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48 S Ã O L U Í S : U M A L E I T U R A D A C I D A D E 4.2 Esgotamento Sanitário A Companhia de Água e Esgoto do Maranhão – CAEMA é a responsável pelo sistema de esgotamento sanitário em São Luís. Em 1995, foram atendidos 83.436 edificações, sendo que destas, 94% eram de categoria domiciliar, os outros 6% eram de categoria comercial, industrial e correspondentes aos poderes públicos (Mapa “Formas de Esgotamento Sanitário em Domicilios Particulares Permanentes”). De acordo com o Censo Demográfico do IBGE (2000), dos 171.612 domicílios particulares permanentes com banheiro ou sanitário do município de São Luís, apenas 49.65% contam com esgotamento sanitário por rede geral ou pluvial. Dos domicílios pesquisados, 13.31% são servidos por fossa séptica, 28.03% são servidos por fossa rudimentar, 5.67% apresentam vala como forma de esgotamento, 2.29% são servidos por rio, lago ou mar e 1.02% tem outro escoadouro como forma de esgotamento sanitário (Tabela 4.8). Tabela 4.8. Formas de Esgotamento Sanitário em São Luís. FONTE: IBGE, Censo Demográfico 2000. A maioria desses domicílios, com sistema de esgotamento sanitário por rede geral ou pluvial, estão localizados na área central de São Luís e nos conjuntos habitacionais mais recentes. Na orla marítima apenas o loteamento do Calhau é atendido. Os bairros que apresentaram os piores índices de esgotamento sanitário foram Cidade Olímpica, Santa Clara, Coroadinho, Jaracaty, Vila Itamar, Jardim São Cristóvão II, Tirirical, Conjunto São Raimundo, Pindorama, parte da Cohama e Olho D’água, os bairros localizados às margens do Rio Anil e a área do Itaqui Bacanga. Esses bairros apresentaram um alto índice de domicílios com esgotamento sanitário do tipo fossa rudimentar, jogado em rio, lago ou mar e esgotamento do tipo vala. Ponta D’areia, parte do Calhau, Olho D’água, Turu, Bequimão, Forquilha, São Cristóvão e Anil, apresentaram fossa séptica como forma de esgotamento sanitário predominante (Fig. 4.9). De acordo com o Gerenciamento Costeiro do Maranhão (GERCO, 1998), no período de 1990 a 1995, os investimentos em infra-estrutura de esgotos no município de São Luís não foram suficientes para suprir a demanda, uma vez que houve um crescimento de apenas 3.87% de usuários atendidos. Deste percentual, 1.97% foram de ligações de esgotamento para a categoria domiciliar, enquanto que a na categoria comercial, houve um crescimento de 2.854 para 4.325 ligações, totalizando uma expansão de mais de 50% do sistema no mesmo período. Assim, o município de São Luís, contava em 1995 com 691Km de rede coletora, cuja capacidade de esgotamento correspondia a 21,2 milhões de m³ anuais, registrando um modesto aumento de 7,24% no período de 1990 a 1995 (Tabela 4.9). Figura 4.9 - Formas de Esgotamento Sanitário em São Luís. FONTE: IBGE, Censo Demográfico 2000. 49.65% 13.31% 28.03% 5.67% 2.29% 1.02% Rede Geral Fossa Séptica Fossa Rudimentar Vala Rio, lago ou mar Outro escoadouro Tabela 4.9. Capacidade de atendimento do Sistema de esgotamento sanitário em São Luís. 1900-2005. FONTES: GERCO - Gerenciamento Costeiro do Maranhão, 1998; CAEMA - Companhia de Água e Esgoto do Maranhão, 2005. Domicílios particulares permanentes Tinham banheiro ou sanitário Tipo de esgotamento sanitário Total Total Rede geral de esgoto ou pluvial Fossa Séptica Fossa Rudimentar Vala Rio, lago ou mar Outro escoa- douro Não tinham Banheiro Nem Sanitá- rio Microrregião Aglomeração Urbana de São Luís 246862 207290 92376 33042 64489 10746 4349 2288 39572 Município de São Luís 202231 171612 83518 22524 50282 9675 3880 1733 30619 Sistema de Esgotamento Sanitário anos Discriminação 1990 1995 2005 Extensão da Rede Coletora (m) 497.000 691.000 772.677 Volume Esgotado (1.000 m 3 ) 19.800 21.235 -

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Page 1: Outros Destinos de Esgotamento Sanitário...públicos (Mapa “Formas de Esgotamento Sanitário em Domicilios Particulares Permanentes”). De acordo com o Censo Demográfico do IBGE

48 S Ã O L U Í S : U M A L E I T U R A D A C I D A D E

4.2 Esgotamento Sanitário

A Companhia de Água e Esgoto do Maranhão – CAEMA é a responsável pelo sistema de esgotamento

sanitário em São Luís. Em 1995, foram atendidos 83.436 edificações, sendo que destas, 94% eram de

categoria domiciliar, os outros 6% eram de categoria comercial, industrial e correspondentes aos poderes

públicos (Mapa “Formas de Esgotamento Sanitário em Domicilios Particulares Permanentes”).

De acordo com o Censo Demográfico do IBGE (2000), dos 171.612 domicílios particulares permanentes

com banheiro ou sanitário do município de São Luís, apenas 49.65% contam com esgotamento sanitário por

rede geral ou pluvial. Dos domicílios pesquisados, 13.31% são servidos por fossa séptica, 28.03% são

servidos por fossa rudimentar, 5.67% apresentam vala como forma de esgotamento, 2.29% são servidos por

rio, lago ou mar e 1.02% tem outro escoadouro como forma de esgotamento sanitário (Tabela 4.8).

Tabela 4.8. Formas de Esgotamento Sanitário em São Luís. FONTE: IBGE, Censo Demográfico 2000.

A maioria desses domicílios, com sistema de esgotamento sanitário por rede geral ou pluvial, estão

localizados na área central de São Luís e nos conjuntos habitacionais mais recentes. Na orla marítima apenas

o loteamento do Calhau é atendido. Os bairros que apresentaram os piores índices de esgotamento sanitário

foram Cidade Olímpica, Santa Clara, Coroadinho, Jaracaty, Vila Itamar, Jardim São Cristóvão II, Tirirical,

Conjunto São Raimundo, Pindorama, parte da Cohama e Olho D’água, os bairros localizados às margens do

Rio Anil e a área do Itaqui Bacanga. Esses bairros apresentaram um alto índice de domicílios com esgotamento

sanitário do tipo fossa rudimentar, jogado em rio, lago ou mar e esgotamento do tipo vala. Ponta D’areia,

parte do Calhau, Olho D’água, Turu, Bequimão, Forquilha, São Cristóvão e Anil, apresentaram fossa séptica

como forma de esgotamento sanitário predominante (Fig. 4.9).

De acordo com o Gerenciamento Costeiro do Maranhão (GERCO, 1998), no período de 1990 a 1995, os

investimentos em infra-estrutura de esgotos no município de São Luís não foram suficientes para suprir a

demanda, uma vez que houve um crescimento de apenas 3.87% de usuários atendidos. Deste percentual,

1.97% foram de ligações de esgotamento para a categoria domiciliar, enquanto que a na categoria comercial,

houve um crescimento de 2.854 para 4.325 ligações, totalizando uma expansão de mais de 50% do sistema

no mesmo período. Assim, o município de São Luís, contava em 1995 com 691Km de rede coletora, cuja

capacidade de esgotamento correspondia a 21,2 milhões de m³ anuais, registrando um modesto aumento de

7,24% no período de 1990 a 1995 (Tabela 4.9).

Figura 4.9 - Formas de Esgotamento Sanitário em São Luís. FONTE: IBGE, Censo Demográfico 2000.

Outros Destinos de Esgotamento Sanitário

49.65%

13.31%

28.03%

5.67%

2.29%

1.02%

Rede Geral

Fossa Séptica

Fossa Rudimentar

Vala

Rio, lago ou mar

Outro escoadouro

Tabela 4.9. Capacidade de atendimento do Sistema de esgotamento sanitário em São Luís. 1900-2005. FONTES:

GERCO - Gerenciamento Costeiro do Maranhão, 1998; CAEMA - Companhia de Água e Esgoto do Maranhão, 2005.

Domicílios particulares permanentes

Tinham banheiro ou sanitário

Tipo de esgotamento sanitário

Total

Total

Rede

geral

de

esgoto

ou

pluvial

Fossa

Séptica

Fossa

Rudimentar

Vala

Rio, lago

ou mar

Outro

escoa-

douro

Não

tinham

Banheiro

Nem

Sanitá-

rio

Microrregião

Aglomeração Urbana de São Luís

246862 207290 92376 33042 64489 10746 4349 2288 39572

Município de São Luís

202231 171612 83518 22524 50282 9675 3880 1733 30619Sistema de Esgotamento Sanitário

anos

Discriminação

1990 1995 2005

Extensão da Rede Coletora (m) 497.000 691.000 772.677

Volume Esgotado (1.000 m

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) 19.800 21.235 -

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50 S Ã O L U Í S : U M A L E I T U R A D A C I D A D E

A i lha de São Luís, na atualidade, enfrenta diversos

problemas de drenagem pluvia l . Estes prob lemas es tão

relacionados a fatores como a sua formação física e geográfica,

especialmente em relação a sua grande oscilação de maré; a

ocupação desordenada em terrenos baixos, facilmente alagáveis;

a precariedade no sistema de manutenção, limpeza e pavimentação

das vias em alguns bairros, as modificações do terreno natural,

para a criação dos aterros e a inexistência ou precariedade de

uma rede coletora em alguns trechos da ilha.

O núcleo urbano de São Luís enfrenta os maiores problemas

relacionados à drenagem, devido a sua extensão. Na maior parte da

área urbana, a deficiência do sistema, está associada à sua

precariedade na operacionalização, relacionados a manutenção de

vias e limpeza de bocas de lobo.

Mas os maiores problemas, encontram-se nas bacias

hidrográficas do Anil e Bacanga. Na primeira, a inexistência de um

sistema de drenagem nos assentamentos situados à montante do rio,

aliada à precariedade na pavimentação das vias, provoca problemas

de inundação e erosão, agravados em alguns trechos onde o destino

das águas se faz por condutor a céu aberto (Fig. 4.10).

Os alagamentos ocorridos ao longo dos rios estão relacionados

às obras de aterro hidráulico, entupimento de bocas de lobo e variação

da maré. Na margem esquerda dessa Bacia, a situação é ainda mais

agravante devido ao grande adensamento populacional com

características de ocupação desordenada (Camboa e Liberdade).

A Bacia do Bacanga, também apresenta problemas de erosão,

principalmente no bairro do Anjo da Guarda, relativos à falta de

pavimentação e a inexistência de sistema de drenagem. No entanto,

os problemas mais graves estão relacionados aos movimentos de terra,

verificados nas proximidades do Rio da Bicas, dificultando a drenagem

natural e provocando conseqüentemente erosões.

Esta s i tuação torna-se a inda ma is agravante nos

assentamentos situados em cotas baixas sujeitos à variação da

maré. Na margem direita do rio Bacanga, onde a característica de

assentamento é mais antiga, os problemas encontrados se

relacionam à precariedade na operacionalização do sistema,

relativos à limpeza e manutenção. A inexistência de uma rede

coletora de esgotos nesta área, torna crítica o sistema de drenagem

ocasionando a formação de lagos e bolsões, representando riscos

de contaminação e proliferação de doenças para a população

residente nessas áreas (Mapa “Tipos de Esgotamento Sanitário

em Domicilios Particulares Permanentes”).

Figura 4.10 - Cabeceiras do rio Anil, Vila Palmeira. FONTE: ZEE (2003).

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52 S Ã O L U Í S : U M A L E I T U R A D A C I D A D E

4.3 Coleta de Lixo

O gerenciamento da limpeza pública em São Luís enfrentou duas fases da década de 70 até os dias de

hoje. De 1975 a 2002, a Companhia de Limpeza e Serviços Urbanos – Coliseu era a única responsável pelos

serviços referentes à limpeza pública no município. Após vinte e sete anos de administração, devido à eminente

crise pela qual passava a Coliseu, atestada pela incapacidade instalada para suprir a demanda da geração de

resíduos em São Luís, as condições da cidade encontravam-se precárias. Para sanar essa situação emergencial,

tornou-se necessária a adoção de uma série de medidas cuja finalidade era organizar e implantar um novo

modelo de gestão a fim de reverter à situação evidenciada anteriormente.

Esse novo modelo de gestão adotado pela atual administração de São Luís compreende a terceirização

de parte dos serviços de limpeza urbana permanecendo, porém, sob a gestão pública. As empresas contratadas

(LIMPEL e LIMP FORT) dividem com a Coliseu a operacionalização da atual limpeza urbana do município.

Para planejar e coordenar as atividades operacionais, assim como fiscalizar o novo modelo de gerenciamento

dos resíduos foi criado o Núcleo Gestor de Limpeza Urbana, vinculado à SEMSUR (Secretaria Municipal de

Serviços Urbanos), que em 2003, após reforma administrativa, tornou-se a atual Superintendência de Limpeza

Pública (Mapa “Destino do Lixo em Domicílios Particulares Permanentes”).

Essa melhoria nos serviços de limpeza pública do município de São Luís, proveniente do atual modelo

de gestão de resíduos, resultou no título de cidade com melhor serviço de limpeza pública do país de acordo

com uma pesquisa realizada pelo Instituto Brasmarket e divulgada em setembro de 2003.

Atualmente, esse serviço conta com cerca de 1.800 empregados, sendo 1700 agentes trabalhando nas

ruas além de encarregados, fiscais, motoristas, operadores, auxiliares de fiscal e funcionários administrativos.

Conta também com a utilização de mais de 175 equipamentos incluindo caminhões compactadores, basculantes,

mini basculantes, pipas, pás, tratores, escavadeiras, contêineres de lixo e roçadeiras mecânicas, além de

caminhões e veículos leves de transportes (Fig. 4.11).

No município de São Luís, de acordo com dados do Censo Demográfico do IBGE (2000), em 73,15%

dos domicílios particulares permanentes a coleta de lixo é realizada por serviço de limpeza ou por caçamba

de serviço de limpeza. O lixo não coletado representa 26,85% dos domicílios particulares permanentes. Esse

percentual subdivide-se em 1,24% dos domicílios com lixo enterrado, 10.90% dos domicílios com lixo queimado,

11,25% dos domicílios com lixo jogado em terreno baldio ou logradouro, 2,54% dos domicílios com lixo

jogado em rio, lago ou mar e 0,89% dos domicílios classificados como outros destinos de lixo

(Tabela 4.10 e Fig. 4.12).

Tabela 4.10 – Destino do lixo em São Luís. FONTE: IBGE, Censo Demográfico 2000.

Destino do Lixo

73 .15%

10 .9 0 %

1.2 4 %

11.2 5%

2 .54 %

0 .8 9 %

Lixo coletado

Queimado (na

propriedade)

Enterrado (na

propriedade)

Jogado em terreno baldio

ou logradouro

Jogado em rio, lago ou

mar

Outro Destino

Figura 4.11 – Agente de limpeza da Prefeitura.Figura 4.12 - Destino do lixo em São Luís. Fonte: IBGE, Censo Demográfico 2000.

Domicílios particulares permanentes

Destino do lixo em São Luís

Coletado

Total

Total

Por

serviço

de

limpeza

Em

caçamba

de

serviço

de

limpeza

Queimado

(na

proprie-

dade)

Enterrado

(na

proprie-

dade)

Jogado

em

terreno

baldio ou

logra-

douro

Jogado

em rio,

lago ou

mar

Outro

Destino

Microrregião

Aglomeração Urbana de São Luís

246862 160343 150635 9708 41998 4911 31024 6063 2523

Município de São Luís

202231 147940 139501 8439 22050 2527 22763 5138 1813

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54 S Ã O L U Í S : U M A L E I T U R A D A C I D A D E

Os piores índices de coleta de lixo foram encontrados nos bairros Cidade Olímpica, Santa Clara, Cidade

Operária, Turu, nos bairros localizados às margens do rio Anil e na área do Itaqui-Bacanga. Nesses locais há

predominância de lixo jogado em terreno baldio ou em rio, lago ou mar ou de lixo queimado.

De acordo com dados da Superintendência de Limpeza Pública, são coletados e transportados diariamente

para o Aterro Municipal da Ribeira 1.400 toneladas de resíduos sólidos (Tabela 4.11) e varridos diariamente

cerca de 2.300 km de sarjetas.

Para um melhor gerenciamento dos resíduos sólidos, a cidade foi dividida em quatro grandes

áreas. A área de abrangência dos trabalhos de varrição e de coleta de resíduos na área urbana de São

Luís pode ser observado no Mapa “Lixo Coletado em Domicílios Particulares Permanentes”.

Uma das preocupações da Prefeitura é a questão da educação ambiental e da ação comunitária.

A primeira é realizada junto às escolas (Figs. 4.13 e 4.14), como uma forma de inserir no cotidiano das

crianças, novos cidadãos do município, a importância e o respeito às questões ambientais. Para isso,

têm sido realizadas reuniões com a equipe pedagógica das escolas, oficinas de reciclagens, projeção de

fitas de vídeo sobre o assunto, apresentações de teatro e palestras sócio-educativas.

A ação comunitária é realizada diretamente com a população de São Luís, visitando comunidades,

estabelecimentos comerciais e associações de bairros, realizando reuniões com lideranças de bairros e

instituições de acordo com solicitações da população e da fiscalização de limpeza.

Tabela 4.11 - Quantitativo de resíduos sólidos coletados e transportados por dia em São Luís. FONTE:

Superintendência de Limpeza Pública, 2005.

Quantitativo de resíduos sólidos coletados e transportados por dia

Domiciliares e comerciais 600 toneladas/dia

Provenientes da limpeza de logradouros públicos 160 toneladas/dia

Entulhos depositados em pontos clandestinos 580 toneladas/dia

Serviços de Saúde (não infectante) 10 toneladas/dia

Feiras e mercados 20 toneladas/dia

Figura 4.14 - Educação ambiental realizada nas escolas. FONTE: Superintendência de Limpeza Pública, 2005Figura 4.13 - Educação ambiental realizada nas escolas. FONTE: Superintendência de Limpeza Pública, 2005

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56 S Ã O L U Í S : U M A L E I T U R A D A C I D A D E

5 MOBILIDADE URBANA

1

Os fatores que permitem o estabelecimento da hierarquia viária

na área urbana da cidade (Mapa “Hierarquia Viária”) são a freqüência

de interseções entre as vias, o controle mínimo e máximo de

velocidade, utilização da via por veículos pesados, existência de

estacionamento e presença maior ou menor de pedestres.

A Lei 3.253 de 29 de dezembro de 1992, que dispõe sobre o

Zoneamento, Parcelamento, Uso e Ocupação do Solo Urbano de São

Luís, classificou as vias do município da seguinte forma:

· Via Local – É aquela destinada ao acesso direto aos lotes

lindeiros e à movimentação do trânsito local. Encontra-se em toda a

extensão da cidade, principalmente no interior mais homogêneo das

diferentes zonas urbanísticas da cidade.

· Via Primária – Também denominada como via arterial ou

preferencial, é aquela destinada à circulação de veículos entre áreas

distintas da cidade, com acesso às áreas lindeiras devidamente

controladas. Ex: Av. dos Franceses, Av. dos Portugueses, Av. dos

Holandeses, Av. Jerônimo de Albuquerque, Av. Daniel de La Touche,

Estrada de Ribamar.

· Via Secundária – É aquela que possibilita a circulação de

veículos entre as vias primárias e o acesso às vias coletoras. Ex: Av.

Getúlio Vargas, Av. João Pessoa, Av. Castelo Branco, Av. Kennedy, Av.

Camboa, Av. Mário Andreazza.

Ainda existem as vias coletoras, que têm a função de coletar o

tráfego das vias locais e encaminhá-los às vias primárias (ou arteriais).

No município de São Luís as vias coletoras subdividem-se em:

· Vias Coletoras Principais – Ex: Av. Magalhães de Almeida,

Rua das Cajazeiras, Rua do Passeio, Rua do Egito, Av. Grande Oriente,

Av. Leste/Oeste, Rua dos Bicudos, Rua Pernambuco.

· Vias Coletoras Auxiliares – Ex: Rua do Sol, Rua de Santana,

Rua Manacás, Rua da Paz, Avenida Gomes de Castro.

As vias primárias são as que possuem o maior fluxo de veículos,

tanto particulares quanto coletivos. Elas constituem-se nos principais

eixos de distribuição e mobilidade entre os bairros da cidade. Os bairros

mais periféricos e extremos de São Luís, como Cidade Operária, Santa

Clara, Coroadinho, Vila Embratel, onde há predominância de vias locais

e coletoras, não apresentam tanta integração e mobilidade quanto os

bairros mais centrais do município, que são servidos pelas vias primárias.

Aplicados sobre a planta dos eixos das vias que compõem o sistema viário de São Luís, a metodologia desenvolvida pela Universidade de

Brasília no projeto Dimensões Morfológicas do Processo de Urbanização (2004) produziu um Mapa Axial que identifica, por cores, as áreas mais ou menos

integradas da malha viária, portanto favorecendo ou dificultando a mobilidade na zona urbana da cidade (Figura 5.1 e Mapa “Hierarquia Viária”).

As cores próximas ao azul indicam as regiões menos integradas à cidade, relegando trechos significativos da cidade à segregação, como os

vários bairros que compõe o eixo Itaqui-Bacanga, e Coroadinho, seguidos pela Cidade Operária, Santa Clara e São Raimundo. As cores próximas ao

vermelho indicam, por sua vez, os trechos do sistema viário da cidade mais integrados, favorecendo a mobilidade urbana. Estes trechos são

compostos pelos bairros diretamente ligados aos eixos viários das avenidas Getúlio Vargas, Daniel De La Touche e Jerônimo de Albuquerque.

Menos integrado (segregado)

Mais integrado

Figura 5. 1 – Mapa Axial de Indicadores de Mobilidade de São Luís. FONTE: DIMPU/UnB IN Inventário

Nacional de Bens Imóveis: Sítios Urbanos Tombados/IPHAN (Sistema INBI-SU/Mapeamentos em

SIG: São Luís/MA 2001/2002).

1

Érica Garreto Ramos, Arquiteta e Urbanista

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58 S Ã O L U Í S : U M A L E I T U R A D A C I D A D E

Conforme descrito sobre as características de fluxo, mobilidade

e tipologia das vias, as que possuem índices mais altos de acidentes

de trânsito em São Luís são as vias primárias. Dentre outros fatores,

esses acidentes acontecem pelo fato dessas vias proporcionarem uma

maior velocidade e mobilidade aos condutores. Outro fator indicado

como premissa a eventuais acidentes foi o aumento do número de

veículos particulares na cidade nos últimos anos (Tabelas 5.1 e 5.2).

Com esse aumento, os congestionamentos tornaram-se mais

freqüentes e as vias ficaram mais suscetíveis a situações de choques

e colisões com pedestres e outros veículos.

Em São Luís pode-se observar (Mapa “Pontos Críticos de Acidentes

de Trânsito”) que as vias com maior índice de acidentes, segundo o

Departamento Nacional de Trânsito no Maranhão (Detran/MA), são as

avenidas Daniel de La Touche, Holandeses, Jerônimo de Albuquerque,

Franceses, Africanos, Guajajaras, João Pessoa e Getúlio Vargas.

A avenida Jerônimo de Albuquerque, uma das vias mais

extensas da cidade e com mais alto índice de acidentes de trânsito

dentre as já citadas, possui diversos pontos críticos em seu trajeto.

Por ser uma via de grande mobilidade aos motoristas, que recebe

os ônibus que passam pelos terminais de integração do São

Cristóvão, da Cohab e da Cohama/Vinhais, e possuir uma grande

quantidade de equipamentos urbanos em suas margens, podem

ser observadas diversas áreas de congestionamentos ao longo de

sua extensão nos horários de pico.

Tabela 5.1 – Quantidade de veículos por ano de fabricação.

FONTE: Detran/MA, 2006.

Tabela 5.2 – Quantidade e espécie de veícu los. FONTE:

Detran/MA, 2006.

Ano de Fabricação Quantidade

2005 17.916

2004 14.501

2003 11.908

2002 10.939

2001 10.395

2000 9.132

1999 6.136

1998 6.588

1997 6.317

1996 5.233

1995 4.458

Espécie Quantidade Porcentagem

Passageiro 140.724 82,37

Carga 23.131 13,54

Misto 6.651 3,89

Tração 172 0,10

Especial 164 0,10

Coleção 6 0,00

Corrida 2 0,00

Total: 170.850 100.00

Figura 5.2 - Terminais da Integração.

Figura 5.3 - Tráfego da Avenida dos Holandeses.

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60 S Ã O L U Í S : U M A L E I T U R A D A C I D A D E

5.1 Infra-estrutura Urbana, Equipamentos Sociais e Serviços Urbanos

Conforme o Plano Diretor da Cidade (1992) Infra-Estrutura

Urbana é o conjunto de sistemas e instalações físicas (administrados

pelo poder público ou por ele contratado e supervisionado), colocados

à disposição da comunidade com vistas a assegurar as melhores

condições de vida em termos de abastecimento de água e esgotamento

sanitário, drenagem pluvial, energia e iluminação pública,

comunicações e sistema viário, previstos aqui a manutenção dos

equipamentos necessários para a execução de suas finalidades e

estabelecimentos de critérios técnicos para sua interferência na

ordenação do espaço (Mapa “Equipamentos Urbanos”).

O mesmo instrumento legal define equipamentos sociais e

serviços urbanos como o conjunto de elementos programados e

construídos com a finalidade de atender à população nos setores de

saúde, habitação de interesse social, educação e cultura, lazer e

atividades comunitárias, cuja distribuição no território e localização

prendem-se às Disposições Gerais sobre o Parcelamento do Solo,

presentes em sua Lei Complementar referente ao Zoneamento,

Parcelamento, Uso e Ocupação do Solo Urbano.

Na cidade existem equipamentos sociais públicos e privados

com características e funções próprias (Fig. 4.4). Eles destacam-se

por organizar e qualificar o espaço urbano e podem, por sua

característica ou importância, constituir-se numa referência para o

conjunto de moradores de um determinado bairro, ou de toda uma

região da cidade. Um caso a ser exemplificado no município de São

Luís é a Praça Deodoro, que representa para a população um dos

mais importantes pontos de convergência e distribuição para as outras

áreas da cidade, envolvendo tanto funções urbanas residenciais quanto

de serviços, institucionais e, principalmente, comerciais.

O Sistema Integrado de Transporte, que tem como objetivo

priorizar o transporte coletivo municipal, por ser o meio mais eficiente

e seguro para atender à movimentação de grande contingente de

pessoas, tem sido um importante instrumento de mobilidade,

distribuição e acesso da comunidade aos diversos pontos de São Luís.

Implantados em bairros estratégicos em relação às vias de maior

fluxo e em relação aos outros bairros adjacentes a eles, os Terminais

de Integração da Praia Grande, Distrito Industrial, São Cristóvão, Cohab

e da Cohama/Vinhais promovem a facilidade de locomoção às mais

diversas áreas da cidade pela interligação das linhas de ônibus.

A qualidade e o acesso à Infra-Estrutura e aos Equipamentos

Urbanos são indicadores do nível de vida dos bairros e condição de

inclusão/exclusão social dos seus habitantes. Um outro indicador

dessas condições é a localização do bairro em relação às áreas

melhores servidas da cidade. No caso de São Luís, a maior concentração

de equipamentos urbanos e infra-estrutura encontra-se nas áreas

centrais e próximas à região das praias, de urbanização pós década

de 80 e que hoje configuram trechos considerados nobres pelo mercado

imobiliário. Esse fator reforça a idéia de desigualdade da distribuição

desses equipamentos na cidade, polarizada entre as áreas com

presença da população de maior poder aquisitivo e áreas com presença

da população de baixa renda.

Por ser o bairro que deu início à formação de São Luís, o Centro

Histórico possui grande variedade e quantidade de equipamentos

urbanos e possui uma boa infra-estrutura. Foram agregados às igrejas,

praças, escolas e hospitais instalados no período imperial outros

equipamentos ainda hoje utilizados pela população, como hotéis,

supermercados, tribunais, postos dos correios, terminais de ônibus

Figura 4.4 - Praça Maria Aragão.

dentre outros. Configura um bairro bem servido, pois agrupa em seus

limites diferentes opções de usos e instalações que proporcionam boa

qualidade de vida às pessoas que residem, trabalham ou transitam

nesta área, além dos bairros adjacentes a ele.

Bairros relativamente novos e que já se constituem como área

nobre da cidade por, dentre outros fatores, estarem próximo às praias,

o São Francisco, Renascença e Calhau apresentam-se bem servidos

de equipamentos urbanos e infra-estrutura. Com a proliferação e

consolidação de conjuntos habitacionais horizontais e de edifícios

multifamiliares, a implantação de estruturas que pudessem suprir

às necessidades da população que nessas áreas se instalavam

tornou-se imprescindível, propiciando assim melhor acesso aos

serviços que se concentravam na parte central da cidade.

Page 14: Outros Destinos de Esgotamento Sanitário...públicos (Mapa “Formas de Esgotamento Sanitário em Domicilios Particulares Permanentes”). De acordo com o Censo Demográfico do IBGE