci­entização do povo a respeito de seus problemas e' de suas angús··tias é importante e justo? Desde quando dar ao povo ciência d,(lque está sendo corroído pela voracidade do dólar, frustrado n,)seu futuro, alienado de seus valores, desligado de suas realida­des, é importante e justo? Desde quando impedir-se o acesso da,~

lideranças políticas, novas, velhas ou por se formarem, aos meiosmodernos de comunicação que pertencem ao povo, é importante ejusta? Desde quando, Deputado José Bonifá(~io, é justo manter-s,~

o povo desta Nação manietado, amordaçado e cego? São Indaga··ções que se impõem no momento de hoje e no momento atual.

Sei que fixando horários políticos da TV e rádio, corremoS ()sério risco de perder a cultura nacional expressa nos Sílvios Santo:;e nos Chacrinhas; podere;nos perder programas inteiros de filmel~

norte-americanos, que nos ensinam a deliciosa violência e o herois··mo policial que dispara canhões na cara de outros seres, à vist~~

maravilhada de n~as crianças; perderemos a edificante nove··lesca que aliena e desfibra o povo inteiro; sei disso e disso sei,Deputado José Bonifácio, mas sei também que tudo isso, assim en··tendido, é inllceitável e perda do povo.

Por Isso faço, desta tribuna - e por isto vim a ela - um ape-'lo a todos os Deputados. emedebistas que integram a ComissãoMista de análise do presente projeto, para que renunciem à indica-oção que receberam da Liderança e deixem aos Deputados de sem-opre que assumam historicamente a repugnante idéia de lesar 8~

classe politlca, desconsiderar o povo e mantê-lo ausente das defl-·nições a respeito de seu próprio destino.

E, encerrando, Sr. Presidente, a nós cabe a luta difícil de sem··pre. Se tirarem a TV e o rádio, iremos às praças. Se tirarem as pra­ças com os cães policiais, iremos às esquinas. Se proibirem as es··quinas, iremos para dentro de casa. Se proítlirem as reuniões fa-·miliares, faremos a luta pelo cochicho, ao pé-da-ouvido. Isso já,aconteceu em outros tempos da História deste e de outros países;e nós Vlmos que, passados os anos, a liberdade venceu.

O SR. EPITAÓIO CAFETEIRA (MDB - MA. Pronuncia o se­guinte discurso.) - Sr. Presidente, apresentamos hoje a primeiraemenda ao que a imprensa chamou de "Lel Falcão". Desejo deixarbem claro, porém, que a nossa emenda -ao :E'rojeto de Lei n.o 6,.de 1976, ênviado pelo Ex.mo Sr. Presidente da República, junta­mente com sua Mensagem n.O 49176 ao Congresso Nacional, não érestritiva, embora assim possa parecer.

Na realidade, não estamos pretendendo emendar artigo dalei vigente, que é liberal. O que desejamos é emendar um projetomuito mais restritivo do que a emenda que apresentamos.

Não é nosso intuito lim'itar a propaganda aos problemas doMunicípio, nem· proibir que os dirigentes partidários dela partici­pem. O que pretendemos é, modificando um projeto que não per­mite que ninguém trate de tema algum, possibilitar que se abrauma janela para que pelo menos os candidatos tenham a oportu­n'idade de transmitir ao povo os seus propfulitos.

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4260 Terça-feira 25 DJARIO DO CONGRESSO NAiCIONAL (Seção n Maio de 1976

o projeto causou forte impacto na agremiação oposicionista,posto que, para ela, cada eleição, municipal, estadual ou federal,sempre representou um degrau na escalada a que sepropós rumoao poder.

Assim, o MDB procura sempre conscientizar o povo em tornodo seu programa, dando cumprimento ao inciso III do. art. 152 daConstituição, com isto buscando ser maioria e, consequentcmcnte,governo, no sistema bipart'idário.

A grande decepção, provocada pela mudança pretendida nosprogramas de propaganda eleitoral, atingiu muito mais o MDB doque a ARENA, posto que aquele, por ser oposição, é que necessitapregar a mudança do status quo.

Temos ouvido constantes condenações ao bipartldarismo, quasetodas oriundas de homens da ARENA. Talvez por isso todos este­jamos a sentir no ar que as atuais agremiações políticas terãovida mu'ito curta.

Acredito que essas manifestações contrárias ao bipartida~ismo

decorrem do que os arenistas ouvem nos corredores govermstas.Talvez o Governo esteja entendendo necessária a criação de

novos partidos politicos e que assim não há motivo para umapolarização da opinião pública nos partidos em vias de desapare­c'imento, pretendendo como conseqüência dar às eleições m~.1l1ici­pais a dimensão de cada Município. Se foi esta a intençao. doGoverno, teria ele alcançado o seu objetivo criando, todavia, doisgrandes problemas:

1.0) A decisão do pleito municipal, caso o projeto seja aprovadocom sua redação inicial, estaria entregue ao poder econômico.Privado o cand'idato pobre da única igualdade que ainda lherestava com o candidato rico - contato com o eleitorado atravésdos programas de rádio e de televisão - vai ele concorrer comadversários ou correligionários que têm possibilidades financeirasde mandar confeccionar milllares de chaveiros, dezenas ou cente­nas de milhares de caixa de fósforos, contratar dezenas de veículosequ1pados com serviço de alto-falante ou aviões para percorreremos céus da cidade rebocando faixas com seu nome e seu númerode registro na Justiça Eleitoral; e,

2.°) Os mais capazes, facilmente identificáveis em pronuncia­mentos de rádio e televisão, não serão realçados em desfile foto­gráfico, o que representa relegar-se a um segundo plano os inte­resses de cada Município.

Por outro lada, não se propiciarla a criação de novas lideranças,pasto que estariam os novos em grande desvantagem com osantigos, visto que estes têm os seus nomes constantemente divul­gados pela imprensa no noticiário de suas atuações.

Como escolher um candidato a Prefeito apena.~ por um retl'uto,por um nome ou por um número, sem saber ao menos as suasintenções ou que soluções imagina para os problema.'3 da cidade?

Poder-se-ia contra-argumentar sugerindo a realização de co­micios, que em verdade se constituem em contatos mu1to maisdiretos dos candidatos com os eleitores. Fariamos então outrapergunta: De quantos comicios necessitaria um candidato a Ve­reador de lIma Capital, para ser julgado por todo o eleitorado?Quantos dias seriam necessários para um candidat{) a Vereador ouPrefeito de uma cidade grande fazer a sua peregrinação de bairroem bairro ou de rua em rua?

É preciso que não se perca de v'.ista que os- comícios estãoproibidos nos locais que a autoridade policial entender inadequa­dos, a pretexto de tumultuarem o trànsito ou a vida normal dacidade. Ficam os comícios ao arbítrio dos delegados de polícia dointerior, muitas vezes nomeados pelo chefe politico e, assim, par­ticipantes da vida política local, criando problemas e tumultosnão somente entre MDB e ARENA, mas também, e principalmente,entre ARENA I e ARENA II ou ARENA lII.

Permito-me discordar especificamente de um parágrafo damensagem presidencial que diz:

"Dar a poucos Municípios o direito de discutir seus pro­blemas específicos, em campanha de rádio e de televisãocujo raio de ação abrange muitos deles, é favorecer algunse prejudicar a maioria."

O meu entendimento é o de que a meta a ser atingida numacampanha eieitoral é a oportunidade que todos os candidatosdevem ter de transmitir ao povo os seus propósitos. Assim, éperfeitamente compreensível que os candidatos de uma cidadegrande, tão grande que necessitou da criação de uma emissora derádio ou de televisão, usem esses meios de comunicação, que sáoos compatíveis com a dimensão da cidade. Os candidatos das cida­des pequenas, embora dentro do raio de alcance das emissoras derádio cpe televisão, poderão contaetar-se com o eleitorado semo uso dessa comunicação sofisticada, porque sendo as suas dimen­sões de muito menor porte, permitem que em poucos comícios levema sua, mensagem à totalidade dos eleitores.

Não há, portanto, como levar-se em conta o raio d~ alcancedas emissoras de rádio e de televisão, mas, única e exelu.sJvamente,a necessidade de comunicação dos candidatos com o povo do Mu­nicipio.

O retrato, nome e número é que v.ão "baratinar" a mente doseleitores de Municipios periféricos dos grandes complexos urbanos,já que, nos termos do projeto, não haverá qualquer. orientaçãopara o eleitor. Tudo é mudo e imóvel. Se esses retratos falassem,se os eleitores os escutassem, ai, siln, não haveria maiores proble­mas. Teríamos nomes de bairro, nomes de cidade, que levariamos eleitores a identificar os municípios dos candidatos.

Diariamente ouco na t"eleveisão: "O paí.~ que faz isto ou aquilo,é um país que vai 'p'ra frente".

Digo eu agora: os Municípios são as células do Pais. O pa}Sque retira do povo as condições para escolher os melhores candi­datos em suas eleições, nãó é um país que quer ir p'ra frente.

O SR. LEôNIDAS SAMPAIO (MDR - R.T. Pronuncia o seguintetlis~:urso.) _ Sr. Presidente, Srs. Deputados, com sat'isfação esimpatia acompanhamos os esforços do MinistI:o Nasci!nentl? .eSilva no sentido de ampliar e aprimorar os serviços as.~lstenclalll

do Ministério da Previdência Social. S. Ex.a se tem empenhado afundo para alcançar as metas traçadas para o seu Ministério.

Todavia o Instituto Nacional da Previdência Social necessitadar maior atençáo ao problema da velhice desamparada no Brasil,que já toma grandes dimensões, sem que paralelamente venhamsendo tomadas medidas tendentes a equacioná-lo, pelo menos, den­tro do quadro geral da Prev~dência Social brasileira.

Há um deficit tremendo de hospitais, de recolhimentos, deabr:igos, de lares, enfim, de instituições quc recebem aqueles quejá deram todos os seus melhores esforços em prol da grandeza daPátria e que por força das leis biológicas não têm mais condiçõesde prosseguir em seus trabalhos e realizações.

Grande parte dos anciãos, em todo o mundo, enfre!ltam_ oproblema de encontrar um lugar condizente com sua sltuaçao,onde possam passar, dignamente, os dias finais de sua peregrina~

ção terrena.A sociedade tem um compromisso s{]cial e m{]ral para com

aqueles que antecederam os seus integrantes nas atividades que.hoje desempenham. Foram eles que lhes abriram as po~tas. aotrabalho que agora desenvolvem, que lhes ensinaram os pnrnen'oopassos na carreira em que lograram ingressar.

No campo previdencial outro MPf'Cto há de ser considerado comrelação ao problema da ancianidade, É que, aquele que chega àvelhice, além de já ter cumprido sua mlssão social e cívica, emQU8:se todos os seus aspectos, regra geral cumpriu igualmente todosos .seus compromissos financeiros para com a Previdência Social,pagando, ano após ano, as contribuições fixadas em lei, estando,portanto, quite para com o Instituto Nacional da PrevidênciaSodal.

Seria razoável que o INPS negasse ao ctdadão já desobrigadopara com a Previdência Social, que durante toda sua vida contri­buiu regularmente para os seus cofres, justamente o amparo deqUE~ mais necessita, no momento mais difícil de sua existêncIa?Parece-nos, obviamente, que não. '

Infelizmente, no entanto, é o que vem ocorrendo na políticaassistencial do INPS. O velho está desamparado; faltam hospitais,clínlcas geriátricas, atendimento de ambulatório especializado. Emais: um abrigo, um recolhimentD, um cantinho onde passar o fimde sua jornada, com um minimo de alegria, de saúde, de felicidade,de carinho, de atenção.

Talvez o INPS esteja enxergando o problema apenas em ter­mos de despesa. por isso, quem sabe, tenha fugido de sua soluçãoou procrastinado seu estudo e planejamento em termos globais.

Há, porém, um pormenor que desejamos destacar nessa pro­blemática. Em muitos paises do mundo civilizado constituem osanciãos poderosa força produt1va com satisfatórios resultados eco­nômicos e sociais. li; que são eles organizados em comunidadesonde se lhes propicia adequado· trabalho na conformidade de SUal!respectivas habilitações. Agrupados em redor dos mais diversoscampos ocupacionais da atividade humana, produzem muito a~ém

do necessário para o seu sustento, para sua llSSisténcía médica,dentâria, hospitalar, e ainda para o seu lazer e naturais diverti­mentos de que todo o ser humano tanto carece. E mais: o superavitde muitas dessas organizações é suficiente para o sustento daquelespoucos que nenhuma habilitação profissional apresentam.

O problema, portanto, não deve ser encarado como até aqui;inIortunadamente o vem sendo pelo nos,so Instituto prev1denciárl0.

O homem idoso tem capacidade muito superior à que comu­mente se lhe é atribuída. Quando bem aproveiCada e dirigidasur­preende, em muito, as melhores expectativas.

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:Mraio de 1976 DfARIO DO CONGRESSO NACIONAL <Seção n Terça-feira %5 4~61l

Urge, conseqüentemente, que o INPS ree::itude a qUe::itão danncianidade no Brasil, que reformule a politica social em relaçãoaos idosos, de maneira moderna:, poaitlva, otimista, racional. Seassim o fizer, haverá r·ecursos suficientes para se lhe::i dar ampla econdigna assistência no seu mais completo sentido.

Nos termos em que está proposta a questão atualmente, nãop{lde continuar, porque constitui afronta à dignidade humana e atémesmo em vergonha nacional.

Sr. Presidente, Srs. Deputados, em nome da grandeza do Brasil,apelo ao Sr. Presidente do Instltuto Nacional da Previdência SOcial,esperando que, em seu alto descortino do problema-social brasi­leiro, dê ouvidos ao nosso apelo e reformule a política previden­ciária em relação à, velhice de nOSl:la Pátria, porque assim estaremostodos honrando pai e mãe, como manda o sagrado mandamentodivino. .

Era o que tinha a dizer.O SR. PARSIFAI, BARROSO (ARENA - CE. Sem revisão do

orador.) - Sr. presidente, Srs. Deputados, já se constitui tradiçãonesta Casa que, a cada 24 de maio, quando o Brasil comemora aglória da Batalha de Tuiuti, o Dia da Infantaria do nosso Exércitoe a data memorável em honra do Brigadeiro Antônio de Sampaio,se;ia um Deputado da bancada cearense quem interprete os senti­mentos da Câ1l1ara dos Deputados, em sintonia com essas just~

celebrações que hoje iJ Exército e o povo do Ceará fazem em honrade tant!J, memória veneranda. Mas uma vez aqui me encontro paradizer que nós. cearenses. temos no Brigadeiro Antônio de Sampaioum de nossos maiore::i filhos, paradigma da honra e da glóriamilitares, herói da guerra do Paraguai, quando sagrado foi Patronoda. Infantaria do Exércitn Brasileiro. P.or isso, a data dc hojeenseja uma tríplice comemoração: o Dia. da Infantaria do nossoExército, a data em que se honra a memória de Sampaio, e, tam­bém, no Ceará, a dat.a em que todos nós comemoramos o aniver­sário da nossa Polícia Militar, porque houve uma providencialcoincidência - no nascimento e criacão de nossa Polícia. namesma data em que é honrada a memória de Sampaio, poiS queOll batalhõp~~ do Exército e da nossa Polícia na.~cente, irmanadoll,saíram juntos para a defesa da únidade nadonal do norte doPais. O grande filho da amada terra de Tamboril plasmou suabrava heroicidade nessas lutas travadas em Província amazônica.

Eis a razão por que associamos esta Câmara à.s comemortlGôesque, no Ceará e em todo o Brasil. são levadas a efeito no Dia daInfantaria de nosso Exército. aqui consignando o louvor do povocearense, não só à nossa Infantaria. mas ao seu Patrono paradig­mático. o imortal Brigadeiro Antônio de Sampaio. (Muito bem.)

O SR. ANTôNIO BRESOLIN (MDB - R8. Pronuncia o seguinteoliscllrso.) - Sr. Presidente. Srs. Denutados. comemora-se hoje o27.0 aniversário da promulgacão da Lei Fundamental da República1"ederal da Alemanha, que entrou em vigor em 24 de maio de 1949.

O auspicioso acontecimento está sendo comemorado naquelepaís. onde o lllesmo mantém relações diplomáticas.

O Brasil participa de tão feliz evento, pois além dos tradi­cionais lacas de amizade e cooperação. dentro da nossa Pátriavivem. trabalham e cooperam. para a grandeza da Nacão. mi­lhares de alemães. que estão nerfeitamenteinfegrad{)s na comu­nidacJe nacional. Mais do que isto. os netos e bisnetos dos primeh'osimigrantes alemães. cruzando-se com as mais diferentes origensétnícas. são brasileiros, amam esta Pátria que .tamhém é sua.servem aos interesses do Brasil. que também é seu. Muitos dos netose bisnetos desses bravos já ajudaram a defender o Brasil até no es­trangeiro. outros destacam-se como capitães da indústria, outross:aJientam-se no comércio. na lavoura e nos mais diferentes setoresda atividade. Se vamos comnulsar a vida ednfÕacional. a literat,ura.li! arte. em suas mais diferentes mànifestaQões. em toda a parteNlContraremos a participação de elementos dessa orilSem étnica.eom as Forças Armadas acontece o mesmo: o própriü Presidenteda Repllblica, General Geisel. é descendente de aJemães.

Sou. nesta. Casa, possivelmente, o parlamentar que conta como maior número de votos de descendentes de alemães. COnhecosuas origens, suas tradições, seus usos e costumes. sua org-anizà:­!~ão familiar 'e sua capacidade de trabalho. Quem visitar São Leo­p<lldo. Novo Hamburgo. Estrela, Venâncio Aires. Ijuí. Panambi.~t'rês Passos, Cerro Largo. só para citar os Municínios que contam(~{)m maior presença de descendentes de alemães, sabe do que sãoü!lpazes de realizar os bravos descendentes da pátria de Goethe.

Por isso, a. data nacional da Alemanha, que hoje se comemora,não pertence apenas àquele país, mas também ao Brasil. Cjue.emergindo como potência.. estreita seus laços de intercâmbio coma Alemanha. unindo seu trabalho, sua técnica. seu desejo de pazI! de fraternidade, inclusive no campo nuclear.

A Alemanha, que -fundamenta sua política interna na idéiada soberania popular, encontrou seu denominador comum riallentença lapidar: "Todo o poder emana do povo". E através dessa

linha de comportamento, arrasada ontem, é hoje um país que sedestaca pela unidade do seu povo, pela sua pujança, pela justadistribuição da riqueza, pela il1vejável capacidade realizadora do~:

seus habitlJ.ntes e, sobretudo, pelo respeito e admiração que des-·fruta em toda a parte.

Pela histórica e significativa data que ho:ie tran,'lCorre, fazendoeste registro, transmito os mais calorosos cumprimentos ao Ex.mo

Sr. Embaixador da Alemanha, Horst Róding, e aos ilustres funcio··náríos da Embaixada. A República Federal da Alemanha os .meusvotos de constante prosperidade.

O SR. PEIXOTO FILHO (MDB - RJ. Pronuncia o seguintediscurso.) - Sr. Presidente, Srs. Deputados, ninguém tem maisdúvida de que as doenças endêmicas no País são decorrentes dapobreza, da desnutrição e da falta de saneamento básico (água eesgotos>.

Ressalte-se que, segundo noticiário recentemente divulgado,"no caso da meningite a influência é relativa, o que não ocorrecom a peste- e a hanseniase pois a lepra predomina entre os quenão cultivam o hábito do banho diário. E somente num triêniopoderemos conhecer o quadro real dos nossos problemas de ·saúde.

Hoje as e::itatísticas são parciais e com dados que se auto··invalidam: a Doença de Chagas deve ter entre 4 e 14 milhóe:sde enfermos; a. Hansaniase tem 140 mil registrados quando narealidade está presente mais de um milhão C\e pessoas; a Esquis-­tossomose ataca mais de 12 millióes; a Malária, 86 mil. Isso semcontarmos os desvios de saúde - miopia, unha encravada. gas··trites, alergias e similares.

Algumas das nossas antigas endemias estão desaparecendo 0\1sendo substituídas por outras. No primeiro caso está a bomba,raríssima na atualidade, a hidatidose, doença transmitida pelocarneiro. Enquanto isso a cegueira dos rios, provocada pela mor­dida da mosca negra, e que é um sério problema na Africa peloalto número de atingidos, foi identificada entre indios no Terri­tório de Roraima, motivo da ida recentemente de especialistas doMinistério da Saúde, que confirmaram a iricidência.

Técnicos em saúde pública costumam d.ividir as doenças co­mo dos pobres, motivadas pelo baixo poder econômico, condiçõesprecárias de habitação, desnutrição, saneamento, que unidas per­mitem o contágio facilmente. E as provocadas por outros fato­res.

Dentre as 'primeiras está a meningite, que no ano passado fez39.865 casos; a hanseniase, para a qual um sanitarista usa umadefinição simplista, porém reveladora: a lepra não dá em quemtoma banho e seu maior problema está na área social e econô­mica. A esquistossomose origina-se príncipalmente, na ausênciade saneamento, o que favorece a proliferaçã.o do caramu;io trans­missor do mal. A tuberculose, possível de ser controlada pela va­cína BCG, é contagiosa e sua presença, ainda é grande entre aclasse de menor recursos.

Também a doença de Chagas diz presente junto a populaçãorural e do meio mais pobre, pois o barbeiro transmissor prefereas paredes das taperas e casas de pau-a-pique. Os atacados poresse mal podem ter sérias conseqüências, principalmente por pro­blemas cardíacos. A peste é considerada doença da pobreza rural,corno o tracoma, típica endemia da falta ele higiene.

O Brasil carece de estatísticas, principalmente na área de saú­de, e um exemplo típico do quadro é o desconhecímento exato dagravidade da doença de Chagas. Alguns autores estimam em 4milhões os portadores, enquanto outros éhegam até aos 14 mi­lhões. E, somente num triênio, o Ministélio da Saúde saberáquantos são realmente. Outras pesquisas definirão os númerosde doentes de cada endemia nacional.

A hanseniase, por exemplo, tem registrados 140 mil doente:;,e a cada 24 horas uma nova pessoa é acrescentada na estatística.Isso, o que é conhecido, pois o Ministério da Saúde ac.ha qne, naverdade, temos maís de um milhão de leprosos no país. Doençasestigatizante, o mal de Hansen faz com que seus portadores seafastem dos recursos médicos e das cidades, dificultando sua iden­tificação.

Temos ainda 11 milhões de doentes mentais, fora os que sãoportadores de desvios leves, por isso excluidos das estatistica.s,além dos portadores de toxicomanias, que a classe médica nemsempre considera como problemas psíquicos. A tuberculose nãotem dados definidos, mas o cancer faz anualmente entre 200 a300 mil enfermos. E são 70 mil os nossos cegos, enquanto 3,4 porcento da população brasileira sofre de malária. Acrescente-seainda os mais de 12 milhões de portadorell de esquistossomosc.

Se computarmos os desvios de saúde. teremos um País alta.­mente enfermo embora os sanitaristas r~futem a tese de que oBrasil é ainda hoje um grande hospital. Para eles isso quererIadízer que só possuímos gente doente ou estaríamos admitind.ouma bruta capacidade de atendimento. Ambas as proposições noentender daqueles especialistas, são 'inveridicas."

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4262 Terça-feira 25 DIARIO DO CONGRESSO NACIONAL <Seção I) Maio de 197.

Acresce dizer que o Ministério da Saúde tem uma Superin­tendência de Campanhas de Saúde pública, encarregada de com­batcr c controlar as nossas principais cndemias: meningite, ma­lária, esquistossomose, doença de Chagas, febre amarela, peste,leshimaniose, tilariose, tracoma, bouba, bócio endêmico (falta deiodo na alimentação), hidatiose e brucelose.

Sr. Presidente, enquanto isso, "a Sucam informa que estãorealizando um inquérito para saber a prevalência daquelas doen­ças, mas seu resultado só ficará pronto dentro de três anos. Da­dos atuais informam que a febre amarela urbana esta erradicada,sem qualquer caso registrado no ano passado, enquanto a silves,..tre é controlada por vacinação. Este tipo é transmitida por ani­mais e dá principalmente, na selva.

A peste ainda existe em áreas rurais do Nordeste, tendo re­gistrado alguns casos no Ceará e em Pernambuco, no ano pas­sado. A Sucam diz que ela é residaui em algumas partes do pais,mas deixou de ser um grande problema.

No caso da leshimaniose, a ação da Sumam é feita atravésda busca e tratamento dos doentes, pois sempre ocorre quando hápenetração do homem na mata virgem. É típica doença da Ama­zônia, detentora também do maior percentual de zonas malári­caso Desta região procede toda a malária do restante do Pais. Ahidatidose e a brucelose atinge, esporadicamente a população.

A Sucam está encerrando a coleta de dados sobre o tracomae o bócio, utilizando uma mostra representativa da populaçãoentre o bócio, utilizando uma mostra representativa da popula­ção entre sete e 14 anos. A incidência é a maior no Nordeste eno litoral.

No entender de alguns especialistas em saúde pública, medirsaúde é uma atividade muito complexa, pois se olharmos a médiade consultas dadas pelo INPS anualmente, poderíamos afirmarque pelo menos uma vez cada 12 meses o brasileiro vai ao mé­dico. O que é uma inverdade. O que ocorre é a repeticão de as­sistência à mesma pessoa, como no caso da gestante, para quemdispensam oito atendimentos.

A mortalidade e doença, individualmente também não sãoconsideradas como bons indicadores, embora alguns tipos dedoença sejam os melhores parâmetros e, por isso usados com fre­qüência. Elas são analisadas em função na reação da populacãoe em relação ao meio. Outros fatores exercem influência consi­derável, como o homem-meio (fisico e psicossocial) e suas maz(J­las íntimas. Os especialistas acham que toda estatistica baseadaem mortalidade é ruim; se a população morre acima dos 50 anosdiríamos que a saúde é boa, se o mesmo ocorre com os menore~de um ano, a situação é grave."

Vejamos o nosso exempl,): a cada ano nascem 35 milhões decrianças; destas, cinco mil sofrem do coração exigindo vultosoinvestimento em serviços cardiológicos. E cinco por cento (170 mil)morre de outras doenças, mais de desidratação, que aparece comoa principal causa da mortalidade infantil (crianças menores deum ano).

Para eles pouco adianta curar-se uma criança de desidrata­ção, doença evidenciada pela falta de água tratada, esgoto, higie­ne, saneamento. Ou seja, tratam o enfermo que logo depois volta.ao seu. habitual natural, automaticamente ficando exposto ao con­t:,to dIreto com os agentes do mal. O remédio funciona como palia­tivo, agravado pela carêncIa de alimentação e hábitos nutricionais.

São Paulo, nosso Estado mais desenvolvido, tem no sarampoa primeíra causa de morte entre as crianças de um a quatro anos.E a diarréia, nos menores de um ano. Essa realidade, provavelmen­te, será a do restante do País. E o sarampo pode ser controladopela vacinação, como tantas outras doenças que predominamainda.

Um pré-natal bem feito poderá ser um instrumento ponderá­vel de doenças, e, talvez, da mortalidade infantil. Mas a assistên­cia neste caso é individual e depende da boa vontade da pessoaque deixa de recebê-la, mais pela falta de esclarecimento do qu~por desleixo.

No caso de saúde pública a situação é inversa, são os serviçosque deverão ir às massas, exigindo estruturas dinâmicas e colo­cando o problema mais como social, fazendo com que os sanita­ristas prefiram medir a saúde por problemas globais: mortalida­de, doenças transmissíveis, endêmicas e decorrentes de saneamen­t.o básico. Eles acham que é chegada a hora de se exercer um pla­nejamento familiar, colocando à disposição das poplllaçôes os meiose'e eo~trole da natalidade, evitando assim o nascimento de criançasque nao ;1odem receber trato,nem dos pais e nem do governo, masnão respondem como seria essa mecânica.

Sr, Presidente, o primeiro dever do homem público é a corres­pondência pontual, sincera e calorosa às aspirações e sentimentospopulares.

Dai entender: o que deve inspirar a ação política é exclusiva­men ~c o espírito construtivo, o sentido do bem público.

Por isso, exercito o mandato representativo fiscalizando asfunções do Governo com a mais criteriosa isenção, o que equivaledizer que as críticas oferecidas visam, acima de tudo, a melhorconscientizar as autoridades governamentais sobre os problemasnaeionais.

Tudo isso devidamente considerado, impõe-se-me o dever deregistrar as promessas do Ministro da Saúde com votos de plenoêxito na execução dos programas elaborados em favor 'da saúdepública, de há muito esperando essas medidas oficiais.

Era o que tinha a dizer.O SR. SIQUEIRA CAMPOS (ARENA - GO. Pronuncia o se­

guinte discurso.) - Sr. Presidente, Srs. Deputados, acompanhadodo Prefeito do próspero Município goiano de Pan?-má, Sr. JoãoBatista Vieira e do Deputado Estadual Clarismar Fernandes, fuirecebido esta manhã pelo ilustrc titular do Ministério dos rrrans­portes.

O objetivo de nossa vísita ao eminente Ministro Dyrceu No­gueira, Sr. Presidente, foi reivindicar a implantação de coberturaasfáltica do trecho rodoviário que serve de acesso à sede do Mu­nicípio para os usuários da BR-153.

Panamá, apesar de sua pequena extensão territorial, é dasmais progressístas comunidades da conhecida Micro-Região daVertente do Parnaíba. Ali a agricultura é a atividade econômicapredominante, mas o Município chegou a um~ situação tal quese· não se estruturar, visando oferecer maior assistência e apoioaos seus habitantes, certamente será afetaclo por graves proble­mas. A pavimentação do acesso à BR-153, estrutura de armazena­gem e agência bancária se constituem em suas necessidades maisprementes.

O Prefeito João Batista Vieira tem realizado uma das melho­res administraçôes de todos os tempos, tanto assim que sua popu­larIdade vem crescendo constantemente. No entanto, apesar deseus esforços, não tem obtido. os meios indispensáveis para reali­zar obra administrativa à altura dos anseios da nobre gente pana­maense, Os recursos do Fundo de Participação dos Municípios sãoinsuficientes para os investimentos públicos necessários e a ma­nutenção de serviços devidos. à comunidade. O IeM continua a serentregue com enormes cortes, em razão do distorcido critério deestabelecimento de índice que o Governo Estadual observa. Mes­mo assim, o Prefeito João Batista Vieira realiza operosa adminis­tral~ão e atende às mais prementes necessidades da população.

A bela e aprazível cidade de Panamá está situada a cerca deoito quilômetros da BR-153, ao seu lado direito, fazendo divisa comItulll1biara. Sua produção agricola é grande. predominando o mi­lho, arroz, algodão, soja e feijão. Todavia, a rigor, Panamá é a úni­ca cidade que não dispõe de acesso asfaltado à BR-153.

A forma com que nos recebeu o Ministro Dyrceu Nogueira nosdeu, entretanto, a certeza de que a justa reivindicação de Panamáserá atendida, principalmente pela consideração que aquela co­munidade tem merecido das autoridades federais.

Ao registrar aqui o fato, Sr. Presidente, reitero o apelo feitoao Ministro Dyrceu Nogueira e manifesto novamente a esperançade que Panamá contará com maior atenção do Governo Regionale Federal.

Era o que tinha a dizer, Sr. Presidente.O SR. IGO LOSSO (ARENA - PRo Pronuncia o seguinte dis­

eurilO.) - Sr. Presidente, Srs. Deputados, comemora, hoje, a Cons­tituição da República Federal da Alemanha o seu 27.0 aniversário.O motivo é bastante auspicioso para aquele pais' amigo, que temsido em todos os campos magnífico exemplo de progresso e coope­raçáo para todo o mundo.

Poderíamos aqui l'essaltar os imensos aspectos dos trabalhoscomuns que a Alemanha Ocidental tem desenvolvido conjunta­mente com as mais variadas nações, objetivando o perfeito enten­dimento entre todos quantos estão preocupados com o bem comum.

Assim, está a República Federal da Alemanha em festa, quenão se circunscreve tão-somente ao seu próprio povo, mas tam­bém dela participam todas as nações e povos amigos que propug­nam pelos mesmos ideais e propósitos.

Realmente, Sr. Presidente, Srs. Deputados, merece a data umespecial destaque de nossa parte, como representantes do povobrasileiro e particularmente de um considerável número de des­cendentes de alemães que, residindo no Paraná, ajudaram, e con­tinuam ajudando, como milhares de olltros espalhados por todoesse imenso Brasil, para que este ~ande pais pudesse atingir oinegável destaque e independência que hoje possui no cenáriomundial.

Já de longa data, desde quando eleitos pela primeira vez Depu­tado estadual, em 1962, vimos propngnando incansavelmente paraum melhor e profundo relacionamento Brasil-Alemanha.

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Maio de 1976 DIARIO DO CONGRESSO NACIONAL <Seção I) Terça-feira 25 4:e63

No ano passado: recordamos a data desta tribuna e salienta­mos as inegáveis e históricas relações de amizade entre os doispovos, .ressaltando o importante acordo. firmado pelo PresidenteErnesto Geisel, entre o Brasil e a República Federal da Alemanha,para o desenvolvimento da tecnologia nuclear. Dissemos da im"'portância deste passo para o povo brasileiro, que carecia urgente­mente equacionar a matéria, para poder o Pais de.senvolver-se uni-formemente. .

Hoje, podemos ver com satisfação que neste cámpo o Brasil,altaneiramente, recebe os recursos técnicos, representados,pelo adi­antado know-how alemão, e instala os seus oito reatores nuclea­res técnicos Biblis.

Ressalte-se que 'tal convênio não tem outros objetivos senão ospaCÍficos. Através dele, o Brasil estará - atualizado no importantecampo da tecnologia para o enriquecimento de urânio, obtendoa preciosa energia nuclear, já usada por diversas nações do globo.Segundo estimativas, até 1980 vinte e oito palses terão cerca dequatrocentos reatores térmicos instalados e em franca produção deenergia. Até lá, ainda, novos progressos neste importante campohaverão de se verificar e serão transferidos também para o Brasil,que, à medida que o tempo passa, vai organizando sua própria in­:fra-estrutura setorial.

Não poderíamos, sem sombra de dúvidas, permanecer estáticos,principalmente tendo em vista a possibilidade de um maior agra::vamento da situação petrolífera.

Assim, embora procurando as suas próprias fontes e delas nãodescuidando, o Brasil precisava se integrar a tais processos tecno­lógicos. Graças à visão e coragem do Presidente Ernesto Geisel,que encontrou nas autoridades da República Federal da Alemanhaa disposição de que necessitava, ambos os paises hoje se irmanamna satisfação de seus interesses comuns e na manutenção de. umalinha atualizadi?- de estudos e pesquisas.

Mas, Sr. Presidente, Srs. Deputados, não é só neste campo quetemos mantido íntima telação como povos. O próprio sistema po­lítico e legal alemão tem-nos fornecidó valiosos subsidias: o siste­ma político lá adotado, pelo seu verdadeiro sentido democrático,com ordem e respeito, sem badernas ou anarquias.

A valiosa experiência constitucional tem sido observada e ana­lisada com aproveitamento de bons resultados.

A Carta Magna da República Federal da Alemanha, que hojese aniversaria, é modelar; também o Código Civil que ora tramitanesta Casa, de cuja Comissão exercemos a Vice-Presidência, en­contra excelentes elementos no Direito Alemão.

Iríamos lon,ge, comentando nossa profunda identidade nestecampo. '

Mas, prosseguimos.

No campo cultural, nosso estreitamento com a Alemanha Fe­deral é claro e evidente. O Acordo Cultural assinado' entre Brasile Alemanha, em Bonn, em 9 de junho de 1969, estâ em pleno vigor,Em decorrência dele, ainda recentemente, no mês de março, a Uni­versidade Federal do Paraná, através de seu digno Reitor, Profes­flor Theadócio Jorge Athermo, renovou importante convênio coma Universidade de Freiburg, representada pelo seu Reitor, Profes­sor H. Eugler, e o Prof. H. W. Zottl, da Faculdade de Ciências Flo­restais daquela cidade alemã, tendo o acontecimento contado tam­bém com as presenças ilustres do Ministro Heinz Lewalter e doCônsul-Geral Manfred mrmelin.

Através deste convênio, cerca de quatro milhões de marcos ale­mães, isto é, cerca de 17 milhões de cruzeiros, estão sendo empre­gados no Paraná, com o objetivo de cooperação técnica e científicadurante os 'próximos cinco anos, além do intercâmbio de técnicosl!m Engenharia Florestal, brasileiros que estagiarão na Alemanhae técnicos alem.ães que virão ao Brasil.

Que poderíamos di7.er hoje da grande quantidade de instru­mentos e aparelhagens doados pelo Governo alemão para estudoscientíficos, como o Laboratório de Sangue ao Hospital de Clínicas,à época em que era Cônsul-Geral o Dl'. Roland Zimermann, mere­cidamente agraciado com o titulo de Cidadão Honorário doPara~

ná, por este e outros tantos serviços prestados ao nosso Estado; dosaparelhos de Raio-X doados aos Hospitais Evangélicos de Curitibae Londrina, a que de público agradecemos da tribuna da Assem­bléia Legislativa do Paraná; do recente laboratório eletrônico delínguas, doado iJ. Faculdade de Filosofia Ciências e Letras da Uni­versidade do Paraná, para o ensino da Ungua.alemã, sob a respon­sabilidade do eminente mestre Dl'. Reinaldo Bosmam; enfim, tan­tas outras gentilezas do Goyerno da Repiíblica Federal da Alema-nha. ~

Muito poderíamos falar do comércio, das indústriás e grandescapitais alemães que para cá vieram e se desenvolveram, soman­do-se ao nosso crescimento. Das cidades do Paraná, como Curitiba,Rolándia, Marechal Cândido Rondon, Toledo, Nova Santa Rosa eoutras; as cooperativas, como a Agrária de Entre-Rios, em Quara­puava, e Witmarsum, em-Palmeira.

Em tudo o que o Governo alemão colaborou, ou seus desc€'n­dentes no Brasil vêm realizando, sempre Ele verificou um espiritode seriedade e respeito mútuos.

Esta a razão pela qual os dois povos vivem 'em paz e trabalho,e propugnam pela solução de seus magnos problemas.

Desejamos, sinceramente, que este' magnifico relacionamentoprossiga, sempre crescente.

Ao encerrarmos este nosso pronuncialUento, nas pessoas doEmbaixador da República Federal da Alemanha no Brasil, Dr.Horst Rõding, e do Cônsul-Geral no Paraná, Dr. Manfred Bil'melin,prestamos as nossas homenagens ao Pais amigo e ao seu dinâmicopovo, por ocasião do 27.0 aniversário de sua Constituição Feder:a.l.

Era o que tínhamos a dizer.O SR. LUIZ BRAZ (ARENA - RJ. Pronlllncia o seguinte discur­

so.) - Sr. Presidente, Srs. Deputados, nas minhas andanças políti­cas, a que me dedico quase todas as semanas, visitando amigos inte­rioranos para inteirar-me de suas reivindicfLções e levá-las às auto­ridades executivas que podem, ou deviam poder atendê-las, mantlveum diálogo curioso, que vou buscar resumir neste pequenQ pronuln­ciamento, para cujo contexto chama a atenção especifica do hon­rado Ministro da Fazenda e das autoridades monetárias.

Pequeno comerciante de cidade modesta, indagou-me o pa­trício;

- Deputado - porque a moeda metálica apresenta divisôescorretas e as notas de cruzeiro têm divisão errada?!

Fiz cara de espanto e não respondi, pois, na verdade, esta. éuma questão que. jamais formulei a mim mesmo, nem me pareceununca que tal erro pudesse existir.

Ante o meu silêncio - revelador do meu desconhecimento -- omeu interlocutor prosseguiu, dizendo o que aqui vai em sintese.

Dinheiro - em papel ou em metal -- custa dinheiro. Paraimprimir papel-moeda ou para cunhar dinheiro metálico o Governogasta dinheiro, Daí por que eu não compreendo o abandono lógicodas soluções matemáticas corretas - que foram as adotadas noImpério e na República - e que agora foram abandonadas, comenormes prejuízos para os cofres nacionais e com visíveis e inúteistrabalhos para todos quantos lidam com dinheiro, ou seja, o povoem geral. E o erro é tanto maior quanto a verdade é que o Brasilpoderia ter o mesmo dinheiro circulante - em cédulas de cruzeiros

consumindo apenas metade do material que hoje conoome.Neste ponto, chocado com a frase, interrompi;- Mas ... a mesma quantidade quanto ao valor, com apenas

metade do número de cédulas?! Custo a crer ... !! !E o meu velho compatrício, com aquele sorriso com que os

velhos ironizam a ignorância dos moços, prosseguiu, tranqüilo::- Raciocine comigo. Quem pagar 10 cruzeiros com uma nota

de cinqüenta receberá, no minimo, quatro notas de 10; quem pagar100 cruzeiros com uma nota de 500 - terá, como troco, no minimoquatro notas de 100; quem tíver de pagar cinco mil cruzeiros sópode fazê-lo com dez notas de 500. E quem pagar 10 cruzeiros comuma nota de 100 terá de volta, no minimo, cinco notas: uma de 50e quatro de 10. 8eja qual for a operação, em ternios normais, semprese consome o dobro de- cédulas que se utUizava outrora. E ii3toporque, insisto, só se fez a divisão correta na moeda metáli,ca,desprezando-se a lógica e a razão, no que se refere ao papel-moeda.

Não atinei, confesso, com a solução. Meu olhar de dúvidalevou meu velho amigo a continuar:'

_ Preste atenção! Nas moedas de centavo existem os valores 2,20 e 100 centavos, que permitem o troco jm;to com o uso do menornúmero possível de moedas. Mas, no dinheiro-papel, não existemmais, como antigamente, os valores 20, 20p e 1. 000. E. bastaria queo Governo lançasse as notas de 20, 200 e 1.000 cruzeiros para' quetodos os trocos se fizessem com menor manuseio de cédulas e paraque, conseqüentemente, com meta?e d? papel-moeda hoje exjst~ntese obtivesse o mesmo valor que a1 esta. Qw~m pagasse 10 cruzell:OScom uma nota de 50, só receberia duas de troco; quem pagasse100 cruzeiros com uma nota de 500 cruzeiros, só receberia duas detroco· quem pagasse cinco mil cruzeiros com notas de mil cru7.ei­ros, sÓ usaria 5 notas, Em todos os casos - e sempre sem exceção ­só se utilizaria apenas metade do volume de células que hoje emdia se usa.

Sr. Presidente, 81'S. Deputados - num :E'ais que precisa econo­mizar onde e como seja possível - todas as contribuições sãoválidas. Por 13S0, como dever do meu mandato, ofereço ao matemá­tico e Ministro Mário Símonsen esta contribuição de um experi­mentado brasileiro do nossa imenso interior.

O SR. INOCÊNCIO OLIVEIRA (ARENA - PE. Pronuncia o se­guinte discurso.) _ Sr. Presidente, Srs. Deputados, reconhecemoso grandê trabalho que vem realizando, à frente do DASP, o CoronelDarcy Duarte de Siqueira.

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62M Terça-feira U DIARIO DO CONGRESSO NACIONAL (8eçãe J)

o Departamento Administrativo do Pessoal Civil goza atual­mente de excelente conceito, não somente entre o funcionalismopúblico, mas também entre todas as camadas da população.

A contratação de pessoal por concurso para todos os órgãospúblicos merece nosso mais vivo aplauso, por 'se tratar de medidamoralizadora que vem ao encontro de velha aspiração popular e doprograma do Governo revoluciOnário.

O plano de reclassificação do funcionalismo já atinge quasetodos os Ministérios, realizando sonho antigo de milhares deservidores.

Ainda recentemente, o DASP distribuiu normas para o reajus­te dos aposentados, o que será concretizado dentro em breve.

No entanto, existe um grande contingente dc funcionários emdisponibilidade, sobretudo do antigo DCT - Departamento deCorreios e Telégrafos - que não optaram pela CLT na atual Em­presa Brasileira dc Correi<Js e Telégrafos e cuja situação aindapermanece indefinida.

Há poucos dias, os órgãos de divulgação do Pais noticiaram queo DASP proporcionaria nova oportunidade a esses funcionários deoptarem pelo regime trabalhista. Os que não o fizerem seriamaposentados proporcionalmente ao tempo de serviço.

Acreditamos que os funcionários em disponibilidade. para to­marem uma decisão mais consciente. deverão ter sua reclassifícacãofuncional realizada. .

Solicitamos ao Coronel Darcy Duarte de Siqueira, Diretor-Geraldo DASP, seja efetiyado o mais breve possivel a reclassificação dofuncionalismo em disponibilidade, principalmente do remaneB­cente do antigo DCT.

Assim agindo, estará S. s.a fazendo justiça e proporcionandomelhores condiçóes de decisão a grande número de servidores pú­blicos, os quais, uma vez definida sua situação funcio):lal e econô­mica, poderão melhor decidir quanto à atitude a tomar na defesados sous direitos, sem esquecer os altos interesses do Pais.

O SR. HILDÉRICO OLIVEIRA (MDB - BA. Pronuncia o se­guinte discurso.) - Sr. Presidente, a população da pacata cidadede Alagoinhas, na Bahia, está surpresa e revoltada com uma notí­cia que lá surgiu no meio da semana passada. Tal noticia refere-seà não inclusão do Clube Atlético de Alagoinhas no próximo Cam­peonato Brasileiro de Futebol. como 3.° clube baiano no referidocamp~nato, colocando-sc, em Seu lugar, o Fluminense, da cidadede Feira de Santana,

A principio não nos insurgimos. contra'apossivel presença dosimpático clube feirense no Campeonato Brasileiro. Entretantodo ponto de vista lógico, o clube baiano que tem o real direito d~disputar tal campeonato, como terceira força do futebol baianoé, iniludivelmentc, o Atlético, pelos motivos óbvios que, a seguir:destacaremos:

a) Alagoinhas possui a melhor praça desportiva do interior doEstado da Bahia;

b) o Atlético lidera a média de arrecadação no interior;c) o Atlético te:m condições de garantir a qualquer clube de

fora do Estado, na disputa de um campeonato, cota liquida de, nomínimo, Cr$ 40.000,00 (quarenta mil cruzeiros);

d) n?s. últimos cinco anos, o Atlético vem obtendo posiçõesdcstacadlsslmas no campeonato baiano de futebol, sempre chegan­do às fases decisivas daquele campeonato;

e) sua capacidade técnica, como também financeira são in­contestáveis;

f) o empenho da atual diretoria atleticana em dar melhorestrutura ao clube, como a construção de uma sede de campopara seus associados, além de quadras de vôlei, basquete, futebol desalão, piscinas e, ainda, campo de treinamento para o clube, deveser levado em consideração. Tudo isso evidencia, naturalmente, aampliação patrimonial do Atlético.

Alagoinhas possui o Estádio António Carneiro, o "Carneirão",cuja capacidade é de trinta e CiMO mil pessoas; é um dos melhorese mai.~ modernos da Bahia; tem todas as acomodações referentes auma boa praÇa desportiva. Sua iluminação, que é boa, está sendo,no momento, ampliada.

Alegam os que se ,contrapõem à inclusão do Atlético no Cam­peonato Brasileiro que, em Alagoinhas, não existem acomodaçõespara as delegações que lá cheguem. Em contrapartida, porém,dizemos que bem perto da cidade de Alagoinhas, a 60 km de dis­tância, localiza-se o balneário Dias }3'ÁviJa, que, inclusive, tem sidolocal de concentração de alguns clubes da Capital baiana, emboratais clubes tenham acomodações próprias em Salvador. Ressalte-se.por outro lado, que, há poucos anos, o Esporte Clube Bahia disputouo próprio Campeonato Brasileiro de Futebol em Aracaju. Esse argu­mento joga ppr terra as alegações de que a cidade de Alagoinhasnão tem possibilidades de hospedar delegações. Argumente-se,

ainda, que Alagoinhas tem real infra-estrutura para suportar pro­moção de tamanho porte, uma vez que, em meados do próximo ano,já se encontrará em funcionamento o Parque Desportivo, eomcapacidade para trezentos apartamentos.

Não obstante tais argumentos, não se poderá cont.estar o se­guinte e triste fato: se, nesse ano de 1976, houver um terceiroclube baiano a disputar o Campeonato Brasileiro de Futebol e nãofor o Atlético de Alagoinhas, os dirigentes do futebol baiano e daCBD estarão cometendo a maior injustiça da história do futebolda Bahia. Por que a tentativa de se exeluir o Atlético do Campeo­nato Brasileiro, colocando-se, em seu lugar, o Fluminense de Feirade Santana? Dizem que tudo iSS{) se relaciona com um problemapolítico fácil de ser explicado: a cidade de Feira de Santana é asegunda cidade mais importante do Estado da Bahia. O MovimentoDemocrático Brasileiro, por sua vez, detém a Prefeitura daqueleMunieípio. Os poIítleos situacionistas tudo fazem, no momento,para Isanhar as próximas eleições. Dizem até que a última e recenteviagem Presidencial àquela cidade prendeu-se à tentativa de ln­fluir,politicamente, numa possível vitória, embora remota, daARENA, em Feira de Santana. O último pronunciamento, inclusive,do Governador do Estado da Bahia, em Feíra, num flagrante des­respeito à legislação eleitoral, evidencia a idéia fixa da ARENAde ganhar as eleições naquele municipio.

Se a CBD incluir o clube feirense no Campeonato Brasileiroadotará, visivelmente, um critério eminentemente político, nãorecomendável, além de ser totalmente injus.to para com a agre­miaçáo alagoinhense.

Futebol é esporte popular. Destarte, como os políticos 1!e elegemcom o voto popular, queremos, neste pronunciamento, deixar bemclaro, desta tribuna, que envidaremos todos os esforços para evitaresse desrespeito absurdo para com a população de Alagoinhas. Seneces:3ário for, iremos às portas da Federação Baiana de Futeb<JI,à CRO, ao Ministério da Edu.cação e Cultura, a fim de dialogarcom seus dirigentes, com o Ministro, no sentido de que prevaleça,na escolha do terceiro represent.ante do futebol baiano, o bomsenso, a lógica. Ao prevalecer, realmente, a razão, o Atlético de Ala­goinhas será o escolhido.

Finalmente, aproveitando-nos da oportunidade, dizemos quea Bahia já deveria ter o seu terceiro representante disputando (]Campeonato Brasileiro; logicamente, o Atlético já o deveria estardisputando. Quanto ao mais, esperamos que os dirigentes do fute­bol brasileiro se conscientizem do que expusemos neste pronuIlcia­menu) e evitem a revolta da comunidade alagoinhense, fazendoingressar o glorioso Atlético no Campeonato Brasileiro, e náo lheestarào fazendo nenhum favor.

Era o que desejávamos dizer.O SR. MARCONDES GADELHA (MDB - PR. Pronuncia o se­

gllint,· discurso.) - Sr. Presidente, 81'S. Deputados, a morte deAlcides Carneiro, numa época em que a palavra sofre tantas ~bs­

truções e a livre manifestação do pensamento recebe entraves detoda natureza, representa mais uma rude provação para nós to­dos, Além do que, é possivel enxergar também uma ponta de iro­nia do destino, ou quem sabe algum lampejo da misericórdia divina.

Com efeito, Sr. Presidente, a palavra era o instrumental maisptecklso de Alcides Carneiro, Mais que isso; era o fio que o amar­rava à vida. Poucos mortais tcrão valorizado tanto este. dom ex­traordinário, poucos ter-Ihe-ào emprestado significado tão exis­tencial e bem poucos ainda o terão usado com tamanha habilidade,maestria e grandeza, como o fez este paraibano ilustre de. PrincesaIsabell, em favor do seu apuro espiritual e em proveito dos seussemelhantes.

Quando Alcides falava, o discurso fluia natural, escorrei to,sentido, pessoal, como fosse a própria alma se desenrolando aospouquinhos; se expondo em relances; se doando em modulações;se transferindo paulatinamente para as circunstâncias.

Por vezes, quando a arca do peito estava repleta, fazia saltaras mais finas artesanias - ouro velho dos pendentes; prata, es­tanho, terracota e árduos lavares de passamanaria. Por vezes sedesatava tempestuoso e falava a imprecisa linguagem da torrente,ou era mar encapelado e rumor de coisas bravias; por vezes enfim,se alçava em võo serenamente e era asa de Condor - palma aéreaveleja,ndo - e se sustinha assim, por algum tempo, sua elocucãoretilínea, quando então surpreendia com uma derradeira voluta,antes de pousar no coração do povo, Para ficar.

Mas não era a forma, com certeza, sua maior preocupaçã.o.Não, não era o garbo do seu verbo mais que um acessório; umdispositivo, para torná-lo mais operacional. Na verdade. manusea­va a palavra com extrema responsabilidade, consciente da sua.força.

Usava-a para distribuir justiça; usava-a para veicular um pen­samento entranhadamente democrático; uma crença inabalável nodireito e nos valores do espíríto; um respeito quase sagrado pelapessoa humana; uma tolerância imensa para com a opinião alheia.

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Maio .te 19'16 DIAB.lODO OONGRESSO NACIONAL <Seção I) Terça-feira 25 4265

Porque Alcides era, em essência. um liberal que realmenteacreditava e praticava todas as grandes virtudes do liberalismo;que elltendia a Oonstituição como a ata de um pacto social quetinha de ser celebrado e em seguida respeitado; que acreditavana falibilidade l:Íumalla, à qual nem os soberanos estão imunes,donde as decisões preeisam ser tomadas pelo método cansen.':lual;que acreditava em todos os mecanismos formadores do consenso-e legitimadOl:es do Poder - eleições diretas, voto universal e se­creto, sistema de representação popular, liberdade de impren.':la ede associaçã.o; que acreditava na igualdade de direitos na comuni­dade moral; que aceitava as diversidades, as dessemelhanças, aheGerogeneidade, a composição plural da sociedade, que incentivavaa participação, a polêmica, o debate, i:> diálogo, a critica, certo deque nem todOB estão obrigados a rezar pela mesma cartilha e que,acima de tudo, a transparência da verdade - a faculdade de ser elaapreendida pelos governadas; a possibilidade de ser partilhada; apermeabilidade de seus recessos ma1.':l profundos ao cidadão - é abase mesmo,. a essência, a razão, o principio e o meio de umgoverno saudável ,e democrático, por contraposição áo autoritar1.':l-mo, onde o ,sobera'no é o dono, por exclusividade, .

Sr. Presidente, Srs. Peputados - Alcides O'J.rniero estava sea]Dosentando. A Nação toda, como. que esperava. um pronuncia­mento seu, algo quc fosse como um comllte rendu da vida in­t~:ira e uma prospecção do nosso futuro. Algo que, extraido de suasmúltiplas vivências, como magiBtrado, como político, como cientis­ta social, como·escrit().r, como o.bservador agudo e perspicaz, comocultura' abrangente e globalizante,' pudesse ser guardado pela..~ no.­vas geraçóes como um legado, um talismã, esfregado na mão viesse.a iridescer; e projetasse, vel'l por outra, um facho de luz sobreo ambiente penumbroso em que nos movimentamos.

Entretanto Sr. Presidente, nestes ásperos tempos que se notauma inversão completa de valores; em que o av(".S8O é o direitoe o direito chega a ser um protesto, quando não. uma ofensa, quempode se garantir como, quando e onde vai fala~'?

E assim, Sr. Presidente, encontra~uos um certo conforto, pen~

sando que :Deus escreve certo por linhas tortas;Pois, um homem como ele não podia silenciar; não saberia

'Viv'er em silêncio. Um homem cama ele, coma respon.qabiUdade ea honestidade intelectual que possuía, tampouco saberia falar paranào dizer. Não saberia trair os seus pressupostos; não poderiapf~rder a fidelidade aos seus prinéipios scndo G{)mo era fundameu­ta.lmente um homem de palavra.

O SR. CtLIO .MARQUES FERNANDES (ARENA - RS. Pro­m~llci.a o seguinte discurso.) - Sr. Presidente, Srs. Deputados,honrado com o convite do Sr. Presidente Geisel, viajamos na -comi­tiva presidencial, ;J.companhando S. Ex.'1, na' visita que fez ao RioGrande do Sul, nos dias 21 e 22 do corrente mês.

S. Ex." inaugurou na cidade de Gramado a V Feh"a Nacionaldo Artesanato; em Porto Alegre, instalou o n OongressD Estadualde Vereadore.s Arenistas do Rio Grande do Sul e, em Oachoeira doSul, abriu a IV Feira Nacional de Arroz, além de ter assinado, naCapital gaúcha, o Programa da Re!,l'ião Metropolitana de PortoAlegre.

Da comitiva presidencial faziam parte também: Sra. LucyMarkus Geisel e Srta~ Amálía Lucy Geisel; Ministro Arnaldo daCOilta Prieto; Ministro Chefe do Gabinete Militar, Gen. Hugo deAndrade Abreu; Ministro Jorge carlos Ribeiro; Oel. Wilberto LuizLIma; Oel. José Maria. de Toledo Camargo e.Cel. Alberto dos SantosLima Fazardo, do Gablnete Militar, e outros ilustre;s, militares.

Em Porto .Alegre, li. Oomitiva Presidencial foi cumprimentadap!do Sr. Governador Sinval Guazzelli e esposa; Cmt. do UI Exér­cito e Senhora; Vice-Governador Amaral de Souza e 'esposa; eOpmandante do V Comar e Senhora:

Em Gramado, o Sr. Presidente foi recepcionado pelo PrefeitoMUllicipal Sr. Waldemar Frederico Weber e eSposa, Sra. HeldiWeber; Sr, Pedro Henrique Bertolucci, Presidente da Câmarad!~ Vereadores, e esposa, S~'a. Susana Bertolucci; Dl'. Luiz ArmandoB .. Souza Leal, Juil'l de Direito, e esposa, Sra. Maria Oecília SouzaLeal; e Jaime Schaumloffel, Presidente da C<Jmissão Coordenadorae Vice-Prefeito.

Em Cachoeira. do Sul, o Sr. Presidente Geisel e comitiva fo­l'a.m recebidos. pelos 81'S. Pedro. Germano, Prefeito Municipal; Dl'.Joáo da Silv.a Silveira, Juiz de Direito; Vicente Ga:z:zaneo, Presi­dente daCâmàra Municipal; Cyro Guedes Etchegoyen, arot. daGuarnição Federal; João ~Oarlos Rotta, CmL. do UrB.E. Comb.; eArlnando Fialho Fagundes•. Presidente da IV FENARROZ, todosacompanhados. das excc1entissimas esposas.

Em Porto Alegre, no' li C<Jngresso Estadual de Vereadores, oSr.. Presidente Geisel foi saudado pelos Srs. Vereador José Karini,Pl:esidente da União dos Vereadores do Rio Grande do Sul, Gover­Illl.dol· Sinval Guazzelli, Senador Tarso Dutra e Deputado EstadualHugo Mardini, Líder da Bàncada.

A abertura solene do TI Congresso de Vereadores foi verdadeira.apoteose em homenagem ao Presidente Geisel, que goza no Estadogaúcho de um prestigio político como poucos homens públicos játiveram.

E todos os lugares por onde passou eram dignos de ser obser·vados os aplaUMls do povo de todas as camadas sociais, que nfuJlregateavam palmas e abanos, agitando lenços e bandeiras.

Em seu discurro de improv.ÍSO, o Sr. Presidente Geisel declarouLque "o Governo quer uma democracia que corresponda ao estágioque vivemos", salientando "difícil trabalho de cuidar desse BrasiJl

. tã.o grande". Destacando também que o Brasil já desponta entreas maiores nações do mundo, graças ao trabalho de .seu povo. e daEipotencialidades do País", pedindo ainda o apoio do povo brasileirclao Governo "porque desta forma, sem dúvida, estão ajudandopara que todos nós façamos um Brasil de amanhã multo melhordo que este de hoje".

Num dos discursos que pmnunciou o Presidente Geisel, des-·tacando a importância das eleições de novembro, destacou "temos

.que combal>cr o MDB com armas legais e leais."

De todos os discursos pronunciados, o mais sentimental, quechegou. a cnmover o Presidente, quando disse... "reencontro com.a terra onde Vossa Excelência nasceu, reali'.wu sua formação hu-·mana e ganhou asas oondoeiras para voar triunfante sobre oscéus da Pátria", foi o' do Senador TarllU Dutra, PresIdente do Di-·~'etório Estadual da ARENA do Rio Grande do Sul.

Sr. Presidente, Srs. Deputados, se a AUENA gaúcha conse-·guiu transmitir ao povo do Uio Grande do Sul o entusiasmo e a.confiança muito grande que todos temos de que o Presidente Er-·nesto Geisel, à frente do Governo Federal, realiza o que pode"dentro dos recursos que temOB e com os olhos voltados sempre,pa~'a o homem, a crIatura humana, o nosso irmão, o nosso partidopoderá melhorar de posição e oolher a vitórill. que todos nós espe­ramos nas eleIções municIpais do corrente ano.

É digno de destaque e realce o diálogo que o Presidente Geiselmanteve com os Srs. Vereadores da ARENA, Deputados e integran­tes do partido, e a atenção toda especial que deu aos jovens e·mulheres presentes.

Parabéns, Sr. Presidente da RepÜblica, pela sua atuação à.frente dos destinos do Bras.il e ao declarar que o Governo seapóia na ARENA, nas Forças Armadas e no povo. ,

O SR. ARY KFFURI (ARENA - PRo Pronuncia o seguintediscurso.) --;- Sr. Presidente, Srs. Deputados, o momento é de oti­mismo, pois existem boas perspectivas para a soja e o milho. De­vido a escassez da safra norte-americana a nossa soja deveráproduzir uma receíta de 2 bilhões de dólares. Já o mUho é capaz:de render cerca de 1. bilhão de dólares de exportaçáo. A Reso~

lução n.o 354, criou estímulos ainda maiores para o exportadorbrasileiro, ajudando de modo singular o desempenho da economianacional no decorrer de 1976. A sorte é que presentemente a nossaopção está entre maior progJ:esSoO e menor progresso. Mns nuncn deretrocesso. Ademais, a experiência histórica revela que os está­gios de prosperidade mais rápida se altemam com estágios deprosperidade mais lenta. A taxa do crescimento nacional duranteo ano findo foi lograda concomitantemente com uma redução nosíndices inflacionários, que diminuíram de 34,7% para 29,9%. En­trementes, não há perigo à vista, e logo passaremos a usufruir denovas conquistas sociais.

Estamos longe das greves e' dos atentados. Empreendemos umabem sucedida arrancada para o alto e para a frente. Em 1964. onossb Produto Interno Bruto era aproximadamente de 20 bilhõesde dólares. Atualmente, ultrapassamos a sirra de 80 bilhóes de

. dólares, e atingiremoS a quantia de 125 bilhões de dólares RGé o.!'lnal da década. Além disso, nosso volume de expol'taç6es totali­zará a soma prevista de 20 bilhões de dólares, ao chegarmos ·.a1979. A próspera frota mercante nacional abrange 5milhóes detoneladas. No entanto, teremos mais de 9 milhões, em fins de1979. E não é só isso: hojes eXportamos navios - made in Braúl- a vários países estrangeiros. Há 12 anos atrás, a produçáú deaço mal chegava aos 3 milhões de 'ume1adas anuais. Hoje, estamosmarchando para atingir 10 milhões de toneladas por ano! Os nos­sos portos passam por um periodo de ampliação c modernizacão.Cresce o número' dos corredores de exportação, e já somos o oitavomaior mercado interno, em todo o universo.

O trigo atualmente é um cereal estratégico e os incentivos doGoverno federal não deixam a mínima dúvida a respeito: subsidiode 40% nos preços dos fertilizantes; programa de seguro de finan­ciamento, cobrindo 80%. das perdas causada); por fntores atmos­férico.s, pragas, etc. Além disso, a concessão de um empréstimoigual a Cr$ 200,00 por hectare plantado na safra anterior, e aprorrogação das dividas contraidas durante o ano passado foramrecebidas com satisfação pelos lavradores do País. O Govemo fe­deral estipulou o preço de Cr$ 127,80 por saca de 60 quilos para.

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o corrente ano. Assim sendo, os produtores estão decididos a au­mentar substancialmente a área plantada, com outras regiões doBrasil passando a produzir o importante cereal.

Desta feita, porém, nova.~ variedades de sementes tornarãopossível que doravante os riscos sejam mínimos e as futuras safrassejam de fartura. Ora, o Pais possui todas as condições necessáriaspara tornar-se autosuficiente, conseguindo a produção almejadade 4,8 milhões de toneladas indispensáveis ao consumo interno.Ademais,' o empenho do Governo federal visa a elevar a área deplantio de 1: 700 mil hectares para 20.000 mil hectares em todo oterritório nacional. O combate pelo trigo é coisa para valer, poisa.ssume o segundo lugar na.s importações do Pais, depois do petró­leo. O Brasil passará, até o final de 1979, de importador a expor­tador do cereal, mediante a inclusão à produção nacional de maisde 5 milhões de hectares presentemente inaproveitados. Pesquisasrecentement.e realizadas na região de cerrado registraram índicesdos mais positivos quanto à rentabilidade das lavouras: 1,8 milquilos por hectare. aproximadamente o dobro da média nacional.Entrementes, é bem viável a consecução de duas colheitas por ano,feito inédito até agora em matéria de cultura de trigo no Pais.

Durante este ano a safra deverá ser de 5 milhões de toneladas,ou seja, o suficiente para abastecer plenamente as necessidadesinternas do Pais, além de registrar uma sensível economia decerca de 300 milhões de dólares. Todavia. no decorrer dos próximostrês anos a situação será bem diferente. Com a aplicação de tec­nologia das mais avançadas, a produtividade do nosso trigo su­birá para 3 mil quilos por hectare. Logo chegaremos lá, com pa­ciência e fé elevada nos destinos do Brasil. O renhido combatetravado pelo trigo em nosso Pais é uma questão de vida ou demorte. O Rio Grande do Sul espera aumentar a sua área em60%. Além do Paraná, onde a.~ possibilidades são ótima.~, esp0ra­se que o trigo obtenha êxito absoluto no Sul de Mato Grosso, noVale do São Francisco e também nM regiões dé cerrados. E não háo que temer, pois as medidas protecionistas do Governo federalgarantem plena vitória em mais uma luta pelo nosSú desenvol­vÍlnento.

O SR. PEDRO LAURO (MDB -PRo Pronuncia o seguintediscursu.) - Sr. Presidente, Srs. Deputados, no dia 8 de abril de1976, apresentei Projeto de Lei, que traz o número 2.031, obrigandOa colocação de etiquetas indicando os preços das ferramentas einstrumentos cirúrgicos, e dá outras prov'idênciM.

No atual estágio de desenvolVImento de nosso' País, multipli­cam-se as atividades industriais e mercantis, dado.o aumento ex­traordinário do nosso consumo. O consumidor, no entanto, porinjustificável inércia do Poder Público, ainda se encontra total­mente desarmado para defesa de seus direitos e interesses, eis queinexistem organismos especificos para tal fim.

Dessa forma, os estabelecimentos comerciais cobram os maisdispares preços por um mesmo produto, fraudando os interessesdo consumidor, Que freqüentemente se vê explorado por comer­ciantes 'inescrupulosos.

A esse respeito, cumpre assinalar que as lojas especializadaseXigem os mais variados preços pelas ferramentas em geral cpelos inst.rumentos cirúrgicos. prejudicando os consumidores, nocaso, profissionais que têm absoluta necessidade desses produtos.Assim. com o obj etivo de uniformizar os preços desses produtosem todo o território nacional, impõe-se a adocão da medida orapreconizada, no sentido de que as respectivas -embalagens conte­nham os preços de fabricação e de venda ao consumidor.

Com essa providência, o consumidor terá assegurado o direitode pagar pelos referidos produtos o preço efetivo e justo, deixandode ser explorado pelos estabelecimentos comerciais pouco idôneos.

Por outro lado, a fim de dotar a medida da indispensável efi­cácia, estabelece o projeto que serão aplicadas penalidades aosinfratores.

O SR. OSVALDO BUSKEI (MDB - PRo Pronuncia o seguintediscurso.) - Sr. Presidente, Srs. Deputados, comemora-se a 25 docorrent.e o Dia do Trabalhador Rural. .

"-Louvável destacarmos a efeméride pois o homem de nosso

campo, além de exercer preponderante papel no desenvolvimentopátrio, é envolvido por dificuldades para desenvolver suas ativida­des. E hoje, ao prestarmos esta modesta homenagem, o fazemoscom duplo sentido: a lembrança da data e a advertência para seencontrar meios que visem suavizar os problemas que envolvem aclasse.

Com efeito, o que se tem vi~to é a indústria e os grandescentros urbanos polarizando as atenções de nossos governantes.O meio rural é esquecido e relegado a um plano secundário.

Não são poucas M vozes que se levantam alertando nossasautoridades para um sem-número de problemas que atingem otrabaihador rural mas, o que vemos, é a inércia administrativae o descaso pelo clamor de UUla classe sofrida.

Enquanto se preocupam com serviços públicos, poluição, pro­blemas urbanísticos, campos de futebol, estabilização, desestati­zação, multinacionais, corrupção, subversão c tantos outros as­suntos pertinentes ao alto meio empresarial e administrativo,esquecem-se de que o sustento do dia-a-dia depcndc do trabalhodo homem do campo, marginalizado socíalmente, sujeito ao subem­prego constante. como é o caso dos "bóias frias", denunciado pelaimprensa.

Não nos é permitido permanecer indiferentes diante de tama­nha eqüidistância com que tratam o trabalhador rural. Se é ne­ces.sário alertar, o fazemos no bom sentido, para precaver-nos deum futuro sombrio e desalentador.

A própria legislação trabalhista, que ampara a classe, é falhae carente de instrumentos que possam fiscalizar o seu cumpri­mento. Sua inadequação oCMionou o aumento dos "bóias frias".Os fazendeíros, de maneira gerál, evitam contratar trabalhadorespermanentes, dando preferência ao trabalho volante. Como con­seqüência, tem aumentado o número de favela.s nas imediações dascidades.

Se não bastasse o exposto, o Estatuto do Trabalhador Rural,ao caracterizar empregado rural aquele que mantém vínculo em­pre'gaticio com o patrãq, deixou-os em situação de ilegalidade: elesnão são sindicalizados, não têm aposentadoria, assistência mé­dica, enfim, náo têm direitos perante a Lei.

Não param aí os desmandos do malfadado Estatuto. A proi­bição de trabalho do menores de 12 anos prejudica a renda doempregado, cujos filhos sempre tiveram ocupações caracteristica.~

das. crianças, tal como, colher frutas, alimentar animais, ajudandoassim na sustentação da casa.

O próprio êxodo rural, deplorável sob todos ÓS Mpectos, é oreflexo de uma política desajustada. Se houvesse o amparo dese­jado, certamente teriamos o inverso, em benefício até dos grandescen.tros populacionais.

Urge corrigir esta situação. Ê preciso levar-se em conta que éna agricultura que obteremos as divisas necessárias para equili"­brar a nossa balança de pagamentos. Se não fortalecermos otrabalhador rural, se não oferecermos condições justas para a suapermanencia em seu meio, certa~ente estaremos concorrendo parao esvaziamento da mão-de-obra do setor.

A partir de tudo isso que aí cstá, não se pode e nem s·e deve pre­tender o crescimento de nossa produção agrícola.

Neste País, só sentimos o resultado de politica errôneas, quandonão se consegue atingir os objetivos propostos. Assim, à hora emque ocorrer novo chamamento para um aumento da produção enão se atingir o pretendido, tarde será para lamentar os crros atéentão praticados.

Finalizando, Sr. Presidente, entendo que são bem poucos osque se preocupam no Brasil em saber o que custa em sacrificiopara o povo os empreendimentos mal sucedidos.

O SR. FRANClSCO ROLLEi\'mERG (ARENA - SE. Prollunciao seguinte discurso.) - Sr. Presidente, 81'S. Deputados, em decor­rência da atuação do Governo de Sergipe, estamos Msistindo a umverdadeiro soerguimento, quer no setor. Súcio-cultural quer naeconomia, do nosso Estado.

O que parecia inerme, morto, condenado a transformar-se emmu.seu, refletindo apenas um passado venerável, começa agora aadquirir vida nova. Refiro-me a Laranjeiras, um dos monumentosda arquitetura colonial do País antigo, centro da indústria agro­can.avieira, que volta a tornar-se num pólo de desenvolvimentoeconômico e centro cultural do Estado, mantendo, dentro da infra­estl:utura que renasce, um vínculo indissolúvei com o seu pMsadoe a sua tradição.

No campo econômico, dentro do prograJVa do Conselho deDesenvolvimento de Sergipe, além da usina de açúcar já instalada,com capacidade de produção de um milhão de sacas e prováveldestilaria para 60.000 litros de álcool, a PETROBRÁS já se definiupela localização de duas unidades petroquímicM para a produçãode 907 toneladas/dia de amônia e 1.000 toneladaS/dia de uréia,na área de Laranjeiras, próximo ao rio Sergipe. Para que se alcanceo vulto de inv.estimento, bast,a lembrar que a PETROBRÁS vaiaplicar 150 milhões de dólares, prevendo-se um faturamento daordem de 780 milhõcs de cruzeiros.

Quanto à repcrcussão dessas obras na área social, as unidadespetroquímica.~ ocuparão 1.500 homens durante a fase de cons­tru.,ão c, na fase de operação, darão emprego a 800 pessoas, em­pregos diretos e permanentes.

Se estas informacâes nos trazem alento, (além das fábricasde cimento, também para lá projetadas) para se olhar com otimis­mo o fut.uro de Sergipe, não quer dizer que estejamos esquecendoo passado. Recursos substanciais estão sendo investidos na re­cuperação de Laranjeira.s - que, no dizer de Jarba.s Passarinho,

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quando Ministro da Educação, "é um museu a eéu aberto" ­eom o objetivo de conservar-lhe a forma e as tradições e incentivar(I tw:ismo, imensa fonte de desenvolvimento.

Assim, nos próximos dias 28, 29 e 30, com o apoio do Governo(io Estado, Universidade de Sergipe e Prefeitura local, Laranjeirasreviverá~suas tr..adições quando, tendo como tema o Folclore, será:Ilalco do I Encontro Cultura de Laranjeiras, reunindo nomes na­cionaiS da maior projeção como Mário SOuto Mayor, Valdemar Va­lente, José Calazans, Aloísio Villela, Manoel Diegues Júnior, Jack­.son A. Lima, Aglaé Fontes, Nú1<ia Marques e Clodoaldo Alencar.

Serir.instalado na antiga Casa de Laranjeiras, espécie de Museue Biblioteca no passado, o Museu Afro-Brasileiro de Sergipe, repo­sitório do legado cultural africano à nossa 'gente. Em seguida des­filarão pelas ruas da cidade grupos folclóricos de outras cidadesque conservam ainda intocadas as. SU~q tradições, como: Lagarto,'Pinhão, Aracaju, Itabaiana, Siriri, Nossa Senhora do Socorro, Ria­chuelo, Carmópolis e Japaratuba, além dos grupos As Taieiras,Chegança, Cacumbi e São Gonçalo, de Laranjeiras.

Haverá torneios intergrupos, mostra de filmes sobre o folcloreno Nordeste, lançamento de disco com músicas folclóricas e de umlmderno 'do folclore regional, tudo isto coroado com um colóquiolIObre o folclore sergipano.

São os registros destes acontecimentos o motivo da minhapresença à tribuna na tarde de hoje.

Muito obrigado.O SR. GERALDO GUEDES (ARENA - PE. Pronuncia o se­

guinte discurso,) - Sr. presidente, lIOmente hoje recebi o convitedo Banco do Brasil para assistir à inauguração de sua agência emBodocó, Estado de Pernambuco.

Eu me assoéio à alegria daquele povo bom, generoso e hospi­taleiro e que tanto luta pelo desenvolvimento e pelo progresso daregião sertaneja. .

Conforme já tive oportunidade de dizer, três fatores, mais queoutros, vêm influindo no desenV<llvimento do Nordeste, nestes úl­timos anos: a água, a energia e o crédij;o.

Quanto à água, sem embargo mesmo das secas, que tanto fla­gelam o sertão pernambucano, o Governo tem investido nas gran­des barragens, na pequena e média açudagem, de modo a não faltaro precioso líquido para o homem, os animaIs e as plantas.

Sobre a energill., basta que se veja a ampliação do nosso par­que industrial, graças sobretudo à energia elétrica de Paulo Afonso,cuja força redime hoje outras áreas da miséria, da pobreza e dosubdesenvolvimento .

Agora, em relação ao crédito, quanto mais o Governo servirnaqueles Estados, tanto melhor para todos. Precisamos de créditopara a agricultura, crédito para a indústria, crédito para o co­mércio, crédito para a pecuária, crédito para os serviços, enfim,para todas as atividades quri precisam de recursos fina.nceiros.

Daí por que muito me alegro com a instalação da nova a.gênciade Bodocó, que vai representar um estímulo a todos os que tra­balham, a todos os que desejam se libertar da tirania dos em­préstimos forçados, a juros altos, a taxas escusas. A nova agêncial;erá uma base especialmente para a agricultura, para a incipienteindústria, para o homem e para o povo do Araripe.

Congratulo-me com o povo de Bodocó por tão ,auspicioso acon-tecimento. ,

Peço à alta direção do Banco do Brasil que continue a exe­cutar esta política de distribuição e criação de novas agências,porque, assim, estará ajudando mais o nosso Nordeste, sequiosotambém de dinheiro e de crédito.

O SR. PEDRO 'FARIA (MDB _ RJ. Pronuncia o seguinte dis­curso.) - SI.:. PresIdente, 8rs. Deputados, queremos. desta Casa,congratularmo-nos, com o empresário Silvio 8antos pela instalaçãono Rio de Janeiro de mais uma emissora de televisão, que, por cer­to, aproveitará a sua indiscutível experiência de homem de comu­nicação para transformá-la num excelente veiculo de informaçõese de entretenimento.

As primeiras transmissões alcançaram um grande número debairros do Rio, revelando-se nessa fase inicial uma emissora de TVde alto nível, fadada a ser, após a sua completa programação, umaagradável alternativa para os telespectadores.

O SR. JOEL FERREIRA (MDB - AM. Sem revisão do orador.)--- Sr. Presidente, Srs. Deputados, já não é segredo para o Brasil<lo situação de calamidade pública em que se encontra toda a Ama­zônia. As águas dos rios sulJiram agressivamente, devastando todaia região. Recentemente vIsitei o Estado do Amazonas. A cidade deManacapuru, p,rõxima de Manaus, já está em parte submersa, eseus habitantes atravessam as ruas andando sobre andaimes demadeira. As populações rurais estão desabrigadas e passando fome.O Governo tem procurado, muito sutilmente, fazer-se presente, mas

infelizmente os recursos que chegam ao interior do Estado são tiioescassos que a própria população necessitada deles não se apercebe.A cidade de Manaeapuru, berço do Governador do Amazonas, eSiGávivendo dias terrivelmente difíceis. Por isso dirijo um apelo niioapenas ao Governador, mas também aos órgãos federais com sedeno Amazonas, no sentido de que façam chegar a Manacapuru, bemcomo às outras cidades que se encontram nas mesmas condições, osrecursos necessários para socorrer suas populações, às quais faltamalimentos, remédios e, Inclusive, madeira para suspenderem suasbarracas, a fim de não verem suas famílias morrerem afogadas. Ogado e a criação, de modo geral, já quase não existem, uma vezque a maioria foi submersa pela grande enchente do rio Amazonas.

O SR. ADHEMAR GHISI (ARENA - se. Pronuncia o seguintediscurso.) - Sr. Presidente, Srs. Deputados, reunidos, na sede deSão Bonifácio, os prefeitos dos municípiós que compõem a Micror­

'região da Grande Florianópolis aprovaram um memorial em quedefendem a revisão dos critérios legais vigentes, no que tange àtributação dos imóveiS sit)lados nas zonas urbanas, embora defini­dos como rurais pelo Estatuto da Terra e legislação agrária subse­qüente.

Salienta ess,e memorial que a Emenda Constituicional n.O 10, denovembro de 1964, ao estabelecer os fundamentos da reforma agrá­ria, transferiu para a União a competência anteriormente dos Esta­dns, para decretar impostos sobre a propriedade territorial rural,enquanto se mantinha a competência municipal para tributar apropriedade territoral urbana.

Tal disciplina foi mantida no texto da Constituição, desde aoutorga da Emenda Constitucional n.O 1, de 1969, nos termos do art.21, item UI ,e 24, item I, da Carta em vigor.

Jft o Estatuto da Terra, Lei n.O 4.504, de 30 de novembro de1964, define, em seu art. 4.°, o imóvel rural não pela sua localiza­ção, mas pela sua destinação: extrativa, agrícola, pecuária ou agro­industriaL

Por outro lado, o Código Tributário Nacional - Lei n.O 5.172,de 25 de outubro de 1966, define, em seu art. 32, como fato gera-'dor do imposto sobre a propriedade predial e territorial urbana,"ó domínio útil ou a posse do bem imóvel por natureza ou poracessão física, como na lei civil, localizado na zona urbana do Mu­nicípio" .

No § 1.0 desse artigo, citam-se os melhoramentos característi­cos da zona urbana, mantidos pelo Poder Público, enquanto o § ~:.o

permite à lei municipal definir as áreas urbanizáveis ou de expan­são urbana, para habitação, indústria e comércio.

posteriormente, o art. 6.0 da Lei n.O 5.868, de 12 de dezembrode 1972, instituindo o Cadastro Rural, considerou imóvel ruralaquele com área superior a um hectare, independentemente de sualocalização, destinado à exploração agrícola, pecuária, extrativavegetal ou agroindustrial.

Assim, estão impedidos os municípios de gravar tais imóveiis,mesmo na área de expansão urbana, com o Imposto Territorial Ur­bano.

Em muitos municípios de Santa Catarina, cujas sedes se con­centram em núcleos urbanos de modesta proporção territorial, es­se artigo da Lei n.a 5.868, de 1972, impede a expansão da cidade,não resolvendo o problema a disposição contida no parágrafo únieodo citado art. 6.°

Daí por que aqueles municípios sugerem:a) voltem a vigorar, para efeito de tributação e, conseqüente­

mente, de desapropriação, os arts. 29 e 3:! e pa,rágrafos da Lein.a 5.172, de 1966; i

b) seja revisto o art. 6.° da Lei n.a 5.868, de 1972, a fim deadequar-se ao Código Tributário Nacional.

Tal o pleito que levamos à consideração do Governo Fedeml,acreditando encontre uma solução que atenda ao desejo de desen­volvimento daquelas edilidadcs catarinenses que, decerto, encon­tram analogia em centenas de cidades do País.

O SR. JúLIO VIVEIROS (MDB - PA. Pronuncia o seguintediscurso,) - Sr. Presidente, Srs. Deputados, é sabido que, para­doxalmente, a colonização tornada possível pela medicina podeexacerbar as doenças,. à medida que o ambiente vai sendo pertur­bado pela agricultura alienigena.

A verdade é que a partir de 1972 se obilerva entre os migran­tes (geralmente nordestinos construtores da Transamazônica), umquadro hemorrágico cada vez mais grave, pois vivendo praticamen­te na grande floresta, são submetidos a toda sorte de picadas demosquitos.

A maioria dos casos ocorre em Altamira, assolando a região,além de já levar pânico à população. Na ocasião das estações. dechuva, a presença de simulideos (borrachudos ou piuns) em gran­de número provoca hemorragias cutâneas e mucosas, ao lado deum quadro febril, com plaquetas sempre recluzidas.

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4268 Terça-feira 25 nIARIO DO CONGRESSO NACIONAL (Seção I) Maio de 1976

o diagnóstico inicial foi de Ruptura trombocítúpênica. O nossoexcelente Instituto Evandro Chagas, em Belém do Pará, passou en­tão a estudar esta .estranha doença chamada "Sindrome hermor­rágica de Altamira". Tentativas foram feitas para se isolar oagente viral (arbovirusl do sangue dos pacientes e dos simulídeos,inoculando-os em camundongos recém-nascidos e praticando-se ocultivo em células.

Recentemente, cientistas coreanos conseguiram identificar ovirus da febre hemorrágica, que já provoca a morte de mais de milpessoas naquele pais. A descoberta dos médicos coreanos poderá serde importância extraordinária para os estudos que vêm sendo reali­zados pelo Instituto Evandro Chagas. para igualmente saber qual ovinIS que provoca a "febre hemorrágica de Altamira", que tambémjá fez algumas vítimas.

O virus foi identificado em uma espécie de ratos cientifica­mente conhecido como apodcmus agrarius carcae, que vivem noscampos. O mal é adquirido com o contágio de pessoas, através decontato com os roedores ou com os seus detritos.

Os ,Apodemus, ao que revelam os cientistas Leehe Wang e LeePuojg Wu, médicos do Instituto de Pesquisas Cientificas da Coréia,são os únicos tipos de ratos a portarem o virus da febre hemor-·rágica.

Sr. Presidente, Srs. Deputados, queremos aproveitar esta opor­tunidade para homenagear o instituto Evandro Chagas, que. é opróprio espirito científico presente no Pará, e apelar às autori~

dades constituídas do País no sentido de um apoio integral a tãoilustre centro de estudos científicos do norte do Brasil.

Era o que tínhamos a dizer em nome do Estado do Pará.O SR. JERôNIMO SANTANA (MDB - RO. Pronuncia o se­

guinte discurso.) - Sr. Presidente, Srs. Deputados, gostaria de. exercer o mandato de Vereador em' Porto Velho para examinar ascontas da Prefeitura e Câmara de nOS.':la Capital. Em relação àPrefeitura iria saber o seguinte: .

- Se é verdade que o Sr. José Bernardo Pereira, na direção doCargo de Diretor de Finanças da Prefeitura, gastou a importânciade Cr$ 6.000,00 em telefonemas para sua esposa no Rio de Ja­neiro - RJ, durante o mês de março do corrente ano;

- se é verdade que o mesmo Sr. José Bernardo e outros inte­grantes da corte do Prefeito, todos vindos de fora, residem emcasas cujo aluguel é de Cr$ 4.000,00 ou mais por mês e pagos pelaPrefeitura, despesas essas que somam aos vencimentos do Diretorde Finanças, que é de Cr$ 9.400,00 por mês;

- se é verdade que o mesmo Diretor de Financas transferiu oDepósito das Verbas do Fundo de Participação do Éanco do BrasilS/A para a Agência do Banco do Estado do Acre, num montantede Cr$ 1. 000.000,00, sendo que esses recursos, conforme regula­mento, devem ser depositados e movimentados em Contas no Ban­eo do Brasil;

O Prefeito Antônio Carlos Cabral Carpintéro colocou nos car­gos impo~tantes da Prefeitura de Porto Velho uma equipe de tec­nocratas Importada de outros Estados, desprezando assim os filhosdo Território, que poderiam muito bem exercer esses cargos.

As indagações que competiriam a um Vereador de' Porto Velhoformuiar no exercício das atribuições de fiscalizar a Administra-ção Municipal seriam: .

- Estari!" todos os Membros da Corte do Prefeito da CapHal,recrntan.d,? 18; fora, gastando somas exorbitantes dos cofres públi­cos mUlllClpals, com telefonemas interurbanos e aluguéis .de casas?

- Quantos apartamentos o Governo do Território e Prefeito daCapital mantém à sua disposição em hotéis de luxo em Porto Ve­lho para acomodar visitantes ligados IM cortes da administraçâo?

- Quantos prédios e casas o Governo e o Prefeito alugaram emPorto Velho? Quais os valores desses contratos?

Com essas despesas é que se consomem as verbas destinadas aoTerritório; ~pois, quando a população reivindica a construção dePostos MedlcoB, Escolas, Estradas etc. recebe sempre a negativa deque ,nada pode ser feito por falta de dinheiro. Nunca falta dinheiro,porem, para a corte viajar com p.assagens áreas caras nunca faltagasolina para essa corte andar nos carro.g oficiais na'Capital, semnada fazer p.ara o povo e não estar faltando dinheiro para o paga­mento de alugueres e outras despesas suntuárias feitas por aquelesque foram ao Território apenas por Causa dos cargos que lhes ofe­receram. o-CaBQ dos alugueres pagos pela Prefeitura e dos telefone­mas pagos pela Municipalidade para os Diretores e outros Chefesé um escândalo que comporta uma CPI na Câmara dos Vereadores,que por certo também não terá condições de exercer esse tipo defiscalização da administração com o comprometimenro recíprocoque existe na troca de favores.

A respeito, e bom recordar que a Câmara que terminou seumandato em 1972 fez algumas Comissões de Inquérito. A atual des­prezou esses recuroos regimental e legal criada para defesa dos ln-tesses do povo e dos contribuintes. .

Be houvesse no Território uma ABsembléia Leg'islativa ou outroórgão de fiscalização da administração, o que lamentavelmentenão existe, o povo poderia denunciar através dos seus represen­tantes os escândalos continuados que se verificam nessas admi­nistrações. Verifica-Be, por exemplo, o Edital de Tomada de Preçosn.o :l9-CPL-M/76, propondo a compra de carne verde de V' e de2.a e pão de 125 gramas para, dentre outras entidades, a residênciado Sr. Governador e Secretár'ios. Merecidamente o Governador doTerritório melhorou o reajustamento dos vencimentos. Passou aperceber Cr$ 18.000,00 mensais, mais 35% de representação, e maisvantagens inerentes ao cargo, como seja: mora em casa óflcial,isto é, não paga aluguel, tem carro e gasolina à vontade. Passagensaéreas e verbas para táxis aéreos à vontade, diárias, ajuda decuStD e vantagens outras que nem sabemos. O Secretário do Terri­tório ganha Cr$ 12.000,00 por mês e mais 20% de representação,com vantagens semelhantes às do Governador - todos não pa­gando aluguel de casas e as demais regalias à vontade.

Todas essas vantagens, se os cargos fossem exercidos em 00­ncfíe'io do povo, nada representariam, o que lamentavehnente nãovem ocorrendo. O Governador deseja mais: compra com as verbasdo '1~erritório carne verde de 1.1\ e de 2.a para a sua residência edo seu Secretário, que no caso é o Sr. Luiz César Auvray Guedes,filho do Governador, também morando em casa oficial, com asmesmas vantagens e regalias do pai. Esse fato caracteriza atécerto ponto abuso de prerrogativas, e é o que vem chocando anossa população. Usar das prerrogativaB de mordonia em Rondôniaé chocante, porque hoje no Território predominam o desemprego,a depressão .econômica e mu'ita fome. Seria de indagar-se paraque os vencimentos de Governador? Não seriam para ele mereci­damente manter-se com sua familia? Agora, querem comprarviveres para suas cozinhaB com verba do Tel'ritório, que paraqUaBe tudo alegam ser escassas. Isso não é um escândalo emRondônia? Não pagam aluguel, têm casa de graça, ganham bem,têm carros oficiais e gaBolina sem limites para irem onde quiserem,à hora que desejarem, passagens aéreas para viajar ao Sul ao àZona Franca, à vontade. EssaB regalias é que rornam as funçõesde Governo nos Territórios disputadas nos bastidores. Mas tam­bém essas regalias chocam principalmente o funcionalismo públicodo 'l~erritório, que está ganhando miseravelmente, e preocupam aARENA, porque na medida que aB regalias aumentam, ou dela fa­zem uso; esquecem-se de sólucionar os mínimos problemas dapopulação. É a embliaguez do poder. Os funcionários do Territór'io,ainda por cima de tudo, não foram beneficiados pelo Plano deReclassificação de Cargos. Fiearam até hoje marginalizados, porculp,il, do Ministério do Interior e Governo do Território. A maioriados func'ionários, além de ganhar salários de fome, não mora emcasaB de graça, não foi reclassificada e não tem qualquer vantagem.Ainda se fõssemos integrantes de um órgão colegiado com poderde fiscalização, como o Conselho Territorial, passariamos a saber:

.- Se é verdade que o Governo do Terrítório fez um Convêniodesti.nando Cr$ 400.000,00 à Colônia Jayme Abem-Athar e queesse dinheiro fora entregue ao Administrador demi.ssionár'io e esseadministrador ao viajar teria levado consigo aB chaves do cofre atéo aeroporto e só na despedida final éntl'egou essas chaves aosubstituto e esse voltando e abrindo o cofre não teria encontradoos recursos destinados à comunidade pelo Governo do Território.111 inacreditável essa versão que corre hoje na Comunidade JaymeAbern-Athar, em verdadeira crise de recursos para se manter,alegando-se que o antigo Diretor, além de outras, teria provocadoum recente desfalque ao despedir-se da entidade, com um elogiodo GDvernador, publicado em Diário Oficial. Mas em Rondôniatudo pode acontecer:

Ainda passaria a saber se é verdade que o Governo do Terri­tório dispensou o avião da SUDECO que fazia VÔOB mensais a PortoVelho em caráter social, transportando doentes para serem curadosno sul do Pais e o Governo do Território, sob a alegação, total­mente fora da realidade, de que já existiam médieos em PortoVelho para todas aB especialidades. E, assim, dizendo que não maisprecisa levar doentes para tratar fora e agora os doentes quenecessitam de tratamenro fora, e que são muitos, não contamcom esse meio de transportc, tampouco os aviões da FAB-CAN,'com os vôos reduzidos em razão da crise de petróleo. E, ao que sesabe, o Serviço Social do Governo do Território, só com muita lutaresolve conceder passagem para um doente se tratar fora. Aliás,são uns verdadeiros privilegiados aqueles que eonseguem C&'3e am­paro - só estão fornecendo passagens de ida e nada deliberandosobr,e a passagem de retorno, quando o doente receber lá fora otratamento. -

'rambém passaria a saber se é verdade que a Prefeitura dePOrtD Velho colocou, às suas expensaB, o Sr. Walter de PaulaSalCll à disposição da Prefeitura de Rio Branco - Acre, para queeste naquela Capital faça o Curso de Dire'to. Indagaria dos Srs.Vereadores se esse fato é considerado ou não como eseândalo, peloexce.sso de privilégios e favoritismo.

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Maio de 1976 DJARIO DO CONGRESSO NACIONAL (Seção I) Terça-feira 25 4~:6.9

O SR. JOSÉ BONIFACIO NETO (MDB - RJ. Pronúncia oseguinte discurso.) ..... Sr. Presidente, Srs. Deputados, não é mai.spOllsivel condescender com a repetição de fatos do tipo do ocor­rido, na última sexta-feira, no populoso .município de Duque deOaxias, no Estado do R'io de Janeiro.

Quarenta menore,s ficaram recolhidos, durante três dias, emxadrez da Delegacia de Policia local, enquanto o Juiz competentelutava para obter vagas na Fundação Nacional do Bem-Estar doMenor.

É um vaivém constante, contri.stador, esse da Policia detendomenores considerados infratores durante suas batidas, os menores1'icando presos dunmte alguns dias em tremenda promiscuidade,fi depois recuperando a liberdade. O fenômeno é comum nas gran­des cidades. Todos sabem que ai está uma semente'ira de crimina­.lidade. A falta de lUl8istência no momento em que os jovens maisnecessitam de orientação, o abandono a que ficam relegados, tudo.isto vai representar perturbação da sociedade no futuro.

Congressos, comissões, conferências, de há muito têm lugar,focalizando a questão e advertindo com seriedade. Os Juízes de Me­nores se desdobram no seu mister e acabam por confessar a suaimpotência diante da ausêncía de recursos materiais e humanos.

Sr. Presidente, de que vale oonstruir pontes, rasgar estradas,levantar edificações imponentes, incentivar o turismo, celebrartratados, se não se cuida do homem de amanhã, daquele que deve:ser o sustentáculo do almejado desenvolvimento?

A grande mlUl8a da população carcerária está entre os de de­zoito e· vinte e três anos de idade - provém desse magote demenores de rua, largados, deixados. Melhor do que modificar osOódigos, dó que gastar d'inheiro em novas penitenciárias, é cogitardiretamente da causa dq mal.

Duque de Caxias é, hoje, por sinal, Município alinhado entreos da área de segurança nacional. Na sua direção, intervêm diretà­mente oS Governos Federal e Estadual. Maior a responsabilidadeeras mesmos. Se, por força de considerações de alto interesse públi­co, chamaram a si a admini.stração dessa comuna, não podem,em boa l'ógica, esquecê-la num problema socíal dessa ordem.

A imprensa noticiou o epi.sódio com alarde, o que é útil paracomover as autoridades responsáveis e a própria comunidade parao assunto. Sim, é preciso uma ação conjugada. Ninguém desconhece'isto. Mas, é ImperIoso que, antes de tudo, se destinem os recursosessenciai.s para a obra. A criança tem d'ireito a uma preferênciana escala de prioridade. Preferência,. aliás, que é de interes.se do!'ais. _.,

Deve ser ressaltado, logo, que na extensa região da BaixadaF'himinense, tão densamente habitada, a recuperação do menor écoi.sa que não existe, não é praticada, pela inexi.stência de qualquerorganismo no setor.

Sr. Presidente, deixo aqui estaB palavras, para que se juntema.os protestos gerais em favor do trato urgentissimo de matériade tanta relevânC'ia.

V -,O SR. PRESIDENTE (Odulfo Domingues) - Passa-se aoGrandl;i Expediente.

Tem a palavra o Sr. JG de Araújo Jorge.

O SR. JG DE ARAúJO JORGE (MDR - GH. Sem revlsao doorador.) Sr. Presidente, Srs. Deputados, inscrito no Grande Expe­diente, consegui o horário de mel! companheiro Carlas Santos, porisso quero desculpar-me pelo desalinhavo do pronunciamento que'vou fazer neste momento, comentando o panorama politico na­ciona).

Obviamente, como homem da Oposição, não poderia deixarde tecer alguns comentários sobre o mais recente pronunciamentodo Presidente da República, feito agora no Rio Grande do Sul e,sob certos 'aspectos, lamentar quc S. EX,a se tenha referido aOposição como "nosso inimigo que está lá fora e não aqui dentro"Elssa expressão, "nosso inimigo", encerra implicitamente um sen­tido quase de luta armada, quando, na realidade, nós, políticos,desenvolvemos campanhas e não nos tratamos por inimigos. Porisso mesmo, como temos ambos, quer na Oposição, quer no Go­verno, o objetivo de resolver os problemas '1acionai.s, não oonsidc­:ramos os companheiros da ARENA como inimigos e acreditamosque eles não nos considerem inimigos também.

Por várias vezes, nesta Casa, desde a -Presidência do GeneralMédici, tenho chamado a atenção para ó fato de que o sistemarevolucionário tem incorrido num erro básico. Os seus Presiden­tes acumulam a função de Presidentes políticos. São Presidentesda República; são Presidentes de um partido político e o que émais grave, permanecem oomo chefes militares de um movimento,de uma revolução, em que pese ao fato de se saber que uma re­volução não é um regime político. Mas, a que ai está se apresentacomo tal. E todos nós da Oposição, no momento em que fazemosoposição ao Presidente em suas declarações, já que vem para a

arena política, estamos ao mesmo tempo fazendo opOSlçao aoPresidente da República, ao Lider de um partido político e aochefe militar. O Presidente da República transforma-se no plêÍ­meiro cabo elcitoral de um partido, ele que devia, sendo o su­premo magistrado, colocar-se acima das legendas partidárias, talcomo fcz Caxias, o Patrono do Exército, o soldado estadisiía queafirmava: "Minha espada não tem paftido."

.rá tive oportunidade de citar várias vezes outro eminente Ge­neral, que foi Presidente da República, o General Eurico GasparDutra. S. Ex.a, ao se eleger Presidente ·da República, dclarou a.osjornalistas, no dia imediato à sua eleição, ao se referirem a ele(){)mo um candidato do PSD: "A partir deste instante deixo de sero candidato do PSD e pretendo ser apenas o Presidente da Re-'pública de todos os brasileiros".

Lamentavelmente, um Presidente da República, no momentoem que acumula a Presidência dá República com a Presidênc:iade. um partido, e, o que é mais grave, com a chefia de um siste­ma· revolucionário militar, traz para a luta politica, Inevitavel­mente, com. a sua atuação, um envolvimento de todas essas áreas.E no momento em que o Presidente da República defende a vi­tória da ARENA como absolutamente indispensável, e como umfiliado da ARENA, como mais uma vez acaba de declarar, sobaplansos, no Rio Grande do Sul, corremos sempre o risco, nomomento em que fazemos oposiçáo, se amanhã a Oposiçáo ven­cer, como vencerá em 1976 e em 1978, de interpretarem quc aOposição é contestação, que a Oposição está procurando subver­ter ou modificar o regime, quando, segundp os grandes léxicos dalíngua, Oposição e contestação vêm a ser a mesma coisa.

Ninguém pode fazer OposIção sem estar contestando, negan­do, e ninguém pode estar contestando sem estar fazcnda Opo­sição. Segundo os grandes léxicos da língua, Cândido Figueiredo,Oaldas Auiete e Aurélio Buarque de Holanda, a única palavra quetem conteúdo político é Oposição, e não contestação.

Fazemos Oposição. E no momento em que o Presidente vempara a arena política, este envolvimento é perigoso para nós ou­tros, da Oposição, porque S. Ex.a conta com todos os recursos, osmeios de divulgação e o poder político para desenyolver a cam­panha que está desenvolvendo, enquanto nós outros ficamos semcondições para desenvolvê-la, ameaçados até, porque dentro daprópria ConstituIção que aí está, outorgada. ao País. permanece oAI-5, pronto a descer sobre a cabeça de companheiros nossos quetentareIJ;l encaminhar o processo eleitoral.

Quando acontece um crime, a autoridade policial indaga, parasolução do mesmo: "A quem interessa o crime?" Quando nos en­contramos diante de uma crise política, o político indaga, imedia­tamente: "A qucm interessa a crise?" A nós. da Oposição? Não!E por quê? Porque somos os vencedores. Não nos interessa a de­sordem, a subversão ou tumultuar a vida do País. Interessa,·nos,isto sim, que o processo eleitoral se desenvolva tranqüila e pac:i­ficamente e, pelo voto, reallzar a verdadeira revolução por queespera o povo.

Em 1970, as percentagens eieitorais eram as seguintes~ aARENA obteve 37% do eleitorado; o MDB, 17%; as abstençoes,os votos em branco e nulos, 46%. Vejam V. Ex.as. como é precá­ria aquela maioria de que enfaticamente fala o Lider do Governo,o Deputado José Bonifácio; "Nós somos a maioria". Não são enunca foram. Não foram, não são nem nunca serão. Agora, estáono GDverno, o que é diferente. Em 1970, a ARENA tinha 37% doeleitorado. Trinta e sete por cento nunca foi maioria. Maioriaeram os 46% de abstenções, de votos nulos e em branco, isto sim,eleitores radicais que não se dispuseram a participar do pleitoeleitoral porque admitiam, inclusive, que aquele pleito seria uma·farsa. -

Quais foram os resultados das eleições em 1974? A ARENA, de37% do eleitorado passou a 34% - perdeu 3%;· o MDB, de 17%passou para 31,2% - cresceu, portanto, 14,2% as abstenções, osvotos nulos e os votos em branco cairam para 11%. Os votos nu­los, em branco e as abstenções cresceram €~m 14,2% o Partido da.oposição nas eleições proporcionais de 74.

Há duas oposições: uma, a nossa, a dos políticos, que parti­cipam do processo político, seja qual for o jogo, mesmo o decartas marcadas. Participamos, porque acreditamos que não hágoverno, pór mais forte, autoritário ou absoluto, que possa domi­nar a dinâmica dos acontecimentos sociais e políticos. As aber­turas e as distensões - esta, a palavra usada pelo Sr. Presidenteda República - virão. E, nessa oportunidade será preciso que opolítico se encontre no poder, que ainda não é poder, mas quc oserá de uma hora para outra.

Somos pequenas alavancas eIJ;l levitaç:ão, sem aquele ponLode apoio necessário que, segundo Arquimedes, moveria o mundo.O MDB só poderá mover o mundo polltiC{) brasileiro no dia e.mque este Poder Legislativo se transformar em ponto dc apOlO,quando as nossas pequenas alavancas deixarem dE'. estar em le-vi­tação e tiverem onde se apoiar.

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4~'70 Terça-feira U DIARIO DO CONGRESSO NACIONAL <Seção J) Maio ile 19'16

N.2:ü nos interessa, pois - e o Sr. Presidente 'da Repúblicasabe disso - a desordem, o tumulto, o virar a mesa, como se dizna linguagem popular, porque estamos vencendo. A quem inte­ressa a crise que por aí se desenvolve, ora nos bastidores, ora nasruas, através das frestas de uma censura rigida, que permaneceasfixiando, como uma camisa-de-força, a opinião pública? A nós,não. Por isso mesmo ...

O Sr. Célio Marques Fernandes - Permite-me V. Ex.", nobreDeputado, um aparte?

O 8R. JG DE ARAúJO JORGE - Aguarde um instante ape­nas.

Por isso mesmo, sob certos aspectos, lamentamos que o Sr.Presidcmte da República se transforme em cabo eleitoral do par­tido do Governo. S. Ex.", neste momento, deveria desvincular-seda sua condição, talvez, de chefe da Revolução, para que a Op-ll­sição não se sentisse constrangida ou ameaçada. Não sou eu ape­nas quem diz isto, mas os maiores, comentaristas políticos. Eucitaria por exemplo, Carlos Castelo Branco, que, em várias crô­nicas, absolutamente perfeitas, analisa a realidade politica bra­sileira. Diz ele, em um de seus recentes trabalhos:

"O debate no Parlamento caiu de nivel, e cada orador decomicio, daqui por diante, hesitará em formular certasacusações ou apresentar certas reivindicações que possamimaginar serem do gosto do seu eleitorado. Os eomiciosserão cautelosos ou se transformarão em fontes de novasintervenções revolucionárias. Claro que essa perspectivareduz ainda mais a capacidade de propaganda do MPB,que, de resto, já contribuiu para quebrar o viço e o brühoda oratória parlamentar da Oposição."

É claro. Recentemente, assistimos, aqui à cassação de várioscompanheiros brilhantes, homens que não podiam ser acusadosnem enquadrados naquela classificação que o Sr. Presidente Geiselespecificou em uma entrevJ.'lta antes de viajar para Paris: "A Opo­sição é absolutamente indispensável", disse S. Ex.", "ma.s o sistemanão tolera" - o verbo foi "tolerar" - "terroristas, subversivos eseqüestradores". Muito bem. O MDB apóia. Dentro do MDB não háterroristas, seqüestradores ou subversivos. E por que não? Se hou­vesse subversivos, muitos não se encontrariam aqui; alguns, In­clusive, durante duas ou três legislaturas. Ser'ia duvidar dos órgãosde segurança do Governo. Ou o Governo é subversivo? Os órgãosde segurança do Governo permitem que subversivos sejam Depu­tados por uma, duas ou três legislaturas? É o caso do DeputadoNadyr Rossetti, Deputado por três legislaturas. Talvez, por umaexaltação verbal própria de um comício político no ínterior, foicaBsado, sem que tivesse o direito de defesa. É o caso de LysâneasMaciel, nosso companheiro brilhante, um dos melhoreti Deputadosque esta Oasa já abrigou também cassado sem o d'ireito de defesa;ou de Amaury Müller, economista, homem de, estudos, profundo,sereno, com aquela mesma ascendência alemã do Presidente Geisel,também caBsado em virtude de um pronunciamento mais exaltado,.em que disse, inclusive, que estava, no Poder, a aristocracia fardada.Pelo amor de Deus, então não está a aristocracia fardada no Go­vel:'no? Ou o Governo que aí está se compõe de cabos e de sar­gentos ou é a Sorbonne das Forças Armadas, como dizia o Presi­dente OaBteI1o Branco? Talvez seja a aristocracia a que se referePlatão, em "República", que dIzia ser preciso colocar no poder osaristocratas, aB elites, os intelectuais. E, por isso, cassam e as ca­beças rolam. Na Constituição há um dispositivo que regula a perdado direito a esta tribuna, aonde chegamos por meio de milharesdc votos. O Deputado não é cassado, mas, sim, milhares de eleitores.A suspensão de direitos pollt'icos, de um Parlamentar deveria ocor­rer apenas depois de julgamento pelo Supremo Tribunal Federal,assegurada ampla defesa, conforme dispõe o art. 154 da Constitui­ção. A Revolução já cassou quase 500 mil - meio milhão de elei­tores - desde Marcelo Gato até Lysâneas Maciel.

Subimos a esta tribuna sempre na impressão de que ela sig­nifica cadafalso, porque sobre a cabeça de um orador do MDB hápermanentemente uma guilhotina em perspectiva" pronta a des­cer. E não sabemos por quê. Quando suger'imos a um grupo doMDB, o mais aguerrido, o mais corajoso, o que mais se expõe nestaCasa, que deveriamos ir ao encontro do Sr. President0 Geisel, para,frontalmente, dialogarmos com S. Ex.", não pretendíamos agircomo afirmou certo jornalista do Correio Braziliense:

"O Governo não pode e talvez nem o Presidente mesmosinta à vontade recebendo em seu gabinete representantesdo grupo autêntico, para ouvir desses parlamentares con­fissões que mais huml1ha do que esclarece."

O jornalista está completamente enganado. Ninguém formu­lará uma confissão humilhante ao Sr. presidente da República.Indagaríamos de S. Ex." se é possivel fazer oposição neste País ese o processo eleitoral que ai está - e que interessa a nós, doMDB, porque, através da nossa revolução pelo voto chegaremosao poder ou o compartilharemos em 1978 - poderá ser encami­nhado sem conseqüências e sem os golpes que mutilam o MDB.

Não subiríamos engatinhando o Palácio do Planalto, mas iríamosde pé, levando o Poder Legislativo para dialogal' com o Executivo.de igual para igual, corajosamente. Creio que o jornalista pertenceao sistema e, naturalmellte, se esquece de que faço parte dessegrupo autêntico e de que só há uma coisa que prezo nesta Oasa:o meu mandato, mais nada. Com ele não temo coisa alguma. Sei-que, quando venho a esta tribuna, corro todos os riscos. Estoudisposto a todos eles. Agora, não me venham com calúnias, comprovocações, nem digam que no MDB há comunistaB. Os comu­nistas se encontram no partido comunista - que está na ilegal'i­dade - ou estão presos foragidos ou mortos. Os órgãos de segu­rança do Governo, sabem que, dentro do MDB, não há comunista.O comunismo, no Brasil, é como o jogo do bicho: interessa a tantagentIl que permaneça na ílegalidade, como tenho dito, porque, sóassim, atende aos interesses dos policiais desonestos e dos politicosrelapsos e incapazes, que vivem a acenar um fantasma 'inexis­tente, no momento em que o próprio Governo da Revolução man­tém relações comerciais com todos os países da área comunista,no que age muito bem. O Sr. Mac Namara, eX-Seeretário de Segu­rança dos Estados Unidos, afirmava que, nas relações internacio­nais, não temos amigos, mas interesses. O Brasil tem interessese deve preservá-los e defendê-los.

Temos a coragem de vir a esta tribuna tecer algumas criticas.S. Ex.'" o Presidente da RepúbliCa, diz que a Oposição é funda­meni,aI. E é mesmo. Somos nós que avaliamos esse título de demo­cracia, que ainda não é definitiva, como quer S. EX,a Ainda háuma promessa, Ainda é o que se diria em linguagem publicitária ­e sou um pub~icitário - um layout de democracia. Faremos aarte final em 78. O Presidente da República ainda será o Presi­dente da República do sistema. Esta Casa deverá elegê-lo. Masteremos maioria neste Congresso e então vamos tentar reali7.ar eatinHir aquele modelo que em 12 anos foi conseguido. Que modeloé este? Tão simples. Não devemos ficar de costas para o povobraBileiro e com mãos estendidas às multinacionais e ao estran­geiro, comprometendo a nossa economia, a Vida do nosso Pais,com o aumento crescente do custo de vida.

A grande revolução ainda não foi feita no setor agrário, quevisa a criar um mercado de consumo interno, Ullla classe médiaruraI, que objetiva dar ao brasileiro poder aquisitivo, tirá-lo doestado de miserabilidade cm que se encontra. Não há lentes doDl'. Pangloss, usadas por quem quer que seja, da ARENA e do sis­tema" que consiga evitar a realidade brasilclra.

lriz parte da CPI do Menor Abandonado. Fui o Vice-Presidentedc uma Comissão Especial para estudar esse problema em 75. Soumembro da Comissão nesta Legislatura. Conclusão·: há 25 milhõesde menores carenciados neste Pais. Pelo amor de Deus! Há 25milhões de menores carenciados. Não são abandonados. O menorabandonado é o órfão, sem pai nem mãe. O carenciado é aquelelltrá.':l do qual existe um membro qualquer da família que tentaman'Gê-lo, sem consegulr; então ele anda na rua, é um marginal,como esses que encontramos em BraBilia. As vezes estou em Bra­sília e penso que me encontra numa cidade da Índia. A gente párao carro e corre um grupo de meninos esfaimados, maltrapilhos,doentes, abandonados, carenciados. Atrás desse menor carenciadohá uma família abandonada, de duas ou três pessoas, pelo menos,porque já há o menor, uma mãe ou um pai. Então são 25 milhõesde menores abandonados, o que corresponde a 50 milhões ou 75milhões de brasileiros, de famílias abandonadas. Este Pais nãoresolve o problema interno, o problema agrário, não cria condIções,porque não basta a tentativa empírica. Tentou-se fazer, empiri­camcnte, através das estradas, no Amazonas, aqueles núcleos agrá­rios, que tinham algum sentido de reforma agrária. Mas reformaagrária, no BraBil, tem que começar na Região Centro-Leste, juntodos centros de consumo, desapropriando-8e terras e latifúndios im­produtivos, taxando-se essas terraB, para que elas possam pro­duzir, cr'iando-se colônias agrícolas. Temos, no Brasil, um modelode reforma agrária feito pelo saudoso pai do ilustre éx-SenadorMoura Andrade, na cidade de Andradina, no Nordeste de SãoPaulo. Lotes de granjas, policultura, incentivos, sob todos os as­pectos, não apenas com a subdivisão da terra em áreas de subsis­tênciia, mas com os recursos para que a terra não sirva apenaspara enterrar o trabalhador, mas possa produzir, libertá-lo e dar­lhe condições econômicas, se não fizermos MsO, continuaremoscomo estamos, de mãos estendidas aos americanos, penhorandonossos recur1\os, com as multinacionais interferindo nas relaçõesde comércio dentro do Pais, nos frigorificos, nos silos, nos armazénse entrepostos, fazendo com que o pl·odutor seja espoliado e a mer­cadoria se torne inacessivel ao consumidor. Que sociedade de con­sumo? Sociedade de subconsumo. O modelo polit'ico brasileiro e omodda econômico, se em 1978 o MDB chegar a ser maioria nestaCasa, hão de ser estruturados. E quando o Presidente da Repúblicareclama que criticamos mas não damos soluções, permito-me re­vidar. O Poder ExecutIvo tem-se aproveItado de dezenas de pro­jeto.<l: do MDB que aqui são derrubados pela ARENA e que são en­camInhados, depois, como mensagem do Executivo, quando, narealidade, são iniciatIvas da Oposição tomadas aqui dentro. Se

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l\faio de 1976 DIARlO DO CONGRESSO NACIONAL (Seçáo I) Terça-feira 25 4l~'71

tivéssemos realmente condições para legislar, poder para dar so­luções e estruturar um modelo político e econômico para o pais,tomaríamos tais providências, porque, felizmente, temos, dentro dosnossos quadros brasileíros patríotas, nacionalistas, democratas, so­cialistas, homens que querem soluções brasileiras para o Brasil eque não se atemorizam diante de provocações e daqueles que que­:rem tumultuar o processo eleitoral, com medo de serem julgadospelo povo.

Tem o aparte o nobre Deputado Getúlio Dia,g.

O Sr. Célio Marques Fernandes - Nobre Deputado JG deAraújo Jorge, sou muito revoltado contra discriminações. V. Ex.anegou-me o aparte. Insisti. Agora, eu, que sempre pensei ser V. Ex.aum grande democrata, estou vendo que não é, ao dar o aparteao nobre Deputado Getúlio Dias.

O SR. JG DE ARAúJO JORGE _ V. Ex.a já o havia pedido?O Sr. Célio Marques Fernandes _ Sim.

O SR. JG DE ARAúJO JORGE - Então peço ao nobre Depu­tado Getúlio Dias que me permita conceder o aparte primeira­mente ao Deputado Célio Marques Fernandes.

O Sr. Getúlio Dias - Com satisfação.

O Sr. Célio Mal'ques Fernandes - Muito obrigado a V. Ex.aNobre Deputado JG de Araújo Jorge, fui honrado com o convitede S. Ex.a , o Sr. Presidente da República, para acompanhá-lo naviagem que fez a Porto Alegre, Gramado e Cachoeira. Gostariaque V. Ex.a tivesse assistido ao que vi: o prestigio de que goza oPresidente da República em wnas em que não havia sido prepa­rada nenhuma comemoração. Poderia V. Ex." dizer que se tratavade manifestação preparada. O trajeto, planejado para ser feito deavião, foi percorrido de automóvel. O povo à beira da estrada,acenava batia palmas, sacudia bandeiras e toalhas, numa alegriaimensa, O Presidente Geisel, no discurso que fez, foi muito leal.Disse que ali estava como filiado da ARENA, como Presidente dopartido da Maioria e como Presidente da República. Mas tam­bém disse que todos deveríamos combater o MDB com armas legaise leais. Em momento nenhum ele falou contra a Oposição. Ao con­trário, afirmou - e V. Ex." o repetiu - que a Oposição deve sercada vez mais fortalecida, porque sem ela não poderá haver go­verno. Os discursos de S. Ex." foram de uma lealdade a toda prova,respeitando a Oposição e falando a seus companheiros de partido,os arenistas ali presentes. Pedi o aparte ao inicio do discurso deV. Ex." para dizer-lhe que, se as coisas estão mal, muito pior elasestar'iam. V. Ex.a diz que os menores estão abandonados. Assisti àsconferências na Comissão de que V. Exa fez parte - e quase semprecompareço às reuniões - e ouvi os conferencistas falando, em tese,sobre a juventude abandonada. Muito obrigado a V. Ex.a e des­culpe-me por ter-lhe dito que houve discriminação.

O SR. PRESIDENTE (Odulfo Domíngues) - Comunico ao no­bre Deputado JG de Araújo Jorge que dispõe de 3 minutos paraconcluir o seu discurso.

O Sr. Getúlio Dias - Nobre Deputado JG de Araújo Jorge,congratulo-me com V. Ex." pela bravura com que aborda, com atranqüila serenidade de um democrata, problemas que não afligemsomente à Oposição, mas todo o povo brasileiro. Na vcrdade, nós,que nos proclamamos democratas por indole e formação pluralis­tas, que admitimos que a democracia não significa a sobremesaservida após o desenvolvimento, entendemos que ela é até o pres­suposto do desenvolvimento verdadeiro e legítimo. Basta atentarpara o fato de que se comemora a efeméride da lei fundamental,da Constituição alemã. A Alemanha foi destruída, reconstruída eestá emprestando dinheiro inclusive ao Brasil. E lá funciona umademocracia pluralista, onde existe o Partido Socialista, o PartidoComunista e até o Partido Nazista. Há democracias pluralistas empaíses da Europa, na Noruega, na Dinamarca, na Suécia. em Portu­gal, onde o exemplo é recente. Lá o Partido Comuniqta não venceuas eleições; venceu a alternativa socialista, pluralista. V. Ex.a estáde parabéns por abordar com seriedade, sem medo e sem provo­cação, um tema de.~sa natureza. A Oposição brasileira e os homensde pensamento estão de parabéns, porque têm em V. Ex." umporta-voz tranqüilo e à altura do momento que vivemos. Muitoobrigado.

O SR. .TG DE ARAúJO JORGE - Muito obrigado a V. Ex.e.O Sr. Augusto Trein - Permite V. Ex.a?O SR. PRESIDENTE (Odulpho Domingues) - Nobre Deputado,

o tempo de V. Ex.a está esgotado.O SR. JG DE ARAúJO JORGE _ Sr. Presidente. gostaria que

o nobre colega que hoje, parece, está na liderança da ARENA disses­se uma palavra. lAlgo após encerrarei meu discurso.

O Sr. Augusto Trein - Nobre Deputado, gostaria de apartearV. Ex.a rapidamente, apelando .para que revise os dados apresenta­dos pela CPI do Menor, pois V. Ex." começou falando em carencia­dos e, depois, passou a afirmar que eram 25 milhõe8 de abando­nados.

O SR. JG DE ARAirJO JORGE - Carenciados. São 10 milhõesde abandonados, apenas.

O Sr. Augusto Trein - Consulte V. Ex.aa CPI; acho até conve­niente solicitar à Taquigrafia que corrija ,esses dados com exal;i­dão, pois se trata de assunto muito sério, que será objeto de deba­tes nesta Casa, quando V. Ex.a precisará de dados eX8.tos, e nãona proporção que mencionou. Concluindo, quero dizer ao nobrecolega que o Rio Grande e o Pais viram na posição corajosa doPresidente da República, ao tomar urna posição política e subome­ter-se ao julgamento político, prestigi.ando a vida política daNação, a proVa de que S. Ex.a quer ser julgado, quer estimular eaperfeiçoúr a democracia, nos termos que muito bem definiu emPorto Alegre.

O SR. JG DE ARAúJO JORGE - Muito obrigado a V. Ex.e.pelo aparte.

Encerrando, Sr. Presidente, depois de ouvir a observação doeminente colega, quero di7.er que fui um daqueles que sugeriramou que chegaram à conclusão, na CPI do Menor Abandonado. deque só através de um órgão nacional, em nivel ministerial. comrecursos orçamentários próprios para um planejamento global, oproblema do menor poderá ter solução no Brasil.

O Poder Legislativo enc.aminhou ao Presidente da Repúb.licaessa sugestão para a solução do problema" Espero que S. Ex."' aoleve em conta.

Para contrariar a visão ainda rósea do ilustre aparteante. leioo resultado de um levantamento feito pelo Dl'. Varo Duarte, emi­nente médico, a respeito dó estado nutricional das crianças dePorto Alegre e da região onde esteve o Presidente da República.Diz o Dl'. Varo Duarte:

"Dentro de uma geração, a e.~tatura média. do gaúcho po­derá ser menor e também o seu quociente de inteligência.tende a se reduzir pela obra corrosiva da desnutrição."

A fome ignorou a divisa. orgulhosa do Rio Grande do Sul, deque seria um dos celeiros do Brasil, e já atinge cerca de 40% dasua população. Não acredito que esses 40% da população gaúchaestivesse a agitar bandeirinhas, em saudação ao Presidente Gei.3el,na sua recente visita. (Palmas.)

O SR. ITURIVAL NASCIMENTO (MIJIB - GO. Pronuncia oseguinte discurso.) - Sr. Presidente, Srs. Deputados, decidilla­mente, estamos vivendo os piores dias de um País que. quantomais luta pela afirmação perante a conjuntura mundial, mais seusdirigentes o fazem caminhar para trás, como se fôssemos u~arepública sem nl'·.lhum'1 expressão e sem nenhum futuro pohtJco,pelo menos a curto prazo.

Entendemos, Sr. Presidente, que fazer política seja nas hastesgovernamentais, seja na própria oposição, exige de cada um espídtode superioridade e, sobretudo, elevação no que di7. respeito aos pos­tulados que i'le pretenda defender. Há 12 anos o Brasil encontra-semergulhado numa crise que não terá solução enquanto o povonão puder participar, efetivamente, das altas decisões naciona!s.E isto, setores revolucionários autênticos o reconhecem. Porque. naobasta mudar as regras do jogo se não se consegue mudar a facedos graves problemas que afligem um País de dimensões continen­tais, COlno o nosso.

Calcado no artificialismo que invalidou os mais elementarespropósitos de suas próprias origens, vem o Movimento Revolucioná­rio de 1964 como que envergonhado em não cumprir os compro­missos anteriormente assuimdos com a democracia e a liberdade,tergiversando, as.sim, na implantação dos princípios consagradospela tradição brasileira c formação cristã do nosso povo.

Como se pode inquinar de democrático um regime que se man­tém à sombra de leis de exceção e de at.os que nada têm .a vercom os destinos do povo brasileiro?

Sinceramente, .Sr. Presidente, não ent,endemos e achamos queninguém entende o que deseja o Governo com as limitações detoda ordem que. dia-a-dia, procura impingir a cada cidadão, a cadachefe de família e agora, mais precisamente, a todos aqueles que,fazendo f)olítica contribuem decisivamente para evitar que os co­mandos dos de~tinos do País permanecam por tempo indetermi­nado nas mãos de uns poucos a quem; com certeza, o povo nãodelegou tais poderes.

Estamos em um ano eleitoral em que a "imaginação criadora" vis­lumbrada pelo General Ernesto Geisel é cha.mada a se manifestar, atraçar novos rumos e a escolher novoS dirigentes para a totalidadedos Municípios brasileiros. E, por estarmos em ano eleitoral, emque a vitória dos candidatos do Movimento Democrático Brasileiroé fato indi..scutível, em que a verdadeira imaginação criadora com~­

ça a tomar posição e a se definir nos horizontes políticos do PaIS,surge o Governo do Presidente Geisel com a "genial" idéia de quererlimitar a propaganda eleitoral, sob a ingênua alegação de que aoplataforma de ação de um candidato de determinada cidade po.s.gatumultuar a campanha de outros. de cidades mais próxima:~. Éai que reconhecemos que estamos caminh,a.ndo para trás.

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4272 Terça-feira 2S DIARIO DO CONGRESSO NACIONAL (Seção I) Maio de 19110

Mesmo assim, enquanto a lei não é votada, enquanto esse novainstrumento de cerceamento das liberdades não é acionado, vemo Pl'esidente Ernesto Geisel - não como Presidente, mas comoarcnista: não como Chefe Supremo da Nação, mas corno cabo elei­toral de seu partido - num Congresso de Vereadores do Rio Grandedo Sul, corno se ele mesmo estivesse desfechando a campanha e10i­tora!. a certa altura de seu pronunciamento e. num rasgo de ima­ginação nada criadora, rotular de inimigo o partido da Oposição,

Aliás. Sr. Presidente. causa espécie que, mesmo anunciandosuas qualidades de arenista, de Presidente Honorário do Partido ede Presidente da República - S. Ex.'" acha que "essas ftmções eesses encargos não são incompatíveis dc exerccr" - venha o Ge­neral Ernesto Geisei inquinur de inimigo um partido político que aRevolução permite esteja na legalidade; uma agremiação que vemlutando a t,odo custo para bem desempenhar seu papel no processode aprimoramento da democracia em nosso Pais: uma instituiçãopolítica que veni dando a sua parcela de colaboração ao Governo,através de críticas construtivas e fundamentais; esta mesma insti­tuição que, dias antes de S. Ex.a viajar para o exterior, conferiu-iheum voto de confiança. procurando. com i,sto. dcsarmar o espíritodaqueies que p.orventura quisessem confundir os propósitos da via­gem do Chefe de Estado brasileiro.

O Sr. Augusto Trein - Permita-me, Excelência, Se V. Ex.aouviu todo o discurso do Presidente da República. deve eo3tar lem­brado de que S. Ex.a o iniciou falando em '·adversário·'. A palavrainimigo tem justamente o significado de adversário e foi usadacom sentido figurado. Nesse pronunciamento. o Presidente ressal­tou a neceSdidade e a importância da cxistÉ'ncia da Oposição. Oque S. Ex.a caracterizou foi o tipo de op.osição que pode servir aodesenvolvimento da Pátria. Entretanto. V. Ex.a se está apegando àpalavra "inimigo" num sentido que não foi usado por S. Ex.a, oSr.. Presidente da República.

O SIt. ITURIVAL NASCIMENTO - Agradeco o aparte de V. Ex.'"nobrc Deputado. Só que a,3sim não o entende o povo brasileiro.

Prossigo. Sr. Presidente.Não poderia ter sido mais infeliz o principal orador daquele

conclave. Não pode ser tachado de "inimigo" um partido políticoque também almeja chegar ao Poder, porque. sem rotatividade, nãopode haver democracia. Chegar à Presidência da República nãoconstitui um privilégio exclusivo daqueles que dizem pertenc0r àAliallc~L Renovadora Nacional. Se assim o fosse. nós. do MovimentoDemocl'átieo Brasileiro. estaríamos no cenário apenas compondo umquadro. E este, a nosso ver, não pode sem o comportamento deum partido que levanta a sua voz quando entende que é chegadoo momento de galgar novos degraus com o apoio indispensável detoda.3 as camadas sociais do País.

Ouço o nobre Deputado JG de Araújo Jorge.

O Sr. JG de Araújo Jorge - nu~tre Deputado Itnrival Nas­cimento. V. Ex." está fazendo um pronunciamento que é. poraSBim dizer, a continuidade Cio meu, eis que. ao contrário do queocorre com os Senadores, não temos o tempo necessário paraexpor nossos pontos de vista. Mas. eu queria congratular-me comV. Ex." e me identificar com o mesmo. A "lei rolha". assim cha­mada por destinar-se a surdos e mudos politicos. não pel'mite quese fale ou se ouça nada. Vamos ser. pois, transformados - comojá se disse aqui - em personagens de anúncios de sabonetes oude pastas de dente, nos quais aparecerão apenas os retratinhose as indicações dos candidatos. O emínente jornalista CarlosCastello Branco, interpretando esse projeto. em um de sellS arti­gos .i udiciosos, diz o seguinte: "Ele surgiu como reação ao êxitoda primeira excursão político-eleitoral do Sr. Ulysses Guimarãesno Norte e no Nordeste. A imaginação criadora (ou esteriliza­dora), que floresce mais !las hostes do Governo do que na Opo­sição. logo ofereceu os instrumentos que pareciam adequados aconter o MDB. impedindo-ihe a difusão da campanha política ea mobílização de um ei0itorado que um ano antes pregara ao sis­tema um tremendo susto". Resumindo. Srs. Deputados. essa leicaracteriza. definitivamente. o medo de um julgamento pelo povo.Julgamento que com~çou em 1974 e que termInará. inexoravel­mente - a não ser que o Governo vire a mesa - em 1978, coma vitõria do MDB.

O SR. ITURIVAL NASCIlVIENTO - Deputado JG de AraújoJorge, agradeço a. intervenção de V. Ex.a. que. por certo, irá enri­qllece1' nosso modesto pronunciamento desta tarde.

Prossigo. Sr. Presidente.

Não faz muito. ouvimos de um ilustre chefe militar e revolu­cionário_ da primeira hora a honesta e exata afirmação de que aRevoluçao perdeu o povo e. pelos caminhos normais. praticamentequase nada mais lhe resta a recuperar. Quando essa autoridadefazia tal afirmação. lamentava que o Governo não houvesse pro­curado um maior entl'osamento entre as classes política.s e a Re­volucão. deixando-se levar pela linguagem fantasiosa e não muitoconvincente dos tecnocratas que se aproximaram do Poder atravésda teoria das chamadas ciências exatas.

Mesmo lemhrando as reformas levadas a efeito no campo so­cial. mesmo admítinClo que nenhum outro País do mundo tenhaconseguido, em tão curto espaço de tempo, beneficiar mais dire­tamente as camadas menos favorecidos, reconhecia-se, naquelaoportunidade, que a ARENA ia perder as eleições municipais denovembro. porque, seguindo-se a sabedoria orientai. não bastavadar peixe aos famintos; era necessário ensinar-lhes a pescar. Comoo tempo avança rapidamente, já não há como ensinar a tantagente a pescar, nos meses que nos separam do pleito.

Ouço V. Ex'" com muito prazer, Deputado. Joel Ferreira.O Sr. Joel Ferl"ei1'a _ Nobre Deputado. já declal"ei desta tri­

buna - e reafirmo - que o engajamento de um Presidente daRepúbliea ou de um Governador, com certo comportamento e dis­creção, na campanha a favor de seu partido, teria por objetivo suapenetração na área política, o que seria muito bom na atualsituação. Acontece que o comportamento do Presidente da Repú­blica - na minha opinião e, creio, na de todos os demais inte­grantes do Moviment{) Democrático Brasileiro e de grande parteda opinião pública - já é demasiadamente ostensivo em favor deseu partido e. imitado. de maneira extremamente exagerada, porGovernadores de alguns Estados. Isto tudo !Jade levar a adminis­traç.ão à mais terrível derrocada, fazendo com que não aleancemo Governo e a ARENA os objetivos a que se estão propondo. Háexemplos de Governadores neste Pais que já não governam seusEstados. entregues que estão. 24 horas por dia, à politica partidá­ria. O povo sofre terrivelmente com esse comportamento, e, desta.forma. não será alcançado o resultado desejado pelo Presidente daRepública e pelos Governadores que assim estão procedendo. Poroutro lado. nobre colega, enquanto o Presidente da República eos Governadores estão empenhados na campanha do seu partido- veja V. Ex.a o contraditório - chega a esta Casa mensagemque restringe, enormemente, as atividades do partido oposicionis­ta. Dirá alguém que restringe também para a ARENA. Não é ver­dade. E não é vcrdade por isto; enquanto o MDB não tem comoir à televisão e ao rádio. os Governos. quer o Federal como osEstaduais. podem fazê-lo a hora que quiserem. Todos os dias háGovernadores, na televisão, fazendo apologia de suas administra­çóes. Tal comportamento vem sendo notado peja opinião püblicae, por esta razão. o Governo não alcançará seus objetivos. Haverá,naturalmente, uma reação negativa, desfavorável. por parte da.opiniào pública, em favor da Minoria. hoje encarnada pelo MDB,mas que poderia ter outro nome e, não apenas por ser MDB, maspor ser Minoria. vem sendo objeto de uma humilhação quase, porparte da MaiorIa. Por isto. reafirmo que a participação do Governona campanha política, com discreção, com certa contenção, nãoserá algo reprováveL mas essa avalanche. notadamente partidados Governos Estaduais. é, sem dúvida nenhuma. prejudicial àadministracão e ao povo.

O SR. ITURIVAL NASCIMENTO - Agradeço ao meu grandeLíder a intervenção em nosso modesto pronunciamento. Ouço. ago­ra. [I ilustre Deputado Parsífal Barroso. Só pediria que fosse breveno q1arte.

O Sr. Parsifal Barroso - Agradeço o aparte que me concedee procurarei ser breve. como V. Ex." me pede. Desejava. apenas.nobre Deputado Iturival Nascimento, lembrar a V. Ex.a que hánecE'ssidade de se distingüir - e a Liderança do MDB nào o fez ­a atual e antiga propaganda politico-administrativa que os Go­vernadores dos Estados vêm fazendo. apresentando o resultadode seus Governos ao povo. dessa propaganda político-partidáriaque o projeto da mensagem chegada ao Cong'resso quer regular,em árnbito municipal. a fim de que. apenas durante a campanha,os enfoques e os debates de caráter municipal. de interesse doMunicipio, sejam a tônica da propaganda político-partidário. Essa,a inovação. E não pense V. Ex." que. com essa inovação. a ARENAou o MDB 0stejam sendo prejudicados, porque há necessidade.apenas. de que nos saibamos adaptar ao novo condicionamentoresultante desse projeto.

O SR. ITTJRIVAL NASCIMENTO - Agradeço a V. Ex.a. Depu­tado Parsifal Barroso.

Oontinuo. Sr. Presidente.Por entender que o seu partido está, como na letra do Hina

Nacional. "deitado eternamente em berço esplendido", resolveu oilustre Presidente Ernesto Geisel dar-lhe uns puxões de orelhas,quando afirmou:

'''0 nosso adversário é o partido da Oposição. tão J1f~ces­sário quanto o nosso. e é o MDB. Este. é o nosso adver­sário. Nos temos que o analisar. ver como ele atua. VC['quais são as suas debilidades. quais são seus erros e ex­plorá-los. e devemos ter o cuidado de não caracterizar oadversário dentro de nosso partido. É natural. num par­tido grande. corno é o nosso, que teve em sua origemelementos oriundos de diferentes partidos. que dentro deleexistam divergência>: e existam lideranças que muitas ve­zes se contrapõem.. Mas é preciso que essa contraposição,que essa luta interna não sirva para nos dissociar. Aocontrário, ela deve ser necessária como estímulo para que,

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Maio de 1976 nlARIO no CONGRESSO NACIONAL <Seção I) Terça-leil'a 25 4~~73

após a refrega, todos saiam unidos em torno daquele querealmente venceu. Pode-se ver que o nosso inimigo estálá fora, não está aqui dentro."

E enfatizando:

"O nosso inimigo é o partido da Oposição e a ele devemoscombater com as armas legais e reais que tivermos à nos­sa disposição. Há necessidade também de nós olharmoso quadro de eleitores que se forma constantemente com arenovação de elementos novos que aí chegam, que nosempenhemos num esforço extraordinário para trazer jun­to a nós os jovens com todos os seus ideais e todas as suasvibrações e abramos as portas do partido, não só paraque votem no partido, mas também para que participemnos cargos dos diferentes diretórios, das diferentes enti­dades municipais, estaduais, etc. Não é possível contarcom eles. se nós não quisermos também dar-lhes respon­sabilidades e a possibilidade de ver-se em funções eletivas.Eu faço um apelo para uma melhor arregimentação dasmulheres.As mulheres do Brasil têm igualdade de direito, com oshomens.É mais que justo, é necessário que elas, efetivamente, par­ticipem da vida pública, sobretudo da vida partidária, davida eleitoral, dos cargos políticos. E é preciso que oshomens entendam isso e lhes abram as portas, da mesmamaneira que aos jovens, para que dobremos os nossos efe­tivos e melhoremos os nossos resultados eleitorais."

Interessante, Sr. Presidente, Srs. Deputados, é que, enquanto0(1 ilustre Presidente Honorário da Alianca Renovadora Nacionalfaz essa profissão de fé partidária, seus lidérados atuam em sentidoeontrário. Aqui mesmo, em Brasília, naquele dia, o Reitor da Uni­versidade suspendia as eleições do Diretório Acadêmico, sob ale­gação de que a campanha "estava fugindo às suas finalidades",,[I que motivou violento protesto junto ao Ministério da Educaçãoe apelos ao Congresso Nacional, onde a "Fundação Milton Campos".-- a nova "academia de eiéncias" - -. inieia esta semana um semi­llário de introdução à ciência politica destinado à juventude e aosmeios universitários.

O SI'. Eloy Lenzí - Nobre Deputado Iturival Nascimento, acho(IUe V. Ex.a tem toda a razão quando afirma a injustiça com queIoi tratado o MDB na última reunião de Vereadores de PortoAlegre, com a presença do Sr. presidente da República, GeneralErnesto Geisel. Realmente, é dificil de se entende:r que o Sr. Pre­sidente da República, data venia, depois de encaminhar ao Con­gresso Nacional um projeto de lei altamente restritivo à ação dos:partidos políticos, tendo em vista as próximas eleições, vá a Porto,Alegre e, utilizando-se de todos os meios de comunicação existentesno Pais, cometa verdadeiro ato de proselitismo político, pois alireuniram-se os Vereadores tio meu Estae,o para ouvir o discursoestritamente político de S. Ex.a o Sr. Presidente da República,Portanto, dois pesos e duas medidas, porque enquanto nós, doMDB, não disporemos do rádio, da televisão nem de outro veiculode comunicação para faz€r uma campanha ampla, verdadeira­mente democrática, visando às eleições municipais, para a ARENA,80bra além dos Srs. Governadores, que continuam com a imprensaà sua disposição, mais ainda o Sr. Presidente da Repúblíca, enga­jado que está na campanha eleitoral do seu Partido, a fazer prose­litismo em nome da Alianca Renovadora Nacional. Aceite meuscumprimentos pelo protesto' que, em hora tão oportuna, está lan­cando V. EX,a contra o tratamento adverso e injusto que: nos édispensado.

O SR. PRESIDENTE <Célio Borja) - Comunico ao nobre ora­dor que dispõe de 4 minutos para concluir sua oração.

O SR. ITURIVAL NASCIMENTO - Sr. Presidente, agradeço ainformação. Concedo um aparte ao nobre Deputado Getúlío Dias.

O Sr. Getúlio Dias - Deputado Iturival Nascimento, desej'l'l(~ongratular-me com V. Ex.a pela exposição que vem fazendo. Devodize:r que não tem a Oposição medo das palavras. Não costumamostratar nossos adversários com a intolerância com que somos tra­

·j;ados. Por isso, ao ouvir e ler o termo "os nossos inimigos", entendi(~omo se fosse 'os nossós adversários" mesmo porque falando S, Ex,'"o Presidente da República, de improviso, num di.scurso deste tipo,nem sempre a palavra adequada surge no momento certo, Nãojulgamos os nossos adversários com a mesma impiedade e intole­rância com que nos julgam. Todavia, aproveito a oportunidadepara dizer que a análise que faz V. Exa , lúcida, clara, franca e

,leal, reflete o que se está passando em nossa Pátria. Enquanto seprocnra restringir a propaganda eleitoral, nós, que nos conside­ramos um partido satisfeito com a atual lei que rege a propagandapolítico-eleitoral do Pais, não poderemos aceitar uma lei que visaa substituir o que é bom por normas que não alcançam as finalida­des da politízação, da conscientização política do povo, mas que,ao contrário, pretendem apenas exibir o nome do candidato, suaiotografia e a .sigla da agremiação a que pertence, permitindo até,

eminente colega, - para constar do discurso de V. Ex.... - que,amanhã, se possam eleger Vereadores mudos em nossa Pátria,pois que o eleitor não vai saber se o candidato que está solicitandoo seu voto fala, eis que ele não tem possibilidade de dialogar como povo ou de dizer a que vem, afinal, para a vida pública, qual acontribuição que pretende dar ao seu Município e à sua comuni­dade. Congratulo-me com V. EX,a pelo pronunCiamento que faz.

O SR. ITURIVAI, NASCIMENTO - Muito obrigado a V. Ex.a.

A ninguém é dado desconhecer que o Decreto-lei n.o 477 con­tinua sendo um espinho atravessado na garganta da juventudebrasileira; um prego no sapato desses jovens que em breve nossucederão; uma pinça hemostática a impedir que circule em suasveias o verdadeiro sangue da liberdade e da democracia; enfim, opior mal que se poderia desejar àqueles a quem se manda que amemcom fé e orgulho a terra em que nasceram...

Quando o Governo faz o apelo em torno do ingresso da mulhernas hostes arenistas, esquece-se, muitas vezes, das posições con­trárias aos seus legitimas direitos adotadas nesta e na outra Casado Congresso Nacional, através de suas lideranças. A redução dotempo de serviço para aposentadoria da mulher, seja no serviçopúblico, seja na iniciativa privada, tem sido uma barreira intrans­ponivel de que a ARENA não abre mão e nào só vota contra, comoainda recome:nda aos parlamentares que se abtenham de apresen­tar proposições nesse sentido.

Ensina-nos a ciência política que, sem sensibilidade. não podehaver representatividade. E é esta falta de sensibilidade que levao Governo a cometer injustiças, a se guiar por maus brasileiros ­os tecnocratas - que só vêem um lado do problema, e que proli­feram por aí a fora, como se vivêssemos a época das estatístiea,dos computadores e da linguagem fantasiosa. Entendemos que es­tatísticas e computadores são necessários aos modernos processosde administração pública, mas não nos podemos esquecer de queessas estatisticas, mesmo em sendo oficiais, podem não ser, con­tudo, verdadeiras. E, nesse particular, a Revolução vem sendo multopródiga. Quando apela, então, para a linguagem dos percentuais,é um Deus nos acuda. Costuma exemplificar afirmando que 50'{,de determinada classe está plenamente de acordo com os planosdo Governo. Mas acontece que e.5sa clas5e pOSSUl apenas doi c' inte­grantes. É isto mesmo: acerta na fromulação e erra na espeCifi­cação.

O que o Brasil precisa - e isto se tem dito todos os dias. d[,<"tatribuna -- é que se desarmem os espiritos, não se chame o partidoda Oposição de "inimigo", porque esta pecha não lhe cabe. SesomDS "inimigos" da ARENA e não o somos do BL'asiL Só Itle~l1lt)

o excesso de entusiasmo poderia ter levado o Presidente loênw:;t.QGeisel a fazer tal afirmacão. A nós. do MDB, não é lícito afirmarque a ARENA é nossa inimiga, até porque não temos inimigos, nemdentril nem fora daquela agremiação SDmos leais competidores eo que pretende a ARENA nós também pretendemos. O fato deaquele Partido apoiar o Governo, ter mais acesso aos cargos públi­cm e às facilidades oficiais não nos deseneoraja, porqlle do nossolado está o voto livre e consciente do povo bra.~ilejro a nortear osnossos verdadeiros destinos.

Estamos tranqüilos em relac;ão ao pleito municipal eleste ano.Sabemos que, mesmo proibindo o acesso de candidatos às estaçôesde rádio e televisão, o destino do partido do Governo está selado.Não é proibindo esse tipo de propaganda que se haverá de impedirque o eleitorado decida soberanamento sob'ce os candidatos de suapreferência. Por mais bem feita que seja a campanha, por maisexpressivos que sejam os arautos da ARENA, nada conseguirà neu­tralizar os saldos negativos deixados pela inflação e pelo aumentodo custo de vida, nos últimos anos. Com a força de que dispõem,em todo.s os sentidos, ARENA e RevoluçãD deixaram que a águacorresse por baixo da ponte e, entre seus propõsitos e a realidadebrasileira, há uma distância muito grande.

Não temos dúvidas, SI', presidente, Srs, Deputados, de queestas medidas restritivas repercutirão favoravelmente junto aoMovimento Democrático Brasileiro, pois elas representam um re­trocesso sem precedentes em nossa história política. Limitar a pro­paganda eleitoral, impedir o candidato de entrar em contato diretocom o público. através dos modernos meios de divulgação de quedispomos, é querer limitar, igualmente, a capacidade de imaginaçãoe de discernimento do nosso povo.

Re.sta-nos pedir a Deus que o pleito se realize, como vem anun­ciando o Governo, que "forças ocultas" não tumultuem o rumodas cousas, pois somos, como afirmamos de principio, um País quetem amplos horizontes pela frente e não pode, absolutamente, c(Jn­tinuar retrocedendo na sua verdadeira afirmação política, econô­mica e social.

Era o que tínhamos a dizer.

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4274 Terça-feira 25 DiáRIO DO CONGRESSO NACIONAL (Seção 1) Maio de 1976

Durante o discurso do Sr. lturivaZ Nascimento, o Sr.Odulfo Domingues, 19 -5ecretá1"io, deixa a cadeira da pre­sidência, que é ocupada pelo Sr. Célio Borja, Presidente.

O SR. PRESIDENTE (Célio Rorja) - Está findo o tempo des­tinado ao Expediente.

Vai-se passar à Ordem do Dia.

Comparecem mais os Srs.:Henrique Eduardo AlvesLéo SimõesLauro RodriguesUbaldo Barem

AcreRuy Lino - MDB.

Pará

Alacid Nunes - ARENA; Edison Bonna - ARENA; GabrielHermes - ARENA: Jader Barbalho - MDB; João MenezesMDB; Newton Barreira - ARENA; Ubalelo Corrêa - ARENA.

Maranhão

José Ribamar Machado - ARENA; Maráo Filho - ARENA;Vieira da Silva - ARENA.

Piauí

Correia Lima - ARENA; Dyrno Pires - ARENA; Hugo Napo­leão - ARENA; João Climaco - ARENA.

CearáAntônio Morais - MDB; Furtado .Leite - ARENA; Januário

Feitosa - ARE:NA; Marcelo Linhares - ARENA; Parsifai Barro­so - ARENA: Paulo Studart - ARENA.

Rio Grande do Norte

Ulisses Potiguar - ARENA; Wanderley Mariz - ARENA.

Paraíba

Aelemar Pereira - ARENA: Álvaro Gaudêncio - ARENA; An­tônio Mariz - ARENA: Humberto Lucena - MDB; MarcondesGadelha - MDB; Mauricio Leite - ARENA: Teotônio Neto ­ARENA.

Pernambuco

Aderbal Jurema - ARENA: Carlos Alberto Oliveira - ARE­NA; Carlos Wilson - ARENA; Fernando Coelho - MDB; Gon­zaga Vasconcelos - ARENA; Jarbas Vasconcelos - MDB; Joa­quim Guerra -- ARENA; Sérgio Murillo - MDB; ThalesRamalho

MDB.Alagoas

Antônio Ferreira ~ ARENA; Geraldo Bulhões - ARENA:José Alves - ARENA: José Costa - MDB: Theobaldo Barbosa

ARENA.Sergipe

Celso Carvalho - ARENA.

Bahia

Antônio José - MDB; Fernando Magalhães - ARENA; Hil­dérico Oliveira - MDB: João Durval - ARENA; Jutahy Maga­lhães - ARENA; Ney Ferreira - MDB; Prisco Viana - ARENA;Ruy Bacelar - ARENA: Theódulo Albuquerque - ARENA; VascoNeto - ARENA: Viana Neto - ARENA; Wilson Falcão ­ARENA.

Espírito Santo

Aloisio Santos - MDB; Gerson Camata - ARENA: MárioMoreira MDB: Moacyr Dalla - ARENA: Oswaldo Zanello -ARENA: Parente Frota - ARENA.

Rio de JaneiroAbdon Gonçalves - MDB: Alberto Lavinas - MDB: Alvaro

Valle _. ARENA; Ario Theodoro - MDB; Brígido Tinoco - MDB:DarcíJio Ayres - ARENA; Daso Coimbra - ARENA: Dayl deAlmeida - ARENA; Eduardo Galil-ARENA: Emmanocl Waismann- MDB; Erasmo Martins Pedro - MDB: Florim Coutinho _MDB; Francisco Studart-~ MDB: Hélio de Almeida - MDB; Hy­dekel Freitas - ARENA; Joel Lima - MDB; Jorge Moura _MDB; José Bonifácio Neto - MDB: José Haddad - ARENA'José Maria de Carvalho - MDB: José Mauricio - MDB: Leôni~das Sampaio - MDB: Mac Dowell Leite de Castro - MDB; Mar­celo Medeiros - MDB; Moreira Franco - MDB: Nina Ribeiro- ARENA; Osmar Leitão - ARENA; Rubem Dourado - MDB:Rubem Medina - MDB; Walter Silva - MDB.

Minas Gerais

Altair Chagas - ARENA; Bento Gonçalves - ARENA; Car­los Colta -- MDB: FranceJino Pereira - ARENA; Genival TOuri­nho -- MDB: Geraldo Freire -- ARENA; Homero Santos - ARE­NA: Humberto Souto _. ARENA: Ibrahim Abi-Ael,el - ARENA:JairD Magalhães - ARENA: José Bonifácio - ARENA: José Ma-

chaClo - ARENA; Manoel de Almeida - ARENA; Marcos Tito- MDB; Melo Freire - ARENA; Murilo Badará - ARENA; Na­varro Vieira - ARENA; Nelson Thibau - MDB; Padre Nobre- MDB; Raul Bernardo - ARENA: Renato Azeredo - MDB;Tancredo Neves - MDB; Tarcisio Delgado - MDB.

São Paulo

Adalberto Camargo - MDB; A.H. Cunha Bueno - ARENA;Alcides Franciscato - ARENA; Athiê COury - MDB; CantidioSampaio - ARENA: Dias Menezes - MDB; Diogo Nomura ­ARENA; João Arruda - MDB; João Cunha - MDB; João Pedro- ARENA: Joaquim Bevilacqua - MDB; Jorge Paulo - MDB;José Camargo - MDB; Lineoln Grillo - MDB; - Octacílio Al­meida - MDB: Odemir Furlan - MDB; Pacheco Chaves - MDB;Pedr.Q Carolo - ARENA; Robcrto Carvalho - MDB; SalvadorJulianelli - ARENA; Santil1i Sobrinho - MDB; Ulysses Guima­rães - MDB.

Goiás

Fernando Cunha - MDB; Hélio Levy - ARENA; Hélio MauroARENA; Iturival Nascimento - MDB; Jarmund Nasser -

ARENA; Rezende Monteiro - ARENA. .

Mato GrossoGastão Müller - ARENA; Valdomiro Gonçalves - ARENA;

Walter de Castro - MDB.

ParanáAlípio Carvalho - ARENA; Expedito Zanotti - MDB; Flávio

Giovlni - ARENA; Hermes Macêdo - ARENA; João Vargas ­ARENA: Nelson Maculan - MDB: Norto Macêelo - ARENA; san­tos Filho - ARENA; Sebastião Rodrigues Júnior - MDB.

Santa Catarina

Ernesto de Marco - MDB; Francisco Libardoni - MDB;Jaison Barreto -- MDB; Laerte Vieira - MDB; Luiz Henrique

MDB; Pedro Colín - ARENA; Wilmar Dal1anhol ARENA"

Rio Grande do Sul

Alexandre Machado -- ARENA; Augusto Trein - ARENA;Célio Marques Fernandes - ARENA; Cid Furtado - ARENA;Fernando Gonçalves - ARENA: Harry Sauer - MDB: JairoBrum - MDB; João Gilberto - MDB; Norberto SchmidtARENA: Nunes Leal - ARENA; Vasco Amaro - ARENA.

RoraÍlna

Hélio Cam1XJs - ARENA.

VI - ORDEM DO DIA

() SR. PRESIDENTE (Célio Borja) - A lista de presençaacusa o comparecimento de 304 Srs. Deputados.

Os Senhores Deputados que tenham proposições a apresentarpoelerão fazê-lo.

O SR. C]J;LIO MARQUES FERNANDES - Requeri­mento de consignação nos Anais da Casa de voto de rego­zijo pelo transcurso do Dia da Infantaria.

- Requerimento de consignação nos Anais da Casa devoto de congratulações com o Município de Nova Bassa­no. Rio Grande do Sul, pela passagem da data ele suaemancipação política.

- Requerimento de consignação nos Anais da Casa devoto de congratulações com o Município de Venâncio Aires,Rio Grande do Sul. pelo transcurso da data de sua eman­cipação política.

- Requerimento de consignação nos Anais da Cas" devoto de congratulações com o Município de Erechim, RioGrande do Sul. pela passagem da data de sua emancipa­ção política.

O SR. CLEVERSON TEIXEIRA - Projeto de lei quedá nova redação aos itens do § 4.° do art. 10 e ao § 3.0do art. 12 da Lei n.O 5.890. de 8 de junho de 1973. quealtera a legislação da previdência social.

O SR. ERNESTO DE MARCO - Projeto de lei que dis­põe sobre a criação de Escolas Técnicas Federais nosMunicípios de Xanxerê e Maravilha, no Estado de SantaCatarina.

O SR. JG DE ARAÚJO JORGE - Projeto de lei quegarante aos Engenheiros, Arquitetos e Agrimensores commais de 10 anos de anuidades pagas ao CREA e portado­res elas chamadas "Carteiras Precárias", o direito do exer­cicio de sua profissão em todo o território nacional.

O SR. PEIXOTO FILHO - Requerimento de infor­macões ao Ministério da Fazenda sobre a dlstribuicão derecúrsos financeiros da Loteria Esportiva aos árgáós go­vernamentais das Administrações Direta e Indireta.

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Maio dll 19'76 DIAIUO DO CONGRESSO NACIONAL (S.eçáo I) Terça-Ieira 25 4:a?5

Carneiro, requeremos li: V. Ex.a seja consignado na Ata dos nossostrabalhos de hoje, voto de profundo pesar, bem assim a designa­ção do Grande Expediente de uma das próximas sessões para ashomenagens devidas ao grande morto.. '

Sala das sessões, 24 de maio de 1976. - 'Wilson Braga - ArnaldoLafa,yette ...... Marcondes Gadelha.

O SR. PRESIDENTE (Célio Borja) - Os 81's. que ·0 aproVRmqueiram ficar como estão. (Pausa.)

Aprovado.

O SR. PRESIDENTE (Célio Dorja) - Designo, para integra­rem a Comissão Parlamentar de Inquérito destinada ao examedo funcionamento, arrecadação e aplicação de recursos da Lo1;e­ria Federal, Loteria Esportiva, Loterias Estaduais, Carnês e outrasmodalidades de sorteios e poupança e crédito, analisando suasrepercussões sobre a economia popular, de acordo com as indica­ções das Lideranças, os Senhores Deputados:

Efetivos

lVIDBJuarez BatistaHildé:rtcb OliveiraOlivir GabardoAloísio SantosJosé Carlos Teixeira

lVIDBMário FrotaArnaldo LafayetteMário MoreiraAlcir PimentaAntônio Carlos

Suplentes

ARENA

Celso CarvalhoUbaldo Corres.Furtado LeiteHélio LevyDayl de AlmeidaHenrique Pretti

ARENAFernando MagalhãesHumberto SOutoCarlos WilsonLeur LomantoValdomiro GonQalvesMurilo Rezende

O SR. PRESIDENTE (Célio Borja) -VotaQão, em discussão única, do Projeto ele Lei

n." 574-B, de 19.75, que declara Machado de Assis Patronodas Letras do Brasil; tendo pareceres: da Comissão deConstituição e JustiQa, pela constitucionalidade, juridici­dade e técnica legislativa; e, da Comissão de Educagão eCultura, pela aprovação, com emenda. Pareceres à Emendade Plenário: da Comissão de Constituição e Justiça, pl~la

constitucionalidade, jurl.dicidade e técnica legislativa; e, daComissão de Educação e Cultura, pela aprovação, contr'L ovoto da Sr:" Lygia Lessa Bastos. (Do Sr. Alberto Lavinas.)- Relatores: 8rs. Gomes da Silva e Hélio Mauro.

O SR. PRESIDENTE (Célio Borja) --. Tem a palavra o Sr.Antônio Bresolin, para encaminhar a votação.

O SR. ANTÔNIO BRESOLIN (MDB -- RS. Sem revisão doorador.) - Sr. Presidente e Srs. Deputados, já tive oportunidade deme manifestar outras vezes sobre este pr·ojeto, ao qual não soucontrário. COnsidero mesmo e todos sabem. disso - que Macha.dode Assis foi praticamente o nosso maior clássico. Todavia, é aindacedo para um jUIgamentod'esta naturezà.. Homens ilustres pon­tilharam na História da nossa Pátria, destacando-se no mundodas letras, Humberto de Campos e Euclides da Cunha, o qual es­creveu o primeiro Tratado de Sociologia do Brasil. "Os Sertões,"de Euclides da Cunha, eu o coloco ao lad() da "Divina COmédia",de Dante, de "Dom. Quixote", de Cervantcil, do maior livro escr'ltopor Goethe, ao lado de Shakespeare, e de outros valores que sedestacaram através dos tempos, deixando obras que efetivamenteatravessarão a gélida indiferença dos séculos.

Não sou contra a que se dê esse título a Machado de Assis,mesmo porque aquele grande escrl.tor patrício foi o fundador daAcademia Brasileira de Letras, Minha única preocupação, no caso,é que está sendo múito apressado esse julgamento. Só as geraçôesdo futuro poderão. entre tantos homens, faze.!' tal escolha. Apesarde o Brasil ser um Pais novo, muitos brasi1eiros já se destacar:amno mundo das letras, deixando, através da.poesia, da prosa, enfim,das diferentes manifestações do pensamehto, obras que hão deatravessar, seguramente, a indiferença do tompo_.

Quero deixar aqui, Sr. Presidente, não a minha manifestlwãocontrária - repito - porque sou também um grande admiradorde Machado de Assis, mas meu ponto de vista de que a presentemedida' é prematura. Votarei de acordo com o meu partido. Nãotenho nenhuma restrição a fazer a Machado de Assis, mas, poroutro lado sinto profundo respeito por tantos outros homens deletras que ímgrandeceram nossa Pátria, que destacaram o nome doBrasil no estrangeiro e que hoje são lid08 e relidos pelas atuaisgerações- como o serão pelas futuras.

A SRA. LYGIA LESSA BASTOS - RequerimentO deconsignação nos Anais da. Casa de voto de congratula­ções com o Diretor e os Corpos Docente, Discente e Admi­nistrativo do Colégio Estadual Rivadávia Corrêa. pelotranscurso do 63." aniversário de sua fundação.

O SR. PRESIDENTE (CéliD Dorja) - É com grande prazerque comunico aos Srs. Deputados a presença, neste plenárIo, daDelegação Parlamentar Polonesa, que nos visita a convite daPresidência da Câmara dos Deputados. (Palmas~)

Pel;O ao Sr. Présidente da Delegação e aos nossos eminentescolegas poloneses que tomem assento nas banCadas.

8rs. Deputados, a Missão Parlamentar Polonesa que nos vi­sita é presidida pelo Sr. Stanislaw, Presidente da Dieta da Repú­blica Popular da Polônia e Presidente do Comitê Supremo doPartido Unificado Camponês. Tem, como Vice-presidente, o Sr.Deputado Kazimierz Rokoszewski, Presidente Suplente da Comis­são das Atividades Legislativas da Dieta, Chefe da Seção de Im­prensa, Rll.dio e Televisão do Comitê Central do Partido ObrereUnificado Polonês (POUP) e membro do Comitê Central do POUPoA Missão que ora .nos visita é .composta dos seguintes membros:Deputado Jan Soja, Presidente Suplente da Comissão das Minas,Energia e Quimica, técnico mineiro da mina. de Carvão, GeneralZawadzki, em Dabrowa Górnicz, membro do POUP; DeputadoAndrzej Bondarewski, membro da Comissão de Administração, daEconomia Local e Preservação do Meio Ambiente, membro daComissão das Atividades Legislativas, membro do Partido Demo­crático; Deputado Josef Wieckowski, Presidente Suplente da Co­missão das Ciências e Progresso Técnico, membro da Comissão daEconomia Maritima e Navegação, Professor do Instituto de Cons­trução de Barcos da Escola Superior Politécnica de GdanskIndependente, e assistida pelo Chefe de Chancelaria da Dieta,membro do Pa.rtido Operário Unificª,do da Polônia, o ex-Ministrode Estado Kazimierz Switala.

Em nome da Câmata dos Deputados, ll-presento ao Sr. Pre­sidente StaniJ:ilaw Gucwa, os cumprimentos de todos os Deputadosbrasileiros. DeSlljo a S. Ex.a e aos nobres Deputados que oacom­panham uma feliz permanência entre. nós. Estou certo de quelevarão do Brasil a imagem verdadeira de seu povo, que é a detrabalho, de ordem, de amor, de paz e de desejo de cooperaçãocom todos os povos do mundo particularmente cõm o povo polo­nês, a que nos ligam laços tão antigos' de estima, pelo conheci­mento direto que temos de seus filhos, que, aqui, há muitos anos,vieram habitar e nos ajudaram a construir a Nação que hojesomos.

Portanto, em nome da Câmara dos Deputados, apresento aS. Ex." e aos Ex.mos Srs. Deputados da Dieta da Polônia os nossosmelhores cumprimentos, nossos vqtos de felicidade pessoal e deprosperidade à República Popular .dà Polônia.' (Palmas.)

O SR. PRESIDENTE (Célio Dorja) - Vai-se passar à votaçãoda matéria que está sobre a Mesa e a constante da Ordem do Dia.

O SR. PRESIDENTE (Célio Borja) - Há sobre a mesa e vousubmeter a votos a seguinte redação final:

REDAÇAO FINÀL DO PROJETO DE LEI N.O 453-B11975Altera a redação do § 2." ih> art. 26 do Decreto-lei

n.o 3.365, de 21 de junho d.e 1941 (Lei de desapropriaçãopor utilidade pública).

O Congresso Nacional decreta:Art. 1.0 O § 2." do art. 26 do Decreto-lei n,o 3.365, de 21

de junho de 1941, passa a vigorar com a seguinte redação:"Art. 26..............••.......•.•........•.............•§ 2." Decorrido prazo superior a um trimestre, a partirda avaliação, o Juiz ou o Tribunal, antes dlld~cisão final,determinará a correção monetária do valor apurado."

Art. 2." Esta lei enttará em vigor na data da sua publica-ção, revogadas as disposições em contrário. .

Comissão de Redação, 24 de. maio' de 1976. - Altair Chagas,Presidente - .T1)sé Ribamar Machado, Relator - Theobaldo Bar­bosa.

O !SR. PRESIDENTE (Célio Borja) - Os Srs. que a aprovam,queiram ficar como estão. (Pausa.)

Aprovada.Vai ao ,Senado Federal.O SR. PRESIDENTE (Célio 801'ja) -- Há sobre a mesa e vou

submeter a votos o seguinte

REQUERIMENTOSenhor Presidente,Tendo falecido nesta Capital, no último sábado, o Ministro do

Tribunal SU};lerior Militar e ex-D!'lPutado Federal, Dr. Alcides

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4276 Terça-feira 25 DIÂRIO 1)0 CONGRESSO NA()IONAL (Seção J) Maio de 1976

O SR. PRESIDENTE (Célio Bor.ia)- Tem a palavra o Sr.Peixoto Filho, para encaminhar a votaçâo.

O SR. PEIXOTO FILHO (l\1DS - RJ. Sem revisão do ot·ador.)- Sr. Presidente, Srs. Deputados, a iniciativa do nobre DeputadoAlberto Lavinas. de nossa bancada, no momento ausente do ple­nário, merece nosso integral apoio e aqui compareço para susten­tar sua justificação a tão oportuna proposição.

Preliminarmente, 8r. Presidente, uma retificação se tornanecessária também, dada a ausência da Deputada Lygia LessaBastos: S. Ex.a não votou contra o projeto. Pelo contrário, o pare­cer da Comissão de CLlnstitmção e Justiça foi, por unanimidade,favorável. De maneira que ]Jeço a V. Ex.a mande pruceder a essaretificacão no avulso da Ordem do Dia da sessão de hoje. Outraretificação: ql1em ofereceu a emenda de Plenário não foi o Depu­tado Alberto Lavinas. mas, o Deputado Darcillo Ayres.

São as duas retificações para as quais peço a atenção deV. Ex.a

Sr. Presidente, o parecer do nobre Deputado Hélio Mauro res­ponde plenamente as objeções do nobre Deputado Antõnio Bre­solin, porque reconhece que a iniciativa do Deputado fluminenseAlberto Lavinas é a rat,ificação da homenagem que a AcademiaBrasileira de Letras prestou a Machado de Assis, ao elegê-lo seuPatrono. De maneira que ela não significa nenhum desapreço aCastro Alves, Olavo Bilac. José de Alencar, Euclides da Cunha ea tantos outros, como bem acentuou, em seu relatório na Comis­são de Educação e Cultura, o ilustre Deputado goiano HélioMauro. ao sustentar que "a figura de Machado de Assis ocupa,no contexto cultural brasileiro, destacado lugar pelo muito queela representa de permanente estímulo e perene fonte de salu­tares exemplos. Apesar do fluir do tempo sua imagem conseguemanter-se viva, atual e inspiradora".

O Deputadú Alberto Lavinas, no art. 2.° do seu Projeto deLei n.O 574-B. de 1975, estabelece:

"A efígie oficial de Machado de Assis é o retrato pintadopor Bernardelli. que se encontra na Academia Brasileirade Letras."

Foi objeto, este artigo, da seguinte emenda, de autoria donobre Deputado Darcílío Ayres, também da nossa representaçãofluminense:

"Dê-se ao art. 2.0 do proj eto a seguln te redação:Art. 2.0 A efigie oficial de Machado de Assis será· deter­minada pela Academia Brasileira de Letras."

Esta emenda recebeu pareceres favoráveis da Comissão deConstituição e Justiça e da Comissão de Educação e Cultura.

Sr. Presidente. neste c:ncaminhamento da votação desejo tão­somente fazer ver ao nobre Deputado Antônio Bresolin que S. Ex.anão tem razão nas suas objeções, porque a iniciativa do DeputadoAlberto Lavinas, com esta proposição. é de complementar umamatéria.

Votaremos favoravelmente à proposição. ressaltando o traba­lho do nosso colega e bravo companheiro da representação flu­minense - Deputado Alberto Lavinas.

O SR. PRESIDENTE (Célio Sorja) - Tem a palavra o Sr.Célio Marques Fernandes, para encaminhar a votação.

O SR. CÉLIO MARQUES FERNANDES (ARRNA _ RS. Semrevisão do orador.) - Sr. Presidente, nobres Deputados, não restadúvida de que. de há muito, estava havendo necessidade deescolhc:rmos um Patrono das Letras do Brasil. Várias tentativasforam feitas nesse sentido. e nunca se chegou a um resultadoprático e objetivo.

.Já quando este projeto tramitou aqui pela primeira vez, em1974, ..tivemos ocasião de dar-lhe o nosso inteiro apoio e solida­riedade. Ninguém pode negar que Machado de Assis foi o maiornome da Literatura do Brasil e, mais ainda, Sr. Presidente, foio fundador da ACademia Brasileira de Letras. Sua obra o colocaao lado das mais destacadas personalidades da literatura mun­dial. Não desejamos situar nomes nem de escritores nacionais,nem de escritores internacionais. Queremos apenas situar. desta­car e realçara figura de Machado de Assis, sem desmerecer osoutros grandes vultos da literatura nacional.

Não fosse o movimento de Machado de Assis, juntamente comum grupo de ilustres colegas seus, não teria sido fundada a Aca­demia Brasileira de Letras. Machado de Assis- ocupou a Cadeiran.o 23 da ABL. cujo Patrono e José de Alencar A obra de Machadode Assis, ou a obra machadiana, como é mais conhecida. não temfácil aceitação, atualmente, nas escolas ou nos movimentos lite­rários. Mas todos aqueles que, como nós, tiveram a ventura, nasua formação, de ler todas as obras de Machado de Assis, achamesta uma homenagem das mais merecidas. Faço votos por que oprojeto seja aprovado unanimemente. Nem poderia pensar o con­trário, que alguém pudesse estar contra esta homenagem tão sin-

cera. tão leal e, acima de tudo, tão justa a Machado de Assis,·declarando-o Patrono das Letras do Brasil.

E:ntendo também que a emenda apresentada em Plenário. quediz que a efígie: oficial de Machado de Assis será determinadapela Academia Brasileira de Letras, merece ser aprovada.

Rã pouco, ao ler o projeto, recordava "Quincas Borba", "DomCasmurro", "Memorial de Aires". "Hist6rias Sem Data".' "VáriasHistórias", "Páginas Recolhidas" e "Reliquias da Casa Velha",todos de Machado de Assis. Com mlJita satisfação, quero trans­mitir à Casa que. durante a visita que eu e outros companheirosfizemos a República Popular da China, encontramos, na Bibliotecado Governo Chinês. livros de Machado de Assis e de Euclides daCunha. .

Nada melhor. portanto. para homenagear Machado de Assis,Sr. Presidente. do que declará-lo Patrono ·das Letras do BrasiL

O SR. PRESIDENTE (Célio Bor,ja) - A Comissão de Educaçãoe Cu'ltura, ao apreciar o projeto, ofereceu ao mesmo a seguinte

EMENDAI'luprima-se o art. 2.°, renumerando-se o art. 3°O SR. PRESIDENTE (Célio Borja) - Em Plenário foi ofereci­

da e vou submeter a votos a seguinte

EMENDADê-se ao art. 2.° do projeto a seguinte redação:

"Art. 2." A efigie oficial de Machado de Assis será de­terminada pela Academia Brasileira de Letras."

() SR. PRESIDENTE (Célio Borja) - Os Srs. que a aprovamqueiram ficar ,como estão. (Pausa.)

Aprovada.Está prejUdicada a Emenda da Comissão de Educação e

Cultura.() SR. PRRSIDENTE <Célio Sorja) - Vou submeter a votos o

seguintePROJETO

N.o 574-B, DE 1975

O Congresso Nacional decreta:Art. 1.0 É Machado de Assis declarado Patrono das Letras do

Brasil.

Art. 2.° A efígie oficial de Machado de Assis é o retrato pin­tado por Bernardelli, que se encontra na Academia Brasileirade Letras.

Art. 3.° Esta Lei entrará em vigor na data de sua publicação.O SR. PRESIDENTE <Célio Rorja) - Os Srs. que o aprovam

queiram ficat' como estão. (Pausa.)llprovado,Vai à redação final.O SR. PRESIDENTE (Célio Borja) -

Discussão única do Projeto de Lei n.o 622-A. de 1975,que dá nova redação ao art. 1.0 do Decreto-lei n.O 1.30i,de 31 de dezembro de 1973, assegurando ao cônjuge queupte pela tributação de seus rendimentos separadamentedo cabeca do casal, metade do valor de encargos de fa­mília; tendo pareceres: da Comissão de Constituição eJuStiça, pela const.itucionalidade e juridicidade, comemendas: da Comissão de Economia. Indústria e Comércio,peja aprovacão; e. da Comissão de Finanças, pela aprova­cão com adócão das emendas da Comissão de Constituiçãoé J~stiça. (Dó Sr. João Menezes.) - Relatores: Srs. Gomesda Silva. João Arruda e Temistocies Teixeira.

() SR. PRESIDENTE (Célio Borja) - Não havendo oradoresinscritos, declaro encerrada a discussão.

Vai-se passar à votação da matéria.O SR. PRESIDENTE (Célio Borja) - A Comissão de Consti­

tuiçã,o e Justiça, ao apreciar o projeto, ofereceu ao mesmo e vousubmeter a votos as seguintes

EMENDAS_ N.o 1-

Dé-se à Emenda oferecida ao Projeto de Lei n.o 622/75 a se-guin1õe redação:

"Dá nova redacão ao caput do art. 1.0 do Decreto-lein.O 1.301. de 31 de dezembro de 1973. assegurando ao côn­juge que opta pela tributação de seus rendimentos sepa­radamente do cabeça do casal, metade do valor de encar­gos de família."

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~Iaio de 1976 DIARIO DO CONGRESSO NACIONAL (Seção I) Terça-feira 25 4277

- N.o 2-Dê-se ao art. 1.0 do projeto a seguinte redação:

"Art. 1.0 O caput do art. 1.0 do Decreto-leI n.o 1.301, de31 de dezembro de 1973, passa a vigorar com a redaçãoseguinte:"

·"Art. 1.0 Ao cônjuge que, nos casos pr,evistos na le­gislação do imposto sobre a renda em vigor, opte pelatributação de seus rendimentos separadamente docabeça do casal é assegurado o direito ao limite deisenção, à dedução das despesas necessárias à percep­ção de seus rendimentos, ao abatimento de metade dovalor de encargo de família, ressalvada a guarda ex­clusive de dependentes por um deles, e aos abatimen­tos que lhe sejam próprios."

_ N.o 3-

Suprima-se o art. Z.o e dê-se ao art. 2.0 a seguinte redação:"Art. 2.0 Esta lei entrará em vigor na data de sua pu­blicação, revogadas as disposições em contrário."

O SR. PRESIDENTE (Célio Borja) - OS 81'S. que as aprovaml;Iueiram ficar como estão. (Pausa.)

Aprovadas.Está prejudicado o projeto.Vai, à Redação Final.O SR. PRESIDENTE <Célio Borja)

Discussão prévia do Projeto de Lei n.o 706-A, de 1975,que dispõe sobre a Classificação da Produção Cultural edetermina outras providências; tendo parecer, da Comis­são de Constituição e Justiça, pela inconstitucionalidade einjuridicidade. (Do Sr. Norton Macedo.) - Relator: S:ç.Jairo Magalhães.

O SR. PRESIDENTE <Célio Baria) _. Não havendo oradoresInscritos, declaro encerrada a discussão.

Vai-se passar à votação da matéria.O SR. PRESIDENTE <Célio Borja) - Em votação o parecer

da Comissão de Constituição e Justiça, pela inconstitucionalidadedo projeto.

Os Senhores que o aprovam queiram ficar como se encontram.<Pausa.)

Aprovado.Vai ao Arquivo.O SR. PRESIDENTE (Célio Borja) - A proposição a que se

lrefere o parecer é a seguinte:

PROJETO N.o 706-A, DE 1975

O Congresso Nacional decreta:CAPíTULO I

Da Classificação da Produção CulturalArt. 1.° A produção cultural passa a ser classificada de acordo

clom as faixas etárias de público admissível à apresentação, o gê­JilCrO e a linguagem da obra.

I 1.0 Para os efeitos desta lei, entendem-se por produçãocmltural as peças teatrais e as obras cinematográficas.

I '2.° A classificação quanto à idade será feita nas categoriasde livre e imprópria oU.proibida para menores de 10 (dez), 14 (qua­torze) e 18 (dezoito) anos.

§ 3.° A classificação constará de certificado e de qualquerpublicidade referente à peça teatral ou à obra cinematográfica eserá afixada em lugar visível ao público, junto à bilheteria.

Art. 2.0 Não poderão ser classificadas as peças teatrais e asobras cinematográficas que: .

I - atentarem çontra a segurança nacional, a ordem e o de­cloro público e o regime representativo e democrático;

U - ofenderem as coletividades ou as religiões ou incentiva­J~em preconceitos de raça ou lutas de classe; e

lU - prejudicarem a cordialidade das relações entre os povos.Art. 3.° A classificação considel'ará a produção cultural no

anu conjunto de valorcs artísticos, cultunLis e educativos, sem isolarfrases ou cenas.

CAPíTULO rrDo Conselho Federal de Análise e Classificação da

Produção Cultural .Art. 4.° .Fica criado o Conselho Federal de Análise e Classifi­

eação da Produção Cultural - CONSCULT - cuja finalidade seráelassificar as peças teatrais e as obra's cinematográficas.

Art. 5.° O Conselho .Federal de Análise ,e Classificação da Pro­dução Cultural será integrado por 9 (nove) membros, nomeadospelo Presidente da República.

§ 1.0 Estarão representados no CONSCULT:I - O Ministério da' Justiça;li - O Ministério das Relações Exteriores;rr! - O Ministério da Educação e Cultura;IV - O Conselho Federal de Cultura;V - O Serviço Nacional de Teatro;VI - A Embrafilme;VII - A comunidade, através de 3 ('tres) representantes Com

notórios conhecimentos em assuntos de tea,tro, cinema e música.

§ 2.0 Os reprellentantes referidos nas alíneas I a VI des1;eartigo serão indicados pelos titulares de cada órgão ao GabineteCivil da Presidência da República, que encaminhará proposta 3'0Presidente da República, para nomeação.

§ 3.0 Os representantes da comunidade serão escolhidos emlistas triplices, elaboradas pelo Conselho Federal de Cultura, res­peitadas as condições previstas na, alínea VII, seguida a mesmatramitação do § anterior. '

§ 4.0. Q mandato dos membros do Conselho será de 2 (dois)anos,· contados. da data de sua ínstalação, permitida a recondução.

§ 5.° O exercicio do mandato de membro do Conselho é con­siderado serviço público relevante.

I 6.° Obedecidos a mesma origem e idêntico processo de no­meação, cada membro do Conselho terá 1 (um) suplente, com omesmo periodo de mandato.

S 7.0 Para a constituição do Conselho, na ocorrência de vaga,sou no término dos mandatos de sens membros, o Gabinete Civil daPresidência da República solicitará aos órgãos relacionados noparágrafo 1.0 deste artigo, a indicaç.ão de seus representantes, bemcomo, ao Conselho Federal de Cultura, elaboraç.ão e encaminha­mento das listas tríplíces referidas no Parágrafo 3.° do mesmoartigo. .

Art. 6.0 ,O Conselho terá um Presidente, eleito na primeirasessão do Plenário, com mandato de um ano, escolhido entre osrepresentantes dos Ministérios, vedada a reeleição.

Art. 7.0 São órgãos do Conselho:I - o Plenário;Il - as Câmaras de Tcatro, de Cinema e de Espetáculos Mu-

sicais; ,lU - a Presidência;IV - a Assessoria.S 1.0 Cada Câmara será integrada por 3 (três) membros, sob

a Presidência de um deles, eleito com mandato de um ano.S 2.0 O Regulamento fixará as atribuições dos órgãos do Con­

selho.Art, 8.0 A assessoria será composta por funcionários dos ór­

gãos públicos integrantes do Conselho, para esse fim requisitados,respeitados todos os direitos, garantias e vantagem decorrentes doscargos que ocuparem.

CAPíTULO UIDo Processo de Ciassifi~a.ção

Art. 9.0 ,Ao receber a peça teatral ou a obra cinematográficapara a classificação, o Presidente do Conselho a encaminhará em48 (quarenta e oito) horas ao assessor designado no ato de recebi­mento.

Parágrafo único. A indicação do assessor deve obedecer à suaqualificação e a distribuição, que se dará ,em critério de rotati.­vidade.

Art, 10. Recebendo a peça teatral ou a obra cinematográfic:l,o assessor emitira parecer no prazo máximo de 10 (dez) dias, noqual sugerirá a classificação.

Art. 11. Emitido o parecer, a peÇa teatral ou a obra cinema­tográfica será devolvida ao Presidente do Conselho.

Art. 12. Ao receber de volta a peça tea1;ral ou a obra cinema.­t()gráfiea, o Presidente· do Conselho a encaminhará, com o parecerem 24 (vinte e quatro) horas, à Câmara respectiva.

Art. 13. O Presidente da Câmara, 'recebendo a peça teatmlou a obra cinematográfica com o parecer, determinará a sua in­clusão na pauta da primeira sessão.

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4278 Terça-feira 25 DIARIO DO CONGRESSO NA,CIONAL (Seção I) Maio de 1971

§ 1.° Serão distribuídas copIas do parecer aos membros daCâmara, após designado relator por distribuição.

§ 2.° O autor da peça teatral ou o diretor da obra cinemato­gráfica receberá a comunicação da data do julgamento e cópia doparecer, com antecedência mínima de 48 (quarenta e oito) horas.

Art. 14. Na sessão de julgamento, após obrigatória leitura doparecer, o autor da peça teatral ou o diretor da obra cinemato­gráfica terá direito a sustentar o seu ponto de vista.

Parágrafo único. O autor da peça te~tral e o diretor da obracinematográfica poderão ser substituídos por representante legalda entidade çle classe a que estiverem filiados.

Art. 15. FeIta a sustentaçifu oral, o relator proferirá o seuvoto, acatando ou rejeítando o parecer, total ou parcialmente.

§ 1.0 Após o voto do rc1ator scrá tomado o voto do vogal e,por último, o do Presidente da Câmara.

§ 2.0 Vencido o relator, o vogal redigirá o voto vencedor.Art. 16. A Câmara póderá transformar em diligência o pro­

cesso, a fim de proceder à exibição da obra cinematográfica coma presença do Diretor ou seu representante legalmente constitmdo.

CAPíTUW IVDos Recursos

Art. 17. Cabe recurso ao Plenário das deliberações das Câ­maras tomadas por maioria de votos, sendo irrecorrivel a decisãoque vier a ser proferida.

Art. 18. Os recursos ao Plenário do Conselho devem ser in­terpostos, por escrito, em 5 (cinco) dias do conheciment.o da deli­beração pelo autor da peça teatral ou diretor da obra cínemato­gráfica.

Parágrafo único. Quando não present.e a sessão de julga­mento o autor da peça teatral ou diretor da obra cinematográfica,a comunicação será feita pelo correio, com aviso de recebimento.

Art. 19. O recurso deverá ser decidido no prazo improrrogá­Tel de 10 (dez) dias, contados de sua interposição.

Parágrafo único. O decurso desse prazo, sem decisão, implicano provimento do recurso.

CAPíTULO VDas Sanções

Art. 20. A representação da peça teatral ou a projeção daobra cinematográfica antes da sua classificacáo ou em contrárioa ela implica na interdição da casa teatral' ou cinematográficapor prazo, a juizo do Conselho, não superior a 6 (seis) meses.

§ 1.0 A reincidência implica em interdição de até ano e dia.

§ 2.0 A interdição pode ser imposta cumulativamente commulta ao responsável pela representação ou projeção de até 100(cem) vezes o maior salário minimo vigente no País.

Art. 21. As sanções previstas no artigo anterior serão exe­cutadas pelo Departamento de Polícia Federal, do Ministério daJustiça, com imediata comunicação ao Presidente do Conselho.

Art. 22. A representação da peça teatral ou a projeção daobra cinematográfica, pendente recurso de sua classificação, impli­ca na .deserção do recurso e na automática aprovação da decisãoclassificatória recorrida. .

Art. 23. A modificação do texto da peça teatral após a suaclassificação implica na automática revogação desta.

CAPíTULO VI

Das Disposições Gerais e Transitórias

Art. 24. Aos espetáculos musicais se estende, no que couber,o disposto nos Capítulos lU, IV e V desta lei.

Art. 25. O Poder Executivo promoverá a relotação do pessoalora lotado nos órgãos extintos por esta lei.

Art. 26. No prazo máximo de 90 (noventa) dias da instalacão,o Conselho encaminhará ao Presidente da República o seu Regúla­mento, que será aprovado por decreto.

. Ar t. 27. Fícam revogadas as disposições em contrário, espe­Cialmente o Decreto-lei n.O 8.462, de 26 de dezembro de 1945, o Dc­ereto n.O 20.943, de 24 de janeiro de 1946, e a Lei n.O 5.536. de21 de novembro de 1968.

Art. 28. Esta iei entrará em vigor na data de sua publicação.

O SR. PRESIDENTE <Célio Borja) - Nos termos do inciso IIdo art. 10 do Regiménto Interno, concedo a palavra ao Sr.•JoséAlves, na qualidade de LideI' da Aliança Renovadora Nacional.

(DISCURSO DO DEPUTADO JOSl!: ALVES, RETIRADO PELOORADOR PARA REVISÃO.)

O SR. PRESIDENTE (Célio Borja) - Nos termos do inciso IIdo art. 10 do Regimento Interno, concedo a palavra ao Sr. AirtonSoares, na qualidade de LideI' do Movimento Democrático Brasi­leiro.

O SR. AIRTON SOARES (l\IDB - SP. Como Líder. Pronunciao se,guínte discurso.) - Sr. Presidente, Srs. Deputados, a campa­nha contra a suposta "estatizaçâo da economia" não é fenômenoexclusivo da realidade brasileira. Nas economias mistas, onde exis­te em maior ou menor a convivência da empresa estatal com' aempresa privada, o surgimento de movimentos pela privatizaçãodo setor estatal scmpre ocorrem quando há retração no crescimentoeconômico.

Campanhas semelhantes sucedem hoje no México, como tam­bém se. verificaram na Alemanha às vésperas do nazismo, quandoera profunda a recessão econômica; ocorrem com pontllalismo naInglaterra. onde conservadores lutam c{mtra trabalhistas pela re­privatização daqueles setores anteriormente estatizados, como odo aço e até mesmo o serviço nacional de saúde.

Essas campanhas, que no Brasil em função do avanço dasempresas multinacionais já trazem a nódoa da suspeição entregui.~­

ta, têm em geral caráter preventivo: visam a manter o aparelhoestatal na defensiva, em momento de contração econômica, quandosetores ou mesmos empresas de relevância social clu econômicacorrem o risco da bancarrota e o Estado tende, naturalmente, asocorre-las, assumindo direta ou indiretamente o seu controle.

DecolTe, em conseqüência, a quase natural união dos seto­res do capital, numa campanha de alto conteúdo ideológico e semqualquer relacão com os problemas concretos criados para a comu­nidade pelo modelo de desenvolvimento escolhido, ·objetivando ga­nhar a proteção do Estado, mas sem pagar o preço da estatizaçifu.

O curioso é que no Brasil esses mesmos setores que criticamo "crescente poder do Estado" na economia dão mostras de satis­faç§.o, concordância, entendhnento, beneplácito quando, injetandorecU.rsos, o Estado assume débitos - como os do Grupo Lume - eintervém no Grupo HalIes, por exemplo. Quando o Estado financiasupostos prejuízoB das lavouras do café após as geadas - supostasporque os prejuízos foram amplamente compensados pela triplica­ção do valor das 22 milhões de sacas colhidas pü'\lco antes das gea­das - nada se ouve acerca da interferência do poder do Estado.

E quando o Governo fornece ao sistema bancário o chamado"refinanciamento compensatório", dinheiro sem correção monetá­ria que os bancos aplicavam em papéis do próprio Estado, ganhan­do a correção monetária de graça, o silêncio é total.

Portanto, a campanha contra a estatizaçâo da economia nãoé nova e muito menos exclusiva do Brasil. Todavia, llO cú~

sUeiro, ela se reveste de algumas peculiaridades, principalmenteporque hoje a campanha pela desestati7,ação se transformou namaior campanha politica, ou na maior tentativa de coordenar umanQva frente política, já vista no Pais, desde as alianças poiitico­econômico e militar que tornaram possivel o Movimento de 1964,que destituiu o Presidente constitucional João Goulart.

O Sr. Epitácío Cafeteira - Nobre Deputado Airton Soares. es­te, na realidade. é um dos grandes temas da atualidade: privatiza­ção ou estatização; estatização ou desestatizaçâo. Dei-me ao tra­balho de compulsar os programas partidários e cheguei a uma con­clusão terrível: o MDB luta pela estatização da riqueza mineral'da nossa Pátria; a ARENA não coloca a riqueza mineral comoprioridade para o Estado, mas como prioridade n.O 1 para o Esta:­do, além da comunicação, o setor dos transportes. Então, fiqueisem entender como o Governador do Estado de São Paulo, queé filiado à ARENA, pretenda privatizar ou desestatizar a VASP.Não sei se S. Ex." leu o programa do Partido ao qual se filiou ouse filiou-se somente para ser agl'adável ao Presidente da Repú­blica, tornando-se seu correligionário. Isto não tem sentido. Se alei proíbe ao filiado de um partido manifestar-se contra o progra­ma partidário, sob pena de expulsão, imagine agora o que provoca­rá Cf descumprimento desse programa por um Governador de Es­tado que pretende desestatizar uma companhia de transportes,quando o programa da Aliança Renovadora Naçional diz que otransporte deve ser estatal. Era <:ste o aparte que queria tra7,erao discurso que V. Ex." pronuncia, hoje, com brilhantismo.

< O SR. AIRTON SOARES - Agradeço a V. Ex.a o aparte. O queacontece com a VASP é um fato sui generis em qualquer regime.O Governo .i ustifica a venda argUltlelHdllc.O U,ll~ ., elupl e~a <' ren­táVE,I, dotada de patrimônio sólido e com perspectivas salutaresde lucro. Por isso, o E'stado devolve ao particular e aos grupos pri­vados empresa tâ<J interessante à economia nacional.

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:Mfaio de 1976 DIA8IO DO CONGRESSO NACIONAL (Seção I) Terça-feira 25 42751

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Concedo o aparte ao nobre Deputado Augusto Trein.O Sr. Augusto Tr«:in - Nobre colega, acho que o ilustre Depu-

-tado Epitácio Cafeteira pinÇ{lu o Programa. cometendo o erro denão fazer uma .análise global, retirando-lhe o espírito. Se fosseassim, podíamos dhrer que o MDB admite a defesa dos capitais derisco.

O SR. AUtTON SOARES - Só que há um detalhe: o Programado MDBadmite os contratos de risco em relação ao investimentoaqui feito, que o Estado não garante. Ele diverge desse contratode risco proposto agora.

O Sr. Augui'lto Trein - Nobre Deputado, o Programa não trazessa explicação que V. Ex." está dando.

O SR. AIRTON SOARRS - Ele só fala em contrato de risco.ll:. evidente que, corno o Programa, deve ser interpretado. pela Opo­sição, costumeiramente ·tem sido entendido que o risco é quanto aoinvestimento e não quanto à participação.

Prossigo, Sr. Presidente. J1: interessante rememor.ar que, mal­grado as pressões que existiam por parte. dos paises que controla­vam à época da economia do mundo capitalista, os interesses pri­vados nacionais, sob a direção de sua fração nacionalista-populista,logrou asB€gurar o desQnvolvimento da.~ forças produtivas indus­triais, socorrendo··se tanto de manobras e barganhas com os mono­pólios e gOVernos dominadores, quanto do fortaleêimento dosinvestimentos estatais que levaram à consolidação de um setorcapitalista de Estado em nosso Pais.

A industrialização bràslleira se desenvolveu num proce.sso con­trlldirorio, em que se .enfrentaram interesses agrário-exportadorese 'industriais, interesses nacionais e interesses dominadores multi­nac~{)nais, sem que uma frente nacional e democráticà, tal comofoi preconizada entre 1944 e 1964, tenha podido se afirmar e aplicarU1Xt modelo coerente para o desenvolvimento do BrasiL As duastentativas que mais se aproximaram de um modelo exclusivamentenacional e independente, a de Vargas, em 19S1~1954, e a de Goulart,em 1961/64, terminaram' pelo suicídio de um e pela deposição deoutro.

O quadro atual se torna mais interessante quando sabemosque os interesses alienigenas, embora não tenham constituído umfatOr definitivo de bloqueio desse processo de desenvolvimento comsoberania, fizeram o 'possivel; em sua fase inicial para travá-lo,sobretudo quando as iniciativas nacionais entravam diretamenteem choque com seus interesses: como quando da criação daPETROBRAS, quando da luta pela consolidação da siderurgia na­cional e pelo desenvolvimento da produçào nacional de energiaelétrica, que constituem alguns dos exemplos'mais conhecidos des­ses antagonismos, e onde podemos até corporificar, personalizandoentre outros, M. Sinke a Standart Oil os adversário da .PIGTROBRAS, na USo Steel o inimigo de Volta Redonda e na Lighto empecilho para o desenvoivimento nacional energético.

Se fizeram o possível pa.ra entravar as iniciativas nacionais naSlUL fase inicial, hoje, através da campanha antiestatizante, fazematé o impossível para atingir seus interesses, se bem' que uscm oescudo das empresas que Se dizem nacionais, mas que, na verdade,na sua maioria, são dependentes ou associados aos grandes inte~

resscs multinacionais.A campanha, como veremos, visa, antes de mais nada, a re~

cOllipor uma aliança, que, se não está rompida, apresenta sériasfissuras que destroem a unidade necessária não só entre as decisõesmilitares e o aparelho estatal, de um lado, e os grandes grupos decapital,. de outro, mas também sanar a.q divergências entre muitosset.ores do capital cuja ganância e voracidade são sobejamenteconhecidas.

Ení realidade o fenômeno estatização não se manifesta comoum grave problema social ou econômico e nesse sentido a palavrade ordem desestatizar parece não ter sentido.

Se algum fenômeno tivesse que ser escoihido para definiçãodo processo econômico dos últimos anos, esse fenômeno seria o dade.>nacionalização de amplos setores da economia braslleir.a, prin­cipalmente os mais rentáveis e não uma crescente cstatização.

O Grupo de Trabalho organizado. pelo Senador Orestes Quérciapesquisou com base em listagem baStante ampla, utilizando publi­cação da re.vista "Visão" de 31-8-75, "Quem é quem na EconomiaBrasileira", que relacionatoaas as S/As que publicaram balançoe as limitadas que também o fizeram ou encaminharam direta­mente à revista, selecionapdo 2.554 empresas de património liquidosuperior a 10 milhões de cruzeiros.'

O Grupo de Trabalho classificou as empresas "em 28 ramos deat.ividade; excluindo-se as prestadoras de serviços, as comerciais,a.s de participação e administração e outr-os ramos, que por suap"quena dimensão são -irrelevantes do ponto de Vista global, chegoua um conjunto, que é altamente representativo do panorama eco­nômico nacional. Esse conjunto engioba as firmas com patr!mô-

nio líquido acíma dI;) 10 milhões de cruzeiros, dentro .dos seguintes.ramos de atividades: .1) Mineração de minerais metálicos e nãometálicos; 2) Indústrias de transformação de minerais não me­tálicos (cal e cimento, cerâmica, artefatos de cimento, gesso €'amianto e ainda outros minerais não metálicos); 3) Vidros e arte­fatos; 4) Siderurgia; 5) Metalurgia de não :ferrosos; 6) Produtos:metalúrgicos diversos; 7) Máquinas, motores e equipamentos in·,dustriais; 8) Máquinas e equipamentos para e:scritório, e apareihos:profissionais de precisão; 9) Material elétrico; 10) Eletrodomésti·,COS, material de comunicação e acessórios; 1:L) Material de trans-,porte, veículos, autopeças, material ferroviário, naval, carrocerias:e acessórios; 12) Tratores e implementos; 13) Madeira e artefatos;

- 14) Papel e papelão; 15) Borracha, artefatos e derivados; 16) dou·,ros e peles; 17) Química e petroquímica; 18) Plá.sticos e Derivados;19) Petróleo e gá.s de petróleo; 20) Produtos fitrmacêuticos, medici-'nais, veterinários, de perfumaria e higiene doméstica; 21) Fiação,indústria têxtil, de artefatos de tecidos e artigos de vestuário; 22)Bebidas; 23) Fumo; 24) Construção e Engenharia; 25) Consultoria,e engenharia de projetos; 26.) Comércio externo; 27) Moinhos; e28) Produtos alimentícios, englobando carnes frigorificadas, pesca­do, laticinios, café solúvel, óleos vegetais e :produtos alimentaresdiversos. .

Reportando-nos a publil;ações que relaciOnam controles acio·,nários de empresas a cadastros bancários, a gulas de investimen­tos nacionais e estrangeiros, a informações de empresários de todosos ramos, Ilonseguimos, com uma margem de erro que não deve,ultrapassar a 2%, classificar as empresas em estatais e privadas,conforme seu controle acionário' assim o seja. As empresas peso.quisadas, num total de 2.554 com uma somatória de patrimônioslíquidos de Cr$ 176.792.420.000,00 apresentDu a seguinte distribui·,ção: Estatais 48 empresas, com patrimônio liquido - Cr$ .40.955.832.000,00 representando 23% do total. Privadas 2.506 em-,presas com patrimônio liquido Cr$ 135.836.588.000,00 repl'esen-'tando 77% do total.

Deve ser dcstacado quc 'a participação estatal com 23% doconjunto tem na PETROBRáS, Petrobrá.s Distribuidora, PETRO­QUISA, Companhia Vale do Riu Doce, Companhia Siderúrgica,Nacional, COSIPA e USIMINAS sua maior J:epresentatividade so·mando um patrimônio liquido = Cr$ 34.302.116.000,00 responden­do com 19,4%, restando a todas as' outras a pálida participaçãode 3,6%. .

Analisemos os setores um a um: 1) Mineração de mineraismetálicos e não metálicos - 64% estatal - 36% privada; 2) In-'dú.~tria de transformação de minerais não metálicos (cal c ci·,menta, cerâmica, artefatos de cimento, gesso e amianto e ainda.outros minerais não metálicos) - 2% estatai - 98% privada; 3)Vidros e artefatos - 100% privada; 4) siderurgia - 65% estatal.- 35% privada; 5) Metalurgia de nâo ferl'O.sos _.- 100% privada;6) Produtos metalúrgicos diversos- 1% estatal - 99% prIvada;7) Máquinas, motores e equipamentos industriais -- 1% estatal- 99% privada; 8) Máquinas e equipamentos para escritório. €~

aparelhos profissionais de precisão ~ 100% privada; 9) Materiailelétrico -- .100% privada; 10) Eletrodomésticos, materiai de- co-,municação e acessórios - 100% privada; 11) Material de trans-,portes, veículos, autopeça.~, mat.erial ferroviârio, navai, carroce..rias e acessórios _ 2% estatai - 98% privacla; 12) Tratores €,impieme-ntos - 100% pIivada; 13) Madcira e artefatos _.. .100%privada; 14) Papel e papelão - 100% privada; 15) Borracha. aro,tcfatos e. derivados --- 4% estatal - 95% privada; 16) Couros f:peles~ 100% privada; l rl) Química e petl'Oquimica -- 21 'li. estatail- 79% privada; 18) Plásticos e derívados -- 100% privada; 19)Petróieo e gás de petróleo - 82% estatal-- 18% privada; 20)Produtos Farmacêuticos, medicinais, veterinários, de perfumaria.e higiene doméstica - .1'10 estatal - 99% privada; 21) Fiaçáo,indústria têxtil, de artefatos de tecidos 8 altigos de Vestwirio _.100% privada; 22) Bebidas - 100% privada; 23) Fumo _. 100%privada; 24) Construção e engenharia -- 14% estatal -- 86% pri··vada; 25) Consultoria e engenharia de projetos - 100% privada;26) Comércio externo _.. 3% estatal - 97% privada; 27) Moinho8- 100% privada; e 28) Produtos alimcntíeios, englobando carnesfrigorificadas, pescado, laticínios, caft§ solúvel, óleos vegetais eprodutos alimentares diversos - 100% privada.

Nota-se, pois, que as atividades petroliferas. de mineraçãode ferro e siderúrgicas, que pelo volume de investimentos escapamà capacidade da empresa privada naciollal"e que por fortes razõesde segurança nacional e de preservação de soberania não devemser entregues a grupos estrangeiros. constituem a grande COllcen··tração da participação estatal na economia. Repl'ebentam 19.4%do conjunto analisado. O restante das emprellas, dentro dos ramal!relacionados, atinge a cifra de ::1,6%,' númerü que por si só definEla política governamentaL

Devemos lembrar. ainda, que fora do eonjunto analisado ~~participação estatal é quase nula, à exceção dos. serviço.., de. uti ..lidade pública. que incluem as empresas de <:nergra elct.nea. agua,esgotos, sa.neamento e gás, comunicações e outros serviços de uti··lidade pública.

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4!!UI Terça-feil"ll 25 DIARIO DO CONGRESSO NACIONA.L (~Y n

O Sr. JerônimjJ Santana - Permite V. Ex.- um aparte?{) SR. AIRTON SOARES - Dou o aparte ao nobre DeputadjJ

JerÔIlimo Santana.{) Sr. Je..ônimo Santana - Acompanho com muita ateneáo

o brilhant, pronunciamento de V. Ex.", que faz imponante anâÍi.seda economia nacional; Gostaria de dizer que essa estória de de­sestatiza(;ão parece ter surgido como uma contrapressão ao traba­lho da CPI das Multinacionais, desenvolvido nesta Casa duranteo ano passado. Depois que o problema das multínacionais foi des­nudado por aquela CPI, que aprofundou os estudos neste sentido,sur.ge agora uma espécie de investida do capital estrangeiro, pormelO dessa campanha. Poder-se-ia também relacionar essa brutaldefesa da desestatização à instituição do contrato de risco no Pais.Antes do contrato de risco esse problema não parecia existir, mas,ago,ra, vamos ter aqui dentro as "Sete Irmãs", cujo principal alvosera a PETROBRAS.

O SR. AIRTON SOARES - Já o é.O Sr. Je..ônimo Salltalla - Por outro lado. sabe-se que os

grupos multinacionais encomendaram a experts um estudo sobreo AI-5 e seus efeitos na economia. O laudo apresentado aos diri­gentes desses grupos foi no sentido de que o AI-5, para a economlae para as multinaeionais, teria efeitos multo mais graves e muitomais fulminantes do que para a área politica. Pelo AI-5, o Gover­no, hoje, poderia expropriar ações de grupos multinacionais e,desta forma, os dispOSItivos do AI-5. se aplicados na área econô­mica, resultariam em algo mais forte que o regime peruano. Osgruj)0s multinacionais i~ sabem disso. Basta, portanto, que quemest~Ja com o AI-5 na mao resQlva fazer uma limpeza, para atingiros mteresses desses grupos, Lamentavelmente ainda não se fez istomas, com base no AI-5, poderão ser adotadas medidas desse tipo:!"- esses grupos, então, por questão de tática ou de estratégia. nãomteressa combater diretamente o AI-5. Dai eles o fazerbm viadesestati:zação, pois o AI-5 nesse aspecto, seria estatizante. Omedo deles é a ~xpropriação de suas grandes empresas, atingindo,ponant.o, seus Interesses aqui dentro. Esta é a razão de virempromovendo tal campanha eis a realidade dos fatos. Ganhasessas frentes de batalha, eles avançam mais, abrindo novas fren­tes, propondo metas que, paulatinamente, vào alcançando. De modoque o discurso de V. Ex.a, de anãlise e de denúncia, é muito opor..tuno. para que a Nação tome conhecimento da luta antinaclonalno nosso meio.

o S!t. AIRTON SOARES - Agradeço a V. Ex.a o aparte, quelembra a Casa um .fato realmente curioso. Na verdade o AI-5 sóé utilizado contra aqueles que. de alguma fonna. faze{n oposiçãoao Governo. Não é e não foi até agora aplicado em relação aosque, dentro do Governo, procuram simplesmente fazer llrevalecerseus interesses em detrimento do.s d~ Estado. Todavia, nem paraesses eas?s nos defendemos a apllcaçao do AI-5, que, instrumentode exccçao, tem de ser repudiado na sua totalidade. Incorporo aomeu pronunciamento o registro de V. Ex.... que demonstra o fac­ciosismo exis~ente até na ~plicação dos illiltrumentos de exceção.tudo em detnmento do PaIS, dos brasileiros.

Com o aparte o nobre companheiro, Deputado Epitácio Ca­feteira.

. O Se: Epitácio Cafeteira - Vou ser breve, nobre Deputado.Amda. ha pouco aparteei V. Ex." dizendo que o programa da

.ARENA conferia ao setor público o poder de estatizar o setor detransportes. Logo depois, houve um outro aparte, em que se diziaque eu havia plncado ta] infürmacão procurei. então, o pro­g;:ama, que estava nas mãos do nobre. LideI' Parsifal Barroso, efl~uei realmen~e at~nito, pois não encontrei aquilo que, aqui, euafIrmara. NDtel, porem. que f.altavam algumas páginas no progra­ma do nobre Deputado Parslfal aarroso. Dirigi~me, então, à ~e­

cretaria d~ ARENA e obtive um exemplar, Assim, para que l'lãopareça leVIana minha informação, permita-me V. Ex.a ler o Ca­pitulo V -- "Integração Nacion'al" .- página 33, do referido Pro­grama, que diz o seguinte: "Papel da empresa nacional: 1) Aosetor público. além de suas funções próprias. deve caber atuacãodireta, preponderante. no campo da infra-estrutura em energia.t'::,ansportes, comunicações. saneamento e habitação, na valoriza­çao dos recursos humanos, nos setores que envolvam seguranca enas. áreas naS quais a inieiativa, privada se mostre impotenté oud<;sm,teressada". Con.~eguí várias copias desse programa e as dis­tnbUl pela Bancada da ARENA porque me louvei nas declaraçõesdo Líder ~osé .aonifácio, que disse à imprensa que o programá daARENA nao e conheCIdo pelo povo nem pelos politicos - salvopelos da direção do Partido. Estou. pois. colaborando com a ARENAao fazer a entrega de cópias de seu programa a integrantes desua Bancada.

O SR. AIRTON SOARES - Grato a V. Ex.­Prossigo, Sr. Presidente.Se a participaç;ÍQ do Estado é esLa, vejamos, ainda de acordo

com o mesmo estudo, qual a avaliaçâo numérica da participacãoestrangdra na Economia brasileira: "as 2.506 empresas privadas,

num total de patrimônio líquido :::: Cr$ 135.336,588,00 foram dirt­didas em nacionais e estrangeiras e adotado o mesmo eritériolevando as seguintes porcentagens em termos. de patrimônio líqui~do.: p ..ívadas nacionais 52%; Privadas estranl:'eiras 48%.

~~lalisamf!s os s~tores um a um: 1) Mineração de minemiame't~hc?s e nao metalicos - 18% nacional - 82% estrangeira; 2)1ndustna de transformação de minerais não metálicos (cal e ci­mento, cerâmica, artefatos de eimento gesso e amianto e aindaoul:ros minerais não metálicos) - 59%' nacionais .~ 41% estrau­gcira;; 3) V~dros e artefatos - 19% naeional - 81 % estrangeira;4) SI?erUrgla - 51 % naclOnal -- 49% estrangeira; 5) Metalurgiade na? f~rroso~ - 44% nacional - 56% estrangeira; 6) Produtosm~talurglCOS dIVersos - 66% nacional - 34% estrangeira; 7) Má­qumM, motores e equipamentos industriais - 42% nacional ­58% estrangeira; 8) Máquinas e equipamentos para escritórius, eap:~relhos profissionaiB de precisão - 2D% nacional - 80% es­trangeira; 9) Material elétrico - 21% nacional -- 79% estrangeira;10) Eletrodomésticos, material de comunicação e acessórios - 12%nacional - 88% estrangeira; 11) Material·de transporte, veiculas,autopeças, material ferroviário, naval, carrocerias e acessórios ­29% naeional .- 71%. estrangeira; 12) Tratores e implementos ­23% nacional - 77% estrangeira; 13) Madeira e artefatos - 89%nacional - 80% estrangeIra. 16) COUI'OS e peles - 71\% nacional- ~O% estrangeira; 15) Borracha, artefatos e derivados - 20%naclOl1al - 11% estrangeira, 14) pape" e papelão - 70% nacional- 22'10 estrangeira; 17) Quimica e petroquimica - 28% nacional- 72% estrangeira; 18) Plásticos e derivados - 42% nacional -58% estrangeira; 19) Petróleo e gãs de petróleo - 27% nacional- 73% estrangeira; 20) Produtos farmacêuticos medicinais ve­terinários, de perfumaria e higiene doméstiea -'21% nacion:'l -

..79% estrangeira; 21) Fiaçào, indústria têxtil, de artefatos de teci­dos.e artigos de vestu.ário - 66% nacional - 34% estrangeira;' 22)aeb.ldas - 78~1o naCIOnal - 22% estrangeira; 23) Fumo - 1%nac!onal -- 99% estrangeira; 24) Construção e engenharia - 95%naCIonal - 5% estrangeira; 25) Consultoria e engenharia de pro­jetos 100% nacional; 26) CDmércio externo - 62% nacional ­38% estrangeira; 27) Moinhos - 49% nacional .- 51% estrangei­ra: 28) Produtos alimentícios, englobando carnes frigorificadaspescad,?, laticinios. café solúvel, óleos vegetais e produtos' alimen~tares dIversos - 62% naeional - 38% estrangeira.

O Sr. l,'erllando Gama - Nobre Deputado Airton Soares. orelat:o que V. Ex." faz, nesta tarde, à Casa e à Nação, é da maiorgra~Ida~e, po:que fun?a~o e.m dad?s ~sta~isticos concretos c, porconsegaum~~, lrretorqUlv~ls, !rrefutávelS. E a prova, como disseV. Ex. , nao da desestatIzaçao, mas da desnacionalização da em­pT(~sa b:asileira. Acompanhando o relato dl! V. Ex.... verifiquei,estar:ecldo, qu~ ~~tre as empresas privadas e estatais que V. Ex."r~laclOnou ao mlClD de seu discurso, a participação estatal é mí­mIOa, principalmente nas atividades básicas para o desenvolvi­mento, para a economia e &.té para a segurança nacional comope1;róleo, siderur~ia etc. A sua grande maioria está nas mãos daempresa .privada. V. Ex.a , agora, faz o confronto, dentro da em­prl~sa pnvada, entre a empresa nacional e a estrangeira. O quev.em ocorrendo mesmo - e V. Ex." tem toda a raziio - é a neces­SIdade de .que. o «?overno tome uma providência para nacionalizar~ l:rande mdustna, a gra~de empresa brasileira, porque todos osu:strut:Je:n~os d9 .cal:lpo fmll.nceiro baixados pelo Banco Centraldao prlvllcglOs a mdustria estrangeira. Aí estão a.'1 medidas recen­temente adotadas pelo Governo, no eampo financeiro, para com­ba:ter. a inflação e reduzir o défieit na balança oomercial, todasatmgmdo profundamente a empresa nacional. Se V. Ex." ou qual­quer um dos Deputados com assento nesta Casa se der ao trabalhade ir a um ~ll:IlCO. pedir um financiamento logo nos deparemoscom as restnçoes Impostas pelo Banco Central. Mas é o próprioGerente - parece incrivel - quem diz: "Não podemos financiarsua empresa porque há essas restrições - aquela conversa que osgerentes tém, obedeeendo às instruções do Banco Central. Ma.'1vem a saída: "Use a 63". A 63 é dólar, com risco cambial paraa empresa brasileira. Veja V. Ex.a que eles estão dando, para' todasas empr.esas br~ileiras, financiamentos, em dólar, pela 63, po!::que,no credIto naclOnal, os recursos dos meios de pagamento genui­namente brasileiros não existem. Veja V. Ex," aposição em queficou a indústria estrangeira. Enquanto a indústria brasileira éobrigada a recorrer à 63, que endivida o Brasil, porque são dólarestomados lá fora e pagos automaticamente, no seu equivalente emcruzeiros. a empresa estrangeira, que tem os seul;I bancos lá foraobtém recursos a 9 ou 11 % de juros, que é quanto custa o dinheirono mercado internacional. Corremos o risco cambial, pagando 40%.É o caminho inexorável, Sr. Deputado, tcrrivei que estamos seguin­do: o da desnacionalização total da empresa brasileira. Como disseo nobre Deputado Jerónimo Santana: por que o Governo não usao A1-5 para obrigar essas empresas - e nós a queremos aqul eprecisamos do capital estrangeiro - a trazerem os seus capitaiscomo capital de risco, nacionalhmndo-os, transformando-os embrasileiros? Mais de 80% do capital estrangeiro vem para o Brasilsob a forma de empréstimos, endividando e comprometeúdo a.nossa balança comercíal e a nossa economia Era preciso que (}Governo atentasse para isso e USMse seus poderes para dizer que

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Maio de 1976 DIARIO DO CONGRESSO NACIONAL (Seçâo I) Terça-feira 25 4281

c JElrasil é um campo aberto ao investimentO estrangeiro, mas queele venha para cá e aqui fique pa.ra. ajudar o nosso desenvolvi­lllEmto, porque não somos campo de especulação 'Para quem querque seja, se é que desejamos ser uma potência emergente, nobreDeputado. Muito obrigado.

O SR. AIRTON SOARES - Agradeço o aparte de V. Ex!~ equero aduzir a ele que o Governo tem tanl;o poder na mão quepara poder fiscalizar a atuação dessas empresas e regulamentara remessa de lucros, não precisa de nenhum instrumento excep­cional. Nós é que ficamos, às vezes, verificando a incoerência desseGCII'erno, que usa tanta força contra a Oposição e não a usa con­tra ?S in~eresses de fora do Brasil. Isso, sim, nos revolta e até nosf~. lmagmar como seria bom se fossem atingidos os maus bra­sl1en:os, aqueles ligados aos interesses econômicos estrangeiros,por instrumentos de exceção que não ihes dão sequer o direito àdefesa. Ficamos imaginando isso, mas na verdade, como demo­crlltas que somos, devemos garantir sempre que até esses tenhamo dIreito de se defender quando l;\.cusados..

. Mas, Sr. Presidente, continuando: houvc, em verdade uma.mudança de qualidade na maioria. das empresas estatais que apartir de 1970, se tornam rentáveis, tendo então que capitáli~arlucros, reinvestir, ampliandâ suas atividades Deixam de ser me­ramenJ:e sl;lbsid~adas, com seus insumos a preço menor que o custoda mdustna pnvada, pl;\.ssll.lldo a cobiçar seus servicos de indústriaprivada, com lucros próximos aos tidos como normais na praça.

'. Mais do que a ampliação dessas atividadell, o que preoêupa: ocapital privado de grande porte é o surgimento de um potencialestatal: com empresas assim, o Estado pode optar por certas solu­ções para problemas espeCIficas, como por exemplo tomar a si aexploração de lima jazida de Fosfato em Pa-tos de Minas ou dePotássio em Sergipe, eonquistar novos mercados no mundo 'atravésd~ COBEC ou romper a manipulação de cartéis de alumínioatra­vcs da Vale do Rio Doce. Embora imponha normas de conduta aosetor privado, fixando preços e as quantidades globais onde oempresário aparentemente não é chamado a colaborar n~ tomadade decisão governamental, como se fosse possível restabelecer, ovelho mito do Estado pairando acima das classes. Este Governonã,oé antiirticiatâva privada, pois apesar .de existir vm certo pesodo setor estatal em nossa economia, esta influência estatal lhepermite dirigir com grande eficiência, estimuli:mdo fusões, concen­trll'{iôeS, impondo normas, estabelecendo subsidias e isenções etc.

O SI'. Parsifal Barroso - Nobre Deputado Airton Soares agra­deço a V. Ex."' a oportunidade de aparteá-lo. Creia-me que desejoapenas esclarecer alguns pontos aflorados ao longo do seu dis­curso minudente sobre estatísticas referentes aos setores que es­tão estatizados e aqueles que estão privati~ados no campo da eco­nomia brasileira.

O SR. AIRTON SOARES - Não falei no campo agrícola. Sóme referi 11 indústria e ao comércio.

O Sr. Parsifal Banoso - Só no campo econômico da indústriabl'llsileira. O primeiro esclarecimento que me permito fazer aV. Ex."' é quanto 11 responsabilidade que tanto a ARENA como oGoverno do Fresident.e Geisel têm a respeito da matéria que enfo­co.. Tanto que, deflagrada a campanha contra a estatização deempresas,{ sob o slogan de que já era tempo de se começar umprocesso de desestati7.ação, tive oportunidade de, em pronuncia­mento no Grande Expediente, como Líder da ARENA mostrarque, a respeito desta matéria, tanto a ARENA como o Governo doPresidente Geisel tinham compromissos com o povo brasileiro nasentido nacionalista, como uma decorrência da capacitação a quepolítica e administratjvamente, já chegamos de que há llecessi~da,de de se conter, no campo das desestatizações, os objetivosrealmente visados e que importam em detrimento do interessenadonal e da sobp.rania do Estnuo. Em segundo lugar, desejo dizera V. Ex." que a matérIa exposta no seu discurso para nós se insereno capítulo não daintegrldade nacional, mas da soberania nacio­nal, e assim está tanto no programa da ARENA como no II Planade Deser.wolvimento Econômico do Governo. Finalmente, afirmoa V. Ex." que é do meu conhecimento a deflagração dessa cam­p:mha de desestatização. Dentro do Governo há compreensãosuf:lciente para o assunto.' O povo brasileiro não deve recear, poisa Presidente Ernesto Geisel está aténto à defesa desses interesses.A mensagem que trata do fosfato de Patos de Mina..q foi entregueà clarividência do Deputado Paullno Cicero, de estirpe naciona­lista. Sabe V.'Ex." que o Governador de Minas Gerais, na audiên­cia, que teve com o Sr. Presidente da República, deixou bem claroo ponto de vista do Governo e do povo de Minas Gerais quanto 11necessidade de ser preservado o interesse nacional na questão dofosfato de Patos de Minas, a partir do momento em que a minera­ção chegue à formação dos agregados fosfáticos para posteriormetalurgia. .

O SR, AIRTON SOARES - Agradeço a V. Ex.8 o aparte. La­mento estranhar que, embora se fale, não se aia. O Governo, atéagora, não definiu o problema do fosfato, como não definiu oproblema do potássio. O Governador de Minas quer a nacionalI­za.ção, quer que a empresa promova a exploração estatal. O Mi-

nistro:Reis Velloso ainda não disse nada; pdo contrário, deixoudúvidas. O Ministro Shigeaki Uem declarou, no exterior, que sevende qualquer coisa neste Pais, a Vale do Rio Doce ou qualquerempresa, desde que se obtenha bom preço. Não foram só essesdois aspectos. Temos outro gravíssimo problema. S. Ex."' afirmaque o Presidente Geisel está alerta para os interesses nacionais,contra a desnacionalização, e que vai proteger o interesse do povo.

Mas, .Sr. Deputado, tenho, em mãos um documento que foiencaminhado il.O Sr. Ministro Reis Velloso, do Planejamento. La­mcntavelmente, eu o recebi de fontes que não se identificaram,mas, dado o seu conteúdo, avalio a gravidade do problema. Seriado Presidente do BNDE, Marcos Pereira Viana: "Sugestões deempresas e projetos sob comando estatal a serem transferidaspara comando privado nacional". :Remeterei lima cópia a V. Ex.a,para seu conhecimento.

"1. ULTRAFERTIL e VALEFERTIL (devem ser vendidaspara os grupos sugeridos).

Grupo SolorricoGrupo MonahGrupo CopacGrupo FertisulGrupo IJuchsingerGrupo LagoIUlQ

3. PROJETO KALIUM (Magnésio)Grupo Ermírio de MoraisGrupo J. TorquatoGrupo Antunes

4. PROJETO ALUMíNIO (CVH,D) e ASA - ALUMíNIO S/A. -ESTRUSAO

Grupo Ermírio de MoraisGrupo J. TorquatoOutros5 .. PROJETO ORNG:mpo FertisulGrupo Luch.$Jnw;)rGrupo CRAOutros6. PROJETO FOSFATO (Patos de Minas)Grupo Rocha MirandaGrupo TricontinentalGrupo IpirangaGrupo Camargo CorreiaGrupo AntunesOutros7. PROJETO CARAJASGrupo Ermirio de MoraisGrupo Camargo CorreiaGrupo AntunesGrupo Mendes JúniorOutras8. PROJETO RIO DO NORTEGrupo Ernlirio de MoraisGrupo J. TorquatoGrupo AntunesOutros9. FISIBA FIBRAS E OUTRAJ3 EMPRESAJ3 n:XTEIS

Grupo MatarazzoGrupo BarberoGrupo ArtesGrupo Bra.spérolaGrupo VicunhaGrupo AlpargatasOutros10. EMPRESAS EDITO:RASGrupo "O Estado de S. Paulo"

Grupo AbrilGrupo NOVO RIOOutros11. SALGEMAGrupo Clemente MarianiGrupo Camargo Correiaoutros

12. MAFERSAGnlpo Santa MatlldeGrupo GOBRASMAGrupo VillaresOutros

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4282 Terça-feira 25 DIARIO DO CONGRESSO NACIONAL (Seção I) Maio de 1976

13. COSIM. USillA. COFAVIGrupo GerdauGrupo Ermírio de MoraisGrupo AlipertiGrupo PainsOutros"

Vou citar agora só os que o Pl'esidente do BNDE sugeriu aoSr. Ministro: ACESITA, CENillRA, Construção Naval e TranspotteMarítimo (Lloyd e Costeira), Companhias Estaduais de Seguro eECEX.

O Sr. Deputado Parsifal Barroso - Permite V. Ex.'" que eu ter­mine o aparte que me concedeu?

O SR. AIRTON SOARES - Pois não.

O Sr. Parsifal Barroso - Não conheço o document<J cuja leituraacaba V. Ex.a de fazer, ...

O SR. AIRTON SOARES - Terei prazer em remeter uma cópiaa V. Ex.a

O Sr. Parsifal Barroso - ... por dois motivos: em primeirolugar, não se trata de um documento oficial. Mesmo considerandoa suposta origem a que V. Ex." fez referéncia, não é oficial.

O SR. AIRTON SOARES - Sr. Deputado, só para lembrar aV. Ex." que este documento foi publicado pelo jornal Opinião, últi­mo número. O jornal O Estado de S. Paulo, em sua edição de sába­do, também faz referência ao document,o. Desta forma, não ha­vendo desmentidos do GovenlO, parto da presunção de que éele verdadeiro.

O Sr. Parsifal Barroso - Mas, como a luta relativa à estati­zação e M deMstatizaçôes e-stá principalmente no campo da im­prensa, há de convir V. Ex.a ...

O SR. AIRTON SOARES - Não está apenas no campo daimprensa. Sr. Deputado. A Federação das Indústrias de São Paulojá remeteu relatório ao Governo, assim como a Federação do Co­mércio. Todas as entidades empresariais já remeteram ao Governoas suas sugestões. O Ministro Reis Velloso pediu que fossem remeti­das em trinta dias.

O Sr. ParsifaI Barroso - Estou dando o motivo a V. Ex.a porque não li o documento a que se refere. Não o considero oficial,mesmo tendo sido publicado no jornal O Dia, e permito-me aindaacrescentar que, a respeito de politica de minérios, de metalurgia,quando há relacionamento direto com o interesse nacional, a de­cisão é de S. Ex." o Sr. Presidente da República. pouco importandoque elementos da ARENA, ou do próprio Governo ...

O SR. AIRTON SOARES - Isso é lamentável, nobre Deputado.O Sr. Parsifal Barroso - externem opiniões, porque o co-

mando politico administrativo .

O SR. AIRTON SOARES - Isso é lamentável, nobre Deputado.O Sr. Parsifal Barroso - ... es~á na.s mãos do eminente Chefe

da Nação, o Pl'esidnete Ernest<J Geisel, e este é fiel aos compro­mIssos assumidos com o povo brasileiro.

O .SR. AIRTON SOARES - O Presidente deve ouvir os repre­sentantes do povo. Essa política de decisões pessoais e personalissI­mas não deve prosperar de maneira alguma num regime demo­crático.

Sr. Presidente, continuo: Além do mais, o Estado oferece àiniciatIva privada, em primeiro lugar, a nova oportunidade e apenasimpõe em alguns setores. como o da petroquimica, a partIcIpaçãominoritária do capital estatal. É o vantajoso modelo assocIativo edeve-se frIsar que, quanto aos grandes projetos, o favorecido équa.~e sempre o capItal estrangeiro, como no caso da Serra deCarajás.

Ora, o grande capital de onde se origina a campanha temeque, ao precisar retrair-se nesses grandes projetos, devido à criseeconômica que pela prImeira vez foi simultânea em todas as gran­des economias capitalistas, o Estado, por prIvilegiar a necessidadede sobrevivência do regime em si, acima de tudo tente usar opotencial estatal dentro das novas regras do jogo.

E o Estado, de fato, qua.'3e que instintivamente, tem optado pOralgumas soluções desse tipo. como foi a recente diretriz para quea Vale do Rio Doce interferisse no mercado de importação dealumínio.

Deputado Eloy Lenzi. se o aparte de V. Ex.a se refere ao quejá foi dito, eu não vou em frente.

O Sr. Eloy Lenzi - Nobre Deputado, a campanha de desestati­zação que está grassando neste Pais não oeorre simplesmente naimprensa, mas também em gabinetes de Governos estadnais. Aprópria imprensa tem pubiicado reiteradas vezes que o ilustre Go­vernador de São Paulo pretende desestatizar até a VASP _ Estacampanha de desestatização é muito grave. É preciso qlW o Governotome todo o cuidado, pois, sob pretexto de se defender a economia

e a indústria brasileira, os trustes e os cartéis internacionais quenelas operam, direta ou indiretamente, e que já consolidaram a pri­meira fase do dominio da nossa economia, querem passar agorapara a fase da complementação, precisamente em dois dos seusmaiores Betores: um deles, o dos fertilizantes, que de uns anos para.cá assumiu uma repercussão econômiea fantástica na receita na­cional; o outro, o da exportação de soja. Feijão soja é hoje o pri­meiro item da pauta de exportação do Brasil. Neste ano de 1976,vamos exportar cerca de dois milhões de dólares em soja. Existeum projeto transitando na Câmara dos Deputados, modéstia àparte, de antoria deste Deputado, visando à estatização da comer­c:lalização de soja. Estes os setores fundamentais a que se visam,através dessa campanha da de-sestatização. Um pais que consumia,há quatro anos, 600 mil toneladas de fertilizantes, consome hoje 4milhôes de toneladas e consumirá, a médio prazo, 10, 15, 20 milhõesd.~ toneladas. Vê-se por aí que o montante de recursos financeirosem jogo, em torno dessa situação. é tão grande e tão Importante queo Governo brasileiro, absolutamente, não deve abrir mão da e-sta­tização desses dois setores da nossa economia.

O SR. AIRTON SOARES - Agradeço-lhe o aparte, DeputadoEloy Lenzi. Peço aos companheiros aguardem que eu desenvolvaum pOuco mais meu discurso, pois, só me restam dez minutos.

O Sr. João Gilberto - Pennita-me não perder a opr.rtunidaded,~ dar apoio a um documento citado por V. Ex.e. Ele não é do co­nheCimento apenas do ilustre Deputado. mas já { praticamentedo ckiminio público. O "Índice -- O Baneo de Dados" de hoje publicauma espécie de editodaI, sob o título: "Plimeiras vitórias da deses­tatlzação", do qual leio o primeiro periodo: "Um dos primeiros d~­

cumentos examinados pelo Grupo de Trabalho nomeado pelo MI­n.l.stro do Planejamento para sugerir medidas desestatizantes é umaindicação do presidente do BNDE, Marcos Viana, que relacionouum conjunto de empresas e projetos sob controle governamentale, para eada uma delas, cinco ou seis grupos privados que, a seuv'~r. poderiam ser chamados a assumi-las." Não lerei o restantedo editorial. Mas e8tá V. Ex.'" plenamente corroborado em seustemores, com esta publicação.

O SR. AIRTON SOARES - Nobre Deputado, nunca duvidei dafonte, embora não tenha havido encaminhamento normal na re­messa. Mas aeho que deixou V. Ex.a desanuviado o espírito doDeputado Parsifal Barroso, porque traz uma informação do "Indice-- O Banco de Dados", órgão insuspeito, que se publica tal do­cument.o, não o faria em cima de informações ou documentos com­prome tedores .

Continuando, Sr. Presidente, Srs. Deputados: o que é na ver­dade esta campanha contra a estatização?

Os promotores da campanha não estariam mais preocupadoscom as indefínIções, interrogações da trajetória política do regime,em periodo de grave crise econômica. Surgiriam dentro do sistematendências de confronto em relação àquelas forças que ajudarama agravar ainda mais os efeitos da crise econômica, como os dife­rentes cartéis. as multinacionais que manipulavam matérias-pri­mas c acordos de royalties, as montadoras de veiculos que maxi­mizaram a importação de Insumos de suas matrizes exatamentedurante a crise. Em outras palavras, teria surgido dentro da Es­cola Superior de Guerra solução para a crise do tipo que se cos­tuma chamar de fora dos padrões tradicionais?

Quando do lançamento da campanha em fins de 1974, o Sr.Eugênio Gudin se referiu ao hermetismo do Sistema:

"Tivemos nos últimos sete anos, governos chefiados pormilitares patrióticos e dedIcados, mas com pouca propensãoao dIálogo e mais afeiçoados ao Governo hermético."

Em Salzburgo, um documento reservado que circulava entre osexecutivos das multinacionaIs dizia:

"Pretendem (os militares) dar ao Brasil o lugar que elemerece de acordo com o tamanho territorial e O'S recursosql1e tem ... isso reforça o nacionalismo. "

E o famoso "Coneil of Americas", reunido em Brasília emmeados de 75, perguntava: "Existem posições extremas no campocivil e no campo militar?"

Já recentemente. Macedo Soares Guimarães, porta-estandar­te, da campanha anti-estatizante, escrevia no Jornal do Brasil(:13-4-76) :

"Em 1.0 lugar será preciso vencer as resistências psicológicasdentro do próprio Governo da mediocridade dos burocra­tas, alguns bem intencionados, mas que acreditam que amelhor maneira de impulsionar a economia é através dasempr€sas estatais. É preciso vencer também a resistênciados Deputados e Senadores, a maioria estatizantes, maispor motivos eleiçoeiros que por convicções pessoais, final­mente há q,ue vencer também a resisténcia dos dirigentesde empresas estatais. Esses por motivos fisiológicos, por

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Maio de 1976 DIARIO DO OONGRESSO NACIONAL (Seção I) Terça-feira 25 4~8lI

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medo de perder as benesses que tais empresas lhe propor­cionam, são evidente contra a privatização da economia."

O Sr. Jerônimo Santana - Desejo apenas dizer a V. EX,a que(J debate sobre a estatização está mal colocado. O Governo e asI..ideranças deveriam colocár em primeiro plano o debate da dis­ciplina do capital estrangeiro, no País, o estatuto do caPital es­trangeiro. Por que o Governo, em vez de aceit~r sugestões de de­sestatização, não COloca em debate a dISciplina e o estatuto docapital estrangeiro no Brasil?

O SR. A~TON SOARES - Agradeço a V. Ex.a

Lembro que' os empresários liderados pelo Sr.,Henry Maksuda,lteagindo ao ultimado do Ministro Reis Velloso, do dia 26 de março,concedendo 30 dias para que fossem apresentadas as propostasconcretas e factíveis de privatização, escreviam:

"Na burocracia estatal brasileira se percebem claramenteos sintomas dessa indefinição. Fazendo parte de um gover­no declaradamente em favor de uma economia de mer­cado, de acordo com o que, aliás, rege a ConstituiçãoBrasileira homens de responsabilidade, aparentementesem com~ngar da ideologia marxista-Ieninista-trotskista­stalinista-maoista, adotam medidas que levam o pais paraum sistema de economia fechada."

Em outro lugar da sua revista Visão, Henry Maksuda C\efineum dos objetivos estratégicos da campanha contra a suposta esta­tização da economia:

"propugnar resolutamente pela participação concreta doempresariado no processo de decisão politica em geral eda política econômica em particular, registrando energi­camente como espúrias as atuais formas de consulta."

Finalmente o Jornal do Brasil, em editorial de 2-5-76, declaraatensivamente :

"O debate econômico oculta uma questão política e talvezideológica - da qual a estatização é apenas a parte vi­siyeI. ... "

Eis, Sr. Presidente, Srs. Deputados o reconheelmento de que acampanha é política.

Seu alvo é o chamado "sistema", na medida em que o sistemaconsiderado "hermético" possa temler a privilegiar a necessidadede sobrevivência do desenvolvimimto tipo "Polência Emergente",mesmo que para isso só lhe reste aciOnar com mais vigor os ins­trumentos econômicos do Estado.

É curioso, Sr. Presidente, e peço especial liltenção aos Srs.Deputados para este tipo de ação que desenvolvem os empresárioscontra um sistema que consideram "hermético". Ora, para sechegar aoliberallsmo econômico, a resposta imediata seria o libe­ralismo politico, a democracia tradicional, na qual os grandesgrupos econômicos tão bem sabem conviver e prosperar.

Mas, já dizia Eugênio Gudin, ao lançar a campanha em finsde 1974:

"Nosso problema político não pode ser equacionado emtermos de volta à democracia."

Assim, os grn'ndes grupos cconômicosquerem desarmar o poderde planejamento e decisão econômica do estado autoritário, massem se desfazer doS serviços dessa mesma máquina de repressãopolitica. '

Querem as vantagens políticas todas do Governo forte e auto­crático, n1aS nenhuma das desvantagens desse mesmo regime, na:l1ora em que o regime para sobreviver reforça sua componenteautônoma no planejamento econômico.

Fica evidente que hoje existe um antagonismo entre esse em­brião de ideologia que cresceu dentro da ESG, sob o titulo queprovisoriamente vamos adotar de "Brasil potência emergente" eum a um dos grupos econômicos; fica mais claro quando o Sr.IGlycon de Paiva sugere a criação de "uma ESG alternativa queseja para nós o que a ESG é para os militares". Isto quer dizerque a mesma ESG ondl'l civis e militareS equacionaram laborio­Samente a!! linhas mestra!! do projeto militar de 64, hoje já nãomerece a confiança dos grupos econômicos que participaram da­quela articulação.

Exatamente porque existe boje eSSa ruptura, surge a eam­llanha, apresentando-se como novo candidato a denominador co­mum dos grandes grupos econômicos. Esse denominador se ofe­recia como base para uma nOVa aliança, cujas premissas são,anunciadas na revista "Comércio e Mercados" de abril deste ano,onde o Eng. Macedo Soares Guimarães, dito um dos criticos mais.severos da estatização, aponta como soluções:

"A) No Setor de Seguros - Determinàção legal para queno prazo de seis meses sej am fechadas ou passadas para

o controle de particulares as emprE!8aS de seguro e corre­toras de seguro de propriedade dos Governos federal eestaduais.1) "Ninguém tem dúvida que aS nossas companhias tieseguro privadas tenham capacidade para cobrir o mercado.Revogação da lei que estatizou o f:eguro de acidentes detrabalho.2) "A estatização deste seguro provou ser outra medidainócua e mais uma interferência. do Estado.B) No SeÚll' Bancário - 1) Proibil,ão aos bancos comer­ciais ,de propriedade dos Estados de terem agências forado seu Estado, e de operarem com pessoas físicas. Prazode seis meses p~a execução.Não se justifica que estes bancos criados inicialmente comouma espécie de "caixa" dos Governos estaduais passem acompetir com os bancos privados na captação da poupanl~a

privada em outros Estados. Seria melhor que eles nemexistissem.2) Proibição aos Estados de serem proprietários de Corre­tores de Titulos, Distribuidoras de Valores, etc., enfim,qualquer organismo financeiro que não fosse o banco co­mercial e este operando dentro da!! restrições mencionadasacima. Prazo de seis meses para fechamento das existentes.Não é necessário justificativas.3) Proibição ao Banco do Brasil de operar com pessoas j'i­sicas, passando a operar somente com pessoas jurídicas.Com a' criação do Banco Central necessário será rever afunção do Banco do Brasil. Dada a sua importância naeconomia nacional, achamos que' ele deve continuar aoperar em todo o território nacional, mas como elementoexecutor da política financeira do Governo, apoiando aindústria, a agricultura e o comércio. Não se justifica que,com os privilégios que tem, dispute com os bancos privadosos depósitos das pessoas físicas. Já as firmas muitas vezessão coadjuvantes do. próprio, Governo, neste ou naqueleempreendimento, razão por que necessitam do suporte eapoio de um estabelecimento de porte do Banco do Brasil.4) Fechamento das Caixas Econôm1<:as Federal e Estaduais."Realmente não vemos hoje a função real destes. organis­mos. Como instrumento de poupança popular são idênticasàs que hoje existem no campo privado. Ê mais um compe­tidor da iniciativa privada, e tiveram Sua função dimi­nuída, principalmente depois que se passaram os recursosdo PIS e do Pasep para o Banco N,acional de Desenvol­vimento Econômico".5) Permissão para que as empresas governamentais, ór­gãos públicos, etc., façam depósitos, sem restrições, embancos privados."Não se justifica que o Governo permita que existambancos privados, autorizados a captar depósitos dá cidadãoem geral e os considere inidôneos para receber depósitosdas repartições públicas. Se houver ;~buso ou desonestidadedemissão para o funcionário". '6) Proibição aos bancos estrangeiros de abrirem agências'em mais de uma cidade.Esta faculdade só seria permitida aos bancos privados na­cionais ou ao Banco do Brasil. Aliás, só se deveria permitiro funcionamento de bancos estrangeiros dentro da estritareciprocidade com o que pudermos fazer nos seus paisC/!.C) No Campo Financeiro em t'keral - 1) Proibir o BancoNacional de Desenvolvimento Econômico de finaneiar asempresas, públicas ou sociedades ele economia mista €'mque o Goverl1o seja majoritário.Daríamos, realmente, um sentido privatizante à ação doBNDE, e encorajariamos a formação de sociedades de eco­nomia mista em que o Governo seja minoritário. Estassociedades teriam o "management" privado e o suportegovernamental.2) Proibição legal às sociedades de economia mista em queo Governo seja majoritário de lançarem novas ações emsubscrição pública.Hoje existe norma que isto só pode ser feito com autori­zação do Presidente da República. Beria bom que houvessedispasitivo legal.D) No setor de Transporte - 1) Diminuição gradativa daparticipação do Lloyd Brasileiro na navegação, até suacompleta extinção, com a passagem de seus navios aos pa.r­ticulares.

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4284 Terça- feira 25 DIÁRIO DO CONGRESSO NACIONAL (Seção I) Maio de 1976

"Não se justifica em hipótese alguma a presença do LloydBrasileiro. Se desaparecesse, hoje, amanhã seu tráfegoseria totalmente coberto pela armação privada. Quemduvidar tome uma simples linha internacional para ex­perimentar." -

2) Redução gradativa das frotas de navegação da Petro­brás, Vale do Rio Doce e Companhia Siderúrgica Nacional,até sua total extinção."Estas companhias, cujas principais funções devem serdescobrir petróleo, exportar minério e produzir aço, nãodevem se preocupar com esta atividade de prestação deserviço que envolve risco e que pode muito bem ser exe~cutada pelos armadores privados nacionais, cuja capaci­dade já está hoje sobejamente provada. Não venham comargumentos de segurança nacional. Navegação é concessãoe a qu'alquer momento o Governo pode intervir.

3) Proibir os Governos estaduais de terem empresas denavegações aéreas."A VASP, a última que resta, já deveria ter sido passadaa controle dos particulares ...E) Na Indústria, no Comércio e na Agricultura, em Geral

- 1) Determinação para que no praw de 12 mese.'l sejamvendidas ou fechadas todas as empresas subsidiárias daschamadas empresas-base _do Governo, como SiderúrgicaNacional, Vale do Rio Doc<3, etc., quc hoje estão competindoabertamente com a indústria privada, como, por exemplo,Usiminas Mecânica, Fábrica de Estrutura Metálica daCompanhia Siderúrgica Nacional, Vale Fértil, ECEX, etc.Seria criada' uma comissão para, no prazo de seis meses,determinar quais dessas empresas seriam mais facilmenteabsorvidas pelos particulares (COmissão com empresáriosprivados participando).

"Selecionadas as empressa, seriam colocadas à venda oupassadas ao controle dos particulares, mediante bons fi­nanciamentos do Governo. Seria o exemplo do Japão."2) Fechamento dos Institutos do Café, do Cacau, do Açú­car e do .Alcool, e todos que estão direta ou indiretamenteinfluindo na comercialização dos produtos agrícolas."Pode parecer temerária esta sugestão. Mas, se olharmoso longo passado destes Institutos e suas famosas manobras,veremos que no cõmputo eles fizeram mais mal do quebem. Deixemos que a comercialização se faça pelos pro­dutores e, quando muito, pelas suas cooperativas. Acabarãoos confiscos e o Governo ficará livre de muitas queixas.Experimentem e verão.3) Abolição da COmissão Interministerial de Preços.

"O controle da inflação pode-se fazer de outras maneiras.A CIP tem sido bem mais seyera com as empresas privadasdo que com as governamentais, principalmente as de ser­viçO público. Não tem mais razão de ser na economianacional. É uma comissão estatizante pela irrealidade deseu procedimento e que leva à deseapitalização da empresaprivada. Para os abusos do poder econômico j á existe aCADE, que deve ser ampliada" .

F) No Setor de Rádio e Comunicações - Prazo de seismeses para venda ou fechamento de todas as emissoras derádio e televisão dos Governos estaduais e federal."Com Radiobrás ou não, são máquinas de perder dinheiroem campo já coberto eficientemente pela íniciativa prí­vada."G) Medidas de Ordem Geral a serem estudadas - Vendaou fechamento de todas as empresas do Governo que nãose situem estritamente em setores considerados básicos,como, por excmplo: energia elétrica, transporte ferroviárioe comunicações (só correios e telégrafos)."

Como se vê, a campanha é sem tréguas.

E o Governo, que já admitia receber sugestões. passa a con­temporizar com os empresários.

O documento, não desmentido, atribuidú ao Presidente doBNDE, endereçado ao Ministro do Planejamento como parte inte­grante deste pronunciamento da revista, demonstra que já a.campanha consegue colher seus primeiros frutos.

É bom lembrar que esse Governo já lançou sementes emvárias áreas econômicas reclamadas com os contratos de risco,a nova Lei das S/A, os investimentos para a CPRM etc. Porque acontradição não é antagônica e a campanha visa exatamente aacelerar esse processo e aprofundá-Ia ao nível orgânico da com­posição dos mecanismos de direção.

Visa a campanha à rendição total do Estado ao grande capi­tal e, portanto, ao capital estrangeiro, de forma que o E,~tado

não atue contra os interesses desses capitais. Assim, o grande ca­pital, através da campanha anti-Estado, mostra seu apetite eganância extremos num momento de crise, cobrando o preço de­finitivo de lealdade do Estado a seus interesses.

E o povo sabe que quem quer ser independente não se entregaaos grupos econômicos; Governo independente tem compromissossó com o povo. Não se entrega aos credores de mãos armadas,pedindo dinheiro que não possa pagar.

Barbosa Lima Sobrinho ensinou que:"Um País, uma Pátria deve ser muito mais ciosa de suaindependência do que o individuo sem nome, carreiristade fortuna.. Um pátria ná.o pode nem deve mendigar au­xílios, nem se expor a prorrogações de prazo, olhada co­mo pagadora displicente ou _irresponsável. Uma Pátriadeve ter mais vergonha, mais dignidade, mais honradezdo que qualquer de seus filhos, por mais digno e honradoque seja qualquer deles."

Os brasileiros sabem que as decisões que resultarem dessasnel~ociações entre Estado e empresários não resolverão os proble­m~,s do povo,

a Governo carece de legitimidade popular, que só pode serdada num regime democrático.

Não sabemos_ até quando e quanto a concentração de podernas mãos do Estado autoritário dificulta e impede o ressurgimentoda democracia.

Mas sabemos que estes setores que ho,ie se movimentam con­tra o Estado e este Governo estão preocupados exclusivamentecom os lucros de suas empresas. Acenam, num oportunismo adiá­vel, com os direitos humanos em contrapartida a conhecidaspráticas de órgãüs do Governo, afirmando serem os frutos doEstado -autoritário, pretendendo angariar aliados e adeptos nossetores progressistas e liberais da população.

a que esperamos é que os altos m~ndatârios desse ~aís s~libertem dos grilhões- que herdaram e nao romperam, adermdo acausa dos trabalhadores e do povo em geral, restabelecendo ime­diatamente o regime democrático e nacionalizando as empresasestrangeiras cujas atividades sejam consideradas fundamentaispara o desenvolvimento econômico e a segurança nacional. (Pal­m:ns.)

Durante o discurso do Sr. Airton Soares, o Sr. CélioBorja, Presidente, deixa a cadeira da presidência, que éocupada, pelo Sr. Odulfo Domingucs, 19-5ecretário.

Durante o discurso do Sr. Airton Soares, o Sr. OdlllfoDomingucs, 19-5ecretário, deixa a cadeira da presidência,que é ocupada pelo Sr. Célio Borja, Presidente.

VII - O SR. PRESIDENTE <Célio Borja) - Vai-se passar aoperíodo destinado às Comunicações das Lideranças.

Tem a palavra o Sr. Norberto Schmidt.O SR. NORBERTO SCHMIDT (ARENA - RS. Pronuncia o

seguinte discurso.) - Sr. Presidente, o di!" 24 de maio aHsinalao :no aniversário da Cons.tituição da República Federal da Ale­manha, Pais amigo, com o gual tão sólidas relações políticas,culturais e, principalmente, econômicas nos ligam. Não poderia­mos deixar de solidarizarmo-nos com o bravo povo germânico,tão estreito e intimamente ligado ao povo e à própria Históriado nosso Pais.

Em 25' de julho de 1974, festejou-se no Brasil a imigraçãodOIl pioneiros daquela origem étnica que aportaram então emSão Leopoldo, iniciando-se a colonização alemã. Eram poucas asprimeiras famílias seguidas de centenas mais e, hoje, representamcentenas de milhares, considerados os seus descendentes e asnovas levas que lhes seguiram.

No Rio Grande do Sul, a colonização radicou-se inicialmenteàs margens do Rio dos Sinos, estendendo-se posteriormente pelosVales dos rios Taquari e do Rio Pardo, espalhando-se, após, pelasnovas colônIas. Não existe atividade ou ocupação, seja literária,política ou econômica, uas quais não se encontrem descendentesde origem alemã.

Somos filhos do Município de Santa Cruz do Sul, onde a colo­nização plane,iada dos colonos alemães teve seu- início em 1849.É, ainda ho,ie, absolutamente preponderante a origem étnica ale­mã., que hoj e se coloca como uma das' comunidades mais produti­vaG e progressistas de nosso "hinterlànd".

Quando das comemorações do sesquicentenário da RepúblicaFederal da Alemanha vieram ao Brasil diversos grupos de ale­mil.es que se irmanaram conosco nas comemorações que, com bri­lho invulgar, se realizaram em homenagem à efeméride. Aliás,cuidou-se de enviar grupos folclóricos típicos da Velha Germânia,

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Maio de 1976 DIARIO PO CONGRESSO NACIONAL (Seção I) Terça-feira 25 4285

taraderizando as diversas regiões -da Alemanha de onde vieram<os imigrantes.

Seria ocioso mencionar todos os Municipios que tiveram acolaboração germânica. Entre eles São Leopoldo, Santa Cruz doSul, Oachoeira do Sul, Novo Hamburgo, Montenegro, S. Sebastiãodo Oai, Pelotas, Estrela, Lajeado, Venâncio Aires, Ijui, Santo An­gelo, enfim, ainda um grande número de Municípios que sürgiramdas então chamadas novas colônias, localizadas na zona das mis-sões. '

Oumpre ressaltar o profUlldo sentimento de brasilídadeque,.desde logo, se enraizou naqueles pioneiros e que se foi aprofun­dando nas seis gerações que lhes seguiram. Milhares de descen­dentes de alemãcs participaram ativamente da L" e 2." GuerrasMundiais e está historicamente comprovada também a sua bravaparticipação na Guerra do paraguai.

Os interesses do Brasil e da Alemanha cada vez mais se en­trelaçam e se aprofundam, mostrando a grande valia da conju­gação dos interesses de' ambos OS países_ Ainda recentemente oAcordo Nuclear que o Brasil firmou com a República Federal daAlemanha veio coroar a conveniência de ambas as repúblicasnas sólidas relações que hoje unem os interesses reciprocas.

Não podemos, piJis, estar ausentes dos festejos que hoje opovo .alemão leva a efeito, pelo 27.0 aniversário de sua Constitui~ção. Queremos congratular-nos com aquela grande Nação ~ umadas maiores, mais progressistas e estáveis do mundo.

E o fazemos desta tribuna, cumprimentando ao Exmo. Sr.EmbaixadoJ: Horst Rõding, bem como ao seu seleto corpo de auxi­liares, entre os quais contamos considerável número de amigas.Ao povo alemão ~ por intermédio de seu representante oficialno Brasil -- o nosso caloroso abraça e os cumprimentos que lhesenvio, como representante do povo- brasileiro que, poJ: nossas ori­gens étnicas, nos confiaram a honra de representá-los nesta Câ­mara dos Deputados do Congresso Nacional.

Sr. Presidente, I'u não poderia concluir sem referir-me à co­lonízação que, do Rio Grande do Sul, partiu para Santa Catarina,um dos Estados em que a contribuição alemã foi prepondeJ:ante.Fi hoje há cidades maravilhosas no Sul ~- não citarei todas comreceio de esquecer-me de alguma - que muito progrediram e fize­ram para o engrandecimento de nosso querido País. Refiro-meparticularmente a' Blumenau, fundada pelo Dr. Blumenau, mé­dico que, em longínquos anos, foi levar caridade, socorro e ajudaà coletividade daquela região. Estou, pois, homenageando aquelesQ,ue para lá foram há tantos anos e que tanto colaboraram, jun­tamente com os colonizadores do Rio Grande do Sul. Descobrique os primeiros imigrantes que vieram para o Brasil foram pararno Estado do Espírito Santo onde a imigração é tão antíga quanto:lo do Rio Grande do Sul, se'm esquecer o Estado do Rio - Petró­polís, Teresópolís, enfim, toda aquela região.Neste dia em que esta festa se realiza, nós nos regozijamos como povo do qual somos descendentes, desejando que a RepúblicaAlemã continue por todo o sempre dentro da democracia em-benefício do povo alemão c garantia da segurança do Ocidente.

O SR. ELOY LENZI '(MOB - RS: Sem revisão do orador.) ­Sr. Presidente, Srs. Deputados, com o desenvolvimento da agr'l­cultura moderna, a indústria e o comércio de fertilizantes as­lmmiram um ponto relevante na economia nacional. Quem nãoacompanha a evolução desse tema talvez não lhe dedique a devidaatenção, mas basta lembrar que gastamos, com importação de fer­tilizantes, 138 milhões e 500 mil dólar-es em 1973, e 402 milhões e900 mil em 1974.

Não tenho em mãos a cifra exata gasta no ano passado, masposso afirmar que fol muito superior a 500 milhões de dólares. Oaumento de consumo de ferti1i7.antes no País cresce de maneiraassustadora. Em 1971, consumimos apenas - em números redondos.- 650 míl toneladas de fertilizantes; no ano Ipassado, 4 milhões detoneladas. E, tendo em vista a evolução da lavoura nacional, dentrode poucos anos estaremos consumindo 10 a 20 milhões de tone­ladas. O Brasil será um dos maiores consumidores de fcrtilizantesdo mundo.

Por outJ:o lado, Sr. Presidente, nutrientes de linha potáss1caJazem parte da composição do fertilizante. Importamos a totali­dade desse elemento natural e também 64% dos da linha dos fos­latados.

Sr. Presidente, as jazidas conhecidas de potássio e de fosfatodo Brasil seriam. suficientes, SE: fossem exploradas devidamente,para atender ao consumo nacional e, ainda, poderiamos tcr ex­cedentes exportáveis. Por esta simples enunc1ação de dados esta­tisticos, colhidos na repartições do Governo, constata-se a impor~

tância da indústria de fertilizantes no País.Sr. Presidente, é conhecida de todos os que lidam com esse

problema a existência, na Europa, de um eartel universal que visaa controlar a produção e a comercialização de fertilizantes. A esse(~artelestão agregadas diversas e grandes empresas multinacionais,

entre elas a Phillips, que domina o setor de vendas de fosfatos ede potássio para o Brasil. Ora, Sr. Presidente, esse cartel, que con.,:­titui uma entidade gigantesca, tem por finalidade exclusiva manteralguns países na eterna dependênc1a da importação dos nutrientesque entram na composiçáo -do adubo. E somente de acordo comsua conveniência permite tal cartel que determinadas náções l;etornem auto-suficientes na produção de nutrientes.

O Sr. Jerônimo Santana - Nobre Deputado, aborda V. Ex."um tema palpitante. Mas verificamos que o lavrador; quandoprecisa adquirir fertilizantes, elemento essencial à sua atividade,obtém todas as facilidades do Banco do Brasil quanto ao finan­ciamento desse produto. O mesmo acontece em relação ao trator.Não há, porém, o mcsmo tratamento quando o agricultor qucr ven­der seu produto. Por outro lado, quanto ao setor estratégico deexploração de jazidas, verifica V. Ex.R que o Governo tem tido umcomportamento de recuo. Hoje ele prega uma co18a, amanhã, outra.Veja, por exemplo, o caso da jazida de fosfato de Patos de Minas.O Sr. Ministro das Minas e Energia visitou o local, jornais, televisàoe filmes mostraram o fato. E declarou S. Ex.", através da CPRM,que âjazida seria explorada por empresa pública ou de economiamista, porque era de relevante interesse para o Estado. Agora, noentanto, recebeu esta Casa informações da CPRM em outro sen­t1do. Inclusive as autoridades do DNPM, da OPRM e do Ministériodas Minas e Energia se pronunciaram no sentido de entregar-se aexploração do fosfato de Patos de Minas a uma empresa privada.Em São- Paulo, o nobre colega de Sora.caba, Theodoro Mendes, de­nunciou, em discurso, a entrega de uma mina de fosfato, se nflome engano de Capl\nema, ao Grupo Bung & Bom. Essa jazida.já estava equipada e começava a ser explorada pelo Ministério elaAgricultura. InclusIve o engenheiro que montou a lavra daquelajazida perdeu o emprego. E foi entregue ao Grupo multinacionalo fosfato de São Paulo. Este fato será objeto, segundo estou in­formado, de grave denúnCia de colega de sâo Paulo, nesta Casa.E já ouvi aqui um discurso no Pequeno Expediente sobre a ma­téria. Verifica V. Ex.'" portanto, que o Ministério da Agriculturamontou a exploração do fosfato em São Paulo e agora -acaba deentregá-la a um grupo multinaciona1. Denuncia V. Ex." pGis. umfato da ma10r importâncIa, da maior relevância para a economianacional.

O SR. PRESIDENTE (Célio Borja) - O orador dispõe de 7minutos.

O SR. ELOY LENZI - Muito obrigado, Sr. Presidente. O apartede V. Ex.", nobre Deputado Jerônimo Santana, é um subsídio V;L­11oso para o meu JIlodcsto discurso.

Mas, Sr. Presidente, continuando:"Os cartéis mundiais da indústria de fert1lizantes traba­lham, como suas congêneres de outros setores, por inter­médio de comitês diversos, realizando encontros regularesem todas as partes do mundo, fixando preços e participa­ções de mercado de cada participante.Um comitê especial decide qual o país que deverá ser tor­nado produtor e qual país é que deverá ser mant'ido paísim~ortador."

Infelizmente, ao Brasil coube a decisão de ser um eterno im­portador. Daí por que os cartéis têm destruido, aqui no Brasil, todasas iniciativas que se tomam no sentido da auto-suficiência na prD­dução de fertilizantes' s'intéticos e naturais, tais como potássio, fos­fato, uréia e outros. Assim é que surgiu a ULTRAFERTILem 19G6,ou 1967, mas não resistiu ao dumping do cartel universal, que aCa­bou por liqui.dá~la. -Assim, a ULTRAFERTIL foi, ao final, incorpo­rada à PETROBRÁS.

Surgiu depois o problema da fosforita, em Pernambuco. Todosdevem estar lembrados de que sobre essa jazida de fosforita dePernambuco, por incrivel que pareça, Sr. Presidente, Srs. Depu­tados, construiu-se uma vila de caSaB populares. E o Brasil continuaimportando fo.qfato, ga:qtando para isto, somente em 1974, mais d.e100 milllões de dólares.

SUJ:giu depois o problema de Cm·mópolis. Por licitação, foi dadoa uma firma estrangeira o dlreito de lavra da jazida de Carmópolis.A empresa é a Kalium, que pertenceu ao Grupo Lume, de tris,tememória. Pois faliu a Kalium e faliu, inteiramente, o Grupo Lume.Segundo anuncia a imprensa, essa falência foi até fraudulen1;a.Mas vou ler para V. Ex."s uma notícia do JOl'nal do Brasil sobrea constitulção do capital da Kalium:

"A Kalium não chegou a explorar, mas tinha montado osel) esquema de investimentos. O orçamento previa uminvestimel1to de 656 milhões e 920 mil cruzeiros, sendo quea Kalium investiria apenaB 5 milh1íes e 10 mil cruzeiros eo restal1te seriam recursos fornecicdos pela SUDENE, navalor de 246 milhões; pelo BNDE, :!46 milhões e financia­mento externo de 80 milhões."

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4286 Terça-feira 25 DIARIO DO CONGRESSO NACIONAL (Seção I) Maio ele 19'76

Joel FerreiraRubem .DouradoAirton SoaresRosa FloresJosé Costa

Suplentes

MDB

CAMARA DOS DEPUTADOS

AVISOSCóDIGO DE PROCESSO PENAL

Comissão EspecialMembrosEfetivos

MDBJosé Bonifácio NetoSérgio MurilloFreitas NobreLidovino FantonPeixoto Filho

Santa CatarinaHenrique Córdova - ARENA; Walmor de Luca - MDB.

Rio Grande do Sul

Aluizio Paraguassu - MDB; Lauro Leitão - ARENA; MagnusGuimarães - MDB; Mário Mondino - ARENA.

VIII - O SR. PRESIDENTE (Célio Borja) - Levanto a sessãodesignando para amanhã a seguinte

4PROJETO N.o 684-A, DE 1975

Discussão prévia do Projeto n.o 684-A, de 1975, que faculta aosempreiteiros saldar débitos com a União com títulos da divída pú­blica; tendo parecer, da Comissão de COlliltituição e JUBtiça, pelainconstitucionalidade. (Do Sr. Milton Steinbruch.) - Relator: sr.João Gilberto.

DiscllSsão2

PROJETO N.o 738-A, DE 1975Discussão única do Projeto n.o 738-A, de 1975, que introduz

modificação na Consolidação das Leis do Trabalho, aprovada peloDecreto-lei n.o 5.452, de 1.° de maio de 1943; tendo pareceres: daComissão de Constituição e Justiça, pela constitucionalidade e téc­nica legislativa; e, das Comissões de Trabalho e Legislação Social. ede :E'inanças, pela aprovação. (Do Sr. Otávio Ceccato.) - Relatores:Srs. Luiz Henrique, Frederico Brandão e Odacir Klein.

3

PROJETO N.o 661-B, DE 1975Segunda discussão do Projeto de Lei n.o 661-B, de 1975. que

"dispõe sobre o cancelamento de registro de protestos de titulos",(Da Comissão de Constituição e Justiça.) - 'Relator: Sr. CelsoBarros.

ORDEM DO DIASessão em 25 de maio de 1976

(Terça-feíra)

EM TRAMITAÇliO ORDINARIAVotação

1

PROJETO N.o 7DS-B,DE 1975Votação em discussão única do Projeto n.o 7D5-B, de 1975, que

altera a redação de dispositivos do Decreto-lei n.o 4.238, de 8 deabril de 1942, que "dispõe sobre a fabricação, o comércio ,e o usode artigos pirotécnicos, e dá outras providências"; tendo parecer,da Comissão de Constituição e Justiça, pela constitucionalidade,juridicidade e, no mérito, pela aprovação, com emenda. Parecerao Substitutivo oferecido em Plenário: da Comissão de Constituiçãoe Justiça, pela constitucionalidade, juridicidade e, no mérito, pelaaprovação com subemenda . (Do Sr. Francisco Amaral.) - Relator:Sr. Lidovino Fanton.

ARENASan1;os FilhoHugo NapoleãoFernando GonçalvesEduardo GalilIgo LossoGastão Müller

Presidente: Deputado Sérgio MurilloVice-Presidente: Deputado Peixoto FilhoVice-Presidente: VagoRelator-Geral: Deputado Geraldo Freir~

ARENAGeraldo FreireVagoIbrahim Abi-AckelClaudino SalesIvahir GarciaAdriano Valente

PernambucoLins e Silva - ARENA; Ricardo Fiuza - ARENA.

AlagoasVinicius Cansanção - MDB.

BahiaHenrique Brito - ARENA; Leur Lomanto - ARENA.

Espírito SantoArgilano Dario - MDB.

Rio de laneiroAlair Ferreira - ARENA; Amaral Netto - ARENA; Flexa

Ribeiro - ARENA; Miro Teixeira - MDB.Minas Gerais

Aécio Cunha - ARENA; Batista Miranda - ARENA; CottaBarbosa - MDB; Francisco Bilac Pinto - ARENA; Jorge Ferraz- MDB; Juarez Batista - MDB; Nogueira da Gama - MDB;PaulinoCícero - ARENA.

Ary Valadão - ARENA.

Mato GrossoBenedito Canellas - ARENA.

ParanáAdriano Valente - ARENA; Antônio Ueno - ARENA; Braga

Ramos - ARENA; Gomes do Amaral - MDB; ítalo Conti _ARENA.

Vemos, por aí, que uma empresa estrangeira havia conseguidolicença do Governo para explorar o potássio da jazida de Carmó­polis com recursos quase exclusivamente naeionais. Felizmente,essa empresa faliu. Agora temos o caso de Patos de Minas, comnova descoberta de uma enorme jazida de fosfato.

O SR. PRESIDENTE (Célio Borja) - V. Ex." dispõe de trêsminutos para concluir.

O SR. ELOY LENZI - Para encerrar, Sr. Presidente, sobreesse tema - fosfato de Patos de Minas e potássio e cloreto depotássio d,e Carmópolis - sabe-se que são produtos básicos nacomposição do fertilizante e poderão representar milhões e mi­lhões de dólares de economia para um pais cujo balanço de paga­mento está altamente comprometido. Esse setor de minér'ios bá­sicos, fundamentais, não pode e não deve ser entregue à exploraçãode companhias particulares, sejam estrangeiras ou nacionais.

Aqui fica o nosso apelo ao Presidente Ernesto Geisel, no sen­tido de que essas duas jazidas e todas as demais desse tipo deminério - de potássio, de uréia, de fosfato - ou dc qualquer outrominério que entre na composição de fertilizantes, sejam exploradasapenas por empresas estatais.

Muito obrigado. (Palmas.)

O SR. PRESIDENTE (Célio Borja) - Nada mais havendo a tra­tar, vou levantar a sessão.

Deixam de comparecer os Senhores:Herbert LevyAlencar FurtadoAntônio Florêncio

AmazonasRafael Faraco - ARENA; Raimundo Parente - ARENA.

ParáJorge Arbage - ARENA.

MaranhãoTemistocles Teixeira - ARENA.

CearáErnesto Valente - ARENA; Mauro Sampaio - ARENA.

Rio Grande do NorteNey Lopes - ARENA.

Goiás

São Paulo

Airton SOares - MDB; Amaral Furlan - ARENA; AntonioMorimoto - ARENA; Blota Junior - ARENA; Cardoso de Al­meida - ARENA; Edgar Martins - MDB; Faria Lima - ARENA;Ferraz Egreja - ARENA; Francisco Amaral - MDB; FredericoBrandão - MDB; Guaçu Piteri - MDB; Israel Dias-Novaes _MDB; Ivahir Garcia ARENA; Ruy Côdo - MDB; TheodoroMendes - MDB.

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:Maio de 1976 DIARIO DO CONGRESSO NACIONAL <Seção I) Terça-feira 25 4~i8'1

Deputado Celso Barros:Livro V 7" Sucessões e Livro Complementar

Relatores Parciais:

Deputado Brígida Tinoco:Parte-Geral

COMISSÕES PERMANENTES

1COMISSÃO DE AGRICULTURA E POLíTICA RURAL

Reunião: dia 26-5-76Hora: 10:00 hPauta: Exibição de filme sobre o "Projeto Jari".

2

COMISSãO DE CONSTITUIÇãO E JUSTIÇAReuniões: terças, quartas e quintas-feirasHora: 10:00 h

3COMISSãO DE ECONOMIA, INDúSTRIA E COMÉRCIO

Reunião: dia 27-5-76Hora: 10:00 hPauta: Comparecimento do Dr. Alysson Paulinelli - Ministro

da Agricultura.

COMISSãO ESPECIAl!:'

COMISSãO DE REDIVISãO TERRITORIAL EPOLíTICA DEMOGRÁFICA

Reunião: dia 25-5-76Hora: 9:30 hPauta: Conferência - Dep. JG de Araújo JorgeLocal: Auditório Nereu Ramos

COMISSÃO DE INQUÊR,ITO

"CPI - HABITAÇãO"Reunião: dia 25-5-76Hora: 10:00 hPauta: Comparecimento dos Senhores Edson Salame, Direto,r­

Superintendente da SOCILAR-Crédito Imobiliário S/A; GeraldoManso Palmeira, Diretor-Superintendente do Instituto de Orien­tação das Cooperativas Habitacionais; e Cilcerino Cabral do Nas­cimento, Diretor-Presidente da COHAB, todos com aede e ativida­des ria cidade de Belém, Estado do Pará.

Reunião: dia 26-5-76Hora: 11:00 hPauta: Assuntos Internos da ComissãoLocal: Plenário das Comissões Parlamentares de Inquérito.

CONGRESSO NACIONAL

1

PROPOSTA DE EMENDA A CONSTITUIÇãO N.o 1I76-CN"Altera a redação do § 1.0 do art. 97 da Constituição." (S/pri­

meira investidura em cargo público.) Autor: Sr. Fernando Coelho.Comissão nHsta

Presidente: Deputado Octacílio Alme'idaVice-Presidente: Deputado Menandro MinahimRelator: Senador Heitor Dias

PrazoAté dia 4-6-76 - no Congresso NacionaL

2

PROPOSTAS DE EMENDA A CONSTITUIÇãO N.oS 2 e 5/76-CN"Acrescenta item ao caput do art. 99, e modifica a redação do

seu § 1.0, da Constituição ;Federal" e "modifica a redação do § :1.0do art. 104 da Constituição Federal." (Respectivamente, s/acumula­ção de mandato de vereador c/cargo, função ou emprego público- subsidios de titulares de mandato eletivo municipal.) Autores:81'S. Nereol1 Marchezan e Josias Leite.

Comissão MistaPresidente: Senador Itamar FrancoVice-Presidente: Senador Helvidio NunesRelator: Deputado Paulo Studart

PrazoAté dia 6-6-76 - no Congresso Nacional.

3

PROPOSTA DE EMENDA A CONSTITUIÇAO N.o 4176-CN"Dã nova redação à alínea a, do § 1.0, do art. 15, da ConsM­

tuição Federal <Emenda Constitucional n.o 1, de 17 de outubro de1969)." (S/Municípios considerados como estâncías hidromineraill,)Autor: Sr. Joaquim Bevilacqua.

SuplentesMDB

Erasmo Martins PedroTarcísio DelgadoFernando CoelhoMário MoreiraOswaldo Lima

CóDIGO CIVIL

Comissão EspecialMembrosEfetivos

MDBTancredo NevesBrigido TinocoCelilo BarrosMae Dowell Leite de CastroIsrael Dias-Novaes

ARENACleverson TeixeiraJoão LinharesFlávio MarcilioLauro LeitãoGeraldo GuedesRaimundo Diniz

ARENAMarcelo LinharesNey LopesHenrique CórdovaAntônio Morimoto'.rheobaldo BarbosaCid Furtado

Presidente: Deputado Tancredo NevesVice-Presidente: Deputado Brigido TinocoVice-Presidente: Deputado Igo LossoRelator-Geral: Deputado João Linhares

Deputado Raimundo Diniz:Livro I -- Obrigações

Deputado Geraldo Guedes:Livro II - Atividades Negociais

Deputado Lauro Leitão:Livro IH - Das Coisas

Deputado C1everson Teixeira:Livro IV - Da Família

Relatores Parciais:VagoLivro I - Disposições Introdutórias Carts. 1 a 20),Livo X - Disposições Finais e Transitórias (arts. 921 a 937).Deputado Peixoto Filho:Livro Ir - Da Justiça Penal (arts. 21 a 122).Deputado Lidovino Fanton:Livro IH - Dos Atos Processuais (arts. 123 a 224).Livro VIII - Das Relações Jurisdicionais com Autoridades Es­

trangeiras (arts. 821 a 828).Deputado Ivahir Garcia:Livro IV - Do Processo de Conhecimento até o Titulo H - Do

Procedimento Ordinário - Capitulo IrI - Da Representação doOfendido (arts. 225 a 264).

Deputado Adriano Valente:Livro IV - Do Processo de Conhecimento - Titulo II - Do

:Procedimento Ordinário - Capitulo IV - Da Denúncia ou Queixa:até Capitulo XH - Da Coisa Julgada (arts. 265 a 445).

Deputado José Bonifácio Neto:Livro IV - Do Processo de Conhecimento - Titulo III - Dos

:Procedimentos Incidentes até o final do Livro IV (arts. 446 a 625).Deputado Claudino Sales:Livro V - Do Procedimento Sumário - eLivro VI - Procedimentos Especiais (arts. 626 a 635 e 636 a

'185).

Deputado Freitas Nobre:Livro VII - Da Reparação do Dano Causado pelo Crime (arts.

'/86 a 820).Deputado Ibrahim Abi-Ackel:Livro I~ - Do Processo Executório Penal (al'ts. 829 a 920).Obs.: Em reunião realizada em 29-4-76, foram determinados

.novos prazos para apresentação dos pareceres às emendas ao Pro­,jeto de Código de Processo Penal que são os seguintes:

Relatórios Parciais até 22-8-76Relatório Geral até 5-3-77Comissão até 25-8-77

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4288 Terça-feira %5 DIÁRIO DO CONGRESSO NACIONAL (Seção [) Maio de 19'7'

Comissão Mista

Presidente: Deputado Anl:.ônio CarlosVice-Presidente: Senador Helvídio NunesRelator: Deputado Adernar Pereira

PrazoAté dia 18-6-76 - no Congresso Nacional.

4

PROPOSTA DE EMENDA A CONSTITUIÇãO N.o 6176

"Altera os arts. 101 e 102, inciso II da Constituição Federal."(S/aposentadoria de funcionário.) Autor: Sr. Santos Filho.

Comissão l\lista

Presidente: Deputado Francisco AmaralVice-Presidente: Senador Heitor DiasRelator: Deputado Angelino Rosa

PrazoAté dia 21-6-76 - no Congresso Nacional.

5

PROPOSTA DE EMENDA A CONSTITUiçãO N.o 8176

"Modifica a redação do art. 39 da Constituição Federal" (Fixalimite ao n.O de mf'mbros da Câmara dos Deputados.) Autor: Sr.Jorge Arbage

Comissão MistaPresidente: Deputado Humberto LucenaVice-Presidente: Deputado Moacyr DallaRelator: Senador Helvidio Nunes

Prazo

Até dia 26-5-76 - na Comissão Mista:Até dia 25-6-76 - no Congresso Nacional.

6PROPOSTA DE EMENDA A CONSTITUIÇÃO N.o 1l/76-CN

"Acrescenta parágrafo ao art. 177 da Constituição Federal."(SI transporte gratuito p/ escolares de Zona .Rural.) Aut.or: Sr.Airton Sandoval.

Comissão Mista

Presidente: Deputado Tarcísio DelgadoVice-Presidente: Deputado Melo FreireRelator: Senador Saldanha Derzi

Calendário

Dias 20. 21. 22. 23, 24. 26 e 27-5-76. - Apresentação dasemendas. perante a Comissão.

Prazo

Até clía 16-6-76 - na Comissão Mista:Até dia 16-8-76 - no Congresso NacionaL

7

PRO.TETO DE LEI COMPLEMENTAR N.o 5/76-CN

"Permite aposentadoria voluntária, nas condições que especi­fica. aos funcionários incluídos em quadros suplementares ou pos­tos em disponibilidade." (Autor: Poder Executivo - Mens. n.os82176 e 48/76-CN.)

Comissão MistaPresidente: Senador L:hmro Barl10zaViee-Presidente: Senador Cattete PinheiroRelator: Deputado Raul Bernardo

Calendário

Dias 24. 25. 26, 27, 28. 31/5, 1.0 e 2 de junho de 1976 ­Apresentação das emendas, perante a Comissão.

Prazo

Até o dia 31-5-76 - na Comissão Mista;Até o dia 29-6-76 - no Congresso Nacíonal.

8

PROJETO DE LEI N.o 6/76-CN

"Dá nova redação ao art. 250 da Lei n.O 4.737, de 15 de julhode 1965, alterado pelo art. 50 da Lei n.O 4.961. de 4 de mé1io delfl66. e ao art. 118 da Lei n.o 5.682. de 21 de julho de 1971." (Autor:Poder Executivo - Mens. n.os 131/76 e 49/76-CN.)

Comissão Mista.

JE'residente: Deputado Genival TourinhoVice-Presidente: Deputado Luiz BrazH.elator: Senador Jarbas Passarinho

Calendário

Dia..'1 24, 25, 26, 27, 28, 29, 30 e 31/5 - Apresentação das emen­das, perante a Comissão.

Prazo

Até o dia 9-6-76 - na Comissão Mista:Até o dia 29-6-75 - no Congresso Nacional.

9

MENSAGEM N.o 35/76-CN

'''Submete à deliberação do Congresso Nacional texto do Decre­to-lei n.o 1.455, de 7 de abril de 1976, que "dispõe sobre bagagemde passageiro procedente do exterior, disciplina o rcgime de entre­posto aduaneiro, estabelece normas sobre mercadorias estrangeirasapreendidas, e dá outras providências." (Autor: Poder Executivo- Mens. n.o 33/76).

Comissão Mistapresidente: Senador Agenor MariaVice-Presidente: Deputado Maurício Leite:Etelator: Senador Renato Franco

PrazoAté dia 7-6-76 - no Congl'es..'lO Nacional.

10MENSAGEM N.o 38176-CN

"Submete à deliberação do Congresso Nacional texto do De­creto-lei n.O 1.458, de 19 de abril de 1976, que "reaj usta os venci­mentos e proventos dos servidores das Secretarias do Tribunal Fe­deral de Recursos e do Conselho da Justiça Federal, e dá outrasprov·idências." (Autor: Poder Executivo - Mens. n.o 99176).

Comissão Mista

Presidente: Senador Danton JobimVice-Presidente: Deputado Nosser Almeida'Relator: Senador Otto Lehmann

Prazo

Até dia 19-6-76 - no Congresso Nacional.

11

MENSAGEM N.o 39176-CN

"Submete à deliberação do Congresso Nacional texto do De­creto-lei n.o 1.459. de 19 de abril de 1976, que "reajusta os venci­mentos e proventos dos servidores da Secretaria do Tribunal Su­perior Eleitoral, e dá outras providências." (Autor. Poder Executi­vo -- Mens. n.o 100176.)

Comissão Mista.

Presidente: senador Leite ChavesVice-Presidente: Senador Heitor DiasRelat.or: Deputado Navarro Vieira

Prazo

Até dia 19-6-76 - no Congresso Nacional.

12

MENSAGEM N.o 40176-CN

"Submete à deliberação do Congresso Nacional texto do De­creto-lei n.O 1.457. de 14 de abril de 1976, que "reajusta os venci­mentos e salários dos serviclores das Secretarias dos Tribunais doTrabalho, e dá outras providencias." (Autor: Poder Executivo _Mens. n.o 101!76,)

Comissão Mista.

Presidente: Deputado João CunhaVice-Presidente: Deputado João VargasRelator: Senador Luiz Cavalcante

Prazo

Até dia 18-6-76 - no Congresso Nacional.

13

MENSAGEM N.o 41!76-CN

"Submete à deliberação do Congresoo Nacional texto do De­creto-lei n.o 1.460, de 22 de abril de 1976, que "aumenta os limites

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Maio de 1976 DURIO DO CONGRESSO NACIONAL (SeçJio I) Tert;a-feil'& 25 4289

do Decreto-lei n.o 1.312, de 15 de fevereiro de 1974, e dá outras pro­·vidências." (Do Poder Executivo - Mens. 11.0 102/76.)

Comissão ]loJista

Presidente: Senador Gilvan RochaVice-Presideute: Seuador Ruy SantosRelator: Deputado João Climaco

Prazo

Até dia 29-5-76 na Comissão Mista;Até dia 22-6-76 no Congresso Nacional.

14MENSAGEM N!J 42/76-CN

"Sl'lbmete à deliberação do Congresso Nacional texto do Decre­to-lei n.O 1.461, de 23 de abril de 1976, que "reajusta os venci­mentos e proventos dos servidores das Secretaria.s dos TribunaisRegionais Eleitorais, e dá outras providências". (Autor: Poder Exe­Imtivo - Mens. 103/76.)

Comissão Mista

Presidente: Senador Lázaro BarbozaVice-Presidente: Senador Heitor DiasRelator: D0putado Célio ·Marques Fernandes

Prazo

Até dia 2-6-76 - ua Comissão Mista;Até dia 23-6-76 - no Congresso Nacional.

15MENSAGEM N.o 43/76-CN

"Submete à deliberação do Congresso Nacional tex~ do De­ereto-lei n.o 1.462, de 29 de abril de 1976, que "reajusta os ven­(:imentos e salários dos servidores civis do Distrito Federal, e dosMembros do Tribunal de Contas do Distrito Federal, e dá outraslprovidências". (Autor: Poder Executivo - Mens. 108176.)

Comissão Mista

Presideute: Deputado Antônio BresolinVice-Presidente: Senador Saldauha DerziRelator: Deputado Onisio Ludovico

Prazo

Até dia 5-6-76 - na Comis.~ão Mista;Até dia 29-6-76 - no Congresso Nacional.

16MENSAGEM N.o 44/76-CN

"Submete à deliberação do Congresso Nacional texto do Dl~­

creto-lei n.o 1.463, de 29 de abril de 1976, que "dispõe sobre :iUlTabelas de Escalonamento Vertical de que t.ratam as Leis TI.OI!

5.619, de 3 de novembro de 1970, e 5.906, de 23 de julho de 19~'3,

e dá outras providências". (Autor: Poder J~xecutivo - Mens. 11.0

109176.)

Comissão Mista

Presidente: Senador Nelson CarneiroVice-Presidente: Deputado Vicente VuoloRelator: Senador José Lindoso.

PrazoAt.é dia 5-6-76 - na Comissão Mista;Até dia 29-6-76 - no Congresso Nacional.

17MENSAGEM N.o 45176-C'N

"Submete à deliberacão do Congresso Nacional texto do De­creto-lei n.O 1.464, de 29 de abril de 1976. que "fixa o valor dosoldo do posto de Coroncl da Polícia Militar e do Corpo de Bom­beiros do Distrito Federal, e dá outras providências." (Do PoderExecutivo - Mens. n.O 110/76.)

Comissão Mista

Presidente: Senador Ruy CarneiroVice-Presidente: Senador Heitor DiasRelator: Deputado Januário Feitosa

Prazo

Até dia 6-6-76 - na Comissão Mista;Até dia 29-6-76 - no Cougresso Nacional.

IX - Levanta-se a Sessão às 1,8 horas e 15 minutos.

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4290 Terça-feira %5 DIARIO DO CONGRESSO NACIONAL (Seção I) Maio de 1976

MESA LIDERANÇASPresidente:

Célio Borja - ARENA1.°_Vice-Presidente:

Herbert Levy - ARENA2.0-Vice-Presidente:

Alencar Furtado - MDBLO-Secretário:

Odulfo Domingues - ARENAZ.o-Secretário:

Henrique Eduardo Alves - MDB3.o-Secretário:

Pinheiro Machado - ARENA4.o-Secretário:

J,éo Simões - MDB

SUPLENTESJúlio Viveiros - MDBLauro Rodrigues - MDBUbaldo Harém - ARENAAntônio Florêncio - ARENA

ARENA - MAIORIALíder:

José BonifácioVice-Líderes:

João LinharesAiron RiosAlípio CarvalhoAugusto TreinBlotta J{miorCantidio SamIlRioEduardo GaliJlbrahim Abi-AckelJorge VargasJosé AlvesMarcelo LinharesParente FrotaParsifal BarrosoVasco NetoViana Neto

MDB - l\UNORIA

Líder:Laerte Vieira

Vice-Lideres:Alceu Collares

Celso Barros

Figueiredo Correia

Getúlio Dias

Guaçu Piteri

Israel Dias-Novaes

João Menezes

Joel Ferreira

José Carlos Teixeira

Juarez Hernardes

Padre Nobre

WaIter Silva

Presidente: Nelson Maculan - MDB

DEPARTAMENTO DE COMISSÕES

Turma ·'A"Vice-Presidente: Antonio Bresolin - MDB

Turma UH"

Vice-Presidente: Henrique Brito - ARENA

TitularesARENA

Jarmund NasserMtlacyr DallaNereu GuidiNogueira de RezendeOsmar LeitãoParente F'rotaRaimundo ParenteViana Neto

Turma R

Blotta Júniorlbrahim Abi-AckelLauro Leitã.oLuiz BrazNey LopesNorton MacedoTheobaldo Barbosa

MDBEloy LcnziJarbas VasconcelosJoaoquim BevilacquaLui7, Hem·iqueLidovino FantonMiro Teixeira

SuplentesAR,ENA

Jorge ArbageMagno BacelarMinoro MiyamotoOswa.ldo ZanelloPassos Porto

MDB

José CamargoMário FrotaMilton Steinbruch

Abel Avila.Antônio FerreiraAugusto TreinBlotta JúniorEdison Bonna

Dias MenezesEloy LenziFreitas NobreJoão Gilberto

REUNIõES

Quartas e quintas-feiras, às 10:00 horasLocal: Anexo II - Sala 6 - Ramais 653 e 654Secretária: lole Lazzarini

Turma A

Altair ChagasAntônio MarizCantidio SampaioClaudino SalesCleverson TeixeiraGomes da SilvaJairo MRgalhãesJoão Linhoo-es

4) COMISSÃO DE CONSTITUIÇÃO E JUSTiÇA

SuplentesARENA

Presidente: Djalma Bessa - ARENA

Turma A

Vice-Pl'esidente: Vago - ARENA

Turma B

Vice-Presidente: José Bonifácio Neto - MDB

TitularesARENA

Alceu CollaresErasmo Martins PedroJoão GilbertoJose MaurlcioNoide CerqueiraSeba.~tião RodriguesTarcisio Delgado

Antônio MorimotoDaso CoimbraDib CheremEduardo GalilGonzaga VasconcelosHenrique CórdovaHenrique PrettiHomero Santos19o Losso

Flávio GioviniJarmund NasserNina RibeiroParsifal Barroso

MDBSilvio Abreu JúniorUlysses Guimarães

Gabriel HermesJoaquim GuerraMurilo RezendeUbaldo Barém

MDB

Hélio AlmeidaJaison BarretoNelson Thibau

Mário MondinoMam'ici.o LeiteNorberto SclunidtValdomiro GonçalvesVieira da Silva

MDB

Humb~rto LucenaJúlio ViveirosVago

ARENA

Suplentes

ARENA

Alberto LavinasExpedito ZanottiFernando Cunha

AntôniO FloréncioAry ValadãoBatista Miranda

Abdon GonçalvesAluízio ParaguassuDias MenezesFrancisco Amaral

Ary KffuriCélio Marques

FernandesCorreia LimaDiogo Nomurar

REUNIõES

Quartas e quintas-feiras, às 10:00 horasLocal: Anexo II - Sala 11 - Ramal 621SecretáriR: Eni MRchado Coelho

Presidente Aurélio Campüs - MDBVice-PreSIdente Jorge Paulo -- MDBVice-Presidente Gerson Camata - ARENA

Titulares

2) COMISSAO DE CIÊNCIA E TECNOLOGIA

3) COMISSÃO DE COMUNICAÇÕES

REUNIõES

Quartas e quintas-feiras. às 10 :00 horasLocal: Anexo II - Ram",l 766Secretário: Zorando Moreira dc: Oliveira

Presidente: Jorge Uequed - MDBVice-Presidente: Octacilio Queiroz - MDBVice-Presidente: Édison Bonna - ARENA

Titulares

ARENA

Al:1ir FerreiraCorreia LimaDib CheremGióia Junior

Freitas NobreGetúlio DmsJoel Ferreira.

Turma BCelso CarvalhoElcival CaiadoFerraz EgrejaGeraldo BulhõesMelo FreireVa.~co Amaro

MDBMoreira FrruncoOsvaldo BuskeiPedro LauroRoberto CarvalhoYasunori KunigoVago

MDB

José M:mdelli.Juarez BernardesPacheco ChavesRenato AzeredoVinicius Cansanção

SuplentesARENA

Jorge VargasJosé Ribamar MachádoMauricio LeiteMemmdro MinahimPrisco VianaRuy BacelarSinval Boaventura

Alvaro DiasAnv.inÍo) Ap..nibelliFranciseo LibardoniGuaçu PiteriHennque Cardoso

Turm" AAlexandre MachadoAntôniQ GomesBenedito CanellasCardoso de AlmeidaErnesto ValenteHumberto SoutoJoão DurvalJuvêncio Dias

Alcides FtanciscatoAntamo UenoBansta MirandaFlávIO GiOVllllFranCISco Bilac PintoHoraclO MatosInocencio Olívetr:lJoaqullll Coutinho

COMISSOES PERMANENTES

1) COMISSAO DE "AGRICULTURA E POLiTICARURAL

Paulo RochaLocal: Anexo II - Ramal 661

Coordenação de Comissões PermanentesGeny Xavier Marques

Loca<l: Anexo II - Telefones: 24-5179 e24-4805 - Ramals: 601 e 619

Eloy LenziErnesto de MarcoItllnval Na.scunentoJose CostaJ o,;e MauncioJuarez Bal;lsta

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:ftJaio de 1976 DIARIO no CONGRESSO NACIONAL <Seção n Terça~felra 25 4291

-~=============~===========~=====-

lI) COMISSIO DE EDUCAÇAO E CULTURA

5) COMISSAo DE ECONOMIA, INDOSTRIA ECOM~RCIO

REUNIOESTr.rça.s, quartas e quintas-feiras, às 10:00 horasLocal: Apexo TI - Sala 17 - Rmnal 626Secretária: Silvia Barroso Martins

Newton BarxeiraPaullno CiceroPrisco VianaRafael FaracoUbaldo Corrêa

JI<IDBOCtacilio Queil'ozVagoVagoVagoVago

NomBJorge MouraJosé Cal'1os TeixeiraLauro RodriguesLeônidas SampaioSilViO Abreu Jl1nior

MDBMário MoreiraNelson 'l'hibauPedro LauroRubem DouradoYasunori Kunigo

SuplentesAIl,ENA

Gastão MüllerHugo NapoleãoJosé MachilldoLins e SilvaLuiz RochaSiqueira Ca,1UPOSWilmar Dallanhol

Manoel NovaesMinoro MiyamotoNasser AlmeidaOswaldo ZanelloRicardo FiÍlZaTheódulo Albuquerque

MOBMagnus GuimarãesMarcelo MedeirosWalher GuimarãesWalter SilvaVago

Sup1enu'llARENA

Lo.<l1alito JúniorMarcelo Linhal'esMário MondinoWanderley MarizWilson FalcãoVago

Alberto HoffmannEurico RibeiroFurtado LeiteGabriel HermesJoão VargasJoBias Leite

Aírton SandovalAluízio ParaguassuDia.s MenezesErnesfu de MarcoJader Barbalho

Aécio CunhaAlvaro ValleDarcllío AyresFernando GonçalvesGeraldo FreireIvahir GarciaJOáo CasteloLooro Leitão

Ario Thecdol'oEpitácio CafeteiraJoaqurrn BevllacquaJosé Bonifácio NetoJ 086 Carlos TeixeiraMarcos Tito

Benedito CanelJasCantldio SampaioCarlos Alberto de

OllveiraDjalma BesmFerraz EgrejaFrancelino Pereira

REUNIõES'Quar tas e quintas~felxas, às 10:00 horasLocal: Anexo II - Slllla 2 - Ramal 665SCl'etál'io: Walter Gouvêa Costa

8} COMISSAO DE FISCAlIZAÇAO FINANCEIRAE TOMADA DE CONiTAS

Pl'esidente Arlindo Kunzler - ARENAVicé-Presidente Jorge Arbage - ARENAVice-Ploesidente Peixou) Filho - MDB

TitularesARENA

Israel Dias-NovaesJerônimo SantanaJorge Fexraz 'José CamargoMarcos Tito

9) COMISSAO DE MINAS E ENERGIA

Alaeld NunesAntônio FexreiraGonzaga VasconcelollHélio LevyHorácio MatosJutahy MagalhãesMarco Mateiel

Presidente: João Pedro ~ ARENAVice-Pl'esldente: Aécio Cunha - ARENAVice-Presidente: Walmqr de Lucca - MDB

TitularesARENA

REUNIõESQual'tas e quintas~felras. às 10:00 horasLocal: Anexo II - Sala 7 - Ramal 660Secretário : LUiz de Oliveira Pinto

Adhemar SantilloAirton SOaresCarlos CottaDias MenezesFl'edei'ico BrandãoJoão Arruda

MOB

Marcos TitoÓdemir FurlanTheodoro MendesVagoVagoVago

MOB

Lincoln GrílloMagnus GuimarãesOctacllio AlmeidaOlivir GabardoTheodoro MendesVago

REUNIõES

Suplentes

ARENA

Norron MacedoNasser AlmeidaOssian AraríPePaulo FerrazRafael FaracoSylvio VenturolJiTemistocles Teixeira

MDB

João MenezesMilton SteinbruchOdaclx KleinPedl'o Faria'i,oberto CarvalhoRuy Côdo

SuplentesARENA

Marão FilhoMelo Fl'eireNelson MarchezanPedro Caro]oPedro ColinRaimundo DinlzWilson Braga

Presidente: Nogueira da GaJUa - MOBTurlnaA

Vice-Pl'eBidente: Athlll Coury - MOB

Turma B

Vice-Presidente: Caxlos Alberto - ARENA

TitularesARENA

Turma B'João CasteloJorge VatrgasJosé AlvesJosé Ribamar MachadoMoacyr Dal1aNunes RochaTemistocles Teixeira

,á]va.xo DiasAntulles de OliveiraAJ.'àilano DarioExpedito ZanottiFrancisco AmaralLaUl'O Rodrigues

'"

Turma AAdriano ValenteAntônio MorimotoDyrno PiresFernando MagalhãesFrancisco BUac PintoHélio CamposHomero Santos

Alail' FerreiraAngelina RosaAntônio FlorêncioArlindo KunzIerCarlos WilsonCelso CarvalhoJoão ClimacoJosias Leite

REUNIõES

Quartas e quintas-feiras, às 10;00 hOl'lI.IlLocal: Anexo II - Sala 16 - Rmnais 643 e 642Secretário: Paulo José MaestrflllJi

7) COMISSAO DE FINANÇAS

Antônio JOIléEmanuel WaismanEpitácio CafeteiraGomes do Amaral

Aluízio Pl\.taguassuAntônio CllIl']OS

Arnaldo LafayetteDias MenezesFlorim CoutinhoJosé Bonifácio NetoMl!l'celo Medeiroo

Qual'tas-feiras, às 10:00 hol'asLocal: Anexo II - Sala 9 .... Ra.mal 600Secretâr1a: Martlll Clélia Orl'ico

, Aderbal JuremaAntônio MarizGomes da Silva1lydekel FreitasJairo MagalhãesJutahy Mlllll'alhãesLUiz Braz 'Ney Lopes

MOBNogueira da GmnaRubem DouradoSérgio Murillo'Sílvio Abreu JúniorWalber GuimarãesWalter SilvaVago

MOBFigueiredo ç:orreiaGenival TourinhoHildérico Olivelxa.,JG de Araújo JorgeJosé Maria de CarValho

MOBGenervino FonsecaJoão ArrudaSantillí SobrinhoTancredo Neves

SuplentesARENA

Humbel'to SoutoJanuâr10 FeitosaPaulino CiceróRicardo FiúzaRogério RêgoUlisses Potiguar

Presidente: Rubem Medina - MDBTurlna A

Vice-Presidente: MOO'condes Gadelha - MDBTurlna B

Vice-Presidente: João Cllmaco - ARENA

TitularesARENA

Tu1'ma BAfrisio Vieira LimaAmaral FurlanAugustg...TreinCarlos WilsonHenrique CórdovaViana Neto

Celso BarrosFernando CoelhoFigueiredo CorreiaFrancisco StudartHumberto LucenaJllder BaJ:balhoJorge Ucqued

Turma AA, Ho Cunha BuenoAmaral Netto 'Angelina RosaF'ernando GonçalvesIgo LossoJ'osé Haddad.Marão Filho

Aldo FagundesAntônio CarlosHarry SauerJosé ThoméMoreirat Franco

llntônio PontesFcrnandn GmnaJ adel' Ba.xbalhoJorge UequedJuarez Batista

AironRiosAlberto HoffmannAlexandre MachadoAltair ChagasCardoso de Almeida()]everso:n TeixeiraJ)yrno PiresFaria Lima

Airton SoaresAluir PimentaAntônio Morais(le]so BarrosDaniel SllvlllJi:dgar Martins

Presidente: .Alvaro Valle - ARENAVicc'·Pl'esidente: Braga Ramol! - ARENAVice-Presidente: Paulo Marques - MDB

Titula.resARENA

Leur Loma.ntoLygia Lessa BastosMagno Baee]axManoel de \.~e1daMenanélro MinahlmR6mulo GalvãoSalvador Julianelli

MOB

Milton SteinbruchOtávio Cecca.toRuy CôdoSebastião RodriguesVinicius CansançãoVagO

;aE'PN:tOESQllllO,"tas e quintas-feiras, às 10 :00 bDl'lI.Ill:..ooal: Anexo II - Sala 4 - RmnllJ 631Secretária: nelzuite Maceélo de Avelar Villas

Boas

lDOO'cílío AyreslJaso Coimbrali'Jexa RibeiroGastão Mi:i1lerGeraldo FreirelEIélio Mauro

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4292 Terça-feira 25 DIARIO DO CONGRESSO NACIONAL (Seção n Maio de 1976

lU COMISSÃO DE RELAÇÕES EXTERIORES

TitularesARENA

REUNIõESQuartas-feiras, às 10:(lO horasLocal: Anexo 11 - Sala 14 - Ramal 673Secretário: José Lyra BarrOsO de Ortegal

10) COMISSAO DE REDAÇÃOPresidente: Altair Chagas - ARENA

Vice-Presidente: José Ribamar Machado ­ARENA

MDB

Joel FerreiraJosé CostaPedro LucenaThales Rama,ho

Nereu GuidiOsmar LeitãoRaimundo ParenteVingt RosadoVilmar PontesWibnar DallanholWilson Braga

Presidente: Luiz Rocha - ARENAVice-Presidente: Siqueirn Campos - ARENAVice-Presidente: Rosa Flores - MDB

TitularesARENA

15) COMISSÁQ DE TRABALHO E LEGISLAÇÃOSOCIAL

Alceu CollaresAntônio AnnibelliDias MenezesErasmo Martinô Pedro

REUNIõES

Quartas-feiras, às 10 :00 horasLocai: Anex') II - Sala 12 - Ramal 694Secretário: Hélio Alves Ribeiro

Adhemar GhisiAlvaro GaudêncioCid FurtadoEduardO Galil';acob Carolo.Joáo AlvesNelson Marchezan

MDB

MDB

Odemir FurlanOsvaldo BuskeiPedro Lucena

SuplentesARENA

Manoel NOValesParsiJal BarrosoSalvador JulianelliTheódulo AlbuquerqueVago

Adriano ValenteBraga RamosHenrique BritoJoão AlvesJoão DurvalJosé Alves

Abdon GonçalvesFábio FonsecaJaison Barreto

Marcondes GadelhaWalmor' ""e LucaYasunori KunigoVago .

REUNIõE:'SQuarta e qUintas-feiras, às 10 :00 horasLocal: Anexo TI - Sala 10 -- Ramal 682E'ecretária: Iná Fernandes Costa

13) COMISSAO DE SEGURANÇA NACIONAL

"thiê CouryCarlos CottaJoaquim BevilacquaLincoll1 Grillo

MDBVago

MD13Antônio Bresolin

SuplentesARENA

Theobaldo Barbosa

Furtado Leite

Aleir Pimenta

Diogo NomuraPrisco Viana

Henrique Cardoso

12) COMISSÁO DE SAODE

Presidente: Walter Castro - MDBVice~Presidente: Leônidas Sampaio - MDBVice-Presidente: Inocêncio Oliveira - ARENA

Presidente: Joaquim Coutinho - ARENAVice-Presidente: Hugo Napoleâo - ARENAVice-Presidente: João Cunha - MDB

REUNIÕESQuartas-feIras, às 10:30 horasLoca]: Anexo TI - Sala I - Ramal 677Secretária: Maria de Lourdes dos Santos

Joaquim GuerraLomanto JuniorMuriJo RezendeNunes LealRezende Monteiro

MDBNabor JúniorOctacllio AlmeidL,Oswaldo LimaVago

SuplentesARENA

Raul Bernard<>Ubaldo CorrêaVasco AmaroVasco NetoVicente VuoloVilmar Pontes

MDBJoel Lirr•.:.Jorge MouraJosé CostaOtávio CeccatoTheodoro MendesVago

SuplentesARENA

José HaddadLygia Lessa BastosMuri:.o BadaróNina RibeiroRezende MonteiroSantos FilhoVagoVago

MDBRuyeôdoSílvio de Abreu JúniorTarcisio DelgadoVagoVagoVago

Fernand.o LyraFrancisco RochaHélio de Almeidarturival NascimentoMário Frota

Alípio CarvalhoHélio CamposHélio LevyJOão Linl1aresJoão PedroNavarro VieiraNunes Rocha

Abel ÁvilaA!ddes Fl'anciscatoBento GonçalvesHenrique PrettiHermes MacedoHydekel Freitas

16) COMISSAO DE TRANSPORTESPresidente: Ruy Bacelar - ARENA

Vice-Presidente: Santos Filho - ARENAVice-Presidente: Juarez Baptista - MDB

TitnlaresARENA

Aloisio SantosArgilano DarioArnaldo LafayetteCarlos CottaFrancisco AmaralFrederico Brandão

REUNIÕESQuartas e quintas-feiras, às 10 :00 horasLocal: Anexo II - Sala 15 - Ramal 647Secretário: Nelson Oliveira de Souza

Ademar PereiraAntôniO GomesElcival CaiadoFlU'tado ~eite

Geraldo BulhõesGioia JúniorHélio Mauro:ttalo Cnnti

l'urélio CamposFernando CunhaGamaliel GalvãoGeníval TourinhoGetúlio DiasLUI;, HenriquePeixoto Filho

Paulo FerrazRaul BernardoUbaldo BarémVasco NetoWanderley Mariz

MnB

Ary Kffuri .FranceUno PereiraGeraldo GuedesIvahir GarciaJonas Carlos

Adhemlllr SantiloAntônio PontesGamaliel Galváo

Lauro RodriguesPaes de AndradeSérgio Murillo

SuplentesARENA

Agostinho Rodrigues Manoel de AlmeidaAmaral Ftu'lan Mauro SampaioCid Furtado Rômulo GalvãoClaudi: Sales Theobaldo BarbosaErnesto Valente Vieira da SilvaEurico Ribeiro

Presidente: Sinval Boaventura - ARENAVice-Presidente: PaUlo Studart - ARENAVice-Presidente: Antonio BelinaUi - MDB

TitularesARENA

Agostinho Rodrigues Januário FeitosaAlipio Carvalho Parente Frota~élio Marques FemandesSylvio Venturolliítalo Conti Vicente Vuolo

MDBAntunes de Oliveira Linco1n GrilloFlOrim Coutinho Ne~ ];'erreiraJosé Carlos Teixeira Ruy Lino

SuplentesARENA

Afrísio Vieira Lima Jonas CarlosAlacid Nunes José Ribamar MachadoBento Gonçalves NewWn BarreiraFlávio Marcilio Teotônio NetoFrancisco Ro1lemberg Vago

MDBAldo Fagundes Odemir FurlanAluizio Paraguassu VagoDias Meneze ~ VagoJO de Araújo .::'orge

REUNlôE:SQuartas e quintas-feiras, às 10:(lO horasLocal: Anexo Ir - Sala 13 -" Ramais 688 e 689Secretá~ia: Eni Machado Coelho

Presidente: Freitas Nobre - MDBVice-Presidente: Fernando Coelho - MDBVice-Presidente: Ossian Araripe - ARENA

TitularesARENA

14) COMISSÃO DE SERVIÇO POBLlCOPaes de AndradePedro FariaRoberto CarvalhoSérgio MurilloUlysspcS GuimarãesYasunori Kunigo

Jaoiro BrumMac Dowcl Leite

de CastroOUvir GabardoPadre NobreThales Ramalho

TitularesARENA

Inocéncio OliveiraMauro Sampaoioanisio LudovicoUlisses PotiguarWilson Falcão

TitularesARENA

Murilo BadaróNogueira de RezendePassos PôrtoPedro ColinRaimundo DinizRogério RêgoTeotônio Neto

MDB

SuplentesARENA

Hermes MacedoJoão VargasJuvéncio DiasLeur LomantoMarco MaCielNorberto SchmidtPaulo StudartWaldomiro Gonç3'lves

MDB

Aldo FagundesAntunes de OliveiraAntônio MoraisDaniel SilvaDias MenezesJoão MenezesMagnus Guimarães

Ademar PereiraAiron RiosCarlos Alberto de

OliveiraDiogo NomuraFrancisco Rollemberg

Adhemar GhisiAlvOO'o GaudêncioAry ValadãoCunha BuenoFernando MagalhãesFlexa RibeiroGeraldo GuedesGerson Camata

Antônio UenoFaria LimaFlávio MarcílioJosé MaclladoLins e SilvaLuiz FernandoMarcelo Linhares

Adalberto Ca.margoArio Theodoro

".- Brigido TinocoCarlos SantosCotta BarbosaFernando GamaFrancisco Studart

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1\IIaio de 1976 DIARIO no CONGRESSO NACIONAL (Seção I) Terça-feira 25 429:l

Antônio CarlosDi,~s MenezesErnesto de MarcOFnmcisco LibardoniJll.iro Brum

4) COMISSAO DE DESENVOLVIMENTO DAREGIAO SUL

3) COMISSAO DE DESENVOLVIMENTO DAREGIÃO CENmO·OESTE

REUNIõES

Quintas-feiras. às 10 horasLocal: Anexo II - Sala 8-B - Ramal 685Secretário: Romualdo Fernando Arnaldo

MDB

'Theobaldo BllrbosaCid FurtadoFernando CoelhoMário MoreiraOswaldo Lima

MDB

-Celso BarrosMac Dowel Leite dtl

CastroIsrael Dias-Novaes

Supl<mtes.ARENA

Marcelbo LinharesNey· LopesErasm? Martins PedroTarcísio DelgadC'Henrique CórdovaAntônio Morim"to

ARENA

Cleverson TeixeiraLaurO LeitãoGeraldo GuedesRa,ymundo DiniZ

REUNIôESLOCai: Anexo II - Sale. 8-A ­

Ramais 603 e 604Secretário: Antônio Fernando Borges Manzan

Presidente: Tancredo Neves - MDBVice-Presidente: Brígido Tinoco - MDBVice-Presidente: Igo Losso - ARENA

Relator-Geral: João L:inhares - ARENA

Titulares

6) COMISSAO ESPECIAL DESTINADA A DAllPARECER AO PROJETO N.o 634, DE 1975.DO PODER EXECUTIVO, QUE DISPÕE 50.BRE O CóDIGO CIVIL

MOBWalter de Castro

SuplentesARENA

Siqueira CamposUbaldo BarémVicente Vuolo

MOBVagoVago

Ary ValadãoBenedito CanellasGastáa Müller

Antônio CarlosJuarez Bernardes

Presidente: Generv:ino Fonseca - MOBVice-Presidente: Iturival Nascimento - MOBVice-Presidente: Rezende Monteiro - ARENA

TitularesARENA

Jarmund NaSSerValdomiro Gonçalves

Hélio LevyNunes RochaOnisio Ludovíco

Adhemar SantiloFernando CunhaVago

MPBJosé Mande11iMário MoreiraOdacir KleinPedro LauroRuy Côdo

REUNIÕESQuartas c Quintas-feiras, às ·lQ:30 horasLocal: Anexo II - Sala 5 - Ramal 696Secretário: Carlos Brasil de AraújO

COMISSOES ESPECIAIS

1) COMISSAO DA AMAZôNIA

Presidente: Raimundo Parente - MOBVice-Presidente: Juvêncio Dias - ARENAVíee-P~esidente: Nabor Junior - MOB

Diretora: Gilda Amora de Assis RepublicanoLocal: Anexo II - Ramal: 749

Seçáo de Comissões EspeciaisChefe: Stella Prata da Sllva LopesLocal: Anexo II - Sala 8-B - Ramal 604

Seção de Comissões de InquéritoChefe: Luiz Antônio de Sá Cordeiro da SilvaLocal: Anexo II - Ramal 612 - 23-3239 (Direto)

COORDENAÇÃO DE COMISSOESTEMPORARIAS

2) COMISSÁO DA BACIA DO SÃO FRANCISCO

REUNIõESQuintas-feiras, às 10:00 horasI,ocal: Anexo II - Sala 3 - Rama.!. 611Secretária: AlJia FeUcio Tobias·

REUNIÕESQuartas-feiras, às 10 :00 horasLocal: Anexo II - Sala 8-A - Ramais 605,

606 e 616secretário: JlWY da Nova Amarante

MDB

José Bonifácio NetoFreitas NobreLidovino 1"anton

MDB

Joel FerreiraRubem DouradoAirton SoaresRosa FloresJosé Costa

MDB

Padre NobrePeixoto Filho

Suplentes

ARENA

CleversonTeixeiraGeraldo FreireBlotta JuniorNereu GuidiSalvador Julianelli

ARENA

Adriano ValenteIbrahim Abi-AckelClaudino SaUesIvabir Garcia

7) COMISSÁO ESPECIAL DESTINADA A DAllPARECER AO PROJETO N.o 633, DE 1975,DO PODER· EXECU1'IVO, QUE DISpõE SO­BRE O CóDIGO DE PROCESSO PENAL

8) COMISSÃO ESPECIAll DESTINADA A ELABO­RAR PROJETO DE !LEI SOBRE A ESTABILII­DADE DA FAMILlA BRASILEIRA

Presidente: Figueiredo Correia - MDBVice-Presidente: Magnus Guimárães - MOB

Relator-Geral: Cid Furtado - ARENATitulares

Presidente: Sérgio Mllrillo - MDBVice-Presidente: Peixoto Filho - MOBVice-Presidente: vago -- ARENA

Relator-Geral: Geraldo Freire -.ARENA

TituJiares

ARENA

Santos FilhoHugo NapoleãoFernando GonçalvesEduardo GalilIgo LossoGastão Müller

REtrNIôESLocal: Anexo II - Sala 8-A

Ramais 503 e 604Secretária: Maria Izabel Azevedo

Presidente: Lauro Leitáa - ARENAVice-Presidente: Antônio Ueno - ARENAVice-Presidente: Ernesto de Marco - MOB

TitularesARENA

Norberto ScbmidtPedrO Colin

MOBDias MenezesEloy Lenzi

SuplentesARENA

Hermes MacêdoVasco AJ;llarOWilmar Dallanhol

MOBVagOVago

Abel AvilaJoãO Varga-s

Aluizio ParaguasBuAntôniO Annibelli

Odacir KleinJaison BarretoVago

Adriano ValenteArlindo KunzlerHenrique Córdova

Fernando CoelhoFernando LyraJosé Carlos Teixeira

REUNIõESQuintas-feiras, às 11 :00 borasLocal: Anexo II - Sala 8-A - Ramal 695Secretál'io: José Salomão Jacobina Aires

SuplentesARENA

Fernando Magalhães Inocêncio OliveiraFraneelino Pereira Januário FeitosaHumbertO Souto José Alves

MDBOctaclllo QueirozVago

REUNIõESQuartas-feiras, às 10:00 hora;:Local: Anexo II - Sala 8-B - Ramais 607 e 608Secretária: Agassis Nylamder Brito

5) COMISSAO DO POUGONO DAS SECASPresidente: Ernesto Valente - ARENA

Vice-Presidente: Celso Carvalho - ARENAVice-Presidente: Jarbas Vasconcelos - MOB

TitularesARENA

Dyrno Pires Jutahy MagalhãesGeraldo Guedes Manoel de Almeida

MOBGenival TOurinhoVinicius Cansanção

Celso BarrosJosé Costa

MDBTllales RamalhoVago

J\lacid NunesGlIbriel Hermes

TitularesARENA

Hélio CamposNasser de Almeida

MOBAntônio Pontes Epitácio CafeteiraAntunes de Oliveira Jerônimo Santana

SuplentesARENA

Siqueira camposTemistocles TeixeiraUbaldo Corrêa

MOR.Ruy LinoVago

Antônio JoséJ:ll1dérico OliveiraNey Ferreira

Presidente: Noide Cerqueim - MDBViee-Presidente: José Costa - MDBVice-Presidente: Bento Gonçalves - ARENA

TitularesARENA

Francisco Rollemberg Ricardo FiúzllGeraldo Bulhfies Rogél'io RegoManoel Novaes

MOBEpitácio Cafeteira Vinicius CansançãoJiosé Carlos Teixeira

. SuplentesARENA

Passos PôrtoPau!ino CiceroPrisco Viana

Joel FerreiraJülio ViveiplsMário Frota

Jairo MagalhãesJosias LeiteMarco Maciel

E:dison Bonna·E~cival ::CaiadoRafael FlIraco

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f294 Terça-feira. %5 DIÁRIO DO CONGRESSO NACIONAL (Seção I) Maio de 19'2"

9) COMISSÁO ESPECIAL DESTINADA A ELA·BORACÃO DE PROJETOS DE LEI SOBREREDIVisAO TERRITORIAL E POUTICA DEMO­GRAFICA.

REUNIõES

Quintas-feiras, às 16 :30 horllSLocal: Anexo 11 - Sala 8-ARamais: 603 c 604Secl·etária: Vânia GarcIa Dárea

REUNIõES

Tcrças-feira.-q, à.q 9,30 horas.Local: Anexo II - Sala n.o 8-ARam.al: 605Secretário: Antônio Estanislau Gomes .

Presidente: Siqueira Campos - ARENAViM-Presidente: Gastão Müller - ARENARelator-Geral: Alcir Pimenta - MDBRelator de Redivisâo: Já de Araújo Jorge - MDB

Sub-Relator de Redivisáo: Daso Coimbra -ARENA

Relator de Política Demográfica: João Alves ­ARENA

Sub-Relator de Política Demográfica: AtltõnloCarlos - MDB

SuplentesARENA

Magno BacelarMário MondinoRogério Régo

MDBOdcmir FurlanOtávio Ceccato

SuplentesARENA

Hélio MauroNosser AlmeidaNunes Rocha

MDBJúlio ViveiroYasunorl Kunlgo

Alcides FranciscatoDaso CoimbraEdson Bonna

Alvaro GaudéncloAry KffuriFurtado Leite •

Aloisio SantosAntônio BelínatiCotta Barbosa

3) COMISSÃO rARLAMENTAR DE lN~utRrro

DESTINADA A APURAR O NÃO CUMPRIME....TO DAS EXIG~NClAS T~CNJCAS NO TOCANTEA QUANTIDADE, QUALIDADE, DURABILIDADEE SEGURANÇA DE MERCADORIAS ENTREGUESAO CONSUMO E OS M~TODOS ADOTADOSPARA A SUA DIVULGAÇÁO

(REQUERIMENTO NQ 65/76 - CPIlPrazo: 5-5-76 a 4-10-76

Presidellte: SebasLlão Rodrigues - MOBVice-Presidente: Magllus Guimarães - MDBRelator: Gerson Camata - ARENA

TitularesARENA

A. H. Cunha Bueno Murilo Badar6Carlos Wíison Navarro VieiraHugo Napoleão

MDBJader Barbalho Ruy CôdoMilton Steinbruch

REUNIõES

Quartas-feiras, às 15:00 horasLocal: Anexo II -Plenário das CPIaTelefone: 509 (Anexo IIl)Secretária: Haydéa Pires

MDBEmmanoel Waismann Lincoln GrilloFábio Fonseca.

Francisco Libarçl{)niIturival NascimentoOctacilio Queiroz

REUNIõESTerças-feiras, às 9: 00 horasQuartas-feiras, às 14:00 horasLocal: Anexo U - Plenário das CPIs'Telefone: 509 (Anexo UI)Secretário: Manoel Augusto Campelo Neto

Navarro VieiraPaulo Studart

MDB

Fábio Fonseca

SuplentesARENA

Fern9,ndo GonçalvesHenrique Pretti .'fewton Barreira

MDB

Gomes AmaralLeônídas Sampaio

Israel Dias-NOVD,esGamaliel Galvão

Eduardo GalilDareílio AyresAdriano Valente

Júlio ViveirosCarlos CottaOtávio Cecca.to

2} COMISSÃO PARLAMENTAR DE INQUSRITODESTINADA A INVESTIGAR O DESEMPENHOE COMPORTAMENTO DE TODOS OS óRGÃOSINTEGRANTES DO SISTEMA FINANCEIRO DEHABITAÇÃO

(REQUERIMENTO N.o 53;75 - CPI)Prazo: 1.°-~-76 a 29-8-76

Presidente: Dib Cherem - ARENAVice-Presidente: Henrique l?retti - ARENARelator: Fernando Gama .- MDBRelatOres-Substitutos: Mac: Dowell Leite de

Castro - MDB; Theobaldo Blsbosa - ARENA

TitularesARENA

Antônio Gomes Jorge ArbageDarcylio Ayres

<RESOLUÇAO N.o 12/'75 - CP!)

Prazo: 6-11-75 a :18-8-76

Presidente: José Camargo -- MDBVice..Presidente: Walmor dE' Luca - MDBRelator: ítalo Conti - ARIGNA

TitularesAH.ENA

COMiSSÕES DE INlQU~RITO

1) COMISSÃO PARLAMENTAR DE INQUSRITOPARA INVESTIGAR A AQUISIÇÁO DE HOSPI­TAIS PELO INSTITUTO NACIONAL DE PREVI­D~N(IA SOCIAL COM AI.JENAÇÂO DE SEU

. PATRIMÔNIO

REUNIõES

Quintas-feiras. às 10 :00 horas,Local: Anexo II - Plenáriú das CPle,Telefone: 497 (Anexo UI)Secretária: Lucy Stumpf Alves de Souza

Cantídio SampaioInocêncio OliveiraNereu Guidi

MDB

MDB

Genlval TourinhoJairo BrumJosé Bonifácio NetoOlivir Gabardo

MDB

Antônio BresolinJerônímo SantanaNabor JuniorPedro LucenaPeixoto I!'ilhoRuy Côdo

Suplentes

Titulares

Antonio PontesJoáo GilbertoJoaqnim Bevilacqua

Suplentes

ARENA

ARENA

Nasser AlmeidaPaulo StudartOswalço ZanelloNavarro VieiraFaria LimaAdriano Valente

ARENA

Hélio CamposHumberto SoutoJorge ArbageLygia Lessa BastosNo~r AlmeídaRaimundo ParenteVicente Vuolo

Francisco RollembergGeraldo BulhõesHeurique Brito

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Mdo de 19'76 DIARIO DO CONGRESSO NACIONAL (Seção D ~l'erça-fcira 25 4295

LEI ORGÂNICA DOS~PARTIDOS pOLíTICOS,(obra elaborada peJa Subsecretaria de Edições Técnicas)

Histórico da Lei n'? 5.682, de 21 de julho de 1971IILeiO'rgânica dos Partidos Políticos",

e de todas as Leis que a alteraram

Edição: julho de 1974

2 tomos (956 páginas)

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CONSTITUICÃO DA REPÚBLICA.,

FEDERATIVA DO BRASILEmendas Constitucionais

n9 1, de 1969, ,

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Ed. Anexo 1.11\' andar, Praça dos Três Poderes -7l)OOO - BRASíLlA- DF,acompanhados de cheque nominal, visado, pagável em Brasífia e emitido a favor do

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