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O TRECHO CAMINHO DO COLONONO PARQUE NACIONAL DO IGUAÇU Sonia Maria dos Santos MÜLLER 1 Ana Paula Cazarotto CELLA 1 Larissa DALMINA 1 Ternise Cristina Wollmann RABAIOLLI 1 abril/2009 RESUMO Retrata-se parte da história da Estrada do Colono e sua importância na colonização do Oeste Paranaense, assim como os conflitos socioambientais gerados pelo fechamento do trecho que corta o Parque Nacional do Iguaçu, mais conhecido como Caminho do Colono. O objetivo geral da pesquisa consiste em apresentar fatos que demonstrem as razões que corroboraram com o histórico sucessivo de fechamentos e reaberturas do caminho, valendo-se de referências bibliográficas para a contextualização. O tema instiga sobre um questionamento: o fechamento do Caminho do Colono causou impacto econômico e social à região e contribuiu para a preservação ambiental do Parque Nacional do Iguaçu? A resposta para essa questão expressa argumentos verdadeiros em ambos lados do conflito. O processo de contínua evasão populacional causado por dificuldades logísticas, principalmente de comércio, entre as regiões Oeste/ Sudoeste do Paraná, antes ligadas pelo trecho dentro do parque, e os argumentos ambientalistas de preservação marcam intensas discussões nas esferas pública e judicial. Palavras-chave: Caminho do Colono, Oeste/ Sudoeste do Paraná, conflitos socioambientais. 1 Acadêmicas de Arquitetura e Urbanismo da Faculdade Assis Gurgacz FAG, Cascavel/PR ABSTRACT It’s shown part of the history of Colono Road and it’s importance for the colonization of West Paraná, and also the social environmental conflicts generated at closure of the part of the road that crosses the National Park of Iguaçu, known as Colono Path. The general objective of the research consists on presenting facts which demonstrate the reasons that corroborated with the successive historic of closure and reopening of the path, using bibliographic references to create the context. The theme instigates about a question: did the closure of the Colono Path caused a social and economic impact to the region and contributed to the environmental preservation of Iguaçu National Park? The answer to this question expresses true arguments on both sides of the conflict. The process of continual evasion of the population caused by logistics difficulties, mainly commercial, between the West/Southwest regions of Paraná, once connected by the road inside the park, and the environmentalist arguments for preservation mark intense discussions on public and judicial sphere. Keywords: Colono Path, West/Southwest of Paraná, social environmental conflicts.

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O TRECHO “CAMINHO DO COLONO” NO PARQUE NACIONAL DO IGUAÇU

Sonia Maria dos Santos MÜLLER1

Ana Paula Cazarotto CELLA1

Larissa DALMINA1

Ternise Cristina Wollmann RABAIOLLI1

abril/2009

RESUMO

Retrata-se parte da história da Estrada do Colono e sua importância na colonização do Oeste

Paranaense, assim como os conflitos socioambientais gerados pelo fechamento do trecho que

corta o Parque Nacional do Iguaçu, mais conhecido como Caminho do Colono. O objetivo

geral da pesquisa consiste em apresentar fatos que demonstrem as razões que corroboraram

com o histórico sucessivo de fechamentos e reaberturas do caminho, valendo-se de referências

bibliográficas para a contextualização. O tema instiga sobre um questionamento: o

fechamento do Caminho do Colono causou impacto econômico e social à região e contribuiu

para a preservação ambiental do Parque Nacional do Iguaçu? A resposta para essa questão

expressa argumentos verdadeiros em ambos lados do conflito. O processo de contínua evasão

populacional causado por dificuldades logísticas, principalmente de comércio, entre as regiões

Oeste/ Sudoeste do Paraná, antes ligadas pelo trecho dentro do parque, e os argumentos

ambientalistas de preservação marcam intensas discussões nas esferas pública e judicial.

Palavras-chave: Caminho do Colono, Oeste/ Sudoeste do Paraná, conflitos socioambientais. 1 Acadêmicas de Arquitetura e Urbanismo da Faculdade Assis Gurgacz – FAG, Cascavel/PR

ABSTRACT

It’s shown part of the history of Colono Road and it’s importance for the colonization of West

Paraná, and also the social environmental conflicts generated at closure of the part of the road

that crosses the National Park of Iguaçu, known as Colono Path. The general objective of the

research consists on presenting facts which demonstrate the reasons that corroborated with the

successive historic of closure and reopening of the path, using bibliographic references to

create the context. The theme instigates about a question: did the closure of the Colono Path

caused a social and economic impact to the region and contributed to the environmental

preservation of Iguaçu National Park? The answer to this question expresses true arguments

on both sides of the conflict. The process of continual evasion of the population caused by

logistics difficulties, mainly commercial, between the West/Southwest regions of Paraná,

once connected by the road inside the park, and the environmentalist arguments for

preservation mark intense discussions on public and judicial sphere.

Keywords: Colono Path, West/Southwest of Paraná, social environmental conflicts.

INTRODUÇÃO

Este artigo propõe retratar e divulgar a significância histórica do trecho da Estrada do

Colono, conhecido como Caminho do Colono, situado dentro do Parque Nacional do Iguaçu,

na colonização e desenvolvimento das regiões Oeste e Sudoeste do Paraná, com a finalidade

de apresentá-la ao meio acadêmico, especialmente de Planejamento Urbano e Regional, e

oportunizar aprofundamento futuro de pesquisa no tema e abordagens variantes.

Com dados obtidos em pesquisas bibliográficas, por vezes inconciliáveis, pesquisou-se

os motivos do seu fechamento, sob dois enfoques conflitantes: ambiental e histórico-social,

com o objetivo de se compreender as razões que corroboraram com o histórico de

fechamentos e reaberturas presentes na maior parte da história do Caminho do Colono.

Apresentar as justificativas dos ambientalistas que apoiaram seu fechamento e, do outro

lado da discussão, os motivos dos que defendem sua reabertura, suscita um questionamento:

seu fechamento causou impacto econômico e social à região e contribuiu para a preservação

ambiental do Parque Nacional do Iguaçu?

O PNI E A ESTRADA DO COLONO

O Parque Nacional do Iguaçu (PNI), situado na porção Sudoeste/Oeste do Estado do

Paraná, foi criado em janeiro de 1939, pelo então Presidente da República Getúlio Vargas,

com área de pouco mais de 3.360 hectares. Após diversas desapropriações e decretos,

finalmente, em 1981 ocorreu a última alteração da área e limites do parque, perfazendo os

atuais 185.262 hectares. Apresenta seu espaço territorial subdivido em cinco municípios da

região Oeste do Estado do Paraná, demonstrados na tabela:

TABELA 01 – PARTICIPAÇÃO TERRITORIAL DOS MUNICÍPIOS NO PNI

Municípios Superfície

do

Município

% do

município

no PNI

% da área

do PNI

com o

município

Céu Azul 1.153,238 73,10 49,56

Foz do

Iguaçu

442,000 30,13 7,48

Matelândia 598,468 56,49 19,87

São Miguel

do Iguaçu

894,148 11,73 6,17

Serranópolis

do Iguaçu

447,000 60,30 16,92

Fonte: AIPOPEC – Adaptação OSTROVSKI.

Abriga as Cataratas do Iguaçu e é considerado detentor de uma das maiores reservas da

Floresta Subtropical Úmida Temperada das Bacias do Paraná e Uruguai. Sua vasta extensão

cria ambiente propício ao desenvolvimento da fauna e flora local, o que desperta interesse de

visitação, além do belíssimo cenário das quedas-d’águas.

Tombado em 1986 pela UNESCO2 como Patrimônio Natural da Humanidade, o PNI foi

a primeira unidade de conservação brasileira a ser reconhecida pelo órgão da ONU3, devido

possuir amostra significativa dos ecossistemas primitivos pertencentes à floresta brasileira e

seu papel expressivo na conservação do meio ambiente.

A Estrada do Colono, no trecho que corta o PNI, chama-se Caminho do Colono e corre

sentido Norte-Sul, isolando 7.200 hectares do parque, hoje, entre os Municípios de

Medianeira e Serranópolis do Iguaçu (Oeste do Paraná) e Capanema (Sudoeste), totalizando,

aproximadamente, 17,6 km de extensão (ver ANEXO 01). A BR-465, mais conhecida como

Estrada do Colono ou BR-163, se estende por 250 quilômetros entre os municípios de Pato

Bragado, no Oeste, e Barracão no Sudoeste (JORNAL DO OESTE, 2000).

O caminho atravessava, sobre pequenas pontes, dois riachos maiores: o córrego

Capoeirinha e o Quilômetro Oito, ambos com nascente e foz no parque. “O pavimento era

primário, ensaibrado nos declives mais acentuados para que ninguém ficasse retido nos

períodos chuvosos”, conta Dallo, (1999, pg.101).

AS PRIMEIRAS DIVERGÊNCIAS

Acontecimentos históricos evidenciam que a estrada já existia anteriormente à criação

do PNI (OSTROVSKI 2002). A Coluna Prestes4 utilizou-se, como via de deslocamento do

Estado de Santa Catarina para o Paraná, de um caminho o qual se acredita ser o atual

Caminho do Colono. Dallo (1999, pg. 91) ratifica essa informação, contando que a Coluna

Prestes realmente passou por uma trilha primitiva da Estrada do Colono em 1924, observando

que “o que aconteceu é que criaram um Parque em cima da nossa Estrada, que não serviu só

para Prestes passar, mas também aos milhares de agricultores que colonizaram o Oeste

paranaense”. Dallo (1999) também afirma que essa estrada de chão foi largamente utilizada

pela população vinda do Sul do país para colonizar o Oeste paranaense.

Essa informação é contestada por Marin (2003, pg. 215) quando diz que “A colonização

de nossa região foi feita por cinco caminhos distintos, e nenhum pelo Parque”. Descreve que

os primeiros colonizadores vindos do Rio Grande do Sul, no começo do século XX, o fizeram

pelo rio Paraná, aportando em Santa Helena e que as outras frentes de colonização assim

chegaram:

A segunda e terceira foram quase simultaneamente, rio Tietê-Paraná até Guaíra, e

pela tropeira de Jaguaraíva-Guarapuava, mas se limitando aos Campos Gerais e à

entrada da mata. As outras duas frentes foram por Pato Branco [...], Laranjeiras ou

Chopinzinho – Catanduvas, estas foram o maior fluxo de migração que se possa

imaginar, e responsáveis pelo povoamento de todo o Oeste. (MARIN, 2003, pg.215)

O Jornal do Oeste (2000) publicou que a estrada foi aberta na mata virgem nos anos 30,

ou seja, antes da criação do PNI, e foi oficializada em 1954 pelo Departamento de Estradas de

Rodagem (DER), da Secretaria de Estado dos Transportes do Paraná.

2 United Nations Educational Scientific and Cultural Organization. . A Organização das Nações Unidas para a

Educação, a Ciência e a Cultura promove a cooperação internacional nas áreas de atuação, desde 1945. (Nota das

autoras) 3 Organização das Nações Unidas. Existe desde 1945 com a finalidade de preservar a paz através da cooperação

internacional e da segurança coletiva. (Nota das autoras) 4 Movimento político-militar, liderado por Luis Carlos Prestes e Miguel Costa, que deslocou-se pelo interior o

país pregando reformas políticas e sociais. (Nota das autoras)

Marin (2003 pg. 217) apregoa que o leito da Estrada do Colono foi aberto ilegalmente

em 1954 por máquinas das colonizadoras de Medianeira e Matelândia, que precisavam trazer

serrarias, com a finalidade de fornecer madeira para as casas dos trabalhadores e praticar a

extração/exportação da madeira: “Por isso esta estrada não é dos colonos, eles já estavam

aqui, vieram muito antes.”

Outra fonte, o site Ambiente Brasil, assegura que a estrada foi aberta legalmente pelo

Governo do Paraná com a intenção de favorecer a colonização da região Oeste.

O CONFLITO

A travessia pela estrada, no momento da colonização, era a melhor alternativa de

circulação para os que migravam do Sul do país para a região Oeste paranaense, bem como

para o fluxo de máquinas e mercadorias. Todo o entorno do parque era completamente

coberto pela floresta nativa e existiam apenas dois municípios e seus poucos habitantes. O

impacto ambiental era muito menos significativo. Mas a substituição da vegetação natural por

terras cultivadas e a urbanização crescente do entorno, visto que hoje existem 128 municípios

na região do PNI, produziram processos que alteraram significativamente a dinâmica do eco-

sistema local. Particularmente, relativo ao PNI, Salamuni (2002) declara que:

A Estrada do Colono fragmenta o Parque em dois ambientes podendo gerar

impactos no ambiente físico, bem nos componentes bióticos. A depender da resposta

que o sistema apresente – fato ainda não avaliado – é possível, inclusive, a não

sustentabilidade de alguns destes ambientes nas vizinhanças da estrada.

(SALAMUNI, 2002, pg.317)

As transações comerciais entre os municípios de Medianeira, Serranópolis do Iguaçu e

Capanema solidificaram-se, tornando o caminho indispensável para a viabilidade econômica

dos negócios. Os principais produtos comercializados são agrícolas (soja, milho e trigo) e o

suíno, fortificando, na realidade local, as parcerias comerciais entre as regiões Sudoeste e

Oeste do Estado do Paraná (OSTROVSKI 2002). Moradores locais alegam prejuízos ao

desenvolvimento econômico da região, causados pelo isolamento em relação ao pólo regional

de Foz do Iguaçu, devido ao aumento do percurso, no transporte de cargas e pessoas. Através

da Estrada do Colono o trajeto entre Capanema e Foz do Iguaçu perfaz 98 km, enquanto que,

pela via oficial que passa por Santa Tereza do Oeste, a distância aumenta para 220 km (DIAS,

2006).

No aspecto social, emotivamente, o Caminho do Colono constituiu para os pioneiros e

descendentes, moradores da região Oeste, um elo com sua terra natal, suas tradições, seus

costumes, amigos e familiares. Cândido (2007) demonstra, através de duzentos e oito

entrevistas realizadas com moradores do entorno da Estrada do Colono, que 33,7% destes

acreditam que esse fechamento ocasionou o distanciamento das famílias que moram nas

cidades vizinhas, assim como das que residem no Rio Grande do Sul e em Santa Catarina.

Tendo como aliados órgãos nacionais e internacionais de proteção à natureza,

divulgando o Caminho do Colono como um corpo estranho inserido em área de preservação,

os ambientalistas buscam por intermédio da justiça o seu fechamento (OSTROVSKI 2002).

O site World Twitch (June, 2001), que promove discussões ambientais, divulga que a

divisão do PNI e o trânsito de automóveis no seu interior “provocam danos ambientais

irreparáveis”. Cita a morte de animais por atropelamento e caça, além de confirmar que o uso

do Caminho do Colono certamente vai “provocar alteração do volume de água, de intensidade

de luz, contato com microorganismos estranhos, contaminação do ambiente por agrotóxico e

chumbo de gasolina.” O site também noticia que a “UNESCO exigiu providências imediatas

ameaçando inclusive retirar o título de Patrimônio da Humanidade” doado ao PNI. “O

interessante é que na Argentina o mesmo Parque possui 4 estradas federais e ninguém se

importa com isso”, indigna-se Dallo (1999, pg. 143).

Para propulsionar o desenvolvimento do Paraná foram construídas várias estradas

asfaltadas que ligam todos os pontos do Estado, porém, o trajeto oficial de deslocamento do

Oeste ao Sudoeste paranaense aumenta o percurso em, aproximadamente 120 km. Outra

opção é a utilização de estradas da Argentina.

O IBAMA5, em 1981, edita o Plano de Manejo

6 do PNI, definindo como um dos

principais objetivos interditar o Caminho do Colono, desde que houvesse um acordo com os

municípios vizinhos ao parque (OSTROVSKI 2002). Esse objetivo não se concretizou nos

cinco anos subseqüentes, devido à inexistência de medidas para que houvesse o cumprimento

do Plano de Manejo.

O Plano de Manejo do Parque Nacional do Iguaçu, produzido para o período de 1982 a

1986, que deveria sofrer revisão periódica a cada cinco anos, considera que o parque possui

três usos conflitantes: O Hotel Cataratas, a Rodovia das Cataratas e o Caminho do Colono.

Apenas este último teve restrição aplicada.

O órgão então responsável pelo parque, IBDF–Instituto Brasileiro de Desenvolvimento

Florestal7, apresentou negativa para o plano de asfaltamento do trecho dentro do PNI proposto

pelo Governo Estadual, que executava obras de pavimentação em todo o percurso da rodovia,

reafirmando os objetivos apresentados no Plano de Manejo. Os municípios próximos,

entretanto, manifestaram-se a favor dos planos rodoviários. O DER, então, apresentou um

projeto para atender os dois interesses, o de preservar o parque e o de asfaltar a estrada:

[...] o projeto atende a sinuosidade da Estrada existente [implantando] de ambos os

lados uma cerca alambrada com tela galvanizada [...] com 2m de altura útil. O

projeto prevê, ainda, um moderador de velocidade de veículos com a construção de

sonorizadores e lombadas em pontos convenientes distanciados a cada 3 km. Para a

preservação da fauna, deverá ser implantada nos cursos d’água [...] uma passagem

para animais, sob obras de arte especiais, [...] formando corredores de ligação entre

ambos os lados do parque [...] com o propósito de impedir a saída dos animais para o

corpo da Estrada. (IBAMA Apud BONASSA, 2004, pg. 14)

Entra no conflito a entidade ambientalista ADEA- Associação de Defesa e Educação

Ambiental8, que se coloca a favor do fechamento da estrada para melhor preservação do PNI.

Estes fatos motivaram um membro do Partido Trabalhista Brasileiro, a apresentar, em

julho do ano de 1986, Noticia Criminis e Denúncia contra o ato do DER. Mesmo com o

indeferimento deste pedido, no dia quatro de setembro do mesmo ano, o Juiz da 1ª Vara da

Justiça Federal, determinou o fechamento imediato da BR-163 no trecho que corta o PNI. A

liminar é cumprida oito dias após a determinação Federal e no dia doze de setembro

interditou-se o Caminho do Colono.

Tal situação provocou revolta na população da região e no mês seguinte surge a

AIPOPEC-Associação de Integração Comunitária Pró-Estrada do Colono, entidade formada

pelas prefeituras, câmaras municipais, associações comerciais e industriais, sindicatos e

entidades comunitárias de mais de 40 municípios do Oeste e Sudoeste do Paraná, com a

5 Atual IBAMA-Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis. (Nota das autoras)

6 Documento técnico que, com base nos objetivos de uma unidade de conservação, define seu zoneamento,

orienta e controla o manejo de seus recursos. (Nota das autoras) 7 Autarquia Federal sucessora do atual IBAMA- Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais

Renováveis. (Nota das autoras) 8 Primeira organização ambientalista, sem fins lucrativos do Estado do Paraná, criada em 1974. (Nota das

autoras)

finalidade de representá-los judicialmente promovendo ações que mobilizem e sensibilizem

autoridades para reabertura da estrada. Seu foco é promover a integração comunitária

regional, estadual e interestadual com postura de neutralidade política. Também propõe

defender e preservar os recursos ecológicos de todo o PNI, assim como denunciar as

agressões nele feitas.

Em 1987 os municípios organizados requereram, perante a Justiça, prova pericial de que

o asfaltamento da estrada do colono, segundo os moldes propostos pelo DER-PR, através do

Projeto da Estrada Parque Regional, seria prejudicial ao parque. O pedido foi concedido,

entretanto, devido ao não pagamento dos honorários periciais, determinados de

responsabilidade do Estado do Paraná pela Justiça, os trabalhos de perícia não foram

concluídos (BONASSA, 2004).

Após quatro anos do fechamento, em 1990, ocorre o apogeu quanto à polêmica

“Caminho do Colono”. Inúmeros desdobramentos pró e contra a reabertura chamaram a

atenção do Governo Federal e a primeira manifestação contrária é a do Ministro do Meio

Ambiente do Governo Collor que afirmou estar disposto a fazer de tudo para evitar que a

estrada fosse reaberta. Ao contrário, o então Governador do Estado do Paraná, Álvaro Dias,

afirma estar empenhado em conseguir na Justiça a reabertura da estrada, considerando-a

imprescindível para a região. Mediante o sufrágio do Governador, o Juiz da Vara de Justiça

Federal de Foz do Iguaçu-PR, manifestou que não colocaria obstáculos à reabertura, o que

motivaria realização de novas manifestações favoráveis.

A AIPOPEC, em reunião realizada em maio de 1990, movida pelas declarações de

apoio recebidas, acatou a sugestão de realizar um movimento popular pró Parque Nacional do

Iguaçu, marcado para 15 de junho, conseguindo chamar a atenção no âmbito nacional,

reunindo cerca de 30 mil pessoas. Várias autoridades, como o Governador do Paraná, Álvaro

Dias, e o Governador de Santa Catarina, Cassildo Maldaner, Deputados Federais e Estaduais,

Prefeitos e Vereadores de toda a região participaram da manifestação.

A medida não surtiu efeito. O então juiz federal da 1ª Vara no Paraná, cinco dias após a

grande manifestação, proferiu sentença mantendo-a em caráter definitivo. Em 1997, a

AIPOPEC apresentou proposta para a integração do parque com a região:

Na proposta, o Parque era concebido como “a face morta dos municípios” que lhe

fazem divisa [...] “alienado de sua geografia”[...], a AIPOPEC propunha uma

revitalização ampla, de forma a integrar o Parque às necessidades da região, nos

aspectos econômicos [...], culturais [...], políticos [...], ambientais (centros de

pesquisa, educação e restauração ambiental, conservação de solos, destino adequado

de resíduos, corredores de biodiversidade). [...] o que tornaria todas as propostas

viáveis seria a Estrada aberta, “dentro de uma visão moderna do desenvolvimento

sustentado”, onde a Estrada tornar-se-ia um “benefício efetivo para o Parque

Nacional e para toda a região” [...] todos os impactos ambientais seriam

devidamente controlados.(BONASSA, 2004, pg. 16).

Ao mesmo tempo em que isso foi proposto, a Associação pediu a reabertura da estrada e

deu suporte à primeira invasão da Estrada do Colono, que ocorreu no dia oito de maio do

mesmo ano. Teve, ainda, o apoio de Deputados e Prefeitos dos municípios integrantes da

AIPOPEC. Com isso, o Presidente do Tribunal Regional Federal, derrubou liminar que

mantinha a estrada fechada e autorizou o uso do caminho. Ostrovski conta que cerca de 30

homens realizaram o cascalhamento e patrolamento do caminho.

A situação manteve-se por pouco tempo, até meados de junho, quando foi proposta pelo

IBAMA uma revisão do plano de manejo do PNI, para a inclusão do uso da estrada, se a

mesma fosse desocupada em noventa dias. Entretanto, o plano não foi revisto, ao invés disso

foi elaborado um estudo por engenheiro responsável apontando os impactos provocados pelo

uso da estrada no ambiente circundante. A AIPOPEC reagiu contra esse estudo e iniciou-se

nova manifestação popular, desta vez comandada pelo MAP-Movimento Amigos do Parque9.

Ostrovski (2002, pg. 117) conta que em junho de 1999, criou-se extensiva campanha de

incentivo à população lindeira para o envio de 40 mil cartas ao então Presidente da República,

Fernando Henrique Cardoso, “contando a história da ocupação do Oeste paranaense e a

importância histórica do Caminho do Colono para a colonização e a manutenção de uma

sustentabilidade econômica regional.” Em novembro de 2000 a estrada é legalmente reaberta:

[...] atendendo a uma decisão do Supremo Tribunal Federal que permitia o uso da

Estrada a partir do dia 14 de novembro, enquanto se aguardava um novo julgamento.

Esta decisão era provisória e não anulava o despacho judicial de julho de 1997, do

Superior Tribunal de Justiça, que determinou o fechamento. (BONASSA, 2004, pg.

18).

Um ano após a reabertura, o exército, o Comando de Operações Táticas (COT) da

Polícia Federal, da Polícia Florestal e IBAMA promoveram o fechamento da Estrada,

entrando em confronto direto com a população invasora. Ainda, em 4 de outubro de 2003,

ocorreu a terceira invasão da estrada, que durou poucos dias, devido ao temor de um novo

confronto com a polícia. Assim o local foi ocupado pela Polícia Militar para que não houvesse

mais invasões.

Dias (2007) menciona na proposta do Plano Diretor para Capanema que o fechamento

da Estrada do Colono acabou com uma das principais fontes de renda da população. A estrada

também foi de extrema importância para a cidade de Medianeira, ajudando no

desenvolvimento local através da facilidade de acesso que proporcionava. Na proposta para o

Plano Diretor de Medianeira, Dias (2007) afirma que o fechamento da estrada criou: “[...] um

déficit econômico negativo para o município”. Outro município prejudicado foi Serranópolis

do Iguaçu, que se originou da junção de dois distritos rurais de Medianeira, possuindo

características basicamente agrícolas. A maior parte do município encontra-se na Zona de

Transição10

do Parque Nacional do Iguaçu. Assim, a cidade recebe através da Lei

complementar n°59/51, que institui o pagamento aos municípios que possuam áreas de

conservação no seu território ou que sejam influenciadas por essas áreas, pagamento do

Governo do Estado do Paraná, o que, segundo Bonassa (2004), representou 70% do

orçamento da prefeitura de Serranópolis do Iguaçu em 2002.

Em publicação pertinente ao conflito, o Jornal do Oeste (2000), relatou conclusões do

estudo elaborado pelo professor e economista Ademir Clemente, da Universidade Federal do

Paraná (UFPR):

[...] conclui que as duas regiões perderam cerca de 4 bilhões de reais com o

fechamento da rodovia e a cidade de Capanema teve sua população reduzida de 32

mil para 18 mil habitantes, devido ao seu isolamento. A produção de frangos e

suínos também caiu drasticamente na região [...] Capanema perdeu 250 empresas e

327 milhões de dólares em riquezas entre os anos de 1987 e 1995, enquanto no

mesmo período Planalto e Pérola do Oeste perderam 100 milhões de dólares cada

uma. No Oeste, os municípios que mais perderam foram Medianeira, Missal, Santa

Helena e São Miguel do Iguaçu. (J. DO OESTE, 12/mar/2000, pg. 12)

Dallo (1999) cita em sua publicação os parques cortados por estradas que Dr. Kit

Abdala11

conta ter atravessado:

9 Com sede em Curitiba e presidida naquela ocasião por João José Bigarella. (Nota Bonassa)

10 Também denominada zona de amortecimento: é o entorno de uma Unidade, onde as atividades humanas estão

sujeitas a normas e restrições específicas, com o propósito de minimizar os impactos negativos sobre a unidade.

(Nota Bonassa) 11

Médico e consultor internacional da JHPIEGO (Johns Hopkins Program for International Education in

Gynecology and Obstetrics) para os países da África, Ásia, Caribe e América Latina. (Nota Dallo)

Na Tanzânia, por exemplo, o fabuloso Serengeti Park, [...], tem uma estrada que o

atravessa por mais de 500 Km; as crateras de Ngorongoro têm uma estrada de mais

de 280 Km; o Parque Kilimanjaro, mais de 300 Km; o Parque Selous é atravessado

por mais de 700 Km; o Parque Tsavo, no Quênia, tem uma estrada de mais de 500

Km; o Grand Cannyon, [...], o Yosmite, o Yellow Stone e centenas de outros

parques famosos são atravessados por centenas de quilômetros e nem por isso

destruíram seus Parques. (DALLO, 1999, pg.52)

Um exemplo de estrada versus preservação no Estado do Paraná é o caso da Rodovia

PR-410, conhecida como Estrada da Graciosa, nascida da antiga rota dos tropeiros em direção

ao litoral do Estado. Desce a serra atravessando 20 Km dentro da Mata Atlântica e limita dois

importantes parques estaduais: o Parque Estadual da Graciosa e o Parque Estadual Roberto

Ribas Lange. Em 1993, parte do trecho foi declarada pela UNESCO como Reserva da

Biosfera da Mata Atlântica (MAPA VIVO, 2007).

CONSIDERAÇÕES FINAIS

Acredita-se que esse capítulo da história (ver APÊNDICE 01) ainda não foi encerrado,

pois, ainda hoje, percebe-se uma população motivada, apenas aguardando novos estímulos

que a leve a promover movimentos pró-reabertura Estrada do Colono.

Quando o Caminho do Colono foi fechado interrompeu-se o fluxo comercial, quase que

por completo entre as regiões Oeste/Sudoeste. A consequente e consecutiva queda nas trocas

comerciais e na arrecadação de impostos são reflexos da inviabilidade de certas transações

econômicas devido à nova distância imposta, pois, se antes, a ligação de pontos comerciais

que não ultrapassava cem quilômetros, em questão de dias, muda para mais de duzentos e

cinqüenta. Essa nova realidade econômica produz efeito negativo que se espalha por toda uma

extensa rede de ligações e interconexões, devido a um estreito nível de interdependência

regional.

Viu-se neste tema a oportunidade de contextualizar uma situação de aplicabilidade da

Política de Desenvolvimento Urbano e Regional para o Estado do Paraná (PDU), que tem

como proposta organizar um sistema de planejamento que apóie programas, projetos e ações

que visem a melhoria das condições de vida e ampliação das oportunidades de geração de

emprego e renda.

Se o fechamento torna-se inevitável e irreversível, deve-se discutir obras

compensatórias a estas regiões, que venham a suprir as lacunas deixadas pela falta

de ligação. [...]. Preservar as populações locais e evitar migrações é um fator

importante que deve ser considerado. (OSTROVSKI, 2002, pg.144)

Não se pode negar que se, por um lado, o fechamento trouxe prejuízos econômicos e

sociais às regiões próximas à estrada, peculiarizadas por processos de contínua evasão

populacional e desempenho socioeconômico, por outro, certamente promoveu o

desenvolvimento daquelas regiões lindeiras à rodovia que circunda o parque, devido ao

aumento de oportunidades motivadas pela nova logística, agora obrigatória.

Compreende-se as exacerbadas reações dos ambientalistas quando se analisa o que se

passava na época: o Governo Estadual executava obras de pavimentação em todo o percurso

da rodovia e planejava adentrar o trecho do PNI com os mesmos padrões rodoviários. Previam

o tráfego de cargas de grande porte e maior velocidade dos veículos, o que, necessariamente,

corrigiria e alteraria aclives e curvas do traçado original.

Na esfera ambiental, não se tem conhecimento bibliográfico de medidas que

promoveram maior preservação ao parque senão aquelas realizadas pela população a favor da

reabertura da estrada. Não faltaram propostas de uso racional e equilibrado do Caminho do

Colono, dentro de uma consciência preservacionista da população local, principalmente a do

Sudoeste do Estado, condenada ao isolamento.

Para essas questões sempre haverá, para ambos lados do conflito, argumentos relevantes

e verdadeiros que sinalizam os ânimos movedores da discussão. A lei impera: sensata ou

insensata; adequada ou inadequada; tolerante ou intolerante; racional ou irracional; mas,

certamente, polêmica.

REFERÊNCIAS

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<http://www.worldtwitch.com/spvs.html> Acesso em: 08 fev.2009

ANEXO 1 – MAPA DE LOCALIZAÇÃO DO PNI E DA ESTRADA DO COLONO

APÊNDICE 01 – QUADRO HISTÓRICO DA ESTRADA DO COLONO

DATA ACONTECIMENTO

28/7/1916 Decreto nº 653 prevê a desapropriação de uma área de 1008 ha para reserva legal.

1924 A Coluna Prestes passou por uma trilha que afirmam ser o Caminho do Colono.

20/10/1930 Decreto Estadual nº 2.153, ampliou a área para 3.360,90 ha.

10/1/1939 Decreto Federal nº 1.035, assinado por Getúlio Vargas, cria-se o Parque Nacional do Iguaçu.

1940 Concretiza a criação do Caminho do Colono, surgindo como um dos elementos que facilitam a inserção da região Oeste do Estado do Paraná na economia regional e nacional.

1942 Cria-se infra-estrutura básica para a manutenção do parque, com Residência oficial, a Administração, Hotel das Cataratas, além das casas dos funcionários estando o parque apto à visitação publica.

17/5/1944 Decreto Lei Federal nº 6.506, desapropria-se para utilidade publica as terras situadas no Estado do Iguaçu, as quais foram incorporadas ao parque.

14/6/1944 Decreto nº 6.587, incorpora a esta reserva área pertencente ao Patrimônio da União, atingindo como limite Leste o Rio Gonçalves Dias; e ao Sul o Rio Iguaçu; e ao Norte a rodovia Iguaçu – Cascavel; e ao Oeste o Rio São

João.

1954 A estrada foi oficializada pelo DER.

1/12/1981 Decreto nº 86.667, fixa os novos limites, esclarecendo divisas até então em discussão.

1981 Primeira medida proferida contra o funcionamento do Caminho do Colono, quando o IBAMA edita o Plano de Manejo do PNI, definindo como principal objetivo interditar a estrada BR-163.

1986 O Estado do Paraná inicia as obras de asfaltamento da BR-163, com projeto para asfaltar o trecho Caminho do Colono.

4/9/1986 A 1a Vara da Justiça Federal determina o fechamento imediato da BR-163 no trecho que corta o Parque Nacional do Iguaçu.

12/9/1986 O Juiz Dr. Milton Luiz Pereira concretiza o fechamento da estrada.

16/9/1986 O Procurador geral do Estado do Paraná solicitou ao Presidente do Tribunal Federal de Recursos, a revogação da liminar, tendo o TFR confirmando a decisão em primeira instância mantendo a estrada fechada.

24/5/1990 A AIPOPEC reúne 30 mil pessoas em um movimento popular pró Parque Nacional do Iguaçu.

nov/93 O STR deu provimento ao recurso interpostos pelos municípios lindeiros ao PNI, restabelecendo o direito à elaboração de provas e perícias.

24/4/1997 Os integrantes da AIPOPEC reuniram-se em Brasília com diretor do IBAMA, entregando o projeto de revitalização do parque e consequentemente de reabertura da estrada.

8/5/1997 Cerca de 2000 agricultores montam acampamento no Parque Nacional do Iguaçu.

12/5/1997 Liberam a passagem de veículos pela estrada.

12/5/1997 A AIPOPEC protocola no Tribunal Regional Federal um pedido para que seja derrubada a liminar eu fechou o caminho.

13/5/1997 Ocorre uma mobilização que reuniu cerca de 40 mil pessoas, restabelecendo a ligação entre as duas regiões.

15/5/1997 Realizou-se assinatura entre o IBAMA e a AIPOPEC, prevendo a desocupação do parque e a formação de uma comissão para estudar alterações no Plano de Manejo da reserva.

26/5/1997 O presidente do TRF, Pedro Máximo Paim Falcão, derruba a liminar que mantinha fechada a estrada.

19/6/1997 O Ministro do Superior Tribunal da Justiça determina novo fechamento do Caminho do Colono, alegando que Paim Falcão não tinha competência para julgar o mérito.

27/6/1997 Foi decidido que o Caminho do Colono será fechado por três messes, para que o IBAMA promova estudos para um novo Plano de Manejo.

12/1/1998 Como o prazo de três messes expira sem que o IBAMA promova os estudos, populares voltam a abrir a estrada.

jun/99 Cria uma intensiva campanha de incentivo a população lindeira, enviando 40 mil cartas ao presidente Fernando Henrique Cardoso, contando a história e a importância do Caminho do Colono para a colonização e a

manutenção econômica regional.

2/12/1999 A Comissão de Desenvolvimento Urbano e Interior da Câmara aprova o parecer, que define o Caminho do Colono como Zona de Uso Intensivo do PNI.

30/02/2000 Os peritos concluíram que os impactos causados ao meio ambiente serão bem menores que os grandes benefícios que ela trará aos municípios e a população.

1/6/2000 A Comissão do Meio Ambiente da Câmara dos Deputados aprova a abertura do Caminho do Colono, permitindo o uso intensivo do Caminho do Colono.

13/6/2001 Cumpre-se a liminar da Juíza Marga Ingá Tessler do Tribunal Regional Federal da 4a Região de Porto Alegre, de fechamento do caminho, sendo que o pedido havia sido feito há mais de um ano e meio, no mês de Janeiro de 2000.

13/6/2001 Mobilização realizada para o fechamento efetivo da estrada contou com a chegada no local de seis ônibus, oito viaturas, dois helicópteros e caminhões com homens da Policia Federal, apoiados pelo exército, para efetuar a

dinamitação do percurso.