o que significa requerer uma providência cautelar

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Importante para quem pratica fucoes de direito para que possa ter conhecimentos aprofundados de alguns importantes instuitutos juridicos

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O que significa requerer uma providncia cautelar?PERGUNTASQuem tiver srio receio de que algum lhe venha a causar uma leso grave e dificilmente reparvel ao seu direito pode requerer uma medida judicial, chamada providncia cautelar, que se destina a assegurar a efectividade do direito ameaado.Os tribunais existem para afirmar e proteger os direitos dos cidados. Porm, essa funo, para ser eficaz, implica muitas vezes a rpida defesa de direitos ou interesses que, com a habitual demora dos processos, poderiam ficar irremediavelmente prejudicados: por exemplo, quando o credor v o devedor a dissipar ou ocultar o seu patrimnio para fugir ao cumprimento da dvida, quando um cidado violentamente desapropriado de uma coisa que lhe pertence ou quando um trabalhador despedido ilegalmente e v em perigo a sua subsistncia.O procedimento para aaplicaodesta medida simplificado e tem natureza urgente, pelo que pode mesmo dispensar a audio da parte contra quem dirigido se o juiz entender que isso poria em risco o fim ou a eficcia da providncia.A apreciao do litgio provisria e, como tal, em princpio, no dispensa o requerente de intentar uma aco para fazer valer o seu direito em termos definitivos. Isto significa que a providncia cautelar normalmente dependente de uma aco (dita aco principal) relativa ao direito acautelado, podendo ser instaurada como preliminar ou incidente dessa aco. Uma vez decidida, a providncia cautelar tem elevada fora, e a sua infraco constitui umcrimede desobedincia qualificada, ou seja, agravada. Todavia, o tribunal pode dispensar a apresentao da aco principal se tiver ficado convencido acerca da existncia dodireitoacautelado e se a medida cautelar for suficiente.Exemplos de providncias cautelares so, entre muitas outras, o arresto de bens do devedor, a restituio provisria de posse, a fixao de alimentos provisrios, a fixao de uma renda mensal para reparao provisria de danos, o embargo de obras, a suspenso de despedimento de trabalhador ou, nos tribunais administrativos, a suspenso da eficcia de um acto administrativo ou a intimao para a adopo ou absteno de uma conduta por parte da administrao.Um cidado que intervm como parte num processo judicial tem sempre de o fazer por intermdio de advogado?PERGUNTASSim, quase sempre.Um cidado tem o direito de se fazer acompanhar por advogado perante qualquer autoridade. Nos tribunais, esse no apenas um direito. Sendo o exerccio do mandato judicial reservado aos advogados e solicitadores, a representao do cidado num processo s pode ser feita por aqueles. Regra geral, obrigatrio constituir advogado para ser parte num processo em tribunal. Uma vez que se discutem questes de direito muitas vezes complexas, a apresentao das posies deve fazerse por profissionais habilitados.Nas causas civis, isso acontece sempre que a causa admita recurso. Nos outros casos, as partes podem pleitear por si ou ser representadas por advogado estagirio ou por solicitador. Tambm nos julgados de paz, em que a tramitao processual mais simples e at as peas processuais podem ser apresentadas oralmente e sem advogado, s obrigatria a constituio deste quando a parte seja cega, surda, muda, analfabeta, desconhecedora da lngua portuguesa ou se, por qualquer outro motivo, se encontrar numa posio de manifesta inferioridade, bem como na fase de recurso, se a houver.Nas causas penais, para o arguido obrigatria a assistncia de defensor sempre um advogado , designadamente:a) nos interrogatrios de arguido detido ou preso;b) no debate instrutrio e na audincia, salvo se se tratar de processo que no d lugar a pena de priso ou de internamento;c) se o arguido for cego, surdo, mudo, analfabeto, desconhecedor da lngua portuguesa, menor de 21 anos ou se se suscitar a questo da sua irresponsabilidade criminal ou responsabilidade diminuda;d) nos recursos e na audincia de julgamento que se realize na ausncia do arguido. ainda obrigatrio constituir defensor sempre que se deduzir acusao no processo. Deve o tribunal nomelo, quando o arguido no o faa.Tambm obrigatria a representao por advogado caso a parte tenha a qualidade de assistente tratandose, por exemplo, do ofendido ou queixoso. Nos casos em que, por ser obrigatrio, se nomeie oficiosamente um defensor, o arguido fica obrigado a pagar os respectivos honorrios, salvo se pedirapoio judicirioou constituir um advogado que substitua aquele.Se uma deciso de um tribunal for desfavorvel a um cidado, em que condies pode ele recorrer? At onde pode ir esse recurso?PERGUNTASOs recursos so o meio para submeter uma deciso judicial a nova apreciao por um tribunal superior. Porm, nem toda a deciso tem recurso. Algumas no o admitem pelo reduzido valor da causa, pela reduzida importncia da deciso ou ainda por motivos de celeridade do processo (economia processual). A Constituio da Repblica Portuguesa s garante expressamente o direito ao recurso nas causas penais. Nas outras, o sistema procura no limitar demasiado o direito tutela judicial efectiva, pelo que assegura recurso nos casos mais importantes.Nas causas civis, por exemplo, o valor da causa o factor determinante. Admitese recurso, em regra, se o processo tiver valor superior ao da chamada alada do tribunal de que se recorre (um valor superior a 5000 permite recorrer para o tribunal da Relao, e um valor superior a 30 000 , para o Supremo Tribunal de Justia) e se a deciso de que se quer recorrer for desfavorvel para o recorrente em valor superior a metade da alada do tribunal que proferiu a deciso.Aleiprev excepes a estes requisitos.Nas causas penais, h sempre pelo menos um recurso para um tribunal superior, a menos que se trate de decises de mero expediente ou que ordenem actos dependentes da livreresoluodo tribunal (ou seja, actos que o juiz exercita ou no de acordo com o seu prudente arbtrio, nos termos da lei, como o de ordenar novas diligncias de prova no requeridas pelas partes).Das decises de quaisquer tribunais, pode ainda haver recurso para o Tribunal Constitucional, limitado a questes de inconstitucionalidade ou ilegalidade e somente quando a deciso recorrida j no admitir recurso ordinrio para outros tribunais superiores.De que forma podem as vtimas de um crime pedir indemnizao?PERGUNTASEm princpio, o pedido de uma indemnizao fundado na prtica de um crime deve constar do prprio processo penal, sendo pedido contra quem o cometeu.Apenas em casos excecionais possvel fazer o pedido de indemnizao em separado, por exemplo quando o processo penal tiver sido arquivado por no ter conduzido acusao dentro de oito meses a contar da notcia do crime ou quando estiver sem andamento durante esse perodo.Logo que, no decurso do inqurito criminal, tomarem conhecimento da existncia de eventuais lesados, as autoridades judicirias e os rgos de polcia criminal devem informlos da possibilidade de pedir uma indemnizao civil em processo penal e das formalidades a observar. Quem se considere lesado pode manifestar no processo o propsito de o fazer, at ao encerramento do inqurito.O lesado pode fazerse representar por advogado. A representao obrigatria sempre que, por regra, o valor do pedido exceda 5.000. Quando no for obrigatria a constituio de advogado, o lesado pode pedir a indemnizao civil, mediante requerimento simples, com indicao do prejuzo sofrido e das provas. Por outro lado, quando o lesado se constitua assistente no processo penal e apresente acusao contra oarguido, o pedido feito na acusao, no prazo em que aquela deva ser entregue.