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INFORMAES AGRONMICAS N 145 MARO/2014 21

PAINEL AGRONMICO

EMBRAPA DESENVOLVE PLANTAS DE ALFACE COM MAIOR TEOR DE CIDO FLICO

A anencefalia tem sido foco de discusses no Brasil que envolvem mdicos, cientistas, juristas, religiosos e a sociedade em geral. Polmicas parte, a m notcia que a incidncia de fetos anencfalos vem aumentando nas ltimas dcadas e hoje de um em cada 700 no Brasil, o que um ndice relativamente alto. O Brasil o quarto pas do mundo com maior prevalncia de nascimentos de bebs com anencefalia, segundo a OMS (Organizao Mundial da Sade). Por outro lado, a boa notcia que a Embrapa Recursos Genticos e Biotecnologia est desenvolvendo uma pesquisa para aumentar o teor de cido flico, ou vitamina B9, nas plantas de alface.

A pesquisa, coordenada pelo pesquisador Francisco Arago, comeou em 2006 com o objetivo de desenvolver plantas de alface geneticamente modificadas com maior teor de cido flico. Segundo ele, a alface j produz essa vitamina, mas em pequenas quanti-dades. O que ele e sua equipe fizeram foi aumentar a produo das molculas que do origem ao cido flico atravs da introduo de genes de Arabidopsis thaliana, que uma planta-modelo, muito utilizada na biotecnologia vegetal. Mas, mesmo antes dos cruzamentos, os resultados da pesquisa so muito satisfatrios, como explica Arago. A dose diria de cido flico recomendada para um adulto a partir de 15 anos de 0,4 mg (= 400 g), o que significa que a ingesto de apenas duas folinhas das alfaces GM desenvolvidas pela Embrapa representa 70% da vitamina que precisamos diariamente. uma perspectiva muito promissora, especialmente se levarmos em considerao que os programas de biofortificao de alimentos, geralmente, consideram 30% uma quantidade suficiente. Conseguimos mais do que o dobro, comemora o pesquisador. (Grupo Cultivar)

SOJA TRANSGNICA x SOJA NATURAL

Ao comparar a variedade de soja transgnica mais cultivada no Brasil (MSOY 7575 RR) com um equivalente natural (MSOY 7501), pesquisadores do Instituto de Qumica da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp) observaram que as sementes geneticamente modificadas apresentam teores mais elevados e mais biodisponveis dos micronutrientes cobre e ferro.

As anlises tam-bm indicaram diferen-a na concentrao de protenas e nos nveis de enzimas antioxi-dantes, como catalase, superxido dismutase, ascorbato peroxidase e glutationa redutase. Os dados sugerem que a transgenia induz na planta um estado de estresse oxidativo. Ela ento passa a produzir mais enzimas antioxidantes na tentativa de encontrar um novo equilbrio e isso parece acelerar todo o seu metabolismo contou Marco Aurelio Zezzi Arruda, professor do Instituto de Qumica da Unicamp, coordenador do estudo apoiado pela FAPESP e pesqui-sador do projeto temtico "Estresse oxidativo induzido por metais: novas abordagens", coordenado por Ricardo Antunes de Azevedo, da Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz (ESALQ), USP.

Zezzi ressalta que os impactos dessas alteraes para o ambiente e para a sade de quem se alimenta da soja transgnica no foram objeto da pesquisa e ainda precisam ser mais bem estudados. Mas, no que se refere ao desenvolvimento da planta, o estresse oxidativo e a cascata de efeitos bioqumicos que ele desencadeia parecem ser benficos. A soja transgnica tem uma taxa de sucesso mais alta na germinao, desenvolve maior teor de matria org-nica e cresce mais rapidamente. A planta responde de forma mais exacerbada a qualquer estmulo externo que dado, como elevao na temperatura ou na quantidade de gua. Se h alguma resposta negativa tambm aumentada, ainda no sabemos afirmou Zezzi.

O metabolismo acelerado tambm faz com que a planta capte maior quantidade de nutrientes do solo. As anlises nutricionais indicaram que as sementes transgnicas tinham 39% mais cobalto, 40% mais cobre e 20% mais ferro do que as sementes naturais. A variedade natural ganhou apenas no nvel de estrncio, 34% maior que o da transgnica.

Simulamos em laboratrio, com auxlio de reagentes qumicos, um processo de digesto gstrica e outro de digesto intestinal e verificamos que esses micronutrientes esto mais biodis-ponveis na soja transgnica. Na variedade natural esses metais costumam estar ligados a diferentes compostos, o que torna sua absoro mais difcil explicou Zezzi.

De acordo com o pesquisador, todas as anlises foram feitas com plantas cultivadas nas mesmas condies de solo, temperatura e irrigao. (Agncia Fapesp)

A soja transgnica tem uma taxa de sucesso mais alta na germinao.

CAF DEFEITUOSO PODE VIRAR BIODIESEL

Depois de trs anos de testes, pesquisadores da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) comprovaram a viabilidade de se converter leo de caf em biodiesel. O estudo pioneiro dos professores da Escola de Engenharia da UFMG sugere a produo de combustvel a partir de gros de caf defeituosos, considerados imprprios para o consumo. A inteno da pesquisa, no entanto, no estabelecer uma nova fonte energtica. "Queremos dar uma alternativa de uso para os gros defeituosos", afirma o coordenador do Ncleo de Pesquisa e Desenvolvimento em Caf da Universi-dade, Leandro Soares de Oliveira. O leo de caf, segundo ele, poderia ser reaproveitado nas prprias fazendas e cooperativas produtoras, como combustvel para equipamentos, tratores e caminhes. Alm de econmica, a nova alternativa reduziria o impacto ambiental no meio rural. A tecnologia para a produo do biodiesel a partir de gros imprprios para o consumo j est em fase de aperfeioamento.

Os gros defeituosos representam, em mdia, 20% da produo nacional de caf. Uma outra vantagem do projeto apon-tada por ele que, ao estabelecer uma nova finalidade para essas sementes, os produtores tero a possibilidade de regular a oferta de caf em perodos de supersafra. (Revista Cafeicultura)