fag faculdade assis gurgacz cÉlio roberto farias

24
FAG – FACULDADE ASSIS GURGACZ CÉLIO ROBERTO FARIAS LAUDO TÉCNICO DE VISTORIA DE ENGENHARIA CASCAVEL – PR 2018

Upload: others

Post on 09-Feb-2022

2 views

Category:

Documents


0 download

TRANSCRIPT

FAG – FACULDADE ASSIS GURGACZ

CÉLIO ROBERTO FARIAS

LAUDO TÉCNICO

DE VISTORIA DE ENGENHARIA

CASCAVEL – PR

2018

2

FAG – FACULDADE ASSIS GURGACZ

CÉLIO ROBERTO FARIAS

ENGENHARIA DE AVALIAÇÕES E PERÍCIAS

Laudo Técnico de Vistoria Predial de Engenharia

realizado em imóvel urbano apresentado como

requisito à conclusão do curso de Pós-Graduação

em “Engenharia de Avaliações e Pericias” da

Faculdade Assis Gurgacz.

CASCAVEL – PR

2018

3

SUMÁRIO:

1 – CONSIDERAÇÕES INICIAIS.........................................................................................4

2 - LOCALIZAÇÃO............................................................................................................4

3 - ESCOPO .....................................................................................................................5

4 - DESCRIÇÃO DO IMÓVEL ............................................................................................6

4.1 – Responsabilidade Técnica......................................................................................7

4.1.2 – Execução.............................................................................................................7

4.1.3 – Documentação....................................................................................................7

5 - VISTORIA DO IMÓVEL ................................................................................................7

6 - RESSALVAS.................................................................................................................8

7 - CATEGORIZAÇÃO ......................................................................................................8

8 - METODOLOGIA........................................................................................................11

9 – CLASSIFICAÇÃO DO GRAU DE RISCO........................................................................11

10 – DESCRIÇÃO DOS DANOS E PATOLOGIAS OBSERVADAS.........................................12

11 – CENÁRIO ATUAL....................................................................................................13

11.1 – Patologias em Ocorrência ..................................................................................13

11.1.1 – Infiltrações......................................................................................................13

11.1.2 – Trincas e Fissuras.............................................................................................15

11.1.3 – Instalações Elétricas .......................................................................................17

11.1.4 – Revestimentos de paredes e pisos...................................................................19

11.1.5 – Pintura............................................................................................................21

12 – CONCLUSÃO..........................................................................................................23

13 – ENCERRAMENTO...................................................................................................24

4

01. CONSIDERAÇÕES INICIAIS

O presente Laudo Técnico de Vistoria Predial foi solicitado pela Prefeitura Municipal de São

João, Estado do Paraná, e elaborado em obediência às diretrizes atribuídas pelas Normas

Técnicas Brasileiras aprovadas e regulamentada pela Associação Brasileira de Normas

Técnicas – ABNT, sendo imprescindíveis as suas recomendações, convenções e requisitos em

todas as manifestações escritas, tais como: Pareceres e Laudos Técnicos de Engenharia.

A concepção e apresentação deste Laudo Pericial de Engenharia é de total responsabilidade

do profissional qualificado, legalmente habilitado pelo Conselho de Arquitetura e

Urbanismo – CAU, de acordo com a Lei Federal nº 5194/66 e, entre outras, as Resoluções nº

205, 218 e 325 do CONFEA e Lei n° 12.378/10 do CAUBR.

Considerando o que preconiza a NBR-13.752/96 – Perícias de engenharia na construção

civil, define-se a perícia como “atividade que envolva a apuração das causas que

motivaram determinado evento ou da asserção de direitos”.

Não é o objetivo e pretensão deste trabalho esgotar o assunto que, pela própria natureza e

complexidade, necessita, para o seu aprofundamento, de um nível de conhecimento que

excede os princípios básicos aqui apresentados. Desta forma, objetivando complementar o

aprendizado em relação do assunto é apresentada a bibliografia que poderá ser consultada

por aqueles que tiverem interesse em aprofundar o estudo dos fenômenos relacionados à

patologia das edificações e análise estrutural.

02. LOCALIZAÇÃO

A edificação, objeto deste estudo refere-se à sede administrativa da Prefeitura Municipal de

São João, denominada Paço Municipal 25 de Julho, e encontra-se localizada na Avenida XV de

Novembro, nº 160 – Centro, São João Estado do Paraná, com as seguintes coordenadas

geográficas: Latitude 25° 49’ 23,96” - longitude 52° 43’ 44,01”

5

Figura 01: (fonte: autoria própria do autor) Localização Nacional

Figura 02: (fonte: autoria própria do autor) Localização Estadual

Imagem 01: (fonte: Google Maps), extraída em 05/12/2018 Localização da Obra

03. ESCOPO

O presente trabalho tem por finalidade a realização de uma inspeção predial como um

“Check-up” da edificação com a finalidade de averiguação e procedimentos técnicos

investigativos da Engenharia Diagnóstica, de elementos construtivos, com o objetivo de

identificar e relatar as anomalias construtivas e falhas de manutenção que interferem e

prejudicam a funcionalidade, suas instalações, seu desempenho, vida útil, análise de risco

6

oferecido aos usuários, patologias, danos físicos e vícios construtivos existentes no prédio da

sede administrativa da Prefeitura Municipal de São João, Estado do Paraná, bem como

relatando o nexo causal, apontando as possíveis causas que deram origem às manifestações,

recomendando os procedimentos necessários para as obras de reparo.

Neste contexto, é importante frisar que, a ANOMALIA representa a irregularidade relativa à

construção e suas instalações, enquanto que a FALHA diz respeito à manutenção, operação

e uso da edificação.

4.0 – DESCRIÇÃO DO IMÓVEL

O imóvel, objeto deste trabalho, é constituído por uma edificação de três pavimentos, com

acesso principal pela Avenida XV de Novembro, nº 160, distribuídos da seguinte forma:

- Pavimento Subsolo, com acesso independente pelo calçadão municipal, situado na lateral

esquerda, para quem olha o prédio do logradouro público, onde é utilizado pela Câmara

Municipal de Vereadores.

- Pavimento Térreo, com acesso direto do logradouro público tem-se a utilização pelos

Departamentos: Jurídico, de Trânsito, de Engenharia, de Informática, Secretaria de Indústria

e Comércio, espaço destinado a estacionamento de veículos oficiais municipais e acesso ao

Pavimento Superior.

- Pavimento Superior, com acesso por rampa e escada, tem-se a utilização pelos

Departamentos: de Tributação, de Contabilidade, de Licitações Contratos, de Recursos

Humanos, de Compras, Secretaria de Administração e Finanças e Gabinete do Prefeito.

O imóvel possui uma área total construída de 1.106,78m² (um mil, cento e seis metros, setenta

e oito centímetros quadrados), edificada no ano de 1980, com acabamento padrão normal,

caracterizado por estrutura em concreto armado, fechamento em alvenaria, divisões internas

em alvenaria e divisórias leves tipo eucatéx, aberturas em alumínio e vidro, piso em pavifléx,

cerâmica e concreto alisado, forro em eps texturizado e laje em concreto armado, estrutura

da cobertura em madeira e telhas em aço galvanizado.

7

Em entrevista o Sr. Alcides Rosa, funcionário público aposentado e pedreiro que trabalhou

na obra, este informou que a fundação é do tipo estaca escavada com trado manual, tem a

profundidade em torno de 10,00 metros, a laje é de concreto armado do tipo maciça.

4.1 Responsabilidades Técnica

4.1.1 - Elaboração de projetos

Projeto arquitetônico:

Arquiteta Rosângela Curra, CREA PR-3.250/V - ART nº 018833

Projetos Hidrosanitário e Prevenção de Incêndio:

Engenheiro Civil Adroaldo Dal Ri, CREA PR-10.571/D – ART nº 67607

Projetos Elétrico, Telefônico e Estrutural

Engenheiro Civil José Eugênio de Biasio, CREA PR-73.473/D – ART nº 70743

4.1.2 - Execução

Engenheiro Civil Dirceu Mezzaroba, CREA PR-8.921/D - ART nº 109646

4.1.3 – Documentação

Alvará de Construção: 517/1980

Carta Habite-se: 004/1983

05. VISTORIA DO IMÓVEL

Foi realizada a vistoria no imóvel em data de 23 de agosto de 2018, na companhia do Prefeito

Municipal, Sr. Altair José Gasparetto, representante legal da requerente, oportunidade em

que foram observadas as características e condições gerais do imóvel.

VISTORIA “ad perpetuam rei memoriam” , ou seja, a presente vistoria para perpétua

memória do fato obedece às diretrizes preconizadas pelas Normas Técnicas Brasileiras

aprovadas pela Associação Brasileira de Normas Técnicas – ABNT e Instituto Brasileiro de

Avaliações e Perícias – IBAPE 2009 e da Norma de Manutenção em Edificações - NBR 5674, da

ABNT.

8

Durante a vistoria realizada “in loco”, não foram realizados ensaios destrutivos e/ou testes

com equipamentos, foi realizada a inspeção visual, colhidas imagens fotográficas que

constituem embasamentos anexos, análise de documentação técnica esclarecedoras ao

trabalho, a qual foi disponibilizada pelo órgão público.

Os principais danos e patologias observados, durante a vistoria técnica, foram:

• Infiltrações provenientes da cobertura do prédio e das sacadas;

• Trincas e fissuras em alguns locais específicos de fachada;

• Ausência ou impermeabilização vencida e deteriorada;

• Revestimento de pisos e azulejos danificados;

• Sistema elétrico danificado e sem proteção.

06. RESSALVAS

As análises e conclusões expressas no presente trabalho são baseadas em dados, pesquisas,

normatização e levantamentos verificados “in situ”, sendo todas as conclusões limitadas às

condições visuais.

Este signatário declara não ter interesse presente ou futuro, próprio ou de familiares, na

realização de obras de recuperação do imóvel periciado, não havendo qualquer tipo de

vantagem sobre o resultado final do trabalho apresentado.

07. CATEGORIZAÇÃO

Analisando as edificações, podemos compará-los analogamente com o ser humano em

semelhança com a estrutura e sistemas, assim vemos:

As ESTRUTURAS definimos como o Esqueleto

A ALVENARIA como a musculatura

Os REVESTIMENTOS como a pele

As instalações HIDRÁULICAS E ELÉTRICAS como o sistema circulatório.

9

Analisando este contexto, identificamos que o adoecimento das edificações são originárias

por fatores internos e externos.

Os fatores internos ou endógenos, são derivados da deficiência de projeto ou execução

da obra, utilização inadequada ou deterioração natural, pelo esgotamento da sua Vida Útil ou

até mesmo por fatores inerentes ao próprio imóvel.

Já os fatores externos, ou exógenos, decorrem de ações impostas por fatores produzidos

por terceiros.

Os vícios e defeitos construtivos, originam-se da falta de observação das normas,

deficiências no material e/ou na mão de-obra, aliadas à eventual negligência dos

construtores.

Vícios construtivos, define-se como anomalias da construção, originária da inadequação

de qualidade prometida ou esperada, ou seja, são falhas que tornam o imóvel impróprio

para o uso ou lhe diminuem o valor. Isso acontece em alguns casos específicos.

Por exemplo, um pequeno defeito na pintura, alguma pequena falha no rejuntamento

de azulejos, uma esquadria mal regulada, entre muitos outros, nem sempre tornam o

imóvel impróprio para uso, mas é o estopim inicial de um processo patológico que culminará

na diminuição do valor venal do imóvel.

Desta forma, classificamos os vícios construtivos como fatores endógenos provenientes de

irregularidades de projeto, ou de execução, ou de materiais utilizados, constituindo uma

inexecução da obrigação, quando da combinação destas etapas.

Defeitos, define-se como falhas que fazem com que o fornecimento de produtos ou

serviços afetem ou possam afetar a saúde e a segurança do consumidor. Os vícios e os defeitos

podem ser aparentes ou ocultos. Vícios ou defeitos aparentes são os de fácil constatação,

que podem ser notados de forma visual, quando da entrega do imóvel. Os demais são

os vícios ocultos que diminuem, ao longo do tempo, o valor do bem ou a tornam

imprópria ao uso a que se destina. Vejamos, caso o consumidor, na aquisição do produto,

tivesse conhecimento do vício oculto, poderia pleitear abatimento no preço ou até mesmo

desistir da compra. É importante ressaltar que, de acordo com o Art. 18 do Código de

Defesa do Consumidor, é possível ao consumidor pleitear abatimento do preço ou até

mesmo desistir da compra no caso da existência de vícios que tornem o imóvel impróprio

para o uso ou diminuam o valor.

10

As falhas podem se classificar por planejamento, consoantes a estratégia de manutenção

que além dos aspectos de concepção do plano, podem estar relacionadas a periodicidades de

execução.

A execução propriamente dita, com procedimentos inadequados, incluindo uso de

materiais. E por fim a operacionalidade e gerenciamento.

Danos são o resultado e/ou as consequências dos vícios e defeitos que, na construção

civil, afetam a própria obra, ou o imóvel vizinho, ou os bens, ou as pessoas nele situados,

ou ainda a terceiros (transeuntes e outros).

Desempenho significa comportamento em utilização. O conceito de desempenho parte do

pressuposto de que um produto deve apresentar certas propriedades a fim de cumprir

a sua função, quando sujeito a determinadas influências ou ações durante sua vida útil.

Desnecessário apontar que a partir dos primeiros indícios de deformidades relatadas, as

patologias passam por uma escala evolutiva, consubstanciados em seus processos de

degradação um lento e gradual crescimento, proporcionando ações de iminentes danos de

maior vulto.

Ressalta-se que a decorrência de fatores patológicos seguem a seguinte sequência:

a)- Formação, são desagregações latentes amparadas de ações lentas, graduais e progressivas,

caracterizadas por processos puntiformes iniciais e cuja expansão ainda poderá ser

assimilada sem qualquer dano visível;

b)-Propagação, são ações degenerativas, rápidas e evolutivas das patologias, podendo

declinar-se a origem e natureza também pela ampla área segregada;

c)-Degradação irreversível, é a perda significativa de performance e desempenho,

proporcionando a inviabilidade técnica de procedimentos de manutenção e reparos usuais.

Para tanto consciente e importante enaltecer que, uma degradação em formação permite a

propagação com tendências a lesões graves, e que devem ser analisadas no que estabelecem

os projetos e execução, e os reparos realizados devem cessar por definitivo a propagação e

formação das patologias, de forma a atender quanto ao nível de desempenho esperado

do produto, dentro do que preconiza as Normas Técnicas vigentes.

A manutenção é apenas um alerta, e ressalta que qualquer problema incorrigível ou

inviável, do ponto de vista do custo versus benefício, pode ser desmembrado em soluções

paliativas menores e viáveis.

11

08. METODOLOGIA

Visando relacionar as irregularidades prediais representadas por ANOMALIAS construtivas,

FALHAS DE MANUTENÇÃO e de USO INDEVIDO ou prejudicado, foram listadas em ordem

lógica decrescente segundo prioridades de segurança, sugerindo-se a classificação das

irregularidades pelo Grau de Risco e aplicação da ferramenta GUT (Gravidade, Urgência e

Tendência).

Embora também pudessem ser utilizadas outras ferramentas capazes de ordenar as

prioridades, tais como FMEA (Análise de Modo e Efeito de Falha) e o Diagrama de Pareto.

GRAU Gravidade Urgência Tendência

MÁXIMO Risco à vida dos usuários, colapso da edificação, dano ambiental grave

Evolução imediata Em ocorrência

ALTO Risco de ferimentos aos usuários, avaria não recuperável à edificação, contaminação localizada

Evolução a curto prazo

A ocorrer

MÉDIO Insalubridade aos usuários, deterioração elevada da edificação, desperdício dos recursos naturais

Evolução à médio prazo

Prognóstico para breve

BAIXO Incômodo aos usuários, degradação da edificação, uso não racional dos recursos naturais

Evolução à longo prazo

Prognóstico adiante

MÍNIMO Depreciação imobiliária Não evoluirá Imprevisto

De acordo com o artigo 17 do Código de Defesa do Consumidor, equiparam-se aos

consumidores todas as vítimas do evento. Isto quer dizer que se alguém estiver passando

na rua e for vítima de algum material caído da obra, deve ser indenizado,

independentemente da culpa do construtor e como se fosse um consumidor

O método GUT baseia-se na ponderação do grau de comprometimento (ou da criticidade)

para cada enfoque analisado das incorreções construtivas (Condição Técnica Construtiva,

Condições de Uso e Procedimentos de Manutenção), obtendo-se um resultado viabilizando

desta forma a ordenação (ou priorização) das providências necessárias.

09. CLASSIFICAÇÕES DO GRAU DE RISCO

12

Utilizamos como parâmetro de classificação das anomalias e falhas a Norma de Inspeção

Predial do IBAPE, as anomalias e falhas são classificadas em três diferentes graus de

recuperação, considerando o impacto do risco oferecido aos usuários, ao meio ambiente e

ao patrimônio, dentro dos limites da inspeção visual, desta forma, podemos classificar em três

diferentes graus de recuperação.

• GRAU DE RISCO CRÍTICO – IMPACTO IRRECUPERÁVEL – é aquele que provoca danos

contra a saúde e segurança das pessoas e meio ambiente, com perda excessiva de

desempenho e funcionalidade, causando possíveis paralisações, aumento excessivo de

custo, comprometimento sensível de vida útil e desvalorização imobiliária acentuada.

• GRAU DE RISCO REGULAR – IMPACTO PARCIALMENTE RECUPERÁVEL – é aquele que

provoca a perda parcial de desempenho e funcionalidade da edificação, sem prejuízo à

operação direta de sistemas, deterioração precoce e desvalorização em níveis aceitáveis.

• GRAU DE RISCO MÍNIMO – IMPACTO RECUPERÁVEL – é aquele causado por pequenas

perdas de desempenho e funcionalidade, principalmente quanto à estética ou atividade

programável e planejada, sem incidência ou sem a probabilidade de ocorrência dos

riscos relativos aos impactos irrecuperáveis e parcialmente recuperáveis, além de baixo ou

nenhum comprometimento do valor imobiliário.

10. - DESCRIÇÃO DOS DANOS E PATOLOGIAS OBSERVADAS

A patologia é entendida como a parte da engenharia que estuda os sintomas e

mecanismos, as causas e origens dos defeitos e vícios construtivos. Sendo portanto, o

estudo das partes componentes do diagnóstico do problema observado.

O termo “patologia” é utilizado de forma a mencionar e relacionar os problemas e falhas que

ocorrem na fase de concepção, execução e utilização da edificação, gerando diversas causas

para o surgimento de anomalias, a qual está diretamente ligada à eficiência e durabilidade

dos materiais e as técnicas construtivas necessárias para assegurar o desempenho

diretamente associado a Vida Útil de uma edificação, o conforto dos moradores e o aspecto

estético da edificação.

13

Condições de estabilidade da edificação

Durante a vistoria foram constatadas patologias oriundas de infiltrações e vazamentos das

tubulações hidrossanitárias e pluviais, e estas patologias estão evoluindo, através da contínua

infiltração de água nos pisos das sacadas, aumentando a despassivação das armaduras, com

consequentemente abertura nas fissuras e rachaduras existentes, agravado ainda com

infiltrações em tubulações elétricas, elevando a classificação do grau de risco, vindo a causar

danos graves aos usuários, bem como à edificação.

11. - CENÁRIO ATUAL:

11.1 - Patologias em ocorrência cujas Anomalias estão evidenciadas.

11.1.1: INFILTRAÇÕES

Item: INFILTRAÇÕES Foto nº: 01 a 04

Local: SACADAS E FLOREIRAS DO PAV. TÉRREO E

SUPERIOR

Data: 23/08/2018

Foto 01: Face inferior da laje da Sacada do Pavimento Superior (Fachada Lateral Esquerda)

Foto 02: Face inferior da laje da Sacada do Pavimento Superior (Fachada Frontal)

14

Foto 03: Ausência de ralo na Sacada do Primeiro Pavimento (Fachada Lateral Esquerda)

Foto 04: Businote para drenagem da Sacada do Primeiro Pavimento (Fachada Frontal)

Descrição:

PATOLOGIA - Erro de projeto: Um dos principais problemas é a falta ausência de ralo

coleto das águas pluviais, que acabam penetrando nas lajes e paredes de alvenaria,

agravado pela existência de buzinotes para despejo desses fluídos instalados de forma

errônea estando em nível superior ao do piso.

Mão-de-obra Deficiente: Agente causador da patologia, por não ter habilidades para

verificação da Anomalia.

Em alguns pontos, como no caso da foto 02, é visível a deterioração do concreto do com

evidência de carbonatação e oxidação das armaduras devido à umidade excessiva que

está exposta.

Criticidade: Deve ser revisado todo o sistema de captação e condução da drenagem

das águas pluviais, com instalação de ralos e buzinotes situados abaixo

do nível do piso, a fim de captar as águas e conduzi-las até o exterior da

edificação.

RECOMENDAÇÕES TÉCNICAS PARA CORREÇÃO:

As áreas descobertas caracterizadas por sacadas e floreiras devem ser totalmente

impermeabilizadas.

Deverá seguir uma sequência lógica, como segue:

- retirar todo o concreto (camada de proteção) desagregado, ou desagregando-se, ou que não

tenha caimento no sentido do ponto coletor, proporcionando o direcionamento dos fluídos.

- reparar todas as trincas e fissuras;

15

- revisar e reparar todos os ralos de águas pluviais e buzinotes;

- escovar e lavar as superfícies deixando-as limpas, secas e isentas de poeira;

- após o reparo de todas as trincas, limpar toda à superfície, retificar os caimentos e melhorar

a drenagem;

- “bolear” no formato de “meia-cana” a junção das lajes com as paredes e demais

elementos;

- aplicar duas demãos de pintura “prime” e impermeabilizar a área, utilizando manta

asfáltica com 4mm de espessura, totalmente aderida às superfícies, a fogo, subindo, no

mínimo, 35 cm pelas paredes e dobrando, totalmente em cima dos peitoris e nas paredes

laterais.

- Dispor de uma lâmina d’água, de pelo menos 3 cm, em toda a extensão

impermeabilizada da laje e deixar em teste em um período de 05 dias. Se houver

vazamento, identificá-lo e corrigi-lo localmente, pois a manta é totalmente aderida à

superfície;

- executar o acabamento mecânico de proteção à manta com argamassa de cimento e

areia de traço 1:3, com espessura de, no mínimo, 2 cm . Atentar para os vãos de dilatação.

O acabamento mecânico deverá ter dilatação em vãos a cada 2,00 metros.

11.1.2: TRINCAS E FISSURAS

Item: TRINCAS E FISSURAS Foto nº: 05 a 08

Local: SACADAS E PAREDES DO PAV. TÉRREO Data: 23/08/2018

Foto 05: Fissura na face inferior da laje da Sacada do Pavimento Superior (Fachada Lateral

Esquerda)

Foto 06: Fissura na parede em alvenaria do Pavimento Térreo (Fachada Posterior)

16

Foto 07: Fissura na parede de alvenaria, escada de acesso ao Pav. Térreo (Fachada Frontal)

Foto 08: Fissura na parede de alvenaria, rampa de acesso ao Pav. Superior (Fachada Frontal)

Descrição:

PATOLOGIA – Erro de projeto: Um dos principais problemas é a ausência de elementos

estruturais (pilaretes e viga superior) na mureta de alvenaria que compõe o guarda-

corpo na ligação com a laje de concreto armado da escada.

Já nas lajes das sacadas a origem está ligada diretamente à ausência de drenagem

destas. E nas paredes de alvenaria a fissura está sendo agravada pela infiltração oriunda

da sacada situada no pavimento superior.

Face às ações externas aos quais estão inseridos os componentes, as fissuras são

causadas por movimentações térmicas e higroscópicas, agravados pela retração dos

produtos à base de cimento e às alterações químicas dos materiais de construção.

Criticidade: Deve ser realizada a correção das trincas imediatamente, objetivando a

manutenção da edificação, a durabilidade dos materiais e a vida útil da

edificação.

RECOMENDAÇÕES TÉCNICAS PARA CORREÇÃO:

As fissuras e trincas também podem aparecer em virtude da variação térmica de temperatura,

temporárias ou diárias, cujo ar apresente variações de amplitude acentuada durante as

24 horas do dia, dilatando e contraindo os materiais construtivos, principalmente em

elementos expostos, tais como lajes de piso.

17

As fissuras são mais preocupantes quando há acentuado progresso, principalmente, no

sentido da largura. Ou seja, quando elas começam a se alargar, transformando-se em trincas

e rachaduras. Se as fissuras se estabilizarem, menor é a preocupação.

Igualmente preocupante são as fissuras que atravessam a parede de um lado a outro.

Durante a Vistoria, não observamos, visualmente, recalque nas fundações, menos ainda

recalques diferenciais.

A recuperação das trincas e fissuras deverão seguir uma sequência lógica, como segue:

- Abertura de sulco sobre a fissura, em forma de “V” por meio de disco de corte e ou espátulas,

com aproximadamente 1,0cm de profundidade e 1,0cm de largura.

- Remoção do acabamento da parede no entorno do sulco em aproximadamente 20cm e

remoção de todas as partículas soltas no sulco com o auxílio de um pincel.

- Aplicação de selante acrílico flexível.

- Após a secagem do selante, aplicação da primeira demão (camada) de impermeabilizante

acrílico com utilização de pincel.

- Instalação de tela de poliéster sobre a primeira camada de impermeabilizante.

- Aplicação da segunda demão (camada) de impermeabilizante acrílico com utilização de

pincel.

11.1.3: INSTALAÇÕES ELÉTRICAS

Item: INSTALAÇÕES ELÉTRICAS Foto nº: 09 a 12

Local: SACADAS, GUARITA E APARELHOS DE AR

CONDICIONADO

Data: 23/08/2018

18

Foto 09: Face inferior da laje da Sacada do Pavimento Superior (Fachada Posterior)

Foto 10: Luminária do ambiente guarita (Pavimento Térreo)

Foto 11: Aparelho Condicionador de Ar, Pavimento Térreo (Fachada Posterior)

Foto 12: Face inferior da laje da Sacada do Pavimento Superior (Fachada Lateral Esquerda)

Descrição:

PATOLOGIA – De manutenção: Durante a instalação os aparelhos condicionadores de ar,

que procederam após a conclusão da obra, as empresas fornecedoras dos equipamentos

e que realizaram a instalação não detinham de conhecimento técnico e mão-de-obra

qualificada, visto que instalaram o equipamento sem a devida proteção da fiação e ainda

instalaram um disjuntor situado em parede externa, com acesso ao público, facilitando

o vandalismo, colocando em risco a saúde dos usuários e prejuízo de todo o sistema

elétrico da edificação.

Já nas luminárias a segurança do sistema elétrico é prejudicado pela umidade oriunda

da infiltração das sacadas.

Criticidade: Deverá ser revisado realizada a proteção da fiação exposta com a

instalação de eletrodutos e instalação de caixa de proteção para o

disjunto.

19

Já para as reparação das luminárias, antecede a execução dos serviços

de captação e drenagem das águas das sacadas já mencionado

anteriormente.

RECOMENDAÇÕES TÉCNICAS PARA CORREÇÃO:

De acordo com as orientações da NBR 5410, instalações elétricas de baixa tensão deverão ter

todos os cabos de energia providos de isolamento com eletrodutos.

Para o caso em questão poderá ser realizada a proteção do cabeamento elétrico com a

utilização de elementos aparentes, constituídos conduletes e caixas (eletroduto e caixas de

pvc ou aço galvanizado).

Para a caixa de proteção do disjuntor, este deverá estar devidamente identificado.

Para o caso onde os eletrodutos possuem água oriunda da infiltração das sacadas, sugere-se

que após a correção da patologia das infiltrações das sacadas deverá ser revisado a fim de

atestar que a sessada da referida umidade.

11.1.4: REVESTIMENTOS DE PAREDES E PISOS

Item: DESPLACAMENTO EM REVESTIMENTO DE

PAREDES E PISO

Foto nº: 13 a 16

Local: AMBIENTES INTERNOS E CALÇADAS

EXTERNAS

Data: 23/08/2018

Foto 13: Revestimento de piso do Ambiente Sala de Reuniões (Pavimento Térreo)

Foto 14: Revestimento da Calçada de proteção externa do Pav. Térreo (Fachada Posterior)

20

Foto 15: Revestimento de Parede no ambiente sanitário (Pavimento Térreo)

Foto 16: Revestimento de Piso e Parede no ambiente sanitário (Pavimento Térreo)

Descrição:

PATOLOGIA – Falha de manutenção: Desagregação do revestimento de piso da calçada

de proteção externa devido ao desgaste de abrasão e fissuração ocasionada por

movimentação térmica agravada por higroscopia. A falha enquadrada nesta categoria

também é verificada pelos sinais de manutenções realizadas nas tubulações, conexões,

e equipamentos do sistema hidrossanitário, verificado no ambiente sanitário.

Falha de Execução Desplacamento do revestimento cerâmico das paredes do ambiente

sanitário e do revestimento de piso do ambiente sala de reuniões, com a utilização

inadequada da argamassa de assentamento do revestimento.

Criticidade: Deve ser realizada a substituição do revestimento danificado, evitando

a expansão da patologia e prejudicando o desempenho e utilização da

edificação.

RECOMENDAÇÕES TÉCNICAS PARA CORREÇÃO:

As áreas com revestimentos desplacando, somente deverão ser recuperadas após investigado

e sanadas outras possíveis patologias causadoras e não verificadas visualmente.

Deverá seguir uma sequência lógica, como segue:

- remoção das placas cerâmicas soltas e quebradas, bem como os resíduos de argamassa para

o correto nivelamento das novas peças à serem aplicadas.

- limpeza e lavagem da superfície com a remoção de sujeiras, pulverulências, substâncias

gordurosas, bolor, resíduos de cera, dentre outros.

21

- verificar o estado do contrapiso e do emboço onde será reassentada as peças cerâmicas,

fazendo o teste do martelo ou bastão de madeira a fim de identificar através de som cavo

possíveis pontos com problemas.

- se for o caso, remover o emboço e/ou o contrapiso nestes locais.

- se for o caso, reexecutar o emboço e/ou o contrapiso onde for necessário.

- executar uma camada de regularização nos locais onde as placas cerâmicas foram removidas

com a utilização de argamassa colante tomando o devido cuidado para que esta camada não

ultramasse 1,0cm.

- executar o reassentamento das placas cerâmicas com a utilização de argamassa colante de

acordo com as características do material à revestir, tomando especial atenção às orientações

do fabricante para cada tipo de revestimento à ser utilizado (porcelanato, grês, semi-grês,

azulejo, dentre outros).

- executar o rejuntamento das peças com utilização de rejunte de acordo com as orientações

do fabricante para cada tipo de revestimento.

11.1.5: PINTURA

Item: PINTURA Foto nº: 17 a 20

Local: PAREDES EXTERNAS Data: 23/08/2018

Foto 17: Paredes Externas (Fachada Lateral Esquerda)

Foto 18: Parede Externa (Fachada Posterior)

22

Foto 19: Parede Externa da rampa de acesso (Fachada Lateral Direita)

Foto 20: Paredes Externas (Fachada Posterior)

Descrição:

PATOLOGIA – Falha de manutenção: Devido ao desgaste natural da tinta de proteção

externa das alvenarias e elementos estruturais, a edificação já apresenta patologias

oriundas desta falha. Destas, podemos citar as eflorescências, saponificação, bolhas,

descascamento das alvenarias e desagregação dos materiais.

Criticidade:

Deverá ser realizada urgentemente as reparações que estão

ocasionando esta patologia, revestindo as paredes com uma camada de

tinta, que além de transformar visualmente o ambiente, proporciona

uma série de benefícios, tais como: resistência, durabilidade,

valorização e higiene, contribuindo para o desempenho da edificação e

contribuindo para a vida útil.

RECOMENDAÇÕES TÉCNICAS PARA CORREÇÃO:

Logo após a execução dos serviços de correções especificados anteriormente, a edificação

necessita ser repintada, seguindo esta ordem lógica.

- Preparação das superfícies.

- Lixamento das paredes e lajes com utilização de lixa nº 220 (mais finas) nos locais onde a

superfície estiver firme e sem muito excesso de reboco, ou lixa nº 80 (mais grossa), nos locais

onde a superfície estiver mais grosseira.

- Aplicação de selador acrílico, aplicado com rolo de lã, em todas as paredes e lajes à serem

pintadas. Deverá ser aplicado com movimentos verticais (sobe e desce), de modo que a

aplicação seja uniforme.

23

- Aplicação de massa corrida nos locais onde foram realizadas as correções de trincas e fissuras

com o auxílio de desempenadeira e espátula nos cantos. Inspecionar todas as paredes e lajes

com a finalidade de localizar buracos e/ou pequenos defeitos existentes antes de iniciar a

pintura.

- Aplicação da tinta de acabamento em quantas demãos forem necessárias seguindo sempre

as orientações do fabricante bem como o tempo de espera indicado entre cada demãos.

- Cuidado especial deverá ser tomado quanto ao tipo de material e local onde será aplicada a

pintura.

12. - CONCLUSÃO

Em geral, o estado de conservação, a funcionalidade e desempenho da edificação, bem como

o padrão construtivo da edificação pode ser considerado como bom.

As deficiências de manutenção aqui especificados são em funções da idade do prédio, que

necessita de manutenção corretiva e após sanada estas deficiências construtivas necessitará

de atenção e manutenção preventiva.

As maiores patologias encontradas são originárias de infiltrações decorrentes de ausência

de manutenção dos sistemas de drenagem de águas pluviais, instalações elétricas e pintura.

Durante a vistoria não foram identificados recalques diferenciais no prédio, assim como,

não foram observados problemas estruturais, no entanto, estas peças estruturais podem

começar a apresentar problemas de corrosão e despassivação das armaduras e perda de

resistência do concreto, devido ao processo de molhagem e secagem, o que é

extremamente prejudicial às estruturas.

Caso esses reparos não sejam executados, com a urgência devida, pode-se chegar a um

estado de maior deterioração, inclusive estético-funcional, comprometendo a qualidade de

vida e funcionalidade do edifício, diminuindo o tempo de vida útil do prédio.

Não foi possível verificar alterações nos elementos estruturais do prédio, apenas mudança de

setores e divisórias leves e de cunho estético visando melhor aproveitamento interno dos

ambientes.

24

Utilizando a metodologia GUT – Gravidade, Urgência e Tendência, o grau de risco o qual a

edificação enquadra-se é de RISCO REGULAR – IMPACTO PARCIALMENTE RECUPERÁVEL, ou

seja, é aquele que provoca a perda parcial de desempenho e funcionalidade da edificação,

sem prejuízo à operação direta de sistemas, deterioração precoce e desvalorização em níveis

aceitáveis.

Desta forma, sugerimos a tomada de providências com o objetivo de reparar os danos e

defeitos com a maior urgência possível, a qual deverá ser executada com mão-de-obra

especializada, com os serviços deverão ter responsabilidade e supervisão de um profissional

de engenharia e arquitetura devidamente habilitado.

13. - ENCERRAMENTO

Concluo o presente Laudo Técnico de Vistoria Predial, contendo 24 (vinte e quatro) folhas

de papel A4, digitadas eletronicamente e impressas de um só lado, 20 (vinte) fotografias

coloridas e digitalizadas.

Todas as folhas foram devidamente rubricadas pelo Arquiteto e Urbanista Perito que

assina este Laudo Técnico de Engenharia.

São João - PR, 06 de dezembro de 2018.

_____________________________________________________________________

Célio Roberto Farias

Arquiteto e Urbanista CAU A114893-1

Responsável técnico pelo Laudo