os gargalos da infraestrutura

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Foto: KLEIDE TEIXEIRA/ EDITORA GLOBO ESTE TEMA ENVOLVE CONCEITOS DE

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A publicação é da Revista Época - 2007

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Page 1: Os gargalos da infraestrutura

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O crescimento do Brasil se dá em espasmos. Após alguns anos de estagnação, segue-se um surto de expansão com intensidade e duração variáveis. Até certo ponto, trata-se de um padrão típico do

capitalismo, em que o mercado, e não o planejamento das antigas socieda-des comunistas, é responsável pela dinâmica da economia. No caso brasi-leiro, porém, essa natureza incerta é potencializada pela dependência de fatores que escapam ao controle do governo, como a disponibilidade de recursos externos.

Hoje, com a abundância de dólares no mundo, sobretudo antes da tur-bulência dos mercados, o país está em meio a um desses soluços. Depois de um período de alta medíocre do Produto Interno Bruto (PIB), é provável que até dezembro a média de crescimento dos últimos quatro anos fique acima dos 4%. É um resultado que está aquém da necessidade e do poten-cial do Brasil, mas que não é desprezível, chegando até a causar efeitos negativos, como a formação de gargalos de infra-estrutura.

A crise aeroportuária é um trágico lembrete de que as condições para o país continuar crescendo estão muito próximas do limite. Congonhas, o aeroporto da cidade de São Paulo, é apenas a ponta do iceberg. Abaixo do nível da água estão a oferta inadequada de energia, o precário transporte rodoviário, a malha ferroviária insuficiente, a já saturada capacidade dos portos, enfim, para onde quer que se olhe há uma carência a ser resolvida.

O anúncio do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC), em janeiro deste ano, é um reconhecimento por parte do governo da necessidade de desobstrução desses e de outros gar-galos. O PAC prevê investimentos de mais de meio tri-lhão de reais ao longo do segundo mandato do presiden-te Lula, embora, a julgar pela morosidade dos primeiros passos, dificilmente chegue lá.

O programa divide as opiniões. Os críticos falam em volta da interferência do Estado, os simpatizantes vêem aí um desenvolvimentismo “light”. O fato é que um país periférico como o Brasil, que vive a reboque dos grandes centros de poder e riqueza do mundo, dificilmente teria

condição de dispensar a presença do Estado em sua expansão, seja como investidor, seja como regulador da atividade econômica.

Essa é, em resumo, a história da industrialização brasileira, uma história que começa meio por acaso com a Revolução de 30. Por acaso, sim, pois o movimento que pôs fim à República Velha não tinha um plano para

2 | R E V I S T A É P O C A | F A S C Í C U L O I

> Período que vai da Proclama-ção da República, em 1889, à Revolução de 1930. Foi caracte-rizado pelo domínio da oligar-quia agrícola. Revezavam-se no poder central representantes dos Estados onde essa burgue-sia tinha mais expressão, São Paulo e Minas Gerais.

REPÚBLICA VELHA

> Estima-se que três quartos das rodovias do país estejam em estado regular, ruim ou pés-simo. As estradas brasileiras são responsáveis por 60% do transporte de cargas no país.

TRANSPORTE RODOVIÁRIO

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AÇÃO

O PAC é umreconhecimentoda necessidadede desobstruir

gargalos da infra-estrutura

Deodoro, o primeiro presidente

Em cima da base deixada por Getúlio Vargas, a política para o setor começa com Juscelino e tem continuidade sob os militares POR OSCAR PILAGALLO

Guia ÉPOCA

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industrializar o Brasil. Apenas rea-giu à Depressão de 1929, que atingiu em cheio o consu-mo de café, motor da economia bra-sileira. O primeiro apoio consistente à indústria viria só com o Estado Novo, entre 1937 e 1945, período mar-cado pela aliança entre a burocracia civil e militar e a nascente burguesia industrial.

Até o início da Segunda Guerra Mundial, a indústria nacional só engatinhava. O conflito militar proporcionou a primeira oportunidade para o setor ficar em pé. Ela foi decorrente da atitude do ditador Getúlio Vargas, que condicionou o apoio do Brasil aos Aliados ao financia-mento pelos Estados Unidos da Companhia Siderúrgica Nacional, em Volta Redonda, no Rio de Janeiro. A cria-ção do BNDES, banco de fomento à indústria, e a da Petrobras, no segundo governo Vargas, seriam passos na mesma direção.

Embora Vargas tenha lançado as bases, o grande salto da indústria só seria dado por seu herdeiro político, Juscelino Kubitschek. Ao tomar posse, JK anunciou o Plano de Metas, cujo objetivo era crescer “50 anos em 5”. Por trás do slogan havia uma iniciativa consistente de planejamento – a primeira do gênero no Brasil. O plano consistia em apro-fundar o processo de substituição de importações. Os setores de energia e transporte, que consumiram quase três quartos dos investimentos previs-tos, foram privilegiados.

A meta mais visível foi a criação da indústria automobilística. Até então, circulavam no país apenas carros importados, o que acentuava o desequi-líbrio das contas externas. JK trouxe empresas estrangeiras, inaugurando

o modelo nacional-desenvolvimentista (em oposição ao nacio-nalista, avesso ao capital de fora). Ao fim de seu mandato, o presidente chegou próximo da marca dos 100 mil veículos fabricados que anunciara no início.

O Plano de Metas exigiu um grande esforço de coordena-ção entre áreas distintas. Para evitar gargalos, era preciso

que não faltassem aço e borracha nas montadoras, nem material de construção civil para as estradas – e

para Brasília, a cereja do bolo de JK, que custou o equivalente a pouco mais de 2% do PIB. Uma

expansão de tal magnitude teve um preço ele-vado: a conta foi apresentada na forma de

Após os ciclos de expansão da indústria por indução estatal, o Brasil, em sintonia com a onda liberal liderada pela Grã-Bretanha de Margaret Thatcher (1979-1990) e os Estados Unidos de Ronald Reagan (1981-1989), deu início em 1990 a um programa de desestatização. Entre as primeiras privatizações, ainda no governo de Fernando Collor (1990-1992), estavam siderúrgicas, o que, até no nível simbólico, fechou um ciclo.

O programa ganharia impulso nos dois mandatos de Fernando Henrique Cardoso (1995-2002), quando as vendas geraramUS$ 93 bilhões, dos quais 5% em “moedas podres” (títulos de dívida do governo aceitos como parte do pagamento). No período anterior (Collor e Itamar Franco), a receita fora de quase US$ 12 bilhões (80% em “moeda podre”).

Em A Arte da Política, seu livro de memórias, FHC defende o progra-ma como uma “inovação na busca do interesse público”. O ex-presi-dente cita a criação das agências reguladoras, que têm o objetivo de imunizar áreas importantes de ingerências políticas, como um complemento das privatizações. Para tanto, seus integrantes não podem ser demitidos, como na tradição anglo-saxã que serviu de molde para as agências.

O papel lamentável que a Agência Nacional de Aviação Civil (Anac) desempenhou no caos aeroportuário, porém, mostra que esses órgãos ainda precisam ser aperfeiçoados.

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Geisel, que investiu na indústria de base

O PAPEL DASPRIVATIZAÇÕES

Getúlio (ao centro), responsável pela primeira siderúrgica

Até o inícioda Segunda

Guerra Mundial, a indústrianacional apenas

engatinhava

o modelo nacional-desenvolvimentista (em oposição ao nacio-nalista, avesso ao capital de fora). Ao fim de seu mandato, o presidente chegou próximo da marca dos 100 mil veículos fabricados que anunciara no início.

O Plano de Metas exigiu um grande esforço de coordena-ção entre áreas distintas. Para evitar gargalos, era preciso

que não faltassem aço e borracha nas montadoras, nem material de construção civil para as estradas – e

para Brasília, a cereja do bolo de JK, que custou o equivalente a pouco mais de 2% do PIB. Uma

expansão de tal magnitude teve um preço ele-vado: a conta foi apresentada na forma de

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Geisel, que investiu na indústria de base

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inflação, que dobrou para 40% ao ano durante o mandato.

Depois de patinar com os dois suces-sores civis de JK (Jânio Quadros e João Goulart), a indústria teria um novo espas-mo de crescimento sob a ditadura militar. No primeiro momen-to, houve o que ficou conhecido como “milagre brasileiro”. Entre 1968 e 1973, o Brasil teve um cresci-

mento “chinês”: a expansão anual foi superior a 10%. A receita mostrou-se eficiente, mas nada tinha de original: tratava-se apenas de captar os dóla-res que estavam sobrando no mercado internacional.

O milagre acabou com o choque do petróleo. Em 1973, a Organização dos Países Exportadores de Petróleo (Opep) triplicou o preço do barril em represália aos governos ocidentais que haviam apoiado Israel contra os ára-bes na guerra do Yom Kippur. Seria o momento de o Brasil desacelerar, como fez a maioria. Mas os militares decidiram continuar apostando no crescimento.

Assim, em 1974, Ernesto Geisel lançou o Segundo Plano Nacional de Desenvolvimento. Se o plano de JK visava à indústria de consumo, o de Geisel visava à indústria de base (fertilizantes, produtos petroquímicos) e à geração de energia. Mais uma vez, o país passaria por um ciclo de subs-

tituição de importações, desta vez de maior enverga-dura. Entre 1974 e 1978, o Brasil cresceria a um ritmo médio anual de 7%. Até os críticos de Geisel não deixam de reconhecer a importância do investimento em infra-estrutura. O problema foi o elevadíssimo custo da tentativa de tornar o país auto-suficiente em áreas estratégicas. O descontrole da inflação e o crescimento exponencial da dívida externa – heran-ças do regime militar – só seriam equacionados duas décadas mais tarde.

Diante dos planos de JK e dos militares, o PAC é um programa modesto, mesmo que venha a ser cumprido à risca, o que é improvável. Uma diferença objetiva é a limitação de seu financiamento. Hoje em dia, o consenso em torno dos valores da estabiliza-ção da moeda não mais permite pagar o crescimento presente com a inflação futura.

> Nos anos 70, a Opep impôs dois choques do petróleo. O segundo foi em 1979, quando o preço do barril dobrou. A alta provocou a mais grave recessão mundial desde 1929. No Brasil, a inflação disparou e houve de-terioração das contas externas.

CHOQUE DO PETRÓLEO

Plataforma de petróleo no Brasil

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Guerra do Yom Kippur, que elevaria os preços do petróleo em 1973

Os militareslançaram um

plano dedesenvolvimentonum momento

em que o mundo,

depois do primeiro

choque do petróleo,

caminhava para a recessão

econômica

OSCAR PILAGALLO, jornalista, é autor de A História do Brasil no Século 20 (em cinco volumes, pela Publifolha)

Guia ÉPOCA

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Leia o texto:Depois da necessária e proveitosa discus-são no Congresso Nacional, foi sancionada a Lei no 11.079, que institui normas para a contratação das Parcerias Público-Privadas no Brasil. Os obstáculos a vencer com as PPPs são muitos e complexos. Para que se obtenha aceitação e confiança públicas, é preciso, antes de mais nada, grande determinação e apoio governamental, além de plena transparência nas ações.Fonte: CNI in:www.cni.org.br/empauta/src/INFRA-ESTRUTURA.pdf

Sobre as PPPs é correto afirmar:A) são uma alternativa que o governo encontrou para atrair investimentos privados para as obras de infra-estrutura necessárias ao país.B) são um meio de atrair investimentos para obras públicas; elas gozam do mais absoluto apoio de todas as forças políticas do país.C) os empresários não aceitam as PPPs, pois entendem que os investimentos em infra-estrutura

são de responsabilidade exclusiva do governo.D) o atual governo nega-se a imple-mentar as PPPs, pois faltam meios para fiscalizar a correta aplicação dos recursos, o que implicaria muita cor-rupção nas obras públicas.E) são um contrato entre o setor público e o privado, no qual as empresas tornam-se donas de um serviço público, como uma estrada, em troca da tarifa cobrada dos usuários.

1ª questãoA ampliação e diversificação da matriz ener-gética brasileira é uma necessidade frente às possibilidades de retomada do cres-cimento econômico e industrial do país. O mapa ilustra o gasoduto Bolívia–Brasil.Sobre o gás natural e seu uso como fonte energética no Brasil, é correto afirmar que:A) o gás natural é um recurso mineral renovável, encontrado em bacias sedi-mentares e formado pela decomposi-ção de matéria orgânica em ambientes periglaciais.B) a substituição do petróleo e do carvão mineral e vegetal por gás natural, apesar de reduzir custos, não é recomendável, pois o gás é mais poluente que os demais.C) o gasoduto, que no Brasil passa somente por Estados do Centro-Sul, é res-

ponsável pelo fornecimento de gás natural a importantes atividades industriais.D) a construção do gasoduto pode representar o esgotamento rápido do gás natural boliviano, pois, além do Brasil, a Bolívia abastece ainda a Argentina, que não possui reservas deste recurso.E) após a construção do gasoduto, o gás natural passou a ser a fonte de energia mais consumida no país, pelo baixo custo de sua obten-ção e facilidade de distribuição.UFSCar, 2005 (questão 25 da prova de Geografia)

COMENTÁRIOA presença do mapa constitui boa dica para o acerto da alternativa, mas só ajudará os que conhecem o valor do gás natural como fonte energéti-ca. O gasoduto Brasil–Bolívia possui 3.150 km, dos quais

2.593 km em território brasileiro. Parte de Santa Cruz de La Sierra, na Bolívia, e termina em Porto Alegre, passando por Mato Grosso do Sul, São Paulo, Paraná, Santa Catarina e Rio Grande do Sul. Seu traçado corta uma área responsável por boa parte do PIB brasileiro.

GABARITO 1 (C)

Ilust

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QUESTÕES RESPONDIDAS

Concreto e bossa nova

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3ª questãoO desempenho atual da indústria

brasileira sofre interferência negativa de fatores de ordem interna ou externa.

Considerando-se essa informação, é INCORRETO afirmar que, no Brasil, a indústria é afetadaA) internamente, pelo custo das tarifas públicas e pela carga tributária, que penalizam o setor produtivo brasileiro.B) externamente, pelas oscilações no valor da moeda do país, que interferem na competitividade do produto nacional.C) externamente, pelos acordos

bilaterais que, assinados pelo país, res-tringem o número de parceiros e itens comercializados.D) internamente, pelo baixo poder aquisitivo de grande parte do mercadoconsumidor, conseqüência da má dis-tribuição de renda no país.UFMG, 2006 (questão 40 da prova de Geografia)

COMENTÁRIOEnunciados que pedem a indicação

da informação incorreta exigem cuidado extra, uma vez que devem ser interpre-tados no sentido inverso ao normalmen-te solicitado. E atenção: há instituições

que não destacam a palavra “incorreta”, uma armadilha aos desatentos.

Nesta questão, veja que os acordos bilaterais ampliam – e não restrin-gem – parceiros e itens comercializa-dos pelo país. Tais acordos obedecem às normas da Organização Mundial do Comércio. Observe que a questão é datada. No início deste ano, com a modi-ficação na fórmula de calcular o PIB, o montante da carga tributária recuou. Da mesma forma, o consumo das classes menos favorecidas vem crescendo nos últimos dois anos, o que poderia levar a um questionamento da alternativa D.

2ª questãoO setor ferroviário ultrapassou o rodo-

viário na corrida por investimentos. Um levantamento concluído nesta semana pela Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT) mostra que as conces-sionárias privadas de estradas de ferro já garantiram R$ 2,5 bilhões de recursos para 2003 e 2004. Do outro lado, dados do Ministério dos Transportes mostram

que as rodovias federais devem receber neste ano R$ 1,2 bilhão. No ano que vem não devem receber muito mais que isso.(O Estado de S. Paulo, 12/10/2003)

Apesar das perspectivas promissoras apontadas na reportagem, o setor ferro-viário brasileiro, privatizado nos anos 90, tem apresentado modestos indicadores de crescimento do transporte de cargas.

Entre os fatores que têm contri-buído para esse baixo desempenho, podemos citar:

A) diferenças de bitolas entre as linhas férreas e traçados desiguais nas diferen-tes regiões do país.B) reduzida demanda para o transporte de cargas no setor e fracasso do modelo de gestão privada.C) inexistência de fábricas de material ferroviário e preferência das transporta-doras pela navegação de cabotagem.D) custos mais baixos do transporte rodo-viário para grandes distâncias e reduzida conexão ferroviária entre interior e litoral.Uerj, 2004 (questão 14 da prova de Geografia)

COMENTÁRIOQuanto ao enunciado, observe que

começa com a locução prepositiva “ape-sar de”, que indica concessão em relação ao afirmado anteriormente. Sendo assim, o texto, em destaque, não altera o que o enunciado solicita.

Quanto ao conteúdo, no Brasil, é comum o uso de duas bitolas diferentes, a métrica e a larga. Alguns traçados têm bitolas mistas, adaptadas para o uso das duas. Apesar dessa dificuldade, o transporte de carga por via férrea, princi-palmente de produtos como o minério de ferro, vem avançando no país. Quanto ao transporte de passageiros, restringe-se às regiões metropolitanas.

GABARITO 2 (A) 3 (C)

Estrada de Ferro Vitória a Minas, responsável por um terço do transporte da carga ferroviária no Brasil

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1 1 d e j u n h o d e 2 0 0 7 I r e v i s ta é p o c a I 7

4ª questãoO poema ao lado faz referência ao desenvolvimento urbano, muito pre-sente na década de 1950 no Brasil. Sobre esse período, é CORRETO afirmar que:01. no final da década de 1950, o Brasil teve como presidente Juscelino Kubitschek (JK), conhecido por seu slogan de governo “50 anos em 5”.

02. durante o governo de JK, o país teve grande crescimento da indústria de bens de consumo duráveis, a maioria pertencente a empresas multinacionais. As propagandas de automóveis e aparelhos eletrodomésticos da época revelam essa tendência.

04. esse período é conhecido pelo decréscimo da dívida externa brasileira, que pôde ser paga gradativamente graças ao aumento das exportações.

08. a construção de Brasília foi idealizada por Getúlio Vargas e concluída por JK. O objetivo era desenvolver o litoral brasileiro, construindo a capital do país na região.

16. o desenvolvimento industrial atingiu, principalmente, o Nordeste brasileiro. Isso provocou grande afluxo migratório do Sul e Sudeste para a região, provocando o inchaço de cidades como Salvador e João Pessoa.

32. também como reflexo da industrialização, pôde-se observar um grande crescimento na população rural brasileira.

64. no plano cultural, o período do governo JK presenciou a difusão do cinema brasileiro e da bossa nova, na qual Vinicius de Moraes teve presença marcante.

Indique a soma das respostas corretas: ______UFSC, 2007 (questão 17 da prova de História)

COMENTÁRIOSobre o enunciado, repare que o poema, embora guarde relação com o contexto solicitado, só ilustra a questão. Ou seja, o entendimento do poema é irrelevante para você dar a resposta certa. Fique esperto: nem sempre a presença de poemas, trechos de reportagens e gráficos guardam relação determinante com o que será solicitado. E atenção redobrada para não errar a soma e morrer na praia.Sobre o conteúdo: o governo JK (1956-1961) possibilitou a entra-da das multinacionais de bens de consumo duráveis, tendo à frente a indústria automobilís-tica. No período, o Brasil viveu grande efervescência cultural, com o surgimento da bossa nova – representada por João Gilberto, Tom Jobim e Vinicius de Moraes, entre outros – e grande atividade no cinema, no teatro, na literatura e na arquitetura.

GABARITO 4 (67=1+2+64)

A CIDADE EM PROGRESSO

“A cidade mudou. Partiu para o futuroEntre semoventes abstratosTranspondo da manhã o imarcescível muroDa manhã na asa dos DC-4s

Comeu colinas, comeu templos, comeu marFez-se empreiteira de pombaisDe onde se vêem partir e para onde se vêem voltarPombas paraestatais. [...]

E com uma indagação quem sabe prematuraFez erigir do chãoOs ritmos da superestruturaDe Lúcio, Niemeyer e Leão. [...]MORAES, Vinicius de. Nova Antologia Poética. São Paulo: Cia. de Bolso, 2005, p. 237.

Vinicius, poeta que

aderiu à bossa nova

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O Guia ÉPOCA Vestibular 2008 – Atualidades circulará encartado em sua revista em dez fascículos. Além dos temas abordados (veja o calendário abaixo), haverá outro assunto a ser escolhido pelos

leitores e que será tratado num 11o fascículo disponível apenas no site da revista. Para votar num dos assuntos propostos, basta acessar www.epoca.com.br e clicar na seção “especiais”.

O guia ajudará o candidato a melhorar seu desempenho na prova de atualidades. O tema de cada fascículo será exposto num texto didático. Para avaliar o grau de conhecimento dos estudantes, os professores vão propor uma questão inédita e comentarão outras quatro formuladas para exames em universidades espalhadas pelo Brasil.

O comentário será dividido em duas partes. Na primeira, foca-se o enun-ciado, com destaque para as diversas maneiras de formular uma questão. Na segunda, analisa-se o conteúdo. O ideal é o candidato responder à questão antes de ler o comentário. O gabarito encontra-se no pé da página em que está a questão. As quatro questões são transcritas sem modificações, para que você possa treinar em casa a partir de uma situação real.Ilu

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ção:

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Como aproveitar este guia

Calendário

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FASCÍCULO TEMA

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Infra-Estrutura no Brasil

Democracia Brasileira

A Explosão Urbana no Mundo

Os Desafios da Geração de Energia

O Meio Ambiente no Século XXI

A Ameaça do Aquecimento Global

O Terrorismo e o Ataque aos Direitos do Cidadão

China – Crescimento e Repressão

Conflitos no Oriente Médio

América do Sul – Geopolítica e Energia

> E NÃO SE ESQUEÇA: vote no site o tema do 11o fascículo

DIRETOR DE REDAÇÃO Helio Gurovitz [email protected] David CohenDIRETOR DE CRIAÇÃO Saulo RibasEDITORES-EXECUTIVOS André Fontenelle, David FriedlanderDIRETOR DE ARTE Marcos Marques

O Guia ÉPOCA Vestibular 2008 – Atualidades é um projeto editorial de 11 fascículos desenvolvido pelo UNO Sistema de Ensino da Editora Moderna para a Editora Globo. © 2007 Editora Moderna e Editora Globo. Todos os direitos reservados.Nenhuma parte desta coleção pode ser reproduzida semautorização prévia da Editora Moderna e da Editora Globo.

COORDENAÇÃO GERAL DO PROJETO Ana Luisa AstizCOORDENAÇÃO PEDAGÓGICA Carlos Piatto (UNO)COORDENAÇÃO DE TEXTOS Antonio Carlos da Silva e Venerando Santiago de OliveiraCOMENTÁRIOS AOS ENUNCIADOS Jô FortarelEDIÇÃO DE TEXTO Oscar PilagalloEDIÇÃO DE ARTE Leonardo Nery ProttiILUSTRAÇÕES AKE AstburyREVISÃO Bel RibeiroSUPERVISORA DE INTERNET Adriana Isidio (UNO)

DIRETOR EXECUTIVO Juan OcerinDIRETOR EDITORIAL Paulo NogueiraDIRETOR DE MERCADO ANUNCIANTE Gilberto CorazzaDIRETOR DE FINANÇAS Frederic Zoghaib KacharDIRETOR DE ASSINATURAS Stavros Frangoulidis Neto

Antes decomeçara responder às perguntas, leia todas as questões para sentir a dimensão da prova e o grau de dificuldade dos enunciados.

E fiqueatento:

é comum aparecer algum dado que pode

ser utilizado em outras questões.

Guia ÉPOCA

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