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Oportunidades no sector da batata;Brasil Uma análise das cadeinas de valor das sementes ao produto final Dezembro 2015 Associação Brasileira da Batata

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Oportunidades no sector da batata;Brasil Uma análise das cadeinas de valor das sementes ao produto final

Dezembro 2015

Associação Brasileira da Batata

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Oportunidades no sector da batata no Brasil 2015

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Preparado por: Wageningen UR/PPO, Lelystad, Holanda Huub Schepers and Romke Wustman

Agriment International BV, Twello, Holanda Rene Oostewechel

Agrivalue, Buenos Aires, Argentina Pepijn Verheij

Em cooperação com: APH-group, Heerenveen, Holanda Harco Christiaens

Farm Frites BV, Oudenhoorn, Holanda Jochem Rovers

Associação Brasileira da Batata (ABBA) Natalino Shimoyama

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Oportunidades no sector da batata no Brasil 2015

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Índice 1 PREFÁCIO ................................................................................................................................................ 5 2 RESUMO EXECUTIVO ............................................................................................................................. 6 3 DIMENSÃO E CARACTERÍSTICAS GERAIS DO SETOR DA BATATA-INGLESA .............................. 8

3.1 INTRODUÇÃO ...................................................................................................................................... 8 3.2 REGIÕES DE PRODUÇÃO NO BRASIL ..................................................................................................... 8 3.3 TEMPORADAS DE PRODUÇÃO NO BRASIL .............................................................................................. 9 3.4 CARACTERÍSTICAS CLIMÁTICAS DAS REGIÕES DE PRODUÇÃO .............................................................. 10

3.4.1 Altitudes e temperaturas ............................................................................................................. 10 3.4.2 Irrigação, precipitação e disponibilidade de água ...................................................................... 11

3.5 ÁREA DE PRODUÇÃO, RENDIMENTOS E PREÇOS DA BATATA-INGLESA,.................................................. 14 3.6 CUSTO DE PRODUÇÃO ...................................................................................................................... 16 3.7 TENDÊNCIAS E EXPECTATIVAS ........................................................................................................... 19 3.8 PREÇOS E CONTRATOS ..................................................................................................................... 20 3.9 VISÃO GERAL DO SETOR DA BATATA-INGLESA .................................................................................... 21

4 PRODUÇÃO PRIMÁRIA ......................................................................................................................... 22 4.1 CAPACIDADE DE PRODUÇÃO POTENCIAL NAS ÁREAS DE PRODUÇÃO SELECIONADAS .............................. 22 4.2 PRODUÇÃO DE BATATA SEMENTE ....................................................................................................... 23

4.2.1 Variedades de batata semente ................................................................................................... 24 4.2.2 Produtores de semente no Brasil ............................................................................................... 25 4.2.3 Categorias brasileiras de batata semente .................................................................................. 26 4.2.4 Mercado brasileiro de batata semente 2013 .............................................................................. 27 4.2.5 Requerimentos fitossanitários .................................................................................................... 27 4.2.6 Condições para a exportação de batatas semente para o Brasil ............................................... 27 4.2.7 Estrutura atual ............................................................................................................................ 29 4.2.8 Legislação ................................................................................................................................... 29 4.2.9 Práticas de plantio ...................................................................................................................... 29 4.2.10 Doenças, pragas e fertilização ............................................................................................... 30 4.2.11 Armazenamento ..................................................................................................................... 30 4.2.12 Qualidade................................................................................................................................ 30 4.2.13 Problemas e obstáculos de acordo com os agricultores ........................................................ 30 4.2.14 Análise econômica / Estrutura de custo da produção de batatas semente ........................... 31 4.2.15 FOFA ...................................................................................................................................... 31

4.3 PRODUÇÃO DE BATATA DE CONSUMO (DE MESA MAIS PROCESSAMENTO) ............................................. 32 4.3.1 Estrutura atual ............................................................................................................................ 33 4.3.2 Práticas de plantio ...................................................................................................................... 34 4.3.3 Doenças, pragas e fertilização ................................................................................................... 34 4.3.4 Armazenamento ......................................................................................................................... 35 4.3.5 Qualidade.................................................................................................................................... 35 4.3.6 Problemas e obstáculos de acordo com os agricultores ............................................................ 35 4.3.7 Análise econômica / Estrutura de custo da produção de batata de consumo ........................... 36 4.3.8 FOFA Sobre a produção primária .............................................................................................. 36

5 INFRAESTRUTURA ............................................................................................................................... 37 5.1 PROTEÇÃO DOS PLANTIOS E FERTILIZANTES ....................................................................................... 37

5.1.1 Sistemas de gestão de plantios .................................................................................................. 37 5.2 MECANIZAÇÃO .................................................................................................................................. 38

5.2.1 História da Mecanização no Brasil ............................................................................................. 38 5.2.2 Disponibilidade e Fornecedores de Tecnologia de Mecanização .............................................. 39 5.2.3 Rede de assistência técnica for maquinaria ............................................................................... 40 5.2.4 Níveis de preço da tecnologia de mecanização ......................................................................... 40 5.2.5 Pedidos especiais – oportunidades ............................................................................................ 41

5.3 ARMAZENAMENTO ............................................................................................................................. 41 5.4 IRRIGAÇÃO........................................................................................................................................ 41 5.5 MÃO-DE-OBRA .................................................................................................................................. 42 5.6 LOGÍSTICAS ...................................................................................................................................... 43

6 CADEIAS DE VALOR ............................................................................................................................. 44 6.1 GERAL .............................................................................................................................................. 44 6.2 MERCADO DE PRODUTOS PARA CONSUMO EM FRESCO ........................................................................ 45

6.2.1 Variedades e tamanho ................................................................................................................ 45 6.2.2 Atacado ....................................................................................................................................... 46 6.2.3 Setor Varejista ............................................................................................................................ 47 6.2.4 As principais restrições neste setor ............................................................................................ 49

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Oportunidades no sector da batata no Brasil 2015

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6.2.5 Serviços alimentícios .................................................................................................................. 51 6.3 PROCESSAMENTO INDUSTRIAL ........................................................................................................... 53

6.3.1 Consumo de processados .......................................................................................................... 54 6.3.2 Batatas fritas ............................................................................................................................... 54 6.3.3 Bem Brasil................................................................................................................................... 58 6.3.4 Hortus Agroindustrial .................................................................................................................. 59 6.3.5 Batatas fritas de pacote .............................................................................................................. 59 6.3.6 PepsiCo ...................................................................................................................................... 60 6.3.7 Yoki ............................................................................................................................................. 62 6.3.8 Cooperativa Castrolanda ............................................................................................................ 62 6.3.9 Outras pequenas fábricas de batatas fritas de pacote ............................................................... 62 6.3.10 Outros ..................................................................................................................................... 63 6.3.11 Acordo de livre comércio UE-Mercosul .................................................................................. 67

6.4 FOFA .............................................................................................................................................. 67 7 INFORMAÇÃO PARA O SETOR ........................................................................................................... 69 8 REPRESENTAÇÃO DO SETOR ............................................................................................................ 70 9 EDUCAÇÃO E PESQUISA ..................................................................................................................... 71 10 LEGISLAÇÃO GERAL ........................................................................................................................... 72

10.1 CÓDIGO E CLASSIFICAÇÃO DO PRODUTO BRASILEIRO .......................................................................... 72 10.2 TAXAS E IMPOSTOS DE IMPORTAÇÃO BRASILEIRA ................................................................................ 72

10.2.1 Plantas, raízes e tubérculos comestíveis ............................................................................... 72 10.2.2 Batatas fritas Congeladas: Tarifário (Políticas de importação) .............................................. 72

11 CONCLUSÕES E RECOMENDAÇÕES ................................................................................................. 73 11.1 CONCLUSÕES GERAIS ....................................................................................................................... 73 11.2 PROBLEMAS PARA RESOLVER E RECOMENDAÇÕES .............................................................................. 74

12 ENTREVISTAS, SEMINÁRIOS E REFERÊNCIAS ................................................................................ 78 12.1 ENTREVISTAS .................................................................................................................................... 78 12.2 REFERÊNCIAS ................................................................................................................................... 78

Figuras

Figura 1: Diferentes zonas climáticas no Brasil ........................................................................................... 10 Figura 2: Temperaturas mínimas nas regiões da ......................................................................................... 10 Figura 3: Altitudes das regiões de produção ................................................................................................ 11 Figura 4: Área irrigada (ha) no Brasil de acordo com Censo agrícola ......................................................... 12 Figura 5: Pluviosidade Normal Climatológica 1981-2010 por período do ano ............................................. 13 Figura 6: Visão Geral do Setor da Batata no Brasil 2012-2014 ................................................................... 21 Figura 7: O mapa com todas as regiões que produzem batata no Centro-Sul do Brasil ............................. 22 Figura 8: Armazenamento de sementes em caixas pallet, ventilação forçada ............................................ 30 Figura 9: Quatro tamanhos de batata semente ............................................................................................ 30 Figura 10: 15 kg de batatas por engradado de plástico mais sacos de polipropileno de 50 kg .................... 47 Figura 11: Participação no volume de negócios varejistas por região (2009) e densidade da população .... 48 Figura 12: Empacotadas em bandejas, batatas para cozinhar, batatas para fritar ....................................... 51 Figura 13: Promoção de produto empacotado e produto a granel ................................................................ 51 Figura 14: Instalações de processamento da BEM ........................................................................................ 58 Figura 15: Marcas de batatas fritas de pacote no Brasil ................................................................................ 60 Figura 16: Fábricas de PepsiCo de Processamento de Batata ..................................................................... 61 Figura 17: Produção de Batata-palha............................................................................................................. 64 Figura 18: Batatas vaporizadas inteiras e batatas descascadas e cruas empacotadas a vácuo .................. 64 Figura 19: Batatas empacotadas a vácuo, fritas e mescla de batata-inglesa e cenoura ............................... 64 Figura 20: Purê de batata-inglesa, produtos de batata congelados e pré-fritos em embalagens varejistas . 65

Gráficos

Gráfico 1: As regiões brasileiras de produção de batata ................................................................................. 8 Gráfico 2: Temporadas de Produção de batata (% do total do abastecimento) .............................................. 9 Gráfico 3: Aumento anual de área irrigada no Brasil ..................................................................................... 14 Gráfico 4: Aumento anual de área irrigada por tipo de tecnologia de irrigação ............................................. 14 Gráfico 5: Área da batata no Brasil ................................................................................................................ 19 Gráfico 6: Produção de batata no Brasil......................................................................................................... 19 Gráfico 7: Desenvolvimento do preço das batatas 2002-2012 ...................................................................... 20 Gráfico 8: Crescimento das Classes de alta - (AB) e média renda (C) .......................................................... 44

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Oportunidades no sector da batata no Brasil 2015

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Gráfico 9: Composição de vendas dos serviços alimentícios, Brasil ........................................................... 52 Gráfico 10: Composição Anual da Taxa de Crescimento dos Serviços alimentícios Brasileiros: 2006-2016 53 Gráfico 11: Origem de produtos importados de batata congelada no Brasil em % ....................................... 55 Gráfico 12: Níveis de preço na UE e no Mercosul das batatas pré-fritas congeladas (FOB em origem) ...... 56 Gráfico 13: Frequência em que as etiquetas são lidas .................................................................................. 66 Gráfico 14: Informação da Etiqueta mais procurada ...................................................................................... 66 Gráfico 15: Principais Fontes de informação para consumidores sobre os alimentos .................................. 66 Tabelas

Tabela 1 Principais regiões brasileiras de produção e características ......................................................... 8 Tabela 2: Áreas de safra na temporada Seca e Inverno.............................................................................. 15 Tabela 3: Áreas de safra de Temporada Úmida .......................................................................................... 16 Tabela 4: A evolução do custo dos últimos 10 anos em Vargem Grande do Sul (SP) ................................ 17 Tabela 5: A evolução do custo nos últimos 6 anos no Sul de Minas Gerais ............................................... 17 Tabela 6: Rendimentos da Produção de batata por Região em 2014 (veja o anexo 2) .............................. 18 Tabela 7: Custo da produção de batata na temporada chuvosa (Sul MG 12/13- 13/14) ............................ 18 Tabela 8: Custo da produção de batata no inverno (Vargem Gr.do Sul 2013-2014) .................................. 18 Tabela 9: Estatísticas da Produção em 2013 ............................................................................................... 20 Tabela 10: Área plantada com batatas nos estados brasileiros em 2012 ..................................................... 23 Tabela 11: Variedades de Batata e Mercado de destino ............................................................................... 24 Tabela 12: Variedades usadas no Brasil para fins de processamento: ......................................................... 24 Tabela 13: Obstáculos na produção brasileira de batata semente ................................................................ 25 Tabela 14: A proposta atual das categorias para produção da batata-inglesa-semente é como segue: ...... 26 Tabela 15: Normas confirmadas .................................................................................................................... 26 Tabela 16: Referência de Tolerâncias na inspeção de campo nos Países Baixos ....................................... 26 Tabela 17: Referência de Tolerâncias na inspeção Lote nos Países Baixos e UE ....................................... 27 Tabela 18: Requerimentos fitossanitários para Batatas semente no Brasil .................................................. 28 Tabela 19: Outros Requerimentos fitossanitários .......................................................................................... 28 Tabela 20: Fortalezas & Fraquezas dos protagonistas em cadeia da semente (Fatores internos) .............. 31 Tabela 21: Oportunidades e ameaças dos protagonistas na cadeia da semente (Fatores externos) .......... 32 Tabela 22: Áreas plantadas e colhidas e produção brasileira na Temporada 2013-2014 ............................. 32 Tabela 23: Períodos de plantio e colheita em diferentes regiões + indicações rendimento .......................... 34 Tabela 24: Fortalezas & Fraquezas dos protagonistas da cadeia da semente (Fatores internos) ............... 36 Tabela 25: Oportunidades e ameaças dos protagonistas na cadeia da semente (Fatores externos) .......... 36 Tabela 26: Status fitossanitário ...................................................................................................................... 37 Tabela 27: Tecnologia de mecanização disponível no Brasil, origem e fornecedores .................................. 39 Tabela 28: Custo de irrigação sistemas no Brasil por hectare ....................................................................... 42 Tabela 29: Cinco principais redes de supermercado ..................................................................................... 48 Tabela 30: Principais cadeias de comida rápida alimentos no Brasil ............................................................ 52 Tabela 31: Vendas de Batatas processadas no Brasil 2010.......................................................................... 54 Tabela 32: Importação total de batata congelada preparada em US$ e em peso. ....................................... 54 Tabela 33: Da Argentina em US$ e em peso. ................................................................................................ 55 Tabela 34: Características dos produtores de Batata-frita de pacote ............................................................ 59 Tabela 35: Mercado Formal – versus informal ............................................................................................... 60 Tabela 36: Produção da PepsiCo no Brasil ................................................................................................... 61 Tabela 37: Fortalezas & Fraquezas dos protagonistas (Fatores internos) .................................................... 67 Tabela 38: Oportunidades e ameaças dos protagonistas (Fatores externos) ............................................... 68 Tabela 39: Empresas ativa em Mecanização ................................................................................................ 69 Tabela 40: Membros da ABBA ....................................................................................................................... 70 Tabela 41: Visão Geral Fiscal ........................................................................................................................ 72

Anexo 1 Laboratórios para controle da batata semente Anexo 2: Participantes da mesa redonda Anexo 3: Produção Brasil Julho Anexo 4: Pivos Centrais no Brasil em 2013

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Oportunidades no sector da batata no Brasil 2015

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1 PREFÁCIO

Este estudo foi realizado dentro do contexto do projeto GITAHpapa, no qual um grupo de empresas holandesas ativas no setor da batata coopera sobre o mercado latino-americano com foco na Argentina. Assim sendo, este relatório foi respaldado pela Agência de Empresas Holandesas (RVO, de acordo com sua sigla em inglês) do Ministério de Assuntos Econômicos da Holanda (EZ). O objetivo do estudo foi mapear o setor da batata-inglesa no Brasil e os desenvolvimentos que estão sendo realizados neste setor. O foco específico estava sobre a consistência da qualidade e disponibilidade durante o ano. Este relatório visa substanciar os atuais problemas e obstáculos relativos à qualidade e à disponibilidade e apresentar as conclusões para os produtores locais, baseando-se em quais soluções podem ser sugeridas. O ponto de partida para o estudo do analisar os desenvolvimentos que impulsionam o mercado, baseado em um amplo conhecimento mundial do setor da batata-inglesa com os membros da equipe de pesquisa. Uma versão conceito do presente relatório foi fornecidada á ABBA (Associação Brasileira da Batata) e discutida entre seus membros. Portanto, esse relatório tem também o logotipo da ABBA. No dia 19 de novembro de 2015, uma mesa redonda de 1 dia acorreu em Campinas, onde uma versão deste estudo foi discutida por representantes do setor brasileiro da batata (ver participantes no anexo 2). Em 11.2 é possível observer, em resumo, as conclusões e recomendações resultantes da mesa redonda. O foco geográfico estava nas regiões Minas Gerais (MG), São Paulo (SP), Paraná (PR) e Goiás (GO). Esta pesquisa inclui um estudo teórico, mas acima de tudo está centrado nas entrevistas realizadas a muitos representantes de vários elos das diferentes cadeias de valor. Estas entrevistas estavam especificamente focadas em como os diferentes atores em cada elo da cadeia de valor entendem ‘qualidade’ e ‘consistência na qualidade’ e onde encontraram problemas e obstáculos neste campo. Os problemas adicionais que fossem considerados problemáticos pelas pessoas que estavam sendo entrevistadas, também foram registrados e incluídos na análise. O estudo cobre o processamento industrial (batatas fritas, batatas fritas de pacote, batata-palha, e outras formas de processamento), assim como também o mercado de produtos para consumo em fresco das batatas de mesa e suas cadeias de valor. O estudo foi realizado no período de Maio a Agosto de 2014 pela Wageningen University & Centro de Pesquisa/PPO (Capítulos 4, Produção primária e 9, Educação e Pesquisa), Acordo Internacional (Parágrafo 3.9 Visão Geral do Setor da batata-inglesa e Capítulo 6, Cadeias de valor) e Valor agrícola (Capítulos 3, Geral, 5, Infraestrutura, 7, Informação, 8 Representação do setor e 10, Legislação) em consulta com as empresas APH-Group e Farm Frites International e com a ajuda de especialistas locais. Onde houver menção de preços, especialmente de preços ao consumidor do agricultor, cabe destacar que são válidos em um momento específico, mas podem diferir substancialmente em outros períodos ou outros anos.

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Oportunidades no sector da batata no Brasil 2015

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2 RESUMO EXECUTIVO

Geral O Brasil produz aproximadamente de 3,5 a 3,9 milhões de toneladas de batatas anualmente em uma área entre 130.000 e 140.000 hectares, divididos em uma temporada seca- úmida- e o inverno. As principais áreas de produção estão localizadas em Minas Gerais, Paraná e São Paulo. O estado da Bahia claramente diminuiu em importância ultimamente e atualmente produz menos de 5% da safra total. O número de agricultores de batata caiu 30.000 em 1995 para menos de 5.000 em 2014. Menos, mas maiores produtores e um aumento de rendimento por hectare. A falta de terreno plano disponível sobre elevações mais altas que sejam adequadas para um plantio de inverno mecanizado é um fator que limita a extensão de área em produção. As limitações na disponibilidade de água é uma segunda restrição em várias áreas e é o principal motivo para uma redução na área na Bahia. Mas também em outras áreas, a possível falta de disponibilidade de água está sendo considerado um risco para os produtos, resultando em, por exemplo, plantação mais cedo e abastecimento desequilibrado. As principais variedades de cultivo são Agata (mercado de produtos para consumo em fresco), Atlantic para batata-palha e batatas fritas de pacote (75% da produção de batatas fritas de pacote), variedades FL (25% da produção de batatas fritas de pacote) e Asterix e Markies (batatas fritas). Os níveis médios de rendimento variam de 22 a 45 toneladas por hectare, o que é razoável para o mercado de produtos para consumo em fresco porque este é puramente um mercado local, mas muito baixo para um preço competitivo de matéria-prima para produção de batatas fritas que deve ser competitivo no mercado global. Semente O RENASAM (Registro Nacional de Sementes e Mudas) é responsável pela certificação das batatas semente que são vendidas comercialmente. Quando produzem para seu próprio uso, os agricultores não são obrigados a usar sementes certificadas. Os grandes plantadores compram pequeno volume de semente certificada e as multiplicam durante duas ou três gerações dentro de sua própria empresa. Existem apenas 2 ou 3 produtores de sementes comerciais no país. Aproximadamente 15% das sementes estão certificadas. O resto é multiplicado pelos próprios agricultores de batata para consumo. Os agricultores dizem que gostariam de ter alternativas de variedades de alto rendimento menos susceptíveis a doenças, especialmente para produção de batatas fritas de pacote. Algumas vezes, as sementes são vendidas como batatas de consumo em um mercado de produtos para consumo em fresco e a resultante falta de sementes disponíveis limita a área que está sendo plantada. Mecanização Em geral, o nível de mecanização na produção de batata no Brasil ainda é baixo. Mas como a mão-de-obra está se tornando mais cara e difícil de obter e porque as propriedades agrícolas se tornam maiores, o setor está perto de investir substancialmente em mecanização. Especialmente quando produz para um setor no qual pequenos danos sobre a pele não é um problema relevante. Mas também os embaladores de batatas de mesa precisam a flexibilidade e a capacidade para colher quantidades substanciais de batatas quando as condições climáticas permitem fazê-lo. Para o mercado de produtos para consumo em fresco, os agricultores precisam limitada capacidade de armazenamento, principalmente para formar uma reserva para uma semana, com o objetivo de continuar abastecendo o mercado durante os períodos quando a colheita não é possível devido a chuvas. Os produtores para a indústria precisam armazenamento de médio prazo (3 a 4 meses) e, por essa razão, capacidades maiores com o objetivo de ser capaz de baixar o custo do preço das batatas através de um rendimento maior na safra de inverno que compense os custos de armazenamento. Mercado Os principais indicadores do mercado são:

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Oportunidades no sector da batata no Brasil 2015

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O aumento do poder aquisitivo das classes alta e média que cresceram entre 2003 e 2013 de 46% para 63%, e a tendência ainda continua, embora em um ritmo um pouco mais lento ultimamnente.

O aumento do número de pessoas que moram sozinhas que procuram alimento preparado.

A inclusão das mulheres no mercado de mão-de-obra aumenta a demanda de alimentos preparados.

O resultado é um aumento substancial no consumo de produtos preparados como batatas fritas congeladas, assim como também produtos de batata descascada e desidratada, enquanto que, ao mesmo tempo o consumo de batatas de mesa diminuiu um pouco.

A maioria das batatas no mercado de produtos para consumo em fresco é vendida avulsa. Também são lavadas e vendidas dentro de apenas dias após a colheita o que resulta em um produto de bom aspecto (quase nunca) sem pele. Os consumidores estão muito acostumados a este tipo de frescor. Existem apenas 3 embaladores atualmente, que empacotam em embalagens de consumo e fornecem os mesmos para os CD das redes de supermercados. 10% das batatas de mesa empacotadas são da variedade Asterix (fritas) e 90% são Agata (cozida). O uso de batatas fritas congeladas começou no Brasil em 1992. Atualmente, em 2014, o consumo é de aproximadamente 370.000 toneladas e está crescendo 7% por ano. Com 282.000 toneladas importadas, três quartos de todas as batatas fritas congeladas consumidas são importadas, e um quarto é produzido localmente. O principal produtor local é a BEM Brasil, com uma capacidade de produção de 100.000 toneladas (produto pronto) e planos de duplicar esta capacidade durante os próximos anos (incluindo a capacidade de armazenamento para matéria-prima). Os principais países exportadores de batatas fritas congeladas para o Brasil são a Argentina, a Holanda e a Bélgica. Os principais atores internacionais neste mercado são McCain e Farm Frites e ambos são abastecidos de suas instalações de produção na Argentina assim como também na Europa. Parece que ambos também optam por cooperar na produção local de batatas fritas no forno e outros produtos de batata congelados baseados em flocos e o abastecimento de batatas fritas congeladas padrão através da importação, devido ao custo da produção da matéria-prima que não é suficientemente competitivo em um contexto internacional. Os serviços alimentícios respondem por 80% das vendas de batata pré-frita congelada, dos quais 25% é feito nos segmentos de comida rápida e 75% no resto do setor de serviços alimentícios. O mercado de batatas fritas de pacote está bem desenvolvido e todas as marcas no mercado são produzidas localmente. A produção e consumo são aproximadamente 75.000 toneladas para os quais são requeridas 300.000 de matéria-prima. A PepsiCo/ Frito-Lay tem 50% do mercado. A Yoki (General Mills) é o segundo maior produtor com 25.000 toneladas de batatas fritas de pacote. A Procter & Gamble (Pringles) é o terceiro maior fornecedor neste mercado, mas as Pringles são feitas de flocos enquanto que as batatas fritas de pacote são feitas de batatas inteiras. A batata-palha é um produto tipicamente brasileiro, consumido com um prato de bife a Stroganoff. Toda é produzida localmente, por muitos produtores diferentes. 80.000 toneladas de matéria-prima são usadas para produzir 20.000 toneladas de batata-palha anualmente As batatas inteiras cozidas e empacotadas a vácuo e as batatas cruas descascadas são as formas de batatas processadas para as quais está sendo se desenvolvendo rapidamente um mercado. Atualmente, aproximadamente 17% da safra brasileira está sendo processada (batatas fritas, batatas fritas de pacote e batata-palha, principalmente). A expectativa geral é que dentro de 10 anos o consumo de produtos de batatas processadas tenha superado o consumo de batatas frescas, como já é o caso na maior parte do mundo desenvolvido. Esta tendência está claramente visível no Brasil.

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3 DIMENSÃO E CARACTERÍSTICAS GERAIS DO SETOR DA BATATA-INGLESA

3.1 INTRODUÇÃO

No Brasil, o cultivo intensivo de batatas começou na década de 19201, no cinturão verde de São Paulo. Hoje, é considerado um legume principal no país.

3.2 REGIÕES DE PRODUÇÃO NO BRASIL

Atualmente a produção de batata está concentrada nas regiões Sul e Sudeste (Paraná, Santa Catarina, Rio Grande do Sul, Minas Gerais e São Paulo). Tradicionalmente, estes estados têm sido os principais produtores, respondendo por aproximadamente 98% da área plantada no Brasil. Gráfico 1: As regiões brasileiras de produção de batata

Fonte: Adaptado do IBGE 2014

As regiões de produção brasileiras e suas características são descritas na próxima tabela, baseada na informação do IBGE, da ABBA e nas entrevistas com referentes do setor brasileiro de produção de batata. Tabela 1 Principais regiões brasileiras de produção e características

Região Características

Goiás Grande potencial de crescimento e desenvolvimento. Presença de grandes agricultores que exercem uma marca influência sobre o abastecimento nacional e os preços. Para levar em conta: Brasília, Cristalina e Mucugê atingem uma média de rendimentos de 40 t/ha.

Alto do Paranaíba Triângulo Mineiro

Uma das regiões mais mecanizadas, mas com uma pequena participação na produção nacional. É uma região excelente, graças às boas condições de cultivo A média de produtividade é de 40 t/ha

Vargem Grande do Sul (São Paulo)

Alto nível de uso de tecnologia. O clima certo para garantir uma produção homogênea durante o ciclo completo de produção. A média de produtividade é de 30 a 35 t/ha (principalmente devido às influências climáticas)

Sul de Minas Gerais

Uma das principais áreas de produção em quantidade. Muitos pequenos agricultores. Baixa aplicação de tecnologia. Baixa produtividade.

Sudeste de São Paulo

Tem dois períodos de safra (Mai-Jul e Out-Jan). A produção de Out-Jan também é para produção de semente. A média de produtividade é de 25-30 t/ha. A busca de mais produtividade resulta na migração para o Triângulo Mineiro e Alto Paranaíba

Paraná Tem um bom nível tecnológico, a produção principal é para fins industriais. Muitos produtores pequenos e médios

Fonte: Agrivalor SA 2014

No Nordeste, o cultivo de batata-inglesa tem se expandido em área nos estados da Bahia e da Paraíba, baseando-se em determinadas condições climáticas favoráveis. No

1 http://www.abbabatatabrasileira.com.br/2008/revista.asp?id_REVCAT=32&id_REVCON=708

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entanto, em 2008, a produção de batata nestes estados entrou em crise devido às constantes secas e à competição da produção dos estados do Sul e do Sudeste. De acordo com o IBGE, existem vários fatores que tem contribuído para isto, entre outros: - baixa fertilidade do solo na região produtora, principalmente baixa em matéria orgânica,

nitrogênio e fósforos; - a depleção do solo através de sucessivas safras ano após ano; - condições de risco na plantação de acordo com as condições de chuva resultantes das

irregularidades climáticas; - administração inapropriada do solo, uso reduzido de fertilizantes de nitrogênio e fosfato; - baixo poder aquisitivo da maioria dos agricultores; - a qualidade das batatas colhidas ou do produto final não compete com o preço com a

batata-inglesa do Sul e do Sudeste2.

3.3 TEMPORADAS DE PRODUÇÃO NO BRASIL A produção batata-inglesa do Brasil acontece em três períodos (temporada úmida-, seca- e inverno). A participação destas safras no abastecimento total é a seguinte: Temporada úmida 45,0%; Temporada seca 33,0% e Temporada de inverno 22%. Gráfico 2: Temporadas de Produção de batata (% do total do abastecimento)

Fonte: Agrivalor SA baseado no IBGE (2013)

Nas áreas de produção do sudeste, as três safras por ano estão crescendo, embora os produtores de batata-inglesa em outras regiões optam por duas temporadas de batatas e na terceira temporada plantam milho ou outros grãos para complementar as atividades e fazer a rotação de cultivo. Assim algumas regiões tem maior expressão em um cultivo em particular. A principal safra no parte Sul e Sudeste do Brasil é o cultivo “Úmido”, o qual é plantado de Agosto a Dezembro e começa a ser colhido em Novembro. A plantação da safra de “inverno”, é praticada também nas mesmas regiões, em lugares onde não acontecem geadas, mas depende da irrigação durante o ciclo. A plantação é realizada de Abril até Julho e a colheita acontece em Julho-Outubro. No estado de São Paulo, a safra principal é a de inverno, seguido pela temporada úmida e em terceiro lugar a temporada seca. - As batatas de temporada seca são plantadas durante os meses de Janeiro-Março e

são colhidas após 120 dias, em Junho e Julho, para evitar as geadas nas regiões onde há invernos rigorosos.

- A safra de inverno da batata-inglesa está sendo plantada em Abril e Maio e colhida e Agosto, Setembro e Outubro.

- As batatas da temporada úmida começam a ser plantadas em Agosto e Setembro e são colhidas entre Dezembro e Março.

- As regiões não tradicionais de produção de batata, como o Planalto Central e as áreas de alta altitude no Nordeste, apresentam condições razoáveis de plantação durante o ano inteiro, caso o excesso de chuvas não complicar o controle de doenças e danos das batatas. A maior produtividade e a melhor qualidade do produto são obtidas durante o inverno seco com irrigação.

2 IBGE, 2006

Temporada de Inverno

22%

Temporada Úmida 45%

Temporadaseca 33%

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3.4 CARACTERÍSTICAS CLIMÁTICAS DAS REGIÕES DE PRODUÇÃO

3.4.1 Altitudes e temperaturas Figura 1: Diferentes zonas climáticas no Brasil

O cultivo de batata-inglesa requer temperaturas frias, especialmente na noite. Especialmente, é benéfica uma alta amplitude (diferença entre as temperaturas do dia e da noite). Figura 2: Temperaturas mínimas nas regiões da batata durante o período mais frio do ano (Jun-Jul Ago)

A acumulação de reservas no tubérculo é uma função da quantia de energia que a planta assimila durante o dia. Quanto mais a planta acumula durante o dia como resultado da fotossíntese, maior a acumulação de reservas. As temperaturas frias na noite ajudam a reduzir a respiração da planta e assim acumula mais reservas. As zonas mais frias, por essa razão, são melhores para o cultivo da batata-inglesa. Há diferenças climáticas entre as regiões, especialmente referentes à temperatura máxima. As diferenças na temperatura mínima (que ocorre na noite) são menores. As áreas de cultivo estão concentradas nas regiões tropical de alta altitude e subtropical. Como um exemplo, Figura 2 mostra as temperaturas mínimas no período mais frio do ano, correspondente aos meses de Junho, Julho e Agosto.

Fonte: Embrapa

O mapa mostra o que ocorre com a temperatura nas regiões que produzem os maiores rendimentos.

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Como este mapa, existem outros sete mapas, que mostram o clima em outras épocas, e a temperatura máxima durante todo o ano, por períodos de 3 meses. Como se pode ver no mapa, o sul de Minas Gerais tem condições muito similares ao clima de toda a região Sudeste do Brasil. São Paulo também apresenta regiões de alta altitude com climas similares, onde a batata-inglesa também é cultivada. No entanto, as regiões de produção da Bahia e de Goiás têm temperaturas altas mínimas e alta produção, usando tecnologia do estado da técnica. A temperatura mínima nestas regiões está em uma média de cerca de 5 a 6°C mais alta do que nos estados da região sul do Brasil. O norte do Paraná, o Sudeste e o Centro Oeste são capazes de produzir apenas no inverno, usando irrigação. As regiões ao norte do paralelo 24ºS são conhecidas como regiões com clima tropical e as regiões de alta altitude ao sul do paralelo 24ºS são conhecidas como com clima temperado. As temperaturas durante o dia são mais altas nas regiões de alta altitude com um clima tropical durante o trimestre mais frio do ano. O trabalho também relaciona a altitude das regiões que produzem batatas, já que, na maioria das regiões, até nas áreas com climas temperados, os cultivos estão concentrados nas áreas de altitude mais alta. Figura 3: Altitudes das regiões de produção

Na Figura 3, são apresentadas as altitudes. Os pontos representam as regiões onde as batatas estão sendo produzidas. A maioria das regiões, principalmente no planalto de clima tropical, está acima de 800 metros. Apenas a região sul do Rio Grande do Sul e o litoral de Santa Catarina têm altitudes mais baixas com produção de batata.

Fonte: Empraba

3.4.2 Irrigação, precipitação e disponibilidade de água

Os padrões de pluviosidade nas áreas de produção de batatas têm mudado durante os

últimos anos. Como resultado, os reservatórios estão muito abaixo de seu nível usual

(SP) e os agricultores consideram a falta de chuva durante a temporada de crescimento

como um risco. Como resultado disto, eles plantam mais cedo e, consequentemente,

colhem mais cedo, o que leva a um abastecimento desequilibrado com efeitos negativos

nos preços.

O Rio Grande do Sul representa a maior área irrigada, representando 20% do total no país (quase 800 mil hectares em 2006), principalmente devido à produção de arroz nos sistemas de inundações. Os estados de São Paulo e Minas Gerais são também destacados e têm 747.000 e 453.000 hectares de terrenos irrigados, respectivamente (aproximadamente 17 e 10% do total, respectivamente). Na região Nordeste, o estado da Bahia tem 287.000 hectares de terrenos irrigados (6,5% do total), principalmente devido a produção de fruta na área mais nortenha do estado.

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A região Norte tem menos área irrigada comparada a outras regiões no Brasil, geralmente devido a menor proporção de terra agrícola e a prevalência de pecuária extensiva.

Figura 4: Área irrigada (ha) no Brasil de acordo com Censo agrícola

Fonte: IBGE, 2006

O padrão de distribuição espacial de terrenos irrigados na figura acima pode estar relacionado, entre outros fatores, às características climáticas das regiões. De acordo com Silva et al. (2010), as regiões geográfica podem ser descritas como segue:

Norte: altas temperaturas durante o ano inteiro e um padrão de pluviosidade bem definido (tem uma temporada seca de Junho a Novembro e uma temporada úmida de Dezembro a Maio). O clima cálido e úmido virtualmente elimina a necessidade de irrigação.

Nordeste: caracterizada por altas temperaturas e um padrão de pluviosidade desigual, com uma média anual que varia de menos de 250 a 750 mm. As condições climáticas são extremamente favoráveis para agricultura irrigada, especialmente no cultivo de frutas, horticultura e produção de grãos. Recentemente, esta região tem aumentado a adoção de sistemas de irrigação, tais como aspersores e gotejamento, especialmente na produção de fruta.

Sudeste: apresenta altas temperaturas no verão e médias no inverno. Além do mais, tem uma temporada úmida durante o verão, enquanto que o inverno é moderadamente seco. Os agricultores usualmente adotam a irrigação apenas de maneira complementar, especialmente durante o inverno.

Sul: caracterizada por verões cálidos e úmidos e invernos frios e secos. Não existe nenhuma regularidade ou uniformidade nos padrões de pluviosidade e climáticos. Com relação à irrigação, esta região tem grandes áreas inundadas, especialmente na produção de arroz na rotação com pastagens. Nos anos com invernos particularmente secos, a irrigação pode ser uma garantia adicional para a produção.

Centro Oeste: esta região é cálida e úmida durante o verão e seca durante o inverno. O padrão de distribuição de pluviosidade no extremo oeste da região pode atingir a 2.500

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mm por ano, chegando a 1.000 mm por ano no este da região, requerendo irrigação tanto suplementar como contínua, durante os seis meses de temporada seca.

Com relação aos principais cultivos produzidos no Brasil, o cultivo de arroz e outros grãos, assim como também a cana de açúcar, são os maiores usuários da irrigação, com 1.241.716 e 1.044.936 hectares, respectivamente, correspondendo a 28 e 23% da área irrigada total no país. A produção de soja, frutas, horticultura, plantas ornamentais e café também são notáveis para o seu uso de irrigação; em total, respondem por aproximadamente 26% de terreno irrigado no Brasil. O tipo de irrigação que está sendo aplicado é como segue: (Superfície de água 95%)

Irrigação de inundação: 42%

Irrigação de infiltração por meio de sulcos: 6%

Irrigação de aspersores: 22%

Irrigação de pivô central: 23%

Irrigação localizada: 6%

Com exceção dos estados da região Sul (principalmente Rio Grande do Sul e Santa Catarina), a produção de batata está totalmente irrigada. A aplicação de irrigação, até mesmo na temporada de chuvas nas regiões do sul do Brasil, permite que os agricultores alcancem produtividade mais de 50% mais alta (tubérculo maior e melhor aspecto físico). Este motivo, em combinação com o risco reduzido da perda de cultivo pela seca, tem causado o rápido aumento da irrigação da batata-inglesa na região. Os seguintes gráficos indicam o requerimento para a irrigação por período do ano.

Figura 5: Pluviosidade Normal Climatológica 1981-2010 por período do ano

Chuvas Jan-Fev-Mar Chuvas Abr-Mai-Jun

Chuva Jul-Aug-Set Chuva Out-Nov-Dez

Fonte: INMET - Instituto Nacional de Meteorologia, 201

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Gráfico 3: Aumento anual de área irrigada no Brasil

Fonte: ANA – Agência Nacional da Água 2014

Gráfico 4: Aumento anual de área irrigada por tipo de tecnologia de irrigação

Fonte: ANA – Agência Nacional da Água 2014

Um sólido aumento na área irrigada pode ser observado nestes gráficos, principalmente por conta da irrigação de pivô central.

3.5 ÁREA DE PRODUÇÃO, RENDIMENTOS E PREÇOS DA BATATA-INGLESA, Em 2011, o Brasil tinha 150 mil hectares de batatas cultivadas com uma produção de 3,89 milhões de toneladas (igual à produtividade de 25,9 t/ha). Os níveis de rendimento variam, no entanto, de 22 a 40 toneladas dependendo da zona e temporada de colheita. No entanto, também varia a área plantada. Por exemplo, em 2012 foi de 136.000 hectares e em 2014, 130.000 hectares foram plantados com batata-inglesa e o rendimento total foi de 3,6 milhões de toneladas. Em 2012, o estado de Minas Gerais foi o maior produtor, com 35 % da produção nacional, seguido por São Paulo com 24 %, Paraná com 22 % e Rio Grande do Sul com 11 %. A produção nos estados de Santa Catarina, Goiás e Bahia totalizaram 8%. A média mais alta de rendimento de batata-inglesa em 2012 foi obtida em Goiás (40 t/ha) e Bahia (36 t/ha), enquanto os valores mais baixos foram obtidos em Santa Catarina (19 t/ha) e no Rio Grande do Sul (18 t/ha). Minas Gerais, o principal estado produtor do Brasil, teve uma média de produtividade de 31 t/ha.

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O fator que limita a expansão da área de produção de batata é, especialmente, a falta de batata semente de boa qualidade e certificada. Outros fatores que podem ser mencionados são: perdas nos anos prévios, dificuldade em contratar mão-de-obra e leis trabalhistas muito rigorosas, os altos preços dos insumos, tais como fertilizantes e praguicidas, devido ao aumento do dólar, aumentando o valor e a dificuldade no arrendamento de terras em algumas regiões, devido à concorrência com outros cultivos. Sendo a área prevista praticamente estável, possivelmente haveria excesso de abastecimento no mercado interno. Os preços tendem a estar acima do custo de produção. No Brasil as condições climáticas também tem uma sólida influência sobre preços e podem aumentar ou diminuir o volume disponível no mercado interno. Tabela 2: Áreas de safra na temporada Seca e Inverno

Temporada de safra seca e safra de Inverno (Junho a Novembro) Área Plantada

Região Cidade da colheita 2012 2013 Var. %

Vargem Grande do Sul (SP) – inverno

Vargem Grande do Sul, São João da Boa Vista, Mogi Guaçu, Aguaí, Casa Branca, Santa Cruz das Palmeiras, Mococa, Itobi, São José do Rio Pardo e Porto Ferreira

11.450 11.850 3%

Sudoeste Paulista – seco

Capão Bonito, São Miguel Arcanjo, Pilar do Sul, Itapetininga, Tatuí e Paranapanema

2.400 2.350 -2%

Sudoeste Paulista – inverno

Capão Bonito, São Miguel Arcanjo, Pilar do Sul, Itapetininga, Tatuí e Paranapanema

2.830 2.830 0%

Curitiba (PR) Almirante Tamandaré, Araucária, Balsa Nova, Campo Tenente, Campo Largo, Campo Magro, Contenda, Fazenda Rio Grande, Lapa, Mandirituba, Piraquara, Quitandinha, Rio Negro e Tijucas

3.207 3.207 0%

Ponta Grossa (PR)

Arapoti, Castro, Imbaú, Ipiranga, Iraí, Jaguariaíva, Ortigueira, Palmeira, Piraí do Sul, Ponta Grossa, Porto Amazonas, Reserva, São João do Triunfo, Telemaco Borba, Tibagi e Ventania

1.800 1,800 0%

São Mateus do Sul (PR)

União da Vitória, Antônio Olímpio, Paulo Freitas e Paulo Frontin

1.300 1.300 0%

Irati (PR) Mallet, Rio Azul, Rebouças, Irati, Fernandes Pinheiro, Teixeira Soares, Imbituva, Guaramiranga e Inácio Martins

900 850 -6%

Brasília (DF) /Cristalina (GO)

Brasília e Cristalina 5.220 5.430 4%

Mucugê e Chapada Diamantina (BA)

Mucugê e Ibicoara 5.925 5.100 -14%

Sul de Minas Gerais (temporada seca e inverno)

Cambuí, Pouso Alegre, Ipuiúna, Poços de Caldas, Areado, Bom Repouso, Camanducaia, Senador Amaral, Maria da Fé, Bueno Brandão, Espírito Santo do Dourado, São João da Mata, Andradas, Alfenas, Alterosa, Serrania, Machado, Paraguaçu, Três Corações, São Gonçalo do Sapucaí, São Bento do Abade, Santa Rita de Caldas e Congonhal

9.250 9.100 -2%

Triângulo Mineiro/Alto Paranaíba (MG)

Araxá, Ibiá, Perdizes, Pedrinópolis, Sacramento, Tapira, Santa Juliana, Patrocínio, Iraí de Minas, Uberaba, Uberlândia, Rio Paranaíba e São Gotardo

3.000 3.000 0%

Ibiraiaras (RS) Ibiraiaras e Santa Maria 1.295 1.250 -3% Fonte: Cepea, estatísticas divulgadas pelo Cepea não representa o total da área plantada em cada região. Os dados refletem a opinião dos principais atores do setor e são considerados os principais referentes do mercado.

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Tabela 3: Áreas de safra de Temporada Úmida

Temporada de safra úmida (Dezembro até Maio) Área Plantada Região Cidade de safra 2012 2013 Var. %

Sul de Minas Gerais

Cambuí, Pouso Alegre, Ipuiúna, Poços de Caldas, Áreado, Bom Repouso, Camanducaia, Senador Amaral, Maria da Fé, Bueno Brandão, Espírito Santo do Dourado, São João da Mata, Andradas, Alfenas, Alterosa, Serrania, Machado, Paraguaçu, Três Corações, São Gonçalo do Sapucaí, São Bento do Abade, Santa Rita de Caldas e Congonhal

9.900 9.900 0%

Triângulo Mineiro/Alto Paranaíba (MG)

Araxá, Ibiá, Perdizes, Pedrinópolis, Sacramento, Triângulo Mineiro/Alto Paranaíba (MG) Tapira, Santa Juliana, Patrocínio, Iraí de Minas, Uberaba, Uberlândia, Rio Paranaíba e São Gotardo

12.770 12.100 -5%

Guarapuava (PR) 1º e 2° safra

Guarapuava, Campina do Simão, Cândoi, Guarapuava (PR) Foz do Jordão, Pinhão, Prudentópolis e Reserva do Iguaçu

4.300 4.500 5%

Curitiba (PR) Agudos do Sul, Almirante Tamandaré, Araucária, Balsa Nova, Campo Tenente, Campo Largo, Campo Magro, Contenda, Fazenda Rio Grande Lapa, Mandirituba, Piên, Piraquara, Quitandinha, Rio Negro e Tijucas

5.590 5.590 0%

Ponta Grossa (PR)

Arapoti, Castro, Imbaú, Ipiranga, Iraí, Jaguariaíva, Ortigueira, Palmeira, Piraí do Sul, Ponta Grossa, Porto Amazonas, Reserva, São João do Triunfo, Telemaco Borba, Tibagi e Ventania

2.300 2,300 0%

Irati (PR) Mallet, Rio Azul, Rebouças, Irati, Fernandes Pinheiro, Teixeira Soares, Imbituva,Guaramiranga e Inácio Martins

1.280 1.280 0%

São Mateus do Sul (PR)

União da Vitória, São Mateus do Sul, Antônio Olímpio, Paulo Freitas e Paulo Frontin

1.660 1.800 8%

Santa Catarina Água Doce (SC) e Palmas (PR) 6.680 6.680 0%

Rio Grande do Sul

Bom Jesus, São José dos Ausentes Ibiraiaras, Santa Maria e São Francisco de Paula

7.150 7.285 2%

Fonte: Cepea, estatísticas divulgadas pelo Cepea não representa o total de área plantada em cada região. Os dados refletem a opinião dos principais atores do setor e são considerados os principais referentes do mercado.

3.6 CUSTO DE PRODUÇÃO

O custo de produção da batata-inglesa é basicamente composto dos seguintes itens3: semente, cultivo, fertilizantes, praguicidas, colheita e processamento, custos administrativos e financeiros. Até o surgimento da variedade Agata, a semente era o item mais caro no Brasil, porque geralmente representava aproximadamente 25% do custo da produção. Com o aparecimento da variedade Agata, a maioria (mais de 90%) dos produtores começou a usar parte da safra da batata-inglesa de consumo como batata semente. Os resultados desta mudança foram indiscutivelmente a redução do custo da semente e a explosão de problemas fitossanitários - ferrugem sarna da batata-inglesa, scurf de prata, nemátodos, vírus, etc. O gasto nas práticas de cultivo tais como aragem, sulcagem, pulverização, irrigação, colheita, remessa, etc., aumentou significativamente, principalmente devido ao aumento no preço do óleo diesel. Os custos de processamento ou lavagem, os custos administrativos e financeiros também aumentaram devido aos novos requerimentos criados nas leis tributárias, ambientais e trabalhistas. Os gastos químicos também estão aumentando. Em média, os produtores fazem 15 aplicações (proteção dos plantios e

3 http://www.abbabatatabrasileira.com.br/2008/midiacon.asp?id_ABM=36&tipo=1

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Oportunidades no sector da batata no Brasil 2015

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fertilizantes), mas este número pode variar de menos de 10 a mais de 25 aplicações por ciclo de cultivo. Além do alto preço, os fertilizantes também são insuficientes para o abastecimento. Certamente esta política do preço está relacionada com o aumento da demanda global de fertilizantes. A tendência está continuamente aumentando. Com o objetivo de fazer uma comparação de algumas das principais regiões de produção, a seguir é apresentada uma tabela de evolução de custo publicado na revista Hortifruti de Outubro de 2014: Tabela 4: A evolução do custo dos últimos 10 anos em Vargem Grande do Sul (SP)

Itens 2005* 2014 Variação (%) ‘05-‘14

(A) Fertilizante e proteção dos plantios 5.903 5.973 1 %

(B) Semente 5.704 4.375 -23 %

(C) Operações mecânicas para preparação do solo 626 488 -22 %

(D) Operações mecânicas de cultivo e sulcagem 513 655 28 %

(E) Irrigação 1.306 898 -31 %

(F) Operações para colheita mecânica 336 198 -41 %

(G) Mão-de-obra 620 1.650 166 %

(H) Escolha de sistema de colheita semi-mecanizada 1.001 1.610 61 %

(I) Custos administrativos 412 796 93 %

(J) Comercialização/processamento 4.395 4.690 7 %

(K) Arrendamento de terras 2.662 2,066 -22 %

(L) Capital de trabalho 1.319 1.035 -21 %

(M) Custos Operacionais (OC) = A+B+..+L 24.995 24.433 -2 %

(N) CARP 938 953 1 %

(O) Custo Total (TC) = M + N 25.932 25.386 -2,1 % Produtividade em sacos de 50 kg 600 700 10,0%

Custo (R$/saco) 43,22 36,27 -11,0 %

* o valor real de 2005 foi obtido e corrigido pela inflação pelo IGD-DI Agosto 2014 (Fonte: Cepea 2014 / Revista Hortifruti Outubro 2014)

Tabela 5: A evolução do custo nos últimos 6 anos no Sul de Minas Gerais

Itens 2008/09* 2013/14 Variação (%)

08/09 -13/

(A) Fertilizante e proteção dos plantios 5.290 6.374 21 %

(B) Semente 3.257 3.600 11 %

(C) Operações mecânicas para preparação do solo 643 743 16 %

(D) Operações mecânicas de cultivo e sulcagem 168 322 92 %

(E) Operações para colheita mecânica 265 369 39 %

(F) Mão-de-obra 945 2.834 200 %

(G) Escolha de sistema de colheita semi-mecanizada 1.656 2.130 29 %

(H) Custos administrativos 1.345 1.961 46 %

(I) Comercialização/processamento 4.479 5.280 18 %

(J) Arrendamento de terras 1.402 2.066 47 %

(K) Capital de trabalho 889 1.066 20 %

(L) Custos Operacionais (OC) = A+B+..+L 22.002 26.746 22 %

(M) CARP 4.829 2.906 -40 %

(N) Custo Total (TC) = M + N 27.103 29.652 9,4 %

Produtividade saco de 50 kg 600 660 10 % Custo (R$/saco) 45,17 44,93 -0,5 %

* o valor real de 2005 foi obtido e corrigido pela inflação pelo IGD-DI Agosto 2014 (Fonte: Cepea 2014 / Revista Hortifruti Outubro 2014)

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Oportunidades no sector da batata no Brasil 2015

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Custo por temporada Cabe destacar que, em geral, no Brasil a safra na temporada chuvosa é menos produtiva com custos mais altos em comparação com a safra de inverno. Por essa razão, muitos grandes produtores no Brasil focam cada vez mais em uma safra de inverno. Tabela 6: Rendimentos da Produção de batata por Região em 2014 (veja o anexo 2)

Região Período de Safra (área de safra, hectares): Rendimento / hectare (T)

Brasil

Batata-inglesa – inglesa (1a Safra) (68.129) 26,52

Batata-inglesa – inglesa (2a Safra) (41.181) 27,66

Batata-inglesa – inglesa (3a Safra) (21.420) 34,10

Ao mesmo tempo, há um aumento na demanda interna de batata-inglesa industrializada que requer abastecimento ao longo de todo o ano. Na temporada de chuva, um declínio na produção já tem sido observado. O investimento em instalações de armazenamento de longo prazo pode ser uma solução. Recomenda-se um estudo mais detalhado sobre a factibilidade comercial, financeira e técnica de soluções de armazenamento. O Cepea realizou uma análise dos custos da produção de batata no inverno (Vargem Grande do Sul) e na temporada chuvosa no Sul de Minas Gerais. Tabela 7: Custo da produção de batata na temporada chuvosa (Sul MG 12/13- 13/14)

2013 2014

Itens R$/ha % R$/ha %

(A) Insumos 5.185 19,7 6.374 21,5

Fertilizantes 3.560 13,5 3.500 11,8

Proteção dos plantios 1.626 6,2 2.874 9,7

(B) Sementes 4.200 16,0 3.600 12,1

(C) Operações mecânicas para preparação do solo 711 2,7 744 2,5

(D) Operações mecânicas de cultivo e sulcagem 273 1,0 322 1,1

(E) Irrigação

(F) Operações de colheita mecânica 295 1,1 369 1,2

(G) Mão-de-obra 2.952 11,2 2,834 9,6

(H) Escolha de sistema de colheita semi-mecanizada 1.980 7,5 2,130 7,2

(I) Custos administrativos 1.913 7,3 1.961 6,6

(J) Comercialização/processamento 4.380 16,3 5.280 17,9

(K) Arrendamento da terra 1.240 4,7 2.066 7,0

(L) Capital de Trabalho 1.005 3,8 1.066 3,6

(M) Custos Operacionais (OC) = A+B+..+L 24.135 91,7 26.746 90,2

(N) Custos Fixos 2.197 8,3 2.906 9,8

Custos Totais 26.331 100 29.652 100

Média de produtividade em sacos 50 kg/ha 600 sacos 660 sacos

Custos por saco (50 kg) R$ 43,89 R$ 44,93

Tabela 8: Custo da produção de batata no inverno (Vargem Gr.do Sul 2013-2014)

2013 2014

Itens R$/ha % R$/ha % (A) Insumos 7,114 27,0 5.973 23,5

Fertilizantes 3.730 14,1 3.601 14,2

Proteção dos plantios 3.384 12,8 2.372 9,0

(B) Sementes 5.000 18,9 4.375 17,2

(C) Operações mecânicas para preparação do solo 468 1,8 488 1,9

(D) Operações mecânicas de cultivo e sulcagem 590 2,2 655 2,6

(E) Irrigação 638 2,4 997 3,5

(F) Operações de colheita mecânica 187 0,7 198 0,8

(G) Mão-de-obra 1.661 6,3 1.650 6,5

(H) Escolha de sistema de colheita semi-mecanizada 1.495 5,7 1.610 6,3

(I) Custos administrativos 791 3,0 796 3,1

(J) Comercialização/processamento 4.355 16,5 4.690 18,5

(K) Arrendamento da terra 2,066 7,8 2.066 8,1

(L) Capital de Trabalho 1.114 4,2 1.035 4,1

(M) Custos Operacionais (OC) = A+B+..+L 25.480 96,5 24.433 96,2

(N) Custos Fixos 919 3,5 953 3,8

Custos Totais 26.399 25.386 100

Média de produtividade em sacos de 50 kg/ha 650 sacos 700 sacos

Custos por saco (50 kg) R$ 40,61 R$ 36,27

Fonte: Cepea 2014

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Oportunidades no sector da batata no Brasil 2015 19

A conclusão de sua pesquisa é que as três regiões são difíceis de comparar devido à diferença na escala da produção, ao número de agricultores e à disponibilidade de mão-de-obra, a temporada de safra, a tecnologia e as diferenças climatológicas. O que os números indicam é que as regiões produtoras de São Paulo e Minas Gerais dificilmente serão administradas para competir com Brasília (DF) / Cristalina (GO) para abastecer o mercado do Norte e Nordeste, não apenas devido ao custo de produção mais elevado, mas também devido aos custos da logística.

3.7 TENDÊNCIAS E EXPECTATIVAS4 Em geral, a produtividade tem aumentado significativamente durante as últimas décadas e continua crescendo. As áreas de produção se tornam mais concentradas nas áreas mais adequadas climaticamente. A mecanização dos cultivos tem diminuído o total de mão-de-obra que é requerido. Cada vez menos mão-de-obra será requerida devido aos investimentos adicionais em mecanização. Estes investimentos estão sendo feitos devido ao custo da mão-de-obra e (a falta de) disponibilidade e devido ao aumento da área por agricultor e o aumento do capital intensivo da produção do setor primário. Gráfico 5: Área da batata no Brasil

Fonte: IBGE, Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística, 2014

Gráfico 5 Área de batata no Brasil (ha) Área (hectares) Área (ha) Ano

Gráfico 6: Produção de batata no Brasil

Fonte: IBGE, Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística, 2014

Gráfico 6 Produção de batata inglesa (toneladas) Produção (toneladas) Produção (toneladas) Ano

4 Cepea - Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada Hortifruti BRASIL - Abril 2013

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3.8 PREÇOS E CONTRATOS Enfrentando seca desde o início de 2012, os produtores da região da Chapada Diamantina (BA) reduziram o cultivo em 2013 em 13,9% comparado com o ano anterior. As cotas positivas durante todo o ano - a maior de todas as áreas pesquisada pelo Cepea - animaram os produtores, mas o mau inverno evitou a expansão na área. Até mesmo os meses mais chuvosos como Janeiro e Dezembro foram mais secos que o normal. Devido ao fato de que os reservatórios estão ainda com o nível baixo, será difícil atingir o volume considerado ideal em 2014, ao que deve seguir a restrição do cultivo. Embora a área seja limitada, os agricultores locais continuaram priorizando o cultivo de batata-inglesa diante de outros cultivos tais como grãos. Como uma maneira de compensar a perda de parte da área de plantio, eles migraram para outros lugares, especialmente Cristalina (GO) e até mesmo Guarapuava (PR).

Outras regiões lucraram com a baixa oferta no mercado do Nordeste, como o Triângulo Mineiro / Alto Parnaíba. Em certos períodos, os produtores reportaram que o preço de venda para o Nordeste foi de mais de R $ 30 / mais alto que o comercializado dentro do Sudeste. Apesar da seca na Chapada Diamantina (BA), asseguraram um bom rendimento de 40 toneladas / ha em média graças à irrigação. Além disso, houve severos problemas com pragas ou doenças na região. De acordo com os agricultores locais, os desafios para os próximos anos são estudar alternativas que maximizem o uso dos recursos hídricos da região, tais como os projetos de irrigação e de monitoramento climático e o uso de monitoramento de cultivo- e sistemas de administração de irrigação para otimizar o uso da água. Tabela 9: Estatísticas da Produção em 2013

Item Características 2013 Oferta de Batata-inglesa Baixo

Importações de batatas pré-fritas Congeladas Aumento (até Outubro) 23%

Área de cultivo Diminuiu (Bahia devido à seca -14% )

Nível de Preço Maior média nominal na história (Maio)

Recorde de Preço R$ 128.00 / 50 kg saco

Importações de sementes certificadas Aumentou com 129% (até Outubro)

Fonte: Agrivalor SA baseado nos dados do Cepea (2014) Registro de preços para produtores de batata-inglesa capitalizados em 2013, já que não houve falhas agudas na produção. Calcula-se que a área de safra úmida 2013/14 colhido aumente apenas 1%. De acordo com a PepsiCo, a alta variação nos preços torna inviável o processamento, por essa razão, começaram com a introdução de contratos. O estabelecimento de contratos é uma segurança tanto para o processador como para o agricultor. No entanto, tem havido problemas graves no não cumprimento das obrigações contratuais pela indústria. Gráfico 7: Desenvolvimento do preço das batatas 2002-2012

Fonte: PepsiCo

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3.9 VISÃO GERAL DO SETOR DA BATATA-INGLESA Uma visão geral atual do setor da batata-inglesa no Brasil é apresentada na Figura 6: Visão Geral do Setor da Batata no Brasil 2012-2014 Mostra que o país é mais ou menos autossuficiente em sementes e em batatas de mesa. A FAO informa que aumenta a produção 5% ao ano. Ao mesmo tempo, uma significativa mudança do consumo de batatas frescas de mesa para o de produtos processados pode ser notado, especialmente no grande setor de serviços alimentícios que abrange um terço de todos os gastos em alimentos no país. Obs.: o total da produção flutua um pouco por ano. Esta flutuação é quase totalmente absorvida pelo mercado de produtos para

consumo em fresco já que as capacidades de processamento são fixas. Figura 6: Visão Geral do Setor da Batata no Brasil 2012-2014

15%

3% Import. sementes 6.000 ton. Sementes* * certificadas

97% Sementes locais 324.000 ton 330.000 ton 50.000 ton

9 % produção 73% diminuição

perdas (±130.000 ha) ±3.600.000 ton

36.000 ton 1%

17%

Indústria aumento Consum em fresco

600.000 ton 2628000 ton

33%

50% 17%

Pré-fritas congeladas Batatas fritas de pacote Outros

80%

Matéria-prima Matéria-prima Matéria-prima Matéria-prima Matéria-prima

200.000 ton 300.000 ton 100.000 ton 80.000 ton 2628000 ton

Importação (2013)

Pré-fritas congeladas

Prod. Local Batatas fritas de pacote

Prod. Local Flocos / granulado

Descascado Batata-palha importação Consumo em fresco

Prod. Local

282.000 ton 382.000 ton 100.000 ton 75.000 ton 75.000 ton toneladas toneladas 20.000 ton 23.000 ton 2.651.000 ton 2.628.000 ton

Arg 50% 1,9 kg p.capita Bem 80.000 375 g p capita Frito-Lay 38.000 100 g p capita 13,8 kg/ capita

Bel. 25% Hortus 20.000 Yoki 25.000 Importação

Holanda 18% Outros 12.000 Flocos & gran 9.000 t

Fécula 90% atacadistas CD

20% 60% 20% 1.437 ton 85% 15%

Comida rápida

Outros Serviços alimentícios

Varejo Varejo Serviços alimentícios

Serviços alimentícios

Pequenas lojas/ bairros

hipermercados

76.000 toneladas

230.000 toneladas

76.000 toneladas

76.000 toneladas

18.000 toneladas

1000000 toneladas

1253550 toneladas

397.650 toneladas

aumento aumento estável aumento aumento aumento aumento diminuição estável diminuição

10% por ano 90% sacos de 50kg; 10% 25kg sacos 20% embalado

Fonte: Agriment, baseado nos dados da FAOSTAT 2012, IBGE 2014, ABBA e pesquisa de campo

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4 PRODUÇÃO PRIMÁRIA

4.1 CAPACIDADE DE PRODUÇÃO POTENCIAL NAS ÁREAS DE PRODUÇÃO SELECIONADAS Entre 1976 e 1980, Paraná foi o principal estado produtor de batata-inglesa no Brasil. Esta área está ao sul de 20° latitude S, a região central do sul caracterizada por um clima úmido, subtropical, mesotérmico sem uma temporada seca distintiva. O mês mais cálido tem uma média de temperatura de menos de 22 ºC, e o mês mais frio, uma temperatura de menos de 18 ºC. O estado do Rio Grande do Sul tem o clima mais adequado para as batatas, embora não seja o ideal. A área é classificada como temperada, mas a temperatura irregular e as chuvas tornam a agricultura em geral uma empresa de risco. Durante os meses mais cálidos (Janeiro e Fevereiro), a temperatura varia de 19 ºC a 26,9 º C, e nos meses mais frios (Julho, Agosto) de 8,8 ºC a 14,8 ºC. A neve é rara, mas a geada nas altitudes mais elevadas é frequente durante o inverno (Agosto-Setembro). A pluviosidade anual varia de 1.100 a 2.500 mm, e a umidade relativa anual varia de 75-87 %. A batata-inglesa é cultivada em altitudes tão altas como 1.100 m acima do nível do mar. As extremas flutuações da temperatura e a pluviosidade irregular (longas sequias e chuva excessiva, ambos perigosos) favorecem as variedades de batata-inglesa com curto período de crescimento. Enquanto em 1980 as batatas eram produzidas em 30 regiões no Brasil, agora (2014) isto foi reduzido para 15-20 regiões. As principais áreas de produção são apresentadas na Figura 7: O mapa com todas as regiões que produzem batata no Centro-Sul do Brasil e na Tabela 10. As regiões em Minas Gerais, Paraná e São Paulo respondem por mais de 75 % da área total de produção no Brasil. Os agricultores adaptaram o planejamento do plantio e colheita de acordo com as condições climáticas na sua região. Figura 7: O mapa com todas as regiões que produzem batata no Centro-Sul do Brasil

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Oportunidades no sector da batata no Brasil 2015

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Tabela 10: Área plantada com batatas nos estados brasileiros em 2012

Classificação Cidade e Estado Hectares

1º Cristalina – GO …………… 6.000

2º Perdizes – MG ……………. 4.960

3º Itapetininga – SP 4.000

4º Casa Branca - SP 3.600

5º Ipuíuna – MG 2.900

6º Castro – PR 2.800

7º Mucugê – Bahia 2.700

8º Paranapanema – SP 2.700

9º Itapeva – SP 2.600

10º Itaí – SP 2.500

11º São Mateus do Sul – PR 2.500

12º São Fr.de Paula – RS 2.500

13º Lapa – Paraná 2.450

14º Araucária – Paraná 2.090

15º Guarapuava – Paraná 2.035

16º S José d Ausentes – RS 2.000

17º Uberaba – MG 1.900

18º Ibicoara – Bahia 1.800

19º Tapira – MG 1.800

20º Sacramento – MG 1.750

21º Campo Largo – PR 1.700

22º Bueno Brandão – MG 1.650

23º Maria da Fé – MG 1.556

24º Bom Jesus – RS 1.500

25º Contenda – PR 1.400

26º Bom Repouso – MG 1.240

27º Ibiraiaras – RS 1.200

28º Campo Alegre de Goiás – GO 1.159

29º Quitandinha – PR 1.100

30º Santa Juliana – MG 1.050

Total 30 regiões 69.140 (50,83 %)

Total Brasil 136.019 (100 %)

Fonte: FAOSTAT

4.2 PRODUÇÃO DE BATATA SEMENTE

Em média, o Brasil produz aproximadamente 140.000 hectares de batatas anualmente e por hectare os agricultores usam aproximadamente 80 caixas de 30 kg de semente. Isto significa que no Brasil 336.000 toneladas de semente por ano estão sendo plantadas. Baseado em inúmeras amostras analisadas pelos laboratórios que realizam a análise fitossanitária em nome do MAPA (Comissão de batata semente do Ministério da Agricultura) calcula-se que existem 3.000 ha em produção para batata semente, representando aproximadamente 50.000 toneladas da produção local de semente. Levando em conta que 6.000 toneladas foram importadas em 2013, isto significa que apenas 15% do total das sementes que estão sendo usadas são certificadas. O principal desafio da multiplicação de semente local é a rápida acumulação de vírus nos lotes de semente de uma geração para outra, se os estoques de sementes livres de doença são importados ou iniciados do cultivo de tecidos localmente. A pressão dos afídeos (muitas espécies) e vírus (principalmente PVY e PLRV) é alta durante todo o ano. O valor da produção de semente livre de doença leva os produtores de semente a procurar voluntariamente os serviços do ELISA do Instituto Agronômico de Campinas (IAC) antes de decidir vender sua produção como semente ou para consumo (> 75%).

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Oportunidades no sector da batata no Brasil 2015 24

4.2.1 Variedades de batata semente Existe uma grande variedade disponível no mercado que mudou com o passar das décadas. A variedade mais famosa e que durou mais, a Bintje, é lisa e adequada para fritar. - Nas décadas de 1970 e 1980 Bintje prevaleceu acima dos cultivares: Patrones,

Radosa, Delta e Aquila - Na década de 1990 prevaleceu no mercado além da Bintje; Achat, Baraka e Monalisa - Na década de 2010, Agata, Cupido, Asterix, Atlantic, Mondial, e Markies5 são as

variedades populares. Os agricultores de batata-inglesa que produzem para a produção de batatas fritas de pacote, em geral, importam sementes Atlantic.A produção de batata semente em geral é realizada por agricultores que têm estufas para a produção de mini tubérculos. A Atlantic representa uma melhor relação custo-benefício e vai manter sua importância até que outra variedade possa suplantá-la, para responder às demandas do mercado brasileiro, que valora majoritariamente o aspecto externo dos tubérculos, demandando bom tamanho e pele lisa e brilhosa. As variedades como Agata e Cupido são destinadas ao mercado de consumo em fresco, já que são muito sólidas e de cor firme, apresentando aptidão culinária para cozinhar. As variedades como Atlantic, Lady Roseta e Panda são mais usadas na indústria de batatas fritas de pacote (ou fatias e batata-palha). Por causa do seu formato redondo, pele áspera e polpa branca, esta variedade não tem uma boa aceitação no mercado de produtos para consumo em fresco. Tabela 11: Variedades de Batata e Mercado de destino

Mercado da Batata

Variedades

1980 2012

Consumo

Bintje, Achat, Delta, Baronesa, Baraka, Radosa, etc.

Ágata, Monalisa, Cupido, Mondial, Asterix

Batatas fritas de pacote

Atlantic Atlantic, FL , Caesar, Lady roseta, Ágata, Mondial, Cupido,

Batatas fritas Não na indústria local Asterix, Markies Fonte: Agrivalor SA baseado em entrevistas do setor

Tabela 12: Variedades usadas no Brasil para fins de processamento: Batatas pré-fritas congeladas Batatas fritas de pacote

Russet Burbank Atlantic

Ranger Russet Norchip

Shepody Snowden

Kennebec Kennebec

Bintje Lady Rosetta

Asterix Lady Claire

Agria Saturna

Lady Olympia Panda Fonte: Agrivalor SA baseado em entrevistas do setor

De acordo com Natalino Shimoyama, da ABBA (Associação Brasileira da Batata) não existe informação estatística oficial disponível sobre a produção de semente no Brasil. Ele observa que não muitas variedades novas de batata-inglesa de consumo estão sendo desenvolvidas ou introduzidas. As variedades de batatas fritas de pacote mantém o mesmo nível ou piorado, do qual Atlantic e Lady Roseta são consideradas produto de qualidade.

Os grandes produtores tem sua própria semente, que são de boa qualidade. Entretanto, ás vezes, a semente livre no mercado é de uma péssima qualidade (quando Agata é vendida para consume e sobra somente de má qualidade para o plantio). A partir do final de maio pode haver escassez de sementes (Agata) pela dificuldade de armazenagem desta variedade.

5 POTATO SHOW (2010)

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4.2.2 Produtores de semente no Brasil

O maior estado produtor de semente é Santa Catarina, que lidera o ranking dos produtores de batata semente no Brasil. Minas Gerais é o Segundo maior produtor nacional, mas consideravelmente abaixo de Santa Catarina em termos de produção.

Um referente dentro do setor brasileiro da batata-inglesa, durante uma entrevista alertou sobre a situação da produção e qualidade de batata semente no Brasil, e mencionou que, para ele, é da maior importância determinar normas e padrões uniformes para a produção de sementes para o país inteiro. Mas com o objetivo de atingir isto, é necessário que a fiscalização oriente os produtores e aplique multas quando necessário. Além do mais, os produtores devem agir com muita responsabilidade na administração e controle fitossanitário. Ele observa que o Brasil está pesquisando por variedades com melhor aptidão culinária para aumentar o consumo e melhorar a lucratividade dos produtores, mas duvida onde o Brasil vai plantar para produzir sementes saudáveis. E ele teme as doenças e pragas que estão espalhadas pelo país. Outro ponto importante referente a novas variedades é o pagamento de royalties, a obrigação do qual não é, algumas vezes, entendida pelo agricultor local. Por essa razão, a HZPC por exemplo, começou a mudra o cálculo de royalty de tonaladas de sementes produzidas para hectares plantados. Os produtores culpam dos problemas as impossibilidades financeiras e más condições do mercado, mas esquecem de que enfrentam problemas como a baixa produtividade relacionada com a pobre qualidade da semente, solos infectados e baixa tecnologia de embalagem. Não apenas sementes nacionais, mas também grande quantidade do material importado é de pobre qualidade. Todos são responsáveis por mudar esta situação: o governo, os produtores, os importadores, as associações, os laboratórios, os pesquisadores. Tabela 13: Obstáculos na produção brasileira de batata semente

Obstáculo Descrição

Legislação Falta de legislação, fiscalização e limites

Qualidade Falta de responsabilidade dos produtores sobre a qualidade da semente

Bactéria Podridão bacteriana da sarna da batata-inglesa, incrustações prateadas, sarna pulverulenta, nemátodos e muitos outros estão incapacitando grandes e importantes áreas da produção nacional, ainda mais sabendo que os limites para a produção no Brasil quase finalizaram.

Transporte Problemas com transporte de batatas semente e variedades de semeadura com curta dormência que se ajusta a todas as regiões que produzem do país são fatores que disseminam doença e pragas

Fonte: Agrivalor baseado em entrevistas com referentes locais

O mercado da batata semente para processamento de batatas fritas de pacote e batata-palha é muito dinâmico por causa da presença de muitas fabricantes independentes de batatas fritas de pacote e dois ou três processadores maiores. O mercado de semente para essas variedades provavelmente será de muito baixa geração por causa da pressão da doença localmente. Entrevistas com agricultores locais e relatórios de visitas de associações estrangeiras de semente indicam que muitos grandes agricultores usam as instalações para produzir seus próprios mini tubérculos e cultivar sementes por apenas 1 a 3 gerações. As variedades resistentes a doenças como Agata pode ser recultivadas por mais anos, mas variedades como Atlantic são infestadas rapidamente. A Atlantic é a principal variedade para estoque de batata-frita, mas os campos da G1 Atlantics podem ser observados cheios de contaminação de vírus, o que impacta negativamente sobre os rendimentos. Por esse motivo, os agricultores expressam que poderiam ter a alternativa de variedades de alto rendimento menos susceptíveis à doença. Os laboratórios in vitro parecem ser poucos e a única maneira de controlar a variedade parece ser trabalhar com estes laboratórios. O mercado de importação de semente

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Oportunidades no sector da batata no Brasil 2015 26

parece ser apenas de minis tubérculos e nuclear para semente G1 (para obter informação adicional sobre as categorias de batata semente veja a seguinte página). No Brasil, uma variedade precisa superar vários anos de testes em múltiplas áreas antes de ser registrada. O processo de registro está estabelecido para favorecer as empresas privadas, assim as organizações reprodutoras públicas entram cada vez mais problemas burocráticos. Registrar uma variedade é caro e pode ser feito apenas com variedades com potencial. Os especialistas locais em plantio de semente vendem a semente em muito baixa geração, mas a pressão muito alta do vírus da doença local assegura que nova semente sempre será necessária.

4.2.3 Categorias brasileiras de batata semente6

Tabela 14: A proposta atual das categorias para produção da batata-inglesa-semente é como segue7:

Cat. Nome Descrição 1. Genética material de reprodução sob a responsabilidade e controle

direto de seu adquirente ou introdutor;

2. Basic G0 semeadura, planta em-vitro e mini tubérculo

3. Basic G1 Primeira safra no campo

4. Basic G2 Segunda safra no campo;

5. Basic G3 Terceira safra no campo

6. Primeira geração certificada Quarta safra no campo

7. Segunda geração certificada Quinta safra no campo

Fonte: Valmir Duarte, Janine Palma e Aícha Daniela Ribas, UFRGS Cultivar Hortaliças e Frutas (2005)

A equivalência das categorias de batata semente entre a semente brasileira e a holandesa é estabelecida pelo EM No. 9 (04/29/14) pelo Ministério da Agricultura, Pesca e Abastecimento de Alimentos, em exercício dos poderes conferidos pelo artigo 87, parágrafo único, item II, da Constituição, em vista das disposições da Lei 10.711, do dia 5 de Agosto de 2003, no Decreto 5153 do dia 23 de Julho de 2004, Instrução Normativa 32, do dia 20 de Novembro de 2012, e as disposições de Procedimento em 21000.009569 / 2013-33. Estas normas confirmaram em Abril de 2014 as equivalências das categorias das batatas semente produzidas nos Países Baixos e no Brasil, como segue: Tabela 15: Normas confirmadas

Artigo Descrição

Art. 1 Estabelece a equivalência das categorias de batatas semente produzidas nos Países Baixos e no Brasil:

Batatas semente produzida nos Países Baixos Semente Produzida no Brasil

Tipos "S", "SE" e "E" semelhantes Categoria básica G1

Classe "A” semelhantes Categoria certificada C1

Art. 2 As batatas semente produzida e certificada nos Países Baixos estão isentas de avaliação prévia por equivalência da categoria e Relatório de Avaliação Equivalência especificado em § 3 do art. 6 Instrução Normativa Não. 32, do dia 20 de Novembro de 2012.

Art. 3 Resultados da Análise do Material de Propagação da Batata-inglesa, que se referem à amostra oficial de material batata-inglesa importada, prevalece ainda a distribuição quando surge divergências entre estes resultados e a equivalência da categoria estabelecida de acordo com art 1.

Art. 4 Esta Instrução deve entrar em vigência a partir da data de sua publicação.

Fonte: Min. Agric. & Alimentos, 20

Tabela 16: Referência de Tolerâncias na inspeção de campo nos Países Baixos

Tolerância na Inspeção do campo (%)

Classe S SE E A C

Mosaico /Enrolamento foliar 0,025 0,05 0,1 0,25 2

Pé negro (Erwinia spp) 0 0 0 0,03 0,1

Fora de tipo 0 0 0,025 0,1 0,5 Fonte: WUR/PPO

6 Ministro De Estado Da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, NERI GELLER, 30/04/2014 N°: 638/14 7 Valmir Duarte, Janine Palma e Aícha Daniela Ribas,UFRGS Cultivar Hortaliças e Frutas (2005)

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Tabela 17: Referência de Tolerâncias na inspeção Lote nos Países Baixos e UE

Tolerâncias na inspeção de lote

NAK EC

Podridão seca Praticamente nenhuma 1% do peso

Podridão úmida 1 ou 2 tubérculos / 50Kg 1% do peso

Phytophthora 1 por 100 kg 1% do peso

Sarna da batata Máx. ½ superfície Máx. 1/3 da superfície e 5% acima

Rhizoctonia S/SE máx. 10% leve não especificado

E/A/B máx. 25% leve não especificado

Defeitos externos 4-12 por 50 kg 3% do peso

Aderência da terra 1% do peso 2% do peso Fonte: WUR/PPO

4.2.4 Mercado brasileiro de batata semente 2013 Desde Junho de 2013, o cultivo da safra de inverno é limitado devido à baixa disponibilidade de batatas semente nos país. De acordo com os representantes do setor, isto também terá um impacto sobre a expansão da área para a safra úmida 2013/14. Entretanto, esse é um resultado da falta de disponibilidade de semente de Agata quando as mesmas são vendidas como batata para consume em anos de bons preços. Os produtores das diferentes regiões que cultivam no inverno seco têm tido dificuldades para encontrar insumos (sementes). Este contexto é devido aos altos preços da batata-inglesa desde o começo do ano, já que a maioria da produção teve que ser alocada no mercado de produtos para consumo em fresco, uma estratégia usada pelos produtores para aumentar a lucratividade após dois anos de resultados negativos. Além do mais, as geadas no Sul causaram perdas de área de cultivo de semente, mais especificamente no Paraná, aumentando a escassez de sementes disponíveis. Inventários foram abaixo do normal, o que é refletido no aumento importações de semente certificada.

4.2.5 Requerimentos fitossanitários As demandas fitossanitárias que são essenciais para a proteção da vida legume são padrões e medidas estabelecidos pelo Ministério da Agricultura8 e normativas internacionais, o que protege a cadeia produtiva e evita a contaminação e disseminação de pragas e doenças no território nacional. Eles contribuem para a preservação da saúde humana e dos rebanhos. No Ministério da Agricultura, a vigilância sanitária é feita pelo Departamento de Sanidade Legume (DSV), o qual também analisa os riscos de transtorno e as regras para o trânsito e a quarentena dos legumes. A produção de batata-semente certificada é regulamentada por padrões específicos do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, que incluem como principais objetivos a preservação da identidade genética, a produção de material com baixo nível de infeção de vírus, bactérias, nemátodos e outros patogênicos capazes de reduzir, de acordo com as condições brasileiras, seu potencial de produção e / ou multiplicação.

4.2.6 Condições para a exportação de batatas semente para o Brasil De Janeiro a Outubro de 2013, o Brasil importou 5.782 toneladas, 129% mais que no mesmo período no ano anterior. O principal exportador de semente para o Brasil é a União Europeia, principalmente os Países Baixos, responsáveis for 2.389 toneladas. As principais variedades importadas são: Agatha, Cupido, Asterix, Atlantic e Markies. O Mercosul exportou para o Brasil nos primeiros dez meses de 2013, 1.175 toneladas de semente. O baixo volume de batata semente confirma que as batatas não certificadas ou de qualidade mais baixa também são plantadas, o que pode comprometer a produtividade de tubérculos que são colhidos na temporada chuvosa de 2013/14.

8 [email protected]

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Tabela 18: Requerimentos fitossanitários para Batatas semente no Brasil 9

Requerimento Descrição Tolerância

Teste PCN

Uma teste de consignação para nemátodo de quisto da batata-inglesa (Globodera rostochiensis e G. pallida) é requerido antes da exportação.

Tolerância da cultura

Aplicam-se as instruções de Inspetor BZ/2008/0. Aplica-se a tolerância de Classe, exceto se a tolerância abaixo forem mais rigorosas:

Batata-inglesa mop top vírus (PMTV) Nula

Vírus do Anel Preto do Tomate (TBRV) Nula

Tolerância do Tubérculo

Aplica-se o mínimo de tolerância à semente de exportação,

exceto for:

Gangrena ( Phoma foveata) Nula

Podridão rosa ( Phytophthora erythyroseptica) Nula

Manchas na pele ( Polyscytalum pustulans) Nula

Spraing (PMTV e TRV) Nula

Vírus do Anel Preto do Tomate (TBRV) Nula

Terra aderida NULA (req. escova)

Sarna pulverulenta ( Spongospo.subterranean) 0%

Tubérculos Murchos ou desidratados 0%

Terra solta 0,2%

Sarna da batata-inglesa (Streptom. scabies) e Scurf preto (Rhizoctonia)

Área de superfície Tolerância por peso

menos que 1/16th área de superfície afetada não mais que 30%

1/8th to 1/16th área de superfície afetada não mais que 20%

mais que 1/8th área de superfície afetada não mais que 1.5%

incrustações prateadas ( Helminthosporium solani)

Área de superfície Tolerância por peso

menos que 1/16th área de superfície afetada não mais que 30%

1/8th to 1/16th área de superfície afetada não mais que 20%

mais que 1/8th área de superfície afetada não mais que 2%

dos quais desidratados ou murchos 0% Fonte: \\scotland.gov.uk\dc2\FS2_Home\u206163\Brasil Adicional Semente Cert - 2014.pdf [PDF, 21.2 kb: 14 Fev 2014]

Tabela 19: Outros Requerimentos fitossanitários

Características Requerimento Licença de Importação: Requerido. Variedades: aceita apenas variedades registradas no Brasil, a menos que

sejam para testes. Pureza varietal: Os lotes devem ser 100% puros. Tamanho: A germinação não deve ser excessiva. Tratamento: todos os tubérculos devem ser escovados. Químicos: Os tubérculos podem ser tratados com um fungicida aprovado para

controle da gangrena, mas nenhum sintoma de gangrena deve estar presente nos estoque durante a inspeção.

Etiquetagem: Uma etiqueta em português deve ser anexada a cada saco declarando toda a informação também baseada em uma etiqueta escocesa oficial.

Embalagem:

Se for usada embalagem de madeira (por ex., caixas, paletes), estas devem ser tratadas e certificadas. O material de madeira deve cumprir com Padrões Internacionais para Medidas Fitossanitárias (ISPM 15) sobre materiais de embalagem de madeira.

Testes de laboratório: Amostra de cada remessa pode ser testada em laboratório pelas Autoridades brasileiras por (latente) infeção com vírus, fungos e nemátodos. As seguintes tolerâncias são aplicadas para infeção com vírus:

PVA, PMTV, TRV, TBRV Nula

PVX, PVS e PLRV 2,0% cada

PVY 3,0%

Total PVX, PVY, PVS e PLRV 4,0% Fonte: \\scotland.gov.uk\dc2\FS2_Home\u206163\Brasil Adicional Semente Cert - 2014.pdf [PDF, 21.2 kb: 14 Feb 2014]

9 \\scotland.gov.uk\dc2\FS2_Home\u206163\Brazil Additional Seed Cert - 2014.pdf [PDF, 21.2 kb: 14 Feb 2014]

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Oportunidades no sector da batata no Brasil 2015

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Advertência adicional: As autoridades brasileiras verificam os lotes importados pela presença de nemátodos viáveis e independentes (Pratylenchus spp.) e outros organismos comuns que vivem no solo. Todos os lotes para o Brasil devem ser escovados e estar (praticamente) livres de solo. Nenhuma garantia pode ser dada de que a remessa que cumpre com a tolerância do Brasil para as incrustações prateadas na inspeção no país de origem vai aprovar a inspeção de importação no Brasil. A doença pode se desenvolver muito rapidamente através da superfície do tubérculo de as condições ambientais forem favoráveis para seu desenvolvimento. Os exportadores devem estar conscientes dos riscos comerciais quando exportam para o Brasil.

4.2.7 Estrutura atual Todos os agricultores entrevistados compram pequenos volumes de semente (certificada) e multiplicam a semente durante duas – três gerações dentro de sua própria empresa. Todos os agricultores entrevistados plantam mais que 1.500 ha no seu conjunto e em total plantam quase 35.000 ha (27% da área total nacional). Possuem laboratório e instalações de seleção e depósito para produzir plântulas e minis tubérculos livres de doença. Multiplicam no campo para produzir G1 e G2 (e algumas vezes G3). Ao produzir sementes para seu próprio uso, a certificação pelo RENASEM não é obrigatória. A empresa que queira vender semente certificada necessita estar certificada pelo RENASAM e estar registradas como um produtor de semente. Apenas um pequeno número (2-3) de produtores comerciais de semente está produzindo semente certificada (por ex., Nascente, Cooperbatata) para vender. A semente Basic é importada da Europa, Argentina e Chile. IPM (Mercado Irlandês de Batata-inglesa) está pesquisando sobre as possibilidades para suas variedades no Brasil. O Embrapa tem um programa de reprodução para desenvolver variedades mais bem adaptadas às condições brasileiras. Desenvolveram 3 variedades: BRS Clara, BRS Ana e BRSIPR Bel. Algumas empresas privadas também têm programas de reprodução. No Brasil no existem áreas específicas designadas para a produção de semente. A semente é, por essa razão, produzida nas mesmas áreas onde as batatas de consumo são produzidas. As datas de plantio e colheita são apresentadas na Tabela 23: Períodos de plantio e colheita em diferentes regiões + indicações rendimento no parágrafo 4.3. Do total da produção de batata, 9% é destinado para batatas semente, e deste montante apenas 15% é certificada. Atividades de empresas internacionais de batata semente não foram mencionadas durante as entrevistas.

4.2.8 Legislação

O RENASAM (Registro Nacional de Sementes e Mudas) é responsável pelo processo de certificação das batatas semente que são vendidas no mercado. Nenhuma área de produção específica de semente isolada está presente no Brasil. Os testos jurídicos que regulam a produção de semente estão disponíveis em www.planalto.gov.br Agata (principal (95%) variedade para consumo em fresco) e Atlantic (principal variedade para batatas fritas de pacote) podem ser multiplicadas sem pagamento de royalties. As variedades devem ser oficialmente registradas no Brasil, mas após 10 anos os royalties não devem mais ser pagos.

4.2.9 Práticas de plantio

As plântulas livres de doença são produzidas nos laboratórios, os minis tubérculos (G0) são produzidos em depósitos de seleção. As gerações G1 e G2 são produzidas no campo e, algumas vezes, também a geração G3. As batatas semente são classificadas em 5 categorias e algumas vezes tratadas com tiofanato-metilo para prevenir as doenças do armazenamento. Os agricultores plantam a semente inteira. Desistiram do corte da semente há mais que 10 anos atrás após péssimas experiências de disseminação de bactérias de tubérculos afetados para saudáveis.

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Por causa da mudança climática, uma quantidade suficiente de chuvas durante o ciclo de crescimento não está garantida: por essa razão, a maioria dos agricultores tem a possibilidade de irrigar.

4.2.10 Doenças, pragas e fertilização

Em todas as áreas a pressão do pulgão (Myzus persicae) é muito alta. Erwinia (perna preta) e Ralstonia solanacearum (podridão castanha) são mencionadas como importantes problemas na produção da semente- (e assim da batata-inglesa de consumo). Os custos de proteção dos plantios e fertilizantes não foram especificado para a produção de batatas semente.

4.2.11 Armazenamento

Figura 8: Armazenamento de sementes em caixas pallet, ventilação forçada

A semente é armazenada a 3-4 ºC em pequenos engradados de plástico (30 kg) ou caixas de pallet de madeira (> 1.000 kg). A maioria dos depósitos não tem um sistema de ventilação forçada. A semente é armazenada até 7 meses. O sistema de armazenamento não é específico por variedade e apenas difere por mercado de destino

4.2.12 Qualidade

Figura 9: Quatro tamanhos de batata semente

As batatas semente são classificadas em 5 categorias. A semente não é cortada para evitar a transmissão de bactérias. A qualidade da semente não é consistente. Os campos de cultivo não foram inspecionados durante esta visita. Baseado nas entrevistas com agricultores, os principais problemas são as bactérias (Erwinia, Ralstonia) e os vírus. A administração de cicatrizante na carga do depósito e a condensação durante a descarga foram fatores mencionados que influenciam negativamente na qualidade da semente.

4.2.13 Problemas e obstáculos de acordo com os agricultores

A semente qualificada pelo RENASEM está disponível apenas em pequenas quantidades, é cara e a qualidade nem sempre é boa;

Uma variedade multi-propósito que seja bem adaptada para as condições brasileiras ainda não está disponível;

A administração do armazenamento de sementes referente a carga (cicatrizante) e descarga (condensação) deve ser melhorado;

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Oportunidades no sector da batata no Brasil 2015

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4.2.14 Análise econômica / Estrutura de custo da produção de batatas semente

O CEPEA (Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada) publica os custos de produção de batata há muitos anos na revista Hortifruti (http://www.cepea.esalq.usp.br/hfbrasil/). Os custos da batata semente para a produção de 1 hectare de batata-inglesa de consumo em Minas Gerais e Vargem Grande do Sul (SP) em 2012/13 foi de R$ 4.200/ha ~ € 1.386 (15,95 % e taxa de câmbio de maio de 2014) e R$ 5.625/ha ~ € 1.856 (taxa de câmbio de maio de 2014 e 20,9 %), respectivamente. Estes cálculos de custos são uma média das regiões em que a Agata é a variedade de cultivo mais importante (75 %). Estes custos estão em linha com os custos da maioria dos agricultores, embora em alguns estados seus custos sejam mais baixos.

4.2.15 FOFA Tabela 20: Fortalezas & Fraquezas dos protagonistas em cadeia da semente (Fatores internos)

Protagonista Fortalezas Fraquezas

Agricultores Agricultores com grandes áreas de batatas estão bem conscientes da importância de usar boa semente. Eles têm organizado efetivamente o abastecimento de semente

Os agricultores reconhecem as relativas vantagens da produção de batata durante a temporada de inverno: rendimentos mais altos, menor incidência de doenças e pragas, custos de produção mais baixos por tonelada. Os cultivos de verão os enfrentam com rendimentos baixos demais e aumento da pressão das doenças e pragas no campo.

Os agricultores estão conscientes de forcar na safra de inverno e investir em armazenamento refrigerado para o período de verão

Os agricultores estão conscientes da relevância de produzir a baixos custos no campo com relação à competitividade da batata-fritas congeladas importadas.

Os agricultores reconhecem a relevância da qualidade do abastecimento de matéria-prima; mas necessitam ser pagos pela qualidade do abastecimento.

Um sistema similar de estrutura de custo necessita ser adaptado aos custos no campo mostra comparação pobre e variação imprecisa devido à falta de estruturação do custo

Uma estrutura de custo transparente vai respaldar a introdução da safra de inverno e a prática de armazenamento no verão.

Inspeção A produtividade e a qualidade do RENASEM tem que ser melhorada;

reprodutores As variedades adaptadas às condições locais brasileiras não estão disponíveis.

Um programa brasileiro baseado na batata-inglesa de reprodução é um pobre substituto para um sistema de teste do germoplasma importado; Um programa de teste de varietal conjunto ainda está por ser desenvolvido.

processadores As empresas de processamento necessita compensar os investimentos em armazenamento no nível da lavoura através do pagamento de parte dos custos de armazenamento.

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Oportunidades no sector da batata no Brasil 2015 32

As empresas de processamento estão introduzindo pagamento sobre a qualidade da matéria-prima.

cadeia Um conhecimento sobre a estrutura de disseminação para a cadeia da batata-inglesa ainda está por ser desenvolvida e mantida.

Tabela 21: Oportunidades e ameaças dos protagonistas na cadeia da semente (Fatores externos)

Protagonista Oportunidades Ameaças

agricultores Os agricultores que cultivam seu próprio abastecimento de semente podem aumentar/melhorar sua produção e vender semente (certificada) para outros agricultores.

Baixa prioridade do investimento em melhoramentos do sistema da semente certificada

4.3 PRODUÇÃO DE BATATA DE CONSUMO (DE MESA MAIS PROCESSAMENTO) De acordo com a ABBA, a produção de batata acontece em 7 estados (Bahia, GO, Minas Gerais, São Pablo, Paraná, SC e R$) em aproximadamente 130.000 hectares resultando em uma produção de batata total anual brasileira de cerca de 3,6 milhões de toneladas. 70% destinado para o mercado de produtos para consumo em fresco, 300.000 tonelada para a produção de batatas fritas de pacote e 200.000 para a produção de batatas fritas e 80.000 toneladas para produção de batata-palha (um 20% da área total é para fins industriais) e o remanescente (10%) é para produção de semente e perdas10. Metade das batatas de processamento vai para processadores de batatas fritas de pacote, um quarto para as duas fábricas de batata-frita do país e o remanescente para fábricas que produzem “batata-palha,” um produto frito em palitos11. Atualmente, é de 50%, 33%, 17% respectivamente. Tabela 22: Áreas plantadas e colhidas e produção brasileira na Temporada 2013-2014

Item Ano de Safra Produto Unidades

Área Plantada (Hectares)

Temporada 2013

Total Hectares 128.432

Batata-inglesa (1° safra) 64.285

Batata-inglesa (2° safra) 41.391

Batata-inglesa (3° safra) 22.756

Temporada 2014

Total Hectares 130.738

Batata-inglesa (1° safra) 68.137

Batata-inglesa (2° safra) 41.181

Batata-inglesa (3° safra) 21.420

Produção (toneladas)

Temporada 2013

Total Toneladas 3570351

Batata-inglesa (1° safra ) 1683614

Batata-inglesa (2° safra) 1126872

Batata-inglesa (3° safra) 759.865

Temporada 2014

Total Toneladas 3675611

Batata-inglesa (1° safra ) 1806308

Batata-inglesa (2° safra) 1138905

Batata-inglesa (3° safra) 730.398

Fonte: Cepea, estatísticas

10 Natalino Shimoyama, ABBATATA July 2014 11 Argenpapa. Brasil . 03-05-2010.

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Oportunidades no sector da batata no Brasil 2015

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De acordo com a publicação “O cultivo da batata-inglesa no Brasil” da Universidade Federal de Uberlândia (UFU), em parceria com a Associação Brasileira da Batata (ABBA), no Brasil a variedade Agata representa mais de 70% da produção nacional, atingindo rendimentos de mais que 50 toneladas por hectare.

4.3.1 Estrutura atual

Consumo em fresco: A principal variedade é a Agata (de 90% a 95% de participação no Mercado). A Agata é uma variedade de propósito único. Nenhum royalty deve ser pago. A Agata é popular com os agricultores por ter um período de dormência muito curto de 20-30 dias. Esta variedade é muito popular entre os consumidores porque possui uma pele muito lisa após a lavagem. As batatas para consumo em fresco são sempre lavadas. O mercado do consumo em fresco da batata-inglesa é muito especulativo e a Agata é a variedade perfeita para abastecer este mercado. Alguns agricultores plantam Agata à mão para prevenir o rompimento dos germinações quando o plantio tem que ser adiado por causa das chuvas e para prevenir a entrada em portos da Erwinia. A maioria dos agricultores colhe a Agata à mão para prevenir pequenas lesões e entregar uma melhor qualidade de pele. Outras variedades cultivadas para o mercado de produtos de consumo em fresco são Cupido (Meijer), Caesar (HZPC), Monalisa (HZPC) e Orchestra (Meijer). Batatas fritas de pacote: Principal variedade é Atlantic. Nenhum royalty deve ser pago. A Atlantic tem um baixo fator de multiplicação (4-5x) e é difícil de armazenar. A vantagem é que não germina muito rapidamente devido a seu longo período de dormência: é possível deixá-la no campo por 60 dias (armazenamento barato). A Atlantic sempre frita bem. A Atlantic é uma variedade muito estável com relação a produzir e fritar. A Atlantic apenas mostra sintomas do Vírus do Bronzeamento do tomateiro em copa não em tubérculos. Outras variedades (em fase de teste) são Taurus (HZPC), Royal (Danespo), Megachip, FL 2221, FL 1867 (aumentando) & FL 2027 (diminuindo). A produção de chips é de cerca de 75.000 toneladas por ano (o que requer cerca de 300.000 toneladas de matéria-prima). 300.000 toneladas de matéria-prima são equivalentes a 8.500 hectares com uma média de rendimento de 35 toneladas por hectare. Batatas fritas: As principais variedades são Asterix (HZPC) e Markies (Agrico). A variedade Markies produz consistentemente todos os meses. Já a Asterix tem problemas com clima cálido, produz tubérculos mal formados. Em bom clima, produz rendimentos mais altos que a Markies. Outras variedades são Innovator (HZPC), Miranda (Den Hartigh), Russet Burbank, Shepody, Challenger (HZPC) e Ranger Russet. Innovator é susceptível ao calor, desenvolve manchas marrons internas nos tubérculos. As importações de batata-frita profundamente congelada para o Brasil foram de 282.000 toneladas (2013) da Argentina, da Bélgica e dos Países Baixos. 282.000 toneladas representam cerca de 560.000 toneladas de matéria-prima, o que é equivalente a 16.000 hectares com uma média de rendimento de 35 toneladas por hectare. O último pode ser um desafio para a indústria brasileira de batata-inglesa: entrar em a competição com importações.

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Tabela 23: Períodos de plantio e colheita em diferentes regiões + indicações rendimento

MG Inverno MG Verão Castro N do Paraná São Paulo

pl co

pl co pl co pl co pl co

Janeiro Fevereiro Março Abril Maio Junho Julho Agosto Setembro Outubro Novembro Dezembro

Produção ton/ha

Agata 50-53 30-38 48

Atlantic 40-50 30-40 28-30 38

Asterix 40-45 30-35 40

Markies 35 Fonte: entrevistas com agricultores em maio de 2014.

4.3.2 Práticas de plantio

O espaçamento entre linhas é 75- 80 cm. Sem canteiros. A variedade depende da distância dentro da linha; maior espaçamento em safra de verão versus safra de inverno (ou seja, Agata: 32 cm versus 24 cm); como um maior espaçamento permite secagem mais rápida da folhagem. Os cultivos são dessecados após 90 dias e colhidos 25 dias mais tarde para permitir uma boa configuração da pele. Os agricultores reclamam que mais de 90 dias não é possível devido a problemas de Alternaria no final da Temporada. A rotação de cultivo é de 1:4. As batatas são cultivadas sobre um mesmo campo a cada 2 anos, mas isto inclui uma rotação de lavoura que consiste de quatro cultivos: Batata--Milho-Trigo-Milho-Batata. Quase todos os campos têm possibilidade de irrigação. A média do nível de rendimento para o Brasil é de 28,4 toneladas/ha. Os pequenos agricultores plantam e colhem as batatas à mão. A variedade Agata é quase sempre plantada à mão para prevenir o rompimento dos germinações quando o plantio tem que ser adiado por causa de chuvas e para prevenir a entrada em portos da Erwinia. Todos os agricultores colhem a Agata à mão para prevenir pequenas lesões e entregar a melhor qualidade de pele. Os grandes agricultores que produzem batatas para processamento têm mecanizado as operações de plantio e colheita. As batatas para o mercado de produtos de consumo em fresco são sempre lavadas e majoritariamente empacotadas em sacos de 50 kg.

4.3.3 Doenças, pragas e fertilização

Os principais problemas de doença que causam dano nos tubérculos são sarna da batata-inglesa (Streptomyces species) e scurf preto (Rhizoctonia solani). Também os nemátodos (Melodoigyne incognita, M. japonica e Pratylenchus spp.) podem causar problemas. Alternaria solani (pinta-preta) é um problema na temporada seca, murcha bacteriana (Phytophthora infestans), perna preta (Erwinia spp.) e podridão bacteriana (Ralstonia solanacearum) na temporada úmida. As pragas importantes são a mosca branca (Bemisia tabaci), o bicho-mineiro (Liriomyza huidobrensis), a traça-da-Batatinha (Phthorimaea operculella), as lagartas, a Larva-alfinete (Diabrotica speciosa) (causa pequenos buracos em tubérculos) e tripes (Tripes palmi: vetor do vírus do bronzeamento do tomateiro Vírus). A Associação Brasileira da Batata (ABBA) coordena um programa de pesquisa de R$ 500.000 sobre a mosca branca. Os cultivos são fumigados com inseticidas e fungicidas por fumigadores montados em tratores ou avião. Os custos dos produtos de proteção dos plantios e da operação de fumigação são apresentados no parágrafo 4.3.7.

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Oportunidades no sector da batata no Brasil 2015

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Alguns agricultores monitoram o número de insetos e então decidem quando fumigar (IPM-MIP). A fertilização varia consideravelmente: 64-250 kg/ha N, 450-850 kg/ha P2O5, 240-450 kg/ha K2O. Alguns agricultores indicaram que suas taxas de fertilizantes foram o resultado de experimentos sobre sua lavoura. Alguns agricultores extraem amostras do solo antes do plantio e ajustam o valor de N aplicado durante o ciclo de crescimento ao usar o teste do pecíolo. O Paraná tem dias curtos o que resulta em um ciclo de crescimento curto. A prolongação do período de crescimento ao aplicar N adicional (dividir o N durante temporada de safra) no teve muito sucesso. O solo do Paraná contém grande quantidade de matéria orgânica e com grande quantidade de chuvas e altas temperaturas resultando na liberação de N durante a temporada de cultivo o que leva a uma densa copa e muito mais perna preta. Em Minas Gerais, as condições climáticas durante o ciclo de crescimento são muito mais secas e com pivôs a irrigação do plantio pode ser regulamentada. Em Minas Gerais, a prolongação do período de crescimento ao dividir N tem tido sucesso e resultou em rendimentos mais altos. Os custos dos fertilizantes são apresentados no parágrafo 4.3.7. Usar sistemas de monitoramento de plantio e administração poderia otimizar o uso de fertilizantes e proteger os plantios de químicos que resultam na combinação de custos reduzidos e/ou aumento rendimentos.

4.3.4 Armazenamento

A presente prática de produção de batata consiste de dois ciclos de crescimento; uma safra ‘fria’ de inverno e uma safra ‘quente’ de verão. Atualmente, a produção para consumo em fresco é alimentada no mercado de produtos para consumo em fresco e nas fábricas de processamento. Cada vez mais os agricultores consideram fazer uma escolha e focar-se na safra fria de inverno período e investir em armazenamento refrigerado para as restantes partes do ano. A última, recomendada, prática se espera que leve os custos de campo mais baixos, mas custos adicionais de armazenamento. A maioria dos agricultores não tem um depósito para batata-inglesa de consumo embora inúmeros estejam considerando investir em tal depósito no futuro próximo. Apenas um agricultor armazenou a batata-inglesa de consumo para processamento a 6-8 ºC por 4 meses no máximo. O inibidor da germinação CIPC ainda não está registrado no Brasil. O procedimento regular para registro vai tomar de 4-5 anos, mas um rápido procedimento é também possível. A ABBA está discutindo com o governo para obter um procedimento rápido de registro do CIPC e outros inibidores da germinação. A hidrazida malêica está registrada como um fumigador do plantio, mas a eficácia de inibição da germinação é muito pouco confiável. As variedades Lady Clair e Verdi podem ser armazenada a 4 ºC sem problemas de açúcar (para essas variedades o CIPC não é necessário para armazenamento de curto prazo).

4.3.5 Qualidade

Consumo em fresco: os tubérculos devem estar sem lesões e lavados antes da comercialização. Batatas fritas de pacote: as características da qualidade mudarão quando nem todas as batatas forem entregues frescas para a fábrica, mas também após armazenamento. Todas as batatas devem ser lavadas antes do abastecimento para a fábrica de processamento. Os requerimentos de qualidade estão de acordo com a discussão. Batatas fritas: Espera-se que as variedades Asterix e Markies tenham problemas com redução dos açúcares no armazenamento! BEM-Brasil até agora não tem nenhum requerimento de qualidade da matéria-prima!

4.3.6 Problemas e obstáculos de acordo com os agricultores

A safra de verão é mais problemática devido a temperaturas mais altas, mais precipitação e aumento da pressão da doença (perna preta, murcha bacteriana, podridão bacteriana) e pragas (mosca branca, lagartas);

Os inibidores de germinação não estão registrados no Brasil;

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Oportunidades no sector da batata no Brasil 2015

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Insuficiente nível de terra disponível em alta altitude para realizar um plantio mecanizado na temporada de verão (= úmida);

Não existe instituto de pesquisa independente (governo) trabalhando sobre as batatas;

4.3.7 Análise econômica / Estrutura de custo da produção de batata de consumo

O CEPEA (Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada) publica custos de produção de batata a cada ano na revista Hortifruti (http://www.cepea.esalq.usp.br/hfbrasil/). O custo total de produção para Vargem Grande do Sol (SP) e Minas Gerais (MG) em 2012/2013 foi de R$ 26.911 ~ € 8.885 e R$ 26.331 ~ € 8.694 (taxa de câmbio maio de 2014) respectivamente. Estes cálculos de custos são uma média das regiões em que a variedade Agata é mais importante das variedades cultivadas (75 %). Estes custos são em linha com os custos da maioria dos agricultores, embora em alguns estados os seus custos sejam mais baixos.

4.3.8 FOFA Sobre a produção primária Tabela 24: Fortalezas & Fraquezas dos protagonistas da cadeia da semente (Fatores internos)

Protagonista Fortalezas Fraquezas Agricultores A produção da temporada

úmida é mais difícil de armazenar principalmente por causa das bactérias e da murcha bacteriana;

Se os agricultores brasileiros vão manter em crescimento as batatas vai depender da situação política;

Os custos de produção são mais altos comparados com a Argentina e a Europa

Processadores O processamento vai aumentar e também a produção na boa = temporada seca (inverno) e armazenar para entregar nas fábricas na difícil = Temporada úmida (verão). As safras de invernos oferecem mais garantias de abastecimento, mais garantia de nível de qualidade para processamento e custos mais baixos de produção por tonelada/ batatas na porta da fábrica.

Cadeia Falta de qualquer estrutura no programa de R&D.

Falta de qualquer conhecimento estruturado sobre programa de disseminação.

Tabela 25: Oportunidades e ameaças dos protagonistas na cadeia da semente (Fatores externos)

Protagonista Oportunidades Ameaças

Agricultores Cada vez mais os agricultores consideram focar na produção de matéria-prima para batatas fritas no período de safra fria de inverno e para investir no armazenamento refrigerado para a restante parte do ano. Isto vai levar a custos de porta de campo mais baixos e a uma melhor competitividade com as batatas fritas importadas.

Se os agricultores brasileiros vão manter o cultivo da batata-inglesa vai depender da situação política;

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Oportunidades no sector da batata no Brasil 2015

37

5 INFRAESTRUTURA

5.1 PROTEÇÃO DOS PLANTIOS E FERTILIZANTES

O status fitossanitário do setor brasileiro da batata-inglesa. A ABBA considera que o setor da batata-inglesa no Brasil tem sérios inconvenientes com relação a seu status fitossanitário, entre outros motivos devido ao fato de que: - alguns agricultores usam batata-inglesa de consumo como batata semente - novas pragas tem aparecido (concomitante com plantas adjacentes - soja, feijões,

algodão, tomate, etc.) tais como mosca branca, tripes, etc. - o solo está contaminado devido à rotação dos cultivos (Spodoptera, Pratylenchus) - e rotação dos agricultores (Ralstonia, Spongospora, Phytium ) - e não existe nova área de produção de batatas

Tabela 26: Status fitossanitário

Item 1980 2012 Pragas Pulgões, Lyriomiza,

Phthorimae, Diabrotica Lyriomiza, Phthorimae, Bemisia, Diabrotica, Pseudoplusia, Trips, Percevejos,

Fungos Alternaria, Phytophtora, Rizoctonia,

Alternaria, A. grandis, Phytophtora, Rizoctonia, Phytium, Helminthosporium,

Bactérias Ralstonia, Erwinia, Ralstonia, Pectobacterium, Streptomices, Cilindrocladium,

Vírus Vírus Y, PLRV, Vírus Y, Vírus Yntn,

Nemátodos Meloidogyne, Pratylenchus, Meloidogyne, Pratylenchus,

Outros Spongospora, Trilha Fonte: ABBA

O laboratório de diagnóstico fitossanitário oficial da UFRGS, acreditado pelo Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento de Alimentos, presta serviços para a comunidade em geral, para diagnosticar doenças e pragas das plantas. As principais empresas e fabricantes de químicos são apresentados no Brasil e têm proteção dos plantios químicos disponível.

5.1.1 Sistemas de gestão de plantios No Brasil, os agricultores usam a informação do governo publicado pelo Inmet (o Instituto Nacional Meteorológico do Ministério de Agricultura Brasileiro - http://www.inmet.gov.br/) para determinar como programar sua estratégia de irrigação. Os dados sobre melhora de rendimento diretamente ligada ao uso de sistemas de gestão de plantios não estão disponíveis. Pesquisas adicionais específicas sobre esta matéria seriam úteis. Um exemplo de uma empresa privada local que presta apoio é a Irriger, com sede em Uberaba-MG. A Irriger é especializada em engenharia e administração de irrigação, monitoramento e customizando todas as etapas do processo. Fundada em 2005, em Viçosa-MG, atualmente é o líder do mercado nos segmento no qual opera. Em 2011, a Irriger formou uma joint venture com a Valmont. Atualmente trabalha com mais de 60 consultores entre 20 escritórios localizados nos maiores centros de irrigação no Brasil. Simultaneamente, atende a mais que 340 empreendimentos agrícolas, totalizando mais que 240.000 ha e 2.300 Pivôs Centrais monitorados sobre 30 cultivos comerciais.

Outros exemplos de um fornecedor de sistema de administração de plantio é a empresa holandesa, Dacom. A Dacom é uma empresa inovadora de alta tecnologia que desenvolve e presta serviços de hardware, software assessoria online especializada para empreendimentos agrícolas aráveis e agribusiness ao redor do mundo.

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Oportunidades no sector da batata no Brasil 2015 38

O sistema AYM desenvolvido pela Dacom proporciona aos agricultores e às agribusiness ao redor do mundo com soluções práticas para uma agricultura lucrativa e sustentável. Ao combinar tecnologia de sensor, internet e conhecimento científico, os agricultores podem monitorar permanentemente e ajustar seu processo de produção durante todo o ciclo de crescimento e a informação sobre o plantio é facilmente compartilhável com os parceiros vizinhos. O agribusiness pode continuamente antecipar e otimizar o abastecimento de matéria-prima através de consulto da informação do campo e módulos inteligentes. Estes resultados no máximo rendimento atingível através do uso confiável e responsável economicamente de insumos agrícolas como químicos, água e nutrientes. Recomenda-se pesquisa adicional sobre a otimização da eficiência.

5.2 MECANIZAÇÃO

5.2.1 História da Mecanização no Brasil

Na revista “Batata Show” de 2011, um artigo cerca de Mecanização descreve a iminente mecanização dentro do setor brasileiro da batata-inglesa. Na década de setenta12, a mecanização da produção de batata no Brasil incluiu 4 implementos: marcador, aplicador de adubo, colheitadeiras de esteira e de disco, ambas de 1-linha, fabricadas pelas empresas locais J. Kobara e Agromec, de Braganca Paulista. Também existiam os pulverizadores da Hatsuta. No final dos anos setenta, a empresa Perreto e Cia Ltda. iniciou a produção de plantadoras baseadas na antiga plantadora Cramer de origem alemã (hoje conhecidas como plantadoras Wifo dos Países Baixos, vendida no Brasil através do APH Group). Neste período, as primeiras colheitadeiras de 1-linha (da marca alemã Grimme) foram importadas pelos produtores de batata semente da região de Canoinhas, em Santa Catarina. Em 1976, o Sr. Hitoshi Watanabe começou a produção da primeira colheitadeira de leira de 2-linhas, seguido pelo Sr. J. Kobara no fim da década de setenta. Em 1988, Watanabe começou a produção das primeiras plantadoras com aplicação de fertilizantes químicos e inseticidas incorporada, assim o plantio podia ser feito em uma única operação. Em 1992, os cultivadores rotativos para sulcagem entre as linhas após plantio foram introduzidos no mercado brasileiro. O sulcador rotativo habilitou a fertilização adicional como nitrogênio e potássio a ser aplicado nesta operação e também o inseticida de solo podia ser incorporado. Em 1997, a Watanabe começou representando a empresa Grimme Germany e esta parceria tem contribuído para a mecanização da batata-inglesa no Brasil, porque a Grimme tem uma história de 150 anos nesta área e grande quantidade de tecnologia e experiência incorporadas nos maquinarias que produz. Em 2003, a Watanabe finalizou esta parceria para produzir sua própria colheitadeira (2004) e algumas unidades foram vendidas. No entanto, devido à crise nos setor da batata-inglesa, nos anos seguintes fechou, sendo interrompida a produção desta colheitadeira. Atualmente, a mecanização do plantio da batata-inglesa está ganhando importância já

que encontrar mão-de-obra está se tornando difícil e os altos custos da mão-de-obra são um incentivo para a mecanização. Também os agricultores de batata-inglesa, tanto para o mercado de produtos para consumo em fresco como também para a indústria, estão aumentando em tamanho e, por essa razão, necessitam a última tecnologia para manter baixos os custos operacionais e aceitáveis os riscos calculados. Por causa disso e da taxa de câmbio favorável, ultimamente, vários importaram maquinaria principalmente da Grimme, AVR e Dewulf que entraram no Brasil e se desempenham

12 Importância da Mecanização Batatas mostra 2011 por Milton Kaoru Watanabe

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Oportunidades no sector da batata no Brasil 2015

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muito bem. A Watanabe atualmente está fabricando colheitadeiras de marcas nacionais. Em Outubro 2013, na revista Hortifruti, o Sr. João Paulo Bernardes Deleo escreveu um artigo sobre a mecanização. Devido ao crescimento da economia brasileira durante os últimos anos, o custo da mão-de-obra rural aumentou e a disponibilidade de trabalhadores está se tornando mais escassa no campo. Este panorama levou os produtores a estudarem alternativas para a atividade focando em mecanização para reduzir a dependência da mão-de-obra durante a colheita, o período que requer mais mão-de-obra manual. De momento, a maioria dos produtores escolhem o sistema semi-mecanizado. Eles usam colheitadeiras de leira, seguido por coleta manual das batatas e enchimento dos sacos à mão. A maneira de acondicionamento (sacos ou grandes sacos) difere de um produtor para outro. Muitos escolhem acondicionar as batatas em sacos de 50 quilos no campo. Neste sistema, o carregamento no campo e o descarregamento nas máquinas de lavagem são feitos manualmente. Entre os agricultores que usam grandes sacos (500 quilos), o carregamento e o descarregamento das batatas é feito mecanicamente através de guinchos. A mão-de-obra demandada para o sistema semi-mecanizado é variável: o acondicionamento em sacos de 50 quilos demanda mais trabalhadores que o uso de grandes sacos. Nos regiões da Sul de Minas Gerais e Vargem Grande do Sul (SP), o sistema de colheita semi-mecanizada é o predominante. A diferença entre estas regiões é o carregamento no campo e o descarregamento das batatas na linha de lavagem. No Sul de Minas Gerais é feito à mão, enquanto que em Vargem Grande do Sul é mecanizado.

O uso da mecanização em todas as etapas da safra – de coleta e seleção da batata-inglesa no campo, o carregamento no campo e descarregamento na linha de lavagem – é ainda pouco usado pelos produtores, embora o interesse esteja aumentando. De acordo com a Terra Viva, a enorme dificuldade para responder às demandas da legislação da mão-de-obra em combinação com a disponibilidade e o custo da mão-de-obra durante a safra estão forçando os produtores a mecanizar cada vez mais. Enquanto isso, por outro lado, os agricultores temem a safra mecanizada por causa dos altos custos de investimento envolvidos na aquisição de maquinaria e por causa do impacto que tem sobre seus sistemas de produção.

5.2.2 Disponibilidade e Fornecedores de Tecnologia de Mecanização

Como foi mencionado acima, durante a última década, muitos fornecedores de tecnologia de mecanização têm descoberto o mercado brasileiro. Principalmente graças à instalação da McCain e Farm Frites na Argentina e, mais tarde, da PepsiCo na Argentina e no Brasil, seguido pela instalação da BEM Brasil, a tecnologia de mecanização teve um incentivo. Estes processadores solicitam mecanização e armazenamento de seus fornecedores, e em muitos casos foram os primeiros a introduzir estes tecnologias (majoritariamente europeias) para seus agricultores (muitas vezes pagos com batatas). Na seguinte tabela, uma visão geral sobre os principais fornecedores presentes no mercado brasileiro (alguns estabelecidos como o APH Group e Pivot, outros abastecimento no exterior de forma coordenada, como a Mexport). Tabela 27: Tecnologia de mecanização disponível no Brasil, origem e fornecedores

Tecnologia de mecanização

Fornecedores – Importadores – Distribuidores (marcas)

Origem da tecnologia

Local presença

Preparação do Solo

- APH Group (Baselier) - Mexport (Struik) - Hennipman - Wattanabe - Pivot (Grimme) - Canuelas

NL NL BRA BRA GER ARG

Sim Não

Sim Sim Sim Não

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Oportunidades no sector da batata no Brasil 2015

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Pós-colheita - APH Group (Bijlsma Hercules) - Mexport (Miedema) - Pivot (Grimme) - Principalmente fornecedores locais

NL NL GER BRA

Sim Não Sim Sim

Colheitadeiras - APH Group (Dewulf) - IMAC - Mexport (AVR) - Pivot (Grimme) - Hennipman (colheitadeira de leira) - Wattanabe

NL ITA NL ALE BRA BRA

Sim Não Sim Sim Sim Não

Tecnologia de embalagem

- APH Group (Manter) - Albion - Prodol - Propak - Pequenos fornecedores locais

NL ARG ARG NL BRA

Sim Não Não Não Sim

Armazenamento Tecnologia

- APH Group (Omnivent) - Mexport (Tolsma) - IVI - Wemar - Refmar - Coiron

NL NL EUA ARG ARG ARG

Sim Não Não Não Não Não

Linhas de lavagem

- APH Group (Tummers) - Allround - Albion

NL NL ARG

Sim Sim Não

Plantadoras - APH Group (Wifo) - Mexport (AVR) - Pivot (Grimme) - Hennipman - Wattanabe

NL BE GER BRA BRA

Sim Não Sim Sim Sim

Fonte: Agrivalor SA (situação que começa em 2014)

5.2.3 Rede de assistência técnica for maquinaria

É muito importante para os fornecedores de tecnologia oferecer uma boa rede de assistência técnica pós-venda. Tanto a Hennipman como a Wattanabe contam com suas próprias fábricas e oferecem serviços de pós-vendas no local, enquanto os fornecedores estrangeiros têm diferentes maneira de prestar assistência técnica para seus clientes. Algumas usam as instalações de seus clientes ou as instalações de sua rede de distribuidores, enquanto outros têm contratado diretamente assistência técnica local. Existem também fornecedores que trabalham em combinação com um mercado de trabalho local.

5.2.4 Níveis de preço da tecnologia de mecanização

Quando se observa os níveis de preço no Brasil, pode-se dizer que as fábricas locais estão utilizando uma lista de preços similar que a de seus competidores europeus. Existem dois motivos para isso, em primeiro lugar, seu mercado de vendas é mais limitado; onde seus competidores europeus, como Grimme, AVR, e Dewulf fornecem suas colheitadeiras para o mundo inteiro, os fornecedores locais, tais como a Wattanabe, está limitado ao mercado brasileiro. Por essa razão, o custo de Pesquisa e Desenvolvimento é absorvido de uma maneira desvantajosa. Em segundo lugar, os fornecedores locais especulam com as altas tarifas de importação que devem ser pagas pela importação de tecnologia estrangeira que tem também fornecedores locais (podem ser mais que 50% do preço à saída da fábrica da tecnologia envolvida). Conclusão; os níveis de preço não diferem muito do nível de preço à saída da fábrica, mas diferem enormemente no nível de campo. Não obstante, os modernos agricultores de batata-inglesa e quase todos os agricultores para a indústria estão conscientes das diferenças das tecnologias e, por essa razão, estão dispostos a investir em tecnologia estrangeira.

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Oportunidades no sector da batata no Brasil 2015 41

5.2.5 Pedidos especiais – oportunidades

Oportunidades para os fornecedores de tecnologia: Devido às leis trabalhistas, as atividades onde mão-de-obra podem ser

substituídos pela maquinaria. são poucas as alternativas disponíveis nas indústria brasileira, que

proporciona uma grande oportunidade for fornecedores estrangeiros É importante pensar na construção ou montagem local no Brasil no lugar de

importar, devido aos altos impostos de importação A demanda de mecanização é urgente Armazenamento (para semente, consumo em fresco e indústria) Colheita (para pequenas áreas de 10 a 100 hectares e produtores de grande

escala) Processamento batata-inglesa – lavagem, seleção e pesagem (de 5 a 20 kg)

Fonte: Agrivalor SA baseado em entrevistas com setor referências 2014

5.3 ARMAZENAMENTO A maioria dos agricultores não tem um depósito para batata-inglesa de consumo, embora inúmeros estejam considerando investir em tais depósitos no futuro próximo. Apenas um agricultor armazenava a batata-inglesa de consumo para processamento a 6-8 ºC por 4 meses no máximo. Veja também 4.3.4.

5.4 IRRIGAÇÃO

O Empraba publicou uma pesquisa sobre a irrigação dentro do setor da batata-inglesa brasileiro13. Em dezembro de 2013, chegaram à conclusão que a irrigação na produção de batata no Brasil é quase totalmente levada a cabo pelo sistema de aspersores. O sistema de irrigação de rego é dificilmente usado pelos produtores brasileiros, já que isso requer nível de terras, solos que não sejam permeáveis demais e demanda muita mão-de-obra, são baixos em eficiência do uso da água e favorecem algumas doenças de solo. As principais limitações para o uso de irrigação de gotejamento são de alto custo, as dificuldades de sua adaptação e uso em outros cultivos em sucessão e/ou rotação para a batata-inglesa e a complexidade técnica de sua instalação e desarmamento de seus componentes para a instalação em novos campos de batata-inglesa. Com exceção dos estados da região Sul, especialmente no Rio Grande do Sul e em Santa Catarina, o cultivo da batata-inglesa no Brasil é irrigado. A adoção da irrigação, mesmo em plantios nos período chuvoso na região Sul do país, torna possível aumentar os rendimentos até 50 %, além de obter tubérculos maiores com melhor aspecto físico. Tais vantagens, associadas com o risco reduzido de perdas da produção devido à seca têm sido responsáveis pela rápida adaptação da irrigação no país. No Brasil tradicionalmente, os métodos mais usados para a irrigação da batata-inglesa são instalações de aspersores convencionais, canhões autopropulsados e pivôs centrais (CP). Os convencionais e autopropulsados são principalmente usados nas regiões do Sul do Brasil, o Estado de São Paulo e região sul de Minas Gerais. Os pivôs centrais são muito mais usados pelos agricultores de grande escala de batata-inglesa em Minas Gerais, Goiás e Bahia. No sistema convencional de aspersores, três tipos estão em uso, um sistema portátil, semifixo e fixo. No sistema portátil, todos os componentes são movidos manualmente dentro da área a ser irrigada. O custo inicial de aquisição de um sistema é relativamente baixo (R$2.000-4.500/ha), mas requer uso intensivo de mão-de-obra para mudar de posição os componentes. No sistema fixo não é necessário no o reposicionamento de nenhum dos componentes, o que reduz expressamente o uso de mão-de-obra, mas é um sistema mais caro (R$7.000- 15.000/ha). No sistema semi-portátil, as linhas laterais e os aspersores são movidos manualmente, enquanto o resto dos componentes permanece fixo (R$3.000-5.500/ha).

13 Embrapa Hortaliças, Circular Técnica, 128 “Irrigação na cultura da batata” por Waldir Aparecido Marouelli, Marcos Brandão

Braga e Tadeu Graciolli Guimarães

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Oportunidades no sector da batata no Brasil 2015

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Tabela 28: Custo de irrigação sistemas no Brasil por hectare

Irrigação sistema Custo por ha (R$)

Sistema convencional de aspersores - Fixo - Semifixo - Portátil

R$ 7.000-15.000 R$ 3.000 - 5.000 R$ 2.000 - 4.500

Pivôs centrais R$ 4.500 - 9.000

Unidades de irrigação autopropulsadas R$ 4.000 - 6.500 Fonte: Agrivalor SA baseado em Empraba informação (2013) 14

Em algumas regiões são requeridas licenças e os agricultores têm que pagar para usar água de irrigação. Para mais informação, nos referimos à ABID, associação para irrigação e drenagem15. Os fornecedores de Tecnologia de Irrigação no Brasil são, entre outros, a Valley, a Netafim, a Rainbird e a Lindsay.

5.5 MÃO-DE-OBRA Em maio de 2014, o Ministério de Agricultura publicou os Padrões Técnicos específicos para Produção Integrada no nível de lavoura 16, cobrindo todos os processos realizados na produção agrícola, colheita, pós-colheita e processamento de tubérculos. Com a publicação das normativas, o Ministério adotará um plano de ação que vai depender da administração, da capacitação, da gestão ambiental, da administração integrada das pragas, da educação ambiental e de políticas públicas para a produção de batatas. Os produtores, técnicos e auditores, especialmente da zona sul de Minas Gerais, onde existe a mais elevada concentração da batata-inglesa no Brasil, devem receber capacitação e desenvolvimento das competências, assim podem ser certificados. A Produção Integrada deve promover a rastreabilidade da batata-inglesa, o uso controlado de praguicida e produção com respeito ao meio ambiente, já que os produtores devem adotar as Boas Práticas Agrícolas (GAP, de acordo com sua sigla em inglês). A lei vai beneficiar cerca de 300 pequenos agricultores na região sul de Minas que vende o produto através dos Ceasas e grandes redes de supermercado. A Produção Integrada para os produtos e os produtores proporciona credibilidade, proporcionando mais qualidade ao produto, lucratividade para os produtores, preferência do mercado e garantindo as leis trabalhistas. Nas outras regiões na América Latina, a falta de disponibilidade de mão-de-obra, o poder dos sindicatos, as políticas governamentais e as demandas, assim como também o custo de mão-de-obra estão causando um aumento na demanda pela mecanização. Um trabalhador rural custa cerca de 20 a 30 U$S por dia no Brasil. Um dos problemas a resolver é o peso dos sacos que os trabalhadores devem manejar. Em Setembro de 2012, os participantes da cadeia da batata-inglesa (agricultores, fornecedores de embalagem, atacadistas e varejistas, entre outros) se uniram ao CEAGESP17 para discutir sobre a nova legislação referente às etiquetas da embalagem e nos pesos máximos (30kg). Mas nenhuma legislação atualmente está em vigência. A ideia é mudar de sacos de 50 kg para 20 ou 25 kg e melhorar a informação da etiqueta e sua posição sobre o saco. Os principais fornecedores de material de embalagem (nylon, clone e juta) são Castanhal, Novaplast, EPT Tatuí, e Procópio. Estas empresas produzem 40 milhões de sacos por ano; 95% de 50 kg e 5% de 25 kg. Uma pessoa pode colher aproximadamente 100 sacos de 50 kg por dia no Brasil.

14 http://www.agencia.cnptia.embrapa.br 15 http://www.abid.org.br/abid_default.asp 16 http://www.jusbrasil.com.br/diarios/70047381/dou-secao-1-09-05-2014-pg-8 17 Anita de Souza Dias Gutierrez e Cláudio Inforzato Fanale Centro de Qualidade Hortícola CEAGESP

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Oportunidades no sector da batata no Brasil 2015

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5.6 LOGÍSTICAS Infraestrutura de Transporte Em geral, as estradas e rodovias são regulares no Brasil, as estradas são simples e em geral têm um excesso de veículos. As distâncias são grandes. Custos por 100km e custos adicionais O custo de transporte no Brasil é alto, de R$ 1,00 a R$ 1,50 por 100 quilômetros. Tipo de transporte Em princípio, o transporte das batatas é feito por caminhões de 15 a 30 toneladas em sacos de 25 e 50 kg, caixas de plástico ou em grandes sacos (700 kg). Nenhuma refrigeração é usada já que os compradores não estão dispostos a pagar os custos adicionais que isso implica. Somente batatas enviadas ao norte do país vão em caminhões refrigerados. Confiabilidade do transporte Além dos congestionamentos de trânsito, o Brasil não sofre muitas paralisações ou outros inconvenientes em seu sistema de transporte.

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Oportunidades no sector da batata no Brasil 2015

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6 CADEIAS DE VALOR

6.1 GERAL

A maior parte da população do Brasil de 192 milhões está concentrada nas grandes cidades ao longo do litoral, especialmente no sudeste. São Paulo (11 milhões) e Rio de Janeiro (6 milhões) são as maiores cidades, mas existem outras 150 áreas metropolitanas com mais de 100.000 habitantes. Gráfico 8: Crescimento das Classes de alta - (AB) e média renda (C)

Na década passada, o Brasil experimentou uma enorme transformação social, onde milhões de pessoas saíram da pobreza, tornando-se parte da emergente classe média (C). Entre 2003 e 2013 a classe média cresceu de 38% a 51% da população, a tendência ainda continua com previsões de um amplo crescimento da classe de renda mais elevada (AB) também. A classe média atualmente abrange perto de 100 milhões de pessoas com uma renda familiar na escala de R$ 1.100 a R$ 2.750. Crescimento da renda das classes alta e média Como o crescimento diminuiu em 2014, a cifra de 2023 pode ser muito otimista. No entanto, a porcentagem de classe alta e média vai continuar crescendo.

Fonte: Agriment. Elaborado a partir de dados do www.fgb.br e do Cepea (2014)

O crescimento econômico desacelerou consideravelmente em 2014. O Brasil tem sido assolado com inflação, depreciação da moeda, alguma instabilidade social e pessimismo comercial. O Banco Central tem restringido a política monetária com o objetivo de parar a inflação. Consequentemente, a perspectiva no curto prazo não é muito boa. No longo prazo, o Brasil tem muitos atributos favoráveis incluindo bom perfil demográfico (Global Powers of Retailing 2014, Deloite). Principais Impulsores do Mercado

(1) O crescimento da classe média- e alta e com um aumento do poder aquisitivo, é o principal impulsor para o crescimento em alimentos processados, incluindo batatas processadas, que é um segmento muito promissor no Brasil que cresceu significativamente durante os últimos anos. O crescimento potencial do país em consumo de alimentos processados é muito grande quando se considera o perfil demográfico. Em 2030, o nível mais elevado da População Economicamente Ativa será atingido.

(2) O número de famílias monoparentais aumenta. Especialmente nas áreas metropolitanas, como São Paulo, onde as famílias monoparentais já respondem por 12 por cento de todas as famílias. Este grupo de consumidores procura a conveniência no consumo de alimentos e gasta significativamente menos tempo na preparação das refeições que os agregados familiares. Este tipo de consumidor procura alimentos pré-preparados em pequenas quantidades, o que explica o alto crescimento nos números neste segmento do mercado.

(3) Outro impulsor do crescimento é a inclusão das mulheres no mercado de mão-de-obra, fazendo que o estilo de vida das famílias brasileiras mude grandemente durante os últimos anos. Mais famílias necessitam satisfazer a si mesmas e a demanda de alimentos preparados está aumentando. Este crescimento influencia tanto o setor varejista como o de serviços alimentícios.

(4) Os Consumidores brasileiros se tornaram mais preocupados com saúde e o bem-estar. Um estudo da FIESP (Federação das Indústrias do Estado de São Paulo) revelou que 23% das pessoas entrevistadas tentam incluir alimentos saudáveis nas suas dietas.

54%46%

37%

9%

38%45%

51%

58%

8% 9% 12%

33%

0%

20%

40%

60%

80%

100%

120%

2003 2006 2013 2023

AB = upper income class

C = middle income class

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Oportunidades no sector da batata no Brasil 2015

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O consumo anual per capita de batatas de mesa (13,1 kg) e produtos processados de batata (1,9 kg) no Brasil é relativamente baixo em comparação com a Europa ou a América do Norte. Consumo de produtos preparados processados como Batatas fritas assim como também produtos de batatas descascadas e desidratada parece aumentar substancialmente, enquanto que ao mesmo tempo o consumo de batatas de mesa diminui. Isto acontece especialmente no caso de serviços alimentícios onde as batatas de mesa estão sendo substituídas por produtos congelados de batatas pré-fritas, batatas empacotadas a vácuo descascadas e cortadas e, finalmente, também pelos produtos à base de flocos como puros.

6.2 MERCADO DE PRODUTOS PARA CONSUMO EM FRESCO O mercado de produtos para consumo em fresco das batatas de mesa no Brasil é realmente um mercado de produtos para consumo em fresco. Nenhum armazenamento é implementado e os consumidores estão acostumados a consumir em batatas frescas colhidas em oferta, lavadas e quase sem pele. Isso torna o produto não muito durável. Ao contrário da maioria dos outros mercados, as batatas para consumo em fresco no mercado brasileiro necessitam ser vendidas e consumidas dentro de dias. O mercado de produtos para consumo em fresco consiste basicamente de uma cadeia varejista e uma cadeia de serviços alimentícios, e por isso, algumas vezes, estas cadeias funcionam paralelas. Aproximadamente 70% da total produção de batata de 3,4 a 3,7 milhões de toneladas são destinado para consumo em fresco. Isto corresponde a um consumo per capita anual de quase 14 kg. Cabe destacar que, como (1) a capacidade de processamento da indústria é fixa, (2) a produção total de todo o país varia um pouco de ano para ano e (3) o fato de que dificilmente a importação ou exportação das batatas para consumo em fresco ocorra, as mudanças na produção anual necessitam ser plenamente absorvidas pelo mercado de produtos para o consumo em fresco. Isso influencia o consumo anual per capita e os níveis de preço. Devido aos hábitos de alimentação tradicionais, o consumo de batatas (de mesa) em fresco não se espera que aumente. Até mesmo pode diminuir um pouco. Uma pesquisa de campo mostrou que nos mercados do varejo, o volume de negócios de batatas de mesa é mais ou menos estável, mas as batatas processadas foram acrescentadas à gama. Em serviços alimentícios, o uso de batatas de mesa para consumo em fresco diminuiu significativamente devido à substituição pelos produtos processados de batata mais convenientes como batatas pré-fritas congeladas e recentemente também de produtos à base de flocos como purê e croquetes assim como também batatas descascadas e higienizadas empacotadas a vácuo. A exportação de batata de mesa é desprezível. A importação foi de 23.000 toneladas (2013). (Fonte: estatísticas UN Comtrade)

6.2.1 Variedades e tamanho

De acordo com a ABBA (Associação Brasileira da Batata), os consumidores brasileiros têm a preferência por batatas multi-propósito, de tamanho médio, forma oval, 80% pele amarela e 20% pele vermelha (por ex., variedade Markies). Além disso, 90% das batatas de mesa empacotadas são de propósito único, como Agata (para cozinhar), sendo o restante 10% também de propósito único (Asterix, para fritar). A pesquisa de campo mostrou que existem significativas diferenças entre os vários estados, pelo qual as variedades de pele vermelha são apenas aceitas no mercado nos estados do sul, seguidas pelas de pele branca. Ou se comercializada como uma variedade para fritar. Geralmente, a grande batata branca é preferida, calibrada como primeiro grau no tamanho 45-60 mm (algumas vezes existem 2 tamanhos dentro do primeiro grau de calibração; 45-55 e 55-60 mm como foi exigido pelos supermercados Pão de Açúcar). No mercado atacadista, até as batatas de 70/80 mm de 250 gramas são preferida. Aproximadamente 10% do mercado varejista procuram batatas para fritar, 90% é para cozinhar. Elas são apresentadas aos consumidores de acordo com seu uso.

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As variedades mais vendidas para o mercado de produtos para consumo em fresco (Ceasa, Campinas) são: Agata (de longe a mais vendida), Monalisa, Asterix, Cupido, Atlantic e Cesar. Uma mudança no poder de concentração tem acontecido em um segmento do mercado onde um número limitado de grandes cadeias/grupos varejistas desempenha um papel importante. Estes compram principalmente de um limitado número de produtores/empacotadores que atuam como um parceiro direto da cadeia. A logística evita aos mercados atacadistas já que os produtos são abastecidos diretamente pelos Centros de Distribuição (CD’S). No segmento de supermercados de tamanho médio que são abastecidos através de mercados atacadistas, pode-se notar que pools de compra estão sendo formados, fortalecendo o poder de negociação deste grupo. Do lado da produção, o número de agricultores de batata-inglesa diminuiu de 30.000 em 1995 para menos de 5.000 em 2014. Menos produtores, mas mais produção por agricultor. Um total de 136.000 hectares de batatas é cultivado no Brasil (FAO 2012), sendo quase 100.000 hectares para o mercado de produtos para consumo em fresco. No entanto, alguns agricultores produzem para ambos os mercados, de produtos para consumo em fresco e para processamento, dependendo da calibração. Por exemplo, a variedade Agata, (Agrico) é muito adequada para a área de Vargem Grande do Sul. Podem ser usadas como batatas de mesa para consumo em fresco, mas também para processo em produtos Cozidos ao Vapor (Vaporizadas, empacotadas a vácuo) ou para processo em desidratado/purê. Também na produção de batatas fritas, as variedades de pele amarela são classificadas. De primeira qualidade, as batatas de boa aparência são destinadas para o mercado de produtos para consumo em fresco, enquanto que o resto é para processamento (BEM em Perdizes). Este uso duplo deve apenas ser praticado quando as batatas são adequadas para uso multi-propósito.

6.2.2 Atacado

Os mercados atacadistas desempenham um papel importante na distribuição das batatas de mesa no Brasil. Aproximadamente 85% de todas as batatas de mesa passam através dos mercados atacadistas. Os mercados atacadistas abastecem o segmento de serviços alimentícios, assim como também o segmento varejista, mas do último, apenas as lojas menores e os supermercados de tamanho médio. No entanto, a posição dos mercados atacadistas está sob alguma pressão. Por um lado, existe a tendência de aumento participação no mercado para os supermercados menores de bairro à custa dos hipermercados (veja 6.2.3). Isto é positivo para o volume de negócios da batata de mesa. No entanto, 15% de batatas de mesa destinado para as redes de hipermercados já evitam o mercado atacadista e são abastecidos pelos produtores diretamente para os CD’s das redes/grupos de supermercado. A segunda tendência é a significativa diminuição na venda de batatas de mesa nos segmentos importantes de serviços alimentícios. Aqui a competição para os mercados atacadistas vem das indústrias de processamento que oferecem produtos processados de batata como batatas fritas, que chegam aos consumidores através de diferentes canais de distribuição. Em geral, o volume de negócios nas batatas de mesa diminui. O número de comerciantes de batatas de mesa (e frutas & legumes em geral) está diminuindo e existe uma grande competição entre eles. Existem menos comerciantes que antes, mas seu tamanho é maior. Devido à feroz competição, os comerciantes tentam melhorar seus serviços e /ou eficiência. Eles têm algumas batatas em armazenamento próprio para superar os poucos dias de escassez no mercado. Alguns estão integrando cadeias de remessa pelas quais prestam serviços logísticos aos clientes (distribuição). Alguns grandes produtores estão integrando as remessas tendo seu próprio ponto de venda em um mercado atacadista. Todas as produzidas são lavadas. Os danos podem ser facilmente notados e, por esse motivo, têm sido classificadas. 90% das batatas são oferecidas em sacos de 50 kg, o que é um costume difícil de mudar. Estes sacos de 50 kg são considerados como um obstáculo, além de ser uma carga pesada para os trabalhadores.

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Embalagem do Atacado: A embalagem ocorre quase exclusivamente para o consumo em fresco, dentro de horas após a colheita. Isto significa que a oferta de batatas difere um pouco e vem de diferentes áreas em diferentes épocas do ano. Especialmente durante os dias chuvosos, quando safra não é possível, os empacotadores podem esgotar o produto quase imediatamente porque eles não têm reservas. Por causa da demanda do consumidor de batatas brancas, todas são lavadas e então empacotadas. Para a comercialização através de mercados atacadistas, todas as batatas são lavadas e 90% são empacotadas em sacos de 50 kg, 10% são empacotadas em sacos de 25 kg e quase zero é empacotado em embalagens de consumo. A embalagem é feito à mão onde um saco vazio é colocado em uma balança no fim de uma esteira e fechado à mão. Devido ao consumo em fresco das batatas, elas são colhidas demasiado cedo. Os produtores indicam que estão relutantes sobre colher mecanicamente por causa de possível possíveis danos mecânicos. No entanto, 10% das batatas de mesa já são colhidas por máquinas e esta porcentagem em breve vai subir significativamente, com potencial de chegar em 80% sendo colhidas mecamicamente. Cerca de 20% das batatas colhidas por máquinas tem a pele danificada, sofrendo uma redução no preço. Se os consumidores brasileiros aceitassem batatas para consumo em fresco com alguma pele como em quase todos os mercados, isso ajudaria o setor significativamente.

- Reduziria as flutuações na disponibilidade

- Tornaria mais fácil a administração logística para todos os parceiros da cadeia. - Reduziria as flutuações de preço - Tornaria mais fácil a exportação - Tornaria mais fácil a mecanização - Teria um efeito positivo sobre a qualidade, especialmente poucos dias após

compra. Ainda pode levar muitos anos até que os consumidores aceitem.

Figura 10: 15 kg de batatas por engradado de plástico mais sacos de polipropileno de 50 kg

6.2.3 Setor Varejista A participação das principais regiões vendas varejistas em geral no Brasil é indicada na Figura 11

52% do volume de negócios varejista é realizado no sudeste.

18% no nordeste

17% no sul

8% no centro-oeste

5% no norte A atual situação não difere muito das cifras de 2009 já que está fortemente conectada aos habitantes por região.

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Figura 11: Participação no volume de negócios varejistas por região (2009) e densidade da população

Fonte: Deloitte Brasil, www.deloitte.com.br

As três principais redes de supermercado são estrangeiras e tiveram uma participação conjunta no mercado em vendas varejistas de 43% em 2010 e aumentaram sua participação a 47% em 2012. O resto do mercado varejista está em mãos de outras cadeias com menos que 2% de participação e varejistas / pequenos estabelecimentos comerciais independentes. Tabela 29: Cinco principais redes de supermercado

empresa origem marcas Sem depósitos

Participação no mercado

Receita em 2010 (R$ milhões)

Cia Brasileira de Distribuição (CBD) (Casino)

França Extra Pão de Açúcar Assai

626 18% 36.144

Carrefour França Carrefour Dia% Atacadão

500 14,4% 29.000

Walmart EUA Walmart Sam’s Club Bom Preço Big Mercadorama Maxxi

479 11,1% 22.334

G Barbosa Chile G Barbosa Bretas

149 1,7% 3.501

Zaffari Brasil Zaffari Bourbon

24 1,2% 2.490

Fonte: Organização Brasileira de Supermercados (ABRAS) www. Abrasnet.com.br

A venda de batatas de mesa no varejo tem a tendência de diminuir um pouco. Recentemente aqui tem havido uma clara mudança na forma de hipermercados para lojas de supermercados menores em áreas residenciais. As grandes redes de supermercado focam, por essa razão, mais sobre as fórmulas residenciais menores. A mesma tendência pode ser notada, por exemplo, no Reino Unido onde também a fórmula de hipermercados está perdendo participação no mercado e os consumidores compram mais frequentemente e mais perto de suas casas. O fato é que o volume de negócios em hipermercados em geral está caindo, em comparação com alguns anos atrás é de grande influência nas vendas de frutas & legumes, incluindo as batatas. Os consumidores costumavam ir 1 vez a cada 2

Sudeste 52%

Sul 17%

Nordeste 18%

Centro Oeste 8%

Norte 5%

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semanas a um hipermercado para compram relativamente mais barato e evitar a inflação ao fazer grandes compras assim que tinham dinheiro. Hoje em dia existe uma inflação pequena e muito trânsito. Esta parece ser a principal razão de porque os consumidores tendem a preferir as lojas de supermercados menores em áreas residenciais. Os consumidores as frequentam em média duas vezes por semana. Este padrão de visita diferente tem uma grande influência sobre o volume de negócios em F&V (incluindo batatas de mesa), os quais são comprados para consumo dentro de vários dias. Os supermercados de bairro têm uma ampla oferta de frutas & verduras para consumo em fresco por esse motivo, tanto em metros quadrados como em variedade. Os supermercados na Europa e nos EUA consideram seus departamentos de F&V como um ‘cartão de visitas’. Este é geralmente também o caso no Brasil. Um departamento de F&V de consumo em fresco, limpo e com boa aparência é importante para a percepção de qualidade em geral pelos consumidores. As grandes redes/grupos de supermercados estão sendo abastecidos através de seus próprios Centros de Distribuição (CD’s) que abastecem todos os depósitos das diferentes fórmulas que pertencem à cadeia ou ao grupo. Uma equipe do pessoal verifica a qualidade de todos os produtos para consumo em fresco que chegam no CD, baseando-se em um sistema de verificação de qualidade reconhecido nacionalmente. Os resultados são colocados online e os fornecedores têm acesso aos resultados da verificação dos produtos fornecidos por eles. Um dos principais critérios de qualidade para as batatas é o tamanho. Algumas vezes os tamanhos são muito pequenos (devido à seca). Outros critérios se referem a defeitos ou malformações visíveis. A maioria das redes de supermercado coopera progressivamente com seus parceiros da cadeia para desenvolver novos produtos, novos tipos de embalagem, etc. Também no da batata, os mercados atacadistas são majoritariamente evitados pelas grandes redes/grupos de supermercados e as cadeias abastecimento são abreviadas.

6.2.4 As principais restrições neste setor

Existem preocupações sobre a contaminação de bactérias através da lavagem

(notavelmente pelo uso de água suja na lavagem).

Algumas vezes a disponibilidade é curta e então os preços flutuam.

Quando o clima é chuvoso, Erwinia e requeima são um problema.

As batatas que chegam parecendo normais se tornam verdes uma vez nos

depósitos (após vários dias). Alguns depósitos cobrem suas batatas de noite para

limitar a exposição à luz.

Um abastecimento estável durante temporada chuvosa seria bem-vindo. Poderia ser resolvido através de uma semana de reserva em armazenamento nos empreendimentos agrícolas. A impressão geral é, no entanto, que os consumidores não vão aceitar uma pele sobre a batata-inglesa. Apesar disso, alguns produtores vão investir em um pequeno armazenamento de reserva (de vários dias). Eles necessitam fazê-lo com o objetivo de poder administrar de maneira eficiente suas estações de embalagem e usar otimamente a maquinaria de colheita uma vez que investirem nela. Atualmente apenas 10% das batatas de mesa estão sendo colhidas mecanicamente, mas a mão-de-obra está se tornando escassa e cara porque as batatas são frequentemente produzida pelos grandes agricultores, e se espera que aumente significativamente essa porcentagem de 10%. Quando isso acontecer, o abastecimento vai melhorar. Não se espera armazenamento de longo prazo (3 meses) no segmento de batatas de mesa devido à demanda do consumidor de batatas sem pele. Para as batatas descascadas e processadas, alguma formação de pele durante armazenamento não é problema porque o produto é descascado de qualquer maneira. Para este segmento, se espera investimentos em armazenamento com o objetivo de evitar a produção no verão a custos de produção relativamente altos, além da alta pressão de doenças e da qualidade mais baixa.

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Mercados atacadistas Os mercados atacadistas como o CEASA desempenham um papel importante na distribuição das batatas de mesa. Eles vendem para serviços alimentícios, mercados de rua, supermercados e pequenos vendedores. Não para as redes de supermercado e processadores. Os supermercados menores e independentes são a maioria dos clientes interessados nos mercados atacadistas por causa do leve aumento de volume de negócios neste segmento enquanto as vendas no segmento de serviços alimentícios diminuíram. Em geral o volume de negócios de batatas de mesa diminuiu. O número de comerciantes em geral está diminuindo também. Existe grande competição entre eles. Existem menos comerciantes que antes, mas eles são mais fortes. Alguns comerciantes distribuem os produtos que vendem, mas a maioria dos consumidores vem pessoalmente ao Sistema de Administração de Depósitos para comprar e levar o produto com eles. 100% de batatas são lavadas. 90% são empacotadas em sacos de 50 kg. 10% em sacos de 25 kg. As embalagens de consumo dificilmente passam pelo mercado atacadista. As batatas estão sendo entregues a entre 150 a 900 km de distância. Para os produtores de batata-inglesa, o mercado atacadista tem a vantagem de ser capaz de vender grandes quantidades. Além disso, todos eles despacham o que vendem. Mas os preços são mais baixos que quando abastecem os CD’s das redes de supermercado que demandam apenas a melhor qualidade e mandam de volta 1 de cada 30 caminhões por não cumprir com os padrões de qualidade. Obstáculos:

A embalagem de 50 kg é considerada um obstáculo. Além de ser uma carga pesada para os trabalhadores, danifica desnecessariamente o produto porque os sacos são difíceis de manejar e são golpeados duramente quando carregados em um caminhão. Parte das batatas é, por esse motivo, embalada em engradados de plástico de 20 kg a 30 kg. Mas isso é mais caro em transporte.

O clima é outro obstáculo. Ou ainda mais a falta de reserva. Quando chove demais, a colheita não é possível e diretamente isso se pode notar na (falta de) abastecimento e sua influência no preço.

Como o consumidor quer batatas colhidas para consumo em fresco, a pele danificada pela colheita mecânica é um problema.

A distância de onde batatas estão sendo entregues é de 150 a 900 km. O transporte refrigerado não está sendo usado exceto para viagens infrequentemente longas para o Norte e o interior. Ao colher de manhã e transportar de noite, se tenta manter a temperatura do produto dentro de certos limites. No entanto, a temperatura do produto algumas vezes é um obstáculo para a qualidade.

A maioria dos comerciantes são comissários, alguns compram e vendem. Também acontece que grandes produtores tenham seu próprio ponto de venda em um mercado atacadista. A comissão usualmente varia entre 5% e 10%. Isto depende da disponibilidade, do preço, das condições de pagamento, e da solidez do comprador e do tamanho da transação. Alguns comerciantes têm algumas batatas em estoque no Sistema de Administração de Depósitos para superar uns poucos dias de escassez no abastecimento. Alguns comerciantes calibram as batatas eles mesmos no Sistema de Administração de Depósitos. A batata preferida é ‘branca’ de 70/80 mm Embalagem para o Varejo: Existem apenas poucos empacotadores (3) que embalam em embalagens de consumo. Isso é feito apenas para as grandes redes/grupos de supermercados. O mais avançado em disponibilizar ao consumidor batatas empacotadas é a Pão de Açúcar que vende aproximadamente 20% de suas batatas de mesa em embalagens de consumo de 2 kg de acordo com uma etiqueta privada (Qualita) e 1½ kg em uma embalagem de rede mais barata com etiqueta anexada. O Walmart também vende algumas batatas pré-empacotadas, mas significativamente menos. A maior parte das batatas está sendo vendida a granel, sejam empilhadas em uma mesa ou em engradados de plástico.

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A embalagem é feita por um empacotador na área do produtor após a calibragem e classificação das batatas. O material de embalagem que está sendo usado é mais caro e necessita ser importado da Espanha ou da Itália. Existe, no entanto, uma imensa diferença de preço entre as batatas de 1° e 2° graus, sendo a de 1° grau duas vezes mais cara. Antes os supermercados costumavam embalar as frutas e legumes eles mesmos, incluindo batatas em embalagens em bandejas com filme plástico. Isso ainda acontece, por exemplo, nos depósitos do Cenourão de consumo em fresco. No entanto, as maiores cadeias, como Pão de Açúcar (Casino), preferem ser abastecidas com produtos já embalados. A diferenciação em uso específico da batata-inglesa (fritar ou cozinhar) já é comunicada ao consumidor, seja pelo meio de sinais ou indicada sobre a embalagem. Figura 12: Empacotadas em bandejas, batatas para cozinhar, batatas para fritar

Figura 13: Promoção de produto empacotado e produto a granel

6.2.5 Serviços alimentícios Serviços alimentícios é o mercado que envolve a cadeia de produção e distribuição de alimentos inteira, fornece, equipa e presta assistência orientada para abastecer os estabelecimentos que preparam e fornecem refeições fora de casa. Os serviços alimentícios incluem restaurantes normais, comida rápida, lanchonetes, cantinas, padarias, bares, etc. como é indicado em Gráfico 9. Dentro do grupo ‘outros’ estão escolas, hospitais, exército, etc. O tamanho do mercado de serviços alimentícios no Brasil foi R$ 89 bilhões em 2011 e calcula-se que atinja os R$ 100 bilhões em 2014. (Fonte: Mercado de Alimentos e Bebidas no

Brasil). O setor mostra taxas de crescimento de dois dígitos há vários anos. Os gastos com serviços alimentícios (comer fora) representam 31% do total de gastos do consumidor em alimentos. O setor de serviços alimentícios responde por 80% das vendas batatas pré-fritas congeladas, dos quais 25% corresponde ao segmento de comida rápida e os 75% restantes ao setor de serviços alimentícios.

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Gráfico 10: Composição de vendas dos serviços alimentícios, Brasil

Fonte: Brasileira Associação de Alimentos Indústrias (Abia)

Em média, o paulistano gasta R$ 27 por dia para comer fora. As batatas de mesa assim como também outras legumes, são fornecidas ao setor de serviços alimentícios através de mercados atacadistas. Alguns clientes frequentam o mercado atacadista eles mesmos, A maioria deles está sendo abastecida pelos comerciantes / distribuidores. Condições de pagamento de 30 a 45 dias são comuns. No entanto, como foi dito antes, neste setor, o uso de batatas de mesa está sobre a pesada pressão dos produtos processados de batata. 100% das batatas são lavadas e classificadas. 90% é empacotado em sacos de 50 kg, 10% em sacos de 25 kg. As batatas processadas como batatas fritas congeladas não passam pelo mercado atacadista, mas são fornecidas através de distribuidores juntamente com outros produtos. São Paulo, por exemplo, tem 13.000 restaurantes e 15.000 bares. A eficiência na distribuição é, por essa razão, muito importante. No setor de comida rápida, que compõe aproximadamente 12% do setor de alimentos, um pequeno número de empresas domina o setor, respondendo por mais que 50% das vendas. A maioria deles serve batatas pré-fritas congeladas. Eles estão presentes no Brasil inteiro, principalmente em cidades com mais de 100.000 habitantes. As cadeias de franquia de comida rápida são muito demandantes com relação a qualidade e consistência na qualidade durante todo o ano e em cada restaurante pertencem o grupo. Eles se comunicam com seus fornecedores e estão ativamente envolvidos no monitoramento das demandas de qualidade na cadeia de produção. Tabela 30: Principais cadeias de comida rápida alimentos no Brasil

Empresa / Marca nome Número de restaurantes

McDonald’s (Arcos Dorados) 677

Subway 600

Bob’s e Pizza Hut (BFFC) 500

Habib’s / Ragazzo (Saraiva) 340

Giraffas 305

Burger King (3G Capital) 140

Intern. Refeições Co (Viena Frango, Assado, Brunella)

98

Fonte: OSEC, 2012

As taxas de crescimento em serviços alimentícios foram altas no período de 2006 a 2011 (eixo horizontal) (por ex., restaurantes 7% a 8%) e vão continuar substanciais no período de 2011 – 2016 (eixo vertical) (por ex., restaurantes 4% - 5%). Gráfico 10 Mostra a diferenciação entre os diferentes subsetores dentro de serviços alimentícios.

Restaurantes

Padarias

BaresComida Rápida

Lanchonetes

Cafeterias & Cantinas

Hotéis

CateringOutros

Restaurantes 23% Padarias 15% Bares 13% Comida Rápida 12% Lanchonetes 11% Cafeterias & Cantinas 7% Hotéis 4% Catering 2% Outros 13%

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Gráfico 11: Composição Anual da Taxa de Crescimento dos Serviços alimentícios Brasileiros: 2006-2016

Fonte: O futuro dos Serviços alimentícios no Brasil (alimentosmercados.mundopress.com) 2012

Gráfico 10 também mostra o tamanho dos subsetores dentro dos serviços alimentícios pelo tamanho das bolhas.

6.3 PROCESSAMENTO INDUSTRIAL Uma estimativa de 20% da produção doméstica de batata-inglesa no Brasil está sendo usada para processamento em produtos como batatas pré-fritas congeladas, batatas fritas de pacote, vaporizadas e descascadas, produtos de batata embalados a vácuo e desidratados como flocos e purê de batata. Isso é consideravelmente mais baixo que nos EUA onde as empresas alocam 70% de toda a batata produzida para o processamento, majoritariamente em batatas fritas. No entanto, o aumento do consumo não significa que também a produção aumenta. Para as batatas fritas de pacote este é o caso, porque as disponíveis no mercado brasileiro são 100% produzida localmente. Para as batatas descascadas e vaporizadas provavelmente este também seja o caso. Para as batatas fritas congeladas, no entanto, a produção local é apenas 25% em comparação com 75% de importação. É majoritariamente o preço de custo da matéria-prima e os custos de transporte dos produtos que determinam a competitividade da produção local em comparação com a importação. Devido a mudanças nos padrões de consumo, a porcentagem de produtos processados de batata já está aumentando rapidamente no Brasil e a tendência é que esta porcentagem aumente ainda mais significativamente nos próximos anos. Na maior parte do mundo desenvolvido, o consumo de produtos processados de batata tem superado o de batatas para consumo em fresco e esta tendência ainda persiste. A expectativa geral é que dentro de 10 anos, o consumo de batatas processadas supere o de batatas de mesa em fresco no Brasil. As tendências para a cadeia industrial da batata no Brasil são as seguintes:

Maior uso de contratos para reduzir o risco comercial;

Aumento da profissionalização dos produtores

Atenção às leis em vigor, em particular trabalhistas e ambientais;

Constante procura de produtividade e eficiência através de parcerias e uso de novas tecnologias;

Armazenamento

Desenvolvimento de variedades específicas;

A necessidade de certificação do sistema de produção;

Tamanho da bolha: vendas de 2011

Restaurantes

Varejo

Lazer

Defesa Civil e Militar

Cantinas, Clubes e Bares

Varejista

Saúde

Hospedagem

Local de trabalho

Bem-estar e Serviços Educação

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6.3.1 Consumo de processados As batatas processadas estão cada vez mais assumindo o lugar das batatas para consumo em fresco no Brasil, atingindo vendas de mais que R$ 1,4 bilhão por ano. Baseado em dados publicados pelo IBGE, pode-se observar que o consumo em fresco de batatas per capita no Brasil em 2009 caiu em 25% em comparação com 2002, enquanto que, durante o mesmo período, o consumo de batatas processadas aumentou mais de 40%. Apesar disso, em peso, o consumo de batatas fritas é cinco vezes mais alto que o de batatas fritas de pacote e batata-palha (1,9 kg versus 375 gramas e 100 gramas respectivamente), e em valor as batatas fritas de pacote e batata-palha são mais importante, como mostra a seguinte tabela. Tabela 31: Vendas de Batatas processadas no Brasil 2010

Produto Faturamento Milhões R$ (2010) Aumentar 2009-2010 (%)

Batata chips Onduladas: 551 11%

Batata chips Lisa: 222 19%

Batata-palha 334 12%

Batatas pré-fritas congeladas 338 36% Fonte: Agrivalor, baseado em informação da revista Hortifrut

6.3.2 Batatas fritas As instalações de produção local de batatas pré-fritas congeladas são lideradas pelas BEM Brasil e a Hortus Industrial, as principais variedades sendo a Markies e a Asterix. Os principais fornecedores da fábrica da BEM é o Grupo Rocheto, dos irmãos Celso, José Paulo e João Emilio Rochet, que em dezembro de 2007 inauguraram a BEM Brasil em Araxá. A BEM Brasil tem uma capacidade de processamento de 100.000 toneladas de produto final e o Grupo Rocheto fornece cerca de 60% da matéria-prima que necessita a fábrica. Um dos principais fornecedores da fábrica Hortus é o Grupo Nascente. O uso de batatas fritas congeladas (Batata Palito Congelada) começou no Brasil em 1992, baseado em importações do Canadá, dos EUA e da Europa. Entre 1992 e 1997, o consumo per capita de batatas congeladas foi de zero para 0,3 kg. Desde 1995, a importação da Argentina começou, chegando com custos mais baixos. Em 2007, o consumo per capita atingiu 0,7 kg e, em 2012, foi de 1,9 kg. Ainda longe dos 7 kg na Holanda e na Bélgica ou dos 13 a 15 kg no Reino Unido e nos EUA, mas aumentando. Outros que o consumo em fresco da batata, as batatas pré-fritas congeladas se ajustam às mudanças nos padrões de estilo de vida de crescimento classe média já que são alimentos preparados e se ajustam aos padrões de consumo de comida rápida. Ao mesmo tempo, o resto do segmento de serviços alimentícios também prefere o uso de batatas pré-fritas congeladas por motivos de conveniência. Até 2006, uma estimativa de 98% dos produtos de batata congelada consumidos no Brasil correspondeu a produtos importados. Com o estabelecimento da Bem Brasil em novembro de 2006, em Araxá (MG), e da Hortus, na Bahia, em 2007, a porcentagem produzida localmente aumentou. Em 2012, aproximadamente 26% de todos os produtos de batata congelada consumidos no Brasil tinham sido produzidos localmente, em grande parte pela Bem Brasil (82.000 toneladas de batatas processadas) e a Hortus (13.500 toneladas). Em uma taxa de conversão de aproximadamente 2:1, isso significa que 200.000 toneladas de matéria-prima estão sendo cultivadas localmente para processamento em batatas fritas. Tabela 32: Importação total de batata congelada preparada em US$ e em peso.

Período Fluxo de Comércio Declarante Parceiro Valor comercial Peso (kg)

2009 Importação Brasil Mundo $124,414,911 151237796

2010 Importação Brasil Mundo $191,793,389 242503711

2011 Importação Brasil Mundo $215,743,803 232129494

2012 Importação Brasil Mundo $205,822,821 232265613

2013 Importação Brasil Mundo $338,862,957 282094010

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Oportunidades no sector da batata no Brasil 2015

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Tabela 33: Da Argentina em US$ e em peso.

Período Fluxo de Comércio Declarante Parceiro Valor comercial Peso (kg)

2009 Importação Brasil Argentina $82,075,970 94108064

2010 Importação Brasil Argentina $104,866,894 117600582

2011 Importação Brasil Argentina $130,297,942 126511108

2012 Importação Brasil Argentina $101,611,986 91949309

2013 Importação Brasil Argentina $213,594,265 142072351

Fonte: UNcomtrade, www, comtrade.un.org

Em 2012, o mercado brasileiro para as batatas pré-fritas congeladas atingiu 320.000 toneladas em vendas, um aumento de perto de 7 % sobre 300.000 toneladas em 2011. Espera-se que o mercado atinja as 450.000 toneladas em 2017 (Fonte DataMark) (2013:

342.000, 2014: 366.000, 2015: 392.000, 2016: 420.000. 2017: 450.000 um crescimento contínuo de 7% anual) Como se pode ver na Tabela 32 em 2012, a importação total foi 232.000 tonelada. O mercado total foi de 320.000 toneladas. Isso significa uma produção local de 88.000 toneladas em 2012.

Atualmente tem aumentado para 100.000 toneladas. A Bem Brasil tem anunciado que duplica sua capacidade de produção de 100.000 toneladas para 200.000 toneladas durante os próximos anos. A Bem tem 2 linhas de produção em Araxá. Eles vão construir uma terceira linha na plantação de Rocheto em Perdizes, em 2018. Eles já têm 10 armazenamentos próprios de batata-inglesa de 5.000 toneladas cada um neste arrendamento e planejam construir um adicional de 60 toneladas, economizando em custos de transporte (57 km de Perdizes para Araxá). No entanto, parece que algumas vezes o preço das batatas fritas importadas é mais baixo que os custos de produção localmente. Isso coloca a indústria na difícil posição já que o abastecimento de matéria-prima continua, a fábrica precisa funcionar e os clientes precisam ser atendidos abaixo do preço de custo. Parte da matéria-prima destinada para o processamento pode ser vendido sobre um mercado aberto para as batatas de mesa. Mas o principal fator para administrar este problema está em altos rendimentos, baixo preço de custo e na produção de matéria-prima durante os difíceis meses de verão. Gráfico 12: Origem de produtos importados de batata congelada no Brasil em %

Folha de S.Paulo, 19.09.2013

O processamento da batata no Brasil em batatas-fritas ainda não é significativo quando comparado com outros países. No Brasil, aproximadamente 200.000 toneladas de batatas estão sendo processadas em 100.000 toneladas de batatas fritas (conversão 2:1). Isso corresponde a 6% do volume de batatas produzidas. A demanda de batatas pré-fritas congeladas está crescendo no mercado local, resultando no aumento da importação principalmente da Argentina, da Bélgica e dos Países Baixos.

52%Argentina

25%Belgica

18%Holanda

3%Alemanha

2%Outros

ORIGEM DOS PRODUTOS IMPORTADOS DE BATATA CONGELADA 2012

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Atualmente uma estimativa de 80% das batatas pré-fritas congeladas disponíveis no mercado, está sendo usada pelo segmento de serviços alimentícios. Ao levar em conta que os consumidores comem cada vez mais fora de casa, a tendência é que esta porcentagem pode aumentar ainda mais. De acordo com uma pesquisa de consumo feita pela empresa Agrobeloni, mostra que as classes alta e alta média pararam de fritar em casa. Apenas de 5 a 10 % dos consumidores frita em casa. O resto consume batatas cozidas em casa. Isso explica porque apenas 10% das batatas de mesa empacotadas no varejo seja da Asterix (para fritar) e 90% seja da Agata (para cozinhar). Isso também está em linha com as vendas no varejo de produtos congelados de batatas pré-fritas que são nacionalmente apenas 5% das vendas em varejistas de batata de mesa para consumo em fresco. Porque a indústria de processamento está em competição pela Asterix como matéria-prima, o preço dessa variedade é até 30% mais alto que a batata-inglesa para cozinhar, como a Agata. O rápido crescimento do segmento do mercado para produtos congelados de batatas pré-fritas são os serviços alimentícios. Dentro dos serviços alimentícios, 25% é de comida rápida e 75% de outros. Em geral, o mercado para produtos congelados de batatas pré-fritas é 20% de comida rápida, 20% de varejistas, os 60% restantes de serviços alimentícios/ refeições fora de casa (bares, restaurantes, lanchonetes, cantinas, etc.). Com relação ao preço, a média de preço para batatas pré-fritas congeladas europeias importadas para o Brasil foi de R$ 1,43 (FOB em origem). Para importação do Mercosul (Argentina), o preço foi de R$ 2,15 por kg. Em Outubro 2012, o imposto de importação para batatas processadas da UE aumentou de 14% para 25%. Esta taxa esteve estável durante o período de um ano e voltou a 14% no final de 2013. O aumento nas tarifas de importação são favoráveis para o comércio com o Mercosul e também estimula a produção local. Cabe também mencionar, no entanto, que as negociações comerciais gerais entre a UE e o Mercosul estão atualmente em andamento, sendo que o resultado das quais poderia influenciar os padrões de comércio. Além da Bem Brasil e da Hortus, a McCain está considerando a possibilidade de abrir uma fábrica de processamento no Brasil como foi divulgado na mídia nacional. Por isso, já está testando cultivares nas diferentes regiões de Brasil. Também a Farm Frites está testando o rendimento potencial da matéria-prima no Brasil. Em Outubro 2012, a McCain anunciou a compra da Lutosa, a divisão de batata do grupo belga, Pinguin-Lutosa, para US$ 290 milhões. A Lutosa atualmente tem 5% de participação no mercado no Brasil, mas planeja aumentar para 10% em 2017. Desta maneira, a McCain tenta fortalecer sua posição no mercado de importação. Gráfico 13: Níveis de preço na UE e no Mercosul das batatas pré-fritas congeladas (FOB em

origem)

Fonte: MDIC/Secex, Hortifriti Brasil 2013

0,00

0,50

1,00

1,50

2,00

2,50

2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010 2011 2012

Preços da FOB da batats fritas congeladas em R$ na origem

mercosul UE

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A produção de batatas pré-fritas congeladas é um negócio muito competitivo. Já que aproximadamente 45% do custo da batata-frita se refere à batata crua, o preço de custo dessa matéria-prima é um muito fator significativo. Uma indústria competitiva necessita custo das batatas relativamente baixo. Idealmente, altos rendimentos são requeridos na produção primária visando que os produtores sejam capazes de abastecer os processadores com preços competitivos. Especialmente porque as batatas pré-fritas congeladas são uma comodidade que necessita competir com fornecedores de diferentes países e continentes. Como a indústria de processamento necessita ser abastecida durante todo o ano, a consistência na qualidade, na disponibilidade e nos preços é obrigatória. Isso está sendo influenciado pelas temporadas de produção e pelos (diferentes) rendimentos por temporada, pelas áreas de produção, pelos custos de transporte, pela disponibilidade de armazenamento, pelos custos e perdas de qualidade durante o armazenamento. A McCain começou a abastecer o mercado brasileiro com batatas pré-fritas congeladas em 1992. O primeiro cliente da empresa foi a McDonalds e mais tarde seguiram varejistas e cadeias de comida rápida. Em 20 anos, de acordo com a McCain, tanto a cadeia de distribuição como o consumidor mudaram consideravelmente, por essa razão, as metas da empresa são 5 vezes mais altas que há 10 anos. A McCain estima que 80% da população consume batatas-fritas pelo menos uma vez por semana.

Em 1992, a McCain abasteceu o mercado brasileiro do Canadá, da Europa e dos EUA. Em 1995, eles investiram 160 milhões na fábrica em Balcarse, na Argentina, para abastecer o Mercosul. Em 2000, eles incorporaram a linha de produção de “batata-palha”. Hoje, a capacidade de produção da fábrica de processamento argentina lidera 65% do mercado brasileiro e o resto tem como destino o Paraguai, a Argentina, o Uruguai, o Chile, a Venezuela, a Colômbia, a Bolívia e o Peru. Sete anos atrás a McCain também incluiu uma moderna linha para produtos especiais. A Farm Frites começou em 1971 em Oudenhoorn e hoje é um dos principais processadores de batata-inglesa no mundo. Na Argentina, a Farm Frites tem grandes instalações de processamento em Munro, na província de Buenos Aires. A Farm Frites chegou à Argentina em 1996 comprando 50% da participação da empresa local "Alimentos Modernos", mais tarde em 2000 eles compraram a participação completa de embalagem e, em 2014, venderam 60% para um grupo local de investimento de La Plata. A empresa abastece a varejistas (super e hipermercados) e a serviços alimentícios (hotéis, catering, restaurantes, etc.). A Farm Frites fornece também para as principais cadeias de comida rápida, tais como McDonald’s e Burger King. Sua subsidiária na Argentina está exportando cerca de 70% de seu produto final para os países vizinhos do Mercosul. Os novos desenvolvimentos neste setor são os produtos de fritas no forno e outros baseados em flocos de batata-inglesa. As fritas no forno registraram um significativo aumento nas vendas no varejo, que se ajusta à tendência de consciência de saúde, pela qual as batatas fritas são percebidas como sendo menos saudáveis que as não fritas. Croquetes e outros produtos baseados em flocos de batata-inglesa estão há pouco tempo disponíveis no varejo. As vendas vão bem, de acordo com vários gerentes de supermercados. Antes, este tipo de produto estava apenas disponível em serviços alimentícios, um segmento que ainda parece aumentar o uso também. Até a chegada do primeiro estabelecimento de processamento no Brasil em 2005, aproximadamente 98% das batatas fritas congeladas eram importadas e os outros 2% correspondiam ao baixo volume e à baixa qualidade dos produtos nacionais. De acordo com estudos realizados pela Direção de Agricultura & Desenvolvimento sobre horticultura, a produtividade média na Bélgica e nos Países Baixos em 2010 foi de 55 toneladas/ hectare. Com o fim de comparar, o mesmo estudo concluiu que na França, na Alemanha e na Inglaterra, a produtividade dificilmente superou as 48 t / ha. No Brasil, de acordo com informação colhida pelo pessoal da Hortifruti / Cepea, produtores de batata para a indústria raramente colhem mais que 40 t / ha.

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Os custos por hectare sem considerar a produtividade e o destino da produção, também são mais altos no Brasil. A escala na qual os grandes produtores e os exportadores de batata congelada atuam, torna seu custo de fabricação mais baixo que para os processadores no Brasil que, além disso, também enfrentam outros desafios típicos. Assim, para os processadores brasileiros aumentarem sua participação no mercado, não basta aumentar as barreiras tarifárias. É preciso maior inovação tecnológica, no campo e na indústria, que permita a redução dos custos, proporcionando efetivo aumento da competitividade nacional.

6.3.3 Bem Brasil

A BEM Brasil Alimentos é uma empresa de capital 100 % brasileiro, especializada na produção de batatas pré-fritas congeladas e flocos. A BEM entrou no mercado em novembro de 2006 com o objetivo de conquistar os consumidores com a qualidade e os diferenciais de seus produtos. A BEM Brasil é o resultado de um investimento de R$ 50 milhões pela Montesa e a Rocheto. Seu objetivo é diferenciar-se pela aparência por uma melhor tecnologia de produção nos mercados internacionais e pelo uso de matérias-primas de alta qualidade. A BEM Brasil incorporou tecnologia holandesa e norte-americana em sua linha de produção, para assegurar a precisão e garantir a qualidade de seus dois produtos. Sua fábrica começou a produzir em novembro de 2006, em Araxá, no estado de Minas Gerais, fornecendo uma mescla de produtos para vários segmentos. Hoje a empresa opera um único estabelecimento de produção onde processam mais de 100.000 toneladas de batatas fritas por ano. Em seu moderno estabelecimento de processamento atingiram até 110 mil toneladas de batatas pré-fritas congeladas e 2.000 toneladas de flocos desidratados por ano, produzidos em uma área de 327.000 m2 com 260 funcionários. Entre 2011 e 2012, enquanto a economia do Brasil cresceu 0,9%, a BEM reconheceu uma expansão de 42% e conquistou 25% do mercado local, o qual ainda é dominado pelos fornecedores internacionais. Em total, a BEM reconheceu vendas por 200 milhões de reais em 2012, e sua meta para 2013 era de 250 milhões reais, ao atingir o uso de sua capacidade total. A BEM Brasil embala para seis etiquetas privadas e 80% para sua própria marca A empresa cresceu abastecendo restaurantes e varejistas e começou em 2012 com, pela primeira vez, o abastecimento de cadeias de comida rápida. Figura 14: Instalações de processamento da BEM

Fonte: BEM Brasil website

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6.3.4 Hortus Agroindustrial

Em 2007, a Hortus foi inaugurada na Chapada Diamantina, em pleno coração do estado da Bahia, com o objetivo de processar e congelar produtos de batata, tais como batatas fritas e batatas especialmente pré-cozidas (batata-inglesa fatias e noisette). Eles focam nos gourmets mais exigentes. A Hortus é um empresa 100% brasileira com investidores de capital com a Agroinvest Kayatani e o fundo de investimentos Nordeste I, administrado pela Rio Bravo Investimentos.

6.3.5 Batatas fritas de pacote

No Brasil a produção de batatas fritas de pacote é dominada pela Elma chips Frito-Lay (50%) e Yoki (33%). Várias pequenas instalações de processamento juntas são responsáveis pelo remanescente 17% da produção. A indústria da batata-frita de pacote no Brasil tem apresentado um sólido crescimento nos últimos anos. É importante reconhecer que existe um mercado formal e um mais informal, ambos com suas próprias características: Os fornecedores de batatas para a indústria de batatas fritas de pacote usam principalmente as variedades Atlantic, Caruso e Taurus. Também alguns testes com novos cultivares de batata adequados para processamento industrial foram realizados (BRS IPR-Bel e BRS Ana), oficialmente apresentados em Castro, no estado do Paraná, no sul do Brasil, pela Embrapa, empresa de pesquisa agrícola. Os fornecedores da indústria de batatas fritas de pacote são, entre outros, a Cooperativa Castrolanda e a Agrosolanum (que fornecem o ano inteiro), Schoenmaker, Montesa, Nacente e Wehrmann, que fornecem altas quantidades, mas durante um período mais curto de 4 meses aproximadamente. Tabela 34: Características dos produtores de Batata-frita de pacote

Características Descrição

Escala Operações de médio a grande porte

Nível de tecnologia no campo Alto nível de mecanização

Relação entre produtor e indústria Formal

Carteira de produtos Diversa

Tipo de agricultor Empresário agrícola Fonte: Agrivalor SA baseado em entrevistas 2014

Em 2012, o consumo anual per capita de batatas fritas de pacote foi de 375 gramas. O consumo nacional total foi 75.000 toneladas de batatas fritas de pacote de acordo com a ABBA (Revista Globo Rural, Outubro 2012) A conversão de matéria-prima para batatas fritas de pacote nos processo de produção é de aproximadamente 4:1, o que significa que para produzir 75.000 batatas fritas de pacote, são necessárias 300.000 toneladas de matéria-prima. Exatamente todas as batatas fritas de pacote são produzidas localmente. Existem vários produtores locais, incluindo PepsiCo/Frito-Lay que usa 150.000 toneladas anualmente e que possui 50% do mercado (marcas: Lays e Ruffles e Elma) A Yoki Alimentos (comprada pela General Mills, em agosto 2012) usa outras 100.000 toneladas de matéria-prima (25.000 toneladas de batatas fritas de pacote). Outros produtores locais em conjunto usam aproximadamente 50.000 toneladas (12.500 toneladas de batatas fritas de pacote) A Procter & Gamble (Pringles) é o terceiro maior fornecedor do mercado. No entanto, as Pringles são feitas de flocos de batata-inglesa, enquanto que as batatas fritas de pacote/ chips são feitas de batata inteira.

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Oportunidades no sector da batata no Brasil 2015

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O setor está preparando os investimentos em armazenamento da matéria-prima por um período de 3 meses durante o verão com o objetivo de ser capaz de produzir no inverno a preço de custo mais baixo e com o objetivo de ter suficiente reserva para garantir o processo de produção nas fábrica. Especialmente importante é prevenir o germinações sem uso de químicos contra a germinação já que estes não estão permitidos pela indústria de processamento. Igualmente importante é prevenir que o amido seja convertido em açúcar dentro das batatas durante o armazenamento porque isso as torna inapropriadas para o processamento em batatas fritas de pacote. A Frito-Lay tem uma participação no mercado de 50% em batatas fritas de pacote no Brasil. Usa sua própria variedade de FL para a metade de sua matéria-prima e ‘Atlantic’ (a variedade livre) para a outra metade. Os outros 50% do mercado brasileiro de batatas fritas de pacote usa plenamente a variedade ‘Atlantic’ como matéria-prima para suas atividades de processamento. A área total plantada com batatas a ser usada para processamento em batatas fritas de pacote consiste, por essa razão, para aproximadamente 75% da variedade ‘Atlantic’. As batatas fritas de pacote estão disponíveis em todos os supermercados e ocupa uma parte importante disponível de espaço nas gôndolas, uma indicação de seu volume de negócios e lucratividade no varejo. Tabela 35: Mercado Formal – versus informal

Mercado Formal Mercado Informal

- Foca em uma operação anual - Opera oportunisticamente quando a matéria-prima está disponível

- Indústrias locais ou regionais - Indústrias pequenas e locais

- Estabelecem acordo de compra - Não têm acordos de compra

- Marcas próprias ou para terceiros - Marcas próprias ou sem marcas Fonte: Agrivalor SA baseado em entrevista com a PepsiCo interview e apresentação pelo Sr. Yorinori

Muitas pequenas marcas locais estão presentes nos diferentes estados no Brasil como mostram as cifras abaixo, apresentadas pelo Sr. Novaton Yorinori, ex agro-diretor na Elma Chips, durante a ALAP, em 2012. Figura 15: Marcas de batatas fritas de pacote no Brasil

Fonte: PepsiCo na ALAP 2012

6.3.6 PepsiCo

No Brasil, a PepsiCo, o principal produtor de salgadinhos do mundo de origem americana, tem uma divisão de salgadinhos, chamada Elma Chips, que produz as marcas Ruffles e Sensações de salgadinhos de batata.

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Oportunidades no sector da batata no Brasil 2015 61

A Ruffles foi criada em 1958 nos Estados Unidos e chegou ao Brasil em 1986. No mercado de salgadinhos, é a preferência nacional. Atualmente, a empresa, que registrou vendas globais de US$ 114 bilhões em 2010, adquire 5% da produção brasileira de batatas, 2,5 milhões de toneladas. O Brasil é o quarto maior mercado da PepsiCo, precedido pelos Estados Unidos, o México e o Reino Unido. A importância da indústria de processamento para a otimização da produção brasileira do setor da batata-inglesa é mostrada por um exemplo do principal produtor de batatas-fritas de pacote no Brasil, a Elma Chips da PepsiCo. Eles investiram em um período de 14 anos mais de 320 milhões de reais em um Programa Agrícola para melhorar a produção de seus fornecedores18 da Ruffles, uma marca de salgadinhos que vendem no Brasil. Isso lhes permitiu desenvolver uma equipe de especialistas em batatas para desenvolver um plano de ações para abordar o produto ideal para a empresa. A PepsiCo queria se livrar dos aventureiros que foram entrando no mercado de batatas em épocas de preços altos. Em vez disso, a empresa procurou relações de longo prazo. Aparentemente, isso teve efeito já que em 1997, a PepsiCo comprou de 60 produtores, que forneceram 55 mil toneladas por ano. Em 2011, a PepsiCo recebeu um volume de 140 mil toneladas de batatas originadas em 16 cooperativas de São Paulo, Paraná, Santa Catarina, Rio Grande do Sul, Minas Gerais e Goiás. Um dos fornecedores é a Montesa, do Sr. Marcelo Balerini. A Montesa está localizada em Serra do Salitre (MG) e fornece cerca de 50% de sua produção de 45.000 toneladas para a PepsiCo. O Sr. Montesa indicou que para muitos fornecedores foi difícil manter uma colheita constante, isso mudou ao tornar-se um fornecedor da PepsiCo. Com a inclusão de mais tecnologia e melhores variedades de plantio, os agricultores ganharam mais produtividade, melhor produção e perdas reduzidas para quase zero. A PepsiCo começou com fornecedores que produziam 18 toneladas por hectare, enquanto hoje a média de produção é pelo menos 30 toneladas por hectare.

Tabela 36: Produção da PepsiCo no Brasil

Fonte: Agrivalor SA baseado em PepsiCo data

Figura 16: Fábricas de PepsiCo de Processamento de Batata

Fonte: PepsiCo em ALAP 2012

18 Revista Dinheiro Rural de Outubro de 2011 “Vá plantar batatas”, de Alécia Bridges

PepsiCo 1997 2011

Número de agricultores 60 16 cooperativas

Produção em (toneladas de matéria-prima) 55.000 140.000

Número de fábricas 5 em Itu, Curitiba e Sete Lagoas

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Oportunidades no sector da batata no Brasil 2015

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De acordo com a PepsiCo, os desafios para a indústria de batatas-fritas de pacote no Brasil são os seguinte:

Aumento do uso de contratos para redução de riscos de negócios;

Promover a profissionalização dos produtores;

Específica atenção à legislação, especialmente as leis trabalhistas e ambientais

Constante pesquisa por produtividade e eficiência, através de parcerias e uso de novas tecnologias;

Desenvolvimento de específicas variedades

Precisa a certificação do sistema de produção

6.3.7 Yoki

Fundada em 1960, a Yoki é uma empresa brasileira familiar cujos produtos com as marcas Yoki e Kitano tem mantido posições de liderança do mercado em vários categorias de alimentos, incluindo pipoca e salgadinhos de nozes, acompanhamentos, sopas desidratadas, cereais e feijões, e temperos. A empresa tem mais que 5.000 funcionários e postou vendas de aproximadamente US$ 527 milhões em 2011. Em 2012, a General Mills, Inc. assinou um acordo para adquirir a Yoki Alimentos S.A., uma empresa privada de alimentos com sede em São Bernardo do Campo, Brasil. Espera-se que a transação seja fechada no Brasil durante a primeira metade do ano fiscal da General Mills de 2013. As aquisições da Parampara Alimentos e da Yoki são parte de um rápido crescimento internacionais dos negócios da General Mills. A empresa tem dito que, no ano fiscal de 2012, o segmento de vendas internacionais líquidas se espera que exceda US$ 4 bilhões, incluindo vendas da Yoplait, empresa internacional de iogurte adquirida no dia 1° de julho de 2011. A adição da Yoki vai mais que duplicar a vendas anuais da General Mills na América Latina para perto de US$1 bilhão.

6.3.8 Cooperativa Castrolanda

A Castrolanda inaugurou seu próprio estabelecimento de processamento e é abastecida por 8 associados que cultivam batatas para a cooperativa. Sua própria marca foi lançada em 2003. Hoje, a unidade trabalha com grandes volumes de produção. No entanto, a prioridade permanece sendo uma produção para terceiros. A capacidade de produção de batatas-fritas de pacote é de 90 toneladas por mês. A média de rendimento da batata-inglesa pelos membros da Castrolanda chega a 27,5 toneladas por hectare. A produção anual, de acordo com dados da Cooperativa, atinge 34,5 mil hectares.

6.3.9 Outras pequenas fábricas de batatas fritas de pacote

Como foi mencionado antes, existem muitas fábricas pequenas de batatas fritas de pacote, tais como; Fhom, com matriz em São Caetano do Sul, que lançou em Agosto 2014 com a marca com o nome de “Bem Orgânico”, as primeiras Batatas fritas / Batatas fritas de pacote orgânicas do Brasil. Seus clientes estão principalmente concentrados nas regiões Sul e Sudeste, mas visam aprofundar-se ainda mais no mercado local. As batatas fritas de pacote são vendidas em três tipos; ondulada, lisa e a versão batata-palha (ou Palito) e são certificada pela SVB, um certificador local de alimentos orgânicos. Os supermercados tais como GPA (Grupo Pão de Açúcar), Coop – Cooperativa de Consumo (SP), Angeloni (SC), Zaffari (R$), Verdemar e Super Nosso (MG), Festival, Casa Viscardi e Casa Fiesta (PR) e Grandes-Lar (MT), além de Santa Luzia, St Marché e Santa Maria, (SP) estão vendendo este produto orgânico.

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6.3.10 Outros

Vários produtores de batatas de mesa estão conscientes do fato de que o mercado para as batatas de mesa está diminuindo e que o mercado para produtos processados da batata aumenta. Além disso, existe a consciência de que processamento agrega valor. A vantagem adicional é o fato de que o processamento torna mais fácil investir em equipamento de safra e armazenamento já que a pele ou os danos desaparecem durante o processamento de qualquer maneira. Isso aumenta a eficiência da produção primária para batatas destinadas para o processamento. Alguns produtos processados de batata demandam grandes investimentos para iniciar a empresa, devido à escala mínima que é requerida para uma empresa lucrativa ou devido ao segmento muito demandado no qual os produtos são vendidos ou devido às possibilidades de competir com produtos importados. Este é, por exemplo, o caso das batatas fritas congeladas, dos flocos ou do amido, todos os produtos que estão sendo produzidos por custo relativamente baixo pelas empresas multinacionais que operam em países com as circunstâncias mais favoráveis de produção (baixo custo da matéria-prima) Outros produtos têm um grande volume em comparação com seu peso (como as batatas fritas de pacote), ou têm um prazo de validade curto (como batatas descascadas empacotadas a vácuo) e o preço de custo da matéria-prima é menos importante na competição com produtos importados. Neste caso, a produção local pode competir mais facilmente. Além disso, a escala mínima de operação é menor e, por essa razão, a entrada no mercado é mais fácil. Isso explica em grande extensão por que uma grande parte das batatas pré-fritas congeladas está sendo importada e por que as batatas fritas de pacote estão quase exclusivamente sendo produzidas localmente. Também explica o número e tamanho das empresas envolvidas no processamento local de batata-inglesa. Se a demanda do mercado for maior que a capacidade de produção local, os produtos serão importados abrindo o caminho para a produção local assumir no caso em que a produção possa ser reconhecida em um preço de custo competitivo e satisfazer os padrões mínimos de qualidade.

6.3.10.1 Batata-palha

Para a produção da batata-palha é usada principalmente a Atlantic, em geral de baixa qualidade, mas em caso de existir superávit na produção também uma melhor qualidade. ‘Batata-palha’ é um produto tipicamente brasileiro (batata-inglesa frita cortada muito fina, especialmente usada no Brasil com pratos de bife a Stroganoff). A batata-palha é feita de ‘Atlantic’ e se espera que a produção cresça ainda mais. Existem muitos pequenos produtores independentes. Mas também a Frito-Lay a produz (Elma). Hoje batata-palha é encontrada em qualquer gôndola de mercado, mas 20 anos atrás não era assim. A primeira fábrica, Crac, foi fundada em 1985 em São Gonçalo. Hoje, têm 130 funcionários e uma produção mensal de batata-palha de aproximadamente 200 toneladas (12% de participação no mercado) De acordo com a Associação Brasileira da Batata (ABBA), o consumo per capita de batata-palha é de 100 gramas (Revista Globo Rural, Outubro 2012). Isso resulta em 20.000 toneladas por ano. Toda é produzida localmente e 1 kg de matéria-prima resulta em 250 gramas de produto pronto. Isso significa que 80.000 toneladas de matéria-prima são usadas para a produção da batata-palha.

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Figura 17: Produção de Batata-palha

Fonte: http://oglobo.globo.com/

6.3.10.2 Batatas descascadas

Batatas para consumo em fresco, cruas, descascadas e empacotadas a vácuo (higienizadas) estão disponíveis para serviços alimentícios assim como também para os varejistas. Várias novas empresas estão entrando no mercado com este produto (Grupo Trevisian em Divinolândia) ou estão preparando-se para isso (Cooperbatata). Este produto está disponível em grandes embalagens para serviços alimentícios assim como também em pequenas embalagens de consumo. Batatas em cubos, inteiras ou para consumo em fresco ou fritas assim como também em mesclas com cenoura. A Agata é uma variedade que está sendo usada (Asterix para fritar). ‘Cozida a Vapor’ (vaporizadas), seja em cubos ou inteiras, naturais ou aromatizadas, está sendo produzida localmente (por ex., Vapza) e já estão no mercado. Outras empresas (Cooperbatata) estão planejando entrar no mercado. Os grandes produtores notificam a diminuição no consumo em fresco consumo e estão procurando maneiras de agregar valor a seus produtos pelos produtos relativamente fáceis. Uma grande vantagem é que desde que os produtos estão sendo descascados, eles podem produzir no inverno a custo mais baixo e depósito por vários meses. Importação de produtos de batata preparados/preservados (não congelada) foi de 5.154 toneladas em 2013 (Fonte: UN comtrade)

Figura 18: Batatas vaporizadas inteiras e batatas descascadas e cruas empacotadas a vácuo

Figura 19: Batatas empacotadas a vácuo, fritas e mescla de batata-inglesa e cenoura

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6.3.10.3 Produtos de batata desidratada / flocos/ grânulos

Os flocos de batata-inglesa são um produto intermediário que está sendo usado para a produção de uma ampla variedade de produtos; como uma base para sopas instantâneas, purê, croquetes de batata, Pringles ou batatas fritas de forno de pacote, produtos de pasta de batata como nhoque (publicitado como livre de glúten) e salgadinhos. Existe alguma produção local de flocos de batata-inglesa (BEM). A importação foi 9.236 toneladas em 2013 (estatísticas da UN comtrade), sendo majoritariamente usadas como um produto intermediário pela indústria local de processamento.

Antes, o purê de batata e os produtos congelados baseados em flocos estavam apenas disponíveis em serviços alimentícios. Recentemente, foram disponibilizados também no varejo. Figura 20: Purê de batata-inglesa, produtos de batata congelados e pré-fritos em embalagens varejistas

O Grupo Pão de Açúcar informa que desde a introdução das fritas no forno no varejo, as vendas vão muito bem e estão aumentando. A explicação deve ser procurada na preocupação de muitos consumidores brasileiros com os problemas de saúde relacionados com a obesidade, o colesterol e a pressão sanguínea alta, considerados os principais problemas. As fritas no forno têm uma melhor imagem que as fritas convencionais devido ao fato de que não necessitam ser fritas em óleo. O purê está disponível principalmente no mercado de serviços alimentícios e apenas recentemente passou a estar disponível no varejo. A exportação de produtos de batata desidratada foi desprezível, de 10 toneladas, em 2013. A importação foi de 9.236 toneladas em 2013 (Estatísticas da UN comtrade)

6.3.10.4 Informação sobre o Consumidor

As batatas são percebidas por grande parte dos consumidores como um produto que os faz engordar. À luz disso, é importante conhecer as fontes de informação do consumidor e seu comportamento. Aproximadamente metade dos consumidores lê as etiquetas na embalagem (veja o Gráfico 14: Frequência em que as etiquetas são lidas). Quando fazem isso, eles estão principalmente interessados em calorias (veja Gráfico 16: Principais Fontes de informação para consumidores sobre os alimentos). Os grupos de renda mais alta - e educação, assim como também as mulheres procuram mais que média por informação sobre as calorias. No entanto, a média está longe da principal influência sobre a percepção de saúde dos produtos já que para apenas um por cento de consumidores que leem a etiqueta, a mesma é a principal fonte de informação sobre os produtos alimentícios.

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Gráfico 14: Frequência em que as etiquetas são lidas

Fonte: FIESP: Tendências alimentícias do Brasil para 2020

Gráfico 15: Informação da Etiqueta mais procurada

Fonte: FIESP: Tendências alimentícias do Brasil para 2020

Gráfico 16: Principais Fontes de informação para consumidores sobre os alimentos

Fonte: FIESP: Tendências alimentícias do Brasil para 2020

6.3.10.5 Fécula e farinha

Fécula está sendo usada como um aditivo em muitos produtos alimentícios (macarrão, alcaçuz, sopas e molhos. Também está sendo usada para a produção industrial (cola, papel, papelão, etc.) O Brasil é um grande produtor de fécula, mas isso se refere quase exclusivamente à fécula da tapioca (mandioca). A exportação de fécula de batata-inglesa foi desprezível, de 112 toneladas em 2013. A importação foi de 1.400 toneladas em 2013 (Estatísticas da UN comtrade) A importação de farinha de batata-inglesa foi desprezível, de 151 toneladas em 2013.

Sempre lidas -23%

Algumas vezes lidas – 30%

Raramente lidas – 16%

Nunca lidas – 30%

Não responde – 1%

Calorias Gorduras Colesterol Açúcar Proteínas Conservantes Hidratos de carbono Glúten Sódio

Televisão Médicos e nutricionistas Internet Amigos e conhecidos Jornais Familiares Revistas Publicidade Rádio Escola ou universidade Etiquetas Livros Não procuram

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6.3.11 Acordo de livre comércio UE-Mercosul

A UE atualmente está sendo negociado um acordo comercial com o Mercosul. Estas negociações com o Mercosul foram oficialmente relançadas na reunião UE-Mercosul em Madrid, no dia 17 maio de 2010. O objetivo é negociar um amplo acordo comercial, cobrindo não apenas o comércio de bens industriais e agrícolas, mas também serviços, melhoramento de regras na aquisição governamental, propriedade intelectual, facilitação aduaneira e comercial, barreiras técnicas ao comércio. Como está estipulado no parágrafo 6.3.1, as tarifas de importação sobre as batatas pré-fritas congeladas são de grande importância para a competitividade da produção brasileira de produtos locais em comparação com as importações da UE. O desenvolvimento desse assunto dentro das negociações da UE-Mercosul é de significativa importância neste sentido. O mercado brasileiro está relativamente altamente protegido com uma tarifa aduaneira aplicada de 13,5%. A UE, por essa razão, incentiva consistentemente o Brasil a reduzir as barreiras tarifárias e não tarifárias e manter um meio ambiente regulatório estável para os investidores e os comerciantes europeus. Estas negociações e um acordo comercial (embora não se espera que seja estabelecido em breve) serão de influência para o desenvolvimento de uma indústria de processamento batata local, já que os custos locais de produção (especialmente os custos de produção da matéria-prima) precisam poder competir com o produto importado. Especialmente para a fécula de batata e as batatas fritas e, este é o caso porque o custo destes produtos está em uma grande extensão determinada pelos custos da matéria-prima.

6.4 FOFA Tabela 37: Fortalezas & Fraquezas dos protagonistas (Fatores internos)

Protagonista Fortalezas Fraquezas Processamento de pré-fritas congelada

Aumento classe média e do poder aquisitivo

Conveniência em serviços alimentícios

Sólido setor de comida rápida

Custos de matéria-prima / nível de rendimento da produção primária

Disponibilidade de suficientes terras planas em MG

Disponibilidade de capacidade de armazenamento

Depreciação de armazenamento baseado em uso por 3 meses ao ano

Imagem das batatas fritas, que engordam

Processamento de Flocos / Grânulos

Aumento classe média e poder aquisitivo

Conveniência em serviços alimentícios

Melhor imagem que as batatas fritas

Uso como um produto intermediário

Processamento de Batatas fritas de pacote

Mercado estável Custos de matéria-prima / nível de rendimento da produção primária

Capacidade de armazenamento da matéria-prima

Não se espera muito crescimento neste setor do mercado.

Descascadas / empacotadas a vácuo

O produto pode ser armazenado = preço de custo mais baixo para produto primário

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Relativamente fácil para começar o processamento

Batatas de mesa Disponibilidade o ano inteiro

O consumidor não aceita batata de mesa de poucos meses de idade

Aumento de preço quando chove dificulta a safra

Alto preço de custo na temporada de inverno

Distâncias mais longas do campo até as áreas de consumo

Sem transporte refrigerado

Pouca mecanização da colheita (10%)

Os produtores precisam abastecimento, algumas vezes até quando o plantio é jovem demais para dar um ótimo rendimento.

Tabela 38: Oportunidades e ameaças dos protagonistas (Fatores externos)

Protagonista Oportunidades Ameaças Processamento de pré-fritas congeladas

Produção local para substituir a importação

Crescimento autônomo dos serviços alimentícios e do setor de comida rápida

Irrigação disponibilidade de água

Processamento de Flocos / Grânulos

Comercialização de novas formas de produtos

Produtos congelados prontos

Purê

Conveniência em serviços alimentícios

Produtos de pasta de batata-inglesa livre de glúten

Batatas fritas de pacote

Descascadas / empacotadas a vácuo

Mesclas com outros legumes

Ingredientes para refeições prontas

Competição de mesclas de legumes congeladas

Batatas de mesa Demanda do consumidor de embalagem provavelmente vai aumentar já que esta é plenamente aceita nos cítricos, por exemplo,

O consumo em geral da batata de mesa está diminuindo

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7 INFORMAÇÃO PARA O SETOR

No Brasil não existem muitas fontes de informação que visem especificamente a produção e o processamento de batata-inglesa. No entanto, existem algumas feiras que chamam a atenção do setor, tais como, entre outras, a Hortitec, a ALAP, a Agria, maioria destes eventos organizada pela ABBATA. Em 2012, as seguintes empresas ativas no setor brasileiro da batata-inglesa participaram do evento da ALAP: Tabela 39: Empresas ativa em Mecanização

Atividade Empresa Tecnologia de mecanização APH Group, Hennipman, Juma Agro, Mexport, Pivot

(Grimme), Via Agrícola, Double L, Watanabe

Tecnologia de irrigação Zimmatic pelos Lindsay, Pivot (Valley), Netafim, Rainbird

Fornecedores de fertilizantes, inseticidas, herbicidas e outros químicos

Arysta Life Science, Basf, Bayer Crop Science , Dow Agro Sciences, Du Pont, Fertilizantes Heringer, Syngenta,Crosslink, Dioxide/Supra, FMC, Força Agrícola, Green Mix, Ihara, Inquima, Juma Agro, Via Agricola, Procópio, Timac

Tecnologia de embalagem Manter, Embalagens Tatuí, Castanhal (embalagem)

Fornecedores de semente HZPC, Margossian Sementes, Batatas Canada

Indústria Bem Brasil Alimentos

Tecnologia de armazenamento

Omnivent, Tolsma, IVI, Tecnofrio

Ensino / Institutos governamentais / Centros de Pesquisa / Associações

ABBATATA, Febrpdp (organização de não lavoura) EMBRAPA, ABH (Assoc .Brasileira de Horticultura), CIP (Centro Internacionais de Batata-inglesa), UFU (Universidade Federal de Uberlândia, EUAPB (S]Direção dos EUA da Batata-inglesa), IPM (Irish Batata-inglesa Comercialização Limitado), ABBVGS (Assoc. de Agricultores de batata-inglesa)

Revistas / Informação Fornecedores

Hortifruti Brasil Grupo Cultivar Batata Show (Abba revista)

Transporte Minaseg Fonte: Agrivalor SA

A Abba tem sua própria revista chamada Batata Show, na qual representantes do setor publicam informação sobre investigações e técnicas. Até 2013, a Abba publicou os meses de plantio e as quantidades colhidas, mas atualmente isso não é mais feito.

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8 REPRESENTAÇÃO DO SETOR

Grupos de Estudo / Grupos de Lobby Ao entrevistar vários atores no setor parece ser que as iniciativas do grupo de estudo foram tomadas no passado. Em 2013, um grupo de agricultores, incluindo o Sr. Balarini e o Sr. Schoenmaker, iniciou um grupo de estudos focado na indústria de batatas-fritas de pacote. A Abba é uma associação que congrega agricultores de batata-inglesa que, em conjunto, representam cerca de 40.000 hectares de produção de batata: Tabela 40: Membros da ABBA

Destino Área (hectares)

Mercado de produtos para consumo em fresco 23.000

Indústria 12.000

Semente 5.000

Total 40.000 Fonte: Agrivalor SA

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9 EDUCAÇÃO E PESQUISA

A EMBRAPA é uma empresa de inovação tecnológica ligada ao Ministério de Agricultura, Pecuária e Abastecimento de Alimentos (Mapa). O nosso foco está em gerar conhecimento e tecnologia para a agricultura brasileira. Eles fornecem soluções para pesquisa, desenvolvimento e inovação para a sustentabilidade da agricultura para o benefício da sociedade brasileira. A EMBRAPA tem um programa de reprodução de batata. Este programa produziu as variedades BRSIPR Bel, BRS Clara, BRS Ana. Também o Instituto de Pesquisa Agrícola do Paraná (IAPAR) tem um programa de pesquisa sobre o desenvolvimento de novas variedades de batata-inglesa. No Brasil, 17 universidades possuem uma faculdade agrícola. Um curriculum específico sobre a batata não está presente. Alguns pesquisadores investigam tópicos específicos sobre a batata-inglesa (doenças, vírus). - Universidade de São Paulo em Piracicaba, São Paulo - Universidade Estadual de Santa Catarina, em Lages, Santa Catarina - Universidade Estadual do Norte Fluminense, em Campos dos Goytacazes, (RJ) - Universidade Estadual Paulista "Júlio de Mesquita Filho" em Botucatu, São Paulo - Universidade Federal de Lavras em Lavras, Minas Gerais - Universidade Federal de Minas Gerais em Montes Claros, Minas Gerais - Universidade Federal de Pelotas, em Pelotas, Rio Grande do Sul - Universidade Federal de Santa Catarina, em Florianópolis, Santa Catarina - Universidade Federal de Santa Maria, em Santa Maria, Rio Grande do Sul - Universidade Federal de São Carlos, em Araras, São Paulo - Universidade Federal de Viçosa em Florestal, Minas Gerais - Universidade Federal de Viçosa em Rio Paranaíba, Minas Gerais - Universidade Federal de Viçosa em Viçosa, Minas Gerais - Universidade Federal do Paraná em Curitiba, Paraná - Universidade Federal do Rio Grande do Sul, em Porto Alegre, Rio Grande do Sul - Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro em Seropédica, Rio de Janeiro - Universidade Federal Rural de Pernambuco em Recife, Pernambuco Nas escolas agrícolas (vocacionais), a batata também está ausente do curriculum. A missão da Associação Brasileira da Batata (ABBA) é defender a Cadeia Brasileira da batata e visam a produção de alimentos saudáveis, preservar o meio ambiente, garantir a continuidade para futuras gerações de produtores, parceiros comerciais e funcionários. O objetivo da ABBA é adaptar e modernizar e aumentar a competitividade da Cadeia Brasileira da batata. 120 agricultores são membros e estes estão produzindo 50% da produção brasileira. A ABBA coordena atividades, inicias pesquisa, publica uma revista “Batata Show”, e é membro da ALAP. Em 2012, organizaram duas conferências anuais da ALAP no Brasil. Um website www.batatas.com.br fornece informação sobre todos os aspectos do cultivo da batata-inglesa. A preparação do solo, a irrigação, as variedades, a fumigação, a safra, o transporte, etc.

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10 LEGISLAÇÃO GERAL

10.1 CÓDIGO E CLASSIFICAÇÃO DO PRODUTO BRASILEIRO

O Brasil usa um sistema chamado "Nomenclatura Comum do Mercosul" conhecido como NCM para classificar os impostos taxas de importação e sobre os produtos importados para o país. O NCM 0701.10.00 está relacionado com a "Comodidade de Descrição Harmonizada e Sistema de Codificação", conhecida como HS como segue:

10.2 TAXAS E IMPOSTOS DE IMPORTAÇÃO BRASILEIRA

Os impostos e taxas de importação são atualizados a cada dia da semana pelo Ministério Brasileiro de Desenvolvimento, Indústria, e Comércio Exterior. A última atualização das taxas de importação foi feita no dia 10 de fevereiro de 2014. Os dados atuais nesta base de dados foram publicados pelo Ministério Brasileiro de Desenvolvimento, Indústria, e Comércio Exterior no dia 30 de janeiro de 2014.

A taxa de ICMS varia dependendo do destino, do estado no Brasil do produto importado, neste caso o estado de São Paulo para o ICMS.

Tabela 41: Visão Geral Fiscal Nome do Imposto Taxa Imposto de Importação 0,00 %

IPI 0,00 %

ICMS1 18,00 %

PIS 1,65 %

COFINS 7,60 %

1: Devido à falta de isenções de ICMS deste produto, usamos a taxa base para o estado de São Paulo. No entanto, as taxas de ICMS não seguem exatamente o sistema de classificação do NCM. Para calcular a carga fiscal total, não se pode somar os impostos e as taxas de importação para obter o custo agregado de importação "legumes e certas raízes e tubérculos comestíveis" para o Brasil. Estas taxas são apenas para "legumes e certas raízes e tubérculos comestíveis", para obter os impostos e taxas de importação para outros produtos, por favor, visite o nosso índice Fiscal. Existem estabelecida isenções especiais do ICMS para parceiros e fornecedores da FIFA e IOC relacionados à Copa do Mundo da FIFA de 2014 e os Jogos Olímpicos de 2016.

10.2.1 Plantas, raízes e tubérculos comestíveis

As raízes e Tubérculos são categorizados de acordo com a "Nomenclatura Comum do Mercosul", conhecida como NCM código 0700.00.00. Batatas, para consumo em fresco ou refrigeradas: - 0701.10.00 - Semente - 0701.90.00 - Outros - 0710.10.00 - Batatas

10.2.2 Batatas fritas Congeladas: Tarifário (Políticas de importação) No dia 1° de outubro de 2012, o Brasil unilateralmente aumentou seu tarifário aplicado sobre as batatas fritas congeladas para 25%, o que está abaixo da taxa consolidada do país de 35%. A nova taxa se supõe que seja válida por um ano, mas poderia ser eliminada no final de 2014. O Brasil foi o único país do MERCOSUL a aumentar o tarifário. Batatas fritas Congeladas dos outros países do MERCOSUL (Argentina, Paraguai, Uruguai e Venezuela) ainda entram no Brasil livre de impostos.

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11 CONCLUSÕES E RECOMENDAÇÕES

11.1 CONCLUSÕES GERAIS O número de produtores de batata-inglesa está caindo significativamente, e o número de hectares com produção de batata também diminui. No entanto, a produção em toneladas aumenta. Isso significa que menos agricultores cultivam mais hectares e obtêm rendimentos mais altos. Os empreendimentos agrícolas se tornaram maiores, e a mão-de-obra mais difícil de conseguir, a mecanização da produção primária (que recentemente começou), está obrigada a continuar em um ritmo ainda maior. Produzir o ano inteiro é possível, mas existem significativas diferenças em rendimentos e custos de produção entre as safras de verão e de inverno. Especialmente para os produtores de batatas destinadas para o processamento industrial parecem viável produzir na temporada de inverno e armazenar durante 3 meses para cobrir a temporada de verão. Os custos adicionais de armazenamento são compensados pelos custos ex-campo mais baixos de produção da batata. A formação de uma pele sobre os tubérculos não é problema neste segmento, mas as germinações devem ser prevenidas, assim como também a transformação de amido no açúcar. São requeridos testes adicionais por variedade sobre esses problemas. Para o mercado de produtos para consumo em fresco, o armazenamento é mais difícil, já que os consumidores estão acostumados a batatas sem (ou quase sem nenhuma) pele. As fortes flutuações de preço podem ocorrer neste segmento quando chove, o que evita que os agricultores colham. Especialmente os empacotadores necessitam ter um contínuo abastecimento de batatas com o objetivo de manter sua empresa funcionando. Isso pode ser obtido ao investir em armazenamento de curto prazo (uma semana) e em maquinaria de colheita com o objetivo de aumentar a capacidade de colher quando o clima o permite. As classes alta e média brasileiras estão crescendo rapidamente, assim como seu poder aquisitivo. Além disso, aumentou o número de famílias monoparentais e o número de mulheres que trabalham. Estes desenvolvimentos são impulsores fundamentais do mercado para o crescimento em alimentos processados e preparados. O consumo de batatas de mesa para consumo em fresco diminui um pouco, especialmente no segmento de serviços alimentícios, enquanto que no varejo, as vendas ao consumidor de batatas empacotadas superaram 20% nos depósitos das grandes cadeias varejistas. As batatas processadas se tornaram mais populares. Mas a possibilidade de produção local difere por produto. O mercado para as batatas fritas congeladas continua aumentando significativamente. Também a produção local aumenta, mas tem dificuldades de competir com o produto importado devido ao relativamente alto preço de custo da produção de matéria-prima no Brasil. Para o setor de comida rápida e de outros setores de serviços alimentícios, a tradicional batata-frita continua sendo popular. No setor varejista, que vende 20% das batatas pré-fritas congeladas, as fritas no forno e outros produtos de batata baseados em flocos estão ganhando participação no mercado, já que são percebidos como mais saudáveis. As batatas fritas de pacote são todas produzidas localmente, mas a produção está concentrada em apenas uns poucos referentes. O mercado continua crescendo e o setor sofre a competição da importação devido aos altos custos de transporte do produto pronto. A batata-palha é um típico produto brasileiro, produzido localmente por muitos produtores relativamente pequenos. As batatas descascadas, inteiras ou cortadas em cubos, ou com forma de fritas, algumas vezes mescladas com outros legumes e empacotadas a vácuo ou mesmo pré-cozidas, são um segmento do mercado que esta crescendo e oferece oportunidades para a produção local. Tem possibilidades de mercado como uma produto conveniente no varejo assim como também nos segmento de serviços alimentícios.

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A mecanização da produção primária começou e vai continuar. Especialmente os agricultores para a indústria necessitam se mecanizar. Mas também os agricultores para o mercado de produtos para consumo em fresco vão necessitar se mecanizar. Os produtores para a indústria necessitam investir em capacidade de armazenamento para 3 a 3½ meses. A um menor alcance, os produtores para o mercado de produtos para o consumo em fresco necessitam investir em armazenamento de curto prazo (algumas semanas) As embalagem de batatas de mesa para consumo em fresco em 25 kg e as pequenas embalagens de consumo continuam aumentando. 11.2 PROBLEMAS PARA RESOLVER E RECOMENDAÇÕES Os problemas para resolver visando que os agricultores brasileiros melhorarem sua eficiência e lucratividade podem ser classificados de acordo com 4 temas principais: - Sementes; - Irrigação e melhoria da eficiência; - Armazenamento e disponibilidade sazonal; - Qualidade;

No dia 19 de novembro de 2015, uma mesa redonda de 1 dia acorreu em Campinas onde uma versão deste estudo foi discutida. Nos próximos parágrafos, as principais observações resultantes da mesa redonda são descritos. Sementes o Não existe somente uma falta de batata semente, mas sim uma falta de sementes de

boa qualidade e certificadas. Se o preço da batata é boa no momento, as sementes são vendidas como batata para consumo, resultando em falta de sementes (Agata) na próxima safra. Somente 5% das sementes utilizadas são certificadas. As grandes empresas produzem suas próprias sementes. Pequenas empresas não conseguem produzir sua própria semente e dependem do mercado. Este problema afeta principalmente os pequenos produtores. Enquanto Agata for uma variedade amplamente utilizada esse problema continuará existindo, uma vez que pode ser vendida tanto como batata para consumo como semente. A falta de batata semente é um problema somente para o mercado fresco de batatas, uma vez que os produtores de batata para indústria produzem sua própria semente na quantidade necessária. Além do que sementes de variedades para indústria não podem ser vendidas como batatas para consumo. 2. A semente que os grandes produtores utilizam é de boa qualidade. Quando há sementes de má qualidade no mercado é devido ao bom preço da batata de consumo. São as batatas de má qualidade, que não conseguem ser vendidas para consumo, que sobram para serem utilizadas como semente (ocasionando também uma falta nesse caso).

3. Não são somente as sementes locais que tem má qualidade, as sementes importadas (de todos os países) também tem qualidade duvidosa. De acordo com os membros participantes da mesa redonda, esse problema não está relacionado somente com uma região específica do país.

4. O período de dezembro a março (águas) é a temporada mais difícil de se produzir sementes, resultando em escassez de sementes (Agata) a partir do fim de maio. O maior problema encontrado com a variedade Agata é a dificuldade em armazenar (somente 3 meses) devido ao curto período de dormência que ela possui. Agata possui 80% do mercado fresco. Asterix e Cupido os 20% restantes. Os supermercados no geral gostam da variedade Agata devido a sua boa aparência. Por esse motivo espera-se que esta variedade continue tendo uma grande participação no mercado de produtos frescos.

5. Os participantes da mesa redonda concordam que a certificação deve ser estritamente organizada. A certificação é de extrema importância para determinar normas e padrões unificados para a produção de sementes no país. A fim de

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alcançar este objetivo, é necessário que haja fiscalização para orientar os produtores e penalizar quando necessário.

6. Além disso, os produtores devem agir com responsabilidade na gestão e controle fitossanitários.

7. O Brasil precisa de novas variedades de batata, mas a introdução é parcialmente bloqueada pelos atuais importadores de batata de semente, uma vez que estes não ganham dinheiro na multiplicação local de novas variedades. Existem relações internacionais com a Irlanda (IPM) e com a França, mas com a Holanda essas relações não estão ativas (NIVAP e NAO)

8. Há 25 anos existiam regiões específicas para a produção de batata semente no Brasil, mas atualmente não é o caso. Os produtores de batata semente verificam o histórico do campo em relação a patógenos de solo quando buscam um campo para produzir sementes. Algumas áreas específicas se tornaram inviáveis para a produção de sementes devido a presença de mosca branca, que vem da soja e transmite vírus de culturas como soja, tomate, etc. Seria possível produzir sementes em algumas áreas especiais nos Estados do Sul do país e somente em alguns períodos durante o ano.

9. Novas variedades: HZPC enviou recentemente um e-mail (novembro de 2015) informando a mudança do cálculo de royalties de toneladas de sementes produzidas para hectares plantados. Isto está sendo feito a fim de controlar mais facilmente o pagamento dos royalties.

10. O baixo cultivo da safra de inverno é devido aos ciclos de disponibilidade de sementes de Agata (mercado em fresco da batata) como descrito em 1, e não um fenômeno estrutural ocorrendo a cada ano.

11. Muitas vezes os produtores tem dificuldade em encontrar sementes na safra de inverno. Isso pode ser visto no contexto dos ciclos de disponibilidade de Agata, como descrito em 1.

12. O principal desafio na produção de sementes é a rápida acumulação de vírus nos lotes de sementes em cada geração, onde as sementes básicas livres de doenças são importadas ou iniciadas a partir de cultura de tecidos. As pressões de pulgões (diferentes espécies) e vírus (principalmente PVY e PLRV) são muito altas durante o ano. O valor das sementes livres de doenças para a produção de sementes levam os produtores a procurar voluntariamente o Instituto Agronômico de Campinas (IAC) para realizar testes ELISA e decidir se a produção será vendida para sementes ou consumo (> 75%). Pequenos produtores não verificam a presença de vírus antes de plantarem as sementes e reclamam somente depois, quando já existe o problema no campo e foi claramente causado pela má qualidade da semente utilizada. No entanto, quando a semente foi comprada sem documentação, não existe a possibilidade de reclamar.

Irrigação e melhoria da eficiência

Secas e potenciais faltas de chuva durante o período de crescimento da planta são considerados um risco pelos produtores. Existe uma tendência entre os produtores de batata de migrarem para áreas onde existe irrigação disponível. Somente no verão é possível cultivar batatas sem irrigação e sem riscos de perdas por secas. Para conseguir uma autorização de utilização de água para irrigação pode demorar até 5 anos. Em caso de secas, até mesmo com autorização, a restrição de utilização pode ser imposta. 1. A quantidade de água utilizada deve ser reduzida (sistemas de manejo de cultura são

necessários). Em algumas áreas, existe uma diversidade de solo e um maior número de sensores por pivôs é necessário. Investir em tecnologia para redução do uso da água é uma alternativa melhor que ter que mover-se para outras áreas. Só investimento em tecnologia não é suficiente, também é necessário que exista transferência de conhecimento. Há uma falta de operadores (pessoas que sabem como operar sistemas de gestão de água, sistemas de GPS, ajustes de máquina, etc.). Não há formação prática suficiente disponível nesse campo. A execução técnica do equipamento de irrigação também é importante (tamanho de gota, duração da irrigação, etc.). Variedades de batata que precisam de menor quantidade de água também seriam bem vindas. O uso da água nas lavadeiras é significante. Existem

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cerca de 200 lavadeiras no Brasil que utilizam muita água. O Governo começou a desenvolver legislação sobre reciclagem da água de lavagem. Existem dois tipos de contaminação: (1) uso de água contaminada pelas lavadeiras e (2) as lavadeiras contaminam as águas superficiais. A disponibilidade de água é ruim na Bahia, Triangulo Mineiro e Sul de Minas Gerais. Alguns produtores acabaram mudando o local de cultivo devido a disponibilidade de água para irrigação (Ex. Agrosolanum). Uma melhor maneira de definir a utilização da água seria o uso por toneladas de batatas produzidas em vez do uso por hectare (incluindo fatores de nível de rendimento, prevenção de doenças, etc.)

2. O custo da mão de obra não é considerado um grande problema. 3. O problema relacionado a mão de obra é duplo: (1) leis trabalhistas muito rigorosas

(horas de trabalho, idade do trabalhador, trabalhar fora do horário comercial, etc.). Esse fator limita a flexibilidade dos produtores em trabalhar em horário irregulares ou atender ás expectativas de clientes em fornecer produtos a curto prazo, e (2) Não existem número de trabalhadores suficientes ou não no momento que precisam deles.

4. Fertilizantes e agroquímicos são caros por serem cotados em dólar. Além disso, são caros devido aos altos impostos.

5. Em geral não é difícil arrendar terra, mas pode ocorrer competição com outras culturas. O arrendamento é baseado no preço do saco de soja. Existe uma grande disponibilidade de terras para serem arrendadas, mas ás vezes o preço é muito alto. Mais de 50% dos campos de batata estão arrendados.

6. Doenças e pragas estão muito disseminadas. Existe uma rotação de agricultores arrendando determinados campos, e não uma rotação de cultura. O esquema de rotação para batatas nem sempre é bem utilizado, causando uma pressão extra de doenças pelos solos contaminados. O fator principal é a ausência de inverno, fazendo com que as pragas permaneçam sempre nos campos. Ao arrendar campos, os agricultores olham o histórico de sarna comum e murcha bacteriana, pressão de plantas daninhas e nematoides.

7. Existem campos limitados pela altitude. 8. Em média, existe um nível baixo de tecnologia. No entanto, um grupo de produtores

profissionais utilizam um alto nível de tecnologia. 9. Devido à frescura necessária para o mercado em fresco, a safra é colhida diretamente

após matar a cultura. O mesmo não ocorre em outros países, onde a batata é deixada no solo por várias semanas após as folhas morrerem para que a pele se desenvolva. Isso não tem nenhuma influencia no rendimento. No Brasil, 20% das batatas são colhida mecanicamente, mas existe um potencial que pode chegar a 80%.

10. Dificilmente a batata é embalada em embalagens de 20Kg (praticamente 99% é embalada em sacos de 50Kg). Dois dias após ser colhida a batata chega ao supermercado. Os danos no produtos ficam visíveis após 1 semana, quando o produto já foi vendido ao consumidor, e muitas vezes já foi consumido.

11. As regras para a certificação são difíceis devido á legislação ser muito rigorosa, tornando a certificação difícil. Para a próxima década, espera-se que esse tema não seja um problema para o mercado local.

12. A profissionalização dos produtores é necessária. Armazenamento e disponibilidade sazonal 1. No Brasil, o clima têm uma forte influência nos preços e pode aumentar ou diminuir

o volume disponível no mercado doméstico. A indústria paga menos por batatas armazenadas, mas por outro lado eles precisam de consistência na oferta e se interessam pelas mesmas. Para o mercado fresco, não é necessário armazenamento, mas para a indústria é necessário 3 a 4 meses de armazenamento. Há uma necessidade de melhores variedades que suportem armazenamento ('Asterix' máximo 3 meses e "Markies" máximo 4 meses).

2. Ás vezes, a disponibilidade de batatas frescas do mercado é pequena e os preços flutuam em seguida.

3. Existe uma falta de estoque. Quando chove muito, não é possível colher, isso pode ser diretamente notado na (falta de) oferta e sua influência no preço. O mesmo acontece quando o tempo está quente demais para a colheita.

4. A falta de produtos químicos antibrotantes no mercado é um fator limitante para o armazenamento de batatas para uso industrial, uma vez que estes produtos não

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Oportunidades no sector da batata no Brasil 2015

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são registrados e consequentemente não são permitidos pela legislação local. Os antibrotantes não são restritos á indústria de processamento. A indústria de agroquímicos não está interessada em registrar esse tipo de produtos já que o custo de registro seria alto e o mercado pequeno.

5. A conversão de amido em açúcar é um problema com as atuais variedades de batata e instalações de armazenamento. O desenvolvimento de armazenamento para batatas está sendo dificultado pela falta de variedades que aguentem ser armazenadas.

6. Durante os últimos 2 anos têm havido problemas graves quanto ás obrigações contratuais que não foram respeitadas pela indústria. Como consequência, esse ano são esperados menos contratos e contratos sendo assinados mais tarde que o habitual.

7. Antecipar o plantio para diminuir riscos relacionados a falta de chuvas não é um grande problema. Na maioria das casos isso não é possível e dificilmente é feito. Portanto não resulta em colheitas antecipadas e desequilíbrio do fornecimento.

Qualidade 1. Embalagens menores que 50Kg não serão manuseadas com mais cuidado. São

uma carga muito pesada para o trabalhador. 2. Batatas para o mercado fresco são colhidas muito cedo, antes de desenvolver a

pele. 3. Uma semana é o tempo necessário para que a batata se torne verde, mas nos

supermercados o produto não é coberto para evitar o esverdeamento, exceto alguns poucos que cobrem durante a noite. A utilização de luz verde (LED) pode prevenir o esverdeamento.

4. Erwinia e requeima são problemas quando o tempo está chuvoso. Este fato é observado pelos gestores de qualidade que inspecionam as batatas fornecidas na chegada ao Centro de distribuição. A água de lavagem pode ser também um fator de risco a este respeito.

5. Os danos de pele como resultado direto da colheita mecânica são estimados em cerca de 20% (estas batatas estão sendo vendidas com preço reduzido). A umidade do solo é um fator importante na redução dos danos pela colheita mecânica.

6. A distância de onde as batatas estão sendo fornecidas é de 150 a 900 km. Transporte refrigerado não tem sido utilizado, exceto para viagens longas para o Norte ou para o interior do país. Para o Norte do Brasil o transporte refrigerado é utilizado, mas para o Sul não é necessário.

7. A melhoria da qualidade é responsabilidade de todos os elos da cadeia de valor.

Observações: Se Consumidores brasileiros aceitassem batatas para consumo em fresco com alguma pele como em quase todos os mercados, isso ajudaria o setor significativamente. - Reduziria as flutuações na disponibilidade

- Tornaria mais fácil a administração logística para todos os parceiros da cadeia. - Reduziria as flutuações de preço - Tornaria a exportação mais fácil - Tornaria a mecanização mais fácil - Teria um efeito positivo sobre a qualidade, especialmente poucos dias após a

compra. No entanto, introduzir batata com pele no mercado consumidor pode funcionar, mas levaria cerca de 25 anos.

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Oportunidades no sector da batata no Brasil 2015

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12 ENTREVISTAS, SEMINÁRIOS E REFERÊNCIAS

12.1 ENTREVISTAS - CEASA, Campinas: Fransico Homero Marcondes, assessor de mercado hortícola de

empreendimentos agrícolas (RO) - Campo Vitória Campinas: Ronaldo Rodrigues Vale, comerciante no Ceasa (RO) - CR. Campinas: Marcos D. Rossi, comerciante no Ceasa (RO) - Cooperbatata, Vargem Grande do Sul: Rene Garcia Duarte, gerente geral (RO) - Trevisan Grupo, Divinolândia: José Carlos Trevisan, agricultor/ empacotador / processador

(RO) - Bergamasco, Perdizes: Eduardo Bergamasco, agricultor/ empacotador (RO) - Rocheto, Perdizes: Cristiano, gerente de estação de embalagem (RO) - Agro Beloni, Patrocínio: Fernando Nogues Beloni, agricultor/empacotador (RO) - Cenourão, Ribeirão Preto: José Izaias, gerente de depósito (RO) - Cepea, Piracicaba: João Paulo B. Deleo, analista de mercado (RO) - Cepea, Piracicaba: Renata Pozelli Sabiao, analista de mercado (RO) - Grupo Pão de Açúcar: Juliana Brito, chefe de controle de qualidade em CD (RO) - Grupo Pão de Açúcar: Crys Rodrigues Ribeiro, gerente de desenvolvimento comercial (RO) - Diniscor Agribusiness, Ribeirão Preto: Sr. Robison Scorselini, consultor agrícola (RO) - Wehrmann, Cristalina: Rodrigo Ribeiro, agrônomo (RW, HS, JvdR) - Igarashi, Cristalina: Mario Munaro, agrônomo (RW, HS, JvdR) - Rocheto, BEM-Brasil, Jean Paulo Rocheto, agrônomo (RW, HS) - Montesa, Marcello Ballerini e Edu Marcello Spinace, agricultor & agrônomo (RW, HS) - Terra Viva, Sacromento, Klaas Schoenmaker e Patrick de Block, agricultores (RW, HS) - Associação Brasileira da Batata, Natalino Shimoyama, Gerente Geral (RW, HS, JvdR) - ABVGS, Paulo Martins e Marcelo Cazarotto: secretária & presidente/agricultor (RW, HS,

JvdR) - Pedro Hayashi, Sola Vita: reprodutor (RW, HS, JvdR) - Castrolanda, Bernard van de Riet e Cleudiney Iank: agricultor (RW, HS) - AgroSolanum BV. Richard Borg: agricultor (RW, HS)

12.2 REFERÊNCIAS - Brazil food trends 2020; FIESP/ITAL 2010 (RO) - Brazil’s Food and Beverage Market, May 2012, OSEC (RO) - The future of Foodservice in Brazil (foodmarkets.worldpress.com) 2012 (RO) - ALAP; Brasil Cadena da batata, 2012 (RO) - PepsiCo; Newton Yorinori: panorama de industria de batata chips no Brasil e no mundo

(RO) - Deloitte Brazil, www, deloitte.com.br (RO) Global powers of retailing 2014 - Brazilian Supermarket Organisation (ABRAS) www. Abrasnet.com.br (RO) - UNcomtrade, www.comtrade.un.org (import/export statistics) (RO) - Folha de S.Paulo, 19.09.2013; (RO) - Faostat International year of the potato (RO) - Hortifruti Brasil: Cepea –ESALQ/USP Abril 2013, potencial para expander an industria

Nacional (RO) - IBGE, Instituto Brasileiro de Geografia e Estatistica (Adapted, 2012) - www.planalto.gov.br - CEPEA (Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada) publishes costs of potato

production every year in the magazine Hortifruti (http://www.cepea.esalq.usp.br/hfbrasil/).

http://www.abbabatatabrasileira.com.br/2008/revista.asp?id_REVCAT=32&id_REVCON=708 IBGE, 2006 WREGE, M.S.; HERTER, F.G.; PEREIRA, A. da S.; CARAMORI, P.H.; GONÇALVES, S.L.; BRAGA, H.J.; PANDOLFO, C.; MATZENAUER, R.; CAMARGO, M.B.P. de; BRUNINI, O.; STEINMETZ, S.; REISSER JUNIOR, C.; FERREIRA, J.S. de A.; SANS, L.M. de AGUIAR. Caracterização climática das regiões produtoras de batata no Brasil. Pelotas: Embrapa Clima Temperado, 2004. 35 p. (Embrapa Clima Temperado. Documentos, 133). Jan Engwerda August 2013 Cepea - Centro de Estudos Avançados em Economía Aplicada Hortifruti BRAZIL - April 2013 http://www.cepea.esalq.usp.br/hfbrasil/edicoes/130/batata.pdf by Izabela da Silveira Cardoso, Rodrigo Moreira Ramos e Amanda Rodrigues da Silva são analistas do mercado de batata. HORTIFRUTI BRASIL – January 2014) Cepea - Centro de Estudos Avançados em Economía Aplicada Hortifruti BRAZIL - April 2013

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Oportunidades no sector da batata no Brasil 2015

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http://www.cepea.esalq.usp.br/hfbrasil/edicoes/130/batata.pdf by Izabela da Silveira Cardoso, Rodrigo Moreira Ramos e Amanda Rodrigues da Silva são analistas do mercado de batata. HORTIFRUTI BRASIL – January 2014) POTATO SHOW (2010) Ministro De Estado Da Agricultura, Pecuária E Abastecimento, NERI GELLER, 30/04/2014 N°:

638/14 Valmir Duarte, Janine Palma e Aícha Daniela Ribas,UFRGS Cultivar Hortaliças e Frutas (2005) [email protected] \\scotland.gov.uk\dc2\FS2_Home\u206163\Brazil Additional Seed Cert - 2014.pdf [PDF, 21.2 kb: 14 Feb 2014] Natalino Shimoyama, ABBATATA July 2014 Argenpapa. Brasil . 03-05-2010. Importância da Mecanização Batatashow 2011 by Milton Kaoru Watanabe Embrapa Hortaliças, Circular Técnica, 128 “Irrigação na cultura da batata” by Waldir Aparecido Marouelli , Marcos Brandão Braga and Tadeu Graciolli Guimarães http://www.agencia.cnptia.embrapa.br http://www.abid.org.br/abid_default.asp http://www.jusbrasil.com.br/diarios/70047381/dou-secao-1-09-05-2014-pg-8 Anita de Souza Dias Gutierrez and Cláudio Inforzato Fanale Horticultural Quality Center of CEAGESP Magazine Dinheiro Rural October 2011 “Va plantar batatas” by Alécia Bridges

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Oportunidades no sector da batata no Brasil 2015

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Anexo 1: Laboratórios para controle da batata semente:

LASO/UFC

Universidade Federal do Ceará

Centro de Ciências Agrárias - Departamento de Fitotecnia

Campus Boci

Fone: (85) 3288-9500

CEP: 60056-001 - Fortaleza/CE

LASO/DF

EMBRAPA

Fone: (61) 3218-2482 Fax: (61) 3225-5528

CEP: 70043-900 - Brasília/DF

LASO/LANAGRO/GO

End.: Rua da Divisa, s/nº, Setor Jaó

Phone/Fax: (62) 3232-7204 Fax: (62) 3232-7203

CEP.: 74674-025 - Goiânia/GO

LASO/Secretaria de Agricultura/GO

Rodovia GO 05, Km 02, Jardim Bela Vista Caixa Postal: 77

Fone: (62) 3249-1519

CEP: 74000-000 - Goiânia/GO

LASO “Guilherme de Abreu Lima”/INDEA/MT

Avenida “B” – Edifício Ceres – 2º andar – CPA

Fone/Fax: (65) 3653-2600

CEP: 78050-970 – Cuiabá/MT

LASO/IAGRO

Avenida Senador Filinto Muller, 1146 – Bairro Universitário

Fone: (67) 3346-2788 Fax: (67) 3346-4420

CEP: 79074-902 – Campo Grande/MS

LASO/IAGRO

Núcleo Experimental de Ciências Agrárias – NCA

Universidade Federal de Mato Grosso do Sul – UFMS, BR 463, Km 10

Fone: (67) 3422-3888 Fax: (67) 3421-4910

CEP: 79800- - Dourados/MS

LASO/LANAGRO/MG

Avenida Raja Gabaglia, 245, Cidade Jardim

Fone: (31) 3250-0370 Fax: (31) 3250-0377

CEP: 30380-090 – Belo Horizonte/MG

LASO/IMA

BR 040, Km 527 Caixa Postal 1279

Fone: (31) 3394-2466 Fax: (31) 3394-1902

CEP: 32145-900 – Contagem/MG

LASO/LANAGRO/PA

Avenida Almirante Barroso, 5384 – Souza

Fone: (91) 3214-8649

CEP: 66610-000 – Belém/PA

LASO/PB

BR 230, Km 14 – Cabedelo

Fone: (83) 3246-1235 Fax: (83) 3246-2535

CEP: 58310-000 – João Pessoa/PB

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Oportunidades no sector da batata no Brasil 2015

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LASO/CLASPAR/Curitiba

Rua João Américo de Oliveira, nº 330

Anexo ao TECPAR – Bairro Cabral

Fone/Fax: (41) 3254-6444

CEP: 80035-060 – Curitiba/PR

LASO/CLASPAR/Maringá

Avenida Colombo, 1346

Fone: (44) 3228-5040 Fax: (44) 3223-6321

CEP: 87045-000 Maringá/PR

LASO/CLASPAR/Francisco Beltrão

Rua Tenente Camargo, 1312

Fone: (46) 523-3510

CEP: 85605-090 – Francisco Beltrão/PR

LASO/LANAGRO/PE

Avenida Geral San Martín, 1000 – Bonji

Fone: (81) 3236-8592 Fax: (81) 3441-6477

CEP: 50630-060 – Recife/PE

LASO/SFA/PI

Rua Taumaturgo de Azevedo, 2315

Fone: (86) 3222-4326

CEP: 64001-340 – Terezina/PI

LASO/SFA/RN

Avenida Duque de Caxias, 101 – Ribeira

Fone: (84) 3221-1741

CEP: 59010-200 – Natal/RN

LASO/LANAGRO/R$

Avenida Farrapos, 285 - 8º andar

Fone/Fax: (51) 3286-6399

CEP: 90220-004 – Porto Alegre/R$

LASO/CPACT/EMBRAPA

Centro de Pesquisa Agropecuária de Clima Temperado

Avenida Eliseu Maciel – Campus Universitário Caixa Postal 403

Fone: (53) 3221-0933 Ramal 130 Fax: (53) 3221-1248

CEP: 96001-970 - Pelotas/R$

LASO/CNPT/EMBRAPA

Centro Nacional de Pesquisa de Trigo

BR 285, Km 174 - Caixa Postal: 569

Fone: (54) 3312-3111

CEP: 99100-000 – Passo Fundo/RS

LASO/IRGA

Avenida Bonifácio Carvalhos Bernardes, 1494

Fone: (51) 3270-1577

CEP: 94900-000 -Cachoeirinha/RS

LASO/FEPAGRO

Rua Gonçalves Dias, 570 - Bairro Menino Deus

Fone: (51) 3233-5411 Fax: (51) 3 233-7607

CEP: 90130-060 – Porto Alegre/RS

LASO/CATI/Campinas

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Oportunidades no sector da batata no Brasil 2015

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Avenida Brasil, 2340 – Jardim Chapadão - Caixa Postal: 1291

Fone: (19) 3241-3900 Ramal 451 Fax: (19) 3242-2158

CEP: 13073-001 – Campinas/SP

LASO/CATI/Presidente Prudente

Avenida Brasil, 1339 – Vila São Jorge - Caixa Postal: 268

Fone: (18) 3222-4177 Fax: (18) 3222-4099

CEP: 19013-000 – Presidente Prudente/SP

LASO/CATI/Araçatuba

Rua Regente Feijó, 10 – Bairro Industrial - Caixa Postal: 228

Fone: (18) 3623-7378 Fax: (18) 3623-8280

CEP: 16010-540 – Araçatuba/SP

LASO/CATI/Taubaté

Avenida Monteiro Lobato, 15 - Caixa Postal 266

Fone: (12) 3232-0622 Fax: (12) 3232-0867

CEP: 12050-730 – Taubaté/SP

LASO/CATI/Avaré

Rua Anápolis, 901 – Parque Jurumirim - Caixa Postal 28

Fone: (14) 3721-1052 Fax: (14) 3721-1962

CEP: 18704-000 – Avaré/SP

LASO/CATI/São José do Rio Preto

Avenida Dr. Cenobelino de Barros Serra, 1480 - Parque Industrial - Caixa Postal 278

Fone: (17) 3232-5611 Fax: (17) 3232- 5997

CEP: 15030-000 – São José do Rio Preto/SP

LASO/CATI/Bauru

Praça Lavagemton Luiz, 450 – Centro - Caixa Postal 323

Fone: (14) 3222-3850 Fax: (14) 3232-2555

CEP: 17010-210 – Bauru/SP

LASO/CATI/Ribeirão Preto

Rua Peru, 1472 – Vila Carvalho - Caixa Postal: 162

Fone: (16) 3626-0235 Fax: (16) 3626-2659

CEP: 14075-310 – Ribeirão Preto/SP

LASO/CATI/Marília

Avenida Nelson Spielmann, 1175 Caixa Postal: 252

Fone: (14) 3433-4188 Fax: (14) 3433-4118

CEP: 17509-002 – Marília/SP

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Oportunidades no sector da batata no Brasil 2015

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ANEXO 2 : PARTICIPANTES DA MESA REDONDA Participantes da mesa redonda na reunião do dia 19 de novembro em Campinas:

Setor Nome Empresa

Batata-inglesa de consumo prod.

Edu Marcelo Spinacé Montesa (Minas Gerais)

Batata-inglesa de consumo prod. e Produção de semente

Shizuo Hayashi Hayasi batatas (Goiás and Bahia)

Inspeção semente Satoru Ogawa AGROSEM

Traduções Gabriela Ribeiro Teresani GT

Representante produtores Mr. Natalino Shimoyama Associação Brasileira da Batata (ABBA)

Abastecimento maquinaria Harco Christiaens APH-group Netherlands

Abastecimento maquinaria Marcelo Takeshi Matsubara APH-group Brazil

Pesquisa Lillian Pereira IAC

Educação Sicko de Vries Aeres

Pesquisa Huub Schepers WUR PPO

Pesquisa Samanta Zanotta Instituto Biologico

Produção batata semente Edson Asano ‘Marijke’

Consultor Rene Oostewechel Agriment

As questões também foram discutidas separadamente com o Sr. Peter Elshof da empresa Agrosolanum uma vez que ele só esteve presente pela atrde, depois da mesa redonda.

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Oportunidades no sector da batata no Brasil 2015

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ANEXO 3 : PRODUÇÃO BRASIL JULHO 2014

Tabela 1618 - Área plantada, área colhida e produção, por ano da safra e produto

Mês = julho 2014

Brasil, Grande

Região e Unidade da Federação

Variável Ano da safra

Produto

Brasil

Área plantada (Hectares)

Safra 2013

Total 73212198

Batata-inglesa (1ª Safra) 64.285

Batata-inglesa (2ª Safra) 41.391

Batata-inglesa (3ª Safra) 22.756

Safra 2014

Total 76076271

Batata-inglesa (1ª Safra) 68.137

Batata-inglesa (2ª Safra) 41.181

Batata-inglesa (3ª Safra) 21.420

Área colhida (Hectares)

Safra 2013

Total 70131052

Batata-inglesa (1ª Safra) 64.285

Batata-inglesa (2ª Safra) 41.391

Batata-inglesa (3ª Safra) 22.756

Safra 2014

Total 73600066

Batata-inglesa (1ª Safra) 68.129

Batata-inglesa (2ª Safra) 41.181

Batata-inglesa (3ª Safra) 21.420

Produção

Safra 2013

Total -

Batata-inglesa (1ª Safra) (Toneladas)

1683614

Batata-inglesa (2ª Safra) (Toneladas)

1126872

Batata-inglesa (3ª Safra) (Toneladas)

759.865

Safra 2014

Total -

Batata-inglesa (1ª Safra) (Toneladas)

1806308

Batata-inglesa (2ª Safra) (Toneladas)

1138905

Batata-inglesa (3ª Safra) (Toneladas)

730.398

Norte

Área plantada

(Hectares)

Safra 2013

Total 3204199

Batata-inglesa (1ª Safra) -

Batata-inglesa (2ª Safra) -

Batata-inglesa (3ª Safra) -

Safra 2014

Total 3305356

Batata-inglesa (1ª Safra) -

Batata-inglesa (2ª Safra) -

Batata-inglesa (3ª Safra) -

Área colhida (Hectares)

Safra 2013

Total 2700354

Batata-inglesa (1ª Safra) -

Batata-inglesa (2ª Safra) -

Batata-inglesa (3ª Safra) -

Safra 2014 Total 2812479

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Oportunidades no sector da batata no Brasil 2015

85

Batata-inglesa (1ª Safra) -

Batata-inglesa (2ª Safra) -

Batata-inglesa (3ª Safra) -

Produção

Safra 2013

Total -

Batata-inglesa (1ª Safra) (Toneladas)

-

Batata-inglesa (2ª Safra) (Toneladas)

-

Batata-inglesa (3ª Safra) (Toneladas)

-

Safra 2014

Total -

Batata-inglesa (1ª Safra) (Toneladas)

-

Batata-inglesa (2ª Safra) (Toneladas)

-

Batata-inglesa (3ª Safra) (Toneladas)

-

Nordeste

Área plantada

(Hectares)

Safra 2013

Total 11494776

Batata-inglesa (1ª Safra) 2.360

Batata-inglesa (2ª Safra) 2.215

Batata-inglesa (3ª Safra) 1.743

Safra 2014

Total 12788298

Batata-inglesa (1ª Safra) 1.720

Batata-inglesa (2ª Safra) 1.570

Batata-inglesa (3ª Safra) 1.200

Área colhida (Hectares)

Safra 2013

Total 10437559

Batata-inglesa (1ª Safra) 2.360

Batata-inglesa (2ª Safra) 2.215

Batata-inglesa (3ª Safra) 1.743

Safra 2014

Total 12020896

Batata-inglesa (1ª Safra) 1.720

Batata-inglesa (2ª Safra) 1.570

Batata-inglesa (3ª Safra) 1.200

Produção

Safra 2013

Total -

Batata-inglesa (1ª Safra) (Toneladas)

94.400

Batata-inglesa (2ª Safra) (Toneladas)

82.259

Batata-inglesa (3ª Safra) (Toneladas)

68.520

Safra 2014

Total -

Batata-inglesa (1ª Safra) (Toneladas)

71.240

Batata-inglesa (2ª Safra) (Toneladas)

54.202

Batata-inglesa (3ª Safra) (Toneladas)

48.000

Sudeste Área plantada (Hectares)

Safra 2013

Total 14873866

Batata-inglesa (1ª Safra) 26.680

Batata-inglesa (2ª Safra) 22.286

Batata-inglesa (3ª Safra) 15.792

Safra 2014

Total 14664215

Batata-inglesa (1ª Safra) 30.679

Batata-inglesa (2ª Safra) 21.658

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Oportunidades no sector da batata no Brasil 2015

86

Batata-inglesa (3ª Safra) 15.020

Área colhida (Hectares)

Safra 2013

Total 13607865

Batata-inglesa (1ª Safra) 26.680

Batata-inglesa (2ª Safra) 22.286

Batata-inglesa (3ª Safra) 15.792

Safra 2014

Total 13663095

Batata-inglesa (1ª Safra) 30.679

Batata-inglesa (2ª Safra) 21.658

Batata-inglesa (3ª Safra) 15.020

Produção

Safra 2013

Total -

Batata-inglesa (1ª Safra) (Toneladas)

761.133

Batata-inglesa (2ª Safra) (Toneladas)

662.505

Batata-inglesa (3ª Safra) (Toneladas)

489.130

Safra 2014

Total -

Batata-inglesa (1ª Safra) (Toneladas)

848.605

Batata-inglesa (2ª Safra) (Toneladas)

642.365

Batata-inglesa (3ª Safra) (Toneladas)

474.398

Sul

Área plantada

(Hectares)

Safra 2013

Total 20661964

Batata-inglesa (1ª Safra) 35.245

Batata-inglesa (2ª Safra) 16.819

Batata-inglesa (3ª Safra) -

Safra 2014

Total 21143717

Batata-inglesa (1ª Safra) 35.738

Batata-inglesa (2ª Safra) 17.882

Batata-inglesa (3ª Safra) -

Área colhida (Hectares)

Safra 2013

Total 20605648

Batata-inglesa (1ª Safra) 35.245

Batata-inglesa (2ª Safra) 16.819

Batata-inglesa (3ª Safra) -

Safra 2014

Total 21123614

Batata-inglesa (1ª Safra) 35.730

Batata-inglesa (2ª Safra) 17.882

Batata-inglesa (3ª Safra) -

Produção

Safra 2013

Total -

Batata-inglesa (1ª Safra) (Toneladas)

828.081

Batata-inglesa (2ª Safra) (Toneladas)

379.344

Batata-inglesa (3ª Safra) (Toneladas)

-

Safra 2014

Total -

Batata-inglesa (1ª Safra) (Toneladas)

886.463

Batata-inglesa (2ª Safra) (Toneladas)

439.574

Batata-inglesa (3ª Safra) (Toneladas)

-

Safra 2013 Total 22977393

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Oportunidades no sector da batata no Brasil 2015

87

Centro-

Oeste

Área plantada (Hectares)

Batata-inglesa (1ª Safra) -

Batata-inglesa (2ª Safra) 71

Batata-inglesa (3ª Safra) 5.221

Safra 2014

Total 24174685

Batata-inglesa (1ª Safra) -

Batata-inglesa (2ª Safra) 71

Batata-inglesa (3ª Safra) 5.200

Área colhida (Hectares)

Safra 2013

Total 22779626

Batata-inglesa (1ª Safra) -

Batata-inglesa (2ª Safra) 71

Batata-inglesa (3ª Safra) 5.221

Safra 2014

Total 23979982

Batata-inglesa (1ª Safra) -

Batata-inglesa (2ª Safra) 71

Batata-inglesa (3ª Safra) 5.200

Produção

Safra 2013

Total -

Batata-inglesa (1ª Safra) (Toneladas)

-

Batata-inglesa (2ª Safra) (Toneladas)

2.764

Batata-inglesa (3ª Safra) (Toneladas)

202.215

Safra 2014

Total -

Batata-inglesa (1ª Safra) (Toneladas)

-

Batata-inglesa (2ª Safra) (Toneladas)

2.764

Batata-inglesa (3ª Safra) (Toneladas)

208.000

Rondônia

Área plantada

(Hectares)

Safra 2013

Total 619.001

Batata-inglesa (1ª Safra) -

Batata-inglesa (2ª Safra) -

Batata-inglesa (3ª Safra) -

Safra 2014

Total 471.541

Batata-inglesa (1ª Safra) -

Batata-inglesa (2ª Safra) -

Batata-inglesa (3ª Safra) -

Área colhida (Hectares)

Safra 2013

Total 559.454

Batata-inglesa (1ª Safra) -

Batata-inglesa (2ª Safra) -

Batata-inglesa (3ª Safra) -

Safra 2014

Total 453.341

Batata-inglesa (1ª Safra) -

Batata-inglesa (2ª Safra) -

Batata-inglesa (3ª Safra) -

Produção Safra 2013

Total -

Batata-inglesa (1ª Safra) (Toneladas)

-

Batata-inglesa (2ª Safra) (Toneladas)

-

Batata-inglesa (3ª Safra) (Toneladas)

-

Safra 2014 Total -

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Oportunidades no sector da batata no Brasil 2015

88

Batata-inglesa (1ª Safra) (Toneladas)

-

Batata-inglesa (2ª Safra) (Toneladas)

-

Batata-inglesa (3ª Safra)

(Toneladas) -

Acre

Área plantada

(Hectares)

Safra 2013

Total 124.776

Batata-inglesa (1ª Safra) -

Batata-inglesa (2ª Safra) -

Batata-inglesa (3ª Safra) -

Safra 2014

Total 123.805

Batata-inglesa (1ª Safra) -

Batata-inglesa (2ª Safra) -

Batata-inglesa (3ª Safra) -

Área colhida (Hectares)

Safra 2013

Total 121.856

Batata-inglesa (1ª Safra) -

Batata-inglesa (2ª Safra) -

Batata-inglesa (3ª Safra) -

Safra 2014

Total 121.984

Batata-inglesa (1ª Safra) -

Batata-inglesa (2ª Safra) -

Batata-inglesa (3ª Safra) -

Produção

Safra 2013

Total -

Batata-inglesa (1ª Safra) (Toneladas)

-

Batata-inglesa (2ª Safra) (Toneladas)

-

Batata-inglesa (3ª Safra) (Toneladas)

-

Safra 2014

Total -

Batata-inglesa (1ª Safra) (Toneladas)

-

Batata-inglesa (2ª Safra) (Toneladas)

-

Batata-inglesa (3ª Safra) (Toneladas)

-

Amazonas

Área plantada (Hectares)

Safra 2013

Total 164.270

Batata-inglesa (1ª Safra) -

Batata-inglesa (2ª Safra) -

Batata-inglesa (3ª Safra) -

Safra 2014

Total 170.309

Batata-inglesa (1ª Safra) -

Batata-inglesa (2ª Safra) -

Batata-inglesa (3ª Safra) -

Área colhida (Hectares)

Safra 2013

Total 144.215

Batata-inglesa (1ª Safra) -

Batata-inglesa (2ª Safra) -

Batata-inglesa (3ª Safra) -

Safra 2014

Total 155.953

Batata-inglesa (1ª Safra) -

Batata-inglesa (2ª Safra) -

Batata-inglesa (3ª Safra) -

Produção Safra 2013 Total -

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Oportunidades no sector da batata no Brasil 2015

89

Batata-inglesa (1ª Safra) (Toneladas)

-

Batata-inglesa (2ª Safra) (Toneladas)

-

Batata-inglesa (3ª Safra)

(Toneladas) -

Safra 2014

Total -

Batata-inglesa (1ª Safra) (Toneladas)

-

Batata-inglesa (2ª Safra) (Toneladas)

-

Batata-inglesa (3ª Safra) (Toneladas)

-

Roraima

Área plantada (Hectares)

Safra 2013

Total 52.554

Batata-inglesa (1ª Safra) -

Batata-inglesa (2ª Safra) -

Batata-inglesa (3ª Safra) -

Safra 2014

Total 48.756

Batata-inglesa (1ª Safra) -

Batata-inglesa (2ª Safra) -

Batata-inglesa (3ª Safra) -

Área colhida (Hectares)

Safra 2013

Total 48.302

Batata-inglesa (1ª Safra) -

Batata-inglesa (2ª Safra) -

Batata-inglesa (3ª Safra) -

Safra 2014

Total 45.483

Batata-inglesa (1ª Safra) -

Batata-inglesa (2ª Safra) -

Batata-inglesa (3ª Safra) -

Produção

Safra 2013

Total -

Batata-inglesa (1ª Safra) (Toneladas)

-

Batata-inglesa (2ª Safra) (Toneladas)

-

Batata-inglesa (3ª Safra) (Toneladas)

-

Safra 2014

Total -

Batata-inglesa (1ª Safra) (Toneladas)

-

Batata-inglesa (2ª Safra) (Toneladas)

-

Batata-inglesa (3ª Safra) (Toneladas)

-

Pará

Área plantada (Hectares)

Safra 2013

Total 1453107

Batata-inglesa (1ª Safra) -

Batata-inglesa (2ª Safra) -

Batata-inglesa (3ª Safra) -

Safra 2014

Total 1547311

Batata-inglesa (1ª Safra) -

Batata-inglesa (2ª Safra) -

Batata-inglesa (3ª Safra) -

Área colhida (Hectares)

Safra 2013

Total 1059686

Batata-inglesa (1ª Safra) -

Batata-inglesa (2ª Safra) -

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Oportunidades no sector da batata no Brasil 2015

90

Batata-inglesa (3ª Safra) -

Safra 2014

Total 1111480

Batata-inglesa (1ª Safra) -

Batata-inglesa (2ª Safra) -

Batata-inglesa (3ª Safra) -

Produção

Safra 2013

Total -

Batata-inglesa (1ª Safra) (Toneladas)

-

Batata-inglesa (2ª Safra) (Toneladas)

-

Batata-inglesa (3ª Safra)

(Toneladas) -

Safra 2014

Total -

Batata-inglesa (1ª Safra) (Toneladas)

-

Batata-inglesa (2ª Safra) (Toneladas)

-

Batata-inglesa (3ª Safra) (Toneladas)

-

Amapá

Área plantada (Hectares)

Safra 2013

Total 23.484

Batata-inglesa (1ª Safra) -

Batata-inglesa (2ª Safra) -

Batata-inglesa (3ª Safra) -

Safra 2014

Total 25.126

Batata-inglesa (1ª Safra) -

Batata-inglesa (2ª Safra) -

Batata-inglesa (3ª Safra) -

Área colhida (Hectares)

Safra 2013

Total 22.305

Batata-inglesa (1ª Safra) -

Batata-inglesa (2ª Safra) -

Batata-inglesa (3ª Safra) -

Safra 2014

Total 25.126

Batata-inglesa (1ª Safra) -

Batata-inglesa (2ª Safra) -

Batata-inglesa (3ª Safra) -

Produção

Safra 2013

Total -

Batata-inglesa (1ª Safra) (Toneladas)

-

Batata-inglesa (2ª Safra) (Toneladas)

-

Batata-inglesa (3ª Safra) (Toneladas)

-

Safra 2014

Total -

Batata-inglesa (1ª Safra) (Toneladas)

-

Batata-inglesa (2ª Safra) (Toneladas)

-

Batata-inglesa (3ª Safra) (Toneladas)

-

Tocantins Área plantada (Hectares)

Safra 2013

Total 767.007

Batata-inglesa (1ª Safra) -

Batata-inglesa (2ª Safra) -

Batata-inglesa (3ª Safra) -

Safra 2014 Total 918.508

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Oportunidades no sector da batata no Brasil 2015

91

Batata-inglesa (1ª Safra) -

Batata-inglesa (2ª Safra) -

Batata-inglesa (3ª Safra) -

Área colhida (Hectares)

Safra 2013

Total 744.536

Batata-inglesa (1ª Safra) -

Batata-inglesa (2ª Safra) -

Batata-inglesa (3ª Safra) -

Safra 2014

Total 899.112

Batata-inglesa (1ª Safra) -

Batata-inglesa (2ª Safra) -

Batata-inglesa (3ª Safra) -

Produção

Safra 2013

Total -

Batata-inglesa (1ª Safra) (Toneladas)

-

Batata-inglesa (2ª Safra) (Toneladas)

-

Batata-inglesa (3ª Safra)

(Toneladas) -

Safra 2014

Total -

Batata-inglesa (1ª Safra) (Toneladas)

-

Batata-inglesa (2ª Safra) (Toneladas)

-

Batata-inglesa (3ª Safra) (Toneladas)

-

Maranhão

Área plantada (Hectares)

Safra 2013

Total 1856132

Batata-inglesa (1ª Safra) -

Batata-inglesa (2ª Safra) -

Batata-inglesa (3ª Safra) -

Safra 2014

Total 2003150

Batata-inglesa (1ª Safra) -

Batata-inglesa (2ª Safra) -

Batata-inglesa (3ª Safra) -

Área colhida (Hectares)

Safra 2013

Total 1856132

Batata-inglesa (1ª Safra) -

Batata-inglesa (2ª Safra) -

Batata-inglesa (3ª Safra) -

Safra 2014

Total 2003150

Batata-inglesa (1ª Safra) -

Batata-inglesa (2ª Safra) -

Batata-inglesa (3ª Safra) -

Produção

Safra 2013

Total -

Batata-inglesa (1ª Safra) (Toneladas)

-

Batata-inglesa (2ª Safra) (Toneladas)

-

Batata-inglesa (3ª Safra) (Toneladas)

-

Safra 2014

Total -

Batata-inglesa (1ª Safra) (Toneladas)

-

Batata-inglesa (2ª Safra) (Toneladas)

-

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Oportunidades no sector da batata no Brasil 2015

92

Batata-inglesa (3ª Safra) (Toneladas)

-

Piauí

Área plantada (Hectares)

Safra 2013

Total 1535832

Batata-inglesa (1ª Safra) -

Batata-inglesa (2ª Safra) -

Batata-inglesa (3ª Safra) -

Safra 2014

Total 1574024

Batata-inglesa (1ª Safra) -

Batata-inglesa (2ª Safra) -

Batata-inglesa (3ª Safra) -

Área colhida (Hectares)

Safra 2013

Total 1306241

Batata-inglesa (1ª Safra) -

Batata-inglesa (2ª Safra) -

Batata-inglesa (3ª Safra) -

Safra 2014

Total 1492056

Batata-inglesa (1ª Safra) -

Batata-inglesa (2ª Safra) -

Batata-inglesa (3ª Safra) -

Produção

Safra 2013

Total -

Batata-inglesa (1ª Safra) (Toneladas)

-

Batata-inglesa (2ª Safra) (Toneladas)

-

Batata-inglesa (3ª Safra) (Toneladas)

-

Safra 2014

Total -

Batata-inglesa (1ª Safra) (Toneladas)

-

Batata-inglesa (2ª Safra) (Toneladas)

-

Batata-inglesa (3ª Safra) (Toneladas)

-

Ceará

Área plantada (Hectares)

Safra 2013

Total 1391050

Batata-inglesa (1ª Safra) -

Batata-inglesa (2ª Safra) -

Batata-inglesa (3ª Safra) -

Safra 2014

Total 1625826

Batata-inglesa (1ª Safra) -

Batata-inglesa (2ª Safra) -

Batata-inglesa (3ª Safra) -

Área colhida (Hectares)

Safra 2013

Total 1317487

Batata-inglesa (1ª Safra) -

Batata-inglesa (2ª Safra) -

Batata-inglesa (3ª Safra) -

Safra 2014

Total 1552027

Batata-inglesa (1ª Safra) -

Batata-inglesa (2ª Safra) -

Batata-inglesa (3ª Safra) -

Produção Safra 2013

Total -

Batata-inglesa (1ª Safra) (Toneladas)

-

Batata-inglesa (2ª Safra) (Toneladas)

-

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Oportunidades no sector da batata no Brasil 2015

93

Batata-inglesa (3ª Safra) (Toneladas)

-

Safra 2014

Total -

Batata-inglesa (1ª Safra) (Toneladas)

-

Batata-inglesa (2ª Safra) (Toneladas)

-

Batata-inglesa (3ª Safra) (Toneladas)

-

Rio Grande do Norte

Área plantada (Hectares)

Safra 2013

Total 320.605

Batata-inglesa (1ª Safra) -

Batata-inglesa (2ª Safra) -

Batata-inglesa (3ª Safra) -

Safra 2014

Total 336.459

Batata-inglesa (1ª Safra) -

Batata-inglesa (2ª Safra) -

Batata-inglesa (3ª Safra) -

Área colhida (Hectares)

Safra 2013

Total 249.112

Batata-inglesa (1ª Safra) -

Batata-inglesa (2ª Safra) -

Batata-inglesa (3ª Safra) -

Safra 2014

Total 313.849

Batata-inglesa (1ª Safra) -

Batata-inglesa (2ª Safra) -

Batata-inglesa (3ª Safra) -

Produção

Safra 2013

Total -

Batata-inglesa (1ª Safra) (Toneladas)

-

Batata-inglesa (2ª Safra) (Toneladas)

-

Batata-inglesa (3ª Safra) (Toneladas)

-

Safra 2014

Total -

Batata-inglesa (1ª Safra) (Toneladas)

-

Batata-inglesa (2ª Safra) (Toneladas)

-

Batata-inglesa (3ª Safra) (Toneladas)

-

Paraíba

Área plantada (Hectares)

Safra 2013

Total 327.982

Batata-inglesa (1ª Safra) -

Batata-inglesa (2ª Safra) 121

Batata-inglesa (3ª Safra) -

Safra 2014

Total 435.297

Batata-inglesa (1ª Safra) -

Batata-inglesa (2ª Safra) 264

Batata-inglesa (3ª Safra) -

Área colhida (Hectares)

Safra 2013

Total 277.430

Batata-inglesa (1ª Safra) -

Batata-inglesa (2ª Safra) 121

Batata-inglesa (3ª Safra) -

Safra 2014 Total 399.512

Batata-inglesa (1ª Safra) -

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Oportunidades no sector da batata no Brasil 2015

94

Batata-inglesa (2ª Safra) 264

Batata-inglesa (3ª Safra) -

Produção

Safra 2013

Total -

Batata-inglesa (1ª Safra) (Toneladas)

-

Batata-inglesa (2ª Safra) (Toneladas)

1.009

Batata-inglesa (3ª Safra)

(Toneladas) -

Safra 2014

Total -

Batata-inglesa (1ª Safra) (Toneladas)

-

Batata-inglesa (2ª Safra) (Toneladas)

2.112

Batata-inglesa (3ª Safra) (Toneladas)

-

Pernambuco

Área plantada (Hectares)

Safra 2013

Total 585.785

Batata-inglesa (1ª Safra) -

Batata-inglesa (2ª Safra) -

Batata-inglesa (3ª Safra) -

Safra 2014

Total 833.182

Batata-inglesa (1ª Safra) -

Batata-inglesa (2ª Safra) -

Batata-inglesa (3ª Safra) -

Área colhida (Hectares)

Safra 2013

Total 514.999

Batata-inglesa (1ª Safra) -

Batata-inglesa (2ª Safra) -

Batata-inglesa (3ª Safra) -

Safra 2014

Total 725.789

Batata-inglesa (1ª Safra) -

Batata-inglesa (2ª Safra) -

Batata-inglesa (3ª Safra) -

Produção

Safra 2013

Total -

Batata-inglesa (1ª Safra) (Toneladas)

-

Batata-inglesa (2ª Safra) (Toneladas)

-

Batata-inglesa (3ª Safra) (Toneladas)

-

Safra 2014

Total -

Batata-inglesa (1ª Safra) (Toneladas)

-

Batata-inglesa (2ª Safra) (Toneladas)

-

Batata-inglesa (3ª Safra) (Toneladas)

-

Alagoas Área plantada (Hectares)

Safra 2013

Total 646.297

Batata-inglesa (1ª Safra) -

Batata-inglesa (2ª Safra) -

Batata-inglesa (3ª Safra) -

Safra 2014

Total 635.645

Batata-inglesa (1ª Safra) -

Batata-inglesa (2ª Safra) -

Batata-inglesa (3ª Safra) -

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Oportunidades no sector da batata no Brasil 2015

95

Área colhida (Hectares)

Safra 2013

Total 547.818

Batata-inglesa (1ª Safra) -

Batata-inglesa (2ª Safra) -

Batata-inglesa (3ª Safra) -

Safra 2014

Total 567.487

Batata-inglesa (1ª Safra) -

Batata-inglesa (2ª Safra) -

Batata-inglesa (3ª Safra) -

Produção

Safra 2013

Total -

Batata-inglesa (1ª Safra) (Toneladas)

-

Batata-inglesa (2ª Safra) (Toneladas)

-

Batata-inglesa (3ª Safra)

(Toneladas) -

Safra 2014

Total -

Batata-inglesa (1ª Safra) (Toneladas)

-

Batata-inglesa (2ª Safra) (Toneladas)

-

Batata-inglesa (3ª Safra) (Toneladas)

-

Sergipe

Área plantada (Hectares)

Safra 2013

Total 408.599

Batata-inglesa (1ª Safra) -

Batata-inglesa (2ª Safra) -

Batata-inglesa (3ª Safra) -

Safra 2014

Total 420.454

Batata-inglesa (1ª Safra) -

Batata-inglesa (2ª Safra) -

Batata-inglesa (3ª Safra) -

Área colhida (Hectares)

Safra 2013

Total 350.607

Batata-inglesa (1ª Safra) -

Batata-inglesa (2ª Safra) -

Batata-inglesa (3ª Safra) -

Safra 2014

Total 384.653

Batata-inglesa (1ª Safra) -

Batata-inglesa (2ª Safra) -

Batata-inglesa (3ª Safra) -

Produção

Safra 2013

Total -

Batata-inglesa (1ª Safra) (Toneladas)

-

Batata-inglesa (2ª Safra) (Toneladas)

-

Batata-inglesa (3ª Safra) (Toneladas)

-

Safra 2014

Total -

Batata-inglesa (1ª Safra) (Toneladas)

-

Batata-inglesa (2ª Safra) (Toneladas)

-

Batata-inglesa (3ª Safra) (Toneladas)

-

Bahia Área plantada (Hectares)

Safra 2013 Total 4422494

Batata-inglesa (1ª Safra) 2.360

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Oportunidades no sector da batata no Brasil 2015

96

Batata-inglesa (2ª Safra) 2.094

Batata-inglesa (3ª Safra) 1.743

Safra 2014

Total 4924261

Batata-inglesa (1ª Safra) 1.720

Batata-inglesa (2ª Safra) 1.306

Batata-inglesa (3ª Safra) 1.200

Área colhida (Hectares)

Safra 2013

Total 4017733

Batata-inglesa (1ª Safra) 2.360

Batata-inglesa (2ª Safra) 2.094

Batata-inglesa (3ª Safra) 1.743

Safra 2014

Total 4582373

Batata-inglesa (1ª Safra) 1.720

Batata-inglesa (2ª Safra) 1.306

Batata-inglesa (3ª Safra) 1.200

Produção

Safra 2013

Total -

Batata-inglesa (1ª Safra) (Toneladas)

94.400

Batata-inglesa (2ª Safra) (Toneladas)

81.250

Batata-inglesa (3ª Safra)

(Toneladas) 68.520

Safra 2014

Total -

Batata-inglesa (1ª Safra) (Toneladas)

71.240

Batata-inglesa (2ª Safra) (Toneladas)

52.090

Batata-inglesa (3ª Safra) (Toneladas)

48.000

Minas Gerais

Área plantada (Hectares)

Safra 2013

Total 5578818

Batata-inglesa (1ª Safra) 17.848

Batata-inglesa (2ª Safra) 13.362

Batata-inglesa (3ª Safra) 8.785

Safra 2014

Total 5846741

Batata-inglesa (1ª Safra) 16.729

Batata-inglesa (2ª Safra) 12.746

Batata-inglesa (3ª Safra) 8.653

Área colhida (Hectares)

Safra 2013

Total 5141955

Batata-inglesa (1ª Safra) 17.848

Batata-inglesa (2ª Safra) 13.362

Batata-inglesa (3ª Safra) 8.785

Safra 2014

Total 5338366

Batata-inglesa (1ª Safra) 16.729

Batata-inglesa (2ª Safra) 12.746

Batata-inglesa (3ª Safra) 8.653

Produção Safra 2013

Total -

Batata-inglesa (1ª Safra) (Toneladas)

540.572

Batata-inglesa (2ª Safra) (Toneladas)

419.843

Batata-inglesa (3ª Safra) (Toneladas)

297.047

Safra 2014 Total -

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Oportunidades no sector da batata no Brasil 2015

97

Batata-inglesa (1ª Safra) (Toneladas)

493.839

Batata-inglesa (2ª Safra) (Toneladas)

399.832

Batata-inglesa (3ª Safra)

(Toneladas) 289.588

Espírito

Santo

Área plantada

(Hectares)

Safra 2013

Total 732.100

Batata-inglesa (1ª Safra) 279

Batata-inglesa (2ª Safra) 184

Batata-inglesa (3ª Safra) -

Safra 2014

Total 717.638

Batata-inglesa (1ª Safra) 320

Batata-inglesa (2ª Safra) 172

Batata-inglesa (3ª Safra) -

Área colhida (Hectares)

Safra 2013

Total 651.596

Batata-inglesa (1ª Safra) 279

Batata-inglesa (2ª Safra) 184

Batata-inglesa (3ª Safra) -

Safra 2014

Total 634.675

Batata-inglesa (1ª Safra) 320

Batata-inglesa (2ª Safra) 172

Batata-inglesa (3ª Safra) -

Produção

Safra 2013

Total -

Batata-inglesa (1ª Safra) (Toneladas)

5.128

Batata-inglesa (2ª Safra) (Toneladas)

3.612

Batata-inglesa (3ª Safra) (Toneladas)

-

Safra 2014

Total -

Batata-inglesa (1ª Safra) (Toneladas)

5.920

Batata-inglesa (2ª Safra) (Toneladas)

3.485

Batata-inglesa (3ª Safra) (Toneladas)

-

Rio de Janeiro

Área plantada (Hectares)

Safra 2013

Total 189.119

Batata-inglesa (1ª Safra) -

Batata-inglesa (2ª Safra) -

Batata-inglesa (3ª Safra) -

Safra 2014

Total 178.166

Batata-inglesa (1ª Safra) -

Batata-inglesa (2ª Safra) -

Batata-inglesa (3ª Safra) -

Área colhida (Hectares)

Safra 2013

Total 181.681

Batata-inglesa (1ª Safra) -

Batata-inglesa (2ª Safra) -

Batata-inglesa (3ª Safra) -

Safra 2014

Total 169.999

Batata-inglesa (1ª Safra) -

Batata-inglesa (2ª Safra) -

Batata-inglesa (3ª Safra) -

Produção Safra 2013 Total -

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Oportunidades no sector da batata no Brasil 2015

98

Batata-inglesa (1ª Safra) (Toneladas)

-

Batata-inglesa (2ª Safra) (Toneladas)

-

Batata-inglesa (3ª Safra)

(Toneladas) -

Safra 2014

Total -

Batata-inglesa (1ª Safra) (Toneladas)

-

Batata-inglesa (2ª Safra) (Toneladas)

-

Batata-inglesa (3ª Safra) (Toneladas)

-

São Paulo

Área plantada (Hectares)

Safra 2013

Total 8373829

Batata-inglesa (1ª Safra) 8.553

Batata-inglesa (2ª Safra) 8.740

Batata-inglesa (3ª Safra) 7.007

Safra 2014

Total 7921670

Batata-inglesa (1ª Safra) 13.630

Batata-inglesa (2ª Safra) 8.740

Batata-inglesa (3ª Safra) 6.367

Área colhida (Hectares)

Safra 2013

Total 7632633

Batata-inglesa (1ª Safra) 8.553

Batata-inglesa (2ª Safra) 8.740

Batata-inglesa (3ª Safra) 7.007

Safra 2014

Total 7520055

Batata-inglesa (1ª Safra) 13.630

Batata-inglesa (2ª Safra) 8.740

Batata-inglesa (3ª Safra) 6.367

Produção

Safra 2013

Total -

Batata-inglesa (1ª Safra) (Toneladas)

215.433

Batata-inglesa (2ª Safra) (Toneladas)

239.050

Batata-inglesa (3ª Safra) (Toneladas)

192.083

Safra 2014

Total -

Batata-inglesa (1ª Safra) (Toneladas)

348.846

Batata-inglesa (2ª Safra) (Toneladas)

239.048

Batata-inglesa (3ª Safra) (Toneladas)

184.810

Paraná

Área plantada (Hectares)

Safra 2013

Total 10469329

Batata-inglesa (1ª Safra) 15.576

Batata-inglesa (2ª Safra) 12.164

Batata-inglesa (3ª Safra) -

Safra 2014

Total 10658726

Batata-inglesa (1ª Safra) 16.869

Batata-inglesa (2ª Safra) 13.170

Batata-inglesa (3ª Safra) -

Área colhida (Hectares)

Safra 2013

Total 10469329

Batata-inglesa (1ª Safra) 15.576

Batata-inglesa (2ª Safra) 12.164

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Oportunidades no sector da batata no Brasil 2015

99

Batata-inglesa (3ª Safra) -

Safra 2014

Total 10658726

Batata-inglesa (1ª Safra) 16.869

Batata-inglesa (2ª Safra) 13.170

Batata-inglesa (3ª Safra) -

Produção

Safra 2013

Total -

Batata-inglesa (1ª Safra) (Toneladas)

432.738

Batata-inglesa (2ª Safra) (Toneladas)

301.120

Batata-inglesa (3ª Safra)

(Toneladas) -

Safra 2014

Total -

Batata-inglesa (1ª Safra) (Toneladas)

496.464

Batata-inglesa (2ª Safra) (Toneladas)

355.425

Batata-inglesa (3ª Safra) (Toneladas)

-

Santa Catarina

Área plantada (Hectares)

Safra 2013

Total 1560112

Batata-inglesa (1ª Safra) 4.340

Batata-inglesa (2ª Safra) 984

Batata-inglesa (3ª Safra) -

Safra 2014

Total 1567098

Batata-inglesa (1ª Safra) 4.361

Batata-inglesa (2ª Safra) 987

Batata-inglesa (3ª Safra) -

Área colhida (Hectares)

Safra 2013

Total 1543175

Batata-inglesa (1ª Safra) 4.340

Batata-inglesa (2ª Safra) 984

Batata-inglesa (3ª Safra) -

Safra 2014

Total 1555713

Batata-inglesa (1ª Safra) 4.361

Batata-inglesa (2ª Safra) 987

Batata-inglesa (3ª Safra) -

Produção

Safra 2013

Total -

Batata-inglesa (1ª Safra) (Toneladas)

94.768

Batata-inglesa (2ª Safra) (Toneladas)

21.156

Batata-inglesa (3ª Safra) (Toneladas)

-

Safra 2014

Total -

Batata-inglesa (1ª Safra) (Toneladas)

94.552

Batata-inglesa (2ª Safra) (Toneladas)

21.232

Batata-inglesa (3ª Safra) (Toneladas)

-

Rio Grande do Sul

Área plantada (Hectares)

Safra 2013

Total 8632523

Batata-inglesa (1ª Safra) 15.329

Batata-inglesa (2ª Safra) 3.671

Batata-inglesa (3ª Safra) -

Safra 2014 Total 8917893

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Oportunidades no sector da batata no Brasil 2015

100

Batata-inglesa (1ª Safra) 14.508

Batata-inglesa (2ª Safra) 3.725

Batata-inglesa (3ª Safra) -

Área colhida (Hectares)

Safra 2013

Total 8593144

Batata-inglesa (1ª Safra) 15.329

Batata-inglesa (2ª Safra) 3.671

Batata-inglesa (3ª Safra) -

Safra 2014

Total 8909175

Batata-inglesa (1ª Safra) 14.500

Batata-inglesa (2ª Safra) 3.725

Batata-inglesa (3ª Safra) -

Produção

Safra 2013

Total -

Batata-inglesa (1ª Safra) (Toneladas)

300.575

Batata-inglesa (2ª Safra) (Toneladas)

57.068

Batata-inglesa (3ª Safra)

(Toneladas) -

Safra 2014

Total -

Batata-inglesa (1ª Safra) (Toneladas)

295.447

Batata-inglesa (2ª Safra) (Toneladas)

62.917

Batata-inglesa (3ª Safra) (Toneladas)

-

Mato Grosso do Sul

Área plantada (Hectares)

Safra 2013

Total 4311662

Batata-inglesa (1ª Safra) -

Batata-inglesa (2ª Safra) -

Batata-inglesa (3ª Safra) -

Safra 2014

Total 4455577

Batata-inglesa (1ª Safra) -

Batata-inglesa (2ª Safra) -

Batata-inglesa (3ª Safra) -

Área colhida (Hectares)

Safra 2013

Total 4303501

Batata-inglesa (1ª Safra) -

Batata-inglesa (2ª Safra) -

Batata-inglesa (3ª Safra) -

Safra 2014

Total 4454212

Batata-inglesa (1ª Safra) -

Batata-inglesa (2ª Safra) -

Batata-inglesa (3ª Safra) -

Produção

Safra 2013

Total -

Batata-inglesa (1ª Safra) (Toneladas)

-

Batata-inglesa (2ª Safra) (Toneladas)

-

Batata-inglesa (3ª Safra) (Toneladas)

-

Safra 2014

Total -

Batata-inglesa (1ª Safra) (Toneladas)

-

Batata-inglesa (2ª Safra) (Toneladas)

-

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Oportunidades no sector da batata no Brasil 2015

101

Batata-inglesa (3ª Safra) (Toneladas)

-

Mato Grosso

Área plantada (Hectares)

Safra 2013

Total 12769701

Batata-inglesa (1ª Safra) -

Batata-inglesa (2ª Safra) -

Batata-inglesa (3ª Safra) -

Safra 2014

Total 13559804

Batata-inglesa (1ª Safra) -

Batata-inglesa (2ª Safra) -

Batata-inglesa (3ª Safra) -

Área colhida (Hectares)

Safra 2013

Total 12730883

Batata-inglesa (1ª Safra) -

Batata-inglesa (2ª Safra) -

Batata-inglesa (3ª Safra) -

Safra 2014

Total 13507343

Batata-inglesa (1ª Safra) -

Batata-inglesa (2ª Safra) -

Batata-inglesa (3ª Safra) -

Produção

Safra 2013

Total -

Batata-inglesa (1ª Safra) (Toneladas)

-

Batata-inglesa (2ª Safra) (Toneladas)

-

Batata-inglesa (3ª Safra) (Toneladas)

-

Safra 2014

Total -

Batata-inglesa (1ª Safra) (Toneladas)

-

Batata-inglesa (2ª Safra) (Toneladas)

-

Batata-inglesa (3ª Safra) (Toneladas)

-

Goiás

Área plantada (Hectares)

Safra 2013

Total 5760743

Batata-inglesa (1ª Safra) -

Batata-inglesa (2ª Safra) -

Batata-inglesa (3ª Safra) 5.221

Safra 2014

Total 5969669

Batata-inglesa (1ª Safra) -

Batata-inglesa (2ª Safra) -

Batata-inglesa (3ª Safra) 5.200

Área colhida (Hectares)

Safra 2013

Total 5610292

Batata-inglesa (1ª Safra) -

Batata-inglesa (2ª Safra) -

Batata-inglesa (3ª Safra) 5.221

Safra 2014

Total 5828794

Batata-inglesa (1ª Safra) -

Batata-inglesa (2ª Safra) -

Batata-inglesa (3ª Safra) 5.200

Produção Safra 2013

Total -

Batata-inglesa (1ª Safra) (Toneladas)

-

Batata-inglesa (2ª Safra) (Toneladas)

-

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Oportunidades no sector da batata no Brasil 2015

102

Batata-inglesa (3ª Safra) (Toneladas)

202.215

Safra 2014

Total -

Batata-inglesa (1ª Safra) (Toneladas)

-

Batata-inglesa (2ª Safra) (Toneladas)

-

Batata-inglesa (3ª Safra) (Toneladas)

208.000

Distrito Federal

Área plantada (Hectares)

Safra 2013

Total 135.287

Batata-inglesa (1ª Safra) -

Batata-inglesa (2ª Safra) 71

Batata-inglesa (3ª Safra) -

Safra 2014

Total 189.635

Batata-inglesa (1ª Safra) -

Batata-inglesa (2ª Safra) 71

Batata-inglesa (3ª Safra) -

Área colhida (Hectares)

Safra 2013

Total 134.950

Batata-inglesa (1ª Safra) -

Batata-inglesa (2ª Safra) 71

Batata-inglesa (3ª Safra) -

Safra 2014

Total 189.633

Batata-inglesa (1ª Safra) -

Batata-inglesa (2ª Safra) 71

Batata-inglesa (3ª Safra) -

Produção

Safra 2013

Total -

Batata-inglesa (1ª Safra) (Toneladas)

-

Batata-inglesa (2ª Safra) (Toneladas)

2.764

Batata-inglesa (3ª Safra) (Toneladas)

-

Safra 2014

Total -

Batata-inglesa (1ª Safra) (Toneladas)

-

Batata-inglesa (2ª Safra) (Toneladas)

2.764

Batata-inglesa (3ª Safra) (Toneladas)

-

Fonte: IBGE - Levantamento Sistemático da Produção Agrícola Nota:

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Oportunidades no sector da batata no Brasil 2015

103

ANNEX 4 : Pivos centrais no Brasil em 2013