o que é cidadania - leitura obrigatória

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  • 8/2/2019 O que Cidadania - leitura obrigatria

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    Maria de Lourdes Manzini-Covre

    .OQUEECIDADANIA

    e d it o ra b r as il ie n s e

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    Tem certos dias em que eu pen so em minha genteE sinto assim todo meu peito se apertar

    E ate parece que acontece de repenteComo um desejo de eu viver sem me notarlgual a como quando eu passo num subtlrbio

    Eu muito bem vindo de trem de algum lugarAi me do uma inveja dessa gente

    Que val em frente sem nem ter com quem con tarMe do uma tristeza no meu peito

    Feito um despeito de eu new ter como lutarGente Humilde, cancao de

    Chico Buarque e Vinfcius de Moraes

    Para Jose Fernandes, Creusa,Daniel e Andre

    PRIMEIRA

    Ha algum tempo 0 tema cidadania passou a sermais ventilado no mundo conternporaneo, inclusive noBrasil. Ele aparece na fala de quem detem 0poder poli-tico (politicos, capitalistas etc.), na producao intelectualenos meios de cornunicacao (radio, jornal, TV), e tam-bern nas camadas mais desprivilegiadas da populacao.

    Nas decades de 1960 e 1970, esse tema nao exer-cia0mesmo apelo. Ouvfamos, entao, falar de rnudancasocial, do modelo revolucionario russo ou do chines.Naquela epoca, cidadania tinha uma conotacao pejora-tiva, especie de engodo a lila democracia americana" ,que nao levaria a nada. Hoie, aqueles modelos revolu-cionarios, tais como foram encaminhados inicialmente,rnostram-se falidos. Novas propostas, de certa formarelacionadas ao tema cidadania, passaram sobre eles.Bons exemplos sao a perestroika e a glasnost, respecti-

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    8 Maria de Lourdes Manzini-Covre o que Ii Cidadania 9vamente a reforma econornica e a abertura polftica naUniao Sovietica e paises congeneres.

    Assim, a cidadania ja foi assunto de debate tantona democracia ocidental como no socialismo do Les-te, entre as classes abastadas e as menos abastadas, eaparece na pauta de diversos movimentos sociais - quereivindicam saneamento basico, saude, educacao, fim dadiscrirninacao sexual e racial. Recentemente, tivemosno Brasil a experiencia da Constituinte que elaborou aConstituicao de 1988, fixando um novo quadro de leisrelativas aos direitos e deveres dos cidadaos.

    Mas de que cidadania fala cada urn desses grupossociais, personagens que ocupam posicoes tao diferen-tes na sociedade? Alguns deles tern acesso a quase to-dos os bens e direitos; outros nao, em virtude do baixosalario e do nao-direito a expressao, a saude, a educacaoetc. 0 que e cidadania para uns e 0que e para outros?E importante apreender de que cidadania se fala. Tenteresponder voce mesmo: 0que e cidadania? Podemosdelinear concepcoes diferentes e ate mesmo opostas.Vou procurar compor adiante 0que distinguo por cida-dania, resultado nao de uma apreensao estanque, masde um processo dialetico em incessante percurso emnossa sociedade.

    Facarnos uma prirneira aproximacao. 0 que e sercidadao? Para muita gente, ser cidadao confunde-secom 0direito de votar. Mas quem ja teve algurna expe-riencia politica - no bairro, igreja, escola, sindicato etc.- sabe que 0ato de votar nao garante nenhurna cidada-

    nia, se nao vier acompanhado de deterrninadas condi-coes de nfvel econornico, politico, social e cultural.

    Podemos afirmar que ser cidadao significa tel' di-reitos e deveres, ser sud ito e ser soberano. Tal situacaoesta descrita na Carta de Direitos da Organizacao dasNacoes Unidas (ONU), de 1948, que tem suas primei-ras matrizes marcantes nas cartas de Direito dos Es-tados Unidos (1776) e da Revolucao Francesa (1798).Sua proposta mais funda de cidadania e a de que todosos homens sao iguais perante a lei, sem discriminacaode raga, credo ou cor. E ainda: a todos cabem 0 do-mfnio sobre seu corpo e sua vida, 0 acesso a um sala-rio condizente para promover a propria vida, 0direitoa educacao, a saude, a habitacao, ao lazer, E mais: edireito de todos poder expressar-se livremente, militarem partidos politicos e sindicatos, fomentar movirnen-tos sociais, lutar por seus valores. Enfim, 0direito de teruma vida digna de ser homem.

    Isso tudo diz mais respeito aos direitos do cidadao.Ele tambem deve tel' deveres: ser 0proprio fomentadorda existencia dos direitos a todos, tel' responsabilidadeem conjunto pela coletividade, cumprir as norrnas e pro-postas elaboradas e decididas coletivamente, fazer partedo governo, direta ou indiretamente, ao votar, ao pres-sionar atraves dos movimentos sociais, ao participar deassembleias - no bairro, sindicato, partido ou escola. Emais: pressionar os governos municipal, estadual, fede-ral e mundial (em nfvel de grandes organismos interna-cionais como 0Fundo Monetario Internacional- FMI).

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    10 Maria de Lourdes Manzini-CovreNa realidade, essas propostas sao dificeis de se-

    rem efetivadas, pois quem detern 0poder cuida de en-caminhar as coisas na direcao que atenda basicamenteaos seus interesses, e nao ao interesse de todos, apesarda aparencia contraria. Contudo, existe a Carta Uni-versal e ela transparece, em maior ou menor grau, nasConstituicoes de cada pais. A Constituicao e uma armana mao de todos os cidadaos, que devem saber usa-Iapara encaminhar e conquistar propostas mais igualita-rias. Por esse motive, 0 que apresentei como direitose deveres (conteudo do exercicio de cidadania) e algopossfvel mas dependente do enfrentamento politicoadotado por quem tern pouco poder. So existe cidada-nia se houver a pratica da reivindicacao, da apropriacaode espacos, da pugna para fazer valer os direitos do ci-dadao. Neste senti do, a pratica da cidadania podesera estrategia, por excelencia, para a construcao de umasociedade melhor. Mas 0primeiro pressuposto dessapratica e que esteja assegurado 0 direito de reivindi-car os direitos, e que 0conhecimento deste se estendacada vez mais a toda a populacao,

    As pessoas tendem a pensar a cidadania apenasem termos dos direitos a receber, negligenciando 0fatode que elas proprias podem ser 0 agente da existenciadesses direitos. Acabam por relevar os deveres que lhescabem, omitindo-se no sentido de serem tambern, dealguma forma, parte do governo, ou seja, e preciso tra-balhar para conquistar esses direitos. Em vez de merosreceptores, sao acima de tudo sujeitos daquilo que po-

    o que e Cidadania IIdem conquistar. Se existe urn problema em seu bairroou em sua rua, por exemplo, nao se deve esperar que asolucao venha espontaneamente. E preciso que os mo-radores se organizem e busquem uma solucao capaz deatingir varies nfveis, entre eles 0de pressionar os orgaosgovernamentais competentes.Desse modo, penso que a cidadania e 0 propriodireito a vida no sentido pleno, Trata-se de urn direitoque precisa ser construido coletivamente, nao so emtermos do atendimento as necessidades basicas, masde acesso a todos os nfveis de existencia, incluindo 0mais abrangente, 0papel do(s) homem(s) no Universo.

    Para facilitar a compreensao, detalharei a cidadaniaem termos de direitos civis, politicos e sociais. Essa divi-sao serve apenas a analise; para que esses direitos sejamefetivamente atendidos, eles devem existir interligados.Por exemplo: 0atendimento real dos direitos sociais - emesmo dos civis- depende da atuacao politica, isto e, deque vigorem os direitos politicos. Vamos falar urn poucode cada urn desses direitos e de suas inter-relacoes.

    DIREITOS crvisOs direitos civis dizem respeito basicamente ao

    direito de se dispor do proprio corpo, locornocao, se-guranca etc. Parece obvio que somos donos do nossoproprio corpo. Afinal, nao nos movimentamos por ele,dormimos e andamos nele? Mas, na realidade, esse di-reito e muito pouco respeitado para a maior parte dapopulacao mundial, inclusive a do Brasil.

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    Tomemos, por exemplo, a experiencia brasileirade quase duas decades de ditadura tecnocrata-militar.Foi um perfodo de anticidadania, de cerceamento daexpressao e da liberdade, de trancafiamento, de tortu-ra e mesmo de elirninacao daqueles que se opunham aforma de pensar e agir entao dominantes. Isso e prati-ca usual sob regimes ditatoriais - para nao lembrar oscampos de concentracao dos regimes nazi-fascistas, decerta forma reproduzidos na America Latina, nas ulti-mas decadas (e principal mente na Argentina), duranteas ditaduras militares.

    Essa pratica tiranica tambem ocorreu, destaca-damente e em suas formas particulares, no socialismodo Leste: grande restricao a expressao e a locomocaofisica, existencia de campos de trabalho forcados e dehospitais especiais para dissidentes. Hoje, como sesabe, tal situacao nao existe mais.

    Mas nern e preciso ater-se aos regimes de excecao,as ditaduras. No Brasil da chamada Nova Republica, emesmo atualmente, assistimos a fenomenos que explici-tam a nos sa nao-cidadania. Exemplo gritante: os Esqua-droes da Morte, por meio dos quais a polfcia decide tor-turar ou matar os considerados rnarginais, num processode "profilaxia social", considerando que determinadoshomens nao valem nada, nao passam de nurneros,o quadro torna-se mais grave quando refletimossobre quem sao esses "marginais" - na maioria, a popu-lacao advinda da classe trabalhadora, levada a margina-lidade devido a propria exclusao (e, portanto, repressao)

    o que Ii Cidadaniaa que foi submetida pelo regime tecnocratico-militar,cuja estrutura subjacente ainda nao se desfez.

    Outro exemplo doloroso de nossa nao-cidada-nia: a existencia de fazendas, principal mente nas re-gioes Norte e Nordeste do pals, onde trabalhadoresrurais sao tratados como escravos, mantidos em regi-me de cerceamento, con forme denuncias feitas nosrneios de cornunicacao.

    Ainda sobre 0direito ao corpo, os direitos civis:quem disse que os trabalhadores escolhem onde VaGcolocar os seus corpos e em que condicoes e ritmos VaGtrabalhar? 0 capitalismo conternporaneo, com um sis-tema de producao baseado em tecnologia cada vez maiscomplexa, exige de corpos e mentes dos trabalhadoresum esforco e um sofrimento desumanos. Vale a penaassistir (ou rever) ao filme T em pos M od erno s (1 936 ).Nele, Charles Chaplin nos rnostra, com sensibilidadeinigualavel e perspectiva tragicornica, 0 sofrimento dotrabalhador na fabrica: ha 0 que vira "marginal", 0queserve de cobaia para novas tecnologias e tratamentosde saude, 0que tern 0sonho da casa propria etc. Isso,na decade de 1930. Imaginem hoje!

    A luta pelos direitos civis de locornocao, de liber-dade de expressao, tem sido bastante intense no mundo,inclusive na America Latina. Mas ainda ha muito a fazerantes de se poder afirmar que esses direitos sao respei-tados. De qualquer forma, eles dependem da existenciados direitos politicos: estes, por sua vez, dependem daexistencia de regimes efetivamente democraticos.

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    1 4 Maria de Lourdes Manzini-CovreDIREITOS SOCIAlS

    Os direitos sociais dizem respeito ao atendimentodas necessidades humanas basicas. Sao todos aquelesque devem repor a forca de trabalho, sustentando 0cor-po humano - alirnentacao, habitacao, saude, educacaoetc. Dizem respeito, portanto, ao direito ao trabalho, aum salario decente e, por extensao, ao chamado salariosocial, relativo ao direito a saude, educacao, habitacaoetc. 0 que dizer do atendimento desses direitos no Bra-sil,quando se sabe que a rnaioria da populacao se encon-tra em situacao de clamorosa injustice e pobreza?

    Chamo a atencao para a importancia que assu-miram os direitos sociais na etapa conternporanea: eprecisamente sobre esses direitos que os detentoresdo capital e do poder tern construido a sua concepcaode cidadania. Com ela, procuram administrar a classetrabalhadora, mantendo-a passiva, "receptora" dessesdireitos, que supostamente devem ser agilizados es-pontaneamente pelos capitalistas e pelos governantes.Mas, ao mesmo tempo, essa concepcao de cidadaniafaz parte de um conjunto de modificacoes do capitalis-mo contemporaneo que pode acenar com uma socie-dade melhor.

    Se, de um lado, isso pode ser um engodo, de ou-tro pode Vira tornar-se realidade se os trabalhadores,cidadaos subalternizados, reverterem 0quadro e pro-curarem ocupar efetivamente os espacos acenadospara os direitos.

    o que Ii Cidadania 1 5DIREITOS POLITICOS

    Convern falar dos direitos politicos e, depois, re-tornaraos direitos sociais (ou mesmo civis), pois a liga-

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    omarxismo contribui bastante para a construcaodo conceito de cidadania, ao criticar 0uso dos direitospela burguesia para dominar os outros grupos sociais.

    Pode-se imaginar 0marxismo como um cor po te-orico que deseia revolucionar, transformar a sociedadeburguesa vigente de entao, que explora e domina, pararetomar os caminhos universais de seus primordios - avisao do trabalho como algo que liberta. 0 marxismose propoe tambern a lutar contra a transforrnacao doproprio trabalho em arma de opressao e exploracao.

    Como que assumindo a posicao de quem foivencido nesse processo, Marx (1818-1883) avarice naquestao da cidadania ao indicar as contradicoes quedevem ser superadas. Melhor que ninguern, esclarececomo os trabalhadores sao obrigados a se submeter ascondicoes de exploracao do capital. Aparentemente, 0trabalhador vende sua force de trabalho em troca debens que suprem sua vida. Mas nao escolhe quanto eem que condicoes vai trabalhar. E tudo 0que faz, nai

    o que Ii Cidadania 33maioria dos casos, nao the da 0retorno esperado: a ali-rnentacao, educacao e saude necessaries a sua familia,a habitacao digna etc.

    Marx denuncia, de forma mais funda que qual-quer outro teorico, a exploracao do capitalismo - sejaa da acumulacao primitiva, seja a exploracao das con-dicoes e da extensao da jornada de trabalho a que saosubmetidos os operarios. Para existir, 0capitalismo pre-cisou (e precisa) de uma grande acurnulacao de capi-tal, obtida com os saques das riquezas dos povos dasAmericas, das indias, e com intensa expropriacao dostrabalhadores por meio de um trabalho de baixissimaremuneracao. E, alem disso, forcando com medidas es-tatais a falencia de pequenos proprietaries rurais, obri-gados entao a mudar-se para a cidade e se vender comoforca de trabalho, unico bem que passavam a possuir.Todas as bandeiras da Revolucao Francesa - e de todasas revolucoes burguesas: liberdade, igualdade, fraterni-dade - podem parecer quirnera, diante da quantidadede sangue, musculos e cerebros sugados para a cons-trucao da sociedade burguesa, do capitalismo.

    E 0marxismo que propoe a revolucao socialis-ta na sua forma mais bem acabada: a administracao dasociedade pela c1assetrabalhadora, que toma 0poder eplaneja 0aces so de todos ao trabalho e aos bens neces-sarios a vida.

    Num segundo mom ento, nao haveria, portan-to, c1asse nenhuma, porque todos participariam dagestae da sociedade, partilhando equiparadamente os

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    36 Maria de Lourdes Manzini-Covre 37nhando concomitantemente, 0aceno a igualdade e aconstrucao da cidadania mais plena. Uma vez legisladosos direitos (civis, politicos e sociais), eles tornarn-se rei-vindicaveis pelos cidadaos, que podem lutar para realize-los efetivarnente. A forca de trabalho, essa mercadoriaespecial, pode pressionar de diversas formas e fazer va-ler esses direitos.

    Retiramos do proprio marxismo esse jogo de pos-sibilidades: os homens fazem a historia, mas sob deter-minadas condicoes, Para manter-so 0mais fiel as pro-posicoes de Marx, e preciso nao pender para nenhumdos lados.

    Assim, embora os homens estejam limitados emsua evolucao pelas condicoes existentes, sao esses mes-mos homens que vao criar outras oondicoes - e, dian-te dessas novas condicoes, deverao tambern ser novoshomens. Do contrario, a.Historia vai emperrar. Veia-se,por exemplo, a posicao da classe burguesa depois do pe-rfodo revolucionario, tornando estanque 0avanco dasestruturas, em luta permanente contra a nova forca queavanca, os trabalhadores. Vejam-se, tarnbern, as revo-lucoes socialistas que mudaram grande parte das estru-turas, mas que depois nao se permitiram avancar plena-mente em nfvel cultural; restaram mentaliclades velhaspara uma nova estrutura, que caducou. Hoje, esses pai-ses renovam-se, abrindo-se para 0exterior em busca denovos caminhos. A mudanca entre estrutura e sujeitos ecomplexa; tanto um quanto 0outro mudam-se recipro-

    o que e Cidadaniacamente, e e precise, de forma continua, aprender-se 0novo, a nova estrutura, 0novo sujeito.

    Tomando como panorama de fundo aspectos dacultura burguesa (e, em seu extreme, do marxismo),gostaria de pensar uma concepcao de cidadania plena- ao nfvel econornico, politico, social, cultural. E que secoadune com a construcao de uma sociedade mais de-rnocratica. Nao pode haver cidadania se nao houver umsalario condigno para a grande maioria da populacao. 0trabalhador, enquanto mercadoria, deve lutar para obtercerta equivalencia na troca estabelecida com 0capitalis-ta e 0Estado. E precise que ele tenha acesso aos bensque complementam sua vida (habitacao, saude, educa-gao) e que cornpoem os chamados direitos sociais. Mas,antes, e necessario que os trabalhadores tenham direitospoliticos, e que existam mfnimas condicoes dernocra-ticas para reivindicar 0seu direito de ser cidadao e de,enquanto tal, poder batalhar, por quaisquer de seus di-reitos. Por outro lado, e preciso que esses trabalhadorespossam ser educados sobre a existencia desses direitos,vendo dessa forma a arnplidao do que ha para construirem termos de uma sociedade sernpre melhor.

    Essa concepcao de cidadania mais plena estasempre ameacada pelo conceito de cidadania mais es-vaziada, calcada no consumo e em certo imobilismo,acenada pelo capitalisrno dos oligopolies e seduzindo atantos. A seguir, veremos 0embate entre a concepcaode cidadania e 0exercicio possfvel da cidadania na erados oligopolies.