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DEFENSORIA PÚBLICA do Estado de Mato Grosso

3ª. Defensoria Pública de Cáceres

EXCELENTÍSSIMO(A) SENHOR(A) DOUTOR(A) JUIZ(A) DE DIREITO DA ___ª VARA CÍVEL DA COMARCA DE CÁCERES – MATO GROSSO.

“Os dire i tos fundamentais, em r igor,

não se interpretam: concret izam-se.”

(Paulo Bonavides. Curso de Direito

Constitucional. Ed. Malhei ros, 1997,

p.545)

ALMIRO FERREIRA MARTINS , brasileiro, casado, aposentado, portador do RG n.° 8.675.152 SSP-MT e do CPF n.° 576.709.008-49, residente e domicil iado na Rua dos Operários, n.° 976, Centro, Cáceres – MT, através da DEFENSORIA PÚBLICA DO ESTADO DE MATO GROSSO , via Defensor Público f irmatário, vem, respeitosamente, à presença de Vossa Excelência, para, com fundamento nos artigos 1º, III , 3º, I e IV, 5º, caput e § 2º, e 196, todos da Constituição Federal, e artigo 461, do Código de Processo Civi l, propor a presente

AÇÃO DE OBRIGAÇÃO DE FAZER (CONCRETIZAÇÃO DE DIREITO FUNDAMENTAL) C/C PEDIDO DE ANTECIPAÇÃO DE TUTELA

ESPECÍFICA

em face da PREFEITURA MUNICIPAL DE CÁCERES – SECRETARIA MUNICIPAL DE SAÚDE , pessoa jurídica de direito público, representada pelo Procurador Geral do Município, com endereço na av. Getúlio Vargas, s/n.°, COC, Cáceres - MT, e do ESTADO DE MATO GROSSO – SECRETARIA DE ESTADO DE SAÚDE , pessoa jurídica de direito público, representado pelo seu Procurador Geral, com endereço no Centro Polít ico Administrat ivo, CPA, Cuiabá – MT, pelos fundamentos fáticos e jurídicos a seguir delineados:

Missão: Promover assistência jurídica aos necessitados com excelência, efetivando a inclusão social, respaldada na ética e na moralidade.

Rua Coronel Faria, esquina com Rua Tiradentes nº 382, Centro, Cáceres – MT, CEP 78.200-000

Fone/Fax: (65) 3223-7005

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DEFENSORIA PÚBLICA do Estado de Mato Grosso

3ª. Defensoria Pública de Cáceres

I DOS FATOS

Consoante se infere da esclarecedora declaração médica em

anexo, o requerente é acometido por doença grave, a saber, enfisema pulmonar

(CID: J43.2), fazendo uso, atualmente, de três medicamentos, quais sejam, o

Formoterol 12mcg, o Budesonida 400 mcg e o Brometo de Tiotrópio 18 mcg, os

quais são vendidos no mercado em valores que extrapolam o apertado orçamento

do paciente.

O requerente, que é idoso, percebe aposentadoria no

equivalente a um salário mínimo (doc. anexo), comprometendo os seus parcos

recursos com os freqüentes deslocamentos exigidos pelo tratamento, sem falar nos

gastos com moradia, alimentação etc.

Por conta disso, o requerente procurou a Secretara Municipal

de Saúde de Cáceres-MT informando ser hipossuficiente e requerendo auxílio para

a aquisição, ao menos, do medicamento Brometo de Tiotrópio 18 mcg, que além de

possuir custo demasiadamente elevado, conforme declaração farmacêutica em

anexo, só pode ser adquirido mediante encomenda.

Em 23/10/2008, ao ser procurado pelo requerente, este núcleo

da Defensoria Pública enviou o ofício 57/2008/PDPC (doc. anexo) à Secretaria

Municipal de Saúde de Cáceres/MT, pleiteando que, diante da necessidade imediata

comprovada por tantos documentos médicos, fossem fornecidos ao paciente, com a

máxima urgência, os medicamentos Formoterol 12mcg, Budesonida 400 mcg e

Brometo de Tiotrópio 18 mcg.

Missão: Promover assistência jurídica aos necessitados com excelência, efetivando a inclusão social, respaldada na ética e na moralidade.

Rua Coronel Faria, esquina com Rua Tiradentes nº 382, Centro, Cáceres – MT, CEP 78.200-000

Fone/Fax: (65) 3223-7005

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DEFENSORIA PÚBLICA do Estado de Mato Grosso

3ª. Defensoria Pública de Cáceres

Até a presente data, 14/11/2008, segundo o requerente,

nenhum representante de órgão ou entidade da área da saúde público entrou em

contato com o mesmo.

Destarte, a última esperança é a atuação enérgica do Poder

Judiciário, para evitar o prosseguimento do desrespeito por parte das autoridades

competentes aos direitos fundamentais do requerente, notadamente no tocante à

vida — com dignidade.

A declaração médica em anexo, subscrita pela Dr.ª Keyla M.

Maia (CRM/MT 1896), médica pneumologista do Hospital São Mateus, de Cuiabá-

MT, abaixo transcrita, por si só, parece-nos bastante persuasiva, tornando

desnecessário alongarmos em demasia no tocante à imprescindibilidade dos

remédios acima indicados para a manutenção da vida do requerente:

Declaro, para fins de esclarecimento, que o Senhor Almiro Ferreira

Martins, 85 anos, é portador de DPOC grau IV, com VEF1 0.75, que

corresponde a apenas 32% do previsto, tendo sido indicado o Brometo

de Tiotrópio em junho de 2008, pela gravidade clínica e funcional. O

paciente vem comprando a medicação com grande dificuldade, devido

ao custo da mesma, apresentado melhora intensa de quadro (antes seu

VEF1 era de 20%!!). Por isso, não pode parar a medicação, pois isso acarretará retorno ao quadro anterior, por ser esta uma patologia crônica e incurável. Portanto, necessita manter o uso de Brometo de

Tiotrópio 18mcg (Spiriva). O não uso da medicação fará com que o paciente retorne ao quadro clínico de grande limitação, assim como impossibilitará a manutenção da melhora da qualidade de vida que vem apresentando. Tal conduta está baseada na orientação do

Consenso Brasileiro de DPOC, publicação oficial da Sociedade

Brasileira de Pneumologia [...]

Missão: Promover assistência jurídica aos necessitados com excelência, efetivando a inclusão social, respaldada na ética e na moralidade.

Rua Coronel Faria, esquina com Rua Tiradentes nº 382, Centro, Cáceres – MT, CEP 78.200-000

Fone/Fax: (65) 3223-7005

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3ª. Defensoria Pública de Cáceres

É atribuição do Estado de bem-estar social a apresentação de solução adequada às necessidades vitais do requerente, atuando de maneira eficiente e célere na proteção da vida do requerente, na medida em que, consoante as lições do mestre Paulo Bonavides alhures epigrafadas, os direitos fundamentais não se interpretam, se concretizam.

Se o Poder Executivo e o Poder Legislativo se mostram incapazes de garantir, por conta própria, o cumprimento dos mais fundamentais preceitos constitucionais, como se estes fossem promessas inconseqüentes e vazias de nossa Constituição Federal, cabe ao Poder Judiciário posicionar-se de maneira diversa, assumindo a derradeira trincheira para a concretização de tão essencial direito.

É oportuno dizer, ainda, que a situação à qual se encontra o requente submetido, como não poderia ser diferente, traz angústia para toda a sua família, que se preocupa com a doença do patriarca e à necessidade de remédios de elevado custo, tratando-se de idoso com 85 anos de idade, não podendo o Estado simplesmente abandoná-lo à própria sorte, como, de fato, encontra-se fazendo.

Torna-se, destarte, clarividente a obrigação do Estado (União, Estado e Município) em cumprir o dever constitucional de proporcionar e garantir os remédios fundamentais ao tratamento de saúde do requerente.

Informa-se, por derradeiro, que o requerente é pobre na acepção jurídica do termo, e sua família também está inserida dentro desse contexto de hipossuficiência, de tal sorte que não tem quaisquer condições de bancar os remédios em apreço.

Por derradeiro, o Poder Judiciário tem consolidado o entendimento favorável aos consumidores/pacientes, reafirmando e concretizando o dever do Poder Público de fornecer atendimentos de saúde gratuitos aos necessitados.

Missão: Promover assistência jurídica aos necessitados com excelência, efetivando a inclusão social, respaldada na ética e na moralidade.

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Fone/Fax: (65) 3223-7005

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II DO DIREITO

A Constituição Federal, em consonância com as Constituições mais avançadas, dedicou especial consideração à preservação da dignidade da pessoa humana, à proteção do consumidor e aos direitos sociais, dentre eles, está incluído, de forma expressa, a saúde.

Desse modo, toda conduta do ente público que negar tratamento de saúde ou o fornecimento de remédios à pessoa desprovida de recursos, necessário para restabelecer a saúde e evitar a morte, atentam contra a dignidade da pessoa humana e incidirá em afronta à Constituição Federal, e aí esta carecerá de vitalidade jurídica se assim perdurar.

Nestas circunstâncias, deve o titular do direito, ao buscar o acesso universal a saúde, ter a mais ampla proteção e a seu favor serem dirimidas quaisquer dúvidas, de tal sorte que o comportamento do Poder Público que nega o tratamento aos hipossuficientes, não levando em consideração a necessidade de restabelecimento completo da saúde, deve ser combatido energicamente pelo Poder Judiciário.

As normas relativas ao direito à saúde, cuja assistência é livre à iniciativa privada (CF/88, art. 199), têm sede na Seção II, do Capítulo II, do Título VII, da Constituição da República Federativa do Brasil ("Da Ordem Social"), dispondo o artigo 197 que:

Art. 197. São de relevância pública as ações e os serviços de saúde, cabendo ao Poder Público dispor, nos termos da lei , sobre sua regulamentação, f iscalização e controle, devendo sua execução ser fei ta diretamente ou através de terceiros e, também, por pessoa f ísica ou jurídica de direi to pr ivado".

Missão: Promover assistência jurídica aos necessitados com excelência, efetivando a inclusão social, respaldada na ética e na moralidade.

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II.I DO DEVER DOS REQUERIDOS DE FORNECER OS MEDICAMENTOS E DO CORRESPONDENTE DIREITO SUBJETIVO DO PACIENTE CARENTE

Como se buscará demonstrar, exaustivamente, nas linhas que seguem, é dever dos requeridos garantir o fornecimento dos remédios pleiteados, na medida em que, a começar, os aludidos entes federativos participam do Sistema Único de Saúde, esse estruturado pela Lei n. 8.080, de 19 de setembro 1990 (Lei Orgânica da Saúde) e, tanto em decorrência dessa Lei como por força dos dispositivos insertos nas Constituições da República e Estadual, são irremediavelmente obrigados a amparar a população no que tange a garantia de sua saúde.

Aliás, se não é dever do Poder Público prover a saúde, educação e segurança dos indivíduos, pouca coisa lhe resta a fazer. O artigo 196 da Constituição Federal dispõe que:

A saúde é direi to de todos e dever do estado, garantido mediante polít icas sociais e econômicas que visem à redução do risco de doença e de outros agravos e ao acesso universal e igual itár io às ações e serviços para a sua promoção, proteção e recuperação.

Como alhures mencionado, o artigo 197 do texto constitucional determina expressamente que: “as ações e serviços de saúde são de relevância pública”.

O artigo 198, inciso II, da Constituição Federal, garante o atendimento integral, na esteira do que dispõe o artigo 194, inciso I, também da Carta Magna, onde impõe a universalidade do atendimento público de saúde.

Frise-se que, além da ofensa à saúde e à vida, há também o desperdício do dinheiro público, posto que os pacientes são obrigados a mobilizar outros serviços públicos, notadamente os prestados pela Defensoria Pública e pelo Poder Judiciário, implicando em desnecessários e pesados gastos para o Poder

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3ª. Defensoria Pública de Cáceres

Público, o que configura conduta incompatível com a moralidade e a probidade administrativas, para terem seus direitos resguardados.

Neste contexto, o dispositivo constitucional da Constituição do Estado de Mato Grosso que mais diretamente se aplica ao presente caso é o artigo 226, incisos I, II e IV, onde elenca, entre outros deveres do Estado, o seguinte:

I – organizar e manter, com base no perf i l epidemiológico estadual, uma rede de serviços de saúde com capacidade de atuação em promoção da saúde, prevenção da doença, diagnóst icos, tratamento e reabil i tação dos doentes;II – garantir total cobertura assistencial à saúde, mediante a expansão da rede públ ica com serviços de qual idade e acessibi l idade nos vários níveis;II I - . . .IV – abastecer a rede pública de saúde, fornecendo, repondo e mantendo os insumos e equipamentos necessários ao seu funcionamento;

Consoante entendimento do Supremo Tribunal Federal, as normas das Constituições da República e dos Estados que asseguram o direito à saúde e, no caso de pacientes carentes, a garantia da total cobertura assistencial à saúde, não se tratam de normas programáticas, mas sim de norma fundamental de eficácia direta e aplicabilidade imediata, concretizadora do princípio da dignidade humana, estampado no inciso III do artigo 3.o, da CRFB.

Com efeito, a própria Lei Federal n.º 8.080, de 19 de setembro de 1990 (Lei Orgânica da Saúde), que dispõe sobre as condições para a promoção, proteção e recuperação da saúde, a organização e o funcionamento dos serviços correspondentes, estruturando o Serviço Único de Saúde, dispõe em seu artigo 2.o, § 1.o, que:

Art. 2º. A saúde é um direito fundamental do ser humano, devendo o Estado prover as condições indispensáveis ao seu pleno exercício .

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§ 1 º . O dever do Estado de garant ir a saúde consiste na formulação e execução de polí t icas econômicas e sociais que visem à redução de r iscos de doenças e de outros agravos e no estabelecimento de condições que assegurem acesso universal e iguali tário às ações e aos serviços para a sua promoção, proteção e recuperação.

Em seu artigo 7º, a Lei Federal n.º 8.080, de 19 de setembro de 1990 (Lei Orgânica da Saúde), estabelece como diretriz:

Art. 7º As ações e serviços públicos de saúde e os serviços privados contratados ou conveniados que integram o Sistema Único de Saúde (SUS), são desenvolvidos de acordo com as diretr izes previstas no art. 198 da Consti tuição Federal, obedecendo ainda aos seguintes princípios:I - universalidade de acesso aos serviços de saúde em todos os níveis de assistência;II - integral idade de assistência, entendida como um conjunto art iculado e contínuo das ações e serviços prevent ivos e curativos, individuais e colet ivos, exigidos para cada caso em todos os níveis de complexidade do sistema;(. . .)IV - igualdade da assistência à saúde, sem preconceitos ou privi légios de qualquer espécie .

A inércia quanto ao fornecimento para o requerente dos remédios dos quais necessita, como vem ocorrendo no presente caso, priva-o, pessoa carente e idosa, do exercício de seu direito constitucional de acesso à saúde.

Mutatis mutandis, é oportuno citar precedente jurisprudencial firmado pelo Supremo Tribunal Federal em hipótese bastante semelhante, senão idêntica, à presente:

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“E M E N T A: PACIENTE COM HIV/AIDS - PESSOA DESTITUÍDA DE RECURSOS FINANCEIROS - DIREITO À VIDA E A SAÚDE – FORNECIMENTO GRATUITO DE MEDICAMENTOS - DEVER CONSTITUCIONAL DO PODER PÚBLICO (CF ARTS. 5 O , CAPUT, E 196) - PRECEDENTES (STF) - RECURSO DE AGRAVO IMPROVIDO.

O DIREITO À SAÚDE REPRESENTA CONSEQÜÊNCIA CONSTITUCIONAL INDISSOCIÁVEL DO DIREITO A VIDA .

- O direito público subjetivo à saúde representa prerrogativa jurídica indisponível assegurada à generalidade das pessoas pela própria Const ituição da República (art . 196). Traduz em bem jurídico const itucionalmente tutelado, por cuja integridade deve velar, de maneira responsável, o Poder Público , a quem incumbe formular - e implementar - polí t icas sociais e econômicas idôneas que visem a garantir, aos cidadãos, inclusive àqueles portadores do vírus HIV , o acesso universal e igual itário a assistência farmacêutica e médico-hospitalar.

- O direito à saúde - além de qual if icar-se como direi to fundamental que assiste a todas as pessoas - representa conseqüência Const itucional indissociável do direi to à vida. O Poder Público qualquer que seja a esfera Insti tucional de sua atuação no plano da organização federativa brasi leira, não pode mostrar-se indiferente ao problema da saúde da população, sob pena de incidir , ainda que por censurável omissão, em grave comportamento inconsti tucional.

A INTERPRETAÇÃO DA NORMA PROGRAMÁTICA NÃO PODE TRANSFORMÁ-LA EM PROMESSA CONSTITUCIONAL INCONSEQÜENTE .

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O caráter programático da regra inscri ta no art. 196 da Carta Polít ica - que tem por destinatários todos os entes polít icos que compõem, no plano inst itucional, a organização federat iva do Estado brasi leiro - não pode converter-se em promessa consti tucional inconseqüente, sob pena de o Poder Públ ico, fraudando justas expectat ivas nele depositadas pela colet ividade, subst ituir , de maneira i legít ima, o cumprimento de seu impostergável dever, por um gesto i rresponsável de inf idelidade governamental ao que determina a própria Lei Fundamental do Estado.

Em seu voto, o Min. Celso de Mello assevera a responsabilidade solidária do Município e do Estado, transcrevendo o seguinte:

“No que concerne ao fundo da controvérsia, cabe acentuar que se revela inacolhível a postulação recursal ora deduzida pelo Município de Porto Alegre/RS, especialmente em face do mandamento consti tucional inscrito no art. 196 da Const ituição da Repúbl ica que assim dispõe:

‘Art. 195. A saúde é direito de todos e dever do Estado, garantido mediante polít icas sociais econômicas que visem à redução do risco de doença e o outros agravos e ao acesso universal e igualitário à ações e serviços para sua promoção, proteção recuperação . ’ (grifei)

Na realidade, o cumprimento do dever polí t ico-const itucional consagrado no art . 196 da Lei Fundamental do Estado, consistente (. . .) impõe-se ao poder Públ ico, qualquer que seja a dimensão insti tucional em que este atue no plano de nossa organização federativa.

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A impostergabil idade da efet ivação desse dever const itucional desautoriza o acolhimento do plei to recursal ora deduzido na presente causa.

Tal como pude enfatizar , em decisão por mim proferida no exercício da presidência do Supremo Tribunal Federal, em contexto assemelhado ao da presente causa (Pet 1.246-SC), entre proteger inviolabil idade do direito à vida e à saúde, que se qualifica como direito subjetivo inalienável assegurado a todos pela própria Constituição da República (art. 5 o , caput e art. 196), ou fazer prevalecer, contra essa prerrogativa fundamental, um interesse financeiro e secundário do Estado, entendo - uma vez configurado esse dilema - que razões de ordem ético-jurídica impõem ao julgador uma só e possível opção: aquela que privilegia o respeito indeclinável à vida e à saúde humana, notadamente daqueles que têm acesso, por força de legislação local, ao programa de distribuição gratuita de medicamentos, instituído em favor de pessoas carentes .” (Grifou-se).

Assim arremata o Senhor Ministro:

“O sent ido de fundamental idade do direito à saude - que representa, no contexto da evolução histórica dos direitos básico da pessoa humana , uma das expressões mais relevantes das l iberdades reais ou concretas - impõe ao Poder Público um dever de prestação positiva que somente se terá por cumprido, pelas instâncias (.. .) promover, em plenitude, a sat isfação efetiva da determinação ordenada pelo texto const itucional.”

Portanto, observando o critério da ponderação e informado pelos princípios da proporcionalidade e da razoabilidade, a Corte Constitucional entendeu que merece especial tutela a proteção à vida e à saúde, tendo em vista a

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norma norteadora de todo o ordenamento jurídico brasileiro: a dignidade da pessoa humana.

Ainda, assegurar o fornecimento dos remédios para a prosseguimento do tratamento de saúde do requerente, pessoa carente de recursos financeiros, significa abraçar o princípio da isonomia substancial, buscando a igual dignidade humana para todos: ricos e pobres.

O Egrégio Tribunal de Justiça do Estado do Rio de Janeiro, atento aos comandos constitucionais e legais, bem como ao entendimento do Excelso Pretório, tem se posicionado firmemente na efetivação do direito fundamental à saúde, condenando o Estado e Município solidariamente na obrigação de fornecer os meios necessários para o tratamento da saúde de pessoas carentes, que não disponham de recursos para tratar-se, como se pode inferir da ementa abaixo colacionada:

“OBRIGAÇÃO DE DAR COISA CERTA – TRANSPLANTE - FORNECIMENTO DE MEDICAMENTO – PRESERVAÇÃO DA VIDA – SISTEMA ÚNICO DE SAÚDE – SUS – LEI N. 8080, DE 1990. PREVIDÊNCIA SOCIAL. SAÚDE PÚBLICA - Paciente submetido a transplante de r im, sem recursos f inanceiros para comprar medicamento de custo elevado, indispensável para evi tar a rejeição do órgão e o comprometimento das funções renais. O direito à vida e à saúde é público subjetivo, assegurado pela Constituição Federal a todos os cidadãos, principalmente àqueles que são carentes. A saúde está incluída entre os direitos sociais, sendo dever comum à União, Estado, Distrito Federal e municípios, entes polít icos que têm responsabilidade solidária. Este conjunto de ações e serviços do Poder Públ ico const itui o Sistema Único de Saúde - SUS. Entre os direi tos fundamentais inscreve-se o de receber os medicamentos indispensáveis à sobrevivência das pessoas que não têm meios para comprá-los. Intel igência dos arts. 6º, 23, I I , 24, XII , 30, VII , 194, 195, 196 e 198

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da CF, 284 da Const ituição Estadual, 2º, 4º e 6º, I , d da Lei n. 8.080/90. Provida parcialmente a apelação do Estado para excluir do decreto condenatório o pagamento de honorários advocatícios. Improvida a do Município. (AC 2000.001.11485 - TJRJ - SETIMA CAMARA CIVEL – Rel. Des. CARLOS C. LAVIGNE DE LEMOS. Julgado em 13/02/2001).”

II. II DA TUTELA ESPECÍFICA

O artigo 461 do Código de Processo Civi l assim dispõe:

Art. 461 - Na ação que tenha por objeto o cumprimento de

obrigação de fazer ou não fazer, o juiz concederá a tutela

específ ica da obrigação ou, se procedente o pedido,

determinará providências que assegurem o resultado

prático equivalente ao do adimplemento.

§ 1º A obrigação somente se converterá em perdas e

danos se o autor o requerer ou se impossível a tutela

específ ica ou a obtenção do resultado prát ico

correspondente.

§ 2º A indenização por perdas e danos dar-se-á sem

prejuízo da multa (art igo 287).

§ 3º Sendo relevante o fundamento da demanda e

havendo just if icado receio de ineficácia do provimento

f inal , é l íci to ao juiz conceder a tutela l iminarmente ou

mediante just i f icação prévia, ci tado o réu. A medida

l iminar poderá ser revogada ou modif icada, a qualquer

tempo, em decisão fundamentada.

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§ 4º O juiz poderá, na hipótese do parágrafo anterior ou

na sentença, impor multa diár ia ao réu,

independentemente de pedido do autor, se for suficiente

ou compatível com a obrigação, f ixando-lhe prazo

razoável para o cumprimento do preceito.

§ 5º Para a efet ivação da tutela específ ica ou a obtenção

do resultado prático equivalente, poderá o juiz, de ofício

ou a requerimento, determinar as medidas necessárias,

ta is como a imposição de multa por tempo de atraso,

busca e apreensão, remoção de pessoas e coisas,

desfazimento de obras e impedimento de at ividade

nociva, se necessário com requisição de força policial .

§ 6º O juiz poderá, de ofício, modif icar o valor ou a

periodicidade da multa, caso veri f ique que se tornou

insuficiente ou excessiva.

Art. 461-A. Na ação que tenha por objeto a entrega de

coisa, o juiz, ao conceder a tutela específ ica, f ixará o

prazo para o cumprimento da obrigação.

§ 1º Tratando-se de entrega de coisa determinada pelo

gênero e quant idade, o credor a individual izará na petição

inicial , se lhe couber a escolha; cabendo ao devedor

escolher, este a entregará individualizada, no prazo

f ixado pelo juiz.

§ 2º Não cumprida a obrigação no prazo estabelecido,

expedir-se-á em favor do credor mandado de busca e

apreensão ou de imissão na posse, conforme se tratar de

coisa móvel ou imóvel.

Missão: Promover assistência jurídica aos necessitados com excelência, efetivando a inclusão social, respaldada na ética e na moralidade.

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§ 3º Aplica-se à ação prevista neste art igo o disposto nos

§§ 1º a 6º do art . 461.

Assim sendo, devem a Prefeitura Municipal de Cáceres e o Estado de Mato Grosso ser compelidos solidariamente a fornecer os remédios dos quais necessita o requerente para o prosseguimento do seu tratamento, por ser medida da mais lídima justiça.

II. III DA ANTECIPAÇÃO DOS EFEITOS DA TUTELA

O Código de Processo Civi l ao cuidar da antecipação de tutela assim preconiza:

Art. 273. O juiz poderá, a requerimento da parte, antecipar, total ou parcialmente, os efeitos da tutela pretendida no pedido inicial, desde que, existindo prova inequívoca, se convença da verossimilhança da alegação e:

I – haja fundado receio de dano irreparável ou de difícil reparação; ouI I - f ique caracterizado o abuso de direi to de defesa ou o manifesto propósito protelatór io do réu.

§ 1º Na decisão que antecipar a tutela, o juiz indicará, de modo claro e preciso, as razões do seu convencimento.

§ 2º Não se concederá a antecipação da tutela quando houver perigo de irreversibi l idade do provimento antecipado.

§ 3º A efet ivação da tutela antecipada observará, no que couber e conforme sua natureza, as normas previstas nos arts. 588, 461, §§ 4º e 5º, e 461-A.

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§ 4º A tutela antecipada poderá ser revogada ou modificada a qualquer tempo, em decisão fundamentada.

§ 5º Concedida ou não a antecipação da tutela, prosseguirá o processo até f inal julgamento.

§ 6º A tutela antecipada também poderá ser concedida quando um ou mais dos pedidos cumulados, ou parcela deles, mostrar-se incontroverso.

§ 7º Se o autor, a t ítulo de antecipação de tutela, requerer providência de natureza cautelar, poderá o juiz, quando presentes os respect ivos pressupostos, deferir a medida cautelar em caráter incidental do processo ajuizado.

A jurisprudência assim vem se firmando:

TUTELA ANTECIPATÓRIA – Faculdade do Juiz – Verossimilhança do pedido tutelar com o inicial – Deferimento que se deve embasar no fundado receio de dano irreparável ou de difícil reparação – Inteligência do art. 273 do CPC. O art . 273 do CPC, com redação dada pela Lei 8.952/94, expressamente faculta ao Juiz, a requerimento da parte, antecipar, total ou parcialmente, os efei tos da tutela pretendida no pedido inicial , desde que, exist indo prova inequívoca, se convença da verossimi lhança da alegação e haja fundado receio de dano irreparável ou de di fíci l reparação, sendo que essa tutela antecipada poderá ser revogada ou modif icada a qualquer tempo, em decisão fundamentada, prosseguindo o processo até f inal julgamento, concedida ou não tal antecipação. (RT 736/252)

Em trato de concessão de tutela antecipada de provimento jurisdicional, mister se faz que o Juiz, dentro da esfera de sua discricionariedade judicial, proceda a prudente e cuidadosa análise, porquanto

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pode haver situação emergencial que a reclame, desde que haja prova inequívoca do alegado e se convença de sua verossimilhança . (RT 736/256) (sem grifo no original)

Assim, é patente o receio do dano irreparável, bem como de difícil reparação, pois o requerente, conforme indicado na declaração médica em anexo, não pode deixar de fazer uso dos remédios, sob o risco de graves transtornos para a sua saúde já fragilizada pela patologia indicada como crônica e incurável.

Assim Excelência, diante dos fatos, a concessão da tutela antecipada inaudita altera pars é perfeitamente cabível, vez que se trata de caso especialíssimo e de urgência que recomenda a medida, além do que o direito do requerente está amparado pela legislação constitucional e infraconstitucional.

Lembremo-nos aqui também do poder geral de cautela conferido aos magistrados pelo artigo 798 do CPC, buscando a efetividade e a eficácia do direito material, tendo em mira a urgência e a preventividade:

Art. 798. Além dos procedimentos cautelares específicos, que este Código regula no Capítulo I I deste Livro, poderá o juiz determinar as medidas provisórias que julgar adequadas, quando houver fundado receio de que uma parte, antes do julgamento da lide, cause ao direito da outra lesão grave e de difícil reparação.

III DO PEDIDO

Diante do exposto, requer :

a) sejam concedidos ao requerente, os benefícios da justiça gratuita, haja vista que não tem condições econômicas e/ou financeiras de arcar com as custas processuais

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e demais despesas aplicáveis à espécie, honorários advocatícios, sem prejuízo próprio ou de sua família, nos termos da inclusa declaração de pobreza, na forma do artigo 4º, da Lei n. 1.060, de 05 de fevereiro de 1950, e artigo 1º, da Lei n. 7.115, de 29 de agosto de 1983;

b) seja, com fundamento no artigo 461 do Código de Processo Civil, concedida, inaudita altera pars, a tutela antecipada específica para conferir os requeridos a fornecer ao requerente os medicamentos Formoterol 12mcg, Budesonida 400 mcg e o Brometo de Tiotrópio 18 mcg, enquanto houver necessidade;

c) seja fixada multa diária de R$ 5.000,00 (cinco mil reais) para o caso de descumprimento da ordem judicial, consoante autoriza o § 5º, do artigo 461, do Diploma Processual Civil;

d) seja a requerida, Prefeitura Municipal de Cáceres – Secretaria Municipal de Saúde, citada na pessoa do Procurador Geral do Município e no endereço indicado no preâmbulo deste petitório, para, querendo, responder aos termos da presente demanda, sob pena de revelia, confissão e demais cominações legais;

e) seja o requerido, Estado de Mato Grosso – Secretaria de Estado de Saúde, citado na pessoa do Procurador Geral, no endereço indicado no preâmbulo deste petitório, para, querendo, responder aos termos da presente demanda, sob pena de revelia, confissão e demais cominações legais;

f) seja o ilustre representante do Ministério Público instado a manifestar nos termos da presente demanda, diante da presença do caráter coletivo, uma vez que o comportamento apresentado pelos requeridos, se persistente, prejudicará o interesse de determinado grupo de pessoas, ligadas por uma relação jurídica básica;

g) seja, ao final, com fundamento no artigo 196, da Constituição Federal, confirmada a liminar pleiteada, em todos os seus termos, julgando-se procedente a demanda;

h) sejam concedidos os benefícios contidos no artigo 172, § 2º, do Código de Processo Civil;

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i) sejam os requeridos condenados a pagar as custas e demais despesas processuais aplicáveis à espécie e honorários advocatícios;

j) seja determinada a intimação pessoal do Defensor Público para todos os termos e

atos do processo (artigo 128, inciso I, da Lei Complementar Federal 080/94; art. 5º

da Lei Complementar Estadual n.º 89/01 e art. 5º, parágrafo 5º, da Lei Federal nº

1060/50), bem como lhe sejam contados em dobro os prazos processuais;

l) sejam, por fim, deferidos todos os meios legais de prova, bem como os moralmente legítimos, ainda que não especificados no Código de Processo Civil, mas hábeis a provar a verdade dos fatos em que se funda a presente demanda, mormente a prova pericial e testemunhal, conforme rol que será apresentado oportunamente, devendo ser intimadas (CPC, art. 332).

Dá-se à causa o valor de R$ 5.400,00 (cinco mil e quatro centos reais).

Pede Deferimento.

Cáceres – MT, 12 de maio de 2023.

MARCELLO AFFONSO BARRETO RAMIRES Defensor Público Substituto

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