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UNIVERSIDADE CÂNDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU” PROJETO A VEZ DO MESTRE O SUPERVISOR PEDAGÓGICO DA ESCOLA NOVA – EDUCAÇÃO PARA A AÇÃO MOTIVADORA LUCIRENE MARIA FARIA CARNEIRO ORIENTADOR PROFESSOR ANTÔNIO FERNANDO VIEIRA NEY POÇOS DE CALDAS Novembro /2010

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UNIVERSIDADE CÂNDIDO MENDES

PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU”

PROJETO A VEZ DO MESTRE

O SUPERVISOR PEDAGÓGICO DA ESCOLA

NOVA – EDUCAÇÃO PARA A AÇÃO MOTIVADORA

LUCIRENE MARIA FARIA CARNEIRO

ORIENTADOR

PROFESSOR ANTÔNIO FERNANDO VIEIRA NEY

POÇOS DE CALDAS Novembro /2010

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UNIVERSIDADE CÂNDIDO MENDES

PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU”

PROJETO A VEZ DO MESTRE

O SUPERVISOR PEDAGÓGICO DA ESCOLA

NOVA – EDUCAÇÃO PARA A AÇÃO MOTIVADORA

Trabalho de conclusão de curso apresentado à

UNIVERSIDADE CÂNDIDO MENDES (UCAM)/

PROJETO A VEZ DO MESTRE como um dos pré-

requisitos para a obtenção de grau de ESPECIALISTA

EM SUPERVISÃO ESCOLAR, orientado pelo

Professor Antônio Fernando Vieira Ney.

POÇOS DE CALDAS Novembro / 2010

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UNIVERSIDADE CÂNDIDO MENDES

PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU”

PROJETO A VEZ DO MESTRE

O SUPERVISOR PEDAGÓGICO DA ESCOLA

NOVA – EDUCAÇÃO PARA A AÇÃO MOTIVADORA

Banca Examinadora

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AGRADECIMENTOS

Agradeço primeiramente a Deus, pela saúde e

sabedoria, pois sem Ele nada seria possível. A minha

mãe, em especial, profª Benedita, pelo incentivo e

apoio constante. Ao meu pai, Milton e meus irmãos

Lucélio e Lucimilton pelo auxílio às pesquisas. À

Janete Rennó, vice-diretora da SEPEMA, pela

disponibilização de informações. A minha prima

Rosângela Gusmão pela força. Aos meus alunos e

colegas de trabalho que, direta e/ou indiretamente

contribuíram para a constante fundamentação desse

trabalho durante esses anos.

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DEDICATÓRIA

Dedico este trabalho, aos meus familiares, pessoas

com as quais dividi todos os momentos, aos

professores, educadores, supervisores, alunos que

buscam inovar sua ação pessoal e profissional no

dia-a-dia mediante as necessidades próprias e de

nossos alunos neste século XXI.

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RESUMO

Neste trabalho apresentaremos um histórico sobre a importância do

supervisor na escola, pois ser supervisor significa ter liderança, na qual vise

melhoria no processo ensino–aprendizagem, executando atividades que influenciam

estimular o professor para melhor desempenhar suas funções, comprometido com a

qualidade de ensino, não imposta de cima para baixo, mas sim na interação entre

supervisor e professores.

A escola atual deve ser organizada com visões coletivas no sentido de

responsabilizar cada membro por suas ações, valorizando a capacidade de pensar,

o diálogo, a soma de talentos individuais, a visão do conjunto, as interrelações das

partes que forma um todo. O supervisor deverá ser líder da caminhada do aprendiz

no interior da escola, sendo parceiro dos profissionais no processo ensino-

aprendizagem, reconhecendo a importância de buscar inovações em suas ações e

formas de assegurar a participação da comunidade, onde todos serão

responsáveis pelo bom desempenho da escola.

Palavras chave - comunidade, supervisão, escola.

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ABSTRACT

In this paper we present a background on the importance of the supervisor at

the school, because being a supervisor means having leadership, which aims at

improving the teaching-learning process, carrying out activities that influence to

encourage the teacher to better perform their duties, committed to quality education,

not imposed from the top down, but the interaction between supervisor and teacher.

The current school must be organized with the collective views towards each

member accountable for their actions, emphasizing the ability to think, the dialogue,

the sum of individual talents, a clear focus, the interrelationship of the parts that form

a whole. The supervisor should be leading the walk of the learner within the school,

being a partner of professionals in the teaching-learning process, recognizing the

importance of seeking innovations in its actions and ways of ensuring the

participation of the community, where everyone will be responsible for the good

performance of school.

Key words - community, supervision, school.

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METODOLOGIA

O trabalho foi desenvolvido em escolas da rede pública e particular, em que

atuei como professora com observância constante das posturas de meus colegas

supervisores e, após várias pesquisas e observações, verifiquei que o supervisor

significa caminho, orientação, sistematização, segurança e apoio.

Esta parte prática de observação e experimentação foi desenvolvida adotando

formas dinâmicas de tornar o ensino mais encantador, tendo o aluno como

participante ativo pelo prazer em aprender, dando importância às relações pessoais,

à afetividade, à autovalorização para atingirem seus próprios objetivos.

Onde o supervisor deve promover e incentivar o estudo, a análise e a

avaliação, elaborar propostas educacionais inovadoras e consistentes, reforçando as

práticas pedagógicas interdisciplinares e contextualizadas pelas escolas, com foco

no processo de ensino/aprendizagem e na melhoria do desempenho escolar.

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SUMÁRIO

INTRODUÇÃO...........................................................................................................10

CAPÍTULO I...............................................................................................................11

1.0 É PRECISO EMOCIONAR PARA ENSINAR.......................................................11

1.1 O RESGATE DO ENSINO SUBJETIVO .............................................................11

1.2 ABORDAGEM HISTÓRICA..................................................................................12

1.3 A APRENDIZAGEM DA SUBORDINAÇÃO E DA RESISTÊNCIA NO

COTIDIANO ESCOLAR.............................................................................................14

1.4 TEORIAS DE RESISTÊNCIAS............................................................................18

1.5 A PESQUISA DE CAMPO....................................................................................19

1.6 O CONTEXTO DAS OBSERVAÇÕES.................................................................19

1.7 O COTIDIANO DA ESCOLA: APRENDIZAGEM DA SUBORDINAÇÃO E DA

RESISTÊNCIA............................................................................................................20

1.8 IMPASSES (DIFICULDADES) PELA RESISTÊNCIA..........................................22

CAPÍTULO II..............................................................................................................24

2.0 HISTÓRICO DA SUPERVISÃO ESCOLAR.........................................................24

2.1 O PAPEL DA SUPERVISÃO ESCOLAR..............................................................27

2.1.1 FATORES QUE INTERFEREM NA ATUAÇÃO DO SUPERVISOR

ESCOLAR..................................................................................................................28

2.2 INTEGRAÇÃO DA PRÁTICA DOS ESPECIALISTAS EM EDUCAÇÃO..............28

2.2.1 SÃO ATRIBUIÇÕES DO SUPERVISOR ESCOLAR .......................................31

CAPÍTULO III.............................................................................................................32

3.0 SUPERVISÃO ESCOLAR: NOVOS DESAFIOS E PROPOSTAS ......................32

3.1 O SUPERVISOR E O PLANEJAMENTO.............................................................39

CONCLUSÃO.............................................................................................................42

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS...........................................................................43

ANEXOS.....................................................................................................................49

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INTRODUÇÃO

O Supervisor fundamenta-se nos princípios da democratização do processo

pedagógico, na participação de todos, no compromisso coletivo com os resultados

em consonância com a ação dos demais profissionais da escola, na perspectiva

interdisciplinar e contextualizada do ensino, na indissociabilidade entre teoria e

prática, na ética, nos valores e princípios que regem a vida humana na escola e

comunidade.

A intenção é produzir um trabalho coletivo em torno de processos mediados

por estudos teóricos e práticos, de investigação e reflexão crítica da realidade, onde

pretendemos contribuir para o aperfeiçoamento da competência de planejar,

implementar, acompanhar, coordenar e avaliar projetos e ações educacionais,

especialmente as ações desenvolvidas na sala de aula. É de grande valia as

opiniões de profissionais como elemento coordenador dos processos pedagógicos,

que possa exercer suas funções de modo a fazer a diferença na escola e na

melhoria do desempenho dos alunos, mediados pelo trabalho dos professores no

dia-a-dia da sala de aula.

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CAPÍTULO I

1.0 É PRECISO EMOCIONAR PARA ENSINAR

“O caminho que o levará à felicidade, não começa nas pessoas e nas coisas

para chegar até você, mas começa sempre em você para ir aos outros“.

Michel Quoist

1.1 O RESGATE DO ENSINO SUBJETIVO

Para que isso ocorra precisamos, primeiro, refletir sobre nós mesmos, para

que possamos resgatar a subjetividade que se perdeu através dos tempos.

De acordo com Carlos Amadeu Botelho Gyington, Psiquiatra e

Psicoterapeuta, educador e historiador, em seu livro “A construção Amorosa do

Saber” é necessário voltar sobre a questão: a diferença entre o currículo,

maravilhoso, enorme e os alunos que não conseguem nem prestar atenção na aula,

sem motivação.

Essa defasagem resulta em muito dinheiro gasto e anos de estudo

desperdiçados. O que se observa é que as pessoas esquecem (Ribeiro, vol.2,

1995).

Se esquecêssemos uns 20%, 30% ou 40% do que aprendemos já seria um

exagero. Mas não, a gente esquece mais de 90% do aprendizado. Isso porque o

ensino é cognitivo, teórico, não é vivido.

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O nosso cérebro, a personalidade humana apoiada apenas na parte racional,

deixa de lado, 99% do que recebe, porque os estímulos são muitos. O que

realmente se fixa é o que se vive, e o que se vive precisa de emoção.

1.2 ABORDAGEM HISTÓRICA

O ensino desde a implantação do domínio das ciências, no século XVIII,

quando a ciência expulsou a inquisição, baniu também o subjetivo

(Bethencourt, 2000).

Durante mil e quinhentos anos, a igreja tomou conta do saber. Já no século

XVI, quando se criou a imprensa e mesmo antes disso, todos os livros, para serem

copiados, precisavam ter a inscrição Imprimatur (imprima-se, em latim), depois, nihil

obstat (nenhuma objeção), dadas pela igreja. E o que isso quer dizer? Uma censura

permanente a toda cultura. E censura de acordo com a cabeça do Santo Ofício. A

Inquisição foi altamente dogmática, repressiva e as pessoas eram ameaçadas por

processos terríveis, torturas. Então, a cultura, durante esses 1.500 anos, sofreu um

cerceamento como nunca se viu na História da Humanidade.

Quando a ciência se inicia e começa a crescer, no princípio do século XVI,

com Copérnico, seguido depois por Galileu e outros grandes da ciência moderna

nos séculos XVII e XVIII, como Descartes, Kepler, Newton, com todos os grandes

pais da ciência moderna, havia ainda uma coação enorme. Todos eles se

conheciam e escreviam em latim. E o medo permeava essa comunidade. Galileu,

príncipe dos cientistas, fora obrigado a ajoelhar diante dos cardeais, no Vaticano,

para negar que a Terra era redonda e se movia.

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A coação sob a qual a comunidade científica vivia não era qualquer uma, era

de vida ou de morte. Giordano Bruno foi queimado em praça pública no meio de

Roma. Ora, podemos imaginar, essa geração de sábios e de todos os nossos

alunos, quando ao estudar sobre a Revolução Francesa, em que ao caírem a

monarquia e o poder da Igreja, no final do século 18, expulsa de lá a religião, criando

um patrulhamento ideológico para centralizar a verdade na objetividade. O subjetivo,

eliminado, carregou consigo a vivência de totalidade, a emoção, a afetividade, a

interversão, a intuição e, terrivelmente, a ética e o amor. Porque ambas vêm junto

com a função sentimento que é muito ligada ao subjetivo. Portanto, a ciência ficou

com uma ética em função da verdade e do objetivo, e não em função do

humanismo, aquela construída pelo Iluminismo dos enciclopedistas, de Voltaire,

Diderot, Montesquieu e outros que fizeram a Revolução Francesa, a independência

americana e implantaram a democracia no mundo. Ao implantar o poder, esse

Iluminismo ficou aleijado, mutilado, porque o subjetivo ficou de fora e se instalou a

ditadura da verdade objetiva, a qual gerou o materialismo do século XIX que

divinizaram a razão e a objetividade e a verdade se tornou escrava do objetivo.

A união do subjetivo ao aprendizado é uma inclinação universal, pois em

todas as culturas sempre foi assim, seja tribal, indígena, é estudado, desde

pequeno, como se planta e se colhe, ensino ligado à mitologia e sempre símbolo

dentro da tribo, que nós temos de respeitar, respeitar a terra onde planta, o sol, a

chuva, e tudo é integrado.

Isso vem desde a Antiguidade, qualquer cultura que se estude, não importa

se os pigmeus no meio da África têm também um ensino integrado, unindo objetivo

e subjetivo. A cultura ocidental é que ficou mutilada, devido à inquisição e a

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humilhação feita em nome de Deus. Os educadores estão condicionados, porque

tivemos durante dois séculos inteiros XIX e XX o ensino apenas do objetivo.

1.3 A APRENDIZAGEM DA SUBORDINAÇÃO E DA RESISTÊNCIA NO

COTIDIANO ESCOLAR.

A proposta deste trabalho é discutir dados da vivência do aluno envolvendo

as práticas pedagógicas desenvolvidas no cotidiano de uma escola pública.

A idéia é buscar a reflexão teórica que possa explicar a maneira articulada

indireta e imediata, a realidade observada e nos concentrar no relato da pesquisa

realizada reportando descrições, depoimentos e situações referentes às

experiências dos alunos e discutindo suas ligações com o quadro teórico

apresentado.

a) A justificativa teórica

A explicação articulada foi observada nas salas de aula quanto a interação

professor-aluno que implica na consideração de alguns conceitos abstratos e que

nos levam a compreender o porquê de uma realidade social e pedagógica tão

contraditória.

Uma maneira de entender o cotidiano da sala de aula é partir da perspectiva

reprodutista da educação. Alguns autores (Bourdieu e Passeron, 1976; Baudelot e

Establet, 1976, Bowles e Gintis, 1982) sugerem que a relação professor–aluno é

uma relação de dominação, não havendo espaço para um movimento de contra-

ação, de reação à dominação. Os autores citados propõem em suas análises que as

contradições do sistema capitalista de organização social estão refletidas no

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processo de escolarização sob a forma de dominação cultural, eles concebem esta

dominação de modo tão intenso e abrangente que não consideram a possibilidade

de momentos de quebra, de ruptura, os quais possibilitariam a existência de atitude

de resistência a esta situação.

A teoria da reprodução cultural e social avançou em muitos sentidos, à

análise social da educação e da escola, e não conseguiu dar conta dos aspectos

contraditórios inerentes a toda e qualquer prática social. A escola, ao mesmo tempo

que contribui para a inculcação e a divulgação da ideologia dominante, é um espaço

onde interagem sujeitos com determinada consciência e determinada intenção. Isto

significa que a inculcação das idéias e dos valores dominantes não é um processo

tão mecânico como a teoria da reprodução argumenta. Todo o processo de

dominação é antes de mais nada um processo caracterizado por conflitos, por

tensões, por tentativas de resistência.(Giroux,1987,a e b)

Segundo Giroux (1987 a e b), a teoria da resistência é entendida a partir de

três conceitos básicos: ideologia, hegemonia e cultura. A ideologia é muitas vezes

entendida como um todo, um conjunto de ideias, valores e significados que

justificam “a priori” os interesses e os compromissos econômicos não - manifesta de

uma determinada classe social, a classe dominante, e neste sentido a ideologia

aparece como sendo falsa consciência, isto é, a inculcação de significados,

sentimentos e experiências e que dizem respeito aos interesses e compromissos da

classe econômica dominante, a relação com a base econômica é entendida como

sendo de dominação pelo sistema produtivo, é a base econômica que determina as

ideias, os valores e os significados que estruturam a existência dos indivíduos.

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A ideologia não tem sido suficiente para explicar a complexidade da realidade

social, o conceito de ideologia ultrapassa o âmbito de ideias e passa a ser estudado

no contexto das contradições.

A ideologia existe em função de sujeitos, como ciência e intencionalidade. É uma

prática social e enquanto prática é realizada por indivíduo comprometido com uma

determinante concepção e, portanto, com uma determinada vivência de mundo,

segundo Giroux (1987).

O conceito de ideologia não diz respeito simplesmente a um conjunto

específico de doutrina e significado. Esta concepção vai além da perspectiva

reprodutivista para a qual a consciência dominante com seu conjunto específico de

valores, crenças, significados e práticas é incorporado pela classe subordinada,

levando à reprodução do sistema capitalista de produção. Já a concepção dialética

entende ideologia como um conjunto de práticas sociais que refletem como os

indivíduos compreendem, explicam e vivem o mundo (Leite,1986,p.38). No enfoque

dialético, o conceito de ideologia deve considerar o jogo das forças sociais, quer

dizer, as contradições, as tensões, os conflitos e as tentativas de resistências

inerentes às relações de dominação. E em sua perspectiva não- reducionista, não

determinística, fala-se em relações de dominação entre classe dominante e classe

dominada__ para isto é fundamental a compreensão do conceito de hegemonia.

A hegemonia é uma prática inerente às relações ideológicas e de poder, e

que só cabe num contexto que entende as relações sociais como sendo relações

entre sujeitos de consciência e de intencionalidade; implica numa visão dialética da

realidade social onde as contradições são consideradas como condições reais e

objetivas do processo de transformação social, uma realidade que envolve conflitos,

tensões e tentativas de resistências à dominação.

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O conceito de hegemonia implica liderança ideológica, política e econômica

por meio da concordância e do consentimento com relação à liderança dominante e

para constituir uma classe hegemônica é preciso que esta classe seja sustentada e

aceita pela classe subordinada.

Baseada na concepção de mundo da classe dominada, a classe dominante

transmite seus valores, crenças, teorias e práticas; a classe dominante exercita sua

liderança intelectual, moral e política, modelando, influenciando e limitando o

discurso e a prática da classe dominada(Leite, 1986).

Para ser aceita hegemonicamente, a ideologia dominante inculca que as

crenças, os valores, as ideias, as atitudes, as disposições e as práticas da classe

dominante são naturais, universais, eternas, justas e o único modo possível de se

organizar e de se viver em sociedade. Giroux chama atenção para as contradições,

as tensões, os conflitos e as tentativas de resistência que permeiam as relações

sociais e que significam aspectos de uma contra-hegemônica, ele quer dizer que

está implícito no conceito de hegemonia não só as práticas de aceitação e de

consentimento, mas também, as práticas contra- hegemônicas, a luta contra-

ideológica.

A cultura se constitui de relações dialéticas que estão situadas em um

contexto histórico definido, estas relações são determinadas, por um lado pelas

relações de produção, pelo sistema econômico, por outro lado, às práticas culturais

que são definidas pela consciência, intencionalidade e subjetividade dos indivíduos

enquanto sujeitos da história. A prática cultural está relacionada a classe social, ao

poder de conflito (Giroux,1987 a e b). Isto significa que “Em uma formação social

caracterizada por relações de dominação, a cultura é dividida basicamente em duas

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práticas culturais as quais coexistem em dinâmicas relações de incorporação,

contradição e resistência” (Leite,1986, p.42).

Embora a prática cultural esteja relacionada à base econômica, ela não é

diretamente determinada pelo modo de se organizar o sistema produtivo. Cultura

refere-se a processos que se articulam ao nível do pensamento, dos sentimentos,

atitudes, disposições, manifestações artísticas e atividades intelectuais. Nesta noção

dialética de cultura, a escola não funciona somente como local de transmissão e

inculcação da cultura dominante, ela é também o local de troca, de intercâmbio,

apesar de ser uma troca, um intercâmbio desigual, entre as culturas que permeiam

as sociedades de classes.

1.4 TEORIAS DE RESISTÊNCIAS

A partir da compreensão de ideologia, hegemonia e cultura como práticas

dialéticas é que surge a necessidade de se definir mais precisamente o conceito de

resistência.

A resistência é entendida como um conjunto de práticas exercidas por grupos

subordinados que se expressam sob a forma de oposição, numa tentativa de barrar

a dominação, de não perder sua identidade e seus costumes.

A resistência implica em negação, insubmissão, reelaboração, reinvenção,

rejeição, podendo ser decorrente de comportamentos conscientes ou inconscientes.

Giroux(1987 a e b) discute o conceito de resistência nos limites da escola. Ele

afirma que a resistência é um aspecto central numa análise crítica e radical da

prática pedagógica, segundo ele, o processo de dominação não é coeso, unitário e

intrinsecamente coerente, mas, é caracterizado pela existência de contradições reais

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e objetivas. Estas contradições não são próprias do sistema escolar, mas são

contradições inerentes ao sistema social global e que se manifestam na escola sob

forma de desagregação e descontinuidade da prática pedagógica.

1.5 A PESQUISA DE CAMPO

A metodologia usada foi a obtenção dos dados através de observação direta

das atividades escolares, o registro dessas observações enfatizou as falas dos

alunos e dos professores, as formas de interação desenvolvidas, os vários tipos de

ocorrência do dia a dia escolar e a descrição viva das situações de sala de aula.

Foram observadas seis turmas de nível fundamental e médio, num período de um

semestre. Além das observações foram feitas entrevistas com professores destas

turmas, foram assistidos conselhos de classe, reuniões de planejamento, reuniões

de pais e outros eventos da escola. Essa variedade de situações possibilitou a

obtenção de um conjunto rico de informações e que permitiram desvelar elementos

essenciais da prática escolar.

1.6 O CONTEXTO DAS OBSERVAÇÕES

A escola está situada na pequena cidade de São José do Alegre/MG tendo

um total aproximado de 750 alunos distribuídos em 20 turmas e funcionando em 2

turnos com duração de quatro horas e meia. O prédio escolar está bem situado e

tem boas condições físicas, estando bem conservado, com uma biblioteca, um

grande auditório, um refeitório, um laboratório de informática, uma sala de

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recursos(antigo refeitório) e com a expansão das vagas, os espaços da biblioteca e

da sala de recursos foram transformados em sala de aula, para atender os alunos.

As salas ocupadas pelas turmas observadas se caracterizam por serem

amplas, bem iluminadas e bem arejadas. As turmas da sala de recursos e monitoria

ocupam a sala adaptada do antigo refeitório, que apresenta desvantagem de ser

muito barulhenta durante o período da merenda ou quando há atividade no pátio.

Os professores, a maioria do sexo feminino, possuem curso superior com

habilitação específica e trabalham na escola há mais de dez anos.

Os alunos, em sua grande maioria vêm de famílias de nível médio, onde 45% das

mães trabalham fora, em atividades como lavadeira, passadeira, faxineira, diarista

etc. Os pais também exercem atividades manuais como pintor, pedreiro, carpinteiro,

vigia, garçom, motorista, porteiro, lavrador e comerciante.

Grande parte dos alunos vêm da zona rural e os que são da zona urbana

apresentam certo desinteresse levando-os à reprovação.

A escola mantém uma relação estreita com a comunidade, através de um

contato sistemático com a Associação de Moradores que acompanha de perto as

atividades da escola.

1.7 O COTIDIANO DA ESCOLA: APRENDIZAGEM DA SUBORDINAÇÃO E DA

RESISTÊNCIA.

A partir das considerações teóricas apresentadas, a observação do cotidiano

da escola permitiu detectar várias reações dos alunos que podem se caracterizar

como formas de resistências à dominação.

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De modo geral em todas as turmas observadas, os alunos demonstraram

interesse por participar e muito entusiasmo pelas atividades de sala de aula. Sempre

que a professora solicitava algum tipo de participação os alunos reagiam

imediatamente, respondendo as perguntas, levantando a mão para falar, pedindo

para ir ao quadro ou para participar das atividades em frente ao grupo de classe.

Quando entrevistadas, as professoras confirmaram esse interesse, dizendo

que “a maior parte tem interesse em aprender, só uns poucos não”. Uma professora

inclusive explicou “nem todos demonstram interesse em aprender; uma grande parte

sim, valoriza, gosta, trabalha pela escola, vem às reuniões cívicas”.

Essas manifestações podem ser entendidas sob o enfoque da teoria de

resistência na medida em que apesar de toda a situação de fracasso destes alunos,

eles se empenham em participar da rotina da aprendizagem.

Entretanto, é importante notar que quando experimentam a situação de ficarem sob

as ordens das duas representantes de turma, dramatizam momentos idênticos aos

vividos com a professora, mas deixando passar muita agressão. Numa dessas

ocasiões, dirigindo-se a um colega, representante de turma disse:

- Abaixa a cabeça, garoto! Olha, o seu nome já vai agora mesmo para o caderno!

Não quero ouvir ninguém conversando.

Já na presença da professora, a mesma representante muda sua atitude de

autoritária para delicada.

Entender essas reações não é muito fácil, como fácil também não é entender

as atitudes e os comportamentos contraditórios da professora e dos alunos.

Em linhas gerais outras formas de resistir a dominação são as que aparecem

em atitudes como a bagunça dentro de sala quando a professora se ausenta, o

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resistir a realização das atividades, as respostas irônicas revidando comentários da

professora, o riso e a brincadeira escondidos dentro da sala.

Finalmente é importante dizer que a proposta de estudar a escola à luz do

enfoque da resistência não é uma tentativa de salvá-la da sua função reprodutivista.

É uma alternativa de reflexão sobre a prática escolar a partir da perspectiva crítica

que entende a realidade como uma totalidade concreta, envolvendo a afirmação e a

negação, isto é, a luta de classes.

Essa proposta supõe também a crença na possibilidade de mudança e de

transformação.

1.8 IMPASSES (DIFICULDADES) PELA RESISTÊNCIA

E o que fazer? Já estamos no século XXI e há escolas que quando um

professor leva o violão numa aula de português, para ensinar sintaxe usando a

música de Caetano Veloso, muitos pais e até funcionários dizem que esse colégio

não é sério – “é um colégio alternativo, daqui a pouco fumarão maconha lá dentro,

estarão nas drogas e, sobretudo, nossos filhos não vão passar no vestibular, eu não

quero um colégio assim”.

E, tal fato acaba gerando conflitos e resistência entre os colegas de trabalho.

Diante disso, o subjetivo, na escola, vira sinônimo de falta de seriedade e à ciência

fica a falta de ética.

Desde o surgimento da teoria psicanalítica – nunca se conheceu nem se

valorizou tanto a subjetividade humana. Mesmo assim, continua sendo tão difícil

lidar com a subjetividade nas escolas. Vejamos, por exemplo, o filme “Sociedade

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dos Poetas Mortos”. Um professor tenta introduzir o subjetivo, o emocional. Mas o

faz de maneira desastrada e um dos meninos, em reuniões fora da escola, à noite,

em contato com o teatro, com as artes, se descontrola, entra em atrito com os pais e

vai para o suicídio. O professor fica desmoralizado na escola. O grande exemplo, na

Inglaterra, foi a escola Summerhill, onde houve essa libertação emocional com

grande aprimoramento do ensino, mas que foi acompanhada de muitas dificuldades

de comportamento, inclusive, um incêndio na escola.

Agora, no século XXI está difícil reintroduzir o subjetivo porque as pessoas

não percebem que estão lidando com forças reprimidas há mais de dois séculos.

Reintroduzir essa força na cultura exige cuidado e muita inteligência para não haver

desestruturação.

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CAPÍTULO II

2.0 HISTÓRICO DA SUPERVISÃO ESCOLAR

Em seu início a supervisão escolar foi praticada no Brasil em condições que

produziam o ofuscamento e não a laboração da vontade do supervisor. O objetivo

pretendido com a supervisão que se introduzia, era o de uma educação controlada,

para uma sociedade controlada, um supervisor controlador e também controlado.

Para que esse supervisor se fizesse possível foi-lhe dito e sugerido que o controle é

sempre atributo dos que decidem, ou seja, era passado para os supervisores uma

lição de autoritarismo, e que eles deveriam ser autoritários. Mas as pessoas e as

instituições crescem, interrogam-se e interrogam suas circunstâncias, e com isso,

muitas perguntas foram crescendo, aos poucos o supervisor foi-se integrando à

participação no debate educacional que se estabelecia. O supervisor/ educador foi

dando conta de que a verdade não estava pronta e depositada em suas mãos para

que ele a distribuísse, que só poderiam conhecê-la por seu intermédio. O supervisor

/ educador foi percebendo, enfim, que sua tarefa não era transmitir uma mensagem

pronta e acabada, mas reunir os educadores para que eles pudessem elaborar sua

própria mensagem e com ela tentar mudar para melhor a vida de todas as pessoas a

quem a mensagem pudesse ser apresentada. O supervisor hoje deve trabalhar de

forma coletiva, com todos da unidade escolar (professores, direção etc.), para que

se possa fazer uma análise consciente sobre o cotidiano escolar e do cotidiano da

sociedade, atendendo as necessidades e aspirações da comunidade escolar, para

uma melhor qualidade de ensino.

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Organizar um processo de formação de supervisores escolares adequado às

necessidades atuais da sociedade brasileira significa pensar uma proposta de

trabalho que se inicie pela consideração das aspirações e das necessidades dos

alunos e dos professores ao lado dos quais o futuro supervisor vai construir sua

prática profissional.

Significa, consequentemente, formar para a prática coletiva e para a

organização da vontade coletiva. Ensinar supervisão no Brasil hoje significa

necessariamente pesquisar supervisão. Pesquisar “para” a supervisão.

Significa, conscientemente, examinar a prática que se desenvolve e investigar

as situações que possam contribuir para o desenvolvimento qualitativo dessa

prática. Mas para que esse saber estruturado sobre supervisão escolar se acumule

será necessário, entretanto, enfrentar também adequadamente as dificuldades que

se colocam no plano prático institucional. Nas universidades brasileiras é ainda

extremamente reduzido o número de pesquisadores que fazem da supervisão

escolar seu objeto de estudo preferencial. Uma interpretação crítica da burocracia

é, pois, a primeira grande conquista a se esperar de uma práxis criativa do

supervisor.

A escola, como organização social, deve se dedicar à reflexão, análise e à

crítica da própria realidade em que se constitui. É indispensável que o supervisor

da escola se expresse como educador e especialista. Do supervisor espera-se que

aja como “o cimento possível da passagem” para a coletividade dos educadores

daquelas iniciativas e realizações que os pequenos grupos das escolas

conseguirão produzir por seu apoio e orientação. Do caos teórico – político –

institucional com que hoje se debate o supervisor, deverá emergir uma práxis

essencialmente pedagógica na qual o ponto obrigatório de referência constituir-se-á

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no encaminhamento das soluções possíveis para as grandes questões do cotidiano

do ensino. Essas soluções terão que ser construídas em conjunto pelos

educadores.

Constatamos que tanto o aspecto administrativo, quanto o aspecto

pedagógico, se manifestam duplamente em nossos sistemas escolares. As duas

práticas não se distinguem substancialmente. De um lado, a administração

institucionalizada prepondera sobre a preocupação e a própria realização do ensino

nas salas de aula, de outro a administração como objeto de estudo não chega a

sofrer a investigação e a análise que possibilitariam a revisão crítica de seu

significado.

Supervisionar uma escola é orientar sua administração para a realização do

ensino. O que dá sentido ao trabalho administrativo / supervisor em educação é o

seu caráter de suporte ao trabalho pedagógico. O trabalho pedagógico como um

determinante do trabalho administrativo. O que nos falta, para organizar melhor a

confluência de nossas subjetividades é considerar que o aspecto administrativo é

também um componente do trabalho pedagógico. Concluí que, a supervisão poderá

contribuir decisivamente para o reconhecimento de seu papel de articulador do

projeto pedagógico de uma coletividade, ou seja, o supervisor trabalhando em

conjunto com todos da comunidade escolar (professores, alunos, diretores, pais,

etc.), refletindo, analisando, tendo uma visão crítica tanto da comunidade escolar,

como da sociedade, buscando a elaboração de uma nova visão de mundo, sendo

solidário, reconhecendo o indivíduo com a síntese de múltiplas determinações

ajudando a construir a vontade coletiva que transforma a necessidade em

liberdade, com certeza teremos um ensino de boa qualidade.

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2.1 O PAPEL DO SUPERVISOR ESCOLAR

O Serviço de Supervisão Escolar torna-se parceira político-pedagógica do

educador para integrar a formação continuada no qual os saberes e conhecimentos

interagem para a melhoria do processo ensino-aprendizagem. A prática pelo

processo participativo é promover o desenvolvimento da autonomia e da

responsabilidade na construção do conhecimento, do educando com inserção no

contexto sócio- cultural da comunidade. Segundo Pinzan e Maccarni (2003, p.21) a

Supervisão Escolar, comprometida com o trabalho coletivo, contribui na formação do

professor na medida em que:

Não se limita ao controle, ou ao repasse de técnicas aos professores, mas no

sentido de oferecer-lhes assessoramento teórico-metodológico diante dos problemas

educacionais cotidianos, cria momentos de reflexão teórico-prática e com o respaldo

da fundamentação teórica e uma visão do ato de ensinar e de aprender como algo

articulado, coordena tais discussões. (Referências da REME, 2008, p.43).

Com isso, oportunizar a formação e o fortalecimento do sentimento de

parceria que por sua vez, possibilita o consenso, expressa pela solidariedade e

interação em atender as necessidades do educando. O supervisor na qualidade de

mediador no processo ensino-aprendizagem, desenvolve com os professores

juntamente com o orientador e diretor, os valores e os objetivos que fundamentam

as ações, conforme a filosofia e a política da escola, buscando mudanças no

processo da qualidade na educação.

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2.1.1 Fatores que interferem na atuação do supervisor escolar

*característica pessoal;

*saber técnico;

*comprometimento social e político;

*expectativas dos pais e alunos.

2.2 INTEGRAÇÃO DA PRÁTICA DOS ESPECIALISTAS EM EDUCAÇÃO

A integração nas ações dos especialistas em educação é importante para a

inserção de propostas construtivas que permite à ação pedagógica o atingimento

dos objetivos propostos.

Através do acompanhamento da prática docente e prática discente, ambos

os profissionais poderão dentro das suas atribuições agregarem valores quanto ao

papel de supervisor escolar e orientador educacional na escola. Neste sentido, o

supervisor escolar é também responsável pela leitura de sociedade e de mundo

procurando ir além dos aspectos individuais que permeiam a sala de aula e todos os

seus elementos conflituosos e o orientador educacional pela postura metodológica

do professor.

Ambos, supervisor escolar e orientador educacional, trabalham para o bom

andamento do trabalho pedagógico, assim é fundamental que:

· mantenham registros de acompanhamento da prática docente e discente de

responsabilidade mútua que possam ser analisados visando à avaliação do cenário

e tomada de decisões em conjunto;

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· realizem sessões de estudo que tratem de temas apropriados para a

fundamentação da prática da equipe;

· realizem visitas em sala de aula para acompanhamento da prática de ensino e

aprendizagem;

· elaborem o Plano de Ação anual e/ou semestral alcançando os objetivos e ações

tendo como suporte o desempenho acadêmico dos alunos, o perfil dos professores e

da comunidade de pais e/ou responsáveis pelos alunos articulado com o Plano de

Ação do gestor escolar.

O supervisor escolar e/ou coordenador escolar precisa ser uma liderança para

conduzir os professores onde sozinhos não poderiam chegar. Para isto ele deve

apresentar organização no seu trabalho e dinamismo, ter como suporte o saber

técnico e o comprometimento com as mudanças sociais e o rumo delas

respondendo às expectativas da comunidade com que ela precisa e o que quer.

A escola envolve diferentes segmentos de sujeitos que fazem a sua história,

tecendo seu projeto educativo.

Nesse contexto, está o Serviço de Supervisão Escolar, como parte da

Coordenação Pedagógica da Escola que, juntamente com a Orientação

Educacional, organiza, orienta e assessora o Corpo Docente a fim de que planeje a

ação pedagógica a ser desenvolvida com os alunos e alunas na busca da

construção das condições para que aconteça o processo de ensinar e aprender com

qualidade.

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Planejar significa pensar o antes, o durante e o depois, no sentido de

melhorar o fazer pedagógico. É nessa significação que deve atuar a Supervisão

Escolar na Escola.

Organizar reuniões de estudos, em que se aprofundam teorias que dão luz às

práticas desenvolvidas é uma tarefa da supervisão. Para tanto, é necessário,

também, estudar muito, ler e, principalmente, fazer a leitura do cotidiano das

práticas, diálogos e apelos dos professores e professoras.

Acompanhar o(a) professor(a) no seu planejamento, desde os projetos de

ação junto às suas turmas até suas aulas, faz parte do trabalho do supervisor como

um apoio, indicando caminhos para a ação-reflexão-ação do professor, da

professora.

É da prática do supervisor escolar, na Escola, criar espaços de fala para o(a)

professor(a), para que possa pensar sua ação pedagógica, na perspectiva de buscar

sempre melhores condições de aprendizagem para todos os alunos e alunas.

O Serviço de Supervisão Escolar tem como parâmetro para sua ação, o seu

Plano de Ação, por isso esse é o seu foco de atuação, desde a elaboração,

retomada, aplicação, execução e avaliação, primando pelo envolvimento e

participação de todos os envolvidos na Escola.

É de grande importância o envolvimento da supervisão nos Conselhos de

Classe, nas Reuniões de Pais e na articulação da Equipe Diretiva no que diz

respeito às questões pedagógicas.

Tem, pois, a supervisão Escolar, no contexto da Escola, o compromisso de

fazer acontecer à integração entre diferentes segmentos e setores, assessorando o

trabalho para a efetivação do Projeto Político Pedagógico da Escola.

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2.2.1 São atribuições do supervisor escolar:

1. Promover reuniões para integração, através da sensibilização para o trabalho

em equipe;

2. Realizar sessões de estudos da proposta pedagógica;

3. Promover reuniões e/ou encontros para troca de experiências e

conhecimentos;

4. Acompanhar, coordenar e avaliar as reuniões.

5. Realizar encontros individuais com professores;

6. Acompanhar a prática do professor.

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CAPITULO III

3.0 SUPERVISÃO ESCOLAR: NOVOS DESAFIOS E PROPOSTAS

O trabalho dos profissionais da educação em especial da supervisão

educacional é traduzir o novo processo pedagógico em curso na sociedade mundial,

elucidar a quem ele serve explicitar suas contradições e, com base nas condições

concretas dadas, promover necessárias articulações para construir alternativas que

ponham a educação a serviço do desenvolvimento de relações verdadeiramente

democráticas.

Para desenvolver o trabalho idealizado por Ferreira, o supervisor precisa ser

um constante pesquisador, é necessário que ele antecipe conhecimentos para o

grupo de professores, lendo muito, não só sobre conteúdos específicos, mas

também livros e diferentes jornais e revistas. Entre as tarefas do supervisor está

ajudar a elaborar e aplicar o projeto da escola, dar orientação em questões

pedagógicas e, principalmente, atuar na formação contínua dos professores.

O supervisor faz a transposição da teoria para a prática escolar, reflete sobre

o trabalho em sala de aula, estuda e usa as teorias para fundamentar o fazer e o

pensar dos docentes. Um bom supervisor deve apresentar em seu perfil as

seguintes características: auxiliador, orientador, dinâmico, acessível, eficiente,

capaz, produtivo, apoiador, inovador, integrador, cooperativo, facilitador, criativo,

interessado, colaborador, seguro, incentivador, atencioso, atualizado, com

conhecimento e amigo.

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A Supervisão Escolar passa então a ser uma ferramenta de atuação, tem

como princípio o fazer, o agir, o movimentar, o envolver-se, o modificar e para isto é

necessário que esteja firmado em nossa essência o querer moldar pessoas. Os

alunos vêm para nós como folhas em branco onde muitos de nós irão fazer parte de

suas histórias e por que não dizer fazer a própria diferença em seus futuros.

Como é possível observar, a educação é uma tarefa e um encargo coletivo no

mundo de hoje, logo Cunha (2006, p. 271) diz o seguinte:

“É imperioso que o profissional da educação contribua decisiva e decididamente

para melhor fluir os projetos propostos para a resolução de problemas e

enfrentamentos de desafios na escola”.

Apontado o primeiro passo, que é o querer, passemos para outro, o fazer.

Para se construir sociedades humanas é preciso interessar-se em pessoas, já que

pessoas são mais importantes que coisas, precisamos criar uma cultura do fazer, do

preocupar-se, do incomodar-se com este sistema que hoje se faz presente. A

diferença está em aceitar como os alunos vêm, mas não deixá-los sair da mesma

forma que entraram. É preciso estar em um processo de simbiose onde passemos a

sentir o que eles sentem e compreender como podemos ser instrumentos de ajuste

social no contexto que se apresenta na escola. Isto só é possível se estivermos

imbuídos de um espírito de altruísmo, já que nem sempre a supervisão escolar terá

a seu dispor a estrutura necessária para desenvolver seus projetos e suas metas.

Logo chegamos ao entendimento de que precisamos realmente ser

apaixonados por gente, amar as pessoas verdadeiramente, onde todo professor,

educador, supervisor, gestor etc., precisa dessas características.

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O segredo do sucesso está em ouvir os educandos em suas dificuldades e

necessidades, buscar estabelecer entre educandos e educadores um canal de

comunicação que vise dar a eles a condição de serem ouvidos.

A escola pode ajudar muito neste sentido, desde que todos os envolvidos

contribuam com sua parcela de ajuda comprometendo-se com o desenvolvimento

social, educacional e familiar de todos os educandos.

O papel da escola hoje é formar pessoas fortalecidas por seu conhecimento,

orgulhosas de seu saber, emocionalmente corretas, capazes de autocrítica,

solidárias com o mundo exterior e capacitadas tecnicamente para enfrentar o mundo

do trabalho e da realização profissional. Neste contexto, o diretor de escola é o

principal responsável pela execução eficaz da política educacional.

O desafio para o profissional da Supervisão Escolar é enorme, ele terá que

muitas vezes ser um visionário, já que o reflexo de suas ações poderá acontecer

talvez no futuro e a construção do educando só será sentida no decorrer dos anos,

já que o trabalho de supervisores e professores é feito coletivamente. Não podemos

vislumbrar como as nossas ações afetarão àqueles que nos são confiados, ou de

que forma afetarão todos que rodeiam ou que sonham com a escola mais justa e

mais humana. O que podemos ter certeza é de que o futuro não será o mesmo.

Existe muita negatividade dentro das escolas e como pedagogos, em nossa

prática docente, sempre nos encontramos com estas situações e poderemos até

vivenciar esta desesperança que às vezes se abate sobre nossos próprios ombros.

Sem dúvida, construindo bases sólidas de conhecimento, relacionamento e respeito

poderemos mudar este estado de coisas que hoje se abate no sistema educacional

brasileiro.

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Cabe ao Supervisor Escolar criar, portanto, condições próprias para este

grande projeto de vida que será o seu sacerdócio durante sua vida profissional.

Podemos, com certeza, construir grandes valores no espaço da escola, criando uma

onda de relacionamento com as famílias, comunidade, Escola, governo e envolvê-

los na problemática da escola que irá com isto atender os pressupostos básicos para

a qual foi criada.

Os desafios são enormes: falta de estrutura, recursos escassos, má vontade

dos educadores, dos alunos, dos funcionários administrativos, enfim, uma série de

coisas que dificultam o trabalho do Supervisor, mas que não impedem que o mesmo

possa criar na sua atividade profissional meios de mudar esta realidade e fazer com

que a escola mude sua cara, e se transforme na escola de nossos sonhos.

As condições para mudar estão em nossas mãos. O diferencial passa então,

pelo respeito às escolhas e depois a influência positiva que podemos ter sobre as

pessoas.

Temos que ser como uma pequena pedra atirada no rio que provoca

pequenas ondas e que depois vão se tornando grandes até o ponto de causar

grandes transformações em todos que fazem parte da sociedade. Se quisermos,

podemos ser os agentes desta transformação se começarmos a colocar em prática

os conteúdos aprendidos em sala de aula e tão debatidos na construção da nova

escola, a escola que queremos para nossos filhos e para todos. Como agentes da

transformação cabe a nós, Supervisores Escolares, dar o ponta pé inicial deste

desejo nacional de mudanças e que só precisa começar e, para não mais parar, não

podemos nos conformar com este estado de coisas, não existe o “não consigo, o

não posso, o não quero“ existe sim o “eu quero, eu posso, eu consigo“ .

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O supervisor, na atual realidade, é capaz de pensar e agir com inteligência,

equilíbrio, liderança e autoridade, valores esses que requerem habilidade para

exercer suas atividades de forma responsável e comprometida.

Na década de 90, o supervisor é apontado como instrumento necessário para

mudança nas escolas. Justamente nesta década, segundo Ferreira (2003, p. 74): [...]

“desempenha-se o supervisor competente, entendendo-se que a competência é, em

si, um compromisso público com o social e, portanto, com o político, com a sua

etimologia na polis, cidade, coletividade. E o interesse coletivo opõe-se ao interesse

individualizado, na educação e no seu serviço de supervisor”.

Os sinais de descaso estão por toda parte. A falta de interesse de nossos

governantes, falta de recursos nas escolas, baixos salários, falta de um projeto sério

de escolarização e políticas públicas em todos os níveis, pois o que temos hoje é um

paliativo que não atende a demanda crescente de nosso povo.

Cada vez mais nossos alunos saem das escolas sabendo menos do que

precisam para suas vidas, não há uma visão crítica de formar cidadãos, por isto

precisamos de supervisores audaciosos que ousem sonhar e realizar, que sejam

verdadeiros guerreiros da transformação, arautos do conhecimento, defensores da

verdade, e principalmente que ame as pessoas. Alunos desinteressados,

analfabetos funcionais, baixa qualificação profissional, despreparo emocional, são

apenas alguns sintomas desta doença que se instalou no meio escolar.

Reflexo da falta de interesse da maioria dos envolvidos no processo que não

querem ou não sabem que o sucesso desta empreitada nacional é para toda a vida.

Como supervisores devemos pegar no batente, nos importando com todos

que passam pelo espaço da escola, já que muitos e quem sabe milhares de milhões,

ficaram marcados para sempre neste tempo, que pode ser construtivo ou destrutivo.

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No livro o Monge e o Executivo, aprendemos que quanto mais autoridade

mais responsabilidade temos, e que só depende de cada um fazer a diferença na

escola. Segundo Hunter (2006, p.95) “então, por definição quando você exerce

autoridade deverá doar-se, amar, servir e até sacrificar-se pelos outros”. Podemos

contaminar a todos com nossa energia, alegria, serviço, altruísmo, sonhos e fazer

com que os educandos e educadores se libertem deste sistema padronizado de

escolhas que hoje está vigente.

Cabe, portanto, ao supervisor escolar estar sintonizado com as necessidades

da comunidade e propor projetos que atendam aos anseios de todos que almejam

um futuro melhor. Muita coisa pode ser feita no contexto escolar, podemos

desenvolver atividades que aproximem a comunidade da escola, da família e dos

objetivos para a qual ela existe.

A escola como espaço social e público deve ter esta característica de servir a

todos os que a procuram, bem como envolver outros segmentos da sociedade em

suas atividades.

O Supervisor Escolar deve, portanto, ser esta ponte de acesso entre todos,

possibilitando um maior conhecimento entre os participantes desta grande aventura

que é a formação de pessoas para a sociedade.

Somente sendo um profissional antenado com estas características e com as

necessidades de todos os envolvidos, tendo um forte senso de responsabilidade e

de iniciativa, não esperando por quem não vem é que seremos profissionais de

sucesso e cidadãos realizados.

O grande sucesso que o supervisor escolar terá em sua vida pessoal será a

certeza de ter contribuído para o sucesso de muitas vidas que cruzarão seu caminho

no decorrer dos anos da docência.

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Não há nada de mais belo do que ver uma vida desabrochando como uma flor

na sua plenitude, e exalando o agradável aroma de ser chamado de cidadão.

A escola tem, portanto, a obrigação de fazer o melhor a seus alunos que

buscam neste local o pote no fim do arco-íris. Trabalhando em equipe o supervisor

escolar e todos os profissionais envolvidos terão não as melhores condições para

desenvolver suas metas mas, com certeza, terão o apoio moral que faz toda a

diferença nos dias atuais.

Diante das diferentes e diversificadas funções do supervisor escolar,

podemos citar como a de maior relevância a de coordenador, onde a organização do

trabalho é comum, com a unificação dos alunos, professores, equipe pedagógica e

direção da escola.

É diante destas responsabilidades que se faz necessário mudanças

significativas na formação e postura do supervisor escolar, e com isso reconhecendo

seus aspectos gerais, onde Ferreira (2003, p.75) diz:

“Ressignificar e revalorizar a supervisão, reconceitua-se, de modo a

compreendê-la, na sua ação de natureza educativa e, portanto, sociopedagógica, no

campo didático e curricular do seu trabalho, no seu encaminhamento de

coordenador“.

Estamos acostumados a ouvir que “manda quem pode, obedece quem tem

juízo”, mas no contexto escolar não existe esta premissa, mas sim o exemplo, pois

quem quer ser líder, estar em destaque, seja o primeiro que faça. Talvez uma das

grandes dificuldades do ser humano seja exatamente esta, precisamos de destaque

a todo o momento, logo precisamos refletir sobre o que diz Ronca (1995, p.32)

“nenhum educador cresce se não reflete sobre seu desempenho enquanto

profissional e se não reflete sobre a ação que foi desenvolvida. Só entramos na

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práxis quando refletimos sobre a prática”. Mas o supervisor, o administrador não é

assim, é antes um profissional que não se importa se vai ser reconhecido ou não, e

na maioria das vezes não é mesmo, o que importa de verdade é ser útil à sociedade,

às pessoas, a todos.

Na verdade não deveríamos ser chamados de Supervisores Escolares, mas

sim de administradores de vidas, pois muitas delas dependerão de nossas decisões

e de como elas afetarão a vida de nossos alunos. É preciso tomar a sábia decisão

de fazer sempre o que for necessário para direcionar nossos jovens para a maior

aventura que eles irão participar que é o seu futuro. Cada ser social, cada aluno é

um indivíduo em especial, com características próprias de aprendizagem e

necessidades diferentes.

De acordo com Gadotti e Romão apud Oliveira (1992, p.330):

“Todos os segmentos da comunidade podem compreender melhor o funcionamento

da escola, conhecer com mais profundidade os que nela estudam e trabalham,

intensificar seu envolvimento com ela e, assim, acompanhar melhor a educação ali

oferecida“.

Supervisor, Administrador talvez, líderes quem sabe, servos com certeza.

Nossa recompensa será com certeza vida transformadas, vidas salvas da

degradação moral e social, famílias restauradas e um forte sentimento de dever

cumprido.

Portanto, Supervisores e Professores têm a chave da vida ou da morte de

muitos em suas mãos. Não vamos, pois nunca esquecer que palavras podem

construir ou destruir. Qual vai ser sua escolha?

3.1 O SUPERVISOR E O PLANEJAMENTO

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No planejamento da educação devem ser consideradas as implicações

política, pedagógica e administrativa, associado aos objetivos e necessidades da

sociedade.

Os supervisores escolares, como intérpretes da política e filosofia

educacionais do sistema, devem conhecer todos os propósitos que levaram os

dirigentes da nação a estabelecer normas de ação para a educação, e interpretá-las

com fidelidade e adequação.

O planejamento pode ser conceituado e deve ser feito destacando-se os

objetivos a serem atingidos mediante o emprego de técnicas adequadas e com a

utilização racional de recursos humanos e materiais.

Para elaborar o planejamento, o supervisor deverá antes de mais nada

conhecer :

- a realidade sócio-economica-cultural do local onde irá trabalhar;

- as tarefas que serão atribuídas;

- as condições materiais e financeiras da escola;

- as condições e características do pessoal docente a ela vinculado.

O supervisor deverá fazer uma análise da tarefa a realizar e do ambiente ou

situação em que a mesma se efetivará e, após a análise, o supervisor terá

condições de:

- determinar o trabalho feito;

- estabelecer a necessidade do pessoal;

- determinar quem fará o que;

- dizer quando a tarefa deverá ser realizada;

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- determinar onde ela será feita;

- determinar que medidas deverão ser tomadas antes, durante e após a

realização da tarefa.

Além do conhecimento do que irá fazer, constatado através da análise da

tarefa, o supervisor deverá conhecer o ambiente onde desenvolverá sua atividade,

realizando uma análise de situação que deverá considerar:

- o meio;

- a escola;

- o professor.

Podemos subdividir os tipos de planejamento em dois enfoques distintos:

- quanto ao conteúdo ou destinação;

- quanto ao período de abrangência.

Quanto ao conteúdo ou destinação, o supervisor realiza ou participa

diretamente nos seguintes planejamentos:

- do seu local de trabalho;

- de suas atividades específicas;

- da escola em que está lotado ou das escolas vinculadas a sua área de ação;

- dos professores individualmente ou da área de estudos ou departamentos a

que estão vinculados os professores.

Quanto ao período de abrangência, o supervisor fará planejamento ou

programações:

- anuais ou semestrais;

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- mensais;

- semanais ou diárias.

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CONCLUSÃO

Após várias pesquisas, leituras, acabei concordando com a maioria das

pessoas que dizem, “ensinar é uma arte e servir é um dom”. Para nós Supervisores

Escolares e Pedagogos é muito mais que isto. É um modo de vida, é o modo como

escolhemos viver. Com suas dificuldades e seus desafios, com suas recompensas e

suas frustrações.

Se pensarmos que será um mar de rosas é melhor parar aqui. Mas se quiser

entrar nesta nave chamada “Conhecimento Humano”, não se arrependerá. Pois trará

um enorme benefício a sua vida e a de todos que o rodeiam.

A Supervisão Escolar é um exercício de cidadania, amor, altruísmo e

abnegação onde só os fortemente determinados terão êxito. Não como todos acham

como riqueza, mas sucesso na sua vida emocional. Na sua psique, pois nada dá

mais prazer na vida do que ver seres humanos crescendo no seu Saber e

transformando seus sonhos em realidade.

Ser Supervisor é dedicar e buscar o melhor de todo o seu coração, pois

somente lá poderemos encontrar forças para chegar ao fim da jornada. Pois com

ânimo e determinação tenho certeza que conseguiremos uma educação de

qualidade para todos, pois este é o objetivo de todos os educadores, que se

preocupam com uma nação alfabetizada e preparada para o futuro.

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REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

ALARCÃO, Isabel. Professores reflexivos em uma escola reflexiva. São Paulo:

Cortez.

ANTUNES, Celso. A avaliação da aprendizagem escolar, 3ª ed. Petrópolis: Vozes,

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ANEXOS

Índice de anexos

Anexo 1. Conteúdo de Revistas Especializadas

Anexo 2. Entrevistas

Anexo 3. Reportagens

Anexo 4. Questionários

Anexo 5. Artigos

Anexo 6. Testes

Anexo 7. Gincanas Culturais

Anexo 8. Projetos

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Anexo 9. Fotos

Anexo 10. Prospectos:

A – Educação para o pensar 2005

B – I Simpósio de Educação/Cursos/Investimentos 12 a 15 de outubro de

2006

C- II Congresso Internacional de Educação Inclusiva 2010

Anexo 11. Dicas e práticas para seu dia-a-dia pessoal e profissional