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PERFIL MUNICIPAL DINÂMICO DE BENGUELA 1 GOVERNO PROVINCIAL DE BENGUELA ADMINISTRAÇÃO MUNICIPAL DE BENGUELA 2014 Figura 1. Largo da África

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PERFIL MUNICIPAL DINÂMICO DE BENGUELA

1

GOVERNO PROVINCIAL DE BENGUELA ADMINISTRAÇÃO MUNICIPAL DE BENGUELA

2014

Figura 1. Largo da África

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PERFIL MUNICIPAL DINÂMICO DE BENGUELA

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FICHA TÉCNICA

Oganização:

Administração Municipal de Benguela

Supervisão:

Leopoldo Francisco Jeremias Muhongo (Adm. Municipal)

Maria José dos Santos Garcia (Adm. Munic. Adjunta)

Organizações de Apoio:

FAS

SINFIC

Coordenação Local:

Fernando Luís Lemos Sardinha Dias

Gonçalo Sanjinji

Equipa Técnica de Dados Quantitativos:

Florêncio Gabriel Domingos

Bebiano Lemos Quiquete

Equipa Técnica de Dados Qualitativos:

Florêncio Gabriel Domingos

Firmino Mota Lemos

Bebiano Lemos Quiquete

Equipa Técnica de Dados Geográficos:

Gonçalo Sanjinji

Firmino Mota Lemos

Figura 2. Acácia Rubra (símbolo da cidade)

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PERFIL MUNICIPAL DINÂMICO DE BENGUELA

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ÍNDICE

1 SUMÁRIO EXECUTIVO 10

2 INTRODUÇÃO 12

3 HISTÓRIA DO MUNICÍPIO 13

4 CARACTERIZAÇÃO FÍSICA E AMBIENTAL 16

5 CARACTERIZAÇÃO DEMOGRÁFICA 24

6 CARACTERIZAÇÃO ADMINISTRATIVA E INSTITUCIONAL 30

7 CARACTERIZAÇÃO SOCIAL 40

8 CARACTERIZAÇÃO DOS SERVIÇOS EDUCATIVOS E DE FORMAÇÃO PROFISSIONAL 47

9 CARACTERIZAÇÃO DOS SERVIÇOS DE SAÚDE E SANEAMENTO 56

10 CARACTERIZAÇÃO DA HABITABILIDADE E AMBIENTE 61

11 CARACTERIZAÇÃO ECONÓMICA E PRODUTIVA 69

12 ACESSOS, TRANSPORTES E COMUNICAÇÕES 82

13 CULTURA, DESPORTO E LAZER 86

14 ORDEM PÚBLICA, SEGURANÇA E JUSTIÇA 91

15 PROTECÇÃO SOCIAL 95

16 COMUNICAÇÃO SOCIAL E MEDIA 97

17 VALIDAÇÃO DO PERFIL MUNICIPAL 98

18 ANEXOS 99

DOCUMENTOS CONSULTADOS 106

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ÍNDICE DE TABELAS E FIGURAS

1.1.1 ÍNDICE DE TABELAS

Tabela 1. Perspectiva da futura divisão Administrativa do Município ...................................................................................................................................... 16

Tabela 2. Dados populacionais de 2013 .................................................................................................................................................................................. 24

Tabela 3. Dados populacionais por género de 2013 ............................................................................................................................................................... 25

Tabela 4. Movimento estatístico do Centro de Emprego de Benguela (2013) ........................................................................................................................ 28

Tabela 5. Quadro de pessoal da Administração Municipal de Benguela ................................................................................................................................ 33

Tabela 6. Autoridades Tradicionais do Município de Benguela ............................................................................................................................................... 35

Tabela 7. Execução OGE (Balanço 2013) ............................................................................................................................................................................... 37

Tabela 8. Execução do OGE 2014 (I Trimestre) ...................................................................................................................................................................... 37

Tabela 9. Quadro das unidades hoteleiras e similares existentes no Município ..................................................................................................................... 76

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1.1.2 ÍNDICE DE FIGURAS

Figura 1. Largo da África ........................................................................................................................................................................................................... 1

Figura 2. Acácia Rubra (símbolo da cidade) ............................................................................................................................................................................. 2

Figura 3. Gestores da Administração Municipal ...................................................................................................................................................................... 10

Figura 4. Rotunda do Kalunga (Cartão de Visita).................................................................................................................................................................... 11

Figura 5. Rotunda do Cavaco .................................................................................................................................................................................................. 12

Figura 6. Vendedor ambulante ................................................................................................................................................................................................ 15

Figura 7. Escritor Benguelense - Pepetela .............................................................................................................................................................................. 15

Figura 8. Limites e fronteiras geográficas do Município .......................................................................................................................................................... 16

Figura 9. Enquadramento geográfico do Município de Benguela na Província ...................................................................................................................... 17

Figura 10. Clima, Solos e Relevo de Benguela ....................................................................................................................................................................... 18

Figura 11. Rio intermitente do Vale do Cavaco ....................................................................................................................................................................... 18

Figura 12. Rede Hidrográfica do Município de Benguela ........................................................................................................................................................ 19

Figura 13. Viveiro central do IDF ............................................................................................................................................................................................. 20

Figura 14. Fauna (bovinos e garças) ....................................................................................................................................................................................... 20

Figura 15. Delimitação das zonas fitogeográficas do Município de Benguela ........................................................................................................................ 21

Figura 16. Vala de drenagem do Condomínio da Cetenco ..................................................................................................................................................... 22

Figura 17. Desmatação do campo adjacente à Escola Prática Militar para desminagem ...................................................................................................... 23

Figura 18. Representação gráfica da distribuição da população por género.......................................................................................................................... 25

Figura 19. Representação gráfica da distribuição do género consoante a faixa etária .......................................................................................................... 26

Figura 20. Mercado de Frutas ................................................................................................................................................................................................. 27

Figura 21. Comércio ambulante em área de lazer .................................................................................................................................................................. 29

Figura 22. Turismo: Praia Morena ao fim-de-semana ............................................................................................................................................................. 29

Figura 23. Organigrama da Administração Municipal de Benguela ........................................................................................................................................ 32

Figura 24. Regedor Municipal Pedro Kachipoke ..................................................................................................................................................................... 35

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Figura 25. Conselho de Auscultação e Concertação Social ................................................................................................................................................... 36

Figura 26. Sé Catedral ............................................................................................................................................................................................................. 40

Figura 27. Igreja Universal do Reino do Deus ........................................................................................................................................................................ 40

Figura 28. Igreja Tocoísta ........................................................................................................................................................................................................ 41

Figura 29. Sede Provincial do Partido MPLA .......................................................................................................................................................................... 42

Figura 30. Sede Provincial do Partido UNITA ......................................................................................................................................................................... 42

Figura 31. Sede Provincial do Partido CASA-CE .................................................................................................................................................................... 43

Figura 32. Sede Provincial do Partido FNLA ........................................................................................................................................................................... 43

Figura 33. Sede Provincial dos Sindicatos .............................................................................................................................................................................. 44

Figura 34. Contentor de lixo .................................................................................................................................................................................................... 45

Figura 35. INAPEM .................................................................................................................................................................................................................. 45

Figura 36. Escola Primária 328 ............................................................................................................................................................................................... 47

Figura 37. Centro infantil OKUKULA ....................................................................................................................................................................................... 48

Figura 38. Escola Primária do Calilongue ............................................................................................................................................................................... 49

Figura 39. Escola Primária do Asseque .................................................................................................................................................................................. 49

Figura 40. Magistério Primário ................................................................................................................................................................................................ 50

Figura 41. Rede Escolar do Município de Benguela ............................................................................................................................................................... 51

Figura 42. Centro de Formação de Artes e Ofício (Bº 70) ...................................................................................................................................................... 52

Figura 43. Centro de Formação de Artes e Ofício (Bº 70) ...................................................................................................................................................... 52

Figura 44. Salas de aulas ao ar livre no bairro da Damba-Maria ............................................................................................................................................ 53

Figura 45. Salas provisórias no bairro do 17 de Setembro ..................................................................................................................................................... 54

Figura 46. Hospital Geral de Benguela ................................................................................................................................................................................... 56

Figura 47. Posto Médico da Damba-Maria .............................................................................................................................................................................. 56

Figura 48. Rede Sanitária do Município de Benguela ............................................................................................................................................................. 57

Figura 49. Banco de Urgência ................................................................................................................................................................................................. 58

Figura 50. Centro de Saúde da Graça .................................................................................................................................................................................... 58

Figura 51. Escola de Formação de Técnicos de Saúde ......................................................................................................................................................... 59

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Figura 52. Centro de Saúde da Graça .................................................................................................................................................................................... 60

Figura 53. Casas sociais na comunidade do Uche ................................................................................................................................................................. 61

Figura 54. Nova Urbanização do Campismo (Condomínio) .................................................................................................................................................... 61

Figura 55. Empresa Nacional de Electricidade - ENE ............................................................................................................................................................. 62

Figura 56. Empresa de Águas (Bº 70) ..................................................................................................................................................................................... 63

Figura 57. Locais de abastecimento de água potável do Município de Benguela .................................................................................................................. 64

Figura 58. Avª. 10 de Fevereiro (Aeroporto) ............................................................................................................................................................................ 65

Figura 59. Bairro 11 de Novembro .......................................................................................................................................................................................... 65

Figura 60. Valas de drenagem (Condomínios da Cetenco) .................................................................................................................................................... 66

Figura 61. Chafariz em mau estado ........................................................................................................................................................................................ 67

Figura 62. Contentor de Lixo (Bº 11 de Novembro) ................................................................................................................................................................ 68

Figura 63. Fazenda (Asseque) ................................................................................................................................................................................................ 69

Figura 64. Áreas produtivas do Cavaco .................................................................................................................................................................................. 69

Figura 65. Área de Cultivo (Cavaco) ....................................................................................................................................................................................... 70

Figura 66. Área de cultivo (Cavaco) ........................................................................................................................................................................................ 71

Figura 67. Pecuária ................................................................................................................................................................................................................. 71

Figura 68. Pesca artesanal Damba Maria ............................................................................................................................................................................... 72

Figura 69. Mercado Municipal ................................................................................................................................................................................................. 73

Figura 70. Mercado Informal ................................................................................................................................................................................................... 73

Figura 71. Delegação Provincial das Finanças ....................................................................................................................................................................... 74

Figura 72. Banco de Poupança e Crédito (BPC) .................................................................................................................................................................... 74

Figura 73. Hotel Luso .............................................................................................................................................................................................................. 75

Figura 74. Zona de Lazer (Praia da Caotinha) ........................................................................................................................................................................ 75

Figura 75. Locais de interesse cultural e turismo do Município de Benguela ......................................................................................................................... 77

Figura 76. Monstro Adormecido (Antiga Fábrica da Dusol) .................................................................................................................................................... 78

Figura 77. Fazenda agrícola (Cavaco) .................................................................................................................................................................................... 80

Figura 78. Venda de Peixe nas Tombas .................................................................................................................................................................................. 80

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PERFIL MUNICIPAL DINÂMICO DE BENGUELA

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Figura 79. Ponte do Rio Cavaco ............................................................................................................................................................................................. 82

Figura 80. Transporte (Rotunda da Caponte).......................................................................................................................................................................... 83

Figura 81. Rede viária do Município de Benguela .................................................................................................................................................................. 84

Figura 82. O Vulgo Caleluia, transportando pessoas e bens .................................................................................................................................................. 85

Figura 83. Táxis e Cupapatas minimizando carência de transporte urbano e suburbano ...................................................................................................... 85

Figura 84. Áreas Turísticas e de Lazer .................................................................................................................................................................................... 87

Figura 85. Estádio Nacional de Ombaka ................................................................................................................................................................................. 87

Figura 86. Infraestruturas desportivas do Município de Benguela .......................................................................................................................................... 88

Figura 87. Jardim Heróis de Moncada (área de lazer) ............................................................................................................................................................ 89

Figura 88. Área de lazer (Damba Maria) ................................................................................................................................................................................. 90

Figura 89. Delegação Provincial da Justiça ............................................................................................................................................................................ 92

Figura 90. Conservação do Registo Civil da Comarca ........................................................................................................................................................... 93

Figura 91. Tribunal Provincial (Sala dos Crimes Comuns) ...................................................................................................................................................... 93

Figura 92. Direcção Provincial de Assistência e Reinserção Social ....................................................................................................................................... 95

Figura 93. Centro de Produção da TPA .................................................................................................................................................................................. 97

Figura 94. Emissora Provincial (Rádio Benguela) ................................................................................................................................................................... 97

Figura 95. Conselho de Auscultação e Concertação Social ................................................................................................................................................... 98

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LISTA DE ABREVIATURAS UTILIZADAS

ADPP - Ajuda de Povo para Povo

ADRA - Acção para Desenvolvimento Rural e Ambiente

ASC - Agentes de Saúde Comunitária

BCI - Banco de Comércio e Indústria

BPC - Banco de Poupança e Crédito

CIC-CEC - Centro Infantil Comunitário - Centro de Educação Comunitária

CACS - Conselho Municipal de Auscultação e Concertação Social

DDA - Doenças Diarreicas Agudas

EDA - Estação de Desenvolvimento Rural

FAPLA - Forças Armadas Populares de Libertação de Angola

FAS - Fundo de Apoio Social

FNLA - Frente Nacional de Libertação de Angola

GAS - Grupo de Água e Saneamento

IDA - Instituto de Desenvolvimento Agrário

ISCED - Instituto Superior de Ciências da Educação

AJS - Associação Juvenil para a Solidariedade (ONG)

JAM - JointAid Management (ONG)

JMPLA - Juventude do Movimento Popular de Libertação de

Angola

MAPESS - Ministério de Administração Pública, Emprego e

Segurança Social

MINAGRI - Ministério da Agricultura

MINARS - Ministério da Assistência e Reinserção Social

MPLA - Movimento Popular de Libertação de Angola

OMA - Organização da Mulher Angolana

OMS - Organização Mundial da Saúde

ONG - Organização Não-Governamental

PAV - Programa Alargado de Vacinação

PCT - Programa de Corte Transversal

PIC-PEC - Programa Infantil Comunitário - Programa de Educação Comunitária

PRS - Partido de Renovação Social

PT - Posto de Transformação (de energia)

PTV - Programa de Testagem Voluntária

PVE - Programa de Vigilância Epidemiológica

UNACA - União Nacional dos Camponeses Angolanos

UNITA - União Nacional para a Independência Total de Angola

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Figura 3. Gestores da Administração Municipal

1. SUMÁRIO EXECUTIVO

O Município de Benguela, segundo a actual divisão administrativa contempla 6 Zonas denominadas por A, B, C, D, E, e F. A cidade de Benguela foi

fundada em 1617, contudo só em 1748 após várias batalhas (entre portugueses, holandeses e franceses) foram concluídas as primeiras casas de pedra

e cal.

O seu desenvolvimento esteve inicialmente associado à riqueza pecuária e posteriormente ao comércio que impulsionado pelo caminho-de-ferro

superou, a dada altura, a capital Luanda. Actualmente o Município tem como Administrador Municipal o Dr. Leopoldo Francisco J. Muhongo.

O território apresenta uma extensão de 2100 km2, com uma população de 513.441 habitantes, dos quais 268.662 são mulheres. Sendo o respectivo

índice de masculinidade de 91,1 e a densidade populacional de 220,2 hab/km2 (dados do Censo 2014). O principal risco ambiental é a erosão e o

avanço da desertificação que é potenciado pelo abate massivo do material florestal.

Existem no Município 73 Autoridades Tradicionais, 26 Organizações Religiosas, 5 Representações Políticas e 5 Sindicatos. No que diz respeito à

Educação é composto por 140 escolas, onde se matricularam 152.820 alunos no ensino regular. O Município conta, também, com ensino superior,

nomeadamente o Instituto Superior Politécnico de Benguela.

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Figura 4. Rotunda do Kalunga (Cartão de Visita)

No que toca aos serviços de Saúde, Benguela possui uma Unidade Hospitalar do Município, um Hospital Regional, 19 Centros de Saúde. A população

vive fundamentalmente nos centros urbanos e a actividade económica que predomina é o comércio e a prestação de serviços, sendo que nas zonas

costeiras a actividade pesqueira é também uma realidade, assim como nas áreas mais rurais se pratica a agricultura para consumo próprio. O sinal de

cobertura de telefonia móvel não abrange alguns bairros do Município.

Como principais potencialidades destacam-se os solos aluvionais do Vale do Cavaco, propícios para a prática da agricultura, os minerais (as rochas

calcárias e ornamentais) e o clima conjugado com as belas praias para o desenvolvimento do turismo. Também o facto de ser atravessado pela linha de

caminho-de-ferro é uma mais-valia para a região. Como principais dificuldades enumeram-se a deficiente distribuição de água e energia, o parque

industrial debilitado, as vias secundárias e terciárias em mau estado e o fraco sistema organizativo da sociedade civil.

O presente perfil faz uma análise dos vários sectores, nomeadamente o Social e Produtivo do Município.

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Figura 5. Rotunda do Cavaco (Entrada de Benguela)

2. INTRODUÇÃO

O Perfil do Município é um documento de

referência ao profundo conhecimento da

situação do Município em todas as suas

vertentes. Assim sendo, ele assume-se como

um instrumento de elevada utilidade para o

processo de tomada de decisões políticas

públicas, elaboração de planos, programas e

projectos de desenvolvimento. Ao perfil está

também reservado o papel de medir com

equidade os progressos alcançados e a

situação já que por inerência, é um instrumento

de uso periódico, tudo por suportar, no seu

conteúdo, uma base de dados sobre a situação

do Município.

Foi nesta perspectiva que a Administração

Municipal de Benguela decidiu produzir o presente perfil que, não sendo

o primeiro, vem actualizar o anterior que tinha sido produzido em 2005

pelo FAS – Fundo de Apoio Social, no âmbito da Componente de

Desenvolvimento Municipal, que tinha como um dos grandes objectivos

o Reforço das capacidades dos Municípios com vista a sua interacção

com as comunidades e à gestão pública.

Para a produção deste documento recorreu-se a uma metodologia

assente na recolha de informações ao nível das diferentes Estruturas

Orgânicas da Administração Municipal e dos órgãos e organizações

baseadas no Município de Benguela, priorizando

para a apresentação dos dados a estrutura indicada

pelo MAT na sua Proposta de Paradigma de

Elaboração de Perfis Municipais Dinâmicos de 2013.

Este documento foi elaborado com base num

diagnóstico, realizado na Sede e em toda a periferia

do Município. Com destaque os grupos quantitativos,

qualitativos e os geográficos, que com sucesso

contribuíram na busca de dados e informações junto

das direcções e instituições públicas. O trabalho de

campo foi realizado pelos técnicos da Administração

Municipal, sendo que, dois técnicos dedicaram-se ao

levantamento da informação geográfica, dois técnicos

ao levantamento de dados quantitativos e dois para

os dados qualitativos.

Às comunidades coube uma participação mais plena, no sentido que

seu envolvimento ficou registado por meio de depoimentos feitos

através dos grupos focais bem identificados. O processo de recolha de

informação à elaboração do documento, decorreu entre Fevereiro de

2014 a Julho de 2014.

O Perfil está configurado de tal ordem que reflecte de forma concisa e

reveladora toda a potencialidade que o Município ostenta, por um lado,

e por outro as oportunidades que o Município abre para os investidores

nacionais e internacionais.

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PERFIL MUNICIPAL DINÂMICO DE BENGUELA

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3. HISTÓRIA DO MUNICÍPIO

3.1 EVOLUÇÃO DA ORGANIZAÇÃO ADMINISTRATIVA E POLÍTICA DO TERRITÓRIO

A cidade de Benguela foi fundada em 1617, pelo português Manuel Cerveira Pereira que desembarcou na Baia das Vacas ou da Torre, (atual Praia do

Santo António) atraído pela riqueza pecuária da zona e passou a chamar-se Reino de Benguela. Ao 21 de Dezembro de 1641 os Holandeses tomaram

de assalto a cidade, vindo a ser retomada pelos portugueses em 1648. Devido ao clima considerado péssimo aconteceram várias tentativas para

mudança da cidade para o Sumbe em 1624, por sugestão de Fernão de Sousa, em 1650 para Catumbela por Salvador Correia, em 1680 para o morro

da casa branca ao fundo da baía, sem nenhum sucesso. Em 1705 a cidade foi destruída pelos franceses no âmbito da guerra aberta entre os Reis da

França e de Portugal. Em 1710 os portugueses voltam a tomar a cidade. No mesmo ano, foi reconstruída a fortaleza de Benguela e em 1748 foram

concluídas as primeiras casas de pedra e cal entre elas a Igreja. Em 1726 passou a ser chamada de cidade de S. Filipe de Benguela e considerada o

principal centro comercial da colónia, superando assim a então capital Luanda.

Criação da reforma administrativa ultramarina ao 15 de Novembro de 1930 de conformidade com o diploma legislativo 3 artigo 523 do decreto-lei nº 23.

Em 1975 foi travada a grande batalha com as tropas sul-africanas que caminhavam em direcção à capital de Angola, Luanda, ano em que a 11 de

Novembro foi proclamada a Independência do país.

Nos primeiros anos da pósindependência, as estruturas administrativas mantiveram-se intactas. Só em meados de 1977 foi criado o Ministério da

Coordenação Provincial, deixando de serem eleitos os Presidentes da Câmara, ao passo que o cargo de Administrador passou a denominação de

Comissário Municipal. Desapareceram assim as denominações de Administrador do Posto, Administrador do Concelho e Governador de Distrito,

passando para Comissários, respectivamente. Até 1992, os cargos públicos a esses níveis eram conhecidos por Comissários Comunais, Municipais e

Provinciais, incluindo nessa mesma categoria os seus adjuntos. Após a implementação dos acordos de Bicesse - Estoril - Portugal, reapareceu a

nomenclatura de Administrador Municipal e de Governador Provincial.

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PERFIL MUNICIPAL DINÂMICO DE BENGUELA

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Lista de Administradores Municipais e Comunais

Carlos Alves de Ceita (1976-1977);

Ilídio C. Mandjendje (1977-1978);

Alcino António (1978-1981);

Eugénio Ndakaiesunga (1981-1982);

Raul Eugénio (1082-1984);

Domingos Filipe da Cruz (1984-1990);

Jeremias Dumbo (1990-1991);

Joaquim da Silva Talahadi (1991-1993);

Miguel José Maiato (1993-1995);

Agostinho Estevão Felizardo (1995-1995);

João Teixeira da Silva Júnior (1995-2006);

Manuel Francisco (2006-2010);

José Manuel Lucombo (2010-2011);

Leopoldo Francisco J. Muhongo (2011-).

Lista de factos históricos marcantes no Município

Fundação da cidade de Benguela (1617);

Holandeses tomaram de assalto a cidade (1641);

Retoma da cidade pelos Portugueses (1648);

A cidade foi destruída pelos franceses (1705);

Foi reconstruída a fortaleza de Benguela (1710);

A cidade passou a ser chamada de S. Filipe de Benguela

(1726);

Conclusão das primeiras casas de pedra e cal entre elas a

Igreja (1748);

Criação da Reforma Administrativa Ultramarina em 15/11/1930;

Batalha com as tropas sul-africanas (1975);

Criado o Ministério da Coordenação Provincial (1977).

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PERFIL MUNICIPAL DINÂMICO DE BENGUELA

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Figura 6. Vendedor ambulante

3.2 PRINCIPAIS CARACTERÍSTICAS SOCIAIS E ANTROPOLÓGICAS

De uma forma muito sintética, vale a pena salientar que o Município de Benguela tem a

sua História associada a passagem das principais Migrações dos povos bantus, no

desencadear de guerras contra a ocupação colonial, na derrota dos autóctones e ao 17 de

Maio de 1617 a fundação da Cidade por Manuel Cerveira Pereira. No entanto, a população

do Município de Benguela, cuja capital é conhecida por “Cidade das Acácias Rubras”, é

maioritariamente da etnia Umbundo, podendo encontrar-se alguns populares das etnias

Gangelas, Kimbundos, Bacongos, Fiotes, Tchokwes e Muquilengues.

Contudo, dada a história do Município e a sua localização geográfica estratégica que levou

a que Benguela fosse um ponto de partida para o interior e um importante centro comercial

do país, o Município tem influências culturais e antropológicas diversas. Com o

desenvolvimento do Ensino a Cidade de Benguela tornou-se num dos mais fortes centros

culturais angolanos, não só por ser berço de uma certa intelectualidade angolana mas,

também, porque os benguelenses são em si acérrimos defensores do seu espaço. Por

todas estas razões a cidade de Benguela é vista como uma das províncias mais mestiças

de Angola, quer do ponto de vista racial como do cultural.

Figura 7. Escritor Benguelense - Pepetela

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16

Figura 8. Limites e fronteiras geográficas do Município

4. CARACTERIZAÇÃO FÍSICA E AMBIENTAL

4.1 ENQUADRAMENTO GEOGRÁFICO

O Município de Benguela é um dos dez Municípios que

compõem a Província com o mesmo nome. Situa-se na costa

ocidental da Província entre 12º 32´ e 13º 10´ de latitude Sul e

13º 16´ a 13 58´ de longitude Este. Abrange uma área de 2.100

km2, correspondendo a 5,27% do território da Província. É

limitado a Norte pelo Município da Catumbela e Bocoio, a Sul

pelo Município da Baia Farta, a Este pelo Município do

Caimbambo e a Oeste pelo Oceano Atlântico.

A actual divisão administrativa contempla para o Município 6

Zonas denominadas por A, B, C, D, E, e F, que enquadram 76

Bairros, 20 Aldeias e 5 Povoações. Para efeitos de apreciação e

aprovação ministerial, foi recentemente proposta uma nova

divisão política administrativa do Município com a seguinte

configuração: (i) Comuna de O´mbaka, (ii) Comuna da

Camunda, (iii) Comuna do Casseque e (iv) Comuna da Graça.

Nº Comuna Superfície (km2)

1 O´mbaka 1.029

2 Camunda 356

3 Casseque 328

4 Graça 386

Total 2.099

Fonte: Administração Municipal de Benguela

Tabela 1. Perspectiva da futura divisão Administrativa do Município

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Figura 9. Enquadramento geográfico do Município de Benguela na Província

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Figura 10. Clima, Solos e Relevo de Benguela

Figura 11. Rio intermitente do Vale do Cavaco

4.2 CARACTERÍSTICAS EDAFOCLIMÁTICAS E RECURSOS NATURAIS

Clima

O clima do Município é quente e seco na faixa litoral que, não obstante a aridez, a temperatura do

ar varia entre 24 a 32ºC, sendo a média na faixa dos 24ºC e a mínima de 16ºC, a precipitação

média anual de é 446,5 mm e a humidade relativa média estimada é de 80 %.Por Benguela,

passam as correntes frias de Benguela que refresca o ar durante a noite.

Solos e relevo

Nesta parcela do território predominam os solos calcários com tendência para a alcalinidade,

levando à presença de solos compactos. Nas zonas do Cavaco encontramos solos aluvionais

propícios para a prática agrícola. A província representa uma combinação de planaltos cortados

por rios secos que no período das chuvas acumulam águas, bem como as colinas molíticas

isoladas. A altitude média é de 36 m, com características planas existindo nos arredores

montanhas até 400 m de altitude e com depressões ao Norte. Como pontos mais altos referem-

se: o Monte SAWA - localizado a 46 km da Sede do Município, o Kapilongo - a 87 km e o

Sombreiro, junto da costa marítima.

Rede Hidrográfica

Relativamente à rede hidrográfica, ela é composta, em grande parte, por rios secos, apesar do rio

Catumbela suportar duas barragens hidroeléctricas, a de Lomaum e a de Biópio, que foram

bastante danificadas devido à guerra civil. O Município é atravessado pelo rio Cavaco (de regime

seco), mas com grande importância no desenvolvimento da agricultura na região e servindo

também de fonte de abastecimento de água para as populações com dois afluentes o rio Curinge

e o rio Huche.

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Figura 12. Rede Hidrográfica do Município de Benguela

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Figura 13. Viveiro central do IDF

Figura 14. Fauna (bovinos e garças)

Recursos Naturais

O Município é atravessado apenas pelo rio Cavaco de regime intermitente, mas com grande

importância no desenvolvimento da agricultura na região e servindo também de fonte de

abastecimento de água para as populações, através dos seus dois afluentes: o rio Curinge e o rio

Huchi. Como recursos naturais conhecidos podem enumerar-se os minerais, nomeadamente os

radioactivos, os polimetálicos, as rochas calcárias e ornamentais, o talco, diatómicos, enxofre,

cobre, gesso, caulíco, pedras semi-preciosas e petróleo.

À medida que se afasta para o interior encontram-se as formações planálticas, que são

caracterizadas por estepe em zona ocidental; florestas abertas (matas de panda) e savana; ervas

rasteiras e maciços de arbustos e espinhosas, como as acácias. Relativamente à exploração de

minerais esta é de fraca intensidade, prevendo-se uma nova fase para o sector, tendo em conta

as perspectivas e planos do Ministério da Geologia e Minas.

Flora

Nas zonas mais para o interior do Município a flora é constituída por ervas rasteiras e maciços de

arbustos e espinhosos, como as acácias, o que denuncia o grau de secura. O Município é

detentor de uma cintura verde, “o green belt” ao seu redor mas pouco aproveitada por falta de

iniciativas colectivas. Esta ainda não é promovida para fins recreativos e de lazer. A cintura verde

possui quase 20 km de extensão

Fauna

No que toca à fauna, como o Município possui um caracter urbano, o avistamento de animais

selvagens é reduzido. Contudo, referem-se algumas aves características de Angola e que se

poderão identificar mesmo dentro da malha urbana, é o caso do Siripipi-de-Benguela. Outros

animais poderão ser encontrados já fora do perímetro urbano e periurbano, sendo contudo a sua

observação difícil, são caso disso a cabra-de-leque, perdizes, raposas, gazelas, lobos, macacos,

coelhos, répteis, entre outros.

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Figura 15. Delimitação das zonas fitogeográficas do Município de Benguela

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Figura 16. Vala de drenagem do Condomínio da Cetenco (Fraca Educação Ambiental)

Riscos de minas

Para o Município de Benguela importa referenciar que o processo de desminagem tem estado a conhecer o seu término, restando apenas áreas

estratégicas onde sabemos que só se poderá intervir com plena orientação, sobretudo nos arredores das Unidades Militares, pontes, etc.

Riscos naturais

Entre os riscos naturais mais evidenciados são os fenómenos da erosão e da desertificação

que são coadjuvados pelo abate indiscriminado de espécies arbóreas e arbustivas. Do ponto

de vista de riscos ambientais, o Município de Benguela tem a destacar os seguintes:

A falta de um sistema de esgoto integrado e abrangente já que ainda existem

descargas feitas directamente para o mar;

Ocupação das áreas agrícolas para construções habitacionais (alteração climática);

Defecação ao ar livre;

Existência de lagoas e águas paradas;

Pedreiras (poluição atmosférica);

O abate indiscriminado de árvores para efeito de carvão;

Existência de valas de drenagem a céu aberto, que ao invés de águas pluviais têm

sido usadas para descargas residuais.

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Principais dificuldades e perspectivas

Para o Município de Benguela, é importante referenciar o avanço da desertificação que vai sendo potenciada pelo abate massivo do material florestal

por parte da população para fins comerciais e de consumo (combustível), e sem qualquer reposição. A importância da cintura verde, em contexto agro-

florestal ou silvestre, deveria constituir um banco de estímulo à florestação das áreas montanhosas que envolvem parte considerável do Município,

sobretudo da cidade e, de igual modo, constituir-se uma estrutura de reforço à preservação e valorização do vale agrícola do rio Cavaco.

Figura 17. Desmatação do campo adjacente à Escola Prática Militar para desminagem

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Zonas Área (km2)

Bairros Número de habitantes

Total 0 - 17 anos 17 - 45 anos Mais de 45 anos

A 610 175 210880 154288 13232 378400

B 414 202 99087 83420 13427 195934

C 40 32 50346 32583 3238 86167

D 60 22 40585 24920 4968 70473

E 80 11 56985 65390 18037 140412

F 896 81 78092 75207 6662 159961

Total 2100 523 535975 435808 59564 1031347

Fonte: Administração Municipal Benguela

Tabela 2. Dados populacionais de 2013

5. CARACTERIZAÇÃO DEMOGRÁFICA

5.1 DEMOGRAFIA MUNICIPAL

A população do Município de Benguela, cuja capital é conhecida por “Cidade das Acácias Rubras”, é estimada em 1.031.347 habitantes. A estatística da

população do Município varia segundo a fonte, no entanto a falta de um censo populacional ou outra fonte de informação demográfica fiável que

pudesse fornecer informações sobre a dinâmica demográfica de forma mais aceitável e credível, levava a que, até há bem pouco tempo, as autoridades

a trabalhassem, com estimativas de 2007, fixadas em 747.000 habitantes.

Actualmente, em virtude dos esforços assumidos pela Administração Municipal, assumem-se os dados da mesma, referentes ao ano de 2013. As

estimativas apresentadas merecem um grau de confiança relativo e devem ser consideradas com precaução devido a factores como: a ausência de um

censo populacional actualizado; divergências de dados entre as fontes consultadas e o constante movimento populacional no sentido campo-cidade que

ainda se regista.

Como já foi referido, a superfície do Município está administrativamente dividida em 6 (seis) Zonas (A, B, C, D, E e F) com um total de 76 Bairros, 20

Aldeias e 5 Povoações. As Zonas mais habitadas são as Zonas A e B com aproximadamente vinte e quatro bairros e com uma população de 378.400 e

195.934 habitantes, respectivamente. A população conjunta das Zonas A e B representa cerca de 55,7 % da população do Município.

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Faixa etária Sexo masculino Sexo feminino População total

< 5 anos 104620 111029 215649

6 a 11 anos 88070 87018 175088

12 a 17 anos 99883 102947 202830

18 a 49 anos 126524 124069 250593

50 a 64 anos 52556 61697 114253

> 65 anos 34866 38068 72934

Total 506519 524828 1031347

Fonte: Administração Municipal Benguela

Tabela 3. Dados populacionais por género de 2013

Figura 18. Representação gráfica da distribuição da população por género

49%51%

Distribuição da População por Género

Sexo Feminino Sexo Masculino

Para o Município constata-se uma densidade média de 491,1 hab/km2, representando-se acima

da média nacional. Grande parte da população habita nas zonas periurbanas e aí reside há

menos de 15 anos. Assim, se pode compreender o crescimento maciço que se tem verificado

nos bairros existentes.

A distribuição da população quanto ao género apresenta-se relativamente homogénea, uma vez

que 51% da população são mulheres e 49% são homens, correspondendo a 524.828 indivíduos

do sexo feminino e 506.519 indivíduos do sexo masculino, respectivamente. Este desequilíbrio

na distribuição do género (mulheres/homens) traduz-se num índice geral de masculinidade de

97 %, ou seja, existem 97 homens para 100 mulheres. Por outro lado, estima-se que o número

de mulheres em idade fértil ronde aos 200.000.

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PERFIL MUNICIPAL DINÂMICO DE BENGUELA

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Figura 19. Representação gráfica da distribuição do género consoante a faixa etária

150 000 100 000 50 000 0 50 000 100 000 150 000

< 5 anos

6 a 11 anos

12 a 17 anos

18 a 49 anos

50 a 64 anos

> 65 anos

SEXO MASCULINO SEXO FEMENINO

A inexistência de dados desagregados por faixa etária da população não permite determinar qual a percentagem de população economicamente activa

do Município. No entanto, presume-se que a taxa de dependência de idosos seja relativamente inferior a 20% e a taxa de dependência de jovens

ligeiramente abaixo dos 163%. Tal facto, indica que o Município de Benguela apresenta uma sociedade marcadamente jovem.

Segundo os resultados preliminares do Censo de 2014, a população do Município conta com 513.441 habitantes, dos quais 268.662 são mulheres,

sendo o respectivo índice de masculinidade 91,1 e a densidade populacional de 220,2 hab/km2.

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PERFIL MUNICIPAL DINÂMICO DE BENGUELA

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Figura 20. Mercado de Frutas

5.2 ACTIVIDADE ECONÓMICA NUMA PERSPECTIVA DEMOGRÁFICA

Grande parte da população reside nas periferias e dedica-se fundamentalmente a actividades de pequenos negócios informais. A par dos pequenos

negócios informais, segue-se agricultura e a pesca. A economia do Município está muito baseada na prestação de serviços, tendo o Comércio como o

ramo mais predominante, correspondendo sensivelmente a mais da metade das empresas do sector económico do Município (sem incluir o sector

informal). A Função Pública é outro sector que emprega uma franja importante da população.

Ainda que não se conheça formalmente a realidade e a dimensão do desemprego, pressente-se que a taxa de desemprego seja muito alta, tal a

quantidade de pessoas inseridas numa economia informal. No ano de 2013 foram identificados formalmente pelos serviços ligados ao emprego e à

Segurança Social apenas 230 colocações.

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PERFIL MUNICIPAL DINÂMICO DE BENGUELA

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Utilizando os dados do Centro de Emprego de Benguela, podemos constatar, que 100% das vagas oferecidas foram preenchidas. Contudo, a

percentagem dos que procuram emprego e que o alcançam é reduzida, estando na ordem dos 27%, pelo contrário são cerca de 73% os indivíduos que

não conseguem desta forma uma ocupação formal.

A nível do emprego formal, verifica-se que o sector do Comércio e da Hotelaria e Turismo e da Restauração são aqueles que têm vindo a criar novos

postos de trabalho, pois desde 2010 até esta parte o número de licenciamentos nestas actividades têm vindo a aumentar.

É de salientar que o quadro do pessoal não satisfaz as necessidades do Município porque a nível da estrutura central criaram-se cargos, mas sem

suporte financeiro para os sustentar (Decreto 17/2012), por outro lado, os moldes de ingresso nos Concursos Públicos não são de carácter institucional.

Designação Sexo masculino Sexo feminino Total

Procura de emprego 424,5 425,5 850

Ofertas de emprego 115 115 230

Colocações 115 115 230

Inscritos permanentes 309,5 309,5 619

Fonte: Administração Municipal Benguela

Tabela 4. Movimento estatístico do Centro de Emprego de Benguela (2013)

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PERFIL MUNICIPAL DINÂMICO DE BENGUELA

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Figura 21. Comércio ambulante em área de lazer

Figura 22. Turismo: Praia Morena ao fim-de-semana

5.3 PRINCIPAIS DIFICULDADES E PERSPECTIVAS

5.3.1 Dificuldades

A estatística da população do Município varia segundo a fonte, a falta dos dados finais do

recente Censo Populacional ou outra fonte de informação demográfica fiável que possa

fornecer informações sobre a dinâmica demográfica de forma mais aceitável e credível, é

ainda um constrangimento. A falta de cemitérios embora existam alguns, mas, encontram-

se descampados, isto é, sem cobertura em volta do mesmo o que os torna inapropriados.

A falta de espaços verdes, tanto nos bairros como no casco urbano.

5.3.2 Perspectivas

O sector privado no Município de Benguela encontra-se bastante desenvolvido e em vias de

expansão. Este sector actua principalmente nas seguintes áreas: Banca, Saúde, Ambiente,

Turismo, e Comércio a retalho. Espera-se com o seu contínuo desenvolvimento aumentar o

número de postos de trabalho e melhorar a condição de vida dos habitantes locais.

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6. CARACTERIZAÇÃO ADMINISTRATIVA E INSTITUCIONAL

6.1 CARACTERIZAÇÃO DA ADMINISTRAÇÃO MUNICIPAL

No âmbito do Decreto Executivo nº10/09 de 3 de Fevereiro, a Administração Municipal já possui seu quadro orgânico, porém, por completar.

Actualmente, o aparelho dirigente do Município é composto por um Administrador, uma Administradora Adjunta, e seis Administradores de Zona

ostentando a categoria de Comuna.

No quadro do ajustamento da Lei orgânica que regula o funcionamento das Administrações locais do Estado, a Constituição prevê reajustes que

poderão aludir o seguinte figurino no que tange ao funcionamento de:

Órgãos de apoio consultivo – Conselho Municipal de Auscultação e Concertação Social – CACS;

Serviços de Apoio Técnico – SAT, que integram a Secretaria da Administração e a Repartição de Estudos e Planeamento;

Serviços de Apoio Institucional – SAI, que integram o Gabinete do Administrador Municipal, o Gabinete da Administradora Adjunta e o Centro de

Documentação e Informação;

Serviços desconcentrados, onde se encontram as Repartições Municipais;

Superintendência, que integra os institutos e empresas públicas locais.

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PERFIL MUNICIPAL DINÂMICO DE BENGUELA

31

As principais funções da Administração Municipal:

Planificação

Definir prioridades e objectivos, formular e executar actividades estratégicas e estimar os recursos humanos necessários.

Organização

Distribuir funções e coordenação de actividades a pessoas competentes para atingir os objectivos definidos.

Gestão

Guiar, animar e coordenar os esforços de organização para alcançar os objectivos propostos.

Orçamentação

Analisar o desempenho organizacional, fazer comparação entre objectivos e resultados previstos e definir os correctivos pertinentes.

Intercâmbio

Promover o intercâmbio de informações com outros actores das instituições ou indivíduos que actuam no âmbito da organização.

Serviços de Apoio Consultivo

Conselho do Município constituído pelo Administrador e integrando o Administrador Municipal Adjunto do Município e os chefes das diferentes secções.

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Figura 23. Organigrama da Administração Municipal de Benguela

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Quadro de Pessoal

O quadro efectivo é composto por 458 trabalhadores, dos quais 17 (27,9%) ocupam cargo de direcção e chefia e 441 (96,2 %) estão distribuídos por

funções de carácter administrativo, nas áreas de transporte, fiscalização, conservação e manutenção da instituição. A Tabela 5 ilustra o quadro de

pessoal da Administração Municipal de Benguela.

Designação funcional Lugares / vagas

Criados Ocupados A preencher

Direcção e Chefia 61 27 34

Carreira Técnica Superior 56 4 52

Carreira Técnica 36 2 34

Carreira Técnica Média 84 25 59

Carreira Administrativa 97 66 31

Carreira de Tesouraria 6 0 6

Carreira Auxiliar 80 84 29

Carreira de Op. Qualificado 137 58 79

Carreira de Op. N/ Qualificado 179 164 33

Total 736 430 357

Fonte: REPE - Administração Municipal Benguela

Tabela 5. Quadro de pessoal da Administração Municipal de Benguela

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PERFIL MUNICIPAL DINÂMICO DE BENGUELA

34

Em relação ao reforço institucional baseado na formação de quadros, a

Administração Municipal tem gizado planos voltados para o efeito,

sobretudo para o pessoal da própria Administração, em matéria de

informática e secretariado. É importante frisar que alguns apoios nesta

temática são proporcionados pelo Governo da Província, tendo sempre

em linha de conta as reais necessidades do Município. Para o seu

plano quinquenal, o Município vem desenvolvendo um conjunto de

acções desde 2005 altura em que, em resultado da intervenção do

Fundo de Apoio Social através da Componente de Apoio às

Administrações Municipais foram criados dois instrumentos de

planificação: O Perfil e o Plano de Desenvolvimento do Município. Este

último foi enriquecido dois anos mais tarde sob a responsabilidade do

Governo Provincial, com apoio de consultores externos. Como é óbvio,

o referencial tido em conta foi o conjunto desses dois instrumentos e

alguns estudos que de forma esporádica tenham sido desenvolvidos no

território.

Lista de instrumentos de planificação elaborados

Plano Municipal integrado do desenvolvimento rural e combate à pobreza;

Plano Municipal de Desenvolvimento 2014 – 2017;

Plano Municipal de Desenvolvimento Sanitário 2013-2017;

Plano Municipal dos Cuidados Primários de Saúde;

Plano Municipal de Água para Todos;

Plano Municipal do Comércio Rural;

Plano Municipal de Ordenamento Urbanístico;

Perfil Municipal;

Plano de Desenvolvimento Local.

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Figura 24. Regedor Municipal Pedro Kachipoke (Handa Chanjangombe)

6.2 AUTORIDADES TRADICIONAIS E ÓRGÃOS DELEGADOS

Com um papel indispensável no passado e no presente, as autoridades tradicionais representam

a simbologia cultural da vida das comunidades Angolanas, não fugindo à regra o Município de

Benguela. Por essa razão, protagonistas activos quanto partícipes do processo de resolução de

conflitos nas áreas sob sua jurisdição, estes representantes comprometidos com as formas

organizativas endógenas das comunidades exercem inegável influência na sua estabilidade

psicossocial, tanto no tratamento de problemas intra-familiares e inter-familiares ligados com

adultério, terras, política, economia de sobrevivência etc.

Esta corte tradicional, a nível municipal é liderada por um Regedor Municipal e seu adjunto. A

nível comunal está sob a liderança do soba comunal igualmente com o seu adjunto. A nível de

bairro está representada pelo Seculo do Bairro jogando um papel importante na condução da

população particularmente na preservação dos valores culturais. Estão sempre presentes nas

actividades massivas de Saúde especialmente na mobilização social e na manutenção da

ordem.

O conflito armado que o país viveu não provocou alterações na estrutura organizativa das autoridades tradicionais locais pois que eles representam a

autoridade máxima sendo por isso os guardiões da cultura local. As autoridades tradicionais exercem a governação na comunidade, representando-a

perante o Governo e as comunidades vizinhas; ajudam a solucionar questões chaves (conflitos inter-familiares ou mesmo comunitários, de terra, entre

outros) com recurso à Lei costumeira.

ZONAS REGEDOR DE ZONAS SOBAS TOTAL

A 1 16 17

B 1 18 19

C 1 6 7

D 1 7 8

E 1 6 7

F 1 14 15

TOTAL 6 67 73

Fonte: PMDS 2013-2017

Tabela 6. Autoridades Tradicionais do Município de Benguela

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PERFIL MUNICIPAL DINÂMICO DE BENGUELA

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Figura 25. Conselho de Auscultação e Concertação Social

Em consonância com determinação da Lei Orgânica vigente (paradigma da Administração do Território) foi criado o Conselho Municipal de Auscultação,

cuja finalidade foi introduzir as directrizes de concertação / aconselhamento da Administração. É um órgão não de carácter deliberativo mas

permanente, no âmbito municipal, vinculado directamente à Administração.

Conselho de Auscultação e Concertação Social

Social

Tem por objectivo apoiar a Administração Municipal na apreciação e tomada de medidas

de natureza política, económica e social no território do Município. Ele é presidido pelo

Administrador Municipal e nele integram membros do Conselho restrito da Administração

Municipal, Repartições Municipais a vários níveis, autoridades tradicionais, sector

empresarial público e privado, associações de camponeses, Igrejas reconhecidas por lei,

ONG´s e Partidos Políticos com assentos no parlamento Nacional.

O CACS reúne três vezes ordinariamente e extraordinariamente, sempre que o

Administrador Municipal o convocar.

Audiências Públicas

As audiências são feitas por orientação da sua Excelência Senhor Administrador

Municipal duas (2) vezes por semana.

Autoridades Tradicionais

As reuniões com as Autoridades Tradicionais são feitas trimestralmente e de forma

extraordinária quando o Regedor o convocar.

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PERFIL MUNICIPAL DINÂMICO DE BENGUELA

37

6.3 FINANÇAS PÚBLICAS

O Orçamento do Município é programado pela Direcção Nacional de Orçamento (DNO) tendo como base as propostas de projectos identificados

localmente. A gestão financeira dos últimos dois anos foi objectivada com recurso ao Orçamento Geral do Estado como a seguir se discrimina nas

Tabelas 7 e 8.

2014 Programa Orçamento Aprovado Valor Cabimentado Valor Pago Crédito Disponível % de Execução

Programa de Impacto Social e Económico 199.325.760.00 100.718.241.00 100.718.241.00 97.607.519.00 51%

Cuidados Primários de Saúde 191.520.000.00 74.363.165.00 74.363.165.00 117.156.835.00 39%

Merenda Escolar 54.033.572.00 12.754.818.00 12.754.818.00 41.278.754.00 24%

Total 484.879.332.00 198.996.443.00 198.996.443.00 285.882.889.00 41%

Tabela 8. Execução do OGE 2014 (I Trimestre)

2013 Programa Orçamento Aprovado Valor Cabimentado Valor Pago Crédito Disponível % de Execução

Programa de Impacto Social e Económico 239.078.800,00 232.271.461.47 232.271.461.47 5.807.338.53 97%

Cuidados Primários de Saúde 230.513.953,00 185.761.792.60 185.761792.60 44.752.160.40 81%

Merenda Escolar 45.027.977,00 35.900.820,00 35.900.820.00 9.127.157,00 80%

Total 514.630.730,00 453.934.257.07 453.934.257.07 59.686.658.93 86%

Tabela 7. Execução OGE (Balanço 2013)

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PERFIL MUNICIPAL DINÂMICO DE BENGUELA

38

A maior percentagem de despesas registou-se no capítulo de combate à pobreza (42%), seguindo-se-lhe o referente a cuidados primários com 33%, e o

de despesas com o pessoal que se fixou em 19% do total nos três anos.

Em relação às receitas cuja fonte foi a Repartição Municipal de Finanças, elas totalizaram um montante em Kwanzas de 17.026.532.095 (Dezassete

Bilhões Vinte e Seis Milhões e Quinhentos e Trinta e Dois Mil e Noventa e Cinco Kwanzas) distribuídos no triénio tal como indica a mesma tabela. Ainda

da tabela, se pode aferir o facto de que as receitas nos três anos têm vindo a decair.

Em 2010 as receitas cifraram em 7.210.147.590 (Sete Bilhões Duzentos e Dez Milhões Cento e Quarenta e Sete Mil e Quinhentos e Noventa Kwanzas -

42% do total no triénio), sendo que no ano seguinte (2011) as mesmas diminuíram cerca de 7%. O que equivale a um valor percentual de 35,7% nesse

ano. Em 2012 até final do terceiro trimestre, as receitas tinham um registo de apenas 22%, ou seja 13% menos que o ano anterior.

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PERFIL MUNICIPAL DINÂMICO DE BENGUELA

39

6.4 PRINCIPAIS DIFICULDADES E PERSPECTIVAS

6.4.1 Dificuldades

A nível de Governo Local existe a necessidade de formação de quadros

a vários níveis para que exista um desempenho e uma maior eficácia

dos serviços. Também se verifica uma deficiente comunicação interna, o

que dificulta a operacionalidade dos serviços. Por outro lado, existe a

necessidade de reforçar a capacidade fiscal do Estado a vários níveis e

tornar a burocracia entre a Administração Municipal e os cidadãos

menor.

6.4.2 Perspectivas

No âmbito da melhoria da prestação de serviços a Administração

Municipal prevê realizar muitas acções sociais, tendo proposto ao

estado o seguinte para o próximo quadriénio:

Reabilitação e apetrechamento de escolas de construção

definitiva em algumas povoações adstritas às Zonas, no âmbito

do melhoramento das condições básicas da vida das

populações;

Reabertura ou reabilitação de vias e pontecos que ligam a Sede

Municipal e Zonas residenciais. Esse programa já tem iniciado

nos bairros Benfica e Fronteira, em que ruas e passadeiras

estão em reabilitação;

Relançamento da actividade agro-industrial (projectos de

conservas de frutas, cimento, chapas, latas entre outros), bem

como Indústrias de Cerâmicas;

Melhorias no saneamento básico com limpeza da via pública,

recolha de resíduos sólidos, reabilitação dos jardins, construção

de balneários, lavandarias e latrinas públicas;

Formação do pessoal no domínio de capacitação administrativa

e técnica;

Aumento da capacidade de produção e de distribuição de

energia eléctrica e água à cidade e aos bairros da periferia, com

a aquisição de novos PTs e conclusão do programa “Água Para

Todos” para as áreas periféricas da cidade, além da melhoria da

iluminação do casco urbano que se pretende que seja

permanente;

Extensão da rede sanitária com a construção de Postos de

Saúde nalguns sectores habitacionais e bairros recentemente

construídos;

Melhoria dos acessos à periferia;

Drenagem das águas residuais e pluviais;

Arborização para melhorar a qualidade do ar e pulverização.

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Figura 27. Igreja Universal do Reino do Deus

7. CARACTERIZAÇÃO SOCIAL

7.1 ORGANIZAÇÕES SOCIAIS

O Município conta com um número razoável de associações e cooperativas, bem como de instituições religiosas e outras organizações sem fins

lucrativos ligadas à sociedade civil. Existem 22 igrejas legalizadas e 4 não legalizadas. As mais actuantes são: Católica, IESA, IECA, Sétimo Dia,

Assembleia de Deus Pentecostal, Tocoista e IURD, só para citar algumas. Estas jogam um papel importante de sensibilização, pois têm despertado as

populações para vários acontecimentos desde doenças que têm surgido no seio das populações até a acontecimentos nacionais e internacionais de

maior importância e às catástrofes naturais que nos últimos anos têm sido causadoras de muitas vítimas mortais.

Figura 26. Sé Catedral

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41

No Município de Benguela actuam perto de 5 dezenas de organizações ligadas à sociedade civil. Dentro das quais se destacam as que actuam no

sector da educação, saúde e micro finanças, nomeadamente ADRA, UNICEF, SAVE THE CHILDREN, OHI, ARDSA, entre outras.

Figura 28. Igreja Tocoísta

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Figura 30. Sede Provincial do Partido UNITA

Partidos Políticos

MPLA

Data da fundação: 10 de Dezembro de 1956.

Data da conformação da legalização do partido político: 199.

Órgãos de Direcção: Presidente - José Eduardo dos Santos.

Vice-Presidente: Roberto Victor de Almeida.

UNITA

Data da fundação: 13 de Março de 1966.

Data da conformação da legalização do partido político: 1991.

Órgãos de Direcção:

a) Presidente: Isaías Henrique Ngola Samakuva;

b) Vice-Presidente: Joaquim Ernesto Mulato;

c) Secretário-Geral: Vitorino Nhany.

Figura 29. Sede Provincial do Partido MPLA

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CASA-CE

Legalização do partido político: 2012.

Órgãos de Direcção:

a) Presidente: Abel Epalanga Chivukuvuku.

b) Vice-presidente da coligação: Lindo Bernardo Tito.

FNLA

Data da conformação da legalização do partido político: 1991.

Órgãos de Direcção:

a) Presidente: Lucas Benghy Ngonda.

PRS

Legalização do partido político: 23 de Abril de 1992.

Órgãos de Direcção:

a) Presidente: Eduardo Kuangana.

b) Secretário-geral: João Baptista Ngandagina.

Figura 31. Sede Provincial do Partido CASA-CE

Figura 32. Sede Provincial do Partido FNLA

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Cooperativas

Cooperativa de mulheres empresárias;

Cooperativa de camponeses;

Cooperativa de Pescadores da Damba Maria.

Sindicatos

Sindicato da Educação;

Sindicato da Habitação;

Sindicato de Enfermeiros;

Sindicato dos Médicos;

Sindicato da Saúde, Administração Pública e Serviço.

Outras Organizações

Colectivo de Advogados;

Escuteiros;

Desbravadores.

Figura 33. Sede Provincial dos Sindicatos

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Figura 34. Contentor de lixo

Figura 35. INAPEM

7.2 PRINCIPAIS DIFICULDADES E PERSPECTIVAS

Deficiente mecanismo de recolha de lixo

A quantidade de contentores postos ao longo das vias para recolha de lixo

é irrisória, acrescido o facto de não existir, de momento, um programa

metodologicamente concebido que possa contribuir para a recolha de

resíduos sólidos, tanto na zona urbana como para os bairros residenciais.

Sistema de esgoto e drenagem precários

Tal como foi referenciado, embora tenha havido um trabalho neste

domínio, a cidade e sua periferia enfrentam uma situação de inundações

de água no tempo chuvoso, o que contribui para o agravar da situação da

higiene e saúde das populações sobretudo nas áreas periféricas.

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Problemas estruturantes

Pacientes percorrendo grandes distâncias ou outros Municípios para assistência médica e medicamentosa;

Bairros sem cobertura telefónica;

Bairros novos clamando pelo abastecimento de água;

Esgotos inoperantes ou inexistentes;

Estradas secundárias e terciárias em mau estado de conservação;

Desemprego acentuado por parte de jovens que terminam o currículo;

Habitação sem condições de higiene e sanitárias;

Baixo investimento produtivo;

Escassez de água para a produção agrícola;

Dificuldades de acesso ao crédito;

Fraca adesão da população;

Saneamento básico deficiente;

Deficiente assistência médico medicamentoso;

Desorganização da produção e baixa produtividade na agricultura;

Pouca educação ambiental;

Gestão pública pouco participativa;

Baixa organização e dinamismo das associações da indústria, agricultura e comércio;

Parque industrial debilitado e paralisado;

Elevado número de crianças adolescentes e jovens fora do sistema de ensino;

Elevado índice de analfabetismo;

Fraca forma organizativa da sociedade civil.

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47

Figura 36. Escola Primária 328

8. CARACTERIZAÇÃO DOS SERVIÇOS EDUCATIVOS E DE FORMAÇÃO PROFISSIONAL

8.1 SERVIÇOS EDUCATIVOS

O Município de Benguela assume-se como um grande centro educacional que o coloca entre os maiores do país. É composto por 140 escolas das quais

86 públicas, 21 comparticipadas (tuteladas pelas igrejas) e 33 privadas que, comportam no conjunto um total de 1.218 salas no qual 1.055 são salas de

aulas de construção definitivas e 163 salas provisórias. Este número de salas traduz uma capacidade ordinária de matrícula de 85.260 alunos.

Para o Ano Lectivo 2014 o Município tem matriculados 207.735 alunos sendo 152.820 no ensino geral regular (122.852 no ensino primário e 29.968 no

ensino secundário 1º Ciclo), 38.996 alunos no ensino de adultos (19.805 no ensino primário e 19.191 no 1º Ciclo) e também 54.915 alnos no ensino

secundário 2º Ciclo, sendo 909 alunos na formação geral (ex-PUNIV) 9.006 no ensino médio técnico e 4.712 alunos nos cursos de formação de

professores. Muitos desses alunos estudam em condições impróprias (quintais, capelas, alpendres, sombras de árvores, etc.). Face ao número de

matrículas registadas o Município deveria ter 2.968 salas o que representa um déficit de 1.913 salas.

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Figura 37. Centro infantil OKUKULA

A eficiência do sistema de ensino aumenta a produtividade económica, promove maior acesso à cultura e ao conhecimento e leva à maior inclusão

social. O sector da Educação é administrado e controlado pela Repartição Municipal de Educação, Ciência e Tecnologia através das áreas do Ensino

Geral, Educação de Adultos, Administração, Planificação e Estatística, e Recursos Humanos.

Ao nível comunal, o sector é representado por uma coordenação escolar. A reforma educativa está a ser implementada desde 2004, com base no

programa progressivo de implementação elaborado pelo Ministério da Educação (experimentação, avaliação e generalização). Ela é abrangente aos

níveis do Ensino Primário até ao 2º Ciclo.

Como consequência desta mudança, tem havido opiniões variadas sobre a eficácia e melhoria do processo de ensino e aprendizagem. O fornecimento

do material escolar para todos os alunos no ensino primário é uma política adoptada pelo Governo no âmbito do processo de Reforma educativa, porém

subjazem reclamações no tocante à sua qualidade (deveria privilegiar-se manuais de leitura e de matemática), armazenamento e distribuição, este

último por falta de meios de transporte pesado.

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Figura 38. Escola Primária do Calilongue

Figura 39. Escola Primária do Asseque

Sabe-se que no mercado paralelo há quantidades consideráveis de manuais do Ensino

Primário e 1º Ciclo, enquanto as escolas por vezes confrontam-se com a falta dos mesmos

enquanto meios de auxílio à actividade docente.

É opinião geral inclusivé dos professores, de que embora os conteúdos estejam mais

voltados para o contexto actual e o sistema de avaliação ser contínuo, com registo das

avaliações nas suas próprias cadernetas refletindo seu rendimento individual e

comportamento, a qualidade ainda deixa muito a desejar. São apontados como razões de

fundo, a deficiente preparação do corpo docente e, nalgumas escolas, a inexistência de

condições infraestruturais apropriadas que possam assegurar a implementação do

programa de ensino.

A análise da tendência de ingresso, indica que de 2008 a 2014, se registou um aumento

de matrículas de 22% no Ensino Primário e 122% no Ensino Secundário 1º Ciclo. Nesse

período (2008), o nível de desistências foi de 9.578 (9,5%) enquanto que em 2014 foram

6.038 ou seja 4,9%.

Neste domínio registou-se um decréscimo na ordem de 4,6% no Ensino Primário. No 1º

Ciclo enquanto que em 2008 houve 3.221 alunos (23,9%) que desistiram em 2014

registou-se um valor de 1.383 alunos, equivalente a 2,1%. Nos últimos cinco anos o maior

registo de desistências foi encontrado no 1º Ciclo dos cursos regulares, que teve uma

média 21,8% desistentes de 2008 a 2014. Verificou-se um ligeiro aumento no acesso ao

Ensino, nos três níveis, tendo o aumento sido de 18% na Iniciação, 22% no Ensino

Primário e 122% no 1º Ciclo. De notar, também, que o acesso continua de forma

geométrica em todos os anos, sobretudo nas classes de Iniciação, Ensino Primário e 1º

Ciclo.

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50

Figura 40. Magistério Primário

8.2 ALFABETIZAÇÃO

A situação geográfica de Benguela, cidade litoral, atraiu, ao longo das últimas décadas, milhares de refugiados de guerra em busca de segurança e

melhores condições de vida. Em consequência desse fenómeno de deslocação interna, devido a 27 anos de guerra, surgiram em Benguela, bem como

nas principais capitais de província, graves problemas sociais de onde se destacam a destruição de infra-estruturas básicas de saneamento e energia, o

crescimento de bairros limítrofes aos centros urbanos, onde habita a grande maioria da população deslocada, e o esgotamento das estruturas de ensino

e de saúde, incapazes de fazer face a tão grande pressão populacional.

Expectativas da Educação

Proporcionar uma visão do quadro geral sob o qual funciona o sector da

Educação no Município de Benguela, quer seja desde o ponto de vista

organizacional como infraestrutural, material e financeiro;

Criar uma base de partida para a projecção do aumento da capacidade de

matrículas e a consequente melhoria das condições de Educação e Ensino

no Município de Benguela;

Orientar as estratégias de construção e reabilitação de infraestruturas

escolares do Município, bem como uma gestão mais objectiva e rigorosa do

sistema para os próximos 5 -10 anos;

Conceder um suporte de trabalho para a sistematização das linhas de

actuação no domínio da oferta de serviços educativos à população.

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Figura 41. Rede Escolar do Município de Benguela

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8.3 SERVIÇOS DE FORMAÇÃO PROFISSIONAL

Existem cerca de 11 salas onde são leccionados os cursos de formação básica de construção civil, electricidade, serralharia, mecânica, carpintaria,

costura e informática, incapazes de cobrir sequer 1/8 da procura.

A nível do Ensino Médio, o Município de Benguela possui 8 estabelecimentos de ensino a saber:

4 Escolas de Formação de Professores (EFP; MPB, Dom Bosco, ADPP) ;

4 Escolas de Formação Técnica (IMIB, IMP-Graça; EFTS e Esc. Cndte Joaquim Kapango).

Estes estabelecimentos têm no total 108 salas de aulas perfazendo uma capacidade ordinária de 7.560 alunos. Benguela depois de Luanda, Huambo e

Lubango, historicamente é o quarto Município em termos de importância na oferta de cursos e matrículas no país, pelo menos neste momento.

Figura 42. Centro de Formação de Artes e Ofício (Bº 70)

Figura 43. Centro de Formação de Artes e Ofício (Bº 70)

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Figura 44. Salas de aulas ao ar livre no bairro da Damba-Maria

8.4 PRINCIPAIS DIFICULDADES E PERSPECTIVAS

Dificuldades

Elevado número de crianças, adolescentes e jovens fora do

sistema escolar;

Elevado número de crianças a estudar ao ar livre;

Taxas de insucesso e abandono escolar elevadas;

Elevado número de jovens sem formação profissional;

Deficiente manutenção de algumas infraestruturas escolares e

equipamentos;

Insuficiente número de salas de aulas e má distribuição

geográfica;

Elevado número de jovens sem formação profissional;

Fraca deontologia profissional.

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Figura 45. Salas provisórias no bairro do 17 de Setembro

Principais Causas

A fraca preparação pedagógica de alguns professores;

Deficiente acompanhamento dos alunos durante as aulas devido ao excesso de alunos nas salas (mais de 40 alunos);

Aumento da procura no 1º e 2º Ciclo de Ensino Superior por parte de jovens e adolescentes do Município;

Insuficiência de salas de aulas (défice de cerca de 1.200 salas);

Capacidade e opções de cursos das escolas de formação profissional reduzidas;

Insuficiência de laboratórios (de química, biologia e física);

Distorção do perfil de formação do corpo docente;

Sobrecarga dos professores com os horários triplos;

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O subemprego;

As irregularidades no fornecimento de material didáctico por parte de quem de direito;

A baixa renda das famílias;

Deficiente educação familiar;

Serviço de fiscalização e estatística deficiente;

Ausência de fundo de maneio ao nível dos gestores locais (Repartição municipal e escolas);

Fraca preparação e insuficiência do pessoal de apoio (dactilógrafos, contínuos, protecção física e outros);

Insuficiente treinamento dos responsáveis sobre gestão de infraestruturas escolares;

Insuficiente distribuição e desleal planificação da merenda escolar;

Elevado número de jovens sem formação profissional e a deficiente manutenção de algumas infraestruturas escolares e equipamentos.

Perspectivas

A Administração Municipal prevê realizar a reabilitação e o apetrechamento de escolas de construção definitiva em algumas povoações adstritas às

diferentes Zonas do Município.

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56

9. CARACTERIZAÇÃO DOS SERVIÇOS DE SAÚDE E SANEAMENTO

9.1 SERVIÇOS DE SAÚDE

No sector da Saúde, a Rede Sanitária Pública é composta por uma Unidade Hospitalar do Município, um Hospital Regional que servirá de centro

regional de formação e treinamento para futuros médicos, Postos de Saúde, sendo um em cada zona administrativa, e Centros de Saúde. À

semelhança do que acontece no sector da Educação, este sector está marcado por um considerado número de pequenas Unidades de Saúde de

âmbito privado, muitas das quais sem as mínimas condições de atendimento aos pacientes. O sector controlava no ano de 2009 perto de 233 técnicos

especializados em saúde, dos quais 68 eram médicos, 127 técnicos superiores e os restantes técnicos médios. O elevado índice de reclamações sobre

o sector revela que ainda subjazem problemas de base no atendimento às populações, as causas são o insuficiente número de médicos especializados

e de clínica geral.

A saúde preventiva existe, mas não com a dimensão esperada. Se as campanhas de vacinação são realizadas com regularidade, o programa

preventivo contra a SIDA ainda está longe de ser concretizado. Os CATV móveis poderiam ter-se constituído num bem de referência à mitigação dos

efeitos galopantes da endemia. Seu trabalho é tão ténue que quase é desconhecido pela maioria da população.

Figura 46. Hospital Geral de Benguela

Figura 47. Posto Médico da Damba-Maria

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PERFIL MUNICIPAL DINÂMICO DE BENGUELA

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Figura 48. Rede Sanitária do Município de Benguela

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PERFIL MUNICIPAL DINÂMICO DE BENGUELA

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9.2 A POPULAÇÃO E A SAÚDE

A rede sanitária no Município é composta por um Hospital Municipal munido de Banco Externo com todos os serviços especializados, sala de

internamento, bloco operatório, laboratório bem equipado, Banco de Urgência e serviços de hemodiálise, um Hospital Regional que servirá de Centro de

Formação e Treinamento a futuros médicos e especializações.

O Município possui 36 unidades distribuídos geograficamente em 6 Zonas e/ou Comunas dos quais Zona A 1HM, 2CS 2PS; Zona B 2CS, 7PS, Zona D

3CS; Zona E 1CS,2PS e, finalmente, a Zona F 2CS e 8 Postos de Saúde. A Zona F possui um Centro de Saúde de referência com todos os Serviços

incluindo salas de internamentos BU, Secção de Imagiologia posta à disposição das populações num horário ininterrupto de 24h/dia, uma morgue, para

além de uma área residencial de médicos.

Actualmente e exceptuando o Hospital Regional de Benguela o sector controla 9 Médicos Angolanos, 21 Médicos estrangeiros de diversas

especialidades, 367 Técnicos de Enfermagem, 171 Auxiliares de Enfermagem, 102 Técnicos de Diagnóstico e Terapêutica, também de diversas

especialidades e 245 Administrativos enquadrados nos diversos níveis de funções.

A saúde preventiva é o forte do sector, estando a realizar periodicamente consultas médicas e feiras nas comunidades, para além das campanhas de

vacinação regular e actividades de campanhas anti-larval e vectorial para combate à malária. A viatura da Clínica Móvel tem sido a mais-valia do

Município no campo da testagem voluntária e prevenção do VIH/SIDA contribuindo substancialmente na diminuição da seroprevalência.

Figura 49. Banco de Urgência

Figura 50. Centro de Saúde da Graça

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Figura 51. Escola de Formação de Técnicos de Saúde

9.3 PRINCIPAIS DIFICULDADES E PERSPECTIVAS

Dificuldades

Os principais problemas do sector podem resumir-se no seguinte: poucos Centros de Saúde Pública em condições óptimas de funcionalidade, reduzido

número de ambulâncias; insuficiente número de camas para internamento, fraca alimentação para doentes e pessoal técnico em serviço de turno;

escassez de equipamentos e meios medicamentosos; ausência de serviços especializados.

Em relação ao saneamento básico, a situação continua débil, o que tem sido um dos casos de produção de vectores da malária e outros insectos

nefastos à saúde, visto que o serviço de limpeza está mais confinado ao meio urbano.

Em relação às zonas e seus bairros, a sanidade está muito aquém do desejado. O sistema de recolha de lixo e resíduos sólidos é insignificante, na

medida em que os meios colocados ao serviço de recolha de lixo são muito exíguos.

Perspectivas

Os investimentos a realizar na rede física, abrangerão a área de recursos humanos, a

contratação de médicos, dentistas, auxiliares de enfermagem, e ainda, nas áreas

periféricas, a realização de acções sanitárias versáteis, levantamentos epidemiológicos e

investimentos na aquisição de equipamentos, médicos, ambulâncias e medicamentos,

bem como outros componentes.

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Pretende-se:

A universalização do atendimento à Saúde, com rede hospitalar e ambulatório adequado e especialidades integradas;

A implementação de serviço de atendimento emergencial de qualidade com colaboração de bombeiros;

O alargamento dos serviços de assistência à dimensão do Município com ênfase na actividade preventiva;

A instalação de especialidades a nível do Município que cubram áreas de intervenção não atendidas com grande demanda local;

O estabelecimento de políticas de progressiva valorização técnica e humana do profissional, infraestrutura, equipamento e salário que motive,

mobilize e “prenda” o médico e demais pessoal técnico e administrativo;

A extensão da rede sanitária com a construção de Postos de Saúde nalguns sectores habitacionais e bairros em expansão.

Figura 52. Centro de Saúde da Graça

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Figura 53. Casas sociais na comunidade do Uche

Figura 54. Nova Urbanização do Campismo

(Condomínio)

10. CARACTERIZAÇÃO DA HABITABILIDADE E AMBIENTE

10.1 HABITABILIDADE

A distribuição dos agregados ainda por tipo de habitação aponta para 3,8% residindo em vivendas,

94,5% em casas tradicionais e 1,7% em anexos. A distribuição dos agregados quanto à posse de

habitação mostra que 32,2% vive em habitação alugada, 64,4% vive em casa própria, sendo que 3,4%

de agregado vive em casa de familiares ou amigos. Comparados, os indicadores correspondentes a um

e outro horizonte denotam uma condição bem mais grave no aspecto da habitação em Benguela tal

como sucede um pouco por todos os Municípios onde a densidade populacional aumentou por altura

dos confrontos armados.

Constata-se não ter existido uma evolução em período algum quanto à problemática; ou seja, uma

eventual percentagem de acréscimo na participação da habitação precária sobre o total da oferta. É de

referir que a maioria esmagadora da população (94,5%) vive em condições habitacionais impróprias.

Isso significa que apenas 5,5 % da população vive em condições mais ou menos aceitáveis. Os dados

disponíveis, por outro lado, indicam que a disponibilidade de terra e terrenos habilitados no Município

para o assentamento com moradia não se constitui em problema maior. Existe uma considerável

extensão de hectares de terra que permitiria assentar cerca de uma franja considerável da população

sem-abrigo.

Relativamente à habitação e urbanismo, as construções de carácter definitivo encontram-se

principalmente na Sede do Município, na sua maioria em mau estado de conservação; as habitações da

periferia da cidade e das comunas têm poucas condições de habitabilidade. Os materiais de construção

ainda não estão a preços acessíveis, o que dificulta a possibilidade das famílias melhorarem as suas

habitações. Deu-se início, no quadro do urbanismo no Município, à identificação das reservas fundiárias,

mas não existe ainda um programa definitivo sobre política de construção de casas.

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10.2 ENERGIA E ÁGUA

Em relação ao acesso à água, a principal fonte de abastecimento é o sistema de canalização, agora num processo de renovação provido pela

ODEBRECH, a empresa brasileira que pretende concretizar o projecto água para todos nas cidades de Benguela, Lobito, Baia Farta e Catumbela.

Enquanto as obras prosseguem, uma considerável franja da população 57,7% ainda espera pelo precioso líquido.

Em termos de energia eléctrica, o sistema de fornecimento é feito através de dois modos: pela rede e Talamanjamba, não existe qualquer sistema de

distribuição de energia eléctrica. Quanto às Zonas, o sistema de abastecimento é feito pela rede mas de forma alternada, devido à sobrecarga do

sistema.

No Município de Benguela, cerca de 160.000 habitantes (correspondente a 29% do total da População) vivem em zonas sem enérgia devido a avarias

ou ausência de PT´s. Apenas 11% dos habitantes (60.000 hab.) moram na zona estruturada da cidade e, portanto, com energia durante a maior parte do

tempo.

Figura 55. Empresa Nacional de Electricidade - ENE

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Pode-se concluir que 60% da População de Benguela, ou seja 328.000 habitantes, moram em áreas sujeitas a restrições constantes. Ao nível das

Sedes Municipais e Zonas, a situação assume contornos muito similares e agravados.

O sistema tem estado a melhorar com a substituição das condutas nos Bairros, nomeadamente: Fronteira, Cassoco, Benfíca e São João, também em

determinadas ruas da cidade com a substituição de traços com mais de 1000 uts. Em algumas zonas foram expandidas as condutas, como é o caso dos

Bairros Goa, Calumburaco, Caota, Bela Vista, Capiandalo e Calomanga, perfazendo um total de 65km de rede, foram instalados também no total de

5.300 contadores de água.

Figura 56. Empresa de Águas (Bº 70)

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Figura 57. Locais de abastecimento de água potável do Município de Benguela

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10.3 SANEAMENTO BÁSICO E RESÍDUOS

Em relação ao saneamento básico, a situação continua débil, visto que o serviço de limpeza está mais confinado ao meio urbano. A cidade de Benguela

é elogiada pelos transeuntes não residentes por apresentar um quadro higiénico apreciado. Focos de lixo que muito se viam em algumas artérias da

cidade, deixaram de existir numa altura em que o serviço de limpeza foi reforçado com viaturas e um quadro humano considerável. Em relação às zonas

e seus bairros, a sanidade está muito aquém do desejado. O sistema de recolha de lixo e resíduos sólidos é insignificante na medida em que os meios

colocados ao serviço de recolha de lixo são muito exíguos.

Figura 58. Avª. 10 de Fevereiro (Aeroporto)

Figura 59. Bairro 11 de Novembro

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10.4 RISCOS AMBIENTAIS

Do ponto de vista de riscos ambientais, tal como anteriormente já foi referido, destacam-se os seguintes:

A falta de um sistema de esgoto integrado e abrangente, já que ainda existem descargas feitas directamente para o mar;

Ocupação das áreas agrícolas para construções habitacionais (alteração climática);

Defecação ao ar livre;

Existência de lagoas e águas paradas;

Pedreiras (poluição atmosférica);

O abate indiscriminado de árvores para efeito de carvão;

Existência de valas de drenagem a céu aberto, que ao invés de serem usadas para as águas pluviais tem sido usadas para descargas

residuais;

Construções anárquicas existentes, que ocupam algumas zonas de risco ou não adequadas para qualquer tipo de actividade que provocam

inundações, deslizamento de terras ou abatocadas em zonas com elevada impermeabilidade;

Concentração de grandes focos de lixo principalmente nos bairros periféricos.

Figura 60. Valas de drenagem (Condomínios da Cetenco)

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Figura 61. Chafariz em mau estado

10.5 PRINCIPAIS DIFICULDADES E PERSPECTIVAS

Os principais problemas enfrentados são:

Construções anárquicas e o consequente desfasamento do perfil organizativo

periurbano;

Moradias de grande parte de agregados familiares desprovidos de condições

condignas de habitabilidade;

Ausência de controlo de moradias por parte da Secretaria de Estado que

superintende o Sector;

Ausência de um levantamento estatístico que permita o Governo local uma

definição de estratégia para um programa habitacional estruturado;

Escassez de material de construção no mercado o que condiciona a

capacidade de construção de moradias por parte das famílias;

Elevado preço dos materiais de construção e outros inertes;

Ausência de programas de créditos bancários funcionais que atendam este segmento;

Inexistência de programas concretos do saneamento geral das lixeiras e montureiras existentes, bem como a limpeza genérica e sistemática

dos espaços públicos;

Necessidade de Urbanização das Zonas Periféricas;

Deficiente sistema de recolha, depósito e tratamento de resíduos sólidos urbanos, e da sua transportação e destino final;

A velha problemática da poluição de que é responsável a prática e o velho hábito de grande maioria dos residentes da zona periurbana a

defecar ao ar livre;

Ausência de unidades de compostagem e de aterro;

Ausência de unidades de drenagem de lodo/lama que tanto assola toda a dimensão do Município na época chuvosa;

Ausência de unidades de resíduos de serviço de saúde através de valas sépticas;

Provisão de um programa estruturado voltado ao aterro de inertes.

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Desta forma, estão identificado um conjunto de problemas, que se resumem à inexistência de programas concretos do saneamento geral das lixeiras e

montureiras existentes, bem como a limpeza genérica e sistemática dos espaços públicos, essencialmente nos bairros residenciais.

Perspectiva-se para futuro:

Aumento da capacidade de produção e de distribuição de energia eléctrica à cidade e aos bairros da periferia, com a aquisição de novos PTs

para as áreas periféricas da cidade, além da melhoria da iluminação do casco urbano que se pretende que seja permanente;

Aumento da capacidade de produção e de distribuição de água à cidade e aos bairros da periferia (com a construção do sistema de captação,

tratamento, tanque reservatório, rede de distribuição e chafarizes);

A acção pública, no campo habitacional, pode, assim, com perspectivas concretas de eficácia, orientar-se para a redução da demanda reprimida

junto às faixas de população com acesso limitado ao mercado, reduzindo ou eliminando as ocupações em áreas de risco ou de protecção

ambiental hoje existentes.

Figura 62. Contentor de Lixo (Bº 11 de Novembro)

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Figura 63. Fazenda (Asseque)

Figura 64. Áreas produtivas do Cavaco

11. CARACTERIZAÇÃO ECONÓMICA E PRODUTIVA

11.1 ECONOMIA LOCAL E POPULAÇÃO ACTIVA

No Município a actividade económica que predomina é o comércio e a prestação de

serviços. Contudo, alguns jovens trabalham no campo, na pastorícia e em pequenos

negócios. Uma minoria encontra-se empregada em pequenas empresas, como

carpintarias ou padarias, ou na função pública. A maioria destes jovens empregados

encontram-se na Sede do Município. Alguns jovens da Sede e arredores frequentaram

escolas do ciclo médio e cursos profissionais, mas, embora se tenham registado no

MAPEES (Centro de Emprego), continuam sem emprego.

Nos tempos livres, os jovens ocupam-se em actividades traduzidas na vida informal

(mototaxis, vendedores ambulantes, lavagem de carros, etc.) ou eventualmente em

associações juvenis.

A maioria da população tende estabelecer-se no sector informal e não conhece a

legislação sobre a actividade que exerce, e muito menos têm capacidade para levar a

cabo o processo de legalização da sua actividade junto das instituições do estado. A

consequência disso é assisti-los a desenvolver o negócio em locais que não oferecem

condições mínimas de higiene, ou seja, locais desprovidas de estrutura organizativa onde

não existem garantias de se poderem defender perante a Lei e marginais oportunistas.

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Figura 65. Área de Cultivo (Cavaco)

11.2 O SECTOR PRIMÁRIO

Agricultura

O potencial agrícola do Município de Benguela está intrinsecamente ligado ao Vale do

Cavaco, graças à sua extensa área cultivável de 2.717,5 hectares. Não sendo

conhecido como Município de uma vasta diversidade de produtos agrícolas, Benguela

foi, desde os tempos idos a fiel testemunha na produção da banana. A agricultura no

Município se explica procedendo à análise da cintura verde que o reveste. O vale do

Cavaco, como é conhecido, assume importância estratégica na abordagem da

temática da agricultura e, se quisermos, da segurança alimentar. A extensão das

terras deste vale está geograficamente configurada por zonas de residências e

tipologia de produção de seus habitantes.

Do ponto de vista do uso e posse da terra, o acesso à terra para cultivo não tem

constituído um problema no Município, pois existem cerca de 57.354 hectares ainda

não explorados. Quanto à legalização de terras, a maioria das fazendas está em processo de legalização. Das 230 fazendas que estão sob o controlo

da EDA, 70% já estão legalizadas. A grande maioria dos camponeses não tem qualquer título ou documento de concessão de uso. O inquérito revelou

que 48% dos agregados entrevistados não possui qualquer documento de posse da terra por um lado e por outro, cerca de 70% das famílias tem duas

ou mais pessoas vivendo exclusivamente da lavra, o que demonstra a importância da agricultura na economia familiar.

As principais culturas predominantes são: milho, feijão, batata-doce, batata rena e hortícolas diversificadas. A área de cultivo diminuiu de forma

significativa entre 2009 e 2010, comparativamente a 2008 e 2009, sobretudo no caso do feijão da primeira época, cuja área diminuiu em 21%, a do

feijão da segunda época diminuiu em 24% e a de hortícolas - 37%. A irregularidade das chuvas foi a principal causa dessa situação.

Embora se trate duma produção mais voltada para subsistência, sobre tudo no que toca ao cultivo de vários produtos como: a banana, o milho, o

tomate, a cebola, os tubérculos e as hortaliças, uma boa parte destes produtos são comercializados na capital do país.

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Figura 67. Pecuária

Figura 66. Área de cultivo (Cavaco)

As comunas (Zonas) com solos aráveis são: A; D; e F e os principais produtos

agrícolas cultivados são: banana, milho, tomate, cebola, manga, mamão,

tubérculos e hortaliças. No Município de Benguela existem 3 Associações

(Caloneva, Salumbula e a Zona Verde) e 4 Cooperativas (Tuassuka, Kamenhe,

Saluvanda e Eyovoko) controladas pela União Nacional dos Camponeses

Angolanos (UNACA). No quadro do crédito da campanha agrícola foram

beneficiados 239 camponeses e 13 pequenos agricultores individuais.

Pecuária

Não existem indicadores quantitativos oficiais actualizados que ilustrem a situação

da produção pecuária no município porém, esta actividade é realizada pelo sector

privado, por várias famílias que praticam a criação de bovinos, caprinos, suínos,

entre outros. No entanto, dados do inquérito revelam que a média geral de famílias

que possui animais no município é de 3,6%, com predominância para a criação de

galinhas.

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Pescas

Ao nível do Municipio de Benguela, as práticas mais comuns são a pesca à linha e a pesca à rapa (rede de cercar a embarcação). As espécies mais

capturadas são o carapau e a sardinha. Armadores contactados referiram que a pesca é a única actividade geradora de rendimento. Um armador da

pesca banda-banda (rede dupla que é usada para a captura de peixe miúdo) na época alta (Maio a Outubro) consegue um rendimento de cerca de

2.000 USD/mês, enquanto na época baixa (Novembro a Abril) não ultrapassa os 200 USD/mês. Relativamente à pesca ela constitui outra actividade

económica de realce no Município.

No que toca a este sector estão programadas várias acções no âmbito do combate à fome e à pobreza, tais como:

Construção da Lota Municipal (infraestrutura para a venda do pescado em condições higieno-sanitárias);

Aquisição de embarcações motorizadas, bem como, artefactos de pesca para apoio aos pescadores;

Pelas condições que o Município possui no domínio da piscicultura o Ministério das Pescas tem organizado um programa para o cultivo de peixe

na região de Damba Maria;

Reabilitação dos Estaleiros Navais;

Reabilitação da Fábrica de Conservas vulgo “Conserveira Empromar”.

Figura 68. Pesca artesanal Damba Maria

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Figura 69. Mercado Municipal

Figura 70. Mercado Informal

11.3 COMÉRCIO

Comércio Formal

O comércio é o sector mais importante da economia do Município, sendo o ramo do Comércio

Informal aquele que tem maior expressão. Os ramos do comércio que têm crescido de forma

acelerada são o da alimentação, farmácia e material de construção.

A actividade comercial regista um crescimento do Comércio Formal e Informal (este em maior

proporção). O Comércio Formal está centralizado na Sede: dos estabelecimentos existentes,

58% estão na Sede. A débil fiscalização e inspecção dos estabelecimentos comerciais, a

deficiência no controlo das entradas e saídas de mercadorias, a descapitalização dos agentes

económicos e o difícil acesso ao crédito bancário são os principais problemas no ramo do

comércio. No Município de Benguela, o sector procedeu ao licenciamento de pequenas e

médias empresas com destaque para comércio a grosso, a retalho, geral, prestação de

serviços e comércio precário. Nos últimos anos, Benguela foi o Município que maior número

de estabelecimentos comerciais registou, ou seja, mais 3.465 estabelecimentos. Empresas de

prestação de serviço existentes no Município: GB, As Cónicas, Lobinet, Sistec, etc.

Comércio Informal

Desenvolvida principalmente por mulheres, adolescentes e jovens, esta actividade continua

sendo muito importante no seio das famílias, visto que cerca de 59% da população têm-na

como fonte de sustento e 11% como reforço da sua renda. Apesar da existência de inúmeras

agências bancárias os negócios informais todavia são financiados pelos grupos rotativos de

créditos (Kixikila), pelo crédito informal de pessoas singulares com maior capacidade

financeira. Por via disso, os juros variam entre os 90 a 100%, reduzindo consideravelmente os

lucros das pessoas que exercem a actividade.

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11.4 BANCA

O sector ligado à Banca está fortemente implantado no Município de Benguela com representações de diferentes Agências Bancárias Públicas e

Privadas, constituindo assim uma mais vália para o processo de desenvolvimento económico do Município.

O Município conta com as seguintes Dependências Bancárias:

Banco Nacional de Angola (BNA), representação do Banco Central;

Um Balcão do Banco de Comércio e Indústria (BCI) Estatal;

Quatro Balcões do Banco de Fomento Angola (BFA) Privado Angolano;

Dois Balcões do Banco Internacional de Crédito (BIC) Privado Angolano;

Cinco Balcões do Banco de Popança e Crédito (BPC) Estatal;

Dois Balcões do Banco Africano de Investimento (BAI) Privado Angolano;

Um Balcão do Banco Espírito Santo;

Um Balcão do Banco Micro Finanças;

Três Balcões do Banco Sol;

Um Balcão do Banco Totta de Angola.

Estas instituições dedicam-se fundamentalmente à concessão de créditos diversos, pagamento de salários da função públicas, empresas privadas e à

gestão de contas de poupança de seus clientes.

Figura 71. Delegação Provincial das Finanças

Figura 72. Banco de Poupança e Crédito (BPC)

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Figura 73. Hotel Luso

Figura 74. Zona de Lazer (Praia da Caotinha)

11.5 HOTELARIA E TURISMO

O sector da hotelaria, turismo e de serviços caracteriza-se por grande heterogeneidade, englobando actividades muito distintas entre si, no que se

refere a aspectos como porte das unidades produtivas, densidade de capital, nível tecnológico etc. Basta lembrar que a gama dos segmentos que fazem

parte do sector vai desde serviços domésticos até transmissão de dados pela Internet. As últimas décadas foram assinaladas pelo dinamismo do sector

de serviços, que apresentou nalgumas unidades hoteleiras – entre as quais as mais desenvolvidas – taxas de crescimento superiores às do conjunto da

economia. Em consequência, o sector é actualmente o de maior importância quantitativa comparativamente aos demais.

Os serviços de hotelaria e similares no Município ainda clamam por uma melhoria qualitativa numa altura em que o Município conta já com 611

(seiscentos e onze) Unidades Hoteleiras em pleno funcionamento. Além dessas, encontram-se em construção mais 5, das quais 3 hotéis e 2 pensões. O

trabalho de inspecção efectuado a toda a rede hoteleira mostra que se encontram em bom estado de conservação 164 unidades, 282 estão catalogados

como regulares ao passo que 165 estão em mau estado de uso. Nenhuma Unidade se encontra encerrada.

Existem no Município agências de viagens e os principais recintos atractivos turísticos são a Praia Morena, Baía Santo António, Cahota, Cahotinha e o

Museu de Arqueologia. Contudo, existe ainda uma grande necessidade de divulgação das potencialidades turísticas do Município. No domínio da

recreação, Benguela possui 3 discotecas, 32 restaurantes, 16 cervejarias, 65 snack-bares, 7 bares, 87 lanchonetes, 7 centros recreativos, 67 roullots e

12 botequins.

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A rede hoteleira do Município todavia é insuficiente para responder à procura que vem crescendo nos últimos anos por parte de turistas e homens de

negócios que visitam a província em geral e o Município em particular.

Unidades Hoteleiras/ Similares

Nº de Unidades Funcionais

Capacidade de Alojamento

Qualificações

Funcionais Quartos Camas Bom Regular Mau Encerrado

Hotéis 6 493 519 6 * * *

Aparthotel 2 178 201 2 * * *

Pensões 47 876 901 28 15 4 *

Hospedarias 45 322 349 22 13 8 *

Pousadas 2 61 86 2 * * *

Restaurante/Similares 723 * * 275 261 153 *

Total 825 1930 2056 335 289 165 *

Tabela 9. Quadro das unidades hoteleiras e similares existentes no Município

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Figura 75. Locais de interesse cultural e turismo do Município de Benguela

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11.6 INDÚSTRIA

A actividade industrial tornou-se inexpressiva para o Município, pois o parque industrial que existia quase não tem expressão. A indústria no Município

está a ser projectada mas, de momento está traduzida em pequenas moageiras, padarias e carpintarias. Também no que diz respeito ao domínio da

papelaria e gráficas, a indústria traduz-se em números reduzidos dessas unidades.

Actualmente, o sector da indústria representa somente cerca de 8% do total das empresas do sector económico existentes no Município. As principais

indústrias de pequena e média dimensão existentes são por ordem de importância as panificadoras, moagens, carpintarias e de bebidas (sumo e água).

Importa registar que recentemente fechou no Município uma moagem de média dimensão devido a falhas de gestão e insuficiência de matéria-prima

local. Existe uma variedade de indústrias artesanais que têm contribuído para a subsistência de muitas famílias e que, na sua maioria, estão ligadas ao

ramo de alimentação (padarias e similares, transformação de milho, etc), artesanato e confecção de roupa.

Quanto a esta matéria, o estudo conseguiu apenas contactar e obter informações de pessoas que trabalham na actividade de curtição de couro e na

produção de artigos de pele / cabedal. Na sua maioria são artesões que trabalham de forma individual, não fazendo parte de nenhuma estrutura

organizativa, muito menos beneficiam de qualquer apoio para desenvolver a actividade.

Figura 76. Monstro Adormecido (Antiga Fábrica da Dusol)

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PERFIL MUNICIPAL DINÂMICO DE BENGUELA

79

11.7 PRINCIPAIS DIFICULDADES E PERSPECTIVAS

Agricultura

As dificuldades encontradas são:

A escassez de terra para cultivar, à medida que o Vale do Cavaco vai sendo habitado;

Elevado preço de insumos agrícolas;

Dificuldade dos camponeses para a aquisição de sementes, adubos e instrumentos de trabalho e insuficiência de gado de tração;

Baixa produção devido às irregularidades das chuvas e ao empobrecimento dos solos;

Inexistência de uma instituição credível capaz de apoiar o processo de comercialização dos produtos;

Acentuadas assimetrias entre pequenos, médios e grandes produtores;

A falta de equipamentos aplicáveis ao sistema de irrigação, que limita os agricultores e camponeses a alcançar maiores áreas de cultivo;

Desorganização da produção e baixa produtividade na agricultura;

Baixa organização e dinamismo das associações de camponeses.

A Administração Municipal junto da Direcção Provincial da Agricultura perspectivam o enquadramento e repotencialização do Vale do Cavaco, obras de

apoio à produção agrícola específica da área somente licenciando aquelas que estejam devidamente estruturadas para o desenvolvimento do sector.

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PERFIL MUNICIPAL DINÂMICO DE BENGUELA

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Figura 77. Fazenda agrícola (Cavaco)

Figura 78. Venda de Peixe nas Tombas

Pecuária

Os principais problemas no ramo da pecuária

prendem-se com a carência de gado para

reprodução; dificuldades de adaptação do

efetivo pecuário adquirido noutras regiões;

falta de técnicos veterinários locais;

insuficiência de vacinas contra a raiva,

mangas de vacinação e tanques banheiros

destruídos ou inexistentes; e pouca

aderência por parte dos criadores à

vacinação do gado.

Pescas

O mercado de Benguela além de ser

inacessível para os pequenos armadores

devido ao elevado preço de meios para esse

fim, é também incapaz de satisfazer a

avalanche da procura que a mesma impõe.

Pela primeira razão, alguns armadores (nas

localidades do Kaseque Macau) têm

resolvido abandonar as suas embarcações

procurando trabalhar por conta de outrem.

Há dificuldade de aquisição de artefactos

(anzois, chumbo, cabos chumbados e redes

profissionais) para a actividade piscatória.

A ausência de estudos sobre a cadeia de

valor tem resultado na dificuldade de um

melhor conhecimento e compreensão do

funcionamento do sistema e fluxos por que

passa o processo de podução do pescado no

Município. Para modernizar e aumentar a

produção e captura do pescado estão

programadas varias acções no âmbito do

combate à fome e à pobreza tais como:

Construção da Lota Municipal

(infraestrutura para a venda do

pescado em condições

higienosanitárias);

Aquisição de embarcações

motorizadas bem como artefactos de

pesca para apoio aos pescadores;

Pelas condições que o Município

possui no domínio da piscicultura o

Ministério das Pescas tem gizado um

programa para o cultivo de peixe na

região da Damba Maria;

Reabilitação dos Estaleiros Navais;

Reabilitação da Fábrica de

Conservas vulgo Conserveira

"Empromar Kapiandalo".

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Comércio

A concorrência desigual entre pequenos comerciantes nacionais e estrangeiros gere conflitos na medida em que estes são licenciados como grossistas

quando na verdade praticam comércio a retalho. A descapitalização cada vez mais acentuada entre pequenos comerciantes locais que,

inexplicavelmente, não têm acesso ao crédito o que favorece os estrangeiros que, protegidos e providos de fundos têm base financeira para dar início a

qualquer negócio de sua conveniência. A acção pouco pedagógica da polícia económica gera dificuldades de toda a ordem junto do pequeno comércio,

causando por via disso desmotivação e desistência no ramo. A concorrência desleal do comércio informal que, não pagando impostos, vende porta-a-

porta a ponto de se ter arraigado e fazer morada no “modus vivendi” do consumidor. Este fenómeno além de ser prejudicial, gera conflitos e o mesmo

sucede entre vendedores de bancada fixa e ambulantes cujos desagravos chegam às vezes a contornos insuportáveis.

Indústria

Existe um potencial para instalação de pequenas e médias indústrias no Municipio, mas, ainda subsistem os entraves de sempre: estudos onerosos de

viabilidade e difícil acesso ao crédito bancário.

Os principais constrangimentos para o relançamento da actividade industrial no Município prendem-se com a falta de matéria-prima, insuficiência de

energia e de água corrente. Por outro lado, há uma grande carência de quadros especializados, indispensáveis ao relançamento do processo da

industrialização. A nova pauta aduaneiras que desmotiva os investidores a importar artigos e produtos de extrema necessidade, a inexistência de um

centro de investigação científica que estude as várias possibilidades de produção local.

Expira-se a reabilitação do actual parque industrial degradado do Município, modernizando-o, com vista a conferir a capacidade de produzir produtos de

alta qualidade tecnológica, fortalecer os laços de parceria entre esses segmentos e os fornecedores da região, estimular acções especificamente

destinadas a recompor o parque industrial diversificado, invertendo, a tendência de fuga do Município das actividades terciárias, característica dos

últimos anos.

O apoio à criação de incubadoras de empresas de base tecnológica, com vista ao fortalecimento das pequenas e médias indústrias é também uma

intenção da Administração Municipal, assim como estimular a criação de cooperativas industriais e o fortalecimento da relação capital-trabalho,

procurando-se acordos capazes de compatibilizar a evolução de níveis salariais e de emprego com o aumento da produtividade.

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Figura 79. Ponte do Rio Cavaco

12. ACESSOS, TRANSPORTES E COMUNICAÇÕES

12.1 VIAS DE COMUNICAÇÃO

A principal via de ligação à Sede do Município está asfaltada e em bom estado. As vias secundárias e terciárias são, na sua maioria, terraplanadas e

encontram-se em mau estado de conservação. Porém, o estado das que fazem ligação com as povoações é bastante crítico e clamam pela reabilitação

e/ou estruturação. Quanto às pontes, cerca de 85% delas está em bom estado.

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Figura 80. Transporte (Rotunda da Caponte)

12.2 TRANSPORTES

No que concerne aos transportes, o Município conta com autocarros e táxis privados, que efectuam rotas

regulares como Benguela - Lobito, Benguela - Baía-Farta, Benguela - Dombe Grande e Benguela –

Catengue. De um modo geral, a situação dos transportes e comunicações estão a um nível aceitável. O

transporte de passageiros é garantido por empresas privadas, pelos taxistas e moto-taxi, vulgo Kupapatas

que têm dado contribuição inquestionavel na falta de transporte inter - bairros.

O custo médio de transportação de passageiro de Benguela para os Municípios mais próximos como o

Lobito e Baia Farta ronda os 100.00 Kwanzas e internamente os 80 Kwanzas. De salientar que o Município

possui também empresas de rent-a-car ou aluguer de viaturas com serviços diversificados, cujo preçário

diário varia entre os 7.500 e 20.500 Kwanzas, dependendo da tipologia de serviço solicitado.

O Município é detentor da grande empresa ferroviária, o C.F.B. – Caminho-de-ferro de Benguela – um dos

principais impulsionadores do desenvolvimento da Província e de dois países vizinhos, designadamente a

República do Democrática do Congo e da Zâmbia.

O sector dos transportes conta com muitas dificuldades pelo facto de não existirem transportes públicos (comboios, autocarros e outros), mas apenas

iniciativas privadas.

Cupapatas e caleluias, meios muito utilizados para deslocações, e outros meios inadequados para a transportação de pessoas e bens causam

acidentes mortais com toda a responsabilidade e prejuízo que acarretam para o Estado.

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Figura 81. Rede viária do Município de Benguela

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12.3 PRINCIPAIS DIFICULDADES E PERSPECTIVAS

Como maiores dificuldades, apontam-se as estradas secundárias e terciárias esburacadas, verificando-se a degradação das vias de acesso e a falta de

uma rede de transportes públicos abrangente com capacidade de satisfazer a maioria dos munícipes (sobretudo com percursos inter-bairros).

Como expectativas, ou perspectivas do sector indicam-se:

Integração no Município de Benguela, Lobito e Baía Farta de sistemas modernos de transportação com capacidade aceitável, (são exemplos o

comboio e autocarros de grande a média capacidade e corredores exclusivos para esses meios de forma a facilitar trânsito do Município);

Política específica para organizar e regular o transporte de carga na malha viária do município;

Gestão municipal do trânsito, com criação de mecanismos capazes de compatibilizar o plano viário municipal com o plano provincial, visando

eliminar possíveis focos de congestionamento e pontos de estrangulamento no fluxo de veículos;

Integração tarifária.

Figura 82. O Vulgo Caleluia, transportando pessoas e bens

Figura 83. Táxis e Cupapatas minimizando carência de transporte

urbano e suburbano

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13. CULTURA, DESPORTO E LAZER

13.1 CULTURA, DESPORTO E LAZER

Ao abrigo do Decreto-Lei nº 17/99, de 29 de Outubro e dentro da estratégia da então delegação Provincial, foi criado em 2001 a Secção Municipal da

Cultura que funciona dentro da Secção Municipal da Educação.

O Município de Benguela tem como Património Histórico e Cultural:

Igreja da Nossa Senhora do Pópulo;

O Museu Nacional de Arqueologia;

O Palácio dos Governadores;

O Cemitério do Morro do Calundo;

A 1ª Estação de captação e tratamento de água;

O Hospital D. Carlos I, actualmente Hospital Central de Benguela.

Pela sua localização o Município de Benguela é formado pelos vários povos, onde podemos destacar alguns tais como: os Ovimbundo; os Vahanha; os

Va-ganda; os Va-Tchisange; os Nhaneka-Humbi; os Quilengues-Humbi; os Quilengues-Muso.

Os meios de Comunicação Social devem ser incentivados a par com os grupos e subgrupos étnicos para criarem espaços de antena para melhorar a

divulgação e proteger os valores da língua.

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Figura 84. Áreas Turísticas e de Lazer

Figura 85. Estádio Nacional de Ombaka

Danças praticadas no Município: Tchiayanda; Tchipuete; Ndjando;Tchilumbonde;

Mbulunganga e Ekuenje Celebração da iniciação feminina: Kaviúla e Efico.

Artes Cénicas distribuídas por grupos Teatrais: Twayovoka, Colectivo de Artes O´mbaka,

Bismas das Acácias e outros grupos. As crenças religiosas mais predominantes na região

são: o catolicismo; o adventismo e o protestantismo.

Relativamente ao desporto, estão registadas no Município 21 equipas masculinas de

futebol onze, uma equipa da velha guarda; 5 equipas de futebol feminino; 4 equipas de

basquetebol masculino e um núcleo de xadrez. Tem havido competições inter-bairros na

modalidade de futebol onze sobretudo concernente à Taça do Presidente e o Gira Bairro.

Existem alguns estádios como: Estádio Nacional de Ombaka com lotação de 35.000

lugares; Pavilhão Acácias Rubras e outros.

Zonas de lazer de interesse misto e de propriedade pública

Praia da Caóta – Zona

Praia da Caotinha

Praia Morena – Zona

Baía do Santo António

O Morro do Sombreiro (Farol).

O Largo da Peça.

Jardins do Ténis

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Figura 86. Infraestruturas desportivas do Município de Benguela

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Figura 87. Jardim Heróis de Moncada (área de lazer)

13.2 PRINCIPAIS DIFICULDADES E PERSPECTIVAS

O Município de Benguela deve dispor de uma rede de distribuição de bens e serviços capaz de dar conta das exigências de costume da sua população

em qualquer nível, a ponto de, no limite, dispensar a necessidade de compras em locais externos à região.

O cenário contempla:

Dinamização do comércio de rua na área central da cidade, em paralelo com

uma política de mapeamento por zona;

Estímulo ao turismo municipal, em geral, inclusive com a recuperação de áreas

ambientalmente degradadas, com suporte a infraestruturas compatíveis (hotéis,

restaurantes, praças desportivas, centros de condicionamento físico, centros

culturais etc.);

Essa política deve destacar tanto o turismo empresarial, quanto o da exploração

predatória do património ecológico e histórico disponível no Município, bem como

o desenvolvimento do turismo cultural e desportivo;

Criação de núcleos de apoio ao desenvolvimento da produção (marketing,

design, informática, métodos de gestão, etc.) e de pesquisa para o sector

terciário local. Esses núcleos poderiam estar vinculados à estrutura Universitária

local – pública e privada – e às entidades representativas dos sectores

económicos;

Desenvolvimento dos serviços de lazer e entretenimento, associados às

actividades culturais e desportivas regulares.

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As dificuldades a nível do desporto no Município prendem-se com o pouco apoio para dinamizar a actividade e com o mau estado das infraestruturas

desportivas.

Os principais problemas que os jovens têm enfrentado no município são:

A maioria sai dos bairros para fazer negócios fora do Município, com principal destaque para Luanda, tudo por falta de oportunidades de

emprego no seu Município;

Têm muitas dificuldades em conseguir emprego nas empresas nem sempre por falta de habilitações, sendo que as empresas alegam a falta de

experiência;

Muitos dos jovens não dão continuidade aos estudos após a conclusão do ensino médio;

Índice de analfabetismo ainda elevado entre os jovens, embora não se tenha conseguido dados oficiais sobre este assunto;

Falta de uma orientação estruturada no domínio da formação profissional no Município.

Figura 88. Área de lazer (Damba Maria)

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14. ORDEM PÚBLICA, SEGURANÇA E JUSTIÇA

14.1 SEGURANÇA E ORDEM PÚBLICA

A Tranquilidade e Ordem Pública são mantidas pelas Estruturas afectas ao Ministério do Interior, nomeadamente: 6 (seis) Esquadras da Polícia

Nacional, nomeadamente: um Comando Municipal, a 1ª; 2ª, 3ª, 4ª e 5ª esquadra.

De salientar que, ainda, a cidade como Sede da Província alberga estruturas de âmbito Provincial da Polícia Nacional, tal como se descreve:

Comando Provincial da Polícia Nacional;

Comando Municipal da Polícia Nacional;

Serviços de Viação e Trânsito;

Serviços de Bombeiros;

Departamento Provincial da Polícia de Investigação Criminal no qual funciona uma Procuradoria;

Procuradoria-Geral da República;

Tribunal da 1ª e 2ª Vara da Comarca de Benguela;

Delegação Provincial do Ministério do Interior.

Junto do Comando da Polícia de Investigação Criminal funcionam as áreas especializadas de:

Combate e Entorpecentes;

Defesa da Mulher;

Combate à delinquência;

Combate aos homicídios.

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Sessenta e cinco por cento (65%) dos grupos focais entrevistados dizem existir distúrbios na calada da noite e na época de aulas nocturnas, onde

marginais atiram pedras para dentro das salas de aulas, pondo em causa a integridade física de professores e alunos.

A Protecção Civil no Município está vinculada à Polícia de Ordem Pública que é o Órgão coordenador, mantendo uma estreita ligação com a

Administração Municipal. As suas acções desenrolam-se em quatro fases circunstanciais denominadas:

Preventiva;

De Socorro;

Assistencial;

Recuperativa.

A fase Preventiva, é operada em situação de normalidade e as demais, sempre em situações de anormalidade.

Figura 89. Delegação Provincial da Justiça

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14.2 JUSTIÇA

No Município há 2 Tribunais, a Procuradoria-Geral da República, uma Penitenciária Civil e outra Militar e uma Procuradoria Militar. Estas estruturas têm

a sua sede no Município, mas são de âmbito Provincial ou mesmo Nacional.

No âmbito da justiça, são prestados os serviços de registo de nascimento, emissão de bilhetes de identidade e de registo civil na sede do Município. Já

nas comunas, as acções do sector são muito limitadas.

A situação de segurança Pública no Município de Benguela é caracterizada de estável e controlada, com uma média de 4,5 crimes/ dia durante o II

Trimestre / 2014.

Os principais crimes que ocorrem no Município de Benguela são: ofensas corporais voluntárias e furtos, cujas médias rondam de 0,8 a 1,03 crimes/dia.

Para resolução de crimes comuns, de delitos praticados por menores e domésticos o Tribunal Municipal tem desempenhado um papel muito importante

para regular o comportamento dos munícipes.

Figura 90. Conservação do Registo Civil da Comarca

Figura 91. Tribunal Provincial (Sala dos Crimes Comuns)

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14.3 PRINCIPAIS DIFICULDADES E PERSPECTIVAS

Segurança e Ordem Pública

Do ponto de vista de Defesa e Segurança Pública, os principais problemas prendem-se com:

A insuficiente cobertura policial em povoações muito populosas;

A falta de instalações condignas para o funcionamento da polícia a vários níveis;

O índice de criminalidade em Benguela mantém-se alarmante, não obstante a relativa estabilidade;

A situação é bastante vulnerável, a julgar as condições presentes de economia que tendem a gerar um maior índice de delitos em função do

desemprego, a par da insuficiência dos efectivos da Polícia Nacional;

Insuficiência de meios rolantes afectos aos Serviços Policiais e comunicação para garantir maior protecção à população, sobretudo nas áreas

suburbanas onde o número de delitos é maior;

Ausência de medidas conducentes a agilizar o Serviço de Protecção Civil;

Elevado número de casos de delinquência.

É intenção do Governo:

Instalar serviços especializados, quanto modernizados com meios e renovação dos imóveis. Instalação de Fax e Telex nos distintos Sectores;

Promover a organização dos trabalhos de prevenção e participação da comunidade em épocas de normalidade, ocasião em que se organiza e

se planifica a auto-defesa de problemas oriundos de eventos desastrosos;

Accionar a centralização de acções de emergência;

Impulsionar a montagem e a implementação de uma equipa de agentes da defesa civil composta no mínimo por seis pessoas treinadas no

corpo de Bombeiros, Polícia Militar e Civil, para actuarem em situação de enchentes, deslizamentos e outras situações de catástrofe.

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15. PROTECÇÃO SOCIAL

15.1 SEGURANÇA E ASSISTÊNCIA SOCIAL

Na área da assistência social tem havido um acompanhamento aos grupos vulneráveis: crianças órfãs e de rua, no sentido de as reintegrar no seio

familiar; crianças em idade pré-escolar (2 a 5 anos) a fim de inseri-las nos CIC E CEC; idosos, portadores de deficiência física e mulheres viúvas.

Quanto à situação da mulher, existe uma representação da família e promoção da mulher cujas actividades de destaque são o aconselhamento familiar,

o trabalho com as parteiras tradicionais e o apoio em micro-crédito.

No que se refere à protecção da criança, o Município conta com uma representação do INAC e com uma rede de protecção à criança, que tem

desenvolvido acções de divulgação e acompanhamento dos 11 compromissos de protecção à criança.

Contudo, constata-se que alguns dos mais elementares direitos da criança ainda não são cumpridos na sua totalidade, a saber: o elevado número de

crianças em idade escolar estão fora do sistema de ensino; com idade compreendida entre 0 e 14 anos sem qualquer tipo de identificação; a elevada

taxa de mortalidade (na idade dos 0-4 anos) e, ainda a persistente problemática de crianças/adolescentes a serem utilizadas como mão-de-obra barata

por pessoas e empresas diversas.

Figura 92. Direcção Provincial de Assistência e Reinserção Social

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15.2 PRINCIPAIS DIFICULDADES E PERSPECTIVAS

A representação do MINARS no Município tem enfrentado alguns

problemas, como a falta de CIC-CEC nas ZONAS; a falta de um centro

municipal de referência para as pessoas da terceira idade e portadoras

de deficiência; a falta de transporte para o trabalho de campo nas zonas

e insuficiência de força de trabalho.

As mulheres de Benguela ainda passam por várias dificuldades,

nomeadamente; pouco apoio na actividade agrícola e na

comercialização dos produtos; são vítimas de violência doméstica;

percorrem longas distâncias para aceder aos serviços de saúde, para ir

buscar lenha e água; constituem o grupo que regista maior número de

infecções por VIH/SIDA.

Contudo, um bom número de mulheres fazem parte das organizações

de massas e partidárias, algumas participam nas associações de

camponeses, na sociedade de senhoras das igrejas e outras participam,

ainda, na vida socioeconómica e governativa no Municipio, Comuna e

bairros ou aldeias onde estão jurisdicionamente firmadas.

Os principais problemas do sector prendem-se com a insuficiência de

força de trabalho; a falta de transporte e a insuficiência de suporte

técnico e metodológico para o desenvolvimento das actividades.

A sociedade é preconceituosa com idosos, mulheres e pessoas

portadoras de deficiência.

Dadas as condições de renda, em média bastante precárias no

Município, e as vicissitudes económicas gerais pelas quais vem

passando o País no período mais recente, evidencia-se no Município de

Benguela uma forte tendência ao aumento da demanda por assistência

ou promoção social.

Presentemente, são desenvolvidos no Município diversos programas

assistenciais direccionados a segmentos específicos de necessidade.

Esses programas delineiam o que pode ser considerado um conjunto

de acções esporádicas no Município, de certa forma útil para o

desenvolvimento local, minimizando a descriminação existente e

ajudando os mais carenciados.

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Figura 93. Centro de Produção da TPA

Figura 94. Emissora Provincial (Rádio Benguela)

16. COMUNICAÇÃO SOCIAL E MEDIA

16.1 COMUNICAÇÃO SOCIAL E MEDIA

O Município beneficia de 2 sistemas digitais de telefonia móvel pertecentes às operadoras Movicel

e Unitel e um de telefonia fixa, de que é detentora a Angola Telecom, a única empresa pública

estatal do ramo. Os sinais de cobertura abrangem toda extensão do Município. Existe também o

sistema de comunicação através de Radio HF e a comunicação via internet por satélite, garantidas

e utilizadas por empresas privadas, estatais e ONG´s. A Rádio Benguela (do Grupo Rádio Nacional

de Angola) e a Rádio Morena Comercial são as duas estações de rádio existentes, por enquanto,

no Município, e cobrem os factos em FM, ondas curtas e médias. Existem, também, no Município

duas estações de produção da TPA – Televisão Pública de Angola, que retransmite o sinal nacional

dos dois canais públicos (1 e 2) e TVZimbo que transmite no canal 3. A estação da TPA possui um

espaço diário de trinta minutos para notícias locais e um programa quinzenal de carácter nacional

denominado “Ventos e Sopros”. Há a registar no Município a existência da Delegação da Agência

Angola Press – ANGOP, do Jornal de Angola e Chela Press.

16.2 PRINCIPAIS DIFICULDADES E PERSPECTIVAS

Como principais dificuldades citam-se:

Acesso deficiente à telefonia móvel nos bairros;

Transmissão da Rádio e TPA ainda restrita.

Espera-se que no futuro possam ser adquiridos sistemas de telecomunicações eficientes e

vinculados às novas tecnologias, permitindo uma maior distribuição de informação.

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Figura 95. Conselho de Auscultação e Concertação Social

17. VALIDAÇÃO DO PERFIL MUNICIPAL

No dia 4 do mês de Novembro do ano de 2014, com início pelas 09:00 horas, na Sala de Conferências da Mediateca de Benguela, teve lugar a 3.ª

Sessão Ordinária do Conselho de Auscultação e Concertação Social de Benguela, sob presidência do Dr. Leopoldo Francisco Jeremias Muhongo,

Administrador Municipal, ladeado pelos Senhores Carlos Guardado, Herculano Inácio e a Reverendíssima Pastora Ilda Valério, Directores do FAS, das

Obras Públicas, Urbanismo e Ambiente e Presidente do Fórum Benguelense de Desenvolvimento, respectivamente, integrando os Directores de

Repartições Municipais, Administradores de Zona, com mais membros convidados, num total de 81 (oitenta e uma) presenças, onde se procedeu à

validação do Perfil Municipal, o qual foi aprovado unanimemente.

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18. ANEXOS

Anexo 1 - Temperatura máxima, mínima e precipitação no Município de Benguela

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Anexo 2 - Temperatura máxima, mínima e precipitação no Município de Benguela

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Anexo 3 - Classificação Climática do Município de Benguela segundo a classificação de Thornthwaite

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Anexo 4 - Classificação Climática do Município de Benguela segundo a classificação de Koppen

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Anexo 5 - Classificação dos Solos de Município de Benguela segundo a classificação da FAO

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Anexo 6 - Delimitação das Zonas Agrícolas do Município de Benguela

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Anexo 7 – Planta de Localização

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DOCUMENTOS CONSULTADOS

Perfil Municipal, 2012;

PMDS 213-2017;

Relatórios diversos da Administração e outros Sectores;

Documentos Normativos da Administração Municipal.