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PLANEJANDO O NOVO

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Dedico este opúsculo destinado a complementar informações contidas no livro “Rebuscando a Memória – Frases e Fatos”, ao Corpo Docente das Universidades, das Escolas Estaduais e Municipais, ao Magistério direcionado às áreas de História e Geografia, aos Institutos dedicados a pesquisas, às Autoridades Governamentais, à Classe Política, ao Empresariado das diversas categorias, à mídia e a TODAS as Pessoas que se interessam por Mato Grosso do Sul, sua História, suas Potencialidades, suas Limitações, e que propugnam por Caminhos Alternativos de progresso e bem estar para sua população.

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PLANEJANDO O NOVO

Alternativas para Mato Grosso do Sul

EQUIPE DE ELABORAÇÃO

TEXTOS

Rubens Nunes da Cunha

DIGITAÇÃO

Lorena Alencar

AUXÍLIO NAS PESQUISAS

José de Araújo Alencar

Ana Paula Nunes da Cunha

João Antônio A. Figueiredo

Kleber Gaeta

APOIO EDITORIAL

Profº Paulo Roberto M. Pereira

Marcinio Olarte de Oliveira

Nicole Nunes da Cunha Maia

Solange Mitie Okida

DISTRIBUIÇÃO

A cargo do Autor

Tel: (67) 3349-3969

[email protected]

www.msdofuturo.com.br

PRODUÇÃO INDEPENDENTE

Conteúdo de Responsabilidade do Autor.

1ª edição revisada

02

“Quem pode sonhar, pode realizar”

Dom Bosco

DEDICATÓRIA

Dedico este opúsculo destinado a complementar informações

contidas no livro “Rebuscando a Memória – Frases e Fatos”, ao

Corpo Docente das Universidades, das Escolas Estaduais e

Municipais, ao Magistério direcionado às áreas de História e

Geografia, aos Institutos dedicados a pesquisas, às Autoridades

Governamentais, à Classe Política, ao Empresariado das diversas

categorias, à mídia e a TODAS as Pessoas que se interessam por

Mato Grosso do Sul, sua História, suas Potencialidades, suas

Limitações, e que propugnam por Caminhos Alternativos de

progresso e bem estar para sua população.

O Autor

Projeto Novo Rumo

Busca da América Hispânica -

do Pacífico - da Ásia

Campo Grande - Dezembro 2011

Alternativas para Mato Grosso do Sul

03

SUA HISTÓRIASUAS POTENCIALIDADES

SUPERAÇÃO DE LIMITAÇÕESCAMINHOS ALTERNATIVOS

Alternativas para Mato Grosso do Sul

04

MATO GROSSO DO SUL

I - SUA HISTÓRIA

Mato Grosso do Sul não é um estado qualquer, surgido ao acaso!

Foi idealizado nos primórdios do século XX, dentro de duas óticas:

1° - Insatisfação de lideranças políticas, entre elas Jango Mascarenhas, Bento Xavier, Gomes, João Teixeira Muzzi, João Barros Cassal, Vespasiano Martins e outros com a condução da Administração Pública do Sul de Mato Grosso, pelo Governo de Cuiabá;

2° - Concepção Geopolítica através de trabalho de Mário Travassos, então Capitão, que propôs a redivisão territorial do Brasil e recebeu apoio do Estado Maior das Forças Armadas.

Jango Mascarenhas, 2° Vice-governador de Mato Grosso, residente em Nioaque, fez uma primeira tentativa separatista frustrada.

Exilou-se no Paraguai.

Reorganizou suas forças e fez nova incursão, sendo morto às margens do Rio Taquarussú, no hoje Município de Anastácio. Está sepultado no Cemitério Público de Aquidauana.

Alternativas para Mato Grosso do Sul

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Em 1907, tivemos a revolta do gaúcho Bento Xavier, na região de Bela Vista.

Na segunda década do Século passado houve a “Revolta do Gomes” que sublevou o Destacamento da Polícia Militar de Bela Vista, insurgindo-se contra o Comando de Cuiabá.

Em época mais próxima tivemos, em 1932, o engajamento de Vespasiano Martins e companheiros que foram à luta por ocasião da Revolução Constitucionalista de 1932, aliando-se ao General Klinger.

Os movimentos “Constitucionalista” e “Divisionista” tiveram grande apoio em Bela Vista, Vila de Porteiras, hoje Caracol e Porto Murtinho. Nesta região se travaram as maiores batalhas militares, envolvendo revoltosos, Exército Brasileiro e Marinha de Guerra, que deslocou equipamentos de Ladário e veio dar apoio às tropas terrestres em Porto Murtinho.

Nesta época tiveram os Divisionistas apoio de Oficiais do Exército que serviam no Sul de Mato Grosso, entre eles Gastão Nunes da Cunha e Crescêncio Monteiro da Silva.

Com a derrota de Klinger e dos demais Divisionistas / Constitucionalistas, esses Oficiais foram afastados do Exército, sendo posteriormente reintegrados.

Nesta ocasião (1932), houve instalação do Estado tendo sido impresso, inclusive, Diário Oficial. O Governo funcionou na rua Calógeras em CG, onde hoje se acha instalada uma Loja Maçônica.

Alternativas para Mato Grosso do Sul

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Em 1947, houve proposta de Divisão do Estado na Assembléia Legislativa em Cuiabá.

Houve empate na votação e o Presidente da Casa deu o Voto de Minerva, desfavorável a Divisão.

No Regime Militar que iniciou em 31/03/1964, a idéia da Divisão foi impulsionada pelos geopolíticos, Generais Meira Matos, Golbery do Couto e Silva e Ernesto Geisel.

Este último como Presidente efetuou a Divisão do Estado através de Lei Complementar, sendo o primeiro Governador de Mato Grosso do Sul, o Engenheiro Harry Amorim Costa.

A redivisão territorial do Brasil frutificou de maneira parcial na era Vargas/Dutra.

Foram criados os Territórios: Federal de Ponta Porã, que abrangeu certa área do hoje Estado de Mato Grosso do Sul, Guaporé, que se constituiu no Estado de Rondônia, Acre, Amapá e um quinto que veio a constituir o Estado de Roraima (Boa Vista). Na concepção de Mario Travassos, dentro da redivisão territorial do Brasil, na área hoje geograficamente ocupada por Mato Grosso do Sul, deveria ser criado um dos novos Estados.

Estado forte, com forças armadas adequadas, em número e preparo apropriado para manter a soberania em nossas fronteiras.

Deveria o Estamento Militar ser coadjuvado por competente aparelho policial, para dentro de suas atribuições constitucionais,

Alternativas para Mato Grosso do Sul

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se contrapor ao descaminho, contrabando, evasão fiscal e tudo o mais que fosse lesivo aos interesses nacionais.

Serviria, inclusive, como Sentinela Avançada da Pátria, frente a quaisquer interferências lesivas, seja do ponto de vista ideológico, econômico, social, destruição de recursos pesqueiros, florísticos, faunísticos e chegada clandestina de emigrantes.

Nessa época o narcotráfico e o contrabando de armas não tinham se afirmado ainda como problemas prioritários.

Em sua opinião (Mario Travassos), as influências exógenas e exóticas teriam mais chances de chegar ao Brasil via Oceano Pacífico, Países Andinos / América Hispânica.

Um Estado leve do ponto de vista burocrático, em outras áreas que não as relacionadas ao policiamento ostensivo e preventivo, e aparelho arrecadatório. Dotado de eficiência e eficácia.

Bem equipado para fiscalização / repressão aérea, fluvial e terrestre. Judiciário, Ministério Público e Sistema Prisional consistentes. As atividades econômicas ficariam a cargo da iniciativa privada. Conforme prevê a lei, haveria restrições a localização de não brasileiros nas áreas de Fronteira e Segurança Nacionais.

Sistematização em relação as licenças de ocupação para as terras lindeiras a países vizinhos.

Alternativas para Mato Grosso do Sul

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Há que se notar que Mato Grosso do Sul está em posição estratégica privilegiada em relação a Bolívia, Paraguai e Chile e com grande proximidade do norte da Argentina e do Uruguai; Localizado no ''coração'' da América do Sul e do Mercosul. Relativamente próximo ao Oceano Pacífico.

O Estado a ser implantado, deveria funcionar como uma plataforma, um enclave avançado no âmago da América Latina com finalidades precípuas:

1° - Angariar o respeito dos países hispânicos que ao Sul e ao Oeste nos cercam.

2° - contrapor-se ao nosso isolamento lingüístico e cultural em relação aos países da América Espanhola;

3º - Funcionar, como base exportadora, de nossa cultura, ímpar no Continente, (luso-afro-ameríndea);

4º - efetivar, enfim, “a Marcha para o Oeste", ambicionada por muitos Estadistas desde a Velha República.

5º - A estas finalidades inicialmente perseguidas, acrescentou-se mais uma com a dinâmica do progresso econômico: "Funcionar como Pólo ativo de Comércio Exterior, nos setores de Importação, Exportação, Serviços e Difusão Cultural''. Vale lembrar que Campo Grande já funciona como importante pólo, na prestação de serviços na área médica, aos países vizinhos, recebendo consulentes do Paraguai e Leste da Bolívia.

Alternativas para Mato Grosso do Sul

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Temos a considerar em relação a Mato Grosso do Sul e ao Brasil:

Em relação aos países da América Espanhola muita pouca coisa temos em comum; nossas populações se diferenciam do ponto de vista étnico.

Somos um caldeamento de portugueses, africanos e fraco componente indígena. As populações hispânicas têm uma forte influência indígena, miscigenada com fraco componente europeu. Caso da Paraguai, Venezuela, Colômbia, Peru, Bolívia, Equador e Chile.

Do ponto de vista ideológico são, grosso modo, os hispânicos, guiados pelos ideais de Simon Bolívar (bolivarismo).

O Bolivarismo, na verdade, é uma política nacionalista e, modernamente, adotou certo matiz de 'Socialismo dos Trópicos'.

No Brasil os negros, índios, mulatos, cafuzos, mamelucos, nisseis se igualam em número a população branca.

Fazem exceção os Estados do Sul e certa influência remanescente no Nordeste, da ocupação holandesa. Também, o componente de japoneses e chineses, especialmente em São Paulo, é importante.

Alternativas para Mato Grosso do Sul

10 Alternativas para Mato Grosso do Sul

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MATO GROSSO DO SUL

II - SUAS POTENCIALIDADES

Mato Grosso do Sul, tem do ponto de vista econômico, uma

vocação para produzir commodities; seletivamente: celulose,

papel, carvão vegetal a partir do eucalipto; açúcar / etanol / energia

térmica / rações a partir da cana-de-açúcar; carne bovina /

embutidos / couros / artefatos de couro; aves / embutidos; suínos /

embutidos; leite e derivados a partir de gado cruzado / mestiço;

peixes em larga escala a partir da pesca em rios (turismo de

pescaria) e da piscicultura; soja / girassol / milho / algodão /

mamona / pinhão manso / produzindo óleos comestíveis / rações e

biodiesel; mandioca produzindo farinha / fécula / amido e rações.

Calcários calcítico e dolomítico produzindo calcário agrícola,

cimento e rações; minério de ferro e manganês, produzindo gusa e

aço, com adição de carvão vegetal; industrialização do mármore e

do granito de excelente qualidade existente ao longo da Serra da

Bodoquena.

O potencial hídrico do Estado, é grande: rios de grande porte como

o Paraná e o Paraguai; de médio porte como o Paranaíba, Sucuriú,

Indaiá Grande, Aporé, Coxim, Taquari, Jaurú, Brilhante,

Dourados, Amambaí, Iguatemi, Apa, Miranda, Formoso,

Aquidauana, Negro, Tabôco, além de grande número de ribeirões.

Alternativas para Mato Grosso do Sul

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Acrescente-se o fabuloso potencial do AQUÍFERO GUARANI e

de fontes de água doce como as lagoas MANDIORÉ e GAÍVA.

Este potencial propicia a possibilidade de exportação de água

doce/potável para o Oriente Médio e Ásia, além da irrigação de

culturas com valor diferenciado de mercado.

A exportação de gado em pé, prática já em uso no Brasil, através

dos portos situados no Pará e em Santa Catarina é uma

eventualidade a ser considerada.

O turismo tem seu lugar em Bonito e no Pantanal pelas suas belezas

paisagísticas. O Estado está localizado na faixa intertropical. Em

virtude dessa posição geográfica, é vítima de tropeços climáticos

importantes: calor excessivo pela proximidade com o Equador;

frentes frias e ventos gelados provenientes da Patagônia, ao Sul; da

mesma maneira frentes frias e massas geladas provenientes dos

Andes a Oeste.

Temos experiências pouco satisfatórias em termos de agricultura

em Mato Grosso do Sul, em algumas culturas.

A destruição dos cafezais em formação em 1975 e 1978. Perda

praticamente total do arroz de sequeiro em 1978.

Podemos exemplificar com o ocorrido na Fazenda Estiva, no

Chapadão do Sul, então de nossa propriedade. Constatamos -4º C

(quatro graus negativos) em maio de 1968 e 42° C (quarenta e dois

Alternativas para Mato Grosso do Sul

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graus positivos), à sombra em fevereiro de 1978, com 22 dias de

estiagem quando o arroz formava seus cachos.

Em Aquidauana, na década de 60, constatei numa tarde, a

temperatura cair de 36° C para 12° C no intervalo das 14 às 20 horas

(conseqüência de ventos gelados provindos dos Andes).

Em julho/2010 tivemos a repetição do fenômeno, com queda de

23°C, em poucas horas, acarretando a morte, segundo anunciado de

3000 bovinos de corte, na região sul do Estado.

Somente gado de corte, em especial zebuínos e seus cruzamentos,

pinhão manso, mandioca, cana-de-açúcar e eucaliptos e

determinadas frutas como manga, goiaba, e limões, suportam as

extraordinárias variações climáticas e algumas sêcas. O gado puro,

de origem européia, sofre o impacto negativo do excesso de calor

em boa parte do Estado.

A cana de açúcar ainda necessita de observação. Plantios em grande

escala poderão sofrer impactos de geadas como as de 1975/78.

Ocupa as terras vermelhas e roxas de média fertilidade na Grande

Dourados, Cone Sul e periferia do Chapadão do Sul. Grandes

geadas de nosso conhecimento aconteceram em 1919, 1932, 1968,

1975 e 1978, ou seja, cinco em um século.

Ocorrência de geadas de menor intensidade é mais freqüente. Para

que haja desenvolvimento econômico, social, criação de empregos

Alternativas para Mato Grosso do Sul

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e renda, capitalização dos setores produtivos, o caminho a trilhar

será o inicialmente idealizado (Fundamentos da Divisão), com a

utilização das experiências, dados estatísticos e tecnologias

auferidas ao longo do Século XX.

O microclima é conhecido, os solos (21% pantanais, ± 70% terras

mistas / arenosas de média e baixa fertilidade).

O Pantanal (areias úmidas) e o Cerrado médio e fraco (areias

enxutas) representam 91% (noventa e hum por cento) da nossa área

territorial o que nos deixa muito dependentes da pecuária, pois suas

terras são vocacionadas apenas para o plantio de capins, criatório

de bovinos e algumas poucas culturas.

Um máximo de 9% de terra fértil padrão Norte do Paraná, Ribeirão

Preto, Pontal do Tietê, com diminuição por acidentes geográficos e

inúmeras reservas indígenas.

Apenas uma parte dessas terras que representa percentual irrisório

dentro dos 357.000 quilômetros quadrados do Estado aceita

alternância de culturas. Nas demais regiões a constante são os

capins nativos do Pantanal, a braquiaria e algumas poucas culturas,

com adubação intensiva.

Concluindo, a posição geográfica é privilegiada, o empresariado

está preparado, o solo e clima têm limitações.

Alternativas para Mato Grosso do Sul

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MATO GROSSO DO SUL

III - SUPERAÇÃO DE LIMITAÇÕES

Mato Grosso do Sul, tem necessidade de dar um salto qualitativo

em seu desenvolvimento econômico. Criar uma classe média

consumidora; aperfeiçoar-se nas atividades da industrialização,

exportação, importação, prestação de serviços, com sofisticação;

dedicar-se a difusão cultural.

Em termos práticos 4% de sua população (funcionários públicos

com altos salários, alguns poucos executivos das áreas financeira,

imobiliária e corporativa, proprietários de gado e/ou pastagens de

aluguel, produtores de grãos, etanol, açúcar, celulose, funcionários

graduados de frigoríficos de bovinos e de frangos, mineradoras e

grande comércio) se apropriam de 96% da renda do Estado, através

de seus salários e de seus negócios, não obstante suportarem

apreciável carga tributária.

A massa de trabalhadores urbanos e rurais na faixa do salário

mínimo ou pouco mais é imensa. Poucos atingem dois salários.

Desenvolver suas potencialidades, algumas parcialmente

exploradas (o boi produzido no Estado necessita melhor

acabamento); ampliar a indústria sucro-alcooleira, com grandes

avanços nos últimos 4 anos; alavancar empreendimentos em fase

de implantação (celulose com dois grandes empreendimentos na

Alternativas para Mato Grosso do Sul

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região de Três Lagoas) e biodiesel; explorar alternativas ainda com

pequeno desenvolvimento e/ou inexploradas.

Superar de maneira racional algumas de suas deficiências,

compensando-as.

Examinemos:

Ao Leste contamos com a concorrência de Estados pujantes:

Goiás sediando Brasília e, além, de dar acabamento em dois

milhões de bovinos/ano, através de confinamento, detém próspero

parque industrial, com destaque para o setor têxtil e confecções. O

Triângulo Mineiro, parte de Minas Gerais, constitui-se na “Meca”

do Zebu de Qualidade (carne e leite) e conta com apreciável

estrutura industrial destacando-se o setor de confecções.

São Paulo, Paraná, Santa Catarina e Rio Grande do Sul com

economias fortes, produtos com bom nível de agregação, boa

logística portuária, grande potencial no setor de turismo.

Ao Norte, Mato Grosso, e outros estados amazônicos, tendo parte

de seu território ainda em fase de desbravamento da fronteira

agrícola. Com 02 acessos em andamento para chegar ao Pacífico:

Cuiabá, Santa Cruz de La Sierra, Arica, no Chile; e Porto Velho, La

Paz, Cochabamba, Arica. O acesso por rodovia a partir de Rio

Branco já está concluído e aberto ao trânsito; faz o percurso Porto

Velho, Rio Branco, Assis Brasil, fronteira do Peru; atravessa

Alternativas para Mato Grosso do Sul

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desertos e a cordilheira dos Andes e chega ao

Pacífico (Peru).

Mato Grosso do Sul, por sua vez tem limitações quanto ao solo

(21% pantanais, ecossistema frágil e de utilização limitada) com

restrições legais importantes na legislação ambiental. A dificuldade

para implantação de siderurgias em Corumbá fala a favor desse

problema.

Percentual importante de terras altas, arenosas, de baixa fertilidade

e uso restrito. (70%)

Pela nossa participação em Grupo de Estudos na década de 80,

coordenado pela SUDECO e com atuação direta do Banco Mundial

tomamos conhecimento que as terras planas, roxas, argilosas,

férteis que ocupam expressiva área do Estado têm deficiência de

oferta de água de superfície.

Esta área inclui os municípios de Rio Brilhante, Sidrolândia,

Maracaju e boa parte da Grande Dourados.

A água de superfície disponível, em especial dos rios Vacaria,

Brilhante, Dourados e mananciais menores como o Laranja Doce

não é suficiente para irrigar tão vasta área, que poderia ter o seu

potencial produtivo multiplicado. Considere-se ainda, que apenas

uma parte da água desses mananciais pode ser utilizada. O

consumo excessivo causaria desequilíbrio ecológico.

Puerto San Juan, no

Alternativas para Mato Grosso do Sul

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Acrescente-se o componente indígena: etnias Kaiowá e Guarani,

reivindicando considerável área de terras férteis e produtivas ao

Sul; ao Oeste a etnia Kadiwéu ocupa vasta área de terras (530 mil

ha) de boa fertilidade; a etnia Terena, além de ser já detentora de

várias áreas, pleiteia expansão abrangendo expressiva área no

Complexo Bodoquena, de reconhecida fertilidade, porém com

grande percentual de solos pedregosos, não propícios à

mecanização. Adicione-se o Parque Nacional da Bodoquena.

Não nos esqueçamos das limitações impostas pela presença de foco

de febre aftosa, ocorrido no Sul do Estado. Estamos em fase de

observação pelos importadores bastantes exigentes. Atenção com

as características da carne bovina (distribuição da gordura, maciez,

palatabilidade), é importante na atividade de exportação; os

resultados são obtidos em parte, com o confinamento.

Afora o criatório de bovinos que abarca 91% do Estado (pantanais e

cerrados fracos) em área exígua (Chapadão do Sul, São Gabriel do

Oeste, Grande Dourados, Cone Sul e região da Margarida) que

pouco representa percentualmente dentro dos 357.000 Km

quadrados, temos tido alternância de culturas: bovinocultura de

corte e leite, soja, girassol, algodão, milho, milho safrinha e cana-

de-açúcar. Porém esta alternância se dá sempre dentro da mesma

área sem a desejada expansão. A cana-de-açúcar vem ocupando as

terras vermelhas e roxas de média fertilidade e os eucaliptais as

terras fracas e arenosas.

Para que haja desenvolvimento econômico, social, criação de

empregos, renda, capitalização dos setores produtivos, superação

Alternativas para Mato Grosso do Sul

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de dificuldades e de limitações concretamente existentes, o

caminho a trilhar, será o inicialmente idealizado (Fundamentos da

Divisão) com a utilização das experiências, dados estatísticos e

tecnologias auferidas, em especial ao longo do século XX. Em

nosso entender, algumas de nossas melhores oportunidades estão

situadas ao Sul e Oeste do Estado (países sul-americanos) aonde

se contam algumas dezenas de milhões de consumidores,

receptivos às nossas mercadorias e à nossa capacidade de

prestação de serviços diretos e de intermediação;

A legislação do Mercosul nos oferece uma gama de

oportunidades. Isto, no entanto, requer ousadia, criatividade,

perseverança e uma visão geopolítica para o gerenciamento das

atividades no Estado de Mato Grosso do Sul.

Concluindo: a posição geográfica é privilegiada; o solo, o clima, a

oferta de água de superfície em zonas estratégicas têm limitações.

Os aqüíferos necessitam ser preservados da contaminação.

O setor governamental a todos os níveis (federal, estadual,

municipal), o empresariado, aqui incluindo os grandes, médios e

pequenos, a classe política, a mídia, os setores acadêmicos,

necessitam trabalhar irmanados e com objetivos definidos,

visando transformar o Estado, dando-lhe perfil de ser além de

produtor e industrializador, também exportador, importador,

prestador de serviços, exercitando de maneira intensiva sua

capacidade comercial, com recursos humanos locais.

Alternativas para Mato Grosso do Sul

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Mato Grosso do Sul deverá trabalhar em cima de

objetivos definidos:

1° - Agricultura, pecuária de corte e de leite, suinocultura,

avicultura, piscicultura; agroindústrias / Indústrias de

processamento utilizando plantas, raças / cruzamentos compatíveis

com o clima e solos. A produção e industrialização do leite, em

grande escala (no momento desponta como "commoditie"), é

perfeitamente viável no Estado. Necessária se faz a continuidade de

ações de vigilância sanitária para coibir focos de aftosa e de outras

zoonoses, intensificação do rastreamento de bovinos e amplo

programa de recuperação de pastagens degradadas. Além do capim

nativo do Pantanal, braquiarias e sal mineral, faz-se necessária a

suplementação alimentar no coxo, de todas categorias de gado de

corte, na estiagem. Isto já acontece no Paraná, São Paulo, Minas

Gerais e Goiás, nossos vizinhos.

2° - Consolidação do pólo de florestamento: celulose, papel.

carvão vegetal, com plantas adaptadas;

3° - Expansão do pólo minero-siderúrgico com processamento do

ferro, manganês; industrialização do calcário, do mármore e do

granito, matérias-primas abundantes em Corumbá, Ladário e ao

longo da Serra da Bodoquena;

4° - Sedimentação do pólo sucro / alcooleiro, com a instalação de

novas destilarias e planejamento estratégico para aproveitamento

dos canaviais em todos os seus aspectos seja na produção de açúcar,

etanol, forragens e energia térmica;

Alternativas para Mato Grosso do Sul

21

5º - Alavancagem na fabricação de biodiesel utilizando-se plantas

adequadas à realidade das terras e do clima;

6º - Turismo com a exploração sustentada das nossas belezas

paisagísticas, com ênfase para Bonito e o Pantanal;

7º - Intensificação de competente sistema de transporte intermodal

com a colaboração do Governo Federal e dos países vizinhos,

visando o acesso aos Oceanos Atlântico e Pacífico;

8º - Procura incessante das rotas para atingir o Oceano Pacifico;

registre-se que o asfaltamento com origem no Porto de Santos/SP

está chegando a Santa Cruz de La Sierra - Bolívia, apenas

setecentos (700) quilômetros do Porto de Arica e próximo a Iquique

e Antofagasta, na Costa Chilena. Oruro, no oeste boliviano, já está

interligada por asfalto a Arica e dista apenas trezentos e cinqüenta

(350) quilômetros de Santa Cruz de La Sierra;

O trajeto Campo Grande/MS - Xangai, na China, ida e volta,

encurta treze mil (13000) Km, usando-se o acesso direto ao

Pacífico em Arica no Chile e não através do Porto de Santos, no

Atlântico. Apenas 30 Km de asfaltamento e algumas pontes darão

por concluída a rodovia São Paulo (capital), Corumbá, Santa Cruz

de La Sierra, Oruro, Arica, Antofogasta ou Valparaíso no Chile.

Prestar atenção que a distância São Paulo- Corumbá é a mesma de

Corumbá a Arica no Chile.

Alternativas para Mato Grosso do Sul

22

9º - Consolidar a implantação de armazéns alfandegados / portos

secos e pujante informatização, visando comercialização de

matérias-primas e produtos industrializados de Mato Grosso do

Sul, buscando expansão para o Sul e Centro de Mato Grosso,

Sudoeste de Goiás, Noroeste de São Paulo, Norte e Noroeste do

Paraná, Norte e Noroeste do Paraguai, Leste da Bolívia.

Importante iniciativa nesse sentido ocorreu em 28/09/2007, com a

assinatura de contratos para a implantação do Terminal Intermodal

de Cargas (TICC) e do Centro Logístico e Industrial Aduaneiro de

Campo Grande (CLIA), ambos na Capital;

10º - Batalhar por uma maior presença dos produtos de Mato

Grosso do Sul junto aos centros consumidores da América

Hispânica, visando o fortalecimento do mercado regional e

diminuição da dependência em relação a outros Continentes;

11º - Política aeroviária definida, lutando para que os vôos com

destino à América Hispânica, Canadá, Estados Unidos e Ásia

(tendo neste caso, como apoio, aeroportos dos U.S.A e Canadá),

façam escalas em Campo Grande. Iniciativas tímidas estão sendo

tomadas.

12° - Buscar um competente intercâmbio cultural, trazendo-se

estudantes e jovens executivos de todos os países hispânicos para

estagiarem em Mato Grosso do Sul. Em contrapartida encaminhar

recursos humanos de nosso Estado para estagiar naqueles países;

Alternativas para Mato Grosso do Sul

23

13° - Massificar o aprendizado do espanhol para que esse idioma se

torne a segunda língua dos sul-mato-grossenses, (É sabido que o

espanhol é bastante falado e entendido tanto nos U.S.A como nos

países europeus),

Daí, a primeira iniciativa, dar-se com o aprendizado do espanhol,

de mais fácil assimilação por nossos jovens. A língua inglesa e as

asiáticas ficarão para uma segunda oportunidade;

14º - Expandir o aprendizado das habilidades em Comércio

Exterior.

15º - Organizar o empresariado local para lançar-se às atividades

de exportação e importação; implantação de "trades", sistemas

cooperativos e corporativos, consórcios, etc.;

16º - Estimular e apoiar a presença de representantes das

Federações, Confederações, Associações, Sindicatos, em eventos

que tratem de informações sobre trocas comerciais. Atenção

especial àqueles relacionados a países sul-americanos e asiáticos;

17º - O Poder Público e as Organizações da Iniciativa Privada

deverão alavancar a formação de profissionais de Terceiro Grau e

de Tecnólogos nas áreas de geologia, metalurgia, química

industrial, para facilitar do ponto de vista dos recursos humanos o

processamento / industrialização das matérias primas produzidas e

das existentes no Estado;

Alternativas para Mato Grosso do Sul

24 Alternativas para Mato Grosso do Sul

18° - Para acelerar-se a integração entre Mato Grosso do Sul e os

países sul-americanos – respeitada a legislação pertinente –

proceder-se-á a instalação de emissora de rádio de grande potência

e alcance, pública ou privada, para prestar informações ao público

ouvinte dos países sul-americanos.

Deverão ir ao ar programas bilíngües, espanhol – português, de

interesse cultural e comercial das respectivas comunidades. Da

mesma maneira viabilizar-se-á a recepção de programas emitidos

pelas emissoras dos países vizinhos.

A mesma providência em relação a TV Brasil Pantanal (novo nome

de fantasia da TV Educativa), que deverá ter a sua capacidade

ampliada e a NBR – TV, do Governo Federal; seus sinais deverão

chegar aos países sul-americanos com a mesma devida

reciprocidade.

19° - Equacionar a exploração da água abundante no Estado, tanto

na forma doce/potável (aqüíferos, rios, lagos, lagoas, fontes - Água

Real) como da Água Virtual, agregada a grãos, produtos cárneos e

lácteos, etanol, açúcar, celulose, gusa, frutas e flores, esta

proveniente basicamente das chuvas e da irrigação sistematizada.

20º - Retirar a imensa maioria da massa trabalhadora do Estado do

salário mínimo urbano e rural, colocando-a em níveis de ganho

compatíveis com o consumo diferenciado moderno. As aspirações

atuais extrapolam as necessidades básicas de alimentação,

moradia, vestuário, saúde e educação de baixo padrão.

25Alternativas para Mato Grosso do Sul

CONSIDERAÇÕES

Em nossa opinião, o Turismo contemplativo / ecológico não deve

ser esquecido, porém tem limitações no Pantanal (calor /

mosquito), pois de uma maneira geral as pessoas não retornam pela

segunda ou terceira vez, a não ser os aficionados por pescaria.

O contexto do mundo globalizado, que vivenciamos no momento,

enseja-nos a oportunidade de, a exemplo de alguns países asiáticos

(Tigres asiáticos), criarmos / implantarmos em nosso Estado um

verdadeiro “Jaguar Sul-americano”. Forte na produção de matérias

primas, na industrialização, nas atividades comerciais de

importação e exportação, na prestação de serviços direcionados à

nossa população, e aos nossos vizinhos do Brasil e do Exterior e no

intercâmbio cultural.

26 Alternativas para Mato Grosso do Sul