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1 FACULDADE ASSIS GURGACZ FREQUÊNCIA DAS MUTAÇÕES TROMBOFÍLICAS ASSOCIADAS COM ALTERAÇÕES CROMOSSÔMICAS, EM MULHERES SUSPEITAS DE INFERTILIDADE FEMININA CASCAVEL 2015

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FACULDADE ASSIS GURGACZ

FREQUÊNCIA DAS MUTAÇÕES TROMBOFÍLICAS ASSOCIADAS COM

ALTERAÇÕES CROMOSSÔMICAS, EM MULHERES SUSPEITAS DE

INFERTILIDADE FEMININA

CASCAVEL

2015

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DIOHÃNE VANESSA SALVINI

FREQUÊNCIA DAS MUTAÇÕES TROMBOFÍLICAS ASSOCIADAS COM

ALTERAÇÕES CROMOSSÔMICAS, EM MULHERES SUSPEITAS DE

INFERTILIDADE FEMININA

Trabalho de conclusão de curso apresentado à Faculdade Assis Gurgacz, FAG, curso de Farmácia.

Prof. Orientador: Claudinei Mesquita da Silva.

Prof.ª coorientadora: Leyde Peder

CASCAVEL

2015

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DIOHÃNE VANESSA SALVINI

FREQUÊNCIA DAS MUTAÇÕES TROMBOFÍLICAS ASSOCIADAS COM

ALTERAÇÕES CROMOSSÔMICAS, EM MULHERES SUSPEITAS DE

INFERTILIDADE FEMININA

Trabalho apresentado no Curso de Farmácia da FAG, como

requisito parcial para obtenção do título de Bacharel em Farmácia, sob a

orientação do Professor Claudinei Mesquita da Silva.

BANCA EXAMINADORA

_______________________________

Claudinei Mesquita da Silva

Mestre

_______________________________

Leyde Daiane de Peder

Mestre

_______________________________

Cascavel, 29 de Junho de 2015.

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DEDICATÓRIA

Em memória a Luiz Salvini, meu avô

que foi meu pai desde ao meu primeiro

suspiro, até seu último suspiro. Foi sempre

pensando em ti, pelo amor de pai que sempre

me desde e jamais negou.

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AGRADECIMENTOS

Primeiramente agradeço a Deus por me dar o dom da vida, por guiar

meus passos não me deixar cair e nem me abalar pelas pedras encontradas no

meu caminho.

A minha mãe por ser essa mulher guerreira que jamais desistiu e saiu do

meu lado, pelo seu amor, apoio e palavras que sempre me confortam.

Aos meu avô Luiz, que Deus quis ao seu lado, sempre acreditou e me

apoiou, me guiou como sua filha, minha avó Maria que sendo minha mãe em

todos os momentos, acreditando e me abençoando sempre a seguir o melhor

caminho. A ti agradeço de todo o meu coração pelo seu amor.

A minha tia Rosangela sendo como minha irmã mais velha, sempre

disposta a me ouvir e ajudar.

Minhas amigas eternas Ana, Lene, Ari, Rose..... sempre ao meu lado,

em todos os momentos.

Ao meu orientador Claudinei e Leyde, por acreditar em mim, e me

aceitar como orientanda. Muito obrigada de coração.

Ao meu noivo, pelo amor, carinho e compreensão, por estar ao meu lado

a todo instante. Amo te.

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SUMÁRIO

1. REVISÃO DA LITERATURA.........................................................................07

2. REFERÊNCIAS.................................................................................................26

3. ARTIGO.............................................................................................................31

4. REFERÊNCIAS.................................................................................................48

5. NORMAS DA REVISTA – CESUMAR..........................................................52

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1. REVISÃO DA LITERATURA

INFERTILIDADE

A infertilidade é uma condição que afeta entre um quinto e um sexto dos casais

em idade reprodutiva. É definida como a redução ou a falta de capacidade de

reprodução, e a sua causa pode estar quer no parceiro masculino ou do sexo feminino

(SOLIGO, 2007). O diagnóstico e tratamento ainda é ineficiente para parte da

população infértil. Até um terço dos casais não tem identificação dos possíveis

fenômenos que possam alterar seu prognóstico em relação ao ciclo gestacional

(BARINI, 2008).

A infertilidade é um problema conjugal significativa, pode ser causada por

defeitos no desenvolvimento do sistema urogenital ou defeitos na função do sistema

endócrino, incluindo o hipotálamo-eixo gonadal, ou por defeitos na gametogênese,

função sexual, fertilização ou embrionário inicial desenvolvimento. Secundária ou

adquirida infertilidade, como depois de doenças das trompas, vasectomia ou exposição

para endotoxinas também pode ocorrer (AKBAS, et al., 2012).

De acordo com a Sociedade Americana de Medicina Reprodutiva, a infertilidade

deve ser considerada quando a gravidez não ocorrer depois de um ano de atividade

sexual normal, sem o uso de quaisquer método contraceptivo, assim como a ocorrência

de três ou mais abortos (SOLIGO, 2007).

Abortamentos recorrentes acometem aproximadamente 12 a 15% das gestações

clinicamente diagnosticadas e afetam 2% da população em idade reprodutiva. Estudos

indicam que o risco de novo episódio de abortamento localiza-se em torno de 24 a

29,6% em mulheres com histórico de um abortamento anterior, 30 a 36,4% após três

casos e 40 a 50%, após quatro episódios de abortamento (FILHO, 2007).

Com idade materna acima de 35 anos, a infertilidade pode ser considerada

antecipadamente com apenas 6 meses de tentativa sem sucesso. Pode ainda ser dividida

em primária, quando nunca ocorreu gestação, ou secundária, quando uma ou mais

gestações já ocorreram antes da paciente se enquadrar ao caso. Já a esterilidade é o

termo utilizado para designar a incapacidade absoluta em conceber (MARTINS, 2013).

A prevalência da Infertilidade é muito difícil de avaliar, havendo estudos que

referem a possibilidade de uma em cada quatro mulheres poder ter dificuldades em

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engravidar ao longo da sua vida. É comum afirmar‐se que 10 a 15% dos casais em idade

reprodutiva se enquadram na definição de infertilidade (GEORGE, 2011).

Na mulher, a infertilidade no aspecto patológico deve considerada durante a

idade reprodutiva, pois fora deste período é fisiológico que a mulher não seja fértil

(MARTINS, 2013). Contudo, pode ocorrer variações geográficas. Um estudo recente,

apresentou uma prevalência de infertilidade variando entre 3,5 e 16,7% nos países mais

desenvolvidos e 6,9 a 9,3% nos menos desenvolvidos. Desses casais, só pouco mais de

50% procuraram ajuda médica (SOLIGO, 2007).

Os motivos femininos causadores da infertilidade que podem ser observados são

alterações estruturais, alterações ovulatórias, distúrbios imunológicos e endometriose.

Além desses, a infertilidade pode sofrer influências da idade na mulher, da frequência

de relação sexual, do peso corporal da mulher, do tabagismo, entre outros critérios.

Sendo assim, diferentes técnicas devem ser empregadas para se concluir um diagnóstico

(MARTINS, 2013).

Segundo George (2011), 9,8% das mulheres com idade entre os 25 e 69 anos

tiveram um problema de infertilidade ao longo da vida. Para as mulheres entre 25 e 44

anos o valor foi de 8,2%. A taxa de concepção mensal nos casais férteis é de

aproximadamente 20%. Durante o 1º ano de relações sexuais regulares e sem uso de

contracepção a gravidez surge em cerca de 84% dos casais, em metade do restante, essa

situação verifica‐se no 2º ano com taxa cumulativa de 92%.

Alterações sanguíneas que levam à hipercoagulabilidade, ou seja, as

trombofilias, podem comprometer o processo de implantação embrionária. Assim, o

interesse em melhorar as taxas de implantação embrionária levou ao estudo da

angiogênese no sítio de implantação e, consequentemente, das doenças relacionadas a

alterações no sistema de coagulação sanguínea (SOLIGO, 2006). Os estados pró

trombóticos podem ser hereditários, adquiridos ou mistos, quando resultam também de

fatores ambientais (uso de estrógeno e obesidade) (SOLIGO, 2007).

O sucesso da gravidez depende do estabelecimento e da manutenção eficientes

do sistema vascular uteroplacentário. Durante a gestação, a unidade uteroplacentária

inicia e modula interação entre o endotélio vascular materno, as células imunocom-

petentes presentes localmente e os determinantes antigênicos presentes na superfície do

trofoblasto, regulando o processo de adesão, ativação e migração celular (FILHO,

2007).

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A relação entre os fatores trombolíticos e a infertilidade deve ser considerada

pela possibilidade de perda precoce espontânea, abortamento pré-clínico, ocasionada

pela alteração da hemostasia de caráter trombolítico no sítio de implantação. Esta

alteração vascular afeta a invasão trofoblástica e a vasculatura placentária. O

abortamento pré-clínico é definido como aquele que ocorre quando o teste quantitativo

de ß-HCG, de baixa sensibilidade, apresenta resultado negativo mesmo em ocasiões

onde foi iniciado o processo de implantação, embora o mesmo não tenha sido

concluído. Esta situação pode inclusive levar à classificação errônea de mulheres como

portadoras de infertilidade sem causa aparente e não como casos de perdas gestacionais

muito precoces (SOLIGO, 2007).

A maioria dos casos de trombofilias cursa de modo assintomático. Pacientes

portadores que apresentem situações de hipercoagulabilidade secundária, exemplo da

gravidez, poderão receber estímulos que resultarão na formação de trombos. Assim, a

presença de trombofilias aumenta o estado de hipercoagulabilidade da gestação,

causando trombose no leito de vascularização placentária, levando a complicações

obstétricas (FILHO, 2007).

As trombofilias têm sido identificadas com maior frequência em mulheres com

falha de implantação submetidas a repetidos ciclos de fertilização in vitro, quando

comparadas com mulheres férteis, também tem sido associada à síndrome de

hiperestímulo ovariano (SHO), que ocorre quando há uma resposta ovariana exacerbada

após uso de indutores de ovulação (FILHO, 2007).

Entre as causas propostas, que conduzem à ocorrência de abortos de repetição,

encontram-se alterações cromossômicas (aneuploidias envolvendo os cromossomos 13,

16, 18, 21, 22, X e Y), anomalias uterinas (septos, sinéquias etc.), distúrbios endócrinos

(hipertireoidismo, Diabetes mellitus descompensado, infecções, síndrome de ovários

policísticos) e os estados pró-trombóticos (trombofilias autoimunes e de origem

genética) (FILHO,2007).

Em recente estudo israelense, tipo caso-controle, foram investigados os fatores

trombofílicos hereditários como FV Leiden, mutação da protrombina e mutação do

MTHFR em 70 neonatos e gestantes com pré-eclâmpsia severa, restrição de crescimento

intrauterino (RCIU) ou descolamento prematuro da placenta (DPP). Nessa pesquisa foi

evidenciada a associação de fetos com FV de Leiden e mutação da protrombina com a

severidade das doenças avaliadas nas gestantes (SOLIGO, 2006).

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Segundo Filho (2007), dentre as trombofilias a presença das deficiências das

proteínas C e S e antitrombina foi mais frequente em pacientes que apresentam história

de abortamentos recorrentes e perdas fetais, havendo associação significativa entre a

presença de fatores trombogênicos e a má história obstétrica.

COAGULAÇÃO SANGUÍNEA

A coagulação sanguínea é um mecanismo fisiológico de defesa do organismo.

Contudo, este processo pode transcorrer de forma anormal e levar à formação de trombo

na parede vascular e consequente obstrução da circulação sanguínea local (SOLIGO,

2006).

O início da coagulação ocorre como resposta a um dano na parede vascular, com

depósito de plaquetas e ativação do sistema de coagulação que culmina com a formação

de uma rede proteica de fibrina que é o coágulo. A hipótese da cascata ou queda-d’água

foi apresentada separadamente em 1964, por MacFarlane e por Davie e Ratnoff

(SOLIGO, 2006).

Considera-se que a coagulação sanguínea ocorre de forma sequencial através da

ativação de zimogênios que, na presença de cofatores como cálcio e/ou fosfolipídeos da

membrana celular, tornam-se serino-proteases ativadas. O processo é controlado por

mecanismo de retroalimentação (BOCKENSTEDT, 2006). Figura 1.

Figura 1: Representação esquemática da cascata de Coagulação, adaptada por GOLÇALVES, 2013.

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Inclui fatores não enzimáticos (fatores V e VIII, que funcionam como proteínas

regulatórias da velocidade de ativação), a ligação de receptores plaquetários específicos

que revelam a atividade coagulante dos fosfolipídeos plaquetários, o início da ativação

sequencial dos fatores dependentes da vitamina K (fatores IX, X, VII, proteína C e

proteína S), com consequente agregação plaquetária e a formação da rede de fibrina

(BITHELL, 1998).

A via extrínseca é uma via da coagulação sanguínea que descreve o mecanismo

no qual a coagulação se inicia em resposta a um trauma. Os fatores envolvidos na via

extrínseca são o fator tecidual (TF) e o fator VII. O fator tecidual não é normalmente

expresso nas células que estão em contato com o plasma. A importância do fator

tecidual na manutenção da integridade vascular e desenvolvimento embrionário foram

sugeridos há cerca de dez anos (BARINI, 2008).

Entretanto, a via intrínseca é ativada quando o sangue entra em contato com uma

superfície carregada negativamente. Este contato desencadeia uma série de reações

envolvendo os fatores XII, XI, IX e VIII. A principal função da via intrínseca é ampliar

a ativação da coagulação deflagrada pela via do fator tecidual (SOLIGO, 2006).

A ativação do fator XII, promove a conversão da pré-calicreína em calicreína e a

ativação do fator XI, ocorre ainda a clivagem do cininogênio e consequentemente a

formação do fator fator IXa. Quando o fator IX é ativado, ele forma um complexo com

o fator VIIIa, cálcio e fosfolípides. Este complexo, denominado complexo tenase, pode

converter o fator X em Xa e tem um papel relevante no processo de hemostasia.

Produzindo a enzima trombina que ativa e a formação do complexo protrombinase na

cascata de coagulação. Este complexo é decorrente da ação do fator Xa no fator Va. Na

presença de fosfolípide aniônico, o fator V é ativado. O fator Va leva à formação de

trombina a partir da protrombina (SOLIGO, 2006).

O fator X ativado pode catalisar a conversão de protrombina em trombina,

porem com velocidade lenta. Ocorrendo a formação da rede protéica de fibrina no

processo da cascata de coagulação. A fibrina recém-formada é estabilizada po8r ligação

cruzada e catalisada pela trombina ativada (BARINI, 2008). O processo de hemostasia é

um equilíbrio dinâmico entre a coagulação e a fibrinólise. A fibrinólise age como um

mecanismo reparador, onde ocorre uma proliferação de células endoteliais para

recanalização do vaso (MICHELON, 2002).

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O papel fisiológico da antitrombina é limitar o processo de coagulação através

da inibição da trombina livre e do fator Xa, sendo mais eficaz quando associada à

heparina presente na superfície das células (SOLIGO, 2007).

A proteína C é o principal mecanismo para prevenir a trombose na

microcirculação, por regular a formação de trombina. A proteína C é uma proteína

plasmática dependente da vitamina K que circula como um zimogênio inativo. A

ligação da trombina à trombomodulina cliva e ativa a proteína C, aumentando em

aproximadamente 1000 vezes a taxa de formação da protease denominada proteína C

ativada, e bloqueando, simultaneamente, a capacidade da trombina catalisar a formação

de fibrina, ativar plaquetas, bem como promover a ativação retro-alimentar dos

cofatores envolvidos na coagulação (SOLIGO, 2006).

A inibição da fibrinólise é necessária para o equilíbrio da hemostasia. A inibição

da plasmina ativa pela alfa2 antiplasmina é considerada um passo importante na cascata

de coagulação, pois estabiliza formação de fibrina. A alfa2 macroglobulina tem um

papel limitado na inibição da plasmina e sua importância aparece na falta de alfa2

antiplasmina (BITHELL, 1998).

TROMBOFILIA

Termo aplicado à tendência ao desenvolvimento a trombose em idade precoce

ou com recorrência frequente, usado originalmente por Edberg, em 1965, para descrever

a tendência à trombose venosa de uma família norueguesa. (CAETANO, 2006).

As anormalidades no processo de hemostasia, resultando em trombose, podem

ser decorrente de condições patológicas denominadas trombofilias. Os fatores

adquiridos e/ou herdados citados como possíveis responsáveis por essa tendência à

trombose são, entre os adquiridos, o anticorpo anticardiolipina e o anticoagulante lúpico

e, entre os herdados, a deficiência de proteína C, a deficiência de proteína S, a

deficiência de antitrombina, a presença do fator V de Leiden, uma mutação no alelo

20210A do gene da protrombina e uma mutação no gene da enzima metileno

tetrahidrofolato redutase (SOLIGO, 2007).

O número de mulheres com trombofilia e submetidas à terapia hormonal com

contraceptivos orais combinados de estrógeno e progesterona é alto e o risco é

diretamente proporcional à dosagem de estrógeno. Isto leva a uma maior preocupação

com a ocorrência de trombose em mulheres inférteis com trombofilia que realizam

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indução de ovulação com altas doses de estradiol em procedimentos de reprodução

assistida (BOCKENSTEDT, 2006).

A possível relação entre a presença destes fatores e a obstrução vascular no sítio

de implantação é considerada nos casos de infertilidade. Além disso, a presença de

trombofilia em mulheres que desejam engravidar e atingem este objetivo pode aumentar

o risco de complicações durante a gravidez, tais como pré-eclâmpsia, restrição de cres-

cimento intrauterino, descolamento de placenta, parto prematuro, abortamento

recorrente, sofrimento fetal crônico, além de eventos isquêmicos durante a gravidez

(SOLIGO, 2006).

Trombofilias hereditárias são as deficiências de antitrombina (antigamente

denominada antitrombina III), proteína C e proteína S, mutações genéticas do fator V

Leiden, gene G20210A da protombina e o gene C677T variante termolábil da enzima

metilenotetrahidrofolato redutase (FILHO, 2007). As trombofilias adquiridas mais

comuns são devidas aos anticorpos antifosfolípides, que incluem o anticoagulante lúpi-

co e os anticorpos anticardiolipina. A resistência à proteína C ativada e a hiper-

homocisteinemia são trombofilias derivadas da combinação de fatores hereditários e

adquiridos (SOLIGO, 2006).

TROMBOFILIAS ADQUIRIDAS: ANTICORPOS ANTIFOSFOLÍPIDES

Os anticorpos antifosfolípides são um grupo de imunoglobulinas que reagem

contra fosfolípides de membrana carregados negativamente. O anticorpo

anticardiolipina e o anticoagulante lúpico são os mais comumente encontrados dentre os

anticorpos antifosfolípides. Há outros testes aplicados para outros anticorpos

antifosfolípides como o fosfatidilserina, fosfatidilinusitol, anticorpo anti ß2

glicoproteína I, mas em estudos recentes estes têm sido encontrados em 9% de mulheres

normais e férteis (SOLIGO, 2006). Os anticorpos antifosfolípides são associados à

trombose de estruturas venosas e arteriais.

Está relacionado a mudanças nos mecanismos de hemostasia, caracterizado por

um aumento da tendência para o sangue coagular e o consequente risco de

tromboembolismo (BARINI, 2008).

TROMBOFILIAS HEREDITÁRIAS

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As causas hereditárias de trombofilia foram investigados desde 1956, quando

Jordan e Nandorff introduziram o termo trombofilia. Nos anos 80, quando as

deficiências de proteínas C e S foram descritas e, mais tarde, em 1994, a descrição do

fator V Leiden. Cerca de 40% dos casos de trombose arterial ou oclusão venosa são

hereditários. O tromboembolismo venoso ocorre muitas vezes como um resultado de

fatores mistos (BARINI, 2008).

Atualmente, é possível identificar a trombofilia hereditária em cerca de 60% a

70% dos pacientes acometidos por trombose (SOLIGO, 2006).

DEFICIÊNCIA DAS PROTEÍNAS C E S

A proteína C foi descrita, pela primeira vez, por Seegers em 1966. É um

anticoagulante natural e sua biossíntese é dependente de vitamina K, a qual é sintetizada

pelo fígado (BITHELL, 1998).

A proteína C ativada degrada o FV ativado (FVa) e o FVIII ativado (FVIIIa),

além de reduzir a atividade de protrombinase das plaquetas ao degradar o FVa ligado na

membrana plaquetária. Os efeitos da proteína C (PC) são acelerados pela atividade do

cofator da proteína S (PS), com consequente inibição da produção de trombina e fibrina.

A proteína C é ativada quando submetida à ação do complexo trombomodulina-

trombina. Essa deficiência hereditária é autossômica dominante (SOLIGO, 2006).

Os pacientes com deficiência PC apresentam episódios recorrentes de trombose

frequentemente com idade inferior a 45 anos. Indivíduos homozigotos apresentam

doença mais severa e não raramente ocorre a púrpura neonatal fulminante, caracterizada

por microtrombose generalizada, sangramento e necrose tecidual. Uma apresentação

similar pode acontecer em indivíduos heterozigotos submetidos à terapia com warfarina

sem terapia prévia com heparina. Os indivíduos heterozigotos apresentam risco dez

vezes maior para trombose (BUCHANAN et al., 2003).

DEFICIÊNCIA DE ANTITROMBINA III

A antitrombina III é uma glicoproteína plasmática de cadeia única, com função

anticoagulante e pertencente à família das serpinas. São considerados como valores de

normalidade os resultados entre 80 e 120%, sendo deficientes os valores inferiores a

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80%. A atividade de antitrombina foi determinada por método cromogênico, utilizando-

se o kit Biopool (SOLIGO, 2007).

A antitrombina (AT) é uma glicoproteína sintetizada no fígado e considerada um

anticoagulante natural, pois inativa o fator Xa, o fator IXa, a calicreína e várias outras

enzimas que possuem serina no sítio de ligação. A ação da AT é inibida pelo fator 2

plaquetário (SOLIGO, 2006).

Trata-se de uma desordem genética transmitida por herança autossômica

dominante e a maioria é de heterozigotos. Os indivíduos homozigotos são

extremamente raros (BUCHANAN et al., 2003).

Os níveis plasmáticos da AT são discretamente menores nas mulheres na pré-

menopausa e naquelas em uso de contraceptivos orais combinados, em relação aos

homens e às mulheres na pós-menopausa. As concentrações plasmáticas de AT são

reduzidas nos pacientes em uso de heparina, na vigência de processo trombótico,

hepatopatia e síndrome nefrótica (SOLIGO, 2006).

Na deficiência da antitrombina os pacientes heterozigotos apresentam

tromboembolismo recorrente na segunda e terceira décadas de vida. Provavelmente, a

deficiência de AT é a trombofilia hereditária mais severa e a homozigose tende a ser

incompatível com a vida. Há descrição de 127 mutações relacionadas com a deficiência

de AT, o que torna a pesquisa genética impraticável. É uma deficiência rara e ocorre em

1/2000 na população geral e de 1% a 3% em pacientes com eventos tromboembólicos

(BUCHANAN et al., 2003).

O diagnóstico laboratorial da deficiência da antitrombina é mais preciso através

de uma avaliação funcional do que com teste imunológico, usando preferencialmente,

um método capaz de detectar problemas com ligação no sítio de heparina e no sítio

ativo da proteína. Os níveis de AT não são influenciados pela terapia com warfarina, ou

durante anticoagulação com heparina. Por isso, a avaliação de AT deve ser realizada

pelo menos cinco dias após a interrupção de terapia com heparina (SOLIGO, 2006).

Em estudo, Soligo (2007), definiu que as deficiências dos anticoagulantes

naturais como proteínas C e S e antitrombina III são mais raras e a casuística da maioria

dos estudos é insuficiente para demonstrar a associação destas deficiências com a

infertilidade. É encontrado nas deficiências das proteínas, a frequências C e S e de

ATIII é de 6, 8 e 7%, respectivamente. Estes dados são similares aos encontrados nos

estudos que avaliam a falha de implantação. Todavia, nos estudos de caso controle não

foram observadas diferenças significantes entre os grupos investigados de mulheres

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com falha de implantação, que engravidaram na primeira tentativa de FIV, e de

mulheres férteis.

FATOR V DE LEIDEN

O fator V de Leiden é uma mutação no gene do fator V, base molecular para o

fenótipo da resistência à proteína C ativada (SOLIGO, 2006). Foi encontrada uma

mutação no fator V que causava resistência à proteína C na cidade de Leiden, Holanda,

daí a denominação fator V de Leiden (SOLIGO, 2007).

O fator V está envolvido na ativação da protrombina na via final comum da

coagulação. O FV tem sua atividade grandemente aumentada pela ação de enzimas

proteolíticas; entre elas a trombina, o fator Xa, o veneno de cobra de Russell e a

papaína, sendo inativado pelo ácido etilenodiaminotetraacético (EDTA), oxalato e

proteína C ativada. O FV é sintetizado pelo fígado, megacariócitos e, possivelmente,

pelos macrófagos alveolares (BITHELLl, 1998).

A prevalência da mutação do fator V de Leiden é extremamente variável em

várias populações, sendo descrita prevalência aumentada até sete vezes em indivíduos

caucasóides. Estudos indicam associação entre a presença da mutação do fator V de

Leiden e a ocorrência de abortamentos recorrentes. Contudo, outros estudos não

demonstraram tal associação, já em outros estudos encontrou-se prevalência de 3% para

a mutação descrita (FILHO, 2007).

O fator V de Leiden na população caucasiana normal varia de 3 a 7%. O fator V

de Leiden pode elevar até oito vezes o risco de trombose para indivíduos heterozigotos

(BARINI, 2008).

Por outro lado, observou-se essa mutação em 11,1 e 14,4% na população com

falha de implantação, e esta relação entre falha de implantação e presença do fator V de

Leiden foi reforçada em um estudo, em que se descreveu um risco aumentado de perdas

gestacionais precoces e de problemas de infertilidade em portadoras desta mutação. Ao

investigarem 102 mulheres submetidas à FIV( Fertilização In Vitro) com sucesso, foi

relatado melhor taxa de implantação nas portadoras do FVL (Fator V de Leiden)

(SOLIGO, 2007).

A frequência dessa mutação na população brasileira sem antecedente de

trombose é de 3% a 5%. O risco de TVP (Trombose Venosa Profunda) está aumentado

de 5 a 10 vezes em indivíduos heterozigotos para o FVL. Portadoras do FVL e usuárias

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de contraceptivo oral têm o risco aumentado em 30 a 50 vezes, em casos de

homozigose, e a ocorrência de doença tromboembólica está elevada cerca de 80 vezes

(SOLIGO, 2006). O diagnóstico é feito através de teste genético com a análise de DNA

específico para o FV Leiden (BARINI, 2008).

MUTAÇÃO ALA677 - VAL NO GENE DA ENZIMA METILENO

TETRAHIDROFOLATO REDUTASE (MTHFR)

A homocisteína é um aminoácido sulfatado derivado do metabolismo da

metionina. O metabolismo da homocisteína envolve duas vias de remetilação. A

primeira via, onde a homocisteína é convertida em metionina, envolve a enzima

metionona sintetase, vitamina B12 e N-metiltetrahidrofolato, um metabólito do ácido

fólico produzido pela enzima metileno tetrahidrofolato redutase (MTHFR). A segunda

via, onde a homocisteína é convertida em cistationina, envolve a enzima cistationina

beta-sintetase (CBS) e vitamina B6. No plasma, a homocisteína é oxidada em

dissulfetos de homocisteína-homocistina e homocisteína-cisteína. A homocisteína e os

dois dissulfetos circulam nas formas livre e ligada à proteína e são designadas em

conjunto como homocisteína total (SOLIGO, 2006).

Para as mulheres que são homozigotos para o gene MTHFR C677T, a

suplementação de ácido fólico antes e durante a gravidez é recomendado

(BOCKENSTEDT, 2006). A mutação do gene Ala677Val da enzima metileno

tetrahidrofolato redutase leva à formação da enzima metileno tetrahidrofolato redutase

termolábil, que apresenta apenas 50% de atividade, e sua deficiência leva ao aumento da

homocisteína plasmática. A hiper-homocisteinemia plasmática pode ser decorrente de

condições herdadas ou adquiridas (FILHO, 2007).

A frequência da hiper-homocisteinemia secundária à mutação da MTHFR, uma

herança autossômica recessiva, ocorre em 5% da população geral. A frequência de

homozigose para MTHFR é de 5% a 15% na população geral. Em estudo na população

brasileira foi encontrada maior incidência de homozigose em indivíduos caucasianos

(10%) do que em negros (1,45%) e índios (1,2%) (SOLIGO, 2006).

MTHFR ocorre com maior prevalência nas mulheres inférteis avaliadas, ou seja,

57%. Este valor é bem superior aos obtidos por outros estudos, sendo de 17,8% em um

estudo em que se avaliaram mulheres com falha de implantação, e de 19% quando se

avaliaram mulheres inférteis. Ao avaliar esta mutação sem diferenciar entre hetero e

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homozigose, encontrou-se valores inferiores desta mutação no grupo com falha de

implantação, sendo de 22,2% em estudos. É válido ressaltar que a frequência de

homozigose de MTHFR foi similar em grupo de mulheres inférteis e o grupo controle

de mulheres férteis com gestação espontânea (BARINI, 2008).

A frequência desta mutação em mulheres férteis em um estudo brasileiro na

população de Campinas foi de 39,7%. Esta divergência de dados, no que se refere à

mutação MTHFR, pode estar relacionada com a não segregação do grupo com falha de

implantação, diferentes tamanhos amostrais e diferentes características étnicas entre as

populações avaliadas (SOLIGO, 2007).

A frequência dos fatores trombofílicos na população em geral é rara, excetuando-se

a mutação do MTHFR. A frequência dos mesmos parece ser maior na população de

mulheres inférteis, sugerindo a associação destes fatores com a dificuldade para

engravidar. A associação entre fetos com síndrome de Down e a mutação do gene da

MTHFR foi sugerida em estudos. Sendo assim, a maior prevalência da mutação da

MTHFR em mulheres inférteis identificada em pesquisa de infertilidade pode,

eventualmente, segregar pacientes com uma associação de fatores adversos: a idade

elevada e a presença de uma alteração genética que pode determinar alterações

cromossômicas na prole. A consequência pode ser a infertilidade por abortamento pré-

clínico (BARINI, 2008).

GENE DA PROTROMBINA

A protrombina, precursora da trombina, é uma pró-enzima que funciona na via

comum da coagulação (BARINI, 2008). A mutação do gene da protrombina é

caracterizada pela transição no gene da protrombina GA na posição 20210. Esta

mutação resulta no aumento da protrombina circulante de aproximadamente 25%, assim

esta mutação está presente em cerca de 6% dos pacientes acometidos por TVP e em

aproximadamente 20% das famílias com doença tromboembólica. Por isso o fator V, a

mutação da protrombina é mais frequente em caucasianos (SOLIGO, 2007).

A combinação da mutação do FVL e da protrombina parece multiplicar o risco

de trombose e estes indivíduos normalmente são acometidos em idade mais jovem e de

forma repetitiva (FILHO, 2007).

As duas causas mais comuns de trombofilia hereditária são as mutações nos

genes da protrombina no alelo 20210G>A e Fator V Leiden no alelo 1691G>A, que

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estão relacionadas a desordens na coagulação sanguínea, resultando em um estado de

hipercoagulabilidade, que repercute negativamente desde a implantação do embrião até

fases mais tardias da gestação. No início da gestação, elas podem se manifestar como

abortos espontâneos (GONÇALVES, 2013).

A mutação do alelo 20210G<A no gene da protrombina afeta entre 1- 4% da

população normal, e sua prevalência é maior entre indivíduos brancos do sul da Europa.

Esta mutação está associada ao aumento de 20-50% da concentração de protrombina no

plasma e é responsável por 6,2% de todos os casos de trombose. As mulheres com

história de perdas fetais portadoras da mutação no gene da protrombina têm risco três

vezes maior de trombose venosa (KOVALEVSKY et al., 2008).

ALTERAÇÕES CROMOSSÔMICAS

Anormalidades cromossômicas são as causas mais comum de aborto espontâneo

durante os primeiros e segundo trimestres montante a cerca de 70% nas primeiras 6

semanas, 50% antes 10 semanas e 5% após 12 semanas. Muitos estudos citogenéticos

têm documentado que a maioria de anormalidades cromossômicas fetais é devido aos

cariótipos parentais parecia normal. No entanto, recente relatório mostrou que 12% dos

pacientes com história de abortos recorrentes foram detectados ter anormalidades

cromossômicas. Portanto, a concepção a termo de nascidos vivos pode depender tanto

dos pais e status cromossômica fetal juntamente com interações ambientais que é,

multifatorial (RAJASEKHAR, et al., 2013).

A incidência de anormalidades cromossômica em pessoas com a infertilidade

aparece para ser maior do que a incidência global das anormalidades cromossômico na

população geral. Está claro que as anormalidades cromossômicas são uma das principais

causas da infertilidade na população humana. Há uma associação entre anormalidades

genéticas e infertilidade em ambos os homens e mulheres. Aproximadamente 40,0% dos

casos de infertilidade são devidas a patologia do sexo masculino, 40,0% a patologia do

sexo feminino, e a 20,0% restantes é uma combinação dos dois Cerca de 5,0% de

infértil os homens têm anormalidades cromossômicas, a maioria dos que envolvem

cromossomos sexuais (MIERLA, 2012).

As mutações cromossômicas podem ser classificadas em numéricas, quando

ocorre aumento ou diminuição no número de cromossomos (aneuploidia e euploidia), e

estruturais, quando ocorrem mudanças na estrutura dos cromossomos, como as

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deleções, duplicações, translocações e inversões de segmentos cromossômicos

(GONÇALVES, 2013).

A aneuploidia é uma alteração cromossômica que descreve uma mudança

numérica no genoma e que, em geral, envolve um ou alguns cromossomos, como as

trissomias e monossomias. Já as euploidias são caracterizadas pela presença de todo um

conjunto haploide adicional (GRIFFITHS et al., 1998).

As translocações cromossômicas são a principal alteração encontrada nos pais

relacionadas com as perdas gestacionais de repetição e que estão presentes em

aproximadamente 3 a 5% dos casais. Esta taxa é cerca de cinco vezes maior do que

aquela observada na população em geral, que é de 0,2% (GONÇALVES, 2013).

As translocações cromossômicas balanceadas ocorrem quando um segmento de

um cromossomo é transferido para outro não homólogo, sem perda nem ganho

importante de material genético (GRIFFITHS et al., 1998).

A translocação robertsoniana (rob) envolve os cromossomos acrocêntricos (13,

14, 15, 21 e 22) e ocorre a partir da deleção dos braços curtos de dois desses

cromossomos, seguida de fusão dos centrômeros, unindo os braços longos dos

cromossomos envolvidos. Na meiose, o pareamento do cromossomo derivado da

translocação robertsoniana com seus homólogos normais, assim como na translocação

recíproca, resulta na formação de seis tipos possíveis de gametas (ACÁCIO, 2005).

Alterações estruturais observadas em casais com aborto recorrente são as

translocações robertsonianas, as inversões e as deleções cromossômicas (GRIFFITHS et

al., 2004).

As inversões pericêntricas do cromossomo 9 [inv(9)] são os rearranjos

estruturais mais comuns no cariótipo humano e são consideradas variantes do cariótipo

normal. A região invertida contém apenas heterocromatina centromérica e o

centrômero, por isso raramente resulta em alteracões cromossômicas após o crossing-

over e sua incidência é de cerca de 1% - 3% em diferentes populações e de 1,9% em

africanos e americanos (GONÇALVES, 2013). Embora as inv(9) (p11q12) e (p11q13)

sejam consideradas variantes normais, há relatos sugerindo que podem estar associadas

a infertilidade e abortos recorrentes (CEYLAN et al., 2008).

Segundo Gonçalves, 2013, 900 casais inférteis investigados na Romênia, destes,

3,7% apresentaram inversão do cromossomo 9, e os controles, 2,2%. Não foi observada

associação quando comparados os casos com os controles. Já no Japão, foi avalido

2.324 casais com perdas reprodutivas recorrentes e foi encontrado uma frequência de

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3,49% de inversão do cromossomo 9. A razão de prevalência ajustada para abortos

subsequentes nos casais com inversão do cromossomo 9 foi estatisticamente

significante (RP= 2.0; vp= 0,026).

As alterações dos cromossomos sexuais podem ser númericas ou estruturais.

Assim, essas alterações podem ser causadas tanto pela falta quanto pela presença de

cópias extras dos cromossomos (X e Y). Muito frequentemente, as alterações dos

cromossomos sexuais aparecem na forma de mosaico, juntamente com linhagens

celulares normais (ACÁCIO, 2005).

As alterações dos cromossomos sexuais podem afetar a fertilidade, a

determinação sexual, além de outras características fenotípicas. Com exceção do

cromossomo Y, as aneuploidias dos cromossomos sexuais são viavéis e compatíveis

com crescimento e desenvolvimento relativamente normais. As monossomias completas

dos cromossomos autossomos são letais, já a monossomia do cromossomo X é viável,

apesar de resultar em taxa elevada de perdas fetais (CEYLAN et al., 2008).

Em recém-nascidos, observa-se a frequência de 0,2% e 0,1% respectivamente.

As mais observadas em crianças nativivas são 47,XXY/ 47,XYY, presente em meninos,

e 45,X e 47, XXX, presente em meninas (GONÇALVES, 2013).

Alguns estudos são dirigidos para avaliação da qualidade do sêmen nos casais. A

inativação do cromossomo X é encontrada em 14% das mulheres. O abortamento é

considerado um problema multifatorial, sendo que em torno de 50% dos casos a

etiologia não é identificada. No entanto, até 60% dos abortamentos esporádicos e entre

29% e 50% dos abortamentos recorrentes podem ser causados por alterações

cromossômicas no concepto (CAETANO, 2006).

O desenvolvimento de um concepto é um processo multifatorial e envolve, entre outros

fatores, a formação de um suporte vascular adequado. O fluxo sanguíneo placentário

ineficiente causado por eventos trombóticos ou insuficiência vascular pode levar a

efeitos deletérios no desenvolvimento da gravidez. Alguns estudos sugerem associação

entre as mutações gênicas relacionadas a trombofilia e aborto recorrente, sendo descrita

a mutação 1691G>A no gene do fator V Leiden, 20210G>A no gene da protrombina e

677C>T no gene da metilenotetrahidrofolato redutase (GONÇALVES, 2013).

É possível que alterações cromossômicas submicroscópicas, não detectáveis por

análises citogenéticas convencionais, possam contribuir para uma parcela desses

abortos. Entre as alterações cromossômicas observadas nos produtos de abortamentos, a

maioria (95%) é causada por alteracões numéricas: cerca de 60% são trissomias,

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principalmente dos cromossomos 16, 18 e 21; 20% são monossomias, mais frequente do

X; e 15% têm euploidia, especialmente triploidia (SOLIGO, 2007).

As anormalidades cromossômicas observadas nos fetos abortados

espontaneamente geralmente estão associadas à não disjunção cromossômica ou

mutações que ocorrem na fase de formação dos gametas ou fertilização e clivagem dos

óvulos (FILHO, 2007).

Aproximadamente 89% dos abortamentos recorrentes ocorrem no primeiro

trimestre, e mais de 50% deles apresentam alteracões cromossômicas. Assim, é comum

a investigação da constituição cromossômica dos pais, os quais podem apresentar

alteracões numéricas, como mosaicismo do cromosomo X, ou estrutural equilibrada,

como as translocações recíprocas ou robertsonianas, que podem ser herdadas pelos

descendentes de forma desequilibrada (BARINI, 2008).

Segundo estudo de Rajasekhar, com um total de 420 casos (210 casais) com o

história de perda reprodutiva foram rastreados quanto análise de cariótipo. Trinta e seis

(8,57%) indivíduos foram encontrados com anormalidades cromossômicas incluindo

variantes polimórficas. Entre as parceiras do sexo masculino (n=13, 6,19%) e mulheres

(N=23, 10,95%), possuía aberrações cromossômicas, incluindo anormalidades

numéricas, mosaicos (N=4, 0,97%) e anormalidades estruturais (N=12, 2,92%), tais

como translocações (n=10, 2,38%), inversões (n=2, 0,47%). Polimórfica /variantes

cromossômicas heteromórfica (n=20, 4,76%), incluindo associações de satélite dos

cromossomos acrocêntricos de 13, 14, 15 e 22) e inversões cromossômicas de 7, 8, 9 e

Y. A frequência de variantes polimórficas cromossômicas nestes indivíduos eram quase

igual em ambos os sexos masculino 10 (4,73%) e feminino (11%) 4.31 parceiros.

Os fatores genéticos são considerados como as principais causas dos

abortamentos recorrentes de primeiro trimestre, em que se destacam as translocações

cromossômicas balanceadas e as mutações relacionadas com a ocorrência de

trombofilias como do alelo 677C>T, no gene da metilenotetrahidrofolato redutase, alelo

1691G>A, no gene do Fator V de Leiden, alelo 20210G>A, no gene da protrombina

(FILHO, 2007).

O gene da protrombina está localizado no cromossomo 11 na região (p11;q12).

O polimorfismo 20210G<A corresponde a uma substituição do tipo transição, em que

uma guanina é substituída por uma adenina no nucleotídeo 20210, da região não

traduzida 3’ do DNA complementar do gene do fator II da coagulação (protrombina).

Esta mutação está associada ao aumento da estabilidade do seu RNAm e concentração

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plasmática da protrombina, resultando em um estado de hipercoagulabilidade, o que

predispõe a complicações na gravidez, como os abortamentos (ACÁCIO, 2005).

O gene do fator V está localizado no cromossomo 1 na região (q21;q25). O

polimorfismo neste gene envolve a substituição do tipo transição, onde uma guanina é

substituída por uma adenina no nucleotídeo 1691, levando à substituição do aminoácido

arginina por glutamina na proteína. Está mutação é denominada de fator V de Leiden. A

arginina é um dos principais sítios de clivagem para ativação da proteína C. A presença

desta mutação altera o fator V, tornando-o resistente à inativação pela proteína C, o que

resulta em um estado de hipercoagulabilidade com risco de 5 a 10 vezes para a

ocorrência de tromboses nos heterozigotos e 80 vezes nos homozigotos (GONÇALVES,

2013).

O gene quecodifica a enzima MTHFR em humanos está localizado na região

p36.3, no braço curto do cromossomo 1 (CAETANO, 2006).

Estudos epidemiológicos sugerem que as mutações gênicas relacionadas com as

trombofilias são fatores de riscos importantes para as perdas reprodutivas. Eles têm

investigado a relação entre trombofilia e abortamento recorrente, sendo observada

associação com razão de prevalência (RP) variando de 0,5 a 18 para alterações no gene

FVL e de 2,5 a 4,6 para mutação 20210G>A no gene da protrombina Nos experimentos

de indivíduos homozigotos para o polimorfismo MTHFR677C>T apresentaram risco

3,7 vezes maior de abortamento recorrente (GONÇALVES, 2013).

Associação entre fetos com Síndrome de Down e a mutação do gene da MTHFR

tem com a maior prevalência da mutação MTHFR em mulheres inférteis identificada na

pesquisa de infertilidade pode, eventualmente segregar pacientes com uma associação

de fatores adversos: a idade elevada e a presença de uma alteração genética que pode

determinar alterações cromossômicas na prole. A conseqüência pode ser a infertilidade

por abortamento pré- clínico (BARINI, 2008).

HETEROMORFISMOS CROMOSSÔMICAS

O termo ―heterocromatina‖ foi introduzido por Heitz, em 1928, para descrever a

cromatina ou os segmentos dos cromossomos que não passavam pelo processo de

descondensação após o fim da mitose e permaneciam condensados durante a interfase,

adquirindo, assim, propriedades heteropicnóticas. Heitz também defendia a teoria de

que a heterocromatina estaria ligada a uma passividade gênica, inatividade ou mesmo

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ausência de genes. Baseado nos conceitos anteriores classificou a heterocromatina em

dois grupos:

Heterocromatina facultativa

Seria uma situação de repressão da atividade gênica da eucromatina, na qual um

dos cromossomos do par estaria condensado e parcialmente inativo devido a essa

condensação podendo, eventualmente, voltar a desenvolver alguma atividade. Um

exemplo bem conhecido é o do cromossomo X em mamíferos.

Heterocromatina constitutiva

Ocorre em porções homólogas do par cromossômico, estando inativa. Esta

heterocromatina, composta em grande parte por DNA altamente repetitivo (DNA

satélite), consiste em uma sequência básica que se repete inúmeras vezes em tandem,

podendo ser composta por poucos ou centenas de pares de bases (OLIVEIRA,2011).

Heteromorfismo cromossômico é considerado uma variante de um cariótipo

normal, mas é mais frequente em casais com abortos repetidos, é comum serem

detectados pelo bandas-G onde são considerados heteromorfismos. Eles têm regiões

heterocromáticas de cromossomos 1, 9, 16, e Y, com proeminentes acrocêntricos braços

curtos, satélites e bastão. Esses cromossomos heteromórficos Foram observados desde

os primeiros estudos de citogenética e acredita-se que não têm impacto no fenótipo

(AKBAS, et al., 2012). Heteromorfismos cromossômicas em abortos recorrentes. Figura

2.

Segundo estudo de Mierla (2012), a diferença entre os pacientes e controles para

alguns cromossomos específicos de polimorfismos é estatisticamente significativa (por

exemplo, inversão do cromossomo 9 (inv(9)), aumento da heterocromatina do

cromossomo 1 (1qh+)), aumento da heterocromatina do cromossomo 9 (9qh+)). Isto

mostra que havia uma relação notável em risco de infertilidade e variantes polimórficas.

Há frequência, de acordo a esse estudo, dos polimorfismos cromossômicos para os

pacientes e controles. A mais variante comum observado em casais inférteis foi inversão

do cromossomo 9 (9qh+) (2,27%). Outras variantes cromossômicos com um alta

incidência foram aumento da heterocromatina do cromossomo 1 (1qh+) (1,22%) e

aumento da heterocromatina do cromossomo 9 (1,11%).

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Figura 2: cromossomos parciais, que mostra amostras de heteromorfismos cromossômicos. Ideograma

são mostrados na média; cromossomos heteromórficos estão à direita, e os cromossomos normais estão à

esquerda.

Estudos recentes Akbas (2012), relatou que o heteromorfismo mais frequente foi

considerado aumento da heterocromatina do cromossomo 9 tanto no grupo de pacientes

com aborto recorrente e o grupo controle, enquanto a heteromorfismo menos frequente

foi encontrado para ser aumento da heterocromatina do cromossomo 1,em ambos os

grupos. A distribuição dos cromossomos com heteromorfismo em indivíduos com

aborto recorrente e o grupo controle, onde 8,37% (37/442) dos casais com aborto

recorrente foram encontrados para ter cromossomo heteromorfismo em comparação

com 4,91% (23/468) no grupo de controle. A taxa de heteromorfismo foi

significativamente maior no paciente grupo em comparação com o grupo de controlo (P

<0,05).

Purandare (2011), em estudo com 440 casais revelou anomalias e variações

cromossômicas em 75 casais, Em um grupo controle de 200 indivíduos, as variações

cromossômicas foram observados em 7 indivíduos (3,5%). Assim, a frequência de

anomalias cromossômicas e variações foi de 17%, o que foi significativamente maior

(P = 0,0005) quando comparado com o controle. Destes 75 casos, 18 rearranjos

cromossômicos foram observadas constituindo 24% do total de anomalias

cromossômicas e variações. Foram observadas variações heterocromáticos em 57/75

casos, constituindo 76% de anomalias e variações. As variações de heterocromatina

associados com inversões, aumento da heterocromatina, e exclusões. O mais frequente

destes eram o aumento da hetecromatina (40,35%), seguido por aumento da satélite que

constituiu 31.58%.

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As deleções e inversões constituídas 24,56% e 3,51%, respectivamente. Assim

As variações de heterecromatina 'q' (qh +) constituem 40,35% do variações. O mais

cromossomo mais frequente com qh + foi cromossomo 1 (17,54%), seguido por 9qh +

(15,79%) e 16qh + (7,02%). 1QH + foi significativamente maior (P = 0,0059) nos

machos (70%), em comparação com as fêmeas (30%). O primeiro trimestre de gravidez

perdas foi significativamente maior (P = 0,0001) em 80%, enquanto que no segundo

trimestre foi de 20%, com defeitos congênitos. 9Q+. Presença de 9QH + foi

significativamente maior (P = 0,0001) nos machos (77,8%), em comparação para as

fêmeas (22,2%) (PURANDARE, 2011).

2. REFERÊNCIAS

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FREQUÊNCIA DAS MUTAÇÕES TROMBOFILICAS ASSOCIADAS

COM ALTERAÇÕES CROMOSSOMICAS, EM MULHERES

SUSPEITAS DE INFERTILIDADE FEMININA

Diohãne Vanessa Salvini¹, Claudinei Mesquita da Silva ², Leyde de Peder ².

¹Discente do Curso de Farmácia, Faculdade Assis Gurgacz (FAG), Cascavel-PR.

²Docente Mestre do Curso de Farmácia, Faculdade Assis Gurgacz (FAG), Cascavel-PR.

Endereço para correspondência: Rua Públio Pimentel, 650, Bairro Alto Alegre,

85.805-270, Cascavel-PR. E-mail:[email protected]

RESUMO: A infertilidade persiste como um problema de saúde pública, que acomete

entre 10% a 15% dos casais em idade reprodutiva, cujo diagnóstico e tratamento ainda é

falho e ineficiente para parte da população infértil. Alterações sanguíneas que levam a

trombofilias podem comprometer o processo de implantação embrionária. Ao identificar

a prevalência dos principais fatores de trombolifilias hereditárias, correlacionados com

cariótipo, pode-se contribuir para o diagnóstico relacionado a infertilidade. Neste

trabalho, foi realizado análise retrospectiva dos resultados de 86 pacientes do sexo

feminino com faixa etária de 18 à 50 anos, em laboratório de apoio privado situado na

cidade de Cascavel- PR, no período de janeiro a dezembro de 2014, com histórico de

aborto. Constatou-se que do total de resultados, 59,30% apresentaram algum tipo de

alteração no fator de coagulação, sendo que desses, 52,33% apresentaram

heteroformismo. O fator trombofílico mais prevalente foi a mutação do gene da

MTHFR, que estava presente em 31/86 mulheres, ou seja, 36,05%. A maior prevalência

de heteroformismo estando presente em 22/86 mulheres, o que correspondeu 25,57%,

foi no cromossomo 15. Assim, as trombofilias associadas aos heteromorfismos, podem

contribuir ao aumento do índice de abortamentos recorrentes em casais inférteis.

PALAVRAS-CHAVE: Infertilidade; Cromossomos; Trombofilias; Poliformismos.

FREQUENCY OF CHANGES ASSOCIATED WITH CHANGES

CHROMOSOMAL THROMBOPHILIA, WOMEN IN SUSPECTED

OF FEMALE INFERTILITY

ABSTRACT: Infertility remains a public health problem that affects between 10% and

15% of couples of reproductive age, whose diagnosis and treatment is still flawed and

inefficient for part of the infertile population. Blood disorders that lead thrombophilia

may jeopardize the process of embryo implantation. To identify the prevalence of the

main factors of hereditary thrombophilia correlated with karyotype and can contribute

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to the diagnosis related to infertility. In this work, we performed a retrospective analysis

of the results of 86 female patients aged 18 to 50 years in private support laboratory

located in Cascavel- PR, from January to December 2014, with a history of miscarriage

. It was found that the total results, 59.30% presented some type of change in clotting

factor, and of these, 52.33% had heteromorphisms. The most prevalent thrombophilic

factor was the mutation of the MTHFR gene, which was present in 31/86 women, or

36.05%. The highest prevalence of heteroformismo being present in 22/86 women, and

25.57% was on chromosome 15. Thus, thrombophilia associated with heteromorphisms,

can contribute to increased recurrent abortion rate in infertile couples.

KEYWORDS: Infertility; Chromosomes; Thrombophilia; Polymorphisms.

INTRODUÇÃO

A infertilidade persiste como um problema de saúde pública, que acomete entre

10% e15% dos casais em idade reprodutiva, cujo diagnóstico e tratamento ainda é falho

e ineficiente para parte da população infértil (SOLIGO,2006). Até um terço dos casais

não tem identificação dos possíveis fenômenos que possam alterar seu prognóstico em

relação ao ciclo gestacional (BARINI,2008).

Inúmeros estudos têm buscado a melhora dos fatores embrionários, como a

qualidade e número de embriões, e nos fatores femininos. Dentre estes, devem ser

consideradas a melhoria da receptividade do endométrio, a identificação de fatores

intervenientes na resposta imunológica e nas características genéticas da mulher, que

incluem seu potencial de coagulação frente à gravidez e à implantação embrionária

(SOLIGO, 2007).

A relação entre os fatores trombolíticos e a infertilidade deve ser considerada

pela possibilidade de perda precoce espontânea, abortamento pré-clínico, ocasionada

pela alteração da hemostasia de caráter trombolítico no sítio de implantação. Esta

alteração vascular afeta a invasão trofoblástica e a vasculatura placentária (SOLIGO,

2007).

O número de mulheres com trombofilia e submetidas à terapia hormonal com

contraceptivos orais combinados de estrógeno e progesterona é alto e o risco é

diretamente proporcional à dosagem de estrógeno. Isto leva a uma maior preocupação

com a ocorrência de trombose em mulheres inférteis com trombofilia que realizam

indução de ovulação com altas doses de estradiol em procedimentos de reprodução

assistida (BOCKENSTEDT, 2006).

Em recente estudo israelense, tipo caso-controle, foram investigados os fatores

trombofílicos hereditários como FV Leiden, mutação da protrombina e mutação do

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MTHFR em 70 neonatos e gestantes com pré-eclâmpsia severa, restrição de crescimento

intrauterino (RCIU) ou descolamento prematuro da placenta (DPP). Nessa pesquisa

evidenciou-se a associação de fetos com FV de Leiden e mutação da protrombina com a

severidade das doenças avaliadas nas gestantes (SOLIGO, 2006).

As anormalidades cromossômicas estão entre as causas mais comuns de abortos

esporádicos sendo responsável por cerca de 50% destas perdas. Estas anormalidades

cromossômicas também são responsáveis por uma significante proporção das pacientes

com aborto de repetição, dentre as quais se destacam as aneuplasias, os moisaicismos,

as translocações, as inversões e deleções (BILIBIO, 2012).

Há uma associação entre anormalidades genéticas e infertilidade em ambos os

homens e mulheres. Aproximadamente 40,0% dos casos de infertilidade são devidas a

patologia do sexo masculino, 40,0% a patologia do sexo feminino, e a 20,0% restantes é

uma combinação dos dois Cerca de 5,0% de infértil os homens têm anormalidades

cromossômicas, a maioria dos que envolvem cromossomos sexuais (MIERLA, 2012).

Diversos relatos destacam que o polimorfismo das regiões de heterocromatina

constitutiva poderia aumentar o risco de progênie com alterações cromossômicas, uma

vez que o aumento da heterocromatina poderia acarretar problemas no pareamento e

não-disjunção dos cromossomos na meiose, ou mesmo influenciar a expressividade de

determinados genes, resultando em prole anormal, abortos ou mortes neonatais

(OLIVEIRA, et al, 2011).

Assim, as trombofilias, anormalidades cromossômicas e os heteromorfismos

cromossômicos são um dos principais fatores associados em mulheres com suspeitas de

infertilidade feminina, e em vista disso, o objetivo da presente pesquisa foi verificar a

associação entre os principais fatores trombofilicos correlacionados com exames de

cariótipo, em mulheres suspeitas de infertilidade.

MATERIAL E MÉTODO

Foram avaliados laudos 86 de pacientes do sexo feminino com hipótese

diagnóstica de infertilidade e perdas gestacionais recorrente, no período de janeiro a

dezembro de 2014, em laboratório de apoio privado na cidade de Cascavel-PR. O

critério de inclusão adotado foram laudos de mulheres maiores de 18 anos com exames

de cariótipo, correlacionados com fatores trombofílicos, sendo excluídos laudos com

hipótese diagnóstica incompleta.

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Para a inclusão e escolha dos fatores trombofílicos, realizou-se uma pesquisa da

frequência dos pedidos médicos desses fatores, juntamente com o exame de cariótipo,

tento sempre como base os dados disponíveis na literatura. Os dados coletados foram

tabulados e analisados estatisticamente para posterior publicação através do software

Microsoft Office Excel®

2013, e comparados pelo teste de qui-quadrado no Laboratório

de Análises Clínicas da FAG. O estudo foi iniciado após a aprovação pelo Comitê de

Ética da Faculdade Assis Gurgacz e encontra-se registrado na Plataforma Brasil sob o

número 971.648.

RESULTADO

Após análise de todos os laudos das pacientes com suspeita de infertilidade, que

preencheram os critérios de inclusão, observou-se que a média de idade foi de 35 anos.

Em relação ao tipo de infertilidade (primária ou secundária), observou-se que a maioria

das das pacientes avaliadas apresentava infertilidade secundária, ou seja, decorrente de

abortos anteriores, correspondendo a 55% [47/86].

Em relação à análise dos fatores trombofílicos, observou-se que 40,69% [45/86]

das pacientes não apresentaram nenhuma alteração nos fatores trombofílicos e 59,30%

(51/86) das pacientes apresentavam pelo menos um fator trombofílico presente. O fator

trombofílico mais prevalente foi à mutação do gene da MTHFR, que estava presente em

36,05% [31/86] das pacientes.

O fator V de Leiden mutado esteva presente em 3,49% [3/86] das pacientes. Em

relação à mutação do gene da protrombina, a prevalência foi 2,32% [2/86]. A deficiência

dos anticoagulantes naturais como a antitrombina III estava presente em 17,44% [15/86]

das pacientes.

Os fatores trombofílicos analisados, foram encontrados em percentagem que

variou de 2,32 a 36,05%, conforme detalhado na Tabela 1, havendo diferença

significativa no total dos fatores trombofílicos (P< 0,05).

Tabela 1: Prevalência dos fatores trombofílicos analisados em mulheres com suspeita de infertilidade.

Fatores trombofílicos Número absoluto Prevalência (%) IC 95% Antitrombina III 15 17,44 0,07-6,84%

Fator V de Leiden 3 3,49 0,16-15,30%

Mutação da Protrombina 2 2,32 0,19-18,74%

Mutação da MTHFR 31 36,05 0,05%-4,76%

Total 51 59,3

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Os laudos com análise em citogenética de cariótipo bandamento G revelou

anormalidades estruturais e de hereromorfismos, sendo que os heteromorfismos

cromossômicos envolvidos em infertilidade são relatados. Observou-se que 47,67%

[41/86] mulheres apresentaram cariótipo sem alterações cromossômicas numéricas e/ou

estruturais, inclusive com padrão normal de heteromorfismos e que 52,32% [45/86] das

pacientes apresentaram algum tipo de alteração cromossômica.

Das 86 mulheres, 1,17% [1/86] apresentaram translocação no cromossomo

46,XX,t(11;17)(p11.2;p13). A presença de heteromorfismo, aumento de satélite do

cromossomo 21 (21ps+), esteve presente em 1,17% [1/86]. O aumento da

heterocromatina constitutiva do cromossomo 9 (9qh+), houve prevalência em 11,62%

[10/86] das pacientes e em 11,62% [10/86] das pacientes, apresentou aumento da

heterocromatina constitutiva do cromossomo 1 (1qh+).

A heterocromatina no cromossomo 9 (9ph), correspondeu a 1,17% [1/86] das

pacientes. O aumento do tamanho dos bastões do cromossomo 15 (15pstk+) esteve

presente em 25,57% [22/86] das pacientes. A distribuição dos cromossomos com

heteromorfismo são apresentados na Tabela 2. Houve diferença significativa no total de

pacientes comparadas com as de alteração cromossômica (P< 0,05). Entre os exames

trombofílicos e de alterações e heteromorfismos cromossômicas, houve diferença

significativa das pacientes (P< 0,05).

Tabela 2. Distribuição dos heteromorfismos cromossômicos.

Heteromorfismos Número absoluto Prevalência (%) IC 95% 1qh+ 10 11,62 0,04-4,67%

9qh+ 10 11,62 0,04-4,67%

9ph 1 1,17 0,15-14,7%

15pstk+ 22 25,57 0,03-3,14%

21ps+ 1 1,17 0,15-14,7%

Total 44 51,15

Das 51/86 que apresentam algum tipo de alteração no fator de trombofílicos,

dessas 45/51 apresentaram algum tipo de alteração e heteromorfismos cromossômicos.

DISCUSSÃO

Os valores obtidos apresentaram 59,3% de mulheres com positividade em

fatores trombofílicos. Soligo (2007), evidenciou que 72,2% das mulheres avaliadas com

infertilidade apresentavam pelo menos um fator trombofílico presente. Este resultado

foi também obtido por Qublan (2006), no qual evidenciou a presença de pelo menos um

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fator trombofílico em 68,9% das pacientes com falha de implantação. Azem (2004),

revelou 44,4% positividade de pelo menos um fator trombofílico no grupo de 45

mulheres com falha de implantação.

Contudo, estes estudos, inclusive esse em questão, demonstram uma maior

frequência de trombofilia em mulheres com falha de implantação, fato este também

ratificado por Grandone (2001). Filho (2007), relatou em seu estudo que dentre as

trombofilias, a presença das deficiências das proteínas C e S e antitrombina foi mais

frequente em pacientes que apresentavam história de abortamentos recorrentes e perdas

fetais, havendo associação significativa entre a presença de fatores trombogênicos.

A ocorrência de mulheres com trombofilia pode estar submetida à terapia

hormonal com contraceptivos orais combinados de estrógeno e progesterona está

aumentada e o risco é diretamente proporcional à dosagem de estrógeno, isto leva a uma

maior preocupação com a ocorrência de trombose em mulheres inférteis com

trombofilia que realizam indução de ovulação com altas doses de estradiol em

procedimentos de reprodução assistida (Bockenstedt, 2006).

Dentre os fatores trombofílicos avaliados, foi encontrado com maior prevalência

da mutação da MTHFR nas mulheres avaliadas, ou seja, 36,05%. Soligo, verificou 57%

da mutação da MTHFR nas mulheres inférteis avaliadas.

Este valor também é bem superior aos obtidos por outros autores, sendo de

17,8% em estudo de Azem (2004), que avaliaram mulheres com falha de implantação e

de 19% no de Martinelli (2002), quando se avaliaram mulheres inférteis. Contudo, em

outro estudos, encontraram valores inferiores desta mutação no grupo com falha de

implantação, sendo de 22,2% no estudo de Qublan.

É válido ressaltar que na avaliação de Martinelli (2002), a frequência MTHFR

foi similar entre o grupo de mulheres inférteis e grupo controle de mulheres férteis com

gestação espontânea. A frequência desta mutação em mulheres férteis em um estudo na

população de Campinas, realizado por Couto (2005), observou um valor de 39,7% na

mutação do gene MTHFR .

Esta divergência de dados no que se refere à mutação MTHFR pode estar

relacionada com a não segregação com falha de implantação. A relação entre a mutação

da MTHFR com a qualidade embrionária consequente implantação foi sugerida por

Haggarty (2006), em estudo de coorte prospectivo. Essa pesquisa demonstrou que o

genótipo do MTHFR normal está relacionado com a capacidade de produzir embriões

de boa qualidade (SOLIGO, 2006).

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Gonçalves (2013), demonstrou que a mutação da MTHFR foi maior em seu

grupo de pacientes com mais de três abortos (57,2%), de 151 mulheres estudadas, e

39,1% em mulheres com menos de 3 abortos. Em um amplo estudo de meta-análise,

realizado em 2006, foi encontrada a relação da mutação do MTHFR com perda fetal

recorrente (Ren , 2006).

O fator V de Leiden pode elevar até oito vezes o risco de trombose para

indivíduos heterozigotos, foi identificada 3,49% das mulheres com alteração em nosso

estudo. Soligo (2007), encontrou em seu estudo 3%, da mesma forma que Azem (2004),

e Martinelli (2002). Esses autores não encontraram diferenças significativas em relação

à mulheres inférteis com as férteis.

Entretanto, Grandone (2001) e Qublan (2006), encontraram esta mutação em

11,1% e 14,4% na população com falha de implantação e esta relação entre falha de

implantação e presença do Fator V Leiden foi confirmada por Baré (2000). Este autor

descreveu um risco aumentado de perdas gestacionais precoces e de problemas de

infertilidade em portadoras desta mutação.

Por outro lado, Gopel (2001), investigou 102 mulheres submetidas a fertilização

in vitro com sucesso e relatou melhor taxa de implantação nas portadoras do fator V de

Leiden.

Em estudo Filho (2007), teve achado em alteração no fator V de Leiden

equivalente a 3%, contudo, a prevalência da mutação do fator V de Leiden é

extremamente variável em várias populações, sendo descrita prevalência aumentada até

sete vezes em indivíduos caucasóides.

Estudos indicam associação entre a presença da mutação do fator V de Leiden e

a ocorrência de abortamentos recorrentes (SOLIGO, 2006). Martinelli (2002), não

demonstrou tal associação, confirmando os achados do presente estudo, no qual se

encontrou prevalência de 3,4% para a mutação descrita.

Gonçalves (2013), relatou a frequência do genótipo mutante Fator V foi maior

no grupo de mulheres com três abortos ou menos (3,5%). A presença da mutação do

fator V Leiden e sua associação com infertilidade é extensamente discutida na literatura,

entretanto, na presente amostra, foi observada a presença de 3 casos positivos de

mutação do fator V Leiden.

Em relação à mutação do gene da protrombina, a prevalência de 2,32%

encontrada no atual estudo está condizente com os achados em mulheres com falha de

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implantação investigadas por Qublan, Azem e de mulheres inférteis avaliadas por

Martinelli (2002).

Segundo Gonçalves (2013), a mutação do gene da protrombina foi maior no

grupo de pacientes com mais de três abortos (9,5%), quando comparado ao grupo com

três abortos ou menos (1,8%), respectivamente.

Soligo (2007), relatou um achado de 3% de mulheres com suspeitas de

infertilidade, com alteração do gene da protrombina. Entretanto, difere dos dados

obtidos por Grandone (2001), que relata valores superiores, mas seu estudo inclui uma

amostra de 18 mulheres.

A antitrombina apresentou um valor de 17,44% de deficiência em mulheres com

suspeita de infertilidade, o segundo maior fator de prevalência. Este valor foi superior

ao apresentado por Soligo (2007), com 7% de alterações em estudos que avaliaram a

falha de implantação. Filho (2007), também obteve valor inferior ao presente estudo,

analisando 144 mulheres, houve 5% de deficiência de antitrombina em mulheres com

infertilidade.

A frequência dos fatores trombofílicos na população em geral é rara, excetuando

a mutação do MTHFR e a deficiência da antitrombina nesse estudo. A frequência dos

mesmos parece ser maior na população de mulheres inférteis, sugerindo a associação

destes fatores com a dificuldade para engravidar.

Comparando os resultados de estudos equivalentes com os obtidos, observa-se

que a prevalência encontrada de trombofilias é significativa em mulheres inférteis.

Quando são examinadas amostras de pacientes para cariótipo de bandamento G,

é comum observar a presença de variações de heterocromatina constitutiva. Essas

variações são consideradas normais e podem ser observadas em até 30% da população.

Entretanto, é difícil aceitar que esse heteromorfismo seja totalmente inócuo (OLIVEIRA

et al, 2011).

Anormalidades cromossômicas são responsáveis para pelo menos da metade dos

abortos espontâneos e são uma importante causa de congênita malformações, a variação

em tamanho de regiões heterocromáticas em cromossomos humanos pode ter um efeito

deletério (PURANDARE,2011).

A presente pesquisa revela que as portadoras de variações heteromórficas estão

em maior risco de ter abortos, as variações heterocromáticas associada com abortos

incluímos translocações, aumento da heterocromatina, aumento de satélites e bastões. O

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polimorfismo cromossômico de braços curtos dos cromossomos acrocêntricos e

variações de heterocromatina de cromossomos 1, 9, 15 e 21 também foram relatados.

A frequência dos heteromorfismos cromossômicos observadas estavam presente

em 52,33% (45/86) nas mulheres com abortos estudadas. Rajasekhar (2013), relata que

de 420 indivíduos, 36 (8,57%) mostraram variações cromossômicas em que 16 (3,8%)

foram anomalias cromossômicas e 20 (4,76%) foram as variantes cromossômicas.

Serehi (2005), demostrou que 38/108 (35,19%) pacientes apresentaram alterações

cromossômicas.

Segundo Gonçalves (2013), 11/140 (7,3%) apresentaram alterações

cromossômicas em mulheres com abortos. Para Cerveira (2014), as anomalias

cromossômicas são a causa mais comum de abortamento em mulheres com suspeita de

infertilidade cerca de 56% das anomalias citogenéticas.

Foram observadas os seguintes heteromorfismos cromossômicos, das 45

pacientes com algum tipo de variação heteromórfica, 10/86 (11,62%) apresentaram

aumento de heterocromatina no cromossomo 1 (1qh+). Purandare (2011), observou que

um dos cromossomos mais acometido no presente estudo foi cromossomo 1 com

17,54% de ocorrência, sendo que o primeiro trimestre de perdas na gravidez foi

significativamente maior (P = 0,0001) em 80% das mulheres, enquanto que no segundo

trimestre foi de 20%, com defeitos congênitos.

Mierla (2012), obteve resultado estatisticamente significativo a incidência no

cromossomo 1 com aumento da hetrocromatina. Serehi (2005), relata que as alterações

como essas são amplamente encontradas em casais com abortos habituais e/ou com

prole cromossomicamente anormal, sendo que o valor encontrado em seu estudo, de

1.8% , aproxima-se do esperado na população geral (2-9%). As Figuras 1 demonstram

um padrão de heterocromatina aumentado após o bandamento C.

Figura 1 – Cariótipo com bandamento C. Cariótipo feminino com suspeita de aumento na

heterocromatina no cromossomo 1 (1qh+).

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O aumento da hetecromatina do braço longo do cromossomo 9 (9qh+), estava

presente em 10/86 (11,62%) das mulheres com suspeitas para infertilidade. Segundo

Purandare (2011), houve um total de 15,79% no aumento heterocromático do

cromossomo 9 em mulheres com suspeitas de infertilidade, sendo que dessas

observadas com perdas de gravidez no primeiro trimestre foi 55,6%, enquanto que no

segundo ou terceiro trimestre foi 44,4%.

Segundo Sahin, et al (2008), relatou 1,09% do seu grupo de mulheres inférteis,

com presença de 9qh+ significativo. Mierla (2012), ressaltou que 1,11% das mulheres

inférteis apresentaram 9qh+, sendo valor significativo para seu grupo de estudo. Akbas

(2012), o heteromorfismo mais frequente em seu estudo foi considerado 9qh + em

pacientes com aborto recorrente sendo14/442 mulheres.

Femina (2011) cita que portadores do aumento da heterocromatina constitutiva

do cromossomo 9 (9qh+) teriam risco aumentado de uma concepção

cromossomicamente anormal. Figura 2 Cariótipo com bandamento G.

Serehi (2005), observou heteromorfismos do cromossomo 9 em 11.2% dos

pacientes com suspeitas de infertilidade, sendo essa variação mais frequente foi o

aumento da heterocromatina do cromossomo 9, presente em 9.3% dos pacientes, valor

próximo ao esperado na população de 6 a 8% de acordo com Park et al, (1998).

Em pesquisa, Abreu (2011), relata que o polimorfismo da região de

heterocromatina do cromossomo 9, pode estar relacionado aos abortos de repetição, ao

analisar a relação entre polimorfismos cromossômicos e abortos recorrentes em 257

casais (137 destes com duas ou mais perdas gestacionais) encontrou apenas a inversão

pericêntrica do cromossomo 9 [inv(9)(p11q12)] (figura 3) como mais frequência nos

casais com perdas gestacionais. Essa inversão não foi encontrada em nenhum paciente

da atual pesquisa. Abreu (2011) sugere sua relação causal.

Abreu (2011), relata ainda a possibilidade com o estudo realizado em 757 casais

(382 deles com dois ou mais abortos recorrentes), e também sugere que, além do

polimorfismo cromossômico com variações do segmento 9qh+ podem estar

relacionadas com abortos recorrentes.

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Figura 2 – Cariótipo com bandamento G. Cariótipo feminino com suspeita de aumento na

heterocromatina no cromossomo 9 (9qh+).

A variação mais frequente de estudo em mulheres foi 9qh+ 3/151 (2%), região

de heterocromatina aumentada do cromossomo 9 (Gonçalves, 2013).

Figura 3 – Cariotipo mostrando inversão do cromossomo 9. Uma variante comum encontrada em

mulheres com suspeitas de infertilidade na literatura. Fonte: GONÇALVES, 2013.

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Uma das variantes cromossômicas encontradas também no presente trabalho foi

o aumento hetecromatico localizado no braço curto do cromossomo 9 (9ph+), 1/86

(1,17%) mulher apresentou 9ph+. Sahin et al. (2008), apresentou em sua pesquisa

1,09% de mulheres inférteis com aumento heterocromático 9ph+. Figura 4

cromossomos com alterações hetorocromaticas. Figura 5 cariótipo com heteromorfismo

do braço curto do cromossomo 9 (ph+).

Figura 4 – Cromossomos parciais dos pacientes inférteis que mostram amostras de heteromorfismos

cromossômicas. Ideograma são mostrados no meio; G faixas cromossomos são à esquerda, cromossomos

C faixas estão em o direito.

Figura 5 – Cariótipo apresentando no cromossomo 9 localizado a direita do par cromossômico, com

inversão da hetecromatina do braço curto (9ph+).

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O cromossomo mais acometido no presente estudo foi o cromossomo

acrocêntrico 15, com aumento do tamanho dos bastões, nenhuma das funções

específicas têm sido relatados para estar associado com os segmentos de satélites (ps +).

No entanto, tais variações no casal podem fazer o feto susceptível a

translocações que pode levar a perda fetal, estudos têm sugerido efeitos como maior

incidência de abortos associados com cromossomos variantes marcantes, tais como um

grande bastão nos acrocêntricos (PURANDARE, 2011). Na figura 6 apresenta aumento

do bastão em cromossomo acrocêntrico.

Figura 6 – Cariótipo com aumento no tamanho do bastão do cromossomo acrocêntrico 15, cromossomo

localizado a direita do par cromossômico (15psk+).

Foi encontrado 22/86 mulheres com aumento de bastão (psk+) no cromossomo

15, equivalente a 26%. Mierla (2012), demonstrou uma variação no tamanho do braço

curto do cromossomo 15, um aumento de satélite de 0,22% para mulheres inférteis.

Purandare (2011), relatou presença de aumento do satélite no cromossomo 15 em 42,9%

mulheres com histórico de abortos. A literatura traz aumento do satélite do cromossomo

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acrocêntrico 15, porém a presente pesquisa demonstra uma porcentagem significante ao

aumento do bastão do cromossomo 15.

Outro cromossomo acrocêntrico com variação heterocromática foi o

cromossomo 21, com aumento do satélite (ps+), sendo 1/86 pacientes, correspondente a

1,17%. Mierla (2012), observou em seu estudo uma variação do satélite do cromossomo

21 (ps+) de 0.33%. Purandare (2011), destaca que o cromossomo acrocêntrico

encontrado sem seu trabalho foi o cromossomo 22 com aumento de satélite (ps +) sendo

equivalente a 62,5% em mulheres com suspeita de infertilidade. Figura 7 demonstrando

cromossomo com satélite aumentado.

Figura 7 – Cariótipo com aumento do satélite do cromossomo 21 (21ps+).

As alterações cromossômicas estruturais encontradas equivalem a 1,17% (1/86)

mulheres, corresponde a translocação recíproca do cromossomo 11 com o cromossomo

17 [46,XX,t(11;17)(p11.2;p13)]. Conforme a literatura, 3 a 5% dos casais com aborto

recorrente portam uma translocação cromossômica em que as mulheres são duas vezes

mais afetadas que os homens. Figura 8 apresentando translocação reciproca entre os

cromossomos 11p11.2 e 17 p13.

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Gonçalves (2013), observou que translocações estruturais corresponderam a três

translocações recíprocas [t(11;18); t(2;12) e t (11;17)] (27,3%), com um paciente

apresentando a translocação 46,XX,t(11;17).

No atual estudo, observou-se uma paciente com translocação recíproca

46,XX,t(11;17)(p11.2;p13), apresentou também mutação do gene da protrombina. O

gene da protrombina está localizado no cromossomo 11 na região (p11;q12) (ACÁCIO,

2005).

Figura 8 – Cariótipo com translocação reciproca entre os cromossomos 11;17, cromossomos alterados

apresentados a direita do par cromossômico.

Os resultados das translocações concordam com os relatados na literatura, onde

as translocações recíprocas balanceadas são identificadas em cerca de metade a um

terço dos casais com abortos de repetição, a prevalência elevada das translocações

recíprocas pode ser resultado das formas de segregação apresentadas por estas

anomalias durante a gametogênese. Tem sido reportado que portadores de translocações

recíprocas geram entre 18 e 72% de gametas não balanceados (GONÇALVES, 2013).

Diedrich, et al. (1983), reportaram as translocações envolvendo alguns

cromossomos como 1, 7 e 22, como sendo as mais frequentes nos casos de abortamento

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de repetição. No entanto, neste estudo a translocação identificada não envolveu tais

cromossomos.

A frequência aumentada de translocação recíproca nos casais com abortamento

de repetição é um achado esperado, uma vez que portadores de uma translocação têm

risco maior, 50% ou mais, de ter um desequilíbrio cromossômico durante a

gametogênese, em razão da segregação meiótica desigual decorrente da translocação

(GONÇALVES, 2013).

A identificação de uma translocação não é apenas um diagnóstico importante,

mas tem também valor prognóstico para as gestações futuras e aconselhamento

genético.

O gene do fator V está localizado no cromossomo 1 na região (q21;q25). O

polimorfismo neste gene envolve a substituição do tipo transição, onde uma guanina é

substituída por uma adenina no nucleotídeo 1691, levando à substituição do aminoácido

arginina por glutamina na proteína. Está mutação é denominada de fator V de Leiden. A

arginina é um dos principais sítios de clivagem para ativação da proteína C. A presença

desta mutação altera o fator V, tornando-o resistente à inativação pela proteína C, o que

resulta em um estado de hipercoagulabilidade com risco de 5 a 10 vezes para a

ocorrência de tromboses nos heterozigotos e 80 vezes nos homozigotos

(KOVALEVSKY et al., 2008)

O gene que codifica a enzima MTHFR em humanos está localizado na região

p36.3, no braço curto do cromossomo 1 (GONÇALVES,2013).

CONCLUSÃO

A análise do estudo acima mencionado sugere que trombofilia é efetivamente

mais comum em mulheres com suspeita para inférteis. No entanto, os dados na literatura

até o presente momento permanecem controversos. A importância da angiogênese na

implantação de embriões deve ser levado em consideração, desde trombofilia pode levar

à ocorrência de microtrombose no local da implantação.

Portanto, a triagem para trombofilia em mulheres inférteis, especialmente

naqueles com falhas de implantação e abortos, é pertinente. As mulheres inférteis, que

testaram positivo para trombofilia e que encontram o objetivo de engravidar, merecem

uma atenção especial durante o pré-natal.

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A frequência de mutação do MTHFR parece ser maior na população de

mulheres inférteis, sugerindo a associação destes fatores com a dificuldade para

engravidar, a maior prevalência da mutação da MTHFR em mulheres inférteis

identificada na pesquisa de infertilidade pode, eventualmente, segregar pacientes com

uma associação de fatores adversos: a idade elevada e a presença de uma alteração e

variação heterocromática genética que pode determinar alterações cromossômicas na

prole. A consequência pode ser a infertilidade por abortamento pré-clínico.

Os resultados encontrados neste estudo demonstram que os polimorfismos

cromossômicos das regiões de heterocromatina constitutiva são frequentemente

observados pelo bandamento G em pacientes com suspeita de infertilidade. Devido à

ausência de um grupo controle nesse estudo, não podemos estabelecer os

heteromorfismos como uma causa determinante de infertilidade.

Heteromorfismos têm sido encontrados com frequência aumentada em casais

inférteis, com históricos de abortos, pais de crianças com anomalias cromossômicas, e

em conceptos cromossomicamente anormais, mas o mecanismo ainda precisa ser

melhor entendido e estudos futuros ainda poderão esclarecer esta correlação.

O fluxo sanguíneo placentário ineficiente causado por eventos trombóticos ou

insuficiência vascular pode levar a efeitos deletérios no desenvolvimento da gravidez.

Sendo assim a associação as alterações cromossômicas e trombofilias ou ambas, podem

contribuir para a infertilidade feminina. Por isto é recomendável para estas condições de

infertilidade feminina, o estudo do cariótipo e das trombofilias, pois, podem auxiliar no

entendimento e tratamento das causas de infertilidade feminina. A análise do cariótipo é

um teste clinicamente útil em casos de infertilidade.

Com a crescente busca de assistência médica para a identificação e correção de

problemas de fertilidade, muitos são submetidos ao exame citogenético para a avaliação

das alterações cromossômicas, e dados sobre a relevância dos polimorfismos

cromossômicos das regiões de heterocromatina constitutiva, consideradas variações

normais na população, podem ser decisivos para a determinação causal da incapacidade

reprodutiva.

O trabalho confirmou a importância de estudos citogenéticos em mulheres com

suspeitas de infertilidade, assim como a importância da avaliação citogenética como

prioridade essencial para casais inférteis que se submeterão a técnicas de reprodução

assistida. Um casal bem esclarecido sobre os riscos de doenças genéticas,

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cromossômicas ou monogênicas, pode tomar uma decisão esclarecida para a sua decisão

reprodutiva.

AGRADECIMENTOS

Os autores gostariam de agradecer ao Laboratório DASA, estabelecido na cidade de

Cascavel-PR, por todos os dados fornecidos para essa pesquisa.

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5. NORMAS DA REVISTA - CESUMAR

Diretrizes para Autores

DIRETRIZES PARA AUTORES 2015

A revista SAÚDE E PESQUISA (ISSN 1983-1870 Impresso e 2176-9206 On-line),

publicação do Centro Universitário de Maringá - UNICESUMAR é um periódico de

publicação quadrimestral que objetiva divulgar a produção do conhecimento dos

docentes e discentes vinculados a área da Ciências da Saúde, como Medicina,

Biomedicina, Nutrição, Odontologia, Farmácia, Enfermagem, Educação Física,

Fonoaudiologia, Fisioterapia, com enfoque na promoção, prevenção e recuperação das

condições de saúde. Aceita Artigos Originais, Artigos de Revisão (03 artigos por

número) e Relato de Casos.

A partir do terceiro quadrimestre de 2013 a revista Saúde e Pesquisa expandiu sua

política de seção, inaugurando um espaço para receber artigos na área da Promoção da

Saúde. No início segundo semestre de 2014, vinculou-se ao Programa de Pós-

Graduação em Promoção da Saúde - Mestrado na IES UniCesumar, que visa a

necessidade de abordar a interdisciplinaridade em torno das problemáticas regionais que

dificultam/impedem a melhoria da qualidade de vida da população do ponto de vista da

saúde. Áreas de concentração: Promoção da Saúde com duas linhas de pesquisa em:

Promoção da Saúde e Envelhecimento Ativo; e, Educação e Tecnologias na Promoção

da Saúde.

Missão: A Revista Saúde e Pesquisa tem como missão promover e divulgar o

conhecimento científico e tecnológico na área da saúde.

1 NORMAS DE PUBLICAÇÃO NA REVISTA SAÚDE E PESQUISA

Orientações Gerais:

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1.1 Recomendamos aos autores a leitura atenta das instruções abaixo antes de

submeterem seus artigos a revista Saúde e Pesquisa.

1.2 Serão aceitas contribuições em: Português, Inglês ou Espanhol;

1.3 Autores: Conter no, máximo sete autores na elaboração do artigo, e se enquadrar

em uma das diferentes seções da revista, descritas a seguir;

1.4 Os manuscritos só iniciarão o processo de tramitação se estiverem de acordo com

as Normas para envio de artigos. Caso contrário, serão devolvidos para os (as) autores

(as) para eventuais correções conforme descritas, caso haja necessidade;

1.5 Somente para Artigos Aceitos: Após os trâmites de aprovação as Provas/PDF

Diagramado serão enviados aos autores para a correção deerros de impressão e

deverão retornar ao Núcleo Apoio à Editoração e Pesquisa (NAEP) na data estipulada

no e-mail que será enviado ao autor correspondente. Outras mudanças no manuscrito

original não serão aceitas nesta fase.

2 TIPOS DE ARTIGOS PUBLICADOS (SEÇÕES)

• Artigos Originais: divulgam os resultados de pesquisas inéditas e permitem a

reprodução destes resultados dentro das condições citadas no mesmo. Para os artigos

originais recomenda-se seguir a estrutura convencional, conforme as seguintes seções:

Introdução; Metodologia; Resultados; Discussão e conclusão. A seção Agradecimentos

é opcional;

• Artigos de Revisão: analisam e discutem trabalhos de outros autores, revisões

bibliográficas etc.;

• Relatos de Caso ou Técnicas: apresentação da experiência profissional, baseada em

estudo de casos peculiares e/ou de novas técnicas;

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• Promoção da Saúde: trabalhos inéditos destinados a Promoção da Saúde.

3. NORMAS PARA ENVIO DE ARTIGOS

3.1 A revista Saúde e Pesquisa publica somente artigos inéditos e originais, e que não

estejam em avaliação simultânea em outro periódico. Os autores devem declarar essas

condições no processo de submissão. Caso seja identificado a publicação ou submissão

simultânea em outro periódico o artigo será desconsiderado. A submissão de um artigo

para avaliação em vários periódicos simultaneamente constitui grave falta de ética do

autor;

3.2 Somente será aceito para publicação na Revista 02 (dois) trabalhos de cada autor por

ano.

3.3 O procedimento adotado para aceitação definitiva será:

•Primeira Etapa: Seleção dos artigos segundo critérios editoriais. O Conselho Editorial

constitui a instância responsável por essa etapa;

•Segunda Etapa: Se o conselho editorial achar necessária solicitação de parecer de

Consultores ad hoc. Os pareceres comportam três possibilidades:

a) Aceitação na íntegra;

b) Aceitação com modificações;

c) Recusa integral.

3.4 Em sendo aprovado, o artigo será publicado no primeiro número da revista com

espaço disponível.

3.5 O periódico não tem como critério exclusivo de publicação a ordem cronológica na

qual recebe os textos e sim sua aceitação nas etapas descritas acima.

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3.6 O Conselho Editorial não se compromete a devolver os originais enviados.

3.7 Direitos Autorais: Os direitos autorais para os artigos publicados nesta revista são

de direito do autor, com direitos da revista sobre a declaração de concessão enviada

pelos autores para a primeira publicação. Os autores somente poderão utilizar os

mesmos resultados em outras publicações indicando claramente a revista Saúde e

Pesquisa como o meio da publicação original. Em virtude de tratar-se de um

periódico de acesso aberto, é permitido o uso gratuito dos artigos, principalmente em

aplicações educacionais e científicas, desde que citada a fonte original.

A revista se reserva o direito de efetuar, nos originais, alterações de ordem normativa,

ortográfica e gramatical, com vistas a manter o padrão culto da língua e a credibilidade

do veículo. Respeitará, no entanto, o estilo de escrever dos autores. Alterações,

correções ou sugestões de ordem conceitual serão encaminhadas aos autores, quando

necessário. Os conceitos emitidos nos artigos são de responsabilidade exclusiva dos

autores.

3.8 Ética na Pesquisa: A observância dos preceitos éticos referentes à condução, bem

como ao relato da pesquisa, são de inteira responsabilidade dos autores, respeitando-se

as recomendações éticas compostas na Declaração de Helsinki abrir (1964,

reformulada em 1975, 1983, 1989, 2000 e 2008) da Associação Médica Mundial. Para

pesquisas que apresentam resultados envolvendo Seres Humanos no Brasil,

obrigatoriamente os autores devem observar, integralmente, as normas constantes

na Resolução CNS nº 466, de 12 de dezembro de 2012, doConselho Nacional de

Saúde Abrir. Os procedimentos éticos adotados na pesquisa devem ser descritos no

último parágrafo da seção“Metodologia”, que o consentimento dos sujeitos foi obtido e

a indicação de que o estudo foi aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa envolvendo

Seres Humanos, bem como citar o número do parecer ou protocolo de aprovação.

3.9 Estudos que envolvam experimentos envolvendo animais, deve ser respeitada a Lei

nº 11.794, de 8 de outubro de 2008; e as normas estabelecidas no Guide for the Care

and Use of Laboratory Animals (Institute of Laboratory Animal Resources, National

Academy of Sciences, Washington, D.C., Estados Unidos), de 1996, e os Princípios

Éticos na Experimentação Animal (Colégio Brasileiro de Experimentação Animal –

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COBEA Abrir. O(s) autor(es) devem mencionar, no texto do manuscrito, o número do

protocolo de aprovação do projeto, emitido por Comissão de Ética no Uso de Animais

(CEUA), credenciada pelo Conselho Nacional de Controle de Experimentação Animal

(CONCEA), órgão integrante do Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação.

3.10 Diretrizes para Conflito de Interesses

Conflitos de interesses podem surgir quando autores, revisores ou editores possuem

interesses que, aparentes ou não, podem influenciar a elaboração ou avaliação de

manuscritos. O conflito de interesses pode ser de natureza pessoal, comercial, política,

acadêmica ou financeira.

A confiabilidade pública no processo de revisão por pares e a credibilidade de artigos

publicados dependem em parte de como os conflitos de interesses são administrados

durante a redação, revisão por pares e tomada de decisões pelos editores.

É obrigatório que a autoria do manuscrito declare a existência ou não de conflitos de

interesse. Mesmo julgando não haver conflitos de interesse, o(s) autor(es) deve(m)

declarar essa informação no ato de submissão do artigo, no Passo 3: Inclusão de

Metadados, e transferir o Modelo de declaração de conflito de interesse a seguir,

assinado por todos os autores, para legitimar a idoneidade dos resultados do estudo

submetido em formato de arquivo "Doc" no Passo 4 – Transferência de Documentos

Suplementares:

MODELO - Declaração de Conflito de Interesse

Eu, _____________________, autor responsável pelo manuscrito

―____________________________‖, declaro que nenhum dos autores deste estudo

possui qualquer tipo de interesse abaixo descrito, ou outros que configurem o chamado

Conflito de Interesse.

Declaro que o manuscrito apresentado não recebeu qualquer suporte financeiro da

indústria ou de outra fonte comercial e nem eu, nem os demais autores ou qualquer

parente em primeiro grau possuímos interesses financeiros/outros no assunto abordado

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57

no manuscrito.

Em caso contrário, especifico, abaixo, qualquer associação que possa representar um

conflito de interesse que eu e/ou os demais autores ou seus parentes de primeiro grau

tive(mos) nos últimos cinco anos com empresas privadas e/ou organizações, mesmo

sem fins lucrativos — por exemplo: participação em inventos/desenvolvimento de

software, aparelho, técnica de tratamento ou laboratorial, equipamentos, dispositivos ou

tecnologias; participações e atividades de consultoria e/ou palestras; propriedade

intelectual; participação acionária; situações de licenciamento de patentes etc.

Local, __/__/__. Assinatura(s): _______________

4 NORMAS GRÁFICAS

4.1 São adotadas, neste periódico, as normas de documentação da Associação

Brasileira de Normas Técnicas (ABNT). Recomenda-se a consulta principalmente às

normas NBR 10.520/2002 – Citações em documentos - Apresentação; NBR 6024/2012

– Numeração progressiva das seções de um documento; NBR 6023/2002 – Referências

- Elaboração; NBR 6028/2003 – Resumos; NBR 6022/2003 –Artigo em publicação

periódica científica impressa - Apresentação; Normas de Apresentação Tabular IBGE,

1993 veja aqui para tabelas e quadros .

4.2 Os artigos devem ser escritos considerando um mínimo de 10 e um máximo de 20

páginas, digitados em papel A4 (tamanho 21 cm X 29,70 cm), com margem superior e

esquerda de 3 cm, inferior e direita de 2 cm, paginados, parágrafo justificado com recuo

de 1,5 cm na primeira linha, fonte Arial, tamanho 12, espaçamento entre linhas 1,5 cm

em todo o artigo, com exceção do resumo, referências, citações diretas, depoimentos,

tabelas e quadros que deverão ter espaçamento simples.

4.3 A ESTRUTURA DO ARTIGO deve ser a seguinte:

• Título: Deverá ser claro, conciso e refletir a essência do artigo, escrito em caixa alta,

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58

negrito, centralizado e fonte 14. Apresentar no idioma português e inglês;

• Autoria: Para assegurar a integridade do anonimato dos autores e garantir o processo

de avaliação por pares cegas, todas as informações sobre autoria NÃO deve constar no

artigo ou qualquer outra informação oculta que possa identificar os mesmos. Essas

informações deverão ser preenchidas no momento da submissão do artigo no 2º passo

(Metadados da submissão - indexação). Obrigatoriamente preencher nome completo, e-

mail, instituição e informar uma breve biografia contendo: última titulação acadêmica,

curso/departamento/instituição ao qual pertence(m). Não serão aceitos posteriormente a

submissão à inclusão de nomes de autores que não foram preenchidos no passo

Metadados, por isso sugerimos a máxima atenção para esse passo.

Como remover os dados de autoria em documentos do Microsoft Office, a identificação

do autor deve ser removida das propriedades do documento (no menu Arquivo >

Propriedades), iniciando em Arquivo, no menu principal, e clicando na sequência:

Arquivo > Salvar como... > Ferramentas (ou Opções no Mac) > Opções de segurança...

> Remover informações pessoais do arquivo ao salvar > OK > Salvar;

•Resumo: deve-se escrever a palavra Resumo em fonte tamanho 12, negrito, Caixa alta

e alinhado à esquerda, seguido de dois pontos. Deve-se ainda iniciar seu conteúdo logo

em seguida da palavra RESUMO:, que deve estar em um único parágrafo de no máximo

15 linhas ou 250 palavras, sem recuo na primeira linha. Deve ser usado espaçamento

simples entre linhas, justificado, em fonte tamanho 12, sem citação de autoria.

•Palavras-chave: Após o resumo, escrever o termo Palavras-chave em fonte tamanho

12, negrito, alinhado à esquerda. Em seguida listar no mínimo 3 (três) a 5 (cinco)

palavras ou descritores (também referidos como unitermos) que identifiquem o

tema. Obrigatoriamente utilizar o vocabulário controlado do DeCS – Descritores em

Ciências da Saúde, publicação da BIREME – Centro Latino Americano e do Caribe

de Informação em Ciências da Saúde consulte a lista de Descritores ou MeSH

(Medical Subject Headings) Aqui.

•Abstract: Em Inglês, com formatação igual à do Resumo.

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•Keywords: Em Inglês, com formatação igual à das Palavras-chave.

•Texto principal: Deve ser subdividido em: INTRODUÇÃO; 2 METODOLOGIA; 3

RESULTADO; 4 DISCUSSÃO; CONCLUSÃO; 5 AGRADECIMENTOS (Opcional).

Se, porventura, o trabalho utilizar termos em língua estrangeira, estes deverão ser

escritos usando o modo itálico exceto para as palavras et al. e apud.

Títulos das Seções: Conforme a NBR 6024/2003, devem ter numeração progressiva,

alinhamento à margem esquerda, sem utilizar ponto, hífen, travessão ou qualquer outro

sinal após o indicativo de seção ou de seu título.

Exemplo de formatação das seções/títulos:

SEÇÃO PRIMÁRIA Letra MAIÚSCULA e negrito

SEÇÃO SECUNDÁRIA Letra MAIÚSCULA e sem negrito

Seção Terciária em negrito e somente o Início da Palavras em Maiúsculo.

4.4 Citação: As citações deverão seguir o sistema de chamada alfabética (NBR

10520/2002). Quando a obra possuir até três (3) autores, indicam-se todos, na mesma

ordem em que aparecem na obra, emprega-se (;) entre os autores. Quando a obra possuir

mais de três (3) autores, menciona-se o primeiro, seguido da expressão et al. Na lista de

referências devem constar o nome de todos os autores.

4.5 Ilustrações: Todas as ilustrações devem ser numeradas por ordem de aparecimento

no texto com números arábicos. Cada ilustração deve receber um título e quando forem

elaboradas com dados obtidos de outros documentos ou reproduzidas de outra obra,

obrigatoriamente devem conter a citação da fonte quando as mesmas não forem geradas

pelo(s) autor(es) no referido artigo. As figuras deverão ser identificadas e enviadas

através de arquivos individuais, gravados em extensão *.TIF, em modo CMYK para as

coloridas e modo grayscale (tons de cinza) para as P&B, com resolução de 300dpi.(300

dpi) em documentos suplementares no passo 4 da submissão.

As ilustrações desempenham o papel de auxiliar, ou seja, complementam ou apoiam a

expressão de ideias do texto. Por isso devem ser citadas oportunamente no texto, pelo

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60

seu número ou título, e inseridas o mais próximo possível do texto a que se referem,

preferencialmente logo após a sua citação.

Em figuras ou fotos, a fonte ou nota explicativa deve estar posicionada centralizada e

abaixo da figura, em tamanho 10.

4.6 Tabelas, gráficos ou quadros, utilize as Normas de apresentação Tabular IBGE.

A legenda deve ser precedida pela palavra tabela/gráfico/quadro e pelo seu respectivo

número, em ordem crescente e algarismos arábicos. A legenda deve ser posicionada à

esquerda e na parte superior. A fonte ou nota explicativa deve ser posicionada à

esquerda e na parte inferior da tabela em fonte tamanho 10.

4.7 Agradecimentos: podem ser mencionadas colaborações de pessoas, instituições ou

agradecimento por apoio financeiro, auxílios técnicos, que mereçam reconhecimento,

mas não justificam a sua inclusão entre os autores.

4.8 Conflitos de interesse:Devem ser reproduzidos objetivamente quando houver, e

quando não houver, apresentar a declaração conforme Diretrizes apresentadas no

item 3.10.

4.9 Referências: As referências bibliográficas devem ser redigidas segundo a norma

NBR 6023/2000 da ABNT e deverão ser listadas em ordem alfabética no final do artigo.

Devem ser atualizadas contendo, preferencialmente, os trabalhos mais relevantes

publicados nos últimos 5 (cinco) anos, sobre o tema. Deve conter apenas trabalhos

citados no texto.

5 MODELO DE REFERÊNCIAS

ARTIGO DE REVISTA

SOBRENOME DO AUTOR DO ARTIGO, Prenomes. Título do artigo. Nome da

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Revista, Cidade, volume, número, página inicial e final, data (dia, mês, ano).

Exemplo:

SIMONS, Robert. Qual é o nível de risco de sua empresa? HSM Managment,, São

Paulo, v.3, n. 16, p. 122-130, set./out. 1999.

LIVRO

SOBRENOME DO AUTOR, Prenomes. Título. Edição. Cidade: Editora, ano.

Exemplo:

SEVERINO, Antônio Joaquim. Metodologia do trabalho científico. 22. ed. rev. e

ampl. São Paulo: Cortez, 2002. ISBN 85-249-0050-4.

CAPÍITULO DE LIVRO

SOBRENOME DO AUTOR DO ARTIGO, Prenomes. Título do Capítulo do Livro. In:

SOBRENOME DO AUTOR, Prenomes. Título do livro. Edição. Cidade: Editora, ano.

Página inicial e final.

Exemplo:

FRIGOTTO, Gaudêncio. Os delírios da razão: crise do capital e metamorfose conceitual

no campo educacional. In: GENTILI, A. H. Pedagogia da exclusão: crítica ao

neoliberalismo em educação. Petrópolis, RJ: Vozes, 1995. p.77-108

ANAIS DE CONGRESSO

NOME DO EVENTO, Número do evento, ano de realização, Local. Tipo de

documento... Local: Editora, ano de publicação. Número de páginas.

Exemplo:

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SIMPÓSIO BRASILEIRO DE ENGENHARIA DE SOFTWARE, 14, 2000, João

Pessoa. Anais... João Pessoa: CEFET-PB, 2000. 190p.

TRABALHO COMPLETO APRESENTADO EM CONGRESSO

SOBRENOME DO AUTOR, Prenomes. Título do artigo. A expressão In: NOME DO

CONGRESSO, numeração do evento, ano, local. Tipo do documento (Resumo,

Anais...). Cidade: Editora, ano. Página inicial e final.

Exemplo:

SOUZA, L. S.; Borges, A. L..; Rezende, J. Influência da correção e do preparo do solo

sobre algumas propriedades químicas do solo cultivado com bananeiras. In: REUNIÃO

BRASILEIRA DE FERTILIDADE DO SOLO E NUTRIÇÃO DE PLANTAS, 21.,

1994, Petrolina. Anais... Petrolina: Embrapa, CPATSA, 1994. p.3-4

LEGISLAÇÃO

JURISDIÇÃO. Título. Dados da publicação, Cidade, data.

Exemplo:

BRASIL. Lei n.° 9.887, de 7 de dezembro de 1999. Altera a legislação tributária

federal. Diário Oficial [da] República Federativa do Brasil, Brasília, DF, 8 dez.

1999.

MANUAL

ESTADO. Entidade. Título. Cidade, ano, número de páginas.

Exemplo:

PARANÁ (Estado). Universidade Estadual de Maringá. Departamento de

Administração. Manual do Estágio de Administração da UEM. Maringá, DAD

Publicações, 2002, 158p.

DISSERTAÇÃO E TESE

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SOBRENOME DO AUTOR, Prenomes. Título do trabalho. Ano. Número de folhas.

Natureza do trabalho (Tese, dissertação, monografia ou trabalho acadêmico (grau e área

do curso) - Unidade de Ensino, Instituição, local, data.

Exemplo:

FREITAS JÚNIOR, O. de G. Um modelo de sistema de gestão do conhecimento

para grupos de pesquisa e desenvolvimento. 2003. 292f. Tese (Doutorado em

Engenharia de Produção) – Universidade Federal de Santa Catarina, Florianópolis,

2003.

DICIONÁRIO

Título do Dicionário. Edição. Cidade: Editora, ano. Número de páginas.

Exemplo:

DUCROT, Oswald. Dicionário enciclopédico das ciências da linguagem. 2.ed. São

Paulo: Perspectivca, 1998. 339p.

ARTIGO DE JORNAL DIÁRIO

SOBRENOME DO AUTOR DO ARTIGO, Prenomes. Título do artigo. Título do

Jornal, Cidade, data (dia, mês, ano). Suplemento, número da página, coluna.

Exemplo:

FRANCO, Gustavo H. B. O que aconteceu com as reformas em 1999. Jornal do Brasil,

Rio de Janeiro, 26 dez. 1999. Economia, p.4, Caderno 6.

5.1 ARTIGO EM FORMATO ELETRÔNICO

Exemplo:

KELLY, R. Eletronic publishing at APS: its not just online journalism. APS News

Online, Los Angeles, Nov. 1996. Disponível em: . Acesso em: 25 nov. 1998.

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DECLARAÇÃO DE DIREITOS AUTORAIS

A Revista se reserva o direito de efetuar, nos originais, alterações de ordem normativa,

ortográfica e gramatical, com o intuito de manter o padrão culto da língua, respeitando,

porém, o estilo dos autores. As opiniões emitidas pelos autores são de sua exclusiva

responsabilidade.

Cada autor receberá três exemplares da Revista.

POLÍTICA DE PRIVACIDADE

Os nomes e endereços informados nesta Revista serão usados exclusivamente para os

serviços prestados por esta publicação, não sendo disponibilizados para outras

finalidades ou a terceiros.

Endereço para correspondência:

UNICESUMAR

Diretoria de Pesquisa - NAEP - Núcleo de Apoio à Editoração e Pesquisa

Avenida Guedner, 1610 Bloco 10 - 3º andar

Jardim Aclimação - CEP: 87.050-390 - Maringá – PR

Condições para submissão

Como parte do processo de submissão, os autores são obrigados a verificar a

conformidade da submissão em relação a todos os itens listados a seguir. As submissões

que não estiverem de acordo com as normas serão devolvidas aos autores.

1. A contribuição é original e inédita, e não está sendo avaliada para publicação por outra

revista simultaneamente.

2. Os arquivos para submissão estão em formato Microsoft Word ou RTF (desde que não

ultrapasse os 2MB). Em tamanho A-4, fonte Arial 12, espaçamento entrelinhas 1,5 (com

exceção das citações acima de 3 linhas o espaçamento é simples). Margem

esquerda/superior 3 cm e direita/inferior 2 cm.

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3. Todos os endereços de páginas na Internet (URLs), incluídas no texto

(Ex.: http://www.ibict.br) estão ativos e prontos para clicar.

4. O texto segue os padrões de estilo e requisitos bibliográficos descritos em Diretrizes

para Autores, na seção Sobre a Revista.

5. Cópia do Parecer do CEP. Os trabalhos que envolvem pesquisas com seres humanos,

deverão estar acompanhados da devida autorização do Comitê de Ética correspondente,

na forma de "documento suplementar" (passo 4 da submissão). Incluir o número da

aprovação pelo CEP no artigo na seção "Metodologia".

6. Declaração de potencial(is) conflito de interesses, conforme modelo citado no item 3.9

7. Figuras, Tabelas e quadros: As ilustrações devem ser encaminhadas em arquivos

separados, gravados em extensão *.TIF, em modo CMYK para as coloridas e modo

grayscale (tons de cinza) para as P&B, com resolução de 300dpi e identificadas.

Tabelas, gráficos ou quadros, utilize as Normas de apresentação Tabular IBGE. A

legenda deve ser precedida pela palavra tabela/gráfico/quadro e pelo seu respectivo

número, em ordem crescente e algarismos arábicos. A legenda deve ser posicionada à

esquerda e na parte superior. A fonte ou nota explicativa deve ser posicionada à

esquerda e na parte inferior da tabela em fonte tamanho 10.

Declaração de Direito Autoral

A submissão de originais para a revista Saúde e Pesquisa implica na transferência

da Carta Concessão de Direitos Autorais, pelos autores, dos direitos de publicação

impressa e digital para a revista após serem informados do aceite de publicação. A

Secretaria Editorial irá fornecer da um modelo de Carta de Concessão de Direitos

Autorais, indicando o cumprimento integral de princípios éticos e legislação específica.

Os direitos autorais dos artigos publicados nesta revista são de direito do autor, com

direitos da revista sobre a primeira publicação. Os autores somente poderão utilizar os

mesmos resultados em outras publicações, indicando claramente a revista Saúde e

Pesquisa como o meio da publicação original. Em virtude de tratar-se de um periódico

de acesso aberto, é permitido o uso gratuito dos artigos, principalmente em aplicações

educacionais e científicas, desde que citada a fonte. A Saúde e Pesquisa adota a licença

Creative Commons Attribution 4.0 International.

A revista se reserva o direito de efetuar, nos originais, alterações de ordem normativa,

ortográfica e gramatical, com vistas a manter o padrão culto da língua e a credibilidade

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do veículo. Respeitará, no entanto, o estilo de escrever dos autores. Alterações,

correções ou sugestões de ordem conceitual serão encaminhadas aos autores, quando

necessário. Nesses casos, os artigos, depois de adequados, deverão ser submetidos a

nova apreciação. As opiniões emitidas pelos autores dos artigos são de sua exclusiva

responsabilidade.

Cada autor receberá dois exemplares da Revista.

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