aula batata doce

Aurlio Paes Barros Jnior Professor

[email protected]

Mossor (RN)

2015

Cultura da batata-doce [Ipomea batatas (L.)

Lam.]

UNIVERSIDADE FEDERAL RURAL DO SEMI-RIDO

DEPARTAMENTO DE CINCIAS VEGETAIS

PS-GRADUAO EM FITOTECNIA

DISCIPLINA: PRODUO DE HORTALIAS I

1 Histrico e origem

Amrica (Peru ao Mxico) Relatos de seu uso remontam de mais de

dez mil anos, com base em anlise de batatas secas encontradas em

cavernas localizadas no vale de Chilca Canyon, no Peru e em evidncias

contidas em escritos arqueolgicos encontrados na regio ocupada pelos

Maias, na Amrica Central;

Europa Cristvo Colombo (De Portugal e Espanha foram levadas

para ndia, China, Japo e outras partes do Globo);

Utilizada a sculo pelos indgenas (Milho e Mandioca).

Produo de Hortalias I - Cultura da Batata-doce

2 Importncia

2.1 Econmica

A batata doce cultivada

a) No mundo

A batata-doce cultivada em 111 pases, sendo que aproximadamente

90% da produo obtida na sia, apenas 5% na frica e 5% no

restante do mundo;

Em termos de volume de produo mundial, a cultura ocupa o stimo

lugar, mas a dcima quinta em valor de produo, o que indica ser

universalmente uma cultura de valor econmico;

A china o pas que mais produz, com 100 milhes de toneladas;

A batata-doce cultivada em regies, localizadas desde a latitude de

42N at 35S, desde o nvel do mar at 3000 m de altitude.


b) No Brasil

Brasil est entre as 10 hortalias mais importante.

Tabela 1 Principais Hortalias produzidas no Brasil


Produo (2006) ~ 518 mil toneladas

Figura 1 Produo brasileira de batata-doce.


rea plantada ~ 44.000 mil/h

Figura 2 rea cultivada com batata-doce no Brasil.


Produtividade mdia ~ 14.579 kg/ ha

Agronegcio ~ R$ 354 milhes.

Principais regies produtoras

Sul = 43,29

Nordeste = 33,89 %

Sudeste = 19,66 %

Centro-Oeste = 1,33 %

Norte = 1,83 %


c) Regio Nordeste

Paraba = 24,18 %

Sergipe = 19,24 %

Pernambuco = 14,77 %

Rio Grande do Norte = 11,24 %

Bahia = 10,39 %

d) O estado do Rio Grande do Norte

rea plantada = 2.027 hectares

Produtividade ~ 10.290 kg/ha

Produo ~ 20.754 toneladas

Produtividade Mdia

~ 8.170 kg/ha

Agronegcio

R$ 13.916 milhes


Por quer cultivar a cultura da Batata-doce?????????

uma planta rstica;

Fcil cultivo;

Elevada capacidade de produo;

Ampla adaptao;

Alta tolerncia a seca;

Baixo custo de produo;

Permite colheita prolongada;

Apresenta resistncia a pragas e doenas;

uma cultura mecanizvel;

uma cultura protetora do solo.


Comparada com outras culturas como arroz, banana, milho e

sorgo, a batata-doce mais eficiente em quantidade de energia lquida

produzida por unidade de rea e por unidade de tempo. Isso ocorre

porque produz um grande volume de razes em um ciclo relativamente

curto (120 a 150 dias), a custo baixo, durante o ano inteiro.


Utilizao da cultura da Batata-doce

Consumo in natura;

Na forma de doces caseiros e enlatados;

No preparo de pes;

Como matria-prima para produo de lcool;

Como amido de alta qualidade;

Forragem para bovinos e sunos

Suas folhas tambm podem ser utilizadas na alimentao de peixes.


Desvantagem do cultivo da Batata-doce

Quando comparada com outras hortalias, a batata-doce de difcil

preparo para a culinria (descascada, picada e cozida);

Tem aparncia ruim Por se tratar de uma raiz tuberosa, o

crescimento das mesmas afetada pela presena de torres, pedras e

fendas do solo, formando um produto tortuoso;

Forma manchas A planta da batata-doce produz ltex que se fixa

facilmente na pele e em tecidos, formando manchas de difcil remoo.

Causa pesadez e forma gases;

pouco valorizada A batata-doce tem sido tradicionalmente

consumida por famlias de baixa renda, especialmente as do meio rural.


2.2 Valor Alimentcio e Nutracutico

Boa digestibilidade;

Fonte de vitaminas

A (retinol) 250 a 350 g/100g

B (tiamina) 90 a 110 g/100g

B2 (riboflavina) 25 a 100 g/100g

B5 (niacina) 0,280 a 0,800 mg/100g

C (ac. ascrbico) - 23 a 33 mg/100g

Outros elementos

Potssio

Clcio

Ferro

Utilizada para deficincia de

vitamina A


Indicao e Utilizao

Atua de maneira direta na conservao da pele;

Auxilia no crescimento;

Evita infeces;

Regulariza o sistema nervoso e o aparelho digestivo;

A infuso das folhas usada externamente como cicatrizante e,

internamente em gargarejos para infeces da boca e da garganta,

gengivite e dores de dente e anti-reumtica;

O seu uso como medicamento indicado contra a deficincia de

vitamina A, reconhecida pelos sintomas de atraso do crescimento,

cegueira noturna e lcera de crnea, que pode levar a cegueira completa;

Os extratos alcolico e aquoso dos tubrculos tm atividade

antimicrobiana.


Por ser rica em amido, sua digesto costuma levar produo de

gases, com meteorismo e flatulncia.

Os tubrculos servem de alimento para o homem e os animais de

criao em todos os pases de clima tropical, onde largamente

cultivada.

A rama uma boa forragem alm de ser bastante utilizada na

medicina caseira, sendo considerada galactagoga.

As batatas com a colorao da polpa com a cor de abbora, tem

um teor de betacaroteno maior que a cenoura, que alcana 12.800

UI por 100 g de polpa, ou seja, bastam 3 a 6 fatias desta batata

para garantir a quantidade de vitamina necessria para o homem.

A planta comestvel, mas quando infectada pelo fungo

Cerattostomela fimbriata, sua ingesto causa grave intoxicao,

produzindo sensao de falta de ar, perda de apetite e vmitos.


Informao Nutricionais da Batata-doce

Calorias: 95

Potssio: 350 mg

Vitamina A: 350 mcg

Vitamina C: 23 g

2.3 Importncia social

Bastante cultivada em regime de agricultura familiar;

Necessita de pouca tecnologia para produo;

Suplemento alimentar em perodos de escassez.


3 Caractersticas botnicas

Famlia : Convolvulceas

Gnero: Ipomea

Espcie: Ipomea batatas

3.1 Classificao botnica

A batata-doce pertence famlia botnica Convolvulacae, que agrupa

aproximadamente 50 gneros e mais 1000 espcies, sendo que dentre

elas, somente a batata-doce tem cultivo de expresso econmica. A

espcie Ipomoea aqutica tambm cultivada como alimento,

principalmente na Malsia e na China, sendo as folhas e brotos

consumidos como hortalias.


A batata-doce uma planta herbcea, que apresenta caule rastejante, pubescente ou glabra.

Ciclo fase vegetativa (produo de fotoassimilados) e fase reprodutiva (florescimento com produo de sementes).

3.2 Descrio da planta


a) Razes:

Possuem razes de reserva e absorventes. Formam zonas tuberificadas, cilndricas, elipsides, esferides ou fusiformes. Colorao branca, creme, salmon ou roxa para a pelcula.

O sistema radicular amplo e complexo. As razes superficiais concentram-se at 10 cm de profundidade, originrias dos ns nas ramas. Existem tambm uma raiz principal, que se aprofunda no solo (90 cm) e razes laterais. As razes secundrias so ativas na absoro de nutrientes, sendo mais numerosas em maior profundidade, e algumas passam a acumular fotossintatos, tornando-se razes tuberosas.


b) folhas:

Geralmente verdes na parte superior, podendo ser arroxeadas em

alguns cultivares. So pecioladas, cordiformes, inteiras ou lobadas.

Se dispem alternadamente nos talos


c) Talos ou ramas:

Cilndricos (variando em comprimento, colorao e espessura

conforme o cultivar).


d) Inflorescncia:

Cimeira com flores campanuladas de colorao branca, rosa,

vermelha e roxa (so pedunculadas e as vezes solitrias)

e) frutos:

Cpsula deiscente, ovalada, colorao marrom com 2 a 4 valvas que alojam as sementes.

Muito utilizado pelos em programas de melhoramentos para obteno de novas cultivares.


f) Polpa das razes:

Rica em fcula e acar. Colorao variada.


- Possui hbito de crescimento indeterminado;

- Ciclo perene;

- Tuberizao contnua;

- Morte Natural ocorre somente na ocorrncia de fatores climticos muito severos (geadas e secas muito prolongadas).

Estas caractersticas permitem efetuar a colheita durante um perodo maior de tempo, o que permite ao produtor antecipar a colheita ou prolongar o ciclo cultural mediante uma avaliao do estado fitossanitrio da lavoura.

3.3 Fisiologia da planta


Alm da preferncia popular, necessrio conhecer a

adaptabilidade da cultivar s condies climticas da regio, as suas

caractersticas de resistncia a pragas e doenas, e as caractersticas de

desenvolvimento da planta, principalmente quanto aos seguintes

aspectos:

Tamanho das folhas: deve-se dar preferncia a plantas com folhas

estreitas e recortadas. As plantas de folhas grandes e largas so

geralmente menos eficientes na assimilao de energia por meio da

fotossntese, pois as folhas superiores sombreiam as inferiores.


Comprimento das ramas: as ramas longas se entrelaam

rapidamente, promovendo uma maior competio entre plantas e

dificultando os trabalhos de capina e de renovao das leiras.

Utilizando-se cultivares de ramas longas, a ltima operao com

trabalho nas entrelinhas tem que ser realizada mais cedo.


Posio das batatas: Existem cultivares em que as batatas se

formam bem junto planta, facilitando a sua localizao pelos

operrios, por ocasio da colheita. Outras cultivares formam razes

distantes da base da planta, o que aumenta a chance de serem

cortadas ou danificadas por ocasio da colheita.


Espessura da rama: Cultivares de ramas grossas so mais

susceptveis ao ataque da broca-da-rama (Megastes pusialis), uma vez

que a lagarta no consegue completar o seu ciclo no interior das ramas

finas, uma vez que o dimetro da rama insuficiente para a lagarta

formar os casulos.

Cor da casca: A casca, que uma camada de tecido abaixo da pele,

deve ser da mesma cor da pele, para no tornarem visveis os

esfolamentos que ocorrem durante o processo de lavagem das razes.

Utilizando-se cultivares que possuem a cor da pele igual a cor da

casca, torna-se possvel utilizar lavadores mecanizados comumente

utilizados para cenoura e batata.


Ausncia de defeitos: As razes de maior valor comercial so as lisas,

retas, de formato alongado, com cerca de 20 cm de comprimento e

peso de aproximadamente 300 g. Razes muito longas, tortuosas, com

veias, e danificadas por insetos ou por cortes e esfolamentos, so

menos aceitas pelos consumidores.


Temperatura elevadas especialmente diurnas

- O desenvolvimento vegetativo paralisado pelo frio (< 10 C). O ciclo cultural aumentado e h reduo na produtividade.

- A exigncia de temperatura elevada crtica durante o desenvolvimento vegetativo, formao de razes tuberosas e colheita.

- Altamente intolerante a geada.

Regies baixas com inverno suave = plantio ao longo do ano

Regies de altitude = plantio durante a primavera-vero, especialmente no incio das chuvas. Nestas regies o plantio durante o inverno altamente prejudicado pelo frio.

No Nordeste = apresenta condies satisfatria de cultivo durante todo o ano, desde que se disponha de irrigao.

4 Exigncias Climticas e poca de plantio


Indefinio quanto a identificao do material de plantio nas regies produtoras

Rico germoplasma disponvel para ser trabalhado por fitomelhoristas.

Grande nmero de cultivares locais mantidas em fundos de quintais por pequenos agricultores.

5 Cultivares


A recomendao de cultivares, para determinada regio de plantio,

est relacionada com vrios fatores:

poca de plantio;

Finalidade da produo (mesa, indstria, alimentao animal, etc.);

Preferncia de mercado consumidor.

Por exemplo alguns mercados preferem batatas de pele branca

ou clara, enquanto outras regies produtoras preferem a batata de

pele rosada ou roxa e de polpa creme.


Caractersticas das cultivares preferidas

- Polpa de colorao clara

- Muito doce

- De fcil cozimento

- Nem muito mida nem muito seca

Cultivares de polpa alaranjada sabor semelhante ao da cenoura e rica em carotenos, precursores da vitamina A. (Plantadas em menor escala no Brasil)


Algumas cultivares desenvolvidas pela pesquisa

- Brazlndia Branca

- Brazlndia Rosada

- Brazlndia Roxa

Desenvolvidas pela Embrapa hortalias

Resistente a nematides

- IAPAR 69 Cultivar de polpa alaranjada

OBS: Seria interessante o consumo de batata-doce com a colorao alaranjada

(rica em carotenos), porm o consumo deste tipo de batata-doce no aumentou,

devido a alegao que a polpa mida demais e o sabor diferente das outras

cultivares do mercado.


Propagao sexuada realizada atravs de sementes botnicas e normalmente empregada em trabalhos de melhoramento gentico.

Propagao assexuada ou vegetativa realizada atravs de diferentes partes da planta: folhas, caules ou ramas, meristemas e razes tuberosas (batatas).

Batatas menores so geralmente utilizadas na formao de viveiros para produo de mudas ou ramas que so as estruturas utilizadas em plantios comerciais.

Mudas brotos de 20 a 25 cm de comprimento com 4 a seis folhas, obtidos pelo plantio de batatas em viveiros.

So recomendados apenas quando se deseja antecipar o plantio e no se dispe de quantidade suficiente de ramas.

Ramas so pedaos de hastes ou caules com seis a oito entrens,

obtidos da prpria rama aps trs meses de enviveiramento.

6 Mtodos de propagao


Aps a colheita deve-se deixar as batatas am lugar sombreada por duas a seis semanas para apressar a brotao

Deve-se dar preferncia a batatas de 80 a 150 g, sem rachaduras, lisas e isentas e pragas e doenas

Cada batata produz 20 ramas

100 batatas produziro 2000 ramas aps dois a trs meses, de 30 a 40 cm de comprimento e 8 10 entrens.

Essas, ao serem plantadas produziro ramas suficientes para o cultivo de 1 ha de 4 a 6 meses aps o plantio

As mudas podem ser retiradas dois meses aps o plantio, repetindo o procedimento 30 e 60 dias aps

Plantam-se as batatas em sulcos longitudinais, abertos no leito do viveiro, no espaamento de 80 x 30 cm.


Viveiro de produo de mudas de Batata-doce


Solos textura mdia ou arenosa, leves soltos, arejados e permeveis;

Acidez altamente adaptvel. Produz com pH de 4,5 a 7,5. Faixa tima de 5,6 a 6,5.

Preparo do solo cultura exigente. Arao a 30-35 cm de profundidade, seguindo-se a gradagem.

Batata cultivada em solos encharcados

7 Solo e adubao


Potssio em solos deficientes respostas positivas em produo quando adubada com K em solos deficientes.

Respostas a adubao

Nutriente utilizado em maior quantidade pela cultura com decisiva influncia na formao das razes tuberosas e sabor.

Nitrognio respostas resposta varivel, podendo ocorrer respostas negativas

Excesso provoca crescimento vegetativo em detrimento da formao e desenvolvimento das batatas que se apresentam com menor teor de acar

Exigncia nutricional pouco exigente. Geralmente cultivada dependendo da fertilidade natural do solo ou do resduo de adubaes anteriores.


Recomendao de adubao

(IPA 2008)

Espaamento: 1,00 x 0,25 m (populao de 40.000 plantas/ha)

Produtividade mdia: 9 t/ha

Produtividade esperada: 17 t/ha

Adubao orgnica 20 m3 de esterco de curral/ha

A adubao de cobertura ser realizada aos 30 ou 45 dias aps o plantio, respectivamente para cultivares precoces ou tardias


Entre leiras 80 a 100 cm

Entre plantas 25 a 40 cm

Cultivares tardias devem ser plantadas em espaamento maiores

Cultivares que produzem batatas gradas devem ser plantadas em espaamento menores, em especial nas leiras.

8 Espaamento


Enterrio de ramas -sementes em covas ou leiras

Solos argilosos plantio em leiras ou camalhes de 30 a 40 cm de altura

Solos arenosos plantio em covas

9 Plantio


- Ramas com seis a 8 entrens, agrupadas em feixe;

- Ramas colhidas um ou dois dias antes do plantio e mantidas

sombra para murchar;


No plantio, enterram-se 3 4 entrens, profundidade de 10 12

cm, no topo das leiras j construdas. Um bom instrumento auxiliar o

plantador-bengala, com ponta escavada em forma de U. Um

operador vai na frente, colocando as ramas transversalmente sobre as

leiras, e o outro fora a rama para baixo, com a ponta do instrumento.

Contata-se que, ao serem enterrados poucos entrens, obtm-se

poucas batatas, porm todas gradas. Contrariamente, muitos

entrens enterrados resultam em numerosas batatas, com possvel

aumento na produtividade (em peso por rea), as quais apresentam

menor tamanho e talvez no atendam preferncia do consumidor.

Parece que enterrar 3 4 entrens um modo adequado de atender a

todos requisitos.


Plantio manual

Plantio semi-mecanizado


Manter o solo mido at o pegamento das ramas ou mudas.

Aps pegamento espaar irrigao em seis dias at os 40 dias.

Aps 40 dias irrigar a cada 10 a 15 dias at a colheita.

Irrigao mal planejada pode induzir rachadura nas razes

Irrigao por sulcos de infiltrao e por asperso

Lmina de cerca de 500 mm durante o ciclo produtivo.

10 Irrigao


11 Plantas Daninhas

As capinas so necessrias nos primeiros meses aps o plantio. medida que as plantas se desenvolvem, cobrem completamente o terreno, impedindo o aparecimento de plantas daninhas, a no ser algumas esparsas, que podem ser eliminadas manualmente. Por ocasio da primeira capina, recomenda-se refazer as leiras.


Fermentao

Intumescimento de lenticelas

Raiz chicote

Rachaduras

Escaldadura

Corao duro

Decomposio interna

Mutaes somticas

Toxidez por herbicidas

Brotaes prematuras de razes

Deformaes de razes

12 Anomalias Fisiolgicas


13 Rotao de culturas

Plantios sucessivos em um mesmo local aumentam a ocorrncia de

pragas e doenas e provocam reduo da produtiva. Por isso, a rotao

de culturas uma prtica agrcolas sempre recomendada em

programas de manejo e conservao do solo e em controle integrado

de pragas, doenas e plantas daninhas.

Durante dois ou trs anos no se deve cultivar a mesma rea com

batata-doce, devendo-se cultivar preferencialmente milho, por ser

mais fcil realizar o controle de soqueira.

Deve ser evitado o plantio da batata-doce em seguida a uma

leguminosa, porque o excesso de nitrognio provoca grande

desenvolvimento vegetativo e pouca produo de batatas.


Broca-da-raz (Euscepes postfasciatus)

14 Pragas

Danos:

As larvas atacam tanto as ramas quanto razes, escavando galerias, onde so depositados os dejetos fecais. nas razes que elas se desenvolvem e provocam os maiores estragos.


Broca-do-coleto ou das hastes (Megastes pusialis)

Danos:

As larvas desta praga formam galerias largas dentro do caule e hastes, podendo se estender at s batatas.


Outras pragas

- Larva-arame Conoderus sp., Coleoptera , Elateridae.

- Vaquinha Diabrotica bivittula, Coleoptera, Chrysomelidae

- Negrito da batata-doce Typophorus nigritus, Coleoptera, Chrysomelidae.

- Gorgulho da batata-doce Cylas spp., Coleoptera, Brentidae.


No existem produtos registrados no Ministrio da Agricultura, Pecuria e Abastecimento para o controle de pragas em batata-doce. Algumas medidas gerais de controle so:

Rotao de culturas;

Produo de ramas ou mudas em viveiros;

Variedades resistentes;

Amontoa;

Irrigao adequada;

Bom preparo do solo para facilitar o aprofundamento das razes;

Plantios escalonados;

Colheita de todo o talho em curto espao de tempo;

Antecipao da colheita;

Armazenamento por perodo inferiores a 30 dias;

Destruio dos restos culturais.


Mal-do-p (Plenodomus destruens)

15 Doenas

Danos:

Causada pelo fungo Plenodomus destruens, que pode ocasionar destruio total da lavoura, nas infeces tardias, causa manchas e podrides nas razes tuberosas. O fungo se instala geralmente na base da planta, formando uma necrose mida, que anela o caule e interrompe a absoro de gua e nutrientes.


Nematides (Meloidogyne e Rotylenchus)

Outras doenas

- Fngicas - Ceratoystis fimbriata, Elsino batatas (Sphaceloma batatas), Alternaria spp. entre outras.

- Bacterianas - Streptomyces ipomoea e Erwinia chrysanthemi .

- Virticas - Vrus de nanismo amarelo (Sweet potato yellow dwarf virus SPFMV), vrus do mosaico do pepino (Cucumber mosaic virus - CMV), Vrus do mosaico do fumo (Tobaco mosaic virus - TMV) entre outros.

Plantios sucessivos de batata-doce em um mesmo local aumentam a

incidncia de doenas. Recomenda-se fazer rotao de culturas por

dois a trs anos, dando-se preferncia ao plantio de outras hortalias,

como tomate, cebola, cenoura, brssicas, ou culturas como trigo, arroz

e milho, pois assim, alm do efeito benfico no controle de doenas,

possvel conseguir altas produtividades de batata-doce sem o

emprego de fertilizantes, aproveitando-se apeas a adubao residual

de outras culturas.


100 a 150 dias - podendo variar com a cultivar utilizada e as condies ambientais, bem como o mercado de destino.

Mesa colheita mais cedo

Indstria colheita mais tardia

Eliminao de ramas 1 dia antes da colheita com enxada

Colheita manual ou mecanizada

16 Colheita


A poca de colheita varia de acordo com a destinao do produto.

Para a mesa, batata-doce deve ser colhida to logo atinja o tamanho

ideal (200 a 400 g).

Para a indstria, pode ser colhida mais tarde, dependendo das

condies climticas e da cultivar plantada.

Quanto mais tempo a batata-doce permanecer no solo, maior a

possibilidade de ocorrer ataque de pragas no solo, ou de doenas.


Colheita mecanizada


A colheita sempre envolve muita mo-de-obra, mesmo quando

algumas etapas so mecanizadas. Quando executada manualmente, os

operrios escavam lateralmente as leiras uma certa distncia da base

da planta, para evitar corte e ferimentos nas razes. Ao revolver a leira,

as razes so expostas, sendo ento recolhidas e posteriormente

lavadas.

A mecanizao simples consiste em revolver a leira para expor as

razes. Para isso, podem ser utilizados diversos equipamentos que

executam o corte do solo ao lado das leiras ou abaixo delas.


30 minutos a 3 horas secando ao sol (secagem da pelcula)

cura sombra (28 a 30 C 85-90% UR _ 4 a sete dias)

lavagem (pode reduzir a conservao ps-colheita)

Armazenamento (local sem iluminao, 13 a 16 C, 85% UR, boa aerao, at 90 dias)

Classificao das razes (lotes homogneos)

Cor da raiz

Comprimento

Dimetro

Qualidade

Ideal para mesa = 200 a 400 g

17 Beneficiamento, classificao e comercializao


Comercializao

Caixas tipo K ou caixas plsticas

Pequenas embalagens plsticas

Sacos de rfia

Produto miniprocessado


18 Controle da soqueira

A soqueira da batata-doce constituda por plantas originadas de

restos culturais (ramas, batatas e pedaos de razes) que permanecem

no solo aps a colheita, constituindo.

A soqueira difcil de ser controlada, pois os restos de cultura brotam

de forma rpida e desuniforme.

O controle pode ser feito com a aplicao de glifosate, na dose de 2

kg/ha.

Geralmente, dois anos aps esse manejo, so possveis novos plantios

de batata-doce na mesma rea.


Aurlio Paes Barros Jnior Professor

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Cultura da batata-doce [Ipomea batatas (L.)

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